educacao profissional legislacao basica

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  • MINISTRIO DA EDUCAO SECRETARIA DE EDUCAO MDIA E TECNOLGICA

    UNIDADE DE COORDENAO DE PROGRAMAS PROGRAMA DE EXPANSO DA EDUCAO PROFISSIONAL

    Educao Profissional Legislao Bsica

    JANEIRO / 2001 Apresentao Ao publicar a quinta edio deste texto legal, o Programa de Expanso da Educao Profissional Proep, da Secretaria de Educao Mdia e Tecnolgica do Ministrio da Educao, considera que a verdadeira contribuio desta publicao servir como incentivo aos educadores para que tenham xito na implementao e na consolidao dos novos princpios da educao profissional do pas. O Ministrio da Educao sabe que no ambiente escolar onde verdadeiramente ocorrer a transformao que possibilitar s escolas de educao profissional responderem com agilidade e flexibilidade s rpidas e permanentes modernizaes do sistema produtivo. Os esforos do MEC para reformar o ensino profissional de nada valero se os professores no assumirem para si a responsabilidade dessa construo. O formato prtico desta publicao foi planejado para que possa estar sempre mo do educador, no intuito de sintonizar suas decises no dia-a-dia da sala de aula com os princpios da nova legislao educacional, e pautando as discusses e os debates com a comunidade e o setor produtivo. com satisfao, portanto, que o Proep apresenta comunidade interessada na legislao educacional este texto, contendo os atos legais bsicos relativos reforma da educao profissional. Esta publicao mais um esforo da Semtec para contribuir com a comunidade da educao profissional no grande desafio de educar.

    Ruy Leite Berger Filho Secretrio da Secretaria de Educao

    Mdia e Tecnolgica

  • 1. Constituio Federal ..............................................................7 2. Lei Federal n 8.948/94........................................................ 13

    Dispe sobre a instituio do Sistema Nacional de Educao Tecnolgica e d outras providncias.

    3. Lei Federal n 9.394/96........................................................ 17

    Estabelece as Diretrizes e Bases da Educao Nacional. 4. Lei Federal n 9.649/98........................................................ 49

    Artigo 47: altera o art. 3 da Lei Federal n 8.948/94. Artigo 66: revoga os arts. 1, 2 e 9 da Lei Federal n 8.948/94.

    5. Decreto Federal n 2.208/97................................................. 51

    Regulamenta o 2 do art. 36 e os arts. 39 a 42 da Lei Federal n 9.394/96, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educao Nacional.

    6. Decreto Federal n 2.406/97................................................. 55

    Regulamenta a Lei Federal n 8.948/94 (trata de Centros de Educao Tecnolgica).

    7. Decreto Federal n 3.462/00................................................. 59

    D nova redao ao art. 8 do Decreto Federal n 2.406/97 (trata da autonomia dos Centros Federais de Educao Tecnolgica).

    8. Decreto Federal n 3.741/01................................................. 61

    Altera a redao do art. 5 do Decreto Federal n 2.406/97, que regulamenta a Lei Federal n 8.948/94 (trata da autonomia dos Centros de Educao Tecnolgica Privados).

    9. Portaria MEC n 646/97....................................................... 63

    Regulamenta a implantao do disposto nos artigos 39 a 42 da Lei Federal n 9.394/96 e no Decreto Federal n 2.208/97 e d outras providncias (trata da rede federal de educao tecnolgica).

    10. Portaria MEC n 1.005/97.................................................... 67

    Implementa o Programa de Reforma da Educao Profissional PROEP. 11. Portaria Interministerial MEC/MTb n 1.018/97 ................. 69

  • Cria o Conselho Diretor do Programa de Reforma da Educao Profissional PROEP.

    12. Portaria MEC n 2.267/97.................................................... 71

    Estabelece diretrizes para elaborao do projeto institucional para implantao de novos CEFETs.

    13. Portaria MEC n 1.647/99.................................................... 73

    Dispe sobre o credenciamento de centros de educao tecnolgica e a autorizao de cursos de nvel tecnolgico da educao profissional.

    14. Portaria MEC n 064/01....................................................... 79

    Define os procedimentos para o reconhecimento de cursos/habilitaes de nvel tecnolgico da educao profissional.

    15. Parecer CNE/CEB n 17/97 ................................................. 83

    Estabelece as diretrizes operacionais para a educao profissional em nvel nacional.

    16. Parecer CNE n 776/97 ........................................................ 95

    Orienta para as diretrizes curriculares dos cursos de graduao. 17. Parecer CNE/CEB n 16/99 ................................................. 99

    Trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao Profissional de Nvel Tcnico.

    18. Parecer CNE/CEB n 33/2000 ........................................... 141

    Estabelece o novo prazo final para o perodo de transio para a implantao das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao Profissional de Nvel Tcnico.

    19. Resoluo CNE/CEB n 02/97........................................... 147

    Dispe sobre os programas especiais de formao pedaggica de docentes para as disciplinas do currculo do ensino fundamental, do ensino mdio e da educao profissional em nvel mdio.

    20. Resoluo CNE/CEB n 04/99........................................... 151 Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao Profissional de Nvel Tcnico.

  • CONSTITUIO FEDERAL, COM A INCORPORAO DA EMENDA 14

    CAPTULO III Da Educao, da Cultura e do Desporto

    Seo I

    Da Educao Art. 205 - A educao, direito de todos e dever do Estado e da famlia, ser promovida e incentivada com a colaborao da sociedade, visando ao pleno desenvol-vimento da pessoa, seu preparo para o exerccio da cidadania e sua qualificao para o trabalho. Art. 206 - 0 ensino ser ministrado com base nos seguintes princpios: I - igualdade de condies para o acesso e permanncia na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de idias e de concepes pedaggicas e coexistncia de instituies pblicas e privadas de ensino; IV - gratuidade do ensino publico em estabelecimentos oficiais; V - valorizao dos profissionais do ensino, garantindo, na forma da lei planos de carreira para o magistrio pblico, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso pblico de provas e ttulos, assegurado regime jurdico nico para todas as instituies mantidas pela Unio; VI - gesto democrtica do ensino pblico, na forma da lei; VII - garantia de padro de qualidade. Art 207 - As universidades gozam de autonomia didtico-cientifica, administrativa e de gesto financeira e patrimonial, e obedecero ao princpio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extenso. Art. 208 - O dever do Estado com a educao ser efetivado mediante a garantia de: I - ensino fundamental obrigatrio e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele no tiveram acesso na idade prpria; II - progressiva universalizao do ensino mdio gratuito; III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficincia, preferen-cialmente na rede regular de ensino; IV - atendimento em creche e pr-escola s crianas de zero a seis anos de idade; V - acesso aos nveis mais elevados de ensino, da pesquisa e da criao artstica, segundo a capacidade de cada um; VI - oferta de ensino noturno regular adequado s condies do educando; VII - atendimento ao educando no ensino fundamental atravs de programas suple -mentares de material didtico-escolar, transporte, alimentao e assistncia sade. 1 - O acesso ao ensino obrigatrio e gratuito direito pblico subjetivo:

  • 2 - O no-oferecimento do ensino-obrigatrio pelo Poder Pblico, ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente; 3 - Compete ao Poder Pblico recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsveis, pela freqncia escola. Art. 209 - O ensino livre iniciativa privada, atendidas as seguintes condies: I - cumprimento das normas gerais da educao nacional; II - autorizao e avaliao de qualidade pelo Poder Pblico. Art. 210 - Sero fixados contedos mnimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formao bsica comum e respeito aos valores culturais e artsticos, nacionais e regionais. 1 - O ensino religioso, de matrcula facultativa, constituir disciplina dos horrios normais das escolas pblicas de ensino fundamental 2 - O ensino fundamental regular ser ministrado em lngua portuguesa, assegurada s comunidades indgenas tambm a utilizao de suas lnguas maternas e processos prprios de aprendizagem. Art. 211 - A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios organizaro em regime de colaborao seus sistemas de ensino. 1 - A Unio organizar o sistema federal de ensino e dos Territrios, financiar as instituies de ensino pblicas federais e exercer, em matria educacional, funo redistributiva, de forma a garantir equalizao de oportunidades educacionais e padro mnimo de qualidade de ensino, mediante assistncia tcnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios. 2 - Os Municpios atuaro prioritariamente no ensino fundamental e na educao infantil. 3 - Os Estados e o Distrito Federal atuaro prioritariamente no ensino fundamental e mdio. 4 - Na organizao de seus sistemas de ensino, os Estados e Municpios definiro formas de colaborao, de modo a assegurar a universalizao do ensino obrigatrio. Art. 212 - A Unio aplicar anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municpios vinte e cinco por cento, no mnimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferncias, na manuteno e desenvolvimento do ensino. 1 - A parcela de arrecadao de impostos transferida pela Unio aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios, ou pelos Estados aos respectivos Municpios, no considerada, para efeito do clculo previsto neste artigo, receita do governo que a transferir. 2 - Para efeito do cumprimento do disposto no caput deste artigo, sero considerados os sistemas de ensino federal, estadual e municipal e os recursos aplicados na forma do art. 213. 3 - A distribuio dos recursos pblicos assegurar prioridade ao atendimento das necessidades do ensino obrigatrio, nos termos do plano nacional de educao. 4 - Os programas suplementares de alimentao e assistncia sade previstos no art. 208, VII, sero financiados com recursos provenientes de contribuies sociais e outros recursos oramentrios. 5 - O ensino fundamental pblico ter como fonte adicional de financiamento a contribuio social do salrio-educao recolhida pelas empresas, na forma da lei.

  • Art. 213 - Os recursos pblicos sero destinados s escolas pblicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitrias, confessionais ou filantrpicas, definidas em lei, que: I - comprovem finalidade no lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educao; II - assegurem a destinao de seu patrimnio a outra escola comunitria, filantrpica ou confessional, ou ao Poder Pblico, no caso de encerramento de suas atividades. 1 - Os recursos de que trata este artigo podero ser destinados a bolsas de estudo para o ensino fundamental e mdio, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficincia de recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede pblica na localidade da residncia do educando, ficando o Poder Pblico obrigado a investir prioritariamente na expanso de sue rede na localidade. 2 - As atividades universitrias de pesquisa e extenso podero receber apoio financeiro do Poder Pblico. Art. 214 - A lei estabelecer o plano nacional de educao, de durao plurianual, visando articulao e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos nveis e a integrao das aes do Poder Pblico que conduzam a: I - erradicao do analfabetismo; II - universalizao do atendimento escolar; III - melhoria da qualidade de ensino; IV - formao para o trabalho; V - promoo humanstica, cientfica e tecnolgica do Pas.

    ATO DAS DISPOSIES CONSTITUCIONAIS TRANSITRIAS COM A INCORPORAO DA EMENDA 14

    Art. 60 - Nos dez primeiros anos da promulgao desta Emenda, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios destinaro no menos de sessenta por cento dos recursos a que se refere o caput do art. 212 da Constituio Federal, manuteno e ao desen-volvimento do ensino fundamental, com o objetivo de assegurar a universalizao de seu atendimento e a remunerao condigna do magistrio. 1 - A distribuio de responsabilidades e recursos entre os Estados e seus Municpios a ser concretizada com parte dos recursos definidos neste artigo, na forma do disposto no art. 211 da Constituio Federal, assegurada mediante a criao, no mbito de cada Estado e do Distrito Federal, de um Fundo de Manuteno e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizao do Magistrio, de natureza contbil. 2 - O Fundo referido no pargrafo anterior ser constitudo por, pelo menos, quinze por cento dos recursos a que se referem os arts. l55, inciso ll; 158, inciso IV, e 159, inciso I, alneas a e b, e inciso II, da Constituio Federal, e ser distribudo entre cada Estado e seus Municpios, proporcionalmente ao nmero de alunos nas respectivas redes de ensino fundamental. 3 - A Unio complementar os recursos dos Fundos a que se refere o pargrafo 1 sempre que, em cada Estado e no Distrito Federal, seu valor por aluno no alcanar o mnimo definido nacionalmente. 4 - A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios ajustaro progressi-vamente, em um prazo de cinco anos, suas contribuies ao Fundo, de forma a garantir um

  • valor por aluno correspondente a um padro mnimo de qualidade de ensino, definido nacio nalmente. 5 - Uma proporo no inferior a sessenta por cento dos recursos de cada Fundo referido no pargrafo 1 ser destinada ao pagamento dos professores do ensino fundamental em efetivo exerccio no magistrio. 6 - A Unio aplicar na erradicao do analfabetismo e na manuteno e no desenvolvimento do ensino fundamental, inclusive na complementao a que se refere o pargrafo 3, nunca menos que o equivalente a trinta por cento dos recursos a que se refere o caput do art. 212 da Constituio Federal. 7 - A lei dispor sobre a organizao dos Fundos, a distribuio proporcional de seus recursos, sua fiscalizao e controle, bem como a forma de clculo do valor mnimo nacional por aluno.

    LEI FEDERAL N 8.948, DE 08 DE DEZEMBRO DE 1994.

    Dispe sobre a instituio do Sistema Nacional de Educao Tecnolgica e d outras providncias.

    O PRESIDENTE DA REPBLICA. Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1 - Fica institudo o Sistema Nacional de Educao Tecnolgica, integrado pelas instituies de educao tecnolgica, vinculadas ou subordinadas ao Ministrio da Educao e do Desporto e sistemas congneres dos Estados, Municpios e Distrito Federal. 1 - A participao da rede particular no Sistema Nacional de Educao Tecnolgica poder ocorrer, ouvidos os respectivos rgos superiores deliberativos. 2 - A instituio do Sistema Nacional de Educao Tecnolgica tem como finalidade permitir melhor articulao da Educao Tecnolgica, em seus vrios nveis, entre suas diversas instituies, entre estas e as demais includas na Poltica Nacional de Educao, visando ao aprimoramento do ensino, da extenso, da pesquisa tecnolgica, alm de sua integrao com os diversos setores da sociedade e do setor produtivo. 3 - A coordenao do Sistema Nacional de Educao Tecnolgica caber ao Ministrio da Educao e do Desporto, que estabelecer os procedimentos para a sua implantao, operacionalizao e funcionamento, respeitadas as caractersticas da educao formal e no formal e autonomia dos sistemas de ensino. Art. 2 - Fica institudo o Conselho Nacional de Educao Tecnolgica, rgo consultivo, no mbito do Ministrio da Educao e do Desporto, com a finalidade de assessorar o Ministrio da Educao e do Desporto no cumprimento das polticas e diretrizes da Educao Tecnolgica, conforme sejam formuladas pelo rgo normativo maior de Educao, constitudo de representantes das instituies previstas nos termos do art. 1 e seu 1.

  • Art. 3 - As atuais Escolas Tcnicas Federais, criadas pela Lei n 3.552, de 16 de fevereiro de 1959, e pela Lei n 8.670, de 30 de junho de 1993, ficam transformadas em Centros Federais de Educao Tecnolgica, nos termos da Lei n 6.545, de 30 de junho de 1978, alterada pela Lei n 8.711, de 28 de setembro de 1993, e do Decreto n 87.310, de 21 de junho de 1982. 1 - A implantao dos Centros Federais de Educao Tecnolgica de que trata este artigo ser efetivada gradativamente, mediante decreto especfico para cada Centro, obedecendo a critrios e serem estabelecidos pelo Ministrio da Educao e do Desporto, ouvido o Conselho Nacional de Educao Tecnolgica. 2 - A complementao do quadro de cargos e funes, quando necessria, decorrentes da transformao de Escola Tcnica Federal em Centro Federal de Educao Tecnolgica, ser efetivada mediante lei especfica. 3 - Os critrios para a transformao a que se refere o caput levaro em conta as instalaes fsicas, os laboratrios e equipamentos adequados, as condies tcnico-pedaggicas e administrativas, e os recursos humanos e financeiros necessrios ao funcionamento de cada Centro. 4 - As Escolas Agrotcnicas, integrantes do Sistema Nacional de Educao Tecnolgica, podero ser transformadas em Centros Federais de Educao Tecnolgica aps processo de avaliao de desempenho a ser desenvolvido sob a coordenao do Ministrio da Educao e do Desporto. Art. 4 - Os Centros Federais de Educao Tecnolgica tero estrutura organizacional e funcional estabelecidas em Estatuto e Regimento prprios, aprovados nos termos da legislao em vigor, ficando sua superviso a cargo do Ministrio da Educao e do Desporto. Art. 5 - O art. 3 da Lei n 6.545, de 30 de junho de 1978, passa a vigorar com a seguinte redao: Art. 3 - A administrao superior de cada Centro ter como rgo executivo a Diretoria-Geral e como rgo deliberativo e consultivo o Conselho Diretor, sendo este composto de dez membros e respectivos suplentes, todos nomeados pelo Ministro de Estado da Educao e do Desporto, sendo um representante do Ministrio da Educao e do Desporto, um representante de cada uma das Federaes da Indstria, do Comrcio e da Agricultura, do respectivo Estado, cinco representantes da Instituio, incluindo um representante discente, e um representante dos ex-alunos, todos indicados na forma regimental, vedada a nomeao de servidores da Instituio com representantes das Federaes e do Ministrio da Educao e do Desporto. Art. 6 - Ficam transferidos para cada Centro Federal de Educao Tecnolgica que for implantado o acervo patrimonial, o quadro de pessoal docente e tcnico-administrativo e os recursos oramentrios e financeiros da respectiva Escola Tcnica Federal objeto da transformao. Art. 7 - O Diretor -Geral de cada Escola Tcnica Federal exercer as funes de Diretor -Geral do respectivo Centro Federal de Educao Tecnolgica, implantado por decreto nos termos do 1 do art. 3 desta Lei, at a aprovao do Estatuto e do Regimento e o provimento dos Cargos de Direo. Art. 8 - Quando o mandato de Diretor -Geral da Escola Tcnica Federal extinguir-se, sem que tenha sido expedido o decreto de implantao do respectivo Centro, o Ministro de

  • Estado da Educao e do Desporto designar Diretor para a Escola na forma da legislao vigente. Art.9 - O Poder Executivo adotar as providncias necessrias execuo desta Lei mediante decreto de regulamentao, a ser baixado no prazo de sessenta dias, que estabelecer, entre outros dispositivos, a composio e funcionamento do Conselho Nacional de Educao Tecnolgica. Art. 10 - As despesas com a execuo desta Lei correro conta de dotaes oramentrias do Ministrio da Educao e do Desporto. Art. 11 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao. Art. 12 - Revogam-se as disposies em contrrio. Braslia, 08 de dezembro de 1994; 173 da Independncia e 106 da Repblica.

    ITAMAR FRANCO Antonio Jos Barbosa

    LEI FEDERAL N 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996.

    LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAO (DOU, 23 de dezembro de 1996 - Seo 1 - Pgina 27839)

    Estabelece as Diretrizes e Bases da Educao Nacional.

    TTULO I

    DA EDUCAO Art. 1 - A educao abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivncia humana, no trabalho, nas instituies de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizaes da sociedade civil e nas manifestaes culturais. 1 - Esta Lei disciplina a educao escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em instituies prprias. 2 - A educao escolar dever vincular-se ao mundo do trabalho e prtica social.

    TTULO II DOS PRINCPIOS E FINS DA EDUCAO NACIONAL

    Art. 2 - A educao, dever da famlia e do Estado, inspirada nos princpios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exerccio da cidadania e sua qualificao para o trabalho.

  • Art. 3 - O ensino ser ministrado com base nos seguintes prin cpios: I - igualdade de condies para o acesso e permanncia na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de idias e de concepes pedaggicas; IV - respeito liberdade e apreo tolerncia; V - coexistncia de instituies pblicas e privadas de ensino; VI - gratuidade do ensino pblico em estabelecimentos oficiais; VII - valorizao do profissional da educao escolar; VIII - gesto democrtica do ensino pblico, na forma desta Lei e da legislao dos sistemas de ensino; IX - garantia de padro de qualidade; X - valorizao da experincia extra-escolar; XI - vinculao entre a educao escolar, o trabalho e as prticas sociais.

    TTULO III DO DIREITO EDUCAO E DO DEVER DE EDUCAR

    Art. 4 - O dever do Estado com educao escolar pblica ser efetivado mediante a garantia de: I - ensino fundamental, obrigatrio e gratuito, inclusive para os que a ele no tiveram acesso na idade prpria; II - progressiva extenso da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino mdio; III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino; IV - atendimento gratuito em creches e pr-escolas s crianas de zero a seis anos de idade; V - acesso aos nveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criao artstica, segundo a capacidade de cada um; VI - oferta de ensino noturno regular, adequado s condies do educando; VII - oferta de educao escolar regular para jovens e adultos, com caractersticas e modalidades adequadas s suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condies de acesso e permanncia na escola; VIII - atendimento ao educando, no ensino fundamental pblico, por meio de programas suplementares de material didtico-escolar, transporte, alimentao e assistncia sade; IX - padres mnimos de qualidade de ensino, definidos como a variedade e quantidade mnimas, por aluno, de insumos indispensveis ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. Art. 5 - O acesso ao ensino fundamental direito pblico subjetivo, podendo qualquer cidado, grupo de cidados, associao comunitria, organizao sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituda, e, ainda, o Ministrio Pblico, acionar o Poder Pblico para exigi-lo. 1 - Compete aos Estados e aos Municpios, em regime de colaborao, e com a assistncia da Unio:

  • I - recensear a populao em idade escolar para o ensino fundamental, e os jovens e adultos que a ele no tiveram acesso; II - fazer-lhes a chamada pblica; III - zelar, junto aos pais ou responsveis, pela freqncia escola. 2 - Em todas as esferas administrativas, o Poder Pblico assegurar em primeiro lugar o acesso ao ensino obrigatrio, nos termos deste artigo, contemplando em seguida os demais nveis e modalidades de ensino, conforme as prioridades constitucionais e legais. 3 - Qualquer das partes mencionadas no caput deste artigo tem legitimidade para peticionar no Poder Judicirio, na hiptese do 2 - do art. 208 da Constituio Federal, sendo gratuita e de rito sumrio a ao judicial correspondente. 4 - Comprovada a negligncia da autoridade competente para garantir o oferecimento do ensino obrigatrio, poder ela ser imputada por crime de responsabilidade. 5 - Para garantir o cumprimento da obrigatoriedade de ensino, o Poder Pblico criar formas alternativas de acesso aos diferentes nveis de ensino, independentemente da escolarizao anterior. Art. 6 - dever dos pais ou responsveis efetuar a matrcula dos menores, a partir dos sete anos de idade, no ensino fundamental. Art. 7 - O ensino livre iniciativa privada, atendidas as seguintes condies: I - cumprimento das normas gerais da educao nacional e do respectivo sistema de ensino; II - autorizao de funcionamento e avaliao de qualidade pelo Poder Pblico; III - capacidade de autofinanciamento, ressalvado o previsto no art. 213 da Constituio Federal.

    TTULO IV

    DA ORGANIZAO DA EDUCAO NACIONAL Art. 8 - A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios organizaro, em regime de colaborao, os respectivos sistemas de ensino. 1 - Caber Unio a coordenao da poltica nacional de educao, articulando os diferentes nveis e sistemas e exercendo funo normativa, redistributiva e supletiva em relao s demais instncias educacionais. 2 - Os sistemas de ensino tero liberdade de organizao nos termos desta Lei. Art. 9 - A Unio incumbir-se- de: I - elaborar o Plano Nacional de Educao, em colaborao com os Estados, o Distrito Federal e os Municpios; II - organizar, manter e desenvolver os rgos e instituies oficiais do sistema federal de ensino e o dos Territrios; III - prestar assistncia tcnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o atendimento prioritrio escolaridade obrigatria, exercendo sua funo redistributiva e supletiva; IV - estabelecer, em colaborao com os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, competncias e diretrizes para a educao infantil, o ensino fundamental e o ensino mdio,

  • que nortearo os currculos e seus contedos mnimos, de modo a assegurar formao bsica comum; V - coletar, analisar e disseminar informaes sobre a educao; VI - assegurar processo nacional de avaliao do rendimento escolar no ensino fundamental, mdio e superior, em colaborao com os sistemas de ensino, objetivando a definio de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino; VII - baixar normas gerais sobre cursos de graduao e ps-graduao; VIII - assegurar processo nacional de avaliao das instituies de educao superior, com a cooperao dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre este nvel de ensino; IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das instituies de educao superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino. 1 - Na estrutura educacional, haver um Conselho Nacional de Educao, com funes normativas e de superviso e atividade permanente, criado por lei. 2 - Para o cumprimento do disposto nos incisos V a IX, a Unio ter acesso a todos os dados e informaes necessrios de todos os estabelecimentos e rgos educacionais. 3 - As atribuies constantes do inciso IX podero ser delegadas aos Estados e ao Distrito Federal, desde que mantenham instituies de educao superior. Art. 10 - Os Estados incumbir-se-o de: I - organizar, manter e desenvolver os rgos e instituies oficiais dos seus sistemas de ensino; II - definir, com os Municpios, formas de colaborao na oferta do ensino fundamental, as quais devem assegurar a distribuio proporcional das responsabilidades, de acordo com a populao a ser atendida e os recursos financeiros disponveis em cada uma dessas esferas do Poder Pblico; III - elaborar e executar polticas e planos educacionais, em consonncia com as diretrizes e planos nacionais de educao, integrando e coordenando as suas aes e as dos seus Municpios; IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das instituies de educao superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino; V - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino; VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino mdio. Pargrafo nico - Ao Distrito Federal aplicar-se-o as competncias referentes aos Estados e aos Municpios. Art. 11 - Os Municpios incumbir-se-o de: I - organizar, manter e desenvolver os rgos e instituies oficiais dos seus sistemas de ensino, integrando-os s polticas e planos educacionais da Unio e dos Estados; II - exercer ao redistributiva em relao s suas escolas; III - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino; IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema de ensino; V - oferecer a educao infantil em creches e pr -escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuao em outros nveis de ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua rea de competncia e com recursos acima

  • dos percentuais mnimos vinculados pela Constituio Federal manuteno e desenvolvimento do ensino. Pargrafo nico - Os Municpios podero optar, ainda, por se integrar ao sistema estadual de ensino ou compor com ele um sistema nico de educao bsica. Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, tero a incumbncia de: I - elaborar e executar sua proposta pedaggica; II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas; IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente; V - prover meios para a recuperao dos alunos de menor rendimento; VI - articular-se com as famlias e a comunidade, criando processos de integrao da sociedade com a escola; VII - informar os pais e responsveis sobre a freqncia e o rendimento dos alunos, bem como sobre a execuo de sua proposta pedaggica. Art. 13 - Os docentes incumbir-se-o de: I - participar da elaborao da proposta pedaggica do estabelecimento de ensino; II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedaggica do estabelecimento de ensino; III - zelar pela aprendizagem dos alunos; IV - estabelecer estratgias de recuperao para os alunos de menor rendimento; V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, alm de participar integralmente dos perodos dedicados ao planejamento, ava liao e ao desenvolvimento profissional; VI - colaborar com as atividades de articulao da escola com as famlias e a comunidade. Art. 14. Os sistemas de ensino definiro as normas da gesto democrtica do ensino pblico na educao bsica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princpios: I - participao dos profissionais da educao na elaborao do projeto pedaggico da escola; II - participao das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. Art. 15 - Os sistemas de ensino asseguraro s unidades escolares pblicas de educao bsica que os integram progressivos graus de autonomia pedaggica e administrativa e de gesto financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro pblico. Art. 16 - O sistema federal de ensino compreende: I - as instituies de ensino mantidas pela Unio; II - as instituies de educao superior criadas e mantidas pela iniciativa privada; III - os rgos federais de educao. Art. 17 - Os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal compreendem: I - as instituies de ensino mantidas, respectivamente, pelo Poder Pblico estadual e pelo Distrito Federal; II - as instituies de educao superior mantidas pelo Poder Pblico municipal;

  • III - as instituies de ensino fundamental e mdio criadas e mantidas pela iniciativa privada; IV - os rgos de educao estaduais e do Distrito Federal, respectivamente. Pargrafo nico. No Distrito Federal, as instituies de educao infantil, criadas e mantidas pela iniciativa privada, integram seu sistema de ensino. Art. 18 - Os sistemas municipais de ensino compreendem: I - as instituies do ensino fundamental, mdio e de educao infantil mantidas pelo Poder Pblico municipal; II - as instituies de educao infantil criadas e mantidas pela iniciativa privada; III - os rgos municipais de educao. Art. 19 - As instituies de ensino dos diferentes nveis classificam-se nas seguintes categorias administrativas: I - pblicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas, mantidas e administradas pelo Poder Pblico; II - privadas, assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas fsicas ou jurdicas de direito privado. Art. 20 - As instituies privadas de ensino se enquadraro nas seguintes categorias: I - particulares em sentido estrito, assim entendidas as que so institudas e mantidas por uma ou mais pessoas fsicas ou jurdicas de direito privado que no apresentem as caractersticas dos incisos abaixo; II - comunitrias, assim entendidas as que so institudas por grupos de pessoas fsicas ou por uma ou mais pessoas jurdicas, inclusive cooperativas de professores e alunos que incluam na sua entidade mantenedora representantes da comunidade; III - confessionais, assim entendidas as que so institudas por grupos de pessoas fsicas ou por uma ou mais pessoas jurdicas que atendem orientao confessional e ideologia especficas e ao disposto no inciso anterior; IV - filantrpicas, na forma da lei.

    TTULO V DOS NVEIS E DAS MODALIDADES DE EDUCAO E ENSINO

    CAPTULO I

    Da Composio dos Nveis Escolares Art. 21 - A educao escolar compe-se de: I - educao bsica, formada pela educao infantil, ensino fundamental e ensino mdio; II - educao superior.

    CAPTULO II Da Educao Bsica

    Seo I

  • Das Disposies Gerais Art. 22 - A educao bsica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formao comum indispensvel para o exerccio da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. Art. 23 - A educao bsica poder organizar-se em sries anuais, perodos semestrais, ciclos, alternncia regular de perodos de estudos, grupos no-seriados, com base na idade, na competncia e em outros critrios, ou por forma diversa de organizao, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar. 1 - A escola poder reclassificar os alunos, inclusive quando se tratar de transferncias entre estabelecimentos situados no Pas e no exterior, tendo como base as normas curriculares gerais. 2 - O calendrio escolar dever adequar-se s peculiaridades locais, inclusive climticas e econmicas, a critrio do respectivo sistema de ensino, sem com isso reduzir o nmero de horas letivas previsto nesta Lei. Art. 24 - A educao bsica, nos nveis fundamental e mdio, ser organizada de acordo com as seguintes regras comuns: I - a carga horria mnima anual ser de oitocentas horas, distribudas por um mnimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excludo o tempo reservado aos exames finais, quando houver; II - a classificao em qualquer srie ou etapa, exceto a primeira do ensino fundamental, pode ser feita: a) por promoo, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a srie ou fase anterior, na prpria escola; b) por transferncia, para candidatos procedentes de outras escolas; c) independentemente de escolarizao anterior, mediante avaliao feita pela escola, que defina o grau de desenvolvimento e experincia do candidato e permita sua inscrio na srie ou etapa adequada, conforme regulamentao do respectivo sistema de ensino; III - nos estabelecimentos que adotam a progresso regular por srie, o regimento escolar pode admitir formas de progresso parcial, desde que preservada a seqncia do currculo, observadas as normas do respectivo sistema de ensino; IV - podero organizar -se classes, ou turmas, com alunos de sries distintas, com nveis equivalentes de adiantamento na matria, para o ensino de lnguas estrangeiras, artes, ou outros componentes curriculares; V - a verificao do rendimento escolar observar os seguintes critrios: a) avaliao contnua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalncia dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do perodo sobre os de eventuais provas finais; b) possibilidade de acelerao de estudos para alunos com atraso escolar; c) possibilidade de avano nos cursos e nas sries mediante verificao do aprendizado; d) aproveitamento de estudos concludos com xito; e) obrigatoriedade de estudos de recuperao, de preferncia paralelos ao perodo letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituies de ensino em seus regimentos;

  • VI - o controle de freqncia fica a cargo da escola, conforme o disposto no seu regimento e nas normas do respectivo sistema de ensino, exigida a freqncia mnima de setenta e cinco por cento do total de horas letivas para aprovao; VII - cabe a cada instituio de ensino expedir histricos escolares, declaraes de concluso de srie e diplomas ou certificados de concluso de cursos, com as especificaes cabveis. Art. 25 - Ser objetivo permanente das autoridades responsveis alcanar relao adequada entre o nmero de alunos e o professor, a carga horria e as condies materiais do estabelecimento. Pargrafo nico - Cabe ao respectivo sistema de ensino, vista das condies disponveis e das caractersticas regionais e locais, estabelecer parmetro para atendimento do disposto neste artigo. Art. 26 - Os currculos do ensino fundamental e mdio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas caractersticas regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela. 1 - Os currculos a que se refere o caput devem abranger, obrigatoriamente, o estudo da lngua portuguesa e da matemtica, o conhecimento do mundo fsico e natural e da realidade social e poltica, especialmente do Brasil. 2 - O ensino da arte constituir componente curricular obrigatrio, nos diversos nveis da educao bsica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos. 3 - A educao fsica, integrada proposta pedaggica da escola, componente curricular da Educao Bsica, ajustando-se s faixas etrias e s condies da populao escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos. 4 - O ensino da Histria do Brasil levar em conta as contribuies das diferentes culturas e etnias para a formao do povo brasileiro, especialmente das matrizes indgena, africana e europia. 5 - Na parte diversificada do currculo ser includo, obrigatoriamente, a partir da quinta srie, o ensino de pelo menos uma lngua estrangeira moderna, cuja escolha ficar a cargo da comunidade escolar, dentro das possibilidades da instituio. Art. 27 - Os contedos curriculares da educao bsica observaro, ainda, as seguintes diretrizes: I - a difuso de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidados, de respeito ao bem comum e ordem democrtica; II - considerao das condies de escolaridade dos alunos em cada estabelecimento; III - orientao para o trabalho; IV - promoo do desporto educacional e apoio s prticas desportivas no-formais. Art. 28 - Na oferta de educao bsica para a populao rural, os sistemas de ensino promovero as adaptaes necessrias sua adequao s peculiaridades da vida rural e de cada regio, especialmente: I - contedos curriculares e metodologias apropriadas s reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural; II - organizao escolar prpria, incluindo adequao do calendrio escolar s fases do ciclo agrcola e s condies climticas; III - adequao natureza do trabalho na zona rural.

  • Seo II

    Da Educao Infantil Art. 29 - A educao infantil, primeira etapa da educao bsica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criana at seis anos de idade, em seus aspectos fsico, psicolgico, intelectual e social, complementando a ao da famlia e da comunidade. Art. 30 - A educao infantil ser oferecida em: I - creches, ou entidades equivalentes, para crianas de at trs anos de idade; II - pr-escolas, para as crianas de quatro a seis anos de idade. Art. 31 - Na educao infantil a avaliao far-se- mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoo, mesmo para o acesso ao ensino fundamental.

    Seo III Do Ensino Fundamental

    Art. 32 - O ensino fundamental, com durao mnima de oito anos, obrigatrio e gratuito na escola pblica, ter por objetivo a formao bsica do cidado, mediante: I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios bsicos o pleno domnio da leitura, da escrita e do clculo; II - a compreenso do ambiente natural e social, do sistema poltico, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisio de conhecimentos e habilidades e a formao de atitudes e valores; IV - o fortalecimento dos vnculos de famlia, dos laos de solida riedade humana e de tolerncia recproca em que se assenta a vida social. 1 - facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino fundamental em ciclos. 2 - Os estabelecimentos que utilizam progresso regular por srie podem adotar no ensino fundamental o regime de progresso continuada, sem prejuzo da avaliao do processo de ensino-aprendizagem, observadas as normas do respectivo sistema de ensino. 3 - O ensino fundamental regular ser ministrado em lngua portuguesa, assegurada s comunidades indgenas a utilizao de suas lnguas maternas e processos prprios de aprendizagem. 4 - O ensino fundamental ser presencial, sendo o ensino a distncia utilizado como complementao da aprendizagem ou em situaes emergenciais. Art. 33 - O ensino religioso, de matrcula facultativa, constitui disciplina dos horrios normais das escolas pblicas de ensino fundamental, sendo oferecido, sem nus para os cofres pblicos, de acordo com as preferncias manifestadas pelos alunos ou por seus responsveis, em carter:

    Alterado por - Lei n 9.475, de 22 de julho de 1997

  • I - confessional, de acordo com a opo religiosa do aluno ou do seu responsvel, ministrado por professores ou orientadores religiosos preparados e credenciados pelas respectivas igrejas ou entidades religiosas; ou II - interconfessional, resultante de acordo entre as diversas ent idades religiosas, que se responsabilizaro pela elaborao do respectivo programa. Art. 34 - A jornada escolar no ensino fundamental incluir pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o perodo de permanncia na escola. 1 - So ressalvados os casos do ensino noturno e das formas alternativas de organizao autorizadas nesta Lei. 2 - O ensino fundamental ser ministrado progressivamente em tempo integral, a critrio dos sistemas de ensino.

    Seo IV Do Ensino Mdio

    Art. 35 - O ensino mdio, etapa final da educao bsica, com durao mnima de trs anos, ter como finalidades: I - a consolidao e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos; II - a preparao bsica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condies de ocupao ou aperfeioamento posteriores; III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formao tica e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crtico; IV - a compreenso dos fundamentos cientfico-tecnolgicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prtica, no ensino de cada disciplina. Art. 36 - O currculo do ensino mdio observar o disposto na Seo I deste Captulo e as seguintes diretrizes: I - destacar a educao tecnolgica bsica, a compreenso do significado da cincia, das letras e das artes; o processo histrico de transformao da sociedade e da cultura; a lngua portuguesa como instrumento de comunicao, acesso ao conhecimento e exerccio da cidadania; II - adotar metodologias de ensino e de avaliao que estimulem a iniciativa dos estudantes; III - ser includa uma lngua estrangeira moderna, como disciplina obrigatria, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em carter optativo, dentro das disponibilidades da instituio. 1 - Os contedos, as metodologias e as formas de avaliao sero organizados de tal forma que ao final do ensino mdio o educando demonstre: I - domnio dos princpios cientficos e tecnolgicos que presidem a produo moderna; II - conhecimento das formas contemporneas de linguagem; III - domnio dos conhecimentos de Filosofia e de Sociologia necessrios ao exerccio da cidadania.

  • 2 - O ensino mdio, atendida a formao geral do educando, poder prepar-lo para o exerccio de profisses tcnicas. 3 - Os cursos do ensino mdio tero equivalncia legal e habilitaro ao prosseguimento de estudos. 4 - A preparao geral para o trabalho e, facultativamente, a habilitao profissional, podero ser desenvolvidas nos prprios estabelecimentos de ensino mdio ou em cooperao com instituies especializadas em educao profissional.

    Seo V Da Educao de Jovens e Adultos

    Art. 37 - A educao de jovens e adultos ser destinada queles que no tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e mdio na idade prpria. 1 - Os sistemas de ensino asseguraro gratuitamente aos jovens e aos adultos, que no puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as caractersticas do alunado, seus interesses, condies de vida e de traba lho, mediante cursos e exames. 2 - O Poder Pblico viabilizar e estimular o acesso e a permanncia do trabalhador na escola, mediante aes integradas e complementares entre si. Art. 38 - Os sistemas de ensino mantero cursos e exames supletivos, que compreendero a base nacional comum do currculo, habilitando ao prosseguimento de estudos em carter regular. 1 - Os exames a que se refere este artigo realizar-se-o: I - no nvel de concluso do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos; II - no nvel de concluso do ensino mdio, para os maiores de dezoito anos. 2 - Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios informais sero aferidos e reconhecidos mediante exames.

    CAPTULO III Da Educao Profissional

    Art. 39 - A educao profissional, integrada s diferentes formas de educao, ao trabalho, cincia e tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de aptides para a vida produtiva.

    Regulamentado por - Portaria n 646, de 14 de maio de 1997 (artigos de 39 a 42)

    Pargrafo nico - O aluno matriculado ou egresso do ensino fundamental, mdio e superior, bem como o trabalhador em geral, jovem ou adulto, contar com a possibilidade de acesso educao profissional. Art. 40 - A educao profissional ser desenvolvida em articulao com o ensino regular ou por diferentes estratgias de educao continuada, em instituies especializadas ou no ambiente de trabalho.

  • Art. 41 - O conhecimento adquirido na educao profissional, inclusive no trabalho, poder ser objeto de avaliao, reconhecimento e certificao para prosseguimento ou concluso de estudos. Pargrafo nico - Os diplomas de cursos de educao profissional de nvel mdio, quando registrados, tero validade nacional. Art. 42 - As escolas tcnicas e profissionais, alm dos seus cursos regulares, oferecero cursos especiais, abertos comunidade, condicionada a matrcula capacidade de aproveitamento e no necessariamente ao nvel de escolaridade.

    CAPTULO IV Da Educao Superior

    Art. 43 - A educao superior tem por finalidade: I - estimular a criao cultural e o desenvolvimento do esprito cientfico e do pensamento reflexivo; II - formar diplomados nas diferentes reas de conhecimentos, aptos para a insero em setores profissionais e para a participao no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formao contnua; III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigao cientfica, visando o desenvolvimento da cincia e da tecnologia e da criao e difuso da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive; IV - promover a divulgao de conhecimentos culturais, cientficos e tcnicos que constituem patrimnio da humanidade e comunicar o saber atravs do ensino, de publicaes ou de outras formas de comunicao; V - suscitar o desejo permanente de aperfeioamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretizao, integrando os conhecimentos que vo sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada gerao; VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar servios especializados comunidade e estabelecer com esta uma relao de reciprocidade; VII - promover a extenso, aberta participao da populao, visando difuso das conquistas e benefcios resultantes da criao cultural e da pesquisa cientfica e tecnolgica geradas na instituio. Art. 44 - A educao superior abranger os seguintes cursos e programas: I - cursos sequenciais por campo de saber, de diferentes nveis de abrangncia, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituies de ensino; II - de graduao, abertos a candidatos que tenham concludo o ens ino mdio ou equivalente e tenham sido classificados em processo seletivo; III - de ps-graduao, compreendendo programas de mestrado e doutorado, cursos de especializao, aperfeioamento e outros, abertos a candidatos diplomados em cursos de graduao e que atendam s exigncias das instituies de ensino; IV - de extenso, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos em cada caso pelas instituies de ensino. Art. 45 - A educao superior ser ministrada em instituies de ensino superior, pblicas ou privadas, com variados graus de abrangncia ou especializao.

  • Art. 46 - A autorizao e o reconhecimento de cursos, bem como o credenciamento de instituies de educao superior, tero prazos limitados, sendo renovados, periodicamente, aps processo regular de avaliao. 1 - Aps um prazo para saneamento de deficincias eventualmente identificadas pela avaliao a que se refere este artigo, haver reavaliao, que poder resultar, conforme o caso, em desativao de cursos e habilitaes, em interveno na instituio, em suspenso temporria de prerrogativas da autonomia, ou em descredenciamento. 2 - No caso de instituio pblica, o Poder Executivo responsvel por sua manuteno acompanhar o processo de saneamento e fornecer recursos adicionais, se necessrios, para a superao das deficincias. Art. 47 - Na educao superior, o ano letivo regular, independente do ano civil, tem, no mnimo, duzentos dias de trabalho acadmico efetivo, excludo o tempo reservado aos exames finais, quando houver. 1 - As instituies informaro aos interessados, antes de cada perodo letivo, os programas dos cursos e demais componentes curriculares, sua durao, requisitos, qualificao dos professores, recursos disponveis e critrios de avaliao, obrigando-se a cumprir as respectivas condies. 2 - Os alunos que tenham extraordinrio aproveitamento nos estudos, demonstrado por meio de provas e outros instrumentos de avaliao especficos, aplicados por banca examinadora especial, podero ter abreviada a durao dos seus cursos, de acordo com as normas dos sistemas de ensino. 3 - obrigatria a freqncia de alunos e professores, salvo nos programas de educao a distncia. 4 - As instituies de educao superior oferecero, no perodo noturno, cursos de graduao nosmesmos padres de qualidade mantidos no perodo diurno, sendo obrigatria a oferta noturna nas instituies pblicas, garantida a necessria previso oramentria. Art. 48 - Os diplomas de cursos superiores reconhecidos, quando registrados, tero validade nacional como prova da formao recebida por seu titular. 1 - Os diplomas expedidos pelas universidades sero por elas prprias registrados, e aqueles conferidos por instituies no-universitrias sero registrados em universidades indicadas pelo Conselho Nacional de Educao. 2 - Os diplomas de graduao expedidos por universidades estrangeiras sero revalidados por universidades pblicas que tenham curso do mesmo nvel e rea ou equivalente, respeitando-se os acordos internacionais de reciprocidade ou equiparao. 3 - Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expedidos por universidades estrangeiras s podero ser reconhecidos por universidades que possuam cursos de ps-graduao reconhecidos e avaliados, na mesma rea de conhecimento e em nvel equivalente ou superior. Art. 49 - As instituies de educao superior aceitaro a transferncia de alunos regulares, para cursos afins, na hiptese de existncia de vagas, e mediante processo seletivo. Pargrafo nico - As transferncias ex officio dar-se-o na forma da lei.

    Regulamentada por - Lei n 9.536, de 11 de dezembro de 1997

  • Art. 50 - As instituies de educao superior, quando da ocorrncia de vagas, abriro matrcula nas disciplinas de seus cursos a alunos no regulares que demonstrem capacidade de curs-las com proveito, mediante processo seletivo prvio. Art. 51 - As instituies de educao superior credenciadas como universidades, ao deliberar sobre critrios e normas de seleo e admisso de estudantes, levaro em conta os efeitos desses critrios sobre a orientao do ensino mdio, articulando-se com os rgos normativos dos sistemas de ensino. Art. 52 - As universidades so instituies pluridisciplinares de formao dos quadros profissionais de nvel superior, de pesquisa, de extenso e de domnio e cultivo do saber humano, que se caracterizam por: I - produo intelectual institucionalizada mediante o estudo sistemtico dos temas e problemas mais relevantes, tanto do ponto de vista cientfico e cultural, quanto regional e nacional; II - um tero do corpo docente, pelo menos, com titulao acadmica de mestrado ou doutorado; III - um tero do corpo docente em regime de tempo integral. Pargrafo nico. facultada a criao de universidades especializadas por campo do saber. Art. 53 - No exerccio de sua autonomia, so asseguradas s universidades, sem prejuzo de outras, as seguintes atribuies: I - criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de educao superior previstos nesta Lei, obedecendo s normas gerais da Unio e, quando for o caso, do respectivo sistema de ensino; II - fixar os currculos dos seus cursos e programas, observadas as diretrizes gerais pertinentes; III - estabelecer planos, programas e projetos de pesquisa cientfica, produo artstica e atividades de extenso; IV - fixar o nmero de vagas de acordo com a capacidade institucional e as exigncias do seu meio; V - elaborar e reformar os seus estatutos e regimentos em consonncia com as normas gerais atinentes; VI - conferir graus, diplomas e outros ttulos; VII - firmar contratos, acordos e convnios; VIII - aprovar e executar planos, programas e projetos de investimentos referentes a obras, servios e aquisies em geral, bem como administrar rendimentos conforme dispositivos institucionais; IX - administrar os rendimentos e deles dispor na forma prevista no ato de constituio, nas leis e nos respectivos estatutos; X - receber subvenes, doaes, heranas, legados e cooperao financeira resultante de convnios com entidades pblicas e privadas. Pargrafo nico - Para garantir a autonomia didtico-cientfica das universidades, caber aos seus colegiados de ensino e pesquisa decidir, dentro dos recursos oramentrios disponveis, sobre: I - criao, expanso, modificao e extino de cursos; II - ampliao e diminuio de vagas; III - elaborao da programao dos cursos;

  • IV - programao das pesquisas e das atividades de extenso; V - contratao e dispensa de professores; VI - planos de carreira docente. Art. 54 - As universidades mantidas pelo Poder Pblico gozaro, na forma da lei, de estatuto jurdico especial para atender s peculiaridades de sua estrutura, organizao e financiamento pelo Poder Pblico, assim como dos seus planos de carreira e do regime jurdico do seu pessoal. 1 - No exerccio da sua autonomia, alm das atribuies asseguradas pelo artigo anterior, as universidades pblicas podero: I - propor o seu quadro de pe ssoal docente, tcnico e administrativo, assim como um plano de cargos e salrios, atendidas as normas gerais pertinentes e os recursos disponveis; II - elaborar o regulamento de seu pessoal em conformidade com as normas gerais concernentes; III - aprovar e executar planos, programas e projetos de investimentos referentes a obras, servios e aquisies em geral, de acordo com os recursos alocados pelo respectivo Poder mantenedor; IV - elaborar seus oramentos anuais e plurianuais; V - adotar regime financeiro e contbil que atenda s suas peculiaridades de organizao e funcionamento; VI - realizar operaes de crdito ou de financiamento, com aprovao do Poder competente, para aquisio de bens imveis, instalaes e equipamentos; VII - efetuar transferncias, quitaes e tomar outras providncias de ordem oramentria, financeira e patrimonial necessrias ao seu bom desempenho. 2 - Atribuies de autonomia universitria podero ser estendidas a instituies que comprovem alta qualificao para o ensino ou para a pesquisa, com base em avaliao realizada pelo Poder Pblico. Art. 55 - Caber Unio assegurar, anualmente, em seu Oramento Geral, recursos suficientes para manuteno e desenvolvimento das instituies de educao superior por ela mantidas. Art. 56 - As instituies pblicas de educao superior obedecero ao princpio da gesto democrtica, assegurada a existncia de rgos colegiados deliberativos, de que participaro os segmentos da comunidade institucional, local e regional. Pargrafo nico - Em qualquer caso, os docentes ocuparo setenta por cento dos assentos em cada rgo colegiado e comisso, inclusive nos que tratarem da elaborao e modificaes estatutrias e regimentais, bem como da escolha de dirigentes. Art. 57 - Nas instituies pblicas de educao superior, o professor ficar obrigado ao mnimo de oito horas semanais de aulas.

    CAPTULO V Da Educao Especial

    Art. 58 - Entende-se por educao especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educao escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.

  • 1 - Haver, quando necessrio, servios de apoio especializado, na escola regular, para atender s peculiaridades da clientela de educao especial. 2 - O atendimento educacional ser feito em classes, escolas ou servios especializados, sempre que, em funo das condies especficas dos alunos, no for possvel a sua integrao nas classes comuns de ensino regular. 3 - A oferta de educao especial, dever constitucional do Estado, tem incio na faixa etria de zero a seis anos, durante a educao infantil. Art. 59 - Os sistemas de ensino asseguraro aos educandos com necessidades especiais: I - currculos, mtodos, tcnicas, recursos educativos e organizao especficos, para atender s suas necessidades; II - terminalidade especfica para aqueles que no puderem atingir o nvel exigido para a concluso do ensino fundamental, em virtude de suas deficincias, e acelerao para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; III - professores com especializao adequada em nvel mdio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integrao desses educandos nas classes comuns; IV - educao especial para o trabalho, visando a sua efetiva integrao na vida em sociedade, inclusive condies adequadas para os que no revelarem capacidade de insero no trabalho competitivo, mediante articulao com os rgos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas reas artstica, intelectual ou psicomotora; V - acesso igualitrio aos benefcios dos programas sociais suplementares disponveis para o respectivo nvel do ensino regular. Art. 60 - Os rgos normativos dos sistemas de ensino estabelecero critrios de caracterizao das instituies privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuao exclusiva em educao especial, para fins de apoio tcnico e financeiro pelo Poder Pblico. Pargrafo nico - O Poder Pblico adotar, como alternativa preferencial, a ampliao do atendimento aos educandos com necessidades especiais na prpria rede pblica regular de ensino, independentemente do apoio s instituies previstas neste artigo.

    TTULO VI DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAO

    Art. 61 - A formao de profissionais da educao, de modo a atender aos objetivos dos diferentes nveis e modalidades de ensino e as caractersticas de cada fase do desenvolvimento do educando, ter como fundamentos: I - a associao entre teorias e prticas, inclusive mediante a capacitao em servio; II - aproveitamento da formao e experincias anteriores em instituies de ensino e outras atividades. Art. 62 - A formao de docentes para atuar na educao bsica far-se- em nvel superior, em curso de licenciatura, de graduao plena, em universidades e institutos superiores de educao, admitida, como formao mnima para o exerccio do magistrio

  • na educao infantil e nas quatro primeiras sries do ensino fundamental, a oferecida em nvel mdio, na modalidade Normal. Art. 63 - Os institutos superiores de educao mantero: I - cursos formadores de profissionais para a educao bsica, inclusive o curso normal superior, destina do formao de docentes para a educao infantil e para as primeiras sries do ensino fun- damental; II - programas de formao pedaggica para portadores de diplomas de educao superior que queiram se dedicar educao bsica; III - programas de educao continuada para os profissionais de educao dos diversos nveis. Art. 64 - A formao de profissionais de educao para administrao, planejamento, inspeo, superviso e orientao educacional para a educao bsica, ser feita em cursos de graduao em pedagogia ou em nvel de ps -graduao, a critrio da instituio de ensino, garantida, nesta formao, a base comum nacional. Art. 65 - A formao docente, exceto para a educao superior, incluir prtica de ensino de, no mnimo, trezentas horas. Art. 66 - A preparao para o exerccio do magistrio superior far-se- em nvel de ps-graduao, prioritariamente em programas de mestrado e doutorado. Pargrafo nico - O notrio saber, reconhecido por universidade com curso de doutorado em rea afim, poder suprir a exigncia de ttulo acadmico. Art. 67 - Os sistemas de ensino promovero a valorizao dos profissionais da educao, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistrio pblico: I - ingresso exclusivamente por concurso pblico de provas e ttulos; II - aperfeioamento profissional continuado, inclusive com licenciamento peridico remunerado para esse fim; III - piso salarial profissional; IV - progresso funcional baseada na titulao ou habilitao, e na avaliao do desempenho; V - perodo reservado a estudos, planejamento e avaliao, includo na carga de trabalho; VI - condies adequadas de trabalho. Pargrafo nico - A experincia docente pr-requisito para o exerccio profissional de quaisquer outras funes de magistrio, nos termos das normas de cada sistema de ensino.

    TTULO VII DOS RECURSOS FINANCEIROS

    Art. 68 - Sero recursos pblicos destinados educao os originrios de: I - receita de impostos prprios da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios; II - receita de transferncias constitucionais e outras transfe rncias; III - receita do salrio-educao e de outras contribuies sociais;

  • IV - receita de incentivos fiscais; V - outros recursos previstos em lei. Art. 69 - A Unio aplicar, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, vinte e cinco por cento, ou o que consta nas respectivas Constituies ou Leis Orgnicas, da receita resultante de impostos, compreendidas as transferncias constitucionais, na manuteno e desenvolvimento do ensino pblico. 1 - A parcela da arrecadao de impostos transferida pela Unio aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios, ou pelos Estados aos respectivos Municpios, no ser considerada, para efeito do clculo previsto neste artigo, receita do governo que a transferir. 2 - Sero consideradas excludas das receitas de impostos mencionadas neste artigo as operaes de crdito por antecipao de receita oramentria de impostos. 3 - Para fixao inicial dos valores correspondentes aos mnimos estatudos neste artigo, ser considerada a receita estimada na lei do oramento anual, ajustada, quando for o caso, por lei que autorizar a abertura de crditos adicionais, com base no eventual excesso de arrecadao. 4 - As diferenas entre a receita e a despesa previstas e as efetivamente realizadas, que resultem no no atendimento dos percentuais mnimos obrigatrios, sero apuradas e corrigidas a cada trimestre do exerccio financeiro. 5 - O repasse dos valores referidos neste artigo do caixa da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios ocorrer imediatamente ao rgo responsvel pela educao, obervados os seguintes prazos: I - recursos arrecadados do primeiro ao dcimo dia de cada ms, at o vigsimo dia; II - recursos arrecadados do dcimo primeiro ao vigsimo dia de cada ms, at o trigsimo dia; III - recursos arrecadados do vigsimo primeiro dia ao final de cada ms, at o dcimo dia do ms subseqente. 6 - O atraso da liberao sujeitar os recursos correo monetria e responsabilizao civil e criminal das autoridades competentes. Art. 70 - Considerar-se-o como de manuteno e desenvolvimento do ensino as despesas realizadas com vistas consecuo dos objetivos bsicos das instituies educacionais de todos os nveis, compreendendo as que se destinam a: I - remunerao e aperfeioamento do pessoal docente e demais profissionais da educao; II - aquisio, manuteno, construo e conservao de instalaes e equipamentos necessrios ao ensino; III - uso e manuteno de bens e servios vinculados ao en- sino; IV - levantamentos estatsticos, estudos e pesquisas visando precipuamente ao aprimoramento da qualidade e expanso do ensino; V - realizao de atividades-meio necessrias ao funcionamento dos sistemas de ensino; VI - concesso de bolsas de estudo a alunos de escolas pblicas e privadas; VII - amortizao e custeio de operaes de crdito destinadas a atender ao disposto nos incisos deste artigo; VIII - aquisio de material didtico-escolar e manuteno de programas de transporte escolar.

  • Art. 71 - No constituiro despesas de manuteno e desenvolvimento do ensino aquelas realizadas com: I - pesquisa, quando no vinculada s instituies de ensino, ou, quando efetivada fora dos sistemas de ensino, que no vise, precipuamente, ao aprimoramento de sua qualidade ou sua expanso; II - subveno a instituies pblicas ou privadas de carter assistencial, desportivo ou cultural; III - formao de quadros especiais para a administrao pblica, sejam militares ou civis, inclusive diplomticos; IV - programas suplementares de alimentao, assistncia mdico-odontolgica, farmacutica e psicolgica, e outras formas de assistncia social; V - obras de infra-estrutura, ainda que realizadas para beneficiar direta ou indiretamente a rede escolar; VI - pessoal docente e demais trabalhadores da educao, quando em desvio de funo ou em atividade alheia a manuteno e desenvolvimento do ensino. Art. 72 - As receitas e despesas com manuteno e desenvolvimento do ensino sero apuradas e publicadas nos balanos do Poder Pblico, assim como nos relatrios a que se refere o 3 - do art. 165 da Constituio Federal. Art. 73 - Os rgos fiscalizadores examinaro, prioritariamente, na prestao de contas de recursos pblicos, o cumprimento do disposto no art. 212 da Constituio Federal, no art. 60 do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias e na legislao concernente. Art. 74 - A Unio, em colaborao com os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, estabelecer padro mnimo de oportunidades educacionais para o ensino fundamental, baseado no clculo do custo mnimo por aluno, capaz de assegurar ensino de qualidade. Pargrafo nico - O custo mnimo de que trata este artigo ser calculado pela Unio ao final de cada ano, com validade para o ano subseqente, considerando variaes regionais no custo dos insumos e as diversas modalidades de ensino. Art. 75 - A ao supletiva e redistributiva da Unio e dos Estados ser exercida de modo a corrigir, progressivamente, as disparidades de acesso e garantir o padro mnimo de qualidade de ensino. 1 - A ao a que se refere este artigo obedecer a frmula de domnio pblico que inclua a capacidade de atendimento e a medida do esforo fiscal do respectivo Estado, do Distrito Federal ou do Municpio em favor da manuteno e do desenvolvimento do ensino. 2 - A capacidade de atendimento de cada governo ser definida pela razo entre os recursos de uso constitucionalmente obrigatrio na manuteno e desenvolvimento do ensino e o custo anual do aluno, relativo ao padro mnimo de qualidade. 3 - Com base nos critrios estabelecidos nos 1 e 2, a Unio poder fazer a transferncia direta de recursos a cada estabelecimento de ensino, considerado o nmero de alunos que efetivamente freqentam a escola. 4 - A ao supletiva e redistributiva no poder ser exercida em favor do Distrito Federal, dos Estados e dos Municpios se estes oferecerem vagas, na rea de ensino de sua responsabilidade, conforme o inciso VI do art. 10 e o inciso V do art. 11 desta Lei, em nmero inferior sua capacidade de atendimento.

  • Art. 76 - A ao supletiva e redistributiva prevista no artigo anterior ficar condicionada ao efetivo cumprimento pelos Estados, Distrito Federal e Municpios do disposto nesta Lei, sem prejuzo de outras prescries legais. Art. 77 - Os recursos pblicos sero destinados s escolas pblicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitrias, confessionais ou filantrpicas que: I - comprovem finalidade no-lucrativa e no distribuam resultados, dividendos, bonificaes, participaes ou parcela de seu patrimnio sob nenhuma forma ou pretexto; II - apliquem seus excedentes financeiros em educao; III - assegurem a destinao de seu patrimnio a outra escola comunitria, filantrpica ou confessional, ou ao Poder Pblico, no caso de encerramento de suas atividades; IV - prestem contas ao Poder Pblico dos recursos recebidos. 1 - Os recursos de que trata este artigo podero ser destinados a bolsas de estudo para a educao bsica, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficincia de recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede pblica de domiclio do educando, ficando o Poder Pblico obrigado a investir prioritariamente na expanso da sua rede local. 2 - As atividades universitrias de pesquisa e extenso podero receber apoio financeiro do Poder Pblico, inclusive mediante bolsas de estudo.

    TTULO VIII DAS DISPOSIES GERAIS

    Art. 78 - O Sistema de Ensino da Unio, com a colaborao das agncias federais de fomento cultura e de assistncia aos ndios, desenvolver programas integrados de ensino e pesquisa, para oferta de educao escolar bilinge e intercultural aos povos indgenas, com os seguintes objetivos: I - proporcionar aos ndios, suas comunidades e povos, a recuperao de suas memrias histricas; a reafirmao de suas identidades tnicas; a valorizao de suas lnguas e cincias; II - garantir aos ndios, suas comunidades e povos, o acesso s informaes, conhecimentos tcnicos e cientficos da sociedade nacional e demais sociedades indgenas e no-ndias. Art. 79 - A Unio apoiar tcnica e financeiramente os sistemas de ensino no provimento da educao intercultural s comunidades indgenas, desenvolvendo programas integrados de ensino e pesquisa. 1 - Os programas sero planejados com audincia das comunidades indgenas. 2 - Os programas a que se refere este artigo, includos nos Planos Nacionais de Educao, tero os seguintes objetivos: I - fortalecer as prticas scio-culturais e a lngua materna de cada comunidade indgena; II - manter pr ogramas de formao de pessoal especializado, destinado educao escolar nas comunidades indgenas; III - desenvolver currculos e programas especficos, neles incluindo os contedos culturais correspondentes s respectivas comunidades; IV - elaborar e publicar sistematicamente material didtico especfico e diferenciado.

  • Art. 80 - O Poder Pblico incentivar o desenvolvimento e a veiculao de programas de ensino a distncia, em todos os nveis e modalidades de ensino, e de educao continuada. 1 - A educao a distncia, organizada com abertura e regime especiais, ser oferecida por instituies especificamente credenciadas pela Unio. 2 - A Unio regulamentar os requisitos para a realizao de exames e registro de diploma relativos a cursos de educao a distncia. 3 - As normas para produo, controle e avaliao de programas de educao a distncia e a autorizao para sua implementao, cabero aos respectivos sistemas de ensino, podendo haver cooperao e integrao entre os diferentes sistemas. 4 - A educao a distncia gozar de tratamento diferenciado, que incluir: I - custos de transmisso reduzidos em canais comerciais de radiodifuso sonora e de sons e imagens; II - concesso de canais com finalidades exclusivamente educativas; III - reserva de tempo mnimo, sem nus para o Poder Pblico, pelos concessionrios de canais comerciais. Art. 81 - permitida a organizao de cursos ou instituies de ensino experimentais, desde que obedecidas as disposies desta Lei. Art. 82 - Os sistemas de ensino estabelecero as normas para realizao dos estgios dos alunos regularmente matriculados no ensino mdio ou superior em sua jurisdio. Pargrafo nico - O estgio realizado nas condies deste artigo no estabelecem vnculo empregatcio, podendo o estagirio receber bolsa de estgio, estar segurado contra acidentes e ter a cobertura previdenciria prevista na legislao especfica. Art. 83 - O ensino militar regulado em lei especfica, admitida a equivalncia de estudos, de acordo com as normas fixadas pelos sistemas de ensino. Art. 84 - Os discentes da educao superior podero ser aproveitados em tarefas de ensino e pesquisa pelas respectivas instituies, exercendo funes de monitoria, de acordo com seu rendimento e seu plano de estudos. Art. 85 - Qualquer cidado habilitado com a titulao prpria poder exigir a abertura de concurso pblico de provas e ttulos para cargo de docente de instituio pblica de ensino que estiver sendo ocupado por professor no concursado, por mais de seis anos, ressalvados os direitos assegurados pelos arts. 41 da Constituio Federal e 19 do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias. Art. 86 - As instituies de educao superior constitudas como universidades integrar-se-o, tambm, na sua condio de instituies de pesquisa, ao Sistema Nacional de Cincia e Tecnologia, nos termos da legislao especfica.

    TTULO IX DAS DISPOSIES TRANSITRIAS

    Art. 87 - instituda a Dcada da Educao, a iniciar-se um ano a partir da publicao desta Lei.

  • 1 - A Unio, no prazo de um ano a partir da publicao desta Lei, encaminhar, ao Congresso Nacional, o Plano Nacional de Educao, com diretrizes e metas para os dez anos seguintes, em sintonia com a Declarao Mundial sobre Educao para Todos. 2 - O Poder Pblico dever recensear os educandos no ensino fundamental, com especial ateno para os grupos de sete a quatorze e de quinze a dezesseis anos de idade. 3 - Cada Municpio e, supletivamente, o Estado e a Unio, dever: I - matricular todos os educandos a partir dos sete anos de idade e, facultativamente, a partir dos seis anos, no ensino fundamental; II - prover cursos presenciais ou a distncia aos jovens e adultos insuficientemente escolarizados; III - realizar programas de capacitao para todos os professores em exerccio, utilizando tambm, para isto, os recursos da educao a distncia; IV - integrar todos os estabelecimentos de ensino fundamental do seu territrio ao sistema nacional de avaliao do rendimento escolar. 4 - At o fim da Dcada da Educao somente sero admitidos professores habilitados em nvel superior ou formados por treinamento em servio. 5 - Sero conjugados todos os esforos objetivando a progresso das redes escolares pblicas urbanas de ensino fundamental para o regime de escolas de tempo integral. 6 - A assistncia financeira da Unio aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios, bem como a dos Estados aos seus Municpios, ficam condicionadas ao cumprimento do art. 212 da Constituio Federal e dispositivos legais pertinentes pelos governos beneficiados. Art. 88 - A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios adaptaro sua legislao educacional e de ensino s disposies desta Lei no prazo mximo de um ano, a partir da data de sua publicao. 1 - As instituies educacionais adaptaro seus estatutos e regimentos aos dispositivos desta Lei e s normas dos respectivos sistemas de ensino, nos prazos por estes estabelecidos. 2 - O prazo para que as universidades cumpram o disposto nos incisos II e III do art. 52 de oito anos. Art. 89 - As creches e pr-escolas existentes ou que venham a ser criadas devero, no prazo de trs anos, a contar da publicao desta Lei, integrar-se ao respectivo sistema de ensino. Art. 90 - As questes suscitadas na transio entre o regime anterior e o que se institui nesta Lei sero resolvidas pelo Conselho Nacional de Educao ou, mediante delegao deste, pelos rgos normativos dos sistemas de ensino, preservada a autonomia universitria. Art. 91 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao. Art. 92 - Revogam-se as disposies das Leis ns 4.024, de 20 de dezembro de 1961, e 5.540, de 28 de novembro de 1968, no alteradas pelas Leis ns 9.131, de 24 de novembro de 1995 e 9.192, de 21 de dezembro de 1995 e, ainda, as Leis ns 5.692, de 11 de agosto de

  • 1971 e 7.044, de 18 de outubro de 1982, e as demais leis e decretos-lei que as modificaram e quaisquer outras disposies em contrrio. Braslia, 20 de dezembro de 1996; 175 da Independncia e 108 da Repblica.

    FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Paulo Renato Souza

    LEI FEDERAL N 9.649, DE 27 DE MAIO DE 1998.

    Artigo 47: altera o art. 3 da Lei Federal n 8.948/94. Artigo 66: revoga os arts. 1, 2 e 9 da Lei Federal n 8.948/94.

    O PRESIDENTE DA REPBLICA: Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: (...) Art. 47. O art. 3 da Lei n 8.948, de 8 de dezembro de 1994, passa a vigorar acrescido dos seguintes pargrafos: 5 - A expanso da oferta de educao profissional, mediante a criao de novas unidades de ensino por parte da Unio, somente poder ocorrer em parceria com Estados, Municpios, Distrito Federal, setor produtivo ou organizaes no-governamentais, que sero responsveis pela manuteno e gesto dos novos estabelecimentos de ensino. 6 - (VETADO) 7 - a Unio autorizada a realizar investimentos em obras e equipamentos, mediante repasses financeiros para a execuo de projetos a serem realizados em consonncia ao disposto no pargrafo anterior, obrigando-se o beneficirio a prestar contas dos valores recebidos e, caso seja modificada a finalidade para a qual se destinarem tais recursos, deles ressarcir a Unio, em sua integralidade, com os acrscimos legais, sem prejuzo das sanes penais e administrativas cabveis. 8 - O Poder Executivo regulamentar a aplicao do disposto no 5 nos casos das escolas tcnicas e agrotcnicas federais que no tenham sido implantadas at 17 de maro de 1997. (...) Art. 64. So convalidados os atos praticados com base nas Medidas Provisrias ns 752, de 6 de dezembro de 1994, 797 e 800, de 30 de dezembro de 1994, 931, de 1 de maro de 1995, 962, de 30 de maro de 1995, 987, de 28 de abril de 1995, 1.015, de 26 de maio de 1995, 1.038, de 27 de junho de 1995, 1.063, de 27 de julho de 1995, 1.090, de 25 de agosto de 1995, 1.122, de 22 de setembro de 1995, 1.154, de 24 de outubro de 1995, 1.190, de 23 de novembro de 1995, 1.226, de 14 de dezembro de 1995, 1.263, de 12 de janeiro de 1996, 1.302, de 9 de fevereiro de 1996, 1.342, de 12 de maro de 1996, 1.384, de

  • 11 de abril de 1996, 1.450, de 10 de maio de 1996, 1.498, de 7 de junho de 1996, 1.498-19, de 9 de julho de 1996, 1.498-20, de 8 de agosto de 1996, 1.498-21, de 5 de setembro de 1996, 1.498-22, de 2 de outubro de 1996, 1.498-23, de 31 de outubro de 1996, 1.498-24, de 29 de novembro de 1996, 1.549, de 18 de dezembro de 1996, 1.549-26, de 16 de janeiro de 1997, 1.549-27, de 14 de fevereiro de 1997, 1.549-28, de 14 de maro de 1997, 1.549-29, de 15 de abril de 1997, 1.549-30, de 15 de maio de 1997, 1.549-31, de 13 de junho de 1997, 1.549-32, de 11 de julho de 1997, 1.549-33, de 12 de agosto de 1997, 1.549-34, de 11 de setembro de 1997, 1.549-35, de 9 de outubro de 1997, 1.549-36, de 6 de novembro de 1997, 1.549-37, de 4 de dezembro de 1997, 1.549-38, de 31 de dezembro de 1997, 1.549-39, de 29 de janeiro de 1998, 1.549-40, de 26 de fevereiro de 1998, 1.642-41, de 13 de maro de 1998, e 1.651-42, de 7 de abril de 1998. Art. 65. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao. Art. 66. Revogam-se as disposies em contrrio, especialmente as da Lei n 8.490, de 19 de novembro de 1992, os 1, 2 e 3 do art. 22 da Lei n 5.227, de 18 de janeiro de 1967, a Lei n 5.327, de 2 de outubro de 1967, o pargrafo nico do art. 2 do Decreto-Lei n 701, de 24 de julho de 1969, os arts. 2 e 3 do Decreto-Lei n 1.166, de 15 de abril de 1971, os 1 e 2 do art. 36 da Lei n 5.869, de 11 de janeiro de 1973, a Lei n 6.994, de 26 de maio de 1982, a Lei n 7.091, de 18 de abril de 1983, os arts. 1, 2 e 9 da Lei n 8.948, de 8 de dezembro de 1994, o 2 do art. 4 e o 1 do art. 34 da Lei n 9.427, de 26 de dezembro de 1996. Braslia, 27 de maio de 1998; 177 da Independncia e 110 da Repblica.

    FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Pedro Malan

    Paulo Renato Souza Edward Amadeo

    Paulo Paiva Luiz Carlos Bresser Pereira Clvis de Barros Carvalho

    DECRETO FEDERAL N 2.208, DE 17 DE ABRIL DE 1997.

    Regulamenta o 2 do art. 36 e os arts. 39 a 42 da Lei Federal n 9.394/96, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educao Nacional.

    O PRESIDENTE DA REPBLICA, no uso da atribuio que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituio, D E C R E T A: Art. 1 - A Educao profissional tem por objetivos:

  • I - promover a transio entre a escola e o mundo do trabalho, capacitando jovens e adultos com conhecimentos e habilidades gerais e especficas para o exerccio de atividades produtivas; II - proporcionar a formao de profissionais, aptos a exercerem atividades especficas no trabalho, com escolaridade correspondente aos nveis mdio, superior e de ps-graduao; III - especializar, aperfeioar e atualizar o trabalho em seus conhecimentos tecnolgicos; IV - qualificar, reprofissionalizar e atualizar jovens e adultos trabalhadores, com qualquer nvel de escolaridade, visando a sua insero e melhor desempenho no exerccio do trabalho. Art. 2 - A educao profissional ser desenvolvida em articula- o com o ensino regular ou em modalidades que contemplem estratgias de educao continuada, podendo ser realizada em escolas do ensino regular, em instituies especializadas ou nos ambientes de trabalho. Art. 3 - A educao profissional compreende os seguintes nveis: I - bsico: destinado qualificao e reprofissionalizao de trabalhadores, independente de escolaridade prvia; II - tcnico: destinado a proporcionar habilitao profissional a alunos matriculados ou egressos do ensino mdio, devendo ser ministrado na forma estabelecida por este Decreto; III - tecnolgico: correspondente a cursos de nvel superior na rea tecnolgica, destinados a egressos do ensino mdio e tcnico. Art. 4 - A educao profissional de nvel bsico modalidade de educao no-formal e durao varivel, destinada a proporcionar ao cidado trabalhador conhecimentos que lhe permitam reprofissio- nalizar-se, qualificar-se e atualizar-se para o exerccio de funes demandadas pelo mundo do trabalho, compatveis com a complexi- dade tecnolgica do trabalho, o seu grau de conhecimento tcnico e o nvel de escolaridade do aluno, no estando sujeita regulamen- tao curricular. 1 - As instituies federais e as instituies pblicas e privadas sem fins lucrativos, apoiadas financeiramente pelo Poder Pblico, que ministram educao profissional devero, obrigatoriamente, oferecer cursos profissionais de nvel bsico em sua programao, abertos a alunos das redes pblicas e privadas de educao bsica, assim como a trabalhadores com qualquer nvel de escolaridade. 2 - Aos que conclurem os cursos de educao profissional de nvel bsico ser conferido certificado de qualificao profissional. Art. 5 - A educao profissional de nvel tcnico ter organizao curricular prpria e independente do ensino mdio, podendo ser oferecida de forma concomitante ou seqencial a este. Pargrafo nico. As disciplinas de carter profissionalizante, cursadas na parte diversificada do ensino mdio, at o limite de 25% do total da carga horria mnima deste nvel de ensino, podero ser aproveitadas no currculo de habilitao profissional, que eventualmente venha a ser cursada, independente de exames especficos. Art. 6 - A formulao dos currculos plenos dos cursos do ensino tcnico obedecer ao seguinte:

  • I - o Ministrio da Educao e do Desporto, ouvido o Conselho Nacional de Educao, estabelecer diretrizes curriculares nacionais, constantes de carga horria mnima do curso, contedos mnimos, habilidades e competncias bsicas, por rea profissional. II - os rgos normativos do respectivo sistema de ensino complementaro as diretrizes definidas no mbito nacional e estabelecero seus currculos bsicos, onde constaro as disciplinas e cargas horrias mnimas obrigatrias, contedos bsicos, habilidades e competncias, por rea profissional; III - o currculo bsico, referido no inciso anterior, no poder ultrapassar setenta por cento da carga horria mnima obrigatria, ficando reservado um percentual mnimo de trinta por cento para que os estabelecimentos de ensino, independente de autorizao prvia, elejam disciplinas, contedos, habilidades e competncias especficas da sua organizao curricular. 1 - Podero ser implantados currculos experimentais, no contemplados nas diretrizes curriculares nacionais, desde que previamente aprovados pelo sistema de ensino competente. 2 - Aps avaliao da experincia e aprovao dos resultados pelo Ministrio da Educao e do Desporto, ouvido o Conselho Nacional de Educao, os cursos podero ser regulamentados e seus diplomas passaro a ter validade nacional. Art. 7 - Para a elaborao das diretrizes curriculares para o ensino tcnico, devero ser realizados estudos de identificao do perfil de competncias necessrias atividade requerida, ouvidos os setores interessados, inclusive trabalhadores e empregadores. Pargrafo nico. Para atualizao permanente do perfil e das competncias de que trata o caput, o Ministrio da Educao e do Desporto criar mecanismos institucionalizados, com a participao de professores, empresrios e trabalhadores. Art. 8 - Os currculos do ensino tcnico sero estruturados em disciplinas, que podero ser agrupadas sob a forma de mdulos. 1 - No caso de o currculo estar organizado em mdulos, estes podero ter carter de terminalidade para efeito de qualificao profissional, dando direito, neste caso, a certificado de qualificao profissional. 2 - Poder haver aproveitamento de estudos de disciplinas ou mdulos cursados em habilitao especfica para obteno de habilitao diversa. 3 - Nos currculos organizados em mdulos, para obteno de habilitao, estes podero ser cursados em diferentes instituies credenciadas pelos sistemas federal e estaduais, desde que o prazo entre a concluso do primeiro e do ltimo mdulo no exceda cinco anos. 4 - O estabelecimento de ensino que conferiu o ltimo certificado de qualificao profissional expedir o diploma de tcnico de nvel mdio, na habilitao profissional correspondente aos mdulos cursados, desde que o interessado apresente o certificado de concluso do ensino mdio. Art. 9 - As disciplinas do currculo do ensino tcnico sero ministradas por professores, instrutores e monitores selecionados, principalmente, em funo de sua experincia profissional, que devero ser preparados para o magistrio, previamente ou em servio, atravs de cursos regulares de licenciatura ou de programas especiais de formao pedaggica.

  • Pargrafo nico. Os programas especiais de formao pedaggica a que se refere o caput sero disciplinados em ato do Ministro de Estado da Educao e do Desporto, ouvido o Conselho Nacional de Educao. Art. 10 - Os cursos de nvel superior, correspondentes educao profissional de nvel tecnolgico, devero ser estruturados para atender aos diversos setores da economia, abrangendo reas especializadas, e conferiro diploma de Tecnlogo. Art. 11 - Os sistemas federal e estaduais de ensino implementaro, atravs de exames, certificao de competncia, para fins de dispensa de disciplinas ou mdulos em cursos de habilitao do ensino tcnico. Pargrafo nico. O conjunto de certificados de competncia equivalente a todas as disciplinas e mdulos que integram uma habilitao profissional dar direito ao diploma correspondente de tcnico de nvel mdio. Art. 12 - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicao. Braslia, 17 de abril de 1997, 176 da Independncia e 109 da Repblica

    FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Paulo Renat