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Uma publicação do CENTRO BD DE EDUCAÇÃO EM DIABETES - Ano XV - Nº 60 - outubro/novembro/dezembro de 2000 BD BOM DIA: 15 anos de informação ENCARANDO O DIABETES SEM MEDO Dr. Daniel Lerário CONHEÇA ALGUNS DOS NOSSOS LEITORES FESTAS DE FINAL DE ANO Comemore sem problemas EXERCÍCIOS NA MEDIDA CERTA EXEMPLAR DE ASSINANTE VENDA PROIBIDA

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Page 1: 15 anos de informação - bd.com · De Belém do Pará, a nutricionista Ana Calábria nos dá ... Esta é uma homenagem do poeta popular Manoel Monteiro de Campina Grande (PA),

Conforto

Exclusiva seringa com agulhacurta BD Ultra-Fine® II

Diabetes Healthcare

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Uma publicação do CENTRO BD DE EDUCAÇÃO EM DIABETES - Ano XV - Nº 60 - outubro/novembro/dezembro de 2000

BD BOM DIA:15 anos de informação

ENCARANDO ODIABETES SEMMEDODr. Daniel Lerário

CONHEÇAALGUNS DOSNOSSOS LEITORES

FESTAS DE FINALDE ANOComemore sem problemas

EXERCÍCIOS NAMEDIDA CERTA

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Quando o BD Bom Dia foi criado há 15anos, o objetivo da BD ia além de oferecerum serviço de informação num país ondepouco se sabia sobre diabetes. Além depromover educação em diabetes e divulgaras novidades na área desde seus primeirosnúmeros, a publicação se pautou a atuarcomo um elo de ligação entre os portadoresde diabetes e familiares, médicos eprofissionais diabetólogos, associações,instituições hospitalares, clínicas e centrosde atendimento, além de empresas dosegmento de saúde.Para assumir e manter esta posição dereferência em comunicação na suaespecialidade, o veículo passou por váriasmudanças e hoje podemos dizer queconseguiu atingir um novo patamar dematuridade. Isso significa que a evoluçãodo BD Bom Dia não pára por aqui. Pelocontrário, vamos continuar inovando semprepara honrar nossos compromissos eobjetivos básicos: informar, educar e ser umelo de ligação entre os leitores.Abrindo esta edição comemorativaapresentamos algumas cenas da festa de 15anos do BD Bom Dia na qual participaramcrianças, adolescentes e pais da Associaçãode Diabetes Juvenil – ADJ. Ainda em climade celebração, preparamos uma reportagemcom alguns de nossos leitores. Leia tambéma entrevista com o dr. Daniel Lerário e vejase você se identifica com suas avaliaçõessobre o que é ter diabetes. De Belém doPará, a nutricionista Ana Calábria nos dá

grandes dicas para as festas de final de anoe uma refrescante sobremesa da região norte.E para quem gosta e precisa praticarexercícios físicos, a professora MoemaKuncevicius ensina alguns alongamentosbásicos. E no final tem mais uma novaaventura da Turma da Pracinha com a nossamensagem de Natal e Ano Novo.Queremos que esta edição comemorativaseja uma homenagem a todos os nossosleitores. Então, parabéns para você!

*Rafaele Madormo é Gerente de Marketing– Diabetes Healthcare

Editorial

por RAFAELE MADORMO*

Muitos anosDE VIDA!

BD Bom Dia! BD

Nós DMs brasileirosNesta edição debutanteQueremos ser os primeirosA dançar contigo a valsaDestes teus 15 janeiros.

60 edições contemplamEssa breve caminhadaOnde a tecnologiaPerseguida e conquistadaTem feito a carga da vidaSe tornar menos pesada.

O BD Bom Dia tem informadoPor 15 anos seguidosOnde os especialistasNos artigos produzidosVêm apontando os caminhosQue deverão ser seguidos.

Com feição gráfica modernaLayout imaginativoComposição mais dinâmicaUm colorido mais vivoUma seção de quadrinhosO torna mais atrativo

Em primeira mão informaO que a pesquisa dispôsPara nos dar mais confortoA sua equipe compôsA SERINGA COM AGULHABD ULTRA-FINE II.

Adolescentes, adultos,Crianças de tenra idadeDizem obrigado à BDPor essa modernidadeE desejam aos que o fazemSaúde e felicidade.

2 11

Criança

Esta é uma homenagem do poeta popularManoel Monteiro de Campina Grande (PA),autor da Cartilha do Diabético Em Versos,um trabalho que tem o apoio do Ministérioda Saúde. Se você quiser entrar em contatocom o poeta, envie carta à rua VigárioVirgínio, 52, Santo Antônio, CampinaGrande, PA, CEP 58103-340.

EXPEDIENTEPublicação trimestral do Centro BD de Educação em Diabetes. Rua Alexandre Dumas, 1976, Chácara Sto. Antonio.

CEP 04717-004. São Paulo, SP. Tel.: 0800-115097.Diretora da Divisão Consumer Healthcare: Simone Agra

Diretor da publicação: Rafaele MadormoCoordenação de Educação em Diabetes: Márcia Camargo de Oliveira

Jornalista Responsável: Milton Nespatti (MTB 12460-SP)Revisão: Solange Eira

Design e Editoração: RN Comunicações - (0xx11) 5641-6615As matérias desta publicação podem ser reproduzidas,

desde que citada a fonte.Tiragem: 100 mil exemplares.

Indispensável paraa saúde humana

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m outubro o Centro BD de Educação em Diabetesrealizou uma grande festa para iniciar as comemoraçõesdos 15 anos do BD Bom Dia que contou com a participação de várias crianças

e adolescentes, todos da ADJ (Associação do Diabetes Juvenil), acompanhados dospais, especialmente convidados para a ocasião.

A festa ocorreu durante um dia inteiro de sábado, na matriz da BD em São Paulo.Na programação incluiu jogos, teatro de marionetes, dança, monitorização de glicemia,almoço no refeitório da companhia com lanches do Mc Donald’s, muitas brincadeiras,shows de mágica e palestra com o médico dr. Jamiro Vanderley sobre “A Mágica Vida”.

Além da celebração dos 15 anos de publicação do BD Bom Dia (e também de 10anos de atividades do Centro BD de Educação em Diabetes) o evento também comemorouo primeiro ano do programa da ADJ Dia-a-Dia do portador de diabetes, promovidosemanalmente na sede da entidade em São Paulo.

Para Celso Cardoso e seu filho Bárbaro (8 anos de idade), a festa foi uma surpresa.“Chegamos aqui de manhã para passar mais um sábado e acabamos nos surpreendendo,

pois todo mundo se divertiu demais. A BD e a ADJ estão deparabéns, pois foi um evento feito com carinho e muito bempensado”, declarou. Ao final do evento, todos os participantesreceberam brindes.

Na saída, muitos queriam saber quando será a próximafesta.

Comemoração

310

Atividade

Moema Kuncevicius Bueno,professora de Educação Físicaformada pela USP (São Paulo, SP).

EXERCÍCIOSna medida certaabemos que qualquer atividade físicaou modalidade esportiva é essencialpara a manutenção da saúde das

pessoas. Para quem tem diabetes faz partedo tratamento, pois melhora a ação dainsulina, ajuda a manter ou reduzir o peso,torna mais eficientes as funções cardiocircu-latória e respiratória, promovendo não só o bem estar físico mas também o mental eo social. Porém nem todas as pessoas podemir a uma academia , clube ou contar com oacompanhamento de um personal trainner.Por isso o BD Bom Dia procurou aprofessora de Educação Física formada pelaEEFE-USP, Moema Kuncevicius Bueno, parapassar algumas informações importantes

para a prática da mais simples atividadefísica: a caminhada.

A primeira recomendação da professoraMoema é passar pela avaliação médicaindispensável para examinar a glicemia, ascondições cardíacas, circulatórias,respiratórias, pressão arterial assim comoas condições dos pés. “Os exercícios devemser realizados pelo menos três vezes porsemana e não devem ultrapassar 40minutos”, observa. Moema alerta tambémque não se deve praticá-los em jejum nemnos períodos de ação máxima da insulina,para que não ocorra a hipoglicemia. “Oteste de glicemia capilar deve ser realizadoantes, depois e até durante qualquer

atividade física para que se conheça o perfilglicêmico, prevenindo complicações”,orienta. Quando a glicemia estiver baixa, épreciso comer algo antes da atividade. Umalerta: não se deve praticar exercícios quandoa glicemia estiver alta (acima de 250 mg/dl)ou na presença de cetonúria (cetona naurina).

A caminhada deve ser praticada empasso normal. Quem caminha deve manteruma postura reta, com a cabeça erguida, abarriga e o bumbum contraídos. As pessoasque caminham devem evitar aplicar insulinanas coxas antes ou após os exercícios, issopode potencializar a ação da insulinacausando hipoglicemia.

S

Antes e depois de caminhar ou fazer qualquer atividade física,é preciso realizar alguns movimentos simples de alongamentoque melhoram o rendimento dos exercícios, beneficiam osresultados e previnem distensões e lesões musculares.Veja como fazer os alongamentos e siga as ilustrações abaixo:

1. Apóie a ponta do pé na guia da calçada e mantenha o cal-canhar no chão, projetando o quadril para frente. Nestecaso, ocorre o alongamento da panturrilha, ou batata daperna. Faça este alongamento durante 30 segundos em cadaperna.

2. Apóie-se numa parede e puxe um dos pés para trás (30

segundos em cada perna). Isso serve para alongar o músculoda coxa, o quadríceps.

3. Entrelace as mãos atrás do corpo, alongue os braços eprojete o peito para frente.

4. Cruze um dos braços à frente do peito e puxe-o pelo cotovelocom o outro braço. Inverta a posição dos braços e façanovamente.

5. Por fim, estique a coluna: cruze as mãos acima da cabeça,estique o braço e as costas, erguendo-se na ponta dos pés.Cada um destes alongamentos deve ser feito de forma bemlenta. Se sentir algum desconforto ou dor, interrompa oexercício.

1 2 3 4 5

ALONGAMENTOS BÁSICOS

CRIANÇAS, ADOLESCENTES EPAIS FAZEM A FESTA NA BD

E

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GenteEntrevista

94

BD Bom Dia: Por que os portadoresde diabetes tipo 1 e tipo 2 tem oinício do tratamento diferente?Dr. Daniel: Diabetes é uma doençaque decorre da deficiência na produçãoou na ação do hormônio insulina queé produzido pelo pâncreas. Comoconseqüência, a alteração mais evidentenaqueles que têm diabetes é a elevaçãodas taxas de glicose no sangue, já quea insulina é a responsável por suanormalização. O problema do diabetestipo 1 (10% dos casos de diabetes) éque há uma deficiência na produçãode insulina, assim, em seu tratamentodeve-se fazer a aplicação diária deinsulina. Já no diabetes tipo 2 (90%dos casos de diabetes), a pessoageralmente consegue produzir insulina,mas a mesma é parcialmente deficienteou não funciona direito. Em geral, notratamento deste tipo de diabetesusamos comprimidos que estimulam a

produção de insulina pelo corpo oufazem com que a insulina funcione commaior eficiência para normalizar astaxas de glicose no sangue. Contudo,com o passar dos anos, em muitos casosde diabetes do tipo 2 a aplicação deinsulina acaba sendo necessária, poistambém passa-se a ter deficiência deinsulina.

O que acontece quando alguémdescobre que tem diabetes tipo 1?Boa parte dos portadores do tipo 1descobre o diabetes já numa situaçãode emergência, quando está urinandodemais, comendo muito e mesmo assimcontinua perdendo peso, sentido doresde barriga, ânsia de vômito, fraquezae indisposição. Estes são os sintomasclássicos quando a pessoa atinge taxasde 300 a 600 de glicose no sangue e asituação pode evoluir para acetoacidose, podendo até chegar aocoma. As reações da pessoa e da família

são variadas, mas em geral há umasensação de insegurança e medo,especialmente pelo desconhecimentodo que deverá ser enfrentado a partirde então. Neste momento é importantemanter a calma, pois à medida em queos sintomas do diabetes vãodesaparecendo e as informações vãosendo transmitidas pelo médico, opaciente volta a sentir-se tranqüilo epassa a conviver bem com o diabetes.Para isso, a participação da família éfundamental.

O trauma é grande também nodiagnóstico do diabetes do tipo 2?O alvoroço inicial e até natural nodiagnóstico do tipo 1 geralmente nãoocorre quando o paciente descobre quetem diabetes tipo 2. Mas as reaçõessão diferentes também em cada caso.No momento do diagnóstico, boa partedessas pessoas não apresenta nenhumsintoma. É muito comum o adulto

ENCARANDO

O impacto inicial no diagnóstico do diabetes variade acordo com a pessoa. Enquanto alguns reagemsob forte carga emocional, outros mudam oshábitos para seguir o tratamento certo. Hátambém aqueles que no começo não dãoimportância às orientações do médico -porém acabam aderindo ao tratamento.O endocrinologista da UniversidadeFederal de São Paulo – Escola Paulista deMedicina (UNIFESP-EPM), dr. DanielLerário, aborda alguns conceitos básicospara nos ajudar a entender melhor odiabetes e superar as dificuldades.

A nutricionista Ana Calábria indicauma receita típica paraense. Belém doPará é conhecida como a Cidade dasMangueiras. Por isso, a nutricionista dáuma receita de sobremesa leve, o saborosocreme de manga.

CREME DE MANGAIngredientes

• 1 copo de leite desnatado (200 ml)• 1 copo com manga cortada emcubinhos• 2 claras em neve• 1 colher de sopa de suco de limão• 1 pacote de gelatina sem sabor• 1 xícara de água quente

Modo de fazerDissolva a gelatina

previamente e reserve. Em seguida,passe a manga no liquidificador,junto com o leite e o suco de limão.Acrescente a gelatina e liquidifiquepor 30 segundos. Coloque numrefratário acrescentandolevemente as claras em neve. Leveà geladeira e mantenha por duashoras.Rendimento: 5 porções.1 porção: 48,6 caloriase 3,68 de carboidrato.

DELÍCIA QUEVEM DO NORTE

empenho dos pais pode determinaro sucesso no tratamento de seusfilhos portadores de diabetes tipo

1. Como os filhos reagem de forma positivaou negativa, dependendo docomportamento dos pais, é muitoimportante que estes saibam administrarbem as emoções que normalmente aflorama partir do diagnóstico da criança ou ojovem com diabetes.

Sylvio e Viviane Russiano formam umcasal, como existem milhões em todo omundo, que precisou superar o impactoinicial depois que souberam que seu filhoEduardo, de 8 anos de idade, tem diabetestipo 1. O diagnóstico ocorreu há um anoe desde então a família vem realizando otratamento do garoto com todos oscuidados necessários, porém sem sentimentode tragédia ou de culpa, mas de formasuave, participativa e até agradável.“Entendemos que nosso filho precisa deuma pequena ajuda de todos da famíliapara levar uma vida normal. Hoje, Eduardoconta com o apoio dos nossos parentes eamigos. Até os avós e tios já sabem comousar a insulina, caso seja necessário aplicá-la no menino”, conta a mãe Viviane.

Eduardo está assimilando bem esta novafase em sua vida, principalmente depoisque aprendeu a fazer a autoaplicação de

insulina num dos cursos do Centro BD deEducação em Diabetes. “Já sei aplicarfazendo o rodízio nos braços e no bumbum.Na maioria das vezes nem sinto a picadada agulha”, afirma.

Embora o garoto esteja se dando muitobem na autoaplicação, dona Viviane nãodeixa de acompanhar o procedimento. Namaioria das vezes, ela mesma ainda faz asaplicações no filho, que usa a caneta BDPen. “Penso que a criança e o adolescenteprecisam ter amadurecimento e o máximoconhecimento do que seja o tratamentocom insulina, até chegar o momento de nãomais precisarem dos pais para fazer aaplicação”, considera. “É fundamental queo jovem com diabetes do tipo 1 entendaque não pode ficar sem a insulina. Por issoos pais precisam acompanhar asaplicações”, explica.

Tirando o fato de ter que tomar insulinae obedecer algumas regras alimentares,Eduardo garante que não se sente diferentede qualquer outra criança de sua idade.Afinal, se ter diabetes fosse tão diferentecomo algumas pessoas pensam, ele nãoconseguiria acompanhar seu irmãoFernando (um ano mais velho, nãoportador) no futebol, judô, natação,basquete, ginástica olímpica, pólo aquático,saltos ornamentais... Ufa! Haja energia.

COM UMA PEQUENA AJUDA DAFAMÍLIA E DOS AMIGOS

O

SEM MEDOo diabetes

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portador do tipo 2 descobrir que temdiabetes por acaso. Geralmente, issoacontece quando ele faz exames derotina ou durante uma emergência nãorelacionada ao diabetes. Aí osresultados dos exames acusam odiabetes. Neste momento, se o médiconão insistir para que essa pessoa mudeseus hábitos, o paciente não irá sepreocupar muito com as conseqüênciasde um diabetes mal controlado, já queele não sente sintomas que oincomodem. Por outro lado, hápacientes mais conscientizados que aoseremdiagnosticados comoportadores dediabetes 2 procuramseguir tudo que omédico diz ecostumam com certafacilidade atingirbons controles deglicemia.Infelizmente, hátambém aqueles que,ao diagnóstico, jáchegam ao médicoapresentandosintomas decomplicações ouinfecçõesrelacionadas ao diabetes. Nestassituações, a preocupação por parte dospacientes é muito maior.

O que não se deve fazer quandoalguém descobre que tem diabetes?Não se deve negar o diagnóstico.Infelizmente, muitas pessoas fazemjustamente isso, sobretudo aquelas quenão apresentam sintomas. Odiagnóstico de diabetes é dado a partirda taxa de 126 de glicemia. Tem genteque apresenta taxa de 150 e isso já é osuficiente para indicar o quadro dediabetes, mesmo que a pessoa não sintanada. Alguns pacientes negam odiagnóstico, às vezes por vergonha, porpreconceito e até mesmo por nãoacreditar no diagnóstico. São pessoasque ficam anos sem se tratar, até que

os problemas graves começam a surgir.É uma situação que não ocorre com oportador de diabetes tipo 1, pois se elenão aplicar a insulina, as conseqüênciasserão graves e imediatas.

Como o dr. avalia o sentimento dealguém que acaba de receber odiagnóstico de diabetes?De modo geral, as pessoas manifestampara o médico uma sensação de medopelo fato de não haver cura para odiabetes. Esse medo gera angústia eisso leva a uma dificuldade deadaptação à nova situação. Muita gente

sofre em pensar que, por ter diabetes,não mais vai poder participar de festas,praticar esportes ou viajar. É umpensamento errado. Eu procurodemonstrar que, embora ainda nãoexista a cura, atualmente há formas detratamento, ao contrário do que ocorriahá algumas décadas. Hoje existemterapias que estão melhorando a cadaano, surgem novas insulinas, novosmedicamentos e a orientação alimentaré muito mais liberal.

O portador de diabetes muitas vezesnão consegue se conformar em terde aplicar insulina. O que fazer parasuperar este problema?A insulina não é disponível comocomprimido, por ser uma proteína queacaba sendo destruída por enzimas do

estômago após ser ingerida. Então sódá para administrar a insulina atravésde injeções. Já assisti a vários casos emque houve uma resistência inicial aouso da insulina que foi completamenteresolvida, uma vez que a pessoapercebeu o benefício que a aplicaçãoda mesma trouxe para a sua saúde. Ouso de insulina promove melhoria nocontrole de diabetes e os sintomas desede, urina em excesso, fraqueza e perdade peso são revertidos. A atualdisponibilidade de agulhas finas e curtase das canetas de aplicação tem tornado

a aplicação deinsulina mais fácil equase indolor.

Como o portadorde diabetes deveconsiderar o seumédico? Que tipode apoio ele deveprocurar?Os objetivos notratamento dodiabetes envolvema prevenção dahiper e dahipoglicemia,visando sempre obom controle dodiabetes para assim

prevenir as complicações crônicas.Neste contexto, o médico deve serconsiderado como um aliado. Porém,o portador de diabetes deve ser ativoem seu tratamento fazendo o mínimodo que lhe foi recomendado no que serefere ao plano de alimentação,atividade física e uso da medicação.Também são fundamentais as consultasmédicas e exames periódicos. O bomrelacionamento e confiança no médicosão essenciais para o bom controle dodiabetes, já que ele será seu consultora todo momento.

É muito bom quando a pessoa comdiabetes encara tudo de forma natural,sem medo, sem angústia e sem revolta.Assim a vida fica melhor e o êxito notratamento é atingido.

Entrevista

8 5

“A atual disponibilidadede agulhas finas e curtas

e das canetas deaplicação tem tornado aaplicação de insulina mais

fácil e quase indolor.”

stamos às vésperas das festasnatalinas, o que nos leva a pensarno aniversariante, Jesus. Pensamos

também nos presentes que vamos dar ereceber, sem esquecer daquilo que nos dágrande prazer: o que vamos comer e beber,já que é um momento de celebração efraternidade. Quem tem diabetes tambémvai comemorar, sem estresse, apenastomando alguns cuidados para não passarpor algum mal estar.

Quem foi que disse que a pessoacom diabetes não pode comer

doces?Temos muitas formas de apreciar

pratos saborosos e sobremesas deliciosascom poucas calorias que nada deixam adesejar em relação àquelas preparaçõescheias de massas e muito gordurosas,coisa que não faz bem à saúde deninguém.

Alguns podem dizer: “se eu não possocomer de tudo, perco a minha liberdade”.Isso não é perda de liberdade, mas simadotar uma disciplina. É como acontececom o atleta que conquista a medalha deouro nas Olimpíadas. Só se alcança oobjetivo com muita disciplina etreinamentos diários. No caso de quemtem diabetes, o objetivo maior é melhorara qualidade de vida e para isso deve haverdisciplina. Diariamente devemos seguiruma alimentação equilibrada e isso nãosignifica que vamos transgredir nossoshábitos alimentares. Trata-se apenas deadotarmos uma conduta mais saudável.Dê preferência aos alimentos ricos emvitaminas, fibras e sais minerais presentesem hortaliças: brócolis, couve, repolho,

acelga, alface, agrião, espinafre e outras.Procure escolher também as frutas debagaço, como abacaxi, laranja, kiwi epêra com casca.

Vou poder beber?Quem tem diabetes normalmente se

pergunta: “será que eu vou poder brindarcom minha família e amigos?”

As bebidas alcoólicas menosrecomendadas são os licores por conteremaltos teores de carboidrato e alcoólico.Já o uísque, a vodca, a aguardente e ogim são bebidas que possuem teoralcoólico considerável, embora nãotenham carboidrato. Os vinhos não doces,em geral, possuem pouco carboidrato eum razoável teor alcoólico. E a nossafamosa cerveja contém baixo teor decarboidrato e baixo teor alcoólico, masnem por isso devemos abusar. Veja na

tabela a quantidade de carboidratos,álcool e calorias das bebidas maisconsumidas.

Afinal, quem pode beber? A pessoacom diabetes que está com o peso normal,além da glicose e triglicérides controlados.Qual quantidade? Para quem está com odiabetes bem controlado, os diabetólogosrecomendam até 40 g de álcool, ou seja,280 calorias ao dia, de 2 a 3 vezes porsemana. Isso equivale a 2 doses de uísque,ou 2 taças de vinho, ou 3 copos de cerveja.

O ideal nesta época de clima quente,é consumir bastante água e suco de frutas,além de evitar alimentos gordurososprincipalmente de origem animal efrituras.

Cuide de sua alimentação e seja umapessoa com muita saúde. Pense nisso eboas festas!

Tipos de bebidas

100 ml Carboidratos Álcool CaloriasLicores 35 30 350

Conhaque - 45 315Vodca - 45 315

Aguardente - 40 280Uísque - 40 280Gim - 35 245

Vinho do Porto 14 15 161Champanhe doce 10 11 117Cerveja Maltzebier 10 2,4 56,8

Vinho madeira 02 14 110Vinho seco - 15 105

Martine 8,9 9,7 71Sidra 5 5 55

Cerveja 4,4 4 45,6

Ana Calábria, nutricionista clínicado Programa de Diabetes doHospital Universitário João deBarros Barreto (Belém, PA)

COMEMORE AS FESTAS DEFINAL DE ANO COMENDO

E BEBENDO BEM

E

Nutrição

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Reportagem

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Idéias estimulantesPaula Chirlei Sanfelix acompanha o BD

Bom Dia desde que foi lançado e diz que apublicação tem lhe dado estímulo até paraajudar outras pessoas diagnosticadas comdiabetes em Pirapozinho, cidade onde vive nointerior de São Paulo. Estudante de Fisiotera-pia, ela garante que sempre viveu bemmantendo um bom controle glicêmico, atravésdo tratamento com insulina, alimentaçãosaudável e muita atividade física. “Diabetesnão me atrapalha, isto é, não é a causa dosmeus problemas. Por isso levo uma vidanormal e aqui na minha cidade sou considera-da uma referência para orientar aqueles quedescobrem que tem diabetes, encaminhando-os aos especialistas locais. Fico feliz em poderajudar essas pessoas”, conta.

Entre as idéias que Paula enviou à revista,uma merece comentário: ela sugere a criaçãode uma seção que reúna o maior número depessoas com diabetes. “Poderia ser um espaçodo BD Bom Dia que funcionaria como ummural de recados. Seria até uma forma decriarmos um clube dentro da publicação”,explica. Paula também recomenda a todapessoa com diabetes que carregue sempreconsigo um cartão de identificação de portadorde diabetes, pois isso pode ser um documentode grande utilidade numa situação deemergência, como em caso de hospitalização.

Biologicamente corretoO amadurecimento faz parte da vida de

todas as pessoas. Porém, para Eduardo Botelhoo diabetes contribui para enriquecer oconhecimento, pois através dele pode aprendercoisas que não são percebidas por quem nãoé portador. “Acho que tudo depende de pontode vista: para mim, consumir, alimentar-se e

divertir-se não serve só para obter satisfaçãopessoal. Devemos adotar uma posturabiologicamente mais próxima do correto paratermos uma vida saudável”, reflete Eduardo,que é catarinense de Florianópolis e teve seudiabetes diagnosticado quando era adolescente.“Hoje, com 30 anos de idade, possuo umpadrão de vida conscientemente planejado,que me proporciona muita saúde e ótima auto-estima”, assegura.

Analista de sistemas e cursando Economiana Universidade Federal de Santa Catarina,Eduardo pratica natação com grande dedica-ção. Isso o tem levado até a desenvolver umestudo sobre resposta glicêmica no treino denatação para quem tem diabetes.

Eduardo comenta que o BD Bom Dia omantém atualizado com as mais importantesinformações sobre diabetes. “Por ser umapublicação distribuída gratuitamente amilhares de assinantes, é um serviço que presta

grande contribuição para a educação emdiabetes, pois nem todas as pessoas têm acessoà informação em nosso país”, observa.

Capacidade críticaFaz três anos que Julie Rodrigues

Fernandes recebe e lê o BD Bom Dia em suacasa em Belo Horizonte. Em julho passadoela enviou ao Centro BD de Educação emDiabetes algumas críticas e sugestões paramelhorar a publicação. No seu entender, arevista deve assumir o papel de “pilar na vidade quem tem diabetes”. Ela explica o que issosignifica. “Acho que o BD Bom Dia realizaum trabalho puramente informativo, ou seja,as matérias são muito dirigidas para alertarsobre os riscos do diabetes mal tratado, asconseqüências negativas das complicações.Isso é importante mas não é tudo. Falta abrirmais espaço para que o próprio leitor contecomo consegue conviver com o problema e

até tirar proveito para a sua saúde”, comenta.Com 17 anos de idade, diagnosticada há

8 anos, ela confessa que nem sempre foi tãodedicada ao tratamento como é hoje. Até fazeruma autocrítica e reconhecer que, para atingirseus objetivos na vida, teria de se preservar.Foi quando Julie percebeu que possuía todosos meios para controlar o diabetes. Por isso,segue todas as recomendações de seu médico,nunca deixando de tomar insulina, adotandouma dieta a base de vegetais, legumes e frutas,evitando alimentos gordurosos e massas. Some-se a isso muita atividade física. “Jogo futebol,vôlei e faço caminhadas duas vezes por semana.Tudo isso serve para me motivar ainda mais”,assegura.

Desafios sem limitesHá 11 anos Marcelo Bellon descobria que

tinha diabetes tipo 1, mas jura que não serecorda muito do que aconteceu na ocasião.

“Lembro-me apenas que minha vida mudoumuito. Tive que me disciplinar muito e querercuidar de mim mesmo como nunca pensei quefaria”, conta. Ele é um atleta praticante dedifíceis provas de longas distâncias e considerao fato de ter diabetes até como uma vantagem,pois deve seguir dietas saudáveis, fazer osexercícios físicos que tanto gosta e passarregularmente pela avaliação médica. “Tenhoa certeza que sou mais saudável que a maioriadas pessoas que não tem diabetes”, afirma.

O que levou Bellon a se dedicar a modali-dades esportivas tão difíceis como triathlon(3,8 km de natação, 180 km de ciclismo emaratona 42 km de corrida pedestre) foramos desafios com que se deparou. “Muita genteachava impossível que um portador de diabetespoderia praticar esportes com duração tãolonga. Provei que todos estavam enganados”,diz. Ele conta que começou com pequenospercursos até se especializar em longas

distâncias. “Já participei de 5 Ironmans eestou me preparando para no futuro próximoparticipar do Ultraman, prova disputada em3 dias com 10 km de natação, cerca de 450km de ciclismo e 84 km de corrida pedestre.Com isso vou continuar demonstrando queestando bem controlado e consciente de seudiabetes, o portador pode levar uma vida iguala qualquer outra pessoa”, garante.

Reação contra a discriminaçãoDepois que passou a acompanhar com

maior atenção as matérias do BD Bom Dia eter maior interesse em aprender mais sobre ocontrole do diabetes, a vida de Melissa Valentemudou para melhor. É ela mesma quem afirmaisso. No início do ano, ela passou por ummomento difícil ao sentir-se discriminada notrabalho por ter diabetes. Essa discriminaçãocausou-lhe desânimo e indignação.

Melissa conta que, na ocasião, leu no BDBom Dia a matéria de autoria daendocrinologista Elcy Falcão (Lidando como emocional do jovem, edição 57), em que amédica analisa a dificuldade das pessoas emaceitar o fato de terem diabetes, situação quecausa vergonha, medo, revolta, falta deconfiança em si e baixa autoestima. “Aqueleartigo mexeu comigo, pois já passei por muitacoisa do que está escrito lá”, comenta.

Pode ser até que o texto da dra. Elcy tenhadespertado em Melissa a consciência daimportância de seguir um tratamentoadequado. “Eu não vinha me dedicando direitoàs orientações do meu médico; porém, já estána hora de me educar melhor para me manterem boa saúde”, reconhece. Afinal, estar emforma é um requisito básico para a jovem, jáque ela começou a dar aulas numa escola denatação em sua cidade.

Conheça alguns deles e suas histórias, opiniões e a relação com o Diabetes

Paula

Eduardo

Julie

Marcelo

Melissa

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Reportagem

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Idéias estimulantesPaula Chirlei Sanfelix acompanha o BD

Bom Dia desde que foi lançado e diz que apublicação tem lhe dado estímulo até paraajudar outras pessoas diagnosticadas comdiabetes em Pirapozinho, cidade onde vive nointerior de São Paulo. Estudante de Fisiotera-pia, ela garante que sempre viveu bemmantendo um bom controle glicêmico, atravésdo tratamento com insulina, alimentaçãosaudável e muita atividade física. “Diabetesnão me atrapalha, isto é, não é a causa dosmeus problemas. Por isso levo uma vidanormal e aqui na minha cidade sou considera-da uma referência para orientar aqueles quedescobrem que tem diabetes, encaminhando-os aos especialistas locais. Fico feliz em poderajudar essas pessoas”, conta.

Entre as idéias que Paula enviou à revista,uma merece comentário: ela sugere a criaçãode uma seção que reúna o maior número depessoas com diabetes. “Poderia ser um espaçodo BD Bom Dia que funcionaria como ummural de recados. Seria até uma forma decriarmos um clube dentro da publicação”,explica. Paula também recomenda a todapessoa com diabetes que carregue sempreconsigo um cartão de identificação de portadorde diabetes, pois isso pode ser um documentode grande utilidade numa situação deemergência, como em caso de hospitalização.

Biologicamente corretoO amadurecimento faz parte da vida de

todas as pessoas. Porém, para Eduardo Botelhoo diabetes contribui para enriquecer oconhecimento, pois através dele pode aprendercoisas que não são percebidas por quem nãoé portador. “Acho que tudo depende de pontode vista: para mim, consumir, alimentar-se e

divertir-se não serve só para obter satisfaçãopessoal. Devemos adotar uma posturabiologicamente mais próxima do correto paratermos uma vida saudável”, reflete Eduardo,que é catarinense de Florianópolis e teve seudiabetes diagnosticado quando era adolescente.“Hoje, com 30 anos de idade, possuo umpadrão de vida conscientemente planejado,que me proporciona muita saúde e ótima auto-estima”, assegura.

Analista de sistemas e cursando Economiana Universidade Federal de Santa Catarina,Eduardo pratica natação com grande dedica-ção. Isso o tem levado até a desenvolver umestudo sobre resposta glicêmica no treino denatação para quem tem diabetes.

Eduardo comenta que o BD Bom Dia omantém atualizado com as mais importantesinformações sobre diabetes. “Por ser umapublicação distribuída gratuitamente amilhares de assinantes, é um serviço que presta

grande contribuição para a educação emdiabetes, pois nem todas as pessoas têm acessoà informação em nosso país”, observa.

Capacidade críticaFaz três anos que Julie Rodrigues

Fernandes recebe e lê o BD Bom Dia em suacasa em Belo Horizonte. Em julho passadoela enviou ao Centro BD de Educação emDiabetes algumas críticas e sugestões paramelhorar a publicação. No seu entender, arevista deve assumir o papel de “pilar na vidade quem tem diabetes”. Ela explica o que issosignifica. “Acho que o BD Bom Dia realizaum trabalho puramente informativo, ou seja,as matérias são muito dirigidas para alertarsobre os riscos do diabetes mal tratado, asconseqüências negativas das complicações.Isso é importante mas não é tudo. Falta abrirmais espaço para que o próprio leitor contecomo consegue conviver com o problema e

até tirar proveito para a sua saúde”, comenta.Com 17 anos de idade, diagnosticada há

8 anos, ela confessa que nem sempre foi tãodedicada ao tratamento como é hoje. Até fazeruma autocrítica e reconhecer que, para atingirseus objetivos na vida, teria de se preservar.Foi quando Julie percebeu que possuía todosos meios para controlar o diabetes. Por isso,segue todas as recomendações de seu médico,nunca deixando de tomar insulina, adotandouma dieta a base de vegetais, legumes e frutas,evitando alimentos gordurosos e massas. Some-se a isso muita atividade física. “Jogo futebol,vôlei e faço caminhadas duas vezes por semana.Tudo isso serve para me motivar ainda mais”,assegura.

Desafios sem limitesHá 11 anos Marcelo Bellon descobria que

tinha diabetes tipo 1, mas jura que não serecorda muito do que aconteceu na ocasião.

“Lembro-me apenas que minha vida mudoumuito. Tive que me disciplinar muito e querercuidar de mim mesmo como nunca pensei quefaria”, conta. Ele é um atleta praticante dedifíceis provas de longas distâncias e considerao fato de ter diabetes até como uma vantagem,pois deve seguir dietas saudáveis, fazer osexercícios físicos que tanto gosta e passarregularmente pela avaliação médica. “Tenhoa certeza que sou mais saudável que a maioriadas pessoas que não tem diabetes”, afirma.

O que levou Bellon a se dedicar a modali-dades esportivas tão difíceis como triathlon(3,8 km de natação, 180 km de ciclismo emaratona 42 km de corrida pedestre) foramos desafios com que se deparou. “Muita genteachava impossível que um portador de diabetespoderia praticar esportes com duração tãolonga. Provei que todos estavam enganados”,diz. Ele conta que começou com pequenospercursos até se especializar em longas

distâncias. “Já participei de 5 Ironmans eestou me preparando para no futuro próximoparticipar do Ultraman, prova disputada em3 dias com 10 km de natação, cerca de 450km de ciclismo e 84 km de corrida pedestre.Com isso vou continuar demonstrando queestando bem controlado e consciente de seudiabetes, o portador pode levar uma vida iguala qualquer outra pessoa”, garante.

Reação contra a discriminaçãoDepois que passou a acompanhar com

maior atenção as matérias do BD Bom Dia eter maior interesse em aprender mais sobre ocontrole do diabetes, a vida de Melissa Valentemudou para melhor. É ela mesma quem afirmaisso. No início do ano, ela passou por ummomento difícil ao sentir-se discriminada notrabalho por ter diabetes. Essa discriminaçãocausou-lhe desânimo e indignação.

Melissa conta que, na ocasião, leu no BDBom Dia a matéria de autoria daendocrinologista Elcy Falcão (Lidando como emocional do jovem, edição 57), em que amédica analisa a dificuldade das pessoas emaceitar o fato de terem diabetes, situação quecausa vergonha, medo, revolta, falta deconfiança em si e baixa autoestima. “Aqueleartigo mexeu comigo, pois já passei por muitacoisa do que está escrito lá”, comenta.

Pode ser até que o texto da dra. Elcy tenhadespertado em Melissa a consciência daimportância de seguir um tratamentoadequado. “Eu não vinha me dedicando direitoàs orientações do meu médico; porém, já estána hora de me educar melhor para me manterem boa saúde”, reconhece. Afinal, estar emforma é um requisito básico para a jovem, jáque ela começou a dar aulas numa escola denatação em sua cidade.

Conheça alguns deles e suas histórias, opiniões e a relação com o Diabetes

Paula

Eduardo

Julie

Marcelo

Melissa

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portador do tipo 2 descobrir que temdiabetes por acaso. Geralmente, issoacontece quando ele faz exames derotina ou durante uma emergência nãorelacionada ao diabetes. Aí osresultados dos exames acusam odiabetes. Neste momento, se o médiconão insistir para que essa pessoa mudeseus hábitos, o paciente não irá sepreocupar muito com as conseqüênciasde um diabetes mal controlado, já queele não sente sintomas que oincomodem. Por outro lado, hápacientes mais conscientizados que aoseremdiagnosticados comoportadores dediabetes 2 procuramseguir tudo que omédico diz ecostumam com certafacilidade atingirbons controles deglicemia.Infelizmente, hátambém aqueles que,ao diagnóstico, jáchegam ao médicoapresentandosintomas decomplicações ouinfecçõesrelacionadas ao diabetes. Nestassituações, a preocupação por parte dospacientes é muito maior.

O que não se deve fazer quandoalguém descobre que tem diabetes?Não se deve negar o diagnóstico.Infelizmente, muitas pessoas fazemjustamente isso, sobretudo aquelas quenão apresentam sintomas. Odiagnóstico de diabetes é dado a partirda taxa de 126 de glicemia. Tem genteque apresenta taxa de 150 e isso já é osuficiente para indicar o quadro dediabetes, mesmo que a pessoa não sintanada. Alguns pacientes negam odiagnóstico, às vezes por vergonha, porpreconceito e até mesmo por nãoacreditar no diagnóstico. São pessoasque ficam anos sem se tratar, até que

os problemas graves começam a surgir.É uma situação que não ocorre com oportador de diabetes tipo 1, pois se elenão aplicar a insulina, as conseqüênciasserão graves e imediatas.

Como o dr. avalia o sentimento dealguém que acaba de receber odiagnóstico de diabetes?De modo geral, as pessoas manifestampara o médico uma sensação de medopelo fato de não haver cura para odiabetes. Esse medo gera angústia eisso leva a uma dificuldade deadaptação à nova situação. Muita gente

sofre em pensar que, por ter diabetes,não mais vai poder participar de festas,praticar esportes ou viajar. É umpensamento errado. Eu procurodemonstrar que, embora ainda nãoexista a cura, atualmente há formas detratamento, ao contrário do que ocorriahá algumas décadas. Hoje existemterapias que estão melhorando a cadaano, surgem novas insulinas, novosmedicamentos e a orientação alimentaré muito mais liberal.

O portador de diabetes muitas vezesnão consegue se conformar em terde aplicar insulina. O que fazer parasuperar este problema?A insulina não é disponível comocomprimido, por ser uma proteína queacaba sendo destruída por enzimas do

estômago após ser ingerida. Então sódá para administrar a insulina atravésde injeções. Já assisti a vários casos emque houve uma resistência inicial aouso da insulina que foi completamenteresolvida, uma vez que a pessoapercebeu o benefício que a aplicaçãoda mesma trouxe para a sua saúde. Ouso de insulina promove melhoria nocontrole de diabetes e os sintomas desede, urina em excesso, fraqueza e perdade peso são revertidos. A atualdisponibilidade de agulhas finas e curtase das canetas de aplicação tem tornado

a aplicação deinsulina mais fácil equase indolor.

Como o portadorde diabetes deveconsiderar o seumédico? Que tipode apoio ele deveprocurar?Os objetivos notratamento dodiabetes envolvema prevenção dahiper e dahipoglicemia,visando sempre obom controle dodiabetes para assim

prevenir as complicações crônicas.Neste contexto, o médico deve serconsiderado como um aliado. Porém,o portador de diabetes deve ser ativoem seu tratamento fazendo o mínimodo que lhe foi recomendado no que serefere ao plano de alimentação,atividade física e uso da medicação.Também são fundamentais as consultasmédicas e exames periódicos. O bomrelacionamento e confiança no médicosão essenciais para o bom controle dodiabetes, já que ele será seu consultora todo momento.

É muito bom quando a pessoa comdiabetes encara tudo de forma natural,sem medo, sem angústia e sem revolta.Assim a vida fica melhor e o êxito notratamento é atingido.

Entrevista

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“A atual disponibilidadede agulhas finas e curtas

e das canetas deaplicação tem tornado aaplicação de insulina mais

fácil e quase indolor.”

stamos às vésperas das festasnatalinas, o que nos leva a pensarno aniversariante, Jesus. Pensamos

também nos presentes que vamos dar ereceber, sem esquecer daquilo que nos dágrande prazer: o que vamos comer e beber,já que é um momento de celebração efraternidade. Quem tem diabetes tambémvai comemorar, sem estresse, apenastomando alguns cuidados para não passarpor algum mal estar.

Quem foi que disse que a pessoacom diabetes não pode comer

doces?Temos muitas formas de apreciar

pratos saborosos e sobremesas deliciosascom poucas calorias que nada deixam adesejar em relação àquelas preparaçõescheias de massas e muito gordurosas,coisa que não faz bem à saúde deninguém.

Alguns podem dizer: “se eu não possocomer de tudo, perco a minha liberdade”.Isso não é perda de liberdade, mas simadotar uma disciplina. É como acontececom o atleta que conquista a medalha deouro nas Olimpíadas. Só se alcança oobjetivo com muita disciplina etreinamentos diários. No caso de quemtem diabetes, o objetivo maior é melhorara qualidade de vida e para isso deve haverdisciplina. Diariamente devemos seguiruma alimentação equilibrada e isso nãosignifica que vamos transgredir nossoshábitos alimentares. Trata-se apenas deadotarmos uma conduta mais saudável.Dê preferência aos alimentos ricos emvitaminas, fibras e sais minerais presentesem hortaliças: brócolis, couve, repolho,

acelga, alface, agrião, espinafre e outras.Procure escolher também as frutas debagaço, como abacaxi, laranja, kiwi epêra com casca.

Vou poder beber?Quem tem diabetes normalmente se

pergunta: “será que eu vou poder brindarcom minha família e amigos?”

As bebidas alcoólicas menosrecomendadas são os licores por conteremaltos teores de carboidrato e alcoólico.Já o uísque, a vodca, a aguardente e ogim são bebidas que possuem teoralcoólico considerável, embora nãotenham carboidrato. Os vinhos não doces,em geral, possuem pouco carboidrato eum razoável teor alcoólico. E a nossafamosa cerveja contém baixo teor decarboidrato e baixo teor alcoólico, masnem por isso devemos abusar. Veja na

tabela a quantidade de carboidratos,álcool e calorias das bebidas maisconsumidas.

Afinal, quem pode beber? A pessoacom diabetes que está com o peso normal,além da glicose e triglicérides controlados.Qual quantidade? Para quem está com odiabetes bem controlado, os diabetólogosrecomendam até 40 g de álcool, ou seja,280 calorias ao dia, de 2 a 3 vezes porsemana. Isso equivale a 2 doses de uísque,ou 2 taças de vinho, ou 3 copos de cerveja.

O ideal nesta época de clima quente,é consumir bastante água e suco de frutas,além de evitar alimentos gordurososprincipalmente de origem animal efrituras.

Cuide de sua alimentação e seja umapessoa com muita saúde. Pense nisso eboas festas!

Tipos de bebidas

100 ml Carboidratos Álcool CaloriasLicores 35 30 350

Conhaque - 45 315Vodca - 45 315

Aguardente - 40 280Uísque - 40 280Gim - 35 245

Vinho do Porto 14 15 161Champanhe doce 10 11 117Cerveja Maltzebier 10 2,4 56,8

Vinho madeira 02 14 110Vinho seco - 15 105

Martine 8,9 9,7 71Sidra 5 5 55

Cerveja 4,4 4 45,6

Ana Calábria, nutricionista clínicado Programa de Diabetes doHospital Universitário João deBarros Barreto (Belém, PA)

COMEMORE AS FESTAS DEFINAL DE ANO COMENDO

E BEBENDO BEM

E

Nutrição

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GenteEntrevista

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BD Bom Dia: Por que os portadoresde diabetes tipo 1 e tipo 2 tem oinício do tratamento diferente?Dr. Daniel: Diabetes é uma doençaque decorre da deficiência na produçãoou na ação do hormônio insulina queé produzido pelo pâncreas. Comoconseqüência, a alteração mais evidentenaqueles que têm diabetes é a elevaçãodas taxas de glicose no sangue, já quea insulina é a responsável por suanormalização. O problema do diabetestipo 1 (10% dos casos de diabetes) éque há uma deficiência na produçãode insulina, assim, em seu tratamentodeve-se fazer a aplicação diária deinsulina. Já no diabetes tipo 2 (90%dos casos de diabetes), a pessoageralmente consegue produzir insulina,mas a mesma é parcialmente deficienteou não funciona direito. Em geral, notratamento deste tipo de diabetesusamos comprimidos que estimulam a

produção de insulina pelo corpo oufazem com que a insulina funcione commaior eficiência para normalizar astaxas de glicose no sangue. Contudo,com o passar dos anos, em muitos casosde diabetes do tipo 2 a aplicação deinsulina acaba sendo necessária, poistambém passa-se a ter deficiência deinsulina.

O que acontece quando alguémdescobre que tem diabetes tipo 1?Boa parte dos portadores do tipo 1descobre o diabetes já numa situaçãode emergência, quando está urinandodemais, comendo muito e mesmo assimcontinua perdendo peso, sentido doresde barriga, ânsia de vômito, fraquezae indisposição. Estes são os sintomasclássicos quando a pessoa atinge taxasde 300 a 600 de glicose no sangue e asituação pode evoluir para acetoacidose, podendo até chegar aocoma. As reações da pessoa e da família

são variadas, mas em geral há umasensação de insegurança e medo,especialmente pelo desconhecimentodo que deverá ser enfrentado a partirde então. Neste momento é importantemanter a calma, pois à medida em queos sintomas do diabetes vãodesaparecendo e as informações vãosendo transmitidas pelo médico, opaciente volta a sentir-se tranqüilo epassa a conviver bem com o diabetes.Para isso, a participação da família éfundamental.

O trauma é grande também nodiagnóstico do diabetes do tipo 2?O alvoroço inicial e até natural nodiagnóstico do tipo 1 geralmente nãoocorre quando o paciente descobre quetem diabetes tipo 2. Mas as reaçõessão diferentes também em cada caso.No momento do diagnóstico, boa partedessas pessoas não apresenta nenhumsintoma. É muito comum o adulto

ENCARANDO

O impacto inicial no diagnóstico do diabetes variade acordo com a pessoa. Enquanto alguns reagemsob forte carga emocional, outros mudam oshábitos para seguir o tratamento certo. Hátambém aqueles que no começo não dãoimportância às orientações do médico -porém acabam aderindo ao tratamento.O endocrinologista da UniversidadeFederal de São Paulo – Escola Paulista deMedicina (UNIFESP-EPM), dr. DanielLerário, aborda alguns conceitos básicospara nos ajudar a entender melhor odiabetes e superar as dificuldades.

A nutricionista Ana Calábria indicauma receita típica paraense. Belém doPará é conhecida como a Cidade dasMangueiras. Por isso, a nutricionista dáuma receita de sobremesa leve, o saborosocreme de manga.

CREME DE MANGAIngredientes

• 1 copo de leite desnatado (200 ml)• 1 copo com manga cortada emcubinhos• 2 claras em neve• 1 colher de sopa de suco de limão• 1 pacote de gelatina sem sabor• 1 xícara de água quente

Modo de fazerDissolva a gelatina

previamente e reserve. Em seguida,passe a manga no liquidificador,junto com o leite e o suco de limão.Acrescente a gelatina e liquidifiquepor 30 segundos. Coloque numrefratário acrescentandolevemente as claras em neve. Leveà geladeira e mantenha por duashoras.Rendimento: 5 porções.1 porção: 48,6 caloriase 3,68 de carboidrato.

DELÍCIA QUEVEM DO NORTE

empenho dos pais pode determinaro sucesso no tratamento de seusfilhos portadores de diabetes tipo

1. Como os filhos reagem de forma positivaou negativa, dependendo docomportamento dos pais, é muitoimportante que estes saibam administrarbem as emoções que normalmente aflorama partir do diagnóstico da criança ou ojovem com diabetes.

Sylvio e Viviane Russiano formam umcasal, como existem milhões em todo omundo, que precisou superar o impactoinicial depois que souberam que seu filhoEduardo, de 8 anos de idade, tem diabetestipo 1. O diagnóstico ocorreu há um anoe desde então a família vem realizando otratamento do garoto com todos oscuidados necessários, porém sem sentimentode tragédia ou de culpa, mas de formasuave, participativa e até agradável.“Entendemos que nosso filho precisa deuma pequena ajuda de todos da famíliapara levar uma vida normal. Hoje, Eduardoconta com o apoio dos nossos parentes eamigos. Até os avós e tios já sabem comousar a insulina, caso seja necessário aplicá-la no menino”, conta a mãe Viviane.

Eduardo está assimilando bem esta novafase em sua vida, principalmente depoisque aprendeu a fazer a autoaplicação de

insulina num dos cursos do Centro BD deEducação em Diabetes. “Já sei aplicarfazendo o rodízio nos braços e no bumbum.Na maioria das vezes nem sinto a picadada agulha”, afirma.

Embora o garoto esteja se dando muitobem na autoaplicação, dona Viviane nãodeixa de acompanhar o procedimento. Namaioria das vezes, ela mesma ainda faz asaplicações no filho, que usa a caneta BDPen. “Penso que a criança e o adolescenteprecisam ter amadurecimento e o máximoconhecimento do que seja o tratamentocom insulina, até chegar o momento de nãomais precisarem dos pais para fazer aaplicação”, considera. “É fundamental queo jovem com diabetes do tipo 1 entendaque não pode ficar sem a insulina. Por issoos pais precisam acompanhar asaplicações”, explica.

Tirando o fato de ter que tomar insulinae obedecer algumas regras alimentares,Eduardo garante que não se sente diferentede qualquer outra criança de sua idade.Afinal, se ter diabetes fosse tão diferentecomo algumas pessoas pensam, ele nãoconseguiria acompanhar seu irmãoFernando (um ano mais velho, nãoportador) no futebol, judô, natação,basquete, ginástica olímpica, pólo aquático,saltos ornamentais... Ufa! Haja energia.

COM UMA PEQUENA AJUDA DAFAMÍLIA E DOS AMIGOS

O

SEM MEDOo diabetes

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m outubro o Centro BD de Educação em Diabetesrealizou uma grande festa para iniciar as comemoraçõesdos 15 anos do BD Bom Dia que contou com a participação de várias crianças

e adolescentes, todos da ADJ (Associação do Diabetes Juvenil), acompanhados dospais, especialmente convidados para a ocasião.

A festa ocorreu durante um dia inteiro de sábado, na matriz da BD em São Paulo.Na programação incluiu jogos, teatro de marionetes, dança, monitorização de glicemia,almoço no refeitório da companhia com lanches do Mc Donald’s, muitas brincadeiras,shows de mágica e palestra com o médico dr. Jamiro Vanderley sobre “A Mágica Vida”.

Além da celebração dos 15 anos de publicação do BD Bom Dia (e também de 10anos de atividades do Centro BD de Educação em Diabetes) o evento também comemorouo primeiro ano do programa da ADJ Dia-a-Dia do portador de diabetes, promovidosemanalmente na sede da entidade em São Paulo.

Para Celso Cardoso e seu filho Bárbaro (8 anos de idade), a festa foi uma surpresa.“Chegamos aqui de manhã para passar mais um sábado e acabamos nos surpreendendo,

pois todo mundo se divertiu demais. A BD e a ADJ estão deparabéns, pois foi um evento feito com carinho e muito bempensado”, declarou. Ao final do evento, todos os participantesreceberam brindes.

Na saída, muitos queriam saber quando será a próximafesta.

Comemoração

310

Atividade

Moema Kuncevicius Bueno,professora de Educação Físicaformada pela USP (São Paulo, SP).

EXERCÍCIOSna medida certaabemos que qualquer atividade físicaou modalidade esportiva é essencialpara a manutenção da saúde das

pessoas. Para quem tem diabetes faz partedo tratamento, pois melhora a ação dainsulina, ajuda a manter ou reduzir o peso,torna mais eficientes as funções cardiocircu-latória e respiratória, promovendo não só o bem estar físico mas também o mental eo social. Porém nem todas as pessoas podemir a uma academia , clube ou contar com oacompanhamento de um personal trainner.Por isso o BD Bom Dia procurou aprofessora de Educação Física formada pelaEEFE-USP, Moema Kuncevicius Bueno, parapassar algumas informações importantes

para a prática da mais simples atividadefísica: a caminhada.

A primeira recomendação da professoraMoema é passar pela avaliação médicaindispensável para examinar a glicemia, ascondições cardíacas, circulatórias,respiratórias, pressão arterial assim comoas condições dos pés. “Os exercícios devemser realizados pelo menos três vezes porsemana e não devem ultrapassar 40minutos”, observa. Moema alerta tambémque não se deve praticá-los em jejum nemnos períodos de ação máxima da insulina,para que não ocorra a hipoglicemia. “Oteste de glicemia capilar deve ser realizadoantes, depois e até durante qualquer

atividade física para que se conheça o perfilglicêmico, prevenindo complicações”,orienta. Quando a glicemia estiver baixa, épreciso comer algo antes da atividade. Umalerta: não se deve praticar exercícios quandoa glicemia estiver alta (acima de 250 mg/dl)ou na presença de cetonúria (cetona naurina).

A caminhada deve ser praticada empasso normal. Quem caminha deve manteruma postura reta, com a cabeça erguida, abarriga e o bumbum contraídos. As pessoasque caminham devem evitar aplicar insulinanas coxas antes ou após os exercícios, issopode potencializar a ação da insulinacausando hipoglicemia.

S

Antes e depois de caminhar ou fazer qualquer atividade física,é preciso realizar alguns movimentos simples de alongamentoque melhoram o rendimento dos exercícios, beneficiam osresultados e previnem distensões e lesões musculares.Veja como fazer os alongamentos e siga as ilustrações abaixo:

1. Apóie a ponta do pé na guia da calçada e mantenha o cal-canhar no chão, projetando o quadril para frente. Nestecaso, ocorre o alongamento da panturrilha, ou batata daperna. Faça este alongamento durante 30 segundos em cadaperna.

2. Apóie-se numa parede e puxe um dos pés para trás (30

segundos em cada perna). Isso serve para alongar o músculoda coxa, o quadríceps.

3. Entrelace as mãos atrás do corpo, alongue os braços eprojete o peito para frente.

4. Cruze um dos braços à frente do peito e puxe-o pelo cotovelocom o outro braço. Inverta a posição dos braços e façanovamente.

5. Por fim, estique a coluna: cruze as mãos acima da cabeça,estique o braço e as costas, erguendo-se na ponta dos pés.Cada um destes alongamentos deve ser feito de forma bemlenta. Se sentir algum desconforto ou dor, interrompa oexercício.

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ALONGAMENTOS BÁSICOS

CRIANÇAS, ADOLESCENTES EPAIS FAZEM A FESTA NA BD

E

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Quando o BD Bom Dia foi criado há 15anos, o objetivo da BD ia além de oferecerum serviço de informação num país ondepouco se sabia sobre diabetes. Além depromover educação em diabetes e divulgaras novidades na área desde seus primeirosnúmeros, a publicação se pautou a atuarcomo um elo de ligação entre os portadoresde diabetes e familiares, médicos eprofissionais diabetólogos, associações,instituições hospitalares, clínicas e centrosde atendimento, além de empresas dosegmento de saúde.Para assumir e manter esta posição dereferência em comunicação na suaespecialidade, o veículo passou por váriasmudanças e hoje podemos dizer queconseguiu atingir um novo patamar dematuridade. Isso significa que a evoluçãodo BD Bom Dia não pára por aqui. Pelocontrário, vamos continuar inovando semprepara honrar nossos compromissos eobjetivos básicos: informar, educar e ser umelo de ligação entre os leitores.Abrindo esta edição comemorativaapresentamos algumas cenas da festa de 15anos do BD Bom Dia na qual participaramcrianças, adolescentes e pais da Associaçãode Diabetes Juvenil – ADJ. Ainda em climade celebração, preparamos uma reportagemcom alguns de nossos leitores. Leia tambéma entrevista com o dr. Daniel Lerário e vejase você se identifica com suas avaliaçõessobre o que é ter diabetes. De Belém doPará, a nutricionista Ana Calábria nos dá

grandes dicas para as festas de final de anoe uma refrescante sobremesa da região norte.E para quem gosta e precisa praticarexercícios físicos, a professora MoemaKuncevicius ensina alguns alongamentosbásicos. E no final tem mais uma novaaventura da Turma da Pracinha com a nossamensagem de Natal e Ano Novo.Queremos que esta edição comemorativaseja uma homenagem a todos os nossosleitores. Então, parabéns para você!

*Rafaele Madormo é Gerente de Marketing– Diabetes Healthcare

Editorial

por RAFAELE MADORMO*

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2 11

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Esta é uma homenagem do poeta popularManoel Monteiro de Campina Grande (PA),autor da Cartilha do Diabético Em Versos,um trabalho que tem o apoio do Ministérioda Saúde. Se você quiser entrar em contatocom o poeta, envie carta à rua VigárioVirgínio, 52, Santo Antônio, CampinaGrande, PA, CEP 58103-340.

EXPEDIENTEPublicação trimestral do Centro BD de Educação em Diabetes. Rua Alexandre Dumas, 1976, Chácara Sto. Antonio.

CEP 04717-004. São Paulo, SP. Tel.: 0800-115097.Diretora da Divisão Consumer Healthcare: Simone Agra

Diretor da publicação: Rafaele MadormoCoordenação de Educação em Diabetes: Márcia Camargo de Oliveira

Jornalista Responsável: Milton Nespatti (MTB 12460-SP)Revisão: Solange Eira

Design e Editoração: RN Comunicações - (0xx11) 5641-6615As matérias desta publicação podem ser reproduzidas,

desde que citada a fonte.Tiragem: 100 mil exemplares.

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