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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)Núcleo de Educação à Distância - Universidade de Pernambuco - Recife

Silva, Francisca Núbia Bezerra e Oliveira, Maria das Graças Alves de.

Letras: morfossintaxe II / Francisca Núbia Bezerra e Silva, Maria das Graças Alves de Oliveira - Recife: UPE/NEAD, 2010.

60 p. il.

ISBN

1. Morfossintaxe. 2. Língua Portuguesa. 3. Gramática. 4. Sintaxe. I. II. Universidade de Pernambuco - UPE. II. Título.

S586l

CDU 801.5

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Impresso no Brasil - Tiragem 150 exemplaresAv. Agamenon Magalhães, s/n - Santo AmaroRecife - Pernambuco - CEP: 50103-010Fone: (81) 3183.3691 - Fax: (81) 3183.3664

Reitor

Vice-Reitor

Pró-Reitor Administrativo

Pró-Reitor de Planejamento

Pró-Reitor de Graduação

Pró-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa

Pró-Reitor de Extensão e Cultura

Prof. Carlos Fernando de Araújo Calado

Prof. Reginaldo Inojosa Carneiro Campello

Prof. José Thomaz Medeiros Correia

Prof. Béda Barkokébas Jr.

Profa. Izabel Cristina de Avelar Silva

Profa. Viviane Colares S. de Andrade Amorim

Prof. Álvaro Antônio Cabral Vieira de Melo

UNIVERsIDADE DE PERNAmbUCo - UPE

NEAD - NÚCLEo DE EDUCAÇÃo A DIsTÂNCIA

Coordenador Geral

Coordenador Adjunto

Assessora da Coordenação Geral

Coordenação de Curso

Coordenação Pedagógica

Coordenação de Revisão Gramatical

Administração do Ambiente

Coordenação de Design e Produção

Equipe de design

Coordenação de suporte

EDIÇÃo 2010

Prof. Renato Medeiros de Moraes

Prof. Walmir Soares da Silva Júnior

Profa. Waldete Arantes

Profa. Silvania Núbia Chagas

Profa. Maria Vitória Ribas de Oliveira LimaProfa. Patrícia Lídia do Couto Soares Lopes

Profa. Angela Maria Borges CavalcantiProfa. Eveline Mendes Costa Lopes.

José Alexandro Viana Fonseca

Prof. Marcos Leite Anita SousaGabriela CastroRodrigo Sotero

Afonso BioneProf. Jáuvaro Carneiro Leão

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Morfossintaxe ii

eMenta

Estudo reflexivo da Língua Portuguesa: gramática da frase, da oração e do texto, objeto da sintaxe, relações sintáticas e meios de expressão dessas relações. Grupos de palavras e elementos frásicos. Ordem dos termos nas orações. Frases compos-tas e frases conjuntamente referentes. Sistemas de correspondência. Flexibilida-de sintática da língua.

objetivo Geral

Compreender a morfossintaxe como uma abordagem diferente da gramática normativa, fazendo com que o acesso e o domínio sobre a sintaxe viabilize uma aprendizagem reflexiva a respeito de um dos pilares estruturais da Língua Portu-guesa.

apresentação da disciplina

Caro estudante!

Você já teve um contato anterior com a Morfossintaxe I, e agora estamos aden-trando ao mundo da Morfossintaxe II. É um mundo amplo, cheio de estruturas e, para entendê-las, precisamos de uma intimidade com a linearidade dos discur-sos, da forma como eles surgem no processo da comunicação e a unidade básica desses processos, que são dois: a parataxe (coordenação), que se presta melhor para o nivelamento das ideias, fazendo com que todas as ideias emitidas tenham (ou pareçam ter) o mesmo grau de importância, e hipotaxe (subordinação) mere-cendo uma atenção especial, porque é aqui que se situa o plano de hierarquiza-ção das ideias, ou seja, mostra o predomínio de uma ideia sobre a outra – o que conduz nosso interlocutor a entender, de forma cabal e com riqueza de detalhes, nossa mensagem.

Profa. Ms. Francisca Núbia bezerra e silvaProfa. maria das Graças Alves de oliveira

Carga Horária | 60 horas

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7Capítulo 1 77Capítulo 1

objetivos específicos

• Reconhecera importância factual epontualda sintaxecomoprerrogativapara o ensino e aprendizagem da Língua Portuguesa;

• Desenvolverumconjuntodesaberesúteisenecessáriosàanálisesintáticadas frases, da oração e do texto;

• Refletirsobregruposdepalavras,elementosfrásicoseaimportânciadaor-dem dos termos como aparece na oração, objetivando o conhecimento das relações de sua aplicabilidade e relevância na prática do professor da Língua Portuguesa;

• Fornecermeiosmais adequados para que a compreensão de que não háfronteiras entre a gramática da palavra e a gramática da frase e do texto;

• TrabalharaspectosdamorfossintaxedaLínguaPortuguesadopontodevistaprodutivo, de forma que o aluno tenha melhor conhecimento e domínio das estruturas frasais do português pra melhor desempenho oral e escrito do aluno;

• Iniciarosalunosempráticadeanálisequetomamocomponentesintáticocomo paradigma, desenvolvendo os conhecimentos sobre os componentes lexical, semântico e pragmático da língua.

introdução

Este capítulo vai nos levar a um aprofundamento sobre a coordenação, unindo orações independentes do ponto de vista sintático, mas que, na verdade, se rela-cionampelosentido,éoquesechamacoordenaçãogramatical–queGARCIA(1980) denomina de “falsa coordenação”. Assim, ele diz que há uma perspectiva do âmbito da coordenação, e há outra perspectiva da subordinação que ele cha-ma de psicológica.

Na subordinação, as orações se encaixam – ocorre uma dependência tanto do ponto da sintaxe como do ponto do semântico, já que a relação entre elas mostra um perfil de complexidade, pois precisamos ficar atentos aos parágrafos e ao uso dos conectivos para que a junção das orações obedeça a uma lógica e haja coerência no texto.

eixo teMático: sintaxe, seu objeto

Profa. Ms. Francisca Núbia bezerra e silvaProfa. maria das Graças Alves de oliveira

Carga Horária | 15 horas

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8 Capítulo 1

Sintaxe ocupa um lugar de destaque em muitas gra-máticas da língua portuguesa, porque grande parte das normas do bem dizer e do bem escrever recaem sobre essa estrutura, isto é, sobre a organização das palavras na sentença. Nenhuma regra de conduta da língua culta tem sentido sem uma análise sintá-tica da sentença que se estuda. Por isso, antes que se aplique qualquer norma gramatical, é preciso compreender de que forma os elementos sintáticos estão dispostos naquela sentença especial.

Por conseguinte, pretendemos propor um ensino da Sintaxe de forma global, estrutural e coerente, mediante a fixação dos padrões frasais, sem frag-mentar ou isolar os seus elementos constituintes, estudando-os separadamente. Procedendo assim, o estudo da Sintaxe será fácil, racional e, sobretudo, útil,devidoaoresultadopráticoqueoaprendizob-terá já nas primeiras lições, em termos de melhor inteligibilidade dos textos lidos e facilidade para a expressão escrita dos seus pensamentos.

Quando se fala em morfossintaxe, alguns estudio-sos separam a morfologia da sintaxe, colocando-as em níveis distintos, enquanto outros preferem englobá-las num só nível, a morfossintaxe, já que uma não se poderia explicar sem a outra.

Ex.: a função(1) é explicada pela classe(2) e pela po-sição que ocupa nos diferentes níveis e vice-versa.

LN (locução nominal) = + Det.: art. + Mod.: adje-tivo + N.: substantivo. – O belo rapaz.

Não podemos trabalhar estes dois conceitos de ma-neira estanque, porque para definirmos uma classe de vocábulos, precisamos definir qual o papel do vocábulo na unidade sintagmática(3) em que ele ocorre.

Então, entremos de CABEÇA nessas construções que são o aparato maior do saber e do conhecer melhor o nosso idioma.

1. objeto da sintaxe

Estudar a sintaxe de uma língua significa identifi-car as maneiras como se associam as palavras para

formar frases, as sentenças para formar as orações e os processos de produção e compreensão para formar os textos. Isso ocorre, porque os enuncia-dos da língua constituem unidades linguísticas que possuem uma estrutura nas relações de concordân-cia, de subordinação e de ordem.

A sintaxe é entendida como o conjunto das pro-priedades das estruturas, que estão subjacentes aos enunciados existentes (possíveis) numa dada lín-guaparticular, comonoportuguês,eàdescriçãodessas estruturas. Mesmo havendo um consenso geral sobre a definição de sintaxe, não há uma perspectivação do seu objeto. Não consideramos queoassunto–sintaxe–sejapertinentesóàfrase,mas que dá suporte a várias outras construções que são muito além de qualquer frase.

KOCH e VILELA (2001, p. 285) assentam que

“a sintaxe ocupa-se assim da construção do discurso linea-rizado, como ele surge no processo de comunicação, com-preendendo a frase – a unidade básica do processo -, o gru-po de palavras e os respectivos meios formais que servem

para construir a frase e o grupo de palavras.”

Se tivermos diferentes ideias para comunicarmos a alguém, precisamos de um bom domínio de análise sintática que nos possibilitará hierarquizar nossos pensamentos nos mais diferentes contex-tos, porque análise sintática é a espinha dorsal do nosso idioma, ou seja, 70% (no mínimo).

Essa análise é uma técnica empregada no estudo da estruturasintáticadeumalíngua.Elaéútilquan-do se pretende:

1. descrever as estruturas sintáticas possíveis ou aceitáveis da língua; ou

2. decompor o texto em unidades sintáticas, a fim de compreender a maneira pela qual os elementos sintáticos são organizados na sen-tença.

A sintaxe já foi consideradaumconteúdodifícilpelos estudantes de Língua Portuguesa, rejeitada como conhecimento inútil e equivocado, contu-do, a verdade é que esse é um estudo de maior im-portância, se quisermos empreender uma viagem

(1) É um princípio organizacional da linguagem.(2) É uma propriedade que se atribui a um elemento fora do contexto.(3) É quando um ou mais vocábulos reúnem-se em sintagmas para formar uma unidade maior que é a oração.

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9Capítulo 1

no mundo da interpretação correta dos textos, orientar-nos dentro dos melhores parâmetros reda-cionais.

Sabemos que tais estudos não são apreciados, por-que são ministrados mediante uma metodologia equivocada que expõe o fenômeno linguístico de modo fragmentado e quase sempre incoerente.

2. relações sintáticas e Meios de expressão dessas relações

2.1. relações sintáticas

As línguas necessitam de uma sintaxe que permita e ‘regule’ as relações entre as palavras, sem o que fica inviável comunicar o que se deseja. É na or-dem do enunciado e na organização que damos àspalavrasquesepodeinferirumentendimentocoerente. Quando eu digo enunciado, refiro-me a qualquer produção linguística, considerada como resultado de uma enunciação. Ex. O galo subiu no telhado e quebrou a perna. E o que seria uma enunciação? É o ato individual de utilização da língua, é o evento constituído da produção de um enunciado, é o dito.

Por isso, por meio do estudo da sintaxe de uma língua, podemos identificar todas as possibilidades que as palavras possuem para formar frases, uma vez que é na sintaxe que encontramos os consti-tutivos linguísticos de sua estrutura. Não é possí-vel unirmos, de forma aleatória, as palavras sem considerarmos, além da ordem destas, o espaço da morfologia, a pontuação e outros fatores gráficos.

A língua envolve relações paradigmáticas e relações sintagmáticas. Há uma ligação desses elementos com várias possibilidades de, num mesmo con-texto, se incluírem e se excluírem, porque aqui se realizam as relações paradigmáticas, mas há limites para essas modificações.

Numa representação gráfica, é costume colocar o sintagma como um eixo horizontal em que os ele-mentos linguísticos combinam-se em um sintagma, e há eixos verticais para cada posição do sintagma, sobre o qual se dispõem os elementos linguísticos que podem, por meios de relações paradigmáticas, ocupar essa posição.

Podemos assim representar esse exemplo:

ParadigmaPaulo conheceu Emília.João desconhece Emília SintagmaMario reconhece Emília

ParadigmaConhec-e-re-mosEstud-a-ria-s SintagmaPart-í-sse-is

Este é um exemplo claro de relações paradigmáti-cas e sintagmáticas, ocorridas em todos os níveis da língua: dos sons, dos morfemas e das palavras.

Observe que os elementos linguísticos contraem essas relações dentro dos níveis paradigmáticos e sintagmáticos – sons com sons, morfemas com morfemas, palavras que formam a frase.

• fonemas: /m/, /a/, /t/, /u/• morfemas: des-mat-a-r• palavras que formam a frase: o + lenhador +

desmatou + o + terreno

Assim, relação sintagmática é aquela que ocorre entre os termos de um sintagma, ou seja, um enun-ciado. Eles estão tão intimamente ligados que não pode ser modificado um e mantido o outro.

Paradigmático: admite uma série de variações muito complexas de gênero, pessoa, tempo, modo, conjugação, voz, aspecto e derivação.

Ex.: Eu moro na minha casa com meus pais.

Ele mora sua seus

Tu moras tua teus

Eu moro na minha casa com meus pais

Vós morais vossa vossos

Nós moramos nossa nossos

Eles moram sua seus

Nossa tendência natural é a de seguir a ordem direta de colocação, quando o sujeito antecede o verbo, e este, os complementos – os substantivos antepõem-se aos adjetivos – daí precisamos conhe-cer bem as relações e as funções sintáticas.

Cabeàsrelaçõessintáticasa“mobilidade”dasex-pressões dentro das frases e, portanto, a atenção ao se inverterem esses termos.

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10 Capítulo 1

As relações sintagmáticas, por sua vez, são as rela-ções gramaticais.

Vejamos os exemplos nessas frases como essas rela-ções se estabelecem:

a. A combinação predicativa é a combinação en-tre o sujeito e o predicado na frase, em que ambos os elementos se condicionam pela con-cordânciaqueháentrepessoaenúmero.

Nem todos os alunos ficaram reprovados na disciplina de Linguística.

b. A subordinação ou combinação hipotáctica ocorre numa relação de dependência com umaorientaçãoúnica.Vejamosnosexemplosdas frases abaixo como essas relações se estabe-lecem:

- subordinante e subordinada

O carro em que ele chegou é modelo 2010.

- relação sujeito e objeto

Falamos a verdade.

- verbo (ou enunciado) e uma determinação adverbial

Eles chegaram ontem mesmo.

-Núcleofrásico,seuselementoserelaçõesatri-butivas

A nova loja.

c. Coordenação ou combinação paratática ocor-re entre palavras, grupos e frases com o mesmo valor sintático. E isso se realiza:

- por seriação de palavras:

Andamos por ruas, bairros e praças

- por seriação de grupos frásicos:

Nós solicitamos a todos os moradores da cidade para cultivarem fruteiras em seus quintais, para colaborarem, de alguma

forma, com o novo projeto de urbanização de nossa cidade.

- por meio da seriação de frases:

Temosváriasempresasdeônibus,osazuisvãopara um destino, os verdes, para as universidades,

e os amarelos, para o centro da cidade.

A coordenação apresenta formas diferentes de ligar-se e tudo tem a ver com a palavra que produz essa união ou coordenação, que pode ser:

• assindética – é feita sem qualquer partícula de ligação

Ele é inteligente, humano, uma pessoa com quem se pode contar.

• monossindética – feita com um elemento de ligação

Ele é inteligente e humano. Um ser com quem se pode contar.

• polissindética – aqui ocorrem vários elemen-tos de ligação

Ele é uma pessoa inteligente, humana e atenciosa.

Vejamos o que se entende por

relações sintáticas

“A lição de português”completa o sentidode “estudar”

Maria estudou a lição de português

“Maria”: agente da ação expressa pelo verbo “estudar”

“de português “ especifica o tipo de “lição” estudada

Observe que quando dizemos algo como: “Maria estuda a lição de português”, afirmamos que Maria foioagentedaaçãodeestudar.Dizemostambémque “a lição de português” completou o sentido de estudou. Há, então, uma relação sintática entre “estudar”e“deportuguês”.Relacionamostambém“estudou”à“aliçãodeportuguês”,porque“aliçãodeportuguês”completaosentidodeestudou.Damesma forma, existe uma relação sintática entre “a lição” e “de português”, porque “de português” es-pecifica o tipo de lição que foi estudada.

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11Capítulo 1

Decertaformasão,exatamente,asrelaçõessintá-ticas que definem as estruturas possíveis na sinta-xe da língua e da função sintática se diz a mesma coisa.Retomandooselementosdesseenunciado,podemos dizer que se estabelecem uma relação sintática, porque cada um deles tem uma função sintática específica, nas quais entram em relação.

Faça você mesmo a observação:

função sintática

vras e com as palavras que são os constituintes de frases.

1) Agora você vai criar três exemplos em que se estabeleçam todas essas relações sintagmáticas nessa ordem: fonemas – morfemas - frase.Fonemas: Morfemas: Frases: 2) Vamos agora identificar relações paradig-máticas já que são reconhecíveis, permutáveis por outras unidades, mas, com mudança de significado:

Fonemas: / p/, /a/, /t/,/ u/ – do fonema ini-cial P

/K/, /a/, /M/, /a/ – do fonema medial

Morfema: infeliz, substituição da desinência in

Estudamos,substituiçãodadesinêncianúme-ro- pessoal, desinência modo temporal

O /estudante/ é/ a/ sustentabilidade/ desse país. Substituição do sujeito, predicado e com-plemento nominal

3. GraMática da frase

3.1. caracterização da frase

Como você caracteriza uma frase?

Após a tentativa, vejamos o que temos a dizer, ba-seado em alguns autores, sobre a característica da frase.

Kouri (1993, p. 13) diz que “a frase possui melodia, ritmo, entoação peculiar que a escrita procura su-gerir por meio dos sinais de pontuação e que lhe empresta sentido completo na situação em que é proferida ou escrita.”

OutracaracterizaçãopropostaporCEREJAeMA-GALHÃES (1999, p. 211) é a de que

“frase interage por meio de enunciado; - palavras ou con-junto de palavras – que constituem a unidade menor do texto.”

“A lição de português”: Objeto direto de” estuda” “Estudou a lição de português”: predicado verbal do sujeito “Maria”

Maria estudou a lição de português

“Maria”: sujeito do verbo “estudar”

“a” e “de estudar”: adjuntos adnominais do objeto direto

Tantonafrase,emnívelsintático,quantonapala-vra, em nível morfológico, podem ser determina-das as relações sintagmáticas e paradigmáticas.

Observamos que, na própria sintaxe, há paradig-mas, e estes podem ser entendidos a partir de de-terminados critérios e valores e do contexto no qual estão inseridos. Assim, partindo de determi-nados critérios e valores, temos os paradigmas de frase, segundo VILELA e KOCH (2001, p. 289).

Critérios Paradigmas frásicos

intenção do discurso frases declarativa, interrogati-va, imperativa, etc

afirmação/negação frase afirmativa / negativa

modalidade frase da possibilidade, realida-de, irrealidade, etc.

Exemplo: Após apresentarem o resultado do Vestibular

de 2010, os aprovados saíram para comemorar.= (frase declarativa, afirmativa, realidade)

atividades | Voltemosàsrelaçõessintagmá-ticas – a forma oral de comunicação em que sons se combinam numa sequência linear, que ocorre em diferentes níveis e fundamenta-se no que chamamos de eixo sintagmático da linguagem (linearidade da fala). Essas relações ocorrem com fonemas que constituem as síla-bas; com morfemas – que constituem as pala-

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12 Capítulo 1

Para VILELA e KOCH (2001, p. 296),

“a frase configura numa proposição, num estado de coisas que ocorrem num texto transformado em enunciado ou em parte de um enunciado. Já o enunciado, como fato de discurso, pode ocorrer como uma palavra apenas, como

uma frase ou como um texto composto de várias frases.”

GARCIA(1992,p.06)caracteriza

“a frase para expressar um juízo, indicar uma ação, estado ou fenômenos, transmitir um apelo, uma ordem ou exte-

riorizar emoção.”

Essas características coincidem com a sua? Senão, tente produzir uma nova caracterização para a frase.Resposta:

Baseado na caracterização da frase, produza uma definição sobre esta.Resposta:

Acertou? Que bom!Vamos ter agora a oportunidade de observar con-ceitos de outros autores.

KOURIafirmaque

“frase é a unidade de comunicação entre falante e ouvinte,

entre escritor e leitor.”

CEREJAeMAGALHÃESdizemque

“frase é a unidade de texto que, numa situação de comu-

nicação, é capaz de transmitir um pensamento completo.”

Para VILELA e KOCH, a frase pode ser entendida como coisas bem diferentes.

“A frase pode ser autônoma ou parte de uma frase comple-xa (subordinante, subordinada, coordenada, frase-elemen-

to de frase)”

Exemplos: OJoãofoiàpesca[=frase autônoma]

OJoãodisse[= subordinante]queiaàpesca[= subordinada]

OJoãosaiuefoiàpesca[= coordenadas]Ohomemquesaiu[= frase-elemento frase(4) }foi

àpesca

GARCIAdizque

“frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para esta-belecer comunicação.”

E agora, como você definiria frase?Resposta:

Esperamos que diante de tantos conceitos de frase, nos mais variados quadrantes, tenhamos ampliado esse enunciado linguístico capaz de transmitir uma ideia – essa é a ideia correta que queremos que che-gue até você.

3.2. forMas apresentadas pela frase

As formas de frases tradicionais são determinadas pelo número de predicações (ou unidades para-digmáticas) e segundo as relações sintáticas entre essas predicações; no entanto, é preciso adiantar que frase e oração são diferentes na sua estrutura interna.Afrasesimplesapresentaumaúnicauni-dade predicativa, e a frase composta, várias unida-des predicativas.

Essas relações sintáticas ficam bem claras nesses exemplos:

• acombinaçãodefrasesimples(seriaçãodefra-ses):

Todosprecisamdeatividadefísica,pois assim mantemos a saúde.

• acombinaçãodefrasecompostaaumasubor-dinante:

Se você souber dessa nova data, mande por escrito.

O conceito de frase é muito abrangente, incluindo desde estruturas linguísticas bem simples, como:

Ai! que num dado contexto, é suficiente para transmi-tir,comclareza,determinadoconteúdo.

Já a oração tem como característica uma palavra fundamental, que é o verbo (ou sintagma verbal), em que resumimos, quase sempre, duas unidades predicativas entre as quais se estabelece a relação predicativa – o sujeito e o predicado.

(4) A frase-elemento de frase é a frase que representa a expansão de qualquer elemento de uma frase. Aqui – a frase relativa: que saiu – forma com O homem o sujeito da frase. (Vilela e Koch).

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13Capítulo 1

sujeito predicado

Nós jantamos agora

Após estabelecermos a diferença entre oração e frase, precisamos agora falar sobre período, que, na linguagem, representa toda e qualquer manifes-tação com o objetivo de propiciar a comunicação entre os indivíduos; pode ser constituído de uma ou mais orações e concluído por uma pontuação definida.

Vemos, pois, que frase, oração e período têm seus constructosdiferentes–eagoramãos-à-obra,éseumomento de mostrar seu talento ao compor um texto de cordel com definições de frase, oração e período.Resposta

3.3. tipo de entoação da frase

O acento, a entoação e o ritmo são os constitutivos do que chamamos prosódia, que está na interface do domínio privilegiado entre a fonologia, a mor-fologia e o léxico.

SegundooDicionáriodeTermosLinguísticos,vol.1 (Edições Cosmos) prosódia diz respeito ao “estu-do da natureza e funcionamento das variações de tom, intensidade e duração na cadeia “falada”. A entoação tem a ver com a inter-relação, ao nível do texto, entre o acento da palavra, o acento frásico ou nuclear, que constituem a unidade tonal.

Entoação tem um significado muito importante na frase falada, porque dá a exata dimensão do que se deseja comunicar.

Daformacomofalamos,inferimososváriossenti-dos e intenções do que está sendo dito, para que se dizeindicarconstatação,dúvida,surpresa,indig-nação, decepção, etc.

A entoação se constrói na melodia frásica, na ar-ticulação interna da frase (pausa ou ausência de pausa), o ritmo, o acento da palavra ou da frase. Nossa tradição gramatical nos dá o suporte para manifestar e realizar muitos dos aspectos de ento-ação por meio da pontuação, aos quais correspon-dem os elementos orais, tais como:

ponto [.], ponto de interrogação [?], de admira-ção/exclamação[!], vírgula [,], ponto e vírgula [;], dois pontos[:], reticências[...], vírgulas altas[ ‘ ] as-pas[“ ”], parêntesis [( )], travessão[ - ].

A pontuação indica valores individuais de cada um dos elementos, como você observará nos exemplos a seguir:

• O ponto final – indica o fim de uma frase do tipo assertivo- declarativo.

Hoje eu irei ao parque.

• A vírgula – emprega-se para destacar segmen-tos da frase deslocáveis, como sujeito e com-plementos; é um dos meios privilegiados para distinguir as relativas explicativas das restriti-vas.

NósouvimosasmúsicaspelaInternetvsPelainternet,ouvimosasmúsicas.

Ele trabalha todas as noites vs Ele trabalha, todas as noites.

Agora, tudo mudou com o inverno.

Oaluno,quetrabalhaànoite,dormedurante o dia.

• Ponto e vírgula – separa, na frase, orações da mesma natureza ou destaca, no caso de enu-meração, os vários elementos, ou os núcleosde uma enumeração:

Nós temos muitos trabalhos para hoje; para daqui a dez dias

também.

Nós temos muitos trabalhos para hoje e para amanhã: para quatro semanas ao todo; para

todo mês e para todo semestre.

jáchegou?

jáchegou!!!!

jáchegou?!

jáchegou.

jáchegou...

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14 Capítulo 1

• Reticências – possuem o valor de etc...

Ela não deve comer doces, mas come goiabada, mel, quebra queixo, marmelada...

- A reticência, presta-se, pois, a implícitos, alusões, à intertextualidade, pertencentes aomundo do falante e do ouvinte.

Essa é uma questão de honestidade...

de clareza... de atitude...

• Parênteses – permite isolar expressões dis-pensáveis, que o leitor pode não ler, ou ele-mentos acrescidos na relação locutor/ falante, escrevente e revela cumplicidades assumidas, porém aparentemente deixadas de lado, mas consabidas.

Depoisquecomeçouatrabalhar(ejáfaztantos anos), anda todo feliz e muito prosa.

Diantedetantainjustiça(eissonãoédehoje),conseguiu vencer aquela causa finalmente.

• Dois pontos – introduzem, no enunciado, uma expressão, uma enumeração, explicitação ou provoca um relacionamento de segmentos que se seguem e exprimem causalidade numa consequência.

avalanche que ocorreu em Niterói foi séria: uma tragédia anunciada.

• Ponto de exclamação – denota uma enorme gama de sentimentos, de emoções.

Parabéns! você é o vencedor.

Ah! Por que não me avisou antes?

Hoje? Impossível!!

• Ponto de interrogação – manifesta o desejo de se ter uma resposta ou fazer uma pergunta cuja resposta pode ser clara ou não ter a possibilida-de de resposta.

Você acha tudo isso muito fácil?

Você tem as respostas para todas as perguntas até hoje?

A vida é feita de perguntas ou de respostas?

• Travessão – indica a alteração de registro ou enunciação, introduz o discurso direto, indica que os intervenientes no discurso mudaram, pode equivaler a parênteses e, ainda, pode ser-vir para sublinhar e destacar certos elementos da frase.

Vou repetir tal qual ouvi – na próxima quarta- feira, não haverá aula - não sei o porquê.

• Aspas – apontam para uma explicação suple-mentar ou distanciamento do autor ou tam-bém uma chamada de atenção para uma classi-ficação ou desclassificação, etc.:

Quando ele fala “Nós somos todos solidários”, isso não representa uma totalidade, mas uma expectativa pessoal da empresa em questão.

“Doaltodessaspirâmides”,reconhecemosseruma frase de Napoleão Bonaparte.

4. tipos de frases

Temosacompreensãodequefraseéamenoruni-dade comunicativa quando o falante tem uma in-tenção bem definida. Essa definição se prende a determinados aspectos funcionais da frase, como veremos a seguir:

• Frases declarativas – o principal objetivo é o de comunicar algo. E este tipo de frases é, do ponto de vista comunicativo, a forma normal, não marcada da frase.

Eu já comprei os lápis de cor.

• Frases interrogativas – ocorrem quando se está inseguro acerca da existência de um esta-do de coisas.

Eu já comprei os lápis de cor?

• Frases imperativas – procura-se fazer com que o destinatário faça algo. A forma mais marca-da, neste tipo, é a imperativa do verbo.

Vá comprar os lápis de cor!

• Frases optativas – exprimem a intenção do fa-

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15Capítulo 1

lante dirigindo-se a um emissor ao expressar um desejo.

Tomaraquealguémtenhaidocompraros lápis de cor!

• Frases imprecativas–oemissorexpõeumasú-plica por meio de uma maldição.

Que eu perca as vistas, se isso não for verdade!

• Frase não- idiomáticas – do ponto de vista de uma tradução, é a que pode ser traduzida lite-ralmente para uma língua.

Olho por olho, dente por dente (an eyes for eyes, tooth for tooth)

• Frase idiomática ou expressão idiomática – é a frase não traduzida literalmente para outro idioma.

Em cada língua que surge, expressa-se com palavras diferentes: Ele está na pior. He’s down and out (literalmente: Ele está abaixo e fora).

• Frase clichê – reproduz formas de discrimina-ção social e formas de pensar a relação social.

Ela é uma preta de alma branca.Em terra de cego, quem tem um olho é rei.

Lugar de mulher é na cozinha.Todohomemcalça40.

• Frase feita – é a que, a fim de expressar deter-minada ideia, é dita sempre de forma invariá-vel.

Ele foi pego com a boca na botija

• Frase formal – (não coloquial, não popular) – é dita de acordo com as normas gramaticais padrão do idioma, com palavras que não são do conhecimento da população.

Esse som está tão alto que fere os meus tímpanos auriculares.

• Frase coloquial – nesta, são usados termos simples, textos resumidos e informais, poden-do ter erro de gramática; é falada por qualquer pessoa, não importando o nível social.

Teligodepois.Tácerto,concordo.

Visse aquele discurso?

Terminamosestasignificativaetapaqueaprofundanosso conhecimento sobre frases, o que comunica, a quem comunica, como comunica.

É um conhecimento indispensável para que to-dos nós possamos atingir nosso objetivo maior: a comunicação e o entendimento no plano oral e escrito – quer seja nas relações sintagmáticas ou paradigmáticas.

atividades | Queremos lhe fazer um convite: vamos pôr em prática o que nós aprendemos?

1) Retiramosossinaisdepontuaçãoquein-dicam o final dos períodos que formam os pa-rágrafosseguintes.Recoloque-os:

SAIBA MAIS!

Desejando um aprofundamento maior, você

poderá encontrar nas páginas seguintes da

Web:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Sintaxe

http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/

h t t p : / / w w w . y o u t u b e . c o m /

watch?v=obGnfvtdA_g

resuMo

Neste capítulo, estudamos a fundamen-tação teórica sobre sintaxe, em que po-demos entender as relações sintáticas e os meios de expressões dessas relações dentro de uma subdivisão nos níveis pa-radigmáticos e sintagmáticos nos quais podemos observar a importância deste estudo para uma compreensão maior sobre coordenação e subordinação.

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16 Capítulo 1

(...) A ideia de que é preciso aportuguesar os vocá-bulos estrangeiros segundo os especialistas está ul-trapassada o que determina o aportuguesamento ou não de palavras estrangeiras é a forma como a população se familiariza com elas de acordo com a lexicógrafa Thereza Possoli da equipe do dicioná-rio Larousse alguns vocábulos graças à semelhan-ça com a morfologia e a fonética brasileiras são adaptados para o idioma com naturalidade (...) Revista Veja, 21 de abril de 2010, p. 97.

2) Conforme a realidade designada da ento-ação, os enunciados se apresentam de formas variadas. Pontue e justifique a entoação das frases abaixo:

Por que você chegou tão tarde

Não é tarde

Mas o seminário começou pela manhã

Qual é mesmo a nossa justificativa para esse atraso

Essa ideia é correta mas ( ) vamos dizer a ver-dade tal qual ocorreu ( ) a chuva atrasou tudo e que chuva ( ) Os jornais confirmarão o que estamos falando ( ) Então vamos ao trabalho ( ) mãos-à-obra( ) vamos compensar o atraso ( )

Atenção:E diante de tão variadas formas por que se apresentam os enunciados, há traços comuns que você precisa descobri-los:

a) São mensagens completas e de acordo com o que se acha o falante e o ouvinte;

b) São unidades sequenciais delimitadas por um silêncio precedente a ele e uma pausa fi-nal;

c) São preferidos com um contorno melódico particular.

3) Agora produza frases dentro de uma mo-dalidade de intenção comunicativa do enun-ciado em que o falante transmita ao seu inter-locutor a mensagem desejada:

a) para lhe expor afirmando ou negando cer-tos fatos;

b) para indagar sobre algo;c) para apelar-lhe em geral atuando sobre ele;d) para chamar-lhe atenção;e) para traduzir-lhe os próprios pontos de vista ou sentimentos;f)paraexporumasúplicaatravésdeumamal-dição;

referÊncias

AZEREDO, José Carlos. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008.

CEREJA, William Roberto & MAGALHÂES, The-reza Cochar. Português Linguagens. São Paulo : atual, 2003.

DANTAS, Janduir. Lições de Gramática em ver-sos de cordel. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Por-tuguesa. Rio de janeiro: Lucerna, 2001.

KOCH, Ingedore Villaça; Vilela Mário. Gramá-tica da língua Portuguesa: gramática da pala-vra, gramática da frase, gramática do texto/discurso. Portugal: livraria Almerinda, 2001.

MACAMBIRA, José Rebouças. A estrutura mor-fo-sintática do português. São Paulo: Pioneira, 1987.

PERINE, Mário Alberto. Gramática do portu-guês brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.

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17Capítulo 2Capítulo 2

eixo teMático: terMos da oração

objetivos específicos

• Reconheceraimportânciadostermosdaoraçãocomoumdospressupostosde compreensão estrutural do nosso idioma;

• Estabelecerasdiferençaseolugaraquepertenceapredicaçãoeascategoriasdo verbo;

• Trabalhar as questões pertinentes ao sintagma verbal, a predicação e suarelação com o verbo - eixo estrutural da oração;

• Refletirsobreagramaticalizaçãodosverbosnoqueconcerneaoaspectover-bal, suas distinções e conceitos.

introdução

O estudo dos termos da oração tem uma vital importância para a compreensão falada e escrita de nosso idioma.

Vamos trabalhar com esse constructo de forma eficaz, tranquila porque aprender Português não é o mesmo que aprender análise sintática – vai muito além desse assunto, mas passa por esse conhecimento, quando ele estabelece vínculos desse saber com domínio da língua.

Assim,semdúvida,quantomaiorforoseudomíniosobreessesassuntos,maio-res são as expectativas de sucesso e como você nasceu para vencer, vamos entrar no mundo dos termos da oração, do verbo-eixo, porque tudo é uma questão de encadeamento. Vamos estabelecer esses elos.

1. terMos da oração

Como vemos o sujeito? O que você sabe sobre o sujeito da oração?

SUJEITO é elemento frásico,(1), sintaticamente obrigatório e que juntamente com o predicado constitui a frase mínima, estabelecendo a concordância entre pessoaenúmeroeaformaverbal.

Profa. Ms. Francisca Núbia bezerra e silvaProfa. maria das Graças Alves de oliveira

Carga Horária | 15 horas

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18 Capítulo 2

O sujeito quase sempre vem em primeiro lugar e pode ser substituído por sua forma pronominal su-jeito (= ele/eu/tu).

Então, a oração se caracteriza fundamentalmente pelo verbo – ou sintagma verbal, que, na maioria dasvezes,reúneduasunidadessignificativas,entreas quais se estabelece a relação predicativa - o sujei-to e o predicado. Nós vamos trabalhar esse assunto pela perspectiva do idioma diante desses dois ter-mos, logo após, uma primeira exposição com argu-mentos explícitos sobre a oração.

Oração e frase - a oração tem uma estrutura pró-pria e representa o objeto mais propício - a análise gramatical, porque exibe as relações que os com-ponentes mantêm entre si. Quando falamos em oração, estamos falando, portanto, de seu alicerce, que é a gramática.

Porém precisamos falar, também, sobre frase, por-que sua estrutura interna difere da oração, já que nãoapresentaumarelaçãopredicativa–são,àsve-zes, simples palavras – outras vezes, uma reunião delas, como já vimos no primeiro capítulo.

Estabelecidas essas diferenças, vamos agora passar a algumas definições que vão pormenorizar esses tipos de elementos frásicos: sujeito, predicado e demais complementos.

O primeiro grupo natural identificado de forma correta exerce uma função sintático-semântica cha-mada SUJEITO, e o segundo grupo exerce umafunção, também semântico-sintática, chamada PREDICADO.Vejaessesexemplos:

sujeito / predicado

Os bombeiros/ apagaram o fogo.Nós/ trabalhamos como pedreiros.

Nós/ vimos o esforço de todos.O cidadão/ compreende as normas de trânsito.

Diantedacolocaçãodossujeitosacima,podemos,com certeza, dizer que o sujeito é a unidade ou sin-tagma nominal(2), que estabelece uma relação pre-dicativacomonúcleoverbalparaconstruirumaoração.

O sujeito se realiza por nome ou equivalente, o sujeito fica integrado (ou incorporado) na forma verbal. Mas há também uma outra maneira de rea-lizar o sujeito: por meio dos pronomes da primeira e da segunda pessoa, a menos que haja o risco de ambiguidade.

Quando nós viajamos, eu, ela e você chegamos cedo.

Sujeito é uma noção gramatical e não, semântica, ou seja, é uma referência à realidade designada.Quando explicitado, ou, claro na oração, o sujei-to está representado – e só pode sê-lo – por uma expressão substantiva exercida por um substantivo ou pronome ou equivalente.

José de Alencar escreveu grandes romances.agente

Grandes romances foram escritos

por José de Alencar.paciente

(1) Elementos frásicos podem ser assim constituídos, segundo KOCH e VALENÇA - o conceito de “elemento frásico” está primariamente comprome-tido com as relações sintáticas entre os constituintes da frase; - está ainda envolvido nos diferentes tipos de frase. Por exemplo, os tipos de frase, como são entendidos na gramática como ordem canônica da frase, apresentam-se como modelo para a combinação de determinantes unidades linguística em frase; - desempenha ainda um importante papel no estudo dos elementos frásicos na descrição de regras de ordenação dos consti-tuintes da frases.(2) Sintagma nominal é uma unidade com operadores determinantes.

SAIBA MAIS!

http://www3.unisul.br/paginas/en-

sino/pos/linguagem/0401/10.htm

SAIBA MAIS!

MORFOSSINTAXE DO SUJEITO

O núcleo do sujeito é sempre um substan-

tivo (ou um equivalente dele: pronome ou

palavra substantivada). Por isso, quando o

falante constrói uma oração, sempre en-

caixa um substantivo na função de núcleo

do sujeito.Suj.

Todas as manhãs, eu e meus alunos faze-

mos uma caminhada.

Apresento-lhe a pessoa que lhe deixou

essa referência.

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19Capítulo 2

Dizemos,assim,queumapalavrasópodesersujei-to, porque é um substantivo ou equivalente.

Uma característica fundamental do sujeito explíci-to é estar em consonância com o sujeito gramatical do verbo do predicado, ou seja, que se adapte, que concordeaoseunúmero,pessoaegênero(aquifa-lamos quando há particípio no predicado).

Eu cheguei. Nós chegamos. Eles não haviam chegado ainda.

Estudando o sujeito, vamos ter a oportunidade de contactar novas terminologias que darão acesso a um entendimento melhor, porque a língua é um organismo vivo, evolui e nós precisamos, claro, acompanhar esses avanços.

Quando se pressupõe um “sujeito humano”, deno-minamos, então, de sujeito indeterminado, e isso se dá nas construções reflexivas de terceira pessoa. Veja este exemplo:

Vive-se bem nesta cidade e estuda-se melhor ainda.

Entretanto, diante de umOD,há uma reflexivanormal (passiva reflexa):

Vendem-se flores.Alugam-se apartamentos para estudantes.

É comum no uso popular construções do gênero:

Vende-se flores.

O sujeito indeterminado ocorre também nas ter-ceiras pessoas do plural.

Falam (= fala-se) de fatos impressionantes sobre esse sítio histórico.

Fique atento! Neste tipo de construção sintática, a palavra se é denominada índice de indeterminação do sujeito.

E a velha oração sem sujeito? Aqui há uma expli-caçãocoerentequefogeàclassificaçãotradicional.

Orações sem sujeito-sujeito psicológico – é assim quevamosabordar esse conjuntoàpartena sin-taxe do português. Quando o sujeito gramatical não existe – o que ocorre é um sujeito psicológico

(Macambira,pág.164-1997)quenãointeressaemanálise sintática, representado pelas circunstâncias presentes, isto é, pelo contexto em que são enun-ciadas.

A oração: Fogo! quando dita pelo chefe aos sol-dados, que apontam a carabina ao prisioneiro de mãos amarradas... apresenta circunstâncias muito diversas dessa outra construção: Fogo! pronuncia-da por um espectador durante a projeção de um filme.

Temosduas circunstânciasdiferentesquepodemser traduzidas dessa forma: Soldados, façam fogo!

No segundo, a tradução seria diferente: Pessoal, a casa está pegando fogo!

Assim, orações desprovidas de sujeito são forma-das pelos chamados verbos “impessoais”, integran-tes de uma lista finita.

Verbos que denotam “fenômenos da natureza” que não são atribuídos, em nossa cultura, a um dadoser,indivíduoouentidade;sãoaúnicasub-classe de verbos que reconhecidamente denotam essas construções:

Anoitecia naquela ilha.Hoje está ventando demais.Choveu durante a semana.

atividade | 1. Leia este trecho:

Em São Paulo, implantaram uma indústria da multa que fica cada vez mais faminta. Agora, em um trecho de uma avenida, o limite é 70 km/h e, duas quadras mais à frente, cai para 60km/h. E o motorista, além de ficar atento à confusão do trânsito, tem que se prevenir contra essas arma-dilhas.

Trecho Novas palavras: língua portuguesa. Emília Amaral..

[et al.]. – 2 ed. Renov. - São Paulo: FTD, 2005.

Paracompreendercomclarezaoconteúdodotexto, o leitor (ou ouvinte) deve identificar, na sequência textual, sobre que ou de quem o autor está falando. Assim, encontre os termos solicitados.

a) O que teria levado o falante a empregar o verbo implantar na 3ª pessoa do plural? Jus-

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20 Capítulo 2

tifique.

b) Em cada período, há sujeito – classifique-os e identifique-os.

c) Qual a função sintática de limite para o verbo ser e o verbo cair.

2. Leia a tira, a seguir, de Fernando Gonsales:

a) No primeiro quadrinho, incomoda está no singular. A que se deve esse fato?

b) No 2º quadrinho, incomodam está no plu-ral - por quê?

c) Qual é a função sintática da expressão EI, RAPAZES?

2. vozes verbais

Voz é a forma sintática, que o predicado assume para atribuir um papel semântico ao sujeito.

A voz é expressa por um sistema de recursos sintáti-cos, que definem certos padrões formais do verbo, distinguindo-se tradicionalmente em voz ativa, pas-siva e reflexiva, exemplificadas nas frases abaixo:

• Naletraa, temos um caso de voz ativa – o su-jeito é o agente do processo verbal.

• Naletrab, temos um caso de voz passiva – o sujeito é paciente do proces-so verbal.

• Naletrac, temos um sujeito que é, ao mesmo tempo, agente e paciente do processo verbal.

Precisamos agora ver os constituintes do PREDICADO (e predicativos), expres-são linguística de uma função assertiva no sentido de que ele configura a pro-priedade de um indivíduo ( ou classe de indivíduos) ou a relação entre dois ou mais indivíduos.

Assim, o predicado compõe-se de um lexema, cuja semântica representa lin-guisticamente esta função assertiva, e dos morfemas gramaticais, que, ligados àformadoverboconjugado,exprimem

pessoa,número,tempo,mododo verbo.

Deacordocomoqueacabamosdever,aPREDI-CAÇÃO é um ato de afirmar alguma coisa, con-figura um acontecer, um estado, uma relação ou a propriedade de um acontecimento (ou de uma classe de acontecimentos).

A predicação se realiza por meio do verbo – pelo ato de predicar - porque o ser humano associa um atri-buto a um objeto, circunscrevendo essa associação a alguma fase da linha do tempo, respectivamente atual, anterior e posterior ao momento da fala.

3. o predicado verbal

Pode ser definido e entendido a partir de um ver-bo de ação e que não pode ser retirado porque faz faltaàfrase:

O Ministro da Fazenda anunciará um pacote de medidas breve.

a) Os acróbatas alcançaram o topo do circo.

b) O topo do circo foi alcançado pelos acrobatas.

c) Um dos acróbatas feriu-se levemente no braço.

sujeito agente objeto diretoVTD

sujeito paciente

agente da passiva

locução verbal

Font

e: F

olha

de

São

Paul

o, 1

1/1/

98

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21Capítulo 2

A Escola de Informática bloqueou o acessoaoMST.

DubaipossuiosmaioresprédiosdaTerra. Aqui o enunciado deixa evidente o que é predicado verbal e o que significa “fazer falta”.

Temosa predicação verbal, que ocorre nas seguin-tes formas:

• forma(finita)simplesdoverbo:Elacaminha.• formascompostasdoverbo:Elatemcaminha-

do, de caminhar, deve caminhar.• fraseologia verbal: ter emmente, ter respeito

por etc...• formaverbal+predicativo. O predicativo pode ser:

• umsubstantivo: Ela é atleta.• umadjetivo: O dia está ótimo.• umgrupo preposicional: Essa marca está fora

de prazo. Falou antes de pensar.

Os verbos que servem de suporte ao predicativo são chamados de VERBOS COPULATIVOS – ser, estar, parecer, permanecer, continuar, ficar.

Há verbos que, eventualmente, funcionam como COPULATIVO,éocasodeANDAR (+ adjetivo) ex: Ele anda contente., ACABAR / terminar + nome(ele acabou senador outra vez), TORNAR-SE / FAZER-SE + nome (Ele tornou-se vice-presi-dente aos setenta anos/ Ele se fez ouvinte na hora certa).

Nós vimos a predicação verbal, mas temos agora o cuidado,aatençãodechegaràintimidadedopre-dicado,donúcleoedeseusdeterminantes.

Sabendo que sujeito e predicado organizam a rela-ção predicativa, podendo ser simples ou comple-xos, esses delimitadores semânticos verbais serão denominados ARGUMENTOS ou COMPLE-MENTOS VERBAIS. É no estabelecimento des-sas delimitações semânticas que os verbos recebem o nome de transitivos:

O guarda viu o acidente.TD

Eles necessitam de ajuda.TI

A transitividade dos verbos representa realidades bem concretas e não necessitam de outros signos léxicos. Assim, dizemos que um predicado simples na tradição gramatical é chamado de intransitivo:

Todosaquitrabalham.Int.

Nós chegamos cedo.Int.

As árvores cresceram rapidamente.Int.

Agora vamos ver como identificar os tipos de argu-mentos determinantes do predicado, complemen-to direto ou objeto direto. Observamos, de início, que há uma terminologia bem interessante para objeto direto que envolve a definição e facilita a identificação. Objeto é um complemento da com-binaçãopredicativa,sendodeterminadoquantoàforma – direto, indireto, preposicional, adverbial.

Pela transitividade dos verbos, chegaremos facil-mente aos seus complementos transitivos diretos (TD), quando seguidos de objeto direto.

Limpar a casa / limpá-la.Dividiro espaço / dividi-lo.

Transitivo indireto (TI), quando seguido de um objeto indireto (OI).

Essa peça agradou a todos.

Quando são seguidos de dois termos adjacentes, que assim se dividem. Intransitivos diretos e indi-retos (TDI),seguidosdeODeOI.

Entreguei os diplomas ao secretário.

Nesses exemplos, os complementos em itálico li-gam-se, diretamente, aos verbos e são substituíveis pelas formas átonas o/a/os/as.

Temosexceções,quandooobjetodiretopodeserpreposicionado e não raro; esse objeto inicia já por essa preposição:

• antesdopronomeátono:A mim, não me coube falar sobre o assunto,

a ele coube explicar tudo.

• antesdequem:A quem ele respeitava era a mim.

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22 Capítulo 2

• antesdonomedeDeus:AmaraDeus/temeraDeus.

• quandohouveracoordenaçãoentreumODpronome átono e um grupo nominal:Elaestavaapreservar-seasieàfamília.

• para desfazer a ambiguidade ou tematizar oOD:

Ao filho poucas vezes o ajudou, mas sentia sempre esse peso.

• seopredicativoocorrerantesdoOD:Ele quis empregar seu irmão a um

dos cargos vetados.

• nafrasecomparativareduzidaaOD:Ela aprecia-os como a seus sobrinhos.

Mas precisamos evidenciar agora as diferenças factuais entre objeto direto e objeto indireto ple-onástico para que tenhamos mais segurança nessa abordagem sintática: Veja estes exemplos:

Essa turma, já a encontrei na formatura. OD OD

OI OI Pleon.Às suas apresentações, não lhes é

permitido faltar ninguém.

Não podemos ir adiante sem citar quando a prepo-sição é facultada diante de pronomes indefinidos designativos de pessoa:

Preteria a uns e aceitava outros.

Agora podemos ir ao chamado complemento in-direto ou OI.

• Ocomplementoindiretoéregidopelaprepo-sição a (eventualmente por, para): Foi chamada para atender uma emergência.

• eocorrecomalgunsverbostransitivosindire-tos (obedecer, agradar, etc.):

Precisamos obedecer aos nossos pais.Eu não posso agradar a todos.

• transitivosdiretoseindiretos(dar,responder,perguntar, etc.):

Vou dar esse privilégio a você.Não quero responder a esses questionamentos.

Eu perguntei tudo pela ordem de chamada.

• algunsadjetivos(obediente,agradável,etc.):Todasascriançaseramobedientesao monitor.

Essa é uma situação muito agradável ao público.

Obs.:Oempregode lhe/lhes referidosà terceirapessoa (ele/ela/eles/elas/) quase sempre se restrin-geaoBrasil,àmodalidadeescritaformal.Vejamos os exemplos:

Pertence ao depositante/ Pertence-lhe.Agradar a todos/ Agradar-lhes.Referiraos mesários/Referir-lhes.

É o momento de situar a posição e importância do que cabe aos verbos biobjetivos, quando existe, na oração, transitivo direto e indireto ao mesmo tempo.Vejamos estes exemplos:

Preciso devolver o livro à biblioteca.Ele revelou um novo conceito ao escritor.

Aquela firma oferece primeiro emprego a todos.

Aqui apresentamos a combinação do verbo tran-sitivo direto (em itálico) e outro preposicionado (sublinhado). A esses verbos unem-se aqueles que expressam ou implicam alguma espécie de “transfe-rência” ou “mudança” de posse, como dar, empres-tar, mostrar, entregar, etc.

Esses exemplos vão ajudar na fixação desses verbos:

Eles deram o resultado errado ao monitor.Ele emprestou muitos livros ao estudante.

Aqui mostramos as diferenças aos participantes, depois entregamos o resumo ao coordenador-geral.

4. predicado verbo-noMinal

Como identificá-lo de imediato? É fácil, muito fá-cil.Opredicadoverbo-nominalcontémdoisnúcle-os – um verbo significativo, nocional e um nome predicativo.

Achei a banda super clean. núcleo núcleo

Mas não podemos esquecer que o predicado verbo-nominal ocorre também quando além de um ver-bo significativo, apresenta predicativo do sujeito.

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23Capítulo 2

A professora caminhava apressada.núcleo núcleo PVN

a) Você é louco?b) Eu amo o mundo!c)EucreioemDeus.

5. adjunto adverbial

Emseuconteúdo,nãooferecemaioresproblemasjá que seu comportamento sintático na oração é heterogêneo e requer assim uma atenção por parte de quem procura descrever este termo.

O adjunto adverbial é o termo da oração que indi-ca circunstâncias em que se desenvolve o processo verbal (noções como tempo, lugar, modo, causa, finalidade, etc...) ou intensifica em verbo, adjetivo ou advérbio. Na realidade, o adjunto adverbial da oração é uma função desenvolvida por advérbios e locuções adverbiais.

Todasasurnaschegaramontemànoite, ao Fórum.

• ontemànoiteéadjunto adverbial de tempo.• aoFóruméadjunto adverbial de lugar.

Então, os adjuntos adverbiais expressam diferen-tes valores semânticos. Os adjuntos adverbiais de intensidade podem acompanhar o verbo, substan-tivos, adjetivos e advérbios.

Os principais tipos de adjuntos adverbiais serão aqui exemplificados, observando-se os seus aspec-tosmaisinteressantesquantoàdescriçãogramati-cal e aos esquemas pertinentes as funções exercidas nas circunstâncias concretas do discurso.

• Adjunto adverbial de lugar – a característi-ca essencial dos adjuntos é a pergunta onde, precedido ou não de preposição (donde, por onde? aonde, até onde, etc.)Todostrabalhavamna clínica – (onde?)

Observamos do viaduto aquele trânsito – (donde?)

O maratonista correu até a vitória – (até onde?)

• Adjuntos adverbiais temporais –respondeàsperguntas quando? desde quando? até quan-do? durante quanto tempo? e podem referir-se ao verbo, ao sintagma verbal ou a toda a ora-ção.

As cerejeiras florescem durante a primavera – (referida ao verbo)

SAIBA MAIS!

v i d e o l o g . u o l . c o m . b r / v i d e o .

php?id=366496 –

MORFOSSINTAXE DOS OBJETOS

Na estrutura sintática dos enunciados, a

função de núcleo do objeto (direto e indire-

to) é sempre desempenhada por substanti-

vo (ou por um equivalente dele: pronome

ou palavra substantivada)

Como prometido, recebeu um talvez.

VTD OD

Entregou o simpósio a mim.

VTDI OD OI

atividade |1. Leia esses versos:

(...)Sei que a vida vale a pena,Mesmo que o pão seja caroE a liberdade pequena.

Ferreira Gullar

a) Nesse trecho de poema, há um verbo suben-tendido.Reescrevaoversoemqueeleocorre,explicitando-o.

b) Caro está no masculino, pequena no femi-nino, por quê?

c) Que função sintática têm as palavras referi-das em b?

2. Leia este poema de Mário Quintana:

Simultaneidade- Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo!Eu creio em Deus! Deus é um absurdo!Eu vou me matar! Eu quero viver!- Você é louco?- Não sou poeta.

Agora, compare o predicado destas orações, justificando-as.

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24 Capítulo 2

As famílias colhem seus legumes pela manhã – (referida ao sintagma verbal colhe seus legumes)

Chegamos ao entardecer – (quando?)Ficaremos no aeroporto atéàs18h – (até quando)

Permanecemos 6 horas esperando o voo – (durante quanto tempo?)

• Adjuntos adverbiais modais–respondemosàpergunta como? de que modo ou maneira? e se reportam ao verbo ou ao sintagma da oração para qualificar ou descrever como o processo se realiza.

Este livro está vendendo bem.Ela saiu de forma imperceptível.

Os torcedores falaram do resultado com alegria.Entraram no estádio aos empurrões.

Saímos sem que fôssemos percebidos.

• Adjuntos adverbiais de fim, de causa, de ins-trumento e de companhia – as características comuns a essas quatro circunstâncias adver-biais é que não podem ser representadas por meros advérbios, mas sim, por sintagmas pre-posicionados, com exceção do de companhia.

Dançoucom todas. (companhia)Tremiacom frio. (causa)

Fechou a porta de cadeado. (instrumento)Estudou para médico. (fim)

• Adjunto adverbial de quantidade – tais ad-juntos adverbiais respondem a perguntas do tipo quanto? até quanto? em que medida?

Nesta região, chove intensamente no outono. (quando)

Esses livros custam até400reais. (até quanto) Estudamos bastante aos domingos.

(em que medida)

Esperamos que, com todos esses casos e exemplos, tudo tenha ficado a contento e você não precise descabelar-se, tentando aprender de cor depois de contactar com mais essa riqueza expressiva de nos-sa sintaxe.

atividade | Numa aula de gramática, o pro-fessor propôs ao aluno indicar a função sintá-tica do termo grifado na seguinte oração:

Os jogadores saíram do campo irados após o jogo.

Veja a resposta do aluno – irado é adjunto ad-verbial de modo.

Agora é sua vez. Está correta ou não essa res-posta. Justifique.

aGente da passiva

Dizemosqueagentedapassivaéotermoque,lidaaoraçãoàsavessas,transforma-seemsujeitodavozativa.

O relógio de pulso foi idealizado por SantosDumont.

Por Santos Dumont é o agente da passiva, porque lida a oração às avessas, Santos Dumont podetransformar-se no sujeito.

SantosDumontidealizouorelógiodepulso.

Por essa razão, o agente da passiva é um sujeito dis-farçadooucamuflado–assimaleituraàsavessasdeve ser feita de tal modo que gere três fenômenos indispensáveis:

a. transformação do particípio em forma finita;b. desaparecimento do verbo ser;c. desaparecimento da preposição: por ou de.

Em:(OhomemfoicriadoporDeus),oagentedapassivaéporDeus,porqueaoraçãopodeserlidaàsavessas.

Deuscriouohomem.

Ao transformar criado em criou, desapareceu foi e a pre-posição. O verbo ser aparece como elemento secundário da passiva participial, podendo haver agente da passiva sem a presença do verbo ser.

Ohomem,criadoporDeus,aspiraàimortalidade.

SAIBA MAIS!

http://www.scribd.com/Adverbio/d/12663707

MORFOSSINTAXE DO ADJUNTO ADVERBIAL

Os adjuntos adverbiais são representados unicamente por palavras

(ou locuções), que integram a classe gramatical dos advérbios.

O artista subiu cuidadosamente ao palco.

adj. adv. de modo

As boas palavras entram diretamente no coração.

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25Capítulo 2

Aqui porDeus é agente da passiva e não figura o verbosernaoração:podeler-seàsavessas.

Deuscriouohomem–transformando-seoparticípio em pretérito perfeito e omitindo-se a

preposição.

A posição normal do agente da passiva é após o verbo.OmundofoicriadoporDeus.

Podemos encontrar, também, outras percepções sobre esse termo argumental, não obrigatório, que a gramática tradicional chama de “agente da passi-va” e, modernamente, é chamada de complemen-to agente.

Esse complemento agente pode ser opcional, pois são construções gramaticalmente corretas.

As tarefas foram cumpridas por todos. O paciente foi atendido pelo hospital.

Tradicionalmente,agramáticapõeesteagenteen-tre os complementos verbais por conta do seu rela-cionamento com o sujeito e com o complemento direto. Com o sujeito, essa relação se dá porque, transformandoessaestruturadapassivaàestrutu-ra ativa, o complemento agente passa a sujeito:

Todoscumpriramsuastarefas.

Já com o complemento direto, deve-se ao fato de que este vem exigido pela característica gramatical da construção ativa, o agente o da construção pas-siva:

O hospital atendeu ao paciente.

Definidoo agentepassiva é ahoradepartirmospara o complemento nominal. Vamos lá?!

6. coMpleMento noMinal

Nem só os verbos têm o privilégio da transitivida-de, também determinados substantivo, adjetivo e advérbio se fazem acompanhar de complementos.

Esses complementos são nominais e quase sempre são introduzidos por uma preposição.

Há, na língua portuguesa, sempre formas diferen-tes de se identificar a hierarquia sintática dos ter-mos oracionais: é quando se observa, por exemplo, adjunto adverbial e o termo primário, e o comple-mento nominal é termo secundário.

Vamos observar o diferencial entre termos primá-rio e secundário (segundo Macambira, 1997, p. 152 – os termos primários envolvem como centro o predicado: objeto direto, objeto indireto, adjun-to adverbial e agente da passiva.

Quanto aos termos secundários, podemos obser-var que estão no âmbito do adjunto adnominal, complemento nominal, aposto e vocativo.

Há palavras que complementam verbos, e há pala-vras que complementam nomes - há palavras que servem, e outras que são servidas. Assim, o comple-mento nominal está incluído no segundo grupo.

Complemento nominal é o termo sintático que complementa nomes, ou seja, dá uma amplitude de sentido aos substantivos, adjetivos e advérbios.Você provavelmente já encontrou estes avisos:

Trechoimpróprioparabanho.Riscoàsaúde.

Aqui o banho é a intenção real da informação – mesmo que saúde e risco se sobreponham como alvo primordial dessa informação aos banhistas. Nestas frases, os termos para banho e àsaúde são complementos nominais.

Agora, observemos um claro caso que confirma a transitividade dos nomes:

SAIBA MAIS!

http://wp.clicrbs.com.br/sualin-

gua/2009/05/11/da-passiva-sinteti-

ca-para-a-ativa/

atividade | Vamos agora observar as vozes do verbo. Então pesquise na Internet, para um aprofundamento maior, e enriqueça com mais este conhecimento tão importante. Mãos-à-obra!!!

SAIBA MAIS!

http://eborret.sites.uol.com.br/com-

plemento.html

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26 Capítulo 2

Complemento nominal está esclarecido, e o AD-JUNTO ADNOMINAL? Agora podemos ultra-passar quaisquer barreiras que possam existir nesse sentido.Reconhecemosqueháummomentoemque podemos não distinguir essa dupla. Vejamos como facilitar essa distinção. Só para lembrar: o complemento nominal complementa o sentido de um nome transitivo (substantivo, adjetivo ou advér-bio), enquanto o adjunto adnominal complemen-ta, caracteriza e ou define o nome sem intermedia-ção de um verbo. As classes de palavras que podem desempenhar a função de adjunto adnominal são adjetivos, locuções adjetivas, pronomes, numerais e artigos. É uma expressão que acompanha um ou mais nomes, conferindo-lhe um atributo.

Vejamos estes exemplos que deixam bem mais cla-ro a posição e função de adjunto adnominal, de tal formaquenãomaisteremosdúvidas.

Expressamos e entendemos o adjunto nas sequên-cias frásicas abaixo:

a. numeral e adjetivo: Na loja, duas manequins vestiam calças e camisetas lilazes.

b. nome adjetivo: olhos verdes, mãos delicadas.

c. locução ou expressão adjetiva: mãos de fada, força de leão, morro de pedras, crista da onda.

d. artigo: o tempo, os tempos.

e. pronome adjetivo: • possessivo: teus esforços• demonstrativos: esses esforços

• indefinido: tais questões, mais pesquisas, qualquer atlas, cada manhã

• interrogativo: que pesquisa? qual desco-berta?

• relativo (cujo e flexões): pesquisas cujos méritos creditamos...

Vejamos como vai ficar esse assunto na

SAIBA MAIS!

MORFOSSINTAXE DO COMPLEMENTO

NOMINAL

Na estrutura sintática da oração, o núcleo

do complemento nominal pode ser ex-

presso por palavras das seguintes classes:

substantivo (ou palavra substantivada),

pronome e numeral.

Estamos ansiosas pelo resultado.CN

Depositou todo crédito em nós.CN

SAIBA MAIS!

MORFOSSINTAXE DO ADJUNTO

ADNOMINAL

O adjunto adnominal é um elemento se-

cundário, que sempre se associa a um

elemento principal, representado por um

substantivo. Assim sendo, o adjunto ad-

nominal é expresso por palavras que se

associam ao substantivo. São elas: artigo,

adjetivo, locução adjetiva, numeral e pro-

nome.

Pode comprar também este livro; meus

alunos novos já leram o resumo do autor.

Quando o termo é introduzido por preposição e estiver ligado a um adjetivo ou advérbio, ele será, semdúvida,umcomplementonominal.

ADJETIVOEla é perita em legislação.

C N

ADVÉRBIO Ela está longe da cidade.

C N

Se estiver transitivo e funcionando como o alvo para o qual tende um movimento, um sentimento ou uma disposição, será complemento nominal. Se isso não ocorrer, será adjunto adnominal.Observe estes exemplos:

A resposta aos apelos não foi atendida.subst. trans. adj.adnom.sujeito

A resposta dos chefes não os acalmou.subst./ adj. adnom.sujeito

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27Capítulo 2

Na 1ª frase, o alvo foi – os apelos; na 2ª frase, dos chefes não é alvo, mas o agente locutor da respos-ta.

Veja agora se você é capaz de fazer essa diferencia-ção.

Ele tem um amor de mãe.Eletemamoràmãe.

Observou? Olha a dica: o adjunto adnominal só trabalha para o substantivo (concreto ou abstrato), enquanto o complemento nominal pode trabalhar para o substantivo abstrato, adjetivo e advérbio.

Nadúvida,aoclassificarumaestrutura,devemosobservar se está trabalhando para um adjetivo ou advérbio, e aí saberemos se tratar de um comple-mento nominal.

Mais uma explicação: quando a estrutura estiver relacionada dentro das funções de adjetivos, lo-cuções adjetivas, pronomes, numerais e artigos ligados a um substantivo e se este “existe” sem o auxílio de um complemento, será um adjunto ad-nominal.

• necessidadede atenção – note que necessidade não “existe” sem o complemento de “de aten-ção”. Isso caracteriza o complemento nomi-nal.

• chuvafria – note que chuva “existe” sem com-

plemento, “fria” pode ser retirado, sem alterar o significado do substantivo – aqui teremos um adjunto adnominal.

Note também que os adjuntos adnominais não de-terminam ou especificam o nome – eles conferem uma nova informação ao nome e, por isso, são cha-mados de modificadores.

A mãe comprou dois perfumes.

Em que momento o lugar do predicativo pode in-terferir nessa compreensão apresentada de adjunto adnominal e complemento nominal? Não há es-paço para a não - diferenciação entre esses termos e o predicativo, cada um tem seus constituintes e especificidades. No caso do predicativo, só o en-contramos no predicado, e dá uma característica momentânea do substantivo. E como estabelecer essa diferença? Podemos diferenciar um do outro

substituindo a estrutura sintática por – o,-os,-a,-as. Exemplo:

Procurei meus velhos amigos. Procurei-os.Observe que velhos amigos pode ser substituído por – os.Agora notemos esta outra estrutura:

Considero sua decisão ótima. Considero-a ótima.

A estrutura sua decisão ótima não pode ser intei-ramente substituída, caracterizando, assim, o pre-dicativo que, neste caso específico, é o predicativo do objeto, pois se refere ao substantivo decisão.

Atenção: Essa referência rápida ao predicado foi ape-nas um “tira-dúvidas”.

atividade |

Temosaquiumanúncioquecontémduasora-ções:

a) Essas orações são construídas com verbos transitivos diretos. Você sabe disso, claro. Qual seria o objeto direto de cada uma delas?

b)Masnaoração“DeclareseuamorporPer-nambuco”, a palavra amor é um complemento de declare; é um objeto direto. O termo Per-nambuco é complemento de que palavra?

c)Reformule esta oração, trocando a expres-são declarar amor pelo verbo amar.Neste caso, qual seria o objeto do verbo amar?

Obs.: Exercício adaptado do livro Português: Linguagens de Cereja e Magalhães.

Font

e: h

ttp:

//br

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ares

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Declare seu amor por

Pernambuco

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28 Capítulo 2

aposto

É o outro componente do grupo sintagmático no-minal; é um substantivo ou expressão equivalente, quemodificaumnúcleonominal,tambémconhe-cido como fundamental, sem necessitar de outro instrumento gramatical que marque essa função adnominal – pode ser marcada por vírgula ou si-nalequivalente(travessãoeparêntese).Daíentãoderiva o fato de dizermos que a aposição pode ser específica ou especificativa, ou então, pode ser ex-plicativa.

O aposto explicativo apresenta valores secundários que merecem descrição especial:

• Enumerativo – é representado por um dos pronomes (ou locução) tudo, nada, ninguém, cada um, um e outro, etc., ou por substantivo.

Tudo – ansiedades, medos e preocupações – foram tiradas de sua vida.

Doces,bolos,sorvetes–nada – a apetecia.

Professores, amigos e colegas – ninguém o convenceu a mergulhar.

Políticos, funcionários e parentes, cada um, deu-lhes as boas vindas.

Todosaceitaramaproposta,masum e outro fez comentários desastrosos.

A mãe de Chico Buarque de Holanda, dona Mimele, faleceu ontem.

• DistributivoIrandé Antunes e Marcos Bagno são os meus escritores preferidos: ambos são linguísticos.

• Circunstancial – comparação, tempo, causa, etc., precedido ou não de palavra que marca esta relação.

O telescópio, grande olho curioso, observava o sol.

“Escultor” – esculpe a sua musa em aço.

José de Alencar, quando vice-presidente, dá exemplo de cidadania.

7. vocativo

Gente,vocativoéumaunidadeàparte.Porquê?Está desligado da estrutura argumental da oração, possui uma entoação exclamativa, cumpre a fun-ção apelativa de 2ª pessoa, pois, por seu intermé-dio, chamamos ou pomos em evidência a pessoa ou coisa a que nos dirigimos.

Raphael, vem aqui!Você, minha filha, precisa estudar mais!

Paciência, onde tu estás?

Obs.: Algumas vezes é precedido de ó

Ó gente, onde será a festa?

Temosaindaovocativocomfunçãoapelativa,nãohá, neste caso, necessidade de marcar o sujeito.

Deixe-me!Deixe-meresolversozinho...

SAIBA MAIS!

MORFOSSINTAXE DO APOSTO

O núcleo do aposto pode ser expresso por

substantivo (ou palavras substantivadas) e

pronome. Aposto Substantivo

Ayrton Senna, brilhante piloto de fórmula 1,

morreu tragicamente.

SAIBA MAIS!

MORFOSSINTAXE DO VOCATIVO

O núcleo do vocativo pode ser o nome que o

falante utiliza para chamar diretamente seu

interlocutor, sendo sempre apresentado por

um substantivo (ou palavra substantivada) ou

pronome.

Minha bela filha, tudo passa na vida.

vocativo substantivo

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29Capítulo 2

ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito de nos torturarcom um aposto.Casou com uma regência.Foi infeliz.Era possessivo como um pronome.E ela era bitransitiva.Tentou ir para os Estados Unidos.Não deu.Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.A interjeição do bigodedeclinava partículas expletivas, corretivose agentes da passiva, o tempo todo.Um dia matei-ocom um objeto direto na cabeça.

atividade |

resuMo

No capítulo 2, constatamos os ter-mos da oração e sintagmas, quan-do respondemos às questões sobre esses elementos frásicos, e a ordem que se apresentam na frase. Mos-tramos as diferenças significativas e por que conhecer essas estruturas de nosso idioma que são tão impor-tantes para fundamentar esse estu-do.

Identificar como sujeito, frase e sin-tagmas interagem e contribuirá para que essa interação melhore em nos-sa língua e, coincidentemente, nos ajudará a conduzir, com maior cla-reza, nossa fala e o nosso discurso com as pessoas com as quais nos comunicamos no nosso dia a dia.

Sujeito e predicado são os construc-tos do nosso idioma, carecendo, sempre, de uma atenção maior por parte dos falantes da língua nativa e de todos os que desejam se apro-fundar e dominar uma linguagem.

Explicitada a intenção deste capítulo que você pode aprofundar com vá-rios autores e, especialmente, Kock e Valença, daremos continuidade ao nosso estudo.

Font

e: B

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973,

p.4

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Observe que, no 1º quadro, temos a palavra cabeludo, e senhorno3º.Temosumcavalheirosem mancha e sem medo, como você classifi-caria estes termos? Explique-os.

Para concluirmos este conteúdo, vamos leresta poesia para fazermos uma descontração, pois este capítulo foi uma labuta...

O Assassino Era o EscribaPaulo Leminski

Meu professor de análise sintáticaera o tipo de sujeito inexistente.Um pleonasmo.O principal predicado de sua vida,regular com um paradigma de 1ª conjugação.Entre uma oração subordinada e um adjunto ad-verbial,

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30 Capítulo 2

referÊncias

AZEREDO, José Carlos. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008.

KOCH, Ingedore Villaça; Vilela Mário. Gramá-tica da Língua Portuguesa: gramática da pala-vra, gramática da frase, gramática do texto/discurso. Portugal: livraria Almerinda, 2001.MACAMBIRA, José Rebouças. A estrutura mor-fo-sintática do português. São Paulo: Pioneira, 1987.

PERINE, Mário Alberto. Gramática do portu-guês brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.

www.mundovestibular.com.br/.../SUJEITO-E-PREDICADO/Paacutegina1.html -

h t t p : / / v i d e o l o g . u o l . c o m . b r / v i d e o .php?id=366496

http://www.scribd.com/doc/19827718/Resu-mo-de-Sintaxe

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31Capítulo 3Capítulo 3

eixo teMático: sintaGMas

objetivos específicos

• Construirumanoção referencialde terminologiasdiferentesedeaborda-gem dos sintagmas oracionais;

• Identificar,nointeriordossintagmas,asclassesconformesedistribuemea posição que ocupam diretamente na oração ou em outros sintagmas mais amplos e seus constitutivos;

• Selecionarasinformaçõesnecessáriasparaeventuaiscontextualizaçõescoma terminologia sintagmática atual na Língua Portuguesa.

introdução

Nós vamos entrar no universo Sintagmático, tão atual e paradoxalmente tão antigo, sem o que nosso estudo sobre Morfossintaxe inexistiria.

Para tudo, vamos necessitar dos sintagmas - desse conjunto de elementos que constituem uma unidade significativa dentro da oração e que mantêm entre si relações de dependência e de ordem. Conhecer a natureza dos sintagmas vai lhe dar uma relação de intimidade com seu idioma que só esse saber pode lhe proporcionar.

Sintagma é uma “comunidade linguística”, que interage o tempo todo, o que deixavocêbemàvontade,aotransitarpornossoidioma.Osintagmaconsistenum conjunto de elementos que constituem uma unidade significativa dentro da oração e que mantêm entre si relações de dependência e de ordem, organizados emtornodeumelementofundamental,denominadonúcleo,quepode,porsisó, constituir o sintagma. Não poderíamos terminar essa apresentação sem lem-brar o grande linguista Noam Chomsky, um dos maiores estudiosos do caráter sintático, semântico e fonológico que é a premissa de todas as frases e de todas as línguas.

Pelo exposto acima, dá para perceber a importância desse assunto. Então, bom estudo, boa compreensão e sucesso!

Profa. Ms. Francisca Núbia bezerra e silvaProfa. maria das Graças Alves de oliveira

Carga Horária | 15 horas

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32 Capítulo 3

1. os constituintes oracionais – os sintaGMas

Vamos trabalhar alguns aspectos da sintaxe da língua portuguesa do ponto de vista produtivo – quanto maior o conhecimento e o domínio das estruturas frasais do português, mais eficiente será o desempenho oral e escrito do falante da língua.

“Chama-se sintagma uma sequência de palavras que constituem uma unidade (sintagma vem de uma palavra grega que comporta o prefixo sin-, que significa com, que encontramos, por exemplo, em simpatia e sincronia). Um sintagma é uma associa-ção de elementos compostos num conjunto, orga-nizados num todo, funcionando conjuntamente. (…) sintagma significa, por definição, organização erelaçõesdedependênciaedeordemàvoltadeum elemento essencial. “(Dubois-Charlier. Basesde Análise Linguística)

• valor variado do comportamento sintáticoapresentado pelas relações de ordem, concor-dância e regência;

• percepção das estruturas sintáticas simples ede como, a partir destes, podemos produzir as mais complexas, baseando-se nas ampliações.

Vamos utilizar dois procedimentos que irão ajudar a compreensão do conceito de sintagma onde quer que ele coloque:

1. deslocável para outra posição na oração;

2. substituível por uma unidade simples.

A menina desatou o nó das fitas com muita alegria.

No caso 1, as sequências a menina, o nó das fitas e com muita alegria são sintagmas, porque podere-mos também dizer:

• Onósdasfitas,ameninadesatoucommuitaalegria.

• Commuitaalegria,ameninadesatouonódasfitas.

• Commuitaalegria,desatouameninaonódasfitas.

No caso 2, essa sequência é confirmada, porque podemos substituí-la, conforme os exemplos abai-xo:

• Ela (=amenina)desatouonódas fitascommuita alegria.

• Ameninadesatou-o(=onódasfitascommui-ta alegria).

• Ameninadesatouonódasfitasalegremente(= com muita alegria)

Reconhecemosprontamentecomosintagmas,por-que ocupam certos lugares nessa estrutura grama-tical e, ainda, uma vez que ocupam o mesmo lugar na estrutura, recebem a mesma classificação:

• sintagmanominal(SN)–Elaeamenina• sintagmaadverbial(Sadv)–alegrementeecom

muita alegria• sintagmaverbal(SV)–desatouonódasfitas

Então, dos exemplos citados, temos as seguintes conclusões:

O especialista não respondeu todas as perguntas.

O especialistasintagma nominal

não respondeu todas as perguntas. sintagma

verbal

O especialistasintagma nominal

não respondeumodificador

+ verbo

todas as perguntassintagma nominal

O especialistadet. + núcleo

nominal

não respondeuadvérbio +

núcleo verbal

todas as perguntasdet. + det. +

núcleo nominal

A combinação das palavras para formarem as frases não é aleatória; existe a necessidade de um conhe-cimento de determinados princípios linguísticos, sem os quais não combinaremos as palavras para lhes dar o sentido necessário a sua compreensão – há, pois, uma ordem, uma sequência e uma lógica àsquaischamaremosdeSINTAGMAparaformaruma unidade maior que é a oração.

SegundoAZEREDO(2000,p.151),paraumen-sino produtivo da língua e da literatura, devemos nosaterà(ao):

• hierarquiada estruturaoracional, isto é, dosconstituintes que a oração apresenta;

• estrutura interna própria de cada um dessesconstituintes;

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33Capítulo 3

• osvocábulosformamasoraçõesindiretamente– e os sintagmas são os verdadeiros constituin-tes da oração;

• umsintagmapodeseconstituirporumgrupode vocábulos ou por um simples vocábulo;

• ossintagmasassimcomoosmorfemasperten-cem a diferentes classes.

2. a classe dos sintaGMas

Um agrupamento intermediário é uma unidade sintagmática e está situado, pois, entre o nível do vocábulo e o da oração. Dessa maneira, um oumais vocábulos se unem (em sintagma) para for-mar uma unidade maior, que é a oração. Logica-mente, esses vocábulos constitutivos dos sintagmas seorganizamemtornodeumnúcleo.

Para desempenhar o papel de sintagma, as palavras pertencem a uma determinada classe gramatical com função distinta. Obedecem a um conjunto de mecanismos formais que, na sua unidade e estrutu-ra gramatical, pode ser assim esquematizado.

• período• oração• sintagma• vocábulo• morfemas

Para melhor entendimento, vamos nos basear no poema de Cecília Meireles e observar os níveis de estruturaçãodoenunciado,retiradodo(InPRO-JETOPEAD)

Texto 1 colar de carolina

Com seu colar de coral, Carolina corre por entre as colunas da colina. O colar de Carolina colore o colo de cal, torna corada a menina. E o sol, vendo aquela cor do colar de Carolina, põe coroas de coral nas colunas da colina.

(Cecília Meireles)

Comentário Neste poema, a autora faz um jogo de palavras, ti-rando proveito, principalmente, do aspecto sono-ro. Os diversos níveis a que nos referimos acima podem ser apontados no texto:

Nível do período O colar de Carolina colore o colo de cal, torna corada a menina.

Nível da oração O colar de Carolina colore o colo de cal,torna corada a menina.

Nível do sintagma O colar de Carolina (SN)colore o colo de cal (SV)torna corada a menina (SV)

Nível do vocábulo Com/ seu/ colar/ de/ coral / Carolina / corre / por/ entre/ as/ colunas / de/ a /colina.

Nível do morfema O / col/ar / de / Carolina / color/e / o / col/o /de/ cal/, torn/a / cor/a/d/a /a/ menin/a.

http://Iportuguesa.malha.net/content/view/29/45/

As gramáticas descrevem os níveis da oração e do período no âmbito da sintaxe e os níveis do mor-fema e do vocábulo no âmbito da morfologia. No entanto, geralmente não tomam conhecimento do nível do sintagma - intermediário entre vocábulos e oração. E, como mostra Azeredo:

“... os vocábulos não se unem para formar a oração, do mesmo modo que os gomos se unem para formar uma la-ranja. Os vocábulos não formam a oração senão indireta-mente. Eles se associam em grupos, os sintagmas, que são

os verdadeiros constituintes da oração.”

Com o poema “Colar de Carolina”, podemos exemplificar esses conceitos: diversos vocábulos que se organizam em blocos, os sintagmas, para, então, formarem orações.

atividade | Após essa explicação, surgem algumas perguntas que você já poderá respon-der:

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34 Capítulo 3

1. Como podemos reconhecer um sintagma?

2. Basta haver mais de um vocábulo para existir sintagma?

3. Como são formados os sintagmas?

4. Hámaisdeumtipodesintagmaouape-nas um?

5. Todasasclassespodemformarsintagmas?

Assim fica esclarecido porque não podemos ir a qualquer outro assunto sem garantirmos que sin-tagma está devidamente apreendido e compreen-dido como classificação ao mesmo tempo mórfica efuncional,pordizerrespeitoàposiçãoqueocupana oração.

Agora,SINTAGMAfazpartedoseuvocabulário,da terminologia usual de sua linguagem, porque, afinal, estamos falando, apenas, das partes cons-tituintes de cada sentença que pronunciamos no nosso dia a dia.

3. os sintaGMas e suas leis

O sistema solar tem semelhança com um sintagma nominal: um grupo de elementos gira em torno de umnúcleo

Todaoraçãoéformadaporunidadesdesignifica-do, que se organizam de acordo com leis determi-nadas, e essas são chamadas de sintagmáticas, por-que organizam os sintagmas.

O inverno chegou Temosaquidois sintagmas–oprimeiro seorga-niza em torno de um nome ou substantivo; o se-gundo tem como base um verbo – então temos um sintagma nominal(SN) e um sintagma verbal(SV).O sintagma nominal e verbal são os sintagmas bá-sicos de uma oração:

o sn + sv

Temosalémdesses:• Sintagmaadjetival(SA)• Sintagmaadverbial(Sadv)• Sintagmapreposicional(SP)

4. sintaGMa noMinal

O sintagma nominal é um grupo, que tem como baseounúcleoumsubstantivoou termoequiva-lente e pode ser representado por categorias grama-ticais diferentes, como:

• substantivo – Lindair é uma profissional exce-lente.

• Artigo + substantivo – O digitador é rápido.

• Pronome + substantivo – Esse digitador é rá-pido.

• Artigo + substantivo + oração adjetiva – O di-gitador que fez nossa pesquisa é rápido.

4.1. constituintes do sintaGMa noMinal

Além do núcleo, o sintagma pode apresentardeterminante(s) e ou modificador(es).

Osdeterminantesantecedemonúcleo,eosmodi-ficadores são antepostos ou pospostos. O modifi-cador (Mod) pode ser constituído de um sintagma adjetival (AS) ou de um sintagma preposicionado (SP)

Mod sasp

Exemplos: A nova residência de José

Det Mod Nome Mod

Então, o SN apresenta mais de uma possibilidade de estrutura, ou seja, o SN não é fixo, imutável. Ele é formado ora por determinante (Det) + núcleo(N) + modificador(Mod); ora por N + Mod; ora porDet+Mod+N+Mod;oraDet+N+Mod.

As chuvas de verão Nuvem pesada

Det N Mod N Mod

A grande tempestade assustadora

Det Mod N Mod

A movimentação de carros

Det N Mod

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35Capítulo 3

Obs.:Temos, ainda emportuguês, orações cujosSNs sujeito não são lexicalmente preenchidos e, consequentemente, se reescrevem em postiços, conforme o exemplo.

Chove SN SV

Quandosimples,odeterminante(Det)érepresen-tado por um artigo, numeral ou pronome adjetivo.

ou partitivos – alguns dos nossos alunos, a maioria dos nossos alunos, quatro dos meus colegas. 4.2. forMação do sintaGaMa noMinal

Atentando para uma percepção em análise sintá-tica, a identificação dos sintagmas e seus tipos é muito importante e indispensável, já que facilita a compreensão do papel sintático da sentença em análise.

Todossilenciosamenteaguardavamoresultado do concurso

• ...[todos:SN]• ...[silenciosamente:sadv]• ...[aguardavam:SV]• ...[oresultado:SN]• ...[doconcurso:SP]

Em seguida, vamos mostrar que, mesmo apresen-tando grandes diferenças estruturais, elementos como:

substantivo próprio – Antonio, Renata, Lucas,Brasil, França, Argentina

artigo + substantivo próprio – o Matheus, a Petro-brás, o Brasil

pronome + substantivo – esta terça-feira, meu avô, algum país

artigo + substantivo + oração adjetiva – o país em que eu vivo, o livro que você leu, a escola em que você estuda têm comportamento sintático seme-lhante, isto é, são portadores de “traços sintáticos comuns”:

• podemsersujeitodeumaoração• podemserobjetodireto• podemvirprecedidosdepreposiçãoefuncio-

nar como adjunto adnominal ou objeto indi-reto.

Perini acrescenta:

“Uma das funções essenciais das classes de formas (por exemplo, das classes de palavras) é justamente a de permi-tir a descrição compacta do comportamento sintático das formas. As quatro formas (dos exemplos acima) deveriam, pois, ser colocadas em uma classe, o que a gramática tra-dicional não faz; não existe sequer um termo tradicional

As meninas voltaram da escola Det N

Esses livros foram comprados em janeiro Det N

Duas crianças venceram a prova Det N

Quando complexo, constitui-se de mais de um ele-mento; o determinante propriamente dito ou ele-mento base (det-base); o pré-determinante (pré-det) e o pós-determinante (pós-det)

det (pré-det) det-base (pós-det)

O artigo e o demonstrativo funcionam como ele-mento base de um determinante complexo, que são, portanto, mutuamente exclusivos:

(todas as crianças/ esses dois rapazes/ pré-det det det pós-det

todos os meus cadernos). Pré-det det pós-det

Obs.: Não havendo nem artigo nem demonstrati-vo, um possessivo poderá vir a ocupar a posição de determinante –base: meus três filhos, nossos bons parceiros.

Podemos observar agora que o caso dos pós-de-terminantes funciona geralmente com numerais e possessivos – estes meus cinco casos escritos e, como pré-determinantes, certos tipos de expres-sões indefinidas – quantificadoras universais – to-dos os nossos colegas, nenhum dos nossos colegas;

SN

DET + N

as

estas

minhas

duas

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36 Capítulo 3

para essa classe. Aqui utilizaremos “sintagma nominal”,

designação consagrada em Linguística.”

A inexistência de uma noção clara do sintagma nominal deixa de considerar uma generalização importante da língua, tratando como coincidên-cia um aspecto estrutural da maior importância: a mesma classe de formas (o sintagma nominal) pode aparecer em diversas funções sintáticas.

5. o sintaGMa preposicionado (sp)

O Sintagma Preposicionado (SP) é desprovido de umnúcleo, jáqueaunidadequeocaracteriza–apreposição-jamaisocorreisolada.Dopontodevista sintático, o sintagma preposicionado é uma construção versátil e do ponto de vista semântico, e, devido a diferenças entre as preposições e da polissemia de certas preposições, torna-se fácil sua identificação.

Os professores trabalham de manhã cedoSP

Este time é do BrasilSP

Voltei da África do SulSP

Não podemos esquecer que a formação pa-drão do SP consiste na combinação entre uma preposição e um SN – eventualmente combi-namos a preposição de com um adjetivo, para uma expressão de causa:

Caiu de cansado dormiu de cansaço

A preposição medeia a relação entre dois itens da frase, formando um conjunto preposicionado, e esseconjuntonãosecontémemumúnicosintag-ma. Podemos descrever essa característica com os exemplos a seguir:

sintaGMa 1 sintaGMa 2 antecedente preposição + consequente

Veja alguns exemplos:sintaGMa 1 sintaGMa 2

Docedeleite.S SAdj

Colorido a mão.Adj SAdv

Comecem a estudar. V Prep V

Ele contou a todos.Suj SV OI

Vamos esclarecer melhor que o sintagma preposi-cionado (SP) é constituído de uma preposição se-guida de um SN:

sp prep. + sn

Examinando-se, porém, as orações abaixo, pode-se verificar, por meio do esquema arbóreo, que as ex-pressões grifadas, embora nem todas apresentem estruturas semelhantes, desempenham, entretan-to, o mesmo papel: o de modificadores circunstan-ciais – no caso do tempo.

a. O caminhoneiro sai cedinho. advb. O caminhoneiro sai de madrugada. SP (loc. adv)c. O caminhoneiro sai àmesmahora todos os di

as. SP SN (loc.adv) (loc. adv.)

O

todos os diasO

DET N

caminhoneiro

V

sair

SN SV SP SP

cedinhode madrugadaà mesma hora

Considerando o fato de serem esses modificado-res, em sua maioria, expressos por locuções adver-biais, normalmente introduzidas por preposição, é possível atribuir-lhes a classificação de SP – Sintag-ma Preposicionado.

5.1. os constituintes do sintaGMa preposicionado

.Os constituintes do sintagma preposicionado po-dem ocorrer, também, dentro de um SN, de um SVouSAcomomodificadordenúcleo.Dessafor-ma: SN N SP1. As configurações do computador mudaram de

modo rápido

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37Capítulo 3

2. A realização dessa tarefa levará muitos dias N SP SN

3. O auditório gostou da palestrante V SP SV

4. Ospaisdosalunoschegaram do cruzeiro V SP SV

5. Os alunos falaram com firmeza V SP SV

6. Nossa resolução de votar foi agradável aos can-didatos Adj SP

SA

c) O sol de inverno operou milagre.

d) O palestrante visitante dirigiu-se ao Cam-pus da UPE.

e) A diretora vivia de aluguéis naquele prédio.

6. sintaGMa adjetival (sa)

Nós sabemos que o sintagma adjetival tem como núcleoumadjetivoquepossuisemelhançacomoque ocorre com os demais tipos de sintagmas.

Nós estamos tranquilosNossos alunos são tranquilos

Pelos exemplos acima, observa-se que o SA pode ser um SV – estamos tranquilos – ou de um SN são tranquilos. Então, os SA podem ser expandidos por meiodosconstituintesanexadosaoseunúcleo.

Certos adjetivos admitem intensificadores (intens):

Nossos alunos estão muito tranqüilos.bastante tranqüilos.

Outros adjetivos pedem uma complementação:

Nós estamos confiantes na vitória do Brasil. E, ainda, outros podem vir sozinhos ou acompa-nhados de modificadores adverbiais (SP

A) - ante-

postosaonúcleoesintagmaspreposicionadosSPC

pospostos a ele: Observemos esses exemplos:

Essas ruas são antigas.adjSA

Essas pinturas são muito valiosas. intens adj. SA

O advogado contratou uma secretária recentemente aprovada.

SP( tempo) adj SA

O fumo é extremamenteprejudicialàsaúde intens adj SP SA

SAIBA MAIS!

Examinando-se todas as ocorrências, po-

dem ser distinguidos dois tipos básicos

de SP: os SPC, que exercem a função de

complemento - nominais (2) e (6) ou ver-

bais: (3) e (4), ocorrendo necessariamente

no interior do sintagma, cujo núcleo com-

plementa, e os SPA, que desempenham o

papel de adjuntos, apresentando-se ora no

interior de outro sintagma, como modifica-

dores nominais (1) e os verbais (5), ora no

exterior de qualquer sintagma, formando

um constituinte à parte, como modificado-

res oracionais: Felizmente, não houve víti-

ma no desastre. (SOUZA e SILVA, M.C.P &

KOCH, I.G.V. Linguística aplicada ao portu-

guês: sintaxe)

Agoraquenãorestamdúvidassobresintagmapre-posicionado, vamos ao sintagma adjetival.

atividade | Identifique, nas frases abaixo, os SPC que funcionem: 1. como complementos do verbo; 2. complemento do nome; 3. complemento do adjetivo:

a) A decisão da comissão foi favorável ao de-creto do prefeito.

b) A ordem das atividades precisou de muita ajuda.

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38 Capítulo 3

7. sintaGMa adverbial (sadv)

Ao entardecer, o pescador retorna de mais um dia de trabalho.

Nessa oração, há dois sintagmas adverbiais.

Onúcleo do sintagma adverbial é um advérbio.Sua construção é bem semelhante ao SA- nós ire-mos nos ater, no momento, ao Sadv, que funciona como recurso de expansão do SV – Vejamos:

Paulo viajou ontem.

Paulo acordou cedo.

Paulo trabalhava aqui.

Você notou que certos advérbios são passíveis de intensificação:

Paulo acordou muito cedo.

O irmão de Paulo acordava ainda mais cedo que ele.

ATENÇÃO!Para um entendimento melhor, vamos deixar cla-ro que os adjuntos adverbiais são sintagmas adver-biais (Sadvs) ou preposicionais (SPs), ligados quase sempre ao verbo e mais raramente ao adjetivo ou a outro advérbio.

8. o sintaGMa verbal DizemosqueoSNpodeserformadosóporseunú-cleo, o SV pode ser constituído tão somente da for-ma verbal: Paulo viajou. As expansões do SV depen-dem, também, da natureza sintático - semântica que lheservedenúcleo.Osverbos,comoviajar,vender,estar e deixar, têm características sintático-semânti-

cas bem diversas e podem apresentar diferentes mol-des estruturais, conforme veremos a seguir:

a. Rosaviajoub. Rosavendeuoseucarroc. Rosaestavaemcasad. Rosaestavatranquilae. Rosaestavaviajandof. Rosadeixouacidadeg. Rosadeixouosdocumentosnocarroh. Rosadeixouocachorrofugiri. Rosadeixoudinheiroparaascompras

O SV pode apresentar configurações diversificadas desde a forma verbal simples, composta de um só vocábulo ou vários vocábulos com tempos compos-tos ou locuções verbais ou, ainda, pelo verbo acom-panhado de um ou mais elementos, precedidos ou não de preposição, dependendo da regência de cada verbo.

As meninas cansadas adormeceram V int SV

sv v int

Os meninos tomaram sorvetes

V tr SN SV

sv vtr + sn

8.1constituinte do sintaGMa verbal

Esses alunos acordam cedo aqui V int SPA(tempo) SPA (lugar) SV

O avião pousou longe V int SPA (lugar) SV V tr SN

O transeunte atravessou a rua muito lentamente

intens SPA

SVApós considerarmos a descrição de todos os sin-tagmas – SN, SP, SA, SV, percebe-se que só o SV tem a mesma função nas orações: a de predicado; os demais podem exercer variadas funções, depen-dendo do contexto ao qual esteja ligado. O mesmo tipo de sintagma pode, portanto, aparecer em vá-rias posições como subdivisão de outros sintagmas, passando a exercer diferentes funções.

Font

e:ht

tp:/

/poe

siad

ospe

regr

inos

.file

s.w

or-

dpre

ss.c

om/2

010/

05/b

arco

s-de

-pes

ca-n

um-

por-

do-s

ol.jp

g

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39Capítulo 3

Concluindo:Formas mais frequentes do sintagma

A presença do verbo caracteriza o sintagma verbal; mais outros termos podem fazer parte do sintagma verbal, dependendo do verbo que funciona como núcleo. Outros elementos funcionam, também,como sintagmas e funcionam com diferentes fun-ções no SV: complementos diretos, indiretos, ad-juntos adverbiais, agentes da passiva...

Encontramos vários verbos em que o SV pode ser representado,apenas,pelonúcleo:

A seleção cansada adormeceu V int SV

sv vint

Ou pelos verbos acompanhados de um ou mais elementos precedidos ou não de preposição, de-pendendo da regência de cada verbo.

O menino alcançou a pipa Vtr SN SV

sv vtr + sn

Os meninos gostaram dos presentes Vtr SPC SV

sv vtr + spc

João vive na ilha V SPC SV

sv v + spc

Os professores deste curso ofereceram uma festa ao diretor

Vtr SN SPC SV

sv vtr + sn + spc

Eu falei sobre você aos meus alunos Vtr SPC SPC SV

sv v tr +spc +spc

ATENÇÃO:A gramática tradicional denomina de predicado verbal todas as frases até aqui vistas. Mas, quando

em algum lugar do verbo, aparece a cópula, tem-se o chamado predicado nominal que é assim cons-tituído:

A rua é desabitada SN cóp SA SV

sv cóp + sa

A palavra é uma arma SN cóp SN SV

sv cóp + sn

Essas blusas sãodoRecife SN cóp SP SV

sv cóp + sp

Não é raro aparecer dentro do Constituinte do SV elementos modificadores do verbo (intransitivo ou transitivo), que intensificam o processo verbal (intensificadores), acrescentando circunstância de tempo, lugar, modo etc (SP

C):

Esta classe estuda muito V intr intens SV

sv v intr + intens

forMas Mais frequentes de sintaGMa noMinal e de sintaGMa verbal classificados na línGua

portuGuesa:Tipos de sintagma

Tipo de sintagma

Faz parte de Exemplos

Aposto SN SN (ou SP) Bianca, a dona da loja, saiu.

Adjunto adnominal

SASP

(e determi-nantes)

SN (ou SP) Da fria escuridão, nas-ce um dia de

glória.

Comple-mento

nominal

SP SN (ou SP)SA

SAdv

Não ter amor por ninguém é comparável à

morte.

Predicativo SNSASP

SV Se você é lin-da, eu sou um

galã.

Objeto direto

SN SV A chuva pre-judicou meus

negócios.

Objeto indireto

SP SV Eu não confio em ninguém com mais de

30 anos.

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40 Capítulo 3

Para melhor compreensão do SN e SV, que são os elementos básicos, leia o poema de Manuel Ban-deira, Meninos Carvoeiros, para acompanhar, com mais segurança, esses assuntos.

Texto 2 Meninos carvoeirosOs meninos carvoeiros Passam a caminho da cidade. - Eh, carvoero! E vão tocando os animais com um relho enorme. Os burros são magrinhos e velhos. Cada um leva seis sacos de carvão de lenha. A aniagem é toda remendada. Os carvões caem. (Pela boca da noite vem uma velhinha que os recolhe, dobrando-se com um gemido.) - Eh, carvoero! Só mesmo estas crianças raquíticas Vão bem com estes burrinhos descadeirados. A madrugada ingênua parece feita para eles… Pequenina, ingênua miséria! Adoráveis carvoeirinhos que trabalhais como se brincásseis! - Eh, carvoero! Quando voltam, vêm mordendo num pão encar-voado, Encarapitados nas alimárias, Apostando corrida, Dançando, bamboleando nas cangalhas como es-pantalhos desamparados!

(Manuel Bandeira)

Agente dapassiva

SP SV(voz passiva)

Essa música foi copiada por muita gente.

Adjunto adverbial

SPSAdv

SVSA

SAdv

Quando estou muito triste,

vou logo sain-do de casa.

Vocativo SN é indepen-dente

A Beth vem chegando, pessoal!

http://www.klickeducacao.com.br/2006/materia/21/display/0,5912,IGP-21-99-878-,00.html

SAIBA MAIS!

http://lportuguesa.malha.

net/content/view/29/45/

atividades | As orações que compõem os versos do poema, sobretudo as da primeira es-trofe, são orações curtas, em que os elementos constituintes, o SN e o SV, podem ser identi-ficados com facilidade. E isso você tem a opor-tunidade, agora, de exercitar após todo este estudo. Vamos deixar encaminhado para ser colocadoa1ªestrofe.Emãos-à-obra!!!

resuMo

Neste capítulo, trabalhamos os consti-tuintes oracionais - os sintagmas.

Como esse assunto pode ampliar sabe-res do manejo de nosso idioma, as rela-ções de dependência, associações, hie-rarquias, estrutura interna, as relações de ordem, concordância e regência e entender melhor as estruturas sintáti-cas simples para chegar, então, às mais complexas, utilizando dois procedimen-tos: o conceito de sintagma deslocável e o substituível.

Nunca é demais lembrar quão impor-tante é este estudo e procurar outros textos pertinentes a este assunto tornará o entendimento melhor e eficaz.

Sintagma nominal Sintagma verbal

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41Capítulo 3

referÊncias

AZEREDO, José Carlos. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008.

KOCH, Ingedore Villaça; Vilela Mário. Gramá-tica da língua Portuguesa: gramática da pala-vra, gramática da frase, gramática do texto/discurso. Portugal: livraria Almerinda, 2001. Koch, Ingedore Grunfeld Vilaça.

SOUZA e SILVA, Maria Cecília Pérez de e Koch, Ingedore Grunfeld Vilaça. Linguística aplicada ao português: sintaxe. São Paulo: Cortez, 1996.

http://www.klickeducacao.com.br/2006/ma-teria/21/display/0,5912,IGP-21-99-878-,00.html em 05 de junho/2010

http://klick.com.br/materia/21/display/0,5912,POR-21-99-877-,00.html em 06 de ju-nho/2010

http://www.radames.manosso.nom.br/gramati-ca/preposicao.htm em 06 de junho/2010

http://klick.com.br/materia/21/display/0,5912,POR-21-99-877-,00.html em 06 de ju-nho/2010

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43Capítulo 4Capítulo 4

eixo teMático:frases coMpostas e frases

conjuntaMente referentes – tipoloGia

sintática do verbo

objetivos específicos

• Iniciarumaformanovadecompreensãodasfrasescompostasedasfrasesreferentes por meio do estudo da coordenação e sua relevância no contexto sintático.

• Reverasquestõespertinentesàsubordinaçãoeàsrelaçõesqueestabelecemna formação dos períodos compostos.

• Compreenderasoraçõescoordenadasesubordinadas,abordandoasreduzi-das na sua complexidade.

• Conhecerasregrasbásicasefundamentaisdaconcordâncianominal,semoque o estudo da LP se torne inviável.

• Diferenciaroscontextoseaimportânciadaconcordânciaverbalcomomar-co importante na compreensão e redação de quaisquer textos.

• Conhecer,commaiorsegurança,osprincípiosquefundamentamasques-tões de sintaxe de regência e colocação, que tornam nosso idioma compreen-sível em todas as situações e demandas.

• ContemplaralgunsprincípiosdaLinguísticaModerna,suaredederelaçõespor meio do contato com a gramática do texto e tudo o que esse estudo tem de significativo para tornar coerente nossa leitura e entendimento das leitu-ras que fazemos em nosso dia a dia.

introdução

Este módulo contempla aspectos vitais na compreensão, escrita e redação dos textos que encontramos em quaisquer circunstâncias para além desse curso.

Profa. Ms. Francisca Núbia bezerra e silvaProfa. maria das Graças Alves de oliveira

Carga Horária | 15 horas

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44 Capítulo 4

Procuramos transmitir esses assuntos numa termi-nologia atual e moderna, de acordo com as exigên-cias da nomenclatura vigente, o que facilitará, sem dúvida,nosso estudo, ajudandona fixaçãodesseassunto de forma agradável e definitiva, nosso in-tento maior.

Agora é a hora de rever conceitos e estruturas nas quais seu domínio da LP se aprofundará e lhe dará a segurança e o aporte necessário para chegar ao mundo maior das comunicações – fato que fará seu mundo ser amplo, e seus conhecimentos sobre outros assuntos se expandirem.

Na contemporaneidade, não estudamos a Língua Portuguesa pelo viés do “certo” versus “errado” – para isso, é necessário que compreendamos o fato de que aprender a língua e linguagem impli-ca, também, reconhecer que a gramática dispõe de uma série de recursos para que todos realizem seus eventos comunicativos de forma eficiente e eficaz - o êxito interacional depende do bom uso dos ins-trumentos linguísticos dos quais nos apropriamos.

Quando falamos, desejamos vencer ou convencer o outro sobre aquilo que postulamos, levar a refle-xãopertinenteàqueleassunto,alimentarooutrode nós mesmos, persuadir e trazê-los para nosso terreno.

Um “sujeito” aprende toda uma terminologia de sua língua para trabalhar a produção textual e al-cançar a aceitação dos seus interlocutores.

Assim, precisamos nos apoiar no saber linguísti-co e na história desse saber com a finalidade de apontar novos caminhos a serem construídos que se somarão aos guardados no passado e serão acres-centadosàevoluçãodossaberesfuturos.

É preciso ressaltar que nossas gramáticas se mos-tram, por vezes, distantes da realidade linguística, porque seu objetivo não é, em geral, descrever a língua em toda a sua complexidade. Elas preten-dem apresentar as regras que caracterizam uma das modalidades da língua, a norma culta, ou seja, aquela variedade utilizada em contextos de maior formalidade, em particular a escrita que, na visão tradicional, constitui a manifestação mais “corre-ta” da língua.

Oportunamente, poderemos analisar maiores de-talhes, sempre no intuito de trazer novas luzes e

despertar uma curiosidade maior ao usuário da Língua Portuguesa.

Muito sucesso é o que sempre desejamos a todos e a cada um em particular!

1. frases coMpostas e frases conjuntaMente referentes

As frases são descrições de estados de coisas, e a relação entre estados de coisas encontra a sua ex-pressãolinguísticanasrelaçõesentrefrasesúnicase frases parciais. Essas relações podem ser expres-sas linguisticamente de formas bem diferenciadas. Aqui tratamos, essencialmente, de ligações ou en-caixamento de estruturas frásicas. Para proceder a essas classificações, temos que seguir princípios semânticos e sua estrutura sintática – são dois cri-térios de classificação que se cruzam e interferem um no outro.

Dogrego,syntaxissignificaordem,disposição.Éapartedagramáticadedicadaàdescriçãodomodocomo as palavras são combinadas para compor sentenças, sendo essa descrição organizada sob a forma de regras.

Faraco e Moura (2003, p. 280) destacam que a “sintaxe é a parte da gramática, que se ocupa das combinações e das relações das palavras nas fra-ses.” Já Vilela e Koch (2001, p. 285) afirmam que “a palavra sintaxe significa, etimologicamente, or-denação, “disposição”, “organização” e tem sido entendida como o conjunto das propriedades das estruturas que estão subjacentes aos enunciados existentes (ou possíveis) numa dada língua particu-lar e na descrição dessas estruturas.”

Vilela e Koch (2001 op.cit.) assentam que “a sinta-xe ocupa-se da construção do discurso linearizado, como ele surge no processo de comunicação, com-preendendo a frase – a unidade básica do processo -, o grupo de palavras e os respectivos meios for-mais, que servem para construir a frase e o grupo de palavras.”

Um indivíduo se comunica com seu meio falante da forma mais eficiente possível, sabendo ou não gramática, porque linguagem e língua se autoesti-mulam.

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45Capítulo 4

2. a coordenação

A ligação coordenativa se estabelece, em série, por meio de conjuntos que podem ocorrer sequencial-mente, sem qualquer ligação ou estarem ligados por um ou mais dos conjuntos e, assim, nós entra-mos em sintonia perfeita com os casos de assínde-to, monossíndeto e polissíndeto.

O que caracteriza a coordenação é a circunstância de que unidades combinadas são equivalentes do ponto de vista gramatical, ou seja, uma não deter-mina a outra, de forma que a unidade resultante da combinação é também gramaticalmente equiva-lenteàsunidadescombinadas.

Para que os conjuntos sejam compatíveis entre si, precisam ter traços semânticos convergentes e dis-tintos. A coordenação tem uma função específica na construção do texto em que o ouvinte/leitor, por meio da ligação coordenativa, chega ao tema comum das frases coordenadas, e, assim, obtém-se a economia do texto.

A classificação de uma oração coordenada conside-ra, essencialmente, o aspecto lógico semântico da relação que se estabelece entre as orações.

Vejamos como esse fato ocorre na prática:

Os homens investigam o mundo, descobrem suas riquezas e constroem suas sociedades

competitivas.

Período composto de três orações:

Os homens investigam o mundo;descobrem suas riquezas;

constroem suas sociedades competitivas.

Observe que as orações, entretanto, não mantêm entre si dependência gramatical, são independen-tes – essas são, pois, orações coordenadas sindéti-cas ou assindéticas.

A conexão entre as duas primeiras orações é feita exclusivamente por uma pausa representada na es-crita por uma vírgula. Entre a segunda e a terceira, é feita pelo uso da conjunção “e”.

2.1. tipos de orações coordenadas e seus conectores

As orações coordenadas estão ligadas por conec-tores, chamados conjunções coordenativas, que, tão somente, marcam um tipo de relação semânti-caqueofalantemanifestaentreosconteúdosdopensamento designado em cada uma das orações sintaticamente independentes.

Temoscincoocasiõesemqueasrelaçõessemânti-cas são marcadas pelas conjunções coordenativas ou conectores:

2.1.1. AditivA

Adiciona ou entrelaça duas ou mais orações, sem ideia subsidiária. As conjunções aditivas são E e NEM. Quando “e” (serve para adição das unidades positivas) e “nem” (negativas e pode vir na 2ª ora-ção ou em ambas).

Uma equipe trabalha, e a outra descansa.

Essa equipe nem trabalha nem descansa.

Nem essa equipe descansa nem essa equipe trabalha.

As orações sindéticas aditivas podem também ser ligadas pelas locuções não só, mas (também), tanto ... como.

Não só provocaram graves problemas, mas (também) abandonaram os projetos de

reestruturação social do país.

2.1.2. AdversAtivA

Contrapõeoconteúdodeumaoraçãoaodeoutraexpressa anteriormente.

As adversativas típicas são: mas, porém, contudo,

SAIBA MAIS!

A palavra sindética tem origem na

palavra grega sindeton, que significa

“conjunção”. Portanto, quando se diz

que uma oração coordenada é sindé-

tica, apenas se está informando que

ele apresenta uma conjunção.

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46 Capítulo 4

todavia, entanto, entretanto, e as locuções no en-tanto, não obstante, nada obstante.

O rapaz não trabalhava senão com perfumes até tarde, mas, naquele dia, se divertiu,

porém saiu da festa cedo.

2.1.3. AlternAtivA

Contrapõeoconteúdodeumaoraçãoaodeoutrae manifesta exclusão de um deles, isto é, se um se realizar, o outro não se cumprirá.

Conjunções: ou...ou, ora ...ora, já ... já, quer ...quer.

Todasastardes,iaaocinemaou fazia pequenas compras no Shopping.

Na floresta, ao anoitecer, ora se ouvem pipilos estranhos, ora se veem aves misteriosas.

2.1.4. ConClusivA

Expressa uma conclusão ou consequência lógica, advinda a partir dos fatos ou conceitos expressos na oração anterior. As conjunções mais conheci-das são: logo, portanto e pois (posposto ao verbo). Usamos também então, assim, por isso, por con-seguinte, de modo que, em vista disso.

Fala-se de uma história de impunidade: justiça portanto.

É um evento muito comovente, não vamos, pois, faltar.

Essas duas crianças são muito parecidas, logo são gêmeas idênticas.

2.1.5. expliCAtivA

Expressa o que levou alguém a fazer uma declara-ção anterior. As conjunções mais usadas para isso são: que, porque e pois (anteposto ao verbo)

Amor não deve ser mantido em banho-maria, pois seus poderes de luz e encantamento se

esvaem neste lento cozinhar.

Não fale alto, que ele precisa de silêncio.

Chegou, porque o carro está na porta.

Observações: 1. A conjunção “pois” pode ter valor explicativo

ou conclusivo. Veja os exemplos abaixo:

Venha com urgência, pois seu pagamento foi depositado. (explicativa)

Ela chegou cedo, sejamos, pois, mais compreensivos. (conclusiva)

Quando “pois” tem apenas uma vírgula é ex-plicativo, vem antes do verbo; quando apresen-ta duas vírgulas é conclusiva e vem depois do verbo.

2. A conjunção “que” pode ter valor aditivo.

Ele anda que anda todo feliz.

Obs. Só é aditivo se estiver entre o mesmo ver-bo repetido.

3. A conjunção “e” pode assumir valor adversati-

vo.

Venci a maratona e não me cansei demais.

Vamos rever um assunto aqui que é de grande in-teresse para uma devida compreensão entre ora-ções coordenadas explicativas e orações adverbiais causais.

Uma explicação é sempre posterior ao fato que a gerou,umacausaésempreanterioràconsequên-cia que dela resulta.

Todohomemmorre,porqueDeusquer.

Todohomemmorre,porqueninguémémortal.

A primeira frase nos mostra uma oração causal; primeiroDeusquer(causa)edepoisvemoefeito(o homem morre).

A segunda frase nos mostra uma oração explicati-va, o fato de ninguém ser imortal jamais será causa de o homem morrer, porque não ocorre primeiro que o outro fato, necessariamente.

Terminamos esse assunto e vamos adentrar aomundo dos exercícios - é a hora da prática.

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47Capítulo 4

atividade | É inegável que o país vem atravessando um período difícil, mas é igualmente inegável

que isso não justifica o abandono das áreas desaúdeeeducação.

Observamos que mas é a conjunção que inicia a 2ª oração, classificada como conjunção co-ordenativa adversativa, ou seja, um conectivo que marca uma relação de oposição entre duas orações.

Na oração acima, a conjunção estabelece essa relação de sentido? Justifique sua resposta.

3. a subordinação

Subordinação – significa ‘dependência’ (hipo/sub – ‘abaixo de ‘) e se constitui em uma diferença hierárquica entre as unidades relacionadas. Essa unidade está contida em uma unidade maior, que, logicamente, é superior na hierarquia gramatical interna da oração. Essa referência hierárquica ocorre no contexto dessas classes: nomes, verbos, adjetivos, determinantes, advérbios, coordenantes e subordinantes em que é a base do sujeito, e o verbo, a base do predicado.

Subordinantes – são indicadores de funções no-vas. O efeito principal da subordinação é este: a unidade subordinada possui função sintática. A estrutura padrão da oração em português baseia-se na combinação de um constituinte nominal (N) na função de sujeito e um constituinte verbal (V) na função de predicado.

Sujeito e predicado são as funções desses dois cons-tituintes imediatamente subordinados à oração.‘V’ pressupõe sempre uma oração a que vem vincu-lado; isso significa dizer que tem sempre função de predicado, entretanto ‘N’ pode ocorrer em mais de um lugar na hierarquia interna da oração.

O período composto por subordinação é aquele que se compõe de uma oração principal (que tem, pelo menos, um dos termos representado por uma oração subordinada) e por orações subordinadas (aquelas que exercem função sintática em outra oração).

A oração principal não é mais nem menos impor-tante que uma oração subordinada quanto ao con-

teúdoqueexprime.Noâmbitodoentendimento,do sentido e da informação, um texto é uma totali-dade em que a compreensão de uma oração influi na compreensão da anterior – precisamos desse conhecimento para articular, de forma correta, os conteúdosdasdiversasoraçõesequepermitiráen-tender o sentido integral de um texto.

As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas e adverbiais.

3.1. orações substantivas

Características funcionais – exercem as mesmas funções que o sintagma nominal: é capaz de exer-cer, a saber: sujeito (oração subjetiva), objeto direto (oração objetiva direta), objeto indireto (oração ob-jetiva indireta), complemento predicativo (oração predicativa), complemento nominal (oração com-pletiva nominal), aposto (oração apositiva).

As orações subordinadas substantivas são introdu-zidaspelasconjunçõesintegrantesQUEeSE.De-vemos observar o uso do “que” para orações – nas declarativas de certeza e o uso do “se” – nas decla-rações de incerteza, conforme podemos observar nos exemplos abaixo:

Soube que todos virão hoje. (certeza)Não sei se todos virão hoje. (incerteza)

3.2. orações subjetivas

São aquelas orações que exercem a função de sujei-to do verbo da oração principal. Podem ser desen-volvidas, introduzidas pelos nominalizadores que e se.

a. Com predicado do tipo É possível (que + ora-ção)

É possível /que os aposentados tenham aumento.É verdade / que todos foram embora.

Não é justo / que vocês não sejam premiados.

b. Com predicado do tipo Acontece (que + ora-ção)

Acontece / que todos chegaram cedo.Consta / que todos foram aprovados.

c. Com verbos na voz passiva:É sabido / que não pagamos mensalidades agora.

Estava previstaachegadadobarcoàs11h.

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48 Capítulo 4

d. Orações desenvolvidas, introduzidas por pro-nomes indefinidos ou advérbios interrogativos.Quem gosta de estudar /não deve perder

esse seminário.O que foi dito /foi confirmado agora.

3.3. orações objetivas diretas

Exercem a função de objeto direto do verbo da ora-çãoprincipal.Distinguiremosostiposaseguir:

• Desenvolvidas,introduzidaspelosnominaliza-dores que e se.

Complemento de verbos transitivos que ex-pressam atitudes, verbalmente manifesta ou não – pedir, declarar, proibir.

A criança pediu / que tivessem uma atenção especial.

O governo federal declarou / que o aumento está confirmado.

OProjetoTamarproibiu/quetivesseacessoàquelaárea.

Complementos dos verbos transitivos que ex-pressam percepção intuitiva, sensorial ou in-telectual – saber, supor, perceber, descobrir, verificar, imaginar, observar.

Nós percebemos / que todos estavam felizes.Observamos / que todos viajaram tranquilos.

Com verbos transitivos que expressam vonta-de (desejar, querer, esperar).

Esperamos /que todos tenham boas férias.Desejo/quetodosestejamsemprejuntos.

• Desenvolvidas,introduzidasporpronomesin-definidos ou por advérbios interrogativos.

Todossabiam/ondeseriaoconcerto.Encontramos / quem respondia a quase

todas as perguntas.

3.4. orações objetivas indiretas

São orações que servem de complemento a verbos que vêm necessariamente seguidos de preposição – duvidar de, confiar em, insistir em, gostar de, corresponder a.

Não duvides / de que somos habilidosos.

Gosto / do que vi da cidade.Insisto / em que todos serão bem sucedidos.

Nós correspondemos além / do que foi esperado.

3.5. orações coMpletivas noMinais

São orações que servem de complemento a certos substantivos abstratos, adjetivos e advérbios aos quais se unem por meio de uma preposição op-cional.

Temoscerteza/dequechegarãoaumconsenso.Estamos certos / de que todos se ajudarão.

Substantivos como ideia, fato, hipótese, boato.

Os pesquisadores trabalham com a hipótese / do achado ter mais de mil anos.

Corre um boato / que teremos um novo curso.

3.6. orações predicativas

São as que exercem a função de predicado na sua relação com o sujeito da oração maior por meio do verbo ser.

Minha certeza é / a de que todos chegaram em tempo hábil.

Oúltimoboatoé/queosemestreterminoucom lucros.

Obs.:Porsuaversatilidade,overbodeligaçãoSERpermite que os mais variados grupos de estruturas participem da relação sujeito – predicativo.

Essas relíquias são / de quando a cidade iniciou.O presente é / de quem acabou de chegar.

Creio que o verdadeiro talento é / fazer muita pesquisa.

3.7. orações apositivas

São nominalizadas por um “que” ou um “se”, ou sobre a forma infinitiva; uma oração pode servir de aposto a um nome da oração principal:

Nós pedimos um favor: / cheguem uma hora antes do combinado.

Foi-me dito o seguinte: / que o grupo já estava reunido.

Obs.: Esse tipo menos frequente do que os demais substantivos e seu emprego tem a intenção de real-

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49Capítulo 4

çar as informações contidas.

atividade | Veja agora estas orações: a) Ele falou: vencemos a Copa.

b) Preciso desse livro: ele tem todos os assun-tos.

c)Sabendoqueorestauranteabreatéàs21h:foi até lá, era louca por bolos.

d) Há apenas um meio de chegar lá: de navio e tentara uma vez, outra vez e mais outra. Con-seguiu.

Qual (quais) das orações acima podemos classi-ficar como subordinada substantiva apositiva?

4. orações adjetivas

Ocorre com pronomes relativos: uma espécie de palavra que preenche três funções:

• anafórica (retoma ou reitera um antecedente);• conectiva (insere a oração transposta na cons-

trução maior) e • sintática ( é sujeito, complemento ou adjunto

na oração maior).

Os pronomes relativos podem apresentar uma va-riedade de formas – cujo, quem, quanto, o qual, os quais, as quais - precedidas ou não de preposição.

As orações adjetivas apresentam duas classifica-ções: explicativas e restritivas.Vejamos esses exemplos:

Ainda não vi as pastas / que recebi ontem.A pessoa /com quem conversei / foi gentil.

As orações adjetivas “que recebi ontem” e “com quemconversei”delimitamàparteoconjunto-aspastas – a pessoa e restringe essa parte ao nome que o antecede: é restritiva então.

Os nomes próprios e pronomes pessoais são nor-malmente modificados por orações explicativas:

Nós, / que fomos beneficiados,/ estamos aqui para apoiá-lo.

A História afinal fez justiça a essa profissional, / que viveu para o ensino.

Vejamos essas construções, para podermos ter um melhor nível de compreensão:

A festa está iniciandoO vizinho partiu para a festa

O vizinho partiu para a festa / que está iniciando.

Essa construção acima exemplificada mostra uma forma muito comum da relativização, de função restritiva.

Sua importância na interlocução se dá no contexto em que contribui para delimitar o raio da referên-cia do antecedente; por meio da oração adjetiva, especifica-se (a festa) e se aduz uma informação pertinenteàinformaçãocontidaquenopredicadoda oração maior está iniciando.

As funções sintáticas do relativo nas orações Ad-jetivas:

As orações sintáticas adjetivas iniciam-se por pro-nome relativo que, além de marcar a subordina-ção, exerce uma função sintática da oração a que pertence. Veja esse exemplo:

Há paisagens que nos deleitam, como lugares que nos afligem.

Os dois quês exercem funções sintáticas nas ora-ções subordinadas que iniciam. O primeiro é su-jeito de deleitam, (que nos deleitam) paisagens, representado na oração subordinada pelo que); o segundo é sujeito de afligem (que nos afligem – lugares, representado na oração subordinada a que pertence).

Veja como é importante, no exemplo dado, paisa-gens e lugares são objetos diretos (a oração não tem sujeito,porqueoverboHAVER+existiréimpes-soal), e os quês são sujeitos.

a. QUE – são precedidos de preposições necessá-rias – pode exercer as funções de objeto indire-to, adjunto adverbial ou agente da passiva.

É linda a casa/ a que visei.OI

O lápis com que escrevo não está bom.Ad. adv.

Esta é a razão por que foi decidida a ganhadora.Ag. Pass.

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50 Capítulo 4

b. QUEM – sempre se refere a pessoas ou coisas personificadas – só se emprega precedido de preposição e exerce as seguintes funções sintá-ticas:

Esta é a classe a quem oferecemos uma bolsa. OI

Não soube a QUEM cumprimentar primeiro. OD

As pessoas com quem andas são boas.Adj. Adv.

Os amigos por quem fomos apoiados viajaram.Ag. Pass.

c. CUJO (s), CUJA (s) - precedidos ou não de preposição – valem sempre do qual, da qual, dos quais, das quais (caso em que a preposição de tem sentido de posse) e funcionam como adjunto adnominal do substantivo seguinte comoqualconcordamemgêneroenúmero.

A pessoa cuja casa comprei viajou ontem. (= a casa do qual)

Acabei a história sobre cuja origem tanto discutimos. (= sobre a origem da qual)

atividade | Estabeleça a diferença sintática (a função e o tipo de oração) e a semântica entre as orações destacadas:

Os países, que são ricos, investem em educa-ção. Os países que são ricos investem em educação.

5. orações adverbiais

A oração subordinada adverbial funciona como adjunto adverbial da sua oração principal. As ora-ções subordinadas adverbiais iniciam-se pelo trans-positor “que”, acompanhadas de preposição ou advérbios ou de outras unidades adverbiais.

Quando ocorre uma transposição efetuada por uma conjunção adverbial – espécie de palavra gra-matical que, colocada antes de uma oração, forma com ela uma unidade apta a um posicionamento flexívelemrelaçãoàoraçãobase.

Veste um grosso casaco / quando chove mais.

1. Orações causais – quando a subordinada ex-

prime a causa, o motivo, a razão do pensamen-to expresso na oração principal – que (=por-que), porque, como (= porque), visto que, visto como, já que, uma vez que (com o verbo no indicativo), desde que (com o verbo no in-dicativo) e por quanto etc:

Chegou tarde / porque chove muito. Como chove muito, / mudamos o roteiro.Desdequeassimdesejam,/serãoincluídos.

Obs.: Na língua padrão, evite-se o emprego de vez que e eis que por não serem locuções legítimas. A língua moderna só usa como causal, quando vier antes da principal.

A causa é indicada no português moderno pelas conjunções porque, pois, como e já que. Porque introduz a oração causal que vem após a principal; como introduz a oração causal que precede a prin-cipal; já que introduz a oração adverbial colocada antes ou depois da principal.

Decidimosrecomeçarosemestrecomfesta/porque é uma forma de nos reunirmos.Como não havia transporte, / voltamos

conversando a pé.Já que as pontes caíram,/ vamos retornar.

Ele não deve ficar só, / pois tem uma família enorme.

Obs.: Entre as conjunções causais, apenas porque pode ser precedido de um vocábulo focalizador ou de realce como só, até, mesmo, justamente, etc:

Decidimosrecomeçarosemestrecomfestajusta-mente porque é uma forma de nos reunirmos.

Vamos retornar agora até porque as pontes caíram.

Obs.: Quando posicionado antes da principal, a oração causal exprime um fato que o locutor pres-supõe já ser de conhecimento do interlocutor.

Nossa perspectiva a esse tipo de causa é utilizada como uma clara evidência que não está, pois, su-jeita a sua contestação, e a oração adverbial atua como um balizador de compreensão.

Uma vez que todos saíram, / vamos assistir ao jogo.

Visto que todos pararam, / vamos para casa.

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51Capítulo 4

Uma vez que passamos por média, estamos de férias.

Posto que todos foram premiados , a solenidade encerrou.

2. Orações comparativas – quando a subordina-

da exprime o ser com que se compara a outro da oração principal. A comparação é assimila-da, quando consiste em assimilar uma coisa, pessoa, qualidade ou fato a outra mais impres-sionante ou mais conhecida. Esta oração será introduzida por como ou qual, podendo ain-da estar em correlação com assim ou tal posto na oração principal.

Os resilientes são como ouro que, quando diluídos, revertem-se em joias.

A comparação ocorre quando desejamos compa-rar, na sua quantidade ou intensidade, coisas, pes-soas, qualidades ou fatos.

Existem três tipos de comparação quantitativa:

a. igualdade – introduzida por como ou quan-to em correlação com tanto ou tão da oração principal, ou mesmo que:

Nada recomenda e resguarda tanto uma pessoa como sua conduta.

Esse fato é o mesmo que ganhar a sena.

b. superioridade – introduzida por que ou do que em correlação com mais na oração princi-pal.O ser humano pode mais do que muitos,

porém jamais como todos.

c. inferioridade – introduzida por que ou do que em correlação com menos da oração prin-cipal.

A paciência dos pacientes dura pouco, e dos impacientes menos que segundos.

3. Orações condicionais – há diferença entre causa propriamente dita e a condição que se baseia numa distinção de atitudes do enuncia-doremrelaçãoàrealidadedainformaçãocon-tida na oração adverbial: a atitude de certeza se expressa com os conectivos causais (porque, como, visto que, dado que) e normalmente com verbos de modo indicativo; a atitude de incerteza, de suspeita, de suposição se expressa com os conectivos de condição (se, caso, desde

que, contanto que, a menos que) e com ver-bos em geral no mundo subjuntivo; o modo indicativo ocorre em uma subclasse de orações iniciadas por se.

O campo da certeza é objetivo, mas estamos no campo da hipótese, que é subjetivo, amplo e difuso, e, por isso, há para a expressão do campo da hipótese uma gradação de matizes de sentido assim explicados.

a. Dados já conhecidosoupressupostos expres-

sos por meio do modo indicativo:Se você sabe o assunto, / vamos descansar.

b. Fatos possíveis / prováveis / expressos no futu-ro do subjuntivo.

Se você souber sobre essa cidade, / avise-me.

c. Fato remotamente provável, expresso no preté-rito imperfeito do subjuntivo.

Se ele corresse agora, ainda conseguiria pegar o vôo das 17h.

d. Situações irreversíveis, expressas por meio do pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo. (for-mado do verbo auxiliar no imperfeito do sub-juntivo + particípio)

Se os senhores tivessem chegado em tempo, / todos teriam se encontrado.

Obs.: A conjunção condicional típica é “Se”, que introduz um fato (real ou hipotético) ou a que se associa uma consequência ou uma inferência.

4. Orações concessivas – quando a subordinada exprime um obstáculo – real ou suposto – não impedirá ou modificará, de modo algum, a de-claração da oração principal – ainda que, em-bora, posto que, se bem que, conquanto que, etc.

Embora chova muito, / nós chegaremos com certeza.

Ainda que todos se atrasem hoje, / nós chegaremos.

Não raro, a oração principal contém uma ad-verbial, que, no nível do texto, serve como resumo do pensamento anterior, avisando ao ouvinte a ideia concessiva da subordinada:

Ainda que todos não fiquem, / assistiremos ao jogo em casa.

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52 Capítulo 4

Embora alguns saiam, / ainda assim não deixarei você sozinha.

5. Orações conformativas – quando a subordi-nada exprime um fato apresentado em confor-midade com a declaração da principal: como, conforme, segundo, consoante.

Segundo o serviço de metereologia, não choverá hoje.

6. Orações consecutivas – quando a subordina-da exprime o efeito ou consequência do fato expresso na principal.

Projetou tanto nos textos, / que acabou recebendo um prêmio.

Realizouseutrabalho/comtantoempenho,/que foi aplaudida de pé.

Étãobonito,/queraiaàperfeição.

A oração consecutiva não só exprime a conse-quênciadevidaàaçãoouaoestadoindicadona principal, mas pode denotar que se deve a consequência ao modo pelo qual é praticada a ação principal.

Paraesteúltimocaso,usamos,naoraçãoprin-cipal, das unidades complexas de tal maneira, de tal sorte, de tal forma.

Certificou-se de tudo de tal maneira / que tudo correu bem.

7. Orações proporcionais – quando a subordina-da exprime um fato que aumenta ou diminui na mesma proporção do fato que se declara na principal – à medida que, à proporção que, ao passo que, tanto mais... quanto mais, tanto mais ... quanto menos, tanto menos ... quan-to mais etc:

À medida que os dias passaram, / o tempo melhorou.

Aumentava sua credibilidade / ao passo que cumpria suas tarefas.

À proporção que a chuva diminui, / a ajuda chega para todos.

8. Orações temporais – quando a oração subor-dinada denota o tempo da realização do fato expresso na principal. As principais chamadas conjunções e “ locuções” conjuntivas e tempo-rais são:

a. Para tempo anterior: antes que, primeiro que (raro). Chegou / antes que eu ficasse preocupada.

b. Para o tempo posterior: (de modo vago): de-pois que, quando.

Falou / depois que todos chegaram.

c. Para o tempo posterior imediato: logo que, tanto que, raro, assim que, desde que, apenas, mal, eis que, (eis) senão quando, eis senão que.

Eis senão quando todos chegaram, / a aula começou.

d. Para o tempo frequentativo (repetido): quando (estando o verbo no presente), todas as vezes que, (de) cada vez que, sempre que.Todasasvezesquevouàcidade,/vouà

BancadeRevista.Quando a encontro, / ela sempre está feliz.

e. Para o tempo concomitante: enquanto, (no) entretanto que (hoje raro).

Dormia/enquantoasfogueirasqueimavam.Não se apresentou, / entretanto já sabe /

que está próximo.

9. Orações finais – são usadas na expressão do efeito;asoraçõesfinaissãoasúnicasquepo-dem preceder a oração base, o que faz delas au-tênticas orações adverbiais, porque expressam um efeito visado, um propósito, e nisso dife-rem das consecutivas típicas, que expressam um efeito contingente.

Somente as orações finais admitem a “focaliza-ção” por meio de só, ser que, apenas.

Todosestãorespondendoaosexercícios/sópara

compensar os dias da Copa do Mundo.É para compensar os dias da Copa do Mundo /

que eles estão fazendo os exercícios.

O meio ostensivo da expressão adverbial da fi-nalidade na língua corrente é para. O uso das conjunções finais (para que, a fim de que, de maneira que, de molde a que) é bem menos frequente:

Trancoutodasasjanelas/paraqueomosquitoda dengue não entrasse.

O uso de para seguido de construção infini-tiva é a prática corrente, sobretudo quando a

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53Capítulo 4

oração final e a oração principal têm o mesmo sujeito.

ADefesaCivilinterrompeuoatendimento/para socorrer outras pessoas.

atividade | Na campanha publicitária de uma famosa marca de biscoitos, encontramos a frase: “Biscoito X: vende mais, porque é fres-quinho ou é fresquinho, porque vende mais? Qual a relação entre os fatos explorada? Que tipo de oração é utilizada para expressar essa relação?

6. as orações reduzidas

Você sabe o que são orações reduzidas?

São orações que apresentam o seu verbo (principal ouauxiliar,esteúltimonaslocuçõesverbais),res-pectivamente,noinfinitivo,gerúndioeparticípio(reduzidasinfinitivas,degerúndioedeparticípio).

Dentroe foradagramáticaportuguesa, temsidomuito diversificado o conceito de oração reduzi-da. A opinião mais generalizada, partindo da ideia de que o que caracteriza a relação predicativa é a presença do verbo na forma finita, é que a cons-trução com verbo nas formas nominais (infinitivo, gerúndioeparticípio)nãoconstituioraçãoe,nes-te caso, é uma subunidade da oração, um termo dela, quase sempre como um adjunto adnominal ou adverbial.

Podemos proceder da seguinte maneira:

a. Falei estar ocupado = falei que estava ocupado que estava ocupado: subordinada substantiva

objetiva direta Logo: estar ocupado - subordinada substantiva

objetiva direta reduzida de infinitivo.

b. Chovendo, fico em casa se chover: subordinada adverbial condicional Logo; chovendo: subordinada adverbial condi-

cionalreduzidadegerúndio

c. Acabada a palestra, retirou-se - quando acabou a palestra, retirou-se

quando acabou a palestra, subordinada adver-bial temporal

Logo: Acabada a palestra: subordinada adver-bial temporal reduzida de particípio

7. orações justapostas ou assindetisMo

As orações podem encandear-se, como ocorre com os termos sintáticos dentro da oração, sem que venham entrelaçadas por unidades especiais; basta-lhes a sequência, em geral proferidas como contorno melódico descendente e com pausa de-marcadora assinalada quase sempre na escrita por vírgulas, ponto e vírgula e ainda dois pontos.

Sob o ponto de vista sintático e semântico, tais justaposições se aproximam pela independência sintática e pelo estreito relacionamento semântico.

Umdiaporsemanaeleparava,chamava-meàresponsabilidade. Erguia-me, com rapidez,

dirigia-me ao escritório, alegre. E, calava : era muito trabalho, pilhas de papéis, compensava

o esforço.

Para uma compreensão mais ampla, vamos escla-recer alguns pontos: justaposição ocorre com ora-ções independentes - coordenadas e justapostas e dependentes (subordinadas).Observe estes exemplos:

a. Justaposição e subordinação Não esqueçam, formandos – disse o orador –

de que falais diante de todos.• 1ªoraçãodo1ºperíodo–principal Não esqueçam, formandos + oração subor-

dinada• 2ªoraçãodo1ºperíodo–subordinadasubs-

tantiva objetiva direta - de que falais diante de todos

• 1ªoraçãodo2ºperíodo– justaposiçãodecitação

Disseoorador

b. Coordenação e justaposição O professor nos disse para estudar, e eu vou

estudar muito! Muito bem, falou o represen-tante da turma, mas educadamente.

• 1ªoraçãodo1ºperíodo–oprofessornosdisse para estudar – coordenada (ou coor-denante)

• 2ªoraçãodo1ºperíodo–eeuvouestudar

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54 Capítulo 4

• 1ªoraçãodosegundoperíodo–justapostapor citação

Muito bem, falou o representante da turma educadamente.

c. Coordenada, justaposição e subordinação “Agora sim, disse então aquela cotovia, agora sim,

irmãs, levantemos o vôo e mudemos a casa, que vem quem lhe dói à fazenda.” (Pe. Manuel Ber-nardes)

• 1ªoraçãodo1ºperíodo–coordenada (oucoordenante)

Agora sim, agora sim, irmãs, levantemos o voo

• 2ªoraçãodo1ºperíodo–coordenadaaditi-va e principal da 3ª oração

e mudemos a casa• 3ªoraçãodo1ºperíodo–subordinadacau-

sal e principal da 3ª oração que vem• 4ªoraçãodo1ºperíodo–subordinadasubs-

tantiva subjetiva justaposta Quemlhedóiàfazenda• 1ªoraçãodo2ºperíodo–justapostadecita-

ção Disseentãoaquelacotovia (adaptado da Moderna Gramática de Ivanil-

do Bechara (2001, p. 509)

8. orações justapostas de valor

contextual adverbial

A justaposição pode, no nível do texto, apresentar as seguintes interpretações:

a. Concessivas – tendo o verbo no subjuntivo anteposto ao sujeito ou caracterizado por ex-pressões do tipo: digam o que quiserem, custe o que custar, dê onde der, seja o que for, acon-teça o que acontecer, venha donde vier, seja como for, etc.

Obs: Não é o subjuntivo por si só que denota a concessão, mas sim, o contexto e a entoação des-cendente.Custe o que custar, a informação sairá completa.

Dêondeder,nósiremosaessaexcursão.

b. Condicionais – tendo o verbo no tempo passa-do (mais-que-perfeito do indicativo ou imper-feito do subjuntivo) anteposto ao sujeito.

Tivesseeudinheiro,conheceriaaGrécia.Não fora a escuridão, veria o perigo.

ATENÇÃO: Agora sim. Acreditamos que a com-preensão tenha se dado no seu todo.

9. concordância verbal e noMinal

Chegamos à concordância verbal e nominal. Oconhecimento das regras dessas concordâncias são imperativas, condição sine qua non, para entender-mos e nos fazer entender no universo linguístico não só do nosso idioma.

Esse assunto merece uma especial atenção por par-te de todos os que desejam ser bem sucedidos na redação e leitura de textos.

Por se tratar de um assunto bastante amplo, vamos apresentá-lo de uma maneira mais reduzida, de for-ma que possa saber mais nos sites abaixo indicados em cada assunto.

Devido ao acúmulo de conteúdo e por se tratarde um assunto bastante vasto, vamos nos ater, ape-nas,àconcordânciaverbalenominal,deixandoasregências, para que você tenha oportunidade de estudá-las por meio de pesquisas, já que temos uma gama enorme de gramáticas atualizadas. Considerações gerais sobre concordância nominal

No nosso idioma, concordância consiste em se adaptaràpalavradeterminanteemgênero,núme-ro e pessoa da palavra determinada.

Sabe-se que a concordância nominal verifica gêne-ro,númeroentreadjetivosepronome(adjetivo),oartigo, o numeral ou o particípio (palavras deter-minantes) e o substantivo ou pronome (palavras determinadas) a que se referem.

CASOS PRINCIPAIS

O adjetivo, quando modifica dois substantivos, pode concordar com a totalidade dos substantivos (é a concordância lógica ou gramatical) ou pode concordar com o substantivo mais próximo (é a concordância atrativa).

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55Capítulo 4

atividade | Em uma sessão de frases, publi-cadas em revista de grande circulação, apare-ceu a seguinte declaração de um cantor:

“A gente não está sozinho no universo, e os seres huma-nos não são o top de linha da civilização.”

Época. no 213,17 jun. 2002.

a) É possível identificar, na fala do cantor, um problema de concordância nominal. Qual é ele?

b)Reescrevaotrechodemodoacorrigiropro-blema identificado.

c) Faça uma hipótese explicativa para o deslize cometido pelo cantor.

10. concordância verbal

Diz-seconcordânciaverbalaqueocorreeverificanúmeroepessoaentreosujeito(e,àsvezes,opre-dicativo) e o verbo da oração.

Chegandoàloja,esqueci-medoqueiacomprar.Eram 2 de julho de 2010.

a. Sendoadjuntoadnominaldeumúnicosubs-tantivo, os adjetivos concordam em gênero e númerocomessesubstantivo.

Seus gestos gentis transmitem muita calma.

b. Atuando como adjunto adnominal de dois ou mais substantivos, os adjetivos concordam com o mais próximo desses substantivos. Caso estejam pospostos aos substantivos, os adjeti-vos podem também concordar com todos eles.

Tratava-se de inoportuna hora e lugar.Tratava-se de hora e lugar inoportuno.Tratava-se de hora e lugar inoportunos.

Obs: Nesseúltimoexemplo,aformaadotadaéamais clara, indicando que o adjetivo se refere aos dois substantivos.

O adjetivo anteposto a nomes próprios deve sem-pre concordar no plural.

As estudiosas Ana e Paula concluíram o curso.

c. Um adjetivo que se refere ao mesmo tempo a substantivos de gêneros diferentes assume a forma do masculino plural.

Tratava-sedecasoeprioridadediferenciados.

d. Um adjetivo que atua como predicativo de um sujeito simples ou de um objeto simples con-cordacomeleemgêneroenúmero.

A história está encerrada.

e. Um adjetivo que atua como predicativo do su-jeito ou de um objeto composto concorda com todososnúcleosdessestermos.Observeque,se o predicativo do sujeito estiver anteposto ao sujeito,podeconcordarapenascomonúcleomais próximo (o que acontece também com o verbo da oração).

É calamitosa a enchente e a inundação

f. Umúnicosubstantivoémodificadopordoisou mais adjetivos no singular, podendo ser usados nas construções.Leio sobre a cultura africana e europeia

(p.464-Infante)

g. No caso de numerais ordinais que se referem aumúnicosubstantivoposposto,podemserusadas as construções.Avisei a todos os cursos do primeiro e segundo

andar/ andares.

CONCORDÂNCIAS LÓGICAS

CONCORDÂNCIASATRATIVAS

boneca e carro

USADOS

boneca e carroUSADO

bonecas e carro bonecas e carro

boneca e carros boneca e carrosUSADOS

bonecas e carros bonecas e carros

carro e boneca carro e boneca

USADAcarro e bonecas carros e boneca

carros e boneca carro e bonecas

carros e bonecas carros e bonecas USADAS

SAIBA MAIS!

http://www.youtube.com/watch?v=VV9He2

C2law&feature=related

http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/jo-

sebferraz/concordancianominal001.asp

http://www.coladaweb.com/portugues/con-

cordancia-nominal

http://www.akashalioncourt.prosaeverso.

net/visualizar.php?idt=229216

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56 Capítulo 4

atividade | Leia o texto abaixo a seguir, rees-creva-o, substituindo as formas verbais tinham passado, havia e eram resolvidas pelos verbos fazer, existir e resolver-se respectivamente e fa-zendo as alterações necessárias.

Ninguém se lembrava do incidente. Afinal, já ti-nham passado trinta anos, e, naquele tempo, na cidadezinha, não havia jornal, rádio ou televisão para fazer alarmes de fatos tão corriqueiros. Era um tempo em que se acreditava na honestidade das pessoas, e as questões eram resolvidas ali mes-mo, diante do padre e do prefeito.

11. GraMática de texto

Agora, nós iremos entrar na vastidão da Gramática deTexto,ouniversoqueconcretizatudooquefoivisto e fixa esse assunto para além de quaisquer contextos.

linGuaGeM e ação

Passamos agora a ter contato com uma das con-cepções sócio-interacionais de linguagem, que é o âmbito em que tem lugar a “inter-ação” entre os sujeitos sociais, isto é, de sujeitos que objetivam uma real atividade sócio-comunicativa.

reGra Geral

Apresenta-seoverboemportuguêsemnúmeroepessoa atribuídos ao sintagma nominal que serve desujeitoàoração.

Chegaramàsmãosdodiretorosprojetos financeiros para aumentar os cursos.

Poucos de nós suportaríamos tantas chuvas e enchentes.

Obs: Se o sujeito da oração é o pronome relativo que,o verbo variade acordo comonúmero e apessoa do antecedente do pronome.

A metade dos alunos que estudaram mais passaram (ou passou) com boas classificações.

O verbo vai para a terceira pessoa do singular, se

a. onúcleodosujeitoestánosingular,represen-tado por um substantivo, um pronome de 3ª pessoa ou pronome de tratamento:

Alguém esqueceu o livro na sala.Vossa Excelência está muito bem de saúde.

b. o sujeito é uma oração substantiva:Até hoje não se sabe o que fez essa

guerra começar

c. oração sem sujeito:Trata-se de uma notícia animadora.

Faz meia hora que chegamos.

d. a indeterminação do sujeito da oração vem ex-pressa pelo pronome se:

Assim como não se nasce escritor, ministro, você teria nascido professora.

• Overbovaiàprimeirapessoadosingular,se seu sujeito é ou pode ser representado pelo pronome eu:

Hoje, quando vejo um quadro que nunca vi, vou logo procurar o pintor.

• Overbovaiàsegundapessoadosingular,se seu sujeito é ou pode ser representado pelo pronome tu:

Não leves nunca a sério essa piada que contei.

• Overbovai àprimeirapessoadoplural,se seu sujeito é ou pode ser representado pelo pronome nós.

Desdequenosmudamos, já compramos vários livros de português

• O verbo vai à segunda pessoa do plural,se seu sujeito é ou pode ser representado pelo pronome vós.

Vós ides subindo, alegres, e vós, igualmente, descendo.

• Overbovaiàterceirapessoadoplural,seseu sujeito é ou pode ser representado pe-los pronomes eles, elas ou vocês.

Não sei se vocês souberam da tragédia do Nordeste.

SAIBA MAIS!

http://www.portugues.com.br/sintaxe/concorver-

bal.asp

http://www.brasilescola.com/gramatica/concor-

dancia-verbal.htm

http://www.youtube.com/watch?v=TM3iv1ASik8

http://www.lpeu.com.br/a/Regras-gerais-de-

concord%C3%A2ncia-verbal.html

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57Capítulo 4

Visto que por parte de quem produz um texto, ele o faz priorizando um “projeto de dizer”; e da par-te do interpretador (leitor/ouvinte), a partir das pistas e sinalizações é que o texto lhe oferece uma participação ativa na construção do sentido pela compreensão ampla do contexto que mobiliza. [-08qA linguagem como ação intersubjetiva temsuas origens nos mais importantes constructos teó-ricos como a Teoria da Enunciação, a Teoria dos Atos de Fala, a Teoria da Atividade Verbal e Prag-mática Conversacional e ainda encontra respaldo em Bakhtin e Wittgenstein.

Todo esse conhecimento conduziu à adoção dotexto como unidade básica do estudo de uma lín-gua, tendo em vista que nos comunicamos não por grupo de palavra e frases soltas, mas sim, por inter-médio de textos.

teoria dos atos de fala

A teoria dos atos de fala surge no interior da Filo-sofia da Linguagem sendo, a posteriori, apropria-da pela Linguística Pragmática – quando então, a linguagem foi compreendida como uma forma de ação – todo dizer é fazer – o que conduz a uma reflexão sobre os mais diversos tipos de ações hu-manas que se realizam por meio da linguagem: os atos de fala, atos de discurso ou atos da linguagem.

Há três tipos de atos: locutórios, ilocutórios e perlo-cutórios, segundo a distinção concebida por Austin.

O ato locutório consiste na emissão de um con-junto de sons organizados com as regras da língua. Este ato locucionário realiza-se por meio de ato de referência e um ato de predicação. O ato de refe-rência “pinça” uma entidade do mundo extralin-guístico e, assim, por meio do ato de predicação, essa entidade recebe uma certa propriedade, carac-terística, estado ou comportamento, por exemplo: Nossos alunos/são estudiosos; A classe/recebeu seus professores.

O ato ilocutório atribui a esse conjunto (proposi-çãoouconteúdoproporcional)umacertaforça:depergunta, de asserção, de ordem, de promessa etc.

Por outro lado, o ato perlocutório é aquele que pre-tende certos efeitos sobre o interlocutor: convencê-lo, agradá-lo, assustá-lo etc. Se há essa intenção no ato perlocucionário, é necessário que aquilo que for dito tenha força e voltamos, assim, a confirmar

que todo dizer é um fazer – e que todo ato de fala é ao mesmo tempo, locucionário, elocucionário e perlocucionário; caso contrário, não seria um ato de fala.

análise da conversação

Foi no interior da Sociologia Interacional – etno-metodológica – americana em que surgiu a Análise da Conversação, que tem por princípio trabalhar somente com dados empíricos, analisados em seus contextos naturais de ocorrências.

Assim, o fundamento de seu conceito é o da in-teração, que lhe confere um caráter globalizante muito dinâmico.

Deinício,Sacks,Schegloff,Jefferson,entreoutros,basicamente se detiveram no estudar a estrutura da conversação em termos das atividades sociais dos interlocutores: a noção de turno (“vez”) conversa-cional, repartição e tomada de turnos, começo/ encerramento de uma conversação, tipos de atos que exigem resposta imediatamente do interlocu-tor, como, por exemplo, pergunta/resposta; sau-dação/saudação; solicitação/aceitação ou recusa; convite/aceitação ou recusa etc.

Definição da Conversação

A finalidade primordial da atividade de conversa-ção não é a de produzir um discurso: a conversa-çãorealiza-sequandoumdeterminadonúmerodepessoas se junta para desfrutar do que consideram algoafastadodastarefasúteisdodiaadianumpe-ríodo de ociosidade, em que a finalidade primária é a própria ociosidade, em que todos têm direito a falar e a ouvir, em que não há programa prévio nem ordem do dia. Na conversação, todos têm o direito a escolher o tema, todos podem decidir.

A informalidade é uma das características da con-versação, mas há uma simetria de papéis entre os participantes, quando todos gozam de iguais direi-tos e deveres, em que todos têm a mesma impor-tância.

A conversação não coincide obrigatoriamente coma introduçãodeumproblemaàprocuradesoluções: a existirem é acidental, porque há a pre-valência sobretudo do caráter pragmático e não o semântico. A coerência não guia obrigatoriamente a conversação, mas a “conexidade”, uma certa se-

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58 Capítulo 4

quencialização ou relacionamentos e nada mais que isso, o que viabiliza passar de um tópico para outro sem concluir o anterior.

A conversação trata-se, pois, de uma sequência limitada de enunciados em forma de diálogo e com apenas uma orientação “temática”.

Quepena!Teríamosmuitomaisassuntonesseâmbito,masteremosumaoutraoportunidadeporocasiãodas videoconferências.

conclusão

No que concerne a este capítulo, iremos perceber que a Língua Portuguesa não se estuda pelas percepções do certo e do errado, mas que o sucesso desse estudo passa pelo bom uso que fizermos dos instrumentos linguísticos aos quais tivermos acesso.

Sabemos que, ao falarmos, temos como objetivo vencer e convencer alguém, gerar um nível de confiabilidade real com esse discurso.

É, pois, muito importante, que o estudante se aproprie da terminologia que lhe dará o apor-te necessário para falar e entender o universo que o cerca, produzir textos com qualidade e ser aceito por seus interlocutores.

Vimos, neste capítulo, frases compostas e frases conjuntamente referentes por meio de suas ligações e encaixamentos; como e quando se estabelece a ligação que expressa coordena-ção e seus conectores - esse é um assunto vasto e abrangente.

Em sequência, abordamos uma outra unidade de hierarquia gramatical interna da oração e o que permeia essa unidade. Não poderíamos deixar de contemplar as questões da con-cordância e da regência verbal, sem as quais, o nosso idioma não se realiza.

Terminamos com concepções de “inter- ação” entre os sujeitos, a teoria dos atos de fala já que - “todo dizer é fazer”, conduzindo a uma reflexão.

Agora, todos terão várias percepções para melhor falar, conversar, escrever e refletir de maneira mais clara e coerente.

Você estará se habilitando, assim, ao seu sucesso, porque a palavra é a arma mais podero-sa do universo em que vivemos.

referÊncias

ABAURRE, Maria Luíza, et ali. Português: lín-gua, literatura, produção de texto. São Paulo: Moderna, 2004.

AMARAL, Emília et al. Novas palavras. : língua portuguesa: ensino médio. São Paulo: FTD, 2005.

CEREJA, William Roberto & MAGALHÃES, The-reza Cochar. Português Linguagens. São Paulo: atual, 2003.

BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Por-tuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001.

KOCH, Ingedore Villaça; Vilela Mário. Gramá-tica da Língua Portuguesa: gramática da pala-vra, gramática da frase, gramática do texto/discurso. Portugal: livraria Almerinda, 2001.

MACAMBIRA, José Rebouças. A estrutura mor-fossintática do português. São Paulo: Pioneira, 1987.

PERINE, Mário Alberto. Gramática do português brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.

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