betel - apostila completa - fundamentos da educaÇÃo - jaelita

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FUNDAMENTOS DA EDUCAO CRI STProf : Jaelita Nazareth 1. Prof. Jaelita A.P. Nazareth FUNDAMENTOS DA EDUCAO CRI STProf : Jaelita Nazareth 2. N D I C E Objetivos da DisciplinaINTRODUO:AS CINCIAS SOCIAIS E A TEOLOGIAUNIDADE I O HOMEM 1.1 A natureza Humana 1.2 Estrutura da alma 1.2.1 A Mente 1.2.2 As Emoes 1.2.3 A Vontade UNIDADE II A EDUCAO 2.2 O Plano de Educao de Johann Amos Comenius UNIDADE III EDUCAO GERAL E EDUCAO CRIST 3.1 - CONCEITO DE EDUCAO CRIST

UNIDADEIV A IGREJA 4.1 A docncia na Igreja Primitiva 4.1.1 A Mensagem Docente de Atos 2:43-47 4.1.2 A Ceia do Senhor 4.1.3 O Didaqu (Doutrina dos Doze) UNIDADE V O Papel da Educao no Judasmo e no Cristianismo 5.1 A Religio 5.2 O Judasmo como Pedagogia 5.3 O ensino no Antigo Testamento 5.4 Bases Histricas UNIDADEVI O Ensino e a Prtica Apostlica 6.1 Contedo;6.2 Estratgias UNIDADE VII O ensino do perodo dos pais apostlicos UNIDADE VIII Os Apologistas UNIDADE IX Os Pais da Igreja 9.1 Orgenes de Alexandria (185-255) 9.2 Teodoro(350-428), o Exegeta 9.3 Eusbio(265-339), Historiador da Igreja 9.4 Jernimo (340-420), Comentarista e tradutor da Bblia 9.5 Agostinho (354-430), Filsofo e Telogo UNIDADE X Os Movimentos de Reforma 10.1 Reformadores Educacionais Protestantes 10.1.1 Lutero (1483-1546) 10.1.2 Joo Calvino (1509-1564) 10.1.3 Jakob Spener (1635-1705) , o Pietismo UNIDADE XI -Modernidade,Ps Modern. E o Papel Educ. da Igreja 11.1 A Modernidade e seus Paradigmas 11.2 A Pos Modernidade 11.3 Os Valores da Globalizao 11.4 O Descarrilhamento da Igreja 11.5 A Reao pela Educao Crist UNIDADEXII Palavra Revelada Elemento Essencial para a Educao Crist UNIDADEXIII A Legitimidade da Educao Crist UNIDADE XIV -A Prtica Ministerial de Jesus 14.1 a 7 A Influncia de Jesus na Educao, Impacto Educacional, Mtodos, Estratgias 14.8 O Fundamento da Educao Infantil O Contedo do Ensino paraa Evangelizao da Criana. UNIDADE XV O Ensino e a Prtica Apostlica UNIDADEXVI A EXCELNCIA DA PALAVRA BIBLIOGRAFIAFUNDAMENTOS DA EDUCAO CRI STProf : Jaelita Nazareth 3. Objetivo da disciplina: Identificare viveraIgrejadeCristocomoumacomunidadetranscendentedeaprendizagemcontinuada, como caracterizada na Palavra de Deus. Considerando os seguintes referenciais: 1.A Palavra de Deus 2.A prtica ministerial de Jesus(ver texto: Influencia de Jesusna Educao) 3.A prtica apostlica 4.A histria da Igreja Crist 5.Os valores da educao como processo de mudana e transformao. INTRODUO - AS CINCIAS SOCIAIS E A TEOLOGIA

Alguns cristos discordam do uso das Cincias Sociais para informar o processo de Educao Crist, por temer que essas abordagens "seculares" possam substituir a abordagem bblica apropriada. Essa preocupao,no entanto, baseada numa viso do mundo que no entende a unidade da verdade. Uma viso de mundo crist v validade tanto na Cincia como na Teologia, reconhecendo que ambas so necessrias, Quando propriamente entendidas, no so contraditrias em sua natureza, mas apresentam uma descrio mais completa da realidade do que pode ser alcanada quando somente as Cincias Sociais ou a Teologia so consideras exclusivamente. A figura abaixo mostra como a Cincia Social e a Teologia so melhor entendidas de uma perspectiva crist.

Comocriadordetudooqueh,Deusafontedetodaarealidade:DeusREVELAaVERDADEdeduas maneiras:pelaCRIAO(revelaogeral)epelaPALAVRA(revelaoespecial).TantoacriaocomoasEscriturasdevemserrespeitadascomofontesdarevelaodeDeusedevemserestudadasparaquese entenda asmaravilhasdasabedoriae daexpressodeDeus.Ametadesuperiorda figuraacimaserefere metafsica-aquiloquereal.EarealidadebaseadanaverdadedequeDeuscriadorecrioutodasas coisas por meio da Sua Palavra. A metade inferior da figura acima se refere epistemologia a busca do ser humanoporconhecimento,tentandodescobriro quea verdade. Enquanto oscomponentesmetafsicosso objetivos,existindoindependentementedaexperinciahumana,osaspectosepistemolgicossomediados pela pessoa.Oquestionamento epistemolgico maissubjetivo,propenso aoerro ouinfluncia doindivduo. PodehavererrostantonasCinciasSociaiscomonaTeologia,porqueestassoesforoshumanospara entender a revelao de Deus. Palavra (Revelao especial) Teologia Criao (Revelao Geral) Cincia Social Deus como fonte de REVELAO Questionamento HUMANO FUNDAMENTOS DA EDUCAO CRI STProf : Jaelita Nazareth 4. UNIDADE II-O HOMEM SetomarmosasrespostasindagaoQueohomem?,comobaseparadistinguirasdiferentes correntes filosficas de educao, encontraremos, duas apenas:Uma reduz ohomem a meras capacidades, potencialidades ou habilidades, de acordo com a sua natureza.Aessaescolacabeonomedenaturalismo.Aoutra,osupernaturalismo,assinalanohomemum poderacimadanatureza,umaddivadeDeus,capacitando-oaumavidadivinaaquinaterraparausufru-la, depois, na vida eterna. Conforme declara Cunningham, o Supernaturalismo, como teoria do homem ou Filosofia da Educao, difere do Idealismo, do Materialismo e do Humanismo e de qualquer outra corrente naturalista -e tem por base a crena num Deus pessoal, autor do homem e criador do universo, e na doutrina de que Deus, tendo-o criado e colocado nesta terra, no o abandonou; mas pela Sua Providnciaassiste-o em suas lutas em demanda de seu fim e d-lhe assistncia nesse esforo.A Revelao da Escrituras comprova esse interesse pelo homem e daassistnciadispensadaporDeus.DentrodestaRevelaodestacam-sedoisaspectosquedemarcama separao entre esta teoria e todas as naturalistas.Primeiro, que a natureza do homem uma natureza decada, e, segundo, que ela foi, redimida por Jesus Cristo, o Filho de Deus, queO enviou para restaurar o homem ao seu elevado estado, isto , a Redeno.Paraqueaaoeducativasejaeficiente,oprofessorprecisaconheceroeducando,essecomplexode corpo, alma e esprito, cujo comportamento depende de fatores biopsquicos, sociais e espirituais.1 1.1 A Natureza do Homem. Cunningham,professordeEducaoeescritorcatlicodaUniversidadedeNotreDame,referindo-se naturezadohomem,declara:Omistriodaconstituiodohomemomesmoquefluiemtodaafilosofia:o mistrio da unidade e da pluralidade.O homem uno.Contudo, h dualidade nele. esprito e matria, alma e corpo, substncia espiritual e substncia material.Oconceitopopulardaconstituiodossereshumanosdualstica:almaecorpo.Segundoeste pensamento, a alma a parte espiritual invisvel, interior, enquanto queo corpo a parte corprea visvel, exterior.Emborahajaalgumaverdadenisso,elano,todavia,precisa.Talopinioprocededohomemcado,node Deus;partedarevelaodeDeus,nenhumconceitodignodeconfiana.Queocorpoorevestimento exterior do homem, , sem dvida, correto, mas a Bblia nunca confunde esprito e alma como se fossem idnticos, nosomentesodiferentesemtermos,massuasprpriasnaturezasdiferementresi.APalavradeDeusno divideohomememduaspartes,isto,almaecorpo.Elatrataohomemantescomosendotripartido:esprito, almaecorpo.Assim,lemosemITs.5.23:EoprprioDeusdepazvossantifiquecompletamente;eovosso esprito,ealmaecorposejamplenamenteconservadosirrepreensveisparaavindadenossoSenhorJesus Cristo.Assim podemos facilmente entender que a pessoa toda abrange essas trs.Watchman Nee, cita outras pores das Escrituras que fazem a mesma diferena entre alma e esprito. Porque a palavra de Deus viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra at a diviso de alma e esprito, e de juntas e medulas, e apta para discernir os pensamentos e intenes do corao (Hb.4.12)., e afirma: O escritor, neste verso, divide os elementos do homem em duas partes: alma e corpo. A parte corprea aqui mencionada como que incluindo as juntas e medulas rgos de movimento e sensao. Cada junta e medula pode ser separada. Da mesma forma o Senhor Jesus usa a Palavra de Deus em Seu povo para separarcompletamente,parapenetraratdivisodoqueespiritual,daalmaedofsico.Vistoquealmae esprito podem ser divididos, conclui-se que eles devem ser diferentes em natureza.Aqui evidente, portanto, que o homem um composto de trs partes.2 Portanto, o ser humano, criado imagem e semelhana de Deus, uma triunidade, assim como o seu Criador (Pai, Filho e Esprito Santo).Ns somos: corpo, alma e esprito. 1.2 A Estrutura da Alma. A Educao abrange a alma em suas trs partes: mente, emoes e vontade. 1.2.1 A Mente Ohomemnascecomumcrebro,orgodainteligncia,atravsdoqualvaipensar,aprendere armazenar seus conhecimentos. No crebro, ele comea a gravar experincias e aquilo que vai aprendendo atravsdoscincosentidos,Comeaaraciocinar,eassimvaiseformandoasuamente.Avontadeeas emoes so estritamente ligadas mente. 1.2.2 As emoes 1 CUNNINGHAM, William F. Introduo Educao, trad.Nair F. Abu;Merhy, 2.ed.Globo/MEC;Braslia, 1975. 2 NEE, Watchman, - O Homem Espiritual, trad.Dcio G. Meireles, Ed.Parousia, Belo Horizonte, MG, 1968. FUNDAMENTOS DA EDUCAO CRI STProf : Jaelita Nazareth 5. SegundoapsiclogaRobertaFay,comofontedasemoes,temos:1)Osimpulsoscomquecada pessoa nasce; 2) Atitudes aprendidas, e complexos que surgem na alma devido ao ambiente em que cresce; 3) Circunstncias; 4) A conscincia do bem e do mal; 5) O relacionamento da pessoa com Deus e a atuao do Esprito Santo, convencendo do pecado, confortando a alma, etc.. Ohomemnascecomtrsimpulsosinerentesqueenvolvemsuasemoes:a)Oimpulsode preservao da vida quenos leva a pensar em cuidar de ns mesmos, procurando preservar a vida que possumos;b)O impulsodepropagaodavidaesteoimpulsosexual,quenoslevaanosrelacionar comoutraspessoaseaprocuraraquelapessoacomqueparticiparemosnaprocriaodenovas;c)O impulsode prolongamento da vida este impulso deve levar a pessoa a pensar na razo da sua vida e a relacionar-se com o Autor da vida o nico que poder dar vida sem fim. 1.2.3 A Vontade O carter do indivduo vai se cristalizando de acordo com as suas escolhas entre o bem e o mal, o fcil eo maisnobre,ocertoeoerrado.Assim,opadro parauma vontadeperfeitamentedesenvolvidaado SenhorJesus:oSenhorJesusCristotinhaumacapacidadeperfeitaparatomardecisesefazer escolhas; ao mesmo tempo, a vontade de Cristo era submissa. Ele se submete vontade de Seu Pai em tudo. Eis aqui estou para fazer, Deus, a Tua vontade (Hb.10:9).3

1.3 O esprito do homem AvidaespiritualdohomemcomeaquandoelenascedenovopelafnoSenhorJesus Cristo.Uma vezqueohomemnaturalnocompreendeascoisasespirituais(ICO.2:14);assim,onosso primeiroalvosemprelevarohomemsalvaoemCristodesdeosseusprimeirosanosdevida.No momentodasuasalvao,oEspritoSantopassaaresidiremsuavida(Rom.8:9b).Odesenvolvimento espiritual do novo nascido depende da sua alimentao com o genuno leite espiritual da Palavra de Deus (I Pedro2:2).,portantoresponsabilidadedoeducador(paiseprofessorescristos)entregarestealimento espiritual s crianas e ao novo convertido. Com o novo nascimento, quando o Senhor Jesus vem habitar em nosso corao, o nosso esprito se faz um s com o Esprito do Senhor:Mas aquele que se une ao Senhor umespritocomEle.(1Co.6;17).EoEspritoSantofaraSuaparte,operandoocrescimentoespiritual ...at que todos cheguemos... perfeita varonilidade, medida da estatura da plenitude de Cristo (Ef.4:13). Este o alvo da educao crist. 3 FAY, Roberta e Eunice V. Johnson Psicologia da criana 3a.ed. APEC, So Paulo,SP. 1986. FUNDAMENTOS DA EDUCAO CRI STProf : Jaelita Nazareth 6. 1.1 -A NATUREZA HUMANA-ESQUEMA A natureza do homem Tripartida esprito, alma e corpo I Ts.5.23 O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso esprito, alma e corpo sejam conservados ntegros e irrepreensveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo Heb. 4.12 Porque a palavra de Deus viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra at ao ponto de dividir alma e esprito, juntas e medulas, e apta para discernir ospensamentos e propsitos do corao. 1 Corntios 14:15 - Que farei, pois? Orarei com o esprito, mas tambm orarei com a mente; cantarei com o esprito , mas tambm cantarei com a mente. Rom. 8.5 e 6 - Porque os que vivem de acordo com a natureza humana tm a sua mente controlada por essa mesma natureza. Mas os que vivem de acordo com o Esprito de Deus tm a sua mente controlada pelo Esprito. 6Os que tm a mente controlada pela natureza humana acabaro morrendo espiritualmente; mas os que tm a mente controlada pelo Esprito de Deus tero a vida eterna e a paz. esprito I Co. 2.14 Ora, o homem natural no aceita as coisas do Esprito de Deus, porque lhe sodo homemloucura; e no pode entend-las, porque elas se discernem espiritualmente. I Co.6:17 Mas aquele que se une ao Senhor UM esprito com Ele. Ef. 4.13 At que todos cheguemos unidade da f e do pleno conhecimento do Filho de Deus, perfeita varonilidade, medida da estatura da plenitude de Cristo, Pensar - 1 Corntios 2:16Porque quem conheceu a mente do Senhor,para que possa instru-lo? Mas ns temos a mente de Cristo. Mente IntelignciaAprender - Romanos 12:2E no vos conformeis com este sculo, mas transformai-vos pela renovao da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradvel e perfeita vontade de Deus. Armazenar conhecimento - . 2 Corntios 10:5e toda altivez que seLevante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todopensamento obedincia de Cristo. a).Preservao da vida Impulso para proteger-se a si mesmo. ALMA b). Propagao da vida Impulso sexual, que busca o sexo oposto.

c). Prolongamento da vida Impulso pelabusca da razo da vida e relacionar-se como seu Criador.2.Atitudes Aprendidas e Complexos que surgem na alma devido ao ambiente onde cresce (traumas). 3. Circunstncias perdas, frustraes, decepes etc. 4. A Conscincia do Bem e do Mal 5. O Relacionamento da pessoa com Deus e a atuao do Esprito Santo convencendo do pecado e confortando a alma. Escolhas entre: VONTADE.O bem e o mal(Cristalizaodo carter ) .Santoeprofano .Vil e onobre .Certo e oerrado CORPO crebro e os 5 sentidos que atuam na mente. Mateus 22:37E Jesus disse-lhe: Amars o Senhor, teu Deus, de todo o teu corao, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.

(crebro) Emoes (Fontes de emoes) 1.Impulsosnatos Padro de VONTADE perfeitamente desenvolvida:JESUS CRISTO. porque Deus o que opera em vs tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade.(Fp. 2:13).FUNDAMENTOS DA EDUCAO CRI STProf : Jaelita Nazareth 7. UNIDADEII A Educao 2.1 O Plano de Educao de: Johann Amos Comenius (Komensky) Um Profeta de Princpios e Mtodos Modernos (Sc. XVII) A educao antiga era limitada apenas transmisso do conhecimento.Porm, a educao contempornea, alm datransmissodoconhecimento,determinatambmumamudanadecomportamento,isto,aincorporaodo conhecimento. Oprofessoreraotransmissordeconhecimentos,aeducaosvisavaainstruoeaformaointelectualdo aluno. Ao projetar sua escola, Comenius tinha claramente em vista os defeitos e omisses evidentes das escolas de seu tempo.Tantoasescolasprotestanteshumansticasquantoasinstituiescatlicas,comoasmantidaspelosjesutas, tinhamconseguidoapenasproveramemriadosestudantescomverbosidadelatinaseletaefraseologiaretrica.A habilidade dos estudantes de observar com seus prprios olhos, ou de pensar com suas prprias mentes, no havia sido exercitada.Oresultado,queamaioriadoshomensnopossuiinformaoalgumaalmdascitaes,sentenaseopinies que colecionaram buscando em vrios autores, e ento unem seus conhecimentos como uma colcha de retalhos. (Johann Amos Comenius) Entre os reformadores educacionais de todos os tempos,Comenius merece lugar de destaque. Nenhum dos grandes educadores to merecidamente admirado e topouco criticado hoje, como este erudito, sbio e benevolente bispo de um povo exterminado.Nas obras de Comenius, sente-se que um profeta est falando; 2.2 Biografia Comenius,ou,comoonomeeraoriginalmentepronunciado,Komensky,nasceuemNivnitz,umaaldeia morvia,em1592.Seupovoeraeslavo,eIrmosseguidoresdeJooHuss.Doutrinariamente,estavamrelacionados comoswycliffianosdaInglaterraecomoswaldensesdaEuropaCentral;suafreligiosaeracaracterizadapela simplicidade,amorafetuoso,zeloevanglico,piedadepessoalprofunda,auto-sacrifcioehumildade.Ointeressepela educaoeraumacaractersticarelevantedessesgruposavivalistas(Wycliffianos,MorvioseWaldenses).Tornaram PragaaprimeiraemaisagressivauniversidadedaEuropaSetentrional;estabeleceramescolaselementarese secundrias, e ensinaram catecismo em seus lares, muito antes de Lutero empreender a reforma da Igreja na Alemanha.Comenius foi o produto e o principal representante deste esprito morvio pelo esclarecimento e soerguimento do povo. Seus pais morreram quando Comenius era uma criana.Embora seu pai tivessesido um homem prspero, seus tutores malbarataram sua herana;como conseqncia, Comenius recebeu, na escola da aldeia, apenas uma fraca instruonaleitura,escrita,catecismo,cantodehinosearitmtica.Somenteaos16anosentrouparaumaescolaque ensinavalatim,comopreparaoparaumacarreiraerudita.Talveztenhahavidoumagrandevantagemnesta circunstncia, pois ele foi capaz de perceber os srios defeitos no mtodo de ensinar latim a seus companheiros-vtimas, que eram, pelo menos, dez anos mais jovens que ele. Tendo em vista o ministrio eclesistico, aos 20 anos Comenius foi para o colgio de Herborn, em Nassau.EstainstituioforacriadaparapropagaradoutrinadaIgrejaReformada,queeramaisafimcomafmorviaquea teologia luterana que dominava a maioria das universidades alems.Em Herborn, Comenius sofreu a influncia de Joo HenriqueAlsted,umtelogocalvinistaqueestavaprofundamenteinteressadoemreformaeducacional.Alsteddeu-lhe conhecimentodosprincpiosdefendidosporRatichius,eoquefoiaindamaisimportante,dosavanadossistemasde educao em funcionamento nas provncias adjacentes da Repblica Holandesa. Profundamenteatradopelosnovosmovimentos,ComeniuspassoualgumtempoestudandoemAmsterd, que, na poca, era o centro cultural mais esclarecido e progressista da Europa. Em suas obras encontramos A Grande Didtica; A Escola da Infncia; Porta Aberta das Lnguas; Prdromo da Pansofia; O Mundo sensvel em Gravuras; e O Vestbulo. 2.3 - Pansofia (Sabedoria Universal). Durante toda sua vida Comenius esteve obcecado por um grandioso projeto para a correlao e o progresso da cincia, que designou pelo curioso nome de Pansophia. O plano inclua trs aspectos: FUNDAMENTOS DA EDUCAO CRI STProf : Jaelita Nazareth 8. Primeiro a publicao deuma enciclopdia dosaber universal. Esta idia pode lhe Ter advindo de Alsted.Entre seus 120volumes,estemestreprolficotinhaproduzidoumaenciclopdia.Comenius,entretanto,planejouumanova enciclopdia,paraaqualtodososcientistaseuropeuscontribuiriam.Trabalhandoindependentementeunsdosoutros comoestavamesemcontatosesclarecedores,esteshomensignoravamfreqentementeoquesevinharealizandoem outros lugares, mesmo em seus prprios campos. Uma exposio exaustiva de toda a cincia, acreditava Comenius, coordenaria eajudaria o progresso desta. SegundoAinda,deBacon,Comeniustinharecebidoaidiadepromoveradescobertacientfica,estabelecendoum colgio,noqualnoapenaslaboratriosparaapesquisacientfica, mastodasasoutrascondiesnecessriasseriam encontradas. Terceiro Finalmente, em seu planejamento, foi mais adiante que os outros.Percebeu que o ensino e a pesquisa eram interdependentes.Emconseqnciadestediscernimento,chegouaoproblemadeencontrarumnovomtodode instruo,peloqualcadaindivduo,atolimitedesuacapacidade,pudesseaproveitar,elemesmo,dosbenefciosdo conhecimento em todos os campos do saber. 2.4 - O Plano de Educao - O plano de Comenius de educao pansficacompreendia:

A Arte de Ensinar Tudo a Todos. Considerando a expanso atual do conhecimento em todos os setores, a sugesto totalmente absurda, mas no sculo XVII no era to quixotesca.No obstante, Comenius tinha uma concepo exagerada da capacidade intelectual dasmassas.Oidealqueinspirouoamvelbispoemtodososseusesforos,foianobrevisodeeducarcada criana de tal forma que esta pudesse participar, at a plenitude de suas capacidades, de todo o conhecimento e vida social. Enquanto os telogosdaquela pocaaceitavam a doutrina da depravao humana, para Comenius, entretanto, essa crena era meramente fortuita. Ele acreditava que as foras dirigindo-se para o bem so mais fortes que aquelas que conduzemaomal,queohomemaindaconservava,emboramuitocorrompida,aimagemdoseuCriador;equeesta bondade original mostrava-se no desejo do homem de voltar ao seu estado deperfeio. 2.5 - Democracia na educao.( A Repblica Crist) - Outra qualidade fundamental de Comenius erasuaprofunda simpatia pelo homem comum.Martinho Lutero, em seus primeiros anos como reformador, aproximou-se deste sublime ideal, mas no final ficou muito aqum de sua realizao.Numa poca de absolutismo poltico, a declarao enftica de Comenius deve Ter sido chocante: A educao que eu proponho inclui tudo que conveniente para um homem, e tal que todos os homens nascidos nestemundodeveriamdelaparticipar. Todos,portanto,tantoquantopossvel,deveriamser educadosjuntos,de modo que se possam estimular e incitar mutuamente. Segundo Comenius, no educar criana agir contrariamente ao desgnio de Deus.Ele visualizava a reforma da sociedadenumabasecristeempregavaotermoRepblicaCristparadesignaranovaorganizao.Esteera realmente um surpreendente ponto de vista no incio do sculo XVII, a antecipao do princpio da igualdade de todos os homens, que surgiu um sculo e meio mais tarde. Preconizava que a admisso escola latina no fosse reservada aos filhos de homens ricos, nobre e magistrados. Desejamos que todos os homens sejam formados em todas as virtudes, especialmente na modstia, sociabilidade e polidez, e portanto indesejvel criar distines de classes em to tenra idade, ou dar a algumas crianasa oportunidade de considerar sua prpria sorte com satisfao e a de outras com desprezo. Asuaamplacompreensoeuniversalidadedepensamentoeducacionaleessaatitudeintegralmentedemocrtica era uma expresso da profunda espiritualidade dos Irmos Morvios. O esprito de democracia destes pode ser aferido por suaatitudeemrelaoaosnobres,queexcluamdacomunidadereligiosa,enquantonoabandonasseseusttulos.Interpretando os princpios do Cristianismo tais como so encontrados no Novo Testamento, literalmente, acreditavam que na Repblica Crist todos so realmente irmos e sem distino de classe. Comeniustambm,erarepresentantedaquelesgruposevanglicos,noconformistas,queeramosdescendentes doutrinrios do movimento waldense primitivo. Embora os calvinistas fossem esclarecidos, nenhum de seus vrios ramos aproximou-se do genuno liberalismo e da democraciadeComenius,queproclamou:Estamosagoraprocurandoummeiopeloqualopovopossaserlevadoa compreendereTerinteressenasartesliberaisenascincias.Estaeraumadefesatosincerademocracia,numa FUNDAMENTOS DA EDUCAO CRI STProf : Jaelita Nazareth 9. poca em que a aristocracia de nascimento e posio fechava a porta da oportunidade para as classes inferiores, sugeria um recuo ao Cristianismo primitivo e prenunciava uma nova era de justia social. 2.6 - Planos de Comenius para a Organizao Educacional 2.6.1-Finalidadedaeducao.OobjetivodaEscoladaSabedoriaUniversal(ScholaPansophica)podeser considerado como a finalidade de toda a educao para comenius: Eles aprendero, no para a escola, mas para a vida, de forma que os jovens tornem-se enrgicos, prontos para tudo, diligentesemerecedoresdaatribuiodequalquerumdosdeveresdavida,eaindamais,setiveremacrescentado virtudeumaconversaosuave,etudotiveremcoroadocomotemoreoamoraDeus.Tornar-se-ocapazesde expresso de eloquncia. Comenius fez da piedade o propsito supremo da educao.: Nossas escolas, assim, sero, por fim, escolas crists, quandonosfizeremtosemelhantesaCristoquantopossvel.Quoindignooensinoquenoconduzvirtudee piedade. Comenius tinha uma sublime confiana no poder da educao de regenerar a vida humana; estava convencido de que nohcaminhomaissegurosobosolparareerguerahumanidadesucumbida,doqueaeducaoadequadados jovens. 2.6.2 - Funo da escola -Para atingir este objetivo educacional Comenius afirmava que trscoisas eram essenciais:1) bons livros de texto, 2) bons professores e 3) bons mtodos.Aescolaludusliterarius-istoquerdizer,umainstituioondeascrianasvivemetrabalhamjuntas,sob condiesqueseassemelhamsatividadedoparque.Aescoladeveforneceroportunidadeparamovimento, espontaneidade, relaes sociais, rivalidade, boa ordem e, finalmente, exerccios agradveis de aprendizagem. Comeniuscitavadiversoscasosnosquaiscrianas,privadasdetodaassociaoecuidadoshumanos, cresciam como animais. Disto conclua que a educao um processo absolutamente essencial para transformar as crianasemsereshumanos;aindamais,esteprocessodevecomearcomonascimentoenoapenasquandoa criana entre a para a escola.Assim, orientado por esta concepo de educao como uma necessidade imperiosa, encarava a escola como a oficina da humanidade. 2.6.3 - Organizao do Sistema Escolar

Antecipandoopontodevistaatual,tomoucomoprincpioorientadorparaagruparosgraus,asetapasdodesenvolvimento, da criana maturidade. Seu sistema escolar dividido em quatro nveis de seis anos cada.

I.Para a infncia............................................Ocolo materno(schola do joelho materno) II. Para a puercia (juniores)............................... A escola vernculaIII.Para a adolescncia ...................................... A escola latina IV. Para a juventude........................................... AUniversidade e Viagens. Uma escola materna deveria existir em cada casa; uma escola verncula, em cada lugarejo e aldeia; um ginsio, em cada cidade, e uma universidade em cada reino ou em cada provncia. Todas as escolas comearo numa data uniforme. As crianas no sero admitidas em outra poca. oAs matrias de instruo devem ser de tal modo divididas que a cada ano, cada ms, cada semana, cada dia, eat a cada hora, possa ser atribuda uma tarefa definida. Uma sala separada com um professor especial ser reservada para cada classe. Opunha-seprticarigorosadeforarcrianaspequenasaestudarseisouoitohoraspordia.Paracrianas menores especificou quatro horas de trabalho escolar por dia; para maiores, seis. No seria exigido trabalho de casa, pois provavelmente seria malfeito; (esta uma profecia de uma atitude similar nas escolas americanas de hoje). Uma meia hora de descanso dever seguir cada aula, eFrias devero ser freqentes, mas no prolongadas As horas matinais devem ser dedicadas a trabalho que exija o intelecto e a memria; a tarde, a trabalhos manuais, msica e atividades prtica.FUNDAMENTOS DA EDUCAO CRI STProf : Jaelita Nazareth 10. Essas prescries so exemplo de como Comenius antecipou extraordinariamente as modernas inovaes, neste caso, a cincia da higiene escolar. Instruo simultnea ou em classe -At poca de Comenius, embora os alunos fossemreunidos de um modo geral em grupos grandes, no eram ensinados em classes.A instruo no era dada a todos os alunos numa classe aomesmotempo;cadaindivduoeraensinadoseparadamente.Istoentravavaenormementeoprogressodainstruo. Comeniustomouainiciativademostrarcomoumsprofessorpodiaensinaraumcertonmerodemeninos,no importando quantos, ao mesmo tempo. Desta forma antecipou, de quase meio sculo, a prtica da instruo simultnea adotadapelosIrmosdasEscolasCrists,edequasedoissculos,aprticasemelhantedePestalozzi,quefinalmente introduziu a instruo simultnea na prtica escolar permanente. Livros-texto Outro grande atraso era a falta de livros de texto satisfatrios.Eram raros porque eram caros. O costume medievalde copiaro textoditadopelosprofessores,comoComeniusfrisou,eraumaperdadetempo. Eledesejavaque cada aluno tivesse sua prpria cpia de texto comum. ESCOLAMATERNA(EscoladoJoelhoMaterno)Representavaotreinamentoqueacrianarecebiaemcasa.A educaocomeacomonascimento;olar,portantoaprimeiraescola.Eraimportantequeospaisconstitussem exemplos construtivos para seus filhos e que enfatizassem no lar, os ideais religiosos e morais. Nisto Comenius antecipou ospensadoresdesculosposterioresedeuaomundoumesboodetreinamentopr-escolarsurpreendenteemsua perfeio.Sua Escola Materna repleta de informaes e sugestes que testemunham a extraordinria viso da natureza edasnecessidadesdascrianaspequenas.Comeniusestabelececomminciaoquedeveserfeitopelascrianasem cada ano sucessivo de vida.Nem se limita o livro a poucas fases da formao infantil; compreende todos os aspectos da educao: fsico, mental, expressional, manual, moral, social e religioso. ESCOLA VERNCULA Que daria nfase ao estudo da lngua materna e no dos clssicos. Ao mesmo tempo, no se deviam negligenciar as artes e a cincia. De acordo com o programa de Comenius, a escola verncula deveria treinaros sentidosinternos,aimaginaoeamemriaemcombinaocomseusrgoscognatos.Ocursodeestudosinclui leitura,escrita,aritmticaprtica,canto,religio,moral,economiaepoltica,histriageral,cosmografia,easartes mecnicas. uma instituio na qual todas as crianas so treinadas em todas as artes da humanidade.At esta poca nenhumreformadortiveraumsistemadeeducaotocompreensivoparatodasascrianas.Asugestodestaescola constituiu uma das mais radicais transformaes jamais encarecidas na reorganizao da educao.Era a mais chocante caracterstica, entretanto, era a exigncia de que os alunos despendessem seis anos no estudo e uso da lngua verncula, antes de iniciarem o latim. Comeniusexigiaumaeducaoelementarcompletaparacadacriana,pobreourica,dealtooubaixonascimento, menino ou menina.Todas as crianas deveriam ser instrudas juntas nas mesmas escolas uma inovao inaudita numa poca exalando distncia aristocrtica. No apenas isto. Era obrigatrio que cada criana freqentasse a escola verncula, poisestadeveriaforneceraformaoelementarnecessriaparaavidae,aomesmotempo,davatreinamento preparatrio para aqueles que deveriam ingressar na escola latina e preparo para as profisses especializadas.Os povos europeussempretinhamprovidenciado,paraasclassesinferioresdasociedade,umtipodeinstituiodiferentedo destinado s classes cultas e nobreza; mas no Comenius.

ESCOLADELATIM(ouginsio)Eraparaosestudantesmelhores.SegundoComenius,aescolalatinanoeraum caminhoeducacionalespecialquesomenteasclassescultasousuperiorespodiampercorrer.AScholaLatinaera apontadacomoainstituioparaodesenvolvimentonaadolescncia.Dependeriadointeressedoaluno.Todosos meninosqueambicionamalgomaisqueaoficinadeveriamreceberestaformao;enfatizariaoGrego,Latime Hebraico, bem como os fundamentos da Cincia, Literatura e Artes. Comenius aconselhava que tal escola de latim deveria ser encontrada em cada cidade e municpio, onde todos que desejassem pudessem frequent-la. Psicologicamente, o objetivo da escola latina treinar o aluno para compreender e fazer julgamento das informaes adquiridaspelossentidosnoperodoanterior.OsmeiosparaestefimsoaLgica,aGramtica,aRetrica,eas cinciaseartesquesobaseadasnosprincpiosdecausalidade.Emoutraspalavras,nestaescolaasmaisaltas faculdades do esprito devem ser exercitadas.Quatro lnguas devem ser aprendidas: o vernculo, latim grego e hebraico, emboraovernculoeolatimdevamreceberoprincipalrealce.Aescolalatinadivididaemseisclassesouanos, chamados segundo as matrias: Gramtica, Filosofia natural, Matemtica, tica, Dialtica e Retrica. UNIVERSIDADEEVIAGENSCriariaoslderesdasociedade;essaescolaseriaparaosmelhoresestudantes,que seriam encorajados a empreender investigaes originais e a explorar os ideais e costumes de diversas naes.O curso universitrio e as viagens formam o mais alto nvel de educao.A universidade deve ser fundada em cada provncia ou reino.Comeniusaspiravaquesomenteosestudantesmaisbrilhantes,quetambmpossussemumaltocartermoral, freqentassemasuniversidades.Aseleodeveriaserfeitaporumexamepblicodosestudantesqueterminavama escola latina. FUNDAMENTOS DA EDUCAO CRI STProf : Jaelita Nazareth 11. curioso que Comenius acreditasse que a faculdade mental especial exigindo desenvolvimento nessa fase fosse a vontade.Evidentemente tinha em vista o interesse do estudante na formao profissional para a vida vocacional.Sobre isto escreveu: universidade pertencem aquelas disciplinas que tm relao especial com a vontade. Em acrscimo ao preparo de candidatos para o ministrio eclesistico, Medicina e Direito, Comenius reconhecia o dever da universidade de preparar professores e lderes para o Estado. Reconhecia plenamente que a pesquisa tambm uma funo das universidades; uma funo, entretanto, que ele dificilmenteesperavaqueelasrealizassem.Acreditavaqueoprogressodascinciaspoderiasermaisseguramente efetivado pela cooperao voluntria de cientistas atravs de todos os pases.Alm disto, como outros educadores do seu tempo, Comenius acreditava nas vantagens das viagens para fornecer a informaodiretaarespeitodanaturezahumanaeinstituies.Sentiaqueestaexperinciadeveriasucederacarreira universitria, depois que os hbitos morais estivessem plenamente formados. 2.6.4 - Psicologia Educacional - EmboraComeniusnotenhaintroduzidoentreseusnumerosostratadosumadiscussoespecialdepsicologia,ainda assim, todos os seus princpios e mtodos de instruo estavam baseados numa bem estruturada teoria da vida mental e do desenvolvimento das crianas. Ele estava firmemente convencido de que a ordem exata de instruo deve ser copiada da natureza. Apesardafaltadeconhecimentoexatodetodasasconcepespsicolgicas,umacrenaemfaculdadesutilizando as concepes de Aristteles e de Vives era geralmente aceita. Fica-se entretanto, admirado diante da profunda sabedoria dos princpios de Comenius: Conhecimento atravs dos sentidos. -Os cinco sentidos so os portes de entrada para a alma humana. Aceitou a velha doutrina sensorial corrente: Nada h no intelecto que no tenha passado antes pelos sentidos. ImaginaoEstafaculdadeosentidointerno,tantoquantoavisoeaaudiosossentidosexternos.Evoluida sensibilidade e indispensvel para odesenvolvimento posterior do conhecimento e do ser espiritual da criana. Memria e disciplina formal.A memria importante na educao do jovem , mas os mestres confiaram demasiadamente nistoe,comoresultado,ainstruotornou-seummeroprocessodeacumulao.Comeniustinhaasabedoriapara discernir que, antes que alguma coisa seja confiada memria, deve haver uma clara, firme e verdadeira impresso nos sentidos;equenadadevesermemorizadoquenotenhasidoantescompletamentediscutidoeclaramente compreendido.Escrita,figuraserepetiofixamimpressesmaispermanentementenamemriaedevemser empregadasconstantemente.Assim,aconselhavaousomaiordequadros-negros,diagramaseoutrosmeiossimilares. Apenas as coisas mais importantes devem ser memorizadas. Razo ou compreenso.Esta faculdade, de acordo com as opinies psicolgicas de Comenius, mede e determina o que, onde e atque ponto alguma coisa deve ser procurada ou evitada. A faculdade de julgamento tem como funo utilizar materiais trazidos mente atravs dossentidos e daimaginao.O julgamento emergeespecialmente durante os anos adolescentes da vida, quando a reflexo e o raciocnio so os desenvolvimentos nascentes. EmoesevontadeComeniusestavamuitoavanadoparaasuapocaaoreconheceraimportnciacapitaldas emoes das crianas e ao diagnosticar sua relao com o processo de educao. Este aspecto da natureza infantil nunca recebera antes considerao favorvel.Assim ele antecipou teorias atuais. Alimentaria a curiosidade natural ou o desejo dever,ouvir, manuseartodasascoisasnovas.O verdadeiroprofessornoprecisarecorreraincentivosartificiais.Os desejosouafeiesinfluenciama vontadeedeterminamocarter. Assim,Comeniusatribuio lugar maisimportantena experincia humana vontade e natureza moral , que formam a pedra fundamental no processo de desenvolvimento. Diferenas individuais Baseado no principio j reconhecido pelos tericos educacionais que todas as crianas noso iguais e assim no deveriam ser tratadas de maneira idntica, embora esses tericos no tivessem a clara percepo da naturezadasdiferenasquecaracterizamascrianas,Comeniusindicoualgumasdasprincipaisdiferenasediscutiu como lidar com elas sabiamente. Adaptaoaonveldedesenvolvimento-Oprincpioeadaptarainstruocompreensodacrianafoiumadas principais contribuies de Comenius cincia educacional. AprenderfazendoAteoriadeaprendizagemdeComeniusexpressamuitoclaramentenaGrandeDialtica.Ele acreditava que o aumento de poder vem atravs do exerccio de funes particulares e no gerais. Aprender fazendo era a chave de seu sistema.Aprendemos a escrever, escrevendo e aprendemos a raciocinar raciocinando. 2.6.5 CURRCULO ESCOLAR FUNDAMENTOS DA EDUCAO CRI STProf : Jaelita Nazareth 12. O currculo proposto por Comenius enciclopdico no objetivo.Todos devem conhecer todas as coisas, fazer todas as coisas,edizertodasascoisas.Todasasmatriasaparecemnocurrculoemcadanveldasescolas.Teveapenas desprezoporumamemriabemequipadacomasbrilhantesfrasesdosoradoresclssicos.Aindamais,negou completamenteapretensosupremadoHumanismo,ovalormoraldaLiteraturapag.Averdadequeelequeria eliminar da sala de aula o fardo completo dos escritores clssicos, e desejava fazer isto no interesse do bem-estar moral e espiritualdosalunos.Comrelaoaosescritoresclssicosdeclarou:Sedesejamosquenossasescolassejam verdadeiramente escolas crists, a multido de escritores pagos dela deve ser retirada. Sobre o estudo da histria declarou: Um conhecimento da Histria o mais importante elemento na educao de um homem, e como se fosse o olho de toda sua vida.Esta matria, portanto, deveria ser ensinada em cada uma das seis classes, para que nossos alunos no ignorem acontecimento algum que tenha ocorrido desde os tempos antigos at o momento presente. Comeniusinsistiasobreasartesmanuaiseaindstriaemconexocomaescolaverncula,assimcomo bastante atividade fsica e jogos no interesse da felicidade e sade. Somenteconhecimentotil-Comenius,apesardeseusinteressesenciclopdicosedesuasconcepesteolgicas, exigia apenas conhecimento til. Nada deveria ser aprendido somente por seu valor na escola, mas por seu uso na vida.... 2.6.6 - METAS Ametaeobjetivodaeducao,segundoComenius,tornarossereshumanossemelhantesaCristo.Isso significa treinamento para a vida, e no apenas para uma profisso.Isso tambm implica uma correspondncia entre ao e ideal; a virtude o mago do processo educativo. Comenius pode ser chamado de pensador intoxicado de Deus, pois, para ele, Deus erao comeo e o fim da educao. 2.6.7 - MTODO Comeniusdeveserconsideradooverdadeirofundadordomtodomoderno,dizoProf.Laurie.Ointeressede Comeniuspelomtodonasceudesuaamargatristezadalembranadeseusprpriosanosperdidos,osquaisele testemunhou,arrancaramsuspirosdemeupeito,provocaramlgrimasdemeusolhoseencherammeucoraode tristeza. O mtodo usado... tinha geralmente sido to severo que as escolas eram encaradas como coisas terrveis para os meninos e matadouros de mentes nos quais a maior parte dos estudantes havia adquirido um desgosto pelo estudo.Por cinco, dez, ou mais anos, elesprendiam a mente em assuntos que poderiam ser dominados em um.O que poderia ser suavemente introduzido no intelecto, era violentamente impresso nele, ou melhor, entulhado nele custa de chicote. 2.6.8-PrincpioEducacional-O mtodoeducacionaldeComeniusresumidoemnoveprincpiosqueseguema ordem da natureza. Em suas observaes natureza, ele viu muitas operaes que por analogia sugeriam princpios de instruo.Usou tal material analgico em grande profuso. Alguns exemplos podem ser dados: a)A natureza observa um tempo conveniente. Os pssaros chocam seus ovos na primavera e o jardineiro planta suas sementes nesta estao. Assim a educao dos homens devia ser iniciada na primavera da vida. b)Anaturezapreparaomaterialantesdecomearadar-lheforma.Nasescolasoestudodaformadeveria precederoensinodocontedo.Comoilustrao:aslnguassoensinadasantesascincias,oqueensinar expresso antes que a criana tenha conhecimento para exprimir.O mtodo da natureza procede diferentemente: ensina coisas e linguagem juntas. c)Em todas as operaes da natureza, o desenvolvimento vem de dentro. Um assunto deveria ser inteiramente compreendido pela criana antes que delase exija memoriza qualquer definio.A gramtica oexemplo mais flagrante da aplicao deste novo mtodo. d)Anaturezanodsaltos,masmarchapassoapasso.Umpintosedesenvolvelentamenteesemmudanas sbitas.Assim todos os estudos deveriam ser cuidadosamente graduados por passos minuciosos. e)A natureza nada compele a avanar que no seja impelido por sua prpria fora madura.Nada deveria ser ensinadoaojovem,anoserquesejanoapenaspermitido,masverdadeiramentesolicitadoporsuaidadee fora mental. 2.6.9 - FUNO SOCIAL Para Comenius, a educao tem uma funo social.O amor est em proporo direta ao conhecimento.Segundo Comenius, a educao no era a aceitao do passado, mas a antecipao do futuro. FUNDAMENTOS DA EDUCAO CRI STProf : Jaelita Nazareth 13. HojetemosasNaesUnidascomoumaplataformaparaapaz.Masaindaestamosbemlongedosonhode Comenius,queseempenhavaporumaverdadeiraunidademundial.Elecompreendeuqueaeducaoestsempre ameaadapeloprovincianismoepelofanatismoequeaviolnciaeaignorncia,emqualquerparte,ameaamo progresso da humanidade. Podemossermoldadospelaviolnciaoupelapaz.Aviolncia,geralmente,criamaisconflitos,conforme Comeniussentiudurantesuaprpriavida.Paraaeducaoverdadeira,apaznoumluxo,masumaterrvel necessidade.Oconhecimentospodetriunfarnumaatmosferadepaz;Pode-selevantaraobjeodequeaguerra auxilia a tecnologia, mas, de modo geral, somente armas de destruio so aperfeioadas; o resultado final poder ser a extino da humanidade. Comniusinstavaparaqueoshomensdeboavontadeseunissem;professores,ministros,governantese mercadores deviam criar uma sociedade baseada no amor e na caridade.A raa humana devia ser revigorada; devia ser estabelecida uma nova concepo de vida.Comenius lutava para que fosse gasto mais dinheiro com as escolas, defendia o ponto de vista de que o melhor investimento da sociedade estava em grandes professores e que deviam se liberalmente fornecidos instrumentos de auxlio instruo, especialmente livros-texto.A religio devia governar o sistema escolar; esta deve seguir a Jesus e no aos ditames da ortodoxia. EsteeraosonhodeComenius;eraambiciosoeprofundo.Comeniuseraummsticocomum vvidosensode realidadeeumprofessorquequeriareformarasociedade.Eleentendiaqueaeducaocriativaomaiorbemdo homem. OProgramadeeducaodeComeniuserademocrticoaoextremoeexigiaaeliminaodasdistinesde classes.Numapocaqueacreditavanodireitodivinodosreiselhesdavapoderautocrtico, talsistemaescolareraum antema.Esta uma explicao suficiente para justificar o fato de terem suas idias sido consignadas ao esquecimento.Como o primeiro grande profeta da idade moderna sofreu o destino usual que aguarda homens de viso muito arrojada. FUNDAMENTOS DA EDUCAO CRI STProf : Jaelita Nazareth 14. UNIDADE III EDUCAO GERAL E EDUCAO CRIST 3.1 - EDUCAO GERAL - Processo intencional e sistemtico de desenvolvimento do ser humano nas dimenses psico-motora, cognitiva e afetiva , visando a sua realizao pessoal e o seu ajustamento social. 3.2 - Definio:Educao:odesenvolvimentodascapacidadeseaquisiodeexperinciasparaqueoindivduotenhauma personalidade bem desenvolvida fsica, intelectual e moralmente, com recursos tais que lhe tornem a vida til e feliz e o habilitem a continuar aprendendo atravs de todas as atividades da vida. Educao contempornea =transmisso do conhecimento + mudana de comportamento= = incorporao do conhecimento. O professor o orientador da aprendizagem;a educao visa amudana de comportamento e a formao da personalidade integral do aluno como ser fsico, mental, social, emocional e espiritual. ensinar para a vida. AEDUCAO AFETA CONDUTA - (Slon Borges dos Reis) Certavez,naGrciaAntiga,chegandoaumespetculopblico,umhomemdemuitaidadenoencontroulugar.Percorrendoorecintoprocuradeassento,atravessouasarquibancadasemvo.Atque,chegandoaumpontoonde estavam sentados diversos espartanos, estes se levantaram ecederam-lhe o lugar.O gesto chamou a ateno de todos os presentes, admirados, aplaudiram.Vendo isto, um dos espartanos virou-se para o pblico e exclamou: - Os atenienses sabem que se deve respeitar a velhice, mas ns espartanos, respeitamos a velhice. QuandoprocurolembrarqueaEDUCAOAFETACONDUTA,entendoquenopodeserconfundidacoma notcia que se tem do valor, mas entendida como o hbito de viver esse valor. Seocomportamentonofoimodificado,podesedizerquenohouveeducao,porqueoprocessodaeducao implica na modificao de comportamento interior ou exterior, se a conduta no se alterou, a educao no se processou. Nocasolembrado,osateniensesestavamapenasinformadossobreanecessidadedeprestigiare ajudarosmaisvelhos.Mas,essainformaonoalterouseuprocedimentoemrelaoaosmaisvelhos.Os espartanos por sua vez, alm de instrudos quanto convenincia de atender aos mais velhos, evidenciaram a educao no caso, quando agiram em funo do que havia efetivamente aprendido. Uma criana pode estar informada de que se deve lavar as mos s refeies, por Ter recebido instruo sanitria.Mas,saeducaosanitriaalevaracomportar-sedeacordocomesseconhecimentoeafar sentiranecessidadedelavarmesmoasmosantesdasrefeies.Saberquesedevefalaraverdadesem estarhabituadaafaz-lo,estarapenasinformado,porqueaeducaoimplicanaformaoeafetao comportamento. UmacoisasaberquesedeveamaroBrasileencararabandeiracomosmbolodaPtria.Outra sentir mesmo algo diferente diante dos smbolos ptrios e vibrar ento de maneira patritica.Saber que sedevegastarnaconformidadedoqueseganha,Terinformaoouinstruoeconmica,enquantoquea educaoeconmicaexigenesseparticularohbitodeajustarasdespesassprpriaspossibilidades financeiras. Quem nada sente em matria religiosa, pode estar muito bem instrudo; mas, se nose conduz em consonncia com o que sabe, no adquiriu educao religiosa. Enquantoainstruopressupeconhecimentos,informaesouhabilidades,aeducaosefundamentano hbito.E, por isso mesmo, interessa conduta. TinharazoDewey,aoafirmarquenodadoaquemquerquesejaproclamarqueensinouquandoningum aprendeu.Assimcomoningumpodedizerquevendeu,quandoningumcomprou.Muitaspessoas,mestres,paisou pregadores conservam a iluso de estar ensinando, quando na realidade esto apenas expondo.O objeto da vida no o conhecimento. O homem no vive para saber.Mas, conhece a fim de viver melhor buscando a plenitude da vida.A educao um meio, no um fim de si mesmo. preliminar a idia de que a educao s merecer esse nome medida em que modifica efetivamente o comportamento humano. Oreconhecimentodopoderdaeducao,deumlado,levouosgovernosautocrticosaempregaraescolapara perpetuar o controle totalitrio das massas, mas, de outro, conduziu ao esclarecimento dos votantescom relao a seus direitos e a como governar com inteligncia.Planejando para o futuro, essencial ter em mente que a tecnologia unificou o mundo; agora imperativo, por meio da educao, unificar os coraes e as vontades da humanidade(Frederick Eby). FUNDAMENTOS DA EDUCAO CRI STProf : Jaelita Nazareth 15. 3.2 - Conceito de Educao Crist Processointencionalesistemticodedesenvolvimentodoserhumanonasdimensespsico-motora, cognitiva, afetiva e espiritual visando a sua conformao com Cristo, o modelo de homem. EDUCAO GERAL E EDUCAO RELIGIOSA- Semelhanas e diferenas Educao Religiosa: buscar inspirao, para a vida atravs do conhecimento de Deus e de sua relaocom Ele. EducaoReligiosaCrist:alcanaroindivduoganhando-oparaCristoatravsdaoperaodoEspritoSanto, ensinando-o de forma que ele possa crescer e treinando-o para que possa servir. Objeto da educao geral:o aluno. Objetivos: Da Educao:O homem e seu meio interagindo, levando um a influenciar o outro. Objetivos da Educao Religiosa Crist:O homem e seudestino eterno. Busca o encontro do homem com Deus atravs de Cristo visando sua salvao, adorao, crescimento e servio. Salvao:Ganhando o homem para Cristo, sempre com a convico de que a salvao no vem atravs de obras, nem de boas atitudes, mas por meio da Graa do Senhor Jesus Cristo (Ef. 1:1-14, :8,9). Ef.2:8,9 Pois pela graa que sois salvos, por meio da f e isto no vem de vs, Dom de Deus - e no das obras, para que ningum se glorie. Adorao: Conduzir o cristo a prestar honra e adorao a Deus, reconhecendo o senhorio deJesus Cristo. No atravs de atos externos mas em esprito (Joo 4:17-24). Jo.4:23,24 Mas vem a hora, e j chegou, em que os verdadeiros adoradores adoraro o Pai em espirito e em verdade, pois o Pai procura a tais que assim O adorem (v.24) Deus Esprito, e importa que os que O adoram, O adorem em esprito e em verdade. Crescimento: Conduzir o cristo a alcanar o equilbrio e a maturidade na vida crist, para que haja aperfeioamento em direoestaturadevaroperfeito(padrodeCristo),peloconhecimentodasEscriturasSagradaseaplenitudedo Esprito Santo. (Ef.4:11-13) Ef.4:11-14 E Ele mesmo deu uns para apstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, (v.12) tendo em vista o aperfeioamento dos santos para o desempenho do ministrio, para a edificao do corpo de Cristo,(v.13) at que todos cheguemos unidade da f e do plenoconhecimentodoFilhodeDeus,perfeitavaronilidade,medidadaestaturadaplenitudede Cristo. Servio: Promover meios para que o cristo descubra e se torne aptopara aplicar seus talentos (aptido natural) e dons espirituais tanto no mbito da igreja como na sua vida diria. Ef.2:10 Pois somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andssemos nelas. FUNDAMENTOS DA EDUCAO CRI STProf : Jaelita Nazareth 16. UNIDADEIV A Igreja 4.1 - A docncia na Igreja Primitiva AnascentecomunidadecristprolongaoministriodocentedaIgreja,agoraluzdamorteeressurreiode CristoeoadventodoEsprito(Atos2:9,31;20:28).AIgrejaPrimitiva,emtodasassuasformas,erasustentadae impregnada pela conscincia de ser o Corpo em que habita o Esprito Santo (I Corntios 12:27).E o ministrio docente da Igreja participa plenamente desta identificao.Paulo, por exemplo, esperava que seu ensino fosseacatado e posto em prtica pelas comunidades por onde passava (I Corntios 2:13; Col.1:28-29; II Tess. 2:15; I Tim.4:6-11). Ao estudarmos a docncia na Igreja Primitiva e, por extenso, na Igreja em todos os tempos, preciso considerar queestaprticanoseconstituinumasimplesatividadepedaggicahumana,transmitidaatravsdeuma determinada doutrina.O ensino na comunidade crist do primeiro sculo um Dom do Esprito Santo(Rom 12:7; Ef.4:11), no um dote individual, mas uma manifestao da multiforme graa de Deus para edificao e conduo da Igreja (I Cor. 12:1,7,28; 14:12). OcontedodoministriodocentenaIgrejaPrimitivaconcentra-seessencialmentenoatoredentordeDeus em Jesus Cristo.Veja-se, por exemplo, Paulo comentando a frmula batismal em Romanos 8:32-39; 10:9-21; ou descrevendo hinos e doxologias em Filipenses 2:5-11; Col.1:12-14; ou ainda, o ensino sacramental baseado na tradio litrgica dominical em I Cor.11:17-34. Como se v, o ensino doutrinrio entre os primeiros cristos no apresenta uma construo teolgica autnoma, mas dirigido pela confisso de f, a qual s pode ser feita pelo poder do Esprito Santo, pois ningum pode dizer: Senhor Jesus! Seno pelo Esprito Santo (I Cor. 12:3b). 4.1.1 - A Mensagem Docente de Atos 2:43-47 Imediatamente aps o Pentecostes (Atos 2:1-2) surgiram quatro significativos sinais da Igreja nascente: 1) O ensino constante da doutrina dos apstolos; 2) a comunho dos apstolos; 3) o partir do po; e 4) as oraes. Estessinaiserammanifestaesinditas,tonovascomoosermodePedronoPentecostes,porquea comunidade era um novo grupo e espiritualmente mais rico, e suas oraes no Templo revelavam a continuidade do Antigo Israel.Osmembrosdajovemcomunidadecristestavampossudosdeumprofundosentidodemaravilhasao testemunhar os atos dos apstolos! Atos 2:43-47 d-nos uma descrio do sistema de vida que ocorria entre os nossos primeiros irmos na f.Vemos notextoosignificadodoDomdoEspritoSantoparaavidadiriacrist.Lanaumdesafiocongregao moderna em termos de relaes pessoais, com uma mensagem profunda pra a educao crist. Os primeiros crentes eram conscientes da presena do Cristo Vivo.Como membros de uma comunidade em que oamoreaconfianaeram virtudessupremas,consideravamaIgrejacheiodoEsprito,tinhamacertezadoperdode seus pecados e se organizavam para testemunhar sua nova f (Col.3:16-17; Ef.5:18b-20.Eis a os alicerces espirituais do edifcio de educao crist. AeducaocristdoPrimeirosculofoiaprendendoaviverocaminho.Ascerimniasdecultoeram instrutivas.OsatosdoBATISMOedaCEIADOSENHORapresentavamimportantescaractersticaseducacionais.Foi atravsdaCEIAedaPREGAOqueaIgrejaaprendeu,demodoobjetivo,ocontedodoEvangelhoeoqueisto significavaparaelacomoesposadeCristo.OBATISMOfoioenfoquedocatecismoquelogosedesenvolveupara ensinar e treinar novos convertidos, antes de se tornarem oficialmente membros da Igreja. O Batismo ensinava que era preciso crer para ser batizado. (Marcos 16:16Quem crer e for batizado ser salvo; quem, porm, no crer ser condenado). 4.1.2 -A Ceia do Senhorensinava -ICor.12.23-34: Porque eu recebi do Senhor este ensino que passei para vocs: Que o Senhor Jesus, na noite em que foi trado, pegou o po.e deu graas a Deus. Depois partiu o po e disse: Isto o meu corpo, que entregue em favor de vocs. Faam isto em memria de mim.Assim tambm, depois do jantar, ele pegou o clice e disse: Este clice anovaalianafeitaporDeuscomoseupovo,alianaquegarantidapelomeusangue.Cadavezquevocs beberem deste clice, faam isso em memria de mim.De maneira que, cada vez que vocs comem deste po e bebem deste clice, esto anunciando a morte do Senhor, at que ele venha.Por isso aquele que comer do po do Senhor ou beber do seu clice de modo que ofenda a honra do Senhor estar pecando contra o corpo e o sangue doSenhor.Portanto,quecadaumexamineasuaconscinciaeentocomadopoebebadoclice.Pois,a pessoaquecomerdopooubeberdoclicesemreconhecerquesetratadocorpodoSenhor,estarsendo FUNDAMENTOS DA EDUCAO CRI STProf : Jaelita Nazareth 17. julgadaaocomerebeberparaoseuprpriocastigo.porissoquemuitosdevocsestodoentesefracos,e alguns j morreram.Se examinssemos primeiro a nossa conscincia, ns no seramos julgados pelo Senhor.Mas somosjulgadosecastigadospeloSenhor,paranosermoscondenadosjuntocomomundo.Portanto,meus irmos e minhas irms, quando vocs se reunirem para a Ceia do Senhor, esperem uns pelos outros.E, se algum estiver com fome, que coma em casa, paraque Deus no castigue vocs por causadessas reunies. Os outros assuntos eu resolverei quando chegar a. A educao na Igreja Primitiva tinha duas funes principais ou duas reas de maior nfase: oAprimeiraserelacionacomoBATISMO.Precisava-sedeumainstruoformal,paraajudaronovo crenteaentenderoqueestavafazendoaosubmeter-seoaobatismo.Essainstruolheserviria durante toda a vida como modelo para o seu viver cotidiano. oAoutra funoprincipaldaeducaoeraservircomo veculoparacomunicareconservarumanova tradio. A CEIA era diria , logo, a educao diria.A Ceia uma aula porque nos ensina a misso de Cristo. O BATISMO teve o enfoque de ensinar pessoa o que ela estava fazendo. O judasmo no est longe do Cristianismo, porque o Tanach (Antigo Testamento) s fala de Cristo. A viso dos judeus que est errada. EnsinamentoticoAlmdessastradiesdecomoavidaeoministriodeJesusserelacionavamcomas profeciasdosantigosisraelitasecomasrelativassuamorteeressurreio,dava-senfaseaoensinamento tico.Era de fundamental importncia que os novos crentes compreendessem como andar luz da sua nova f.A literatura cannica e extracannica do perodo neotestamentrio se interessava muito pelo ensino.O propsito porexcelnciadosescritosdePaulofoiensinar.Cadacartaqueeleescreveuserviaparaajudaraconhecere entender alguma verdade. 4.1.2.1 - O Didaqu (ou A doutrina dos doze apstolos). um livro extracannico, provavelmente escrito antes do ano 90 da era crist (quando comearam a aparecer os primeiros escritos),que diz-se conter instrues baseadas nas palavras de Jesus e ensinadas pelos apstolos aos pagos que queriam seguir a Cristo.Era um livro usado para queaspessoas pudessem aprender, um livro que nos ajuda a compreender o que a Igreja do primeiro sculo estava ensinando e como o fazia.A obra divide-se em trs partes principais: a primeira aborda a moralidade crist,(TICA) a Segunda apresenta um resumo dos rituais litrgicos praticados na igreja, (DOUTRINA) e a terceira um esboo da organizao e da vida da Igreja. (ORGANIZAO DA IGREJA) O Didaqu um dos mais importantes livros do primeiro sculo.Nele, as palavras de Jesus so facilmente reconhecidas, alm de outras doutrinas que se desenvolveram na igreja primitiva.

2. Elementos constitutivos da Igreja Mt. 9:35 10:42 /At.2:46-47 -Cristo, o cabea -Gente aflita e exausta -Um processo permanente de capacitao-Autoridade (Discpulos ou gente capacitada) -Um processo permanente de busca (evangelizao/testemunho) -Resposta aflio e exausto -Pastoreio dos aflitos e exaustos que chegam . ensino cura . cuidadolibertao - admoestao Indicao para leitura: John Stott ,Seales de una Iglesia Viva -Ensino apostlico -Comunho e ajuda mtua -Adorao alegre e reverente -Evangelizao contnua FUNDAMENTOS DA EDUCAO CRI STProf : Jaelita Nazareth 18. - estmulo . comunho -perseguio -adorao -galardo. - UNIDADE - V O Ensino e a prtica Apostlica importante notarmos que o fundamento original para o desenvolvimento da f cristfoi o ensino dos apstolos, testemunhas oculares e co-participantesdo ministrio deJesus e depositrios imediatos dos ensinos por ele ministrados, que se constituram emelo de ligao entre a posteridade histrica e a fonte original . DodesenvolvimentonaturaldaIgrejaCristemseucontextoscio-cultural,derivaraminmerasquestesde ambinciainternaeexternaquerefletiamasmltiplasinterpretaesecontextualizaesdosensinosdoMestreou mesmo a oposio ao seu contedo. Taisquestesdeterminaramaestruturaoderespostasporpartedosapstolosouseuscolaboradoresdiretos, que se constituram em cartas e tratados apropriados imediatamente como material didtico pela igreja nascente. Ao que tudo indica, os primeiros documentos escritos foram as epstolas de Tiago e aos Glatas, publicados por voltade49/50d.C.,equeseconstituememabordagensespecficaseaparentementeopostasdoprimeirogrande problema a afligir a igreja nascente e que culminaria com o Conclio de Jerusalm, narrado em At.15. Este problema que decorria da expanso da igreja gentlica, levantava as seguintes questes: -Qual era o lugar da lei no plano de Deus? -A salvao tambm exigia a obedincia lei alm da f em Cristo? -Que relao poderia ser estabelecida entre salvao pela f e comportamento tico, se os gentios no precisavam obedecer lei? -Que ligao pode ser estabelecida entre f e obras? Estasobrassoconsideradasporalgunsautorescomoliteraturadeprotesto.Tiagonumaposiodemaior proximidades com os valores judaizantes e Paulo postulando uma liberdade definitiva em relao lei, considerando que Cristo nos resgatou da maldio da lei, fazendo-Se maldio por ns... para que pela f ns recebamosa promessado Esprito (Gl.3:13-14). As demais cartas, os evangelhos, o livro histrico e o escatolgico vo sendo disponibilizados sob a orientao do Esprito Santo, constituindo-se nesse rico material didtico que subsidiar o ensino visando a perpetuaodos valores e doutrinas basilares sobre as quais ser estruturada a igreja crist. Ainda no final do sculo I, uma nova questo surge, representando ameaa teolgica e cristolgica: o gnosticismo. Joo, o autor das ltimas publicaes cannicas, firma posio de resistncia contra tais idias em suas cartas universais (I Jo.4:1-3; II Jo.7). Para efeitos de nosso foco de estudo, os Fundamentos da Educao Crist, poderamos classificar o material do Novo Testamento da seguinte forma: -Evangelhos e Atos dos Apstolos arcabouo histrico , projeto geral, princpios e valores filosfico-ideolgicos de sustentao, credenciamento de autoridade, abrangncia, projees; -EpstolasIgreja(geraiseespecficas)respostasquestesespecficas,sistematizaes doutrinrias gerais, conselhos prticos, exortaes, incentivos; -EpstolasPastoraissistematizaesreferentesIgrejaesualiderana,procedimentosgerais, conselhos pessoais, incentivos; -Epstola Pessoal doutrina do perdo; -Apocalipse a projeo da igreja na eternidade, exortaes, incentivos. 5.1 - Contedo DefinidopelasnecessidadesdoCorpodeCristoprojetadonotempo,considerando-seosparmetrosaxiolgicos originais. 5.2- Estratgias -Ensino presencial - Sinais e prodgios - Debates pblicos Conclios -Defesas pblicas e Ensino distncia (cartas). UNIDADE VI -O papel da educao no judasmo e no cristianismo. (ver pg.36 A civiliz. Hebreia...) FUNDAMENTOS DA EDUCAO CRI STProf : Jaelita Nazareth 19. 6.1 - A Religio -Elementos essenciais. divindade . mediador - conjunto de crenas, ritos epreceitos ticos . fiel -Ofcios decorrentes . sacerdote Ex. 18:19-22 Atribuies:representaropovoperanteDeus,ensinaralegislao,ensinaracondutaa adotar e julgar Qualificaes: homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, no avarentos; . Proftico - Gn.20:7; Nm.12:6-8; Pv.29:18 (a necessidade da profecia). 6.2 - O Judasmo como pedagogia -Dt.6:1-25 -Uma revelao da pessoa de Deus, seu carter e sua ao na histria a ser transmitida continuamente como um dever familiar. -Um aprendizado baseado na cognio e no sentimento-Fases da educao judaica -Nos primrdios no prprio lar e nas reunies pblicas -No Reino unido/dividido Josias (II Cr.17:7-9) -Noexlioeapsele-Esdras(Ed.7:10)atradiojudaicadizquefoielequeminstituiua sinagoga durante o exlio -bth sapheia, casa do professor -bth has-sepher casa do livro -bth midrsh casa de estudo aps o tempo dos rabinos Hilel e Samai. 6.3- O Ensino no Antigo Testamento4 OAntigoTestamentoregistraapedagogiadeDeusemrelaoaIsraelcujadireointerpretadapelo sacerdote, pelo profeta e pelo rei assinalando um tipo de ensino mais pessoal e imediato: No ensinar jamais cada um ao seu prximo, nem cada um ao seu irmo, dizendo: Conhece ao Senhor, porque todos me conhecero, desde o maior at o menor deles, diz o Senhor. Pois perdoarei as suas iniquidades, e dos seus pecados jamais me lembrarei (Jer.31:34). Isaas 54.13 mostra que o ensino indispensvel vida de Israel : ... e todos os teus filhos sero ensinados do Senhoreapazdoseusfilhosserabundante.Possuiumsignificadoqueultrapassaosimplesconceitode comunicao de um conjunto de conhecimentos. AdocncianoATsignificaocaminhopeloqualDeusconduzseupovo.Sorecordadas,acadagerao,as maravilhas que o Senhor tem feito, e cantadas suas bnos para o povo (salmos 78)Escutai a minha lei, povo meu, inclinai os vossos ouvidos s palavras da minha boca. (v2) Abrirei a minha boca em parbolas, proporei enigmas da antiguidade, (v.3) o que ouvimos e sabemos, e os nossos pais nos contaram. (v.4) No oencobriremosaosnossosfilhos,mostraremosgeraofuturaoslouvoresdoSenhor,assimcomoaSuaforaeas maravilhas que fez. (v.5) Ele estabeleceu um testemunho em Jac e ps uma lei em Israel, a qual ordenou aos nossos pais que a fizessem conhecer a seus filhos (v.6) Para que a gerao vindoura a soubesse; at os filhos que ainda haveriam de nascer,eeles,porsuavez,acontassemaseusfilhos.(v.7)EntoporiamemDeusasuaesperana,enose esqueceriam das obras de Deus, mas guardariam os seus mandamentos. Esta recordaodo povo judeu no um mero exerccio intelectual, mas uma dramatizao na qual a gerao mais jovem participa desses fatos. medida que se relata a histria, o jovem israelita cruza com o povo no Mar Vermelho, acampa no deserto, recebe a Lei, entra no Pacto da Aliana com Deus e introduzida na Terra Prometida.Trata-se, pois, de um relato que possibilita s novas geraes um meio de participar da histria de Israel.Por esta razo, a instruo tem lugar no culto, tanto no comunitrio quanto no familiar.Essas cerimnias suscitam explicaes, e estas levam confisso e esperana (Deut. 6:20-25). O pai e a me tinham que prestar culto a Deus junto com a criana.Em geral, as mes cuidavam do ensino das filhas e os pais se encarregavam dos filhos. 4 Carvalho, Antonio Vieira de, Teologia da Educao Crist,Ed. Eclsia, SP. FUNDAMENTOS DA EDUCAO CRI STProf : Jaelita Nazareth 20. Operiodointertestamentriodeulugarprogressiva legalizaodoensinoreligioso.ATor(Penteteuco, Lei) perdeumuitodeseucarterdinmico,transformando-senumemaranhadodeconceitosqueeramcumpridos mecanicamente. A vontade de Deus viu-se cada vez menos como sua direo bondosa, e cada vez mais como um complexo de preceitos que exigiam um esforo penoso do ser humano.Reside aqui a essncia do conflito entre Jesus e os escribas e fariseus (Mateus 23). 6.4 - Bases Histricas A Tradio Aeducaodopovodevecomearnolar.Ospaisdevem iniciarascrianasnaadoraoaDeusatravsdoculto domstico.As crianas devem aprender a cultuar junto com os pais. importante o educar com...O pai e a me tm que prestar culto a Deus junto com a criana.Cultuar junto aumenta o elo familiar.Os judeus faziam isso.Na cultura hebraica as crianas ocupavam lugar de grande importncia.A vida comeou na famlia e, portanto, o ensino tambm comeava ali.Em geral, as mes cuidavam do ensino das filhas e os pais se encarregavam dos filhos.O filho seguia a profisso do pai aprendendo com ele um ofcio com o qual pudesse ajud-lo no sustento da famlia. 6.4.1 -Escola dos Profetas A bblia diz que havia uma escola de profetas (Atos 19:9Mas, como alguns deles se endurecessem e no obedecessem, falando mal do Caminho perante a multido, retirou-se deles e separou os discpulos, disputando todos os dias na escola de um certo Tirano).Os profetas desempenharam importante papel na educao do povo.Eram as figuras centrais na educao nacional por causa de suas constantes exortaes e recordaes concernentes ao propsito e vontade deDeus para com a nao israelita, e a necessidade de viver uma vida justaecorreta.Comousem inspiraodivina,aesclaexistiaparachamaraatenodopovoparaa palavra de Deus. 6.4.2 - Sinagoga Surgiu no quinto sculo antes de Cristo, mas passou a ser considerada lugar de educao em pocamuitoposterior.NaBabilnia,osisraelitasnopodiammaisfazersacrifcio,porquenotinhammaiso templo.O lugar do sacrifcio o templo.Sem o Templo, os israelitas tiveram de encontrar uma alternativa para manterem o seu sistema religioso.Tal alternativa tomou a forma da SINAGOGA LOCAL, substituindo o templo.Cadacomunidadelocaleraservidapelasuasinagoga.Cadasinagogatinhadoisoficiaiseleitos.Os assuntos administrativos em geral eram tratados poruma junta diretora composta de trs pessoas. O Presidente tinha aresponsabilidade de dirigir o culto, disignar as pessoas para ler, orar e explicar as escrituras.Os outros dois oficiaiseramodiretoreservo(dicono). OservoseencarregavadeguardarosrolosdasEscriturasedarsinal para as pessoas escolhidas pelo Presidente participarem do culto.s vezes, o servo tambm se encarregava de ensinarascrianas.Asinagogaajudouapreservaralnguahebraica,postoquenabaiblniafalava-seo aramaico. Era responsabilidade da sinagoga disciplinar quem violasse a lei Mosaica. Nasinagogaocultofeitoparahomens,queficam napartedebaixo,enquantomulheresecrianas ficam na parte de cima.Era necessria a preena de dez homens para a realizao de um culto de adorao que incluaaconfissoaDeus,orao,leituradasEscrituraseoensinosobrea vontadedeDeus.Oscultoseram realizados sbados, segundas, quintas-feiras e dias de festa. A instruo geral era constituida basicamente da leitura e exposio as Escrituras.No era permitida a recitao das Escrituras de memria para que no houvedsse alteraes inesperadas das palavras sagradas. A leitura era feita em hebraico e logo se traduzia para o aramaico. Por ser o lugar onde se ensinavaa lei,a sinagoga ganhou a reputao deser CASA DE ENSINO.O ensinodascrianasnasinagogamaisparecidocomanossaescolaprimriadoquecomaescoladominical.Recebiam a instruo primria e, os mais desenvolvidos intelectualmente, aprendiam com os escribas a expor a lei. 6.4.5 - O Dilema da Educao Religiosa na histria: FrecerickEby,noseulivroIntroduoHistriadaEducao,declaraqueoensinoreligiosonasescolasfoi sempreacompanhadodedificuldadesespecficasdevidosdiferenasdedoutrinasedosconflitosentreas funes da famlia, do Estado e da Igreja.As prodigiosas mudanas nas questes humanas durante o ltimo meio sculoaumentaramaindamaisessaconfuso.AsecularizaodasescolaspblicasdosEstadosUnidosda Amrica do Norte e da Frana, foi seguidapor contnuas discusses e agitaes devido ao fracasso na imposio de princpios morais. 6.4.6 - A f crist como educao transformadora -Jesus o grande Mestre Mt.5:2 ; Mt.11:28-30; At.1:1; Mc.1:22 -O Esprito Santo, o docente invisvel da verdade Jo.14:26 -A Igreja , o agente visvel da educao crist Mt.28-19-20 FUNDAMENTOS DA EDUCAO CRI STProf : Jaelita Nazareth 21. UNIDADE VII - O ensino do perodo dos pais apostlicos Quandonosreferimosaospaisapostlicos,estamosdesignandoumconjuntodeautoresedocumentosdo perodo imediatamente posterior ao dos apstolos. Designamos documentos e autores porque muitos daqueles, ainda que obviamente tenham autoria, esta nos desconhecida. Dentre os autores e documentos designados, temos: -Clemente de Roma, foi discpulo de Joo, produziu escritos por volta de 95 d.C.; -ODidaqu(OEnsinodosdozeapstolos)autoriadesconhecida,produzidocomoobjetivodereforara moralidade crist e instruir os cristos a respeito de como tratar os profetas que os procurassem alegando falar emnomedoSenhor(aindaquedeformaconflitante);trazaindainstruesquantoaobatismoeaceiado Senhor) -InciodeAntioquiaescreveudiversascartaseproduziuoquepoderiaserchamadadeprimeira teologia do cristianismo; cunha um termo teologicamente rico para a ceia do Senhor eucaristia; -Policarpo escreve uma carta aos filipenses; -A Epstola de Barnab escrita provavelmente em Alexandria entre70 e 135, o autor desconhecido. um documento que adota o mtodo de interpretao no-literal e que influenciou os telogos cristos de Alexandria. Enfatiza uma vida legalista na base do certo e do errado como parte das regras para se receber a salvao final. -O Pastor de Hermas Durante os sculos II e III foi considerado um livro inspirado. Contm uma srie de vises, interpretaes em forma parablica, mandamentos e instrues prticas para o viver cristo. Adverte que o cristo, aps o batismo ser perdoado uma s vez. Fala ainda de casamento, divrcio, de cidadania e do teste para os profetas. UNIDADEVIII Os Apologistas OsapologistaseramescritorescristosdossculosIIeIIIquedefenderamocristianismodasagressesde oponentespagos.AlgunsdessesapologistascomoTertuliano,rejeitavamaabordagemfilosficadocristianismo,mas outros buscaram demonstrar semelhanas entre a mensagem e a cosmoviso crists com proposies da filosofia grega. Algunsautores(BoehnereGilson)destacamqueafecundidadedaproduodessesautoresdeve-seadoisfatores distintos: -oidealdesabedoriaperfeitaaquetodocristodeveaspirar,baseadonaordemparacrescernagraaeno conhecimentodeJesusCristo(IIPe.3:18)eparaestarpreparadopararesponderaqualquerpessoaquequestione sobre a razo da esperana(I Pe.3:15); -os ataques dos filsofos gregos contemporneos ensejaram aos apologistas a demonstrar que a mensagem de Cristo, almderepresentarocumprimentodasprofeciasdoAT,ofereciarazosoluesmaisprofundasdoqueasde qualquer filosofia. Para os apologetas, o Cristianismo constitui a verdadeira filosofia, e tudo quanto os gregos haviam logrado elucubrar em matria de verdade passa a ser uma herana legtima dos cristos . - Doisdosapologistaspodemserapontadoscomograndescolaboradoresparaodesenvolvimentodoprocesso educacional : Justino Mrtir e Clemente de Alexandria. Justino define-se como um filsofo cristo e referia-se a Scrates como um cristo antes de Cristo. Justino quem comea o processo de reflexo trinitria. ClementedeAlexandriaproduzaprimeiraexposiosistemticadeeducaocrist,denominadaOEducador, onde apresenta a Jesus como um mestre diferente dos mestres gregos, pois enquanto estes procuravam desenvolver as capacidades prprias de cada aluno, Jesus apresentava-se como modelo em quem o aluno pode encontrar o exemplo, o preceito,aexortao,acorreoeoamor.NestaobraClementedestacaocarterprticodapedagogiadeJesus. Clemente de Alexandria indica que o cristianismo o ponto de convergncia entre o helenismo e o judasmo, sendo que os gregos precisavam da filosofia tanto quanto os judeus precisavam da lei mosaica antes de Cristo. Apesar dessa avaliao, Clemente denuncia a profunda divergncia entre a depravao dos costumes gregos e a excelncia da moral crist. UNIDADEIX Os Pais da Igreja 9.1 - Orgenes de Alexandria (185-255) Aos 16 anos Orgenes se oferece para ser preso e posteriormente martirizado junto com seu pai. Sendo impedido por sua me, algum tempo mais tarde castra-se, considerando a palavra de Jesus de que alguns se tornaram eunucos por causa do Reino dos Cus. Foi aluno da escola catequtica de Alexandria e, possivelmente, aluno de Clemente. Aos 18 FUNDAMENTOS DA EDUCAO CRI STProf : Jaelita Nazareth 22. anos substitui a Clemente na direo da escola, quando este precisa fugir de uma perseguio. Refuta com galhardia o filsofo romano Celso e desenvolve uma carreira de escritor com o objetivo de fornecer respostas aos cristosque levantamquestesintelectuaisemconformidadecomasEscrituras,paraquenoasbusquemnasgrandesseitas gnsticas. Em 233, na cidade de Cesaria, transforma a escola catequtica em um tipo de escola missionria voltada aosjovenspagosquedemonstram interessepelocristianismo, masqueaindanoestavamprontos...parapediro batismo. Assim, Orgenes apresentava a doutrina crist num curso de filosofia inspirada principalmente no platonismo mdio. Sustenta a relevncia das Escrituras sobre a filosofia platnica e eleva o cristianismo a um nvel intelectual de confrontocomafilosofiagrega,tornandoimpossvel,apartirdeento,queseequiparasseocristianismoauma religio folclrica para ignorantes e supersticiosos.

9.2 - Teodoro(350-428), o Exegeta O prncipe dos exegetas antigos, rejeitao mtodo de interpretao alegrica da Bblia adotando uma compreenso que contemplasse gramtica e a formao histrica do texto, dando ateno ao contexto imediato e remoto do texto. 9.3 - Eusbio(265-339), Historiador da Igreja AuxiliaPanflio a organizar sua biblioteca em Cesaria. Produz a Histria Eclesistica, cobrindo um panorama da histria da Igreja dos tempos apostlicos at 324. 9.4 - Jernimo (340-420), Comentarista e tradutor da Bblia Elabora uma traduo latina daBblia, conhecida como Vulgata que por muito tempo tem sido a nica verso oficialda IgrejaCatlica. Foi um grande comentarista e difusor do ascetismo no Ocidente. 9.5 - Agostinho (354-430), Filsofo e Telogo Bispo de Hipona, norte da frica, tambm chamado de o mestre do Ocidente. O pensamento de Agostinho determinar aatitudedoCristianismo frenteaculturaeaoprocessoeducativodurante muitossculos.Preocupa-seemdescobriros fundamentos do conhecimento, desenvolvendo uma engenhosa argumentao sobre ossentidos como fonte da verdade. JosAmricoMotaPessanhaafirmaqueAgostinhoantecipouareflexocartesianaformuladadozesculosdepoisao declarar:Seeumeengano,eusou,porqueaquelequenonopodeserenganado.ParaAgostinhoabuscado conhecimentosemumarazoeternaproporcionasimplesvaidadeenoconduzverdadeirasabedoria.Aquelequea buscadeveTercomobaseumainabalvelconscinciadarealidadedeDeusedadivindadedeCristo.Duasgrandes obras caracterizam seu pensamento:Confisses e A Cidade de Deus, em que revela sua cosmoviso, segundo a qual todos os eventos deste mundo pertencem ao campo da f crist e precisam ser ensinados dessa forma, para que o homem compreenda a razo da sua prpria existncia. UNIDADE X Os Movimentos de Reforma ApsaREFORMA,(sc.XVI),nenhumaspectodavidahumanaficouintacto,poisabrangeutransformaes polticas, econmicas, religiosas, morais, filosficas, literrias e nas instituies, definitivamente. Foi uma reconstruo do Norte da Europa. Muitosreformadores protestantes como Lutero, John Bugenhagen e Filipe Melanchton, entre os mais renomados, trouxeram grandes contribuies reorganizao educacional no mundo. 10.1 - REFORMADORES EDUCACIONAIS PROTESTANTES Decadncia das escolas medievais.O novo vinho do Humanismo e Protestantismo no podia mais ser contido nas velhasescolasdomedievalismocatlico.Nenhumadasoutrasinstituiesdotempomostrouumareaomais imediataedecisivaaomovimentoreformista.AmaiorrepercussonasescolasfoisentidanaAlemanhaeseguiuo ataquedeLuteroaosabusosdaIgreja.Asnovasdoutrinascircularamportodaapartecomincrvelrapideze despertaramomaisaltograudeentusiasmopopular.Adecadnciadosmosteiroseclaustrospsfimatividade educacionalquehaviamdesenvolvido.AescolacatedralticaeoutrasescolasdaIgrejadecaramantesdomesmo ataque.Um destino semelhante atingiu as escolas latinas municipais e tambm as escolas alems de ler e escrever. As universidades foram to seriamente atingidas quanto as escolas de grau inferior. Houve desero em massa, tanto dasescolassuperioresquantodasdegrausinferiores,numapocaemqueaEuropaestavafervendocomnovas energiasintelectuais.ErasmopsaculpadiretamentesobreLutero;Ondequerqueprevaleaoluteranismo,a FUNDAMENTOS DA EDUCAO CRI STProf : Jaelita Nazareth 23. desaparece o ensino, acusou ele.Mesmo antes disso, o prprio Lutero ficou profundamente aflito com a desero das escolas.Culpou, em troca, as autoridades municipais, os pais das crianas e o Demnio.Em 1529, escreveu: Osmembrosdosconselhosmunicipaisequasetodasasautoridadesmunicipaisdeixaramasescolasiremruna, emborativessemtidoabsolviodetodasasresponsabilidades.NingumparecepensarqueDeusquerseriamente que as crianas que Ele nos envia sejam educadas para Seu louvor e Seu servio;mas todos hoje em dia tm pressa e afobao de que seus filhos ganhem sustento material. A primeira causa deste declnio foi a violenta denncia feita pelos mestres humanistas, especialmente o prprio Lutero.Ele denominou as universidades de grandes portas do Inferno,condenou os mosteiros, e chamou Aristteles um pago condenvel e a razo humana de amante do Demnio.Mas no deve passar desapercebido que mesmo antes dessa poca, os mosteiros e as escolas eclesisticas tinham cado em descrdito e averso popular. No entanto, Lutero considerou que as maiores Contribuies da Renascena para a humanidade foram:1)a recuperao das Escrituras atravs do conhecimento das lnguas grega e hebraica;2) a revelao das falsas pretenses e males do papado; e3) a volta do saber do mundo antigo. 10.1.1 - Lutero (1483-1546) Defrontando-se com o sbito declnio do interesse educacional, Lutero tomouimediatas e enrgicas medidas para conseguir a reorganizao.Emitiu um vivo apelo aos Prefeitos e Magistrados das Cidades da Alemanha para que fizessemreviversuasescolasmunicipais. Havia maisde100ricasepoderosasmunicipalidadesqueeram membros livres e independentes do Santo Imprio Romano.Durante vrios sculos, as municipalidades tinham dirigido escolas latinasetambmasescolasvernculasdelereescrever.AgoraqueLuterodecidira,definitivamente,derrubara autoridade da Igreja Romana, o primeiro passo, e o mais natural, era incentivar as autoridades das cidades a promover escolas, em harmonia com o ponto de vista protestante. ConsiderandoaeducaoumfatorimprescindvelparaqueostraosdaimagoDeisedesenvolvamnoser humano,osreformadoresprotestantestornaram-seosprincipaisagentesdetransformaodoprocessoeducacionalem todos os tempos (Borges, 2002, p. 45). Durante muito tempo a prpria Igreja havia mantido os cristos afastados da principal fonte de informao sobre o cristianismo,aBblia.Numtempoemqueopovo,grandepartedanobrezaedoprpriocleroeramanalfabetos,a mensagemevanglicadeixoudesercomunicada.QuandoLuteropublicasuasteses,almdeiniciarumprocessode ruptura na monoltica estrutura eclesisticavigente, tambm promove uma ruptura de cunho espiritual e social, atribuindo ao indivduo responsabilidades pessoais por sua relao com o Criador que minimizam ou eliminam a funo mediadora da Igreja. Taismudanas,estimulandoaautonomiaindividual,passamaexigirumprocessoeducativoquepermitamaos sereshumanosconheceraDeuseasobrascriadasporEle,nasquaisseinseremoprpriohomem.Asproposies reformadoras exigem que o indivduo aprenda a ler e a entender por si mesmo as Escrituras. por essa razo que Lutero traduz para o alemo o Novo Testamento em 1522, adotando-o como a base para um processo de alfabetizao pblica. extremamenteinteressantequeLuterodestacaqueaestabilidadedanovaordemespiritualdependeda compreenso das crianas em relao s Sagradas Escrituras, o que s possvel com a instruo.Acrescenta ele que nohoutraofensaquepesetantodiantedeDeusequemereamaiorcastigodoquenegligenciaraeducaodas crianas. Umaverdadeirareformaespiritualsemprerepercutirnoplanosocial.Luterotambmrevolucionaosistema educativo ao admitir mulheres no magistrio, atividade at ento reservada aos homens. FelipeMelanchton,cooperadordeLutero,ograndehistoriadoreeducadordaReforma,transformandoa Universidade de Witemberg em um centro de estudos baseado no novo movimento. Desenvolve ele o conceito de piedade erudita que, anos mais tarde, torna-se o fulcro do processo educacional alemo. Controleemanutenoestataldasescolas.AmaissignificativainovaodeLuteroestemcolocartantoas escolascomoaIgrejasobaaguardadoEstadoeemmanterasautoridadesciviscomoresponsveispeloseu estabelecimento e manuteno.Comoascidadesestavammaisdiretamenteinteressadasnapromoodeescolas,cedoiniciaramasua reorganizao. Os principados, no entanto, tiveram de esperar um mais profundo senso de responsabilidade por parte dos prncipes.Em todo caso,a ao de Lutero, dando o controle das escolas s autoridades civis,foi um dos mais importantes passos em direo sociedade moderna.Ao fazer isto, lanou as bases do controle nacional da educao e da religio, por toda a Alemanha. FUNDAMENTOS DA EDUCAO CRI STProf : Jaelita Nazareth 24. SumriodascontribuiesdeLutero.ResumindoosserviosdeLutero,devemserdestacadososseguintes pontos: 1)Incluiutodasascrianasnosseusplanosdeinstruoreligiosaverncula,apesardeTeremvista, principalmente, um desenvolvido sistema de instruo incorporado aos catecismos. 2)QuandooEleitorFredericooabrigounoCastelodeWartburgo,parasalv-lodeseusinimigos,Lutero traduziu as Escrituras para o dialeto alto alemo.Nenhuma outra coisa que Lutero tenha feito contribuiu to profundamente para a real educao do povo alemo.A sua foi a primeira traduo na qual no somente o sentido,masalgodabelezaeforadasEscriturasoriginaisfoitransferidoparaoalemo.Comeste trabalho ele elevou o alto alemo de um mero dialeto a uma lngua definitiva de poder e beleza clssica, e deu ao povo germnico um elo unificador. 3)Alm disso, a sua traduo das fbulas de Esopo teve notvel influncia.Mas depois de sua traduo das Escrituras, nada teve to profunda influncia na educao germnica quanto os seus catecismos.4)NoseurompimentocomRomaeleassumiuumaposioquefavoreceuaemancipaopopularea ilustrao.Mesmo em seu papel reacionrio, no pde impedir a mar que, como reformador liberal, nos emmovimento;eestacorrentelogoficoualmdeseucontrole.Asforasliberaisencontraramoutros defensores,e,apesardelevadasaseocultaremtemporariamente,emergiriamemdcadasfuturaseem circunstncias mais favorveis. 5)OutracontribuiodadaporLutero,quenopassveldeavaliaoexata,foiadamsica.Todosos professores alemes tinham de tocar violino e ensinar as crianas a cantar. 10.1.2 -Joo Calvino (1509-1564)

Calvino,oreformadorsuio,postulaqueaIgreja,almdeserumacomunidadedefeadoraoaDeus, tambm uma comunidade de ensino, uma escola em que o Esprito de Deus o Mestre dos mestres, nosentido reale prtico.DosconceitoselaboradosporCalvinopercebe-sequenaeducaocristnopodehaverfragmentaodo saber, no existindo compartimentos sagrados e mundanos do conhecimento humano. Aos 25 anos, em 1536,Calvino escreveu a primeira edio da sua obra Institutas da Religio Crist, dando forma dogmtica s principais doutrinas da Reforma e destacando a centralidade de Deus na teologia crist. ReformaaeducaoemGenebra,propondoumsistemaem3nveisem1559quehojeconhecidacomo Universidade de Genebra. Foi o inspirador dospuritanos calvinistas que fundaram escolas algum tempo depois na Nova Inglaterra,AmricadoNorte.Calvinotambminfluenciouoavanodademocraciapelaaceitaodoprincpio representativo da direo da Igreja e do Estado. Valorizando o trabalho, a vida simples e a vocao como chamada divina, estimulou tremendamente o capitalismo. Desenvolve um sistema teolgico que acentua: -o homem herdou a culpa do pecado de Ado e nada pode fazer para sua salvao; -a salvao decorre da eleio, fundamentada na soberania da vontade de Deus, independe de mrito humano ou da prescincia de Deus. A predestinao dupla: para a salvao e para a perdio; -aobradeCristonacruzrestringeseusefeitosaoseleitosparaasalvao;.Oeleitosalvo independentemente da sua vontade pela irresistibilidade da graa e da ao do Esprito Santo; -oseleitoseirresistivelmentesalvospelagraajamaisperderoasuasalvao,perseverandoato fim. Noplanoscio-econmicoCalvinoinfluenciaodesenvolvimentodademocracia,avalorizaodotrabalhoeos ideaiscapitalistas.Noplanoreligiososervedemodeloadministrativoparaosmovimentosdefreformada.Noplano teolgico define uma posio quanto a predestinao que vem a ser designada como calvinismo.

10.1.3 - Jakob Spener (1635-1705) , o Pietismo -O luteranismoassumiu uma interpretao dogmtica, fixa e rgida, numa perspectiva escolstica; -Uma doutrina pura e os sacramentostornaram-se os elementos suficientespara o exerccio de uma f crist, na tica da igreja oficial -O papel do leigo era passivo. Bastava-lhe aceitar os dogmas, ouvir os sermes, participar dos sacramentos. Opietismo foiumrompimentodentrodoluteranismo contrataistendnciasescolsticas,passandoaenfatizara primazia do sentimento na experincia crist Philipp Jakob Spener (1635-1705), talvez, seja a fonte imediata do pietismo. Versado em exegese bblica teve ele contatos com o movimento das igrejas reformadas na Holanda sofrendo influncias tambm dos puritanos ingleses. FUNDAMENTOS DA EDUCAO CRI STProf : Jaelita Nazareth 25. Como pastor em Frankfurt, passou a reunir em sua casa um grupo de pessoas que esposavam os mesmos ideais paraestudaraBblia,orarediscutirosermodominical,visandoaprofundarnelasavidaespiritual.Estainovao catequtica foi aplicada em 1670 e chamou-se collegia pietatis.. Em1675expeemPiadesideria,seusplanosparaocultivodeuma vida cristsantificada,descrevendo como principais males da poca: -interferncias do governo na igreja -mau exemplo de clrigos indignos; -controvrsias religiosas; -as bebedices; -a imoralidade e a ambio dos leigos Propunha nessa obra, como meio de reforma, a instituio de crculos nas congregaes para a leitura da Bblia e paraamtuavigilnciaeauxlio,declarandoquecristianismomaisvidaqueconhecimentointelectual.Spener propunha tambm moderao nos alimentos, no beber, no vestir, condenando o teatro, as danas, os jogos de cartas, que o luteranismo contemporneo reputava indiferentes. ObviamenteasidiasdeSpenerlevantaramoposiomas fizeram muitosadeptosespalhando-sepordiversas cidades.Hallese tornou um centro pietista. Hermann Francke (1663-1727)alifundou um escola baseada nos princpios pietistas destinada a crianas, que chegou a ter2.200 alunos. Almdaeducaoreligiosa,edafilantropia,umadasnfasesdopietismofoioreconhecimentodaobrigao missionria. Outra contribuio pietista foi uma nova viso da histria da Igreja feita por Godofredo Arnold (1666-1714), um de seusadeptosmaisradicais.Declaravaelequeningumdeveserconsideradoheregeporquenoseutempofoiassim avaliado. As pessoas devem ser julgadas porseus prprios mritos, visto que as idias dos chamadoshereges tem seu espao no pensamento cristo. Arnold concluique tem havido mais verdade nos hereges do que na ortodoxia. UNIDADE XI -Modernidade,Ps Modernidade e o Papel Educacional da Igreja 11.1 - A Modernidade e seus paradigmas11.2 - A Ps-modernidade11.3 - Os valores da globalizao -Osarquitetosdaglobalizao(McMundo)noestosimplesmentequerendodesenvolverolivre comrcio e o livre empreendimento globais. Desejam, na realidade,redefinir o que importante e o que deve Ter valor na vida das pessoas em todo planeta. - medida que a economia se globaliza o ritmo de exportao desses novos valores culturais seculares aumenta exponencialmente. 11.4 - O descarrilhamento da Igreja -Asaspiraeseosvaloresqueimpulsionamaglobalizao,emmuitosaspectos,contrariam diretamenteasaspiraeseosvaloresdanovaordemglobaldeDeus.Apesardissotemossido envolvidosporessesvalores,perdendoonossosentidomoralenquantonosbanqueteamosna liberalidade da modernidade (David Wells). -Sercristomuitofreqentementereduzidoapoucomaisqueumlubrificantedevocionalquenos impededefundiromotorenquantotratamosdesubiramontanha,tentandochegarprimeirona carreira, na vida social e nas atividades dos filhos. (Tom Sine) -Desenvolve-se uma piedade altamente privatizada e espiritualizada, regra geral bastante desvinculada do restante de nossa vida; -Adotamososvaloresintelectuais, moraiseculturaisdocontexto, vivendoumdualismocujasorigensremontam aos postulados platnicos de mundo material e mundo do esprito: -Comocristos,queremosescapardomundomaterialenegativoparadesfrutarmosdeuma existncia ideal no plano imaterial do esprito, situado em algum lugar l em cima; -ApropriamosoreforoqueFrancisBacon(sc.XVI)fezdodualismoplatnico,quando metaforicamente dividiu o mundo em duas metades: -o lado das palavras de Deus, reservado aos telogos e,-o lado das obras de Deus, o mundo natural Bacon , de alguma maneira, secciona o ser humano, separando o corpo do esprito. -Desenvolvemos uma viso de vida desencarnada nas nuvens 11.5 - A reao pela educao crist -dotar a Igreja de uma viso crtica em relao ao mundo -apropriaraarmaduradeDeusparaopor-seaprincipados,potestadesedominadoresdestemundo tenebroso (Ef. 6:12); FUNDAMENTOS DA EDUCAO CRI STProf : Jaelita Nazareth 26. -compreenderqueamanifestaodadispensaodomistrioocultoemDeusfeitaatravsda Igreja que deve se tornar conhecida como opositora dos valores dos principados e potestades (Ef.4:8-10); -postular uma ao educativa que desenvolva uma f integral e integradora do homem; -tomar lugar mesa preparada pelo Senhor diante dos adversrios (Sl.23:5). UNIDADEXII A Palavra Revelada como elemento essencial para a educao crist 12.1 - O Judasmo e o Cristianismo como religies da Palavra Deus, o Ser da Palavra -O universo criado pela palavra - Salmos 33:6 Pela palavra do SENHOR foram feitos os cus; e todo oexrcitodeles,peloespritodaSuaboca.Hebreus11:3Pelaf,entendemosquefoiouniverso formado pela palavra de Deus, de maneira que o visvel veio a existir das coisas que no aparecem. A palavra como elemento distintivo do homem, coroa da criao - Tiago 1:18Pois, segundo o seu querer,elenosgeroupelapalavradaverdade,paraquefssemoscomoqueprimciasdassuas criaturas. A Revelao(ver unidade XIV) O discurso de Deus atravs do universo e da natureza (Sl.19) O discurso proftico de Deus Isaas 53 O discurso Encarnado de Deus Jesus Cristo Os discursos grafados de Deus As Tbuas da Lei xodo 20 A escrita de Deusna parede p/ Belsazar(Dn.5) APalavra-APalavraescritadeDeuscomoelementofundamentaleducaocrist.- Jeremias32:14-OEterno,oTodo-Poderoso,oDeusdeIsrael,mandouquevocpegue estas escrituras de compra, tanto a cpia fechada com o selo como a aberta, e as coloque num pote de barro para que durem muitos anos. 12.2 - O Judasmo e o Cristianismo como religies da Palavra Deus, o Ser da Palavra O universo criado pela palavra A palavra como elemento distintivo do homem, coroa da criao, A Revelao O discurso de Deus atravs do un