nº 8 - 4º trimestre 2013

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Revista Digital de Cães e Lobos Nº 84º Trimestre de 2013 Uma Edição do Departamento de Divulgação do: Centro Canino de Vale de Lobos Etologia • Comportamento • Educação • Adestramento Convivência • Psicologia • Veterinária • Estética Artigos - Notícias - Reportagens - Curiosidades

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Revista sobre Cães e Lobos propriedade do Centro Canino de Vale de Lobos.

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Page 1: Nº 8 - 4º trimestre 2013

Revista Digital de Cães e Lobos

8–

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13

Uma Edição do Departamento de Divulgação do:

Centro Canino de Vale de Lobos

Etologia • Comportamento • Educação • Adestramento

Convivência • Psicologia • Veterinária • Estética

Artigos - Notícias - Reportagens - Curiosidades

Page 2: Nº 8 - 4º trimestre 2013

Formamos:

Profissionais competentes...

… e donos responsáveis!

Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Características do Curso

Objectivos do Curso: Formar técnica e cientificamente através da aquisição de conhecimentos sobre Criação Canina, todos os criadores, ou que pretendam vir a sê-lo, na medida em que, este Curso abarca toda esta temática, desde os conceitos de Genética Canina até à entrega do cachorro ao futuro dono.

Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: +/- 6 meses ou 500 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do formando). A quem é dirigido este Curso: Este Curso é dirigido a todos os Criadores Caninos que sintam algumas lacunas no seu conhecimento acerca dos Temas propostos no mesmo. É igualmente dirigido a todos aqueles que pretendam iniciar esta apaixonante e nobre atividade que é a Cria-ção Canina. Perspectivas de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/científica e conhecimento profundo de todos os mecanismos ligados ao processo de Criação Canina. No final do mesmo, o formando fica em condições de, conscientemente, Criar cães, uma vez que está na posse de formação técnica e científica específica necessária para o fazer.

Estrutura Programática (Resumida) Tema 1 - A Genética Canina Tema 2 - O Período Reprodutivo Tema 3 - A Reprodução Tema 4 - A Gestação Tema 5 - A Patologia da Reprodução Tema 6 - A Alimentação da Cadela gestante Tema 7 - O Parto Tema 8 - A Amamentação Tema 9 - O Desmame Tema 10 - Primeiras etapas do desenvolvimento do Cachorro Tema 11 - Enfermidades do Período neonatal Tema 12 - O Crescimento do cachorro Tema 13 - Desparasitação e Vacinação dos Cachorros Tema 14 - A entrega dos Cachorros Tema 15 - Identificação e Registo dos Cachorros

Curso destinado a todos os criadores, ou potenciais criadores caninos.

http://formacaoccvl.weebly.com/curso-de-psicologia-canina.html

Page 3: Nº 8 - 4º trimestre 2013

Editorial

Cães & Lobos Edição Nº 8

Página 1

É com satisfação que apresentamos mais um número da

revista “Cães & Lobos”. Como todas as outras, a sua

concretização foi um trabalho árduo de todos aqueles

que se empenharam em concretizar este projecto. Lem-

bramos mais uma vez que a execução de todos os núme-

ros da revista é feita por formados e formandos do Dep.

de Formação do CCVL.

Fomos convidados para nos deslocarmos, com dois dos

nossos cães, ao Jardim de infância de Moscavide

demonstrar às inúmeras crianças que o frequentam que

os cães, sendo ensinados, são grandes amigos nossos e

a Manuela, a mentora do projecto, aproveitou para lançar uma foto-reportagem

do acontecimento. A Ana contou-nos a extraordinária história do seu cão,

Simão, numa narrativa cheia de emoção e paixão pelo seu amigo. A Karin deu-

nos a conhecer o estudo da treinadora norueguesa Turid Rugaas sobre os sinais de calma que os cães subtilmente transmitem. A Eneida ofereceu-nos um excelente trabalho sobre a história e desmistificação desta nobre raça, tão estigmatizada e ostracizada, que é o Pitbull. A Tânia ajudou-nos, mais uma vez, a escolher a raça que melhor se enquadra no nosso estilo de vida. Mais um grande trabalho, o qual já nos habituou, da Anabela desta vez sobre as tão importantes rotinas nos cães. Continuámos o nosso trabalho da definição da responsabilidade da criação, como tal, da selecção genética, na agressividade e taras hereditárias caninas. A Suzette ajudou-nos a compreender o processo de educação do cachorro do cão da Serra da Estrela. O livro que é recomendado é novamente uma obra do Etólogo Austríaco, Konrad Lorenz, prémio Nobel da Medicina de 1973. Mais uma vez, a Vanessa descobriu algumas curiosidades, renomeando a sua colaboração para: “Mundo Canino” e a Anabela voltou a compilar algumas notícias acerca do nosso amigo de 4 patas. Para o próximo trimestre, cá estaremos de novo.

Boas Leituras.

Sílvio Pereira

Navegue connosco nas ondas da web

Centro Canino de Vale de Lobos

www.ccvlonline.com

Departamento de Formação do CCVL

http://formacaoccvl.weebly.com

Departamento de Divulgação do CCVL

Blogue: http://comportamento-canino.blospot.com

Fórum: http://comportamento-canino.forumotion.net

www.facebook.com/ccvlobos

2

Visita ao Jardim de Infância de

Moscavide

(Manuela Reduto)

6

Simão - Dez anos de vida e uma

história daquelas...

(Ana Camacho)

8

Calm Signals

(Karin Pirá)

10

Pit Bull - Qual a origem do mito e

do preconceito?

(Eneida Cardoso)

14

Que raça escolher? -2ª parte

(Tânia Carvalho)

16

Rotinas! A importância que elas

têm para os cães

(Anabela Guerreiro)

19

A responsabilidade da criação na

agressividade e taras hereditárias

caninas - 2ª parte

(Sílvio Pereira)

22

A educação básica do cachorro do

cão da Serra da Estrala

(Suzette Veiga)

27

Iniciativas do CCVL

(CCVL)

21 - Livro recomendado

24 - Mundo Canino

26 - Notícias

Revista Cães & Lobos

http://revistacaeselobos.weebly.com

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Cães & Lobos Edição Nº 8

Página 2

Foto-reportagem

“A educação de um povo avalia-se pelo modo como trata os animais”. - Alexander Von Humboldt

É tendo este princípio como pano de fundo, que a Creche e Jardim de Infância de Moscavide, incluiu no Projecto

Educativo do presente Ano Lectivo, no âmbito da Educação para os Valores, o tema - “A importância de tratar

dos animais, cuidar deles e educá-los".

Para aprofundar a temática, no dia 23 de Setembro, pelas 10h, a Creche e Jardim Escola de Moscavide, recebeu a

visita do Professor Sílvio Pereira do Centro Canino de Vale de Lobos, que de imediato de prontificou a colaborar

com a iniciativa.

Para a demonstração de treino de cães, o Professor Sílvio Pereira, fez-se acompanhar pelo Oliver e pelo Janko, que

foi o especialista no cumprimento das crianças com muitas lambidelas, o que as deixou encantadas.

Para além da importância de tratar dos animais, cuidar deles e educá-los, pretendeu-se de igual forma que as crian-

ças entendessem que é possível a convivência salutar com animais, se os mesmos forem adestrados com treino de

obediência básica, pois isso permite-lhes uma boa socialização, resultando em animais equilibrados.

Foram cerca de 100 crianças que assistiram a algumas habilidades e pequenas instruções dadas pelo treinador,

tendo sido uma manhã divertida como atestam as fotografias.

Após esta experiência, os alunos da Sala Encarnada 6, da Creche e Jardim de Infância de Moscavide, todos com 5

anos de idade, realizaram desenhos alusivos ao tema, que foram expostos, onde se observou a visão do que foi o

dia, para as mesmas.

Terminada a actividade a turma quis descrever o dia desta forma: “Passámos uma manhã muito divertida, cheia de

brincadeiras e aprendizagens, afinal de contas, os cães também podem ser ensinados a obedecer”

Por: Manuela Reduto Fotos: da Autora e CCVL

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Cães & Lobos Edição Nº 7

Página 3

Foto-reportagem

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Cães & Lobos Edição Nº 8

Página 4

Foto-reportagem

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Cães & Lobos Edição Nº 8

Página 5

Foto-reportagem

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Cães & Lobos Edição Nº 8

Página 6

História de vida

13 DE ABRIL DE 2013

Faz hoje 10 anos que abracei um dos grandes projectos da minha vida e com ele uma das histórias mais extraor-dinárias que poderia viver. Parece mesmo uma história tirada de algum filme da Walt Disney, ou daquelas que vemos em manchetes de jornais sen-sacionalistas e que julgamos só acontecerem aos outros… até ao dia em que a Vida nos mara-vilha com um momento extraor-dinário e uma história “daquelas”! Hoje, neste dia tão especial, conto-vos a história do patudo que transformou a minha vida e me atirou para este mundo canino com o empenho a que hoje me dedico! Esta é a histó-ria do meu cão Simão. O Simão e a Jessica nasceram há 10 anos numa ninhada de 6 cachorros de uma cadelinha, a Nina, que eu tinha recolhido recentemente da rua. O Simão e a Jessica cresceram juntos, cada um com o seu feitio e for-ma de ser. A Jessica sempre foi uma verdadeira princesa, muito querida, meiga e obediente. O Simão, esse, sempre teve aquele jeito de “puto reguila” mas de uma doçura inimaginá-vel que toda a gente adora! Aliás, todos o adoravam! Anda-va na rua sozinho, “cumprimentava” todas as pes-soas que conhecia e voltava para casa. Foi assim durante 3 anos, até ao dia… Em Setembro de 2006, o Simão desapareceu sem deixar rasto… Não hesitei em pegar na mochila e passar os fins-de-semana à procura dele. Andei serra acima e serra abaixo

à procura do Simão mas ninguém o tinha visto. Foi nes-tas minhas buscas que vim a descobrir que o Simão era um “tipo” de hábitos e que todas as noites saia de casa para ir até ao café da aldeia onde o empregado, antes de fechar a porta, lhe dava um bolinho ou um bocadinho de pão com manteiga.

Conheci o “Encontra-me.org” onde coloquei o anúncio com a foto do Simão http://www.encontra-me.org/anuncio/2321 . Fui a canis e a associações, recebi telefonemas e emails com possíveis localizações mas nada… Em cada infor-mação recebida, largava tudo para ir ao local na esperança de encontrar o Simão e regressava a casa, lavada em lágrimas, não só por não tra-zer o meu cão para casa de novo, mas porque comecei a conhecer uma realidade cani-na muito diferente daquela que eu imaginava… uma rea-lidade muito triste, tão contrá-ria à vida que nós proporcio-návamos aos nossos cães e que me impressionou bastan-te. Foi então que conheci a APCA em São Pedro de Sin-tra e uma equipa de pessoas extraordinárias às quais me juntei em voluntariado para ajudar a tratar os canitos em sua posse e os demais resga-tados e onde conheci a minha super cãopanheira de há 5 anos, a “Carolina Ferreira”. Os anos iam passando e em

cada período de meses ia revalidando o anuncio do Encontra-me. E já quase sem esperança, com quilóme-tros e quilómetros feitos a olhar para as bermas da estrada, a 8 de Abril de 2011 recebo o telefonema que mudou tudo de novo: o Simão foi encontrado!!!

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Cães & Lobos Edição Nº 8

Página 7

História de vida

Não sei o que passou, por onde andou, ou o que viveu nos 4 anos e meio que esteve desaparecido, e acredito, sem amargura, que ele não me tenha reconhe-cido quando o reencontrei

com o aspecto mais deplorável, anémico, a ser devorado por pulgas e carraças (adivinhem!!) a pedir comida num café onde ia todos os dias, há mais de um ano pontual-mente à hora de almoço, receber o seu bolinho ou o bocadinho de pão com manteiga. Acredito também que não deve ter percebido muito bem quando peguei nele ao colo, lavada em lágrimas, e o meti dentro do carro em direcção ao vet, nem o porquê da quantidade de festas que recebeu dos que se cruzaram connosco naquele dia. Menos ainda entendeu quando chegou a uma casa onde havia comida, água e um lugar quentinho onde dormir, pois guardava tudo como se fosse só dele, talvez com receio de perder o que tinha acabado de ganhar… Houve momentos complicados em que quase enlouqueci pois o comportamento do Simão demonstrava todas as dificuldades que ele tinha passado na rua e requereu tem-po, muita paciência e dedicação para lhe proporcionar ser de novo o “cachorro” lindão que eu um dia perdi. E dois anos depois digo, sem qualquer dúvida, “valeu a pena!”! Carregando no seu corpinho de 10 anos as marcas deixa-

das por uma vida de rua, com falta de dentes e cheio de artroses, o Simão tem um poder extraordinário de con-quistar corações! E foi com esse poder, no seu jeitinho e forma de ser, que conquistou o primeiro lugar da sua cate-goria no “1º Cãocurso de Rafeiros” organizado pela APDAA em Setembro do ano passado! Tive que o pegar ao colo para o colocar em cima da passadeira, atravessou com o seu arzinho “a quem tudo passa ao lado” à frente do júri, coxeou como só ele sabe fazer, mostrou o seu

melhor sorriso e a falta de dentes, conquistou corações! E foi assim que atravessei aquela passadeira vermelha com a maior alegria e orgulho de sempre por levar para o pódio o meu pequeno “cãopeão”, um ser “de raça”, grande exemplar do quanto eles merecem o nosso melhor, amor e dedicação. VALE A PENA! Hoje, este meu pequeno cam-peão e a sua mana Jessica (e os restantes maninhos que ainda cá estão) fazem 10 anos de vida! E hoje eu vou regressar a casa e atravessar de novo aquela passadeira vermelha, com os meus patudos a correrem eufóricos à minha frente, e receber o meu pré-mio: poder vê-los correr e a saltar para receberem as suas festas e o poder ver esta realidade… estar hoje aqui, com eles, a celebrar os seus 10 anos de vida. E o Simão, esse, arrancará à minha frente todo conten-

te, de cauda a abanar, coxeando, com a expressão mais

sorridente no focinho. Certificar-se-á vezes sem conta de que o estou a seguir, como quem toma conta dos seus filhos, com o ar mais orgulhoso por tão grandioso trabalho que faz. E eu não conseguirei deixar de sorrir com o mesmo orgulho para a minha maltinha e para este meu pequeno herói, patusco e fofo, que todos os dias me mostra porque valeu a pena não desistir de o procurar… Pois este, mais do que ser “um dos grandes projectos da minha vida”, é o meu grande projecto de VIDA e de

AMOR incondicionais.

Parabéns, meu campeão! Parabéns, minha princesa!”

Por: Ana Camacho Fotos: da Autora

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Cães & Lobos Edição Nº 8

Página 8

Comunicação

Os cães compartilham uma forma de comunicação universal, mas como nós humanos, alguns indivíduos conseguem se comunicar melhor que outros, seja por causa de sua estrutura física ou pelas suas habilidades sociais. Como os lobos, os cães têm fortes instintos para resolver conflitos e realizam isso através da linguagem corporal. A combinação das expressões faciais e corporais podem dizer muito sobre o estado psicológico de um cão. Além dos movimentos de orelhas, caudas, sobrancelhas, lábios e eriçamento dos pêlos, cães apresentam alguns sinais apasiguadores para evitar situações de conflito ou indicar situações estressantes, chamados “CALM SIGNALS”. Segundo a treinadora norueguesa Turid Rugaas, especialista em linguagem corporal canina, os “calm signals” são sinais corporais que os cães emitem para outros cães ou pessoas, na tentativa de neutralizar situações que de outra forma poderiam resultar em brigas e agressões. Também chamados de “comportamentos de deslocamento”, estes sinais ajudam a manter a hierarquia social evitando conflitos. Cães dominantes utilizam esses sinais para indicar aos filhotes assustados que não precisam ter medo. Cães subordinados utilizam esses sinais para mostrar aos cães dominantes que não vão provocar conflitos e evitam, assim, possíveis ataques. Esses mesmos sinais são utilizados pelos cães para indicar às pessoas, como estão se sentindo em determinada situação, antes de reagirem a ela. Assim as pessoas podem retirar o estímulo causador do medo, desconfoto ou estresse antes de uma possível reação agressiva do cão, contra outro cão ou pessoa.

Por: Karin Pirá

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Página 9

Comunicação

Os 14 “calm signals” mais conhecidos são:

Virar a cabeça Cães viram a cabeça quando se sentem desconfortáveis na presença de outros cães ou pessoas com a intenção de evitar o contato visual, mostrando-se submissos, evitando um possível confronto.

Lamber o nariz Cães lambem o nariz por estar ansioso ou intimidado na presença de outro cão ou pessoa, então a aproximação deve ser feita calmamente, sem agitação, evitando contato visual ou físico.

Bocejar Cães bocejam para aliviar o estresse, o medo ou quando estão inseguros. Numa situação de agitação, tente bocejar para o cão, você estará indicando que ele precisa se acalmar.

● Sentar e deitar Cães sentam e deitam para mostrar submissão, que não apresentam ameaça, que o outro cão ou pessoa pode se aproximar com calma.

● Olhar suave Cães utilizam olhares suaves para sinalizar que não oferecem ameaça, que são amigáveis.

● Orelhas para trás Cães colocam as orelhas para trás quando sentem-se ameaçados, inseguros, ansiosos ou com medo. ● Movimento da cauda Cães colocam sua cauda para cima quando sentem-se confiantes. Quando a cauda fica reta e esticada na linha do corpo, sinalizam que estão incomodados, se a cauda está abanando nessa mesma altura indica relaxamento e alegria. ● Saltitante, zig zague e pulando no ar Cães pulam no ar e correm em zigue-zague para indicar que estão alegres e querem brincar. Para acalmar um cão nessa situação, segure-o pela coleira até que se acalme e se sente.

● Movendo-se lentamente Cães movem-se lentamente, em movimentos circulares, para enviar sinais calmantes a outros cães ou pessoas. Se o cão está muito agitado, mova-se lentamente para indicar que ele deve se acalmar. ● Farejar

Cães farejam para indicar que não são uma ameça para outros cães ou pessoas, mostrando desinteresse em determinada situação. ● Curvar Cães adultos geralmente aproximam-se de outros cães ou pessoas curvando o corpo, indicando que estão calmos, assim evitando possíveis confrontos. ● Arquear

Cães arqueiam o corpo colocando a traseira para cima enquanto as patas dianteiras se abaixam indicando que são amigáveis e quando saltam de um lado para outro, convidam outro cão ou pessoa para brincar.

● Arranhando o ar

Cães arranham o ar com a intenção de chamar outro cão ou pessoa para brincar com eles, indicando uma postura amigável.

● Provocar e correr Cães provocam e correm de outros cães ou pessoas para indicar que querem brincar de perseguir. Para brincar com eles é preciso redirecionar o objeto da perseguição para um brinquedo apropriado para que o cão não aprenda a pegar nossas roupas, sapatos, mãos ou pernas.

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Cães & Lobos Edição Nº 8

Página 10

Raça

1ª Parte

Decidi escrever este artigo, em primeiro lugar, por ser uma grande amante da raça, mas em segundo e principalmente, porque abracei como missão esclarecer as pessoas que se cruzam no meu caminho, dada a de tanta ignorância, preconceito e confusão no que se refere à visão social que exis-te sobre os Pitbulls. Como é possível que no espaço de dois séculos, esta raça tenha passado de “cão-ama” (nanny dogs), para “cão-assassino”? Este será um assunto de discussão a nível sociológico, histórico, psicológico e até económico. Por aqui se verá que não é um assunto simples de se abordar, mas que merece toda a nossa atenção, sensatez e principalmente, objetividade. Como amante e conhecedora da raça, continua-me a suscitar bastante con-

fusão e revolta, assistir a tanto estigma e preconceito; a origem e evolução

histórica desta raça é extremamente elucidativa e torna-se muito incoerente

assistirmos a tantas (des)informações sobre ela que são tudo menos escla-

recedoras, alimentando uma eterna ignorância constituída por um misto de

ausência completa de conhecimento objetivo e emoções baralhadas e ofus-

cadas pelo que a comunicação social transmite e as massas insistem em

absorver.

As consequências deste estigma chegam a ser tão graves que ultrapassam

o limiar da ignorância para actos profundamente cruéis e persecutórios con-

tra os cães desta raça e não me refiro apenas às lutas de cães, essas são

apenas um pequena parte da crueldade a que estão sujeitos. Nos Estados

Unidos da América têm surgido todas as semanas, histórias de negligência,

abandono e mau-trato físico grave a estes cães, mau-trato esse que apare-

ce como uma qualquer manifestação macabra da mais cruel e maldosa de

todas as raças: o ser humano. Notícias de exemplares de Pitbulls encontra-

dos alvejados com tiros de caçadeiras, machadadas no crânio e, passo a

citar o requinte de malvadez: “encontrado Pitbull com queimaduras de pri-

meiro grau, com canas de fogo-de-artifício espetadas no dorso”. Curiosa-

mente e feliz ou infelizmente, conforme a perspectiva, na grande maioria

destes exemplos, os cães sobreviveram…

Como podemos explicar que as caraterísticas desta raça tenham sido tão

fortemente deturpadas nas últimas décadas, deturpação essa que parece

ultrapassar a realidade sobre este tipo de cães e que leve a este tipo de

atos tão cruéis e macabros?

Por: Eneida Cardoso

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Cães & Lobos Edição Nº 8

Página 11

Raça

Características como lealdade, docilidade, perseverança, instinto protetor,

resistência física, agilidade, alta capacidade de trabalho têm sido erronea-

mente substituídas por apenas uma, que aos olhos dos mais tolos, resume

o temperamento destes cães: agressividade. Esta mesma caraterística tem

sido aplicada aos mais variados contextos e sempre focalizando-a na rela-

ção para com os humanos. Pois esta é das maiores deturpações e confu-

sões que se têm vindo a propagar; segundo estudos científicos nos E.U.A,

existe maior probabilidade de uma pessoa ser atingida por um relâmpago

do que ser atacada por um Pitbull; os ataques a humanos existem sim, mas

são uma aberração, uma anormalidade dentro daquele que é o seu com-

portamento natural. Estes cães são denotados por uma grande afinidade e

estabelecimento de uma relação profunda com os seres humanos, princi-

palmente para com as pessoas significativas da sua vida (família). Não são

de todo, a melhor escolha para os que procuram cães de guarda por ser

extremamente amigável mesmo com desconhecidos, pelo que se constata

que o comportamento agressivo para com o ser humano não é característi-

co da raça. Possuem um enorme instinto protetor para com as crianças e

apesar de cães robustos e extremamente fortes, conseguem dosear a dose

de energia que aplicam quando em contato com uma criança. Daí serem

óptimos cães de Terapia Assistida (o melhor na opinião dos prestigiado Psi-

cólogo e Técnico de terapia assistida com cães, o Dr. Aubrey Fine).

A cobertura sensacionalista da comunicação social, nos últimos anos, sobre

ataques deste tipo de cães a humanos, tem contribuído para a transmissão

e generalização de que se trata de cães agressivos, perigosos e que devem

ser completamente banidos. Infelizmente não se trata de um problema

nacional, uma vez que são 12 os países que baniram por completo a raça,

proibindo a importação de exemplares e diminuindo ao máximo a tolerância

para qualquer situação que aconteça. Existem mesmo países que iniciaram

uma espécie de perseguição a estes cães, retirando-os de famílias para

abate, mesmo sem a existência de qualquer incidente.

A confusão generalizada surge porque se acredita que estes ataques são a

regra e não a excepção e porque, num número de casos significativo termi-

nam com ferimentos muito graves ou mesmo em morte. Sabe-se que exis-

tem outras raças que em termos percentuais atacam com muito mais fre-

quência, raças essas que a maioria ficaria estupefacta ao ouvi-la: labrado-

res, cockers, chiuahas….atacam com muito mais frequência do que propria-

mente os Pitbulls. Então será justo intitular estes cães de “cães assassinos”

quando segundo dados científicos, não são de todo animais agressivos

para humanos?! Segundo resultados da American Temperament Test

Society (ATTS), instituição que estuda e avalia o temperamento e compor-

tamento de milhares de cães de diversas raças, diante de situações varia-

das, pessoas diferentes, o seu equilíbrio, capacidade de avaliação e rea-

ção, instinto de proteção e agressividade, o American Pit Bull Terrier teve

um dos maiores índices de aprovação, estando dentre os mais dóceis e

menos propensos a atacarem uma pessoa, ficando inclusive a frente de

Collies, Cockers, Pastores Alemães, Golden Retrievers e Dálmatas.

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Cães & Lobos Edição Nº 8

Página 12

Raça

A agressividade destes cães é geneticamente focalizada para outros cães

e animais e não para humanos, dado o seu forte historial de lutas de cães

e instinto de cãça bastante evidente. A manipulação genética ao longo de

décadas que incluiu cruzamentos de raças para um único fim: ser um cão

resistente para satisfazer as necessidades macabras dos seres humanos

de assistirem ao sofrimento de outros animais, as lutas de animais (século

XIX, as denominadas Bull Baiting- Cão versus Touro). O Pitbull como é

hoje conhecido, resultou de várias décadas de manipulação genética pelo

ser humano para atingir o seu fim; o início deste processo deu-se no sécu-

lo 18 em Inglaterra e a característica que mais surge na literatura para

caracterizar estes animais sempre foi: lealdade para com os humanos e

combatividade para com outros animais. Até na designação da raça se

assiste a informações erradas, uma vez que o termo Pitbull engloba não

uma, mas um conjunto de “sub-raças”, que são elas: American Bully, Ame-

rican Staffordshire Terrier, Staffordshire Terrier e American Pit Bull Terrier.

Então o porquê destes ataques a humanos? Em qualquer espécie, seja

animal, vegetal, etc, existem manifestações comportamentais que se des-

viam da regra e estes ataques são isso mesmo, no entanto, não podemos

descurar o contexto em que ocorrem os ataques, que são esses pormeno-

res que a maioria das vezes são esquecidos e aquilo que ressalta e se

sobrevaloriza é o resultado do ataque. Os ferimentos graves acontecem,

em primeiro lugar, porque se tratam de um cães extremamente resisten-

tes, fortes, mas principalmente pela sua persistência que quando focaliza-

do num determinado objetivo, segue-o até o finalizar ou ser interrompido.

A questão que não se deve esquecer é as circunstâncias em que ocorrem

os ataques, o estilo de vida e antecedentes do cão e donos, o elemento

precipitador do ataque, etc. Todos estes fatores devem ser analisados ao

pormenor e se assim o forem, conclui-se que nenhum cão, seja Pitbull ou

não, ataca simplesmente por atacar. E de quem será a responsabilidade

destas situações? Inteiramente do ser humano! Seja por negligência de

uma qualquer necessidade básica canina, por um comportamento precipi-

tante, por irresponsabilidade e imprudência, em primeira e última instân-

cia, nós os humano somos responsáveis por estes eventos. Em primeiro

lugar porque temos a obrigação e dever quase evolucionário de ajudar os

cães a viverem integrados na nossa sociedade e para isso, a nossa ajuda

é fundamental.

O papel dos donos destes cães e de qualquer cão é satisfazer as necessi-

dades destes cães, que não passam apenas pelo alimento e abrigo; o ins-

tinto de liberdade deve ser satisfeito e a socialização com outros cães,

humanos e os mais variados estímulos e contextos, além de necessidade

destes animais, constitui um elemento crucial para um desenvolvimento

equilibrado e a detenção de um cão feliz e verdadeiro elemento da família.

Existem alguns argumentos que são utilizados na justificação da proibição

destes cães, denominando-os de perigosos e atribuindo-lhes um tempera-

mento agressivo logo á nascença que justifica estas proibições; o que se

pode dizer em relação a isto? Muita coisa, mas em primeiro lugar exige

sensatez e ter consciência das características desta raça que os pode

caracterizar como efetivamente “diferentes” ou “especiais” quando com-

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Cães & Lobos Edição Nº 8

Página 13

parados com outras raças. A realidade é que os Pits, como muitas outras raças (que curiosamente não constam das listas de cães poten-cialmente perigosos de todos os países), são efetivamente cães que exigem mais dos donos do que propriamente outras raças; esta é uma realidade que não deve ser negada e deve estar presente na mente de quem opta por adquirir um destes exemplares. Esta diferença não se refere ao seu temperamento, pois todos os cães são agressivos por natureza, mas na força, resistência física e fixação quase obsessiva nos seus objetivos. São animais que necessitam de muito exercício físico, rotinas muito estruturadas e um dono bastante assertivo, mas principalmente paciente e tolerante; outro fator fundamental para um desenvolvimento equilibrado, senão a mais importante, é a devida socialização, principalmente com outros cães e animais. Esta socializa-ção começa em primeira instância, com a sua mãe e outras crias, pelo que nunca se devem retirar a crias antes dos dois meses de idade (o que acontece vezes demais e compromete verdadeiramente a sociali-zação intra-espécie) e após isso, o devido contato com outros cães desde tenra idade, para desta forma se ir habituando a eles. Cães des-ta raça que passam o primeiro ano de vida sem uma devida socializa-ção, precipitará em muito que o seu instinto agressivo para com outros cães se manifeste. Não podemos esquecer que geneticamente esta focalização nos outros cães e animais como presas de caça ou como elementos ameaçadores existe em termos genéticos e não pode ser descurada. É possível contorná-la, mas não pode ser esquecida.

No próximo capítulo abordaremos a evolução histórica da agressivida-

de canina e os fatores que têm contribuído para a visão social deturpa-

da desta raça e de tantas outras.

Referências Bibliográficas:

American Temperament Test Society. Com

The Pitbull Placebo: the media, myths and politics behind canine aggression

http://thetruthaboutpitbulls.blogspot.pt/2010/08/there-are-three-

kinds-of-lies-lies.html

Fontes das fotos

- fotos da Elle - https://www.facebook.com/EllethePitBull

- Fotos dos nanny dogs - http://sheridanfrench.blogspot.pt

- baby and Pit - http://viermrah.bloggg.no

- Peace, love and Pitbulls - http://www.peaceloveandpitbulls.org/

- Busca e Salvamento - http://pbrc.net/petbull/articles/sarpits.html

- Terapia Assistida e Leitura Assistida - http://pawsitivelyprofound.blogspot.pt/2010/05/kramus-dreaded-man-eating-pitbull.html - Cão Polícia - https://vitaminsforpitbulls.com/pitbull-police-dog-training/ - sargento Stubby - http://boston.barstoolsports.com/random-thoughts/honoring-sergeant-stubby-on-patriots-day/

Raça

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populares de cães. Aptidão: Cão de companhia e de alerta. Comportamento: Existe a teoria que o caráter do Cani-che varia conforme o tamanho ou a cor do pelo, mas não existe nenhuma base cientifica que ateste estas afirmações. São afetuosos, brincalhões, mas muito pro-tetores da sua matilha, são cães fáceis de treinar, mas mostram-se teimosos quando não lhes apetece obede-cer. Adoram andar com os donos e de preferência ao seu colo (se o tamanho o permitir), chegando ao ponto de monopolizarem o dono, o que pode levar a situações desagradáveis. Como não esqueceu os seus ancestrais de proteção de rebanhos, não deixa de avisar quando chegam estranhos ou outros cães, ou quando ouve um ruído estranho. Podem tornar-se algo ruidosos.

CHIHUAHUA Origem: Esta é considerada a raça mais pequena do mundo. Pensa-se que as suas origens remontam ao período Azteca, descendendo de um cão cha-mado Techichi. Sendo assim, este cão é originário do México e adquiriu o nome do estado de Chihuahua, em homenagem à terra que o viu nascer. Só nos

finais do séc. XIX é que esta raça sai do anonimato e começa a ser conhecida além-fronteiras. Mas só em 1904, foi elaborado o estalão da raça. Aptidão: Cão de companhia e de alerta. Comportamento: Apesar de ser um cão muito pequeno, é cheio de energia e por isso pode servir para alerta, visto gostar muito de ladrar. São muito afetuosos, dóceis, mas podem tornar-se muito possessivos com o dono, por isso convém que desde pequeno seja habi-tuado a estar com estranhos e em ambientes variados. É amigo das crianças, mas não aceita as suas traquini-ces.

Mais do que viverem num apartamento, o ideal é um pequeno jardim, para que possa explorar o meio envol-vente, já que são muito curiosos. Podem ter alguns problemas respiratórios e oculares,

BULDOGUE FRANCÊS Origem: Esta é bastante contro-versa, provavelmente deve a sua existência a pelo menos três paí-ses: Inglaterra, França e EUA. A Inglaterra ajudou com a base da raça, que foi o antigo Buldogue. Criadores franceses transforma-

ram esses pequenos Bulldogs em um tipo francês dis-tinto, e criadores Americanos foram os primeiros a exigir as tão conhecidas orelhas de morcego. Aptidão: Cão de companhia. Comportamento: É um dos cães mais especiais que existe. O seu ar engraçado e seu temperamento diver-tem as pessoas, por isso é difícil passear com um cão desta raça sem chamar atenção. Estes cães são dóceis por natureza, afáveis com estra-nhos, necessitam da presença dos donos, cuja atitude imitará fielmente. Gosta de estar com idosos ou doentes, mas também sabe participar nas brincadeiras das crian-ças. São excelentes para apartamento, pois necessitam de pouco exercício e não têm especial apetência por ladrar. Não devem viver fora de casa, já que pelo fato de terem o focinho achatado o seu sistema respiratório fica comprometido e não lhes permite regular eficientemente a sua temperatura corporal. A sua pelagem exige pouco cuidados.

CANICHE Origem: A origem desta raça é muito controversa, mas a teoria mais consensual é que descen-derá do quase extinto cão de água francês (Barbet), tanto que durante muito tempo era apelido de Caniche-Barbet. Antes de assumirem o seu atual papel de cão de companhia, eram cães de guarda a reba-

nhos de gado e de cobro de caça na água. Daí advém a necessidade de tosquia, para lhes facilitar a movimenta-

ção debaixo de água. Atualmente é uma das raças mais

2ª Parte

Na sequência do artigo anteriormente escrito, vamos continuar a olhar para uma série de raças para ajudar no momento da escolha. Desta vez debruçamo-nos em algumas raças de porte pequeno, que tantas vezes são escolhidas por serem consideradas mais “fáceis” de lidar. No entanto, é necessário conhecer-se bem as caraterísticas da raça que vamos levar para casa, para que possamos escolher a raça que mais se adequa ao nosso estilo de vida. Para a seleção destas raças, foi feita uma escolha aleatória, sem haver nenhum motivo em parti-cular que nos tenha levado a escolher e não outras.

Por: Tânia Carvalho Fotos: Google

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São brincalhões, afetuosos e dóceis. Não gostam de ficar sozinhos e isso pode levá-los a entrar em stress e consequentemente torná-los ansiosos. São muito sociáveis, adaptando-se, por isso, com faci-lidade a diferentes ambientes e pessoas. Não queren-do isto dizer que não ladre a pessoas estranhas, podendo por isso ser um bom cão de alerta. Necessi-tam de uma boa socialização e apesar do seu aspeto bonacheirão, são bastante ativos e a teimosia é uma das suas características. Podem ter alguns problemas de saúde, como hiperter-mia, problemas oculares, são pouco resistentes fisica-mente, têm tendência para engordar e ressonam mui-to.

YORKSHIRE TERRIER Origem: Esta é uma raça com uma origem muito pouco conheci-da, falam-se em inúmeras raças como sendo os antecessores do atual Yorkshire terrier. Consen-sual é o porquê da sua criação,

no inicio do séc. XIX, os operários têxteis da região de York-shire eram muito pobres e necessitavam de recorrer à caça furtiva para se alimentarem, por isso precisavam de um cão pequeno, alerta, rápido a caçar nas tocas e fácil de esconder caso os caçadores fossem apanhados. Também foi muito útil durante a Revolução Industrial, já que lhe cabia a tarefa

de caçar os indesejáveis ratos das minas de carvão. Só em 1870 é que teve o privilégio de ver reconhecido o seu atual nome numa revista da especialidade. E em 1898, foi definido pela primeira vez, o estalão da raça. Estes cães rapidamente foram também adotados pelos bur-gueses. Atualmente, considera-se que o Yorkshire Terrier não deve exceder os 3,15 Kg, o que o equipara ao Chihua-hua, um dos cães mais pequenos do mundo. Aptidão: Cão de companhia e de alerta. Comportamento: Apesar do seu aspeto frágil, são extrema-mente ativos e cheios de personalidade. Possuem os traços típicos de um caçador, já que são corajosos e um pouco

obstinados. Treinar um Yorkshire Terrier é uma tarefa que pode parecer difícil, dado que são algo teimosos. Com esta raça não há espaço para erros na sua educação e na imple-mentação de regras. Na verdade, é preciso apenas que o treino seja coerente e firme. Se forem educados desde pequenos, e habituados a estar na presença de outras pes-soas e animais de estimação, certamente se contornarão alguns traços menos positivos da raça. Adoram estar entre os membros da família, dão-se bem com todos os elementos, no entanto, tal como acontece com todos os cães é necessário que seja respeitado. Por isso mesmo as brincadeiras com crianças devem ser sempre vigiadas, pois nem sempre toleram os “abusos” dos mais

novos. Apreciam um belo passeio e andar a “investigar” o meio envolvente.

Têm propensão para algumas doenças e malformações de que são exemplo as hérnias, o desenvolvimento de dupla dentição, de tártaro, epilepsia e variados problemas ocula-res. A manutenção da sua pelagem exige cuidados diários. Pre-fere os climas moderados a quentes e não está adaptado para viver fora de casa.

mas têm uma esperança média de vida que pode ultra-passar os 20 anos. Vivem melhor dentro de casa do que no exterior, uma vez que não lidam bem com o frio, sendo, aliás, habitual, vê-los vestidos com roupa pró-pria para cães.

PINSCHER MINIATURA Origem: Esta é uma raça alemã originalmente utilizada para caçar ratos e outros pequenos roedores e que hoje é sobretudo utilizada como companhia e é descendente de vários terriers. A raça não é uma versão miniatura do Doberman, já que o Pinscher

Miniatura surgiu décadas antes. O Pinscher Miniatura foi desde sempre uma raça popu-lar, mesmo quando ainda não estava oficialmente reco-nhecida. Só em 1925, foi elaborado o estalão Aptidão: Cão de companhia e de alerta. Comportamento: É talvez a raça com mais energia no mundo. Curiosos, joviais, corajosos, irrequietos, teimo-sos e independentes, mantêm os traços de terrier. Gosta de caçar pequenos animais, como está sempre alerta é algo desconfiado com estranhos. Adora ladrar, por isso se não gosta de barulho, este não é opção. Tende a desafiar outros cães, ignorando a sua pequena estatura. Pode dar-se bem com outros animais, desde que tenha tido uma educação e socialização adequa-das. Convive bem com crianças bem comportadas, mas não tolera abusos, por isso deve ser sempre vigiado com os mais pequenos. É uma raça saudável. Algumas preocupações médicas comuns são a síndrome de Legg-Calvé-Perthes, proble-mas visuais, hipotiroidismo, problemas cardíacos, entre outros. Os banhos devem ser evitados, uma vez que remove a oleosidade natural e protetora da pele, o melhor é uma escovagem diária.

PUG Origem: É uma raça origi-nária da China, e pensa-se que será uma evolução de uma raça que aí existia denominada Lo-sze Chegou à Europa no sécu-lo XVI, a sua popularidade

foi instantânea, em particular devido a um episódio em que alertou contra o perigo o príncipe William II, monar-ca holandês, ladrando para um soldado espanhol com ordens para o matar. A partir deste momento, a popula-ridade do Pug não parou de crescer na Europa. Hoje em dia, é uma raça cheia de potencial. Com o seu pequeno porte e boa disposição é um animal que encai-xa perfeitamente no estilo de vida moderno. Aptidão: Cão de companhia e de alerta. Comportamento: São cães muito fiéis e inseparáveis do dono, quer este queira ou não.

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dades tais como ir a novos lugares contribuem para uma melhor estabilida-de do cão. O cumprimento de um horário na fase da alimentação também é um factor importante não apenas para o bem-estar emocional e mental do cão, mas também porque o seu metabolismo vai acostumar-se a um padrão e ajustar-se para atender os tempos de alimentação fixos e valores que se trata de esperar. O cão deve ser alimentado no mesmo lugar todos os dias, numa área segura e confortável para ele. Também é importante ser-se consistente com a comida que se dá e não fazer quais-quer mudanças repentinas à quantida-de ou o conteúdo das refeições. Tal como o lugar onde se encontra, os passeios e alimentação são importan-tes na rotina do cão é também primor-dial possuir uma rotina para as suas necessidades básicas. É obviamente importante para o cão saber quando o irá fazer desta forma deve estabelecer-se uma rotina de momentos para o cão. Por exemplo, de manhã ao levan-tar e antes de dormir são vezes óbvias para introduzir uma rotina. Além disso, passear o cão, tanto quanto possível são sempre opções bem-vindas, e, claro, em alguns momentos levá-lo muito mais e por muito mais tempo do que em outros passeios. Porém nunca esquecendo em manter pelo menos alguns dos passeios que se encontram marcados na rotina do cão, nomeada-mente no que respeita a hora e local. Parte da rotina do cão e fundação da sua consistência depende da forma como ele é tratado e manuseado por nós juntamente com todos os restantes membros da família. Todos os coman-dos usados no treino e estabelecimen-to de rotina do cão não deverão ser

abertos à interpretação mas sim aplicados de forma con-sistente.

Os cães podem ser sensíveis a mudanças nas suas vidas, assim como os seres humanos também o podem ser. Uma mudança de casa, de espaço, a chegada de um novo bebé, uma mudança no trabalho da família ou horário escolar - tudo isto pode alterar a rotina de um cão e desenca-dear alterações de comportamento. Considerados criaturas de hábitos, e da forma como eles se sentem sobre o mundo à sua volta depende o seu pon-to de vista, o que é em si mesmo uma forma de como eles se sentem e como são felizes no seu ambiente. Para se ter uma visão positiva da vida e ser capaz de lidar com todas as mudanças e coisas novas que poderão ocorrer, os cães devem estar inseridos numa rotina estável, para que saibam o que esperar dos seus proprietários e das suas vidas, sendo que o seu compor-tamento vai refletir isso em conformi-dade. Qualquer cão que não possua uma rotina suficiente ou que se sinta de forma insegura na forma como é trata-do, é exponencialmente mais propenso a sentir-se stressado, ansioso ou depri-mido. Cães bem equilibrados, que são seguros no seu ambiente, na rotina e na vida do dia-a-dia encontram-se mui-to mais aptos para enfrentar quaisquer alterações ou transtornos que poderão aparecer ao longo do tempo. A ROTINA A rotina do dia-a-dia na nossa casa, para o cão, é a base do tecido da sua vida, e uma das áreas-chave do seu comportamento. Devemos tentar garantir que o cão se levanta e se deita em torno do mesmo ambiente a cada dia e que tem actividades como alimen-tação, passeio, momentos de lazer e momentos de des-canso de forma regular. Isto vai ajudar o cão a sentir-se seguro. Passeios adicionais, brincadeiras e outras activi-

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O romper com normas de comportamento habituais de vez em quando, por exemplo, como subir para o sofá ou para a cama só servirá para confundi-lo, devido a uma falta de consistência. O cão precisa que lhe seja forneci-do um quadro claro para o que é e o que não é permitido, e cumpri-lo, tirar-lhe esse quadro de referência para o que é e o que não é permitido, vai apenas contribuir a longo prazo para alterar o comportamento desejado e trabalhado anteriormente.

A MUDANÇA Mesmo quando nos empenhamos em garantir que o cão tem uma roti-na, consistente e estável, existe sempre a probabilidade de em algum momento ser necessário alterar essa mesma rotina por razões variadas. A forma como se lidará com essa situação é a chave para que o cão possa enfrentar essa mudança com sucesso. Os cães que conhecem a sua rotina e estão felizes com isso tendem a enfrentar as mudanças de qualquer tipo, muito melhor do que os cães que não tem certeza do que cada dia vai trazer, ou a forma como abordá-lo. Quando é necessário introduzir algo novo no ambiente do cão ou mudar alguma coisa na sua vida diária, deve fazer-se de forma gradual e numa base continua e con-sistente para que o cão consiga lidar melhor com as mudanças. A mudança de casa, por exemplo, pode ser bastante complicada para um cão. Se para os humanos esta adaptação à nova casa já é difícil, imaginemos só para um cão. Ele não tem a compreensão humana, e não entende o porquê que de uma hora para outra ele passou a morar num local completamen-te estranho. Todas as referên-cias do que ele tinha como sede da matilha alteraram-se. Ele não reconhece o espaço, e não sabe como este espaço será preenchido, onde dormir, onde comer, fazer as suas necessidades, etc. Ele não reconhece os barulhos e chei-ros. Ou seja ele fica completamente perdido. Além disso, os cães percebem toda a nossa dificuldade inicial, e o stresse que tudo isso causa. Assim sendo, isto só reforça a ele a ideia de que esta é uma situação excepcional. Por conta de tudo isso, para a maioria dos cães esta fase pode ser bastante traumática e se nós como donos não tivermos um pouco de sensibilidade, esta situação poderá tornar-se mais complicada. O ideal nesses casos é reeducá-lo da mesma forma que se fez anteriormente. Mais uma vez temos aqui trabalhar como líderes da matilha mostrando ao cão como deve

funcionar a matilha neste novo local. A boa notícia é que será tudo mais rápido e simples, pois ele já passou por isso antes.

O STRESS Sensíveis por natureza, os animais de estimação, espe-cialmente cães, podem absorver o stresse e tensão em torno deles. O stresse em cães é principalmente o produ-

to de uma mudança no ambiente, sendo que ao longo da vida eles não estarão livre de experimentar o stres-se em alguns momentos. Enquanto o stresse ocasional não é uma condição grave, o stresse excessivo ou prolongado pode pro-duzir os mesmos efeitos negativos em cães como acontece nos seres humanos. Este desencadeia meca-nismos de defesa internos no cão, fazendo, por exemplo, o seu coração bater e elevar o nível de energia a todo o vapor. Quando essas reservas acabam o cão acaba por enfraquecer, diminuin-

do a sua resistência a doenças. O stresse no cão pode ser causado por vários motivos, tais como a solidão, ansiedade de separação, tédio, alte-rações de rotina, entre outras, sendo que poderá levar a comportamentos destrutivos ou acidentes tais como, sujar o seu espaço, morder a mobília ou a ele próprio, lamber-se de forma excessiva ou em casos mais graves vómitos, diarreia, perda de apetite, alergias e reacções na pele. Se por exemplo for causado por solidão, o tédio e ansie-dade de separação, a melhor maneira de aliviá-lo é pas-

sar mais tempo com o cão e aumentar o seu exercício. Os cães são criaturas sociáveis e podem, portanto, sofrer de solidão. O tempo gasto com o cão é uma situação de recebimento mútuo, porque ambos saem beneficiados. Estudos médi-cos comprovam que as pes-soas com animais de estima-ção vivem uma vida mais

feliz, mais saudável e mais longa. Uma forma de travar o stresse, antes de ele mesmo se revelar é através de uma comunicação clara e consisten-te com o cão. Ele será mais feliz, mais seguro e menos propenso ao stresse e problemas comportamentais. Des-te modo o treino de obediência de forma consistente e prolongada bem como o estabelecimento de rotinas deve começar o tão cedo quanto possível. Aqui o mais impor-tante é fornecer ao cão os conhecidos três “C’s” – Con-trolo, Consistência e Companheirismo.

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Como referido, a rotina é um elemento chave no desenvolvimento do cão livre de stresse e obediente. Este precisa de uma estrutura e de um quadro em que se sinta seguro de forma a comportar-se adequada-mente. Basta o cão saber quando será alimentado, quando passear, brincar e dormir para se sentir relaxa-do e seguro. Quando a rotina se encontra enraizada, as mudanças inevitáveis da vida são encaradas pelo cão de forma diferente e este tende a adaptar-se mais facilmente. Algumas das situações que podem eventualmente per-turbar a rotina e causar stresse ao cão, são: -Transporte ou viajar - Nova casa ou novo dono - Ausência de um membro da família - Novo membro na família - Novo animal de estimação Nestas situações, um trabalho atempado de forma a minimizar o impacto, acompanhado por uma atenção redobrada ao comportamento do cão sserão sempre aspectos positivos de forma a contornar possíveis sin-tomas Para finalizar, é possível sintetizar que ao manter a rotina diária na vida do cão e mantê-lo saudável, acti-vo, mentalmente estimulado e bem alimentado, é meio caminho para prevenir ou tratar qualquer stresse que possa ocorrer.

Criação de uma rotina em 7 passos

1º Comida e Água - Quantas vezes alimentar o cão?

Veterinários recomendam frequentemente uma ou duas vezes por dia. Deve-se sempre alimentar de acordo com uma rotina definida. Isso ajudará a com-preender e prever quando o cão necessita de uma pausa para as suas necessidades.

2º Necessidades Básicas - Quando e quanto o cão

come também tem efeitos nas sua necessidades básicas, como por exemplo, depois de terminar cada refeição, depois de caminhadas, depois de uma folga excessiva, quando acorda, e quando vai para a cama.

3º Limpeza e Acessórios – É importante manter a higie-ne do cão, nomeadamente escovando o pelo e lavando sempre que necessário.

4º Brincadeiras & Exercício - Os cães precisam de brin-car e de se exercitar todos os dias - não importa quanto tempo. Cães com exercício insuficiente ten-dem a ser mais inquietos, infelizes e muito mais inclinados para problemas de disciplina.

5º A vida social – Apresentar o cão a amigos, vizinhos, outros cães é sempre benéfico para a socialização deste.

6º Áreas permitidas, confinamento e áreas especiais – O

cão deve saber qual o seu espaço e quais as áreas onde lhe é permitido estar ou não. Deve possuir um espaço aberto para que possa desfrutar. Espaços que possam não trazer segurança ao cão, devem ser proibidos, nomeadamente locais com pequenos objectos, detergentes, latas do lixo … pois podem originar um resultado não muito promissor.

7º Anotar a rotina criada, colocá-la em local visível e

cumprir.

Por: Anabela Guerreiro Fotos: Google

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Genética

Hoje em dia, quando a aceitação da “biodiversidade” não científica é quase tão comum como a aceitação da “pureza da raça” o era há um século, a criação consan-guínea é muitas vezes retratada como um mal absoluto. A criação consanguínea foi realmente uma técnica funda-mental no desenvolvimento de praticamente todas as plantas e de todos os animais usados na agricultura e é a única forma de desenvolver rapidamente um caminho que produzirá consistentemente determinadas linhas desejadas. Isto é, no fundo, uma consequência do facto biológico de que os cromossomas vêm em pares e que cada um é herdado de cada um dos pais. Os indivíduos directa-mente relacionados – irmãos e irmãs, pais e filhos – certamente têm os mesmos genes. O cruzamento entre dois indivíduos directamente relacio-nados aumenta a pos-sibilidade de o filho ter o mesmo gene para uma determinada característica em ambos os cromosso-mas – um estado denominado “homozigose”. Um orga-nismo que é heterozigótico numa determinada caracterís-tica, ou seja, que tem versões diferentes do mesmo gene em cada cromossoma, pode parecer-se a um outro que seja homozigótico, mas não passará essa característica ao seu descendente de uma forma tão consistente. Senão, vejamos o exemplo clássico. Tanto um indivíduo homozigótico como um indivíduo heterozigótico podem ter olhos castanhos, embora o segundo tenha um gene

para olhos castanhos e outro para olhos azuis. O Casta-nho é “dominante” neste caso, embora os genes “recessivos” (azuis) de dois indivíduos heterozigóticos podem combinar na reprodução e produzir um descen-dente que seja homozigótico na característica recessiva e que por isso mesmo tenha um aspecto diferente: uma pessoa com dois genes azuis tem olhos azuis. Com um cruzamento entre homozigóticos, nada há a dizer. Seja qual for o par de cromossomas que passa para o filho, não haverá qualquer diferença nos resultados. Por outras

palavras, os homozi-góticos criam “a ver-dade do tipo” para determinadas carac-terísticas para as quais foram seleccio-nados. Uma vez que os indi-víduos aparentados têm muitos outros genes em comum, o cruzamento consan-guí neo tam bém aumenta a possibili-dade de alguns genes de característi-cas indesejáveis nou-tros campos do geno-ma criarem proble-

mas. Falhas em cruzamentos da mesma raça em ani-mais domésticos tendem a ser recessivas, porque as doenças genéticas provocadas por marcadores dominan-tes são rapidamente eliminadas num programa de repro-dução. Se eliminarmos da população reprodutora todos os animais que manifestaram sinais de uma determinada doença, displasia da anca por exemplo, estaremos tam-bém a eliminar os genes da doença de toda a população

2ª Parte

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Genética

reprodutora. (Basta um só gene dominante para provocar uma doença dominante, então não existem portadores “silenciosos” destes genes). Mas as doenças genéticas que aparecem num só animal homozigótico numa carac-terística recessiva podem ser transmitidas em silêncio durante várias gerações. Só quando há a combinação entre dois portadores desse gene recessivo é que a doença se manifesta. Os dados genéticos confirmam que o último século de criação de cães produziu animais extremamente puros. Investigações utilizando marcadores de genes mostram que dois membros e uma família humana normal terão uma combinação de genes diferente de 71%. Em cães arraçados, essa quantidade de genes é de 57%, na maioria dos cães puros é de 22% e em certas raças raras é de 4%. Até os rafeiros são mais puros do que as populações humanas mais “puras” (os Amish, por exemplo, ou famí-lias na Índia em que existem casamentos entre tio e sobrinha). Este grau de uniformi-dade significa que quando um marcador mau entra por acaso ele vai ficar restrito ao gru-po. Uma série de doen-ças genéticas tem surgi-do em várias raças caninas. Algumas são verdadeiramente estra-nhas: a epilepsia dos poodles, rigidez muscu-lar súbita nos terriers escoceses, febre cróni-ca nos shar-peis, tumores em retrievers, problemas car-díacos em boxers e Dobermanns, etc. O mundo do espectáculo canino e a preocupação obses-siva pela aparência das raças são frequentemente apon-tados como grandes responsáveis pela origem destas doenças genéticas. Mas nessa crítica não está o essen-cial: seleccionar uma coisa apenas (como a aparência) não invalida a escolha simultânea de outras coisas, como o comportamento gregário (social) e a saúde. Os criado-res podem seleccionar as características que mais lhes agradam e não conseguirem travar o surgimento de doenças indesejáveis. Isto se começarem por uma popu-lação de início e fizerem os possíveis por manter o gene fundador nas gerações seguintes. Os cães de caça são testados frequentemente pra confirmação da condição física para competições. São seleccionados cuidadosa-mente pelo faro apurado que têm, pelo trabalho em “equipa” e pela habilidade em “falar” quando apanham o faro. Os border collies são seleccionados pela capacida-de gregária. Quase todos por acaso também têm pesco-

ços brancos e a cauda com a ponta branca. A verdadeira origem do problema genético em muitas raças não está tanto na criação de raças com critérios de aparência, até porque a raça tem poucos ascendentes. Muitas raças também sofrem o “efeito de popularidade”, e aqui justificam-se as críticas feitas aos criadores. Um campeão dos ringues de exposição poderá dar origem a centenas de ninhadas , espalhando os seus genes virtuo-sos – e defeituosos – e afastando outras linhagens ancestrais. O problema é mais grave em raças que sofre-ram uma selecção genética. Raças que exibiam padece-res recessivos estranhos como os pastores irlandeses , os retrievers de pelo curto, os cães de água portugueses ou os shar-pei, quase desapareceram durante o último século e foram repescados de outras raças.

Ataques de agressivida-de em raças como os springer spaniel podem muito bem ser o resulta-do da existência de características recessi-vas numa população inadvertidamente fecha-da onde existem poucos genes originais. Mas os Juízes dos eventos de morfologia canina tam-bém têm culpas no car-tório. Senão vejamos: os cães que têm a cabeça e a cauda direitas e erguidas atraem a aten-ção dos juízes e ganham os concursos. Mas estas são também marcadores de um cão dominador e

agressivo. Alguns criadores de cães de exposição não vivem com os seus animais (são deixados nos canis) e estão perfeitamente dispostos a esquecer as característi-cas recessivas em detrimento de um pelo perfeito, por exemplo.

Reparar os danos A conclusão surpreendente dos estudos genéticos modernos leva a crer que a pior maneira de corrigir estes erros é eliminar os portadores das doenças genéticas da população reprodutora. A falácia do ponto de vista racista foi centralizada na ideia de que a purificação da raça é geneticamente forte. De facto, o que se passa é o oposto – a diversidade genética é fortalecida porque ajuda a assegurar a reprodução entre homozigóticos em caracte-rísticas desejáveis noutras partes do genoma. Até os portadores de doenças contribuem para a manutenção da heterozigose . Por exemplo, um cão que possui o gene da epilepsia pode também ser o portador do gene que o protege contra o cancro, tal como defende Debo-

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Genética

rah Lynch, da Fundação para a Protecção Canina (que investe cerca de um milhão de dólares anualmente em investigação de doenças caninas). A chave está em não cruzar dois portado-res de genes defeituosos. A solução está em manter os laços parentais o mais diversos possível enquanto se corrige o problema, e esta correcção vai sendo aos poucos e poucos mais fácil à medida que se vão descobrindo mais medidas de detecção de doenças genéticas nos cães. Actualmente os criadores de cães já pro-curam obter formação nesta área (já exis-tem Cursos, em Portugal inclusive, que formam criadores caninos) e já começam a entender cada vez melhor as questões genéticas e, como consequência dessa formação, hoje em dia têm mais capacidade de enfrentar problemas do que há alguns anos. No entanto, ainda existem criadores que em vez de utilizarem os conhecimentos existentes para detectar as doenças utili-zam-nos para medir a pureza genética. Mas a criação de raças puras é como contratar um contador de histórias tendo somente em conta a quantidade de gerações que o precederam. O facto é que alguns marcadores genéticos podem estar associados a uma determinada raça por mero acaso. É possível, devido ao cruzamento consan-guíneo entre cães, encontrar DNA (alterado) que é carac-terístico de uma determinada raça. Mas a estratégia mais sensata é basear a criação de cães na diversidade gené-tica. De um ponto de vista científico, é perfeitamente pos-sível fazer isto e simultaneamente satisfazer os desejos dos criadores em manterem pura uma determinada raça.

Porém, certos criadores de cães não têm o mesmo incentivo e as recom-pensas ainda vão para aqueles fecun-dados por campeões. Mas, a longo prazo, a disponibilidade cada vez maior de testes genéticos comprovará que os criadores sacrificaram bons genes na busca de cachorros que tenham no seu pedigree um ou mais campeões. Muitos clubes de raça incentivam o uso de testes disponíveis no mercado. A verdade é que a diversidade genéti-ca canina é tão vasta como a dos seus antepassados selvagens.

Mas podemos ficar descansados porque teremos sem-pre os cães rafeiros ao nosso lado, apesar das tentati-vas sucessivas de os pormos de parte. Os rafeiros nor-malmente são saudáveis devida à sua energia híbrida e, em geral, são bons cães. De facto, os rafeiros simboli-zam a herança da evolução do “Verdadeiro Cão”, esse animal que viveu connosco, que se adaptou e explorou a nossa sociedade e que o fez por si só. Os rafeiros são os verdadeiros cães e caso o pior aconteça talvez eles consigam abrir-nos novos caminhos, tal como os seus antepassados tão habilmente o fizeram pelo menos durante 15 900 dos últimos dezasseis mil anos.

Por: Sílvio Pereira

Fotos: Google

Livro Recomendado

Título: Ele falava com os Mamíferos, as Aves e os Peixes Autor: Konrad Lorenz (Fundador da Etologia Moderna. Prémio Nobel da Medicina 1973)

Editora: Publicações Europa-América Publicação: 1991 Sinopse: «Está escrito que o rei Salomão falava com os mamíferos, as aves, os peixes e os répteis. Eu também falo com os animais. Não com todos, como aconte-cia com o rei… confesso a minha inferioridade a esse respeito. Mas falo com certas espécies que conheço bem, e não preciso de nenhum anel mágico. Nesse aspecto, sou-lhe superior, pois sem o anel ele não teria compreendido a linguagem dos animais que lhe eram mais familiares… «Sem ser necessário recorrer à magia, os seres vivos contam-nos as mais belas histórias, histórias verdadeiras. E a verdade da natureza é muito mais bela do que tudo o que os poetas, os únicos mágicos verdadeiros, poderão algum dia inventar»

Konrad Lorenz

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Educação

(Considerando que o cão Serra da Estrela tem um caráter muito independente, mas pode ser aplicado também a qual-quer cachorro de uma outra raça) Cada raça tem um caráter específico, desenvolvido ao longo da sua existência. O cão da Serra da Estrela foi utilizado durante séculos para defender o rebanho contra os lobos. Ele permanecia sempre com o rebanho, enquanto o pastor se afastava para ir à aldeia. Assim, o cão desenvolveu um caráter independente, pronto para agir sozinho e defender o rebanho. Daí resulte o seu carácter de excelente cão de guarda, agindo mais de forma dissuasiva do que agressiva. Se adquirir um cachorro com dois meses de idade, deve come-çar logo a educá-lo com suavidade. O cão Serra da Estrela desenvolve, em geral, um caráter muito independente e descobre muito cedo como pode fugir ao nosso controlo. Em pequeno ainda procura a nossa presença para des-cobrir o mundo, mas conforme vai crescendo, torna-se cada vez mais independente e só vai atender ao chamamento, se houver qualquer coisa de especial que o atraia. Para tornar o chama-mento atrativo, pode-se começar muito cedo a habituar o cão olhar para nós, procedendo da seguinte forma: No seu quintal ou jardim chama o cachorro pelo nome e depois ele ter vindo, dá-lhe de imediato um petisco como recompensa que deve trazer sempre consigo, pronto no bolso. Repetir este exercício várias vezes, enquanto o cachorro colaborar bem. Se o cachorro estiver demasiado longe, distraído com alguns cheiros e não ligar ao seu chamamento, não deve insistir, mas esperar que ele chegue mais perto de si. Caso contrário, vai habituar o cachorro a ouvir o chamamento e a ignorá-lo, afastando-se mais. Para reforçar a recompensa, no memento em que lhe dá o petis-co, pode-se emitir com a língua um som “click”. Pouco a pouco, o cachorro vai associar esse “click” à recompensa e mais tarde o “click” vão poder funcionar como recompensa, mesmo que não haja petisco. Este pequenino exercício, repetido frequentemente, enquanto o cachorro colaborar com alegria, vai condicioná-lo a prestar atenção ao chamamento, porque ele vai estabelecer uma ligação entre ouvir chamar e a desejada recompensa. Vai esta-belecer-se assim o famoso reflexo de “Pavlov”. Como recompensa deve dar um petisco atrativo para o cachorro,

Educação básica do cachorro

Cão da Serra da Estrela

Como habituar um cachorro à chamada e andar à trela

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Cães & Lobos Edição Nº 8

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Educação

como um pedaço de frango ou de carne. Por vezes, alguns cachorros mostram-se atentos com um pedaço de boa ração. Pode também fazer facilmente uns petiscos muito apreciados pelos cachorros, que consiste em cortar tirinhas finas de fígado e deixá-las secar no forno a baixa temperatura. Não há cães que resistem a este tipo de petisco que ao mesmo tempo, é saudável e, sendo seco, não vai sujar os seus bolsos. Quanto mais atrati-vo é o petisco, melhor vai funcionar o exercício do chamamento. Louvar muito o cachorro quando ele chega ao pé de si, também é importante e pode mais tarde substituir o petisco. O exercício funciona também melhor, antes de dar a comida ao cachorro, quando ele estiver com um pouco de fome. Se fizer este exercício frequentemente com o seu cachorro, vai torná-lo atento ao seu chamamento e a estabelecer uma primei-ra base para um bom entendimento. No entanto, nunca deve fazer este exercício se estiver nervoso, com falta de tempo, ou com pouca paciência. O cachorro deve associar o seu tom de voz a uma coisa agradável, nunca de cas-tigo, pelo que virá sempre com gosto. Se num primeiro momento o cachorro não vier, não deve correr atrás dele. Deve esperar e tentar novamente. Ao chamar o cachorro pode baixar-se. Este gesto faz com que ele venha mais facilmente. Poderá associar este exercício ao treino de andar com a trela, tornando-se muito fácil se o cachorro o seguir atraído pelo petis-co, e sem dar conta, ele saberá segui-lo atentamente pela trela. Se o cachorro tentar puxar com a trela, pare simplesmente, dizendo com um tom calmo “não puxe!” e só continua a andar quando o cachorro para de puxar. No início vai, provavelmente, parar muito e avançar pouco, se o cachorro já tiver desenvolvido bastante força e já se habituou a puxar pela trela. Se ele puxar, vá mais devagar, se ele não puxar, avance mais. Assim o cachorro aprende. Para o cachorro o reconhecer como chefe, deve sempre indicar a direção do passeio que vai dar. Nunca deve deixar arrastar-se para onde o cachorro o puxar. Deve ser o dono a sair primeiro o portão e atrás o cachorro. Deve ser o dono a ir a frente, se des-cer uma escada, se o espaço for estreito ou se o cachorro mos-trar algum medo de passar por um certo sítio. Se o cachorro se sentir bem conduzido por uma pessoa que sai-ba adotar uma atitude de chefe, isso vai dar-lhe confiança. Os primeiros passos devem sempre iniciar-se por lugares calmos, evitando-se inicialmente estradas com trânsito denso. Com estes dois pequenos exercícios, fáceis de aplicar por qual-quer pessoa e repetindo-os até darem resultados, terá iniciado um bom relacionamento com o cachorro que vai depositar con-fiança no seu dono e tornar-se um grande companheiro de todos os dias.

Por: Suzette Veiga Fotos: da Autora

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Mundo Canino

A esteticista de cães Catherine

Opson ficou famosa e conquistou vários prémios com tosas diferentes e criativas em cães, nos EUA. Os modelos incluem não só cores fortes como também desenhos de personagens famosos como os do progra-ma Vila Sésamo. Catherine Opson é uma esteticista de cães da Califórnia mas não é uma estecista qualquer, o que ela gosta é dar muita cor aos seus cães, não se tra-ta de um retoque nos pelos ou um corte um pouco dife-rente, Catherine abusa da criatividade e faz excelentes trabalhos. O resultado são cães mais que coloridos, os pelos são tão trabalhados que até parecem uma alegoria carnavalesca canina.

O primeiro cão salva-vidas português é de Lagos? Portugal possuí

desde o fim do verão passado o primeiro cão salva-vidas. A cadela “Linda”, de raça cão de água português e que perten-ce à “Casa da Buba de Lagos” concluiu com o seu dono Gonçalo o curso da SICS – Scuola Italiana Cani Salvataggio em Milão, ficando assim aptos para salvamentos em meio aquático.

O Grupo Lobo acaba de adoptar um cão que vai ajudar na

identificação dos lobos nos territórios por onde andam, entre o rio Douro e o rio Tejo. Chama-se Zeus, não tem raça e foi treinado para esta tarefa por um investigador da Universidade de Washington. Zeus é o 1º cão em Portu-gal treinado para identificar lobos nos territórios, foi ado-tado por uma associação que acolhe animais sem dono e foi treinado para identificar lobos entre o Douro e o Tejo. Os dejetos do lobo são os principais vestigios pro-curados, assim os investigadores poderão mapear infor-mações genéticas através dos dejetos encontrados.

Woofstock é o maior festival para cães no mundo, a edição deste

ano realizou-se em principio de Junho nos dias 8 e 9 em Toronto, na América do Norte e contou com mais de

300 000 participantes. A primeira edição foi há 10 anos, em 2003. Divertido este evento é gratuito, o recinto é grande e cheio de atrações, todos os caninos estão con-vidados e os seus donos também, o festival já é um ver-dadeiro sucesso e o nome Woofstock vem do famoso e muito conhecido festival Woodstock.

Um britânico foi condenado a 20 semanas de prisão

em Northampton por ter baleado o próprio cão seis vezes e o ter deixado a morrer numa vala. Segundo a edição britâni-ca do jornal “Metro”, Marc Turnbull, de 38 anos, também bateu no animal com uma pá, alegando que esta era a sua única opção, uma vez que não conseguia encontrar outro lar para o cão. Rocky foi encontrado numa vala na A5, perto de Weedon, em Northampston-shire, no dia 21 de abril deste ano. Foi encontrado por uma pessoa três dias depois. Tinha vários ferimentos, incluindo um orifício de uma bala na cabeça. Sobre Marc Turnbull prendiam três acusações de maus tratos a ani-mais. O homem foi identificado através do michochip de Rocky. Rocky foi tratado, teve sorte, recuperou e encon-trou uma nova família.

Um estudo pioneiro divulgado na segunda semana

de Julho deste ano reve-la que 63% dos donos de animais de estimação revelam aos seus cães coisas que não confiden-ciam a mais nin-guém.“Normalmente, o que mais valorizamos numa pessoa é a fidelidade e a confidencialidade. São aspetos muito importantes. Isto é o que faz com que, de uma forma inconsciente, falemos de assuntos pessoais com os nossos cães, porque sabemos que gosta de nós, que nos é fiel e guarda segredo”, explicou ao jornal espanhol La “Vanguadia” Jaume Fatjó, diretor da Cáte-dra Fundación Affinity Animales y Salud do Departamen-to de Psiquiatria da Universidade Autónoma de Barcelo-na. Este estudo demonstrou que as mascotes são muito mais do que uma simples companhia. “O vínculo entre a pessoa e o animal chega a ser tão profundo que 8 em cada 10 inquiridos afirma que o cão é o motivo pelo qual se levanta todos os dias”, continuou o mesmo investiga-

dor. O estudo reforça a ideia de que conviver com um

cão ou um gato tem benefícios. A grande maioria dos inquiridos – mais de 75% - declarou que ocupar-se do cão é uma tarefa fácil. Outro dado relevante é que os donos de cães vão menos 15% ao médico. No caso dos

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Mundo Canino

homens, os resultados obtidos são, no mínimo, surpreen-dentes, já que aqueles que têm uma mascote apresentam menos colesterol e a tensão arterial mais baixa. No caso das mulheres, esses benefícios verificam-se sobretudo a partir dos 40 anos. “Uma explicação pode ser o facto de que as pessoas que têm cães passeiam mais, caminham mais, convivem mais... “, sustenta Jaume Fatjó. “Também está demonstrado que quando passamos a mão pelo pêlo do cão, a tensão arterial baixa, relaxamos”.

As associações zoófilas são cada vez mais soli-citadas por donos que

"chegam a chorar" por não terem dinheiro para alimentar os animais e que assumem não terem comida para eles próprios, denunciou a Liga Portuguesa dos Direitos dos Animais. A Presidente da Liga Portuguesa dos Direitos dos Animais (LPDA), Maria do Céu Sampaio, disse à agência Lusa que a situação tem vindo a agravar-se nos últimos dois anos, mas que está a atingir "proporções nunca vistas". O desemprego, a perda de casa por incumprimento com o banco e a emi-gração forçada são algumas das razões que contribuem para cada vez mais pessoas não conseguirem manter os seus animais. Maria do Céu Sampaio enumerou ainda o aumento do IVA na comida para animais e nos cuidados veterinários como fator que contribuiu para o afastamento de cada vez mais pessoas destes cuidados fundamentais para os ani-mais. A situação levou a LPDA a criar uma solução para os casos mais graves e de comprovada insuficiência eco-nómica que consiste na oferta de comida para os animais de donos que não podem assegurar estas despe-sas."Temos uma campanha que funciona em casos de muita e comprovada gravidade e que consiste no encami-nhamento de dádivas de empresas de comida para ani-mais para os mais necessitados", disse. Maria do Céu Sampaio reconhece que esta é "uma gota de água" e que "não chega a todo o país". A "falta de apoios" também tem dificultado a ação destas associações, que têm assis-tido, com "preocupação", a uma cada vez mais frequente oferta de donativos a particulares. "Algumas pessoas fazem o possível e o impossível para ajudar os animais e sabemos que aplicam nesta ajuda os donativos que rece-bem. Mas há outras que ninguém sabe o que fazem", denunciou. Por esta razão, a presidente da Liga defende que quem queira ajudar se filie em associações, de modo a que o rasto dos donativos possa ser seguido. Uma dessas associações, a União Zoófila (UZ), estima que todos os anos sejam abandonados 10 mil animais domésticos em Portugal. "Há 500 mil animais à espera de dono em Portugal. Há 40 associações com abrigo em Portugal - sobrelotadas", adianta a UZ, que funciona em Lisboa, onde acolhe 500 cães e 200 gatos que foram

abandonados e vivem "à espera de donos responsáveis".

Um espanhol foi condena-do a três

meses de prisão por matar a sua cadela a pontapé. Um tribunal madri-leno condenou, no final do mês de Junho, um homem a três meses de prisão por ter morto a cadela com um pontapé, noticiou a imprensa espanhola. Foi a primeira vez que em Espanha alguém foi detido e se iniciou um procedimento criminal por maus tratos a um animal. De acordo com o jornal “El Mundo”, no dia 5 de junho de 2008, David F.L. deu um forte pontapé a Chula, na altura com seis meses, por ter defecado em casa. A agressão provocou lesões graves no fígado da cadela. Ao ver o sofrimento do animal, a namorada e a sogra levaram-na ao médico veterinário. Na clínica, Chula foi estabilizada, mas devido ao seu delicado estado de saúde, foi trans-portada para uma clínica com outros meios de interven-ção. Contudo, a cadela acabaria por morrer, devido a uma rutura hepática de origem traumática. A associação protetora dos animais “El Refugio” intentou uma ação em tribunal contra David F. L., que culminou agora na sua condenação. O homem, que se declarou culpado perante o juiz, fica também inibido de exercer qualquer profissão ou atividade relacionada com animais ou de comprar/vender animais por um período de dois anos, segundo o jornal mexicano “Excelsior”. A pena de prisão está suspensa durante dois anos, desde que o homem não cometa qualquer crime. Caso contrário, será de ime-diato executada. Nacho Panuero, presidente de “El Refúgio”, considera a sentença “um passo de gigante na defesa dos direitos dos animais em Espanha”.

Gladys é uma cade-

la de raça Bull Terrier que utiliza cal-ças especiais com biberões. Tem quatro anos e ama-menta cabras bebés, 'Gladys', coloca-se em cima de um fardo de palha com dois biberões pendurados numas calças especiais para que as recém-nascidas cabras possam ser alimentadas. Este biberão é uma criação dos donos da cadela, que a própria acaba por publicitar de forma insólita. Os donos explicam que a ideia surgiu porque Gladys é obcecada pelas cabras: "Ela lambe-as a partir do momento em que nascem, e acompanha-nos sempre que vamos alimentar as crias".

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Notícias

Norte-americano recupera 500 dólares comidos pelo cão

Na edição passada escrevemos sobre “Sundance”, o cão, que devorou cinco notas de 100 dólares enquanto os seus donos se encontravam distraídos. No entanto, Klinkel conseguiu recuperar partes das notas das fezes de “Sundance” e tratou de os enviar para o departamen-to do tesouro para devida verificação, numa tentativa de recuperar o dinheiro. O pedido foi bem-aceite e o cheque do chegou ontem e até já foi, ironicamente, ostentado pelo animal (na foto abaixo). Wayne Klinkel conseguiu que o departamento do tesou-ro dos EUA lhe devolvesse 500 dólares que haviam sido c om i do s e d i g e r i d o s p e l o s eu c ã o . Fonte TVI 24

Este é o cão mais pequeno do mundo

Uma cadela porto-riquenha, de raça chihuahua entrou para o livro de recordes do Guinness como o cão mais pequeno do Mundo. Mede 9,6 centímetros de altura e pesa cerca de meio quilo. Apesar do tamanho enganador, Miracle Milly tem quase dois anos de idade. Quando nasceu os veterinários pensaram que não ia sobreviver. Teve mesmo de ser alimentada com ajuda porque a boca era demasiado pequena para conseguir receber leite da mãe. O título foi retirado a outro chihuahua, norte-americano, que mede pouco mais de dez centímetros. Fonte TVI 24

Expressão facial revela como cães diferenciam donos de estranhos

Quando o cão demonstra gostar de alguém, ele abana o rabo. Segundo uma pesquisa feita com 12 cães de dife-rentes raças, os animais levantam a “sobrancelha” esquerda numa primeira demonstração de reconheci-mento do dono. Essa e outras particularidades foram descobertas numa experiência que colocou os animais de estimação atrás de uma cortina que era aberta rapidamente, revelando quatro surpresas por apenas 800 milésimos de segundo: eles poderiam ver o dono, uma pessoa desconhecida, um brinquedo preferido ou um objecto que lhes suscitas-se medo. Os cães tiveram pontos marcados nas faces (especificamente no centro do crânio, nas orelhas e nas áreas acima dos olhos, a “sobrancelha” como foi apeli-dada no estudo), permitindo aos cientistas detalhar mudanças de feição realizadas em cada uma das situa-ções. Assim, foi descoberto que o cão levanta as duas áreas acima dos olhos ao encarar subitamente um estranho - mas ergue mais alto ainda a “sobrancelha” esquerda quando reconhece o dono. A pesquisa, publicada na revista científica Behavioural Processes, destaca mais detalhes sobre o funcionamen-to cerebral destes animais de estimação e já levanta controvérsias ao atribuir ao lado esquerdo do cérebro comportamentos antes ligados ao lado direito do órgão. Fonte Sapo – Diário Digital

Kate “condecora” cão do Exército irlandês

Kate Middleton, a duquesa de Cambridge, presenteou Conmael, o cão mascote do regimento do Exército irlan-dês, oferecendo-lhe um trevo, símbolo do país. Fonte TVI 24

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Iniciativas do CCVL

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Cães & Lobos Edição Nº 1

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Cães & Lobos Edição Nº 1

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Formamos:

Profissionais competentes...

… e donos responsáveis!

Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Curso destinado a todos aqueles que nutrem uma paixão pelos cães e por todos os mecanismos que têm a ver com o seu comportamento. Nesta situação enquadram-se os Adestradores

caninos, os Veterinários e os Tratadores, mas fundamentalmente é destinado a todos aqueles que, não tendo formação nesta área, têm como sonho trabalhar com cães, não só lúdica como

profissionalmente. Este Curso tem a vantagem de ser composto no máximo por 4 formandos.

Primeiro curso administrado em Portugal com base nas últimas investigações científicas desenvolvidas na área da aprendizagem canina

Presencial

Estrutura Programática do Curso

Módulo 1 (teórico)

1.1 CONHECER O CÃO 1.1.1 Conhecer como funciona um cão

1.1.2 O Carácter num cão

1.1.3 O Temperamento num cão

1.1.4 A Comunicação canina

1.1.5 Os Instintos Básicos caninos

1.1.6 Conhecer o cão que se vai adestrar

1.2 MÉTODOS DE ADESTRAMENTO 1.2.1 Métodos de Adestramento

1.2.2 Traçar objetivos

1.2.3 Escolher o melhor método de Adestramento 1.2.3.1 Em função do cão

1.2.3.2 Em função do dono

1.2.3.3 Em função dos objetivos

1.2.4 As várias fases do Adestramento

1.3 CONDICIONAMENTO OPERANTE 1.3.1 Definição

1.3.2 O que é o Clicker

1.3.3 O treino com Clicker

1.4 O ADESTRADOR 1.4.1 Exigências Físicas

1.4.2 Exigências Mental 1.4.3 Ética profissional

Módulo 2 (prático)

2.1 O ADESTRAMENTO EM OBEDIÊNCIA SOCIAL 2.1.1 Material de adestramento

2.1.1.1 Material de contenção

2.1.1.2 Material de assistência

2.1.1.3 Material didático

2.1.2 Postura corporal do adestrador

2.1.3 Desenvolvimento da motivação do cão

2.1.4 Condicionamento e aquisição de hábito

2.1.5 Exercícios de Obediência Básica

2.1.5.1 Exercício de andar ao lado

2.1.5.2 Exercício de sentar 2.1.5.3 Exercício de deitar 2.1.5.4 Exercício de deitar e ficar quieto

2.1.5.5 Exercício de chamada

2.2 SOCIABILIZAÇÃO

2.2.1 Sociabilização intraespecífica

2.2.2 Sociabilização interespecífica

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Cães & Lobos Edição Nº 4

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Entrevista Cães & Lobos Edição Nº 1

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Cães & Lobos Edição Nº 1

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Formamos:

Profissionais competentes...

… e donos responsáveis!

Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Módulo 3 (prático)

3.1 ADESTRAMENTO EM GUARDA E DEFESA 3.1.1 Determinar as aptidões do cão

3.1.2 O Figurante (Homem de ataque) 3.1.2.1 Vestuário

3.1.2.2 Equipamento

3.1.2.3 Formação

3.1.3 O trabalho de motivação

3.1.4 O treino técnico das mordidas

3.1.5 O treino da inibição da mordida (larga)

3.1.6 O treino da fuga do figurante

3.1.7 O treino da busca do figurante 3.1.8 O treino do ataque surpresa ao guia

3.1.9 O treino do ataque longo

Módulo 4 (teórico)

4.1 COMPORTAMENTOS ANÓMALOS E DESVIANTES 4.1.1 Agressividades

4.1.1.1 Definição e tipologias

4.1.1.2 Tratamento 4.1.1.3 Prevenção de agressividade por complexo de controlo

4.1.2 Micção ou defecação inadequadas 4.1.2.1 Definição 4.1.2.2 Tratamento

4.1.3 Ansiedade por separação 4.1.3.1 Definição

4.1.3.2 Tratamento

4.1.4 Fobias 4.1.4.1 Definição

4.1.4.2 Tratamento

4.1.5 Manias Maternais

4.1.5.1 Definição

4.1.5.2 Tratamento

4.1.6 Hiperatividade e hiperexceptibilidade

4.1.6.1 Definição 4.1.6.2 Tratamento 4.1.7 Comportamentos estereotipados 4.1.7.1 Definição

4.1.7.2 Tratamento

4.1.8 Ingestão Inadequada 4.1.8.1 Alimentação Estranha

4.1.8.2 Coprofagia 4.1.8.3 Objetos 4.1.9 Síndrome de Disfunção Cognitiva 4.1.9.1 Definição e Sintomas 4.1.9.2 A importância de um Diagnóstico Correto 4.1.9.3 Prognóstico

4.1.9.4 Tratamento

Curso intensivo de formação de monitores de adestramento científico canino (presencial)

Curso destinado a todos aqueles que nutrem uma paixão pelos cães e por todos os mecanismos que têm a ver com o seu comportamento. Nesta situação enquadram-se os Adestradores caninos, os Veterinários e os Tratadores, mas fundamentalmente é destinado a todos aqueles que, não tendo formação nesta área, têm como sonho trabalhar com cães, não só lúdica como profissionalmente

Características do Curso

Tipo de Curso: Curso presencial ministrado em sistema intensivo de 15 dias de duração, com uma carga horária lectiva diária de 4 horas,

incluindo as componentes prática e teórica.

Início do Curso: A combinar com o formando

Local das Aulas: Campo de Trabalho do Centro Canino de Vale Lobos – Vale de Lobos - Sintra

Método de Ensino: Científico

Quantidade de Alunos por Curso: 1

Documento fim de Curso: Certificado com informação detalhada sobre as avaliações intercalares e finais e matéria leccionada

Estrutura Programática do Curso Módulo 1 (teórico)

Módulo 2 (prático) Do Curso de duração normal

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Cães & Lobos Edição Nº 4

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Entrevista Cães & Lobos Edição Nº 8

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Publicidade

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Publicidade

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Ficha Técnica

Cães & Lobos Edição Nº 8

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Propriedade:

Centro Canino de Vale de

Lobos

www.ccvlonline.com [email protected]

Edição:

Dep. Divulgação do CCVL

http://Comportamento-

canino.blogspot.com

Revista Digital de Cães e Lobos

Editor:

Sílvio Pereira [email protected]

Colaboraram nesta Edição:

Ana Camacho, Anabela Guer-

reiro, Eneida Cardoso, Karin

Pirá, Manuela Reduto, Tânia

Carvalho, Vanessa Correia,

Paginação e execução gráfica:

Sílvio Pereira

Nota:

Todo o material publicado

nesta edição é da exclusiva

responsabilidade dos seus

autores.

_________________________

Página web:

http://revistacaeselobos.weebly.com

[email protected]

Cães & Lobos Nº 8

Colaboradores Ana Camacho

[email protected]

Anabela Guerreiro

[email protected]

Eneida Cardoso

[email protected]

Karin Pirá

[email protected]

Manuela Reduto

[email protected]

Suzette Veiga

[email protected]

Tânia Carvalho

[email protected]

Vanessa Correia

[email protected]

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Formamos:

Profissionais competentes...

… e donos responsáveis!

Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Curso destinado a todos os proprietários que queiram adestrar os seus cães em casa (portanto, no seu território) evitando assim as sempre stressantes e por vezes

traumatizantes idas às escolas de treino canino.

Características do Curso

Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: De 2 a 4 meses ou 200 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do aluno).

A quem é dirigido este Curso: Com este Curso o dono dispensa as sempre angustiantes e traumáticas idas às escolas de treino, uma vez que o cão aprende no seu próprio território, portanto, qualquer pessoa está em condi-ções de frequentar este curso, a única limitação prende-se com a obrigatoriedade de possuir um cão (seja ele de que raça for) uma vez que numa das fases do Curso terá que aplicar na prática, as técnicas que vão sendo estuda-das.

Perspectivas de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/teórica e conheci-mento profundo do aspeto funcional do cão, assim como uma identificação da interação dos mecanismos da apren-dizagem com os vários tipos de condicionamento. No aspeto prático adquire-se um conhecimento básico dos princípios gerais do Condicionamento Operante assim como a utilização do clicker como instrumento fundamental no moderno treino científico canino. Resumindo, o formando fica perfeitamente preparado não só para poder treinar o seu cão positivamente mas tam-bém para compreender a sua linguagem, o seu carácter, a sua personalidade e o seu temperamento.

Módulo 1 (teórico)

1ª Parte - Conhecer o Aspeto Funcional do Cão

2ª Parte - O Carácter e o Temperamento num Cão

3ª Parte - A Comunicação Canina

4ª parte - Os Instintos

5ª Parte - Condicionamento Operante

6ª parte - Descobrir o Clicker

Estrutura Programática (resumida)

Módulo 2 (prático) 7ª Parte - O Adestramento em Obediência Social

8ª Parte - Motivar e Condicionar o Cão

9ª parte - Exercícios de Obediência Básica

10ª Parte - Sociabilização

http://formacaoccvl.weebly.com/curso-on-line-de-adestramento-positivo-canino.html

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Formamos:

Profissionais competentes...

… e donos responsáveis!

Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Características do Curso

Objetivos do Curso: Formar técnica e cientificamente através da aquisição de conhecimentos sobre a identifica-ção, diagnóstico, tratamento e prevenção dos Comportamentos anómalos, desviantes e patológicos dos cães que vivem integrados na sociedade humana. É um Curso abrangente uma vez que é transversal a todos os Problemas Comportamentais dos canídeos domésticos.

Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: +/- 3 meses ou 200 horas (varia em função da disponibilidade e da apli-cação do formando).

A quem é dirigido este Curso: Este Curso é dirigido a todos os Adestradores Caninos que sentem dificuldades na interpretação e tratamento destas patologias cada vez mais presentes na interação dos cães com os seus donos e o meio envolvente. Mas também a todos os interessados na temática do Comportamento Canino e nas alterações causadas por via da domesticação.

Perspetival de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/científica e conheci-mento profundo de todos os mecanismos ligados ao processo de interpretação, diagnóstico, tratamento e preven-ção das Patologias do Comportamento. No final do mesmo, o formando fica em condições de, conscientemente, resolver todos os problemas ligados à área Comportamental.

Tema 1 - Como Funciona um Cão Tema 2 - O Carácter Tema 3 - O Temperamento Tema 4 - A Comunicação Canina Tema 5 - Os Instintos Básicos de Sobrevivência Tema 6 - Os Condicionamentos Tema 7 - As Agressividades Tema 8 - Ansiedade por Separação

http://formacaoccvl.weebly.com/curso-de-psicologia-canina.html

Estrutura Programática do Curso (Resumido)

Tema 9 - Síndrome de Disfunção Cognitiva Tema 10 - Fobias Tema 11 - Manias Maternais Tema 12 - Hiperatividade e Hiperexcitabilidade Tema 13 - Comportamentos estereotipados Tema 14 - Ingestão Inadequada Tema 15 - Eliminação Inadequada