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14º Congresso Brasileiro de Direito Ambiental Instituto “O Direito por um Planeta Verde” Instrumentos tributários e financeiros no Estatuto da Cidade e sua aplicação na sustentabilidade das cidades Consuelo Yatsuda Moromizato Yoshida [email protected]

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14º C ong res s o B ras ileiro de D ireito Ambienta l Ins tituto “O D ireito por um P laneta

V erde”

Instrumentos tributários e financeiros no Estatuto da Cidade e sua aplicação na sustentabilidade das cidades

Consuelo Yatsuda Moromizato [email protected]

14º C ong res s o B ras ileiro de D ireito Ambienta l Ins tituto “O D ireito por um P laneta

V erde”

Cidades apropriadas para as pessoas

14º C ong res s o B ras ileiro de D ireito Ambienta l Ins tituto “O D ireito por um P laneta

V erde”

Para termos um mundo apropriado para as pessoas, temos que ter primeiro cidadesapropriadas para as pessoas – cidades mais seguras, saudáveis, humanas e sustentáveis: as cidades são expressões do dinamismo do espírito humano – os centros de cultura, criatividade e intercâmbio de idéias, mas também enfatizam os extremos da riqueza e da pobreza, e são uma importante ferramenta nos sistemas que mantém a vida no planeta (Üner Kirdar).

14º C ong res s o B ras ileiro de D ireito Ambienta l Ins tituto “O D ireito por um P laneta

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A cidade não é apenas o que nela está construído. Uma cidade são as pessoas – e o habitat das pessoas(Üner Kirdar).

14º C ong res s o B ras ileiro de D ireito Ambienta l Ins tituto “O D ireito por um P laneta

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Cidade como bem ambiental síntese •Macrossistema resultante das interações dos subsistemas constituídos pelos meios físico (incluído o espaço urbano construído), biótico e antrópico, marcado por traços culturais, visando assegurar as condições propícias ao desenvolvimento da sadia qualidade de vida da sociedade urbana (Consuelo Yoshida).

14º C ong res s o B ras ileiro de D ireito Ambienta l Ins tituto “O D ireito por um P laneta

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•Sustentabilidade urbano-ambiental no D. Brasileiro:

- construção de uma sociedade urbana ambientalmente equilibrada (no âmbito de toda e, ao mesmo tempo de cada cidade em particular)

- num contexto de “desigualdades sociais e regionais” (contemplando as peculiaridades regionais e locais do meio físico, do meio biótico e do meio antrópico)

14º C ong res s o B ras ileiro de D ireito Ambienta l Ins tituto “O D ireito por um P laneta

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-buscando contemplar e conciliar os múltiplos e conflitantes objetivos constitucionalmente assegurados a todos (CF, art. 3º - conceitos jurídicos indeterminados ou cláusulas gerais - conteúdo deve ser preenchido e adaptado ao contexto dinâmico e diversificado das realidades regionais e locais).

14º C ong res s o B ras ileiro de D ireito Ambienta l Ins tituto “O D ireito por um P laneta

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. Desenvolvimento sustentável

. Desenvolvimento humano

. Sustentabilidade econômica, ecológica e social

. Sustentabilidade urbano-ambiental

 

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Desenvolvimento humano

. crescimento econômico (condição necessária, não suficiente)

. sem contexto de exclusão social

. acesso a informações, conhecimento e bens culturais

. sustentabilidade intergeracional (gerações futuras)  

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São Paulo - SP

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Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) IDH – educação, renda e expectativa de vida O IDH e o Brasil – 65ª posição no ranking

 Educação e renda (aumento) – expectativa de vida (nem tanto)

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Necessidade premente de mudanças radicais nos valores e nas políticas a fim de que sejam conciliados os conflitos nas cidades – entre o rico e o pobre e entre a humanidade e o meio ambiente (Über Kirdar).

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Avenida Paulista e Sala São Paulo

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Avenida Paulista – Símbolo da Cidade

•Centro de animação da cidade: corridas de charrete, de cabriolés e dos primeiros automóveis e os grandes carnavais dos anos 20 e 30.• Concentração das atenções políticas, econômicas e culturais da cidade

• 

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•Década de 40 - início do processo de verticalização – maior parque industrial da América Latina (S. Paulo)

• 

•início dos anos 70 - obras de alargamento na avenida

• 

•Anos 80 – construção dos primeiros edifícios de alta tecnologia

• 

•1985 – derrubada dos casarões. Casa das Rosas

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Centro de São PauloProjeto Nova Luz

. A partir da metade da década de 90 – contexto de mudanças. Nas políticas globais . Na forma de atuação do poder público no Centro de São Paulo

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Centro de São PauloProjeto Nova Luz

1.a utilização da construção de equipamentos culturais e restauração do patrimônio histórico como projetos de recuperação urbana;

2. a associação de capital público e privado na formulação dos projetos.

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Centro de São PauloProjeto Nova Luz

. relação entre cultura/recuperação do patrimônio histórico e requalificação urbana

. criação de atrativos para o capital nacional e internacional

. adoção de medidas que se aproximam cada vez mais de uma visão mercadológica e empresarial da cultura

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Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) Incentivos Fiscais

Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento

- Lei 10.923/1990 - concessão de incentivo fiscal para a realização de projetos culturais, no âmbito do município, por meio de certificados que poderão ser utilizados no pagamento do IPTU.

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- Lei 12.350/1997 - concessão de incentivo fiscal - pessoas físicas ou jurídicas - promoverem ou patrocinarem a recuperação externa e a conservação de imóveis tombados localizados na área do Procentro - certificados utilizados no pagamento do IPTU.

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- Lei 13.496/2003 - concessão de incentivo fiscal a pessoas físicas ou jurídicas - investimentos na região central - certificados utilizados no pagamento do IPTU, do ISS e do ITBI.

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- Lei 13.712/2004 - concessão de incentivo fiscal - imóveis utilizados exclusiva ou predominantemente como cinema - acesso direto por logradouro público ou em espaços semi-públicos em galerias - cumpram contrapartidas de caráter sócio-cultural.

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- Lei 14.096/2005 - concessão de incentivo fiscal - pessoas físicas ou jurídicas - investimentos na região da Estação da Luz - certificados utilizados no pagamento do IPTU, do ISS e de vale transporte

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- Lei 14.654/2007 - concessão de incentivo fiscal - pessoas físicas ou jurídicas - investimentos em setores da região Leste - certificados utilizados no pagamento do IPTU e do ISS e na aquisição de créditos de bilhete único (essa lei revoga a Lei 13.833/2004)

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Pinacoteca do EstadoCracolândia

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 Paradigma atual

. O predomínio do sistema de comando e controle no Brasil

. Reparações e sanções pelo descumprimento da legislação ambiental

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Mudança de paradigma

Do cumprimento da legislação ambiental e suas vantagens

Conscientização e sensibilização do empreendedor.

Argumentos e estímulos econômicos.

É mais vantajoso economicamente prevenir do que reparar e remediar o dano ambiental.

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Tendência à evolução

Políticas de comando-e-controle (sempre end-of-pipe) - imposição de padrões de emissão, melhor tecnologia de controle disponível

Políticas de incentivo - uso de instrumentos econômicos de incentivo – Análise Custo-Benefício (benefícios do controle e respectivos custos) - Análise de Custo-Efetividade (atingir, ao custo mínimo para a sociedade, padrões de qualidade ambiental politicamente acordados)  

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Bobbio. Legislação de cunho marcantemente protetivo-repressivo

. necessidade de técnicas de estímulo (facilitação ou atribuição de incentivos)

. controle ativo: favorecer as ações vantajosas mais do que desfavorecer as ações nocivas ao meio ambiente.

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Facilitação – precede ou acompanha o comportamento que se quer incentivar.

Procura tornar menos gravoso o custo da realização desejada.   a) propiciando mais meios necessários à sua prática

b) ou diminuindo a carga. Ex. concessão de subvenções e subsídios creditícios.

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Bobbio. Medidas de desestímulo - função predominantemente de conservação social

. Medidas de estímulo - função predominantemente de mudança social.

 

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Estímulos e incentivos tributários e econômicos na área ambiental - vantagens

- anteriores ou concomitantes à degradação ambiental (em regra)

- menos onerosos que correção posterior

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A efetividade e a eficiência ambiental dos instrumentos econômico-financeiros e tributários. Ênfase na prevenção. A utilização econômica dos bens ambientais e suas implicações.

(In TORRES, Heleno Taveira. (Coord.). Direito Tributário Ambiental. São Paulo: Malheiros, 2005. p. 527-564)  

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O êxito e a efetividade da proteção ambiental dependem da associação de medidas de desestímulo à degradação ambiental e de medidas de incentivo à prevenção, calcadas em atrativos econômico-financeiros (Consuelo Yoshida).  

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Preferência para os incentivos ao controle da poluição

É melhor incentivar que penalizar, estimular a inversão nos controles da contaminação do que sancionar com gravames, cujo cumprimento tem por efeito asfixiar a atividade industrial, quando não criam um clima de incerteza sobre os alcances de seu cumprimento (Alejandro Altamirano).

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Princípio poluidor-pagador

Princípio usuário-pagador

Princípio não-poluidor recebedor

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Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81)(Objetivos – art. 4º, VII)

Princípios poluidor e usuário-pagador

. a imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.

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Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81)(instrumentos econômicos)

. incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental (instrumento - art. 9º, V)

. perda ou restrição dos incentivos fiscais e a perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito (sanção administrativa - art. 14, II e III)

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Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81)

. instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros (art. 9º, inciso XIII, incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)

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Princípio poluidor-pagador(Princípio 16 – Carta do Rio - 1992)

As autoridades nacionais devem esforçar-se para promover a internalização dos custos de proteção do meio ambiente e o uso dos instrumentos econômicos, levando-se em conta o conceito de que o poluidor deve, em princípio, assumir o custo da poluição, tendo em vista o interesse público, sem desvirtuar o comércio e os investimentos internacionais.  

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princípio poluidor-pagador - atuação a posteriori - imputa ao poluidor custos, despesas, compensação pelo dano ambiental causado

princípio usuário-pagador - atuação a anteriori - pagamento pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.

Princípio não-poluidor recebedor - garante incentivo ou prêmio a quem deixar de poluir.  

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Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO 92)

“critérios para um eficiente tributo ambiental”

. eficiência ambiental;

. eficiência econômica (baixo custo)

. ser administrativamente barato e simples e

. não provocar efeitos relevantes no comércio e na competitividade internacional

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Instrumentos tributários e financeiros da política urbana – diretrizes (Lei nº 10.257/2001, art. 2º)

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•a justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização (inciso IX);

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•a adequação dos instrumentos de política econômica, tributária e financeira e dos gastos públicos aos objetivos do desenvolvimento urbano, de modo a privilegiar os investimentos geradores de bem-estar geral e a fruição dos bens pelos diferentes segmentos sociais (inciso X);

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•a recuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha resultado a valorização de imóveis urbanos, através da contribuição de melhoria (inciso XI).

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Instrumentos tributários e financeiros da política urbana – rol exemplificativo

(Lei nº 10.257/2001, art. 4º, IV, alíneas)

•IPTU•Contribuição de melhoria•Incentivos e benefícios fiscais e financeiros

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Recursos orçamentários (Nabil Bonduki)• a emissão de títulos para desapropriação• a Outorga Onerosa do Direito de Construir• a Transferência do Direito de Construir• as Operações Urbanas Consorciadas• os Certificados de Potencial Construtivo (Cepac´s)• o Consórcio Imobiliário

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Principais fontes de recursos dos municípios para a área ambiental

7ª edição da Pesquisa de Informações Municipais (Munic) –IBGE

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. dotações orçamentárias (53,8%)

. ICMS Ecológico – em (29,9%) dos municípios brasileiros

. taxa de licenciamento ambiental (21,8%)

. multas ambientais (17,2%)

. royalties (8,0%)

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. Região Nordeste - 78,0% de dotação orçamentária

. Região Norte - 51,1% do ICMS Ecológico

. Região Sul - 33,2% de taxas de licenciamento e 26,2% de multas

. Região Sudeste - 11,1% resultam de royalties, constituindo estes os maiores percentuais por região.

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Municípios com até 5.000 habitantes. recursos do Orçamento (42,8%). ICMS Ecológico (36,2%). taxas de licenciamento (18,1%)

Municípios com mais de 500 mil habitantes. multas (71,4%). outras fontes (65,7%). taxas de licenciamento (60,0%)

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Royalties do petróleo, Estudo do caso de Campos dos Goytacazes.

Carlos Alberto Scherer Navarrohttp://www.royaltiesdopetroleo.ucam-

campos.br/index.php?cod=4

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ICMS Ecológico, uma experiência brasileira de pagamentos por serviços ambientais.

http://www.conservation.org.br/publicacoes/files/rppnmataatlantica3edicao.pdf

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“ICMS Ecológico”

- redistribuição de recursos do ICMS aos Municípios de forma mais justa e ambientalmente correta; estímulo às Prefeituras a formularem e executarem políticas ambientais.

- compensação financeira aos Municípios que sofrem restrições de uso e ocupação de seus territórios por unidades de conservação e terras indígenas; que invistam nos seus sistemas de água e esgoto tratados e coleta de lixo com destinação final adequada;

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Legislação ICMS Ecológico

Paraná- Lei Complementar Estadual nº 59/91São Paulo - Lei Estadual nº 8.510/93Minas Gerais - Lei Complementar Estadual nº 12.040/95Rondônia - Lei Complementar Estadual nº 147/96Amapá - Lei Estadual nº 322/96Rio Grande do Sul - Lei Estadual nº 11.038/97Mato Grosso - Lei Estadual nº 73/2000Mato Grosso do Sul - Lei Complementar Estadual nº 2.193/2000Pernambuco - Lei Estadual nº 11.899/2000Tocantins - Lei Estadual nº 1.323/2002Acre - Lei Estadual nº 1.530/2004Rio de Janeiro - Lei Estadual nº 5.100/2007Goiás - Emenda Constitucional nº 40Ceará – Lei Estadual nº 14.023/2007

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Incentivos

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LEI ROUANET (Lei Federal 8.313/91) - Lei de Incentivo à Cultura, através do Mecenato, isenção proporcional de IR e ICMS aos patrocinadores e ou doadores.

LEI DO AUDIOVISUAL (Lei Federal 8685/93) - desconto fiscal para quem comprar cotas de filmes em produção. Limite de desconto: 3% para pessoas jurídicas e 5% para pessoas físicas, sobre o IR.

LEI DE INCENTIVO À CULTURA - LINC (Lei Estadual 8819/96) – cria o programa estadual de incentivo à cultura e institui o Conselho de Desenvolvimento Cultural

LEI MENDONÇA ( Lei Municipal 10923/91) - Permite que o contribuinte do IPRJ e ISS abata até 70% do valor do patrocínio desses impostos.

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Desoneração (total ou parcial) da carga tributária e o respeito ao princípio da isonomia formal e material. O custo econômico-social da desoneração e o atendimento do interesse social.

. Incentivos à cultura CESNIK, Fábio de Sá. Guia do Incentivo à Cultura. 2. ed., rev. e ampl. Barueri: Manole, 2007.   

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Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN)

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Isenção de pagamento do ITR na área reconhecida como RPPN;

- Prioridade na análise e concessão de recursos do Fundo Nacional do Meio Ambiente;

- Maior facilidade de acesso ao crédito agrícolanos banco oficiais;

- Apoio do IBAMA quanto ao manejo e gerenciamento;

- Oportunidade de ganhos por meio do turismo ecológico, lazer, recreação e educação ambiental.

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Reserva Barbacena, localizada na pacata cidade de São Pedro do Ivaí, no noroeste do Paraná, recebe R$ 8.823,00 por mês para manter parte de sua floresta nativa.

-guarda-parques para inibir a ação de ladrões de palmito -parceria com a EMBRAPA para a datação das espécies vegetais e animais que habitam o espaço. - programa de educação ambiental com a comunidade- visitas monitoradas nas trilhas da floresta

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No Paraná, as RPPNs fazem parte do chamado ICMS ecológico, repassado em função das áreas verdes preservadas.

-parte do ICMS ecológico recebido pelos municípios é repassado aos proprietários das RPPNs‘

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- Crescente tributação com finalidade fiscal/arrecadatória e com finalidade extrafiscal/regulatória

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Oneração da carga tributária

Os princípios da capacidade contributiva e da vedação ao confisco são aplicáveis à tributação extrafiscal? 

 

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IPTU progressivo no tempo(Estatuto da Cidade, art. 7º)

. Descumprimento das condições e dos prazos ou das etapas,

. majoração da alíquota do IPTU pelo prazo de cinco anos consecutivos.

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IPTU progressivo no tempo(Estatuto da Cidade, art. 7º)

. Progressividade da alíquota a cada ano – limites: duas

vezes o valor referente ao ano anterior e alíquota máxima de quinze por cento (§ 1º).

. Cobrança pela alíquota máxima – obrigação não atendida em cinco anos – manutenção da cobrança pela alíquota máxima, até que se cumpra a referida obrigação - prerrogativa da desapropriação-sanção (§ 2º)

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Correntes doutrinárias:

. progressividade extrafiscal encontra seu limite na proibição do confisco (Elizabeth Carrazza, Misabel Derzi)

. Derrogação parcial do princípio na tributação extrafiscal (Regina Helena Costa):- manutenção do “mínimo vital”, não atingimento do confisco e não cerceamento de outros direitos constitucionais, que representam garantias mínimas do contribuinte perante o fisco.

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Correntes doutrinárias:

. inconstitucionalidade dos §§ 1º e 2º, do art. 7º do Estatuto da Cidade, por violação ao princípio da vedação ao confisco  (Regina Costa). Onde o constituinte previu a exacerbação da tributação para induzir comportamentos desejados ou para inibir comportamentos indesejados, é vedada a argüição do princípio do não-confisco tributário, a não ser no caso limite (absorção do bem ou da renda) - Sacha Calmon Navarro Coelho  

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Correntes doutrinárias:

. prevalência da função social da propriedade urbana (“princípio-garantia”, com função prescritiva) em relação à vedação ao confisco (princípio diretivo). graus de vinculação dos princípios constitucionais (contribuição de Bobbio). José Diniz de Moraes, Keziah Alessandra Vianna Silva Pinto, Diógenes Gasparini  

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Contribuição de melhoria

. DIREITO TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA. FATO GERADOR E BASE DE CÁLCULO. ARTIGOS 81 E 82 DO CTN. (Apelação Cível Nº 70021832274, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Adão Sérgio do Nascimento Cassiano, Julgado em 23/04/2008).

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Contribuição de melhoria

(...)A contribuição de melhoria tem por base a mais-valia obtida pelos proprietários de bens imóveis contíguos ou não à obra pública realizada por um dos Entes Federados. O seu lançamento exige a delimitação da área beneficiada e a formação de prévio procedimento administrativo para que seja avaliado o custo total da obra, a efetiva valorização e o benefício auferido por cada um dos proprietários cujos bens imóveis foram

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Contribuição de melhoria

valorizados, intimando estes para que, querendo, contestem os cálculos efetuados pelo Poder Público (art. 82 do CTN). Este cálculo deve observar os limites impostos pelo art. 81 do CTN. Em relação ao total cobrado dos proprietários, deve ser observado o custo total da obra, e a quantia exigida de cada proprietário deve ter por limite o acréscimo de valor incorporado ao imóvel.

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Contribuição de melhoria

. a contribuição de melhoria deve ser instituída por lei stricto sensu, não se considerando válida a contribuição que tenha por base Portaria, Edital ou qualquer outra norma que não seja a lei que respeite o processo legislativo. . Portanto, somente com a observância de todos esses requisitos, a lei editada pelo Ente Federado poderá ser considerada válida, e a contribuição de melhoria nela prevista ser lançada e plenamente exigível dos contribuintes.

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. Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE

. art. 149 e 170, da CF

. vinculadas sempre ao fim definido na Constituição ou em lei

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CIDE-Combustíveis

. Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE, incidente sobre a importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool etílico combustível

. Emenda Constitucional nº 33, de 11/12/2001

. CF, art. 177, § 4º, Inciso II

. Lei nº 10.336, de 19 de dezembro de 2001

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Parecer Heleno Taveira Torres em projeto de lei para criação de Fundo Especial (SINDICOM - Sindicato Nacional Das Empresas Distribuidoras De Combustíveis e de Lubrificantes)

Viabilidade jurídica de criação do FPRR - Fundo Nacional de Financiamento e Apoio a Projetos de Prevenção, Revitalização e Recuperação de Áreas Degradadas pelas Atividades Relacionadas à Indústria do Petróleo e seus Derivados e do gás e seus Derivados – FPRR, com financiamento de recursos provenientes da CIDE-combustíveis.

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Todo indivíduo, família, organização e comunidade têm um papel vital a desempenhar.

Carta da Terra – Haia, junho de 2000http://www.mma.gov.br/estruturas/agenda21/_arquivos/cart

a_terra.doc

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Obrigada! 

Consuelo Yatsuda Moromizato [email protected]