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Informes Urbanos - 1 Escritórios e comércio horizontais resistem ao boom imobiliário no Centro Expandido. A cidade de São Paulo, por seu dinamismo econômico, recebe um grande aporte de investimentos imobiliários, que promovem transformações em localizações privilegiadas, próxima aos centros de emprego e com boa oferta de infraestrutura urbana. Este fenômeno que se intensificou a partir da década de 70, propiciou a paulatina substituição dos usos horizontais por verticais tendo como decorrência a transformação de vários bairros paulistanos, especialmente aqueles que se expandiram a partir do centro da cidade na direção sudoeste. No entanto, o avanço do uso vertical sobre o horizontal não impede que ainda sobrevivam casas, comércios e serviços em unidades térreas ou sobrados. Na medida em que o processo de verticalização impacta uma cidade, ocorre automaticamente a valorização dos imóveis existentes. As incorporadoras vão aos poucos consumindo o estoque de edificações horizontais até um determinado limite. E os mecanismos que resguardam as remanescentes são pouco analisados. Mas qual é este limite e quais são os mecanismos que resguardam os usos horizontais remanescentes? Sendo essa uma questão pouco explorada, o presente Informe tem como objetivo investigar as transformações da cidade horizontal na última década. Isto é , das casas e sobrados, de uso residencial ou comercial, sobretudo nas áreas valorizadas de São Paulo. Apesar da impressão de vivermos em um “mar de prédios”, o Município de São Paulo é predominantemente horizontal: 58% da área de terrenos edificados têm esse uso. Já os usos verticais apresentam a cifra de apenas 8% do total da área urbana ocupada, proporção esta que pouco se modificou nos últimos 10 anos, conforme mostrado no Gráfico 1 . Nº 22 - Agosto 2015 Informes Urbanos Considerando que o processo de verticalização é concentrado no perímetro urbano, e que o interesse do estudo são os mecanismos que resguardam os usos horizontais, optou-se por trabalhar com um recorte de distritos municipais inseridos na área de urbanização consolidada, correspondente aproximadamente ao que chamamos de Centro Expandido. Foram selecionados 24 distritos no Mapa 1, que conformam tanto sítios muito verticalizados, como é o caso da área central e seus arredores, mas também aqueles em processo de adensamento construtivo como Saúde, Campo Belo, Vila Leopoldina, entre outros. O baixo percentual do uso vertical no município assume outra dimensão ao se trabalhar esse recorte: nesse caso, as edificações verticais passam a ocupar 23% da área de terreno. Mesmo assim, os usos horizontais ainda 1 abrangem 38% dos terrenos . Mais do que isso, chama atenção o fato que em plena década de boom imobiliário, o espaço ocupado por casas e sobrados teve uma queda de apenas 2%. ' REPÚBLICA CONSOLAÇÃO PERDIZES LAPA SANTO AMARO PINHEIROS CAMPO BELO MOEMA SAÚDE MOÓCA IPIRANGA BRÁS LIBERDADE CAMBUCI VILA LEOPOLDINA ALTO DE PINHEIROS BARRA FUNDA BOM RETIRO VILA MARIANA ITAIM BIBI SANTA CECÍLIA Mapa 1 - Distritos do Centro Expandido - Município de São Paulo. Fonte: Mapa Digital da Cidade; Elaboração: SMDU/ Deinfo BUTANTÃ BELÉM JABAQUARA SANTANA CURSINO SACOMÃ MORUMBI PARI JAGUARÉ JAGUARA LIMÃO VILA PRUDENTE VILA ANDRADE ÁGUA RASA CAMPO GRANDE JARDIM SÃO LUÍS JD. PAULISTA BELA VISTA 1 Para efeito deste estudo, cabe ainda salientar que os dados relativos aos 24 distritos apresentam cifras de uso horizontal que não contabilizam áreas de ZER, já que estas zonas de uso exclusivamente residenciais estão preservadas pela legislação urbanística e, em seu conjunto, representam sítios urbanos bastante estáveis.

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Page 1: Document37

Informes Urbanos - 1

Escritórios e comércio horizontais resistem ao boom imobiliário no Centro Expandido.

A cidade de São Paulo, por seu dinamismo econômico,

recebe um grande aporte de investimentos imobiliários,

que promovem transformações em localizações

privilegiadas, próxima aos centros de emprego e com boa

oferta de infraestrutura urbana. Este fenômeno que se

intensificou a partir da década de 70, propiciou a paulatina

substituição dos usos horizontais por verticais tendo como

decorrência a transformação de vários bairros paulistanos,

especialmente aqueles que se expandiram a partir do

centro da cidade na direção sudoeste.

No entanto, o avanço do uso vertical sobre o horizontal não

impede que ainda sobrevivam casas, comércios e serviços

em unidades térreas ou sobrados.

Na medida em que o processo de verticalização impacta

uma cidade, ocorre automaticamente a valorização dos

imóveis existentes. As incorporadoras vão aos poucos

consumindo o estoque de edificações horizontais até um

determinado limite. E os mecanismos que resguardam as

remanescentes são pouco analisados.

Mas qual é este limite e quais são os mecanismos que

resguardam os usos horizontais remanescentes? Sendo

essa uma questão pouco explorada, o presente Informe

tem como objetivo investigar as transformações da cidade

horizontal na última década. Isto é , das casas e sobrados,

de uso residencial ou comercial, sobretudo nas áreas

valorizadas de São Paulo.

Apesar da impressão de vivermos em um “mar de prédios”,

o Município de São Paulo é predominantemente

horizontal: 58% da área de terrenos edificados têm esse

uso. Já os usos verticais apresentam a cifra de apenas 8% do

total da área urbana ocupada, proporção esta que pouco se

modificou nos últimos 10 anos, conforme mostrado no

Gráfico 1 .

Nº 22 - Agosto 2015Informes Urbanos

Considerando que o processo de verticalização é

concentrado no perímetro urbano, e que o interesse do

estudo são os mecanismos que resguardam os usos

horizontais, optou-se por trabalhar com um recorte de

distritos municipais inseridos na área de urbanização

consolidada, correspondente aproximadamente ao que

chamamos de Centro Expandido.

Foram selecionados 24 distritos no Mapa 1, que

conformam tanto sítios muito verticalizados, como é o caso

da área central e seus arredores, mas também aqueles em

processo de adensamento construtivo como Saúde,

Campo Belo, Vila Leopoldina, entre outros.

O baixo percentual do uso vertical no município assume

outra dimensão ao se trabalhar esse recorte: nesse caso, as

edificações verticais passam a ocupar 23% da área de

terreno. Mesmo assim, os usos horizontais ainda 1

abrangem 38% dos terrenos . Mais do que isso, chama

atenção o fato que em plena década de boom imobiliário, o

espaço ocupado por casas e sobrados teve uma queda de

apenas 2%.

'

REPÚBLICA

SÉCONSOLAÇÃO

PERDIZES

LAPA

SANTO AMARO

PINHEIROS

CAMPO BELO

MOEMA

SAÚDE

MOÓCA

IPIRANGA

BRÁS

LIBERDADE

CAMBUCI

VILA LEOPOLDINA

ALTO DEPINHEIROS

BARRAFUNDA

BOMRETIRO

VILAMARIANA

ITAIMBIBI

SANTACECÍLIA

Mapa 1 - Distritos do Centro Expandido - Município

de São Paulo.

Fonte: Mapa Digital da Cidade; Elaboração: SMDU/ Deinfo

BUTANTÃ

BELÉM

JABAQUARA

SANTANA

CURSINO

SACOMÃ

MORUMBI

PARI

JAGUARÉ

JAGUARA

LIMÃO

VILA PRUDENTE

VILAANDRADE

ÁGUARASA

CAMPO GRANDE

JARDIMSÃO LUÍS

JD.PAULISTA

BELAVISTA

1 Para efeito deste estudo, cabe ainda salientar que os dados relativos aos 24 distritos apresentam cifras de uso horizontal que não contabilizam áreas de ZER, já que

estas zonas de uso exclusivamente residenciais estão preservadas pela legislação urbanística e, em seu conjunto, representam sítios urbanos bastante estáveis.

Page 2: Document37

A pequena perda no período deve-se ao uso residencial

horizontal: 22% em 2003 e 20% em 2013, já o uso comércio

e serviço horizontal manteve o mesmo percentual de área

de terreno no período do estudo. Isso indica que esta

atividade é relativamente resistente ao processo de

verticalização, propiciando a preservação do imóvel

horizontal.

Para entender melhor tal fenômeno, foram espacializados

os dados por distrito do Centro Expandido. A partir desse

procedimento, nota-se que, embora no agregado os usos

horizontais tenham ficado estáveis, essa distribuição é

heterogênea.

44%

14%6%

2%

34%

2013

58 % Horizontal

RV CSH CSV Outros

Informes Urbanos - 2

Gráfico 2 - Área de terreno ocupado por tipologia de uso no Centro Expandido. Município de São Paulo - 2003 e 2013

Fonte: TPCL; Elaboração: SMDU/ Deinfo

20132003

RH

Residencial Horizontal - RH

Residencial Vertical - RV Comércio e Serviço Vertical - CSV

Comércio e Serviço Horizontal - CSH Outros Usos

Gráfico 1 - Área de Terreno ocupado por tipologia de uso (em %). Município de São Paulo - 2003 e 2013.

Fonte: TPCL ; Elaboração: SMDU/ Deinfo

43%

14%5%

2%

36%

2003

57 % Horizontal

41%

22%

18%

12%7%

39%

8%15%

18%

20%

No Mapa 2 , verificam-se as áreas onde ocorre ganho e

perda de área de terreno CSH no período 2003-2013.

Visualiza-se um anel circundando o centro histórico

conformado por um conjunto de distritos, cujo processo de

urbanização está vinculado à expansão da área central,

constituindo-se em sítios intensamente verticalizados e

que para se expandirem, necessitam consumir edificações

comerciais. Onde o processo de verticalização é mais

recente, ocorre um ganho deste tipo de uso. Assim

configuram-se a grosso modo 2 tipos de distrito:

1. Distritos com variação positiva de área construída

horizontal em comércio e serviços no período 2003 a 2013

(Gráfico 3);

Page 3: Document37

Informes Urbanos - 3

A ocorrência de perda concomitante de casas e sobrados

residenciais e não residenciais é um indicativo de que o

estoque de casas não é suficiente para abrigar a expansão

imobiliária. Neste momento, os investidores se voltam

para os lotes ocupados por atividades comerciais, como

por exemplo Santa Cecília e Consolação. No Itaim Bibi,

Pinheiros e Moema, um alto consumo de residências

associado à perda de edificações comerciais pode estar

associado aos impactos promovidos pela Operação

Urbana Faria Lima.

A diminuição gradativa dos tipos horizontais no Centro

Expandido faz parte, portanto, de uma disputa que pode

ser avaliada também pela variação de área de terreno. No

Gráfico 4 a seguir, verifica-se que a perda de área de

terreno dos usos horizontais vem acompanhada do ganho

expressivo dos usos verticais, principalmente o residencial.

As maiores incidências ocorrem nos distritos de Santo

Amaro, Moóca e Vila Mariana, sendo que no caso do Itaim

Bibi é significativo o crescimento do tipo comércio e

serviços vertical, diante da perda desta atividade em

edificações horizontais.

Dada a contínua expansão do uso vertical no Centro

Expandido, surge a pergunta sobre o quanto de área de

terreno ocupada pelos usos horizontais encontra-se ainda

disponível para novos empreendimentos. Isso pode

apontar para as tendências futuras de combinação entre o

processo de verticalização e os usos horizontais.

Este grupo tem como destaques os distritos de Campo Belo,

Santo Amaro, Vila Leopoldina, Lapa e Vila Mariana.

Conformam setores urbanos de verticalização mais

recentes onde a substituição de usos se dá pela perda de

área residencial. Nestes casos, o ganho do uso comercial se

deve provavelmente às novas demandas de consumo,

propiciadas pelo acréscimo da população residente.

2. Distritos com variação negativa de área construída

horizontal em comércio e serviços no período 2003 a 2013;

Mapa 2 - Distritos do CE com ganho e perda de área

de terreno do uso CSH. Município de São Paulo - 2013.

Fonte: Mapa Digital da Cidade; Elaboração: SMDU/ Deinfo

Uso CSH no CE

Perda de CSH

Ganho de CSH

Outros

LAPAVILA LEOPOLDINA

ALTO DEPINHEIROS

BARRAFUNDA

PERDIZES

PINHEIROS

ITAIMBIBI

MOEMA

CAMPO BELO

SANTO AMARO

SAÚDE

VILAMARIANA

IPIRANGA

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LIBERDADE

CONSOLAÇÃO

SANTACECÍLIA

BOMRETIRO

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BUTANTÃ

BELÉM

JABAQUARA

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JAGUARÉ

JAGUARA

PIRITUBALIMÃO

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VILA ANDRADE

CASA VERDE

VILAPRUDENTE

JD.SÃO LUIS

CIDADE ADEMAR

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VILA SÔNIA

-30

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Vila

Mar

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Moó

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Sant

o Am

aro

RH RV

CSH CSV

Gráfico 3 - Variação da área de terreno no Centro Expandido. Município de São Paulo. 2003 - 2013.

Distritos

Fonte: TPCL; Elaboração: SMDU/ Deinfo

hectares

BELAVISTA

Page 4: Document37

Informes Urbanos - 4

A maior presença de uso residencial horizontal encontra-se

nos distritos de verticalização recente, como Ipiranga,

Saúde, Lapa, Moóca, Vila Mariana e Santo Amaro

(Gráfico 4).

Já a área de terreno em comércio e serviços horizontais é

muito representativa na maior parte dos distritos, e em

casos como Pinheiros e Itaim Bibi corresponde à mesma

área ocupada pelo uso residencial vertical. Interessante

notar que em distritos muito verticalizados como Jardim

Paulista e Santa Cecília, o tipo horizontal preservado foi o de

comércio e serviços, comprovando a importância desta

atividade para a economia da cidade e consolidação de

tecidos urbanos de caráter misto. Além do mais, o fato dos

aluguéis de imóveis comerciais serem mais rentáveis que os

residenciais pode estar contribuindo para sua preservação.

Por fim, calcula-se que a disponibilidade de área de terreno

ocupada por usos horizontais no Centro Expandido em

2013 é de 1.957 ha para o uso residencial horizontal e 1.770

ha para o comércio e serviços horizontal, totalizando

111.292 e 54.336 lotes, respectivamente.

0

50

100

150

200

250

Repúblic

a

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Cam

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Santo

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Vila

Mariana

Moóca

Lapa

Saúde

Ipiranga

RH RV

CSH CSV

Distritos

hectare

Gráfico 4 - Área de terreno ocupado por tipo de uso no Centro Expandido. Município de São Paulo - 2013.

Fonte: TPCL; Elaboração: SMDU/ Deinfo

Considerações finais

Ao delimitar-se como Centro Expandido, o conjunto de 24

distritos municipais analisados neste artigo, reconhecia-se

a priori a diversidade das formas de ocupação, dos tipos

edificados e de suas funcionalidades. No entanto e apesar

das diferenças intrínsecas a cada um deles, puderam-se

observar alguns registros em comum nos aspectos

relacionados à disponibilidade dos tipos horizontais,

permitindo que os mesmos fossem agrupados segundo os

seguintes critérios:

Grupo I - Predominância de área de terreno do tipo RH

sobre o tipo CSH.

Grupo II - Proporcionalidade de área de terreno entre os

tipos RH e CSH.

Grupo III - Predominância de área de terreno do tipo CSH

sobre RH.

O indicador territorializado no Mapa 3 a seguir demonstra

claramente que, em 13 dos 24 distritos municipais

trabalhados, predominam os tipos comércio e serviços

horizontais.

Page 5: Document37

Informes Urbanos - 5

Mapa 3 - Razão entre áreas de terreno RH e CSH no

Centro Expandido - 2013.

Fonte: Mapa Digital da Cidade; Elaboração: SMDU/ Deinfo

LAPAVILA LEOPOLDINA

ALTO DEPINHEIROS

BARRAFUNDA

PERDIZES

PINHEIROS

ITAIMBIBI

MOEMA

CAMPO BELO

SANTO AMARO

SAÚDE

VILAMARIANA

IPIRANGA

MOÓCA

CAMBUCI

LIBERDADE

CONSOLAÇÃO

SANTACECÍLIA

BOMRETIRO

BRÁSSÉ

REPÚBLICA

BUTANTÃ

BELÉM

JABAQUARA

SANTANA

CURSINOSACOMÃ

MORUMBI

PARI

JAGUARÉ

JAGUARA

PIRITUBALIMÃO

CAMPOGRANDE

SOCORRO

VILA ANDRADE

CASA VERDE

VILAPRUDENTE

JD.SÃO LUIS

Diretor do Departamento de Produção e Análise de Informação

Secretário Municipal de Desenvolvimento Urbano

Diretor da Divisão de Análise e Disseminação

http://smdu.prefeitura.sp.gov.br/informes_urbanos

Fernando de Mello Franco

Tereza Beatriz Ribeiro Herling

Informes Urbanos

DiagramaçãoCarla Garcia de Oliveira

André de Freitas Gonçalves

Fernando Haddad

Secretária Adjunta

Chefe de Gabinete

Tomás Wissenbach

Equipe Técnica

Liane Lafer Schevz

Weber Sutti

Elaboração

Prefeito

Liane Lafer Schevz

ÁGUARASA

CIDADEADEMAR

JD.PAULISTA

BELAVISTA

Razão RH / CSH - 2013

Área de terreno RH predominante

Área de terreno RH e CSH proporcionais

Área de terreno CSH predominante

Conseqüentemente, apesar do boom imobiliário ocorrido

na última década, escritórios e comércios em casas

mantiveram sua área no Centro Expandido.

Os dados revelam também que, ao contrário do que se

imagina, a verticalização neste mesmo período alterou

somente 4% do total da área ocupada pelos usos urbanos. É

claro que as maiores incidências concentram-se em

distritos com adensamento construtivo recentes, como

Santo Amaro, Vila Leopoldina, Vila Mariana, entre outros.

Na medida em que novos bairros se verticalizam, cresce o

mercado consumidor com demandas variadas voltadas ao

setor de comércio e serviços. O espaço ocupado por estas

a t i v i d a d e s s ã o e d i f i c a ç õ e s h o r i z o n t a i s .

Conseqüentemente, pode-se afirmar que, tanto nos

bairros mais adensados como naqueles em processo de

verticalização, o imóvel horizontal sempre sobreviverá, pois

ele é parte intrínseca da composição de tecidos urbanos de

caráter misto e portanto, existe uma relação de

interdependência que viabiliza sua permanência.

Referências:

ASHER, François. Os novos princípios do urbanismo. Tradução de

Nadia Somekh. São Paulo: Romano Guerra, 2010.

FELDMAN, Sarah. Planejamento e Zoneamento São Paulo 1947-

1972. Edusp, FAPESP . São Paulo; 1.ª edição, 2005.

SÃO PAULO: Transformações na ordem urbana [recurso

eletrônico]/ Organização Lucia Maria M. Bógus, Suzana

Pasternak; Coordenação Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro; 1 ed. Rio

de Janeiro: Letra Capital, 2015.

SOMEKH, Nadia. A cidade vertical e o urbanismo modernizador.

Editora Mackenzie, Romano Guerra, São Paulo; 2.ª edição

revisada, 2014.