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4º TRIMESTRE • 2014 • Nº 309

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4º TRIMESTRE • 2014 • Nº 309

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Copyright © 2014 – Igreja Adventista da PromessaRevista para estudos na Escola Bíblica. É proibida a reprodução parcial ou total sem autorização da Igreja Adventista da Promessa.

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

Diretor Alan Pereira Rocha

Conselho Editorial José Lima de Farias Filho Hermes Pereira Brito Magno Batista da Silva Osmar Pedro da Silva Otoniel Alves de Oliveira Gilberto Fernandes Coelho João Leonardo Jr.

EXPEDIENTE

RedaçãoRua Boa Vista, 314 – 6º andar – Conj. A – CentroFone: (11) 3119-6457 – Fax: (11) 3119-2544www.portaliap.com.br • [email protected]

Jornalista responsável Pr. Elias Pitombeira de Toledo (MTb. 24.465)

Redação e preparação Alan Pereira Rochade originais Alexandro Jorge da Silva Andrei Sampaio Soares Eleilton William de Souza Freitas Ismael Braz Jailton Sousa Silva Kassio Passos Lopes Márcio Guimarães Silvio GonçalvesRevisão de textos Eudoxiana Canto Melo

Seleção de hinos Silvana A. de Matos Rochae ordem de culto

Leituras diárias Andrei Sampaio Soares

Projeto Gráfico Marcorélio Cordeiro Murta

Editoração e capa Farol Editora

Atendimento e tráfego Geni Ferreira Lima Fone: (11) 2955-5141Assinaturas Informações na página 112

Impressão Gráfica Regente – Maringá, PR

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SUMÁRIO

Apresentação .....................................................5

1 A teologia da prosperidade ...................................7

2 O evangelho da saúde perfeita ...........................14

3 A quebra de maldições .......................................21

4 Demonologia enferma ........................................28

5 Apóstolos e profetas ...........................................35

6 A salvação pelas obras ........................................42

7 As práticas judaizantes ........................................49

8 O louvor profético ..............................................56

9 Os cristãos sem igreja .........................................64

10 Ateísmo cristão ...................................................71

11 O homem como centro .......................................78

12 Cultos desordeiros ..............................................86

Projeto Proclamar – Sábado especial ..............94

13 Jesus e a missão integral .....................................95

Sugestão para programa de culto ................103

Confira, nas páginas centrais, o encarte com informações sobre a 50ª Assembleia Geral das Convenções da IAP

Modismos e heresias do meio evangélico

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4 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

ANTIGO TESTAMENTOGênesis GnÊxodo ExLevítico LvNúmeros Nm Deuteronômio DtJosué JsJuízes JzRute Rt 1 Samuel 1 Sm 2 Samuel 2 Sm1 Reis 1 Rs2 Reis 2 Rs1 Crônicas 1 Cr 2 Crônicas 2 CrEsdras Ed Neemias NeEster EtJó JóSalmos SlProvérbios PvEclesiastes EcCantares CtIsaías IsJeremias JrLamentações LmEzequiel Ez Daniel DnOséias OsJoel JlAmós AmObadias Ob Jonas JnMiquéias MqNaum NaHabacuque HcSofonias SfAgeu AgZacarias ZcMalaquias Ml

NOVO TESTAMENTOMateus MtMarcos McLucas LcJoão JoAtos AtRomanos Rm1 Coríntios 1 Co2 Coríntios 2 CoGálatas GlEfésios EfFilipenses FpColossenses Cl1 Tessalonicenses 1 Ts2 Tessalonicenses 2 Ts1 Timóteo 1 Tm2 Timóteo 2 TmTito TtFilemon FmHebreus HbTiago Tg1 Pedro 1 Pe2 Pedro 2 Pe1 João 1 Jo2 João 2 Jo3 João 3 JoJudas JdApocalipse Ap

ABREVIATURAS DE LIVROS DA BÍBLIA UTILIZADAS NAS LIÇÕES

ABREVIATURAS DE TRADUÇÕES E VERSÕES BÍBLICAS UTILIZADAS NAS LIÇÕES

AM A MensagemARA Almeida Revista e AtualizadaARC Almeida Revista e CorrigidaAS21 Almeida Século 21ECA Edição Contemporânea de AlmeidaNVI Nova Versão InternacionalKJA Tradução King James AtualizadaBV Bíblia VivaNBV Nova Bíblia VivaBJ Bíblia de JerusalémTEB Tradução Ecumênica da BíbliaNTLH Nova Tradução na Ling. de Hoje

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Apresentação

Pela graça de Deus, chegamos à última série de Lições Bíblicas de 2014. Esta, que é uma série doutrinária, tem como título Ventos de doutrinas: Modis-mos e heresias do meio evangélico. Cremos que se trata de um tema bastante oportuno e relevante para os dias atuais da igreja evangélica, dias marcados por “novidades espirituais” que surgem no mercado da fé, a toda hora.

O que queremos dizer com a expressão “ventos de doutrinas”? Antes de responder a essa pergunta, precisamos explicar que a palavra doutrina é a tradução para o termo grego didaskalia e significa ensino ou instrução. Preci-samos dizer também que a doutrina cristã pode ser definida como o conjunto das verdades fundamentais da Bíblia ou, simplesmente, o ensinamento que Jesus Cristo deixou para que seguíssemos. Então, vamos agora à resposta. A expressão “ventos de doutrinas” é usada, na Bíblia, para se referir às falsas doutrinas, aquelas que são contrárias ao evangelho de Cristo.

As falsas doutrinas têm aparência de coisa boa, mas a realidade é bem diferente. São chamadas de “ventos” porque são modismos que vão e vêm. São heresias que se apresentam aos cristãos como se fossem remédio, quan-do, na verdade, são veneno. São tão impetuosas e ardilosas que, se não estivermos firmes na fé, podem até nos levar ao chão. Observe o que Paulo escreveu, na Carta aos Efésios, capítulo 4, versículos 13 e 14:

... até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo. O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro.

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6 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

Segundo esse texto, os ventos de doutrinas são armadilhas para os incautos e ingênuos. Qual é o antídoto? Como podemos nos prevenir para não cair-mos nessa arapuca? Não há outra solução: precisamos de conhecimento, mas não de qualquer conhecimento. Precisamos conhecer as Escrituras Sa-gradas; precisamos conhecer o Filho de Deus. É fundamental entendermos o evangelho. Esse é o único caminho para crescermos na fé e deixarmos de ser crianças.

É claro que devemos ser semelhantes às crianças, na humildade e na au-tenticidade (cf. Mt 18:3-4), mas não em sua ignorância ou falta de discerni-mento, nem em sua instabilidade (Ef 4:14; 1 Co 14:20). As crianças acreditam em tudo que lhes é dito, e, neste sentido, não podemos imitá-las. Um cristão maduro não é jogado de um lado para o outro pelas novidades espirituais que surgem, a cada dia, no mercado da fé. Mas, infelizmente, há cristãos sin-ceros que embarcam em todas as novas ondas que assaltam a igreja e jamais se firmam na verdade. Vivem atrás de experiências e não têm discernimento para identificar os falsos ensinos.

Só há uma solução. Paulo nos diz que, se quisermos crescer para que não mais sejamos meninos, inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina, precisamos do conhecimento. É por isso que temos a satisfação de apresentar a você esta série de estudos, em que iremos combater, através da palavra de Deus, alguns ventos de doutrinas que, atualmente, estão sopran-do com muita força no meio evangélico, e querem nos levar consigo.

Que Deus recompense todos os que colaboraram na pesquisa e na produ-ção desta série. Que Deus use poderosamente os professores. Que Deus faça com que os estudantes destas lições bíblicas cresçam espiritualmente. Que Deus nos ajude a fugir de uma fé infantiliza da e ser capazes de identificar os ventos de doutrinas de nosso tempo.

A ele sejam dadas a honra, a glória e o louvor, pelos séculos dos séculos. Amém!

Pr. Alan Pereira RochaDiretor do Departamento de Educação Cristã

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4 DE OUTUBRO DE 2014

TEXTO BÁSICO

Por isso, tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos.(1 Tm 6:8)

LEITURA DIÁRIA

D 28/09 1 Tm 6:7-10

S 29/09 2 Co 9:13-14

T 30/09 Jo 16:33

Q 01/10 Hb 11:37

Q 02/10 2 Co 11:16-33

S 03/10 At 14:22

S 04/10 Hb 13:5

OBJETIVO

Explicar ao estudante da palavra de Deus o que é a perniciosa teologia da prosperidade, à luz das Escrituras, de maneira que consiga discernir seus ensinos antibíblicos e rejeitá-los com firmeza.

Hinos sugeridos – BJ 232 • BJ 128

A teologia da prosperidade

INTRODUÇÃO

Se você ligar sua televisão, agora mesmo, provavelmente encontrará, em determinado canal, um telepastor pregando uma telemen-sagem muito parecida com esta: “Deus quer que seus filhos tenham os melhores empre-gos, comam a melhor comida, vistam-se das melhores e mais caras roupas, dirijam os me-lhores automóveis e tenham o melhor que este mundo pode oferecer. Ora, você é filho do rei, que é Deus, o dono do ouro e da prata, então, por que passar por dificuldades? Apro-prie-se agora de sua benção!”.

Essa mensagem pertence a muitos bispos, apóstolos e pastores brasileiros, divulgadores da famigerada teologia da prosperidade. Eles alar-deiam, pelos púlpitos, que você “nasceu para vencer”, que é “cabeça e não calda” e que pre-cisa “tomar posse da sua benção”. Seria esse o evangelho de Cristo? Teria Jesus anunciado um “evangelho da prosperidade”? Visando res-ponder a essas e outras questões, analisaremos, nesta lição, a teologia da prosperidade sob a ótica das Escrituras. Vamos ao estudo!

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8 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

I CONHECENDO OS VENTOS DE DOUTRINA

O que é a teologia da prosperi-dade? Basicamente, é o ensino que afirma ser a prosperidade financei-ra um direito do cristão, pois este é filho de Deus, o dono de toda a riqueza. Esse ensino é muito comum no Brasil, mas teve sua origem nos Estados Unidos, como um desdobra-mento da doutrina de “confissão po-sitiva”, cujo originador foi o evange-lista William Kenyon (1867-1948) e cujo principal divulgador foi o prega-dor norte-americano Kenneth Hagin (1917-2003). A teologia da prosperi-dade não é uma doutrina uniforme, o que dificulta nosso trabalho de estudá-la. Entretanto, ao analisá-la, percebemos que há três ensinos cen-trais que a definem muito bem. Estes ensinos são os seguintes.

1. Só recebe quem dá: Um dos ensinos centrais da teologia da pros-peridade é a regra: Quanto mais di-nheiro damos à igreja, mais recebe-mos de Deus. Com base em Ml 3:10, os líderes evangélicos dizem que, se devolvemos nosso dízimo a Deus, ele tem a obrigação de nos abençoar fi-nanceiramente. De igual forma, os arautos do evangelho da prosperida-de fazem uso de 2 Co 9:6 para com-provar esse ensino equivocado. Nes-se texto, Paulo diz: ... o que semeia pouco também ceifará pouco; e o que semeia em abundância em abun-dância também ceifará. Isso significa

que quem dá muito dinheiro à igreja, muito dinheiro recebe de Deus.

Fica claro, portanto, que, nas igre-jas que adotam a teologia da prospe-ridade, o relacionamento do fiel com Deus baseia-se na barganha. Você recebe, se, primeiro, doar; colhe, se plantar. No modo de entender dos defensores da Teologia da Prosperida-de, se você deu o dízimo, pode exigir de Deus riquezas; se ofertou dinheiro, ele terá que lhe devolver em dobro.

2. Sinal de fidelidade: Outro en-sino fundamental da teologia da pros-peridade é o de que dinheiro, conquis-tas financeiras e bens são amostras de que o crente desfruta de um bom relacionamento com Deus. Crente fiel a Deus é crente saudável, com muito dinheiro no bolso, com casas e auto-móveis caros. Essas bênçãos financei-ras são vistas como um sinal de uma vida cristã vitoriosa. Isso se comprova-ria na vida de Abraão, Davi, Salomão e Jó, que eram riquíssimos, dizem os evangelistas da prosperidade.

Seguindo essa lógica, se o crente não desfruta de todas essas benes-ses não está nada bem aos olhos de Deus: provavelmente, está contri-buindo muito pouco, está “em pe-cado”, tem pouca fé ou tem dado lugar ao Diabo. No último caso, se o diabo estiver emperrando a pros-peridade, é preciso “amarrá-lo” ou exigir: “Tire as mãos do meu dinhei-

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ro!”. Nessa teologia, portanto, po-breza é sinônimo de maldição, fra-casso e mediocridade.

3. Direito do crente: O terceiro ensino central da teologia da pros-peridade é o de que o crente tem o direito de desfrutar de muito dinhei-ro, ben s e conquistas financeiras em abundância. Ora, se somos filhos do rei, dizem os adeptos do evangelho da prosperidade, então possuímos não apenas o privilégio, mas, sobre-tudo, o dever de sermos prósperos. Esse não é só um privilégio; é um direito do cristão, dizem. Por isso, o crente pode exigir isso de Deus.

Essa é a razão pela qual é tão comum, em igrejas que assumem a teologia da prosperidade, ver crentes “tomando posse da ben-ção”, “apropriando-se do que querem” e “exigindo de Deus suas bênçãos”. Em tais igrejas, Deus é visto como uma marionete que pode ser manobrada pelos cren-tes. Eles exigem, e ele tem que dar; eles o colocam “contra a parede”, e ele não tem alternativa, a não ser abençoá-los. Tudo isso porque en-tendem que o crente está destina-do a ser próspero, saudável e feliz neste mundo.

01. Discuta em classe as seguintes questões: Como podemos definir a teologia da prosperidade? Qual a sua origem? Em sua opinião, há muitas igrejas, no Brasil, que a ensinam?

02. Há três ensinos centrais que definem a teologia da prosperidade. Quais são? Para responder, utilize o comentário anterior.

II COMBATENDO OS VENTOS DE DOUTRINA

Como acabamos de ver, a teolo-gia da prosperidade poderia, grosso modo, ser definida por estes três ensinos centrais: 1) Quanto mais di-

nheiro damos à igreja, mais recebe-mos de Deus, 2) prosperidade é sinô-nimo de bom relacionamento com o Senhor e 3) cristão tem o direito

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10 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

de desfrutar de bênçãos financeiras em abundância. Será que, à luz da Bíblia, esses ensinos estão corretos? É o que veremos a seguir.

1. Barganha com Deus: Sobre o primeiro ensino da teologia da prosperidade, precisamos fazer al-gumas considerações. É claro que, em Ml 3:10, 2 Co 9:6 e em outros textos, há promessas de Deus para os que são fiéis nos dízimos e con-tribuem generosamente, mas isso não significa que podemos exigir bênção de Deus. Ele é soberano e nós, suas criaturas. A contribuição financeira não é uma barganha com Deus. O fato de darmos não o obriga a nos devolver; é o con-trário: ele já nos deu, e, por isso, estamos devolvendo. A teologia da prosperidade distorce o conceito bíblico de contribuição.

O dízimo é uma atitude de gra-tidão, não de interesse mesquinho. Não o devolvemos para ganhar em dobro, nem para ficar ricos, mas para agradecer a Deus por suas bênçãos. É interessante que 2 Co 9 trata de uma oferta destinada a ajudar cris-tãos pobres na Judeia. A motivação era ajudar o próximo, não enrique-cer. O que Paulo estava ensinando é que “quando semeamos dinheiro, colhemos não apenas dinheiro, mas também, e, sobretudo, bênçãos es-pirituais”1 (cf. 2 Co 9:13-14). Sendo assim, a contribuição, na Bíblia, é

1. Lopes (2008a:208).

sempre uma expressão de gratidão, nunca um meio para extorquir rique-za de Deus.

2. Pobres, mas fiéis: Quanto ao segundo ensino da teologia da prosperidade (prosperidade é sinô-nimo de bom relacionamento com Deus), podemos afirmar que é anti-bíblico. Temos o exemplo dos cren-tes pobres da Judeia, para os quais foi necessário levantar uma oferta entre as igrejas da Macedônia, a fim de que não morressem de fome (cf. Gl 2:10; 2 Co 8 e 9). Será que todos esses irmãos não tinham fé o bas-tante ou estavam “em pecado”? E o que dizer do nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo filho de Deus, foi pobre? A Bíblia diz que ele nasceu em um estábulo sujo, em Belém (Lc 2:1-7), e cresceu em Nazaré, situada na periferia da Palestina (Mt 2:19-20, 23).

Sendo assim, a fidelidade do crente a Deus não pode ser medida por sua situação financeira. Na gale-ria dos heróis da fé, em Hb 11, en-contramos o relato de crentes que foram fiéis a Deus e, ainda assim, foram necessitados (Hb 11:37). O mesmo diríamos de Paulo, que, por amor a Cristo, passou fome, sede, frio e necessidades inúmeras, no de-correr de toda sua vida (2 Co 11:16-33; Fp 4:11-13; 2 Tm 4:6-18). Sem dúvida, de acordo com a teologia da prosperidade, o apóstolo seria, hoje em dia, um tremendo exemplo de crente fracassado.

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3. Não somos imunes: A Bíblia também contradiz o terceiro ensino da teologia da prosperidade, a ideia de que o cristão, por servir a Deus, tem o direito à riqueza material e à prosperidade financeira. Jesus dis-se que o Pai não promete atender nossas ambições, mas, sim, nossas necessidades (Mt 6:31-34); também não nos torna imunes ao sofrimento presente (cf. Mt 24:7-9; At 14:22). Os cristãos não estão isentos das condições econômicas e sociais do lugar em que vivem. Isso fica claro pelo exemplo dos cristãos pobres da Judeia, que sofreram com a fome

que se abateu por todo o mundo, na época (At 11:27-30).

O mal, o sofrimento e a escassez farão parte deste mundo, até que Je-sus volte (Ap 21:1-4). Diante disso, a confiança do cristão deve estar em Deus, que o ajuda a enfrentar as ad-versidades. Não temos direito algum de exigir riquezas de Jesus, pois ele nunca nos prometeu isso (Jo 16:33). Nas igrejas que pregam a teologia da prosperidade, Deus está a serviço dos fiéis, como um capacho, debaixo de seus mandos e desmandos. Isso não é absurdo? Deus é soberano; lembre-se disso.

03. Responda às seguintes questões: É certo, com base em Ml 3:10, exigir bênçãos de Deus? Qual a motivação para contribuir? Qual o contexto de 2 Co 9:6 e o que Paulo estava realmente ensinando? Utilize 2 Co 9:13-14.

04. Leia Mt 8:20 e responda: Como conciliar a teologia da pros-peridade com o fato de Jesus ter sido pobre? Leia Jo 16:33; 2 Co 11:16-33; Fp 4:11-13; Hb 11:37; At 11:27-30, e comente sobre a ideia absurda de dizer que crente não pode passar por necessidades. Jesus prometeu riquezas?

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12 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

III CORRENDO DOS VENTOS DE DOUTRINA

Como ficou comprovado, à luz das Escrituras, a teologia da prospe-ridade é completamente antibíblica. É mais um vento de doutrina falsa, que tem soprado pelas igrejas evan-gélicas no Brasil. Concentra-se em verdades bíblicas pela metade, fora do contexto.2 Não é, de forma al-guma, o evangelho de Jesus Cristo, e, portanto, deve ser rejeitada por todos os cristãos. A seguir, vejamos como podemos correr para bem lon-ge desse falso ensino.

1. Fuja da teologia da pros-peridade: não seja insatisfeito: A teologia da prosperidade produz crentes egoístas e insatisfeitos. In-fluenciados por ela, muitos cristãos, como meninos malcriados, têm fei-to orações interesseiras, esperando que Deus realize suas vontades mes-quinhas de adquirir bens, posição e riqueza. Nunca estão satisfeitos, sempre querem mais. Só sabem pe-dir e pedir.

Contudo, a Bíblia nos diz: Não se deixem dominar pelo amor ao di-nheiro e fiquem satisfeitos com o que vocês têm (Hb 13:5 – NTLH). Paulo vai além e diz que devemos sentir-nos bem satisfeitos sem dinheiro, se

2. Zibordi (2006:69).

tivermos alimento e roupa suficiente (1 Tm 6:8). A palavra prosperidade, do latim prospérus, significa “feliz, ditoso, florescente”.3 A verdadeira prosperidade bíblica é: estar feliz e satisfeito com o que Deus nos dá.

2. Fuja da teologia da prospe-ridade: não seja interesseiro: A teologia da prosperidade enfatiza o “aqui e agora”, em detrimento do “lá e então”. Prioriza o efême-ro, não o eterno; o irrelevante, não o imprescindível; o supérfluo, não o essencial. Jesus disse: Cuidado! Fi-quem de sobreaviso contra todo tipo de ganância; a vida de um homem não consiste na quantidade dos bens que possui (Lc 12:15 – NVI).

Paulo, por sua vez, afirma que os querem ficar ricos caem em ten-tação, em muitos desejos loucos e nocivos que afundam os homens na ruína e na desgraça (1 Tm 6:9). Os ambiciosos são facilmente atraídos pela teologia da prosperidade. Eles vão a Deus, não pelo que ele é, mas pelo que ele pode fazer. Não querem a salvação, mas a riqueza; não que-rem o seu amor, mas as suas bên-çãos. Fuja da teologia da prosperida-de. Não seja interesseiro.

3.Idem, p.70.

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SEU DESAFIO SEMANAL

05. Leia 1 Tm 6:8 e Hb 13:5 e fale sobre como a teologia da pros-peridade produz crentes insatisfeitos e como a Bíblia a contradiz, nesse sentido.

06. Converse com os demais alunos sobre as seguintes questões: Qual a ênfase da teologia da prosperidade? O que a Bíblia diz a respeito? Para responder, leia Lc 12:15; 1 Tm 6:9.

Nesta semana, seu desafio será bem prático; afinal, Tiago nos advertiu quanto ao perigo de estudarmos a palavra de Deus, mas nunca a colocarmos em prática (Tg 1:22). Sendo as-sim, tente aplicar tudo o que você aprendeu, nesta lição. Aqui vão algumas dicas: Pegue seus CD’s ou DVD’s de música gospel e analise as letras das canções. Você sabia que muitas músicas e bandas evangélicas, no Brasil, são influenciadas pela teologia da prosperidade?

Precisamos ficar atentos! Por isso, faça o mesmo com os livros que você possui. Aliás, a partir de agora, fique mais atento às mensagens que você vê no youtube, aos pregadores de renome que você escuta frequentemente. Infelizmente, muitos pastores de renome são adeptos da teologia da prosperidade e lucram muito com esse falso ensino. Seja crítico. Não seja enganado. Rejeite, com firmeza, a teologia da prosperidade.

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Hinos sugeridos – BJ 88 • BJ 25

O evangelho da saúde perfeita2

TEXTO BÁSICO

Os seus discípulos perguntaram: — Mestre, por que este homem nasceu cego? Foi por causa dos pecados dele ou por causa dos pecados dos pais dele? Jesus respon deu: — Ele é cego, sim, mas não por causa dos pecados dele nem por causa dos pecados dos pais dele. É cego para que o poder de Deus se mostre nele. (Jo 9:2-3 – NTLH)

OBJETIVO

Ensinar ao estudante da Bíblia que o cristão não é imune às enfermidades, como ensina o evangelho da saúde perfeita, e, com base nessa verdade, ajudá-lo a ser cuidadosoe submisso.

LEITURA DIÁRIA

D 05/10 Jo 9:1-3

S 06/10 2 Co 12:7-9

T 07/10 2 Cr 26:17-20

Q 08/10 2 Rs 13:14

Q 09/10 2 Tm 4:20

S 10/10 Mt 6:10

S 11/10 Jó 2:7-10

11 DE OUTUBRO DE 2014

INTRODUÇÃOÉ assustadora a quantidade de mortes a

cada ano. De acordo com os dados da Or-ganização Mundial da Saúde, divulgados no site da revista Super Interessante1, mais de 50 milhões de pessoas morrem, anualmente, no planeta. A maioria dessas mortes é provocada por doenças. As doenças vasculares cerebrais, por exemplo, estão entre as que mais matam no mundo.

Não é à toa que, apesar dos avanços consta-tados, na medicina, nos últimos anos, a saúde ainda continua sendo uma de nossas princi-pais preocupações. Ninguém quer ficar refém de uma doença, seja esta grave ou não. Dian-

1. Soares, Jessica. 9 doenças que mais matam no mundo. 7 de dezembro de 2012. Disponível em: <http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/9-doencas-que-mais-ma-tam-no-mundo/ >. Acesso em 16 de junho de 2014.

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te de tudo isso, cabe uma pergunta: O crente em Jesus pode ficar doen-te? O evangelho da saúde perfeita

afirma que não. E a Bíblia, o que diz a respeito? É o que veremos no de-correr desse estudo.

Nos últimos anos, uma das dou-trinas mais defendidas nos púlpitos de diversas igrejas cristãs é o cha-mado evangelho da saúde perfeita. Trata-se de um braço da Teologia da Prosperidade. Seus defensores não admitem, em hipótese alguma, que o cristão esteja enfermo e, ao mes-mo tempo, em paz com Deus. Para melhor entendê-la, analisemos dois de seus aspectos.

1. A imunidade às doenças: A doença não faz parte do vocabulário do verdadeiro cristão. Pelo menos, é isso que prega o evangelho da saúde perfeita. Assim sendo, o cristão está imune a qualquer enfermidade. Ele não merece sofrer. Em que se ba-seia esse pensamento tão difundido e aceito por diversas denominações evangélicas de nossos dias?

Uma das premissas desse ensino é que a doença é resultado de uma ação exclusiva do diabo.2 Uma sim-ples gripe ou dor de cabeça pode indicar possessão maligna, e o ver-dadeiro cristão não pode ficar vul-

2. Andrade, Joaquim. A teologia da prospe-ridade. Disponível em: <http://www.solascrip-tura-tt.org/Seitas/Pentecostalismo/Teologia-Prosperidade-JAndrade.htm>. Acesso em 11 de junho de 2014.

nerável a ela, já que tem fé. Mateus 9:32-33 é um dos textos usados para defe nder essa ideia. Nele, é narrada a história de um homem mudo que foi curado por Jesus. Diz o texto que, quando o demônio foi expulso, o mudo começou a falar (v.33a).

Outro ponto defendido pelo evan-gelho da saúde perfeita é que o cris-tão não deve adoecer porque a cura física lhe está totalmente garantida, na expiação de Cristo, de acordo com Isaías 53:4-5. O versículo 4a diz: Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças. Mateus 8:14-17 é também utilizado para reforçar esse pensamento.

2. A culpabilidade frente às doenças: Já afirmamos que os de-fensores do evangelho da saúde per-feita argumentam que o verdadeiro cristão não pode ser portador de en-fermidade. Contudo, “os hospitais e clínicas especializadas estão cheias de evangélicos de todas as denomi-nações – tradicionais, pentecostais e neopentecostais –, sofrendo os mais diversos tipos de males”.3

3. Lopes (2011:32).

I CONHECENDO OS VENTOS DE DOUTRINA

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16 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

Obviamente, contestar essa afir-mação é ir contra a lógica. Como é possível explicar o fato de que cen-tenas de cristãos padecem nos leitos hospitalares todos os dias? O evan-gelho da saúde perfeita responde de duas maneiras. Em primeiro lugar, o cristão só adoece porque tem algu-ma culpa diante de Deus e está em pecado, o que o torna vulnerável aos demônios.

Em segundo lugar, se o cristão caiu em enfermidade e continua a padecer por isso, é porque lhe fal-ta fé suficiente para conseguir a cura. Portanto, o crente não pode aceitar a doença, mas deve deter-minar a cura, urgentemente, com a palavra de fé. Os verbos exigir, de-cretar, determinar, reivindicar são comumente proferidos nesse tipo de ação.

01. Com base em Is 53:4-5; Mt 9:32-33, e no item 1 da primeira parte deste estudo, responda: Por que o cristão não deve adoecer, segundo o evangelho da saúde perfeita?

02. Com base no item 2 da primeira parte deste estudo, responda: Como os defensores do evangelho da saúde perfeita explicam o fato de que muitos cristãos padecem nos leitos hospitalares?

II COMBATENDO OS VENTOS DE DOUTRINA

Assim como no passado, Deus pode curar os enfermos em nossos dias. Ele tem poder para trazer saúde a seu povo, pois cura todas as en-fermidades (Sl 103:3). A teologia da saúde perfeita, porém, é um grave equívoco doutrinário. Dizer que o

cristão é imune às doenças e que, via de regra, está em pecado, quando adoece, é denegrir o texto bíblico. Refutemos, agora, esta heresia con-temporânea.

1. A vulnerabilidade frente às doenças: Não há cristão imune à

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enfermidade. Todos nós somos vul-neráveis a ela. Ao contrário do que faz a teologia da saúde perfeita, não podemos ignorar que as doenças, tal como a morte, são consequên-cias da entrada do pecado no mun-do. Desde que Adão e Eva pecaram, a humanidade inteira passou a co-nhecer o sofrimento (Gn 3:17-19). Somos pecadores, e, enquanto a natureza pecaminosa existir em nós, podemos adoecer física, emocional e espiritualmente.

Nem sempre a pessoa adoece por causa de pecados pessoais (Jo 5:14) ou por falta de fé. Jó é um exemplo disso. Ele ficou gravemente enfermo, à beira da morte (Jó 2:7). Contudo, a Bíblia dá testemunho de sua inte-gridade: Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios (Jó 2:10). Paulo também é um exemplo de que o cris-tão é vulnerável à doença. Apesar de ter orado três vezes pela cura, o fer-voroso apóstolo não a recebeu (2Co 12:7-9). Será que ele não tinha fé?

Quanto a Isaías 53:4-5, não se trata de garantia total de cura física. O que o texto quer dizer é que uma das atribuições do Messias seria curar os enfermos, como Jesus fez (cf. Mt 8:14-17). Ao curar muitas pessoas fisicamente, Jesus cumpria a profe-cia de Isaías, provando, assim, ser o Messias (Lc 7:19-23). Essas curas, porém, ocorreram antes da expiação de Cristo. Logo, usar essa passagem para dizer que a cura divina, total e

perfeita, está garantida na expiação, é forçar o texto.4

2. A soberania frente às doen-ças: O diabo pode infringir doenças aos seres humanos? De acordo com a Escritura, dentro de sua soberania, Deus pode, sim, permitir que os de-mônios causem doenças nos seres humanos (cf. Mt 9:32-33, 12:22; Mc 9:17; Lc 13:10-13, etc.). Mas todas as doenças são causadas por demô-nios? De acordo com a Escritura, não! São vários os textos bíblicos em que doenças e ações demoníaca são tratadas distintamente (cf. Lc 13:32; Mt 17:15-18, 4:42, etc.). Nunca es-queçamos que Deus tem poder para curar, mas também para ferir. Isso porque a sua soberania atesta que ele é supremo em governo e autori-dade sobre todas as coisas.5

Há quem diga que toda doen-ça procede do diabo e que, para Deus dar uma doença, teria de pe-di-la emprestada a ele, o que é uma ideia absurda.6 A Bíblia deixa claro que algumas doenças são uma pro-vação divina. Além da provação, as doenças podem ser resultado de uma punição divina. Por isso, Uzias foi ferido pelo Senhor com lepra (2Cr 26:17-20), bem como Miriã (Nm 12:10). E, assim como pode ferir, Deus também pode curar. Po-

4. Romeiro (1998:27).

5. Idem, p.32.

6. Tadeu (1989:7).

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18 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

rém, é importante lembrar que ele cura como e quando quer. Deus não curou Paulo, como também não curou Eliseu (2 Rs 13:14). Em contrapartida, curou Ezequias (2 Rs 20:5). Paulo orou e Deus curou o pai de Públio e alguns outros enfermos da ilha de Malta (At 28:7-9). Con-tudo, esse mesmo Deus não curou Trófimo, diante da oração do mes-mo apóstolo Paulo (2 Tm 4:20).

Por que Deus curou uns e outros, não? Porque é soberano. Ele não é

obrigado a curar ninguém. Quem decreta a cura é Deus, não o ho-mem; quem determina a bênção é Deus, não o homem; quem tem autoridade sobre as enfermidades é Deus, não o homem. A cura deve ser suplicada, não exigida por nós (cf. 1 Jo 5:14; Tg 1:17). Aliás, em nossas orações, sejam por cura ou por qual-quer outro benefício, é preciso con-siderar o conselho de Cristo, face à soberania de Deus: ... faça-se a tua vontade (Mt 6:10).

03. De acordo com a Bíblia, o cristão é imune às doenças? Explique, com base em Gn 3:17-19; Jó 2:7,10; 2 Co 12:7-9.

04. Todas as doenças são procedentes do Diabo? Deus é obrigado a curar todas as pessoas? Temos autoridade para decretar ou exigir uma cura divina? Responda, com base Nm 12:10; 2 Rs 13:14, 20:5, Jó 2:3-7; 1 Jo 5:14.

III CORRENDO DOS VENTOS DE DOUTRINA

Podemos estar no leito de um hospital, sofrendo de uma grave en-fermidade e, ainda assim, estar no centro da vontade de Deus. É isso

que a Bíblia ensina, contrariando to-dos os defensores da falsa doutrina do evangelho da saúde perfeita. So-mos vulneráveis às doenças. O inte-

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gro Jó ficou doente; Paulo também. Por que seríamos diferentes? Duas lições devem ser levadas em consi-deração, diante do que aprendemos até aqui.

1. Cientes de nossa vulnerabi-lidade, sejamos cuidadosos: A do-ença causa dor, impotência, solidão, preconceito, morte; maltrata nosso corpo e mina nossas energias. O fato de sermos cristãos não impede que adoeçamos. Epafrodito, colabora-dor de Paulo, ficou doente e quase morreu, enquanto viajou em missão, para prover as necessidades do após-tolo Paulo (Fp 2:25-27). Timóteo, por sua vez, tinha problemas no estôma-go e sofria de várias enfermidades (1 Tm 5:23).

Sabendo disso, cuidemos da nos-sa saúde. Evitemos ingerir alimentos que nos prejudiquem. Cultivemos hábitos saudáveis. Atividades físicas regulares ajudam, nesse sentido. Não menosprezemos os recursos da medicina, pois são bênçãos de

Deus para nós. Timóteo foi aconse-lhado a tomar um pouco de vinho para não sucumbir na enfermidade(1 Tm 5:23).

2. Cientes de nossa vulnerabi-lidade, sejamos submissos: Deus é soberano. Ele pode ferir uma pes-soa, por meio de uma enfermidade, como também pode curá-la de qual-quer doença. O fato de ele ter poder para curar todas as doenças não sig-nifica que curará todas as pessoas. Nem sempre nossas orações serão atendidas. A vontade soberana de Deus é maior que a nossa.

Portanto, quem somos nós para decretar, exigir ou determinar a cura divina e para usar da petulância de jogar Deus contra a parede? Jamais façamos isso. A nossa oração não tem poder em si mesma. Ela só será atendida se Deus assim o quiser (Fp 2:13). Em nossas orações por cura, sejamos submissos à vontade dele (Mt 6:10). Curando-nos ou não, Deus continua a ser soberano.

05. Por que precisamos ser cuidadosos em relação a nossa saúde?

06. Como podemos praticar a submissão em nossas orações por cura?

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20 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

SEU DESAFIO SEMANAL

Como vimos, na lição de hoje, não somos imunes às doenças. Nem sempre a enfermidade de uma pessoa indica que ela tenha culpa. Do mesmo modo, o fato de muitas pessoas não serem curadas de uma enfermidade não significa que não tenham fé. Se somos vulneráveis às doenças, cuidemos de nossa saúde e submetamo-nos à soberania de Deus.

Apesar de estarmos sujeitos a sofrer de uma enfermidade, po-demos contar com a graça e com a cura de Deus. Daí parte o nosso desafio para esta semana: Você conhece alguém que está enfermo? Seu desafio é orar por essa pessoa nesta semana, sem-pre enfatizando o princípio ensinado por Jesus: ... seja feita a tua vontade (Mt 6:10).

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Hinos sugeridos – BJ 7 • BJ 130

OBJETIVO

Confrontar, à luz da Bíblia, a doutrina segundo a qual uma pessoa, quando crê em Jesus, precisa passar por uma seção de quebra de maldições.

TEXTO BÁSICO

Que é que vocês querem dizer quando citam este provérbio sobre Israel: “Os pais comem uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotam”? Juro pela minha vida, palavra do Soberano Senhor, que vocês não citarão mais esse provérbio em Israel. Pois todos me pertencem. Tanto o pai como o filho me pertencem. Aquele que pecar é que morrerá. (Ez 18:2-4)

LEITURA DIÁRIA

D 12/10 Tg 3:1-12

S 13/10 Pv 15:1

T 14/10 Tt 2:8

Q 15/10 Jo 9:1-3

Q 16/10 Dt 24:16

S 17/10 Ez 18:1-4

S 18/10 Dt 9:6-24

18 DE OUTUBRO DE 2014

3 A quebrade maldições

INTRODUÇÃOHá, na sua família, casos de câncer, pobre-

za, alcoolismo, alergia, doenças do coração, diabetes, perturbações mentais e emocionais, abusos sexuais, obesidade, adultério, gravidez na adolescência, pornografia, depressão, di-vorcio? Segundo os defensores da doutrina da quebra de maldições, essas e outras situações são resultados dos pecados herdados de pais, avós, bisavós etc., ou de palavras malditas e até mesmo de um nome maldito.

Nesta lição, analisaremos biblicamente essa doutrina divulgada fortemente nos meios de comunicação e presente em muitas igrejas, que se aproveitam da fragilidade de muitos crentes para impor-lhes pavor e confusão, ensinando-lhes que podem estar debaixo de maldições que precisam ser quebradas.

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22 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

A doutrina da quebra de maldi-ções faz parte do “pacote” da teolo-gia da confissão positiva, que, entre outras coisas, além de ensinar sobre a herança maldita, conhecida tam-bém como “maldição de família” ou “pecado de geração”, também ensina que a maldição pode ser re-sultado das palavras recebidas ou até mesmo dos nomes adquiridos pelas pessoas crentes ou não. Veremos, resumidamente, esses três pontos principais dessa doutrina.

1. A herança maldita: Os defen-sores da “herança maldita” ensinam que todo tipo de sofrimento é herda-do de pai para filho. Segundo eles, “a maldição é a autorização dada ao diabo por alguém que exerce au-toridade sobre outrem, para causar dano à vida do amaldiçoado (...), levando-as a viver completamente fora dos propósitos de Deus”.1 As-sim, faz-se necessário uma pessoa ou até uma equipe de especialistas para “quebrar” a maldição.

O principal texto bíblico em que fundamentam essa doutrina é Êxodo 20:5-6, que afirma: Eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos

1. Linhares (1992:16).

que guardam os meus mandamen-tos. Outros textos também usados para defender essa ideia são: Lv 26:39; Nm 14:18; Dt 30:19.

2. As palavras malditas: Os mesmos que acreditam na doutrina da herança maldita também afir-mam o poder das palavras, princi-palmente com base em Tiago 3:8-10. A interpretação dada por eles a esse texto é a de que as palavras podem desencadear a maldição so-bre a vida de indivíduos, famílias e até nações. De acordo com essa crença, “as palavras de maldição são sentenças lançadas sobre uma pessoa ou sobre algo, que de forma intencional ou não, podem causar prejuízos em vários aspectos: senti-mentais, profissionais, financeiros, entre tantos outros”.2

Isso acontece porque Deus deu ao homem autoridade nas suas pa-lavras, que lhe permite abençoar ou amaldiçoar. Segundo os defenso-res dessa crença, isso funciona da seguinte maneira:3 as palavras que saem da nossa boca, boas ou más, acionam o mundo espiritual para a realização de algo físico ou natural. Sendo assim, tudo que falamos é

2. O poder de suas palavras. Disponível em: <http://www.boladenevechurch.com.br/mer-gulhando/aulaspdf/aula10.pdf >. Acesso em 05 de julho de 2014.

3. Idem.

I CONHECENDO OS VENTOS DE DOUTRINA

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matéria-prima para o mundo espi-ritual e lhe concede legalidade para usar nossas palavras, que ficam re-gistradas, à disposição dos demô-nios. Por isso, devem ser canceladas no mundo espiritual. E como isso pode ser feito? Por meios de orações que possam ser ouvidas pelo mundo espiritual, por meio de cura interior e libertação. Dessa forma, cancelamos toda a legalidade do diabo para agir contra nossas vidas ou contra a vida dos outros.

3. Os nomes malditos: Outro ensinamento que aflige e preocupa muitos crentes é o dos “nomes mal-ditos”. Esse falso ensinamento diz que, dependendo do nome que a pessoa recebe, pode ser atingida por maldições, sendo que seu caráter e

seu futuro não dependerão de suas escolhas pessoais, mas unicamente do seu nome.

Segundo essa doutrina, existem nomes próprios carregados de mal-dição, que já trazem prognósticos negativos, “por isso não convém dar aos nossos filhos nomes que tenham conotação negativa, que expressem derrota, tristeza, dureza: ou de ori-gem ou significado desconhecidos”.4 Para os que afirmam essa crença, os fracassos espirituais, financeiros, profissionais e tantos outros causa-dos pelo nome maldito só podem ser interrompidos se a maldição do nome for quebrada.

4. Linhares (1992:34-35)

01. Foram apresentados os três principais pontos da doutrina da quebra de maldições. Discuta com a classe o primeiro desses ensinos: a “herança maldita”. O que é e como é transmitida?

02. O que ensinam aqueles que apresentam argumentos a favor das palavras malditas e dos nomes malditos?

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24 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

Até aqui, verificamos um pouco do que pensam os defensores da quebra de maldições, seja por heran-ça, palavras ou nomes malditos. Ve-remos que essa doutrina não possui consistência bíblica, pois se baseia em experiências humanas. Apresen-taremos, a partir de agora, argumen-tos bíblicos que expõem a sua fragili-dade. Vamos a eles:

1. O argumento bíblico contra a herança maldita: Os defensores da maldição hereditária erram, quan-do interpretam literalmente Êx 20:5-6, uma vez que, se o sentido desse texto fosse literal, implicaria uma contradição gravíssima em relação ao restante da Bíblia, em que temos a doutrina do livre arbítrio apresen-tada com clareza. Se Deus abençoa até a milésima geração, parece que a milésima primeira geração a existir já estaria condenada; assim, também, se a maldição alcança até a quarta geração, a quinta estará livre.

O que esse texto realmente quer dizer? Pois bem, uma vez que os fi-lhos demonstravam grande respeito por seus pais, seguindo seus exem-plos, os pais que praticassem o peca-do da idolatria, por exemplo, veriam a desgraça alcançar seus descenden-tes, que, provavelmente, envereda-riam pelo mesmo caminho. Então, Deus visitaria com juízo os descen-dentes de homens ímpios, descen-

dentes esses que, à semelhança de seus pais, aborreciam a Deus.5 Não podemos negar essa influência dos pais nos filhos; cada pessoa, porém, usa o livre arbítrio que recebeu de Deus para decidir o que fazer.

No Pentateuco, são muitas as pas-sagens a partir das quais podemos entender que “a retribui ção divina sobre os filhos dos que aborrecem a Deus é desconti nuada a partir do momento em que estes filhos se ar-rependem de seus próprios pecados, e os confessam a Deus”6 (Lv 26:39-42). Além disso, é clara a ideia da so-berania de Deus nesse texto. É Deus quem abençoa e amaldiçoa. Na Escri-tura Sagrada, não existe um só versí-culo que apresente o diabo amaldi-çoando alguém. Na Bíblia, o pecado é sempre pessoal, resultado de uma decisão consciente. O ser humano é livre para escolher entre o bem e o mal. Os pecadores são responsáveis por suas escolhas, atitudes e ações (cf. Dt 9:6-24; Jr 2;4-28; Ez 16:14-58; Am 2:6-8; 5:10-12; 8:4-6; Mq 2:1 e 2; 7:2-7; Is 59:1-8, Jr 7:9-11; 29:23).

2. O argumento bíblico contra as palavras malditas: Uma jovem

5. Lopes, Augustus Nicodemus. A quebra de maldições é bíblica?. Disponível em: <http://www.monergismo.com/textos/seitas_he-resias/quebra_maldicoes_nicodemus.htm> Acesso em: 11/07/2014.

6. Idem.

II COMBATENDO OS VENTOS DE DOUTRINA

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pode repetir o mau caráter da mãe, só porque ouviu: “Quando você crescer, vai ser igual a sua mãe”? Um filho pode mesmo não dar em nada, só porque ouviu, várias vezes, da boca do pai: “Você não vai dar em nada!”? Se não forem “quebradas”, essas palavras de maldição se cum-prirão plenamente? Se as palavras negativas se cumprem, as positivas não deveriam também se cumprir? Afinal, as palavras humanas têm poder em si mesmas? A resposta é não! As únicas palavras que têm po-der criativo são as pronunciadas por Deus (Gn 1:1-20).

É claro que o crente deve zelar pelo falar. A Bíblia não é a favor da linguagem intemperante e precipita-da (Pv 15:1, 17:27, 25:11; Tt 2:8; Tg 3:2). Porém, afirmar que as palavras humanas podem, por si mesmas, de-terminar o sucesso ou o fracasso de alguém é ignorar o ensino bíblico. Em Tg 3:8-10, o público-alvo do es-critor são os mestres (v.1), cuja prin-cipal ferramenta de trabalho é a lín-gua. A ideia do apóstolo é alertá-los a ensinar a palavra de Deus de forma

correta, a fim de que os ouvintes, ao praticarem o que aprendiam, fossem abençoados e não amaldiçoados.

3. O argumento bíblico contra os nomes malditos: Não há refe-rência bíblica alguma sobre o ensino da maldição no nome. Se o nome é garantia de sucesso, porque perso-nagens bíblicos com “bons nomes” fracassaram? Veja o caso de Abias (“Jeová é pai”), Absalão (“Pai da paz”), Judas (“Louvor”), Bar-Jesus (“Filho de Jesus”). Todos esses, ape-sar de seus bons nomes, se corrom-peram (1 Sm 8:3; 2 Sm 3:3; 13-19; Mt 26:48, 49; At 13).

Por outro lado, personagens com nomes de significados ruins alcança-ram aprovação de Deus: Paulo (“Pe-queno”), Epafrodito (encantador), Apolo (“Destruidor”), Filipe (“Amigo de cavalos”), Tiago (forma moder-na de Jacó – “Enganador”). Esses exemplos comprovam que o nome não faz o homem. Caso contrário, as penitenciárias não estariam lotadas de pessoas com nomes bíblicos, tais como Mateus, Marcos, Lucas, João, Davi, Samuel etc.

03. De que maneira a Bíblia combate o falso ensino da maldiçãohereditária? Explique Êxodo 20:5-6.

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26 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

04. Quais os argumentos bíblicos contra o falso ensino da palavra e do nome malditos?

Para que possamos caminhar ao lado da Escritura e do verdadeiro en-sino, apresentamos, a seguir, duas aplicações para que outros não nos estraguem a fé e a alegria com suas filosofias, suas soluções erradas e su-perficiais baseadas em ideias e pen-samentos humanos, em lugar daqui-lo que Cristo disse (Cl 2:8).

1. Não se engane! Na Bíblia, o pecado é sempre pessoal: Na Bí-blia o pecado é sempre pessoal. O próprio Jesus descartou a ideia de que um filho fosse punido pelo pe-cado de seus pais (Jo 9:1-3). Cada um será punido pelas suas próprias obras. Não há nem maldade heredi-tária, nem bondade hereditária. Um pai bondoso não gera, necessaria-mente, um filho bondoso nem um pai maldoso gera um filho maldoso.

Nos tempos do profeta Ezequiel, um ditado popular, que o povo vivia repetindo na terra de Israel, teve de ser combatido: ... os pais comeram uvas verdes, mas foram os dentes dos filhos que ficaram ásperos (Ez 18:2). Essa ideia da hereditarieda-de do pecado era e é algo irritante

a Deus (Ez 18:3). Por isso, acredite na Palavra do Senhor, que esclare-ce e afirma que a pessoa que pecar, essa morrerá. O filho não responde pelo pai. Cada um responde por si (Ez 18:4,20; Dt 24:16). A doutrina da maldição hereditária é uma falácia.

2. Não se engane! O arrepen-dimento é a única forma de li-bertar-se: A doutrina da quebra de maldições mais parece uma tentati-va de enfrentar os problemas cau-sados pelo pecado de uma forma simplista, mística e ilusória. No final das contas, dentro dessa doutrina, o culpado sempre é o outro. Pense, por exemplo, em uma pessoa que adulterou e tem histórico na família: o avô adulterou. Se ela faz parte de uma igreja defensora da doutrina da quebra de maldições, será informada de que a maldição, vinda do avô, a atingiu e precisa ser quebrada. Nun-ca o pecador tem a culpa. E a deci-são consciente por adulterar?

A única maneira de libertar-se das consequências danosas do pecado é voltar-se para Deus. Não precisa-mos de pessoas especializadas para

III CORRENDO DOS VENTOS DE DOUTRINA

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quebrar nossas possíveis maldições. Precisamos de arrependimento (Ez 18:21-23, 27-32). O arrependimen-to continua sendo a forma eficaz de alcançarmos libertação. Quando olhamos para a cruz de Cristo, nós o

reconhecemos como salvador e nos arrependemos de nossos pecados, rompemos com o nosso passado e passamos a ser novas criaturas nele (2 Co 5:17). Diz o Senhor: Arrepen-dam-se e vivam (Ez 18:32).

05. Com base na primeira aplicação e em Ezequiel 18:2-4, comente a afirmação: “Na Bíblia, o pecado é sempre pessoal”.

06. Com base na segunda aplicação, responda: Qual é a únicamaneira de libertar-se das consequências danosas do pecado?

SEU DESAFIO SEMANAL

Não estamos debaixo de nenhum “encantamento”. Creia nis-so! A doutrina da maldição hereditária, da palavra maldita e do nome maldito é uma falácia. Ninguém peca ou se desvia da fé por culpa de uma vida amaldiçoada, mas as pessoas são tenta-das quando são atraídas e enganadas pelos seus próprios maus desejos (Tg 1:14).

Se você já recebeu Cristo Jesus como seu salvador pessoal, a obra feita por ele, na cruz, é suficiente para libertá-lo de toda maldição. Seu desafio é ser honesto para reconhecer seus pró-prios pecados e pedir perdão a Deus por eles. Assim, em obedi-ência, certamente as bênçãos de Deus estarão sobre você. Viva como uma pessoa liberta por Jesus, sem culpas e pesos de supos-tas maldições passadas.

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28 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

25 DE OUTUBRO DE 2014

LEITURA DIÁRIA

D 19/10 1 Cor 6:19-20

S 20/10 Jo 14:16-17

T 21/10 Jo 5:18

Q 22/10 Cl 1:13

Q 23/10 Jo 8:44

S 24/10 Cl 2:13-15

S 25/10 Jd 6

Hinos sugeridos – BJ 144 • BJ 74

TEXTO BÁSICO

Ninguém que passou a fazer parte da família de Deus faz do pecado um hábito, pois Cristo, o Filho de Deus, resguarda-o com segurança, e o diabo não pode pôr as mãos nele. (1 Jo 5:18 - NVI)

OBJETIVO

Mostrar ao estudante da palavra os erros bíblicos contidos na demonologia de muitas igrejas evangélicas, a fim de que permaneça firme na palavra, sem se deixar influenciar ou amedrontar por tais ensinos.

Demonologia enferma4

INTRODUÇÃO Você já ouviu falar sobre demonologia? Se

não, aqui vai uma simples definição: demo-nologia é uma área importante da Teologia Sistemática que se encarrega de estudar tudo sobre o que a Bíblia diz acerca dos demônios (sua natureza, atuação, propósitos etc.). É, sem dúvida, importante analisá-la, pois todo cristão que afirma ter a Bíblia como regra de fé e prática deve conhecer muito bem o que ela ensina, inclusive sobre os demônios.

Além disso, este estudo torna-se ainda mais importante em nossos dias devido ao nosso contexto religioso. Para nossa tristeza, a de-monologia de muitas igrejas evangélicas, em nosso país, é completamente antibíblica e herética. Sendo assim, precisamos, urgente-mente, de um ensino bíblico sólido sobre esse assunto capaz de nos vacinar contra tais dou-trinas e práticas errôneas. É justamente isso que esta lição se propõe a fazer.

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Como temos feito, nesta série de lições, vamos dividir nosso estudo em três partes. Em primeiro lugar, va-mos conhecer a doutrina antibíblica (que, neste caso, será a demonologia de algumas igrejas evangélicas); de-pois, em segundo lugar, iremos re-futá-la, e, em terceiro, oferecer dois princípios para colocar em prática tudo o que aprendemos. Nesta pri-meira parte, para conhecermos essa doutrina herética, vamos tratar de algumas de suas principais caracte-rísticas. Vejamos quais são.

1. Enfoque demasiado: Uma demonologia antibíblica dá de-masiado enfoque ao diabo e seus demônios. Neste tipo de teologia, Satanás e seus liderados são consi-derados como os grandes agentes do mal e de todas as dificuldades humanas. Eles são responsáveis por tudo – até pelas coisas mais banais, como causar um furo no pneu do carro, fazer alguém tropeçar na es-cada etc.

Nesse pensamento, os demônios são poderosíssimos. Acredita-se que há espíritos malignos atuando espe-cificamente em cada área da vida, como se houvesse demônios espe-cializados em destruir casamentos, embebedar o marido, produzir ca-roços no corpo, emperrar o sucesso financeiro, atrapalhar assuntos fami-liares, instigar vícios, colocar obstá-

culos na vida profissional ou infligir doenças nas pessoas.

Outro conhecido ensino é o de que o crente pode ficar possuído por demônios, caso não tenha uma vida consagrada. Devido a essa crença, mesmo após a conversão, os crentes são estimulados sempre a frequentar campanhas de libertação e reuniões do tipo. É por isso que, nestas reu-niões, assuntos relacionados aos de-mônios e suas atuações são o centro das atenções, ao ponto de espíritos malignos serem entrevistados no “culto”. Sem dúvida alguma, po-demos dizer que, em tais igrejas, a popularidade do diabo anda em alta.

2. Técnicas mirabolantes: Além do enfoque demasiado no Diabo, uma demonologia antibíblica é ca-racterizada por técnicas mirabolan-tes de exorcismo. Há sempre um ri-tual, uma expressão mágica, como: “Tá amarrado”, uma campanha de sete dias a ser feita, um objeto, uma peça de roupa ou uma foto a ser usada como estratégia para inibir ações malignas ou dar supostas so-luções aos problemas que os demô-nios disseminam.

Contudo, ver-se livre de tais mo-léstias não é tão fácil quanto parece, ensinam alguns líderes evangélicos. É preciso descobrir qual o nome do espírito maligno e em que área está atuando, para que, então, e somen-

I CONHECENDO OS VENTOS DE DOUTRINA

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30 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

te então, através de inúmeras ses-sões e campanhas de libertação, tais demônio sejam “amarrados” e exor-cizados da vida do fiel.

Além disso, os métodos e técnicas usados para expulsar os demônios são recheados de elementos das re-ligiões afro-brasileiras e de crendices populares, como amuletos, sal gros-

so, rosa ungida, arruda para proteger do mau olhado, água consagrada, sabonetes e óleos ungidos. A crença é de que tais elementos trazem pro-teção ou solução de problemas cau-sados pelos demônios – caso o crente tenha fé o bastante para crer nisso, é claro. Mas o que a Bíblia diz sobre tudo isto? É o que veremos a seguir.

01. Com base no item 1 da primeira parte deste estudo, converse com a classe sobre o enfoque demasiado que muitas igrejas evangélicas dão ao diabo e seus demônios.

02. Uma demonologia antibíblica é caracterizada por técnicas mirabolantes de exorcismo. Você concorda que é isso o que tem acontecido em muitas igrejas, em nosso país? Utilize o item 2 da primeira parte deste estudo.

Estudamos que uma das carac-terísticas de uma demonologia an-tibíblica é o enfoque demasiado no diabo e seus demônios. Nela, Sata-nás é responsável por tudo, até pelos pecados dos crentes. Contudo, as Escrituras nos afirmam que nossos pecados são obras da carne, não do

diabo (cf. Gl 5:19-21), e que os dese-jos maus nascem de nossos próprios corações (cf. Mc 7:21-23; Tg 1:14-15). Em suma, a Bíblia diz que somos os culpados por nossos pecados. A seguir, refutaremos, biblicamente, outros erros cometidos pelas igrejas evangélicas, quanto à demonologia.

II COMBATENDO OS VENTOS DE DOUTRINA

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1. Crédito demais: C. S. Lewis nos alertou sobre o perigo de con-ferir ao diabo mais poder do que ele realmente possui, e é justamente isso que tem acontecido. Os cristãos estão dando crédito demais a ele. Muitos crentes, por exemplo, vivem amedrontados, pois acreditam que espíritos malignos podem possuí-los, caso não vivam uma vida consagra-da. Isso é um absurdo! O que a Bí-blia nos mostra é que o cristão pode, sim, ser influenciado (Mt 16:21-23) e até mesmo atacado pelo diabo – somente se Deus permitir, que fique claro –, mas, de maneira alguma, possuído (Jó 1:6-16; 2:1-6; Lc 22:31-32; 2 Co 12:7; 1 Jo 5:18).

O crente é habitado pelo Espírito Santo e este não divide espaço com demônios (1 Co 6:19-20). Paulo diz que o cristão é propriedade de Deus (Ef 1:13-14) e o próprio Jesus nos garantiu que o Espírito Santo mora-ria em nosso interior para sempre, o que deixa claro que o diabo não teria mais espaço em nossos cora-ções (Jo 14:16-17). Assim, todo ver-dadeiro cristão é livre, de uma vez por todas, das garras de Satanás (Cl 1:13; Hb 2:14; 1 Jo 3:8, 5:18), e não poderá ser habitado por ele, a não ser que, por decisão própria, re-jeite a Cristo (Mt 12:35; Lc 15:4-23; Hb 6:4-6, 10:26-27).

2. Métodos antibíblicos: Veja-mos, agora, o que a Bíblia tem a nos dizer sobre os métodos usados em muitas igrejas evangélicas para a ex-

pulsão de espíritos malignos. Inicie-mos com a prática muito comum, em nossos dias, de entrevistar demônios. Essa é, sem dúvida, uma verdadeira aberração; afinal, a Escritura diz que o diabo é o pai da mentira (Jo 8:44). Como esperar informações dignas de crédito? Além disso, tal prática é tão horripilante e demoníaca que se assemelha a uma sessão ocultista, em que espíritos malignos são con-sultados. Isso não é cristianismo!

Podemos dizer o mesmo daque-les que tentam descobrir a área em que os demônios estão atuando. Tal prática não encontra respaldo bíbli-co (cf. Mc 16:17; Jo 14:13, 15:16, 16:23). Os apóstolos simplesmente os expulsavam, na autoridade do nome de Jesus (At 8:7; 16:18;). Não há registro de algum deles pergun-tando em que área da vida os demô-nios estavam agindo (cf. Mc 1:23-26; Mt 8:28-32, 9:32-33). De igual forma, a ideia popular de demô-nios territoriais, é absurda. A Bíblia diz que do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nele habitam (Sl 24:1). Satanás não é dono de território algum! Somen-te Jesus tem autoridade sobre céu e terra (Mt 28:18).

3. Má interpretação: Mas qual a razão para tantos equívocos doutri-nários como esses? É simples: a má interpretação da Bíblia. Um exemplo disso é a prática de perguntar o nome do demônio, antes de expulsá-lo. Os que fazem isso se baseiam em Mc

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III CORRENDO DOS VENTOS DE DOUTRINA

5:9. No entanto, essa é uma interpre-tação equivocada. Jesus não estava ensinando, nem autorizando os cren-tes a fazerem tal coisa. Essa é uma situação de caráter único. Cristo de-sejava “revelar ao endemoninhado a seriedade de sua terrível condição”.1

Jesus queria que aquele homem entendesse sua miséria, que soubes-se que estava sobre o domínio não apenas de um espírito maligno, mas de inúmeros deles. Outro exemplo

1. Hendriksen (2003:249).

de má interpretação bíblica é a prá-tica de amarrar demônios baseada em Mc 3:27. Novamente, Jesus não estava ensinando que, para expulsar um demônio, é preciso amarrá-lo primeiramente. O texto está dizendo que Jesus é mais valente do que o valente do mundo, Satanás. Somen-te Jesus tem poder para amarrar o valente, e já o fez definitivamente, na cruz2 (Cl 2:13-15; Jd 6).

2. Lições Bíblicas: revista para estudos nas Es-colas Bíblicas. São Paulo, n.285, out/dez de 2008, p.84.

03. De acordo com a Bíblia, o crente pode ser possuído por demônios? Leia o item 1 da segunda parte deste estudo e os seguintes textos: 1 Co 6:19-20; Cl 1:13; 1 Jo 3:8, 5:18.

04. De acordo com as Escrituras, é correto entrevistar demônios, perguntar seus nomes ou amarrá-los e descobrir a área em que atuam? O que a Bíblia diz sobre demônios territoriais? Para responder, leia os itens 2 e 3 da segunda parte deste estudo.

Como temos aprendido, a demo-nologia de muitas igrejas evangéli-cas do Brasil é caracterizada por um enfoque demasiado em Satanás e seus demônios, bem como por téc-nicas de exorcismo estranhas e mira-

bolantes. Ao analisá-las, biblicamen-te, ficou claro que tal ênfase e tais técnicas não encontram respaldo algum nas Escrituras; logo, são anti-bíblicas. Agora, veremos dois princí-pios que, se aplicados, nos ajudarão

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a correr para bem longe desses ven-tos de doutrina.

1. Fique firme na palavra: Não seja influenciado! Constatar tantas heresias sendo acolhidas pelos evan-gélicos, em nosso país, é de deixar qualquer um de “queixo caído”. Qual a razão dessa proliferação de doutrinas antibíblicas? A principal causa é o lamentável fato de os cren-tes se deixarem facilmente influen-ciar por músicas e livros evangélicos, programas de televisão e mensagens de pregadores evangélicos, cujo con-teúdo é absolutamente contrário ao que as Escrituras ensinam.

Ao contrário dos Bereanos, que conferiam, na Bíblia, o que ouviam (At 17:11), a maioria dos evangélicos não costuma investigar, nas Escritu-ras, o que escuta e vê. Em consequên-cia, muitos procuram falsos profetas, a fim de descobrir em qual área da vida o diabo está atuando, e alguns chegam ao ponto de participar de campanhas de libertação, buscando solução para problemas supostamen-te causados por demônios. Que trá-gico! Não caia nesse erro. Fique firme na palavra, não seja influenciado.

2. Fique firme na palavra: Não seja amedrontado! Infelizmente, não são poucos os cristãos, que, por ignorância bíblica, ainda têm medo de mau-olhado, macum-ba e espíritos malignos. Contudo, o apóstolo João nos tranquiliza a esse respeito, garantindo-nos que: Ninguém que passou a fazer parte da família de Deus faz do pecado um hábito, pois Cristo, o Filho de Deus, resguarda-o com segurança, e o diabo não pode pôr as mãos nele (1 Jo 5:18 – NVI).

O que o apóstolo está nos en-sinando é que, de fato, o maligno deseja pôr as mãos nos crentes, mas não pode tocá-los, por causa do poder protetor de Deus.3 Lem-bre que, para tocar em Jó, ele teve de pedir permissão para Deus, pois, do contrário, não poderia fazê-lo (Jó 1:6-16, 2:1-6). Dessa forma, não se deixe amedrontar por falsos líderes evangélicos. Fique firme na palavra; afinal, se Deus é por nós, quem será contra nós? (Rm 8:31).

3. Kistemaker (2006:491).

05. Qual a principal razão da proliferação de doutrinas antibíblicas, no Brasil? Comente em classe sobre a importância de não nos deixarmos influenciar por esses falsos ensinos.

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34 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

06. Com base na segunda aplicação, responda: O crente precisa ter medo de mau-olhado, macumba ou espíritos malignos? Para responder, leia 1 Jo 5:18 e Rm 8:31.

SEU DESAFIO SEMANAL

Infelizmente, muitos crentes evangélicos, no Brasil, estão se-guindo o mesmo caminho perigoso de alguns dos crentes da igreja de Sardes, no primeiro século, que foram denunciados pelo próprio Cristo. De acordo com Apocalipse, aqueles cristãos esta-vam se envolvendo com uma doutrina errônea que explorava e desejava conhecer as profundezas de Satanás (Ap 2:24).

Infelizmente, muitos cristãos sabem nomes de demônios de cor, frequentam campanhas de libertação, assistem a entrevistas de demônios etc. Seu desafio é rejeitar, com firmeza, esse falso ensino e, se, porventura, conhecer alguém que está sendo enga-nado por esse vento de doutrina, convidá-lo a estudar esta lição, a fim de ajudá-lo a entender a palavra.

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1 DE NOVEMBRO DE 2014

LEITURA DIÁRIA

D 26/10 Ef 2:20

S 27/10 1 Co 15:7-9

T 28/10 At 9:11-12

Q 29/10 At 3:21

Q 30/10 1 Co 12:28

S 31/10 Ef 4:11

S 01/11 Lc 16:16

Hinos sugeridos – BJ 203 • BJ 234

TEXTO BÁSICO

Na igreja, Deus colocou tudo no seu devido lugar: Em primeiro lugar, os apóstolos; em segundo lugar, os profetas.(1 Co 12:28 - NBV)

OBJETIVO

Ensinar ao estudante da palavra de Deus que os ministérios apostólico e profético foram extintos, não sendo, portanto, válidos para os dias de hoje, e que os atos proféticos são incoerentes com a Escritura.

5 Apóstolose profetas

INTRODUÇÃOAs páginas da Escritura enfatizam a impor-

tância dos ministérios profético e apostólico. O profeta do Antigo Testamento era uma au-toridade oficial, representante de Deus dian-te do povo. Tal autoridade lhe era concedida mediante o chamado específico e pessoal da parte do Senhor (Êx 3:1-4; Jr 1:4-19). Procla-mação e predição eram características perce-bidas em todos os profetas.1

Os apóstolos, do mesmo modo, foram co-missionados diretamente por Jesus. Isso ele fez a doze de seus seguidores. Matias subs-tituiu Judas (Lc 6:13-16; At 1:23-26). Paulo e Barnabé também eram apóstolos (At 14:14; Rm 1:1). Eles serviam como embaixadores de Cristo, para proclamar, ensinar e registrar a boa-nova.2 Mas, nos dias de hoje, será que ainda estão vigentes os ministérios apostólico e profético? É o que estudaremos a seguir.

1. Douglas (1986:1318).

2. Kistemaker (2004a:612).

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36 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

Os títulos de pastores, presbíte-ros, diáconos parecem estar ultra-passados, no contexto evangélico de nosso tempo. Muitas igrejas, se não os abandonaram completamen-te, ao menos, os menosprezam. A moda agora é ser apóstolo, paipós-tolo, profeta, querubim etc. Não basta pregar, tem que “profetizar”, ainda que a profecia não tenha sen-tido lógico. Aliás, a profecia, por si só, também não adianta; precisa vir acompanhada dos chamados “atos proféticos”. Como assim? É o que veremos agora.

1. Restauração apostólica e profética: Os ministérios apostóli-co e profético estão em vigor. Assim acreditam os adeptos da chamada Nova Reforma Apostólica, que cul-minou no movimento apostólico moderno, adotado por várias deno-minações. Esse movimento acredita que Deus irá restaurar o mundo, an-tes da segunda vinda de Jesus, dan-do aos crentes prosperidade e curas, e promover essa restauração através das igrejas que estão sob o modelo apostólico de governo.3

3. Martins, Dan. Rev. Augustus Nicodemus faz crítica ao movimento apostólico brasilei-ro. Disponível em: <http:noticias.gospelmais.com.br/rev-augustus-nicodemus-critica-mo-vimento-apostolico-brasileiro-66180.html>.Acesso em: 11 de junho de 2014.

Segundo os defensores da res-tauração apostólica e profética, os ministérios de apóstolo e profeta, citados em Ef 4:11, foram “perdi-dos”, durante a existência da igreja; portanto, Deus está restaurando, nestes últimos dias, esses ministé-rios, concedendo a algumas pesso-as, na igreja, o ofício de apóstolo ou profeta.4 Atos 3:21 é usado para defender essa ideia. Eles afirmam que a restauração de todas as coi-sas, mencionada no texto, significa a restauração de apóstolos e pro-fetas. Desse modo, essa passagem seria profética para o ressurgimen-to destes.5

Isso, porém, não é tudo. O tex-to de 1 Co 12:28 é utilizado para afirmar a vigência dos ministérios apostólico e profético. Ele diz que Deus estabeleceu, na igreja, primei-ramente, apóstolos; em segundo lugar, profetas. De acordo com os defensores do movimento apostóli-co moderno, nesse texto, Paulo não distingue os apóstolos e os profetas dos demais ministérios, mas colo-

4. Marinho, Ruy. Refutação ao apostolado contemporâneo – Parte 1. Disponível em: <http://www.eismeaqui.com.br/cristao/218-apostolado-contemporaneo/6399-refu-tacao-ao-apostolado-contemporaneo-par-te-01 >.Acesso em: 11 de junho de 2014.

5. Idem, parte 7. Disponível em: <http://be-reianos.blogspot.com.br/2009/03/refutacao-ao-apostolado-contemporaneo_26.html>. Acesso em: 11 de junho de 2014.

I CONHECENDO OS VENTOS DE DOUTRINA

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ca-os na mesma lista. Logo, esses ministérios não cessaram.

2. Atos proféticos: Os defenso-res dos ministérios apostólico e pro-fético simpatizam, também, com o chamado “ato profético”. Trata-se de uma ação envolta em simbolo-gia, que, supostamente, traria ao mundo físico as realidades espiritu-ais,6 ou seja, tudo aquilo que o cris-tão diz ou faz, tem repercussão no mundo espiritual. Assim, demarcar territórios, ungir objetos com óleo, tomar posse de algo que Deus pro-meteu aos crentes por herança são atos proféticos.

Os defensores dessa prática uti-lizam como base textos bíblicos em

6. Fernandes, Robson T. O que são atos proféticos. Disponível em: <http://www.pul-pitocristao.com/2014/04/o-que-sao-os-atos-profeticos.html#.U8iRK5RdX-s>. Acesso em: 11 de junho de 2014.

que Deus ordena aos profetas, no Antigo Testamento, utilizar símbolos para transmitir a sua mensagem. Os mais citados são o sangue aspergido nos umbrais das portas, na noite da décima praga do Egito (Êx 12), a pre-gação sem roupas de Isaías (Is 20:3-4), as sete voltas em torno de Jericó (Hb 11:30), a botija de barro quebra-da diante do povo (Jr 19:1-11).

No Novo Testamento, At 19:11-12 é, também, segundo os defenso-res do ato profético, uma prova de que essa prática é permitida. Assim diz o texto: E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários, a ponto de levarem aos enfermos lenços e aventais do seu uso pessoal, diante dos quais as enfermidades fu-giam das suas vítimas, e os espíritos malignos se retiravam. Assim, a prá-tica de utilizar lenços e aventais para a cura seria um ato profético.

01. Com base no item 1 da primeira parte deste estudo, responda: Como os defensores da restauração apostólica interpretam 1 Co 12:28?

02. O que é um ato profético? Que passagens bíblicas são usadas na defesa dessa prática? Baseie-se no item 2 da primeira parte deste estudo.

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38 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

O intento de muitos líderes em exigirem ser chamados de apóstolos e profetas, em nossos dias, é igualar-se aos profetas e apóstolos da Bíblia. Querem ser considerados dignos de autoridade espiritual tanto quanto estes. O anseio pelo poder fala mais alto em seus corações. Porém, a Bí-blia não autoriza os ministérios apos-tólico e profético nos dias de hoje. Os atos proféticos, do mesmo modo, são heresias advindas de interpreta-ções equivocadas das Escrituras. Es-tudemos a respeito.

1. A extinção dos ministérios apostólico e profético: Deus está restaurando os ministérios apostóli-co e profético em nossos dias? Claro que não! Isso porque, tal como os profetas, os apóstolos constituíram um grupo único e exclusivo na his-tória da igreja, e, hoje, não existem mais.7 Esses homens ajudaram a lan-çar os alicerces da igreja (Ef 2:20), e, uma vez que estavam prontos, dei-xaram de ser necessários.8 Atos 3:21 não favorece a restauração apostó-lica, pois se refere exclusivamente à volta de Jesus. A restauração, aqui, diz respeito à consumação do reino, na segunda vinda de Cristo.

Para ser apóstolo, é necessário ter visto Jesus ressurreto e ser por

7. Lopes (2001:16).

8. Wiersbe (2006:47).

ele comissionado (At 1:21-22).9 Logo, Paulo foi o último apóstolo, pois foi o último a ver Jesus (1 Co 15:8). João Batista, por sua vez, foi o último a exercer o ministério pro-fético.10 Certamente, outros profetas são mencionados, após João Batista (At 11:27); contudo, não possuíam o mesmo ofício dos profetas do Antigo Testamento. Por isso, o texto diz que a Lei os Profetas vigoraram até João (Lc 16:16).

Quanto aos textos de 1 Co 12:28 e Ef 4:11, os termos “apóstolos” e “profetas”, neles mencionados, não se referem aos ministérios apostólico e profético, mas aos dons de após-tolos e profetas. O dom de apóstolo (gr. apostello: enviar) é uma capaci-tação especial para implantar igrejas em solos virgens; o dom de profeta, por sua vez, é uma capacitação di-vina para expor a palavra de Deus à igreja, num grau incomum, me-diante a atuação do Espírito Santo. Quem tem este dom, hoje, não deve ser consultado, assim como eram os profetas do Antigo Testamento.11

2. A incoerência dos atos pro-féticos: São os chamados “atos proféticos” práticas saudáveis para

9. Lopes (2001:19).

10. Douglas (1986:833).

11. O doutrinal: nossa crença ponto a ponto (2012:118-119).

II COMBATENDO OS VENTOS DE DOUTRINA

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a espiritualidade da igreja? Têm eles poder para trazer ao mundo físico as realidades espirituais? Para ambas as perguntas a resposta é não. O ato profético é incoerente com a verda-de revelada nas Escrituras. As ações praticadas pelos profetas bíblicos não traziam nada à existência.

Alguns atos, como a aspersão de sangue nos umbrais das portas (Ex 12), a pregação sem roupas de Isaí-as (Is 20:3-4), as sete voltas em tor-no de Jericó (Hb 11:30) e a botija de barro quebrada diante do povo (Jr 19:1-11), de alguns personagens do Antigo Testamento, tinham um cará-ter didático de ensino para o povo de Deus. São textos descritivos que não implicam normas aos cristãos de hoje.

Não devemos confundir um relato histórico com uma ordem direta.

Esse princípio de interpretação vale também para o texto de Atos 19:11-12. Aqui, não há menção de um ato profético. Em Éfeso, havia muitos no-vos convertidos ao evangelho, mas ainda imaturos na fé, que tomavam os pedaços das roupas de Paulo e co-locavam sobre os enfermos. Mesmo assim, Deus curou várias pessoas.12 Todavia, o próprio Paulo jamais dis-tribuiu, ungiu ou abençoou lenços e aventais ou outro objeto como ato profético de cura. O objetivo desse texto é mostrar o poder de Deus na vida de Paulo e atestar que sua men-sagem vinha de Deus.

12. Dâmaso, Leonardo. Atos 19:11-12 apoia o ato profético. Disponível em: <http://www.materiasteologia.com/2014/02/atos-1911-12-apoia-o-ato-profético-por.html> Acesso em: 11 de junho de 2014.

03. De acordo com Lc 16:16 e At 1:21-22, os ministérios apostólico e profético ainda estão vigentes em nossos dias? Como podemos explicar 1 Co 12:28 e Ef 4:11? Justifique a sua resposta.

04. Por que os atos proféticos são incoerentes com a Escritura? Como podemos explicar At 19:11-12?

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40 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

Mediante o que estudamos até aqui, entendemos que a afirmação dos adeptos da Nova Reforma Apos-tólica de que os ministérios apostóli-co e profético estão sendo restaura-dos por Deus, através da concessão do ofício de apóstolos e profetas, não passa de um vento de doutrina. O mesmo podemos dizer dos atos proféticos. Mas não podemos ficar quietos, diante da proliferação des-ses falsos ensinos. É importante ob-servar duas atitudes.

1. Contentes, valorizemos a atualidade dos dons: Os ministé-rios apostólico e profético foram ex-tintos, de acordo com a palavra de Deus (Lc 16:16; 1 Co 15:8). Portan-to, é totalmente incoerente afirmar que haja, hoje em dia, apóstolos e profetas, como houve nos tempos bíblicos. De fato, não há ministério de apóstolo ou profeta, mas existem, hoje em dia, os dons de apóstolo e profeta (1Co 12:28) e devemos nos contentar com isso.

Esses dons são atuais e devem ser desejados pela igreja. São úteis e importantes. Quem tem o dom de apóstolo muito contribui para a obra de Deus, através de implanta-ção de igrejas, e quem tem o dom de profeta edifica a igreja, por meio de sua capacidade espiritual de enten-der o mundo contemporâneo e ler os sinais dos tempos, denunciando

os pecados sociais atuais e trazendo uma aplicação das Escrituras a eles.13 Esses dons, portanto, devem ser va-lorizados na igreja da atualidade.

2. Conscientes, desprezemos as práticas estranhas: Os chama-dos atos proféticos não eram práti-cas da igreja primitiva do primeiro século. Algumas ações realizadas pe-los profetas do Antigo Testamento, como pregar sem roupas, no caso de Isaías (Is 20:3-4), tinham como propósito ensinar algo para o povo de Deus, não trazer ao mundo físico realidades espirituais. Deus ordenou tais práticas aos profetas da época. Para nós, porém, esses textos são apenas descritivos. Não devemos fa-zer as mesmas coisas.

Por falta de conhecimento, não são poucos os cristãos que acabam aderindo a práticas estranhas nos cultos. O ato profético é uma delas. Quantos se rebaixam às bizarrices nos cultos! Quantos se ocupam em demarcar territórios, por meio da unção com urina de algum animal! Quantos profetizam o que Deus não mandou! Cuidado! De Deus, nin-guém zomba. Se a Bíblia não auto-rizou determinadas ações, estas de-vem ser ignoradas.

13. O doutrinal: nossa crença ponto a ponto (2012:118-119).

III CORRENDO DOS VENTOS DE DOUTRINA

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SEU DESAFIO SEMANAL

Chegamos ao final do estudo de hoje, no qual aprendemos que os ministérios apostólico e profético foram extintos, o que significa que não há, hoje em dia, apóstolos e profetas, tal como houve nos tempos bíblicos, e que a prática dos atos proféticos não tem respaldo bíblico, o que a torna um erro grave, que pre-judica a vida espiritual do cristão.

O que é válido para hoje são os dons de apóstolos e profetas, não os ministérios de apóstolo e profeta. Os dons, portanto, de-vem ser por nós valorizados, enquanto que as práticas estranhas aos mandamentos bíblicos devem ser rejeitadas. Como desafio para esta semana, sugerimos uma profunda reflexão acerca des-sas questões.

05. Comente sobre a valorização dos dons, no combate aos ventos de doutrina. Baseie-se na primeira aplicação.

06. Comente sobre o desprezo às práticas estranhas, no combate aos ventos de doutrina. Baseie-se na segunda aplicação.

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42 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

LEITURA DIÁRIA

D 02/11 Gl 5:6

S 03/11 Rm 3:24

T 04/11 Ef 2:8-9

Q 05/11 At 15:6-29

Q 06/11 1 Co 15:10

S 07/11 Hb 8:10

S 08/11 Rm 3:28

8 DE NOVEMBRO DE 2014 Hinos sugeridos – BJ 339 • BJ 254

TEXTO BÁSICO

Cremos que somos salvos pela graça de nosso Senhor Jesus. (At 15:11)

A salvaçãopelas obras6

OBJETIVO

Mostrar ao estudante da Bíblia o erro daqueles que creem na salvação pelas obras, indicando-lhe os perigos desta crença e motivando-o a viver uma vida equilibrada, crendo na salvação pela fé e numa vida de amor, em consequência disso.

INTRODUÇÃO Contam os livros de história da igreja cristã,

que, antes da Reforma Protestante de 1517, quando para construção de uma bela catedral do papa em Roma, certo vendedor de indul-gências dizia: “Tão logo a moeda no cofre soa, uma alma do purgatório voa!”.1 Na época, muitos acreditavam que o “arrependimento não era necessário para quem comprasse in-dulgência, por si mesma capaz de dar perdão completo de todo o pecado”.2 Essa crença era proferida pela igreja de Roma e contrariava to-talmente a Escritura e a doutrina da salvação pela graça.

Além de não haver purgatório, não é com base em contribuições ou obras que alguém é salvo ou perdoado por Deus. Este assun-to foi uma das molas propulsoras da Refor-ma Protestante, que explodiu na Alemanha, onde aconteceu a redescoberta da doutrina bíblica que nos revela que somos salvos pela fé em Cristo. Ao longo deste estudo, vere-

1. Olson (2001:387).

2. Cairns (2008:260).

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mos que a incompreensão da salva-ção pela graça vem desde a igreja primitiva. Buscaremos entender

biblicamente, também, qual o lugar das boas obras para aquele que crê em Jesus.

“Salvação pelas obras” é outro nome dado para legalismo. Mas o que é legalismo? É o ensino segun-do o qual a posição “de retidão da pessoa diante de Deus e o recebi-mento da vida eterna são adquiridos totalmente ou em parte pela obser-vância à lei por parte dessa pessoa”.3 Em outras palavras: o homem ganha sua salvação, total ou parcialmente, por suas obras. Esse legalismo pode manifestar-se de várias formas. Nes-ta primeira parte do nosso estudo, conheceremos algumas dessas ma-nifestações e veremos que este pen-samento não é algo novo na história.

1. Legalismo primitivo: Você sabia que a ideia de que as obras são necessárias, como fonte de jus-tificação, é um erro antigo? Que é a primeira heresia registrada no Novo Testamento? Surgiu no meio dos Gálatas. A igreja cristã, já na déca-da de 40 d. C., sofreu com o ata-que desse falso ensino. Depois que Paulo terminou sua primeira viagem missionária, ficou sabendo que os judaizantes estavam no seu rastro e haviam visitado as igrejas recém-fun-dadas na região da Galácia, transtor-

3. Klister (2009:84).

nando o evangelho (Gl 1:7). Paulo se assustou e disse: Maravilho-me de que tão depressa passásseis daque-le que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho (Gl 1:6). Eles colocaram como critério de salvação o rito da circuncisão, que, na Anti-ga Aliança, era símbolo de pertenci-mento ao povo de Deus. Isso foi algo tão sério que Paulo chegou a dizer: Os que acreditam na circuncisão como pré-requisito para a salvação caíram da graça (Gl 5:1-5).

Além de viajar pela região da Galá-cia, os judaizantes chegaram também em Antioquia, cidade onde estava es-tabelecida a igreja que havia enviado Paulo em missão. Ele estava por lá, descansando da primeira viagem mis-sionária, quando cristãos judaizantes apareceram afirmando: Se não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podeis ser salvos (At 15:1b); ainda diziam ser necessário que observassem a lei de Moisés (At 15:5b) para poderem adquirir a salvação.

Os judaizantes estavam colocan-do os costumes judaicos como forma de salvação; o cerimonialismo da lei, como meio de justificação. É como se dissessem aos gentios: “Vocês preci-sam permitir que Moisés complete o

I CONHECENDO OS VENTOS DE DOUTRINA

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que Jesus começou, e permitir que a lei complete o evangelho”.4 Era um ata-que ferrenho contra a doutrina da sal-vação pela graça. Foi por causa desse problema que a igreja precisou realizar sua primeira assembleia, em Jerusalém.

2. Legalismo histórico: Vimos, an-teriormente, a forma como alguns ju-deus concebiam a salvação: colocavam a circuncisão como um sinal para con-quistá-la. Contudo, como bem disse John Stott,5 essa ignorância quanto ao verdadeiro caminho para Deus e sua substituição por um caminho falso não são prerrogativas somente do povo judeu. Todas as religiões e crenças, in-clusive algumas cristãs, creem ou que as pessoas se salvam ou que podem cooperar para adquirir a salvação.

Durante a história do cristianismo, sempre houve deturpações doutrina-rias em relação à salvação. O catoli-cismo romano, por exemplo, enten-de a salvação como algo conquistado pelo esforço humano somado à gra-ça de Deus. Segundo a Igreja Católi-ca, fé e obras juntas são “a base para a justificação diante de Deus”.6 O Concílio de Trento (1545-1563) con-

4. Stott (2008:273).

5. Idem, p. 340.

6. Klister (2009:91).

siderou, de uma vez por todas, um anátema qualquer um que dissesse ser a justificação pela fé somente.7 Essa heresia é uma nova roupa para a antiga heresia judaizante primitiva e uma negação do evangelho. Infe-lizmente, tornou-se “ortodoxa” ou a crença correta, para muita gente.

Mas não é só a Igreja Católica que tem conceitos equivocados sobre a salvação. Algumas seitas também a deturpam. Há aqueles que dizem: fora da caridade, não há salvação. Os adeptos desses grupos são chamados à prática do amor, geralmente tratado apenas como doações de alimentos e recursos financeiros, para, então, alcançarem uma vida mais evoluída em outra encarnação, sem que haja a necessidade de um salvador. Há, tam-bém, aqueles que associam a salvação a estar nos seus grupos religiosos, ir a lugares sagrados ou participar de seus rituais, seguir certo comportamento, usar determinados tipos de roupa, ouvir tipos específicos de música etc. Será que algumas dessas questões podem, realmente, ser consideradas como base da salvação? A seguir, veja por que esses religiosos estão errados.

7. MacArthur (2011:115).

01. Leia At 15:1-5 e Gl 5:1-5 e comente, junto à classe, sobre quais eram os tipos de legalismos enfrentados pela igreja primitiva?

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02. Comente em classe a respeito de outros tipos de legalismos ou ensinos sobre “salvação por meio das obras”, ao longo da história. Para isso, utilize o item 2 da primeira parte deste estudo.

Na primeira parte, vimos alguns legalismos que atingem a doutrina da salvação pela fé em Cristo. Em se-guida, veremos como a Bíblia com-bate essas heresias, mostrando que a nossa salvação acontece unicamente pela fé em nosso Senhor Jesus Cris-to. Vejamos como combater as dou-trinas que afirmam ser a salvação pelas obras.

1. Circuncisão no coração: Como resolver a controvérsia da circuncisão, na igreja de Antioquia e na Galácia? Atos 15 informa-nos que foi reunido um concílio, uma espécie de assembleia geral, em Je-rusalém, para resolver a questão. Lá, estavam reunidos os apóstolos e os presbíteros para examinar a questão (v.6). O apóstolo Pedro se levantou, dizendo que Deus concedeu a sal-vação também aos gentios de duas maneiras. Primeiro: Deus purificou o coração dos gentios pela fé (v.9); segundo: deu-lhes o Espírito (v.8). Em seguida, o apóstolo afirmou a crença da igreja primitiva: ... cremos que fomos salvos pela graça do Se-

nhor Jesus, como também aqueles o foram (v.11).

Declarando isso, Pedro estava libertando os gentios do jugo pro-posto pelos judeus cristãos. Estava dizendo que os gentios não precisa-vam tornar-se judeus para serem in-clusos na família de Deus. O Concílio de Jerusalém ainda mostrou como um gentio salvo pela graça deve vi-ver. Foi definido o seguinte: ... que vos abstenhais das coisas sacrificadas a ídolos, bem como do sangue, da carne de animais sufocados e das relações sexuais ilícitas; destas coisas fareis bem se vos guardardes (v.29)

O mesmo aconteceu com os cris-tãos gálatas, que também sofriam com os judaizantes. Paulo lhes lem-brou que, agora, em Cristo, a circun-cisão não tem mais valor algum: Por-que em Cristo Jesus nem circuncisão nem incircuncisão têm efeito algum, mas sim a fé que atua pelo amor(Gl 5:6). A salvação pela graça é algo inegociável. Como diria Paulo: Não! Judeu é quem o é interiormente, e circuncisão é a operada no coração,

II COMBATENDO OS VENTOS DE DOUTRINA

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46 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

pelo Espírito, e não pela lei escrita. Para estes o louvor não provém dos homens, mas de Deus (Rm 2:29).

2. Salvos para as boas obras: Com respeito ao legalismo históri-co, temos repostas bíblicas também. Para sermos justificados, aceitos por Deus, precisamos unicamente crer em Jesus como Salvador e Senhor. É isso que o evangelho nos diz, em Rm 3:24: ... sendo justificados gra-tuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus (NVI – grifo nosso). Ainda na mesma carta aos Romanos, nós lemos: Con-cluímos, pois, que o homem é justi-ficado pela fé, sem as obras da lei (3:28 – grifo nosso).

A palavra de Deus é enfática em dizer que somos salvos pela fé e não pelas obras, para que ninguém se glorie (Ef 2.9). A fonte da salvação é sempre a misericórdia de Deus, e, quando nos rendemos a Cristo,

a consequência são as boas obras: Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que an-dássemos nelas (v.10). Somos salvos para as boas obras e não por meio delas. Por isso, Paulo disse aos cris-tãos de Roma: ... anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma! Antes, estabelecemos a lei (Rm 3:31).

A obediência a Deus faz parte da vida cristã, não como base da salva-ção, mas como evidência desta. Os que confiam na suficiência da graça de Cristo não praticam obras de cari-dade para conquistar a salvação ou o favor de Deus. Não há nada que faça-mos para ganhar o amor de Deus. As obras de caridade são provas de que fomos salvos. Seguir a lei de Deus é uma consequência de quem teve os mandamentos escritos em seu cora-ção (Hb 8:10). A seguir, vejamos como aplicar esses ensinos em nossa vida.

03. Com base em At 15:6, 9, 11, 29; Gl 5:6; Rm 2:29, responda: Como foi quebrada a visão errada de alguns crentes primitivos, em relação à salvação?

04. Leia Rm 3:24, 28; Ef 2:9-10, e discuta em classe sobre os erros do “legalismo histórico”, falando sobre a base correta da justificação e sobre a consequência da salvação pela graça.

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Nos itens explicativos, pudemos conferir como muitas pessoas têm crido na salvação pelas obras. Desde os tempos bíblicos, percebemos uma incompreensão quanto à obtenção da salvação. Precisamos, então, cor-rigir biblicamente esse equivoco, se o percebemos em nossa vida. Por isso, propomos dois itens aplicativos, para corrermos desse vento de doutrina.

1. Você foi salvo: louve a gra-ça de Deus: Há muitos cristãos que condicionam a conquista da salvação à prática de boas obras. Quem serve a Deus não pode pensar que o que faz pode justificá-lo diante de Deus. Muitos guardam o sábado, são absti-nentes, dão o dízimo, vão aos cultos, dão esmolas, evangelizam, pensan-do que estão cooperando em sua salvação; outros, equivocadamente, acreditam que, se pertencerem a al-gumas seitas ou até igrejas cristãs, podem ser salvos, simplesmente pelo fato de estarem nessas instituições.

Não podemos crer que boas obras ajudam na conquista da salvação. Todo trabalho que fazemos é fruto da graça de Deus em nós, como diz Paulo, em 1 Co 15:10: ... pela gra-ça de Deus, sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus, que está comigo. Na ver-dade “quanto mais produzimos (...)

mais devedores somos da graça de Deus”.8 Glória sempre a Deus! Fo-mos salvos pela graça e produzimos no reino de Deus por causa da graça.

2. Você foi salvo: viva uma vida de amor: Aprendemos, hoje, que nada que façamos pode nos tornar dignos da aceitação divina. Isso não quer dizer que podemos viver de qualquer forma. Pelo contrário, ape-sar de não sermos salvos por obras, somos salvos para as boas obras (Ef 2:10). A prova de que fomos salvos pela graça é o esforço para viver uma vida que agrada a Deus. Ele mesmo disse isso: Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, este é o que me ama (Jo 14:21); e ainda: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamen-to. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo (Mt 22:37-39).

Demonstramos uma vida de amor a Deus prestando-lhe um cul-to exclusivo; não elegendo algo ou alguém como digno de nossa devo-ção, a não ser o próprio Deus; viven-do como gente que carrega o nome de Deus; desfrutando do descanso do sábado, tempo que temos sepa-

8. IAP em Ação: revista da 46ª Assembleia Geral. São Paulo, 2010, p.3.

III CORRENDO DOS VENTOS DE DOUTRINA

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rado, em nossa agenda, para glorifi-car o criador com mais intensidade e restaurar as nossas forças para uma nova semana. Demonstramos uma vida de amor ao próximo honrando pai e mãe, não só com palavras, mas com atitudes práticas; valorizando a vida humana; preservando os valores

da família; respeitando aquilo que é do outro; cuidando para não difamar a reputação de ninguém, e não cobi-çando o que é do outro (Êx 20:3-17). E mais: fazemos tudo sabendo que isso é fruto da graça (Êx 20:1-2) do Deus que nos libertou da escravidão do pecado.

SEU DESAFIO SEMANAL

Nesta semana, nosso desafio é refletir, com base na palavra, em oração, sobre quais são as nossas reais motivações naquilo que fa-zemos para Deus: Será que estamos praticando boas obras para ad-quirirmos a salvação ou porque já fomos salvos? Estamos vivendo relaxadamente a salvação, por sabermos que ela é dada de graça?

Sugerimos que você tire alguns minutos, ao longo dos pró-ximos dias, e leia o texto de Ef 2:1-10. Medite nele e investigue seu coração, a partir dele; em seguida, ore para que sua fé seja equilibrada, para que você confie na graça de Cristo e pratique a lei de Cristo, para a glória de Deus. Procure viver uma vida de louvor a Deus pela salvação, demonstrando, no dia-a-dia, o que Deus fez por você.

05. Discuta em classe a frase: “Quanto mais produzimos, mais deve-dores somos da graça de Deus”. Qual a importância de louvarmos a graça de Deus por tudo que fazemos?

06. Recapitule com a classe os Dez Mandamentos, em Êx 20, e fale sobre a importância de praticar as boas obras como demonstração de que fomos salvos.

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LEITURA DIÁRIA

D 09/11 Gl 2:21

S 10/11 Mt 21:43

T 11/11 Fp 3:20

Q 12/11 Jo 4:21

Q 13/11 Cl 2:8

S 14/11 Sl 31:6

S 15/11 Gl 4:9-11

15 DE NOVEMBRO DE 2014 Hinos sugeridos – BJ 27 • BJ 31

TEXTO BÁSICO

Mas agora, conhecendo a Deus, ou melhor, sendo por ele conhecidos, como é que estão voltando àqueles mesmos princípios elementares, fracos e sem poder? Querem ser escravizados por eles outra vez? (Gl 4:9).

OBJETIVO

Identificar algumas práticas e conceitos judaizantes presentes em algumas igrejas evangélicas do nosso tempo e alertar o estudante da palavra de Deus quanto ao perigo deste vento de doutrina.

As práticas judaizantes7

INTRODUÇÃOO ensino dos judaizantes é, talvez, o mais

antigo vento de doutrina que igreja precisou enfrentar (At 15:1-5). Quem eram os judai-zantes? Eram judeus que, mesmo “conver-tidos” ao evangelho, não queriam deixar os costumes do judaísmo e da Antiga Aliança, tais como: os sacrifícios de animais, as festas judaicas e a tradição dos anciões, e, o que é pior, eles ensinavam que os cristãos gentios (os não judeus) precisavam tornar-se judeus para serem salvos.1

Entre os gálatas, por exemplo, os crentes em Cristo estavam sentindo-se obrigados a circun-cidar-se e a adotar várias outras práticas do ju-daísmo. Isso foi fortemente combatido por Pau-lo2 (cf. Gl 1:6-10, 4:8-10, 5:1-8). Esse assunto parece-nos coisa do passado, mas não é. Esta-mos vendo, em nossos dias, o ressurgimento dessa heresia, como mostraremos nesta lição.

1. Halley (1970:537).

2. Stott (2007:23-27).

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50 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

Assim como nos tempos bíblicos, atualmente, há vários tipos de judai-zantes, com diversificados grupos: alguns mais moderados e outros mais radicais. Há, também, muitos cristãos que são influenciados por eles e nem se dão conta disso. Por-tanto, fique atento! O fato é que líderes evangélicos estão resgatan-do práticas e objetos judaicos e im-plantando-os nas igrejas. Como re-sultado desse modismo, temos visto crentes tocando shofar no culto ou usando o kipar (pequeno chapéu) e o talit (xale de orações), elementos que os judeus usam nas sinagogas. Esse movimento, com as suas ramifi-cações, prega um retorno ao judaís-mo. Veja suas principais alegações.

1. Um povo especial: Os novos judaizantes argumentam que os ju-deus são a raça eleita, o povo da aliança e que, portanto, devemos aprender com eles. Afirmam: “Os judeus, mesmo não acreditando no Messias, são os Filhos de Israel, e a igreja deve olhar por eles. Seguir suas tradições é o mesmo que seguir a Bíblia, pois elas estão na Palavra”.3 Por influência dessa falsa ideia, igre-jas de diversas denominações, a cada

3. Influência judaica nos costumes evangéli-cos. Disponível em: <http://www.terrasanta-viagens.com.br/whitepaper/costumes_judai-cos/costumes_judaicos.php>. Acesso em: 23 de julho de 2014.

dia, fazem mais uso de objetos, fes-tividades e muitos outros hábitos da cultura judaica. Por exemplo, há igre-jas cristãs realizando festas como a Sucót (festa dos tabernáculos), a Pes-sach (páscoa judaica), o Yom Kipur (dia do perdão) e assim por diante.

Há pessoas não-judias vivendo como se fossem judias. Evangélicos, hoje em dia, estão se circuncidando e indo a igrejas de judeus messiânicos ou mesmo a sinagogas para apren-der a cultura judaica, a fim de praticá-la. Estão querendo tornar-se judeus, como se o judaísmo fosse superior ao cristianismo. Há quem diga que precisamos ouvir os rabinos, porque têm muito a nos ensinar sobre a fé e porque sua interpretação é bem mais próxima do original, pois são os líderes religiosos do povo da Bíblia.

2. Uma cidade santa: Além dis-so, assim como no judaísmo, há, no meio evangélico, uma veneração pela chamada Terra Santa. Também estamos vendo ser alimentanda uma fascinação por essa terra, principal-mente pela cidade de Jerusalém e por tudo o que vem de lá. Inclusive, o lema de um dos grupos judaizantes é “Sai de Roma, e volta para Jerusa-lém!”.4 Judaizantes atuais dizem que

4. Coelho, Valnice Milhomens. História da INSEJEC. Disponível em: <http://insejeccampi-nas.com.br/site/historia/>. Acesso em: 23 de julho de 2014.

I CONHECENDO OS VENTOS DE DOUTRINA

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todo cristão deve visitar Jerusalém, pelo menos, uma vez na vida, para experimentar a verdadeira conversão. Argumentam que, ali, a presença de Deus é mais forte e real e que aquele é o lugar mais espiritual da terra.

Não há nenhum problema em vi-sitar e admirar esses lugares em que as histórias bíblicas aconteceram. O problema é que está acontecendo uma espécie de idolatria dos crentes pelo povo de Israel e por Jerusalém. A onda, agora, é usar a bandeira ou outros símbolos de Israel, como a Estrela de Davi, nos cultos. Está na moda usar uma imitação da Arca da Aliança, como assessório, no púlpi-to, e o Menorá (candelabro judaico), como enfeite, na mesa da Ceia do Senhor. Além disso, usa-se o óleo de Israel, a água do rio Jordão e ensina-se que a oração tem mais efeito se for feita no monte Sinai.

3. Uma língua sagrada: Outra questão importante é que, assim como os rabinos, os grupos de cren-tes judaizantes do século XXI conside-ram o hebraico um idioma sagrado. Expressões, como shamah, shekinah,

shalon, El-Shaddai, são qualificadas como “cheias de poder” e recitadas, com frequência, em seus cultos, como se fossem palavras mágicas. Entre os judaizantes mais radicais, o costume é realizar parte da liturgia em hebrai-co. Assim, orações e leituras bíblicas são feitas na língua dos judeus, entre músicas e danças judaicas.

Como se não bastasse, a novida-de, agora, é não chamar mais Jesus de “Jesus”, pois, segundo alguns dos grupos judaizantes, este nome é falso. Dizem que o certo é chamá-lo de Yeshua ou Yeshôshua (nome em hebraico). Equivocadamente, ensinam que o nome “Jesus” é uma falsificação do verdadeiro nome do Filho de Deus e que esse engano se estabeleceu através das traduções bí-blicas, feitas pelos católicos romanos e seguidas pelos evangélicos. Isso é uma tolice sem tamanho! Nas mais de 900 vezes em que os apóstolos citam o nome do Salvador, fazem sempre o traduzindo para o idioma grego (Iesous Cristos). Será que essas e as demais alegações dos judaizan-tes têm base bíblica?

01. Quem eram e o que ensinavam os cristãos judaizantes, no tempo em que foi escrito o Novo Testamento? Baseie-se em At 15:1-5;Gl 1:6-7, 4:8-11, 5:1-8, e na introdução.

02. Os judaizantes de hoje formam um movimento diversificado, que prega o retorno às raízes judaicas. Quais são as suas principais

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52 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

alegações? Quais são os sinais da influência desse modismo, nas igrejas da atualidade?

Esse teimoso retorno ao judaísmo, por parte de alguns cristãos, é, sem dúvida, resultado da falta de conhe-cimento da graça de Deus e do evan-gelho de Cristo. Basta um pouco de conhecimento do Novo Testamento para saber que há algo de errado nessas práticas. Por isso, vamos ve-rificar, agora, o que a Bíblia tem a dizer sobre essas questões.

1. Antiga ou Nova Aliança? Esse vento de doutrina é gerado a partir de uma confusão entre a Anti-ga e a Nova Aliança. De acordo com a Bíblia, o sacrifício de Jesus, na cruz, representou a consumação e o fim da Antiga Aliança e a transição para a Nova Aliança (Hb 7:22; 8:6-7,13). A primeira consistia, basicamente, de tipos, sombras e símbolos, que se tornaram realidade, em Cristo (Hb 9:7-15, 10:1-4,11-18). Por isso, não precisam mais ser praticados por nós, na Nova Aliança. É caso das prá-ticas apontadas neste estudo.

Mas, quanto ao Antigo Testamen-to, a que devemos obedecer? A ma-neira mais didática para responder a isso é lembrar os três principais

aspectos da lei: civil, cerimonial e moral.5 Sabemos que o aspecto ci-vil da lei cessou com o fim de Israel como nação teocrática. Já as leis ce-rimoniais cumpriram-se em Cristo, na cruz. Contudo, o aspecto moral da lei permanece em vigor, pois é eterno. Os dez mandamentos são a síntese da lei moral.

O problema é que os judaizantes tentam impor, de forma seletiva, a observância de certas leis civis e ce-rimoniais do Antigo Testamento, até mesmo de alguns costumes judaicos que não estão na Bíblia, como parte do processo de salvação ou santifi-cação dos crentes em Cristo. Isso é inaceitável! Voltar às velhas práticas judaicas é o mesmo que anular o sa-crifício de Cristo (Gl 5:2); é rejeitar a graça (Gl 2:21); é submeter-se, nova-mente, à escravidão da qual Cristo já nos libertou (Gl 2:4, 4:9-11).

2. O povo, a cidade e a língua: Na Nova Aliança, o povo de Israel não tem mais nenhuma vantagem sobre os outros povos, com relação à

5. Meister (2003:41-59).

II COMBATENDO OS VENTOS DE DOUTRINA

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salvação (cf. Gl 3:28; Rm 3:9-11,23). Jesus disse aos judeus: ... o Reino de Deus será tirado de vocês e será dado a um povo que dê os frutos do Reino (Mt 21:43). Caro estudante, saiba que Israel já nos deu tudo que tinha a nos dar. Quem disse que a in-terpretação do Antigo Testamento, feita pelos rabinos, é a mais correta? Se o tivessem interpretado correta-mente, teriam crido em Jesus.

Sobre a cidade, Paulo desmotiva toda a paixão por Jerusalém, dizen-do: ... a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Sal-vador (Fp 3:20). E Jesus usou a ex-pressão “nem neste monte, nem em Jerusalém”, para falar sobre a forma certa de adorar (Jo 4:21). Sobre a lín-gua, é preciso dizer também que o idioma hebraico não é um idioma sa-grado ou celestial, como alguns afir-mam. Os especialistas dizem que ele é, seguramente, uma língua humana

e comum, que surgiu a partir de um idioma da terra dos cananeus.6

Devemos rejeitar essa idolatria pra-ticada por alguns em relação a Israel e a sua cultura. Por que circuncidar-nos, se não somos judeus? Como diz Pau-lo: Se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará (Gl 5:2). Para que tocar shofar, no culto? Por que realizar festas e praticar costumes ju-daicos, que eram apenas “sombras” e já se cumpriram na cruz? Para que o uso da Arca da Aliança, se esta, já na Antiga Aliança, caiu no esqueci-mento? (Cf. Ez 3:16). A Bíblia con-dena isso e pergunta aos judaizantes: Como é que estão voltando àqueles mesmos princípios elementares, fra-cos e sem poder? Querem ser escra-vizados por eles outra vez? (Gl 4:9). Portanto, corramos dessa heresia.

6. O nome do Salvador: Yehoshua ou Jesus? (2005:26).

03. Qual é diferença entre a antiga e nova aliança? Quanto ao Antigo Testamento, a que devemos obedecer? Leia Hb 7:22, 9:7-15, 10:1-4,11-18. Sendo assim, o que significa voltar às velhas práticas judaicas?

04. É certo defender o resgate de costumes e objetos judaicos, com base na alegação de que o povo, a cidade e a língua de Israel são sagrados? Baseie-se na segunda parte deste estudo e em Gl 4:9-10 e 5:2.

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54 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

O que nos preocupa é que muitos cristãos têm olhado ingenuamente para este movimento de retorno às raízes judaicas, como se não ofe-recesse perigo. Basta lembrar que os apóstolos e os primeiros cristãos combateram e renegaram os judai-zantes, vendo suas práticas como uma afronta à cruz de Cristo e um entrave à pregação do evangelho. Por isso, seguem-se dois conselhos a você, estudante da Escola Bíblica.

1. Não se deixe enganar com a beleza das práticas judaizantes: Não há como negar que o uso de objetos judaicos, no culto, como o menorá, a estrela de Davi, a réplica da Arca da Aliança etc., é algo que nos chama à atenção, por ser belo aos olhos. De igual modo, as festas judaicas, como a festa da Páscoa e do Tabernáculo, são lindas. Assim também, ver um pastor com vestes judaicas, como o kipar (solidéu) e o talit (xale), lá no púlpito, fazendo orações em hebraico, é, no míni-mo, curioso.

Há, nessas coisas, uma beleza pa-ralisante. E isso faz com que cristãos ingênuos imaginem que tais coisas, sendo praticadas por crentes em Jesus, são edificantes e inofensivas. Caro estudante, abra os olhos! Não se deixe enganar (Pv 14:12-13). É bonito, mas nada bíblico. Segundo

Paulo, quando um cristão gentio pratica tais atos, como parte de sua salvação ou santificação, está rejei-tando a graça de Cristo e voltando à escravidão (Gl 2:21, 4:9-11).

2. Não se deixe levar pelo mis-ticismo das práticas judaizantes: Outro grande problema que esse vento de doutrina traz é a estranha espiritualidade ritualística, por meio de símbolos não-cristãos. Os objetos citados neste estudo, por serem con-siderados sagrados, são venerados e usados, tanto no momento do cul-to quanto no dia-a-dia, como espé-cies de amuletos. Em alguns cultos evangélicos, pessoas oram e cantam segurando ou vestindo tais objetos. Isso é, no mínimo, estranho ao ensi-no da palavra de Deus.

Talvez o maior exemplo desse mis-ticismo, na atualidade, seja a réplica do Templo de Salomão, construída em São Paulo. Que Deus nos livre dessa idolatria! Além disso, está na moda ver a mezuzá (caixinha con-tendo partes das Escrituras), pregada na porta das casas de cristãos, e é comum ver outros objetos judaicos em suas estantes. Se esses objetos estão sendo usados para proteção da casa, então isso é superstição e misticismo, e você deve correr disso (Cl 2:8; Sl 31:6). Tome cuidado! Não se deixe influenciar.

III CORRENDO DOS VENTOS DE DOUTRINA

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05. As práticas judaizantes têm uma beleza paralisante. Você concorda? Por que não devemos nos enganar com elas? Baseie-se no primeiro item da aplicação e em Pv 14:12-13; Gl 2:21.

06. Comete em classe sobre o “misticismo” ou a “estranha espiritualidade ritualística” que envolve as práticas judaizantes. Que cuidado devemos tomar? Leia Sl 31:6; Cl 2:8.

SEU DESAFIO SEMANAL

Jesus, que é superior à lei e ao templo (Mt 12:6) e maior que Moisés e os sacerdotes (Hb 3:2-5, 10:21), ofereceu-nos uma Nova Aliança, que é infinitamente superior à estabelecida com Is-rael (Hb 8:8-13). Então, por que voltar à Antiga Aliança? Voltar às práticas judaicas é “recosturar” o véu que se rasgou; é desprezar o sacrifício de Jesus; é submeter-se à escravidão da qual Cristo já nos libertou, por meio da cruz.

Os gálatas estavam nesse caminho e Paulo lhes escreveu: Ó gálatas insensatos! Quem os enfeitiçou? Não foi diante dos seus olhos que Jesus Cristo foi exposto como crucificado? (Gl 3:1). Para o apóstolo, as práticas judaizantes eram insensatez. Portan-to, não deixe que tais modismos invadam a sua igreja. Por isso, como exercício para esta próxima semana, faça uma análise das igrejas evangélicas que você conhece e verifique quais delas têm práticas judaizantes. Verifique também se você foi influenciado de algum modo.

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56 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

LEITURA DIÁRIA

D 16/11 At 16:25-26

S 17/11 2 Cr 20

T 18/11 1 Pd 2:5,9;

Q 19/11 Ap 1:6, 5:10

Q 20/11 Hb 10:19-21

S 21/11 Ef 5:19Sl 99:3

S 22/11 Mt 21:16Cl 3:16

22 DE NOVEMBRO DE 2014 Hinos sugeridos – BJ 04 • BJ 33

TEXTO BÁSICO

Perto da meia noite Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus (...). De repente sobreveio um terremoto tão grande que os alicerces do cárcere se moveram, abriram-se todas as portas. (At 16:25-26)

OBJETIVO

Mostrar ao estudante da palavra que a doutrina do chamado louvor profético não pode sustentar-se, à luz da Escritura, e encorajá-lo a louvar a Deus de maneira consciente e bíblica.

8 O louvorprofético

INTRODUÇÃOA Bíblia não fornece um modelo específico

de liturgia, no qual possamos identificar exa-tamente os elementos que devem estar pre-sentes, quando o povo de Deus se reúne para celebrá-lo. Contudo, à luz de algumas passa-gens bíblicas, percebemos que, ao menos, três deles sempre estiveram presentes: a instrução, a oração e o louvor. Nesta lição, trataremos sobre alguns ventos de doutrina envolvidos com o último dos elementos mencionados: o louvor. Nosso assunto principal será o “louvor profético” e os seus desdobramos.

Antes de combatermos mais esse equívo-co do mundo gospel, vamos primeiramente conhecê-lo. Na primeira parte desta lição, tentaremos conceituá-lo, com base em tex-tos escritos - livros e artigos virtuais – pelos próprios defensores de tal prática. Depois, ao contrastar os conceitos com alguns princípios bíblicos, buscaremos provar que não podem sustentar-se, à luz da revelação da Escritura. Em seguida, vamos sugerir duas atitudes refe-rentes ao verdadeiro louvor a Deus.

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A maioria das ideias que apre-sentaremos nesta lição, de alguma maneira, também sofreu influência da doutrina da “Confissão Positiva”, que tem como pai Essek W. Kenyon (1867-1948) e como principal divul-gador Kenneth Hagin (1917-2003). Esses dois personagens ensinavam que as nossas palavras (faladas, escri-tas ou cantadas) têm poder e criam realidades no mundo espiritual. O ministério do louvor profético tem suas raízes nessa doutrina. Vejamos.

1. O ministério do louvor pro-fético: O que é o louvor profético? Segundo os defensores de tal práti-ca, é aquele que traz a libertação do povo; quebra as cadeias espirituais que cativam as pessoas; traz cura, batismo no Espírito Santo, conver-sões de almas; enfim, traz o sobre-natural de Deus.1 É o louvor que atrai a atenção de Deus e libera suas bên-çãos. O mover profético pode ser li-berado só pelo toque dos instrumen-tos na igreja; através destes, pesso-as são curadas e libertas.2 Observe que, por trás dessa definição, existe a premissa de que o louvor tem po-der. Enquanto louvamos, Deus libera seu poder e todas as cadeias caem.

1. Adoração profética. Disponível em: <http://www.casadosenhor.com.br/estudo/?id=59>. Acesso em 14 de julho de 2014.

2. Marione (2012:205).

Segundo os defensores dessa crença, é esse louvor que devemos buscar.

Quais são as bases bíblicas usadas para defender essas premissas? Os dois principais textos usados são At 16:19-40 e 2 Cr 20. O primeiro nar-ra o episódio em que Paulo e Silas cantavam na prisão, em Filipos, e as cadeias caíram (At 16:25-26); o se-gundo narra a vitória do rei Josafá contra os seus inimigos, enquanto os cantores louvavam ao Senhor, na frente do exército (2 Cr 20:21-22). Diante desses textos, ensinam os ministros do louvor profético: “... se há cadeias espirituais que estão atando tua vida, família, negócios, ministério ou igreja, entre em bata-lha, louvando a Deus com intensida-de e elas cairão!”.

Por que essa ideia foi tão bem aceita por muitos evangélicos, em nosso país? Há um livro, no Brasil, que contribuiu muito para isso, nos últimos anos. Não se trata de um livro sobre louvor profético, tam-pouco o seu autor fez ou faz parte desse ministério. Contudo, foi lan-çado na época em que a confissão positiva começou a ganhar espaço e contribuiu para que a ideia de que o “louvor tem poder” ganhasse es-paço em nossa pátria. O livro intitu-la-se: “O Louvor que Liberta”, e foi escrito por um capelão da marinha, que ensina, em forma de testemu-

I CONHECENDO OS VENTOS DE DOUTRINA

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58 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

nho, que, se você louvar, todos os seus problemas podem se resolver. Principalmente na parte final, o au-tor mostra que o louvor libera o po-der de Deus; que, através do louvor, travamos batalhas espirituais; que, enquanto louvamos, Deus desbarata nossos inimigos etc. Esse ensino só é acentuado e aumentado, no minis-tério do “louvor profético”.

2. Multiplicam-se os modis-mos: Com o ministério do louvor profético, temos alguns outros con-ceitos esquisitos e estranhos à reve-lação bíblica, tais como “voz pro-fética”, “unção profética”, “dança profética”, “dança espontânea”, “adoração profética”, “adoração extravagante”, “cânticos espontâne-os” etc. São tantos termos que não é possível tratar de tudo numa úni-ca lição. Contudo, há uma distorção que acompanha esse movimento: “a adoração espontânea ou cântico espontâneo”. E não confunda “ado-ração espontânea” com “adoração profética/extravagante” (trataremos deste assunto na lição 12).

A adoração ou cântico espontâ-neo é algo que acontece no momen-to do louvor, quando o adorador

(geralmente o líder ou um compo-nente do grupo que conduz o mo-mento do louvor) sai da melodia e da letra preestabelecida de uma canção e começa a dizer coisas que não ha-viam sido ensaiadas ou preparadas.3 Os defensores desse movimento di-zem que o cântico espontâneo vem na hora, pelo Espírito, “como se o Espírito Santo trouxesse à tona tudo aquilo que está dentro de você”.4 Usam como base a expressão “cân-ticos espirituais”, de Ef 5:19, para abonar tal prática.

Os defensores do movimento da “adoração espontânea” chegam a dizer que é muito fácil cantar uma música que já existe, “uma letra que já está pronta, que veio do coração de outra pessoa”.5 Pois bem, será que todos esses modismos, refletem os princípios do puro e simples evan-gelho de Jesus? É o que veremos na próxima parte desta lição.

3. Idem, p.206

4. Adoração espontânea. Disponível em: <http://iban12.blogspot.com.br/2008/09/es-tudo-sobre-adoraoparte-3.html>. Acesso em 08 de julho de 2014.

5. Idem.

01. O que é louvor profético? Qual a premissa por trás desse conceito? Onde estão suas supostas bases bíblicas? Por que faz tanto sucesso?

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02. Como podemos definir “cânticos espontâneos”? Qual o principal texto bíblico usado pelos defensores de tal prática?

Como veremos, nesta parte de nossa lição, o movimento do louvor profético, com todo o pacote que o acompanha, foi construído sob conceitos “bíblicos” equivocados, contribuiu para uma supervaloriza-ção de uma parte do culto a Deus e desconsidera o significado bíblico e teológico do louvor. Entendamos essas distorções.

1. Textos fora do contexto: Os textos bíblicos utilizados para provar que o louvor tem poder foram inter-pretados fora do seu contexto. Em 2 Cr 20, o fato de Josafá pedir aos can-tores que saíssem à frente do exérci-to louvando ao Senhor (v.21) é um sinal de que confiava no Senhor, que já lhes havia garantido a vitória na-quela batalha sem terem de pelejar (vv. 15-17). Deus derrotou os exér-citos inimigos enquanto os cantores o louvavam (v. 21) porque já havia determinado fazê-lo, e inclusive já havia revelado isso ao rei e ao povo. Isso se confirma pelo fato de que ne-nhum outro rei do povo de Deus foi para uma guerra dessa maneira. Foi um caso único e isolado, não uma batalha comum.

Esse é o mesmo caso relatado em At 16:19-40. Mesmo presos, Paulo e Silas cantavam em demonstração de confiança em Deus. Eles só estavam em Filipos porque Deus os mandara ir, através de uma visão (At 16:9-12). Tinham a certeza de que estavam cumprindo a vontade de Deus e que este estava com eles. Aproveitaram a prisão para testemunhar de Jesus. Veja o detalhe do texto: ... e os ou-tros presos os escutavam (v. 25b). Por isso, não cantavam para que o terre-moto acontecesse – na verdade, nem esperavam que acontecesse –; can-tavam porque confiavam em Deus, sabiam que deveriam louvá-lo em todo tempo e queriam que outros o conhecessem. Deus quis agir, naque-la ocasião, enquanto louvavam. O mesmo Paulo foi preso outras vezes (pelo menos, mais três), e não houve terremoto. Será que esquecera que podia louvar para que as paredes do cárcere fossem ao chão?

2. Realce fora de medida: Um problema grave gerado nas igrejas, por causa dessa ideia de que o lou-vor tem poder, foi a supervalorização do “momento do louvor” e do grupo

II COMBATENDO OS VENTOS DE DOUTRINA

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60 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

de louvor. Não há nada de errado em termos grupo de louvor e louvores em nossos cultos, mas precisamos consi-derar que a exacerbada importância a esse momento é preocupante e chega passar a impressão de que não tería-mos culto a Deus sem ele. Há igrejas em que o grupo de louvor é tão ou mais importante que o próprio pastor e os dirigentes de louvor “adotam a postura de responsáveis diretos pela adoração que a igreja deve prestar a Deus”;6 às vezes, intitulam-se levitas, um grande equívoco.

Considerar os integrantes do gru-po de louvor como levitas é reintro-duzir a ideia de uma classe especial. De acordo com a Nova Aliança, cada cristão, em particular, é um sacer-dote (cf. 1 Pd 2:5,9; Ap 1:6, 5:10). O acesso a Deus não é prerrogativa de um grupo, mas de todo o povo de Deus (Hb 10:19-21). O grupo de louvor não é mediador entre Deus e a congregação. Seus componentes são membros da igreja, conduzem a parte da liturgia destinada aos cân-ticos e são tão adoradores quanto todo o restante da congregação. O que eles fazem no culto não é mais espiritual do que um hino canta-do em uníssono por toda a igreja, acompanhado apenas de um piano ou um órgão.

3. Individualismo fora do co-mum: Precisamos lembrar que o objetivo primário do culto coletivo

6. Justino apud Basden (2000:175).

é “oferecer louvor e render graças a Deus por quem ele é e pelo que ele tem feito, reafirmando nosso amor e compromisso com Deus”.7 O centro da reunião deve ser sempre Deus. É por isso que julgamos perigosos os “cânticos espontâneos”, em que há uma demasiada ênfase na pessoa que faz o cântico. Culto não é show para exibições individuais. Durantes esses cânticos, todos ficam escutan-do uma pessoa, passivamente, por longos períodos. Isso é um equívo-co: num culto coletivo, todos devem louvar. Além disso, o que vemos, na maioria das vezes, é que esses cân-ticos se constituem mantras (poucas frases repetidas à exaustão). São “cânticos” recheados de clichês, chavões e frases batidas que não di-zem nada.

O cântico espontâneo fascina tan-to que virou estilo musical. Há canto-res do mundo gospel especializados nisso e CDs inteiros só com esse tipo de louvor. Há até encontros para apresentação de cânticos espontâ-neos (que, convenhamos, não são tão espontâneos assim). Os “cânti-cos espirituais”, de Efésios 5:19, são composições de cristãos sobre temas espirituais. “Cânticos” é a tradução para a palavra grega odais, que diz respeito a uma composição poética para ser cantada. Não se trata de uma música feita no improviso, num momento do culto. O adjetivo “es-

7. Basden (2000:142).

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pirituais” serve para distinguir esses cânticos de cânticos comuns, que não tratam de temas religiosos, com-

postos, em sua maioria, por não-crentes, feitos para entretenimento, não para o culto.

03. Leia, 2 Cr 20:15-21; At 16:9-12 e comente se esses textos ensinam realmente que o louvor tem poder. Além disso, leia Ef 5:19 e explique se “cânticos espirituais” são músicas feitas no improviso, durante o culto.

04. Comente com a classe sobre os problemas gerados pela doutrina do louvor profético, tais como a supervalorização do momento do louvor e do grupo de louvor. O que a Bíblia ensina sobre o papel de cada cristão no culto a Deus? Leia Ap 1:6, 5:10; 1 Pd 2:5,9.

Agora que já tratamos do vento de doutrina e das distorções bíblicas utilizadas para defendê-lo, gostaría-mos de sugerir dois caminhos para corrermos para bem longe dele. São duas atitudes sobre o louvor a Deus. Se as adotarmos, dificilmente sere-mos levados pela força dos ventos de doutrina do mundo gospel, no que diz respeito ao louvor.

1. Louvemos a Deus de modo consciente: Louvar a Deus de modo consciente é louvá-lo com um corre-to entendimento do que é o louvor. Este não existe para nos inspirar ou para nos deleitar. Não é algo para

“nos fazer bem”. O louvor é algo que oferecemos a Deus e é centrado nele. Devemos louvá-lo “pelo que ele é e pelo que ele faz. O puro lou-vor não é bajulação nem se presta a conseguir alguma graça da parte de Deus”.8 O verdadeiro louvor não precisa de instrumentos ou de ges-tos, “mas simplesmente de um co-ração sincero, afinal, Jesus disse que Deus pode tirar um perfeito louvor da boca de pequeninos e crianças de peito” (Mt 21:16).9

8. César (2014:49).

9. Lima (2006:538).

III CORRENDO DOS VENTOS DE DOUTRINA

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62 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

Na hora do louvor, Deus pode nos abençoar? Sim! Não vamos colocar Deus numa caixa. Mas não é por isso que louvamos a Deus. Esse não é o alvo. Ele pode abençoar alguém por meio da música ou dos sons de ins-trumentos? Pode, se ele quiser. Ele é Deus e faz o que lhe apraz. Mas essa não é a regra. A força do lou-vor está na admiração do caráter de Deus. Ele é “o supremo bem, o su-mamente sábio, o todo suficiente, o completamente livre e absoluto”.10 Louvemos sempre a ele! Que todos o louvem por causa da sua grandeza e porque ele merece profundo res-peito (Sl 99:3 – NTLH).

2. Louvemos a Deus de forma bíblica: Você sabia que a doutrina de muitas pessoas é mais forma-da pela música que cantam do que pela mensagem que ouvem? Não é

10. César (2014:49).

o ideal, mas é real. Por isso, preci-samos nos preocupar muito com as letras das músicas que cantamos nas igrejas, em nossos cultos, e que can-tamos no dia-a-dia. A ideia de que o louvor tem poder contribuiu, tam-bém, para louvores com letras sofrí-veis biblicamente, com palavras de ordem para Deus, inclusive.

Sejamos críticos, nesse senti-do! Não podemos cantar qualquer coisa. Lembremo-nos do conselho paulino: Lembrem-se do que Cristo ensinou e que as suas palavras enriqueçam a vida de vocês e os tornem sábios; ensinem essas pala-vras uns aos outros e cantem-nas (Cl 3:16, grifo nosso – BV). Todo cântico sem fundamento na pala-vra de Deus pode ter arte, simetria, profissionalismo, mas não deve ter lugar no culto.11

11. Lima (2006:533).

05. O que significa louvar a Deus de maneira consciente? O que é necessário para o verdadeiro louvor? Leia Sl 99:3.

06. O que significa louvar a Deus de maneira bíblica? Realmente, é importante nos preocuparmos com as letras das músicas que cantamos? O que Cl 3:16 nos ensina nesse sentido?

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SEU DESAFIO SEMANAL

Seu desafio para esta semana será o de pensar na forma como tem louvado a Deus. Você faz isso com sinceridade? É um louvor só de lábios ou é do coração? (Mc 7:6). Você louva a Deus ape-nas para se sentir bem, para receber alguma coisa em troca, para “liberar o sobrenatural” ou porque realmente reconhece o que ele faz e quem ele é? Entende que ele é imensurável, imutável, infalível, imenso etc.? Quando você louva, presta atenção nas palavras que está dizendo a Deus ou simplesmente canta porque o instrumental é bonito?

Diga-se de passagem: não há nenhum problema em se alegrar com o louvor, nem em se emocionar. O problema é fazer disso o alvo do louvor. Que tal você começar a analisar as letras de alguns louvores cantados nos cultos? Para esta semana, escolha, pelo menos, dois dos louvores cantados no culto do final de semana e experimente fazer esse exercício. Aceita o desafio? Se desejar, pode chamar alguém para realizarem com você essa atividade.

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64 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

LEITURA DIÁRIA

D 23/11 Hb 10:25

S 24/11 Mt 18:20

T 25/11 At 2:42-47

Q 26/11 Cl 3:13

Q 27/11 1 Jo 1:8,10

S 28/11 2 Pd 2:1

S 29/11 1 Pd 4:10

29 DE NOVEMBRO DE 2014 Hinos sugeridos – BJ 01 • BJ 303

OBJETIVO

Mostrar ao estudante da palavra de Deus, à luz do Novo Testamento, a importância de ser cristão e estar em uma igreja local, congregando com frequência e servindo com comprometimento.

TEXTO BÁSICO

Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações, quanto mais vede que o dia se aproxima. (Hb 10:25)

Os cristãossem igreja9

INTRODUÇÃODe acordo com os dados do último senso

do IBGE, cresceu, no Brasil, o número de pes-soas que, até pouco tempo atrás, não tinham quase nenhuma expressão em nosso cenário social. Estamos nos referindo aos sem-igreja. Estes são os que se consideram evangélicos ou cristãos, mas que não possuem vínculo algum com a igreja institucional. Os dados mostram que, de 2003 a 2009, o número dos sem-igre-ja passou de 4% para 14 % no Brasil.1

Esse crescimento, que só tende a aumentar, mostra-nos uma nova tendência, não somente no Brasil, mas nos Estados Unidos e na Euro-pa, de um cristianismo diferente, um cristianis-mo sem igreja. Há, em nossos dias, inúmeros autores cristãos que defendem esse posicio-namento em seus livros e muitos líderes que apregoam essa nova era, em que podemos ser cristãos sem estarmos vinculados à igreja. Mas será possível? É biblicamente correto? É justa-mente sobre isso que estudaremos nesta lição.

1. Hunter (2012:9).

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A igreja evangélica brasileira, por conta de seus inúmeros escândalos, tem produzido uma massa de desen-cantados com as instituições ecle-siásticas em geral. Alguns simples-mente abandonaram a igreja e a fé, mas outros querem abandonar ape-nas a igreja e manter a fé; querem ser cristãos, mas sem a igreja.2 Mui-tos destes têm escrito livros e disse-minado, através da internet, a ideia de que podemos ser cristãos sem a igreja. Eles, basicamente, defendem as seguintes posições:

1. A igreja como um movimen-to: Os defensores de um cristianis-mo sem igreja ensinam que Jesus não deixou qualquer forma de igreja organizada e institucional.3 O que Jesus desejava, afirmam eles, não era uma instituição religiosa, rígida, organizada, engessada, nem mesmo estruturada, com prédios próprios, placa denominacional, cultos ofi-ciais, tesouraria, ofertas, departa-mentos, dízimos, escolas bíblicas, rol de membros ou mesmo faculdade de teologia.

A igreja de Jesus deveria ser um movimento livre de pessoas que se reúnem esporadicamente, em am-bientes sem nenhuma conotação religiosa, para conversar sobre Cristo

2.Lopes (2011:153)

3.Idem, p.154.

e se ajudar mutuamente, sem estar presas a uma igreja local, sem ter seus nomes no rol de membros, sem ter um dia determinado para ir a um templo, uma lição bíblica para estu-dar semanalmente e uma liderança eclesiástica à qual submeter-se.

A base bíblica para essa ideia, segundo os desigrejados, encontra-se na passagem em que Jesus diz: Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles (Mt 18:20). Isso sig-nifica, dizem eles, que, se dois ou três cristãos que são amigos encon-trarem-se na praça de alimentação de um shopping, sábado à noite, ou em uma cafeteria, domingo de manhã, para conversar sobre os úl-timos livros que leram ou sobre as lições espirituais que têm aprendido, ali eles são igreja de Jesus, e isso os isenta de participar de uma igreja lo-cal, frequentar com regularidade os cultos, servir em algum departamen-to da igreja etc.

2. Um ambiente doentio: Além de afirmarem que Jesus não deixou uma igreja organizada ou institucio-nalizada, os desigrejados acreditam e apregoam que a igreja, no formato que existe, está falida e ultrapassa-da. Essas pessoas consideram que ela está desvirtuada, em sua natu-reza, sua essência, sua proposta re-lacional comunitária e sua proposta

I CONHECENDO OS VENTOS DE DOUTRINA

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66 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

de missão e serviço.4 Afirmam que a igreja evangélica não promove um ambiente salutar, mas doentio; por isso, precisamos sair dela para en-contrarmos com Deus.

Pelo fato de inúmeros pastores haverem se envolvido em escânda-los relacionados a dinheiro, muitos veem a igreja como uma máquina de extorquir fiéis. Para inúmeros outros, a igreja causa repulsa, pois sentem que ela está cheia de hipó-critas,5 repleta de pessoas que não vivem o que pregam e condenam,

4. Bomilcar (2012:17).

5. Groeschel (2012:176).

explicitamente, nas outras pessoas, os pecados que elas mesmas prati-cam em secreto.

Muitos dos desigrejados são pes-soas que foram muito feridas por denominações evangélicas (vítimas de calúnia, de divisões, de farisaís-mo, de preconceito, de extorsão, de charlatanismo por parte de pastores e líderes) e, por isso, estão, hoje, desencantadas com a igreja. Outros tantos são pessoas extremamente críticas e exigentes, com uma menta-lidade de consumidor, para as quais nada está bom (o sermão, o culto, a música, a lição bíblica, o prédio da igreja, o departamento infantil etc.).

01. Os defensores de um cristianismo sem igreja ensinam que Jesus não deixou qualquer forma de igreja organizada ou institucional.O que isso significa? Utilize o item 1 da primeira parte deste estudo.

02. De acordo com o item 2 da primeira parte deste estudo, o que os desigrejados pensam sobre a igreja? Quais as razões pelas quais não fazem parte de uma igreja local?

Os argumentos usados pelos cris-tãos sem igreja são sutis, pois utili-zam meias verdades. Por exemplo, é claro que a igreja de Jesus não preci-

sa de prédios para existir. De acordo com a história, somente no quarto século é que os cristãos construíram templos. Antes disso, reuniam-se em

II COMBATENDO OS VENTOS DE DOUTRINA

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casas, cavernas, vales e em campos. No entanto, isso não significa que seja errado construir um templo ou ter propriedades; afinal, a Bíblia não condena isso. Esse mesmo princípio equivocado de meias verdades é uti-lizado nos outros posicionamentos dos desigrejados.

1. Igreja organizada: A afirmação dos desigrejados de que a igreja deve ser um movimento livre e desorgani-zado de pessoas, sem estrutura algu-ma, é inconsistente, à luz da Bíblia. Encontramos, no Novo Testamento, igrejas cristãs muito bem organizadas: com liturgia (1 Co 14:26; Cl 3:16), ministérios (Rm 12:6-8; Ef 4:11-12), assistência social (At 6:1-6; 1 Tm 5:3-10), líderes com suas responsabilida-des definidas (1 Tm 3:1-13, 5:17;) e até com registro de processo discipli-nar (Mt 18:15-20; 1 Co 5).

Isso significa que a igreja, desde cedo, era organizada e estruturada, mas não rígida e engessada. E assim deve ser. Encontrar com um ou dois amigos cristãos em ambientes sem conotação religiosa para conversar e ajudar-se mutuamente é uma ben-ção, mas não desobriga nenhum cristão de um compromisso sério com uma igreja local organizada. O autor da Carta aos Hebreus advertiu seus leitores a que não deixassem a congregação, como era costu-me de alguns, mas, pelo contrário, encorajassem uns aos outros e se submetesse aos líderes eclesiásticos (Hb 10:24-25, 13:7).

É interessante notar que o contex-to bíblico de Mt 18:20, texto favorito dos desigrejados, não se refere a um movimento livre de cristãos. O texto se refere à disciplina eclesiástica. Os dois ou três que Jesus menciona são os dois ou três que vão tentar ganhar o irmão faltoso e reconduzi-lo à co-munhão da igreja6 (Mt 18:15-17). Em outras palavras, biblicamente, não há razão para toda essa aver-são à igreja organizada. Nenhum cristão, portanto, está isento de comprometer-se com a igreja. Ela é a reunião dos salvos em Cristo, que, juntos, adoram a Deus, estudam sua palavra, edificam-se, proclamam a salvação, desenvolvem seus dons e manifestam amor ao próximo7 (At 2:42-47).

2. Igreja imperfeita: Outra afir-mação dos cristãos sem igreja com a qual não podemos concordar é a de que a igreja está falida e ultrapas-sada. É fato que ela é imperfeita e continuará sendo, enquanto pesso-as, como nós, imperfeitas, fizerem parte dela. É também verdade – e todos os cristãos sérios concordam – que muitas igrejas evangélicas pro-movem um ambiente doentio e não-salutar, por causa do farisaísmo, do preconceito, das divisões, da calúnia etc. Contudo, a Bíblia nos ensina a perdoar e não a abandonar a igreja (Cl 3:13).

6. Lopes (2011:160).

7. Sayão (2012:106).

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68 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

Igualmente, devemos concordar que muitos líderes evangélicos são, na verdade, charlatões. Entretanto, as Escrituras já nos advertem, há muito tempo, de que falsos mestres surgiriam no meio da igreja (2 Pd 2:1). Isso não é motivo para deixar a igreja; antes, é motivo para lutar por ela. Quanto àqueles que acham a igreja um local de hipócritas, en-tendemos que estão, de certa forma, corretos; afinal, todos os cristãos continuam pecadores, e a Bíblia não esconde isso (1 Jo 1:8, 10). A igreja de Jesus é um lugar de pecadores, não uma galeria de santos.8

A verdade, no entanto, é que muitos dos sem-igreja são pessoas

8. Ludovico (2007:149).

muito críticas, que só não criticam a si mesmas.9 Acontece que seus ideais são tão elevados que seria im-possível alguma igreja atingir esses padrões.10 Para eles, nada está bom. Os cultos são muito frios ou anima-dos demais; a música é muito alta ou muito baixa; o pastor grita ou fala baixo demais etc. Por isso, devemos concordar que sempre, por trás de uma crítica feroz contra a igreja, es-condem-se a avareza, a arrogância, o ódio, a insubmissão, a falta de per-dão, o comodismo, a frieza espiritual ou algum pecado oculto.11

9. Sayão (2012:105).

10. Groeschel (2012:177).

11. Sayão (2012:106).

03. Em suas desculpas, os desigrejados utilizam meias verdades. Você concorda? O que os textos de Hb 10:24-25, 13:7 têm a dizer sobre os sem-igreja? Qual o contexto bíblico de Mt 18:20?

04. A Bíblia esconde a imperfeição da igreja? Para responder, use 1 Jo 1:8,10. Quando a igreja nos machuca, qual a atitude que devemos tomar? Leia Cl 3:13. Então, há desculpa plausível para sair da igreja?

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Como comprovamos, os desigre-jados acabam jogando o bebê junto com a água suja da bacia, ao abando-nar a igreja por conta das falhas que ela apresenta. Ora, a igreja de Jesus é composta por pecadores salvos pela graça de Deus, não por santos infa-líveis. Contudo, mesmo imperfeita, precisamos dela. Não podemos ser cristãos sem igreja, porque não pode-mos ter o noivo sem a noiva, nem o pastor sem seu rebanho. Precisamos uns dos outros; por isso, não podemos abandonar a igreja. A seguir, veremos dois princípios que, se aplicados, nos ajudarão a fugir para longe desse ven-to de doutrina dos desigrejados.

1. Não seja um desigrejado: congregue com regularidade: De-pois de tudo que aprendemos, pode-mos afirmar, categoricamente, que não existe desculpa plausível para um cristão ficar sem igreja. Obviamente, existem situações em que muitos cris-tãos não podem se reunir com outros crentes para congregar – como, por exemplo, em contextos de persegui-ção religiosa, em locais longínquos, onde não existem outros cristãos por perto, ou em casos de doença. Contu-do, essas são as exceções, não a regra.

Como disse certo autor, ser mem-bro de uma igreja local não salva, mas é reflexo de que somos salvos.12

12. Dever (2012:166).

É por isso que o autor da Carta aos Hebreus é tão enfático ao advertir-nos: Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; an-tes, façamos admoestações, quanto mais vede que o dia se aproxima (Hb 10:25). Este dia que se aproxima é o dia da volta de Jesus para o qual devemos estar sempre preparados. Sendo assim, não brinque de ser crente. Congregue regularmente.

2. Não seja um desigrejado: sirva com comprometimento: In-felizmente, por vivermos em uma sociedade consumista, muitos se enxergam como consumidores, e a igreja, como uma prestadora de serviços religiosos. Assim, muitos crentes passam a ir à igreja da mes-ma forma como vão a um shopping. “Assistem” a um culto da mesma forma que assistem a um filme no ci-nema. Pressupõem que tudo ao seu redor, inclusive a igreja, existe para o seu serviço.13

Quando esses crentes se desagra-dam da qualidade da música ou do sermão do pastor, deixam a igreja, assim como deixam de ir a um res-taurante que não mais lhes agrada. Por isso, há tanta gente fora da igre-ja. No entanto, enquanto nos enxer-garmos como consumidores, jamais estaremos contentes na igreja. Não

13. Silva (2007:46).

III CORRENDO DOS VENTOS DE DOUTRINA

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70 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

somos clientes; somos servos. Partici-pamos de uma igreja, prioritariamen-te, para servi-la, não para sermos ser-

vidos (1 Pd 4:10). Sendo assim, sirva com comprometimento. Não seja um desigrejado.

05. Você acha importante congregar? Podemos brincar de sermos crentes, sabendo que Cristo voltará logo? Leia Hb 10:24-25 e comente em classe sobre a importância de congregarmos com regularidade.

06. Você concorda que muitas pessoas estão fora da igreja por enxergarem a si mesmos como clientes e a igreja, como uma prestadora de serviços religiosos? De acordo com 1 Pd 4:10, podemos ter uma postura de clientes na igreja?

SEU DESAFIO SEMANAL

Os sem-igreja são, basicamente, pessoas machucadas, feridas, abusadas espiritualmente por líderes evangélicos, magoadas, res-sentidas, traumatizadas por igrejas, enganadas teologicamente ou, simplesmente, críticas demais. O que fazer com elas? Já que não vão à igreja, precisamos envolvê-las em nossos círculos de amizade e nos aproximar delas com muito amor e carinho.

Elas precisam saber que ainda existem cristãos acolhedores, misericordiosos, afetuosos e generosos, que as abracem e as aceitem como estão (machucadas e feridas) e como são (muitas vezes melindrosas e extremamente críticas). É muito provável que você conheça pessoas desigrejadas. Pois bem, seu desafio, nesta semana, será aproximar-se delas para lhes mostrar o amor de Jesus Cristo.

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LEITURA DIÁRIA

D 30/11 Mt 15.8

S 01/12 Sl 53.1

T 02/12 Fl 3:191 Tm 6:5

Q 03/12 Lc 12:15-21

Q 04/12 Ap 3:15-22

S 05/12 Rm 12:2

S 06/12 Mt 6:33

6 DE DEZEMBRO DE 2014 Hinos sugeridos – BJ 196 • BJ 130

TEXTO BÁSICO

Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.(Mt 15.8 – NVI)

OBJETIVO

Mostrar ao estudante o que caracteriza um cristão ateu, quais os conceitos que influenciam alguém a este modo de vida e refutá-los, à luz da palavra de Deus, desafiando-o a viver um cristianismo autêntico e bíblico.

Ateísmo cristão10

INTRODUÇÃONa edição de 19 de dezembro de 2001, a

revista Veja publicou uma matéria sobre a re-ligiosidade brasileira. Os números mostravam que 99% da população afirmavam crer em Deus e 83% acreditavam na existência do pa-raíso e na vida eterna. Isso mostra que a maio-ria dos brasileiros não apenas crê em Deus, mas conta partilhar com ele a eternidade.1

Infelizmente, os altos índices de violência, corrupção e imoralidade da nossa sociedade apontam uma realidade diferente da que in-dicam os números. Na presente lição, vamos tratar de um tema bastante complexo. Como podemos conceber um cristão ateu? De início, podemos dizer que se trata de cristãos nomi-nais, pessoas que creem em Deus, mas vivem como se ele não existisse.

1. Klintowitz, Jaime. Um povo que acredita. Disponível em: <Veja.abril.com.br/191201/p_124.html>. Acesso em: 17 de junho de 2014.

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72 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

Ateus existem desde os tempos antigos. O salmista Davi já se referia à insensatez desse comportamento: Diz o tolo em seu coração: Deus não existe (Sl 53.1 – NVI). Alguém, acer-tadamente, disse que o ateísmo não é algo natural, mas o resultado da sufocação intencional da imagem de Deus, na mente e no coração huma-no.2 A tolice do ateísmo se manifesta em estilo de vida: A pessoa leva a vida sem ter de prestar contas a Deus, pois é dona do “seu próprio nariz”. Infe-lizmente, existem cristãos adotando esse estilo de vida. Vejamos algumas marcas do nosso tempo que levado alguns crentes em Cristo a viverem como se fossem ateus.

1. O materialismo: Vivemos em uma sociedade capitalista, em que as relações pessoais frequentemente se dão com base na troca de bens de consumo. Os valores de uma pessoa, muitas vezes, são medidos a partir da quantidade ou qualidade daquilo que possui. É mais importante ter do ser. Muitos se vendem e se corrom-pem para conseguir uns trocados a mais, enquanto outros fazem de tudo para superar o concorrente.

Nesse ambiente, muitos cristãos se inclinam a um relacionamento

2. Lopes, Augustus Nicodemus. Ateísmo. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=VQpz43GP8Os>. Acesso em: 21 de junho de 2014.

com Deus baseado apenas na troca. Deus é o fornecedor; eles, os clien-tes. As orações só funcionam a partir de necessidades específicas. Como telespectadores de um programa de televisão, desejam cultos que os en-tretenham. Buscam a Deus porque querem algo dele, mas nada com sua pessoa. É uma relação interesseira.

Cristãos ateus são materialistas. O deus deles é o ventre, pois só pensam em coisas terrenas (Fl 3:19). Para esses, a piedade é apenas fonte de lucro (1 Tm 6:5). Amam mais os prazeres do que a Deus (1 Tm 3:4). O materialismo faz com que as pesso-as tenham como prioridade de suas vidas a aquisição de bens materiais e riquezas e se esqueçam de Deus e de seus valores (Lc 12:15-21). Elas pas-sam a ajuntar tesouro na terra, não no céu (Mt 6:19-24). Por isso, não é difícil vermos cristãos esfriarem na fé ou se afastem da igreja, após pros-perarem financeiramente. Há gente que, por dinheiro, abandona a famí-lia, a igreja e a fé.

2. O indiferentismo: Embora a expressão “indiferentismo” não seja comum, o mesmo não pode ser dito de sua prática, pois se trata da “pos-tura de indiferença”, bastante liga-da ao egoísmo. O indiferente não demonstra nenhum tipo de preocu-pação por determinado assunto ou por alguém, a não ser por si mesmo.

I CONHECENDO OS VENTOS DE DOUTRINA

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Mostra-se incapaz de responder a estímulos. Não se trata de ficar em cima do muro, mas de não importar-se com o mundo, nem com o outro, muito menos com Deus. O lema des-sa geração apática é: “‘Tô’ nem aí” ou “Tanto faz como tanto fez”.

A atitude de indiferença é outra característica do cristão ateu. Assim como milhões, pelo mundo, que não se importam com Deus e com a sal-vação, cristãos ateus não estão pre-ocupados com questões espirituais. Para eles, tanto faz ir à igreja ou não; tanto faz orar ou não; tanto faz ler a Bíblia ou não; tanto faz ser honesto ou não; tanto faz ser fiel ao cônjuge ou não; tanto faz fazer sexo com a(o) namorada(o) ou não; tanto faz traba-

lhar ao sábado ou não; tanto faz pa-gar suborno ou não. Tanto faz! Mas se perguntarem a eles se são cristãos, a resposta será um sonoro “Sim!”.

Contudo, cristãos ateus são como os crentes da igreja de Laodiceia: fazem Deus sentir náuseas. Não são quentes, nem frios; são mornos (Ap 3:15,16). Honram a Deus com sua boca, mas o coração está distante dele (Is 29:13). Isso acontece por-que, assim como o materialismo, essa atitude faz o cristão se tornar mundano e carnal, ou seja, ela o afasta de Deus e o torna confor-mado com o mundo e, consequen-temente, praticante das obras da carne (Rm 12:2; 2 Tm 2:10a; 1 João 2:15-17; Gl 5:16-21).

01. Com base na introdução, responda: O que é um “cristão ateu”? Comente também a frase: “O ateísmo não é algo natural, mas o resultado da sufocação intencional da imagem de Deus na mente e no coração humano”.

02. Após ler os itens 1 e 2 da primeira parte deste estudo, comente o significado de materialismo e indiferentismo. Como essas duas características estão presentes nos “cristãos ateus”? Leia também: Lc 12:15-21; Mt 6:19,24; Is 29:13 e 2 Tm 2:10a.

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74 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

O cristão ateu é uma pessoa conformada com o mundo e seu sistema de valores (Rm 12:2). Precisa decidir renovar seu entendimento, romper seu romance com o mundo (1 Jo 2:15-17) e buscar alimento só-lido na palavra de Deus, que semeia a fé (Rm 10:17). Submetendo-se às Escrituras Sagradas, alcançará uma fé vibrante e sólida, que agrada a Deus (Hb 11:6).

1. O reino em primeiro lugar: Jesus foi claro ao dizer: Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça (Mt 6:33). Ele ensinou aos discípulos que não de-veriam viver ansiosos pelas coisas materiais. Deus sabe de tudo que precisamos e cuidará de nós, assim como cuida de toda a criação. Por-tanto, os cristãos devem ter como prioridade cuidar de seu relaciona-mento com o Criador.

O apóstolo Paulo explicou que a essência do reino de Deus não é co-mida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rm 14:17). Em João 6:26-27, Jesus repreende a multidão que o buscava apenas pelo pão e ensinou-lhe que deveria trabalhar pela comida que permane-ce para a vida eterna. A vida cristã autêntica celebra a vida com Deus e os valores do seu reino. Além disso, Jesus nos ensinou a não acumular na terra, mas juntar tesouros no céu,

porque, segundo ele: ... onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração (Mt 6:21). Jesus também disse: Portanto, que adianta ao ho-mem ganhar o mundo inteiro e per-der a sua alma? (Mc 8:36).

2. Cooperação, sim; compe-tição, não: O espírito materialista de nossa época sugere rivalidade, competição e anseio de ser o me-lhor. Os discípulos do Senhor viviam às voltas com o desejo de ocupar um lugar de prestígio ao lado do Mestre. Jesus mostrou-lhes que a grandeza está em servir, não em ser servido (Mc 10:35-45).

Os crentes não devem viver a disputar cargos ou posições. Não somos rivais; somos irmãos. Alegre-mo-nos com o sucesso e soframos com o fracasso de nosso próximo (1 Co 12:12-27). Consideremos os outros superiores a nós mesmos. Cada um cuide não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros (cf. Fl 2:3-4). Cooperação, altruísmo e partilha são valores que devemos praticar.

3. Superando a indiferença espiritual: A última carta às sete igrejas da Ásia foi escrita aos cren-tes de Laodiceia (Ap 3:14-22). Foi a mais dura carta. Diferentemente das demais, não recebeu de Jesus um elogio sequer. A igreja morna estava miseravelmente pobre, mas não se

II COMBATENDO OS VENTOS DE DOUTRINA

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III CORRENDO DOS VENTOS DE DOUTRINA

dava conta disso. Pensava estar rica e não precisar de nada. Enquanto isso, Jesus estava do lado de fora, claman-do para entrar.

Aquela era uma igreja indiferente, mundana e carnal. Não obstante, Je-sus a amava e aconselhou-a a restau-rar-se no que ele oferecia. Nada mui-to complicado: somente zelo e arre-pendimento. O indiferente deve vol-tar a ter zelo pelas coisas espirituais; precisa arrepender-se de sua infeliz

miséria, e abrir a porta para receber o Mestre e celebrar uma gloriosa ceia com ele. É tempo de acordarmos. É hora de dizermos “não” ao munda-nismo. Não podemos nos conformar, nem nos acomodar, a este mundo (Rm 12:2). Não é certo vivermos como se Deus não existisse. Sigamos o conselho de Pedro: Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância (1 Pe 1:14).

03. Após ler Mt 6:19-24,33; Mc 8:36-37, e o item 3 da segunda parte deste estudo, comente com a classe sobre as prioridades do cristão. Como Jesus nos ensinou a vencer o materialismo?

04. Leia os itens 1 e 2 da segunda parte deste estudo e responda: Para não sermos “cristãos ateus”, como podemos lidar com o sentimento de rivalidade e indiferença espiritual ? Baseie-se emFl 2:3-4; Ap 3:14-22; 1 Pd 1:14-16.

Se, como vimos até aqui, a ima-gem de Deus pode ser sufocada, na mente e no coração de uma pessoa, ao ponto de ela viver apenas com um rótulo de cristão, cremos, ainda mais, que Deus pode restaurar essa imagem e levar tal pessoa a viver um relacionamento verdadeiro com ele.

Vamos aos princípios que nos levam à sombra do Onipotente e nos afas-tam do conselho dos ímpios.

1. Para não ser um cristão ateu, pense nas coisas de Deus: Nosso Senhor nos ensinou que, do cora-ção, procedem as más intenções e as diversas práticas pecaminosas. Para

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76 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

sermos guardados desses males, de-vemos levar cativo todo pensamento à obediência de Cristo (2 Co 10:5b). Ocupe seus pensamentos com as coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra (Cl 3:2). Siga o con-selho de Paulo: caminhe com Deus e pense em tudo que for virtuoso e louvável (Fl 4:8). Assim, você vencerá o mundanismo (Rm 12:1-2).

Andar com Deus quebrará o po-der do materialismo em sua vida e o levará a uma generosidade radical. Em vez de viver para si e para o mo-mento, você viverá por Cristo e para a eternidade. Seu coração começará a se quebrantar por motivos e causas que partem o coração de Deus. Você o servirá com fidelidade, como parte de sua noiva, a Igreja.3

2. Para não ser um cristão ateu, caminhe com o povo de Deus: O Novo Testamento está cheio de ex-pressões conhecidas como os man-damentos da mutualidade: “Amai-

3. Groeschel (2012:37).

vos uns aos outros”, “servi uns aos outros”, “suportai-vos uns aos ou-tros”, “perdoai-vos uns aos outros”. A vida cristã genuína e consistente não se dá no isolamento, mas na coletividade. Quem não convive com os outros cristãos tem grande chance de se tornar um cristão nominal, pois esse convívio é pedagógico e fortale-cedor; sua ausência é prejudicial.

Em comunhão com o povo de Deus, recebemos amor e expres-samos amor, por meio da partilha. Quando nós, na condição de cris-tãos, estamos comprometidos com a comunhão cristã, somos conhe-cidos e necessários. Cada um de nós tem determinados dons e pa-péis a desempenhar. Ao usarmos nossos dons concedidos por Deus no relacionamento com os demais, experimentamos a satisfação pro-funda de sermos parte do corpo de Cristo4 (cf. Sl 133:1-3; Rm 12:4-5; Hb 10:23:25).

4. Idem, p.182

05. Leia Cl 3:2; Fl 4:8; Rm 12:1-2, e fale sobre a importância de ocupar os pensamentos com as coisas concernentes a Deus, para vencer o mundanismo e o materialismo.

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06. Qual é a importância da comunhão do povo de Deus e o relacionamento entre os irmãos, no fortalecido de sua fé? Baseie-se em Sl 133:1-3; Rm 12:4-5; Hb 10:23-25.

SEU DESAFIO SEMANAL

Na lição de hoje, percebemos que, embora o conceito de ate-ísmo cristão seja razoavelmente novo, sua prática é bastante anti-ga e comum. Nenhum de nós está completamente isento de cair nesse tipo de comportamento perigoso. Humildemente, busque ao Senhor, em oração, pedindo-lhe que o mantenha sóbrio e vigilante no caminho da justiça, evitando o materialismo e indife-rentismo, que nos levam ao mundanismo.

Durante esta semana, ore por alguém que você percebe estar vivendo como se Deus não existisse. Peça ao Senhor que essa pessoa enxergue o convite amoroso dele para um relacionamen-to profundo e pessoal. Aguarde também uma oportunidade para oferecer um estudo bíblico ou iniciar um discipulado com alguém.

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78 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

13 DE DEZEMBRO DE 2014

LEITURA DIÁRIA

D 07/12 2 Co 10:17

S 08/12 1 Co 1:10-13, 31

T 09/12 3 Jo 9-10

Q 10/12 1 Tm 4:1-2

Q 11/12 Sl 99

S 12/12 1 Tm 4.16

S 13/12 Mt 16:18

Hinos sugeridos – BJ 02 • BJ 28

TEXTO BÁSICO

Aquele, porém, que se gloria, glorie-seno Senhor. (2 Co 10:17)

OBJETIVO

Mostrar ao estudante da Palavra o erro de colocar o ser humano no centro, na igreja local, nos cultos, nas músicas e nas pregações; chamá-lo a uma atitude de centralidade em Deus.

11 O homemcomo centro

INTRODUÇÃONestes últimos dias, temos vivido tempos

difíceis. Muitas igrejas e seus pregadores têm ensinado um “evangelho antropocêntrico” (gr. antropos = “homem”) , isto é, um evan-gelho cujo centro é o homem. Esse tipo de evangelho tem sua origem no antropocentris-mo, “doutrina filosófica pela qual se afirma que o ser humano é o centro do Universo, a referência máxima e absoluta de valores, o protagonista, o centro das atenções.”1

Sabemos que a palavra “evangelho” signi-fica “boa nova”. Contudo, é uma “boa nova” a respeito de Cristo e tem este como centro. Já o evangelho antropocêntrico se apresenta como o “evangelho do eu”. Neste, “Deus é uma espécie de ‘Papai Noel’, que entra nos templos com um grande saco de presentes nas costas e começa a distribuí-los aos que têm fé”.2 Será que esse evangelho está corre-to? É o que veremos a seguir.

1. Zibordi (2006:47).

2. Idem.

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O “evangelho antropocêntrico” é mais um vento de doutrina, ou mo-dismo, que precisa ser combatido, pois deturpa o verdadeiro evangelho. Além disso, produz crentes ensimes-mados, que vão às igrejas para ter os seus problemas solucionados, ser agradados, elogiados e ter sua au-toestima melhorada. Nesta primeira parte de nossa lição, vejamos como se manifesta esse tipo de evangelho.

1. Igrejas antropocêntricas: Existem, ao menos, dois sinais de que uma igreja pode estar cami-nhando rumo à centralização do homem em sua atuação. Se você identificar qualquer um deles, em sua igreja local, é hora de ligar a luz de alerta. Que sinais são estes? Primeiro sinal: apego em excesso a personalidades. Isso aconteceu na igreja de Corinto, em que os cristãos estavam divididos entre os partidos de Paulo, Apolo, Pedro e Cristo (1 Co 1:12). Coisa terrível é quando a igreja coloca homens nos holofotes. Nessa mesma linha, o segundo sinal é a influência de lideranças persona-listas. Infelizmente, existem igrejas que têm os seus donos ou caciques, sendo que suas ações giram em tor-no das vontades destes.

A Bíblia apresenta um irmão que se achava o dono da igreja: Diótre-fes, que, segundo João, gostava de exercer a primazia entre eles (3 Jo 9).

Primazia é a tradução para a palavra grega philoproteu, cuja ideia é “que-rer ser o primeiro, querer ser o líder, orgulhar-se de ser o primeiro”.3 Um terceiro e último sinal de uma igreja que pode estar caminhando para o antropocentrismo é a ênfase exage-rada ao ser humano e aos seus pro-blemas. A tendência natural, nessas igrejas, é que o culto se transforme num encontro para recebimentos de bênçãos e Deus só “apareça” para trazê-las ao ser humano angustiado.4 Supõe-se que, nesses cultos, as pes-soas se reúnem para adorar a Deus, mas isso acaba se tornando apenas um pretexto, pois o real motivo é outro.5 Essa ênfase exagerada no ser humano, no culto, pode se manifes-tar, ao menos, de duas formas: nas músicas e nas pregações.

2. Músicas de embalar: Vamos começar tratando das músicas. Nas igrejas em que predomina o evan-gelho antropocêntrico, as músicas louvam o ego. São hinos de “auto-ajuda”: é o “meu milagre”, “minha bênção”, “eu tudo posso”, “sou um campeão”, “nasci para vencer”, “Deus me faz voar”, “Deus tem mui-tos ciúmes de mim” etc. E vamos ser sinceros? Ultimamente, os louvores

3. Rienecker; Rogers (1995:596).

4. Zibordi (2006:48).

5. Cavalcanti (2000:34).

I CONHECENDO OS VENTOS DE DOUTRINA

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80 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

cantados em muitas igrejas cristãs parecem ser feitos para os crentes, não para Deus. Isso faz com que as pessoas se dirijam à igreja para se-rem “embaladas” pelas músicas, não para louvarem ao Senhor.

Segundo a educadora religiosa Isabel da Cunha Franco, os louvores que promovem o ser humano como o objeto principal do culto tendem a criar crentes com as marcas da socie-dade atual: em busca de vantagens e sucesso.6 A maioria das canções tem mostrado apenas um Deus meigo, suave, gentil, pronto a atender nos-sos dilemas. Essa ênfase produz “um estado mental angustiado e egocên-trico. Enquanto olho pra minha fragi-lidade, não ajudo o próximo. Enquan-to fraco, nada vejo além do meu um-bigo”.7 Esse estado mental nos faz esquecer nossa missão aqui na terra.

3. Pregações de mimar: Além

6. Educadora religiosa chama atenção para o perigo dos cânticos de autoajuda. Disponível em: <http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/328/educadora-religiosa-chama-aten-cao-para-o-perigo-dos-canticos-de-autoaju-da#extras>. Acesso em: 25/06/14.

7. Ribeiro, Bráulia. Metáforas de uma vida passiva. Disponível em: <http://ultimato.com.br/sites/brauliaribeiro/2010/09/21/metaforas-de-uma-vida-passiva/>. Acesso em: 25/06/14.

das músicas, em igrejas onde predo-mina o evangelho antropocêntrico, as pregações também são para agra-dar os ouvintes. É duro admitir, mas a ênfase das mensagens, na mídia e em muitos púlpitos, e dos ensinos nas igrejas também segue essa linha antropocêntrica. Segundo Zibordi,8 só se prega para agradar os fieis; os pregadores são animadores de cul-tos, criam jargões pessoais, só falam dos problemas humanos ou de bên-çãos materiais e não falam da men-sagem da cruz de Cristo.

E não para por aí: As pregações enfatizam as ideias de que cren-te não enfrenta tribulação; de que Deus não quer compromisso: só o coração; de que o crente pode decla-rar, decretar ou profetizar por conta própria. Prega-se sempre o que as pessoas querem ouvir, não a palavra de Deus. A respeito disso, o Espírito Santo diz claramente que nos últi-mos tempos alguns abandonarão a fé e seguirão espíritos enganadores e doutrinas de demônios (1 Tm 4:1). A seguir, veremos, como escapar des-ses falsos ensinos.

8. (2006:51-65).

01. Com base no item 1 da primeira parte deste estudo, fale sobre alguns sinais que identificam o tipo de igreja antropocêntrica.Leia: 1 Co 1:12 e 3 Jo 9.

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02. Com base nos itens 2 e 3 da primeira parte deste estudo, fale sobre as “músicas de embalar” e as “pregações de mimar”, presentes em muitas igrejas.

II COMBATENDO OS VENTOS DE DOUTRINA

Vimos, até agora, que algumas igrejas locais têm centralizado o ho-mem de tal forma que não há mais espaço para Deus. Elas têm sofrido com líderes e crentes personalistas. Seus cultos são centrados na criatu-ra, não o Criador; suas músicas e suas pregações querem apenas massage-ar egos e abençoá-los. Estudemos, agora, sobre o combate a esse que, a exemplo de Paulo, podemos chamar de “outro evangelho” (Gl 1:8).

1. Toda glória a Deus: Para que fujamos do caminho do evangelho antropocêntrico, ao menor sinal de apego em excesso a personalidades, lideranças personalistas, ênfase exa-gerada ao ser humano e aos seus problemas no culto, precisamos re-chaçar essas ideias e combatê-las. Paulo combateu o culto à persona-lidade, na igreja de Corinto. E olha que uma das personalidades cele-bradas era ele. Mas o apóstolo não se deixou iludir por isso, pois toda a glória, na igreja, deve ser sempre dada a Jesus (1 Co 1:10-13, 31; 3:9). O mais importante era Cristo, por-

que foi ele quem morreu por todos (v. 13). João combateu aquele que se achava dono da igreja, cuja atitude foi condenada (2 Jo 10). A igreja tem apenas um dono: Jesus Cristo.

Quanto aos cultos centralizados no homem, precisamos sempre re-lembrar a verdadeira razão pela qual nos reunimos como igreja. O culto é, “primariamente, encontro de ado-ração a Deus, de celebração de seus atos em nosso favor e em favor do mundo por ele criado, encontro de gratidão, testemunho e preparação para viver, no tempo secular, a fé e a missão”.9 Quando chegamos ao cul-to, nossa postura não deve ser a de alguém que se assenta à mesa com um babador no pescoço, à espera de comida.10 Não estamos ali para ser servidos, mas para servir. O culto não é para nós; é para Deus.

2. Canções para Deus: A fim de que não propaguemos um evange-lho antropocêntrico, precisamos to-

9. Idem, p. 55.

10. McAlister (2009:261).

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mar cuidado com o que cantamos. O louvor deve ter Deus como centro. Mesmo quando trata dos dilemas humanos, sempre tem de apresentar Deus como nosso refúgio, abrigo e um protetor, como percebemos nos Salmos (cf. Sl 9, 46, 57, 91). Deus precisa ser louvado por isso! Veja que, nos Salmos citados, mesmo diante dos problemas do salmista, Deus é o centro, e sua presença, a própria solução. O hinário da Bíblia também exalta a Deus (Sl 99), mos-tra o pecado do homem (Sl 51), o desejo de compartilhar a salvação(Sl 40, 51:13) etc.

Não podemos esquecer que o louvor não tem como alvo o nosso deleite; não é para ser apreciado, mas oferecido.11 A Bíblia compara o louvor a um sacrifício (Sl 27:6, 50:14; Am 4:5; Hb 13:15). Por isso, não deve ser visto como um instrumento de afirmação de quem nós somos, mas de quem é Deus. Louvamos, não para nos sentir bem, mas para reconhecer e celebrar a bondade e a soberania de Deus.12 Diante disso, é importante que os nossos louvores tenham letras bíblicas e saudáveis. Existem louvores que mais parecem “mantras”, com duas ou três frases a se repetir por minutos a fio, como se isso tivesse poder para fazer que, em algum momento, algo aconteça. Devemos seguir o conselho paulino:

11. Idem, p. 262.

12. Idem.

Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedo-ria, e cantem salmos, hinos e cânti-cos espirituais com gratidão a Deus em seus corações (Cl 3:16). Quando a palavra de Cristo norteia nossas canções, louvamos a Deus da manei-ra que lhe agrada.

3. Pregando a palavra: Ou-tra área que devemos cuidar para não divulgarmos o evangelho an-tropocêntrico é a da pregação. Esta precisa ser sempre bíblica. Ela é insubstituível. Devemos atentar para o conselho bíblico: Tem cui-dado de ti mesmo e da doutrina (1 Tm 4.16). Não podemos subir num púlpito para falar somente de nossa experiência. Os pregadores têm uma tarefa: pregar a palavra(2 Tm 4:2). O conteúdo a ser prega-do já está definido por Deus, há mui-to tempo. Nossa tarefa é expô-lo.

Se a nossa preocupação maior, ao pregar, é agradar, gerar reações positivas, cativar as pessoas, estamos caminhando a passos largos, rumo ao antropocentrismo. Precisamos, urgentemente, de uma pregação que exponha a Bíblia (Sl 119:130). Necessitamos ouvir Deus falar, e isso só acontece quando pregamos a Pa-lavra. Então, vamos estudar a Bíblia com oração e pregar o que ela diz. Quando lemos as Escrituras, inter-pretamos a Bíblia pela Bíblia e aplica-mos os seus ensinos, Deus está falan-do. Voltemos à palavra, pois: Toda a

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Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na

justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra (2 Tm 3:16-17).

03. Com base em 1 Co 1:10, 13, 31; 3 Jo 10 e 11, explique à classe como Paulo e João resolveram os conflitos com os líderes e um membro personalistas. Qual a postura correta, diante de um cultoao Senhor?

04. Auxiliados pelos textos bíblicos dos itens 2 e 3 da segunda parte deste estudo, fale sobre como podemos, de fato, ter músicas e pregações cujo centro seja Deus.

Já estudamos sobre o vento de doutrina e também sobre a maneira de combatê-lo. Nesta parte de nosso estudo, apresentaremos duas atitudes para colocarmos os conceitos anali-sados em funcionamento. Se assim fizermos, daremos passos largos para longe do evangelho antropocêntrico. Então, anote aí e viva essas verdades em seu dia-a-dia.

1. Abaixo a centralidade do homem: Deus é o dono da igreja:Muitas igrejas locais, desde os tem-pos bíblicos, têm sofrido com o evangelho antropocêntrico. Infeliz-

mente, “não é difícil encontrarmos líderes ou membros, em comunida-des locais, agindo como donos da igreja. Estão errados! Ninguém tem o direito de sentar-se na cadeira que pertence a Jesus”.13

A esses falsos “donos e donas” de igreja, vale o mesmo questionamen-to de Paulo perguntou aos cristãos de Corinto (1 Co 1:13): “Por acaso foi um de vocês crucificado? Quan-tas gotas de sangue derramaram

13. IAP em Ação: revista da 46ª Assembleia Geral. São Paulo, 2011, p.6.

III CORRENDO DOS VENTOS DE DOUTRINA

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84 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

pela igreja? As pessoas são batizados em seu nome?”. Não esqueçamos que Jesus disse: ... edificarei minha igreja (Mt 16:18 - grifo nosso). A igreja é dele, por direito, pois ele a comprou com o seu próprio sangue (At 20:28).

2. Abaixo a centralidade do ho-mem: Deus é o centro da igreja: Nos cultos, nas canções e nas prega-ções, precisamos colocar Deus como o centro. Nas celebrações comunitá-rias, devemos louvar a Deus, pois ele nos assiste. Deus é a plateia do culto, e nós temos que nos apresentar como sacrifício agradável (Rm 12:1). Preci-

samos cantar hinos menos individua-listas (“meu Deus”) e mais comunitá-rios (“Pai nosso”). Assim, olharemos mais para o nosso próximo.

Nas pregações, que a palavra volte a ser pregada com mais fidelidade, tanto na vida como nos púlpitos, nos estudos e nos encontros da igreja. Precisamos pregar a palavra de Deus tendo Cristo e o poder do Espírito no centro da nossa pregação. Assim, o homem será transformado para o serviço aos homens e o louvor de Deus; afinal, dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém! (Rm 11:36).

05. O que precisam saber ou relembrar aqueles que se acham donos das igrejas e gostam de ver seus nomes em evidência?

06. A respeito dos cultos, das canções e das pregações da igreja local da qual você participa, você percebe a centralidade no homem ou em Deus?

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SEU DESAFIO SEMANAL

Chegamos ao final de mais uma lição bíblica, pela graça de Deus. Nela, estudamos sobre o evangelho antropocêntrico. Mui-tas igrejas locais têm líderes, membros (famílias), cultos, músicas e pregações antropocêntricas. Mas refletimos que todas as coisas devem ser feitas para a glória de Deus, porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos (At 17:28a).

Nosso desafio é orar a Deus, durante esta semana, e pedir-lhe que seja o centro de todas as nossas atividades. Se você faz parte do grupo de louvor de sua igreja, verifique se os louvores esco-lhidos por você ou pelo grupo de que faz parte têm como alvo a glorificação do Senhor. Se não faz parte do grupo e não participa da escolha, verifique se os louvores cantados por você ou as pre-gações e os estudos que ministra têm Cristo como centro. Que façamos tudo para glória de Deus (1 Co 10:31).

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86 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

20 DE DEZEMBRO DE 2014

LEITURA DIÁRIA

D 14/12 2 Co 3:171 Ts 5:19

S 15/12 1 Co 14:40

T 16/12 Lc 7:36-50

Q 17/12 Gl 5:22-23

Q 18/12 Jo 16:13-151 Jo 2:20,27

S 19/12 Lc 4:18At 10:38

S 20/12 1 Co 14:26

Hinos sugeridos – BJ 315 • BJ 184

TEXTO BÁSICO

Ora, o Senhor é o Espírito e, onde estáo Espírito do Senhor, ali há liberdade.(2 Co 3:17 – NVI)

OBJETIVO

Mostrar ao estudante da palavra de Deus os equívocos daqueles que defendem que, no culto a Deus, não há regras, limites ou condições, ajudando-o a entender os princípios bíblicos para o culto.

12 Cultosdesordeiros

INTRODUÇÃOChegamos à última lição desta série intitu-

lada “Ventos de doutrina”, isso porque a lição do próximo sábado já seguirá uma temática diferente, pois faz parte do sábado especial do “Projeto Proclamar”. Nesta lição, tratare-mos sobre cultos desordeiros. Como concili-á-los com o princípio “faça-se tudo com de-cência e ordem”, de 1 Co 14:40? Existe um sem-número de crentes para os quais, na hora do culto, tudo é válido; não há leis, regras, nem limites.

O argumento é que, quando o Espírito age, leva-nos a fazer coisas que podem parecer es-tranhas, mas são “coisas do Espírito”, e não se deve questionar esse “mover espiritual”. Se há “um mover no culto, as pessoas têm li-berdade para fazer o que sentirem vontade”.1 Mas de onde vêm essas ideias? Será que são mesmo bíblicas? É o que examinaremos, no presente estudo.

1. Lopes (2011:186).

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Para muitos, os cultos em que pessoas não caem no Espírito e ro-lam no chão, tomadas pela unção do riso, não imitam animais (como o leão, o coelho ou o a águia), não dão salto mortal e rodopios, não têm tre-medeiras e coisas do tipo são frios e entediantes. Mas de onde vêm esses pensamentos? Ao menos três fontes podem ser citadas; todas, de alguma maneira, contribuíram para o surgi-mento desses conceitos no mundo evangélico brasileiro.

1. Um movimento sem funda-mento bíblico: A primeira fonte que contribuiu para o conceito de que, no culto, vale tudo foi uma nova forma de adoração muito fa-lada no mundo gospel, nos últimos tempos: a “adoração profética”. Ela faz parte do pacote da Nova Refor-ma Apostólica, comentada no quin-to estudo desta série. Mike Shea, um dos primeiros apóstolos brasileiros ungidos em 2001, diz que uma das coisas que Deus está restaurando, neste tempo, é a adoração (At 3:21). Desse modo, a “adoração profética é algo que o Espírito Santo está fa-lando para a Igreja nos nossos dias”.2

2. Shea, Mike. Adoração profética: alguém explica isso?. Disponível em: <http://www.mobilizacoes.com/artigos/96-adoracao-profe-tica-alguem-explica-isso>. Acesso em 18 de julho de 2014.

E o que é a adoração profética? É quando “Deus toma a direção abso-luta e o homem passa a ser apenas um instrumento”.3 É quando a ado-ração, na terra, acontece em con-cordância com a do céu; a adoração profética “traz à terra o que está no céu”.4 Tudo é válido, nesse momen-to: desde atos proféticos, rolar pelo chão, até gritos de ordem a Deus. Outro nome dado a isso pelos “pro-fetas adoradores” é adoração extra-vagante. Para os defensores de tal prática, sempre que ousamos fazer algo novo e extravagante para Deus – algo que foge dos padrões normais –, nós lhe agradamos. O texto prefe-rido para a defesa da adoração ex-travagante é Lc 7:36-50.

2. Um modismo sem funda-mento bíblico: A segunda fonte que contribui para o fortalecimen-to da ideia de que, no culto, vale tudo, é mais antiga que o movimen-to da adoração profética: a famosa doutrina do “cair no Espírito”. Esta “unção” do cai-cai iniciou-se com o americano Randy Clark, que dizia

3. Adoração profética. Disponível em: <http://www.escoladeadoradores-pa.com.br/con-tent/adora%C3%A7%C3%A3o-prof%-C3%A9tica>. Acesso em 14 de julho 2014.

4. Shea, Mike. Adoração Profética: alguém explica isso? Disponível em: <http://www.mobilizacoes.com/artigos/96-adoracao-profe-tica-alguem-explica-isso>. Acesso em 18 de julho de 2014.

I CONHECENDO OS VENTOS DE DOUTRINA

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ter recebido uma profecia segundo a qual, através de sua vida e de seu ministério, pessoas seriam derruba-das no Espírito. Para Clark, a unção era como dinamite e a fé, a cápsula que explode a dinamite.5

Vargens6 diz que a unção do cai-cai virou uma febre. Benny Hinn e Keneth Haigin foram protagonistas na arte do tombo, disseminando-a entre milhões de pessoas, em toda a América. No Brasil, o movimento ganhou popula-ridade na década de 80, mediante en-contros e congressos em todo o país. Na década de 90, a unção do tombo espalhou-se de tal forma que os cren-tes em Jesus passaram a acreditar que, quando caíam no Espírito, experimen-tavam cura para as suas almas e que a unção do tombo representava um olhar especial de Deus aos seus filhos.

3. Uma interpretação sem fun-damento bíblico: Já apresentamos duas possíveis fontes que contribuí-

5. A teologia do tombo. Disponível em: <http://renatovargens.blogspot.com.br/2011/04/ana-paula-valadao-e-uncao-do-cai-cai.html>. Acesso em: 18 de julho de 2014.

6. Idem.

ram para o surgimento e o fortale-cimento da ideia de que, no culto, vale tudo. Mas, mesmo assim, pode ser que você se depare com pesso-as que tenham esse pensamento, mas não façam parte do movimento da adoração profética, nem sejam adeptas da doutrina do cair no Espí-rito. Em muitas igrejas, o que acon-tece mesmo é uma errada interpre-tação de alguns textos bíblicos, por parte de alguns cristãos, às vezes, até bem intencionados.

Os dois textos mais conhecidos, usados para esta defesa, são 2 Co 3:17 e 1 Ts 5:19. O primeiro diz que, onde está o Espírito do Senhor, há li-berdade. O argumento é que, quan-do o Espírito age num culto, não há limites, nem regras; somente liber-dade; somos livres para agir de acor-do com o que sentimos. O segundo texto diz que não devemos apagar o Espírito. O argumento, neste caso, é que não podemos impedir, nem fa-lar contra quem faz qualquer coisa anormal no culto, pois isso é apagar o Espírito. E aí?

01. Comente com a classe sobre a adoração profética ou extravagante e sobre a unção do tombo, dois modos de pensar que contribuíram com a ideia de que, no culto, vale tudo. Quais são as bases desses modismos?

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02. Leia 2 Co 3:17; 1 Ts 5:19, e explique como os adeptos do culto vale-tudo explicam esses textos bíblicos.

Acreditamos que o Espírito Santo é livre e soberano para agir como lhe apraz, e faz coisas que não en-tendemos. Contudo, não podemos concordar que ele age independen-temente da palavra que inspirou.7 Justamente por isso, não podemos concordar com os argumentos ante-riormente apresentados. As três fon-tes que contribuíram para que a ideia de que vale tudo no culto foram construídas em cima de premissas contrárias à Escritura. Examinemos.

1. Equívocos da adoração pro-fética: Na lição 05, já mostramos que a Nova Reforma Apostólica é um movimento que distorce a Escritura. Todas as suas bases são construídas em cima de experiências arrebatado-ras, revelações “dadas por Deus” a certos indivíduos, que contradizem a Escritura, inclusive. Além disso, Atos 3:21 não ensina que Deus está res-taurando, neste tempo, o movimen-to apostólico, muito menos a adora-ção, por meio da adoração profética. O texto está tratando do estabeleci-

7. Lopes (2011:188).

mento final do reino, com a volta de Jesus.

Precisamos tomar cuidado com a ideia de que, quando o Espírito age, podemos fazer o que quisermos. Isso tem sido usado para defender várias bizarrices. Não podemos es-quecer que o fruto do Espírito é domínio próprio (Gl 5:22-23), que ele nos dá bom senso, equilíbrio e sabedoria (Is 11:2), que é Espíri-to de moderação (2 Tm 1:7).8 Pau-lo pede àqueles que profetizam no culto público que exerçam domínio próprio (1 Co 14:32). Por fim, o ou-tro nome da adoração profética, a “adoração extravagante”, é uma distorção do termo cunhado por Darlene Zschech, líder de louvor da Hilsong Church. Para ela, a palavra “extravagante” nada tem a ver com descontrole emocional.9 Ademais, a atitude da mulher pecadora, em

8. Idem.

9.Cf. Bomilcar, Nelson. Adoração extravagan-te, segundo Darlene Zschech. Disponível em: <http://www.nelsonbomilcar.com.br/artigos/adoracao-extravagante-segundo-darlene-zs-chech/>. Acesso em 10 de julho de 2014.

II COMBATENDO OS VENTOS DE DOUTRINA

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Lucas 7:36-50, é uma expressão de amor, sendo que ela pôs em risco sua própria sobrevivência, por amor a Jesus, demonstrando confiar ple-namente nele. Foi muito mais do que um momento de êxtase num culto. Foi algo muito bem pensado.

2. Equívocos da unção do tom-bo: Nós acreditamos que a Bíblia é nossa única regra de fé e prática. Ela nos oferece diretrizes para o cul-to público. Onde vemos Jesus ou os apóstolos falando da unção do cai-cai? Onde encontramos, na Bíblia Sagrada, a necessidade de cair no Espírito? Quais são “os pressupos-tos teológicos que nos dão margem para acreditar na zooteologia, onde Deus se manifesta através de grunhi-dos animalescos?”10 A unção é mes-mo uma dinamite? É óbvio que esses conceitos são estranhos à Bíblia.

Temos servos de Deus, na época bíblica e na história, prostrando-se, conscientemente, para reconhecer o Senhorio de Cristo, arrependidos de seus pecados etc. Contudo, nada comparado às quedas histéricas do movimento da unção do tombo. Este desconsidera, também, o significado bíblico de unção. De acordo com o Novo Testamento, todo crente em Jesus tem unção, e esta não está relacionada à queda, ao volume da

10. Vargens, Renato. A teologia do tombo. Disponível em: <http://renatovargens.blogs-pot.com.br/2011/04/ana-paula-valadao-e-un-cao-do-cai-cai.html>. Acesso em: 18 de julho de 2014.

voz, ao choro, à glorificação em voz alta. Unção, de acordo com o Novo Testamento, é a própria presença do Espírito Santo em nós (Jo 16:13-15; 1 Jo 2:20,27). O próprio Jesus rece-beu essa unção (Lc 4:18; At 10:38).

3. Equívocos na interpretação de textos bíblicos: Os dois textos mais usados pelos que defendem o vale-tudo no culto são 2 Co 3:17 e 1 Ts 5:19. Só para relembrar, o pri-meiro deles diz: ... onde está o Es-pírito do Senhor aí há liberdade (2 Co 3:17). Leia todo o parágrafo em que está este texto e verifique, você mesmo, que não tem nada a ver com o culto público. O contexto mostra que a liberdade diz respeito à leitu-ra do Antigo Testamento. Os judeus presos à Antiga Aliança não podem entender plenamente a revelação de Deus, porque há um véu que os impede. Mas quando se convertem ao Senhor, o Espírito retira esse véu. Mediante o Espírito do Senhor, os crentes ganham a liberdade, dentro do cenário da Nova Aliança.11 Estão livres dos impedimentos legalistas.

No outro texto, 1 Ts 5:19, lemos: Não apagueis o Espírito. Ele não pode ser usado para defender que é proibido questionar supostas ma-nifestações do Espírito. O que fica claro é a possibilidade de impedir ou inibir manifestações genuínas do Espírito, o que é proibido fazer. A igreja não pode ser indiferente ou

11. Kistemaker (2004:179).

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hostil, diante dos dons espirituais, por exemplo, sob pena de ter seu exercício prejudicado. Ninguém deve ignorar ou deixar de lado os dons do Espírito Santo. Devemos lembrar, porém, que nem toda ma-nifestação dita “espiritual” é genu-ína. É por isso que, no v.21, depois de tratar sobre um dom do Espíri-to, o de profecia, Paulo ordena: ...

examinai tudo. Os crentes não de-veriam aceitar de pronto as profe-cias, mas, sim, deveriam exercer o discernimento espiritual e examiná-las à luz do evangelho, primeiro, para saber se eram genuínas. Enfim, ambos os textos não podem ser usa-dos para defender que a liberdade do Espírito é licença para a falta de limites nos cultos.

03. Com base nos itens 1 e 2 da segunda parte deste estudo, mostre à classe os equívocos da adoração profética e da unção do tombo, à luz da palavra de Deus.

04. Como podemos explicar 2 Co 3:17 e 1 Ts 5:19 àqueles que acham que, no culto, tudo é válido e nenhuma experiência aparentemente estranha deve ser questionada?

A ideia de que, quando o Espíri-to está agindo no culto, tudo é vá-lido não é bíblica, como acabamos de mostrar. As bases ou fontes para essa ideia são todas equivocadas e não contam com o respaldo da Es-critura. Agora, nesta terceira parte, queremos apresentar dois requisitos indispensáveis para o culto público.

1. Cultuemos a Deus com or-dem e decência: Precisamos levar

a sério a recomendação bíblica de cultuarmos a Deus com ordem e decência (1 Co 14:40). Quando deu essa orientação à igreja de Corinto, Paulo estava tratando da utilização dos dons de profecias e línguas es-tranhas no culto público. Ele defen-de que o culto precisa ser inteligível, e, depois de apresentar as regras para a utilização dos dons citados, termina dizendo que tudo precisa

III CORRENDO DOS VENTOS DE DOUTRINA

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92 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

ser feito com decência e ordem, no culto público. Esse é um princípio que deve ser levado sempre em con-ta, quando o povo de Deus se reúne para adorá-lo.

A palavra “ordem” tem o sentido de “sequência”, “por vez”, “em par-tes”. Os cultos devem ser conduzi-dos com ordem, de modo que todos saibam e entendam o que está acon-tecendo. Para isso, ter uma liturgia é de suma importância. Ela dá ordem e sentido às diversas partes do cul-to, sem, necessariamente, ser enges-sada ou ultra-restrita – os cultos na igreja primitiva eram participativos (1 Co 14:26). Cultuemos a Deus de for-ma organizada e com decência.

2. Cultuemos a Deus com fer-vor e espontaneidade: Precisamos levar a sério a ordem bíblica de não apagarmos o Espírito (1 Ts 5:19). Não queremos passar a ideia de que o culto tem de ser algo engessado e excessivamente formal. Não pode-

mos controlar tanto a liturgia, a pon-to de não sobrar espaço para que genuínas manifestações do Espírito aconteçam. Precisamos saber combi-nar solenidade com festividade e es-pontaneidade. Um culto organizado não impede a ação do Espírito. Nós cremos que ele usa pessoas com os dons, em nossos dias, e que estes po-dem ser executados no culto público.

É bom lembra que ter um culto organizado não significa não cantar e orar com entusiasmo; não significa não glorificar a Deus por sua pala-vra; não significa não poder chorar de alegria ou de tristeza, diante do Senhor. Tudo isso tem lugar no cul-to, apesar de que nem todos adoram a Deus dessa forma (há pessoas que, simplesmente, se sentem melhor adorando a Deus de modo contido e silencioso, e nem por isso devem ser tachadas de frias); somos diferentes, e isso deve ser respeitado. Alegre-mo-nos, diante do Senhor.

05. O que significa e o que não significa cultuar a Deus com ordem e decência, de acordo com a primeira aplicação.

06. No culto, deve haver espaço para a atuação do Espírito Santo, através dos dons espirituais? Comente com base na segunda aplicação.

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SEU DESAFIO SEMANAL

Uma pessoa que dá “piruetas” num culto público pode até ser um crente em Jesus sincero e cheio do Espírito, mas isso não significa que a “pirueta” tenha sido estimulada pelo Espírito. Ele está reagindo a sua maneira à obra do Espírito. Isso tem a ver com sua personalidade, com grau de maturidade espiritual (essa pessoa pode achar ou ter sido ensinada que espiritualidade tem a ver com isso), com a liberdade dentro do grupo, com a ideia que essa pessoa tem de culto público etc. Seu desafio, para esta semana, é refletir nos princípios que estudou nesta lição, para, quem sabe, poder ajudar alguém ainda com ideias distorcidas sobre o culto.

Num culto espiritual, a palavra é pregada com fidelidade, os cânticos refletem verdades bíblicas e são entoados de coração e as orações levam em conta a vontade de Deus.12 Ordem e decên-cia são características desse culto. Quando o Espírito age, não vai promover indecência e caos, pois Deus não é de confusão. Se, “no nosso culto, ao Espírito for dada a liberdade de agir e a Palavra for respeitada, tudo será agradável ao Senhor e profun-damente edificante para as pessoas. Não ocorrerão abusos e nem irracionalidade”,13 mas haverá o fervor e a devoção, próprias dos salvos em Jesus.

12. Lopes (2011:189).

13. Lima (2006:542).

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SÁBADOESPECIAL

Escola Bíblica e Programa de Culto

94 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014

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27 DE DEZEMBRO DE 2014 Hinos sugeridos – BJ 92 • BJ 189

LEITURA DIÁRIA

D 21/12 Mt 9:35

S 22/12 Gn 2:7

T 23/12 Mc 1:40-45; Lc 17:14-19

Q 24/12 Mt 14:14-21Mc 8:1-10

Q 25/12 Tg 1:27

S 26/12 Mt 12:28Lc 11:20

S 27/12 Mt 5:16

TEXTO BÁSICO

Percorria Jesus todas as cidades e aldeias da província da Galileia, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelhodo reino, e curando todas as enfermidadese moléstias entre o povo. (Mt 9:35)

OBJETIVO

Ajudar o estudante da Bíblia a compreender que as ações evangelísticas da igreja devem estar baseadas no exemplo de Jesus e que, em razão disso, ela deve levar o evangelho todo para o homem todo.

13 Jesus e a missão integral

INTRODUÇÃOGeralmente, quando se fala em evange-

lismo, logo se pensa em necessidades espiri-tuais a serem atendidas. Não são poucas as vezes em que as necessidades espirituais são colocadas como se fossem as únicas dos seres humanos. Precisamos tomar cuidado com esse tipo de pensamento, quando formos evange-lizar. O ensino bíblico apresenta o ser humano como uma unidade composta. De acordo com Gn 2:7, a fusão entre o pó da terra e o fôlego de vida resultou num ser humano, uma “alma vivente”. Diante disso, ele sempre deve ser considerado em sua totalidade.

Em seu ministério, Jesus sempre considerou o ser humano de forma integral, levando em conta suas necessidades físicas e espirituais. Ele sempre mostrou entender que a missão de Deus “aponta para a restauração da tota-lidade da pessoa em comunidade, segundo o propósito que estabeleceu originalmente na

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96 Lições BíblicasLições Bíblicas – 4º Trimestre de 2014– 4º Trimestre de 2014

criação”.1 Deus quer que levemos o evangelho também de maneira inte-

1. Padilla, René. A missão integral de Jesus: <http://www.ultimato.com.br/revista/arti-gos/335/a-missao-integral-de-jesus>. Acesso em 16 de junho de 2014.

gral. A igreja do nosso tempo precisa levar isso a sério. Como continuado-ra da missão de Jesus, precisa sem-pre levar em conta, em suas ativida-des evangelísticas, o ser humano em sua totalidade. É isso que chamamos de missão integral.

A missão de Jesus consistia em anunciar o evangelho todo (não só as partes mais agradáveis) para o homem todo (o evangelho tem uma resposta para as necessidades físicas e espirituais do ser humano). O evan-gelho de Mateus afirma que Jesus percorria todas as cidades e aldeias da província da Galileia, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo (9:35). O ensino e a proclama-ção do reino de Deus são acompa-nhados pela ação de Jesus: “cura de toda enfermidade e de toda dor”.2 Torna-se óbvio que, para ele, o cor-po humano não é menos digno de atenção e cuidado que os demais aspectos espirituais do ser humano. Vejamos algumas premissas básicas do ministério do Senhor.

1. Mudança completa: Muitos evangélicos têm reduzido o evange-lismo ao anúncio de uma mensagem

2. Idem.

de salvação da alma. Não são pou-cos os que veem a salvação somente como a experiência de ir para o céu, no futuro, e ganhar a vida eterna. No entanto, quando olhamos para o mi-nistério de Jesus, aprendemos que, para ele, salvação não se resume a isso; é, antes, uma restauração do ser humano em suas dimensões físi-ca, psicoemocional, espiritual, social, econômica etc.

O evangelho de Jesus envol-ve todo o propósito de Deus para todo o ser humano, em todas as suas necessidades. Em suas ações evangelísticas, ele nunca deixou de atender as necessidades humanas, em todas as suas dimensões. Na perspectiva de Jesus, a salvação é a experiência da rendição da vida toda à sua autoridade (Rm 10:9-10). A autoridade e o senhorio de Jesus Cristo promovem a transfor-mação de toda a existência huma-na, aqui na terra.

Ao curar e expulsar demônios, Jesus confrontou a doença, a mor-

I AÇÕES DE JESUS NO EVANGELISMO

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te e a possessão maligna, agindo com poder sobre circunstâncias que promovem muito sofrimento às pes-soas. No caso dos leprosos, a cura significou “purificação” e retorno à vida social e religiosa (Mc 1:40-45; Lc 17:14-19).

Quando curou os cegos, Jesus trouxe à luz, literalmente, todas as oportunidades para uma vida normal (Mt 9:27-31; Lc 18:35-43). À mãe viúva de Naim, ele devolveu a espe-rança e o amparo (Lc 7:11-17). Liber-tou o menino possesso e ofereceu a seu pai a “cura” para sua falta de fé(Mc. 9:17-27). O homem geraseno saiu das trevas da loucura para uma vida digna e reintegrada à socieda-de (Mc 5:1-20).

2. Não só com palavras: A ação social era também um dos aspectos essenciais das ações evangelísticas de Jesus, porque ele entendia sua missão de forma integral. O Deus da revelação bíblica, que é tanto Cri-ador como Redentor, preocupa-se com o total bem-estar (espiritual e material) de todos os seres humanos que criou.

Ao curar e libertar, Jesus mostrou sua identificação com o sofrimento das pessoas; quando alimentou as multidões, ensinou aos discípulos que as necessidades sociais tam-bém são alvo de sua preocupação (Mt 14:14-21; Mc 8:1-10). Jesus foi definido como um profeta, po-deroso em palavras e em obras diante de Deus e de todo o povo

(Lc 24:19 – grifo nosso). Existe uma forte ligação entre evangelização e atuação social.

Deus convida as suas criaturas perdidas a ouvir a sua palavra e vol-tar para ele em arrependimento. Ele também se importa com os pobres e os famintos, os estrangeiros, as viúvas e os órfãos: A religião que Deus, o nosso Pai aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades (Tg 1:27 – grifo nosso).

Não há como duvidar de que a evangelização e a preocupação so-cial andavam juntas, no ministério e no ensinamento de Jesus. Lemos, no Novo Testamento, que ele per corria os povoados, ensinando (Mc 6:7) e também que ele andou por toda parte fazendo o bem e curan-do todos os oprimidos (At 10:38 – grifo nosso). Havia, no ministério de Jesus, um elo indissolúvel entre evangelizar e servir. Seu exemplo nos revela que a igreja, enquanto sua seguidora, deve partilhar o seu interesse pela justiça, pela concilia-ção em toda a sociedade humana e pela libertação dos homens de todo tipo de opressão.3

3. Sinalizar o reino de Deus: A proclamação do reino de Deus é outro aspecto essencial do evange-lismo, conforme Jesus. Com efeito, o estudo desse conceito, nos Evange-lhos, permite-nos afirmar, sem medo

3. Padilla (2009:37).

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de errar, que esse foi o tema funda-mental da pregação de Jesus.4 O rei-no de Deus é o reinado ou governo de Deus. Ele sempre foi Senhor, por direito, sobre tudo, pois criou todas as coisas. No princípio, tudo fun-cionava corretamente. Mas houve tentativas de rebelião contra o seu governo; uma delas, por parte dos seres humanos, no princípio da his-tória humana (cf. Gn 3). Essa rebe-lião trouxe inúmeras consequências: morais, espirituais, físicas, ecológicas etc. Mas Deus, que nunca deixou de ser rei, agiu, durante a história, para restaurar todas as coisas.

A mais decisiva dessas ações di-vinas deu-se por meio de Jesus. Ele veio para trazer o reino de Deus, isto é, para iniciar definitivamente o tem-po de restauração de todas as coisas ao seu estado original. A base fun-damental do ministério de Jesus era o estabelecimento desse reino. Ele começou a restauração que termina-rá com sua segunda vinda. As ações de Jesus só podem ser entendidas da perspectiva do reino de Deus. Sua missão foi manifestá-lo como uma realidade presente em sua própria pessoa e em sua ação, em sua pre-gação do evangelho e em suas obras de justiça e misericórdia. O reino de Deus está entre nós.

4. Idem. A missão integral de Jesus. Disponível em: <http://www.ultimato.com.br/revista/arti-gos/335/a-missao-integral-de-jesus>. Acesso em: 16 de junho de 2014.

Por meio das boas obras de Jesus, o reino de Deus se torna historica-mente visível, como uma realidade presente (Mt 12:28; Lc 11:20). A grande característica do ministério de Jesus foi a pregação do evan-gelho do reino de Deus (Mt 4:23). Torna-se evidente que, na visão de Jesus, toda ação evangelística deve visar à sinalização do reino de Deus (At 1:3; 8:12; 19:8; 28:31). É impor-tante ressaltarmos que a sinalização do reino não pode ocorrer apenas em palavras: Pois o Reino de Deus não é coisa de palavras, mas de po-der (1 Co 4:20). A igreja mostra que o reino chegou e sinaliza-o, vivendo seus valores hoje e comprometendo-se com sua agenda (Mt 6:33).

Jesus alertou quanto ao fato de que o reino seria dado a um povo que desse frutos (Mt 21:43). Assim sendo, evangelizar e, concomitante-mente, sinalizar o reino implica en-gajar-se no serviço às pessoas para que vejam as suas boas obras e glo-rifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus (Mt 5:16). Nossa tarefa é levar vida, estendendo, integralmen-te, a ordem e a autoridade do reino de Deus a cada esfera da existência humana.5 A missão da igreja é, em essência, a missão de levar o reino de Deus, como foi a missão de Jesus

5. Bendor-Samuel (2014:66).

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Cristo.6 Fazemos isso, quando insta-mos as pessoas a deixarem de viver em inimizade com Deus, quando contribuímos para que os relaciona-mentos entre elas sejam restaurados, quando lutamos contra todo tipo de opressão ao ser humano, quando, no que está ao nosso alcance, traba-lhamos para que haja provisão para o maior número possível de pessoas, para que vivam de modo mais digno. Esta é a boa nova que levamos e vi-

6. Padilla, René em A missão do reino de Deus. Disponível em:<http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/344/a-missao-do-reino-de-deus-parte-8>. Acesso em 19/06/2014.

vemos: Deus está restaurando todas as coisas.

Nesta breve análise sobre evan-gelização baseada no ministério de Jesus, podemos concluir que a mis-são da igreja não consiste apenas no anúncio de uma mensagem que ofe-rece a esperança da salvação após a morte, por meio da ressurreição. A missão da igreja consiste em levar o evangelho todo para o homem todo, promovendo restauração integral de pessoas e convocando-as a participar do reino de Deus desde já, rendendo todas as áreas e dimensões da sua existência à autoridade de Jesus.

01. Leia Gênesis 2:7 e a introdução e responda: Por que uma mácompreensão a respeito do homem pode gerar confusão no evangelismo.

02. Comente, com base em Mt 9:35, sobre como Jesus compreendia o ser humano.

03. Após ler os itens 1 e 2, responda: A que se propôs Jesus, em suas ações evangelísticas? Leia Lc 24:19; At 10:38; Tg 1:27.

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04. Com base no item 3, comente sobre como Jesus sinalizou o reino e como seus discípulos deveriam sinalizá-lo. Leia Mt 6:33, 21:43, 25:31-46.

II LIÇÕES DE JESUS NO EVANGELISMO

1. Assim como Jesus, anuncie-mos o evangelho todo.

A primeira lição que recebemos de Jesus é que não existe evange-lismo sem o anúncio do evangelho, que é a base da evangelização (Mt 1:39, 3:14, 13:10, 16:15-20; Mc 16:15-20; Lc 21:13). A expressão “evangelho todo” surge da cons-tatação de que o evangelho tem sido fragmentado. Muitas das ações evangelísticas partem do princípio de se deve oferecer o que as pessoas querem e dizer o que lhes seja agra-dável. Há também quem pense que o evangelho seja a apresentação de doutrinas. No entanto, nossa tarefa não é anunciar unicamente as par-tes “agradáveis” da boa nova ou as doutrinas, mas, sim, todo o evange-lho, como disse Paulo: Pois não dei-xei de lhes anunciar todo o plano de Deus (At 20:27 – grifo nosso).

O que é o evangelho todo? É a boa notícia “do que Deus fez atra-vés de Jesus, o Messias, para tornar

possível sermos perdoados de nos-sos pecados, de forma que ele pos-sa nos dar nova vida e aceitação em sua família”;7 é a boa notícia de que “Deus, em seu amor, providenciou um perfeito substituto para levar o pecado por nós”.8 O apóstolo P au-lo resume o anúncio do evangelho todo da seguinte maneira: Cristo morreu pelos nossos pecados, como está escrito nas Escrituras agradas;

ele foi sepultado e, no terceiro dia, foi ressuscitado, como está escrito nas Escrituras (1 Co 15:3-4). O evan-gelho todo é o anúncio do plano de Deus de redimir e colocar todas as coisas sob seu domínio, através de Cristo (1 Co 15:27-28).

2. Assim como Jesus, preocu-pemo-nos com o homem todo.

A segunda lição que recebemos de Jesus é que o objetivo do evan-gelismo é a restauração de todas as

7. Nicholas (2011:21)

8. Idem, p. 75.

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dimensões da vida humana. Muitos cristãos têm grandes conflitos a res-peito da compreensão e dos limites da missão da igreja. Não conseguem enxergá-la de maneira integral. Por isso, ainda se questionam se a igreja deve dedicar-se apenas à evangeliza-ção ou deve envolver-se também em questões relacionais, educacionais, profissionais e sociais. A compreen-são bíblica é de que Deus está fazen-do novas todas as coisas (2 Co 5:17).

Como já vimos, para Jesus, as ne-cessidades do corpo humano não são menos dignas de atenção do que as necessidades espirituais. Seu cuidado se estende a todos os aspec-

tos da vida humana, sem exceção. E, assim como Jesus não se restringiu a fazer um discurso para a “alma”, a igreja também deve fazer com que suas ações evangelísticas alcancem o homem todo. Por isso, se você for levar o evangelho a alguém que está com fome, primeiro precisa servir pão a essa pessoa (Tg 2:15-16). Se for levar o evangelho a uma comu-nidade carente, por exemplo, cuja maioria dos membros não sabe nem ao menos ler, deve também ajudá-la em sua alfabetização e profissionali-zação, para que viva de modo mais digno. Isso é missão integral.

05. Como podemos manter o anúncio do evangelho todo?Leia At 20:27.

06. Comente com a classe sobre como podemos, através de nossas ações evangelísticas, contribuir para a restauração do homem todo. Leia Tg 2:15-16.

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DESAFIO EVANGELÍSTICO

Nosso desafio é cumprir nossa missão de maneira integral, sem fazer distinção entre dimensão material e espiritual, mas considerando o ser humano como uma unidade indissolúvel que precisa de atenção e compreendendo que somos comissionados por Deus para anunciar o evangelho todo para o homem todo.

No que diz respeito as nossas ações evangelísticas, nosso de-safio é fazer que todas as nossas ações visem restaurar o homem todo, atuar relevantemente na sociedade e sinalizar o reino de Deus, para que todas as coisas sejam colocadas debaixo do do-mínio de Cristo.

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SÁBADO ESPECIALSugestão para programa de culto

SÁBADO ESPECIALSÁBADO ESPECIALSÁBADO ESPECIALSÁBADO ESPECIALSÁBADO ESPECIALSÁBADO ESPECIALSÁBADO ESPECIALSÁBADO ESPECIALSÁBADO ESPECIAL

Avisos e agradecimentos

Abertura

Hinos: 48 BJ0 – “Servir a Jesus”

Leitura bíblica: Atos 11:15 -21 (A Mensagem – Bíblia em linguagem contemporânea)

Então, comecei a falar. Eu tinha apenas começado a falar, quando o Espírito Santo desceu sobre eles, exatamente como aconteceu conos-co no princípio. Naquele momento, lembrei-me das palavras de Jesus: “João batizou com água, mas vo-cês serão batizados com o Espírito Santo”. Então, pergunto a vocês: se Deus concedeu a eles o mesmo dom que deu a nós quando cremos no Se-nhor Jesus Cristo, como eu poderia me opor a Deus?

Ao ouvir o relato, eles ficam quie-tos e, em seguida, começaram a lou-var a Deus: “Então aconteceu! Deus se manifestou a outras nações, abrin-do para elas o caminho da Vida!”.

Os que haviam sido dispersos pela perseguição, iniciada com a morte de Estêvão, foram parar na Fenícia, em Chipre e em Antioquia, mas ain-da falavam e se relacionavam apenas com outros judeus. Então, alguns homens de Chipre e Cirene foram a Antioquia e começaram a pregar a mensagem aos gregos. Deus gostou do que fizeram e mostrou sua plena aprovação: muitos gregos creram e se converteram ao Senhor.

Oração

Palavra pastoral

Louvores:

Rei das nações Vencedores Por Cristo (Jorge Rehder)

Grandes são as tuas obras,Senhor todo-poderoso; Justos e verdadeiros são os teus caminhos.

Ó Rei das nações,Quem não temerá?

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Quem não glorificará teu nome?Ó Rei das nações,Quem não te louvará?Pois só teu nome é santo.

Todas as nações virãoE adorarão diante de ti, Pois os teus atos de justiça se fizeram manifestos.

Dedicação de dízimos e ofertas(música instrumental ou cântico)

Oferta de AmorMinistério Koinonya de Louvor

Venho, Senhor, minha vida oferecerComo oferta de amor e sacrifício;Quero minha vida a ti entregarComo oferta viva em teu altar.

Pois pra te adorarFoi que eu nasci;Cumpre em mim o teu querer;Faz o que está em teu coração E que, a cada dia, eu queira mais e maisEstar ao teu lado, Senhor.

Consagração Aline Barros

Ao Rei dos reis consagro tudo o que sou; De gratos louvores transborda o meu coração. A minha vida eu entrego nas tuas mãos, meu Senhor, Pra te exaltar com todo o meu amor. Eu te louvarei conforme a tua justiça E cantarei louvores, pois tu és altíssimo.

Celebrarei a ti, ó Deus, com meu viver;Cantarei e contarei as tuas obras,Pois por tuas mãos foram criados Terra, céu e mar e todo ser que neles há.Toda a Terra celebra a tiCom cânticos de júbilo,Pois tu és o Deus criador.Toda a Terra celebra a tiCom cânticos de júbilo,Pois tu és o Deus criador.

Celebrarei a ti, ó Deus, com meu viver;Cantarei e contarei as tuas obras,Pois por tuas mãos foram criados Terra, céu e mar e todo ser queneles há.Toda a Terra celebra a tiCom cânticos de júbilo,Pois tu és o Deus criador.Toda a Terra celebre a tiCom cânticos de júbilo,Pois tu és o Deus criador.

A honra, a glória, a forçaE o poder ao Rei Jesus, E o louvor ao rei Jesus.

Mensagem bíblica: “Anônimos que mudaram o mundo”

Apelo e oração

Hino: 189 BJ - “Um vaso de bênção”

Bênção Apostólica

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Os ceifeiros, os frutos e os campos

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Sumaré, 28 a 29 de novembro de 2014

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