fitoterapia na prática clínica do nutricionista

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FITOTERAPIA NA PRÁTICA CLÍNICA DO NUTRICIONISTA

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FITOTERAPIA NA PRÁTICA CLÍNICA DO NUTRICIONISTA

Brasília-DF.

SUMÁRIO APRESENTAÇÃO.............................................................................................................................5 ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA ............................................................6 INTRODUÇÃO................................................................................................................................8 UNIDADE ANAMNESE E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL...................................................................11

CAPÍTULO 1 - ANAMNESE............................................................................................................11

CAPÍTULO 2 - AVALIAÇÃO DE SINAIS E SINTOMAS X FITOTERÁPICOS........................................14

CAPÍTULO 3 - AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA .....................................................................................17

UNIDADE II PRESCRIÇÃO DE FITOTERÁPICOS NA PRÁTICA CLÍNICA DO NUTRICIONISTA...........31

CAPÍTULO 1 PRINCÍPIOS ATIVOS DAS PLANTAS MEDICINAIS MECANISMO E IMPORTÂNCIA NO ASPECTO CLÍNICO ......................................................................................................................31

CAPÍTULO 2 PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS CONFORME A LEGISLAÇÃO....................39

CAPÍTULO 3 ELABORAÇÃO DA FORMULAÇÃO FITOTERÁPICA ...................................................44

UNIDADE III TOXICIDADE E INTERAÇÕES ....................................................................................54

CAPÍTULO 1 TOXICIDADE DE FITOTERÁPICOS E PLANTAS MEDICINAIS.......................................54

CAPÍTULO 2 PLANTAS MEDICINAIS, APLICAÇÃO TERAPÊUTICA, CONTRAINDICAÇÃO E POSSÍVEIS INTERAÇÕES................................................................................................................................57

CAPÍTULO 3 INTERAÇÕES ENTRE FITOTERÁPICOS E NUTRIENTES..............................................99

UNIDADE IV CASOS CLÍNICOS EM FITOTERAPIA NA PRÁTICA CLÍNICA DO NUTRICIONISTA.....113

CAPÍTULO ÚNICO CASOS CLÍNICOS ..........................................................................................113

PARA (NÃO) FINALIZAR .......................................................................................................... 118 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 119

INTRODUÇÃO

A utilização de plantas como medicamentos pelo homem é tão antiga quanto a história da humanidade. Desde a pré-história o homem procurou aproveitar os princípios ativos existentes nos vegetais, embora de modo totalmente empírico ou intuitivo, baseado no método de tentativa e erro. Uma gama enorme de espécies vegetais foi incorporada a medicina tradicional devido ao uso experimental das espécies. Até o século XIX, os recursos terapêuticos eram constituídos predominantemente por plantas e extratos vegetais, ou seja, as plantas medicinais e seus extratos constituíam a maioria dos medicamentos que, naquela época, pouco se diferenciavam dos remédios utilizados na medicina popular (SCHENKEL; GOSMAN; PETROVICK, 1999).

A referência mais antiga que se tem conhecimento do uso das plantas data de mais de sessenta mil anos. As primeiras descobertas foram feitas por estudos arqueológicos em ruínas do Irã. Também na China, em 3.000 a.C., já existiam farmacopéias que compilavam as ervas e as suas indicações terapêuticas. A utilização das plantas medicinais faz parte da história da humanidade, tendo grande importância tanto no que se refere aos aspectos medicinais, como culturais (REZENDE; COCCO, 2002). No Brasil, a utilização de plantas medicinais teve origem, inicialmente, na cultura dos diversos povos indígenas que habitavam o país, posteriormente com a colonização, foram introduzidas outras espécies trazidas pelos europeus e pelos africanos e provenientes de outros países sulamericanos.

Com base nestes conhecimentos acumulados pela medicina popular, foram desenvolvidos, através da pesquisa científica, muitos e valiosos medicamentos para a cura de diversas doenças da humanidade (SIMÕES et al., 1998). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2011) planta medicinal é “todo e qualquer vegetal que possui, em um ou mais órgãos, substâncias que podem ser utilizadas com fins terapêuticos ou que sejam precursores de fármacos semissintéticos” (VEIGA JUNIOR; PINTO; MACIEL, 2005). Segundo a Portaria 971, de 03/05/2006, do Ministério da Saúde (MS), a Fitoterapia é uma terapêutica caracterizada pelo uso de plantas medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal.

O Conselho Brasileiro de Fitoterapia (COMBRAFITO) define “a fitoterapia como a utilização de plantas medicinais ou bioativas, ocidentais e/ou orientais, in natura ou secas, plantadas de forma tradicional, orgânica e/ou biodinâmica, apresentadas como drogas vegetais ou drogas derivadas 5 vegetais, nas suas diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas isoladas e preparadas de acordo com experiências populares tradicionais ou métodos modernos científicos (PANIZZA, 2010). Segundo estudos realizados pela Organização Mundial da Saúde, aproximadamente 85% das pessoas do mundo utilizam plantas medicinais para tratar da saúde, 80% da população dos países em desenvolvimento dependem da Medicina Tradicional e/ou Complementar na atenção primária a saúde, e 85% da Medicina Tradicional envolve o uso de extratos de plantas (SOLER, 2000).

A ampliação do uso de medicamentos fitoterápicos na prática clínica deve-se ao potencial efeito curativo em longo prazo, à fácil disponibilidade e ao mecanismo de ação mais

natural, com menos efeitos colaterais (DEL PRETE et al., 2012). A comprovação da ação terapêutica também favorece essa dinâmica. Além disso, registra-se a insatisfação da população perante o sistema de saúde oficial e também a necessidade de poder controlar seu próprio corpo e recuperar sua saúde, assumindo as práticas de saúde para si ou para sua família (LEITE, 2000; TOMAZZONI; NEGRELLI; CENTA, 2006).

No Brasil, em consonância com as recomendações da OMS, foi aprovada, em 2006, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), no Sistema Único de Saúde (SUS) sendo instituída pela Portaria do Ministério da Saúde (MS) nº 971, de 03 de maio de 2006 (BRASIL, 2006). Essa portaria tem como objetivo ampliar as opções terapêuticas aos usuários do SUS, com garantia de acesso a plantas medicinais, a fitoterápicos e a serviços relacionados à fitoterapia, com segurança, eficácia e qualidade, na perspectiva da integralidade da atenção à saúde (RODRIGUES; SANTOS; AMARAL, 2006).

Neste contexto, o uso de práticas terapêuticas alternativas tem aumentado entre os profissionais da área de saúde, incluindo os nutricionistas. Em 2002, o Conselho Federal de Nutricionistas criou um grupo de trabalhos e promoveu um seminário com a Associação Brasileira de Nutrição (ASBRAN) e Sociedade Brasileira de Nutrição Clínica (SBNC), para debater o uso da acupuntura, Homeopatia, Fitoterapia, Terapia Floral, Oligoterapia e Iridologia pelos nutricionistas. O principal resultado foi a Resolução CFN nº. 402 de 2007, que regulamenta a prescrição fitoterápica pelo nutricionista de plantas in natura frescas, ou como droga vegetal nas suas formas farmacêuticas. A Fitoterapia é uma importante ferramenta coadjuvante no tratamento nutricional e sua aplicação prática requer conhecimentos bioquímicos e fisiológicos levando-se em consideração que as plantas medicinais além de apresentarem diversos efeitos benéficos a saúde também podem acarretar efeitos colaterais e interações com alimentos e medicamentos.

Nesse sentindo, para a obtenção de resultados positivos na prática clínica, é de fundamental importância que o nutricionista possua profundos conhecimentos sobre fitoterápicos, incluído mecanismos de ação, metabolismo e interações e, para tanto, é fundamental o conhecimento da história da Fitoterapia.

Objetivos Analisar, refletir e formar sólido conhecimento a respeito da utilização de plantas medicinais e fitoterápicos na prática clínica. Apresentar os principais fitoterápicos utilizados tradicionalmente nas mais variadas desordens orgânicas. Compreender os mecanismos, posologia, indicações e contraindicações do uso de fitoterapia na prática clínica. 7 UNIDADE I – ANAMNESE E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL CAPÍTULO 1 Anamnese A anamnese é uma ferramenta de fundamental importância para avaliar todos os processos que determinam e influenciam o quadro atual do paciente. Pontos importantes a serem abordados (PASCHOAL, 2008): Indicação/ Motivo da consulta; Medicamentos (alopático e/ou fitoterápico), Suplementos; Rotina diária (sono, disposição, horários, vida social); Atividade Física (modalidade, freqüência, duração, horário e dias da semana); Hábitos gastrointestinais (número de evacuações, características das fezes, presença de flatulências, arrotos, desconfortos abdominais, disgestão...); Antecedentes pessoais e familiares; Ingestão de líquidos com as refeições; Hábitos alimentares (preferências, aversões, classificação da fome, compulsão, mastigação); Exame físico e Questionário de Sinais e Sintomas nos últimos 2

meses; Inquérito alimentar/ Recordatório alimentar habitual Objetivos da Anamnese – Investigar (PASCHOAL, 2008) Hábitos alimentares e condição nutricional (desequilíbrios nutricionais); Digestão, absorção e integridade da barreira intestinal (alterações gastrintestinais); Estresse oxidativo e metabolismo energético; Regulação hormonal e de neurotransmissores (disfunções neuroendócrinas); Suporte imunológico e processo inflamatório (disfunção imunológica e inflamação); Integridade estrutural do indivíduo (desequilíbrios estruturais); Destoxificação e biotransformação hepática (problemas destoxificação); Equilíbrio psicológico e espiritual (interação corpo e mente) Modelo de protocolo de anamnese nutricional 8 DADOS PESSOAIS Data: ____/___/___ Data Nascimento: ___/___/___ Idade:_____________ Nome:____________________________________________________________sexo:_____________ Endereço:__________________________________________________________________________ Cidade:_____________________Telefone:________________Naturalidade:_____________________ Estado Civil:________________________ nº de filhos:_____________________ Ocupação:_________________________ Religião: _______________________________ Motivo da Consulta: ( ) Espontâneo ( ) Médico ( ) Familiar ( ) Companheiro ( ) Estético Tipo sanguíneo: ( ) A ( ) B ( ) AB ( ) O Sono: ( ) Normal ( ) Irregular Hábito intestinal: ( ) Preso ( ) Solto ( ) Normal ( )Alterna Preso e Solto ( ) Sensação de não ter eliminado totalmente as fezes. Ingestão Hídrica: ( ) Menos de 1 litro ( ) 1 a 2 litros ( ) Mais de 2 litros Tabagista: ( ) Não ( ) Sim. Quantos cigarros/dia? ________________________________________ Etilista: ( ) Não ( ) Sim. Qual a quantidade? __________ Atividade física: ( ) Não ( ) Sim . Modalidade Esportiva:______________________________ Qual atividade e quantas vezes na semana? : ______________________________________________ __________________________________________________________________________________ Você apresenta disposição física? Manhã ( ) boa ( ) regular ( ) ruim Tarde ( ) boa ( ) regular ( ) ruim Noite ( ) boa ( ) regular ( ) ruim Concentração para atividades intelectuais: Manhã ( ) boa ( ) regular ( ) ruim Tarde ( ) boa ( ) regular ( ) ruim Noite ( ) boa ( ) regular ( ) ruim Memória: Para fatores recentes ( ) boa ( ) regular ( ) ruim Para fatores antigos: ( ) boa ( ) regular ( ) ruim Você apresenta? ( ) Colesterol alto ( ) Triglicérides alto ( ) DM ( ) Pressão alta ( ) Hipoglicemia ( ) Hipotireoidismo ( ) Outros _____________________________________ HISTÓRIA CLÍNICA Patologias pessoais associadas (doenças mais freqüentes que teve e/ou tem) __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ Cirurgias: __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ Uso de Medicamento: __________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________

_____ 9 Antecedentes médicos familiares (alterações de saúde em pais e avós) __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ Perfil Emocional: ( ) Ansiedade ( ) Depressão ( ) Compulsão Alimentar ( ) Sem Queixa Alteração de peso nos últimos 3 meses: ( ) Sim ( ) Não. Quantos?____________________________ Tratamento para Obesidade: ( ) Dietas ( ) Medicamentos ( ) Exercícios ( Outros______________ Histórico de peso (relate às suas alterações de peso durante a vida) __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ Recordatório Habitual Refeição (horário) Alimento Quantidade Refeição (horário) Alimento Quantidade Café da manhã ( : ) Café da Tarde ( : ) Lanche ( : ) Jantar ( : ) Almoço ( : ) Ceia ( : ) Avaliação Antropométrica Data Altura (m) Peso (kg) C A (cm) C C (cm) C Q (cm) IMC (kg/m2 ) Percentil 10 CAPÍTULO 2 Avaliação de Sinais e Sintomas X Fitoterapia A Fitoterapia é uma importante ferramenta coadjuvante no tratamento nutricional para prevenir, tratar sintomas e disfunções orgânicas. Os fitoterápicos associados aos alimentos de forma individualizada são complementares e apresentam ação sinérgica no tratamento nutricional. No presente capítulo serão apresentadas as principais plantas utilizadas no tratamento de diversos sintomas. As dosagens idéias, bem como formas de adminitração são mencionadas em outro capítulo dessa mesma apostila e em outras disciplinas do curso de pós-graduação em Fitoterapia. Sinais/sintomas Plantas Utilizadas Constipação intestinal Alfa, Camomila, Erva-cidreira, Cardamomo, Carqueja, Hortelã, Pysillium, Spirulina, Zimbro, Sene, Cascara sagrada, Ruibarbo, Aloe vera, Malva, Linho, Tanchagem, Tamarindo, Plantago ovata, Funcho Diarréia Angelica, Bardana, Boldo-do-Chile, Camomila, Dente-deleão, Funcho, Ginseng, Fucus, Cajueiro, Goiabeira Disbiose Camomila, Dente de Leão, Própolis, Psyllium Síndrome do Intestino Irritável (SII) Hortelã, Coentro, Erva-de-São-João, Psyllium, Alcachofra Colite Malva Flatulência Aipo (Apium graceolis), Angelica, Alfavaca, Lavanda, Camomila, Coentro, Cominho, Cardamomo, Hortelã, Salvia, Funcho, Anis-estrelado, Erva-doce, gengibre, poejo, Melissa, Alecrim, noz-moscada Hemorróida Hamamelis Cólicas abdominais Angélica, Camomila, Funcho, Anis-estrelado, Endro, Ervadoce, Alfacema, Beladona, Hortelã Dispepsia Alcachofra, Curcuma, Hortelã, Alcaçuz, Alecrim, Alfavaca, Bardana, Carqueja, Boldo-do-Chile, Dente-de-leão. Gastrite/úlcera Alcaçuz, Alecrim, Alfavaca, Aloe vera, Bardana, Bosvelia, Camomila, Cardamomo, Chá verde, Cominho, Cravo-daIndia, Espinheira santa, Funcho, Garcinia, Gengibre, Guaçatonga, Hortelã, Mil folhas, Melão-de-São-Caetano, Zedoária, Unha-de-gato H. pilory Guaçatonga, Cravo-da-India, Curcuma, Chá-verde, Aloe vera, Calêndula, própolis* Parasitoses intestinais Alho, Hortelã, Chá verde, Cúrcuma, Abóbora (semente e óleo da semente). Azia Náuseas/vômito Gengibre, Angelica, Alfavaca, Beladona, Boldo, Camomila, Carqueja, Hortelã 11 Doenças biliares Alcachofra, Alecrim, Alho, Boldo, Buchinha-do-norte, Dentede-leao, Fumaria, Genciana, Gervão, Hortelã, Jurubeba, Limoeiro, Losna, Macela-da-terra, Picão, Quassia, Quebrapedra, Ruibarbo, Samambaia, Serralha-branca Aftas Agrião, Cajueiro, Chá verde, Goiabeira Desordens bucais Cranberry, cacau, chá verde, alecrim, malva, Guaco, Alfavaca, erva-doce, própolis*e probióticos* Laringite Sabugueiro Soluço Endro Cistite Agrião, Alfafa, Alface, Alho, Uva-ursi, Hibisco Herpes Sálvia, Carqueja, Guaçatonga, Melissa

Halitose Zedoária (Curcuma zedoaria), Alfavaca, Erva-doce, Funcho, Malva Salivação (aumenta) Funcho Anorexia Alfafa, Boldo-do-Chile, Alecrim, Angelica, Carqueja, Espinheira-santa, Eupatorio, Fucus, Jenipapeiro, Losna, Mastruco, Valeriana. Retenção hídrica Aipo, Alfafa, Bardana (raiz), Boragem, Cardamomo, Cabelo de milho, Carqueja, Cavalinha, Coentro, Caroba, Dente-deLeão, Gymnema sylvestre, Aperiente Alecrim, Alfafa, Anis-estrelado, Canela, Cardamomo, Cardo-santo, Carqueja, Cominho, Dente-de-leão, Espinheirasanta, Eupatorio, Gengibre, Losna, Mil folhas, Pimenta preta, Poejo Obesidade Aipo, Alcachofra, Borragem, Chá-verde, Garcínia, Gymnema, Guaraná, Spirulina, Dislipidemia Alcachofra, Alho, Carqueja, Chá verde, Chorella, Crataegus, Erva-mate, Garcinia, Ginkgo biloba, Melissa, Oliveira, Capsicum, Psylium, Tomilho, Enxaqueca/cefaléia Alecrim, Angélica, Gengibre, Salgueiro, Gripe/ Resfriado Alcaçuz, Alho, Alfavaca, Barbosa, Eucalipto, Gengibre, Guaco, Hortelã pimenta, Lavanda, Limão, Sabugueiro, Salgueiro Rouquidão Alcaçuz, Alho, Angélica, Guaco Tosse Agrião, Alcaçuz, Alfavaca, Alho, Anis, Bardiana, Eucalipto, Funcho, Hortelã-pimenta, Guaco, Lavanda, Poejo, Poligala, Sabugueiro Expectorante Alcaçuz, Agrião, Alecrim, Angélica, Boragem, Eucalipto, Gengibre, Guaco, Sabugueiro, Alho, Erva-doce Rinite alérgica Alcaçuz, Alho, Babosa, Camomila, Eucalipto, Gengibre, Hortelã pimenta Sinusite Lavanda, Alho Febre Alho, Calêndula, Gengibre, Salgueiro, Limão Faringite Angélica Fadiga/Estresse Ginseng coreano, Ginseng siberiano, Alcaçuz, Ashwagandha, Rhodiola Gota Sabugueiro, Angelica, Borragem 12 Ácido úrico Salsaparilha, dente-de-leão Psoríase Lavanda Eczemas Lavanda, Valeriana Doença neurodegenerativa Chá verde, Valeriana, Ginkgo, Sálvia Anemia Agrião, Aipo Hipotireoidismo Fucus Hipertensão Cardamomo, Chorella, Crataegus, Oliveira, Hortelã, Setesangrias, Carqueja, Rubim, Abacateiro, Umbaúba Baixa Imunidade Chorela, Curcuma, Equinácea, Gengibre, Sabugueiro, Guaco, mel, própolis, Má-circulação Alho, Castanha-da-Índia, Varizes Alho, Hamamelis Menopausa Pimenta dos monges, Yam mexicano, Red clover, Angelica, Amora, Salvia, Black cohosh, Soja, Mucuna, Alcaçuz, Hortelã, Linhaça, Tribulus, Passiflora edulis, Prímula, Borragem, Pimenta preta TPM Gengibre, Curcuma, Angelica, Prímula, Borragem, Pimenta dos monges, Yam mexicano, Funcho, Camomila Hipoglicemiante Alho, Carqueja, Alcachofra, Chá verde, Garcinia, Hibisco, Estévia, Pata-de-Vaca, Gymnema, Canela Diabetes Aipo, Alcachofra, Bardana, Camomila, Canela, Chorella, Curcuma, Estévia, Garcinia, Garra-do-diabo, Gymnema, Pata de-vaca, Psillium, Sabugueiro, Doenças hepáticas Angelica, Alcachofra, Alecrim, Alho, Carqueja, Chapeu-decouro, Coentro, Dente-de-leao, Gervão, Hortelã, Juca, Jurubeba, Losna, Macela-da-terra, Mastruco, Mulungu, Picão, Quebra-pedra, Ruibarbo, Serralha-branca. Dores musculares/articulares Erva baleira, Cúrcuma, Zedoaria, Bosvelia, Garra-do-diabo, Unha-de-gato, Alho, Equinacea, Gengibre, Sucupira Cicatrização Aloe vera, Calêndula, Aipo Litíase renal Alcachofra Inchaço Aipo, bardana, Boragem, Cardamomo, Carqueja, Cavalinha, Coentro, Dente-de-leão, Gymnema Destoxificante Chá verde, Chorella, Gengibre, manjericão, Cardo mariano, dente-de-leão, Spirulina, Salsaparrilha Depurativo Agrião, Angelica sinensis, Dente-de-leão Ansiedade/apreensão Angelica sinensis, Canela, Capim-limão, Crataegus oxycantha, Nervosismo/irritabilidade Angelica, Camomila, Canela, Capim-limão, Cardamomo Melhorar concentração/aprendizado Guaraná, Ashwagandha, Rhodiola, Erva-mate Inquietação Lavanda, Passiflora incarnata, Valeriana Insônia Lavanda, Camomila, Capim-limão, Hortelã, Melissa, Lupulo, Mulungu, Passiflora incarnata, Kava-kava, Valeriana Depressão Sálvia, Erva de São João Candidíase Alho, Tomilho, Orégano, Cravo-da-Índia, Melaleuca, própolis* Aumentar produção do leite (galactogogos) Alfafa, Erva-doce, Funcho, Cardo-leiteiro, Feno-grego, Algodoeiro, Melissa, Pimenta dos monges, Aveia Micoses

Alho, Tomilho, Orégano, Cravo-da-Índia, Melaleuca Queda de cabelo Cavalinha, Alecrim Caspa Alho Fonte: Adaptada de Paulino N., 2013. 13 .CAPÍTULO 3 Avaliação Bioquímica Avaliação bioquímica é aquela que deve ser feita com paciente apresentando queixas recorrentes, sem diagnóstico aparente, com exames ainda na faixa de referência (SOARES, 2013). Segundo Soares (2013) a avaliação bioquímica nutricional funcional é aquela que avalia a participação dos nutrientes na função das organelas, células, tecidos e órgãos, e deve ser feita com exames ainda na faixa de referência. Segundo Waitzberg (1990), o interesse pelos métodos laboratoriais como auxiliares na avaliação nutricional surge na medida em que se evidenciam alterações bioquímicas precoces, anteriores às lesões celulares ou orgânicas. Assim, avaliações laboratoriais permitem detectar possíveis deficiências nutricionais antes que apareçam os sinais clínicos e também confirmar o diagnóstico de má nutrição específica. Estados clínicos fisiológicos de ingestão inadequada; Adaptação aos baixos níveis de ingestão com diminuição da excreção de nutrientes e metabólitos; Aparecimento de alterações bioquímicas ou hematológicas, que revelam a deterioração das funções celulares, ou depósito de nutrientes com sinais clínicos inespecíficos; Manifestação clínica da deficiência nutricional específica para este nutriente. Análise de massa proteica somática, integridade de proteínas viscerais e plasmáticas, competência imunológica, concentração de nutrientes, concentração de metabólitos e fluidos. A partir de plasma, glóbulos vermelhos e brancos, urina e ocasionalmente biópsia de tecidos como fígado, ossos, cabelos e unhas. Objetivos da solicitação de exames. Detectar deficiência subclínica ou marginal e desequilíbrios individuais; Confirmar, ou basear o suporte nutricional, antropométrico ou outros marcadores do estado nutricional; Avaliar o estado hidroeletrolítico; Confirmar deficiências nutritivas; Monitorar a adequação da terapia nutricional. Avaliar integridade e/ou função de órgãos (função hepática; renal) Fígado 14 É o principal local de metabolismo dos compostos ativos, em função do seu amplo sistema microssomal. O sistema de catálise do metabolismo oxidativo é dependente do citocromo P450 e atua sobre uma ampla gama de substância endógenas poluentes ambientes e carcinógenos. Modificações na atividade desse sistema podem alterar a resposta metabólica frente a essas substâncias. Avaliar integridade e/ou função hepática é de suma importância, pois o fígado é o órgão responsável por quase 60% do processo de destoxificação do organismo, sendo seguido pelo intestino (20%) (MARQUES, 2014). Outras estruturas celulares também realizam esse processo, como o processo o sistema respiratório, o coração, músculo esquelético, cérebro e rins. Vale lembrar que o grande objetivo da destoxificação é eliminar substâncias estranhas que são potencialmente lesivas. É um processo de vias metabólicas e as reações químicas que ocorrem em fases distintas, porém, consecutivas, que tem como grande objetivo converter um xenobiótico não-polar em um composto solúvel em água que seja possível de eliminação (FERREIRA, 2011). Detoxificação hepática O conceito de detoxificação tem sido muito estudado devido ao problema de toxicidade nos alimentos, no ar, na água. As toxinas causam danos ao organismo de maneira cumulativa e podem alterar o processo metabólico normal. As fontes comuns de metais tóxicos, além das fontes industriais, incluem chumbo das soldas das latas, canos de cobre, utensílios de cozinha, mercúrio das amálgamas, peixes contaminados, tintas a óleo e cosméticos, materiais de limpeza (formaldeído, tolueno, benzeno), medicamentos, álcool, pesticidas, herbicidas, aditivos alimentares, microrganismos, contaminantes / poluentes, inseticidas, drogas. O corpo humano tem um potencial enorme para desintoxicar compostos estranhos através de vários mecanismos fisiológicos. A detoxificação ocorre em todas as

células de todos os tecidos, principalmente: pulmões, epitélio, rins, trato digestivo (20%), fígado (60-65%), cérebro, células imunológicas, adrenais e placenta. As principais vias de eliminação das toxinas são: urina, fezes, suor. O fígado exerce papel fundamental neste processo, neutralizando as toxinas produzidas internamente e aquelas provenientes do meio ambiente. Esse processo ocorre em duas fases, chamadas fase I e fase II. 15 As vias de detoxificação hepática As células hepáticas evoluíram ao longo de milhões de anos para possuirem mecanismos para decompor substâncias tóxicas. Drogas, produtos químicos artificiais, pesticidas e hormônios são metabolizados por vias enzimáticas dentro das células do fígado. Muitos dos produtos químicos tóxicos que entram no corpo são solúveis em lipídeos, o que significa que eles se dissolvem apenas em soluções oleosas, e não em água, o que dificulta a excreção pelo organismo. Produtos químicos solúveis em lipídeos possuem uma elevada afinidade pelo tecido adiposo e membranas celulares. As toxinas podem ser armazenadas por anos, sendo liberadas durante períodos de estresse, exercício ou jejum. Durante o lançamento destas toxinas, sintomas como dores de cabeça, memória fraca, dores de estômago, náuseas, fadiga, tontura e palpitações podem ocorrer. A defesa primária do organismo contra a intoxicação metabólica é realizada pelo fígado. O fígado possui dois mecanismos destinados a converter os produtos químicos solúveis em lipídeos em produtos químicos solúveis em água, de modo que eles possam, então, ser facilmente excretados do organismo através de fluidos aquosos, tais como a bile e a urina. Basicamente, existem duas vias importantes para a desintoxicação dentro das células do fígado, que são chamados a Fase I (oxidação/redução) e Fase II (conjugação/hidrólise) vias de desintoxicação. Resumidamente, as reações de oxidação transformam o fármaco em metabólitos mais hidrofílicos pela adição ou exposição de grupos funcionais polares, como grupos hidroxila (-OH), tiol (-SH) ou amina (- NH2). As reações de conjugação (fase II) modificam os compostos através da ligação de grupos hidrofílicos, como o ácido glicurônico, criando conjugados mais polares. As reações de conjugação ocorrem independentemente das reações de oxidação/redução e as enzimas envolvidas nas reações de oxidação/redução e de conjugação/ hidrólise freqüentemente competem pelos substratos. Fase I de desintoxicação As reações de oxidação envolvem enzimas associadas às membranas, que são expressas no retículo endoplasmático dos hepatócitos. As enzimas que catalisam essas reações de fase I são tipicamente oxidases. Essas enzimas são, em sua maioria, hemoproteínas monooxigenases da classe do citocromo P450. As enzimas P450 são também conhecidas como oxidases de função mista microssômicas. Em seu conjunto, as reações mediadas pelo P450 respondem por mais de 95% das biotransformações oxidativas. Outras vias também podem oxidar moléculas lipofílicas. Um exemplo pertinente de uma via oxidativa não-P450 é a via da álcool desidrogenase, que oxida os álcoois a seus derivados aldeído como parte do processo global de excreção. Outra enzima não-P450 importante é a monoamina oxidase (MAO). Essa enzima é responsável pela oxidação de compostos endógenos que contêm amina, como as catecolaminas e a tiramina, e de alguns xenobióticos, incluindo fitofármacos. 16 De maneira simplificada, esta via converte um produto químico tóxico em um produto químico menos nocivo. Isto é conseguido através de diferentes reações químicas (por exemplo, oxidação, redução e hidrólise), e, durante este processo ocorre a produção de radicais livres que, em excesso, podem danificar as células do fígado. Antioxidantes (tais como vitamina C e E e carotenóides naturais) reduzem os danos causados por esses radicais livres. Se os antioxidantes estão escassos e a exposição a uma toxina é elevada, os produtos químicos tóxicos tornam-se muito mais perigoso. Alguns podem ser convertidos em substâncias

potencialmente cancerígenas. Quantidades excessivas de produtos químicos tóxicos, tais como pesticidas, podem prejudicar o sistema enzimático P-450, sobrecarregando esta via, o que resulta em produção de elevados níveis de radicais livres. Substâncias que podem causar hiperatividade das enzimas P-450: Cafeína, dioxina, álcool, ácido sgraxos saturadas, pesticidas organofosforados, pintura fumaça, sulfonamidas, gazes de escapador, barbitúricos. Substratos do sistema enzimático P-450: teofilina, cafeína, fenacetina, lidocaína, eritromicina, ciclosporina, cetoconazol, testosterona, estradiol, cortisona, alprenolol, bopindolol, carvedilol, metoprolol, propranolol, amitriptilina, desipramina, nortriptilina, codeína, etilmorfina, ibuprofeno, naproxeno, S-varfarina, diazepam, imipramina, omeprazol, álcool. Fase II de desintoxicação As reações de conjugação e de hidrólise proporcionam um segundo conjunto de mecanismos destinados a modificar os compostos para sua excreção. Os substratos dessas reações são acoplados a metabólitos endógenos (por exemplo, ácido glicurônico e seus derivados, ácido sulfúrico, ácido acético, aminoácidos e o tripeptídio glutationa) por enzimas de transferência, em reações que freqüentemente envolvem intermediários de alta energia. Isto faz com que a toxina ou o fármaco tornese solúvel em água, e possa ser excretado do organismo através de fluidos aquosos, tais como a bile ou a urina. Xenobióticos individuais e metabólitos geralmente seguem uma ou duas vias distintas. Para que a fase II ocorra de maneira eficiente, as células do fígado requerem aminoácidos que contém enxofre como a taurina e a cisteína. Glicina, glutamina, colina e inositol são também necessários para a fase II de desintoxicação. Ovos, vegetais crucíferos (por exemplo, brócolis, repolho, couve de Bruxelas, couve-flor), alho cru, cebola, alho-poró são boas fontes naturais de compostos de enxofre. Assim, estes alimentos pode ser considerados como agentes de limpeza. a) Conjugação com ácido glicurônico. Substratos de glucuronidação: hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, hormônios esteróides, algumas nitrosaminas, aminas heterocíclicas, algumas toxinas fúngicas, e aminas aromáticas. Ele também remove o estrogênio e o T4 (hormônios da tireóide), que são produzidos naturalmente pelo organismo. O acúmulo de toxinas no organismo pode resultar em sintomas de disfunção cerebral e desequilíbrios hormonais, como infertilidade, dores nas mamas, distúrbios menstruais, exaustão da glândula adrenal e menopausa precoce. Muitos destes produtos 17 químicos (ex. pesticidas, produtos petroquímicos) são cancerígenos e têm sido implicados no aumento da incidência de muitos cânceres. b) Conjugação com sulfato. Os produtos da conjugação com sulfatos são sais de sulfatos ácidos (SO3) ou de sulfamatos (NHSO3). Substratos das vias de sulfatação: neurotransmissores, hormônios esteróides, certos medicamentos como o paracetamol, e muitos xenobióticos e compostos fenólicos. c) Conjugação com aminoácidos. A reação consiste na formação de uma ligação peptídica entre o grupo amino de um aminoácido, geralmente, a glicina, e o grupo carbonila do xenobiótico. Substratos da via glicina: salicilatos e benzoato são desintoxicados principalmente via reação de glicinação. O benzoato está presente em muitas substâncias alimentares e é largamente utilizado como um conservante de alimentos. d) Conjugação com glutationa. A reação é catalisada pela enzima glutationa-S-transferase A glutationa é o antioxidante e protetor hepático mais poderoso do organismo. As reservas de glutationa podem se esgotar quando grandes quantidades de toxinas e/ ou drogas passam pelo fígado, bem como pela fome ou jejum. A abordagem clínica da eliminação de compostos acumulados geralmente envolve três etapas: (1) prevenção (2) eficácia dos mecanismos endógenos de detoxificação (3) intervenções para facilitar a remoção de substâncias tóxicas acumuladas. A desintoxicação endógena de produtos metabólicos, bem como de substâncias

tóxicas exógenas é uma função fisiológica primária, que requer energia considerável. Quando substâncias tóxicas são identificadas por processos fisiológicos, as vias de excreção são mobilizadas para diminuir a toxicidade e para eliminar os compostos xenobióticos. As vias específicas utilizadas para excretar substâncias específicas dependerão das propriedades químicas do agente específico em questão. A capacidade de eliminação de compostos indesejáveis depende completamente do estado fisiológico e bioquímico do indivíduo. Qualquer fator que prejudique o pleno funcionamento bioquímico de desintoxicação, tais como deficiências nutricionais, vão impedir a eliminação adequada de substâncias tóxicas. Assim, é imperativo que os profissionais de saúde compreendam os fundamentos da fisiologia e bioquímica de desintoxicação para garantir funcionamento dos órgãos de eliminação. A remediação de uma desordem nutricional bioquímica é um componente fundamental no tratamento do paciente. Por exemplo, a glutationa é um componente de pré-requisito para a desintoxicação celular, bem como um componente essencial na bioquímica de conjugação hepática. Indivíduos sob exposição a xenobióticos muitas vezes apresentam diminuição das reservas de glutationa, e, portanto, necessitam de reposição contínua. Também tem sido observado que apesar da competência bioquímica, o organismo humano não é capaz de excretar alguns agentes tóxicos químicos de forma eficaz. Uma das principais razões para a 18 falha na eliminação de alguns compostos é a reabsorção via circulação entero-hepática ou reabsorção nos túbulos renais . Consequentemente, alguns agentes tóxicos são conjugados e levados dos tecidos para a corrente sanguínea para que haja excreção, mas são então reabsorvidos pelo organismo. Além disso, alguns compostos retidos são depositados em tecidos específicos, tais como ósseo, adiposo e muscular, onde irão se acumular e alterar o funcionamento destes tecidos. Alguns compostos também permanecem no sangue, frequentemente ligados às proteínas plasmáticas. Intervenções para aumentar a excreção de compostos retidos podem ser inestimáveis para diminuir a morbidade associada ao acúmulo de substâncias tóxicas. Por exemplo, a vitamina D (essencial na regulação da expressão genética, e facilita a absorção de cálcio a partir do intestino) pode potencializar a absorção de elementos tóxicos tais como o chumbo, o cádmio, o alumínio, que por sua vez podem afetar o metabolismo da vitamina D. A contaminação com mercúrio pode alterar a absorção gastrointestinal de nutrientes resultando em deficiências e, assim, impedir a fisiologia normal. Alguns poluentes orgânicos liberados do tecido adiposo durante a perda de peso, a restrição calórica ou o exercício podem suprimir a função da tireóide. Os efeitos adversos da bioacumulação de agente tóxicos pode, por exemplo, alterar a função imune, que pode por sua vez leva a doenças autoimunes. Segundo pesquisas empíricas, várias estratégias podem ser utilizadas para auxiliar a remoção eficaz de algumas substâncias tóxicas acumuladas. A investigação científica sobre essas estratégias, no entanto, permanece em um estágio inicial uma vez que o problema da bioacumulação tóxica é um fenômeno recentemente reconhecido pela medicina clínica. Assim, pesquisa baseada em evidências suficientes para confirmar ou refutar objetivamente a eficácia das variadas "estratégias de desintoxicação" é muitas vezes inexistente. Dentre as possíveis estratégias dedesintoxicação clínica destacamos a alimentação e a fitoterapia. As questões científicas são frequentemente muito mais passíveis de investigação em animais e cultura de células, e este corpo de evidências confirmou que alguns alimentos e nutrientes são extremamente valiosos para facilitar a excreção e reduzir a toxicidade das substâncias tóxicas. Embora não seja uma lista exaustiva, alguns suplementos incluem a curcumina (DANIEL et al., 2004), alliums (OLA-MUDATHIR et al., 2008), flavonóides

de plantas como a quercetina (MILTON et al., 2010), selênio (MESSAOUDI et al., 2009), produtos de algas Parachlorella (UCHIKAWA et al., 2011; 2010) e Chlorella (MORITA et al., 2001; Takekoshi et al., 2005), ácidos orgânicos naturais (DOMINGO et al., 1988) e fibras dietéticas (LIM et al., 2005), bem como antioxidantes (EYBL et al., 2006). Os mecanismos de ação incluem a prevenção da absorção de substâncias tóxicas, facilitando a eliminação de compostos tóxicos acumulados, o que dificulta a reabsorção entero-hepática de alguns compostos, e diminui a toxicidade através de mecanismos de proteção. As fibras e outros carboidratos insolúveis consumidos na dieta, por exemplo, parece atuar como uma esponja e aumenta a remoção de agentes adversos, tais como as micotoxinas, diminui a reabsorção entero-hepática e, portanto, aumenta a eliminação. Um exemplo é a Chlorella, uma alga do mar, que recentemente chamou a atenção de muitas pesquisas por suas propriedades únicas, facilitando a desintoxicação e impedindo a absorção de 19 compostos adverso, tais como o mercúrio e o chumbo (UCHIKAWA et al., 2011; 2010; MORITA et al., 2001; TAKEKOSHI et al., 2005). Fitoterápicos Destoxificantes e Hepatoprotetores A atividade das enzimas envolvidas no processo de detoxificação hepática é influenciada por alguns fatores, como: genética, gênero, idade, estado de saúde e nutricional, ingestão de xenobióticos. Desequilíbrios e disfunções hepáticas ocorrem podem ser causadas ou agravadas pelo excesso de xenobióticos, paralelamente à falta de substrato para metabolização. Existem diversos ativos de plantas que agem como destoxificantes e como hepatoprotetores (MARQUES, 2014). Muitas plantas são utilizadas popularmente para tais fins, mesmo sem comprovação científica que embase essa conduta. A seguir serão destacadas algumas plantas medicinais que apresentam ação detoxificante e/ou hepatoprotetora. Cardo mariano (Silybum marianum L.) O Silibium marianum L. pertence à família Asteraceae e suas folhas, flores, raízes e frutos são utilizadas em fitoterapia. Seu principal efeito é o hepatoprotetor e antioxidante, que está associado à presença de flavonóides, como a Silimarina (TIEN et al., 2011; GALHARDI, 2009). O cardo mariano tem sido utilizado como medicamento desde o século IV a.C para tratar náuseas, mordidas de serpentes, problemas menstruais e indutores da lactação. Relatos encontrados na literatura indicam que no século XVI o cardo mariano passou a ser utilizada no tratamento de doenças hepatobiliares, sendo hoje indicada para esse fim em todo o mundo (FERREIRA, 2011). Estudos científicos revelaram que o Silibium marianum apresenta ação antioxidante, antiperoxidação lipídica, antifibrótica, anti-inflamatória da membrana, além de estabilizar mecanismos imunomoduladores de regeneração do fígado. Atualmente suas principais aplicações referem-se ao tratamento da hepatite, cirrose e proteção hepática contra substâncias tóxicas (LOGUERCIO; FESTI, 2011). Dentre os isômeros da silimarina estão a silibina, que é o composto mais ativo e o que apresenta maior quantidade (60%-70%), seguida da silicristina (20%), silidianina (10%) e a isosilibidina (5%) (PRADHAN; GIRISH, 2006). Os mecanismos de ação da silimarina envolvem diferentes rotas bioquímicas, tais como (WELUNGTON; ARVIS, 2001): 20 Estimulação da taxa sintética de RNA ribossomal (rRNA) através da estimulação da transcrição da polimerase 1 e do rRNA, protegendo as membranas celulares de danos induzidos por radicais e bloqueando a recaptação de toxinas, como a alfa amantina; Aumento dos níveis séricos de glutationa e de glutationa S-transferase; A silimarina pode facilitar a conjugação da bilirrubina com o ácido glicurônico (reação de fase II) ou ainda inibir a enzima gama-glucuronidase frente a toxinas patogênicas de bactérias intestinais. Além disso, a silibina também é um potente inibidor da beta-glucuronidase intestinal humana, bloqueando a liberação e reabsorção de xenobióticos livres e seus

metabólitos conjugados de glicuronídeo (LOGUERCIO; FESTI, 2011). É importante destacar que a silibina interage com algumas enzimas do grupo enzimático P450, o que pode interferir no metabolismo de determinados fármacos, dependendo da enzima necessária para a metabolização deste. Portanto, é fundamental que o profissional prescritor verifique se o fitoterápico e os outros fármacos utilizados concomitantemente pelo paciente fazem uso da mesma via. A administração de silimarina em diferentes concentrações já foi testada em diversos estudos científicos. Wu et al. (2008) administrou silimarina em doses diferentes em ratos. A silimarina exerceu efeitos benéficos em estágios iniciais de danos hepáticos e alterações gordurosas, além de reduzir a histopalotogia das células desse órgão, impedindo a formação de carcinoma hepatocelular durante o estado pré-carcinogênico. A silimarina também foi capaz de bloquear a progressão do câncer após a formação de nódulos, recuperou a estrutura de hepatócitos e, de maneira dose-dependente, reduziu a formação de radicais livres. Em outro estudo, Bonifaz (2009) analisou o efeito da silimarina sobre o vírus da hepatite C e a expressão gênica de células de hepatoma humano. Os resultados sugerem que a silimarina exerceu um efeito benéfico, porém enfatizaram que ainda é necessário mais estudos prospectivos, randomizados e controlados para se comprovar esse benefício. Além disso, outros pesquisadores mostraram os benefícios da silimarina como protetor contra a lesão hepática grave após envenenamento pelo cogumelo Amanita phalloides e como agente protetor contra a medicação utilizada no tratamento da tuberculose (SALHANICK et al., 2008; BEDI et al., 2009). Usualmente o Silubum marianum L é prescrito na forma de extrato seco padronizado (70%- 80%) em cápsula, com uma dosagem de 100mg-300mg, 3 vezes ao dia (dosagem para adulto). A 21 prescrição da silimarina de forma isolada é restrita aos médicos. Efeitos adversos são raros, porém doses acima de 1.500mg por dia podem exercer efeito laxativo e aumentar a secreção de bile. Alcachofra (Cynara scolymus) Oriunda do mediterrâneo, a Cynara scolymus pertence à família Compositae e suas folhas, brácteas e raiz são utilizadas mundialmente para fins medicinais. Em suas folhas as principais substâncias químicas encontradas são os ácidos fenólicos, flavonóides e sesquiterpenos, sendo a cinarina (ácido monocafeioilquínico) o princípio ativo da planta (NOLDIN; CECHINEL, 2003). Diversos estudos utilizando o extrato de alcachofra em diversas concentrações indicam que a infusão das folhas secas dessa planta apresenta ação hepatoprotetora, antioxidante, colerética, colagoga, antidespéptica, diurética, antibacteriana, redutora de colesterol e estimulante do sistema hepatobiliar (PITTLER et al., 2003). Além disso, a Alcachofra é indicada contra náuseas, indigestão e aterosclerose (HOLTMANN et al., 2003). Küçukgergin et al. (2010), em estudo utilizando extrato de folha de alcachofra em ratos alimentados com uma dieta rica em gordura e colesterol, durante um mês, demonstrou que Após o tratamento observou-se que houve diminuição dos níveis séricos de colesterol e triglicérides, porém não no fígado, mas ocorreu redução significativa da disfunção hepática e níveis de malondialdeído cardíaco, além de aumentar a vitamina E no fígado e a atividade da glutationa peroxidase. Mehmetçik et al. (2008), em um modelo de estresse oxidativo induzido em ratos por tetracloreto de carbono (CCI4), avaliou a capacidade hepatoprotetora do extrato de folha de alcachofra. Os ratos tratados com o extrato de Alcachofra apresentaram reduções significantes nas atividades das transaminases plasmáticas, melhoria das alterações histopatológicas no fígado, diminuição dos níveis de malondialdeído e dieno conjugado e aumento na atividade da glutationa peroxidase e glutationa redutase. Os resultados sugerem que a administração in vivo de extrato de alcachofra pode ser útil para a prevenção de hepatotoxicidade induzida pelo estresse

oxidativo. Outro grupo de pesquisadores estudou os efeitos de um extrato feito da parte comestível da alcachofra. O extrato foi capaz de proteger os hepatócitos do estresse oxidativo, além de evitar a diminuição de glutationa e o aumento de malondialdeído e ainda induzir a apoptose de células cancerígenas (MICCADEI et al., 2008). É importante ressaltar que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) adverte que o uso da Cynara scolymus deve ser feito com cautela em pacientes com doenças da vesícula biliar, hepatite grave, falência hepática e câncer no fígado. 22 Alho (Allium sativum) O Allium sativum é um fitoterápico pertencente à família Liliaceae e seus bulbos são utilizados com finalidades medicinais e culinárias desde a antiguidade A alicina é o principal composto bioativo encontrado no alho e exerce ação antiviral, antifúngica e antibiótica, seguido da aliina que exerce efeito hipotensor e hipoglicemiante. O alho também contém selênio agindo como antioxidante. Iciek et al. (2011), em modelo de ratos, mostraram que os componentes ativos do alho reduzem as espécies reativas de oxigênio e malonialdeído, com aumento na glutationa S-transferase, sugerindo uma ação hepatoprotetora, pela indução de enzimas de fase II. O extrato de alho pode alterar as enzimas citocromo P450 no fígado, sendo essas responsáveis pela metabolização de compostos químicos exógenos, como medicamentos. Estudos mostraram que a ingestão de um suplemento de alho em pó reduziu as concentrações sanguíneas de Saquinavir e Ritonavir (medicamentos utilizados no tratamento antirretroviral de pacientes portadores do vírus HIV) e esse efeito foi atribuído à estimulação das isoenzimas P450 e toxicidade gastrointestinal grave. Por outro lado, estudos realizados com os compostos ativos dialui sulfeto e dialil disulfeto, derivados do alho, não apresentaram estímulo das isoenzimas P450 e nem toxicidade gastrointestinal grave (GALLICANO et al., 2003). Cox et al. (2006), em estudo que avaliou a influência da suplementação de alho sobre a farmacocinética do docetaxel, fármaco utilizado no tratamento de câncer, revelou que, apesar de alguns estudos terem mostrado que a alicina pode interferir na atividade da enzima CYP3A4, o alho não afetou significativamente a disposição de docetaxel. A ANVISA adverte que o alho na forma de fitoterápico não deve ser utilizado por indivíduos menores de três anos e pessoas com gastrite e úlcera gástrica, hipotensão, hipoglicemia, hemorragia e em pessoas que fazem uso de anticoagulantes. Dente-de-leão (Taraxactun officinale) O Taraxacum officinale pertence à família Asteraceae e seu rizoma, flores, inflorescência, sementes são muito utilizadas na medicina popular. Os principais efeitos relatados são para o tratamento da dispepsia, azia, distúrbios no baço e fígado (hepatite), anorexia, inflamações, câncer de mama e útero. O dente-de-leão é rico em terpenóides e princípios amargos (principal-mente taraxacin e taraxacerin), além de conter: compostos esteróides, incluindo beta-amirina, taraxasterol e etaraxero 23 que estão relacionados com a bile; um terpeno antialérgico (desacetylmatricarina); polissacarídeos (principalmente fructosanos e inulina) e pequenas quantidades de pectina, resina, mucilagem e flavonóides. São encontrados em toda a planta os ácidos hidroxicinâmicos, chicórico, monocafeiltartárico e clorogênico e a cumarina nas folhas. Além disso, o Taraxactun officinale também é fonte de clorofila e uma variedade de vitaminas e minerais, tais como: β-caroteno, vitaminas C e D, vitaminas do complexo B, colina, silício, ferro, sódio, magnésio, potássio, zinco, cobre, manganês e fósforo. Choi et al. (2010), em estudo realizado com coelhos alimentados com uma dieta hipercolesterolêmica, demonstraram que o uso da folha e raiz de Taraxacum officinale aumenta atividade da glutationa, da glutationa peroxidase e a superóxido dismutase. Por outro lado, a atividade da enzima glutationa S-transferase diminuiu com o uso da raiz, bem como da catalase. No que diz respeito à peroxidação lipídica no fígado, o

tratamento com a raiz do dente de leão resultou em redução significativa no nível de TBARS (um produto da peroxidação lipídica), mas o mesmo não ocorreu com a folha. Outros estudos confirmam o efeito do dente-de-leão sobre o aumento da atividade da glutationa, com consequente diminuição da peroxidação lipídica hepática (PARK et al., 2010). O efeito protetor do extrato de raiz de dente-de-leão foi testado em lesões hepáticas induzidas por álcool in vivo e in vitro. Em células hepáticas tratadas com etanol 39% na presença do extrato aquoso de raiz de dente-de-leão (TOH) nenhum dano foi observado, enquanto que o extrato alcoólico de dente-de-leão (TOE) não apresentou atividade hepatoprotetora potente. No mesmo estudo, os camundongos que receberam TOH (lg/kg de peso corporal/dia) apresentaram uma redução significativa de transaminases hepáticas e aumento das atividades antioxidantes das enzimas catalase, glutationa S-transferase, glutationa, glutationa peroxidase e glutationa redutase, além de apresentarem melhora nos níveis de malondialdeído. Os autores concluíram a administração de TOH protegeu contra a hepatotoxicidade induzida pelo etanol. Esses resultados sugerem que o extrato aquoso de dente-de-leão tem ação hepatoprotetora contra a toxicidade induzida pelo álcool, elevando o potencial antioxidante e diminuindo a peroxidação lipídica (YOU et al., 2010). Por outro lado, outros estudos em linhagem de hepatoma humano Hep G2, relatam evidências de citotoxicidade e produção de citocinas (fator de necrose tumoral (TNF) -alfa e interleucina (IL)-1 alfa) em comparação aos controles. Além disso, a apoptose de células Hep G2 foi fortemente induzida, pelo aumento da quantidade de TNF-α e IL-lα (KOO et al., 2004). Contraindicações: De acordo com a ANVISA o uso desse fitoterápico deve ser evitado na presença de obstrução dos ductos biliares e do trato intestinal. 24 Boldo-do-Chile (Peumus boldus) O Peumus boldus pertence à família Moniiniaceae e tem sua origem nas regiões montanhosas do Chile, por isso é conhecido no Brasil como boldo ou boldo-do-Chile. Em suas folhas encontramos alcalóides pertencentes à classe dos benzoquinolínicos (0,4%-0,5%), sendo a boldina o principal deles (cerca de 12%-19%), além de taninos, óleo essencial, flavonóides e glicolipídicos (SCHWANZ et al., 2008). Os principais efeitos relacionados ao boldo são: estimulante de secreções gástricas, antidispéptico, colerético, colagogo, antiespasmódico, tratamento de cálculos biliares, cistite e colelitíase acompanhada de dor e diurético (SCHWANZ et al., 2008). Estudos revelam que a boldina apresenta baixa toxicidade, não exerce efeito sobre a atividade do citocromo P450, mas sim promove forte inibição da peroxidação dos microssomas de fígado humano, a boldina por ser considerada um valioso antioxidante, agente hepatoprotetor (KRINGSTEIN et al., 1995), e anti-inflamatório agudo (LANHERS et al., 1991). Apesar dos efeitos benéficos em alguns casos, mediante outros resultados obtidos na literatura a respeito da toxicidade do extrato hidroalcoólico de folha seca de boldo, sugere-se moderação e cuidado na administração de boldo, principalmente quanto ao uso prolongado e também durante o primeiro trimestre da gravidez, principalmente pela falta de conhecimento de mecanismos (ALMEIDA et al., 2000). Em acordo com esses estudos a ANVISA orienta que uso desse fitoterápico deve ser cauteloso e monitorado, principalmente em pessoas com doença hepática aguda ou severa, colecistite séptica, espasmos do intestino e íleo e câncer no fígado. E contraindicada para indivíduos que apresentem obstrução das vias biliares, doenças severas no fígado e gestantes. Resveratrol (Vitis vinífera) O resveratrol, sendo um composto lipofílico exógeno, pode cruzar a membrana plasmática, ser submetido ao metabolismo celular e, possivelmente, interagir com enzimas da fase I. O resveratrol inibiu in vitro o CYP450, que é um recombinante humano. Além disso, também inibiu a atividade do CYP450 de ratos e dos microssomos hepáticos humanos. Ainda,

reduziu a insurreição de lesões pré- neoplásicas em cultura de células da glândula mamária de ratos e diminuiu a incidência de formação de tumor em ratos tratados com 7,12-dimetilbenz-α-antraceno (DMBA), utilizado como um iniciador de tumor em combinação com o éster de forbol e usado como promotor de tumor. Uma vez que o DMBA requer a sua bioativação por enzimas de fase I CYP1A1, CY1A2 e CYP1B1, a atividade antitumoral do resveratrol in vivo inclui a prevenção da fase de iniciação da carcinogênese, inibindo as enzimas da 25 fase I. O resveratrol mostrou poder discriminativo entre isoenzimas CYP: inibiu diretamente as atividades da CYP1A1 e CYP1B1, ao mesmo tempo em que inibiu, indiretamente, a CYP1A2. Sugerese que a inibição indireta do CYP se deva a um composto derivado do metabolismo do resveratrol na presença de NADPH (CHANG; CHEN; LEE, 2001) Além de inibir a atividade do CYP, o resveratrol também pode bloquear a ativação do promotor da CYP1A1 e a transcrição de genes em células de hepatomas humanos. Além disso, o resveratrol diminui o efeito carcinogênico do aril-hidrocarboneto. Aril-hidrocarbonetos são carcinógenos que atuam por receptores nucleares para promover a transcrição de CYP para a conversão enzimática de xenobióticos em elementos carcinógenos. O resveratrol, sem se ligar a receptores, atua na interação com a região promotora do gene CYP1A1 (CIOLINO; YEH, 1999). O resveratrol mostrou induzir enzimas da fase II, como a UDP-glicoruniltransferase e NADPHquinona oxidoredutase, na epiderme de rato (SZAEFER; CICHOCKI; BRAUZE, 2004). Outras Plantas com ação destoxificante e hepatoprotetora: Carqueja (Baccharis trimera) Mil folhas (Achillea millefolium L.) Chá verde (Camelia sinensis) Groselha-negra (Ribes nigrum) Salsaparrilha (Smilax spp.) Solicitação de Exames Laboratoriais O Conselho Federal de Nutricionistas, considerando que a Dietética e a Dietoterapia, ramos da ciência da Nutrição, cujo objetivo é preservar, promover e recuperar a saúde através da aplicação de métodos e técnicas próprios, integram o currículo específico da formação do nutricionista; e Considerando que a atuação do nutricionista na área de Nutrição Clínica abrange o atendimento ao cliente-paciente na internação, ambulatório, consultório e domicílio, resolve: Art. 1º. Compete ao nutricionista a solicitação de exames laboratoriais necessários à avaliação, à prescrição e à evolução nutricional do cliente-paciente. Art. 2º. O nutricionista, ao solicitar exames laboratoriais, deve avaliar adequadamente os critérios técnicos e científicos de sua conduta, estando ciente de sua responsabilidade frente aos questionamentos técnicos decorrentes. 26 Modelo de solicitação Quadro 1 – Exemplo de solicitação de exames Dra. Maria da Silva Solicito ao Sr (a) XXXXXXXXXXXXXXXXX que realize os seguintes exames laboratoriais: Hemograma completo Perfil lipídico (CT, frações e Triglicerídeos) Ferro sérico; ferritina sérica; transferrina Glicemia de jejum; insulina de jejum Proteínas totais e frações TGO; TGP e Gama GT Ácido úrio, uréia e creatinina séricos TSH; T4 e T3 Livres e T3 reverso PCR ultrassensível Homocisteína sérico Ácido metil malônico sérico Ceruloplasmina sérico 25-hidroxi Vitamina D Dosagem das Vitaminas: A, C, E, B6, Ácido fólico e B12 Cálcio total; Cálcio iônico; Magnésio sérico; Potássio sérico; Fósforo sérico; Sódio sérico; Selênio sérico; Zinco sérico; Cromo sérico; Cobre sérico; Manganês sérico. Cortisol sérico (8h e 16h) Data: Assinatura: CRN: End: 27 UNIDADE II – PRESCRIÇÃO DE FITOTERÁPICOS NA PRÁTICA CLÍNICA DO NUTRICIONISTA CAPÍTULO 1 Princípios Ativos das Plantas Medicinais, Mecanismo e Importância no Aspecto Clínico O metabolismo das plantas é dividido em primário e secundário. Admite-se porém, que não existe uma divisão exata entre esses dois tipos de metabolismo. Os lipídeos, as proteína, os carboidratos e os ácidos nucléicos que são comuns aos seres vivos e essenciais para manutenção da célula, são originados no metabolismo primário, e as substâncias originadas a partir de rotas biossintéticas diversas e

que são restritas a determinados grupos de organismos, são produtos do metabolismo secundário (KALLUF, 2015). As plantas medicinais têm como principal característica a presença de princípios ativos, sejam eles constituídos de uma única substância existente na planta, ou de um conjunto de substâncias que atuam sinergicamente, chamadas de complexo fitoterápico que podem interagir com o organismo do indivíduo para promoção da saúde (LORENZI; MATOS, 2002). Várias espécies já tiveram seus princípios ativos isolados, e dentre inúmeros destes, cita-se apenas alguns a título de exemplo: os óleos essenciais camazuleno, presente nas flores da camomila (Matricaria chamomilla) e da mil-folhas (Achillea millefolium), e o safrol, na canelasassafrás (Ocotea odorífera); os alcaloides, morfina, na papoula (Papaver somniferum), atropina, na beladona (Atropa belladona) e pilocarpina, no jaborandi (Pilocarpus jaborandi); o tanino, composto polifenólico presente nas folhas do barbatimão (Stryphnodendron barbatimao), do carvalho (Quercus sp) e da hamamelis (Hamamelis virginiana); as saponinas, na agave (Agave sp), na salsaparrilha (Smilax sp) e na iuca (Yucca sp) (CORREA JÚNIOR et al., 1994). 28 Essas substâncias podem ser empregadas tanto dentro da própria planta na forma de preparações caseiras, como chás, tinturas e pós, ou na forma de composto puro isolado da planta e transformado em cápsulas, comprimidos e pomadas, pela indústria farmacêutica (LORENZI; MATOS, 2002). Os vegetais sintetizam e armazenam os princípios ativos durante o seu desenvolvimento, porém nem todos os metabólitos sintetizados têm valor medicinal (WAGNER: BLADT, 2001; KALLUF, 2008). Os princípios ativos são substâncias quimicamente caracterizadas, provenientes do metabolismo secundário, cuja ação farmacológica é conhecida e responsável, total ou parcialmente, pelos efeitos terapêuticos do vegetal. Em todas as espécies há ao mesmo tempo princípios ativos e substâncias inertes, sendo estas últimas responsáveis por determinar a eficácia da erva medicinal, acelerando ou retardando a absorção dos princípios ativos pelo organismo. Os fitocomplexos são encontrados em concentrações diferenciadas no vegetal, preferencialmente em folhas, flores e raízes e às vezes em sementes, frutos e cascas (WAGNER; BLADT, 2001; KALLUF, 2008). O entendimento dos princípios ativos é necessário para que estes sejam empregados em larga escala como opção terapêutica na prevenção de doenças. Assim, pesquisas com metodologia confiável são indispensáveis para que se conheçam com exatidão os benefícios, sem oferecer riscos de toxicidade e efeitos indesejáveis (WAGNER; BLADT; KALLUF, 2008). Os princípios bioativos vegetais que mais se destacam são: glicosídios, flavonoides, saponinas, óleos essenciais, salicilatos, ácidos orgânicos, alcaloides, mucilagens, taninos e antraquinonas (WAGNER; BLADT, 2001; KALLUF, 2008). Princípios Ativos Vegetais e suas Ações Princípios Ativos Propriedades Alcalóides Atuam no sistema nervoso central (calmante, sedativo, estimulante, anestésico, analgésicos). Alguns podem ser cancerígenos e outros antitumorais. Ex: Cafeína do café e guaraná, teobromina do cacau, pilocarpina do jaborandi. Mucilagens Cicatrizante, anti-inflamatório, laxativo, expectorante e antiespasmódico. Ex: babosa, tanchagem, psyllium. Flavonóides Fortalece os vasos capilares; efeito anti-inflamatório, antiesclerótico, antidematoso, dilatador de coronárias, espasmolítico, anti-hepatotóxico, colerético e antimicrobiano. Ex: rutina, quercetina, chá verde (Camellia sinensis) Taninos Por via interna, exercem efeito antidiarreico e antisséptico; por via externa, impermeabilizam as camadas mais expostas da pele e mucosas, protegendo assim as camadas subjacentes. Podem provocar irritação gástrica em grandes doses. Em pequenas doses, protege o trato gastrointestinal. Ex: barbatimão; Vítis vinífera... Óleos Essenciais Efeitos: bactericida, antivirótico, cicatrizante, analgésico, relaxante, expectorante e antiespasmódico.

Ex: mentol nas hortelãs, timol no tomilho, eugenol no cravo-da-índia Ácidos Orgânicos (Ácidos tartárico, málico, cítrico e o silícico) As plantas das famílias das borraginácias, das equisetáceas e das gramíneas absorvem grande quantidade de sais orgânicos do solo, principalmente o silícico, armazenando-o nas membranas das células ou no seu protoplasma. Ex: Ruibarbo, azedinha Compostos Fenólicos Os compostos fenólicos são aqueles que originam os taninos. Ex: Ácido caféico, Vanilina, Ácido clorogênico. 29 Compostos Inorgânicos Têm propriedades diuréticas, auxiliam na formação do tecido conjuntivo. Ex: Sais de cálcio, silício e potássio. Cumarina Possui ação antisséptica, pigmentante, vasodilatadora, anti-inflamatória. Ex: Dicumarol, Xantonas. Glicosídeos Cardiotônicos Os cardiotônicos possuem alta especificidade no músculo cardíaco; tem efeito acumulativo; risco de intoxicação; aumenta o débito cardíaco e diminuem a frequência cardiáca. Ex: Digitalispurpúrea L. (digoxina) e digitalislanata L. (digitoxina). Gomas São polissacarídeos solúveis ou insolúveis. Podem ser usadas como laxante e mucoprotetor. Antroquinonas ou derivados Antracênicos São usados como purgativos, estimulam os movimentos peristálticos, aumentam a motilidade intestinal, diminuem a absorção de água e eletrólitos pois bloqueiam a bomba de sódio na região intestinal. O uso prolongado e contínuo é contra-indicado. Medicamentos contendo estes ativos devem ser evitados por crianças e gestantes. Ex: Sene e Cascara sagrada Saponinas ou Saponosídeos Emulsionam o óleo na água e possuem um efeito hemolítico. As plantas que contem saponinas são utilizadas também por sua ação mucolítica, diurética suave e depurativa: Ex: Ginseng, Ilex paraguariensis, Prímula Compostos Sulfurados Metabólitos vegetais derivados de aminoácidos sulfurados com ação antibacteriana, antiviral, antifúngico, anti-inflamatório, hipoglicemiante, antioxidante, imunomodulador. Glucoquininas Princípios ativos que atuam sobre a glicemia. Lignanas ou Neolignanas Possuem ação anti-inflamatória, antifúngica, hepatoprotetora, relaxante muscular e antialérgica. Ex: Linhaça dourada e marrom. Substâncias Amargas Estão presentes nos óleos essenciais, nos glicosídeos, nas saponinas e nos alcalóides. Estimulam a secreção gástrica e possuem ação tônica geral. Fonte: Adaptado de MARTINS (1995) Compostos Ativos Terpenos Constituem a maior classe de componentes químicos das plantas, havendo mais de 30.000 substâncias descritas. Alguns terpenos, como o esqualeno e os carotenos, fazem parte do metabolismo primário das plantas e são encontrados em todas as espécies. No entanto, a maior parte dos terpenos constitui o metabolismo secundário, o qual está envolvido na adaptação das plantas ao seu nicho ecológico. A via transdérmica é uma das principais vias de absorção dos terpenos é. Por este motivo, são muito utilizados na fabricação de cosméticos e pela indústria farmacêutica, pela qual são utilizados como promotores de penetração de medicamentos (SAPRA et al., 2008). A via inalatória é outra rota de administração muito comum dos terpenos. Por isso são muito utilizados como base para óleos essenciais e perfumes (SAPRA et al., 2008). Outra via de administração é a oral. Kohlert et al. (2000) concluíram que estes compostos são geralmente eliminados com uma meia-vida de aproximadamente 1 hora, demonstrando haver um baixo risco de acúmulo desses compostos no organismo (MARQUES, 2011). 30 Propriedades benéficas dos terpenos Ação antiagregação plaquetária (Exemplos: Isopreno, Prenol, Ácido Isovalérico, Pubescenoides A e B) Bactericida, fungicida, antiparasitário, acaricida, alívio de azia e refluxo, anticancerígeno (Exemplos: Geraniol, Limonemo, Terpineol, Timol, Mentol, Alfa E Beta-Pinemo); Anti-inflamatório, antialérgico, antifúngico, anticancerígeno (Exemplos: Farneseno, Farnesol, Ferutinina, Tenuferidina, Ferolina); Anti-inflamatório, antiviral (anti-HIV), hepatoprotetor, destoxificante, analgésico, imunomodulador (Exemplos: Cafesol, Kahweol, Cembrene,

Taxadiene, Forskolin); Antimicrobiano e indutor de apoptose (Exemplo: Geranilfarnesol); Precursor de esteróides, anticancerígeno, anti-inflamatório e antiviral (anti-HIV) (Exemplos: Esqualeno e saponinas); Antioxidantes, antiproliferativos e anti-inflamatórios (Exemplos: Licopeno, ɣ, α e β-caroteno). Saponinas: Seu nome provém da propriedade de formarem espuma quando agitadas em água. As saponinas são um grupo particular de heterosídeos derivados dos triterpenos tetracíclicos, derivadas do metabolismo secundário das plantas, ou seja, são substâncias produzidas como parte do seu sistema de defesa. O teor de saponinas do ginseng (Panax ginseng), por exemplo, é diretamente proporcional à sua idade, sendo que o pico é atingido por volta dos seis anos (MARQUES, 2011). Principais propriedades benéficas das saponinas: Antimicrobiana/antifúngica; Anti-inflamatória; Anticancerígena; Aumento da permeabilidade nas membranas celulares; Antioxidante; Anticonvulsivante; Imunoestimulante; Analgésica; Hiperglicêmica; Antiviral; Hipocolesterolêmica 31 Taninos Princípios ativos vegetais pertencentes ao grupo de compostos fenólicos, que por sua vez, são originários do metabolismo secundário das plantas. Os taninos apresentam uma tendência a formar complexos com proteínas faz com que sejam os principais limitantes do valor nutricional em leguminosas, pois reduzem a digestibilidade das proteínas das mesmas. Adicionalmente, podem inibir enzimas (complexos com proteínas enzimáticas) e interferir na absorção de alguns minerais e vitaminas (DESHPANDE, 1992). Os taninos apresentam baixa absorção pela pele e pelo trato gastrointestinal, seus efeitos farmacológicos são elucidados segundo seus efeitos locais nestes órgãos. Porém, essa característica é benéfica, uma vez que se absorvidos em grandes quantidades, os taninos podem apresentar toxicidade (MARQUES, 2011). Principais propriedades benéficas dos taninos: Antioxidante " Os taninos, por serem componentes fenólicos, possuem a capacidade de doar íons de hidrogênio às moléculas de radicais livres, impedindo a peroxidação lipídica e inibindo as enzimas envolvidas na produção desses radicais, tais como fosfolipase A2, ciclo-oxigenase e lipoxigenase; Atividade hemostática e cicatrizante " Graças à capacidade em se complexar com estruturas protéicas, os taninos podem precipitar proteínas do plasma, além de ativar os fatores de coagulação sanguínea. O efeito cicatrizante está relacionado com a propriedade adstringente atribuída aos taninos, pois agem formando uma película protetora na região lesionada. Atividade bactericida e fungicida " Sua capacidade de formar complexos com proteínas, exercendo efeito inibitório sobre enzimas bacterianas e fúngicas, podendo, ainda, formar complexos com os substratos destas enzimas; Outras propriedades benéficas dos taninos são, ação antiviral, antidiarréica, redução da oxidação da lipoproteína LDL. Flavonóides Presentes em frutas, legumes, raízes, talos, flores, folhas, cascas de árvores, vinho, nozes, sementes, ervas e especiarias, os flavonóides representam o maior grupo da família dos compostos fenólicos, sendo uma classe de metabólitos secundários amplamente encontrados no reino vegetal (MARQUES, 2011). 32 Os flavonóides são divididos em quatro grupos principais: Flavonas. Componentes: apigenina, chrisina, kaempferol, luteolina, miricetina, rutina, sibelina e quercetina. Flavononas. Componentes: fisetina, hesperetina, narigina, naringerina e taxifolina. Catequinas. Componentes: catequina, epicatequina e epigalicatequina galate. Antocianinas. Componentes: canidina, delfinidina, mavidina, pelargonidina, peonidina e petunidina. Principais propriedades benéficas dos flavonóides: Ação antioxidante; Cardioprotetora; Anticarcinogênica; Anti-inflamatória; Antiviral; Hepatoprotetora Alcalóides Os alcalóides são compostos nitrogenados de reação básica, geralmente com sabor amargo, presentes em diversas partes do vegetal e geralmente combinados com ácidos

orgânicos ou taninos. Os alcalóides podem ser absorvidos através do trato gastrintestinal, a partir de todas as membranas e mucosas e são pouco absorvidos pela pele integra. Após a absorção a maioria dos alcalóides é metabolizada no fígado (MARQUES, 2011). Principais propriedades benéficas dos alcalóides: Atividade antioxidante; Anti-inflamatória; Antimalárica Antraquinonas Nas plantas, as antraquinonas normalmente apresentam-se como substâncias cristalinas de coloração amarela, laranja ou vermelha, e estão presentes em fungos, liquens e em plantas superiores. Os glicosídeos antraquinônicos, quando ingeridos, atingem o cólon, no qual sofrem a ação da microbiota intestinal, sendo hidrolisados e convertidos em agliconas. As agliconas são as moléculas ativas das antraquinonas, sendo facilmente absorvidas pelo organismo. O principal efeito das antraquinonas no organismo humano é o laxativo (MARQUES, 2011). Exemplos: Rhammus purshiana DC. (Cáscara-sagrada), Cassia angustifólia e Cassia acutifólia (Espécies de sene). Ácidos orgânicos As raízes liberam muitos ácidos orgânicos, que são de extrema importância, tanto, por atuação de forma direta, favorecendo a biodisponibilidade de nutrientes para as plantas processo de quelação e troca de ligantes, quanto por forma indireta, pelo estímulo da atividade microbiana. O ácido cítrico, por exemplo, é considerado um dos componentes mais importantes envolvidos nos processos de liberação de fósforo, potássio, zinco e complexação de alumínio (MARQUES, 2011). Principais propriedades benéficas dos ácidos orgânicos: Auxiliam na diminuição do risco de doenças crônicas por seu papel antioxidante, atuando na redução do estresse oxidativo e na inibição da oxidação de macromoléculas. Malato e o citrato exercem efeitos alcalinizantes após o metabolismo, com um potencial de prevenir baixo grau de acidose metabólica inerente ao consumo de dieta ocidental. Ácido cítrico e tartárico aumentam a salivação e possuem atividade bacteriostática, o que contribui para manter os dentes em melhores condições, além de possuírem ação diurética e laxante suave. Por sua vez, o ácido málico da maçã tem ação adstringente e obstipante, o qual e útil em casos de colite ou diarréia. Porém, nem todos os ácidos orgânicos são benéficos. O ácido oxálico pode precipitar na urina quando em contato com o cálcio e colaborar na formação de cálculos (MARQUES, 2011). Farmacologia das Plantas: A eficácia terapêutica dos fitoterápicos dependem muito da absorção dos princípios ativos das plantas, o que envolve a farmacocinética e farmacodinâmica. Farmacocinética Seria o que o organismo faz com a planta, desde a biotransformação dos metabólitos ativos até a sua excreção. Inclui as reações de oxidação, redução e hidrolise dos compostos e conjugação dos grupos funcionais como moléculas endógenas. O fígado é o principal local de metabolismo dos compostos ativos, em função do seu amplo sistema microssomal. O sistema de catálise do metabolismo oxidativo é dependente do citocromo P450 e atua sobre uma ampla gama de substância endógenas poluentes ambientes e carcinógenos. Modificações na atividade desse sistema podem alterar a resposta metabólica frente a essas substâncias (HOLLMAN; KATAN, 1999; BLUMENTHAL; GOLDBERG; BRINCKMANN, 2000; HEIM; TAGLIAFERRO; BOBILYA, 2002). 34 Farmacodinâmica Traduz o que as plantas e seus compostos bioativos fazem com o organismo: o mecanismo de ação, o espectro de atividades e as reações adiversas. São interações que regulam o conhecimento molecular do princípio ativo e do seu receptor. O resultado dessa interação produz o efeito terapêutico cuja resposta é variável dependendo de vários fatores individuais dos farmacocinéticos. Dentro dos fatores individuais, ingestão inadequada ou insuficiente dos nutrientes essenciais, ou seja, a deficiência nutricional, pode afetar a absorção, distribuição, biotransformação e excreção dos compostos bioativos. O conceito de biodisponibilidade dos princípios ativos das plantas, no sentido restrito, depende

da extensão e velocidade da farmacocinética o que interfere diretamente na resposta terapêutica (HOLLMAN; KATAN, 1999; BLUMENTHAL; GOLDBERG; BRINCKMANN, 2000; HEIM; TAGLIAFERRO; BOBILYA, 2002). CAPÍTULO 2 Plantas Medicinais e Fitoterápicos conforme a Legislação O Nutricionista A Resolução do CFN nº 556 de 11 de abril de 2015 altera as Resoluções nº 416, de 2008, e nº 525, de 2013, e acrescenta disposições à regulamentação da prática da Fitoterapia para o nutricionista como complemento da prescrição dietética. Art. 2º. O art. 3º da Resolução CFN nº 525, de 25 de junho de 2013, publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, Edição de 28 de junho de 2013, página 141, passa a vigorar com as seguintes alterações: "Art. 3º - O exercício das competências do nutricionista para a prática da Fitoterapia como complemento da prescrição dietética deverá observar que: I - a prescrição de plantas medicinais e chás medicinais é permitida a todos os nutricionistas, ainda que sem título de especialista; II - a prescrição de medicamentos fitoterápicos, de produtos tradicionais fitoterápicos e de preparações magistrais de fitoterápicos, como complemento de prescrição dietética, é permitida ao nutricionista desde que seja portador do título de especialista em Fitoterapia, observado o disposto no § 4º deste artigo. ..... § 4º Para a outorga do título de especialista em Fitoterapia, a Associação Brasileira de Nutrição (ASBRAN), atendido o disposto no § 1º deste artigo, adotará regulamentação própria, a ser amplamente divulgada aos interessados, prevendo os critérios que serão utilizados para essa titulação. 35 ..... Art. 4º. Não se aplicará o disposto no caput, inciso II e § 4º do art. 3º da Resolução nº 525, de 2013, com as alterações dadas por esta Resolução, aos nutricionistas que, até a data de publicação desta Resolução, estejam matriculados ou tenham obtido certificado de conclusão de cursos de pósgraduação Lato Sensu, com ênfase na área de fitoterapia relacionada à nutrição. ...... Art. 5º. O prazo a que se refere o § 2º do art. 3º da Resolução 525, de 2013, será contado a partir da data da publicação desta Resolução. Art. 6º. A ementa da Resolução 525, de 2013, passa a vigorar com a seguinte redação: "Regulamenta a prática da Fitoterapia pelo nutricionista, atribuindo-lhe competência para, nas modalidades que especifica, prescrever plantas medicinais e chás medicinais, medicamentos fitoterápicos, produtos tradicionais fitoterápicos e preparações magistrais de fitoterápicos como complemento da prescrição dietética e dá outras providências." De acordo com a legislação vigente a prescrição de plantas medicinais ou drogas vegetais deverá ser legível, conter o nome do paciente, data da prescrição e identificação completa do profissional prescritor (nome e número do CRN, assinatura, carimbo, endereço e forma de contato) e conter todas as seguintes especificações quanto ao produto prescrito: I - nomenclatura botânica, sendo opcional incluir a indicação do nome popular; II - parte utilizada; III - forma de utilização e modo de preparo; IV - posologia e modo de usar; V - tempo de uso. Formas farmacêuticas As formas farmacêuticas permitidas para o uso pelo profissional nutricionista são exclusivamente as de uso oral, tais como: I - infuso; II - decocto; III - tintura; IV - alcoolatura; V - extrato Ervas secas: Produtos constituídos por partes vegetais, inteiras, fragmentadas ou moídas, obtidos por processos tecnológicos adequados a cada espécie, utilizados exclusivamente na preparação de bebidas alimentícias por infusão ou decocção em água potável, não podendo ter finalidades farmacoterapêuticas (não podem possuir alegação terapêutica no rótulo). 36 Droga vegetal: Planta ou suas partes, que contenham as substâncias, ou classes de substâncias, responsáveis pela ação terapêutica e usada após processos de coleta, estabilização e secagem, podendo ser íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada. Infusão: Preparação líquida, que consiste em verter água fervente sobre a droga vegetal e, em seguida, tampar ou abafar o recipiente por um período de tempo

determinado. É indicada para partes de vegetais de consistência menos rígida tais como folhas, flores, inflorescências e frutos, ou com substâncias ativas voláteis. Ex: Carqueja (Baccharis trimera), Guaçatonga (Casearia sylvestris), Erva baleeira (Cordia verbenacea), Erva cidreira (Cymbopogon citratus). Decocção: Consiste na ebulição da droga vegetal em água potável por tempo determinado. É indicada para ervas de consistência rígida, que não liberam seus componentes ativos em baixas temperaturas, como cascas, raízes, rizomas, caules, sementes e folhas coriáceas (c/ cutículas espessas). Ex: Cajueiro (Anacardium occidentale), Bardana (Arctium lappa), Hamamélis (Hamamelis virginiana), Mulungu (Erythrina mulungu). Não é indicada para ervas com compostos voláteis ou com compostos que se degradam em altas temperaturas. Maceração: É uma forma de preparo indicada para ervas que não necessitam de altas temperaturas para liberarem seus componentes químicos ou podem ser degradadas em água quente. Muito indicada para plantas que possuem compostos voláteis. Ex: Alho (Allium sativum). Tintura: Preparação com extração hidroalcoólica a partir da planta seca na proporção de 20% Alcoolatura: Preparação com extração hidroalcoólica a partir da planta fresca na proporção de 50%. Extratos: Preparações líquidas, sólidas, semi sólidas obtidas pela extração de drogas vegetais frescas ou secas, por meio líquido, seguida por evaporação total ou parcial e ajuste do concentrado a padrão previamente estabelecido. Lista de Medicamentos Fitoterápicos de Registro Simplificado. 37 A Instrução Normativa nº 2, de 13 de maio de 2014, publica a “Lista de medicamentos fitoterápicos de registro simplificado” e a “Lista de produtos tradicionais fitoterápicos de registro simplificado” revogou a Instrução Normativa nº 5, de 12 de dezembro de 2008, que determinava a publicação da “Lista de medicamentos fitoterápicos de registro simplificado”e cita os medicamentos fitoterápicos que são exclusivos de prescrição médica”. Lista de Medicamentos Fitoterápicos de registro simplificado cuja venda necessita de prescrição médica. 1. Uva-ursi - Arctostaphylos uva-ursi Spreng. (cistite) 2. Cimicífuga - Cimicifuga racemosa (L.) Nutt. (climatério) 3 Equinácea - Echinacea purpúrea Moench (infecções) 4 Ginkgo - Ginkgo biloba L. (distúrbios circulatórios) 5. Hipérico - Hypericum perforatum L. (depressão) 6. Kava-kava - Piper methysticum Forst. F (ansiedade, insônia, agitação) 7. Saw palmetto - Serenoa repens (Bartram) (hiperplasia benigna próstata) 8. Tanaceto - Tanacetum parthenium Sch. Bip. (enxaqueca) 9. Valeriana - Valeriana officinalis (insônia, ansiedade) A Resolução – RDC 10, de 9 de março de 2010 que dispõe sobre a notificação de drogas vegetais junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária; Foi revogada junto com a instrução normativa nº 5 de 31 de março de 2010 para fins de registro, mas continua vigente na referência para a prescrição. Sendo uma boa opção para consulta técnica, pois traz em seu anexo I uma lista com 54 drogas vegetais para uso interno, 21 para uso externo e 1 de uso inalatório com a respectiva alegação de propriedade, além de posologia segura e modo de uso de cada espécie. Medidas de Referência Para a correta utilização das drogas vegetais e fitoterápicos é importante conhecer as medidas de referência a seguir. Colher de sopa 15 ml / 3 g Colher de sobremesa 10 ml / 2 g Colher de chá 5 ml / 1 g Colher de café 2 ml / 0,5 Copo 250 ml Xícara de chá 150 ml 38 Xícara de café 50 ml Cálice* 30 ml Fonte: Adaptadas da Resolução RDC nº 10 de 09.03.2010 – ANVISA * Geralmente são adotados 125 ml em alimentos e 30 ml em medicamentos Outro ponto importante a ser observado é que as doses sugeridas pela literatura de referência (Famacopéias e Comissões) nem sempre contemplam todas as formas farmacêuticas disponíveis no mercado e não existem dados suficientes para todas as plantas. A CONBRAFITO, com o intuito de orientar os profissionais prescritores elaborou duas tabelas de equivalência para conversão de doses nas diferentes

formas farmacêuticas. Tabela de Equivalência – Flores, folhas e partes aéreas Infusão, decocção, maceração Droga em pó Extrato seco (3:1) Tintura vegetal (1:5) 2000mg ou 1 Colher de sobremesa 2000mg 500mg 50gotas (2,5ml) Tabela de Equivalência - Raiz, cascas, caules, sementes, frutos secos Infusão, decocção, maceração Droga em pó Extrato seco (3:1) Tintura vegetal (1:5) 1000mg ou 1 Colher de sobremesa 1000mg 250ml 25gotas* (1ml) *20 gotas correspondem aproximadamente 1ml. Fonte: Panizza, 2012. A RDC atual para medicamentos fitoterápicos, o registro e a notificação de produtos tradicionais é a RDC nº 26, de 13 de maio de 2014, que define as categorias de medicamento fitoterápico e produto tradicional fitoterápico. Cada profissional deve estar atento as suas resoluções de âmbito e normativas para prescrever plantas medicinais e fitoterápicos de forma ética e legal a fim de evitar possíveis intercorrências provenientes da prescrição inadequada e incompatível com suas atribuições (KALLUF, 2015). 39 CAPÍTULO 3 Elaboração da Formulação Fitoterápica Prescrição em cada forma farmacêutica Estão presentes na composição de uma fórmula os princípios ativos, coadjuvantes técnicos e veículo ou excipiente (FERREIRA; BRANDÃO, 2002; PASCHOAL et al., 2009). Extrato seco: É a preparação sólida obtida pela evaporação do solvente utilizado na extração. Apresentam, no mínimo, 95% de resíduo seco. Extrato seco padronizado Esse tipo de extrato apresenta teores definidos de seus principais constituintes químicos (substância marcadora) bem como umidade, coregranulometria. Apresenta como vantagem a reprodutibilidade dos lotes de fabricação e maior estabilidade. Ex: Centella asiática– Padronizado em Asiaticosideo. Aesculus hippocastanum – Padronizado em Escina. Princípios ativos São responsáveis pela ação farmacológica, ou seja, a (s) substância (s) responsável (is) total ou parcialmente, por efeitos terapêuticos (KALLUF, 2015). Coadjuvantes técnicos ou adjuvantes farmacotécnicos: São substâncias em geral inertes cuja função é estabilizar a fórmula em nível químico, físico ou microbiológico. Dependendo da fórmula farmacêutica e da embalagem, não são necessários os coadjuvantes técnicos. Exemplos: Antioxidantes (PASCHOAL et al., 2009). Veículo (líquido) ou Excipiente (sólido ou semi-sólido) É a parte da fórmula na qual são misturados os princípios ativos. É utilizado para complementar o volume necessário das formulações. Exemplo: Celulose microcristalina (PASCHOAL et al., 2009). Formas farmacêuticas As formas farmacêuticas são as formas físicas de apresentação do medicamento. São classificadas em sólidas, líquidas, semi sólidas e gasosas, são o resultado de várias operações a que se 40 submetem as substâncias terapêuticas a fim de facilitar sua posologia e administração, mascarar os caracteres organolépticos e assegurar a ação desejada (PASCHOAL et al., 2009). Formas Sólidas Pastilhas e gomas São formas farmacêuticas sólidas que se destinam a dissolver ou desintegrar lentamente na boca. Podem conter um ou mais ativos de ação local ou sistêmica, veiculados geralmente em base flavorizada e edulcorada, moldada ou comprimida. A pastilha medicamentosa dissolve lentamente na boca, liberando o fármaco para absorção através da mucosa oral, evitando em parte, a primeira passagem hepática. Essas fórmulas farmacêuticas são indicadas principalmente para pacientes com dificuldade de deglutição de formas sólidas. Devido à aparência e ao sabor agradável, aumentam a adesão dos pacientes pediátrico ao tratamento (PASCHOAL et al., 2009). São divididas em três tipos: Pastilhas duras, que são misturas de sacarose e outros açúcares e/ou em estado amorfo; Pastilhas soft que podem ser preparadas a base de PEG (polietilenoglicol), chocolate, pasta de amendoim, óleo vegetal hidrogenado ou base de açúcar-goma arábica; Pastilhas mastigáveis (balas, gomas, gomas mastigáveis ou “jujubas”) que são preparadas à base de gelatina glicerinada. Cápsulas São receptáculos obtidos por

moldagem, em geral, utilizadas para ingestão de fármacos em doses pré-estabelecidas. O invólucro da cápsula oferece relativa proteção dos agentes externos facilita a administração e devido a sua alta solubilidade e digestibilidade no organismo, libera rapidamente o fármaco de seu interior no estômago. Atualmente as cápsulas gelatinosas, que são constituídas de gelatina de origem animal, são as mais utilizadas. Estas podem ser em consistência dura (cápsulas gelatinosas duras) ou, se fabricadas incluindo maiores quantidades de glicerina, sorbitol, polietilenoglicol, apresentam-se com consistência flexível e elástica (cápsulas gelatinosas moles). As últimas, ao contrário das cápsulas duras podem acondicionar soluções oleosas, suspensões e emulsões. As cápsulas podem ser opacas, para preservar a matéria prima da oxidação e modificação de suas estruturas. Muitas vezes, são coloridas a partir de corantes alimentares. Como variação vegetal, existem as cápsulas de clorofila, que, além de serem de origem vegetal, possuem vitaminas, minerais e clorofilina, que contribuem para a oferta de antioxidantes. As cápsulas transparentes são de origem animal e, como as cápsulas duras, são formadas por gelatina. Sem corantes alimentares, não possuem coloração, deixando a matéria-prima mais exposta ao meio ambiente (PASCHOAL et al., 2009). 41 Excipiente É muito importante que as cápsulas fiquem completamente cheias, para que a substância ativa encontre-se de modo uniforme em todas as cápsulas. Por esse motivo, os excipientes são utilizados para completar o volume de cápsulas. É empregado o q.s.p., sigla muito utilizada na manipulação (mais na formulação de cápsulas, mas bastante empregada para saches) que significa “quantidade suficientes para preencher”. Como excipiente deve ser usada uma substância não absorvível, mas que não interfira na biodisponibilidade dos componentes da fórmula (PASCHOAL et al., 2009). Principais tamanhos de cápsulas Número da cápsula Capacidade (mg) 3 0 a 130 2 131 a 181 1 182 a 290 0 291 a 400 00 401 a 700 Pós (Sachês) Formas farmacêuticas provenientes de drogas vegetais ou animais, assim como substâncias químicas submetidas a um grau de divisão suficiente para lhes assegurar homogeneidade e lhes facilitar a extração ou administração dos princípios ativos. Os pós podem ser acondicionados a granel, em potes bem vedados, ou podem, também, ser acondicionados subdivididos em doses em saches aluminizados ou em papel impermeável (PASCHOAL et al., 2009). Formas semissólidas Pomadas, Gel e Emulsão/cremes – Uso tópico Formas líquidas Xaropes É a forma na qual se emprega 2/3 do peso da planta ou do fruto, em açúcar (64% de sacarose, em média) ou mel – recebendo o nome de melito, no último caso. Também podem ser adicionados tinturas, extratos fluidos e extratos moles a base de xarope, que podem conter edulcorantes. No caso das plantas, coloca-se para ferver, não se permitindo temperatura superior a 80ºC. Após solubilizado, filtra-se sobre gaze, conservando-se em frasco âmbar (escuro). Existem xaropes específicos para pacientes diabéticos, que não levam açúcar na formulação. Emulsões 42 São preparados semissólidos ou líquidos para uso interno ou externo. No uso interno, os extratos fluidos são mais bem utilizados que as tinturas, pois não desestabilizam as emulsões. No caso tópico, os extratos fluidos são substituídos pelo extrato glicólico (ALONSO, 1998; FERRO, 2006). Formas de apresentação mais comum para uso dos fitoterápicos Formas de Apresentação dos Fitoterápicos Infusão Colocar água fervente na planta e deixar em repouso por 10 a 15 minutos Decocção Usada para raízes, cascas e sementes. Ferver em fogo baixo por 10 a 20 minutos. Deixar em repouso por 10 a 15 minutos Maceração Preparação a frio. Deixar a planta amassada com água fria por 7 a 24h. Tintura Maceração da erva com álcool ou vinho Extrato fluido São preparações obtidas a partir de 1000g de erva seca. Não sofre ação do calor Extrato Seco Pó homogêneo mais concentrado.

Boa padronização. Pó Droga vegetal moída. Muita variabilidade na biodisponibilidade do princípio ativo, com menor concentração. Xarope 2/3 do peso da planta ou do fruto em açúcar ou mel. Coloca-se para ferver não permitindo temperatura superior a 800 C. Após solubilização, filtra-se sobre gaze, conservando em frasco âmbar. Contraindicados para distúrbios do metabolismo de carboidratos Capsulas/Comprimidos Feitas com o pó, óleo ou extrato seco Gotas Forma galênica para a utilização de tinturas, extratos fluidos ou óleos essenciais. Relação terapêutica dose dependente. Fórmula Fitoterápica Relação quantitativa de todos os componentes de um medicamento fitoterápico Fonte: Adaptada de Alonso J. R., 1998 e Teske, M. 2001. O modo de preparo das drogas vegetais e a correta utilização das diferentes formas de apresentação das plantas garantem uma melhor ação terapêutica das drogas vegetais (ALONSO, 1998; TESKE, 2001). Parte da Planta 1 Colher de café 1 Colher de Chá 1 Colher de Sobremesa 1 Colher de Sopa *Folhas e Flores 800mg 1,5g 3g para cascas e raizes 6g Casca 1,5g Até 3g Até 6g Até 12g Pós 0,5 a 1g (colher rasa) 1 a 2g (colher rasa) 3 a 5g (colher rasa) 5 a 10g (colher rasa) **Líquidos 2ml (colher rasa) ou 40 gotas 5ml (colher rasa) ou 100 gotas 10ml (colher rasa) ou 200 gotas 15ml (colher rasa) ou 300gotas Fonte: Adaptado de Ferro, 2006. *Para folhas e flores de plantas in natura, a quantidade costuma ser o dobro em comparação com folhas e flores secas. **Na forma líquida, cada 1ml equivale a 20 gotas. 43 As formulações magistrais trazem inúmeras possibilidades de formas de apresentação com os fitoterápicos sempre respeitando a prescrição, o tipo da planta, a conservação, o sinergismo e a melhor relação custo-benefício. Como exemplo, hoje, além das apresentações mais tradicionais citadas acima, temos as gomas de colágeno, balas, shakes, chocolates e sprays com ativos fitoterápicos (KALLUF, 2015) Prescrição de fitoterápicos: Várias plantas →vários alvos Imperador – representado pela planta de ação principal; Ministro – planta introduzida para auxiliar a principal; Mensageiro – visa tratar os sintomas coadjuvantes; Assistente – tem a função de harmonizar a fórmula Modelos de Prescrições Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXX Infusão Fitoterápica Uso Oral: Melissa (Melissa officinalis L.) droga vegetal – Sumidades floridas - 2 Col. Sobremesa (4g) Modo de Preparo: aquecer uma xícara de chá (150ml) de água a uma temperatura que não haja fervura, dar preferência a panelas de vidro. Colocar a água na xícara (cerâmica branca ou vidro) com a dose da planta rasurada ou triturada. Deixar tampado por 10 a 15min. Coar e beber ainda morno. Posologia: quantas xícaras, quantas vezes, quantos dias. Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXXX Decocção Fitoterápica Uso Oral: Alcaçuz (Glycyrrhiza glabra) droga vegetal - Raiz – 1,5 Colher de Sopa (4,5g) Modo de Preparo: Levar uma xícara de chá (150ml) água com a dose da planta rasurada ou triturada ao fogo e deixar cozinhar em panela tampada por 15 min, dar preferência a panelas de vidro. Coar e beber ainda morno. Posologia: quantas xícaras, quantas vezes, quantos dias. 44 Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXXX Maceração em Água Fria Uso Oral: Alho (Allium sativum) Bulbo - droga vegetal Modo de Preparo: adicionar 1 colher de café (0,5g) da planta em 30ml (1 cálice) de água fria. Mexer suavemente e tampar o recipiente. Deixar em repouso por 1 hora. Posologia: tomar 1 cálice 2 vezes ao dia antes das refeições Prescrição de Tinturas: Tintura Simples Dra. Maria da Silva Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXX Recomendação Nutricional Uso oral: Tintura vegetal 20% Guaçatonga (Casearia sylvestris) folha (dispepsia, halitose, gastrite) Mandar 90 ml Tomar 30 gotas (1,5ml) da tintura, diluídas em ½ copo de água, 2 vezes ao dia, antes das principais refeições (almoço e jantar), durante 30 dias. Não Reaviar Data: Assinatura: CRN: End: Tintura Composta Dra. Maria da Silva Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXX Recomendação Nutricional Uso oral: Tintura vegetal 20% Guaçatonga (Casearia sylvestris) folha............................25%

(dispepsia, halitose, gastrite) Espinheira santa (Maytenus ilicifolia) folha.....................25% (gastrite, dispepsia) Passiflora (Passiflora alata) folha....................................25% (ansiedade, insônia, calmante suave) Camomila (Matricaria recutita) inflorescência...............25% (ansiedade, calmante suave, antioxidante e antiinflamatória) Mandar 90ml 45 Tomar 30 gotas (1,5ml) da tintura, diluídas em ½ copo de água, 2 vezes ao dia, antes das principais refeições (almoço e jantar), durante 30 dias. Não Reaviar Data: Assinatura: CRN: End: Extrato seco – Cápsula simples Dra. Maria da Silva Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXX Recomendação Nutricional Uso oral: Alho (Allium sativum) Bulbo – Extr. seco..............................500mg (hipocolesterolêmico, antifúngico, bactericida) Excipiente (cápsula vegetal transparente) – q.s.p. 1 dose Mandar 60 doses Tomar 1 dose duas vezes ao dia. Não Reaviar Data: Assinatura: CRN: End: Associação de Ativos em Cápsulas Dra. Maria da Silva Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXX Recomendação Nutricional Uso oral: Passiflora (Passiflora alata Curtis) Folha ou Flor– Extrato seco....................200mg Melissa (Melissa officinalis L.) Sumidades floridas - Extr. seco..........................................100mg (ansiedade, insônia, calmante suave) Excipiente (cápsula vegetal transparente) – q.s.p. 1 dose Mandar 30 doses Tomar 1 dose à noite 2h antes de dormir. Não Reaviar Data: Assinatura: CRN: End: 46 Dra. Maria da Silva Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXX Recomendação Nutricional Uso oral: Griffonia simplicifolia – Semente - Extr. seco..............................50mg Excipiente (pastilha sublingual) – q.s.p. 1 dose Mandar 30 pastilhas Usar 1 pastilha, em baixo da língua, às 16h. Durante 30 dias. Não Reaviar Data: Assinatura: CRN: End: Prescrição de Goma Dra. Maria da Silva Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXX Recomendação Nutricional Uso oral: Faseolamina (Phaseolus vulgares) Semente – Extr.seco..................................350mg Pholia magra (Cordia ecalyculata Vell) Folha – Extr. seco padronizado.........250mg Excipiente (goma de colágeno) – q.s.p. 1 unidade Mandar 30 gomas (sabor a escolha do cliente) Usar 1 goma 2 vezes ao dia, 30 minutos antes das refeições (almoço e jantar). Durante 30 dias. Não Reaviar Data: Assinatura: CRN: End: Spray Dra. Maria da Silva Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXX Recomendação Nutricional Spray para reduzir a vontade de comer doce Extrato Fluido de Gymnema silvestres- Folha................... ..15% Solução oral q.s.p. - 30ml Sabor (a escolha do cliente) Posologia: Administrar uma borrifada na boca sempre que sentir necessidade. Não Reaviar Data: Assinatura: CRN: End: 47 Prescrição de Sachê Dra. Maria da Silva Paciente: XXXXXXXXXXXXXX Recomendação Nutricional Glucomanan (Amorphophallus konjak K.) Raiz – pó .................500mg Goma guar (Cyamopsis tetragonolobus L.) Semente – pó.........1000mg Psyllium (Plantago ovata) Semente – Extr. seco.......................2000mg Excipiente (sache) – q.s.p. 1 dose (sabor a escolha do cliente) Mandar 30 doses Posologia: diluir o conteúdo de 1 sache em um copo de água ou suco e tomar 2 vezes ao dia 30 minutos antes das refeições (almoço e jantar) Não Reaviar Data: Assinatura CRN: End: Obs: se preferir base efervescente, deverá colocar no final da formulação: Base efervescente - qsp. 1 dose UNIDADE III – TOXICIDADE E INTERAÇÕES CAPÍTULO 1 Toxicidade de Fitoterápicos e Plantas Medicinais A utilização das plantas medicinais com finalidades terapêuticas e profiláticas para várias doenças é uma das práticas médicas mais antigas existentes. O conhecimento a respeito de seus usos vem sendo transmitido desde o início da civilização até os dias de hoje (VEIGA JR et al., 2005; CARVALHO, 2011). Apesar das plantas possuirem muitos usos terapêuticos que são conhecidos popularmente, o ser humano desconhece o fato de que elas podem apresentar toxicidade tanto para o homem quanto para os animais (MARTINS et al., 2012; RODRIGUES; ALMEIDA; PIRES, 2010). O 48 desconhecimento por parte da população sobre efeitos secundários e toxicidade de espécies utilizadas

habitualmente pode levar a consequências sérias (NAVARRO MOLL, 2000). De acordo com dados do Sistema Nacional de Informações Toxicológicas (SINITOX), no ano de 2010, no Brasil, foram registrados 1132 casos de intoxicação humana por uso de plantas sendo que desses 5 foram a óbito (SINITOX, 2010). Existe um número cada vez maior de estudos científicos que comprovam a toxicidade de plantas antes usadas sem restrições e de forma indiscriminada. Espécies como a Kava-kava (Piper methysticum G. Forst, Piperacea) foram responsáveis por dezenas de casos de hepatotoxicidade na Europa (STICKEL, et al., 2003; WHITTON, et al., 2003; CLOUARTRE, 2004). No Brasil desde a década de 80 o confrei foi disseminado como planta para a cura de diversas enfermidades, inclusive câncer. Estudos posteriores demonstraram o risco do uso interno desta planta altamente hepatotóxica devido a alcaloides pirrolizidínicos (BRASIL, 1992; BARRACA, 1999; STICKEI & SEITZ, 2000). Mas o que se vê é que ainda hoje o confrei é utilizado, entre outras espécies vegetais de forma irracional. Plantas que contêm alcaloides pirrolizidínicos como o confrei (S. officinale) e mentrasto (Ageratum conyzoides L.) têm sido associadas com toxicidade substancial após ingestão, resultando em sintomas como anorexia, letargia, dor abdominal com posterior destruição dos hepatócitos, carcinogênese e trombose (COUET, et al., 1996; NAVARRO MOLL, 2000; STICKEI & SEITZ, 2000). Espécies como o confrei apresentam efeitos tóxicos principalmente devido a vários alcalóides pirrolizidínicos como a lasiocarpina e sinfitina e seus óxidos, cujo principal dano causado ao fígado é doença veno-oclusiva e potencial carcinogênico (Efeito retardado, exposição sub-aguda e crônica) (STICKEL; SEITZ, 2000). Esta planta, após popularização nos Estados Unidos, foi difundida para outros países, sendo preconizada também para uso interno, principalmente os chás das folhas, como remédio miraculoso até para o tratamento de câncer, para purificar o sangue, problemas respiratórios e de outras afecções (TYLER, 1987). O confrei consta na lista de plantas proibidas na Espanha devido à sua toxicidade (ESPANHA, 2004). No Brasil aparece na lista de plantas medicinais da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) exclusivamente para uso tópico (BRASIL, 2004a; BRASIL, 2004b). A espécie conhecida como bucha paulista é cultivada principalmente no norte e nordeste do Brasil. Atualmente é comercializada para rinite e sinusite, uso este que promove potencial aumento em números de casos de intoxicações, causando irritações e hemorragias nasais (exposição aguda e subaguda) (MENGUE, et al., 2001; SHENKEL, et al., 2003). Quanto à espécie kava kava (Piper methysticum), antes de 1998 seus extratos eram reportados como altamente seguros no tratamento de quadros de ansiedade e insônia. Em 2003 os mesmos foram banidos na União Européia e Canadá, sendo causa de muitos casos de hepatoxicidade e inclusive morte (Exposição crônica). A toxicidade parece estar relacionada a kavalactonas (CLOUATRE, 2004). Estudos têm demonstrado em pacientes intoxicados por extratos de kava sintomas como: ataxia, 49 tremor, sedação, anormalidades específicas de coordenação motora e atenção visual (CAIRNEY, et al., 2003), além de casos de hepatite (STICKEL, et al., 2003). As folhas de carambola (Averrhoa carambola L.) são utilizadas na fabricação do fitoterápico Glico-Vitae, indicado no tratamento do diabetes melitus tipo 2. Para a fruto da carambola têm sido relatados casos de confusão mental, perda da consciência e até casos fatais em pacientes uricêmicos submetidos a hemodiálise, após ingestão da espécie (Exposição aguda). Uma neurotoxina parece estar relacionada aos quadros de toxicidade (TSE, et al., 2003; NETO, et al., 2003). Em contraste com o fruto, o extrato hidroalcoólico liofilizado de folhas apresenta ausência de toxicidade aguda e atividade hipoglicemiante em ratos (PROVASI, OLIVEIRA, FERNANDES, 2005). O gênero Rumex Polygonaceae é composto por várias espécies, cujas folhas e raízes têm sido usadas na

medicina tradicional para a inflamação, a purificação do sangue, e obstipação. O seu alto teor de ácido oxálico está implicado, segundo pesquisas, na intoxicação, principalmente em crianças (FERRERES; RIBEIRO; IZQUIERDO et al., 2006). O boldo do chile é teratogênico (MENGUE, et al., 2001) e estudos têm demonstrado ação abortiva e teratogênica em animais para o extrato de folhas secas e também para o alcalóide boldina (ALMEIDA, et al., 2000). Há raros estudos de toxicidade para os chamados boldos brasileiros, no entanto as principais espécies conhecidas popularmente como boldos são desaconselhadas na gravidez e parecem estar relacionadas a casos de irritação gástrica (MENGUE, et al., 2001). A espécie Plectranthus barbatus, por exemplo, consta de listas de plantas com restrição de uso devido a toxicidade observada (ESPANHA, 2004) e tem sido relatada toxicidade em experimentos em diferentes períodos da gravidez em ratas (Exposição sub-aguda) (ALMEIDA; LEMONICA, 2000). Para Ginkgo biloba vêm sendo relatados efeitos tóxicos de alquilfenóis (BARON-RUPPERT; LUEPKE, 2001), efeitos alergênicos e propriedades imunotóxicas (Exposição sub-aguda e crônica) (KOCH, et al., 2000). As interações com outros medicamentos têm sido descritas, incluindo risco potencial de hemorragias (BRESSLER, 2005; YIN, et al, 2004). A concepção de que plantas medicinais e fitoterápicos são inócuos, que não apresentam potencial de toxicidade por serem naturais é freqüente, podendo levar a sérias conseqüências, efeitos colaterais, interações e intoxicações. Contudo, é necessária a implementação de medidas de educação e informação efetivas que contribuam para o uso racional de plantas medicinais (OLIVEIRA; GONÇALVES, 2006). 50 CAPÍTULO 2 Plantas Medicinais, Aplicação Terapêutica, Contraindicação e possíveis Interações Classificação das plantas medicinais mais utilizadas, de acordo com as suas propriedades terapêuticas: Função Terapêutica das plantas Ervas Utilizadas Ação Digestivos e carminativos Hortelã, camomila, sálvia, alecrim, anis-estrelado, espinheira-santa, dente-de-leão, erva-doce, alfavaca, angélica, coentro, poejo, cravo-da-india, cominho, cardamomo, menta, gengibre e alho (bulbo) Favorecem uma melhor digestão e diminuem gases estomacais ou intestinais. Laxativos Cascara-sagrada, zimbro, hortelã, capim-cidreira e carqueja Estimulam o peristaltismo e a motilidade, aumentando a frequência evacuatória. Hepatoprotetor Boldo, carqueja, cardo-mariano e alcachofra Tem ação benéfica sobre o fígado, melhoram a atividade dos hepatócitos e aumentam a secreção biliar Diuréticos Cavalinha, caroba, carqueja, bardana (raiz), cabelo-de-milho, chapéu-de-couro, dente-de-leão, boragem, limão e alfafa Aumentam a filtração glomerular e a excreção urinária (diurese) Calmantes Capim-cidreira, maracujá, hortelã, tília, melissa, angélica, folha de alface e camomila Exercem função calmante sobre o sistema nervoso e induzem o sono Expectorantes Angélica, rosa mosqueta, alecrim, sabugueiro, guaco, gengibre, alcaçuz, erva-doce, alho e agrião Reduzem o excesso de muco, desobstruem as vias aéreas e diminuem os sintomas da gripe Fonte: Adaptado de Alonso e Teske 1 Disbiose e Disfunção do Trato-gastrointestinal A fitoterapia vem se firmando como uma estratégia terapêutica de prevenção e tratamento de diversas desordens, dentre elas as que afetam o aparelho digestório. As vantagens do uso da fitoterapia nessas desordens são inúmeras. Seu uso destina-se a corrigir a causa do desequilíbrio e não apenas amenizar os sintomas, o uso de plantas pode, em geral, ser menos tóxico que o uso de medicamentos sintéticos e os vegetais possuem menos efeitos colaterais (ESIYOK; OTLES; AKCICEK, 2004). 51 1.1 Desordens bucais A cárie é a doença oral mais comum, de caráter multifatorial, e que pode levar a uma destruição localizada das estruturas dentais. Os micro-organismos envolvidos no desenvolvimento da cárie fermentam os carboidratos na boca, levando a uma queda acentuada no pH de 7,0 para menos de 5,5, havendo, assim, desmineralização da superfície do

esmalte. As doenças periodontais estão entre as condições inflamatórias mais comum vistas em adultos, podendo ser classificada em dois tipos: gengivite e periodontite. A destruição do tecido periodontal resulta da produção e liberação de endotoxinas e ativação de monócitos e macrófagos, resultando na produção de diversos fatores inflamatórios que levam a reabsorção do osso alveolar e destrói o tecido conectivo (GATI; VIEIRA, 2011). Alguns fitoterápicos e alimentos funcionais possuem efeitos terapêuticos bem significativos como: cranberry (Vaccinium oxycoccus), própolis, cacau (Theobroma cacao), café (Coffea arábica L.) Chá verde (Camellia sinensis), Alecrim (Rosmarinus officinalis) e probióticos (FRANCISCO, 2010). Cranberry (Vaccinium oxycoccus) Principais constituintes: ácido acético, ácido ascórbico, ácido cáprico, ácido cítrico, ácido málico, ácido valeriânico, arbutina, astragalina, beta-sitosterol, epicatequina, escopoletina, esculetina, tanino, pectina, ferro, magnésio, potássio, selênio e zinco. Família: Ericaceae Partes utilizadas: Frutos Indicações/ Usos terapêuticos: na prevenção de doenças (infecções do trato urinário); prevenção de cálculos renais; Benéfico na prevenção de cáries e periodontite; Ação antioxidante, antibacteriana, antibiótica, antiescorbútica, febrífuga Contra-indicações e efeitos adversos: crianças, gestantes e nutrizes utilizar com supervisão médica. Raros casos de diarreia e alergias que desaparecem com a suspensão do uso. Posologia: Extrato seco padronizado (20% antocianidinas): 200 a 400mg Suco: 30g a 300g Foi demonstrado que o suco de Cranberry é benéfico na prevenção de cáries e periodontite (MARQUES, 2014). Zedoária (Curcuma zedoária) Principais constituintes: zingibereno, 1,8-cineol, D-cânfora, D-canfeno, D-borneol e também curcumol, zederono, entre outros. Curcuminóides: curcumina; pigmento azul; amido; lactona; sesquiterpenos; resinas, taninos e mucilagens. Família: Zingiberaceae Partes utilizadas: Rizoma Indicações/usos terapêuticos: dispepsia, espasmos, cólicas abdominais, flatulência, halitose, úlceras do trato gastrointestinal. Apresenta propriedade antibiótica, antifúgica, ativadora da função hepática e colerética (RAJASEKARAN, 2011). Contra-indicação e efeitos adversos: Não deve ser usada durante a gestação e lactação. Não há relatos de interações farmacológicas (19). Nos primeiros dias de tratamento podem ocorrer diarreias e distensão abdominal. Posologia: 52 Tintura: 2,5 ml a 5ml Infusão ou decocção: 3g de rizomas frescos ou 1,5 de rizomas secos (MARQUES, 2014) Extrato seco: 250mg a 1000mg Erva-doce (Pimpinella anisum L.) Principais constituintes: Anetol, óleo essencial Família: Apiaceae Partes utilizadas: sementes, frutos Indicações/usos terapêuticos: Cólicas gastrointestinais, Dispepsia, Estimuladora da digestão, Expectorante, Carminativa, Antiespasmódica, Galactagoga Contra-indicações e efeitos adversos: Não usar na gravidez, Alergia ao anetol Posologia: Decocção: 1,5g (3 colh de café) em 150ml de água. Usar 1 xícara de chá, 3x/dia. Infusão de droga vegetal: 0,5g a 1g – 2 a 3 vezes ao dia (MARQUES, 2014) Uso oral, adulto e criança. A droga vegetal deve ser amassada imediatamente antes de usar. Pimenta preta (Piper nigrum) Principais constituintes: cálcio, fósforo, eugenol, miristicina, ferro, monoterpenos (sabineno, pineno), beta-pineno, mirceno, limoneno, delta-3-careno, sesquiterpenos (beta-cariofileno, humuleno, betabisabolono, cetona e óxido cariofileno), piperina, piperidina (azinano), safrol, vitaminas A, B, C. Família: Piperaceae Partes utilizadas: Fruto Indicações/Ações terapêuticas: estimulante; expectorante; carminativo; anti-helmíntico; vasodilatador; analgésico; tonificante; digestivo; antidiarréico; anticonvulsionante; antitumoral; antiparasitária; antifúngica; renal; anti-diabético; desintoxicante; antibacteriano; diaforético; febrífugo; aperiente; estomáquico. Contra-indicações e efeitos adversos: em pessoas com afecções do trato digestivo; gastrite; úlceras digestivas; inflamações do trato intestinal e no sistema renal; cistite; em distúrbios por excesso

de calor; hiperacidez; secura relacionada com agravamento de Pitta; em pessoas com hemorroidas. Interações medicamentosas: não há relatos nas fontes de pesquisa consultadas. Posologia: Pó: 0,3g a 1,5g 1.2 Dispepsia Condição clínica de dor persistente ou recorrente desconforto que atinge uma grande parcela da população saudável (GASBARRINI; ZACCONE; COVINO et al., 2010). É uma síndrome caracterizada por náuseas, vômitos, má digestão, plenitude gástrica, empachamento pós-prandial, pressão epigástrica, inchaço, flatulência, eructação, dor abdominal espasmódica, presumidamente devido à deficiência na secreção de ácido gástrico, na produção biliar com prejuízo no enchimento e esvaziamento da vesícula biliar ou deficiência na secreção pancreática exócrina (SCHULTZ; HANSEL; TYLER, 2002). Uma longa lista de fitoterápicos vem sendo amplamente utilizada e indicada para o tratamento da dispepsia. Os mecanismos de ação são diferenciados entre eles, mas englobam, no geral, a atividade antiespasmódica, aumento da contração da vesícula biliar com aumento da secreção biliar e estímulo às 53 secreções gástricas e salivares (THOMPSON; ERNST, 2002). Entre essas plantas podemos citar a Angélica (Angelica archangela), a Erva-doce (Pimpinella anisium), Alcachofra (Cynara Scolymus), Laranja amarga (Citrus aurantium), Gengibre (Zingiber officinalis), Cavalinha (Equisetum arvense), Melissa (Melissa offcinalis), Cardo santo (Cnicus benedictus), Boldo (Pneumus boldus), Cominho (Carum carvi), Cardamomo (Elettaria cardamomum), Quina (Cinchona pubescens), Canela (Cinnamomum verum), Zimbro (Jupiter communis), Chicória (Cichorium intybus), Cardo mariano (Silybum marianum), Pessegueiro (Prunus pérsica), Hortelã (Mentha piperita), Rabanete (Raphanus sativus), Alecrim (Rosmarinus officinalis), Anis-estrelado (Allicium verum), Tomilho (Thymus vulgaris) entre outros (THOMPSON; ERNST, 2002). Os princípios ativos das plantas úteis no tratamento da dispepsia são, principalmente: princípios amargos, óleos essenciais, mucilagens, enzimas e alcaloides (ALONSO, 1998; BLUMENTHAL; WHO, 1999; GOLDBERG; BRINCKMANN, 2000). 1.2.1 Princípios amargos Essas substâncias, se administradas aproximadamente 30 minutos antes das refeições, produzem um aumento das secreções salivar e gástrica (via receptor do sabor amargo, situados nas papilas gustativas da parte posterior da língua) e biliar (via reflexo vagal). São muito úteis em casos de inapetência, de digestão lenta e de meteorismo (ALONSO, 1998; WHO, 1999; BLUMENTHAL; GOLDBERG; BRINCKMANN, 2000). Os princípios amargos não devem ser administrados nos casos de hiperacidez gástrica ou de úlceras crônicas. 54 Espécies contendo princípios amargos Planta Parte Utilizada Princípios Ativos Dosagens Cálamo-aromático (Acorus calamus) Rizoma Acorona (óleo essencial) e acarosídeol Decocção: 10g de rizoma/500ml de água. Tomar 1 xícara após as refeições Absinto (Artemisia absinthium) Sumidade floral e flores Absintina, artabsina e óleo essencial Infusão: 2 colheres (café) da planta/ 1 xícara de água, 3X/dia. Extrato seco: 200mg/dose, 2 a 3X/dia. Quina (Cinchona spp) Casca Quinina, taninos e quinovosídeos Tintura: 1 a 2ml. 3X/dia Laranja amarga (Citrus aurantium) Casaca Naringina e neohesperidina Decocção: 2 a 3 colheres (sopa)/ litro de água. Tomar 3 xíc. ao dia Cardo-santo (Cnicus benedictus) Parte aérea Cnicina, óleo essencial Infusão: 2 colheres (sopa) de folhas e sumidades florais/ litro de água Genciana (Gentiana lútea) Raiz e rizoma Genciopicrosídeo e amarogentina Decocção: 1 a 2g de raiz seca/ xícara de água. Tomar antes das refeições; Pó: 1g/dose, 3 X/dia Lúpulo (Humulus lupulus) Estróbilo Humulona e lupulona óleo essencial Trevo-d’água (Menyanthes trifoliata) Folhas Mentiafolina e foliamentina Sálvia (Salvia officinalis) Folhas Carnosol e óleo essencial Infusão: 10g/litro de água, 4 xícaras/dia Fonte: Adaptada de Alonso, 1998, 2004. 55 Alecrim (Rosmarinus officinalis) Principais constituintes: Timol, carvacrol Família: Lamiaceae Partes utilizadas: Folhas e

sumidades florais Indicações/Ações terapêuticas: Diurética, Colagoga, Colerética, Reduz a formação de gases (carminativo), Anti-inflamatório e cicatrizante, Comissão E, da Alemanha – validado para problemas digestivos, dispepsia, hepatobiliar, carminativo, dor abdominal Contra-indicação e efeitos adversos: Essência de alecrim pode ser irritante à pele, Gestantes (abortivo), À noite pode alterar o sono, Doses elevadas podem causar nefrite e irritações gastrintestinais, Pessoas com doenças prostáticas, Histórico de convulsão. Usar com cuidado em hipertensos – aumenta a irrigação periférica Posologia: (KALLUF, 2015) Infusão: 3 a 6 gramas (1 a 2 colheres de sopa) em 150 ml de água. Usar 1 a 2 xícaras de chá 30 minutos antes das refeições. Tintura vegetal à 20% de Rosmarinus officinalis (alecrim) (folha) 60ml - Diluir 20 gotas em água (150ml) e tomar imediatamente antes do almoço e do jantar. Associações: pode ser usado junto com a aveia, com cola e com verbena, nas depressões, e com sálvia, com gelsemium e com valeriana, nas dores de cabeça (KALLUF, 2015) Hortelã-pimenta (Mentha piperita L.) Principais constituintes: Flavonóides (luteolina, apigenina, rutina) e Óleos essenciais (mentol, carvona). Família: Lamiaceae Partes utilizadas: Folhas e sumidades floridas, óleo essencial Indicações/ ações terapêuticas: Carminativa (Relaxamento da musculatura lisa em TGI), Antisséptica, Estimulante, Colagoga, Colerética, Digestiva, Antiemética, Antiespasmódica, Analgésica, Anti-inflamatória (mucosa intestinal); Vermífuga, antimicrobiana, Problemas hepáticos (não severos) Contraindicações e efeitos adversos: Obstruções do ducto biliar e inflamação da vesícula biliar, problemas hepáticos severos. Pode diminuir lactação. Gestantes. Irritabilidade e insônia, altas doses. O óleo essencial é contraindicado para menores de 2 anos, durante a getação e lactação. Posologia: Tintura: 2ml a 3ml (MARQUES, 2014) Infusão da droga vegetal: 1g a 3g, até 3 vezes ao dia (MARQUES, 2014) Infusão: 1,5g (3 colh de café) em 150ml de água. Tomar 1 xícara, 2 a 4x/dia (RDC 10) Associações com Funcho (Foeniculum vulgare) e Camomila (Matricaria recutita) no tratamento da SII. HADLEY, S.K, GAARDER, SM. Treatment of irritable bowel syndrome. Am Fam Phisycian; 72(12): 2501-6, 2005. Associação: em conjunto com a Camomila, pode aumentar a atividade aintiespasmódica (KALLUF, 2015). 56 Alcachofra (Cynara scolymus L.) Principais constituintes: Ácidos fenólicos: ácido clorogênico, cafeico, cinarina; Lactonas sesquiterpênicas amargas; Flavonóides; Fitoesteróis; Açúcares; Inulina; Enzimas; Óleos essenciais Familia: Asteraceae Parte usada: Folhas e bráctea (estruturas foliáceas associadas às inflorescências) Indicações/ações terapêuticas: colerética, colagoga, diurética, hipotensora, anti-inflamatória, antidiabética, antibiótica, depurativa, antianêmica, hipocolesterolemiante, coadjuvante no tratamento da síndrome do intestino irritável (WALKER et al., 2001; BUNDY, 2004). Contra-indicações e efeitos adversos: Pode diminuir a lactação (cinarina), Não usar em pessoas com doenças da vesícula biliar; pessoas com hepatite grave, câncer hepático e falência hepática. O uso pode provocar flatulência, fraqueza e sensação de fome. Evitar para mulheres em fase de aleitamento. Posologia: (RDC 10) Infusão: 2g (1 colh de sobremesa) em 150ml de água (infusão) tomar 1 xíc. de chá – 3 vezes ao dia (Após as refeições) Tintura vegetal: 2,5 a 5ml/ dia diluidos em 150ml de água – 1x a 3x/dia. Dispepsia funcional: Cynara scolymus, Taraxacum officinale, Curcuma longa, Rosmarinus officinalis durante 60 dias Associações: pode ser associada à bétula, a genciana, ao alecrim e ao dente-de-leão para potencializar os efeitos colagogo e colerético. No tratamento de hipercolesterolemia e hepatopatias, pode ser combinado com o Cardo mariano, com a Genciana, com o Dente-de-leão e com o Alecrim (KALLUF, 2015) Erva-doce (Pimpinella anisum L.) Principais constituintes: Óleo essencial (trans-anetol), cumarinas (umbeliferona), flavonóides, fitoesteróides (estigmasterol), ácidos orgânicos (ácido málico), compostos

nitrogenados (colina), resina. Família: Umbelliferae Partes utilizadas: folhas e sementes Indicações/ações terapêuticas: Cólicas gastrointestinais, Dispepsia, Estimuladora da digestão, Expectorante, Carminativa, Antiespasmódica, Galactagoga Contra-indicações e efeitos adversos: Não usar na gravidez, em altas doses pode interferir com os anti-coagulantes, cautela quando em conjunto aos anti-inflamatórios, podem aumentar o efeito de drogas que atuam no SNC. Alergia ao anetol. Posologia: Infusão da droga vegetal: 0,5 a 1g, 2 a 3 x ao dia. (MARQUES, 2014) Açafrão-da-terra (Curcuma longa L.) Muito cultivada em países asiáticos, sobretudo India (cosmético na Índia antiga – pele dourada) e China. Um dos componentes de um tempero indiano chamado curry. Principais constituintes: Curcuminóides (curcumina); Alcalóides; Óleo essencial (3 – 7,2%), sesquiterpenóides* (β e alfa turmerona, alfa-curcumeno, zingibereno), ↓ monoterpenos (cineiol); Sais minerais (Ca, Mg, Fe, P, Na, K); Carotenóides; Polissacarídeos; Flavonóides Família: Zingiberaceae Parte utilizada: rizoma Indicações e ações terapêuticas: colerético, colagogo, anti-inflamatório, hipolipemiante, antiespasmódico, carminativo, antioxidante. 57 Contra-Indicações e efeitos adversos: Obstrução das vias biliares; Presença de úlcera gastroduodenal; Em caso de cálculos biliares, somente após consultar o médico; Hipersensibilidade à droga; Não usar junto com anticoagulantes; Não usar em gestantes, lactentes, crianças menores de 2 anos de idade. Posologia: Decocção (rizoma) – RDC 10 - 1,5g (3 col. de café) em 150ml de água. Tomar 1 xícara de chá 1 a 2 vezes ao dia. Indicado para adultos e crianças. Extrato seco: 1 capsula de 375mg – 2 vezes ao dia Tintura vegetal: Tomar 40 gotas – 2x/dia diluídas em 150ml de água. Tomar 50 a 100 gotas (2,5 a 5ml), diluídas em água, 1 a 3 vezes ao dia de acordo com o Formulário Nacional. Gengibre - (Zingiber officinallis) Principais constituintes: óleos voláteis: citral, cineol, zingibereno, bisaboleno, geramiol, acetato de gerantila, gingeróis (↑cru ) , chugaóis ( ↑ pó), zingiberol , canfeno, caprilatos de zingiberol – discreta variação de acordo com a origem geográfica da planta. Contém ainda: compostos fenólicos (sabor picante) – gingeróis e shagaóis. Família: Zingiberaceae Partes utilizadas: Rizoma Indicações/ações terapêuticas: Dispepsia atônica, cólica, antiemético na gravidez e de movimento, rouquidão, anti-inflamatório, asma, bronquite, menorragia, anorexia e problemas reumáticos, afrodisíaco (ALONSO, 1998; TESKE, 2001). Contraindicações e efeito adversos: Cuidado com cálculo biliar; Uso de anticoagulantes ou com desordens na coagulação; Irritação gástrica, HAS – em doses altas; Menores de 6 anos de idade; Indivíduos com sudorese excessiva (aumenta transpiração); Doses elevadas – efeito danoso no fígado. Posologia: (MARQUES, 2014). Extrato seco padronizado (16mg a 32mg de gingeróis): 200mg a 400mg, 2 vezes ao dia. Pó da raiz: 1g a 2g Decocção: 1g a 4g do rizoma Durante a gravidez a dosagem utilizada como antiemética não deve ultrapassar os 1000mg da planta em pó. Num indivíduo adulto, a letalidade está entre 3,5-9 kg administrados de uma vez. 1.3 Gastrite e úlcera péptica A gastrite é um dos distúrbios do trato digestório em que há uma inflamação no epitélio estomacal, resultado de diversos tipos de agressão advindos do uso prolongado de anti-inflamatórios, abuso de álcool, refluxo de bile para o estômago, estresse e xenobióticos. A mucosa estomacal age como uma proteção, sendo resistente à acidez intensa. As úlceras pépticas são aquelas causadas pela ação do suco gástrico na parede do duodeno, estômago ou esôfago. As duas principais causadas são abuso de antiinflamatórios e infecção pela H. pylori. A infecção por H. pylori é a infecção bacteriana mais comum do mundo. A colonização da mucosa gástrica com H. pylori resulta no desenvolvimento de gastrite crônica evoluindo para complicações como úlcera, neoplasia gástrica e algumas enfermidades (desordens ou complicações) extra-gástricas (ZULLO; CRISTOFARI; HASSAN, 2009). 58 1.3.1

Efeito gastroprotetor: Espinheira santa (Maytenus ilicifolia) Guaçatonga (Casearea silvetris) Mil folhas (Achillea millefolium) Erva-baleeira (Cordia verbenácea) Espinheira santa (Maytenus ilicifolia) Principais constituintes: Alcalóides (maitanprina, maitansina, maitanbutina); Monoterpenos; Sesquiterpenos; Triterpenos (friedelina, maitenina, friedelanol, pristimerina); Flavonóides (catequina, epicatequina, quercetina, caempferol); Taninos; Fitoesteróis (campesterol, simiarenol, brassicasterol, estigmasterol); Antocianinas; Ácidos fenólicos (ácido clorogênico); Saponinas; Resina; Mucilagem Sais minerais: ferro, cálcio, sódio, enxofre Família: Celastraceae Partes utilizadas: Folhas Indicações/ações terapêuticas: analgésica em caso de dores estomacais, gastrite e azia, antidispéptica, anti-inflamatória e antiulcerogênica, colagoga, diurética, laxativa, depurativa do sangue, em caso de acne, eczema e infecções de pele, cicatrizante e anti-infecciosa. Contraindicações e efeitos colaterais: Não usar em crianças menores de 6 anos, grávidas até o terceiro mês, lactantes devido redução de leite; pode provocar secura na boca e náuseas. Pela sua característica atóxica, não apresenta efeitos colaterais graves. Posologia: (MARQUES, 2014) Extrato seco padronizado: (3,5% de ácido tânico): 300mg a 600mg Tintura: 10ml a 30ml Infusão: 2-5g / 3 vezes ao dia. Planta seca: 3g a 20g Guaçatonga / Erva-de-bugre / Erva-de-lagarto (Casearia sylvestris Swartz) Principais constituintes: Óleo essencial, taninos hidrolísáveis, diterpenos (casearinas, casearvestrinas), triterpenos, ácidos orgânicos (capróico, hexanóico). Família: Flacourtiaceae Partes utilizadas: Folha Indicações: úlcera gástrica, ferida, eczema, prurido, distúrbios da pele, picadas de inseto, hidropisia (edema), aftas, herpes, halitose. Alto poder cicatrizante úlcera gástrica; Bactericida, fungicida; Ativa digestão de gorduras; Não modifica pH gástrico; Trata H. pylori; Antitumoral; Diurética e depurativa. Antagonista da vitamina K. Contraindicações e efeitos adversos: pode tornar a urina viscosa, adocicada, com odor característico e rico em sedimento. Altas doses podem causar vômito e diarréia. Não usar na gravidez e lactação Posologia: Infusão: 2 a 4g (1 a 2 col de sobr.) em150 ml (xíc chá). Tomar 1 xícara 3 a 4x/dia. (RDC 10). Uso interno (Adultos e crianças apartir dos 2 anos) Planta em pó: 500 mg, 3x/dia, 10 minutos antes das refeições. Tintura (1:5) 50 gotas, 3x/dia, 10 minutos antes das refeições. 59 Mil folhas (Achillea millefolium) Principais constituintes: Óleo essencial, ácidos fenólicos (ácido caféico), taninos, lactonas sesquiterpênicas, fitoesteróides, alcaloides (aquileína), aminoácidos, heterosídeos cianogênicos (prunasosídeo), polissacarídeos (mucilagens), vitaminas (ácido ascórbico). Família: Asteraceae Partes utilizadas: Partes aéreas Indicações/Ações terapêuticas: Falta de apetite, dispepsia (perturbações digestivas), febre, inflamações (gástricas e intestinais) e cólicas intestinais; como sedativo leve; e como anti-inflamatório. Contraindicações e efeitos adversos: Não deve ser utilizado por pessoas portadoras de úlcera gástrica ou duodenal ou com oclusão das vias biliares. O uso pode causar cefaléia e inflamação. O uso prolongado pode provocar reações alérgicas. Caso ocorra, um desses sintomas, suspender o uso. Posologia: Infusão: 1-2 g (1-2 col chá) em 150 mL (xíc chá) - Utilizar 1 xíc chá 3 a 4 x ao dia (RDC 10) Associações: com angélica, camomila e melissa (KALLUF, 2015). Aloe vera (Aloe barbadense BC) Principais constituintes: aloína, barbaloína. Família: Liliaceae Partes utilizadas: Seiva das folhas Indicações/Ações terapêuticas: Tradicionalmente é usada para desordens gastrointestinais (colites e para efeito laxativo), além do seu potencial para desordens musculoesqueléticas (osteoartrite, bursite e herpes), mucosite induzida por radiação. Amenorréia, constipação, psoríase, dermatite, ferimentos externos. Tem ação anti-inflamatória, anti-séptica, antifúngica, adstringente, bactericida, cicatrizante, emenagoga, laxativa, carminativa, purgativa. Contra-indicação e efeitos adversos:

contra-se indica para crianças, mulheres durante a gestação e lactação, no período da menstruação, na presença de inflamações uterinas e ovarianas, hemorróidas, fissuras anais, afecções renais, enterocolites, apendicite, prostatite e cistite. Efeitos colaterais: dores abdominais, forte diarréia, nefrite, hipocalemia, surgimento de hemorróidas com o uso prolongado, irritação dérmica e ocular, abortamento; pode levar à morte. Posologia: Gel: 5-15ml até 2 vezes ao dia (MARQUES, 2014) 1.3.2 Outras plantas com atividade gástrica/duodenal indicadas no tratamento de úlcera e gastrite: Alcaçuz (Glycyrrhiza glabra) Zedoária (Curcuma zedoaria) Camomila (Matricaria recutita) Gengibre (Zingiber officinallis) Chá verde (Camellia sinensis) Cominho (Cuminum cyminum L.) Melão-de-São-Caetano (Mormodica charantia L.) Bosvelia (Boswellia serrata) Unha-de-gato (Uncaria tomentosa) 60 1.4 Inchaços e flatulências As preparações fitoterápicas têm um papel especial no tratamento da flatulência e chamam-se carminativas aquelas que são úteis para expelir gases com o objetivo de aliviar a flatulência. As ervas carminativas têm a função de acelerar o processo digestivo e de neutralizar os gases provenientes do trato digestivo. Reduzem, respectivamente, cólicas e desconforto abdominal, seja de origem gástrica (dispepsia, úlceras, gastrites) ou intestinal (excesso de fermentação, colite ou obstipação) HAWRELAK; CATTLEY; MYERS, 2009). O mecanismo de ação é pela presença de óleos essenciais, mas também de flavonoides que relaxam a musculatura lisa do trato gastrointestinal e as vias biliares, conferindo uma ação espasmolítica. Devem ser administrados no início das refeições ou logo após as mesmas (KALLUF, 2008). Os fitoterápicos que têm a propriedade de prover a eliminação pós-prandial de gases digestivos por flato ou eructação são cominho, erva-doce, hortelã, camomila, gengibre, coentro e melissa (SCHULTZ; HANSEL; TYLER, 2002). Cominho (Cuminum cyminum L.) Principais constituintes: álcool cumínico, alfa e beta-pineno, aldeídos cumínico (p-isopropilbenzaldeído), beta-felandrenoresina, dipenteno, óleo fixo, perila, p-cimeno, proteínas, resina, tanino. Família: Apiaceae Partes utilizadas: Sementes Indicações/Ações terapêuticas: antiespasmódica, digestiva, carminativa, galactogoga. Contraindicações e efeitos adversos: Não encontrado da literatura consultada Posologia: Extrato seco: 300mg a 600mg Associações com coentro, cravo-da-Índia, gengibre, alcavaria e hortelã (KALLUF, 2015). Anis-estrelado (Illicium verum Hook) Principais constituintes: transanetol, anetol, felandreno, safrol, terpinol, 1, 4 cineol Óleo essencial (trans-anetol), saponinas, ácidos fenólicos (ácido chiquímico), cianidinas (ácido protocatéquico e derivados), polissacarídeos (mucilagens). Família: Magnoliaceae Partes utilizadas: Fruto, óleo essencial Indicações/ ações terapêuticas: usado como digestivo (digestão lenta e gases), na falta de apetite, no tratamento de gripes e tosses. Possui atividade vasodilatadora, cardiotônica, antifúngica, antiespasmódica, antibacteriana, galactogoga, carminativa e analgésisa. Contraindicações e efeitos adversos: Não utilizar em gestantes e no hiperestrogenismo. O uso pode ocasionar reações de hipersensibilidade cutânea, respiratória e gastrintestinal. (RDC 10) Posologia: Infusão: 1,5 g (1 ½ col de chá) em 150 ml (xíc chá) - Utilizar 1 xíc de chá 3-4 x ao dia - USO Adulto – (RDC 10) Associação com erva-doce, funcho e camomila (KALLUF, 2015) 61 Funcho (Foeniculum vulgare M.) Principais constituintes: contém óleos essenciais (2% a 6%), dos quais 50% a 70% são constituídos de trans anetol e mais de 20% de funchona. Os frutos e folhas do funcho contêm uma quantidade grande de flavonoides (quercetina, isoquercetina, kaempferol), proteínas e ácidos orgânicos. Família: Umbelliferae Partes utilizadas: Sementes Indicações/ ações terapêuticas: antiespasmódica, analgésica, carminativa, galactogoga (estimulante da secreção láctea e antirreumática Contraindicações e efeitos adversos: contra-

indicado na gestação e em asmáticos com fortes tendências alérgicas. Efeitos colaterais: abortamento. Posologia: (MARQUES, 2014) Tintura: 5ml a 25ml Infusão da droga vegetal: 5-7g Pó: 1g a 5g Associações: pode ser combinado com Chamaemelum, Acorus e Alpinia nos casos de cólicas e flatulências; e com alecrim, sávia e hamamélis, em gargarejos, nos casos de infecções de garaganta (KALLUF, 2015) Alcaravia (Carum carvi) Principais constituintes: carvona, limonemo, germacreme D e dihidrocarvona e óleo essencial Família: Apiaceae Partes utilizadas: Frutos Indicações/ ações terapêuticas: afecção do estômago, dispepsia, gases, febre, galactogogo. Tem ações: antiácida, antiflatulência, digestiva, emanagoga, estimulante e laxante. O óleo essencial possui atividade antioxidante. Contraindicações e ações terapêuticas: em altas doses pode ser tóxica (carvona) Posologia: Infusão da droga vegetal: 5g, 1 vez ao dia (MARQUES, 2014) Associações: com cominho e coentro (KALLUF, 2015) Coentro (Cariandrum sativum L.) Principais constituintes: óleo volátil coriandrol, anethole, camphor, limonene, geraniul, borneol, flavonoides rutin, quercetin, epigenin, coumarins psoralen, angelicin, umbeliferone, acidos fenólicos, coriandrol, terpinol, borneol, terpineno, pineno, d-linalol, geraniol, cimeno, limoneno, ácido acético, ácido oxálico, geranioleno, taninos, acetona. Família: Apiaceae Partes utilizadas: planta inteira Indicações/ ações terapêuticas: Atua beneficamente nos sistemas urinário, respiratório e digestivo. Nas urticarias, rashes cutaneos, alergias, rinites, queimações na pele e na garganta. Indicado para pacientes com SII. Apresenta efeitos antibacteriano, antifúngico, antiespasmódico, diurético, carminativo, anti-inflamatório e sedativo. O óleo essencial do coentro estimula a secreção de sucos gástricos e é carminativo e espasmolitico. Contraindicações e efeitos adversos: A droga apresenta pequeno potencial de sensibilização. O uso excessivo das infusões de Coentro podem provocar narcolepsia e vertigens, similares a uma 62 “embriaguez”, os quais pode durar ate 12 horas. O óleo essencial pode chegar a apresentar efeitos convulsivantes e pode provocar dermatites de contato, devido ao seu teor de furanocumarinas. Posologia: Tintura: 0,5ml a 1ml dia; Infusão da droga vegetal: 5g a 10g dia. (MARQUES, 2014). 1.4.1 Outras plantas com ação Carminativa: Mil folhas (Achillea millefolium) Angelica (Angélica archangelica) Cardamomo (Elettaria cardamomum) Lúpulo (Humulus lupulus) Cravo-da-índia (Syzygium aromaticum) Gengibre (Zingiber officinalis) Erva-cidreira (Lippia citriodora) Manjericão (Ocimum basilicum) 1.5 Constipação intestinal Define-se obstipação intestinal ou constipação frequente como toda alteração funcional do trânsito intestinal localizada em intestino grosso devida a uma deficiência na intensidade dos movimentos peristáticos, resultando em um atraso na evacuação das fezes (MORAIS; MAFFEI, 2000); (ANDRÉ; RODRIGUEZ; MORAES-FILHO, 2000). Para tratamento da obstipação a fitoterapia pode ser bastante útil visto que diversas matérias-primas vegetais possuem ação laxativa. Em conjunto com analgésicos, os laxantes são os medicamentos mais utilizados pelos pacientes sem prescrição médica, portanto, eles podem ser utilizados de maneira inadequada e de forma abusiva e é justamento esse abuso que pode causar efeitos indesejáveis como desequilíbrio eletrolítico, desordens da motilidade e Pseudomelanosi coli, uma alteração colônica benigna (CASASNOVAS; MARTINS; QUINTANA, 2011). 1.5.1 Os laxantes podem ser classificados segundo seu mecanismo de ação: Estimulantes do peristaltismo intestinal: nesse grupo temos espécies vegetais que possuem como marcadores farmacológicos os derivados antraquinônicos. Ex: Cassia angustifólia (Sene), Rhamnus frangula (frângula), Rhamnus purshiana (cascara-sagrada) e Crataegus laevigata): Laxativos que aumentam a massa intestinal: nesse grupo temos as fibras alimentícias, gomas e mucilagem: Ex: Agar e semente de Plantago; Lubrificantes: Ex: óleo de ricínio, azeite de oliva

63 1.5.1.1 Estimulantes do peristaltismo intestinal Os laxantes antronoides são as medicações mais populares para a obstipação devido a sua composição natural, por aparentemente conterem baixa toxicidade oral, eficácia e acessibilidade sem prescrição médica. São exemplos de plantas que contêm componentes antranoides o Sene Cassia angustifólia, frângula (Rhamnus frangula), cáscara sagrada (Rhamnus purshiana) e ruibarbo (Rheum palmatum) e seus respectivos componentes antranides são: frângula, aloe emodina, crisofanol e reina (PICON; PICON; COSTA et al., 2010). Sene (Cassia angustifólia) Principais constituintes: Antraquinonas, ácidos fenólicos (ácido salicílico), mucilagens, polissacarídeos livres (glicose, frutose, pinitol, sucrose), saponinas, fitoesteróides, óleo essencial, resina. Família: Fabaceae Partes utilizadas: Folhas e frutos (folíolo) Indicações/ ações terapêuticas: Constipação intestinal ocasional Contraindicações e efeitos adversos: Não utilizar em portadores de obstrução intestinal, inflamação intestinal aguda -Doença de Crohn, colite, apendicite ou dor abdominal não diagnosticada, menores de 10 anos. Pode ocorer desconforto do trato gastrointestinal em pacientes com cólon irritavel, mudança na cor da urina. Uso contínuo pode ocorrer diarréia e perda de elitrólitos. Não fazer uso crônico (mais de 1 semana). O uso contínuo pode promover diarréia e perda de eletrólitos Posologia: (MARQUES, 2014). Extrato padronizado (6% de senosídeos): 70-150mg Tintura: 5ml a 25ml Infusão da droga vegetal: 1g a 2g de folhas Decocção do fruto: 1 g (col café) em 150 mL (xíc chá). Utilizar 1 xíc chá, antes de dormir (RDC 10) Ruibarbo (Rheum palmatum) Principais constituintes: Taninos gálicos e catéquicos, ácidos orgânicos, flavonóides, ácido oxálico. Família: Polygonaceae Partes utilizadas: Raiz Indicações/Ações terapêuticas: tem ação antidiarreico ou laxante dependendo da dose, atividade antigástrica e sobre H. pylori. Atividade antibacteriana contra o vírus da herpes simples e inibe a multiplicação do vírus da hepatite B (ALONSO, 2004). Aperiente, anti-inflamatório. Contraindicações e efeitos adversos: O alto conteúdo de oxalato de cálcio não o torna recomendável em casos de litíase renal (KALLUF, 2008), contraindicada na gestação e na lactação. Efeitos colaterais: abortamento, cólicas e diarréia no lactente. Posologia: Extrato seco: 300mg a 1000mg por dia Decocção da droga vegetal: 1g a 2g por dia. (MARQUES, 2014) 64 Frângula (Frangula alnus Mill) Principais constituintes: glicosídeos antraquinônicos. Os frangulosídeos são os principais compostos, incluindo frangulina A e B, derivados da emodina, crisofanol e glicosídeos da fisciona e agliconas livres. Também contém flavonoides e taninos. Família: Rhamnaceae Partes utilizadas: Casca Indicações/Ações terapêuticas: aumentar o peristaltismo estomacal, baço, obstipação crônica, parasita intestinal, fígado, vesícula. Ações digestiva, estomáquica, laxante, purgativa, tônica estomacal. Contraindicação e efeitos adversos: contra-se indica na gravidez e lactação e não deve, assim como outros laxantes da mesma classe, ser utilizada por mais de 2 semanas contínuas. Devido à perda de potássio que pode ocorrer com uso de altas doses por tempo prolongado, pode potencializar os efeitos das drogas antirrítmicas. A própria perda de potássio pode se somar a já ocorrida com o uso simultâneo de diuréticos tiazídicos, corticoides ou alcaçuz (ALONSO, 2004). Posologia: Extrato seco: 50 a 500mg por dia (MARQUES, 2014) Cascara sagrada (Rhamnus prushiana D.C) Principais constituintes: Compostos antraquinônicos, taninos, lactonas sesquiterpênicas aloe-emodina, antraquinonas,emodina, ramnotoxina. Família: Rhamnaceae Partes utilizadas: Casca Indicações/Ações terapêuticas: Constipação intestinal eventual. Contraindicações e efeitos adversos: Não deve ser utilizado por pessoas com obstrução intestinal, refluxo, inflamação intestinal aguda (doença de Crohn), colite, apendicite ou dor abdominal de origem desconhecida, pacientes com histórico de polipose intestinal. Não utilizar durante lactação,

gravidez e em menores de 12 anos. Pode ocorrer desconforto no trato gastrintestinal, principalmente em pacientes com cólon irritável, além de mudança de coloração na urina. Não fazer uso crônico (mais de 1 semana). O uso contínuo pode promover diarréia, perda de eletrólitos e dependência. Posologia: (MARQUES, 2014) Extrato padronizado (0,5%): 50mg a 100mg Tintura: 2ml a 3ml Decocção: 2g até 2 vezes ao dia Pó: 2g a 5g 1.5.1.2 Plantas medicinais usadas como laxantes formadores de massa: Os principais constituintes são as gomas e mucilagens. Fitoterápicos que atuam nesse grupo. Planta Dose diária Observações Semente de linho 30 a 50g Utilizar as sementes inteiras e esmagadas Farelo de trigo 20 a 40g Não utilizar em crianças pequenas e sensibilidade ao glúten Plantago 5 a 10g As cascas têm conteúdo 3 vezes maior de fibras em relação as sementes (reduzir a dose diária para 3g) Agar 5 a 10g Estimula o peristaltismo aumentando o volume das fezes Fonte: Adaptado de Schultz, 2002. 65 Cardamomo (Elettaria cardamomum) Principais constituintes: ácido acético, ácido fórmico, beta-felandreno, borneol, cálcio, carboidratos, cineol, ferro, fósforo, heptano, linalol, limoneno, mucilagens nitrogenadas, óleo essencial, proteínas, potássio, sabineno, terpinol-acetato, terpinol. Família: Zingiberaceae Partes utilizadas: Semente Indicações/ Usos terapêuticos: carminativo; digestivo; diurético; analgésico; antiofídico; anti-séptico; aperiente; expectorante; laxante; tônico; sedativo; diaforético; aromático; antiemético; emenagogo; sialagogo; anti-inflamatório. Contraindicações e efeitos adversos: Altas doses pode provocar vômito Posologia: Semente: 1g a 2g por dia (MARQUES, 2014) 1.5.1.3 Laxativos lubrificantes Trata-se de substâncias que exercem um efeito lubrificante, umidificante e amolecedor da matéria fecal, mudando, assim, sua consistência para melhorar o trânsito intestinal. Como exemplo, temos o azeite de oliva, obtido do fruto da Olea europaea (oliveira). A dose habitual é de 30 a 60g/dia. (ALONSO, 1998; HEREDIA; RUIZ-GUTIERREZ; FELIZON et al., 1993). Outro lubrificante vegetal frequentemente utilizado é o óleo de gergelim, obtido da semente de Sesamum indicum. Além de ter as mesmas ações do azeite de oliva, o azeite de gergelim é indicado para pacientes com hemorroidas e fissura anal (ALONSO, 1998; HU; WANG; YE et al., 2007; SOCIEDADE BRASILEIRA DE COLOPROCTOLOGIA, 2007). 1.5.2 Outras plantas indicadas para o tratamento da obstipação: Guanxuma (Althea officinalis) Linho (Linum usitatissimum) Malva (Malva sylvestris) Tanchagem (Plantago major) Psyllium (Plantago psyllium) Espágula (Plantago ovata) Oliveira (Olea europaea) Babosa (Aloe vera) Zimbro (Juniperus communis L.) Hortelã (Mentha piperita) Capim-cidreira (Lippia alba) Carqueja (Baccharis trimera) Tamarindo (Tamarindus indica) (fruto) Canela (Cassia nomame) Alcachofra (Cynara scolymus) Goma guar (Cyamopsis tetragonolobus) 66 1.6 Diarréias É a passagem frequente (mais de três vezes ao dia) de fezes líquidas ou semi-líquidas. A diarreia aguda tem início súbito e curta duração, cerca de três a quatro dias e frequentemente tem uma causa infecciosa. A diarreia crônica, quando perdura mais de quatro semanas, pode ser sintomas de uma doença subjacente, como colite ulceratva, chron ou hipotireoidismo. Para o tratamento das diarreias recomenda-se a administração de fitoterápicos contendo boa quantidade de taninos (PALOMBO, 2006). 1.6.1 Fitoterapia no tratamento das diarreias Os antidiarréicos de origem vegetal são classificados: Plantas com taninos; galhos de carvalho (Quercus infectoria), Boldo (Peumus boldus) Adsorventes e absorventes (pectina, mucilagem ou combinado); Ex: Fucus, Plantago ovata, Plantago psyllium Mistos (plantas com mucilagem e taninos); Symphitum officinalis, Marmelo (Cydonia vulgaris), Nêspera (Mespilus germânica) Modificadores da motilidade (anticolinérgicos, opiáceos etc.); Papayer somniferum Coadjuvante (melhora os sintomas associados): água de arroz, suco de limão diluído 1.6.2

Fitoterápicos indicados para tratamento da diarreia: Chá preto e chá verde (Camellia sinensis) Mirtilo (Vaccinium myrtillus) Casca de carvalho (Quercus infectoria) Hamamelis (Hamamelis virginiana L.) (folha e casca) Boldo (Peumus boldus) Camomila (Matricaria chamomilla L.) Dente-de-leão (Taraxacum officinalis) Funcho (Foeniculum vulgare Mill.) Ginseng (Panax ginseng M.) Fucus (Fucus vesiculosus L.) Bardana (Arctium lappa L.) Goiabeira (Psidium guajava L) 1.6.3 Fitoterápicos que contribuem positivamente para restabelecer a saúde dos pacientes com Síndrome do Intestino Irritável (SII) Hortelã (Mentha piperita) Coentro (Coriandrum sativum L.) Erva-de-São-João (Hypericum perforatum) Psyllium (Plantago ovata) Alcachofra (Cynara scolymus) 67 Erva-de-São-João (Hypericum perforatum.) Principais constituintes: ácido shikímico, biflavonas, catequinas, carotenos, derivados floroglucinólicos, fitosterois (beta–sitosterol), flavonóides (hiperosídeo, quercitina, rutina, quercetrina), glicosídeos (hipericina, corante vermelho), hiperforina, pectinas, a-pineno, princípios amargos, procianidinas, pseudohipericina, resinas, saponina, taninos, terpineol, vitamina C e P. Família: Hyperaceae Partes utilizadas: Sumidades floridas Indicações/ Usos terapêuticos: Estados depressivos leves a moderados, não endógenos Contraindicações e efeitos adversos: A erva-de-São João é segura em doses recomendadas, raramente apresentando algum efeito colateral. Alguns efeitos colaterais leves e raros podem incluir fotossensibilidade, dermatite, boca seca, dor de estômago, constipação, tonturas, confusão e aumento da ansiedade. A erva é contraindicada para pacientes que já fazem uso de medicamentos para depressão. Evitar uso na gravidez e lactação, por falta de estudos mais aprofundados, exceto sob orientação médica. Pode reduzir os níveis séricos dos inibidores de proteases no tratamento de HIV positivo (CAPASSO; GRANDOLINI; IZZO, 2006). Pode reduzir níveis sanguíneos e efeito dos fármacos: contraceptivos orais, anticonvulsivantes, digoxina, teofilina, ciclosporina (com risco de rejeição do transplante) e varfarina (anticoagulante). Posologia: (MARQUES, 2014) Extrato padronizado (0,4% de hipericina): 600 a 900mg dia Tintura: 10ml a 30ml dia Infusão da droga vegetal: 15g a 30g, 2 a 3 vezes ao dia Psyllium (Plantago ovata) Principais constituintes: Família: Plantaginaceae Partes utilizadas: Sementes Indicações/Ações terapêuticas: constipação crônica, constipação temporária devido a doença ou gravidez, síndrome do intestino irritável, constipação relacionada a úlcera duodenal ou diverticulite. Amolece as fezes daqueles com problemas de hemorróida ou que passaram por cirurgia anorretal (PAI; PRASHANT; MURLIK et al., 2010); (WANNER; BAIL; BCHBAER et al., 2010). Contraindicações e efeitos adversos: Contra-indicado em casos de impactação fecal ou obstrução intestinal e diabetes mellitus em que é difícil o ajuste de insulina. Deve ser ingerida com muita água e, no mínimo, com intervalo de meia hora após outro medicamento para evitar dificuldade na absorção deste. Pode diminuir a absorção de alguns minerais (cálcio, magnésio, cobre e zinco), vitamina B12, glicosídeos cardíacos, derivados cumarínicos, sais de lítio, carbamazepina. Diabéticos insulinodependentes podem precisar de doses menores de insulina. O tratamento deve ser suspenso caso ocorra sangramento ou falta de resposta, ou em caso de dor abdominal 48h após a ingestão da droga. Se persistir a diarréia por mais de 3 ou 4 dias Posologia: Pó: 5g a 20g dia (MARQUES, 2014) 68 2 Plantas Medicinais com Ação no SNC São classificadas em: Plantas calmantes: Maracujá (Passiflora incarnata); Melissa (Melissa officinalis); Valeriana (Valeriana officinalis); Camomila (Matricaria recutita); Plantas estimulantes: Café (Coffea arabica); Erva-Mate (Ilex paraguariensis); Guaraná (Paullinia cupana); Plantas alucinógenas: Maconha (Cannabis sp); Coca (Erythroxylon coca); Ayahuasca. 2.1 Plantas calmantes: Maracujá (Passiflora incarnata); Melissa (Melissa officinalis);

Camomila (Matricariarecutita;) Angélica (Angelica archangelica); Valeriana (Valeriana officinalis); Maracujá (Passiflora incarnata L.) Principais constituintes: Alcalóides indólicos (harmana, harmina, harmoleharmalina); flavonoides (vitexina, isovitexina, orientina, apigenina, quercitina, rutina, kaempferol); esteróis (estigmasterol, sitosterol, nonacosano); glicosídeos; álcoois; ácidos; gomas; resinas; vitaminas e taninos; Família: Passifloraceae Partes utilizadas: Folhas e frutos Propriedades e Indicações: Sedativo, tranquilizante, ansiolítico, antiespasmódico, diurético. Utilizado em casos de cefaleia de origem nervosa, perturbações da menopausa, insônia, taquicardia, cólicas, nevralgias e asma. Efeitos colaterais e contraindicações: Efeitos colaterais: Raros nas doses terapêuticas. O uso de doses excessivas de folhas pode levar a intoxicação cianídrica (náuseas, vômitos, cefaleia, taquicardia, diminuição de reflexos e até convulsões e parada respiratória) e potencializar os efeitos dos inibidores da MAO (alguns antidepressivos): Interações: Pode potencializar os efeitos do álcool, antihistamínicos e do sono induzido por barbitúricos, além dos efeitos analgésicos da morfina. Pode provocar um bloqueio parcial dos efeitos das anfetaminas. Pode ser associado com valeriana e com lúpulo para insônia; Posologia: (MARQUES, 2014) Extrato padronizado (2,5 % de flavonoides calculados como vitexina): 300 a 400mg até 3 vezes ao dia Tintura: 0,5ml a 2ml, 3 a 4 vezes ao dia Infusão da droga vegetal: 3g a 5g, 2 a 3 vezes ao dia Melissa (Melissa officinalis L.) Árabes introduziram seu uso no século X, para ansiedade e depressão (“crises de mal humor”) Principais constituintes: Óleos essenciais (linalol, geraniol, nerol, citral, citronelal, etc), flavonoides (luteolol, apigenina), ácidos rosmarínico (ação colerética), cafeico, clorogênico, ursólico e oleânico), taninos, glicosídeos e resinas; Mirceno (ação analgésica, aliviando dores). Família: Lamiaceae Partes utilizadas: Folhas e Sumidades floridas 69 Indicações/ Usos terapêuticos: Carminativa e Antiespasmódica, Efeito sedativo; Hipotensor; Adjuvante nos distúrbios menstruais Efeitos adversos e contraindicações: Hipotensão; Evitar o uso no caso de hipersensibilidade; Essência pode causar diminuição na pulsação e entorpecimento, pode ter seu efeito potencializado pelo uso de hipnóticos; Indivíduos com hipotireoidismo; In vitro: inibição da produção de TSH, deiodização periférica do T4 – mais estudos devem ser realizados. Posologia: Infusão da droga vegetal: 3g a 6g por dia (MARQUES, 2014). Tintura: 5ml a 15ml dia (MARQUES, 2014) Extrato seco :300 a 900mg/dia Associações: nos casos de distúrbios digestivos, pode ser combinada com camomila (Matricaria chamomilla) e lúpulo (Humulus lupulus). Para tratamento do estresse e da tensão nervosa, pode-se combinar com lavanda (Lavanda officinalis) e Tília (Tilia cordata) (KALLUF, 2015). Camomila (Matricaria recutita) Principais constituintes: * Óleos essenciais: Bisabolol (importante sesquiterpenóide – inibe a síntese de prostaglandinas), camazuleno, Flavonóides: apigenina Família: Asteraceae Partes utilizadas: Flores Indicações/ Usos terapêuticos: Descongestionante, Calmante, Anti-inflamatória (flavonóides), Estimuladora da digestão, Antiespasmódica (terpenóides), Diarréia nervosa, Hemorróidas. Efeitos adversos e contraindicações: Em altas dosagens pode ter efeito excitatório, náuseas, insônia. Dermatites de contato ou fotodermatites em pessoas sensíveis, hipotensão arterial e vômitos também podem ocorrer, embora muito raramente. Interações medicamentosas: pode interferir com a absorção de ferro, em tratamentos prolongados; Posologia: (MARQUES, 2014) Extrato padronizado (0,3% de apigenina): 300 a 1000mg Tintura: 3ml a 10ml, até 3vezes ao dia Infusão da droga vegetal: 5g até 3 vezes ao dia. Pó: 2g a 4g até 3 vezes/dia Mulungu (Erythrina mulungu) Principais constituintes: alcalóides, flavonóides e terpenos Família: Fabaceae Partes utilizadas: Casca, inflorescência Indicações/ Ações terapêuticas: Sedativo e

tranquilizante – atividade ansiolítica e panicolítica; Melhora a qualidade de sono; Induz ao sono (atividade psicolética). Contraindicações e efeitos adversos: Não usar em pessoas com úlcera gátrica ou duodenal ou com oclusão das vias biliares, o uso pode causar cefaléias e inflamação, uso prolongado causa reações alérgicas. Potencializa a ação dos benzodiazepínicos. Em doses elevadas não usar por mais de 3 dias seguidos. Posologia: Decocção: 4 a 6 gramas (2 a 3 colheres de sobremesa) em 150ml de água.Tomar 1 xícara de chá 2 a 3 x/dia (RDC 10). Tintura vegetal: usar 5 a 20 ml/dia (MARQUES, 2014). 70 2.2 Plantas Estimulantes: Pholia magra (Ilex paraguariensis); Guaraná (Paullinia cupana); Café (Coffea arabica) Guaraná (Paullinia cupana) Principais constituintes: Suas sementes são muito ricas em purinas, amidos e outros açúcares, além de taninos e óleos essenciais em menor quantidade. Possui ainda cafeína (3 a 5%), teobromina e teofilina, guaranina, saponinas, colina, resinas, mucilagens, catequinas, flavonóides, minerais (cálcio, fósforo, potássio, magnésio e ferro) Família: Sapindaceae. Parte utilizada: Sementes Indicações/Usos terapêuticos: Estimulante do sistema nervoso central (melhora o estado de alerta, a associação de ideias, as atividades intelectuais, a concentração e a resistência ao cansaço), estimulante do centro respiratório e cardiovascular, diurético, antidiarreico, inibidor da agregação plaquetária, adaptógeno, inibidor do apetite, afrodisíaco, analgésico; Contra-indicações e efeitos adversos: Não deve ser utilizado por pessoas com ansiedade, hipertiroidismo, hipertensão, arritmias, problemas cardíacos, estomacais e intestinais, taquicardia paroxística, gastrite e cólon irritável. Em altas doses pode causar insônia, nervosismos e ansiedade. Não associar com outras drogas com bases xânticas (café, noz de cola, mate), nem com antihipertensivos. (RDC 10). Posologia: Pó de guaraná: 0,5-2 g do pó (1 a 4 col café) Acima de 12 anos: tomar 0,5 a 2 g do pó puro ou disperso em água, uma vez ao dia (RDC 10); Tintura: 2,5 a 10ml (ANVISA, 2004) Extrato seco padronizado cafeína (125 a 500mg/dia). 2.3 Plantas Alucinógenas: Maconha (Cannabis sp); Coca (Erythroxylon coca); Ayahuasca. 2.4 Outras plantas psicoativas: Ginseng coreano (Panax ginseng) Erva de são-joão (Hypericum perforatum) Ginkgo (Ginkgo biloba L.) Ginkgo (Ginkgo biloba L.) Principais constituintes: Flavonóides como quercetina, kaempferol, carajurina, carajuflavona, carajurona, luteolina e fitosteróis (Takemura et al.,1995), além de taninos, quinonas, aminoácidos, terpenóides (Ginkgolídeos A, B, C, J, M), pigmentos (flobafeno), ferro e cianocobalamina; Família: Ginkgoaceae Partes utilizadas: Folhas, partes aéreas (caule e folhas) 71 Indicações/ Usos terapêuticos: Adstringente, anti-inflamatório e cicatrizante (CASTRO; ARAÚJO,1989), desinfetante e emoliente. Usado em tratamentos de queimadura, acne, anemia e hemorragia; Vertigens, zumbidos (tinidos) e distúrbios de memória resultantes de alterações circulatórias; distúrbios circulatórios periféricos (claudicação intermitente), insuficiência vascular cerebral. Contraindicações e efeitos adversos: Raros casos de indisposição gastrointestinal (náuseas, vômitos, diarreia e flatulência), cefaleia e queda na pressão arterial. Dermatite de contato em pessoas sensíveis; Obs: Graves reações alérgicas foram produzidas pela ingestão e contato com a polpa dos frutos da Ginkgo; Precauções: Interação medicamentos a potencial com anticoagulantes e anti-agregantes plaquetários, devendo-se evitar essas associações. Posologia: Extrato seco padronizado (1%, 17% e 24% em flavonoides): 40 a 240mg por dia (MARQUES, 2014). 2.5 Outras plantas com ação sedativa/calmante: Macela (Achyrocline satureioides) Laranja amarga (Citrus aurantium) - Flor Erva cidreira (Cymbopogon citratus) Falsa erva-cidreira (Lippia alba) Kava-kava (Piper methysticum) Lúpulo (Humulus lupulus L.) Chá verde / L-theanina 3 Fitoterápicos Associados à Modulação do Estresse Na prática clínica, assim como na

literatura disponível, podemos observar que um paciente com níveis de estresse físico e mental elevados irá apresentar maior dificuldade em adequar-se à prescrição nutricional. Além disso, ele poderá apresentar alterações importantes no trato gastrointestinal, promovendo absorção inadequada dos diversos nutrientes presentes em seu planejamento alimentar e, ainda, poderá apresentar alterações em seu sistema imunológico. Diante de tais considerações, torna-se fundamental que o estresse do indivíduo seja controlado. Assim ele poderá absorver de forma adequada os nutrientes, proporcionando uma melhora em seu estado geral, visto que o estresse apresenta uma influência significativa no equilíbrio da microbiota intestinal (HUIS, 1991). As respostas ao estresse evoluíram do sistema de defesa do organismo humano, conhecido como mecanismo de “luta ou fuga”. Tal mecanismo funciona para nos proteger de perigos iminentes. A exposição por períodos prolongados ao estresse psicológicos resulta em ativação crônica de tal mecanismo. Essa ativação promove aumento do tônus simpático e, consequentemente, elevação da pressão arterial, da frequência cardíaca e da glicemia. Em contrapartida, ocorre desvio do aporte sanguíneo do sistema digestório para regiões periféricas. Esses efeitos se devem a uma reação significativa do sistema nervoso simpático que libera hormônios relacionados ao estresse, como o cortisol e a adrenalina (HEAD; KELLY, 2009). 72 Diante de tais evidências, torna-se importante que profissionais de nutrição tenham o conhecimento de fitoterápicos, conhecidos como adaptógenos, que podem auxiliar no tratamento do estresse através da modulação hormonal e neuronal. Dessa forma, a abordagem feita com o paciente possivelmente será ainda mais completa e eficaz (MARQUES, 2014).O termo adaptógeno classifica plantas que melhoram as respostas não específicas e promovem a recuperação do estresse, aumentando a resistência do indivíduo a uma variedade de estressores psicológicos, químicos e biológicos, agindo dessa forma como um estabilizador (DAVYDOV; KRIKORIAN, 2000). 3.1 Fitoterápicos com Ação Adaptógena Ginseng coreano (Panax ginseng) Principais constituintes: Saponinas (proto –panaxadioleproto-panaxatriol), glicosídeos (ginosídeos), vitamina B, B2, B12 e C), sesquiterpenos, amido, goma, mucilagens, aminoácidos, ácido fólico, ácidos graxos, ácido nicotínico, enzimas (amilase e colina), esteróides, sais minerais (ferro, cobalto, cobre, cálcio, magnésio e manganês) Família: Apiaceae Parte utilizada: Raiz Indicações/Usos terapêuticos: Revitalizante das funções cerebrais, físicas e sexuais (estresse, fadiga, convalescenças, impotência sexual, afrodisíaco), imunoestimulante, auxilia na regulação da pressão arterial e do diabetes, cicatrizante e regenerador celular (antioxidante); Contra-indicações e efeitos adversos: O uso prolongado em altas doses, pode causar hipertensão arterial, insônia, euforia, nervosismo, diarréia e erupção cutânea; Posologia: (MARQUES, 2014) Extrato seco padronizado (27% de ginsenosídeo): 150mg a 1000mg por dia Decocto: 1g a 2g do rizoma, 3 a 4 vezes ao dia Pó: 5g a 10g Ginseng siberiano (Acanthopanax senticosus) Principais constituintes: saponinas, lignanas, cumarinas e flavonoides. Família: Araliaceae Parte utilizada: Raiz Indicações/ Usos terapêuticos: ação antiestresse, anti-irritação, hipoglicemiante, anticancerígeno, atividade anti-inflamatória e hepatoprotetora. (HUANG, 2011). Contra-indicações e efeitos adversos: Pacientes que tomam anti-hipertensivo e hipertensos, gravidez e lactação. Posologia: Extrato seco padronizado (0,8% de eletherosídeos): 300mg até 3 vezes/ dia (MARQUES, 2014) 73 Alcaçuz (Glycyrrhiza glaba) Principais constituintes: Saponinas, óleo essencial, fitoesteróides (betasitosterol, estigmasterol), flavonóides, cumarinas. Família: Fabaceae Parte utilizada: Raiz e rizoma Indicações/ Usos terapêuticos: indicado no tratamento de tosses, gripes e resfriados, expectorante, coadjuvante em úlceras gástricas e duodenais/ corticóide natural. Ação

adaptogênica, anti-inflamatória, antiviral, antimicrobiana, antioxidante, anticancerígeno, antihistamínica, antiúlcera, emoliente, depurativa, antitussígena, estomacal e tônica, imunomoduladora, hepatoprotetora e cardioprotetora, estrogênica suave. Contraindicações e efeitos colaterais: o uso prolongado pode aumentar a pressão sanguínea. Tem efeito hormonal semelhante ao dos corticosteroides. Devendo ser empregado em doses baixas e por tempo reduzido. Não deve ser utilizado na gravidez e lactação e pessoas com hipertensão arterial, hiperestrogenismo e diabetes. Possível quadro de pseudoaldosteronismo por ação mineralocorticoide (caracterizado por retenção de sódio, cloro, água, edema, hipertensão arterial e ocasionalmente mioglobinúria). Deve haver cautela ao associar com anticoagulantes, corticóides e anti-inflamatórios. Posologia: (MARQUES, 2014). Extrato seco padronizado (0,4% de glicirrizina): 400mg, 1 a 3 vezes ao dia Decocto: 2g a 4g, para 100ml, 3 vezes ao dia Pó: 5g a 15g por dia. Devido a ação mineralocorticoide da glicirrizina, a dose média diária não deve exceder 5% a 15% da planta seca (equivalente a 200mg a 600mg de glicirrizina) e o programa de tratamento não deve exceder 4 a 6 semanas) Ashwagandha (Withania somnifera) Principais constituintes: alcaloides (isopelletierine, anaferine), lactonas esteroidais (whitanolides, whitaferins), saponinas contendo um grupo acetil adicional e whitanolideos com uma glucose no carbono 27. Ashwaganda também é rico em ferro. Família: Solaneceae Parte utilizada: Raiz Indicações/ Usos terapêuticos: indicado como tônico para aumento da energia com consequente melhoria da saúde e aumento da longevidade, utilizado para uma variedade de condições músculoesqueléticas (artrite e reumatismo), Adaptógeno, revitalizante, tranquilizante e anticonvulsivante, aumenta a capacidade cognitiva do cérebro, melhora a atenção, imunomodulador, hipolipedêmico, anticarcinogênico e radiosensibilizante. Além disso, é um potente antioxidante e anti-inflamatório. Posologia: (MARQUES, 2014) Extrato seco: 200mg a 600mg por dia Decocto da droga vegetal: 1g a 3g por dia Não deve ser utilizado por mais de 3 meses 74 Rhodiola (Rhodiola rósea) Principais constituintes: fenilpropanoides (rosavina, rosina, rosarina), flavonoides (rodiolina, rodionina, rodiosina), taninos, monoterpenos (rosiridola, rosaridina), derivados do feniletano (tirosol, salidrosídeo), proantocianidinas e glicosídeos fenólicos (ácido gálico). Família: Crassulaceae Parte utilizada: Rizoma Indicações/ Usos terapêuticos: Nos estados de esgotamento, fadiga e astenia com diminuição da concentração e do rendimento físico e mental. Nos indivíduos submetidos a regime de exercícios físicos intensos, visando atenuar o desgaste e aumentar o rendimento físico. Efeito adaptogênico, com atividade neuroprotetora, cardioprotetora, antifadiga, antidepressiva, ansiolítica e também estimula a atividade do sistem nervoso central. Contra-indicações e efeitos adversos: Não deve ser utilizado por crianças e por pacientes com história conhecida de alergia ao ativo. Pacientes portadores de doenças cardíacas ou que estejam em uso de medicações para tratamento de distúrbios psiquiátricos não devem utilizar esse ativo sem a devida orientação e acompanhamento médico. Posologia: Extrato seco padronizado (rosavina): 50mg a 200mg por dia (MARQUES, 2014). 4 Fitoterápicos Utilizados para Tratamento de Distúrbios Hormonais TPM/ Síndrome do climatério/ Redução da libido Soja (Glycine max) Cemifuga rancenosa (Black cohosh) Yam mexicano (Dioscorea villosa) Angélica (Angelica sinensis) Vitex agnus-castus Sálvia (Salvia officinalis) Linhaça (Linus usitatissim) Red clover (Trifolium pratense) Tribulus (Tribulus terrestres L.) Passiflora edulis (99% crisina) Mucuna pruriens Amora (Morus nigra) Canela (Cinnamomum cassia) Hortelã-pimenta (Mentha piperita) Foeniculum vulgaris Alcaçuz (Glycyrrhiza glabra) Pimenta dos monges (Vitex agnus-castus) Componentes químicos: flavonoides, glicosídeos e

óleos essenciais (limoneno, cineol, pineno, sabineno). Família: Verbenaceae Partes utilizadas: Frutos secos, flores 75 Indicações/ Uso terapêutico: irregularidade no ciclo menstrual, tensão pré-mentrual (TPM), hiperprolactinemia, endometriose, mastalgia e monopausa precose. Antioxidante, Contraindicações e efeitos adversos: os efeitos adversos são geralmente de natureza dopaminérgica como problemas gastrointestinais, dor de cabeça, vertigem, náuseas, cefaleia, cansaço e boca seca. Acne, distúrbios menstruais, prurido, eritematomas e rash cutâneo também foram observadas. Contraindicada na gestação e lactação (ROEMHELD-HAMM, 2005). Ação antibacteriana e antioxidante. Posologia: Extrato seco padronizado (0,5% de agnusídeos): 200mg a 400mg por dia Extrato seco: 200mg (2 vezes ao dia) Tintura: 1ml a 5ml por dia Fruto seco: 0,5 a 1g, 3 vezes ao dia. (MARQUES, 2014) Salvia (Salvia officinalis) Principais constituintes: Óleo essencial, lactonas sesquiterpênicas (picrosalvina), diterpenos, triterpenos pentacíclicos, flavonóides, ácidos fenólicos (caféico, rosmarínico, clorogênico), mucilagens. Família: Lamiaceae Partes utilizadas: folhas Indicações/ações terapêuticas: Dispepsias (distúrbios digestivos), Mal de Alzheimer (diminui os défcits cognitivos), herpes labial (semelhante ao ciclovir) e transpiração excessiva, melhora do humor e da capacidade cognitiva em indivíduos saudáveis. É reconhecido por suas inúmeras atividades incluindo efeitos antibacterianos, fungistáticos, virustáticos, anti-inflamatório, antioxidante, adstringente, antidispéptico, anti-séptico, sedativo do centro de calor, antimetástico Contra-indicações e efeitos adversos: Não usar na gravidez e lactação, insuficiência renal e tumores mamários estrógeno dependentes. Alergia ao anetol. Pode elevar a pressão em pacientes hipertensos. Em altas doses pode ser neurotóxica (causar convulsões) e hepatotóxica. Posologia: Extrato seco: 180 a 360mg, até 3 vezes ao dia Tintura: 5ml a 25ml por dia Infusão da droga vegetal: 1g a 3g de folhas, até 3 vezes/dia. (MARQUES, 2014) Red clover (trifolium pratense) Principais constituintes: óleos voláteis, isoflavonoides, derivados cumarínicos e glicosídeos cianogênicos. Quanto às isoflavonas, o red clover tem maiores concentrações de formononetina e biochanina A e menores concentrações de genisteína e daidzeína (GENAZZANI, 2008). Família: Fabaceae Parte utilizada: flores Indicações/ Usos terapêuticos: sintomas da menopausa (fogachos), na prevenção de osteoporose e doenças cardiovasculares, além de reduzir o risco de câncer de mama e endométrio (BOOTH et al., 2006; COON; PITTLER; ERNST, 2007; SIMONCINI et al.,2008; POWLES et al., 2008). Segundo Circosta et al., (2006) auxilia no tratamento de ressecamento da pele em mulheres pós-menopausadas. Ação cicatrizante e anti-inflamatória. 76 Contra-indicações e efeitos adversos: contraindicado na gestação e lactação. Pode ter efeito sinérgico em uso concomitante com medicamentos anticoagulantes orais ou heparina e seu uso deve ser interrompido com 24h de antecedência para cirurgias. Posologia: Doses usuais: 40m/dia a 80mg/dia. Não se recomenda ultrapassar a dose de 500mg/dia (KALLUF, 2015) Angélica ou Dong quai (Angelica sinensis) Principais constituintes: esteroide, flavonoides, frutose e ácido linoleico. Família: Apiaceae Parte utilizada: Raiz Indicações/ Usos terapêuticos: tônico geral, regulador das desordens menstruais e nos sintomas da menopausa (fogachos). Tem ação calmante, emanogoga, digestiva, anti-reumática, emoliente e antiespasmódica, anti-inflamatória, hipotensora, antiobiótica e antifúngica. Contra-indicações e efeitos adversos: contraindicada para pacientes portadores de diabetes, na gravidez e em casos de diarreia; em virtude da presença de furocumarina, pode ocorrer fotossensibilização cutânea; a presença a superdosagem pode provocar efeito abortivo e tóxico, com depressão do sistema nervoso central; deve-se ter muito cuidado na identificação para que não se confunda sua raiz com a da cicuta aquática;

evitar o uso da planta fresca. Posologia: Dose indicada: o extrato padronizado deverá conter ligustilide a 1%. Dose recomendada: 1200mg/dia, dividido em 2 tomadas (KALLUF, 2015). Decocção da raiz a 5%. Tomar 1 xícara após as refeições. (ALONSO, 1998; TESKE, 2001) Sinergismo no climatério Gengibre associado a Menopausa: Angelica (Angelica sinensis), Amoreira (Morus alba L., Morus nigra L.), Yam Mexicano (Dioscorea villosa L) (KALLUF, 2015). Yam mexicano (Dioscorea villosa L.) Principais constituintes: Constituintes: saponinas esteroidais – diosgenina, triterpenóides, alcalóices (dioscorina), carotenóides, mucilagem Família: dioscoreaceae Parte utilizada: Rizoma Indicações/ Usos terapêuticos: Sindrome pré-menstrual, osteoporose, redução dos sintomas do climatério (fogachos, depressão, redução de libido, ressecamento da pele), na redução de cólicas menstruais, intestinais e câimbras; Estrutura similar ao DHEA e seus precursores – estimula receptores hormonais; Matéria-prima para a produção de progesterona. Anti-inflamatória, anti-reumático, antiespasmódica, diaforética, hipocolesterolêmica, diurético suave, fitohormônio. Contra-indicações e efeitos adversos: Contraindica-se na Gestação; É possível intoxicação com superdosagem por causa da dioscorina que tem efeito semelhante à picrotoxina, podendo causar náusea, vômito e diarreia. Interação medicamentosa: Há evidências que a diosgenina do Yam mexicano diminui o efeito anti-inflamatório da indometacina pelo aumento da eliminação constante e diminuição de seus níveis plasmáticos; Tem efeito estrogênico aditivo quando administrado concomitantemente com outras drogas estrogênicas. 77 Posologia: Doses: 250mg/dia (extrato seco) ou Mix (50 a 100mg/dia) Tintura vegetal: 40 a 120 gotas, 3 vezes ao dia; Planta seca rasurada: 2 a 5g, em infusão para cada xícara, 3 vezes ao dia; Extrato seco padronizado 6% diosgenina: 250 a 500mg/dia 4.1 SOP (Síndrome Ovário Policístico) Prímula (Primula vulgaris) Sementes girassol Unha-de-gato (Uncaria tomentosa) Amora (Morus nigra) Suco de frutas vermelhas Angelica (Angelica sinensis) Tribulus terrestris = aumenta LH, FSH e estradiol, ovulação 4.2 Endometriose Angélica (Angelica sinensis) Framboesa (Rubus idaeus. L) Gengibre (Zengiber officinalis) Centella (Centella asiatica L.) Sálvia (Salvia officinalis) Cardo mariano (Silibum marianum L.) Lignanas 5 Disfunção Imunológica e Anti-inflamatória A imunomodulação pode ser exercida mediante a potencialização ou através de supressão de elementos do sistema imunológico (KIRKLEY, 1999). Nesse sentido, vários estudos têm sido conduzidos na busca de substâncias capazes de auxiliar o sistema imune no combate a microorganismos patogênicos, ou a doença com outras etiologias, tais como câncer e doenças autoimunes (LABRO, 2000). Atualmente a utilização de fitoterápicos como substâncias imunomoduladoras tem sido considerada uma alternativa para a prevenção e cura de diversas enfermidades. A ativação ou a regulação das reações imunes situam o sistema de defesa em níveis de ação adequados e também mantém os sintomas clínicos de inflamação em níveis aceitáveis para o paciente, ou, ainda estimula um sistema imune não reativo (FISCHER; HUNNER; VARGAS, 2008). Com a descoberta dos imunomoduladores tornou-se possível a manipulação do sistema imune em favor de um estado saudável, na tentativa de reduzir os efeitos associados à quimioterapia, à rejeição de enxertos, a doenças alérgicas, a doenças cancerígenas, a doenças autoimunes e inflamatórias, entre outras (DUTTA, 2002). Os imunomoduladores podem aumentar os mecanismos de defesa do hospedeiro (imunoestimulantes) ou diminuí-los (imunossupressores) (MASIHI, 2000). Os imunoestimulantes estimulam os mecanismos que envolvem tanto a imunidade inata quanto a imunidade adquirida, 78 através da ativação de células e mediadores, enquanto os imunossupressores agem seletivamente sobre os mecanismos envolvidos na imunidade

adquirida. Dentre os imunomoduladores, destacam-se os produtos de origem vegetal (MASIHI, 2000) com destaque para Echinacea angustifólia, Allium sativum e Curcuma zedoaria. 5.1 Plantas e Alimentos Funcionais com atividades anti-inflamatória e imunomoduladora Alho (Allium sativum L.) Cogumelo do sol (Agaricus blazei) Astragalus (Astragalus membranaceus) Curcuma (Curcuma longa L.) Zedoária (Curcuma zedoaria) Alcaçuz (Glycyrrhiza glabra) Panax corano (Panax giseng) Unha-de-gato (Uncaria tomentosa) Garra-do-diabo (Harpagophytun procumbens D.C) Equinácea (Echinacea angustifólia DC) Bosvelia (Boswellia serrata) Salgueiro (Salix alba) Erva baleira (Cordea verbanacea) Chapéu de couro (Echinodorus macrophyllus) Mel Própolis Garra-do-diabo (Harpagophytun procumbens D.C) Principais constituintes: Glicosídeos Iridóides de 0,5 a 3% (harpagosídeo, procumbina), derivados fenólicos (acteosídeo, isoacteosídeo), flavonoides (luteolina e kaempferol), quinona (harpagoquinona), óleo essencial, triterpenos, fitoesteróides (estigmasterol e beta-sitosterol), polissacarídeos Família: Pedaliaceae Partes utilizadas: Raiz Indicações/ Usos terapêuticos: tratamento de distúrbios gastrointestinais e Dores articulares (Artrite, artrose, artralgia). Ação anti-inflamatória, antiviral, antioxidante Contraindicações e efeitos adversos: gravidez (por possuir componentes abortivos), lactação, pacientes com úlcera gástrica e no duodeno, pacientes com síndrome de cólon irritável e com cálculos (biliares e renais). A superdosagem pode provocar náuseas, vômitos e pequena ação laxativa. Posologia: (MARQUES, 2014) Extrato seco padronizado (1% a 3% de harpagosideos): 600mg a 6000mg por dia Tintura: (10%): 2ml a 5ml por dia Decocção: 5g a 15g em 500ml de água. Pó: 1g a 3g dia. Unha-de-gato (Uncaria tomentosa) 79 Principais constituintes: Cianidinas, alcalóides, triterpenos pentacíclicos, fitoesteróides (betasitosterol, campesterol estigmasterol). Família: Bignoniaceae Partes utilizadas: Caule e raiz Indicações/ Usos terapêuticos: inflamação crônica, gastrite, úlcera e úlcera gástrica, doenças inflamatórias intestinais e artrite reumatoide. Contraindicações e efeitos adversos: o medicamento deve ser administrado com alimentos o que intensifica a sua absorção. Algumas vezes, há queixas gastrointestinais iniciais e temporárias (flatulência, distensão abdominal, náuseas e diarreia (VALERIO, GONZALES, 2005). Por ter efeito imunoestimulante, não deve ser usada com medicamentos imunossupressores, como a ciclosporina ou outras medicações pós-transplantes de órgãos ou medula. As drogas metabolizadas por esta enzima como alprazolam, atrovastaina, diazepam, sidenafil e warfarina terão seus níveis aumentado (VALERIO, GONZALES, 2005) Posologia: (MARQUES, 2014). Extrato seco: 100mg a 300mg/dia Tintura: 10ml a 20ml, dividido e 2 a 3 doses diárias diluído em água; Decocção: 8g a 10g de raízes ou entrecasca do cipó seco (1 col. Sopa p/ cada xícara de água), até 3 vezes /dia Bosvelia (Boswellia serrata) Principais constituintes: terpenoides, açúcares e óleos voláteis. Família: Burseraceae Partes utilizadas: resina obtida do tronco da árvore Indicações/ Usos terapêuticos: para tratar processos inflamatórios, dores articulares e lesões esportivas, doenças inflamatórias intestinais (colite ulcerativa). Ação anti-inflamatória, analgésica, sedativa Contraindicações e efeitos adversos: não utilizar em pacientes com gastrite ou doenças de refluxo gastroesofágico pré-existente, são raros, mas podem ocorrer diarréia, erupção cutânea e náuseas. Na gestação a Boswellia tem sido reportada em literaturas tradicionais como tendo atividade emenagoga, podendo interferir na gestação. Posologia: Extrato seco padronizado (60 – 70% de ácidos boswélicos): 400mg a 1200mg (MARQUES, 2014). 6 Plantas utilizadas para tratar afecções do Sistema Respiratório Alecrim (Rosmarinus officinalis) Angélica (Angelia officinalis) Gengibre (Zingiber officinale R.) Alcaçuz (Glycyrrhiza glabra L.) Guaco (Mikania glomerata) Canela

(Cinnamomum cassia) Alho (Allium sativum) Agrião (Nasturtium officinale R. Br) Hortelã-pimenta (Mentha piperita) Cebola (Allium cepa L.) Poejo (Mentha pulegim L) 80 Sabugueiro (Sambucus nigra L.) Poejo (Mentha pulegim L) Principais constituintes: Óleo essencial, triterpenos pentacíclicos, flavonóides, taninos. Família: Lamiaceae Partes utilizadas: partes aéreas Indicações/ Usos terapêuticos: Afecções respiratórias como expectorante, Aperiente, Perturbações digestivas, espasmos gastrointestinais, cálculos biliares e colecistite Contraindicações e efeitos adversos: Não deve ser utilizada na gravidez, lactação e em crianças menores de 6 anos. Contraindica-se o uso prolongado e a inalação. A administração em doses e tempo de uso acima do recomendado pode promover danos no fígado e ocasionar problemas na gestação. Posologia: Infusão: 1 g (1 col sobremesa) em 150 mL (xíc chá) -Utilizar 1 xíc chá de 2 a 3 x /dia durante ou após refeições (RDC 10) Sabugueiro (Sambucus nigra L.) Principais constituintes: Família: Caprifoliáceas Partes utilizadas: Flor, fruto e raiz Indicações/Ações terapêuticas: Flores: gripes, febre, bronquite, asma, reumatismo e afecções renais; Frutos: constipação e nevralgias; Raiz: reumatismo, gota, hidropisia, nefrite e litíase urinária Contraindicações e efeitos adversos: O consumo de extrato de flores e frutos em doses usuais, assim como a aplicação local do sabugueiro não têm evidenciado toxicidade. Não utilizar folhas por conterem glicosídeos cianogênicos que podem ser tóxicos Quanto ao efeito diurético pode induzir a uma hipocalemia (diminuição da concentração de potássio no organismo). A segurança durante a gestação e lactação ainda não foi suficientemente demonstrada. (RDC 10) Posologia: Flores secas: infusão. Usar de 2 a 4g. tomar 3 xícaras/dia. Frutos: decocção a 8%. Tomar de 2 a 3 xícaras/dia Raiz: decocção. Usar 30g/L de água. Reduzir pela metade do decocto à ebulição. Tomar de 1 a 2 xicaras/dia, como laxativo (ALONSO, 1998; TESKE, 2001). Guaco (Mikania glomerata Spreng.) Principais Constituintes: Cumarinas: ácido cumárico, cumarina e diidro-cumarina; Taninos, Óleos essenciais: diterpenos: ácido caurenóico e ácido grandi-flórico, fitol; Saponinas: guacosí-deo; Substâncias resinosas; Princípio amargo: guacina, flavonóides. Família: Asteraceae Parte utilizada: Caule e Folhas Indicações/ Usos terapêuticos: tosse, resfriados, gripe, bronquites alérgica e infecciosa, asma. Antissépticas das vias respiratórias, antitussígena, antiasmática, broncodilatadora, antiespasmódica, anti-inflamatória, antimicrobiana, depurativa, estimulante, emoliente, hepatoprotetora, anti-reumática 81 Efeitos adversos e contra-indicações: Altas doses podem causar vômito e diarreia; O uso prolongado desta droga vegetal pode ocasionar acidentes hemorrágicos, por haver o aparecimento de um efeito antagonista com a vitamina K; A associação com plantas e substâncias anticoagulantes deverá ser evitada ou utilizada com muita cautela; Pode interagir com anticoagulantes, corticoides e antiinflamatórios não esteroidais; Gestantes, crianças menores de 2 anos de idade, lactantes; Pode ocorrer aumento do fluxo menstrual Posologia: Uso interno –Tosse (Adultos e crianças a partir dos 2 anos) Infusão: 3g (1 colher de sopa) em 150ml de água. Tomar 1 xícara – 3x/ dia. Tintura (1:5) acima de 12 anos tomar 2 a 7ml, diluidos em 150ml de água – 3x/dia (RDC 10) Xarope caseiro: 40 folhas de guaco frescas picadas para 2 copos de água e 1 xícara de chá de açúcar. Queima-se o açúcar em fogo brando até obter o caramelo. Adicione folhas de guaco e a água. Deixe cozinhar em fogo brando até o cheiro de cumarina (característico do guaco) aparecer. Apagar o fogo, deixe esfriar, guardar em frasco higienizado. Tomar 1 colher de sopa 1 a 2 vezes ao dia (Receita dra. Cinthia Perine) 6.1 Sinergismo nas desordens respiratórias: Guaco associado a: Limão (Citrus limon L.) Canela (Cinnamomum cassia) Cravo-da-índia (Caryophullus aromaticus L) Equinácea (Echinacea purpurea Moench) Eucalipto (Eucalyptus globulus

Labill) - inalação Gengibre (Zingiber officinale) Alho (Allium sativum L.) Cebola (Allium cepa L.) Abacaxi (Ananas comosus L.) 7 Fitoterápicos comumente utizados para controle do Diabetes mellitus tipo II Ação hipoglicemiantes: Alho (Allium sativum) Carqueja (Bacharis trimera) Chá verde (Camellia sinensis) Garcinia camboga Hibisco (Hibiscus sabdariffa) Stevia rebaudiana Pata-de-Vaca (Bauhinia fortificata) Gymnema sylvestre Canela (Cinnamomum cassia) Canela (Cinnamomum cassia) 82 Principais constituintes: acetato de eugenol, ácido cinâmico, açúcares, aldeído benzênico, aldeído cinâmico, aldeído cumínico, benzonato de benzil, cimeno, cineol, elegeno, eugenol, felandreno, furol, goma, linalol, metilacetona, mucilagem, oxalato de cálcio, pineno, resina, sacarose, tanino, vanilina. Família: Lauraceae Parte utilizada: Cascas Indicações/ Usos terapêuticos: indicado na inapetência, perturbações digestivas com cólicas leves, flatulência e sensação de plenitude gástrica. Tem efeitos anti-inflamatório, antimicrobiano, antioxidante, anti-tumoral, cardioprotetor, antilipemiante, hipoglicemiante, imunomodulador e termogênico. Efeitos adversos e contraindicações: podem ocorrer reações alérgicas de pele e mucosa, não usar na gravidez. Posologia: Tintura: 5ml a 10ml Decocção da droga vegetal: 2g a 4g por dia Pó: 400mg, até 4 vezes ao dia (MARQUES, 2014) Pata-de-Vaca (Bauhinia fortificata) Principais constituintes: Saponinas, Taninos, Glicoproteinas, Flavonóides, Fitoesteróis (B-sitosterol, campesterol, estigmasterol), Alcalóides, Terpenóides, Mucilagem e Antocianidinas Família: Fabaceae Parte utilizada: folhas, cascas, flores, lenho, raízes. Indicações/ Usos terapêuticos: Tem ação anti-inflamatória, depurativa, diurética, hipocolesterolemiante, hipoglicemiante, laxante, purgativa, tônico renal e vermífuga. Contra-indicações/cuidados: em caso de gestação ou lactação (somente sob orientação médica). Aumento do número de evacuações ou diarreia pastosa em intestinos com tendência à diarreia. Pode potencializar drogas antidiabéticas; é contra-indicada para pessoas com hipoglicemia. Posologia: Planta seca: 2 a 5g/dia Tintura: 10 a 15ml/dia Extrato seco: 200 a 500mg – até 3 vezes ao dia Estévia (Stevia rebaudiana Bertoni) Parte usada: folha Principais constituintes: Heterosídeos diterpênicos: estevosídeos, dulcosídeos, rebaudiosídeos A, B, C, D e E; Óleo essencial: álcool benzílico, α-bergamoteno, β -burboneno, α e γ-cadieno, calacoreno, clameneno, carvacrol, cosmosiína; Ácidos fenólicos: pirogalol, derivados do ácido cinâmico. Flavonóides: quercetosídeo, apigenol e austroinulina; Saponinas. Família: Asteraceae. Indicações/Usos terapêuticos: No diabetes, prisão de ventre, hipertensão, adoçante. Ação Edulcorante, hipoglicemiante, hipotensora e diurética Contra-indicações e efeitos adversos: Seu uso não tem revelado possuir efeitos adversos nem tóxicos, tanto em curto quanto a longo prazo, considerando-se, portanto, uma droga segura para o uso humano. Deverá haver cautela no uso concomitante com hipotensores. Esteviosídeo pode causar efeitos adversos como plenitude abdominal e náuseas, cefaleias, tonteiras, mialgia e parestesias Posologia: 3 a 6 g ou preparações contendo 250 a 500 mg de esteviosídeo 3 vezes ao dia (LORENZI; MATOS, ABREU, 2002). 83 8 Plantas com ação na Dislipidemia Carqueja (Bacharis trimera) Alcachofra (Cynara scolimus) Alho (Allium sativum) Açafrão (Curcuma longa L.) Dente-de-Leão (Taraxacum officinale) Canela (Cinnamomum cassia) Chá verde (Camelia sinensis) Aveia (Avenum sativum) Alho (Allium sativum L.) Principais constituintes: Compostos sulfurados (hidrossolúveis e lipossolúveis), aminoácidos e enzimas, saponinas, procianidinas, polissacarídeos, sais minerais (potássio, selênio, germânio), vitaminas (A, B, C, E). Família: Amaryllidaceae/ Liliaceae Partes utilizadas: Bulbo Indicações/ Usos terapêuticos: gripes, resfriados, verminoses, como antioxidante em dislipidemias e arteriosclerose. Expectorante, anti-séptico, hipocolesterolêmico, hipotensor,

imunoestimulante, antiinflamatório. Contraindicações e efeitos adversos: menores de 3 anos, em quadros de gastrite e úlcera gátrica/ hipetensão/hipoglicemia, não usar em casos de hemorragia e com anticoagulantes (ANVISA). Posologia: (MARQUES, 2014) 2g a 5g do bulbo de alho cru 0,5g a 1,5g do pó seco 2mg a 5mg do óleo de alho 300mg a 1000mg do extrato seco 2ml a 4ml de tintura (até 3 vezes ao dia diluídos em água) O bulbo deve ser administrado junto as refeições (antes) para prevenir a acorrência de distúrbios gastrointestinais (MARQUES, 2014). Carqueja (Baccharis trimera) Constituintes químicos: Flavonóides (apigenina, metil-luteolina, quercetina, nepetina, gencuanina, hispidulina); Óleo essencial (acetato de carquejilla, acetato de carquejol, pineno, cariofileno, ciscariofileno, cubebeno, elemeno); Diterpenos; Saponinas. Família: Compositae (Asteraceae) Parte utilizada: Partes aéreas Indicações/ Usos terapêuticos: litíase biliar, Diabetes, hipercolesterolemia, dispepsia. Ação hepatoprotetora, colagoga, anti-inflamatória, hipoglicemiante, hipocolesterolêmica, diurética, hipotensora, melhora a circulação (diterpenóides), reduz lesão ulcerosa, chá, Ativo frente ao vírus da herpes (lactonas sesquiterpênicas), Antidispéptico (Formulário Nacional). Contraindicações e efeitos adversos: Hipersensibilização por uso prolongado, Pode gerar hipotensão, Não usar na gravidez e lactação, Evitar uso com medicamentos para hipertensão e Diabetes. Problemas 84 de interações: Cautela ao associar com hipoglicemiantes, anti-hipertensivos, digoxina, antiarrítmicos, insulina. Posologia: Infusão: 2,5g em 150ml de água, 1 a 3 vezes ao dia (acima de 12 anos) – RDC 10 Tintura: 60 gotas após as refeições (KALLUF, 2015) Extrato fuido: 20 gotas após as refeições (KALLUF, 2015) Extrato seco: 600 – 800mg/dia Dente-de-Leão (Taraxacum officinale) Principais constituintes: Apigenol, luteol, taraxacina (principio amargo), inulina, minerais Fe, Si, Na, K, Mn, Zn, Cu, P e vitaminas C e D, complexo B, colina, clorofila. Família: Asteraceae Parte utilizada: Planta inteira Indicações/ Usos terapêuticos: Diurético, anti-inflamatória, antitrombótico, antioxidante, antidispéptico, analgésico, colerético, aperiente, hipocolesterolemiante, hipoglicemiante, laxante suave, prebiótico. Efeitos adversos: Evitar na gravidez e lactação, na presença de obstrução de ductos biliares e do trato gastrintestinal; Cautela no uso conjunto com medicamentos. O uso pode provocar hipotensão arterial (ANVISA). Posologia: Extrato seco: 140mg a 520mg/dia Tintura: 0,5ml a 1ml, 3 vezes ao dia; Decocto da droga vegetal: 3g a 4g, até 3 vezes ao dia (MARQUES, 2014). 9 Plantas que atuam no Sistema Geniturinário Cranberry (Vaccinium macrocarpon) Cavalinha (Equisetum arvense L.) Carqueja (Bacharis trimera) Crataegus laevigata Borragem (Borago officinalis L.) Bardana (Arctium lappa L.) Alfafa (Medicago sativa L.) Hibisco (Hibiscus sabdariffa) Abacateiro (Persea americana Mill) Chapéu-de-couro (Echinodorus macrophylus) Salsaparrilha (Smilax sp) Alho (Allium sativum) Cabelo de milho (Zea mays L.) Aipo ou Salsão (Apium graveolens L.) Porangaba (Cordia salicifolia) Angelica sinensis Cavalinha (Equisetum arvense L.) Principais constituintes: Família: Equisetáceas 85 Parte utilizada: Planta inteira e partes aéreas Indicações/ Usos terapêuticos: hipertensão, aterosclerose (aumeta a elasticidade dos vasos sanguineos), afecções renais e vias urinárias, afecções da próstata, hematúria, hemoptises, edemas, rejuvenescimento. Diurética, hemostática, remineralizante, depurativa, sudorífica, anti-inflamatória e analgésica Contra-indicações e efeitos adversos: não deve ser utilizada durante a gestação e lactação, pacientes com disfunção cardíaca e renal, gastrite e úlcera gastroduodenal. Não apresenta efeitos colaterais, quando usada em doses terapêuticas. Porém, não é recomendado o seu uso a longo prazo. Posologia: Infusão: 3g (1 col. Sopa) em 150ml (xíc de chá) de água: 1 xícara 2 a 4 vezes ao dia (RDC 10). Associações:

pode ser associado à hortênsia-branca, em casos de distúrbios da próstata (KALLUF, 2015). Para efeito diurético: 50 a 200ml/dia: Efeito hemostático: 500ml/dia (KALLUF, 2015). Borragem (Borago officinalis L.) Principais constituintes: Mucilagem, tanino, nitrato de potássio, sais (potássio, cálcio), alantoína, óleo essencial, saponina, óleo fixo, ácido salicílico, Vitamina C Família: Boraginaceae Parte utilizada: Folhas, caule, flores, e óleo das sementes Indicações/ Usos terapêuticos: afecções respiratórias, urinárias, hepáticas, depressão, TPM, hipertensão arterial Óleo da semente: alterações hormonais e hipertensão arterial Folhas e flores: afecções das vias respiratórias (tosse, catarro e problemas pulmonares); algumas doenças renais (oligúria, nefrite), problemas de vesícula biliar e hepática, além de edemas. Diurética, emoliente, anti-inflamatória (óleo), diaforética, galactogoga (semente), expectorante, adstringente, antireumática, depurativa. Suco fresco é utilizado nos distúrbios nervosos. Contra-indicações e efeitos adversos: em doses muito altas, pode causar efeitos tóxicos em virtude dos alcaloides pirrolizidínicos identificados. Posologia: Decocção: folhas e caule. Usar 40g/L. Infusão: folhas: usar 20 a 30g/L de água. Fazer infusão por 10 a 15 minutos Flores: 1 colher de sopa para cada xícara.Tomar 3 xícars ao dia. Tintura: 1 a 4ml, 3 vezes ao dia (HENZ; JABLONSKA; KERKHOF et al., 1999; BURR, 2000) Associações: pode ser associado à hortênsia-branca, em casos de distúrbios da próstata (KALLUF, 2015). 86 Hibisco (Hibiscus sabdariffa) Componentes químicos: ácidos orgânicos, antocianinas, polissacáridos mucilaginosos, glucosídeos e flavonoides. Família: Malváceas Partes utilizadas: flor Indicações/ Uso terapêutico: indicado no emagrecimento, espasmo gastrointestinal, espamo e colite uterina, dispepsia, gastroenterite, hipertensão, obstipação intestinal, aumentar a diurese. Tem ação antioxidante, diurético, colerético, laxante suave, vasodilatador, efeito hipotensor (inibidor da angiotensina), efeito hipolipemiante, hipoglicemiante. Aumento na produção do óxido nítrico Contra-indicações: não pode ser ingerido por gestantes e/ou lactantes. Efeitos adversos não encontrados na literatura Posologia: Infusão: 1 colher (sopa) da flor para 500ml de água (ALONSO, 1998; TESKE, 2001). Abacateiro (Persea americana Mill) Componentes químicos: esteróis (sitosterol, campesterol), aminoácidos, lecitina, potássio, cácio fósforo e ferro. Flavonóides (quercetina, β-sitosterol) e óleos essenciais estragol e anetol. Família: Lauraceae Partes utilizadas: folhas e óleos Indicações/Ações terapêuticas: como diurético, colagogo, carminativo, expectorante e relaxante da mucosa lisa brônquica. A infusão das folhas é utilizada no tratamento de condições inflamatórias, dor e febre. Usado nas nas infecções hepáticas e renais (cistite e uretrite). Contraindicações e efeitos adversos: não deve ser ingerido por gestantes e/ou lactantes. Posologia: Infusão: 50g da folha em 1 litro de água (ALONSO, 1998; TESKE, 2001). Chapéu-de-couro (Echinodorus grandiflorus) Componentes químicos: Flavonóides, taninos, estilbenos, diterpenos (labdanos: chapecoderinas A, B, C; clerodanos: equinofilinas A, B, C, D, E, F; cembranos: equinodolídeos A, B). Família: alismatáceas Partes utilizadas: folhas Indicações/Ações terapêuticas: edemas, inchaços por retenção de líquido e processos inflamatórios. Energética, diurética, depurativa, colagoga, laxante Contraindicações e efeitos adversos: Não usar em pessoas com insuficiência renal e cardíaca. Não utilizar doses acima da recomendada pois pode causa diarreia. Evitar o uso com medicamentos anti hipertensivo. Posologia: Infusão: 1 g (1 colher de chá) em 150 ml de água – 1 xícara de chá 3 x ao dia (RDC 10) 87 10. Plantas Medicinais utilizadas no Tratamento da Obesidade A obesidade é considerada uma doença multifatorial, sendo um grave problema de saúde pública mundial, atingindo pessoas de todas as classes econômicas e faixas etárias. Caracterizada pelo aumento excessivo de peso e o acúmulo de gordura corporal acima dos

padrões de normalidade, a obesidade é um fator predisponente para outras enfermidades, tais como dificuldades respiratórias, distúrbios do aparelho locomotor, problemas dermatológicos e psicológicos, além de estar diretamente relacionado com doenças como dislipidemias, doenças cardiovasculares, diabetes tipo II e certos tipos de câncer (CUPPARI, 2005; MARTINS, 2008). Nas duas últimas décadas, pesquisadores têm dedicado significativos esforços na compreensão dos mecanismos fisiológicos envolvidos no controle do apetite, da fome e da saciedade, e na obtenção de produtos efetivos para o tratamento e controle da obesidade, incluindo os de origem natural. A fitoterapia é caracterizada pelo tratamento de estados patológicos através da utilização de substratos naturais de origem botânica. Diversas plantas medicinais têm sido estudadas e utilizadas com o objetivo de redução de peso, principalmente aquelas com ação inibidora de lipases, contendo propriedades termogênica, ou que suprimem o apetite (KURIAN et al, 2007). 10.1 Fitoterápicos utilizados na Síndrome Metabólica/Obesidade Termogênicos: laranja amarga, camélia sinensis Sacietógenos: glucomanan, agar-agar, carqueja Redutores de ansiedade/ melhora do sono: Maracujá, Capim-limão, Griffonia 10.2 Termogênicos: Laranja doce (Citrus sinensis) Laranja amarga (Citrus aurantium) Chá verde (Camellia sinensis) Pholia magra (Ilex paraguariensis) Pimenta malagueta (Capsicum frutescens) Pimentão (Capsicum annuum) Pimenta de cheiro (Capsicum chinense) Pimenta cumari (Capsicum baccatum) Capsicum sp. Café (Coffea arábica/ Coffea robusta) Boldo- de -jardim (Coleus forskohlii) Framboesa (Rubus idaeus) Evodia (Evodia Rutaecarpa) Canela (Cinnamomum cassia) Gengibre (Zengiberis officinalle) Açafrao-da-terra (Curcuma longa L.) 88 Chá verde (Camellia sinensis) Principais constituintes: Polifenóis, dentre os quais os flavonoides e catequinas. A classe das catequinas (epicatequina, epicatequina galato, epigalocatequina e epigalocatequina galato). A classe dos flavonoides é subdivididada em: flavonas, flavononas, isoflavonas, flavonóis e antocianinas. Metilxantinas (cafeína, teofilina); óleo essencial; ácidos fenólicos, taninos e compostos aromáticos Família: Theaceae Partes utilizadas: Folhas Indicações/usos terapêuticos: tônico, protege contra doenças degenerativas, destoxificante, hipocolesterolemiante, diurético, desordens digestivas, náuseas e vômitos (NICOLETTI et al., 2007), enxaquecas, obesidade. Tem ação antioxidante, hipocolesterolemiante, antialérgica, anti-inflamatória, antineoplásica, gastroprotetora, termogênica. Coadjuvante no tratamento de patologias orais, usado como gargarejo (NICOLETTI et al., 2007). Contra-indicações e efeitos adversos: deve ser evitado por pacientes cardíacos, gestantes não devem ingerir mais que um ou dois copos/dia, pois a cafeína poderá aumentar o ritmo cardíaco e levar a pré- eclâmpsia. A ingestão da planta no período da noite pode provocar insônia, devido à ação estimulante da cafeína (ALONSO, 1998). Por conter razoável teor de cafeína, pode provocar dependendo da dose e da frenquência diminuição da absorção de Ca e Fe, irritação da mucosa digestiva, irritabilidade, ansiedade e arritimias cardíacas (FERRO, 2006). Cautela ao associar com hipoglicemiantes, antihipertensivos, digoxina, antiarrítmicos, insulina, estimulantes do SNC, broncodilatadores, suplementos vitamínicos, alimentos. Posologia: (MARQUES, 2014) Extrato seco padronizado (20% a 50% de polifenóis): 100 a 600mg/dia Infusão de droga vegetal: 5g a 10g Pholia magra (Ilex paraguariensis.) Principais constituintes: Cafeína, teobromina, teofilina, ácido clorogênico e derivados, saponinas, taninos, flavonóides como quercetina, Kaempeferol e rutina, ácido ursólico, óleos essenciais, trigonelina, açúcares, minerais diversos (ferro, magnésio, manganês, potássio, sódio, cálcio, etc) e algumas vitaminas (C, B1, B5, ácido nicotínico e betacaroteno); Família: Aquifoliáceas Parte utilizada: Folha e pequenos talos das folhas; Indicações/Usos

terapêuticos: Tônico, estimulante, diurético, digestivo, laxante suave, antioxidante, hipocolesterolêmico, antiaterogênico, anticarcinogênico, termogênico; Contra-indicações e efeitos adversos: Raros nas doses habituais. Em altas doses pode levar a insônia, nervosismo, dores abdominais, náuseas e vômitos; Interações medicamentosas: Pode diminuir os efeitos de sedativos, calmantes e anticonvulsivantes, devido a seu efeito estimulante no sistema nervoso. Posologia: Pode ser consumido isolado ou e associação com outras plantas, com finalidades distintas: Infusão das folhas; 2 a 10g/dia (chimarrão) Maceração das folhas em água fria (tererê); Extrato seco padronizado em cafeína: 100 a 300mg/dia 89 Laranja amarga (Citrus aurantium) Componentes químicos: protoalcaloide p-sinefrina, flavonoides (hesperidina, naringenina, tangeretina), óleos voláteis (limonemo), cumarinas e pectinas. Família: Rutáceas Partes utilizadas: fruto, folhas e flores Indicações/ Uso terapêutico: Flores: quadros leves de ansiedade, insônia e calmante suave. Expectorante, antibacteriana, antiviral, antifúngica, antialérgica, carminativa. Ação adrenérgica e termogênica. Promove perda de peso pelo aumento da lipólise. É um fitoterápico conhecido por ser substituto da efedrina e auxiliar na perda de peso dos praticantes de atividades físicas, entretanto, sem os efeitos colaterais da efedrina (GOUGEON et al, 2005). Contra-indicações e efeitos adversos: não utilizar em pessoas com distúrbios cardíacos. O extrato é contra-indicado para pacientes hipertensos, grávidas, lactantes, diabéticos e em tratamento com inibidores da MAO (Natural Medicines Comprehensive Database; 2007). Posologia: Rasurado: 4,5 a 9g Tintura 20%: 10 a 40ml Extrato seco (mínimo 6% de sinefrina): 400mg a 1200mg 10.3 Controle de apetite/ sacietógenos: Manga africana (Irvingia gabonenses) Hibisco (Hibiscus sabdariffa) Carqueja (Bacharis trimera) Fucus (Fucus vesiculosos) Spirulina sp. Goma guar (Cyamopsis tetragonolobus) Psyllium (Plantago psyllium) Wacame (Undaria pinnatifida) Glucomanan (Amorphophallus konjak K .) Agar agar (Gelidium cartilagineum) Cassiolamina (Cassia nomame) Goma guar (Cyamopsis tetragonolobus) Componentes químicos: polissacarídeos hidrofílicos de alto peso molecular (galactomanann) constituídos por D-galactosa e D-manosa. Família: Fabaceae Partes utilizadas: pó das sementes secas Indicações/ Uso terapêutico: diabetes, regime de emagrecimento, obesidade, hipercolesterolemia. Redutor de apetite. Dimimue a absorção de lipídeos e glicideos, prolonga a sensação de saciedade e laxante suave Contra-indicações e efeitos adversos: contraindica-se para crianças menores de 10 anos, na gestação e lactação e nas estenoses esofágica, pilórica e intestinal. Pode interferir na absorção de fármacos como a penicilina, glibenclamida, fenoximetilpenicilina e digoxina. Ingerir com muita água para evitar obstipação intestinal. Posologia: 1 a 2g /dia 0,5 a 5 g meia hora antes de cada refeição com 1 a 2 copos de água (Fitoterapia, Vademecum de Prescripción, 1998) 90 Spirulina sp. Componentes químicos: proteína (65%), aminoácidos essenciais (30%); minerais quelados (ferro, cálcio, zinco, magnésio, potássio); vitaminas; ácidos graxos; fenilalanina, clorofila, ácidos fenólicos, inositol. Família: Cyanophyceae Partes utilizadas: microalga inteira Indicações/ Uso terapêutico: Nutritiva, redutora do apetite, rica em proteínas e ferro biodisponível. Antioxidante, anti-inflamatória, analgésica, antiviral, cicatrizante, lipolítica, remineralizante, revigorante, tônica. Contra-indicações e efeitos adversos: Normalmente bem tolerada. Não deve ser consumida por pessoas com fenilcetonúria, gestantes, nutrizes e crianças. Quando contaminada por espécies tóxicas de outras algas azuis, pode causar forte hepatotoxicidade devido a microcistinas, com icterícia, dor e distensão abdominal, nauseas, vomitos, astenia, sede excessiva, pulso fraco e rápido. Posologia: Pó: 3 a 5g (Natural Medicines Comprehensive Database; 2007) 10.4 Redutores de ansiedade: Maracujá (Passiflora

incarnata/alata/ edulis) Melissa (Melissa officinalis) Camomila (Matricaria chamomilla) Mulungu (Erythrina mulungu) Capim-limão (Cymbopogum citratus) Garcínia (Garcinia camboga) Grifonia (Griffonia simplicifolia) Açafrão-verdadeiro (Crocus sativus L.) Cissus quadrangulares Grifonia (Griffonia simplicifolia) Componente químico: 5-HTP (5- hidroxitriptofano) Família: Leguminosae Partes utilizadas: Sementes Indicações/ Uso terapêutico: tratamento de ansiedade, depressão, fibromialgia, insônia, dores de cabeça crônicas, tensão pré- menstruais (TPM) e sobrepeso (obesidade). Regulação de saciedade, precursor do triptofano. Contra-indicações e efeitos adversos: Os efeitos colaterais são geralmente leves, mas podem incluir náuseas, prisão de ventre, gases, sonolência, ou diminuição da libido desaparecendo após alguns dias. Não deve ser utilizado quando tomar inibidores da MAO, inibidores seletivos da recaptação da serotonina ou outros medicamentos antidepressivos. Posologia: Extrato padronizado 95% 5HTP: 50 a 150mg/dia 91 Garcínia (Garcinia camboga) Componentes químicos: ácido-hidroxicítrico, fenol, ácido acético, ácido garcinólico, cálcio, carboidrato, traços de pectina Família: Clusiaceae Partes utilizadas: Cascas secas dos frutos e frutos Indicações/ Uso terapêutico: obesidade, inibição do apetite, hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, uremia, problema hepático devido a malária. Hepática, hipocolesterolêmica, lipolítica, sacietógena Contra-indicações e efeitos adversos: Doses altas pode causar náusea, desconforto gastrointestinal e cefaleia. Não há dados seguros sobre o uso na gravidez e lactação. Posologia: Ext. seco pad. mínimo 50% de AHC (ácido hidroxicítrico): 1 a 3g 10.5 Plantas que melhoram a disposição Guaraná (Paullinia cupana) Panax coreano (Panax ginseng) Maca peruana (Lepidium meyenii) Cogumelo-do-sol (Agaricus blazei) Chá verde (Camellia sinensis) Café (Coffea arábica) Pholia magra (Ilex paraguariensis) Marapuama (Ptycopetalum alacoide) Tribulus (Tribullus terrestres) CAPÍTULO 3 Interação entre Fitoterápicos e Nutrientes Principais Grupos Fitoquímicos e Interações De Plantas 1. Substâncias do Metabolismo Primário: Lipídeos; Polissacarídeos; Aminoácidos, peptídeos, proteínas e enzimas. 2. Substâncias do Metabolismo Secundário: Polifenólicos (ácidos fenólicos, cumarinas, flavonóides, isoflavonas, taninos, lignanas e ligninas); 92 Poliacetatos (quinonas (benzoquinonas, naftoquinonas, antraquinonas), orcinóis, floroglucinóis); Compostos derivados do enxofre; Terpenóides, glicosídeos cardiotônicos; Alcalóides Substâncias do Metabolismo Primário: Lipídeos: Óleos fixos e lecitinas tornam-se deficientes por interagirem com: Antraquinonas (Sene, Cáscara Sagrada, Ruibarbo) – diminuição da vilosidade intestinal, aumento do peristaltismo, diminuição da absorção gastrointestinal; Saponinas: Saponificação; Antiácidos e Minerais (Mg, Al): aumento do pH gástrico, diminuição da solubilização, complexação. Associados a: Monoterpenos, diterpenos, sesquiterpenos, cumarinas, taninos, flavonóides, triterpenos pentacíclicos e esteroidais, ácidos fenólicos, polissacarídeos, enzimas, lignanas e neo-lignanas, compostos derivados de enxofre: Sinergismo na ação anti-inflamatória. Polissacarídeos associados a: (BRUNETON, 1991; SIMÕES et al. 2007) Minerais (Zn, Fe e Ca), vitaminas, mono e dissacarídeos, lipídeos, proteínas, fármacos: Diminuição da absorção; Flavonóides, triterpenos pentacíclicos, cumarinas, carotenóides, monoterpenos, enzimas, taninos: Sinergismo na ação cicatrizante; Monoterpenos, sesquiterpenos, diterpenos, ácidos fenólicos, flavonóides, lignanas e neolignanas, triterpenos pentacíclicos e esteroidais, cumarinas, taninos, lipídeos, enzimas, compostos derivados de enxofre, alcalóides: Sinergismo na ação anti-inflamatória; Flavonóides, taninos, triterpenos pentacíclicos: Sinergismo na ação anti-úlcera gastrointestinal; antidiabética; Cumarinas, monoterpenos, diterpenos, compostos

derivados do enxofre, alcalóides, enzimas, triterpenos pentacíclicos, floroglicinóis: Sinergismo no tratamento da tosse; Glicosídeos cardiotônicos, triterpenos esteroidais, taninos, flavonóides, alcalóides, ácidos fenólicos, compostos derivados do enxofre: Sinergismo na ação diurética; Monoterpenos, sesquiterpenos, compostos derivados do enxofre, ácidos fenólicos, benzoquinonas, naftoquinonas, antraquinonas, taninos, isoflavonas, alcalóides, lignanas: Sinergismo na atividade antiviral e antimicrobiana; Taninos, monoterpenos, diterpenos, triterpenos pentacíclicos e esteroidais, alcalóides, compostos derivados do enxofre, flavonóides: Sinergismo na ação hipotensora; 93 Obs.: De maneira geral é prudente que não se administre qualquer tipo de medicamento pelo menos com 3 h de intervalo da administração de polissacarídeos. Podem ser associados para fins sinérgicos, porém deverão ser administrados com intervalo 3 h. Aminoácidos, Peptídeos, Proteínas e Enzimas: (BRUNETON, 1991; SIMÕES et al. 2007) As proteínas do ovo: Interagem com o ferro: aumento de complexação; diminuição de absorção gastrointestinal; Taninos: precipitam proteínas; As proteínas geralmente são bem digeridas no estômago, no entanto, o tempo da sua digestão retarda a absorção de fármacos. Bromelina (Enzima) associada a: Cumarinas, monoterpenos, diterpenos, compostos derivados do enxofre, alcalóides, floroglucinóis, polissacarídeos, triterpenos pentacíclicos: Sinergismo no tratamento da tosse; Monoterpenos, sesquiterpenos, flavonóides, diterpenos, lignanas e neolignanas, triterpenos pentacíclicos e esteroidais, cumarinas, lipídeos, taninos, polissacarídeos, ácidos fenólicos, compostos derivados do enxofre, alcalóides: Sinergismo na ação anti-inflamatória; Papaína e Bromelina (Enzimas) associadas a: Flavonóides, triterpenos pentacíclicos, cumarinas, carotenóides, taninos monoterpenos, polissacarídeos: Sinergismo na ação cicatrizante. Substâncias do Metabolismo Secundário: (BRUNETON, 1991; SIMÕES et al. 2007) Ácidos Fenólicos: Ácido salicílico: Complexação com minerais: Al, Mg, Cu, Co, Zn, Fe, Mn e Ca; Capsaicina: Em doses elevadas: perda de potássio; Glicosídeos cardiotônicos, triterpenos esteroidais, taninos, flavonóides, alcalóides, polissacarídeos, compostos derivados do enxofre: Sinergismo na ação diurética; Lignanas, alcalóides, triterpenos pentacíclicos, flavonóides, compostos derivados do enxofre: Sinergismo na ação hepatoprotetora, colerética e colagoga; Monoterpenos, sesquiterpenos, compostos derivados do enxofre, polissacarídeos, benzoquinonas, naftoquinonas, antraquinonas, taninos, isoflavonas, alcalóides, lignanas: Sinergismo na atividade antiviral e antimicrobiana; Monoterpenos, diterpenos, sesquiterpenos, flavonóides, taninos, lignanas e neo-lignanas, triterpenos pentacíclicos e esteroidais, cumarinas, enzimas polissacarídeos, lipídeos, compostos derivados do enxofre, alcalóides: Sinergismo na ação anti-inflamatória; 94 OBS.: Atividade antioxidante: proteção de fármacos e vitaminas. Cumarinas associadas a Ação anticoagulante: (BRUNETON, 1991; SIMÕES et al. 2007) As substâncias dessa classificação fitoquímica apresentam propriedade anticoagulante por si só, no entanto, deverá haver muita cautela na associação com substâncias anticoagulantes como saponinas triterpênicas, compostos derivados do enxofre, flavonóides, ácido gincólico, diterpenos e lactonas sesquiterpênicas, naftoquinonas. Por medida de segurança é recomendável que não sejam utilizadas por períodos superiores a 3 semanas; Triterpenos pentacíclicos, taninos, flavonóides, ácido ascórbico: Sinergismo na ação venotônica, hemodinâmina e antiedematosa; Polissacarídeos, monoterpenos, diterpenos, compostos derivados do enxofre, floroglucinóis, alcalóides, enzimas, triterpenos pentacíclicos: Sinergismo no tratamento da tosse; Compostos derivados do enxofre: Aceleram a metabolização das aflatoxinas. Naftoquinonas, antraquinonas:

Fotossensibilização a UV; Flavonóides, triterpenos pentacíclicos, enzimas, carotenóides, monoterpenos, polissacarídeos, taninos: Sinergismo na ação cicatrizante; Monoterpenos, diterpenos, sesquiterpenos, flavonóides, taninos, lignanas e neo-lignanas, triterpenos pentacíclicos e esteroidais, ácidos fenólicos, polissacarídeos, enzimas, lipídeos, compostos derivados do enxofre, alcalóides: Sinergismo na ação anti-inflamatória. Flavanóides associados a: (BRUNETON, 1991; SIMÕES et al. 2007) Terpenos (Ginkgolídeos): potencialização da ação anticoagulante; Fe, Al: Complexação; Diterpenos: Sinergismo na hipotensão arterial; Monoterpenos: Sinergismo na ação sedativa e hipnótica; Monoterpenos e alcalóides: Sinergismo na ação antiespasmódica, Monoterpenos, diterpenos, sesquiterpenos, cumarinas, taninos, lignanas e neo-lignanas, triterpenos pentacíclicos e esteroidais, ácidos fenólicos, polissacarídeos, enzimas, lipídeos, compostos derivados do enxofre, alcalóides: Sinergismo na ação anti-inflamatória. Triterpenos pentacíclicos, taninos, cumarinas, ácido ascórbico: Sinergismo na ação venotônica, hemodinâmina e antiedematosa; Lignanas, alcalóides, triterpenos pentacíclicos, flavonóides, compostos derivados do enxofre: Sinergismo na ação hepatoprotetora, colerética e colagoga; OBS.: Atividade antioxidante: proteção de fármacos e vitaminas. Taninos, monoterpenos, diterpenos, triterpenos pentacíclicos e esteroidais, alcalóides, compostos derivados do enxofre, polissacarídeos: ação hipotensora; 95 Polissacarídeos, triterpenos pentacíclicos, cumarinas, carotenóides, monoterpenos, enzimas, taninos: Sinergismo na ação cicatrizante; Polissacarídeos, taninos, triterpenos pentacíclicos: Sinergismo na ação antiúlcera gastrointestinal; antidiabética; Glicosídeos cardiotônicos, triterpenos esteroidais, taninos, ácidos fenólicos, alcalóides, polissacarídeos: Sinergismo na ação diurética; Isoflavonas: (BRUNETON, 1991; SIMÕES et al. 2007) Fe, Al: Complexação; Alcalóides, flavonóides, monoterpenos, floroglucinol: Sinergismo no tratamento da menopausa; Monoterpenos, sesquiterpenos, compostos derivados do enxofre, polissacarídeos, naftoquinonas, antraquinonas, taninos, ácidos fenólicos, alcalóides: Sinergismo na atividade antiviral e antimicrobiana; Saponinas esteroidais: Sinergismo na ação estrogênica. Taninos (Hidrolisáveis e Condensados): (BRUNETON, 1991; SIMÕES et al. 2007) Proteínas: precipitam proteínas, inibem enzimas; Alcalóides: precipitam alcalóides, acidificam a urina; diminui a absorção; Fe, Al: Complexação; Flavonóides, triterpenos pentacíclicos, mucilagens, cumarinas, carotenóides, monoterpenos: Sinergismo na ação cicatrizante; Flavonóides, mucilagens, triterpenos pentacíclicos: Sinergismo na ação antiúlcera gastrointestinal; antidiabética; Ácidos fenólicos, benzoquinonas: Sinergismo nas dislipidemias, ação digestiva, infecção urinária e inflamações, antidiarreíco; Monoterpenos, sesquiterpenos, compostos derivados do enxofre, polissacarídeos, benzoquinonas, naftoquinonas, antraquinonas, ácidos fenólicos, isoflavonas, alcalóides, lignanas: Sinergismo na atividade antiviral e antimicrobiana; Monoterpenos, sesquiterpenos, flavonóides, diterpenos, lignanas e neolignanas, triterpenos pentacíclicos e esteroidais, cumarinas, lipídeos, enzimas, polissacarídeos, ácidos fenólicos, compostos derivados do enxofre, alcalóides: Sinergismo na ação antiinflamatória; Diterpenos, flavonóides, triterpenos pentacíclicos: Ação sinérgica no tratamento da hipertensão arterial, tromboses e problemas vasculares e cardiovasculares; Triterpenos pentacíclicos, cumarinas, flavonóides, ácido ascórbico: Sinergismo na ação venotônica, hemodinâmina e antiedematosa; 96 Flavonóides, monoterpenos, diterpenos, triterpenos pentacíclicos e esteroidais, alcalóides, compostos derivados do enxofre, polissacarídeos: Ação hipotensora; Glicosídeos cardiotônicos, triterpenos esteroidais, flavonóides, ácidos fenólicos, alcalóides, polissacarídeos, compostos

derivados do enxofre: Sinergismo na ação diurética; OBS.: Em altas concentrações podem degradar triterpenos pentacíclicos e alcalóides. Lignanas e neo-lignanas associadas com: (BRUNETON, 1991; SIMÕES et al. 2007) Monoterpenos, diterpenos, sesquiterpenos, cumarinas, taninos, flavonóides, triterpenos pentacíclicos e esteroidais, ácidos fenólicos, polissacarídeos, enzimas, lipídeos, compostos derivados do enxofre, alcalóides: Sinergismo na ação antiinflamatória; Silimarina, silibina, silidiadina, silicristina associadas com: Ácidos fenólicos, monoterpenos, triterpenos pentacíclicos, alcalóides, flavonóides: Sinergismo na ação digestiva e hepatoprotetora; Flavonóides, alcalóides, triterpenos pentacíclicos, flavonóides, compostos derivados do enxofre: Sinergismo na ação hepatoprotetora, colerética e colagoga; Podofilotoxinas (uso externo) associadas com: Monoterpenos, sesquiterpenos, compostos derivados do enxofre, polissacarídeos, benzoquinonas, naftoquinonas, antraquinonas, ácidos fenólicos, Isoflavonas, alcalóides, taninos: Sinergismo na atividade antiviral e antimicrobiana; Quinonas (Benzoquinona/Enzoquinonas, Naftoquinonas, Antraquinonas): (BRUNETON, 1991; SIMÕES et al. 2007) Arbutina (benzoquinona/ácido fenólico) associada a: Monoterpenos, sesquiterpenos, compostos derivados do enxofre, polissacarídeos, lignanas e neo-lignanas, naftoquinonas, antraquinonas, ácidos fenólicos, isoflavonas, alcalóides, taninos: Sinergismo na atividade antiviral e antimicrobiana; Furanocumarinas, monoterpenos: Hipersensibilização da pele; Taninos, monoterpenos, flavonóides: Sinergismo no tratamento da infecção urinária; sinergismo na atividade anti-tirosinase; Lapachol (Naftoquinona) associada a: Anticoagulantes: Ação sinérgica na ação anticoagulante, antiplaquetária, antitrombótica; Vitamina K: devido a semelhança estrutural, ocorre o prolongamento do tempo da protrombina; Monoterpenos, sesquiterpenos, compostos derivados do enxofre, polissacarídeos, ácidos fenólicos, benzoquinonas, antraquinonas, taninos, isoflavonas, alcalóides, lignanas: Sinergismo na atividade antiviral e antimicrobiana; 97 Lactonas sesquiterpênicas: Sinergismo da ação alergizante e anticoagulante; Juglona e Plumbagina (Naftoquinonas) associadas a: Taninos: Sinergismo na atividade antidiarréica. Antraquinonas associadas a: (BRUNETON, 1991; SIMÕES et al. 2007) Nutrientes, fármacos em geral: Diminuição da absorção, pois aumenta a velocidade do trânsito intestinal; Polissacarídeos (mucilagens e pectinas): Quando administrados juntos ocorre a diminuição da disponibilidade das antraquinonas. Para ação laxante devem ser administradas com intervalo mínimo de 3 h; Lignanas, monoterpenos, taninos, isoflavonas: Sinergismo da ação antifúngica (tópica no caso das antraquinonas); Furanocumarinas, naftoquinonas: Sinergismo na fotossensibilização a UV; Lipídeos: Diminuição da vilosidade intestinal, aumento do peristaltismo, diminuição da absorção gastrointestinal; Monoterpenos, sesquiterpenos, compostos derivados do enxofre, polissacarídeos, benzoquinonas, naftoquinonas, ácidos fenólicos, taninos, isoflavonas, alcalóides. lignanas: Sinergismo na atividade antiviral e antimicrobiana; Orcinóis, Floroglucinóis associados a: (BRUNETON, 1991; SIMÕES et al. 2007) Alcalóides: Sinergismo na ação broncodilatadora, (ação anticolinérgica), na hipotensão ortostática, na confusão, na dislexia Monoterpenos: Sinergismo em sintomas como confusão, dislexia, desiquilíbrio ou reequilíbrio central; sinergismo na oligoespemia; Ácidos fenólicos, triterpenos pentacíclicos, compostos de enxofre: Inibição na ação imunoestimulante; Polissacarídeos, monoterpenos, diterpenos, compostos derivados do enxofre, floroglucinóis, alcalóides, enzimas, triterpenos pentacíclicos: Sinergismo no tratamento da tosse; Compostos Derivados do Enxofre associados a: (BRUNETON, 1991; SIMÕES et al. 2007) Cumarinas: Metabolização de furanocumarinas; Cumarinas, monoterpenos, diterpenos, polissacarídeos, alcalóides, enzimas, floroglucinóis,

triterpenos pentacíclicos: Sinergismo no tratamento da tosse; 98 Cumarinas, triterpenos pentacíclicos, naftoquinonas: Sinergismo na ação anticoagulante; Taninos, flavonóides, ácidos fenólicos, triterpenos esteroidais e pentacíclicos: Sinergismo no tratamento das dislipidemias; Taninos, monoterpenos, diterpenos, triterpenos pentacíclicos e esteroidais, alcalóides, flavonóides, polissacarídeos: ação hipotensora; Lactonas sesquiterpênicas, naftoquinonas: Sinergismo na ação alergizante e anticoagulante; Monoterpenos, diterpenos, sesquiterpenos, cumarinas, taninos, flavonóides, triterpenos pentacíclicos e esteroidais, ácidos fenólicos, polissacarídeos, enzimas, lipídeos, lignanas e neolignanas, alcalóides: Sinergismo na ação anti-inflamatória; Glicosídeos cardiotônicos, triterpenos esteroidais, taninos, flavonóides, alcalóides, polissacarídeos, ácidos fenólicos: Sinergismo na açãodiurética; Lignanas, alcalóides, triterpenos pentacíclicos, flavonóides, ácidos fenólicos: Sinergismo na ação hepatoprotetora, colerética e colagoga; Monoterpenos, sesquiterpenos, taninos, polissacarídeos, benzoquinonas, naftoquinonas, antraquinonas, ácidos fenólicos, isoflavonas, alcalóides, lignanas: Sinergismo na atividade antiviral e antimicrobiana; Terpenóides (BRUNETON, 1991; SIMÕES et al. 2007) Monoterpenos associados a: Monoterpenos: Sinergismos positivos e negativos, a combinação mal sucedida poderá surtir ações como fototoxicidade e alergias Convulsões e outros eventos Centrais podem ocorrer. Náuseas, vômitos e dores de cabeça são comuns. Monoterpenos, compostos derivados do enxofre, polissacarídeos, taninos: Sinergismo na atividade antiviral e antimicrobiana; Orcinóis e floroglucinóis: Sinergismo em sintomas como confusão, dislexia, desiquilíbrio ou reequilíbrio central; sinergismo na oligoespemia; Compostos derivados do enxofre enxofre, diterpenos, sesquiterpenos, cumarinas, taninos, flavonóides, triterpenos pentacíclicos e esteroidais, ácidos fenólicos, polissacarídeos, enzimas, lipídeos, lignanas e neo-lignanas, alcalóides: Sinergismo na ação antinflamatória; Flavonóides, triterpenos pentacíclicos, polissacarídeos, cumarinas, carotenóides, enzimas, taninos: Sinergismo na ação cicatrizante; pH muito ácido ou alcalino: oxidação; Taninos, benzoquinonas, flavonóides: Sinergismo no tratamento da infecção urinária; Alcalóides, flavonóides, monoterpenos, floroglucinol: Sinergismo no tratamento da menopausa; 99 Alcalóides, flavonóides: Sinergismo na atividade antiespasmódica; Cumarinas, polissacarídeos, compostos derivados do enxofre, alcalóides, enzimas, triterpenos pentacíclicos, floroglucinóis, diterpenos: Sinergismo no tratamento da tosse; Alcalóides (indólicos): Sinergismo no tratamento da enxaqueca. Flavonóides, triterpenos pentacíclicos, cumarinas, carotenóides, enzimas, polissacarídeos: Sinergismo na ação cicatrizante; Taninos, sesquiterpenos, compostos derivados do enxofre, polissacarídeos, benzoquinonasnaftoquinonas, antraquinonas, ácidos fenólicos, isoflavonas, alcalóides, lignanas: Sinergismo na atividade antiviral e antimicrobiana. Taninos, monoterpenos, diterpenos, triterpenos pentacíclicos e esteroidais, alcalóides, compostos derivados do enxofre, polissacarídeos: ação hipotensora; Sesquiterpenos associados a: Monoterpenos, diterpenos, compostos derivados do enxofre, cumarinas, taninos, flavonóides, triterpenos pentacíclicos e esteroidais, ácidos fenólicos, polissacarídeos, enzimas, lipídeos, lignanas e neo-lignanas, alcalóides: Sinergismo na ação anti-inflamatória; Monoterpenos, taninos, compostos derivados do enxofre, polissacarídeos, benzoquinonas, naftoquinonas, antraquinonas, ácidos fenólicos, isoflavonas, alcalóides, lignanas: Sinergismo na atividade antiviral e antimicrobiana; (Lactonas) Compostos derivados do enxofre, naftoquinonas: Sinergismo na ação alergizante e anticoagulante; Diterpenos associados a: Taninos, flavonóides, monoterpenos, triterpenos pentacíclicos e esteroidais, alcalóides, compostos

derivados do enxofre, polissacarídeos: Ação hipotensora; Cumarinas, monoterpenos, polissacarídeos, alcalóides, enzimas, floroglucinóis, triterpenos pentacíclicos, compostos derivados do enxofre: Sinergismo no tratamento da tosse; Monoterpenos, sesquiterpenos, compostos derivados do enxofre, cumarinas, taninos, flavonóides, triterpenos pentacíclicos e esteroidais, ácidos fenólicos, polissacarídeos, enzimas, lipídeos, lignanas e neo-lignanas, alcalóides: Sinergismo na ação anti-inflamatória. Triterpenos Pentacíclicos e Esteroidais associados a: 100 Monoterpenos, sesquiterpenos, flavonóides, diterpenos, lignanas e neolignanas, ácidos fenólicos, cumarinas: Sinergismo na ação digestiva, ação anti-inflamatória; Cumarinas, taninos, flavonóides, ácido ascórbico: Sinergismo na ação venotônica, hemodinâmina e antiedematosa; Taninos, diterpenos, monoterpenos, alcalóides, flavonóides, compostos derivados do enxofre, polissacarídeos: ação hipotensora; Flavonóides, taninos, mucilagens, cumarinas, carotenóides, monoterpenos, enzimas: Sinergismo na ação cicatrizante; Diterpenos, flavonóides, taninos: Ação sinérgica no tratamento da hipertensão arterial, tromboses e problemas vasculares e cardiovasculares; Floroglucinóis: Inibição na ação imunoestimulante; Lignanas, alcalóides, triterpenos pentacíclicos, flavonóides, compostos derivados do enxofre: Sinergismo na ação hepatoprotetora, colerética e colagoga; Cumarinas, compostos derivados do enxofre, naftoquinonas: Sinergismo na ação anticoagulante; Taninos, flavonóides, ácidos fenólicos, compostos derivados do enxofre: Sinergismo no tratamento das dislipidemias; Monoterpenos, diterpenos, compostos derivados do enxofre, cumarinas, taninos, flavonóides, sesquiterpenos, ácidos fenólicos, polissacarídeos, enzimas, lipídeos, lignanas e neo-lignanas, alcalóides: Sinergismo na ação anti-inflamatória; Flavonóides, mucilagens, taninos: Sinergismo na ação antiúlcera gastrointestinal; antidiabética; Glicosídeos cardiotônicos, compostos derivados do enxofre, taninos, flavonóides, alcalóides, polissacarídeos, ácidos fenólicos: Sinergismo na ação diurética; Cumarinas, monoterpenos, diterpenos, polissacarídeos, alcalóides, enzimas, floroglucinóis, alcalóides: Sinergismo no tratamento da tosse. Glicosídeos cardiotônicos associados a: (BRUNETON, 1991; SIMÕES et al. 2007) Polissacarídeos, antraquinonas: Dimunuição na absorção; Capsaicina (ácido fenólico): Sinergismo na eliminação do potássio; Ca2+: Potencialização dos efeitos cardiotônicos e diuréticos; Ácidos fenólicos, triterpenos esteroidais, taninos, flavonóides, compostos derivados do enxofre, alcalóides, polissacarídeos: Sinergismo na ação diurética; Alcalóides, compostos derivados do enxofre: Bradicardia excessiva; 101 Emetina (alcalóide): Indução da ação emética para desintoxicação; Sais de K, Mg: Inibição da ação cardiotônica exarcebada – muita cautela; Alcalóides associados a: (BRUNETON, 1991; SIMÕES et al. 2007) Taninos: Precipitação – diminuição na absorção e aumento na eliminação; Lignanas, ácidos fenólicos: Sinergismo na ação hepatoprotetora, colerética e colagoga; Flavonóides, monoterpenos: Sinergismo na ação hipnótica e sedativa; Taninos, monoterpenos, diterpenos, triterpenos pentacíclicos e esteroidais, flavonóides, compostos derivados do enxofre, polissacarídeos: ação hipotensora; Orcinóis; floroglucinóis: Sinergismo na ação broncodilatadora, (ação anticolinérgica), na hipotensão ortostática, na confusão, na dislexia; Monoterpenos, flavonóides: Sinergismo na ação antiespasmódica; Cumarinas, monoterpenos, diterpenos, compostos derivados do enxofre, enzimas, polissacarídeos, triterpenos pentacíclicos, floroglucinóis: Sinergismo no tratamento da tosse; Monoterpenos: Sinergismo no tratamento da enxaqueca; Glicosídeos cardioativos, compostos derivados do enxofre: Bradicardia excessiva; Glicosídeos cardiotônicos, triterpenos esteroidais, taninos, flavonóides, compostos

derivados do enxofre, alcalóides, polissacarídeos: Sinergismo na ação diurética; Lignanas, ácidos fenólicos, triterpenos pentacíclicos, flavonóides, compostos derivados do enxofre: Sinergismo na ação hepatoprotetora, colerética e colagoga; Monoterpenos, sesquiterpenos, compostos derivados do enxofre, ácidos fenólicos, benzoquinonas, naftoquinonas, antraquinonas, taninos, isoflavonas, polissacarídeos, lignanas: Sinergismo na atividade antiviral e antimicrobiana. Interações na Constituição das Plantas Algumas Plantas da IN n° 05 – 11.12.2008 – Registro Simplificado 1) Aesculus hippocastanum L.: Triterpenos pentacíclicos (aescina), cumarina (esculetina) taninos hidrolisáveis e condensados, flavonóides (glicosídeos do quercetol e campferol): Sinergismo na ação venotônica, hemodinâmina e antiedematosa e anti-inflamatória; 2) Allium sativum L: Compostos derivados do enxofre, ácidos fenólicos: Sinergismo na atividade antiviral e antimicrobiana; 102 Compostos derivados do enxofre, ácidos fenólicos, saponinas, sais de potássio: Sinergismo na atividade hipotensora; Compostos derivados do enxofre, ácidos fenólicos, saponinas, sais de potássio: Sinergismo na atividade dislipidemiante; 3) Aloe vera (L.) Burm.: Mucilagem, antraquinonas, fitalatos, enzimas: Sinergismo na ação cicatrizante; Antraquinonas, fitalatos, enzimas: Sinergismo na ação antimicrobiana. 4) Arctostaphylos uva ursi Spreng.: Benzoquinonas, taninos hidrolisáveis, flavonóides derivados da quercetina, triterpenos pentacíclicos, ácidos fenólicos e alantoína: Sinergismo nas infecções e inflamações urinárias; 5) Calendula officinalis L.: Monoterpenos, carotenóides, flavonóides derivados da quercetina, triterpenos pentacíclicos (arnidiol, farnadiol), polissacarídeos (ramnoarabino-galactanos, arabino-galactanos), taninos: Sinergismo na ação cicatrizante; Taninos, monoterpenos: Sinergismo na atividade antimicrobiana; Flavonóides, monoterpenos, sesquiterpenos: Sinergismo na atividade colerética; Flavonóides, monoterpenos, sesquiterpenos, triterpenos pentacíclicos: Sinergismo na atividade antinflamatória; 6) Centella asiatica (L.) Urban, Hydrocotile asiatica L.: Triterpenos pentacíclicos (Asiaticosídeos e Madecassosídeos), taninos, polissacarídeos (pectinas e mucilagens), flavonóides (derivados da quercetina): Sinergismo na ação venotônica, hemodinâmina e antiedematosa e anti-inflamatória; Taninos, monoterpenos: Sinergismo na atividade antimicrobiana; 7) Cimicifuga racemosa (L.) Nutt.: Triterpenos pentacíclicos (acteína), isoflavonas, fitoesteróides: Sinergismo no combate dos sintomas do climatério; 8) Cynara scolymus L.: Ácidos fenólicos, flavonóides, ácido cítrico, inulina, taninos, polissacarídeos (mucilagens e pectina): Sinergismo na atividade digestiva (gastrocinético, colerético, colagogo, carminativa, prébiotico, antiácido, demulcente, fluidez do bolo); 9) Echinacea purpurea Moench: Ácidos fenólicos, alcamidas, polissacarídeos: Sinergismo na atividade Imunoestimulante 103 10) Ginkgo biloba L.: Diterpenos (Gincolídeos), sesquiterpenos (bilobalídeos), flavonoides derivados da quercetina, taninos condensados, ácido fenólico (ácido gincólico): Sinergismo em problemas de circulação (SNC, varizes, hemorróidas); Diterpenos (Gincolídeos), sesquiterpenos (bilobalídeos), flavonoides derivados da quercetina, ácido gincólico: Sinergismo na atividade anticoagulante. 11) Matricaria recutita L.: Sesquiterpenos, cumarinas e flavonóides: Sinergismo nas atividades anti-inflamatória, antisséptica, antiespasmódica, emenagoga inflamatória, e sedativa leve; Sesquiterpenos, mucilagens: Sinergismo na atividade demulcente; 12) Maytenus ilicifolia Mart. : Triterpenos pentacíclicos, taninos (hidrolisáveis e condensados), flavonóides, ácidos fenólicos: Sinergismo nas atividades antiúlcera e digestiva. Triterpenos pentacíclicos, taninos (hidrolisáveis e condensados): Sinergismo na atividade antimicrobiana. Interações entre as Plantas – IN n°05 – 11.12.2008 Tratamento sinérgico para problemas de tromboses, isquemias, vasculares e circulatórios:

Allium sativum L. (Compostos derivados do enxofre, ácidos fenólicos); Aesculus hippocastanum L. (Triterpenos pentacíclicos (aescina), cumarina (esculetina) taninos hidrolisáveis e condensados, flavonóides (glicosídeos doquercetol e campferol); Hamamelis virginiana L. (Taninos, monoterpenos, sesquiterpenos); Ginkgo biloba L. (Diterpenos (Gincolídeos), sesquiterpenos (bilobalídeos), flavonóides (derivados da quercetina), taninos condensados, ácido fenólico (ácido gincólico); Calendula officinalis L. (Monoterpenos, carotenóides, flavonóides derivados da quercetina, triterpenos pentacíclicos (arnidiol, farnadiol), polissacarídeos (ramnoarabino-galactanos, arabino-galactanos), taninos); Centella asiatica L. (Triterpenos pentacíclicos (asiaticosídeos e madecassosídeos), taninos,polissacarídeos (pectinas e mucilagens), flavonoides (derivados da quercetina). Tratamento sinérgico na hipertensão: Allium sativum L. (Compostos derivados do enxofre, ácidos fenólicos, saponinas, sais de potássio); 104 Ginkgo biloba L. Diterpenos (Gincolídeos), sesquiterpenos (bilobalídeos), flavonóides derivados da quercetina, taninos condensados, ácido fenólico (ácido gincólico); Centella asiatica (L.) Urban, Hydrocotile asiatica L. (Monoterpenos, sesquiterpenos, triterpenos pentacíclicos, flavonóides); Matricaria recutita L. (Sesquiterpenos, cumarinas e flavonóides); Melissa officinalis L. (Monoterpenos, sesquiterpenos e flavonóides); Passiflora incarnata L. (Alcalóides e flavonóides); Valeriana officinalis L. (Ésteres Sesquiterpenos, monoterpenos, sesquiterpenos, alcalóides) Tratamento sinérgico nas desordens respiratórias: Allium sativum L. (Compostos derivados do enxofre, ácidos fenólicos, ácido ascórbico); Echinacea purpurea Moench (Ácidos fenólicos, alcamidas, polissacarídeos); Eucalyptus globulus Labill. (Monoterpenos, triterpenos pentacíclicos); Mentha piperita L. (Monoterpenos, flavonóides, triterpenos pentacíclicos); Mikania glomerata Sprengl. (Cumarina, triterpenos pentacíclicos); Paullinia cupana HBK (Alcalóides, flavonóides); Pimpinella anisum L. (Monoterpenos, cumarinas, flavonóides (C e Oheterosídeos); Poligala senega L. (Triterpenos pentacíclicos); Zingiber officinale Rosc. (Monoterpenos, sesquiterpenos e ácidos fenólicos); 105 UNIDADE IV – CASOS CLÍNICOS EM FITOTERAPIA NA PRÁTICA CLÍNICA DO NUTRICIONISTA CAPÍTULO ÚNICO Casos Clínicos No presente capítulo serão apresentados alguns casos clínicos, com suas respectivas condutas para exemplificar o que foi abordado no presente caderno de estudos. Caso clínico 1 D.R.S.M. do sexo feminino, 35 anos, solteira IMC 29,3Kg/m², sedentária, jornada de trabalho de 10h, como secretaria de um escritório de advocacia, procurou atendimento nutricional para resolver constipação crônica. Paciente relata ser ansiosa, irritada, estressada, nervosa e apresenta sono irregular. Azia, empachamento, sensação de que tudo está parado, ruído no estômago, fezes ressecadas e muito escuras, flatulência. Refere ainda câimbra, dores na perna e boca amarga. Queixa-se de dor de cabeça frequente, resfriado, sinusite, rinite e candidíase de repetição. Refere ter pouca energia estar sempre cansada, principalmente após o almoço. Faz uso dos seguintes medicamentos omeprazol, quando tem dores de estômago, neosaldina para controle dor de cabeça, antialérgico para rinite e antibiótico quando em crise de sinusite. Antecedentes: candidíase e bronquite (na infância). Exames laboratoriais: Colesterol 240mg/dL; HDL 35mg/dL; Triglicerídeos 195mg/dL; Glicemia de jejum 118 mg/dL; Fibrinogênio 485mg/dL (161 a 465 mg/dl) (marcador inflamação de fase aguda). 1ª Consulta: Conduta Nutricional: Plano alimentar individualizado com orientações gerais e específicas e incentivo a prática de atividade física. Incluir chás de plantas c/ ação carminativa: Erva-doce, anis-estrelado, funcho, camomila, coentro, hortelã, melissa, gengibre (devem ser administrados no início das refeições ou logo após as mesmas (KALLUF, 2008). 106 Conduta: priorizar estômago e intestino com nutrientes de reparo da mucosa e enzimas digestivas: L-

glutamina + Probióticos (melhorar a permeabilidade intestinal e restaurar a microbiota) L-glutamina 5g (em jejum durante 15 dias), podendo ser substituída por tintura ou infusão de Guaçatonga (Casearia sylvestris) em jejum e antes de dormir de 15 a 20 dias Em seguida entrar com Probióticos: B. bifidum..........................................................1 bilhão de UFC Lactobacillus acidophilus..................................1 bilhão de UFC Lactobacillus casei............................................1 bilhão de UFC L. gasseri.........................................................2 milhões de UFC Lactobacillus reuteri..........................................1 bilhão de UFC Lactobacillus rhamnosus...................................1 bilhão de UFC Mandar 30 doses Posologia: Tomar 1 dose, à noite, antes de dormir. Durante 30 dias. Intervenção Fitoterápica:(reavaliar o cliente/paciente no retorno) Fórmula 2 (Para melhorar a função digestiva e hepática) Enzimas digestivas ................................................................................... 200mg Alcachofra (Cynara scolymus) Folhas – Extr. seco...................................150mg Carqueja (Baccharis trimera) Partes aéreas – Pó.......................................100mg Espinheira santa (Maytenus ilicifolia) Folhas – Extr. seco........................100mg Mandar 60 doses Posologia: Tomar 30 min. antes das refeições almoço e jantar. Durante 30 dias. Fórmula 3 (Para modular cortisol e melhorar a disposição, humor, estresse e qualidade do sono) Rhodiola (Rhodiola rósea) Rizoma – Extr. seco padronizado (rosavina)...............200mg Mandar 30 doses Posologia: Tomar 1 dose após o café da manhã. Durante 30 dias. Fórmula 4. (anti-inflamatória, imunomoduladora, antioxidante, digestiva, hipocolesterolêmica, antifúgica) Tintura 20% Alho (Allium sativum) Bulbo...................................... .ãã Açafrão-da-terra (Curcuma longa L.) Rizoma........... .ãã Gengibre (Zingiber officinale) Rizoma....................... ãã Orégano (Origanum vulgare) Folha.............................ãã Mandar 90 ml Posologia: Tomar 30 gotas (1,5ml) da tintura diluído em ½ copo americano de água morna, 2 vezes ao dia, após o almoço e jantar (durante 30 dias). 5. Ômega 3 (óleo de Peixe e Linhaça) 2g/ dia (antioxidante, anti-inflamatório e modulador do sistema imunológico) - próximo as refeições (almoço e jantar). 107 Justificativa do uso: L-Glutamina: Aminoácido importante na recuperação da mucosa intestinal. A glutamina tem propriedade anti-inflamatória e acelera o reparo da mucosa intestinal (PASCHOAL, et al., 2012). Preparando dessa forma a mucosa para receber pré e probióticos. Uma opção de fitoterápico para reparo da mucosa é a Guaçatonga (Casearia sylvestris) em jejum e antes de dormir (de 15 a 20 dias), utilizar infusão ou tintura. Alcachofra (Cynara scolymus): ação hepatoprotetora, antioxidante, colerética, colagoga, antidespéptica, diurética, antibacteriana, redutora de colesterol e estimulante do sistema hepatobiliar. Carqueja (Baccharis trimera): ação antioxidante, hepatoprotetora, colagoga, anti-inflamatória, hipoglicemiante, hipocolesterolêmica, diurética. Espinheira santa (Maytenus ilicifolia): analgésica em caso de dores estomacais (gastrite e azia), antidispéptica, anti-inflamatória e antiulcerogênica, colagoga, diurética, laxativa, cicatrizante e antiinfecciosa. Rhodiola (Rhodiola rósea): efeito adaptogênico, com atividade neuroprotetora, cardioprotetora, antifadiga, antidepressiva, ansiolítica e também estimula a atividade do sistema nervoso central. Alho (Allium sativum): Ação anti-inflamatória, antioxidante, anti-fúngica (reduz candidíase), antibacteriana, imunoestimulante, hipocolesterolêmica, hipoglicemiante, hipotensora. Açafrão-da-terra (Curcuma longa L.): possui inúmeras atividades farmacológicas entre elas antiinflamatória, antioxidante, imunomoduladora, hipocolesterolêmica, hipoglicemiante, reduz o risco de CA de mama e age no alívio dos sintomas da SPM, aumenta glutationa. Gengibre (Zingiberofficinale): possui ação espasmolítica sobre a musculatura lisa do TGI e das vias biliares; melhora a motilidade e a secreção gástrica. Ação anti-inflamatória, antioxidante, destoxificante,

hipocolesterolemiante, imunoestimulante, ação hormOnal (melhora os sintomas da TPM) Orégano (Origanum vulgare): ação antifúngica, antioxidante (protege oxidação do LDL), ação antimicrobiana. Caso clínico 2: M.A.S. do sexo feminino, 52 anos, divorciada, IMC 28,7Kg/m², procurou atendimento nutricional para reeducação alimentar e consequente perda de peso. Queixa-se de dificuldade para perder peso, retenção hídrica e fogachos no final da manhã (entrou na menopausa aos 47 anos).Relata ter apetite voraz e desejo por doces no final da tarde por volta das 16h. Pratica atividade física regularmente (4 vezes por semana). Nega tabagismo e não faz uso de bebidas alcoólicas. Antecedentes: enxaqueca (até meados de 2013) e esteatose hepática leve (+ ou – 1 ano). Histórico familiar de diabetes, hipertensão arterial, hipercolesterolemia, doença cardíaca e obesidade. Fez uso de Natifa durante um tempo para reduzir os fogachos. Exames laboratoriais: Colesterol 203mg/dL; HDL 76mg/dL; Triglicerídeos 54mg/dL; Glicemia de jejum 99 mg/Dl 108 Conduta Nutricional: Plano alimentar individualizado com orientações gerais e específicas. Incluir Chá de Hibisco (Hibiscus sabdariffa L.) Flor (droga vegetal) – para retenção hídrica 2 a 3 vezes ao dia. Intervenção Fitoterápica (reavaliar o cliente/paciente no retorno) Fórmula 1. (Para reduzir os fogachos e inibir aromatase) Passiflora edulis (99% crisina) Flor – Extr. seco........................................300mg Pimenta preta (Piper nigrum L.) Frutos – Pó................................................10mg Yan mexicano (Discorea villosa) Raiz – Extr. secopad.6% diosgenina......200mg Red clover (Trifolium pratense L.) Folhas – Extr. seco...............................200mg Amora (Morus nigra) Folhas ou Frutos – Extr. seco...................................200mg Posologia: tomar 1 dose às 10h (durante 30 dias) Fórmula 2. (Para gerenciamento de peso: Sacietógeno, controle de ansiedade e hipoglicêmico) Glucomanan (Amorphophallus konjak K.) Raiz – Pó ..............................350mg Agar agar (Gelidium cartilagineum) Planta inteira – Pó............................150mg Grifonia (Griffonia simplicifolia) Semente – Extr. secopad. 90% 5HTP.....30mg Assafre (Crocus sativus L.) Flores – Extr. seco............................................30mg Pata-de-vaca (Bauhinia forticata) Folha – Extr. seco..................................200mg Mandar 90 doses Posologia: Tomar 1 dose três vezes ao dia às 9:00 às 14:00 e às 18:00h com um copo bem cheio de água (durante 30 dias) Fórmula 3: Spray (Para reduzir desejo por doce) Extrato Fluido de Gymnema silvestres- Folha................... ..15% Posologia: Administrar uma borrifada na boca sempre que sentir necessidade. Caso clínico 3: D.M.S, do sexo feminino, 62 anos, eutrófica, procurou atendimento para controle do colesterol e sintomas da menopausa. Relata irritabilidade, ansiedade e dificuldade para dormir. Queixa-se de fogachos (menopausa há 5anos) à noite, dores de cabeça e dores articulares. Boa disposição. Exames bioquímicos: Glicose:125mg/dl; CT: 324mg/dl; TG: 99mg/dl. Dados Antropométricos: Peso: 62,1Kg - Eutrófica Circunferência da Cintura (CC): 81 cm 109 Conduta Nutricional: Plano alimentar individualizado com orientações gerais e específicas e incentivo a prática de atividade física. Incluir chá de Sálvia (Salvia officinalis L.) e hortelã (Mentha piperita) (refrescante p/ fogachos). Intervenção Fitoterápica: (reavaliar o cliente/paciente no retorno) Fórmula 1. Sintomas da menopausa (irritabilidade, ansiedade e dificuldade para dormir.) Tintura Vegetal 20% Amora (Morus nigra) Folhas ou Frutos.............................ãã Passiflora (Passiflora incarnata L.) Folha e frutos............ãã Mulungu (Erythrina verna) Casca.....................................ãã Mandar 90ml Tomar 30 gotas (1,5ml) da tintura diluído em ½ copo americano de água, 2 vezes ao dia às 15h e às 19h. Durante 30 dias. Fórmula 2 (Hipocolesterolêmica) Alcachofra (Cynara scolymus) Folhas – Extr. seco.....................................................500mg Alho (Allium sativum) Bulbo – Extr. seco..................................................................1000mg Mandar 30 doses Tomar 1 dose, à noite,

antes de dormir. Durante 30 dias Dores articulares: Açafrão-da-terra (Curcuma longa L.) Rizoma – Extr. secopad. 95% curcuminoides........150mg Boswelia (Boswellia serrata)*Extr.seco padr. 60 – 70% de ácidos boswélicos..................150mg Mandar 60 doses Tomar 2 vezes ao dia às 9h e às 14h. Durante 30 dias. *Parte utilizada resina obtida do tronco da árvore. 110 PARA (NÃO) FINALIZAR O Brasil, com seu amplo patrimônio genético e sua diversidade cultural, tem em mãos a oportunidade para estabelecer um modelo de desenvolvimento próprio e soberano no Sistema Único de Saúde (SUS) com o uso de plantas medicinais e fitoterápicos. Esse modelo deve buscar a sustentabilidade econômica e ecológica, respeitando princípios éticos e compromissos internacionais assumidos e promovendo a geração de riquezas com inclusão social. A aplicação da fitoterapia é amplamente discutida atualmente por diversos profissionais da área da saúde, pois, apesar do seu uso tradicional na medicina popular, a regulamentação do uso de fitoterápicos no Brasil ainda está sendo desenvolvida e o conhecimento científico é fundamental para a correta utilização dessa forma terapêutica. As plantas contêm diversos princípios ativos, que podem ou não trazer benefícios ao ser humano, portanto existe uma grande necessidade de capacitação profissional na área para prescrição segura de plantas medicinais e fitoterápicos por meio de cursos de especialização, congressos, leitura de artigos científicos e filiação a instituições de classe que estabeleçam regulamentações, reciclem e fortaleçam o conhecimento nessa área. A prescrição de fitoterápicos é uma prática autorizada pelo Conselho Federal de Nutricionistas desde 2006, porém somente a partir de 2013 o estes profissionais passaram a ser incentivados ao estudo profundo da fitoterapia através de cursos de pós-graduação. O conhecimento a respeito das interações entre fitoterápicos, plantasmedicinais, medicamentos alopáticos e nutrientes, além do profundo estudo das diversas ações dos compostos ativos e seu sinergismo é fundamental para garantir a segurança e eficácia dessa terapêutica. Diariamente novas pesquisas se iniciam e novas descobertas surgem a respeito da ação de diversas plantas medicinais. A leitura de artigos científicos, o desenvolvimento de pesquisas e a observação clínica fazem parte do dia-a-dia desse profissional. 111 REFERÊNCIAS ALMEIDA, F. C. G.; LEMONICA, I. P. The toxic effects of Coleus barbarus B. on the different periods of pregnancy in rats. Journal of Ethnopharmacology. v. 73, p. 53-60, 2000. ALONSO, J. R. Tratado de fitomedicina: bases clínicas y farmacológicas. Argentina: Isis Ediciones SRL, 2004. ALONSO, J. R. Tratado de fitomedicina: bases clínicas y farmacológicas. Argentina: ISIS EDICIONES SRL, 1998. ANDRÉ, S. B.; RODRIGUEZ, T. N.; MORAES-FILHO, J.P. Functional intestinal constipation. Rev. Bras. Med., v. 57, n. 11, p. 1240-52, dez. 2000. BARON-RUPPERT, G.; LUEPKE, N. P. Evidence for toxic effects of alkylphenols from Ginkgo biloba in the hen's egg test (HET). Phytomedicine, v. 8, n.2, p.133-8, 2001. BARRACA, A.S. Contribuição: Relatório do Estágio Supervisionado em Produção Vegetal II. "Manejo e produção de plantas medicinais e aromáticas". 1999. ESALQ/USP. Piracicaba. Disponível em www.ciagri.usp.br/planmedi/confrei.html, acesso em maio de 2004. BLUMENTHAL, M.; GOLDBERG, A.; BRINCKMANN, J. Herbal Medicine. Expanded Commission e Monographs. American Botanical Council, Austin, 2000. BOOTH, N. L.; PIERSEN, C. E.; BANUVAR, S.; GELLER, S. E.; SHULMAN, L. P.; FARNSWORTH, N. R. Clinical studies of red clover (Trifolium pretense) dietary supplements in menopause: a literature review. Menopause, v. 13, n. 2, p. 251-64, 2006. BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 26 de maio de 2014. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e a notificação de produtos tradicionais fitoterápicos, define as categorias de medicamento fitoterápico e produto tradicional fitoterápico e estabelece os requisitos mínimos para o

registro e renovação de registro de medicamento fitoterápico, e para o registro, renovação de registro e notificação de produto tradicional fitoterápico. BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Instrução Normativa nº 2 de 5 de maio de 2014. Publica a “Lista de medicamentos fitoterápicos de registro simplificado” e a “Lista de produtos tradicionais fitoterápicos de registro simplificado”. BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 10, de 09 de março de 2010. Dispõe sobre a notificação de drogas vegetais junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e dá outras providências. BRASIL. Ministério da saúde. Secretaria Nacional de Vigilância sanitária. Portaria SNVS n 19 de 30.01.92. Proíbe o uso de confrei (Symphytum officinale L.) em preparações para uso interno, 1992. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada RDC n.48, de 16 de Março de 2004 a. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada RE n.89, de 16 de Março de 2004 b. BRESSLER, R. Herb-drug interactions: interactions between Ginkgo biloba and prescription medications. Geriatrics, v. 60, n. 4, p. 30-3, 2005. 112 BRUNETON, J.; DEL FRESNO, A. V. Elementos de fitoquímica y de farmacognosia. Acribia, 1991. BURR, M. L. Lessons from the story of n-3 acids. Am. J. Clin. Nutr.; v. 71, n. 397S-8S, 2000 CAIRNEY, S.; MARUFF, P.; CLOUGH, A. R.; COLLIE, A.; CURRIE, J.; CURRIE, B. J. Saccade and cognitive impairment associated with kava intoxication. Hum Psychopharmacol., v. 18, n.7, p.525-33, 2003. CAPASSO, F., GRANDOLINI, G., IZZO, A. A. Fitoterapia: Impiego razionale dele droghe vegetali. 3ed. Verlag, Itália: Springer, 2006. CARVALHO, Kênia Mara Baiocchi. Obesidade, In: CUPPARI, Lilian. Nutrição: nutrição clínica no adulto. 2. ed. São Paulo: Manole, 2005. CASASNOVAS, A. B.; MARTINS, A. M.; QUINTANA, L.P. Recomendações para el tratamento del estrenimiento funcional. An. Pediatr. (Barc.), v. 74, n. 1, p. 51-57, 2011. CHANG, T. K.; CHEN, J.; LEE, W. B. Differential inhibition and inactivation of human CYP1 enzymes by trans-resveratrol: evidence for mechanism-based inaction of CYP1A2. J. Pharmacol. Exp. Ther, n. 299, p. 874-82, 2001. CIOLINO, H. P.; YEH, G.C. Inhibition of aryl hydrocarbon-induced cytochrome P-450 1A1 enzime activity and CYP1A1 expression by resveratrol. Mol. Pharmacol.,n. 56, p. 760-7, 1999. CIRCOSTA, C.; DE PASQUALE, R.; PALUMBO, D.R.;SAMPERI, S.; OCCHIUTO, F. Effects of isoflavones from red clover (Trifolium pratense) on skin changes induced by ovariectomy in rats. Phytother Res., v. 20, n. 12, p. 1096-9, 2006. CLOUATRE, D. L. Kava kava: examining new reports of toxicity. Toxicology Letters. v.150, n.1, p.85-96, 2004. CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS, 2007. Resolução nª 402/2007. Regulamenta a prescrição fitoterápica pelo nutricionista de plantas in natura frescas, ou como droga vegetal nas suas diferentes formas farmacêuticas e dá outras providências, 2007. CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTA, 2013. Resolução nº 525, de 25 de junho de 2013. Regulamenta a prática da fitoterapia pelo nutricionista, atribuindo-lhe competência para, nas modalidades que especifica, prescrever plantas medicinais, drogas vegetais e fitoterápicos como complemento da prescrição dietética e, dá outras providências. CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS, 2015. Resolução n° 556, de 11 de abril de 2015.Altera as Resoluções nº 416, de 2008, e nº 525, de 2013, e acrescenta disposições à regulamentação da prática da Fitoterapia para o nutricionista como complemento da prescrição dietética. COON, J. T.; PITTER, M. H.; ERNST, E. Trifolium pretense isoflavones in the treatment of menopausal hot flushes: a systematic review and meta-analysis. Phytomedicine, v. 14, n. 2-3, p. 153- 9, 2007. CORREA JÚNIOR, C.; MING, L.C.; SCHEFFER, M.C. Cultivo de plantas medicinais, condimentares e aromáticas. Jaboticabal, FUNEP, 1994. 162p. 113 COUET, C. E.; CREWS, C., HANLEY, A. B. Analysis, separation, and

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