2014 06 junho1

40
Ano XIII | 228 | Junho 2014 ISSN 2178-5781 Produzir sem degradar Parque Serra Dourada: produtores e ambientalistas brigam em prol do meio ambiente Vinho A produção goiana de uma das bebidas mais famosas do mundo Faeg e Senar José Mário Schreiner deixa presidência, mas linha de trabalho não muda LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 1 08/08/2014 13:34:21

Upload: sistema-faegsenar

Post on 02-Apr-2016

216 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

http://sistemafaeg.com.br/images/revista-campo/pdfs/2014-06-junho1.pdf

TRANSCRIPT

Page 1: 2014 06 junho1

Ano XIII | 228 | Junho 2014

ISSN

217

8-57

81

Produzir sem degradar Parque Serra Dourada: produtores e ambientalistas brigam em prol do meio ambiente

VinhoA produção goiana de uma das bebidas mais

famosas do mundo

Faeg e SenarJosé Mário Schreiner deixa

presidência, mas linha de trabalho não muda

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 1 08/08/2014 13:34:21

Page 2: 2014 06 junho1

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 2 08/08/2014 13:34:23

Page 3: 2014 06 junho1

NOVOS DESAFIOS

A revista Campo é uma publicação da Federação da

Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional

de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela

Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG com

distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos assina-

dos são de responsabilidade de seus autores.

CAMPO

CONSELHO EDITORIAL

Bartolomeu Braz Pereira, Claudinei Rigonatto

e Eurípedes Bassamurfo da Costa.

Editora: Denise N. Oliveira (331/TO)

Reportagem: Catherine Moraes e Michelle Rabelo

Fotografia: Larissa Melo e Fredox Carvalho

Revisão: Denise N.Oliveira

Diagramação: Rowan Marketing

Impressão: Gráfi ca Amazonas Tiragem: 12.500

Comercial: (62) 3096-2123

[email protected]

DIRETORIA FAEGPresidente: Leonardo Ribeiro

Vice-presidente: Antônio Flávio Camilo de Lima.

Vice-presidentes Institucionais: Bartolomeu Braz Pereira, Wanderley Rodrigues de Siqueira.

Vice-presidentes Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares Ribeiro de Góis.

Suplentes: Flávio Augusto Negrão de Moraes, Flávio Faedo, Vanderlan Moura, Ricardo Assis Peres, Adelcir Ferreira da

Silva, José Vitor Caixeta Ramo, Wagner Marchesi.

Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Estrogildo Ferreira dos Anjos, Eduardo de Souza Iwasse, Hélio dos Remédios dos

Santos, José Carlos de Oliveira.

Suplentes: Joaquim Vilela de Moraes, Dermison Ferreira da Silva, Oswaldo Augusto Curado Fleury Filho, Joaquim Saeta

Filho, Henrique Marques de Almeida.

Delegados Representantes: Walter Vieira de Rezende, Alécio Maróstica.

Suplentes: Antônio Roque da Silva Prates Filho, Vilmar Rodrigues da Rocha.

CONSELHO ADMINISTRATIVO SENARPresidente: Leonardo Ribeiro

Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo Moreira Guimarães e Tiago Freitas de Mendonça.

Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Eleandro Borges da Silva, Bruno Heuser Higino da Costa e Tiago

de Castro Raynaud de Faria.

Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Elson Freitas e Sandra Maria Pereira do Carmo.

Suplentes: Rômulo Divino Gonzaga de Menezes, Marco Antônio do Nascimento Guerra e Sandra Alves Lemes.

Conselho Consultivo: Arno Bruno Weis, Alcido Elenor Wander, Arquivaldo Bites Leão Leite, Juarez Patrício de Oliveira Júnior,

José Manoel Caixeta Haun e Glauce Mônica Vilela Souza.

Suplentes: Cacildo Alves da Silva, Michela Okada Chaves, Luzia Carolina de Souza, Robson Maia Geraldin, Antônio Sêneca do

Nascimento e Marcelo Borges Amorim.

Superintendente: Eurípedes Bassamurfo Costa

FAEG - SENARRua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300

Goiânia - Goiás

Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222Site: www.sistemafaeg.com.br

E-mail: [email protected]

Fone: (62) 3412-2700 e Fax: (62) 3412-2702 Site: www.senargo.org.br

E-mail: [email protected]

Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o e-mail: [email protected].

Para falar com a redação ligue: (62) 3096-2114 – (62) 3096-2226.

Leonardo RibeiroPresidente do Sistema FAEG

Dar continuidade aos trabalhados que têm sido desenvolvidos pela Faeg e pelo Senar, abrindo cada vez mais espaço para o produtor e homem do campo. Com esse objetivo assumi no mês de junho a presidência das duas entidades. Pouco muda na gestão. Tudo continua sendo conduzido da ma-neira como vinha sendo anteriormente, porém com atenção especial aos problemas emergenciais que forem surgindo ao longo do tempo.

Um deles foi a polêmica gerada em torno da demarcação do Parque Serra Dourada, situado na região Noroeste do Estado. Diferentemente do que tem sido dito, produtores e ambientalistas estão do mesmo lado e lutam para proteger o meio ambiente. Cada um à sua maneira.

No geral, quando me perguntam qual será o foco da minha gestão, eu aponto três temas: infraestrutura, que exige principalmente a busca por uma solução para o problema da energia elétrica e das vias de escoamento da produção, seguro rural, que precisa urgentemente de um novo modelo que traga mais segurança ao produtor e assistência técnica, que hoje é a maior demanda do pequeno agricultor.

Nesta edição da Revista Campo, abordamos ainda questões como a luta de quem escolheu viver do leite mas que se depara com inúmeras dificul-dades e vê no Balde Cheio uma ponta de esperança, a produção do vinho em terras goianas e a história das professoras que não satisfeitas em somar conhecimento, multiplicam esse saber em forma de cidadania por meio do programa Agrinho.

Histórias como a de Mauro, Igor, Fernando e João fazem a minha missão à frente da Faeg e do Senar ainda mais importante e dão à ela um grau de responsabilidade incalculável, afinal, são planos e sonhos de quem nasceu ou escolheu o campo para fincar os pés e as raízes.

Meu maior desafio é, com bom senso, ter entendimento e abertura de

diálogo para atender os objetivos de superação de todas as demandas de quem vive no campo e que contribui tanto com quem vive em todos os outros lugares.

Desafios em tempo de desinformação

Laris

sa M

elo

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 3 08/08/2014 13:34:25

Page 4: 2014 06 junho1

PAINEL CENTRAL

Fred

ox C

arva

lho

Laris

sa M

elo

ProsaEm meio ao imbróglio que envolve o Parque Estadual Serra Dourada, o advogado Victor Alencar fala sobre como deve ser a criação de uma Unidade de Conservação

8

Visita técnica Comitiva de Serranópolis e Aporé foi até o município de Itarumã para conhecer a história de quem vive, muito bem, do leite

27

22Serra Dourada em Goiás Diante de uma possível desapropriação, produtores e ambientalistas se colocam do mesmo lado: em prol do meio ambiente

Fred

ox C

arva

lho

4 | CAMPO Junho / 2014 www.sistemafaeg.com.br

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 4 08/08/2014 13:34:28

Page 5: 2014 06 junho1

João Batista deixou tudo para viver no Parque Serra Dourada

Agenda Rural 06

Fique Sabendo 07

Delícias do Campo 33

Campo Aberto 38

Treinamentos e cursos do Senar 36

18A delícia que vem da uva Fino ou de mesa, Goiás segue produzindo uma das bebidas mais famosas do mundo

José Mário Schreiner deixa presidência das casas e Leonardo Ribeiro assume o cargo prometendo seguir mesma linha de trabalho

Faeg e Senar sob nova direção 14

Laris

sa M

elo

Fred

ox C

arva

lho

MultiplicaçãoSomando esforços e dividindo experiência, professores goianos que participam do Agrinho divulgam programa por meio da multiplicação

30

Fred

ox C

arva

lho

O diploma que abre portasA história de Igor Gomes Garcez, o casqueador que fez sua história de sucesso com um certificado, força de vontade e o Exército Brasileiro

34

Junho / 2014 CAMPO | 5www.senargo.org.br

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 5 08/08/2014 13:34:30

Page 6: 2014 06 junho1

AGENDA RURAL

27/05 a 13/06

26/06

Jantar beneficente EquoterapiaLocal: Sindicato Rural de Goiatuba

Horário: 19h Informações: (64) 3495-1663

26/06Maiores do ICMS Goiás

Local: Espaço Memoratto, GoiâniaHorário: 20h30

Informações: (62) 3250-1430

Horário: 8h às 17h

Local: SFA-GO (Praça Cívica, n°100, Setor Central)

Informações: Márcia Costa (62 3221-7302) / Mariane Rodrigues (62 3221-7204)

27/05 a 13/06

6 | CAMPO Junho / 2014 www.sistemafaeg.com.br

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 6 08/08/2014 13:34:30

Page 7: 2014 06 junho1

FIQUE SABENDO

Faeg pede reestudo sobre averbação de reserva legal

Com o objetivo de que a reserva

legal seja regularizada apenas pelo Ca-

dastro Ambiental Rural (CAR), já que

este está em pleno funcionamento em

Goiás, o presidente da Federação da

Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg),

Leonardo Ribeiro, esteve na Corregedo-

ria do Tribunal de Justiça (TJ-GO), no

último dia 16 de junho, onde protocolou

um ofício com a solicitação.

No documento, Leonardo explica

que o CAR já está regulamentado em

Goiás, o que desobriga, conforme a Lei

12.651, o proprietário de averbar sua re-

serva legal junto cartório. Ele alegou ain-

da que os proprietários que precisam fa-

zer transferência e desmembramento de

imóveis estão sendo prejudicados com

a exigência por parte dos cartórios que

continuam exigindo esse procedimento.

Leonardo afirmou também que o

Ministério do Meio Ambiente e a Se-

cretaria de Meio Ambiente e Recursos

Hídricos de Goiás (Semarh) apoiam a

solicitação. A Faeg aguarda, agora, um

posicionamento por parte do TJ-GO é

esperado para os próximos dias. O ofício

foi entregue, em mãos, para a Correge-

dora Geral, Nelma Branco Ferreira Perilo.

Divu

lgaç

ão

Laris

sa M

elo

A Embrapa Pecuária Sudes-te lançou, recentemente, o livro “Construção de ideótipos de gra-míneas para usos diversos”. Espe-cialistas de várias instituições bra-sileiras apresentam quais seriam os tipos ideais de gramíneas confor-me a necessidade, região ou con-dição climática. A publicação abre um novo horizonte para a pesquisa na área de melhoramento genético no Brasil. Com esse mapeamento é possível iniciar pesquisas para de-senvolver as novas plantas.

No livro, os leitores podem en-contrar, por exemplo, informações sobre as características necessárias para a obtenção de forrageiras to-lerantes aos principais problemas como as cigarrinhas-das-pasta-gens, seca, alagamento e encharca-mento, baixa fertilidade do solo e as geadas.

Melhoramento genético de plantas

PESQUISA

Pesquisa da Unesp estuda lodo para ser utilizado como fertilizante

O Instituto de Biociências da Unesp de Rio Claro (SP) estuda a possibilida-de de usar o lodo, sobra tóxica do tra-tamento de esgoto, como fertilizante na agricultura. A pesquisa começou depois de uma análise que provou a perda de carga poluente da substância misturada com o solo, após um ano. Em 2013, a descoberta garantiu a vitó-ria de um prêmio do Ministério Federal de Educação e Pesquisa na Alemanha

para jovens cientistas do mundo.Atualmente, 55% do esgoto gera-

do pelos moradores é tratado e, na estação, passa por inúmeros proces-sos até que a água fique em condi-ções de retornar ao rio. O problema, entretanto, é que o lodo que sobra do tratamento é prejudicial ao meio ambiente. Além disso, o transporte ao aterro sanitário e a armazenagem desse material tem um custo elevado.

Dessa forma, o estudo em muito con-tribui para a destinação adequada.

A pesquisa foi desenvolvida pela aluna de pós-graduação do curso de ciências biológicas Dânia Elisa Christ-tofoleti Mazzeo e levou quatro anos para ser publicada. A aluna misturou lodo ao solo em várias proporções e o enterrou. Depois de um ano, a análise mostrou que a carga tóxica contida no lodo havia desaparecido.

Melhoramento

Junho / 2014 CAMPO | 7www.senargo.org.br

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 7 08/08/2014 13:34:32

Page 8: 2014 06 junho1

PROSA RURALFr

edox

Car

valh

o

8 | CAMPO Junho / 2014 www.sistemafaeg.com.br

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 8 08/08/2014 13:34:33

Page 9: 2014 06 junho1

Victor Alencaré advogado e presidente da Comissão de Direito Ambiental

da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Goiás e

da Câmara Técnica de Unidades de Conservação no Conselho

Estadual de Meio Ambiente do Estado de Goiás

Michelle Rabelo | [email protected]

Em meio ao imbróglio que envolve o Parque Es-tadual Serra Dourada, desde que foi divulgada a possibilidade da desapropriação de cerca de 28 mil hectares no local, o advogado Victor Alencar

é firme ao dizer que estudos técnicos, bem como uma discussão ou debate público são necessário antes que uma Unidades de Conservação seja efetivamente criada. A dúvida da demarcação que tem tirado o sono de produ-tores e ambientalistas - cada um com seus motivos – es-barra em pontos da legislação ambiental. Alencar falou à revista Campo sobre as medidas que deixaram de ser to-madas para a possível criação da unidade de conservação.

Revista Campo: Quantas são as

Unidades de Conservação (UC) exis-

tentes, atualmente, no Brasil? Como

são feitas e qual o maior empecilho

para estas efetivações?

Victor Alencar: Como as unidades

de conservação podem ser criadas tan-

to pela União, quanto pelos Estados, o

Distrito Federal e os Municípios, tor-

na-se difícil obter um número preciso.

De toda forma, o Cadastro Nacional

de Unidades de Conservação aponta a

existência de duas mil e onze unida-

des de conservação em todo território

nacional. No Estado de Goiás, a Se-

cretaria Estadual de Meio Ambiente e

Recursos Hídricos – SEMARH, publica

em sua página oficial a existência de

vinte e duas unidades estaduais.

A legislação estabelece, e não poderia ser

diferente, que estudos técnicos precede-

rão à criação de unidades de conservação,

bem como a discussão ou o debate pú-

blico a seu respeito. Em seguida o Poder

Executivo normatiza as características da

unidade, estabelecendo sua criação for-

mal e disciplinado as normas de uso do

espaço e recursos naturais abrangidos.

Quanto ao maior empecilho, vejo o

adequado planejamento quanto ao as-

pecto fundiário, que possa propiciar

uma harmonização do uso das proprie-

dades para fins econômicos e as nor-

mas de proteção ou, quando a convi-

vência se torna impossível, a adequada

desapropriação dos imóveis.

Junho / 2014 CAMPO | 9www.senargo.org.br

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 9 08/08/2014 13:34:34

Page 10: 2014 06 junho1

Revista Campo: Se da área total

das propriedades rurais, 20% são

destinados a Reserva Legal e outros

15% à Áreas de Preservação Perma-

nente (APPS´s), porque entende-se

mais 20% devem ser de UC?

Victor Alencar: Não existe um per-

centual de imóveis legalmente pré-

-definido para ser destinado à criação

de unidades de conservação, no que

pese alguns estados assumirem com-

promissos próprios visando metas de

proteção do respectivo bioma.

Importante é observar que a unidade

de conservação tem uma destinação

diferenciada em relação a área de pre-

servação permanente ou reserva legal,

posto que sua criação se dá com ob-

jetivo certo e determinado para cada

caso, tanto que existe uma classifica-

ção em categorias visando, cada uma,

um mecanismo de proteção diferente.

Revista Campo: Como se dá o pro-

cesso de criação de uma UC?

Victor Alencar: Uma unidade de

conservação pode ser criada por ato

do executivo, mediante decreto, ou

por lei, sendo que sua posterior alte-

ração ou supressão deve se dar neces-

sariamente por lei, como disciplinado

pela Constituição Federal.

A Lei nº 9.985 de 2000, norma que

define regras gerais em relação aos es-

paços especialmente protegidos e que

institui o Sistema Nacional de Unida-

des de Conservação, define diferentes

grupos e categorias de unidades, cada

uma tendo um objetivo muito especí-

fico em relação ao bem ambiental de

maior relevo que visa proteger.

Revista Campo: O que acontece

quando existem na área de uma UC,

além de propriedades rurais, assen-

tamentos? Essas áreas também po-

dem ser desapropriadas?

Victor Alencar: As propriedades

rurais que são abrangidas por uma

unidade de conservação observará li-

mitações quanto ao uso, ou até mes-

mo será desapropriada, dependendo

da categoria em que for classificada.

Existem certas categorias de unida-

des de conservação do grupo “Prote-

ção Integral”, que não admitem qual-

quer tipo de uso dos recursos naturais

ou exploração do espaço, levando à

desapropriação, entretanto algumas

categorias do grupo “Uso Sustentá-

vel” permitem uma gama bem ampla

de atividades em seu interior.

Independente se o imóvel rural é uti-

lizado para fins de assentamento ou

não, a legislação não abre exceções

quando se trata de algumas catego-

rias de unidades de conservação, pois

o meio ambiente é tipo como de inte-

resse difuso, ou seja, de interesse que

sobrepõem interesses privados.

Revista Campo: No caso da desa-

propriação de fato, como funciona

o processo indenizatório? Quantos

processos deste tipo já foram finali-

zados no Brasil e em Goiás?

Victor Alencar: De forma bem resu-

mida, após o decreto desapropriató-

rio pelo Poder Executivo, ou por ini-

ciativa do legislativo, o Estado deve

proceder ao depósito dos valores cor-

respondentes aos imóveis afetados,

tendo-se como parâmetro o valor de

mercado e as benfeitorias indenizá-

veis presentes no local, e mediante a

abertura de processo judicial especí-

fico. Logo após a efetivação do de-

pósito pode o Estado ser beneficiado

com a imissão na posse, ou seja, co-

meçar a utilizar o imóvel para o fim

pelo qual foi desapropriado.

Revista Campo: Qual a orientação

para o produtor rural que se sentir

lesado em virtude da insegurança

jurídica resultante de uma desapro-

priação – em reação da criação de

uma UC?

Victor Alencar: A melhor atitude

é realmente investigar o processo de

criação da referida unidade de con-

servação e se há possibilidade para a

conciliação com as atividades econô-

micas desenvolvidas. Quanto as exi-

gências legais não são absolutamente

observadas, pode-se até chegar à anu-

lação do ato de criação ou até mesmo

influenciar sua reformulação.

Em último caso, um acompanhamento

adequado leva a uma influencia positi-

va até mesmo nos valores destinados

à indenização por desapropriação.

Importante é observar que a unidade de

conservação tem uma destinação diferenciada em relação a área de preservação permanente ou reserva legal

Quanto as exigências

legais não são absolutamente

observadas, pode-se até chegar à anulação do ato

de criação

10 | CAMPO Junho / 2014 www.sistemafaeg.com.br

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 10 08/08/2014 13:34:34

Page 11: 2014 06 junho1

MERCADO E PRODUTO

OCom a chegada do mês de

junho, iniciou-se a colheita

da segunda safra de milho

em todo o Brasil e em Goiás, que se

destaca no cenário nacional de milho

safrinha como o quarto maior pro-

dutor. Do total, mais de 90% desta

produção está na região Sudoeste do

estado, com destaque para os muni-

cípios de Jataí e Rio Verde.

A safrinha deste ano iniciou-se em

clima de incerteza, principalmente in-

fluenciada pelos baixos preços comer-

cializados após a colheita da safrinha

passada, que estreitou fortemente as

margens de rentabilidade dos produ-

tores rurais, aumentando os riscos da

atividade. Fato é que, influenciados

pela retomada de preços, a necessida-

de de aproveitamento das terras e a re-

alização da rotação de culturas, Goiás

teve um crescimento em sua área plan-

tada de milho na segunda safra.

Os números oficiais ainda estão

sofrendo algumas variações, mas a ex-

pectativa é que o estado cultive nesta

safra aproximadamente 910 mil hecta-

res de milho safrinha, uma área plan-

tada 8% maior que em 2013, segundo

os dados da Companhia Nacional de

Abastecimento (Conab).

Atualmente os preços do milho

na Bolsa de Chicago (CBOT) estão em

patamares baixos e estas cotações ge-

ram, internacionalmente, uma forte

pressão de baixa nos preços internos

do grão. Isso ocorre porque grande

parte do que é produzido no Brasil tem

como destino a exportação.

Deve ocorrer, portanto, uma pa-

ridade entre os preços comercializa-

dos dentro do país e os preços em

Chicago. Frente às expectativas de

poucas variações nas taxas cambiais

no curto prazo, para que esta parida-

de ocorra, é esperada uma redução

nos preços do milho internamente.

É bastante provável que estes preços

possam cair abaixo do preço mínimo

estabelecido pelo governo (R$17,46),

podendo ser necessária a intervenção

para garantir este valor.

Apesar de já iniciada em Goiás, o

maior volume de colheita na safrinha

ocorrerá entre a segunda quinzena

de julho e a primeira de agosto, e os

produtores rurais de todo o Estado

partem para mais esta etapa ainda na

insegurança em relação aos preços a

serem comercializados nesta safra.

Iniciada a colheita de milho safrinha em GoiásCristiano Palavro | [email protected]

Cristiano Palavro é

engenheiro agrônomo e

consultor técnico do Senar

Goiás para a área de cereais,

fibras e oleaginosas

Laris

sa M

elo

Shutt

er

Junho / 2014 CAMPO | 11www.senargo.org.br

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 11 08/08/2014 13:34:35

Page 12: 2014 06 junho1

AÇÃO SINDICALAÇÃO SINDICAL

CEZARINA

ÁGUAS LINDAS

ARAGUAPAZ

O Sindicato Rural de Cezarina realizou, no início de junho, uma edição do Treinamento em Técnica/Pintura. No total, 12 mulheres participaram com instrução de Lânia Aparecida Guireli.

O Município de Águas Lindas recebeu, no mês de maio, o repasse metodológico do Programa Agrinho. Vencedora do concurso final por duas vezes, a professora Maria do Disterro esteve presente e repassou um pouco do conhecimento adquirido no programa. Na ocasião, a professora falou dos desafios que culminaram na sua premiação de dois carros zero quilômetro pela primeira colocação na categoria experiência pedagógica, nos anos de 2011 e 2013. Entre os participantes, o supervisor regional Dirceu Borges.

Em nome da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e do Ser-viço Nacional de Apren-dizagem Rural (Senar

Goiás), o presidente Leonardo Ribeiro presta solidariedade à família de Augusto Irineu Luciano. Presidente do Sindicato Rural de Araguapaz, Augusto que faleceu no último dia 17 de junho, aos 24 anos. O corpo foi velado no Clube Municipal da cidade e o enterro foi realizado no Cemitério de Araguapaz. Augusto é filho de Fausto Brito Luciano (Prefeito de Araguapaz e ex-Presidente do SR) e Magareth Luciano (1ª dama e ex-presidente do SR).

Treinamento técnico em pintura

Repasse do Agrinho

Nota de falecimento

GOUVELÂNDIA

Produtores do município de Gouvelândia realizaram, no último mês de maio, o curso de inseminação artificial. O evento ocorreu em Sete Lagoas e, durante o curso, os produtores aprenderam conceito, história, situação atual, vantagens e limitações da prática. Além disso, o instrutor tratou de reprodução, sanidade, ginecológico, controle zootécnico, instalações, segurança no trabalho e meio ambiente.

Curso de inseminação artificial

Sind

icat

o Ru

ral d

e Go

uvel

ândi

a

Sind

icat

o Ru

ral d

e Ce

zarin

aDi

rceu

Bor

ges

Men

del C

ortiz

o

12 | CAMPO Junho / 2014 www.sistemafaeg.com.br

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 12 08/08/2014 13:34:36

Page 13: 2014 06 junho1

INDIARA

SILVÂNIA

RIO VERDE

CRISTALINA

O Sindicato Rural de Indiara, em parceria com o Senar Goiás realizou um treinamento em produtos de limpeza e higiene. O curso tem como objetivo ensinar: produção de água sanitária e alvejante; purificação das gorduras; base gleicerinada para sabonete; aromatizante de ambiente, sabão sólido, xampu e sabonete líquido para corpo desinfetante; condicionador e amaciante; sabonete sólido; detergente; sabonete líquido para mãos; sabão em pó e cera líquida.

O Sindicato Rural de Silvânia realizou, no último mês um curso em Aplicação de Defensivos Agrícolas - Pulverizador Autopropelido. O objetivo do repasse e ensinar sobre cuidados ambientais (descarte e armazenamento de embalagens) , conhecimento das formas de exposição direta e indireta aos agrotóxicos, sinais e sintomas de intoxicação e medidas de primeiros socorros. Além disso, inclui na grade de ensino: medidas higiênicas durante e após o trabalho, regulagens e manutenções dos componentes (mecânica e princípios ativos), limpeza e manutenção das roupas, vestimentas e equipamentos de proteção pessoal, entre outros.

Quadrilha, pipoca, algodão doce, cachorro quente e pescaria, assim foi a festa junina do Centro de Equoterapia Primeiro Sorriso do Sindicato Rural, que aconteceu na tarde do dia 11 de junho no galpão do Parque de Exposições de Rio Verde. A festa que é realizada há seis anos, reuniu cerca de 100 pessoas entre praticantes da equoterapia e familiares que aproveitaram a tarde para descontrair e sair da rotina das práticas.

O Sindicato Rural de Cristalina promoveu, no último mês, o curso de panificação para moradores da cidade e do campo. Na programação do curso constam elementos como: preparação de pães artesanais, salgados, bolos e tortas. Quem participou conheceu um pouco mais sobre higienização pessoal, valor nutritivo e acondicionamento e congelamento dos alimentos.

Produtos de limpeza e higiene

Quadrilha da equoterapia

Panificação

Sind

icat

o Ru

ral d

e In

diar

a

Sind

icat

o Ru

ral d

e Si

lvân

ia

Sind

icat

o Ru

ral d

e Ri

o Ve

rde

Sind

icat

o Ru

ral d

e Cr

istal

ina

Junho / 2014 CAMPO | 13www.senargo.org.br

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 13 08/08/2014 13:34:37

Page 14: 2014 06 junho1

TRANSFERêNCIA DE CARGO

Ex-presidente da Comissão de Irrigação, Leonardo Ribeiro, assume o cargo

Sem José Mário Schreiner, Faeg segue sob nova direção, mas com mesma linha de trabalho

Catherine Moraes | [email protected] Rabelo | [email protected]

Laris

sa M

elo

14 | CAMPO Junho / 2014 www.sistemafaeg.com.br

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 14 08/08/2014 13:34:38

Page 15: 2014 06 junho1

Com a certeza de uma gestão eficiente, José Mário Schreiner se afastou da presidência da

Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e do Conselho Adminis-trativo do Serviço Nacional de Apren-dizagem Rural (Senar) Goiás no último dia 4 de junho. Ele estava à frente das entidades desde 2008 e repassou o co-mando para o vice Leonardo Ribeiro.

Com uma pré-candidatura a depu-tado federal em estudo, José Mário se afastou agradecendo pelas conquistas realizadas com apoio dos diretores, técnicos, funcionários e, claro, pro-dutores rurais. Eleito no último ano com 96% dos votos válidos, ele tomou posse pela última vez no dia 12 de de-zembro. Na mesma semana, Schreiner também se afastou da vice-presidência de finanças da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA).

A solenidade de transmissão de cargo a Leonardo Ribeiro foi reali-zada na sede da federação e contou com a presença do governador do Estado, Marconi Perillo; do vice-go-

vernador José Eliton; do deputado federal Vilmar Rocha, entre outras autoridades. No total, mais de 400 pessoas participaram do evento.

José Mário relembrou alguns dos programas voltados para a saúde e educação executados pelas duas casas como: Campo Saúde, Agrinho, Prona-tec, Balde Cheio. Além disso, falou sobre a importância do setor para a economia do país. “Não fosse o setor agropecuário, o Brasil estaria amar-gando um PIB negativo. Temos muitas conquistas dos últimos anos e vamos avançar ainda mais. Hoje me licencio da Faeg para me dedicar a um novo projeto, um novo desafio”, completou.

Se pronunciando pela primeira vez como presidente, Leonardo falou da importância em ser líder de uma instituição como a Faeg, assim como a responsabilidade que isto agrega. “Substituir uma pessoa com a capaci-dade e competência do José Mário não é tarefa fácil. A Faeg e o Senar são es-truturas reais de transformação social e econômica. Pretendo ter bom senso

José Mário e Leonardo Ribeiro no momento da transferência de cargo

José Mário disse que deixa o cargo com a sensação de dever cumprido

Fred

ox C

arva

lho

Junho / 2014 CAMPO | 15www.senargo.org.br

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 15 08/08/2014 13:34:40

Page 16: 2014 06 junho1

e equilíbrio e me comportar com hu-mildade para reconhecer meus erros e limitações. Conto com esta equipe, dirigentes, presidentes de Sindicato. Ao amigo José Mário, muito sucesso nesta nova empreitada e conte com a gente!”, concluiu.

Passo fundamental para o agroNa ocasião, o governador de

Goiás, Marconi Perillo afirmou que José Mário dá agora, um passo fun-

damental para o setor agropecuário. “Sabemos que este é um momento de pré-candidatura a deputado fe-deral e sete deputados federais não irão mais para a disputa, incluindo o goiano aqui presente, Vilmar Ro-cha. José Mário é um dirigente clas-sista do mais alto talento e Goiás precisa ter forte representação na bancada da Câmara Federal. Ao Le-onardo, deixo, como sempre, todo meu apoio”, completou.

O governador também falou sobre a isenção do IPVA de máquinas agrí-colas, conforme solicitado pela Faeg durante despacho na Exposição Agro-pecuária de Goiânia (Expoago), afir-mando que, isentará máquinas deste pagamento em Goiás. “Já vivemos sem esta verba, continuaremos sem cobrá-la. Também recebi solicitações de mais rodovias a serem cuidadas e já demandei que o pedido seja cum-prido”, pontuou.

Laris

sa M

elo

Governador Marconi Perillo esteve no evento e falou sobre a importância

de uma boa gestão da Faeg

16 | CAMPO Junho / 2014 www.sistemafaeg.com.br

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 16 08/08/2014 13:34:41

Page 17: 2014 06 junho1

Fred

ox C

arva

lho

Para Ian George, José Mário deixa um legado muito importante

Questionados sobre pontos positivos e

negativos da gestão, produtores elogiaram

José Mário pela luta em prol do setor e pelo

legado que deixa. Para o novo presidente,

Leonardo Ribeiro, muitas expectativas.

Para o presidente do Sindicato Rural

(SR) de Minaçu, Ian George Carvalho,

José Mário repassa o cargo, mas deixa

um legado muito importante: pequenos

produtores incluídos nas decisões do

agronegócio goiano. “O que acompa-

nhei desde que José Mário assumiu a

Faeg, é uma gestão aberta que vai lá à

ponta para captar o que o produtor es-

pera de melhorias. Isso é valioso, e as-

sim a gente se sente acolhido”, explica.

Ian, que também é criador de gado

de corte, espera que Leonardo Ribeiro

dê continuidade ao trabalho de Schrei-

ner mantendo a liberdade que sempre

teve junto à presidência da Casa. “Nós,

os produtores, presidentes de SR e sindi-

calistas no geral, sempre tivemos aber-

tura para expor nossas ideias e mostrar

o que era melhor para cada região. As

coisas precisam continuar assim”.

O produtor não poupou elogios a

Schreiner, à frente da entidade desde

2008. “José Mário deu mais visibilida-

de para o sistema Faeg e para o Senar

perante pessoas que às vezes nem são

ligada ao meio rural e acabam não sa-

bendo o que as entidades fazem pelo

homem do campo”.

Balanço positivo para quem vive do agro

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 17 08/08/2014 13:34:43

Page 18: 2014 06 junho1

PRODUÇÃO DE VINHO EM GOIÁS

Marcelo produz vinhos tintos finos em pleno Cerrado Goiano

Fred

ox C

arva

lho

18 | CAMPO Junho / 2014 www.sistemafaeg.com.br

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 18 08/08/2014 13:34:45

Page 19: 2014 06 junho1

Se de médico e louco todo mundo tem um pouco, ob-servando precipitadamen-te é possível acreditar que Marcelo de Souza detenha

uma dose extra de ambos. Mesmo depois de aprofundar os estudos, participar de eventos e debruçar so-bre a literatura, o otorrinolaringo-logista foi chamado de maluco aos quatro ventos quando decidiu colo-car em prática uma ideia antiga: pro-duzir vinhos tintos finos. Detalhe: em pleno Cerrado Goiano.

A ousadia rendeu frutos. Em sua terceira safra com volume para

comercialização, serão produzidos cerca de 3,5 mil garrafas de vinho fino. Para a próxima safra, que será comercializada somente em 2016, a perspectiva é de dobrar o volume. Na vinícola Pireneus, são elaborados os vinhos tintos finos Bandeiras (elabo-rado com uvas Barbera) e o Intrépido (uvas Syrah). A unidade dos dois pro-dutos oriundos da colheita de 2012 será comercializada a R$ 85. Com vendas consolidadas em cartas de restaurantes de Goiânia e Brasília, as portas começam a se abrir para os mercados cariocas e paulistas. “Vamos reservar um pouco para

exportar para outros Países. Embo-ra ainda não tenha entrado efetiva-mente no mercado paulista, a ideia é que ele seja avaliado pela crítica internacional”, diz Marcelo.

Não é para menos. A rapidez com que o vinho produzido na vinícola Pi-reneus, localizada em Cocalzinho, a 132 quilômetros de Goiânia, surpre-endeu até o próprio empreendedor. A primeira safra, comercializada em 2012, foi bem avaliada por enólogos e degustadores de vinhos.

Os produtos colecionam uma ava-lanche de reconhecimento. O rótulo Bandeiras safra 2010 participou, jun-

Bebida produzida em cidades do interior conquistam seu espaço

Karina Ribeiro | [email protected]

Da uva ao vinho em pleno Cerrado Goiano

Fred

ox C

arva

lho

O médico investiu em aprendizado

Junho / 2014 CAMPO | 19www.senargo.org.br

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 19 08/08/2014 13:34:48

Page 20: 2014 06 junho1

tamente com outras jovens promes-sas do mercado brasileiro, da quinta edição da Vinum Brasilis 2012 – figu-rando em segundo lugar entre os tin-tos. Isso tudo ocorreu apenas quatro meses após o lançamento comercial de sua marca. E não parou por aí. Fei-to com um mistura de barbera (85%), tempranillo (10%) e sangiovese (5%), angariou ainda o título de melhor tin-to na categoria outras uvas do Anuá-rio de Vinhos Brasileiros do Instituto Brasileiro 2012. Na Revista Baco, na seleção feita em dezembro de 2012, o vinho está entre os seis melhores tintos nacionais entre os valores de R$ 60 e R$ 100. “Foi surpreendente-mente rápido e as dúvidas dissiparam na cabeça de muita gente”, ressalta. Marcelo conta que apreciava vinhos desde a década de 1990, quando fa-zia sua especialização médica em São Paulo. Em meio ao estudo, circulou por eventos sobre o assunto e inves-tiu em aprendizado. “Estava fascina-do sobre vinhos quando voltei para

Goiás para me estabelecer e trabalhar como médico”, diz. Daí foi um passo para tomar iniciativa de criar grupos de apreciadores de vinhos na capital.

Ele afirma que começou a perce-ber que as regiões mais elevadas do Cerrado tinham características inte-ressantes para a produção de uva– altitude, baixas temperaturas à noite e altas temperaturas durante o dia.

Essas características, explica, permitem que a maturação da casca, semente e polpa ocorram de forma mais uniforme – o que não ocorre em regiões mais frias. “Vi que na Índia estavam desenvolvendo pro-jetos com clima muito próximo ao nosso”, afirma. Ele diz que utiliza técnicas semelhantes às asiáticas, porém com uvas mais selecionadas.

Implementação Foi em 2004 que adquiriu uma

área com um pouco mais de 30 hec-tares no município de Cocalzinho a 950 metros de altitude. Hoje são pro-

duzidos 4 hectares de uva que ren-dem uma produção de 3,5 toneladas por safra. Ele explica que a produção ainda é modesta em função da ne-cessidade de realizar alterações nos parreirais ao longo dos anos. Com a chegada de novos investidores, a ideia é aumentar a área para 7 hec-tares. Agora mais experiente, afirma, a perspectiva é atingir, em quatro anos, até 5,5 toneladas por hectare/safra, próximo ao limite da linha pre-mium. “É mais difícil modificar um parreiral do que plantar um do zero”, salienta.

Marcelo afirma que os rótulos dessa safra prometem surpreender ainda mais o mercado. O Intrépi-do evoluiu 18 meses em barricas de carvalho francês e americano en-quanto o Bandeiras evoluiu em 12 meses. “Quase se enquadra a um Gran Reserva”, finaliza.

Vinhos de mesaPelo menos outras duas vinícolas

instaladas em solos goianos ganham o mercado de vinhos populares e de preços mais acessíveis.

A Serra das Galés, localizada em Paraúna, Região Sudoeste do Esta-do, começou a produção de vinhos e suco de uva em 2008, um ano após a inauguração da vinícola. A pro-dução é de 450 mil litros de bebida por ano, sendo 65% destinado ao de suco de uva natural e integral e o restante destinado à produção de vinho de mesa. “O mercado de suco de uva natural cresce a cada ano”, diz o sócio-gerente da vinícola e res-ponsável técnico dos produtos, Valdir Cristofoli. São cultivadas as varieda-des Niágaras branca e rosada, Isabel precoce, Violeta e Cora.

O custo do vinho de mesa Cálice de Pedra para o consumidor final é de R$ 6 a garrafa enquanto que a garrafa de 2 litros do suco de uva integral de mesmo nome, o de maior volume de vendas, é de R$ 13. Existem também opções 300 ml, 500 ml e 1 litro.

Embora o crescimento da produ-ção seja de 10% ao ano, Valdir explica que o mercado está em franca expan-

Valdir está no ramo há 6 anosLa

rissa

Mel

o

20 | CAMPO Junho / 2014 www.sistemafaeg.com.br

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 20 08/08/2014 13:34:50

Page 21: 2014 06 junho1

são. Tanto, diz, que se houvesse ma-téria-prima suficiente poderia dobrar a produção das bebidas. “Não produ-zimos uva, só sucos e vinhos”, diz. Tanto que estão planejando investir na produção do fruto em 40 hecta-res de terra. “ O mercado está bom, vendemos basicamente para Goiás e a Região do Triângulo Mineiro”, diz.

Oriundo de tradicional região pro-dutora de vinhos e sucos de uva de Bento Gonçalves (RS), Valdir também

afirma que muita gente duvidou do sucesso da produção de uvas em solos goianos. Ele explica que além da exce-lente condição climática (temperatura média no inverno de 28 graus durante o dia e 15 graus na madrugada), faz com que a maturação seja mais uni-forme, além da produção não sofrer com ataques de pragas. “Antes de virmos, estudamos todas essas con-dições e analisamos o solo”, explica

Mais na Região Central do Esta-

do, o município de Itaberaí também é berço de um caso de sucesso no mundo dos parreirais. Precursores em plantação de uvas em escala co-mercial em Goiás, há 13 anos a famí-lia Razia toca a Vinícola Goiás.

Durante boa parte do tempo, a dedicação de pai e filho foi exclusi-va ao suco de uva integral Del Non-no. Nos 12 hectares são colhidos 250 toneladas de uvas que rende 80 mil litros que abastece rede hotelei-ra, bares, restaurantes, redes de fast food e pousadas. Danilo e Anir ainda esperam a autorização para comer-cializarem o vinho e enquanto isso se dividem os cuidados com os par-reirais. “Está desmistificando essa questão de que é difícil produzir uvas em Goiás”, afirma Anir.

O jovem calcula que sejam produ-zidas 3 mil garrafas de vinho colonial por safra. Agora, a família investe no enoturismo. “Recebemos alunos de gastronomia, agronomia e famílias que querem visitar a produção e co-nhecer os parreirais”, conta. Ele res-salta que está em fase de construção um restaurante na propriedade. En-quanto isso, Danilo exibe orgulhoso os cachos que dão vida a uma das be-bidas mais famosas do mundo.

Anir ainda espera a autorização para comercializarem o vinho

Laris

sa M

elo

Danilo mostra os cachos da fruta com

orgulho

Laris

sa M

elo

Junho / 2014 CAMPO | 21www.senargo.org.br

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 21 08/08/2014 13:34:53

Page 22: 2014 06 junho1

PARQUE ESTADUAL SERRA DOURADA

Os desafio de quem vive da terra e quer produzir sem degradar

Karina Ribeiro | [email protected]

Especial para a Revista Campo

Produtores e ambientalistas do mesmo lado: em prol do meio ambiente

22 | CAMPO Junho / 2014 www.sistemafaeg.com.br

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 22 08/08/2014 13:34:55

Page 23: 2014 06 junho1

Fred

ox C

arva

lho

João Batista, de 67 anos, vive com a família na zona rural de Mossâmedes e diz

não pretender sair do lugar

Depois que o governo revogou

a pedido de produtores e li-

deranças ruralistas o decreto

que desapropriava 28 mil hectares

de propriedades particulares situa-

das dentro do Parque Estadual Ser-

ra Dourada, um grupo de estudo foi

formado para discutir a proposta de

redelimitação do parque. Os levanta-

mentos devem começar em agosto e

a tendência é de que sejam retiradas

as áreas antropizadas e incluídas as

Serras Cantagalo e de São Francisco

na unidade de conservação com o

intuito de alcançar o volume de área

inicial. Essa nova diretriz trouxe alí-

vio a produtores rurais que temem a

desapropriação de suas terras.

A primeira reunião para discutir

as propostas de redelimitação do

parque ocorreu no dia 12 de julho e

contou com a participação de repre-

sentantes do Iphan, Incra, Associa-

ção Para Recuperação e Conservação

Ambiental (Arca), sindicatos rurais,

Secult, Faeg, além da Secretaria do

Meio Ambiente e Recursos Hídricos

(Semarh), que coordena o grupo.

Segundo a secretária da Semarh,

Jacqueline Vieira, a partir de agosto,

por meio da contração de uma em-

presa terceirizada, estudos técnicos

vão levantar aspectos socioeconô-

micos, físicos e fundiários do local.

“Vamos fazer uma espécie de radio-

grafia da região”, afirma. A ideia é

que as informações apuradas pela

equipe técnica sejam analisadas para

que o grupo construa uma proposta.

No entanto, a secretária admite que a

permanência do antigo Decreto 5768,

criado em 2003, que delimitava a área

do Parque Serra Dourada em 28 mil

hectares e cujo Decreto 7992, publi-

cado ano passado, que determinava a

desapropriação de propriedades par-

ticulares localizadas nestas áreas, não

deve ser efetivada. “Com a delimita-

ção antiga que gerou o decreto de de-

sapropriação não vamos chegar a um

acordo”, frisa. Ela explica que essa

Junho / 2014 CAMPO | 23www.senargo.org.br

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 23 08/08/2014 13:34:56

Page 24: 2014 06 junho1

Fred

ox C

arva

lho

José Pereira enumera alternativas que podem ser exploradas com a criação do parque

lacuna de 10 anos criou um impasse.

“Na ocasião, se tivessem seguido to-

dos os trâmites poderia ter resolvido

e evitado tudo isso”, ressalta.

“É uma região muito importante

para Goiás, vamos fazer um estudo

minucioso com o intuito de passar re-

almente por um processo de constru-

ção envolvendo todos os interessa-

dos”, informa. A tendência, ressalta,

é de que os proprietários permane-

çam em suas terras, cumpram um ter-

mo de compromisso para que sejam

mantidas as áreas de preservação. No

entanto, a ideia é agregar outras áreas

próximas da área anteriormente deli-

mitada para assim manter o volume

de terras previsto no decreto inicial –

cerca de 28 mil hectares. Em sua con-

cepção, o estudo deve ser finalizado

ainda este ano para que a proposta

seja enviada à Assembleia Legislativa.

“Hoje o setor produtivo, ambiental

e a secretaria do meio ambiente tem

liberdade para buscar a melhor solu-

ção, que pode não ser ideal para um

nem para outro, mas que atenda as

necessidades de cada um sem gerar

trauma nem insegurança”, ressalta o

presidente da Faeg, Leonardo Ribeiro.

Para ele, a organização de um gru-

po para estudar as propostas mais

viáveis para a criação do parque am-

biental é a melhor solução para o bem

coletivo, sobretudo, o meio ambiente.

Isso porque, o trabalho em harmonia

pode evitar um embate jurídico. “Isso

atrasaria ainda mais a criação do par-

que e não é o que queremos”,diz.

Ele explica que os proprietários

rurais e assentados estão dispostos

a assinar um termo de compromisso

para continuar preservando suas re-

servas legais e Área de Preservação

Ambiental (APP).

Leonardo informa que essa di-

retriz pode ser favorável a todos:

sociedade, setor produtivo e setor

ambiental. Como mecanismo de

compensação ambiental os produ-

tores poderiam doar para o Estado

suas reservas legais, ficando deso-

brigados de terem que cuidar dessa

área, ou uma segunda alternativa se-

ria vender suas reservas legais para

outros proprietários rurais que tem

necessidade de averbar essas áreas.

“Desobrigando o Estado de indeni-

zar esses produtores”, explica.

Por isso, se mostra otimista com

os rumos para a criação do Parque

Estadual Serra Dourada. A revoga-

ção do decreto de desapropriação das

propriedades rurais, diz, trouxe tran-

qüilidade para que todos discutissem

o assunto mais aprofundadamente e

apontassem diversas soluções para o

problema. “Devemos fazer o bom uso

dessa oportunidade para criarmos

um projeto que seja modelo para ou-

tras unidades que também precisam

ser regularizadas”, finaliza.

O presidente do Sindicato Rural

de Mossâmedes, José Pereira Caeta-

no compartilha da opinião de Leonar-

do. Ao contrário de torcerem contra a

criação da unidade de conservação,

ele enumera outras alternativas que

podem ser exploradas por produtores

rurais com a criação do parque. “Nós

entendemos que a terra é um bem para

todos, que pode ser explorada para o

turismo, para a medicina (plantas me-

dicinais), piscicultura. Com um parque

bem administrado, isso vem em forma

24 | CAMPO Junho / 2014 www.sistemafaeg.com.br

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 24 08/08/2014 13:34:58

Page 25: 2014 06 junho1

Entenda o caso

Decreto 5768 para a criação do

Parque Estadual Serra Dourada

(PESD) foi publicado em junho de

2003 e ficou engavetado até setem-

bro de 2013, quando outro decreto

desapropriava as áreas particulares

localizadas dentro do (PESD).

Esse foi o ponto de partida do

imbróglio envolvendo setores produ-

tivos, ambientais e o governo. Se-

gundo representantes de entidades, a

criação do parque em 2003 foi reali-

zada somente no papel. Ou seja, não

foram realizados levantamentos fun-

diários, socioeconômicos entre outros

necessários para a regularização do

parque. Isso inclui também a ausên-

cia de uma audiência pública, funda-

mental e também prevista em lei, para

discutir o assunto com a população

diretamente afetada com a criação

da unidade de conservação. “Existem

leis estadual e federal que não foram

cumpridas para a criação do parque.

Não foi feito estudo para conhecer a

limpo o parque e seus produtores. O

governo desconhece quem são essas

pessoas”, afirma a consultora técnica

do Senar, Jordana Sara. No entanto,

a secretária Jaqueline Vieira informa

que na ocasião foram realizados es-

tudos e a delimitação englobava áreas

prioritárias, porém não havia recursos

disponíveis para a indenização das

propriedades. “Essa lacuna de 10 anos

criou esse impasse”, reitera.

Com o decreto publicado em se-

tembro do ano passado para a desa-

propriação das terras na área inicial-

mente delimitada, de 30 mil hectares,

sindicatos rurais de Mossâmedes, Goi-

ás e lideranças de Buriti de Goiás com

o apoio da Faeg se uniram com o intui-

to de realizar um levantamento preci-

so dos proprietários rurais que seriam

atingidos com o decreto, além de dis-

cutirem os reflexos dessa interferência

nos âmbitos econômicos e sociais.

Fred

ox C

arva

lho

Adelcir Ferreira destaca a existência dos assentamentos

de riqueza. O produtor fica feliz, a so-

ciedade e o governo”, enfatiza.

O Sindicato Rural de Goiás con-

tratou técnicos nos quais apuraram

que na área do parque existem 188

propriedades rurais e dois assenta-

mentos regularizados pelo Instituto

Nacional de Regularização e Refor-

ma Agrária (Incra). Ao todo, atingiria

mais de 250 famílias.

“Muitos são pequenos produtores

que vivem exclusivamente da produ-

ção. Vale lembrar ainda que existem

dois assentamentos no local”, afirma

o vice-presidente do Sindicato Rural de

Goiás, Adelcir Ferreira da Silva. Além

disso, lembra que existem casarões

centenários que fazem parte do patri-

mônio histórico de Goiás. “Muitos dos

proprietários vivem em casarões que

foram dos seus bisavós”, ressalta.

Após levantamento, o primeiro

projeto apresentado pelo Sindicato

Rural de Goiás desagradou a Semarh

e,sobretudo, ambientalistas. A propos-

ta, que agora pouco ventila entre líderes

e representantes do grupo de estudo, é

de desafetação de 12 mil hectares onde

estão localizadas as 188 propriedades

rurais e os dois assentamentos. Com

isso, a redução da área total do PESD

seria de aproximadamente 42%.

Mas durante a consulta pública

realizada no dia 9 de junho no Sin-

dicato Rural de Goiás foi apresentada

a ideia de uma terceira via: excluir as

áreas produtivas da unidade de con-

servação, mas agregar uma Área de

Proteção Ambiental (APA) vizinha ao

parque, onde estão as Serras do Can-

tagalo e de São Francisco. Na ocasião,

a proposta alternativa foi apresenta-

da pelo especialista em planejamento

urbano e ambiental, Rodrigo Santana.

Produtores Mais aliviados com os novos ru-

mos da criação do parque, a maioria

dos produtores admite que não tem

interesse em sair de suas proprieda-

des. Desconhecem ainda que estives-

sem dentro de uma área delimitada

para a criação de um parque por meio

de um decreto publicado em 2003.

João Batista, de 67 anos, conta que

escolheu a dedo os 101 hectares de

terra situada na zona rural de Mossâ-

medes para curtir sua aposentadoria

de forma tranqüila. Em 2000, quando

decidiu tocar a vida exclusivamente

no campo, comprou terras próximas

à São Luis dos Montes Belos e tam-

bém próxima à Goiânia. “Assim fico

perto do que tenho necessidade e de

minhas filhas”, afirma.

Na ocasião, diz que gastou R$ 130

mil reais, mas que hoje acha difícil ser

indenizado pelo preço real das terras.

Tendo como referência os valores co-

mercializados de terras vizinhas, cal-

cula que as suas chegam a valer R$

1 milhão. “Mas não tenho interesse.

Gastei tudo o que tinha para vim para

cá e ficar”, diz.

Ele explica que trabalha em dife-

rentes atividades para garantir o pró-

prio consumo, vende somente o exce-

dente de leite. Gado de corte, leite,

Junho / 2014 CAMPO | 25www.senargo.org.br

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 25 08/08/2014 13:35:00

Page 26: 2014 06 junho1

Parque Serra Dourada

Fred

ox C

arva

lho

Fernando Rodrigues vive no campo desde criança e diz não vislumbrar outro meio de vida

Fred

ox C

arva

lho

lavoura e horta. Tudo para o consumo

dele, da esposa, Dinair Maria Gonçal-

ves e para as filhas quando os visitam.

Se a terra lhe fornece o alimento

para viver, ele contribui com a preser-

vação das reservas. “Protejo minhas

nascentes, conservo minha reserva.

Não quero indenização, quero ficar

do jeito que está”, finaliza.

Um dos líderes do assentamento

Bom Sucesso, Fernando Rodrigues

Rios, de 35 anos, diz que desde criança

viveu no campo e não vislumbra outro

meio de vida. Em sua única experiên-

cia na cidade, quando atuou no ramo

de confecção, não obteve sucesso.

Há cinco anos está no Assenta-

mento Bom Sucesso em uma gleba

de 45 hectares. Ele diz que não ficou

preocupado com a visita dos técnicos

da Semarh, já que sua propriedade

não estava incluída na delimitação.

“Só atingia minha reserva, mas luta-

mos pelos outros”, diz.

Ele explica que outros assentados

ficaram desesperados com a possi-

bilidade de terem que sair do local,

já que temiam não trabalharem mais

com a atividade rural. “Tem gente que

só sabe fazer isso. Foram funcioná-

rios de fazendas e agora conseguiram

suas terras”, afirma.

Economia Embora não haja um levantamen-

to específico sobre o impacto que

a desapropriação dos produtores e

assentados acarretaria na economia

dos municípios, representantes e téc-

nicos estão convictos que o resulta-

do seria significativamente negativo.

Jordana Sara lembra que essas

áreas antropizadas não possuem

mais vegetação nativa e que são de

extrema importância para a econo-

mia dos municípios. Na região onde

o PESD engloba o município de

Goiás, muitas áreas são dedicadas

à pecuária enquanto que do lado

de Mossâmedes e Buriti de Goiás,

existem pólos de piscicultura, aviá-

rios, produção de grãos. “São terras

mais férteis e de grande importân-

cia econômica”, afirma.

Adelcir Ferreira calcula que se-

jam criadas na região cerca de 15 mil

cabeças de gado, além da produção

leiteira, doces caseiros e confecção

de artesanato. “Gira a economia da

cidade. Os produtores e assentados

compram em farmácias, lojas de ele-

troeletrônicos, supermercados. Sem

falar nos funcionários das proprie-

dades que teriam que buscar outro

lugar para viver”, informa.

LegislaçãoNa concepção do advogado agro-

ambiental, Marcelo Feitosa, a unida-de de conservação do Parque Estadu-

al Serra Dourada foi criada de forma irresponsável pelo Estado, já que descumpriu os requisitos básicos que a constituição determina. “São neces-sários estudos prévios assim como um diagnóstico preciso de todos os que serão afetados”, resume.

Ele ressalta que ao deslumbrar um espaço ecológico, o Estado deve ter recursos para pagar a indeniza-ção à vista, em dinheiro e de acordo com o valor de mercado.

“O que mais preocupa é que eles revogaram o decreto inicial com ou-tro decreto”, afirma. Conforme ele, só uma lei ordinária pode revogar o decreto de criação do parque. O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), informa, de-termina que parques só podem ser criados se houver audiência pública e estudos que avaliem a participa-ção de todos os interessados.

Ele explica que o correto é o pro-dutor rural que se sentir lesado em virtude dessa insegurança jurídica é

buscar o poder judiciário.

26 | CAMPO Junho / 2014 www.sistemafaeg.com.br

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 26 08/08/2014 13:35:04

Page 27: 2014 06 junho1

ITARUMÃ

Comitiva visita propriedade de integrante do Balde Cheio

Michelle Rabelo | [email protected]

O empurrãozinho que faltava para quem sonha em viver do leite

Mauro acompanha atentamente a explicação do técnico na

chácara de Itarumã

Laris

sa M

elo

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 27 08/08/2014 13:35:06

Page 28: 2014 06 junho1

Deixar de ser tirador e se trans-

formar em produtor de leite.

Esse é o objetivo de Mauro Luis

Lima. Juntamente com uma comitiva,

ele foi até o município de Itarumã co-

nhecer uma propriedade leiteira na qual

se diminuiu os custos e hoje se produz

mais. Com olhos atentos ele busca in-

formações que devem ser utilizadas

para mudar a realidade da sua proprie-

dade, uma área de oito alqueires, em

Serranópolis, onde vivem 50 animais.

Mauro conta que o gado mudou, o mer-

cado evolui, e que o que ele mais preci-

sa no momento é de assistência técnica.

Para isso, Mauro diz que comprometi-

mento é sua palavra de ordem.

Na busca por essa mesma transfor-

mação, que exige dedicação e busca por

conhecimento, outras 30 pessoas – vin-

da de Serranópolis e Aporé - , além de

Mauro, visitaram a chácara de Luiz José

Machado. Desde 2013 a propriedade é

uma Unidade Demonstrativa da meto-

dologia Balde Cheio e no início do mês

de junho passado foi palco da visita or-

ganizada por várias mãos. Falaram aos

presentes o técnico regional Raí Valle de

Souza, o coordenador do Balde Cheio,

Marcos Henrique Teixeira, o supervisor

Regional do Sudoeste, Renildo Mar-

ques, e o presidente do Sindicato Rural

(SR) de Itarumã, Elson Freitas.

Durante a visita, o objetivo era apre-

sentar a propriedade aos possíveis par-

ticipantes do Balde Cheio, assim como

a situação de outras propriedades assis-

tidas. “Queremos mostrar na prática o

que é apresentado para eles na teoria.

Mostrar que dá certo. Toda essa visita

é para eles saírem daqui incentivados e

acreditarem que é possível ganhar di-

nheiro com o leite”, pontua Raí.

Para Elson Freitas, a metodologia é

um dos melhores quando o assunto é

assistência ao produtor rural em Goiás.

“Prova viva é o Luiz, que chegou a pro-

duzir 460 litros de leite por dia e que

conseguiu alcançar a 1ª meta, 400 li-

tros/dia, com 18 meses de projeto”, des-

taca. Mas para chegar até esse patamar,

o produtor precisou arregaçar as man-

gas e confiar nas instruções do técnico

responsável. Raí visita a propriedade

uma vez por mês e acompanha de perto

todo tipo de variação, como o pico de

produção que é feito a partir do que o

animal come e do que ele produz.

Luiz fez a análise e a correção do

solo, além das adubações de base,

orgânica e nitrogenada, a compra de

um tanque de expansão, silo para ar-

mazenagem de concentrado e quadro

reprodutivo. Além disso, o produtor

mudou a pastagem: hoje são 0,6 hec-

tare de Tifton 85; 0,9 de Mombaça e

1 hectare de grama Jiggs.

Mudanças que trazem a esperança

Atualmente, a chácara Nova Espe-

rança tem uma produção de 260 litros/

dia, o que resulta em uma média de

205 litros de leite diariamente. Os nú-

meros são bons, mas ainda estão lon-

ge da meta estabelecida por Raí, que é

O técnico regional Raí Valle é o responsável pela propriedade do

José LuizLaris

sa M

elo

28 | CAMPO Junho / 2014 www.sistemafaeg.com.br

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 28 08/08/2014 13:35:07

Page 29: 2014 06 junho1

de 700 litros de leite cada vez que Luiz

trocar a folhinha do calendário.

“O projeto não é só encher o bal-

de de leite. É mudar a vida do produ-

tor. A intenção é ver a cadeia do leite

crescer. Diminuir a terra e aumentar

o gado. Intensificar, produzir mais e

saber, na ponta do lápis, o que entra

na gibeira”, destaca o técnico.

O objetivo do programa é o sonho

de todo produtor de leite que se preze:

aumentar os lucros diminuindo os cus-

tos. Para participar, o produtor precisa

se adequar a quatro requisitos básicos:

fazer exames de brucelose e tuberculo-

se em todos os animais da propriedade,

deixar o local aberto à visitação, cum-

prir com o combinado junto ao técnico

responsável pela propriedade e não dar

ouvidos aos conselhos desanimadores

de vizinhos e parentes.

Tudo precisa ser devidamente ano-

tado nas tabelas que, no início, deixam

os participantes de cabelo em pé. “O

mais difícil não é mudar cerca, capim

ou animais. O difícil é mudar a gente”,

conta Luiz José.

Laris

sa M

elo

Os visitantes fizeram uma análise de cada espaço da chácara Nova Era

Luiz José e Ana na propriedade que hoje gera frutos

Laris

sa M

elo

Junho / 2014 CAMPO | 29www.senargo.org.br

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 29 08/08/2014 13:35:09

Page 30: 2014 06 junho1

COMPROMISSO SOCIAL Fr

edox

Car

valh

oFr

edox

Car

valh

o

Fred

ox C

arva

lho

Laris

sa M

elo

Se educar é uma forma de in-vestir no futuro do país, multi-plicar modos de ampliar ainda

mais esse conhecimento é uma prova de amor ao próximo. Há sete anos, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás realiza o Progra-ma Agrinho envolvendo crianças da educação infantil e do ensino fun-damental da Rede Pública em ativi-dades pedagógicas relacionadas a

temas como cidadania, meio ambien-te e responsabilidade social. Depois de conhecerem o tema de 2014 – que “Esporte, Lazer, Cidadania e Meio Ambiente” - e passarem por uma capacitação intensa, os professores participantes entram na fase de mul-tiplicação, quando transferem o que aprenderam para outros educadores e apostam em um alcance surpreen-dente.

A edição de 2014 trouxe o tema “Es-porte, Lazer, Cidadania e Meio Am-biente”, e é a partir dele que alunos e professores disputam nas catego-rias Redação, Desenho, Desenho Es-pecial, Escola Agrinho e Experiência Pedagógica. Os trabalhos de profes-sores e estudantes concorrem a prê-mios que vão de câmeras digitais a um automóvel zero quilômetro.

Professores goianos que participam do Agrinho divulgam programa por meio da multiplicação

Michelle Rabelo | [email protected]

Somando esforços, dividindo experiência e expandindo conhecimento

O professor Marcos de Souza passou foi um dos educadores que passaram pelo processo de capacitação

Brincadeiras usadas na capacitação também foram levadas para a fase da multiplicação

Os professores foram divididos em turmas para serem capacitados

A edição de 2014 do Agrinho trouxe o tema “Esporte, Lazer, Cidadania e Meio Ambiente”

30 | CAMPO Junho / 2014 www.sistemafaeg.com.br

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 30 08/08/2014 13:35:12

Page 31: 2014 06 junho1

Mar

ia d

o De

ster

ro

Laris

sa M

elo

Ao todo, 381 professores de todo o Estado compareceram às aulas da ca-pacitação, que tiveram início em 18 de fevereiro. Assim que chegam em suas cidades, eles condensam as 36 horas de aula em 12 que serão repassadas aos educadores que não participaram da capacitação. É tempo de multipli-

car! As turmas precisam ter entre 20 e 50 professores, que durante a mul-tiplicação se transformam em alunos. Em 2012 foram 2.500 capacitados que multiplicaram para 4 mil outros educadores. Em 2013 esse número em passou para 410 capacitados para 9.600 atingidos pela multiplicação e em 2014, 381 para 11.878. Os dados do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás arrancam sorrisos de todo educador que se preze: são ao todo 182 muni-cípios, 1.316 escolas – entre estadu-ais, municipais e conveniadas – e 356.340 alunos. Os números enchem de orgulho a coordenadora de ações e projetos do Senar Goiás, Maria Luiza Bretas, à frente do programa. Os multiplicadores recebem, des-de 2012, uma ajuda de custo, que na opinião de Maria Luiza é muito justa. “Eles passam a multiplicar com olhar de instrutor. É um investimento na qualidade do ensino”, conta.

Maria Luiza, porém, também destaca pontos que precisam ser melhorados. Um deles é a escrita dos professores que entregam projetos contando como fizeram para repassarem o conheci-mento e estimular os alunos a partici-parem do Agrinho. “Quando recebe-mos os projetos nos damos conta que muitos dos nossos professores fazem um trabalho diferenciado nas escolas, mas eles têm uma dificuldade homéri-ca de passar isso para o papel. Eles são ótimos na ação, mas não são tão bons na escrita”, conta. Foi aí que decidimos convidar a pro-fessora bi-campeã do Agrinho, Maria do Desterro, para ministrar palestras contando como conseguiu levar para casa dois carros zero quilômetro na área experiência pedagógica. Hoje, temporariamente fora da sala de aula e da concorrência, ela corta o estado com o objetivo de fazer com o que pro-fessor acredite que é possível ganhar um carro.

Maria do Desterro ministra palestras sobre metodologia de trabalho

Maria do Desterro levou um carro zero quilômetro com projeto Sinal Verde

Exemplo de sucesso

Junho / 2014 CAMPO | 31www.senargo.org.br

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 31 08/08/2014 13:35:14

Page 32: 2014 06 junho1

ABÓBORA CARAMELIZADA Itaberaí

SEMINÁRIO REGIONAL DE CONTABILIDADE RURALSEMINÁRIO REGIONAL DE CONTABILIDADE RURAL

Convite

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural SENAR/AR-GO e o Conselho Regional de Contabilidade têm a honra de convidá-lo para o Seminário Regional de Contabilidade Rural que acontecerá no dia 13 de agosto de 2014, em Itaberaí.

Horário: 8hData: 13/08/2014Local: Auditório do Sindicato Patronal Rural de ItaberaíRua Mestre Virgílio Esq. c/ Luiz Antônio, Centro - Itaberaí-GO

Palestrante: Israel Ferreira de Lima - Contador especialista em Direito Tributário e Controladoria, professor da UFPE, Católica/PE, CESMAC/FEJAL e FAFIRE.

8h Credenciamento8h20 Abertura 8h30 Palestra: Instituição SENAR9h Atividade Rural - Pessoa Física

12h Intervalo de Almoço13h15 Atividade Rural - Pessoa Jurídica16h45 Avaliação e certi�cação17h Encerramento

Programação:

INSCRIÇÃO GRATUITA - www.senargo.org.br - através de link: Seminário RegionalInformações: SENAR Goiás - (62) 3412-2748 ou (62) 3412-2750

Itaberaí

SEMINÁRIO REGIONAL DE CONTABILIDADE RURAL SEMINÁRIO REGIONAL DE CONTABILIDADE RURAL

Convite

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural SENAR/AR-GO e o Conselho Regional de Contabilidade têm a honra de convidá-lo para o Seminário Regional de Contabilidade Rural que acontecerá no dia 13 de agosto de 2014, em Itaberaí.

Horário: 8hData: 13/08/2014Local: Auditório do Sindicato Patronal Rural de ItaberaíRua Mestre Virgílio Esq. c/ Luiz Antônio, Centro - Itaberaí-GO

Palestrante: Israel Ferreira de Lima - Contador especialista em Direito Tributário e Controladoria, professor da UFPE, Católica/PE, CESMAC/FEJAL e FAFIRE.

8h Credenciamento8h20 Abertura 8h30 Palestra: Instituição SENAR9h Atividade Rural - Pessoa Física

12h Intervalo de Almoço13h15 Atividade Rural - Pessoa Jurídica16h45 Avaliação e certi�cação17h Encerramento

Programação:

INSCRIÇÃO GRATUITA - www.senargo.org.br - através de link: Seminário RegionalInformações: SENAR Goiás - (62) 3412-2748 ou (62) 3412-2750

Itaberaí

SEMINÁRIO REGIONAL DE CONTABILIDADE RURALSEMINÁRIO REGIONAL DE CONTABILIDADE RURAL

Convite

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural SENAR/AR-GO e o Conselho Regional de Contabilidade têm a honra de convidá-lo para o Seminário Regional de Contabilidade Rural que acontecerá no dia 13 de agosto de 2014, em Itaberaí.

Horário: 8hData: 13/08/2014Local: Auditório do Sindicato Patronal Rural de ItaberaíRua Mestre Virgílio Esq. c/ Luiz Antônio, Centro - Itaberaí-GO

Palestrante: Israel Ferreira de Lima - Contador especialista em Direito Tributário e Controladoria, professor da UFPE, Católica/PE, CESMAC/FEJAL e FAFIRE.

8h Credenciamento8h20 Abertura 8h30 Palestra: Instituição SENAR9h Atividade Rural - Pessoa Física

12h Intervalo de Almoço13h15 Atividade Rural - Pessoa Jurídica16h45 Avaliação e certi�cação17h Encerramento

Programação:

INSCRIÇÃO GRATUITA - www.senargo.org.br - através de link: Seminário RegionalInformações: SENAR Goiás - (62) 3412-2748 ou (62) 3412-2750

Itaberaí

SEMINÁRIO REGIONAL DE CONTABILIDADE RURAL SEMINÁRIO REGIONAL DE CONTABILIDADE RURAL

Convite

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural SENAR/AR-GO e o Conselho Regional de Contabilidade têm a honra de convidá-lo para o Seminário Regional de Contabilidade Rural que acontecerá no dia 13 de agosto de 2014, em Itaberaí.

Horário: 8hData: 13/08/2014Local: Auditório do Sindicato Patronal Rural de ItaberaíRua Mestre Virgílio Esq. c/ Luiz Antônio, Centro - Itaberaí-GO

Palestrante: Israel Ferreira de Lima - Contador especialista em Direito Tributário e Controladoria, professor da UFPE, Católica/PE, CESMAC/FEJAL e FAFIRE.

8h Credenciamento8h20 Abertura 8h30 Palestra: Instituição SENAR9h Atividade Rural - Pessoa Física

12h Intervalo de Almoço13h15 Atividade Rural - Pessoa Jurídica16h45 Avaliação e certi�cação17h Encerramento

Programação:

INSCRIÇÃO GRATUITA - www.senargo.org.br - através de link: Seminário RegionalInformações: SENAR Goiás - (62) 3412-2748 ou (62) 3412-2750

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 32 08/08/2014 13:35:20

Page 33: 2014 06 junho1

DELÍCIAS DO CAMPO

INGREDIENTES: 1 abóbora cabotiá média (lisa sem verrugas brancas)3 copos de açúcar1 copo de água1 pau de canela5 unidades de cravo da índia

ABÓBORA CARAMELIZADA

Leila

Del

fina

Mac

hado

/ Sh

utter

stoc

k

• Envie sua sugestão de receita para [email protected] ou ligue (62) 3096-2200

• Receita elaborada pela instrutora do Senar, Leila Delfina Machado.

Sirva quente e acompanhada de sorvete de creme, ou fria com queijo fresco.

INGREDIENTES: Lave a abóbora e fatie em pedaços no sentido do comprimento em espessura de 2 centímetros de largura. Em seguida, retire as sementes, lave os pedaços e reserve.Em uma panela grossa, coloque a metade do açúcar, o pau de canela, o cravo, a água e disponha os pedaços da abóbora com a casca verde para cima, colocando o restante do açúcar.Leve ao fogo baixo sem mexer, até formar uma calda caramelada e os pedaços de abóbora estejam cozidos.

Itaberaí

SEMINÁRIO REGIONAL DE CONTABILIDADE RURALSEMINÁRIO REGIONAL DE CONTABILIDADE RURAL

Convite

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural SENAR/AR-GO e o Conselho Regional de Contabilidade têm a honra de convidá-lo para o Seminário Regional de Contabilidade Rural que acontecerá no dia 13 de agosto de 2014, em Itaberaí.

Horário: 8hData: 13/08/2014Local: Auditório do Sindicato Patronal Rural de ItaberaíRua Mestre Virgílio Esq. c/ Luiz Antônio, Centro - Itaberaí-GO

Palestrante: Israel Ferreira de Lima - Contador especialista em Direito Tributário e Controladoria, professor da UFPE, Católica/PE, CESMAC/FEJAL e FAFIRE.

8h Credenciamento8h20 Abertura 8h30 Palestra: Instituição SENAR9h Atividade Rural - Pessoa Física

12h Intervalo de Almoço13h15 Atividade Rural - Pessoa Jurídica16h45 Avaliação e certi�cação17h Encerramento

Programação:

INSCRIÇÃO GRATUITA - www.senargo.org.br - através de link: Seminário RegionalInformações: SENAR Goiás - (62) 3412-2748 ou (62) 3412-2750

Itaberaí

SEMINÁRIO REGIONAL DE CONTABILIDADE RURALSEMINÁRIO REGIONAL DE CONTABILIDADE RURAL

Convite

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural SENAR/AR-GO e o Conselho Regional de Contabilidade têm a honra de convidá-lo para o Seminário Regional de Contabilidade Rural que acontecerá no dia 13 de agosto de 2014, em Itaberaí.

Horário: 8hData: 13/08/2014Local: Auditório do Sindicato Patronal Rural de ItaberaíRua Mestre Virgílio Esq. c/ Luiz Antônio, Centro - Itaberaí-GO

Palestrante: Israel Ferreira de Lima - Contador especialista em Direito Tributário e Controladoria, professor da UFPE, Católica/PE, CESMAC/FEJAL e FAFIRE.

8h Credenciamento8h20 Abertura 8h30 Palestra: Instituição SENAR9h Atividade Rural - Pessoa Física

12h Intervalo de Almoço13h15 Atividade Rural - Pessoa Jurídica16h45 Avaliação e certi�cação17h Encerramento

Programação:

INSCRIÇÃO GRATUITA - www.senargo.org.br - através de link: Seminário RegionalInformações: SENAR Goiás - (62) 3412-2748 ou (62) 3412-2750

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 33 08/08/2014 13:35:24

Page 34: 2014 06 junho1

CASOS DE SUCESSO

A história do jovem que só queria um emprego e acabou ganhando uma profissão

Michelle Rabelo | [email protected]

Casqueador de cavalos e conquistador de sonhos

Igor Gomes Garcez se alistou e hoje trabalha como casqueador e ferrador no Exército Brasieliro

Entende-se por aprumos a exata

direção que têm os membros

em relação ao solo, e por bem

sucedida a pessoa que consegue su-

perar dificuldades e chegar onde,

muitas vezes, além do que se imagi-

nou. A vida de Igor Gomes Garcez

envolve aprumos e muito sucesso.

Ele fez três cursos de qualificação em

busca de um emprego e acabou con-

quistando uma profissão, além da

possibilidade de sonhar alto.

O casco é a base de sustentação de

todo peso do cavalo e por isso os cui-

dados específicos precisam ser feitos

por um profissional habilitado. Igor

sabia disso e parecia prever a valori-

zação do casqueador quando procu-

rou o Serviço de Aprendizagem Rural

(Senar) Goiás para fazer um curso na

área. Hoje, é ferrador de equinos do

Exército e engrossa a lista dos casos

de sucesso, motivos de orgulho para

família, Sindicato Rural, instrutor e

toda equipe do Senar Goiás.

Igor já vinha caminhando em bus-

ca do sucesso, que para ele é “fazer o

que se gosta”. O jovem de 18 anos ha-

via acabado de terminar um curso de

auxiliar de veterinário e viu a profis-

são de casqueador como um meio de

ganhar a vida, já que falta mão de obra

especializada no mercado. A falta de

um casqueamento ou um tratamento

feito de maneira incorreta interfere na

saúde das articulações e tendões e na

qualidade da locomoção do animal.

Fred

ox C

arva

lho

que se gosta”. O jovem de 18 anos ha-

via acabado de terminar um curso de

auxiliar de veterinário e viu a profis-

são de casqueador como um meio de

ganhar a vida, já que falta mão de obra

especializada no mercado. A falta de

um casqueamento ou um tratamento

feito de maneira incorreta interfere na

saúde das articulações e tendões e na

qualidade da locomoção do animal.

via acabado de terminar um curso de

auxiliar de veterinário e viu a profis-

são de casqueador como um meio de

via acabado de terminar um curso de

auxiliar de veterinário e viu a profis-

especializada no mercado. A falta de

um casqueamento ou um tratamento

feito de maneira incorreta interfere na

saúde das articulações e tendões e na

qualidade da locomoção do animal.

especializada no mercado. A falta de

um casqueamento ou um tratamento

feito de maneira incorreta interfere na

saúde das articulações e tendões e na

qualidade da locomoção do animal.

que se gosta”. O jovem de 18 anos ha-

via acabado de terminar um curso de

auxiliar de veterinário e viu a profis-

são de casqueador como um meio de

ganhar a vida, já que falta mão de obra

especializada no mercado. A falta de

um casqueamento ou um tratamento

zação do casqueador quando procu-

rou o Serviço de Aprendizagem Rural

(Senar) Goiás para fazer um curso na

área. Hoje, é ferrador de equinos do

Exército e engrossa a lista dos casos

zação do casqueador quando procu-

rou o Serviço de Aprendizagem Rural

(Senar) Goiás para fazer um curso na

área. Hoje, é ferrador de equinos do

Exército e engrossa a lista dos casos

de sucesso, motivos de orgulho para

Exército e engrossa a lista dos casos

(Senar) Goiás para fazer um curso na

área. Hoje, é ferrador de equinos do

Exército e engrossa a lista dos casos

de sucesso, motivos de orgulho para

família, Sindicato Rural, instrutor e

quistando uma profissão, além da

O casco é a base de sustentação de

nou. A vida de Igor Gomes Garcez

envolve aprumos e muito sucesso.

Ele fez três cursos de qualificação em

busca de um emprego e acabou con-

quistando uma profissão, além da

possibilidade de sonhar alto.

O casco é a base de sustentação de

todo peso do cavalo e por isso os cui-

dados específicos precisam ser feitos

Ele fez três cursos de qualificação em

busca de um emprego e acabou con-

quistando uma profissão, além da

O casco é a base de sustentação de

quistando uma profissão, além da

possibilidade de sonhar alto.

O casco é a base de sustentação de

todo peso do cavalo e por isso os cui-

Ele fez três cursos de qualificação em

busca de um emprego e acabou con-

quistando uma profissão, além da

O casco é a base de sustentação de

todo peso do cavalo e por isso os cui-

quistando uma profissão, além da

possibilidade de sonhar alto.

O casco é a base de sustentação de

todo peso do cavalo e por isso os cui-

em relação ao solo, e por bem

direção que têm os membros

em relação ao solo, e por bem

sucedida a pessoa que consegue su-

perar dificuldades e chegar onde,

Eem relação ao solo, e por bem

sucedida a pessoa que consegue su-sucedida a pessoa que consegue su-

perar dificuldades e chegar onde,

muitas vezes, além do que se imagi-

ntende-se por aprumos a exata

direção que têm os membros

em relação ao solo, e por bem

sucedida a pessoa que consegue su-

perar dificuldades e chegar onde,

muitas vezes, além do que se imagi-

rou o Serviço de Aprendizagem Rural

(Senar) Goiás para fazer um curso na

área. Hoje, é ferrador de equinos do

Exército e engrossa a lista dos casos

de sucesso, motivos de orgulho para

família, Sindicato Rural, instrutor e

toda equipe do Senar Goiás.

Igor já vinha caminhando em bus-

ca do sucesso, que para ele é “fazer o

A história do jovem que só queria um emprego e

conquistador de sonhosA história do jovem que só queria um emprego e A história do jovem que só queria um emprego e

34 | CAMPO Junho / 2014 www.sistemafaeg.com.br

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 34 08/08/2014 13:35:27

Page 35: 2014 06 junho1

Fred

ox C

arva

lho

Igor Gomes Garcez se alistou e hoje trabalha como casqueador e ferrador no Exército Brasieliro

Paixão antiga

Igor conta que seu amor por ca-

valos vem de muito tempo. “Sempre

que meu pai ia para fazenda eu ia

com ele. Olhava os cavalos e sabia

que queria trabalhar com aquilo. Eu

mesmo tinha meus cavalos e preci-

sava pagar para cuidarem deles”. De-

cidido, Igor procurou, em setembro

de 2013, o Sindicato Rural (SR) de

Luziânia, município onde mora, para

saber mais sobre o curso - tipo For-

mação Profissional Rural (FPR) – de

Doma Racial de Equinos.

Em seguida fez o curso de Ferrage-

amento e para o de Casqueamento foi

um pulo. Neste último, junto com ele,

outros 15 participantes maiores de 18

anos, alfabetizados e cheios de boa

vontade passaram 16 horas estudan-

do a anatomia do casco, a elaboração

e a aplicação da pasta, a forma correta

de higienização do local, além outros

pontos que foram surgindo na inte-

ração entre o instrutor Carlos Vieira

Ferrari e participantes.

Segundo o mobilizador do SR, Mar-

cos Paulo Batista, é muito gratificante

acompanhar um aluno como Igor, “que

se destaca e dá certo”. Ele conta que o

desejo do SR é ver o participante estabe-

lecido financeiramente devido ao curso

promovido à várias mãos. “Quando a

pessoa evolui tenho a sensação de de-

ver cumprido. É muito bom saber que

fiz parte daquela história de sucesso. E o

Igor é, sem dúvida, um caso de sucesso”. Depois que concluiu o curso no

Senar Goiás, Igor começou a trabalhar como casqueador, cuidando de animais dos amigos. A fama de bom casqueador se espalhou rápido e o jovem que sonha-va apenas em ter um emprego chegou ainda mais longe: no Exército Brasileiro.

Ao se alistar ele mostrou seus cer-tificados e falou sobre sua paixão pe-los animais. Foi aí que conseguiu ser chamado como casqueador e ferrage-ador, cargo que ocupa há quase cinco meses. Hoje, ele comemora em dobro e contabiliza os rendimentos gerados pela profissão. Os planos futuros? Continuar na trilha do sucesso: fazer o que gosta, viver disso e não parar de se qualificar tão cedo.

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 35 08/08/2014 13:35:28

Page 36: 2014 06 junho1

EM JUNHO, O SENAR GOIÁS PROMOVEU

408 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL* 80 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*

4.012 PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

44 168 10 02 09 14 117 44 36 04 02 07 31 0

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

Na área de

extrativismo

Em

agroindústria

na área de

aquicultura

na área de

pecuária

extrativismo

Em

atividades

relativas à

prestação

de

serviços

Alimentação

e nutrição

Organização

comunitária

Saúde e

alimentação

Prevenção de

acidentes

Artesanato Educação para

consumo

CURSOS E TREINAMENTOSSh

utter

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 36 08/08/2014 13:35:31

Page 37: 2014 06 junho1

EM JUNHO, O SENAR GOIÁS PROMOVEU

408 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL* 80 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*

4.012 PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

44 168 10 02 09 14 117 44 36 04 02 07 31 0

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

Na área de

extrativismo

Em

agroindústria

na área de

aquicultura

na área de

pecuária

extrativismo

Em

atividades

relativas à

prestação

de

serviços

Alimentação

e nutrição

Organização

comunitária

Saúde e

alimentação

Prevenção de

acidentes

Artesanato Educação para

consumo

Para outras informações sobre treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar Goiás entre em

contato pelo telefone (62) 3412-2700 ou pelo site www.senargo.org.br

Para colher bons frutos da porteira para fora é preciso, além de se organizar, se capacitar e ter

espírito empreendedor, saber administrar da por-teira para dentro. Pensando nisso, além das capa-citações mais voltadas às atividades do campo, o Serviço de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás ofe-rece cursos de conhecimentos básicos sobre Admi-nistração de Propriedades Rurais, dos tipos Empresa Rural e Economia Familiar, destinado a produtores e trabalhadores rurais interessados na gestão das propriedades, análise financeira e conhecimento dos fatores primordiais para as tomadas de decisões.

Esses treinamentos de Formação Profissio-nal Rural (FPR) têm duração (carga horária) de 24 horas durante as quais 16 alunos estudam temas ligados ao melhor modo de tomar decisões e ana-lisar a rentabilidade da propriedade, levando em considerações os gastos, os investimentos e os projetos do dono da terra. Ao todo, desde 2002 – quando o curso foi criado – 19.244 pessoas já participaram do treinamento.

Compõem os conteúdos programáticos dos cursos a importância da agropecuária e da ad-ministração rural, a forma correta de elaborar

Administrar da porteira para dentro, colher bons

resultados da porteira para fora

Michelle Rabelo | [email protected]

um inventário patrimonial, quais são as áreas e a função da administração no campo e como fazer o controle de custos de produção e a organiza-ção social rural, que é dividida entre associati-vismo, cooperativismo e sindicalismo.

No treinamento de Empresa Rural, os partici-pantes aprendem quais são as características e as mudanças na administração rural. Entre os as-suntos: qual a definição de empresa e empresário, como fazer orçamentos e fluxo de caixa, como co-mercializar de forma vantajosa e, por fim, como planejar o sistema de exploração e tomar decisões.

O curso de Administração de Propriedade Ru-ral tipo Economia Familiar traz ainda conhecimen-tos sobre a história da agricultura familiar e con-ceitos específicos de administração rural. Ambos os treinamentos são devidamente certificados e para isso, o participante deve ter no mínimo 80% de presença e rendimento satisfatório.

*Cursos promovidos entre os dias 26 de abril a 25 de maio

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 37 08/08/2014 13:35:33

Page 38: 2014 06 junho1

CAMPO ABERTO

Hoje o Estado de Goiás tem a maior parte de suas

áreas produtivas consolidadas sendo que boa

parte delas foi constituída décadas atrás. Além

disso, o mundo vive uma constante demanda

por alimentos, impulsionada pelo aumento da

renda das populações, o aumento da expectativa

de vida e o fato de que a cada dia nascem cerca

de 120 mil crianças no mundo. Nesse contexto, o

Brasil precisou de um grande diferencial, e, nas

últimas décadas, teve seu aumento de produção

devido à aplicação da tecnologia. Conseguimos,

com isso, garantir o crescimento de 120 milhões

de toneladas em uma mesma área produtiva.

A irrigação é uma destas tecnologias que faz

com que Goiás aumente a sua produtividade

agropecuária e produza durante o ano todo, con-

tribuindo no atendimento da demanda crescente

por alimentos. Visto isso, é importante deixar

claro que a irrigação não interfere em abaste-

cimento público, já que a água não é usada de

forma indiscriminada. Isto porque, a utilização

depende de autorização da Secretaria de Meio

Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh).

A Lei Federal Nº 9.433, conhecida como a Lei das

Águas foi estabelecida prevendo o uso múltiplo

dos recursos hídricos. Dessa forma, todos os

usuários têm direito e acesso ao uso da água,

concedido por meio de outorgas, expedidas pe-

los órgãos de regulação destes recursos. Segun-

do a lei, os Estados são os responsáveis pela ges-

tão dos recursos hídricos em seu domínio, e nos

casos de rios que cruzam mais de um estado, a

gestão é da Agência Nacional de Águas (ANA). A

lei também determina que, em caso de escassez

de água, o uso prioritário é do abastecimento

humano, garantindo desta forma o abasteci-

mento das cidades.

No caso da grande maioria dos pivôs do Estado

de Goiás a captação não é feita diretamente dos

mananciais, mas sim de captações em reservató-

rios. Esses reservatórios são construídos para o

acúmulo de água das chuvas, disponibilizando-a

para as necessidades humanas (usos múltiplos)

na época da escassez hídrica, inclusive para a

irrigação. Isso nos mostra que a irrigação utiliza

de forma racional os recursos hídricos, amplian-

do a eficiência produtiva e contribuindo para a

sustentação dos sistemas hídricos do estado e

do país, merecendo uma correta gestão por par-

te do poder público.

Jordana Sara é

engenheira agrônoma

e consultora técnica do

Senar Goiás para a área

de Meio Ambiente

Laris

sa M

elo

Jordana Sara | [email protected]

Pivô: tecnologia necessária e feita de forma consciente

38 | CAMPO Junho / 2014 www.sistemafaeg.com.br

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 38 08/08/2014 13:35:35

Page 39: 2014 06 junho1

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 39 08/08/2014 13:35:38

Page 40: 2014 06 junho1

LAY 2577 B FAEG REVISTA CAMPO JUNHO CAN 07 2014_am.indd 40 08/08/2014 13:35:39