3º estagio internacional (sistemas de direitos humanos , tribunal penal e direito internacional...

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3º Estagio Internacional (Sistemas de Direitos Humanos , Tribunal Penal e Direito Internacional Privado)

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DIREITO INTERNACIONAL - 3 Estgio

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DIREITO INTERNACIONAL - 3 EstgioSistemas Regionais de proteo dos Direitos humanos

Na proteo de Direitos Humanos existe o sistema global de proteo, que ocorre com a Carta da ONU e os sistemas regionais de proteo (sistemas localizados), que se dividem em 3 sistemas: sistema europeu, sistema interamericano e sistema africano.1. Sistema Interamericanoa) Conveno Americana:

O sistema interamericano funciona no mbito da OEA (organizao que participa os pases das trs Amricas). Perante a OEA so firmados vrios Tratados de Direitos Humanos. Hoje existem 24 Tratados de Direitos Humanos, porm o mais importante a Conveno Americana de Direitos Humanos, tambm conhecido como Pacto So Jos da Costa Rica. Esses Tratados foram constitudos no mbito da OEA, porm nem todos os pases membros da OEA fazem parte dos Tratados, ou seja, participa quem quer. O Pacto de So Jos entrou em vigor no Brasil em 1992, porm somente em 2002 que aceitamos sua jurisdio.b) Clusula Federal:

No Tratado vai existir uma clusula federal, onde o Estado que vai sempre responder, independentemente de quem praticou a violao ao Tratado de Direitos Humanos, seja ele praticado com dolo ou culpa. Desta forma, quem responde internacionalmente vai ser o Estado, podendo se quiser entrar com uma ao regressiva contra a outra parte.

c) rgos de Fiscalizao:O Pacto de So Jos da Costa Rica no mbito das Amricas criou 2 rgos de fiscalizao para a proteo dos Direitos Humanos so eles a Comisso Interamericana de Direitos Humanos e a Corte Interamericana de Direitos Humanos.A responsabilidade perante a Comisso e perante a Corte vai ser do Estado, ou seja, ele vai ser o Ru. O sistema regional funciona da seguinte forma o Estado tem obrigao de proteger o seu nacional, se ele no o fizer ou fizer de forma ineficiente, o nacional pode reclamar seu Estado perante a Comisso ou perante a Corte.

1.1 - Comisso Interamericana de Direitos Humanos:a) Composio da Comisso:Todo pas que faz parte da Conveno Americana (Pacto de So Jose da Costa Rica) est submisso a Comisso, podendo esta atuar perante cada pas.

A Comisso est situada em Washington, EUA, sendo composta por 7 membros (no so juzes, so membros), com mandato de 4 anos, cabendo uma reeleio. Esses membros so escolhidos a ttulo pessoal, ou seja, no o pas que indica, sendo assim ningum representa o Estado, a prpria pessoa que se indica, cabendo a comisso aceitar ou no. Contudo no permitido ter dois nacionais do mesmo Estado na composio da Comisso.

b) Competncias da Comisso: Recebe reclamaes contra os Estados membros; Presta informaes aos Estados; Investiga os fatos reclamados; Emite recomendaes; Pode acionar os Estados perante a Corte (Estados que esto sob a jurisdio da Corte).c) Requisitos: Esgotamento dos recursos internos: deve-se ser tentado resolver os problemas no mbito interno.

Exceo: Pode-se fazer a reclamao perante a Comisso sem ter esgotado os recursos internos se houver morosidade ou ausncia na prestao jurisdicional. Exemplo: Lei Maria da Penha Maria acionou penalmente e civilmente seu companheiro, mas no transcorrer de 15 anos no houve sequer uma sentena penal ou civil de 1 grau. No se fala em deciso definitiva, apenas em sentena de 1 grau. Diante da morosidade do judicirio, Maria denunciou o Brasil perante a Comisso, e esta pediu informaes ao Estado brasileiro, no ao Estado do Cear. Quem representa o Brasil na Comisso e na Corte a AGU. Ao final da anlise feita pela Comisso, esta emite uma recomendao atravs de uma resoluo, que neste caso seria a criao de uma lei especfica, que o Brasil pagasse uma indenizao devido a morosidade e por fim, que o Brasil pagasse todas as despesas que ocorreram pela vinda da Comisso ao Brasil. No pode existir Litispendncia: o Estado no pode estar respondendo a uma reclamao pelo mesmo fato perante outro Tribunal Internacional. Prazo de 6 meses para fazer reclamao: no caso de j ter ocorrido o trnsito em julgado de alguma deciso interna o prazo de 6 meses para fazer a reclamao perante Comisso.d) Clusulas da Comisso: Clusulas de peties individuais: obrigatria. Fala a respeito de quem pode reclamar perante a comisso: vtima, seus familiares, ONGs , Associaes e movimentos sociais.- Comunicaes Interestatais: a denncia no feita por um indivduo, mas por um Estado em relao a outro.

e) Resoluo: Ao final da anlise feita pela Comisso, esta emite uma recomendao em forma de resoluo. Ex. ressarcir a vtima, fazer uma lei interna que cuide de determinados problemas (ex: Lei Maria da Penha).f) Reserva: Em relao Comisso o Brasil tem uma reserva, aquela s poder fazer investigaes in loco desde que o governo brasileiro autorize, ou seja, a comisso tem que pedir para fazer essa investigao.1.2 - Corte Interamericana de Direitos Humanos:a) Composio da Corte:O Brasil faz parte da Corte desde 2002. A Corte composta por 7 juzes (atuam como juzes mesmo), com mandato de 6 anos, cabendo uma reeleio. No representa os Estados, so escolhidos a ttulo pessoal.

b) Competncias da Corte = Consultiva e Contenciosa: Competncia Consultiva: esta competncia aberta a todos os Estados membros da OEA, onde qualquer Estado pode fazer consulta sobre Tratados de Direitos Humanos.

Competncia Contenciosa: esta competncia s vale para os Estados que aceitaram expressamente a jurisdio da Corte. O Brasil faz parte. O autor sempre vai ser a Comisso e o ru sempre vai ser o Estado violador.OBS - a pessoa fsica no tem acesso perante a Corte, pois, ela representada pela Comisso.c) Jurisdio: a Comisso que aciona a Corte, e no a pessoa fsica. Comisso X Estado.OBS - Na Corte o pas tem que expressamente aceitar a jurisdio desta. J na Comisso no necessariamente precisa aceitar.

d) Sentena: A sentena inapelvel, pois j decidida em sesso plenria por 5 juzes, no precisa ser homologada no pas, ou seja, vai ser diretamente executada.TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL1. Antecedentes:Com o final da 2 guerra mundial as pessoas que cometeram crimes precisavam ser julgados pelos atos cometidos. Desta forma, foram criados Tribunais ad doc, tribunais especficos para tais crimes, no sendo ento tribunais pr-constitudos, eles foram criados posteriormente ao fato. Dois tribunais se destacaram, o de Nuremberg (julgou os alemes) e o do xxxxxx (julgou os japoneses). Houve vrias crticas a respeito da criao destes tribunais por serem ad doc (tribunal para o ato), ou seja, tribunais de exceo, e tambm por serem compostos pelos vencedores da 2 guerra mundial para julgar os vencidos, sendo apenas julgados os alemes e os japoneses. Mesmo com crticas, especialistas achavam necessrio que estes tribunais continuassem, pois no queriam que aqueles que participaram dos crimes sassem impunes. Com tantas discusses esses especialistas decidiram criar um Tribunal permanente, para julgar crimes contra a humanidade, ou seja, aqueles com graves violaes do direito internacional e que repercutiam no mundo.Antes do TPI foram criados no mbito da Corte de Haia, dois tribunais ad doc, para julgar pessoas que cometeram graves violaes aos direitos humanos Tribunal ad doc da ex- Iugoslvia e Tribunal ad doc de Ruanda, criados pelo Conselho de Segurana da ONU, pois o TPI ainda no estava funcionando. Embora o nome seja tribunal ad doc, no se descarta a idia que tambm eram tribunais de exceo, possuindo as seguintes caractersticas: criados ao trmino dos conflitos, para julgar determinadas pessoas em um determinado perodo. Contudo se fazia necessrio ter esses tribunais ditos de exceo enquanto o TPI no estava em vigor, para assim julgar as pessoas que cometeram crimes contra a humanidade, para no ficaram impunes.2. Composio do TPI:Composto por 18 juzes e um Procurador, ambos eleitos para um mandato de 9 anos, cabendo uma reeleio por igual perodo. Esses juzes devem ser juzes nacionais (de direito) dos pases que fazem parte do TPI, eles no representam seus Estados, pois so escolhidos a ttulo pessoal e tambm no podem ter dois juzes da mesma nacionalidade na composio do Tribunal.O Procurador atua como Ministrio Pblico, recebendo denncias, queixas ou mesmo quando toma conhecimento dos fatos que sejam matria de competncia do TPI. Ele pode interferir, sendo assim, o procurador pode investigar os fatos e oferecer de ofcio a denncia, pois este faz a parte investigativa e processual. Essa queixa/reclamao tambm pode ser feita pelo Conselho de Segurana da ONU, pela Assemblia Geral ou por qualquer Estado membro.3. Criao do TPI:Entrou em vigor em 2002 com a assinatura/ratificao de 60 pases, mas foi assinado em 1998. Foi criado pelo Estatuto de Roma. Efetivamente s comeou a funcionar em 2003, devido primeira denncia. o nico tribunal internacional que julga pessoas. Surge a discusso do homem como sujeito de direitos e obrigaes. Quem vai a julgamento o indivduo.

4. Caractersticas:a) S julga pessoas que comentam crimes de competncia do TPI;b) Esses indivduos podem ser nacionais dos pases membros do Tribunal ( regra);c) Podem ser julgados pessoas em que cometam o crime em algum pas membro do TPI, mas essa pessoa no faz parte do Tribunal, ou seja, seu pas no ratificou o Tratado (exceo). Ex: EUA no faz parte do TPI, mas seu nacional pode ser condenado no Tribunal se por acaso vier a cometer algum crime no Brasil, j que ns aderimos a esse tribunal;d) Universalidade. Tem jurisdio sobre todos os Estados membros do TPI;e) Para ser julgado no TPI deve ser maior de 18 anos a poca do fato;f) A pessoa pode ser julgada como autor ou partcipe do crime;g) A responsabilidade do indivduo subjetiva, tem que agir com dolo, tem que ter vontade de praticar o crime, at porque ningum pratica o crime de genocdio de forma culposa;h) O TPI regido pelo Princpio da irrelevncia da qualidade oficial - vem desde o Tribunal de Nuremberg. Esse princpio fala o seguinte: no se admite que, por exemplo, um oficial diga que praticou determinado crime porque seu superior mandou, desta forma, todos os que praticaram o crime sero responsveis. Cada pessoa responsvel na proporo do crime que cometeu;i) Complementaridade. O Tribunal Penal Internacional complementar justia dos Estados, ou seja, no um Tribunal estrangeiro, entende que a competncia originria para julgar o indivduo o Estado de sua nacionalidade. No entanto, entende que possvel a omisso do Estado ou mesmo incapacidade deste fazer de forma eficaz, eficiente. Neste caso, cabe ao TPI complementar essa instncia ou esse julgamento. Surge como instncia complementar;j) No retroatividade. S vai atingir os crimes aps a entrada em vigor do tratado em 2002 ou, crimes cometidos aps a assinatura do pas ao Tratado. OBS - No mais possvel criar Tribunais ad doc, devido existncia do TPI.5. Competncia do TPI: H uma grande crtica a respeito ao terrorismo, pois ele no se enquadra em nenhum destes crimes abaixo, sendo considerado um crime especfico, no fazendo parte da competncia do TPI.a) Crimes de Guerra: so violaes as Convenes de Viena para conflitos armados. So as violaes aos tratados de direito humanitrio (direito de proteo s pessoas, militar ou no, em conflitos armados). No mbito da ONU foram criados Tratados que do proteo as pessoas nos conflitos armados, o que se chama de direito humanitrio (direitos humanos direito humanitrio). Ex. previstos na Conveno de Viena: no poder humilhar o prisioneiro de guerra, no poder atacar residncias, hospitais e escolas;b) Crimes Contra a Humanidade: homicdio; extermnio; escravido; deportao; aprisionamento com violao das normas do direito internacional; torturas; estupro, escravido sexual, prostituio forada, violncia sexual; perseguio de grupos ou comunidades por motivos polticos, raciais, culturais, religiosos; desaparecimento forado de uma ou mais pessoas; apartheid; atos inumanos que provocam graves sofrimentos;c) Crimes de Agresso: a violao a soberania de um Estado. impossvel que haja um crime de guerra sem que haja uma agresso, desta forma, no h como separar um do outro. Esses crimes so de natureza poltica por excelncia. Devido a isso, argumenta-se que a incluso de tais crimes no Estatuto da Corte implicaria na politizao dos seus trabalhos, colocando em risco a sua independncia.d) Genocdio: Destruio parcial ou total de um determinado grupo tnico, nacional ou religioso. Matar membros de um grupo ou comunidade tnica; provocar leses a membros do mesmo grupo; submeter a maus tratos que comportam a destruio fsica total ou parcial do grupo tnico; impor medidas anticoncepcionais ou capazes de causar a esterilidade; transferir foradamente grupos de crianas para um grupo diferente.6. Penas:

a) Privativa de Liberdade (recluso): mxima de 30 anos. No h progresso de regime. - Exceo: No prev pena de morte, mas prev a aplicao da priso perptua como forma de exceo. Neste caso, depois de 25 anos de cumprimento da pena, obrigatoriamente ela dever ser revista, podendo de acordo com o julgamento do tribunal reverter essa pena perptua em privativa de liberdade. Em resumo, no uma pena perptua de forma definitiva, pois ela pode ser revisada depois de 25 anos de cumprimento. Essa reviso da pena no caber para a pena privativa de liberdade, s caber para a perptua;

b) Multa: No s pena de multa, ela dever ser privativa de liberdade + multa ou perptua + multa. Esta multa paga ao Tribunal para que este se mantenha;

c) Confisco de bens: So aplicadas de forma cumulativa. So entregues as vtimas ou familiares destas, caso no tenha a quem devolver vai para o fundo do TPI.

DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO

1. Normas Indicativas:Diferena entre dir. internacional pblico e privado: o pblico cuida das relaes entre os sujeitos internacionais (Estados e Organizaes internacionais), j o privado cuida das relaes privadas em pases diferentes, ou que pelo menos nessa relao tenha um elemento estrangeiro.

O objeto do Direito Internacional Privado o conflito de leis no espao, ou seja, no se ocupa de resolver a lide propriamente dita, mas de indicar que lei, de determinado pas, poder faz-lo. Ao surgir um conflito jurdico conectado com legislaes de pases distintos, cabe ao Direito Internacional Privado determinar qual a jurisdio competente, isto , qual o sistema jurdico que deve ser aplicado, cabendo a este decidir, sobre a lei aplicvel.

Esse conflito de leis no significa, necessariamente, coliso entre normas legais, mas de que h normas diferentes sobre o mesmo instituto jurdico, cabendo ao Juiz decidir pela aplicao da lei de um ou de outro sistema. Por essa razo, as normas de Direito Internacional Privado so denominadas indicativas ou indiretas.

A complexidade da matria remete-nos a uma variedade de fontes de regras, situaes tanto no plano interno, como no internacional, preponderando as primeiras: a lei, a doutrina e a jurisprudncia.

No Brasil, a principal fonte legislativa a Lei de Introduo ao Cdigo Civil, que trata da matria do artigo 7 ao 17.

O direito internacional privado no soluciona nenhuma questo jurdica, ele apenas indica a lei a ser aplicvel, ou seja, se vai ser a lei interna ou a lei estrangeira, por isso que se diz que as normas de direito internacional privado so normas indicativas ou indiretas (indicam um direito a ser aplicado, mas no resolvem a questo jurdica). O que existe no dir. internacional privado so conflitos de lei no espao, por isso se utiliza as normas indicativas ou indiretas. (profa. Taciane) 2. As Normas:

Podemos classificar as normas de Direito Internacional Privado segundo a fonte, a natureza e a estrutura.

Como j foi dito, a fonte da norma pode ser legislativa, doutrinria ou jurisprudencial e, ainda, interna ou internacional.a) Quanto natureza, a norma de Direito Internacional Privado , geralmente, indireta, pois apenas indica o direito aplicvel, no solucionando a questo jurdica propriamente dita. Tambm existem as normas conceituais ou qualificadoras, que se restringem a definir determinados institutos para efeito do Direito Internacional Privado.b) Quanto estrutura, as normas podem ser unilaterais e bilaterais.

2.1 - Normas Indiretas:

A norma de Direito Internacional Privado indica qual direito deve ser aplicado, quando a questo jurdica est conectada com dois ou mais sistemas jurdicos. Essa escolha feita por pontos de contato, ou regras de conexo. Assim, no Direito Civil, questes relativas a direito de famlia, contratos, sucesses e outros, a lei a ser aplicada ser determinada pelo domiclio, pela nacionalidade, local do cumprimento da obrigao, etc.

Como j dito, as regras de conexo escolhem, dentre os sistemas jurdicos conectados hiptese, qual deve ser aplicado. Da porque so normas instrumentais, que uma vez indicando o direito aplicvel, procurar as normas jurdicas que regulam o caso sub judice. o mtodo harmonizador dos conflitos de leis, pois aplicando um dos sistemas jurdicos em questo, o conflito pacificado.2.2 - Normas Qualificadoras:

Existem normas que no so conflituais, nem substanciais, mas conceituais ou qualificadoras, como as regras que definem o domiclio.

Por exemplo, a regra do 7, do art. 7 da Lei de Introduo ao Cdigo Civil, que determina a extenso do domiclio do chefe de famlia ao outro cnjuge e aos filhos no emancipados, bem assim o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.

Como se v, no uma regra de conflito, nem substancial, mas uma regra definidora (qualificadora), que colabora com a norma conflitual.3 - Estrutura da Norma:

Para julgar uma causa de direito privado com conexo internacional, o Juiz executa duas operaes consecutivas: determina o direito aplicvel e, depois, aplica esse direito causa sub judice.

Para determina a lei aplicvel necessrio que se faa a qualificao, isto , a determinao de qual dispositivo de direito internacional privado se aplica a relao jurdica com conexo internacional. Depois, necessrio a determinao dos elementos de conexo, para que se possa eleger a lei mais prxima relao jurdica qualificada.

Feito isto, parte o Juiz para a efetiva aplicao da lei material escolhida, que pode ser a nacional ou uma estrangeira.4 Objeto (= matria) e Elemento (= norma) de Conexo:Objeto de conexo a matria que versa sobre a relao jurdica. Ex. se direito de famlia, contratos, sucesses, etc.Elemento de conexo a norma que indica o direito a ser aplicado. Ex. se o direito nacional ou o estrangeiro.5 - Elementos de Conexo:a) Estatuto Pessoal ou Lei Pessoal: Domiclio / Nacionalidade: Do Domiclio: O estatuto pessoal tanto pode ser domiclio como tambm a nacionalidade, mas o Brasil adota o critrio do domiclio.

A lei de introduo ao Cdigo Civil d preferncia como elemento de conexo o Domiclio, porque se entende o local onde a pessoa est instalada e mantm relaes de trabalho.

Art. 7o A lei do pas em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o comeo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de famlia.- Esse exemplo fator determinante para efeito de sucesso.

1o Realizando-se o casamento no Brasil, ser aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e s formalidades da celebrao.

3o Tendo os nubentes domiclio diverso, reger os casos de invalidade do matrimnio a lei do primeiro domiclio conjugal.

4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece lei do pas em que tiverem os nubentes domiclio, e, se este for diverso, a do primeiro domiclio conjugal. Da Nacionalidade: no se tem utilizado mais a nacionalidade como elemento de conexo, pela possibilidade de adquirir 2 ou mais nacionalidades, ou at mesmo no t-la. Contudo, ainda se verifica na lei de introduo resqucios deste requisito: Art. 18. Tratando-se de brasileiros, so competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de bito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido no pas da sede do Consulado.

- S diz respeitos a brasileiros no exterior que procuram as autoridades consulares. No se enquadram aqui outros estrangeiros para realizar tais servios.b) Lex Fori (Lei do foro):No identificada em nenhum artigo da lei de introduo, mas um elemento de conexo utilizado bastante quando no se pode utilizar a lei que foi indicada, ou seja, quando no se sabe qual lei aplicar, se a lei estrangeira ou nacional, sendo ento utilizada a lei do foro onde ocorre a ao.Ex. ocorrendo um caso de sucesso e o de cujus (segundo a LICC a capacidade para herdar determinada pela lei do domiclio do herdeiro) tenha filhos havidos fora do casamento, residente em outro pas, no vo poder herdar, pois, a capacidade de herdar s se d com a lei de seu domicilio e no ao do Brasil, mesmo que a sucesso esteja ocorrendo no Brasil, pois o de cujus faleceu aqui, estava domiciliado e tinha seus bens no Brasil. Desta forma, se a sucesso est acontecendo no Brasil, e aqui no faz distino entre filhos havidos no casamento e filhos havidos fora do casamento, ento a ausncia de capacidade por ser filho fora do casamento no pode ser aplicada no Brasil por ferir a ordem pblica brasileira. Ento nesse caso ocorrendo o conflito das leis (brasileira e estrangeira sobre a capacidade de herdar), no se aplica a lei estrangeira e somente se aplicando a lei do foro, ou seja, do local onde esta ocorrendo ao, que nesse exemplo a lei brasileira.c) Lei do local onde est situada a coisa:LICC, Art.8o. Para qualificar os bens e regular as relaes a eles concernentes, aplicar-se- a lei do pas em que estiverem situados.Serve para regular bens mveis de situao permanente ou bens imveis considerados individualmente (bem mvel dentro de uma herana no se enquadra).Art. 10.A sucesso por morte ou por ausncia obedece lei do pas em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situao dos bens.Art. 12. competente a autoridade judiciria brasileira, quando for o ru domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigao.

1o S autoridade judiciria brasileira compete conhecer das aes, relativas a imveis situados no Brasil.d) Lei do local onde ocorreu o ilcito:

No identificada em nenhum artigo da lei de introduo. Diz respeito s relaes extracontratuais. O local onde ocorreu o ilcito vai ser aplicado lei deste local.e) Lei do local onde a obrigao foi contrada:Art. 9o Para qualificar e reger as obrigaes, aplicar-se- a lei do pas em que se constiturem. 2o A obrigao resultante do contrato reputa-se constituda no lugar em que residir o proponente.

- Exceo: a smula 207 do TST uma exceo a este artigo, pois aplica-se a lei da prestao do servio e no do local da contratao.

Smula 207 TST: A relao jurdica trabalhista regida pelas leis vigentes no pas da prestao de servio e no por aquelas do local da contratao.6 - Ordem Pblica:

Em todos os ordenamentos jurdicos h previso legal para a soluo do conflito de leis, nos casos de julgamento da situao jurdica com conexo internacional. O Juiz escolhe a lei aplicvel a partir das normas de direito internacional privado tendo como resultado a indicao da lei brasileira ou estrangeira. No entanto, o funcionamento desse sistema de direito internacional privado, poder ser impedido pela aplicao da exceo de ordem pblica.Existem situaes em que a lei estrangeira no pode ser aplicada no Brasil por ferir a ordem pblica brasileira, aplicando ento a lei nacional, a lei do foro. (Profa. Taciane)

Ordem Pblica quando o juiz deixa de aplicar a norma estrangeira indicada por ser ela incompatvel com a ordem jurdica interna. Acontece mais em matria de direito de famlia e sucesses.

O art. 17 da LICC impede a aplicao de leis estrangeiras, bem como de atos e sentenas estrangeiras, sempre que estes ofenderem a soberania nacional, a ordem pblica e os bons costumes. O princpio da ordem pblica tem aplicao em trs nveis:a) Funciona no plano do direito interno para garantir o imprio de determinadas regras jurdicas, impedindo que sua observncia seja derrogada pela vontade das partes;

b) Trata do impedimento aplicao de leis estrangeiras indicadas pelas regras de conexo de direito internacional privado;

c) No reconhecimento de direitos adquiridos no exterior.5 Fraude Lei:

Tambm restringe a aplicao da lei indicada pelas regras de conexo. D-se a fraude lei quando o agente, artificiosamente, altera o elemento de conexo que indicaria a lei aplicvel.

Os efeitos dos atos praticados no exterior em fraude lei de determinada jurisdio sero apenas ineficazes na mesma.

6 - Aplicao do Direito Estrangeiro:

No Brasil no h restrio para aplicar a lei estrangeira no processo, desta forma todo ordenamento jurdico estrangeiro, seja ele normas, decretos ou leis podem ser aplicados aqui, no existe restrio, a nica ressalva que deve ao ser indicado essa norma estrangeira que ela no pode ferir ordem pblica brasileira. O juiz aqui no Brasil aplica de ofcio essa norma estrangeira, no precisando da autorizao das partes. Tambm no existe restrio quanto aos recursos, ou seja, pode ir at o STJ.7 - Competncia Internacional da Justia Brasileira:

As regras de competncia internacional no Direito Brasileiro esto dispostas nos artigos 88 e 89 do CPC competncia exclusiva, absoluta, concorrente e cumulativa.7.1 - Competncia Internacional Exclusiva:

Se a competncia exclusiva, somente a Justia brasileira pode conhecer o problema, ela afasta a competncia de qualquer outra justia.

So dois casos de competncia exclusiva da Justia brasileira: aes relativas a bens imveis situados no Brasil, e ao inventrio e partilha de quaisquer bens situados no Brasil. Aqui no se reconhece a competncia estrangeira quando for pedida a homologao de sentena proferida em outro Estado versando sobre tais hipteses, pois s Justia Brasileira cabe apreciar essas causas.

Hoje o STJ tem aceitado excees quanto homologao de sentenas, pois entende que essa competncia exclusiva no do juiz, mas uma obrigao de aplicar exclusivamente a lei brasileira. Ex: uma sentena proferida no exterior relativa a imveis situados no Brasil ou partilha de bens provenientes de divrcio (sucesso causa mortis no entra nessa exceo do STJ), o juiz estrangeiro ao decidir a causa no aplicou a lei estrangeira, mas aplicou somente lei brasileira, o STJ no homologa, mesmo que tenha sido proferido por juiz estrangeiro. NO ENTENDI NADA!!!Observaes:- o STJ no homologa a sentena estrangeira quando o juiz estrangeiro utilizou a lei estrangeira para imveis situados no Brasil; - O STJ homologa deciso estrangeira quando o juiz estrangeiro aplicou lei brasileira relativa ao litgio de bens imveis situados no Brasil;- Cabe somente ao STJ homologar sentena estrangeira;- o STF consolidou o entendimento seguido pelo STJ de que essas aes s abrangem as de cunho real, excluindo as fundadas em obrigaes.

7.2 - Competncia Internacional Concorrente:

Ocorre quando tanto a Justia Brasileira como a Justia Estrangeira (pode ser mais de uma) so competentes para julgar a mesma causa ou conexo internacional. Nesses casos, a norma nacional no exclui a jurisdio de outros Estados, mas tambm no abdica de sua competncia. O que importa nessa competncia concorrente saber at que ponto o ru domiciliado no Brasil se submete a justia estrangeira.

A sentena proferida no exterior pode ser homologada pelo STJ, desde que preenchidos os requisitos legais. Havendo competncia concorrente, pode o autor escolher entre a Justia brasileira ou a estrangeira; optando por esta e, consentindo o ru em se submeter a ela, por acordo expresso ou renncia tcita jurisdio nacional, ser homologvel a sentena estrangeira.

O STJ j se manifestou no sentido de no indeferir a concesso do exequatur em carta rogatria citatria, se a competncia meramente concorrente da Justia Brasileira. Porm, se a ao no exterior iniciar-se simultaneamente com a brasileira, a Justia Brasileira dar-se- por competente, independentemente do que venha a ocorrer na Justia estrangeira.OBS tratando de ao de obrigao, a competncia concorrente.

Submisso Voluntria do Ru: Reconhece-se, em princpio, a submisso voluntria do ru, domiciliado no exterior, Justia brasileira, no obstante, no caso, a competncia internacional, no se configurar expressamente dentro da lei. suficiente o interesse das partes para se submeterem Justia brasileira. A submisso voluntria pode ser expressa ou tcita.a) Submisso Voluntria Expressa:

Sendo expressa, feita mediante clusula eletiva de foro, ou seja, as partes fixam a competncia territorial ou de foro, mediante contrato, determinando o foro de eleio antes de ajuizarem uma ao. Em regra, a clusula de eleio de foro faz parte do prprio instrumento que abrange todas as outras clusulas, quando vinculado a um contrato internacional celebrado entre as partes.

Exemplo de competncia da justia brasileira e da justia espanhola (clusula eletiva de foro):

1 caso (clusula eletiva de foro da Espanha): eles escolhem no contrato a competncia da justia espanhola. O autor aciona o ru na justia brasileira, neste caso o ru est domiciliado no Brasil. Pergunta-se: o autor pode acionar o ru na justia brasileira mesmo se a clusula eletiva de foro fixou a Espanha? PODE!! Porque o ru esta domiciliado aqui no Brasil. Isso significa que, quando o ru acionado na justia espanhola, ele pode deixar correr a revelia, no precisando se justificar, e se ele for julgado pela Espanha, o STJ no vai homologar a sentena;2 caso (clusula eletiva de foro do Brasil): O autor aciona o ru na justia espanhola, e este est domiciliado no Brasil. Pergunta-se: o autor pode acionar o ru perante a justia espanhola? NO PODE em hiptese alguma, por duas razes: primeiro est desobedecendo clusula eletiva de foro que escolheu o Brasil como competente para julgar, e segundo est desobedecendo regra geral do CPC em que o ru deve ser acionado no foro do seu domiclio;3 caso (clusula eletiva de foro da Espanha): o autor aciona o ru na justia espanhola e este est domiciliado no Brasil. Pergunta-se: o autor pode acionar o ru perante a justia espanhola? PODE, pois neste caso a clusula eletiva de foro foi usada de forma certa. Podendo ento ser homologada a deciso pelo STJ aqui no Brasil.

b) Submisso Voluntria Tcita:

Enquanto a submisso voluntria expressa pressupe um foro eleito pelas partes, antes que uma delas instaure um processo perante a Justia, a submisso voluntria tcita resulta do fato de que o ru no argiu a exceo declinatria de foro na forma e nos prazos previstos em lei, em face de um processo j instaurado. Em resumo, aqui no se utiliza a clusula eletiva de foro. Podendo ser utilizada quando quiser desde que seja dentro dos Tribunais competentes.

Ex. o autor pode acionar o ru no Brasil ou na Espanha. Contudo se o ru no quiser ser acionado pela Espanha ele pode declinar. Como? O ru aciona o STJ e entra com uma Exceo Declinatria de Foro. Mas isso no impede que a ao corra no exterior, at porque o juiz aliengena competente, mas a sentena proferida no exterior no vai ser homologada pelo STJ se a pessoa entrou com essa exceo e preencheu os seus requisitos.

Desta forma, o ru deve manifestar-se a respeito da competncia da Justia estrangeira para no correr o risco de que o processo seja julgado a sua revelia, o que traria como conseqncia o reconhecimento, pelo Brasil, de uma sentena proferida pela Justia estrangeira. Para ter esse efeito, j suficiente uma declarao feita pelo ru por ocasio de sua citao por carta rogatria no Brasil, afirmando a incompetncia do juzo estrangeiro.

Essa exceo declinatria de foro quer dizer ao STJ o seguinte - eu fui citado para responder uma ao no exterior, estou domiciliado no Brasil e no existe uma clusula eletiva de foro, sou ru, ento era para justia espanhola ter me acionado no Brasil e no na Espanha. O STJ no analisa esses pontos por enquanto. O prazo que a pessoa tem para contestar no exterior o prazo que tem que entrar com a exceo declinatria de foro. Ento o que acontece, a pessoa entra com essa ao no Brasil e deixa correr a revelia na Espanha, pois se ele responder passa ento a aceitar a jurisdio da Espanha. Quando o pedido de homologao da sentena estrangeira chega ao Brasil, a sim o STJ analisa a exceo declinatria de foro.

Quais os requisitos para o STJ aceitar a exceo declinatria de foro? 1) Se a pessoa entrou com o pedido no tempo correto, 2) se a justia brasileira for competente, pois se no for competente essa exceo no vai ter finalidade nenhuma.O fato de o direito brasileiro permitir, nesse caso, a exceo declinatria de foro no significa que o Juiz estrangeiro a acolha. A manifestao nesse sentido, do ru domiciliado no Brasil, impede apenas que uma sentena proferida por Juiz aliengena possa ser homologada pelo STJ.8. Cauo do Processo:

Quando os autores de uma ao so domiciliados no exterior, devem prestar cauo (art. 835 do CPC) que serve para garantir custas e honorrios, caso no tenham imveis no Brasil para assegurar o pagamento. O descumprimento desta norma pode acarretar extino do processo sem julgamento de mrito. a garantia que o autor domiciliado no exterior deve prestar para cobrir custas e honorrios advocatcios se no tiver bens imveis no Brasil. Somente quem presta cauo o autor. No importa a nacionalidade da pessoa, mas sim o domiclio, ou seja, o autor pode estar domiciliado no exterior ou no curso do processo ele pode fixar domiclio no exterior.

Cabe ao Juiz fixar o valor a ser depositado, depois de ouvidas as partes nos prprios autos da ao (no exige procedimento especfico), dando prazo para o cumprimento do ato. A cauo representa uma garantia ao ru domiciliado aqui, e um nus para alguns autores.

1 hiptese: Se o autor no for domiciliado no Brasil ele DEVE prestar essa cauo, mas por que DEVE? Por que o juiz que decide se vai haver a prestao da cauo, quando vai haver essa prestao e em que prazo ele deve manifestar essa cauo. 2 hiptese: Se o juiz achar que deve ser dispensando essa cauo ele o faz, pois no h uma obrigatoriedade por parte deste. Porm, se a pessoa tiver bens imveis no Brasil que cubra as custas e honorrios do processo no se faz necessrio essa cauo.3 hiptese: Caso a pessoa no tenha bens imveis aqui no Brasil o juiz vai analisar e decidir se deve prestar a cauo ou se est dispensando. OBS - Existe um Protocolo (Las Leas) que dispensa a prestao da cauo quando o autor for domiciliado em qualquer dos pases membros do MERCOSUL (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela).9 - Litispendncia Internacional:Quando dois ou mais Tribunais so competentes para julgar uma causa com as mesmas partes e os mesmos objetos. possvel que exista uma litispendncia internacional pelo fato de existir uma competncia concorrente (ex. Brasil e Espanha so competentes para julgar determinado crime). Internamente o Brasil reconhece a prioridade da instncia para julgar o caso de litispendncia, contudo em relao a litispendncia internacional o Brasil no reconhece, ou seja, ele no reconhece a prioridade da instncia.

A questo agora saber - qual deciso vai valer: a deciso estrangeira ou a nacional? Vai prevalecer a sentena que primeiro transitar em julgado no Brasil, desta forma o Brasil reconhece a coisa julgada. No caso de sentena estrangeira ela s vai valer se transitar em julgado no Brasil e for homologada pelo STJ.10. Homologao da Sentena Estrangeira:a) Competncia:Desde a EC 45 a competncia do STJ. O STJ no entra no mrito da ao no exterior, ele apenas analisa requisitos extrnsecos. A sentena quando homologada aqui no Brasil retroage a data do trnsito em julgado dela no exterior.b) Objetivos:

Homologao o ato que torna a sentena estrangeira exeqvel na ordem jurdica interna. a homologao que vai permitir a execuo, em um pas, de deciso proveniente de rgo judicirio de outro.

A eficcia extraterritorial das sentenas estrangeiras constitui aspecto fundamental do principio do respeito aos direitos adquiridos no estrangeiro e no acatamento coisa julgada.

A homologao em si no d eficcia no mbito interno sentena, mas permite que ela produza efeitos no pas. A deciso em processo de homologao portadora de eficcia, ainda que essa eficcia se restrinja aos limites territoriais de sua ordem jurdica.

O Brasil adota o sistema de delibao, homologao mediante pressupostos estabelecidos pela Justia na qual a sentena deva ser executada. Por esse mtodo, no se questiona o mrito da deciso, em sua substncia, seno para os requisitos formais e da ofensa ordem pblica, aos bons costumes e soberania nacional.

A sentena proferida por Tribunal estrangeiro s ter eficcia no Brasil depois de homologada pelo STJ. A homologao reveste-se de carter de verdadeira ao, e tem natureza tipicamente jurisdicional. O STJ julga o mrito da ao de homologao ao acolh-la.

O contraditrio est restrito discusso sobre a satisfao dos requisitos de homologabilidade (contencioso limitado). A homologao pode ser parcial.

O ingressado pode ingressar com o pedido diretamente no STJ, cabendo ao Presidente verificar o preenchimento dos requisitos e conceder prazo ao requerente para emendar ou aditar o pedido, sob pena de indeferimento. Se o requerido no for encontrado, ser nomeado um curador especial, pois no incide a presuno de veracidade. A contestao s versar sobre os requisitos de admissibilidade e contrariedade a ordem pblica. A homologao tem duplo objetivo no mbito interno: Atribuir fora executiva sentena (s se executa sentena estrangeira se ela for homologada). Essa homologao pode ser total ou parcial. Qualquer pessoa que tenha legtimo interesse nos efeitos da sentena pode entrar com uma ao de homologao, no precisa ser s autor e ru. Assegurar-lhe a autoridade de coisa julgada: ou seja, no mais se discute a ao por j existir coisa julgada.

c) Requisitos:LICC, Art. 15.Ser executada no Brasil a sentena proferida no estrangeiro, que reuna os seguintes requisitos:

a) haver sido proferida por juiz competente;

b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado revelia;

c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessrias para a execuo no lugar em que foi proferida;

d) estar traduzida por intrprete autorizado;

e) ter sido homologada pelo STF; Sentena Estrangeira: Basta que a deciso, proferida no exterior, e objeto do pedido homologatrio, tenha contedo e efeitos tpicos de sentena, ou seja, passvel de homologao decises proferidas por rgos que no fazem parte do Poder Judicirio, mas que so competentes para expedir determinaes com eficcia sentencial.

Ter sido proferida por Juiz competente segundo a legislao do pas do Juiz prolator. Trata-se, aqui, da competncia internacional. Ex. Brasil no homologa sentena se a competncia for exclusiva da justia brasileira. Hoje o STJ mais malevel, ou seja, se j tiver efeito de sentena ele j homologa. Citao das partes ou sua revelia, de acordo com a lex fori, mas de acordo com os princpios vigentes no Brasil. Essa citao obrigatoriamente feita por carta rogatria. S possui uma nica exceo: em caso de alimentos possvel tambm a citao por carta com AR. Trnsito em julgado. Se uma sentena estrangeira ainda no transitou em julgado no foro estrangeiro no h como ordenar, aqui, sua execuo, mesmo porque o respeito falta de fora executiva no seu territrio de origem uma forma de respeito ao Judicirio aliengena. Traduo ao p da letra, podendo o tradutor ajustar a seu entendimento caso no tenha traduo exata para o portugus, desde que no prejudique a sentena proferida pelo juiz aliengena. Deve ser feita por tradutor juramentado e, por isso, no possvel efetu-la fora do pas. Na ausncia de tradutor da lngua, deve ser nomeado um ad hoc. Ter sido homologada pelo STJ.

A sentena tem que estar Consularizada (autenticada). Os documentos devem estar consularizados, contendo a chancela do consulado brasileiro do local de origem da sentena. Dispensa-se tal requisito se a sentena tramitar por via diplomtica. No pode ofender a ordem pblica, os bons costumes e a soberania nacional, ou seja, tem que estar de acordo com o ordenamento jurdico interno brasileiro.OBS - Faltando um desses requisitos a sentena no vai ser homologada pelo STJ. 11 - Carta Rogatria

o pedido formal quem um Estado faz a outro para realizar atos processuais como forma de cooperao judiciria entre eles. No pode versar sobre execuo, apenas sobre atos processuais.a) Carta Rogatria Ativa = aquela que o Brasil envia para ser cumprida no exterior;b) Carta Rogatria Passiva = aquela que chega para o Brasil cumprir.

Obrigatoriamente toda carta rogatria deve passar pelo STJ, pois desde a EC 45 a concesso do exequatur (cumpra-se) do STJ.c) STJ

Compete ao STJ a concesso de exequatur s cartas rogatrias. O STJ faz um juzo de delibao, ou seja, s analisa os requisitos extrnsecos.

Requisitos em que o STJ concede o exequatur: competncia concorrente ou se o Brasil no tiver competncia exclusiva. Caso o Brasil tenha a competncia exclusiva no se fala em concesso do exequatur pelo STJ.d) Requisitos - essenciais tanto da carta rogatria ativa como da passiva:- A indicao dos juzes de origem e de cumprimento do ato. OBS. No precisa dizer para qual juiz enviar a carta, s faz-se necessrio o juzo;- O inteiro teor da petio, do despacho judicial, do instrumento de mandato conferido ao advogado e demais documentos;- Deve estar traduzida e os documentos consularizados;

- No pode ferir a ordem pblica brasileira;- Assinatura do Juiz rogante e do juiz rogado.OBS - Faltando um requisito, o STJ no concede o exequatur. O juiz rogante quem diz o prazo para a carta rogatria ser cumprida.

DIREITO CIVIL INTERNACIONAL1. Casamento: no Brasil e no Exterior.

Para o Direito Internacional Privado, o casamento um ato complexo, pois vai exigir tanto a determinao da lei aplicvel capacidade das partes para praticar o ato como da lei aplicvel celebrao do ato. O casamento segue a regra geral: obedece a lei do local da celebrao. O Brasil tanto permite que seus nacionais casem em consulados brasileiros no exterior, como permite que estrangeiros casem aqui em seus consulados. O casamento consular uma exceo da regra geral.OBS: para casar em consulado os nubentes tem que ser da mesma nacionalidade, pois vo ser regidos pela lei do seu pas e no pela lei do local onde celebraram o casamento. Para um nico ato no pode ser aplicada duas leis distintas. O casamento no exterior no uma homologao, apenas um reconhecimento do ato.1.1 - Casamento celebrado no Brasil:Art. 7o A lei do pas em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o comeo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de famlia.

1o Realizando-se o casamento no Brasil, ser aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e s formalidades da celebrao.

A LICC tem uma regra especfica para casamentos (art. 7, 1), determinando a aplicao da lei brasileira aos casamentos realizados no Brasil, no s quanto s formalidades da celebrao como tambm aos impedimentos (arts. 1521 e 1523 do C.C).

Exige-se para os casamentos aqui realizados o cumprimento da lei brasileira para a questo da celebrao e aquelas sobre a capacidade dos nubentes.

Quando por exemplo o noivo domiciliado no exterior e a noiva mora aqui, os proclames do casamento tem que ser feitos no exterior, por um simples motivo, tem-se que saber se o noivo j no casado ou se possui algum impedimento, ou seja, tem-se que observar a sua capacidade para casar. O casamento se realiza no local da celebrao, mas a capacidade dos nubentes determinada pela lei do domicilio deles. Ex: Alemanha no reconhece casamento por procurao.

1.2 - Casamento celebrado no exterior:

Sempre ser considerado vlido em outro pas o casamento celebrado de acordo com a lei do local da celebrao. O que importa aqui no Brasil so os efeitos do casamento realizado no exterior.

Quando se casa no exterior, mas no em consulado, e se quer reconhecer esse casamento no Brasil e pelo menos um dos cnjuges for brasileiro ou os dois forem brasileiros, tem-se que fazer o registro de casamento no primeiro cartrio de ofcio de notas da localidade onde eles venham a ter domicilio, para s assim ter validade aqui no Brasil esse casamento.

OBS: Pode fazer esse registro de casamento sem ser domiciliado aqui no Brasil.

RESUMO: Primeiro h a necessidade do registro. O art. 3, 1 da LRP, determina a obrigatoriedade do registro no Brasil dos assentos de casamentos de brasileiros realizados no exterior, ainda que estes no estejam aqui domiciliados. Se ambos os nubentes forem estrangeiros, querem reconhecer o casamento no Brasil e venham a fixar domicilio aqui, eles registram o casamento no cartrio de ttulos e documentos. 2. DIVRCIO - no Brasil e no Exterior:

Basta que um dos cnjuges esteja domiciliado no Brasil e que o casamento esteja reconhecido ou tenha sido realizado aqui, para justia brasileira ser competente para fazer o divrcio. Se um dos nubentes estiver no exterior, envia-se uma carta rogatria para que este se pronuncie. Tendo o divrcio se realizado no exterior, h necessidade de homologar essa sentena pelo STJ para ter validade. Obrigatoriamente para quem vai se casar novamente e j divorciado, por exemplo, de um espanhol tem que haver a sentena do divrcio homologada pelo STJ.3. SUCESSES (art. 10, LICC)

Art. 10.A sucesso por morte ou por ausncia obedece lei do pas em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situao dos bens.A sucesso determinada, aberta pela lei do ltimo domiclio do de cujus.

1 A sucesso de bens de estrangeiros, situados no Pas, ser regulada pela lei brasileira em benefcio do cnjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que no lhes seja mais favorvel a lei pessoal do de cujus. Quer dizer o seguinte: o estrangeiro que tiver bens no Brasil e cnjuges/filhos brasileiros esses filhos herdaro os bens de acordo com a lei brasileira, porm, se a lei pessoal (lei do domiclio ou da nacionalidade) do de cujus for mais benfica, esta ser usada.

2o A lei do domiclio do herdeiro ou legatrio regula a capacidade para suceder. Nesse caso Lei do domiclio do herdeiro que vai dizer se este tem a capacidade de receber a herana. Essas so causas de sucesso causa mortis. A sucesso testamentria determinada pela lei do local onde o testamento realizado. Se a pessoa possui bens imveis em vrios pases, ela dever fazer um inventrio em cada pas.

Tais regras aplicam-se sucesso realizada no Brasil, de pessoas aqui domiciliadas (art. 10 da LICC). Porm, h situaes em que o inventariado encontrava-se domiciliado no exterior, com bens no Brasil e at mesmo l. Nesses casos, preciso utilizar conceitos prprios disciplina do direito internacional privado para determinar a jurisdio competente e a lei aplicvel sucesso.

A regra brasileira de conexo a do ltimo domiclio do de cujus (art. 10 da LICC), seja qual for a natureza e a situao dos bens (princpio da universalidade sucessria). Se uma determinada sucesso tiver bens em mais de um pas, no ser possvel aplicar tal princpio, pois haver pluralidade de foros sucessrios.

A determinao das regras da sucesso se d em duas etapas: a determinao da competncia jurisdicional (art. 89, II do CPC) e a verificao da lei aplicvel.

Fixada a competncia do Juiz nacional, determina-se a lei aplicvel sucesso legtima e testamentria (lei do ltimo domiclio do falecido, independente de sua nacionalidade) abrangendo bens mveis e imveis, corpreos e incorpreos. A exceo regra cuida de proteger os interesses de filhos e cnjuges brasileiros (art. 5, XXXI da CF). Em caso de falecimento de pessoa domiciliado no estrangeiro com bens situados no Brasil, o inventrio desses bens ser aqui, podendo o Juiz estar diante de duas hipteses quanto lei aplicvel: na primeira, em no havendo filhos ou cnjuge brasileiro, o bem imvel aqui localizado ser regido pelas regras da lei estrangeira do ltimo domiclio do falecido; na segunda, em havendo filhos ou cnjuge brasileiro, a sucesso seguir as normas brasileiras, a menos que a lei estrangeira seja mais benfica.

H tambm o contrrio da situao: quando a sucesso iniciar-se no Brasil, e ainda integrarem o patrimnio do de cujus bens imveis situados em outro pas, no podem estes fazer parte do monte. 4. ASPECTOS CIVIS DO SEQUESTRO DE MENORES:

A proteo da criana de forma isolada tema recente. A separao de casais de nacionalidades diversas chamou a ateno para o aumento de casos em que um dos pais retira o menor do pas de sua residncia habitual sem a permisso do outro. So situaes em que a mulher casa com um estrangeiro e vai morar em seu pas, l se tem um filho, porm o casamento no est dando certo, ela ento volta para o Brasil com a autorizao do pai para sair do pas para, por exemplo, passar frias e no retorna mais, privando o pai de rever o filho. Observar que a autorizao para passar frias e no para levar a criana e morar em outro pas.OBS no se trata do crime de sequestro (tipo penal), mas sim, a privao da guarda do menor, abrangida pelo direito civil.

4.1 - Regulamentao:

regulada pela Conveno de Haia, que fala sobre os aspectos civis do sequetro de menores, da qual o Brasil faz parte. O Brasil aderiu a Conveno de Haia sobre os Aspectos Civis do Sequestro de Menores e faz parte da Conveno Interamericana sobre Restituio de Menores, que s so aplicveis aos Estados que as ratificaram. A Conveno de Haia inova em vrios aspectos e foge do modelo tradicional, preocupado somente com as questes relativas lei aplicvel. Pretende conjugar, instrumentos para o retorno rpido da criana, garantindo o respeito aos direitos de guarda e de visitao. No discute o mrito da guarda.

Cria um procedimento especfico para o retorno do menor ao pas de sua residncia habitual, referindo a questo da guarda tambm lei da residncia habitual do menor. A presuno do retorno no absoluta, admitindo excees e assegurando a flexibilidade necessria ao objetivo de garantir o retorno das crianas aos seus lares originais.4.2 Objetivo:

No artigo 1 da Conveno de Haia esto delineados os seus objetivos: Assegurar o retorno imediato das crianas ilicitamente transferidas para outro Estado ou neles retiradas indevidamente; O Brasil obrigado a devolver a criana para seu Estado, ou seja, para aquele que possui a guarda. S no pas da criana que se vai discutir o mrito, qual seja, a guarda da criana. O objetivo da Conveno no discutir a guarda, mas sim devolver a criana. (profa. Taciane) Fazer respeitar de maneira efetiva os direitos de guarda e de visita existentes no outro Estado contratante.4.3 - Secretaria de Diretos Humanos / AGU:

Para a sua aplicao, a Conveno estabeleceu um procedimento especial, uma verdadeira ao. A autoridade central brasileira a Secretaria de Direitos Humanos da Presidncia da Repblica, que est vinculado ao Ministrio da Justia.

Como a secretaria no tem capacidade postulatria, no pode entrar em juzo, necessria a atuao da Advocacia Geral da Unio.

A AGU entra com uma ao de restituio de menores contra a pessoa que est com a criana aqui no Brasil. Estado Brasileiro X Sequestrador.

A Conveno de Haia estabelece o prazo de 1 ano para a propositura da ao de restituio de menor, ou seja, o cnjuge tem at 1 ano para entrar com a ao de restituio do menor contra quem levou a criana.

4.4 - Retorno / Excees - H duas excees ao retorno da criana:a) Na primeira procura-se preservar o bem estar do menor, que depois de algum tempo j est adaptado nova vida no Estado requerido. b) Na segunda, cuida-se da anlise das condies do exerccio de guarda pelo progenitor requerente e a existncia de um grave risco para a criana caso seja restituda ao Estado de sua residncia habitual.