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Giovanni Moraes de Araújo

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SeSeSeSeSegurgurgurgurgurança e Saúdeança e Saúdeança e Saúdeança e Saúdeança e Saúde

OcupacionalOcupacionalOcupacionalOcupacionalOcupacional

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Ministério do Ministério do Ministério do Ministério do Ministério do TTTTTrrrrraaaaabalho e Emprbalho e Emprbalho e Emprbalho e Emprbalho e Empreeeeegggggooooo

2ª Edição

Gerenciamento Verde Editora e Livraria Virtual

Rio de Janeiro2008

Page 3: Legislacao SSO

Copyright © 2008, by Giovanni Moraes de Araújo. Todos os direitos de reprodução edistribuição reservados à Gerenciamento Verde Consultoria, Editora e Livraria Virtual Ltda.

Organização, Criação de Capa e Layout:Giovanni Moraes de Araújo

César H. C. Pires

Editoração, Diagramação e Acompanhamento GráficoCésar H. C. Pires

Organização JurídicaDrs. Eduardo e Everardo Gonçalves de Oliveira - GO Advocacia

Revisão OrtográficaAline Canejo

Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida, guardada pelo sistema “retrieval” outransmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, seja este eletrônico, mecânico,fotocópia, de gravação, ou outros sem a prévia autorização dos editores.

Impresso no Brasil

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tel/fax (21) 2556-3823 ou (21) 8888-0839

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Giovanni Moraes de Araújo4

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR - Sistema E-book

� PORTARIA N.º 2, de 02/02/79 - Altera o Anexo 1 da Norma Regulamentadora NR - 16. Acrescente-se aosubitem 19.1.2 da Norma Regulamentadora NR-19 as alíneas “l” e “m”.

� PORTARIA N.º 12, de 12/11/79 - Acrescenta o Anexo 14, AGENTES BIOLÓGICOS da NR-15.

� PORTARIA N.º 05, de 09/02/83 - Altera o Anexo VI - Trabalho sob Pressões Hiperbáricas, da NR-15.

� PORTARIA N.º 06, de 09/03/83 - Altera as NR-1, NR-2, NR-3 e NR-6.

� PORTARIA N.º 07, de 15/0383 - Altera a NR-28.

� PORTARIA N.º 19, de 26/07/83 - Altera o Quadro I do Anexo II, da NR-28.

� PORTARIA N.º 24, de 14/09/83 - Altera o Anexo VI da NR-15.

� PORTARIA N.º 33, de 27/10/83 - Altera as NR-4 e NR-5.

� PORTARIA Nº 34, de 20/12/83 - Altera os Quadros I e II da NR-4.

� PORTARIA N.º 35, de 28/12/83 - Altera a NR-2.

� PORTARIA Nº 3.037, de 13/02/84 - Aprova o modelo de credencial.

� PORTARIA N.º 8, de 07/03/85 - Institui modelo de Termo de Notificação.

� DECRETO Nº 92.530, de 09/04/86 - Regulamenta a Lei nº 7.410, de 27 de novembro de 1985, que dispõesobre a especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de Segurança do Trabalho, a profissão deTécnico de Segurança do Trabalho e dá outras providências.

� DECRETO Nº 93.413, de 15/10/86 - Promulga a Convenção nº 148 sobre a Proteção dos Trabalhadores Contraos Riscos Profissionais Devidos à Contaminação do Ar, ao Ruído e às Vibrações no Local de Trabalho.

� PORTARIA N.º 34, de 11/12/87 - Altera subitem 4.2.1.2, os itens 4.4 e 4.8 e o Quadro II da NR-4.

� PORTARIA Nº 3.067, de 12/04/88 - Aprova Normas Regulamentadoras Rurais - NRR do art. 13 da Lei nº5.889, de 05 de junho de 1973, relativas à Segurança e Higiene do Trabalho Rural.

� PORTARIA INTERMlNISTERIAL Nº 3.195, de 10/08/88 - Institui a campanha Interna de Prevenção da AIDS- CIPAS.

� PORTARIA N.º 3.144, de 02/05/89 - Revigora os artigos 2º e 4º da Portaria n.º 3.214, de 08 de junho de 1978,e revoga a Portaria n.º 3.048, de 16 de março de 1988.

� PORTARIA N.º 3.225, de 29/06/89 - Delega competência ao Secretário de Segurança e Medicina do Trabalhopara aprovar modelo de Carteira de Identidade Fiscal dos Agentes da Inspeção do Trabalho, Engenheiros eMédicos do Trabalho.

� PORTARIA N.º 3.303, de 14/11/89 - Aplicação das Normas Regulamentadoras Rurais.

� PORTARIA N.º 3.310, de 29/11/89 - Define os cargos, as funções e as atividades pertinentes à inspeção dotrabalho e revoga os arts. 3º e 4º da Portaria nº 3.305/89.

� PORTARIA N.º 3.311, de 29/11/89 - Estabelece os princípios norteadores do programa de desenvolvimentodo Sistema Federal de Inspeção do Trabalho e dá outras providências.

� PORTARIA N.º 3.032, de 15/02/90 - Conversão em BTN das multas por infração das normas de Segurançae Medicina do Trabalho; altera os Quadros I e II da NR-28.

� DECRETO N° 99.534, de 19/09/90 - Promulgação da Convenção n° 152 - Convenção Relativa a Segurançae Higiene nos Trabalhos Portuários.

� Convenção 152 - Relativa a Segurança e Higiene nos Trabalhos Portuários.

� PORTARIA N.º 3.720, de 31/10/90 - Exclusão da abreugrafia do conjunto de exames obrigatórios.

� PORTARIA N.º 3.751, de 23/11/90 - Altera a Norma Regulamentadora nº 17 - Ergonomia.

� DECRETO Nº 127, de 22/05/91 - Promulga a Convenção nº 161, da Organização lnternacional do Trabalho- OlT, relativa aos Serviços de Saúde do Trabalho.

� PORTARIA N.º1, de 28/05/91 - Altera o Anexo n.º 12, da Norma Regulamentadora n.º 15, que institui os“limites de tolerância para poeiras minerais” - asbestos.

PARTE 3

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 5

� DECRETO Nº 157, de 2/07/91 - Promulga a Convenção Nº 139, da Organização Internacional do Trabalho (OIT),sobre a Prevenção e o Controle de Riscos Profissionais causados pelas Substâncias ou Agentes Cancerígenos.

� PORTARIA N.º5, de 28/10/91 - Restabelece o Cadastro Nacinal de Fabricante de Equipamentos de ProteçãoIndividual e estabelece o Certificado de Registro de Fabricante - CRF.

� PORTARIA N.º6, de 29/10/91 - Altera Item 23.11.1 da NR-23.

� PORTARIA N.º 1, de 21/01/92 - Certificado de Aprovação (CA) de Equipamento de Proteção Individual - EPI.

� PORTARIA N.º 02, de 21/01/92 - Prazo de validade do extintor de incêndio.

� PORTARIA N.º 03, de 21/02/92 - Classifica os cremes protetores como equipamento de proteção individual(EPI), com sua inclusão na Norma Regulamentadora - NR-6 da Portaria nº 3.214/78 e demais providências.

� DECRETO LEGISLATIVO Nº 2, 17/03/92 - Aprova o texto da Convenção nº 155, da Organização Internacional doTrabalho (OIT), sobre a segurança e saúde dos trabalhadores e o meio ambiente de trabalho, adotada em Genebra,em 1981, durante a 67ª Seção da Conferência Internacional do Trabalho.

� INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 1, de 19/05/92 - Prorroga por 120 dias a exigência de aposição nos extintoresde incêndio de identificação de selo.

� PORTARIA N.º 2, de 20/05/92 - Classifica a cadeira suspensa e o trava-queda de segurança como Equipamentosde Proteção Individual (EPI), incluindo-os na NR-6 e NR-18.

� PORTARIA N.º 3, de 1/07/92 - Altera a redação da NR-28, que dispões sobre fiscalização e penalidades;esubitem 15.4.1.1, da NR-15.

� PORTARIA N.º 7, de 5/10/92 - Altera a Norma Regulamentadora nº 28 - Fiscalização e Penalidades.

� PORTARIA N.º 8, de 5/10/92 - Altera os Anexos n.º 12 e 13, da Norma Regulamentadora n.º 15.

� PORTARIA N.º 9, de 09/10/92 - Altera os Anexo n.º 11 e 13 da Norma Regulamentadora n.º 15.

� PORTARIA N.º 08, de 1/07/93 - Altera a NR-27.

� PORTARIA N.º 09, de 1/07/93 - Habilitação para o exercício da profissão do Técnico de Segurança doTrabalho.

� PORTARIA N.º 13, de 17/09/93 - Altera as NR 1, 24 e 28 a que se refere a Portaria 3.214, de 8 de junho de1978, e a NR Rural n.º 1,aprovada pela Portaria n.º 3.067, de 12 de abril de 1988.

� PORTARIA N.º 04, 11/04/94 - Altera o Anexo n.º 5 da NR 15 da Portaria n.º 3.214/78 de 08/06/78 - Limites deTolerância para Radiações Ionizantes.

� INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 1, de 11/04/94 - Estabelece regulamento técnico sobre o uso de equipamentospara proteção respiratória.

� DECRETO Nº 1.253, de 27/09/94 - Promulga a Convenção número 136, da Organização lnternacional doTrabalho, sobre a Proteção contra os Riscos de lntoxicação Provocados pelo Benzeno, assinada emGenebra, em 30 de junho de 1971.

� DECRETO Nº 1.254, de 29/09/94 - Promulga a Convenção número 155, da Organização Internacional doTrabalho, sobre Segurança e Saúde dos Trabalhadores e o Meio Ambiente de Trabalho, concluída emGenebra, em 22 de junho de 1981.

� DECRETO Nº 1.255, de 29/09/94 - Promulga a Convenção número 119, da Organização Internacional doTrabalho, sobre Proteção das Máquinas, concluída em Genebra, em 25 de junho de 1963.

� DECRETO Nº 1.257, de 29/09/94 - Promulga a Convenção número 133, da Organização Internacional doTrabalho, sobre Alojamento a Bordo de Navios, concluída em Genebra, em 30 de outubro de 1970.

� PORTARIA N.º 13, de 24/10/94 - Acrescenta à NR-12 - Máquinas e Equipamentos - o subitem 12.3.9 e oAnexo I - Motosserras.

� PORTARIA N.º 22, de 26/12/94 - Alteração da redação do 12.1 e inclusão do item 13.3, no Anexo 12, da NR-15.

� PORTARIA N.º 23, de 27/12/94 - Alteração da redação da NR-13. Caldeiras e vasos de pressão.

� PORTARIA N.º 24, de 29/12/94 - Altera a redação da NR-7.

� PORTARIA N.º 25, de 29/12/94 - Altera a redação da NR-9.

� PORTARIA N.º 01, de 12/05/95 - Altera o Quadro I da NR-4.

� PORTARIA N.º 04, de 04/07/95 - Aprova o novo texto da NR-18.

� DECRETO Nº 1.574, de 31/07/95 - Promulga a Convenção nº 137, da Organização Internacional do Trabalho,sobre as Repercussões Sociais dos Novos Métodos de Manipulação de Cargas nos Portos, assinada emGenebra, em 27 de junho de 1973.

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Giovanni Moraes de Araújo6

� PORTARIA N.º 6, de 14/08/95 - Altera o Anexo II da NR-28.

� PORTARIA N.º 11, de 22/11/95 - Prorroga o prazo de registro profissional ao Técnico de Segurança doTrabalho para o exercício da profissão.

� PORTARIA N.º 13, de 20/12/95 - Altera a Norma Regulamentadora - NR-27.

� PORTARIA N.º 14, de 20/12/95 - Altera o item “Substâncias Cancerígenas” do Anexo 13 da NR-15.

� PORTARIA N.º 08, de 8/05/96 - Altera a Norma Regulamentadora NR 7 – Programa de Controle Médico deSaúde Ocupacional – PCMSO.

� PORTARIA N.º 09, de 21/05/96 - Dispões sobre a gradação de risco dos estabelecimentos, prevista naNorma Reguamentadora NR-4 (Serviço Especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT),com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE.

� PORTARIA N.º 10, de 24/05/96 - Prorroga o prazo de registro profissional do Técnico de Segurança doTrabalho para o exercício da profissão.

� PORTARIA N.º 17, de 25/06/96 - Atualiza o Anexo II da NR-28, Fiscalização e Penalidades, em virtude dealterações ocorridas na NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional.

� DESPACHO DA SECRETARIA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, de 01/10/96 - Expede nota técnicasobre a operacionalização do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO.

� INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 3, de 16/10/96 - Dispõe sobre a instituição de procedi-mentos referentes àCampanha Nacional de Combate aos Acidentes de Trabalho -CANCAT.

� PORTARIA N.º 22, de 6/11/96 - Determina prazo para a adoção de dispositivos de segurança exigidos na NR-18.

� PORTARIA N.º 25, de 03/12/96 - Altera e inclui na NR-12 o subitem 12.3.10 e Anexo II.

� PORTARIA N.º 04, de 28/01/97 - Altera itens da NR-12.

� PORTARIA N.º 07, de 3/03/97 - Altera a redação do subitem 18.35 da NR-18.

� PORTARIA N.º 8, de 24/03/97 - Altera a redação da NR-28.

� PORTARIA N.º 12, de 06/05/97 - Altera as Normas Regulamentadoras NR-18 e NR-28.

� PORTARIA Nº 53, de 17/12/97 - Aprova o texto da NR-29, relativa à Segurança e Saúde no TrabalhoPortuário.

� PORTARIA N.º 18, de 30/03/98 - Acrescenta ao Anexo II da NR-28 as infrações ao descumprimento dasdisposições na NR-29.

� PORTARIA N.º 20, de 17/04/98 - Dá nova redação ao item 14 da NR-18 e dá outras providências.

� PORTARIA N° 26, de 6/05/98 - Dispõe sobre o acréscimo de códigos de norma e infrações.

� DECRETO Nº 2.657, de 03/07/98 - Promulga a Convenção n° 170 da OIT, relativa à Segurança na Utilizaçãode Produtos Químicos no Trabalho, assinada em Genebra, em 25 de junho de 1990.

� DECRETO Nº 2.669, de 15/07/98 - Promulga a Convenção nº 163 da OIT, sobre o Bem-Estar dos TrabalhadoresMarítimos no Mar e no Porto, assinada em Genebra, em 8 de outubro de 1987.

� DECRETO Nº 2.670, de 15/07/98 - Promulga a Convenção nº 166 da OIT, sobre a Repatriação dosTrabalhadores Marítimos (revisada), assinada em Gene-bra, em 9 de outubro de 1987.

� DECRETO Nº 2.671, de 15/07/98 - Promulga a Convenção nº 164 da OIT, sobre a Proteção da Saúde e aAssistência Médica aos Trabalhadores Marítimos, assinada em Genebra, em 8 de outubro de 1987.

� PORTARIA Nº 63, de 28/12/98 - Altera a NR-18 e define os códigos de norma e infrações para os itensalterados.

� PORTARIA Nº 08, de 23/02/99 - Altera a Norma Regulamentadora - NR 5, que dispõe sobre a ComissãoInterna de Prevenção de Acidentes-CIPA e dá outras providências.

� PORTARIA Nº 14, de 25/02/99 - Altera a composição do Comitê Permanente Nacional sobre Condições eMeio-Amniente do Trabalho na Indústria da Construção - CPN - instituído pela NR-18.

� PORTARIA Nº 15, de 26/02/99 - Altera o Quadro II - Agrupamento de Setores Econômicos pela ClassificaçãoNacional de Atividades - CNAE - para dimensionamento da CIPA, editado pela Portaria nº 8, de 23/02/99.

� PORTARIA Nº 24, de 27/05/99 - Dispões sobre o dimensionamento da CIPA das empresas constantes dosgrupos C18 e C18a - Construção.

� PORTARIA Nº 25, de 27/05/99 - Dispões sobre o dimensionamento da CIPA das empresas constantes dosgrupos C24, C24a e C24b - Transporte.

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 7

� Portaria Nº 04, de 06/10/99 - Define os códigos de normas e infrações para os subitens da NR-5 - CIPA -constantes da NR-28.

� Portaria Nº 2.037, de 15/12/99 - Altera a Norma Regulamentadora - NR 22 que dispõe sobre TrabalhosSubterrâneos

� Instrução Normativa Nº 01, de 23/03/00 - Dispõe sobre os procedimentos a serem adotados pelos Auditores-Fiscais do Trabalho nas ações para erradicação do trabalho infantil e proteção ao trabalhador adolescente.

� NOTA TÉCNICA 034/2000 - Emissão de Comunicação de Acidentes de Trabalho por Auditores Fiscais doTrabalho.

� PORTARIA Nº 9, de 30/03/00 - Altera a NR-12, acrescentando os subitens 12.3.11 e 12.3.11.1.

� PORTARIA Nº 545, de 10/07/00 - Altera dispositivos da Norma Regulamentadora 16 - Atividades e OperaçõesPerigosas, aprovada pela Portaria MTb nº 3.214, de 8 de junho de 1978.

� PORTARIA N.° 26, de 02/08/00 - Publica glossário referente ao item 4, do Anexo 2 da NR-16.

� INSTRUÇÃO NORMATIVA N.º 19, de 27/09/00 - Dispõe sobre os procedimentos da fiscalização das condiçõesdo trabalho, segurança e saúde de vida a bordo, conforme o disciplinado na Portaria nº 210, de 30 de abril de1999 e nas Resoluções Normativas nº 31/98; 46/00 e 48/00 do Conselho Nacional de Imigração- CNIg.

� PORTARIA Nº 30, de 13/12/00 - Altera dispositivos da NR-18.

� PORTARIA N.º 33, de 26/12/00 - Dispõe sobre a NR-22.

� PORTARIA N.º 35, de 26/12/00 - Define os códigos de normas e infrações para os subitens da NR-22, quepassam a integrar o Anexo II da NR-28.

� PORTARIA Nº 8, de 21/02/01 - Define os códigos de norma e infrações para os subitens da NR-18.

� PORTARIA N.° 16, de 10/05/01 - Altera a NR-5 e dá outras providências.

� PORTARIA N.° 23, de 09/10/01 - Altera o item 8.2 da NR-8.

� PORTARIA N.° 25, de 15/10/01 - Altera a NR-6 e dá outras providências.

� PORTARIA Nº 30, de 20/12/01 - Altera a redação do item 18.15 - Andaimes, da NR-18.

� PORTARIA N.º 31, de 20/12/01 - “Define os códigos de normas e infrações para os itens e subitens da NR-06, quepassam a integrar o Anexo II da Norma Regulamentadora n.º 28 - Fiscalização e Penalidades”.

� PORTARIA N.º 34, de 20/12/01 - Publica protocolo visando determinar os procedimentos para a utilização de

indicador biológico de exposição ocupacional ao Benzeno.

� DECRETO Nº 4.085, de 15/01/02 - Promulga a Convenção nº 174 da OIT e a Recomendação n.º 181 sobrea Prevenção de Acidentes Industriais Maiores.

� PORTARIA Nº 1, de 17/01/02 - Define código de normas e infraçõe para os subitens da NR-18, os quaispassam a integrar o Anexo II da NR-28.

� PORTARIA Nº 13, de 9/07/02 - Altera parcialmente a redação da NR-18.

� PORTARIA N.º 17, de 12/07/02 - Altera a NR-29.

� PORTARIA N.º 18, de 12/07/02 - Inclui na NR-28 as infrações e códigos para os novos subitens da NR-29.

� PORTARIA N.º 27, de 01/10/02 - Altera a redação dos itens da NR-22.

� PORTARIA N.º 34, de 04/12/02 - Aprova a NR-30, Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário e cria aComissão Permanente Nacional do Setor Aquaviário - CPNA.

� PORTARIA N.° 56, de 17/09/03 - Aprova e inclui na NR-11 o Regulamento Técnico de Procedimentos sobreMovimentação e Armazenagem de Chapas de Mármore, Granito e Outras Rochas.

� PORTARIA N.º 63, de 02/12/03 - Compatibilização do subitem 22.36.12.1 ao subitem 5.35 da NR-05.

� PORTARIA N.º 70, de 12/03/04 - Atualiza o Anexo II da NR-28, em virtude da inserção do RegulamentoTécnico de Procedimentos sobre Movimentação e Armazenamento de Chapas de Mármore, Granito e OutrasRocha, na NR-11.

� PORTARIA N.º 82, 01/07/04 - Altera a redação do item 11.2.5 e revoga o item 11.2.6 da NR-11.

� PORTARIA N.º 94, de 17/08/04 - Inclui na NR-28 os códigos de infrações da NR-30.

� PORTARIA N.º 99, de 19/10/04 - Proibi o processo de trabalho de jateamento que utilize areia seca ou úmidacomo abrasivo.

� PORTARIA Nº 598, de 7/12/04 - Dá nova redação a NR-10, que trata de Instalações e Serviços emEletricidade, e dá outras providências.

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� PORTARIA Nº 108, de 30/11/04 - Incluir a alínea c no item H.3 do Anexo I da NR-6.

� PORTARIA Nº 111, de 16/12/04 - Aprova o modelo de credencial dos Agentes de Higiene e Segurança noTrabalho e dá outras providências.

� PORTARIA Nº 114, de 17/01/05 - Altera a redação dos itens 18.14.24 e 18.18, inclui o Anexo 111 e inseretermos no Glossário da Norma Regulamentadora 18.

� PORTARIA Nº 86, de 03/0305 - Aprova a Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho naAgricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aqüicultura.

� PORTARIA N.º 118, de 14/03/05 - Prorroga prazo de adequação de redimensionamento para empresasreclassificadas no Grau de Risco.

� PORTARIA Nº 127, de 16/06/05 - Inclui no Anexo II da NR-28 os códigos de ementa e as respectivasinfrações para os subitens da NR-31.

� PORTARIA Nº 485, de 11/11/05 - Aprova a Norma Regulamentadora 32 (Segurança e Saúde no Trabalho emEstabelecimentos de Saúde).

� Portaria MTE 62, de 05/05/06 - Altera o prazo para cumprimento da obrigação de que trata o item 10.2.9.2da NR-10, previsto no Anexo IV da Portaria MTE 598, de 07/12/04.

� Portaria MTE 157, de 10/04/06 - Altera a redação da NR-18.

� Portaria MTE 158, de 10/04/06 - Altera a redação da NR-29.

� Portaria MTE 160, de 19/04/06 - Inclui no Anexo II da NR-28 o código de ementa e respectiva infraçãopara o item 7 no título “Sílica Livre Cristalizada” do anexo 12 da NR-15.

� Portaria MTE 165, de 30/05/06 - Inclui no “Ementário - Elementos para lavratura de autos de infração” asementas referentes à NR-30.

� Portaria MTE 166, de 30/05/06 - Inclui no Anexo II da NR-28 os códigos de ementa e as respectivasinfrações para os subitens da NR-32.

� Portaria MTE 167, de 30/05/06 - Inclui no “Ementário - Elementos para lavratura de autos de infração” asementas referentes à Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde- NR 32.

� Portaria MTE 169, de 14/07/06 - Suspende o prazo de adequação de redimensionamento para empresasreclassificadas no Grau de Risco.

� Portaria MTE 177, de 21/09/06 - Inclui no “Ementário - Elementos para lavratura de autos de infração” asementas referentes à Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário - NR 29.

� Portaria MTE 178, de 21/09/06 - Inclui no Anexo II da NR-28 os códigos de ementa e as respectivasinfrações para os subitens da NR-29.

� Portaria MTE 191, de 04/12/06 - Inclui o subitem E.2 no anexo I da NR- 6

� Portaria MTE 194, de 22/12/06 - Altera o item 6.9.1 “c” da NR-6, aprovada pela Portaria TEM 25, de 2001.

� Portaria MTE 202, de 22/12/06 - Aprova a Norma Regulamentadora 33 (NR-33), que trata de Segurançae Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados.

� Portaria MTE 07, de 30/03/07 - Aprova o Anexo I da NR-19 – Segurança e Saúde na Indústria e Comérciode Fogos de Artifício e outros Artefatos Pirotécnicos.

� Portaria MTE 08, de 30/03/07 - Aprova o Anexo I da NR-17 – Trabalho dos Operadores de Checkout.

� Portaria MTE 09, de 30/03/07 - Aprova o Anexo II da NR-17 – Trabalho em Teleatendimento/Telemarketing.

� Portaria MTE 12, de 31/05/07 - Altera a redação da NR-30. Retificação (DOU de 08/06/07).

� Portaria MTE 13, de 21/06/07 - Altera o Anexo I da NR-17 – Trabalho dos Operadores de Checkout.

� Portaria MTE 14, de 21/06/07 - Altera os Quadros II e III da NR-5.

� Portaria MTE 15, de 03/07/07 - Aprova o Anexo I e altera a redação do item 18.14.19 da NR-18.

� Portaria MTE 17, de 01/08/07 - Altera a redação da NR-4.

� Nota Técnica Nº 28, de 2007 - Dimensionamento do Serviço Especializado em Engenharia de Segurançae Medicina do Trabalho - SESMT em função da CNAE 2.0

� Portaria MTE 36, de 29/01/2008 - Aprova o Anexo I da NR-30 - Pesca Comercial e Industrial.

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LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR

LEI Nº 6.514, DE 22 DE DEZEMBRO DE 1977

Altera o Capítulo V do Titulo II da Consolidação dasLeis do Trabalho, relativo a segurança e medicina dotrabalho e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art . 1º O Capítulo V do Titulo II da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maiode 1943, passa a vigorar com a seguinte redação:

CAPÍTULO V

DA SEGURANÇA E DA MEDICINA DO TRABALHO

SEÇÃO IDisposições Gerais

Art.154 A observância, em todos os locais de trabalho, do disposto neste Capitulo, não desobriga as empresas documprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ouregulamentos sanitários dos Estados ou Municípios em que se situem os respectivos estabelecimentos, bemcomo daquelas oriundas de convenções coletivas de trabalho.

Art.155 Incumbe ao órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho:

I - estabelecer, nos limites de sua competência, normas sobre a aplicação dos preceitos deste Capítulo,especialmente os referidos no art. 200;

II - coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e as demais atividades relacionadas com asegurança e a medicina do trabalho em todo o território nacional, inclusive a Campanha Nacional dePrevenção de Acidentes do Trabalho;

III -conhecer, em última instância, dos recursos, voluntários ou de ofício, das decisões proferidas pelosDelegados Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e medicina do trabalho.

Art.156 Compete especialmente às Delegacias Regionais do Trabalho, nos limites de sua jurisdição:

I - promover a fiscalização do cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho;

II - adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtude das disposições deste Capítulo, determinando asobras e reparos que, em qualquer local de trabalho, se façam necessárias;

III -impor as penalidades cabíveis por descumprimento das normas constantes deste Capítulo, nos termosdo art. 201.

Art.157 Cabe às empresas:

I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;

II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitaracidentes do trabalho ou doenças ocupacionais;

III -adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente;

IV -facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.

Art.158 Cabe aos empregados:

I - observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que trata o item IIdo artigo anterior;

Il - colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo.

Parágrafo único - Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada:

a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do artigo anterior;

b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa.

Art.159 Mediante convênio autorizado pelo Ministro do Trabalho, poderão ser delegadas a outros órgãos federais, estaduaisou municipais atribuições de fiscalização ou orientação às empresas quanto ao cumprimento das disposiçõesconstantes deste Capítulo.

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SEÇÃO II

Da Inspeção Prévia e do Embargo ou Interdição

Art.160 Nenhum estabelecimento poderá iniciar suas atividades sem prévia inspeção e aprovação das respectivasinstalações pela autoridade regional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho.

§ 1º Nova inspeção deverá ser feita quando ocorrer modificação substancial nas instalações, inclusiveequipamentos, que a empresa fica obrigada a comunicar, prontamente, à Delegacia Regional do Trabalho.

§ 2º É facultado às empresas solicitar prévia aprovação, pela Delegacia Regional do Trabalho, dos projetos deconstrução e respectivas instalações.

Art.161 O Delegado Regional do Trabalho, à vista do laudo técnico do serviço competente que demonstre grave eiminente risco para o trabalhador, poderá interditar estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento,ou embargar obra, indicando na decisão, tomada com a brevidade que a ocorrência exigir, as providências quedeverão ser adotadas para prevenção de infortúnios de trabalho.

§ 1º As autoridades federais, estaduais e municipais darão imediato apoio às medidas determinadas peloDelegado Regional do Trabalho.

§ 2º A interdição ou embargo poderão ser requeridos pelo serviço competente da Delegacia Regional doTrabalho e, ainda, por agente da inspeção do trabalho ou por entidade sindical.

§ 3º Da decisão do Delegado Regional do Trabalho poderão os interessados recorrer, no prazo de 10 (dez) dias,para o órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho, ao qual seráfacultado dar efeito suspensivo ao recurso.

§ 4º Responderá por desobediência, além das medidas penais cabíveis, quem, após determinada a interdiçãoou embargo, ordenar ou permitir o funcionamento do estabelecimento ou de um dos seus setores, autilização de máquina ou equipamento, ou o prosseguimento de obra, se, em conseqüência, resultaremdanos a terceiros.

§ 5º O Delegado Regional do Trabalho, independente de recurso, e após laudo técnico do serviço competente,poderá levantar a interdição.

§ 6º Durante a paralização dos serviços, em decorrência da interdição ou embargo, os empregados receberãoos salários como se estivessem em efetivo exercício.

SEÇÃO III

Dos Orgãos de Segurança e de Medicina do Trabalho nas Empresas

Art.162 As empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, estarão obrigadas a manterserviços especializados em segurança e em medicina do trabalho.

Parágrafo único - As normas a que se refere este artigo estabelecerão:

a) classificação das empresas segundo o número de empregados e a natureza do risco de suas atividades;

b) o numero mínimo de profissionais especializados exigido de cada empresa, segundo o grupo em que seclassifique, na forma da alínea anterior;

c) a qualificação exigida para os profissionais em questão e o seu regime de trabalho;

d) as demais características e atribuições dos serviços especializados em segurança e em medicina dotrabalho, nas empresas.

Art.163 Será obrigatória a constituição de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), de conformidade cominstruções expedidas pelo Ministério do Trabalho, nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especificadas.

Parágrafo único - O Ministério do Trabalho regulamentará as atribuições, a composição e o funcionamento dasCIPA (s).

Art.164 Cada CIPA será composta de representantes da empresa e dos empregados, de acordo com os critérios quevierem a ser adotados na regulamentação de que trata o parágrafo único do artigo anterior.

§ 1º Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por eles designados.

§ 2º Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto, do qualparticipem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados.

§ 3º O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de 1 (um) ano, permitida uma reeleição.

§ 4º O disposto no parágrafo anterior não se aplicará ao membro suplente que, durante o seu mandato, tenhaparticipado de menos da metade do número de reuniões da CIPA.

§ 5º O empregador designará, anualmente, dentre os seus representantes, o Presidente da CIPA e os empregadoselegerão, dentre eles, o Vice-Presidente.

Art.165 Os titulares da representação dos empregados nas CIPA (s) não poderão sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro.

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Parágrafo único - Ocorrendo a despedida, caberá ao empregador, em caso de reclamação à Justiça do Trabalho,comprovar a existência de qualquer dos motivos mencionados neste artigo, sob pena de ser condenado areintegrar o empregado.

SEÇÃO IV

Do Equipamento de Proteção Individual

Art.166 A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequadoao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral nãoofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados.

Art.167 O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovaçãodo Ministério do Trabalho.

SEÇÃO V

Das Medidas Preventivas de Medicina do Trabalho

Art.168 Será obrigatório exame médico, por conta do empregador, nas condições estabelecidas neste artigo e nasinstruções complementares a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho: *

I - na admissão;

II - na demissão;

III -periodicamente.

§ 1º O Ministério do Trabalho baixará instruções relativas aos casos em que serão exigíveis exames:

a) por ocasião da demissão;

b) complementares.

§ 2º Outros exames complementares poderão ser exigidos, a critério médico, para apuração da capacidade ouaptidão física e mental do empregado para a função que deva exercer.

§ 3º O Ministério do Trabalho estabelecerá, de acordo com o risco da atividade e o tempo de exposição, aperiodicidade dos exames médicos.

§ 4º O empregador manterá, no estabelecimento, o material necessário à prestação de primeiros socorrosmédicos, de acordo com o risco de atividade.

§ 5º O resultado dos exames médicos, inclusive o exame complementar, será comunicado ao trabalhador,observados os preceitos de ética médica.

Art.169 Será obrigatória a notificação das doenças profissionais e das produzidas em virtude de condições especiais de trabalho,comprovadas ou objeto de suspeita, de conformidade com as instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho.

SEÇÃ VI

Das Edificações

Art.170 As edificações deverão obedecer aos requisitos técnicos que garantam perfeita segurança aos que nelastrabalhem.

Art.171 Os locais de trabalho deverão ter, no mínimo, 3 (três) metros de pé-direito, assim considerada a altura livre dopiso ao teto.

Parágrafo único - Poderá ser reduzido esse mínimo desde que atendidas as condições de iluminação e confortotérmico compatíveis com a natureza do trabalho, sujeitando-se tal redução ao controle do órgão competente emmatéria de segurança e medicina do trabalho.

Art.172 0s pisos dos locais de trabalho não deverão apresentar saliências nem depressões que prejudiquem a circulaçãode pessoas ou a movimentação de materiais.

Art.173 As aberturas nos pisos e paredes serão protegidas de forma que impeçam a queda de pessoas ou de objetos.

Art.174 As paredes, escadas, rampas de acesso, passarelas, pisos, corredores, coberturas e passagens dos locais detrabalho deverão obedecer às condições de segurança e de higiene do trabalho estabelecidas pelo Ministério doTrabalho e manter-se em perfeito estado de conservação e limpeza.

SEÇÃO VII

Da Iluminação

Art.175 Em todos os locais de trabalho deverá haver iluminação adequada, natural ou artificial, apropriada à natureza daatividade.

§ 1º A iluminação deverá ser uniformemente distribuída, geral e difusa, a fim de evitar ofuscamento, reflexosincômodos, sombras e contrastes excessivos.

* Art. 168 com redação dada pela Lei 7.855/89.

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§ 2º O Ministério do Trabalho estabelecerá os níveis mínimos de iluminamento a serem observados.

SEÇÃO VIII

Do Conforto Térmico

Art.176 Os locais de trabalho deverão ter ventilação natural, compatível com o serviço realizado.

Parágrafo único - A ventilação artificial será obrigatória sempre que a natural não preencha as condições deconforto térmico.

Art.177 Se as condições de ambiente se tornarem desconfortáveis, em virtude de instalações geradoras de frio ou decalor, será obrigatório o uso de vestimenta adequada para o trabalho em tais condições ou de capelas, anteparos,paredes duplas, isolamento térmico e recursos similares, de forma que os empregados fiquem protegidos contraas radiações térmicas.

Art.178 As condições de conforto térmico dos locais de trabalho devem ser mantidas dentro dos limites fixados peloMinistério do Trabalho.

SEÇÃO IX

Das Instalações Elétricas

Art.179 O Ministério do Trabalho disporá sobre as condições de segurança e as medidas especiais a serem observadasrelativamente a instalações elétricas, em qualquer das fases de produção, transmissão, distribuição ou consumode energia.

Art.180 Somente profissional qualificado poderá instalar, operar, inspecionar ou reparar instalações elétricas.

Art.181 Os que trabalharem em serviços de eletricidade ou instalações elétricas devem estar familiarizados com osmétodos de socorro a acidentados por choque elétrico.

SEÇÃO X

Da Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

Art.182 O Ministério do Trabalho estabelecerá normas sobre:

I - as precauções de segurança na movimentação de materiais nos locais de trabalho, os equipamentos aserem obrigatoriamente utilizados e as condições especiais a que estão sujeitas a operação e a manutençãodesses equipamentos, inclusive exigências de pessoal habilitado;

II - as exigências similares relativas ao manuseio e à armazenagem de materiais, inclusive quanto àscondições de segurança e higiene relativas aos recipientes e locais de armazenagem e os equipamentosde proteção individual;

III - a obrigatoriedade de indicação de carga máxima permitida nos equipamentos de transporte, dos avisosde proibição de fumar e de advertência quanto à natureza perigosa ou nociva à saúde das substânciasem movimentação ou em depósito, bem como das recomendações de primeiros socorros e de atendinentomédico e símbolo de perigo, segundo padronização internacional, nos rótulos dos materiais ou substânciasarmazenados ou transportados.

Parágrafo único - As disposições relativas ao transporte de materiais aplicam-se, também, no que couber, aotransporte de pessoas nos locais de trabalho.

Art.183 As pessoas que trabalharem na movimentação de materiais deverão estar familiarizados com os métodosraciocinais de levantamento de cargas.

SEÇÃO XI

Das Máquinas e Equipamentos

Art.184 As máquinas e os equipamentos deverão ser dotados de dispositivos de partida e parada e outros que se fizeremnecessários para a prevenção de acidentes do trabalho, especialmente quanto ao risco de acionamento acidental.

Parágrafo único - É proibida a fabricação, a importação, a venda, a locação e o uso de máquinas e equipamentosque não atendam ao disposto neste artigo.

Art.185 Os reparos, limpeza e ajustes somente poderão ser executados com as máquinas paradas, salvo se o movimentofor indispensável à realização do ajuste.

Art.186 O Ministério do Trabalho estabelecerá normas adicionais sobre proteção e medidas de segurança na operação demáquinas e equipamentos, especialmente quanto à proteção das partes móveis, distância entre estas, vias deacesso às máquinas e equipamentos de grandes dimensões, emprego de ferramentas, sua adequação e medidasde proteção exigidas quando motorizadas ou elétricas.

SEÇÃO XII

Das Caldeiras, Fornos e Recipientes sob Pressão

Art.187 As caldeiras, equipamentos e recipientes em geral que operam sob pressão deverão dispor de válvula e

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outros dispositivos de segurança, que evitem seja ultrapassada a pressão interna de trabalho compatívelcom a sua resistência.

Parágrafo único - O Ministério do Trabalho expedirá normas complementares quanto à segurança das caldeiras,fornos e recipientes sob pressão, especialmente quanto ao revestimento interno, à localização, à ventilação doslocais e outros meios de eliminação de gases ou vapores prejudiciais à saúde, e demais instalações ouequipamentos necessários à execução segura das tarefas de cada empregado.

Art.188 As caldeiras serão periodicamente submetidas a inspeções de segurança, por engenheiro ou empresa especializada,inscritos no Ministério do Trabalho, de conformidade com as instruções que, para esse fim, forem expedidas.

§ 1º Toda caldeira será acompanhada de “Prontuário”, com documentação original do fabricante, abrangendo, nomínimo: especificação técnica, desenhos, detalhes, provas e testes realizados durante a fabricação e amontagem, características funcionais e a pressão máxima de trabalho permitida (PMTP), esta últimaindicada, em local visível, na própria caldeira.

§ 2º O proprietário da caldeira deverá organizar, manter atualizado e apresentar, quando exigido pela autoridadecompetente, o Registro de Segurança, no qual serão anotadas, sistematicamente, as indicações dasprovas efetuadas, inspeções, reparos e quaisquer outras ocorrências.

§ 3º Os projetos de instalação de caldeiras, fornos e recipientes sob pressão deverão ser submetidos àaprovação prévia do órgão regional competente em matéria de segurança do trabalho.

SEÇÃO XIII

Das Atividades Insalubres ou Perigosas

Art.189 Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos detrabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razãoda natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.

Art.190 O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações insalubres e adotará normas sobre oscritérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância aos agentes agressivos, meios de proteçãoe o tempo máximo de exposição do empregado a esses agentes.

Parágrafo único - As normas referidas neste artigo incluirão medidas de proteção do organismo do trabalhador nasoperações que produzem aerodispersóides tóxicos, irritantes, alérgicos ou incômodos.

Art.191 A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá:

I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância;

II - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam a intensidade doagente agressivo a limites de tolerância.

Parágrafo único - Caberá às Delegacias Regionais do Trabalho, comprovada a insalubridade, notificar asempresas, estipulando prazos para sua eliminação ou neutralização, na forma deste artigo.

Art.192 O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério doTrabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento)e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo.

Art.193 São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério doTrabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveisou explosivos em condições de risco acentuado.

§ 1º O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobreo salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.

§ 2º O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido.

Art.194 O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco à suasaúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho.

Art.195 A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério doTrabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados noMinistério do Trabalho.

§ 1º É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas requererem aoMinistério do Trabalho a realização de perícia em estabelecimento ou setor deste, com o objetivo decaracterizar e classificar ou delimitar as atividades insalubres ou perigosas.

§ 2º Argüida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por Sindicato em favor de grupode associado, o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver, requisitaráperícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho.

§ 3º O disposto nos parágrafos anteriores não prejudica a ação fiscalizadora do Ministério do Trabalho, nem arealização ex officio da perícia.

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Art.196 Os efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em condições de insalubridade ou periculosidade serão devidos acontar da data da inclusão da respectiva atividade nos quadros aprovados pelo Ministro do Trabalho, respeitadasas normas do artigo 11.

Art.197 Os materiais e substâncias empregados, manipulados ou transportados nos locais de trabalho, quando perigososou nocivos à saúde, devem conter, no rótulo, sua composição, recomendações de socorro imediato e o símbolode perigo correspondente, segundo a padronização internacional.

Parágrafo único - Os estabelecimentos que mantenham as atividades previstas neste artigo afixarão, nossetores de trabalho atingidas, avisos ou cartazes, com advertência quanto aos materiais e substâncias perigososou nocivos à saúde.

SEÇÃO XIV

Da Prevenção da Fadiga

Art.198 É de 60 kg (sessenta quilogramas) o peso máximo que um empregado pode remover individualmente, ressalvadasas disposições especiais relativas ao trabalho do menor e da mulher.

Parágrafo único - Não está compreendida na proibição deste artigo a remoção de material feita por impulsão outração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou quaisquer outros aparelhos mecânicos, podendo o Ministériodo Trabalho, em tais casos, fixar limites diversos, que evitem sejam exigidos do empregado serviços superioresàs suas forças.

Art.199 Será obrigatória a colocação de assentos que assegurem postura correta ao trabalhador, capazes de evitarposições incômodas ou forçadas, sempre que a execução da tarefa exija que trabalhe sentado.

Parágrafo único - Quando o trabalho deva ser executado de pé, os empregados terão à sua disposição assentospara serem utilizados nas pausas que o serviço permitir.

SEÇÃO XV

Das Outras Medidas Especiais de Proteção

Art.200 Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições complementares às normas de que trata este Capítulo,tendo em vista as peculiaridades de cada atividade ou setor de trabalho, especialmente sobre:

I - medidas de prevenção de acidentes e os equipamentos de proteção individual em obras de construção,demolição ou reparos;

II - depósitos, armazenagem e manuseio de combustíveis, inflamáveis e explosivos, bem como trânsito epermanência nas áreas respectivas;

III - trabalho em escavações, túneis, galerias, minas e pedreiras, sobretudo quanto à prevenção de explosões,incêndios, desmoronamentos e soterramentos, eliminação de poeiras, gases, etc. e facilidades de rápidasaída dos empregados;

IV - proteção contra incêndio em geral e as medidas preventivas adequadas, com exigências ao especialrevestimento de portas e paredes, construção de paredes contra-fogo, diques e outros anteparos, assimcomo garantia geral de fácil circulação, corredores de acesso e saídas amplas e protegidas, comsuficiente sinalização;

V - proteção contra insolação, calor, frio, umidade e ventos, sobretudo no trabalho a céu aberto, comprovisão, quanto a este, de água potável, alojamento profilaxia de endemias;

VI - proteção do trabalhador exposto a substâncias químicas nocivas, radiações ionizantes e não ionizantes,ruídos, vibrações e trepidações ou pressões anormais ao ambiente de trabalho, com especificação dasmedidas cabíveis para eliminação ou atenuação desses efeitos limites máximos quanto ao tempo deexposição, à intensidade da ação ou de seus efeitos sobre o organismo do trabalhador, exames médicosobrigatórios, limites de idade controle permanente dos locais de trabalho e das demais exigências que sefaçam necessárias;

VII - higiene nos locais de trabalho, com discriminação das exigências, instalações sanitárias, com separaçãode sexos, chuveiros, lavatórios, vestiários e armários individuais, refeitórios ou condições de confortopor ocasião das refeições, fornecimento de água potável, condições de limpeza dos locais de trabalho emodo de sua execução, tratamento de resíduos industriais;

VIII - emprego das cores nos locais de trabalho, inclusive nas sinalizações de perigo.

Parágrafo único - Tratando-se de radiações ionizantes e explosivos, as normas a que se referem este artigo serãoexpedidas de acordo com as resoluções a respeito adotadas pelo órgão técnico.

SEÇÃO XVI

Das Penalidades

Art.201 As infrações ao disposto neste Capítulo relativas à medicina do trabalho serão punidas com multa de 3 (três) a30 (trinta) vezes o valor de referência previsto no artigo 2º, parágrafo único, da Lei nº 6.205, de 29 de abril de 1975,e as concernentes à segurança do trabalho com multa de 5 (cinco) a 50 (cinqüenta) vezes o mesmo valor.

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Parágrafo único - Em caso de reincidência, embaraço ou resistência à fiscalização, emprego de artifício ousimulação com o objetivo de fraudar a lei, a multa será aplicada em seu valor máximo.”

Art.2º A retroação dos efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em condições de insalubridade ou periculosidade, deque trata o artigo 196 da Consolidação das Leis do Trabalho, com a nova redação dada por esta Lei, terá comolimite a data da vigência desta Lei, enquanto não decorridos 2 (dois) anos da sua vigência. 1

Art.3º As disposições contidas nesta Lei aplicam-se, no que couber, aos trabalhadores avulsos, as entidades ouempresas que lhes tomem o serviço e aos sindicatos representativos das respectivas categorias profissionais.

§ 1º Ao Delegado de Trabalho Marítimo ou ao Delegado Regional do Trabalho, conforme o caso, caberápromover a fiscalização do cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho em relação aotrabalhador avulso, adotando as medidas necessárias inclusive as previstas na Seção II, do Capítulo V, doTítulo II da Consolidação das Leis do Trabalho, com a redação que lhe for conferida pela presente Lei.

§ 2º Os exames de que tratam os §§ 1º e 3º do art. 168 da Consolidação das Leis do Trabalho, com a redaçãodesta Lei, ficarão a cargo do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social - INAMPS, oudos serviços médicos das entidades sindicais correspondentes.

Art.4º O Ministro do Trabalho relacionará o artigos do Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, cujaaplicação será fiscalizada exclusivamente por engenheiros de segurança e médicos do trabalho.

Art.5º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogados os artigos 202 a 223 da Consolidação dasLeis do Trabalho; a Lei nº 2.573, de 15 de agosto de 1955; o Decreto-lei nº 389, de 26 de dezembro de 1968 edemais disposições em contrário.

ERNESTO GEISEL

PORTARIA N.º 3.214 , DE 08 DE JUNHO DE 19782

Aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do CapítuloV, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho,relativas a Segurança e Medicina do Trabalho.

O Ministro de Estado do Trabalho, no uso de suas atribuições legais, considerando o disposto no art. 200, da consolidaçãodas Leis do Trabalho, com redação dada pela Lei n.º 6.514, de 22 de dezembro de 1977, resolve:

Art. 1º Aprovar as Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho,relativas à Segurança e Medicina do Trabalho:

NORMAS REGULAMENTADORAS

NR-1 - Disposições Gerais

NR-2 - Inspeção Prévia

NR-3 - Embargo e Interdição

NR-4 - Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT

NR-5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

NR-6 - Equipamento de Proteção Individual - EPI

NR-7 - Exames Médicos

NR-8 - Edificações

NR-9 - Riscos Ambientais

NR-10 -Segurança em Instalações e Serviços de Eletricidade3

NR-11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

NR-12 -Máquinas e Equipamentos

NR-13 -Vasos Sob Pressão

NR-14 -Fornos

NR-15 -Atividades e Operações Insalubre

NR-16 -Atividades e Operações Perigosas

NR-17 -Ergonomia

1 O Art. 11 da consolidação das Leis do Trabalho e o art. 7º, XXIX, da Constituição Federal, mencionam o prazo de cincoanos quanto a créditos resultantes das relações de trabalho para os trabalhadores urbanos e rurais.

2 DOU de 06/07/78 (Suplemento)3 Redação dada pela Portaria nº 598, de 07/12/04. DOU de 08/12/04.

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NR-18 -Obras de Construção, Demolição, e Reparos

NR-19 -Explosivos

NR-20 -Combustíveis Líquidos e Inflamáveis

NR-21 -Trabalhos a Céu Aberto

NR-22- Trabalhos Subterrâneos

NR-23 -Proteção Contra Incêndios

NR-24 -Condições Sanitárias dos Locais de Trabalho

NR-25 -Resíduos Industriais

NR-26 -Sinalização de Segurança

NR-27 -Registro de Profissionais

NR-28 -Fiscalização e Penalidades

NR-29 -Segurança e Saúde no Trabalho Portuário1

NR-30 -Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário2

NR-31 -Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Arqüicultura3

NR-32 -Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde4

NR-33 -Segurança e Saúde em Espaços Confinados5

Art. 2º As alterações posteriores, decorrentes da experiência e necessidade, serão baixadas pela Secretaria de Segurançae Medicina do Trabalho.6

Art. 3º Ficam revogadas as Portarias MTIC 31, de 06/04/54; 34, de 08/04/54; 30, de 07/02/58; 73, de 02/05/59; 1, de 05/01/60; 49, de 08/04/60; Portarias MTPS 46, de 19/02/62; 133, de 30/04/62; 1.032, de 11/11/64; 607, de 26/10/65; 491,de 10/09/65; 608, de 26/10/65; Portarias MTb-3.442, de 23/12/74; 3.460 de 31/12/75; 3.456, de 03/08/77; Portarias- DNSHT 16, de 21/06/66; 6, de 26/01/67; 26, de 26/09/67; 8, de 07/05/68; 9, de 09/05/68; 20, de 06/05/70; 13, de26/06/12; 15, de 18/08/72; 18, de 02/07/74; Portaria SRT 7, de 18/03/76 e demais disposições em contrário.

Art. 4º As dúvidas suscitadas e os casos omissos serão decididos pela Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho.7

Art. 5º Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação.

ARNALDO PRIETO

1 Redação dada pela Portaria nº 158, de 10/04/2006. DOU de 17/04/2006.2 Redação dada pela Portaria nº 34, de 04/12/2002. DOU de 09/12/2002.3 Redação dada pela Portaria nº 86, de 03/03/2005. DOU de 04/03/2005.4 Redação dada pela Portaria nº 485, de 11/11/2005. DOU de 16/11/2005.5 Redação dada pela Portaria nº 202, de 22/12/2006. DOU de 27/12/2006.6 Art. 2º Revigorado pela Portaria nº 3.144, de 02/05/1989.7 Art. 2º Revigorado pela Portaria nº 3.144, de 02/05/1989.

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 17

PORTARIA N.º 2, DE 2 FEVEREIRO DE 1979

O Secretário de Segurança e Medicina do Trabalho, no exercício de suas atribuições, e de conformidade com o permissivocontido no artigo 2º da Portaria Ministerial – MTb n.º 3.214, de 8 de junho de 1978, RESOLVE:

Art. 1º O anexo 1 da Norma Regulamentadora NR – 16 passa a vigorar com a seguinte redação:

Art. 2º Acrescente-se ao subitem 19.1.2 da Norma Regulamentadora NR-19 as alíneas “l” e “m” com a seguinte redação:

Art. 3º No que tange à fabricação, embalagem, comércio, transporte e depósitos de explosivos, objeto das NR-16 e 19,para os casos omissos e dúvidas suscitadas será observado, subsidiariamente, no que couber, o disposto noDecreto n.º 1.246, de 11 de dezembro de 1936, que aprovou o Regulamento (R.105), SFIDT-M-Ex, com novaredação dada pelo Decreto 55.649, de 28 de janeiro de 1965 em consonância com o que dispõe o PARÁGRAFOÚNICO do artigo 200 da Lei n.º 6.514, de dezembro de 1977.

Art. 4º Esta Portaria entraria em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 30 de Janeiro de 1979.

ROBERTO RAPHAEL WEBER

PORTARIA N.º 12, DE 12 DE NOVEMBRO DE 1979

O Secretário de Segurança e Medicina do Trabalho, no exercício de suas atribuições e de conformidade com o permissivocontido no Artigo 2º da Portaria Ministerial - MTb n.º 3.214, de 08 de junho de 1978, RESOLVE:

Art. 1º Aprovar o Anexo 14, AGENTES BIOLÓGICOS da Norma Regulamentadora 15 - NR 15, com a seguinte redação:

Parágrafo Único - Contato permanente com pacientes, animais ou material infecto-contagiante é o trabalho resultante daprestação de serviço contínuo e obrigatório, decorrente de exigência firmada no próprio contrato de trabalho, comexposição permanente aos agentes insalubres.

Art. 2º Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogando-se o Capítulo Agentes Biológicos do Anexo13 da NR-15 e demais disposições em contrário.

ROBERTO RAPHAEL WEBER

PORTARIA N.º 05, DE 09 DE FEVEREIRO DE 1983

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 2º daPortaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978, e,

CONSIDERANDO a complexidade do trabalho executado sob pressões hiperbáricas e o alto grau de risco que envolveessas operações;

CONSIDERANDO que a experiência mostrou a necessidade de adequação das instruções vigentes à evolução dosmétodos e ao avanço da tecnologia,

RESOLVE:

Art. 1º Alterar o ANEXO VI – Trabalho sob pressões hiperbáricas, da Norma Regulamentadora nº 15, aprovada pelaPortaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978, o qual passa a vigorar com a seguinte redação:

Art. 2º O Ministério do Trabalho constituirá Grupo de Trabalho composto pelos diversos órgãos e entidades envolvidoscom o trabalho sob pressões hiperbáricas para analisar e avaliar os resultados práticos da aplicação do Anexo VI.

Art. 3º As dúvidas suscitadas e os casos omissos serão dirimidos pela Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho.

Art. 4º Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

DAVID BOIANOVSKY

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Giovanni Moraes de Araújo18

PORTARIA N.º 06, DE 09 DE MARÇO DE 1983

O Secretário de Segurança e Medicina do Trabalho, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 2º da Portaria Ministerialn.º 3.214, de 08 de julho de 1978, considerando as disposições da Lei n.º 6.514, de 22 de dezembro de 1977, que alterouo capítulo V - título II, da Consolidação das Leis de Trabalho, e

Considerando que a exigência mostrou a necessidade de adequação das Normas Regulamentadoras vigentes à evoluçãodos métodos e ao avanço da tecnologia,

RESOLVE:

Art. 1º Alterar as Normas Regulamentadoras NR-1, N-2, NR-3 e NR-6, aprovadas pela Portaria 3.214, 08 de julho de1978, que passarão a vigorar com a redação dada por esta Portaria.

Art. 2º As duvidas suscitadas e os casos omissos serão resolvidos pela Secretaria de Segurança e Medicina doTrabalho.

Art. 3º Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

DAVID BOIANOVSKY

PORTARIA N.º 07, DE 15 DE MARÇO DE 1983

O Secretário de Segurança e Medicina do Trabalho, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 2º da Portaria Ministerialnº 3.214, de 08 de junho de 1978, e considerando as disposições da Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, que alterouo Capítulo V - Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho,

RESOLVE:

Art. 1º A Norma Regulamentadora - NR 28, aprovada pelo Portaria Ministerial nº 3.214, de 08 de junho de 1978, passaa vigorar com a seguinte redação:

Art. 2º As dúvidas suscitadas e os casos omissos, serão dirimidos pela Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho- SSMT, do MTb.

Art. 3º Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrario.

DAVID BOIANOVSKY

PORTARIA N.º 19, DE 26 DE JULHO DE 1983

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO, tendo em vista a Lei 6.514, de 22 de dezembro de 1977,que alterou o Capitulo V da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e no uso das atribuições que lhe são conferidas peloartigo 2º da Portaria Ministerial n.º 3.214 de 08 de junho de 1978 e, ainda, considerando:

a) que à Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho – SSMT, na qualidade de Órgão Nacional em matéria deSegurança e Medicina do Trabalho, compete coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização na área deSegurança e Medicina do Trabalho;

b) que às Delegacias Regionais do Trabalho – DRT e Delegacias do Trabalho Marítimo DTM, compete a execuçãoda fiscalização do trabalho, inclusive na área de Segurança e Medicina do Trabalho;

c) que a Portaria 07 de 15 de março de 1983, alterando a relação da NR 28, estabeleceu parâmetros na fixação deprazos e multas, para os casos de notificação e Autuação;

d) que, em função das dúvidas sobre o dispositivo legal, torna-se necessário disciplinar o que venha a serreincidência com relação à Segurança e Medicina do Trabalho;

e) que é necessário estabelecer alguns conceitos que possam orientar as DRT e DTM na aplicação das multas;

RESOLVE:

Art. 1º Considerar reincidência, para efeitos de aplicação das multas previstas no parágrafo único do artigo 201 da CLTe na NR 28, aprovada pela Portaria n.º 07/83, a repetida violação, de um mesmo item, subitem, inciso ou alíneade uma Norma Regulamentadora, dentro do espaço de dois anos.

Parágrafo Único – A reincidência será considerada em relação a cada um dos estabelecimentos mantidos pela empresainfratora.

Art. 2º Em caso de reincidência, a multa será aplicada de acordo com o disposto no Quadro II desta Portaria.

Art. 3º Dentro do prazo de dois anos, previsto no art. 1º desta Portaria, a multa prevista no Quadro II anexo será acrescidade 30 vr (Medicina do Trabalho) e 50 vr (Segurança do Trabalho) por reincidência, até atingir os valores máximosestabelecidos no parágrafo único do artigo 201 da CLT, com a alteração procedida pela Lei 6.986, de 13 de abril de 1982.

Art. 4º Em caso de embaraço ou resistência à fiscalização, emprego de artificio ou simulação, com o objetivo de fraudara lei, a multa aplicada será de 125 vr, correspondendo ao maior valor fixado no Quadro I desta Portaria.

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 19

Art. 5º O Quadro I, do Anexo II, da NR 28 aprovada pela Portaria n.º 07/83, passará a vigorar com novos valores,conforme Quadro I desta Portaria.

Art. 6º As dúvidas suscitadas e os casos omissos serão dirimidos pela SSMT.

Art. 7º A presente Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário e oQuadro I, do Anexo II, da NR 28.

DAVID BOIANOVSKY

PORTARIA N.º 24, DE 14 DE SETEMBRO DE 1983

O SECRETARIO DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 2º daPortaria n.º 3.214, de 08 de junho de 1978, e, considerando o estudo desenvolvido pelo Grupo de Trabalho instituído pelaPortaria Ministerial n.º 3.016, de 01/03/83; considerando que o acompanhamento da aplicação prática das disposiçõescontidas no Anexo VI, da NR 15, realizado pelo referido grupo, demonstrou a necessidade de adequação e alteraçãodaquele Anexo à realidade brasileira, resolve:

Art. 1º O ANEXO VI – TRABALHO SOB PRESSÕES HIPERBÁRICAS, da Norma Regulamentadora n.º 15, aprovada pelaPortaria n.º 3.214, de 08 de junho de 1978, com nova redação dada pela Portaria SSMT n.º 05, de 09 de fevereirode 1983, passará a vigorar com as alterações a seguir discriminadas:

Art. 2º As Empresas que operem em mergulho terão prazo de 1 (um) ano, a partir da data da publicação desta Portaria,para dotarem as câmaras hiperbáricas do equipamento previsto o inciso IX, alínea “b” do subitem 2.11.19.

Art. 3º As dúvidas suscitadas e os casos omissos serão dirimidos pela Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho.

Art. 4º Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

DAVID BOIANOVSKY

PORTARIA N.º 33, DE 27 DE OUTUBRO DE 1983

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 2º daPortaria n.º 3.214, de 08 de junho de 1978, considerando as disposições da Lei n.º 6.514; de 22 de dezembro de 1977 quealterou o Capítulo V – Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho; considerando que a experiência mostrou anecessidade de adequação das Normas Regulamentadoras vigentes á evolução dos métodos e ao avanço da tecnologia,resolve:

Art. 1º Alterar as Normas Regulamentadoras NR 4 e NR 5, aprovadas pela Portaria n.º 3.214, de 08 de junho de 1978,que passam a vigorar com redação dada por esta Portaria.

Art. 2º Os prazos (P) previstos no Quadro III e Anexo I e as infrações (I) previstas no Quadro II do Anexo II, da NR 28,aprovadas pela Portaria SSMT n.º 07, de 15 de março de 1983, referentes às NR 4 e NR 5, passam a vigorar comos valores estabelecidos nesta Portaria.

Art. 3º As dúvidas suscitadas e os casos omissos serão resolvidas pela Secretaria de Segurança e Medicina doTrabalho.

Art. 4º Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

DAVID BOIANOVSKY

PORTARIA Nº 34, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1983

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 22 daPortaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978, considerando as disposições da Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977 quealterou o Capítulo V - Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, considerando a necessidade de codificar asatividades de acordo com a Classificação Nacional das Atividades Econômicas - CNAE, visando adequá-las à codificaçãojá adotada pelo Sistema Nacional de Proteção do Trabalho; considerando a necessidade de retificar o Quadro II e o subitem4.2.4 da NR-4 e considerando, ainda, a necessidade de disciplinar o redimensionamento dos Serviços Especializados emEngenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, para as empresas cujas atividades foram reclassificadas em graude risco maior que o vigente na NR-4, da Portaria nº 3.214/78, RESOLVE:

Art. 1º Alterar os Quadros I e II da NR-4, aprovados pela Portaria SSMT 33, de 27 de outubro de 1983, que passam avigorar de acordo com o estabelecido nesta Portaria.

Art. 2º O subitem 4.2.4 da NR 4 aprovada pela Portaria 33, de 27 de outubro de 1983 passa a vigorar com a seguinteredação:

Art. 3º As empresas cujas atividades foram reclassificadas em grau de risco maior do que aquele constante da NR-4aprovada pela Portaria nº 3.214/78, terão 1 (um) ano de prazo, a partir da publicação desta Portaria, paraefetuarem o redimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina doTrabalho.

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Giovanni Moraes de Araújo20

Art. 4º As dúvidas suscitadas e os casos omissos serão dirimidos pela Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho.

Art. 5º Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

DAVID BOIANOVSKY

PORTARIA N.º 35, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1983

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇLA E MEDICINA DO TRABALHO, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 2º daPortaria n.º 3.214, de 08 de junho de 1978, considerando que, decorridos 8 (oito) meses de aplicação da NR 2, aprovadapela Portaria n.º 06, de 09 de março de 1983, a experiência mostrou a necessidade de adequadação da mesma NR 2 àrealidade brasileira; considerando que a inspeção prévia prevista no artigo 160 da CLT regulamentado pela NR 2 objetivaa prevenção de riscos ocupacionais que são gerados quando da elaboração do projeto, construção do estabelecimento einstalação de máquinas e equipamentos de produção; considerando que, para os estabelecimentos em funcionamento, averificação dos riscos ocupacionais passa a ser objeto das inspeções de rotina, incluindo os demais aspectos que, porocasião da inspeção prévia não poderiam ser constatados; considerando que a inspeção prévia somente atingirá seusobjetivos se for realizada antes da entrada em funcionamento do estabelecimento, resolve:

Art. 1º Alterar a NR 2 aprovada pela Portaria n.º 06, de 09 março de 1983, que passa a vigorar com a redação dada poresta Portaria.

Art. 2º Aos estabelecimentos já em funcionamento, quando da publicação desta Portaria, que não foram submetidos àinspeção prévia, devem ser aplicadas as demais disposições legais e regulamentares sobre segurança emedicina do trabalho, através de inspeções de rotina.

Art. 3º As dúvidas suscitada e os casos omissos serão dirimidos pela Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho.

Art. 4º Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogados a NR 2 aprovada pela Portaria n.º06/83, os prazos(P) e as infrações (I) referentes a NR 2, constantes da NR 28, aprovada pela Portaria n.º 07/83.

DAVID BOIANOVSKY

PORTARIA Nº 3.037, DE 13 DE FEVEREIRO DE 1984

O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO, no uso de suas atribuições legais, considerando o disposto no Parágrafo únicodo artigo 1º, da Lei nº 5.161, de 21 de outubro de 1966, com a redação que lhe deu a Lei nº 7.133, de 26 de outubro de 1983.

RESOLVE aprovar o modelo de credencial anexo, a ser expedido pelo Superintendente da Fundação Jorge DupratFigueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho - FUNDACEN-TRO, anualmente, a favor dos seus técnicos, que passama ter livre acesso aos recintos de trabalho, nas condições e para os fins previstos na Lei nº 7.133, de 26 de outubro de1983;

RESOLVE, ainda, determinar ao Superintendente da FUNDACENTRO que encaminhe à Secretaria de Segurança eMedicina do Trabalho, do Ministério do Trabalho, por ocasião da expedição de cada credencial, a comunicação respectiva,com indicação das razões do ato.

MURILLO MACÊDO

PORTARIA N.º 8, 07 DE MARÇO DE 1985

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA DE MEDICINA DO TRABALHO, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 2º daPortaria Ministerial n.º 3.214, de 08 de junho de 1978, considerando as disposições da lei n.º 6.514, de 22 de dezembro de1977, que alterou o Capítulo V - Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, e considerando o previsto no subitem28.3.2 da NR 28 alterada pela Portaria n.º 7 de 15 de março de 1983, RESOLVE:

Art. 1º Instituir o modelo de Termo de Notificação, a ser utilizado pelos Agentes da Inspeção do Trabalho na fiscalizaçãode Segurança e Medicina do Trabalho.

Art. 2º Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

DAVID BOIANOVSKY

LEI Nº 7.369, DE 20 DE SETEMBRO DE 1985

Institui salário adicional para os empregados no setorde energia elétrica, em condições de periculosidade.

O Presidente da República,

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1º O empregado que exerce atividade no setor de energia elétrica, em condições de periculosidade, tem direito a umaremuneração adicional de trinta por cento sobre o salário que perceber.

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 21

Art. 2º No prazo de noventa dias, o Poder Executivo regulamentará a presente lei, especificando as atividades que seexercem em condições de periculosidade.

Art. 3º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, em 20 de dezembro de 1985; 164º da Independência e 97º da República.

JOSÉ SARNEY

LEI N. 7.394 - DE 29 DE OUTUBRO DE 1985

Regula o exercício da Profissão de Técnico emRadiologia, e dá outras providências

O Presidente da República.

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Os preceitos desta Lei regulam o exercício da profissão de Técnico em radiologia, conceituando-se como tal todosos Operadores de Raios X que, profissionalmente, executam as técnicas:

I - radiológica, no setor de diagnóstico;

II - radioterápica, no setor de terapia;

III - radioisotópica, no setor de radioisótopos;

IV - industrial, no setor industrial;

V - de medicina nuclear.

Art. 2o São condições para o exercício da profissão de Técnico em Radiologia:

I - ser portador de certificado de conclusão de 1o e 2o Graus, ou equivalente, e possuir formação profissionalpor intermédio de Escola Técnica de Radiologia, com no mínimo de 3 (três) anos de duração;

II - possuir diploma de habilitação profissional, expedido por Escola Técnica de radiologia, registrado no órgãofederal (vetado).

Parágrafo único. (Vetado).

Art. 3o Toda entidade, seja de caráter público ou privado, que se propuser instituir Escola Técnica de Radiologia, deverásolicitar o reconhecimento prévio (vetado).

Art. 4o As Escolas Técnicas de Radiologia só poderão ser reconhecidas se apresentarem condições de instalaçãosatisfatórias e corpo docente de reconhecida idoneidade profissional, sob orientação de Físico Tecnológico,Médico Especialista e Técnico em Radiologia.

§ 1o Os programas serão elaborados pela autoridade federal competente e válidos para todo o TerritórioNacional, sendo sua adoção indispensável ao reconhecimento de tais cursos.

§ 2o Em nenhuma hipótese poderá ser matriculado candidato que não comprovar a conclusão de curso de nívelde 2o Grau ou equivalente.

§ 3o O ensino das disciplinas será ministrado em aulas teóricas, práticas e estágios a serem cumpridos, noúltimo ano do currículo escolar, de acordo com a especialidade escolhida pelo aluno.

Art. 5o Os centros de estágio serão constituídos pelos serviços de saúde e de pesquisa físicas, que ofereçam condiçõesessenciais à prática da profissão na especialidade requerida.

Art. 6o A admissão à 1a série da Escola Técnica de Radiologia dependerá:

I - do cumprimento do disposto no § 2o , do artigo 4o , desta Lei;

Art. 7o As Escolas Técnicas de radiologia existentes, ou a serem criadas, deverão remeter ao órgão competente(vetado), para fins de controle e fiscalização de registros, cópia da ata relativa aos exames finais, na qualconstem os nomes dos alunos aprovados e as médias respectivas.

Art. 8o Os diplomas expedidos por Escolas Técnicas de Radiologia, devidamente reconhecidos, têm âmbito nacional evalidade para o registro de que trata o inciso II, do artigo 2o , desta Lei.

Parágrafo único. Concedido o diploma, fica o técnico em Radiologia obrigado a registrá-lo, nos termos da Lei.

Art. 9o (Vetado).

Art.10º Os trabalhos de supervisão das aplicações de técnicas em radiologia, em seus respectivos setores, são decompetência do Técnico em radiologia.

Art.11º Ficam assegurados todos os direitos aos denominados Operadores de raios X, devidamente registrados no órgãocompetente (vetado), que adotarão a denominação referida no artigo 1o desta Lei.

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§ 1o Os profissionais que se acharem devidamente registrados na Divisão Nacional de Vigilância Sanitária deMedicamentos - DIMED, não possuidores do certificado de conclusão de curso em nível de 2o Grau,poderão matricular-se nas escolas criadas, na categoria de ouvinte, recebendo, ao terminar o curso,certificado de presença, observadas as exigências regulamentares das escolas de radiologia.

§ 2o Os dispositivos desta Lei aplicam-se, no que couber, aos auxiliares de Radiologia que trabalham comcâmara clara e escura.

Art.12º Ficam criados o Conselho Nacional e os Conselhos regionais de Técnicos em radiologia (vetado), que funcionarãonos mesmos moldes dos Conselhos Federal e Regionais de Medicina, obedecida igual sistemática para suaestrutura, e com as mesmas finalidades de seleção disciplinar e defesa da classe dos técnicos em Radiologia.

Art.13º (Vetado).

Art.14º A jornada de trabalho dos profissionais abrangidos por esta lei será de 24 (vinte e quatro) horas semanais(vetado).

Art.16º O salário mínimo dos profissionais, que executam as técnicas definidas no artigo 1o desta lei, será equivalentea 2 (dois) salários mínimos profissionais da região, incidindo sobre esses vencimentos 40% (quarenta por cento)de risco de vida e insalubridade.

Art.17º O Poder executivo regulamentará esta Lei no prazo de até 180 (cento e oitenta) dias.

Art.18º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art.19º revogam-se as disposições em contrário.

JOSÉ SARNEY - PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Almir Pazzianotto.

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 23

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LEI Nº 7.410, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1985

Dispõe sobre a especialização de Engenheiros eArquitetos em Engenharia de Segurança do Trabalho,a profissão de Técnico de Segurança do Trabalho e daoutras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º O exercício da especialização de Engenheiro de Segurança do Trabalho será permitido, exclusivamente:

I - ao Engenheiro ou Arquiteto, portador de certificado de conclusão de curso de especialização em Engenhariade Segurança do Trabalho, a ser ministrado no País, em nível de pós-graduação;

II - ao portador de certificado de curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, realizadoem caráter prioritário, pelo Ministério do Trabalho;

III - ao possuidor de registro de Engenheiro de Segurança do Trabalho, expedido pelo Ministério do Trabalho,até a data fixada na regulamentação da Lei.

Parágrafo único. O curso previsto no inciso I deste artigo terá o currículo fixado pelo Conselho Federal de Educação, porproposta do Ministério do Trabalho, e seu funcionamento determinará a extinção dos cursos de que trata o incisoII, na forma da regulamentação a ser expedida.

Art. 2º O exercício da profissão de Técnico de Segurança do Trabalho será permitido, exclusivamente:

I - ao portador de certificado de conclusão de curso de Técnico de Segurança do Trabalho, a ser ministradono País em estabelecimento de ensino de 2º grau;

II - ao portador de certificado de conclusão de curso de Supervisor de Segurança do Trabalho, realizado emcaráter prioritário pelo Ministério do Trabalho;

III - ao possuidor de registro de Supervisor de Segurança do Trabalho, expedido pelo Ministério do Trabalho,até a data fixada na regulamentação desta Lei.

Parágrafo único. O curso previsto no inciso I deste artigo terá o currículo fixado pelo Ministério da Educação, por propostado Ministério do Trabalho, e seu funcionamento determinará a extinção dos cursos de que trata o inciso II, naforma da regulamentação a ser expedida.

Art. 3º O exercício da atividade de Engenheiros e Arquitetos na especialização de Engenharia de Segurança do Trabalhodependerá de registro em Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, após a regulamentaçãodesta Lei, e o de Técnico de Segurança do Trabalho, após o registro no Ministério do Trabalho.

Art. 4º O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 120 (cento e vinte) dias, contados de sua publicação.

Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 6º Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, em 27 de novembro de 1985; 164º da Independência e 97º da República.

JOSÉ SARNEY

Almir Pazzianotto

DECRETO Nº 92.530, DE 09 DE ABRIL DE 1986

Regulamenta a Lei nº 7.410, de 27 de novembro de1985, que dispõe sobre a especialização deEngenheiros e Arquitetos em Engenharia de Segurançado Trabalho, a profissão de Técnico de Segurança doTrabalho e dá outras providências.

O Presidente da Republica, no uso da atribuição que Ihe confere o artigo 81, item I II, da Constituição, e tendo em vistao disposto no artigo 4º da Lei nº 7.410, de 27 de novembro de 1985,

DECRETA:

Art. 1º O exercício da especialização de Engenheiro de Segurança do Trabalho é permitido, exclusivamente:

I - ao Engenheiro ou Arquiteto, portador de certificado de conclusão de curso de especialização em engenhariade Segurança do Trabalho, em nível de pós-graduação;

II - ao portador de certificado de curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, realizadoem caráter prioritário, pelo Ministério do Trabalho;

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III - ao possuidor de registro de Engenheiro de Segurança do Trabalho, expedido pelo Ministério do Trabalho,dentro de 180 dias da extinção do curso referido no item anterior.

Art. 2º O exercício da profissão de Técnico de Segurança do Trabalho é permitido, exclusivamente:

I - ao portador de certificado de conclusão de curso de Técnico de Segurança do Trabalho ministrado no Paísem estabelecimento de ensino de 2º grau;

II - ao portador de certificado de conclusão de curso de Supervisor de Segurança do Trabalho, realizado emcaráter prioritário pelo Ministério do Trabalho;

III - ao possuidor de registro de Supervisor de Segurança do Trabalho, expedido pelo Ministério do Trabalho até180 dias da extinção do referido item anterior.

Art. 3º O Ministério da Educação, dentro de 120 dias, por proposta do Ministério do Trabalho, fixará os currículos básicosdo curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, e do curso de Técnico de Segurança doTrabalho, previstos no item I do artigo 1º e no item I do artigo 2º.

§ 1º O funcionamento dos cursos referidos neste artigo determinará a extinção dos cursos de que tratam o itemII do artigo 1º e o item II do artigo 2º.

§ 2º Até que os cursos previstos neste artigo entrem em funcionamento, o Ministro do Trabalho poderáautorizar, em caráter excepcional, que tenham continuidade os cursos mencionados no parágrafo precedente,os quais deverão adaptar-se aos currículos aprovados pelo Ministério da Educação.

Art. 4º As atividades dos Engenheiros e Arquitetos especializados em Engenharia de Segurança do Trabalho serãodefinidas pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CONFEA, no prazo de 60 dias após afixação dos currículos de que trata o artigo 3º pelo Ministério da Educação, ouvida a Secretaria de Segurança eMedicina do Trabalho - SSMT.

Art. 5º 0 exercício da atividade de Engenheiros e Arquitetos na especialidade de Engenharia de Segurança do Trabalho,depende de registro no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CREA.

Art. 6º As atividades de Técnico de Segurança do Trabalho serão definidas pelo Ministério do Trabalho, no prazo de 60dias, após a fixação do respectivo currículo escolar pelo Ministério da Educação, na forma do artigo 3º.

Art. 7º O exercício da profissão de Técnico de Segurança do Trabalho depende de registro no Ministério do Trabalho.

Art. 8º O Ministério da Administração, em articulação com o Ministério do Trabalho, promoverá, no prazo de 90 dias apartir da vigência deste Decreto, estudos para a criação de categorias funcionais e os respectivos quadros doGrupo - Engenharia e Segurança do Trabalho.

Art. 9º Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação.

Art. 10º Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, em 09 de abril de 1986; 165º da Independência e 98º da República.

JOSÉ SARNEY

Almir Pazzianotto Pinto

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Giovanni Moraes de Araújo26

DECRETO Nº 93.412, DE 14 DE OUTUBRO DE 1986

Revoga o Decreto nº 92.212, de 26 de dezembro de1985, regulamenta a Lei nº 7.369, de 20 de setembrode 1985, que institui salário adicional para empregadosdo setor de energia elétrica, em condições depericulosidade e dá outras providências.

O Presidente da República, usando da atribuição que Ihe confere o artigo 81, item III, da Constituição,

DECRETA:

Art. 1º São atividades em condições de periculosidade de que trata a Lei nº 7.369, de 20 de setembro de 1985, aquelasrelacionadas no Quadro de Atividades/Área de Risco, anexo a este Decreto.

Art. 2º É exclusivamente suscetível de gerar direito à percepção da remuneração adicional de que trata o artigo 1º da Leinº 7.369, de 20 de setembro de 1985, o exercício das atividades constantes do Quadro anexo, desde que oempregado, independentemente do cargo, categoria ou ramo da empresa:

I - permaneça habitualmente em área de risco, executando ou aguardando ordens, e em situação de exposiçãocontínua, caso em que o pagamento do adicional incidirá sobre o salário da jornada de trabalho integral;

II - ingresse, de modo intermitente e habitual, em área de risco, caso em que o adicional incidirá sobre o salário dotempo despendido pelo empregado na execução de atividade em condições de periculosidade ou do tempo àdisposição do empregador, na forma do inciso I deste artigo.

§ 1º O ingresso ou a permanência eventual em área de risco não geram direito ao adicional de periculosidade.

§ 2º São equipamentos ou instalações elétricas em situação de risco aqueles de cujo contato físico ou exposição aosefeitos da eletricidade possam resultar incapacitação, invalidez permanente ou morte.

§ 3º O fornecimento pelo empregador dos equipamentos de proteção a que se refere o disposto no art. 166 daConsolidação das Leis do Trabalho ou a adoção de técnicas de proteção ao trabalhador, eximirão a empresa dopagamento do adicional, salvo quando não for eliminado o risco resultante da atividade do trabalhador emcondições de periculosidade.

QUADRO DE ATIVIDADES/ÁREA DE RISCO

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Art. 3º O pagamento do adicional de periculosidade não desobriga o empregador de promover as medidas de proteção aotrabalhador, destinadas à eliminação ou neutralização da periculosidade nem autoriza o empregado a desatendê-las.

Art. 4º Cessado o exercício da atividade ou eliminado o risco, o adicional de periculosidade poderá deixar de ser pago.

§ 1º A caracterização do risco ou da sua eliminação far-se-á através de perícia, observado o disposto no artigo 195e parágrafos da Consolidação das Leis do Trabalho.

Art. 5º Os empregados que exercerem atividades em condições de periculosidade serão especialmente credenciados eportarão identificação adequada.

Art. 6º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogados o Decreto nº 92.212, de 26 de dezembro de 1985e demais disposições em contrário.

Brasília, em 14 de outubro de 1986,165º da Independência e 98º da República.

JOSÉ SARNEY

Almir Pazzianotto Pinto

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DECRETO Nº 93.413, DE 15 DE OUTUBRO DE 1986

Promulga a Convenção nº 148 sobre a Proteção dosTrabalhadores Contra os Riscos Profissionais Devidosà Contaminação do Ar, ao Ruído e às Vibrações noLocal de Trabalho.

O Presidente da República,

CONSIDERANDO que o Congresso Nacional aprovou, pelo Decreto Legislativo nº 56, de 9 de outubro de 1981, aConvenção nº 148, da Organização Internacional do Trabalho, sobre a Proteção dos Trabalhadores Contra os RiscosProfissionais Devidos à Contaminação do Ar, ao Ruído e às Vibrações no Local de Trabalho, assinada em Genebra, a 1ºde junho de 1977,

CONSIDERANDO que em 14 de janeiro de 1982, foram depositados os Instrumentos de Ratificação, pelo Brasil,

CONSIDERANDO que a referida Convenção entrou em vigor internacional a 14 de janeiro de 1983,

DECRETA:

Art. 1º A Convenção nº 184, da Organização Internacional do Trabalho sobre a Proteção dos Trabalhadores Contra osRiscos Profissionais Devidos a Contaminação do Ar, ao Ruído e às Vibrações no Local de TrabaIho, apenso porcópia ao presente Decreto, será executado e cumprido tão inteiramente como nela se contém.

Art. 2º Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Brasília, em 15 de outubro de 1988; 165º da Independência e 97º da República.

JOSÉ SARNEY

Roberto Costa de Abreu Sodré

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DO TRABALHO

CONVENÇÃO 148

CONVENÇÃO SOBRE A PROTEÇÃO DOS TRABALHADORES CONTRA OS RISCOS PROFISSIONAIS DEVIDOS ÀCONTAMINAÇÃO DO AR, AO RUÍDO E ÀS VIBRAÇÕES NO LOCAL DE TRABALHO

A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho:

Convocada em Genebra pelo Conselho de Administração da Repartição Internacional do Trabalho, e tendo-se ali reunidoem 1º de junho de 1977, em sua sexagésima terceira reunião;

Lembrando as disposições das Convenções e Recomendações Internacionais do trabalho pertinentes, em especial aRecomendação sobre a Proteção da Saúde dos Trabalhadores, 1953; a Recomendação sobre os Serviços de Medicina doTrabalho, 1959; a Convenção e a Recomendação sobre a Proteção contra as Radiações, 1960; a Convenção e aRecomendação sobre a Proteção da Maquinaria, 1963; a Convenção sobre as Prestações em Caso de Acidentes doTrabalho e Enfermidades Profissionais, 1964; a Convenção e a Recomendação sobre a Higiene (Comércio e Escritórios),1964; a Convenção e a Recomendação sobre o Câncer Profissional, 1974;

Depois de haver decidido adotar diversas propostas relativas ao meio ambiente de trabalho: contaminação atmosférica,ruído e vibrações, questão que constitui o quarto ponto da agenda da reunião, e

Depois de haver decidido que as referidas propostas tomassem a forma de uma convenção internacional,

Adota, aos vinte de junho do ano de mil novecentos e setenta e sete, a presente Convenção, que poderá ser mencionadacomo a Convenção sobre o Meio Ambiente de Trabalho (Contaminação do Ar, Ruído e Vibrações),1977:

PARTE I - CAMPO DE APLICAÇÕES E DEFINIÇÕES

Artigo 1

1. A presente Convenção aplica-se a todos os ramos de atividade econômica.

2. Todo Membro que ratifique a presente Convenção, depois de consultar as organizações representativas de empregadorese de trabalhadores interessadas, se tais organizações existirem, poderá excluir de sua aplicação os ramos de atividadeeconômica em que tal aplicação apresente problemas especiais de certa importância.

3. Todo Membro que ratifique a presente Convenção deverá enumerar, no primeiro relatório que apresente sobre aaplicação da Convenção, de acordo com o Artigo 22 da Constituição da Organização Internacional do Trabalho, os ramosque houvessem sido excluídos em virtude do parágrafo 2 deste Artigo, explicando os motivos da referida exclusão, e

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indicando em relatórios subseqüentes o estado da legislação e da prática sobre os ramos excluídos e o grau em que seaplica ou se propõe a aplicar a Convenção a tais ramos.

ARTIGO 2

1. Todo Membro poderá, em consulta com as organizações representativas de empregadores e de trabalhadores, se taisorganizações existirem, aceitar separadamente as obrigações previstas na presente Convenção, no que diz respeito:

a) à contaminação do ar;

b) ao ruído;

c) às vibrações.

2. Todo Membro que não aceite as obrigações previstas na Convenção a respeito de uma ou várias categorias de riscosdeverá indicá-las no instrumento de ratificação e explicar os motivos de tal exclusão no primeiro relatório sobre a aplicaçãoda Convenção, que submeta nos termos do Artigo 22 da Constituição da Organização Internacional do Trabalho. Nosrelatórios subseqüentes deverá indicar o estado da legislação e da prática sobre qualquer categoria de riscos que tenhasido excluída, e o grau em que aplica ou se propõe aplicar a Convenção a tal categoria.

3. Todo Membro que, no momento da ratificação, não tenha aceito as obrigações previstas na Convenção relativas a todasas categorias de riscos, deverá posteriormente notificar o Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho, quandojulgue que as circunstâncias o permitem, que aceita tais obrigações com respeito a uma ou várias das categoriasanteriormente excluídas.

Artigo 3

Para fins da presente Convenção:

a) a expressão “contaminação do ar” compreende o ar contaminado por substâncias que, qualquer que sejaseu estado físico, sejam nocivas à saúde ou contenham qualquer outro tipo de perigo;

b) o termo “ruído” compreende qualquer som que possa provocar uma perda de audição ou ser nocivo àsaúde ou contenha qualquer outro tipo de perigo;

c) o termo “vibrações” compreende toda vibração transmitida ao organismo humano por estruturas sólidase que seja nociva à saúde ou contenha qualquer outro tipo de perigo.

PARTE II. DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 4

1. A legislação nacional deverá dispor sobre a adoção de medidas no local de trabalho para prevenir e limitar os riscosprofissionais devidos à contaminação do ar, ao ruído e às vibrações, e para proteger os trabalhadores contra tais riscos.

2. Para a aplicação prática das medidas assim prescritas poder-se-á recorrer à adoção de normas de normas técnicas,repertórios de recomendações práticas e outros meios apropriados.

Artigo 5

1. Ao aplicar as disposições da presente Convenção, a autoridade competente deverá atuar em consulta com asorganizações interessadas mais representativas de empregadores e de trabalhadores.

2. Os representantes dos empregadores e dos trabalhadores estarão associados na elaboração das modalidades deaplicação das medidas prescritas de acordo com o Artigo 4.

3. Na aplicação das medidas prescritas em virtude da presente Convenção, deverá ser estabelecida colaboração maisestreita possível, em todos os níveis, entre empregadores e trabalhadores.

4. Os representantes do empregador e os representantes dos trabalhadores da empresa deverão ter a possibilidade deacompanhar os agentes de inspeção no controle da aplicação das medidas prescritas de acordo com a presenteConvenção, a menos que os agentes de inspeção julguem, à luz das diretrizes gerais da autoridade competente, que issopossa prejudicar a eficiência de seu controle.

Artigo 6

1. Os empregadores serão responsáveis pela aplicação das medidas prescritas.

2. Sempre que vários empregadores realizem simultaneamente atividades no mesmo local de trabalho, terão o dever decolaborar para aplicar as medidas prescritas, sem prejuízo da responsabilidade de cada empregador quanto à saúde e àsegurança dos trabalhadores que emprega. Nos casos apropriados, a autoridade competente deverá prescrever osprocedimentos gerais para efetivar esta colaboração.

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Artigo 7

1. Deverá obrigar-se aos trabalhadores a observância das normas de segurança destinadas a prevenir e a limitar os riscosprofissionais devidos à contaminação do ar, ao ruído e às vibrações no local de trabalho, e a assegurar a proteção contratais riscos.

2. Os trabalhadores ou seus representantes terão direito a apresentar propostas, receber informações e orientação, e arecorrer a instâncias apropriadas, a fim de assegurar a proteção contra riscos profissionais devidos à contaminação do ar,ao ruído e às vibrações no local de trabalho.

PARTE III. MEDIDAS DE PREVENÇÃO E DE PROTEÇÃO

Artigo 8

1. A autoridade competente deverá estabelecer os critérios que permitam os riscos da exposição à contaminação do ar,ao ruído e às vibrações no local de trabalho, e a fixar, quando cabível, com base em tais critérios, os limites de exposição.

2. Ao elaborar os critérios e ao determinar os limites de exposição, a autoridade competente deverá tomar em consideraçãoa opinião de pessoas tecnicamente qualificadas, designadas pelas organizações interessadas mais representativas deempregadores e de trabalhadores.

3. Os critérios e limites de exposição deverão ser fixados, completados e revisados a intervalos regulares, de conformidadecom os novos conhecimentos e dados nacionais e internacionais, e tendo em conta, na medida do possível, qualqueraumento dos riscos profissionais resultante da exposição simultânea a vários fatores nocivos no local de trabalho.

Artigo 9

Na medida do possível, dever-se-á eliminar todo risco devido à contaminação do ar, ao ruído e às vibrações no local detrabalho:

a) mediante medidas técnicas aplicadas às novas instalações e aos novos métodos de sua elaboração oude sua instalação, ou mediante medidas técnicas aduzidas às instalações ou operações existentes, ouquando isto não seja possível;

b) mediante medidas complementares de organização do trabalho.

Artigo 10

Quando as medidas adotadas em conformidade com o Artigo 9 não reduzam a contaminação do ar, o ruído e as vibraçõesno local de trabalho a limites especificados de acordo com o Artigo 8, o empregador deverá proporcionar e conservar embom estado o equipamento de proteção pessoal apropriado. O empregador não deverá obrigar um trabalhador a trabalharsem o equipamento de proteção pessoal previsto neste Artigo.

Artigo 11

1. O estado de saúde dos trabalhadores expostos ou que possam estar expostos aos riscos profissionais devidos àcontaminação do ar, ao ruído e às vibrações no local de trabalho deverá ser objeto de controle, a intervalos apropriados,segundo as modalidades e nas circunstâncias fixadas pela autoridade competente. Este controle deverá compreender umexame médico anterior ao emprego e exames periódicos, conforme determine a autoridade competente.

2. O controle previsto no parágrafo 1 do presente Artigo não deverá implicar em despesa para o trabalhador.

3. Quando, por razões médicas, seja desaconselhável a permanência de um trabalhador em uma função sujeita àexposição à contaminação do ar, ao ruído ou às vibrações, deverão ser adotadas todas as medidas compatíveis com aprática e as condições nacionais para transferi-lo para outro emprego adequado ou para assegurar-Ihe a manutenção deseus rendimentos, mediante prestações da previdência social ou por qualquer outro meio.

4. As medidas tomadas para aplicar a presente Convenção não deverão afetar desfavoravelmente os direitos dostrabalhadores previstos na legislação sobre a previdência social ou seguros sociais.

Artigo 12

A atualização de processos, substâncias, máquinas ou materiais - que serão especificados pela autoridade competente -que impliquem em exposição dos trabalhadores aos riscos profissionais devidos à contaminação do ar, ao ruído e àsvibrações no local de trabalho, deverá ser comunicada à autoridade competente, a qual poderá, conforme o caso, autorizá-la, de conformidade com as modalidades determinadas, ou proibi-la.

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Artigo 13

Todas as pessoas interessadas:

a) deverão ser apropriada e suficientemente informadas sobre os riscos profissionais que possam originar-se no local de trabalho devido à contaminação do ar, ao ruído e às vibrações;

b) deverão receber instruções suficientes e apropriadas quanto aos meios disponíveis para prevenir elimitar tais riscos, e proteger-se dos mesmos.

Artigo 14

Deverão ser adotadas medidas, tendo em conta as condições e os recursos nacionais, para promover a pesquisa nocampo da prevenção e limitação dos riscos devidos à contaminação do ar, ao ruído ou às vibrações no local de trabalho.

PARTE IV. MEDIDAS DE APLICAÇÃO

Artigo 15

Segundo as modalidades e nas circunstâncias fixadas pela autoridade competente, o empregador deverá designar pessoacompetente ou recorrer a serviço especializado, comum ou não a várias empresas, para que se ocupe das questões deprevenção e limitação da contaminação do ar, do ruído e das vibrações no local de trabalho.

Artigo 16

Todo Membro deverá:

a) adotar, por via legislativa ou por qualquer outro método conforme a prática e as condições nacionais, asmedidas necessárias, incluído o estabelecimento de sanções apropriadas, para dar efeito às disposiçõesda presente Convenção;

b) promover serviços de inspeção apropriados para velar pela aplicação das disposições da presenteConvenção ou certificar-se de que se exerce uma inspeção adequada.

Artigo 17

As ratificações formais desta Convenção deverão ser comunicadas ao Diretor-Geral da Repartição Internacional doTrabalho, para registro.

Artigo 18

1. Esta Convenção será obrigatória apenas para aqueles Membros da Organização Internacional do Trabalho cujasratificações tenham sido registradas junto ao Diretor Geral.

2. Esta Convenção entrará em vigor 12 meses após a data em que tenham sido registradas junto ao Diretor-Geral asratificações de dois Membros.

3. A partir de então, esta Convenção entrará em vigor para cada Membro, doze meses após a data em que sua ratificaçãotenha sido registrada.

Artigo 19

1. Todo Membro que tenha ratificado esta Convenção poderá, no término de um período de dez anos a partir da data emque entrou em vigor pela primeira vez, denunciar a Convenção em seu conjunto ou uma ou várias das categorias de riscosa que se refere o Artigo 2, através de um ato comunicado ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho, pararegistro. Tal denúncia surtirá efeito um ano depois da data em que tenha sido registrada.

2. Todo Membro que tenha ratificado esta Convenção e que não exerça, durante o ano seguinte à expiração do período dedez anos mencionado no parágrafo anterior, o direito de denúncia previsto neste Artigo, estará obrigado por outro períodode dez anos e, a partir de então, poderá denunciar esta Convenção ao término de cada período de dez anos, nos termosprevistos neste Artigo.

Artigo 20

1. O Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho deverá comunicar a todos os Membros da OrganizaçãoInternacional do Trabalho o registro de todas as ratificações, declarações e denúncias comunicadas pelos Membros daOrganização.

2. Ao comunicar aos Membros da Organização o registro da segunda ratificação, o Diretor-Geral chamará a atenção dosMembros para a data em que a Convenção entrará em vigor.

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Artigo 21

O Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho comunicará ao Secretário-Geral das Nações Unidas, para fins deregistro e de conformidade com o Artigo 102 da Carta das Nações Unidas, uma informação completa sobre todas asratificações, declarações e atos de denúncia registrados por ele, de acordo com os termos dos Artigos precedentes.

Artigo 22

Toda vez que julgue necessário, o Conselho de administração da Repartição Internacional do Trabalho apresentará àConferência um relatório sobre a aplicação da Convenção e examinará a conveniência de ser colocada na Agenda daConferência a questão de sua revisão total ou parcial.

Artigo 23

1. Caso a Conferência adote nova Convenção que modifique total ou parcialmente a presente Convenção, então, a menosque a nova Convenção determine em contrário:

a) a ratificação por um Membro da nova Convenção modificativa implicará, ipso jure, na denúncia imediatada presente Convenção, não obstante as determinações do Artigo 19, quando a nova Convençãomodificativa tenha entrado em vigor;

b) a partir da data da entrada em vigor da nova Convenção modificativa, a presente Convenção deixará deestar aberta à ratificação pelos Membros.

2. Esta Convenção entrará em vigor, em sua forma e conteúdo originais, para aqueles Membros que a tenham ratificado,mas que não tenham ratificado a Convenção modificativa.

Artigo 24

As versões em inglês e francês do texto desta Convenção são igualmente autênticas.

PORTARIA Nº 3.393, DE 17 DE DEZEMBRO DE 1987

O Ministro de Estado do Trabalho, no uso de suas atribuições legais, tendo em vista o que dispõe o artigo 200, inciso IV,da Consolidação das Leis do Trabalho, com a redação dada pela Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, e

Considerando que qualquer exposição do trabalhador às radiações ionizantes ou substâncias radioativas é potencialmenteprejudicial à sua saúde;

Considerando, ainda, que o presente estado da tecnologia nuclear não permite evitar, ou reduzir a zero, o risco em potencialoriundo de tais atividades, sob pena de impor à sociedade custo tão elevado que dificilmente o mesmo seria justificado;

RESOLVE:

Art. 1º Adotar como atividades de risco em potencial concernentes a radiações ionizantes ou substâncias radioativas, o“Quadro de Atividades e Operações Perigosas”, aprovado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear, que serefere o ANEXO, da presente Portaria.

Art. 2º O trabalho nas condições enunciadas no quadro a que se refere o artigo 1º, assegura ao empregado o adicionalde periculosidade de que trata o parágrafo 1º do artigo 193, da Consolidação das Leis do Trabalho.

Art. 3º A Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho, no prazo de 60 (sessenta) dias, fará revisão das NormasRegulamentadoras pertinentes, em especial da NR-16 - “ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS”, aprovadapela Portaria MTb 3.214, de 08.06.78, com as alterações que couber, e baixará, na forma do artigo 8º, do Decretonº 85.565, de 18 de dezembro de 1980 e parágrafo único do artigo 200, da Consolidação das Leis do Trabalho,normas específicas de segurança às atividades ora adotadas.

Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário.

Art. 5º Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação.

ALMIR PAZZIANOTTO PINTO

PORTARIA N.º 34 DE 11 DE DEZEMBRO DE 1987

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 2º daPortaria n.º 3.214, de 08 de junho de 1978, considerando as disposições da Lei n.º 6.514, de 22 de setembro de 1977, quealterou o Capítulo V - Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho;

Considerando que a Lei n.º 7.410, de 27 de novembro de 1985 alterou a denominação do Supervisor de Segurança doTrabalho para Técnico de Segurança do Trabalho, resolve:

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Art. 1º Alterar os subitens 4.2.1.2, os itens 4.4 e 4.8 e Quadro II da NR 4, que passam a ter a seguinte redação:

Art. 2º A presente Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

PORTARIA Nº 3.067, DE 12 DE ABRIL DE 1988

Aprova Normas Regulamentadoras Rurais - NRR doart. 13 da Lei nº 5.889, de 05 de junho de 1973,relativas à Segurança e Higiene do Trabalho Rural.

O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO, no uso de suas atribuições legais e considerando o disposto no art. 13 da Lein° 5.889, de 08 de junho de 1973,

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar as seguintes Normas Regulamentadoras Rurais - NRR relativas à Segu-rança e Higiene do TrabalhoRural;

NORMAS REGULAMENTADORAS

NRR-1 - Disposições Gerais

NRR-2 - Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural -SEPATR

NRR-3 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural- CIPATR

NRR-4 - Equipamentos de Proteção Individual - EPI

NRR-5 - Produtos Químicos

Art. 2° As alterações posteriores, decorrentes da experiência e necessidade, serão baixadas pelo Ministro do Trabalho.

Art. 3° Os casos omissos e as dúvidas suscitadas serão decididas pelo Ministro do Trabalho.

Art. 4º Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação.

ALMIR PAZZIANOTTO PINTO

PORTARIA INTERMLNISTERIAL Nº 3.195, DE 10 DE AGOSTO DE 1988

Os MINISTROS DE ESTADO DO TRABALHO E DA SAÚDE, no uso de suas atribuições legais, e

Considerando a gravidade do problema gerado pelo aumento incessante do número de casos de AIDS Síndrome deImunodeficiência Adquirida;

Considerando que nenhum segmento social se revela imune à propagação dessa moléstia;

Considerando a responsabilidade atribuída aos Ministérios do Trabalho e da Saúde, na luta pela defesa da saúde e da vidados trabalhadores;

Considerando o caráter prevencionista constante do Decreto nº 68.255, de 16 de fevereiro de 1971, que instituiu emcaráter permanente e em âmbito nacional, a CAMPANHA NACIONAL DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES - CANPAT;

RESOLVEM:

Art. 1º Fica instituída em âmbito nacional a CAMPANHA INTERNA DE PREVENÇÃO DA AIDS - “CIPAS”, com afinalidade de divulgar conhecimentos e estimular no interior das empresas e em todos os locais de trabalho aadoção das medidas preventivas contra a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, mais conhecida por AIDS/SIDA.

Art. 2º A CIPAS de que trata o art. 1º da presente Portaria passa a integrar a CAMPANHA NACIONAL DE PREVENÇÃODE ACIDENTES - CANPAT, e será realizada permanentemente pelos Órgãos Regionais da Administração Diretae Indireta, empresas públicas e privadas, sob a Supervisão da Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalhodo Ministério do Trabalho e da Divisão Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde.

Art. 3º Às Comissões Internas de Prevenção de Acidentes - “CIPAs” compete, no âmbito das empresas onde se achamorganizadas, a promoção de campanhas de prevenção contra a AIDS/SIDA, sem prejuízo das suas atividadesnormais no campo de prevenção de acidentes e doenças profissionais.

Art. 4º Constituem atividades da Campanha lnterna de Prevenção da AIDS - “CIPAS”:

a) Palestras e debates;

b) Divulgação educativa através da imprensa falada e escrita;

c) Confecção e distribuição gratuita de cartazes, livretos, cartilhas, folhetos e demais impressos relacionadoscom os objetivos da Campanha;

d) Exibição de filmes e “slides” sobre o assunto.

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Art. 5º As entidades sindicais de trabalhadores e de empregadores serão convocadas a dar toda a sua cooperação àCIPAS - Campanha Interna de Prevenção da AIDS.

Art. 6º A Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho - FUNDACENTRO, deverá prestar estreitacolaboração aos Ministérios do Trabalho e da Saúde, no desenvolvimento dos trabalhos às CIPAS ora constituídas.

Art. 7º As despesas com a realização das CIPAS correrão à conta da dotação orçamentária da União quando se tratar daAdministração Direta Federal.

Art. 8º As empresas desobrigadas de constituir CIPA deverão participar ativamente das referidas CIPAS através de seurepresentante, junto ao Órgão Regional do Ministério do Trabalho, ou outra Instituição que realize tal evento.

Art. 9º Os Agentes da Inspeção do Trabalho empenhar-se-ão na fiscalização do cumprimento da presente Portaria, nostermos do artigo 200, VI, da Consolidação das Leis do Trabalho.

Art. 10º As dúvidas suscitadas e os casos omissos serão dirimidos pela Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho doMinistério do Trabalho, e pela Divisão Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde.

Art. 11º Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação.

ALMIR PAZZIANOTTO PINTO

Ministro do Trabalho

LUIZ CARLOS BORGES DA SILVEIRA

Ministro da Saúde

PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 3.257, DE 22 DE SETEMBRO DE 1988

OS MlNISTROS DE ESTADO DO TRABALHO E DA SAÚDE, no uso de suas atribuições

Considerando caber aos Ministérios do Trabalho e da Saúde a grave responsabilidade de zelar pela saúde e bem-estar dostrabalhadores e da população como um todo;

Considerando as acusações científicas contra o cigarro, de haver se tornado um dos maiores responsáveis por uma sériede doenças, algumas delas de excepcional gravidade e até fatais,

Considerando que o vício do tabagismo deve ser desestimulado mediante processos educacionais e restritivos;

Considerando que nos locais de trabalho não deve ser liberalizado o uso do cigarro, eis que incompatível com o ambienteem que permanecem os trabalhadores muitas horas do dia e da noite.

RESOLVEM:

I - Recomendar que em todos os locais de trabalho se adotem medidas restritivas ao hábito de fumar,especialmente onde o ambiente for fechado, a ventilação natural reduzida ou sejam adotados sistemasde condicionamento do ar.

II - As empresas que implantarem medidas de desestímulo ao hábito de fumar, poderão delimitar áreasrestritas para os fumantes.

III - Incumbe à CIPAs - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, nas campanhas onde se encontramorganizadas, promover campanhas educativas demonstrando os efeitos nocivos do fumo.

IV - Os Ministros do Trabalho e da Saúde conferirão conjuntamente certificados de Honra ao Mérito àsempresas que se destacarem em campanhas anti-tabagistas.

V - Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação. Almir Pazzianotto Pinto - Ministro do Trabalho.Luiz Carlos Borges da Silveira - Ministro da Saúde.

PORTARIA N.º 3.144 DE 02 DE MAIO DE 1989

Revigora os artigos 2º e 4º da Portaria n.º 3.214, de 08de junho de 1978, e revoga a Portaria n.º 3.048, de 16de março de 1988.

A MINISTRA DE ESTADO DO TRABALHO, no uso de suas atribuições legais, considerando o disposto no artigo 200, daConsolidação das Leis do Trabalho, com redação dada pela Lei n.º 6.514, de 22 de dezembro de 1977, RESOLVE:

Art. 1º - Ficam revigorados os artigos 2º e 4º da Portaria n.º 3.214, de 08 de junho de 1978.

Art. 2º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3º - Ficam revogadas as disposições em contrário, especialmente a Portaria n.º 3.048, de 16 de março de 1988.

(of. n.º 109/89)

DOROTHEA WERNECK

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PORTARIA N.º 3.225 DE 29 DE JUNHO DE 1989

A MINISTRA DE ESTADO DO TRABALHO, no uso das atribuições legais, e

Considerando que a delegação de competência é norma instrumentária de descentralização administrativa que objetivaassegurar maior rapidez às decisões, situando-as na proximidade dos fatos, pessoas ou problemas a atender;

Considerando que de acordo sentido o que dispõe o Decreto - lei n.º 200, de 25 de fevereiro de 1967, Título II, Capítulo IV;

Considerando que de acordo com os artigos 7º - Inciso XII e 10 - Inciso XIII da Portaria Ministerial n.º 3.462, de 24 denovembro de 1978, é competência da Secretária de Segurança e Medicina do Trabalho a emissão de identidade fiscal paraos Agentes da Inspeção do Trabalho, Engenheiros e Médicos do Trabalho.

RESOLVE:

Art. 1º - Delegar competência ao Secretário de Segurança e Medicina do Trabalho, para aprovar modelo de Carteira deIdentidade Fiscal dos Agentes da Inspeção do Trabalho, Engenheiros e Médicos do Trabalho.

Art. 2º - Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrária.

(of. n.º 170/89)

DOROTHEA WERNECK

A LEI DOS AGROTÓXICOS, LEI 7802 DE 11 DE DE JULHO DE 1989

Regulamenta a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalageme rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, apropaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, odestino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação,o controle, a inspeção e a fiscalização dos agrotóxicos, seuscomponentes e afins.

A lei, na íntegra

Art. 1º A pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, acomercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduose embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização dos agrotóxicos, seuscomponentes e afins, serão regidos por esta Lei.

Art. 2º Para efeitos desta Lei, consideram-se:

I - agrotóxicos e afins:

a) os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setoresde produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção deflorestas, nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricose industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-la da açãodanosa de seres vivos considerados nocivos;

b) substâncias e produtos, empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores decrescimento;

II - componentes: os princípios ativos, os produtos técnicos, suas matérias-primas, os ingredientes inertese aditivos usados na fabricação de agrotóxicos e afins;

Art. 3º Os agrotóxicos, seus componentes e afins, de acordo com a definição do artigo 2º desta lei, só poderão serproduzidos, exportados, importados, comercializados e utilizados, se previamente registrados em órgão federal,de acordo com as diretrizes e exigências dos órgãos federais responsáveis pelos setores da saúde, do meioambiente e da agricultura.

1º Fica criado o registro especial temporário para agrotóxicos, seus componentes e afins, quando se destinaremà pesquisa e à experimentação;

2º Os registrantes e titulares de registro fornecerão, obrigatoriamente, à União, as inovações concernentesaos dados fornecidos para o registro de seus produtos.

3º Entidades públicas e privadas de ensino, assistência técnica e pesquisa poderão realizar experimentaçãoe pesquisas, e poderão fornecer laudos no campo da agronomia, toxicologia, resíduos, química e meioambiente;

4º Quando organizações internacionais responsáveis pela saúde, alimentação ou meio ambiente, das quais oBrasil seja membro integrante ou signatário de acordos e convênios, alertarem para riscos oudesaconselharem o uso de agrotóxicos, seus componentes e afins, caberá à autoridade competente tomarimediatas providências, sob pena de responsabilidade;

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5º O registro para novo produto agrotóxico, seus componentes e afins, será concedida se sua ação tóxicasobre o ser humano e o meio ambiente for comprovadamente igual ou menor do que a daqueles járegistrados, para o mesmo fim, segundo os parâmetros fixados na regulamentação desta Lei;

6º Fica proibido o registro de agrotóxicos, seus componentes e afins:

a) para os quais o Brasil não disponha de métodos para desativação de seus componentes, de modo aimpedir que os seus resíduos remanescentes provoquem riscos ao meio ambiente e à saúde pública;

b) para os quais não haja antídoto ou tratamento eficaz no Brasil;

c) que revelem características teratogênicas, carcinogênicas ou mutagênicas, de acordo com os resultadosatualizados de experiências da comunidade científica;

d) que provoquem distúrbios hormonais, danos ao aparelho reprodutor, de acordo com procedimentos eexperiências atualizadas na comunidade científica;

e) que se revelem mais perigosos para o homem do que os testes de laboratório, com animais, tenhampodido demonstrar, segundo critérios técnicos e científicos atualizados;

f ) cujas características causem danos ao meio ambiente;

Art. 4º As pessoas físicas e jurídicas que sejam prestadoras de serviços na aplicação de agrotóxicos, seus componentese afins, ou que os produzam, importem, exportem ou comercializem, ficam obrigadas a promover os seusregistros nos órgãos competentes, do estado ou do município, atendidas as diretrizes e exigências dos órgãosfederais responsáveis que atuam nas áreas de saúde, do meio ambiente e da agricultura.

Parágrafo único - São prestadoras de serviços as pessos físicas e jurídicas que executam trabalhos de prevenção,destruição e controle de seres vivos, considerados nocivos, aplicando agrotóxicos, seus componentes e afins.

Art. 5º Possuem legitimidade para requerer o cancelamento ou impugnação, em nome próprio, do registro de agrotóxicose afins, argüindo prejuízos ao meio ambiente, à saúde humana e dos animais:

I - Entidades de classe, representativas de profissões ligadas ao setor;

II - Partidos políticos, com representação no Congresso Nacional;

III - Entidades legalmente constituídas para a defesa dos interesses difusos relacionados à proteção doconsumidor, do meio ambiente e dos recursos naturais;

1º Para efeito de registro e pedido de cancelamento ou impugnação de agrotóxicos e afins, todas asinformações toxicológicas de contaminação ambiental e comportamento genético, bem como os efeitos nomecanismo hormonal, são de responsabilidade do estabelecimento registrante ou da entidade impugnantee devem proceder de laboratórios nacionais ou internacionais;.

2º A regulamentação desta Lei estabelecerá condições para o processo de impugnação ou cancelamento doregistro, determinando que o prazo de tramitação não exceda 90 (noventa) dias e que os resultadosapurados sejam publicados;

3º Protocolado o pedido de registro, será publicado no Diário Oficial da União um resumo do mesmo.

Art. 6º As embalagens dos agrotóxicos e afins deverão atender, entre outros, aos seguintes requisitos:

I - devem ser projetadas e fabricadas de forma a impedir qualquer vazamento, evaporação, perda oualteração de seu conteúdo;

II - os materiais de que forem feitas devem ser insuscetíveis de ser atacados pelo conteúdo ou de formarcom ele combinações nocivas ou perigosas;

III - devem ser suficientemente resistentes em todas as suas partes, de forma a não sofrer enfraquecimentoe a responder adequadamente às exigências de sua normal conservação;

IV - devem ser providas de um lacre que seja irremediavelmente destruído ao ser aberto pela primeira vez.

Parágrafo único - Fica proibido o fracionamento ou a reembalagem de agrotóxicos e afins para fins de comercialização,salvo quando realizados nos estabelecimentos produtores dos mesmos.

Art. 7º - Para serem vendidos ou expostos à venda em todo o território nacional, os agrotóxicos e afins ficam obrigadosa exibir rótulos próprios, redigidos em português, que contenham, entre outros, os seguintes dados:

I - indicações para a identificação do produto, compreendendo:

a) nome do produto;

b) o nome e a percentagem de cada princípio ativo e a percentagem total dos ingredientes inertes quecontém;

c) a quantidade de agrotóxicos, componentes ou afins, que a embalagem contém, expressa em unidade depeso ou volume, conforme o caso;

d) o nome e o endereço do fabricante e do importador;

e) os números de registro do produto e do estabelecimento fabricante ou importador;

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f ) o número do lote ou da partida;

g) um resumo dos principais usos do produto;

h) a classificação toxicológica do produto.

II - instruções para utilização, que compreendam:

a) a data de fabricação e de vencimento;

b) o intervalo de segurança, assim entendido o tempo que deverá transcorrer entre a aplicação e a colheita,uso ou consumo, a semeadura ou plantação, e a semeadura ou plantação do cultivo seguinte, conformeo caso;

c) informações sobre o modo de utilização, incluídas, entre outras: indicação de onde ou sobre o que deveser aplicado; o nome comum da praga ou enfermidade que se pode com ele combater ou os efeitos quese pode obter; a época em que a aplicação deve ser feita; o número de aplicações e o espaçamento entreelas se for o caso; as doses e os limites de sua utilização;

d) informações sobre os equipamentos a serem utilizados e sobre o destino final das embalagens;

III - informações relativas aos perigos potenciais, compreendidos:

a) os possíveis efeitos prejudiciais sobre a saúde do homem dos animais e sobre o meio ambiente;

b) precauções para evitar danos a pessoas que os aplicam ou manipulam e a terceiros, aos animaisdomésticos, fauna, flora e meio ambiente;

c) símbolos de perigo e frases de advertência padronizados, de acordo com a classificação toxicológica doproduto;

d) instruções para o caso de acidente, incluindo sintomas de alarme, primeiros socorros, antídotos erecomendações para os médicos;

IV - recomendação para que o usuário leia o rótulo antes de utilizar o produto.

1º Os textos e símbolos impressos nos rótulos serão claramente visíveis e facilmente legíveis em condiçõesnormais e por pessoas comuns.

2º Fica facultada a inscrição, nos rótulos, de dados não estabelecidos como obrigatórios, desde que:

I - não dificultem a visibilidade e a compreensão dos dados obrigatórios;

II - não contenham:

a) afirmações ou imagens que possam induzir o usuário a erro quanto à natureza, composição, segurançae eficácia do produto, e sua adequação ao uso;

b) comparações falsas ou equívocas com outros produtos;

c) indicações que contradigam as informações obrigatórias;

d) declarações de propriedade relativas à inoqüidade, tais como “seguro”, “não venenoso”, “não tóxico”; comou sem uma frase complementar, como: “quando utilizado segundo as instruções”;

e) afirmações de que o produto é recomendado por qualquer órgão do Governo;

3º Quando, mediante aprovação do órgão competente, for juntado folheto complementar que amplie os dadosdo rótulo ou que contenha dados que obrigatoriamente devessem constar, mas que nele não couberam,pelas dimensões reduzidas da embalagem, observar-se-á o seguinte:

I - deve-se incluir no rótulo frase que recomende a leitura do folheto anexo, antes da utilização do produto;

II - em qualquer hipótese, os símbolos de perigo, o nome do produto, as precauções e instruções deprimeiros-socorros, bem como o nome e o endereço do fabricante ou importador deve constar tanto dorótulo como do folheto.

Art. 8º A propaganda comercial de agrotóxicos, componentes e afins, em qualquer meio de comunicação, conterá,obrigatoriamente, clara advertência sobre os riscos do produto à saúde dos homens, animais e ao meio ambiente,e observará o seguinte:

I - estimulará os compradores e usuários a ler atentamente o rótulo e, se for o caso, o folheto, ou a pedir quealguém os leia, se não souberem ler;

II - não conterá nenhuma representação visual de práticas potencialmente perigosas, tais como a manipulaçãoou aplicação sem equipamento protetor, o uso em proximidade de alimentos ou em presença de crianças.

III - obedecerá ao disposto no inciso II do 2º do artigo 7º desta Lei.

Art. 9º No exercício de sua competência, a União adotará as seguintes providências:

I - legislar sobre a produção, registro, comércio interestadual, exportação, importação, transporte, classificaçãoe controle tecnológico e toxicológico;

II - controlar e fiscalizar os estabelecimentos de produção, importação e exportação;

III - analisar os produtos agrotóxicos, seus componentes e afins, nacionais e importados.

IV - controlar e fiscalizar a produção, a exportação e a importação.

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Art. 10º Compete aos estados e ao Distrito Federal, nos termos dos artigos 23 e 24 da Constituição Federal, legislar sobreo uso, a produção, o consumo, o comércio e o armazenamento dos agrotóxicos, seus componentes e afins, bemcomo fiscalizar o uso, o consumo, o comércio, o armazenamento e o transporte interno.

Art. 11º Cabe ao município legislar supletivamente sobre o uso e o armazenamento dos agrotóxicos, seus componentese afins.

Art. 12º A União, através dos órgãos competentes, prestará o apoio necessário às ações de controle e fiscalização, àunidade da federação que não dispuser dos meios necessários.

Art. 13º A venda de agrotóxicos e afins aos usuários será feita através de receituário próprio, prescrito por profissionaislegalmente habilitados, salvo casos excepcionais que forem previstos na regulamentação desta Lei.

Art. 14º As responsabilidades administrativas, civil e penal, pelos danos causados à saúde de pessoas e ao meioambiente, quando a produção, a comercialização, a utilização e o transporte não cumprirem o disposto nesta Lei,na sua regulamentação e nas legislações estaduais e municipais, cabem:

a) ao profissional, quando comprovada receita errada, displicente ou indevida;

b) ao usuário ou ao prestador de serviços, quando em desacordo com o receituário;

c) ao comerciante, quando efetuar venda sem o respectivo receituário ou sem desacordo com a receita;

d) ao registrante que, por dolo ou por culpa, omitir informações ou fornecer informações incorretas;

e) ao produtor que produzir mercadorias em desacordo com as especificações constantes do registro doproduto, do rótulo, da bula, do folheto e da propaganda;

f ) ao empregador, quando não fornecer e não fizer manutenção dos equipamentos adequados à proteção dasaúde dos trabalhadores ou dos equipamentos na produção, distribuição e aplicação dos produtos.

Art. 15º Aquele que produzir, comercializar, transportar, aplicar ou prestar serviço na aplicação de agrotóxicos, seuscomponentes e afins, descumprindo as exigências estabelecidas nas leis e nos seus regulamentos, ficará sujeitoà pena de reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, além da multa de 100 (cem) a 1.000 (mil) do maior valor dereferência (MVR). Em caso de culpa, será punido com pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, além da multade 50 (cinqüenta) a 500 (quinhentos) MVR.

Art. 16º O empregador, profissional responsável ou o prestador de serviço, que deixar de promover as medidas necessáriasde proteção à saúde e ao meio ambiente, estará sujeito à pena de reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, além demulta de 100 (cem) a 1.000 (mil) do maior valor de referência (MVR). Em caso de culpa será punido com pena dereclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, além da multa de 50 (cinqüenta) a 500 (quinhentos) MVR.

Art. 17º Sem prejuízos das responsabilidades civil e penal cabíveis, a infração de disposições desta Lei acarretará,isolada ou cumulativamente, nos termos previstos em regulamento, independente das medidas cautelares deembargo de estabelecimento e apreensão do produto ou alimentos contaminados, a aplicação das seguintessanções:

I - advertência;

II - multa até 1.000 (mil) vezes o Maior Valor de Referência - MVR, aplicável em dobro em caso dereincidência;

III - condenação de produto;

IV - inutilização de produto;

V - suspensão de autorização, registro ou licença;

VI - cancelamento de autorização, registro ou licença;

VII - interdição temporária ou definitiva de estabelecimento;

VIII - destruição de vegetais, partes de vegetais e alimentos, com resíduos acima do permitido;

IX - destruição de vegetais, partes de vegetais e alimentos, nos quais tenha havido aplicação de agrotóxicosde uso não autorizado, a critério do órgão competente.

Parágrafo único - A autoridade fiscalizadora fará a divulgação das sanções impostas aos infratores desta Lei.

Art. 18º Após a conclusão do processo administrativo, os agrotóxicos e afins apreendidos como resultado da açãofiscalizadora, serão inutilizados ou poderão ter outro destino, a critério da autoridade competente.

Parágrafo único - Os custos referentes a quaisquer dos procedimentos mencionados neste artigo correrão por conta doinfrator.

Art. 19º O Poder Executivo desenvolverá ações de instrução, divulgação e esclarecimento, que estimulem o uso seguroe eficaz dos agrotóxicos, seus componentes e afins, com o objetivo de reduzir os efeitos prejudiciais para osseres humanos e o meio ambiente e de prevenir acidentes decorrentes de sua utilização imprópria.

Art. 20º As empresas e os prestadores de serviços que já exercem atividades no ramo de agrotóxicos, seus componentese afins, têm o prazo de até 6 (seis) meses, a partir da regulamentação desta Lei, para se adaptarem às suasexigências.

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Parágrafo único - Aos tituladores do registro de produtos agrotóxicos que têm como componentes os organoclorados seráexigida imediata reavaliação de seu registro, nos termos desta Lei.

Art. 21º O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 90 (noventa) dias, contado da data de sua publicação.

PORTARIA Nº 3.275, DE 21 DE SETEMBRO DE 1989

A MINISTRA DE ESTADO DO TRABALHO, no uso de suas atribuições, considerando o disposto no art. 6º do Decreto92.530, de 09.04.86, que delega competência ao Ministério do Trabalho para definir as atividades do Técnico de Segurançado Trabalho, RESOLVE:

Art. 1º As atividades do Técnico de Segurança do Trabalho são as seguintes:

I - informar o empregador, através de parecer técnico, sobre os riscos existentes nos ambientes detrabalho, bem como orientá-lo sobre as medidas de eliminação e neutralização;

II - informar os trabalhadores sobre os riscos da sua atividade, bem como as medidas de eliminação eneutralização;

III - analisar os métodos e os processos de trabalho e identificar os fatores de risco de acidentes do trabalho,doenças profissionais e do trabaIho e a presença de agentes ambientais agressivos ao trabalhador,propondo sua eliminação ou seu controle;

IV - executar os procedimentos de segurança e higiene do trabalho e avaliar os resultados alcançados,adequando-os as estratégias utilizadas de maneira a integrar o processo prevencionista em umaplanificação, beneficiando o trabalhador ;

V - executar programas de prevenção de acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabaIho nosambientes de trabalho com a participação dos trabalhadores, acompanhando e avaliando seus resultados,bem como sugerindo constante atualização dos mesmos e estabelecendo procedimentos a serem seguidos;

VI - promover debates, encontros, campanhas, seminários, palestras, reuniões, treinamentos e utilizar outrosrecursos de ordem didática e pedagógica com o objetivo de divulgar as normas de segurança e higienedo trabalho, assuntos técnicos, administrativos e prevencionistas, visando evitar acidentes do trabalho,doenças profissionais e do trabalho;

VII - executar as normas de segurança referentes a projetos de construção, ampliação, reforma, arranjosfísicos e de fluxos, com vistas à observância das medidas de segurança e higiene do trabalho, inclusivepor terceiros;

VIII - encaminhar aos setores e áreas competentes normas, regulamentos, documentação, dados estatísticos,resultados de análises e avaliações, materiais de apoio técnico, educacional e outros de divulgação paraconhecimento e auto-desenvolvimento do trabalhador;

IX - indicar, solicitar e inspecionar equipamentos de proteção contra incêndio, recursos audio-visuais edidáticos e outros materiais considerados indispensáveis, de acordo com a legislação vigente, dentro dasqualidades e especificações técnicas recomendadas, avaliando seu desempenho;

X - cooperar com as atividades do meio ambiente, orientando quanto ao tratamento e destinação dosresíduos industriais, incentivando e conscientizando o trabalhador da sua importância para a vida;

XI - orientar as atividades desenvolvidas por empresas contratadas, quanto aos procedimentos de segurançae higiene do trabalho previstos na legislação ou constantes em contratos de prestação de serviço;

XII - executar as atividades ligadas à segurança e higiene do trabalho utilizando métodos e técnicas científicas,observando dispositivos legais e institucionais que objetivem a eliminação, controle ou redução permanentedos riscos de acidentes do trabalho e a melhoria das condições do ambiente, para preservar a integridadefísica e mental dos trabalhadores.

XIII - levantar e estudar os dados estatísticos de acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho,calcular a freqüência e a gravidade destes para ajustes das ações prevencionistas, normas, regulamentose outros dispositivos de ordem técnica, que permitam a proteção coletiva e individual;

XIV - articular-se e colaborar com os setores responsáveis pelos recursos humanos, fornecendo Ihes resultadosde levantamentos técnicos de riscos das áreas e atividades para subsidiar a adoção de medidas deprevenção a nível de pessoal;

XV - informar os trabalhadores e o empregador sobre as atividades insalubres, perigosas e penosas existentesna empresa, seus riscos específicos, bem como as medidas e alternativas de eliminação ou neutralizaçãodos mesmos;

XVI - avaliar as condições ambientais de trabalho e emitir parecer técnico que subsidie o planejamento e aorganização do trabalho de forma segura para o trabalhador;

XVII - articular-se e colaborar com os órgãos e entidades ligados à prevenção de acidentes do trabalho, doençasprofissionais e do trabalho;

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XVIII - participar de seminários, treinamentos, congressos e cursos visando o intercâmbio e o aperfeiçoamentoprofissional.

Art. 2º As dúvidas suscitadas e os casos omissos serão dirimidos pela Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

DOROTHEA WERNECK

PORTARIA N.º 3.303 DE 14 DE NOVEMBRO DE 1989

A MINISTRA DE ESTADO DO TRABALHO, no uso de suas atribuições, considerando a necessidade de tornar efetiva aaplicação das Normas Regulamentadoras Rurais, estabelecimentos pela Portaria n.º 3.067/88, de 12 de abril de 1988;

CONSIDERANDO ser imperativo a instituição de penalidades pela não observância dos preceitos estabelecidos naPortaria retromencionada, RESOLVE:

Art. 1º Aplicam-se à Normas Regulamentadora Rurais - NRR, no que couber, as disposições constantes da NormaRegulamentadora NR 28, aprovada pela Portaria n.º 3.214, de 08 de junho de 1978, com os respectivos Quadros.

Art. 2º Naquilo que for incompatível com a aplicação do dispostos no artigo 1º da presente Portaria, aplica-se o dispostono art. 201, da Consolidação das Leis do Trabalho.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrária.

DOTOTHEA WERNECK

PORTARIA N.º 3.310, DE 29 DE NOVEMBRO DE 1989

Define os cargos, as funções e as atividades pertinentes à inspeção do trabalho e revoga os artigos 3º e 4º da Portaria n.º3.305/89.

A MINISTRA DE ESTADO DO TRABALHO, no uso das suas atribuições legais, resolve:

Art. 1º Definir os cargos, as funções e as atividades pertinentes à inspeção do trabalho:

I - Na Secretaria de Relações do Trabalho ou Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho:

a) Secretário de Segurança e Medicina do Trabalho;

b) Secretário de Relações do Trabalho;

c) Subsecretário de Segurança do Trabalho;

d) Subsecretário de Medicina do Trabalho;

e) Subsecretário de Programas de Prevenção de Acidentes;

f ) Subsecretário de Proteção ao Trabalho;

g) Coordenador de Estudos e Pesquisas sobre Segurança do Trabalho;

h) Coordenador de Técnico-Normativo de Segurança do Trabalho;

i) Coordenador de Estudos e Pesquisas sobre Medicina do Trabalho;

j) Coordenador de Técnico-Normativo de Medicina do Trabalho;

l) Coordenador de Estudos e Programação;

m) Coordenador de Execução de Programação;

n) Coordenador de Inspeção de Programas;

o) Coordenador de Proteção ao Trabalho da Mulher e do Menor;

p) Coordenador do Sistema Nacional de Treinamento;

q) Coordenador do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho;

r) Fiscal do Trabalho, Médico do Trabalho, Engenheiro e Assistência Social.

s) Coordenador do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho;

t) Fiscal do Trabalho, Médico do Trabalho, Engenheiro e Assistente Social.

I I - Nos órgãos regionais:

a) Delegado Regional do Trabalho;

b) Chefe do Gabinete;

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c) Assistente do Delegado;

d) Diretor de Divisão de Proteção ao Trabalho;

e) Diretor de Divisão de Relações do Trabalho;

f ) Diretor de Divisão de Segurança e Medicina do Trabalho;

g) Chefe da Seção de Inspeção do Trabalho;

h) Chefe da Seção da Homologação e Rescisões Contratuais;

i) Chefe da Seção de Orientação e Movimentação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço;

j) Chefe da Seção de Multas e Recursos;

k) Chefe da Seção de Orientação e Movimentação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço;

l) Chefe da Seção de Segurança no Trabalho;

m) Chefe da Seção de Medicina do Trabalho;

n) Chefe da Seção de Programas de Prevenção de Acidentes do Trabalho;

o) Subdelegado do Trabalho;

p) Chefe da Seção de Relações do Trabalho

q) Chefe do Posto Regional do Trabalho;

r) Coordenador do Sistema de Treinamento;

s) Coordenador do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho; e

t) Agente da Inspeção do Trabalho em Atividade de mediação.

Art. 2º O Agente da Inspeção do Trabalho que exerça cargo, função ou atividade não incluída nos incisos I e II perceberáa gratificação prevista na Portaria n.º 3.305/89, na mesma pontuação, e terá prazo até 31 de dezembro de 1989,para fazer opção entre a função que exerce e aquela relacionada diretamente com a inspeção do trabalho.

Art. 3º Revogam-se os artigos 3º e 4º da Portaria n.º 3.305/89.

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

DOROTHEA WERNECK

PORTARIA N.º 3.311 DE 29 DE NOVEMBRO DE 1989

Estabelece os princípios norteadores do programa do programa de desenvolvimento do Sistema Federal de Inspeção doTrabalho e dá outras providências.

A MINISTRA DE ESTADO DO TRABALHO, no uso das suas atribuições legais e,

Considerando que compete à União organizar, manter e executar a Inspeção do Trabalho, conforme dispões o inciso XXIV,do artigo 21, da Constituição Federal;

Considerando os preceitos estabelecidos na Convenção n.º 81, da Organização Internacional do Trabalho, cuja promulgaçãofoi revigorada através do Decreto n.º 95.461, de 11 de dezembro de 1987;

Considerando as normas contidas no Regulamento da Inspeção do Trabalho, aprovado pelo Decreto n.º 55.841, de 15 demarço de 1965, e demais disposições pertinentes previstas na Consolidação das Leis do Trabalho;

Considerando o que determina o parágrafo 1º do artigo 7º da Lei n.º 7.855, de 24 de outubro de 1989,

RESOLVE:

Art. 1º Ficam estabelecidos os princípios norteadores do Programa de Desenvolvimento do Sistema Federal de Inspeçãodo Trabalho, instituído pela Lei n.º 7.855, de 24 de outubro de 1989, em seu artigo 7º.

Art. 2º O Sistema Federal de Inspeção do Trabalho, previsto no Regulamento da Inspeção do Trabalho e consentâneocom normas contidas na Convenção n.º 81, da Organização Internacional do Trabalho, tem por finalidadeassegurar, em todo território nacional, a aplicação das disposições legais e regulamentares, incluindo as convençõesinternacionais ratificadas, dos atos e decisões das autoridades competentes e das Convenções coletivas dotrabalho, no que concerne à duração e às condições de trabalho, bem como à proteção dos trabalhadores noexercício da profissão.

Art. 3º O Programa de Desenvolvimento do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho, destinado a desenvolver epromover as atividades de inspeção das normas de proteção, segurança e saúde do trabalhador, tem comoprincípios norteadores:

I - O planejamento das ações;

II - A ampliação e a intensificação das ações com vistas à universalização da cobertura;

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III - O controle social; e

IV - A interiorização das ações.

Art. 4º Constituem objetivos do Programa:

I - Assegurar o reconhecimento do vínculo empregatício do trabalhador e os direitos dele decorrentes,inclusive os referentes ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS;

II - Garantir ao trabalhador condições de segurança e salubridade em seu ambiente de trabalho.

Art. 5º O programa será implementado através de Planos de Ação na área de proteção ao trabalho (Anexo I) e na áreade segurança e saúde do trabalhador (Anexo II), observadas as seguintes diretrizes:

I - Atualização permanente da instruções normativas e regulamentadoras;

II - Fortalecimento dos órgãos do Ministério dos Trabalho;

III - Modernização dos processos de Trabalho e de Administração;

IV - Regionalização, para sintonizar os procedimentos com a respectiva realidade local;

V - Utilização de indicadores epidemiológicos para a definição e direcionamento das ações;

VI - Incremento dos processos de educação que visem a formação de uma consciência crítica;

VII - Formação, atualização e treinamento técnico, normativo e operacional dos recursos humanos envolvidosnas atividades diretas de inspeção do trabalho;

VIII - Otimização dos serviços de orientação e agilização das providências para o atendimento das reclamaçõesformuladas pelos trabalhadores;

Parágrafo único. O aperfeiçoamento do programa dar-se-á através da revisão anual dos planos.

Art. 6º Os Planos de Ação terão como objetivos:

I - Estabelecer as normas gerais de procedimento que disciplinarão as atividades do Ministério do Trabalhonas áreas de proteção ao trabalho e segurança e saúde do trabalhador;

II - Servir de instrumento político-gerencial das ações a serem desenvolvidas pela Secretaria de Segurançae Medicina do Trabalho e Secretaria de Relações do Trabalho;

III - Imprimir maior racionalidade e modernização dos serviços, buscando atingir as metas específicas;

Parágrafo Único. O planejamento das ações obedecerá a critérios de prioridades definidos em conjunto com as entidadessindicais representativas dos trabalhadores, levando em consideração empresas e atividades de maior grau derisco, maior taxa de acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho, maior incidência de infração dasnormas de proteção, segurança e saúde nacional, bem como estabelecendo as metas a serem alcançadas.

Art. 7º O planejamento, a coordenação, a supervisão, o controle e a avaliação das ações de proteção ao trabalho e dasações de segurança e saúde do trabalhador competem, respectivamente, à Secretaria de Relações do Trabalho- SRT, e à Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho - SSMT.

§ 1º A elaboração dos planos de trabalho, regionais e setoriais, deverá ser feita conjuntamente pela área derelações do trabalho e de segurança e medicina do trabalho da Delegacia Regional do Trabalho devendo suaconsolidação, em nível central, ser feita pela SRT e SSMT, também conjuntamente, com a participação dasentidades sindicais representativas dos trabalhadores.

§ 2º É assegurado a participação das entidades sindicais representativas dos Trabalhadores e dos empregadoresna avaliação das ações referidas neste artigo, através da Comissão Sindical de Avaliação da Inspeção doTrabalho.

Art. 8º O deferimento da gratificação prevista no artigo 12 da Medida Provisória n.º 106, de 14 de novembro de 1989,obedecerá à pontuação fixada no Anexo III.

Art. 9º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

DOROTHEA WERNECK

ANEXO I

PLANO DE AÇÃO NA ÁREA DE PROTEÇÃO AO TRABALHO

1. INTRODUÇÃO

1.1 - O Plano Geral de Ação compreende, além das atividades normais de inspeção do trabalho, os Programas Especiaisa serem desenvolvidos e executados pelos Fiscais de Trabalho.

O seu objetivo é o de imprimir maior racionalização e de inspeção dos serviços, na busca de metas específicas a serematingidas, de forma conjunta e articulada com as entidades sindicais. Este trabalho deve prevalecer sobre as ações quenão estejam subordinadas a prévio e especial planejamento.

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2. DO PLANEJAMENTO

2.1 - Compete, em cada Estado e no Distrito Federal, à Divisão de Proteção do Trabalhador-DPT; Divisão de Relações doTrabalho - DIRT. Planejar, coordenar, supervisionar, executar e avaliar a ação fiscal, levando em conta as diretrizes geraise específicas traçadas pela Secretaria de Relações do Trabalho-SRT, bem como as pecualiaridades locais, regionais esazonais, considerando-se, para tanto, inclusive os subsídios fornecidos pelos trabalhadores ou pelos seus representanteslegais.

2.2 - O planejamento global da ação fiscal, que será no mínimo trimestral, elegerá as atividades econômicas a seremabrangidas pela fiscalização no período, estabelecendo-se um cronograma.

2.3 - Na elaboração do referido cronograma considerar-se-ão, além das peculiaridades acima citadas, o nível de incidênciado descumprimento das normas gerais de proteção ao trabalho (registro, assinatura da Carteira de Trabalho e PrevidênciaSocial, jornada descanso semanal, férias, intervalos para repouso e alimentação, pagamento de salários e adicionais, etc),irregularidade na locação de mão-de-obra de terceiros, o grau de risco das empresas, a ocorrência de acidentes de contatoscom entidades representativas dos trabalhadores ou gerados de inobservância de normas coletivas de trabalho.

2.4 - Definidas as atividades econômicas, compete às respectivas Delegacias convidar as entidades sindicais representativasdos trabalhadores que serão alcançadas pela ação fiscal para, através de mesa-redonda, elaborar um diagnóstico dasituação, eleger prioridades, e, posteriormente, estabelecer as estratégias de relação atualizada das empresas existentesem sua base territorial, bem como certidão de sentenças normativas ou cópia das convenções ou acordos coletivos detrabalho em vigor.

2.5 - No decorrer da fase de execução poderão ser realizadas novas reuniões, com os integrantes dos grupos especiais,por iniciativa destes, das chefias da fiscalização ou dos sindicatos, para reavaliação do diagnóstico inicial ouredimensionamento do plano.

3. DA EXECUÇÃO

3.1 - Compete à chefia da Seção de Inspeção do Trabalho, com base no planejamento elaborado, expedir as Ordens deServiço a serem cumpridas pelos Fiscais do Trabalho, bem como informá-los acerca das metas a serem atingidas, a formade execução e apresentação do relatório.

3.2 - Na unidades no interior dos Estados, os Programas Especiais serão executados sob a supervisão da DPT/DIRF,cabendo aos Subdelegados ou Chefes de Posto a adoção das medidas e procedimentos previstos nos itens anteriores,quando for o caso.

3.3 - Compete às chefias de inspeção determinar o contingente de Fiscais do Trabalho que será utilizado para a formaçãode grupos especiais, de mode que os remanescentes venham a ser distribuídos por zona para atender processos oriundosde denúncia e demais atividades necessárias.

3.4 - A forma de composição de grupos e o número de seus integrantes ficará a critério das chefias que considerarão onúmero de empresas a serem fiscalizadas e o período abrangido, de acordo com as metas traçadas.

3.5 - O grupo terá caráter temporário e será submetido a rodízio trimestral coincidente com a data de sorteio para a zona.

3.6 - A critério das chefias, um ou mais fiscais poderão permanecer no grupo especial com o objetivo de repassar aosnovos integrantes a experiência adquirida.

3.7 - Os integrantes do grupo receberão todo material de apoio necessário à execução da sua atividade, com a legislaçãoou regulamento aplicável, cópia de acordo ou convenção coletiva ou setença normativa, bem como formulário pararelatório.

3.8 - O relatório, por emp0resa, conterá os dados necessários e peculiares àquela atividade econômica, tais comoelementos identificadores do Agente Fiscal, da empresa ou estabelecimento, data da inspeção, composição da mão-de-obra locada nos termos da lei n.º 6.019/74 ou irregularmente locada, segundo o entendimento do TST através do Enunciadon.º 256), composição do salário, avaliação do ambiente de trabalho em geral, pessoas entrevistadas na empresa(empregador ou preposto, trabalhadores, membros da CIPA, médico da empresa, engenheiro de segurança do trabalho eoutros), irregularidades encontradas, autos de infração lavrados e orientação dada à empresa.

3.9 - O desenvolvimento da ação fiscal de acordo com esta estratégia de formação de grupos, não desobrigará o fiscaldo trabalho de suas atividades internas, devendo a seção de inspeção do trabalho procurar conciliá-las com as escalas deplantão.

3.10 - O Diretor da DPT ou DIRT poderá designar, dentre os integrantes do grupo especial, coordenadores para desempenharatividades internas de apoio necessárias à execução do plano, além das atividades externas previstas no item 4.6.

4. AVALIAÇÃO

4.1 - A direção da DPT e SIT elaboração o relatório final, global, com base nos relatórios por empresa, com a finalidade deretratar o desempenho da ação fiscal à vista das metas traçadas.

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4.2 - O Relatório Global deverá conter no mínimo: resumo das metas propostas; metas atingidas pela ação fiscal (númerode empresas fiscalizadas, período abrangido, número de fiscais envolvidos, número total de empregados, número deautos de infração lavradas com especificação das irregularidades respectivas).

4.3 - A DRT expedirá ofícios às entidades representativas dos trabalhadores e empregadores abrangidos pela ação fiscalcontendo cópia do relatório global referido no artigo anterior e convite para participar da reunião da avaliação dos resultadoscom a presença das chefias da fiscalização e representantes do grupo especial.

4.4 - A reunião a que se refere o item anterior; deverá ser realizada, sempre, ao final de cada fase da execução, tão logoseja elaborado o Relatório Global.

4.5 - Os relatórios globais, bem como as atas das reuniões, serão remetidas à Secretaria de Relações do Trabalho ao finalde cada trimestre.

4.6 - Por determinação do Diretor da DPT ou DIRF, os coordenadores referidos no item 3.10, deverão visitar as empresasfiscalizadas individualmente ou pelos grupos especiais, a fim de se avaliar o desempenho da ação fiscal, segundo asmetas propostas. A escolha das empresas a serem visitadas, far-se-á através de sorteio.

ANEXO II

PLANO GERAL DE AÇÃO NA ÁREA DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR

1. IDENTIFICAÇÃO

1.1 - A Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador, de acordo com os princípios e diretrizes definidos pelaSecretaria de Segurança e Medicina do Trabalho em seus Plano Geral de Ação - PGA, será desenvolvida em torno de umeixo central constituído pelos seguintes programas:

1.1.1 - Elaboração, revisão e atualização da legislação, observadas em especial as convenções, resoluções e recomendaçõesda OIT, em especial as convenções n.º 81, 148 e 155.

· Revisão do Capítulo V da CLT; Revisão/atualização das NR;

· Elaboração de normas específicas;

· Revisão do Decreto da CANPAT

1.1.2 - Educação para a prevenção.

- Ações que visem a introdução de conteúdo sobre segurança e saúde do trabalhador na Rede de Ensino(conteúdo programático e formação de agentes multiplicadores);

- Semana de Prevenção de acidentes do Trabalho;

- Produção e divulgação de informações;

- Realização/promoção de congressos, simpósitos, seminários;

- Realização do Congresso Brasileiro de Segurança e Saúde do

- Trabalhador, promovido pelo Ministério do Trabalho, sendo assegurada a participação de técnicos dosórgãos regionais de todos os Estados;

- Formação de dirigentes sindicais na área de segurança e saúde do trabalhador.

1.1.3 - Programa nacionais:

- Mapeamento do riscos dos ambientes de trabalho;

- Ações junto ao CREA, para que seja exigida a ART de engenheiro de segurança sobre o projeto deconstrução e instalações industriais e comerciais;

- Investigação e análise dos acidentes graves e fatais;

- Inspeção das condições de trabalho;

- Atendimento a denúncias;

- Prevenção de acidentes na construção civil;

- Prevenção da pneumoconiose;

- Convênio para implementar as ações de segurança e saúde dos trabalhadores rurais;

1.1.4 - Apoio a estudos, pesquisas e serviços:

- Implantação de centros de estudos de segurança e saúde do trabalhador, em conjuntos com outrasinstituições;

- Introdução de atividades de segurança e saúde do trabalhador na rede de saúde e apoio aos programasexistentes;

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- Estudo epidemiológico de acidentes do trabalho e doenças profissionais;

- Pesquisa para desenvolvimento de instrumentos de avaliação ambiental, e proteção coletiva;

- Estudos para implantação de centro estaduais da FUNDACENTRO;

1.1.5 - Apoio às Ações dos órgãos regionais do MTb:

- Dotação das DRT com equipamentos de avaliação ambiental, de audivisual e bibliografia;

- Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos, especialmente formação de mediadores;

- Dotação da FUNDACENTRO (CTN e Regionais) com equipamentos de avaliação ambiental, laboratório,audivisual e bibliografia;

- Informatização da SSMT, DRT, FUNDACENTRO e das unidades regionais.

1.1.6 - Programas especiais:

- Riscos físicos ruído;

- Riscos químicos: solventes e metais pesados;

- Outros programas a critério dos órgãos regionais.

1.2. Caberá a cada DRT em conjunto com a FUNDACENTRO onde houver, elaborar os seus projetos e definir a forma deexecução dos mesmos, obedecendo os critérios estabelecidos neste documento. Deverá ser estimulada a participaçãodos trabalhadores e do setor de Saúde na definição e execução da programação e dos projetos.

1.3. A SSMT e a FUNDACENTRO/CTN darão apoio técnico, financeiro e político para o desenvolvimento dos projetos, suaexecução, bem como seu acompanhamento, a realização avaliação dos mesmos.

1.4. Todo técnico do MTb (médico, médico do trabalho, engenheiro, engenheiro de segurança, agente de higiene desegurança do trabalho do saúde do trabalhador, fiscal do trabalho, etc.) que atue na área de segurança e saúde dotrabalhador, deve conhecer e obedecer as diretrizes do PGA e suas normas gerais de procedimento.

1.5. Os setores de segurança e medicina do trabalho dos órgãos regionais deverão manter entrosamento com os setoresde proteção ao trabalho (DPT ou SIT) para, inclusive, programar as inspeções de rotina;

1.6. Ás DRT e regionais da FUNDACENTRO deverão divulgar para o público o programa de trabalho e os resultadosalcançados, devendo a SSMT dotar as regionais de recursos financeiros específicos para tal fim.

1.7. Recomenda-se ao MTb e à FUNDACENTRO a democratização do conhecimento, para os trabalhadores, das suascondições de trabalho;

1.8. Nas medições de negociação coletiva de trabalho, sempre que constar cláusula relativas à segurança e saúde dotrabalhador, deverá ter a participação de um técnico da área.

2. DO PLANEJAMENTO

2.1. As atividades a serem desenvolvidas pelos órgãos regionais do MTb ma área de segurança e saúde do trabalhadorseguirão metodologias definidas pela Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho em conjunto com as DRT e aFUNDACENTRO e atenderão prioridades também definidas em conjunto.

2.2. A execução das atividades referidas no item 2.1 far-se-á através de planejamento prévio a ser elaborado pelo órgão,de acordo com o formulário 1.

2.3. As atividades da DRT ou FUNDACENTRO obedecerão aos seguintes de prioridade, dentre outros:

2.3.1. Empresas e atividades de maior grau de risco;

2.3.2. Empresas e atividades com maior taxa de acidentes e doenças profissionais;

2.3.3 Empresas e atividades com maior taxa de gravidade de acidentes do trabalho e doenças profissionais;

2.3.4. Empresas e atividades com maior taxa de mortalidade ou letalidade;

2.3.5. Empresas e atividades com grande número de trabalhadores expostos a riscos;

2.3.6. Programas especiais;

2.3.7. Programas a nível nacional;

2.3.8. Informações de sindicatos e de denúncias;

2.4. As DRT e a FUNDACENTRO deverão manter contatos e entrosamento permanente com agências locais do INPS,órgão de saúde, entidades de classe e outras instituições para obterem dados sobre as ocorrência de acidentes do trabalhotípico, de trajeto, doenças profissionais e do trabalho em empresas o que, juntamente com dados extraídos das atas dasCIPA, do Anexo I da NR-5 e dos Anexos da NR-4 e outros, orientação a escolha das prioridades para a execução das açõesde segurança e saúde do trabalhador.

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2.5. As DRT e regionais da FUNDACENTRO deverão encaminhar à SSMT/MTb a pré-proposta do programa de trabalho doano seguinte até o último dia útil do mês de abril, e a proposta definidas será elaboração do seu programa de trabalh o;

2.6. As DRT e regionais FUNDACENTRO deverão encaminhar às entidades representativas dos trabalhadores e outrasinstituições envolvidas com a segurança e saúde do trabalhador para participarem da elaboração do seus programa detrabalho;

2.7. Os órgãos regionais do MTb deverão comunicar às entidades representativas dos trabalhadores as fiscalizações aserem realizadas, para cumprimento do que estabelece a Convenção n.º 148 da OIT;

3. DA EXECUÇÃO

3.1. O MTb, por intermédio da SSMT, deverá oferecer condições para que as suas regionais busquem dar cobertura deforma homogênea e programada, a todos os municípios;

3.2. Todo aquele da inspeção, médico, engenheiro e o agente de higiene e segurança dos órgãos regionais do MTb deveráelaborar relatório mensal de suas atividades conforme formulários 2 e3 devendo o mesmo ser entregue no Setor deSegurança e Medicina do Trabalho;

3.3. As perícias para caracterização de insalubridade ou periculosidade requeridas ao MTb só deverão se atendidas secoincidirem com as prioridades estabelecidas e justificarem a sua realização (formulário 8). Nesses casos, a empresapericiada deverá ser submetida a uma inspeção completa e notificada para eliminar os riscos e as irregularidadesencontrada. Quando se tratar de requerimento de entidade sindical, esta deverá ser sensibilizada a assumir o compromissojunto ao órgão através de ordens de serviços como tarefa especial, pela chefia competente;

3.4. As vistorias às empresas deverão ser feitas de acordo com os formulários 5 (relatório padrão de inspeção), 6(orientação para investigação de acidente grave ou fatal) e 7 (relatório padrão de inspeção na construção civil);

3.5. As vistorias às empresas, cujos processos produtivos e/ou riscos ocupacionais não sejam bem conhecidos pelostécnicos, deverão ser precedidas de estudos bibliográficos dos riscos, e determinadas através de ordens de serviçoscomo tarefa especial, pela chefia competente;

3.6. As vistorias às grandes empresas e àquelas que constituírem objeto de programas especiais deverão preferencialmenteser feitas em equipe (médico + engenhei ro + fiscal + agente de higiene ou ainda médico + engenheiro + agente de higiene,etc.)

3.7. O técnico do MTb dever sempre ouvir o depoimento dos trabalhadores das empresas vistoriadas sobre as suascondições de trabalho, ampliando as percepção dos riscos ocupacionais;

3.8. As notificações ou recomendações para correção de condições inseguras, insalubres e/ou perigosas devem privilegiaras medidas de proteção coletiva, somente determinando o uso do EPI como medida transitório como medida complementarquando, esgotados, os recursos técnicos, não tenha sido possível eliminar totalmente o risco.

3.9. A notificação para a realização de exames médicos deve explicar, também, os exames complementares que deverãoser realizados, em função das ocupações e riscos a que os trabalhadores estão expostos, sendo necessário citar a funçãoa atividade e solicitar da empresa a relação nominal dos trabalhadores que deverão ser submetidos a esses exames, paraevitar omissões de resultados normais ou alterados;

3.10. Quando for necessário notificar a empresa para a realização de levantamento ambiental, a fim de se avaliar riscosambientais, deve ser solicitado também o projeto para controle ambiental e monitoramento periódico desses riscos, o qualpoderá subsidiar as futuras notificações de medidas corretivas;

4. DA AVALIAÇÃO

4.1. O setor de segurança e medicina do trabalho da DRT, com base nos relatórios individuais, deverá elaborar relatóriosmensais das atividades desenvolvidas conforme formulário 4 (atividades de divisão de segurança e medicina dotrabalho), que deverão ser encaminhados à SSMT até o 10º dia do mês subsequente.

4.2. A FUNDACENTRO- CNT também encaminhará à SSMT relatório trimestral de suas atividades, após aprovação deConselho Deliberativo;

4.3. Para garantir controle de qualidade e de eficácia das atividades, o setor de segurança e medicina do trabalho dosórgãos regionais realizará reunião mensal, com a participação dos agentes de inspeção da área de segurança e saúde dotrabalhador;

4.4. Recomenda-se aos órgãos regionais do MTb a promoção de mesas de negociação, com a participação da entidade declasse e a empresa fiscalizada, não devendo houver, sempre que ficarem constatadas irregularidades que demandemprazos diversos para correção ou soluções mais complexas, estabelecendo conjuntamente estratégias de implantação dasmedidas.

Os formulários de n.º 1 a 8, previstos neste Anexos, serão estabelecidos pela Secretaria de Segurança e Medicina doTrabalho.

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ANEXOS III

1. A gratificação individual a que se refere o § 2º do Art. 7º da Lei 7855, de 24/10/89, será através até o máximo de 280pontos por servidor, correspondendo cada ponto a 0,285% (duzentos e oitenta e cinco milésimos porcento), do respectivovencimento.

2. a pontuação será aferida de acordo com a tabela constante deste anexo.

3. Para efeito da apuração da gratificação, considerar-se-á:

a) Inspeção especial - aquela exercitada e/ou planejada com a participação da entidade sindical representativados trabalhadores;

b) Inspeção em equipe ou grupo - aquela que, por sua natureza, é realizada por mais de um Agente daInspeção do Trabalho por determinação de autoridade superior, sendo os pontos computados individualmente

c) Inspeção noturna - aquela efetuada no período compreendido entre as 19 (dezenove) horas de um dia eas 5 (cinco) horas do dia seguinte;

d) Monitoria/treinamento - aquela desenvolvida com atividade de monitoria e participação em curso detreinamento promovidos, reconhecidos ou aprovados pela SRT, SSMT, DRT;

e) Atividade singular - atividade de planejamento, coordenação, análise, mediação, distribuição de serviços,participação em grupos de trabalho ou projetos especiais coordenados pela SRT ou SSMT e suascorrespondentes nos Estados, apresentação de trabalhos técnicos, participação do Trabalho, Secretáriode Relações do Trabalho, Secretária de Segurança e Medicina do Trabalho, Delegado Regional doTrabalho ou Subdelegacia do Trabalho;

f ) Chefia/substituição - cargo em comissão ou função de confiaça (DAÍ, DAS, FAS), ou substituiçãodesses cargos, quando em linha direta da Inspeção do Trabalho.

4) A pontuação especial constante da tabela deste anexo não poderá exceder ao limite máximo fixado não será considerada,em tempo algum, par qualquer efeito.

5) A pontuação especial constante da tabela deste anexo não poderá exceder a 30% (trinta por cento) da pontuação totalalcançado, no mês, pelo agente da Inspeção do trabalho em atividades externas.

3.1. - A pontuação que exceder a 30% não será computada para efeito de deferimento da gratificação.

TABELA A QUE SE REFERE O ANEXO III DA PORTARIA N.º 3.311/89

PONTUAÇÃO BÁSICA

PONTUAÇÃO BÁSICA

NÚMERO ATIVIDADE E INSPEÇÃO PONTOS01 Estabelecimentos com 01 a 04 empregados 0602 Estabelecimentos com 05 a 09 empregados 0803 Estabelecimentos com 10 a 19 empregados 1204 Estabelecimentos com 20 a 49 empregados 1405 Estabelecimentos com 50 a 99 empregados 1606 Estabelecimentos com 100 a 199 empregados 1807 Estabelecimentos com 200 a 499 empregados 2008 Estabelecimentos com 500 a 999 empregados 2209 Estabelecimentos com mais de 1.000 empregados 24

PONTUAÇÃO ADICIONAL

NÚMERO ATIVIDADE E INSPEÇÃO PONTOS01 Estabelecimentos com grau de risco 2 0102 Estabelecimentos com grau de risco 3 0303 Estabelecimentos com grau de risco 4 0404 Inspeção Especial 0105 Inspeção em período noturno, em feriados, sábados 02

e domingos, por determinação superior06 Notificação para empresa com até 10 empregados 0207 Inspeção fora da sede ou em área rural 0508 Levantamento de débito do FGTS (por turno) 0709 Inspeção do cumprimento de NR (por NR notificada) 0,5

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PONTUAÇÃO ESPECIAL

NÚMERO ATIVIDADE E INSPEÇÃO PONTOS01 Atividade Singular 7,502 Monitoria/Treinamento 7,003 Chefia/Substituição (DAS/DAI) 7,504 Plantão 7,005 Perícia 7,0

Obs.: A pontuação especial conta-se por expediente.

(of. n.º 319/89)

PORTARIA N.º 3.032, DE 15 DE FEVEREIRO DE 1990

A MINISTRA DE ESTADO DO TRABALHO, no uso de suas atribuições legais e considerando o disposto no parágrafo únicodo artigo 2º e artigo 6º. Ambos da Lei n.º 7.855, de 24 de outubro de 1989,

RESOLVE:

Art. 1º Os valores das multas por infração das Normas de Segurança e Medicina do Trabalho, nos termos do parágrafoúnico do artigo 201 da CLT e da NR 28, aprovada pela Portaria n.º 07/83, passarão a vigorar com os valoresconvertidos em BTN, conforme Quadros I e II anexos.

Art. 2º O valor da multa será expresso em quantidade de BTN no formulário de notificação, devendo a conversão emcruzados novos, para preenchimento do DARF, ser feira considerando-se o valor do BTN do mês de pagamento.

Art. 3º O valor das multas não recolhidas no prazo previsto no parágrafo 3º da CLT será atualizado monetariamente peloBTN Fiscal, acrescido de juros de mora de um por centro ao mês calendário, na forma da legislação aplicada aostributos federais, até a data do seu efetivo pagamento.

Art. 4º Em caso de reincidência, embaraço ou resistência à fiscalização, emprego de artifícios ou simulação com oobjetivo de fraudar a lei, a multa será aplicada no valor máximo, conforme estabelece o parágrafo único do art.201, da CLT.

Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 6º Revogam-se os Quadros I e II da NR 28 aprovada pela Portaria SSMT n.º 19, de 28 de junho de 1983.

DOROTHEA WERNECK

DECRETO N° 99.534, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990

Promulgação da Convenção n° 152 - ConvençãoRelativa a Segurança e Higiene nos TrabalhosPortuários.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e considerandoque o Congresso Nacional aprovou, pelo Decreto Legislativo n° 84, de 11 de dezembro de 1989, a Convenção n° 152 -Convenção Relativa à Segurança e Higiene nos Trabalhos Portuários, assinada em Genebra, em 25 de junho de 1979,considerando que o Brasil ratificou a referida Convenção, em 17 de maio de 1990, tendo a mesma entrado em vigor naforma de seu art. 45 e seus parágrafos,

DECRETA:

Art. 1° A Convenção n° 152 - Convenção Relativa à Segurança e Higiene nos Trabalhos Portuários, apensa por cópia aopresente decreto, será executada e cumprida tão inteiramente como nela se contém.

Art. 2° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3° Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 19 de setembro de 1990; 169° da Independência e 102° da República.

FERNANDO COLLOR

Francisco Rezek

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Convenção 152

SEGURANÇA E HIGIENE (TRABALHO PORTUÁRIO)

A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho convocada em Genebra pelo Conselho de Administração doDepartamento Internacional do Trabalho, e congregada na citada cidade no dia 6 junho de 1979 em sua sexagésima quintareunião; recordando as disposições dos convênios e recomendações internacionais do trabalho pertinentes, e em especialas do Convênio sobre a indicação do peso nos fardos transportados por barco, 1929; do Convênio sobre a proteção damaquinaria, 1963, e do Convênio sobre o meio ambiente de trabalho (contaminação do ar, ruído e vibrações), 1977;

Depois de ter decidido adotar diversas propostas relativas à revisão do Convênio sobre a proteção dos carregadores docais contra os acidentes (revisado), 1932 (núm. 32), questão que constitui o quarto ponto da ordem do dia da reunião, edepois de ter decidido que tais propostas revisam a forma de um convênio internacional, adota, com data de vinte e cincode junho de mil novecentos e setenta e nove, no presente Convênio, que poderá ser citado como o Convênio sobresegurança e higiene (trabalhos portuários), 1979:

PARTE I CAMPO DE APLICAÇÃO E DEFINIÇÕES

Artigo 1

Para os efeitos do presente Convênio, a expressão trabalhos portuários compreende a totalidade ou cada uma das partesdos trabalhos de carga ou descarga de todo navio, assim como quaisquer operações relacionadas com estes trabalhos;a definição de tais trabalhos deverá ser determinada pela legislação ou a prática nacionais. Ao elaborar ou revisar taldefinição se deverão consultar as organizações de empregadores e de trabalhadores interessadas ou obter a suacooperação com esse fim de alguma outra forma.

Artigo 2

1. Quando os trabalhos portuários se efetuarem em um lugar onde o trânsito é irregular e se limita a navios de poucatonelagem ou em relação às operações de navios de pesca ou de certas categorias de navios de pesca, todo EstadoMembro poderá autorizar exceções parciais ou totais a respeito da aplicação das disposições do presente Convênio coma condição de que:

a) os trabalhos sejam efetuados em condições de segurança;

b) a autoridade competente se assegure, mediante consulta às organizações de empregadores e detrabalhadores interessadas, de que possam razoavelmente conceder-se tais exceções considerandotodas as circunstâncias.

2. Algumas das exigências da parte III do presente Convênio poderão modificar-se se a autoridade competente, depois deconsultar as organizações de empregadores e de trabalhadores interessadas estiverem convencidas de que tais modificaçõesapresentam vantagens correspondentes e de que a proteção Geral que se estabelece não é inferior à que tiver resultadoda plena aplicação das disposições do presente Convênio.

3. As exceções totais ou parciais previstas no parágrafo 1 do presente Artigo, e as modificações de importância previstasno parágrafo 2, assim como seus motivos, deverão ser comunicadas nos relatórios sobre a aplicação do Convênio quese apresentem em virtude do Artigo 22 da Constituição da Organização Internacional do Trabalho.

Artigo 3

Para efeito do presente Convênio:

a) a expressão trabalhador significa toda pessoa empregada em trabalhos portuários;

b) a expressão pessoa competente significa toda pessoa em possessão dos conhecimentos e experiêncianecessários para o exercício de uma ou várias funções específicas e reconhecida como tal pelaautoridade competente;

c) a expressão pessoa responsável significa toda pessoa nomeada pelo empregador, pelo capitão do navioou pelo proprietário de uma máquina, conforme o caso, para assegurar o cumprimento de uma ou váriasfunções específicas, e que possua suficientes conhecimentos e experiência e a necessária autoridadepara o desempenho adequado de tais funções;

d) a expressão pessoa autorizada significa toda pessoa habilitada pelo empregador, pelo capitão do navioou por uma pessoa responsável para realizar uma ou várias tarefas determinadas, e que possua osconhecimentos técnicos e a experiência necessários;

e) a expressão aparelho de içar inclui todo aparelho de manipulação fixo ou móvel, incluindo as rampas docais acionadas mecanicamente, utilizado em terra ou a bordo do navio para suspender, elevar e descercargas e para transladá-las, em suspensão ou sustentadas, de uma posição a outra;

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f ) a expressão equipamento acessório de manipulação compreende todo dispositivo por meio do qual possafixar-se uma carga a um aparelho de içar, mas que não forme parte integrante de dito aparelho ou dacarga;

g) o termo acesso compreende igualmente a idéia de saída;

h) o termo navio compreende todas as categorias de navios, embarcações, gabarras, alijos e aerodeslizadores,com exclusão dos navios de guerra.

PARTE II DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 4

1. A legislação nacional deverá dispor que se tomem, a respeito dos trabalhos portuários, medidas de conformidade coma parte III do presente Convênio com vistas a:

a) proporcionar e manter lugares e equipamentos e utilizar métodos de trabalho que sejam seguros e nãoenvolvam riscos para a saúde;

b) proporcionar e manter meios seguros de acesso aos lugares de trabalho; c) proporcionar a informação,formação e controle necessários para assegurar a proteção dos trabalhadores contra o risco de acidentesou de dano para a saúde por causa do trabalho ou durante este;

d) proporcionar aos trabalhadores todo o equipamento e roupas de proteção pessoal e todos os meios desalvamento que razoavelmente resultem necessários, quando não puder ser proporcionada por outrosmeios uma proteção adequada contra os riscos de acidente ou de dano para a saúde;

e) proporcionar e manter serviços apropriados e suficientes de primeiros socorros e de salvamento;

f ) elaborar e fixar procedimentos apropriados para enfrentar quaisquer situações de urgência que puderem surgir.

2. As medidas que sejam tomadas para aplicar no presente Convênio deverão compreender:

a) prescrições gerais relativas à construção, equipamento e conservação das instalações portuárias e deoutros lugares onde se realizem trabalhos portuários;

b) prevenção e proteção contra o fogo e as explosões;

c) meios seguros de acesso aos navios, porões, plataformas, equipamentos e aparelhos de içar;

d) transporte de trabalhadores;

e) abertura e fechamento de escotilhas, proteção das bocas de escotilha e trabalho nos porões;

f ) construção, conservação e manejo do equipamento de içar e de manipulação de carga;

g) construção, conservação e utilização de plataformas;

h) preparação e manejo de pontais de carga nos navios;

i) provas, exames, inspeção e certificação, conforme seja conveniente, dos aparelhos de içar e doequipamento acessório de manipulação, incluídos correntes e cabos, e das eslingas e demais dispositivoselevadores que formem parte integrante da carga;

j) manipulação dos diferentes tipos de carga;

k) empilhamento e armazenamento da carga;

l) substâncias perigosas e outros riscos no meio de trabalho;

m) equipamento de proteção pessoal e roupas de proteção;

n) instalações sanitárias e lavatórios, bem como instalações de conforto;

o) controle médico;

p) serviços de primeiros socorros e salvamento;

q) organização da segurança e da higiene;

r) formação dos trabalhadores;

s) notificação e investigação de acidentes e doenças profissionais.

3. A aplicação prática das normas estabelecidas conforme o parágrafo 1 do presente Artigo deverá garantir-se ou facilitar-se mediante normas técnicas ou repertórios de recomendações práticas aprovados pela autoridade competente, osegundo outros métodos conforme a prática e as condições nacionais.

Artigo 5

1. A legislação nacional deverá fazer recair sobre as pessoas apropriadas, sejam empregadores, proprietários, capitães ououtras pessoas, conforme os casos, a responsabilidade de assegurar que se cumpram as medidas a que se refere oparágrafo 1 do Artigo 4 do presente Convênio.

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2. Sempre que vários empregadores realizarem simultaneamente atividades no mesmo lugar de trabalho, deverãocolaborar na aplicação das medidas prescritas, sem prejuízo da responsabilidade de cada empregador a respeito dasegurança e higiene dos trabalhadores que emprega. Nos casos apropriados, a autoridade competente deverá prescreveros procedimentos gerais a que se ajustará esta colaboração.

Artigo 6

1. Deverão ser tomadas as disposições necessárias para que os trabalhadores:

a) não perturbem sem causa válida o funcionamento nem façam uso indevido de nenhum dispositivo ousistema de segurança previsto para sua própria proteção ou a proteção dos outros;

b) zelem dentro de limites razoáveis por sua própria segurança e a de outras pessoas que possam ver-seafetadas por seus atos ou omissões no trabalho;

c) informem imediatamente ao seu superior imediato de qualquer situação que, a seu juízo, possa envolverum risco e que eles mesmos não possam remediar, com o objetivo de que possam tomar-se medidascorretivas.

2. Os trabalhadores deverão ter o direito em qualquer lugar de trabalho, de contribuir com a segurança no trabalho, namedida em que possam exercer um controle sobre os equipamentos e métodos de trabalho, e a expressar suas opiniõessobre as questões de segurança que os procedimentos de trabalho utilizados apresentarem. Na medida que resulteapropriado, de conformidade com a legislação e prática nacionais, quando existirem comissões de segurança e higienecriadas em virtude do Artigo 37 do presente Convênio, dito direito deverá ser exercido por meio de ditas comissões.

Artigo 7

1. Ao tornar efetivas as disposições do presente Convênio por via legislativa ou por outros meios apropriados conformea prática e as condições nacionais, a autoridade competente deverá atuar mediante consulta às organizações deempregadores e de trabalhadores interessadas.

2. Deverá ser estabelecida uma colaboração estreita entre os empregadores e os trabalhadores ou seus representantespara a aplicação das medidas a que se refere o parágrafo 1 do Artigo 4 do presente Convênio.

PARTE III MEDIDAS TÉCNICAS

Artigo 8

Toda vez que um lugar de trabalho envolver riscos para a segurança ou a saúde deverão ser tomadas medidas eficazes(murando-o, colocando sinais de advertência ou utilizando outros meios adequados, incluindo, em caso de necessidade,a interrupção do trabalho) para proteger os trabalhadores até que o lugar reúna de novo condições de segurança.

Artigo 9

1. Todos os lugares onde se efetuarem trabalhos portuários e todos os acessos a ditos lugares deverão contar comiluminação apropriada e suficiente.

2. Todo obstáculo que possa ser perigoso para o movimento de um aparelho de içar, para um veículo ou para uma pessoa,se não puder ser eliminado por razões práticas, deverá ser conveniente e claramente assinalado e, se for preciso, disporde iluminação adequada.

Artigo 10

1. Todas as superfícies utilizadas para o trânsito de veículos ou para o empilhamento de mercadorias e materiais deverãoser apropriadas para tais fins e manter-se adequadamente.

2. Quando se empilharem ou desempilharem e se estivarem ou desestivarem produtos ou mercadorias, estas operaçõesdeverão efetuar-se ordenadamente e com precaução, levando em conta a natureza dos produtos ou mercadorias e de seuacondicionamento.

Artigo 11

1. Deverão deixar-se corredores de largura adequada para permitir a utilização sem perigo de veículos e aparelhos demanipulação da carga.

2. Quando for necessário e factível, deverão providenciar-se corredores separados para o trânsito de pedestres; estescorredores deverão ser de largura suficiente e, na medida em que isso seja possível, estar separados dos corredoresdestinados ao trânsito dos veículos.

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Artigo 12

Deverão proporcionar-se e manter-se disponíveis meios convenientes e adequados de combate a incêndios para utilizá-los onde se realizem trabalhos portuários.

Artigo 13

1. Todas as partes perigosas de uma máquina deverão estar eficazmente protegidas, a menos que por sua construção oupor sua disposição sejam tão seguras como se estivessem eficazmente protegidas.

2. Deverão tomar-se medidas eficazes para poder cortar o fornecimento de energia de qualquer máquina se for necessárioem caso de urgência.

3. Quando numa máquina tenham que ser realizados trabalhos de limpeza, manutenção ou reparos que envolvam riscospara uma pessoa, a máquina deverá ser parada antes de que comece o trabalho e deverão tomar-se as medidasapropriadas para garantir que a máquina não se possa pôr em funcionamento até que se tenha completado o trabalho, semrisco de que uma pessoa responsável possa pô-la em funcionamento a fim de realizar testes ou ajustes que não sepossam efetuar enquanto a máquina estiver parada.

4. Somente a uma pessoa autorizada se permitirá:

a) tirar uma proteção quando isso for necessário para o trabalho que deve efetuar-se;

b) tirar um dispositivo de segurança ou neutralizá-lo para proceder a limpezas, ajustes ou reparos.

5. Se for tirada uma proteção, deverão tomar-se precauções adequadas e a proteção tornará a ser colocada tão logo seja possível.

6. Se for tirado ou neutralizado um dispositivo de segurança, se deverá tornar a colocar ou pôr em funcionamento taldispositivo tão logo seja possível e se adotarão medidas para que a instalação em questão não possa ser posta emfuncionamento por inadvertência nem utilizar-se enquanto tal dispositivo de segurança não se tenha tornado a colocar oua pôr em funcionamento.

7. Para os efeitos do presente Artigo, o termo máquina compreende aparelhos de içar e os quartéis de escotilha ou outrosdispositivos acionados por motor.

Artigo 14

Todos os equipamentos e instalações elétricas deverão ser construídos, instalados, acionados e mantidos de maneira quese prevenham os riscos; deverão ajustar-se às normas reconhecidas pela autoridade competente.

Artigo 15

Quando se carregar ou descarregar um navio atracado num cais ou num outro navio, os meios de acesso ao navio deverãoestar corretamente instalados e presos.

Artigo 16

1. Quando os trabalhadores tiverem que embarcar para ir a um navio ou desde um navio a outro lugar, deverão tomar-semedidas adequadas para garantir seu embarque, transporte e desembarque em condições de segurança; se deverãodeterminar as condições que devam reunir as embarcações utilizadas para este fim.

2. Quando for necessário transportar trabalhadores, por terra, até um lugar de trabalho ou de regresso do mesmo, os meiosde transporte providos pelo empregador deverão reunir condições de segurança.

Artigo 17

1. O acesso aos porões ou no convés de carga dos navios deverá dar-se:

a) por uma escada fixa ou, quando isto não for possível, uma escala fixa ou por tarugos ou nichos dedimensões apropriadas, de resistência suficiente e de construção adequada, ou

b) por outros meios aceitos pela autoridade competente.

2. Na medida em que for possível e razoável, os meios de acesso especificados no presente Artigo deverão estarseparados da boca da escotilha.

3. Os trabalhadores não deverão utilizar, nem ver-se obrigados a utilizar, outros meios de acesso aos porões ou convesesde carga do navio que não sejam os especificados no presente Artigo.

Artigo 18

1. Não deverão utilizar-se quartéis, vigas ou galeotes de escotilha a menos que sejam de sólida construção e de resistênciaadequada para o uso que se lhes deve dar e sejam conservados de maneira apropriada.

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2. Se forem acionados com um aparelho elevador, os quartéis de escotilha deverão estar providos de fixações apropriadase de fácil acesso para trincar as eslingas ou outros acessórios de içar.

3. Quando não forem intercambiáveis os quartéis e vigas de escotilha, deverão manter-se sinalizados claramente paraindicar a escotilha à qual correspondem e sua posição na mesma.

4. Somente uma pessoa autorizada (sempre que seja possível, um membro da tripulação do navio) terá permissão paraabrir ou fechar os quartéis de escotilha acionados por motor, os quais não se deverão abrir nem fechar enquanto taisoperações possam envolver perigo para alguém.

5. As disposições do parágrafo 4 do presente Artigo se aplicarão, mutatis mutandis, às instalações do navio acionadas por motor,como as portas do casco do navio, rampas, pontes retráteis para o transporte de veículos e outros equipamentos similares.

Artigo 19

1. Deverão tomar-se medidas adequadas de proteção para impedir que pessoas ou veículos possam cair pelas aberturasdas pontes ou entrepontes onde se tenha que trabalhar.

2. Toda boca de escotilha não protegida por meio de braçolas de altura e firmeza adequadas deverá ser fechada ou muradade novo quando já não se estiver utilizando, exceto durante breves interrupções de trabalho, e deverá confiar-se a umapessoa responsável o cuidado de que essas medidas sejam efetuadas.

Artigo 20

1. Deverão tomar-se todas as medidas necessárias para garantir a segurança dos trabalhadores que devam permanecernos porões ou nas entrepontes de carga do navio enquanto neles funcionarem veículos a motor ou se realizem operaçõesde carga ou descarga por meio de aparelhos acionados por motor.

2. Não deverão tirar-se nem colocar-se os quartéis e vigas de escotilha enquanto se realizarem trabalhos no porão situadosob a boca da escotilha. Antes de que se realizem operações de carga ou descarga, deverá retirar-se todo quartel ou vigade escotilha que possa deslizar-se por defeito de fixação.

3. Nos porões ou nas entrepontes de carga do navio deverá funcionar um sistema adequado de renovação do ar, paraprevenir os riscos para a saúde que possam provir dos gases emitidos por motores de combustão interna ou de qualqueroutra origem.

4. Deverão adotar-se medidas adequadas, incluindo meios de evacuação isentos de perigo, para garantir a segurança detoda pessoa quando se carregar ou descarregar carga seca a granel no porão ou entreponte de um navio, ou quando umtrabalhador deva trabalhar num funil de enchimento a bordo do navio.

Artigo 21

Todo aparelho de içar e todas as peças do equipamento acessório de manipulação, bem como toda eslinga ou dispositivoelevador que forme parte integrante da carga, deverão ser:

a) bem desenhados e construídos, de solidez adequada para a finalidade para que se utilizam e conservadosem boas condições de funcionamento e, no caso dos aparelhos de içar que o necessitarem, instaladosadequadamente;

b) utilizados de maneira adequada e segura; em especial, não se ultrapassará a carga ou cargas máximasde segurança, exceto com fins de ensaios regulamentares sob a direção de uma pessoa competente.

Artigo 22

1. Todo aparelho de içar e todas as peças do equipamento acessório de manipulação deverão ser submetidos a teste, deconformidade com a legislação nacional, por uma pessoa competente antes de ser utilizado por primeira vez ou depois detoda modificação ou reparo importante de qualquer parte que puder repercutir sobre sua segurança.

2. Todo dispositivo de içar que forme parte do aparelho de um navio será novamente submetido a teste uma vez a cadacinco anos pelo menos.

3. O equipamento de içar do cais será submetido a teste com a periodicidade que a autoridade competente determinar.

4. Depois de submeter a teste um aparelho de içar ou uma peça do equipamento acessório de manipulação, de acordo como presente Artigo, o aparelho ou a peça do equipamento acessório serão examinados detalhadamente pela pessoa quetenha efetuado o teste, a qual expedirá o certificado correspondente.

Artigo 23

1. Além das disposições do Artigo 22 do presente Convênio, todo aparelho de içar e toda peça do equipamento acessóriode manipulação deverão ser objeto de exame detalhado periódico e uma pessoa competente deverá expedir o certificadocorrespondente. Estes exames deverão efetuar-se pelo menos uma vez cada doze meses.

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2. Para os efeitos do parágrafo 4 do Artigo 22 e do parágrafo 1 do presente Artigo, se entenderá por exame detalhado umexame visual cuidadoso efetuado por uma pessoa competente, completado em caso necessário por outros meios oumedidas adequadas, para chegar a conclusões fidedignas quanto à segurança do aparelho ou da peça do equipamentoacessório examinado.

Artigo 24

1. Toda peça do equipamento acessório de manipulação deverá ser inspecionada com regularidade antes de cadautilização. As eslingas fungíveis ou descartáveis não deverão utilizar-se novamente. Quando se tratar de carga pré-eslingada, as eslingas deverão ser inspecionadas com tanta freqüência como for possível e razoável.

2. Para os efeitos do parágrafo 1 do presente Artigo se entende por inspeção um exame visual realizado por uma pessoaresponsável para determinar, na medida em que tal tipo de exame o permitir, se o equipamento acessório ou a eslingapodem continuar sendo utilizados sem risco.

Artigo 25

1. Em terra ou a bordo, conforme os casos, deverão conservar-se registros devidamente autenticados, que em princípioconstituam prova suficiente das condições de segurança dos aparelhos de içar e do equipamento acessório de manipulação,com especificação da carga máxima de segurança e das datas e resultados dos testes, exames detalhados e inspeçõesa que se referem os artigos 22, 23 e 24 do presente Convênio, com a reserva de que no caso das inspeções mencionadasno parágrafo 1 do Artigo 24 somente se levantará ata quando por ocasião da inspeção se descubra um defeito.

2. Deverá ser mantido um registro dos aparelhos de içar e do equipamento acessório de manipulação na forma que aautoridade competente estabelecer levando em conta o modo recomendado pelo Departamento Internacional do Trabalho.

3. No registro deverão constar os certificados concedidos ou reconhecidos como válidos pela autoridade competente, oucopias certificadas conforme ditos certificados, na forma que a autoridade competente estabelecer, levando em conta osmodos recomendados pelo Departamento Internacional do Trabalho com respeito aos testes, exames detalhados einspeção, conforme seja o caso, dos aparelhos de içar e o equipamento acessório de manipulação.

Artigo 26

1. Com o objetivo de assegurar o reconhecimento mútuo das disposições tomadas pelos Estados Membros que tenhamratificado o presente Convênio no que concerne aos testes, exames detalhados, inspeções e certificados dos aparelhosde içar e o equipamento acessório de manipulação que formem parte do aparelho permanente de um navio e dos registroscorrespondentes:

a) a autoridade competente de todo Estado Membro que tenha ratificado o presente Convênio deverádesignar ou reconhecer de outra maneira as pessoas ou organizações nacionais ou internacionaiscompetentes para efetuar ensaios, inspeções detalhadas e outras funções conexas, em condições quegarantam que a continuidade de tal designação ou reconhecimento dependerá de um desempenhosatisfatório de seu cometimento;

b) todos os Estados Membros que tenham ratificado o presente Convênio deverão aceitar ou reconhecer aspessoas ou instituições designadas ou reconhecidas de acordo com o ponto a) do presente parágrafo oudeverão concluir acordos de reciprocidade sobre tal aceitação ou reconhecimento, na condição, emambos casos, de que tais pessoas ou entidades desempenhem satisfatoriamente seu cometimento.

2. Nenhum aparelho de içar, acessório de manipulação ou outro aparelho de manipulação deverá ser utilizado:

a) se a autoridade competente, ao lhe ser apresentado um certificado de teste ou de exame, ou uma ataautenticada, conforme seja o caso, não estiver convencida de que o teste, o exame ou a inspeçãonecessária foram efetuados de conformidade com as disposições do presente Convênio;

b) se, na opinião da autoridade competente, a utilização do aparelho ou do acessório envolver riscos.

3. Não deverá aplicar-se o parágrafo 2 do presente Artigo de maneira que atrase a carga ou descarga de um navio cujoequipamento em utilização satisfaça a autoridade competente.

Artigo 27

1. Todo aparelho de içar (salvo os pontais de carga) para o qual esteja prevista uma carga máxima de segurança invariávele todo equipamento acessório de manipulação deverão levar marcada claramente estampada sua carga máxima desegurança ou, quando isto não for possível, por outro meio adequado.

2. Todo aparelho de içar (salvo os puntais de carga) para o qual se preveja mais de uma carga máxima de segurança deveráestar equipado com meios eficazes que permitam ao condutor determinar a carga máxima de segurança para cadamodalidade de utilização.

3. Em todo pontal de carga (salvo nos guinchos de lança móvel) deverá marcar-se claramente a carga máxima desegurança aplicável quando se utiliza:

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a) isoladamente;

b) com um aparelho prolongado para a carga;

c) acoplado à americana em todas as posições possíveis de carga.

Artigo 28

Em todo navio deverá dispor-se dos planos de utilização dos aparelhos e de qualquer outra informação apropriada que sejanecessária para aparelhar os pontais de carga e seus acessórios em condições de segurança.

Artigo 29

As bateias ou palhetas e outros aparelhos similares de recepção ou contenção de carga deverão ser de sólida construção,resistência adequada e carecer de defeitos aparentes que possam tornar perigosa a sua utilização.

Artigo 30

As unidades de carga no deverão ser içadas nem descidas, a menos que estejam eslingadas ou fixadas de outro modo aoaparelho de içar de maneira segura.

Artigo 31

1. A disposição e funcionamento das estações terminais de containeres de carga deverão ser tais que se garanta, namedida em que seja razoável e possível, a segurança dos trabalhadores.

2. Os navios porta-containeres deverão estar equipados com meios que garantam a segurança dos trabalhadores quetrincam ou destrincam os containeres.

Artigo 32

1. Toda mercadoria perigosa deverá ser embalada, marcada e rotulada, manipulada, armazenada e estivada de acordo comos requisitos que estabeleçam os regulamentos internacionais relativos ao transporte de mercadorias perigosas por viaaquática e os referentes especificamente à manipulação de mercadorias perigosas nos portos.

2. As substâncias perigosas somente serão manipuladas, armazenadas e estivadas se estiverem empacotadas, marcadase rotuladas de acordo com os regulamentos internacionais que regulam seu transporte.

3. Se os recipientes ou os containeres de substâncias perigosas sofrerem quebras ou rupturas o estragos que possamenvolver riscos, os trabalhos portuários que não sejam necessários para eliminar o perigo deverão ser interrompidos nazona ameaçada, transladando os trabalhadores a um lugar seguro até que se elimine o risco.

4. Deverão ser adotadas medidas adequadas para prevenir a exposição dos trabalhadores a substâncias ou agentestóxicos ou nocivos, ou a atmosferas que não tenham suficiente oxigênio ou apresentem risco de explosão.

5. Quando os trabalhadores tenham que entrar num espaço reduzido onde possa existir concentração de substânciastóxicas ou nocivas, ou manifestar-se uma deficiência de oxigênio, deverão adotar-se medidas adequadas para a prevençãodos riscos de acidente ou de dano para a saúde.

Artigo 33

Deverão tomar-se precauções especiais para proteger os trabalhadores contra os efeitos nocivos de um ruídoexcessivo no lugar de trabalho.

Artigo 34

1. Quando não se puder garantir por outros meios uma proteção adequada contra os riscos de acidente ou de dano paraa saúde, deverão ser postos a disposição dos trabalhadores, exigindo-lhes que os utilizem adequadamente, o equipamentoe roupas de proteção pessoal que possam ser razoavelmente exigidos para que realizem seu trabalho em condições desegurança.

2. Os trabalhadores deverão estar obrigados a cuidar adequadamente do equipamento e roupas de proteção pessoal.

3. O equipamento e as roupas de proteção pessoal deverão ser mantidos pelo empregador em bom estado de conservação.

Artigo 35

No caso de acidente, deverão estar disponíveis os meios adequados, incluindo pessoal qualificado, aos quais se possarecorrer com facilidade para salvar qualquer pessoa em perigo, prestar os primeiros socorros e evacuar os feridos quandoisto for possível e razoável sem agravar seu estado.

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Artigo 36

1. Todo Estado Membro deverá determinar por via legislativa ou por quaisquer outros métodos conforme a prática econdições nacionais, mediante consulta às organizações de empregadores e de trabalhadores interessadas:

a) os riscos profissionais para os que sejam necessários exames médicos iniciais ou periódicos, ou ambos;

b) considerando a natureza e grau dos riscos e das circunstâncias de cada caso, os intervalos máximospara a realização dos exames médicos periódicos;

c) quando se tratar de trabalhadores expostos a riscos profissionais particulares, a amplidão dos examesespeciais que se considerem necessários;

d) medidas apropriadas para proporcionar serviços de medicina do trabalho aos trabalhadores.

2. Os exames médicos e especiais a que se refere o parágrafo 1 do presente Artigo não deverão ocasionar qualquerdespesa ao trabalhador.

3. Deverá manter-se o caráter confidencial das comprovações feitas por ocasião dos exames médicos e especiais.

Artigo 37

1. Em todos os portos onde se emprega grande número de trabalhadores se deverão criar comissões de segurança ehigiene integradas por representantes dos empregadores e dos trabalhadores. Se for cabível, também deverão criar-seestas comissões em outros portos.

2. No estabelecimento, composição e funções destas comissões deverão ser determinadas pela legislação nacional oupor quaisquer outros métodos apropriados conforme a prática e condições nacionais, mediante consulta as organizaçõesde empregadores e de trabalhadores interessadas e levando em conta as condições locais.

Artigo 38

1. Não deverá empregar-se em trabalhos portuários a nenhum trabalhador que não tenha recebido instrução ou formaçãoadequada sobre os riscos que possam envolver tais trabalhos e sobre as principais precauções que se devem tomar.

2. Somente deverá encarregar-se do funcionamento dos aparelhos de içar e de outros aparelhos de manipulação de cargaa pessoas maiores de dezoito anos que possuam as aptidões e experiência necessárias ou a pessoas em período deformação que trabalhem sob supervisão adequada.

Artigo 39

A fim de contribuir para a prevenção dos acidentes do trabalho e das doenças profissionais deverão adotar-se medidaspara que tais acidentes e doenças se notifiquem à autoridade competente e, se for cabível, se proceda a uma investigação.

Artigo 40

De conformidade com a legislação ou com as práticas nacionais, em cada cais em que seja factível se deverá contar comsuficiente número de instalações sanitárias e de higiene, em condições de serviço adequadas, a uma distância razoáveldo lugar de trabalho.

PARTE IV APLICAÇÃO PRÁTICA

Artigo 41

Todo Estado Membro que ratifique o presente Convênio deverá:

a) especificar as obrigações, em matéria de higiene e segurança do trabalho, das pessoas e organismosrelacionados com os trabalhos portuários;

b) adotar as medidas necessárias, incluindo o estabelecimento de sanções adequadas, para assegurar aaplicação das disposições do presente Convênio;

c) proporcionar serviços adequados de inspeção para zelar pela aplicação das medidas que tenham que seradotadas em virtude do presente Convênio, ou certificar-se de que se exerce uma inspeção adequada.

Artigo 42

1. A legislação nacional deverá determinar o prazo em que as disposições do presente Convênio deverão aplicar-se no quediz respeito a:

a) a construção ou o equipamento permanente de um navio;

b) a construção ou equipamento de qualquer aparelho de içar ou de manipulação de carga em terra firme;

c) a construção de qualquer equipamento acessório de manipulação.

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2. Os prazos prescritos em aplicação do parágrafo 1 do presente Artigo não deverão ultrapassar um máximo de quatro anosa partir da data de ratificação do presente Convênio.

PARTE V DISPOSIÇÕES FINAIS

Artigo 43

O presente Convênio revisa o Convênio sobre a proteção dos carregadores do cais contra os acidentes, 1929, e oConvênio sobre a proteção dos carregadores do cais contra os acidentes (revisado), 1932.

Artigo 44

As ratificações formais do presente Convênio serão comunicadas, ao Diretor Geral do Departamento Internacional doTrabalho, para seu registro .

Artigo 45

1. Este Convênio obrigará unicamente àqueles Membros da Organização Internacional do Trabalho cujas ratificações tenharegistrado o Diretor Geral.

2. Entrará em vigor doze meses depois da data em que as ratificações de dois Membros tenham sido registradas pelo Diretor Geral.

3. A partir desse momento, este Convênio entrará em vigor, para cada Membro, doze meses depois da data em que suaratificação tenha sido registrada.

Artigo 46

1. Todo Membro que tenha ratificado este Convênio poderá denunciá-lo quando da expiração de um período de dez anos,a partir da data em que se tenha posto inicialmente em vigor, mediante uma ata comunicada ao Diretor Geral doDepartamento Internacional do Trabalho, para seu registro. A denúncia não surtirá efeito até um ano depois da data em quese tenha registrado.

2. Todo Membro que tenha ratificado este Convênio e que, no prazo de um ano depois da expiração do período de dez anosmencionado no parágrafo precedente, não faça uso do direito de denúncia previsto neste Artigo ficará obrigado durante umnovo período de dez anos, e daí por diante poderá denunciar este Convênio quando da expiração de cada período de dezanos, nas condições previstas neste Artigo.

Artigo 47

1. O Diretor Geral do Departamento Internacional do Trabalho notificará a todos os Membros da Organização Internacional doTrabalho o registro de quantas ratificações, declarações e denúncias lhe sejam comunicadas pelos Membros da Organização.

2. Ao notificar aos Membros da Organização o registro da segunda ratificação que lhe tenha sido comunicada, o DiretorGeral chamará a atenção dos Membros da Organização sobre a data em que entrará em vigor o presente Convênio.

Artigo 48

O Diretor Geral do Departamento Internacional do Trabalho comunicará ao Secretario Geral das Nações Unidas, paraefeitos do registro e de conformidade com o Artigo 102 da Carta das Nações Unidas, uma informação completa sobretodas as ratificações, declarações e atas de denúncia que tenha registrado de acordo com os artigos precedentes.

Artigo 49

Cada vez que o considerar necessário, o Conselho de Administração do Departamento Internacional do Trabalho apresentaráà Conferência um relatório sobre a aplicação do Convênio, e considerará a conveniência de incluir na ordem do dia daConferência a questão de sua revisão total ou parcial.

Artigo 50

1. No caso de que a Conferência adote um novo convênio que implique numa revisão total ou parcial do presente, e amenos que o novo convênio contenha disposições em contrário:

a) a ratificação, por um Membro, do novo convênio revisor implicará, ipso jure, na denúncia imediata desteConvênio, independente das disposições contidas no Artigo 46, sempre que o novo convênio revisortenha entrado em vigor;

b) a partir da data em que entre em vigor o novo convênio revisor, o presente Convênio cessará de estaraberto à ratificação pelos Membros.

2. Este Convênio continuará em vigor em todo caso, em sua forma e conteúdo atuais, para os Membros que o tenhamratificado e não ratifiquem o convênio revisor.

Artigo 51

As versões inglesa e francesa do texto deste Convênio são igualmente autênticas.

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PORTARIA N.º 3.720, DE 31 DE OUTUBRO DE 1990

O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E DA PREVIDÊNCI SOCIAL, no uso de sua atribuições e considerando odisposto no art. 200 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT,

CONSIDERANDO a necessidade de ajustar os procedimentos de segurança e medicina do trabalho às diretrizes epareceres técnicos do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde, que desaconselha a utilização generalizadada abreugrafia como método de diagnóstico de tuberculose,

CONSIDERANDO a necessidade de proteger a saúde humano de exposições repetidas e desnecessárias a radiaçõesionizantes,

CONSIDERANDO o disposto na Lei n.º 1.855, de 24 de outubro de 1989,

RESOLVE:

Art. 1º Fica excluída a ABREUGRAFIA do conjunto de exames obrigatórios da Norma Regulamentadora n.º 7, aprovadapela Portaria n.º 3.214, de 08 de junho de 1978, alterada pela Portaria n.º 12, de 06 de junho de 1983.

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.

ANTONIO MAGRI

PORTARIA N.º 3.751, DE 23 DE NOVEMBRO DE 1990

O MINISTRO DO TRABALHO E DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, no uso de suas atribuições,

CONSIDERANDO o disposto no Título II, Capítulo V, da Consolidação das Leis do Trabalho com a redação dada pela Lein.º 6.514, de 22 de dezembro de 1977,

CONSIDERANDO que a experiência mostrou a necessidade de adequação da Norma Regulamentadora n.º 17 – ERGONOMIA,inserida na Portaria MTb/GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978, à evolução das relações de trabalho, dos métodos eavanços da tecnologia;

CONSIDERANDO, ainda, as sugestões apresentadas pelos grupos de trabalho instituídos pela Portaria MTb/GM n.º 3.223,de 29 de junho de 1989,

RESOLVE:

Art. 1º Fica alterada a Norma Regulamentadora n.º 17 – ERGONOMIA, nos termos do ANEXO constante desta Portaria.

Art. 2º Os empregadores terão 90 dias para se adaptarem às novas exigências introduzidas pela NR 17, contados a partirda publicação desta Norma, ressalvado o disposto no art. 3º da presente Portaria.

Parágrafo único - A partir da data em que se esgotar o prazo de 90 dias a que se refere o art. 1º, ficarão automaticamenterevogados o subitem 15.1.2, o anexo e o item 4 do Quadro de Graus de insalubridade, todos da NormaRegulamentadora n.º 15, inserida na Portaria MTb/GM/ n.º 3.214/78.

Art. 3º Os empregadores e trabalhadores, através de convenções e acordos coletivos de trabalho, definirão cronogramapara implementação gradual do disposto no subitem 17.4.3, respeitando o prazo máximo de cinco anos.

Art. 4º As dúvidas suscitadas e os casos omissos serão dirigidos pelo Departamento de Segurança e Saúde doTrabalhador da Secretaria Nacional do Trabalho do MTPS.

Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 6º Revogam-se as disposições em contrário, especialmente a Portaria MTPS/GM n.º 3.435, de 19 de junho de 1990, aPortaria MTPS?GM n.º 3.618, de 21 de setembro de 1990 e a Portaria MTPS GM n.º 3.697, de 24 de outubro de 1990.

ANTONIO MAGRI

DECRETO Nº 127, DE 22 DE MAIO DE 1991

Promulga a Convenção nº 161, da Organizaçãolnternacional do Trabalho - OlT, relativa aos Serviçosde Saúde do Trabalho.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que Ihe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição e;

Considerando que a Convenção nº 161, da Organização Internacional do Trabalho - OIT, relativa aos Serviços de Saúde doTrabalho foi concluída em Genebra, a 07 de junho de 1985;

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Considerando que o Congresso Nacional aprovou a Convenção, por meio do Decreto Legislativo nº 86, de 14 de dezembro de 1989;

Considerando que a Carta de Ratificação da Convenção, ora promulgada, foi depositada em 18 de maio de 1990;

Considerando que a Convenção nº 161 relativa aos Serviços de Saúde do Trabalho entrará em vigor para o Brasil, em 18de maio de 1991, na forma de seu artigo 18, parágrafo 3.

DECRETA:

Art. 1º A Convenção nº 161, da Organização Internacional do Trabalho - OIT, relativa aos Serviços de Saúde do Trabalho,apensa por cópia ao presente Decreto, será executada e cumprida tão inteiramente como nela se contém.

Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, em 22 de maio de 1991; 170º da Independência e 103º da República.

FERNANDO COLLOR

Francisco Rezek

ANEXO DO DECRETO QUE PROMULGA A CONVENÇÃO OIT - 161, RELATIVA AOS SERVIÇOS DE SAÚDE DOTRABALHO/MRE

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DO TRABALHO

CONVENÇÃO 161

CONVENÇÃO RELATIVA AOS SERVIÇOS DE SAÚDE DO TRABALHO

A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho;

Convocada em Genebra pelo Conselho Administrativo da Repartição Internacional do Trabalho e tendo ali se reunido a 7de junho de 1985, em sua septuagésima primeira sessão;

Observando que a proteção dos trabalhadores contra as doenças profissionais e as doenças em geral e contra osacidentes de trabalho constitui uma das tarefas da Organização Internacional do Trabalho em virtude da sua Constituição;

Observando as Convenções e Recomendações Internacionais do Trabalho sobre a Matéria, em particular a Recomendaçãosobre a Proteção da Saúde dos TrabaIhadores, 1953; a Recomendação sobre os Serviços Médicos no Trabalho, 1959; aConvenção Relativa aos Representantes dos Trabalhadores, 1971, bem como a Convenção e a Recomendação sobre aSeguridade da Saúde dos Trabalhadores, 1981, documentos que estabelecem os princípios de uma política nacional e deuma ação em nível nacional;

Após ter decidido adotar diversas propostas sobre os serviços médicos no trabalho, questão que constitui o quarto pontoda agenda da sessão;

Após ter decidido que essas propostas deveriam tomar a forma de uma Convenção Internacional;

Adota, neste vigésimo sexto dia de junho de mil novecentos e oitenta e cinco, a seguinte Convenção, que serádenominada Convenção sobre os Serviços de Saúde no Trabalho, 1985.

PARTE I PRINCÍPIOS DE UMA POLÍTICA NACIONAL

Artigo 1

Para os fins da presente Convenção:

a) a expressão “Serviços de Saúde no Trabalho” designa um serviço investido de funções essencialmentepreventivas e encarregado de aconselhar o empregador, os trabalhadores e seus representantes naempresa em apreço, sobre:

i) os requisitos necessários para estabelecer e manter um ambiente de trabalho seguro e salubre, de moldea favorecer uma saúde física e mental ótima em relação com o trabalho;

ii) a adaptação do trabalho às capacidades dos trabaIhadores, Ievando em conta seu estado de sanidadefísica e mental;

b) a expressão “representantes dos trabalhadores na empresa” designa pessoas reconhecidas como tal emvirtude da legislação ou da prática nacional.

Artigo 2

À luz das condições e da prática nacionais e em consulta com as organizações de empregadores e de trabalhadores maisrepresentativas, onde estas existam, todo Membro deverá definir, pôr em prática e reexaminar periodicamente umapolítica nacional coerente com relação aos serviços de saúde no trabalho.

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Artigo 3

1. Todo Membro se compromete a instituir, progressivamente, serviços de saúde no trabalho para todos os trabalhadores,entre os quais se contam os do setor público, e os cooperantes das cooperativas de produção, em todos os ramos daatividade econômica e em todas as empresas; as disposições adotadas deverão ser adequadas e corresponder aos riscosespecíficos que prevalecem nas empresas.

2. Se os serviços de saúde no trabalho não puderem ser instituídos imediatamente para todas as empresas, todo Membroem questão deverá, em consulta com as organizações de empregadores mais representativas, onde elas existam,elaborar planos que visam a instituição desses serviços.

3. Todo Membro em questão deverá, no primeiro relatório sobre a aplicação da Convenção que está sujeito a apresentar emvirtude do Artigo 22 da Constituição da Organização Internacional do Trabalho, indicar os planos que tenha elaborado emfunção do parágrafo 2 do presente Artigo e expor, em relatórios ulteriores, todo progresso obtido com vistas à sua aplicação.

Artigo 4

A autoridade competente deverá consultar as organizações de empregadores e de trabalhadores mais representativas, sempreque elas existam, a respeito das medidas a serem adotadas para pôr em prática as disposições da presente Convenção.

PARTE II FUNÇÕES

Artigo 5

Sem prejuízo da responsabilidade de cada empregador a respeito da saúde e da segurança dos trabalhadores que emprega,e tendo na devida conta a necessidade de participação dos trabalhadores em matéria de segurança e saúde no trabalho,os serviços de saúde no trabalho devem assegurar as funções, dentre as seguintes, que sejam adequadas e ajustadasaos riscos da empresa com relação à saúde no trabalho:

a) identificar e avaliar os riscos para a saúde, presentes nos locais de trabalho;

b) vigiar os fatores do meio de trabalho e as práticas de trabalho que possam afetar a saúde dostrabalhadores, inclusive as instalações sanitárias, as cantinas e as áreas de habitação, sempre queesses equipamentos sejam fornecidos pelo empregador;

c) prestar assessoria quanto ao planejamento e à organização do trabalho, inclusive sobre a concepção doslocais de trabalho, a escolha, a manutenção e o estado das máquinas e dos equipamentos, bem como,sobre o material utilizado no trabalho;

d) participar da elaboração de programas de melhoria das práticas de trabalho, bem como dos testes e daavaliação de novos equipamentos no que concerne aos aspectos da saúde;

e) prestar assessoria nas áreas da saúde, da segurança e da higiene no trabalho, da ergonomia e, também,no que concerne aos equipamentos de proteção individual e coletiva;

f ) acompanhar a saúde dos trabalhos em relação com o trabalho;

g) promover a adaptação do trabalho aos trabalhadores;

h) contribuir para as medidas de readaptação profissionaI;

i) colaborar na difusão da informação, na formação e na educação nas áreas da saúde e da higiene notrabalho, bem como da ergonomia;

j) organizar serviços de primeiros socorros e de emergência;

k) participar da análise de acidentes do trabalho e das doenças profissionais.

PARTE III ORGANIZAÇÃO

Artigo 6

Com vistas à instituição de serviços de saúde no trabalho, deverão ser adotadas iniciativas:

a) pela via da legislação;

b) por intermédio de convenções coletivas ou de outros acordos entre empregadores e trabalhadoresinteressados;

c) por todos os demais meios aprovados pela autoridade competente após consultas junto a organizaçõesrepresentativas de empregadores e trabalhadores interessados.

Artigo 7

1. Os serviços de saúde no trabalho podem ser organizados, conforme o caso, seja como serviços para uma só empresaseja como serviços que atendem a diversas empresas.

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2. De acordo com as condições e a prática nacionais, os serviços de saúde no trabalho poderão ser organizados:

a) pelas empresas ou grupos de empresas interessadas;

b) pelos poderes públicos ou serviços oficiais;

c) pelas instituições de seguridade social;

d) por todo outro organismo habilitado por autoridade competente;

e) por qualquer combinação das possibilidades precedentes.

Artigo 8

O empregador, os trabalhadores e seus representantes, quando estes existam, devem cooperar e participar na organizaçãode serviços de saúde no trabalho e de outras medidas a eles relativas, em bases eqüitativas.

PARTE IV CONDIÇÕES DE FUNCIONAMENTO

Artigo 9

1. De acordo com a legislação e a prática nacionais, os serviços de saúde no trabalho deverão ser multidisciplinares. Acomposição do pessoal deverá ser determinada em função de natureza das tarefas a executar.

2. Os serviços de saúde deverão desempenhar suas funções em colaboração com os outros serviços da empresa.

3. Medidas deverão ser tomadas de acordo com a Iegislação e a prática nacionais, para assegurar uma cooperação e umacoordenação adequadas entre os serviços de saúde no trabalho e, na medida em que for cabível, com os demais serviçosenvolvidos na prestação de serviços de saúde.

Artigo 10

O pessoal prestador de serviços de saúde no trabalho deverá gozar de independência profissional completa com relaçãoao empregador, aos trabalhadores e aos seus representantes, quando estes existirem, no que tange às funções estabelecidasno Artigo 5.

Artigo 11

A autoridade competente deverá determinar as qualificações exigidas do pessoal chamado a prestar serviços de saúde notrabalho em função da natureza das tarefas a executar e de acordo com a legislação e a prática nacionais.

Artigo 12

O acompanhamento da saúde dos trabalhadores em relação com o trabalho não deverá acarretar para estes qualquer ônus;deverá ser gratuito e ter lugar, na medida do possível, durante o expediente de trabalho.

Artigo 13

Todos os trabalhadores devem ser informados dos riscos para a saúde inerentes a seu trabalho.

Artigo 14

Os serviços de saúde no trabalho devem ser informados, pelo empregador e pelos trabalhadores, de todo fator conhecidoe de todo fator suspeito do ambiente de trabalho, que possa ter efeitos sobre a saúde dos trabalhadores.

Artigo 15

Os serviços de saúde no trabalho devem ser informados dos casos de doença entre os trabalhadores e das faltas aoserviço por motivos de saúde, a fim de estarem aptos a identificar toda relação que possa haver entre as causas dadoença ou da falta e os riscos à saúde que possam existir no Iocal de trabalho. O pessoal que prestar serviços de saúdeno trabalho não deverá ser instado, pelo empregador, no sentido de averiguar o fundamento ou as razões de faltas aoserviço.

PARTE V DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 16

A legislação nacional deverá designar a autoridade ou autoridades encarregadas de supervisionar o funcionamento dosserviços de saúde no trabalho e de prestar-Ihes assessoramento, uma vez instituídos.

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Artigo 17

As ratificações formais da presente Convenção serão transmitidas ao Diretor-Geral da Repartição Internacional doTrabalho e por ele registradas.

Artigo 18

1. A presente Convenção somente vinculará os Membros da Organização Internacional do Trabalho cujas ratificaçõestenham sido registradas pelo Diretor-Geral.

2. Esta Convenção entrará em vigor doze meses após o registro das ratificações de dois Membros por parte do Diretor-Geral.

3. Posteriormente, esta Convenção entrará em vigor, para cada Membro, doze meses após o registro da sua ratificação.

Artigo 19

1. Todo Membro que tenha ratificado a presente Convenção poderá denunciá-la após a expiração de um períodode dez anos contados da entrada em vigor mediante ato comunicado ao Diretor-Geral da Repartição Internacional doTrabalho e por ele registrado. A denúncia só o surtirá efeito um ano após o registro.

2. Todo Membro que tenha ratificado a presente Convenção e não fizer uso da faculdade de denúncia previstapelo presente Artigo dentro do prazo de um ano após a expiração do período de dez anos previsto pelo presente Artigo,ficará obrigado por novo período de dez anos e, posteriormente, poderá denunciar a presente Convenção ao expirar cadaperíodo de dez anos, nas condições previstas no presente Artigo.

Artigo 20

1. O Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho notificará a todos os Membros da Organização Internacional doTrabalho o registro de todas as ratificações e denúncias que Ihe sejam comunicadas pelos Membros da Organização.

2. Ao notificar aos Membros da Organização o registro da segunda ratificação que Ihe tenha sido comunicada, o Diretor-Geral chamará a atenção dos Membros para a data de entrada em vigor da presente Convenção.

Artigo 21

O Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho comunicará ao Secretário-Geral das Nações Unidas, para fins deregistro, conforme o Artigo 102 da Carta das Nações Unidas, as informações completas referentes a quaisquer ratificaçõesou atos de denúncia que tenha registrado de acordo com os Artigos anteriores.

Artigo 22

Sempre que julgar necessário, o Conselho de Administração da Repartição Internacional do Trabalho deverá apresentar àConferência Geral um relatório sobre a aplicação da presente Convenção e decidirá sobre a oportunidade de inscrever naordem do dia da Conferência a questão da sua revisão total ou parcial.

Artigo 23

1. Se a Conferência adotar uma nova Convenção que revise total ou parcialmente a presente Convenção e a menos quea nova Convenção disponha contrariamente.

a) A ratificação, por um membro, da nova Convenção revista, implicará de pleno direito, não obstante odisposto pelo Artigo 19, supra, a denúncia imediata da presente Convenção, desde que a nova Convençãorevista tenha entrado em vigor;

b) a partir da entrada em vigor da Convenção revista, a presente Convenção deixará de estar aberta àratificação dos Membros.

2. A presente Convenção continuará em vigor em qualquer caso, em sua forma e teor atuais, para os Membros que ativerem ratificado e que não ratificarem a Convenção revista.

Artigo 24

As versões inglesa e francesa do texto da presente Convenção são igualmente autênticas.

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PORTARIA N.º1, DE 28 DE MAIO DE 1991

Altera o Anexo n.º 12, da Norma Regulamentadora n.º15, que institui os “limites de tolerância para poeirasminerais” - asbestos

O DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR, da Secretaria Nacional do Trabalho,considerando o disposto no inciso VI do Artigo 200 e inciso I do Artigo 155 da Consolidação das Leis do Trabalho, com aredação dada pela Lei n.º 6.514, de 22 de dezembro de 1977, e o disposto no Artigo 2º da Portaria n.º 3.214, de 08 de junhode 1978, com a redação dada pela Portaria n.º 3.144, de 2 de maio de 1989,

Considerando a necessidade de se regulamentar a Convenção n.º 162, da Organização Internacional do Trabalho que tratada “utilização do asbesto em condições de segurança” - 1986, ratificada pelo Brasil através do Decreto Executivo n.º 126,de 22-05-91, publicado no Diário Oficial de 23-08-91, resolve:*

* NR 15 - ANEXO n.º 12 já alterado no texto.

DECRETO Nº 157, DE 2 DE JULHO DE 1991

Promulga a Convenção Nº 139, da OrganizaçãoInternacional do Trabalho (OIT), sobre a Prevenção eo Controle de Riscos Profissionais causados pelasSubstâncias ou Agentes Cancerígenos.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o Art. 84, inciso VIII, da Constituição e Considerandoque a Convenção Nº 139, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), sobre a Prevenção e o Controle de RiscosProfissionais causados pelas Substâncias ou Agentes Cancerígenos foi concluída em Genebra, a 24 de junho de 1974;

Considerando que o Congresso Nacional aprovou a convenção, por meio do Decreto Legislativo nº 3, de 7 de maio de1990;

Considerando que a Carta de Ratificação da Convenção ora promulgada, foi depositada em 27 de junho de 1990.

Considerando que a Convenção Nº 139 sobre a Prevenção e o Controle de Riscos Profissionais causados pelasSubstâncias ou Agentes Cancerígenos entrará em vigor para o Brasil, em 27 de junho de 1991, na forma de seu artigo 8º,parágrafo 3,

DECRETA:

Art. 1º A Convenção Nº 139, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), sobre a Prevenção e o Controle de RiscosProfissionais causados pelas Substâncias ou Agentes Cancerígenos, apensa por cópia ao presente decreto, seráexecutada e cumprida tão inteiramente como nela se contém.

Art. 2º Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 2 de julho de 1991; 170º da Independência e 103º da República.

FERNANDO COLLOR

Francisco Rezek

PORTARIA N.º5, DE 28 DE OUTUBRO DE 1991

Restabelece o Cadastro Nacional de Fabricante de Equipamentos de Proteção Individual e estabelece o Certificado deRegistro de Fabricantes - CRF.

O Diretor do DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR, da Secretaria Nacional do Trabalho,MTPS tendo em vista o disposto nos artigos 155 e 200 da Consolidação das Leis do Trabalho, com a redação dada pelaLei n.º 6.514, de 22 de dezembro de 1977, e o disposto no artigo 2º da Portaria n.º 3.214, de 08 de junho de 1978;

CONSIDERANDO, que desde sua revogação, em 1º de agosto de 1990, pela Portaria n.º 09, vem sendo destacada anecessidade e a conveniência de se restabelecer o Cadastro Nacional de Fabricação do EPI e, consequentemente,estabelecer o Certificado de Registro de Fabricante - CRF;

CONSIDERANDO, que desde sua instituição em 15 de fevereiro de 1982, pela Portaria n. 03, o Cadastro de Fabricantede EPI comprovou, durante oito anos de aplicação, que simplificava os pedidos de revalidação dos Certificados deAprovação de EPI, facilitando a seleção e a identificação jurídica das empresas do ramo e conferindo maior celeridade eautenticidade à expedição dos respectivos Certificados de Aprovação, resolve:

Art. 1º Restabelecer no Departamento de Segurança e Saúde no Trabalhador (DSST), o Cadastro Nacional dos Fabricantesde Equipamentos de Proteção Individual - EPI.

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Art. 2º Estabelecer o Certificado de Registro de Fabricante - CRF, a ser fornecido aos fabricantes de Equipamentos deProteção Individual - EPI, cadastrados no Departamento de Segurança e Saúde do Trabalhador.

Art. 3º Revigorar os itens 6.8.3 alínea “a”, 6.8.4 e 6.8.5, bem como acrescentar o subitem 6.8.4.1 da NormaRegulamentadora - NR -06, aprovada pela Portaria n.º 06, de 09 de março de 1983, que passa a vigorar com aseguinte redação:

Art. 4º Dar nova redação à letra “b” e acrescentar as letras “d” e “e” ao item 6.8.1, como seguem:

Art. 5º As letras “d” do item 6.10.1, passam a ter a seguinte redação:

Art. 6º As empresas fabricantes do EPI terão prazo de 90 (noventa) dias para regularizarem seu registro junto a DSST.

Art. 7º O Certificado de Registro de Fabricante (CRF) terá validade de 5 (cinco) anos, podendo ser renovado, obedecidoo disposto no subitem 6.8.4.1.

Art. 8º Atualizar os dispositivos que fazem menção (ao Ministério do Trabalho - MTb, à Secretaria de Segurança emedicina do Trabalho - SSMT, passando a constar Ministério do Trabalho e da Previdência Social - MTPS,Departamento de Segurança e Saúde do Trabalhador - DSST, respectivamente.

Art. 9º Fica revogada a Portaria n.º 09, de 1º de agosto de 1990.

Art. 10º Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação.

PORTARIA N.º6, DE 29 DE OUTUBRO DE 1991

O Diretor do Departamento de Segurança e Saúde do Trabalhador, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 2º daPortaria do MTb n.º 3.214, de 08 de junho de 1978, e

CONSIDERANDO as disposições da Lei n.º 6.514, de 22 de dezembro de 1977, que alterou o Capítulo V, título II daConsolidação das Leis do Trabalho.

CONSIDERANDO que a certificação de qualquer natureza tem que ser um processo transparente que inspire ao consumidorfinal a necessária credibilidade, incompatível, portanto, com “reservas de mercado” estabelecidas por qualquer tipo demedida compulsória;

CONSIDERANDO a obrigatoriedade de que os equipamentos e serviços de proteção e combate a incêndio sejamcertificados por terceira parte reconhecidos por órgão competente, Resolve:

Art. 1º O item 23.11.1 da Norma Regulamentadora n.º 23, aprovada pela Portaria MTb n.º 3.214, de 08 de junho de 1978,passa a vigorar com a seguinte redação:

“Em todos os estabelecimentos ou locais de trabalho só devem ser utilizados extintores de incêndio que obedeçam àsNormas Brasileiras ou regulamentos técnicos do Instituto Nacional de Metodologia. Normalização e qualidade industrial -INMETRO. Garantindo essa exigência pela aposição nos aparelhos de identificação de conformidade de órgãos decertificados credenciados pelo INMETRO.”

Art. 2º (Revogado pela Portaria n.º 02, de 21-01-1992)

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor no prazo de 180 dias a partir da data de publicação da mesma, revogadas asdisposições em contrário.

(Of. n.º 270/91)

JAQUES SHERIQUE

PORTARIA N.º 1, DE 21 DE JANEIRO DE 1992

O Diretor do DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR, da Secretaria Nacional do Trabalho, nouso das atribuições que lhe conferem os artigos 155 e 167 da Consolidação das Leis do Trabalho com a redação dada pelaLei n.º 6.514 de 22 de dezembro de 1977 e o disposto nos artigos 2º e 4º da Portaria MTb n.º 3.214, de 08 de junho de 1978,

CONSIDERANDO a necessidade de dar maior elasticidade no prazo de validade dos Certificados de Aprovação (CA), paraevitar o acúmulo de pedidos de renovação;

CONSIDERANDO o prazo estabelecido pela Portaria DSST n.º 12, de 03-12-90, ser excessivamente curto e ter sidoestabelecido de forma provisória, resolve:

Art. 1º Revigorar o prazo de 05 (cinco) anos para a validade do Certificado de Aprovação (CA), podendo ser renovado,obedecido o disposto no artigo 3º desta Portaria.

Art. 2º Ao DSST fica reservado o direito de estabelecer prazos inferiores ao citado no Art. 1º desta Portaria, bem comosolicitar amostras do EPI, marcado com o nome do fabricante e o número de referência, além de outros requisitospara a sua aprovação, quando julgar necessário.

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§ 1º Quando não existir laudo técnico, emitido por laboratório credenciado, e o C.A ter sido emitido medianteresponsabilidade técnica, o prazo de validade do C.A. será de 01 (um) ano.

Art. 3º De conformidade como subitem 6.8.3 da NR 6, o requerimento par a provação e registro de EPI deve ser instruídocom os seguintes elementos:

a) cópia do Certificado de Registro de Fabricante (CRF) estabelecido pela Portaria DSST n.º 05 de 28 deoutubro de 1991;

b) memorial descritivo do EPI, incluindo, no mínimo, as suas características técnicas principais, osmateriais empregados na sua fabricação e o uso a que se destina;

c) laudo de ensaio do EPI emitido por laboratório devidamente credenciado pelo DNSST;

d) cópia do alvará de localização do estabelecimento, atualizado.

Art. 4º Esta portaria entra em vigor, na data de sua publicação, ficando revogada a Portaria DSST n.º 12, de 03-12-90 edemais disposições em contrário.

JAQUES SHERIQUE

PORTARIA N.º 02, DE 21 DE JANEIRO DE 1992

O Diretor do Departamento de Segurança e Saúde do Trabalhador, da Secretaria Nacional do Trabalho, no uso dasatribuições que lhe conferem os artigo 155 e 200 da Consolidação das Leis do Trabalho, com a redação dada pela Lei n.º6.514 de 22 de dezembro de 1977 e o disposto no artigo 2º da Portaria do MTb n.º 3.214 de 08 de junho de 1978,

CONSIDERANDO a existência de norma técnica de ensaio hidrostático, para extintores do incêndio no país;

CONSIDERANDO a não existência de fundamentação legal sobre o assunto a nível nacional e internacional;

CONSIDERANDO a necessidade de adequação ao Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade e ao Programa deCompetitividade Industrial, do Governo Federal, resolve:

Art. 1º Fica revogada o art. 2º e seus Parágrafos, da Portaria DSST n.º 06 de 29 de outubro de 1991, que estabelecia oprazo de validade do corpo do extintor de incêndio.

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

(Of. n.º 22/92)

JAQUES SHERIQUE

PORTARIA N.º 03, DE 21 DE FEVEREIRO DE 1992

O Diretor do Departamento de Segurança e Saúde do Trabalhador, da Secretaria Nacional do Trabalho, tendo em vista odisposto nos artigos 155 e 200 da Consolidação das Leis no Trabalho, com a redação dada pela Lei n.º 6.514, de 22 dedezembro de 1977, e o disposto nos artigos 2º e 4º da Portaria n.º 3.214, de 08 de junho de 1978,

CONSIDERANDO o disposto nos artigos 166 e 167 da Consolidação da Leis do Trabalho e o princípio inscrito na NR 6 daPortaria n.º 3.214/78, segurando o qual considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI todo dispositivo de usoindividual destinado a proteger a integridade física do trabalhador;

CONSIDERANDO que os cremes protetores vêm sendo utilizados regulamente em outros países, a ponto de a literaturainternacional recomendá-los como barreiras contra agentes externos;

CONSIDERANDO que numerosas empresas vêm utilizando livremente esses cremes, atestando sua eficácia embenefício dos trabalhadores;

CONSIDERANDO que apresentaram resultados satisfatórios os estudos e as demonstrações práticas realizadas comcremes protetores de fabricação nacional, resolve:

Art. 1º Os cremes protetores ficam classificados como Equipamentos de Proteção Individual - EPI e incluídos no incisoII do item 6.3 da Norma Regulamentadora - NR 6 da Portaria n.º 3.214, de 08 de junho de 1978, cuja redação passaa ser a seguinte:

Art. 2º Os cremes protetores só poderão postos á venda ou utilizados como equipamento de proteção individualmediante o Certificado de Aprovação (CA) do Ministério do Trabalho e da Previdência Social, para o que serãoenquadrados no seguintes grupos:

a) Grupo 1 - água - resistentes - são aqueles que protegem a pele contra óleos emulsificados e solventes,líquidos refrigerante, névoas e sprays de banhos alcalinos, cimento água, soluções aquosas e cal;

b) Grupo 2 - óleo - resistentes - são aqueles que protegem a pele contra óleos, graxas, tintas e vários outrosirritantes não aquosos;

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c) Grupo 3 - Cremes especiais - este grupo engloba os diferentes cremes que têm ação individual contraagentes físicos e químicos.

Art. 3º Para a obtenção do Certificado de Aprovação (CA) o fabricante deverá apresentar os documentos previstos naNR 6, além dos seguintes procedimentos, exigências e laudos técnicos emitidos por laboratórios qualificados;

1 - Comprovante laboratorial sobre a capacidade de proteção do creme produzido, informando em qual grupose integra: água - resistente, óleo - resistente ou creme especial, através do teste de solubilidade ouequivalente;

2 - Relatório com a garantia de que o creme não causa irritação, sensibilização da pele e de que não interfereno sistema termoregulador humano;

3 - Relação das substâncias contidas no creme;

4 - Declaração de que o creme possui boas qualidades cosméticas e é de fácil aplicação e remoção;

5 - Declaração de que o creme não poderá ser facilmente removido nas condições de trabalho para as quaisé indicado;

6 - Laudo laboratorial comprovando que o creme não remoção reagente ou catalizadora em contato com assubstâncias para as quais se destina a proteger;

7 - Termo de responsabilidade técnica do químico responsável pela produção e controle da qualidade doproduto fabricado.

Art. 4º Esta portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário, especialmentea Instrução Normativa DSST n.º 1, de 4 de dezembro de 1990.

JAQUES SHERIQUE

DECRETO LEGISLATIVO Nº 2, DE 1992

Aprova o texto da Convenção nº 155, da OrganizaçãoInternacional do Trabalho (OIT), sobre a segurança esaúde dos trabalhadores e o meio ambiente de trabalho,adotada em Genebra, em 1981, durante a 67ª Seçãoda Conferência Internacional do Trabalho.

Faço saber que o CONGRESSO NACIONAL aprovou, e eu, MAURO BENEVIDES, Presidente do Senado Federal, nostermos do art. 48, item 28 do Regimento Interno, promulgo o seguinte:

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

Art. 1º É aprovado o texto da Convenção nº 155, adotada na 67ª Sessão da Conferência Internacional do trabalho,realizada em Genebra, no ano de 1981, que dispõe sobre a segurança e saúde dos trabalhadores e o meioambiente de trabalho.

Art. 2º Este decreto legislativo entra em vigor na data de sua publicação.

Senado Federal, 17 de março de 1992.

SENADOR MAURO BENEVIDES

Presidente

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 1, DE 19 DE MAIO DE 1992

O DIRETOR DO DEPARTAMENTO NACIONAL DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR, DA SECRETARIA NACIONALDO TRABALHO, DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E DA ADMINISTRAÇÃO, no uso das atribuições que lhe confere a Lei nº6.514, de 22 de dezembro de 1977, que alterou o Capítulo V, Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, e o artigo 22 daPortaria MTb nº 3.214, de 08 de junho de 1978 e o disposto no artigo 14, item I, do Decreto nº 509, de 24 de abril de 1992.

CONSIDERANDO o disposto nos artigos 12 e 32 da Portaria DSST nº 06, de 29 de outubro de 1991;

CONSIDERANDO a solicitação do INME-TRO contida no requerimento datado de 03 de abril de 1992, no sentido daprorrogação de prazo para credenciamento de órgãos de certificação de extintores de incêndio, resolve:

Art. 1º Prorrogar por 1-20 (cento e vinte) dias a exigência da aposição nos extintores de incêndio de identificação de selode conformidade de órgãos de certificação credenciados pelo INMETRO.

Parágrafo único. Durante este período fica mantido a aceitação da marca de conformidade da Associação Brasileira deNormas Técnicas - ABNT.

Art. 2º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

JAQUES SHERIQUE

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 67

PORTARIA N.º 2, DE 20 DE MAIO DE 1992

O DIRETOR DO DEPARTAMENTO NACIONAL DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR, DA SECRETARIANACIONAL DO TRABALHO, DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E DA ADMINISTRAÇÃO, no uso das atribuições que lheconfere os artigos 155 e 200 da Consolidação das Leis do Trabalho, no uso das atribuições que lhe confere os artigos 155e 200 da Consolidação das Leis do Trabalho, com a redação dada pela Lei n.º 6.514, de 22 de dezembro de 1977, e osdispostos nos artigos 2º e 4º da Portaria n.º 3.214 de 08 de junho de 1978, e

CONSIDERANDO o disposto nos artigos 166 e 167 da Consolidação das Leis do Trabalho e o princípio inscrito na 6 daPortaria n.º 06 de 09 de março de 1983, segundo o qual considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI tododispositivo de uso individual destinado a proteger a integridade física do trabalhador;

CONSIDERANDO que a Cadeira Suspensa e o Trava - Queda de Segurança vêm sendo utilizados regularmente em obrasde construção, demolição e reparos, atestando a sua eficácia em benefício dos trabalhadores;

CONSIDERANDO que a Cadeira Suspensa e o Trava - Queda de Segurança vêm sendo utilizados regularmente em outrospaíses, existindo inclusive normas internacionais regulamentando a sua construção e ensaios;

CONSIDERANDO que os estudos e ensaios realizados com esses equipamentos de fabricação nacional apresentaramresultados satisfatórios, resolve:

Art. 1º A Cadeira Suspensa e o Trava - Queda de Segurança ficam classificados como Equipamento de ProteçãoIndividual - EPI, e incluídos no inciso IV do item 6.3 da Norma Regulamentadora - NR 6 da Portaria n.º 06 de 09de março de 1983, cuja redação passa a ser a seguinte:

Art. 2º A Cadeira Suspensa e o Trava - Queda de Segurança só poderão ser postos à venda ou utilizados medianteobtenção do Certificado de Aprovação (CA), previsto no artigo 167 da CLT, além da gravação de forma indelévelno produto, do nome do fabricante e número do Certificado de Aprovação.

Art. 3º Para a obtenção do Certificado de Aprovação (CA) o fabricante deve apresentar os documentos previstos na NR6, além de outros requisitos necessários para a sua aprovação, quando julgados imprescindíveis pelo DepartamentoNacional de Segurança e Saúde do Trabalhador.

Art. 4º (Revogado pela Portaria nº 4, de 04/07/1995 – DOU de 07/07/1995).

Art. 5º (Revogado pela Portaria nº 4, de 04/07/1995 – DOU de 07/07/1995).

Art. 6º (Revogado pela Portaria nº 4, de 04/07/1995 – DOU de 07/07/1995).

Art. 7º Esta Portaria em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

(Of. n.º 125/92)

JAQUES SHERIQUE

PORTARIA N.º 3, DE 1º DE JULHO DE 1992

O DIRETOR DO DEPARTAMENTO NACIONAL DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR, da Secretaria Nacionaldo Trabalho, no uso das atribuições que lhe conferem os artigos 155 e 201 da Consolidação das Leis do Trabalho, com aredação pela Lei n.º 6.514, de 22 de dezembro de 1977 e o disposto no artigo 2º, da Portaria n.º 3.214, de 08 de junho de1978,

CONSIDERANDO o disposto no Art. 6º, § 2º da Lei n.º 7.855, de 24-10-89, que revigorou o Título VII da CLT;

CONSIDERANDO o disposto no Decreto n.º 55.841, de 15-03-65, e suas alterações;

CONSIDERANDO o disposto no Decreto n.º 97.995, de 26-07-89;

CONSIDERANDO o disposto na Portaria Ministerial n.º 3.165 de 08-09-82, Resolve:

Art. 1º A Norma Regulamentadora n.º 28 (NR 28) que dispõe sobre fiscalização e penalidades, aprovada pela Portaria n.º3.214 de 08 de junho de 1978 e alterada pela Portaria SSMT n.º 07, de 15 março de 1983, passa a vigorar com aseguinte redação:

Art. 2º Altera o subitem 15.4.1.1 da Norma Regulamentadora n.º 15, aprovada pela Portaria MTb n.º 3.214 de 08 de junhode 1978, que passa a vigorar com a seguinte redação:

Art. 3º As dúvidas suscitadas e os casos omissos serão dirimidos pelo Departamento Nacional de Segurança e Saúdedo Trabalhador da Secretaria Nacional do Trabalho do Ministério do Trabalho e da Administração.

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições de sua publicação, revogadasas disposições em contrário e em especial a Portaria DSST n.º 02, de 28 de maio de 1991.

JAQUES SHERIQUE

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Giovanni Moraes de Araújo68

PORTARIA N.º 7, DE 5 DE OUTUBRO DE 1992

O DIRETOR DO DEPARTAMENTO NACIONAL DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO, da Secretaria Nacional doTrabalho, o uso das atribuições que lhe conferem os artigos 155 e 201 da Consolidação da Leis do Trabalho, com redaçãodada pela Lei n.º 6.514, de 22 de dezembro de 1977 e o disposto no artigo 2º, da Portaria n.º 3.214, de 08 de junho de 1978.

CONSIDERANDO que as normas regulamentadoras são instrumentos dinâmicos e devem ser revisados quando necessário;

CONSIDERANDO a edição da Portaria n.º 03, de 01 de julho de 1992, que deu nova redação a Norma Regulamentadoran.º 28, adequando-a às necessidades legais da fiscalização do trabalho, resolve:

Art. 1º Alterar os seguintes itens da Norma Regulamentadora n.º 28, que passam a vigorar com a seguinte redação:

Art. 2º Os demais itens da Norma Regulamentadora n.º 28, estabelecimentos pela Portaria DNSST n.º 03, de 1º de julhode 1992, permanecem inalterados.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

JAQUES SHERIQUE

PORTARIA N.º 8, DE 5 DE OUTUBRO DE 1992

Altera os Anexos n.º 12 e 13, da NormaRegulamentadora n.º 15.

O DIRETOR DO DEPARTAMENTO NACIONAL DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR, DA SECRETARIANACIONAL DO TRABALHO, no uso das atribuições que lhe confere os artigos 155 e 201 da Consolidação das Leis doTrabalho, com a redação dada pela Lei n.º 6.514, de 22 de dezembro de 1977 e o disposto no artigo 2º, da Portaria n.º 3.214de 08 de julho de 1978.

CONSIDERANDO que as Normas Regulamentadoras são instrumentos dinâmicos e devem ser revisando quandonecessários;

CONSIDERANDO que diversos estudos e pesquisas mostraram que as operações com manganês e seus compostosdentro dos limites de tolerância não são nocivos a saúde dos trabalhadores;

CONSIDERANDO que aproximadamente 95% da produção de manganês se destina a confecção de ligas ferrosas e queapenas aproximadamente 5% é usado na produção de produtos químicos e fabricação de baterias;

CONSIDERANDO que os limites de tolerância de até 1 mg/m3 para poeira de manganês no ar, foram adotados pela“Americam Conference of Governamental Industrial Hygienists”, em concordância com a “American Standards Association”;

CONSIDERANDO que a Portaria DSST/SNT/MTPS n.º 1 de 28 de maio de 1991, que trata especificamente das atividadescom asbesto não deixou claro que as operações com sílica livre cristalizada estavam excluídas do anexo n.º 12 da NormaRegulamentadora n.º 15, resolve:

Art. 1º Incluir no anexo 12 da Norma Regulamentadora n.º 15, as operações com manganês e seus compostos e,revigorar o item sílica livre cristalizada, que passa a vigorar com seguinte redação:

Art. 2º Excluir do anexo n.º 13 da Norma Regulamentadora n.º 15, que trata dos Agentes Químicos, no grupo dasoperações diversas, as operações com manganês e seus compostos.

Art. 3º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

JAQUES SHERIQUE

PORTARIA N.º 9, DE 09 DE OU TUBRO DE 1992

Altera os Anexo n.º 11 e 13 da Norma Regulamentadora n.º 15.

O DIRETOR DO DEPARTAMENTO NACIONAL DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR, DA SECRETARIANACIONAL DO TRABALHO, no uso das atribuições que lhe confere os artigos 155 e 201 da Consolidação das Leis doTrabalho, com a redação dada pela Lei n.º 6.514, de 22 de dezembro de 1977 e o disposto no artigo 2º, da Portaria n.º 3.214de 08 de julho de 1978.

CONSIDERANDO que as Normas Regulamentadoras são instrumentos dinâmicos e devem ser revistados quandonecessários;

CONSIDERANDO que diversos estudos epidemiológicos e pesquisas de saúde ocupacional mostraram que a produção ea exposição ao negro de fumo não induzem a um aumento de riscos de doenças profissionais ou indícios de efeitocarcinogêmico, CONSIDERANDO que aproximadamente 90% do negro de fumo de produzido é utilizado ma industrializaçãode artefatos de borracha e que apenas aproximadamente 10% é usado na indústria química e de plásticos,

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 69

CONSIDERANDO que o limite de tolerância de até 3,5 mg/m3 de poeira do negro de fumo no ar, foi adotado pela “AmericanConference of Governamental Industrial Higienists” e pela “Ocupacional Safety and Health Administration”,

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecer parâmetros técnicos que guiem os profissionais da área de segurança esaúde no tocante à proteção dos trabalhadores expostos a agentes químicos, resolve:

Art. 1º Incluir no Anexo n.º 11 da Norma Regulamentadora n.º 15, o agente químico Negro de Fumo, no quadro n.º 1(Tabela de Limites de Tolerância).

§ 1º O limite de tolerância ao negro de fumo é de até 3,5 mg/m³ para uma jornada de até 48 (quarenta e oito)horas semanais de exposição.

§ 2º Sempre que o limite de tolerância estabelecido no parágrafo anterior for ultrapassado, as atividades eoperações que envolvam a produção ou utilização do negro de fumo será considerada como insalubre nograu máximo.

Art. 2º A presente Portaria aplica-se a todas e quaisquer atividades nas quais os trabalhadores estejam em contato como negro de fumo no exercício do trabalho.

1. Entende-se por ‘Negro de Fumo “ as formas finamente divididas de carbono produzidas pela combustão incompleta oudecomposição térmica de gás natural ou óleo de petróleo.

2. Entende-se por “Exposição ao Negro de Fumo” a exposição permanente no trabalho ao negro de fumo em suspensãono ar originada pelo manuseio do mesmo.

3. Cabe ao empregador elaborar normas de procedimentos a serem adotadas em situações de emergência, informando ostrabalhadores, convenientemente, inclusive com treinamento específico.

4. Será de responsabilidade dos fabricantes e fornecedores do negro de fumo, a rotulagem adequada e suficiente, de maneirafacilmente compreensível pelos trabalhadores e subitem 26.6 da NR-26 – Sinalização de Segurança da Portaria n.º 3.214/78.

5. O empregador deverá realizar a avaliação ambiental de poeira de negro de fumo nos locais de trabalho em intervalos nãosuperiores a um ano.

5.1. Os registros de avaliação deverão ser mantidos por um período não inferior a 30 (trinta) anos.

5.2. Os representantes indicados pelos trabalhadores poderão acompanhar o processo de avaliação ambiental, bem comosolicitar avaliação complementar em locais de trabalho específicos e ter pleno acesso aos resultados dessas avaliações.

6. A avaliação ambiental para determinar a exposição para determinar a exposição ao negro de fumo deve ser feita atravésde medições “Média Ponderada de Tempo”, com uma duração mínima de 360 minutos, na zona respiratória do trabalhador,usandose para tal bomba de coleta de alto fluxo, calibrada a 2,0 L/min., filtro membrana de PVC de diâmetro circular de37 milímetros e 5,0 micrômetros de porosidade e analisada por gravimetria.

7. O empregador deverá fornecer gratuitamente uniformes aos trabalhadores expostos ao negro de fumo, de modo aimpedir o seu contato direto com o produto, além de manter vestiário duplo para a utilização dos trabalhadores que exerçamsuas atividades em área de negro de fumo.

8. Todos os trabalhadores que desempenham funções ligadas a exposição ocupacional ao negro de fumo deverão sersubmetidos a exames médicos, conforme

previsto na NR-7 – exame Médico, da Portaria n.º 3.214/78.

9. O empregador deverá adotar medidas de controle de engenharia, onde tecnicamente viáveis, que assegure concentraçõesabaixo do limite de tolerância estabelecido no artigo 1º, parágrafo 1º desta Portaria e sempre que necessário fornecer osEPI’s, tais como respiradores, luvas e outros que propiciem adequada proteção aos trabalhadores.

Art. 3º Excluir do anexo n.º 13 da Norma Regulamentadora n.º 15, que trata dos agentes químicas, no grupo doshidrocarbonetos e outros compostos de carbono, a manipulação do negro de fumo.

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

(Of. n.º 19/92)

JAQUES SHERIQUE

LEI Nº 8.543, DE 23 DE DEZEMBRO DE 1992

Determina a impressão de advertência em rótulos eembalagens de alimentos industrializados quecontenham glúten, a fim de evitar a doença celíaca ousíndrome celíaca.

O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA no exercício do cargo de PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

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Giovanni Moraes de Araújo70

Art. 1º Todos os alimentos industrializados que contenham glúten, -como trigo, aveia, cevada, malte e centeio e/ou seusderivados, deverão conter, obrigatoriamente, advertência indicando essa composição.

§ 1º (VETADO)

§ 2º A advertência deve ser impressa nos rótulos e embalagens dos produtos industrializados em caracterescom destaque, nítidos e de fácil leitura.

§ 3º As indústrias alimentícias ligadas ao setor terão o prazo de um ano, a contar da publicação desta lei, paratomar as medidas necessárias ao seu cumprimento.

Art. 2º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 23 de dezembro de 1992, 171º da Independência e 104º da República.

ITAMAR FRANCO

PORTARIA N.º 08, DE 1º DE JULHO DE 1993

A SECRETÁRIA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO; uso de suas atribuições legais; e

CONSIDERANDO o que dispõe o art. 3º da Lei n.º 7.410, de 27 de novembro de 1985 e o art. 7º do Decreto n.º 92.530,de 09 de abril de 1985, os quais determinam o registro do TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO no Ministério doTrabalho, como condição para o exercício da profissão;

CONSIDERANDO a necessidade de desburocratizar o processo de registro dos TÉCNICOS DE SEGURANÇA DOTRABALHO junto ao Ministério do Trabalho, resolve:

Art. 1º O registro profissional do Técnico de Segurança do Trabalho será efetivo perante a Secretaria de Segurança e Saúdedo Trabalho ou nas Delegacias Regionais do Trabalho, até que seja instalada o respectivo conselho profissional.

Art. 2º A Norma Regulamentadora - NR 27, aprovada pela Portaria n.º 3.214/78, passará a vigorar com a seguinte redação:

Art. 3º A alínea “e” do subitem 4.4.1. da Norma Regulamentadora - NR 4, aprovada pela Portaria n.º 3.214/78 com aredação dada pela Portaria MTPS/SNT n.º 04, de 06-02-92, passa a vigorar com a seguinte redação:

Art. 4º As Carteiras de Identidade Profissional concedidas por este Ministério conforme Portaria MTPS/SNT n.º 04, de 19-05-92 e Portaria MTPS/SNT/DNSST n.º 01, de 19-05-92, terão validade por 180 (cento e oitenta) dias a contar dadata da publicação no Diário Oficial da União da emissão do registro profissional de que trata esta Portaria.

Parágrafo Único - A entrega do registro profissional de que se refere esta Portaria está condicionada à devolução deCarteira de Identidade Profissional de que trata este artigo.

Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 6º Revogam-se as disposições em contrário, especialmente as Portarias MTPS/SMT n.º 04, de 06-02-92 e NTA/SNT/DNSST n.º 01, de 19-05-92.

RAQUEL MARIA RIGOTTO

PORTARIA N.º 09, DE 1º DE JULHO DE 1993

A SECRETARIA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso de suas atribuições legais, e

CONSIDERANDO o que dispõe o art. 3º da Lei n.º 7.410, de 27 de novembro de 1985, o art. 7º do Decreto n.º 92.530, de09 de abril de 1986, os quais determinam o registro do TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO no Ministério doTrabalho como condição para o exercício da profissão;

CONSIDERANDO o que dispõe a alínea “e” do subitem 4.4.1. da Norma Regulamentadora 4- NR 4, aprovada pela Portarian.º 3.214, de 08 junho de 1993, resolve:

CONSIDERANDO o que dispõe o art. 1º da Portaria MTb/SSST n.º 08, de 01 de junho de 1993, resolve:

Art. 1º Para fins de atendimento ao disposto na alínea “e” do subitem 4.4.1 da NR 4, pelo prazo de 180 (centro de oitentadias) a contar da data de publicação desta Portaria, será considerado como habilitação para o exercício daprofissão de TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO, a apresentação do certificado de conclusão do Cursode Supervisor ou Técnica de Segurança do Trabalho ou do certificado de Registro de Supervisor ou Técnico deSegurança do Trabalho, acompanhado da Carteira de Identidade (RG);²

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação;

Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.

RAQUEL MARIA RIGOTTO

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 71

PORTARIA N.º 10, DE 1º DE JULHO DE 1993

A SECRETARIA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso de suas atribuições legais; e

Considerando o que dispõe o art. 3º da Lei n.º 7.410, de 27 de novembro de 1985, o art. 7º do Decreto n.º 92.530, de 09de abril de 1986, os quais determinam o registro do TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO no Ministério do Trabalhocomo condição para o exercício da profissão;

Considerando o que dispõe o art. 1º da Portaria MTb/SSST n.º 8, de 1º de junho de 1993, resolve:

Art. 1º Aprovar o Modelo de Registro Profissional do TÉCNICO DE SEGURNAÇA DO TRABALHO, conforme o Anexo Idesta Portaria.

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.

RAQUEL MARIA RIGOTTO

ANEXO I

CARACTERÍSTICAS DO MODELO

- Impresso em papel “Chambril” verde 90 g/m²;

- Armas da República impressa na cor preta;

- Impressão da expressão “EM BRANCO” NO VERSO.

DIMENSSÕES

- Do impresso - 9 cm x 6 cm.

PORTARIA N.º 13, DE 17 DE SETEMBRO DE 1993

Altera as NR 1, 24 e 28 a que se refere a Portaria 3.214, de8 de junho de 1978, e a NR Rural n.º 1,aprovada pelaPortaria n.º 3.067, de 12 de abril de 1988.

A SECRETÁRIA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, SUBSTITUTA, no uso das atribuições que lhe confere o art.2º da Portaria n.º 3.214, de 8 de junho de 1978 e considerando o disposto na Portaria MTb n.º 1.156 de 17 de setembro de1933, que trata do Programa de Alimentação do Trabalhador, resolve:

Art. 1º Os itens 1.3 e 1.4 da Norma Regulamentadora n.º 1, aprovada pela Portaria MTb n.º 3.214, de 08 de junho de 1978passam a vigorar com a seguinte redação:

Art. 2º O subitem 24.3.15.4 da Norma Regulamentadora n.º 24, aprovada pela Portaria MTb n.º 3.214, de 8 de junho de1978, passa a vigorar com a seguinte redação:

Art. 3º Fica acrescentado, após o subitem 24.5.31, da NR 24, um item 24.6, com a seguinte redação

Registro de Técnica de Segurança no Trabalho

Nome: ___________________________________________________ R.G. n.º ________________________ Exc. ______________________ Registro n.º ____________________ Processo n.º ________________ Data _______/_______/_______ __________________________ SSST/MTb

MINISTÉRIO DO TRABALHOSecretaria de Segurança e Saúde no Trabalho

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Giovanni Moraes de Araújo72

Art. 4º O atual item 24.6 da Norma Regulamentadora n.º 24 - Disposições Gerais é renumerado para item 24.7, mantidaa mesma redação.

Art. 5º A redação do item 1.3 da Norma Regulamentadora Rural n.º 1, aprovada pela Portaria n.º 3.067, de 12 de abril de1988, passa a vigorar com a seguinte redação:

Art. 6º O anexo II da Norma Regulamentadora n.º 28, aprovado pela Portaria MTb n.º 3.214, de 8 de junho de 1978,modificada pela Portaria DSST n.º 03, de 1º de julho de 1993, passa a vigorar com a seguinte redação:

Art. 7º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

IVONE FORFOSINHO BAUMECKER

INSTRUÇÃO NORMATIVA INTERSECRETARIAL Nº 01 DE 24 DE MARÇO DE 1994

Dispõe sobre procedimentos da Inspeção do Trabalhona Área Rural.

A Secretaria de Fiscalização do Trabalho - SEFIT e a Secretaria de Saúde e Segurança no Trabalho - SSST, no uso de suasatribuições, de acordo com o disposto no inciso VII, do art. 19, da Lei n.º 8.490, de 19 de novembro de 1992 e,

Considerando a necessidade da implementação de uma Política Nacional da Fiscalização Rural, objetivando garantir adignidade do trabalhador rural;

Considerando a necessidade de realização de ações fiscais planejadas pelas Delegacias Regionais do Trabalho, emconjunto com outros órgãos do poder público, entidades sindicais e outros representantes da sociedade;

Considerando a necessidade de adoção de medidas preventivas e punitivas, no sentido de garantir os direitos asseguradospela legislação do trabalho;

Considerando a necessidade de orientação à fiscalização quanto ao procedimento a ser adotado nos casos de trabalhoforçado, aliciamento de mão-de-obra e apuração das denúncias de situações que exponham a vida ou a saúde dotrabalhador a perigo direto e iminente;

Considerando a necessidade de normatização de procedimentos que objetivem ações dirigidas, ágeis e eficientes;

Resolvem editar a presente Instrução Normativa sobre procedimentos que deverão ser adotados pela Inspeção doTrabalho na Área Rural.

I - DO PLANEJAMENTO

1. As Delegacias Regionais do Trabalho - DRT, através de suas estruturas de Fiscalização do Trabalho e Segurança eSaúde do Trabalhador, deverão efetuar o planejamento das ações fiscais na área rural , de forma dirigida, elaborando omapeamento do Estado, identificando as atividades econômicas rurais, considerando as peculiaridades locais, sazonaise as denúncias encaminhadas.

2. Objetivando a eficácia das ações fiscais, deverão ser convidados para integrar a equipe do planejamento, representantesdos Ministério Públicos Federal e do Trabalho, a Policia Federal, Polícias Rodoviária Federal e Estadual, EntidadesSindicais e outros segmentos representativos da sociedade.

3. As DRT deverão constituir grupos especiais de Agentes da Inspeção do Trabalho para atuar nas fiscalizações rurais.Esses grupos deverão ser compostos, de preferência , por profissionais com experiência na inspeção rural e submetidosa treinamento específico.

4. Cada equipe de fiscalização do grupo especial deverá ser integrada de, no mínimo, um fiscal do trabalho, um engenheiroou médico do trabalho e, quando existir no quadro profissional da DRT, um assistente social. Deverá, ainda, ser convidadoa integrar a equipe, um representante da entidade sindical de trabalhadores rurais , que colaborará com a fiscalização,principalmente no que diz respeito à localização dos estabelecimentos a serem inspecionados. Sempre que não representarprejuízo para a eficiência da ação fiscal, deverá ser convidado um representante da entidade sindical de empregadoresrurais. A ausência de representante sindical não deverá ser motivo ou obstáculo à realização da ação fiscal.

5. Para a definição da estratégia de ação, quando necessário, serão chamadas as Polícias Federal, Rodoviária Federal ouEstadual , Militar ou Civil, além de outros órgãos ou instituições a serem envolvidas, ficando todos subordinados ao deverde sigilo, até deflagrada a operação.

6. Sempre que, da ação fiscal, possa resultar ameaça à integridade física dos Agentes da Inspeção do Trabalho,recomenda-se que a DRT se reporte à SEFIT e SSST, para que sejam designados Agentes da Inspeção do Trabalho deoutra Regional.

7. Para subsidiar a execução do plano de fiscalização rural, deverão as Regionais utilizarem-se da Portaria 3.311 de29.11.89 e da Norma Regulamentadora (NR) 1- 1.7 “d” da Portaria 3.214 de 08.06.78.

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 73

II - DOS PROCEDIMENTOS

1. Para o Recrutamento de MÃO-DE-OBRA

As DRT(s) deverão orientar os empregadores e entidades sindicais sobre a forma de deslocamento de trabalhadores deuma localidade para outra e encaminhar à Polícia Rodoviária Federal ou Estadual comunicado no sentido de exigir que sejaapresentada Certidão Liberatória para o transporte de trabalhadores recrutados para localidade diversa da sua origem, naforma que vier a ser disciplinada em Portaria Interministérial.

No caso de recrutamento de mão-de-obra, as DRT(s) exigirão do empregador a comprovação de uma contratação regularque consiste em: assinatura das Carteiras de Trabalho; contrato escrito que discipline a duração do trabalho, salário,alojamento, alimentação e condições de retorno à localidade de origem do trabalhador.

Após expedida a Certidão Liberatória serão comunicadas através de ofício, às DRT(s), Subdelegacias ou Postos doTrabalho locais, para onde estejam sendo transportados os trabalhadores recrutados, a fim de que, através de açõesfiscais, haja o devido acompanhamento.

O empregador responsável pelo recrutamento de mão-de-obra deverá dar ciência aos Sindicatos de Trabalhadores Ruraisdo local de origem e aos do destino dos recrutados.

2. Para Execução da Ação Fiscal

2.1. A etapa inicial da fiscalização consistirá na verificação dos preceitos oriundos da legislação trabalhista, destacando-se Registro, Salário, FGTS, Segurança e Saúde do Trabalhador, dando prioridade às questões ligadas ao trabalho forçado,aliciamento de mão-de-obra, trabalho do menor e trabalho indígena, conforme art. 626, da CLT e art. 1º do Dec. 55.841/65.

2.2. Sempre que for necessário notificar o empregador rural, o Agente da Inspeção do Trabalho deverá utilizar a Notificaçãopara Apresentação de Documentos - NAD.

2.3. Toda vez que o Agente da Inspeção do Trabalho constatar que o empregador rural “pratica atos com o objetivo dedesvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos oriundos da legislação trabalhista, ou usa de fraude ou violênciapara frustrar direito assegurado pela legislação do trabalho” (conforme anexo I), deverá o Auto de Infração, quandocabível, ser lavrado contemplando-se o artigo ou a norma infringida em combinação com o artigo 9º da CLT (art. 203 doCódigo Penal).

2.4. Se ficar caracterizado o “trabalho forçado” (conforme anexo I), o Agente da Inspeção do Trabalho deverá mencionarno Auto de Infração os indícios que caracterizam o ilícito (arts. 149 e 197, do código penal).

2.5. No caso de “ameaça à vida ou à saúde do trabalhador”, o Agente da Inspeção do Trabalho poderá requerer a interdiçãodo estabelecimento ou embargo da obra, conforme N. R. 01 e 03 da Portaria Ministerial MTb nº 3.214/78, devendo o Autode Infração indicar que o empregador está expondo a vida ou a saúde do trabalhador a perigo direto e iminente (art. 132do Código Penal).

2.6. No caso de “aliciamento de mão-de-obra” (conforme Anexo I), o Agente de Inspeção do Trabalho deverá fazer constardo Auto de Infração a relação e a origem dos trabalhadores aliciados (art. 207 do Código Penal).

2.7. Quando se tratar do “trabalho de menores” de 14 anos ou de menores de 14 a 18 anos em atividades perigosas,insalubres ou noturnas, o Agente da Inspeção do Trabalho deverá fazer constar no Auto de Infração a relação dos menorescom as idades e funções respectivas, assim como a capitulação deverá estar combinada com o art. 7º, XXXIII daConstituição Federal de 1988.

2.8. No caso de “trabalhadores indígenas”, o Agente da Inspeção do Trabalho deverá fazer contar do Auto de Infração eno relatório de fiscalização a relação e as funções de todos os trabalhadores em situação irregular, devendo a capitulaçãoestar combinada com o art. 231, § 5º da Constituição Federal de 1988.

2.9. Constatando casos de intermediação irregular de mão-de-obra e não conseguindo o Agente da Inspeção do Trabalhoidentificar a cadeia de intermediários, comunicará o fato imediatamente ao Delegado Regional do Trabalho, que solicitaráo concurso da Polícia Federal para esse fim.

2.10. Quando o Agente da Inspeção do Trabalho identificar situação de perigo à integridade física do trabalhador, e que nãofor possível uma solução imediata, deverá solicitar do empregador providências quanto ao seu deslocamento rápido eseguro e de seus familiares, quando for o caso, sem prejuízo das autuações e notificações cabíveis.

2.11. Quando for constatada a existência de créditos trabalhistas, o Agente da Inspeção do Trabalho deverá orientar aspartes quanto aos seus direitos e obrigações, sem prejuízos das autuações e notificações cabíveis.

2.12. Concluída a ação fiscal, o Agente da Inspeção do Trabalho encaminhará às chefias imediatas, no prazo de 48 horas,contado do término da ação fiscal, cópia do Auto de Infração, das Notificações, e do relatório circunstanciado.(Anexo II)

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III - DA AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

As DRT’s deverão promover , no mínimo, uma reunião bimestral, avaliando os resultados das fiscalizações , com aparticipação de todos os envolvidos no planejamento das ações fiscais na área rural, além das chefias da área deInspeção do Trabalho e um representante do grupo especial a que se refere o item 4 do planejamento.

Os relatórios oriundos dessa avaliação deverão ser encaminhados à SEFIT e à SSST.

A SEFIT e a SSST promoverão, semestralmente, uma reunião de avaliação com todas as Regionais que, para tanto,deverão designar, em cada oportunidade, uma pessoa do grupo de planejamento e uma Agente da Inspeção do Trabalhodo grupo especial.

IV - DA CIÊNCIA A OUTROS ÓRGÃOS / ENTIDADES PARA ADOÇÃO DE PROVIDÊNCIAS

Nos casos em que a ação fiscal identificar indícios de trabalho forçado, aliciamento de mão-de-obra, frustração dalegislação do trabalho mediante fraude ou violência, trabalho de indígena, trabalho do menor, ameaça à vida ou saúde dotrabalhador e na ocorrência de demais ilícitos, em que as infrações cometidas afetem interesses coletivos ou difusos, oDelegado Regional do Trabalho encaminhará os relatórios da fiscalização, juntamente com cópia do Auto de Infração:

a) À Polícia Federal, Ministério Público Federal e Ministério Público do Trabalho para possíveis procedimentospoliciais e judiciais - Ação Civil Pública, Penal, entre outros.

b) Ao Instituto Nacional de Seguro Social e à Delegacia da Fazenda Nacional para que adotem medidasadequadas de punição aos infratores em suas respectivas áreas de competência;

c) As entidades sindicais ou federações representativas do(s) segmentos(s) de trabalhadores paraconhecimento e as providências cabíveis;

d) Ao Conselho Nacional do Trabalho para ciência e adoção de medidas cabíveis.

V - DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS

As multas aplicadas nos processos administrativos originados de Auto de Infração, lavrados em decorrência dasfiscalizações rurais, seguirão os mesmos critérios fixados por força do dispositivo constitucional que estendeu ao trabalhorural as normas da CLT referentes ao trabalho urbano (art. 7º, caput da Constituição Federal de 1988).

Os processos administrativos oriundos de Auto de Infração lavrados em decorrência de ações fiscais, que envolvam assituações descritas nos itens 2.3 a 2.8, deverão ter tramitação prioritária nas DRT(s), para que os infratores sejampenalizados no menor espaço de tempo possível.

Nos casos de trabalho forçado, ameaça à vida ou à saúde do trabalhador, exploração de trabalho do menor, dos indígenas,aliciamento de mão-de-obra e frustração da aplicação da legislação do trabalho mediante fraude ou violência e ainda,resistência à fiscalização, as multas deverão ser aplicadas em grau máximo.

Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

VERA LÚCIA JATOBÁ

Secretária de Fiscalização

RAQUEL MARIA RIGOTTO

Secretária de Saúde e Segurança no Trabalho do Trabalho

ANEXO I

À INSTRUÇÃO NORMATIVA INTERSECRETARIAL MTB Nº 01, DE 23 DE MARÇO DE 1994.

Do Trabalho Forçado

Constitui-se forte indício de trabalho forçado a situação em que o trabalhador é reduzido à condição análoga a de escravopor meio de fraude, dívida, retenção de salários, retenção de documentos, ameaças ou violência que impliquem nocerceamento da liberdade dele e/ou de seus familiares, em deixar o local onde presta seus serviços, ou mesmo quandoo empregador se negar a fornecer transporte para que ele se retire do local para onde foi levado, não havendo outros meiosde sair em condições seguras, devido às dificuldades de ordem econômica ou física da região.

Da Fraude

Por definição legal, fraude é o instrumento pelo qual o empregador, por si ou por outrem a seu mando, falseia ou oculta averdade com a intenção de prejudicar ou de enganar o trabalhador.

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Do Aliciamento de mão-de-obra

Considera-se forte indício de aliciamento de mão-de-obra o fato de alguém, por si ou em nome de outro, recrutartrabalhadores para prestar serviços em outras localidades do território nacional, sem adoção de providências preliminaresque identifiquem uma contratação regular, conforme o segundo parágrafo do item 1 dos Procedimentos.

Publicada no Diário Oficial da União nº 59, de 28 de março de 1994, Seção 1,página 4489 a 4491.

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PORTARIA N.º 04, DE 11 DE ABRIL DE 1994

Altera o Anexo n.º 5 da NR 15 da Portaria n.º3.214/78 de 08/06/78 - Limites de Tolerância paraRadiações Ionizantes.

A Secretária de Segurança e Saúde do Trabalho, no uso das atribuições que conferem os arts. 155 e 200 da Consolidaçãodas Leis do Trabalho, com redação dada pela Lei n.º 6.514, de 22 de dezembro de 1977, e o art. 2º da Portaria Ministerialn.º 3.214, de 08 de junho de 1978, e

Considerando que a Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN é o órgão técnica, em âmbito nacional, responsávelpor estudos, pesquisas e pelo estabelecimento de normas e procedimentos no que se refere a dosimetria e proteçãoradiológica;

Considerando que a Resolução CNEN n.º 06/73 - Normas Básicas de Proteção Radiológica - foi revogada, em 19 de julhode 1988, através da Resolução CNEN n.º 12/88, resolve:

Art. 1º Altera o Anexo 5 da Norma Regulamentadora n.º 15 - Atividades e Operações Insalubres, que passa a vigorar coma seguinte redação:

RADIAÇÕES IONIZANTES

Nas atividades ou operações onde trabalhadores possam ser expostos a radiações ionizantes, os limites de tolerância, osprincípios, as obrigações e controles básicas para a proteção do homem e do seu meio ambiente contra possíveis efeitosindevidos causados pela radiação ionizante, são os constantes da Norma CNEN -NE 3.01: “Diretrizes Básicas deRadioproteção”, de julho de 1988, aprovada, em caráter experimental, pela Resolução CNEN n.º 12/88, ou daquela quevenha substituí-la.

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

RAQUEL MARIA RIGOTTO

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 1, DE 11 DE ABRIL DE 1994

A Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho. no uso de suas atribuições e,

CONSIDERANDO a necessidade de um controle e eficaz dos ambientes de trabalho por parte das empresas, comocondição a uma adequada política de segurança e saúde para os trabalhadores;

CONSIDERANDO que, quando as medidas de proteção coletiva adotadas no ambiente de trabalho não forem suficientespara controlar os riscos existentes, ou estiverem sendo implantadas, ou ainda em caráter emergencial, o empregadordeverá adotar, dentre outras, aquelas referentes à proteção individual que garantam condições adequadas de trabalho;

CONSIDERANDO as dúvidas suscitadas em relação à adequada proteção dada aos trabalhadores quando da adoção deequipamentos de proteção respiratória por parte das empresas;

CONSIDERANDO a necessidade de disciplinar a utilização desses equipamentos, dentro de critérios e procedimentosadequados, quando adotados pelas empresas;

CONSIDERANDO os artigos 166 e 167 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT;

CONSIDERANDO a Norma Regulamentadora nº 06 da Portaria nº 3.214, de 08/06/78, e alterações posteriores,

RESOLVE:

Baixar a presente Instrução Normativa - I.N. estabelecendo Regulamento Técnico sobre o uso de equipamentos paraproteção respiratória.

Art. 1º O empregador deverá adotar um conjunto de medidas com a finalidade de adequar a utilização dos equipamentosde proteção respiratória - EPR, quando necessário para complementar as medidas de proteção coletivaimplementadas, ou enquanto as mesmas estiverem sendo implantadas, com a finalidade de garantir umacompleta proteção ao trabalhador contra os riscos existentes nos ambientes de trabalho.

§ 1º As medidas previstas neste artigo deverão observar os seguintes princípios:

I - o estabelecimento de procedimentos escritos abordando, no mínimo:

a) os critérios para a seleção dos equipamentos;

b) o uso adequado dos mesmos levando em conta o tipo de atividade e as características individuais dotrabaIhador;

c) a orientação ao trabalhador para deixar a área de risco por motivos relacionados ao equipamento;

II - a indicação do equipamento de acordo com os riscos aos quais o trabalhador está exposto;

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III - a instrução e o treinamento do usuário sobre o uso e as limitações do EPR;

IV - o uso individual dos equipamentos, salvo em situações específicas, de acordo com a finalidade dosmesmos;

V - a guarda, a conservação e a higienização adequada;

VI - o monitoramento apropriado e periódico das áreas de trabalho e dos riscos ambientais a que estãoexpostos os trabalhadores;

VII - o fornecimento somente a pessoas fisicamente capacitadas a realizar suas tarefas utilizando osequipamentos;

VIII - o uso somente de respiradores aprovados e indicados para as condições em que os mesmos foremutilizados;

IX - a adoção da proteção respiratória individual após a avaliação prévia dos seguintes parâmetros:

a) características físicas do ambiente de trabalho;

b) necessidade de utilização de outros EPI;

c) demandas físicas específicas das atividades de que o usuário está encarregado;

d) tempo de uso em relação à jornada de trabalho;

e) características específicas de trabalho tendo em vista possibilidade da existência de atmosferasimediatamente perigosas à vida ou saúde.

X - a realização de exame médico no candidato ao uso do EPR, quando por recomendação médica, levandoem conta, dentre outras, as disposições do inciso anterior, sem prejuízo dos exames previstos na NR-07.

§ 2º Para a adequada observância dos princípios previstos neste artigo, o empregador deverá seguir, além dodisposto nas Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho, no que couber, asrecomendações da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho -FUNDACENTRO contidas na publicação intitulada “PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA -RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES” e também as Normas Brasileiras, quandohouver, expedidas no âmbito do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial -CONMETRO.

Art. 2º A seleção dos EPR deverá observar, dentre outros, os valores dos fatores de proteção - FP atribuídos contidosno Quadro I anexo a presente I.N.

Parágrafo único. Em atmosferas contendo sílica e asbestos, além dos requisitos estabelecidos neste artigo, o empregadordeverá observar, na seleção do respirador adequado, as indicações dos Quadros II e III anexo à presente I.N.

ANEXO

QUADRO I - FATORES DE PROTEÇÃO ATRIBUÍDOS PARA EPR (1)

QUADRO II - RECOMENDAÇÕES DE EPI PARA SÍLICA CRISTALINA

QUADRO III - RECOMENDAÇÕES DE EPI PARA ASBESTOS

Art. 3º Os EPR somente poderão ser comercializados acompanhados de instruções impressas contendo, no mínimo, asseguintes informações:

I - a finalidade a que se destina;

II - a proteção oferecida ao usuário;

III - as restrições ao seu uso;

IV - a sua vida útil;

V - orientações sobre guarda, conservação e higienização.

Parágrafo único. As instruções referidas neste artigo deverão acompanhar a menor unidade comercializada de equipamentos.

Art. 4º Esta I.N. entra em vigor 120 dias após a data de sua publicação, ficando revogada a I.N. SSST/MTb nº 01, de 13de julho de 1993.

RAQUEL MARIA RIGOTTO

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DECRETO Nº 1.253, DE 27 DE SETEMBRO DE 1994

Promulga a Convenção número 136, da Organizaçãolnternacional do Trabalho, sobre a Proteção contra osRiscos de lntoxicação Provocados pelo Benzeno,assinada em Genebra, em 30 de junho de 1971.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que Ihe confere o art. 84, inciso VIII, da Constituição, e

Considerando que a Convenção número 136, da Organização Internacional do Trabalho, sobre a Proteção contra os Riscosde Intoxicação Provocados pelo Benzeno, foi assinada em Genebra, em 30 de junho de 1971;

Considerando que a Convenção ora promulgada foi oportunamente submetida ao Congresso Nacional, que a aprovou pormeio de Decreto Legislativo número 76, de 19 de novembro de 1992, publicado no Diário Oficial da União número 223, de20 de novembro de 1992;

Considerando que a Convenção em tela entrou em vigor internacional em 27 de julho de 1973;

Considerando que o Governo brasileiro depositou a Carta de Ratificação do Instrumento multilateral em epígrafe em 24 demarço de 1993, passando o mesmo a vigorar, para o Brasil, em 24 de março de 1994, na forma do seu artigo 16,

DECRETA:

Art. 1º A Convenção número 136, da Organização Internacional do Trabalho, sobre a Proteção contra os Riscos deIntoxicação Provocados pelo Benzeno, assinada em Genebra, em 30 de junho de 1971, apensa por cópia a esteDecreto, deverá ser cumprida tão inteiramente como nela se contém.

Art. 2º O presente Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, em 27 de setembro de 1994; 173º da Independência e 106º da República.

ITAMAR FRANCO

Roberto Pinto F. Mameri Abdenur

ANEXO AO DECRETO QUE PROMULGA A CONVENÇÃO NÚMERO 136, DA ORGANIZAÇÃOINTERNACIONAL DO TRABALHO, SOBRE PROTEÇÃO CONTRA OS RISCOS DE

INTOXICAÇÃO PROVOCADOS PELO BENZENO, ADOTADA EM 23 DE JUNHO DE 1971 EASSINADA EM 30 DE JUNHO DE 1971, EM GENEBRA/MRE

CONVENÇÃO 136

Convenção sobre Proteção contra os Riscos de Intoxicação Provocados pelo Benzeno (Adotada em 23 dejunho de 1971 e assinada em 30 de junho de 1971, em Genebra)

A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho,

Convocada em Genebra pelo Conselho de Administração da Repartição Internacional do Trabalho e tendo ali se reunido em2 de junho do 1971, em sua Qüinquagésima Sexta Sessão;

Após haver decidido adotar diversas propostas sobre proteção contra os riscos provocados pelo benzeno, questão queconstitui o sexto item da ordem do dia da sessão;

Após haver decidido que essas propostas deveriam tomar a forma de Convenção Internacional, adota neste 23 de junhode 1971, a seguinte Convenção que será denominada Convenção sobre Benzeno, 1971;

Artigo 1

A presente Convenção aplicar-se-á a todas as atividades que acarretem exposição dos trabalhadores:

a) ao hidrocarboneto aromático benzeno CH, doravante denominado “benzeno”;

b) aos produtos cuja taxa em benzeno ultrapassar 1 por cento em volume, doravante denominados“produtos contendo benzeno”.

Artigo 2

1. Sempre que estiverem disponíveis produtos sucedâneos inofensivos ou menos nocivos, eles deverão substituir obenzeno ou os produtos contendo benzeno.

2. O parágrafo 1 não será aplicado:

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a) à produção de benzeno;

b) ao emprego do benzeno em trabalhos de síntese química;

c) ao emprego de benzeno em combustíveis;

d) aos trabalhos de análise ou de pesquisa em laboratórios.

Artigo 3

1. A autoridade competente em cada país poderá permitir derrogações temporárias à percentagem fixada na alínea b doartigo 1 e às disposições do parágrafo 1 do artigo 2 da presente Convenção, nos limites e nos prazos a serem determinadosapós consulta às organizações mais representativas dos empregadores e dos trabalhadores interessados, se existirem.

2. Nesses casos, o Membro interessado indicará nos relatórios sobre a aplicação da presente Convenção que estáobrigado a apresentar, em virtude do artigo 22 da Constituição da Organização Internacional do Trabalho, o estágio de sualegislação e de sua prática relativas às derrogações e aos progressos realizados a fim de atingir a plena aplicação dasdisposições da Convenção.

3. Decorrido um período de três anos, após a entrada em vigor inicial da presente Convenção, o Conselho de Administraçãoda Repartição Internacional do Trabalho apresentará um relatório especial sobre a aplicação dos parágrafos 1 e 2 dopresente artigo e que contenham as propostas que julgar oportunas a fim de serem adotadas as medidas pertinentes.

Artigo 4

1. A utilização do benzeno e de produtos contendo benzeno deverá ser proibida em certos trabalhos a serem determinadospela legislação nacional.

2. Esta proibição deverá, pelo menos, incluir a utilização de benzeno e de produtos contendo benzeno como solventes oudiluentes, exceto em operações que se efetuem em sistemas fechados ou por outros processos que apresentem asmesmas condições de segurança.

Artigo 5

Deverão ser adotadas medidas de prevenção técnica e de higiene do trabalho, a fim de assegurar proteção eficaz dostrabalhadores expostos ao benzeno ou a produtos contendo benzeno.

Artigo 6

1. Nos locais em que forem fabricados, manipulados e utilizados benzeno ou produtos contendo benzeno, deverão ser adotadostodas as medidas necessárias para impedir o escapamento de vapores de benzeno na atmosfera dos locais de trabalho.

2. Quando os trabalhadores estiverem expostos ao benzeno ou a produtos contendo benzeno, o empregador deverágarantir que a concentração de benzeno na atmosfera dos locais de trabalho não ultrapasse um máximo a ser fixado pelaautoridade competente em um nível que não exceda o valor-teto de 25 partes por milhão (80 mg/m3).

3. A autoridade competente deverá expedir instruções sobre a maneira de proceder para determinar a concentração debenzeno na atmosfera dos locais de trabalho.

Artigo 7

1. Os trabalhos que impliquem a utilização de benzeno e de produtos contendo benzeno deverão ser feitos, na medida dopossível, em sistemas fechados.

2. Quando não for possível o uso de sistemas fechados, os locais de trabalho onde forem utilizados o benzeno ou produtoscontendo benzeno deverão ser munidos de meios eficazes para assegurar a saída de vapores de benzeno na medidanecessária à proteção da saúde dos trabaIhadores.

Artigo 8

1. Os trabalhadores que venham a ter contato com benzeno líquido ou produtos líquidos contendo benzeno deverão estarmunidos de meios de proteção individual adequados contra riscos de absorção cutânea.

2. Os trabalhadores que, por razões especiais, se acharem expostos à concentração de benzeno na atmosfera dos locaisde trabalho, que ultrapassem o máximo previsto no parágrafo 2 do artigo 6 da presente Convenção, deverão estar munidosde meios de proteção individual adequados contra riscos de aspiração de vapores de benzeno; deverá ser limitado, namedida do possível, o tempo de exposição.

Artigo 9

1. Quando trabalhadores foram empregados em trabaIhos que acarretarem exposição ao benzeno ou a produtos contendobenzeno deverão ser submetidos:

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a) a exame médico completo de aptidão, anterior ao emprego, abrangendo o exame de sangue;

b) a exames posteriores periódicos que compreendam exames biológicos (inclusive exame de sangue) ecuja freqüência seja determinada pela legislação nacional.

2. Após consulta às organizações mais representativas dos empregadores e dos trabalhadores interessados, se existirem,a autoridade competente em cada país poderá permitir derrogações nas obrigações referidas no parágrafo 1 do presenteartigo em relação a determinadas categorias de trabalhadores.

Artigo 10

1. Os exames médicos previstos no parágrafo 1 do artigo 9 da presente Convenção deverão:

a) ser efetuados sob a responsabilidade de médico especializado, aprovado pela autoridade competentecom a assistência, se for necessária, de laboratórios competentes;

b) ser atestados de modo apropriado.

2. Esses exames não deverão acarretar despesas para os interessados.

Artigo 11

1. As mulheres em estado de gravidez, atestado por médico, e as mães em período de amamentação não deverão serempregadas em trabalhos que acarretem exposição ao benzeno ou produtos contendo benzeno.

2. Os menores de dezoito anos não poderão prestar serviços em trabalhos que acarretem exposição ao benzeno ou aprodutos contendo benzeno; entretanto, essa proibição poderá não se aplicar a menores que receberem instrução outreinamento e que estiverem sob controle técnico ou médico, adequado.

Artigo 12

A palavra “benzeno” e os símbolos de perigo necessários deverão estar claramente visíveis sobre todo recipientecontendo benzeno ou produtos contendo benzeno.

Artigo 13

Cada Membro deverá adotar as medidas indispensáveis para que todo trabalhador, exposto ao benzeno ou a produtoscontendo benzeno, receba instruções apropriadas a respeito das medidas de prevenção a serem tomadas, a fim deproteger a saúde ou de evitar os acidentes, assim como a respeito de todas as medidas a serem adotadas no caso em quese manifestarem sintomas de intoxicação.

Artigo 14

Cada Membro que ratificar a presente Convenção:

a) tomará, por meio de legislação ou de qualquer outro método compatível com a prática e as condiçõesnacionais, as medidas necessárias para tornar efetivas as disposições da presente Convenção;

b) designará, de conformidade com a prática nacional, pessoas a quem caberá a obrigação de assegurar aaplicação das disposições da presente Convenção;

c) comprometer-se-á a incumbir os serviços de inspeção apropriados do controle da aplicação das disposiçõesda presente Convenção, ou a garantir que uma inspeção adequada está sendo executada.

Artigo 15

As ratificações formais da presente Convenção serão comunicadas ao Diretor-Geral da Repartição Internacional doTrabalho e por ele registradas.

Artigo 16

1. A presente Convenção só obrigará os Membros da Organização Internacional do Trabalho, cuja ratificação tiver sidoregistrada pelo Diretor-Geral.

2. Esta Convenção entrará em vigor doze meses após o registro das ratificações de dois Membros pelo Diretor-Geral.

3. Posteriormente, esta Convenção entrará em vigor, para cada Membro, doze meses após o registro, pelo Diretor-Geral,do respectivo instrumento de ratificação.

Artigo 17

1. Todo Membro que ratificar a presente Convenção, poderá denunciá-la, após a expiração de um período de dez anos,contados da entrada em vigor inicial, mediante ato comunicado ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalhoe por ele registrado. A denúncia só surtirá efeitos um ano após o registro.

2. Todo Membro que, tendo ratificado a presente Convenção, e não fizer uso da faculdade de denúncia prevista pelopresente artigo, dentro do prazo de um ano, após a expiração do período de dez anos previsto no parágrafo anterior, ficaráobrigado por novo período de dez anos e, posteriormente, poderá denunciar a presente Convenção ao expirar cada períodode dez anos, nas condições previstas no presente artigo.

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Artigo 18

1. O Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho notificará a todos os Membros da Organização Internacional doTrabalho o registro de todas as ratificações e denúncias que Ihe forem comunicadas pelos Membros da Organização.

2. Ao notificar aos Membros da Organização o registro da segunda ratificação que Ihe for comunicada, o Diretor Geralchamará a atenção dos Membros da Organização para a data de entrada em vigor da presente Convenção.

Artigo 19

O Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho comunicará ao Secretário-Geral das Nações Unidas, para fins deregistro, de conformidade com o artigo 102 da Carta das Nações Unidas, informações completas a respeito de todas asratificações e atos de denúncia que tiverem sido registrados, de conformidade com os artigos anteriores.

Artigo 20

Sempre que julgar necessário, o Conselho de Administração da Repartição Internacional do Trabalho deverá apresentar àConferência Geral um relatório sobre a aplicação da presente Convenção e examinará a conveniência de inscrever, naordem do dia da Conferência, a questão de sua revisão total ou parcial.

Artigo 21

1. No caso em que a Conferência venha a adotar uma nova Convenção de revisão total ou parcial da presenteConvenção, e a menos que a nova Convenção disponha de outro modo:

a) a ratificação, por um Membro da nova Convenção revista implicará, de pleno direito, não bastando odisposto no artigo 17 acima, a denúncia imediata da presente Convenção, quando a nova Convençãotiver entrado em vigor;

b) a partir da entrada em vigor da nova Convenção revista, a presente Convenção deixará de estar abertaà ratificação dos Membros.

2. A presente Convenção continuará, em qualquer caso, em vigor em sua forma e disposição atuais para os Membros quea tiverem ratificado e não ratificarem a Convenção revista.

Artigo 22

As versões inglesa e francesa do texto da presente Convenção serão igualmente autênticas.

O texto que precede é o autêntico da Convenção devidamente adotada pela Conferência Geral da Organização Internacional doTrabalho em sua Qüinquagésima-sexta Sessão, realizada em Genebra e que foi declarada encerrada em 23 de junho de 1971.

Em fé do que, apuseram suas assinaturas, em 30 de junho de 1971.

Presidente da Conferência

PIERRE WALINE

Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho

WILFRED JENKS

DECRETO Nº 1.254, DE 29 DE SETEMBRO DE 1994

Promulga a Convenção número 155, da OrganizaçãoInternacional do Trabalho, sobre Segurança e Saúdedos Trabalhadores e o Meio Ambiente de Trabalho,concluída em Genebra, em 22 de junho de 1981.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que Ihe confere o art. 84, inciso VIII, da Constituição, e

Considerando que a Convenção número 155, da Organização Internacional do Trabalho, sobre Segurança e Saúde dosTrabalhadores e o Meio Ambiente de Trabalho, foi concluída em Genebra, em 22 de junho de 1981;

Considerando que a Convenção ora promulgada foi oportunamente submetida ao Congresso Nacional, que a aprovou pormeio de Decreto Legislativo número 2, de 17 de março de 1992, publicado no Diário Oficial da União número 53, de 18 demarço de 1992;

Considerando que a Convenção em tela entrou em vigor internacional em 11 de agosto de 1983;

Considerando que o Governo brasileiro depositou a Carta de Ratificação do instrumento multilateral em epígrafe em 18 demaio de 1992, passando o mesmo a vigorar, para o Brasil, em 18 de maio de 1993, na forma de seu artigo 24 (Fls. 2 do

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Decreto que Promulga a Convenção número 155, da Organização Internacional do Trabalho, sobre Segurança e Saúde dosTrabalhadores e o Meio Ambiente de Trabalho, concluída em Genebra, em 22 de junho de 1981/MRE.).

DECRETA:

Art. 1º A Convenção número 155, da Organização Internacional do Trabalho, sobre Segurança e Saúde dos Trabalhadorese o Meio Ambiente de Trabalho, concluída em Genebra, em 22 de junho de 1981, apensa por cópia a este Decreto,deverá ser cumprida tão inteiramente como nela se contém.

Art. 2º O presente Decreto entra em vigor na data de sua publicação .

Brasília, em 29 de setembro de 1994; 173º da Independência e 106º da República.

ITAMAR FRANCO

Roberto Pinto F. Mameri Abdenur

ANEXO AO DECRETO QUE PROMULGA A CONVENÇÃO NÚMERO 155, DA ORGANIZAÇÃOINTERNACIONAL DO TRABALHO, SOBRE SEGURANÇA E SAÚDE DOS TRABALHADORES E

O MEIO AMBIENTE DE TRABALHO, ADOTADA EM GENEBRA, EM 22 DE JUNHO DE 1981/MRE

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DO TRABALHO

Convenção 155

CONVENÇÃO SOBRE SEGURANÇA E SAÚDE DOS TRABALHADORES E O MEIO AMBIENTE DE TRABALHO(Adotada em Genebra, em 22 de junho de 1981)

A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho,

Convocada em Genebra pelo Conselho de Administração da Repartição Internacional do Trabalho, e reunida nessa cidadeem 3 de junho de 1981, na sua Sexagésima-sétima Sessão;

Após ter decidido adotar diversas proposições relativas à segurança, à higiene e ao meio ambiente de trabalho, questãoque constitui o sexto item da agenda da reunião, e

Após ter decidido que tais proposições tomariam a forma de uma Convenção Internacional, adota, na data de 22 de junhode 1981, a presente Convenção, que poderá ser citada como a Convenção sobre Segurança e Saúde dos Trabalhadores,1981:

PARTE 1

ÁREA DE APLICAÇÃO E DEFINIÇÕES

Artigo 1

1. A presente Convenção aplica-se a todas as áreas de atividade econômica.

2. Todo Membro que ratificar a presente Convenção poderá, mediante consulta prévia, tão cedo quando possível, àsorganizações representativas de empregadores e de trabalhadores interessadas, excluir total ou parcialmente da suaaplicação determinadas áreas de atividade econômica, tais como o transporte marítimo ou a pesca, nas quais essaaplicação apresentar problemas especiais de uma certa importância.

3. Todo Membro que ratificar a presente Convenção deverá enumerar, no primeiro relatório sobre a aplicação da Convençãoque submeter, em virtude do artigo 22 da Constituição da Organização Internacional do Trabalho, as áreas de atividadeeconômica que tiverem sido excluídas em virtude do parágrafo 2 deste artigo, explicando os motivos dessa exclusão edescrevendo as medidas adotadas para assegurar a proteção suficiente dos trabalhadores nas áreas excluídas, e deveráindicar nos relatórios subseqüentes todo progresso que for realizado no sentido de uma aplicação mais abrangente.

Artigo 2

1. A presente Convenção aplica-se a todos os trabalhadores das áreas de atividade econômica abrangidas.

2. Todo Membro que ratificar a presente Convenção poderá, mediante consulta prévia, tão cedo quanto possível, àsorganizações representativas de empregadores e de trabalhadores interessadas, excluir parcial ou totalmente da suaaplicação categorias limitadas de trabalhadores que apresentariam problemas particulares para sua aplicação.

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3. Todo Membro que ratificar a presente Convenção deverá enumerar, no primeiro relatório sobre a aplicação quesubmeter, em virtude do artigo 22 da Constituição da Organização Internacional do Trabalho, as categorias limitadas detrabalhadores que tiverem sido excluídas em virtude do parágrafo 2 deste artigo, explicando os motivos dessa exclusão,e deverá indicar nos relatórios subseqüentes todos os progressos realizados no sentido de uma aplicação mais abrangente.

Artigo 3

Para os fins da presente Convenção:

a) a expressão “áreas de atividade econômica” abrange todas as áreas em que existam trabalhadoresempregados, inclusive a administração pública;

b) o termo “trabalhadores” abrange todas as pessoas empregadas, incluindo os funcionários públicos;

c) a expressão “local de trabalho” abrange todos os lugares onde os trabalhadores devem permanecer ouonde têm que comparecer, e que estejam sob o controle, direto ou indireto, do empregador;

d) o termo “regulamentos” abrange todas as disposições às quais a autoridade ou as autoridades competentestiverem dado força de lei;

e) o termo “saúde”, com relação ao trabalho, abrange não só a ausência de afecções ou de doenças, mastambém os elementos físicos e mentais que afetam a saúde e estão diretamente relacionados com asegurança e a higiene no trabalho.

PARTE II

PRINCÍPIOS DE UMA POLÍTICA NACIONAL

Artigo 4

1. Todo Membro deverá, em consulta às organizações mais representativas de empregadores e de trabalhadores, elevando em conta as condições e a prática nacionais, formular, pôr em prática e reexaminar periodicamente uma políticanacional coerente em matéria de segurança e saúde dos trabalhadores e o meio ambiente de trabalho.

2. Essa política terá como objetivo prevenir os acidentes e os danos à saúde que forem conseqüência do trabaIho, tenhamrelação com a atividade de trabalho, ou se apresentarem durante o trabalho, reduzindo ao mínimo, na medida que forrazoável e possível, as causas dos riscos inerentes ao meio ambiente de trabalho.

Artigo 5

A política a qual se faz referência no artigo 4 da presente Convenção deverá levar em consideração as grandes esferas de açãoque se seguem, na medida em que possam afetar a segurança e a saúde dos trabalhadores e o meio ambiente de trabalho:

a) projeto, teste, escolha, substituição, instalação, arranjo, utilização e manutenção dos componentesmateriais do trabalho (locais de trabalho, meio ambiente de trabalho, ferramentas, maquinário eequipamentos; substâncias e agentes químicos, biológicos e físicos; operações e processos);

b) relações existentes entre os componentes materiais do trabalho e as pessoas que o executam ousupervisionam, e adaptação do maquinário, dos equipamentos, do tempo de trabalho, da organização dotrabalho e das operações e processos às capacidades físicas e mentais dos trabalhadores;

c) treinamento, incluindo o treinamento complementar necessário, qualificações e motivação das pessoasque intervenham, de uma ou de outra maneira, para que sejam atingidos níveis adequados de segurançae higiene;

d) comunicação e cooperação em níveis de grupo de trabalho e de empresa e em todos os níveisapropriados, inclusive até no nível nacional;

e) a proteção dos trabalhadores e de seus representantes contra toda medida disciplinar por elesjustificadamente empreendida de acordo com a política referida no artigo 4 da presente Convenção.

Artigo 6

A formulação da política referida no artigo 4 da presente Convenção deverá determinar as respectivas funções eresponsabilidades, em matéria de segurança e saúde dos trabalhadores e meio ambiente de trabalho, das autoridadespúblicas, dos empregadores, dos trabalhadores e de outras pessoas interessadas, levando em conta o caráter complementardessas responsabilidades, assim como as condições e a prática nacionais.

Artigo 7

A situação em matéria de segurança e saúde dos trabaIhadores e meio ambiente de trabalho deverá ser examinada, emintervalos adequados, globalmente ou com relação a setores determinados, com a finalidade de se identificar os principaisproblemas, elaborar meios eficazes para resolvê-los, definir a ordem de prioridade das medidas que for necessário adotar,e avaliar os resultados

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PARTE III

AÇÃO EM NÍVEL NACIONAL

Artigo 8

Todo Membro deverá adotar, por via legislativa ou regulamentar ou por qualquer outro método de acordo com as condiçõese a prática nacionais, e em consulta às organizações representativas de empregadores e de trabalhadores interessadas,as medidas necessárias para tornar efetivo o artigo 4 da presente Convenção.

Artigo 9

O controle da aplicação das leis e dos regulamentos relativos à segurança, à higiene e ao meio ambiente de trabalho deveráestar assegurado por um sistema de inspeção das leis ou dos regulamentos.

Artigo 10

Deverão ser adotadas medidas para orientar os empregadores e os trabalhadores com o objetivo de ajudá-los a cumpriremcom suas obrigações legais.

Artigo 11

Com a finalidade de tornar efetiva a política referida no artigo 4 da presente Convenção, a autoridade ou as autoridadescompetentes deverão garantir a realização progressiva das seguintes tarefas:

a) a determinação, quando a natureza e o grau de risco assim o requererem, das condições que regem aconcepção, a construção e o acondicionamento das empresas, sua colocação em funcionamento, astransformações mais importantes que forem necessárias e toda modificação dos seus fins iniciais,assim como a segurança do equipamento técnico utilizado no trabalho e a aplicação de procedimentosdefinidos pelas autoridades competentes;

b) a determinação das operações e processos que serão proibidos, limitados ou sujeitos à autorização ou aocontrole da autoridade ou autoridades competentes, assim como a determinação das substâncias eagentes aos quais estará proibida a exposição no trabalho, ou bem limitada ou sujeita à autorização ou aocontrole da autoridade ou autoridades competentes; deverão ser levados em consideração os riscos paraa saúde decorrentes da exposição simultânea a diversas substâncias ou agentes;

c) o estabelecimento e a aplicação de procedimentos para a declaração de acidentes de trabalho e doençasprofissionais por parte dos empregadores e, quando for pertinente, das instituições seguradoras ououtros organismos ou pessoas diretamente interessadas, e a elaboração de estatísticas anuais sobreacidentes de trabalho e doenças profissionais.

d) a realização de sindicâncias cada vez que um acidente de trabalho, um caso de doença profissional ou qualqueroutro dano à saúde ocorrido durante o trabaIho ou com relação ao mesmo possa indicar uma situação grave;

e) a publicação anual de informações sobre as medidas adotadas para a aplicação da política referida noartigo 4 da presente Convenção e sobre os acidentes de trabalho, os casos de doenças profissionais ououtros danos à saúde ocorridos durante o trabalho ou com relação ao mesmo;

f ) levando em consideração as condições e possibilidades nacionais, a introdução ou o desenvolvimento desistemas de pesquisa dos agentes químicos, físicos ou biológicos no que diz respeito aos riscos que elesrepresentaram para a saúde dos trabalhadores.

Artigo 12

Deverão ser adotadas medidas de conformidade com a legislação e a prática nacionais a fim de assegurar que aquelaspessoas que projetam, fabricam, importam, fornecem ou cedem, sob qualquer título, maquinário, equipamentos ousubstâncias para uso profissional:

a) tenham certeza, na medida do razoável e possível, de que o maquinário, os equipamentos ou assubstâncias em questão não implicarão perigo algum para a segurança e a saúde das pessoas quefizerem uso correto dos mesmos;

b) facilitem informações sobre a instalação e utilização corretas do maquinário e dos equipamentos e sobreo uso correto de substâncias, sobre os riscos apresentados pelas máquinas e os materiais, e sobre ascaracterísticas perigosas das substâncias químicas, dos agentes ou dos produtos físicos ou biológicos,assim como instruções sobre a forma de prevenir contra os riscos conhecidos;

c) façam estudos e pesquisas, ou se mantenham a par de qualquer outra forma, de evolução dosconhecimentos científicos e técnicos necessários para cumprir com as obrigações expostas nos itens a)e b) do presente artigo.

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Artigo 13

De conformidade com a prática e as condições nacionais, deverá ser protegido, de conseqüências injustificadas, todotrabalhador que julgar necessário interromper uma situação de trabalho por considerar, por motivos razoáveis, que elaenvolve um perigo iminente e grave para sua vida ou sua saúde.

Artigo 14

Medidas deverão ser adotadas no sentido de promover, de maneira conforme à prática e às condições nacionais, ainclusão das questões de segurança, higiene e meio ambiente de trabalho em todos os níveis de ensino e de treinamento,incluídos aqueles do ensino superior técnico, médico e profissional, com o objetivo de satisfazer as necessidades detreinamento de todos os trabalhadores.

Artigo 15

1. A fim de se assegurar a coerência da política referida no artigo 4 da presente Convenção e das medidas adotadas paraaplicá-la, todo Membro deverá implementar, mediante consulta prévia, tão cedo quanto possível, com as organizaçõesmais representativas de empregadores e de trabalhadores e, quando for apropriado, com outros organismos, disposiçõesde acordo com a prática e as condições nacionais a fim de conseguir a necessária coordenação entre as diversasautoridades e os diversos organismos encarregados de tornar efetivas as Partes II e III da presente Convenção.

2. Quando as circunstâncias requererem e a prática e as condições nacionais permitirem, essas disposições deverãoincluir o estabelecimento de um organismo central.

PARTE IV

AÇÃO EM NÍVEL DE EMPRESA

Artigo 16

1. Deverá ser exigido dos empregadores que, na medida que for razoável e possível, garantam que os locais de trabalho,o maquinário, os equipamentos e as operações e processos que estiverem sob seu controle são seguros e não envolvemrisco algum para a segurança e a saúde dos trabalhadores.

2. Deverá ser exigido dos empregadores que, na medida que for razoável e possível, garantam que os agentes e assubstâncias químicas, físicas e biológicas que estiverem sob seu controle não envolvem riscos para a saúde quando sãotomadas medidas de proteção adequadas.

3. Quando for necessário, os empregadores deverão fornecer roupas e equipamentos de proteção adequados a fim deprevenir na medida que for razoável e possível, os riscos de acidentes ou de efeitos prejudiciais para a saúde.

Artigo 17

Sempre que duas ou mais empresas desenvolverem simultaneamente atividades num mesmo local de trabaIho, asmesmas terão o dever de colaborar na aplicação das medidas previstas na presente Convenção.

Artigo 18

Os empregadores deverão prever, quando for necessário, medidas para lidar com situações de urgência e com acidentes,incluindo meios adequados para a administração de primeiros socorros.

Artigo 19

Deverão ser adotadas disposições, em nível de empresa, em virtude das quais:

a) os trabalhadores, ao executarem seu trabalho, cooperem com o cumprimento das obrigações quecorrespondem ao empregador;

b) os representantes dos trabalhadores na empresa cooperem com o empregador no âmbito da segurançae higiene do trabalho;

c) os representantes dos trabalhadores na empresa recebam informação adequada acerca das medidastomadas pelo empregador para garantir a segurança e a saúde, e possam consultar as suas organizaçõesrepresentativas sobre essa informação, sob condição de não divulgarem segredos comerciais;

d) os trabalhadores e seus representantes na empresa recebam treinamento apropriado no âmbito dasegurança e da higiene do trabalho;

e) os trabalhadores ou seus representantes e, quando for o caso, suas organizações representativas naempresa estejam habilitados, de conformidade com a legislação e a prática nacionais, para examinarem

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todos os aspectos da segurança e da saúde relacionados com seu trabalho, e sejam consultados nessesentido pelo empregador. Com essa finalidade, e em comum acordo, poder-se-á recorrer a conselheirostécnicos alheios à empresa;

f ) o trabalhador informará imediatamente o seu superior hierárquico direto sobre qualquer situação detrabalho que, a seu ver e por motivos razoáveis, envolva um perigo iminente e grave para sua vida ousua saúde. Enquanto o empregador não tiver tomado medidas corretivas, se forem necessárias, nãopoderá exigir dos trabalhadores a sua volta a uma situação de trabalho onde exista, em caráter contínuo,um perigo grave ou iminente para sua vida ou sua saúde.

Artigo 20

A cooperação entre os empregadores e os trabalhadores ou seus representantes na empresa deverá ser um elementoessencial das medidas em matéria de organização, e de outro tipo, que forem adotadas para a aplicação dos artigos 16 a19 da presente Convenção.

Artigo 21

As medidas de segurança e higiene do trabalho não deverão implicar nenhum ônus financeiro para os trabalhadores.

PARTE V

DISPOSIÇÕES FINAIS

Artigo 22

A presente Convenção não revisa nenhuma das Convenções ou recomendações internacionais do trabalho existentes.

Artigo 23

As ratificações formais da presente Convenção serão comunicadas, para seu registro, ao Diretor-Geral da RepartiçãoInternacional do Trabalho.

Artigo 24

1. Esta Convenção obrigará exclusivamente àqueles Membros da Organização Internacional do Trabalho cujas ratificaçõestiverem sido registradas pelo Diretor-Geral.

2. Entrará em vigor 12 (doze) meses após a data em que as ratificações de 2 (dois) Membros tiverem sido registradas peloDiretor-Geral.

3. A partir desse momento, a Convenção entrará em vigor, para cada Membro, 12 (doze) meses após a data na qual a suaratificação tiver sido registrada.

Artigo 25

1. Todo Membro que tiver ratificado esta Convenção poderá denunciá-la ao fim do período de 10 (dez) anos, a contar dadata em que tiver entrado inicialmente em vigor, através de um ato comunicado ao Diretor-Geral da Repartição Internacionaldo Trabalho e por ele registrado. A denúncia não terá efeito senão 1 (um) ano depois da data em que tiver sido registrada.

2. Todo Membro que, tendo ratificado esta Convenção e que no prazo de 1 (um) ano após a expiração do período de 10 (dez)anos mencionado no parágrafo precedente, não fizer uso da faculdade de denúncia prevista no presente artigo, permaneceráobrigado durante um novo período de 10 (dez) anos e, sucessivamente, poderá denunciar esta Convenção no fim de cadaperíodo de 10 (dez) anos, nas condições previstas neste artigo.

Artigo 26

1. O Diretor-Geral da Repartição Internacional do TrabaIho notificará a todos os Membros da Organização Internacional doTrabalho o registro de todas as ratificações, declarações e denúncias a ele comunicadas pelos Membros da Organização.

2. Ao notificar aos Membros da Organização o registro da segunda ratificação que Ihe tiver sido comunicada, o Diretor-Geral fará notar aos Membros da Organização a data em que a presente Convenção entrará em vigor.

Artigo 27

O Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho comunicará ao Secretário-Geral das Nações Unidas, para efeitosdo registro da segunda ratificação e de conformidade com o artigo 102 da Carta das Nações Unidas, um relatório completosobre todas as ratificações, declarações e atos de denúncia que ele tiver registrado, de acordo com os artigos precedentes.

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Artigo 28

Sempre que o considerar necessário, o Conselho de Administração da Repartição Internacional do Trabalho apresentará àConferência um relatório sobre a aplicação da Convenção e considerará a conveniência de incluir na agenda da Conferênciaa questão de sua total ou parcial revisão.

Artigo 29

1. No caso da Conferência adotar uma nova Convenção que implique a revisão total ou parcial da presente, e a não serque a nova Convenção contenha disposições em contrário:

a) a ratificação, por um Membro, da nova Convenção revisora implicará, ipso jure, a denúncia imediata dapresente Convenção, não obstante as disposições contidas no artigo 25, sempre que a nova Convençãorevista tiver entrado em vigor;

b) a partir da data de entrada em vigor da nova Convenção revisora, a presente Convenção deixará de estaraberta para ratificação por parte dos Membros.

2. A presente Convenção permanecerá em vigor em todos os casos, em sua forma e conteúdo atuais, para aquelesMembros que a tiverem ratificado e que não ratificarem a Convenção revisora.

Artigo 30

As versões inglesa e francesa do texto desta Convenção são igualmente autênticas.

DECRETO Nº 1.255, DE 29 DE SETEMBRO DE 1994

Promulga a Convenção número 119, da OrganizaçãoInternacional do Trabalho, sobre Proteção das Máquinas,concluída em Genebra, em 25 de junho de 1963.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que Ihe confere o art. 84, inciso VIII, da Constituição, e

Considerando que a Convenção número 119, sobre Proteção das Máquinas, da Organização Internacional do Trabalho, foiconcluída em Genebra, em 25 de junho de 1963;

Considerando que a Convenção ora promulgada foi oportunamente submetida ao Congresso Nacional, que a aprovou pormeio do Decreto Legislativo número 232, de 16 de dezembro de 1991, publicado no Diário Oficial da União, número 244,de 17 de dezembro de 1991;

Considerando que a Convenção ora promulgada entrou em vigor internacional em 21 de abril de 1965;

Considerando que o Governo brasileiro depositou a Carta de Ratificação do instrumento multilateral em epígrafe em 16 deabril de 1992, passando o mesmo a vigorar, para o Brasil, em 16 de abril de 1993, na forma do seu artigo 19,

DECRETA:

Art. 1º A Convenção número 119, da Organização Internacional do Trabalho, sobre Proteção das Máquinas, concluída emGenebra, em 25 de junho de 1963, apensa por cópia a este Decreto, deverá ser cumprida tão inteiramente comonela se contém.

Art. 2º O presente Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, em 29 de setembro de 1994, 173º da Independência e 106º da República.

ITAMAR FRANCO

Roberto Pinto F. Mameri Abdenur

CONVENÇÃO NÚMERO 119, DA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO, RELATIVAÀ PROTEÇÃO DAS MÁQUINAS, ADOTADA EM GENEBRA, EM 25 DE JUNHO DE 1963/MRE

CONVENÇÃO 119

CONVENÇÃO RELATIVA À PROTEÇÃO DAS MÁQUINAS (Adotada em Genebra, em 25 de junho de 1963)

A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho.

Convocada em Genebra pelo Conselho de Administração da Repartição Internacional do Trabalho e tendo-se aí reunido em5 de junho de 1963, em sua Quadragésima-sétima Sessão;

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Após haver decidido adotar diversas proposições relativas à proibição de venda, locação e utilização das máquinasdesprovidas de dispositivos de proteção apropriados, questão que constitui o quarto ponto da ordem do dia da sessão;

Após haver decidido que essas proposições tomariam a forma de uma Convenção Internacional, adota neste 25 de junhode 1963, a seguinte Convenção que será denominada Convenção sobre a Proteção das Máquinas, 1963:

PARTE I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 1

1. Todas as máquinas, novas ou de segunda mão, movidas por forças não-humanas, serão consideradas máquinas paraos fins de aplicação da presente Convenção.

2. A autoridade competente em cada país determinará se e em que medida as máquinas, novas ou de segunda mão,movidas pela força humana apresentam perigos para a integridade física dos trabalhadores e devem ser consideradasmáquinas para fins de aplicação da presente Convenção. Estas decisões deverão ser tomadas após consulta àsorganizações mais representativas de empregadores e de trabalhadores interessados. A iniciativa da consulta poderá sertomada por qualquer dessas organizações.

3. As disposições da presente Convenção:

a) Só se aplicarão aos veículos rodoviários ou ferroviários em movimento, na medida em que estiver emcausa a segurança dos operadores;

b) Só se aplicarão às máquinas agrícolas móveis na medida em que estiver em causa a segurança dostrabaIhadores cujo emprego esteja em conexão com essas máquinas.

PARTE II

VENDA, LOCAÇÃO, CESSÃO A QUALQUER OUTRO TÍTULO E EXPOSIÇÃO

Artigo 2

1. A venda e a locação de máquinas cujos elementos perigosos, especificados nos parágrafos 3 e 4 do presente artigo,estiverem desprovidas de dispositivos de proteção apropriados, deverão ser proibidas pela legislação nacional e ouimpedidas por outras medidas igualmente eficazes.

2. A cessão a qualquer outro título e a exposição de máquinas cujos elementos perigosos, especificados nos parágrafos3 e 4 do presente artigo, estiverem desprovidos de dispositivos de proteção apropriados, deverão, na medida determinadapela autoridade competente, ser proibidas pela legislação ou impedidas por outras medidas igualmente eficazes. Entretanto,a retirada provisória, durante a exposição de uma máquina, de dispositivos de proteção, para fins de demonstração, nãoserá considerada como uma infração à presente disposição, com a condição que as precauções apropriadas sejamtomadas para proteger as pessoas contra qualquer risco.

3. Todos os parafusos de meia rosca, parafusos de fixação e chaves, assim como outras peças que formem saliênciasnas partes móveis das máquinas que forem suscetíveis igualmente de apresentarem perigo para as pessoas que entraremem contato com as mesmas, quando estiverem em movimento deverão ser desenhados embutidos ou protegidos a fimde prevenir esses perigos.

4. Todos os volantes, engrenagens, cones ou cilindros de fricção, excêntricos, polias, correias, correntes, pinhões, roscassem fim, bielas e corrediças, assim como os trastes (inclusive as extremidades) e outras peças de transmissão que foremsuscetíveis igualmente de apresentar perigo para as pessoas que entrarem em contato com esses elementos quandoestes estiverem em movimento deverão ser desenhados ou protegidos a fim de prevenir estes perigos. Os controles dasmáquinas deverão ser desenhados ou protegidos a fim de prevenir qualquer perigo.

Artigo 3

1. As disposições do artigo 2 não se aplicarão às máquinas ou suas partes perigosas especificadas naquele artigo que:

a) oferecem, em virtude de sua construção, segurança idêntica à que apresentariam dispositivos deproteção apropriados;

b) são destinados a ser instalados ou colocados de maneira que, em virtude da sua instalação ou colocação,oferecem segurança idêntica à que apresentariam dispositivos de proteção apropriadas.

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2. A proibição de venda, locação, transferência a qualquer outro título ou exibição da maquinaria prevista no parágrafo 1e 2 do artigo 2 não se aplica à máquinas que, pelo simples motivo de que as máquinas sejam desenhadas de tal maneiraque os requisitos dos parágrafos 3 e 4 daquele artigo não estejam plenamente preenchidos durante as operações demanutenção, de lubrificação, de mudança de peças e regulagem, se tais operações puderem ser realizadas de conformidadecom as normas de segurança usuais.

3. As disposições do artigo 2 não prejudicarão a venda ou a cessão, a qualquer outro título, das máquinas paraarmazenagem, destruição ou recondicionamento. Entretanto, tal maquinaria não será vendida, alugada ou transferida aqualquer outro título ou exibida após ser armazenada ou recondicionada a não ser que esteja protegida de conformidadecom as referidas disposições.

Artigo 4

A obrigação de aplicar as disposições do artigo 2 deverá recair sobre o vendedor, o locador, a pessoa que cede a máquinaa qualquer outro título ou o expositor, assim como, nos casos apropriados, de conformidade com a legislação nacional,sobre os respectivos mandatários. O fabricante que vende, aluga, cede a qualquer outro título ou expõe as máquinas, teráa mesma obrigação.

Artigo 5

1. Todo Membro poderá prever uma derrogação temporária às disposições do artigo 2.

2. As condições e a duração desta derrogação temporária, que não pode ultrapassar 3 (três) anos a partir da entrada emvigor da presente Convenção para o Membro interessado, deverão ser determinadas pela legislação nacional ou por outrasmedidas igualmente eficazes.

3. Para fins de aplicação do presente artigo, a autoridade competente deverá consultar as organizações mais representativasde empregadores e trabalhadores interessados, assim como, se for o caso, as organizações dos fabricantes.

PARTE III

UTILIZAÇÃO

Artigo 6

1. A utilização das máquinas das quais qualquer dos elementos perigosos, inclusive as partes móveis (zona de operação)está sem os dispositivos de proteção apropriados, deverá ser proibida pela legislação nacional ou impedida por outrasmedidas igualmente eficazes. Entretanto, quando esta interdição não puder ser plenamente respeitada sem impedir autilização da máquina, ela deve, não obstante, aplicar-se na medida em que esta utilização o permitir.

2. As máquinas deverão ser protegidas de maneira que a regulamentação e as normas nacionais de segurança e de higienede trabalho sejam respeitadas.

Artigo 7

A obrigação de aplicar as disposições do artigo 6 deverão recair sobre o empregador.

Artigo 8

1. As disposições do artigo 6 não se aplicam às máquinas ou aos elementos das máquinas que, em virtude de suaconstrução, de sua instalação ou de sua colocação, ofereçam segurança idêntica à que apresentariam dispositivos deproteção apropriados.

2. As disposições do artigo 6 e do artigo 11 não prejudicarão as operações de manutenção, de lubrificação, de mudançasdas partes móveis ou de regulagem das máquinas ou elementos de máquinas efetuadas de conformidade com as normasusuais de segurança.

Artigo 9

1. Todo Membro poderá prever uma derrogação temporária às disposições do artigo 6.

2. As condições e a duração desta derrogação temporária, que não poderá ultrapassar 3 (três) anos a partir da entrada emvigor da presente Convenção para o Membro interessado, deverão ser determinadas pela legislação nacional ou por outrasmedidas igualmente eficazes.

3. Para os fins de aplicação do presente artigo, a autoridade competente deverá consultar as organizações maisrepresentativas de empregadores e de trabalhadores interessados.

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Artigo 10

1. O empregador deverá tomar as medidas para pôr os trabalhadores ao corrente da legislação nacional relativa à proteçãodas máquinas e deverá informá-las, de maneira apropriada, dos perigos provenientes da utilização das máquinas, assimcomo das precauções a serem tomadas.

2. O empregador deve estabelecer e manter os ambientes em condições tais que os trabalhadores que lidem com asmáquinas das quais trata a presente Convenção não corram perigo algum.

Artigo 11

1. Nenhum trabalhador deverá utilizar uma máquina sem que os dispositivos de proteção de que é provida estejammontados. Não poderá ser solicitado a qualquer trabalhador que utilize uma máquina sem que os dispositivos de proteçãoque é provida estejam montados.

2. Nenhum trabalhador deverá tornar inoperantes os dispositivos de proteção de que seja provida a máquina que utilizar.Os dispositivos de proteção de que seja provida uma máquina destinada a ser utilizada por um trabalhador não devem sertornados inoperantes.

Artigo 12

As ratificações da presente Convenção não prejudicará os direitos dos trabalhadores provenientes das legislaçõesnacionais de previdência social ou de seguro social.

Artigo 13

A disposição da presente parte da Convenção que se relacionam com as obrigações dos empregadores e dos trabalhadoresaplicar-se-ão, se a autoridade competente assim o decidir, e, na medida por ela fixada, aos trabaIhadores independentes.

Artigo 14

Para os fins de aplicação da presente parte desta Convenção, o termo “empregador” designa igualmente, quando for ocaso, o mandatário do empregador no sentido que Ihe dê a legislação nacional.

PARTE IV

MEDIDAS DE APLICAÇÃO

Artigo 15

1. Todas as medidas necessárias, inclusive medidas que prevejam sanções apropriadas, deverão ser tomadas paraassegurar a aplicação efetiva das disposições da presente Convenção.

2. Todo Membro que ratificar a presente Convenção compromete-se a encarregar os serviços de inspeção apropriados docontrole da aplicação de suas disposições ou de verificar que seja assegurada uma inspeção adequada.

Artigo 16

Qualquer legislação nacional que efetivar as disposições da presente Convenção deverá ser laborada pela autoridadecompetente após consulta às organizações mais representativas de empregados e empregadores interessados assimcomo, ocorrendo o caso, às organizações de fabricantes.

PARTE V

CAMPO DE APLICAÇÃO

Artigo 17

1. As disposições da presente Convenção aplicar-se-ão a todos os setores da atividade econômica, a menos que oMembro que ratificar a Convenção não restrinja a aplicação por uma declaração anexa à sua ratificação.

2. No caso de uma declaração que restrinja assim a aplicação das disposições da presente Convenção:

a) as disposições da Convenção devem aplicar-se ao menos às empresas ou aos setores de atividadeeconômica que a autoridade competente, após consulta aos serviços de inspeção do trabalho e àsorganizações mais representativas de empregadores e empregados interessados, considere como grandeutilizadores de máquinas; a iniciativa da consulta poderá ser tomada por qualquer das referidas organizações;

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b) o Membro deverá indicar, nos relatórios a serem submetidos por força do artigo 22 da Constituição daOrganização Internacional do Trabalho, quais foram os progressos realizados com vistas a maior aplicaçãodas disposições da Convenção.

3. Todo Membro que fizer uma declaração de conformidade com o parágrafo 1 acima poderá, a qualquer momento, anulá-la total ou parcialmente, por uma declaração posterior.

PARTE VI

DISPOSIÇÕES FINAIS

Artigo 18

As ratificações formais da presente Convenção deverão ser comunicadas ao Diretor-Geral da Repartição Internacional doTrabalho e por ele registradas.

Artigo 19

1. A presente Convenção não obrigará senão os Membros da Organização Internacional do Trabalho cuja ratificação tenhasido registrada pelo Diretor-Geral.

2. A presente Convenção entrará em vigor 12 (doze) meses depois que as ratificações de 2 (dois) Membros tiverem sidoregistradas pelo Diretor-Geral.

3. Posteriormente, esta Convenção entrará em vigor para cada Membro 12 (doze) meses depois da data em que suaratificação for registrada.

Artigo 20

1. Todo Membro que tenha ratificado a presente Convenção poderá denunciá-la ao fim de um período de 10 (dez) anosdepois da data da entrada inicial em vigor da Convenção, por ato comunicado ao Diretor-Geral da Repartição Internacionaldo Trabalho e por ele registrado. Essa denúncia só terá efeito 1 (um) ano depois de registrada.

2. Todo Membro que, tendo ratificado a presente Convenção dentro do prazo de 1 (um) ano depois da expiração do períodode 10 (dez) anos mencionados no parágrafo precedente, não fizer uso da faculdade de denúncia prevista pelo presenteartigo, ficará comprometido por novo período de 10 (dez) anos, e, posteriormente, poderá denunciar a presente Convençãoao fim de cada período de 10 (dez) anos nas condições previstas no presente artigo.

Artigo 21

1. O Diretor-Geral da Repartição Internacional do TrabaIho notificará a todos os Membros da Organização Internacional doTrabalho o registro de todas as ratificações e denúncias que Ihe forem comunicadas pelos Membros da Organização.

2. Ao notificar aos Membros da Organização o registro da segunda ratificação que Ihe for comunicada, o Diretor-Geralchamará a atenção dos Membros da Organização sobre a data em que a presente Convenção entrar em vigor.

Artigo 22

O Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho enviará ao Secretário-Geral das Nações unidas, para fins deregistro, de conformidade com o artigo 102 da Carta das Nações Unidas, informações completas a respeito de todas asratificações e atos de denúncia que tiverem sido registrados conforme os artigos precedentes.

Artigo 23

Sempre que julgar necessário, o Conselho de Administração da Repartição Internacional do Trabalho apresentará àConferência Geral um relatório sobre a aplicação da presente Convenção e decidirá da oportunidade de inscrever na ordemdo dia da Conferência a questão da sua revisão total ou parcial.

Artigo 24

1. Caso a Conferência adote nova Convenção de revisão total ou parcial da presente Convenção, e a menos que a novaConvenção disponha de outra forma:

a) a ratificação por Membro da nova Convenção revista provocará, de pleno direito, não obstante o artigo20 acima, denúncia imediata da presente Convenção, sob reserva de que a nova Convenção revistatenha entrado em vigor;

b) a partir da data da entrada em vigor da nova Convenção revista, a presente Convenção não estará maisaberta à ratificação dos Membros.

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2. A presente Convenção ficará, em qualquer caso, em vigor em sua forma e teor, para os Membros que a tiveremratificado e que não ratificarem a Convenção revista.

Artigo 25

As versões em francês e em inglês ao texto da presente Convenção fazem igualmente fé.

O texto precedente e o texto autêntico da Convenção devidamente adotada pela Conferência Geral da OrganizaçãoInternacional do Trabalho em sua Quadragésima-Sétima Sessão, em Genebra e declarada encerrada em 26 de junho de1963.

DECRETO Nº 1.257, DE 29 DE SETEMBRO DE 1994

Promulga a Convenção número 133, da OrganizaçãoInternacional do Trabalho, sobre Alojamento a Bordode Navios, concluída em Genebra, em 30 de outubrode 1970.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, inciso VIII, da Constituição, e

Considerando que a Convenção número 133, da Organização Internacional do Trabalho, sobre Alojamento a Bordo deNavios, foi concluída em Genebra, em 30 de outubro de 1970;

Considerando que a Convenção ora promulgada foi oportunamente submetida ao Congresso Nacional, que a aprovou pormeio do Decreto Legislativo número 222, de 12 de dezembro de 1991, publicado no Diário Oficial da União número 242, de13 de dezembro de 1991;

Considerando que a Convenção ora promulgada entrou em vigor internacional em 27 de agosto de 1991;

Considerando que o Governo brasileiro depositou a carta de Ratificação do instrumento multilateral em epígrafe em 16 deabril de 1992, passando o mesmo a vigorar, para o Brasil, em 16 de outubro de 1992, na forma do seu artigo 15;

DECRETA:

Art. 1º A Convenção número 133, da Organização Internacional do Trabalho, sobre Alojamento a Bordo de Navios,concluída em Genebra, em 30 de outubro de 1970, apensa por cópia a este Decreto, deverá ser cumprida tãointeiramente como nela se contém.

Art. 2º O presente Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, em 29 de setembro de 1994; 173º da Independência e 106º da República.

ITAMAR FRANCO

Roberto Pinto F. Mameri Abdenur

ANEXO AO DECRETO QUE PROMULGA A CONVENÇÃO NÚMERO 133, DA ORGANIZAÇÃOINTERNACIONAL DO TRABALHO, SOBRE ALOJAMENTO A BORDO DE NAVIOS

(DISPOSIÇÕES COMPLEMENTARES), ADOTADA EM GENEBRA, EM 30 DE OUTUBRO DE1970/MRE

CONVENÇÃO 133

Convenção Sobre Alojamento a Bordo de Navios

(Disposições Complementares)

(Adotada em Genebra, em 30 de outubro de 1970)

A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho,

Convocada em Genebra pelo Conselho de Administração da Repartição Internacional do Trabalho e tendo ali se reunido em14 de outubro de 1970, em sua Qüinquagésima-Quinta Sessão;

Tendo constatado que a Convenção sobre Alojamento da Tripulação a Bordo (revista), 1949, fixa normas pormenorizadassobre tais assuntos como camarotes, refeitórios, salas de recreio, ventilação, aquecimento, iluminação e instalaçõessanitárias a bordo de navios;

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Considerando que, à luz da evolução rápida das características de construção e da exploração dos navios modernos, osalojamentos da tripulação podem ser aperfeiçoados;

Depois de haver decidido adotar diversas propostas sobre alojamento da tripulação, questão que constitui o segundo pontoda ordem do dia da sessão;

Depois de haver decidido que estas propostas devem tomar a forma de uma convenção internacional, complementar àConvenção sobre Alojamento da Tripulação (revista), 1949, adota neste trigésimo dia de outubro de mil novecentos esetenta a seguinte Convenção doravante denominada Convenção sobre Alojamento da Tripulação (DisposiçõesComplementares), 1970;

PARTE I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 1

1. A presente Convenção aplicar-se-á a qualquer navio empregado na navegação marítima, de propriedade pública ouprivada, utilizado, para fins comerciais, no transporte de mercadorias ou de passageiros ou em qualquer outro fim comercial,que estiver registrado num território em que a presente Convenção vigorar e cuja quilha tiver sido batida - ou cuja construçãose achar em estágio equivalente na data ou após a data de entrada em vigor da Convenção nesse território.

2. Caberá à legislação nacional determinar as condições em que um navio possa ser considerado navio empregado nanavegação marítima, para os fins de aplicação da presente Convenção.

3. A presente Convenção aplicar-se-á aos rebocadores, na medida em que isso for razoável e possível.

4. A presente Convenção não se aplicará:

a) aos navios de arqueação inferior a 1.000 toneladas;

b) aos navios em que a vela for o meio principal de propulsão, mesmo equipado de motores auxiliares;

c) aos navios utilizados na pesca, na pesca da baleia ou em operações análogas;

d) aos aerobarcos e deslizadores a colchão de ar.

5. Entretanto, a presente Convenção aplicar-se-á, na medida em que isso for razoável e possível:

a) aos navios de 200 a 1.000 toneladas;

b) ao alojamento de pessoas empregadas no trabalho normal de bordo nos navios utilizados na pesca dabaleia ou em operações análogas.

6. A plena aplicação de qualquer das prescrições referidas no artigo 3 poderá ser modificada, em relação a qualquer navio,se a autoridade competente, após consulta às organizações de armadores e/ou aos armadores e aos sindicatos bona fidedos marítimos, considerar que essas modificações trarão vantagens que resultem no estabelecimento de condições que,no seu conjunto, não sejam menos favoráveis que as decorrentes da plena aplicação da presente Convenção. Ospormenores sobre todas modificações dessa natureza serão comunicadas pelo Membro interessado ao Diretor -Geral daRepartição Internacional do Trabalho.

7. Outrossim, a autoridade competente determinará, após consulta às organizações de armadores e/ou aos armadores eaos sindicatos bona fide dos marítimos, em que medida, tendo em conta as necessidades de acomodações para o pessoalde folga, podem ser feitas exceções ou derrogações às disposições da presente Convenção, no que diga respeito:

a) às barcas (ferry-boats), aos navios abastecedores e aos navios similares que não dispõem da mesmatripulação permanente de modo contínuo;

b) aos navios empregados na navegação marítima, quando o pessoal do serviço de reparos seja embarcadotemporariamente, além da tripulação;

c) aos navios empregados na navegação marítima, utilizados em viagens de curta duração, que permitamdiariamente aos membros da tripulação ou retomar às suas residências, ou beneficiarem-se devantagens análogas.

Artigo 2

Para os fins da presente Convenção:

a) o termo “navio” significa qualquer embarcação a que se aplique a presente Convenção;

b) o termo “tonelada” significa toneladas brutas de registro;

c) o termo “navio de passageiros” significa um navio para o qual esteja válido: i) um certificado desegurança de navio de passageiros expedido de conformidade com as disposições em vigor da ConvençãoInternacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar, ou ii) um certificado para transporte depassageiros;

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d) o termo “oficial” significa qualquer pessoa, com exceção do capitão, que tenha Carta de Oficial, deconformidade com a legislação nacional ou, na ausência de tal legislação, de acordo com os contratoscoletivos ou com o costume;

e) a expressão “pessoal subalterno” significa qualquer membro da tripulação que não seja oficial;

f ) o termo “graduado” significa qualquer membro do pessoal subalterno que exerça uma função de supervisãoou que assuma responsabilidade especial e que seja considerado como tal pela legislação nacional, ou,na ausência de tal legislação, pelos contratos coletivos ou pelo costume;

g) a expressão “adulto” significa uma pessoa com mais de 18 anos;

h) a expressão “alojamento de tripulação” abrange os camarotes, refeitórios, instalações sanitárias,enfermarias e salas de recreação previstos para uso da tripulação;

i) o termo “prescrito” significa prescrito pela legislação nacional ou pela autoridade competente;

j) o termo “aprovado” significa aprovado pela autoridade competente;

k) a expressão “novo registro” significa novo registro, por ocasião da mudança simultânea de bandeira epropriedade de navio.

Artigo 3

Todo Membro, para o qual vigorar a presente Convenção compromete-se a fazer cumprir, no que se refere aos navios aque se aplica a presente Convenção:

a) as disposições das Partes II e III da Convenção sobre Alojamento da Tripulação a Bordo (revista), 1949;

b) as disposições da Parte II da presente Convenção.

Artigo 4

1. Todo Membro parte na presente Convenção compromete-se a manter em vigor leis ou regulamentos que assegurem suaaplicação.

2. Essas leis ou regulamentos:

a) obrigarão a autoridade competente a notificar a todos os interessados as disposições adotadas;

b) determinarão as pessoas encarregadas de assegurar-lhes a aplicação;

c) prescreverão sanções adequadas em caso de infração;

d) preverão a instituição e a manutenção de um regime de inspeção apropriado a assegurar efetivamenteas disposições adotadas;

e) obrigarão a autoridade competente a consultar periodicamente as organizações de armadores e/ou aosarmadores e aos sindicatos bona fide dos marítimos, com a finalidade de elaborar os regulamentos e decolaborar, na medida do possível, com partes interessadas na aplicação desses regulamentos.

PARTE II

DISPOSIÇÕES SOBRE ALOJAMENTO DA TRIPULAÇÃO

Artigo 5

1. A área, por pessoa, de qualquer camarote, destinado ao pessoal subalterno, não será inferior a:

a) 3,75 metros quadrados (40,36 pés quadrados) a bordo de navios cuja arqueação for igualou superior a1.000 toneladas, mas inferior a 3.000 toneladas;

b) 4,25 metros quadrados (45,75 pés quadrados) a bordo de navios cuja arqueação for igualou superior a3.000 toneladas, mas inferior a 10.000 toneladas;

c) 4,75 metros quadrados (51,13 pés quadrados) a bordo de navios cuja arqueação for superior a 10.000toneladas.

2. A área, por pessoa, de qualquer camarote destinado a dois membros do pessoal subalterno, não será inferior a:

a) 2,75 metros quadrados (29,60 pés quadrados) a bordo de navios cuja arqueação for igualou superior a1.000 toneladas, mas inferior a 3.000 toneladas;

b) 3,25 metros quadrados (34,98 pés quadrados) a bordo de navios cuja arqueação for igualou superior a3.000 toneladas, mas inferior a 10.000 toneladas.

c) 3,75 metros quadrados (40,36 pés quadrados) a bordo de navios cuja arqueação for igualou superior a10.000 toneladas.

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3. A área dos camarotes destinados ao pessoal subalterno a bordo dos navios de passageiros não será inferior a:

a) 2,35 metros quadrados (25,30 pés quadrados), por pessoa, a bordo de navios cuja arqueação for igualousuperior a 1.000 toneladas, mas inferior a 3.000 toneladas;

b) a bordo de navios cuja arqueação for igual ou superior a 3.000 toneladas:

i) 3,75 metros quadrados (40,36 pés quadrados) para camarotes individuais;

ii) 6,00 metros quadrados (64,58 pés quadrados) para camarotes de duas pessoas.

iii) 9,00 metros quadrados (96,88 pés quadrados) para camarotes de três pessoas;

iv) 12,00 metros quadrados (129,17 pés quadrados), para camarotes de quatro pessoas.

4. Dois membros do pessoal subalterno, no máximo, poderão ocupar o mesmo camarote, salvo nos navios de passageiros,em que este número não deverá exceder a quatro.

5. Os graduados disporão de camarotes individuais, ou camarotes para duas pessoas.

6. Nos camarotes destinados aos oficiais que não dispuserem de salão particular, a área, por pessoa, não deverá ser inferiora 6,50 metros quadrados (69,96 pés quadrados) a bordo de navios cuja arqueação for inferior a 3.000 toneladas e não seráinferior a 7,50 metros quadrados (80,73 pés quadrados) a bordo de navios cuja arqueação for igualou superior a 3.000 toneladas.

7. A bordo de navios que não forem de passageiros, cada membro adulto da tripulação disporá de um camarote individual,quando as dimensões do navio, a atividade a que for destinado e seu traçado tornem isso razoável e possível.

8. Quando isso for possível em navios cuja arqueação for igualou superior a 3.000 toneladas, o chefe das máquinas e oimediato disporão, além do camarote, de um salão particular contíguo.

9. O espaço ocupado pelos beliches, armários, cômodas e cadeiras será computado no cálculo da área. Os espaçosexíguos ou que não aumentarem, de modo efetivo, o espaço disponível para circulação e que não puderem ser utilizadospara a colocação de móveis, não serão compreendidos nesse cálculo.

10. As dimensões internas de um beliche não poderão ser inferiores a 1,90 metro por 0,80 metro (6 pés e 6 polegadas por2 pés e 7,50 polegadas).

Artigo 6

1. A área dos refeitórios utilizados pelos oficiais ou pelo pessoal não será inferior a 1 metro quadrado (10,76 pés quadrados)por lugar sentado planejado.

2. Todo refeitório estará equipado com mesas e cadeiras aprovadas, fixas ou móveis, em número suficiente paraacomodar o maior número possível dos membros da tripulação que as utilizarem concomitantemente.

3. As seguintes instalações poderão ser utilizadas a qualquer momento, quando os membros da tripulação estiverem a bordo:

a) uma geladeira facilmente acessível e de capacidade suficiente para o número de pessoas que utilizaremos refeitórios;

b) instalações para bebidas quentes;

c) instalações de distribuição de água gelada.

4. A autoridade competente poderá permitir exceções às disposições dos parágrafos 1 e 2 do presente artigo sobre os traçadosdos refeitórios, na medida em que as condições especiais existentes a bordo de navio de passageiros possam exigi-lo.

Artigo 7

1. Locais de recreação situados em lugar apropriado e mobiliado de modo conveniente serão previstos para oficiais epessoal subalterno. Quando não existirem tais locais fora dos refeitórios, esses serão planejados, mobiliados e equipadospara abrigar salões de recreio.

2. Os locais de recreação serão equipados, no mínimo, de biblioteca e de instalações para ler, escrever e, se possível, para jogos.

3. Nos navios cuja arqueação for igualou superior a 8.000 toneladas, deverá ser instalada uma sala de fumar ou umabiblioteca em que possam ser projetados filmes ou colocada uma televisão, assim como uma sala para passatempos oupara-jogos; deverá ser estudada a possibilidade de construção de uma piscina.

4. Quando os locais de recreação forem planejados, a autoridade competente deverá estudar a possibilidade de instalaçãode uma cantina.

Artigo 8

1. A bordo de todo navio, deverá ser previsto, em lugar apropriado para os oficiais e o pessoal subalterno, no mínimo, umvaso sanitário e uma banheira e/ou chuveiro, para cada seis pessoas ou menos, que não dispuserem de instalaçõessanitárias conforme os parágrafos 2 a 4 deste artigo. Quando forem empregadas mulheres a bordo de um navio, serãoprevistas para elas instalações sanitárias separadas.

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2. A bordo de navios cuja arqueação for igualou superior a 5.000 toneladas, mas inferior a 15.000 toneladas, cinco camarotesindividuais, pelo menos, para uso de oficiais, disporão de banheiro particular contíguo com vaso sanitário, banheiro e/ouchuveiro e pia com água doce corrente quente e fria; a pia poderá ser instalada dentro do camarote; outrossim, a bordo denavios cuja arqueação for igualou superior a 10.000 toneladas, mas inferior a 15.000 toneladas, os camarotes de todos osoutros oficiais disporão de banheiros particulares ou com comunicação direta e equipados do mesmo modo.

3. A bordo de navios cuja arqueação for superior ou igual a 15.000 toneladas, os camarotes individuais de oficiais disporãode banheiro particular contíguo, provido de vaso sanitário, banheira e/ou chuveiro e pia com água doce corrente, quentee fria; a pia poderá ser instalada no camarote.

4. A bordo de navios cuja arqueação for superior ou igual a 25.000 toneladas, que não sejam navios de passageiros, cadadois membros do pessoal subalterno disporão de banheiro instalado, ou entre dois camarotes, ou na frente da entrada dedois camarotes contíguos; esse banheiro será provido de vaso sanitário, banheira e/ou chuveiro e pia com água docecorrente, quente e fria.

5. A bordo de navios cuja arqueação for igualou superior a 5.000 toneladas, que não sejam navios de passageiros, cadacamarote utilizado por oficiais ou pelo pessoal subalterno, será provido de pia com água doce corrente, quente e fria, salvose existir uma pia num banheiro instalado conforme dispõem os parágrafos 2, 3 e 4 do presente artigo.

6. A bordo de todo navio, serão previstas instalações para lavar roupas, secá-las e passá-las a ferro em proporção aoefetivo da tripulação e à duração normal de viagem, para os oficiais e o pessoal subalterno. Essas instalações estarãosituadas, na medida do possível, em locais de fácil acesso aos camarotes dos interessados.

7. Essas instalações consistirão em:

a) máquinas de lavar;

b) máquinas de secar ou locais para secar convenientemente aquecidos e ventilados;

c) ferros de passar e tábuas de passar ou seus equivalentes.

Artigo 9

1. A bordo de navios cuja arqueação for igualou superior a 1.600 toneladas, deverão ser instalados:

a) um compartimento separado, contendo vaso sanitário e pia com água doce corrente, quente e fria, defácil acesso do passadiço para uso dos que lá estiverem de serviço;

b) um vaso sanitário e uma pia com água doce corrente, quente e fria, de fácil acesso da praça demáquinas, se não existirem tais instalações na proximidade da estação de controle da praça de máquinas.

2. A bordo de navios cuja arqueação for igualou superior a 1.600 toneladas - com exceção dos navios em que foreminstalados camarotes individuais e banheiros particulares ou semi-particulares para todo o pessoal do serviço de máquinas- deverão ser previstas instalações para trocar de roupa que serão:

a) situadas fora da praça de máquinas, mas de fácil acesso a esta praça;

b) equipadas de armários individuais e de banheiras e/ou chuveiros e pias com água doce corrente, quente e fria.

Artigo 10

Em todas as acomodações da tripulação em que se deva assegurar a liberdade de circulação, o pé direito não será inferiora 1,98 metros (6 pés e 6 polegadas); entretanto, a autoridade competente poderá permitir certa redução dessa dimensão,para todo espaço ou parte de espaço dessas acomodações, quando o julgar razoável e quando essa redução não prejudicaro conforto da tripulação.

Artigo 11

1. As acomodações destinadas ao alojamento da tripulação serão convenientemente iluminadas.

2. Sem prejuízo dos planos especiais autorizados para navios de passageiros, os camarotes e refeitórios serão providosde iluminação natural, assim como de iluminação artificial adequada.

3. Todo navio será provido de uma instalação que permita iluminar à eletricidade o alojamento da tripulação. Se nãoexistirem a bordo duas fontes independentes de produção de eletricidade, um sistema suplementar de iluminação desocorro será previsto, por meio de lâmpadas ou aparelhos de iluminação de modelo apropriado.

4. Nos camarotes, cada beliche será munido de uma lâmpada elétrica de cabeceira.

5. A autoridade competente adotará normas apropriadas de iluminação natural e artificial.

Artigo 12

A bordo de navios em que a composição da tripulação deva levar em conta, sem discriminação, os interesses da tripulaçãoque possuam práticas religiosas e sociais diversas, a autoridade competente poderá, após consulta às organizações de

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armadores e/ou aos armadores e aos sindicatos bona fide dos marítimos e sem prejuízo de acordo entre uns e outros,permitir modificações às disposições dos parágrafos 1 a 4 e 7 do artigo 5 e dos parágrafos 1 e 4 do artigo 8 da presenteConvenção, desde que não provoquem situações que em seu conjunto, seriam menos favoráveis que as decorrentes daplena aplicação da Convenção. Os pormenores de todas as modificações dessa natureza serão comunicados pelo Membrointeressado ao Diretor Geral da Repartição Internacional do Trabalho, que os transmitirá aos Membros da OrganizaçãoInternacional do Trabalho.

PARTE III

APLICAÇÃO DA CONVENÇÃO AOS NAVIOS EXISTENTES

Artigo 13

1. No caso de um navio completamente terminado na data em que a presente Convenção entrar em vigor no país em queo navio estiver matriculado e que não corresponder às disposições da presente Convenção, autoridade competente, apósconsulta às organizações de armadores e/ou armadores e aos sindicatos bona fide dos marítimos, poderá exigir que lhesejam efetuadas, a fim de serem obedecidas as disposições da Convenção, as modificações que julgar razoáveis epossíveis - tendo em consideração, em especial, os problemas de caráter técnico, econômico e outros que suscitar aaplicação dos artigos 5, 8 e 10 - quando:

a) o navio for novamente registrado;

b) forem feitas modificações importantes de estrutura ou reparos de maior porte do navio, em virtude daaplicação de um plano preestabelecido, e não em virtude de acidente ou caso de urgência.

2. No caso de um navio em construção e/ou em transformação na data em que a presente Convenção entrar em vigor noterritório em que o navio estiver registrado, a autoridade competente poderá, após consulta às organizações de armadorese/ou aos armadores e aos sindicatos bona fide dos marítimos, exigir que lhe sejam efetuadas, a fim de serem obedecidasas disposições da Convenção, as modificações que julgar razoáveis e possíveis, tendo em consideração, em especial,os problemas técnicos, econômicos e outros que suscitar a aplicação dos artigos 5, 8 e 10; essas modificaçõesconstituirão aplicação definitiva dos termos da Convenção.

3. Quando um navio - a menos que se trate de um navio referido nos parágrafos 1 e 2 do presente artigo ou ao qual apresente Convenção for aplicada no decorrer da construção - for registrado novamente no território após a data da entradaem vigor da presente Convenção nesse território, a autoridade competente poderá, após consulta às organizações dearmadores e/ou aos armadores e aos sindicatos bona fide dos marítimos, exigir que lhe sejam efetuadas, a fim de seremobedecidas as disposições da Convenção, as modificações que julgar razoáveis e possíveis, tendo em consideração, emespecial, os problemas técnicos, econômicos e outros que suscitar a aplicação dos artigos 5, 8 e 10; essas modificaçõesconstituirão aplicação definitiva dos termos da Convenção.

PARTE IV

DISPOSIÇÕES FINAIS

Artigo 14

As ratificações formais da presente Convenção serão comunicadas ao Diretor-Geral da Repartição Internacional doTrabalho e por ele registradas.

Artigo 15

1. A presente Convenção só obrigará os Membros da Organização Internacional do Trabalho cuja ratificação for registradapelo Diretor -Geral.

2. Esta Convenção entrará em vigor doze meses após a data em que forem registradas as ratificações de doze membros,cada um deles possuindo uma marinha mercante de arqueação superior a 1 milhão de toneladas, inclusive, pelo menos,quatro Membros que possuam, cada um deles, uma marinha mercante de arqueação de, pelo menos, 2 milhões detoneladas.

3. Posteriormente, essa Convenção entrará em vigor, para cada Membro, seis meses após a data do registro de suaratificação.

Artigo 16

1. Todo Membro que ratificar a presente Convenção, poderá denunciá-la após a expiração de um período de dez anos,contados da data da entrada em vigor inicial, mediante ato comunicado ao Diretor Geral da Repartição Internacional doTrabalho e por ele registrado. A denúncia só surtirá efeito um ano após o registro.

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2. Todo Membro que, tendo ratificado a presente Convenção, não fizer uso da faculdade de denúncia prevista pelopresente artigo dentro do prazo de um ano, após a expiração do período de dez anos previsto no parágrafo anterior, ficaráobrigado por novo período de dez anos e, posteriormente, poderá denunciar a presente Convenção, ao expirar cada períodode dez anos, nas condições previstas no presente artigo.

Artigo 17

1. O Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho notificará a todos os Membros da Organização Internacional doTrabalho o registro de todas as ratificações e denúncias que lhes forem comunicadas pelos Membros da Organização.

2. Ao notificar aos Membros da Organização Internacional do Trabalho o registro da última das ratificações necessárias àentrada em vigor da Convenção, o Diretor-Geral chamará a atenção dos Membros da Organização para a data em que apresente Convenção entrar em vigor.

Artigo 18

O Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho comunicará ao Secretário-Geral das Nações Unidas, para fins deregistro, de conformidade com o artigo 102 da Carta das Nações Unidas, informações completas a respeito de todas asratificações e atos de denúncia que tiverem sido registrados, de conformidade com os artigos anteriores.

Artigo 19

Sempre que julgar necessário, o Conselho da Administração da Repartição Internacional do Trabalho deverá apresentar àConferência Geral um relatório sobre a aplicação da presente Convenção e decidirá da oportunidade de inscrever em suaordem do dia a questão de sua revisão total ou parcial.

Artigo 20

1. No caso em que a Conferência adotar uma nova Convenção de revisão total ou parcial da presente Convenção, e amenos que a nova Convenção dispuser de outro modo:

a) a ratificação por um Membro da nova Convenção revista implicará, de pleno direito, não obstante odisposto no artigo 16 acima, a denúncia imediata da presente Convenção, quando a nova Convençãorevista tiver entrado em vigor;

b) a partir da entrada em vigor da nova Convenção revista, a presente Convenção deixará de estar abertaà ratificação dos Membros.

2. A presente Convenção continuará de qualquer maneira em vigor em sua forma e teor atuais para os Membros que ativerem ratificado e que não ratificarem a Convenção revista.

Artigo 21

As versões inglesa e francesa do texto da presente Convenção serão igualmente autênticas.

O texto que precede é o texto autêntico da Convenção devidamente adotada pela Conferência Geral da OrganizaçãoInternacional do Trabalho, em sua Qüinquagésima-Quinta Sessão, realizada em Genebra e que foi declarada encerrada em30 de outubro de 1970.

PORTARIA N.º 13, DE 24 DE OUTUBRO DE 1994

O Secretário de Segurança e Saúde no Trabalho, no uso de sua atribuições legais, e

Considerando o art. 186 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT;

Considerando que a utilização de máquinas do tipo motossera tem ocasionado acidentes de trabalho com acentuada gravidade;

Considerando o disposto na Norma Regulamentadora 12 - NR 12 - Máquinas e Equipamentos;

Considerando o disposto na Portaria MTb n.º 1.473, de 08 de dezembro de 1993, que instituiu a Comissão Tripartiteresponsável por propor medidas para a melhoria das condições de trabalho no uso de motosserras;

Considerando que os membros da referida Comissão Tripartite aprovaram os termos da presente Portaria,

Resolve:

Art. 1º Incorporar ao texto na Norma Regulamentadora 12 - NR12 - Máquinas e Equipamentos, o subitem a seguirdescrito e o Anexo I - Motosserra:

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

JÓFILO MOREIRA LIMA JÚNIOR

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 99

PORTARIA N.º 22, DE 26 DE DEZEMBRO DE 1994

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso de suas atribuições legais, e

CONSIDERANDO o disposto nos artigos nos artigos 155 e 200 da CLT, COM A redação dada pela Lei n.º 6.514, de 22 dedezembro de 1977;

CONSIDERANDO o disposto no artigo 2º da Portaria MTb n.º 3.214, de 08 de junho de 1978;

CONSIDERANDO que a definição de “fibra respirável” adotada por métodos de avaliação ambiental de fibras, dereferência nacional e internacional, difere de definição de “fibras respiráveis de asbesto” estabelecida no Anexo 12, item12.1 da Norma Regulamentadora n.º 15, expedida pela Portaria MTb n.º 3.214, de 08 de junho de 1978, com as alteraçõesintroduzidas pela Portaria DSST n.º 1, de 28 de maio de 1991;

CONSIDERANDO que o Decreto n.º 126, de 22 de maio de 1991, determina que seja executada e cumprida a Convençãon.º 162, da Organização Internacional do

Trabalho - OIT, sobre a Utilização do Asbesto com Segurança; e

CONSIDERANDO ainda a necessidade de garantir a exatidão e reprodutividade dos resultados de contagem de fibras deasbesto pelo método prescrito, resolve:

Art. 1º Alterar a redação do item 12.1 do Anexo n.º 12 - Limites e Tolerância para Poeiras Minerais - Asbestos, da NR 15,expedida pela Portaria n.º 3.214 de 8 de junho de 1978, que passa a vigorar com a seguinte redação:

Art. 2º Incluir o item 13.3, no Anexo n.º 12 - da Norma Regulamentadora n.º 15, da Portaria n.º 3.214 de 8-6-78, com aseguinte redação:

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário.

JÓFILO MOREIRA LIMA JÚNIOR

PORTARIA N.º 23, DE 27 DE DEZEMBRO DE 1994

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso de suas atribuições legais, e

CONSIDERANDO o disposto nos artigos 187 e 188 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, com a redação dada pelaLei n.º 6.514, de 22 de dezembro de 1977;

CONSIDERANDO o disposto no artigo 2º da Portaria n.º 3.214, de 08 de junho de 1978, que provocou as NormasRegulamentadoras - NR’s, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho;

CONSIDERANDO que a experiência demonstrou a necessidade de adequação da Norma Regulamentadora n.º 13 -CALDEIRAS E RECIPIENTES SOBRE PRESSÃO, inserida na Portaria n.º 3.214, de 08 de junho de 1978, à evolução dasrelações de trabalho, dos métodos e aos avanços da tecnologia;

CONSIDERANDO as alterações realizadas na NR 13 pela Portaria SSMT n.º 02, de 08 de maio de 1984;

CONSIDERANDO as sugestões apresentadas pelo Grupo Técnico de Trabalho Tripartite, instituído para desenvolverestudos visando a revisão e atualização da Norma Regulamentadora n.º 13;

CONSIDERANDO que o presente texto foi aprovado por unanimidade pelo Grupo Técnico de Trabalho Tripartite, instituídopara desenvolver estudos visando a revisão e atualização da Norma Regulamentadora n.º 13, resolve:

Art. 1º Alterar a Norma Regulamentadora n.º 13 - CALDEIRASE RECIPIENTES SOBRE PRESSÃO, nos termos doAnexo constante desta portaria, que passa a ter o seguinte Título: CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO.

Art. 2º Os empregadores terão 30 dias para se adaptarem às novas exigências introduzidas na NR 13, contados a partirda publicação desta Norma, ressalvados os seguintes itens:

13.1.4. adequação das instalações no tocante a válvula de segurança, manômetros, sistemas de indicaçãode nível etc.: 180 dias

13.1.5. adequação das placas de identificação: 90 dias

13.1.5.1. pintura ou instalação de placa adicional: 90 dias

13.1.6. adequação do prontuário da caldeira: 120 dias

13.1.9. classificação das caldeiras: 90 dias

13.2. adequação das instalações: 180 dias

13.3.1. adequação dos manuais de operação: 180 dias

13.3.4. a 13.3.10. adequação do treinamento de novos operadores: 90 dias

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Giovanni Moraes de Araújo100

13.4.5. implantação de plano de manutenção preventiva em sistemas de controle e segurança: 90 dias

13.5. inspeção de segurança das caldeiras: deve ser adequado de imediato, considerando-se parainício de contagem a data da última inspeção periódica/extraordinária.

13.6.1. classificação dos vasos de pressão: 120 dias

13.6.2. adequação de manômetros, válvulas de segurança etc.: 270 dias

13.6.3. adequação das placas de identificação: 180 dias

13.6.3.1. pintura ou instalação de placa suplementar com a categoria : 180 dias

13.6.4.a adequação do prontuário: 180 dias

13.6.4.c elaboração das instalações: 180 dias

13.7. adequação das instalações: 180 dias

13.8.1. adaptação do manual de operação: 180 dias

13.8.3. treinamento de operadores novos: 180 dias

13.9.5. implantação de plano de manutenção preventiva de sistemas de controle de segurança : 120 dias

13.10. os prazos para inspeção de segurança devem ser adequados de imediato, considerando-se parainício de contagem a data da última inspeção periódica ou teste hidrostático.

Art. 3º As infrações ao disposto na Norma Regulamentadora n.º 13, de que trata o Anexo II da Norma Regulamentadoran.º 28 - Fiscalização E Penalidades, passa a vigorar com a seguinte classificação:

Art. 4º As dúvidas suscitadas e os casos omissos serão dirimidos pela Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho,do Ministério do Trabalho.

Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 6º Revogam-se as disposições em contrário, especialmente a Portaria SSMT n.º 02, de 08 de maio de 1984.

JÓFILO MOREIRA LIMA JÚNIOR

PORTARIA N.º 24, DE 29 DE DEZEMBRO DE 1994

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso de suas atribuições legais, e

CONSIDERANDO o disposto nos artigos 168 e 169 da Seção V do Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis doTrabalho - CLT, com a redação dada pelas Leis n.º 7.855, de 24 de outubro de 1989, e 6.514, de 22 de dezembro de 1977,respectivamente:

CONSIDERANDO a necessidade de atualizar as medidas preventivas de medicina do trabalho, adequando-se aos novosconhecimentos técnico-cientifícos;

CONSIDERANDO o disposto no artigo 2º da Portaria n.º 3.214, de 08 de junho de

1978, que aprovou as Normas Regulamentadoras - NR, sobre Segurança e Medicina do Trabalho;

CONSIDERANDO a Resolução n.º 1.246, de 08 de janeiro de 1988, do Conselho Federal de Medicina, aprovou o Códigode Ética Médica;

CONSIDERANDO o disposto nos artigos 19 a 23 da Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991;

CONSIDERANDO o Regulamentado dos Benefícios da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 611, de 21 de julhode 1992, Capítulo III, Seção II a IV, art. 139 e 143;

CONSIDERANDO o relatório final da Comissão Interministerial de Saúde do Trabalhador, instituída pela Portaria Interministerialn.º 01, de 20 de abril de 1993, dos Ministérios do Trabalho, da Saúde, da Previdência Social e da Presidência da República.

CONSIDERANDO as conclusões Grupo Técnico de Trabalho instituído para estudar a revisão da Norma Regulamentadoran.º 7 - EXAMES MÉDICOS, após análise das contribuições recebidas de toda a comunidade, objeto da Portaria SSST n.º12, de 13 de outubro de 1994, publicada no DOU, de 14 de outubro de 1994, resolve:

Art. 1º Aprovar o texto ao disposto na Norma Regulamentadora n.º 7, de que trata o Anexo II mentadora n.º 7 - EXAMESMÉDICOS, que passa a viger a ter a seguinte redação:

Art. 2º As infrações ao disposto na Norma Regulamentadora n.º 7, de que trata o Anexo II da NR 28 - Fiscalização ePenalidades - passa a viger com a seguinte classificação:

Art. 3º Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, ressalvada a exigibilidade quanto aos indicadoresbiológicos referidos no Anexo I.

Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário.

JÓFILO MOREIRA LIMA JÚNIOR

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 101

PORTARIA N.º 25, DE 29 DE DEZEMBRO DE 1994

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso de suas atribuições legais, e

CONSIDERANDO o disposto nos artigos 155 e 200, item VI, da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, com a redaçãodada pela Lei n.º 6514, de 22 de dezembro de 1994;

CONSIDERANDO que o Decreto n.º 93.413, de 15 de outubro de 1986, determina que seja executada e cumprida aConvenção n.º 148, da Organização Internacional do Trabalho - OIT, sobre a Proteção dos Trabalhadores Contra os RiscosProfissionais Devidos à Contaminação do Ar, ao Ruído e à Vibrações no Local de Trabalho;

CONSIDERANDO que o Decreto n.º 1.254, de 29 de setembro de 1994, determina que seja cumprida a Convenção n.º 155,da OIT, sobre Segurança e Saúde do Trabalhadores e o Meio Ambiente do Trabalho.

CONSIDERANDO o disposto no inciso XXII, do artigo 7º do Capítulo II, do Título II, da Constituição da República de 1988;

CONSIDERANDO as conclusões do Grupo Técnico de Trabalho instituído para estudar a revisão da Norma Regulamentadoran.º 9 - RISCOS AMBIENTAIS, após análise das contribuições recebidas de toda a comunidade, objeto da Portaria SSST n.º11, de 13 de outubro de 1994, publicada no DOU de 14 de outubro de 1994;

CONSIDERANDO a necessidade de melhor orientar a adoção de medidas de controle dos Riscos Ambientais nos locaisde trabalho;

CONSIDERANDO a necessidade de inclusão da metodologia do Mapa de Riscos, na Norma Regulamentadora n.º 5, à luzdas posturas dos regimentos sociais, como instrumento de atuação direta nos ambientais de trabalho, resolve:

Art. 1º Aprovar o texto da Norma Regulamentadora n.º 9 - Riscos Ambientais, que passa a ter a seguinte redação:

Art. 2º Incluir na Norma Regulamentadora n.º 5, item 5.16, a alínea “o” com a seguinte redação:

Parágrafo único. As orientações quanto À elaboração do referido MAPA DE RISCOS, a serem incluídas na NR 5, passama fazer parte da presente Portaria , como ANEXO.

Art. 3º Incluir na Norma Regulamentadora n.º 16, o item 16.8 com a seguinte redação:

Art. 4º Os empregadores terão 180 (cento e oitenta) dias para se adaptarem às novas exigências introduzidas na NormaRegulamentadora n.º 9 e apresentar o PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - inicial.

Art. 5º As dúvidas suscitadas e os casos omissos serão dirigidos pela Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, doMinistério do Trabalho.

Art. 6º Esta Portaria entra vigor na data de sua publicação.

Art. 7º Revogam-se as disposições em contrário, em especial as Portarias SSMT n.º 12, de 06 de junho de 1983 e aPortaria SMSST n.º 5, de 17 de agosto de 1992.

JÓFILO MOREIRA LIMA JÚNIOR

PORTARIA N.º 26, DE 29 DE DEZEMBRO DE 1994

Classifica os Cremes Protetores como Equipamentode proteção Individual (EPI), com sua inclusão daNorma Regulamentadora - NR 6 da Portaria n.º 3.214/78 e demais providências.

O SECRETARIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso de suas atribuições legais, e

CONSIDERANDO o disposto nos artigos 155, 166, 167 e 200 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, com a redaçãodada pela Lei n.º 6.514, de 22 de dezembro de 1977;

CONSIDERANDO o disposto no artigo 2º da Portaria MTb n.º 3.214, de 08 de junho de 1977;

CONSIDERANDO o princípio insculpido na Norma Regulamentadora n.º 06, expedido pela Portaria MTb n.º 3.214, de 08de junho de 1978, com a redação dada pela Portaria SSMT n.º 06/83, segundo a qual considera-se Equipamento de ProteçãoIndividual - EPI, todo dispositivo de uso individual destinado a proteger a integridade física do trabalhador;

CONSIDERANDO o disposto no art. 1º da Lei n.º 6.360, de 23 de setembro de 1976, que submete ao Sistema de VigilânciaSanitária os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos, e correlatos, definidos na Lei n.º 5.991, de 17 dedezembro de 1973, bem como os de higiene, os cosméticos, perfumes, saneantes domissanitários, produtos destinadosà correção estética e outros;

CONSIDERANDO que o art. 2º da Lei n.º 6.360, de 23 de setembro de 1973, determina que somente poderão extrair,produzir, fabricar, transformar, sintetizar, purificar, fracionar, embalar, reembalar, importar, exportar, armazenar ou expediros produtos de que trata o artigo 1º, as empresas para tal fim autorizadas pelo Ministério da Saúde, cujos estabelecimentoshajam sido licenciados pelo Órgão sanitário das Unidades Federativas em que se localizam;

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Giovanni Moraes de Araújo102

CONSIDERANDO o disposto no artigo 12 da Lei n.º 6.360, de 23 de setembro de 1976 que estabelece que nenhum dosprodutos de que trata esta Lei, inclusive os importados, poderá ser industrializado, exposto à venda ou entregue aoconsumo antes de registrado no Ministério da Saúde;

CONSIDERANDO que os cremes protetores vêm sendo utilizados regularmente em outros países, a ponto da literaturainternacional recomendá-los como barreiras contra agentes externos;

CONSIDERANDO que numerosos empresas vêm utilizando livremente esses cremes, atestando sua eficácia embenefício dos trabalhadores.

CONSIDERANDO que apresentam resultados satisfatórios os estudos e as demonstrações práticas realizadas comcremes protetores de fabricação nacional; resolve:

Art. 1º Os cremes protetores ficam classificados como Equipamentos de Proteção Individual - EPI, e incluído comoinciso IX, do item 6.3, da Norma Regulamentadora n.º 06, com a seguinte redação:

6.3 Atendidas as peculiaridades de cada atividade profissional e repeitando-se o disposto no item 6.2, oempregador deve fornecer aos trabalhadores os seguintes EPI:

Art. 2º Os cremes protetores só poderão ser posto à venda ou utilizados como equipamentos de proteção individual, medianteo Certificado de Aprovação (CA) do Ministério do Trabalho, para o que serão enquadrados nos seguintes grupos:

a) Grupo 1 - água-residente - são aqueles que, quando aplicados à pele do usuário, não facilmenteremovíveis com água.

b) Grupo 2 - óleo-resistente -são aqueles que, quando aplicados à pele do usuário, não são facilmenteremovíveis na presença de óleos ou substâncias apolares.

c) Grupo 3 - cremes especiais - são aqueles com indicações e usos definidos e vem especificados pelofabricante.

Art. 3º Para obtenção do Certificado de Aprovação (CA) o fabricante deverá apresentar os documentos previstos na NR6, além dos seguintes procedimentos, exigências e laudos técnicos emitidos por laboratórios qualificados.

1 - Comprovante laboratorial sobre a capacidade de proteção do creme produzido, informando através doreste de salubridade ou equivalente o grupo ao qual se integra: se água-resistente; óleo-resistente oucreme especial;

2 - Relatório e garantia de que o creme não causa irritação, sensibilidade da pele e de que não interfere nosistema termo-regulador humano;

3 - Cópia da publicação do registro do creme protetor no órgão de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde,conforme previsto na Lei n.º 6.360, de 23 de setembro de 1976;

4 - Laudo laboratorial comprovando que o creme não tem ação reagente ou catalizadora em contato com assubstâncias para as quais se destina a proteger;

5 - Cópia da anotação de responsabilidade técnica - ART de profissional responsável pela produção econtrole da qualidade do produto;

6 - Cópia do registro no Ministério do Trabalho como fabricante - CRF ou o de importador - CRI.

Art. 4º Os fabricantes de cremes protetores terão prazo de 180 (cento e oitenta) dias para adequação às novasexigências desta norma regulamentadora.

Art. 5º Os Certificados de Aprovação par cremes protetores, emitidos pela Secretaria de Segurança e Saúde noTrabalho, e que venceram no dia 18 de agosto de 1994, ficam prorrogados por 180 (cento e oitenta) dias, contadosa partir da data de publicação da presente portaria.

Art. 6º Esta portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário, especialmentea portaria n.º 3, de 20 de fevereiro de 1992.

JÓFILO MOREIRA LIMA JÚNIOR

LEI Nº 9.029, DE 13 DE ABRIL DE 1995

Proíbe a exigência de atestados de gravidez eesterilização, e outras práticas discriminatórias, paraefeitos admissionais ou de permanência da relaçãojurídica de trabalho, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1º Fica proibida a adoção de qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de acesso a relação de emprego,ou sua manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar ou idade, ressalvadas,neste caso, as hipóteses de proteção ao menor previstas no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal.

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 103

Art. 2º Constituem crime as seguintes práticas discriminatórias:

I - a exigência de teste, exame, perícia, laudo, atestado, declaração ou qualquer outro procedimento relativoà esterilização ou a estado de gravidez;

II - a adoção de quaisquer medidas, de iniciativa do empregador, que configurem:

a) indução ou instigamento à esterilização genética;

b) promoção do controle de natalidade, assim não considerado o oferecimento de serviços e deaconselhamento ou planejamento familiar, realizados através de instituições públicas ou privadas,submetidas às normas do Sistema Único de Saúde - SUS.

Pena: detenção de um a dois anos e multa.

PORTARIA N.º 01, DE 12 DE MAIO DE 1995

O Secretário-Adjunto de Segurança e Saúde no Trabalho, no uso de suas atribuições legais, e

CONSIDERANDO o disposto no artigo 162 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT;

CONSIDERANDO a mais recente edição da Classificação Nacional de atividades Econômicas - CNAE -, publicada peloInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE -, vigente a partir de 1º de janeiro de 1995;

Art. 1º Alterar o Quadro I a NR 4, que passa a vigorar de acordo com o estabelecido nesta portaria.

Art. 2º As empresas, cujas atividades foram reclassificadas em grau de risco maior que aquele constante do quadro atéentão vigente, terão o prazo de um ano, a partir da publicação desta portaria, para, se for o caso, organizarem ouredimensionarem os SESMT e as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes - CIPA, e requererem àSecretaria de Segurança e Saúde no Trabalho a dirimição de dúvidas, consubstanciadas em dados técnicosapresentados por entidades representativas dos empregadores e trabalhadores da atividade econômica respectiva.

Art. 3º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário e, em especial,o quadro I da NR 4, aprovado pela Portaria n.º 4, de 08-10-91, do DSST.

VITOR COUTO CAVALCANTI

PORTARIA N.º 04, DE 04 DE JULHO DE 1995

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso de suas atribuições legais, e

CONSIDERANDO o disposto nos artigos 155, inciso I e 170 ao 174, da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT;

CONSIDERANDO que o Decreto n.º 1.254, de 29 de setembro de 1994, determina que seja cumprida a Convenção n.º 155de Organização Internacional do Trabalho - OIT, que trata da Segurança e Saúde dos Trabalhadores e o Meio Ambiente deTrabalho;

CONSIDERANDO que a experiência demostrou que a Norma Regulamentadora n.º 18 - OBRAS DE CONSTRUÇÃO,DEMOLIÇÃO E REPAROS, carecia de atualização para fazer frente à evolução dos métodos, dos avanços da tecnologiae das relações de trabalho;

CONSIDERANDO que o Ministério do Trabalho, sensível à problemática do infortúnio laboral, criou, em 10 de junho de1994, através da Secretária de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST, com a participação das Delegacias Regionais doTrabalho - DRT e da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho - FUNDACENTRO, GrupoTécnico de Trabalho, com a incumbência de apresentar propostas visando a reformulação da Norma Regulamentadora n.º18;

CONSIDERANDO que a minuta desta proposta de alteração da Norma Regulamentadora n.º 18 foi publicada no DOU dodia 18-11-84, Seção I, páginas 17382/395; através do Portaria SSST n.º 16, com título: “CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTEDO TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO”, objetivando receber contribuições da sociedade;

CONSIDERANDO que o Ministério do Trabalho, sensível às reivindicações das entidades interessadas, publicou a PortariaSSST n.º 19, no DOU do dia 23-12-94, Seção I, página 20393, reabrindo o prazo para recebimento de sugestões, por maisde 90 (noventa) dias;

CONSIDERANDO o grande número de sugestões recebidas, que foram analisadas e discutidas pelo Grupo Técnico deTrabalho, sendo incorporadas no texto da norma, quando relevantes;

CONSIDERANDO que, em maio de 1995, foi constituída Comissão Tripartite e Paritária, composta por representantes dosTrabalhadores, Empregadores e Governo, destinada à conclusão do texto final da Norma Regulamentadora n.º 18;

CONSIDERANDO o consenso havido entre os segmentos participantes da referida Comissão Tripartite, resolve:

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Art. 1º Aprovar o novo texto da Norma Regulamentadora n.º 18 - OBRAS DE CONSTRUÇÃO, DEMOLIÇÃO E REPAROS,que passa a ter o seguinte título:

NR -18 CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DO TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3º As dúvidas e os casos omissos serão dirigidos pela Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho.

Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário, em especial a Portaria SSMT n.º 17, de 07 de julho de 1983 e o dispostonos artigos 1º e 2º da Portaria SSMT n.º 18, de 26 de julho de 1983 e os artigos 4º, 5º e 6º , da Portaria DNSST n.º02,d e 20 de maio de 1992.

JÓFILO MOREIRA LIMA JÚNIOR

DECRETO Nº 1.574, DE 31 DE JULHO DE 1995

Promulga a Convenção nº 137, da Organização Internacionaldo Trabalho, sobre as Repercussões Sociais dos NovosMétodos de Manipulação de Cargas nos Portos, assinadaem Genebra, em 27 de junho de 1973.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VIII, da Constituição, e

Considerando que a Convenção nº 137, da Organização Internacional do Trabalho, sobre as Repercussões Sociais dosMétodos de Manipulação de Cargas nos Portos, foi assinada em Genebra, em 27 de junho de 1973;

Considerando que a Convenção ora promulgada foi oportunamente submetida ao Congresso Nacional, que a aprovou por meiodo Decreto Legislativo nº 29, de 22 de dezembro de 1993, publicado no Diário Oficial da União de 23 de dezembro de 1993;

Considerando que a Convenção em tela entrou em vigor internacional em 24 de julho de 1975;

Considerando que o Governo brasileiro depositou a Carta de Ratificação do instrumento multilateral em epígrafe em 12 deagosto de 1994, e que o mesmo passará a vigorar, para o Brasil, em 12 de agosto de 1995, na forma de seu artigo 9,

DECRETA:

Art. 1º A Convenção nº 137, da Organização Internacional do Trabalho, sobre as Repercussões Sociais dos NovosMétodos de Manipulação de Cargas nos Portos, assinada em Genebra, em 27 de junho de 1973, apensa por cópiaa este Decreto, deverá ser cumprida tão inteiramente como nela se contém.

Art. 2º O presente Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, em 31 de julho de 1995; 174º da Independência e 107º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Luiz Felipe Lampreia

CONVENÇÃO 137

CONVENÇÃO REFERENTE ÀS REPERCUSSÕES SOCIAIS DOS NOVOS MÉTODOS DE PROCESSAMENTO DECARGA NOS PORTOS

(Adotada em 25 de junho de 1973 e assinada em 27 de junho de 1973, em Genebra)

A Conferência-Geral da Organização Internacional do Trabalho,

Convocada pelo Conselho Administrativo da Repartição Internacional do Trabalho, em Genebra, onde se reuniu em 6 dejunho de 1973, em sua Qüinqüagésima-Oitava Sessão;

Considerando que os métodos de processamento de carga nos portos se modificaram e continuam a se modificar - porexemplo, a adoção de unidades de carga, a introdução de técnicas de transbordo horizontal (roll on/roll off), o aumento damecanização e automatização - enquanto que novas tendências aparecem no fluxo das mercadorias, e que semelhantesmodificações deverão ser ainda mais acentuadas no futuro;

Considerando que essas mudanças, ao acelerarem o transporte da carga e reduzirem o tempo passado pelos navios nosportos e os custos dos transportes, podem beneficiar a economia do país interessado, em geral, e contribuir para elevaro nível de vida;

Considerando que essas mudanças têm também repercussões consideráveis sobre o nível de emprego nos portos e sobreas condições de trabalho e vida dos portuários e que medidas deveriam ser adotadas para evitar ou reduzir os problemasque decorrem das mesmas;

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 105

Considerando que os portuários deveriam beneficiar-se das vantagens que representam os novos métodos de processamentode carga e que, por conseguinte, o estudo e a introdução desses métodos deveriam ser acompanhados da elaboração eda adoção de disposições, tendo por finalidade a melhoria duradoura de sua situação, por meios como a regularização doemprego, a estabilização da renda e por outras medidas relativas às condições de vida e de trabalho dos interessados eà segurança e higiene do trabalho portuário;

Depois de ter resolvido adotar diversas moções relativas às repercussões sociais dos novos métodos de processamentode carga nos portos, que constituem o quinto item da agenda da Sessão;

Depois de ter resolvido que essas moções tomariam a forma de uma Convenção Internacional, adota, neste vigésimoquinto dia de junho de mil e novecentos e setenta e três, a Convenção abaixo que será denominada Convenção sobre oTrabalho Portuário, de 1973.

Artigo 1

1. A Convenção se aplica às pessoas que trabalham de modo regular como portuários, e cuja principal fonte de renda anualprovém desse trabalho.

2. Para os fins da presente Convenção, as expressões “portuários” e “trabalho portuário” designam pessoas e atividadesdefinidas como tais pela legislação ou a prática nacionais. As organizações de empregadores e de trabalhadores interessadasdevem ser consultadas por ocasião da elaboração e da revisão dessas definições ou serem a ela associadas de qualqueroutra maneira; deverão, outrossim, ser levados em conta os novos métodos de processamento de carga e suasrepercussões sobre as diversas tarefas dos portuários.

Artigo 2

1. Incumbe à política nacional estimular todos os setores interessados para que assegurem aos portuários, na medida dopossível, um emprego permanente ou regular.

2. Em todo caso, um mínimo de períodos de emprego ou um mínimo de renda deve ser assegurado aos portuários, sendoque sua extensão e natureza dependerão da situação econômica e social do país ou do porto de que se tratar.

Artigo 3

1. Registros serão estabeleciods e mantidos em dia para todas as categorias profissionais de portuários na formadeterminada pela legislação ou a prática nacionais.

2. Os portuários matriculados terão prioridade para a obtenção de trabalho nos portos.

3. Os portuários matriculados deverão estar prontos para trabalhar de acordo com o que for determinado pela legislaçãoou a prática nacionais.

Artigo 4

1. Os efetivos dos registros serão periodicamente revistos, a fim de fixá-los em um nível que corresponda às necessidadesdo porto.

2. Quando uma redução dos efetivos de um registro se tornar necessária, todas as medidas úteis serão tomadas, com afinalidade de prevenir ou atenuar os efeitos prejudiciais aos portuários.

Artigo 5

Para obter dos novos métodos de processamento de carga o máximo de vantagens sociais, incumbe à política nacionalestimular os empregadores ou suas organizações, por um lado, e as organizações de trabalhadores, por outro, a cooperarempara a melhoria da eficiência do trabalho nos portos, com a participação, se for o caso, das autoridades competentes.

Artigo 6

Os Membros farão com que as regras adequadas, referentes à segurança, higiene, bem-estar e formação profissional dostrabalhadores, sejam aplicadas aos portuários.

Artigo 7

Exceto nos casos em que forem implementadas mediante convênios coletivos, sentenças arbitrais ou qualquer outromodo conforme à prática nacional, as disposições da presente Convenção deverão ser aplicadas pela legislação nacional.

Artigo 8

As ratificações formais da presente Convenção serão comunicadas ao Diretor-Geral da Repartição Internacional doTrabalho e por ele registradas.

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Giovanni Moraes de Araújo106

Artigo 9

1. A presente Convenção vinculará apenas os Membros da Organização Internacional do Trabalho cuja ratificação tenhasido registrada pelo Diretor-Geral.

2. A presente Convenção entrará em vigor 12 (doze) meses após terem sido registradas, pelo Diretor-Geral, as ratificaçõesde dois Membros.

3. Posteriormente, esta Convenção entrará em vigor para cada Membro, 12 (doze) meses depois da data em que suaratificação tiver sido registrada.

Artigo 10

1. Qualquer Membro que tenha ratificado a presente Convenção poderá denunciá-la, ao expirar um período de 10 (dez) anosapós a data de entrada em vigor inicial da Convenção, mediante um ato comunicado ao Diretor-Geral da RepartiçãoInternacional do Trabalho e por ele registrado. A denúncia só se tornará efetiva 1 (um) ano após ter sido registrada.

2. Qualquer Membro que tenha ratificado a presente Convenção e que, no prazo de 1 (um) ano, após expirar o período de10 (dez) anos mencionado no parágrafo anterior, não fizer uso da faculdade de denúncia, prevista pelo presente Artigo,ficará vinculado por um novo período de 10 (dez) anos e, posteriormente, poderá denunciar a presente Convenção aotérmino de cada período de dez anos, nas condições previstas no presente Artigo.

Artigo 11

1. O Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho notificará a todos os Membros da Organização Internacional doTrabalho o registro de todas as ratificações e denúncias que lhe sejam comunicadas pelos Membros da Organização.

2. Ao notificar os Membros da Organização do registro da segunda ratificação que lhe tenha sido comunicada, o Diretor-Geral chamará a atenção dos Membros da Organização sobre a data na qual a presente Convenção entrará em vigor.

Artigo 12

O Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho comunicará ao Secretário-Geral das Nações Unidas, para fins deregistro, de acordo com o Artigo 102 da Carta das Nações Unidas, informações completas a respeito de todas asratificações e atos de denúncia que tiverem sido registrados nos termos dos artigos precedentes.

Artigo 13

Cada vez que o julgar necessário, o Conselho Administrativo da Repartição Internacional do Trabalho apresentará àConferência Geral um relatório sobre a aplicação da presente Convenção, e examinará a conveniência de inscrever naagenda da Conferência a questão de sua revisão total ou parcial.

Artigo 14

1. No caso de a Conferência adotar uma nova Convenção, com revisão total ou parcial da presente, e a menos que a novaConvenção o determine de outra maneira:

a) a ratificação, por um Membro, da nova Convenção revista acarretará de pleno direito, não obstante oArtigo 10 acima, denúncia imediata da presente Convenção, sob reserva de que a nova Convençãorevista tenha entrado em vigor;

b) a partir da data de entrada em vigor da nova Convenção revista, a presente Convenção deixará de estaraberta à ratificação dos Membros.

2. A presente Convenção permanecerá em todo caso em vigor, em sua forma e teor, para os Membros que a tiveremratificado e que não tenham ratificado a Convenção revista.

Artigo 15

As versões francesa e inglesa do texto da presente Convenção fazem igualmente fé.

PORTARIA N.º 6 DE 14 DE AGOSTO DE 1995

O Secretário de Segurança e Saúde no Trabalho, no uso de suas atribuições legais, e

Considerando o disposto no art. 201 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, e

Considerando a necessidade de codificar as Normas Regulamentadoras – NR e as Normas Regulamentadoras Rurais –NRR, para atender as exigências do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho – SFIT,

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 107

Resolve:

Art. 1º Alterar o Anexo II da NR-28, que passa a ter a redação dada por esta Portaria.

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.

ZUHER HANDAR

PORTARIA N.º 865, DE 14 DE SETEMBRO DE 1995

Estabelece critérios de fiscalização de condições detrabalho constantes de Convenções ou AcordoColetivos de Trabalho.

O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO, no uso de suas atribuições legais que lhe confere o inciso IV, do artigo 87, daConsolidação Federal;

CONSIDERANDO que os direitos dos trabalhadores são aqueles previstos no artigo 7º da Consolidação Federal, além deoutros que visem à melhoria de sua condição social;

CONSIDERANDO que a Constituição Federal reconhece as Convenções e os Acordo Coletivos, no inciso XXVI, do artigo7º;

CONSIDERANDO que o artigo 43, da Regulamento da Inspeção do Trabalho, aprovado pelo Decreto n.º 55.841, de 15 demarço de 1965, não pode conflitar com o “in fine” do inciso I, do artigo 8º, da Constituição Federal;

CONSIDERANDO o disposto no artigo 83, incisos I, II e IV da Lei Complementar n.º 75, de 20 de maio de 1933, e no artigo6º, da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985 e;

CONSIDERANDO o compromisso do Ministério do Trabalho de promover a negociação coletiva como seus respectivosaditamentos, nos termos dos artigos 614 e 615, da Consolidação das Leis do Trabalho, através de suas unidadescompetentes, para fins exclusivamente de depósito, vedada a apreciação do mérito e dispensada sua publicação do DiárioOficial.

Art. 2º Os Chefes das Divisões ou Seções de Relações do Trabalho dos Órgãos Regionais do Ministério do Trabalhoencaminharão, Divisões ou Seções de Fiscalização, Segurança e Saúde no Trabalho, cópias dos instrumentos deConvenção ou Acordo Coletivo de Trabalho, e eventuais aditivos depositados, para conhecimento dos Agentesda Inspeção do Trabalho.

Art. 3º O descumprimento de norma referente às condições de trabalho constante de Convenção ou acordo Coletivo deTrabalho ensejará lavratura de auto de infração.

Art. 4º A incompatibilidade ente as cláusulas referentes às condições de trabalho pactuadas em Convenção ou AcordoColetivo e a legislação ensejará apenas a comunicação do fato à chefia imediata, que o submeterá à consideraçãoda autoridade regional.

Parágrafo único. Recebida a comunicação, a referida autoridade, quando for o caso, apresentará denúncia à ProcuradoriaRegional do Trabalho, conforme previsto no artigo 6º, da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985, e artigo 83, incisosI,II e IV, da Lei Complementar n.º 75, de 20 de maio de 1993.

Art. 5º O agente da Inspeção ao verificar condição de trabalho imposta por Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho,que possa acarretar grave e iminente risco para o trabalhador, adotará as providências previstas nas NormasRegulamentadoras aprovadas pela Portaria n.º 3.214, de 08 de junho de 1978, sem juízo da comunicação previstano artigo anterior.

Art. 6º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário, e em especiala Instrução Normativa SNT/MTPS/N.º 2, de 11 de dezembro de 1990.

PAULO PAIVA

PORTARIA N.º 11, DE 22 DE NOVEMBRO DE 1995

O Secretário de Segurança e Saúde no Trabalho, no uso de suas atribuições legais, e

Considerando o disposto no art. 3º da Lei n.º 7.410, de 27 de novembro de 1985, o art. 7º do Decreto n.º 92.530, de 09 deabril de 1986, os quais determinam o Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho e Ministério do Trabalho,como condição imprescindível para o exercício da profissão;

Considerando o disposto na alínea “e” do subitem 4.1.1 da NR 4 aprovada pela Portaria n.º 3.214, de 08 de junho de 1978;

Considerando o disposto no art. 1º da Portaria MTb/SSST n.º 09, de 1º de julho de 1993, publicado no DOU no dia 02 de julhode 1993;

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Considerando a necessidade de dar continuidade á efetivação do Registro Profissional do Técnico de Segurança doTrabalho, conforme julho de 1993, publicada no DOU de 03 de julho de 1993,

Resolve:

Art. 1º Fica prorrogada por mais 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data de publicação desta Portaria, o prazo paraque os profissionais Técnicos de Segurança do Trabalho apresentem o Certificado de Conclusão do Curso deSupervisor ou Técnico de Segurança do Trabalho ou o Certificado de Registro de Supervisor ou Técnico deSegurança no Trabalho, acompanhado da Carteira de Identidade (RG) como comprovação para a habilitação aoexercício da profissão de Técnico de Segurança do Trabalho.

Art. 2º Revogam-se as disposições em contrário.

ZUHER HANDAR

PORTARIA N.º 13, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1995

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso de suas atribuições legais, e

CONSIDERANDO o que dispõe o art. 3º da Lei n.º 7.410, de 27 de novembro de 1985 e o art. 7º do Decreto n.º 92.530,de 09 de abril de 1986, os quais determinam o registro do TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO no Ministério doTrabalho, como condição para o exercício da profissão;

CONSIDERANDO a necessidade de agilizar o processo de registro dos Técnicos de Segurança do Trabalho junto aoMinistério do Trabalho, resolve:

Art. 1º Alterar a Norma Regulamentadora – NR 27 – Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho noMinistério do Trabalho, aprovada pela Portaria n.º 3.214, de 08-06-1978, que passa a vigorar com a redação dadapor esta Portaria.

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

ZUHER HANDAR

PORTARIA N.º 14, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1995

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso de suas atribuições legais, e

CONSIDERANDO a necessidade de evitar a incidência de casos de benzenismo no Brasil;

CONSIDERANDO que o benzeno é uma substância reconhecidamente carcinogênica;

CONSIDERANDO que o Decreto n.º 157, de 02 de julho de 1991, determina que seja executa e cumprida a Convenção n.º139 e a recomendação 147 da Organização Internacional que seja executada e cumprida a Convenção n.º 139 e arecomendação 147 da Organização Internacional do Trabalho - OIT, sobre a Prevenção e o controle de Riscos Profissionaiscausados pelas substâncias cancerígenas ou Agentes Cancerígenos;

CONSIDERANDO o Decreto n.º 1.253 de 27 de setembro de 1994, determina que seja cumprida a Convenção n.º 136 ea recomendação 144 da Organização Internacional do Trabalho - OIT sobre a Proteção Contra os Riscos de Intoxicaçãoprovocados pelo Benzeno;

CONSIDERANDO o acordo assinado entre a Confederação Nacional da Indústria - CNI, Associação Brasileira da IndústriaQuímica - ABIQUIM, o Instituto Brasileiro de Siderurgia - IBS, o Sindicato das Industrias e da Petroquímica no Estado deSão Paulo - SINPROQUIM, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria - CNTI, a Confederação Nacional dosTrabalhadores Metalúrgicos - CNTM, a Central Única dos Trabalhadores - CUT, a Força Sindical, a Fundação Jorge DupratFigueiredo de Segurança e Medicina no Trabalho - FUNDACENTRO, o Ministério da Saúde - MS e o Ministério daPrevidência e Assistência Social - MPAS, resolve:

Art. 1º Alterar o item “Substâncias Cancerígenas” do anexo 13, da Norma Regulamentadora n.º 15 - ATIVIDADE S EOPERAÇÕES INSALUBRES, da Portaria MTb n.º 3.214, de 08 de junho de 1978, com redação dada pela PortariaSST n.º 3 de 10 de março de 1994, que passa a vigorar com a seguinte redação:

Art. 2º Incluir na Norma Regulamentadora n.º 15 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES, o Anexo 13-a - Benzeno.

Art. 3º As empresas que produzem, transportam, armazenam, utilizam ou manipulam benzeno e suas misturas líquidascontendo 1% (hum por cento) ou mais de volume deverão, no prazo máximo de 90 (noventa) dias da data depublicação desta Portaria, ter seus estabelecimentos cadastrados junto a Secretaria de Segurança e Saúde noTrabalho do Ministério do Trabalho - SSST/MTb.

Art. 4º As empresas que produzem, armazenam, utiliza ou manupulam benzeno e sua misturas líquidas contendo 1% (humpor cento) ou mais de volume deverão apresentar á SSST/MTb, no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, apósa publicação desta Portaria, o Programa de Prevenção de Exposição Ocupacional do Benzeno - PPEOB.

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 109

Parágrafo único. Ficam excluídas desta obrigatoriedade as empresas produtoras de álcool anidro e aquelas proibidas deutilizarem o benzeno.

Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário, em especial aPortaria SSST n.º 3 de 10 de março de 1994.

ZUHER HANDAR

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 1, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1995

O Secretário de Segurança e Saúde no Trabalho, no uso de suas atribuições legais, e Considerando a necessidade de evitara incidência de casos de benzenismo no Brasil; Considerando que o benzeno é uma substância reconhecidamentecarcinogênica;

Considerando o Decreto nº 1.253, de 27-9-94, que aprova o texto da Convenção nº 136 e Recomendação nº 144 daOrganização Internacional do Trabalho - OIT, sobre a Proteção Contra os Riscos de Intoxicação Provocados pelo Benzeno;

Considerando a retirada do agente químico benzeno do Quadro I do Anexo 11 da Norma Regulamentadora nº 15 - Atividadese Operações Insalubres, aprovada pela Portaria MTb nº 3.214, de 8-6- 78, conforme publicação do art. 3Q da Portaria SSSTnº 3, de 10-3-94;

Considerando a obrigatoriedade da realização do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, conforme redaçãoda Norma Regulamentadora nº 9, aprovado pela Portaria MTb nº 3.214, de 8-6-78;

Considerando a necessidade de se obter uma uniformização dos critérios e procedimentos das avaliações ocupacionaisao benzeno;

Considerando a redação do Anexo 13-A Benzeno, da Norma Regulamentadora nº 15 -Atividades e Operações Insalubres,aprovada pela Portaria MTb nº 3.214, de 8-6-78;

Considerando o parecer do Grupo de Trabalho Tripartite para elaboração de proposta de regulamentação sobre benzeno,instituído pela Portaria SSST nº 1O, de 8-9-94,

Resolve:

Art. 1º Aprovar o texto, anexo, que dispõe sobre a “Avaliação das Concentrações de Benzeno em Ambientes deTrabalho”, referente ao Anexo 13 - A Benzeno, da Norma Regulamentadora nº 15 - Atividades e OperaçõesInsalubres, aprovada pela Portaria MTb nº 3.214, de 8-6- 78, com a seguinte redação:

Anexo

AVALIAÇÃO DAS CONCENTRAÇÕES DE BENZENO EM AMBIENTES DE TRABALHO

1 - Objetivo

Esta Norma Técnica visa à determinação da concentração de Benzeno no ar nos ambientes de trabalho. Leva emconsideração as possibilidades e limitações das determinações analíticas, estatísticas, bem como do julgamento profissional.

2 - Campo de aplicação

Esta Norma Técnica se aplica, exclusivamente, à determinação e avaliação das concentrações de Benzeno no ar emambientes de trabalho.

3 - Definições

Para efeito desta Norma Técnica deve-se considerar as definições apresentadas a seguir:

a) Ambiente de trabalho

Considera-se como sendo a área definida pelos limites físicos da empresa.

b) Amostra de curta duração.

Para efeito dessa norma é aquela coletada durante um período de até 15 minutos.

c) Amostra instantânea

No escopo desta Norma Técnica, entende- se por amostra instantânea aquela coletada através do uso de instrumentosque permitem a determinação da concentração de Benzeno no ar representativa de um determinado local em um dadoinstante. O tempo total de coleta, nestes casos, deve ser inferior a 5 minutos.

d) Amostragem

É o processo de seleção de amostras, baseado em estudos e métodos estatísticos convenientes que possam oferecerresultados representativos da exposição ocupacional ou concentração ambiental.

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Giovanni Moraes de Araújo110

e) Análise

Corresponde a todo o procedimento que conduz à quantificação da concentração de Benzeno em uma amostra.

f) Avaliação

Caracteriza-se pelo conjunto de ações necessárias para se realizar uma caracterização completa de um determinadoambiente ou da exposição ocupacional de trabalhadores.

g) Benzeno

Significa Benzeno líquido ou gasoso, registro CAS nº 71-43-2, registro ONU nº 1.114.

h) Coleta

Corresponde ao processo de se obter uma amostra de Benzeno no ar.

i) Concentração de Benzeno no ar.

Corresponde á quantidade total de Benzeno por unidade de volume de ar. É expressa como massa por unidade de volume(m/v) ou volume por unidade de volume (v/v).

Para efeito desta norma, as unidades adotadas são respectivamente mg/m3 e ml/m3.

j) Concentração Média Ponderada no Tempo (CMPT)

Corresponde á concentração de Benzeno obtida pelo somatório das concentrações ponderadas pelos respectivos temposde duração das coletas, dividido pelo somatório dos tempos.

k) Distribuição log-normal

Significa que a distribuição de variáveis aleatórias tem a propriedade de que o logaritmo dos seus valores são normalmentedistribuídos.

l) Grupo Homogêneo de Exposição (GHE)

Corresponde a um grupo de trabalhadores que experimentam exposição semelhante, de, forma que o resultado fornecidopela avaliação’ da exposição de qualquer trabalhador do grupo seja representativo da exposição do restante dos trabalhadoresdo mesmo grupo.

m) Limites de Concentração (LC)

Para efeito desta Norma Técnica, corresponde a um valor de concentração de Benzeno média ponderada no tempo,estabelecido pelo Ministério do Trabalho para fins de comparações.

n) Local de trabalho

Local onde o trabalhador desenvolve as suas atividades.

o) mg/m3

Unidade de concentração correspondente a miligrama de Benzeno por metro cúbico de ar.

p) Monitoramento

É o processo periódico e sistemático da avaliação ambiental de Benzeno.

q) ppm

Unidade de concentração correspondente a partes de Benzeno por milhão de partes de ar, em volume. É equivalente amililitros de vapor de Benzeno por metro cúbico de ar (ml/m3) nas mesmas condições de pressão e temperatura.

r) Turno ou jornada de trabalho

Refere-se ao período de tempo diário no qual o trabalhador exerce a sua atividade remunerada no ambiente de trabalho.

s) Zona de respiração

Região hemisférica com um raio de aproximadamente 30 cm das narinas.

t) Zona de trabalho

Corresponde a uma zona espacial ou organizacionalmente definida onde o trabalhador desenvolve sua(s) atividade(s).

Uma zona de trabalho pode ser formada por um ou mais locais de trabalho.

4 - Avaliação

A avaliação das concentrações de Benzeno no ar nos ambientes de trabalho visa atender aos seguintes objetivos:

- conhecer as exposições efetivas dos trabalhadores durante um determinado período de tempo;

- conhecer os níveis de concentração em locais determinados;

- diagnosticar fontes de emissão de Benzeno no ambiente de trabalho;

- avaliar a eficácia das Medidas de Controle adotadas;

- comparar os resultados com Limites de Concentração estabeleciods.

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 111

A avaliação de Benzeno nos ambientes de trabalho deve compreender as seguintes etapas:

4.1 Reconhecimento/caracterização;

4.2 Estratégia de avaliação;

4.3 Avaliação inicial;

4.4 Interpretação dos resultados/julgamen-to profissional.

4.1 Reconhecimento/caracterização

A consulta aos trabalhadores e discussão com os mesmos é elemento fundamental para um correto reconhecimento/caracterização.

Esta etapa envolve a coleta inicial de informações, a visita aos locais de trabalho para observações detalhadas e adeterminação dos GHE.

Os resultados obtidos nesta etapa são de vital importância para a determinação da Estratégia de Avaliação e dosGrupos Homogêneos de Exposição.

As informações levantadas devem incluir os procedimentos de operação normal, procedimentos para manutenção,procedimentos pré -operacionais e situações de emergência.

Devem ser levantadas as seguintes informações:

4.1.1 Referentes ao processo produtivo e à planta industrial

a) relação de todos os equipamentos (bombas, tanques, vasos, colunas de extração, de destilação, de secagem,reatores etc.) que contenham ou por onde circule Benzeno puro ou em misturas, suas características e localizaçãono processo ou planta industrial;

b) relação de todas as possíveis fontes de emissão de vapores de Benzeno para a atmosfera (flanges, selos debombas, ventos, válvulas etc.) identificando a sua localização no processo ou planta;

c) descrição do processo produtivo enfatizando as circunstâncias, fases do processo ou procedimentos que podemcontribuir para a contaminação dos ambientes de trabalho pelo Benzeno;

d) quantidade de Benzeno processado (como matéria-prima, como produto e como solvente, quando for o caso);

e) parâmetros operativos, como temperatura e pressão, nas várias fases do processo e nos equipamentos contendoou por onde circulem Benzeno;

f ) diagrama de bloco ou fluxograma simplificado e layout da planta industrial contendo as disposições dos equipamentose fontes relacionados nos itens “a” e “b” acima;

g) descrição dos locais de trabalho, enfatizando se são ambientes abertos ou fechados (se fechados, área e pédireito), a ventilação natural determinada e a existência ou não de equipamentos de proteção coletiva;

h) dados climáticos: temperatura do local de trabalho, umidade relativa do ar e direção dos ventos com as respectivastaxas de predominância;

i) interferência de áreas vizinhas aos locais de trabalho.

4.1.2 Referentes aos trabalhadores e processos de trabalho (pessoal próprio e contratados)

a) zonas de trabalho e posição dos trabalhadores em relação às fontes de emissão de Benzeno;

b) descrição das funções, dos procedimentos e das atividades dos trabalhadores, enfatizando o tempo e freqüênciade cada operação ou procedimento e identificando as atividades de Curta Duração;

c) duração da jornada e regime de trabalho;

d) número de trabalhadores totais expostos ao Benzeno e daqueles com atividades idênticas e que possam serseparados por grupos considerados de exposição similar;

e) trabalhadores (quantidade e identificação), a priori, como de maior risco de exposição;

f ) atividades, procedimentos e zonas de trabalho, a priori, como de maior risco de exposição;

g) dados indicativos de possível comprometimento da saúde relativo à exposição ao Benzeno.

4.1.3 Avaliações pregressas de concentração de Benzeno no ar

a) resultado de todos os monitoramentos anteriores realizados (monitoramento pessoal e de área);

b) outras medições já realizadas (de fontes de emissão, em situações de emergência, na avaliação de medidas decontrole etc.).

Outras informações também poderão ser utilizadas de modo orientativo para ajudarem na definição da estratégiade avaliação, na execução dos monitoramentos ou, mesmo, na interpretação dos resultados. São elas:

c) resultados de concentração de Benzeno no ar obtidos em processos de trabalho comparáveis (quando disponíveis);

d) cálculos matemáticos de dispersão (quando disponíveis).

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4.2 Estratégia de Avaliação

Esta etapa compreende a definição dos métodos de coleta, da duração da coleta e tempo de coleta/medição, do númeromínimo de resultados exigidos, da escolha dos períodos para a realização das coletas/medições e a realização dodiagnóstico inicial.

4.2.1 Métodos de coleta de amostras

a) Coleta de amostra pessoal (ou individual)

Visa a determinação da concentração de Benzeno na zona de respiração do trabalhador, fornecendo, assim,resultados representativos da sua exposição.

Caracteriza-se pelo fato de o sistema de coleta ser fixado no próprio trabalhador, na altura da zona de respiração(geralmente na lapela).

b) Coleta de amostra de área (ambiental ou de ponto fixo)

É aquela onde o sistema de coleta ou medição é posicionado em um ponto fixo no ambiente de trabalho, geralmentena altura média da zona de respiração dos trabalhadores.

É geralmente utilizado com a finalidade de conhecer os níveis de concentração de Benzeno no ar de um determinadoambiente de trabalho aos quais os trabalhadores poderiam estar expostos, na avaliação da eficácia de medidas decontrole ou quando se quer realizar avaliações em tempo real através do uso de monitores contínuos com sistemasde registro de resultados, acoplados ou não a sistemas de alarme.

As avaliações de área podem ser usadas para detectar variações sazonais, de ciclos de processo ou mudanças deeficiência de sistemas de proteção coletiva implementados.

As avaliações de área não devem ser consideradas como um substituto da avaliação pessoal, pois algumasatividades do trabalhador podem influenciar as concentrações na zona respiratória.

Para trabalhadores cujas atividades não gerem exposições adicionais ao Benzeno, a avaliação de área pode seruma alternativa aceitável para uma estimativa das exposições ocupacionais.

Os pontos de coleta de amostras de área devem ser determinados através de critérios técnicos e discussão comos trabalhadores. Devem ser considerados os seguintes fatores: número e localização das fontes de emissão deBenzeno, direção dos ventos, zonas ou locais de trabalho e arranjo físico do local.

4.2.2 Duração da coleta e tempo de coleta/medição

A duração da coleta se refere ao período avaliado. A duração da coleta será, no máximo, o turno inteiro de trabalho.

O tempo de coleta/medição é o tempo no qual ocorre a coleta de cada amostra de ar ou cada medição daconcentração de Benzeno. O tempo de coleta/medição será, no máximo, igual à duração da coleta.

4.2.3 Técnica de coleta de amostras

a) Amostra única

Nestes casos, uma única amostra de ar é coletada continuamente durante todo o período desejado. O tempo decoleta da amostra é igual ao da duração da coleta. A concentração de Benzeno obtida já é representativa daconcentração MPT do período.

A concentração de Benzeno no ar é calculada pela equação abaixo:

b) Coletas de amostras consecutivas

Nestes casos, várias amostras de ar são coletadas durante o período desejado, sendo que o tempo total de coletadeverá ser igual ao da duração do período. As amostras são analisadas e os resultados de concentração deBenzeno em cada uma delas são utilizados para o cálculo da concentração MPT (CMPT) para o período, utilizando aequação abaixo.

Esta técnica de coleta é útil nos casos de existirem atividades diferenciadas ao longo da jornada, pois, além depossibilitar a comparação com o Limite de Concentração para o turno inteiro, permite conhecer as concentraçõesde Benzeno correspondentes a cada período/atividade amostrado.

(litros) coletado

(mg/m³)1000 x ar de volume(mg) amostra na

benzeno de quantidade

Cmpt =

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 113

onde:

Cmpt= concentração MPT no período, em ppm ou mg/m3.

Cn = concentração de Benzeno no ar obtida na amostra n, em ppm ou mg/m3.

Tn = tempo de coleta da amostra n, em minutos ou horas.

TI = tempo total de coleta = T1 + T2 + ... + Tn. Deverá ser aproximadamente igual ao tempo de duração do período (ex.:8 horas = 480 minutos).

c) Coletas parciais

Também nestes casos, várias amostras de ar são coletadas durante o período de trabalho, sendo que o tempo totalde coleta é inferior ao da duração do período de trabalho escolhido. As amostras são analisadas e os resultados deconcentração de Benzeno em cada uma delas são utilizados para o cálculo de concentração MPT para o períodoavaliado utilizando a mesma equação do item anterior. O tempo total, Tt, será igual à soma dos tempos de coletade cada amostra.

Para comparar o resultado de Cmpt obtido com o Limite de Concentração para o turno inteiro, é necessário que otempo total de coleta cubra, pelo menos, 70% da jornada de trabalho (Ex.: 5,6 horas para jornadas de 8 horas).

d) Coletas/medições instantâneas

As coletas/medições instantâneas só poderão ser usadas para a determinação da concentração média ambientalde Benzeno se houver um número mínimo de 8 coletas/medições no período de interesse (jornada inteira ouperíodos das atividades/operações). Para avaliações de jornada inteira de trabalho só se deve usar esta técnica decoleta/medição quando for possível garantir que a distribuição da exposição ou concentração ambiental de Benzenosão uniformes ao longo da jornada.

Quando se deseja estimar a exposição de um trabalhador que desenvolve várias atividades diferentes ou muda delocal ou zona de trabalho ao longo da jornada, devem ser realizadas um número mínimo de 8 coletas/medições emcada situação. As coletas/medições deverão ser realizadas na altura média da zona de respiração dos trabalhadores.

Para avaliações da jornada inteira de trabalho utilizando-se a coleta de amostras de curta duração, um númeromínimo de 8 amostras deverão ser obtidas durante a jor-nada. Também neste caso, só se deve usar esta técnicade coleta quando for possível garantir que a distribuição da exposição ou concentração ambiental de Benzeno sãouniformes ao longo da jornada.

Os momentos de coleta das amostras deverão ser escolhidos aleatoriamente, subdividindo-se o período deinteresse em um número de subperíodos de tempo equivalente, no mínimo, ao tempo de coletas/medição. Ex.:Uma atividade que dura 2 horas (120 minutos) contém 8 subperíodos de 15 minutos, 12 de 10 minutos, 24 de 5minutos etc.

Tomando-se como exemplo uma jornada de trabalho de 8 horas (480 minutos), durante a qual se deseja realizar 8coletas de 15 minutos, deve-se proceder da seguinte forma:

1 - subdivide-se o período de 480 minutos em n subperíodos de 15 minutos:

2 - utiliza-se qualquer metodologia de escolha aleatória para selecionar os 8 subperíodos a serem avaliados.

Cada subperíodo estará associado ao seu intervalo de tempo. Procedimento análogo deverá ser utilizado para ascoletas/medições dentro de períodos de tempo menores.

O resultado da concentração de Benzeno nestes casos corresponderá a Média Aritmética das Concentraçõesobtidas nas 8 coletas/medições no período amostrado. A Média Aritmética neste caso corresponde a MPT.

Subperíodo Intervalo (hora) 01 08:00 08:15 02 08:15 08:30 03 08:30 08:45 “ “ “

31 16:00 16:15 32 16:15 16:30

t

nn2211mpt T

TCTCTCC

+<++=

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Giovanni Moraes de Araújo114

4.2.4 Número mínimo de resultados exigidos para uma avaliação

O número mínimo de resultados de MPT necessários para serem utilizados na avaliação estatística é de 5.

No caso da avaliação ambiental (amostragem de área), deve ser utilizado um número mínimo de 5 resultados em cadaponto escolhido como representativo do local de trabalho, na etapa de reconhecimento/caracterização.

Para a avaliação dos valores de curta duração devem ser obtidos um mínimo de 5 resultados em cada operação ouatividade e que haja a possibilidade de ocorrência de picos de concentração ou em cada período avaliado.

Para a avaliação de GHE deverão ser obtidos 5 resultados de MPT escolhendo-se aleatoriamente os períodos decoleta. A escolha aleatória poderá recair sobre um mesmo trabalhador ou em até 5 trabalhadores do mesmo GHE.

O número mínimo de resultados permite que possa haver uma confiança estatística aceitável nas avaliaçõesrealizadas.

4.2.5 Distribuição das amostras no tempo

A escolha das épocas para a realização das coletas deve ser feita aleatoriamente, isto é, não será dada preferênciaespecial a nenhum período, turno, dia, trabalhador, época do ano etc.

Situações consideradas de maior risco ou atípicas devem ser obrigatoriamente avaliadas. Vale, no entanto, a escolhaaleatória dentro dessas situações.

4.2.6 Diagnóstico inicial

Se as informações levantadas no item 4.1.3 não forem suficientes deverão ser complementadas por avaliações adicionais.Essas avaliações normalmente devem ser realizadas considerando-se os pontos ou situações críticas nos locais detrabalho.

Nesta fase é possível utilizar inúmeras ferramentas analíticas que não necessariamente as que serão empregadasna avaliação formal para efeito desta Norma Técnica.

4.2.7 Metodologia analítica

a) A metodologia analítica tem que ser específica para a determinação da Concentração Atmosférica de Benzeno nosambientes de trabalho, respeitando os Limites de Concentração estabeleciods pelo Ministério do Trabalho.

O resultado deve ser único com respeito à concentração do Benzeno.

b) A metodologia analítica deverá fornecer resultados nas mesmas unidades dos Limites de Concentração estabeleciods.Deve ter seu limite de detecção, sensibilidade e precisão ajustados para os referidos Limites.

c) A metodologia analítica deverá ser capaz de medir concentrações de Benzeno na faixa de um vigésimo (1/20) a três(3) vezes o Limite de Concentração MPT para o período em avaliação. E, quando não for possível, como no casodas amostras de curta duração, no mínimo um quinto (1/5) do Limite de Concentração MPT para o período emavaliação.

d) Se o procedimento analítico não for específico, o resultado de concentração total deverá ser reportado como sendoreferente ao Benzeno.

e) A imprecisão como erro integral de toda a metodologia e erros acidentais durante o procedimento de monitoraçãonão deve exceder a 25% (vinte e cinco por cento).

f ) O procedimento analítico deverá ter sido validado em laboratório e no campo.

g) Os laboratórios deverão desenvolver Programas de Controle de Qualidade laboratorial interno e participar, sempreque possível, de Programas Externos para uma melhor confiabilidade dos seus resultados.

h) Poderão ser utilizadas metodologias analíticas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), de organismosinternacionais de renome como, NIOSH, OSHA, ACGIH (EUA), DFG (Alemanha), entre outras, como referência.

i) No caso de se utilizar metodologias que requeiram o uso de bombas de amostragem de fluxo constante, osseguintes critérios deverão ser seguidos:

- as bombas devem ser calibradas contra qualquer sistema-padrão primário de calibração, ou padrãosecundário devidamente aferido;

- a calibração deve ser feita antes e após cada coleta de amostra, obedecendo-se os critérios de correçãodos valores de vazão;

- para efeito da avaliação estatística, só serão admitidas amostras cujas variações nos resultados dascalibrações sejam de, no máximo, 5%, isto é, se o resultado absoluto da expressão:

resultado da calibração inicial- - resultado da calibração final x 100 d” 5%

resultado da calibração inicial

Caso o resultado seja maior que 5%, as amostras só poderão ser utilizadas para subsidiar o julgamento profissional.

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 115

4.3 Avaliação Inicial

Baseado nas informações levantadas no item 4.1, deve-se planejar e executar uma avaliação inicial completa atendendoao disposto no item 4.2.

Os resultados dessa avaliação inicial serão objeto de análise de acordo com o item 4.4.

4.4 Interpretação dos Resultados/Julgamento Profissional

a) Para proceder a interpretação os resultados devem ser separados da seguinte forma:

- Avaliações individuais: para o turno inteiro, períodos determinados, especiais tais como: procedimentos,atividades e condições operacionais.

- Avaliações de área: para o turno inteiro, contínua, períodos determinados, especiais tais como: naverificação de eficiência de medidas de controle, fontes de emissão, estimativa de exposição ocupacionale condições operacionais.

Em cada caso devem ser separados os resultados de curta duração (curta exposição).

b) Para efeito desta Norma Técnica, se considera que os resultados de concentração média de Benzeno obedecema uma distribuição log-normal.

c) Os resultados (mínimos de 5) deverão ser submetidos ao tratamento estatístico de acordo com o Apêndice 1,obtendo-se o Limite Superior de Confiança (LSC) para um intervalo de confiança de 95%. O valor do LSC passaa ser adotado como valor representativo da avaliação para fins de comparação com os limites de concentração deBenzeno.

d) Em seguida, calcula-se a redação:

LSC (95%)

LC=I

onde:

I = índice de julgamento

LC = Limites de Concentração de Benzeno Este índice I deve ser utilizado para desencadear medidas de controlee para balizar a freqüência do monitoramento.

e) Recomenda-se que a freqüência mínima para o monitoramento seja a seguinte:

I > 1 devem ser adotadas medidas de controle que conduzam a valores de I < 1.

Nesta situação, a freqüência de monitoramente deve ser aquela necessária para a avaliação das medidas adotadas.

0,5 d” I < 1 a freqüência mínima de monitoramento deve ser de 16 semanas.

0,25 d” 1 < 0,5 a freqüência mínima de monitoramento deve ser de 32 semanas.

I < 0,25 a freqüência mínima de monitoramento deve ser de 64 semanas.

f ) Independente da avaliação do GHE, qualquer desvio dos resultados individuais em relação aos Limites deConcentração estabeleciods deverão ser investigados, relatando-se as possíveis causas e eventuais medidasrecomendadas ou adotadas.

g) Caso haja qualquer alteração, seja tecnológica, operacional ou de procedimentos e atividades, que levem àsuspeita de ocorrerem alterações significativas no referido índice, deve-se realizar uma nova avaliação.

h) Até a realização de uma nova avaliação, a situação a ser considerada como representativa do objeto da avaliação(exposição do trabalhador ou do GHE, ou a concentração ambiental de Benzeno) será aquela da última avaliaçãorealizada.

i) Quando ocorrerem situações de emergência tais como respingos, vazamentos, rupturas ou outras falhas quepossam levar a uma maior exposição ocupacional ou a um aumento na concentração ambiental de Benzeno,deverão ser realizados, logo após normalizada a situação, monitoramentos visando garantir que a situação retomouao nível anterior. Caso a condição anterior à situação de emergência não seja alcançada, deve-se proceder umanova avaliação padrão, ou seja, para determinar o novo valor de I.

j) Os monitoramentos realizados durante a situação de emergência servirão, apenas, para a caracterização dasituação, visando o direcionamento e avaliação das medidas corretivas implantadas.

k) A garantia de que os Limites de Concentração não serão ultrapassados pode ser atingida através do monitoramentocontínuo com instrumentos de leitura direta (medição instantânea) acoplados a sistemas de pré-alarme e alarmeprincipal que desencadeiam medidas de controle para baixar a concentração o mais rapidamente possível.

5 - Relatório

Todos os dados e informações obtidos dentro do escopo desta Norma Técnica deverão ser registrados em relatóriocompleto, contendo:

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Giovanni Moraes de Araújo116

a) Informações obtidas no item 4.1 - Re-conhecimento/Caracterização.

b) Determinação dos GHE acompanhada da justificativa técnica quanto a todos os critérios escolhidos.

c) Estratégia de avaliação adotada acompanhada de justificativa técnica quanto a todos os critérios escolhidos,inclusive do uso de monitores contínuos acoplados a sistema de alarme.

d) Metodologia Analítica utilizada, incluindo:

- sistemas de coleta utilizados;

- equipamentos utilizados (bombas de amostragem, instrumentos de leitura direta, medidores de umidaderelativa e temperatura, medidores de velocidade de vento etc.);

- método de análise adotado;

- cálculo dos resultados de concentração detalhados;

- informações gerais sobre a metodologia analítica conforme item 4.2.7 (limite de detecção, sensibilidade,especificidade, precisão, validação em campo, programas de controle de qualidade interno e eterno queparticipa ou desenvolve etc.).

e) Resultados das avaliações e julgamento das situações.

Deverão estar relacionados:

- nomes dos trabalhadores amostrados; - os responsáveis pelas coletas;

- os responsáveis pelas análises laboratoriais;

- a instituição que realizou os monitoramentos;

- a instituição que realizou as análises das amostras;

- as datas e horários em que foram realizadas as coletas/medições;

- as condições operacionais e dos locais de trabalho durante os monitoramentos;

- todos os resultados de concentração obtidos;

- os resultados das avaliações realizadas conforme item 4.4, acompanhado dos respectivos cálculos;

- julgamento técnico do resultado final.

f ) Recomendações gerais

Apêndice 1

CÁLCULOS ESTATÍSTICOS

Procedimento

Para cada situação avaliada os resultados de concentração média de Benzeno (mínimo de 5) deverão ser tratados daforma descrita abaixo:

1) Os principais parâmetros a serem obtidos são:

- número de resultados totais = n

- graus de liberdade (n - 1) = g

- maior resultado = Max.*

- menor resultado = Min.*

- média aritmética dos resultados MA*

- desvio padrão da MA para (n - 1) = DP*

- logaritmo neperiano (In) dos resultados = In(xi)

- média dos In(xi) = M(In)

- desvio-padrão de M(In) para (n - 1) = DP(In)

- média geométrica = MG*

- desvio-padrão geométrico = DPG*

- t(/2) de Student para 95% e g. graus de liberdade = t(/2)

* Resultado não usados nos cálculos estatísticos, mas subsidiam o julgamento profissional.

2) Para efeito desta Norma Técnica, os -resultados nulos ou abaixo do limite de detecção do método deverão ser consideradoscomo sendo o valor correspondente à metade do limite de detecção (Ex.: Caso o limite de detecção da metodologia seja iguala 0,1 ppm, todos os resultados nulos ou abaixo desse valor serão considerados como sendo 0,05 ppm).

3) O grau de liberdade (g) é sempre o número total de resultados menos 1 (n -1).

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 117

4) A média aritmética (MA) é igual a soma dos resultados dividido pelo número destes.

5) O desvio padrão (DP) da média aritmética (MA) é igual a:

6) Tanto média aritmética MA quanto o seu desvio-padrão DP podem ser obtidos diretamente em qualquer calculadoracientífica, bastando, para isso, inserir todos os resultados Xn na função estatística da calculadora e pedir diretamente quea mesma forneça os resultados de MA e de DP, este último para n – 1 graus de liberdade.

7) O logaritmo neperiano (Inxi) dos resultados, a sua média, M(In), e respectivo desvio--padrão, DP(ln), podem ser obtidoscom auxílio da mesma calculadora.

8) A média geométrica dos resultados, MG, e o desvio-padrão geométrico para n – 1 graus de liberdade, DPG(n-1), sãoobtidos aplicando-se, na calculadora, a função exponencial (ex) ou antiln (o intervalo de In) sobre os resultados de M(ln)e DP(ln), respectivamente.

9) A partir da Tabela Resumida da Distribuição t deste Apêndice obtém-se o t(/2) de Student para 95% de confiança, quecorresponde ao valor crítico de t para 95% de intervalo de confiança considerando-se os dois lados da curva (two sidedconfidence interval), que é simbolizado por t(/2).

10) Os dados obtidos podem ser orde-nados em uma tabela como a abaixo indicada (Tabela 1).

11) Com os dados obtidos, calcula-se o logarítmo neperiano do Limite Superior de Confiança (In(LSC)) para um intervalode confiança de 95% da concentração média verdadeira, através da equação abaixo.

12) Em seguida, obtém-se o LSC como abaixo indicado:

Este valor significa que com 95% de confiança a concentração média verdadeira é menor que este limite.

13) Utiliza-se o LSC (95%) conforme procedimento descrito no item 4.4 desta Norma.

TABELA 1 PARÂMETROS ESTATÍSTICOS OBTIDOS

nx...xx

MA n21 +++=

∑=

−−

=n

1i

2i MA)(x

1n1

DP

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛++=

n

DP(In)(a/2,95%)t2]0,5[DP(In)(MIn)In(LSC)

In(LSC)e))exp(In(LSCLSC(95%) ==

Resultados (Xi) InXi

X1 X2 “ “ “

Xn

InX1 InX2

“ “ “

InXn

MA DP

M(In) DP(In)

MG = exp(M(In)) ou eM(In)

DPG = exp(DP(In)) ou eDP(In)

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Exemplo prático (Situação Simulada)

Avaliação de Benzeno no ar.

Resultados correspondem a MPT para um turno de 8 horas (amostragem única cobrindo toda a jornada de trabalho).

Limite de detecção do método = 0,1 ppm.

Resultados (ppm): < 0,1; 0,3; 0,4; 0,1; < 0,1; 0,5; 0,2; < 0,1; 0,2; 0,3; ou seja, n = 10.

Graus de liberdade (g) = 10 – 1 = 9.

Pela Tabela Resumida da Distribuição t, o valor de t(/2) para 9 graus de liberdade é 2,262. Utilizando-se as equações 3 e4 deste Apêndice encontraremos os valores de In(LSC) e LSC(95%), ou seja,

logo, In(LSC) = - 0,80 e LSC(95%) = e0,80 = 0,45

O valor de LSC(95%) é utilizado juntamente com o LC, conforme o procedimento do item 4.4.

TABELA RESUMIDA DA DISTRIBUIÇÃO T

Grau de Liberdade 10,975

1 12,706

2 4,303

3 3,182

4 2,776

5 2,571

6 2,447

7 2,365

8 2,306

9 2,262

10 2,228

11 2,201

12 2,179

13 2,160

14 2,145

15 2,131

16 2,120

17 2,110

18 2,101

19 2,093

20 2,086

21 2,080

22 2,074

23 2,069

24 2,064

25 2,060

26 2,056

27 2,052

28 2,048

29 2,045

30 2,042

40 2,021

60 2,000

120 1,980

1,960

Resultados (Xi) InXi

0,05 0,3 0,4 0,1 0,05 0,5 0,2 0,05 0,2 0,3

-2,996 -1,204 -0.916 -2.303 -2.996 -0.693 -1.609 -2.996 -1.609 -1.204

MA = 0,22 DP = 0,16

M(In) = -1,85 DP(In) = 0,90

MG = 0,16

DPG = 2,5

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛++−=

10

0,92,262.20,5[0,90]1,85In(LSC)

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 119

Bibliografia consultada:

1. Leidel N. A, Bush K. A & Lynch, J. A, Occupational Exposure Sampling Strategy Manual, National Institute forOccupational Safety and Health (NIOSH), EUA, 1977.

2. American Industrial Hygiene Association (AHIA), A Strategy for Occupational Exposure Assesment, Hawkins N.C.,Norwood S. K. & Rock J. C. (Ed:), EUA, 1991.

3. TRGS 402, Ermittlung und Beurtleilung der Konzentrationen gefarlicher Stoffe in der Luft in Arbeitsbe1eichen (Determinaçãoe Avaliação de Substâncias Perigosas a Saúde Contidas no Ar no Ambiente de Trabalho) -BMA - Ministério do Trabalho eda Ordem So-cial Alemão, Alemanha (Oc.) 1986.

4. Benzene, Federal Register 1910.1028, Occupational Safety and Health Administration (OSHA), EUA, 1989.

5. Goelzer, B. Estratégias para Avaliação de Exposição no Ambiente de Trabalho a Con-taminantes Atmosféricos, RevistaCIPA, Brasil, 1993.

6. AIDII, Guide Operative, di Igiene Indus-triale - Strategia di Controllo dei Fattori di Ris-chio Chimici negli Ambienti diLavore, Sordelli. D. & Nano G. (coord.), Itália.

Art. 2º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

ZUHER HANDAR

Secretário de Segurança e Saúde no Trabalho

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 2, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1995

A Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, no uso de suas atribuições legais e,

Considerando a necessidade de evitar a incidência de casos de benzenismo no Brasil;

Considerando que o benze no é uma substância reconhecidamente carcinogênica;

Considerando o Decreto nº 1.253, de 27-9-94, que aprova o texto da Convenção nº 138 e Recomendação nº 144, daOrganização Internacional do Trabalho - OIT, sobre a Proteção Contra os Riscos de Intoxicação Provocados por Benzeno;

Considerando a redação do Anexo 13-A Benzeno, da Norma Regulamentadora nº 15 -Atividades e Operações Insalubres,da Portaria MTb nº 3.214, de 8-6-78;

Considerando a obrigatoriedade da realização do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, conformeredação da Norma Regulamentadora nº 7, aprovada pela Portaria SSST nº 24, de 29-12-94;

Considerando a necessidade de se obter uma uniformização dos critérios e procedimentos de vigilância da saúde dostrabalhadores na prevenção de exposição ocupacional ao benzeno;

Considerando parecer do Grupo de Trabalho Tripartite para elaboração de proposta de regulamentação sobre benze noinstituído pela Portaria SSST nº 10, de 8-9-94,

Resolve:

Art. 1º Aprovar o texto, em anexo, que dispõe sobre a “Vigilância da Saúde dos Trabalhadores na Prevenção daExposição Ocupacional ao Benzeno”, referente ao Anexo 13-A Benzeno, da Norma Regulamentadora nº 15-Atividades e Operações Insalubres, aprovada pela Portaria MTb nº 3.214, de 8-6-78, com a seguinte redação:

Anexo

VIGILÂNCIA DA SAÚDE DOS TRABALHADORES NA PREVENÇÃO DA EXPOSIÇÃO

Ocupacional ao Benzeno

1 . Definição:

1.1 Para efeito desta Instrução Normativa, vigilância da saúde é o conjunto de ações e procedimentos que visam àdetecção, o mais precocemente possível, de efeitos nocivos induzidos pelo benzeno à saúde dos trabalhadores.

2. Instrumentos:

2.1 Os instrumentos utilizados para o propósito de vigilância da saúde, conforme definido acima são:

2.1.1 Anamnese clínico-ocupacional;

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Giovanni Moraes de Araújo120

2.1.2 Exame físico;

2.1.3 Exames complementares, compreendendo, no mínimo, hemograma completo com contagem de plaquetas ereticulócitos;

2.1.4 Dados epidemiológicos dos grupos de risco;

2.1.5 Dados toxicológicos dos grupos de risco obtidos pela avaliação de indicadores biológicos de exposição, aplicados deacordo com protocolo a ser desenvolvida pelo Ministério da Saúde/FIOCRUZ-CESTEH e Ministério do Trabalho/FUNDACENTRO.

3. Aplicações:

3.1 As ações e procedimentos de vigilância da saúde deverão ser realizados para os trabalhadores das empresasabrangidas pelo item 7.4.1 da NR-7 (Portaria nº 3.214, de 8-8-78, alterada pela Portaria nº 24, de 29-12-94).

3.1.1 Exame admissional: realização de anamnese clínico-ocupacional, exame físico e exames complementares, conformeitem 2.1.3 acima. Na ocorrência de alterações hematológicas encaminhar ao Sistema Único de Saúde -SUS e INSS paraas devidas providências;

3.1.2 Exame periódico: devem ser realizados a intervalos máximos de 6 meses nos trabalhadores compreendendo osinstrumentos definidos no item 2 acima, ressaltando a importância da construção da série histórica dos hemogramas;

3.1.3 Exame de mudança de função ou local: procedimentos idênticos aos do exame admissional;

3.1.4 Exame de retorno ao trabalho: procedimentos diferenciados, em função da patologia que o afastou e da exposiçãopregressa ao benzeno;

3.1.5 Exame demissional: devem ser feitos nos trabalhadores compreendendo os instrumentos definidos no item 2.

4. Ações:

4.1 No caso de exposição aguda:

4.1.1 No acidente de exposição sem quadro clínico de exposição aguda, deve o médico:

4.1.1.1 Estabelecer rigoroso programa de acompanhamento clínico e laboratorial do acidentado nos primeiros dias a partirda data do acidente;

4.1.1.2 Registrar em prontuário do trabalhador o evento acidente e seus achados clínicos e laboratoriais de vigilância dasaúde;

4.1.1.3 Notificar o evento acidente ao grupo de controle de exposição do benzeno;

4.1.1.4 Desencadear ações imediatas de correção, prevenção e controle no ambiente, condições e processos de trabalho.

4.1 .2 No acidente com sinais e sintomas de intoxicação aguda, deve o médico:

4.1.2.1 Dar o suporte de pronto atendimento clínico e laboratorial necessário;

4.1.2.2 Observar a evolução dos efeitos agudos do acidentado, acompanhando-o até o seu restabelecimento. O primeiroexame periódico após este evento, deve ser realizado dentro de um período máximo de 3 meses.

4.1.3 O registro do acidente se fará em formulário próprio a partir de informações do trabalhador que ficará com uma cópiado mesmo.

4.2 No caso de exposição crônica:

4.2.1 Detectadas alterações clínicas e laboratoriais em trabalhadores, deve o médico:

4.2.1.1 Providenciar o imediato afastamento do trabalhador da exposição;

4.2.1.2 Aplicar de imediato procedimentos de investigação diagnóstica mais complexos e abrangentes (biópsia de medula,avaliações neuropsicológicas etc.), se necessário.

4.3 Nas situações 4.1.2 e 4.2, deve o médico:

4.3.1 EmitirCAT, conforme NR-7 e Portaria MS/SAS nº 119, de 9-9-93;

4.3.2 Encaminhar ao INSS para caracterização do acidente do trabalho e avaliação previdenciária;

4.3.3 Encaminhar ao SUS, para investigação clínica e registro;

4.3.4 Desencadear ações imediatas de correção, prevenção e controle no ambiente, condições e processos de trabalho.

5. Informação ao trabalhador.

5.1 O empregador deve fornecer ao trabalhador as cópias dos resultados dos seus exames, laudos e pareceres.

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 121

6. Garantias dos trabalhadores:

6.1 As empresas devem garantir ao trabalhador sob investigação de alteração do seu estado de saúde suspeita de ser deetiologia ocupacional:

6.1.1 Afastamento da exposição;

6.1.2 Emissão da CAT;

6.1.3 Custeio pleno de consultas, exames e pareceres necessários a elucidação diagnóstica de suspeita de danos à saúdeprovocado por benzeno;

6.1.4 Custeio pleno de medicamentos, materiais médicos, internações hospitalares e procedimentos médicos de tratamentode dano à saúde provocado por benzeno ou suas seqüelas e conseqüências.

7. Referenciais:

7.1 O benzenismo é uma síndrome decorrente da ação do benzeno sobre diversos sistemas (nervoso central, hematopolético,imunoló-gico, genético etc.). Os sinais e sintomas observados são também comuns a outros agentes tóxicos e nosológicose sua diferenciação requer avaliação clínica e laboratorial adequada associada aos dados de exposição ocupacional eambientais atuais ou pregressos, além da investigação de outros processos clínicos que possam estar relacionados ouserem agravan-tes dos mesmos.

7.2 Para efeito de vigilância da saúde devem ser valorizados e rigorosamente investigados:

7.2.1 Sintomas tais como: astenia, infecções repetitivas ou oportunísticas, hemorragias e distúrbios neurocomportamentais(cefaléia, tontura, fadiga, sonolência, dificuldade de memorização etc.).

7.2.2 Sinais tais como: palidez da pele e mucosas, febre, petéquias, epistaxes, estomatites, sangramentos gengivais etc.

7.2.3 O hemograma não é um exame próprio para detecção de alterações precoces. É um instrumento laboratorial que detectaalterações de hematopolose em casos de intoxicação crônica por benzeno. O valor de normalidade para fins de comparaçãodeve ser o do próprio indivíduo em período anterior ao trabalho em atividades que o exponha a agentes mielotóxi-coso Naausência deste dado, considerar o valor do exame admissional. Para fins de referência recomendam-se os valores maispreventivos, segundo Wintrobe’s (Clinical hematology; 9th edition; 1993).

7.2.4 Os hemogramas são instrumentos auxiliares no diagnóstico devendo ser relacionados com o quadro clínico e/ouanamnese ocupacional. Sua utilização para o diagnóstico do benzenismo deve estar sempre associada a esses dados.

7.2.5 As possíveis variações nos hemogramas devem ser levadas em consideração, assim como as característicasindividuais de cada trabalhador. Para tanto, a série histórica de hemograma de cada indivíduo deve ser valorizada comoreferência principal.

7.2.6 Os hemogramas devem ser realizados de preferência pelo método de contagem automática, tendo em vistaapresentar menor margem de erro. No entanto, o importante é manter o mesmo método para possibilitar o controle do erro.

7.2.7 Toda e qualquer alteração hematoló-gica qualitativa ou quantitativa deve ser valorizada. Na casuística brasileira einternacional a leucopenia e/ou neuropenia são sinais freqüentemente observados.

7.2.8 Outras alterações: o estudo da medula óssea por biópsia deve ser criteriosamente indicado. Realizado por profissionalexperiente neste procedimento e avaliado por anatomopa-tologista ou hematologista, é um recurso importante paraverificar o dano central refletido nas alterações de sangue periférico. Outros exames como testes de mutagenicidade(testes de mi-cronúcleos e de avaliação de metáfases), imu-nológicos (imunoglobulinas e provas funcionais de neutrófilos)e neurocomportamentais devem ser considerados na elucidação dos casos em que houver necessidade.

7.3 Os prontuários médicos de trabalhadores e dos intoxicados devem ser mantidos à disposição daqueles, dos seusrepresentantes legalmente constituídos e dos órgãos públicos por no mínimo 30 anos após o desligamento do trabalhador.

7.4 Após doze meses, a contar da publi-cação da norma, a Comissão Nacional Permanente de Negociação sobre oBenzeno, consti-tuirá grupo de trabalho tripartite para, a partir dos dados epidemiológicos e ambientais existentes e dosconhecimentos científicos pertinentes, propor, no prazo de 90 dias, prorrogáveis por mais 90 dias, se necessário, critériospara classificação dos trabalhadores em grupos diferenciados de exposição. Estes critérios servirão para a definição daperiodicidade dos exames de saúde, de retorno ao trabalho e de mudança de função.

Art. 2º Esta IN entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as disposições em contrário.

ZUHER HANDAR

Secretário de Segurança e Saúde no Trabalho

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Giovanni Moraes de Araújo122

PORTARIA N.º 08, DE 8 DE MAIO DE 1996

Altera a Norma Regulamentadora NR 7 – Programa deControle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO.

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso de suas atribuições legais, e

CONSIDERANDO, o disposto no artigo 10 do Decreto n.º 1.643, de 25 de setembro de 1995;

CONSIDERANDO que a Norma Regulamentadora NR 7, aprovada pela Portaria SSST n.º24, de 29 de dezembro de 1994carecia de ajustes para sua melhor operacionalização;

CONSIDERANDO o Acordo Tripartite e consenso havido neste sentido, envolvendo entidades representativas dosempregados e empregadores, do qual fizeram parte: Confederação Nacional de Indústria – CNI, Confederação Nacionaldo Comércio – CNC, Confederação Nacional das Indústrias Financeiras – CNIF, Central Única dos Trabalhadores – CUTe Força Sindical, resolve:

Art. 1º Alterar e incluir os seguintes itens da Norma Regulamentadora NR 7, aprovada pela Portaria n.º 24, de 29 dedezembro de 1994, que passam a vigorar com a seguinte redação:

Art. 2º As infrações no disposto na Norma Regulamentadora NR 7,d e que trata o

Art. 3º Esta Portaria ratifica os demais termos da Norma Regulamentadora NR 7 e entrará em vigor 45 (quarenta e cinco)dias após a sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

ZUHER HANDAR

PORTARIA N.º 09, DE 21 DE MAIO DE 1996

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO no uso de suas atribuições legais,

CONSIDERANDO a necessidade de adequar-se a gravação de risco dos estabelecimentos, prevista na NormaRegulamentadora NR 4 (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT), com aClassificação Nacional de Atividades Econômicos - CNAE, atualmente em vigor, publicada pelo Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística - IBGE;

CONSIDERANDO o disposto no art. 2º da Portaria MTb/Gab, nº 393, de 09 de abril de 1996, resolve:

Art. 1º Prorrogar para 31 de dezembro de 1996, o prazo estabelecido no art. 2º da Portaria SSST/MTb n.º 01, de 12 de maiode 1995, publicada no Diário Oficial da União do dia 25 de maio de 1995, Seção I, páginas 7432 a 7439.

Art. 2º Constituir, no prazo de trinta dias, Grupo Técnica para estabelecimentos dos critérios de enquadramento, combase nos critérios estabelecidos.

Art. 3º Após a conclusão dos trabalhos referidos no artigo anterior, será constituído Grupo de Trabalho Tripartite para arealização do enquadramento, com base nos critérios estabelecidos.

Art. 4º As empresas cujas atividades se enquadravam no Grau de Risco 1, e que pela Portaria SSST n.º 01/95, passarama ser enquadradas no Grau de Risco 2, ficam obrigadas a constituir Comissão Interna de Prevenção de Acidentes- CIPA, em estabelecimentos com 140 (cento e quarenta) ou mais trabalhadores.

Parágrafo único. As empresas terão o prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, para o cumprimento do disposto nopresente artigo, contados a partir da data da publicação desta Portaria.]

Art. 5º Eleita a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, a mesma não poderá ter seu número de representantesreduzido, bem como, não poderá ser desativada pelo empregador antes do térmico do mandato de seus membros,ainda que haja redução do número de empregados da empresa ou reclassificação de risco, exceto nos casos emque houver encerramento da atividade do estabelecimento.

Parágrafo único. Fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito par ao cargo de direção daCIPA, desde o registro de sua candidatura até um ano após o final do mandado.

Art. 6º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

ZUHER HANDAR

PORTARIA N.º 10, DE 24 DE MAIO DE 1996

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso de suas atribuições legais; e

CONSIDERANDO o que dispõe os artigos 3º da Lei n.º 7.410, de 27 de novembro de 1985 e 7º do Decreto n.º 92.530, de09 de abril de 1986, os quais determinam o registro do TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO, no Ministério doTrabalho, como condição para o exercício da profissão;

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CONSIDERANDO o disposto na alínea “e” do subitem 4.4.1 da Norma Regulamentadora - NR 4, aprovada pela PortariaMTb n.º 3.214, de 08 de junho de 1978, com redação dada pela Portaria SSST n.º 08, de 1º de junho de 1993, publicada noDOU do dia 03 de junho de 1993, Seção I, página 7.463;

CONSIDERANDO a necessidade de dar continuidade à efetivação do Registro Profissional do Técnico de Segurança doTrabalho, de que trata a Portaria SSST n.º 08, de 01 de junho de 1993;

CONSIDERANDO o disposto no art. 1º da Portaria SSST n.º 09, de 01 de julho de 1993, publicada no DOU do dia 02 dejulho de 1993, resolve:

Art. 1º Fica prorrogado por mais 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data de publicação desta Portaria, o prazo paraque os profissionais TÉCNICOS DE SEGURANÇA DO TRABALHO apresentem o Certificado de Conclusão doCurso de Supervisor ou Técnico de Segurança do Trabalho ou do Certificado de Registro do Supervisor ou Técnicode Segurança do Trabalho, acompanhado da Carteira de Identidade (RG), como comprovação para habilitação aoexercício da profissão de TÉCNICA DE SEGURANÇA DO TRABALHO.

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação e revoga as disposições em contrário.

ZUHER HANDAR

PORTARIA N.º 17, DE 25 DE JUNHO DE 1996

Atualiza o Anexo II da NR-28, Fiscalização e Penalidades,em virtude de alterações ocorridas na NR 7 – Programa deControle Médico de Saúde Ocupacional.

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso de suas atribuições legais, e considerando anecessidade de adequar as Normas Regulamentadoras ao Sistema Federal de Inspeção do Trabalho, resolve:

Art. 1º Definir os seguintes Códigos de Norma para os novos itens da Norma Regulamentadora – NR 7, alterada pelaPortaria SSST n.º 08, de 08 de maio de 1996, publicada no DOU do dia 13 subseqüência, página 8.202, quepassam a integrar o Anexo II, da NR 28.

Art. 2º Incluir no Subitem 7.4.4.3 do artigo 2º, da Portaria SSST nº 08/96, a alínea “g”, com a seguinte característica:

Art.3º No artigo 2º da Portaria SSST n.º 08/96, onde se lê:

Item/Subitem Infração1

leia-se:

Item/Subitem Infração7.4.2.3 1

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

ZUHER HANDAR

DESPACHO DA SECRETARIA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, DE 1ºDE OUTUBRO DE 1996

O Secretário de Segurança e Saúde no Trabalho no uso de suas atribuições legais, e,

Considerando que a Norma Regulamentadora nº 7 (NR-7), intitulada Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional-PCMSO, aprovada pela Portaria SSST nº 24, de 29-12-94, publicada no DOU do dia 30-12-94, Seção I, páginas 21.278 a21.280, e alterada em parte pela Portaria SSST nº 8, de 8-5-96, publicada no DOU do dia 9-5-96, Seção I, páginas 7.876/7.877, republicada no DOU do dia 13-5-96, Seção I, página 8.202, tem sido objeto de questionamentos, conseqüentes, emgrande parte, da não compreensão de seu texto, resolve expedir a presente Nota Técnica, visando orientar os profissionaisligados à área de segurança e saúde no trabalho, quanto à adequada operacionalização do programa de Controle Médicode Saúde Operacional - PCMSO, objeto da Norma Regulamentadora nº 7.

Norma Regulamentadora nº 7 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

Nota Técnica

A presente instrução técnica tem por objetivo a orientação de empregadores, empregados, agentes da inspeção dotrabalho, profissionais ligados à área e outros interessados para uma adequada operacionalização do Programa de ControleMédico de Saúde Ocupacional - PCMSO.

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7.1 Do Objeto

7.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todosos empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de SaúdeOcupacional - PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.

Nota:

Todos os trabalhadores devem ter o controle de sua saúde de acordo com os riscos a que estão expostos. Além de ser umaexigência legal prevista no art. 168 da CLT, está respaldada na Convenção 161 da Organização Internacional do Trabalho- OIT, respeitando princípios éticos, morais e técnicos.

7.1.2 Esta NR estabelece os parâmetros mínimos e diretrizes gerais a serem observados na execução do PCMSO,podendo os mesmos ser ampliados mediante negociação coletiva de trabalho.

7.1.3 Caberá à empresa contratante de mão-de-obra prestadora de serviços informar os riscos existentes e auxiliar naelaboração e implementação do PCMSO nos locais de trabalho onde os serviços estão sendo prestados.

Nota:

Lembramos que quanto ao trabalhador temporário, o vínculo empregatício, isto é, a relação de emprego, existe apenasentre o trabalhador temporário e a empresa prestadora de trabalho temporário. Esta é que está sujeita ao PCMSO e não ocliente.

Recomenda-se que as empresas contratantes de prestador de serviço coloquem como critério de contratação a realizaçãodo PCMSO.

7.2 Das Diretrizes

7.2.1 O PCMSO é parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas da empresa no campo da saúde dos trabalhadores,devendo estar articulado com o disposto nas demais NR.

7.2.2 O PCMSO deverá considerar as questões incidentes sobre o indivíduo e a coletividade de trabalhadores, privilegiandoo instrumental clínico-epidemiológico na abordagem da relação entre sua saúde e o trabalho.

7.2.3 O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionadosao trabalho, inclusive de natureza subclínica, além da constatação da existência de casos de doenças profissionais oudanos irreversíveis à saúde dos trabalhadores.

7.2.4 O PCMSO deverá ser planejado e implantado com base nos riscos à saúde dos trabalhadores, especialmente osidentificados nas avaliações previstas nas demais NR.

Nota:

O PCMSO deve possuir diretrizes mínimas que possam balizar as ações desenvolvidas, de acordo com procedimentos emrelação a condutas dentro dos conhecimentos científicos atualizados e da boa prática médica. Alguns destes procedimentospodem ser padronizados, enquanto outros devem ser individualizados para cada empresa, englobando sistema de registrode informações e referências que possam assegurar sua execução de forma coerente e dinâmica.

Assim, o mínimo que se requer do programa é um estudo in loco para reconhecimento prévio dos riscos ocupacionaisexistentes. O reconhecimento de riscos deve ser feito através de visitas aos locais de trabalho para análise do(s)procedimento(s) produtivo(s), postos de trabalho, informações sobre ocorrências de acidentes de trabalho e doençasocupacionais, atas de CIPA, mapas de risco, estudos bibliográficos etc.

Através deste reconhecimento, deve ser estabelecido um conjunto de exames clínicos e complementares específicospara a prevenção ou detecção precoce dos agravos à saúde dos trabalhadores, para cada grupo de trabalhadores daempresa, deixando claro, ainda, os critérios que deverão ser seguidos na interpretação dos resultados dos exames e ascondutas que deverão ser tomadas no caso da constatação de alterações.

Embora o Programa deva ter articulação com todas as Normas Regulamentadoras, a articulação básica deve ser com oPrograma de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, previsto na Norma Regulamentadora nº 9 (NR 9).

Se o reconhecimento não detectar risco ocupacional específico, o controle médio poderá resumir-se a uma avaliaçãoclínica global em todos os exames exigidos: admissional, periódico, demissional, mudança de função e retorno ao trabalho.

O instrumental clínico epidemiológico, citado no item 7.2.2, refere-se à boa prática da Medicina do Trabalho, pois além daabordagem clínica individual do trabalhador-paciente, as informações geradas devem ser tratadas no coletivo, ou seja,com uma abordagem dos grupos homogêneos em relação aos riscos detectados na análise do ambiente de trabalho,usando-se os instrumentos da epidemiologia, como cálculo de taxas ou coeficientes para verificar se há locais de trabalho,setores, atividades, funções, horários, ou grupos de trabalhadores, com mais agravos à saúde do que outros.

Caso algo seja detectado, através desse “olhar” coletivo, deve-se proceder a investigações específicas, procurando-sea causa do fenômeno com vistas à prevenção do agravo.

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 125

O PCMSO pode ser alterado a qualquer momento, em seu todo ou em parte, sempre que o médico detectar mudanças nosriscos ocupacionais decorrentes de alterações nos processos de trabalho, novas descobertas da ciência médica emrelação a efeitos de riscos existentes, mudança de critérios de interpretação de exames ou ainda reavaliações doreconhecimento dos riscos.

O PCMSO não é um documento que deve ser homologado ou registrado nas Delegacias Regionais do Trabalho, sendo queo mesmo deverá ficar arquivado no estabelecimento à disposição da fiscalização.

7.3 Das Responsabilidades

7.3.1 Compete ao empregador:

a) garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, bem como zelar pela sua eficácia;

b) custear, sem ônus para o empregado, todos os procedimentos relacionados ao PCMSO;

c) indicar, dentre os médicos dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina doTrabalho - SESMT, da empresa, um coordenador responsável pela execução do PCMSO;

d) no caso da empresa estar desobrigada de manter médico do trabalho, de acordo com a NR-4, deverá oempregador indicar médico do trabalho, empregado ou não da empresa, para coordenar o PCMSO;

e) inexistindo médico do trabalho na localidade, o empregador poderá contratar médico de outra especialidadepara coordenar o PCMSO.

Nota:

O custeio do programa (incluindo avaliações clínicas e exames complementares) deve ser totalmente assumido peloempregador, e, quando necessário, deverá ser comprovado que não houve nenhum repasse destes custos ao empregado.

O médico coordenador do Programa deve possuir, obrigatoriamente, especialização em Medicina do Trabalho, isto é,aquele portador de certificado de conclusão de curso de especialização em Medicina do Trabalho em nível de pós-graduação, ou portador de Certificado de Residência Médica em área de concentração em saúde do trabalhador, oudenominação equivalente, reconhecida pela Comissão Nacional de Residência Médica do Ministério da Educação, ambosministrados por Universidade ou Faculdade que mantenha curso de Medicina, conforme item 4.4 da NR-4, com redaçãoda Portaria DSST nº 11, de 17-9-90.

Os médicos do Trabalho registrados no Ministério do Trabalho até a data da publicação da Portaria nº 11, anteriormentecitada, ou registrados no respectivo Conselho Profissional, têm seus direitos assegurados para o exercício da Medicina doTrabalho, conforme art. 4Q da mesma Portaria, e ainda nos termos da Portaria SSMT nº 25, de 27-6-89.

7.3.1.1 Ficam desobrigadas de indicar médico coordenador as empresas de grau de risco 1 e 2, segundo o Quadro I da NR-4, comaté 25 (vinte e cinco) empregados e aquelas de grau de risco 3 e 4, segundo o Quadro I da NR-4, com até 10 (dez) empregados.

7.3.1.1.1 As empresas com mais de 25 (vinte e cinco) empregados e até 50 (cinqüenta) empregados, enquadradas no graude risco 1 ou 2, segundo o Quadro I da NR-4, poderão estar desobrigadas de indicar médico coordenador em decorrênciade negociação coletiva.

7.3.1.1.2 As empresas com mais de 10 (dez) empregados e com até 20 (vinte) empregados, enquadradas no grau de risco3 ou 4, segundo o Quadro I da NR-4, poderão estar desobrigadas de indicar médico do trabalho coordenador em decorrênciade negociação coletiva, assistida por profissional do órgão regional competente em segurança e saúde no trabalho.

7.3.1.1.3 Por determinação do Delegado Regional do Trabalho, com base no parecer técnico conclusivo da autoridaderegional competente em matéria de segurança e saúde do trabalhador, ou em decorrência de negociação coletiva, asempresas previstas no item 7.3.1.1 e subitens anteriores poderão ter a obrigatoriedade de indicação de médico coordenador,quando suas condições representarem potencial de risco grave aos trabalhadores.

Nota:

Entende-se por parecer técnico conclusivo da autoridade regional competente em matéria de segurança e saúde dotrabalhador, aquele emitido por agente de inspeção do trabalho da área de segurança e saúde do trabalhador.

7.3.2 Compete ao médico coordenador:

a) realizar os exames médicos previstos no item 7.4.1, ou encarregar os mesmos a profissional médicofamiliarizado com os princípios da patologia ocupacional e suas causas, bem como com o ambiente, ascondições de trabalho e os riscos a que está ou será exposto cada trabalhador da empresa a ser examinado;

b) encarregar dos exames complementares previstos nos itens, quadros e anexos desta NR, profissionaise/ou entidades devidamente capacitados, equipados e qualificados.

Nota:

O médico do trabalho coordenador pode elaborar e ser responsável pelo PCMSO de várias empresas, filiais, unidades,frentes de trabalho, inclusive em várias Unidades da Federação. Por outro lado, o profissional encarregado pelo médico-coordenador de realizar os exames médicos, como pratica ato médico (exame médico) e assina ASO, deve estar registradono CRM da Unidade da Federação em que atua.

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Giovanni Moraes de Araújo126

O “profissional médico familiarizado”, que poderá ser encarregado pelo médico coordenador de realizar os exames médicosocupacionais, deverá ser um profissional da confiança deste, que orientado pelo PCMSO, poderá realizar os examessatisfatoriamente.

Quando um médico coordenador encarregar outro médico de realizar os exames, recomenda-se que esta delegação sejafeita por escrito, e este documento fique arquivado no estabelecimento.

O médico do trabalho coordenador deverá ser indicado dentre os profissionais do SESMT da empresa, se esta estiverobrigada a possuí--lo. Caso contrário (ausência de médico do trabalho no SESMT) o médico do trabalho coordenador poderáser autônomo ou filiado a qual-quer entidade, como SESI, SESC, cooperativas médicas, empresas prestadoras deserviços, sindicatos ou associações, entre outras. Entretanto, é importante lembrar que o PCMSO estará sob aresponsabilidade técnica do médico, e não da entidade à qual o mesmo se encontra vinculado.

Inexistindo na localidade o profissional especializado (médico do trabalho), ou indisponibilidade do mesmo, a empresapoderá contratar médico de outra especialidade para coordenar o PCMSO.

Não há necessidade de registrar ou cadastrar o médico do trabalho coordenador do PCMSO, ou empresa prestadora deserviço na Delegacia Regional do Trabalho.

Estrutura do PCMSO

Embora o Programa não possua um modelo a ser seguido, nem uma estrutura rígida, recomenda-se que alguns aspectosmínimos sejam contemplados e constem do documento:

a) identificação da empresa: razão social, endereço, CGC, ramo de atividade de acordo com Quadro I daNR-4 e seu respectivo grau de risco, número de trabalhadores e sua distribuição por sexo, e aindahorários de trabalho e turnos;

b) definição, com base nas atividades e processos de trabalho verificados e auxiliado pelo PPRA emapeamento de risco, dos critérios e procedimentos a serem adotados nas avaliações clínicas;

c) programação anual dos exames clínicos e complementares específicos para os riscos detectados,definindo-se explicitamente quais trabalhadores ou grupos de trabalhadores serão submetidos a queexames e quando;

d) outras avaliações médicas especiais.

Além disso, também podem ser incluídas, opcionalmente, no PCMSO, ações preventivas para doenças não ocupacionais,como: campanhas de vacinação, diabetes melitus, hipertensão arterial, prevenção do câncer ginecológico, prevenção deDST/AIDS, prevenção e tratamento do alcoolismo, entre outros.

O nível de complexidade do programa depende basicamente dos riscos existentes em cada empresa, das exigênciasfísicas e psíqui-cas das atividades desenvolvidas, e das carac-terísticas biopsicofisiológicas de cada população trabalhadora.Assim, um Programa poderá se resumir a simples realização de avaliações clínicas bienais para empregados na faixaetária dos 18 aos 45 anos, não submetidos a riscos ocupacionais específicos, de acordo com o estudo prévio da empresa.Poderão ser enquadrados nessa categoria trabalhadores do comércio varejista, secretárias de profissionais liberais,associações, entre outros.

Por outro lado, um PCMSO poderá ser muito complexo, contendo avaliações clínicas especiais, exames toxicológicos comcurta periodicidade, avaliações epidemiológicas, entre outras providências.

As empresas desobrigadas de possuir médico coordenador deverão realizar as avaliações, por meio de médico, que, paraa efetivação das mesmas, deverá necessariamente conhecer o local de trabalho. Sem essa análise do local de trabalho,será impossível uma avaliação adequada da saúde do trabalhador.

Para essas empresas recomenda-se que o PCMSO contenha minimamente:

a) identificação da empresa: razão social, CGC, endereço, ramo de atividade, grau de risco, número detrabalhadores distribuídos por sexo, horário de trabalho e turnos;

b) identificação dos riscos existentes;

c) plano anual de realização dos exames médicos, com programação das avaliações clínicas ecomplementares específicas para os riscos detectados, definindo-se explicitamente quais os trabalhadoresou grupos de trabalhadores serão submetidos a que exames e quando.

7.4 Do Desenvolvimento do PCMSO

7.4.1 O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames médicos:

a) admissional;

b) periódicos;

c) do retorno ao trabalho;

d) de mudança de função;

e) demissional.

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 127

7.4.2 Os exames de que trata o item 7.4.1 compreendem:

a) avaliação clínica, abrangendo anamnese ocupacional e exame físico e mental;

b) exames complementares, realizados de acordo com os termos especificados nesta NA, e seus anexos.

7.4.2.1 Para os trabalhadores cujas atividades envolvem os riscos discriminados nos Quadros I e II desta NA, os examesmédicos complementares deverão ser executados e interpretados com base nos critérios constantes dos referidosquadros e seus anexos. A periodicidade de avaliação dos indicadores biológicos do Quadro I deverá ser, no mínimo,semestral, podendo ser reduzida a critério do médico coordenador, ou por notificação do médico agente da inspeção dotrabalho, ou mediante negociação coletiva de trabalho.

7.4.2.2 Para os trabalhadores expostos a agentes químicos não constantes dos Quadros I e II, outros indicadoresbiológicos poderão ser monitorizados, dependendo de estudo prévio dos aspectos de validade toxicológica, analítica e deinterpretação desses indicadores.

7.4.2.3 Outros exames complementares usados normalmente em patologia clínica para avaliar o funcionamento de órgãose sistemas orgânicos poderão ser realizados, a critério do médico coordenador ou encarregado, ou por notificação domédico agente da inspeção do trabalho, ou ainda decorrente de negociação coletiva de trabalho.

7.4.3 A avaliação clínica referida no item 7.4.2, alínea “a”, como parte integrante dos exames médicos constantes no item7.4.1, deverá obedecer aos prazos e à periodicidade, conforme previsto nos subitens abaixo relacionados:

7.4.3.1 no exame médico admissional, deverá ser realizada antes que o trabalhador assuma suas atividades;

7.4.3.2 no exame médico periódico, de acordo com os intervalos mínimos de tempo abaixo discriminados:

a) para trabalhadores expostos a riscos ou situações de trabalho que impliquem no desencadeamento ouagravamento de doença ocupacional, ou ainda, para aqueles que sejam portadores de doenças crônicas,os exames deverão ser repetidos:

a.1) a cada ano ou a intervalos menores, a critério do médico encarregado, ou se notificado pelo médicoagente da inspeção do trabalho, ou ainda, como resultado de negociação coletiva de trabalho;

a.2) de acordo com a periodicidade especificada no Anexo 6 da NA-15, para os trabalhadores expostosa condições hiperbáricas;

b) para os demais trabalhadores:

b.1) anual, quando menores de dezoito anos e maiores de quarenta e cinco anos de idade;

b.2) a cada dois anos, para os trabalhadores entre dezoito anos e quarenta e cinco anos de idade;

7.4.3.3 no exame de retorno ao trabalho, deverá ser realizada obrigatoriamente no primeiro dia da volta ao trabalho detrabalhador ausente por período igualou superior a 30 (trinta) dias por motivo de doença ou acidente, de naturezaocupacional ou não, ou parto;

7.4.3.4 no exame médico de mudança de função, será obrigatoriamente realizada antes da data da mudança.

7.4.3.4.1 Para fins desta NA, entende-se por mudança de função toda e qualquer alteração de atividade, posto de trabalhoou de setor que implique na exposição do trabalhador a risco diferente daqueles a que estava exposto antes da mudança.

Nota:

Com relação ao exame de mudança de função, este deverá ser realizado somente se ocorrer alteração do risco a que otrabalhador ficará exposto. Poderá ocorrer troca de função na empresa sem mudança de risco, e assim não haveránecessidade do referido exame.

7.4.3.5 No exame médico demissional, será obrigatoriamente realizada até a data da homologação, desde que o últimoexame médico ocupacional tenha sido localizado há mais de:

- 135 (cento e trinta e cinco) dias para as empresas de grau de risco 1 e 2, segundo o Quadro I da NR-4;

- 90 (noventa) dias para empresas de grau de risco 3 e 4 segundo o Quadro I da NR-4.

7.4.3.5.1 As empresas enquadradas no grau de risco 1 ou 2, segundo o Quadro I da NR-4, poderão ampliar o prazo dedispensa da realização do exame demissional em até mais 135 (cento e trinta e cinco) dias, em decorrência de negociaçãocoletiva, assistida por profissional indicado de comum acordo entre as partes ou por profissional do órgão regionalcompetente em segurança e saúde no trabalho.

7.4.3.5.2 As empresas enquadradas no grau de risco 3 ou 4, segundo Quadro I da NR-4, poderão ampliar o prazo dedispensa da realização do exame demissional em até mais 90 (noventa) dias, em decorrência de negociação coletiva,assistida por profissional indicado de comum acordo entre as partes ou por profissional do órgão regional competente emsegurança e saúde no trabalho.

7.4.3.5.3 Por determinação do Delegado Regional do Trabalho, com base em parecer técnico conclusivo da autoridaderegional competente em matéria de segurança e saúde do trabalhador, ou em decorrência de negociação coletiva, asempresas poderão ser obrigadas a realizar o exame médico demissional independentemente da época de realização dequalquer outro exame, quando suas condições representarem potencial de risco grave aos trabalhadores.

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Nota:

O médico agente de inspeção do trabalho, com base na inspeção efetuada na empresa, poderá notificá-la, com vistas aalteração do PCMSO, se considerar que há omissões que estejam prejudicando ou poderão prejudicar os trabalhadores.Recomenda-se que, antes da notificação, sempre que possível, o médico agente da inspeção do trabalho, discuta,tecnicamente, com o médico que elaborou o PCMSO as razões que o levaram à definição dos critérios e procedimentosapresentados.

Observando-se que um mesmo profissio-nal ou empresa prestadora de serviço apre-senta freqüentes irregularidades naelaboração e implementação do PCMSO, recomenda-se o contato com os responsáveis, para orientação adequada.

Exames Médicos

O exame médico demissional deverá ser realizado até a data de homologação da dis-pensa ou até o desligamentodefinitivo do traba-lhador, nas situações excluídas da obrigato-riedade de realização da homologação. O refe-rido exameserá dispensado sempre que hou-ver sido realizado qualquer outro exame médico obrigatório em período inferior a 135 diaspara empresas de graus de risco 1 e 2 e inferior a 90 dias para empresas de grau de risco 3 e 4. Esses prazos poderão serampliados em até mais 135 dias ou mais 90 dias, respectivamen-te, caso estabelecido em negociação coletiva, comassistência de profissional indicado de co-mum acordo entre as partes ou da área de segurança e saúde das DRT.

7.4.4 Para cada exame médico realizado, previsto no item 7.4.1, o médico emitirá o Atestado de Saúde Ocupacional - ASO,em duas vias.

7.4.4.1 A primeira via do ASO ficará arqui-vada no local de trabalho do trabalhador, inclusive frente de trabalho ou canteirode obras, àdisposição da fiscalização do trabalho.

7.4.4.2 A segunda via do ASO será obriga-toriamente entregue ao trabalhador, mediante recibo da primeira via.

7.4.4.3 O ASO deverá conter no mínimo:

a) nome completo do trabalhador, o núme-ro de registro de sua identidade e sua função;

b) os riscos ocupacionais específicos exis-tentes, ou a ausência deles, na atividade do empregado,conforme instruções técnicas ex-pedidas pela Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST;

c) indicação dos procedimentos médicos a que foi submetido o trabalhador, incluindo os examescomplementares e a data em que fo-ram realizados;

d) o nome do médico coordenador, quando houver, com respectivo CRM;

e) definição de apto ou inapto para a função específica que o trabalhador vai exercer, exerce ou exerceu;

f ) nome do médico encarregado do exame e endereço ou forma de contato;

g) data e assinatura do médico encarre-gado do exame e carimbo contendo seu nú-mero de inscrição noCRM.

Nota:

Para Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) serve qualquer modelo ou formulário, desde que traga as informaçõesmínimas previstas na NR.

a) na identificação do trabalhador poderá ser usado o número da identidade, ou da car-teira de trabalho. Afunção poderá ser comple-tada pelo setor em que o empregado trabalha;

b) devem constar do ASO os riscos pas-síveis de causar doenças, exclusivamente ocu-pacionais,relacionadas com a atividade do tra-balhador e em consonância com os exames complementares decontrole médico;

Entende-se risco(s) ocupacional(ais) espe-cífico(s) o(s) agravo(s) potencial(ais) à saúde a que o empregado está expostono seu se-tor/função. O(s) risco(s) é(são) o(s) detecta-do(s) na fase de elaboração do PCMSO.

Exemplos

- prensista em uma estamparia ruidosa: ruído;

- faxineiro de empresa que exerça a sua função em área ruidosa: ruído;

- fundidor de grades de baterias: chumbo;

- pintor que trabalha em área ruidosa de uma metalúrgica: ruído e solventes;

- digitadora de um setor de digitação: movimentos repetitivos;

- mecânico que manuseia óleos e graxas: óleos;

- forneiro de uma função: calor

- técnico de radiologia: radiação ionizante;

- operador de moinho de farelo de soja: ruído e poeira orgânica;

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 129

- auxiliar de escritório que não faz movi-mentos repetitivos: não há riscos ocupacionais específicos;

- auxiliar de enfermagem em Hospital Geral: biológico;

- britador de pedra em uma pedreira: poeira mineral (ou poeira com alto teor de sílica livre cristalina sequiser ser mais específico) e ruído;

- gerente de supermercado: não há riscos ocupacionais específicos;

- impressor que usa tolueno como solvente de tinta em uma gráfica ruidosa: solvente e ruído;

- supeNisor da mesma gráfica que per-manece em uma sala isolada da área de pro-dução: não há riscoocupacional específico;

- pintor a revólver que usa thinner como solvente: solvente.

Apesar de sua importância, não devem ser colocados riscos genéricos ou inespecíficos co-mo stress por exemplo, e nemriscos de aciden-tes (mecânicos), como por exemplo, risco de choque elétrico para eletricista, risco de queda paratrabalhadores em geral etc.

c) as indicações dos procedimentos médi-cos a que foi submetido o trabalhador são li-gadas à identificaçãodo(s) risco(s) da alínea “b”;

Exemplos

- Ruído: audiometria;

- Poeira mineral: radiografia do tórax;

- Chumbo: plumbemia e ALA urinário;

- Fumos de plásticos: espirometria;

- Tolueno: ácido hipúrico e provas de função hepática e renal;

- Radiação ionizante: hemograma.

Para vários agentes descritos na alínea “b”, não há procedimentos médicos específicos.

Exemplos

- Dermatoses por cimento: O exame clínico detecta ou não dermatose por cimento. Con-vém escrever noPCMSO que o exame clínico deve ter atenção especial à pele, mas a alínea “c” do ASO fica em branco.

- Trabalho em altas temperaturas: O hiper-tenso não deve trabalhar exposto a tempera-turas elevadas,mas não há exames específicos a realizar.

- LER: Não há exames complementares para detectar-se esta moléstia (é possível fazer ultra-som eeletroneuromiografia em todos os indivíduos, o que seria complexo, invasivo e caríssimo, além deineficiente). O exame clínico é o mais indicado.

d) nome do médico coordenador, quando houver;

e) definição de apto ou inapto para a função;

f ) nome do médico encarregado do exame, endereço ou forma de contato;

g) data e assinatura do médico encarre-gado do exame e carimbo contendo o número de inscrição noConselho Regional de Medicina. Não é necessário carimbo. O nome do médico pode ser datilografado ouimpresso através de recursos de informática, o importante é que seja legível.

7.4.5 Os dados obtidos nos exames médi-cos, incluindo avaliação clínica e exames complementares, as conclusões e asmedidas apli-cadas deverão ser registrados em prontuário do médico coordenador do PCMSO.

7.4.5.1 Os registros a que se refere o item 7.4.5 deverão ser mantidos por período mínimo de 20 (vinte) anos após odesligamento do trabalhador.

7.4.5.2 Havendo substituição do médico a que se refere o item 7.4.5, os arquivos deverão ser transferidos para o seusucessor.

Nota:

Os prontuários médicos devem ser guar-dados por 20 anos, prazo este de prescrição das ações pessoais (Código CivilBrasileiro -art. 177).

Do ponto de vista médico, grande parte das doenças ocupacionais têm tempo de latência entre a exposição e oaparecimento da moléstia de muitos anos. Em alguns casos esse período é de cerca de 40 anos. Assim, a conservaçãodos registros é importante para se recuperar a história profissional do trabalhador em caso de necessidade futura. Tambémpara estudos epidemiológicos futuros é importante a conserva-ção desses registros.

A guarda dos prontuários médicos é da responsabilidade do coordenador. Por se tratar de documento que contéminformações confi-denciais da saúde das pessoas, o seu arqui-vamento deve ser feito de modo a garantir o sigilo dasmesmas. Esse arquivo pode ser guar-dado no local em que o médico coordenador considerar que os pré-requisitos acimaestejam atendidos, podendo ser na própria empresa, em seu consultório ou escritório, na entidade a que está vinculado etc.

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Giovanni Moraes de Araújo130

O prontuário médico pode ser informati-zado, desde que resguardado o sigilo médico, conforme prescrito no código de éticamédica.

O resultado dos exames complementares deve ser comunicado ao trabalhador e entregue ao mesmo uma cópia, conformeprescrito no § 52 do art. 168 da CLT, e o inciso III da alínea “c” do item 1.7 da NR-1 (Disposições Gerais).

7.4.6 O PCMSO deverá obedecer a um planejamento em que estejam previstas as ações de saúde a serem executadasdurante o ano, devendo estas ser objeto de relatório anual.

7.4.6.1 O relatório anual deverá discrimi-nar, por setores da empresa, o número e a natureza dos exames médicos,incluindo ava-liações clínicas e exames complementares, es-tatísticas de resultados anormais, assim como o planejamentopara o próximo ano, tomando como base o modelo proposto no Quadro III desta NR.

7.4.6.2 O relatório anual deverá ser apresentado e discutido na CIPA, quando existente na empresa, de acordo com a NR-5, sendo sua cópia anexada ao livro de atas daquela Co-missão.

7.4.6.3 O relatório anual do PCMSO pode-rá ser armazenado na forma de arquivo infor-matizado, desde que seja mantidode modo a proporcionar o imediato acesso por parte do agente da inspeção do trabalho.

7.4.6.4 As empresas desobrigadas de indi-carem médico coordenador ficam dispensadas de elaborar o relatório anual.

Nota:

O relatório anual deverá ser feito após de- corrido um ano da implantação do PCMSa, portanto depende de quando oPrograma foi efetivamente implantado na empresa. Ainda quanto ao relatório, não há necessidade de envio, registro,ciência, ou qualquer tipo de pro-cedimento junto às Delegacias Regionais de Trabalho. a mesmo deverá ser apresentadoe discutido na CIPA, e mantido na empresa à disposição do agente de inspeção do trabalho. Esse relatório vai possibilitarao médico a elabo-ração de seu plano de trabalho para o próximo ano.

O modelo proposto no Quadro III é apenas uma sugestão, a qual contém o mínimo de informações para uma análise domédico do trabalho coordenador no coletivo, ou seja, para o conjunto dos trabalhadores. a relatório pode-rá ser feito emqualquer modelo, desde que contenha as informações determinadas no item 7.4.6.1.

Nas empresas desobrigadas de manterem médico coordenador, recomenda-se a elabo-ração de um relatório anualcontendo, minima-mente: a relação dos exames com os respec-tivos tipos, datas de realização e resultados (conforme oASO).

7.4.7 Sendo verificada, através da avalia-ção clínica do trabalhador e/ou dos exames constantes do Quadro I da presenteNR, apenas exposição excessiva (EE ou SC +) ao risco, mesmo sem qualquer sintomatologia ou sinal clínico, deverá otrabalhador ser afastado do local de trabalho, ou do risco, até que esteja normalizado o indicador biológico de exposição eas medidas de controle nos ambientes de trabalho tenham sido adotadas.

7.4.8 Sendo constatada a ocorrência ou agravamento de doenças profissionais, através de exames médicos que incluemos definidos nesta NR, ou sendo verificadas alterações que revelem qualquer tipo de disfunção de órgão ou sistemabiológico, através dos exames cons-tantes dos quadros I (apenas aqueles com interpretação SC) e II, e do item 7.4.2.3da presente NR, mesmo sem sintomatologia, caberáao médico coordenador ou encarregado:

a) solicitar à empresa a emissão da Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT;

b) indicar, quando necessário, o afasta-mento do trabalhador da exposição ao risco, ou do trabalho;

c) encaminhar o trabalhador à Previdência Social para estabelecimento de nexo causal, avaliação deincapacidade e definição da con-duta previdenciária em relação ao trabalho;

d) orientar o empregador quanto à neces-sidade de adoção de medidas de controle no ambiente de trabalho.

7.5 Dos primeiros socorros

7.5.1 Todo estabelecimento deverá estar equipado com material necessário à prestação de primeiros socorros, considerando-se as ca-racterísticas da atividade desenvolvida; manter esse material guardado em local adequado, aos cuidados depessoa treinada para esse fim.

Quadro I

O zinco e o tiocianato urinário foram retira-dos da norma anterior, basicamente porque os valores de referência danormalidade eram mui-to diferentes daqueles definidos para Europa e USA, de onde são originados. Poderão ser usa-dosnormalmente quando tivermos pesquisas que definam esses valores para o nosso país.

Em relação ao monitoramento biológico da exposição a tetracloroetileno através da dosa-gem de ácido tricloroacéticourinário, o método analítico recomendável é a Espectroscopia UV/visível, mas no nível proposto para o IBMP (3,5mg/l),é mais indicado realizar a análise por Cromatografia Gasosa ou mesmo HPLC.

Para controle do benzeno deve ser usado o Anexo à Instrução Normativa SSST nº 2, de 20-12-95.

ZUHER HANDAR

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 131

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 3, DE 16 DE OUTUBRO DE 1996

Dispõe sobre a instituição de procedi-mentos referentesà Campanha Nacional de Combate aos Acidentes deTrabalho -CANCAT.

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso das atribui-ções que lhe confere o art. 10, inciso I,do anexo I, do Decreto nº 1.643 de 25-9-95; e,

CONSIDERANDO o disposto na Portaria nº 993, de 16 de outubro de 1996,

CONSIDERANDO que o objetivo da Cam-panha Nacional de Combate aos Acidentes de Trabalho é direcionar prioritariamenteas ações fiscalizadoras para as atividades nas quais vêm ocorrendo um maior número de concessões de benefícios depensão acidentária e de aposen-tadoria por invalidez permanente, e acompa-nhar a eliminação dos riscos existentes,esta-belecendo mecanismos adequados de aferição de resultados, resolve:

Art. 1º Estabelecer as diretrizes da Cam-panha Nacional de Combate aos Acidentes de Trabalho - CANCAT, a seguirdiscriminadas:

I - a Campanha Nacional de Combate aos Acidentes de Trabalho - CANCAT abrangerá o período de 16 deoutubro de 1996 a 30 de abril de 1997;

II - a Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho definirá as Classes e Grupos de Ativi-dades Econômicasque serão priorizados na ação fiscalizadora.

Parágrafo único. Cada Estado poderá ana-lisar, dentro das Classes e Grupos priorizados pela Secretaria de Segurançae Saúde no Trabalho - SSST, as atividades econômicas que forem mais expressivas na região.

III - A Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho fornecerá às Delegacias Regionais do Trabalho - DRT,informações contendo os da-dos regionais sobre as concessões de benefí-cios de pensão acidentária ede aposentadoria por invalidez permanente, e sobre os acidentes graves e fatais por Classes e Gruposde Ativi-dades Econômicas, com as suas respectivas freqüências.

IV - Durante o desenvolvimento da CAN-CA T serão suspensas todas as ações das equi-pes regionais desegurança e saúde do traba-lhador não pertinentes ao objetivo da mesma, persistindo o atendimento àsdenúncias de gra-ve e iminente risco e a investigação de aciden-tes graves e fatais, devendo todo oefetivo de Agentes de Inspeção do Trabalho da área de saúde no trabalho participar da operacionaliza-çãoda mesma.

§ 1º fica a critério da Chefia de Segurança e Saúde das DRT adequar o zoneamento local, de forma a otimizaras ações da CANCAT;

§ 2º durante a vigência da CANCAT, de-verá ser observada a legislação pertinente no tocante à presença decrianças e adolescentes nos locais de trabalho.

V - Durante a vigência da CANCAT, para aferição da produtividade será considerada “Ati-vidade Especial”somente aqueles referentes àCoordenação do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho - SFIT, reuniõesde nagociação e à análise de processos de Autos de Infração, ficando suspensas todas as demais,inclusive “Monitoria e Treinamento”, exceto as autori-zadas pela Secretaria de Segurança e Saúde noTrabalho.

§ 1º Por solicitação da Coordenação do Grupo Executivo de Repressão ao Trabalho Forçado - GERTRAF, oSecretário de Segu-rança e Saúde no Trabalho determinará ativi-dade especial para os Agentes de Inspeçãodo Trabalho da área de segurança e saúde no trabalho, quando a serviço do mesmo;

§ 2º O coordenador do SFIT poderá ser integrado às ações finalísticas da CANCA T, sem prejuízo de suasatividades rotineiras, a critério da Chefia de Segurança e Saúde no Trabalho da DRT.

VI - Os plantões nesse período poderão ser reduzidos a somente um turno diário, a critério da Chefia deSegurança e Saúde do Trabalhador da DRT e aprovado pelo Delegado Regional do Trabalho.

VII - Os Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho deverão ser engajados na CAN-CAT, auxiliando no atendimentoaos plantões e outras atividades, a critério das Chefias de Se-gurança e Saúde do Trabalhador das DRT.

VIII - As Delegacias Regionais do Trabalho deverão agilizar a análise e tramitação dos Processos dos Autos deInfração lavrados du-rante vigência da CANCAT, para propiciar a rápida imposição de multas.

IX - Ficam estabelecidos os tópicos abaixo relacionados, como de fiscalização obrigatória, onde couber, alémde outros itens necessários à regularização dos ambientes e condições de trabalho, os quais embasarãotanto as fiscali-zações nas regionais quanto a consolidação de resultados a serem enviados mensalmenteà Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST, a saber:

a) riscos de choque elétrico devido à problemas em projetos e instalações elétricas;

b) riscos decorrentes de falta de proteção em máquinas e equipamentos;

c) exposição de trabalhadores a riscos que possam ser controlados ou minimizados com o uso de equipamentosde proteção coletiva ou individual;

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d) riscos decorrentes da instalação e ope-ração de caldeiras e vasos de pressão;

e) riscos decorrentes do manuseio, utili-zação e armazenamento de materiais explo-sivos;

f ) riscos decorrentes do manuseio, utili-zação e armazenamento de líquidos e com-bustíveis inflamáveis;

g) para a Indústria da Construção, de acordo com a fase/tipo de obra, verificar os itens relacionados a:

- riscos decorrentes da não adoção de medidas de proteção contra quedas de altura;

- riscos decorrentes do não fornecimento ou não utilização de equipamentos de proteção dos membrosinferiores e superiores;

- riscos decorrentes da instalação e operação de andaimes;

- riscos decorrentes da utilização de caldeiras suspensas;

- riscos decorrentes da não instalação de plataformas de proteção;

- riscos decorrentes do não fechamento de aberturas no piso/parede;

- riscos decorrentes da instabilidade de taludes;

- riscos decorrentes de instalação e utilização de serra circular de maneira inadequada;

- riscos decorrentes de instalações elétri-cas mal dimensionadas e com partes energi-zadas expostas;

- riscos decorrentes da montagem, des-montagem e utilização de equipamentos de transporte verticalde materiais e de pessoas;

- riscos decorrentes da não instalação, na periferia da edificação, de proteção contra que-da detrabalhadores e projeção de materiais.

Parágrafo único. Outras ações fiscalizadoras, a critério do Agente da Inspeção do Trabalho, poderão ser executadas, semprejuízo às ações prioritárias da CANCAT.

X - Os Médicos do Trabalho e Engenhei-ros, Agentes de Inspeção do Trabalho, deverão preencher, mensalmente,o “RELATÓRIO DE PRODUÇÃO INDIVIDUAL” (Anexo I) que deverá ser entregue à Chefia de Segurançae Saúde do Trabalhador da DRT, até o 2Q (segun-do) dia útil do mês subseqüente.

Parágrafo único. O preenchimento do “Re-latório de Produção Individual”, referido neste item, não exime o Agente daInspeção do Trabalho, da área de segurança e saúde no traba-lho, de elaborar os Relatórios de Inspeção - RIreferentes às suas inspeções, em conformidade com a Instrução Normativa Intersecre-tarial nº 9, de 15 de maiode 1995.

XI - As Chefias de Segurança e Saúde do Trabalhador das DRT deverão encaminhar à Secretaria deSegurança e Saúde no Trabalho - SSST, até o 5Q (quinto) dia útil do mês sub-seqüente, o “RELATÓRIOMENSAL CONSOLI-DADO” (Anexo II).

XII - Serão fornecidos pela Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST ade-sivos e lacres deEmbargo e Interdição para serem usados de acordo com as necessidades da CANCAT, bem como,modelos de Laudos de Embargos ou Interdição.

XIII - As inspeções serão preferencialmen-te individuais, embargando ou interditando nos casos de grave eiminente risco, e autuando ou notificando os itens de fiscalização obrigatórios, devendo haver acordoentre os Agentes da Inspeção do Trabalho envolvidos na CANCAT no sentido de padronizar procedimentosquanto aos prazos concedidos nos Termos de Notifi-cação - TN, que deverão ser de no máximo 30 (trinta)dias.

Parágrafo único. As solicitações de prorro-gação de prazo deverão ter uma rigorosa e sistemática avaliação técnica, deforma a se evitar a dilatação dos prazos concedidos ante-riormente.

XIV - As Ordens de Serviço - OS emitidas durante a CANCAT deverão ser, exclusivamen-te, para as modalidadesda fiscalização “DIRI-GIDA” ou “DENÚNCIA” e ter como atributo da Área de Segurança e Saúde o código12 (ou-tros).

Parágrafo único. Em toda Ordem de Servi-ço - OS, emitidas dyrante a vigência da CAN-CAT, deverá constar na primeiralinha do campo “Informações Complementares” a sigla CAN-CAT. Outras informações necessárias para subsidiaro trabalho do Agente de Inspeção do Trabalho poderão ser elencadas nas linhas sub-seqüentes.

XV - Durante a vigência da CANCAT, ficam suspensos os critérios de pontuação, estabele-cidos pela InstruçãoNormativa Intersecretarial nº 8, de 15 de maio de 1995, como forma de aferição da produtividade, parafins de paga-mento da Gratificação de Estímulo à Fiscali-zação e Arrecadação - GEFA.

§ 1º A aferição da produtividade individual do Agente de Inspeção do Trabalho, para efeito de pagamento daGratificação de Estímulo e Arrecadação - GEFA, será calculada com base no número de visitas, ficandoestipulados 400 (quatrocentos) pontos por visita a 300 (trezen-tos) pontos por turno de atividade interna,plan-tão, afastamento legal, fiscalização no meio rural ou deslocamento para inspeções fora da sede. Emcaso de inspeção em dupla, ficam estipulados 200 (duzentos) pontos para cada Agente da Inspeção doTrabalho. Na fiscali-zação rural o trabalho será aferido por turnos, cujo número será autorizado pela Chefiade Segurança e Saúde do Trabalhador.

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 133

§ 2º Durante a CANCAT, a aferição da pontuação dos Médicos do Trabalho e Enge-nheiros, para fins depagamento da GEFA com base nesta Instrução Normativa, ficará a cargo de cada DRT.

§ 3º Fica estipulado o máximo de 2 (duas) visitas, por Ordem de Serviço - OS, por estabelecimento no mês.

XVI - Nos casos de deslocamento, o nú-mero de turnos será definido pela chefia ime-diata e deverá constarna segunda linha das Informações Complementares da Ordem de Serviço - OS.

XVII - Após o primeiro mês da CANCAT haverá uma reunião das chefias a nível nacional para avaliação globalda mesma.

XVIII - A Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST, deverá criar equipes mó-veis de fiscalização,com vistas a atender as regiões com número insuficiente de Agentes da Inspeção do Trabalho da áreade segurança e saúde no trabalho.

XIX - Segundo orientação da Secretaria de Fiscalização do Trabalho, os Fiscais do Trabalho e AssistentesSociais poderão colaborar no desenvolvimento da CANCAT, sem prejuízo de suas atividades específicas,fazendo-se neces-sária a compatibilização na emissão de Ordens de Serviço - OS entre as respectivaschefias, no sentido de evitar a superposição de ações fiscalizadoras.

XX - A Coordenação Operacional da CAN-CA T será exercida pelo Chefe da Divisão, do Serviço ou da Seçãoda área de segurança e saúde do trabalhador, ouvido o Delegado Re-gional do Trabalho.

Art. 2º Os casos omissos e as dúvidas surgidas no cumprimento da presente Instrução Normativa serão solucionadospela Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho.

Art. 3º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

ZUHER HANDAR

PORTARIA N.º 22, DE 6 DE NOVEMBRO DE 1996

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO - Substituto, no uso das atribuições que lhe confere oDecreto de 28 de novembro de 1995, publicado do DOU DE 19-11-95, Seção 2, página 9.298, combinado com o art. 10,inciso II, do anexo I, do Decreto n.º 1.643 de 25 de setembro de 1995, publicado no DOU do dia 26-09-95, Seção I, páginas14.941 e 14.945; e,

CONSIDERANDO o disposto no artigo 200 da Consolidação das Leis do Trabalho;

CONSIDERANDO o pequeno número de andaimes suspensos leves, dotados de dois guinchos em cada uma das suasextremidades, disponíveis nas empresas de construção, bem como, nas de locação de equipamentos;

CONSIDERANDO a grande dificuldade, encontrada pelas Empresas Construtoras, de equipar, de maneira segura, astorres do elevador de material e do elevador de passageiro, com dispositivo de segurança que impeça a abertura dabarreira (cancela), quando o elevador não estiver no nível do pavimento;

CONSIDERANDO o disposto na Ata da 3º Reunião Ordinária do COMITÊ PERMANENTE NACIONAL SOBRE CONDIÇÕESE MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO, realizada em Brasília, nos dias 22 e 23 de outubrode 1996, resolve:

Art. 1º As empresas que fabricam, locam comercializam ou utilizam os andaimes referidos no subitem 18.15.47, daNorma Regulamentadora 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, aprovada pelaPortaria SSST n.º 4, de 4 de julho de 1995, publicado no DOU do dia 7.7.95. Seção I, páginas 10.066 a 10.077,deverão adequar esses equipamentos às exigências do citado subitem, no prazo máximo de 180 (cento e oitenta)dias, contados a partir da presente publicação.

Art. 2º As empresas poderão adotar dispositivos de segurança alternativos ao instituído no subitem 18.14.21.18, da NR18, mediante a apresentação da Anotação de Responsabilidade Técnico, em nome do Engenheiro responsávelpela obra.

Parágrafo único. O disposto neste artigo será aceito pela fiscalização, durante o prazo máximo de 180 (cento e oitenta)dias, a fim de que as empresas possam se adequar á exigências constantes do subitem citado no CAPUT desteartigo.

Art. 3º Esta Portaria em vigor na data de sua publicação.

PAULO ROBERTO S. ANDRETTA

PORTARIA N.º 25, DE 03 DE DEZEMBRO DE 1996

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso das atribuições legais que lhe confere o art. 10,inciso II, do Anexo I, do Decreto n.º 1.643 de 25 de setembro de 1995, publicado no DOU do dia setembro de 1995,publicado no DOU do dia 26-09-95, Seção 1, páginas 14.941 a 14.945; e,

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CONSIDERANDO o disposto no artigo 186 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT e na Norma Regulamentadora n.º12 (Máquinas e Equipamentos);

CONSIDERANDO que na indústria da panificação, os acidentes com máquinas representam, aproximadamente, 70%(setenta por cento) dos infortúnios laborais, sendo que, deste percentual, mais da metade ocorrem com máquinas cilindrosde massa;

CONSIDERANDO os termos do Acordo Tripartite consensado e assinado em 23 de maio de 1996 entre a Secretaria deSegurança e Saúde no Trabalho - SSST, Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho -FUNDACENTRO e representantes dos empregadores e trabalhadores do setor, referente a proteção de máquina cilindrosde massa, resolve:

Art. 1º Alterar e incluir na Norma Regulamentadora n.º 12 - Máquinas e Equipamentos, o subitem 12.3.10 e o Anexo II,que passam a ter a seguinte redação:

PORTARIA N.º 04, DE 28 DE JANEIRO DE 1997

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso das atribuições legais que lhe confere o art. 10,inciso II, do Anexo I, do Decreto n.º 1.643, de 25 de setembro de 1995, publicado no DOU do dia 26-09-95, Seção 1, páginas14.941 a 14.945,

Resolve:

Art. 1º Alterar os seguintes itens da Norma Regulamentadora n.º 12 - Máquinas e Equipamentos, modificada pela PortariaSSST n.º 25, de 3 de dezembro de 1996, publicada no DOU de 4 de dezembro de 1996, Seção I, páginas 25.793,que passam a vigorar com a seguinte redação:

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

(Of. n.º 19/97)

ZUHER HANDAR

PORTARIA N.º 07, DE 3 DE MARÇO DE 1997

O Secretário de Segurança e Saúde no Trabalho, no uso das atribuições que lhe confere o art. 10, inciso II, do Anexo I, doDecreto n.º 1.643, de 25 de setembro de 1995, publicado no DOU do dia 26-09-95, Seção I, páginas 14.941 a 14.945, e

Considerando o disposto no art. 200 da Consolidação das Leis do Trabalho;

Considerando a necessidade de atualização e adequação do texto na NR 18 - Condições e Meio ambiente de Trabalho naIndústria da Construção à nova filosofia das Recomendações Técnicas de Procedimentos - RTP;

Considerando que tais alterações atendem à recomendação da Comissão Técnica da Indústria da Construção - CTIC -constituída através da Portaria SSST n.º 2, de 21 de janeiro de 1997;

Considerando que as alterações propostas foram submetidas à análise e aprovação do Comitê Permanente Nacionalsobre Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção, denominado CPN, por ocasião da IV ReuniãoOrdinária, realizada nos dias 21 e 22 de janeiro de 1977, e

Considerando que as alterações propostas foram submetidas à análise e aprovação da Comissão Tripartite PartidáriaPermanente - CTPP, por ocasião de reunião ordinária realizada no dia 21 de fevereiro de 1997,

Resolve:

Art. 1º Alterar a redação do subitem 18.35 - Regulamentados Técnicos de Procedimentos , 18.35.1 e 18.36.1, da NR 18,aprovada pela Portaria n.º 4, de 4 de julho de 1995, publicada no Diário Oficial da União, de 7 de julho de 1995 quepassam a vigorar com a seguinte redação:

Art. 2º Suprimir os subitens 18.35.2 a 18.34.4, da NR 17.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

ZUHER HANDAR

PORTARIA N.º 8, DE 24 DE MARÇO DE 1997

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso das atribuições que lhe confere o art. 10, inciso II, doAnexo I, do Decreto n.º 1.643 de 25 de setembro de 1995, publicado no DOU do dia 235, de 4 de Equipamentos, objeto dasPortarias SSST n.º 25, de 03 de dezembro de 1997, publicada no DOU n.º 20, de janeiro de 1997, seção 1, página 1.727, resolve:

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 135

CONSIDERANDO o disposto no artigo 200 da Consolidação das Leis do Trabalho;

CONSIDERANDO as alterações introduzidas na Norma Regulamentadora – NR 12 – Máquinas e Equipamentos , objetodas Portarias SSST n.º 25, de 3 de dezembro de 1997, publicada no DOU n.º 20, de 29 de janeiro de 1997, seção 1, página1.727, resolve:

Art. 1º Definir os seguintes códigos de norma para os novos itens/subitens da Norma Regulamentadora NR 12m quepassam a integrar o Anexo II da Norma Regulamentadora – NR 28 – Fiscalizações e Penalidades:

Art. 2º Definir o seguinte código de norma para o subitem 18-14.22-4, alínea “d” da Norma Regulamentadora – NR 18 –Condições e Meio Ambiente do Trabalho Indústria da Construção, que passa a integrar o Anexo II da NormaRegulamentadora – N 28 – Fiscalizações e Penalidades.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

(Of. n.º 64/97)

ZUHER HANDAR

PORTARIA N.º 12, DE 06 DE MAIO DE 1997

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso das atribuições que lhe confere o art. 10, inciso II,do Anexo I, do Decreto n.º 1.643 de 25 de setembro de 1995, publicado no DOU do dia 26-09-95, Seção I, páginas 14.941a 14.945; e,

CONSIDERANDO o disposto no artigo 200 da Consolidação das Leis do Trabalho;

CONSIDERANDO a necessidade de atualização e adequação do texto da Norma Regulamentadora 18 (NR-18) – Condiçõese Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, em função no prazo concedido através da Portaria SSST n.º 22,de 6 de novembro de 1996, publicada no DOU de 7 de novembro de 1996, página 23.034, Seção 1, para adequação dosprocedimentos fiscais referentes ao andaimes mecânicos suspensos leves;

CONSIDERANDO que tais alterações propostas à recomendação da Comissão Técnica da Indústria da Construção –CTIC, constituída através da Portaria Conjunta SSST/FUNDACENTRO n.º 2, de 21 de janeiro de 1997, publicada no DOUn.º 16, página 561, de 23 e 24 de abril de 1997, resolve:

CONSIDERANDO que as alterações propostas foram submetidas à análise e aprovação do Comitê Permanente Nacionalsobre condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção, denominado CPN, por ocasião da V ReuniãoOrdinária, realizada nos dias 23 e 24 de abril de 1997, resolve:

Art. 1º Alterar a redação dos subitens 18.15.47 e introduzir os subitens 18.15.46.1 e 18.15.47.1 na NR-18, aprovada pelaPortaria n.º 4 de julho de 1995 publicada no Diário Oficial da União n.º 129, de 7 de julho de 1995, Seção 1, páginas10.066 a 10.0876 que passam a vigorar com a seguinte redação:

Art. 2º Definir os códigos de norma e infração para os subitens alterados ou incluídos na Norma Regulamentadora 18,que passam a integrar o Anexo II da Norma Regulamentadora 28 (NR-28) – Fiscalização e Penalidades:

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor em 7-5-97, revogadas as disposições em contrário.

ZUHER HANDAR

PORTARIA Nº 53, DE 17 DE DEZEMBRO DE 1997

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso da competência que lhe foi delegada pela PortariaMTb nº 1.152, 12 de dezembro de 1997, publicado no DOU do dia 15.12.97, Seção II, página 9.490; e, CONSIDERANDOo disposto no artigo 200 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, com redação dada pela lei nº 6.514, de 22 dedezembro de 1977; a Medida Provisória nº 1575-6, de 27 de novembro de 1997 e a Convenção / OIT / nº 152, relativa àSegurança e Higiene dos Trabalhos Portuários, promulgada pelo Decreto nº 99.534, de 19 de setembro de 1990, resolve:

Art. 1º Aprovar o texto da Norma Regulamentadora NR-29, relativa à segurança e saúde no trabalho portuário, emanexo.

Art. 2º O prazo para implementação das medidas estabelecidas na NR-29 será de 90 (noventa) dias da data da suapublicação, ressalvados os seguintes subitens:

- 29.1.4.2.”c” – prazo de 6 (seis) meses;

- 29.1.4.2.”d” – prazo de 12 (doze) meses;

- 29.3.5.23 – prazo de 6 (seis) meses;

- 29.3.6.10.1 – prazo de 12 (doze) meses;

- 29.3.6.10.2 – prazo de 12 (doze) meses;

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- 29.3.6.10.3 – prazo de 12 (doze) meses;

- 29.3.6.10.4 – prazo de 6 (seis) meses;

- 29.3.6.10.7 – prazo de 6 (seis) meses;

- 29.3.6.10.8 – prazo de 6 (seis) meses;

- 29.3.6.10.9 – prazo de 6 (seis) meses;

- 29.38.3 – prazo de 12 (doze) meses.

Art. 3º Fica mantido, pelo prazo de 1 (um) ano, o Grupo de Trabalho Tripartite – GTT, instituído pela Portaria nº 12, de 1 dedezembro de 1995, alterada pela Portaria nº 3, de 11 de abril de 1996, para acompanhar a implementação da NR-29.

§ 1º O GTT funcionará na forma que dispuser o seu regulamento interno a ser elaborado pelos seus membros.

§ 2º O GTT será coordenado pelo representante titular da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho.

§ 3º O GTT se reunirá segundo cronograma a ser definido por seus membros.

§ 4º É facultado, a cada uma das representações no GTT, fazer-se acompanhar nas reuniões de assessoriatécnica-científica, sem direito a voto, garantido o direito a voz.

Art. 4º As dúvidas suscitadas e os casos omissos serão dirimidos pela Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho.

Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 6º Revogam-se as disposições em contrário.

ZUHER HANDAR

PORTARIA N.º 18, DE 30 DE MARÇO DE 1998

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso das suas atribuições legais e considerando anecessidade de estabelecer as penalidades em caso de descumprimento das disposições da Norma Regulamentadora deSegurança e Saúde no Trabalho Portuário - NR 29, aprovada pela Portaria nº 53, de 17 de dezembro de 1997, publicada noDOU de 29 de dezembro de 1997, seção 1, páginas 31.556 a 31.563, resolve:

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.

ZUHER HANDAR

PORTARIA N.º 20, DE 17 DE ABRIL DE 1998

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso das atribuições legais que lhe confere o Decreto n.º1.643 de 25 de setembro de 1995 e em conformidade com o estabelecido no artigo 200 da Consolidação das Leis doTrabalho - CLT, e ainda;

CONSIDERANDO o disposto nas atas da VII e VIII Reuniões Ordinárias do Comitê Permanente Nacional sobre Condiçõese Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção - CPN, realizadas nos dias 21 e 22 de outubro de 1997 e 17 e 18de fevereiro de 1998, respectivamente;

CONSIDERANDO que as alterações propostas foram aprovadas pela Comissão Tripartite Paritária Permanente - CTPP;

CONSIDERANDO a necessidade de valorizar o processo negocial desenvolvido no âmbito dos Comitês PermanentesRegionais sobre Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção - CPR

CONSIDERANDO a necessidade de acompanhar os avanços tecnológicos alcançados no desenvolvimento e fabricaçãode elevadores para transporte de pessoas e materiais, resolve:

Art. 1º O item 18.14 e seus subitens, da Norma Regulamentadora 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho naIndústria da Construção, referente à Movimentação e Transporte de Materiais e Pessoas, passa a vigorar com aseguinte redação:

Art. 2º O subitem 18.34.3.3 da Norma Regulamentadora 18, fica acrescido da alínea g, com a seguinte redação:

Art. 3º O item 18.34, da Norma Regulamentadora 18, fica acrescido de um novo subitem, com a seguinte redação:

Art. 4º O Anexo II da Norma Regulamentadora 28 - Fiscalização e Penalidades fica acrescido dos seguintes códigos denorma e infrações:

Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 6º Revogam-se as disposições em contrário.

ZUHER HANDAR

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PORTARIA N° 26, DE 6 DE MAIO DE 1998

Dispõe sobre o acréscimo de códigos de norma einfrações.

O Secretário de Segurança e Saúde no Trabalho, no uso das atribuições legais que lhe confere o Decreto n° 1.643, de 25de setembro de 1995, publicado no DOU do dia 26-9-95, Seção I, páginas 14.941 a 14.945; e,

Considerando o disposto no art. 200 da Consolidação das Leis do Trabalho;

Considerando a Retificação da Portaria n° 20, de 17 de abril de 1998, publicada neste DOU,

Resolve:

Art. 1º O Anexo II da Norma Regulamentadora 28 - Fiscalização e Penalidades fica acrescido dos seguintes códigos denorma e infrações:

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

ZUHER HANDAR

DECRETO Nº 2.657, DE 03 DE JULHO DE 1998

Promulga a Convenção n° 170 da OIT, relativa à Segurançana Utilização de Produtos Químicos no Trabalho, assinadaem Genebra, em 25 de junho de 1990

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, inciso VIII, da Constituição Federal,Considerando que a Convenção n° 170 da OIT, relativa à Segurança na Utilização de Produtos Químicos no Trabalho, foiassinada em Genebra, em 25 de junho de 1990;

Considerando que o ato multilateral em epígrafe foi oportunamente aprovado por meio do Decreto Legislativo número 67,de 4 de maio de 1995;

Considerando que a Convenção em tela entrou em vigor internacional em 4 de novembro de 1993;

Considerando que o Governo brasileiro depositou o instrumento de ratificação da Emenda em 23 de dezembro de 1996,passando a mesma a vigorar, para o Brasil, em 22 de dezembro de 1997,

DECRETA:

Art. 1º A Convenção n° 170 da OIT, relativa à Segurança na Utilização de Produtos Químicos no Trabalho, assinada emGenebra, em 25 de junho de 1990, apensa por cópia ao Presente Decreto, deverá ser cumprida tão inteiramentecomo nela se contém.

Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

CONVENÇÃO 170

CONVENÇÃO RELATIVA À SEGURANÇA NA UTILIZAÇÃO DOS PRODUTOS QUÍMICOS NO TRABALHO

A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho.

Convocada em Genebra pelo Conselho Administrativo da Repartição Internacional do Trabalho e tendo ali se reunido a 6de junho de 1990, na sua septuagésima sétima sessão;

Tomando nota das Convenções e Recomendações internacionais do trabalho sobre a matéria e, em particular, a Convençãoe a Recomendação sobre o benzeno, 1971; a Convenção e a Recomendação sobre o câncer profissional, 1974; aConvenção e a Recomendação sobre o meio ambiente no trabalho (poluição do ar, ruído e vibrações), 1977; a Convençãoe a Recomendação sobre segurança e saúde dos trabalhadores, 1981; a Convenção e a Recomendação relativa aosserviços de saúde no trabalho, 1985; a Convenção e a Recomendação sobre o asbesto, 1986, e a lista de doençasprofissionais, na sua versão emendada de 1980, que se encontra como anexo à Convenção sobre os benefícios em casode acidentes do trabalho e doenças profissionais, 1964;

Observando que a proteção dos trabalhadores contra os efeitos nocivos dos produtos químicos contribui também para aproteção do público em geral e do meio ambiente;

Observando que o acesso dos trabalhadores à informação acerca dos produtos químicos utilizados no trabalho respondea uma necessidade e é um direito dos trabalhadores;

Considerando que é essencial prevenir as doenças e os acidentes causados pelos produtos químicos no trabalho ou reduzira sua incidência:

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a) garantindo que todos os produtos químicos sejam avaliados a fim de se determinar o perigo queapresentam;

b) proporcionando aos empregadores sistemas que lhes permitam obter dos fornecedores informaçõessobre os produtos químicos utilizados no trabalho, de forma a poderem pôr em prática programaseficazes de proteção dos trabalhadores contra os perigos provocados pelos produtos químicos;

c) proporcionando aos trabalhadores informações sobre os produtos químicos utilizados nos locais detrabalho, bem como as medidas adequadas de prevenção que lhes permitam participar eficazmente dosprogramas de proteção, e

d) estabelecendo as orientações básicas desses programas para garantir a utilização dos produtos químicosem condições de segurança.

Fazendo referência à necessidade de uma cooperação no âmbito do Programa Internacional de Segurança nos ProdutosQuímicos entre a Organização Internacional do Trabalho, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e aOrganização Mundial da Saúde, bem como com a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial, eobservando os instrumentos, códigos e diretrizes pertinentes promulgados por estas Organizações;

Após ter decidido adotar diversas propostas relativas à segurança na utilização de produtos químicos no trabalho, questãoque constitui o quinto item na agenda da sessão, e após ter decidido que essas propostas deveriam tomar a forma de umaConvenção internacional, adota, neste vigésimo quinto dia do mês de junho de mil novecentos e noventa, a seguinteConvenção, que será denominada Convenção Sobre Produtores Químicos, 1990:

PARTE I

ÁREA DE APLICAÇÃO E DEFINIÇÕES

Artigo 1

1. A presente Convenção aplica-se a todos os ramos da atividade econômica em que são utilizados produtos químicos.

2. Com consulta prévia junto às organizações mais representativas de empregadores e trabalhadores interessadas, e combase em uma avaliação dos peritos existentes e das medidas de proteção que deverão ser aplicadas, a autoridadecompetente de todo Membro que ratificar a Convenção:

a) poderá excluir da aplicação da Convenção, ou de algumas das suas disposições, determinados ramos daatividade econômica, empresas ou produtos:

i) quando a sua aplicação apresentar problemas especiais de suficiente importância, e

ii) quando a proteção outorgada no seu conjunto, em conformidade àquela que resultaria da aplicação,na íntegra, das disposições da Convenção;

b) deverá estabelecer disposições especiais para proteger as informações confidenciais, cuja divulgação aum concorrente poderia resultar prejudicial para a atividade do empregador, sob a condição de que asegurança e a saúde dos trabalhadores não fiquem comprometidas.

3. A Convenção não se aplica aos artigos que, sob condições de utilização normais ou razoavelmente previsíveis, nãoexpõem os trabalhadores a um produto químico perigoso.

4. A Convenção não se aplica aos organismos, mas aplica-se, sim, aos produtos químicos derivados dos organismos.

Artigo 2

Para fins da presente Convenção:

a) a expressão “produtos químicos” designa os elementos e compostos químicos, e suas misturas, sejamnaturais, sejam sintéticos;

b) a expressão “produtos químicos perigosos” abrange todo produto químico que tiver sido classificadocomo perigoso em conformidade com o Artigo 6, ou sobre o qual existam informações pertinentesindicando que ele implica risco;

c) a expressão “utilização de produtos químicos no trabalho implica toda atividade de trabalho que poderiaexpor um trabalhador a um produto químico, e abrange:

i) a produção de produtos químicos;

ii) o manuseio de produtos químicos;

iii) o armazenamento de produtos químicos;

iv) o transporte de produtos químicos;

v ) a eliminação e o tratamento dos resíduos de produtos químicos;

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vi) a emissão de produtos químicos resultantes do trabalho;

vii) a manutenção, a reparação e a limpeza de equipamentos e recipientes utilizados para os produtosquímicos;

d) a expressão “ramos da atividade econômica” aplica-se a todos os ramos onde existam trabalhadoresempregados, inclusive a administração pública;

e) o termo “artigo” designa todo objeto que seja fabricado com uma forma ou um projeto específico, ou queesteja na sua forma natural, e cuja utilização dependa total ou parcialmente das características de formaou projeto;

f ) a expressão “representantes dos trabalhadores” designa as pessoas reconhecidas como tais pelalegislação ou a prática nacionais, em conformidade com a Convenção sobre os representantes dostrabalhadores, 1971.

PARTE II

PRINCÍPIOS GERAIS

Artigo 3

Deverão ser consultadas as organizações mais representativas de empregadores e de trabalhadores interessadas acercadas medidas destinadas a levar a efeito as disposições da Convenção.

Artigo 4

Todo Membro deverá, em consulta com as organizações mais representativas de empregadores e de trabalhadores, elevando na devida conta as condições e práticas nacionais, formular, pôr em prática e reexaminar periodicamente umapolítica coerente de segurança na utilização de produtos químicos no trabalho.

Artigo 5

A autoridade competente, se for justificado por motivos de segurança e saúde, deverá poder proibir ou restringir autilização de certos produtos químicos perigosos, ou exigir notificação e autorização prévias para a utilização dessesprodutos.

PARTE III

CLASSIFICAÇÃO E MEDIDAS CONEXAS

Artigo 6

Sistema de Classificação:

1. A autoridade competente, ou os organismos aprovados ou reconhecidos pela autoridade competente, em conformidadecom as normas nacionais ou internacionais, deverão estabelecer sistemas e critérios específicos apropriados paraclassificar todos os produtos químicos em função do tipo e do grau dos riscos físicos e para a saúde que os mesmosoferecem, e para avaliar a pertinência das informações necessárias para determinar a sua periculosidade.

2. As propriedades perigosas das misturas formadas por dois ou mais produtos químicos poderão ser determinadasavaliando os riscos que oferecem os produtos químicos que as compõem.

3. No caso do transporte, tais sistemas e critérios deverão levar em consideração as Recomendações das Nações Unidasrelativas ao transporte de mercadorias perigosas.

4. Os sistemas de classificação e a sua aplicação deverão ser progressivamente ampliados.

Artigo 7

Rotulação e Marcação

1. Todos os produtos químicos deverão portar uma marca que permita a sua identificação.

2. Os produtos químicos perigosos deverão portar, ainda, uma etiqueta facilmente compreensível para os trabalhadores,que facilite informações essenciais sobre a sua classificação, os perigos que oferecem e as precauções de segurança quedevam ser observadas.

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3.1. As exigências para rotular ou marcar os produtos químicos, de acordo com os parágrafos 1 e 2 do presente Artigo,deverão ser estabelecidas pela autoridade competente ou por um organismo aprovado ou reconhecido pela autoridadecompetente, em conformidade com as normas nacionais ou internacionais.

3.2. No caso do transporte, tais exigências deverão levar em consideração as Recomendações das Nações Unidasrelativas ao transporte de mercadorias perigosas.

Artigo 8

Fichas com Dados de Segurança

1. Os empregadores que utilizem produtos químicos perigosos deverão receber fichas com dados de segurança quecontenham informações essenciais detalhadas sobre a sua identificação, seu fornecedor, a sua classificação, a suapericulosidade, as medidas de precaução e os procedimentos de emergência.

2. Os critérios para a elaboração das fichas com dados de segurança deverão ser estabelecidos pela autoridadecompetente ou por um organismo aprovado ou reconhecido pela autoridade competente, em conformidade com as normasnacionais ou internacionais.

3. A denominação química ou comum utilizada para identificar o produto químico na ficha com dados de segurança deveráser a mesma que aparece na etiqueta.

Artigo 9

Responsabilidade dos Fornecedores

1. Os fornecedores, tanto se tratando de fabricantes ou importadores como de distribuidores de produtos químicos,deverão assegurar-se de que:

a) os produtos químicos que fornecem foram classificados de acordo com o Artigo 6, com base noconhecimento das suas propriedades e na busca de informações disponíveis ou avaliados em conformidadecom o parágrafo 3 do presente Artigo;

b) esses produtos químicos ostentem uma marca que permita a sua identificação, em conformidade como parágrafo 1 do Artigo 7;

c) os produtos químicos perigosos que são fornecidos sejam etiquetados em conformidade com o parágrafo2 do Artigo 7;

d) sejam preparadas e proporcionadas aos empregadores, de acordo com o parágrafo 1 do Artigo 8, fichascom dados de segurança relativas aos produtos químicos perigosos.

2. Os fornecedores de produtos químicos perigosos deverão zelar para que sejam preparadas e fornecidas aos empregadores,segundo método acorde com a legislação e a prática nacionais, as etiquetas e as fichas com dados de segurança,revisadas sempre que surgirem novas informações pertinentes em matéria de saúde e segurança.

3. Os fornecedores de produtos químicos que ainda não tenham sido classificados em conformidade com o Artigo 6deverão identificar os produtos que fornecem e avaliar as propriedades desses produtos químicos se baseando nasinformações disponíveis, com a finalidade de se determinar se são perigosas.

PARTE IV

RESPONSABILIDADE DOS EMPREGADORES

Artigo 10

Identificação

1. Os empregadores deverão assegurar-se de que todos os produtos químicos utilizados no trabalho estejam etiquetadosou marcados, de acordo com o previsto no Artigo 7, e de que as fichas com dados de segurança foram proporcionadas,segundo é previsto no Artigo 8, e colocadas à disposição dos trabalhadores e de seus representantes.

2. Quando os empregadores receberem produtos químicos que não tenham sido etiquetados ou marcados de acordo como previsto no Artigo 7 ou para os quais não tenham sido proporcionadas fichas com dados de segurança, conforme estáprevisto no Artigo 8, deverão obter informações pertinentes do fornecedor ou de outras fontes de informação razoavelmentedisponíveis, e não deverão utilizar os produtos químicos antes de obterem essas informações.

3. Os empregadores deverão assegurar-se de que somente sejam utilizados aqueles produtos classificados de acordo como previsto no Artigo 6 ou identificados ou avaliados segundo o parágrafo 3 do Artigo 9 e etiquetados ou marcados emconformidade com o Artigo 7, bem como de que sejam tomadas todas as devidas precauções durante a sua utilização.

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Artigo 11

Transferência de Produtos Químicos

Os empregadores deverão zelar para que, quando sejam transferidos produtos químicos para outros recipientes ouequipamentos, seja indicado o conteúdo destes últimos a fim de que os trabalhadores fiquem informados sobre aidentidade desses produtos, dos riscos que oferece a sua utilização e de todas as precauções de segurança que devamser adotadas.

Artigo 12

Exposição

Os empregadores deverão:

a) se assegurar de que seus trabalhadores não fiquem expostos a produtos químicos acima dos limites deexposição ou de outros critérios de exposição para a avaliação e o controle do meio ambiente de trabalhoestabelecidos pela autoridade competente ou por um organismo aprovado ou reconhecido pela autoridadecompetente, em conformidade com as normas nacionais ou internacionais;

b) avaliar a exposição dos trabalhadores aos produtos químicos perigosos;

c) vigiar e registrar a exposição dos trabalhadores a produtos químicos perigosos quando isso for necessário,para proteger a sua segurança e a sua saúde, ou quando estiver prescrito pela autoridade competente;

d) assegurar-se de que os dados relativos à vigilância do meio ambiente de trabalho e da exposição dostrabalhadores que utilizam produtos químicos perigosos sejam conservados durante o período prescritopela autoridade competente e estejam acessíveis para esses trabalhadores e os seus representantes.

Artigo 13

Controle Operacional

1. Os empregadores deverão avaliar os riscos resultantes da utilização de produtos químicos no trabalho, e assegurar aproteção dos trabalhadores contra tais riscos pelos meios apropriados, e especialmente:

a) escolhendo os produtos químicos que eliminem ou reduzam ao mínimo o grau de risco;

b) elegendo tecnologia que elimine ou reduza ao mínimo o grau de risco;

c) aplicando medidas adequadas de controle técnico;

d) adotando sistemas e métodos de trabalho que eliminem ou reduzam ao mínimo o grau de risco;

e) adotando medidas adequadas de higiene do trabalho;

f ) quando as medidas que acabam de ser enunciadas não forem suficientes, facilitando, sem ônus para otrabalhador, equipamentos de proteção pessoal e roupas protetoras, assegurando a adequada manutençãoe zelando pela utilização desses meios de proteção.

2. Os empregadores deverão:

a) limitar a exposição aos produtos químicos perigosos para proteger a segurança e a saúde dos trabalhadores;

b) proporcionar os primeiros socorros;

c) tomar medidas para enfrentar situações de emergência.

Artigo 14

Eliminação

Os produtos químicos perigosos que não sejam mais necessários e os recipientes que foram esvaziados, mas quepossam conter resíduos de produtos químicos perigosos, deverão ser manipulados ou eliminados de maneira a eliminar oureduzir ao mínimo os riscos para a segurança e a saúde, bem como para o meio ambiente, em conformidade com alegislação e a prática nacionais.

Artigo 15

Informação e Formação

Os empregadores deverão:

a) informar aos trabalhadores sobre os perigos que oferece a exposição aos produtos químicos que utilizamno local de trabalho;

b) instruir os trabalhadores sobre a forma de obterem e usarem as informações que aparecem nas etiquetase nas fichas com dados de segurança;

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c) utilizar as fichas com dados de segurança, juntamente com as informações específicas do local detrabalho, como base para a preparação de instruções para os trabalhadores, que deverão ser escritas sehouver oportunidade;

d) proporcionar treinamento aos trabalhadores, continuamente, sobre os procedimentos e práticas a seremseguidas com vistas à utilização segura de produtos químicos no trabalho.

Artigo 16

Cooperação

Os empregadores, no âmbito das suas responsabilidades, deverão cooperar da forma mais estreita que for possível comos trabalhadores ou seus representantes com relação à segurança na utilização dos produtos químicos no trabalho.

PARTE V

OBRIGAÇÕES DOS TRABALHADORES

Artigo 17

1. Os trabalhadores deverão cooperar da forma mais estreita que for possível com seus empregadores no âmbito dasresponsabilidades destes últimos e observar todos os procedimentos e práticas estabelecidos com vistas à utilizaçãosegura de produtos químicos no trabalho.

2. Os trabalhadores deverão adotar todas as medidas razoáveis para eliminar ou reduzir ao mínimo, para eles mesmos epara os outros, os riscos que oferece a utilização de produtos químicos no trabalho.

PARTE VI

DIREITOS DOS TRABALHADORES E SEUS REPRESENTANTES

Artigo 18

1. Os trabalhadores deverão ter o direito de se afastar de qualquer perigo derivado da utilização de produtos químicosquando tiverem motivos razoáveis para acreditar que existe um risco grave e iminente para a sua segurança ou a suasaúde, e deverão indicá-la sem demora ao seu supervisor.

2. Os trabalhadores que se afastem de um perigo, em conformidade com as disposições do parágrafo anterior, ou queexercitem qualquer outro direito em conformidade com esta Convenção, deverão estar protegidos contra as conseqüênciasinjustificadas desse ato.

3. Os trabalhadores interessados e os seus representantes deverão ter o direito de obter:

a) informações sobre a identificação dos produtos químicos utilizados no trabalho, as propriedades perigosasdesses produtos, as medidas de precaução que devem ser tomadas, a educação e a formação;

b) as informações contidas nas etiquetas e os símbolos;

c) as fichas com dados de segurança;

d) quaisquer outras informações que devam ser conservadas em virtude do disposto na presente Convenção.

4. Quando a divulgação, a um concorrente, de identificação específica de um ingrediente de um composto químico puderresultar prejudicial para a atividade do empregador, ele poderá, ao fornecer as informações mencionadas no parágrafo 3,proteger a identificação do ingrediente, de acordo com as disposições estabelecidas pelas autoridades competentes, emconformidade com o Artigo 1, parágrafo 2, item b).

PARTE VII

RESPONSABILIDADES DOS ESTADOS EXPORTADORES

Artigo 19

Quando em um Estado-Membro exportador a utilização de produtos químicos perigosos tenha sido total ou parcialmenteproibida por razões de segurança e saúde no trabalho, esse Estado deverá levar esse fato e as razões que o motivaramao conhecimento de todo país ao qual exporta.

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Artigo 20

As ratificações formais da presente Convenção serão comunicadas, para seu registro, ao Diretor-Geral da RepartiçãoInternacional do Trabalho.

Artigo 21

1. A presente Convenção somente vinculará os Membros da Organização Internacional do Trabalho cujas ratificaçõestenham sido registradas pelo Diretor-Geral.

2. Esta Convenção entrará em vigor doze meses após o registro das ratificações de dois Membros por parte do Diretor-Geral.

3. Posteriormente, esta Convenção entrará em vigor, para cada Membro, doze meses após o registro da sua ratificação.

Artigo 22

1. Todo Membro que tenha ratificado a presente Convenção poderá denunciá-la após a expiração de um período de dezanos contados da entrada em vigor mediante ato comunicado ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho epor ele registrado. A denúncia só surtirá efeito um ano após o seu registro.

2. Todo Membro que tenha ratificado a presente Convenção e não fizer uso da faculdade de denúncia prevista pelopresente Artigo dentro do prazo de um ano após a expiração do período de dez anos previstos pelo parágrafo anterior, ficaráobrigado por um novo período de dez anos e, posteriormente, poderá denunciar a presente Convenção ao expirar cadaperíodo de dez anos, nas condições previstas no presente Artigo.

Artigo 23

1. O Diretor-Geral da Repartição Internacional do trabalho notificará a todos os Membros da Organização Internacional doTrabalho o registro de todas as ratificações, declarações e denúncias que lhe sejam comunicadas pelos Membros daOrganização.

2. Ao notificar aos Membros da Organização o registro da segunda ratificação que lhe tenha sido comunicada, o Diretor-Geral chamará a atenção dos Membros para a data de entrada em vigor da presente Convenção.

Artigo 24

O Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho comunicará ao Secretário-Geral das Nações Unidas, para fins deregistro, conforme o Artigo 102 da Carta das Nações Unidas, as informações completas referentes a quaisquer ratificações,declarações e atos de denúncia que tenha registrado de acordo com os Artigos anteriores.

Artigo 25

Sempre que o julgar necessário, o Conselho de Administração da Repartição Internacional do Trabalho apresentará àConferência Geral um relatório sobre a aplicação da presente Convenção e decidirá sobre a oportunidade de inscrever naagenda da Conferência a questão da sua revisão total ou parcial.

Artigo 26

1. Se a Conferência adotar uma nova Convenção que revise total ou parcialmente a presente Convenção e a menos quea nova Convenção disponha contrariamente:

a) a ratificação, por um Membro, da nova convenção revista implicará, de pleno direito, não obstante odisposto pelo Artigo 22, supra, a denúncia imediata da presente Convenção, desde que a nova Convençãorevista tenha entrado em vigor.

b) a partir da entrada em vigor da Convenção revista, a presente Convenção deixará de estar aberta àratificação dos Membros.

2. A presente Convenção continuará em vigor, em qualquer caso, em sua forma e teor atuais, para os Membros que ativeram ratificado e que não ratificarem a Convenção revista.

Artigo 27

As versões inglesa e francesa do texto da presente Convenção são igualmente autênticas.

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DECRETO Nº 2.669, DE 15 DE JULHO DE 1998

Promulga a Convenção nº 163 da OIT, sobre o Bem-Estar dos Trabalhadores Marítimos no Mar e no Porto,assinada em Genebra, em 8 de outubro de 1987.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, inciso VIII, da Constituição Federal,

CONSIDERANDO que a Convenção nº 163 da OIT, sobre o Bem-Estar dos Trabalhadores Marítimos no Mar e no Porto, foiassinada em Genebra, em 8 de outubro de 1987;

CONSIDERANDO que o ato multilateral em epígrafe foi oportunamente aprovado por meio do Decreto Legislativo número74, de 16 de agosto de 1996;

CONSIDERANDO que a Convenção em tela entrou em vigor internacional em 3 de outubro de 1990;

CONSIDERANDO que o Governo brasileiro depositou o instrumento de ratificação da Convenção em 4 de março de 1997,passando a mesma a vigorar, para o Brasil, em 3 de março de 1998;

DECRETA:

Art 1º A Convenção nº 163 da OIT, sobre o Bem-Estar dos Trabalhadores Marítimos no Mar e no Porto, assinada emGenebra, em 8 de outubro de 1987, apensa por cópia ao Presente Decreto, deverá ser cumprida tão inteiramentecomo nela se contém.

Art 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, em 15 de julho de 1998; 177º da Independência e 110º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Sebastião do Rego Barros Netto

Convenção 163

CONVENÇÃO SOBRE O BEM-ESTAR DOS TRABALHADORES MARÍTIMOS NO MAR E NO PORTO

A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho;

Convocada em Genebra pelo Conselho de Administração da Repartição Internacional do Trabalho e reunida na mesmacidade em 24 de setembro de 1987, em sua septuagésima quarta reunião;

Recordando as disposições da Recomendação sobre as condições da estada dos trabalhadores marítimos nos portos,1936, e da Recomendação sobre o bem-estar dos trabalhadores marítimos, 1970;

Depois de ter decidido aprovar diversas propostas sobre o bem-estar dos trabalhadores marítimos no mar e no porto,questão que constitui o segundo ponto da pauta da reunião, e

Depois de ter decidido que tais propostas assumissem a forma de uma convenção internacional, aprova, em oito deoutubro de mil novecentos e oitenta e sete, a presente Convenção, que poderá ser citada como a Convenção sobre o Bem-Estar dos Trabalhadores Marítimos, 1987.

Artigo 1

1. Para efeitos da presente Convenção:

a) a expressão “trabalhadores marítimos” ou “marinheiros” designa todas as pessoas empregadas, comqualquer cargo, a bordo de um navio dedicado à navegação marítima, de propriedade pública ou privada,que não seja um navio de guerra;

b) a expressão “meios e serviços de Bem-Estar” designa meios e serviços de Bem-Estar, culturais,recreativos e informativos.

2. Todo Membro determinará, por meio de sua legislação nacional e consultando previamente as organizações representativasde armadores e trabalhadores marítimos, quais os navios registrados em seu território que devem ser considerados comodedicados à navegação marítima para efeitos das disposições da presente Convenção referentes a meios e serviços deBem-Estar a bordo de navios.

3. Na medida em que considerar viável, e consultando previamente as organizações representativas de armadores deembarcações de pesca e de pescadores, a autoridade competente deverá aplicar disposições da presente Convenção àpesca marítima comercial.

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Artigo 2

1. Todo Membro para o qual esteja em vigor a presente Convenção compromete-se a zelar para que sejam providenciadosos meios e serviços de Bem-Estar adequados aos trabalhadores marítimos, tanto nos portos como a bordo de navios.

2. Todo Membro cuidará para que sejam tomadas as medidas necessárias para financiar os meios e serviços de Bem-Estarprovidenciados em conformidade com as disposições da presente Convenção.

Artigo 3

1. Todo Membro se compromete a cuidar para que sejam providenciados meios e serviços de Bem-Estar nos portosapropriados do país para todos os marinheiros, sem distinção de nacionalidade, raça, cor, sexo, religião, opinião pública ouorigem social, e independentemente do Estado em que estiver registrado o navio a bordo do qual estejam empregados.

2. Todo membro determinará, consultando previamente as organizações representativas de armadores e de trabalhadoresmarítimos, os portos que devem ser considerados apropriados para os efeitos deste Artigo.

Artigo 4

Todo Membro compromete-se a cuidar de que os meios e serviços de Bem-Estar instalados em todo navio dedicado ànavegação marítima, de propriedade pública ou privada, registrado em seu território, sejam acessíveis a todos ostrabalhadores marítimos que se encontrarem a bordo.

Artigo 5

Os meios e serviços de Bem-Estar serão revistos com freqüência no intuito de assegurar que sejam apropriados, levando-se em conta a evolução das necessidades dos trabalhadores marítimos, decorrente de progressos técnicos, funcionais oude outra natureza que se verifiquem na indústria do transporte marítimo.

Artigo 6

Todo Membro se compromete:

a) cooperar com os demais Membros com vistas a garantir a aplicação da presente Convenção;

b) cuidar de que as partes envolvidas e interessadas na promoção do Bem-Estar dos trabalhadoresmarítimos no mar e no porto cooperem entre si.

Artigo 7

As ratificações formais da presente Convenção serão comunicadas, para registro, ao Diretor-Geral da RepartiçãoInternacional do Trabalho.

Artigo 8

1. Esta Convenção obrigará unicamente os Membros da Organização Internacioanl do Trabalho cujas Ratificações tiveremsido registradas pelo Diretor-Geral.

2. Entrará em vigor doze meses depois da data em que as Ratificações de dois Membros tiverem sido registradas peloDiretor-Geral.

3. A partir do dito momento, esta Convenção entrará em vigor para cada Membro doze meses depois da data em que tiversido registrada sua ratificação.

Artigo 9

1. Todo Membro que tiver ratificado esta Convenção poderá denunciá-la, ao expirar um período de dez anos contado a partirda data em que tiver entrado em vigor inicialmente, por meio de uma ata comunicada, para o devido registro, ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho. A denúncia só surtirá efeito um ano após a data em que tiver sido registrada.

2. Todo Membro que tiver ratificado esta Convenção e que, no prazo de um ano após a expiração do período de dez anosmencionados no parágrafo precedente, não fizer uso do direito de denúncia previsto neste artigo, ficará obrigado duranteum novo período de dez anos, e a seguir poderá denunciar esta Convenção ao cabo de cada período de dez anos, nascondições previstas neste artigo.

Artigo 10

1. O Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho notificará a todos os Membros da Organização Internacional doTrabalho o registro de todas as ratificações, declarações e denúncias que lhe forem comunicadas pelos Membros daOrganização.

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2. Ao notificar os Membros da Organização o registro da segunda ratificação que lhe tiver sido comunicada, o Diretor-Geralchamará a atenção dos Membros da Organização para data em que entrará em vigor o presente Acordo.

Artigo 11

O Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho comunicará ao Secretário-Geral das Nações Unidas, para efeitosde registro e conforme o artigo 102 da Carta das Nações Unidas, uma informação completa sobre todas as ratificações,declarações e atas de denúncia que tiver registrado em conformidade com os artigos precedentes.< /font>

Artigo 12

Cada vez que estimar necessário, o Conselho de Administração da Repartição Internacional do Trabalho apresentará àConferência uma memória sobre a aplicação da Convenção, e considerará a conveniência de incluir na pauta daConferência a questão de sua revisão total ou parcial.

Artigo 13

1. Caso a Conferência adote uma nova Convenção que implique uma revisão total ou parcial da presente, e a menos queo novo acordo contenha disposições em contrário:

a) a ratificação por um Membro da nova Convenção revisora implicará, ipso jure , a denúncia imediata destaConvenção não obstante as disposições contidas no artigo 9, desde que a nova Convenção revisoratenha entrado em vigor;

b) a partir da data em que entrar em vigor a nova Convenção revisora, a presente Convenção deixará deestar aberta à ratificação por parte dos Membros.

2. Esta Convenção continuará em vigor, em todos os casos, com sua forma e conteúdos atuais, para os Membros quenão tiverem ratificado e não ratificarem a Convenção revisora.

Artigo 14

As versões inglesa e francesa do texto desta Convenção são igualmente autênticas.

DECRETO Nº 2.670, DE 15 DE JULHO DE 1998

Promulga a Convenção nº 166 da OIT, sobre aRepatriação dos Trabalhadores Marítimos (revisada),assinada em Gene-bra, em 9 de outubro de 1987.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, inciso VIII, da Constituição Federal,

Considerando que a Convenção nº 166 da OIT, sobre a Repatriação dos Trabalhadores Maritimos (revisada), foi assinadaem Genebra, em 9 de outubro de 1987;

Considerando que o ato multilateral em epigrafe foi oportunamente aprovado por meio do Decreto Legislativo nº 74, de 16de agosto de 1996;

Considerando que a Convenção em tela entrou em vigor internacional em 3 de julho de 1991;

Considerando que o Governo brasileiro depositou o instrumento de ratificação da Convenção em 4 de março de 1997,passando a mes-ma a vigorar, para o Brasil, em 3 de março de 1998,

DECRETA:

Art. 1º A Convenção nº 166 da OIT, sobre a Repatriação dos Trabalhadores Marítimos (revisada), assinada em Genebra, em 9de ou-tubro de 1987, apensa por cópia ao Presente Decreto, deverá ser cumprida tão inteiramente como nela se contém.

Art. 2º O Presente Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasilia, em 15 de julho de 1998; 177º da Independência e 110º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Sebastião do Rego Barros Netto

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DO TRABALHO

CONVENÇÃO Nº 166 - RELATIVA A REPATRIAÇÃO DOS TRABALHADORES MARÍTIMOS (REVISADA)

A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho,

Convocada em Genebra pelo Conselho de Administração da Repartição Internacional do Trabalho e Reunida na mesmacidade em 24 de setembro de 1987, em sua septuagésima quar-ta reunião;

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Observando que, desde a aprovação da Convenção sobre a repatriação dos trabalhado-res marítimos, 1926, e daRecomendação sobre a repatriação de capitães e aprendizes, 1926, a evolução da indústria do transporte marítimo tornounecessária a revisão da Convenção com vistas a incorporar-lhe elementos apropriados da Recomendação;

Observando, ademais, que se registraram consideráveís progressos na legislação e prática nacionais com vistas aassegurar a repatria-ção dos trabalhadores marítimos em diversos casos não contemplados pela Convenção sobre arepatriação dos trabalhadores marítimos, 1926;

Considerando que, tendo-se em conta o aumento geral do emprego de marinheiros na indústria do transporte marítimo,seria, por con-seguinte, conveniente aprovar novas disposi-ções, por meio de um novo instrumento interna-cional, emrelação a certos aspectos comple-mentares da repatriação dos trabalhadores ma-rítimos;

Depois de ter decidido aprovar diversas propostas relativas à revisão da Convenção sobre a repatríação dos trabalhadoresmaríti-mos, 1926 (nº 23), e da Recomendação sobre a repatriação de capitães e aprendízes, 1926 (nº 27), questão queconstitui o quinto ponto da pauta da reunião, e

Depois de ter decidido que tais propostas assumissem a forma de uma Convenção Internacional,

Aprova, em nove de outubro de mil nove-centos e oitenta e sete, à presente convenção, que poderá ser citada como aconvenção sobre a repatriação dos trabalhadores maritimos (re-visada), 1987;

PARTE I - CAMPO DE APLICAÇÃO E DEFINIÇÕES

Artigo 1

1. A presente Convenção é aplicável a todo navio dedicado à navegação marítima, de pro-priedade pública ou privada,registrado no terri-tório de todo Membro para o qual a Convenção esteja em vigor e normalmente destinado à navegaçãomarítima comercial, bem como aos armadores e aos marinheiros de tais navios.

2. Na medida em que considerar viável, e consultando previamente as organizações representativas de armadores deembarcações de pesca e de pescadores, a autoridade competente deverá aplicar as disposições da presente Convençãoà pesca maritima comercial.

3. Caso existirem dúvidas acerca de se, para efeitos da Convenção, um navio deve ou não ser considerado comodestinado à navega-ção marítima comercial, ou à pesca marítima comercial, a questão será resolvida pela autoridadecompetente, consultando-se previamente as organizações interessadas de armadores, de trabalhadores marítimos e depescadores.

4. Para efeitos da presente Convenção os termos “trabalhadores marítimos” ou “marinhei-ros” desígnam todas as pessoasempregadas, com qualquer cargo, a bordo de um navio dedi-cado à navegação marítima ao qual seja aplicá-vel a presenteConvenção.

PARTE II - DIREITOS

Artigo 2

1. Todo marinheiro terá direito a ser repatriado nas circunstâncias seguintes:

a) quando um contrato por tempo determi-nado ou para uma viagem específica expirar no exterior;

b) quando expírar o período de aviso prévio dado conforme as cláusulas do contrato de alistamento ou docontrato de trabalho do mari-nheiro;

c) em caso de doença, acidente ou qual-quer outro motivo médico que exija sua repa-triação, desde quetenha a correspondente autorização médica para viajar;

d) em caso de naufrágio;

e) quando o armador não puder continuar cumprindo suas obrigações legais ou contra-tuais como empregadordo marinheiro devido a falência, venda do navio, mudança do registro do navio ou qualquer outro motivoanálogo;

f ) quando um navio se dirigir a uma zona de guerra, tal como definida pela legislação nacional ou pelosacordos coletivos, aonde o marinheiro não concordar em ir;

g) em caso de término ou interrupção do emprego do marinheiro como conseqüência de um laudo arbitral oude um acordo coletivo, ou em caso de término do emprego por qualquer outro motivo símilar.

2. A legislação nacional ou os acordos coletivos deverão determinar a duração máxi-ma do período de serviço a bordo aocabo do qual o marinheiro tem direito à repatriação. Tal período será inferior a doze meses. Ao terminar este períodomáximo, deverão ser levados em conta os fatores que afetam o meio ambiente de trabalho dos trabalhadores marítimos.Todo Membro deverá esforçar-se para reduzir esse período, na medida do possível, em função das mudanças tecnológicas,e poderá inspirar-se nas recomendações formuladas pela Comissão Paritária Marítima.

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PARTE III - DESTINO

Artigo 3

1. Todo Estado Membro para o qual a presente Convenção estiver em vigor determi-nará, através de sua legislaçãonacional, os pontos de destino aos quais os trabalhadores maritimos poderão ser repatriados.

2. Os pontos de destíno assim determina-dos incluirão o lugar que o marinheiro aceitou como local de contratação, o lugarestipulado por acordo coletivo, o pais de residência do marinheiro ou qualquer outro lugar acertado entre as partes nomomento da contratação. O marinheiro terá direito a escolher, entre os dife-rentes pontos de destino determinados, o localao qual deseja ser repatriado.

PARTE IV - DISPOSIÇÕES PARA A REPATRIAÇÃO

Artigo 4

1. Caberá ao armador a responsabilidade de organizar a repatriação por meios apropria-dos e rápidos. O meio de transportenormal seráa via aérea.

2. O armador arcará com as despesas de repatriação.

3. Quando a repatriação tiver sido motivada pelo fato de um marinheiro ter sido declarado culpado, em conformidade coma legislação nacional ou os acordos coletivos, de uma infra-ção grave em relação às obrigações decorren-tes de seuemprego, nenhuma disposição da presente Convenção prejudicará o direito ao ressarcimento total ou parcial pelomarinheiro do custo de sua repatriação, em conformidade com a legislação nacional ou os acordos coleti-vos.

4. As despesas com que o armador deverá arcar incluirão:

a) a passagem até o ponto de destino es-colhido para a repatriação, em conformidade com o artigo 3 supra;

b) o alojamento e a alimentação do mo-mento em que o marinheiro abandonar o navio até sua chegada aoponto de destino escolhido para a repatriação;

c) a remuneração e os beneficios do mari-nheiro do momento em que o marinheiro aban-donar o navio atésua chegada ao ponto de destino escolhido para a repatriação, se for previsto pela legislação nacional oupelos acor-dos coletivos;

d) o transporte de 30kg de bagagem pes-soal do marinheiro até o ponto de destino esco-lhido para arepatriação;

e) o tratamento médico, caso necessário, até que o estado de saúde do marinheiro per-mita-lhe viajar atéo ponto de destino escolhido para a repatriação.

5. O armador não poderá exigir do mari-nheiro, no início de seu emprego, nenhum adiantamento com vistas a arcar comas despesas de sua repatriação, como tampouco poderá deduzi-las da remuneração ou de outros bene-fícios a que omarinheiro tiver direito, salvo nas condições estipuladas no parágrafo 3 supra.

6. A legislação nacional não obstaculizará o direito do armador a obter do empregador de trabalhadores marítimos nãoempregados por ele o ressarcimento das despesas com a repa-tríação dos mesmos.

Artigo 5

Se um armador não tomar as providências necessárias para a repatriação de um marinhei-ro que a ela tiver direito ou nãoarcar com os custos da mesma:

a) a autoridade competente do Membro em cujo território o navio estiver registrado organi-zará a repatriaçãodo marinheiro e assumirá o custo da mesma; caso não o fizer, o Estado de cujo território o marinheiro tiverde ser repatria-do ou o Estado do qual o marinheiro for nacional poderão organizar sua repatriação e obterdo Membro em cujo território o navio estiver regis-trado o ressarcimento do custo da mesma;

b) o Membro em cujo território o navio estiver registrado poderá obter do armador o ressarcimento dosgastos ocasionados pela re-patriação do marinheiro;

c) os gastos de repatriação não correrão em nenhum caso por conta do marinheiro, salvo nas condiçõesestipuladas no parágrafo 3 do artigo 4 supra;

PARTE V - OUTRAS DISPOSIÇÕES

Artigo 6

Os trabalhadores marítimos que tiverem de ser repatriados deverão poder obter passaporte e outros documentos deidentidade com vistas à repatriação.

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Artigo 7

Não deverá ser descontado das férias re-muneradas a que fizerem jus os trabalhadores marítimos o tempo gasto naespera da repatria-ção nem o tempo gasto na viagem de repatria-ção.

Artigo 8

A repatriação será considerada efetuada quando os trabalhadores marítimos tiverem sido desembarcados em um ponto dedestino determinado em conformidade com as disposi-ções do artigo 3 supra, ou quando o marinheiro não reivindicar seu direitoá repatriação dentro de um prazo razoável de tempo que será defi-nido através de legislação nac!onal ou acordo coletivo.

Artigo 9

As disposições do presente Acordo serão levadas a efeito por intermédio da legislação nacional, sempre que já não foremaplicadas em virtude de acordos coletivos ou de qualquer outra maneira apropriada, tendo-se em conta as condiçõesnacionais.

Artigo 10

Todo Membro facilitará a repatriação, bem como a substituição a bordo, dos trabalhadores marítimos que servirem emnavios que atracam em seus portos ou que cruzam suas águas territoriais ou vias internas de navegação.

Artigo 11

A autoridade competente de todo Membro para o qual a presente Convenção estiver em vigor cuidará, mediante umcontrole apropriado, de que os armadores de navios registrados em seu território cumpram as disposições do Acor-do, efornecerá a informação pertinente á Re-partição Internacional do Trabalho.

Artigo 12

O texto da presente Convenção deverá estar à disposição dos membros da tripulação, em um idioma apropriado, em todonavio registrado no território de um Membro para o qual a Convenção estiver em vigor.

PARTE VI - DISPOSIÇÕES FINAIS

Artigo 13

A presente Convenção revê a Convenção sobre a repatriação dos trabalhadores maríti-mos, 1926.

Artigo 14

As ratificações formais da presente Convenção serão comunicadas, para fins de registro, ao Diretor Geral da RepartiçãoInternacional do trabalho.

Artigo 15

1. Esta Convenção obrigará unicamente aos Membros da Organização Internacional do Trabalho cujas ratificações tenhamsido regis-tradas pelo Diretor Geral da Repartição Internacional do Trabalho.

2. Entrará em vigor doze meses depois da data em que as ratificações de dois Membros tiverem sido registradas peloDiretor Geral da Repartição Internacional do Trabalho. .

3. A partir desse momento, esta Convenção estará em vigor, para cada Membro, doze meses após a data em que tiversido registrada sua ratificação.

Artigo 16

1. Todo Membro que tiver ratificado esta Convenção poderá denunciá-Ia ao expirar um periodo de dez anos contado a partirda data em que tiver entrado em vigor inicialmente, por meio de uma ata comunicada, para o devido registro, ao DiretorGeral da Repartição Internacional do Trabalho. A denúncia só surtirá efeito um ano depois da data em que tiver sidoregis-trada.

2. Todo Membro que tiver ratificado esta Convenção e que, no prazo de um ano após a expiração do periodo de dez anosmencionado no parágrafo precedente, não fizer uso do direi-to de denúncia previsto neste artigo, ficará obri-gado duranteum novo período de dez anos, e a seguir poderá denunciar esta Convenção ao cabo de cada período de dez anos, nascondições previstas neste artigo.

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Artigo 17

1. O Diretor Geral da Repartição Internacional do Trabalho notificará a todos os Membros da Organização Internacional doTrabalho o registro, de todas as ratificações, declarações e denúncias que lhe forem comunicadas pelos Membros daorganização.

Ao notificar os Membros da Organização o registro da segunda ratificação que lhe tiver sido comunicada, o Diretor Geralchamará à atenção dos Membros da organização para a data em que entrará em vigor a presente Convenção.

Artigo 18

O Diretor Geral da Repartição Internacional do Trabalho comunicará ao Secretário-Geral das Nações Unidas, umainformação completa sobre todas as ratificações, de-clarações e atas de denúncia que tiver regis-trada conforme osartigos precedentes.

Artigo 19

Cada vez que estimar necessário, o Con-selho de Administração da Repartição Internacional do Trabalho apresentará àConferência uma memória sobre a aplicação da Convenção e considerará a conveniência de incluir na pauta da Conferênciaa questão de sua revisão total ou parcial.

Artigo 20

1. Caso a Conferência adotar uma nova Convenção que implique uma revisão total ou parcial da presente, e a menos quea nova Convenção contenha disposições em contrário:

a) a ratificação por um Membro da nova Convenção revisora implicará, ipso jure, a denúncia imediata destaConvenção não obstante as disposições contidas no artigo 16, desde que a nova Convenção revisoratenha entrado em vigor;

b) a partir da data em que entrar em vigor a nova Convenção revisora, a presente Convenção deixará deestar aberta à ratifição por parte dos Membros.

2. Esta Convenção continuará em vigor, em todos os casos, com sua forma e conteúdo atuais, para os Membros que nãotiverem ratifi-cado e não ratificarem a Convenção revisora.

Artigo 21

As versões inglesa e francesa do texto desta Convenção são igualmente autênticas.

DECRETO Nº 2.671, DE 15 DE JULHO DE 1998

Promulga a Convenção nº 164 da OIT, sobre a Proteção daSaúde e a Assistência Médica aos Trabalhadores Marítimos,assinada em Genebra, em 8 de outubro de 1987.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, inciso VIII, da Constituição Federal,

CONSIDERANDO que a Convenção nº 164 da OIT, sobre a Proteção da Saúde e a Assistência Médica aos TrabalhadoresMarítimos foi assinada em Genebra, em 8 de outubro de 1987;

CONSIDERANDO que o ato multilateral em epígrafe foi oportunamente aprovado por meio do Decreto Legislativo número74, de 16 de agosto de 1996;

CONSIDERANDO que a Convenção em tela entrou em vigor internacional em 11 de janeiro de 1991;

CONSIDERANDO que o Governo brasileiro depositou o instrumento de ratificação da Convenção em 4 de março de 1997,passando a mesma a vigorar, para o Brasil, em 3 de março de 1998,

DECRETA:

Art 1º A Convenção nº 164 da OIT, sobre a Proteção da Saúde e a Assistência Médica aos Trabalhadores Marítimos,assinada em Genebra, em 8 de outubro de 1987, apensa por cópia ao Presente Decreto, deverá ser cumprida tãointeiramente como nela se contém.

Art 2º O Presente Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, em 15 de julho de 1998; 177º da Independência e 110º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Sebastião do Rego Barros Netto

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Convenção 164

CONVENÇÃO SOBRE A PROTEÇÃO DA SAÚDE E A ASSISTÊNCIA MÉDICA AOS TRABALHADORESMARÍTIMOS

A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho,

Convocada em Genebra pelo Conselho de Administração da Repartição Internacional do Trabalho e reunida na mesmacidade em 24 de setembro de 1987, em sua septuagésima quarta reunião;

Recordando as disposições da Convenção sobre o exame médico dos trabalhadores marítimos, 1946; da Convençãosobre o alojamento da tripulação (revisada), 1949; da Convenção sobre o alojamento da tripulação (disposiçõescomplementares), 1970; da Recomendação sobre as farmácias a bordo dos navios, 1958; da Recomendação sobreconsultas médicas em alto-mar, 1958, e da Convenção e da Recomendação sobre a prevenção de acidentes (trabalhadoresmarítimos), 1970;

Recordando os termos do Acordo internacional sobre normas de formação, titulação e plantão para os trabalhadores marítimos,1978, no referente à formação em primeiros socorros em caso de acidentes ou doenças que possam ocorrer a bordo;

Observando que, para que a ação realizada na esfera da proteção da saúde e a assistência médica aos trabalhadoresmarítimos seja bem sucedida, é importante que a Organização Internacional do Trabalho, a Organização Marítima Internacionale a Organização Mundial da Saúde mantenham uma estreita cooperação dentro de suas respectivas esferas;

Observando que, por conseguinte, as normas que se seguem foram elaboradas com a cooperação da OrganizaçãoMarítima Internacional e da Organização Mundial da Saúde, e que está prevista a continuidade da cooperação com taisorganizações no que tange à aplicação destas normas;

Depois de ter decidido aprovar diversas propostas sobre a proteção da saúde e a assistência médica aos trabalhadoresmarítimos, questão que constitui o quarto ponto da pauta da reunião, e

Depois de ter decidido que tais propostas assumissem a forma de uma convenção internacional, aprova, em oito deoutubro de mil novecentos e oitenta sete, a presente Convenção, que poderá ser citada como a Convenção sobre aProteção da Saúde e a Assistência Médica (trabalhadores marítimos), 1987.

Artigo 1

1. A presente Convenção se aplica a todo navio dedicado à navegação marítima, de propriedade pública ou privada,registrado no território de um Membro para o qual a Convenção estiver em vigor e destinado normalmente à navegaçãomarítima comercial.

2. Na medida em que considerar viável, e consultando previamente as organizações representativas de armadores deembarcações de pesca e de pescadores, a autoridade competente deverá aplicar as disposições da presente Convençãoà pesca marítima comercial.

3. Caso existirem dúvidas acerca de se, para efeitos da presente Convenção, uma embarcação deve ou não serconsiderada como destinada à navegação marítima comercial, ou à pesca marítima comercial, a questão será resolvidapela autoridade competente, consultando-se previamente as organizações interessadas de armadores, de trabalhadoresmarítimos e de pescadores.

4. Para os efeitos da presente Convenção, os termos “trabalhadores marítimos” ou “marinheiros” designam todas aspessoas empregadas, com qualquer cargo, a bordo de um navio dedicado à navegação marítima ao qual for aplicável opresente Acordo.

Artigo 2

A presente Convenção será levada a efeito por intermédio da legislação nacional, dos acordos coletivos, regimentosinternos, laudos arbitrais, sentenças judiciais ou qualquer outro meio apropriado às condições nacionais.

Artigo 3

Todo Membro deverá prever, através de sua legislação nacional, que os armadores sejam considerados responsáveis pelamanutenção dos navios em condições sanitárias e higiênicas adequadas.

Artigo 4

Todo membro deverá zelar pela aprovação das medidas que garantam a proteção da saúde e a assistência médica aostrabalhadores marítimos a bordo. Tais medidas deverão:

a) garantir a aplicação aos trabalhadores marítimos de todas as disposições gerais sobre a proteção dasaúde no trabalho e a assistência médica que interessem à profissão de marinheiro, bem como dasdisposições especiais relativas ao trabalho a bordo;

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b) ter por objetivo proporcionar aos trabalhadores marítimos uma proteção da saúde e uma assistênciamédica o mais próximas que for possível das que geralmente desfrutam os trabalhadores de terra;

c) garantir aos trabalhadores marítimos o direito de consultar sem demora um médico nos portos de escala,quando isto for possível;

d) garantir que, conforme a legislação e a prática nacionais, a assistência médica e a proteção sanitáriasejam prestadas gratuitamente aos marinheiros inscritos na lista de tripulantes;

e) não se limitar ao tratamento dos marinheiros doentes ou acidentados, mas incluir também medidas decaráter preventivo e dar particular atenção à elaboração de programas de promoção da saúde e deeducação sanitária, com vistas a que os próprios trabalhadores marítimos possam contribuir ativamentepara a redução da freqüência das enfermidades passíveis de afetá-los.

Artigo 5

1. Todo navio ao qual for aplicável a presente Convenção deverá transportar uma farmácia de bordo.

2. O conteúdo dessa farmácia e o equipamento médico de bordo serão determinados pela autoridade competente, levandoem conta fatores como o tipo de navio, o número de pessoas a bordo e a natureza, destino e duração das viagens.

3. Ao aprovar ou rever as disposições nacionais relativas ao conteúdo da farmácia e do equipamento médico de bordo, aautoridade competente deverá levar em conta as recomendações internacionais nesse âmbito, como as edições mais recentesdo Guia Médico Internacional de Bordo e a Lista de Medicamentos Essenciais, publicados pela Organização Mundial da Saúde,bem como dos progressos realizados em matéria de conhecimentos médicos e métodos de tratamentos aprovados.

4. A adequada manutenção da farmácia e de seu conteúdo, e do equipamento médico de bordo, bem como sua inspeçãoperiódica a intervalos regulares não superiores a doze meses, ficarão a cargo de pessoas responsáveis designadas pelaautoridade competente que zelarão pelo controle da data de vencimento e das condições de conservação dos medicamentos.

5. A autoridade competente garantirá que o conteúdo da farmácia figure numa lista e esteja etiquetado utilizando nomesgenéricos, além dos nomes de marca, data de vencimento e condições de conservação, e de que esteja de acordo como que estipula o guia médico empregado em escala nacional.

6. A autoridade competente cuidará de que, quando um carregamento classificado como perigoso não tiver sido incluídona edição mais recente do Guia de primeiros socorros para uso em caso de acidentes relacionados com mercadoriasperigosas, publicado pela Organização Marítima Internacional, seja proporcionada ao capitão, aos trabalhadores marítimose a outras pessoas interessadas a informação necessária para a natureza das substâncias, os riscos que encerram, osequipamentos de proteção pessoal necessários, os procedimentos médicos pertinentes e os antídotos específicos. Osantídotos específicos e os equipamentos de proteção pessoal devem ser levados a bordo sempre que forem transportadasmercadorias perigosas.

7. Em caso de emergência, quando um medicamento receitado a um marinheiro pelo pessoal médico qualificado não figurarna farmácia de bordo, o armador deverá tomar todas as medidas necessárias com vistas a obtê-lo o mais depressa possível.

Artigo 6

1. Todo navio ao qual for aplicável a presente Convenção deverá levar um guia médico de bordo aprovado pela autoridadecompetente.

2. O guia médico deverá explicar como deve ser utilizado o conteúdo da farmácia e sua concepção deve ser tal que permitaque o pessoal não médico atenda aos doentes ou feridos a bordo, com ou sem consulta médica por rádio ou satélite.

3. Ao aprovar ou rever o guia médico de bordo em uso no país, a autoridade competente deverá levar em contar asrecomendações internacionais nesta matéria, inclusive as edições mais recentes do Guia médico internacional de bordoe do Guia de primeiros socorros para uso em caso de acidentes relacionados com mercadorias perigosas.

Artigo 7

1. A autoridade competente deverá assegurar, por meio de um sistema pré-estabelecido, que, a qualquer hora do dia ouda noite, os navios em alto-mar possam efetuar consultas médicas por rádio ou satélite, inclusive com assessoramentode especialistas.

2. Tais consultas médicas, incluindo a transmissão de mensagens médicas por rádio ou satélite entre um navio e aspessoas de terra que dão a assessoria, deverão ser gratuitas para todos os navios, independentemente do território emque estejam registrados.

3. Com vistas a garantir a otimização do uso dos meios disponíveis para efetuar consultas médicas por rádio ou satélite:

a) todos os navios a que for aplicável a presente Convenção e que disponham de instalação de rádiodeverão levar a bordo uma lista completa das estações de rádio através das quais podem ser feitasconsultas médicas;

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 153

b) todos os navios a que for aplicável a presente convenção e que disponham de um sistema de comunicaçãopor satélite deverão levar a bordo uma lista completa das estações terrestres costeiras através das quaispodem ser feitas consultas médicas;

c) estas listas devem ser mantidas atualizadas e sob a custódia da pessoa encarregada das comunicações.

4. Os trabalhadores marítimos que pedirem assessoramento médico por rádio ou satélite deverão ser instruídos no uso doGuia médico de bordo e da seção médica da edição mais recente do Código internacional de sinais publicado pelaOrganização Marítima Internacional, a fim de que possam compreender a informação necessária exigida pelo médicoconsultado e pelo assessoramento dele recebido.

5. A autoridade competente providenciará para que os médicos que derem assessoramento médico de acordo com esteArtigo recebam uma formação apropriada e conheçam as condições de bordo.

Artigo 8

1. Todos os navios aos quais for aplicável a presente Convenção, tenham cem ou mais marinheiros a bordo e normalmentefaçam travessias internacionais de mais de três dias de duraçao deverão contar, entre os membros da tripulação, com ummédico encarregado de prestar assistência médica.

2. A legislação nacional deverá estipular quais os outros navios que devem ter um médico entre os membros de suatripulação, levando em conta, entre outros fatores, a duração, a natureza e as condições da travessia, bem como o númerode marinheiros a bordo.

Artigo 9

1. Todos os navios aos quais for aplicável presente Convenção e não tiverem nenhum médico a bordo deverão levar entresua tripulação uma ou várias pessoas especialmente encarregadas de prestar assistência médica e administrar medicamentoscomo parte de suas obrigações normais.

2. As pessoas, que não sejam médicos, encarregadas da assistência médica a bordo deverão ter concluído de maneirasatisfatória um curso de formação teórica e prática em matéria de assistência médica, aprovado pela autoridadecompetente. Este curso consistirá:

a) para navios de menos de 1.600 toneladas de porte bruto que normalmente possam ter acesso a umaassistência médica qualificada e a serviços médicos num prazo de oito horas, numa formação elementarque permita que essas pessoas tomem as medidas imediatas necessárias em caso de acidentes oudoenças que possam ocorrer a bordo e façam uso de assessoramento médico por rádio ou satélite;

b) para todos os demais navios, numa formação médica do mais alto nível, que abranja uma formaçãoprática nos serviços de emergência ou de acidentados de um hospital, quando for possível, e umaformação em técnicas de sobrevivência como a terapia endovenosa, que permita que essas pessoasparticipem eficazmente de programas coordenados de assistência médica a navios que se encontremnavegando e assegurem aos doentes e feridos um nível satisfatório de assistência médica durante operíodo em que provavelmente tiverem de permanecer a bordo. Sempre que for possível, esta formaçãodeverá ser ministrada sob a supervisão de um médico que conheça e compreenda profundamente osproblemas médicos dos trabalhadores marítimos e as condições inerentes à profissão de marinheiro eque possua um conhecimento especializado dos serviços médicos por rádio ou satélite.

3. Os cursos aos quais o presente Artigo faz referência deverão basear-se no conteúdo das edições mais recentes do Guiamédico internacional de bordo, do Guia de primeiros socorros para uso em caso de acidentes relacionados com mercadoriasperigosas, do Documento que deve servir de guia - Guia internacional para a formação dos trabalhadores marítimos,publicado pela Organização Marítima Internacional, e da seção médica do Código internacional de sinais, bem como deguias nacionais análogos.

4. As pessoas às quais o parágrafo 2 deste Artigo faz referência e os demais trabalhadores marítimos que a autoridadecompetente vier a designar deverão seguir, de cinco em cinco anos aproximadamente, cursos de aperfeiçoamento quelhes permitam conservar e atualizar seus conhecimentos e competências, bem como se manter a par dos novosprogressos.

5. Todos os trabalhadores marítimos deverão receber, no decorer de sua formação profissional marítima, uma preparaçãosobre as medidas que devem ser tomadas em caso de acidente ou outra emergência médica a bordo.

6. Além da pessoa ou das pessoas encarregadas de dar assistência médica a bordo, um ou mais membros determinadosda tripulação deverão receber uma formação elementar em matéria de assistência médica que lhes permita tomar asmedidas imediatas necessárias em caso de acidentes ou doenças que possam ocorrer a bordo.

Artigo 10

Todos os navios aos quais seja aplicável a presente Convenção prestarão, quando for viável, toda a assistência médicanecessária a qualquer navio que vier a solicitá-la.

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Artigo 11

1. Todo navio de 500 toneladas ou mais de porte bruto que levar quinze ou mais marinheiros a bordo e efetuar umatravessia de mais de três dias deverá dispor de uma enfermaria independente a bordo. A autoridade competente poderáisentar deste requisito os navios de cabotagem.

2. O presente Artigo será aplicado, sempre que for possível e razoável, aos navios de 200 a 500 toneladas de porte brutoe aos rebocadores.

3. O presente Artigo não será aplicado aos navios com propulsão principalmente a vela.

4. A enfermaria deve estar situada de maneira tal que seja de fácil acesso e que seus ocupantes possam estarconfortavemente alojados e receber assistência médica com bom ou mau tempo.

5. A enfermaria deverá ser concebida de modo a facilitar as consultas e os primeiros socorros.

6. A entrada, os beliches, a iluminação, a ventilação, acalefação e o abastecimento de água da enfermaria deverão serdispostos de modo a garantir o conforto e facilitar o tratamento de seus ocupantes.

7. A autoridade competente determinará o número de beliches que devem ser instalados na enfermaria.

8. Os ocupantes da enfermaria devem dispor de sanitários para seu uso exclusivo situados na própria enfermaria ou emsua proximidade imediata.

9. A enfermaria não poderá ser destinada a outro use que não seja a assistência médica.

Artigo 12

1. A autoridade competente deverá adotar um modelo de relatório médico para os trabalhadores marítimos, para o uso demédicos de bordo, capitães de navios ou pessoas encarregadas da assistência médica a bordo e de hospitais ou médicosem terra.

2. Esse modelo de relatório deve ser especialmente concebido para facilitar a troca, entre navio e terra, de informaçãopessoal médica e informação conexa sobre marinheiros em caso de doença ou acidente.

3. A informação contida nos relatórios médicos deverá ter caráter confidencial e ser utilizada apenas para o tratamento dostrabalhadores marítimos.

Artigo 13

1. Os Membros para os quais a presente Convenção estiver em vigor deverão cooperar mutuamente com vistas apromover a proteção da saúde e a assistência médica aos trabalhadores marítimos a bordo de navios.

2. Tal cooperação poderia consistir no seguinte:

a) desenvolver e coordenar os esforços de busca e salvamento e organizar a pronta assistência médica ea evacuação de pessoas gravemente doentes ou feridas a bordo de navios por meios tais comosistemas de sinalização periódica da posição dos navios, centros de coordenação de operações desalvamento e serviços de helicópteros para caso de emergência, conforme as disposições do AcordoInternacional de 1979 sobre Busca e Salvamento Marítimos, o Manual de Buscas e Salvamento paraNavios Mercantes e o Manual de Buscas e Salvamento da OMI, elaborados pela Organização MarítimaInternacional;

b) utilizar ao máximo os navios pesqueiros com médico a bordo e os navios estacionados no mar quepossam prestar serviços hospitalares e fornecer meios de salvamento;

c) compilar e manter em dia uma lista internacional de médicos e centros de assistência médica disponíveisno mundo inteiro para prestar assistência médica de emergência aos trabalhadores marítimos;

d) desembarcar os trabalhadores marítimos num porto com vistas a um tratamento de emergência;

e) repatriar no mais breve prazo possível os trabalhadores marítimos hospitalizados no exterior, de acordocom o parecer médico dos médicos responsáveis pelo caso, levando em conta o desejo e as necessidadesdo marinheiro;

f ) tomar as providências necessárias para que seja dada assistência pessoal aos trabalhadores marítimosdurante sua repatriação, de acordo com o parecer médico dos médicos responsáveis pelo caso, levandoem conta o desejo e as necessidades do marinheiro;

g) procurar criar, para os trabalhadores marítimos, centros sanitários que:

i) efetuem pesquisas sobre o estado de saúde, o tratamento médico e a assistência sanitáriapreventiva dos trabalhadores marítimos;

ii) formem o pessoal médico e sanitário em medicina marítima.

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 155

h) compilar e avaliar estatísticas relativas a acidentes, doenças e óbitos de origem profissional de trabalhadoresmarítimos e incorporá-las aos sistemas nacionais existentes de estatísticas de acidentes, doenças eóbitos de origem profissional de outras categorias de trabalhadores, harmonizando-as, ao mesmo tempo,com tais sistemas;

i) organizar intercâmbios internacionais de informação técnica, de material de formação e de pessoaldocente, bem como cursos, seminários e grupos de trabalho internacionais em matéria de formação;

j) assegurar a todos os trabalhadores marítimos serviços de saúde e de acompanhamento médico, decaráter curativo e preventivo, que lhes sejam especialmente destinados nos portos, ou colocar à suadisposição serviços gerais de saúde, médicos e de reabilitação;

k) tomar as providências cabíveis para repatriar o mais breve possível os corpos ou as cinzas dosmarinheiros falecidos, conforme o desejo de seus parentes mais próximos.

3. A cooperação internacional no âmbito da proteção da saúde e a assistência médica aos trabalhadores marítimos deverábasear-se em acordos bilaterais ou multilaterais, ou em consultas entre Estados Membros.

Artigo 14

As ratificações formais da presente Convenção serão comunicadas, para registros, ao Diretor-Geral da RepartiçãoInternacional do Trabalho.

Artigo 15

1. Esta Convenção obrigará unicamente os Membros da Organização Internacional do Trabalho cujas ratificações tiveremsido registradas pelo Diretor-Geral.

2. Entrará em vigor doze meses depois da data em que as ratificações de dois Membros tiverem sido registradas peloDiretor-Geral.

3. A partir desse momento, esta Convenção entrará em vigor para cada Membro doze meses depois da data em que tiversido registrada sua ratificação.

Artigo 16

1. Todo Membro que tiver ratificado esta Convenção poderá denunciá-la ao expirar um período de dez anos contado a partir dadata em que tiver entrado em vigor inicialmente, por meio de uma ata comunicada, para o devido registro, ao Diretor-Geralda Repartição Internacional do Trabalho. A denúncia só surtirá efeito um ano depois da data em que tiver sido registrada.

2. Todo Membro que tiver ratificado esta Convenção e que, no prazo de um ano após a expiração do período de dez anosmencionado no parágrafo precedente, não fizer uso do direito de denúncia previsto neste Artigo, ficará obrigado duranteum novo período de dez anos, e a seguir poderá denunciar esta Convenção ao cabo de cada período de dez anos, nascondições previstas neste Artigo.

Artigo 17

1. O Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho notificará a todos os Membros da Organização Internacional doTrabalho o registro de todas as ratificações, declarações e denúncias que lhe forem comunicadas pelos Membros da Organização.

2. Ao notificar aos Membros da Organização o registro da segunda ratificação que lhe tiver sido comunicada, o Diretor-Geral chamará a atenção dos Membros da Organização para a data em que entrará em vigor a presente Convenção.

Artigo 18

O Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho comunicará ao Secretário-Geral das Nações Unidas, para efeitosde registro e conforme o Artigo 102 da Carta das Nações Unidas, uma informação completa sobre todas as ratificações,declarações e atas de denúncia que tiver registrado conforme os Artigos precedentes.

Artigo 19

Cada vez que estimar necessário, o Conselho de Administração da Repartição Internacional do Trabalho apresentará àConferência uma memória sobre a aplicação desta Convenção, e considerará a conveniência de incluir na pauta daConferência a questão de sua revisão total ou parcial.

Artigo 20

1. Caso a Conferência adote uma nova Convenção que implique uma revisão total ou parcial da presente, e a menos quea nova Convenção contenha disposições em contrário:

a) a ratificação por um Membro da nova Convenção revisora implicará, ipso jure , a denúncia imediata destaConvenção, não obstante as disposições contidas no Artigo 16, desde que a nova Convenção revisoratenha entrado em vigor;

b) a partir da data em que entrar em vigor a nova Convenção revisora, a presente Convenção deixará deestar aberta à ratificação por parte dos Membros.

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2. Esta Convenção continuará em vigor, em todos os casos, com sua forma e conteúdos atuais, para os Membros quenão tiverem ratificado e não ratificarem a Convenção revisora.

Artigo 21

As versões inglesa e francesa do texto desta Convenção são igualmente autênticas.

PORTARIA Nº 3523, DE 28 DE AGOSTO DE 1998

O Ministério de Estado da Saúde, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 87, Parágrafo único, item II, daConstituição Federal e tendo em vista o disposto nos artigos 6º, I, “a”, “c”, V, VII, IX, §1º, I e II, §3º, I a VI, da Lei n.º 8080,de 19 de setembro de 1990;

Considerando a preocupação mundial com a Qualidade do Ar de Interiores em ambientes climatizados e a ampla ecrescente utilização de sistemas de ar condicionado no país, em função das condições climáticas;

Considerando a preocupação com a saúde, o bem-estar, o conforto, a produtividade e o absenteísmo ao trabalho, dosocupantes dos ambientes climatizados e a sua inter-relação com a variável qualidade de vida;

Considerando a qualidade do ar de interiores em ambientes climatizados e sua correlação com a Síndrome dos EdifíciosDoentes relativa à ocorrência de agravos à saúde;

Considerando que o projeto e a execução da instalação, inadequados, a operação e a manutenção precárias dos sistemasde climatização, favorecem a ocorrência e o agravamento de problemas de saúde;

Considerando a necessidade de serem aprovados procedimentos que visem minimizar o risco potencial à saúde dosocupantes, em face da permanência prolongada em ambientes climatizados,

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar Regulamento Técnico contendo medidas básicas referentes aos procedimentos de verificação visual doestado de limpeza, remoção de sujidades por métodos físicos e manutenção do estado de integridade e eficiênciade todos os componentes dos sistemas de climatização, para garantir a Qualidade do Ar de Interiores e prevençãode riscos à saúde dos ocupantes de ambientes climatizados.

Art. 2º Determinar que serão objeto de Regulamento Técnico a ser elaborado por este Ministério, medidas específicasreferentes a padrões de qualidade do ar em ambientes climatizados, no que diz respeito a definição de parâmetrosfísicos e composição química do ar de interiores, a identificação dos poluentes de natureza física, química ebiológica, suas tolerâncias e métodos de controle, bem como pré-requisitos de projetos de instalação e deexecução de sistemas de climatização.

Art. 3º As medidas aprovadas por este Regulamento Técnico aplicam-se aos ambientes climatizados de uso coletivo jáexistentes e aqueles a serem executados e, de forma complementar, aos regidos por normas e regulamentos específicos.

Parágrafo Único. Para os ambientes climatizados com exigências de filtros absolutos ou instalações especiais, tais comoaquelas que atendem a processos produtivos, instalações hospitalares e outros, aplicam-se as normas eregulamentos específicos, sem prejuízo do disposto neste Regulamento Técnico, no que couber.

Art. 4º Adotar para fins deste Regulamento Técnico as seguintes definições:

a) ambientes climatizados: ambientes submetidos ao processo de climatização.

b) ar de renovação: ar externo que é introduzido no ambiente climatizado.

c) ar de retorno: ar que recircula no ambiente climatizado.

d) boa qualidade do ar interno: conjunto de propriedades físicas, químicas e biológicas do ar que nãoapresentem agravos à saúde humana;

e) climatização: conjunto de processos empregados para se obter por meio de equipamentos em recintosfechados, condições específicas de conforto e boa qualidade do ar, adequadas ao bem estar dos ocupantes.

f ) filtro absoluto: filtro de classe A1 até A3, conforme especificações do Anexo II.

g) limpeza: procedimento de manutenção preventiva que consiste na remoção de sujidades dos componentesdo sistema de climatização, para evitar a sua dispersão no ambiente interno.

h) manutenção - atividades técnicas e administrativas destinadas a preservar as características dedesempenho técnico dos componentes ou sistemas de climatização, garantindo as condições previstasneste Regulamento Técnico.

i) Síndrome dos Edifícios Doentes: consiste no surgimento de sintomas que são comuns à população emgeral, mas que, numa situação temporal, pode ser relacionado a um edifício em particular. Um incrementosubstancial na prevalência dos níveis dos sintomas, antes relacionados, proporciona a relação entre oedifício e seus ocupantes.

Art. 5º Todos os sistemas de climatização devem estar em condições adequadas de limpeza, manutenção, operação econtrole, observadas as determinações, abaixo relacionadas, visando a prevenção de riscos à saúde dos ocupantes:

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 157

a) manter limpos os componentes do sistema de climatização, tais como: bandejas, serpentinas, umidificadores,ventiladores e dutos, de forma a evitar a difusão ou multiplicação de agentes nocivos à saúde humana emanter a boa qualidade do ar interno.

b) utilizar, na limpeza dos componentes do sistema de climatização, produtos biodegradáveis devidamenteregistrados no Ministério da Saúde para esse fim.

c) verificar periodicamente as condições físicas dos filtros e mantê-los em condições de operação. Promovera sua substituição quando necessária.

d) restringir a utilização do compartimento onde está instalada a caixa de mistura do ar de retorno e ar derenovação, ao uso exclusivo do sistema de climatização. É proibido conter no mesmo compartimentomateriais, produtos ou utensílios.

e) preservar a captação de ar externo livre de possíveis fontes poluentes externas que apresentem riscos àsaúde humana e dotá-la no mínimo de filtro classe G1(um), conforme as especificações do Anexo II.

f ) garantir a adequada renovação do ar de interior dos ambientes climatizados, ou seja no mínimo de 27 m3/h/pessoa.

g) descartar as sujidades sólidas, retiradas do sistema de climatização após a limpeza, acondicionadas emsacos de material resistente e porosidade adequada, para evitar o espalhamento de partículas inaláveis.

Art. 6º Os proprietários, locatários e prepostos, responsáveis por sistemas de climatização com capacidade acima de 5 TR( 15.000 kcal/h = 60.000 BTU/H), deverão manter um responsável técnico habilitado, com as seguintes atribuições:

a) implantar e manter disponível no imóvel um Plano de Manutenção, Operação e Controle - PMOC, adotado parao sistema de climatização. Este Plano deve conter a identificação do estabelecimento que possui ambientesclimatizados, a descrição das atividades a serem desenvolvidas, a periodicidade das mesmas, as recomendaçõesa serem adotadas em situações de falha do equipamento e de emergência, para garantia de segurança dosistema de climatização e outras de interesse, conforme especificações contidas no Anexo I deste RegulamentoTécnico e NBR 13971/97 da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.

b) garantir a aplicação do PMOC por intermédio da execução contínua direta ou indireta deste serviço.

c) manter disponível o registro da execução dos procedimentos estabelecidos no PMOC.

d) divulgar os procedimentos e resultados das atividades de manutenção, operação e controle aos ocupantes.

Parágrafo Único. O PMOC deverá ser implantado no prazo máximo de 180 dias, a partir da vigência deste Regulamento Técnico.

Art. 7º O PMOC do sistema de climatização deve estar coerente com a legislação de Segurança e Medicina do Trabalho.Os procedimentos de manutenção, operação e controle dos sistemas de climatização e limpeza dos ambientesclimatizados, não devem trazer riscos a saúde dos trabalhadores que os executam, nem aos ocupantes dosambientes climatizados.

Art. 8º Os órgãos competentes de Vigilância Sanitária farão cumprir este Regulamento Técnico, mediante a realização deinspeções e de outras ações pertinentes, com o apoio de órgãos governamentais, organismos representativos dacomunidade e ocupantes dos ambientes climatizados.

Art. 9º O não cumprimento deste Regulamento Técnico configura infração sanitária, sujeitando o proprietário ou locatáriodo imóvel ou preposto, bem como o responsável técnico, quando exigido, às penalidades previstas na Lei n.º6.437, de 20 de agosto de 1977, sem prejuízo de outras penalidades previstas em legislação específica.

Art. 10º Este Regulamento Técnico entra em vigor na data da sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

JOSÉ SERRA

ANEXO IPLANO DE MANUTENÇÃO, OPERAÇÃO E CONTROLE - PMOC.

1 - Identificação do Ambiente ou Conjunto de Ambientes:

2 - Identificação do Proprietário, Locatário ou Preposto:

Nome (Edifício/Entidade)

Endereço completo N.º

Complemento Bairro Cidade UF

Telefone: Fax:

Nome/Razão Social CIC/CGC

Endereço completo Tel./Fax/Endereço Eletrônico

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3 - Identificação do Responsável Técnico:

* ART = Anotação de Responsabilidade Técnica

4 - Relação dos Ambientes Climatizados:

NOTA: anexar Projeto de Instalação do sistema de climatização.

5 - Plano de Manutenção e Controle

Nome/Razão Social CIC/CGC

Endereço completo Tel./Fax/Endereço Eletrônico

Registro no Conselho de Classe ART*

Tipo de Atividade

N.º de Ocupantes Identificação do

Ambiente ou Conjunto de Ambientes

Área Climatizada

Total Carga Térmica

Fixos Flutuantes

Descrição da atividade Periodicidade Data de execução

Executado por Aprovado por

a) Condicionador de Ar (do tipo "expansão direta" e "água gelada")

verificar e eliminar sujeira, danos e corrosão no gabinete, na moldura da serpentina e na bandeja;

limpar as serpentinas e bandejas

verificar a operação dos controles de vazão;

verificar a operação de drenagem de água da bandeja;

verificar o estado de conservação do isolamento termo-acústico;

verificar a vedação dos painéis de fechamento do gabinete;

verificar a tensão das correias para evitar o escorregamento;

lavar as bandejas e serpentinas com remoção do biofilme (lodo), sem o uso de produtos desengraxantes e corrosivos;

limpar o gabinete do condicionador e ventiladores (carcaça e rotor).

verificar os filtros de ar:

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 159

Descrição da atividade Periodicidade Data de execução

Executado por Aprovado por

• filtros de ar (secos)

verificar e eliminar sujeira, danos e corrosão;

medir o diferencial de pressão;

verificar e eliminar as frestas dos filtros;

limpar (quando recuperável) ou substituir (quando descartável) o elemento filtrante.

• filtros de ar (embebidos em óleo)

verificar e eliminar sujeira, danos e corrosão;

medir o diferencial de pressão;

verificar e eliminar as frestas dos filtros;

lavar o filtro com produto desengraxante e inodoro;

pulverizar com óleo (inodoro) e escorrer, mantendo uma fina película de óleo.

b) Condicionador de Ar (do tipo "com condensador remoto" e "janela")

verificar e eliminar sujeira, danos e corrosão no gabinete, na moldura da serpentina e na bandeja;

verificar a operação de drenagem de água da bandeja;

verificar o estado de conservação do isolamento termo- acústico (se está preservado e se não contém bolor);

verificar a vedação dos painéis de fechamento do gabinete;

lavar as bandejas e serpentinas com remoção do biofilme (lodo), sem o uso de produtos desengraxantes e corrosivos;

limpar o gabinete do condicionador.

verificar os filtros de ar:

• filtros de ar

verificar e eliminar sujeira, danos e corrosão;

verificar e eliminar as frestas dos filtros;

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Descrição da atividade Periodicidade Data de execução

Executado por Aprovado por

limpar o elemento filtrante.

c) Ventiladores

verificar e eliminar sujeira, danos e corrosão;

verificar a fixação;

verificar o ruído dos mancais;

lubrificar os mancais;

verificar a tensão das correias para evitar o escorregamento;

verificar vazamentos nas ligações flexíveis;

verificar a operação dos amortecedores de vibração;

verificar a instalação dos protetores de polias e correias;

verificar a operação dos controles de vazão;

verificar a drenagem de água;

limpar interna e externamente a carcaça e o rotor.

d) Casa de Máquinas do Condicionador de Ar

verificar e eliminar sujeira e água;

verificar e eliminar corpos estranhos;

verificar e eliminar as obstruções no retorno e tomada de ar externo;

aquecedores de ar

verificar e eliminar sujeira, dano e corrosão;

verificar o funcionamento dos dispositivos de segurança;

limpar a face de passagem do fluxo de ar .

umidificador de ar com tubo difusor(ver obs.1)

verificar e eliminar sujeira, danos e corrosão;

verificar a operação da válvula de controle;

ajustar a gaxeta da haste da válvula de controle;

purgar a água do sistema;

verificar o tapamento da caixa d'água de reposição;

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 161

Descrição da atividade Periodicidade Data de execução

Executado por Aprovado por

verificar o funcionamento dos dispositivos de segurança;

verificar o estado das linhas de distribuição de vapor e de condensado;

tomada de ar externo(ver obs. 2)

verificar e eliminar sujeira, danos, e corrosão;

verificar a fixação;

medir o diferencial de pressão;

medir a vazão;

verificar e eliminar as frestas dos filtros;

verificar o acionamento mecânico do registro de ar ("damper");

limpar (quando recuperável) ou substituir (quando descartável) o elemento filtrante;

registro de ar ("damper") de retorno(ver obs. 2)

verificar e eliminar sujeira, danos e corrosão;

verificar o seu acionamento mecânico;

medir a vazão;

registro de ar ("damper") corta fogo (quando houver)

verificar o certificado de teste;

verificar e eliminar sujeira nos elementos de fechamento, trava e reabertura;

verificar o funcionamento dos elementos de fechamento, trava e reabertura;

verificar o posicionamento do indicador de condição(aberto ou fechado);

registro de ar ("damper") de gravidade (venezianas automáticas)

verificar e eliminar sujeira, danos e corrosão;

verificar o acionamento mecânico;

lubrificar os mancais;

Observações:

1. Não é recomendado o uso de umidificador de ar por aspersão que possui bacia de água no interior do duto de insuflamento ou no gabinete do condicionador. 2. É necessária a existência de registro de ar no retorno e tomada de ar externo, para garantir a correta vazão de ar no sistema.

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Giovanni Moraes de Araújo162

Descrição da atividade Periodicidade Data de execução

Executado por Aprovado por

e) Dutos, Acessórios e Caixa Pleno para o Ar

verificar e eliminar sujeira (interna e externa), danos e corrosão;

verificar a vedação das portas de inspeção em operação normal;

verificar e eliminar danos no isolamento térmico;

verificar a vedação das conexões.

bocas de ar para insuflamento e retorno do ar

verificar e eliminar sujeira, danos e corrosão;

verificar a fixação;

medir a vazão;

dispositivos de bloqueio e balanceamento.

verificar e eliminar sujeira, danos e corrosão;

verificar o funcionamento;

f) Ambientes Climatizados

verificar e eliminar sujeira, odores desagradáveis, fontes de ruídos, infiltrações, armazenagem de produtos químicos, fontes de radiação de calor excessivo, e fontes de geração de microorganismos;

g) Torre de Resfriamento

verificar e eliminar sujeira, danos e corrosão;

Notas:

• As práticas de manutenção acima devem ser aplicadas em conjunto com as recomendações de manutenção mecânica da NBR 13.971 - Sistemas de Refrigeração, Condicionamento de Ar e Ventilação - Manutenção Programada da ABNT, assim como aos edifícios da Administração Pública Federal o disposto no capítulo Práticas de Manutenção, Anexo 3, itens 2.6.3 e 2.6.4 da Portaria n.º 2296/97, de 23 de julho de 1997, Práticas de Projeto, Construção e Manutenção dos Edifícios Públicos Federais, do Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado - MARE. O somatório das práticas de manutenção para garantia do ar e manutenção programada visando o bom funcionamento e desempenho térmico dos sistemas, permitirá o correto controle dos ajustes das variáveis de manutenção e controle dos poluentes dos ambientes.

• Todos os produtos utilizados na limpeza dos componentes dos sistemas de climatização, devem ser biodegradáveis e estarem devidamente registrados no Ministério da Saúde para esse fim.

• Toda verificação deve ser seguida dos procedimentos necessários para o funcionamento correto do sistema de climatização.

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 163

6 - Recomendações aos usuários em situações de falha do equipamento e outras de emergência:

ANEXO II

CLASSIFICAÇÃO DE FILTROS DE AR PARA UTILIZAÇÃO EM AMBIENTES CLIMATIZADOS, CONFORMERECOMENDAÇÃO NORMATIVA 004-1995 DA SBCC

Notas:

1 - métodos de ensaio:

Classe G: Teste gravimétrico, conforme ASHRAE* 52.1 - 1992 (arrestance)

Classe F: Teste colorimétrico, conforme ASHRAE 52.1 - 1992 (dust spot)

Classe A: Teste fotométrico DOP TEST, conforme U.S. Militar Standart 282

*ASHRAE - American Society of Heating, Refrigerating, and Air Conditioning Engineers, Inc.

2 - Para classificação das áreas de contaminação controlada, referir-se a NBR 13700 de junho de 1996, baseada na USFederal Standard 209E de 1992.

3 - SBCC - Sociedade Brasileira de Controle da Contaminação

Descrição:

Classe de filtro

Grossos G0 30-59

G1 60-74

G2 75-84

G3 85 e acima

Finos F1 40-69

F2 70-89

F3 90 e acima

Absolutos A1 85-94,9

A2 95-99,96

A3 99,97 e acima

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Giovanni Moraes de Araújo164

PORTARIA Nº 63, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1998

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso das atribui-ções legais que lhe confere o Decretonº 1.643 de 25 de setembro de 1995; considerando o disposto no artigo 200 da Consolidação das Leis do Trabalho econsiderando ainda, as al-terações propostas pelo Comitê Permanente Nacional sobre Condições e Meio Ambiente deTrabalho na Indústria da Construção - CPN, aprovadas pela Comissão Tripartite Paritária Permanente - CTPP, resolve:

Art. 1º Alterar o subitem 18.1.2, da Norma Regulamentadora 18 - Condições e Meio Am-biente de Trabalho na Indústriada Construção, que passa a vigorar com a seguinte redação:

Art. 2º Os itens da Norma Regulamentadora 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção,referentes a regu-lamentação da utilização de Andaimes Suspen-sos Mecânicos Leves passam a vigorar com aseguinte redação:

Art. 3º O subitem 18.23.3.1, referente a Equipamentos de Proteção Individual passa a vigorar com a seguinte redação:

Art. 4º O subitem 18.34.2, referente aos Comitês Permanentes sobre Condições e Meio Ambiente do Trabalho naIndústria da Cons-trução passa a vigorar com a seguinte redação:

Art. 5º Definir os códigos de norma e in-frações para os subitens da Norma Regulamen-tadora 18 que foram alteradosou acrescen-tados, os quais passam a integrar o Anexo II da Norma Regulamentadora 28 - Fiscalização ePenalidades:

PORTARIA Nº 08 DE 23 DE FEVEREIRO DE 1999

Altera a Norma Regulamentadora - NR 5, que dispõesobre a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes-CIPA e dá outras providências.

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO,no uso da atribuição que lhe confere o artigo 2° da Portarian° 3.214, de 08 de junho de 1978, considerando as propostas de regulamentação apresentadas no Grupo de TrabalhoTripartite - GTT/CIPA, constituído através da Portaria SSST/MTb n° 12, de 20 de junho de 1996, e na Comissão TripartiteParitária Permanente - CTPP, instituída pela Portaria SSST n° 2, de 10 de abril de 1996, resolve:

Art. 1º Alterar a Norma Regulamentadora - NR 5, que dispõe sobre Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA,aprovada pela Portaria n° 3214, de 08 de junho de 1978, de acordo com o disposto no Anexo a esta Portaria.

Art. 2º O Grupo de Trabalho Tripartite - GTT/CIPA, instituído pela Portaria SSST/MTb n° 12, de 20 de junho de 1996,acompanhará a implementação das disposições contidas na nova redação da Norma Regulamentadora n° 5, peloprazo de um ano a contar do início da vigência desta Portaria.

Art. 3º A SSST receberá, até 15 de abril de 1999, as propostas de alterações do dimensionamento previsto no Quadro I,anexo à Norma Regulamentadora n° 5, formuladas pelo GTT/CIPA ou por instâncias bipartites permanentes denegociação.

§ 1º As propostas serão apreciadas pela Comissão Tripartite Paritária Permanente, instituída pela Portaria SSSTnº 2, de 10 de abril de 1996, antes da manifestação conclusiva da SSST.

§ 2º Transcorrido o prazo estabelecido neste artigo os critérios para recepção das propostas de alteraçõesrelativas a NR 5 seguirão o estabelecido em portaria específica.

Art. 4º As alterações da NR-5, aprovadas por esta Portaria, entrarão em vigor no prazo de noventa dias.Art. 5° Estaportaria entra em vigor na data de sua publicação.

ZUHER HANDAR

Secretário

PORTARIA Nº 14, DE 25 DE FEVEREIRO DE 1999

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso das atribuições legais que lhe confere o Decreto n.º1.643 de 25 de setembro de 1995, publicado no DOU do dia 26.09.95, Seção I, resolve:

Art. 1º Alterar a composição do Comitê Permanente Nacional sobre Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústriada Construção - CPN, instituído pela Norma Regulamentadora 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho naIndústria da Construção, aprovada pela Portaria n.º 04, de 04 de julho de 1995, publicada no Diário Oficial daUnião, de 07 de junho de 1995, como a seguir disposto:

Bancada dos Empregadores:

· Representação da Câmara Brasileira da Indústria da Construção - CBIC;

· Representação do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada - SINICON;

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 165

· Representação da Associação Nacional de Empresas de Obras Rodoviárias;

· Representação da Confederação Nacional das Indústrias - CNI.

Bancada dos Empregados:

· Representação da Central Única dos Trabalhadores - CUT;

· Representação da Força Sindical;

· Representação da Confederação Geral dos Trabalhadores - CGT;

· Representação da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria - CNTI.

Bancada do Governo:

· Representação da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST;

· Representação da Fundação Jorge Duprat de Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho -FUNDACENTRO;

· Representação das Delegacias Regionais do Trabalho - DRT;

· Representação do Instituto Nacional de Metrologia, Produtividade e Qualidade - INMETRO.

Art. 2º Ficam revogadas as disposições em contrário.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

ZUHER HANDAR

PORTARIA Nº 15, DE 26 DE FEVEREIRO DE 1999

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso das atribuições legais que lhe confere o Decreto n.º1643 de 25 de setembro de 1995, publicado no D.O.U do dia 26.09.95, Seção I, páginas 14.941 a 14.945 e o disposto noartigo 200 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, resolve:

Art. 1º Alterar no Quadro II - Agrupamento de Setores Econômicos pela Classificação Nacional de Atividades Econômicas- CNAE, para dimensionamento da CIPA, editado pela Portaria SSST nº 8 de 23 de fevereiro de 1999, publicadano D.O.U de 24 de fevereiro de 1999, Seção I, páginas 12 e 13, os seguintes Grupos de Atividades Econômicas:

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

ZUHER HANDAR

PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 482 DE 16 DE ABRIL DE 1999

Os Ministros de Estado da Saúde e do Trabalho e Emprego, no uso das atribuições que lhes confere o artigo 87, item II,da Constituição e tendo em vista o disposto na Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que instituiu o Sistema Único deSaúde e o disposto no artigo 200 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, e

Considerando o uso difundido do gás óxido de etileno como agente esterilizante de materiais médico-hospitalares,especialmente para materiais e artigos termossensíveis, e a evolução das tecnologias para o seu emprego;

Considerando que o gás óxido de etileno é altamente tóxico, facilmente inflamável e explosivo, além de ser carcinogênico,mutagênico, teratogênico e neurotóxico;

Considerando os riscos ocupacionais e de transmissão de agentes infecciosos decorrentes do funcionamento de unidadesde esterilização sem a observância de padrões técnicos de segurança e pela aplicação inadequada do método deesterilização, reesterilização e de reprocessamento;

Considerando que o gás óxido de etileno e seus subprodutos podem ser absorvidos, adsorvidos ou reagir com algunsmateriais específicos, alterando a estrutura química e característica original dos produtos, com liberação de substânciastóxicas ou permanência de resíduos, que induzem a riscos reais e potenciais à saúde dos usuários;

Considerando a complexidade de ações no uso do gás óxido de etileno em esterilização de materiais e artigos médico-hospitalares e a necessidade de acompanhamento com estatísticas, visando garantir o equilíbrio dos serviços, daintegridade física dos pacientes, dos trabalhadores envolvidos e do meio ambiente, resolvem:

Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico e seus Anexos, objeto desta Portaria, contendo disposições sobre os procedimentosde instalações de Unidade de Esterilização por óxido de etileno e de suas misturas e seu uso, bem como, deacordo com as suas competências, estabelecer as ações sob a responsabilidade do Ministério da Saúde eMinistério do Trabalho e Emprego.

Art. 2º Adequar os procedimentos de registro na Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde para oacompanhamento das ações no uso do gás óxido de etileno e de seus respectivos agentes esterilizantes para o

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Giovanni Moraes de Araújo166

acompanhamento das ações no uso em esterilização, reesterilização e reprocessamento de materiais e artigosmédico-hospitalares, elaboração e controle de estatísticas e desenvolvimento de atividades pertinentes.

Art. 3º Estabelecer o Limite de Tolerância de concentração do gás óxido de etileno no ambiente de trabalho em 1,8 mg/m3 (um miligrama e oito décimos por metro cúbico) ou 1 ppm (uma parte por milhão) de concentração no ar, paraum dia normal de oito horas, devendo o Ministério do Trabalho e Emprego através da Secretaria de Segurança eSaúde no Trabalho alterar o Quadro Nº 1, do Anexo II da Norma Regulamentadora - NR-15, da Portaria N.º 3.214,de 8 de junho de 1978.

Art. 4º Estabelecer a concentração máxima permitida para exposição ao gás óxido de etileno para períodos de até 15minutos diários, em 9 mg/m3 (nove miligramas por metro cúbico) ou 5 ppm (cinco partes por milhão).

Art. 5º Proibir a menores, gestantes e/ou mulheres em idade fértil exercerem atividades nas salas de esterilização, salade aeração e depósito de recipientes de óxido de etileno e na área de tratamento do gás.

Art. 6º Proibir o uso de óxido de etileno envasado em ampolas de vidro ou outros materiais frágeis.

Art. 7º Proibir o uso das instalações das Unidades de Esterilização por Óxido de Etileno para esterilização, reesterilização,reprocessamento ou outros processos de redução de carga microbiana de produtos que não sejam materiais eartigos médico-hospitalares.

Art. 8º Determinar que o empregador ou responsável por ele delegado deve assegurar as condições necessárias para ocumprimento desta Portaria.

Art. 9º Fixar prazo de trezentos e sessenta dias, a partir da data desta publicação, para o cumprimento das disposiçõesprevistas nesta Portaria, Regulamento Técnico e Anexos, inclusive nos casos de licenças e autorizaçõesconcedidas anteriormente a esta Portaria.

Art. 10 Fixar prazo de cento e oitenta dias para elaboração de regulamento contendo especificações técnicas derecipientes de contenedores do agente esterilizante, conforme previsto no item 27 do Regulamento Técnico destaPortaria.

Parágrafo único – Até a publicação do regulamento referido neste artigo serão aceitos, neste período, certificados deconformidade, emitidos por organismos de certificação estrangeiros que atendam as mesmas regras internacionaisde credenciamento adotadas pelo INMETRO, para o reconhecimento das atividades de certificação realizadas poreste organismo.

Art. 11 Os Ministérios da Saúde e do Trabalho e Emprego oferecerão treinamento conjunto aos agentes responsáveispela observância do cumprimento desta Portaria.

Art. 12 As Secretarias de Saúde Estaduais, Municipais e do Distrito Federal e as Delegacias Regionais do Trabalhodesenvolverão suas atividades de orientação e fiscalização com completa interação entre seus órgãos, visandogarantir o equilíbrio dos serviços de esterilização e a integridade física dos pacientes, dos trabalhadores e do meioambiente.

Art. 13 A inobservância do disposto nesta Portaria, sujeitará o infrator às penalidades previstas na Lei N.º 6.437, de 20de agosto de 1977, da Lei N.º 6.514, de 22 de dezembro de 1977 e na Consolidação das Leis do Trabalho - CLT,sem prejuízo das responsabilidades civil e penal cabíveis, e em outras normas relacionadas à segurança notrabalho e à proteção do meio ambiente.

Art. 14 Revoga-se a Portaria Interministerial N.º 4, de 31 de julho de 1991, a partir da data da publicação desta Portaria.

JOSÉ SERRA

Ministro de Estado da Saúde

FRANCISCO DORNELLES

Ministro de Estado do Trabalho e Emprego

REGULAMENTO TÉCNICO

PROCEDIMENTOS DE INSTALAÇÃO E USO DO GÁS ÓXIDO DE ETILENO E SUAS MISTURASEM UNIDADES DE ESTERILIZAÇÃO

CAPÍTULO I

AUTORIZAÇÃO, Registro, Cadastro, e Responsabilidade

1 Todas as empresas, conforme definido nesta Portaria, que realizam ou que pretendem realizar esterilização, reesterilizaçãoou reprocessamento por gás óxido de etileno, devem requerer junto aos órgãos de Vigilância Sanitária Estadual, Municipalou do Distrito Federal, Licença de Funcionamento para a Unidade de Esterilização por Óxido de Etileno, específica.

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2 O órgão de Vigilância Sanitária Estadual, Municipal ou do Distrito Federal, após análise do requerimento, deve encaminharà Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde cópia do parecer conclusivo da Licença e a ficha cadastral comos dados exigidos pelo Ministério da Saúde para o cadastramento, bem como as posteriores alterações.

3 A Licença de Funcionamento para Unidade de Esterilização por Óxido de Etileno só pode ser emitida pela VigilânciaSanitária Estadual, Municipal ou do Distrito Federal, após constatação do fiel cumprimento deste Regulamento Técnico.

4 A Licença de Funcionamento para Unidade de Esterilização por Óxido de Etileno é condição necessária para obtenção daLicença Sanitária emitida pela Secretaria de Vigilância Sanitária Estadual, Municipal ou do Distrito Federal, para funcionamentoda Empresa.

5 Qualquer alteração de atividade fim da Unidade de Esterilização por Óxido de Etileno, endereço, área física, instalações,aquisição de novos equipamentos de esterilização ou outras que interfiram na qualidade do produto ou serviço, oualteração da responsabilidade técnica exige Alteração de Licença de Funcionamento para Unidade de Esterilização porÓxido de Etileno, junto à Vigilância Sanitária Estadual, Municipal ou do Distrito Federal.

6 Todo fabricante/importador de equipamentos de esterilização por óxido de etileno qualquer que seja sua procedência,deve registrar seu produto no Ministério da Saúde, apresentando o Certificado de Conformidade, de acordo com osrequisitos da regulamentação técnica que dispõe sobre equipamentos para atmosferas explosivas, emitido por organismode certificação credenciado no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação, nos termos da Portaria N.º 121, de 24 de julhode 1990, do INMETRO.

7 Todo fabricante de equipamento de esterilização por óxido de etileno deve manter o cadastro de suas unidadesfabricadas, bem como o de seus respectivos destinos.

8 Os responsáveis pelos equipamentos pré-existentes em funcionamento, devem apresentar Laudo Técnico à Secretariade Vigilância Sanitária Estadual, Municipal ou Distrito Federal em conformidade com os requisitos aplicáveis, desteRegulamento Técnico.

9 Todos os equipamentos de esterilização por óxido de etileno, qualquer que seja a procedência ou modalidade de aquisição,inclusive através de doação, só podem ser expostos à venda ou entregues ao consumo se estiverem devidamenteregistrados no Ministério da Saúde.

10 O produtor e ou importador do agente esterilizante à base de óxido de etileno, qualquer que seja a procedência,composição e apresentação, deve registrar o seu produto na Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde,como saneante domissanitário, atendendo às exigências prescritas no item 27, do Capítulo III.

11 O fornecimento do agente esterilizante a base de óxido de etileno fica restrito às empresas que possuam Licença deFuncionamento para Unidade de Esterilização por óxido de etileno, conforme itens de 1 a 4 do Capítulo I, desteRegulamento Técnico, mediante a devolução dos recipientes vazios.

12 As empresas, que realizam o transporte de produtos, materiais ou artigos médico-hospitalares, esterilizados ou aesterilizar, bem como empresas transportadoras que têm esta finalidade, são passíveis de serem inspecionadas pelaSecretaria de Vigilância Sanitária Municipal, Estadual ou do Distrito Federal.

13 Cabe às empresas que realizam esterilização por gás óxido de etileno a responsabilidade pelo controle biológico e ocontrole de resíduos de óxido de etileno dos materiais esterilizados, que devem ser realizados em instalações próprias eadequadas para este fim.

14 Os materiais e artigos médico-hospitalares passíveis de reprocessamento por óxido de etileno, quando submetidos aesse processo, ficam sob a responsabilidade conjunta do solicitante e do executante do serviço.

15 Todas as empresas que utilizam esterilização por óxido de etileno devem dispor de responsável técnico com nívelsuperior em suas unidades de esterilização, cujo curso de graduação contemple disciplinas afins ao processo, e detrabalhadores tecnicamente qualificados para operação, controle de qualidade, manutenção e segurança do sistema.

16 O responsável técnico pela Unidade de Esterilização deve, obrigatoriamente, garantir a eficácia do processo, o controlecom registro da concentração de óxido de etileno nos ambientes de trabalho observando-se os limites estabelecidos nestaPortaria, bem como garantir que os resíduos de óxido de etileno e de seus derivados, após os processos de esterilização,reesterilização ou reprocessamento, não ultrapassem os valores contidos na Tabela I.

17 A qualificação técnica dos trabalhadores citados no item 15 deve ser realizada por meio de treinamento específico,documentado, conforme programa mínimo integrante desta Portaria.

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TABELA I

LIMITES MÁXIMOS DE RESÍDUOS EM CORRELATOS - (PPM)

ETO - Óxido de Etileno

ETCH - Etileno Cloridrina

ETG - Etilenoglicol

CAPÍTULO II

CONDIÇÕES MÍNIMAS DE ÁREA FÍSICA, DE INSTALAÇÕES E DE SEGURANÇA AMBIENTAL

18 As Unidades de Esterilização de que tratam esta Portaria compõem-se de, no mínimo, cinco ambientes distintos comacesso restrito a pessoal autorizado, exclusivos para o processo e independentes dos demais setores de apoio doestabelecimento: a) área de comando, b) sala de esterilização, c) sala de aeração, d) sala ou área de depósito derecipientes de óxido de etileno, e) área de tratamento do gás.

19 As Unidades de Esterilização que praticam reprocessamento devem, ainda, possuir ambientes, destinados,exclusivamente, à recepção, limpeza, desinfecção e preparo de materiais e artigos, independentes dos demais setores,além de sala de armazenagem de materiais de artigos já submetidos ao processo e aerados.

20 As salas de esterilização e de depósito de recipientes de óxido de etileno e de suas misturas explosivas devem possuirconstrução que permita um direcionamento adequado para expansibilidade dos gases em caso de acidente, através de tetoou parede frágil, garantindo um raio externo compatível com os riscos inerentes às instalações, sem movimentação depessoas, veículos ou quaisquer atividades.

21 A Unidade de Esterilização por óxido de etileno deve possuir, também:

a) sistema de renovação de ar independente dos demais setores que garanta 25 (vinte e cinco) trocas dear por hora, nas salas de esterilização e aeração, bem como pressão negativa na sala de esterilização emrelação à de aeração e desta em relação aos demais ambientes;

b) dispositivos automáticos de proteção contra sobrecorrentes e sobretensão, conforme Norma TécnicaBrasileira - NBR 5.410 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão;

c) instalações elétricas de acordo com a Portaria N.º 5418, Instalações Elétricas em Atmosferas Explosivas,determinada na Portaria N.º 121, de 24 de julho de 1996, do INMETRO nas salas de esterilização, depósitode recipientes de óxido de etileno e área de tratamento do gás;

d) sistema de proteção contra descargas atmosféricas de acordo com as Normas Técnicas Brasileiras,NBR-5.419 - Proteção de Estrutura Contra Descarga Atmosférica;

e) porta exclusiva para emergência, localizada na sala de esterilização, com saída desbloqueada e sempossibilidade de ser trancada com chaves, sendo a abertura em sentido de fuga;

f ) lava-olhos e chuveiros de emergência localizados em lugar de fácil acesso e visualização, fora dasinstalações sanitárias, próximo ao depósito de recipientes e a outros locais onde possam ocorreracidentes com o óxido de etileno liqüefeito;

CORRELATO ETO ETCH ETG

Implantes

Pequeno (10g) 250 250 5.000

Médio (>10 - < 100g) 100 100 2.000

Grande (>100g) 25 25 500

Dispositivos intra-uterinos 5 10 10

Lentes intra-oculares 25 25 500

Correlatos que contatam a mucosa 250 250 5.000

Correlatos que contatam o sangue 25 25 250

Correlatos que contatam a pele 250 250 5.000

Esponjas cirúrgicas 25 250 500

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g) sistema de combate a incêndio compatível com as normas do Corpo de Bombeiros local, sendoindispensável a existência de extintores de dióxido de carbono (CO2);

h) sistema automático de alarme sonoro e luminoso para casos emergenciais de vazamento do gás;

i) sinalização gráfica de fácil visualização, para identificação dos ambientes de esterilização, quarentena,depósito de recipientes de óxido de etileno e tratamento de gás e dos sistemas de segurança, conformeNR-26, da Portaria N.º 3214, de 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho e Emprego;

j) Equipamento de monitorização da concentração do óxido de etileno no ambiente de trabalho.

22 Os equipamentos de esterilização por óxido de etileno e de suas misturas devem possuir:

a) sistema automático de admissão e de remoção do gás na câmara e controle à distância dos parâmetrosdo processo: concentração de óxido de etileno, tempo de cada operação, temperatura, umidade relativae pressão interna da câmara;

b) sistema que impossibilite abertura de portas das câmaras após o início do ciclo até a conclusão doprocesso;

c) sistema que garanta, obrigatoriamente, aeração mecânica dentro da própria câmara de esterilização comnitrogênio ou ar filtrado, mesmo que ocorra a interrupção do ciclo;

d) sistema de geração de relatório gráfico e/ou alfa numérico do ciclo de esterilização;

e) sistema que garanta tratamento de todos os resíduos líquidos que tenham mantido contato com óxido deetileno, inclusive os provenientes de bombas de vácuo de anel líquido, de modo a atender à legislaçãopertinente nos níveis federal, estadual e municipal;

f ) sistema de tratamento do óxido de etileno utilizado na esterilização por meio de processo catalítico ouborbulhamento em solução ácida com posterior neutralização dos resíduos, ou outro processo detratamento do óxido de etileno que garanta a inocuidade do produto, respeitando as condições contidasno item 25.

23 Os equipamentos que utilizam recipientes convencionais devem possuir tubulações e conexões dos cilindros aoequipamento, de acordo com as Normas Técnicas vigentes.

24 Os equipamentos que utilizam recipientes descartáveis devem possuir dispositivo interno à câmara para acoplamentoe acondicionamento dos mesmos.

25 O ponto de lançamento de resíduo de óxido de etileno para a atmosfera, oriundo da área de tratamento de gases, deveestar localizado em área de acesso restrito ao trabalhador autorizado, em cujos limites devem ser observados os teoresestabelecidos nesta Portaria.

26 Os equipamentos a gás óxido de etileno e suas misturas devem estar instalados fora do alcance de fontes de calor.

CAPÍTULO III

EMBALAGEM, ROTULAGEM, TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO DE RECIPIENTES DE ÓXIDO DE ETILENOE SUAS MISTURAS

27 O recipiente do gás, convencional ou descartável, que contenha o agente esterilizante, deve ser de material que nãopropicie a polimerização do óxido de etileno, apresente resistência mecânica ao impacto e à pressão hidrostática, bemcomo, o fechamento hermético, dentre outras especificações técnicas que estejam contempladas em RegulamentoTécnico para recipientes contenedores do agente esterilizante.

28 A embalagem para transporte dos recipientes descartáveis contendo agente esterilizante deve ser confeccionada emmaterial apropriado que impeça o impacto entre eles.

29 A rotulagem do recipiente de óxido de etileno deve conter gravação de forma indelével e atóxica e na língua portuguesa,com nome, endereço e telefone do fabricante, origem, identificação do produto envasado, volume, cuidados no transportee armazenamento, limite de tolerância, prazo de validade, procedimentos de uso e emergenciais, identificação doresponsável técnico, N.º de registro no Ministério da Saúde, além das inscrições “cuidado - perigoso se ingerido, inaladoou absorvido pela pele”, “proibida a venda direta ao público” conter símbolo gráfico para produtos perigosos, definido pelaNBR 7.500 e demais exigências contidas na legislação específica de saneantes do Ministério da Saúde.

30 O rótulo do recipiente descartável do agente esterilizante, contemplado nesta Portaria, deve informar também, aobrigatoriedade da devolução dos recipientes vazios ao fornecedor.

31 O transporte de recipientes de óxido de etileno deve seguir a legislação específica para produtos perigosos.

32 O armazenamento de recipientes do agente esterilizante deve ser realizado em depósito específico, atendendo ao item20 e às especificações do Anexo I.

33 Os recipientes descartáveis vazios devem ser mantidos especificamente na sala de depósito de recipientes de óxidode etileno, separados dos volumes cheios, para posterior devolução.

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CAPÍTULO IV

EMBALAGEM, ROTULAGEM, TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO DE MATERIAIS E ARTIGOS MÉDICO-HOSPITALARES

34 A embalagem primária dos materiais submetidos ao agente esterilizante, deve ser de papel grau cirúrgico ou combinaçãodeste com filme plástico, ou outro material comprovadamente eficaz quanto às características de penetração e exaustãodo gás, integridade física e barreira microbiana.

35 O fechamento da embalagem primária deve ser realizado por termosselagem ou outro processo compatível com omaterial empregado, de modo a garantir a sua integridade e a do produto contido.

36 A rotulagem da embalagem primária e secundária deve conter a indicação do processo a que foi submetido (esterilização,reesterilização ou reprocessamento a gás óxido de etileno), a data de sua realização, o número de lote, o prazo de validade,identificação do responsável pelo processo e identificação do estabelecimento.

37 A embalagem utilizada para transporte de materiais e artigos, a serem submetidos ao reprocessamento em estabelecimentoprestador de serviços, deve ser recipiente rígido, liso e fechado hermeticamente e conter rótulo com lista dos produtos,nome do estabelecimento solicitante e do estabelecimento prestador de serviços e identificação de material infectanteafixada em sua superfície.

38 A embalagem para transporte de materiais e artigos já submetidos ao reprocessamento deve garantir condiçõesambientais higiênicas, manutenção de integridade da embalagem primária e esterilidade do produto, além de conteridentificação do estabelecimento reprocessador e do solicitante e relação dos artigos esterilizados.

39 O translado externo dos recipientes a que se refere os itens 37 e 38, deve ser realizado em veículos exclusivos paraeste fim - ou outro que utilize contêineres específicos, com as mesmas identificações, devendo ser asseguradas ascondições de desinfecção e higiene necessárias à preservação da saúde humana - sujeitos a fiscalização, conformelegislação vigente.

40 Na sala de armazenagem de materiais esterilizados só é permitida a estocagem de materiais e artigos já aerados na salade aeração.

CAPÍTULO V

CONDIÇÕES MÍNIMAS PARA EFICÁCIA DO PROCESSO DE ESTERILIZAÇÃO DE MATERIAIS E ARTIGOSMÉDICO-HOSPITALARES

41 Os estabelecimentos que mantêm Unidade de Esterilização por Óxido de Etileno para esterilização, reesterilização e/oureprocessamento de materiais e artigos médico-hospitalares, devem:

a) realizar o processo de esterilização de modo a garantir a sua eficácia e repetibilidade;

b) validar o processo empregando como indicador biológico o Bacillus subtilis, Variedade Niger, naconcentração de 105 a 107 de esporos, por ocasião do início das atividades de esterilização;

c) revalidar o processo periodicamente, pelo menos uma vez ao ano, e sempre que ocorrerem mudançasnas condições do ciclo, alteração nas instalações, mudança do produto ou utilização de novosequipamentos;

d) comprovar a letalidade de cada ciclo de esterilização empregando indicador biológico e realizando o testede esterilidade em amostras de produtos que compõem a carga do ciclo, conforme FarmacopéiaBrasileira;

CAPÍTULO VI

CONDIÇÕES MÍNIMAS DE SAÚDE E SEGURANÇA OCUPACIONAL

42 Ao implantar o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, da Norma Regulamentadora, NR-7, daPortaria N.º 3.214, de 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho e Emprego, as empresas devem contemplar questõesespecíficas relacionadas ao óxido de etileno, tais como:

a) o trabalhador direta ou indiretamente envolvido com o processo de esterilização a gás óxido de etilenodeve ser submetido a exames admissional, periódico, de retorno ao trabalho, mudança de função edemissional;

b) os exames a que se refere o item anterior compreendem: avaliação clínica abrangendo anamneseocupacional, exame físico e mental e os exames complementares que devem ser realizados de acordocom termos específicos da NR-7, incluindo hemograma, contagem de plaquetas, exame qualitativo deurina, uréia, creatinina, desidrogenase láctica, transaminase e outros complementares a critério médico;

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c) a cada exame médico realizado, o médico emitirá o Atestado de Saúde Ocupacional - ASO, em duas vias,sendo que a primeira ficará arquivada no local de trabalho, à disposição da fiscalização do trabalho, e asegunda será obrigatoriamente entregue ao trabalhador, mediante recibo na primeira via;

d) o ASO deverá conter, no mínimo: identificação do trabalhador com o seu nome completo, número de registrode sua identidade, e sua função; os riscos ocupacionais específicos existentes; indicação dos procedimentosmédicos a que foi submetido o trabalhador, incluindo os exames complementares e a data em que foramrealizados; o nome do médico coordenador, quando houver, com o respectivo registro no Conselho Regionalde Medicina - CRM; definição de apto ou inapto para a função específica que o trabalhador vai exercer, exerceou exerceu; nome e endereço do médico encarregado do exame e forma de contato; data e assinatura domédico encarregado do exame e carimbo contendo seu número de inscrição no CRM;

e) os registros médicos obtidos dos trabalhadores ocupacionalmente expostos ao óxido de etileno, incluindoprontuários e resultados de exames complementares, devem ser guardados por 20 anos após a demissão.

43 O cumprimento dos itens 1-a a 1-e não desobriga o fiel cumprimento das demais exigências da NR-7 já mencionada.

44 Para efeito desta Portaria, deve-se ainda considerar:

a) os exames devem ser realizados com periodicidade semestral ou a intervalos menores a critério médico,ou ainda, como resultado de negociação coletiva de trabalho;

b) todo trabalhador que esteve envolvido direta ou indiretamente em atividades com óxido de etileno e quenão mais exerça esta atividade deve continuar a realizar os exames médicos e complementares, comperiodicidade no mínimo anual, durante todo o tempo em que trabalhar na empresa;

c) os exames clínicos e laboratoriais devem dar especial atenção às exposições prévias ao óxido etileno eseus efeitos sobre os órgãos e sistemas relacionados ao metabolismo do óxido de etileno.

45 Conforme definido nesta Portaria, ao implantar o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, de acordo coma NR-9, da Portaria N.º 3.214, de 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho e Emprego, as empresas devem entreoutras ações, prever:

a) levantamento, análise e avaliação de riscos existentes nas Unidades de Esterilização;

b) o fornecimento e uso obrigatório de Equipamentos de Proteção Individual - EPI, luvas, botas e macacão de PVCe máscaras faciais alimentadas a ar comprimido, durante as atividades de risco, carregamento e descarregamentoda câmara e troca de cilindros, ou outras com risco potencial e durante vazamentos acidentais.

46 As empresas devem ainda:

a) elaborar rotina escrita disponível a todos os trabalhadores de todas as etapas do processo - inclusiverecebimento e troca do recipiente de gás, descarte de resíduos líquidos e sólidos - dos procedimentos deemergência e de primeiros socorros;

b) realizar treinamento técnico por ocasião da admissão e reciclagens semestrais para os trabalhadores daUnidades de Esterilização, de acordo com o Programa Mínimo existente no anexo II desta Portaria;

c) realizar a monitorização passiva individual, para os trabalhadores envolvidos com o processo, durante asatividades de risco definidas no item anterior;

d) possuir meios de monitorização contínua da concentração ambiental de óxido de etileno nas salas deesterilização, quarentena, depósito de recipientes de óxido de etileno e área de tratamento do gás, quandona presença de seres humanos, assegurando a manutenção do Limite de Tolerância estabelecido noartigos 3º e 4º desta Portaria;

e) manter Prontuário da Unidade de Esterilização por Óxido de Etileno, contendo fluxograma do processo, conjuntode desenhos da instalação de equipamentos de esterilização, descrição de funcionamento da Unidade deEsterilização e dos dispositivos de segurança, livro de ocorrências e as especificações dos equipamentos.

f ) garantir que o desenvolvimento das atividades de risco não ocorra em presença de somente umtrabalhador.

ANEXO I

DEFINIÇÃO E ESPECIFICAÇÃO

Absorção - fixação de uma substância no interior de outra substância.

Acesso Restrito - acesso permitido somente a pessoas credenciadas.

Adsorção - fixação de uma substância na superfície de outra substância.

Aeração mecânica - processo de ventilação que funciona no interior da câmara esterilizadora, utilizando ar estéril e/ou gásinerte, permitindo a retirada de grande parte dos resíduos do gás óxido de etileno dos materiais esterilizados.

Agente esterilizante - para efeito desta portaria, é o produto saneante, gás óxido de etileno e suas misturas com agentediluente ou propelente inerte.

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Ambiente - espaço fisicamente determinado e especializado para o desenvolvimento de determinadas atividades,caracterizado por dimensões e instalações diferenciadas.

Ar filtrado estéril - ar que passa através de filtros de ar que retém partículas maiores ou iguais a 0,3 micrometro (micron).

Área - ambiente aberto, sem paredes em uma ou mais faces.

Artigo médico-hospitalar de uso único - correlato que após o uso perde suas características originais ou que, em funçãode outros riscos reais ou potenciais à saúde do usuário, não pode ser reutilizado.

Área de depósito de recipientes de óxido de etileno - área exclusivamente destinada a receber os cilindros de agentesesterilizantes. Deve ser bem arejada, telada, protegida do calor e das intempéries e próxima da área de esterilização. Paracilindros do gás puro ou misturas inflamáveis, prever construção resistente à explosividade e direcionamento para expansão.

Área de tratamento de gás - ambiente destinado à instalação dos equipamentos de tratamento do gás óxido de etileno.

Artigo de uso único - ver artigo médico-hospitalar de uso único.

Atividade de risco - para efeito desta Portaria, são as operações de carga e descarga da câmara de esterilização a óxidode etileno, troca de cilindros e manutenção de seus equipamentos, quando na possível presença do gás.

Autorização - ato privativo do órgão competente do Ministério da Saúde incumbido da vigilância sanitária dos produtos eserviços submetidos a esse regime, contendo permissão para que as empresas exerçam as atividades que lhes são próprias.

Autorização de funcionamento específica - autorização exclusiva para unidades de esterilização por óxido de etileno.

Bactericida - substância ou produto que tem a capacidade de destruir bactérias.

Calibração - operação em que se estabelece uma correspondência entre leituras de instrumento e valores de uma grandezafísica que é medida diretamente ou indiretamente pelo instrumento.

Câmara de esterilização por óxido de etileno - componente do equipamento de esterilização destinado a receber a carga demateriais termossensíveis a serem esterilizados a gás óxido de etileno.

Capabilidade - capacidade de um processo para atingir os objetivos para os quais foi desenvolvido.

Carcinogenicidade - propriedade que tem a substância de provocar alterações responsáveis pela indução do câncer.

Concentração do gás de óxido etileno - concentração estabelecida em função da carga microbiana inicial dos materiais,das características do produto, da embalagem e das especificações técnicas da câmara, normalmente expressa emmiligrama por metro cúbico.

Controle do processo - verificação realizada durante o processo de esterilização com o objetivo de monitorar e ajustar osparâmetros de relevância do processo: temperatura, umidade relativa, concentração de óxido de etileno e tempo de exposição.

Correlato - substância, produto, aparelho ou acessório, cujo uso ou aplicação esteja ligado à defesa e proteção da saúdeindividual ou coletiva, à higiene pessoal ou de ambientes, ou a fins diagnósticos e analíticos, os cosméticos e perfumes,e, ainda, aos produtos dietéticos, óticos, de acústica médica, odontológicos e veterinários.

Depósito de recipientes de óxido de etileno - ambiente exclusivamente destinado a receber os recipientes de gases óxidode etileno ou de suas misturas, que alimentarão as câmaras de esterilização. Para cilindros convencionais este ambientedeve ser bem arejado, telado, protegido de fonte de calor e de intempéries e possuir menor afastamento possível da áreade esterilização. Para recipientes descartáveis, este ambiente deverá ser uma sala compatível com a explosividade dogás, possuir exaustão mecânica e acesso exclusivo a pessoal autorizado.

Descarga atmosférica - descarga elétrica entre uma nuvem e a terra, consistindo em um ou mais impulsos de váriosquiloampéres.

Desinfecção - processo de destruição de microorganismos patogênicos de forma vegetativa existentes em superfíciesinertes, mediante aplicação de produtos químicos ou físicos.

Embalagem secundária - invólucro, recipiente ou qualquer acondicionamento com finalidade de garantir a integridade físicada embalagem primária e do produto, quando necessário.

Embalagem primária - para efeito desta Portaria, invólucro, material impresso, recipiente ou qualquer acondicionamentoque mantém contato com o produto, com a finalidade de permitir a entrada e liberação do gás esterilizante, proteger oproduto contra a entrada de microorganismos, poeira e umidade, enquanto o artigo estiver armazenado, até o momento deser aberto para uso.

Empresa - para efeito desta Portaria, qualquer prestador de serviços de saúde, hospital ou entidade a ele assemelhada,empresa fabricante ou produtora, prestadora de serviços que exerça atividades de esterilização, reesterilização oureprocessamento de artigos médico-hospitalares com o gás óxido de etileno e de suas misturas.

Equipamento de esterilização por óxido de etileno - conjunto composto de câmara de esterilização a óxido de etileno e seusequipamentos periféricos.

Equipamento de proteção individual - EPI - todo dispositivo de uso individual destinado a garantir a integridade física dotrabalhador, luvas, botas, máscaras, aventais, protetores faciais, entre outros.

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Esporicida – substância ou produto que tem a capacidade de destruir microorganismos na forma esporulada.

Esterilização - processo físico ou químico empregado para eliminar microorganismos nas formas vegetativas e esporuladasdas substâncias, materiais ou artigos.

Esterilização por óxido de etileno - processo químico de esterilização onde o agente esterilizante utilizado é o gás óxido deetileno.

Etilenocloridrina - produto derivado da reação do óxido de etileno com o cloro.

Etilenoglicol - produto derivado da reação do óxido de etileno com água.

Filme plástico - laminado ou co-extrudado de polímero atóxico para embalagens dos produtos a serem esterilizados.

Fungicida - substância ou produto que tem a capacidade de destruir fungos.

Indicador biológico - produto ou suporte de plástico ou papel contaminado com suspensão de microorganismo padrão emconcentração conhecida. É utilizado rotineiramente na monitorização biológica dos processos de esterilização.

Inflamabilidade - capacidade que tem a substância ou produto de se inflamar na presença de fonte de calor ou faísca.

Lava-olhos - equipamento composto de cuba com jatos de água direcionados para os olhos, destinados à lavagem dosolhos em caso de exposição direta ao óxido de etileno liqüefeito.

Licença de funcionamento específica - licença sanitária exclusiva para unidades de esterilização por óxido de etileno.

Licença sanitária - ato privativo do órgão de saúde competente dos Estados, Municípios e do Distrito Federal, contendopermissão para funcionamento dos estabelecimentos que desenvolvam quaisquer atividades a que fora autorizada.

Limite de tolerância - para efeito desta Portaria, é o limite estabelecido por entidades oficiais, na qual o trabalhador podeficar exposto durante oito horas de trabalho sem que tenha prejuízo de sua integridade física.

Limpeza - processo de retirada de sujidades e detritos para manter em estado de asseio os artigos e equipamentos médico-hospitalares.

Material e artigo médico-hospitalar – material e/ou artigo de uso médico, odontológico ou laboratorial, destinados a fornecersuporte a procedimentos diagnósticos, terapêuticos ou cirúrgicos.

Material frágil – para efeito desta Portaria, material que se empregado na confecção de recipientes de gás óxido de etilenoestará sujeito à ruptura em caso de queda.

Micobactericida - substância ou produto que tem a capacidade de destruir micobactérias, inclusive mycobacteriumtuberculosis.

Mistura explosiva - toda mistura do agente esterilizante com qualquer diluente ou propelente, que em contato com o ar podeformar uma atmosfera potencialmente explosiva.

Monitor biológico - dispositivo para acomodação de indicador biológico destinado a simular a condição de maior dificuldadepara esterilização. A forma do monitor biológico depende do tipo de produto a ser esterilizado e dos procedimentos deesterilização.

Monitorização passiva - sistema individual que serve para recolher substâncias aéreas por meio de dosímetros paraposterior avaliação analítica.

Mutagenicidade - propriedade de variação brusca de um ou mais caracteres em um organismo, devido a modificações noseu material genético, tornando-se hereditária.

Neurotoxicidade - propriedade que tem a substância de ser tóxica ao sistema nervoso.

Número de lote - designação constituída de combinação de letras, números ou símbolos, impressa na embalagem de cadaunidade do produto submetido ao regime de vigilância sanitária, que permite identificar o lote ou partida a que estepertence, além de localizar e rever todas as operações de produção, inspeção, armazenagem e controle do produto emquestão.

Órgão de vigilância sanitária - órgão do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde dos Estados, Municípios ou do DistritoFederal, incumbido da vigilância sanitária dos produtos ou atividades abrangidos por lei.

Óxido de etileno - gás incolor, de alto poder virucida, bactericida, micobactericida e fungicida, sua fórmula é C2H

40. É

miscível em água, acetona, éter, benzeno e na maioria dos solventes orgânicos. É altamente explosivo e facilmenteinflamável.

Papel grau cirúrgico - papel que apresenta características físicas, químicas e biológicas que permitem a esterilização emanutenção da esterilidade do produto. É próprio para embalagens de artigos médico-hospitalares a serem submetidos aprocesso de esterilização, reesterilização e reprocessamento a gás óxido de etileno.

PCMSO - Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional, é um programa de prevenção, rastreamento e diagnósticoprecoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho. Este Programa deve estar articulado com o PPRA.

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PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, é um programa que visa à preservação da saúde e da integridadefísica do trabalhador mediante antecipação, reconhecimento, avaliação e controle de ocorrências de riscos ambientaisexistentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho levando em consideração também a proteção do meioambiente e dos recursos naturais.

Preparo de materiais - procedimento de limpeza, desinfecção e embalagem de materiais ou artigos médico-hospitalarespara serem submetidos ao processo de reprocessamento por óxido de etileno.

Recepção - ambiente destinado ao recebimento de materiais ou artigos médico-hospitalares para serem submetidos aesterilização, reesterilização ou reprocessamento por óxido de etileno.

Recipiente convencional - vasilhame ou cilindro metálico retornável, contenedor do gás óxido de etileno.

Recipiente descartável - vasilhame ou cartucho metálico, de uso único, contenedor do gás óxido de etileno, comcapacidade não superior a 200 gramas, utilizado acoplado no interior da câmara de esterilização por óxido de etileno.

Reesterilização - processo de esterilização de artigos já esterilizados e não utilizados, quando há dúvida quanto àsegurança, ao processo ou resultado de esterilização inicial.

Reprocessamento - processo a ser aplicado a artigos médico-hospitalares, exceto os de uso único, para permitir suareutilização, incluindo a limpeza, desinfecção, preparo, embalagem, esterilização e controle da qualidade.

Reprodutibilidade - propriedade de um processo de produzir os mesmos resultados, mesmo sob condições variadas deexecução.

Rótulo - identificação impressa ou litografada, dizeres pintados ou gravados a fogo, pressão ou decalco aplicadodiretamente sobre recipientes, vasilhames, invólucros, envoltórios ou outro protetor de embalagem.

Sala - ambiente limitado por parede em todo o seu perímetro.

Sala de aeração - ambiente provido de condição mecânica ou natural que permita a circulação de ar nos produtos visandoa eliminação total dos resíduos do gás. Destinado a receber os materiais esterilizados já submetidos a aeração mecânicana própria câmara esterilizadora.

Sala de armazenagem de materiais esterilizados - ambiente destinado à guarda e distribuição de materiais submetidos aogás esterilizante, após a permanência na sala de aeração.

Sala de comando - ambiente de acesso restrito, onde estão instalados os pontos de comando, controle e monitorização doprocesso de esterilização.

Sala de depósito de recipientes de óxido de etileno - ambiente de acesso restrito, exclusivamente destinado à guarda dosrecipientes descartáveis de gás óxido de etileno, cuja construção deve ser resistente à explosividade, com direcionamentopara expansão através de teto ou paredes frágeis, prevendo-se ventilação.

Sala de esterilização - ambiente onde se localiza a câmara de esterilização. Para os casos em que seja utilizado óxido deetileno puro ou suas misturas inflamáveis, o projeto de engenharia deve ser compatível com o risco de explosão.

Teratogenicidade - propriedade que tem uma substância ou um agente de provocar anomalias no desenvolvimentoembrionário ou fetal quando a gestante entra em contato ou é exposta aos mesmos.

Termosselagem - processo térmico de fechamento das embalagens.

Toxicidade - propriedade que tem a substância ou produto de provocar efeitos adversos.

Trabalhador diretamente envolvido - trabalhador que realiza atividades ligadas diretamente ao processo de esterilização eapoio, tais como: operação de equipamento de esterilização; carregamento ou descarregamento de câmaras; manuseio deprodutos recém-saídos do processo de aeração; troca de cilindros ou outras atividades afins relacionadas com grandeprobabilidade de exposição ao gás óxido de etileno.

Trabalhador indiretamente envolvido - trabalhador que, mesmo não exercendo atividades relativas ao processo deesterilização, trabalha na área esporadicamente, podendo sofrer exposição acidental ao óxido de etileno; é o caso dasatividades de manutenção preventiva e corretiva das instalações, limpeza nas dependências de risco, laboratório deanálise de qualidade do processo ou outra atividade assemelhada.

Unidade de esterilização - unidade de apoio à saúde destinada à operacionalização de processos de esterilização,reesterilização e reprocessamento de produtos por óxido de etileno.

Validação do processo - procedimento documentado para obtenção, registro e interpretação de resultados necessários parademonstrar que o processo produzirá produtos que atendam a especificações pré-determinadas.

Virucida - substância ou produto que tem a capacidade de destruir vírus.

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ANEXO II

PROGRAMA MÍNIMO

TREINAMENTO DE PESSOAL ENVOLVIDO COM ESTERILIZAÇÃO, REESTERILIZAÇÃO E REPROCESSAMENTOPOR ÓXIDO DE ETILENO

1- Conceitos Físicos Básicos

2- Vantagens e Desvantagens do Processo de Esterilização por Óxido de Etileno em Relação a Outros Processos deEsterilização

3- Mecanismo de Ação do Óxido de Etileno

4- Efeitos do Óxido de Etileno sobre o Ser Humano

5- Limite de Tolerância

6- Metodologia de Avaliação Ambiental

7- Metodologia de Monitorização Ativa e Passiva

8- Equipamentos de Proteção Individual

9- Exames Médicos e Laboratoriais

10- Ações em Situação de Emergência

11- Sistema de Manutenção

12- Sistema de Segurança

13- A Rotina de Trabalho

14- Limpeza dos Materiais

15- Especificação de Materiais Adequados para Embalagem de Óxido de Etileno

16- Especificação de Materiais Adequados para Embalagens de Produtos a Serem Submetidos ao Processo por Óxido deEtileno

17- Parâmetro de Influência no Processo: Temperatura, Umidade Relativa, Concentração de Óxido de Etileno e Tempo

18- Registro de Dados do Ciclo de Esterilização

19- Ciclo Esterilizante: Aquecimento, Vácuo, Umidificação, Admissão do Óxido de Etileno, Exaustão e Aeração

20- Controle de Qualidade

21- Teste de Esterilidade e Monitores Biológicos

22- Análise Química dos Resíduos

23- Tratamento do Óxido de Etileno

24- Aspectos Legais: Portaria sobre Óxido de Etileno - Ministério da Saúde/Ministério do Trabalho e Emprego; Portaria deCorrelatos - Ministério da Saúde; Portaria N.º 3.214/78, sobre Segurança e Saúde do Trabalhador - Ministério do Trabalhoe Emprego.

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ANEXO III

COMPETÊNCIA DE FISCALIZAÇÃO

Para facilitar a atividade de fiscalização pelo Ministérios da Saúde e pelo Ministério do Trabalho e Emprego, ficamdeterminados os itens de competência, ressaltando-se a duplicidade de ação naqueles duplamente assinalados, ondepoderá a inspeção ser realizada em conjunto.

ITEM MINISTÉRIO DA SAÚDE

MINISTÉRIO DO TRABALHO

E EMPREGO

ART.

3º X X

4º X X

5º X

6º X X

7º X

8º X X

9º X X

10

11

12

13

14

CAPÍTULO I

1 X

2 X

3 X

4 X

5 X

6 X

7 X

8 X

9 X

10 X

11 X

12 X

13 X

14 X

15 X

16 X

17 X

CAPÍTULO II

18 X

19 X X

20 X X

21

a X X

b X X

c X X

d X X

e X X

f X X

g X X

h X X

i X X

j X X

22 X X

a X X

b X X

c X X

d X X

e X X

f X X

23 X X

24 X X

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 177

ITEM (cont.) MINISTÉRIO DA SAÚDE

MINISTÉRIO DO TRABALHO

E EMPREGO

ART.

CAPÍTULO II

25 X X

26 X X

CAPÍTULO III

27 X

28 X

29 X

30 X

31 X

32 X X

33 X X

CAPÍTULO IV

34 X

35 X

36 X

37 X

38 X

39 X X

40 X X

CAPÍTULO V

41

a X

b X

c X

d X

CAPÍTULO VI

42

a X

b X

c X

d X

e X

43 X

44

a X

b X

c X

45

a X

b X

46

a X

b X X

c X X

d X X

e X X

f X X

PORTARIA Nº 24, DE 27 DE MAIO DE 1999

A SECRETÁRIA SUBSTITUTA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso das atribuições legais que lhe confereo inciso I, do artigo 155 do Decreto - Lei n.º 5452 de 1º de maio de 1943, que aprova a Consolidação das Leis do Trabalho- CLT e o inciso II, do artigo 10, da Estrutura Regimental do Ministério do Trabalho, aprovada pelo Decreto n.º 1643, de 25de setembro de 1995, resolve:

Art. 1º O dimensionamento da CIPA das empresas constantes dos grupos C 18 e C 18a - Construção, do Quadro I anexoda Portaria SSST nº 8, de 23 de fevereiro de 1999, que trata do Agrupamento de Setores Econômicos pelaClassificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE, observará o estabelecido pelo item 18.33 e seussubítens da NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção.

Art. 2º Nas situações não previstas no item 18.33 e seus subítens da NR 18, o dimensionamento da CIPA observará oestabelecido no Quadro I anexo da NR 5 expedida pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983.

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Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

VERA OLÍMPIA GONÇALVES

PORTARIA Nº 25, DE 27 DE MAIO DE 1999

A SECRETÁRIA SUBSTITUTA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso das atribuições legais que lhe confereo inciso I, do artigo 155 do Decreto - Lei n.º 5452 de 1º de maio de 1943, que aprova a Consolidação das Leis do Trabalho- CLT e o inciso II, do artigo 10, da Estrutura Regimental do Ministério do Trabalho, aprovada pelo Decreto n.º 1643, de 25de setembro de 1995, resolve:

Art. 1º No prazo de 120 (cento e vinte) dias a contar da data de vigência do texto da NR5 (CIPA) expedida pela PortariaSSST nº 8, de 23 de fevereiro de 1999, o dimensionamento da CIPA das empresas dos grupos C 24, C 24a e C24b - Transporte, constantes do Quadro I que trata do Agrupamento de Setores Econômicos pela ClassificaçãoNacional de Atividades Econômicas - CNAE será o estabelecido no Quadro I anexo da NR5 expedida pela PortariaSSMT nº 33, de 27 de outubro de 1983.

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

VERA OLÍMPIA GONÇALVES

PORTARIA Nº 210, DE 30 DE ABRIL DE 1999

Dispõe sobre a fiscalização das normas de proteçãoao trabalho e de vida a bordo prescritas na Convençãonº 147 da OIT, sobre Normas Mínimas da MarinhaMercante, promulgada pelo Decreto nº 447, de 7 defevereiro de 1992.

O MINSTRO DO TRABALHO E EMPREGO, no uso das suas atribuições legais que lhe conferem o inciso IV do artigo 87da Constituição Federal, e de acordo com o disposto no Decreto nº 447, de 7 de fevereiro de 1992, que promulgou aConvenção nº 147 da OIT – Normas Mínimas da Marinha Mercante, e

Considerando que o Sistema Federal de Inspeção do Trabalho tem por objetivo assegurar a fiscalização das convençõesinternacionais ratificadas pelo Brasil, conforme o disposto no Decreto nº 55.841, de 15 de março de 1965, que aprovou oRegulamento da Inspeção do Trabalho;

Considerando a necessidade de se verificarem as condições de trabalho, segurança e saúde da gente do mar, conformepreconizado na Convenção nº 147 da OIT;

Considerando a necessidade de se normatizarem e uniformizarem os procedimentos da fiscalização do trabalho nessecampo de atuação; resolve:

Art. 1º A inspeção das condições de trabalho e de vida a bordo de embarcação comercial nacional ou estrangeira utilizadana navegação marítima, fluvial ou lacustre observará o disposto nesta Portaria.

Parágrafo único. Consideram-se embarcações comerciais todas aquelas empregadas no transporte de mercadorias e/oude passageiros, na navegação marítima de longo curso, na cabotagem, na navegação interior, no serviço dereboque em alto-mar, bem como as plataformas quando em deslocamento e as embarcações de apoio marítimoe portuário.

Art. 2º O agente de inspeção do trabalho deverá, na ação fiscal, auxiliar-se das diretrizes sobre procedimentos deinspeção das condições de trabalho a bordo de embarcações, adotadas por Reunião Tripartite de Peritos,convocada pela OIT em 1989.

Art. 3º Quando se tratar de embarcação comercial nacional, o agente da inspeção deverá observar as normas contidasna Convenção nº 147 e seus anexos, as disposições da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a legislaçãocomplementar pertinente, os acordos e convenções coletivos de trabalho e as normas regulamentadoras desegurança e saúde do trabalho marítimo.

Art. 4º Quando se tratar de embarcação comercial de bandeira estrangeira, sempre que houver queixa de um membro datripulação, de um sindicato ou qualquer pessoa ou organização interessada nas condições contratuais de trabalho,ou claro indício de irregularidade, o agente da inspeção do trabalho deverá:

I - verificar a existência de contrato de trabalho dos tripulantes com indicação de direitos e obrigaçõescontratuais de ambas as partes;

II - verificar se as cláusulas estão de acordo com os termos da Convenção nº 22 da OIT, levando-se emconta os Relatórios da Comissão de Peritos em Aplicação de Convenções da OIT;

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III - verificar se os tripulantes estão devidamente informados sobre as condições de seu contrato de trabalho;

IV - exigir o saneamento de qualquer situação a bordo que transgrida as condições mínimas previstas naConvenção nº 147 e convenções específicas de seu anexo;

V - recomendar que seja preparado e remetido um relatório ao governo do país da bandeira, com cópia paraa Repartição Internacional do Trabalho;

VI - informar ao mais próximo representante marítimo, consular ou diplomático do país da bandeira e, sepossível solicitar a presença desse representante.

Art. 5º Com a finalidade de determinar se uma embarcação comercial estrangeira cumpre as disposições das Convençõesmencionadas no anexo da Convenção nº 147, o agente da inspeção do trabalho igualmente deverá verificar:

I - o cumprimento integral das disposições da Convenção e do seu anexo e, quando for pertinente, alegislação nacional do país da bandeira que os ratificou;

II - o cumprimento equivalente das disposições de qualquer convenção do anexo, em conformidade com alegislação nacional do país da bandeira se este ratificar a Convenção nº 147;

III - o cumprimento integral da Convenção ratificada citada no anexo e, quando for pertinente, da legislaçãonacional do país da bandeira que não ratitifcou a Convenção nº 147;

IV - o cumprimento equivalente ao disposto na Convenção citada no anexo, se o país da bandeira não aratificou e tampouco ratificou a Convenção nº 147.

Art. 6º O agente da inspeção do trabalho, quando constatar a ocorrência de grave e iminente risco à segurança ou saúdedo trabalhador, deverá solicitar ao Capitão dos Portos a detenção da embarcação comercial e, caso esta sejaefetuada, providenciar as comunicações às autoridades diplomáticas e do trabalho.

Parágrafo único. Considera-se grave e iminente risco toda condição ambiental de trabalho e de vida a bordo que possacausar acidente do trabalho ou doença profissional com lesão grave à integridade física do trabalhador.

Art. 7º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

FRANCISCO DORNELLES

INSTRUÇÃO NORMATIVA INTERSECRETARIAL Nº 14, DE 13 DE JULHO DE 1999

Institui a Unidade Especial de Inspeção do TrabalhoPortuário e Aquaviário, bem como os respectivasUnidades Regionais e dá outras providências.

A SECRETÁRIA DE FISCALIZAÇÃO DO TRABALHO e SECRETÁRIA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO-SUBSTITUTA, no uso de suas atribuições legais,

RESOLVE:

Art. 1º Instituir, no âmbito da Secretaria de Fiscalização do Trabalho-SEFIT e da Secretaria de Segurança e Saúde noTrabalho - SSST, a Unidade Especial de Inspeção do Trabalho Portuário e Aquaviário e no âmbito das DelegaciasRegionais do Trabalho – DRT, as Unidades Regionais de Inspeção do Trabalho Portuário e Aquaviário.

Art. 2º A Unidade Especial de Inspeção do Trabalho Portuário e Aquaviário ficará vinculado às Coordenações competentesda SEFIT e da SSST.

Art. 3º Compete à Unidade Especial, ouvidas as Coordenações competentes da SEFIT e da SSST:

I - participar da elaboração de diretrizes e da promoção da uniformização dos procedimentos de inspeção dotrabalho portuário e aquaviário, realizando, para tanto, visitas sistemáticas aos órgãos locais do Ministériodo Trabalho e Emprego, para esclarecer as Unidades Regionais quanto às dúvidas existentes nainterpretação da legislação vigente, no que concerne a sua área de atuação;

II - coordenar e supervisionar as atividades das Unidades Regionais;

III - planejar e gerenciar as ações, bem como divulgar os resultados das atividades desenvolvidas nainspeção do trabalho portuário e aquaviário;

IV - estruturar e apoiar tecnicamente as Unidades Regionais;

V - promover reuniões periódicas com as Unidades Regionais e outras entidades envolvidas com o trabalhoportuário e aquaviário;

VI - analisar e consolidar os relatórios elaborados pelas Unidades Regionais referentes às atividades dasfiscalizações locais do trabalho portuário e aquaviário, enviando relatório circunstanciado às Coordenaçõescompetentes até o décimo quinto dia útil do mês subseqüente;

VII - propor intercâmbio com outros órgãos do Poder Público, objetivando a elaboração dos programas defiscalização na área de sua competência, assim como planejar as ações articuladas com outras instituiçõesem nível nacional; e

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Giovanni Moraes de Araújo180

VIII - solicitar às Coordenações competentes os recursos para a execução das ações necessárias.

Parágrafo único. O Coordenador da Unidade Especial, quando necessário, poderá emitir as Ordens de Serviço - OS parao desempenho da fiscalização das Unidades Regionais, ouvidas as Coordenações competentes.

Art. 4º Compete às Unidades Regionais:

I - promover a fiscalização do cumprimento das normas e condições gerais de proteção e segurança aotrabalho portuário e aquaviário nos portos organizados, nas instalações portuárias privativas localizadasdentro ou fora da área do porto organizado, nas embarcações mercantes, nas plataformas marítimas edemais locais onde se desenvolvam operações de mergulho;

II - inspecionar as empresas de navegação e de pesca, os operadores portuários, empresas e serviços deatividades subaquáticas, em seus estabelecimentos ou escritórios de despachantes para a verificaçãoda legislação trabalhista pertinente;

III - planejar e executar ações articuladas com outras entidades;

IV - planejar e gerenciar as ações, bem como divulgar os resultados das atividades desenvolvidas no âmbitode sua competência;

V - encaminhar, previamente, à Unidade Especial e à Chefia de Fiscalização competente, o planejamentosdas ações fiscais de que trata o inciso IV, deste artigo;

VI - solicitar à Unidade Especial os recursos para a execução das ações necessárias;

VII - orientar os trabalhadores, sindicatos e empresas acerca da legislação portuária e aquaviária, em harmoniacom as diretrizes da inspeção do trabalho portuário e aquaviário, formuladas pela Coordenação competente;

VIII - elaborar diagnóstico de sua respectiva região sobre questões relativas ao não cumprimento da legislaçãovigente concernente ao trabalho portuário e aquaviário, encaminhando relatório mensal e circunstanciadoà Unidade Especial de Inspeção do Trabalho Portuário e Aquaviário e à Chefia da Fiscalização competente,até o quinto dia útil do mês subsequente;

IX - promover estudos com vistas à uniformização de procedimentos da inspeção do trabalho portuário eaquaviário, quando solicitado pela Coordenação competente;

X - promover a verificação da regularidade e o exercício profissional das diversas atividades dos trabalhadoresportuários avulsos, adotando as medidas cabíveis em caso de infringência às normas legais; e

XI - assessorar, quando solicitado, os respectivos órgãos de Relações do Trabalho das Delegacias Regionaisdo Trabalho, nas atividades de mediação em conflitos coletivos de trabalho em sua área de atuação.

Parágrafo único. A atuação das Unidades Regionais de Inspeção do Trabalho Portuário e Aquaviário poderá serdesenvolvida em conjunto com representantes do Ministério Público Federal e do Trabalho e do Departamento dePolícia Federal, em conformidade com o Termo de Compromisso, firmado entre o Ministério do Trabalho eEmprego e as referidas instituições, em 8 de novembro de 1994.

Art. 5º A Unidade Especial de Inspeção do Trabalho Portuário e Aquaviário será dirigido por um Coordenador e umCoordenador Substituto designados pelos Secretários de Fiscalização do Trabalho e de Segurança e Saúde noTrabalho, entre os integrantes do quadro de Agentes de Inspeção do Trabalho.

§ 1º O Coordenador substituto assumirá as funções do titular em suas ausências ou impedimentos legais.

§ 2º O Delegado Regional do Trabalho indicará os integrantes, bem como os Coordenadores das UnidadesRegionais de Inspeção do Trabalho Portuário e Aquaviário, à SEFIT e à SSST que uma vez aprovados,serão designados pela respectiva autoridade.

Art. 6º A Autoridade Regional prestará à Unidade Regional o apoio necessário para o desenvolvimento de suas tarefasexternas e internas.

Art. 7º O Coordenador da Unidade Especial, bem como o seu substituto, ficará em atividade especial, conforme previstono item 6, alínea “f” da Instrução Normativa Intersecretarial n.º 08, de 15 de maio de 1995, em cumprimento àstarefas previstas no art. 3.º desta Instrução Normativa.

Art. 8º Os integrantes das Unidades Regionais dos estados do Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Pará,Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina ficarão em regime dededicação exclusiva para o cumprimento de suas tarefas, devendo apresentar relatório mensal à UnidadeEspecial com cópia à chefia imediata do órgão regional, sem prejuízo da obrigatoriedade da inclusão no SistemaFederal de Inspeção do Trabalho - SFIT do Relatório de Inspeção – RI.

Parágrafo único. Os integrantes das Unidades Regionais dos demais estados da Federação onde haja atividade portuáriae aquaviária exercerão suas atividades sem dedicação exclusiva, podendo ser convocados pelo Coordenador daUnidade Especial, por intermédio da Chefia da Fiscalização a que estiverem subordinados, para o cumprimentode tarefas durante o tempo que for necessário, observado o disposto no caput deste artigo no que diz respeito àapresentação de relatório mensal.

Art. 9º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

VERA OLÍMPIA GONÇALVES

Publicada no Diário Oficial da União nº 133-E, de 14 de julho de 1999, Seção 1, páginas 72 e 73.

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PORTARIA Nº 04, DE 06 DE OUTUBRO DE 1999

A Secretária de Inspeção do Trabalho, no uso de suas atribuições legais, e considerando o disposto no inciso XIII do artigo14 do Decreto n.º 3129/99, que aprova a Estrutura Regimental do Ministério do Trabalho e Emprego, resolve:

Art. 1º Definir os códigos de normas e infrações para os subitens da NR 5 – CIPA, com redação dada pela Portaria SSSTn.º 8 de 23 de fevereiro de 1999, que passam a integrar o Anexo II da Norma Regulamentadora 28 – Fiscalizaçãoe Penalidades.

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

VERA OLÍMPIA GONÇALVES

PORTARIA Nº 2.037, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1999

Altera a Norma Regulamentadora - NR 22 que dispõesobre Trabalhos Subterrâneos

O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO, no uso da atribuição que lhe confere o inciso I, do parágrafoúnico, do Art. 87 da Constituição Federal e considerando o disposto no Art. 200, inciso III, da Consolidação das Leis doTrabalho e considerando as propostas de regulamentação apresentadas no Grupo de Trabalho Tripartite - GTT/Mineração,constituído através da Portaria MTb/SSST N.º 41, de 14 de outubro de 1997, e na Comissão Tripartite Paritária Permanente- CTPP, instituída pela Portaria SSST N.º 2, de 10 de abril de 1996, resolve:

Art. 1º Alterar a Norma Regulamentadora NR 22, Trabalhos Subterrâneos, aprovada pela Portaria 3214/78, que passa avigorar como estabelecido no texto anexo a presente portaria.

Art. 2º Revogar os itens 21.15; 21.16; 21.17; 21.18; 21.19; 21.20; 21.21 e 21.22, da Norma Regulamentadora N.º 21 -Trabalhos a Céu Aberto.

Art. 3º As alterações contidas na nova redação da NR 22 e a revogação dos itens da NR 21, aprovadas por esta portaria,entrarão em vigor no prazo de cento e vinte dias da data de sua publicação.

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

FRANCISCO DORNELLES

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 01, DE 23 DE MARÇO DE 2000

Dispõe sobre os procedimentos a serem adotados pelosAuditores- Fiscais do Trabalho nas ações paraerradicação do trabalho infantil e proteção aotrabalhador adolescente.

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO , no uso de suas atribuições legais, considerando o disposto no art. 1.º,da Emenda Constitucional N.º 20/98, que alterou a redação do inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal, bem comoem observância ao princípio de proteção integral à criança e ao adolescente, insculpido no art. 227 da Carta Magna;

Considerando a ratificação pelo Brasil da Convenção nº 138 - Sobre a Idade Mínima de Admissão ao Emprego e daConvenção nº 182 - Sobre a Proibição das Piores Formas de Trabalho Infantil e a Ação Imediata para a sua Eliminação,e as respectivas Recomendações nº 146 e n° 190 da Organização Internacional do Trabalho;

Considerando que o Plano Plurianual - PPA 2000-2003 estabelece o Programa de Erradicação do Trabalho Infantildeterminando ações específicas a serem implementadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego e ainda o incentivo deações previstas no Programa Nacional de Direitos Humanos, com o objetivo de eliminação do trabalho infantil; e,

Considerando a necessidade de disciplinar os procedimentos a serem cumpridos pelos Auditores- Fiscais do Trabalho noexercício de suas atribuições, resolve:

DO PLANEJAMENTO DAS AÇÕES

Art. 1º Caberá às Chefias de Inspeção do Trabalho, em conjunto com os Grupos Especiais de Combate ao TrabalhoInfantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente diagnosticar, planejar, organizar e acompanhar ações fiscais nasáreas urbana e rural, a serem executadas por todos os Auditores-Fiscais do Trabalho, visando ao combate dosfocos de trabalho infantil e à garantia da proteção do trabalhador adolescente no setor formal e informal daeconomia, inclusive no regime de economia familiar, ou ainda em qualquer outra modalidade que venha a seridentificada.

Art. 2º O planejamento das ações fiscais deverá priorizar:

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a) o trabalho que, por sua natureza ou pelas condições em que é realizado, for suscetível de prejudicar a saúde,a segurança ou a moral das crianças e dos adolescentes, constante do quadro a que se refere o artigo 405 daCLT, atualizado pela Portaria n.º 06 do Ministério do Trabalho e Emprego, de 21 de fevereiro de 2000;

b) locais ou localidades que concentrem maior número de crianças e adolescentes, principalmente naquelesonde predomine os de menor idade;

c) as atividades contempladas pelo Programa de Erradicação do Trabalho Infantil - PETI e as constantes noMapa de Indicativos do Trabalho da Criança e do Adolescente, incluindo o trabalho em feiras livres,comércio ambulante, venda e distribuição de jornais e revistas, trabalho nos lixões, serviços executadosem vias públicas, entre outros.

Art. 3º A Chefia de Inspeção do Trabalho designará Auditores-Fiscais do Trabalho para participar de ações fiscaisdirecionadas exclusivamente para os focos de trabalho de crianças e adolescentes, devendo avisá-los comantecedência, excetuadas as ações que, por sua especificidade, urgência ou necessidade de sigilo, justifiquemconvocação imediata.

Parágrafo único. Os relatórios circunstanciados e fundamentados das ações fiscais referidas no caput deverão serentregues aos Grupos Especiais de Combate ao Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente até oquinto dia útil do mês subseqüente à ação, independentemente desta estar concluída ou não.

Art. 4º A Chefia de Inspeção do Trabalho fará gestões junto aos setores competentes para disponibilizar recursosmateriais e humanos necessários para atender as ações de prevenção e combate ao trabalho infantil e proteçãoao trabalhador adolescente.

Parágrafo único. Caberá à Chefia da Inspeção do Trabalho garantir aos Auditores-Fiscais do Trabalho que participem deações direcionadas ao setor informal, ou daquelas que por suas características não permitam a aferição depontuação, o preenchimento do Relatório Especial (R.E.) com código 2(atividade especial).

Art. 5º Aos Grupos Especiais de Combate ao Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente cabe estabelecercontatos e parcerias com outros segmentos governamentais e não governamentais que atuem na área deproteção à criança e ao adolescente, de forma a obter dados e a oferecer subsídios para programas de prevençãoe erradicação do trabalho infantil.

DA EXECUÇÃO DAS AÇÕES

Art. 6º No curso de qualquer ação fiscal, o Auditor-Fiscal do Trabalho, sempre que verificar situação de trabalho infantilou de trabalhador adolescente em condições irregulares, deverá:

a) adotar de imediato as providências cabíveis para coibir as ilegalidades encontradas;

b) proceder a anotação dos dados do Formulário de Verificação Física de Trabalhadores Crianças eAdolescentes (Anexo I).

Art. 7º O Auditor-Fiscal do Trabalho, no curso da ação fiscal, sempre que julgar necessário, poderá estabelecer contatocom o Conselho Tutelar, a Comissão Municipal de Erradicação do Trabalho Infantil, o Ministério Público eentidades sindicais.

Art. 8º Encontrado trabalhador com idade inferior a 14 anos, e identificado o empregador, será lavrado o correspondenteauto de infração.

Art. 9º O Auditor-Fiscal do Trabalho, constatando trabalhador com idade entre 14 e 16 anos incompletos, exigirá doempregador a apresentação da documentação legal pertinente à aprendizagem , a comprovação do registro e aanotação na CTPS, sob pena de lavratura do Auto de Infração correspondente.

Parágrafo único. Apresentado o contrato e verificada sua compatibilidade com os requisitos legais da aprendizagem,cumpre ao Auditor-Fiscal do Trabalho examinar se as condições de trabalho não contrariam preceitos legais deproteção ao trabalho do adolescente, sob pena de autuação com base nos artigos respectivos.

Art. 10 Identificado empregado com idade igual ou superior a 16 anos e menor de 18 anos, cuja permanência na empresaseja justificada pelo empregador à título de aprendizagem, sem que conste o respectivo registro, lavrar-se-á oAuto de Infração capitulado no Art. 41, caput, da CLT sem prejuízo das demais providências cabíveis.

Art. 11 Constatada a existência de adolescente com idade igual ou superior a 16 anos trabalhando em ambientes oucondições insalubres ou perigosas constantes do quadro referido no art. 405 da CLT, atualizada nos termos daalínea “a” do art. 2º, o Auditor-Fiscal do Trabalho, na impossibilidade de adotar as medidas de adequação previstasno art. 407 da CLT, ou frustrada a sua adoção, lavrará o respectivo Auto de Infração.

DOS ENCAMINHAMENTOS

Art. 12 Os Grupos Especiais de Combate ao Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente sempre queconvier, deverão encaminhar relatório com as informações colhidas na ação fiscal aos diversos organismosresponsáveis pela observância da legislação referente à criança e ao adolescente, tais como: Ministério Públicodo Trabalho, Ministério Público Estadual, Conselho Tutelar, entre outros.

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 183

Art. 13 Os relatórios referidos no parágrafo único do art. 4º serão encaminhados pelos Grupos Especiais de Combate aoTrabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente após análise das informações, às Chefias de Inspeçãodo Trabalho, independentemente da sua efetiva conclusão.

Art. 14 A consolidação dos dados e informações constantes do Formulário de Verificação Física do Trabalho de Criançase Adolescentes (Anexo I), bem como a prestação de contas do mês, serão enviados pelos Grupos Especiais deCombate ao Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente à Secretaria de Inspeção do Trabalho até odécimo dia útil do mês subseqüente à execução das ações fiscais.

Parágrafo único. Os recursos financeiros solicitados no Plano Operacional Anual elaborado pelos Grupos Especiais deCombate ao Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente com a anuência das Chefias de Inspeção,somente serão liberados pela Secretaria de Inspeção do Trabalho após o recebimento dos relatórios e daprestação de contas do mês anterior.

DO TRABALHO SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO

Art. 15 Em sendo verificado o trabalho sem vínculo empregatício de crianças ou adolescentes no setor informal, emdomicílios, em empresas familiares ou em entidades assistenciais, o Auditor - Fiscal do Trabalho, ainda que nãohaja lavratura de auto de infração, relatará a situação no campo “condições gerais de trabalho” do Anexo I ecomunicará a ocorrência ao Grupo Especial de Combate ao Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente.

§ 1º Os envolvidos serão notificados para comparecimento a reunião destinada à adoção de procedimentosvisando ao efetivo afastamento da criança do trabalho, bem como à proteção do trabalhador adolescente.

§ 2º Serão convidados a participar da reunião o Ministério Público, as Comissões de Erradicação do TrabalhoInfantil, o Conselho Tutelar e outros eventuais participantes, dependendo do caso e se for benéfico paraa solução dos problemas.

§ 3º O resultado da reunião será consignado em ata, cujas cópias deverão acompanhar os relatórios finais daação fiscal.

§ 4º A adoção dos procedimentos previstos no caput deste artigo deverá ser acompanhada pelo Grupo Especialde Combate ao Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente.

§ 5º Frustrada a tentativa de resolução do problema, encaminhar-se-á relatório com as irregularidades constatadasao Ministério Público e demais autoridades competentes.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 16 Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

VERA OLÍMPIA GONÇALVES

Secretária de Inspeção do Trabalho

ANEXO I

Formulário de Verificação Física de Trabalhadores Crianças e Adolescentes

INFORMAÇÕES GERAIS*

* CASO O EMPREGADOR SEJA O MESMO PARA TODOS OS TRABALHADORES ENCONTRADOS NO CURSODA AÇÃO FISCAL, OS CAMPOS ACIMA DEVERÃO SER PREENCHIDOS APENAS UMA VEZ.

CIDADE / UF: ___________________________________________

DATA: _________________________________________________

AFT/CIF: _______________________________________________

01 - EMPREGADOR:

02 - ENDEREÇO:

03 - ATIVIDADE:

04 - LOCAL:

05 - CONDIÇÕES GERAIS DE TRABALHO:

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Formulário de Verificação Física de Trabalhadores Crianças e Adolescentes

INFORMAÇÕES BÁSICAS DO TRABALHADOR

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES DO TRABALHADOR

INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO DO ANEXO I DA INSTRUÇÃO NORMATIVA N.º 01

Campo 1 - qualificação do empregador, tomador de serviços, responsável pela contratação, intermediação ou administraçãodos serviços. No caso de trabalho sem vínculo empregatício, identificar o (s) beneficiário (s) no Campo 5, nostermos do caput do art. 15 da Instrução Normativa nº 01.

Campo 2 - endereço para localização da empresa/pessoa identificada no campo anterior.

Campo 3 - atividade que a criança ou adolescente executava no momento da fiscalização.

Campo 4 - local onde a criança ou o adolescente exerce as atividades laborais. Ex: logradouros públicos, domicílio próprioou alheio, empresa, propriedade rural, entre outros

Campo 5 - espaço destinado a informações complementares que o Auditor-Fiscal do Trabalho julgue relevantes parasubsidiar o previsto no art. 15, bem como descrever os ambientes e condições de trabalho insalubres, perigosos,penosos, ou que exponham o trabalhador a freqüentes riscos de acidentes e doenças; as situações que afetem afreqüência, o rendimento escolar e provoquem a evasão; além de outras que submetam o trabalhador a quaisquerformas de discriminação, exploração, violência ou prejuízo moral.

Campos 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12 - dados pessoais da criança ou adolescente encontrados em atividades laborais.

Campo 13- Indicar o tempo de serviço que a criança ou o adolescente exerce a atividade laboral.

Campo 14 - Renda média auferida mensalmente pela criança ou adolescente em função do seu trabalho.

Campo 15 - Fazer constar o início e o término da jornada de trabalho.

Campo 16 - Renda média auferida mensalmente pela família, incluída aquela proveniente da criança e do adolescente.

Campo 17 - Número de pessoas residentes no domicílio do entrevistado.

Campo 18 - número de pessoas da família que contribuem para a renda familiar.

Republicada no Diário Oficial da União nº 83-E, de 2 de maio de 2000, Seção 1, página 13, por ter saído com incorreçãono original, no Diário Oficial da União nº 58-E, de 24 de março de 2000, Seção 1, página 35

06 - TRABALHADOR:

07 - IDADE: 08 - SEXO:

( ) F ( ) M

09 - FREQÜÊNCIA ESCOLAR:

( ) sim ( ) não

10 - ESCOLARIDADE:

11 - FILIAÇÃO:

12 - ENDEREÇO:

13 - TEMPO DE SERVIÇO:

14 - RENDA AUFERIDA:

15 - HORÁRIO DE TRABALHO:

16 - RENDA FAMILIAR:

17 – N.º DE PESSOAS NA FAMÍLIA:

18 - N.º DE CONTRIBUINTES

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NOTA TÉCNICA 034/2000

Emissão de Comunicação de Acidentes de Trabalhopor Auditores Fiscais do Trabalho.

EMENTA:

Quando, nas atividades exercidas pelos Auditores-Fiscais do Trabalho-AFT, seja de fiscalização, em negociação ou emplantões de informação, se verificar a ocorrência de acidente de trabalho, ou doença profissional ou do trabalho, para osquais a empresa, ou o médico que desenvolve o PCMSO, ou ainda, o médico que assistiu o trabalhador, não tenha emitidoa CAT - Comunicação de Acidente de Trabalho – é possível, que o próprio AFT, faça a devida emissão, de forma a garantiro adequado registro estatístico dos eventos acidentários e a preservação dos direitos do trabalhador.

Segundo a lei previdenciária (Art. 22 da Lei 8.213/91) cabe à empresa comunicar o acidente do trabalho à PrevidênciaSocial, através da CAT, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência. Entretanto, na falta de comunicação por parte daempresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que oassistiu ou qualquer autoridade pública (Auditores-Fiscais do Trabalho), não prevalecendo nestes casos o prazo previsto.

Obviamente, a comunicação a que se refere o parágrafo anterior não exime a empresa da responsabilidade pela falta da CAT,devendo o AFT, por sua chefia, informar à fiscalização do INSS a irregularidade, para os fins previstos no Art. 22 da Lei 8.213/91, ou, no caso de doença profissional ou do trabalho, lavrar auto de infração com base no item 7.4.8 alínea “a” da NR 7.

São inúmeras as situações nas quais o AFT poderá se deparar com a necessidade de proceder a emissão da CAT, comoa seguir se exemplifica:

- Em inspeção, comprova a ocorrência de acidente do trabalho e a não emissão da CAT (comprovada pelanão apresentação da via do formulário que deve estar na empresa). Esta informação poderá ter sidooriginada por denúncia do sindicato dos trabalhadores ou do próprio empregado;

- Em inspeção, ou mesmo no plantão, o AFT constata que trabalhador, acidentado no trabalho (ou portador dedoença profissional ou do trabalho), encontra-se ou esteve afastado pela previdência social em benefício nãodecorrente da situação acidentária, embora a causa real do acidente tenha sido decorrente do trabalho.

- No caso, apesar do valor do benefício por doença comum ser equivalente ao benefício por acidente detrabalho, houve a lesão ao direito do trabalhador quanto à manutenção do seu contrato de trabalho naempresa por um ano após a cessação do auxílio-doença acidentário (Art. 118 da Lei 8.213/91), além deserem prejudicados os indicadores estatísticos de acidentes do trabalho.

Também pode ser emitida a CAT para o empregado cuja relação de emprego já se encerrou, nascondições abaixo:

- Poderá ser constatado, através de prontuários do PCMSO ou de relatórios médicos, que o trabalhadorportador de doença profissional ou do trabalho ainda não tenha sido devidamente afastado, foiindevidamente demitido, ou mesmo, foi afastado por doença não relacionada ao trabalho (doençacomum), quando de fato deveria ter sido.

- Quando o segurado, ainda que demitido ou cujo contrato de trabalho por prazo determinado tenha seencerrado, mas encontra-se em percepção de benefício originário da doença ou acidente não consideradocomo do trabalho, quando de fato deveria ter sido;

- Enquanto o trabalhador estiver na condição de segurado, conforme estabelece o Art. 15 da Lei 8.213/91,segundo o qual, o empregado que tenha deixado de exercer atividade remunerada abrangida pelaPrevidência Social, ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração, mantém a qualidade desegurado, independentemente de contribuições, até 12 meses após a cessação das contribuições,podendo esse prazo, ser prorrogado para até 24 meses, se o segurado já tiver pago mais de 120contribuições mensais sem interrupção.

PARA A EMISSÃO DA CAT O AFT DEVERÁ OBSERVAR:

1º) a situação geradora do acidente ou doença ou as informações a ela relacionadas, na busca de indicadoresque lhe possibilite uma adequada conclusão sobre o evento.

Cabe ressaltar que a conclusão final do nexo causal entre o trabalho e o acidente ou a doença profissionalou do trabalho é efetivada pelos peritos da previdência social.

2º) se o evento analisado se enquadra na definição de acidente de trabalho ou doença profissional ou dotrabalho de acordo com a lei previdenciária, conforme estabelecem os Arts. 19, 20 e 21 da Lei 8.213/91.

3º) a relação de emprego do acidentado ou portador da doença profissional ou do trabalho e sua condição desegurado da previdência social.

São considerados beneficiários em decorrência do acidente de trabalho (Art. 11, VII da Lei 8.213/91):

- Empregado, exceto o doméstico;

- Avulso;

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- Segurado Especial; e,

- Médico Residente

PARA PREENCHIMENTO DA CAT, O AFT DEVERÁ OBSERVAR:

Para preenchimento da CAT o AFT deve observar as informações constantes no verso do documento, as quais explicamdetalhadamente cada campo.

A CAT deve ser emitida em 4 vias, de acordo com o Art. 22 par. 1º, da Lei 8.213/91, que determina que receberão cópiafiel do documento, o acidentado ou seus dependentes e o sindicato a que corresponda a categoria profissional doempregado. Assim, as vias da CAT deverão ser encaminhadas para:

- Órgão regional do INSS;

- Empresa empregadora, ou OGMO ou titular da matrícula do INSS;

- Acidentado;

- Sindicato a que se filia o acidentado.

A CAT poderá ainda, ser encaminhada ao INSS, através de meio eletrônico, devendo para tanto ser acessado o site http://www.mpas.gov.br.

As demais vias devem ser encaminhadas através dos correios.

As informações relativas ao empregador e ao acidentado devem ser provenientes de documentos da empresa, no casode trabalhador avulso, do sindicato ou o Órgão Gestor de Mão de Obra - OGMO e no caso de segurado especial, doresponsável pela matrícula junto ao INSS. Também podem ser obtidas informações em documento próprio do empregado,como por exemplo, a carteira de trabalho - CTPS.

As informações sobre o acidente de trabalho devem ser prestadas pela empresa ou pelo próprio empregado. No caso dedoenças profissionais ou do trabalho, poderão ser analisados prontuários ou relatórios médicos.

Sempre que o AFT entender necessário, poderá anexar à via da CAT a ser encaminhada ao INSS, relatório circunstanciadosobre a situação avaliada.

O AFT, Médico do Trabalho, poderá preencher o Campo II, da CAT – Atestado Médico, sempre que dispuser dasinformações necessárias e suficientes para tanto. Neste caso, deverá especificar no Campo 63 – Observações – que opreenchimento foi efetivado por médico do trabalho AFT. O médico AFT também poderá anexar à CAT os documentos erelatórios médicos que comprovem a situação apontada.

Se não houver informações suficientes para o preenchimento de algum campo, como por exemplo o endereço completodas testemunhas, esse poderá ser deixado em branco para posterior avaliação ou preenchimento por parte do INSS.

Para complementar as presentes informações, devem os AFT recorrer às normas previdenciárias, em especial às Leis8.212/91 e 8.213/91 e o Decreto 3.048 de 06 de maio de 1.999. Essa legislação podem ser acessadas através do site doMinistério da Previdência e Assistência Social (www.mpas.gov.br) ou ainda no site do Palácio do Planalto: www.planalto.gov.br.

À Consideração superior,

LUISA TÂNIA ELESBÃO RODRIGUES

CIF 30216-3

IVONE CORGOSINHO BAUMECKER

CIF 30.397-6

Auditoras-Fiscais do Trabalho

PORTARIA Nº 9, DE 30 DE MARÇO DE 2000

A Secretaria de Inspeção do Trabalho e o Diretor de Segurança e Saúde no Trabalho, no uso de suas atribuições legais econsiderando o disposto no artigo 1Q, inciso V, da Portaria nº 393/96 e o disciplinado no artigo 186 da CL T; considerandoainda que na Indústria de Mate-rial Plástico, em 1992, cerca de 40% de aciden-tes graves ocorreram com máquinasinjetoras de plástico; a estimativa de que 80% das máqui-nas injetoras de plástico utilizadas atualmente no Brasilencontram-se obsoletas e/ou em pre-cárias condições de uso e segurança; obser-vando o disposto na norma NBR 13.536/95 da ABNT e o acordado pelos membros do Grupo de Trabalho Tripartite - GTT da NR-12 - Máqui-nas e Equipamentos, na1" Reunião Ordinária realizada em 22 de julho de 1999, resolvem:

Art. 1º Alterar a Norma Regulamentadora NR-12, Máquinas e Equipamentos para acres-centar os subitens 12.3.11 e12.3.11.1, como a seguir redigidos:

Art. 2º A Secretaria de Inspeção do Trabalho - SIT, através do Departamento de Segu-rança e Saúde no Trabalho - DSST,disponibi-lizará exemplares da NBR 13.536/95 aos fabri-cantes e importadores de máquinas injetoras de plástico.

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 187

Art. 3º Os fabricantes e importadores de máquinas injetoras de plástico terão 90 (noven-ta) dias para atender ao dispostona Norma Regulamentadora nº 12, após a sua publicação com as referidas alterações.

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, aplicando-se o disposto neste ato às máquinas fabricadasou importadas a partir do término do prazo estabelecido no art. 3º.

VERA OLÍMPIA GONÇALVES

Secretária

JUAREZ CORREIA BARROS JÚNIOR

Diretor

PORTARIA Nº 340, DE 04 DE MAIO DE 2000

O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO, no uso da atribuição que lhe confere o inciso II, do parágrafoúnico, do art. 87, da Constituição Federal, e em observância ao disposto no § 1º, do art. 160 da Consolidação das Leis doTrabalho - CLT, tendo em vista o disciplinado pela Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, que institui o Código de TrânsitoBrasileiro, considerando a necessidade de serem verificadas as condições de segurança do trabalhador em cada atividadeou posto de trabalho, em especial àqueles condutores de veículos de transporte coletivo de passageiros, no tocante àorganização, ao meio ambiente de trabalho, às relações sociais e às constantes inovações tecnológicas e, considerandoainda, a necessidade de uniformizar os procedimentos a serem adotados pelos Auditores-Fiscais do Trabalho no exercíciode suas atribuições quando da inspeção em empresas de transporte rodoviário de passageiros, regular ou em veículos detransporte coletivo dessas empresas, resolve:

Art. 1º A empresa que pretender realizar modificações substanciais nas instalações ou equipamentos dos seusestabelecimentos ou postos de serviços, deverá observar o disposto na NR 2 - Inspeção Prévia, aprovada pelaPortaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978.

Parágrafo único. Para efeito do previsto no caput deste artigo, considera-se ambiente de trabalho o veículo de transportecoletivo de passageiros.

Art. 2º O Auditor-Fiscal do Trabalho ao realizar inspeção em empresas de transporte rodoviário de passageiros, regularou em veículos de transporte coletivo dessas empresas verificará, em especial, o cumprimento dos itens dasNormas Regulamentadoras abaixo relacionados:

a) NR 1 - Disposições Gerais

- 1.7 - “a” ; “b” e “c”

- 1.9

b) NR 3 - Embargo ou Interdição

- 3.2

- 3.8

- 3.10

c) NR 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho

- 4.2

- 4.2.3

- 4.2.4

- 4.2.5

- 4.3.1

- 4.3.2

- 4.12 - “a” , “b” , “c” , “d”, “e”, “f” e “g”

- 4.14

- 4.14.2

d) NR 6 - Equipamento de Proteção Individual - EPI

- 6.3 - incisos I ,”d”, II, 1, III, “a” e V

- 6.3.2

- 6.4

- 6.4.1

- 6.6.1

- 6.11.1

- 6.11.2

Page 188: Legislacao SSO

Giovanni Moraes de Araújo188

e) NR 7 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

- 7.3.1 - “a” e “b”

- 7.3.2 - “a” e “b”

- 7.4.1

- 7.4.2

- 7.4.5

- 7.5.1

f ) NR 8 - Edificações

- 8.3.1

- 8.3.3

- 8.3.5

- 8.4.1

- 8.4.2

- 8.4.3

g) NR 9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

- 9.1.2

- 9.2.2

- 9.2.3

- 9.3.5.4 - “b”

- 9.3.5.5 - “a”

- 9.4.1

- 9.5

h) NR 10 - Instalações e Serviços em Eletricidade

- 10.2.1.1

- 10.2.1.3

- 10.2.3.9

- 10.3.2.7

- 10.4.1.4

i) NR 15 - Atividades e Operações Insalubres

- 15.4.1

- Anexo 1

- Anexo 3

- Anexo 8

- Anexo 11

j) NR 17 - Ergonomia

- 17.1.2

- 17.3.1

- 17.3.2.1

- 17.3.3

- 17.3.4

- 17.6.1

- 17.6.2

- 17.6.3

l) NR 23 - Proteção contra Incêndios

- 23.1.1

- 23.11.1

- 23.12.1

- 23.13.3

Page 189: Legislacao SSO

Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 189

- 23.14.1

- 23.14.2

- 23.14.3

- 23.14.6

- 23.17.1

- 23.17.2

m) NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho

- 24.1.3

- 24.3.15.1

- 24.3.15.2

- 24.6.1

- 24.6.2

- 24.6.3

- 24.6.3.2

- 24.7.1

- 24.7.1.1

- 24.7.1.2

n) NR 25 - Resíduos Industriais

- 25.1.2

- 25.1.3

- 25.1.4

o) NR 26 - Sinalização de Segurança

- 26.1.2

- 26.1.3

- 26.1.4

- 26.1.5.1

- 26.1.5.3

- 26.1.5.8

Art. 3º O Auditor - Fiscal do Trabalho verificará nos ônibus elétricos o cumprimento dos dispositivos constantes da NR10 - Instalações e Serviços em Eletricidade, no que couber.

Art. 4º O Auditor - Fiscal do Trabalho, sem prejuízo do disciplinado na presente portaria, deverá examinar o cumprimento dasnormas gerais de proteção ao trabalho e das Normas Regulamentadoras, objetivando a fiel execução da ação fiscal.

Art. 5º Esta portaria entrará em vigor na data de sua publicação.

FRANCISCO DORNELLES

PORTARIA Nº 545, DE 10 DE JULHO DE 2000

Altera dispositivos da Norma Regulamentadora 16 -Atividades e Operações Perigosas, aprovada pelaPortaria MTb nº 3.214, de 8 de junho de 1978.

O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO, no uso de suas atribuições legais, resolve:

Art. 1º Alterar a redação do Anexo 2 - Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis, da Norma Regulamentadora16 - Atividades e Operações Perigosas, aprovada pela Portaria MTb nº 3.214, de 8 de junho de 1978, cujo item 1,alínea “j”, passa a vigorar como a seguir: “j. no transporte de vasilhames (em caminhões de carga), contendoinflamável líquido, em quantidade total, igual ou superior a 200 litros, quando não observado o disposto nossubitens 4.1 e 4.2 deste Anexo.”

Art. 2º Incluir o item nº 4, no ANEXO 2 - Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis, da Norma Regulamentadora16 - Atividades e Operações Perigosas, aprovada pela Portaria MTb n° 3.214, de 1978, com a seguinte redação:

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

FRANCISCO DORNELLES

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PORTARIA N.° 26, DE 02 DE AGOSTO DE 2000

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO e o DIRETOR DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso desuas atribuições legais, e considerando as propostas apresentadas pelo Grupo de Trabalho Tripartite da NormaRegulamentadora nº 16 - Atividades e Operações Perigosas, instituído pela Portaria nº 61, de 07 de dezembro de 1998,resolvem:

Art. 1º Publicar o glossário abaixo para esclarecimentos de termos técnicos utilizados na regulamentação sobrepericulosidade no transporte e armazenamento de líquidos inflamáveis acondicionados em pequenos volumes,constantes do item 4 do Anexo 2 da NR 16, da Portaria GM nº 545, de 10 de julho de 2000, como segue;

Art. 2º Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação

VERA OLÍMPIA GONÇALVES

Secretária de Inspeção do Trabalho

JUAREZ CORREIA BARROS JÚNIOR

Diretor de Segurança e Saúde no Trabalho

INSTRUÇÃO NORMATIVA N.º 19, DE 27 DE SETEMBRO DE 2000

Dispõe sobre os procedimentos da fiscalização dascondições do trabalho, segurança e saúde de vida abordo, conforme o disciplinado na Portaria nº 210, de30 de abril de 1999 e nas Resoluções Normativas nº31/98; 46/00 e 48/00 do Conselho Nacional deImigração- CNIg.

A Secretária de Inspeção do Trabalho, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 14, incisos I e II, do Decreto nº 3.129,de 9 de agosto de1999, considerando a necessidade de normatizar e uniformizar os procedimentos da fiscalização dotrabalho aquaviário,

RESOLVE:

Art. 1º Compete às Unidades Regionais de Inspeção do Trabalho Portuário e Aquaviário, promover a fiscalização dascondições do trabalho, segurança e saúde e de vida a bordo de embarcação comercial nacional ou estrangeira,utilizada na navegação marítima, fluvial ou lacustre.

Parágrafo único. Consideram-se condições de trabalho e de vida a bordo, entre outras, àquelas relativas às normas demanutenção e limpeza das áreas de alojamento e trabalho a bordo, a idade mínima, os contratos de engajamento,a alimentação e o serviço de quarto, o alojamento da tripulação, a contratação, a lotação, o nível de qualificação,as horas de trabalho, os atestados médicos, a prevenção de acidentes de trabalho, os cuidados médicos, ospagamentos em caso de acidente ou doença do trabalho, o bem estar social e questões afins e a repatriação.

Art. 2º Quando se tratar de embarcação comercial nacional, o Auditor-Fiscal do Trabalho – AFT deverá observar asnormas contidas na Convenção n.º 147 e seus anexos, as disposições da Consolidação das Leis do Trabalho –CLT, a legislação complementar pertinente, os acordos e convenções coletivas de trabalho e as normasregulamentadoras de segurança e saúde do trabalho expedidas para o trabalho aquaviário.

Art. 3º O Auditor-Fiscal do Trabalho deverá, na ação fiscal, observar as diretrizes sobre procedimentos de inspeção dascondições de trabalho a bordo de embarcações, adotadas pela Reunião Tripartite de Peritos, convocada pela OITem 1989, quais sejam:

1. nas situações como as dispostas no art.4º da Portaria nº 210/99, quando se tratar de embarcaçãocomercial de bandeira estrangeira, as queixas de um membro da tripulação, de um sindicato ou dequalquer pessoa ou organização interessada nas condições contratuais de trabalho, ou ainda, quando umAFT observar claro indício de irregularidade, deverão ser recebidas diretamente pela Unidade Regional,que enviará cópia para a chefia de fiscalização para proceder à instauração do competente processo;

2. após a adoção da providência retromencionada, a chefia de fiscalização encaminhará à Unidade Regionalo procedimento instaurado, para que esta promova as diligências necessárias para a instrução do feito;

3. a equipe de fiscalização formada para a verificação de qualquer um desses casos, em embarcaçãocomercial de bandeira estrangeira, deverá ser constituída por, no mínimo, um Auditor-Fiscal do Trabalhoda área de legislação e outro de segurança ou saúde do Trabalho;

4. quando a denúncia for sobre embarcação ainda não atracada ou em área de fundeio, a ação fiscal deveráser precedida de investigação no sentido de obter com as empresas e órgãos responsáveis as seguintesinformações:

a. Agente Marítimo autorizado, o nome, a classe e a bandeira da embarcação;

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 191

b. se foi solicitada e se foi concedida a autorização definida como Livre Prática na Portaria MS n.º 48,de 1 de junho de 1995, da Vigilância Sanitária que é condição necessária para o acesso do AFT abordo;

c. dados sobre a última vistoria efetuada pelo Departamento de Portos e Costas (Controle do Estadodo Porto), junto à Capitania dos Portos;

d. a previsão da data de atracação e desatracação, bem como o cais e berço que o navio irá ocuparno porto.

5. no navio em área de fundeio ou atracado, após a observância do disposto nos itens anteriores, a açãofiscal deve determinar, inicialmente, a procedência e a seriedade das provas ou queixas, em consultacom o comandante ou na sua ausência, com o substituto imediato;

6. se considerada justificada uma inspeção, deverão ser solicitados os documentos e certificados emitidospelas classificadoras relativos à embarcação, conforme o objeto da denúncia, sendo indispensáveis oregistro do navio, a lista de tripulantes (crew list), os contratos de engajamento dos tripulantes (contractof employment), o certificado de tripulação mínima de segurança (minimum safe manning certificate) ea lista de recibos do último pagamento efetuado à tripulação (crew payroll).

7. quanto às condições de segurança e saúde, dependendo da denúncia, será efetuada a verificação físicados alojamentos, cozinha, câmaras frigoríficas e a quantidade e qualidade dos alimentos, bem como aprovisão de água potável, que deverão ser compatíveis com o tempo de permanência do navio no portoe a duração da viagem até o próximo porto.

8. Caso a denúncia ou irregularidade seja confirmada, o agente de navegação autorizado pelo armador e ocomandante deverão ser notificados para o saneamento da situação irregular encontrada, conformepreconizado no Art. 4º, IV, da Port. 210/99.

9. Em sendo atendido o objeto da notificação e estando regularizada a situação, deverá ser elaborado umrelatório que será anexado ao processo já instaurado, procedendo-se a remessa de cópia do relatório àUnidade Especial de Inspeção do Trabalho Portuário e Aquaviário.

10. O processo será enviado à chefia de fiscalização que o remeterá à ciência da autoridade regional eencaminhamento à Assessoria Internacional do MTE.

11. O não atendimento às notificações expedidas, seja de âmbito contratual/salarial ou de condição ambientalde trabalho e de vida a bordo que possa causar acidente do trabalho ou doença profissional com lesãograve à integridade física do trabalhador, implicará nos seguintes procedimentos:

a. nos casos de irregularidade de origem contratual ou salarial e condição de segurança, higiene esaúde do trabalho de menor gravidade, esgotadas todas as formas de solução e coletadas asprovas documentais possíveis, o AFT deverá elaborar relatório circunstanciado da ocorrência, comcópia para a Unidade Especial, observando ainda o disposto no item 10;

b. as questões relativas às condições de segurança, saúde e higiene do trabalho que possam causargrave e iminente risco à tripulação deverão, inicialmente, ser comunicadas formalmente ao maispróximo representante consular do país da bandeira (Art. 4º, VI da Port. 210/99) e à autoridademarítima, com a descrição da situação encontrada e solicitando a retenção do navio até a soluçãodo problema, quando serão seguidos os dispostos na procedimentos da alínea anterior;

c. os casos que ensejarem repatriação, como aqueles de contratos de engajamento vencidos ou deoutras circunstâncias elencadas no art. 2° da Convenção n.º 166 da OIT, ratificada pelo Decreto nº2.670 de 15 de julho de 1998, ensejarão comunicação, por ofício, à Superintendência Regional daPolicia Federal, além da adoção dos procedimentos supramencionados;

d. quando a tripulação se encontrar em greve (strike), a fiscalização do trabalho deverá buscar todosos meios de mediar o conflito procurando garantir os direitos dos trabalhadores envolvidos, inclusiveo próprio direito à greve.

EMBARCAÇÃO COMERCIAL ESTRANGEIRA OPERANDO EM ÁGUAS JURISDICIONAISBRASILEIRAS POR MAIS DE 90 DIAS

Art. 4º Tratando-se de embarcação estrangeira que esteja operando em águas jurisdicionais brasileiras, por força decontrato de afretamento ou de prestação de serviços ou de riscos, celebrado com empresa brasileira e, havendoqueixa de claro indício de irregularidade formulada por um membro da tripulação, um sindicato ou por qualquerpessoa ou organização interessada nas condições de trabalho, ou ainda, atendendo ao planejamento da UnidadeEspecial de Inspeção do Trabalho Portuário e Aquaviário, será iniciada ação fiscal pela Unidade Regional.

Art. 5º A Unidade Regional procederá às diligências necessárias à apuração da denúncia ou da irregularidade, elaborandorelatório circunstanciado, observando os seguintes procedimentos:

a. verificar o tipo de navegação em que a embarcação opera: se de longo curso, cabotagem, apoiomarítimo, navegação interior de percurso nacional ou navegação interior de percurso internacional;

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b. solicitar o Certificado de Autorização de Afretamento – CAA, emitido pelo Departamento de MarinhaMercante – DMM, do Ministério dos Transportes caso esteja na navegação de cabotagem, apoio marítimoou na navegação interior de percurso nacional;

c. verificar os tipos de vistos de permanência dos tripulantes estrangeiros;

d. solicitar para as embarcações de longo curso ou de navegação interior de percurso internacional que sãodispensadas de possuir o CAA e seus tripulantes de possuírem vistos específicos, que seja apresentadaa comprovação de que também freqüentam portos estrangeiros, o que pode ser verificado no Diário deNavegação;

e. deverá ser solicitada a autorização de trabalho de todos os tripulantes estrangeiros bem como osrespectivos vistos, quando comprovado pelo CAA que a embarcação está na navegação de cabotagem,apoio marítimo ou na navegação interior de percurso nacional;

f . observar que também sejam aplicadas as normas da Resolução Normativa nº 31/98 aos aquaviáriosprofissionais estrangeiros não integrantes da tripulação, que exerçam atividades em embarcaçõesestrangeiras e em instalações de apoio e plataformas, nos casos em que a empresa afretadora não sejade navegação mas utilize embarcações como meio de execução de suas atividades, de acordo com ocontido na Resolução Recomendada nº 01 CNIg, de 11 de agosto de 1999;

g. no caso de tripulantes e outros profissionais que exerçam atividade remunerada a bordo de navio decruzeiro aquaviário na costa brasileira, na bacia amazônica ou demais águas interiores, os vistos eautorizações de trabalho são aqueles definidos na Resolução Normativa nº 48 CNIg, de 26 de maio de2000 e, no que tange à contratação de tripulantes brasileiros, conforme dispõe o art.3º dessa Resolução,observar-se-á também, o disposto a seguir;

h. verificar no Diário de Navegação ou nos controles da autoridade marítima, se a embarcação está emáguas jurisdicionais brasileiras há mais de 90 (noventa) dias e, nesse caso, se foram contratadostripulantes brasileiros dos três níveis técnicos (oficiais, graduados e não graduados) para as atividadesde navegação (convés e de máquinas), tendo em vista que para cumprir a RN nº 31/98 e a RN nº 46/00,essa embarcação estrangeira deverá ter contratado 6 (seis) tripulantes brasileiros. Este número poderáser menor, se o cartão de lotação mínima da embarcação dispensar a utilização de algum desses níveistécnicos, como no caso do apoio marítimo;

i. verificar o valor da remuneração percebida pelos tripulantes estrangeiros, observando a função ou níveltécnico, informando-os no relatório.

Art. 6º O relatório de que trata o artigo anterior deverá ser encaminhado à Unidade Especial de Inspeção do TrabalhoPortuário e Aquaviário e à autoridade regional do MTE que, comunicará à Polícia Federal quando houverinobservância do disposto no Art. 8° da RN nº 31/98.

Art. 7º A Coordenação da Unidade Especial poderá convocar, através das chefias de fiscalização, os integrantes dasUnidades Regionais para compor o Grupo Especial Móvel de que trata a Portaria MTb nº 1.115/96 para executarematividades de fiscalização do trabalho aquaviário.

Art. 8º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

VERA OLÍMPIA GONÇALVES

Secretária de Inspeção do Trabalho

PORTARIA Nº 30, DE 13 DE DEZEMBRO DE 2000

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRA-BALHO e o DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NOTRABALHO, no uso das atribuições legais, que lhe conferem o Decreto nº 3.129, de 9 de agosto de 1999 e o disposto noinciso I do art. 200 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, e ainda, conside-rando o contido na ata da XVIII ReuniãoOrdi-nária do Comitê Permanente Nacional sobre Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção -CPN, realizada nos dias 19 e 20 de setembro de 2000, resolvem;

Art. 1º Alterar a redação do item 18.4.1.3, da Norma Regulamentadora 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho naIndústria da Construção, referente à Áreas de Vivência, que passa a vigorar como a seguir:2

Art. 2º Acrescentar ao item 18.4.1.3 os subitens 18.4.1.3.1 e 18.4.1.3.2 que pê;l.ssam a vigorar com as seguintesredações:2

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

VERA OLÍMPIA GONÇALVES

Secretária de Inspeção do Trabalho

JUAREZ CORREIA BARROS JÚNIOR

Diretor de Segurança e Saúde no Trabalho

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 193

PORTARIA N.º 33, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2000

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO e o DIRETOR DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso desuas atribuições legais, tendo em vista as deliberações da Comissão Permanente Nacional do Setor Mineral, instituída pelaPortaria MTE/GM n.º 2.038, de 15 de dezembro de 1999 resolvem:

Art. 1º As Comissões Internas de Prevenção de Acidentes - CIPA com mandatos em andamento na data da entrada emvigor da NR-22 isto é, 21/04/2000, manterão sua organização e atribuições até o fim do respectivo mandato.

Art. 2º Para observação dos prazos previstos no anexo II da Portaria Ministerial 2.037/99 - Quadro de prazos para ocumprimento dos itens da NR-22 - a empresa ou Permissionário de Lavra Garimpeira deverá elaborar umcronograma físico de implantação dos itens ali consignados, nas formas previstas nas alíneas “c” e “g” do item22.3.7.1, da NR-22, o qual deverá integrar o PGR.

Art. 3º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

VERA OLÍMPIA GONÇALVES

Secretária

JUAREZ CORREIA BARROS JÚNIOR

Diretor

PORTARIA N.º 35, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2000

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO e o DIRETOR DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso desuas atribuições legais e considerando o disposto na Portaria MTb n.º 393/96 e a Portaria MTE/GM n.º 2.037, de 15 dedezembro de 1999, que aprovou a alteração do texto da Norma Regulamentadora Segurança e Saúde Ocupacional naMineração - NR-22, resolvem:

Art. 1º Definir os códigos de normas e infrações para os subitens da NR-22, que passam a integrar o Anexo II da NormaRegulamentadora n.º 28 - Fiscalização e Penalidades.

Art. 2º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

VERA OLÍMPIA GONÇALVES

Secretaria de Inspeção do Trabalho

JUAREZ CORREIA BARROS JÚNIOR

Diretor de Segurança e Saúde no Trabalho

NOTA TÉCNICA 060 / 2001

Indicação de postura a ser adotada na concepção depostos de trabalho

A presente Nota Técnica tem por objetivo a orientação de empregados, empregadores, Auditores Fiscais do Trabalho,profissionais ligados à área e outros interessados na indicação da melhor postura a ser adotada na concepção dos postosde trabalho.

1. A POSTURA DE TRABALHO:

A postura mais adequada ao trabalhador é aquela que ele escolhe livremente e que pode ser variada ao longo do tempo.A concepção dos postos de trabalho ou da tarefa deve favorecer a variação de postura, principalmente a alternância entrea postura sentada e em pé.

O tempo de manutenção de uma postura deve ser o mais breve possível, pois seus efeitos nocivos ou não, serão funçãodo tempo durante o qual ela será mantida. Segundo Mairiaux (1992) a apreciação do tempo de manutenção de uma posturadeve levar em conta, por um lado, o tempo unitário de manutenção (sem possibilidades de modificações posturais) e, poroutro, o tempo total de manutenção registrado durante a jornada de trabalho.

Todo esforço de manutenção postural leva a uma tensão muscular estática (isométrica) que pode ser nociva à saúde.

Os efeitos fisiológicos dos esforços estáticos estão ligados à compressão dos vasos sangüíneos. O sangue deixa de fluire o músculo não recebe oxigênio nem nutrientes, os resíduos metabólicos não são retirados, acumulando-se e provocandodor e fadiga muscular. Manutenções estáticas prolongadas podem também induzir ao desgaste das articulações, discosintervertebrais e tendões.

A postura de trabalho adotada é função da atividade desenvolvida, das exigências da tarefa (visuais, emprego de forças,precisão dos movimentos etc.), dos espaços de trabalho, da ligação do trabalhador com máquinas e equipamentos de

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Giovanni Moraes de Araújo194

trabalho como, por exemplo, o acionamento de comandos. As amplitudes de movimentos dos segmentos corporais comoos braços e a cabeça, assim como as exigências da tarefa em termos visuais, de peso ou esforços, influenciam naposição do tronco e no esforço postural, tanto no trabalho sentado como no trabalho em pé.

Citamos a seguir, alguns exemplos da influência sobre a postura sentada ou em pé, devido aos movimentos dossegmentos corporais:

Estudos de Nachemson e Elfstrom (1970) demonstraram que inclinações do tronco para frente ou torções do troncodevidas às exigências da tarefa (visuais ou de movimentos) levam a um aumento de mais de 30% na pressão sobre odisco intervertebral.

Segundo estudos de Andersson e col. (1974) quando motoristas mudam de marcha, são observadas pressões intradiscaismais elevadas, devido aos movimentos dos joelhos e da perna quando do uso da embreagem, tendo como conseqüênciauma flexão lombar e, ainda, uma flexão adicional do tronco com o movimento do braço.

Outros estudos (Oliver e Middledith, 1998, apud Schuldt e col. ,1986) demonstram que existe um aumento dos níveis deatividade da coluna torácica superior e dos extensores da coluna vertebral como resultado, por exemplo, da abdução dobraço, quando se trabalha sobre uma mesa muita alta.

A POSTURA EM PÉ

De maneira geral, na concepção dos postos de trabalho não se leva em consideração o conforto do trabalhador na escolhada postura de trabalho, mas sim as necessidades da produção.

A escolha da postura em pé, muitas vezes, tem sido justificada por considerar que, nesta posição, as curvaturas da colunaestejam em alinhamento correto e que, desta forma, as pressões sobre o disco intervertebral são menores que na posiçãosentada. Segundo vários autores (Oliver e Middledith, 1998, apud Adams e Hutton, 1980) os músculos que sustentam otronco contra a força gravitacional, embora vigorosos, não são muito adequados para manter a postura em pé. Eles sãomais eficazes na produção dos movimentos necessários às principais mudanças de postura. Por mais econômica quepossa ser em termos de energia muscular, a posição em pé ideal não é usualmente mantida por longos períodos, pois aspessoas tendem a utilizar alternadamente a perna direita e esquerda como apoio, para provavelmente facilitar a circulaçãosangüínea ou reduzir as compressões sobre as articulações.

A manutenção da postura em pé imóvel tem ainda as seguintes desvantagens:

- tendência à acumulação do sangue nas pernas o que predispõe ao aparecimento de insuficiência valvularvenosa nos membros inferiores, resultando em varizes e;

- sensação de peso nas pernas; sensações dolorosas nas superfícies de contato articulares que suportamo peso do corpo (pés, joelhos, quadris);

- a tensão muscular permanentemente desenvolvida para manter o equilíbrio dificulta a execução detarefas de precisão;

- a penosidade da posição em pé pode ser reforçada se o trabalhador tiver ainda que manter posturasinadequadas dos braços (acima do ombro, por exemplo), inclinação ou torção de tronco etc.;

- a tensão muscular desenvolvida em permanência para manutenção do equilíbrio traz mais dificuldadespara a execução de trabalhos de precisão.

A escolha da postura em pé só está justificada nas seguintes condições:

- a tarefa exige deslocamentos contínuos como no caso de carteiros e pessoas que fazem rondas;

- a tarefa exige manipulação de cargas com peso igual ou superior a 4,5 kg;

- a tarefa exige alcances amplos freqüentes, para cima, para frente ou para baixo; no entanto, deve-setentar reduzir a amplitude destes alcances para que se possa trabalhar sentado;

- a tarefa exige operações freqüentes em vários locais de trabalho, fisicamente separados;

- a tarefa exige a aplicação de forças para baixo, como em empacotamento.

Fora destas situações, não se deve aceitar, em hipótese alguma, o trabalho contínuo em pé. Muitos profissionais, no afãde resolver as dificuldades dos empregadores, têm emitido opiniões favoráveis ao trabalho em pé apenas para evitar queo plano de trabalho seja adaptado, o que acarretaria um certo custo monetário. Ora, os custos destas pequenasadaptações são mínimos se comparados à fadiga e a penosidade das tarefas que vão ser executadas em pé durante todoo dia e por vários anos. Na maioria das vezes nem é o gasto econômico que está na origem da dificuldade. Muitosempregadores têm a falsa impressão de que o trabalho sentado induz à indolência. Evidentemente, trata-se de umafalácia.

A POSIÇÃO SENTADA

O esforço postural (estático) e as solicitações sobre as articulações são mais limitados na postura sentada que na em pé.A postura sentada permite melhor controle dos movimentos pelo que o esforço de equilíbrio é reduzido. É, sem sombra dedúvida, a melhor postura para trabalhos que exijam precisão.

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 195

Em determinadas atividades ocupacionais (escritórios, trabalho com computadores, administrativo etc.) a tendência é dese permanecer sentado por longos períodos.

De maneira geral, os problemas lombares advindos da postura sentada são justificados pelo fato de a compressão dosdiscos intervertebrais ser maior na posição sentada que na posição em pé. No entanto, tais problemas não são apenasdecorrentes das cargas que atuam sobre a coluna vertebral, mas principalmente da manutenção da postura estática. Aimobilidade postural constitui um fator desfavorável para a nutrição do disco intervertebral que é dependente do movimentoe da variação da postura. A incidência de dores lombares é menor quando a posição sentada é alternada com a em pé, emenor ainda quando se podem movimentar os demais segmentos corporais como em pequenos deslocamentos.

A postura de trabalho sentado, se bem concebida (com apoios e inclinações adequados), pode até apresentar pressõesintradiscais inferiores à posição em pé imóvel, desde que o esforço postural estático e as solicitações articulares sejamreduzidos ao mínimo. Trabalhar sentado permite maior controle dos movimentos porque o esforço para manter o equilíbriopostural é reduzido.

As vantagens da posição sentada são:

- baixa solicitação da musculatura dos membros inferiores, reduzindo assim a sensação de desconforto ecansaço;

- possibilidade de evitar posições forçadas do corpo;

- menor consumo de energia;

- facilitação da circulação sangüínea pelos membros inferiores.

As desvantagens são:

- pequena atividade física geral (sedentarismo);

- adoção de posturas desfavoráveis: lordose ou cifoses excessivas;

- estase sangüínea nos membros inferiores, situação agravada quando há compressão da face posteriordas coxas ou da panturrilha contra a cadeira, se esta estiver mal posicionada.

CONFORTO DE TRABALHO NA POSIÇÃO SENTADO E NA POSIÇÃO EM PÉ

O conforto do trabalho sentado ou do trabalho em pé é função:

- do tempo de manutenção da postura (evitar esforços estáticos);

- da adaptação às exigências visuais: a localização das fontes de informações visuais vai determinar oposicionamento da cabeça que pode, por sua vez, influenciar a postura do tronco, levando o trabalhadora adotar posturas inadequadas prolongadas ou repetitivas da nuca em flexão, extensão e torção extremaou de inclinação/torção do tronco. Exemplo comum: colocar monitores de vídeo lateralmente e/ou muitobaixo ou muito alto;

- dos espaços para pernas e pés: a falta de espaço suficiente para pernas e pés induz o trabalhador aadotar posturas tais como: inclinação e torção do tronco, pernas muito flexionadas, aumento do braço dealavanca;

- da altura do plano de trabalho: a altura do plano de trabalho é um elemento importante para o confortopostural. Se o plano de trabalho é muito alto, o trabalhador deverá elevar os ombros e os braços durantetoda a jornada. Se for muito baixo, ele trabalhará com as costas inclinadas para frente. Esta observaçãoé válida tanto para trabalho sentado como para o trabalho em pé. O ponto de referência utilizado paradeterminar a altura confortável de trabalho é a altura dos cotovelos em relação ao piso, mas a naturezada tarefa tem que ser levada em consideração. No planejamento / adaptação do posto de trabalhosentado deve-se sempre levar em consideração duas medidas principais: a altura da cadeira e a alturado plano de trabalho. Considerando que as dimensões corporais são muito diversas (inter e intra-individuais), no mínimo uma destas alturas tem que ser regulável, para facilitar a adaptação do posto àmaioria dos trabalhadores;

- das características da cadeira: o assento de trabalho ideal deve ser determinado em função da atividadedesenvolvida, das condições ambientais de trabalho e principalmente da opinião dos usuários.

A SELEÇÃO DO ASSENTO

O assento deve ser adequado à natureza da tarefa e às dimensões antropométricas da população. Não existe uma cadeiraque seja “ergonômica” independentemente da função exercida pelo trabalhador. Basta lembrar que uma cadeira confortávelpara assistir à televisão não é adequada para uma secretária que deve se movimentar entre a mesa, um arquivo e umaparelho de telefax. O contrário também é verdadeiro.

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INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 20 DE 19 DE JANEIRO DE 2001

Dispõe sobre procedimentos a serem adotados pelaFiscalização do Trabalho no exercício da atividade defiscalização do trabalho das pessoas portadoras dedeficiência.

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO, no uso de suas atribuições e tendo em vista o disposto no art. 2º, incisoIII, da Lei N° 7.853, de 24 de outubro de 1989, disciplinado pelo art. 93 da Lei N° 8.213, de 24 de julho de 1991 e no art.36, § 5º, do Decreto N° 3.298, de 20 de dezembro de 1999;

Considerando o disposto na Convenção 159 da Organização Internacional do Trabalho – OIT, sobre a reabilitaçãoprofissional e emprego de pessoas portadoras de deficiência; e

Considerando, ainda, a necessidade de orientar os Auditores-Fiscais do Trabalho no exercício da atividade de fiscalizaçãodo trabalho de pessoas portadoras de deficiência, resolve:

Baixar a presente Instrução Normativa sobre procedimentos a serem observados pela Fiscalização do Trabalho nocumprimento da legislação relativa ao trabalho das pessoas portadoras de deficiência.

Art. 1° O Auditor-Fiscal do Trabalho – AFT observará a relação de trabalho da pessoa portadora de deficiência, de modoa identificar a existência de vínculo empregatício.

Art. 2º Caracteriza relação de emprego a inserção no mercado de trabalho da pessoa portadora de deficiência, sob asmodalidades de colocação competitiva e seletiva.

Art. 3º Colocação competitiva é a contratação efetivada nos termos da legislação trabalhista e previdenciária que nãoexige a adoção de procedimentos especiais para a sua concretização, ressalvada a utilização de apoios especiais.

Art. 4º Colocação seletiva é a contratação efetivada nos termos da legislação trabalhista e previdenciária, que em razãoda deficiência, exige a adoção de procedimentos e apoios especiais para sua concretização.

Art. 5º Consideram-se procedimentos especiais os meios utilizados para viabilizar a contratação e o exercício daatividade laboral da pessoa portadora de deficiência, tais como: jornada variável, horário flexível, proporcionalidadede salário, adequação das condições e do ambiente de trabalho e outros.

Art. 6º Consideram-se apoios especiais a orientação, a supervisão e as ajudas técnicas, entre outros elementos queauxiliem ou permitam compensar uma ou mais limitações funcionais motoras, sensoriais ou mentais da pessoaportadora de deficiência, de modo a superar as suas limitações.

Art. 7º Não constitui relação de emprego o trabalho da pessoa portadora de deficiência realizado em oficina protegida deprodução, desde que ausentes os elementos configuradores da relação de emprego, ou em oficina protegidaterapêutica.

Art. 8º Considera-se oficina protegida de produção a unidade que observar as seguintes condições:

I - que suas atividades laborais sejam desenvolvidas mediante assistência de entidades públicas ebeneficentes de assistência social;

I I - que tenha por objetivo o desenvolvimento de programa de habilitação profissional, com currículos,etapas e diplomação, especificando o período de duração e suas respectivas fases de aprendizagem,dependentes de avaliações individuais realizadas por equipe multidisciplinar de saúde;

III - que as pessoas portadoras de deficiência participantes destas oficinas não integrem o quantitativo doscargos previsto no art. 10 desta Instrução; e

IV - que o trabalho nelas desenvolvido seja obrigatoriamente remunerado.

Art. 9º Considera-se oficina protegida terapêutica a unidade assistida por entidade pública ou beneficente de assistênciasocial e que tenha por objetivo a integração social, mediante atividades de adaptação e capacitação para otrabalho.

Art. 10 O AFT verificará, mediante fiscalização direta ou indireta, se a empresa com cem ou mais empregados preencheo percentual de 2 a 5 por cento de seus cargos com beneficiários reabilitados da Previdência Social ou compessoa portadora de deficiência habilitada, na seguinte proporção:

I - até duzentos empregados, dois por cento;

II - de duzentos e um a quinhentos empregados, três por cento;

III - de quinhentos e um a mil empregados, quatro por cento; ou

IV - mais de mil empregados, cinco por cento.

§ 1º Para efeito de aferição dos percentuais dispostos neste artigo, será considerado o número de empregadosda totalidade dos estabelecimentos da empresa.

§ 2º Os trabalhadores a que se refere o caput poderão estar distribuídos nos diversos estabelecimentos daempresa ou centralizados em um deles.

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§ 3º Cabe ao AFT verificar se a dispensa de empregado, na condição estabelecida neste artigo, foi suprida mediantea contratação de outra pessoa portadora de deficiência, nos termos do art. 36, § 1º do Decreto nº 3.298, de 1999.

Art. 11 Entende-se por habilitação e reabilitação profissional o conjunto de ações utilizadas para possibilitar que a pessoaportadora de deficiência adquira nível suficiente de desenvolvimento profissional para ingresso ou reingresso nomercado de trabalho.

Art. 12 Considera-se, também, pessoa portadora de deficiência habilitada aquela que esteja capacitada para o exercícioda função mesmo não tendo se submetido a processo de habilitação ou reabilitação.

Art. 13 Quando não ocorrer, na ação fiscal, a regularização da empresa quanto ao disposto no art. 10 desta InstruçãoNormativa, o AFT poderá utilizar-se do procedimento especial previsto na IN nº 13 de 06.06.99, e se necessário,solicitar o apoio do Núcleo de Promoção da Igualdade de Oportunidades e Combate à Discriminação.

Art. 14 Em caso de instauração de procedimento especial, o Termo de Compromisso que vier a ser firmado deverá contero cronograma de preenchimento das vagas das pessoas portadoras de deficiência ou beneficiários reabilitadosde forma gradativa constando, inclusive, a obrigatoriedade da adequação das condições dos ambientes detrabalho, na conformidade do previsto nas Normas Regulamentadoras, instituídas pela Portaria Nº 3.214/78.

Art. 15 O não cumprimento do Termo de Compromisso implicará na adoção das medidas cabíveis, nos termos da IN nº13 de 06.06.99, com posterior encaminhamento de relatório circunstanciado ao Delegado Regional do Trabalhopara remessa ao Ministério Público do Trabalho.

Art. 16 Esta Instrução Normativa entrará em vigor na data de sua publicação.

VERA OLÍMPIA GONÇALVES

PORTARIA Nº 8, DE 21 DE FEVEREIRO DE 2001

A Secretária de Inspeção do Trabalho e o Diretor do Departamento de Segurança e Saú-de no Trabalho, no uso dasatribuições que lhe conferem o Decreto n2 3.129, de 9 de agosto de 1999, resolvem:

Art. 1º Definir os códigos de norma e in-frações para os subitens da Norma Regulamen-tadora 18 - Condições e Meio Ambientede Trabalho na Indústria da Construção, que foram alterados ou acrescentados pela Portaria n2 30, de 13 de dezembrode 2000, os quais passam a integrar o Anexo 11 da Norma Regulamen-tadora 28 - Fiscalização e Penalidades:

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor em 90 (noventa) dias, a contar da data de sua publicação, revogadas as disposiçõesem contrário.

VERA OLÍMPIA GONÇALVES

Secretária de Inspeção do Trabalho

JUAREZ CORREIA BARROS JÚNIOR

Diretor de Segurança e Saúde no Trabalho

PORTARIA N.° 16, DE 10 DE MAIO DE 2001

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO e o DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NOTRABALHO, no uso das suas atribuições legais, considerando o acordo havido para o setor de transporte na ComissãoBipartite Permanente de Negociação – CBPN e aprovado na 26ª Reunião Ordinária da Comissão Tripartite ParitáriaPermanente – CTPP, resolvem:

Art. 1º Alterar os Grupos C-24 e C-24b do Quadro II – Agrupamento de Setores Econômicos pela Classificação Nacional deAtividades Econômicas – CNAE, para dimensionamento da CIPA e criar os Grupos C-24c – Transporte rodoviário depassageiros e cargas e C-24d – Transporte ferroviário de passageiros metroviário e ferroviário de cargas, como a seguir:

Art. 2º Incluir o quadro dos Grupos C-24c e C-24d, no Quadro I – Dimensionamento da CIPA, como a seguir disposto:

Art. 3º O dimensionamento nas empresas de transporte ferroviário de cargas será definido por trecho, considerados ostrabalhadores da operação, manutenção e administração.

Art. 4º O dimensionamento nas empresas de transporte ferroviário de passageiros e metroviário será definido porseguimento de linha, considerados os trabalhadores da operação, manutenção e administração.

Art. 5º O item 5.51 “DISPOSIÇÕES FINAIS” da Norma Regulamentadora 5 – Comissão Interna de Prevenção deAcidentes – CIPA, passa a ser renumerado para 5.52.

Art. 6º Esta portaria entra em vigor na data da sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

VERA OLÍMPIA GONÇALVES

Secretária de Inspeção do Trabalho

JUAREZ CORREIA BARROS JÚNIOR

Diretor de Segurança e Saúde no Trabalho

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Giovanni Moraes de Araújo198

PORTARIA N.° 20, DE 13 DE SETEMBRO DE 2001

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO e o DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NOTRABALHO, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelo inciso I do artigo 405 da Consolidação das Leis doTrabalho – CLT, resolvem:

Art. 1º Fica proibido o trabalho do menor de 18 (dezoito) anos nas atividades constantes do Anexo I.

Parágrafo único. A classificação do locais ou serviços como perigosos ou insalubres decorre do princípio da proteçãointegral à criança e ao adolescente, não sendo extensiva aos trabalhadores maiores de 18 anos.

Art. 2º Os trabalhos técnico ou administrativos serão permitidos, desde que realizados fora das áreas de risco à saúdee à segurança.

Art. 3º Revoga-se a Portaria n.º 06, de 05 de fevereiro de 2001.

Art. 4º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

VERA OLÍMPIA GONÇALVES

Secretária de Inspeção do Trabalho

JUAREZ CORREIA BARROS JÚNIORDiretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho

ANEXO I

QUADRO DESCRITIVO DOS LOCAIS E SERVIÇOS CONSIDERADOS PERIGOSOS OUINSALUBRES PARA MENORES DE 18 (DEZOITO) ANOS

1. trabalhos de afiação de ferramentas e instrumentos metálicos em afiadora, rebolo ou esmeril, sem proteçãocoletiva contra partículas volantes

2. trabalhos de direção de veículos automotores e direção, operação, manutenção ou limpeza de máquinas ouequipamentos, quando motorizados e em movimento, a saber: tratores e máquinas agrícolas, máquinas delaminação, forja e de corte de metais, máquinas de padaria como misturadores e cilindros de massa, máquinas defatiar, máquinas em trabalhos com madeira, serras circulares, serras de fita e guilhotinas, esmeris, moinhos,cortadores e misturadores, equipamentos em fábricas de papel, guindastes ou outros similares, sendo permitido otrabalho em veículos, máquinas ou equipamentos parados, quando possuírem sistema que impeça o seu acionamentoacidental

3. trabalhos na construção civil ou pesada

4. trabalhos em cantarias ou no preparo de cascalho

5. trabalhos na lixa nas fábricas de chapéu ou feltro

6. trabalhos de jateamento em geral, exceto em processos enclausurados

7. trabalhos de douração, prateação, niquelação, galvanoplastia, anodização de alumínio, banhos metálicos ou comdesprendimento de fumos metálicos

8. trabalhos na operação industrial de reciclagem de papel, plástico ou metal

9. trabalhos no preparo de plumas ou crinas

10. trabalhos com utilização de instrumentos ou ferramentas de uso industrial ou agrícola com riscos de perfuraçõese cortes, sem proteção capaz de controlar o risco

11. trabalhos no plantio, com exceção da limpeza, nivelamento de solo e desbrote; na colheita, beneficiamento ouindustrialização do fumo

12. trabalhos em fundições em geral

13. trabalhos no plantio, colheita, beneficiamento ou industrialização do sisal

14. trabalhos em tecelagem

15. trabalhos na coleta, seleção ou beneficiamento de lixo

16. trabalhos no manuseio ou aplicação de produtos químicos de uso agrícola ou veterinário, incluindo limpeza deequipamentos, descontaminação, disposição ou retorno de recipientes vazios

17. trabalhos na extração ou beneficiamento de mármores, granitos, pedras preciosas, semi-preciosas ou outros bensminerais

18. trabalhos de lavagem ou lubrificação de veículos automotores em que se utilizem solventes orgânicos ou inorgânicos,óleo diesel, desengraxantes ácidos ou básicos ou outros produtos derivados de óleos minerais

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19. trabalhos com exposição a ruído contínuo ou intermitente, acima do nível de ação previsto na legislação pertinenteem vigor, ou a ruído de impacto

20. trabalhos com exposição a radiações ionizantes

21. trabalhos que exijam mergulho

22. trabalhos em condições hiperbáricas

23. trabalhos em atividades industriais com exposição a radiações não-ionizantes (microondas, ultravioleta ou laser)

24. trabalhos com exposição ou manuseio de arsênico e seus compostos, asbestos, benzeno, carvão mineral, fósforoe seus compostos, hidrocarbonetos ou outros compostos de carbono, metais pesados (cádmio, chumbo, cromo emercúrio) e seus compostos, silicatos, ou substâncias cancerígenas conforme classificação da OrganizaçãoMundial de Saúde

25. trabalhos com exposição ou manuseio de ácido oxálico, nítrico, sulfúrico, bromídrico, fosfórico e pícrico

26. trabalhos com exposição ou manuseio de álcalis cáusticos

27. trabalhos com retirada, raspagem a seco ou queima de pinturas

28. trabalhos em contato com resíduos de animais deteriorados ou com glândulas, vísceras, sangue, ossos, couros,pêlos ou dejeções de animais

29. trabalhos com animais portadores de doenças infecto-contagiosas

30. trabalhos na produção, transporte, processamento, armazenamento, manuseio ou carregamento de explosivos,inflamáveis líquidos, gasosos ou liqüefeitos

31. trabalhos na fabricação de fogos de artifícios

32. trabalhos de direção e operação de máquinas ou equipamentos elétricos de grande porte, de uso industrial

33. trabalhos de manutenção e reparo de máquinas e equipamentos elétricos, quando energizados

34. trabalhos em sistemas de geração, transmissão ou distribuição de energia elétrica

35. trabalhos em escavações, subterrâneos, pedreiras garimpos ou minas em subsolo ou a céu aberto

36. trabalhos em curtumes ou industrialização do couro

37. trabalhos em matadouros ou abatedouros em geral

38. trabalhos de processamento ou empacotamento mecanizado de carnes

39. trabalhos em locais em que haja livre desprendimento de poeiras minerais

40. trabalhos em locais em que haja livre desprendimento de poeiras de cereais (arroz, milho, trigo, sorgo, centeio,aveia, cevada, feijão ou soja) e de vegetais (cana, linho, algodão ou madeira)

41. trabalhos na fabricação de farinha de mandioca

42. trabalhos em indústrias cerâmicas

43. trabalhos em olarias nas áreas de fornos ou com exposição à umidade excessiva

44. trabalhos na fabricação de botões ou outros artefatos de nácar, chifre ou osso

45. trabalhos em fábricas de cimento ou cal

46. trabalhos em colchoarias

47. trabalhos na fabricação de cortiças, cristais, esmaltes, estopas, gesso, louças, vidros ou vernizes

48. trabalhos em peleterias

49. trabalhos na fabricação de porcelanas ou produtos químicos

50. trabalhos na fabricação de artefatos de borracha

51. trabalhos em destilarias ou depósitos de álcool

52. trabalhos na fabricação de bebidas alcoólicas

53. trabalhos em oficinas mecânicas em que haja risco de contato com solventes orgânicos ou inorgânicos, óleo diesel,desengraxantes ácidos ou básicos ou outros produtos derivados de óleos minerais

54. trabalhos em câmaras frigoríficas

55. trabalhos no interior de resfriadores, casas de máquinas, ou junto de aquecedores, fornos ou alto-fornos

56. trabalhos em lavanderias industriais

57. trabalhos em serralherias

58. trabalhos em indústria de móveis

59. trabalhos em madeireiras, serrarias ou corte de madeira

60. trabalhos em tinturarias ou estamparias

61. trabalhos em salinas

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62. trabalhos em carvoarias

63. trabalhos em esgotos

64. trabalhos em hospitais, serviços de emergências, enfermarias, ambulatórios, postos de vacinação ou outrosestabelecimentos destinados ao cuidado da saúde humana em que se tenha contato direto com os pacientes ou semanuseie objetos de uso destes pacientes não previamente esterilizados

65. trabalhos em hospitais, ambulatórios ou postos de vacinação de animais, quando em contato direto com os animais

66. trabalhos em laboratórios destinados ao preparo de soro, de vacinas ou de outros produtos similares, quando emcontato com animais

67. trabalhos em cemitérios

68. trabalhos em borracharias ou locais onde sejam feitos recapeamento ou recauchutagem de pneus

69. trabalhos em estábulos, cavalariças, currais, estrebarias ou pocilgas, sem condições adequadas de higienização

70. trabalhos com levantamento, transporte ou descarga manual de pesos superiores a 20 quilos para o gêneromasculino e superiores a 15 quilos para o gênero feminino, quando realizado raramente, ou superiores a 11 quilospara o gênero masculino e superiores a 7 quilos para o gênero feminino, quando realizado freqüentemente

71. trabalhos em espaços confinados

72. trabalhos no interior ou junto a silos de estocagem de forragem ou grãos com atmosferas tóxicas, explosivas oucom deficiência de oxigênio

73. trabalhos em alturas superiores a 2,0 (dois) metros

74. trabalhos com exposição a vibrações localizadas ou de corpo inteiro

75. trabalhos como sinalizador na aplicação aérea de produtos ou defensivos agrícolas

76. trabalhos de desmonte ou demolição de navios e embarcações em geral

77. trabalhos em porão ou convés de navio

78. trabalhos no beneficiamento da castanha de caju

79. trabalhos na colheita de cítricos ou de algodão

80. trabalhos em manguezais ou lamaçais

81. trabalhos no plantio, colheita, beneficiamento ou industrialização da cana-de-açúcar

PORTARIA N.° 23, DE 09 DE OUTUBRO DE 2001

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO e o DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NOTRABALHO, no uso de suas atribuições legais e, considerando o estabelecido na Portaria MTb n.º 393/96, resolvem:

Art. 1º Alterar o item 8.2 da Norma Regulamentadora 8 - Edificações, aprovada pela Portaria 3.214/78, e alterada pelaPortaria 12/83, que passa a vigorar com a seguinte redação:

“`8.2 Os locais de trabalho devem ter a altura do piso ao teto, pé direito, de acordo com as posturas municipais, atendidasas condições de conforto, segurança e salubridade, estabelecidas na Portaria 3.214/78.”

Art. 2º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário, em especial osubitem 8.2.1 da NR 8.

VERA OLÍMPIA GONÇALVES

Secretária de Inspeção do Trabalho

JUAREZ CORREIA BARROS JÚNIOR

Diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho

PORTARIA N.° 25, DE 15 DE OUTUBRO DE 2001

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO e o DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NOTRABALHO, no uso das atribuições legais, que lhes confere o Decreto Nº 3.129, de 9 de agosto de 1999 e, em face doestabelecido na Portaria Nº 393, de 09 de abril de 1996, considerando as propostas de alteração de regulamentaçãoapresentadas pelo Grupo de Trabalho Tripartite - GTT/EPI, constituído através da Portaria Nº 13, de 27 de abril de 2000 e,aprovadas na 28ª Reunião Ordinária da Comissão Tripartite Paritária Permanente - CTPP, instituída pela Portaria SSST Nº2, de 10 de abril de 1996, resolvem:

Art. 1º Alterar a Norma Regulamentadora que trata de Equipamento de Proteção Individual - NR 6, aprovada pela portariaNº 3.214, de 08 de junho de 1978, que passa a vigorar de acordo com o disposto no Anexo a esta Portaria.

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Art. 2º Estabelecer o prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar do início da vigência desta Portaria, para o cumprimentodo disposto no subitem 6.9.3, o qual poderá ser prorrogado, mediante solicitação por escrito que justifique apretensão, que deverá ser encaminhada, para análise, ao órgão nacional competente em matéria de segurançae saúde no trabalho, pelo fabricante ou importador.

- Prazo prorrogado por mais 180 dias pela Portaria 9, de 17/4/2002.

Art. 3º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário, em especial aPortaria Nº 05, de 07 de maio de 1982.

VERA OLÍMPIA GONÇALVES

Secretária de Inspeção do Trabalho

JUAREZ CORREIA BARROS JÚNIOR

Diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho

PORTARIA Nº 30 DE 20 DE DEZEMBRO DE 2001

A SECRETÁRIA DE INSPEÇAO DO TRABALHO e o DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NOTRABALHO, no uso das atribuições legais que lhe conferem o Decreto n.º 3.129, de 9 de agosto de 1999 e o disposto noinciso I do artigo 200 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, e ainda, considerando o contido nas atas das XXI e XXIIReuniões Ordinárias do Comitê Permanente Nacional sobre Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria daConstrução - CPN, realizada nos dias 05 e 06 de junho e 18 e 19 de setembro de 2001 respectivamente, resolvem:

Art. 1º Alterar a redação do item 18.15 - Andaimes, da Norma Regulamentadora 18 - Condições e Meio Ambiente deTrabalho na Indústria da Construção, que passa a vigorar como a seguir:

Art. 2º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

VERA OLÍMPIA GONÇALVES

Secretária de Inspeção do Trabalho

JUAREZ CORREIA BARROS JÚNIOR

Diretor de Segurança e Saúde no Trabalho

PORTARIA N.º31, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2001

“Define os códigos de normas e infrações para ositens e subitens da NR-06, que passam a integrar oAnexo II da Norma Regulamentadora n.º 28 - Fiscalizaçãoe Penalidades”.

A SECRETARIA DE INSPEÇÇÃO DO TRABALHO e o DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE DOTRABALHO, no uso de suas atribuições legais e considerando o disposto na Portaria MTb n. 393, de 9 de abril de 1996, ena Portaria MTE/SIT n. 25, de 15 de outubro de 2001, que aprovou a alteração do texto da Norma RegulamentadoraEquipamento de proteção Individual – NR-06, resolvem:

Art. 1º Definir os códigos de normas e infrações para os itens e subitens da NR-06, que passam a integrar o Anexo IIda Norma Regulamentadora n. 28 – Fiscalização e Penalidades.

Art. 2º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

VERA OLÍMPIA GONÇALVES

JUAREZ CORREIA BARROS JÚNIOR

PORTARIA N.º34, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2001

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO e o DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NOTRABALHO, no uso de suas atribuições legais, e, considerando os estudos desenvolvidos para definição de um indicadorbiológico de exposição, proposto no item 8.1.4 do Acordo do Benzeno; considerando que o item 5.4 do Anexo 13 A, comredação dada pela Portaria N.° 14, de 20 de dezembro de 1995, estabelece que as ações de vigilância à saúde dostrabalhadores próprios e de terceiros previstas no conteúdo do PPEOB devem ser realizadas segundo a InstruçãoNormativa - IN N.° 02, de 20 de dezembro de 1995; considerando que o item 2.1.5 do anexo da IN N.o 02 supracitadaestabelece que os dados toxicológicos dos grupos de risco obtidos pela avaliação de indicadores biológicos de exposiçãodevem ser instrumentos utilizados para o propósito de vigilância da saúde; e, considerando ainda que a Comissão Nacional

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Permanente do Benzeno - CNPBz aprovou o protocolo atendendo ao disposto no item 2.1.5 do anexo da IN N.o 02, desenvolvidosob coordenação do Ministério da Saúde/FIOCRUZ - CESTEH e do Ministério do Trabalho/FUNDACENTRO, resolvem:

Art. 1º Publicar o protocolo anexo a esta Portaria, visando determinar os procedimentos para a utilização de indicadorbiológico de exposição ocupacional ao benzeno.

Art. 2º Esta portaria entra em vigor na data da sua publicação.

VERA OLÍMPIA GONÇALVES

Secretária de Inspeção do Trabalho

JUAREZ CORREIA BARROS JÚNIOR

Diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho

ANEXO

PROTOCOLO PARA A UTILIZAÇÃO DE INDICADOR BIOLÓGICO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AOBENZENO

1. Histórico

Com as medidas previstas e em alguns casos já estabelecidas, para a diminuição da concentração do benzeno nosambientes de trabalho e, por conseguinte, o controle da exposição ocupacional a este agente, o fenol urinário, comoIndicador Biológico de Exposição ao Benzeno (IBE-Bz), teve sua aplicação restringida, quando não ultrapassada, nogerenciamento deste controle.

Desta forma foi retirada à obrigatoriedade da determinação de fenol urinário em trabalhadores potencialmenteexpostos a benzeno. A Comissão Nacional Permanente do Benzeno (CNP-Bz), vem desde sua criação, discutindo aimplantação de outros indicadores para avaliação da exposição ocupacional a este agente.

Com este objetivo foram já realizados:

a. Protocolo de estudos para implantação do indicador biológico de exposição ao benzeno;

b. Seminário informativo IBE-Bz, realizado na FUNDACENTRO, em São Paulo, no dia 12.08.96, que contoucom cerca de 70 participantes;

c. Oficina de Trabalho realizada em 13.08.96, com pesquisadores convidados, além dos integrantes doGrupo de Trabalho indicado na época, pela CNP-Bz. Nesta oportunidade foram apresentados projetos depesquisa visando estudar alguns dos indicadores propostos na literatura;

d. Oficina de Trabalho sobre IBE-Bz, em 26/10/98, na qual os participantes resolveram encaminhar para aCNP-Bz uma recomendação de que fosse elaborado um protocolo indicativo sobre possíveis IBEs aserem utilizados para a avaliação da exposição ocupacional ao benzeno;

e. Acompanhamento das teses de doutorado de Maurício Xavier Contrim, sobre: “Desenvolvimento demetodologia analítica para a determinação de indicador biológico de exposição ao benzeno” e de Maria deFátima Barrozo da Costa sobre: “Estudo da aplicabilidade do ácido trans,trans-mucônico urinário comoindicador biológico de exposição ao benzeno”, assim como a dissertação de mestrado de Eduardo MacedoBarbosa sobre “Exposição Ocupacional ao Benzeno: o ácido trans,trans-mucônico como indicador biológicode exposição na indústria de refino de petróleo” e de Isarita Martins sobre “Determinação do ácido t-t-mucônico urinário por cromatografia líquida de alta eficiência visando a biomonitorização de trabalhadoresexpostos ao benzeno”; e,

f . Decisão da CNP-Bz em dar encaminhamento à elaboração do presente protocolo, com a indicação doácido trans,trans-mucônico urinário (AttM - U) como IBE-Bz.

2. Do objetivo

Estabelecer a utilização de indicadores biológicos para detecção de possível exposição ocupacional ao benzeno, quepossuam características de aplicabilidade, especificidade e sensibilidade para exposição a baixas concentrações debenzeno em ambiente de trabalho compatíveis com o valor de referência tecnológico preconizado no Brasil, podendoportanto ser utilizado como ferramenta de acompanhamento de Higiene do Trabalho e da Vigilância da Saúde do Trabalhador,conforme item 2.1.5 da Instrução Normativa Nº 2.

3. Do indicador biológico de exposição

3.1 Conceito

Indicador biológico de exposição é uma substância química, elemento químico, atividade enzimática ou constituintes doorganismo cuja concentração (ou atividade) em fluido biológico (sangue, urina, ar exalado) ou em tecidos, possui relação

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com a exposição ambiental a determinado agente tóxico. A substância ou elemento químico determinado pode ser produtode uma biotransformação ou alteração bioquímica precoce decorrente da introdução deste agente tóxico, no organismo.Para os agentes químicos preconizados na NR7, é definido o índice biológico máximo permitido (IBMP) que é “o valormáximo do indicador biológico para o qual se supõe que a maioria das pessoas ocupacionalmente expostas não corre riscode dano à saúde. A ultrapassagem deste valor significa exposição excessiva”. Este valor (IBMP) deve ter correlação coma concentração do agente químico no ambiente de trabalho, definida como limite de tolerância ou limite de exposiçãoocupacional.

A adoção do VRT (Valor de Referência Tecnológico) traz a necessidade de reavaliar o conceito de IBMP para o IBE aobenzeno. O VRT é baseado principalmente na exeqüibilidade tecnológica e foram estabelecidos valores distintos paradiferentes ramos industriais. O cumprimento do VRT é obrigatório, mas NÃO EXCLUI RISCO À SAÚDE. Por isso, para obenzeno não faz sentido o estabelecimento de índice biológico máximo permitido.

Na Alemanha, onde se utiliza TRK, valor técnico de concentração ambiental para substâncias carcinógenas, baseconceitual do VRT, não se estabelecem valores limite para IBEs de substâncias carcinógenas ou mutagênicas. Sãoapresentadas no entanto, listas de concentrações dos IBEs em fluidos biológicos equivalentes a diferentes valores deconcentração ambiental, para que sirvam de guia na investigação da exposição do trabalhador a esses agentes.

No Brasil, também está sendo adotado este conceito. Deverão ser estabelecidas concentrações equivalentes dosIBEs com a concentração ambiental do benzeno.

Portanto, este protocolo não trata somente da introdução de um novo IBE para o benzeno, mas também damodificação da maneira de se interpretar os resultados obtidos.

3.2 Objetivo

O IBE deve ser utilizado como ferramenta de higiene do trabalho e como instrumento auxiliar de vigilância à saúde. Poderá,portanto, ser utilizado para:

(1) correlação com os resultados de avaliações da exposição ocupacional na zona respiratória do trabalhador,obtidas pela higiene ocupacional;

(2) dedução, a partir dos resultados obtidos, da parcela de benzeno absorvida após exposição do trabalhador;

(3) verificação de mudanças qualitativas do perfil de exposição do grupo homogêneo estudado (mudançasde processo, de procedimentos ou de equipamentos);

(4) verificação de outras vias de penetração do benzeno no organismo, que não a inalatória; pela pele, porexemplo; e,

(5) verificação indireta da eficácia dos dispositivos de proteção usados.

3.3 Metodologia de aplicação

O IBE só deve ser utilizado quando se têm bem definidos os objetivos de sua determinação e estabelecidos os critériosde interpretação dos resultados. Pode ter pouco significado a determinação do IBE em datas pré-agendadas, como nosexames periódicos, por exemplo, que podem coincidir com períodos em que o trabalhador não executou nenhuma atividaderelacionada com o benzeno.

Quando se pretende atingir qualquer um dos três primeiros objetivos relacionados no item 3.2 deve-se de preferênciaavaliar o IBE em grupos de no mínimo 20 trabalhadores (Buschinelli & Kato, 1989) ou em todo o grupo homogêneo deexposição, se este for em número menor do que 20, em conjunto com as avaliações da exposição ocupacional na zonarespiratória do trabalhador.

Para os dois últimos objetivos, a análise deve ser realizada em grupos de quaisquer número de trabalhadores queestiveram em situações de exposições aguda e sujeitos a outras vias de penetração.

A interpretação dos resultados do grupo homogêneo de exposição deve ser feita levando-se em consideração osdados de todo o grupo avaliado, segundo Buschinelli & Kato. Esta forma de interpretação permite avaliar o nível deexposição e fazer inferência do potencial de agravo à saúde ou eficácia dos dispositivos de proteção respiratória.

Resultados individuais do grupo homogêneo muito discrepantes do conjunto não devem ser tratados como prováveldano à saúde e devem ser expurgados estatisticamente da análise grupal, procedimento de rotina em estudos estatísticos.Devem, no entanto, ser investigados visando desencadear ações corretivas de higiene industrial e de vigilância à saúdeindividual, específicas para a ocorrência.

Em casos de investigação de exposições potencialmente excessivas ou não rotineiras tais como emergências ouvazamentos, qualquer valor deve ser avaliado individualmente para verificação de possível sobre-exposição.

4. Da indicação do ácido trans, trans-mucônico

A monitorização biológica da exposição ao benzeno pode ser realizada através de diferentes indicadores, que vão desdeaqueles com meia vida biológica curta como o benzeno no ar exalado ou seus metabólitos urinários, até os adutoresformados a partir de proteínas do sangue e moléculas de DNA que podem persistir por meses no organismo humano.

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O desenvolvimento de metodologias analíticas vem oferecendo a possibilidade de avaliar uma série de indicadoresbiológicos de exposição. Dentre os mais estudados, podemos destacar: os ácidos trans,trans-mucônico e fenil mercaptúricourinários, e o benzeno inalterado no ar exalado, na urina e no sangue.

A concentração do metabólito urinário corresponde a um valor médio ponderado, em relação ao período da exposição,ao momento da coleta e ao tempo de biotransformação da substância. Sendo a urina um fluido biológico que pode sercoletado através de processo não invasivo, e recomendada neste protocolo.

Entre os indicadores biológicos urinários preconizados para avaliar a exposição ocupacional ao benzeno em baixosníveis de concentração no ar, o AttM-U é o de mais fácil determinação analítica, e por isto foi decidido pela CNP-Bzrecomendá-lo como IBE ao benzeno.

4.1 Características do Ácido trans,trans-mucônico

A primeira etapa no processo de biotransformação do benzeno ocorre com a formação do epóxido de benzeno, atravésde uma oxidase microssomal de função mista, mediada pelo citocromo P-450. A partir daí, duas vias metabólicas seapresentam: a hidroxilação do anel aromático ou a sua abertura com a formação do ácido trans,trans-mucônico (AttM)(Barbosa, 1997).

Para a avaliação da exposição ocupacional de indivíduos com turnos de trabalho de seis a oito horas, a biotransformaçãodo benzeno em ácido trans,trans-mucônico fornece uma concentração máxima do produto a partir de aproximadamente 5,1horas após o inicio da exposição, sendo que cerca de 2 a 3,9% do benzeno absorvido é excretado pela urina na forma deAttM (Coutrim et al., 2000; Boogaard & Sittert, 1995)

4.2 Procedimentos de coleta

As amostras de urina devem ser coletadas em coletores universais de plástico, de 50 ml, no término da jornada detrabalho. Para jornadas de seis a oito horas diárias de trabalho, coletar a urina a partir do terceiro dia seguido de exposição.Os frascos devem ser imediatamente fechados e mantidos sob refrigeração (4oC) até no máximo uma semana.

Em situações de jornadas diferentes das anteriores ou situações de acidentes, deverão ser definidos critériosespecíficos de coleta, tecnicamente justificados.

4.3 Transporte das amostras

As amostras devem ser mantidas refrigeradas e devem ser enviadas o mais rápido possível ao laboratório.

4.4 Armazenagem

Barbosa (1997) mostrou a estabilidade das amostras refrigeradas a -20ºC (menos vinte graus celsius) por um período deaté dez semanas. Costa (2001) indicou que a amostra não sofre alteração por um mês, a esta temperatura. De acordo comos achados de Martins, I. (1999) em estudos de estabilidade do AttM -U, os resultados mostraram que no intervaloanalisado (0,2 - 2,0 mg/L) a concentração de 0,2 mg/L mostrou-se estável somente por seis semanas; a partir da sétimasemana, o valor já se encontrava fora do gráfico de controle. Já para a concentração de 2,0 mg/L, a estabilidade foi dequinze semanas, permanecendo o analíto estável. Este autor também examinou a estabilidade por um período de dez diasem amostras conservadas a 40C e os resultados mostraram que o analíto permaneceu estável durante este período paraas concentrações estudadas. Destes fatos, julgamos prudente que se armazene a amostra de urina a 40C por um períodode no máximo sete dias antes da análise. Se não for possível a análise das amostras, no prazo de uma semana, elasdevem ser refrigeradas a -20OC (menos vinte graus celsius), por no máximo um mês.

4.5 Análise química

Recomenda-se a determinação do AttM-U segundo metodologia cromatográfica baseada nos procedimentos metodológicosdesenvolvidos por Ducos et al. (1990), podendo se introduzir modificações, como apresentado por Costa (2001).

O laboratório deve ter um método padronizado, validado e participar de programa de controle de qualidade interlaboratoriale intralaboratorial para garantia da confiabilidade analítica de seus resultados.

4.6 Interferentes

O AttM-U é um indicador sensível, mas de especificidade média. A sua concentração é influenciada pelo hábito de fumar,quando ocorre exposição simultânea ao tolueno ou pela ingestão de ácido sórbico e seus sais presentes na alimentação(Ducos et al., 1990; Inoue et al., 1989; Ruppert et al., 1997; Maestri et al., 1996; Kok & Ong, 1994). Há suspeitas quehidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) também interferem nesta avaliação (Kivistö et al., 1997). Em trabalhadoresnão ocupacionalmente expostos ao benzeno, a concentração do AttM-U está abaixo de 0,5 mg/g creatinina. A presença doAttM-U (abaixo de 0,5 mg/g creatinina) em pessoas não ocupacionalmente expostas é atribuída geralmente a amplapoluição ambiental pelo benzeno que surge de fontes tais como hábito de fumar e outros processos de combustão,poluição urbana pelos automóveis e provavelmente contaminação de alimentos pelo ácido sórbico um preservativo eagente fungistático muito comum em alimentos (queijo, carnes, peixe desidratado, vegetais em conserva, bebidas, etc)que é também convertido ao AttM, embora em quantidades traços. Nesta situação sugere-se a coleta de urina muitashoras após a última refeição o que permitiria ignorar um possível efeito aditivo do AttM-U decorrente da ingestão do ácidosórbico.

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4.7 Correção de resultados

Os resultados deverão ser ajustados pela concentração de creatinina na urina, e expressos em miligramas por grama decreatinina.

5. Interpretação dos resultados

Os valores de AttM-U acima dos valores de referência obtidos a partir de uma amostragem de uma população sadia, nãoocupacionalmente exposta ao benzeno, podem indicar provável exposição do trabalhador a esta substância. Desta formadeve-se investigar o local de trabalho e como estão sendo realizadas as tarefas, para identificar as possíveis causas desobre exposição. Valores acima dos correspondentes aos VRT indicam que o ambiente de trabalho não está em conformidadecom o preconizado no Anexo 13A.

Os resultados de muitos trabalhos realizados em ambientes onde não há exposição ocupacional ao benzeno, têmmostrado dados bastante variados de AttM-U em populações de fumantes e não fumantes. A tabela abaixo demonstraesta situação:

Tabela - Dados encontrados na literatura para concentração de AttM-U, em fumantes e não fumantes depopulação não exposta ao benzeno

Ácido trans,trans-mucônico Fumantes Não Fumantes Referência bibliográfica

0,075 mg/g* (0,025-0,175) 0,025 mg/g* Javelaud et al. (1998)

0,09 mg/g* O,05 mg/g* Ruppert et al. (1995)

0,25 mg/l** (0,06-0,43) 0,13 mg/l** (0,03-0,33) Lee et al. (1993)

0,207 mg/g* (média 20 cigarros) 0,067 mg/g* Maestri et al. (1995)

0,19 mg/g* 0,14 mg/g* Ong et al. (1994a)

* mg/g = miligrama de ácido trans,trans mucônico por grama de creatinina

** mg/l = miligrama de ácido trans,trans mucônico por litro de urina

Para se fazer as correlações dos resultados das análises de AttM-U com a concentração de benzeno no ar, deverão serutilizados os valores de correlação abaixo, estabelecidos pelo DFG (1996), com alteração dos resultados em mg/l para mg/gramas de creatinina, que foram feitas admitindo-se uma concentração média de 1,2 grama de creatinina por litro de urina.

Tabela - Correlação das concentrações de AttM-U com benzeno no ar, obtidas a partir dos valoresestabelecidos pelo DFG (1996), corrigidos para grama/grama de creatinina (admitida concentração média de1,2 grama de creatinina por litro de urina)

Benzeno no Ar (ppm) Benzeno no Ar (mg/m3) Ac. t,t mucônico (urina) (mg/l) Ac. t,t mucônico (urina) (mg/grama creatinina)

0,3 1,0 - -

0,6 2,0 1,6 1,3

0,9 3,0 - -

1,0 3,3 2 1,6

2 6,5 3 2,5

4 13 5 4,2

6 19,5 7 5,8

6. Comissão Nacional Permanente do Benzeno

À Comissão Nacional Permanente do Benzeno (CNPBz) caberá acompanhar, na medida do possível, a aplicação destesindicadores biológicos, através de informações dos agentes de inspeção, das empresas e dos trabalhadores.

Poderá ainda, estabelecer o uso de novos indicadores ou reformulação de metodologias de análise, de acordo com aevolução do estado da arte sobre o assunto.

7. Reavaliação do protocolo

Este protocolo poderá ser revisto no prazo de dois anos de sua publicação, se assim for considerado relevante pela CNP-Bz.

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8. Bibliografia

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DECRETO Nº 4.085 DE 15 DE JANEIRO DE 2002

Promulga a Convenção nº 174 da OIT e aRecomendação n.º 181 sobre a Prevenção deAcidentes Industriais Maiores.

O VICE-PRESIDENTE DE REPÚBLICA, no exercício do cargo de Presidente da República, usando da atribuição que lheconfere o art. 84, inciso IV, Constituição,

Considerando que o Congresso Nacional aprovou o texto da Convenção n.º 174 da OIT sobre a Prevenção de AcidentesIndustriais Maiores, complementada pela Recomendação n.º 181, por meio do Decreto Legislativo n.º 246, de 28 de junhode 2001;

Considerando que a Convenção entrará em vigor, para o Brasil, em 2 de agosto de 2002, nos termos do parágrafo 3º deseu artigo 24;

DECRETA:

Art. 1º A Convenção n.º 174 sobre a Prevenção de Acidentes Industriais Maiores, complementada pela Recomendaçãon.º 181, apensa por cópia ao presente Decreto, será executada e cumprida tão inteiramente como nela se contém.

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Art. 2º São sujeitos à aprovação do Congresso Nacional quaisquer atos que possam resultar em revisão da referidaConvenção, assim como quaisquer ajustes complementares que, nos termos do art. 49, inciso I, da Constituição,acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional.

Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 15 de janeiro de 2002; 181º da Independência e 114º da República.

MARCO ANTONIO DE OLIVEIRA MACIEL

Osmar Vladimir Chohfi

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DO TRABALHO

CONVENÇÃO N.º 174

Convenção sobre a Prevenção de Acidentes Industriais Maiores

A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho:

Convocada em Genebra pelo Conselho de Administração da Repartição Internacional do Trabalho, e congregada naquelacidade em 2 de junho de 1993, na sua 80ª reunião;

Tomando nota das convenções e recomendações internacionais do trabalho pertinentes, e em particular a Convenção eRecomendação sobre a Segurança e Saúde dos trabalhadores, 1981 e a Convenção e a Recomendação sobre a ProdutosQuímicos, 1990, e destacando a necessidade de adotar um enfoque global e coerente;

Tomando nota também do Repertório de recomendações práticas para a prevenção de acidentes industriais maiores,publicado pela OIT em 1991;

Considerando a necessidade de zelar por que sejam adotadas medidas apropriadas para:

a) prevenir acidentes maiores,

b) reduzir ao mínimo os riscos de acidentes maiores,

c) reduzir ao mínimo as conseqüências desses acidentes maiores;

Considerando as causas desses acidentes, particularmente erros de organização, os fatores humanos, as avarias oudeficiências de uma peça, os desvios a respeito das condições normais de funcionamento, as interferências externas eos fenômenos naturais;

Referindo-se à necessidade de colaboração, no âmbito do Programa Internacional Segurança nas Substâncias Químicas,entre a Organização Internacional do Trabalho, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e a OrganizaçãoMundial da Saúde, assim como com outras organizações intergovernamentais pertinentes;

Depois de haver decidido adotar diversas propostas relativas à prevenção dos acidentes industriais, tema que constituio quarto ponto da ordem do dia da reunião, e

Depois de decidir que essas propostas revistam a forma de uma Convenção Internacional,

Adota com data de vinte e dois de junho de mil novecentos e noventa e três, a seguinte convenção, que poderá ser citadacomo a Convenção sobre a Prevenção de Acidentes Industriais Maiores, 1993;

PARTE I. CAMPO DE APLICAÇÃO E DEFINIÇÕES

Artigo 1

1. A presente Convenção tem por objeto a prevenção de acidentes industriais maiores que envolvam substânciasperigosas e a limitação das conseqüências dos referidos acidentes.

2. A Convenção se aplica a instalações expostas a riscos de acidentes maiores.

3. A Convenção não se aplica:

a) às instalações nucleares e fábricas de tratamento de substâncias radioativas, à exceção dos setores dereferidas instalações nos quais se manipulam substâncias não radioativas;

b) às instalações militares;

c) ao transporte fora da instalação distinto do transporte por tubos.

4. Todo Membro que ratifique a presente Convenção poderá, depois de consulta às organizações representativas de empregadorese de trabalhadores interessadas, e a outras partes interessadas, que possam ser afetadas, excluir de seu campo de aplicaçãoaquelas instalações ou setores da atividade econômica nas quais se disponha de uma proteção equivalente.

Artigo 2

Quando se apresentarem problemas particulares de certa magnitude que impossibilitem pôr em prática o conjunto demedidas preventivas e de proteção prevista pela Convenção, todo Estado Membro deverá formular, sob consulta às

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organizações de empregadores e de trabalhadores e com outras partes interessadas que possam ser afetadas, planos comvistas à aplicação por etapas de referidas medidas, num prazo fixo.

Artigo 3

1. Para os fins da presente Convenção:

a) a expressão “substância perigosa” designa toda substância ou mistura que, em razão de propriedadesquímicas, físicas ou toxicológicas, seja uma só ou em combinação com outras, representante perigo;

b) a expressão “quantidade limite” diz respeito de uma substância ou categoria de substâncias perigosas aquantidade fixada pela legislação nacional com referência às condições específicas que, se for ultrapassada,identifica uma instalação exposta a riscos de acidentes maiores;

c) a expressão “instalação expostas a riscos de acidentes maiores” designa aquela que produz, transforma,manipula, utiliza, descarta ou armazena, de maneira permanente ou transitória, uma ou várias substânciasou categorias de substâncias perigosas, em quantidades que ultrapassem a quantidade limite;

d) a expressão “acidente maior” designa todo evento inesperado, como uma emissão, um incêndio ouexplosão de grande magnitude, no curso de uma atividade dentro de uma instalação exposta a riscos deacidentes maiores, envolvendo uma ou mais substâncias perigosas e que exponha os trabalhadores, apopulação ou o meio ambiente a perigo de conseqüências imediatas ou de médio e longo prazos;

e) a expressão “relatório de segurança” designa um documento escrito contendo informação técnica, de gestãoe de funcionamento relativa aos perigos e aos riscos que comporta uma instalação exposta a riscos deacidentes maiores e à sua prevenção, e que justifique as medidas adotadas para a segurança da instação;

f ) o termo “quase-acidente” designa qualquer evento inesperado que envolva uma ou mais substâncias perigosasque poderia ter levado a um acidente maior, caso ações e sistemas atenuantes não tivessem atuado.

PARTE II. PRINCÍPIOS GERAIS

Artigo 4

1. Todo Estado-Membro, deverá formular, adotar e revisar periodicamente, considerando a legislação, as condições e aprática nacionais, e em consulta com as organizações mais representativas de empregadores e de trabalhadores, e comoutras partes interessadas que possam ser afetadas, uma política nacional coerente relativa à proteção dos trabalhadores,da população e do meio ambiente, contra os riscos de acidentes maiores.

2. Esta política deverá ser aplicada mediantes disposições preventivas e de proteção para instalações expostas a riscode acidentes maiores e, deverá promover a utilização de melhores tecnologias de segurança disponíveis.

Artigo 5

1. A autoridade competente, após um ou organismo aprovado ou reconhecido pela autoridade competente deverá realizaruma prévia consulta com as organizações mais representativas de empregadores e de trabalhadores e com outras partesinteressadas que possam ser afetadas, estabelecer um sistema para a identificação das instalações expostas a riscos deacidentes maiores segundo se definem no artigo 3, c), baseado numa lista de substâncias perigosas ou de categorias desubstâncias perigosas, ou de ambas, que inclua suas quantidades limites respectivas, de acordo com a legislação nacionalou com as normas internacionais.

2. O sistema mencionado no parágrafo 1 acima será regularmente revisto e atualizado.

Artigo 6

A autoridade competente, após consulta às organizações representativas de empregadores e de trabalhadores interessadas,tomará providências especiais para proteger informação confidencial que lhe tiver sido transmitida ou posta à suadisposição nos termos dos artigos 8, 12, 13 ou 14, cuja revelação poderia causar prejuízo à empresa do empregador, desdeque a citada providência não implique grave riscos para os trabalhadores, a população ou o meio ambiente.

PARTE III. RESPONSABILIDADES DE EMPREGADORES

Identificação

Artigo 7

Os empregadores deverão identificar, de conformidade com os sistemas mencionados no artigo 5, toda instalaçãoexposta a riscos de acidentes maiores submedidas a seu controle.

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Notificação

Artigo 8

1. Os empregadores deverão notificar à autoridade competente toda instalação exposta a riscos de acidentes maiores quetiverem identificado:

a) dentro de um prazo fixo em caso de instalação já existente;

b) antes de colocá-la em funcionamento em caso de nova instalação.

2. Os empregadores deverão também notificar à autoridade competente o fechamento definitivo de uma instalaçãoexposta a riscos de acidentes industriais maiores antes de que este ocorra.

Disposições Relativas à Instalação

Artigo 9

Relativo a cada instalação exposta a riscos de acidentes maiores, os empregadores deverão estabelecer e manter umsistema documentado de prevenção de riscos de acidentes maiores no qual estejam previstos:

a) identificação e o estudo dos perigos e a avaliação dos riscos, considerando também possíveis interaçõesentre as substâncias;

b) medidas técnicas que compreendam o projeto, os sistemas de segurança, a construção, a escolha desubstâncias químicas, o funcionamento, a manutenção e inspeção sistemática da instalação;

c) medidas de organização que compreendam a formação e instrução do pessoal, o fornecimento deequipamentos de proteção destinados a garantir sua segurança, alocação de pessoal, hora de trabalho,a definição de responsabilidades e o controle sobre os prestadores de serviço e os trabalhadorestemporários no local da instalação;

d) planos e procedimentos de emergência que compreendam:

i) a preparação de planos e procedimentos de emergência eficazes, com inclusão dos procedimentosmédicos de emergência, para ser aplicado no local em caso de acidente maior ou de risco deacidente maior, a verificação e avaliação periódica de sua eficácia e sua revisão quando fornecessário;

ii) informar sobre possíveis acidentes e planos de emergência locais, às autoridades e aos organismosencarregados de emergência para proteger à população e ao meio ambiente na parte externa dainstalação;

iii) quaisquer consultas necessárias com tais autoridades e organismos;

e) medidas destinadas a limitar as conseqüências de um acidente maior;

f ) a consulta com os trabalhadores e seus representantes;

g) a melhoria do sistema, incluindo medidas agrupar informações e analisar acidentes e quase-acidentes. Aexperiência assim adquirida deverá ser discutida com os trabalhadores e seus representantes e deveráser registada, de conformidade com a legislação e prática nacional.

Relatório de Segurança

Artigo 10

1. Os empregadores deverão preparar um Relatório de Segurança de acordo com as disposições do artigo 9.

2. O relatório deverá ser redigido:

a) para as instalações já existentes que estiverem expostas a riscos de acidentes maiores, dentro do prazoposterior à notificação que prescreva a legislação nacional;

b) qualquer nova instalação exposta a riscos de acidentes maiores, antes de entrar em operação.

Artigo 11

Os empregadores deverão rever, atualizar e modificar o Relatório de Segurança:

a) em caso de uma modificação que tenha uma influência significativa sobre o nível de segurança dainstalação ou nos procedimentos de trabalho da mesma, ou sobre as quantidades de substânciasperigosas presentes;

b) quando o desenvolvimento em conhecimentos técnicos ou em avaliação dos perigos os tornem necessários;

c) nos intervalos prescritos pela legislação nacional;

d) quando solicitado pela autoridade competente.

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Artigo 12

Os empregadores deverão enviar ou disponibilizar à autoridade competente os relatórios de segurança referidos nosartigos 10 e 11.

Ocorrência de Acidente

Artigo 13

Os empregadores deverão informar à autoridade competente e aos demais órgãos designados para esse fim, tão logo umacidente ocorra.

Artigo 14

1. Após um acidente maior, os empregadores deverão, dentro de um prazo estabelecimento previamente, apresentar áautoridade competente um relatório detalhado no qual sejam analisadas as causas do acidente e sejam indicadas suasconseqüências locais, assim como todas as medidas adotadas para atenuar seus efeitos.

2. O relatório deverá incluir recomendações detalhando as ações a serem tomadas para prevenir a reincidência.

PARTE IV. RESPONSABILIDADES DAS AUTORIDADES COMPETENTESPLANOS PARA CASOS DE EMERGÊNCIA FORA DE INSTALAÇÕES

Artigo 15

Considerando a informação fornecida pelo empregador, a autoridade competente deverá garantir que os procedimentos eplanos de emergência que contêm as condições para proteção da população e do meio ambiente fora do local onde estiversituada cada instalação exposta a riscos de acidentes maiores sejam estabelecidos e atualizados em intervalos apropriadose coordenados com autoridades e organismos relevantes.

Artigo 16

A autoridade competente deverá zelar para que:

a) informações sobre medidas de segurança e o comportamento apropriado a ser adotado em caso deacidente esteja difundido entre a população passível de ser afetada por este acidentes, sem que sejanecessário solicitá-lo e que tais informações sejam atualizadas e novamente divulgadas em intervalosapropriados;

b) seja dado alarme o mais rápido possível quando ocorrer um acidente maior;

c) quando as conseqüências de um acidente maior possam ultrapassar as fronteiras, seja proporcionadaaos Estados afetados a informação requerida nas alíneas a) e b) com a finalidade de contribuir àsmedidas de cooperação e coordenação.

Localização de Instalações Expostas a Riscos de Acidentes Maiores

Artigo 17

A autoridade competente deverá estabelecer uma política global de localização que tenha prevista uma separaçãoadequada entre instalações que estiverem expostas a riscos de acidentes maiores e as áreas de trabalho, as áreasresidenciais e os serviços públicos, e medidas apropriadas para as instalações existentes. Tal política deverá refletir-senos princípios gerais enunciados na Parte II desta Convenção.

Inspeção

Artigo 18

1. A autoridade competente deverá dispor de pessoal devidamente treinado e qualificado que tenha a competênciaadequada e com o apoio técnico e profissional suficiente para inspecionar, investigar, avaliar e assessorar assuntostratados nesta Convenção e garantir a conformidade com a legislação nacional.

2. Os representantes do empregados e os representantes dos trabalhadores da instalação exposta a riscos de acidentesmaiores deverão ser a possibilidade de acompanhar aos inspetores quando controlem a aplicação das medidas prescritasem virtude da presente Convenção, a não ser que os inspetores estimem, à luz das diretrizes gerais da autoridadecompetente, que isso possa prejudicar o cumprimento de suas funções de controle.

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Artigo 19

A autoridade competente deverá ter direito a suspender qualquer atividade que represente ameaça iminente de acidente maior:

PARTE V. DIREITOS E OBRIGAÇÕES DOS TRABALHADORESE DE SEUS REPRESENTANTES

Artigo 20

Numa instalação exposta a riscos de acidentes maiores, os trabalhadores e seus representantes deverão ser consultadosmediante mecanismos apropriados da cooperação, com o fim de garantir um sistema de seguro de trabalho. Em particular,os trabalhadores e seus representantes deverão:

a) estar suficiente e adequadamente informados dos riscos que representa a referida instalação e suaspossíveis conseqüências;

b) estar informados sobre qualquer instrução ou recomendação feita por autoridade competente;

c) ser consultados para a preparação dos seguintes instrumentos e ter acesso aos mesmos:

i) o Relatório de Segurança;

ii) os planos e procedimentos de emergência;

iii) os relatórios sobre os acidentes;

d) ser regularmente instruído e treinado nas práticas e procedimentos de acidentes maiores e de controle dedesenvolvimentos que possam resultar em um acidente maior e aos precedimentos de emergência aserem seguidos em tais casos;

e) dentro de suas atribuições, e sem que de modo algum isso possa prejudicá-los, adotar medidas corretivase em caso necessário, interromper a atividade quando fundamentado em seu treinamento e experiência,tenham justificativa razoável para acreditar que existe risco iminente de acidente maior, e, informar seusupervisor ou acionar o alarme quando apropriado, antes ou assim que possível depois de tomar tal ação;

f ) discutir com o empregador qualquer perigo potencial que eles considerem que pode causar um acidentemaior e ter direito de informar à autoridade competente sobre os referidos perigos.

Artigo 21

Os trabalhadores empregados no local de uma instalação exposta a riscos de acidentes maiores deverão:

a) cumprir todos os procedimentos e praticas relativos à prevenção de acidentes maiores e ao controle deacontecimentos que possam originar um acidente maior nas instalações expostas a referidos riscos;

b) cumprir com todos os procedimentos de emergência caso um acidente maiores ocorra.

PARTE VI. RESPONSABILIDADE DOS PAÍSES EXPORTADORES

Artigo 22

Quando num Estado Membro exportador o uso das substâncias, tecnologias ou procedimentos perigosos tiver sido proibidopor ser fonte potencial de um acidente maior, referido Estado deverá pôr a disposição de todo país importador ainformação relativa a essa proibição e as razões pelas quais estão motivadas.

PARTE VII. DISPOSIÇÕES FINAIS

Artigo 23

As ratificações formais da presente Convenção serão comunicadas, para registro, ao Diretor Geral da RepartiçãoInternacional do Trabalho.

Artigo 24

1. Esta Convenção obrigará unicamente àqueles Membros da Organização Internacional do Trabalho cujas ratificaçõestiver registrados o Diretor Geral.

2. Entrará em vigor doze meses após a data em que as ratificações de dois Membros tiverem sido registradas pelo Diretor Geral.

3. A partir desse momento, esta Convenção entrará em vigor, para cada Membro, doze meses após a data em que tiversido registrada sua ratificação.

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Artigo 25

1. Todo Membro que tiver ratificado esta Convenção poderá denunciá-la à expiração de um período de dez anos, a partirda data em que tiver entrado inicialmente em vigor, mediante Ata comunicada, para seu registro, ao Diretor Geral daRepartição Internacional do Trabalho. A denúncia não terá efeito até um ano após a data em que tiver sido registrada.

2. Todo Membro que tiver ratificado esta Convenção e que, no prazo de um ano após a expiração de período de dez anosmencionado no parágrafo precedente, não fizer uso do direito de denúncia previsto neste Artigo fica obrigado durante umano período de dez anos, e no sucessivo poderá denunciar esta Convenção à expiração de cada período de dez anos, nascondições previstas neste Artigo.

Artigo 26

1. O Diretor Geral da Repartição Internacional do Trabalho notificará a todos os Membros da Organização Internacional doTrabalho o registro de quantas ratificações, declarações e denúncias lhe forem comunicadas pelos Membros da Organização.

2. Ao notificar aos Membros da Organização o registro da segunda ratificação que tiver sido comunicada, o Diretor Geralchamará a atenção dos Membros da Organização sobre a data em que entrará em vigor a presente Convenção.

Artigo 27

O Diretor Geral da Repartição Internacional do Trabalho comunicará ao Secretário Geral das Nações Unidas, para efeitosde registro e de conformidade com o artigo 102 da Carta das Nações Unidas, uma informação completa sobre todos asratificações, declarações e atas de denúncias que tiver registrado de acordo com os artigos procedentes.

Artigo 28

Cada vez que considere necessário, o Conselho de Administração da Organização Internacional do Trabalho apresentaráà Conferencia Geral um Relatório sobre a aplicação da Convenção, deverá analisar a conveniência de incluir na ordem dodia da Conferência a questão para revisões em sua totalidade ou em parte.

Artigo 29

1. Deveria a Conferência Geral adotar uma nova Convenção revisando-a no total ou em parte, a menos que a novaConvenção contenha disposições em contrário:

a) a ratificação, por um membro, da nova convenção implicará, ipso jure, a denúncia imediata destaConvenção, não obstante as disposições contidas no artigo 25 acima, se e quando esta Convençãorevisada entrar em vigor;

b) a partir da data em que estiver em vigor a nova Convenção revisada, a presente Convenção deixará deestar aberta à ratificação pelos Membros.

2. Esta Convenção continuará em vigor em qualquer caso, em sua forma e conteúdo atuais, para os Membros que ativerem ratificado e não ratifiquem a Convenção revisada.

Artigo 30

As versões inglesa e francesa do texto da Convenção são igualmente legítimas.

Versão aprovada pela Comissão Tripartite:

MARCELO KOS SILVEIRA CAMPOS

ROBERTO ODILON HORTA

JOAQUIM DA COSTA AMARO GERRIT GRUEZNER

RUI DE OLIVEIRA MAGRINI FERNANDO VIEIRA SOBRINHO

MARIA DE FÁTIMA CANTÍDIO MOTA SÉRGIO PAIXÃO PARDO

CARLOS MACHADO DE FREITAS (CETESH/ENSP/FIOCRUZ)

Organização Internacional do Trabalho Recomendação sobre a Prevenção de AcidentesIndustriais Maiores, 1993

RECOMENDAÇÃO N.º 181

A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho:

Convenção Genebra pelo Conselho de Administração da Organização Internacional do Trabalho e reunida em sua 80ªSessão, em 2 de junho de 1993;

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Depois de decidir adotar determinadas propostas relativas à prevenção de acidentes industriais maiores, tema queconstitui o quarto ponto da ordem do dia da reunião; e

Depois de determinar que essas propostas revistam a forma de Recomendação complementar à Convenção sobre aPrevenção de Acidentes Industriais Maiores, 1993;

Adota em vinte e dois de junho de mil novecentos e noventa e três a seguinte Recomendação, que poderá ser citada comoa Recomendação sobre a Prevenção de Acidentes Industriais Maiores, 1993.

1. As disposições da presente Recomendação deverão aplicar-se em conjunto com aquelas da Convenção sobre aPrevenção de Acidentes Industriais Maiores, 1993 (doravante denominada “Convenção”).

2. (1) A Organização Internacional do Trabalho, em cooperação com outras organizações internacionais, intergovernamentaise não-governamentais relevantes, deverá providenciar o intercâmbio internacional de informações no que se refere a:

a) boas práticas de segurança em instalações expostas a riscos de acidentes maiores, inclusive gerenciamentode segurança e segurança do processo;

b) acidentes maiores;

c) experiências obtidas a partir de quase-acidentes;

d) tecnologias e processos proibidos por motivo de segurança e saúde;

e) organização e técnicas médicas que permitam lidar com as conseqüências de um acidente maior;

f ) mecanismos e procedimentos utilizados por autoridades competentes com vistas à aplicação da Convençãoe da presente Recomendação.

(2) Os Membros deverão, na medida do possível, informar a Organização Internacional do Trabalho sobre as questõesrelacionadas no subparágrafo (1) acima.

3. A política nacional prevista pela Convenção, bem como a legislação nacional ou outras medidas que visem à suaaplicação deverão ser, quando pertinente, orientadas pelo Código de práticas da OIT sobre a Prevenção de acidentesIndustriais Maiores, publicado em 1991.

4. Os Membros deverão formular políticas que visem a abordar os riscos e perigos de acidentes maiores e suasconseqüências nos setores e atividades excluídos do campo de aplicação da Convenção por força de seu Artigo 1,parágrafo 3.

5. Reconhecendo que um acidente maior poderia implicar sérias conseqüências em termos de seu impacto sobre a vidahumana e o meio ambiente, os Membros deverão incentivar a criação de sistemas para indenizar os trabalhadores tãorapidamente quanto possível após a ocorrência do evento, bem como a abordar, de forma adequada, os efeitos sobre apopulação e o meio ambiente.

6. De conformidade com a Declaração Tripartite de Princípios referente a Empresas Multinacionais e Política Social,adotada pelo Conselho de Administração da Organização Internacional do Trabalho, uma empresa nacional ou multinacionalcom mais de um estabelecimento deverá fornecer medidas de segurança, relativas à prevenção de acidentes maiores eao controle de acontecimentos que possam resultar em um acidentes maior, aos trabalhadores, sem discriminação, emtodos os seus estabelecimentos, independentemente do local ou país em que estejam situados.

PORTARIA Nº 1, DE 17 DE JANEIRO DE 2002

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRA-BALHO, substituta e o DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA ESAÚDE NO TRABALHO, no uso de suas atribuições legais, resolvem:

Art. 1º Definir os códigos de norma e infra-ções para os subitens da Norma Regulamen-tadora 18 - Condições e MeioAmbiente de Trabalho na Indústria da Construção, que foram alterados ou acrescentados pela Portaria nº 30, de20 de dezembro de 2001, os quais passam a integrar o Anexo II da Norma Regulamen-tadora 28 - Fiscalização ePenalidades.2

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

LUCI HELENA LLPEL

Secretária de Inspeção do Trabalho Substituta

JUAREZ CORREIA BARROS JÚNIOR

Diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho

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INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 28 DE 27 DE FEVEREIRO DE 2002

Estabelece procedimentos para apreensão e guardade documentos, livros, materiais, equipamentos eassemelhados por Auditor-Fiscal do Trabalho e aprovamodelos de Auto de Apreensão, Termo de Guarda eTermo de Devolução de objetos.

SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO, no exercício de sua competência regimental e tendo em vista o dispostono art. 11, inciso VI e parágrafo único do art. 11 da Medida Provisória nº 2.175-29, de 24 de agosto de 2001,

Resolve:

Art. 1º A apreensão de documentos, livros, materiais, equipamentos e assemelhados será realizada pelo Auditor-Fiscaldo Trabalho – AFT mediante Auto de Apreensão e Guarda, com a finalidade de se verificar a existência de fraudese irregularidades, no âmbito de competência da inspeção das relações de trabalho e emprego e segurança e saúdedo trabalhador.

§ 1º Não se aplica aos Auditores-Fiscais do Trabalho a vedação de acesso aos livros de escrituração contábile balanços gerais contida nos art. 17 e 18 do Código Comercial.

§ 2º Entende-se por assemelhado qualquer objeto que, a critério do Auditor-Fiscal do Trabalho, constitua indíciode fraude ou de irregularidade ou que permita sua eventual apuração, tais como: fotos, desenhos, gráficos,tabelas, planilhas, pastas, catálogos, prospectos, agendas, comunicações, avisos, relatórios, atas, arquivos,projetos, memoriais descritivos, amostras de materiais e de substâncias, rótulos, fitas e urnas, bem comoo meio magnético ou eletrônico e seu conteúdo, como disquetes, discos de CD-ROM, discos rígidos decomputadores e seus respectivos gabinetes.

Art. 2º A apreensão será realizada por determinação contida em Ordem de Serviço ou por ação imediata do AFT,mediante a lavratura do Auto de Apreensão e Guarda, nas hipóteses em que o objeto seja indício de crime ouquando a posse ou acesso do empregador ao objeto possa prejudicar a constatação de fraudes ou irregularidades.

§ 1º Deverão ser visados e datados todos os documentos apreendidos, salvo os livros oficiais.

§ 2º O AFT poderá promover o lacre de gavetas, armários e arquivos, bem como de quaisquer volumes quesirvam para a guarda dos objetos, quando não for possível promover a remoção dos objetos ou encerraro levantamento para apreensão naquela visita fiscal.

Art. 3º O Auto de Apreensão e Guarda será emitido em três vias, com a seguinte destinação:

I - 1ª via: processo administrativo;

II - 2ª via: autuado; e

III - 3ª via: AFT autuante.

Art. 4º O Auto de Apreensão e Guarda conterá os seguintes elementos, conforme modelos dos anexos I e II:

I - nome ou razão social, endereço e CNPJ, CPF ou CEI do autuado;

II - local, data e hora de lavratura;

III - descrição dos objetos apreendidos com indicação de suas características aparentes;

IV - identificação e assinatura do AFT autuante;

V - assinatura e identificação do autuado;

VI - endereço da unidade administrativa do Ministério do Trabalho e Emprego onde serão depositados osobjetos apreendidos.

Art. 5º O AFT autuante entregará o Auto de Apreensão e Guarda ao seu chefe imediato, acompanhado dos documentos originaisapreendidos e de relatório circunstanciado em que exponha as razões da apreensão e outras informações pertinentes.

§ 1º O chefe imediato receberá os objetos e documentos e emitirá no ato o Termo de Recebimento e Guarda,conforme modelo do anexo III, ficando responsável por sua guarda, proteção e conservação.

§ 2º O Termo de Recebimento e Guarda será lavrado em três vias que terão a seguinte destinação:

I - 1ª via: processo administrativo;

II - 2ª via: recebedor dos objetos; e

III - 3ª via: fornecedor dos objetos.

Art. 6º Ao receber a 1º via do Auto de Apreensão e Guarda, os objetos apreendidos e o relatório, o chefe deverá procederà instauração de procedimento administrativo, protocolizado nos registros daquela unidade.

§ 1º O processo deverá receber uma cópia de todos os autos e termos lavrados além de registro de outrasocorrências pertinentes ao procedimento de apreensão.

§ 2º O autuado poderá solicitar, por escrito, cópias dos documentos apreendidos, que serão fornecidos contra recibo.

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Art. 7º A ação fiscal será reiniciada pelo AFT autuante no prazo máximo de trinta dias a partir da lavratura do Auto deApreensão, prorrogável por mais trinta, pelo chefe da fiscalização.

§ 1º Na hipótese do art. 2º § 2º, a ação fiscal deverá ser retomada no prazo de setenta e duas horas a partir daefetivação do lacre, cuja abertura será conduzida pelo AFT autuante, podendo dela participar o autuado,seu representante legal ou preposto, devidamente identificados e munidos de instrumento de representação.

§ 2º O AFT poderá solicitar ao chefe imediato os bens apreendidos e depositados sob sua guarda, que serãodisponibilizados mediante Termo de Recebimento e Guarda, emitido na forma do § 2º do art. 5º e firmadopelo AFT no ato do recebimento.

§ 3º O AFT poderá examinar os objetos apreendidos nas dependências da unidade administrativa do TEM ondeestejam eles depositados.

§ 4º Para o desenvolvimento de sua ação fiscal, o AFT poderá solicitar à chefia imediata a realização dediligências e o fornecimento de laudos técnicos e periciais, a serem elaborados pelas autoridades competentes,inclusive a degravação de arquivos magnéticos, para fins de exame.

Art. 8º Examinados, os objetos considerados inábeis para instrução de processo administrativo ou comunicação àsautoridades competentes serão devolvidos ao autuado, que deverá ser intimado via postal para o recebimento,firmando Termo de Devolução, conforme modelo do anexo IV.

Parágrafo Único. A devolução a que se refere o caput deverá ocorrer no prazo máximo de noventa dias contados dalavratura do Auto de Apreensão e Guarda, podendo ser prorrogado por mais trinta dias pelo chefe da fiscalização,mediante justificativa do AFT.

Art. 9º Encerrada a ação fiscal, os objetos que ensejarem ação penal serão encaminhados às autoridades competentes e osdemais serão devolvidos ao autuado, na forma do art. 8º, arquivando-se o processo administrativo de que trata o art. 6º.

Parágrafo Único. Não comparecendo o autuado para recebimento dos objetos dentro de dez dias contados do recebimentoda intimação, serão eles enviados via postal, em correspondência registrada e com aviso de recebimento.

Disposições Finais

Art. 10 O rompimento do lacre pelo autuado ou seu representante, sem autorização escrita do AFT autuante, ensejarárepresentação às autoridades competentes, para apuração de crime.

Art. 11 Os empregadores que utilizarem sistemas eletrônicos de dados para registro dos fatos relacionados ao cumprimentoda legislação trabalhista e fazendária, ficam obrigados a manter à disposição dos AFT os respectivos arquivosdigitais e sistemas pelos prazos previstos na legislação, observada a prescrição trintenária do FGTS.

Art. 12 Os procedimentos aqui fixados não devem inibir outros, indicados diante da evolução do sistema e daspeculiaridades regionais.

Art. 13 O disposto nesta instrução aplica-se às microempresas e empresas de pequeno porte, no que for compatível comas disposições legais.

Art. 14 Esta instrução entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 27 de fevereiro de 2002.

Publique-se.

VERA OLÍMPIA GONÇALVES

Secretária de Inspeção do Trabalho

(Modelo de Auto de Infração e Apreensão – Ver site: www.mte.gov.br)

PORTARIA Nº 13, DE 9 DE JULHO DE 2002

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRA-BALHO e o DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NOTRABALHO, no uso das suas atribuições legais, conside-rando o disposto no inciso I do artigo 200 da Consolidação das Leis doTrabalho - CLT e tendo em vista o contido na ata da XXIV Reu-nião Ordinária do Comitê Permanente Nacional sobre Condiçõese Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção - CPN, realizada nos dias 23 e 24 de abril de 2002, resolvem;

Art. 1º Alterar parcialmente a redação da Norma Regulamentadora 18 - Condições e Meio Ambiente do Trabalho naIndústria da Constru-ção, que passa a vigorar como a seguir:

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

VERA OLÍMPIA GONÇALVES

Secretária de Inspeção do Trabalho

JUAREZ CORREIA BARROS JÚNIOR

Diretor de Segurança e Saúde no Trabalho

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 217

PORTARIA N.º 17, DE 12 DE JULHO DE 2002

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO e o DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NOTRABALHO, no uso de suas atribuições legais e, considerando o estabelecido na Portaria MTb n.º 393/96, resolvem:

Art. 1º Alterar os itens abaixo dispostos da Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário – NR29, que passam a vigorar como a seguir:

Art. 2º Incluir os itens abaixo ao texto da Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário – NR 29,para vigorar como a seguir:

Art. 3º Estabelecer o prazo de dois anos, a contar da data da publicação desta portaria, para o cumprimento do dispostono subitem 29.3.8.3, no que tange a pá mecânica utilizada em armazém.

Art. 4º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

VERA OLÍMPIA GONÇALVESSecretária de Inspeção do Trabalho

JUAREZ CORREIA BARROS JÚNIORDiretor de Segurança e Saúde no Trabalho

PORTARIA N.º 18, DE 12 DE JULHO DE 2002

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO e o DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NOTRABALHO, no uso de suas atribuições legais e considerando o estabelecido na Portaria MTE n.º 17 , de 12 de julho de2002, resolvem:

Art. 1º Incluir na NR 28 as infrações e códigos de ementa para os subitens da NR 29 a seguir dispostos:

Art. 2º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

VERA OLÍMPIA GONÇALVESSecretária de Inspeção do Trabalho

JUAREZ CORREIA BARROS JÚNIORDiretor de Segurança e Saúde no Trabalho

PORTARIA N.º 27, DE 01 DE OUTUBRO DE 2002

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO e o DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NOTRABALHO, no uso de suas atribuições legais e, considerando as propostas de adequações legais e considerando aspropostas de adequações técnicas ao texto vigente da Norma de Segurança e Saúde Ocupacional da Mineração NR-22,aprovada pela Portaria Ministerial 2.035 de 15 de dezembro de 1999, definidas nas 5º e 6º reuniões ordinárias mensais daComissão Permanente Nacional do Setor Mineral – CPNM, resolvem:

Art. 1º Alterar a redação dos itens abaixo dispostos da NR 22 – Norma de Segurança e Saúde Ocupacional da Mineração,que passam a vigorar como a seguir:

Art. 2º As Normas Técnicas – NBR da ABNT, a serem observadas para o cumprimento do estabelecido na presente NR,serão disponibilizadas nas Unidades Regionais do Ministério do Trabalho e Emprego, para consulta.

Art. 3º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

VERA OLÍMPIA GONÇALVESSecretária de Inspeção do Trabalho

JUAREZ CORREIA BARROS JÚNIORDiretor de Segurança e Saúde no Trabalho

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 32, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2002

Baixa instruções sobre a reorganização das UnidadesEspecial e Regionais de Inspeção do Trabalho Portuárioe Aquaviário, bem como do Grupo Especial para aInspeção Móvel do Trabalho Portuário e Aquaviário.

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO, no uso das atribuições que lhe confere o art. 14, incisos I e II, do Decreto3.129, de 9 de agosto de 1999, e considerando o disposto no Art. 1º, inciso IV da Portaria 450, de 07 de novembro de 2002,RESOLVE:

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Giovanni Moraes de Araújo218

Art. 1º A Unidade Especial de Inspeção do Trabalho Portuário e Aquaviário, subordinada diretamente à Secretaria deInspeção do Trabalho - SIT, será organizada nas seguintes coordenações operacionais, que centralizarão suasatribuições conforme as áreas de especialização:

I - Coordenação Operacional para Ações Fiscais Regionais;

II - Coordenação Operacional para Ações Fiscais Nacionais.

Art. 2º São instituídas Unidades Regionais de Inspeção do Trabalho Portuário e Aquaviário nos Estados de Acre,Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, RioGrande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo, que terão suas instalações edependências, preferencialmente, dentro dos Portos Organizados.

Parágrafo único. As Unidades Regionais de Inspeção do Trabalho Portuário e Aquaviário nos Estados de Amazonas,Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grandedo Sul, Santa Catarina e São Paulo serão integradas por Auditores-Fiscais do Trabalho com dedicação exclusiva.

Art. 3º As Unidades Especial e Regionais de Inspeção do Trabalho Portuário e Aquaviário poderão alcançar o quantitativode Auditores-Fiscais do Trabalho fixado na forma do Anexo 1.

Art. 4º Compete à Unidade Especial de Inspeção do Trabalho Portuário e Aquaviário:

I - participar da elaboração de diretrizes e da promoção da uniformização dos procedimentos de inspeção dotrabalho portuário e aquaviário;

II - coordenar e supervisionar as atividades das Unidades Regionais;

III - planejar e gerenciar as ações, bem como divulgar os resultados das atividades desenvolvidas nainspeção do trabalho portuário e aquaviário;

IV - estruturar e apoiar tecnicamente as Unidades Regionais;

V - analisar e consolidar os relatórios elaborados pelas Unidades Regionais, referentes às atividades dasfiscalizações locais do trabalho portuário e aquaviário, enviando relatório circunstanciado ao Secretáriode Inspeção do Trabalho até o décimo quinto dia útil do mês subseqüente;

VI - propor intercâmbio com outros órgãos do Poder Público, objetivando a elaboração dos programas defiscalização na área de sua competência, assim como planejar as ações articuladas com outras instituiçõesem nível nacional;

VII - coordenar e organizar as operações de fiscalização móvel no interesse da inspeção dos aspectos ligadosao trabalho portuário e aquaviário, nos termos do § 1º do art. 3º do Regulamento da Inspeção do Trabalho,aprovado pelo Decreto nº 55.841, de 15 de março de 1965;

VIII - prestar informações às entidades sindicais e instituições nacionais e internacionais no que tange aotrabalho portuário e aquaviário; e

IX - requisitar, a qualquer momento, veículos dos órgãos regionais para a realização de fiscalização móvel,especialmente os adquiridos para esta finalidade.

Parágrafo único. O Coordenador da Unidade Especial, quando necessário, poderá emitir as Ordens de Serviço - OS parao desempenho das atividades de fiscalização previstas no art. 5º desta Instrução Normativa..Art. 5º Compete àsUnidades Regionais:

I - observar as diretrizes e orientações emanadas da Unidade Especial de Inspeção do Trabalho Portuário eAquaviário;

II - promover a fiscalização do cumprimento das normas e condições gerais de proteção e segurança notrabalho portuário e aquaviário nos portos organizados, nas instalações portuárias privativas localizadasdentro ou fora da área do porto organizado, nas áreas retroportuárias, nas embarcações mercantes, nasplataformas marítimas e quaisquer locais onde se desenvolvam operações de mergulho;

III - inspecionar as empresas de navegação e de pesca, os operadores portuários, empresas e serviços deatividades portuárias e subaquáticas, em seus estabelecimentos ou em escritórios de despachantes paraa verificação da legislação trabalhista;

IV - planejar e executar ações articuladas com outras entidades;

V - planejar e gerenciar as ações, bem como divulgar os resultados das atividades desenvolvidas no âmbitode sua competência;

VI - encaminhar previamente, à Unidade Especial e à Chefia de Fiscalização competente, o planejamento dasações fiscais de que trata o inciso V deste artigo;

VII - solicitar à Unidade Especial os recursos para a execução das ações necessárias;

VIII - orientar trabalhadores, sindicatos e empresas sobre a legislação portuária e aquaviária, em harmonia comas diretrizes da inspeção do trabalho portuário e aquaviário, formuladas pela Unidade Especial;

IX - elaborar relatório mensal de atividades e encaminhá-lo à Unidade Especial de Inspeção do TrabalhoPortuário e Aquaviário, conforme modelo aprovado, e à Chefia da Fiscalização competente, até o quintodia útil do mês subseqüente;

X - promover a verificação da regularidade do exercício profissional das diversas atividades dos trabalhadoresportuários avulsos, adotando as medidas cabíveis em caso de infringência às normas legais;

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 219

XI - assessorar os órgãos de Relações do Trabalho das respectivas Delegacias Regionais do Trabalho, nasatividades de mediação em conflitos coletivos de trabalho em sua área de atuação; e

XII - acompanhar a tramitação dos processos de multas originários da fiscalização móvel portuária e aquaviária.

Parágrafo único. As ações de fiscalização portuária e aquaviária deverão guardar conformidade com o planejamentonacional de fiscalização e com os procedimentos de inspeção da chefia local de fiscalização.

Art. 6º A Unidade Especial de Inspeção do Trabalho Portuário e Aquaviário será dirigida por um Coordenador e umCoordenador Substituto, que assumirá as funções do titular em suas ausências ou impedimentos legais.

§ 1º O Coordenador, o Coordenador Substituto e os demais integrantes da Unidade Especial serão designadospelo Secretário de Inspeção do Trabalho, entre os servidores do quadro de Auditores-Fiscais do Trabalho.

§ 2º A Unidade Especial terá sua sede preferencialmente no Estado do Rio de Janeiro, nas instalações edependências do porto organizado da Capital, devendo exercer, além das atribuições previstas no art. 4ºdesta Instrução Normativa, as do art. 5º, em relação àquele Estado.

Art. 7º Os Coordenadores da Unidade Especial, bem como os Coordenadores das Unidades Regionais permanecerãoem atividade especial, para cumprimento das atribuições previstas nos arts. 4º e 5º desta Instrução Normativa.

Art. 8º Os integrantes das Unidades Especial e Regionais compõem, também, o Grupo Especial para a FiscalizaçãoMóvel do Trabalho Portuário e Aquaviário.

§ 1º Os integrantes do Grupo Especial para a Fiscalização Móvel do Trabalho Portuário e Aquaviário serãoconvocados pelo Coordenador da Unidade Especial.

§ 2º Quando convocados para compor o Grupo Especial Móvel, os integrantes da Unidade Especial e dasUnidades Regionais terão atuação fiscal em todo território nacional e ficarão à disposição da Secretaria deInspeção do Trabalho pelo tempo necessário ao cumprimento das ações previstas na convocação.

Art. 9º A Autoridade Regional prestará o apoio necessário ao desenvolvimento das tarefas internas e externas deinspeção do trabalho portuário e aquaviário, bem como ao Grupo Especial para Fiscalização Móvel do TrabalhoPortuário e Aquaviário.

Art. 10 As ações das Unidades Regionais e do Grupo Especial Móvel poderão ser desenvolvidas em conjunto comrepresentantes do Ministério Público Federal, do Ministério Público do Trabalho e do Departamento de PolíciaFederal, na conformidade dos termos de compromisso firmados entre a SIT e as referidas instituições.

Art. 11 Os autos de infração e as notificações de débito, decorrentes da ação fiscal móvel, serão protocolizados eprocessados na unidade local do MTE onde ocorreu a referida ação.

Art. 12 Fica revogada a Instrução Normativa Intersecretarial nº 14, de 13 de junho de 1999.

Art. 13 Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

VERA OLÍMPIA GONÇALVES

Secretária de Inspeção do Trabalho

ANEXO 1

ART. 1º INCISO II DA PORTARIA Nº 450, DE 07 DE NOVEMBRO DE 2002

FIXAÇÃO DO QUANTITATIVO DE AFT POR UNIDADE DE INSPEÇÃO PORTUÁRIA E AQUAVIÁRIA

UNIDADE DE INSPEÇÃO QUANTIDADE DE AFT POR ESPECIALIZAÇÃO

Acre 1 LEG. / 1 SST Alagoas 1 LEG. / 1 SST Amapá 1 LEG. /1 SST Amazonas 3 LEG. / 1 MED. / 1 SEG Bahia 3 LEG. / 1 MED. / 2 SEG Ceará 3 LEG. / 1 MED. / 1 SEG Espírito Santo 3 LEG. / 1 MED. / 1 SEG Maranhão 1 LEG. / 1 MED. / 1 SEG Pará 4 LEG. / 1 MED. / 1 SEG Paraíba 2 LEG. /1 SST Paraná 3 LEG. / 1 MED. / 2 SEG Pernambuco 3 LEG. / 1 MED. / 1 SEG Rio Grande do Norte 2 LEG. /1 SST Rio Grande do Sul 3 LEG. / 1 MED. / 2 SEG Rondônia 1 LEG. / 1 SST Santa Catarina 3 LEG. / 1 MED. / 2 SEG São Paulo 4 LEG. / 2 MED. / 2 SEG Unidade Especial (incluindo RJ) 8 LEG. / 2 MED. / 3 SEG TOTAL 49 LEG / 14 MED / 21 SEG / 6 SST

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PORTARIA N.º 34, DE 04 DE DEZEMBRO DE 2002

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO e o DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NOTRABALHO, no uso de suas atribuições legais, resolvem:

Art. 1º Aprovar o texto da nova Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário – NR 30,conforme texto anexo.

Art. 2º Criar a Comissão Permanente Nacional do Setor Aquaviário – CPNA, com o objetivo de acompanhar aimplementação da NR 30 e propor as adequações necessárias ao texto da nova NR.

Art. 3º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

VERA OLÍMPIA GONÇALVES

Secretária de Inspeção do Trabalho

JUAREZ CORREIA BARROS JÚNIOR

Diretor de Segurança e Saúde no Trabalho

DECRETO N.º 4.552, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2002

Aprova o Regulamento da Inspeção do Trabalho.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, e considerando o disposto noart. 21, inciso XXIV, ambos da Constituição, na Lei n.º 10.593, de 06 de dezembro de 2002, e na Convenção 81 daOrganização Internacional do Trabalho, aprovada pelo Decreto Legislativo n.º 24, de 29 de maio de 1956, promulgada peloDecreto n.º 41.721, de 25 de junho de 1957, e revigorada pelo Decreto n.º 95.461, de 11 de dezembro de 1987, bem comoo disposto na Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 5.452, de 1.º de maio de 1943,

DECRETA:

Art. 1º Fica aprovado o Regulamento da Inspeção do Trabalho, que a este Decreto acompanha.

Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação.

Art. 3º Revogam-se os Decretos no s - 55.841, de 15 de março de 1965, 57.819, de 15 de fevereiro de 1966, 65.557, de21 de outubro de 1969, e 97.995, de 26 de julho de 1989.

Brasília, 27 de dezembro de 2002; 181.º da Independência e 114.º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Paulo Jobim Filho

REGULAMENTO DA INSPEÇÃO DO TRABALHO

CAPÍTULO I

DA FINALIDADE

Art. 1º O Sistema Federal de Inspeção do Trabalho, a cargo do Ministério do Trabalho e Emprego, tem por finalidadeassegurar, em todo o território nacional, a aplicação das disposições legais, incluindo as convenções internacionaisratificadas, os atos e decisões das autoridades competentes e as convenções, acordos e contratos coletivos detrabalho, no que concerne à proteção dos trabalhadores no exercício da atividade laboral.

CAPÍTULO II

DA ORGANIZAÇÃO

Art. 2º Compõem o Sistema Federal de Inspeção do Trabalho:

I - autoridades de direção nacional, regional ou local: aquelas indicadas em leis, regulamentos e demais atosatinentes à estrutura administrativa do Ministério do Trabalho e Emprego;

II - Auditores-Fiscais do Trabalho, nas seguintes áreas de especialização:

a) legislação do trabalho;

b) segurança do trabalho; e

c) saúde no trabalho;

III - Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho, em funções auxiliares de inspeção do trabalho.

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Art. 3º Os Auditores-Fiscais do Trabalho são subordinados tecnicamente à autoridade nacional competente em matériade inspeção do trabalho.

Art. 4º Para fins de inspeção, o território de cada unidade federativa será dividido em circunscrições, e fixadas ascorrespondentes sedes.

Parágrafo único. As circunscrições que tiverem dois ou mais Auditores-Fiscais do Trabalho poderão ser divididas emáreas de inspeção delimitadas por critérios geográficos.

Art. 5º A distribuição dos Auditores-Fiscais do Trabalho pelas diferentes áreas de inspeção da mesma circunscriçãoobedecerá ao sistema de rodízio, efetuado em sorteio público, vedada a recondução para a mesma área noperíodo seguinte.

§ 1º Os Auditores-Fiscais do Trabalho permanecerão nas diferentes áreas de inspeção pelo prazo máximo dedoze meses.

§ 2º É facultado à autoridade de direção regional estabelecer programas especiais de fiscalização que contemplemcritérios diversos dos estabelecidos neste artigo, desde que aprovados pela autoridade nacional competenteem matéria de inspeção do trabalho.

Art. 6º Atendendo às peculiaridades ou circunstâncias locais ou, ainda, a programas especiais de fiscalização, poderá aautoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho alterar o critério fixado no art. 6.º paraestabelecer a fiscalização móvel, independentemente de circunscrição ou áreas de inspeção, definindo asnormas para sua realização.

Art. 7º Compete às autoridades de direção do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho:

I - organizar, coordenar, avaliar e controlar as atividades de auditoria e as auxiliares da inspeção do trabalho.

II - elaborar planejamento estratégico das ações da inspeção do trabalho no âmbito de sua competência;

III - proferir decisões em processo administrativo resultante de ação de inspeção do trabalho; e

IV - receber denúncias e, quando for o caso, formulá-las e encaminhá-las aos demais órgãos do poderpúblico.

§ 1º As autoridades de direção local e regional poderão empreender e supervisionar projetos consoante diretrizesemanadas da autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho.

§ 2º Cabe à autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho elaborar e divulgar os relatóriosprevistos em convenções internacionais.

Art. 8º O planejamento estratégico das ações de inspeção do trabalho será elaborado pelos órgãos competentes,considerando as propostas das respectivas unidades descentralizadas.

§ 1º O planejamento de que trata este artigo consistirá na descrição das atividades a serem desenvolvidas nasunidades descentralizadas, de acordo com as diretrizes fixadas pela autoridade nacional competente emmatéria de inspeção do trabalho.

§ 2º Observada a finalidade institucional dos órgãos competentes, o planejamento das ações de inspeção aserem realizadas deverá reservar até vinte por cento de sua força de trabalho para atendimento dedemandas de órgãos externos.

CAPÍTULO III

DA INSPEÇÃO

Art. 9º A inspeção do trabalho será promovida em todas as empresas, estabelecimentos e locais de trabalho, públicosou privados, estendendo-se aos profissionais liberais e instituições sem fins lucrativos, bem como às embarcaçõesestrangeiras em águas territoriais brasileiras.

Art. 10 Ao Auditor-Fiscal do Trabalho será fornecida Carteira de Identidade Fiscal (CIF), que servirá como credencialprivativa, com renovação qüinqüenal.

§ 1º Além da credencial aludida no caput, será fornecida credencial transcrita na língua inglesa ao Auditor-Fiscaldo Trabalho, que tenha por atribuição inspecionar embarcações de bandeira estrangeira.

§ 2º A autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho fará publicar, no Diário Oficial daUnião, relação nominal dos portadores de Carteiras de Identidade Fiscal, com nome, número de matrículae órgão de lotação.

§ 3º É proibida a outorga de identidade fiscal a quem não seja integrante da Carreira Auditoria-Fiscal doTrabalho.

Art. 11 A credencial a que se refere o art. 10 deverá ser devolvida para inutilização, sob pena de responsabilidadeadministrativa, nos seguintes casos:

I - posse em outro cargo público efetivo inacumulável;

II - posse em cargo comissionado de quadro diverso do Ministério do Trabalho e Emprego;

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III - exoneração ou demissão do cargo de Auditor-Fiscal do Trabalho;

IV - aposentadoria; ou

V - afastamento ou licenciamento por prazo superior a seis meses.

Art. 12 A exibição da credencial é obrigatória no momento da inspeção, salvo quando o Auditor-Fiscal do Trabalho julgar quetal identificação prejudicará a eficácia da fiscalização, hipótese em que deverá fazê-lo após a verificação física.

Parágrafo único. O Auditor-Fiscal somente poderá exigir a exibição de documentos após a apresentação dacredencial.

Art. 13 O Auditor-Fiscal do Trabalho, munido de credencial, tem o direito de ingressar, livremente, sem prévio aviso e emqualquer dia e horário, em todos os locais de trabalho mencionados no Art. 9º.

Art. 14 Os empregadores, tomadores e intermediadores de serviços, empresas, instituições, associações, órgãos eentidades de qualquer natureza ou finalidade são sujeitos à inspeção do trabalho e ficam, pessoalmente ou porseus prepostos ou representantes legais, obrigados a franquear, aos Auditores-Fiscais do Trabalho, o acesso aosestabelecimentos, respectivas dependências e locais de trabalho, bem como exibir os documentos e materiaissolicitados para fins de inspeção do trabalho.

Art. 15 As inspeções, sempre que necessário, serão efetuadas de forma imprevista, cercadas de todas as cautelas, naépoca e horários mais apropriados a sua eficácia.

Art. 16 As determinações para o cumprimento de ação fiscal deverão ser comunicadas por escrito, por meio de ordensde serviço.

Parágrafo único. As ordens de serviço poderão prever a realização de inspeções por grupos de Auditores-Fiscais doTrabalho.

Art. 17 Os órgãos da administração pública direta ou indireta e as empresas concessionárias ou permissionárias deserviços públicos ficam obrigadas a proporcionar efetiva cooperação aos Auditores- Fiscais do Trabalho.

Art. 18 Compete aos Auditores-Fiscais do Trabalho, em todo o território nacional:

I - verificar o cumprimento das disposições legais e regulamentares, inclusive as relacionadas à segurançae à saúde no trabalho, no âmbito das relações de trabalho e de emprego, em especial:

a) os registros em Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), visando à redução dos índices deinformalidade;

b) o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), objetivando maximizar os índices dearrecadação;

c) o cumprimento de acordos, convenções e contratos coletivos de trabalho celebrados entre empregadose empregadores; e

d) o cumprimento dos acordos, tratados e convenções internacionais ratificados pelo Brasil;

I I - ministrar orientações e dar informações e conselhos técnicos aos trabalhadores e às pessoas sujeitas àinspeção do trabalho, atendidos os critérios administrativos de oportunidade e conveniência;

III - interrogar as pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, seus prepostos ou representantes legais, bemcomo trabalhadores, sobre qualquer matéria relativa à aplicação das disposições legais e exigir-lhesdocumento de identificação;

IV - expedir notificação para apresentação de documentos;

V - examinar e extrair dados e cópias de livros, arquivos e outros documentos, que entenda necessários aoexercício de suas atribuições legais, inclusive quando mantidos em meio magnético ou eletrônico;

VI - proceder a levantamento e notificação de débitos;

VII - apreender, mediante termo, materiais, livros, papéis, arquivos e documentos, inclusive quando mantidosem meio magnético ou eletrônico, que constituam prova material de infração, ou, ainda, para exame ouinstrução de processos;

VIII - inspecionar os locais de trabalho, o funcionamento de máquinas e a utilização de equipamentos einstalações;

IX - averiguar e analisar situações com risco potencial de gerar doenças ocupacionais e acidentes dotrabalho, determinando as medidas preventivas necessárias;

X - notificar as pessoas sujeitas à inspeção do trabalho para o cumprimento de obrigações ou a correção deirregularidades e adoção de medidas que eliminem os riscos para a saúde e segurança dos trabalhadores,nas instalações ou métodos de trabalho;

XI - quando constatado grave e iminente risco para a saúde ou segurança dos trabalhadores, expedir a notificaçãoa que se refere o inciso X deste artigo, determinando a adoção de medidas de imediata aplicação;

XII - coletar materiais e substâncias nos locais de trabalho para fins de análise, bem como apreenderequipamentos e outros itens relacionados com a segurança e saúde no trabalho, lavrando o respectivotermo de apreensão;

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XIII - propor a interdição de estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou o embargo deobra, total ou parcial, quando constatar situação de grave e iminente risco à saúde ou à integridade físicado trabalhador, por meio de emissão de laudo técnico que indique a situação de risco verificada eespecifique as medidas corretivas que deverão ser adotadas pelas pessoas sujeitas à inspeção dotrabalho, comunicando o fato de imediato à autoridade competente;

XIV - analisar e investigar as causas dos acidentes do trabalho e das doenças ocupacionais, bem como assituações com potencial para gerar tais eventos;

XV - realizar perícias e auditorias, no campo de suas atribuições e formação profissional, emitindo pareceres,laudos e relatórios;

XVI - solicitar, quando necessário ao desempenho de suas funções, o auxílio da autoridade policial;

XVII - lavrar termo de compromisso decorrente de procedimento especial de inspeção;

XVIII - lavrar autos de infração por inobservância de disposições legais;

XIX - analisar processos administrativos de auto de infração, notificações de débitos ou outros que lhes foremdistribuídos;

XX - devolver, devidamente informados os processos e demais documentos que lhes forem distribuídos, nosprazos e formas previstos em instruções expedidas pela autoridade nacional competente em matéria deinspeção do trabalho;

XXI - elaborar relatórios de suas atividades, nos prazos e formas previstos em instruções expedidas pelaautoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho;

XXII - levar ao conhecimento da autoridade competente, por escrito, as deficiências ou abusos que não estejamespecificamente compreendidos nas disposições legais;

XXIII - atuar em conformidade com as prioridades estabelecidas pelos planejamentos nacional e regional, nasrespectivas áreas de especialização;

§ 1º A autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho estabelecerá, no planejamentoanual, as áreas de atuação prioritárias dos Auditores-Fiscais do Trabalho em razão de sua especialização.

§ 2º Aos Auditores-Fiscais do Trabalho serão ministrados regularmente cursos necessários à sua formação,aperfeiçoamento e especialização, observadas as peculiaridades regionais, conforme instruções do Ministériodo Trabalho e Emprego, expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção dotrabalho.

Art. 19 É vedado às autoridades de direção do Ministério do Trabalho e Emprego:

I - conferir aos Auditores-Fiscais do Trabalho encargos ou funções diversas das que lhes são próprias,salvo se para o desempenho de cargos de direção, de funções de chefia ou de assessoramento;

II - interferir no exercício das funções de inspeção do trabalho ou prejudicar, de qualquer maneira, suaimparcialidade ou a autoridade do Auditor-Fiscal do Trabalho; e

III - conferir qualquer atribuição de inspeção do trabalho a servidor que não pertença ao Sistema Federal deInspeção do Trabalho.

Art. 20 A obrigação do Auditor-Fiscal do Trabalho de inspecionar os estabelecimentos e locais de trabalho situados naárea de inspeção que lhe compete, em virtude do rodízio de que trata o art. 6o-, § 1o-, não o exime do dever de,sempre que verificar, em qualquer estabelecimento, a existência de violação a disposições legais, comunicar ofato, imediatamente, à autoridade competente.

Parágrafo único. Nos casos de grave e iminente risco à saúde e segurança dos trabalhadores, o Auditor-Fiscal doTrabalho atuará independentemente de sua área de inspeção.

Art. 21 Caberá ao órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego promover a investigação das causas de acidentesou doenças relacionadas ao trabalho, determinando as medidas de proteção necessárias.

Art. 22 O Auditor-Fiscal do Trabalho poderá solicitar o concurso de especialistas e técnicos devidamente qualificados,assim como recorrer a laboratórios técnico-científicos governamentais ou credenciados, a fim de assegurar aaplicação das disposições legais e regulamentares relativas à segurança e saúde no trabalho.

Art. 23 Os Auditores-Fiscais do Trabalho têm o dever de orientar e advertir as pessoas sujeitas à inspeção do trabalhoe os trabalhadores quanto ao cumprimento da legislação trabalhista, e observarão o critério da dupla visita nosseguintes casos:

I - quando ocorrer promulgação ou expedição de novas leis, regulamentos ou instruções ministeriais, sendoque, com relação exclusivamente a esses atos, será feita apenas a instrução dos responsáveis;

II - quando se tratar de primeira inspeção nos estabelecimentos ou locais de trabalho recentemente inauguradosou empreendidos;

III - quando se tratar de estabelecimento ou local de trabalho com até dez trabalhadores, salvo quando forconstatada infração por falta de registro de empregado ou de anotação da CTPS, bem como naocorrência de reincidência, fraude, resistência ou embaraço à fiscalização; e

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IV - quando se tratar de microempresa e empresa de pequeno porte, na forma da lei específica.

§ 1º A autuação pelas infrações não dependerá da dupla visita após o decurso do prazo de noventa dias davigência das disposições a que se refere o inciso I ou do efetivo funcionamento do novo estabelecimentoou local de trabalho a que se refere o inciso II.

§ 2º Após obedecido o disposto no inciso III, não será mais observado o critério de dupla visita em relação aodispositivo infringido.

§ 3º A dupla visita será formalizada em notificação, que fixará prazo para a visita seguinte, na forma dasinstruções expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho.

Art. 24 A toda verificação em que o Auditor-Fiscal do Trabalho concluir pela existência de violação de preceito legal devecorresponder, sob pena de responsabilidade, a lavratura de auto de infração, ressalvado o disposto no art. 23 ena hipótese de instauração de procedimento especial de fiscalização.

Parágrafo único. O auto de infração não terá seu valor probante condicionado à assinatura do infrator ou de testemunhase será lavrado no local da inspeção, salvo havendo motivo justificado que será declarado no próprio auto, quandoentão deverá ser lavrado no prazo de vinte e quatro horas, sob pena de responsabilidade.

Art. 25 As notificações de débitos e outras decorrentes da ação fiscal poderão ser lavradas, a critério do Auditor-Fiscaldo Trabalho, no local que oferecer melhores condições.

Art. 26 Aqueles que violarem as disposições legais ou regulamentares, objeto da inspeção do trabalho, ou se mostraremnegligentes na sua aplicação, deixando de atender às advertências, notificações ou sanções da autoridadecompetente, poderão sofrer reiterada ação fiscal.

Parágrafo único. O reiterado descumprimento das disposições legais, comprovado mediante relatório emitido peloAuditor-Fiscal do Trabalho, ensejará por parte da autoridade regional a denúncia do fato, de imediato, ao MinistérioPúblico do Trabalho.

CAPÍTULO IV

DO PROCEDIMENTO ESPECIAL PARA A AÇÃO FISCAL

Art. 27 Considera-se procedimento especial para a ação fiscal aquele que objetiva a orientação sobre o cumprimento dasleis de proteção ao trabalho, bem como a prevenção e o saneamento de infrações à legislação.

Art. 28 O procedimento especial para a ação fiscal poderá ser instaurado pelo Auditor-Fiscal do Trabalho quando concluirpela ocorrência de motivo grave ou relevante que impossibilite ou dificulte o cumprimento da legislação trabalhistapor pessoas ou setor econômico sujeito à inspeção do trabalho, com a anuência da chefia imediata.

§ 1º O procedimento especial para a ação fiscal iniciará com a notificação, pela chefia da fiscalização, paracomparecimento das pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, à sede da unidade descentralizada doMinistério do Trabalho e Emprego.

§ 2º A notificação deverá explicitar os motivos ensejadores da instauração do procedimento especial.

§ 3º O procedimento especial para a ação fiscal destinado à prevenção ou saneamento de infrações àlegislação poderá resultar na lavratura de termo de compromisso que estipule as obrigações assumidaspelo compromissado e os prazos para seu cumprimento.

§ 4º Durante o prazo fixado no termo, o compromissado poderá ser fiscalizado para verificação de seucumprimento, sem prejuízo da ação fiscal em atributos não contemplados no referido termo.

§ 5º Quando o procedimento especial para a ação fiscal for frustrado pelo não-atendimento da convocação,pela recusa de firmar termo de compromisso ou pelo descumprimento de qualquer cláusula compromissada,serão lavrados, de imediato, os respectivos autos de infração, e poderá ser encaminhando relatóriocircunstanciado ao Ministério Público do Trabalho.

§ 6º Não se aplica o procedimento especial de saneamento às situações de grave e iminente risco à saúde ouà integridade física do trabalhador.

Art. 29 A chefia de fiscalização poderá, na forma de instruções expedidas pela autoridade nacional competente emmatéria de inspeção do trabalho, instaurar o procedimento especial sempre que identificar a ocorrência de:

I - motivo grave ou relevante que impossibilite ou dificulte o cumprimento da legislação trabalhista pelotomador ou intermediador de serviços;

II - situação reiteradamente irregular em setor econômico.

Parágrafo único. Quando houver ação fiscal em andamento, o procedimento especial de fiscalização deverá observar asinstruções expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho.

Art. 30 Poderão ser estabelecidos procedimentos de fiscalização indireta, mista, ou outras que venham a ser definidasem instruções expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho.

§ 1º Considera-se fiscalização indireta aquela realizada por meio de sistema de notificações para apresentaçãode documentos nas unidades descentralizadas do Ministério do Trabalho e Emprego.

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§ 2º Poderá ser adotada fiscalização indireta:

I - na execução de programa especial para a ação fiscal; ou

II - quando o objeto da fiscalização não importar necessariamente em inspeção no local de trabalho.

§ 3º Considera-se fiscalização mista aquela iniciada com a visita ao local de trabalho e desenvolvida mediantenotificação para apresentação de documentos nas unidades descentralizadas do Ministério do Trabalho e Emprego.

CAPÍTULO V

DAS ATIVIDADES AUXILIARES À INSPEÇÃO DO TRABALHO

Art. 31 São atividades auxiliares de apoio operacional à inspeção do trabalho, a cargo dos Agentes de Higiene eSegurança do Trabalho:

I - levantamento técnico das condições de segurança nos locais de trabalho, com vistas à investigação deacidentes do trabalho;

II - levantamento de dados para fins de cálculo dos coeficientes de freqüência e gravidade dos acidentes;

III - avaliação qualitativa ou quantitativa de riscos ambientais;

IV - levantamento e análise das condições de risco nas pessoas sujeitas à inspeção do trabalho;

V - auxílio à realização de perícias técnicas para caracterização de insalubridade ou de periculosidade;

VI - comunicação, de imediato e por escrito, à autoridade competente de qualquer situação de risco grave eiminente à saúde ou à integridade física dos trabalhadores;

VII - participação em estudos e análises sobre as causas de acidentes do trabalho e de doenças profissionais;

VIII - colaboração na elaboração de recomendações sobre segurança e saúde no trabalho;

IX - acompanhamento das ações de prevenção desenvolvidas pela unidade descentralizada do Ministério doTrabalho e Emprego;

X - orientação às pessoas sujeitas à inspeção do trabalho sobre instalação e funcionamento das ComissõesInternas de Prevenção de Acidentes (CIPA) e dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenhariade Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT);

XI - prestação de assistência às CIPA;

XII - participação nas reuniões das CIPA das pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, como representantesda unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego;

XIII - devolução dos processos e demais documentos que lhes forem distribuídos, devidamente informados,nos prazos assinalados;

XIV - elaboração de relatório mensal de suas atividades, nas condições e nos prazos fixados pela autoridadenacional em matéria de inspeção do trabalho; e

XV - prestação de informações e orientações em plantões fiscais na área de sua competência.

§ 1º As atividades externas de que trata este artigo somente poderão ser exercidas mediante ordem de serviçoexpedida pela chefia de fiscalização.

§ 2º Para o desempenho das atribuições previstas neste artigo, será fornecida aos Agentes de Higiene eSegurança do Trabalho credencial específica que lhes possibilite o livre acesso aos estabelecimentos elocais de trabalho.

Art. 32 Aos Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho poderão ser ministrados cursos necessários à sua formação,aperfeiçoamento e especialização, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego,expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho.

CAPÍTULO VI

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 33 Os Auditores-Fiscais do Trabalho poderão participar de atividades de coordenação, planejamento, análise deprocessos e de desenvolvimento de programas especiais e de outras atividades internas e externas relacionadascom a inspeção do trabalho, na forma das instruções expedidas pela autoridade nacional competente em matériade inspeção do trabalho.

Art. 34 As empresas de transportes de qualquer natureza, inclusive as exploradas pela União, Distrito Federal, Estadose Municípios, bem como as concessionárias de rodovias que cobram pedágio para o trânsito concederão passelivre aos Auditores-Fiscais do Trabalho e aos Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho, no território nacionalem conformidade com o disposto no art. 630, § 5o-, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), mediante aapresentação da Carteira de Identidade Fiscal.

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Parágrafo único. O passe livre a que se refere este artigo abrange a travessia realizada em veículos de transporteaquaviário.

Art. 35 É vedado aos Auditores-Fiscais do Trabalho e aos Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho:

I - revelar, sob pena de responsabilidade, mesmo na hipótese de afastamento do cargo, os segredos defabricação ou comércio, bem como os processos de exploração de que tenham tido conhecimento noexercício de suas funções;

II - revelar informações obtidas em decorrência do exercício das suas competências;

III - revelar as fontes de informações, reclamações ou denúncias; e

IV - inspecionar os locais em que tenham qualquer interesse direto ou indireto, caso em que deverão declararo impedimento.

Parágrafo único. Os Auditores Fiscais do Trabalho e os Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho responderão civil,penal e administrativamente pela infração ao disposto neste artigo.

Art. 36 Configura falta grave o fornecimento ou a requisição de Carteira de Identidade Fiscal para qualquer pessoa nãointegrante do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho.

Parágrafo único. É considerado igualmente falta grave o uso da Carteira de Identidade Fiscal para fins outros que nãoos da fiscalização.

Art. 37 Em toda unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego em que houver Auditores-Fiscais doTrabalho deverá ser reservada uma sala para o uso exclusivo desses servidores.

Art. 38 A autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho expedirá as instruções necessárias àexecução deste Regulamento.

PORTARIA Nº 48, DE 25 D MARÇO DE 2003

Estabelece normas técnicas de ensaios aplicáveisaos Equipamentos de Proteção Individual com orespectivo enquadramento no Anexo I da NR-6

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO e o DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NOTRABALHO, no uso de suas atribuições legais, que lhes confere o Decreto nº 3.129, de 9 de agosto de 1999, resolvem:

Art. 1º Aprovar quadro, em anexo, que estabelece as normas técnicas de ensaios aplicáveis aos Equipamentos deProteção Individual com o respectivo enquadramento no Anexo I da NR-6, visando disciplinar o disposto nosubitem 6.9.1, alínea “a” e no item 1.3, alínea “b”, do Anexo II da NR-6.

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

RUTH BEATRIZ DE VASCONCELOS VILELA

Secretária de Inspeção do Trabalho

PAULO GILVANE LOPES PENA

Diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho

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Equipamento de Proteção Individual - EPI

Enquadramento NR 06 Anexo I Nota Técnica Aplicável

Calçado de Segurança

Proteção contra impactos de quedas de objetos sobre os artelhos / contra choques elétricos / contra agentes térmicos / contra agentes cortantes e escoriantes / contra umidade proveniente de operações com uso de água

NBR 12.594/1992 EM 344/1992 – Antiestático, condutivo, isolamento ao frio, contra calor de contato, contra óleos e combustíveis

Calçados de Segurança em impermeáveis – Construídos com materiais Elastométricos e Polimétricos (borracha / PU / PVC)

Proteção contra umidade proveniente de operações com uso de água / contra respingos de produtos químicos / impactos de quedas de objetos sobre os artelhos / contra agentes térmicos / contra agentes cortantes e escoriantes

EN 345/1992 EN 347/1992 BS 5.145/1989

Capacete de Segurança para Uso a Indústria Classe A / Classe B

Proteção contra impactos de objetos sobre o crânio / contra choques elétricos.

NBR 8.221/1983 ou alteração posterior

Cinturão Tipo Abdominal, com Talabarte de Segurança

Proteção contra risco de queda no posicionamento em trabalhos em altura.

NBR 11.370/2001 ou alteração posterior

Cinturão Tipo Pára-quedista, com Talabarte e Segurança

Proteção contra risco de queda em trabalhos em altura.

NBR 11.370/2001 ou alteração posterior

Creme Protetor de Segurança Proteção contra agentes químicos Portaria SSST n.º 26, de 29/12/1994

Dedeira de Segurança Proteção contra agentes abrasivos e escoriantes

NBR 13.599/1996

Dispositivo Trava Queda de Segurança: a) guiado em linha flexível; b) guiado em linha rígida; c) retrátil.

Proteção contra quedas em operações com movimentação vertical ou horizontal, quando utilizado com cinturão de segurança para proteção contra quedas (pára-quedista).

a) NBR 14.626/2000 ou alteração posterior; b) NBR 14.627/2000 ou alteração posterior; c) NBR 14.628/2000 ou alteração posterior. Todas com NBR 11.370/2001 ou alteração posterior

Luva de Segurança à base de Borracha Natural

Proteção em atividades domésticas e industriais - contra agentes químicos e mecânicos.

NBR 13.393/1995 ou alteração posterior

Luva de Segurança Cirúrgica Proteção em áreas médico cirúrgico – hospitalares- contra agentes biológicos.

NBR 13.391/1995 ou alteração posterior

Luva de Segurança contra Agentes Abrasivos e Escoriantes – uso geral (como o tecido)

Proteção contra agentes abrasivos e escoriantes.

NBR 13.712/1996 ou alteração posterior

Luva de Segurança contra Agentes Mecânicos

Proteção contra agentes abrasivos, escoriantes, cortantes e perfurantes (abrasão, corte, rasgo e perfuração).

EM 388/1994

Anexo I

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PORTARIA N.° 518, DE 4 DE ABRIL DE 2003

Revoga a Portaria 496, de 11 de dezembro de 2002.

O MINISTRO DO TRABALHO E EMPREGO, no uso das competências que lhe conferem o art. 87, parágrafo único, II daConstituição da República Federativa do Brasil e o disposto no art. 200, caput, inciso VI e parágrafo único, c/c os arts. 193e 196, todas da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1943, e

CONSIDERANDO que qualquer exposição do trabalhador a radiações ionizantes ou substâncias radioativas é potencialmenteprejudicial à sua saúde;

CONSIDERANDO, ainda, que o presente estado da tecnologia nuclear não permite evitar ou eliminar o risco em potencialoriundo das tais atividades;

Resolve:

Art. 1º Adotar como atividades de risco em potencial concernentes a radiações ionizantes ou substancias radioativas, o“Quadro de Atividades e Operações Perigosas”, aprovado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN,a que se refere o ANEXO da presente Portaria.

Art. 2º O trabalho nas condições enunciadas no quadro a que se refere o artigo 1º, assegura ao empregado o adicionalde periculosidade de que trata o § 1º do art. 193 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada peloDecreto-lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1943.

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Art. 3º A Secretaria de Inspeção do Trabalho, no prazo de 60 (sessenta) dias, fará revisão das Normas Regulamentadoraspertinentes, em especial da NR 16 – Atividades e Operações Perigosas, aprovada pela Portaria GM/MTb n.º3.214, de 08 de junho de 1978, com as alterações que couber, e baixará, na forma do artigo 9º, inciso I, do Decreton.º 2.210, de 22 de abril de 1997, e do parágrafo único do art. 200 da CLT, incluindo normas específicas desegurança para atividades ora adotadas.

Art. 4º Revoga-se a Portaria n.º 496, de 11 de dezembro de 2002.

Art. 5º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

JAQUES WAGNER

(Para consulta do Quadro Anexo das Atividades de Risco consultar o quadro da NR 16 e/ou www.mte.gov.br)

LEI Nº 10.674, DE 16 DE MAIO DE 2003

Obriga a que os produtos alimentícios comercializadosinformem sobre a presença de glúten, como medidapreventiva e de controle de doença celíaca.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA,

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Todos os alimentos industrializados deverão conter em seu rótulo e bula, obrigatoriamente, as inscrições “contémGlúten” ou “não contém Glúten”, conforme o caso.

§ 1º A advertência deve ser impressa nos rótulos e embalagens dos produtos respectivos assim como emcartazes e materiais de divulgação em caracteres com destaque, nítidos e de fácil leitura.

§ 2º As indústrias alimentícias ligadas ao setor terão o prazo de um ano, a contar da publicação desta Lei, paratomar as medidas necessárias ao seu cumprimento.

Art. 2º (VETADO).

Art. 3º (VETADO).

Brasília, 16 de maio de 2003; 182º da Independência e 115º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Humberto Sérgio Costa Lima

Márci Fortes de Almeida

PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 10, DE 10 DE JULHO DE 2003

O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO e o GABINETE DE SEGURANÇA INSTITUCIONAL DAPRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, no uso de suas atribuições e considerando que:

- os estudos atuais revelam a gravidade do uso da drogas no trabalho, particularmente do álcool, sendo considerado aprincipal causa direta ou associada ao absenteísmo, sendo responsável na atualidade por 50% do absenteísmo e licençasmédicas, aposentadorias precoces, aposentadorias por invalidez, afastamento por adoecimento físico e mental, dentreoutras conseqüências;

- o uso de drogas no trabalho, em especial o uso de bebidas alcoólicas aumenta a freqüência de doenças em geral edaquelas relacionados ao trabalho, incidindo ainda sobre a freqüência e gravidade dos acidentes de trabalho;

- a existência de atividades e condições de trabalho que favorecem o uso de drogas e bebidas alcoólicas nos ambientesde trabalho devem ser conhecidas, modificadas ou constituídos de mecanismos de promoção da saúde e proteção da vidano trabalho;

- o uso do álcool e outras drogas ou substancias psicoativas tornou-se o primeiro problema de saúde pública em escalamundial, associado a situações extremas da conduta humana como comportamentos violentos e depressões, se constituindoem um grave problema social, relacionado aos processos de desemprego e exclusão, não raramente objetos de práticasdiscriminatórias;

- a Secretaria Nacional Antidrogas SENAD do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República é o órgãoresponsável pela articulação e integração das políticas públicas com a Política Nacional Antidrogas e

- a assinatura da presente portaria interministerial representa um esforço conjunto para minimizar significativamente oconsumo de substâncias psicoativas junto à população brasileira em todos os seus segmentos, dentre os quais seencontram aqueles relacionados ao trabalho, resolvem:

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I - Recomendar às empresas que, através de suas Comissões Internas de Prevenção de Acidentes -CIPAs, desenvolvam atividades educativas e de conscientização do problema do uso e abuso desubstâncias psicoativas no trabalho, particularmente dos efeitos do uso de bebidas alcoólicas e suarelação com o trabalho;

II - Promover a prevenção do uso de álcool e outras drogas nos locais de trabalho, utilizando-se dos maisvariados recursos educativos e de conscientização na abordagem do problema e das suas conseqüênciaspara o trabalho, à saúde a sociedade em geral;

III - Incumbir às empresas, através das suas CIPAs, o estímulo, o fortalecimento e a discussão de medidasadotadas pelos programas de Controle Médico em Saúde Ocupacional - PCMSO, Programas de Prevençãode Riscos Ocupacionais - PPRO, dentre outros, em conformidade com o disposto na NormaRegulamentadora nº 5, com redação dada pela Portaria nº 8, de 23-02-1999, com o objetivo de abordar adimensão da problemática do alcoolismo e do uso de substâncias psicoativas relacionadas ao trabalho esuas conseqüências para a segurança e a saúde dos trabalhadores;

IV - Recomendar o estabelecimento de relação com a comunidade, utilizando-se de recursos disponíveis eapoiando iniciativas existentes, especialmente junto aos conselhos municipais e estaduais antidrogas eaos cuidados com os dependentes químicos;

V - Enfatizar abordagem do tema com a perspectiva de evitar o desemprego, a exclusão social e adiscriminação no trabalho associadas ao uso de álcool e drogas, assegurando direitos sociais e deatenção à saúde com ênfase na prevenção;

VI - Recomendar aos Auditores-Fiscais do Trabalho, aos serviços institucionais do Ministério do Trabalho eEmprego e aos responsáveis pelas ações desenvolvidas na Secretaria Nacional Antidrogas - SENAD, aapoiarem, no âmbito das respectivas competências, as demandas provenientes das empresas em gerale das CIPAs, no que concerne ao esforço de conscientização, prevenção e cuidados face ao flagelo dadroga e do abuso do álcool na sociedade e em particular nos ambientes de trabalho;

VII - Esta Portaria entrará em vigor na data da sua publicação.

JORGE ARMANDO FELLX

Ministro-Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e Presidente do Conselho NacionalAntidrogas

JAOUES WAGNER

Ministro do Trabalho e Emprego

PORTARIA N.° 56, DE 17 DE SETEMBRO DE 2003

“Aprova e inclui na NR-11 o Regulamento Técnico deProcedimentos sobre Movimentação e Armazenagemde Chapas de Mármore, Granito e Outras Rochas”.

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO e o DIRETOR DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso desuas atribuições legais e:

Considerando o número elevado de acidentes do trabalho na movimentação de chapas de mármore, granito e outrasrochas;

Considerando as deliberações da Comissão Permanente Nacional do Setor Mineral e da Subcomissão PermanenteNacional do Setor de Mármore e Granito, que aprovou a proposta de estabelecimento de normatização técnica sobremovimentação e armazenagem de chapas de mármore, granito e outras rochas, resolvem:

Art. 1º Acrescentar o item 11.4 e o subitem 11.4.11 na NR-11 (Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio deMateriais), aprovada pela Portaria 3.214/78, que passa a vigorar com a seguinte redação:

Art. 2º Acrescentar o Anexo I (Regulamento Técnico de Procedimentos para Movimentação, Armazenagem e Manuseiode Chapas de Mármore, Granito e Outras Rochas) à NR-11, conforme anexo a esta Portaria.

Art. 3º As exigências prescritas nos itens 1 (Fueiros) e 5 (Movimentação de chapas com uso de ventosas), do referidoAnexo I, devem ser implementadas num prazo máximo de seis meses.

Art. 4º As exigências prescritas nos itens 2 (Carro porta-bloco e carro transportador) e 4 (Cavaletes), do referido AnexoI, devem ser implementadas no prazo de doze meses.

§ 1º Enquanto as exigências prescritas no item 4 (Cavaletes) do Anexo I estiverem sendo implantadas, oscavaletes que se encontram em uso devem ter esta condição comprovada por inspeção, observando-seainda os seguintes requisitos:

a) a proteção lateral não poderá ser usada como apoio natural para as chapas;

b) deverá ser destinada uma área, devidamente demarcada no piso, de no mínimo um metro e vintecentímetros de largura em torno dos cavaletes para a circulação de pessoas.

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§ 2º Enquanto as exigências prescritas no item 2 (Carro porta-bloco e carro transportador) do Anexo I estiveremsendo implantadas, os carros porta-blocos e carros transportadores que se encontram em uso, devem teresta condição comprovada por profissional legalmente habilitado.

Art. 5º Em cinco anos, contados da data da publicação desta portaria, todas as empresas que manuseiam chapas demármore, granito e outras rochas devem instalar sistema de movimentação mecânica por pontes -rolantes,talhas ou similar, eliminando o uso de carrinhos de duas rodas para transporte de chapas .

Art. 6º As infrações ao disposto no item 11.4.1 da NR-11, serão punidas na gradação I-4, conforme os anexos I e II daNR-28.

Art. 7º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

RUTH BEATRIZ VASCONCELOS VILELA

Secretária de Inspeção do Trabalho

PAULO GILVANE LOPES PENA

Diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho

PORTARIA N.º 63, DE 02 DE DEZEMBRO DE 2003

“Compatibilização do subitem 22.36.12.1 ao subitem5.35 da NR-05.”

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO e o DIRETOR INTERINO DO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA ESAÚDE NO TRABALHO, no uso de suas atribuições legais e, considerando as propostas de adequações técnicas ao textovigente da Norma de Segurança e Saúde Ocupacional da Mineração – NR 22, aprovada pela Portaria Ministerial 2.037 de15 de dezembro de 1999, definidas na 9ª Reunião Ordinária da Comissão Permanente Nacional do Setor Mineral – CPNM,resolvem:

Art. 1º Alterar a redação do subitem 22.36.12.1 disposto, da NR 22 – Norma de Segurança e Saúde Ocupacional daMineração, e acrescentar o subitem 22.36.12.1.1, que passam a vigorar como a seguir:

Art. 2º Retificar a Portaria n.º 27, de 1º outubro de 2002, publicada no D.O.U. de 03 de outubro de 2002, Seção 1, página105, que altera a redação de itens da Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde Ocupacional da Mineração– NR 22, por ter sido publicado com duplicidade o item 22.26.1, leia-se a seguinte redação:

Art. 3º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

RUTH BEATRIZ VASCONCELOS VILELA

RINALDO MARINHO COSTA LIMA

PORTARIA N.º 70, DE 12 DE MARÇO DE 2004

“Atualiza o Anexo II da NR-28, em virtude da inserçãodo Regulamento Técnico de Procedimentos sobreMovimentação e Armazenamento de Chapas deMármore, Granito e Outras Rocha, na NR-11”

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO, e o DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NOTRABALHO, no uso de suas atribuições legais, e

Considerando o estabelecido no artigo 1º da Portaria n.º 56, de 17 de setembro de 2003, que acrescenta o item 11.4 e osubitem 11.4.1 na NR-11, que se trata do Regulamento Técnico de Procedimentos sobre Movimentação e Armazenagemde Chapas de Mármore, Granito e Outras Rochas, e no artigo 6º que estipula que as infrações sobre este subitem serãopunidas na gradação de risco I-4, resolvem:

Art. 1º Definir o seguinte código de norma para o novo subitem da NR-11, que passa a integrar o Anexo II da NR-28:

Art. 2º Retificar a Portaria n.º 63, de 02 de dezembro de 2003, publicada no D.O.U. de 04 de dezembro de 2003, Seção1, página 115, que altera a redação do subitem 22.36.12.1 e acrescenta o 22.36.12.1.1 da Norma Regulamentadorade Segurança e Saúde Ocupacional da Mineração – NR 22:

Onde se lê: “22.36.2.1” e “22.36.2.1.1”

Leia-se: “22.36.12.1” e “22.36.12.1.1”

Art. 3º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação, sendo revogadas as disposições em contrário.

RUTH BEATRIZ VASCONCELOS VILELA

RINALDO MARINHO COSTA LIMA

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PORTARIA INTERMINISTERIAL N° 775, DE 28 DE ABRIL DE 2004

“Proíbe a comercialização de produtos acabados quecontenham “benzeno” em sua composição, admitindo,porém, alguns percentuais”

OS MINISTROS DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO E DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhes confere o art.87 da Constituição, e

Considerando que o benzeno é um produto cancerígeno, para o qual não existe limite seguro de exposição;

Considerando que existe possibilidade técnica de diminuir o teor de benzeno em produtos acabados;

Considerando os estudos, pesquisas e eventos científicos desenvolvidos pela Comissão Nacional Permanente doBenzeno -CNPBz, para propor a redução da concentração de benzeno em produtos

acabados, atendendo aos itens 8.1.4 e 8.1.5 do Acordo do Benzeno; e

Considerando, ainda, o contido na ata da Reunião Plenária da CNPBz, realizada nos dias 22 e 23 de agosto de 2002,resolvem:

Art. 1° Proibir, em todo o Território Nacional, a comercialização de produtos acabados que contenham “benzeno” em suacomposição, admitida, porém, a presença desta substância, como agente contaminante, em percentual nãosuperior a:

a) 1% (um por cento), em volume, até 30 de junho de 2004;

b) 0,8% (zero vírgula oito por cento), em volume, a partir de 1° de julho de 2004;

c) 0,4% (zero vírgula quatro por cento), em volume, a partir de 1° de dezembro de 2005; e

d) 0,1% (zero vírgula um por cento), em volume, a partir de 1° de dezembro de 2007.

§ 1° Aos combustíveis derivados de petróleo é admitido um percentual não superior a 1% (um por cento), emvolume.

§ 2° Os produtos sob o regulamento sanitário conforme a Lei n° 6.360, de 23 de setembro de 1976, seguirão aResolução - RDC n° 252, de 16 de setembro de 2003 e suas atualizações.

Art. 2º Estabelecer a obrigatoriedade de que o rótulo de qualquer produto acabado que contenha mais de 0,01% (zerovírgula zero um por cento), em volume, de benzeno, deve indicar a presença e a concentração máxima destearomático.

Art. 3º Fixar o prazo de 180 dias, após a publicação deste ato, para que os fabricantes e distribuidores dos produtosacabados se adequem ao disposto no artigo 2° desta portaria.

Art. 4º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

RICARDO BERZOINI

HUMBERTO COSTA

PORTARIA Nº 776, DE 28 DE ABRIL DE 2004

“Dispõe sobre a regulamentação dos procedimentosrelativos à vigilância da saúde dos trabalhadoresexpostos ao benzeno, e dá outras providências”

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando o arcabouço jurídico legal que fundamenta as ações de Saúde do Trabalhador no País, conforme o dispostonos arts. 198 e 200 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, combinado com os preceitos da LeiOrgânica da Saúde - Lei nº 8080/90 e da Portaria nº 3.120/GM, de 1º de julho de 1998, que dispõe sobre a InstruçãoNormativa de Vigilância em Saúde do Trabalhador;

Considerando o determinado no Acordo Benzeno, assinado em 1995, Capítulo III - Das Competências, nos subitens 4.1.3e 5.3, que prevêem responsabilidades para o Ministério da Saúde e para o Ministério do Trabalho e Emprego, com relaçãoà Vigilância da Saúde dos Trabalhadores na Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno;

Considerando a necessidade de articular, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, ações de prevenção, promoção erecuperação da saúde dos trabalhadores urbanos e rurais independentemente do vínculo empregatício e do tipo deinserção no mercado de trabalho;

Considerando a necessidade de garantir a atenção em saúde do trabalhador no SUS, incluindo ações de assistência,vigilância e promoção;

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Considerando que o acompanhamento epidemiológico sistemático das populações expostas a agentes químicos é umadas formas de controle sanitário que permite a detecção de casos de agravos à saúde precocemente; e

Considerando que o benzeno é um agente mielotóxico regular, leucemogênico e cancerígeno, mesmo em baixasconcentrações, resolve:

Art. 1º Instituir, na forma do Anexo desta Portaria, as Normas de Vigilância à Saúde dos Trabalhadores expostos aoBenzeno nos processos de trabalho que produzem, utilizam, transportam, armazenam ou manipulam benzeno e,ou suas misturas líquidas.

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

HUMBERTO COSTA

Ministro da Saúde

ANEXO

NORMAS DE VIGILÂNCIA À SAÚDE DOS TRABALHADORES EXPOSTOS AO BENZENO

1 - OBJETIVO

Regulamentar os procedimentos relativos à vigilância da saúde dos trabalhadores expostos ao benzeno.

2 - CAMPO DE APLICAÇÃO

As empresas e respectivas contratadas que produzem, utilizam, transportam, armazenam e manipulam benzeno ou suasmisturas líquidas para os serviços de saúde públicos e privados, laboratórios e outras instâncias institucionais do campoda saúde do trabalhador.

3 - CONCEITOS

Vigilância Epidemiológica - Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento,a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes da saúde individual e coletiva,com a finalidade de recomendar e adotar medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos (Lei nº 8.080/90).

Vigilância Sanitária - Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenirriscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens eda prestação de serviços de interesse da saúde (Lei nº 8.080/90).

Vigilância em Saúde do Trabalhador - Entende-se por vigilância em saúde do trabalhador uma atuação contínua esistemática, ao longo do tempo, no sentido de detectar, conhecer, pesquisar e analisar os fatores determinantes econdicionantes dos agravos à saúde relacionados aos processos e ambientes de trabalho, em seus aspectos tecnológico,social e organizacional e epidemiológico, com a finalidade de planejar, executar e avaliar intervenções sobre essesaspectos, de forma a eliminá-los ou controlá-los (Instrução Normativa de Vigilância em Saúde do Trabalhador no SUS -Portaria nº 3.120/GM, de 1º de julho de 1998).

Benzeno - É um hidrocarboneto aromático que se apresenta como um líquido incolor, lipossolúvel, volátil, inflamável,de odor característico, perceptível a concentrações da ordem de 12 ppm, cuja fórmula molecular é C6H6. Registro CASn.71-43-2, registro ONU n.1114.

Benzenismo - Conjunto de sinais, sintomas e complicações decorrentes da exposição aguda ou crônica ao hidrocarbonetoaromático, benzeno. As complicações podem ser agudas, quando houver exposição a altas concentrações com presençade sinais e sintomas neurológicos, ou crônicas, com sinais e sintomas clínicos diversos, podendo ocorrer complicaçõesa médio ou a longo prazo, localizadas principalmente no sistema hematopoético.

4- DIRETRIZES

4.1- Diagnóstico da Intoxicação Ocupacional pelo Benzeno

4.1.1 - Introdução: O benzeno é um mielotóxico regular, leucemogênico e cancerígeno, mesmo em baixas concentrações.Outras alterações podem também ocorrer como descrito a seguir. Não existem sinais ou sintomas patognomônicosda intoxicação.

4.1.2 - Síndrome Clínica da Intoxicação pelo Benzeno:

Quadro Clínico e Laboratorial da Toxicidade pelo Benzeno:

Considera-se toxicidade do benzeno (ou benzenismo) quando a pessoa apresenta um conjunto de sinais esintomas e que tenha sido exposta ao benzeno. O quadro clínico de toxicidade ao benzeno caracteriza-se por umarepercussão orgânica múltipla, em que o comprometimento da medula óssea é o componente mais freqüente esignificativo, sendo a causa básica de diversas alterações hematológicas.

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Os sinais e sintomas ocorrem em aproximadamente 60% dos casos. São eles: astenia, mialgia, sonolência,tontura e sinais infecciosos de repetição. Os dados laboratoriais hematológicos mais relevantes são representadospelo aparecimento de neutropenia, leucopenia, eosinofilia, linfocitopenia, monocitopenia, macrocitose, pontilhadobasófilo, pseudo Pelger e plaquetopenia.

O diagnóstico de benzenismo, de natureza ocupacional, é eminentemente clínico e epidemiológico, fundamentando-sena história de exposição ocupacional e na observação de sintomas e sinais clínicos e laboratoriais descritos anteriormente.

Entende-se como exposição ocupacional à exposição acima de níveis populacionais, decorrente de atividadeslaborais.

Em pessoas potencialmente expostas ao benzeno, todas as alterações hematológicas devem ser valorizadas,investigadas e justificadas.

A toxicidade do benzeno pode ser aguda ou crônica. Em cada um desses casos há sinais e sintomas clínicosque descreveremos a seguir:

Efeitos Agudos: O benzeno é um irritante moderado das mucosas e sua aspiração em altas concentrações podeprovocar edema pulmonar. Os vapores são, também, irritantes para as mucosas oculares e respiratórias.

A absorção do benzeno provoca efeitos tóxicos para o sistema nervoso central, causando, de acordo com aquantidade ab-sorvida, narcose e excitação seguida de sonolência, tonturas, cefaléia, náuseas, taquicardia,dificuldade respiratória, tremores, convulsões, perda da consciência e morte.

Efeitos Crônicos: Principais Agravos À Saúde Alterações Hematológicas: Vários tipos de alterações sangüíneas,isoladas ou associadas, estão relacionadas à exposição ao benzeno. Em virtude da lesão do tecido da medulaóssea (local de produção de células sangüíneas), essas alterações correspondem, sobretudo, a hipoplasia,displasia e aplasia.

O aparecimento de macrocitose, pontilhado basófilo, hiposegmentação dos neutrófilos (pseudo Pelger), eosinofilia,linfocito-penia e macroplaquetas são alterações precocemente apreciadas na toxicidade benzênica.

A hipoplasia da medula óssea pode ocasionar, no sangue periférico, citopenia(s). A leucopenia com neutropeniacorresponde à principal repercussão hematológica da hipoplasia secundária ao benzeno e, em menor freqüência, àplaquetopenia isolada ou associada à neutropenia. Estudos realizados em medula óssea de trabalhadores combenzenismo evidenciaram a relação entre a neutropenia periférica e a hipoplasia granulocítica, numa mediana dequatro anos de exposição. Estudo posterior, realizado com a mesma coorte de pacientes, após o afastamento daexposição, demonstrou um tempo médio de 5 anos para a recuperação hematológica periférica.

A aplasia da medula óssea, que corresponde à depressão de todas as linhagens hematológicas, expressa-se nosangue periférico através de pancitopenia (leucopenia, plaquetopenia e anemia).

O caráter leucemogênico do benzeno é amplamente reconhecido.

As transformações leucêmicas, precedidas ou não por alterações mielodisplásicas, são objeto de diversas publicações,sendo a leucemia mielóide aguda, entre todas, a mais freqüente. Outras variantes são também descritas.

Além de leucemogênica, a toxicidade por benzeno está também relacionada ao surgimento de outras formas dedoenças onco-hematológicas, como linfoma não-Hodgkin, mieloma múltiplo e mie-lofibrose, embora em menor freqüência.

Alterações Neuro-Psicológicas e Neurológicas: São observadas alterações como: atenção, percepção, memória,habilidade motora, viso-espacial, viso-construtiva, função executiva, raciocínio lógico, linguagem, aprendizagem e humor.

Além dessas disfunções cognitivas, surgem outras alterações como: astenia, cefaléia, depressão, insônia,agitação e alterações de comportamento.

São também descritos quadros de polineuropatias periféricas e mielites transversas.

No sistema auditivo podem aparecer alterações periféricas como centrais, podendo ser observadas: perdasauditivas neurossensoriais, zumbidos, vertigens e dificuldades no processamento auditivo.

Outras Alterações: Foram observadas alterações cromossômicas numéricas e estruturais em linfócitos ecélulas da medula óssea de trabalhadores expostos ao benzeno. É possível fazer avaliação de danos cromossomiaisatravés de técnicas citogenéticas.

Podem ocorrer alterações dermatológicas tais como eritema e dermatite irritativa de contato por exposiçõesocupacionais repetidas e prolongadas ao benzeno.

Outras formas de câncer podem ser observadas devido a associação da exposição do benzeno com gás decoqueria e de vazamentos em indústrias que manipulam correntes de naftas ou produtos petroquímicos.

4.1.3 - Parâmetros Clínico-Laboratoriais

Parâmetros Clínicos: Durante a condução diagnóstica dos casos suspeitos de leucopenia secundária à toxicidadebenzênica, alguns fatores devem ser considerados: as enfermidades ou as situações clínicas e fisiológicas que cursamcom leucopenia, como, por exemplo, colagenoses, viroses, alcoolismo, exposição a medicamentos e a outros agentesmielotóxicos devem ser investigadas. As neutropenias constitucionais e as situações anteriormente descritas devemser objeto de análise sistemática, sem, contudo, permitir que sua comprovação seja suficiente para afastar a hipótesede associação com a toxicidade benzênica, (veja principais causas de leucopenias no QUADRO I).

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Quadro I

Por outro lado, uma série histórica evidenciando valores leucocitários baixos e constantes, na ausência de examespré-admissionais, não deve ser suficiente para afastar neutropenia secundária ao benzenismo; o caso deve,portanto, permanecer em investigação.

Uma criteriosa análise do quadro clínico é insubstituível.

Para se ter uma visão panorâmica, não se deve considerar apenas os resultados de exames, devendo servalorizada também, a história ocupacional.

Hemograma: O hemograma é um dos principais instrumentos laboratoriais para detecção de alterações tardiasda hematopoese em casos de toxicidade crônica por benzeno. Deve ser realizado pelo método automático comhemocitoscopia criteriosa. Deve-se salientar que a coleta deve ser realizada, na ausência de jejum.

Os valores referenciais para fins de análise devem ser os do próprio indivíduo em período prévio à exposiçãoa qualquer agente mielotóxico. Do ponto de vista prático, caso seja desconhecido, admite-se como supostamenteanormal toda leucopenia que, após ampla investigação, nenhuma causa reativa possa ser apontada que ajustifique.

Os resultados de hemogramas devem ser organizados na forma de série histórica de forma a permitir acomparação sistemática e permanente dos dados e análise de alterações eventuais ou persistentes.

Deve-se salientar que todos os trabalhadores expostos ao benzeno, portadores de leucopenia isolada ouassociada à outra alteração hematológica, são, a princípio, suspeitos de serem portadores de lesão da medulaóssea mediada pelo benzeno. A partir desse ponto de vista, na ausência de outra causa, a leucopenia deve seratribuída à toxicidade por essa substância.

Outros Exames: A análise clínica dos casos suspeitos deve nortear os passos seguintes até a conclusãodestes. Pode ser necessária a realização de uma grande variedade de exames, como punção aspirativa e, oubiópsia de medula óssea, estudos citogenéticos, entre outros que ficam a critério de especialista.

4.1.4 - Protocolo de Investigação de Casos Suspeitos:

O protocolo de investigação de dano em expostos ao benzeno deve conter as seguintes informações e procedimentos:

a) História Clínica Atual e Pregressa, incluindo a investigação de exposição a agentes mielotóxicos(medicamentos, radiação ionizante, entre outros), interrogatório dos diversos aparelhos, antecedentespessoais e familiares e exame físico completo;

b) História Ocupacional Atual (antecedentes profissionais) com informação sobre as empresas, setores,funções, tarefas e respectivos períodos de trabalho;

c) Levantamento dos Dados Hematológicos de que dispõe o trabalhador, inclusive os anteriores à admissãona empresa suspeita de causadora da toxicidade;

d) Exames Complementares:

- Hemograma com análise quantitativa e qualitativa das três séries sangüíneas e contagem dereticulócitos. Na ausência da série histórica, realizar três hemogramas com intervalo de 15 dias.

- Transaminases (AST e ALT), gama glutamil transferase, bilirrubinas totais e frações e LDH.

- Provas de atividades reumáticas ou inflamatórias: VHS, Proteína C reativa e FAN.

- Marcadores de Hepatite B e C (anti-HBS Ag, anti-HBc –IgM e anti-HCV).

- Anti-HIV.

e) Estudo da Medula Óssea (Biópsia de medula óssea e mielograma) - sempre que indicados clinicamente;

f ) Outros Exames - poderão ser solicitados, de acordo com o exame clínico; e

g) Outras Investigações:

- Avaliação Sobre o Sistema Nervoso Central - Avaliação de queixas neuropsicológicas eneuropsiquiátricas, efeitos ototóxicos e alterações citogenéticas deverão ser realizados sempreque necessário.

- Avaliação Neuropsicológica / Neurocomportamental, É um instrumento para investigação dosefeitos que à exposição a substâncias neurotóxicas produz sobre os processos psíquicos nohomem.

- Objetiva estabelecer a presença ou não de disfunção cognitiva e distúrbios afetivos e localizaralterações sutis, a fim de detectar as disfunções ainda em estágios iniciais.

- O benzeno, como os solventes, pode causar distúrbios de memória de curto prazo, raciocínio eresoluções de problemas, execução de tarefas visoconstrutivas ou verbais e habilidade de planejar.

- A avaliação das alterações neuropsicológicas é feita por meio de bateria de testes específicos,padronizados e de entrevista clínica.

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- Avaliação Neurológica - Para investigar os efeitos da exposição ao benzeno, bem como a solventesorgânicos no sistema auditivo, o uso de exames convencionais como a audiometria tonal por viaaérea e óssea e a audiometria vocal podem não ser suficientes.

- O emprego de outros testes audiológicos como imitanciometria, exame vestibular, otoemissãoacústica, audiometria de tronco cerebral e provas de processamento auditivo são importantes paracomplementar informações sobre o topodiagnóstico da lesão.

4.1.5 - Conclusão Diagnóstica:

O diagnóstico diferencial da intoxicação crônica pelo benzeno deverá ser conduzido pelo médico clínico responsávelde acordo com o que lhe parecer adequado.

Do Caso Para Ser Investigado:

Critérios Para Iniciar a Investigação do Caso de Toxicidade Crônica do Benzeno - Alterações Hematológicas:

Para o reconhecimento de casos que serão investigados, deverão ser evidenciadas as seguintes situações emindivíduos expostos ocupacionalmente ao benzeno.

Embora estejam explícitos somente os critérios de alteração nos valores da contagem de leucócitos totais, todasas alterações hematológicas, consideradas relevantes, devem ser valorizadas e investigadas.

Constatação de alterações hematológicas - Instalação de leucopenia.

Para análise da leucometria, recomenda-se:

4.1.5.1 - Para Trabalhadores sem História de Exposição:

A média de 3 hemogramas realizados com intervalo de 15 dias, sendo o primeiro realizado noprocesso de admissão no emprego.

Esse será o parâmetro de comparação para verificação da instalação de leucopenia.

4.1.5.2 - Para Trabalhadores Antigos:

- O exame admissional anterior à exposição a agentes mielotóxicos servirá como referência.

- Caso não se localize o exame referido no item anterior, deve-se utilizar a média da contagemde leucócitos dos hemogramas anteriores à instalação da tendência decrescente.

- Quando, em juízo profissional, não for possível usar os dois critérios acima, adotar os valoresde referência de Williams 2001, valores fixos populacionais contidos na Tabela 1 do anexo 1Adestas Normas.

Devem ser alvo de investigação os trabalhadores que apresentarem:

(1) QUEDA RELEVANTE E PERSISTENTE DA LEUCOMETRIA, constatada através de 3 (três)exames com intervalo de 15 (quinze) dias, com ou sem outras alterações associadas.

Um índice arbitrário de 20% de redução da leucometria poderá ser usado para considerar quedasignificativa em relação aos critérios anteriores. Essa taxa poderá ser reavaliada, baseada emnovos estudos. Variações menores e a presença de outras alterações hematológicas devem serconsideradas, quando suspeitada sua relevância.

Observação: na análise de séries históricas consolidadas com grandes períodos deacompanhamento, deve ser considerado o patamar pré-exposição ou o mais próximo possíveldesse período.

(2) PRESENÇA DE ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS EM HEMOGRAMAS SERIADOS, sem outrosachados clínicos que as justifiquem, como:

- AUMENTO DO VOLUME CORPUSCULAR MÉDIO (macrocitose), diminuição do número absolutode linfócitos (linfopenia ou linfocitopenia);

- LEUCOCITOSE PERSISTENTE;

- ALTERAÇÕES NEUTROFÍLICAS: Pontilhado basófilo, hiposegmentação dos neutrófilos (pseudoPelger);

- PRESENÇA DE MACROPLAQUETAS;

- LEUCOPENIA COM ASSOCIAÇÃO DE OUTRAS CITOPENIAS (plaquetopenia).

DO CASO CONSIDERADO SUSPEITO

Considera-se CASO SUSPEITO de toxidade crônica por benzeno a presença de alteraçãohematológica relevante e sustentada.

A relevância foi definida nos critérios anteriores e a sustentabilidade considerada mínima é definidaapós a realização de 3 hemogramas com intervalos de 15 dias entre eles. Nas situações em quepersistem as alterações nesse tempo mínimo de 45 dias, considera-se o CASO SUSPEITO.

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Deve ser iniciada investigação segundo item protocolo de investigação de caso suspeito destas Normas.

DO CASO CONFIRMADO DE TOXICIDADE CRÔNICA DO BENZENO

Ao se realizar a avaliação clínico-laboratorial do caso suspeito e confirmada a ausência deenfermidades concomitantes que possam acarretar tais alterações além da exposição ao benzeno,fica estabelecido o diagnóstico de benzenismo.

4.2 - Tratamento de Intoxicação Ocupacional pelo Benzeno Não existe tratamento medicamentoso específico para oscasos de intoxicação pelo benzeno.

O acompanhamento médico para os casos confirmados de intoxicação deve ser regular e em longo prazo. Asintercorrências clínicas devem ser tratadas com precocidade. As perturbações de ordem psíquica e social causadasaos indivíduos devem merecer atenção especializada em programas de saúde integrados sob o enfoque dotrabalho.

4.3 - Prognóstico de Intoxicação Ocupacional pelo Benzeno

4.3.1 - Os trabalhadores que apresentaram alterações hematológicas devido à exposição ao benzeno devem serconsiderados suscetíveis ou hipersensibilizados, sendo maior o risco de agravamento do quadro, emespecial o desenvolvimento de neoplasias.

4.3.2 - É possível a reversão do quadro hematológico periférico que pode ocorrer após um período longo doafastamento do risco. Porém, a reversão para a “normalidade” do quadro hematimétrico, no sangueperiférico, não deve ser considerada como estado de cura.

Todas as pessoas expostas e que manifestaram alterações hematológicas devem ter acompanhamentomédico, devendo seu posto de trabalho e sua atividades serem analisados, no sentido de serem afastadasda exposição ocupacional ao benzeno, utilizando-se para tal o anexo 2 como critério. Tal procedimento deveser assegurado pela empresa e aprovado pelo órgão competente da fiscalização do ambiente de trabalho(MTE/DRT e SUS).

4.3.3 - A reversão das alterações periféricas para níveis hematimétricos normais não exclui a possibilidade deevolução para o agravamento, como a manifestação de hemopatias malignas ou anemia aplástica tardia.

4.3.4 - Mesmo após a remissão das alterações hematológicas periféricas ou de outras manifestações clínicas, oscasos deverão ser acompanhados clínica e laboratorialmente de forma permanente, com periodicidade pelomenos anual, através da realização de exames complementares propostos em um protocolo deacompanhamento pelo órgão de referência do SUS.

4.3.5 - A normalização ou estabilidade dos valores hematimétricos do sangue periférico, após afastamento doambiente de trabalho, não descaracteriza a intoxicação e nem constitui critério para retorno a um ambienteou função com risco de exposição.

4.4 - Conseqüências do Afastamento

4.4.1 - Alterações Psicossociais: A condição de incapaz, ainda que temporária ou circunstancial, para o trabalho,pode acarretar sérios transtornos psicossociais a esses indivíduos, entre os quais destacamos:

- Perda da Identidade Psicossocial: o indivíduo perde a sua referência social, ao deixar de ocupar o lugarque lhe era socialmente conferido, o que acarreta a conseqüente perda da identidade psíquica. Oindivíduo não sabe mais quem é, nem que lugar ocupa.

- Estigmatização: o indivíduo se sente marcado - cabe lembrar que a palavra estigma é sinônimo deferrete, instrumento que era usado para marcar os escravos - pela sua condição de não trabalhador.Essas alterações psicossociais características dos trabalha-dores, configuram um quadro psicopatológicopeculiar do afastamento, onde uma alteração orgânica - por exemplo, uma leucopenia, propicia odesenvolvimento de outra, de ordem psíquica, ou seja, a necessidade de afastamento desses trabalhadoresde áreas contaminadas pelo benzeno, somada à especificidade da qualificação da maioria dessestrabalhadores, o que os impossibilita de trabalharem em outra atividade econômica, faz com que, mesmoafastados, ou mais precisamente em virtude desse afastamento, se produza um adoecimento denatureza psicossocial.

4.5 - Prevenção:

Considerando-se as características do produto como toxicidade e carcinogenicidade, as ações preventivas são as que seapresentam como sendo de maior relevância na proteção da saúde. Assim, o ambiente e o processo de trabalho devemassegurar sempre a menor exposição ocupacional possível.

Medidas de proteção coletiva adotadas no processo de trabalho, minimizando a exposição ou eliminando o agente, emedidas de proteção individual contribuem decididamente na prevenção da intoxicação.

A avaliação quantitativa do nível de benzeno no ar, associada

à avaliação individual da exposição e à análise do Índice Biológico de Exposição (IBE) em grupos homogêneos de riscode exposição, constituí ferramenta importante quando se objetiva a avaliação da ex-posição e a implantação de medidasde controle para diminuição e eliminação do risco (vide Instrução Normativa - IN-01 Acordo do Benzeno).

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5. Procedimentos Operacionais

5.1. Procedimentos Administrativos: (Conforme o Acordo Nacional do Benzeno e normatizado na IN-02).

As empresas devem garantir ao trabalhador sob investigação de alteração do seu estado de saúde com suspeita de serde etiologia ocupacional, os seguintes procedimentos:

- afastamento da exposição, de acordo com o anexo 2;

- emissão da CAT;

- encaminhamento ao INSS para avaliação previdenciária;

- encaminhamento ao SUS para investigação clínica e registro;

- custeio pleno de consultas, exames e pareceres necessários à elucidação diagnóstica de suspeita dedanos à saúde provocados por benzeno;

- custeio pleno de medicamentos, materiais médicos, internações hospitalares e procedimentos médicosde tratamento de dano à saúde provocado por benzeno ou suas seqüelas e conseqüências; e

- desencadear ações imediatas de correção, prevenção e controle no ambiente, condições e processos detrabalho.

5.2 - Procedimento Retorno:

Consideram-se como área de retorno os critérios apresentados no anexo 2 devem ser notificados imediatamente ascomissões regionais do Benzeno e, em caso da não existência dessas comissões, aos órgãos de vigilância da Saúde doTrabalhador e ao DRT para verificação do local de retorno.

5.3 - Procedimentos de Informação:

O Ministério da Saúde, a partir dos dados de cadastro de empresas da CNPBz, deverá encaminhar aos respectivosEstados a relação dessas empresas para fins de acompanhamento regional.

5.3.1 - Informações Decorrentes das Empresas:

Cabe aos serviços das empresas cadastradas no MTE encaminhar aos serviços de saúde do trabalhador de sua área deabrangência, em meio magnético padronizado pelo SIMPEAQ, anualmente, no mês de março:

- Nome e registro de trabalhadores com data de nascimento, sexo, função, setor de atividade e empresaem que está prestando serviço no caso de terceiros, com ou sem sinais e sintomas de benzenismo,afastados ou não do trabalho, incluindo os demitidos a contar de um período de 20 anos passados.

- A série histórica de hemogramas realizados em exames admissional, periódicos e demissional, anualmente,no mês de março, em meio magnético padronizado pelo SIMPEAQ.

- Cópia dos resultados das alterações clínicas e dos exames de indicador biológico de exposição realizadosem exames periódicos e demissional, bem como avaliações citoquímicas, imunológicas, citogenéticas,histológicas, neuropsicológicas e neuropsiquiátricas, realizadas em trabalhadores expostos ao benzeno,em meio magnético padronizado pelo SIMPEAQ.

- Dados de monitorização ambiental do benzeno (exposição individual e de área; média ponderada pelotempo, curta duração, instantâneas de emergência ou não) realizada nos diversos setores da empresa,a cada semestre.

- As informações de acidentes com vazamentos, em 24 horas, e o registro permanente de modificaçõesoperacionais e estruturais das plantas.

Observações:

- É de responsabilidade solidária de contratantes e contratadas o envio e a padronização das informaçõescontidas nos itens 1 a 7.

- Os prontuários médicos dos trabalhadores e dos intoxicados devem ser mantidos à disposição daqueles,dos seus representantes legalmente constituídos e dos órgãos públicos por, no mínimo, 20 (vinte) anosapós o desligamento do trabalhador.

5.3.2 - Informações Decorrentes de Outras Instâncias:

As instâncias e serviços que atuam na área de saúde do trabalhador deverão realizar a vigilância epidemiológicade morbi-mortalidade de casos de aplasia de medula e câncer do sistema hematopoético, ocorridos em maioresde 18 anos de idade. Esse sistema deve ser gerenciado pelos serviços de saúde do trabalhador responsáveispor cada região, que terão as seguintes atribuições:

- analisar dos os dados das companhias de seguros das empresas cadastradas no MTE relativas a estesdados;

- identificar regionalmente os serviços de hematologia e oncologia que notificarão, conforme ficha denotificação anexa, os ser-viços de saúde do trabalhador da região. Por sua vez, esses serviços de saúdedo trabalhador deverão investigar o nexo com a exposição ao benzeno em cada um desses casos;

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- os dados confirmados de nexo com a exposição ao benzeno deverão ser comunicados pelos serviços desaúde via SINAN.

Os laboratórios de análises clínicas deverão notificar ao responsável pela vigilância em saúde do trabalhador desua área todos os resultados de indicadores biológicos de exposição do benzeno, anualmente, em meio magnético,conforme padronização pelo SIMPEAQ.

Todos os dados constantes do Sistema de Informação deverão ser analisados e compilados nos diversos níveisdo sistema (região/Município, Estado, Ministério da Saúde) e gerenciados pelas comissões regionais deacompanhamento do acordo do benzeno. O Ministério da Saúde deverá fazer a publicação anual dos dadosanalisados e compilados a esse nível.

5.4. Procedimentos de Intervenção:

Os serviços de saúde do trabalhador realizarão a vigilância dos ambientes e processos de trabalho, compreendendo aanálise, a investigação, a orientação, a fiscalização e a aplicação de penalidades nas empresas, por meio de inspeçõessanitárias.

A notificação, a intimação, a autuação, a multa, a suspensão de atividades e a interdição seguirão legislação da áreade abrangência do serviço, de acordo com as legislações e portarias pertinentes, tais como Códigos Sanitários, Lei nº8080/90 e Portaria nº 3120/GM, de 1º de julho de 1998.

Critérios para priorização da vigilância dos ambientes de trabalho:

- estatísticas geradas pelos Sistemas de Informação (SINAN, SIMPEAQ entre outros);

- o não-cumprimento de qualquer norma estabelecida para o benzeno;

- denúncia de trabalhadores, meios de comunicação ou sociedades civis;

- solicitação do sindicato de trabalhadores; e

- investigações sistemáticas.

Os serviços de saúde do trabalhador deverão privilegiar na intervenção nos ambientes de trabalho:

Análise das informações existentes (atas de CIPA, ROAS, PPEOB, PPRA, PCMSO, programas de saúde, ambientee segurança, informações de outras instituições).

Análise e observação das situações potenciais de risco.

Estabelecimento de propostas de eliminação, controle e redução de risco.

Participação dos trabalhadores e seus representantes em todas as etapas da intervenção.

Processos de discussão, de negociação e de formalização de acordos envolvendo empregadores, governo, trabalhadorese sociedade civil para estabelecimento de medidas de eliminação, controle e redução da exposição ao benzeno além doprevisto na legislação.

Ações de integração interinstitucionais com o Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério da Previdência Social, osMinistérios Públicos, as Secretarias de Meio Ambiente, e as Instituições de ensino e pesquisa, entre outras.

Os serviços de saúde do trabalhador deverão manter atualizado o cadastro das empresas de produção, utilização,manipulação, armazenamento ou transporte de benzeno na sua área de abrangência.

As instâncias estaduais do SUS deverão assessorar os serviços municipais e regionais de saúde do trabalhador nasações de vigilância dos ambientes de trabalho e realizá-las em caráter complementar.

Deverão ser incentivadas a criação e as ações de instâncias regionais de acompanhamento do acordo nacional dobenzeno.

O Ministério da Saúde estabelecerá estratégias de integração entre os pólos de vigilância visando o reforço damunicipalização e à comunicação entre os níveis do sistema.

6 – ANEXOS

1A

1B

TABELA 3: DIFERENÇAS ÉTNICAS E DE HORÁRIO DE COLETA NO HEMOGRA, SEGUNDO

WINTROBE - 10 A EDIÇÃO - 1999.

Nota: Os valores das tabelas 1, 2 e 3 demonstram que as variações são diferentes segundo a base populacional e asvariabilidades decorrentes de métodos de coleta diversificados. Cabe destacar a necessidade de serem estabelecidosvalores a partir da experiência brasileira e que estes deverão estar disponíveis assim que forem definidos.

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ANEXO 2

CRITÉRIOS DE RETORNO DE TRABALHADORES AFASTADOS DO TRABALHO POR

AGRAVOS À SAÚDE DECORRENTES DA EXPOSIÇÃO AO BENZENO

1 - Objetivo: Definir parâmetros para o retorno seguro de trabalhadores afastados por agravos à saúde decorrentes daexposição ao benzeno.

2 - Critérios: O local de trabalho deve ser avaliado quanto aos seguintes critérios:

- avaliação da exposição - qualitativa e quantitativa; e

- avaliação epidemiológica de agravos à saúde dos trabalhadores.

3 - Critérios de Avaliação da Exposição:

Qualitativa: O trabalhador em situação de retorno, independentemente da área ou setor para onde for lotado, não deveparticipar de atividades que representam risco de exposição acima de 0.1 ppm, tais como (lista exemplificativa):

Paradas, emergências, vazamentos;

Leitura de nível de tanque com trena (e temperatura);

Transferências e carregamento de produtos;

Comando de evasões;

Coletas de amostras de produtos, insumos, matérias-primas, etc., para fins de controle de qualidade de processo;

Limpeza de equipamentos;

Acompanhamento de serviços de manutenção ou de liberação de equipamentos;

Atividade envolvendo outros mielotóxicos; e

A empresa deve possuir procedimento escrito que garanta o cumprimento deste critério e deve orientar seus trabalhadoresquanto a esse procedimento.

Quantitativa: O trabalhador somente poderá ser lotado em área ou setor onde esteja ocorrendo controle rigoroso dasconcentrações de benzeno, de acordo com a IN-01.

Os resultados de avaliação da concentração de benzeno na área e na atividade não devem ultrapassar 0,1 ppmv MPT.

Para avaliação da conformidade com o valor de referência para retorno (0,1 ppm), serão considerados os resultados dasconcentrações obtidas no processo de avaliação realizado pela empresa, devendo ser submetidos à avaliação e validaçãodas autoridades públicas competentes, TEM e/ou SUS, tanto o processo de coleta e análise quanto os valores obtidos.

4 - Critério de Avaliação Epidemiológica:

Realizar comparação das séries históricas de hemogramas de pelo menos 30 trabalhadores do setor/atividade escolhidapara o retorno. Analisar a existência de casos de alterações hematológicas possivelmente relacionadas ao benzeno.Quando o setor tiver menos que 30 trabalhadores, considerar a população total dos trabalhadores do setor e a sua históriaepidemiológica para agravos à saúde decorrentes da exposição ao benzeno. É recomendado que o (s) grupos (s)homogêneos (s) de referência para avaliação seja (m) constituído (s) por empregados com cinco anos ou mais na atividadeou local de trabalho.

Na ocorrência de pelo menos um caso de diminuição persistente de, no mínimo, 20% da média dos parâmetros hematológicosconsiderados pela IN-02, sem justificativa clínica, deve ser caracterizada a existência de suspeitos de mielotoxidadeocupacional no grupo avaliado.

A presença de suspeitos de mielotoxicidade no setor ou atividade implica setor inadequado para o retorno do trabalhador.

Observações:

Caso o empregado tenha sido remanejado de área com exposição, o seu histórico deve ser avaliado à luz das atividadesna nova área.

Na ausência de série histórica, recomenda-se a utilização dos seguintes parâmetros:

- realização do indicador biológico adotado pela empresa para avaliação de exposições a benzeno até 1ppm (ácido trans, trans - mucônico urinário, por exemplo) no (s) grupo(s) homogêneo (s) de referência;

- comparação do hemograma atual com o exame admissional; e

- na ausência de exame admissional deve ser considerado como referência o critério de Williams (IN-02)para avaliação.

Validação: O GTB deverá participar do processo de seleção das áreas/atividades para o retorno dos trabalhadores,observando o item 9.7.1 nos casos de discordância.

A liberação da área/atividade para retorno deverá ser realizada pelas autoridades competentes na área de saúde esegurança.

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Giovanni Moraes de Araújo242

ANEXO 3

Ficha de notificação de elevação do indicador biológico de exposição do benzeno acima da normalidade:

ANEXO 4

Siglas:

Anti-HBs Ag - marcador da Hepatite B

Anti-HBc -IgM - marcador da Hepatite B

BMO - Biópsia de Medula Óssea

CAS - Código Internacional de Substâncias Químicas

CAT - Comunicação de Acidente de Trabalho

CMV - Citomegalovirus

DRT - Delegacia Regional do Trabalho

FAN - Fator Anti-Nuclear

HIV - Virus da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida

HCV - Vírus da Hepatite C

IBE - Indicador Biológico de Exposição

IgM - Imunoglobulina M

INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social

MO - Medula Óssea

MS - Ministério da Saúde

MTE - Ministério do Trabalho e Emprego

LES - Lupus Eritematoso Sistêmico

ONU - Organização das Nações Unidas

PCMSO - Plano de Controle Médico de Saúde Ocupacional

PPEOB - Plano de Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno

PPRA - Plano de Prevenção de Riscos Ambientais

SIMPEAQ - Sistema de Informações de Populações Expostas a Agentes Químicos

SUS - Sistema Único de Saúde

VHS - Velocidade de Hemossedimentação

PORTARIA N.º 82 DE 01 DE JUNHO DE 2004

“Altera a redação do item 11.2.5 e revoga o item 11.2.6da NR-11”

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO, e o DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NOTRABALHO, no uso de suas atribuições legais, e

Considerando a necessidade de atualização e adequação do texto da Norma Regulamentadora n.º 11 – Transporte, Movimentação,Armazenagem e Manuseio de Materiais, e a demanda de elaboração de proposta de texto pela FUNDACENTRO para os itens11.2.5 e 11.2.6, contida na Ata da 36ª Reunião Ordinária da Comissão Tripartite Paritária Permanente – CTPP; e

Considerando que a alteração proposta foi consensada pela Comissão Tripartite Paritária Permanente em sua 37ª ReuniãoOrdinária, resolvem:

Art. 1º Alterar a redação do item 11.2.5 que passa a vigorar com o seguinte texto:

Art. 2º Fica revogado o item 11.2.6 da NR-11 e o respectivo código 111.021-7 da NR-28.

Art. 3º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

RUTH BEATRIZ VASCONCELOS VILELA

Secretária de Inspeção do Trabalho

VIRGÍLIO CÉSAR ROMEIRO ALVES

Diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 243

PORTARIA N.º 94, DE 17 DE AGOSTO DE 2004“Inclui na NR-28 os códigos de infrações da NR-30”

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO e o DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NOTRABALHO, no uso de suas atribuições legais e considerando o estabelecido na Portaria MTE n.º 34, de 04 de dezembrode 2002, resolvem:

Art. 1º Incluir na NR 28 as infrações e códigos de ementa para os subitens da NR 30 a seguir:

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

RUTH BEATRIZ VASCONCELOS VILELA

MÁRIO BONCIANI

PORTARIA N.º 99, DE 19 DE OUTUBRO DE 2004“Proibi o processo de trabalho de jateamento que utilizeareia seca ou úmida como abrasivo”

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO e o DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NOTRABALHO, no uso de suas atribuições legais, conforme disposto no inciso II, do artigo 14, e no inciso I, do artigo 16, doDecreto n.º 5.063/04, que aprova a Estrutura Regimental do Ministério do Trabalho e Emprego, e

Considerando que o processo de trabalho de jateamento com areia é gerador de uma elevada concentração de sílicacristalina (quartzo), responsável por uma alta incidência de quadros graves de silicose;

Considerando que a sílica cristalina é uma substância comprovadamente cancerígena e que trabalhadores com silicoseestão mais propensos a contraírem câncer de pulmão;

Considerando que as medidas de controle da exposição à sílica cristalina nas atividades de jateamento com areia sãocomprovadamente inadequadas ou insuficientes;

Considerando a existência de tecnologia disponível para substituição do processo de trabalho de jateamento com areia;

Considerando que os estados do Rio de Janeiro, Santa Catarina e Paraná, já proibiram os sistemas de jateamento com areia; e

Considerando que é de responsabilidade do MTE estabelecer disposições complementares à lei sobre medidas deprevenção de acidentes e sobre proteção do trabalhador exposto a substâncias químicas nocivas,

RESOLVE:

Art. 1º Incluir o item “7”, no título “Sílica Livre Cristalizada”, do Anexo nº 12, da Norma Regulamentadora nº 15 –“Atividades e operações insalubres”, com a seguinte redação:

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor 90 dias da sua publicação.

RUTH BEATRIZ VASCONCELOS VILELA

MÁRIO BONCIANI

PORTARIA Nº 598, DE 7 DE DEZEMBRO DE 2004O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO, no uso de suas atribuições legais e tendo em vista o dispostono art. 200 da Consolidação das Leis do Trabalho, Decreto- Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 e

Considerando a proposta de regulamentação revisada e apresentada pelo Grupo de Trabalho Tripartite da NormaRegulamentadora nº 10, – GTT/NR-10, e aprovada pela Comissão Tripartite Paritária Permanente – CTPP, de acordo como disposto na Portaria nº 1.127, de 02 de outubro de 2003, que estabelece procedimentos para elaboração de normasregulamentares relacionadas à segurança, saúde e condições gerais de trabalho, RESOLVE:

Art. 1º Alterar a Norma Regulamentadora nº 10 que trata de Instalações e Serviços em Eletricidade, aprovada pelaPortaria nº 3.214, de 1978, que passa a vigorar na forma do disposto no Anexo a esta Portaria.

Art. 2º As obrigações estabelecidas nesta Norma são de cumprimento imediato, exceto aquelas de que trata o Anexo II,que contém prazos específicos para atendimento.

Parágrafo único. Até que se exaurem os prazos previstos para cumprimento das obrigações de que trata o Anexo II,permanecerá em vigor a regulamentação anterior.

Art. 3º Criar a Comissão Perma nente Nacional sobre Segurança em Energia Elétrica – CPNSEE, com o objetivo de acompanhara implementação e propor as adequações necessárias ao aperfeiçoamento da Norma Regulamentadora nº 10.

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

RICARDO BERZOINI

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PORTARIA Nº 108, DE 30 DE NOVEMBRO DE 2004

A Secretária de Inspeção do Trabalho e o Diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho, no uso de suasatribuições legais, conforme disposto no inciso II, do artigo 14 e no inciso I do artigo 16, do Decreto nº 5.063/04, que aprovaa Estrutura Regimental do Ministério do Trabalho e Emprego, e conside-rando o disposto no subitem 6.4.1 da NormaRegulamentadora 6 - NR 6, de 15 de outubro de 2001, e, ainda, considerando o contido na ata da V Reunião Ordinária daComissão Tripar-tite da NR-6, realizada no dia 28 de setembro de 2004, resolvem:

Art. 1º Incluir a alínea “c” no item H.3 do Anexo I da NR-6, Lista de Equipamentos de Proteção Individual, como dispostoa seguir:

Art. 2º Estabelecer a Norma Técnica IEC 895/87 ou alteração posterior como norma de ensaio aplicável para vestimentocondutiva de segurança.

Art. 3º Estabelecer o prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contados a partir da publicação desta portaria, para que osfabricantes e impor-tadores de vestimenta condutiva de segurança atendam ao dispositivo nas alíneas “a” a “j”do subitem 6.8.1 da NR-6.

Parágrafo único. As vestimentas adquiridas pelas empresas usuárias até o término do prazo concedido neste artigo,poderão ser utili-zadas sem a indicação do Certificado de Aprovação.

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

RUTH BEATRIZ VASCONCELOS VILELA

Secretária de Inspeção do Trabalho

MÁRIO BONCIANI

Diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho

PORTARIA Nº 111, DE 16 DE DEZEMBRO DE 2004

Aprova o modelo de credencial dos Agentes de Higienee Segurança no Trabalho e dá outras providências.

A Secretária de Inspeção do Trabalho, no uso de sua competência regimental, resolve:

Art. 1º Fica aprovado o modelo de Creden-cial, descrito no Anexo a esta Portaria, para uso exclusivo dos Agentes deHigiene e Segurança do Trabalho, quando no efetivo exercício de suas competências legais, nos termos do § 2Qdo art. 31 do Regulamento da Inspeção do Trabalho, aprovado pelo Decreto nº 4.552, de 27 de dezembro de 2002,com as alterações do Decreto nº 4.870, de 30 de outubro de 2003.

Parágrafo único. As Credenciais, emitidas em conformidade com esta Portaria, terão prazo de validade de 1º de janeirode 2005 a 31 de dezembro de 2009.

Art. 2º Configura falta grave o uso da Cre-dencial para fins outros que não os da fiscali-zação.

Art. 3º A Credencial deverá ser devolvida para guarda ou inutilização, sob as penas da lei, nos seguintes casos:

I - posse em outro cargo público efetivo inacumulável;

II - posse em cargo comissionado de quadro diverso do Ministério do Trabalho e Em-prego;

III - exoneração ou demissão do cargo de Agente de Higiene e Segurança do Trabalho;

IV - aposentadoria; ou

V - afastamento ou licenciamento por prazo superior a sessenta dias.

§ 1º Em caso de perda, extravio ou roubo da Credencial, a segunda via somente será fornecida medianterequerimento instruído com cópia do Boletim de Ocorrência Policial e com a prova da publicação de perdaou extravio, em três dias diferentes, em jornal de grande circulação da cidade em que estiver lotado oservi-dor, que arcará com as respectivas despesas.

§ 2º Em caso de inutilização da Credencial, a segunda via somente será entregue mediante requerimento, aoqual deverá ser juntado o documento inutilizado.

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

RUTH BEATRIZ VASCONCELOS VILELA

Secretária de Inspeção do Trabalho

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 245

ANEXO

Especificação da Credencial de Agente de Higiene e Segurança do Trabalho

1. Dimensões:

1.1 Documento aberto - 9,5 x 13,0 cm. 1.2 Documento fechado - 9,5 x 6,5 cm. 1.3 Fotografia - 3,0 x 4,0 cm.

2. Papel:

2.1 Papel Fibra de Garantia Especial 94g/m2.

3. Impressões gráficas:

3.1 Em talho doce (Calcografía):

Uso de tinta pastosa especial de cor ver-melha, talho doce com altura mínima do relevo em relação ao nível dopapel- Pantone 186 U.

3.1.1 Na parte superior do lado esquerdo Brasão da República na cor vermelha (Pantone 186 U) e textos “Ministériodo Trabalho e Em-prego” e “Sistema Federal de Inspeção do Trabalho.”

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Giovanni Moraes de Araújo246

3.1.2 Tarja em guilhoche eletrônica com o texto “MTE” em imagem latente e texto em negativo “Fiscalização Federal”.

3.1.3 Micro letras em positivo com o texto “Ministério do Trabalho”.

3.2 Em off set

3.2.1 Fundo numismático íris nas cores laranja (Pantone 1665 U) e verde (Pantone 338 U) e laranja.

3.2.2 Micro letras em positivo com o texto “Ministério do Trabalho”.

3.2.3 Fundo invisível do Brasão da República, reagente a luz ultravioleta.

3.2.4 Texto fixo no espelho reverso na cor preta.

4. Dispositivo de segurança:

4.1 Fundo em guilhoche eletrônico e numismático.

4.2 Imagem latente.

4.3 Calcografia tarja.

4.4 Microletras positivas e negativas em calcografia e oftset.

4.5 Fundo invisível com tinta fluorescente reativa a luz ultra violeta.

PORTARIA Nº 114, DE 17 DE JANEIRO DE 2005

Altera a redação dos itens 18.14.24 e 18.18, inclui oAnexo 111 e insere termos no Glossário da NormaRegulamentadora 18.

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRA-BALHO e o DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NOTRABALHO, no uso das suas atribuições legais e em conformidade com o disposto no inciso I do art. 200 da Consolidaçãodas Leis do Trabalho – CLT e, ainda,

CONSIDERANDO o disposto na ata da XXXIII Reunião Ordinária do Comitê Perma-nente Nacional sobre Condições e MeioAmbi-ente de Trabalho na Indústria da Construção -CPN, realizada no dia 29 de setembro de 2004;

CONSIDERANDO que as proposições de-liberadas na referida reunião foram objeto de aprovação pela ComissãoTripartite Paritária Permanente - CTPP;

CONSIDERANDO a necessidade de atualização do texto normativo relativamente àdinâmica inerente aos processosprodutivos do Setor da Indústria da Construção, resolvem:

Art. 1º Alterar os itens 18.14.24 e 18.18 da Norma Regulamentadora 18, publicada por meio da Portaria nº 4 de 4 de julho de1995 no Diário Oficial da União no dia 7 de julho de 1995 na seção 1 nas páginas 10.066 à 10.077 Condições e MeioAmbiente do Trabalho na Indústria da Construção, que passam a vigorar, respectivamente, com a seguinte redação:

Parágrafo único. Serão observados os pra-zos de 180 (cento e oitenta) dias para o item 18.14.24.8.1 e de 360 (trezentos esessenta) dias para o item 18.14.24.11, alínea “k”, para exigibilidade do cumprimento das suas respec-tivas disposições.

Art. 2º Incluir, sob a forma de Anexo III da referida Norma Regulamentadora, o Plano de Cargas para Gruas a seguirdisposto:

Art. 3º Inserir no Glossário - item 18.38 as seguintes definições:

Art. 4º O Anexo II da Norma Regulamentadora 28 - Fiscalização e Penalidades, relati-vamente aos itens alterados ouacrescidos por esta portaria, passa a adotar os seguintes có-digos de norma e infrações:

Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

RUTH BEA TRIZ VASCONCELOS VILELA

Secretária de Inspeção do Trabalho

MÁRIO BONCIANI

Diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho

PORTARIA Nº 86, DE 03 DE MARÇO DE 2005

“Aprova a Norma Regulamentadora de Segurança eSaúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura,Exploração Florestal e Aqüicultura”.

O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO, no uso da competência prevista no inciso II do parágrafo únicodo art. 87 da Constituição Federal, e considerando a proposta de regulamentação apresentada pelo Grupo de TrabalhoTripartite Rural, resolve:

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 247

Art. 1º Fica aprovada, nos termos do art. 13 da Lei 5.889, de 5 de junho de 1973, a Norma Regulamentadora deSegurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aqüicultura, naforma do Anexo I a esta Portaria.

Art. 2º O disposto na Norma Regulamentadora obriga empregadores rurais e equiparados, inclusive os constituídos soba forma de microempresa ou empresa de pequeno porte.

Art. 3º As obrigações estabelecidas na Norma Regulamentadora serão exigidas a partir dos prazos previstos no AnexoII a esta Portaria.

Parágrafo Único. Até que se esgotem os prazos do Anexo II, deverá ser cumprida a regulamentação de segurança esaúde no trabalho atualmente em vigor.

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

RICARDO BERZOINI

ANEXO II – PRAZOS PARA OBRIGATORIEDADE DE OBSERVÂNCIA DOS ITENS DA NR-31

1. Prazo de dois anos: subitens 31.10.5, 31.10.6, 31.12.3, 31.12.4, 31.12.6, 31.12.9, 31.12.11, 31.12.14, quando setratarem de máquinas móveis motorizadas ou implementos agrícolas.

2. Prazo de um ano: subitens 31.6.3.1 “b” e “c”, 31.6.6, 31.6.6.1, 31.6.6.2, 31.6.8.1, 31.6.8.2, 31.6.8.3, 31.6.8.4, 31.6.8.5,31.6.9.1, 31.6.9.2, 31.6.9.3, 31.6.9.4, 31.6.13, 31.10.5, 31.10.6, 31.12.1 “b”, 31.12.3, 31.12.4, 31.12.6, 31.12.9, 31.12.11,31.12.14, 31.12.15, 31.12.17, 31.12.18, 31.12.20.1, 31.13.1, 31.13.2, 31.13.2.1, 31.13.3, 31.14.1, 31.14.2, 31.14.3,31.14.4, 31.14.5, 31.14.6, 31.14.7, 31.14.8, 31.14.9, 31.14.10, 31.14.11, 31.14.12, 31.14.13, 31.14.14, 31.14.15, 31.21.1,31.21.4, 31.21.5, 31.21.7, 31.21.8, 31.21.9, 31.21.10, excetuando-se as situações previstas no item 1 deste anexo.

3. Prazo de cento de oitenta dias: subitens 31.6.3.1 “a”, 31.6.5, 31.6.5.1, 31.6.7, 31.6.11, 31.6.12, 31.7.20.1, 31.7.20.2,31.7.20.3, 31.10.3, 31.23.1, 31.23.1.1, 31.23.2, 31.23.2.1, 31.23.3, 31.23.3.1, 31.23.3.1.1, 31.23.3.2, 31.23.3.3, 31.23.3.4,31.23.4.1, 31.23.4.2, 31.23.4.3, 31.23.5.1, 31.23.5.2, 31.23.5.3, 31.23.5.4, 31.23.5.5, 31.23.6.1, 31.23.6.2, 31.23.7.1,31.23.7.2, 31.23.11.1, 31.23.11.2, 31.23.11.3.

4. Imediata: subitem 31.12.2, para máquina adquirida após a publicação desta norma.

5. Após o fim do mandato das Comissões Internas de Prevenção de Acidente do Trabalho Rural – CIPATR em funcionamentona data de publicação desta norma: subitens: 31.7.1, 31.7.2, 31.7.2.1, 31.7.3, 31.7.4, 31.7.5, 31.7.5.1, 31.7.6, 31.7.7,31.7.8, 31.7.8.1, 31.7.8.2, 31.7.9, 31.7.9.1, 31.7.10, 31.7.11, 31.7.12, 31.7.13, 31.7.14, 31.7.15, 31.7.16, 31.7.16.1,31.7.16.2, 31.7.16.3, 31.7.16.4, 31.7.16.4.1, 31.7.16.2, 31.7.16.4.3, 31.7.16.4.4, 31.7.16.4.5, 31.7.16.4.6, 31.7.17, 31.7.17.1,31.7.18, 31.7.19.

6. Prazo de noventa dias: demais itens.

PORTARIA N.º 118, DE 14 DE MARÇO DE 2005

“Prorroga prazo de adequação de redimensionamentopara empresas reclassificadas no Grau de Risco”

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO e O DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NOTRABALHO, no uso de suas atribuições legais e considerando a necessidade de adequar a gradação de risco dosestabelecimentos prevista na Norma Regulamentadora Nº 4 - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e emMedicina do Trabalho - SESMT com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE, publicada pelo InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, publicada através da Portaria SSST n.º 01, de 12 de maio de 1995, na seção1, página 99, resolvem:

Art. 1º Prorrogar, por 120 dias o prazo estabelecido no art. 1º da Portaria SIT n.º 102, de 16 de novembro de 2004,publicada no Diário Oficial da União, seção 1, página 72, no dia 17 de novembro de 2004.

Art. 2º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

RUTH BEATRIZ VASCONCELOS VILELA

Secretária de Inspeção do Trabalho

MÁRIO BONCIANI

Diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho

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PORTARIA Nº 127, DE 16 DE JUNHO DE 2005

“Inclui no Anexo II da NR-28 os códigos de ementa eas respectivas infrações para os subitens da NR-31”

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO e o DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NOTRABALHO, no uso de suas atribuições legais, resolvem:

Art. 1º Incluir no Anexo II da Norma Regulamentadora n.º 28 (Fiscalização e Penalidades), os códigos de ementa erespectivas infrações para os subitens da Norma Regulamentadora n.º 31 (Segurança e Saúde no trabalho naAgricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aqüicultura), aprovada pela Portaria MTE n.º 86, de 03de março de 2005.

PORTARIA N.° 485, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2005

Aprova a Norma Regulamentadora n.º 32 (Segurança eSaúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde).

O MINISTRO DO TRABALHO E EMPREGO, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 87, parágrafo único, inciso II, daConstituição Federal, e os artigos 155, inciso I, e 200 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, com a redação dada pelo art. 1o da Lei no 6.514, de 22 de dezembro de 1977, resolve:

Art. 1º Aprovar o texto da nova Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos deSaúde, doravante denominada de NR-32, nos termos do Anexo I desta Portaria.

Art. 2º A exigência do cumprimento das normas estabelecidas no Anexo I dar-se-á nos prazos estabelecidos no AnexoII desta Portaria.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor da data de sua publicação.

LUIZ MARINHO

DECRETO Nº 5.598, DE 1º DE DEZEMBRO DE 2005

Regulamenta a contratação de aprendizes e dá outrasprovidências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo emvista o disposto no Título III, Capítulo IV, Seção IV, do Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943 - Consolidação das Leisdo Trabalho, e no Livro I, Título II, Capítulo V, da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e doAdolescente,

DECRETA:

Art. 1o Nas relações jurídicas pertinentes à contratação de aprendizes, será observado o disposto neste Decreto.

CAPÍTULO I

DO APRENDIZ

Art. 2o Aprendiz é o maior de quatorze anos e menor de vinte e quatro anos que celebra contrato de aprendizagem, nostermos do art. 428 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.

Parágrafo único. A idade máxima prevista no caput deste artigo não se aplica a aprendizes portadores dedeficiência.

CAPÍTULO II

DO CONTRATO DE APRENDIZAGEM

Art. 3o Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo determinado nãosuperior a dois anos, em que o empregador se compromete a assegurar ao aprendiz, inscrito em programa deaprendizagem, formação técnico-profissional metódica compatível com o seu desenvolvimento físico, moral epsicológico, e o aprendiz se compromete a executar com zelo e diligência as tarefas necessárias a essaformação.

Parágrafo único. Para fins do contrato de aprendizagem, a comprovação da escolaridade de aprendiz portador dedeficiência mental deve considerar, sobretudo, as habilidades e competências relacionadas com aprofissionalização.

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Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional 249

Art. 4o A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social,matrícula e freqüência do aprendiz à escola, caso não haja concluído o ensino fundamental, e inscrição emprograma de aprendizagem desenvolvido sob a orientação de entidade qualificada em formação técnico-profissionalmetódica.

Art. 5o O descumprimento das disposições legais e regulamentares importará a nulidade do contrato de aprendizagem,nos termos do art. 9o da CLT, estabelecendo-se o vínculo empregatício diretamente com o empregador responsávelpelo cumprimento da cota de aprendizagem.

Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica, quanto ao vínculo, a pessoa jurídica de direito público.

CAPÍTULO III

DA FORMAÇÃO TÉCNICO-PROFISSIONAL E DAS

ENTIDADES QUALIFICADAS EM FORMAÇÃO

TÉCINICO-PROFISSIONAL MÉTODICA

Seção I

Da Formação Técnico-Profissional

Art. 6o Entendem-se por formação técnico-profissional metódica para os efeitos do contrato de aprendizagem asatividades teóricas e práticas, metodicamente organizadas em tarefas de complexidade progressiva desenvolvidasno ambiente de trabalho.

Parágrafo único. A formação técnico-profissional metódica de que trata o caput deste artigo realiza-se porprogramas de aprendizagem organizados e desenvolvidos sob a orientação e responsabilidade de entidadesqualificadas em formação técnico-profissional metódica definidas no art. 8o deste Decreto.

Art. 7o A formação técnico-profissional do aprendiz obedecerá aos seguintes princípios:

I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino fundamental;

II - horário especial para o exercício das atividades; e

III -capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.

Parágrafo único. Ao aprendiz com idade inferior a dezoito anos é assegurado o respeito à sua condição peculiarde pessoa em desenvolvimento.

Seção II

Das Entidades Qualificadas em Formação Técnico-Profissional Metódica

Art. 8o Consideram-se entidades qualificadas em formação técnico-profissional metódica:

I - os Serviços Nacionais de Aprendizagem, assim identificados:

a) Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI;

b) Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC;

c) Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR;

d) Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte - SENAT; e

e) Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo - SESCOOP;

II - as escolas técnicas de educação, inclusive as agrotécnicas; e

III - as entidades sem fins lucrativos, que tenham por objetivos a assistência ao adolescente e à educaçãoprofissional, registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.

§ 1o As entidades mencionadas nos incisos deste artigo deverão contar com estrutura adequada aodesenvolvimento dos programas de aprendizagem, de forma a manter a qualidade do processo de ensino,bem como acompanhar e avaliar os resultados.

§ 2o O Ministério do Trabalho e Emprego editará, ouvido o Ministério da Educação, normas para avaliação dacompetência das entidades mencionadas no inciso III.

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CAPÍTULO IV

Seção I

Da Obrigatoriedade da Contratação de Aprendizes

Art. 9o Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e matricular nos cursos dos ServiçosNacionais de Aprendizagem número de aprendizes equivalente a cinco por cento, no mínimo, e quinze por cento,no máximo, dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional.

§ 1o No cálculo da percentagem de que trata o caput deste artigo, as frações de unidade darão lugar à admissãode um aprendiz.

§ 2o Entende-se por estabelecimento todo complexo de bens organizado para o exercício de atividade econômicaou social do empregador, que se submeta ao regime da CLT.

Art. 10. Para a definição das funções que demandem formação profissional, deverá ser considerada a ClassificaçãoBrasileira de Ocupações (CBO), elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

§ 1o Ficam excluídas da definição do caput deste artigo as funções que demandem, para o seu exercício,habilitação profissional de nível técnico ou superior, ou, ainda, as funções que estejam caracterizadascomo cargos de direção, de gerência ou de confiança, nos termos do inciso II e do parágrafo único do art.62 e do § 2o do art. 224 da CLT.

§ 2o Deverão ser incluídas na base de cálculo todas as funções que demandem formação profissional,independentemente de serem proibidas para menores de dezoito anos.

Art. 11. A contratação de aprendizes deverá atender, prioritariamente, aos adolescentes entre quatorze e dezoito anos,exceto quando:

I - as atividades práticas da aprendizagem ocorrerem no interior do estabelecimento, sujeitando os aprendizesà insalubridade ou à periculosidade, sem que se possa elidir o risco ou realizá-las integralmente emambiente simulado;

II - a lei exigir, para o desempenho das atividades práticas, licença ou autorização vedada para pessoa comidade inferior a dezoito anos; e

III - a natureza das atividades práticas for incompatível com o desenvolvimento físico, psicológico e moraldos adolescentes aprendizes.

Parágrafo único. A aprendizagem para as atividades relacionadas nos incisos deste artigo deverá ser ministradapara jovens de dezoito a vinte e quatro anos.

Art. 12. Ficam excluídos da base de cálculo de que trata o caput do art. 9o deste Decreto os empregados que executemos serviços prestados sob o regime de trabalho temporário, instituído pela Lei no 6.019, de 3 de janeiro de 1973,bem como os aprendizes já contratados.

Parágrafo único. No caso de empresas que prestem serviços especializados para terceiros, independentementedo local onde sejam executados, os empregados serão incluídos na base de cálculo da prestadora, exclusivamente.

Art. 13. Na hipótese de os Serviços Nacionais de Aprendizagem não oferecerem cursos ou vagas suficientes paraatender à demanda dos estabelecimentos, esta poderá ser suprida por outras entidades qualificadas em formaçãotécnico-profissional metódica previstas no art 8o.

Parágrafo único. A insuficiência de cursos ou vagas a que se refere o caput será verificada pela inspeção dotrabalho.

Art. 14. Ficam dispensadas da contratação de aprendizes:

I - as microempresas e as empresas de pequeno porte; e

II - as entidades sem fins lucrativos que tenham por objetivo a educação profissional.

Seção II

Das Espécies de Contratação do Aprendiz

Art. 15. A contratação do aprendiz deverá ser efetivada diretamente pelo estabelecimento que se obrigue ao cumprimentoda cota de aprendizagem ou, supletivamente, pelas entidades sem fins lucrativos mencionadas no inciso III doart. 8o deste Decreto.

§ 1o Na hipótese de contratação de aprendiz diretamente pelo estabelecimento que se obrigue ao cumprimentoda cota de aprendizagem, este assumirá a condição de empregador, devendo inscrever o aprendiz emprograma de aprendizagem a ser ministrado pelas entidades indicadas no art. 8o deste Decreto.

§ 2o A contratação de aprendiz por intermédio de entidade sem fins lucrativos, para efeito de cumprimento daobrigação estabelecida no caput do art. 9o, somente deverá ser formalizada após a celebração de contratoentre o estabelecimento e a entidade sem fins lucrativos, no qual, dentre outras obrigações recíprocas, seestabelecerá as seguintes:

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I - a entidade sem fins lucrativos, simultaneamente ao desenvolvimento do programa de aprendizagem,assume a condição de empregador, com todos os ônus dela decorrentes, assinando a Carteira deTrabalho e Previdência Social do aprendiz e anotando, no espaço destinado às anotações gerais, ainformação de que o específico contrato de trabalho decorre de contrato firmado com determinadoestabelecimento para efeito do cumprimento de sua cota de aprendizagem ; e

II - o estabelecimento assume a obrigação de proporcionar ao aprendiz a experiência prática da formaçãotécnico-profissional metódica a que este será submetido.

Art. 16. A contratação de aprendizes por empresas públicas e sociedades de economia mista dar-se-á de forma direta,nos termos do § 1o do art. 15, hipótese em que será realizado processo seletivo mediante edital, ou nos termosdo § 2o daquele artigo.

Parágrafo único. A contratação de aprendizes por órgãos e entidades da administração direta, autárquica efundacional observará regulamento específico, não se aplicando o disposto neste Decreto.

CAPÍTULO V

DOS DIREITOS TRABALHISTAS E OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

Seção I

Da Remuneração

Art. 17. Ao aprendiz, salvo condição mais favorável, será garantido o salário mínimo hora.

Parágrafo único. Entende-se por condição mais favorável aquela fixada no contrato de aprendizagem ou previstaem convenção ou acordo coletivo de trabalho, onde se especifique o salário mais favorável ao aprendiz, bemcomo o piso regional de que trata a Lei Complementar no 103, de 14 de julho de 2000.

Seção II

Da Jornada

Art. 18. A duração do trabalho do aprendiz não excederá seis horas diárias.

§ 1o O limite previsto no caput deste artigo poderá ser de até oito horas diárias para os aprendizes que já tenhamconcluído o ensino fundamental, se nelas forem computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica.

§ 2o A jornada semanal do aprendiz, inferior a vinte e cinco horas, não caracteriza trabalho em tempo parcial deque trata o art. 58-A da CLT.

Art. 19. São vedadas a prorrogação e a compensação de jornada.

Art. 20. A jornada do aprendiz compreende as horas destinadas às atividades teóricas e práticas, simultâneas ou não,cabendo à entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica fixá-las no plano do curso.

Art. 21. Quando o menor de dezoito anos for empregado em mais de um estabelecimento, as horas de trabalho em cadaum serão totalizadas.

Parágrafo único. Na fixação da jornada de trabalho do aprendiz menor de dezoito anos, a entidade qualificadaem formação técnico-profissional metódica levará em conta os direitos assegurados na Lei no 8.069, de 13 dejulho de 1990.

Seção III

Das Atividades Teóricas e Práticas

Art. 22. As aulas teóricas do programa de aprendizagem devem ocorrer em ambiente físico adequado ao ensino, e commeios didáticos apropriados.

§ 1o As aulas teóricas podem se dar sob a forma de aulas demonstrativas no ambiente de trabalho, hipótese emque é vedada qualquer atividade laboral do aprendiz, ressalvado o manuseio de materiais, ferramentas,instrumentos e assemelhados.

§ 2o É vedado ao responsável pelo cumprimento da cota de aprendizagem cometer ao aprendiz atividadesdiversas daquelas previstas no programa de aprendizagem.

Art. 23. As aulas práticas podem ocorrer na própria entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica ou noestabelecimento contratante ou concedente da experiência prática do aprendiz.

§ 1o Na hipótese de o ensino prático ocorrer no estabelecimento, será formalmente designado pela empresa,ouvida a entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica, um empregado monitor responsávelpela coordenação de exercícios práticos e acompanhamento das atividades do aprendiz no estabelecimento,em conformidade com o programa de aprendizagem.

§ 2o A entidade responsável pelo programa de aprendizagem fornecerá aos empregadores e ao Ministério doTrabalho e Emprego, quando solicitado, cópia do projeto pedagógico do programa.

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§ 3o Para os fins da experiência prática segundo a organização curricular do programa de aprendizagem, oempregador que mantenha mais de um estabelecimento em um mesmo município poderá centralizar asatividades práticas correspondentes em um único estabelecimento.

§ 4o Nenhuma atividade prática poderá ser desenvolvida no estabelecimento em desacordo com as disposiçõesdo programa de aprendizagem.

Seção IV

Do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço

Art. 24. Nos contratos de aprendizagem, aplicam-se as disposições da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990.

Parágrafo único. A Contribuição ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço corresponderá a dois por cento daremuneração paga ou devida, no mês anterior, ao aprendiz.

Seção V

Das Férias

Art. 25. As férias do aprendiz devem coincidir, preferencialmente, com as férias escolares, sendo vedado ao empregadorfixar período diverso daquele definido no programa de aprendizagem.

Seção VI

Dos Efeitos dos Instrumentos Coletivos de Trabalho

Art. 26. As convenções e acordos coletivos apenas estendem suas cláusulas sociais ao aprendiz quando expressamenteprevisto e desde que não excluam ou reduzam o alcance dos dispositivos tutelares que lhes são aplicáveis.

Seção VII

Do Vale-Transporte

Art. 27. É assegurado ao aprendiz o direito ao benefício da Lei no 7.418, de 16 de dezembro de 1985, que institui o vale-transporte.

Seção VIII

Das Hipóteses de Extinção e Rescisão do Contrato de Aprendizagem

Art. 28. O contrato de aprendizagem extinguir-se-á no seu termo ou quando o aprendiz completar vinte e quatro anos,exceto na hipótese de aprendiz deficiente, ou, ainda antecipadamente, nas seguintes hipóteses:

I - desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz;

II - falta disciplinar grave;

III - ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo; e

IV - a pedido do aprendiz.

Parágrafo único. Nos casos de extinção ou rescisão do contrato de aprendizagem, o empregador deverá contratarnovo aprendiz, nos termos deste Decreto, sob pena de infração ao disposto no art. 429 da CLT.

Art. 29. Para efeito das hipóteses descritas nos incisos do art. 28 deste Decreto, serão observadas as seguintesdisposições:

I - o desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz referente às atividades do programa de aprendizagemserá caracterizado mediante laudo de avaliação elaborado pela entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica;

II - a falta disciplinar grave caracteriza-se por quaisquer das hipóteses descritas no art. 482 da CLT; e

III -a ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo será caracterizada por meio dedeclaração da instituição de ensino.

Art. 30. Não se aplica o disposto nos arts. 479 e 480 da CLT às hipóteses de extinção do contrato mencionadas nosincisos do art. 28 deste Decreto.

CAPÍTULO VI

DO CERTIFICADO DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL DE APRENDIZAGEM

Art. 31. Aos aprendizes que concluírem os programas de aprendizagem com aproveitamento, será concedido pelaentidade qualificada em formação técnico-profissional metódica o certificado de qualificação profissional.

Parágrafo único. O certificado de qualificação profissional deverá enunciar o título e o perfil profissional para aocupação na qual o aprendiz foi qualificado.

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CAPÍTULO VII

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 32. Compete ao Ministério do Trabalho e Emprego organizar cadastro nacional das entidades qualificadas emformação técnico-profissional metódica e disciplinar a compatibilidade entre o conteúdo e a duração do programade aprendizagem, com vistas a garantir a qualidade técnico-profissional.

Art. 33. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 34. Revoga-se o Decreto no 31.546, de 6 de outubro de 1952.

Brasília, 1º de dezembro de 2005; 184o da Independência e 117o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Luiz Marinho

PORTARIA N.º 169, DE 14 DE JULHO DE 2006

“Suspende o prazo de adequação de redimensionamentopara empresas reclassificadas no Grau de Risco”

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO e o DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NOTRABALHO, no uso de suas atribuições legais e considerando a necessidade de adequar a gradação de risco dosestabelecimentos prevista na Norma Regulamentadora nº 4 - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e emMedicina do Trabalho - SESMT com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE, publicada pelo InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, através da Portaria SSST n.º 01, de 12 de maio de 1995, na seção 1, página99, resolvem:

Art. 1º Suspender o prazo de entrada em vigor do Quadro I da Portaria SSST nº 01, de 12 de maio de 1995 até a aprovaçãoda revisão da Norma Regulamentadora nº 4 pela Comissão Tripartite Paritária Permanente do Ministério doTrabalho e Emprego.

Art. 2º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

RUTH BEATRIZ VASCONCELOS VILELA

Secretária de Inspeção do Trabalho

RINALDO MARINHO COSTA LIMA

Diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho

PORTARIA N°37, DE 16 DE JANEIRO DE 2008

Disciplina a avaliação de conformidade dos EPI’s e dáoutras providências

O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO, no uso da competência que lhe é conferida pelo artigo 87,parágrafo único, inciso II da Constituição Federal combinada com o artigo 27, inciso XXI, alínea “f” da Lei 10.683, de 28 demaio de 2003, e considerando o estabelecido nos artigos 167 e 200 da Consolidação das Leis do Trabalho e no dispostona Norma Regulamentadora n° 6 do Ministério do Trabalho e Emprego, aprovada pela Portaria n° 3.214, de 8 de outubro de1978, resolve:

Art. 1° As avaliações de conformidade de Equipamentos de Proteção Individual – EPI, relacionados no Anexo destaPortaria, para fins de concessão do Certificado de Aprovação – CA, são exclusivamente realizadas no âmbito doSistema Brasileiro de Normalização, Metrologia e Qualidade Industrial - SINMETRO, na forma o Acordo deCooperação Técnica firmado entre o Ministério do Trabalho e Emprego - MTE e o Instituto Nacional de Metrologia,Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO.

Art. 2° Fica delegada ao INMETRO atribuição para:

I. coordenar a elaboração dos Regulamentos Técnicos da Qualidade e de Avaliação da Conformidade dosEquipamentos de Proteção Individual, mediante assessoria do MTE;

II. acreditar, consoante requisitos mínimos e participação do MTE, os organismos de avaliação de conformidadeou laboratórios a serem homologados por este Ministério;

III. fiscalizar, em todo território nacional, diretamente ou através dos órgãos delegados, com base na Lei n.º9933/99, o cumprimento das disposições contidas nesta portaria relativas à avaliação da conformidadedos Equipamentos de Proteção Individual – EPI, relacionados no Anexo desta Portaria, nos regulamentosem vigor e no âmbito do SINMETRO.

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Art. 3° Cabe ainda ao INMETRO o planejamento, o desenvolvimento e a implementação dos programas de avaliação daconformidade no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade – SBAC voltados para os EPIconstantes no Anexo desta Portaria.

Art. 4° Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

CARLOS LUPI

Ministro de Estado do Trabalho e Emprego

ANEXO

- Capacete de Segurança para uso na indústria

- Luvas Isolantes de Borracha

- Peça Semifacial Filtrante para Partículas

- Cinturão e Talabarte de Segurança

- Óculos de segurança