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20/09/2011 174 XIX 2ª Edição * Pacote vai aumentar receita do Estado em R$ 800 milhões - p. 02 * Pirataria avança e chega a 52% dos brasileiros- p. 08

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20/09/2011174XIX

2ª Edição

* Pacote vai aumentar receita do Estado em R$ 800 milhões - p. 02

* Pirataria avança e chega a 52% dos brasileiros- p. 08

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estado de mInas - P. 2 - 20.09.2011

estado de mInas - P. 7 - 20.09.2011

PrefeitoRicardo Alexan-

dreLi a matéria “Pre-

feito defende nomea-ção do filho e critica ação do MPE” (Políti-ca, 16.9). Lamentável: Marcio Lacerda mostra falta de ética e compro-misso para com o servi-ço público. Trata Belo Horizonte como se fos-se uma empresa voltada a lhe dar lucros. Esque-ce que deve o agente público fazer o que a lei determina e que des-sa sua “empresa”, sr. Marcio, eu sou sócio e estou achando péssima sua administração.

o temPo - P. 20 17.09.2011do LeItoR

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santa LUZIa Justiça determina ações para reduzir impactos no trânsito no Centro Histórico da cidade

Veto a carga pesada

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PEDRO GROSSI O governo de Minas

Gerais detalhou ontem as medidas sugeridas pela Secretaria de Estado da Fa-zenda (SEF) para aumen-tar a arrecadação e deixar o Estado menos vulnerável a crises externas. O conjun-to de propostas, que nesta semana começa a tramitar na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), vai da criação de taxas para o setor mineral à redução de impostos de setores es-tratégicos. A projeção do Estado é que, por ano, o aumento na receita seja de R$ 800 milhões.

A principal e mais polêmica medida contida no projeto de lei é a cria-ção da Taxa de Fiscaliza-ção de Recursos Minerais (TFRM). A proposta é co-brar R$ 2,18 (correspon-dente a uma Unidade Fiscal do Estado de Minas Gerais - Ufemg) por cada tonela-da de minério não proces-sado em Minas Gerais. A estimativa do governo é de que a taxa incida em cerca de 200 milhões de tonela-das de minério exportado por Minas sem beneficia-mento. No primeiro ano, a arrecadação com o novo tributo seria de R$ 450 mi-lhões, ou cerca de quatro vezes mais o que o gover-no do Estado arrecadou no último ano com a Com-pensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), que foi aproximadamente R$ 106 milhões.

As empresas Vale, Ferrous, Samarco e An-gloAmerican foram pro-curadas para falar sobre o

o temPo - P. 8 - 20.09.2011Medidas.Governo mineiro cria taxa para mineradoras e amplia ICMS sobre cigarro, mas isenta do feijão

Pacote vai aumentar receita do Estado em R$ 800 milhõesAções pretendem proteger Minas de uma possível crise econômica mundial

assunto, mas responderam, por meio de suas assessorias, que não fariam comentários, uma vez que se trata de um projeto ainda em trâmite na Assem-bleia. Esta também foi a res-posta do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

Defensor do aumento dos tributos para as mineradoras, o presidente da Associação Nacional dos Municípios Mi-neradores (ANMM) e prefeito de Congonhas, no Campo das Vertentes, Anderson Cabido, criticou a medida. “Por que o Estado não ficou ao nosso lado na briga pelo aumento da Cfem? Criou um tributo que

enfraquece a luta dos municí-pios e cria um fundo que terá uso político”, disparou.

Consumo. A proposta tam-bém contém ajustes nas alíquo-tas do Imposto Sobre Circula-ção de Mercadorias e Serviços (ICMS). Como a legislação brasileira não permite altera-ções tributárias que impliquem em diminuição da arrecadação, foi preciso subir a alíquota de alguns produtos para que hou-vesse a redução de outros.

O projeto de lei prevê a isenção do imposto em ítens populares, como feijão e ma-teriais de construção, e o au-mento da tributação em artigos

considerados supérfluos, como armas, cigarros e bebidas. O etanol teve redução de 22% para 19%, enquanto o óleo die-sel, como medida compensató-ria para evitar perda de receita, passou de 12% para 15%.

EvoluçãoFolha. Em 2003, Minas

Gerais gastou R$ 9,3 bilhões com pessoal. Em 2011, a pre-visão é de R$ 23,8 bilhões, alta de 155%.

Arrecadação. Com o ICMS, Minas arrecadou em 2010 R$ 26,2 bilhões. Para 2011, a expectativa é de arre-cadar R$ 28,3 bilhões. Alta de 8%.

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ANA CLARA OTONIUma oração fervorosa finalizada com um sopro é a

nova promessa de emagrecimento instantâneo de um pastor de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. Pelo me-nos 60 pessoas teriam testado o exercício de fé na 1ª Igreja do Evangelho Quadrangular da cidade, durante os cultos do líder religioso Flamarion Rolando. O ritual consiste na con-vocação de grupos de três a cinco fiéis, acima do peso, até o altar do templo para uma reza. No fim do ritual, Rolando sopra os participantes.

O funcionário da igreja Raí Campos Malta, 19, garante que a prece funciona para quem acredita no poder da oração. Mas não é feita para quem quer ficar com o corpo sarado. Para receber o privilégio, de acordo com Malta, as pessoas são selecionadas “a dedo” pelo pastor. “Não é para a pessoa ficar bonita como a Gisele Bündchen, mas pra tratar da saú-de”, afirmou.

O pastor Fausto França, da Igreja do Evangelho Qua-drangular, em Varginha, no Sul de Minas, confirma o “mila-gre” conseguido pelo colega. França afirmou já ter presen-ciado o emagrecimento de uma mulher atendida pelas preces de Rolando. “Precisaram arrumar roupas para ela ir embora. Parece que Deus deu um corpo novo a ela”, contou.

Rolando atua há nove anos na 1ª Igreja do Evangelho Quadrangular e, segundo funcionários do local, o suposto

sucesso da oração teria inspirado pastores de outras cidades a usarem a fórmula da perda de peso com seus fiéis. “Numa outra igreja, dizem que um homem caiu e, quando levantou, tinha emagrecido 30 kg”, contou Malta.

O pastor Flamarion Rolando foi procurado pela repor-tagem, mas informou, por meio de um colega da igreja do Vale do Rio Doce, que não teria interesse em falar sobre o assunto. descRença

O médico João Gabriel Marques Fonseca, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ironizou a iniciativa do líder religioso afir-mando que a única chance de uma pessoa perder peso ins-tantaneamente é se ela cortar um pedaço do corpo. “Não há como o corpo manipular gordura de uma forma tão rápida. Um piloto de Fórmula 1, por exemplo, pode perder até cinco quilos durante uma corrida”, explicou o médico, que há 35 anos acompanha pacientes com obesidade.

Para o especialista, o que acontece com frequência é a pessoa perder peso a partir da sugestão de alguém em quem confia. “Muitas pessoas, independente do ritual, aceitam o conselho de um amigo, de um pastor ou de um médico e passa a comer menos, reduzir a sua ansiedade e se exercitar. Aí sim, ela pode emagrecer”, afirmou o médico.

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E não é só a oração para perder peso que tem atraído os fiéis para a 1ª Igreja do Evangelho Quadrangular de Governador Valadares. No local há também oração para cura do vício de drogas e para pes-soas endividadas. Segundo o funcionário da igreja Raí Malta, 19, o pastor “apaga a memória das pessoas”. “A pessoa viciada chega na igreja e fala do vício. Depois que o pastor ora, ela esquece. Tem gente que jura na frente da família que nunca fumou, nunca usou droga nenhuma”, contou.

Os fiéis que estão “na lama”, como o funcionário explicou, recebem uma oração para saírem da sarjeta. “Nunca tinha visto em nenhum lugar. Gente que emagrece, vi-ciado que se cura e endividado que sai da lama. É muita fé”, afirmou Malta.

Um outro pastor da igreja Quadran-gular do município do Vale do Rio Doce, Elias de Jesus, jura que os milagres acon-tecem, mas sabe que existem pessoas que não acreditam. “Muita gente maliciosa diz que os milagres são truques. Hoje, temos que ter cuidado até com a própria sombra”, disse. (ACO)

“Pastor da dieta” foi denunciado pelo MPF por crimes tributários

O pastor Flamarion Rolando, da 1ª Igreja Quadrangular de Governador Va-ladares, no Vale do Rio Doce, foi investi-gado em 2008 por crimes contra a Receita Federal. Acionado pelo órgão, o Ministé-rio Público Federal (MPF) informou que acompanha desde o primeiro semestre des-te ano, o pagamento do parcelamento de uma dívida do líder religioso com o Fisco.

Na Igreja Templo dos Anjos, no bairro Barroca, na região Oeste da capital, onde a oração do emagrecimento instantâneo também é colocada em prática, o pastor do templo Jerônimo Onofre da Silveira tam-bém já foi alvo de investigação. Em 2006, o Ministério Público denunciou Silveira pelos crimes de desvio e lavagem de di-nheiro e formação de quadrilha.

De acordo com uma funcionária da igreja da capital, um pastor teria sido bene-ficiado pelo milagre. “O pastor Fernando emagreceu demais com a oração!”, con-tou a secretária da igreja Isabella Taborda. (ACO)

Milagre.Durante culto, pastor de igreja, em Governador Valadares, garante emagrecimento instantâneo

Oração promete perda de pesoPelo menos 60 fiéis teriam testado o ritual oferecido pelo líder religioso

cura

Vício e dívida também são alvo de cultosIpatinga

A Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt) reali-zará em Ipatinga, no dia 24 de setembro, a segunda edição do Encontro Regional de Comuni-cação. O evento reunirá radio-difusores, além de comunicado-res e jornalistas do Vale do Rio Doce e de outras regiões, para um grande debate sobre a comu-nicação e a radiodifusão nacio-nal nos dias atuais. O encontro será realizado no Hotel Panora-ma, de 9h às 18h, e terá a par-ticipação da Anatel, Ministério das Comunicações, Ministério Público, além dos principais for-necedores de equipamentos para televisão e rádio do Brasil.

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Por Maíra Magro | De BrasíliaUma pesquisa do Fórum de Departamentos Jurídicos (FDJur)

avaliou a percepção de 81 advogados de grandes empresas a respeito do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Dos participantes, 95% de-fenderam a existência de um órgão de controle externo dos tribunais brasileiros. Entre as justificativas estão a necessidade de “transparên-cia”, “aprimoramento do Poder Judiciário”, “evitar abusos e desvios de conduta”, e “ajudar na identificação dos problemas e propor solu-ções”.

A maioria se mostrou favorável à possibilidade do CNJ abrir pro-cessos contra magistrados. Perguntados se o conselho deve ou não ser competente para punir juízes, 87% disseram que “sim, diretamente”, enquanto 8% responderam que “não”. Outros 5% opinaram que “sim, mas a competência deve ser subsidiária” - ou seja, o CNJ só poderia atuar depois de esgotadas as funções das corregedorias locais.

A necessidade de evitar o corporativismo foi a principal justi-ficativa dos que defenderam a atuação direta do CNJ nas questões disciplinares. “O corporativismo obscurece o senso de justiça quando os magistrados são julgados por seus pares vizinhos de gabinete”, dis-se um participante. “Controle externo não pode ser confundido com controle interno”, afirmou outro.

Já os que defenderam a atuação prévia das corregedorias argu-mentaram, entre outras questões, a necessidade de um “duplo grau de jurisdição” nos processos contra juízes. Um advogado respondeu que “a Justiça deve ter a chance de expurgar a casa e punir seus membros antes de sofrer ingerência externa”. Para os que entendem que o CNJ não deve ter a função de punir magistrados, “já existem leis e regula-mentos suficientes para tratar disso” e o conselho “não deve ser um outro poder”.

Oitenta e quatro por cento dos participantes entenderam que, se o CNJ só for autorizado a atuar depois de esgotadas as funções das

corregedorias, ele “terá reduzida sua função de controle e esvaziará suas atividades”. Além disso, 72% dos advogados ouvidos conside-ram o órgão eficiente ou muito eficiente, e 22%, pouco eficiente.

O FDJur é formado por 460 advogados de departamentos jurídi-cos de empresas, com o objetivo de promover discussões e pesquisas na área jurídica. Neste caso, a enquete também ouviu sócios de escri-tórios especializados em direito empresarial. “O que mais chamou a atenção foi o anseio de que o CNJ tenha poder suficiente para fazer uma coisa que não estava sendo feita antes de sua criação”, afirmou o presidente do FDJur, o advogado José Nilton Cardoso de Alcantara.

A pesquisa foi realizada num momento em que a competência do CNJ para abrir procedimentos administrativos contra juízes é ques-tionada. Magistrados condenados pelo conselho, a penas que variam de advertência a aposentadoria compulsória, recorrem ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a anulação das decisões. O STF ainda não julgou a discussão no mérito, mas já concedeu liminares suspendendo decisões do CNJ, por entender que os processos contra juízes deveriam tramitar primeiro nas corregedorias locais. A Advoca-cia-Geral da União defende o CNJ atualmente em pouco mais de 1,5 mil processos no STF - mas nem todos estão relacionados a questões disciplinares.

Paralelamente, tramitam no Congresso duas propostas de emen-da à Constituição para mudar a composição do conselho. Uma delas, feita em 2008 pelo então deputado Celso Russomano (PP-SP), prevê a fusão do CNJ com o Conselho Nacional do Ministério Público. A outra, apresentada em 2009 pelo então deputado Regis de Oliveira (PSC-SP), aumenta o número de conselheiros de 16 para 23, am-pliando a quantidade de representantes de juízes e desembargadores. Oliveira argumenta que a participação dos juízes estaduais deve ser ampliada, pois as Cortes dos Estados são responsáveis por 80% da movimentação do Judiciário.

VaLoR econômIco - sP - conamP - 20.09.2011

Advogados defendem julgamentos do CNJ

STF pode derrubar poder do CNJ e blindar juízes Supremo julga amanhã processo da Associação dos Magistrados que pede o fim de resolução que dá poder de investigação ao conselhoBRASÍLIA Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) podem,

nesta quarta-feira, 21, fulminar o poder do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para investigar e coibir irregularidades praticadas pelos juízes de todo o País. A Associação dos Magistrados Brasi-leiros (AMB) quer derrubar uma resolução do conselho que regula e uniformiza os processos disciplinares contra os magistrados. A AMB quer amordaçar, principalmente, o poder da corregedoria do CNJ.

O processo é relatado pelo ministro Marco Aurélio Mello, um crítico da atuação do CNJ. A depender do resultado do jul-gamento do Supremo, a Corregedoria Nacional de Justiça pode perder a competência de investigar e punir magistrados antes que eles sejam processados pelas corregedorias dos tribunais locais. Os desembargadores que integram os tribunais poderiam proteger os colegas das denúncias sem que o Conselho Nacional de Justiça possa investigar os casos.

A AMB argumenta que o CNJ só pode avocar os processos já instaurados pelas corregedorias dos tribunais locais. Integrantes da Corregedoria Nacional ponderam que dar poder absoluto aos tribunais será prestigiar o corporativismo e a consequência poderá ser o arquivamento sumário de denúncias contra os desembarga-dores em decisões corporativistas.

As inspeções feitas pela Corregedoria Nacional nos últimos anos mostram ser comuns os exemplos de corporativismo e le-

niência dos tribunais e das corregedorias nos Estados. Em 2009, por exemplo, o CNJ afastou liminarmente de suas funções o cor-regedor-geral do Amazonas, desembargador Jovaldo dos Santos Aguiar. O desembargador era suspeito de paralisar indevidamente os processos disciplinares abertos contra os colegas.

A resolução do conselho, conforme a AMB, cria a possibi-lidade de recursos ao CNJ contra decisões dos corregedores dos tribunais locais que engavetem processos contra os magistrados suspeitos de irregularidades. De acordo com a Associação dos Magistrados, a legislação atual não estabelece a possibilidade de recurso contra a decisão do tribunal que rejeita a instauração de processo disciplinar.

contestaçõesOs advogados que contestam a decisão do CNJ argumentam

também que a resolução estabelece indevidamente a possibilida-de de juízes serem compulsoriamente aposentados sem receberem subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço, como ocorre hoje.

O texto da resolução do CNJ determina ainda que as penas de censura e de advertência sejam de conhecimento público. Define que também sejam públicos o processo administrativo e o julga-mento dos magistrados. Em contrapartida, a AMB argumenta que a Lei Orgânica da Magistratura estabelece que as sanções e os pro-cessos devem ser reservados.

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dIáRIo do coméRcIo - P. 25 - 20.09.2011

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Rio de Janeiro. A procura por produtos piratas aumen-tou neste ano. Em um universo de mil entrevistados em nove regiões metropolitanas do país pela Fecomércio-RJ/Ipsos em agosto, 52% dos pesquisados informaram ter comprado ou consumido algum produto pirata em 2011. Este percen-tual ficou acima dos 48% apurados na última pesquisa, em agosto de 2010, e foi o maior desde o início da pesquisa em 2006.

O motivo apontado por 94% dos entrevistados que ad-mitiram consumo de produto pirata foi preço mais barato, de acordo com o economista da Fecomércio-RJ, Christian Travassos. Travassos destaca que foi a primeira vez que o levantamento, realizado anualmente, apurou mais da metade dos pesquisados admitindo compra de itens piratas. “Esta-mos com mercado interno muito aquecido. E este consumo não abrange somente produtos legais”, afirmou.

Na avaliação do especialista, a ascensão das faixas de renda mais baixas às classes de poder aquisitivo mais ele-vado, na prática, não mudou hábitos de consumo. Portanto, o mesmo consumidor que antes comprava produtos piratas por serem mais baratos continua com a mesma postura mas,

desta vez, com mais poder de compra.Isso pode ser confirmado nos dados do levantamento di-

vidido por faixas de renda. Entre os consumidores das clas-ses A e B consultadas, 57% admitiram compra de produto pirata neste ano frente a 47% da mesma faixa de renda no ano passado. Entre os produtos mais procurados estão CDs e DVDs, respectivamente lembrados por 81% e 76% dos en-trevistados este ano.FLasH

Combate. Desonera-ção tributária e combate ao comér-cio ilegal são apontados pela Fecomércio/RJ como formas mais eficientes de reduzir as vendas piratas.

Internet tem mais fraude O internauta brasileiro está acima da média mundial em

baixar conteúdo como música, filmes e games de sites grátis e ilegais de acordo com pesquisa da KPMG. O levantamento aponta que 64% dos internautas do mundo usam esse tipo de conteúdo ilegal; no Brasil, são 73%. A pesquisa mostra ainda que em países emergentes como Brasil, China, Índia e Rús-sia, o usuário estaria mais dispostos a pagar por conteúdo online do que em países ricos. (Da Redação)

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cont... Isto é - P. 62 e 63 - 20.09.2011

Metade.Pela primeira vez, índice passa da marca de 50%

Pirataria avança e chega a 52% dos brasileirosCDs e DVDs são os campeões de venda; classes A e B são as que mais compram

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Marcus Pestana - Deputado federal, presidente do PSDB-MG

De maneira geral, todos acompa-nhamos a atual paralisação parcial dos professores com sentimentos contradi-tórios. Se nenhuma outra categoria mo-biliza mais o respeito e o afeto de cada um de nós, é impossível não reconhe-cer que a greve, de já longos três me-ses, prejudica milhares de alunos e seus pais e mães e há muito deixou de ser um instrumento legítimo de defesa dos interesses do magistério para se trans-formar em uma ferramenta que serve à luta política, que de um lado coloca o PT e o seu braço sindical, a CUT, e do outro o PSDB, que ocupa hoje o gover-no do Estado.

Nesse cenário de lamentável en-frentamento, algumas perguntas conti-nuam sem as respostas, que a socieda-de mineira merece conhecer. Algumas delas se impõem especialmente agora, quando a Justiça acolheu a liminar pe-dida pelo Ministério Público Estadual e decretou a ilegalidade da greve e a di-rigente do Sind-UTE/MG informa que não cumprirá a decisão da Justiça, já que, num entendimento bastante pró-prio da lei, entende que não é obrigada a cumprir decisões liminares da Justiça.

Sem entrar no mérito do que signi-ficaria para o país se todos os brasileiros decidissem que não precisam cumprir liminares decididas pela Justiça, per-gunto: 1. Se a CUT está tão preocupada com a remuneração dos professores, por que não patrocina greves dessa extensão em outros estados governados pelo PT e que pagam salários mais baixos aos professores do que os que são pagos em Minas?

2. Se o PT tem realmente com-promisso com os professores, por que não resolve o que está ao seu alcance? É bom lembrar que há 110 dias – sem que a imprensa tenha se interessado por isso –, profissionais das universidades

federais e das escolas técnicas federais estão em greve por melhores salários. O governo federal – do PT – foi à Justi-ça pedir a ilegalidade do movimento e já descartou qualquer reajuste salarial para 2011 e 2012. Infelizmente, a presi-dente Dilma ainda não teve tempo para recebê-los.

3. No acordo que pôs fim à greve dos professores do ano passado, e que também trouxe enormes transtornos para os mineiros, o governo do Estado concordou em pagar antecipadamente as horas de trabalho que seriam poste-riormente repostas pelo sindicato. No entanto, o Sind-UTE/MG não cumpriu a sua parte e mais de um milhão de ho-ras de trabalho – pagas -– deixaram de ser repostas. Isso é compromisso com a educação?

4. Por que, em vez de fazer suas manifestações em locais que não pena-lizem a população, o sindicato escolhe sempre os horários e locais de maior trânsito? Por que os direitos de quem participa de um movimento sindical valem mais que os direitos de um tra-balhador de chegar em casa depois de um cansativo dia de trabalho? Ou de uma mãe que precisa buscar um filho ou chegar a um hospital? Por que essas manifestações não podem ser feitas em locais e horários que respeitem os direi-tos dos outros e onde teriam a mesma cobertura da imprensa?

São várias as perguntas. Mas mui-ta gente já está chegando a uma mesma conclusão: nem sempre os interesses dos dirigentes do Sind-UTE/MG são os mesmos dos professores em cujo nome dizem agir. A baixa adesão ao movi-mento (apenas 8% dos professores ade-riram à paralisação) mostra que, antes de nós, foram os próprios professores que perceberam isso. No mais, perma-nece a necessidade de o país como um todo buscar uma forma concreta de va-lorizar a atuação dos profissionais da educação. Eles merecem.

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Perguntas e respostas sobre a greve

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Numa iniciativa sem precedentes, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo tentou converter a Corte responsá-vel pela aplicação da legis-lação eleitoral no Estado em instrumento de lobby e pro-paganda, ao recomendar aos juízes eleitorais que distribu-am a 290 prefeituras paulistas exemplares de uma cartilha e cópias de DVDs sobre progra-mas de coleta seletiva de lixo produzidos por uma empresa privada. A recomendação foi feita em agosto, durante um evento convocado para discu-tir formas de coibir doações irregulares em campanhas eleitorais.

A empresa é de proprie-dade de um consultor do TRE que, além de acumular a fun-ção de diretor de meio am-biente da prefeitura de Franco da Rocha, foi contratado pelo TRE para fazer a cartilha e ministrar palestras para ajudar os juízes eleitorais a se “cons-cientizarem” da importância dos programas de coleta se-letiva de lixo e estimulá-los a persuadir prefeitos a firmar “convênios” com empresas privadas especializadas.

A iniciativa do TRE, to-talmente alheia às funções da Justiça Eleitoral, foi justifica-da pelo presidente da Corte, desembargador Walter de Al-meida Guilherme, com um ar-gumento absolutamente des-cabido. Ele alegou que, como os municípios brasileiros terão de se adequar ao Plano Nacional de Resíduos Sóli-dos a partir de 2012, os juízes eleitorais paulistas poderiam

“contribuir” para a implanta-ção dos serviços de coleta de lixo nos municípios sob sua jurisdição. “O juiz é um difu-sor de ideias. Não custa nada distribuir a cartilha. É ação de responsabilidade social”, dis-se ele.

Além de corresponder a uma “responsabilidade mo-ral”, para o presidente do TRE, a participação da ma-gistratura na propaganda “aproxima o Judiciário da cidadania”. “Convoquei os juízes” - diz o desembargador Almeida Guilherme - “porque esse aspecto da coleta é muito ligado à cidadania. O Tribunal deve ser difusor dos direitos e deveres do cidadão. O papel do juiz não é apenas no gabi-nete, queremos um Judiciário mais próximo da cidadania.” Esqueceu-se o presidente do Tribunal que magistrados são aplicadores do direito positi-vo, e não vendedores de ser-viços e difusores de projetos de empresas particulares.

O presidente do TRE confessa ainda que, apesar de não ter imposto a distribuição da cartilha e dos DVDs como uma obrigação, sugeriu aos seus subordinados que cha-massem os prefeitos “para falar do interesse da Justiça nessa questão”.

Disse que não estava pre-ocupado com eventuais ações por improbidade administra-tiva que o Ministério Público poderia impetrar. E alegou que a relação dos juízes com a empresa e com os prefeitos não seria comercial, mas ins-titucional.

Por sua vez, o proprietá-

rio da empresa, Jetro Mene-zes, deu a sua contribuição para o despautério: “Um ser-vidor público não pode ficar limitado à sua pasta, tem de ter um horizonte um pouco maior. O juiz não pode ter só a função de juiz eleitoral, mas uma função um pouco maior que isso”. Por mais absurdo que pareça, o empresário é consultor do TRE.

Diante de tanta promis-cuidade no relacionamento entre o presidente de um tri-bunal e um empresário por ele contratado como consul-tor, os juízes eleitorais paulis-tas fizeram o que se esperava, negando-se a desempenhar o papel que lhes foi “sugerido” pelo desembargador Walter de Almeida Guilherme. Lem-braram que a Justiça Eleitoral nada tem a ver com questões ambientais e classificaram como inadmissível e imoral a orientação que receberam. “Entrego meu cargo, mas não entrego a cartilha. Não faço o papel de garoto-propaganda de empresa”, disse um dos juízes. A orientação foi “equi-vocada” e a iniciativa de fazê-la foi “lamentável”, afirmou José H. Rodrigues Torres, presidente da Associação Ju-ízes para a Democracia.

Para evitar a desmora-lização da Justiça Eleitoral paulista, esse é um caso que tem de ser investigado o mais rapidamente possível pela Corregedoria do Tribunal de Justiça. Não fazê-lo será con-firmar a imagem da correge-doria como um órgão minado pelo corporativismo e sem coragem para punir juízes.

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Os resíduos sólidos do TRE

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