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#16 2011 Crescimento pernambucano direciona investimentos

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Crescimento pernambucano direciona investimentos

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Investimentos trazem mais qualidade e agilidade

Atenta ao crescimento pernambucano, ESAB define Recife como centro distribuidor para o Nordeste e o Norte do País

Qualidade ESAB nas torres de energia eólica da Gestamp Wind Steel Pernambuco

Leque de produtos expandido

Falcon FXA

Origo™ 4004i MV

Nova coluna manipuladora CaB300 BR

ESAB BigBag para fluxos de soldagem ao arco submerso

Soluções para aplicações de soldagem e corte robotizadas para o segmento Naval & Offshore

Soldagem de ligas de alumínio para o segmento Naval

Workshop reafirma marca ESAB

Tecnologia de furos de alta precisão

Soldagem de alta produtividade de dutos de alta resistência API 5L X80

ESAB Swift Arc Transfer (SAT™)

Soldagem perfeita para carcaças de eixos de caminhões

Treinamentos técnicos de aperfeiçoamento ESAB

Tandem Arc ESAB

Pré-aquecimento

Segurança se torna elemento principal para Operações Oxicombustíveis

ESAB apoia projeto em prol do meio ambiente

Planejando uma carreira promissora

índice

Ramacrisna transforma sonhos em realidadepágina 8

Aliança de peso para o mercado de soldagem e cortepágina 24

Nos mínimos detalhespágina 82

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Estamos novamente às vésperas de um novo ano. Dois mil e doze surge com diversos questiona-mentos que nós, profissionais, estudantes e indivídu-os, tentamos antecipar e responder. Forçosamente buscamos referências em nossa experiência para ter elementos que nos ajudem a entender, ou prever, os caminhos e as alternativas que escolheremos. Em algum momento desse exercício, acabamos por nos perguntar: afinal, onde estamos? É sobre esse ponto que gostaria de pensar.

Sem sombra de dúvida, estamos em um lugar desconhecido. Tão desconhecido que, quando olhamos os demais países do mundo, os vemos “em outro lugar”. Curiosamente, esse lugar é, sob muitos aspectos, onde nós e alguns de nossos vizinhos na América do Sul costumávamos estar. Vejamos alguns pontos que suportam essa dis-cussão (e que devem continuar válidos em 2012):

• A economia brasileira segue crescendo acima da taxa dos principais países europeus e dos Estados Unidos.

• A taxa de desemprego no país tem se man-tido continuadamente baixa, em contraste com os ambientes europeu e norte americano.

• Vemos crescentes avanços em termos de igualdade social, enquanto Europa e Estados Unidos discutem o extremo oposto.

• Vivemos uma estabilidade política (democra-cia) há mais de 16 anos.

De forma alguma quero, ao discutir os tópi-cos acima, ignorar ou minimizar os pontos de melhorias que devemos continuar buscando para tornar nossa sociedade mais justa – educação, saúde, infraestrutura, inclusão social, entre outros. Porém, ao pensar sobre o crescimento, o nível de emprego, os avanços sociais e o ambiente político estável que vivemos, e somando a isso as grandes oportunidades relacionadas aos eventos espor-tivos (2014 e 2016) e aos benefícios do bônus demográfico brasileiro, vejo que realmente esta-mos em um lugar desconhecido. Desconhecido e cheio de oportunidades.

O Brasil se encontra em um momento muito bom para investirmos – o fluxo de FDI (Foreign Direct Investment) é crescente, as bolsas de valo-

res estão com preços atrativos, a demanda do mercado local é crescente e, necessariamente, investimentos em infraestrutura virão. Isso impacta de forma exponencial o consumo, gera empregos e oportunidades de trabalho melhores e formam um mercado. Fazendo referência à teoria de Albert Hirschman, economista alemão, que argumenta que o “...desenvolvimento é uma cadeia de dese-quilíbrios. A escassez induz novos investimentos, criando novos desequilíbrios...”, fica a seguinte per-gunta: como devemos nos posicionar para maximi-zar essas oportunidades? E elas estão ao alcance de todos, seja você um estudante a decidir sobre sua especialização, um empresário expandindo sua atividade ou um executivo desenvolvendo planos de seu negócio.

Você que vem acompanhando nossa revis-ta Solução há algum tempo identifica claramente as mesmas tendências ao percorrer os principais temas de capa que temos proposto: crescimento do mercado de Óleo e Gás (#13), potencial de cres-cimento da matriz energética (#14), necessidade do continuado desenvolvimento profissional (#15), investimentos no Nordeste do Brasil (#16). Identifica também a mesma provocação ao ler nossas maté-rias que relatam as parcerias de longo prazo que estabelecemos, nossa atenção ao aumento de pro-dutividade de nossos clientes, nosso apoio a comu-nidade (projeto Hospital da Baleia, entre outros) e também artigos técnicos sobre solda.

Tudo isso posto, qual a mensagem? A mensa-gem é: temos um país atravessando um prolonga-do período de estabilidade e crescimento e, com uma perspectiva no mesmo tom, mão de obra flexível e comprometida, projetos de âmbito nacio-nal prestes a acontecer. Façamos nossos planeja-mentos de 2012 e 2013 pensando nisso: crescer, melhorar, investir nas pessoas, desenvolver proje-tos arrojados e sustentáveis, enfim, aproveitar as oportunidades que estão a nossa frente. E, nesse caminho, contem com a gente.

Marcelo Moraes

CFO América do Sul

Carta ao leitor

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Publicação institucional da ESAB BrasilRua Zezé Camargos, 117Cidade IndustrialCEP. 32210-080 – Contagem – [email protected]

• Diretor-Presidente Ernesto Eduardo Aciar• Diretor de Vendas e Marketing Newton de Andrade e Silva• Diretor Financeiro Marcelo Lopes Almeida Moraes• Diretor de Operações Antônio Sérgio Monteiro Fonseca• Gerente Nacional de Vendas e Marketing Pedro Rossetti Neto• Coordenação da Revista Solução ESAB Cristiano Borges de Oliveira Gonçalves

• Produção Prefácio Comunicação (31) 3292-8660 – prefacio.com.br• Coordenação editorial Celuta Utsch• Jornalista responsável Paula Völker (14.272/MG) e Lígia Chagas• Redação Alexandre Asquini, Bernardo Esteves, Débora Santana, Raíssa Maciel e Raquel Dornelas• Revisão Cibele Silva• Editoração Angelo Campos e Tércio Lemos• Fotografias Arquivo ESAB, Arquivo Carboquímica / outros• Revisão técnica Cristiano Borges – ESAB José Roberto Domingues – ESAB Pedro Muniz – ESAB

expediente

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Crescimento pernambucano direciona investimentos

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AQUI TEM

ESAB

Com forte presença no mercado de metalurgia,

com equipamentos e soluções diversas, a ESAB tem a

Carboquímica Amazônia Ltda. como parceira. A empresa

fica localizada no Distrito Industrial II, de Manaus, e atua

nos mais diversos segmentos, fornecendo aço, estruturas

e reservatórios metálicos, sistemas de armazenagem,

pontes rolantes, tubos e conexões.

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ramacrisna transformasonhos em realidade

Responsabilidade Social

Os anos 1950 no Brasil foram marcados por grandes avan-ços científicos e tecnológi-cos e mudanças culturais e

comportamentais. Conhecida como Anos Dourados, a década foi recheada de aconte-cimentos que ficaram na história, entre eles: início das transmissões de televisão, com a inauguração da TV Tupi; a Copa do Mundo de Futebol no País, quando o Uruguai se sagrou campeão contra a seleção canari-nho em pleno Maracanã; a primeira corrida do Campeonato Mundial de Fórmula 1 no Brasil; a realização da 1ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo; o final da Era Vargas, com o suicídio do presidente; a criação da empresa estatal Petrobras; e o sucesso da Bossa Nova, com Tom Jobim, Vinícius de Moraes e João Gilberto.

Diante desse cenário de grandes acon-

tecimentos e modernização acelerada, o país ganhou uma importante ONG: a Ramacrisna. Fundada em 1959, a institui-ção social sem fins lucrativos e vínculos religiosos ou partidários oferece assistên-cia social, educação, profissionalização, cultura, conscientização ecológica, lazer e esporte a crianças e adolescentes em situação de risco social, moradores da periferia e da zona rural da cidade de Betim, em Minas Gerais. Paralelo a esse trabalho, a ONG atua junto às famílias, conscientizando-as de suas responsabili-dades para com a educação e preparação dos filhos para a vida.

Sua história se mistura à de seu cria-dor, Arlindo Corrêa da Silva, um brasileiro comum, que sempre se preocupou com o futuro da criança pobre. Para ele, o melhor caminho para evitar problemas sociais (mar-

Há mais de 50 anos, onG transforma a vida de crianças, jovens e adultos

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Arquivo Ramacrisna

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Responsabilidade Social

ginalidade, abandono, violência etc.) é a educação. Idealista, o professor iniciou um importante trabalho social: levava meninos de rua para sua própria casa, em Belo Horizonte, capital mineira. Lá, as crianças recebiam cuidados, alimentação e come-çavam a estudar e ver possibilidades de um futuro melhor. Enquanto a residência de Arlindo ficava pequena para atender a tantas pessoas, sua motivação aumentava, o que o fez procurar novos caminhos. Belo Horizonte foi a cidade escolhida para a fundação da ONG, inicialmente, e até julho de 2011, denominada Missão Ramacrisna.

Américo Amarante Neto, presidente da instituição pelo segundo mandato consecu-tivo, se orgulha do pioneirismo de Arlindo: “Na década de 1950, não existiam traba-lhos como este, pautado na busca do cres-cimento do indivíduo por meio da educação e da libertação do ser humano, e não por um trabalho assistencialista.” A inovação, de acordo com Américo, se estendeu, pois desde o início o professor buscou mobilizar o maior número de pessoas possível para ajudar, como voluntários, os necessitados. “Arlindo também realizava parcerias com pessoas físicas, empresas e poder público, mas ele nunca se envolveu com política partidária”, complementa. Este é, até hoje, o direcionamento da Ramacrisna.

Em 1963 e 1964, foram inaugurados os dois primeiros prédios da Ramacrisna, que funcionaram como internato. Era para lá que, a partir de então, Arlindo levava as crianças que encontrava na rua, para que elas tivessem chance de lutar por um futuro promissor. Em 1992, a instituição passou a assistir também à população dos bairros vizinhos, antes inexistentes e já populosos.

Apesar da vontade de atuar em prol do próximo, a ONG passou por momentos difíceis. “Desde seu início, há 52 anos, a Ramacrisna teve de se adequar às diver-sas transformações do Brasil: ditadura, cri-ses, mudanças culturais e, principalmente, demandas sociais. No início, tivemos gran-des dificuldades para ser aceitos, já que as pessoas não acreditavam nas intenções e no sucesso do empreendimento. Porém, através dos resultados e da transparência de suas ações, a instituição conquistou um grande número de colaboradores e parceiros”, relembra Américo. Os desafios não param por aí. A ONG também teve de lutar para mostrar a muitos colaboradores voluntários que oferecer sempre o melhor em educação e profissionalização, apre-sentando um horizonte mais amplo aos atendidos, era a melhor forma de mudar a vida daquelas pessoas.

Arlindo Corrêa da Silva e algumas crianças no início do seu trabalho

Inauguração dos prédios da Ramacrisna em 1964

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Estrutura e atuaçãoNesses 52 anos, mais de 31 mil pesso-

as tiveram suas vidas transformadas pelas ações da Ramacrisna. Anualmente, a ins-tituição atende em sua sede pessoas em situação de vulnerabilidade social, de 6 a 80 anos, moradores de bairros de periferia de Betim. São 3.290 beneficiários, das diver-sas regiões da cidade, contemplados com ações de arte, cultura, educação, esporte, profissionalização e geração de trabalho e renda. Além disso, por meio de convênios com a administração municipal, 317.196 pessoas de todos os bairros participam de ações de saúde preventiva e alimentação de qualidade a baixo custo, desenvolvidas pela instituição.

Para realizar tamanho trabalho, a Ramacrisna conta com uma área de 8 ha no bairro Santo Afonso, na periferia de Betim. Nele, estão construídos quatro pré-dios, sete galpões, duas salas, um centro cultural e um centro esportivo, onde fun-cionam biblioteca, refeitório, cozinha, apoio pedagógico e profissionalizante, laboratório de informática, cooperativa de artesanato, oficinas educativas, brinquedoteca, admi-nistração, atendimento terapêutico e home-opata, fábrica de telas e massas e área de recreação.

Com o desejo e a visão de, até 2013, ser referência no atendimento qualificado de forma sustentável, através da gestão e da otimização no uso dos recursos, a instituição conta com um faturamento adquirido de dife-

rentes fontes: 49% da verba mensal são fruto da venda dos produtos das fábricas de tela e massas; 28%, da parceria com empresas, institutos e fundações; 23% advêm do repas-se dos órgãos públicos, e 4%, de doações.

Envolvimentodas empresas

Há pouco mais de 20 anos, o movimento de valorização da responsabilidade social empresarial ganhou forte impulso no Brasil, através da ação de entidades não governa-mentais, institutos de pesquisa e empresas sensibilizadas para a questão. De acordo com o Instituto Ethos, o cenário econômico dos últimos anos alterou o comportamento das empresas. A integração dos mercados e a queda das barreiras comerciais aumenta-ram a competição, o que gerou uma grande mudança estratégica de negócios. Novas preocupações surgiram, como concorrência, demandas da sociedade e evolução tecnoló-gica aliada a valorização da informação, por meio do avanço da internet.

Com tanta novidade, a sociedade pre-cisou se reorganizar e rever o papel de cada um: governo, empresas e pessoas. Surgiram, então, novos desafios para as empresas, que precisaram aumentar sua competitividade e produtividade, além de atuar com responsabilidade ambiental e social. Como resposta, elas passaram a investir em qualidade, processos e rela-cionamento com seus diferentes públicos (empregados, fornecedores, consumido-

Responsabilidade Social

Américo Amarante Neto, presidente da Ramacrisna

Área de lazer da ONG

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res e clientes, comunidade, governo etc.). Para Américo Amarante Neto, presidente da Ramacrisna, novos conceitos foram apreendidos e praticados pela sociedade: “As empresas, por exemplo, cumprem seu papel privado de atender bem ao cliente, gerar lucro e empregos, respeitar seus funcionários e cumprir à risca suas obri-gações tributárias. Além disso, passaram a ter consciência da sua responsabilidade na melhoria das condições de vida dos cidadãos, seus consumidores e mantene-dores”, afirma. Para ele, a parceria entre organizações sociais e empresas é um círculo virtuoso que passa pela vontade e necessidade estratégica dos empresários de atuar socialmente e pela expertise das instituições em planejar, criar e implementar projetos de cunho social.

Aproveitando as oportunidades desse cenário nacional e na busca incansável pelo cumprimento de sua missão – promover sonhos e transformar vidas por meio de solu-ções em educação e profissionalização –, a Ramacrisna fechou, ao longo dos anos, várias parcerias que resultaram em ótimos proje-tos e programas. De acordo com Solange Bottaro, voluntária da ONG desde 1973 e responsável pelos projetos da instituição, o trabalho de transformação do ser humano se inicia com as crianças, através da edu-cação, formação de caráter e valores, e tem continuidade na qualificação profissional deles quando jovens, iniciando sua trajetória no mercado de trabalho. Por isso, todas as ações e projetos são igualmente importantes: “Para realizá-los, contamos com o apoio de várias empresas, como Localiza, Petrobras,

Cemig, Teksid, Fundação Dom Cabral, Banco do Brasil, Senai, ESAB, entre outras.”

Formação profissional e parceria com ESAB

Desde a sua fundação, a Ramacrisna tem a educação como diretriz para suas ações. Afinal, seu fundador, Arlindo Corrêa, sempre acreditou que essa era a solução para evitar os problemas sociais. Focada na geração de trabalho e renda, a instituição, com a parceria de empresas e do gover-no, desde 1995, qualifica os participantes para a inserção no mercado de trabalho. Aprender um ofício, para a maioria, é uma grande oportunidade. E, na ONG, é possível se formar em bartender, eletricista, mecâni-co de automóveis, soldador e maçariqueiro.

A ESAB é parceira da Ramacrisna em dois desses grandes projetos: o Cidades da Solda e a Escola de Mecânica Automotiva. De acordo com Ernesto Eduardo Aciar, presidente da ESAB na América do Sul, a empresa entende que fazer parte de uma comunidade é mais do que estar inserida nela. “É também participar, atuar, fazer a diferença.” Pedro Rossetti Neto, gerente nacional de Vendas e Marketing, lembra os valores da organização: integridade, expe-riência, inovação e parcerias. “Buscamos contribuir para a construção de um futuro melhor para essas pessoas e para nós tam-bém, pois ajudamos a formar profissionais e homens de bem”, complementa.

Com o objetivo de capacitar jovens para trabalhar como soldadores e maçariqueiros, o projeto Cidades da Solda disponibiliza para esses jovens uma oficina didática de

Responsabilidade Social

Turma do projeto Cidades da Solda

Solange Bottaro, responsável pelos projetos da Ramacrisna

Raphael Dias

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soldagem, onde são realizados os cursos e treinamentos. Mais de 250 jovens já com-pletaram o curso e, de acordo com Solange Bottaro, cerca de 85% dos profissionais são absorvidos pelo mercado.

A ESAB, que participa do projeto desde 2007, montou e abastece o laboratório para as aulas práticas com a doação de máquinas e equipamentos de proteção indi-viduais. Além disso, oferece todo o suporte técnico aos profissionais responsáveis por ministrar os cursos.

Para quem estava desmotivado e sem perspectiva de um futuro melhor, o curso foi mais que uma oportunidade: foi a confirma-ção de que é possível escolher caminhos diferentes da marginalidade quando se está em situação de risco. Leandro Pereira da Silva, de 25 anos, é um desses exemplos. Em janeiro de 2011 ele se formou solda-

dor e, com a qualificação adquirida, tem grandes expectativas em conseguir um bom emprego. “Já fui indicado para várias entrevistas. Espero conseguir um bom tra-balho e crescer na área, futuramente”, conta. Para os estudantes do Cidades da Solda, histórias como a de Leandro são importantes, pois refletem o que será para eles no futuro. Willian de Castro, de 30 anos, ainda está frequentando as aulas. Para ele, a Ramacrisna significa uma nova vida: “Não tenho condições de pagar um curso profissionalizante. Me formarei em uma área com grande demanda por profis-sionais qualificados, e minha expectativa é que, no futuro, eu possa ser um excelente profissional, conseguir um bom emprego e dar condições melhores para minha família.”

Em 2011, a ESAB fechou uma nova parceria com a Ramacrisna, também em um projeto de formação profissional. A empresa, por meio do Fundo da Infância e Adolescência, patrocinou a melhoria da Escola de Mecânica de Automóveis. Com a verba, a ONG adquiriu novos ferramentais e materiais didáticos e ainda possibilitou à instituição oferecer um lanche para os alu-nos todos os dias.

Inaugurada em 2005, a Escola de Mecânica Automotiva já formou mais de 1.300 profissionais. Nerimar Cardoso Costa, de 20 anos, concluiu o curso em 2008 e está empregado. “Para mim, o curso significou inclusão social”, relata. Já para a estudante Nilce Ribeiro da Rocha, de 51 anos, fazer parte desse projeto é realizar um sonho: “Sempre quis fazer um curso de mecânica, pois tenho um fusquinha que é a minha pai-xão. Sou aposentada, mas pretendo voltar a trabalhar e exercer a profissão.”

Responsabilidade Social

Oficina de Mecânica já formou mais de 1.300 profissionais

Nilce Ribeiro da Rocha foi aluna do curso de mecânica

Leandro Pereira da Silva viu uma oportunidade no curso de soldagem

Escola de Mecânica Automotiva, inaugurada em 2005

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Em 2011, a ESAB iniciou um novo projeto de voluntariado com seus fun-cionários e três atividades foram rea-lizadas na Ramacrisna. Laila Batista Botelho, responsável pelas atividades de responsabilidade social da empre-sa, acredita que pequenas atitudes podem gerar grandes resultados: “Descobri que ajudar o próximo, seja com uma brincadeira, uma palavra de carinho, um sorriso ou a pintura de uma escola, não tem preço, e que, como voluntária, viver a diversidade me faz crescer como ser humano.” Foi com esses valores que os 27 volun-tários trabalharam na pintura de dois prédios da ONG (escola de reforço, biblioteca e refeitório), na realização de uma gincana divertida com as crianças e na revitalização e pintura do parqui-nho de diversão.

Regis Ribeiro Varandas, do setor de TI da ESAB, desde 2005 participa das ações de voluntariado da empre-sa. Este ano, as atividades foram especiais, pois ele pôde envolver seus filhos. “Gosto de mostrar outras rea-lidades para as crianças. Apesar do meu incentivo constante, eles sempre

pedem para participar dessas ações, pois se sentem importantes, não só pelas atividades voluntárias, como também por se inserirem no contexto da empresa onde trabalho”, relata.

De acordo com Solange, a revita-lização do parquinho impactou toda a comunidade. “Ele é o único local de lazer da comunidade, aberto inclusive nos fins de semana e feriados. É lá que

as famílias se reúnem em momentos de alegria e descontração”, conta. Para ela, o trabalho voluntário dos colaboradores da ESAB foi especial, pois as crianças se sentiram valoriza-das e respeitadas: “Não posso esque-cer a alegria das crianças ao verem as salas de aula pintadas com cores alegres e a vibração com o parquinho todo novo e colorido.”

Ramacrisna e ESAB: parceria e voluntariado

Responsabilidade Social

Alta direção da ESAB esteve presente na inaguração do parquinho

Voluntários da empresa pintaram a escola e o parquinho Luciane Motta, da ESAB, envolveu a família na atividade social

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Foco no Cliente

Investimentos trazem mais qualidade e agilidade

Mais que entregar produtos, promover soluções para os clientes. É com esse pen-samento que a ESAB se

reestruturou e implantou um novo projeto de Supply Chain – ou cadeia de abasteci-mento –, uma forma de planejar e controlar o fluxo das mercadorias. Dentro desse novo modelo de gerenciamento está o projeto Acrux, baseado em uma pesquisa nacional. O Centro de Distribuição Central (CDC), que fica em Contagem, Minas Gerais, a cerca de 14 quilômetros da sede da empresa, já está operando desde agosto e é dele que partirão todos os produtos acabados.

A meta é que, com o CDC operando, as entregas sejam mais rápidas e o desem-penho no relacionamento com clientes e

fornecedores seja ampliado. “O mercado está mudando e exigindo que o foco seja no cliente e no que ele busca. A ESAB está implantando uma mudança de cultura a partir da reavaliação de seus processos. O segredo é ter produtos disponíveis, entregar com agi-lidade e, junto à venda, realizar o pós-venda. Ou seja, nosso objetivo é promover soluções para os clientes”, explica Victor Postarek, responsável pelo Supply Chain.

O CDC impressiona pela estrutura. No espaço de 6.250 m², 12 metros de pé direito são ocupados por porta-paletes com capa-cidade para abrigar 9 mil toneladas de pro-dutos. O pensamento no meio ambiente não ficou de fora. Durante o dia, não é necessário acender as luzes, já que o telhado foi proje-tado com vãos transparentes que permitem

Centro de Distribuição Central da eSAb tem o objetivo de promover soluções com foco nos clientes

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a entrada de luz natural. À noite, lâmpadas de LED, mais econômicas e duráveis. Os 13 funcionários que, a princípio, trabalham no local, têm à disposição refeitório, vestiário, dois escritórios, copa e duas salas de tec-nologia. Com empilhadeiras elétricas, além das transpaleteiras, os trabalhadores levam os produtos – dispostos estrategicamente conforme o tipo, a demanda e outros dife-renciais – até os caminhões, que, por meio de oito docas, são carregados e saem com destino aos clientes. Um grande facilitador do escoamento é a posição privilegiada do CDC, que fica perto das BRs 040 e 381, além da proximidade das fábricas. A expectativa é de que a capacidade do Centro de Distribuição Central atenda à demanda até 2016, quando poderá ser ampliado.

“O fundamental é que o grande direcio-nador desse projeto foi o mercado e o cliente. No segmento de solda, nenhuma empresa da região terá a logística da ESAB”, ressalta o diretor de Operações, Antônio Sérgio Monteiro da Fonseca. Com algumas sema-nas de funcionamento do CDC, os resultados já eram reais. “Percebemos a racionalização da estrutura de transporte e a redução dos estoques. Esse sucesso, que se apresentou com tão pouco tempo, nos faz querer ante-cipar ao máximo a instalação dos Centros de Distribuição Regionais (CDRs)”, constata.

O Supply Chain prevê a conclusão dos CDRs em três anos, a começar por Recife. Na capital pernambucana, o projeto já está avançado e o CDR deve começar a operar no início de 2012. Depois, virão os de São Paulo e de Porto Alegre, respectivamente. “A consolidação acontecerá em três anos, mas as ações já começaram e estão sendo implantadas em paralelo. No segundo trimes-tre de 2012, já queremos começar a estrutu-rar o CDR de São Paulo”, pontua o diretor.

Antes dessa reestruturação, como expli-ca Victor Postarek, a ESAB era organizada em diferentes setores, como Compras, Planejamento e Distribuição. Com as mudan-ças, os três foram consolidados no Supply Chain. “Isso proporciona melhores infor-mações sobre os prazos de entrega e uma grande sinergia”, afirma. Ainda de acordo com Postarek, o segredo da mudança na cultura organizacional é trazer as pessoas para a nova realidade, para que elas se sintam parte da mudança e, consequente-

mente, ajam para o alcance dos objetivos. “Temos metas audaciosas para os próximos quatro, cinco anos, com planos de dobrar o faturamento. Isso é possível ganhando mercado e atendendo melhor aos clientes.”

A expectativa é de que, quando o projeto dos CDs estiver finalizado e funcionando bem no Brasil, ele também seja implantado nas unidades da ESAB na Argentina, no Chile, na Colômbia e no Panamá.

Mais espaço e novos projetos

Antes da estrutura do Centro de Distribuição Central, os produtos acabados eram estocados na própria sede da ESAB. O projeto Acrux veio de forma a resolver esta questão e, dispondo de mais espaço, existe a expectativa da ESAB de aumentar a produção.

Outros projetos estão em curso. Segundo Antônio Sérgio, duas novas linhas de arames tubulares tiveram a operação iniciada e são as mais modernas do mundo. Ainda no fim deste ano, uma nova linha de eletrodos começará a operar. Houve, também, a expansão dos setores de corte e automação.

Foco no Cliente

Centro de Distribuição Central, em Contagem

O nome Acrux está relacionado à estrela mais brilhante da Constelação Cruzeiro do Sul, que, durante muitos anos, ajudou os europeus a navegar com segurança pelos mares. A ideia veio do projeto Star, implantado na ESAB Europa, que criou três Centros de Distribuição para atender ao continente. O modelo logístico também já existe no México.

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Atenta ao crescimento pernambucano, eSAb define recife como centro distribuidor para o nordeste e o norte do País

Foco no Cliente

Pernambuco vive um tempo de crescimento e de prosperida-de. O Estado tem evoluído a taxas significativas, superando o

desempenho do próprio País. Em 2010, o Produto Interno Bruto (PIB) estadual cresceu 9,3% sobre o ano anterior, segundo divul-gou a Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem). Esta é uma taxa superior à do PIB nacional, que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi de 7,5% no período. De acordo com novos dados divulgados pelo Condepe/Fidem no início de setembro, no primeiro semestre de 2011 o panorama não se alterou. No comparativo com o primeiro semestre de 2010, o PIB

de Pernambuco cresceu 5,7%, enquanto o nacional evoluiu 3,6%.

A principal alavanca desse crescimento nem é tão nova assim: o Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Gueiros Leite, ou Complexo de Suape, como é mais conhecido. Instalado no litoral sul pernam-bucano, ele foi inaugurado ainda no final dos anos 1970 e, mais recentemente, tem merecido, segundo dados da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, investimentos públicos e privados que che-gam a R$50 bilhões. O Complexo de Suape reúne atualmente mais de 100 empresas já em atividade, as quais, ainda de acordo com cifras oficiais, permitiram o surgimento de 25 mil empregos, além de 47 mil postos

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de trabalho durante a fase de construção, e outras 80 empresas em fase de instalação, que oferecerão 15 mil novos postos, com oferta de 40 mil vagas referentes às obras de construção civil.

Uma refinaria de petróleo, três plantas petroquímicas e um grande estaleiro estão em construção no Complexo de Suape, e a perspectiva natural é de que tais investimen-tos solidifiquem novas cadeias produtivas em Pernambuco, transformando o Estado em um respeitável polo industrial nos seg-mentos de petróleo, gás, offshore e naval. Além de infraestrutura compatível com seu porte e necessidades, os empreendimen-tos usufruem de incentivos fiscais federais e estaduais, com o objetivo de estimular a geração de empregos e incrementar a eco-nomia da região.

Presença da ESAB – Considerando os projetos já instalados, os que estão sendo construídos e outros a serem implantados nos próximos anos, é possível dizer que, quanto ao potencial de absorção dos produtos da ESAB, há dois grupos de empreendimentos no Complexo de Suape: os que deman-dam grande quantidade de consumíveis e equipamentos de solda na época da cons-trução e aqueles que têm grande demanda permanente de solda. Um desses grupos se refere às implantações das quais a ESAB vem participando, como a Refinaria Abreu e Lima, ou Petroquímica Suape. “Nesse tipo de empreendimento, há uma demanda grande

de consumíveis e equipamentos para solda na fase da implantação e, depois do término das obras, a demanda cai. Então, a ESAB passa a ser fornecedora de soldas especiais, aplicadas em menor quantidade na manu-tenção das plantas”, explica Luiz Fernando Breitenbach, gerente de Vendas da ESAB e responsável pelas operações da empresa no em todo o Norte e Nordeste.

A Refinaria Abreu e Lima, que está rece-bendo investimentos da ordem de R$13,3 bilhões, deverá gerar 1.500 empregos e responderá pelo refino de 230 mil barris de petróleo bruto por dia. Segundo o governo pernambucano, essa refinaria tem potencial efetivo para consolidar o polo petroquímico e adensar um polo da indústria naval, além de dinamizar os segmentos industriais já operantes na região.

A Petroquímica Suape reunirá três uni-dades industriais integradas: uma para pro-dução de ácido tereftálico (PTA), outra para produzir polímeros e filamentos de poliéster (POY), e uma terceira, que fabricará resina para embalagem (PET). Já opera no polo a fábrica de resina PET Mossi & Guisolf. “Com a Refinaria Abreu e Lima, como sabemos e já estamos vendo, virão novas empresas petroquímicas para o Estado. Eu acredito que, em função da refinaria, teremos obras em seu entorno pelos próximos anos”, ava-lia o gerente.

Forte participação – Um segundo grupo de novas iniciativas no Complexo de

Instalações da Hemobrás já estão em construção em Goiana

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Suape diz respeito a um conjunto de empre-endimentos dos quais a ESAB deve partici-par forte e permanentemente. Nele figuram, com destaque, os estaleiros, as empresas de caldeiraria e uma indústria relativamente recente no País: os fabricantes de torres para os parques de geração de energia eólica. “Somos um importante fornecedor de produtos para solda para o Estaleiro Atlântico Sul (EAS), já em operação. Outro exemplo é a Gestamp Wind Steel, cuja plan-ta foi toda equipada com máquinas e equi-pamentos ESAB e utiliza com exclusividade nossos produtos de solda na construção de torres para produção de energia eólica”, informa Breitenbach.

O Estaleiro Atlântico Sul integra o esfor-ço de revitalização da produção naval no País. Sua implantação consumiu recursos da ordem de R$1,4 bilhão, e sua capaci-dade instalada de processamento alcança 160 mil toneladas de aço por ano. A unida-de é capaz de produzir todos os tipos de navios cargueiros de até 500 mil toneladas de porte bruto (TPB) e também plataformas offshore, dos tipos semissubmersível, sis-temas flutuantes de produção, armazena-mento e transferência de petróleo e, ainda, plataformas de pernas atirantadas, entre outros equipamentos destinados à explora-ção de petróleo e gás em mar aberto.

Em meados de 2010, houve o anúncio da construção de um novo estaleiro, que absorverá investimentos de R$300 milhões e será implantado pelo consórcio que reúne as empresas STX Brasil Offshore S.A. e o Grupo PMRJ. O consórcio venceu a concorrência para fornecer para a Transpetro, subsidiária da Petrobras, oito navios para transporte de

gás, que custarão R$960 milhões – recursos do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef). Assim como o EAS, tam-bém o STX Promar é um cliente-chave para a ESAB. Este último, de origem norueguesa, chega com uma parceria com a ESAB defi-nida já na Europa.

“Embora se econtre em fase de ter-raplanagem e os investimentos de solda ainda estejam sendo decididos, temos razões para acreditar que a ESAB vai ter uma participação importante nesse proje-to”, diz o gerente. A expectativa é de que a unidade entre em operação em outubro de 2012. “Antes disso, esperamos fornecer equipamentos de solda e corte e, depois, os consumíveis de solda.”

Outro polo – Mas Suape não é mais o único polo a florescer nesta nova primavera pernambucana. Em agosto, o presidente da Fiat para a América Latina, Cledorvino Bellini, anunciou que a montadora havia concluído estudos para instalação de uma unidade em Pernambuco. Ela, que pretende ser o cerne de um polo automotivo “altamente integrado”, será a segunda da empresa no Brasil. Com investimentos entre R$3 bilhões e R$3,5 bilhões, a ideia é produzir, a partir de 2014, entre 200 e 250 mil unidades por ano, gerando mais de 3,5 mil empregos.

Inicialmente, a Fiat manifestara intenção de estabelecer a nova planta de produção no Complexo de Suape, mas mudou de ideia e decidiu implantar sua unidade em Goiana, no litoral norte do Estado, próximo à Paraíba. É possível que tenha havido algum esforço do governo pernambucano no sentido de redirecionar o novo empre-

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Projeção 3D da nova fábrica da Hemobrás

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endimento, com o objetivo de criar um polo automobilístico no litoral norte, equanimi-zando as oportunidades na faixa litorânea. “Como toda indústria automobilística, a Fiat trará atrás dela uma cadeia de fornecedores, e isso também deverá ser interessante para a ESAB num futuro próximo”, avalia Luiz Fernando Breitenbach. De fato, ao comentar oficialmente o assunto, a montadora realça os 14 milhões de metros quadrados em área contínua da nova unidade de Goiana, garan-tindo que ela ofereça condições topográficas favoráveis ao empreendimento. E sublinha que o novo centro poderá expandir-se por meio da constituição de um segundo parque de fornecedores, em terreno à parte, com área de 1,4 milhão de metros quadrados e situado entre os municípios de Recife e Goiana. A Fiat também manterá um centro logístico em Suape, que continuará a ter importância estratégica para o projeto per-nambucano da montadora.

Também está sendo implantado em Goiana, em uma área 345 hectares, junto à BR-101, um polo farmacoquímico, com foco na indústria de medicamentos e bio-tecnologia. Segundo o governo pernam-bucano, as indústrias instaladas no polo poderão construir bases para operações internacionais, para atendimento a merca-dos relativamente próximos, na África e nas Américas. A concepção e implantação do empreendimento fazem parte da política que prevê desde a concessão de incentivos fiscais específicos para o setor até a garan-tia de oferta de infraestrutura. A administra-ção cabe à Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper),

ligada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco.

Hoje, o polo farmacoquímico conta com o envolvimento de oito empresas: a Hemobrás, estatal do Ministério da Saúde (hemoderi-vados), a Multilab (genéricos e similares), a Vita Derm (cosméticos), a Riff Laboratório Farmacêutico (soro), a Ion Química (insumos para a indústria farmacêutica e de cosmé-ticos), a AC Diagnóstico (kits de diagnósti-cos), a Imesa (cosméticos) e a Cosméticos Indústria e Comércio (cosméticos) – todas com protocolos de intenção de instalação “assinados ou em vias de assinar”. Há ainda a Lafepe Química, cujo projeto para produção de antirretrovirais está sendo for-matado pelo Laboratório de Pernambuco (Lafepe). No momento, estão em construção as instalações da Hemobrás. No conjunto, os empreendimentos já delineados deverão consumir recursos de R$1,04 bilhão e gerar 2.518 empregos diretos.

Centro de distribuição – O impulso de Pernambuco em direção a um novo estágio de industrialização levou a ESAB a optar por Recife para abrigar um novo Centro de Distribuição da empresa para o Nordeste e o Norte do País. “Estamos em fase de finalização das instalações do Centro de Distribuição, que terá 1.500m2 de área de depósito, com toda a estrutura de verticalização, rampas niveladoras e docas para atender a vários caminhões ao mesmo tempo”, informa Luiz Fernando Breitenbach, acrescentando que a nova unidade deverá estar concluída ainda em 2011 e começará a operar no início de 2012.

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Centro de Distribuição Regional da ESAB em Recife começará a operar em 2012

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Em compasso com uma tendência global, ganha importância no País a geração de energia eólica, cal-cada no aproveitamento da força

dos ventos – uma fonte energética que, entre outras vantagens, é renovável e ambiental-mente limpa. Para investir nessa oportunidade e contribuir com sua expertise internacional, há dois anos instalou-se no Brasil a Gestamp Wind Steel Pernambuco S/A, fabricante das torres de aço que suportam os imensos aerogeradores e suas pás de grande enver-gadura. Localizada no Complexo Industrial e Portuário de Suape, a 35km de Recife, a planta, com 150 mil metros quadrados de área total e 22 mil metros quadrados de área construída, teve sua construção iniciada em

janeiro de 2009 e começou a produzir seis meses depois. “Além da unidade brasileira, temos duas fábricas na Espanha e uma na Turquia, que em agosto de 2011 iniciou a produção. Temos planos para, em 2012, abrir novas plantas, uma das quais na Índia e a outra nos Estados Unidos”, informa Jorge Marchán, gerente de Soldagem da compa-nhia. A Gestamp Wind Steel é integrante do Grupo Gonvarri, de atuação global.

Gradativamente, a empresa vem amplian-do a produção em Pernambuco. “Vínhamos fabricando cinco torres por semana. Agora, estamos introduzindo novo pessoal, novas máquinas e equipamentos – inclusive da ESAB – em nossa planta, o que nos capaci-tará a alcançar a meta de produzir 600-700

Qualidade eSAb nas torres de energia eólica da Gestamp Wind Steel Pernambuco

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Fábrica da Gestamp no Complexo Industrial e Portuário de Suape

torres/ano, dependendo do modelo”, afirma o gerente. Ele acrescenta que todas as uni-dades produzidas estão sendo direcionadas para o mercado brasileiro. “O Brasil tem muitas torres por fazer. Estamos negociando datas de fornecimento para não ter de rejeitar alguns pedidos”, diz, referindo-se ao boom no segmento, em razão do estímulo estratégico governamental.

A Gestamp Wind Steel Pernambuco tra-balha para diferentes clientes, como a Vestas, a General Electric, a Gamesa, a Alstom e a Wobbens, presentes no mercado bra-sileiro. Todas essas empresas são filiadas à Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), que congrega 92 companhias atuantes na cadeia geradora de energia eólica no País. Essa entidade tem como objetivo promover a produção de energia elétrica a partir da força dos ventos como fonte com-plementar da matriz energética nacional e defender a consolidação e a competitividade do setor eólico, principalmente por meio de um programa governamental de longo prazo.

Destaque – Já no início da última déca-da, o governo brasileiro parece ter entendido a importância que poderá ter o conjunto de fontes alternativas para garantir a diversifica-ção e um maior equilíbrio da matriz energética do país. Em 2002, na esteira dos apagões elétricos que tinham acabado de ocorrer, foi criado, por lei, o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), que buscava estimular investimentos em fontes eólicas, solar, biomassa e também nas chamadas PCH, ou Pequenas Centrais Hidrelétricas. Quase dez anos depois, os resultados podem ser percebidos. Um informe distribuído em junho de 2011 pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do governo federal, sobre o Plano Decenal de Expansão de Energia – PDE, referente a esta segunda década do século 21, projeta para a energia eólica um papel de importância crescente.

Segundo esse relato, a capacidade ins-talada no Sistema Interligado Nacional subirá cerca de 55% até 2020, saltando de 110 mil MW, em dezembro de 2010, para 171 mil MW, em dezembro de 2020, e haverá a priori-zação das fontes renováveis, entre as quais a hidráulica, eólica e as oriundas de biomassa. A participação das usinas hidrelétricas no total

de geração de energia elétrica se reduzirá de 76% para 67%, enquanto a participação da eletricidade produzida por fontes alternativas deverá se duplicar até o final da década, de 8% para 16%, o que garantirá que o conjunto de fontes de energia renováveis se mantenha em torno de 83%. “A geração eólica será des-taque, aumentando de 1% para 7%”, subli-nha o documento. Num cálculo rápido com base nesses percentuais, seria possível dizer que a capacidade instalada do segmento cresceria de 1.100 MW para nada menos que 11.970 MW, um acréscimo de 10.870 MW. Considerando que cada torre gera de 1,5 a 3 MW, significaria dizer que serão necessárias de 3.620 a 7.240 novas torres. O montante a ser investido em novas usinas – descontando as que já estão contratadas ou autorizadas –, segundo ainda o relatório oficial, alcançará a cifra de R$100 bilhões, sendo 55% em hidre-létricas e 45% no conjunto de outras fontes renováveis.

Jorge Marchán imagina que, em razão de leilões realizados em 2009 e 2010, a deman-da no País será da ordem de 2 mil torres. E houve novos leilões nos dias 17 e 18 de agos-to de 2011. Na ocasião, foram contratados 78 projetos de geração de energia eólica, com 1.928,8 MW de potência instalada e 913 MW médios de garantia física, que deverão entrar em operação em 1º de julho de 2014. Essa nova demanda poderá representar a neces-sidade 600 a 1.200 novas torres. É preciso considerar ainda o mercado livre, com produ-tores independentes de energia elétrica, que,

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na descrição da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), são empresas ou consórcios com título de concessão, permissão ou auto-rização para produzir e comercializar energia elétrica por sua conta e risco. Contudo, satisfazer a demanda dos projetos eólicos brasileiros de grande porte não é o único objetivo da Gestamp Wind Steel Pernambuco S/A. “A companhia foi para perto do Porto de Suape pensando também na possibilidade de exportação”, assegura Marchán.

Estruturas gigantescas – Vistas em fotografias em que não haja uma escala de comparação, as torres de energia eóli-ca chegam a lembrar flores que despon-tam em algum jardim. Mas essa aparência engana. Trata-se de estruturas ciclópicas, que podem atingir a altura de prédios de 40 andares, compostas por três partes. Uma delas é a torre de sustentação – que reúne, além da parte estrutural, outros componentes, incluindo a plataforma supe-rior, escadas interiores, luminárias e cabos para transmissão da energia gerada. Outra parte é a nacela, que abriga o aerogerador e componentes auxiliares. E, por fim, há o conjunto de pás, feitas de material plásti-co resistente, responsável por capturar a energia do vento, fazendo girar o rotor que impulsionará o aerogerador.

O gerente informa que, de modo geral, as torres de geração de energia eólica têm, no mínimo, em torno de 80 metros de altura, e, dependendo do projeto, podem chegar a 120 ou até mesmo a 130 metros, como algumas que estão sendo fabrica-das na Europa. Assim, essas torres não podem ser construídas em uma só peça. Necessariamente, terão de ser fabricadas em segmentos, os quais, de modo geral, possuem entre 20 e 30 metros cada.

Algumas torres podem levar três, quatro ou mesmo cinco seções. Dessa forma, não é nenhum exagero dizer que essa vigorosa alter-nativa energética das torres eólicas depende, em larga medida, de máxima qualidade nos procedimentos, equipamentos e consumíveis de soldagem. “Qualitativamente, a importân-cia da solda é fundamental. Estamos falando de uma estrutura que tem a altura de um edifício, que possui um motor e pás que estão girando e que suporta ventos com considerá-vel intensidade. Então, temos de garantir que

essa estrutura não vai ter problemas. Quando uma torre tem algum problema estrutural grave – por exemplo, uma trinca –, isso acon-tece, normalmente, na solda.”

Segundo Marchán, em uma torre de três seções, pode haver 30 chapas diferentes a serem soldadas. “Temos de soldar flanges também e precisamos garantir que, quando as soldarmos aos respectivos segmentos, estas não vão ficar deformadas”, diz. Ele ainda explica que cada flange é aparafusa-da junto com uma flange companheira do outro segmento, e que é preciso garantir que ambas as superfícies estejam suficientemente planas, com tolerâncias de menos de 1 mm, para assegurar perfeito ajuste entre as partes, sem o que poderá haver retardamento da montagem e menor vida útil da torre.

Parceria com a ESAB – A necessida-de de garantir o máximo de qualidade aos processos de fabricação das torres fez a Gestamp Wind Steel implementar, também no Brasil, uma parceria global com a ESAB. A indústria adquiriu colunas CaB 460C, para soldagem no processo arco submerso, e conjuntos de viradores, além de conjuntos de máquinas OrigoMig para solda MAG e máquinas multiprocesso 653 CC/CV, utilizan-do, entre os consumíveis, fluxo, arame para arco submerso e arame tubular. “Temos, de fato, uma boa parceria com a ESAB no Brasil. Nós já conhecíamos a qualidade da empresa pelas plantas da Espanha e esta-mos contentes com os resultados que temos obtido”, frisa Marchán.

A ESAB tem como política colocar-se ao lado dos clientes e está sempre pronta a promover o desenvolvimento de novos con-sumíveis e automação dos equipamentos de solda para melhoria de produtividade. A plan-ta brasileira da Gestamp Wind Steel contava, em agosto de 2011, com um corpo de apro-ximadamente 400 funcionários. “Para proce-dimentos de soldagem com arco submerso, temos 40 operários e mais 25 de solda MAG. Então podemos falar em 65 soldadores, mas temos ainda a intenção de contratar mais”, conclui Marchán. A ESAB sempre apoia o esforço de seus clientes no aprimoramento dos profissionais de soldagem, visando a um melhor aproveitamento de equipamentos e consumíveis e ao incremento da produtivida-de em todo o processo.

Ao Lado do Cliente

As torres são fabricadas em segmentos de 20 a 30 metros

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Newton de Andrade e Silva, diretor de Vendas e Marketing ESAB

Adelgésio Azevedo, sócio da Condor

Entrevista

Andar juntos para oferecer maior comodidade para o cliente. Este é o objetivo da joint venture assi-nada entre a ESAB e a Condor

Equipamentos Industriais, fabricante de produtos no segmento de gás e aparatos, entre outros.

A associação entre as duas empresas de linhas complementares e público-alvo similar acaba de ser firmada. Por meio dela, os produtos de ambas as marcas passam a ser comercializados por canais e portfólios integrados. O resultado? Mais praticidade aos clientes, que terão à disposição itens das duas marcas de forma mais rápida e eficiente.

Newton de Andrade e Silva, diretor de Vendas e Marketing ESAB, e Adelgésio Azevedo, sócio da Condor, contam como o cliente que busca soluções em solda e corte poderá ganhar – e muito – com esta aliança.

O que motivou a ESAB e a Condor a se associarem por meio da modalidade de joint venture, ou contrato de empre-endimento conjunto?

Newton: As duas empresas estão inse-ridas em um mercado de produtos simila-res. Podemos dizer que se trata de uma associação complementar para a ESAB, com relação aos produtos no ramos de gás e aparatos. Assim como a ESAB, a Condor é líder em seu segmento no Brasil. Por isso, para nós é muito importante agregar uma marca de primeira linha, com o objetivo de complementar os nossos produtos.

Adelgésio: A sinergia é exatamente essa: a capacidade da ESAB de alavancar, aumen-tar o canal de vendas da Condor. A ESAB tem uma ampla força de vendas, uma marca res-peitada e laços muito fortes com os mesmos clientes da Condor. Portanto, sem aumentar muito o custo para a ESAB, vamos conseguir levar os produtos Condor para mais perto dos

clientes finais, não só no Brasil, mas também em toda a América Latina.

Antes da consolidação da joint venture houve uma negociação entre as empresas, com avaliação cuida-dosa de todos os passos. Falem um pouco sobre esse processo.

Adelgésio: Iniciamos uma aproximação no final de 2009, quando começamos a discutir por que não fazermos algo juntos. Naquele momento, enxergávamos a ESAB como um cliente que pudesse comprar os nossos produtos. À medida que fomos con-versando, vimos a possibilidade e a opor-tunidade de combinar os negócios de uma maneira mais abrangente. Então, houve um momento para amadurecer a ideia e buscar um modelo para nos associarmos, haja vista as diferenças de porte e ação das duas empresas. Em pouco mais de um ano, encontramos uma forma de combinar as operações, através da joint venture.

Newton: Isso mesmo. Foi uma conver-sa muito natural entre as duas empresas. Como o Adelgésio disse, tudo começou com a necessidade da ESAB de adquirir produtos da Condor para vender como parte de seu portfólio. A partir daí, avaliou-se a necessidade de estarmos juntos no mercado. Não nos preocupamos muito com o tempo para formar essa associação. Tudo foi discutido em longo prazo e com muito cuidado, para ser bem feito e para que acontecesse de uma maneira que ficas-se bom para ambas as partes.

Na prática, quais serão os principais pontos positivos que os clientes terão com esta associação?

Newton: Vai facilitar a vida do cliente no que diz respeito a compras, suprimentos e suporte técnico. Ele terá à disposição uma

Aliança de peso para o mercado de soldagem e corte

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Entrevista

linha de produtos mais extensa, sem preci-sar recorrer a vários locais diferentes. Tudo estará muito mais concentrado em um for-necedor, ou, pelo menos, em um só grupo.

Adelgésio: O cliente ganha porque vamos estar ainda mais próximos. A partir do momento em que a Condor tiver uma força maior de vendas, mais espalhada pelo Brasil, vamos reforçar nosso canal de comunicação com ele.

A princípio, os produtos Condor e ESAB chegarão para o cliente como complementares. Mas será que não poderá haver confusão junto aos com-pradores, principalmente naquelas revendas que apresentem os produtos das duas empresas? Qual a orientação nesse sentido?

Newton: Não há confusão. São pro-dutos distintos, complementares em um mesmo mercado, então não é possível uma linha canibalizar a outra. As marcas conti-nuam separadas. O que é Condor continua Condor e o que é ESAB continua ESAB.

Adelgésio: Os produtos não se mis-turam. Não existe um produto Condor que seja igual ao ESAB ou que possa ter a mesma aplicação. Eles são diferentes. Por isso, não esperamos esse tipo de confusão. O que é preciso frisar é que nada muda no atendimento ao cliente. Nós só estaremos mais próximos. Quem era atendido pela Condor vai continuar comprando com ela e utilizando seus produtos, fabricados como sempre foram fabricados. O pedido vai ser feito para a Condor e ela vai emitir a nota fiscal para o cliente, como sempre acon-teceu. O que vai mudar para os clientes é que vamos buscar, dentro dessa sinergia de logística, benefícios para eles. Por meio da experiência e dos canais da ESAB, vamos fazer com que os produtos Condor cheguem mais rápido e a um custo menor.

A joint venture foi anunciada em julho de 2011, certo? Já é possível sen-tir uma reação do mercado à notícia?

Newton: Alguns clientes que souberam da joint venture já enviaram cartas, elogios e desejos de boa sorte para as duas empre-sas. Eles viram essa aliança com muito bons

olhos. Até hoje, só recebemos bons elogios.

Adelgésio: Nossos fornecedores tam-bém enxergaram essa iniciativa de maneira positiva. Eles veem claramente uma opor-tunidade de crescimento para todos, que vai ajudar a aumentar seus negócios. E, por todos os motivos que já falamos, o cliente percebe que se trata da aliança de duas boas marcas e que o fato de elas estarem juntas resultará em muito mais benefícios para ele.

Quais as vantagens dessa associa-ção para as duas empresas?

Newton: Podemos dizer que 80% do mercado de ambas as empresas é o mesmo. Temos muita sinergia na operação comer-cial pelo fato de possuirmos uma cadeia de distribuição muito similar. A cadeia da ESAB é mais abrangente, mas, em grande parte, os clientes são os mesmos. Outra vantagem é que poderemos ter uma abrangência bem maior, porque temos capacidade de colocar os produtos da Condor no mercado.

Adelgésio: Em termos estratégicos, o fato de as duas empresas estarem na mesma cidade (Contagem, MG), com distâncias muito curtas entre si, também facilita o geren-ciamento e o compartilhamento da logística.

Newton: A ESAB tem uma logística muito mais pesada, muito maior e, por isso, é capaz de propiciar uma redução do custo logístico da Condor também.

Qual a expectativa de crescimento das empresas após a joint venture?

Adelgésio: A Condor hoje é líder de mercado e pretendemos consolidar essa posição com a associação. Se formos falar em números, temos hoje em torno de 30% do mercado. A nossa expectativa é de um forte crescimento para os próximos três anos. Podemos dizer que há chances de atingirmos entre 45% e 50% do mercado como fruto da joint venture.

Newton: A ESAB possui em geral uma participação de 35% do mercado nas linhas de produtos. Também somos líderes em nosso segmento. Com a aliança, a ESAB

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Entrevista

tem a expectativa de crescer de 3% a 4% nos próximos dois ou três anos, no que se refere ao market share.

Adelgésio: Na verdade, como a ESAB possui uma estrutura de vendas maior, a Condor será a maior beneficiada neste momento. Ela vai ter maior crescimento com este novo canal, uma vez que o con-sumo do produto Condor será incentivado, estimulado. Por isso, esperamos uma taxa tão grande.

É preciso diferenciar joint venture de fusão. Condor e ESAB continuam independentes, certo? Permanecem com razão social, CNPJ, quadro de fun-cionários, logomarca separados. Então o que muda no dia a dia de trabalho das duas empresas?

Newton: As empresas continuam sendo administradas separadamente. Para a operação de vendas da ESAB no dia-a-dia, o portfólio passa a contar também com os produtos da Condor. Então, a força de vendas ESAB visitará também clientes que necessitam dos produtos Condor. Por outro lado, a força de vendas e o Suporte Técnico da Condor andarão em conjunto com a ESAB. No dia a dia, as equipes da Condor estarão presentes, por exemplo, junto à força de vendas ESAB.

Como dissemos, para o cliente, isso é um beneficio, pois estaremos próximos a ele

de forma mais fácil e rápida. Na prática, a joint venture estará mais focada nos departa-mentos de Vendas e Suporte Técnico.

A economia está se movimentando de maneira mais lenta este ano, inclusi-ve com as recentes indicações de uma nova crise. Como a ESAB e a Condor encaram esse cenário? As empresas estarão preparadas para atender aos clientes, caso haja algum reflexo da crise no setor das duas empresas, como falta de matéria-prima ou supri-mentos, por exemplo?

Adelgésio: Os clientes podem ficar tranquilos. Nós unimos os esforços e fica-mos mais fortes com a joint venture. A crise não será privilégio das nossas empresas, ela atingirá todos os setores. Mas eu acredi-to que, independente da crise, nós estamos mais fortes para enfrentar qualquer cenário. Com certeza, seria bem mais difícil se esti-véssemos atuando separados.

Newton: A crise também chegará ao nosso mercado, mas com um impacto muito menor. Os grandes projetos brasilei-ros de infraestrutura ainda estão em anda-mento, e todos os produtos relacionados à solda continuam com boa demanda. Além disso, o Brasil está caminhando com pernas próprias. Por isso, de uma maneira geral, a crise aqui será muito mais suave do que nos Estados Unidos e na Europa.

Diretores da ESAB e da Condor durante o

anúncio da joint venture para os colaboradores

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Lançamentos

A partir de agora, o portfólio da ESAB passa a operar em con-junto com a empresa Condor, líder em artigos oxicombustíveis.

A associação foi a forma encontrada pelas duas empresas para suprir as necessidades fabris dos clientes, oferecendo o maior leque possível de produtos para as ativida-des de solda, corte e aquecimento.

A linha de oxicombustíveis Condor é a mais completa e moderna do mercado. Com uma gama variada de produtos, a marca oferece ergonomia e, principalmente, segurança a seus usuários. A Condor tem toda a sua linha produzida no Brasil, em uma estruturada fábrica, o que possibilita o teste de todos os produtos e a garantia de um alto padrão de qualidade.

A Condor hoje tem toda a sua produção pautada pelas mais exigentes normas de qualidade mundial. Os produtos estão em conformidade com as normas EN e ABNT, e possui a certificação ISO 9001.

Trabalhar com a linha Condor é sinônimo de operações com alto desempenho, grande economia e elevado padrão de segurança. A linha oferece diversos diferenciais que a torna líder em seu segmento.

Reguladores de PressãoA Condor possui uma linha de regulado-

res projetados para oferecer aos operadores maior segurança e elevada performance na operação. São modelos específicos para atender a operações leves, médias e pesa-das, além da manopla de ajuste fixa mais macia e ergonômica e que não pode ser reti-rada, para a própria segurança do sistema.

Conheça a Linha: • Simples e Duplo Estágio para Cilindros• Postos de Consumo• Manofluxômetro• Vazão com Fluxômetro• Alta Performance• Linha• Central

Válvulas Corta-FogoEssenciais para a segurança nos sis-

temas oxicombustíveis, a Condor ofere-ce soluções específicas em válvulas corta -ogo para cada operação. Desde válvulas convencionais, que atuam em caso de retrocessos de chama em aplicações mais simples, até válvulas especiais, com capaci-dade de oferecer segurança extra para ope-rações com grande vazões. São sistemas de travamento mecânico, absorção de calor e – a grande novidade no mercado brasileiro – sistema de termoelemento, que oferece ainda mais segurança através do Thermal Cut Off, para interrupção do fluxo gasoso.

Leque de produtos expandido

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Lançamentos

Conheça a Linha: • Convencionais (RO/RG/MO/MG)• Termoelemento (Thermal Cut Off)• Especiais (Retenção/Sidox/VHC/ Multisafety/Central)

MaçaricosA linha de maçaricos oferece modelos

para corte, solda e aquecimento. São pro-dutos desenvolvidos para oferecer elevado desempenho e ergonomia aos operadores. Além dos modelos de linha, a Condor desen-volve também maçaricos para aplicações especiais, com tamanhos e modelos específi-cos para atender à demanda do cliente.

Conheça a Linha: • Corte• Mecanizado• Solda• Aquecimento• Especiais

Bicos e ExtensõesSão diversos os modelos de bicos de

corte e extensões de solda, para variadas aplicações e gases. Essa diversidade é impor-tante para garantir a melhor escolha por parte do usuário, evitando custos elevados e até mesmo risco de acidentes em caso de uso incorreto. Além disso, a Linha de Bicos Condor tem total intercambialidade com os principais produtos de padrão mundial.

Conheça a Linha: • Bicos de Corte Padrão 1 Sede• Bicos de Corte Padrão 2 Sedes• Extensões de Solda• Bicos e Extensões de Aquecimento• Bicos Especiais

Conjuntos PortáteisSão equipamentos ideais para aplica-

ções em que o operador precisa de mobi-lidade para realizar a operação. Podem ser montados de acordo com a necessidade do serviço a ser realizado.

Conheça a Linha: • Solda AC Plus• Solda GLP• Solda e Corte AC• Solda AC• Solda e Corte AC Plus• Solda e Corte GLP

AcessóriosUtilizados para complementar todos

os processos oxicombustíveis, esses dis-positivos podem ser usados para facilitar ou oferecer segurança às operações.

Conheça a Linha: • Conexão Y• Centelhador• Niples e Porcas• Agulheiro• Cintel e Carretilha, entre outros

Além de toda a estrutura oferecida pela fábrica na produção dos produtos e do alto padrão de qualidade, a Condor possui também um atendimento próximo ao cliente, garantindo a melhor orien-tação quanto ao uso dos produtos e a práticas de segurança essenciais ao sistema.

Assim, a Condor oferece soluções com-pletas para tudo o que envolve operações oxicombustíveis.

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Lançamentos

A FALCON FXA é composta por um sistema de motores CA, pinhão e cremalheira que ofe-recem uma ótima precisão em

todo o eixo longitudinal e transversal e reduzem os gastos com manutenção. Com estrutura maciça e reforçada, que garante rigidez perfeita sobre todo o comprimento da máquina, e porte alto e imponente, o equipamento apresenta excelente robustez e desempenho.

Versatilidade – Ela possui um dos trilhos montado abaixo do nível da mesa de corte, o que visa a reduzir os riscos de colisões com o equipamento no momento de carga e descarga das chapas. Além disso, é uma máquina extremamente fle-xível, pois pode ser configurada com esta-

ções de plasma e oxicorte e, no caso de uma intercambiável, permite possuir os dois processos na mesma estação. Essas características fazem com que a FALCON FXA seja uma máquina extremamente ver-sátil, que atende às rigorosas exigências do mercado.

Além disso, ela trabalha com uma das últimas gerações de CNC desenvolvidas pela ESAB, o Vision 51. O equipamento possui interface amigável e autoexplica-tiva, além de uma base de dados e um sistema de controle de processo, que permitem elevada repetibilidade no corte. As dimensões dessa máquina, somada ao baixo investimento inicial, a tornam a melhor opção em termos de custo/bene-fício da categoria.

Falcon FXAexcelente custo/benefício

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Lançamentos

Em setembro de 2011, a ESAB realizou o lançamento da OrigoTM 4004i MV. Trata-se de um novo conjunto inversor multiprocesso

recheado de características, proporcionan-do ao usuário uma soldagem diferenciada em todos os processos.

Visando a atender às necessidades do mercado, o equipamento ocupa até 70% menos espaço no local de trabalho e é até

75% mais leve. Essas características fazem com que o conjunto proporcione ao usuá-rio grande mobilidade e que o equipamen-to caiba em praticamente todos os lugares.

Podemos, ainda, dar destaque ao sis-tema Multivoltage (MV), que realiza o reco-nhecimento automático da rede elétrica e oferece ao equipamento imunidade às eventuais oscilações da rede elétrica tri-fásica do cliente. O equipamento pode operar em qualquer rede elétrica entre 220 e 440VAC sem a necessidade de qualquer intervenção humana para troca da tensão por cabos ou barramentos.

Todo o conjunto foi construído pensan-do em oferecer ao operador maior conforto e segurança, além de estar alinhado às premissas de baixo impacto ambiental. Seu design é ergonômico e proporciona fácil acesso aos seus principais componentes, como suporte do rolo de arame, painéis de comando etc.

Principais características:• Menor custo de soldagem: com exce-

lente soldabilidade MIG/MAG com CO2 com baixo nível de respingo, ela possibilita menor consumo de energia elétrica e reduz o retra-balho após a soldagem.

• Potência x Peso x Tamanho: com uma fonte de 400A com apenas 48kg, o conjun-to é até 75% mais leve e 70% menor que um equipamento convencional.

• Ergonomia: design inteligente e confor-tável, com enroladores e esteira porta-cabos.

• Multivoltagem: reconhecimento auto-mático da tensão de entrada, imune às oscilações da rede elétrica, dá maior vida útil ao equipamento.

• Consciência Ambiental: peso e tama-nho reduzidos e eficiência energética – con-sumo otimizado, soldabilidade com CO2 –, que possibilita menor emissão de argônio na atmosfera.

origotm 4004i mvtecnologia inversora fabricada no brasil

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Lançamentos

Para atender às mais exi-gentes necessidades do mercado, a ESAB apresen-ta a Coluna Manipuladora

CaB300 BR. O produto possui um design compacto e alto desempenho para ambientes industriais e atende a faixas de trabalho de 4 e 5 metros úteis na vertical e na horizontal.

Desenvolvida com base em uma plataforma enxuta e de alta tecno-logia, a nova coluna proporciona aumento de produtividade nos pro-cessos em que é aplicada, promo-vendo retorno rápido e lucratividade.

Versatilidade – Os sistemas de soldagem ESAB A2S ou A6S com o controlador de processo PEK são facilmente combinados com a CaB300 BR para proporcionar uma soldagem estável e de alta qualidade.

A nova coluna também é indica-da para soldagem de peças longas, pois ela pode realizar esse proces-so de forma longitudinal, através do deslocamento do braço ou da base da coluna. Além disso, a CaB 300 BR possibilita rotação de 180 graus da coluna, o que permite a criação de estações e linhas de soldagem no seu entorno.

Funções integradas – Todos os comandos de deslocamento, direção, con-trole de velocidade, início e fim da soldagem são centralizados em um único controle remoto, através do qual o operador tem o controle total do processo. É possível ainda integrar ao equipamento o sistema de supervisão por câmera e seguidor automá-tico de juntas GMH.

Segurança – A baixa tensão de contro-le do sistema torna possível a soldagem em áreas úmidas e confinadas. A nova coluna também possui um dispositivo anti-queda com travamento imediato da lança, e meca-nismo anti-tombamento, que se ajusta aos diversos padrões de trilhos de mercado.

Além de todas as vantagens, as colu-nas CaB300 BR são produzidas no Brasil e, por isso, sua venda está disponível pelo Finame - BNDES.

nova coluna manipuladora Cab300 br

Design compacto e alto desempenho para automatização de soldagem

A coluna manipuladora atende a faixas de trabalho de 4 a 5 metros na vertical e na horizontal

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Lançamentos

O BigBag da ESAB é uma emba-lagem com peso de 1.000 qui-logramas para o acondiciona-mento e o manuseio eficiente

de fluxos de alta qualidade para soldagem por arco submerso. Ela pode ser colocada sobre o silo de fluxo através de uma grua ou por meio de uma estrutura que possa ser descarregada rapidamente quando for necessário reabastecer o silo.

Originalmente, o bico de descarga do BigBag é termicamente vedado. Mas este pode ser facilmente aberto sem o uso de facas, tesouras ou outras ferramentas. Todas as embalagens possuem instruções claras, com ilustrações.

Embora leve apenas um minuto para se esvaziar um BigBag cheio, os usuários de pequenos e grandes volumes podem escolher retirar qualquer quantidade de fluxo em um dado momento, fechando o bico de descarga durante a saída do fluxo. Dessa forma, obtém-se uma valiosa economia de tempo quando comparado ao reabastecimento feito a partir de sacos ou baldes de fluxo de 20 a 30kg.

Outra economia importante está na pro-teção do fluxo com relação à absorção de umidade. As embalagens BigBags são feitas de material resistente, polipropileno trançado, e possuem um revestimento interno de múl-tiplas camadas de alumínio, o que mantém o fluxo seco, na mesma condição da fábrica.

Por esses motivos, os fabricantes podem utilizar um fluxo sem o processo de resse-cagem, mesmo em ambientes quentes e úmidos. Além disso, cada palete de fluxo é protegido adicionalmente contra a umidade por um invólucro termorretrátil.

A embalagem BigBag completamente vazia, incluindo o revestimento de alumínio, é reciclável, de acordo com a EN 13431.

eSAb bigbag para fluxos de soldagem ao arco submersoRonaldo Cardoso JúniorConsultor Técnico ESAB Brasil

• Não absorve umidade.• Possibilidade de uso de fluxo sem ressecagem.• Manuseio eficiente de fluxo.• Fácil de abrir e fechar.• Embalagem totalmente reciclável.

Instruções para descarte são apresentadas em uma etiqueta localizada próximo à etiqueta do fluxo

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Lançamentos

A proteção contra a umidade dos BigBags completamente cheios foi tes-tada em uma câmara climática durante cinco semanas. As condições entre as semanas um e quatro foram de 35°C, a 90% de umidade relativa, correspon-dendo às condições tropicais médias. Na quinta semana, o ponto de orvalho foi alcançado artificialmente uma vez ao dia, e gotas surgiram na parte

externa da embalagem.Foram retirados dois conjuntos de

amostra de fluxo para realização do teste de umidade: um da parte central e outro da lateral do BigBag.

Os gráficos mostram que não houve absorção de umidade mensurável. O teor de hidrogênio difusível do metal de solda permaneceu no mesmo nível que o da fabricação.

Proteção total contra a absorção de umidade

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Segmentação

O cenário da indústria Naval e Offshore no Brasil tem mudado significativamente nos últimos anos, graças às novas des-

cobertas do pré-sal feitas pela Petrobras nas bacias de Campos, Santos e Espírito Santo. Com isso, os investimentos, tanto de capital nacional como estrangeiro, em várias regiões do Brasil, aumentaram con-sideravelmente, devido à enorme demanda gerada tanto pela Petrobras como pela OGX (do empresário brasileiro Eike Batista).

Com essas novas descobertas, hoje, o Brasil possui uma das maiores carteiras de pedidos de embarcações e plataformas do mundo, despertando o interesse de muitos países da Europa, Ásia e América, que querem estar presentes e participar deste atrativo cenário.

Atualmente, de acordo com o último relatório do Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore), 278 empreendimentos estão distribuídos em todo o território brasileiro. Eles estão divididos entre plataformas de exploração, tipo FPSO, Semissubmersível e TLWP, e navios petroleiros, gaseiros, de suporte, entre outros.

Dentro desse cenário, a ESAB Brasil está sempre à procura de novas soluções para compor seu portfólio de produtos, visando ao aumento de produtividade, melhoria na qualidade e desempenho, além de um melhor controle de custos de seus clientes. Por isso, no mês de julho, foram iniciadas reuniões para definir uma parceria com a empresa holandesa Kranendonk, especializada em soluções robotizadas.

A Kranendonk projeta e fornece soluções em solda e corte para a indústria Naval e Offshore desde 1989, com base em siste-mas robotizados, integrados a controladores CNC, PLC e softwares dedicados, disponibi-lizando assim maior automação e controle de todo o sistema e processo utilizado.

Esse tipo de solução é dedicado a aplicações e produções de equipamen-tos e projetos únicos, como é o caso de navios e plataformas. Hoje em dia, os pro-jetos de navios mudaram suas caracterís-ticas construtivas, tornando o processo de construção muito mais complexo, com o implemento de painéis de fundo duplo, conhecidos também como double hull, ou casco duplo.

Soluções para aplicações de soldagem e corte robotizadas para o segmento naval & offshore

Gráfico 1

Renato Rodrigues de AguiarConsultor Técnico Segmento Naval & Offshore

Investimentos Estrangeiros Diretos no Brasil (US$ bi)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010E

10

1815

19

35

45

26

37

Fonte: Banco Central do Brasil

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Segmentação

Cenário da construção naval brasileira

Gráfico 2 Gráfico 3 Fonte: OSX 2011

Gráfico 4 Fonte: Verax 2011

Gráfico 5 Fonte: Petrobras 2011

1 1 1

4

3

5

6

6

1

11

12

22

24

53

1 1

4

67

11

13

2011E 2012E 2013E 2014E 2015E 2016E 2017E 2018E 2019E

Cronograma de Entrega OSX

Cronograma de Entrega Petrobras

5

2011

Promef 1 – 23 navios Promef 2 – 26 navios

Suezmax Aframax Panamax Produtos SuezmaxDP AframaxDP Produtos GLP Bunker

2012 2013 2014 2015

20181614121086420

US$ 4,2 Bilhões

2010-2014

10

18

12

4

TotalPetroleiros

GaseirosQuímicosGraneleirosPorta-contêineresOffshore

ULCC / VLCCSuezmaxAframax

PanamaxProdutos

Outros

AHTAHTS

PSVOutrosFPSO

Diversos

Mundo6.8731.197

15813111564

334395172478

2.91466975333

29825017214

690

Brasil (1)271550

1484

20*97024

4705

34080

A/B %3,944,590,00

10,696,966,255,992,284,070,000,070,606,240,001,68

13,600,00

57,140,00

Encomendas nos estaleiros mundiais (quantidade de navios)

Fonte: Clarksons – junho 2011Brasil: inclui encomendas Transpetro e Petrobras / EBN – não inclui sondas*Nove navios bunker

• Unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência• Casco: conversão de petroleiro ou novas unidades

• Plataforma do tipo Tension-Leg Wellhead• Adequada para águas profundas

• Plataforma do tipo Wellhead ou plataforma fixa de produção, em geral• Adequada para águas rasas

• Unidade de perfuração para exploração• Alta demanda para águas ultra profundas

• Unidade de transporte marítimo• Demanda para unidades de navegação de longo curso, cabotagem e aliviadores de plataformas de produção

Descrição

FPSO

TLWP

WHP

Navio-Sonda

Navio-Tanque

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Desde então, a produção e a sol-dagem dessas secções de casco são extremamente complicadas e demoradas, devido aos locais de difícil acesso para os soldadores, aos cortes de tubos e perfis e também à soldagem de tubo-flange. É nesse contexto de corte 3D de tubos e perfis, soldagem de cascos duplos e tubos-flanges que as soluções da ESAB e da Kranendonk são aplicadas.

Por que automatizar?O processo de automatização visa sem-

pre a reduzir custos e a aumentar a qualida-de, a produtividade e a padronização dos produtos, além de posicionar a empresa com mais competitividade em seu ramo de atuação, garantindo que os processos sejam mais controlados e alinhados à maior eficiência e eficácia da produção.

Vale frisar que é necessário haver uma definição, em conjunto, com o cliente, para entender os objetivos da produção no futu-ro. É importante entender o que o cliente visualiza em termos de aumento de capaci-dade de novos projetos nos anos seguintes. Para isso, a solução deve ter a capacidade de se adaptar a novas situações, mudanças de funcionários e processos, demandando assim uma solução flexível.

As soluções desenvolvidas pela Kranendonk visam também à flexibilidade do sistema, o que muitas vezes os automa-tizados não permitem, pois são totalmente dedicados a funções específicas e possuem grande dificuldade de modificações. Porém, a ideia de flexibilidade da Kranendonk para

processos robotizados é estendida e aceita mudanças de projetos, por exemplo, pro-cesso de soldagem, posicionamento, entre outros. Essa flexibilidade também se encon-tra na programação da solução, junto com os software ARAC e RinasWeld.

O software ARAC (Arithmetic Robot Application Control, ou controle aritmético para aplicações robotizadas) é focado em uma programação indireta para controle de todo o sistema. Com o ARAC, não é necessário programar o robô para cada tipo de peça a ser cortada ou soldada, esse software gera toda a programação necessária para o robô. Todos os sistemas fornecidos possuem uma estação ARAC, com foco de aplicação para corte 3D. Já para os sistemas de soldagem, o software recomendado é o RinasWeld.

O Software RinasWeld possui a capa-cidade de interpretar um modelo 3D, em qualquer ferramenta de CAD, e codificar todas as informações obtidas em linguagem de programação de todo o sistema. Este é o pacote de software completo e totalmen-te focado na geração de programas para robô, através de modelos 3D em ambiente off-line. O software é uma ferramenta que, basicamente, transforma o sistema roboti-zado em um CNC.

Sistemas robotizados são muito bons para repetir tarefas iguais por muito tempo, porém o tempo de programação é muito demorado, tornando a utilização de robôs, no segmento Naval & Offshore, muito complicada e não produtiva. Contudo, o RinasWeld gera, em média, a cada 10

Segmentação

Soldagem de Casco Duplo (Fonte AristoMig 5001 MV e RoboFeed)

Soldagem de Casco Duplo (Fonte AristoMig 5001 MV e RoboFeed)

Corte de Perfis pelo processo plasma (tocha PT-36 em conjunto com a fonte EPP 360)

Corte de Tubos (processo de oxicorte, aplicação Offshore)

Soldagem de Tubo-Flange (Fonte AristoMig 5001 MV e RoboFeed)

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minutos de programação no software, 10 horas de soldagem para todo o sis-tema. Com isso, e considerando outros motivos, a ESAB acredita que o ARAC e o RinasWeld são poderosas ferramentas para aplicações de soldagem e corte robo-tizadas para a indústria Naval e Offshore brasileira.

Como a ESAB e Kranendonk podem ajudar seus clientes?

A ESAB possui várias soluções que visam ao aumento de competitividade de seus clientes, como o sistema Aristo sinérgico de alta performance. Ele integra o controlador U8² e a fonte AristoMig 5001iMV, alinhando ao know-how do pro-cesso de soldagem com o arame tubular tipo flux cored. Uma referência nacional é o arame tubular Dual Shield 7100 LH, por suas características de alto desempenho, produtividade, qualidade, baixo nível de respingo e fumos.

O Sistema Aristo possui funções avan-çadas de soldagem que possibilitam o gerenciamento dos dados com o que há de mais moderno em controle de proces-sos e parâmetros de soldagem no mundo. Esse sistema, somado à expertise da ESAB em processos de soldagem, alinha-dos às soluções de software e hardware da Kranendonk, entregam ao cliente o estado da arte em soluções para a indús-tria Naval e Offshore.

Esta situação já acontece em mui-tos clientes ao redor do mundo, como é o caso do estaleiro italiano Fincantieri Monfalcone, que durante o outono de 2010 entregou o cruzeiro Queen Elizabeth. Esse cliente possui uma solução completa ESAB e Kranendonk com quatro robôs para soldagem dos painéis de fundo duplo dos transatlânticos e cruzeiros fabricados por eles.

Além do sistema de soldagem dos painéis de fundo duplo, uma solução muito utilizada por clientes é o corte 3D de tubos e perfis, que integra o sistema Plasma M³ da ESAB com o hardware e software da Kranendonk. Um exemplo dessa aplica-ção é a empresa Nakilat Keppel Offshore Marine, localizada no Qatar.

Todas as soluções entregues aos nos-sos clientes visam a aumentar a competi-

tividade em seus segmentos de atuação. Isso se deve ao crescimento da eficiência e da eficácia dos processos produtivos como solda e corte, além do aumento de capacidade, qualidade e repetibilidade, redução de retrabalhos dos subconjuntos e, consequentemente, redução de custos, que está relacionada à maximização do lucros.

Existem muitos outros clientes em todo o mundo que trabalham com soluções inte-gradas entre a ESAB e a Kranendonk, como STX (França), Nordic Yards (Alemanha), Aker Philadelphia (USA), Chantiers de L’Atlantique (França), entre outros. Essa parceria existe há mais de 20 anos na Europa e, a partir deste ano, chega ao Brasil, com os mesmos conceitos e tec-nologias utilizadas por empresas de ponta, para atender à crescente demanda de toda a indústria Naval e Offshore brasileira.

Segmentação

estatística do Painel469 de 492 juntas (95,3%)301,3 de 323,4 metros (93,1%)tempo de Arco: 30:41hrstempo total: 40:04hrstempo de Geração: 1h19

estatísticas do Painel42 de 42 juntas (100%)39,9 de 39,9 metros (100%)tempo de Arco: 1h38tempo total: 2h05tempo de Geração: 1h29

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4 0 n o v e m b r o n º 1 6 2 0 1 14 0 m A I o n º 1 5 2 0 1 1

Segmentação

Foto realizada durante a reunião entre ESAB

e Kranendonk em Tiel, Holanda. Da esquerda para a

direita, Kevin Jongkind, Bas Kockmann, Bert

Kooijman, Renato Aguiar, Edwin Oosterveld

Fonte: Maurizio Eliseo Fonte: Svetsaren 2010

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Segmentação

Ao longo dos anos, o mercado Naval tem apresentado deman-da por navios maiores, mais rápidos e com baixo nível de

manutenção. O alumínio e suas ligas têm adquirido uma posição importante dentro desse contexto por ser um material leve, com excelentes características de resistên-cia mecânica e à corrosão.

Várias foram as ligas de alumínio desenvolvidas nos últimos anos para atender aos requerimentos do segmen-to Naval. Em 1954, foi registrada na Aluminium Association a liga 5083, cuja composição química é apresentada na Tabela 1, a qual é considerada a liga-base da indústria naval.

A adições de Si e Mg conferem à liga 5083 boas características de resistên-cia à corrosão marinha, conformação e soldagem, bem como maior resistência

mecânica. Em termos de resistência a corrosão, construções navais fabricadas com liga da classe 5083 oxidam em média 100 vezes menos que as mesmas fabricadas em aço carbono. Durante o primeiro ano de operação, navios fabrica-dos em aço corroem a uma velocidade de 120 mm/ano, enquanto os de alumínio, a 1 mm/ano.

Em 1995, Pechiney Co (França) regis-trou a liga de alumínio 5383, um melhora-mento da liga 5083, conforme apresentado na Tabela 2. Comparativamente à liga 5083, a 5383 apresenta um maior teor de Mg, Zn e adição de Zr, resultando em uma maior resistência à corrosão e incremento em resistência ao impacto.

Em 1999, Corus Aluminium Walzprodukte GmbH (Koblenz 0 Alemanha) registrou a nova liga 5059 na Aluminium Association, denominada Alustar.

Soldagem de ligas de alumínio para o segmento naval

José Roberto DominguesGerente Técnico de Consumíveis – ESAB América do Sul

Tabela 1 – Composição Química – Liga 5083

Tabela 2 – Composição Química – Liga 5383

Tabela 3 – Composição Química – Liga 5059

Si Fe Cu Mn Mg Cr Zn Ti

0,40 0,40 0,10 0,40 – 1,0 4,0 – 4,9 0,05 – 0,25 0,25 0,15

Si Fe Cu Mn Mg Cr Zn Ti Zr

0,25 0,25 0,10 0,70 – 1,0 4,0 – 5,2 0,25 0,40 0,15 0,20

Si Fe Cu Mn Mg Cr Zn Ti Zr

0,45 0,50 0,25 0,60 – 1,20 5,0 – 6,0 0,25 0,40 – 0,90 0,20 0,05 – 0,20

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Comparando as ligas 5059 e 5083, tem-se que a primeira apresenta uma maior resistência mecânica, com um incremento em 26% de limite de resistência antes da soldagem e 28% após, como ilustrado na Figura 1. Em termos de propriedades mecâ-nicas após a soldagem, como apresentado ainda na Figura 1, tem-se que o limite de escoamento da liga 5083 é aumentada de 125 MPa para 145 MPa pela introdução do tipo 5383 (5083 otimizada) e para 160 MPa com a liga 5383 NG (5383 otimizada).

Outras ligas de menor resistência, tais como 5052 e 5086, têm sido empregadas

para a fabricação de pequenos barcos ou componentes com baixo nível de tensão, tipi-camente para águas interiores, mas a liga 5083 apresenta-se ainda como a predominante. A Tabela 4 apresenta uma relação das ligas de Al mais empregadas no segmento Naval.

Soldagem das Ligas de AlPara a soldagem das ligas de Al, vários

são os processos empregados, como: MIG, TIG, Eletrodo Revestido, Oxiacetilênico, Resistência, Fricção, Plasma, Electro Beam, Leaser, entre outros. Em termos do seg-mento Naval, os mais empregados são MIG e TIG, os quais serão o foco deste artigo. No entanto, vale ressaltar o crescimento significativo nos últimos anos da soldagem por fricção.

A soldagem das ligas de Al não se mos-tra complexa, mas difere em alguns aspec-tos da soldagem de aço carbono. Em uma realidade naval, entender essas diferenças é o primeiro passo para atingir um procedi-mento de soldagem bem-sucedido. Pode-se eleger como pontos-chave para o sucesso da soldagem das ligas de Al os seguintes:

• Seleção do consumível.• Qualidade do consumível de Al.• Armazenagem e uso do consumível de Al.• Preparação do metal de base.• Preparação da junta.• Seleção do gás de proteção.• Seleção e manuseio do equipamento.

Segmentação

(1) Valores individuais correspondem ao limite máximo. (2) Ni max. 0,15 / Pb max. 0,15

Tabela 4 – Ligas de Al Empregadas no Segmento Naval (1)

Fonte: ROMHANJI, E. – Problems and prospect of Al-Mg Alloys Application in Marine Construction

Figura 1 – Propriedades Mecânicas Mínimas – Ligas 5083, 5383, 5059

Liga Si Fe Cu Mn Mg Cr Zn Ti Zr

5052 0,25 0,40 0,10 0,10 2,20–2,80 0,15–0,35 0,10

5059 0,45 0,50 0,25 0,60–1,20 5,0–6,0 0,25 0,40–0,90 0,20 0,05–0,25

5083 0,40 0,40 0,10 0,40–1,0 4,0–4,90 0,05–0,25 0,25 0,15

5086 0,40 0,50 0,10 0,20–0,70 3,5–4,5 0,05–0,25 0,25 0,15

5383 0,25 0,25 0,20 0,70–1,0 4,0–5,2 0,25 0,40 0,15

5383NG 0,25 0,25 0,10 0,80–1,10 4,3–5,3 0,15 0,40 0,15 0,05–0,20

5454 0,25 0,40 0,10 0,50–1,0 2,4–3,0 0,05–0,20 0,25 0,20

6061 0,40–0,80 0,70 0,15–0,40 0,15 0,80–1,20 0,04–0,35 0,25 0,15

6063 0,20–0,60 0,35 0,10 0,45–0,90 0,10 0,10 0,10 0,10

518.0 (2) 0,35 1,8 0,25 0,35 7,5–8,5 0,15

535.0 0,15 0,15 0,35 0,10–0,25 6,2–7,5 0,10–0,25

400360320280240200160120

80400

160

160

5083 5383 50595383NG

unid

ade

– M

Pa

Liga (Encruamento H116/H321)

125

145

L. Resist. L. Esc. L. Resist. Após Soldagem

L. Esc. Após Soldagem

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Segmentação

Seleção do Consumível Durante a soldagem de aços, a sele-

ção do consumível é frequentemente baseada no limite de resistência do metal de base. Para ligas de alumínio, a seleção do consumível não é normalmente sim-ples ou baseada apenas em seu limite de resistência, sendo que tem-se um núme-ro significativo de variáveis que devem ser consideradas durante o processo de seleção dos consumíveis. Entender essas variáveis e seus efeitos na soldagem como um todo é de vital importância, por-tanto, pode-se listar os seguintes pontos a serem considerados para a seleção do consumível:

– Integridade da junta com relação a trincas de solidificação

Esta é baseada na combinação consumível e metal de base e na sua relativa sensibilidade à trinca (trinca de solidificação/a quente). De forma a redu-zir a possibilidade da ocorrência de trincas a quente, é necessário reduzir as tensões transversais através da solda e evitar faixas de composição química críticas na solda. A redução ou redistri-buição de tensões durante a solidifica-ção pode ser obtida pela minimização de restrições da junta, que pode ser resultante de excessos de mecanismos de fixação, ou através do uso de con-sumíveis que tenham ponto de fusão e solidificação menor que o metal de base. Um procedimento que se pode empregar para garantir que se evite a aplicação de consumíveis com composição química critica é apresentado na Figura 2, em que a diluição da junta deve ser levada em consideração para a análise do mesmo (Figura 3). O gráfico da Figura 2 mostra curvas de sensibilidade das ligas de Al ao trincamento a quente, sendo que, para o segmento naval, as mais empregadas são as de Al-Mg. Para essas ligas, o teor de magnésio na faixa de 0,5–3,0% produz um metal de solda com compo-sição química sensível a trincas. Para as ligas com teor de Mg menor que 2,8%, normalmente recomenda-se a solda-gem com consumíveis Al-Si (série 4XXX) ou Al-Mg (série 5XXX), em função dos requerimentos de aplicação em questão.

No entanto, é importante salientar que ligas de Al-Mg com teor de Mg maior que 2,8% não podem ser soldadas com os consumíveis Al-Si (Série 4XXX), devi-do a problemas eutécticos (com ponto de fusão inferiores da liga) associados à excessiva quantidade de silicato de magnésio (Mg2Si), formado durante a sol-dagem, reduzindo ductilidade e aumen-tando a sensibilidade a trincas.

Figura 2 – Sensibilidade a trinca de solidificação em função da composição química do metal de solda

Figura 3 – Efeito da diluição na composição química do metal de solda

Metal Base

6061

20% Consumível

80% Metal Base

60% Consumível

40% Metal Base

Consumível

5356

1,7% Mg

3,2% Mg

Al - Si

0

0

0

0

1 2 3 4 5 6 7

Al - Cu

Composição Química Metal Solda – % Liga

Al - Mg

Al - Mg2SiSen

sib

ilid

ade

Rel

ativ

a a

Trin

cas

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Segmentação

– Resistência mecânica da junta solda-da (na condição como soldado)

Esta variável é baseada na possibilida-de de o consumível atingir ou exceder a resistência requerida pela junta na condição como soldado. Em muitos casos, na sol-dagem de alumínio, a zona termicamente afetada (ZTA) de uma solda em chanfro é a região que determina a resistência da junta, enquanto a zona fundida, em geral, apresenta resistência superior à do metal de base. Diferentemente das soldas em chanfros, a resistência das juntas de filete é baseada na resistência ao cisalhamento, que pode ser afetada significativamente pela seleção do consumível em função de sua composição química. Consumíveis da série 4XXX geralmente têm menor duc-tilidade e provêm menor resistência ao cisalhamento em juntas de filete. Já os con-sumíveis da série 5XXX, tipicamente, têm maior ductilidade e podem prover até duas vezes a resistência ao cisalhamento dos consumíveis da série 4XXX, em algumas circunstâncias. A Tabela 5 apresenta as pro-priedades mecânicas dos consumíveis de soldagem de ligas de alumínio, em termos de resistência ao cisalhamento e limite de resistência do metal depositado.

– DuctilidadeDuctilidade é a propriedade que

descreve a habilidade do material em fluir plasticamente antes de fraturar. Um aumento da ductilidade em um consu-

mível para soldas de Al representa maior possibilidade de deformação plástica e redistribuição de cargas, reduzindo a sen-sibilidade à propagação de fissuras. A ductilidade deve ser considerada como requisito-chave, principalmente nos casos em que há conformação ou impacto após soldagem.

– Temperatura de serviçoPara aplicações em que a tempera-

tura de serviço é maior que 65°C, devem ser selecionados consumíveis que possam operar a essas temperaturas, sem que afetem as propriedades requeridas para a junta soldada. As ligas de Al-Mg com mais de 3% Mg, como 5183, 5356, 5556 e 5654, quando expostas a elevadas tempe-raturas, podem produzir uma segregação de magnésio nos contornos de grão do material. Como resultado dessa segrega-ção, pode-se ter uma falha prematura do componente soldado. Consequentemente, ligas com menos de 3% de Mg têm sido desenvolvidas para aplicações em elevadas temperaturas.

– Resistência à corrosão De uma maneira geral, a maioria das

combinações metal de base – liga de Al/ Consumível – é satisfatória em termos de resistência a corrosão, quando exposta a atmosfera. Nos casos em que combina-ções de ligas de alumínio dissimilares (metal base/consumível) são empregados e um eletrólito é presente, é possível iniciar uma ação galvânica entre as composições dis-similares. Vale ressaltar que consumíveis da série 5XXX pode ser anódico para o metal base das ligas 1XXX, 3XXX e 6XXX e, con-sequentemente, o metal de solda poderá sofrer corrosão.

– Coloração após anodizaçãoA coloração de uma liga de Al quando

anodizada depende da sua composição química, sendo que o silício em alumínio causa um escurecimento da liga quando tratado quimicamente durante o processo de anodização (cinza para preto, depen-dendo do teor de Si). Outro elemento determinante na coloração de uma liga de Al é o Cr, que imprime uma coloração de amarela para dourada.

Tabela 5: Propriedades mecânicas dos consumíveis de Al em relação à resistência a tração e cisalhamento

Consumível

Ksi Mpa Ksi Mpa

1100 7,5 52 13,5 93

2319 16 110 37,5 258

4043 11,5 79 29 200

5183 18,5 128 41 283

5356 17 117 38 262

5554 17 117 33 230

5556 20 138 42 290

5654 12 83 32 221

Min. Resistênciaao Cisalhamento

Limite de ResistênciaMetal Depositado

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Segmentação

– Tratamento térmico após soldagemNormalmente, ligas de alumínio tratadas

termicamente perdem substancialmente sua resistência mecânica após soldagem. De maneira a retornar a resistência original do metal de base, pode ser realizado um tratamento térmico pós-soldagem; nesse caso, é necessário avaliar o consumível empregado e a sua resposta a este trata-mento. O consumível da classe 4643, por exemplo, foi desenvolvido para soldagem de ligas da série 6XXX e desenvolve eleva-das propriedades mecânicas na condição como tratado. É importante enfatizar que consumíveis comuns podem não respon-der, ou mesmo responder adversamente, ao tratamento térmico pós-soldagem.

Consumíveis segmento naval

Como comentado anteriormente, a liga- -base 5083 é a mais empregada no seg-mento Naval, podendo ser soldada com sucesso utilizando-se consumíveis como o 5356, 5183 ou 5556. A escolha de um desses consumíveis depende dos requeri-mentos das aplicações e serviços deman-dados para o componente a ser soldado. São várias as aplicação da liga 5083 na fabricação Naval, entre as quais se pode citar o casco, a estrutura e os tanques criogênicos. O consumível 5356 é utilizado para união das ligas 5083 apenas quando não existe requerimento de qualificação do procedimento de soldagem em chan-fro. A razão dessa limitação é o fato de a combinação entre as ligas 5083 e 5356 tipicamente não atender aos requerimentos mínimos de limite de resistência (275 MPa) para soldas em chanfro. O consumível 5356 é frequentemente empregado em liga 5086, que apresenta menor requerimento de limite de resistência transversal para soldas em chanfro (240 MPa). Ambos os consumíveis – 5183 e 5556 –, tipicamente, atendem aos requerimentos de limite de resistência transversal para soldas em chanfro para a liga 5083.

Quanto às ligas 5383 e 5059, ambos os consumíveis, 5183 e 5556, mostram-se adequados para a sua soldagem. Essas duas ligas são soldadas em aplicações navais, normalmente empregando-se o processo MIG com argônio puro ou mistu-

ra de argônio e hélio como gás de prote-ção. Gases de proteção com adição de até 75% de hélio podem ser utilizados, princi-palmente em chapas mais espessas ou em juntas críticas sujeitas à inspeção radiográ-fica. No que se refere à liga 5059, tem-se registro de aplicações em que metal de solda não se mostra capaz de atingir os limites mínimos de resistência da zona ter-micamente afetada. Um método utilizado para aumentar o limite de resistência da zona fundida é o aumento da quantidade de elementos de liga via maior diluição do metal de base. Esta maior diluição pode ser obtida pela utilização de gases de proteção com a adição de hélio, por ele apresentar um maior perfil de penetração e, consequentemente, uma maior fusão do metal de base. O emprego do consumível 5556 é preferível ao 5183, que contribui para o aumento da resistência de metal depositado em soldagem de ligas 5059.

No que se refere às sociedades clas-sificadoras navais, as Tabelas 6 e 7 apre-sentam as recomendações do DNV e ABS para seleção de consumíveis em função das diversas ligas de Al empregadas no segmento naval.

Tabela 7 – Recomendações ABS para seleção de consumíveis de AlFonte: ABS Rules for Materials and Welding – Aluminum and Fiber Reinforced Plastics (FRP). 2006

Metal Base-Ligas 5083 5086 5383 5454 5456 6061, 6082

5083 5183 5356 5183 5356 5183 5356

5086 5356 5356 5356 5356 5356 5356

5383 5183 5356 5183 5356 5183 5356

5454 5356 5356 5356 5554 5356 5356

5456 5183 5356 5183 5356 5356 5356

6061, 6082 5356 5356 5356 5356 5356 4043

Tabela 6 – Recomendações DNV para seleção de consumíveis de AlFonte: DNV – Rules for Ships/High Speed, Ligth Craft and naval Surface, January 2005/2009

Metal Base-LigasNV-5052, NV-5754NV-5154, NV-5454

NV-5086

NV-5083NV-5383NV-5059

NV-6060, NV-6061NV-6063, NV-6005A

NV-6082

NV-5052, NV-5754NV-5154, NV-5454

NV-50865356, 5556, 5183 5356, 5556,

5183 5356, 5556, 5183

NV-5083, NV-5383NV-5059 5356, 5556, 5183 5183

5556 5356, 5556, 5183

NV-6060, NV-6061NV-6063, NV-6005A

NV-60825356, 5556, 5183 5356, 5556,

5183 5356, 5556, 5183

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Boas Práticas para Soldagem de Ligas de Al

com QualidadePorosidade no cordão de solda –

Porosidade no metal de solda de ligas de alu-mínio é um dos defeitos de maior ocorrência na soldagem deste material. Essa porosidade tem como origem o aprisionamento de hidrogênio (gases) durante o processo de solidificação. O hidrogênio é altamente solúvel no alumínio fundido, como pode ser observado na Figura 4, motivo pelo qual, durante a soldagem das ligas de Al, é consideravelmente elevada a pro-babilidade da ocorrência de porosidade. Este gás pode ser introduzido não intencionalmente durante a soldagem, através da contaminação da área a ser soldada, como, por exemplo, por hidrocarbonetos ou umidade. Como boas práticas para minimizar a ocorrência de porosi-dades, recomenda-se:

• Remover graxas e óleos da área a ser soldada.

• Remover a camada de óxido por escovamento ou lixamento.

• Verificar possíveis vazamentos no cir-cuito de água do equipamento de soldagem.

• Utilizar gás de soldagem “limpo” e seco.• Ajustar o volume correto de gás de

proteção para soldagem.• Usar hélio no gás de proteção para

chapas espessas.• Armazenar os consumíveis de sol-

dagem em locais secos e com umidade e temperatura controladas.

• Usar o máximo diâmetro de arame possível.

• Pré-aquecer o material de base (65°C), dependendo da sua espessura.

• Evitar soldagem em ambientes com elevada umidade (ponto de orvalho).

• Transportar as partes a serem soldadas, inclusos consumíveis, 24 horas antes do início da soldagem (Condensação umidade).

• Certificar-se quanto à utilização de arame com a superfície livre de resíduos (ex: lubrificante em excesso).

Tipo de corrente – Para soldagem TIG de aços carbono, normalmente se utiliza corrente contínua com polaridade negativa (CC-). Entretanto, para soldagem de ligas de alumínio por esse mesmo processo, recomenda-se a utilização de corrente alternada (CA). Isso se deve ao fato da superfície da liga de alumínio formar uma camada de passivação, constituída de óxido de alumínio, que é um composto de alta estabilidade, baixa condutividade elétri-ca e alta temperatura de fusão. Isso implica o bloqueio do fluxo de elétrons quando o mesmo é estabelecido do eletrodo para peça de trabalho (CC-); porém, quando a corrente alternada é usada, o fluxo de elé-trons alterna-se entre CC- e CC+, momento no qual a camada de óxido é quebrada, permitindo assim o fluxo de corrente elétri-ca. Já para a soldagem MIG, recomenda-se o uso de CC+, pois, nesse caso, o próprio consumível é o eletrodo, motivo pelo qual o mecanismo de emissão eletrônica é alte-rado, não sendo necessário o uso de CA.

Qualidade superficial do arame – Como comentado anteriormente, a quali-dade superficial dos arames corresponde a um dos fatores mais importantes na soldagem das ligas de alumínio. Esta pode afetar a consistência na alimentação do arame, bem como a sanidade do metal depositado (nível de porosidade, defeitos). Deve-se esperar de um bom arame para soldagem de Al, uma boa consistência em diâmetro e superfície limpa e adequada em rugosidade.

Nesse sentido, a ESAB desenvolveu uma exclusiva tecnologia, o shaving pro-cess, para produzir um arame de soldagem de alumínio prêmio. Esse processo possi-bilita obter superfícies de arame com baixo

10

8

6

4

2

0700 800 900 1000 1100 1200 1300

12

Temperatura (ºC)

So

lub

ilid

ade

(m/1

00g

)

p

p

= 1 atm

= 0,25 atm

H

H

2

2

Segmentação

Figura 4 – Solubilidade do hidrogênio no Al líquidoFonte: MODENESI, P. Soldabilidade de Algumas Ligas Metálicas

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nível de elementos residuais, como ilustrado na Figura 5, o que significa menores níveis de hidrogênio e, consequentemente, baixa probabilidade de porosidade. Desta forma, é possível obter melhores propriedades de soldagem para aplicações manuais, meca-nizadas e robóticas.

Figura 5 – Qualidade superficial arames Al - ESAB

Gás de proteção – Existem dois gases normalmente empregados para a soldagem de Al: o argônio e o hélio. Esses gases são empregados como argônio puro, hélio puro ou misturas em diversos percentuais de ambos. Argônio puro é o gás de proteção mais popular, utilizado tanto para solda-gem MIG quanto TIG, de ligas de alumínio. Misturas de argônio e hélio são a segunda mais empregada, e hélio puro é geralmente utilizada para aplicações especiais em TIG. Entretanto, apesar de ser possível aumen-tar a velocidade de soldagem em algumas circunstâncias utilizando hélio e/ou mistura hélio/argônio, vale ressaltar que os gases contendo hélio são mais caros e têm menor densidade que o argônio, motivo pelo qual se emprega maior vazão de gás.

Soluções ESAB para Soldagem de Al

A ESAB possui vasta gama de consu-míveis de soldagem e equipamentos para a soldagem do Al e suas ligas, além de amplo conhecimento técnico em aplica-ções, adquirido ao longo de anos de atua-ção no segmento Naval.

Quanto aos consumíveis de soldagem para o segmento Naval, a ESAB dispõe de homologações junto às principais socieda-des classificadoras. A seguir, são apresen-tadas as principais soluções ESAB empre-gadas no segmento Naval. Destaque-se que os consumíveis cujos nomes comer-

ciais começam com OK Autrod referem-se a arames sólidos contínuos para soldagem GMAW, enquanto os intitulados inicialmen-te por OK Tigrod são varetas para solda-gem GTAW.

Consumíveis ESAB – Segmento Naval

Soluções ESAB em equipamentos

Formando uma solução completa, a ESAB também possui uma linha de equipa-mentos com grande performance na solda-gem de alumínio. São fontes para soldagem GMAW e GTAW que apresentam recursos especialmente desenvolvidos para esse tipo de soldagem, como a transferência pulsada e o sistema de balanço de onda AC, além de uma ampla gama de linhas de sinergis-mo para soldagem GMAW.

Segmentação

OK Autrod / Tigrod 5356

• Arame sólido• Classificação: AWS A5.10 ER5356• Composição Química / Propriedades MecânicasGás de Proteção: Argônio puro, Mistura He + 0-5% Ar

Fe Si Mn Zn Mg Ti Cr AlL.R.

(MPa)

L.E. (MPa)

A (%)

0,40 0,25 0,15 0,10 5,0 0,1 0,13 Bal. 265 120 26

OK Autrod / Tigrod 5556

• Arame sólido• Classificação: AWS A5.10 LR5556• Composição Química / Propriedades MecânicasGás de Proteção: 100% Argônio, 100% Hélio ou Mistura He + 0-5% Ar

Fe Si Mn Zn Mg Ti Cr AlL.R.

(MPa)

L.E.(MPa)

A (%)

0,40 0,25 0,80 0,20 5,3 0,13 0,13 Bal. 145 295 25

OK Autrod / Tigrod 5183

Arame sólidoClassificação: AWS A5.10 ER5183Composição Química / Propriedades Mecânicas (Ar Puro)

Fe Si Mn Zn Mg Ti Cr AlL.R.

(MPa)

L.E. (MPa)

A (%)

0,40 0,25 0,80 0,25 4,8 0,15 0,15 Bal. 290 140 25

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4 8 n o v e m b r o n º 1 6 2 0 1 1

Segmentação

AristoTM Power 460

Faixa de Corrente 10 - 500 A

Cargas Autorizadas450 A/38 V @ 100%

500 A/40 V @ 60%

Tensão em Vazio 80 V

Tensão de Alimentação 3Ø, 220/380/440 V - 50/60 Hz

Potência Aparente 29 KVA @ 60%

Classe Térmica H (180ºC)

Dimensões (L x C x A) 700 x 1250 x 840 mm

Peso 185 kg

Proteção sobre Temperatura

Ajuste Remoto de Tensão

MIG Pulsado

• Destinada ao processo MIG em curto--circuito, spray, pulsado sinérgico e arames tubulares.• Multiprocesso.• Sistema automático de refrigeração.• Programação dos parâmetros feita pelo Aristo Pendant U8.

Equipamentos para soldagem de ligas de alumínio pelo processo GMAW

Aristo™ Power 460

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4 9n o v e m b r o n º 1 6 2 0 1 1

Segmentação

Caddy Tig 2200i AC/DC, TA33 AC/DC e TA34 AC/DC

Aristo™ U82

• Inteligente.• Fácil interface.• Multilingual.• Comunicação moderna.• Controle de qualidade.• Confiabilidade.• Ergonômico, robusto e de design moderno.• Máxima funcionalidade, mínima complexidade.

Equipamentos para soldagem de ligas de alumínio pelo processo GTAW

TIG AC/DC – Inversoras

ReferênciasABS – Rules for Materials and

Welding – Aluminium on Fiber Reinforced Plastics (FRP), 2006.

ANDERSON, T. New Developments in Aluminium Shipbuilding Industry, Svetsaren n°1, 2003.

ANDERSON, T. Troubleshooting in aluminium welding, Svetsaren n°2, 2000.

CONNOR, L. D., et al. AWS – Welding Handbook. Eighth Edition, volume 3, chapter 1 – Aluminium and Aluminium Alloys, 1996.

DHV – Rules for classification of ships/High Speed, Light Craft and Naval Surface Craft, January 2005/2009

MODENESI, P. Soldabilidade de Algumas Ligas Metálicas. http://www.demet.ufmg.br/grad/discipli-nas/emto19/metais_soldab.pdf

ROMHANJI, E. Problems and prospect of Al-Mg Application in Marine Construction, http://www.metalurgija.org.rs/mjom/vol12/no%204/5ROMHANJI.pdf

OrigoTig 3000i e AC/DC TA24

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5 0 n o v e m b r o n º 1 6 2 0 1 1

Evento

Workshop reafirma marca eSAb

Renato AguiarJulio Raupp

Desde 2006, a cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, tem recebido diversos inves-timentos que visam a atender

as necessidades da região e, principalmen-te da Petrobras, no que diz respeito aos equipamentos para extração de petróleo nas novas bacias descobertas no Brasil. Dentro desse cenário, empresas como Quip, Ecovix-Engevix, IESA, Wilson,Sons, entre outras, estão se instalando na região para suprir essa nova demanda de fabrica-ção. Neste cenário, juntamente ao incentivo do Governo, Rio Grande tem como foco se tornar o principal pólo nacional de Offshore do Brasil.

Tendo em vista os investimentos que vem sendo realizados na cidade e a deman-da para a capacitação dos funcionários das

principais empresas e dos profissionais das instituições de ensino da região. A ESAB promoveu um workshop focado em solu-ções para o Segmento Naval & Offshore.

Realizado no SENAI João Simplício, em Rio Grande, o workshop foi planejado com o intuito de reafirmar o posicionamento da ESAB como referência em soluções para toda a cadeia Óleo e Gás, focando, principalmente, na construção de navios e plataformas que serão fabricados na região.

A ação, contribuiu não só para a capaci-tação de funcionários de empresas da região, como Quip, Ecovix-Engevix, Petrobras, IESA, BV, Usiminas, Conselt, Puma Açotec, Profab, Furg, IFRS, Cimec, RVT, Andrita, entre outras, mas também de professores e estudantes da IFRS, FURG e do SENAI, e parceiros comerciais, como Irmãos Jouglard.

Ação posiciona empresa como referência no segmento naval & offshore

A Quip já entregou a plataforma P-53 (FPU – Floating Production Unit – unidade flutuante de produção) e, atualmente, está finalizando a produção da Plataforma Semi-Submersa, P-55, que tem previsão de entrega para o inicio do próximo ano. Além disso, a empresa já iniciou os trabalhos do pro-

jeto das P-58 e P-63 (FPSO – Floating Production, Storage and Offloading – Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência de Petróleo) e disputa com outros estalei-ros a construção de novas plataformas.

Outra gigante da construção offshore do Brasil, a Ecovix-Engevix,

já realizou o pedido de oito cascos de FPSO em carteira e disputa a construção de outros equipamen-tos de demanda da Petrobras, como os Navios Sondas para perfuração e exploração dos novos campos de petróleo, descobertos na bacia de Santos e do Espírito Santo.

Por dentro dos investimentos

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Cutting

A técnica para se realizar furos de precisão é um conjunto integrado de tecnologias que trabalham sincronizados para

produzi-los com perfeição em aço de baixo carbono de até 1:1 de diâmetro, isto em espessuras entre 3mm e 25mm. E a ESAB possui o know-how para a fabricação do pórtico e para integrar todo o sistema que realiza esse tipo de trabalho, incluindo plas-ma, CNC, controle de altura, software de programação e sitema de movimento.

Quando as peças são programadas com o software Columbus.NET, da ESAB, a operação da máquina não necessita de intervenção, nem no corte, nem na produ-ção de furos de alta qualidade. O software aplica automaticamente a geometria de corte, otimizando os furos e os códigos do

processo. Dessa forma, todas as informa-ções do corte do furo são capturadas em um banco de dados e, por isso, nenhuma intervenção manual se faz necessária.

Outra característica importante é que apenas o sistema de plasma m3 da ESAB pode controlar totalmente os gases de proteção. Extensos testes mostraram que o oxigênio puro não é o gás de proteção ideal para obter qualidade de ponta. O sistema de plasma m3 é capaz de mudar, misturar ou ajustar os gases de proteção com perfeição. Além disso, a tecnologia do PHT utiliza uma mistura de oxigênio e nitro-gênio como gás de proteção, e o altera no início e durante o corte, para minimizar respingos na furação. Com esta técnica, o arco elétrico é ajustado para alcançar máxima cilindricidade do furo.

tecnologia de furos de alta precisãoFuros precisos sem esforço

Conjunto integrado de tecnologias trabalham sincronizados

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Tabela 1: Projetos executados com tubos X80 ou similar fornecidos pelo fabricante EUROPIPE.[2]

Soldagem de alta produtividade de dutos de alta resistência API 5L X80

Segmentação

O emprego de dutos é a manei-ra mais utilizada em todo o mundo para o transporte de fluidos, devido ao seu baixo

custo e grande capacidade de escoamen-to. É comum o escoamento de gases via gasodutos, de minério via minerodutos, de óleo via oleodutos, de álcool via alco-oldutos, dentre outros, sendo que esses representam, em geral, dutos terrestres. Entretanto, também há uma aplicação extensiva desses para escoamento de fluidos no meio submarino, em destaque os flowlines, que levam os fluidos do poço de petróleo até a unidade de pro-cessamento na superfície do mar [1], e os pipelines, que deslocam os resultantes desse processamento até as unidades terrestres [1].

A grande demanda pelo transporte

dutoviário e a constante corrida por redu-ção de custos fomentou o desenvolvi-mento de dutos de até 120MPa de limite de escoamento, como o X120, porém ainda não se tem a aplicação deles no Brasil. Em contrapartida, nos Estados Unidos e na Europa já há uma extensa utilização de tubos X80, assim como apresentado na Tabela 1. No Brasil, ainda se vê pouca aplicação dos X80; entre-tanto, é clara a tendência do aumento do emprego desses materiais.

Vale ressaltar que, hoje, os aços X80 geralmente são fabricados através do processo TMCP (Thermal Mechanical Controlled Process), o que permite a pro-dução de ligas microligadas com baixo teor de carbono equivalente e, como consequência, boa soldabilidade, entre-tanto, inferior aos aços de menor resis-tência mecânica, como os X65 e X70.

Por esse motivo, alguns fatores de-vem ser levados em consideração na escolha do consumível de soldagem, se destacando o teor de hidrogênio difusível (Hdif). A norma API 582 2009 [3] esta-belece que o teor máximo de Hdif seja de 8 mL/100g de metal depositado para arames tubulares flux cored, configuran-do um consumível de baixo hidrogênio classificado como H8 pela ASME II Part C 2010 [4].

Segundo a norma API 5L X80 edição 2004 [5], o material deve atender aos seguintes requerimentos mecânicos:• Limite de escoamento: 552 a 690Mpa.• Limite de resistência: 621 a 827Mpa.• Alongamento: mínimo de 18%.

eSAb desenvolve arames tubulares para soldagem de dutos de alta resistência com elevada produtividade e qualidade

Ronaldo Cardoso JúniorConsultor Técnico ESAB Brasil

Ano Projeto Dimensão Comprimento

1984 Mega II 44'' x 13,6mm 3,2 km

1985 CSSR 56'' x 15,4mm 1,5 km

1991-1992 Ruhgas48'' x 18,3mm48'' x 19,4mm

250 km

2001-2004 National Grid48'' x 14,3mm48'' x 15,1mm

210 km

2001-2003 CNRL 24' x 25,4mm 12,7 km

2003 Murray 20' x 20,6mm 2,4 km

2004-2005 Snam Retegas48'' x 16,1mm48'' x 18,9mm

10 km

2004 Stadtwerke Munster 56'' x 20,5mm 1,6 km

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Segmentação

A ESAB acompanhou o desenvolvi-mento dos tubos X80 e vem participan-do com sucesso de vários projetos ao redor do mundo através do fornecimento de consumíveis de soldagem com alto padrão de qualidade, que atendem a todos os requerimentos necessários para a soldagem de tubos X80.

Dentre esses consumíveis, se des-tacam o PipeWeld 91T-1 e o PipeWeld 101T-1, que são arames tubulares rutí-licos com proteção gasosa de altíssima performance, destinados a soldagem de X80 manual ou mecanizada, conforme ilustrado na Figura 1. Vale ressaltar que a soldagem de tubulações com arames tubulares rutílicos protegidos externa-mente por um gás de proteção se mos-tra mais produtiva que a soldagem com eletrodos revestidos e arames tubulares autoprotegidos, assim como apresenta-do na Figura 2, em estudo realizado por Muniz et. al. em 2007 [6].

Os arames PipeWeld 91T-1 e PipeWeld 101T-1 apresentam teor de hidrogênio difusível menor que 5 mL/100g de metal depositado (H5), atendendo às especi-ficações API e minimizando o risco de trincamento a frio. Além disso, possuem excelente tenacidade a baixas tempera-turas, apresentado excelentes resultados de impacto charpy até -40°C. No caso de empreendimentos que se baseiam na norma NACE, vale ressaltar que ambos

possuem teor de níquel menor que 1%, atendendo aos requerimentos impostos.

A Tabela 2 apresenta as propriedades mecânicas dos arames PipeWeld 91T-1 (AWS SFA A5.29 E91T1-G) e PipeWeld 101T-1 (AWS SFA A5.29 E101T1-G), onde é possível notar que o segundo apresenta maior resistência que o primei-ro. Recomenda-se a soldagem dos mes-mos com mistura 75%Ar + 25%CO2 na progressão ascendente, evitando assim

Figura 2 – Dados de produtividade comparativos entre eletrodos básicos (E9018-G), celulósicos (E8010-G), arames tubulares rutílicos (E71T-1) e autoprotegidos (E91T-8G). [6]

Figura 1 – Soldabilidade dos arames PipeWeld 91T-1 e o PipeWeld 101T-1

Básico

24% 27%35% 40%

63% 68%76% 85%0,69 0,65

0,99

1,41

1,911,64

1,89

2,36

100%78% 76%

56%

Celulósico Tubular RublicoTubular Auto-protegido

Ciclo de Trabalho (%)

Eficiência de Deposição (%)

Taxa de Deposição (kg/h)

Custo (%)

Produtividade (m/h)

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Segmentação

a possibilidade de inclusão de escória.As propriedades mecânicas do

metal de solda de consumíveis de baixa liga depende fortemente do apor-te térmico; por esse motivo, a escolha entre o PipeWeld 91T-1 e o PipeWeld 101T-1 irá depender do procedimento de soldagem empregado. No caso de oscilação parcial – mais de um passe por camada, a partir da terceira –, recomenda-se a utilização do PipeWeld 91T-1. Já no caso em que é realizada uma oscilação completa, empregando-se um passe por camada e alto aporte térmico, recomenda-se a utilização do PipeWeld 101T-1.

A Tabela 3 apresenta o croqui das juntas para oscilação parcial (OP) e completa (OC), enquanto a Tabela 4 mostra os resultados mecânicos obti-dos em ambas as situações para os dois consumíveis. Nota-se que, em OP, foi usado um aporte de calor médio de 1,2 kJ/mm, enquanto para OC empre-gou-se cerca de 2,2 kJ/mm.

Com base nos resultados apre-sentados na Tabela 4, observa-se que ambos os consumíveis podem ser empregados para soldagem de aços X80 para os dois procedimentos. Entretanto, por segurança, recomen-da-se o PipeWeld 91T-1 para oscila-ção parcial e o PipeWeld 101T-1 para oscilação total, conforme mencionado anteriormente.

Oscilação Parcial (OP) Oscilação Completa (OC)

Tabela 4 – Resultados mecânicos soldados através de dois procedimentos distintos (oscilação parcial e oscilação completa), conforme descrito pela Tabela 3LE = Limite de escoamento / LR = Limite de resistência

Tabela 2 – Propriedades mecânicas típicas. Valores referentes a metal depositado

Tabela 3 – Croqui das juntas para oscilação parcial e completa

Propriedade PipeWeld 91T-1 PipeWeld 101T-1

Limite de escoamento 590 MPa 640 MPa

Limite de resistência 640 MPa 679 MPa

Alongamento 28% 25%

Charpy 90J @ -40ºC 70J @ -40ºC

PipeWeld 91T-1PipeWeld

101T-1

Oscilação parcial (menor AT)

Oscilação ompleta (maior AT)

Oscilação parcial (menor AT)

Oscilação ompleta (maior AT)

LE (MPa) 620 568 672 627

LR (MPa) 692 616 727 726

AI (%) 25 27 21 24

Charpy @ -40ºC (J)

86 63 91 54

Charpy @ -50ºC (J)

79 47 G3 45

19,8

60º

2 -

3

3

19,8

60º

2 -

3

3

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Segmentação

Referências[1] Souza, D. M. B. P. Análise

dos Métodos de Lançamento de Dutos Rígidos para Diferentes Profundidades. 2006.

[2] Hillenbrand, H.; Kalwa, C.; Liessem, A. Technological Solutions for Ultra-High Strength Gas Pipelines. Data não infor-mada.

[3] API 582. Welding Guidelines for the Chemical, Oil, and Gas Industries. 2009.

[4] ASME II Part C. Specification for Welding Rods, Electrodes, and filler Metals. 2010.

[5] API 5L. Specification for Line Pipe. 2000.

[6] Muniz, P. H. P.; Domingues, J. R.; Broek, J. V. D. Fatores a considerar na seleção dos pro-cessos de soldagem de dutos. Rio Pipeline Conference and Exposition. 2007.

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Segmentação

ESAB Swift Arc Transfer (SAT™) é uma tecnologia de soldagem MAG de elevada produtividade, que utiliza o arame não cobre-

ado OK AristoRod™ em elevadas taxas de alimentação de arame, resultando em elevadas velocidades de soldagem, muito além das velocidades convencionais.

O SAT™ proporciona cordões de solda-gem com excelente acabamento, boa pene-tração e sem mordeduras. Devido as elevadas velocidades de soldagem, uma das vantagens adicionais é a redução do aporte térmico, minimizando as deformações. Desenvolvido para aplicações robotizadas e mecanizadas, é principalmente indicado para soldas de filete e juntas sobrepostas, sendo aplicado tanto em chapas finas quanto em chapas grossas.

A tecnologia tem como base a utiliza-ção do arame OK AristoRod™, fabricado com a tecnologia ASC (Advanced Surface Characteristics), uma tecnologia inovadora, que possibilita a eliminação da camada de

cobre da superfície do arame – produto refe-rência nos mercados Brasileiro e Europeu, em função de seu elevado desempenho. O resul-tado desta tecnologia é a eliminação do des-prendimento do cobre superficial, o qual é res-ponsável pela geração de resíduos de cobre que podem proporcionar uma alimentação deficiente do arame, devido ao entupimento do sistema de alimentação. Dessa maneira se tem uma maior estabilidade de arco, além de uma menor chance de contaminação da solda por cobre.

OK AristoRod™ está disponível em car-retéis de 18Kg, porém, a utilização de emba-lagens MarathonPac™ com 100 ou 250Kg é recomendada, devido a redução dos custos com paradas para substituição dos carretéis.

A tecnologia SAT™ utiliza equipamen-tos de última geração, inversores primários e secundários “Chopper”, além do alimenta-dor de arame RoboFeed 3004w, que possui velocidades de alimentação de arame de até 30m/min. O sistema ainda conta com a unidade de controle digital U82, onde ficam armazenadas as linhas sinérgicas específi-cas para o processo, para diversos diâme-tros de arames, combinados com variadas misturas gases de proteção.

eSAb Swift Arc transfer (SAt™)Soldagem de elevada produtividade

Roberto Luiz de SouzaConsultor Técnico Segmento Transporte

O SAT™ entrega os seguintes benefícios:• Processo estável, mesmo em ele-vadas velocidades de soldagem.• Excelente aparência visual.• Boa penetração de soldagem.• Baixo aporte térmico e reduzido nível de distorções.• Redução de retrabalho, devido à baixa distorção e redução de respingos.• Fácil implementação.• Redução das ilhas de Sílica.

Figura 1 – Swift Arc Transfer – Modo de Transferência

Swift Arc TransferTM

A otimização dos parâmetros de soldagem

Velocidade de alimentação do arame (m/min.)

Arco Rotacional

SATTM

Tens

ão d

e ar

co (V

)

Cur

to-c

ircui

to

Tran

sfer

ênci

a m

ista

Spr

ay A

rc

Curto-circuito Forçado

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5 7n o v e m b r o n º 1 6 2 0 1 1

Segmentação

A Figura 1 apresenta os modos de transferência convencionais do processo GMAW, bem como o SAT™. Para baixas velocidades de alimentação e tensão de arco se tem a transferência por curto-cir-cuito, porém, a medida que a alimentação e tensão são aumentadas, o tipo de trans-ferência é alterado até se chegar ao SAT™.

A transferência em curto circuito for-çado ocorre entre os modos de trans-ferência spray e arco rotacional, porém, com redução significativa da tensão de arco. Os benefícios e as possibilidades alcançadas com este modo de transfe-rência, já são bem conhecidas e aplicadas na indústria.

O SAT™ é criado a partir deste modo de transferência, utilizando-se velocidades de alimentação de arame maiores, porém, com tensões de arco menores do que as aplicadas no arco rotacional. Isso propor-ciona elevada produtividade associado com excelente qualidade tanto para soldagem de chapas finas, quanto espessas. Com o lançamento SAT™, fornecemos um pacote completo de equipamento, consumíveis e linhas de sinergismo, assim como o conhe-cimento para implementação do processo com sucesso.

A Tabela 1 apresenta as faixas de ope-rações utilizando-se o processo SAT™.

A última palavra em tecnologia para

aplicações robotizadas ou mecanizadas

O pacote de integração da ESAB AristoMig traz uma gama completa de equipamentos e consumíveis baseados na última tecnologia digital de construção de fontes de soldagem.

O pacote é composto por:• Fonte de energia Aristo™Mig5001i

Multi Voltagem, inversor primário, ou AristoPower 460 inversor chopper.

• Unidade de controle Aristo U8-2, já com as linhas de sinergismo para traba-lho com o SAT, ou interface Aristo W8-2 para diferentes marcas de robôs.

• O RoboFeed 3004w ELP, alimen-tador de arame encapsulado, com velo-cidade de alimentação de até 30m/min.

• Conjunto de cabos com proteção.

SATTM, parâmetros para diferentes diâmetros de arames e taxas de deposição. A área amarela mostra os limites de corrente de soldagem. Soldas de filete na posição 1G

Tabela 1 – Velocidade alimentação do arame x diâmetros x taxa de deposição

Excelentes resultados em chapas finas ou espessas

Diâmetro do arame (mm) 0,8 0,9 1,0 1,2 Taxa de deposição (Kg/h)

Vel. alimentação do arame (m/min.) 25 20 16 11 5,9

Corrente (A) 220 230 240 230

Vel. alimentação do arame (m/min.) 32 25 20 14 7,4

Corrente (A) 260 270 300 400

Vel. alimentação do arame (m/min.) 35 27 22 15,5 8,1

Corrente (A) 255 285 330 460

Vel. alimentação do arame (m/min.) 30 25 17,5 9,2

Corrente (A) 348 375 500

Figura 2 – Parâmentros ideais para soldagem de juntas sobrepostas

Perfis de penetração em chapas finas sobrepostas com 2mm de espessura

Junta A B

Diâmetro do arame (m/m) 0,9 0,9

Gás de proteção 92%Ar/8%Co2 92%Ar/8%Co2

Corrente (A) 260 240

Vel. alimentação do arame (m/min.) 25 20

Vel. soldagem (cm/min.) 155 140

Stickout (mm) 18 18

Tabela 2 – Taxa de deposição (Kg/h) x Garganta x Velocidadee de Soldagem (m/min.)

Taxa de deposição (Kg/h) a=3 mm (m/min.)

a=4 mm (m/min.)

a=5 mm (m/min.)

5,9 0,98 0,57 0,34

7,4 1,23 0,66 0,43

8,1 1,35 0,72 0,47

a = garganta

A B

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Segmentação

• Embalagem MarathonPac™ (100 ou 250Kg), qualidade e produtividade através da redução do tempo de paradas.

• Arame OK AristoRod™, que proporciona garantia de estabilidade e con-fiabilidade do processo em elevadas correntes de soldagem.

O pacote de robotização já configurado para trabalhar com o SAT™ pode ser instalado tanto em novas células como em células antigas, ou retrofit.

Diâmetro do arame (m/m) 0,8 0,9 1,0

Gás de proteção 92%Ar/8%Co2 92%Ar/8%Co2 92%Ar/8%Co2

Corrente (A) 210 260 316

Vel. alimentação do arame (m/min.) 20 20 20

Vel. soldagem (cm/min.) 75 95 125

Taxa de deposição (Kg/h) 4,7 6,1 7,4

Stickout (mm) 19 19 20

Gás de proteção

4% O2 + Ar

8% Co2 + Ar

18% Co2 + Ar

Stickout (mm) 16 - 20mm

Bico de contato CuCrZr

Posição da tocha10º - 20º Ângulo de ataque empurrado

30º - 55º Ângulo de ataque empurrado

Tipos de juntas

Juntas sobrepostas

Juntas de filete

Juntas em "V"

Posições de soldagem PA, PB

Tabela 3 – Recomendações gerais para aplicação do SAT (Arame OK AristoRod)

Figura 4 – Exemplos de aplicações na indústria automotiva

Figura 3 – Parâmetros ideais para soldagem de filetes

Configuração ideal para aplicação do SATTM

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ESAB Global

Com seus produtos em uma grande parcela dos veí-culos em operação, a ArvinMeritor é líder em solu-ções avançadas que se concentram em aumentar a estabilidade de veículos e reduzir emissões de

gases nocivos. A planta de 100.000 m² da empresa, localizada em Cameri, na Itália, possui cerca de 600 funcionários e forne-ce carcaças de eixos de caminhões para fabricantes líderes no mercado global, como a Iveco, Renault e Volvo, os quais, por necessidade, devem ser robustos e da mais alta qualidade. Uma decisão recente de adotar o arame OK AristoRod 12.50 da ESAB para uso exclusivo da planta resultou em uma melho-ra significativa dos processos de produção e montagem.

Soldagem perfeita para carcaças de eixos de caminhões

Cesare Fondrini, ESABSaldatura SPA, Mesero, Itália*

Tradução da Svetsaren, Revista da ESAB Global

Fabricação de eixos de caminhões na planta de Cameri da ArvinMeritor

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ESAB Global

ReconhecimentoAgradecemos a Alberto Caramellino,

gerente de Engenharia de Manufatura, e Fedele Bozzella, engenheiro de Manufatura na Divisão de Sistemas de Veículos Comerciais da Meritor HVS, por colabora-rem com este artigo.

A origem da planta de Cameri data de quase 100 anos atrás. Estabelecida em 1909 como uma escola de aviação e um aeroporto, no início era bem simples: uma casa de um andar para os escritó-rios e um hangar de aeronaves, ambos de madeira. Em 1912, o artista e pintor turinense, Giuseppe Gabardini, que já havia projetado várias aeronaves inova-doras, incluindo o hidroaeroplano e o monoplano Gabarda, assumiu o controle das plantas, do aeroporto e da escola de aviação.

As operações foram interrompidas entre 1929 e 1932, quando Gabardini continuou suas atividades em nome do governo, revisando e fiscalizando aero-naves de combate e bombardeiros. Após a morte de Gabardini, em 1936, a Cansa assumiu a gerência, incluindo as ativida-des de inspeção e fiscalização de aero-naves Fiat, além da montagem de moto-res. Essas atividades foram novamente interrompidas em 1944, quando as ofi-cinas da Cameri produziram produtos diferentes, como bicicletas, aquecedores elétricos e móveis para cozinha. Em 1946, foi iniciada a produção de ônibus, trólebus e de motores para as primeiras bicicletas a motor da Cucciolo.

Em 1953, a Cansa foi absorvida pela Fiat e, em 1968, o nome Cansa desapa-receu e a empresa se tornou Fiat, então Fiat Veicoli Industriali e, posteriormente, Iveco. Durante essa época, a planta de Cameri envolveu-se na produção e montagem de ônibus, recebendo chassis e fabricando a estrutura, que era então montada, chapeada, pintada, equipada com o mobiliário interior e finalmente testada na estrada. No final dos anos 70, a produção de ônibus foi transferida para o sul da Itália.

Os anos recentesEnquanto isso, em Cameri, onde a

planta havia sido ampliada significativa-

mente, iniciou-se um projeto de reforma que levou à criação de uma joint venture entre a Iveco e a gigante americana Rockwell International: a Omevi foi fun-dada, e a planta de Cameri tornou-se o centro para a fabricação de eixos para veículos semipesados.

O envolvimento da Rockwell resultou em significativa evolução tecnológica, através da qual a planta de Cameri ganhou uma produção de ponta e equi-pamentos de controle. No início dos anos 90, as linhas de produção foram reorganizadas e redesenhadas, com a integração de cada vez mais equipamen-tos automatizados.

Em 1997, a Rockwell International foi dividida. O setor automotivo assumiu o nome Meritor, e a planta de Cameri teve seu nome alterado para Meritor HVS Cameri SpA. A Meritor estava fortemente focada na Europa. Ela havia adquirido a planta de Lindesberg, da Volvo, na Suécia, que era devotada à produção de eixos. Ela também adquiriu a divisão de freios da Lucas Varity com uma planta na Inglaterra. A matriz foi estabelecida em Amsterdam, algumas funções foram cen-tralizadas, e foi criada a divisão europeia de reposição, com escritórios em Zurique.

A fusão dos líderes da indústria, Arvin Industries e Meritor Automotive, em julho de 2000, criou a ArvinMeritor, agora uma das maiores fabricantes e fornecedoras de componentes automotivos do mundo, com 36 mil funcionários e 140 plantas ao redor do mundo. A Arvin trouxe para a fusão uma reputação internacional como um dos líderes na fabricação de com-ponentes automotivos, em particular de produtos para controle de motorização, filtros e sistemas de exaustão a gás. O ponto forte da Meritor era sua posição como líder mundial no setor de veículos leves, com um portfólio composto de eixos, freios, transmissões, sistemas de direção, eixos de transmissão, sistemas de tetos e suspensões.

Produção atual“A ArvinMeritor possui uma presen-

ça importante na Europa porque seus clientes principais – Iveco, Renault e Volvo – são os maiores fabricantes

Figura 1 – Eixo traseiro típico de caminhões pesados com freios a disco

Figura 2 – Ponto inicial da linha de prensa a quente

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ESAB Global

de caminhões do mundo”, diz Alberto Caramellino, gerente de Engenharia de Manufatura da Divisão de Sistemas de Veículos Comerciais da Meritor HVS Cameri. “Nossa planta possui a maior equipe de design da ArvinMeritor fora dos Estados Unidos, seguida em impor-tância pela equipe de Lindesberg, na Suécia, e pela planta de Lyon, onde as carcaças fechadas de ferro fundido são produzidas. Em Cameri, produzimos a carcaça do eixo ‘falsa’ que é prensada a quente e então montada. Todos os com-ponentes são soldadas com arame, com exceção do cubo da roda, que é soldado por fricção.”

O projeto do eixo é completamente realizado na planta de Cameri. “O projeto e o dimensionamento dos eixos de trans-missão, coroas, pinhões, engrenagens pla-netárias, satélites e rolamentos (as peças de ferro fundido que encerram a engre-nagem diferencial) são de nossa respon-sabilidade do começo ao fim”, comenta Fedele Bozzella, engenheiro de Produção da Divisão de Sistemas para Veículos Comerciais da Meritor HVS em Cameri.

“Todos os produtos são testados den-tro da planta por nosso departamento especializado em testes. Geralmente, ten-demos a ter linhas altamente automatiza-das, com exceção de algumas produções especiais, que ainda requerem operações manuais.”

Em ambos os departamentos de sol-dagem e de prensa a quente, as linhas de produção são baseadas em arquite-tura sequencial. As únicas funções que exigem a intervenção de um operador são o carregamento das peças no início da linha, o posicionamento no meio da linha por robôs e sistemas magnéticos de peças que formarão o eixo e os sistemas de inspeção ao final da linha (dimen-sões, qualidade de soldagem, aparência estética etc.). “A soldagem possui uma influência crítica na qualidade do produto final”, diz o Sr. Bozzella.

Um processo fundamentalNa planta de Cameri, a soldagem é

claramente um processo de importân-cia fundamental. “Nosso produto pode ser comparado a um navio composto

de nove peças montadas; ele deve ser robusto e consistente com as especifi-cações”, relata o Sr. Bozzella. “Todas as soldas devem ser estanques, e algumas delas também são soldas de segurança. O arame de soldagem é um componente essencial para a qualidade da produção.”

Essa é a história por trás da decisão de adotar o arame OK AristoRod 12.50 da ESAB. Mas como essa escolha foi feita?

“Nossa decisão partiu da insatisfação com a qualidade do arame que estáva-mos comprando anteriormente de um outro fornecedor”, diz o Sr. Bozzella. “O material começou a apresentar proble-mas significativos de qualidade. Além disso, surgiram novos requerimentos, como ter uma solda limpa, livre de res-pingos. Também queríamos reduzir a emissão de fumos, especialmente nas posições de ponteamento e de setup. Finalmente, tivemos mais um problema a resolver: o arame que estávamos uti-lizando anteriormente era revestido de cobre, que tem tendência a descamar, e as partículas de cobre que se soltavam obstruíam o sistema de alimentação de arame. Isso estava causando paradas, as quais desejávamos eliminar na linha.”

A empresa, portanto, começou a pro-curar por uma alternativa que eliminasse o problema. “Estávamos cientes dos recur-sos técnicos do arame OK AristoRod e, em maio de 2008, tomamos a decisão de adotá-lo”, acrescenta o Sr. Bozzella.

O OK AristoRod 12.50 é um arame não cobreado que, graças ao seu trata-mento de superfície ASC (Tecnologia de Superfície Avançada) exclusivo, permite a alimentação suave do arame, sem fricção e sem resíduos.

“Fomos capazes de verificar ime-diatamente que o arame OK AristoRod 12.50 da ESAB eliminou completamente os respingos de soldagem e foi satisfató-rio em todos os seus outros aspectos”, diz o Sr. Caramellino. “Por sua parte, a ESAB também forneceu dois tambores com endireitadores de arame. As linhas de produção foram interrompidas para o acerto das posições de soldagem e, após os testes preliminares, foram alcan-çados resultados muito satisfatórios.

Figura 3 – Peças prensadas a quente prontas para serem unidas com solda

Figura 4 – As duas metades ponteadas

Figura 5 – Penetração total pela soldagem unilateral

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Podíamos observar claramente que o comportamento do arame era excelente: nenhum respingo podia ser visto a olho nu”, ele enfatiza.

Outros benefícios tornaram-se apa-rentes de imediato. Por exemplo, com o novo arame OK AristoRod, não houve necessidade de alterar os parâmetros de otimização de soldagem. “Tanto as soldas simples como as mais comple-

xas imediatamente pareceram perfeitas”, conclui o Sr. Bozzella. “Por exemplo, em uma dada etapa do ciclo de trabalho, temos que executar uma junta de solda com suporte metálico. Essa é uma junta muito importante para nós e, com o arame OK AristoRod, somos capazes de executá-la perfeitamente. Além disso, a produtividade aumentou significativa-mente, porque o arame OK AristoRod nunca causa quaisquer problemas.”

A adoção do OK AristoRod 12.50 também produziu outros benefícios, como uma melhor estabilidade de arco, melhor aparência da solda e ausência de respingos.

Um padrão únicoO arame OK AristoRod 12.50, em

Marathon Pacs de 475 kg, é utiliza-do para toda soldagem automática e semiautomática na planta de Cameri. A única variante é o diâmetro: nos proces-sos automatizados é utilizado o diâmetro de 1,6 mm, enquanto nas operações manuais de soldagens, é utilizado o diâ-metro de 1,2 mm. A soldagem manual, com arame de 1,6 mm, implicaria o uso de correntes maiores que 380 A (a 32 V), com uma radiação muito forte, resul-tados em fadiga dos operadores. Por outro lado, na linha, correntes de 420-470 A (a 32-34 V) são alcançadas para soldas específicas, e correntes de 360 A (a 30-32 V) para outros procedimen-tos simples. Finalmente, nas operações de montagem de carcaças de eixos, as correntes variam dependendo da parte a ser soldada. Para passes profundos e superficiais, a faixa fica tipicamente entre 310 e 360 A para garantir uma penetra-ção consistente dentro da caixa.

As vantagens podem ser vistas cla-ramente por todos: após a soldagem, a carcaça do eixo está muito limpa e não requer quaisquer operações de limpeza manual; foi alcançada uma excelente penetração e houve melhora na produ-tividade.

* Cesare Fondrini é gerente de produto MIG/MAG e Arames Marathon PAC na ESAB Saldatura SpA, Mesero, Itália.

Figura 6. Após a soldagem, a carcaça do eixo está limpa

Figura 7 – Boa aparência de todas as soldas

Figura 8 – Soldagem robotizada de customização

Figura 9 – Eixos traseiros prontos para serem montados

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Service

A falta de profissionais qualificados afeta 69%1 das indústrias do País, de acordo com pesquisa recente da CNI (Confederação

Nacional da Indústria). Esse cenário no mercado brasileiro demonstra um dos prin-cipais impedimentos para o aumento da

competitividade de uma empresa: a falta de capacitação de seus funcionários.

O ser humano é o único recurso de uma organização capaz de desenvolver-se, adaptar-se e transmitir conhecimentos em um curto espaço de tempo. Uma boa política de Recursos Humanos, associada a treinamen-

treinamentos técnicos de aperfeiçoamento eSAb

Divisão oferece cursos personalizados e de alta qualidade para a sua empresa

Bernardo Hermont B. Gonçalves Luís Otávio Silveira Martins

ESAB Service Brasil

1 Pesquisa realizada pela CNI no período de 3 a 26 de janeiro de 2011.

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tos eficientes, favorece a capacitação, atua-lização e motivação dos participantes, além de gerar como principais benefícios redução de custos de retrabalho, aumento da produ-tividade, diferenciação frente à concorrência, mais segurança no trabalho e maior satisfação do cliente final.

O treinamento é um processo educacio-nal que tem como objetivo gerar crescimento e mudanças comportamentais através da transmissão de informações, atitudes e con-ceitos. Esses ensinamentos visam a preparar o colaborador para o desempenho imediato de sua função.

A maioria das companhias que informa enfrentar o problema de falta de profissio-nais qualificados (78%)1 procura capacitar o trabalhador na própria empresa. Nesses casos, o treinamento interno torna-se one-roso e ineficaz, pois a capacidade produtiva é desviada para uma atividade que não é de sua especialidade nem de sua função original.

Considerando isso, treinamentos minis-trados por organizações especializadas vêm se mostrando uma boa opção, tendo forte demanda na indústria nacional. Essa é ainda mais acentuada no ramo da soldagem, que atualmente acumula um grande déficit de mão de obra especializada devido ao recente crescimento acelerado do segmento metal-mecânico no mercado brasileiro.

Deste modo, essas empresas geralmente não conseguem formar pessoas totalmente qualificadas e prontas para os mais diversos desafios nas aplicações industriais específi-cas relacionadas a soldagem e corte. Isso faz com que o profissional se aperfeiçoe lentamente, através da prática de seu dia a dia, podendo utilizar técnicas não adequadas e onerar a empresa.

Dessa forma, visando a atender a essa crescente necessidade, a ESAB oferece treinamentos de aperfeiçoamento de mão de obra na área de soldagem através de uma divisão especializada, a ESAB Service. Os treinamentos são ministrados por equi-pes altamente comprometidas, qualificadas e preparadas para o aperfeiçoamento de profissionais.

Características dos treinamentos

Público-alvo – A ESAB Service oferece dois tipos de treinamentos: Aperfeiçoamento

em soldagem e corte e Manutenção em equipamentos ESAB. O primeiro é indicado para soldadores, ajudantes de solda, líderes e supervisores. Já o segundo tem como público-alvo técnicos para manutenção de equipamentos de solda e corte ESAB. Ambos os tipos são oferecidos diretamente para as empresas nas quais esses profissio-nais estão empregados.

In company – Máxima conveniência e aproveitamento das horas de trabalho da equipe de funcionários do cliente sem desperdícios de tempo e de custos com deslocamentos. Por serem realizados na realidade de trabalho dos participantes – máquinas e ambiente de trabalho da empre-sa –, permitem melhor aplicação prática das informações.

Personalização – Levantamento minu-cioso das atividades, necessidades e proble-mas da empresa em assuntos relacionados à soldagem, tanto em termos de equipamentos quanto em processos. Através dessas infor-mações, os temas pertinentes são combi-nados e formam um plano de treinamento completo, focado nas necessidades espe-cíficas do cliente.

Prática aliada à teoria – Aspectos teóricos aliados a procedimentos práticos são abordados, proporcionando um aperfei-çoamento completo do profissional.

Comunicação – Desenvolvidos de acordo com a linguagem do público-alvo, o que os torna de fácil assimilação pelos participantes.

Avaliações e resultados – Aplicação de avaliações teóricas e práticas aos parti-cipantes antes e após os treinamentos. Os resultados fornecem uma base de dados valiosa para o cliente, permitindo-lhe men-surar o aproveitamento da turma e identificar pontos ainda carentes de melhoria na rotina de trabalho.

Material didático – Fácil entendimento e grande aplicação prática. É desenvolvido com base em literaturas técnicas e atuali-zado com foco nas dificuldades e necessi-dades dos clientes nas diversas aplicações industriais.

Acompanhamento técnico – Este é um serviço opcional de acompanhamento técnico posterior, realizado por instrutores especialistas ESAB. Visa a assegurar a melhor aplicação das informações e técni-

Service

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cas aprendidas durante o treinamento na rotina de trabalho, além de indicar possíveis soluções para situações de soldagem espe-cíficas do cliente.

Certificados – Os certificados de treina-mento emitidos por instituições de referência no mercado são exigências cada vez mais frequentes por parte dos clientes finais. Com esse enfoque, após o curso são entregues certificados ESAB de conclusão do treina-mento. Esses documentos são um modo de garantir ao cliente que o serviço será execu-tado por mão-de-obra preparada.

MódulosSoldagem e corte:

Soldagem 1 – Introdução técnica e concei-tos básicos em soldagem – teórico

Soldagem 2 – Processos de soldagem e suas melhores práticas

• Aperfeiçoamento em Soldagem com Eletrodos Revestidos (SMAW) – Teórico e Prático• Aperfeiçoamento em Soldagem TIG (GTAW) – Teórico e Prático• Aperfeiçoamento em Soldagem MIG/MAG (GMAW) com Arames Sólidos – Teórico e Prático• Aperfeiçoamento em Soldagem MIG/MAG (FCAW) com Arames Tubulares – Teórico e Prático• Soldagem ao Arco Submerso (SAW) – Teórico e Prático

Soldagem 3 – Soldagem na aplicação específica• Soldagem de Aços de Alta Resistência para a Indústria de Implementos Rodoviários, Ferroviários e de Guindastes – Teórico e Prático• Soldagem de Aços Resistentes à Fluência Ligados ao Cr-Mo – Teórico e Prático

Service

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• Soldagem de Aços Inoxidáveis – Teórico e Prático• Soldagem de Reparo & Manutenção – Teórico e Prático• Soldagem de Aços Navais & Offshore – Teórico e Prático• Soldagem de Tubulações de Aços Carbono – Teórico e Prático

Soldagem 4 – Complementação técnica • Simbologia da Soldagem – Teórico• Soldagem com Backings Cerâmicos – Teórico e Prático• Defeitos e Descontinuidades em Soldagem, Suas Causas e Soluções – Teórico e Prático

Soldagem 5 – Gestão em soldagem – Teórico

Manutenção em equipamentos ESABManutenção de equipamentos 1 – Introdução técnica e conceitos básicos em manutenção de equipamentos ESAB – Teórico

Manutenção de equipamentos 2 – Princípios de funcionamento – Teórico• Princípio de funcionamento – Máquinas de Núcleo Móvel / Transformadores• Princípio de funcionamento – Máquinas tiristorizadas• Princípio de funcionamento – Máquinas inversoras• Princípio de funcionamento – Máquinas retificadoras

Manutenção de equipamentos 3 – Processos de soldagem e sua relação com a manuten-ção – Teórico• Processo Eletrodo Revestido (SMAW) na Manutenção• Processo TIG (GTAW) na Manutenção• Processo MIG/MAG (GMAW) na Manutenção• Processo de Arame Tubular (FCAW) na Manutenção• Processo de Corte Plasma na Manutenção

Manutenção de equipamentos 4 – Manutenção no equipamento ESAB específico – Teórico e Prático

Manutenção de equipamentos 5 – Noções práticas dos processos de soldagem – Prático• Noções práticas – Processo Eletrodo Revestido (SMAW)• Noções práticas – Processo TIG (GTAW)• Noções práticas – Processo MIG/MAG (GMAW)• Noções práticas – Processo Arame Tubular (FCAW)• Noções práticas – Processo de corte plasma

Para mais informações sobre os Treinamentos Técnicos de Aperfeiçoamento ESAB, visite o site www.esab.com.br ou entre em contato com a Filial ESAB mais próxima de você.

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Correio Técnico

tandem Arc eSAb

Humberto Pacelle de OliveiraAnalista de Produto ESAB BrasilLeopoldo Augusto Xavier Tôrres

Consultor Técnico ESAB Brasil

Quando se pensa em auto-matização da soldagem, um dos focos é o ganho de produtividade. No mercado

atual, está havendo uma busca muito intensa por processos que promovam alta velocidade e taxa de deposição. É nesse cenário que a tecnologia de sol-dagem através do processo Tandem da ESAB se mostra altamente eficiente.

Os cabeçotes e tratores A6 Tandem Arc ESAB se tornaram referência para o mercado industrial, onde são sinônimos de alta performance e precisão. Haja vista a crescente demanda por esta tecnologia, a ESAB promove também o desenvolvi-mento de parâmetros e procedimentos de soldagem, para entregar uma solução completa e com maior eficiência, focada na aplicação de cada cliente.

Para entender melhor sobre esse pro-cesso, vamos detalhá-lo tecnicamente.

O que é arco submerso?Soldagem ao arco submerso

(Submerged Arc Welding – SAW) é um método de soldagem que promove a união de metais através do calor gerado pela abertura de um arco elétrico estabelecido entre um arame e as peças a serem uni-das. O arco e a poça de fusão são cober-tos por uma camada de material fusível mineral e granulado, denominado fluxo.

O arco elétrico, uma vez estabelecido, funde a extremidade do arame e as bordas adjacentes das peças de trabalho, crian-do uma poça de metal fundido. O arame e o fluxo são continuamente alimentados na zona de soldagem, a fim de promover a deposição de material, enquanto o “carro”

(ou qualquer dispositivo de movimentação manual ou automático) se desloca ao longo do cordão de solda.

O fluxo adicionado é parcialmente fundido. Ele protege o arco e a poça de fusão, formando uma camada sólida de escória sobre o cordão, evitando a con-taminação do metal de solda por gases atmosféricos. Além dessas características protetivas, o fluxo também atua eliminan-do as impurezas que se separam do metal fundido e flutuam em sua superfície. Ele também pode adicionar elementos de liga no cordão, influenciando as característi-cas químicas e mecânicas da solda.

Adequadamente executada, a solda por arco submerso não promove faíscas nem respingos, e ainda apresenta baixís-sima emissão de fumos, tornando des-necessária a utilização de equipamentos especiais de proteção contra radiação,

eSAb é referência de mercado nessa linha de equipamentos

Cabeçotes e tratores A6 Tandem Arc ESAB são sinônimos de alta performance e precisão

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tubo de alimentação dofluxo de soldagem

direção de soldagem

placas de suporte de fluxo

chanfro em "V"

cobre-juntas

fluxo de soldagem fundido (escória)

fluxo de soldagem granulado

superfície de solda acabada

metal de base

metal de soldametal de solda

fundido

fluxo solidificado (escória)

arame de soldagem

cc ou ca

cc ou ca

alimentador automático de arame

Correio Técnico

uma vez que o arco, submerso por uma camada de fluxo, não é visível, dando o nome característico ao processo.

Vantagens• Alta qualidade.• Elevada velocidade de soldagem.• Maiores taxas de deposição.• Boa integridade do metal de solda.• Processo de utilização simples.• Maior segurança para o operador.

Limitações• Limitação de soldagem nas posições plana e horizontal.• Normalmente limitado a juntas em linha.

VariaçõesA forma mais comum de soldagem

SAW é a utilização de um único arame sóli-do. No entanto, atualmente, têm-se diver-sas variações no processo, como a solda-gem tipo Twin, Tandem Twin e Tandem, que é o foco deste trabalho.

Arame único (Single Wire)Método de soldagem a arco submerso

com um único arame mais comum, em que apenas uma tocha é utilizada. As bitolas típicas de arames variam de 2 a 4mm de diâmetro.

Arame Twin (Twin Wire)O método Twin envolve utilizar dois ara-

mes conectados na mesma fonte. Utilizando uma tocha especial, dois arames são ali-

mentados pela mesma tocha, produzindo uma taxa de deposição consideravelmente maior que o processo convencional com um arame. Como o processo utiliza apenas uma fonte de soldagem, as bitolas dos arames são geralmente menores (1,2 a 3mm).

Figura 2 – Desenho esquemáticodo processo arco submerso arame único

Figura 1 – Desenho esquemático do processo de soldagem ao arco submerso

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Correio Técnico

Tandem TwinO processo ESAB Tandem Twin utiliza

duas tochas especiais, com dois arames cada, sendo cada uma delas alimentadas por fontes diferentes. A principal caracterís-tica desse processo é a alta taxa de depo-sição aplicada, uma vez que utiliza o melhor dos processos Tandem e Twin.

TandemO processo Tandem envolve a utiliza-

ção de dois ou mais arames, cada qual alimentado por uma fonte de soldagem. Usualmente trabalha-se com arames de bitolas maiores, entre 3 a 5mm, promoven-do altas taxas de deposição.

Até seis tochas podem ser utilizadas na soldagem Tandem.

Figura 3 – Desenho esquemático doprocesso arco submerso arame twin

Figura 6 – Desenho esquemático do processo arco submerso Tandem com múltiplos arames

Figura 5 – Desenho esquemático do processo arco submerso Tandem

Figura 4 – Desenho esquemático do processo arco submerso Tandem Twin

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O processo TandemComo já foi visto, o processo Tandem

envolve a utilização de duas ou mais fon-tes, cada qual alimentando individualmente uma tocha.

Usualmente, a primeira opera a altas correntes em CC+ e baixas tensões, de modo a desenvolver maior penetração na junta. As demais operam em CA a correntes mais baixas, a fim de evitar o sopro magnético e promover o enchi-mento do cordão de forma suave e com bom acabamento.

Por que utilizar?O processo Tandem está diretamente

ligado à questão da produtividade. É dese-jável uma grande taxa de deposição com altas velocidades, especialmente quando a demanda se concentra na soldagem de peças com grandes espessuras.

Comparado a outros processos ao arco submerso, o capital de investi-mento é relativamente baixo, quando consideramos os ganhos de produção gerados pelo equipamento. Dada a sua fácil manutenção e operacionalidade, o processo Tandem vem sendo largamente utilizado na substituição do processo Single.

Aplicações• Soldagem de chapas espessas• Caldeiraria pesada• Indústria naval e offshore• Siderurgia• Energia• Reparo e manutenção• Mineração

Configuração das tochasO processo Tandem exige que as

tochas sejam dispostas de tal maneira que a poça de fusão seja uma só. Além dessa configuração física, os parâmetros de cor-rente, tensão e velocidade de soldagem também irão influir no aspecto final.

A distância entre a ponta do arame e a peça de trabalho é conhecida como stick-out e varia tipicamente entre 20 e 40mm. Configurações típicas levam em considera-ção o stick-out de cada tocha, suas inclina-ções para com a peça e a distância entre uma tocha e outra.

Correio Técnico

Figura 7 – Taxa de deposição comparativa dos diferentes processosFonte: Apostila ESAB “Flux and wires for Submerged Arc Welding”

Tabela 1 – Comparativo entre as variações de montagem do processo arco submerso(*) Somatório das correntes de todas as fontes

Single Twin Tandem-Twin Tandem

Quantidade arames 1 2 4 2 a 6

Quantidade fontes 1 1 2 2 a 6

Diâmetro (m/m) 1,6 a 5 1,2 a 3 1,2 a 3 3 a 5

Corrente usual (A) 200 - 1000 400 - 12001500 - 2200

(*)1500 - 5500

(*)

Tensão usual (V) 25 - 38 26 - 38 26-38 28 - 42

Tipo corrente CC+ CC+ CC+ e CA CC+ e CA

Taxa de deposição (Kg/h)

até 12 até 15 até 38 25 a 90

Taxa de deposição x Corrente

Corrente (A)

0

0

5

10

15

20

25

30

35

40

500 1000 1500 2000 2500

Taxa

de

dep

osi

ção

(kg

/h)

Single Twin TandemTandem Twin

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Parâmetros e consumíveisDois materiais devem ser escolhidos

para a soldagem por arco submerso: o arame de soldagem e o fluxo, os quais devem satisfazer em termos de qualidade e de economia aos requisitos das soldas a serem executadas.

Para o processo Tandem, os fluxos são escolhidos para muitos trabalhos por suas características de desempenho, isto é, faci-lidade de remoção da escória, capacidade de remoção de óxidos e carepa, capa-cidade de condução de corrente elétrica e, principalmente, capacidade de uso de vários arames e bons resultados no empre-go de corrente alternada. Para algumas aplicações críticas e para a maioria das sol-das multipasse em peças com espessuras acima de 25 mm, as propriedades mecâ-nicas são prioritárias, obrigando ao uso de uma classe determinada de fluxos.

O principal fator que governa a escolha do arame de soldagem é sua influência na composição química e propriedades mecânicas da solda.

Correio Técnico

Figura 8: Configuração típica de tochas no processo Tandem

Os esquemas a seguir apresentam os parâmetros de soldagem, configurações de juntas típicas e a combinação de fluxo e arame característicos de diversos segmentos industriais.

Fabricação de torres eólicas

Passe Esp (mm) Fonte Corrente (A) Tensão (V) Vel (cm/min) Observação

1

38

CC+ 750 3075 Tandem - 2x tochas

AC 650 35

2CC+ 750 30

65 Tandem - 2x tochasAC 650 35

3 e 4CC+ 750 30

75 Tandem - 2x tochasAC 650 35

5CC+ 850 32

70 Tandem - 2x tochasAC 650 35

Configuração junta Perfil da solda Processo de fabricação

Fluxo Arame Comp. Química (%) Propriedades mecânicas Observação

OK Flux 10.72OK Autrod

12.22 - ø4mm

C 0,05Lim.

Resistência:500MPa

Lim. Escoamento:

415MPa

Alongamento: 30%Usado especialmente para fabricação de torre de usina

eólica, onde elevada tenacidade é requerida abaixo de -50ºC.

Si 0,30

Mn 1,50 Ch V (-62ºC) 50J

30

25

30

20º - 30º

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Correio Técnico

Fabricação de tubos helicoidais

Fabricação de tubos longitudinais

Passe Esp (mm) Fonte Corrente (A) Tensão (V) Vel (cm/min) Observação

1

16

CC+ 600 32 100 Single

2CC+ 1000 32 100

Tandem - 2x tochasAC 800 34 100

Configuração junta Perfil da solda Processo de fabricação

Passe Esp (mm) Comp. Química (%) Propriedades mecânicas Observação

OK Flux 10.81OK Autrod

12.10 - ø4mm

C 0,07

Lim. resistência:575MPa

Lim. escoamento:490MPa

Alongamento:28%

Usado para fabricação de tubos helicoidais para aplicações onde não há requerimentos a baixas

temperaturas como: fabricação de estacas e tubos para transporte de água. Limitado a

soldagem de espessuras inferiores a 25,4mm.

Si 1,00

Mn 1,50

Cu 0,10

OK Flux 10.77OK Autrod

12.22 - ø4mm

C 0,07

Lim. resistência:520MPa

Lim. escoamento:420MPa

Alongamento:26% Desenvolvido para tubos helicoidais API

em que há necessidade de tenacidade a baixas temperaturas.

Si 0,40

Mn 1,40 Ch V (-46%C)40J-

Passe Esp (mm) Fonte Corrente (A) Tensão (V) Vel (cm/min) Observação

1

25

CC+ 1050 32

170 Tandem - 4x tochasAC 950 35

AC 950 39

AC 850 42

2

CC+ 1150 32

190 Tandem - 5x tochas

AC 925 34

AC 875 35

AC 800 39

AC 750 42

Configuração junta Perfil da solda Processo de fabricação

Fluxo Arame Comp. Química (%) Propriedades mecânicas Observação

OK Flux 10.74OK Autrod

12.24 - ø4mm

C 0,05

Lim. resistência:590MPa

Lim. escoamento:520MPa

Alongamento:24%

Fluxo especialmente desenvolvido para soldagem com múltiplos arames na fabricação

de tubos de baixa e alta resistência.Proporciona elevada velocidade de soldagem.

Si 0,40

Mn 1,40

Mo 0,50

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Correio Técnico

Fabricação de painéis

Tratores

EquipamentosOs equipamentos disponíveis para soldagem através do processo Tandem possuem

características diferenciadas para suportar elevadas correntes e velocidades de solda. A ESAB disponibiliza uma linha A6 Tandem com cabeçotes, trator e também as fontes

LAF e TAF para a soldagem neste processo.

Dependendo da necessidade de aplicação de cada cliente, é possível também oferecer cabeçotes Tandem com 3 a 6 tochas independentes para soldagem simultânea.

Cabeçotes

Passe Esp (mm) Fonte Corrente (A) Tensão (V) Vel (cm/min) Observação

1

16

CC+ 900 33

80

Tandem - 2x tochasAC 800 37

2CC+ 900 33

Tandem - 2x tochasAC 800 37

Configuração junta Perfil da solda Processo de fabricação

Fluxo Arame Comp. Química (%) Propriedades mecânicas Observação

OK Flux 10.71OK Autrod

12.24 - ø4mm

C 0,05

Lim. resistência:590MPa

Lim. escoamento:520MPa

Alongamento:24%

Aplicável a soldagem de aços navais até DH36.Si 0,40

Mn 1,40 Ch V (-29oC)50JMo 0,50

Características técnicas - A6T Mastertrac Tandem

Carga permitida a 100% (A)Diâmetro arame (mm)Velocidade do arame (m/min)Velocidade do carro (m/min)Suporte bobinas de arame (kg)Capacidade de fluxo (I)

2 x 15002 x 3.0 - 6.0

0.2 - 4.00.1 - 2.0

2 x 3010

Características técnicas - A6S Tandem Master Standard HighSpeed

Carga permitida a 100% (A)Diâmetro arame sólido (mm)Diâmetro arame tubular (mm)Diâmetro arame twin (mm)Velocidade do arame (m/min)Capacidade de fluxo (I)

2 x 15002 x 3.0 - 6.02 x 3.0 - 4.0

2 x 2.0 - 2 x 3.00.2 - 4.0

10

2 x 15002 x 1.6 - 4.02 x 1.6 - 4.0

2 x 1.6 - 2 x 2.00.2 - 0.8

10

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GMH – Seguidor automático de juntas

FFRS – Sistema para alimentação e recuperação de fluxo

Fontes de soldagem

Acessórios

BIBLIOGRAFIA

As fontes LAF realizam a soldagem com corrente contínua (DC) e a fonte TAF com corrente alternada (AC)

Como o processo Tandem emprega altas velocidades de des-locamento, o controle rápido e dinâ-mico do arame dentro da junta é necessário. O GMH proporciona esse ajuste de forma automática e com precisão, permitindo que as tochas acompanhem a junta, com isso, garantindo a qualidade e repetibilida-de da solda.

O sistema FFRS faz a alimen-tação e recuperação automática do fluxo. É indicado para aumentar a autonomia de trabalho, evitando paradas frequentes para reabaste-cimento.

1. Apostila ESAB Flux and wires for submerged Arc Welding, XA 00136020 05 20082. AWS Handbook, Vol 2, 8th Edition

Características técnicas LAF 1251 LAF 1601 TAF 1251

Faixa de correnteFaixa de tensão em cargaTensão a vazioCarga permitida @ 100%Forma de ondaClasse proteção térmica

60 - 125017 - 44

511250

DCH (180 oC)

100 - 160024 - 44

561600

DCH (180 oC)

400 - 125028 - 44

721250

ACH (180 oC)

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Correio Técnico

Como informado na última edi-ção da Revista Solução, será dada continuidade à apresen-tação dos procedimentos téc-

nicos mais comuns nos diversos segmentos de mercado que se aplicam à soldagem.

Um procedimento amplamente utilizado antes da execução do processo de solda-gem é o pré-aquecimento. Ele nada mais é do que a ação de aquecer a peça ou uma dada região dela, até certa temperatura considerada adequada, antes do início da soldagem. Esse aquecimento pode ser apli-cado de várias formas, sendo muitas vezes o método definido pelo ferramental disponível no local onde o processo de soldagem ocor-rerá ou, em casos específicos, pelas próprias normas de fabricação utilizadas.

Em procedimentos industriais e nas oficinas mecânicas, é muito comum que a aplicação de calor seja feita através de queimadores ou de maçaricos (“chuveiro de gás”) devidamente regulados e direcionados para o local que se deseja aquecer. Um exemplo de maçarico para realização de pré-aquecimento é exibido na Figura 1. Em alguns casos, podem-se utilizar resistências elétricas acopladas ou adaptadas na peça e envolvidas por manta térmica, como pode ser visto nas Figuras 2 e 3. Dependendo principalmente das dimensões da peça, também podem ser utilizados fornos para a realização do pré-aquecimento.

Esse aquecimento deve ser uniforme, ou seja, deve elevar a temperatura de toda a peça ou local a ser soldado por igual, sem que gradientes de temperaturas elevados sejam alcançados. Em algumas aplicações, como na soldagem dos aços Cr-Mo, o pré-aquecimento realizado de forma errônea, gerando diferenças de temperaturas não desejadas ao longo da peça, pode provocar

mudanças microestruturais no material e, consequentemente, alterar suas proprieda-des mecânicas.

É fundamental que, durante a aplicação do pré-aquecimento, seja realizada a medi-ção da temperatura da peça ou da região próxima à junta (aproximadamente 50mm) que será soldada. Em procedimentos de soldagem multipasse, principalmente para peças de maiores espessuras, essa tem-peratura deverá ser mantida como mínima para execução dos passes de soldagem. No caso de entre os passes, se a tempera-tura da região adjacente a junta for menor que a de pré-aquecimento, um novo aque-cimento se faz necessário.

Contudo, responder a perguntas como quando aplicá-lo e quais são seus efeitos e benefícios na soldagem é de extrema importância para a compreensão desse procedimento. Vamos explorar, nos pará-grafos seguintes, essas perguntas para entendermos por que o pré-aquecimento é tão utilizado nas mais diversas aplicações em que a soldagem está presente.

Por que aplicá-lo? Como a maioria dos metais são bons

condutores de calor, durante o processo de soldagem o calor gerado na junta rapi-damente se dissipa para as regiões vizi-nhas na peça, promovendo um resfriamen-to relativamente rápido. Em alguns metais, esse resfriamento rápido pode contribuir para a formação de microestruturas frágeis na região de soldagem, principalmente na ZTA – Zona Termicamente Afetada.

Pré-aquecimentoMateus CodognottoConsultor Técnico ESAB Brasil

Figura 1 – Bico de Aquecimento Multi-Chama

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Na soldagem de aços de maior tem-perabilidade, há maior tendência a for-mação de fases microestruturais frágeis, como martensita, um constituinte de ele-vada dureza que causa a redução da ductilidade do metal de solda e da ZTA e aumenta a possibilidade de fissuração por hidrogênio durante o resfriamento. O pré-aquecimento tem por objetivo reduzir a velocidade de resfriamento e, dessa maneira, minimizar a formação desses microconstituintes.

O pré-aquecimento é justificado pelo efeito que provoca sobre os ciclos tér-micos que ocorrem durante o processo de soldagem, principalmente no que diz respeito às condições de resfriamento da peça soldada. Esse procedimento dimi-nui a diferença de temperatura entre o local da peça soldada e o restante da estrutura, reduzindo consequentemente os gradientes térmicos e a velocidade de resfriamento. Dessa forma, a peça pode resfriar mais lentamente, permitindo que haja transformações de fases que levem a uma microestrutura mais próxima da condição de equilíbrio. Adicionalmente, o pré-aquecimento contribui para a diminui-ção do risco de trincas por hidrogênio e porosidade, pois retira parte da umidade presente na peça.

Quando aplicá-lo?No início deste artigo, citamos o con-

ceito de temperabilidade, que está ligado à formação de martensita e à fragilização da junta soldada. A temperabilidade de um material depende de sua composição química, principalmente dos teores de carbono e de elementos de liga presentes.

Para quantificar esse conceito e ter

uma noção da temperabilidade de um metal, fórmulas de carbono equivalente Ceq são comumente usadas, principal-mente quando se quer estimar a neces-sidade de procedimentos específicos de soldagem, como o pré-aquecimento. Uma equação para o cálculo do carbono equi-valente, largamente utilizada, é fornecida pelo IIW (International Institute of Welding).

Equação 1

No cálculo do carbono equivalente, além do teor de carbono do metal de base, levam-se em consideração os teores de elementos de liga que produziriam uma dureza semelhante à obtida com o aumen-to de 1% de carbono na composição quí-mica desse mesmo metal de base. Quando não se tem a composição química real do material de base, os teores máximos espe-cificados na norma de fabricação do aço devem ser considerados por segurança. Para soldagem de aços dissimilares ou de níveis diferentes de resistência mecânica, o consumível de soldagem deve ser sele-cionado de acordo com o aço de menor resistência mecânica. Já o procedimento de soldagem, como o pré-aquecimento, deve ser especificado de acordo com o aço de maior resistência mecânica.

Na Tabela 1 são apresentados valores típicos de temperatura de pré-aqueci-mento para alguns aços e também para o ferro fundido. Esses valores são somente uma referência inicial, visto que a deter-minação dessas temperaturas depende de vários fatores.

Figuras 2 e 3 – Pré-aquecimento realizado com resistências elétricas e manta térmica

15%%

5%%%

6%% CuNiVMoCrMnCCeq +

+++

++=  

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A temperabilidade do metal de base, em conjunto com outras variáveis de processo, como as dimensões da peça a ser soldada, é que vai definir se o pré-aquecimento deve ou não ser aplicado. Se corpos de prova soldados sem tratamento térmico apresen-tarem baixa ductilidade ou dureza muito alta, é também um indicativo da necessidade de pré-aquecimento. Além da composição química, a rigidez da junta a ser soldada, a temperatura ambiente e o processo de sol-dagem também influenciam na necessidade de se realizar um pré-aquecimento.

Em resumo, a necessidade de pré- -aquecimento cresce com o aumento dos seguintes fatores:• Teor de carbono do material de base.• Teor de ligas do material de base.• Dimensões da peça, principalmente a espessura.• Temperatura inicial*.• Velocidade de soldagem.

* Algumas normas recomendam, para situ-ações em que a temperatura ambiente é muito baixa (menores que zero), um pré-aquecimento da peça a ser soldada até temperaturas mais elevadas, como por exemplo 30°C.

Tabela 1 – Temperaturas típicas de pré-aquecimento.Fonte: Modenesi, P. J., Soldabilidade de AlgumasLigas Metálicas, 2008

)(005,0 mmespessuraCeqCeqtotal ××=  

25,0350)( −×=°− CeqtotalCoaquecimentprédeaTemperatur

Tipos de Aço Temperatura (oC)

Baixo Carbono (%C < 0,30) 90 - 150

Médio Carbono (0,30 < %C < 0,55) 150 - 260

Alto Carbono (0,50 < %C < 0,83) 260 - 430

Aços C-Mo (0,10 < %C < 0,30) 150 - 320

Aços C-Mo (0,30 < %C < 0,35) 260 - 430

Aços Ni (< 3,5%Ni) 90 - 370

Aços Cr 150 - 260

Aços Cr-Ni 90 - 590

Ferro Fundido 370 - 480

Equação 3

Como determinar a temperatura

de pré-aquecimento?As informações necessárias para a

determinação correta da temperatura de pré-aquecimento são a composição quí-mica do metal de base e as dimensões da peça a ser soldada. Com os dados de composição química, pode-se calcular facil-mente o valor do carbono equivalente (Ceq), de acordo com a Equação 1.

Já com a informação das dimensões da peça, principalmente a espessura do metal de base e o valor do Ceq calculado, pode-se determinar a temperatura de pré--aquecimen-to. As equações 2 e 3 mostram o cálculo mais usual para a determinação da temperatura de pré-aquecimento, levando em consideração a espessura do metal de base.

Contudo, também é comum que essa temperatura seja determinada com base em normas técnicas, testes de fissuração, experiência prévia ou, de maneira simpló-ria, adotando-se regras conservadoras. Seguem na Tabela 2 alguns dados do procedimento de soldagem para aços Cromo (Cr) – Molibdênio (Mo) resistentes à fluência, em que é possível observar uma elevação da temperatura de pré- -aqueci-mento em função do aumento dos teores de elementos de liga, se destacando o Cr e Mo.

Defeitos de Soldagem oriundos da não aplicação de pré-aquecimento

A soldagem de aços com composições químicas que envolvam teores altos de carbono e/ou de elementos de liga, como Cr, Ni e Mo, demandam procedimentos de soldagem específicos, que visam ao não aparecimento de defeitos de soldagem ou fissuração. O pré-aquecimento faz parte dos cuidados especiais na soldagem des-ses tipos de aço, como os HSLA (High Strength Low Alloy), de baixa liga e alta resistência, os Cr-Mo, ou ainda os tempera-dos e revenidos.

Equação 2

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Tabela 2 – Tratamentos térmicos para soldagem de aços Cr-Mo. Temperaturas de pré-aquecimento e interpasse

Observação: A sigla TTPS significa Tratamento Térmico Pós-Soldagem. Esse assunto foi abordado em nossa última edição, na seção Correio Técnico.

Figuras 4 e 5 – Exemplos de trinca a frio, que pode ser evitada através da execução de pré-aquecimento. Trincas localizadas na ZTA – Zona Termicamente Afetada

Figuras 6 e 7 – Aplicações de aços Cr-Mo na indústria petroquímica e de geração de energia

Tipo Pré-aquecimento (oC)

Interpasse (oC) Temperatura (oC) Temperatura (oC)

CMo 100 - 150 100 - 150 200 (t > 25mm) 580 - 630 (t >13mm)

1,25Cr-0,5Mo 200 - 250 200 - 300 300 (t > 20mm) 640 - 700

2,25Cr-1Mo 250 250 - 300 300 (t > 12mm) 670 - 720

5Cr-0,5Mo 250 250 - 300 300 (t > 12mm) 730 - 760

9Cr-1Mo 250 250 - 300 300 (t > 6mm) 750

9Cr-1MoVNb 250 250 - 300 300 (t > 6mm) 750

Pós-aquecimento TTPS (oC)

No caso dos aços Cr-Mo, um defei-to crítico, com possibilidade de ocorrer caso o procedimento de soldagem não seja corretamente seguido, é a fissu-ração a frio. A fissuração a frio pode acontecer devido a vários motivos, entre eles a presença de hidrogênio aprisio-nado no cordão de solda, associado à formação de uma estrutura frágil na ZF – Zona Fundida – ou na ZTA – Zona Termicamente Afetada –, e a presença de tensões residuais induzidas na junta sol-dada, frequentemente presente durante a soldagem. Exemplos de trincas a frio são mostrados nas Figuras 4 e 5.

Esse tipo de defeito pode ser evita-do através da definição de um correto procedimento de soldagem, no qual o pré-aquecimento contribui para a redução dos níveis de hidrogênio na solda e reduz a taxa de resfriamento da peça, minimi-zando a formação de uma microestrutura frágil. Por motivos como este é que o pré-aquecimento é uma prática amplamente utilizada e difundida nos mais diversos ambientes fabris, mas ainda não compre-endida por grande parte de seus executo-res, e muitas vezes, mal praticada.

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Equipamentos que trabalham com combustão de gases apli-cados em soldagem, aqueci-mento e corte têm em sua ope-

ração o risco iminente de retrocessos de chama. Isso acontece quando a operação não é realizada dentro de todos os parâ-metros estabelecidos pelo fabricante. No Brasil, a legislação trabalhista NR18 exige a aplicação de equipamentos específicos para a proteção dos operadores.

NR 18.11.6: "As mangueiras devem possuir mecanismos contra o retrocesso das chamas na saída do cilindro e chegada do maçarico."

Neste cenário, as válvulas corta-fogo (VCF’s), elementos essenciais para o fun-cionamento seguro dessas operações, ganham destaque. Entenda mais sobre esses dispositivos e por que eles se tornam cada vez mais eficazes.

Características construtivasAs válvulas corta-fogo são construídas

internamente, conforme mostrado na Figura 1.Além disso, o seu projeto deve seguir

rigorosamente todos os requisitos das nor-mas ABNT NBR ISO 5175:2009 e EN-730-1:2002, vigentes no Brasil e no exterior.

Para que uma válvula de segurança seja denominada corta-fogo (ou corta-chama), é obrigatório que ela possua o sistema inter-no de extinção de fogo (flashback arrestor, simbologia FV). Além desse sistema, a válvula ainda poderá ser equipada com os seguintes sistemas de segurança:• Retenção de fluxo reverso (Nom-return valve, simbologia NV).• Bloqueio sensível ao excesso de pressão (Pressure-sensitive cut-off valve, simbolo-gia PV).• Bloqueio sensível ao excesso de tempe-ratura (temperatura-sensitive cut-off valve, simbologia TV).

Outra característica diz respeito ao dimensionamento das conexões de entra-da e saída para reguladores, maçaricos e mangueiras. Para tanto, as válvulas devem seguir as normas CGA-E1 e ISO-3253.

Segurança se torna elemento principal para operações oxicombustíveisválvulas Corta-Fogo são cada vez mais exigidas no processo de soldagem a gás, aquecimento e corte

Omar FerreiraGerente de Produtos Condor

Figura 1

-

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Princípios funcionaisExtinção de fogo – As válvulas cor-

ta-fogo atuam basicamente na eliminação do calor – um dos elementos presentes em um retrocesso –, extinguindo a chama antes de um potencial acidente. Esse pro-cesso ocorre quando a chama é forçada a passar por um filtro de aço inoxidável sinterizado, que fica localizado no interior da válvula. Nessa passagem, o atrito exis-tente entre o fogo e o material poroso do filtro retira rapidamente o calor da reação, provocando sua extinção.

Bloqueio de fluxo reverso – Esse mecanismo impede que o gás se des-loque em sentido contrário ao normal, através de um mecanismo de vedação que se fecha automaticamente pela ação do próprio fluxo, quando revertido. Esse sistema impede a mistura de gases no interior dos equipamentos.

Bloqueio sensível ao excesso de pressão – As válvulas equipadas com esse sistema têm por característica princi-pal o fechamento do fluxo de gás quando a pressão a jusssante¹ do equipamento se eleva, devido ao início de retrocessos no sistema. Normalmente, essas válvulas exigem reset manual.

Bloqueio sensível ao excesso de temperatura – Neste caso, as válvulas possuem um mecanismo sensível à temperatura em forma de fusível. Quan-do a temperatura no sistema se eleva (aproximadamente 150°C), o termoele-mento se rompe e bloqueia o fluxo de gás. Nesse tipo de válvula, não é possí-vel realizar o reset.

ABNT NBR ISO 5175:2009 – Equipamentos usados em pro-cessos de solda e corte a gás e em processos afins. Dispositivos de segurança para gases com-bustíveis e oxigênio ou ar com-primido. Especificações gerais, requisitos e ensaios.

EN-730-1:2002 – “Gas welding equipment safety devices, Part1: Incorporating a flame (flashback) arrestor”.

Nomenclaturas¹ Jussante: Refere-se à parte posterior a um elemento instalado em uma tubulação.Reset: Reiniciar ou rearmar o mecanismo.FV – Flashback Valve: Simbologia para elemento corta-fogo.

NV – Nom-return Valve: Simbologia para elemento de retenção de fluxo.PV – Pressure Valve: Simbologia para ele-mento sensível a pressão.TV – Thermal Valve: Simbologia para ele-mento sensível a pressão.

Como especificar umaVálvula Corta-Fogo

O primeiro passo é saber quais são os parâmetros de operação. Conheça todo o seu processo antes de especificar ou adquirir válvulas corta-fogo. Tenha em mãos os dados referentes a consumos e capacidades dos equipamentos que irão receber as válvulas, além de suas características, como gás de operação, vazão do sistema, pressão de operação

do sistema, comprimento e bitolas de mangueiras etc.

Em seguida, conheça os parâme-tros de montagem. Saber quais são as especificações para interconexão das válvulas é extremamente importante, pois o sucesso da instalação depende da sua boa elaboração. Faça medições ou con-fira todas as roscas ou especificações dos equipamentos envolvidos no sistema (maçaricos, lanças, mangueiras, regula-dores, painéis, emendas etc.).

Aplicação da linha de válvulas Condor

Composição técnica

Série

VCF

VCFT

Sidox

VHC

VCF-TR

Multisafety

Central

Montagem nasEntradas dos

Maçaricos

Montagem nassaídas dos

Reguladores

Corta-Fogo com Filtro

de Aço Inox

Travamento em Caso de

RetrocessoFunção Conexões Termoelemento

Extinguir o retrocesso de chama e impedir mistura gasosa nas

mangueiras

VCF-MOVCF-MG

VCF-ROVCF-RG 9/16" NF 18 fios Sim Não Não

Não Não

Não

Não Não

Não

Não

Não

Sim SimSim

Sim

Sim

SimSim

Sim

Sim

Sim

9/16" NF 18 fios

Conforme especificações

e normas

Conforme especificações

e normas

Conforme especificações

e normas

Conforme especificações

e normas

M52 x 2

VCF-ROVCF-RG

VCFT-MOVCFT-MG

Sidox MO

VHC-MGVHC-MO

VHC-RGVHC-RO

VHC-RGVHC-RO

Multisafety RO

Não

Não

Não

- -

Extinguir o retrocesso de chama e impedir mistura gasosa nas

mangueiras

Extinguir o retrocesso de chama e impedir mistura gasosa nas

mangueiras

Extinguir o retrocesso de chama e impedir mistura gasosa nas

mangueiras

Extinguir o retrocesso de chama e impedir mistura gasosa nas

mangueiras

Extinguir o retrocesso de chama e impedir mistura gasosa nas

mangueiras

Extinguir o retrocesso de chama

2.500

320

65

VCF-TR VCF-T VCF VHC SIDOX MULTISAFETy CENTRAL

Aplicação

Centrais de Gases,

Manifolds e Redes

Painéis, Máquinas de Corte

e Grandes Aquecimentos

Escarfagem, Corte

de Grandes Sucatas,

Corte de Emergência

Cortes Pesados,

Aquecimentos Médios,

Painéis

Cortes Manuais e

Mecanizados Leves,

Aquecimentos Leves,

Soldagem, Brazagem

GáS COMBUSTíVEL

OXIGêNIO

FAMíLIA

Q (V

azão

m3 /

h)

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8 2 n o v e m b r o n º 1 6 2 0 1 1

nos mínimos detalhes

Preto e Amarelo

Maquetes em miniatura que, de maneira muito realista, retratam cenas do cotidiano, em situações de movimento.

Observando-se atentamente os dioramas de Marcelo Baiamonte, empresário paulista, é fácil per-ceber as embalagens de eletro-

dos OK da ESAB, que ele reproduz, espalha-das pelas oficinas automotivas. Após tirar as medidas do produto, ele cria uma cópia em escala 1:18 e a utiliza em situações verossí-meis nas suas criações, compondo todo o ambiente original de seu trabalho.

Proprietário da Mecância Industrial Zanolli-Zanti, Marcelo sempre teve contato com os eletrodos ESAB, utilizados principalmente em trabalhos de manutenção realizados pela sua metalúrgica. “Acrescentar esses eletrodos nas minhas miniaturas foi um processo muito natural, já que há aproximadamente 30 anos tenho contato com o produto”, conta.

A presença dos eletrodos OK da ESAB nos trabalhos de Marcelo é reflexo da forte presença de mercado que eles possuem. Eletrodo OK é sinônimo de eletrodo para solda no Brasil.

DioramasApaixonado por carros, Marcelo cole-

cionava miniaturas de automóveis até ter a ideia de criar cenários para ambientá-los. Com um nível de detalhe impressionante, ele já produziu dioramas que vão de uma oficina de Fords antigos a uma borracha-ria, sem dispensar itens como pôsteres e discos famosos, pacotes de fast-food, geladeiras da década de 1950 e qualquer outro elemento visual típico dos ambientes que compõe.

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Fotos: Arquivo ESAB

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Com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a importância dos ecossistemas marinhos e ajudar a preservá-los, há três

anos a ESAB é parceira da Expedição Mistralis, um projeto de educação ambien-tal realizado ao longo do litoral brasileiro. A iniciativa surgiu da ideia de aplicar na prática conceitos que a Mistralis trabalhava em trei-namentos empresariais teóricos a bordo de veleiros oceânicos.

Em 2008, o veleiro Mistralis passou por mudanças na parte interna e em toda a sua parte elétrica, para que tivesse con-dições estruturais de realizar suas expe-dições. A ESAB contribuiu com a doação de uma máquina de solda e consumíveis, um auxílio duradouro que se mantém até os dias de hoje.

A expediçãoA primeira Expedição Mistralis aconte-

ceu entre os meses de agosto e novembro de 2005. O veleiro saiu do Rio de Janeiro com destino a Fernando de Noronha, em

um teste da embarcação e da tripulação. Na volta de Noronha, a equipe se instalou em Salvador, onde foram realizadas ativi-dades voltadas diretamente para as neces-sidades da população local, como limpeza de praias, aulas práticas nos manguezais, pequenos cursos de arte-reciclagem, além de diversas palestras e dinâmicas de grupo.

No início de 2009, após as reformas no veleiro, a Expedição foi retomada, com o itinerário do Rio de Janeiro até o Ceará. A iniciativa também trouxe um grande dife-rencial ao agregar ao projeto clientes dos cursos de vela e de treinamento empresarial interessados em vivenciar a vida no mar e em colaborar com as atividades em terra.

O mais novo projeto da Expedição Mistralis é expandir suas atividades para o Sul da América do Sul, sendo, em 2013, o primeiro veleiro-escola a contornar o Cabo Horn, o local mais desafiador dos oceanos. Além disso, desde o ano passado, passeios de bicicleta foram agregados à expedição, para que os participantes possam se exer-citar e manter a forma.

eSAb apoia projeto em prol do meio ambiente

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eSAb apoia projeto em prol do meio ambienteFotos: Arquivo ESAB

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Planejando uma carreira promissora

Crônica

Ana Roberta da CruzCoordenadora do Banco de Oportunidades do Senac Minas

O sucesso em qualquer ramo de atividade envolve alguns ele-mentos constantemente men-cionados, mas que precisam

ser bem compreendidos pelos que querem buscar o seu espaço no mercado de tra-balho. Fala-se muito sobre a importância do relacionamento interpessoal, o trabalho em equipe, a boa administração da rotina de atividades, mas, afinal, como a combi-nação dessas dicas pode levar ao sucesso profissional?

Antes de destacar pontos importantes no processo de planejamento da carreira, é importante definir o que é e para quê nos planejamos. De fato, nos programamos para errar menos e, quando falamos em plane-jamento de carreira, estamos falando de uma série de passos que o profissional deve seguir para atingir uma meta que tenha ide-alizado para si. No mundo de hoje, também é primordial que a pessoa tenha prontidão para a mudança. Isto porque não há espaço no mercado atual para carreiras engessadas.

Partindo para o planejamento de carrei-ra, o profissional precisa definir, previamen-te, seus objetivos pessoais e profissionais.

A clareza de seus objetivos é que definirá a qualidade de suas ações. Por isso, é preci-so analisar suas competências, refletir sobre suas atitudes e habilidades profissionais e ter em mente que educação e conhecimen-to devem acompanhar o profissional para sempre. Uma dica importante é sempre fazer as perguntas: “O que quero ser?” e “Onde quero chegar?”

Todos esses pontos estão aliados à inteligência profissional, compreendida aqui como a combinação das inteligências emocional, social e técnica (competência). Pessoas com inteligência profissional são estabilizadas emocionalmente, são motiva-das, se realizam no que fazem, sabem muito bem cuidar de pessoas, têm seus objetivos pessoais e profissionais bem definidos. Além disso, têm clareza de que seu sucesso depende das suas atitudes. Por isso, estão sempre construindo suas ações em muros sólidos. Não é para menos que são capazes de motivar seus grupos de trabalho, carac-terística fundamental de um líder de sucesso.

Livros como O Monge e o Executivo também podem contribuir para o desenvol-vimento das lideranças, já que nos levam a refletir sobre as virtudes essenciais para uma carreira de sucesso: respeito, res-ponsabilidade e cuidado com as pessoas. Nessa obra, especificamente, o leitor é auxi-liado a tirar essas virtudes de si mesmo. O livro nos mostra, ainda, a importância de se buscar melhorias constantes como pessoa.

Dessa forma, para ser um profissional bem-sucedido, é preciso ter em mente que o sucesso não vem por acaso. Ele é resultado de preparação, visão estratégica e planejamento. Precisamos ser pessoas melhores na família, no grupo de amigos, no trabalho, entre outras áreas. Tudo isso, juntando a competência técnica e a atu-alização constante, levará ao sucesso no mundo do trabalho.

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