4 - apostila - fundamentos da educação

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  • 8/20/2019 4 - Apostila - Fundamentos Da Educação

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    FCE - FACULDADE CAMPOS ELÍSEOSNÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO

    FCE –  Faculdade Campos ElíseosNúcleo de Pós Graduação em EducaçãoRua Vitorino Carmilo, 644 –  Bairro de Campos ElíseosSão Paulo / SP - CEP. 01153-000Telefones: 11-3661-5400

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     Parte integrante da apostila deFundamentos da Educação

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     Parte integrante da apostila deFundamentos da Educação

    Capitulo I  – Fundamentos da Educação no Brasil

    1.1- A Educação como Base da Democracia

     A proposta da Educação como base da democracia, exigiu da sociedade, compreender melhor

    o conceito de “direito à educação”, que o mesmo, originou-se da questão do “direito” existente

    na rotina da prática social do cidadão.

    Para refletir sobre a prática social, precisamos elencar alguns fatores que influenciaram o

    direito do individuo em exercer sua cidadania como: a prática da leitura e da escrita.

    Sabendo-se que permanece um índice de analfabetismo relevante no Brasil, o sujeito

    alfabetizado- não alfabetizado, incluso-não incluso, enfim, todos possuem direito, porém as

    condições sociais daquele que é escolarizado o acesso ao bem patrimonial cultural, social que

    a sociedade oferece são mais accessíveis, daqueles que são considerados não escolarizados.

    Essas contradições são nítidas no campo educacional. O ato de saber ler e escrever

    desempenha o papel social do individuo na sociedade que pertence.

    Numa sociedade capitalista o lugar social do individuo são decisórios para definir o seu papel

    na sociedade, que considera status um privilégio que hierarquizam no mesmo modelo social

    que convive, tanto o analfabeto como o alfabetizado.

    Na história da educação brasileira, percebe-se o modo mais variado que o direito á educação

    veio sendo conquistado, revelando grandes defensores no campo educacional como: Anísio

    Teixeira, Darcy Ribeiro, Paulo Freire entre outros.

    Do ponto de vista de Anísio Teixeira, ao defender a democracia, não podia considerar as

    condições precárias do sujeito pobre, e sim a omissão dos representantes governamentais na

    renovação das condições sociais e escolares, atuando em aprimorar ações educativas dascrianças pertencentes às classes populares precárias e dotar a escola pública de ensino de

    qualidade.

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    1.2 - Fundamentos da Educação e a UNESCO

    A história da UNESCO, uma instituição com mais de meio século de

    existência, tem se caracterizado fundamentalmente por uma incessante

    luta pela democratização dos conhecimentos produzidos historicamente

    pela humanidade.

     A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), revelouque por meio da generalização do conhecimento compreendendo as áreas da Educação,

    Ciência e Tecnologia, Cultura e Comunicação, a humanidade poderá atingir padrões aceitáveis

    de convivência humana e de solidariedade.

    Tal missão não poderia ser cumprida sem que se colocasse como pressuposto orientador da

    política dos Estados-Membros, que integram a Organização, o combate à ignorância e a

    universalização do acesso de todos ao conhecimento disponível.

    Não são novidade nem segredo que a Educação é importante para o

    desenvolvimento de um país. No entanto, jamais levamos a sério. Deitado

    em berço esplêndido, tendo Deus como conterrâneo, achamos que era só

    investir em maquinaria e estradas. Adotamos um modelo em que bastava

    que um ou outro visse luzes e guiasse os demais. Até que deu certo, por um

    tempo. Na verdade, podemos dizer que o milagre brasileiro foi haver

    chegado tão longe em seu desenvolvimento com tão pouca educação.

    (CASTRO, p.21, 2007).

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    Desse modo, a UNESCO prega uma conquista na cultura de paz que busca a “Educação”

    como um direito. É por intermédio da educação que reside à esperança de formação dementes verdadeiramente democráticas. Sob esse aspecto, a Declaração Universal dos Direitos

    Humanos assinada em 1948, em seu Artigo 26, estabelece que toda pessoa tem direito a

    educação.

    De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a educação deve ser inspirada

    nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tendo por finalidade o pleno

    desenvolvimento da personalidade humana, o fortalecimento do respeito pelo direito humano e

    pela liberdade. Devendo, promover a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as

    nações e os grupos religiosos e raciais.

    O desenvolvimento de uma cultura de paz, todavia, por meio de amplo acesso ao

    conhecimento, só poderá ser atingido mediante um processo educacional que valorize o

    individuo em sua totalidade. A valorização do individuo, por sua vez, implica o reconhecimento

    do outro, que não pode ser concebido a priori como objeto, o que seria uma forma de

    colonialismo.

    Em adição, acrescente-se que, “como a solidariedade é uma forma de conhecimento que se

    obtém por via do reconhecimento do outro, o outro só pode ser reconhecido como produtor de

    conhecimento”, o que significa um profundo respeito aos saberes, á inteligência e à cultura do

    povo.

     A UNESCO esteve sempre atenta a essa orientação, procurando de forma contínua impregnar

    suas politicas educativas de um profundo respeito pelo ser humano, um respeito não

    colonialista. Essa postura é importante devido à enorme desigualdade entre as nações, aos

    elevados índices de violência e á persistência de diferentes formas de discriminação.

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     A ideia de democratização de conhecimento defendida pela UNESCO está vinculada á

    emancipação da pessoa e ao autodesenvolvimento sustentável dos diferentes povos e culturasem todo o mundo.

     Assim, a alta tecnologia só anda com altos recursos humanos.

     As grandes empresas como IBM, SHELL e Motorola gastam até 10% da

    sua folha de salário em treinamento de pessoal. Uma empresa de alta

    tecnologia, bem conhecida, afirmou que gastava até 20%. Perguntamos a

    um executivo dessa empresa: por que tanto? A resposta veio à queima

    roupa: se gastarmos menos, seremos engolidos pela IBM! O orçamento da

    IBM para treinamento é maior. (CASTRO, p.29, 2007).

    Nota-se que para a implementação da inovação tecnológica são necessários os conhecimentos

    de níveis mais elevados de escolaridade.

     A inovação requer capacidade para aprender a lidar com o diferente e com atitudes mais

    condizentes com relação à mudança. Então, a contribuição do ensino é fundamental.

    Nesse amplo universo de iniquidades, um dos maiores desafios do milênio são os números

    expressivos de analfabetos e isso para não dizer dos analfabetos funcionais e da grande

    insuficiência de escolaridade que atinge a maior parte da população mundial.

    1.3 –

     A ineficiência e a iniquidade dos gastos educativos no Brasil

    O Brasil é um dos países que mais aplica na educação, porém aplica-se muito mal. No

    Nordeste do Brasil, por exemplo, havia mais professores contratados lidando com a burocracia

    da educação, daqueles que estavam lecionandos. Portanto, se aplicássemos os recursos

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    financeiros daqueles que não estavam lecionandos para pagar melhor os que estavam

    certamente, a qualidade de ensino seria melhor.

    Reiterando o parágrafo acima no que diz á respeito dos recursos financeiros da educação no

    Brasil, o autor (CASTRO p.41,2007) relata que, “a nossa administração escolar é catastrófica”. 

    Este pensamento nos faz entender, que o percurso dos recursos financeiros aplicados na

    educação se dividem em vários caminhos, ou até mesmo, empecilhos, como buracos que

    impedem ou tardia a sua chegada até o destino denominado ESCOLA.

    Podemos notar, então, que a estrutura dos nossos gastos com a educação é muito distorcida.

     Assim também, como em muitos outros países pobres, as diferenças entre custo por aluno no

    nível básico e no nível superior são enormes.

    1.4 - O Caráter mundial da crise em Educação

     Assim sendo, paralelamente ao desenvolvimento de suas políticas e programas de ação, a

    UNESCO se propôs a construir e a desenvolver uma reflexão mais madura sobre as bases nas

    quais deveria se assentar uma política de educação que levasse em conta as contingências e

    idiossincrasias do cotidiano das pessoas, os dados das diversas realidades e apontasse

    alternativas em direção ao exercício pleno da cidadania em diferentes condições e cenários da

    sociedade.

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    Em seguida, a UNESCO, percebendo a dimensão internacional da crise da educação, daria

    inicio a um esforço sistemático para obter não apenas uma visão panorâmica da crise, como

    também para encontrar alternativas com vistas à redução do déficit educacional, sobretudo nos

    países pobres ou em desenvolvimento.

    1-Texto Complementar

    O Relatório FAURE

    Nessa direção, uma das primeiras iniciativas da UNESCO foi à elaboração do Relatório

    coordenado por Edgar Faure, em 1972, considerado um marco importante na história dopensamento educacional da Organização. Como bem salientou Faure na carta de

    apresentação do relatório ao Diretor-Geral da UNESCO, quatro postulados orientaram sua

    elaboração.

    1. A existência de uma comunidade internacional que, sob a diversidade de nações e de

    culturas, das opções politicas e dos níveis de desenvolvimento deve buscar

    solidariedade e a unidade de aspirações;

    2. A crença numa democracia concebida como o direito de cada ser humano se realizar

    plenamente e de participar na edificação de seu próprio futuro;

    3. O desenvolvimento que deve ter por objetivo a expansão integral das pessoas em toda

    a riqueza e a complexidade de suas expressões e compromissos;

    4. Uma educação formadora das pessoas, cujo advento se torna mais necessários à

    medida que coação sempre mais dura separa e fragmenta cada ser. Trata-se então de

    não mais adquirir, de maneira exata, conhecimentos definitivos, mas de preparar para

    elaborar ao longo de toda a vida, um saber em constante e evolução e de aprender a

    ser.

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     A Comissão Internacional para o Desenvolvimento da Educação presidida por

    FAURE foi constituída em 1971 e concluiu seus trabalhos em março de 1972. O Relatório Final

    foi resultado de amplos estudos conduzidos, incluindo o envio para todas as regiões do mundode missões especiais para proceder à troca de ideias, visitas e reuniões com inúmeras

    instituições educacionais, estudos de documentos pertinentes e entrevistas com diversos

    especialistas de credibilidade internacional. Ao mencionar a metodologia de trabalho da

    comissão, temos em vista chamar a atenção para o rigor com que a UNESCO empreende

    tarefa de tal magnitude.

    Em que pese o fato de estar o Relatório Faure próximo de seu 30º aniversário, não

    se pode deixar de reconhecer que muitas de suas afirmações foram antecipadoras e

    permanecem de grande atualidade. O Relatório chamou a atenção, por exemplo, para a

    importância das tecnologias educativas que poderiam provocar verdadeira revolução

    intelectual, facilitando a função libertadora da escola. Além disso, sublinha-se, uma das

    grandes contribuições desse Relatório refere-se à educação permanente e ás cidades

    educativas. Diz o Relatório:

     A partir de agora, a educação não se define mais em relação a um conteúdo

    determinado que se trate de assimilar, mas concebe-se, na verdade, como um processo de ser

    que, através da diversidade de suas experiências, aprende a exprimir-se, a comunicar, a

    interrogar o mundo e a tornar-se sempre mais ele próprio. A ideia de que o homem é um ser

    inacabado e não pode realizar-se senão ao preço de uma aprendizagem constante, tem sólidos

    fundamentos não só na economia e na sociologia, mas também na evidência trazida pela

    investigação psicológica. Sendo assim, a educação tem lugar em todas as idades da vida e na

    multiplicidade das situações e das circunstâncias da existência. Retoma a verdadeira natureza

    que é ser global e permanente, ultrapasse os limites das instituições, dos programas e dos

    métodos que lhe impuseram ao longo dos séculos.

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    O postulado de educação para todos ao longo da vida (lifelong education), defendido

    pelo Relatório daria origem a sucessivos estudos e, aos poucos, ele foi sendo adotado pelos

    países, como também se faria presente nos principais documentos de orientação da UNESCO

    (Relatorio Jacques Delors, Declaração de Hamburgo e declaração Mundial sobre a Educação

    Superior para o Século XXI, entre outros).

    O pressuposto tanto biológico quanto filosófico de que o homem é um ser

    inacabado, obriga-o a “aprender constantemente para sobreviver e evoluir”. 

     As implicações desse postulado para a educação são incomensuráveis, já que a

    instituição escolar não será mais o único local de aprendizagem, mas toda a sociedade. Disso

    deriva o outro eixo inovador importante do Relatório Faure, que é a ideia de cidades

    educativas.

    Para Gadotti, cidade educativa é a relação entre “escola cidadã” e “cidade

    educadora” encontra-se na própria origem etimológica das palavras “cidade” e “cidadão”.

     Ambas derivam da mesma palavra latina “civis”, cidadão, membro livre de uma cidade a que

    pertence por origem ou adoção, portanto sujeito de um lugar, aquele que se apropriou de um

    espaço, de um lugar. Assim, cidade  (civitas) é uma comunidade política cujos membros, os

    cidadãos, se autogovernam e cidadão é a pessoa que goza do direito de cidade. Hoje

    denominamos esse fato de “escola cidadã” e “cidade educadora”.

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     A ideia e o projeto de uma Escola Cidadã nasceram no Brasil, no final da década de

    80 e início da década de 92, fortemente enraizados no movimento de educação popular e

    comunitária que na década de 80 se traduziu pela expressão “escola pública popular”. 

    Para Gadotti (2003), o grande desafio da escola numa cidade educativa é traduzir

    esses princípios de respeito às diversidades do cidadão em experiências práticas inovadoras,

    em projetos para a capacitação cidadã da população, para que ela possa tomar em suas mãos

    os destinos da sua cidade. Diante dos novos espaços de formação criados pela sociedade da

    informação ela os integra e articula.

    Na sociedade do conhecimento a escola desenvolve o papel social que cria o

    conhecimento sem abrir mão do conhecimento historicamente produzido pela humanidade,

    uma escola cientifica e transformadora.

    Observe-se que o Relatório Faure procurou focar questões numa perspectiva de

    futuro de forma a poder se antecipar aos fatores, desse modo, prestar uma cooperação

    intelectual de qualidade a todos os Estados membros. Sem a UNESCO, dificilmente os países

    mais pobres teriam acesso a um conjunto de conhecimentos e reflexões considerados

    importantes para o avanço das politicas educativas.

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    Os eixos norteadores do relatório Faure- educação permanente e cidade educativa – 

    à medida que foram lançados e discutidos mundialmente, contribuíram para inúmeras

    aberturas do sistema educacional dos países, ajudando-os romper visões estreitas e

    conservadoras em matéria de politica educacional.

    Com base nos eixos norteadores anteriormente citados o Relatório Faure

    estabeleceu alguns princípios de politica educacional que, pela atualidade que possuem, torna-

    se oportuno destacá-los:

      Todo individuo deve ter a possibilidade de aprender por toda a vida;

      Prolonga a educação por todas as idades mediante a ampliação e diversificação da

    oferta, aproveitando todos os tipos de instituições existentes, educacionais ou não;

      Permitir a cada um escolher seu caminho mais livremente optando por métodos

    convencionais ou pelas diversas formas de autodidaxia;

      O sistema educativo deverá ser global e aberto para facilitar a mobilidade vertical e

    horizontal dos alunos;

      A educação pré-escolar (atual educação infantil) é essencial à politica educativa e

    cultural;

      O conceito de ensino geral deverá ser alargado de maneira a englobar efetivamente o

    domínio dos conhecimentos socioeconômicos, técnicos e práticos de ordem geral;

      No que diz a preparação para o trabalho, a educação deve formar não apenas para um

    ofício, como também preparar os jovens para se adaptarem a trabalhos diferentes à

    medida que evoluem as formas de produção. Em outras palavras, a educação deverá

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    facilitar a reconversão profissional.

      A responsabilidade pela formação técnica deverá ser partilhada pelas escolas,

    empresas e educação extraescolar; promover a diversificação das estruturas e dos

    conteúdos do ensino superior;

      A alfabetização deverá ser apenas uma etapa da educação de adultos;

      A nova ética da educação valoriza a autodidaxia, especialmente a assistida, de forma a

    fazer o individuo senhor e autor de sua educação;

      Efeito acelerador das novas tecnologias educativas constitui a primeira condição para a

    realização da maior parte das inovações;

      Tomar medidas nos planos legislativo, profissional, sindical e social a fim de reduzir ou

    abolir as distinções hierárquicas entre as várias categorias de professores ( professores

    de todos os níveis da educação).

      Cabe ao ensino adaptar-se aos alunos e não o aluno sujeitar-se às regras pré-

    estabelecidas;

      Os alunos jovens e adultos, devem poder exercer responsabilidades como sujeitos não

    só da sua própria educação, mas de toda atividade educativa, no seu conjunto.

    Permeando todos esses princípios destacava-se o principio diretor que daria nome ao

    próprio Relatório-Aprender a Ser. Como diz o Relatório, “o fim da educação é permitir ao

    homem ser ele próprio vir a ser”. 

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    Certamente, o contexto da época em que foi produzido o Relatório (início da década

    de 70) influenciou algumas de suas posições. No plano cultural e filosófico eram intensas as

    discussões em torno de algumas orientações antipositivistas como o existencialismo,

    marxismo, personalismo, entre outras e, no plano politico social destaca-se, a rebelião dos

    estudantes, em Paris, em 1968, bem como em outras partes do mundo... Edgar Faure tinha

    plena consciência disso.

    Do Relatório Faure ao Relatório Delors muita coisa mudou no panorama da

    educação mundial. Porém, foi enorme o progresso obtido na expansão de matriculas e os

    novos métodos pedagógicos generalizaram diversos graus do ensino de muitos países.

     Apesar desse progresso, a “geografia da ignorância” a que se referia Edgar Faure

    no prêambulo de seu Relatório, continuava a vitimar boa parte da população mundial. A

    diferença entre os países ricos e os países pobres seguia o curso da ampliação. Além disso,

    um acontecimento até certo ponto imprevisível haveria de dar novo rumo à politica e à

    economia em escala mundial.

    Diante do novo cenário que se desenhava, a UNESCO, seguindo sua tradição

    prospectiva e percebendo as implicações educacionais das mudanças sem precedentes que se

    operavam, cria, no ínicio de 1993, a Comissão Internacional sobre Educação para o século

    XXI, com o objetivo de dar um balanço das tendências educacionais face à rápida marcha do

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    processo de globalização.

    O presidente da comissão foi confiada a Jacques Delors que aperfeiçoou o modelo

    de atuação da comissão de Faure que partiu dos estudos do sentimento de desequilíbrio e se

    apoderou dos contemporâneos que se viam divididos entre a mundialização (busca de suas

    raízes e referencias) e o novo cenários da mundialização das atividades humanas e suas

    implicações para a politica educacional, estabelecendo alguns pilares para a educação no

    século XXI, como:

      Aprender Aprender;

      Aprender a Ser;

      Aprender a Conviver

      Aprender a Fazer

    Começa por admitir que a educação deva encarar o problema da globalização, pois

    na perspectiva de uma sociedade em escala mundial, com a missão, sem exceções, frutificar

    nos indivíduos os seus talentos e potencialidades criativos, o que implica, por parte de cada

    sujeito, a capacidade de se responsabilizar pela realização de seu projeto pessoal.

     A globalização chega com uma dimensão planetária, sendo considerado, um modelo

    difícil de decifrar e estabelece um clima de incerteza e apreensão, que torna mais hesitante a

    busca de uma solução dos problemas de escala mundial.

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    Eric Hosbawn, historiador inglês, escreveu no final do século XX, que não sabemos

    para onde estamos indo e adverte:

    Se a humanidade quer ter outro futuro reconhecível, não pode ser pelo prolongamento do passado ou

    do presente. Se tentarmos construir o terceiro milênio nesta base, vamos fracassar. E o preço do fracasso,

    adverte, ou seja, a alternativa para uma mudança da sociedade é a escuridão.

     A ideia do autor vem ao encontro de uma nova educação para o século XXI, tarefa

    que a UNESCO se propôs a um exercício permanente de reflexão. Surgindo, então, as

    seguintes indagações: quais os pressupostos orientadores de uma nova educação capaz de

    acelerar e qualificar o processo de universalização da cidadania, que constitui uma condição

    indispensável para o enfrentamento da crise da globalização? Em outras palavras: que

    educação poderá ajudar a construção de um novo paradigma da pós - modernidade, pois tudo

    indica que o próprio paradigma no qual se assentaram os progressos excludentes da

    modernidade ocidental também está em crise?

    Reiterando o parágrafo acima, o autor Boaventura Santos, relatou que esse

    desconforto que paira no ar, entre um tempo presente quase a terminar e um tempo futuro que

    ainda não começou; decorrem das promessas não cumpridas da modernidade como: à relação

    de igualdade, à liberdade e no que diz respeito à promessa de paz.

    É fato, que a situação dos países pobres ou em desenvolvimento, é cada vez mais

    difícil, sobretudo devido ao peso da dívida externa, à violação dos direitos humanos, como

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     Parte integrante da apostila deFundamentos da Educação

    (diversas formas de discriminação, trabalho infantil, violência sexual contra as mulheres,

    prostituição infantil, menino de rua, etc.).

     Assim, a UNESCO luta por uma cultura de paz com base no dado concreto e

    assustador de violência provocada, principalmente no século XX, aonde demonstraram um

    fracasso nítido a respeito das promessas de paz.

     A UNESCO, portanto, tem ciência que a educação não pode ser vista como

    estratégia salvadora, mas ela poderá contribuir para a compreensão dos indivíduos diante da

    complexidade do fenômeno mundial que estão presente na sociedade.

     A educação poderá proporcionar uma compreensão mais nítida dos acontecimentos

    que o mundo está transitando, por meio de comunicação social, oportunizando o indivíduo

    interagir com o seu meio ambiente, em busca de sua cidadania.

    É imprescindível, portanto, que o ensino estabeleça entre os indivíduos a construção

    do laço da solidariedade, por meio do diálogo,  com a diversidade cultural advindas de

    diferentes sociedades. Pode se dizer que, o diálogo é condição para construção de uma

    democracia da diversidade.

    Nessa perspectiva, a educação pode colocar-se como fator de coesão, procurando o

    respeito à diversidade cultural entre os indivíduos e o grupo social, evitando assim, qualquer

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    fator de exclusão social. A educação, afinal, visa à multiplicidade do talento individual

    promovido com a riqueza da expressão cultural dos vários grupos que compõem a sociedade.

    Reiterando o parágrafo acima com a ideia do autor, quando menciona, que a

    Educação, não faz milagre de consertar economias pobres, conflitos

    políticos e outras catástrofes sociais. Só funciona se houver um ambiente

    onde as pessoas possam usar produtivamente o que aprenderam na

    escola. (CASTRO,p.25, 2007)

    O papel da educação, não deve ser vista como um reboque do desenvolvimento

    econômico. E, sim, como uma educação a ser encarada no futuro, em dotar uma humanidade,

    que possua capacidade em dominar o seu próprio desenvolvimento.

    Considerando, assim, o próprio inacabamento do ser humano, o principal objetivo da

    educação é o constante desenvolvimento humano: cabendo-lhes o compromisso permanente

    em contribuir para o aperfeiçoamento dos indivíduos numa dimensão ética e solidaria de

    convivência com o outro.

    Os pilares do conhecimento propostos por Delors possuem imbrica mento lógico, de

    forma que não é possível pensá-los isoladamente. Na prática diária, eles interagem e se

    fundamentam numa concepção de totalidade dialética do individuo.

    Entretanto, a diversidade encontrada nos sistemas educacionais de um país para

    outro, transita em desafios encontrados na área da educação, como sintomas de uma únicafissura: o da desarmonia que existe entre os valores e as realidades de uma vida planetária em

    mutação.

    Para Nóvoa (2009), os professores reaparecem, neste início do século XXI, como

    elemento insubstituível não só na promoção da aprendizagem, mas também na construção de

    processos de inclusão que respondam aos desafios da diversidade e no desenvolvimento de

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    métodos apropriados de utilização das novas tecnologias.

    Isso significa que os pilares do conhecimento propostos por Delors, precisam sertrabalhados numa  perspectiva transdisciplinar, o que, entre si, implica em transformação da

    prática pedagógica.

     Atualmente, há uma discussão mundial em torno da construção de novos alicerces,

    sobre; como deverá ser construído o conceito de educação neste milênio.

     A UNESCO tem procurado incentivar estudos e reflexões nessa direção, pela

    consciência e pela importância da educação, nesse período de transição que estamos vivendo.

    Em 1999, a UNESCO solicitou a Edgar Morin expressar os seus ideais sobre os

    problemas fundamentais para a educação do milênio que se aproximava. O resultado foi à

    produção de um texto admirável, publicado no Brasil pela própria UNESCO, cujo título , Os Sete

    Saberes Necessários à Educação do Futuro.

    Para Morin, os sete saberes necessários fundamentais para à educação do futuro,

    são:

    1. As cegueiras do Conhecimento: o erro e a ilusão  – é impressionante que a educação

    que visa transmitir conhecimentos seja, cega quanto ao que são o conhecimento

    humano, seus dispositivos, enfermidades, dificuldades, tendências ao erro e á ilusão e

    não se preocupar em fazer conhecer o que é conhecer. O conhecimento do

    conhecimento é fundamental para enfrentar a tendência ao erro e á ilusão. O

    conhecimento não pode ser considerado uma ferramenta ready made. É preciso

    conhecer as disposições tanto psíquicas quanto culturais que conduzem ao erro e á

    ilusão.

    2. Princípios do Conhecimento Pertinente  –  a atual supremacia do conhecimento

    fragmentado impede operar o vínculo entre as partes e a totalidade. O conhecimento

    precisa apreender os problemas globais e fundamentais para neles inserir os

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    conhecimentos parciais e locais.

     Assim, é necessário ensinar os métodos que permitam estabelecer as relações mútuas

    e as influências recíprocas entre as partes e o todo em um mundo complexo.

    3. Ensinar a Condição Humana – o ser humano é a um só tempo físico, biológico, psíquico,

    cultural, social e histórico. Essa unidade complexa é tratada pela educação de forma

    desintegrada por intermédio das disciplinas. A educação deve fazer com que cada um

    tome conhecimento de sua identidade comum a todos os outros humanos. Assim, a

    condição humana deveria ser o objeto essencial de todo o ensino. É preciso reunir os

    conhecimentos dispersos nas ciências da natureza, nas ciências humanas, na literatura

    e na filosofia para obter uma visão integrada da condição humana.

    4. Ensinar a Identidade Terreno  –  o destino planetário do gênero humano é outra

    realidade-chave ignorada pela educação. É preciso ensinar a história da era planetária,

    que se inicia com o estabelecimento da comunicação entre todos os continentes no

    século XVI, e mostrar como todas as partes do mundo se tornaram solidárias, sem,

    contudo, ocultar as opressões e a dominação que devastaram a humanidade e que

    ainda não desapareceram. Será preciso indicar o complexo de crise planetária que

    marca o século XX mostrando que todos os seres humanos partilham de um destino

    comum.

    5. Enfrentar as Incertezas  –  a educação deveria incluir o ensino das incertezas que

    surgiram nas ciências físicas, nas ciências da evolução biológica e nas ciências

    históricas. Seria necessário ensinar princípios de estratégia que permitissem enfrentar

    os imprevistos, o inesperado e a incerteza. O abandono das concepções deterministasda história humana que acreditam poder predizer nosso futuro e o estudo dos grandes

    acontecimentos e desastres do nosso século deve incitar os educadores e prepara as

    mentes para esperar o inesperado, para enfrentá-lo.

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    6. Ensinar a Compreensão – a educação para a compreensão está ausente do ensino. O

    planeta necessita em todos os sentidos da compreensão recíproca. O ensino e a

    aprendizagem da compreensão pedem a reforma das mentalidades. Esta deve ser aobra para a educação do futuro.

    Daí deriva a necessidade de estudar a incompreensão a partir de suas raízes, suas

    modalidades e seus efeitos, como por exemplo, as causas do racismo, da xenofobia, do

    desprezo. O ensino da compreensão será a base para o desenvolvimento de uma

    cultura de paz.

    7. A Ética do Gênero Humano - a educação deve conduzir a “antropo-ética”, levando em

    conta o caráter ternário da condição humana, que é ser ao mesmo tempo

    indivíduo/sociedade/espécie. A ética indivíduo/espécie necessita do controle mútuo da

    sociedade pelo indivíduo e do indivíduo pela sociedade, ou seja, a democracia. Esse

    tipo de visão educativa conduz à cidadania terrestre. Todavia, a ética não pode ser

    ensinada por intermédio de lições morais. Seu ensino deve abarcar o desenvolvimento

    conjunto das autonomias individuais, das participações comunitárias e da consciência de

    pertencer à espécie humana.

     A educação deve permitir e ajudar o desenvolvimento da consciência de nossa

    Terra-Pátria devido ao próprio destino comum de todos nós.

     A missão de construir uma cultura de paz fez da UNESCO, desde sua origem (a

    mais de meio século), uma instituição ímpar no seio das Nações Unidas. Para cumprir esse

    mandato, a UNESCO sempre teve na universidade e instituição de educação superior um forte

    ponto de apoio, de cooperação e de solidariedade. Isso se explica pela afinidade de conteúdo,

    de intenção e propósito, pois tanto a UNESCO, quanto a universidade, cultiva o campo da

    educação, da ciência, da cultura e da luta comum, contra a pobreza, em prol da redução das

    desigualdades sociais.

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     Parte integrante da apostila deFundamentos da Educação

     A UNESCO busca uma educação para todos e não somente para uma parcela

    privilegiada da população. Portanto, o princípio da democratização do conhecimento e da éticafoi assumido desde a sua fundação.

    Na concretização desses ideais e dessas metas aprovadas pelo conserto das

    nações que integram a UNESCO, a instituição universitária e a comunidade acadêmica sempre

    se fizeram presentes, tanto no plano da produção de conhecimentos e dos debates sobre

    temas relevantes para a humanidade, quanto na divulgação e popularização dos saberes.

     A identidade entre a UNESCO e a instituição de ensino superior e de pesquisa, foi

    se consolidando na experiência de diversa parceria e no enfrentamento de problemas sociais e

    culturais em várias partes do mundo. Enquanto as universidades procuravam gerar

    conhecimentos sobre temas relevantes para o desenvolvimento humano, a UNESCO

    procurava, se especializar na política de intercâmbio e cooperação técnica, para colocar esses

    conhecimentos a serviço dos países mais necessitados.

     Após a Segunda Guerra Mundial, a universidade teve um papel importante de reunir

    esforços de cooperação para a implementação de programas e políticas de superação da

    pobreza.

    Pode se dizer que a universidade é a alma materna da UNESCO, pois o ensino

    universitário nunca foi desvinculado da questão mais ampla da política educacional. Portanto,

    não pode se pensar o ensino superior de forma isolada, como também não pode se pensar a

    politica educacional à margem das demais políticas de desenvolvimento.

     A UNESCO projetou como eixo norteador de programa de ação, o combate ao

    analfabetismo e assegurar a educação básica de qualidade para todos. Na década de 90,

    houve alguns avanços significativos no que se refere à meta de colocar todas as crianças nas

    escolas e de reduzir a taxa de analfabetismo.

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    Esses avanços não ocorreram de forma simétrica em todos os países. A educação

    como direito subjetivo está em plena ascensão em todo o mundo.

     A Declaração Mundial de Educação para Todos, foi um marco importante do direito

    á educação, realizada em 1990 na Conferencia de Jomtien, Tailândia, contando com a

    participação de Emília Ferreiro, que pontuou como proposta; ênfase na alfabetização dos

     jovens e adultos.

    Outro marco significativo foi a Declaração de Hamburgo em 1997, que reafirma o

    compromisso de eliminar o analfabetismo e assegurar a educação para todos ao longo de toda

    a vida. Nesse período a Recomendação de Seul, reconheceu o direito de educação técnica e

    profissional para todos.

     A UNESCO procurou intensificar os estudos do ensino superior para receber os

    impactos decorrentes da expansão na educação básica.

    Em virtude disso, a Comissão da UNESCO para a educação do século XXI,

    compreendeu que seria indispensável uma nova concepção de educação, que pudesse

    enfrentar os desafios, e descobrisse e fortalecesse o potencial criativo oculto dentro de cada

    um de nós.

    Portanto, o próprio Relatório de Delors foi intitulado Educação: um tesouro a

    descobrir. Isto supõe que se ultrapasse a visão puramente instrumental da educação,

    considerada como a via obrigatória para obter resultados (saber fazer), e se passe a considerá-

    la em toda a sua plenitude: realização da pessoa que, na sua totalidade (aprende a ser).

    O Relatório chama a atenção para a necessidade de todas as universidades se

    tornarem “abertas”   e oferecer a possibilidade do ensino a distância ao longo da vida.

    Reconheceu, ainda, a missão e a responsabilidade das universidades na participação dos

    grandes debates relacionados com a concepção e processo de transformação da sociedade.

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    Em termos de cooperação internacional, o Relatório de Delors defende que as

    instituições de ensino superior estão bem aparelhadas para explorar o fenômeno da

    mundialização, e, sanarem o déficit de conhecimento e alavancarem o diálogo entre os povos eentre as culturas. A concentração de pesquisa e os meios ligados à ela nos países da

    Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), constituem o

    desenvolvimento sustentável nos países menos avançados economicamente. Em decorrência

    disso, a Comissão advoga a livre circulação de pessoas e a partilha de conhecimentos

    científicos.

    Respeitando devidamente as normas de propriedade intelectual, as universidades e

    os governos dos países “ricos em saber” deveriam esforçar -se por todos os meios para

    aumentar o potencial e a capacidade de acesso à informação das regiões mais pobres do

    mundo.

    O Informe final refere-se um novo tipo de cooperação internacional ,que busca

    potenciar as condições endógenas do desenvolvimento, estabelecer fórmulas operativas que

    nascem da prática da cooperação e procura situar a universidade no contexto de um horizonte

    obscurecido pela pobreza, o desemprego, a desigualdade de acesso à saúde e à educação, a

    violência e a destruição do meio ambiente.

    Para enfrentar esse desafio, a autonomia constitui uma condição indispensável para

    que a universidade possa responder com pertinência à demanda dos diversos setores sociais.

    Por sua vez, a Declaração sobre a Educação Superior na América Latina e no

    Caribe, pautando-se pelas conclusões do Informe Final, configura-se como um compromisso

    moderno que destaca a importância da qualidade, da avaliação permanente e da gestão ágil e

    flexível.

     A Declaração, ainda, recomenda a promoção de processos de integração regional, e

    procura situar a integração cultural e educativa como base da integração econômica. A

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    abordagem interdisciplinar dos problemas é indispensável para essa integração.

    Por último, a Declaração destaca que o apoio público continua a ser indispensável.Reconhece, no entanto, que os desafios existentes precisam da cooperação de toda a

    sociedade-governo, setor produtivo, sociedade civil organizada e os organismos internacionais.

    O resultado final da Conferência foi a Declaração Mundial sobre a Educação

    Superior no Século XXI, que destaca como pontos principais a missão e o dever de:

      Educar, formar e realizar pesquisas com observância de garantir alta qualidade. Deverá

    oferecer uma ampla gama de ofertas e opções e assegurar a educação permanente,

    como também difundir conhecimentos e contribuir para a preservação e difusão das

    culturas nacionais, regionais, internacionais e históricas, num contexto de pluralismo,

    diversidade cultural, consolidação dos direitos humanos e desenvolvimento de uma

    cultura de paz.

      Submeter todas as suas atividades às exigências da ética e do rigor científico e

    intelectual.

      Assegurar a igualdade de acesso com base no artigo 26(§1º) da Declaração Universal

    dos Direitos Humanos que enfatiza o mérito e combate à discriminação.

      Eliminar da educação superior todos os estereótipos com base no gênero, que muitas

    vezes impedem a plena participação das mulheres.

      Promover o avanço do conhecimento por meio da pesquisa, que constitui uma função

    essencial de todos os sistemas de educação superior.

      A inovação, a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade devem ser fomentadas e

    reforçadas pela política de incentivo à pesquisa.

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      Cuidar da relevância da educação superior, que deve ser avaliada em termos do ajuste

    entre o que a sociedade espera das instituições e o que estas realizam.

      Ampliar a contribuição da educação superior para o desenvolvimento do sistema

    educacional como um todo, especialmente por meio da melhoria da formação do

    pessoal docente.

      Fortalecer a cooperação com o mundo do trabalho e analisar e prevenir as

    necessidades da sociedade. O desenvolvimento de habilidades empresariais e o senso

    de iniciativas devem tornar-se preocupação permanente da educação superior, visando

    facilitar a empregabilidade dos formandos. Diversificar e ampliar a igualdade de

    oportunidades.

      Formar estudantes que sejam cidadãs e cidadãos bem informados e motivados,

    capazes de pensar criticamente e de analisar os problemas da sociedade e de procurar

    soluções para eles.

      Estabelecer politicas transparentes em relação ao pessoal docente e aos estudantes.

      Criar no que se referem à avaliação da qualidade, instâncias nacionais independentes e

    definir normas comparativas de qualidade reconhecidas no plano internacional.

      Assumir lideranças no aproveitamento das vantagens e do potencial das novas

    tecnologias de informação e comunicação, cuidando da qualidade e mantendo níveis

    elevados nas práticas e resultados da educação. Participar da constituição de redes que

    possam favorecer a transferência de tecnologias. Seguir de perto a evolução da

    sociedade do conhecimento e considerar as novas possibilidades abertas pelo uso das

    tecnologias da informação e comunicação.

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      Reforçar o financiamento e a gestão da educação superior.

      Fomentar a cooperação Norte Sul com vistas a se obter o financiamento necessário para

    fortalecer a educação superior nos países em desenvolvimento. Adotar uma politica de

    financiamento que considere que a educação superior precisa tanto de recursos

    públicos quanto privados.

      Compartilhar conhecimentos teóricos e práticos entre países e continentes. O princípio

    da solidariedade e de uma autêntica parceria entre as instituições de educação superior em

    todo o mundo.

      Formular uma politica de cooperação internacional que evite a perda de quadros e de

    talentos científicos.

      Estimular a parceria com base em interesses comuns, respeito mútuo e credibilidade. A

    parceria pode ser matriz estratégica para a renovação da educação superior.

    O Brasil tem procurado reconstruir a sua política educacional para atender e adaptar

    às novas circunstâncias da conjuntura internacional. Atualmente, em relação ao ensino

    superior, a expansão de matrículas vem ocorrendo em ritmo acelerado.

    Nas últimas três décadas, o Brasil, conseguiu edificar um reconhecimento da

    (MERCOSUL e da América Latina) do sistema de pós graduação e pesquisa, desempenhando

    um papel relevante em termos de renovação da educação superior.

    Finalizando, um dos pontos centrais da cooperação da UNESCO será o de promover a

    mobilidade acadêmica internacional, como forma de avançar e compartilhar o conhecimento,

    tendo em vista, o surgimento e á promoção da solidariedade como um elemento fundamental

    da futura sociedade do conhecimento

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    Capitulo 2 - Educação Proletarizada

    Nas últimas décadas o trabalho docente sofreu e vem sofrendo, uma subtração

    progressiva de uma série de fatores que conduzem os professores à perda da autonomia, por

    isso, o termo proletarização1, é o que melhor explicita este processo.

    Pode se dizer que o professor será autônomo quando a escola for autônoma, ou

    seja, quando tanto o professor quanto a escola forem realmente os idealizadores das práticas

    educativas, que vise à melhoria real do ensino e não apenas uma simples troca de

    responsabilidade.

    2.1  – Uma Reflexão da Prática Docente

    O saber que a prática docente espontânea ou quase espontânea

    “desarmada”, indiscutivelmente produz é um saber ingênuo, um saber de

    experiência feito, a que falta a rigorosidade metódica que caracteriza a

    curiosidade epistemológica  do sujeito. Este não é o saber que a

    rigorosidade do pensar certo procura. (FREIRE, p.39,2011).

    Para Freire, ensinar exige uma reflexão crítica sobre a prática educativa. Por isso é

    fundamental a fo rm ação perm anen te   dos professores. É necessário que o educador reflita

    criticamente sobre sua ação praticada de ontem ou de hoje para que se possa melhorar o de

    amanhã.

    Reiterando o parágraf o acima, DEMO (2012), diz que; “Professor é profissional da

    aprendizagem” .

    1 Proletarizado: 1.Classe de trabalhadores livres assalariados na sociedade técnica industrial (Karl Marx).2. A

    classe dos indivíduos, em uma comunidade, que para seu sustento dependem do produto do trabalho regular ou ocasional;classe operária. (Dicionário Completo da Língua Portuguesa, p.741; melhoramentos; 1994)

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     Parte integrante da apostila deFundamentos da Educação

    Para os autores (DARLING-HAMMOND, 2010; RAVITCH, 2010 apud DEMO, 2012),

    “a pedagogia é considerada curso modelo, porque é nele que se define o que é aprender;

    deve, por consequência ser o curso exemplar em termos de aprendizagem; longo, exigente ecientifico”. 

    Na universidade, no entanto, não se exercita este profissionalismo, porque muitas

    vezes a própria universidade não é profissional.

    Pedagogia e licenciatura carecem serem cursos atualizados e

    atualizadores, pedagógica e tecnologicamente corretos Pedagogicamente

    corretos, no sentido de incorporarem à perfeição possível o desafio de

    aprender bem. Tecnologicamente corretos, no sentido de enfrentarem os

    desafios dos ambientes virtuais de aprendizagem, cada vez mais, preferidos

    pela nova geração. (DEMO; p.65, 2012).

    Portanto, a formação permanente, é direito de o professor continuar estudando na

    escola. No entanto, estamos atrelados numa indústria nacional de “semanas pedagógicas”

    que repercute o mesmo caráter de instrução escolar.

     Assim, a complexidade de compreensão do funcionamento escola-professor,

    professor-aluno, surge à necessidade da exploração do universo escolar e suas engrenagens,

    para dar foco ao que realmente representa a importância na educação. A relação professor-

    escola-aluno trata-se de um trabalho coletivo e não individual, e, é desse trabalho que se

    constrói o ensino, tendo compreendido que o professor é o mediador do conhecimento entre

    escola-aluno-sociedade.

     A partir dessa compreensão se faz necessário uma convergência de objetivo e

    trabalho conjunto professor-escola-aluno, pois, isso exige do professor um senso de autonomia

    e responsabilidade profissional, o que requer refletir em sua pratica docente; no estudo da

    elaboração de conteúdos a serem aplicados, além do comprometimento pessoal com o

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     Parte integrante da apostila deFundamentos da Educação

    trabalho a ser desenvolvido.

    Porém, o objetivo a ser cumprido pela instituição escolar, deverá estar de acordocom as normas estabelecidas pelos dirigentes governamentais, e a escola com o seu corpo

    docente, criará seu método e finalidade para atender a sua comunidade local.

    Devemos, porém, levar em consideração que a escola de hoje, não é a mesma de

    ontem, pois antigamente as famílias, igrejas e escolas interagiam trazendo o aluno a educação

    social, moral e escolar de maneira dosada em cada ambiente, e o que vemos atualmente,

    devido á evolução da sociedade, que essas funções passaram a ser delegadas apenas ao

    ambiente escolar, acarretando a necessidade de reestruturação da instituição educacional.

    Por isso é que, na formação permanente dos professores, o momento fundamental é

    o da reflexão critica sobre a prática educativa.

    Reiterando o parágrafo acima, Freire (2011) diz que, “Não há ensino sem pesquisa e

    pesquisa sem ensino”. 

    Para Freire, o professor deve ser pesquisador, pois, faz parte da natureza da prática

    docente a indagação, a busca e a pesquisa. Diante disso, pode possibilitar o professor em sua

    formação permanente, o ato de se perceber e de se assumir como professor e como

    pesquisador.

    2.2- Aprender é construir

     A aprendizagem contribui para o desenvolvimento do ser humano, quando este, é

    capaz de elaborar uma representação pessoal sobre um objeto de estudo que pretendemos

    aprender.

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    Essa elaboração implica aproximar-se do objeto de estudo, a partir de experiências,

    interesses e conhecimentos prévios que façam que nós percebêssemos os nossos

    significados, diante de um novo conhecimento a ser descoberto.

     Assim, podemos dizer que estamos aprendendo de forma significativa, pois não é

    um processo de acumulação de novos conhecimentos, e sim, um processo de integração,

    modificação e significado próprio que estabelece relação de coordenação de esquema de

    conhecimento, já conhecido, e a organização que varia em vínculo a cada aprendizagem que

    realizamos.

    Reiterando o parágrafo acima com a ideia do autor, que:

    Hoje nada garante o sucesso do trabalho docente, se os professores não

    superarem as suas crenças e se dedicarem ao fazer pedagógico que leve o

    aluno a experimentar outro comportamento diante dos objetos de ensino. As

    crenças são faculdades que os docentes internalizam antes mesmo de se

    tornarem professores, ainda como alunos. São de caráter pessoal,

    emocional e se articulam como um sistema hierárquico de filtragem sobre o

    que é verdadeiro no ensinar e no aprender. (CAMPOS, p.43, 2007).

    Logo, pode-se compreender que existe na docência uma dimensão implícita da ação

    pedagógica, que o professor, ao assumir a docência, traz consigo elementos enraizados que

    muitas vezes interferem na sua prática.

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     Parte integrante da apostila deFundamentos da Educação

     Assim, a ação docente, necessita compreender as crenças dos professores e propor

    novas modificações nas vivências e experiências de vida, que possibilitem conscientizar desuperarem o saber fazer pedagógico e no domínio dos conteúdos das disciplinas, objeto de

    docência que lecionam, a serem aplicados como objeto de estudo. Proporcionando, portanto, a

    autorreflexão sobre a ação docente na análise da convicção profissional dos professores,

    construindo a identidade docente por meio da finalidade educativa e pela autonomia

    profissional.

    2.3 - A aula e a sala de aula

    Pode se dizer que a aula é um momento único. É o momento que o professor

    transforma pedagogicamente os processos conscientes, na sua ação prática, a disciplina

    enquanto conteúdo a ser comunicado. O professor comunica o conteúdo que pode se tratar de

    um conteúdo científico ou não, mas a sua ação em si, limita-se muitas vezes numa atitude

    dialógica.

    É complexo, o trabalho docente, porém é interativo e prático, uma vez que, asrelações entre os sujeitos professor-aluno, se estabelecem em forma dialógica em torno do

    processo de ensino aprendizagem.

    Portando, para (CAMPOS; p.39, 2007), “esse mister que se faz pela relação entre

    professor, conhecimento e aluno, mediada pelo diálogo numa interação de subjetividades em

    que se forjam os sentidos, identidades, crenças, afetividades e, por que não dizer, sentimento

    de comunidade.” 

    Nesse sentido, pode se dizer que há uma relação pedagógica que se constitui numa

    relação de respeito mútuo, cooperação, socialização e colaboração entre os seres humanos

    que permite compartilhar ideias, emoções e etc.

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     Parte integrante da apostila deFundamentos da Educação

     A aula se faz, marcada por um contexto, situada por determinadas

    circunstâncias, nas quais o saber e o conhecimento se constroem

    coletivamente no exercício de fazer a aula. (CAMPOS; p. 39, 2007).

     A sala de aula é o espaço que demarca a área predileta da prática docente.

    Digamos que seja o marco situacional do oficio do professor na sua ação docente: dar-se aula.

    Há pessoas que acreditam que, nesse local, o trabalho docente é valorizado pelo

    seu reconhecimento em fazer a aula em sala de aula. Assim, revelando que a sala de aula é

    um local histórico que se escoram as singularidades humanas e se constroem as diversas

    pluralidades. Isto é, um lugar onde se tece a elaboração do eu e do outro, dentro de um

    contexto de vivências, tempos e de movimentos.

    É comum, ouvirem os professores e até mesmos os alunos, “a minha sala de aula”,

    referindo-se a um pertencimento simbólico.

    O fato de a sala de aula existir como lugar de aprendizagem não significa que a

    tarefa da educação escolar deve se limitar a quatro paredes. Isso implica numa atitude de

    mudança de paradigma, diante da visão do professor, para os novos desafios encontrados na

    educação e no ensino.

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    2- Texto complementar :

    Um apagão na educação!Jussara Hoffmann- setembro/2007

    Todo país sofre com o caos dos aeroportos brasileiros e com os recentes e trágicos acidentes

    e aviação. Os familiares das vítimas repetem a mesma pergunta a quem os tenta consolar:

    “Quantas pessoas mais precisarão morrer para que as autoridades tomem as providências

    necessárias”? Um experiente comandante de voos internacionais, em entrevista à televisão,

    afirmou que são três os fatores responsáveis por acidentes aéreos: falha humana, falha de

    equipamento, más condições ambientais. Em geral, os acidentes ocorrem porque os três

    fatores se fazem presentes em determinadas circunstâncias.

    Numa triste associação, retomo, nesta matéria, caos semelhante em que vive a escola pública,

    um verdadeiro “apagão na educação”. Pergunto-me a que nível de degradação das escolas

    precisará chegar até que governantes e políticos acionem as devidas e serias providencias.

    Há muitos anos, os três fatores citados acima se fazem presentes na escolarização pública

    provocando o caos na educação: falta de professores, desvalorização e má qualificação

    docente (falha humana); falta de escolas e/ou escolas sucateadas com precários recursos

    materiais (falha de equipamentos); sala de aula superlotadas de alunos, e onde impera um

    ambiente de indisciplina, dispersão e violência entre estudantes (más condições ambientais).

    Nada se faz a respeito, ou pior, medidas governamentais contribuírem para que se torne cada

    vez mais trágica esta realidade. No Rio Grande do Sul, Estado que sempre primou pela

    qualidade do ensino, a mais recente determinação da Secretaria de Educação é a de unir

    turmas do ensino médio com menos de 30 alunos para formar classes de 50 alunos. Várias

    turmas foram canceladas a partir da medida e professores com contrato emergencial foram

    dispensados. Além disso, existem fortes possibilidades de as medidas serem estendidas para o

    ensino fundamental. A explicação: otimizar recursos humanos e materiais para pensar em

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    melhoria salarial dos professores. A verdadeira razão: despesa com pessoal e com encargos

    das escolas para reduzir a divida publica (a expectativa é de que mil turmas sejam extintas). O

    resultado: uma escola de faz-de-conta, cujo principio é o descaso pela efetiva formação morale intelectual dos estudantes, razões politicas e econômicas que desconsideram todo e

    qualquer fundamento pedagógico. É importante acrescentar que o parecer do Conselho

    Estadual de Educação também vale para a rede particular.

    Brasil na contramão da história? Na Alemanha, a média de alunos no ensino médio fica entre

    15 e 19 estudantes (entre 15 e 21 anos); em Cuba, país de melhor qualidade em educação da

     América Latina, a média é de 20 alunos; na Inglaterra é de, no máximo, 25 alunos. Apenas

    para citar alguns exemplos de países que primam pela exigência e competência pedagógica.

    Como farão os professores para acompanhar e atender de forma diferenciada 50 alunos em

    sala de aula? Se o processo avaliativo já é complexo, se os índices de reprovação/evasão na

    escola pública são preocupantes, a qualidade do ensino, com tais medidas, estará cada vez

    mais comprometida.

    Falta de controladores aéreos, pistas escorregadias, pilotos mal treinados, lotação em excesso

    nos aviões e aeroportos só impactou a população brasileira depois de resultar em muitas

    vítimas e desordem total nos aeroportos brasileiros.

     As vitimas da escola pública, infelizmente, são crianças e jovens adolescentes e familiares que

    não chegam a perceber ou reclamar a enorme e irrecuperável perda social com o descaso das

    autoridades pela educação nas últimas décadas. Enquanto, o discurso politico é de uma escola

    inclusiva, de mais verbas e planos mirabolantes do governo, a realidade é de abandono dos

    alunos nas escolas, de uma escola do anonimato, onde “todos” são sempre “todos”, pois não

    há possibilidade de acompanhamento da aprendizagem de cada um.

    Vivemos o apagão das escolas públicas. Sofremos e sofreremos seriamente as consequências

    sociais de não se tratar com urgência do caos que impera nas escolas- responsáveis pela

    educação da futura geração de brasileiros.

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    Capítulo 3  – Gestão educacional

    3.1  – Os desafios do cotidiano escolar

     A gestão educacional nos remete á necessidade de uma reflexão do programa

    político social e econômico do Brasil.

    No processo histórico de organização e reorganização da sociedade brasileira, o

    poder politico menciona um crescimento favorável da democratização do ensino.

    Sabendo que essa democracia, foi conquistada a duras penas, pois um país, que foimarcado por fortes traços de autoritarismo como o regime escravocrata, as relações de poder

    democratizadas, vem se aperfeiçoando como o respeito à cidadania que, ainda, disputa

    diariamente com as políticas conservadoras existente no Brasil.

     Assim, a escola como instituição social que interage com a sociedade, encontra-se

    nesse contexto e tem o seu cotidiano permeado por práticas e teses autoritárias.

     A discussão sobre a gestão democrática da educação se insere na luta pela

    democratização da sociedade que, hoje, se encontra em vigência de uma politica neoliberal.

    O termo gestão está associado aos paradigmas que fundamentam as

    mudanças conservadoras na forma de pensar a sociedade e a gestão

    educacional. A estratégia usada tem até a aparência de novas politicas para

    melhorar a educação, mas a essência do discurso é facilmentedesmistificada se questionarmos o seu caráter público e democratizante e a

    sua perspectiva de inclusão social. (AGUIAR; FERREIRA; MELLO; p. 244,

    2001).

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     Parte integrante da apostila deFundamentos da Educação

     A Lei de Diretrizes e Bases de 9.394/96, não consagrou um Sistema Nacional de

    Educação, que vise um projeto articulado, unitário e orgânico de educação, entretanto, a escolapossui aparentemente um poder de autonomia, de caráter público, ao resolver problemas do

    cotidiano escolar encontradas na gestão escolar.

    Hoje, a escola, realiza vários projetos e programas que se mantém protegida pelo

    componente chamado de qualidade total , para ajustar-se a educação com ás necessidades do

    mercado.

    Essa lógica é avaliada por Pablo Gentili (1995) sob a alegação de três premissas da

    qualidade total:

     Que a educação não responde ás demandas e ás exigências do mercado;

     Que a educação deve responder e ajustar-se a elas;

     Que certos instrumentos científicos de mediação nos permitem indagar

    acerca do grau de ajuste/educação/mercado e propor os mecanismos

    corretivos apropriados.

    Então, os dados estatísticos, oriundos deste modelo, precisam ser questionados

    com rigorosidade da democratização do acesso e da permanência de “todos” na escola. 

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    3- Texto complementar

    Política Educacional brasileira

     As reformas educativas levadas a efeito em nosso país e nos outros países da América

    Latina desde o final da década de 70, com o objetivo de adequar o sistema educacional do

    processo de reestruturação produtiva e aos novos rumos do Estado, vêm reafirmando a

    centralidade da formação dos profissionais da educação.

    Neste contexto há propostas referentes para a Formação de Professores,

    fundamentados em projetos políticos e perspectivas históricas diferenciadas, o que faz com

    que a formação desses profissionais seja tratada ou como elemento impulsionado e

    realizado dessas reformas, ou como elemento que cria condições para a transformação da

    própria escola, da educação e da sociedade.

    No quadro das políticas educacionais neoliberais e das reformas educativas, a educação

    constitui-se em elemento facilitador importante dos processos de acumulação capitalista e em

    decorrência, a formação de professores ganha importância estratégica para a realização

    dessas reformas no âmbito da escola e da educação básica.

     A importância dada á questão da formação pelas políticas atuais tem por objetivo

    equacionar o problema da formação para elevar os níveis de “qualidade” da educação nos

    países subdesenvolvidos, qualidade que na concepção do Banco Mundial, é determinada por

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    vários fatores, entre os quais se situam o tempo de instrução, os livros didáticos e a melhoria

    do conhecimento dos professores (privilegiado a capacitação em serviço sobre a formação

    inicial e estimulando as modalidades à distância).

    Em nosso país a implementação dessas concepções via políticas de formação vem

    desde o final dos anos 80 e se consolida na década de 90, em decorrência dos acordos

    firmados na histórica Conferência de Ministros da Educação e de Planejamento econômico,

    realizado no México, em 1979, e na Conferência de Jontien, em 1990, na Tailândia. Como

    tentativa de responder á crise de acumulação do capitalismo, no sentido de “elevar o nível de

    satisfação das necessidades básicas de aprendizagem, pilar do plano de ação Educação Para

    Todos, que fundamentou, em nosso país, o Plano Decenal”. A “qualidade” da educação e da

    escola básica passa a fazer parte das agendas de discussões e do discurso de amplos setores

    da sociedade e das ações políticas do MEC, que busca a cooptação para criar consensos

    facilitadores das mudanças necessárias na escola básica e, principalmente, no campo de

    formação de professores. As concepções que orientam tais mudanças vêm sendo questionado

    ao serem confrontados com a produção teórica e prática da área educacional e do movimento

    dos educadores que desde o final dos anos 70, com o processo de democratização da

    sociedade, passa a colocar novas exigências para a melhoria da escola básica e para a

    formação de professores.

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    Capitulo 4  – Finalidades da Educação

     A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96, em seu Artigo 1º da

    Educação; relata:

     A Educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida

    familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e

    pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas

    manifestações culturais.

    Então, toda educação varia sempre em função de uma “concepção de vida”,

    refletindo, em cada época, a filosofia predominante que é determinada, a seu turno, pela

    estrutura da sociedade. É claro, que cada sociedade possui diferentes camadas e classes

    sociais com opiniões diferentes sobre a sua “concepção de mundo”. 

     A questão principal das finalidades da educação gira em torno de uma concepção de

    vida, de um ideal, a que devem conformar-se os educandos, e que uns consideram abstrato e

    absoluto, e outros, concreto e relativo, variável no tempo e no espaço.

    Por meio de diferentes civilizações, foi possível a evolução da educação que sempre

    nos mostrou um “conteúdo real desse ideal” de acordo com as tendências sociais da época,

    extraindo a sua vitalidade, como a sua força inspiradora, da própria natureza da realidade

    social.

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     Assim, se a educação esteve vinculada a uma filosofia de cada época, o caráter

    educacional define novas perspectivas ao pensamento pedagógico da nova educação, que

    contemple uma reação categórica, intencional e sistemática contra a velha estrutura

    educacional já vencida.

     A nova educação ampliando a sua finalidade para além dos limites das classes,

    assume, com uma feição mais humana, a sua verdadeira função social, preparando-se para

    formar “a hierarquia democrática” pela “hierarquia das capacidades”, recrutadas em todos os

    grupos sociais, a que se abrem as mesmas oportunidades de educação.

    Neste sentido, quanto mais solidariedade exista entre o educador e

    educandos no “trato” deste espaço, tanto mais possibilidades de

    aprendizagem democrática se abrem na escola. (FREIRE; p. 95, 2011).

    Então, a escola socializada é um fator relevante para a sociedade humana, pois,

    pode restabelecer entre os indivíduos, o espírito de disciplina, de solidariedade e de

    cooperação.

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    4- Texto complementar

    Tendências Educacionais: Um estudo para a Prática em sala de aula.

     A proposta desta pesquisa é analisar a ação docente na área da Pedagogia, estabelecendo a

    sua formação enquanto educador e saber se sua prática ou ação em sala de aula é condizente

    com sua concepção de ensino, na nossa sociedade atual.

    Portanto, é necessário relembrar que as tendências Pedagógicas Liberais tiveram seu início no

    século XIX, tendo recebido as influências do ideário da Revolução Francesa (1789), de

    igualdade, liberdade, fraternidade, foi também, determinante do liberalismo no mundo ocidental

    e do sistema capitalista. Onde estabeleceu uma forma de organização social baseada na

    propriedade privada dos meios de produção, o que se denominou como sociedade de classes.

    Sua preocupação básica é o cultivo dos interesses individuais e não sociais. Para esta

    tendência educacional, o saber já produzido (conteúdos de ensino) é muito mais importante,

    que a experiência do sujeito e o processo pelo qual aprende, mantendo o instrumento de poderentre dominador e dominado. Seu método enfatiza a transmissão de conteúdos e a assimilação

    passiva. Baseado na estimulação dos sentidos e da exposição verbal, o professor chega a um

    interrogatório (tipo socrático), estimulando o individualismo e a competição.

    Enquanto, que a Tendência Liberal Renovada trata de um novo pensamento pedagógico

    internacional, que inspirado em John Dewey, veio revolucionar o tradicionalismo na educação

    brasileira, sofrendo esta, baseada em August Comte, inspiração positivista. Para essatendência o papel da escola é o de atender as diferenças individuais, as necessidades e

    interesses dos alunos, enfatizando os processos mentais e habilidades cognitivas necessárias

    a adaptação do homem ao meio social. Sendo o aluno o centro do sujeito do conhecimento.

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    42 –

     Parte integrante da apostila deFundamentos da Educação

    Em virtude disso, a pesquisa realizada para responder a ação docente na prática educativa nos

    dias de hoje, notavelmente baseada na formação do professor, aonde destaca a função socialdo ensino e o papel do professor na formação do aluno cidadão.

    Baseado na pesquisa, os entrevistados cerca de 60% nos cursos de Pedagogia, tende a relatar

    que a função social da escola/ensino é a de formar o aluno para compreender a realidade e

    intervir nela, o que implica ter de ensinar para a complexidade. Isto é, a escola deve facilitar os

    meios de todo tipo, que possibilitem a transição de um pensamento simples para outro que seja

    complexo, que quer dizer grosso modo processos de reconstrução do conhecimento sobre a

    realidade.

    Percebe-se que a função da escola, portanto é a de ajudar a realizar esse processo de

    construção da identidade do aluno dentro de um contexto social real a qual ele está inserido.

    Hoje podemos destacar que o ponto de partida e a aproximação de caráter global, onde o

    projeto da interdisciplinaridade designa em um dos grandes eixos do conhecimento.

     A coleta de dados da pesquisa tende a revelar que os métodos globalizados, as disciplinas não

    são objetos de estudos, mas sim o meio para obter o conhecimento da realidade, assim, o que

    interessa é oferecer respostas a problemas ou questões que a realidade coloca.

    Na abordagem do construtivismo, segundo Piaget “ educar é provocar a atividade, isto é

    estimular a procura do conhecimento, ou seja, é importante não apenas assimilar conceitos,

    mas também gerar questionamentos, ampliar as ideias”. Diante disso, cerca de 40% dos

    entrevistados, acredita que o papel do professor é investigar os alunos em seus conhecimentos

    prévios, procurando várias fontes de estudo para que o aluno construa o seu próprio

    conhecimento. Porém, alguns entrevistados notam que tenta mudar a sua prática educativa,

    mas ainda carrega consigo o “Habitus” de sua formação docente, a concepção de ensino

    tradicional. Pois alguns relatam, que se baseia em alguns de seus professores na graduação,

    como modelo de educador. Lógico tanto nos aspectos positivos como negativos. De um lado

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