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Grupo Temático 1: SILVA NETO, J. H.; CARVALHO, J. R. M.; Transparência, Governo Aberto e Participação SILVA, E. E. D. 186 TRANSPARÊNCIA NOS PORTAIS DOS MUNICÍPIOS MAIS POPULOSOS DO ESTADO DO PERNAMBUCO José Honorato da Silva Neto 1 José Ribamar Marques de Carvalho 1 Edjane Esmerina Dias da Silva 1 RESUMO A transparência como requisito prévio da democracia deve nortear toda a atividade da Administração Pública. Assim, o gestor público, ao atuar, deve respeitar ao princípio da publicidade, o qual está preceituado no art. 37, caput, da Constituição Federal. Deste modo, em consonância com a Lei da Transparência, os portais dos municípios devem obedecer a inúmeros requisitos que dizem respeito à efetivação da transparência no trato com a coisa pública. Neste enfoque, o presente artigo visou avaliar a transparência pública nos portais dos municípios do estado do Pernambuco no ano de 2014 a 2016, seguindo contribuição teórica de Alexandrino e Paulo (2016); Zuccolotto, Teixeira e Riccio (2015); Martins e Véspoli (2013); Silva (2011). Aduz-se que a amostra da pesquisa é composta pelos munícipios mais populosos do Estado. Ademais, elaborou-se a coleta de dados a partir do estudo desenvolvido por Bodart, Torres e Silva (2015) em consonância com a Lei Nº 11.527, de 18 de novembro de 2011. Percebeu-se, ao fim, que os sites dos entes governamentais não obedecem aos normativos referentes à transparência de modo integral, o que obsta o pleno exercício da democraciae cidadania entendida como a participação do cidadão na gestão pública. Palavras-chave: Transparência. Portais municipais. Accountability. Lei de Acesso à Informação. 1 Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

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Grupo Temático 1: SILVA NETO, J. H.; CARVALHO, J. R. M.; Transparência, Governo Aberto e Participação SILVA, E. E. D.

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TRANSPARÊNCIA NOS PORTAIS DOS MUNICÍPIOS MAIS

POPULOSOS DO ESTADO DO PERNAMBUCO

José Honorato da Silva Neto1 José Ribamar Marques de Carvalho1

Edjane Esmerina Dias da Silva1

RESUMO A transparência como requisito prévio da democracia deve nortear toda a atividade da Administração Pública. Assim, o gestor público, ao atuar, deve respeitar ao princípio da publicidade, o qual está preceituado no art. 37, caput, da Constituição Federal. Deste modo, em consonância com a Lei da Transparência, os portais dos municípios devem obedecer a inúmeros requisitos que dizem respeito à efetivação da transparência no trato com a coisa pública. Neste enfoque, o presente artigo visou avaliar a transparência pública nos portais dos municípios do estado do Pernambuco no ano de 2014 a 2016, seguindo contribuição teórica de Alexandrino e Paulo (2016); Zuccolotto, Teixeira e Riccio (2015); Martins e Véspoli (2013); Silva (2011). Aduz-se que a amostra da pesquisa é composta pelos munícipios mais populosos do Estado. Ademais, elaborou-se a coleta de dados a partir do estudo desenvolvido por Bodart, Torres e Silva (2015) em consonância com a Lei Nº 11.527, de 18 de novembro de 2011. Percebeu-se, ao fim, que os sites dos entes governamentais não obedecem aos normativos referentes à transparência de modo integral, o que obsta o pleno exercício da democraciae cidadania entendida como a participação do cidadão na gestão pública. Palavras-chave: Transparência. Portais municipais. Accountability. Lei de Acesso à Informação.

1 Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

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1 INTRODUÇÃO

Com a promulgação, em 5 de outubro de 1988, da Constituição Federal,

impôs-se à todas as entidades da Administração Direta a obrigatoriedade de

divulgação dos seus atos de gestão. Tal dever, a partir da edição da Lei

Complementar nº 101/2000, conhecida como Lei da Responsabilidade Fiscal, foi

regulamentado de forma específica. Referido texto normativo visa o controle e

conseguinte transparência das contas públicas, preceituando a garantia de que todo

cidadão tenha acesso aos gastos da atuação administrativa. Nota-se que, ao impor

limitações e regramentos, a LRF é tida como base para a administração das

finanças públicas, sendo fundamental instrumento de controle da mesma.

Neste processo de aperfeiçoamento da transparência no trato com a coisa

pública, editou-se a Lei Complementar nº 121/2009, buscando-se efetivar um

progresso na publicidade dos atos administrativos, proporcionando o mandamento

de divulgação transparente e pormenorizada das contas das entidades públicas.

Ademais, por meio da promulgação da Lei nº 12.527/2011, a chamada Lei de

Acesso à Informação, estabeleceram-se instrumentos para que os respectivos entes

prestam, de forma facilitada, informações de caráter público.

No plano jurídico-normativo, nota-se uma evolução do ordenamento pátrio no

que diz respeito à valorização da transparência dos feitos administrativos. Contudo,

na prática, constata-se uma deficiência dos órgãos da Administração Direta em se

adaptar aos regramentos legais. Com isso, tem-se que, conforme Raupp (2011), “o

problema da não adequação e do não efetivo atendimento à Lei pode ser explicado

mais por componentes políticos históricos e de cultura política do que técnicos”.

Outrossim, a transparência compreende um elemento crucial para a

materialização da ascensão da democracia, garantindo ao cidadão o direito de

acesso às informações governamentais (BERTOT; JAEGER; GRIMES, 2010). Desta

forma, conforme Harrison et al. (2012), afirma-se que o quanto de transparência

guarda proporcionalidade com a fração de informações disponibilizadas, o que

permite que todo cidadão, sem quaisquer distinções, possa acessá-las de maneira

livre, inclusiva e desenvolta.

Destarte, para a concretização da transparência, faz-se necessário que todas

as pessoas, de forma igualitária, possam usufruir das informações prestadas pelas

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entidades governamentais. Logo, deve-se aferir que a mera disponibilização de tais

não é suficiente, sendo imprescindível identificar possíveis barreiras que obstem que

determinados cidadãos acessem a rede informacional (SONZA, 2008). Sendo assim,

constata-se uma consonância entre a transparência e a acessibilidade, tendo vista

que esta última é imprescindível para que aquela atinja o povo de modo excelso.

Para que se tenha uma publicidade eficaz, necessita-se, ademais, que os

administradores públicos façam com que o alcance às informações seja norteado

pela facilidade do acesso.

Levando-se em consideração a explanação, tem-se a primordialidade se

discorrer acerca do panorama de transparência pública em obediência aos

dispositivos legais concernentes à temática. Isto posto, a problemática da pesquisa

está evidenciada pela seguinte indagação: Os municípios mais populosos do Estado

do Pernambuco estão, de modo satisfatório, atendendo à Lei da Transparência por

meio de seus portais oficiais? Para tanto, se procurou avaliar a transparência pública

nos portais dos municípios mais populosos do estado do Pernambuco no ano de

2014 a 2016.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Transparência e Accountability na Gestão Pública

De acordo com Zuccolotto, Teixeira e Riccio (2015), a transparência está

vinculada ao relacionamento entre o cidadão com o ente estatal. Para os atos de

gestão do Poder Público, a transparência é uma ferramenta de fiscalização das

ações dos governantes. Martins e Véspoli (2013) reforçam que é dever de todo ente

público informar a população com clareza como gasta as verbas e, também, prestar

conta dos seus atos.

Segundo Silva (2011, p. 350):

A noção de “transparência” no âmbito governamental é cada vez mais empregada em países que defendem o processo democrático de acesso às informações sobre a ação dos gestores públicos, em especial no que se refere à política fiscal e à capacidade contributiva. A ênfase a essa abertura constitui um dos alicerces da democracia representativa, pois incentiva o comportamento voltado para o espírito público e inibe a ação dos que se

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julgam donos da informação. Paralelamente, fornece informações de apoio à decisão dos administradores tanto em relação à redução dos custos de monitoramento das ações como à promoção de melhorias na governança corporativa dos governos.

Neste contexto, Administração Pública baseia-se em princípios éticos e

democráticos, aproximando o cidadão com o Estado, tendo a finalidade de contribuir

para o fortalecimento democrático e desenvolvimento da cidadania.

Percebe-se que, nos últimos anos, está sendo implantada uma nova

Administração Pública, a qual busca consolidar a transparência para o cumprimento

dos princípios contidos no conceito de representação. Prestar contas das atividades

governamentais é marca de um governo democrático moderno, que abrange um

conjunto de ações que estimulam a accountability nas instituições (FRANCESCHI

ET AL., 2013).

A accountability pode ser conceituada, conforme Castro (2013, p.570):

Como uma proteção dos cidadãos às práticas de má administração. Daí entendermos que este termo deveria estar relacionado com a questão dos direitos do cidadão. Por isso, a accountability começou a ser entendida como questão de democracia. Quanto mais avançado o estágio democrático, maior o interesse pela accountability que tende a acompanhar os avanços dos valores democráticos, tais como: igualdade, dignidade humana, participação, representatividade etc.

Raupp e Pinho (2011) esclarecem que “a accountability não emerge por si só,

mas é determinada por uma relação entre o Estado e a sociedade, propiciada pelo

desenvolvimento democrático”. Com a mudança da Administração Pública, através

do crescimento da democracia brasileira, tem-se o foco voltado para a gestão

eficiente e controlável, com o consequente desenvolvimento da prestação de contas

por parte dos agentes públicos para com a sociedade.

Como se pode observar a realidade que perpassa a temática da

accountability no âmbito brasileiro ainda se encontra em uma fase embrionária e que

contempla em seu “bojo” inquietações, discussões e a busca por melhores formas

de proporcionar um maior controle dos recursos públicos.

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3 METODOLOGIA

A seguir, as descrições dos procedimentos metodológicos utilizados na

pesquisa.

3.1 Definição da amostra

A amostra deste estudo são os 13 municípios pernambucanos mais

populosos, os quais possuem uma população estimada em 4.683.004 habitantes,

conforme os dados do Instituto de Geografia e Estatística – IBGE (2016). O critério

para a escolha dos municípios, amostra intencional e não probabilística,

compreendeu os municípios do PE que possuem mais que 100.000 habitantes.

Ressalta-se que, em razão da manutenção e respectiva impossibilidade de acesso,

os portais de Vitória do Santo Antônio e São Lourenço da Mata não fizeram parte

desta amostragem. Portanto, a amostra final foi composta de onze cidades do

referido estado, conforme apresentado na Tabela 1.

Tabela 1 – Amostragem da pesquisa

Posição Município Porte Populacional Endereço eletrônico

1 Recife 1.625.583 www.recife.pe.gov.br

2 Jaboatão dos Guararapes 691.125 www.jaboatao.pe.gov.br

3 Olinda 390.144 www.olinda.pe.gov.br

4 Caruaru 351.686 www.caruaru.pe.gov.br

5 Petrolina 337.683 www.petrolina.pe.gov.br

6 Paulista 325.590 www.paulista.pe.gov.br

7 Cabo de Santo Agostinho 202.636 www.cabo.pe.gov.br

8 Camaragibe 155.228 www.camaragibe.pe.gov.br

9 Garanhuns 137.810 www.garanhuns.pe.gov.br

10 Igarassu 113.956 www.igarassu.pe.gov.br

11 Santa Cruz do Capibaribe 103.660 www.santacruzdocapibaribe.pe.gov.br

Fonte: IBGE (2016).

Tendo em vista que referidos municípios objeto deste trabalho possuem mais

de 100.000 habitantes, os mesmos estão sob o respaldo da LC nº 131/2009, logo,

devem prestar todas as informações obrigatórias que dizem respeito à execução

orçamentária e fiscal de modo minucioso.

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3.2 Instrumento de coleta de dados

A coleta de dados deu-se através da análise dos portais dos municípios de

cada prefeitura em estudo, visando constatar quais quesitos estão sendo atendidos,

seguindo um critério de nível (atribuição de notas entre 0 a 3). Teve-se como norte a

pesquisa desenvolvida por Bodart, Torres e Silva (2015). A partir desse estudo

foram selecionados 40 dos 80 quesitos enumerados do levantamento supracitado,

acrescentando. Acrescentou-se 4 novos critérios (indicadores) obtidos mediante

análise da Lei da Transparência (tabela 2).

Tabela 2 – Orientação para a coleta de dados (Continua)

Quesitos

1 E-mail da Prefeitura (geral)

2 Endereço da Prefeitura (geral)

3 Telefone da Prefeitura (geral)

4 Principais pontos de interesse geral (história, turismo)

5 Perguntas frequentes e respostas sobres o município

6 Galeria de fotos do município

7 Nome das secretariais municipais

8 Atribuições das secretarias Municipais

9 Endereço das secretarias municipais

10 E-mail das secretarias municipais

11 Telefone das secretarias municipais

12 Nome dos Secretários Municipais, prefeito e vice-prefeito

13 Chamadas em destaque, pop-ups etc.

14 Arquivo de notícias (divisão por assuntos, sistema de busca etc.)

15 Simples visualização da agenda da Prefeitura

16 Possibilidade de solicitar agendamento de atendimento com o prefeito

17 E-mail (Contate o prefeito)

18 Telefone (Contate o prefeito)

19 Ouvidoria municipal

20 Plano Plurianual do Município (PPA)

21 Lei Orçamentária Anual (LOA)

22 Lei de Diretrizes Orçamentárias do Município (LDO)

23 Execução orçamentária e financeira

24 Balanço Anual do Exercício Anterior

25 Programas

26 Prestação de contas com parecer do TCE

27 Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO)

28 Relatório de gestão fiscal (RGF)

29 Decretos, Resoluções e Leis Municipais

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Tabela 2 – Orientação para a coleta de dados (Continuação)

Quesitos

30 Informações (concursos públicos)

31 Orçamento participativo

32 Licitações (informações gerais)

33 Licitações (documentos na íntegra)

34 Lista de servidores

35 Folha de pagamento (relatório com nomes dos servidores, função e salário)

36 Horário de atendimento ao público

37 Registro de repasses ou transferências (recibos)

38 Diário Oficial do Município no site da Prefeitura ou indicação de link para ele

39 Link fale conosco para tratar de questões do site

40 Ferramenta de pesquisa de conteúdo

41 Gravação de relatórios em diversos formatos eletrônicos

42 Assegura que o usuário possa escolher estilos preferidos (cores, tamanho de fontes)

43 Há conversão de sons em legendas para deficientes auditivos

44 Possibilita controle de cores para cromodeficiência (daltônicos)

Fonte: Adaptação própria (2017) a partir de Bodart, Torres e Silva (2015).

A coleta de dados foi feita nos sites das prefeituras municipais entre os dias

10 de janeiro de 2017 a 22 de fevereiro de 2017. Destaca-se que, para a execução

do estudo comparativo dos portais das cidades mais populosas do Estado do

Pernambuco entre os anos de 2014 a 2016, recorreu-se ao arquivo online de

recursos multimídia denominado Internet Archive, disponível em: https://archive.org/,

que possibilita identificar nos sites oficiais das prefeituras se existiam informações

relacionadas a cada ano.

4 RESULTADOS DA PESQUISA E ANÁLISES DE DADOS

A seguir, são apresentados os principais achados desse estudo, obtidos

conforme orientação metodológica proposta supra em consonância com os critérios

estabelecidos na LC 131/2009, conforme sinalizam as tabelas 3, 4 e 5, no período

compreendido entre os anos de 2014 a 2016, respectivamente.

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Tabela 3 – Avaliação da Transparência em 2014 (Continua)

Quesito 11

22

33

44

55

66

77

88

99

1010

1111

1 0 0 0 3 0 0 3 0 0 3 0

2 3 0 1 3 3 3 2 3 3 3 3

3 3 0 0 3 3 3 0 3 0 3 3

4 3 3 3 3 0 3 3 0 3 3 3

5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

6 1 3 3 1 0 0 3 0 0 0 1

7 2 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3

8 3 0 3 3 0 3 0 3 0 1 3

9 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3

10 0 2 3 1 2 0 2 2 3 1 0

11 2 2 3 2 3 3 3 3 3 1 3

12 3 2 3 1 2 3 3 3 3 1 2

13 2 1 1 1 1 2 2 1 1 3 0

14 2 3 3 1 2 3 3 0 2 2 1

15 3 0 0 2 0 0 3 0 3 3 1

16 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

17 0 3 3 0 3 0 3 0 3 0 0

18 3 3 3 0 3 0 3 0 0 0 3

19 0 3 0 0 3 3 3 3 3 3 0

20 3 3 3 3 3 3 3 0 3 3 3

21 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3

22 3 3 3 3 3 3 3 0 3 3 3

23 3 3 3 3 0 0 1 0 3 0 3

24 3 0 3 3 0 0 1 0 3 0 3

25 3 2 3 1 0 0 0 0 3 1 0

26 3 0 0 0 3 0 0 3 3 3 0

27 3 3 3 3 0 0 3 1 1 3 3

28 3 3 3 3 3 0 3 3 3 3 3

29 3 3 0 2 3 0 3 3 3 0 3

30 0 0 3 1 0 0 3 0 3 0 0

31 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0

32 3 1 3 3 3 3 1 0 3 3 3

33 1 1 3 3 3 3 1 0 3 1 3

34 3 0 0 3 0 0 3 0 3 0 0

35 3 0 0 3 0 0 0 0 3 1 0

36 2 0 3 0 0 0 0 0 0 1 0

37 3 0 3 0 3 0 0 0 3 0 0

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Tabela 3 – Avaliação da Transparência em 2014 (Continuação)

Quesito 11

22

33

44

55

66

77

88

99

1010

1111

38 3 3 3 3 3 0 3 0 3 0 3

39 0 0 2 3 0 0 0 3 0 3 3

40 3 3 3 3 0 0 2 2 1 3 2

41 3 1 2 1 1 1 2 0 1 2 1

42 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

43 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

44 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Total 87 63 87 77 62 48 77 45 83 66 68

Legenda: 1

Recife; 2

Jaboatão dos Guararapes; 3 Olinda;

4 Caruaru;

5 Petrolina;

6 Paulista;

7 Cabo de

Santo Agostinho; 8 Camaragibe;

9 Garanhuns;

10 Igarassu;

11 Santa Cruz do Capibaribe.

Fonte: Adaptação própria (2017) a partir de Bodart, Torres e Silva (2015).

Tabela 4 – Avaliação da Transparência em 2015 (Continua)

Quesito 11

22

33

44

55

66

77

88

99

1010

1111

1 0 0 0 3 3 3 3 0 3 3 0

2 3 0 1 3 3 3 2 3 3 3 3

3 3 0 0 3 3 3 0 3 3 3 3

4 3 3 3 3 2 3 3 0 3 3 3

5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

6 3 3 3 1 0 0 3 0 0 0 1

7 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3

8 3 0 3 3 2 3 0 3 3 1 3

9 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3

10 2 2 3 1 2 0 0 2 3 2 0

11 3 2 3 2 3 3 3 3 3 2 3

12 3 2 3 2 2 3 3 3 3 1 2

13 2 1 2 1 1 2 2 1 3 3 0

14 3 3 3 1 2 3 3 1 3 2 1

15 3 0 0 2 0 0 3 0 3 0 1

16 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

17 0 3 3 0 3 0 3 0 0 0 0

18 3 3 3 3 3 0 3 0 0 0 3

19 3 3 0 1 3 3 3 3 3 3 0

20 3 3 3 3 3 3 3 0 3 0 3

21 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3

22 3 3 3 3 3 3 3 0 3 3 3

23 3 3 3 3 0 3 1 0 3 3 3

24 3 3 3 3 0 3 1 0 3 3 3

25 3 2 3 1 1 0 0 0 3 1 0

26 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0

27 3 3 3 3 0 0 3 3 1 3 3

28 3 3 3 3 3 0 3 2 3 3 3

29 3 3 0 3 3 0 3 3 3 0 3

30 0 3 3 1 0 0 0 0 3 0 0

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Tabela 4 – Avaliação da Transparência em 2015 (Continuação)

Quesito 11

22

33

44

55

66

77

88

99

1010

1111

31 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0

32 3 1 3 3 3 3 1 0 3 3 3

33 1 1 3 3 3 3 1 0 3 1 3

34 3 0 3 3 2 0 3 0 3 0 0

35 3 0 3 3 2 0 0 0 3 1 0

36 3 0 3 0 2 0 0 0 3 1 0

37 3 0 3 0 3 0 0 0 0 0 0

38 3 3 3 3 3 0 3 0 3 0 3

39 0 0 2 3 0 3 0 3 2 3 3

40 3 3 3 3 2 3 2 2 3 3 2

41 3 1 2 2 1 1 2 0 1 2 1

42 3 0 0 0 0 3 0 0 0 2 0

43 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0

44 3 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0

Total 101 69 94 84 78 69 72 44 94 65 68

Legenda: 1

Recife; 2

Jaboatão dos Guararapes; 3 Olinda;

4 Caruaru;

5 Petrolina;

6 Paulista;

7 Cabo de

Santo Agostinho; 8 Camaragibe;

9 Garanhuns;

10 Igarassu;

11 Santa Cruz do Capibaribe.

Fonte: Adaptação própria (2017) a partir de Bodart, Torres e Silva (2015)

Tabela 5 – Avaliação da Transparência em 2016 (Continua)

Quesito 11

22

33

44

55

66

77

88

99

1010

1111

1 0 0 0 3 3 3 3 0 3 3 0

2 3 0 1 3 3 3 2 3 3 3 3

3 3 0 0 3 3 3 0 3 3 3 3

4 3 3 3 3 2 3 3 0 3 3 3

5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

6 3 3 3 1 0 0 3 0 0 0 1

7 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3

8 3 0 3 3 1 3 0 3 3 1 3

9 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3

10 2 2 3 1 2 1 1 2 3 2 0

11 3 2 3 2 3 3 3 3 3 2 3

12 3 2 3 2 2 3 3 3 3 1 3

13 3 3 3 1 1 2 2 1 3 3 0

14 3 3 3 1 2 3 3 2 3 2 1

15 3 0 0 2 0 3 3 0 3 0 1

16 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

17 0 3 3 0 3 0 3 0 0 0 0

18 3 3 3 3 3 0 3 0 0 0 3

19 3 3 0 1 3 3 3 0 3 3 0

20 3 3 3 3 3 3 3 0 3 0 3

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Grupo Temático 1: SILVA NETO, J. H.; CARVALHO, J. R. M.; Transparência, Governo Aberto e Participação SILVA, E. E. D.

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Tabela 5 – Avaliação da Transparência em 2016 (Continuação)

Quesito 11

22

33

44

55

66

77

88

99

1010

1111

21 3 3 3 3 3 3 3 3 3 0 3

22 3 3 3 3 3 3 3 0 3 0 0

23 3 3 3 3 0 0 0 3 3 3 3

24 3 3 3 3 0 0 0 3 3 3 3

25 3 3 3 1 1 0 0 0 3 1 0

26 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0

27 3 3 3 3 0 1 3 1 2 3 1

28 3 3 3 3 3 1 3 1 3 3 1

29 3 3 0 3 3 3 3 3 3 0 3

30 0 3 3 1 0 1 0 0 3 0 0

31 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0

32 3 1 3 3 3 3 1 0 3 0 3

33 3 1 3 3 3 3 1 0 3 0 3

34 3 0 3 3 3 0 3 0 3 0 0

35 3 0 3 3 3 0 3 0 3 1 0

36 3 0 3 3 2 0 0 0 3 1 0

37 3 0 3 0 3 0 0 0 3 0 0

38 3 3 3 3 3 0 3 0 3 0 3

39 0 0 2 3 0 0 0 0 2 3 3

40 3 3 2 3 2 3 2 3 3 3 2

41 3 1 2 2 1 1 2 1 1 2 1

42 3 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0

43 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0

44 3 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0

Total 104 72 94 87 79 86 74 44 101 55 62

Legenda: 1

Recife; 2

Jaboatão dos Guararapes; 3 Olinda;

4 Caruaru;

5 Petrolina;

6 Paulista;

7 Cabo de

Santo Agostinho; 8 Camaragibe;

9 Garanhuns;

10 Igarassu;

11 Santa Cruz do Capibaribe.

Fonte: Adaptação própria (2017) a partir de Bodart, Torres e Silva (2015)

Nas tabelas 3, 4 e 5, observou-se que Recife apresenta melhor desempenho

entre os sítios das prefeituras analisados nos anos em estudo. Em contrapartida,

com relação aos desempenhos insatisfatórios, apontou-se, no portal de Camaragibe

uma performance pífia em 2014, 2015 e 2016. Paulista e Petrolina, em 2014;

Igarassu, em 2015; e Igarassu e Santa Cruz do Capibaribe, em 2016, também, não

atenderam aos critérios de maneira adequada. Deste modo, estes municípios,

apresentam os piores domínios públicos nos anos averiguados.

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Grupo Temático 1: SILVA NETO, J. H.; CARVALHO, J. R. M.; Transparência, Governo Aberto e Participação SILVA, E. E. D.

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Vale destacar que parcela considerável dos websites não disponibiliza o e-

mail da prefeitura (e-mail geral), o que obsta o contato dos usuários. Tal ocorreu em

Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Camaragibe e Santa Cruz do Capibaribe.

De maneira sintomática, nenhuma das prefeituras em estudo obedeceu ao quesito

“perguntas e respostas frequentes”. Além disso, nenhum dos websites

governamentais proporciona o agendamento de atendimento com o prefeito. Em

todos os anos analisados, inexiste, nos municípios de Recife, Jaboatão dos

Guararapes, Petrolina e Cabo do Santo Agostinho, o link “Fale Conosco”.

No que diz respeito ao orçamento participativo, percebe-se que apenas o

portal oficial de Olinda possui o link para tal em todo o período analisado. Tem-se

que todas as prefeituras restantes deixaram de colocar informações referentes ao

referido orçamento participativo. A ausência do quesito “horário de atendimento ao

público” é um problema presente em grande parcela dos municípios em estudo.

Verifica-se que, em descumprimento ao art. 48 da LC nº 101/2000, o

município de Camaragibe não publica em seu respectivo site o Plano Plurianual e

Lei de Diretrizes Orçamentárias em todos os anos explorados. Por sua vez, em

Igarassu, tem-se a ausência de PPA no período referente a 2015 e 2016. Neste

último ano, o website em questão omite a Lei Orçamentária Anual e a LDO. Já em

Santa Cruz do Capibaribe, em 2016, não consta a LDO. Com relação à prestação de

contas acompanhada de parecer prévio do Tribunal de Contas, evidencia-se que

Petrolina é a única cidade a disponibilizar, em todos os anos, a versão simplificada

desta. Petrolina e Paulista olvidam o Relatório Resumido da Execução Orçamentária

(RREO). Esta última, de modo similar, deixa de apresentar o Relatório de Gestão

Fiscal (RGF).

Entre os portais estudados, de forma preponderante, as prefeituras de

Jaboatão dos Guararapes, Caruaru, Paulista, Cabo de Santo Agostinho,

Camaragibe, Igarassu e Santa Cruz do Capibaribe feriram ao disposto no inciso II do

§ 1º do art. 8º da Lei 12.527/2011. Para os anos de 2014, 2015 e 2016, os portais

dos municípios de Paulista, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe e Santa Cruz do

Capibaribe descumprem de forma absoluta ao inciso V do § 1º do art. 8º da Lei

12.527/2011.

Em alusão aos procedimentos licitatórios, Camaragibe viola, em todos os

anos, o preceito do inciso IV do § 1º do art. 8º da Lei 12.527/2011. Já no ano de

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2016, averígua-se que Igarassu é omissa com relação à supracitada

obrigatoriedade. As cidades de Jaboatão dos Guararapes, Paulista, Camaragibe,

Santa Cruz do Capibaribe e Igarassu atuam em completo descaso ao ocultar a lista

de seus servidores e respectivas remunerações, antagonizando-se à transparência

que deve vigorar na Administração Pública. Em comparação com os outros

municípios, Petrolina é o único que não apresenta balanço anual do exercício

anterior e execução orçamentária e financeira nos anos de 2014 a 2016.

Nota-se que as prefeituras de Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda,

Caruaru, Petrolina, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Igarassu e Santa Cruz

do Capibaribe não dispõem do mecanismo de conversão de sons em legendas, o

que se mostra como um obstáculo para os deficientes auditivos. Em sentido

contrário, Garanhuns, a partir de 2015, implementou esta ferramenta,

disponibilizando, assim, que pessoas com deficiência auditiva possam ler todo o site.

Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Caruaru, Petrolina, Cabo de Santo Agostinho,

Camaragibe, Garanhuns e Santa Cruz do Capibaribe não pontuaram no quesito

concernente à possibilidade do usuário optar por estilos preferidos (cores e tamanho

de fontes).

Diante desta análise, pode-se aferir que os portais em estudo atuaram com

desídia no que diz respeito à transparência dos atos administrativos, tornando-se

nítido o descaso dos governantes em prestar as contas aos cidadãos. Ademais,

diante da acentuada falta de informações consideradas indispensáveis para a

efetivação do princípio da publicidade na Administração Pública, tem-se um

obstáculo para que o povo possa exercer o controle da atuação administrativa,

ficando, assim, inviável a fiscalização e a accountability na esfera pública dos

municípios analisados.

Vale salientar que a circunstância de o avaliador não identificar elementos

que seriam estudados nos websites não quer dizer que os mesmos não estejam em

tais portais, mas deixa claro que estes estão caracterizados por um acesso

dificultoso ou comprometidos.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A transparência das informações concernentes aos atos e fatos da

Administração Pública é um direito de todo e qualquer cidadão, além de ser uma

determinação legal. Entretanto, apesar de se dispor uma legislação que maximize o

nível de transparência das informações, ainda não significa que é uma garantia para

a adoção plena dos dispositivos legais.

A partir de supracitado levantamento, nota-se que a transparência pública não

é uma prioridade da maioria dos executivos municipais do Estado de Pernambuco

com população acima de 100.000 habitantes. Deste modo, constata-se uma

dissonância entre os portais de tais cidades e as determinações dispostas em lei.

Neste sentido, em 2014, o município de Recife, foi o único a ser avaliado com boa

pontuação. Já em 2015 e em 2016, a capital do Estado e Garanhuns apresentaram

os melhores resultados entre as cidades analisadas. Em sentido contrário, com

relação aos quesitos não cumpridos, torna-se perceptível o pior desempenho de

Camaragibe em todo o período estudado.

Conclui-se que os municípios mais populosos do Estado do Pernambuco não

atendem de forma integral os mandamentos legais de accountability da

Administração Pública, havendo a inadequação entre seus portais eletrônicos e a

legislação pertinente à temática. Deste modo, as cidades apreciadas devem

estabelecer melhorias na transparência de suas informações, permitindo que a

população tenha um acesso operativo ao conteúdo disponibilizado e, ademais,

viabilizando o combate à corrupção na gestão pública. O Poder Público, nesta

dianteira, deve fornecer instrumentos que permitam ao cidadão participar de maneira

ativa dos rumos do município, no sentido de exigir providências, pressionar,

fiscalizar e colaborar com a atuação administrativa.

Recomenda-se a propagação da metodologia do presente estudo em outras

pesquisas, tornando possível a identificação abrangente da obediência dos entes da

Administração Direta ao disposto na Lei de Transparência. Propõe-se, outrossim, a

realização de levantamento em outros municípios de regiões diversos e com

caracteres distintos, verificando-se a consonância com os resultados obtidos nesta

análise.

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200

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201

ZUCCOLOTTO, Robson; TEIXEIRA, Marco Antonio Carvalho; RICCIO, Edson Luiz. Transparência: reposicionando o debate. Revista Contemporânea de Contabilidade,Florianópolis, v. 12, n. 25, p. 137-158, jan./abr., 2015.