13 março - pÚblico

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Exportações recuperam mas queda dos preços ameaça a economia Vendas para o exterior subiram 5,6% em Janeiro e afastaram o cenário negativo do último trimestre de 2012. Mas a taxa de inflação caiu para um valor abaixo de zero, o que fez regressar fantasma da deflação Economia, 16/18 Quadros de topo do banco só souberam da denúncia à Autoridade da Concorrência depois de a instituição ter sido alvo de buscas p17 Tribunal Constitucional confirma perda de mandato. Autarca vai recorrer, mas não suspende a pena p2/3 Fiscalização sucessiva de normas do Orçamento na recta final. Incerteza sobre a decisão não deve atrasar avaliação da troika p4 Barclays Portugal ignorava denúncia feita por Londres Macário esgota recursos para evitar perda de mandato Fiscalização do OE no Constitucional não perturba troika OSSERVATORE ROMANO/REUTERS PUBLICIDADE Barcelona goleia Milan e mantém-se firme na luta pela Champions p41 QUA 13 MAR 2013 EDIÇÃO LISBOA Ano XXIV | n.º 8372 | 1,10€ | Directora: Bárbara Reis | Directores adjuntos: Nuno Pacheco, Manuel Carvalho, Miguel Gaspar | Directora executiva Online: Simone Duarte | Directora de Arte: Sónia Matos Colecção Lucky Luke 6.º álbum Lucky Luke contra Joss Jamon HOJE, por + 4,95€ Q s A d s i f SUPERTELESCÓPIO ALMA A TERRA DE OLHOS NO CÉU EM BUSCA DA ORIGEM DO UNIVERSO Ciência, 30/31 O CONCLAVE, DIA 2 MILHARES EM S. PEDRO À ESPERA DE UM PAPA PROFETA Sofia Lorena, em Roma Mundo, 22/23

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Page 1: 13 Março - PÚBLICO

Exportações recuperam mas queda dos preços ameaça a economiaVendas para o exterior subiram 5,6% em Janeiro e afastaram o cenário negativo do último trimestre de 2012. Mas a taxa de infl ação caiu para um valor abaixo de zero, o que fez regressar fantasma da defl ação Economia, 16/18

Quadros de topo do banco só souberam da denúncia à Autoridade da Concorrência depois de a instituição ter sido alvo de buscas p17

Tribunal Constitucional confi rma perda de mandato. Autarca vai recorrer, mas não suspende a pena p2/3

Fiscalização sucessiva de normas do Orçamento na recta fi nal. Incerteza sobre a decisão não deve atrasar avaliação da troika p4

Barclays Portugal ignorava denúncia feita por Londres

Macário esgota recursos para evitar perda de mandato

Fiscalização do OE no Constitucional não perturba troika

OSSERVATORE ROMANO/REUTERS

PUBLICIDADE

Barcelona goleia Milan e mantém-se firme na luta pela Champions p41QUA 13 MAR 2013EDIÇÃO LISBOA

Ano XXIV | n.º 8372 | 1,10€ | Directora: Bárbara Reis | Directores adjuntos: Nuno Pacheco, Manuel Carvalho, Miguel Gaspar | Directora executiva Online: Simone Duarte | Directora de Arte: Sónia Matos

Colecção Lucky Luke 6.º álbumLucky Luke contra Joss JamonHOJE, por + 4,95€

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if

SUPERTELESCÓPIO ALMAA TERRA DE OLHOS NO CÉU EM BUSCA DA ORIGEM DO UNIVERSO Ciência, 30/31

O

CONCLAVE, DIA 2MILHARES EM S. PEDRO À ESPERA DE UM PAPA PROFETASofia Lorena, em RomaMundo, 22/23

Page 2: 13 Março - PÚBLICO

2 | DESTAQUE | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013

Esgotaram-se os recursos para travar perda de mandatoAutarca de Faro anunciou que, apesar de mais uma decisão adversa do Tribunal Constitucional (TC), continuará em funções. Tem na manga novo recurso. O TC acusa-o de recorrer a expedientes dilatórios para se manter no cargo

O Tribunal Constitucional res-

pondeu a 7 de Março a um

pedido de “aclaração” de

Macário Correia confi rman-

do a perda do seu mandato

de presidente da Câmara de

Faro. Com esta diligência, o autarca

esgotou os recursos para travar a deci-

são proferida pelo Supremo Tribunal

Administrativo (STA) no Verão pas-

sado. Quando esta decisão transitar

em julgado, o que deverá suceder

dentro de meses, Macário deixará

de poder exercer funções autárqui-

cas, sob pena de os actos que prati-

car serem considerados inválidos.

O social-democrata não se dá, po-

rém, por vencido. “Ao abrigo da lei,

continuarei a exercer as funções para

que fui eleito”, anunciou ontem num

comunicado em que dá conta de ter

sido notifi cado da terceira e derra-

deira decisão do Tribunal Constitu-

cional sobre a sua perda de mandato.

O comunicado do autarca, que pre-

side à Comunidade Intermunicipal

do Algarve, termina com uma pro-

messa: “Aguardarei e cumprirei com

serenidade a última decisão do STA,

qualquer que ela seja e no momento

que venha a ser conhecida”.

Condenado por ter violado leis do

ordenamento e urbanismo em 2006,

quando era presidente da Câmara

de Tavira, Macário prepara-se para

entregar um recurso extraordinário,

alegando que o STA proferiu no pas-

sado, num qualquer caso idêntico

ao seu, uma decisão diametralmente

oposta. Mas este tipo de recurso só

pode ser entregue depois de o acór-

dão que o condena transitar em jul-

gado, ou seja, após perder o manda-

to. E os recursos extraordinários não

O comunicado de Macário Correia

deixa entrever que a via que escolheu

não será, de resto, esta, “O processo

regressa ao STA, onde já se solicitou a

correcção de erros materiais do acór-

dão. Isto porque o mesmo assentou

sobre sete situações, das quais se

sabe agora que três não existem na

realidade. Das outras, quatro soube-

se que não foram, até ao momento,

consideradas ilegais em ações ad-

ministrativas especiais”, diz o seu

comunicado.

Na Justiça, porém, a sucessão de

recursos merece críticas aos magis-

trados. No seu mais recente acórdão,

datado de 7 de Março, os conselhei-

ros do Constitucional consideram

que o requerimento do autarca do

PSD pedindo a “aclaração” da sen-

tença que haviam proferido em Ja-

neiro, e que já confi rmava uma de-

cisão sumária de Outubro de 2012,

não é senão uma manobra destinada

a adiar o inevitável: “Revela que ape-

nas pretende obstar ao trânsito em

julgado do acórdão”. Já no acórdão

de 6 de Fevereiro passado o mesmo

tribunal dissera “só por mero lap-

so” ou por “uma leitura desatenta

do respectivo conteúdo” da senten-

ça Macário Correia pode ter alegado

no seu recurso contradição entre a

decisão proferida e os respectivos

fundamentos.

Piscinas na RENO autarca foi condenado por aprovar,

contra o parecer emitido pelos técni-

cos, a construção de duas piscinas,

duas moradias e a reconstrução de

duas casas antigas em zonas classi-

fi cadas de Reserva Ecológica Nacio-

nal. “Eu também sou arquitecto e

engenheiro e conheço o território”.

Assim justifi cara, no passado mês de

Janeiro, os actos que violaram o Pla-

no Director Municipal. A emissão dos

alvarás, alegou o autarca, foi supor-

tada pelas “razões ponderosas” – um

poder discricionário que o Plano de

Ordenamento (Prot/Algarve) conferia

aos autarcas.

Por outro lado, os Projectos de Po-

tencial Interesse Nacional aprovados

pela administração central multipli-

caram-se pelas falésias e outras zonas

sensíveis. A Comissão de Coordena-

ção e Desenvolvimento Regional, há

cerca de seis anos, quando avaliou a

entrada do novo Prot, concluiu que

na faixa dos 500 metros junto ao mar

já só estava por ocupar 1,3% da área

disponível para construção. Assim,

a um interior cada vez mais deserto,

impôs-se um litoral de prédios enca-

valitados – e, actualmente, muitos

deles abandonados.

Talvez com base nesta percepção

dos desequilíbrios entre a serra e o li-

toral algarvio, do ponto de vista públi-

co as ilegalidades praticadas por Ma-

cário Correia ainda não mereceram

reprovação. “Sou contra o abandono

e a desertifi cação da serra algarvia.

Esta é uma causa da qual não abdi-

co”, tem vindo a afi rmar o presiden-

te da Câmara de Faro, sublinhando

que só “prendeu ajudar as pessoas”.

O presidente da comissão política

local do PS, Luís Graça, resume todo

o caso numa palavra: “Isaltinices”. Ao

autarca, diz, “faltam condições para

exerce o cargo. Não está a dignifi car

o poder local”, sublinha. Graça con-

sidera que o “mais grave” na conduta

do autarca é ele “ter desrespeitado os

pareces técnicos, foi avisado e não

quis saber de nada”. Ao persistir no

cargo, sublinha, “dá uma imagem pú-

blica de que há uma Justiça para os

grandes, outra para os pequenos”.

Já no que toca aos actos praticados,

admite, “situações de outros autarcas

que falharam, mas tiveram a humil-

dade de reconhecer o erro”.

MACÁRIO CORREIA

Idálio Reveze Ana Henriques

suspendem a pena, explica o consti-

tucionalista José Fontes. “Se lhe for

dada razão nesta questão isso pode

suceder depois do mandato já ter

terminado”, refere. Quando, daqui

a algum tempo, perder o mandato, o

social-democrata terá de abandonar

a Câmara de Faro. “Não pode conti-

nuar num serviço público sem ter um

título jurídico que o habilite a tal”,

refere o mesmo especialista.

“É como se estivesse impedido de

exercer funções”, corrobora o admi-

nistrativista da Universidade Católica

do Porto Mário Aroso de Almeida,

que se mostra surpreendido com as

declarações do autarca de que pre-

tende continuar a exercer o cargo.

“Não estou a ver como”, observa.

Se insistir em continuar à frente da

Câmara de Faro, Macário Correia de-

pois de o acórdão do STA transitar

em julgado, “estará a usurpar fun-

ções”. Uma vez declarada a perda de

mandato, não se torna necessário fa-

zer novas eleições. “O seu substituto

legal é o vice-presidente da câmara”,

esclarece Mário Aroso de Almeida.

O caso poderá, no entanto, ainda

voltar uma quarta vez ao Tribunal

Constitucional, equaciona o advoga-

do Artur Marques, que em 2003 não

conseguiu evitar a ida para a prisão

do presidente da Câmara de Vila Ver-

de. “Macário Correia pode evocar a

inconstitucionalidade da norma que

diz que os recursos extraordinários

não têm efeitos suspensivos. E essa

diligência já tem efeitos suspensivos”

da perda de mandato, faz notar. Mas

José Fontes não acredita que os juízes

do Tribunal Constitucional, que já

acusaram o autarca de recorrer a ex-

pedientes dilatórios para se manter

em funções, vão nisso. Pensa que dei-

xarão a perda de mandato efectivar-

se antes de se pronunciarem sobre

uma eventual alegação deste tipo.

Page 3: 13 Março - PÚBLICO

PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | DESTAQUE | 3

PEDRO CUNHA/ARQUIVOQuando esta decisão transitar em julgado, Macário deixará de poder exercer funções, sob pena de os actos que praticar serem considerados inválidos

Há alguma comparação entre

o caso de Macário Correia

e o do major Valentim

Loureiro? “Não. São pro-

cessos que não são compa-

ráveis”, afi rma convicto o

advogado do presidente da Câmara

de Gondomar, Amílcar Fernandes.

Tal como o autarca algarvio, ou como

Isaltino Morais, Valentim foi conde-

nado à perda de mandato, mas nos

códigos processuais parece haver

muita margem para evitar a concre-

tização das penas aplicadas.

Apesar de serem “processos di-

ferentes” e de “consubstanciarem

questões técnicas diferentes”, ale-

gadamente, há um aspecto que é co-

mum aos dois presidentes: ambos

foram acusados de “infracção” a “re-

gras de conduta dos autarcas”, o que

tem como consequência a perda de

mandato. Tal como Macário Correia,

também Valentim Loureiro viu o Tri-

bunal de Gondomar aplicar-lhe essa

pena no acórdão do processo Apito

Dourado sobre eventual corrupção

na arbitragem e no futebol profi ssio-

nal que começou em 2003.

Depois de conhecerem a sentença,

em fi nais de Outubro do ano passa-

do, os advogados do presidente de

Gondomar fi zeram saber que iam re-

correr. Na sua leitura, a condenação

era “completamente errada e inacei-

tável”. Valentim Loureiro insistiu em

que o acórdão do Apito Dourado só

permite aplicar a sanção ao mandato

de 2005-2009 e não ao de 2009-2013,

como considerou o Tribunal. Em de-

clarações ao PÚBLICO, Amílcar Fer-

nandes reafi rmou a sua convicção

de que a perda de mandato é alusiva

ao anterior mandato (2005/2009) e

acrescentou que “a decisão está sus-

pensa até que a Relação do Porto se

pronuncie”. Mas, prometeu, “se a

decisão for em sentido contrário ao

que consideramos será apresentado

de imediato recurso para o Tribunal

Constitucional”. Se houver recurso

e se o acórdão do TC for conhecido

em fi nais de Setembro e for no sen-

tido da perda de mandato, Valentim

terá de abandonar o cargo, antes da

realização das eleições autárquicas. E

neste caso, Valentim poderá ver com-

prometida uma eventual candidatura

à Assembleia Municipal de Gondo-

mar pelo Movimento Independente

pelo qual foi eleito.

Mas se as semelhanças entre o

imbróglio judicial que envolve Ma-

cário Correia e aquele que respeita

a Valentim Loureiro se concentram

no facto de ambos terem sido alvo

de declarações de perda de manda-

to, já a comparação com o caso do

presidente da Câmara de Oeiras faz

sentido, sobretudo, no que tem a ver

com a resistência à execução das de-

cisões judiciais. Isto porque Isaltino

Morais chegou a ser condenado, em

2009, a uma pena acessória de per-

da de mandato, mas no ano seguin-

te o Tribunal da Relação de Lisboa

anulou essa condenação e reduziu

a pena inicial de sete anos de prisão

efectiva para dois anos.

Desde então, o autarca recorreu a

todos os meios para evitar o cumpri-

mento da pena a que foi condenado

pela prática de vários crimes de frau-

de fi scal. Os recursos, reclamações,

pedidos de aclaração, arguições de

nulidades e outras diligências com

idêntica fi nalidade são tantos e tais

que o presidente do Supremo Tri-

bunal de Justiça, Noronha do Nasci-

mento, não hesitou em afi rmar, em

Novembro de 2011, que os autos já

constituíam um “case study do que é

o labirinto do processo português”.

No mesmo sentido pronunciou-se já

este ano o procurador Luís Eloy, do

Tribunal de Oeiras. Segundo o jor-

nai i de ontem, Eloy escreveu, em

resposta a mais um recurso do ar-

guido, que os autos daquele processo

se tornaram um “objecto de estudo

sociológico”, na medida em que mos-

tram “o poder judicial enredado na

sua própria teia decisória”.

Valentim e Isaltino, dois casos de resistência à execução de sentenças judiciais

José António Cerejo e Margarida Gomes

Autarcas algarvios condenados

PSD lança sondagem sem nome de Macário

Os presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal de Aljezur (José Amarelinho e Manuel

Marreiros, ambos do PS) foram condenados pelo Tribunal de Lagos, em Junho do ano passado, a perda de mandato e três anos e dois meses de prisão, com pena suspensa. Os autarcas, considerou um colectivo de juízes, cometeram um crime de prevaricação, no licenciamento de obras no Vale da Telha (empreendimento turístico lançado há 35 anos pelo empresário Sousa Cintra).

Dois dias antes de ser conhecida a decisão, a Comunidade Intermunicipal do Algarve, presidida por Macário Correia, emitiu um comunicado em sua defesa, denunciando que existia um “clima de perseguição a autarcas, o que se verifica há alguns anos”. Os autarcas de Aljezur recorreram da sentença, tendo após “apurada reflexão” e consulta ao PS decidido manter-se em funções.

O PSD parece estar refém de decisão que o autarca de Faro venha a tomar (não está afastado o cenário de uma candidatura independente). Reflexo dessa situação é o facto de o PSD ter encomendado uma sondagem para avaliar quem seria o candidato melhor posicionado para disputar as autárquicas, e o nome de Macário Correia não constar da lista. O presidente da concelhia, Cristóvão Norte, interpelado pelo PÚBLICO sobre esta matéria, afirmou, lacónico: “A decisão [escolha do candidato] será tomada nas próximas semanas”.

O Partido Socialista, depois de o ex-secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, se ter manifestado indisponível para concorrer, também ainda não escolheu candidato. I.R.

Os recursos de Isaltino mostram “o poder judicial enredado na sua própria teia decisória”, diz um procurador

Page 4: 13 Março - PÚBLICO

4 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013

Fiscalização do OE no Constitucional não deverá atrasar avaliação da troika

ENRIC VIVES-RUBIO

Resultados da sétima avaliação da troika deverão ser apresentados aos deputados na sexta-feira

O processo de fi scalização sucessiva

de algumas normas do Orçamento

do Estado (OE) para 2013 está a en-

trar na sua recta fi nal. Os 13 juízes

conselheiros reuniram-se ontem em

plenário para apreciar o projecto de

acórdão elaborado pelo relator. No

entanto, desconhece-se quando será

anunciada a decisão fi nal.

O facto de o Tribunal Constitu-

cional (TC) ainda estar a analisar o

processo não deverá impedir que

o Governo apresente os resultados

da sétima avaliação do memorando,

que ontem continuava a decorrer

em Lisboa.

A conferência de imprensa pode-

rá acontecer hoje, tendo em conta

os sinais deixados ontem na Concer-

tação Social pelo primeiro-ministro.

De acordo com os relatos de António

Saraiva, presidente da Confedera-

ção Empresarial de Portugal, Passos

Coelho terá deixado “no ar a ideia”

de que a tradicional conferência de

imprensa para fazer o balanço da

sétima avaliação do memorando

decorrerá nesta quarta-feira. Al-

gumas horas mais tarde, fonte do

gabinete do primeiro-ministro ga-

rantia que “durante a reunião não

foi adiantada qualquer data para a

apresentação dos resultados da sé-

tima avaliação”.

De todas as formas, Vítor Gaspar

terá que ser mais cauteloso, uma vez

que os cortes na despesa de 4000

milhões de euros estão muito depen-

dentes da decisão do TC em relação

a normas como a contribuição de

solidariedade aplicada às pensões

acima de 1350 euros ou os cortes

nos subsídios dos pensionistas — as

medidas com um peso signifi cativo

no orçamento.

Conforme destacou Marcelo Re-

belo de Sousa, no habitual comen-

tário de domingo na TVI, sem a

decisão do TC, “a troika tem de ser

muito cuidadosa nas conclusões a

que chega”.

Embora o presidente do Constitu-

cional, Joaquim de Sousa Ribeiro, te-

nha pedido urgência na apreciação

do processo, o debate em torno da

decisão poderá arrastar-se. Guilher-

me da Fonseca, antigo juiz do TC,

lembra que é de esperar um debate

aceso sobre os argumentos utiliza-

dos e vários plenários podem ser

convocados até à decisão, cabendo

ao TC gerir o tempo necessário para

a elaboração do acórdão fi nal.

Por outro lado, o constitucionalis-

ta Paulo Otero alerta para o risco de

o projecto de acórdão não ser acei-

te pela maioria dos conselheiros, o

que poderá levar à nomeação de um

segundo relator que “espelhe a sen-

sibilidade dominante do tribunal”,

para elaborar um novo projecto de

acórdão.

Além dos argumentos a ter em con-

ta para suportar a decisão fi nal, o TC,

lembra Paulo Otero, terá ainda que

ter em conta a linha das anteriores

decisões e defi nir a partir de quando

a decisão produz efeitos. Na prática,

o TC pode decidir pela inconstitucio-

nalidade de apenas algumas normas

e, à semelhança do que aconteceu no

ano passado, remeter os efeitos para

o futuro. Ou decidir que tem efeitos

retroactivos. Ou então decidir que só

tem efeito a partir do momento em

que o acórdão é publicado.

“É a decisão mais difícil que o Tri-

bunal Constitucional teve nas mãos

até hoje. Do ponto de vista jurídico e

do ponto de vista dos impactos polí-

ticos”, destacou, em declarações ao

PÚBLICO, o constitucionalista.

Nas últimas duas semanas, os re-

presentantes do Fundo Monetário In-

ternacional, da Comissão Europeia e

do Banco Central Europeu estiveram

a discutir com o Governo o prolonga-

mento por um ano do prazo concedi-

do para corrigir a situação de défi ce

e o valor e incidência dos cortes de

4000 milhões de euros — tema que

poderá ter estado na origem do pro-

longamento do processo de avaliação

(que já deveria ter terminado).

Dentro do Governo, há quem de-

fenda que esses cortes devem ser

diluídos no tempo e não devem ter

como meta 2014, o compromisso as-

sumido na sexta avaliação do me-

morando. O ministro dos Negócios

Estrangeiros e líder do CDS, Paulo

Portas, defende uma velocidade

mais lenta para a aplicação da re-

dução da despesa do Estado que

considera não poder ser totalmente

concretizada até ao fi nal do próximo

ano. Mas Portas não quer confundir

os cortes de 4000 milhões de euros

com o guião da reforma do Estado

que vai muito mais além do que os

cortes. Esse guião, que Portas está

incumbido de fazer, não foi negocia-

do nem entregue à troika.

Hoje e nos próximos dias, o primei-

ro-ministro e o ministro das Finanças

têm uma agenda preenchida. Passos

Coelho está esta tarde no Parlamen-

to para o debate de preparação do

Conselho Europeu e amanhã parti-

cipa na reunião dos líderes europeus

em Bruxelas. Por causa da sua au-

sência, o Conselho de Ministros foi

antecipado para hoje, assim como a

reunião semanal com o Presidente

da República.

E, segundo a agenda do Parla-

mento, na sexta-feira, Vítor Gaspar

e o secretário de Estado Adjunto do

primeiro-ministro, Carlos Moedas,

apresentam as conclusões do sétimo

exame aos deputados, uma reunião

que habitualmente acontece depois

da conferência de imprensa de balan-

ço da passagem da troika por Lisboa.

com Leonete Botelho

Juízes reuniram-se ontem para analisar o projecto de acórdão. Decisão deverá infl uenciar corte de quatro mil milhões, um dos temas quentes debatidos entre o Governo e a troika na sétima avaliação

OrçamentoRaquel Martinse Sofia Rodrigues

Há quatro pedidos de fiscalização no TC

Cavaco, toda a oposição e provedor de Justiça

OPresidente da República deu o mote ao fazer o primeiro pedido de fiscalização ao Tribunal Constitucional

(TC) depois de ter promulgado o Orçamento do Estado para 2013, no dia 2 de Janeiro. Embalados pelas dúvidas de Cavaco Silva, 50 deputados do PS suscitaram o mesmo pedido no Palácio Ratton dois dias depois. Em causa está a suspensão do pagamento do subsídio de férias (em geral e para aposentados e reformados) e a contribuição extraordinária de solidariedade.

Alinhados com a convicção

da inconstitucionalidade destas normas, os grupos parlamentares do PCP, BE e PEV querem ainda ver analisadas pelos 13 juízes as alterações aos escalões de IRS, a sobretaxa de 3,5%, mudanças nos subsídios de desemprego e doença, e pagamento das horas extraordinárias. O último pedido chegou do provedor de Justiça, Alfredo José de Sousa, que manifestou reservas relativas aos reformados (suspensão do pagamento do subsídio de férias e contribuição extraordinária de solidariedade). R.B.G.

Page 5: 13 Março - PÚBLICO

PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | PORTUGAL | 5

A Federação Nacional de Professores

(Fenprof ) assinalou ontem a 150.ª

condenação judicial do Ministério

da Educação e Ciência (MEC) por fal-

ta de pagamento de indemnizações

a docentes contratados em funções

há vários anos e cujos contratos não

foram renovados.

“Só em relação ao ano passado

deviam ter sido indemnizados cerca

de 25 mil professores”, disse Mário

Nogueira, dirigente da Fenprof, em

declarações ao PÚBLICO.

O braço-de-ferro dura desde o

Governo de José Sócrates, mas foi o

ministério de Nuno Crato a assumir

que só os docentes que vencessem

em tribunal teriam direito à chama-

da compensação por caducidade do

contrato. Também o provedor de

Justiça já sustentou que os professo-

res têm direito à indemnização.

MEC já perdeu 150 acções por não pagar a professores

Educação

O Sindicato dos Trabalhadores da

Construção identifi cou um conjunto

de situações de exploração laboral de

emigrantes portugueses no estrangei-

ro em que diz ser urgente uma inter-

venção imediata das autoridades.

O presidente do sindicato, Alba-

no Ribeiro, disse ao PÚBLICO que a

lista inclui casos em países como a

Alemanha, França e Inglaterra e será

entregue em breve à Secretaria de

Estado das Comunidades. “Arriscaria

dizer que estamos perante situações

de escravatura contemporânea”.

Sindicato denuncia exploração laboral de emigrantes na Alemanha, França e Inglaterra

Segundo Albano Ribeiro, Portugal

é, pela situação de fragilidade fi nan-

ceira em que se encontra, um país

muito exposto às entidades que re-

crutam trabalhadores da construção

civil, “frequentemente ligadas a re-

des mafi osas”. “Estes trabalhadores

saem do país e encontram condições

de trabalho muito precárias e são ví-

timas de abandono e violência física

e psicológica”, adianta.

Há cerca de quatro meses, o sindi-

cato recebeu denúncias de casos de

exploração laboral em Berlim. Alba-

no Ribeiro admite que o caso dos sete

portugueses esfaqueados na capital

alemã, na passada sexta-feira, “pode

perfeitamente estar encaixado neste

contexto”. As autoridades alemãs es-

tão ainda a averiguar as circunstân-

cias que levaram ao ataque, excluin-

do-se para já que o mesmo possa ter

tido motivações xenófobas.

Os sete portugueses, que terão si-

do agredidos por um grupo de “entre

dez a 17 pessoas”, são trabalhadores

da construção civil a viver nos arre-

dores da capital alemã. Dois deles

permanecem ainda hospitalizados,

mas a Embaixada de Portugal na

Alemanha garantiu, em comunica-

do, que não inspiram “cuidados de

maior”.

O embaixador de Portugal em

Berlim recusou ontem relacionar

o ataque com situações de explo-

ração laboral. “Tivemos aqui o

representante de uma das em-

presas que emprega estes traba-

lhadores e estamos em contacto

directo com a outra empresa por-

EmigraçãoRita da Nova

Ataque a sete trabalhadores portugueses em Berlim continua por explicar. Governo garante que lhes será dado todo o apoio

tuguesa”, avançou à agência Lusa.

A principal preocupação do Go-

verno é, segundo o secretário de

Estado das Comunidades, José Ce-

sário, “perceber exactamente o que

se passou” em Berlim. “Pode ter sido

tudo desencadeado por um desacato

simples, mas também pode ser um

caso mais complexo”, disse o go-

vernante ao PÚBLICO, garantindo

que será dado todo o apoio a estes

trabalhadores no caso de quererem

regressar a Portugal. “As pessoas es-

tão desesperadas por arranjar em-

prego e embarcam em situações de

risco, em coisas que não são claras”,

adiantou.

José Cesário explicou que o Gover-

no quer agora reforçar a campanha

Trabalhar no estrangeiro, informe-se

antes de partir, lançada em Maio de

2012, no sentido de “dar mais infor-

mações às pessoas e de as alertar

para o risco de trabalhar no estran-

geiro”.

“As pessoas estão desesperadas por arranjar emprego e embarcam em situações de risco”, diz José Cesário

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Page 6: 13 Março - PÚBLICO

6 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013

Breves

Governo

Carta do PS

Luis Filipe Menezes critica insensibilidade social

PCP rejeita qualquer acordo autárquico com socialistas

“Existem falhas do ponto de vista social em alguns ministérios”, criticou ontem o candidato do PSD ao Porto, à margem de um encontro na Obra Diocesana de Promoção Social, na Cidade Invicta. Luís Filipe Menezes referiu ainda que vê com agrado o esforço que o Governo tem feito para pôr as contas em dia mas vincou que não é “um apaixonado da troika.”Para o conselheiro de Estado, o ajustamento da economia não pode ser feito “à custa da destruição completa da classe média e da multiplicação da pobreza”.Luís Filipe Menezes alertou ainda para a necessidade de apostar no crescimento da economia através do aumento do consumo, do investimento e das exportações.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, rejeitou ontem qualquer coligação autárquica, como foi proposto pelo PS para as eleições de Outubro próximo, e desafiou o homólogo socialista a apresentar uma moção de censura ao Governo.“No essencial, é uma manobra de propaganda. Hoje, no pensamento da maioria do povo português, não estão arranjos ou coligações a pensar em Outubro. Está a necessidade de convergência, da luta, para derrotar este Governo e esta política”, disse. A carta enviada pelo PS sugeria parcerias em 11 municípios, “onde o PS já tem cabeça de lista”, algo que foi liminarmente rejeitado por ser uma proposta para a CDU fazer de “muletas” e “raminhos de salsa que os façam [ao PS] levar à vitória”.

António José Seguro começou em Braga a sua volta a Portugal

O BE acusou ontem o Governo de

estar “em confl ito” com os cidadãos

“que devia proteger” e “barricado

com a troika, contra o país”. Na ses-

são de encerramento das jornadas

parlamentares que decorreram em

Aveiro, o presidente da bancada blo-

quista, Pedro Filipe Soares, afi rmou

que o executivo PSD/CDS-PP “não

ouve mais de um milhão de pesso-

as que saíram à rua em protesto”,

nas manifestações do passado dia

2. “Percebe-se bem que as pessoas

se indignem” quando se está “a sal-

var os bancos em vez da economia”

portuguesa. O dirigente bloquista

procurou passar a ideia de que o

Governo liderado por Passos Co-

elho está alheado da realidade e é

indiferente à vontade popular: “O

Governo está barricado com a troika

contra o país”.

Questionado sobre o aumento das

exportações de bens em 5,6% em Ja-

neiro último, em comparação com

Janeiro de 2012, segundo o Instituto

Nacional de Estatística, Pedro Filipe

Soares, citado pela Lusa, ripostou

que este indicador por si só não re-

solve os problemas da economia. “As

exportações são um pilar de espe-

rança, mas isso não é a solução com-

pleta”, sustentou, referindo que por

outro lado “o Governo está a destruir

o mercado interno”.

Pedro Filipe Soares apresentou

uma proposta para cortar 50% da

dívida pública de médio e longo pra-

zo, que “cresceu pela especulação”

e cujos juros servem “para pagar

aos especuladores enquanto o país

empobrece”. O BE estima que este

corte “libertaria por si só 18,5 mil

milhões de euros apenas em 2013 e

2014” e até 2020 o efeito de redução

seria superior a 85 mil milhões. Os

bloquistas querem ainda um novo

mecanismo de obrigações do tesou-

ro com “um prazo de pagamento a

trinta anos” e com um período de

carência de juros até 2020. O país

está “a ser alvo de uma chantagem

inaceitável” e a receber “um trata-

mento de segunda categoria em re-

lação a qualquer banco”, que paga

juros mais baixos, apontou o Pedro

Filipe Soares.

O líder parlamentar do BE in-

BE diz que Governo está “barricado com a troika contra o país”

surgiu-se contra a ideia de que não

existe alternativa ao cumprimento

do memorando assinado com as

instituições internacionais e de que

renegociar a dívida signifi ca “a saída

do euro”. “Isso é uma chantagem e

ainda por cima é falsa”, atirou, re-

ferindo que a Grécia já teve várias

renegociações, embora “mal feitas”,

e continua na zona euro.

Convite do PS aceite, mas...O coordenador do BE, João Semedo,

disse ontem aceitar o convite do PS

para uma reunião com o objectivo de

discutir a possibilidade de coligações

nas eleições autárquicas, apesar de

considerar a iniciativa “tardia”.

“Como todos estamos lembrados,

o BE propôs à direcção do PS uma

reunião, que se realizou em Dezem-

bro. Este pedido agora formulado

pela direcção de António José Seguro

é um pedido tardio mas ainda assim

não deixaremos de responder”, de-

clarou Semedo.

Questionado sobre se o BE está

disponível para coligações com os

socialistas em alguns municípios co-

mo o partido convidou, por carta – o

PS já propôs os casos concretos do

Porto e do Funchal –, o coordenador

recusou cenários. “Nós temos uma

linha de orientação que foi aprovada

na última Convenção, mas eu não

quero antecipar nenhuma resposta

porque não sei exactamente quais

são as propostas do PS”, referiu. O

BE, acrescentou, “é conhecido por

não fechar a porta às forças demo-

cráticas e de esquerda”, mas que é

preciso “ver o que o PS tem para pro-

por” e “em função dessas propostas”

haverá uma resposta. “O PS pede-nos

uma reunião; a reunião realizar-se-á

em função da nossa agenda política

e nessa altura veremos quais são as

propostas.”

RUI GAUDÊNCIO

Partidos

Bloquistas dizem que convite do PS para coligações nas autárquicas é “tardio”, mas aceitam participar em reuniões

Pedro Filipe Soares lembra que a Grécia já renegociou a dívida

O primeiro dia do périplo do secre-

tário-geral do PS pelo país para apre-

sentar a moção com que se candidata

à reeleição no cargo foi dominado

pela Europa. Ontem de tarde, com

jovens, em Braga, e, à noite, com mi-

litantes do partido, em Famalicão,

António José Seguro exigiu um pa-

pel mais activo da União Europeia

(UE) na solução da crise e dirigiu

críticas aos líderes europeus “ego-

ístas”, lembrando que estes fazem

parte da mesma família política do

primeiro-ministro.

“Há um ano e meio, no congresso

de Braga, tínhamos no nosso discur-

so político que a UE devia dar o seu

contributo para a resolução da cri-

se”, lembrou Seguro, ontem à noite

em Famalicão, reclamando que hoje

há no país “um consenso” em torno

dessa ideia que os socialistas vêm re-

clamando sob a sua liderança.

Na sessão que serviu para apresen-

tar o moção Portugal tem Futuro, o

líder socialista insistiu numa tónica

que vem sendo habitual no seu dis-

curso recente: reclamar a “razão” do

PS nas propostas de combate à crise.

“Nós sempre resistimos e sempre

dissemos que havia um caminho

alternativo. Uma das nossas priori-

dades continua a ser o crescimento

económico e o emprego. Porque um

país que empobrece não resolve um

problema, só soma problemas aos

Seguro faz críticas aos líderes europeus e volta a reclamar que o PS “tinha razão”

que já existem”, sustentou António

José Seguro. Pelo contrário, o cami-

nho do Governo “é o do empobre-

cimento”, lamenta, e se o primeiro-

ministro “continuar com a mesma

política, a realidade vai desmenti-lo

sempre”.

Antes do encontro com militantes

em Famalicão, Seguro esteve reunido

com jovens do distrito de Braga, res-

pondendo às questões que lhe foram

colocadas. A sessão foi igualmente

dominada pelos temas europeus. O

socialista não poupou os líderes eu-

ropeus, classifi cando-os de “gente

egoísta”, e defendeu que são necessá-

rias soluções comuns para enfrentar

os problemas do projecto europeu.

“Precisamos de uma Europa que te-

nha competências para resolver os

problemas, não os nossos, mas os

que cada país individualmente não

consegue resolver sozinho”, avisou

António José Seguro.

Mas tal como na sessão da noite,

o socialista aproveitou para endere-

çar críticas ao Governo. O líder do PS

considerava “impensável” ouvir um

primeiro-ministro fazer aquilo que

Pedro Passo Coelho fez há poucos

dias: defender a redução do salário

mínimo nacional. O primeiro-minis-

tro e “revela falta de sensibilidade

social”, critica.

Passos Coelho “agora vai ter mais

tempo, mas não foi porque fez as coi-

sas bem feitas, foi porque falhou”,

apontou. O tempo a mais que Por-

tugal possa vir a ter para cumprir

as metas acordadas com os credo-

res internacionais devia ser usado

para corrigir esses erros, defende o

secretário-geral do PS, que diz, po-

rém, não acreditar nessa possibili-

dade até porque “quem manda na

Europa são líderes políticos da mes-

ma família política”.

Partidos Samuel Silva

Dirigentes europeus são “gente egoísta”, lamenta o líder do PS no primeiro dia de apresentação da moção que vai levar ao congresso

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8 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013

O Manifesto pela Democratização

do Regime, que vai ser formalmente

apresentado na próxima terça-feira

na Casa Fernando Pessoa, em Lis-

boa, defende leis eleitorais transpa-

rentes, eleições primárias abertas

aos cidadãos na escolha dos candi-

datos a todos os cargos políticos e o

voto nominal obrigatório nas listas

partidárias. O documento é assina-

do por 60 personalidades de vários

quadrantes e áreas, da política ao

ensino, da economia à arquitectura,

da advocacia à investigação.

“Tentámos traduzir qual é o nó

górdio que impede o desenvolvi-

mento de Portugal”, refere, ao PÚ-

BLICO, Eduardo Correia, professor

do ISCTE e um dos subscritores do

documento. “Depois de muitas ho-

ras de debate percebemos que o

modelo de funcionamento do sis-

tema político separa a sociedade

portuguesa do desenvolvimento”,

sintetiza.

No manifesto é referida “a obses-

são do poder pelo poder” e questio-

nadas as juventudes partidárias que,

quando chegam ao topo, “servem

essencialmente objectivos e interes-

ses restritos daqueles que utilizam o

Estado para os seus próprios fi ns.”

São também abordados os sacrifícios

impostos, a divisão dos portugueses

entre novos e velhos, com empre-

go e desempregados, funcionários

Manifesto pela Democratização do Regime defende primáriase listas eleitorais nominais

públicos e trabalhadores privados,

para concluir: “O Estado social está

a desmoronar-se.”

Uma situação que, segundo o

texto, impõe uma ruptura. Das pri-

márias abertas aos cidadãos na es-

colha dos candidatos a todos os car-

gos políticos à possibilidade de listas

nominais de cidadãos nas eleições

para a Assembleia da República. A

obrigatoriedade do voto nominal

nas listas partidárias e a igualdade

de condições no fi nanciamento das

campanhas eleitorais são outras exi-

gências.

“Não criticamos a existência de

partidos, mas o ambiente em que

os partidos funcionam”, salien-

ta Eduardo Correia, fundador do

Movimento Mérito e Sociedade. O

professor do ISCTE considera nor-

mal a proliferação de manifestos.

“Corresponde à sociedade portu-

guesa encontrar um caminho para

que os portugueses se unam à volta

de desígnios, o país está à deriva,

não sabe o que quer e onde está”,

justifi ca.

Entre os signatários do manifes-

to fi guram os ex-ministros Veiga

Simão e Manuel Maria Carrilho, os

antigos deputados socialistas Euri-

co Figueiredo e Edmundo Pedro, o

ex-parlamentar do PSD Fernando

Condesso, ou o eurodeputado e

historiador Rui Tavares. Também

assinaram os professores Elísio Es-

tanque e José Adelino Maltês, Luís

Salgado Matos, o sindicalista Jorge

Veludo, o coronel Vasco Louren-

ço, presidente da Associação 25 de

Abril, o encenador Hélder Costa e

o músico João Gil. “É uma lista que

inclui pessoas de origem de pensa-

mento político diverso, identifi cadas

com a necessidade de mudança”,

comenta Eduardo Correia.

CidadaniaNuno Ribeiro

É criticado o ambiente em que os partidos funcionam e proposta a reforma do sistema político, que entrava o desenvolvimento

DR

O PSD-Madeira aprovou sozinho a moção de confiança a Alberto João Jardim

O presidente do Governo Regional da

Madeira acusou o Governo da Repú-

blica de estar a “tramar a Madeira”

e, com ameaça da independência do

arquipélago, repudiou a “vergonho-

sa” lei de fi nanças regionais”.

Alberto João Jardim transformou a

moção de confi ança ao seu Governo,

aprovada ontem pelo Parlamento re-

gional com os votos do PSD e contra

de toda a oposição, numa censura ao

“poder colonialista” de Lisboa e con-

tra a oposição regional “medíocre” e

a “necessitar de ir ao psiquiatra”.

“O PSD da Madeira não subscreve

a política do Governo da República”,

declarou. O governante insular acu-

sou o executivo de Passos Coelho de

apoiar a intenção de transformar a

ilha da Terceira, nos Açores, “numa

Singapura do Atlântico”, para atenu-

ar a saída norte-americana da base

das Lajes e, em relação à Madeira,

estar a “sabotar” e “criar problemas”

à sua zona franca, “um ataque à in-

tegridade do povo madeirense” que

“só pode ter uma resposta o mais ra-

Jardim acusa Governo de “tramar a Madeira” onde “tudo está legal”

dical possível”. “Acabou, não vale a

pena fazer mais o jogo do regime”,

advertiu, admitindo avançar para a

independência da Madeira “se for

necessário”. Recebido à entrada do

Parlamento com manifestações con-

tra e a favor, Jardim confi rmou que

pretendia com esta moção “mobili-

zar os deputados da maioria” e obter

o seu apoio para “continuar a lutar,

denunciar e atacar” os “obstáculos

levantados pelo poder colonialista

de Lisboa à autonomia”, a “justiça

politizada” e as “forças ocultas que

estão a dar cabo de Portugal”.

Na sequência das posições defen-

didas no conselho regional do PSD,

de sábado, o governante criticou “o

Governo de Passos Coelho e do CDS”

— que “não é o meu”, frisou — pelas

“erradas medidas académicas” que

“impõem mais impostos aos portu-

gueses”. Na intervenção fi nal, acusou

“o Estado de um calote de 460 mi-

lhões” no âmbito da lei de meios para

a reconstrução do temporal de 2010,

de ter em atraso tranches do resgate

fi nanceiro no valor de 265 milhões e

de não ter ainda concretizado o aval

de 1100 milhões de euros.

“Viemos aqui para defender que

tudo o que fi zemos na Madeira foi le-

gal” e “em nome dos madeirenses”,

frisou o presidente do Governo, que

apresentou a sua primeira moção de

confi ança em 37 anos, na sequência

de notícias que referiam estar para

breve a acusação do DCIAP a todos os

membros do executivo regional pela

crime de prevaricação, no âmbito do

inquérito aberto pela procuradora-

geral da República à ocultação de

dívida pública regional. O CDS/PP

requereu que a votação fosse nomi-

nal (deputado a deputado), o que foi

rejeitado pelo PSD. “O senhor sabe

que se a moção fosse a voto secreto,

esta tarde já não era presidente do

Governo. E esse é o seu drama. Até

os deputados do PSD já não confi am

em si”, declarou o José Manuel Ro-

drigues. “Nada mais falso”, ripostou

o social-democrata Jaime Filipe Ra-

mos, que acusou a oposição de dar

lições em matéria de traição.

O líder parlamentar do PS, Carlos

Pereira, acusou Jardim de ter “escon-

dido dívidas no valor de 20% do PIB

regional sob tapetes da Quinta Vigia”.

Victor Freitas (PS) desafi ou Jardim

a demitir-se, por já ter “perdido a

confi ança da população” que consi-

derava “povo superior”, quando o

aplaudia, e agora, quando o contesta,

classifi ca de “cachorros”. Para Edgar

Silva (PCP), Jardim entrará na histó-

ria como “o coveiro-mor da autono-

mia” porque, “depois de dispor de

milhões, tudo esbanjou e faliu a Ma-

deira”. Para Roberto Vieira (MPT), o

governante “deve pedir perdão” por

aquilo que prometeu nas eleições e

não cumpriu. Segundo Hélder Spíno-

la (PND), a moção é um “atestado de

demência a um governo que perdeu

a noção da realidade”.

AutonomiasTolentino de Nóbrega

No debate da sua moção de confiança, o líder insular condenou a lei de finanças regionais e voltou a falar de independência

NUNO FERREIRA SANTOS

Primárias aos cidadãos para a escolha de todos os cargos políticos

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PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | PORTUGAL | 9

“O aparelho de pesca fi cou preso no

fundo do mar. Subitamente veio uma

onda que entrou no porão e o barco

afundou-se de popa.” Assim descre-

veu o pescador Paulo Jorge ao mestre

da embarcação Prancha, que o resga-

tou, o naufrágio ocorrido cerca das

21h de domingo, a 3,5 milhas a leste

da ilha de São Jorge. O alerta chegou

ao Serviço de Busca e Salvamento

das Lajes às 14h do dia seguinte,

tendo então sido accionados meios

aéreos para procurar os náufragos.

“Aparelho de pesca ficou preso no fundo e o barco afundou-se”, conta sobrevivente do naufrágio

Passados três dias, “infelizmente

diminui a esperança de encontrar os

outros três pescadores com vida”, la-

menta João Lima, presidente da Jun-

ta de Freguesia de São Mateus, onde

nasceram os quatro tripulantes da

pequena traineira Gracilária. Choca-

do com a tragédia e temendo os efei-

tos da hipotermia, o autarca recorda

que “faz [hoje] precisamente oito

anos que na mesma aérea perderam

a vida dois pescadores num barco

que foi engolido pelo mar alteroso”.

“O mestre António Silva é um ho-

mem do mar experiente e pruden-

te”, frisa ao PÚBLICO o autarca de

São Mateus, que atribui o naufrágio

à conjugação de circunstâncias ad-

versas que fez desaparecer aquele

responsável pela embarcação e os

seus dois companheiros, Manuel da

Silva e Manuel de Sousa, todos com

idades entre os 40 e 50 anos.

O sobrevivente contou também ao

AçoresTolentino de Nóbrega

Buscas prosseguem hoje, apesar de diminuir a probabilidade de encontrar com vida os três pescadores desaparecidos

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Entretanto, prosseguem as opera-

ções de localização e busca dos três

desaparecidos, numa acção coorde-

nada pelo Comando da Zona Maríti-

ma dos Açores. Interrompidas ontem

à noite, quando as condições de vi-

sibilidade eram já diminutas, serão

hoje retomadas, logo ao amanhecer.

“Vamos continuar a fazer todos os

esforços para encontrar e salvar os

desaparecidos”, sublinha o tenente

Jorge Martins, adjunto da Capitania

do Porto da Horta. “Apesar de as con-

dições do mar não serem muito favo-

ráveis, o nosso lema é não perder a

esperança de os encontrar com vida”,

acrescenta. Na operação de busca e

socorro, centrada no canal de São

Jorge, participam a corveta António

Enes, um avião C295 e um helicópte-

ro EH101 da Força Aérea e uma lan-

cha do Instituto de Socorros a Náu-

fragos. Em terra, percorrem a costa

bombeiros, GNR e Polícia Marítima.

O surto de dengue na ilha da Madeira

está controlado e o número de novos

casos identifi cados caiu para “valo-

res residuais”, anunciou ontem a

Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Segundo dados disponíveis no sítio

da Internet da DGS, desde meados de

Novembro do ano passado que o nú-

mero de casos tem vindo a diminuir

para valores quase sem expressão.

Desde 4 de Fevereiro que não há ca-

sos confi rmados laboratorialmente.

“Não é expectável o ressurgimen-

to do surto a curto prazo”, afi rmou à

agência Lusa Cristina Santos, chefe

da Unidade de Apoio às Emergên-

cias de Saúde Pública da DGS.

O primeiro caso de febre de den-

gue na Madeira foi detectado a 3 de

Outubro de 2012 e, desde então, fo-

ram notifi cadas 2168 ocorrências.

Dengue na Madeira cai para valores residuais

Saúdetimoneiro da Prancha que os quatro

fi caram “enrolados nas linhas e an-

zóis do aparelho de pescas”. Depois,

“com a escuridão, deixou de ver os

outros três que estavam agarrados a

uma caixa de madeira”.

O pescador resgatado está interna-

do no hospital da ilha Terceira, mas

“não corre risco de vida”, segundo

a directora clínica. A situação deste

homem de 46 anos é “estável”, mas

continua internado por apresentar

sinais de rabdomiólise, que requer

hidratações para evitar lesões renais,

acrescentou Leonor Bettencourt.

Um avião e um helicóptero da Força Aérea estão envolvidos nas operações de busca aos três desaparecidos

Número Nacional/Chamada Local

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10 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013

DIAP investiga falsifi cação em concurso para fornecer helicópteros

Empresas estrangeiras, donas dos aparelhos apresentados a concurso público, dizem quenunca foram contactadas pela empresa vencedora, a Everjets, nem facultaram autorizações

NELSON GARRIDO

Concurso era para fornecer 25 helicópteros de combate a fogos

O Departamento de Investigação e

Acção Penal (DIAP) de Lisboa está a

investigar uma alegada falsifi cação de

documentos no âmbito do concurso

público para o fornecimento de 25

helicópteros de combate a fogos a

disponibilizar já no início desta época

de incêndios, em Maio. O inquérito

foi aberto naquele departamento do

Ministério Público (MP), segundo in-

formação prestada pela assessora de

imprensa da Procuradoria-Geral da

República (PGR), e decorre de uma

queixa-crime apresentada há uma

semana pelo consórcio que perdeu

o concurso a favor da Everjets.

A empresa de Famalicão ganhou a

adjudicação do lote três do concur-

so lançado em Julho do ano passado

pela Empresa de Meios Aéreos (EMA)

tutelada pelo Ministério da Adminis-

tração Interna (MAI). Os aparelhos

destinam-se ainda a apoiar o Insti-

tuto Nacional de Emergência Médica

(INEM). A assinatura do contrato de-

corrente da adjudicação está, porém,

suspensa, na sequência de uma pro-

vidência cautelar do consórcio derro-

tado, decorrendo prazo para a EMA

apresentar uma resolução funda-

mentada que contorne a suspensão.

O consórcio acusa a Everjets de

ter apresentado manuais de voo fal-

sifi cados de aparelhos de empresas

estrangeiras a quem não pediu qual-

quer autorização. O grupo, constitu-

ído por quatro empresas que habi-

tualmente concorrem entre si para

alugar os meios aéreos de combate a

incêndios ao Estado, entre as quais a

Heliportugal, Helibravo, HTA e Ena-

er, entregou na PGR documentação

que provará a alegada falsifi cação,

nomeadamente correspondência re-

cebida das empresas proprietárias

dos helicópteros, cujas matrículas

foram elencadas pela Everjets no

concurso. Na correspondência, em-

presas italianas e suíças garantem

que nunca foram contactadas pela

Everjets nem autorizaram qualquer

intermediário — comummente desig-

nado de broker no meio — a fazê-lo

por si ou a fornecer os manuais de

voo dos aparelhos, que são o docu-

mento identifi cativo dos mesmos.

O concurso público internacional,

lançado em Julho de 2012, previa a

contratação, manutenção e aluguer

de meios aéreos para um período de

cinco anos. A presidir ao júri do con-

curso esteve o agora director do De-

partamento Central de Investigação e

Acção Penal, Amadeu Guerra.

Na correspondência recente di-

rigida ao consórcio derrotado e à

qual o PÚBLICO teve acesso, a Ea-

gle Helicopter, a Swiss Helicopter,

a Helibernina, a Eliticino Tarmac e

a Eliwork confessam o seu “espan-

to” com a inclusão das matrículas

dos seus helicópteros no concurso

e consideram que a Everjets “agiu

ilegalmente” ao fazê-lo.

Contactado pelo PÚBLICO, o Con-

selho de Administração da Everjets

disse que a acusação do consórcio

“não tem fundamentação séria”

e recordou que “mesmo o júri do

concurso, que analisou as queixas

do concorrente, não as enviou para

o MP”. A empresa admite ter contac-

tado apenas brokers internacionais,

o que explicará o desconhecimen-

to dos proprietários dos helicópte-

ros. Contudo, numa carta enviada

em Fevereiro à EMA, a Eliwork diz

que “nunca autorizou a Everjets ou

qualquer outro broker a dar quais-

quer manuais das suas aeronaves”.

Na missiva, o administrador da em-

presa italiana, Gianpiero Petrelli, re-

quer uma certidão do concurso para

“efeitos criminais” e exige mesmo

que seja ponderada a “exclusão do

apresentante dos manuais falsifi ca-

dos” do concurso, que fi ca marcado

por litígios judiciais e acusações en-

tre os dois concorrentes.

A Everjets considera também que

a correspondência, trocada entre o

consórcio e as empresas estrangei-

ras, confi gura “práticas restritivas

da concorrência” e garante que irá,

igualmente, apresentar queixa-crime

com “todas as provas de que dispõe

quanto às irregularidades e falsifi -

cações que a proposta do consórcio

perdedor incluía, nomeadamente

quanto à declaração da inexistência

de dívidas ao sector público estatal,

assim como quanto aos manuais de

voo apresentados”.

A empresa que integra o grupo Ri-

con, conhecido no sector têxtil, lem-

bra que a acusação de falsifi cação já

antes tinha sido analisada pelo júri

do concurso. No fi nal de Janeiro, o

Tribunal Administrativo e Fiscal de

Braga determinou, no âmbito de

uma providência cautelar intenta-

da pela Everjets, que as regras que

exigiam a apresentação de cópias de

manuais era ilegais. Pelo que fi caram

de fora do concurso todas as even-

tuais ilegalidades e irregularidades

detectadas quanto a este aspecto.

O próprio júri do concurso não se

pronunciou sobre isso directamente.

Sublinhou apenas que as regras que

exigiam esses documentos foram ex-

cluídas na sequência de uma decisão

do tribunal. Contudo, fonte do DIAP

de Lisboa fez questão de sublinhar

ao PÚBLICO que “a falsifi cação de

documentos é um crime previsto no

Código de Penal”.

O consórcio, que também apre-

sentou uma exposição ao Institu-

to Nacional de Aviação Civil, tinha

já apresentado em Fevereiro uma

providência cautelar no Tribunal

de Sintra que atrasou o aluguer dos

aparelhos. O tribunal decidiu proibir

a Empresa de Meios Aéreos (EMA) de

executar quaisquer actos relativos

ao contrato com a empresa vence-

dora, que apresentou uma proposta

de 39,923 milhões de euros, menos

1,4 milhões de euros que o consórcio

concorrente. O MAI e a EMA recusa-

ram prestar declarações.

“O consórcio acredita que esta-

mos perante uma situação inaceitá-

vel, não só perante a ordem jurídica

aeronáutica, como a ordem jurídica

concursal e a ordem jurídica geral. O

nosso objectivo é obrigar o Estado a

cumprir a lei e abrir novo procedi-

mento, ainda que com carácter de

urgência. Finalmente, iremos apre-

sentar recurso ao ministro da Admi-

nistração Interna”, disse ao PÚBLICO

Pedro Silveira, presidente da Heli-

portugal, que lidera o consórcio. O

empresário garante ainda que o con-

sórcio estará pronto para fornecer os

helicópteros se a Everjet “falhar” os

seus compromissos. A empresa de

Famalicão garante, contudo, que já

tem os 25 aparelhos e vai cumprir o

que contratar com o Estado e “toda

a operação de combate aos incên-

dios”.

Combate aos fogos Pedro Sales Dias

5O concurso público internacional, lançado em Julho de 2012, previa a contratação, manutenção e aluguer de meios aéreos para um período de cinco anos

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PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | PORTUGAL | 11

Realizou-se ontem à tarde, em Oei-

ras, o funeral de Ilídio Esteves, mili-

tante histórico do PCP, protagonista

da fuga da prisão de Caxias em 1961

no Chrysler blindado de Salazar.

Militante do PCP há sessenta anos

e tendo no seu currículo de militan-

te comunista e antifascista um total

de oito anos de prisão, Ilídio Esteves

morreu anteontem.

Ilídio Esteves ascendeu ao Comité

Central ainda como clandestino do

PCP em 1965. Como dirigente, pas-

sa de suplente a membro efectivo

do PCP em 1976, no VIII Congresso,

que se realizou na pavilhão da Feira

Internacional de Lisboa.

Como militante e dirigente na

clandestinidade, Ilídio Esteves foi

responsável pela instalação de vá-

rias casas clandestinas, com a sua

mulher, Albertina Esteves.

Já em democracia, tornou-se o se-

gundo representante da direcção do

PCP em Moscovo, onde substituiu

Carlos Aboim Inglez. Nessa tarefa,

a Ilídio Esteves seguir-se-á João Fon-

seca.

Mais tarde, Ilídio Esteves integrou

a Direcção da Organização Regional

de Lisboa e a Direcção da Organiza-

ção Regional do Algarve.

A mítica fuga de 4 de Dezembro

de 1961 tirou do reduto norte do

forte-prisão de Caxias, no Chrysler

blindado que tinha sido utilizado

ao serviço de Salazar — e perante

a incapacidade dos guardas de agi-

rem — os militantes comunistas José

Magro, Francisco Miguel, Domingos

Abrantes, António Gervásio, Gui-

lherme de Carvalho, Ilídio Esteves,

Rolando Verdial e António Tereso.

No funeral de Ilídio Esteves, o PCP

esteve representado ao mais alto ní-

vel pelo secretário-geral, Jerónimo

de Sousa, mas também por Francis-

co Lopes e por militantes históricos

como Jaime Serra. Na cerimónia fú-

nebre, em representação do PCP,

falou Rui Fernandes, membro da

comissão política.

Ao PÚBLICO, Rui Fernandes afi r-

mou que Ilídio Esteves era “um ca-

marada modesto e discreto” que

deixa “uma recordação de uma

vida de dedicação e resistência ao

fascismo”.

Rui Fernandes defendeu ain-

da que Ilídio Esteves se entregou

“sempre com dedicação à luta con-

tra a política de direita”, tendo sido

“um exemplo de coragem e abne-

gação”.

PCP: morreu Ilídio Esteves, um dirigente histórico

ObituárioSão José Almeida

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A Associação Nacional de Municí-

pios Portugueses (ANMP) reiterou

ontem a sua “total discordância”

sobre o regime jurídico das comu-

nidades intermunicipais, apesar

de a maioria PSD/CDS ter avança-

do com propostas de alteração à lei,

Associação Nacional de Municípios contesta “prateleiras douradas” para autarcas

que consideravam ir ao encontro de

algumas das preocupações dos au-

tarcas.

Em comunicado, a ANMP lamenta

que as suas propostas sobre os se-

cretários executivos, com um venci-

mento equiparado a presidente de

câmara, não tenham sido aceites.

As propostas “salvaguardariam a es-

sência de tais funções e retirariam

qualquer ideia que possa existir de

que se concorda com a criação de

‘prateleiras douradas’ para autarcas

que cessam funções”, lê-se na nota

enviada à imprensa.

A ANMP sempre contestou a ideia

de reforçar as comunidades inter-

municipais e as Áreas Metropolita-

nas “como verdadeiras autarquias

locais, sem que para o efeito as mes-

mas sejam alvo de legitimação elei-

toral”. Uma referência ao facto de os

membros das comissões executivas

— o órgão de gestão intermunicipal

— serem eleitos por um colégio elei-

toral resultante das assembleias mu-

nicipais. Nas propostas avançadas

pela maioria PSD/CDS, é o Conselho

Intermunicipal (que reúne os presi-

dentes de câmara) que propõe a lista

candidata, que depois é votada por

esse colégio eleitoral. O Conselho In-

termunicipal passa também a ter o

poder de destituição das comissões

executivas, o que não acontecia na

proposta inicial apresentada pelo

AutarquiasSofia Rodrigues

A ANMP lamenta que as suas propostas sobre os futuros executivos supramunicipais nãotenham sido aceites

ministro Miguel Relvas, que tem a

tutela do poder local.

A proposta de lei e as alterações

apresentadas são votadas na sexta-

feira em votação fi nal global, depois

de PSD e CDS terem negociado um

entendimento nas últimas semanas.

Os centristas mostraram algumas

reservas quanto a esta proposta de

lei que estabelece 21 comunidades

intermunicipais e duas áreas metro-

politanas (Lisboa e Porto). Em cau-

sa, segundo o CDS, estava a falta de

fi scalização das comissões execu-

tivas. Nas propostas de alteração,

estes órgãos vão ter de prestar con-

tas às assembleias municipais, duas

vezes por ano.

Page 12: 13 Março - PÚBLICO

12 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013

Os dados que vão sendo divulgados

pelo Eurobarómetro têm revelado o

afastamento dos cidadãos em rela-

ção à União Europeia (UE). Em De-

zembro, um relatório mostrava que

apenas um terço dos cidadãos con-

fi ava nela como instituição (34% em

Portugal), contra 50% há oito anos.

Ontem, foi divulgado um novo in-

quérito, da mesma fonte. Diz que

a esmagadora maioria das pessoas

(86% em Portugal) acredita que, se

houvesse mais informação sobre o

impacto da UE na suas vidas, have-

ria mais gente a votar nas eleições

europeias. No mesmo dia, a Comis-

são Europeia emitiu uma série de

recomendações.

A Comissão diz que os partidos de

cada país devem indicar claramen-

te, antes e depois das eleições, em

que partido político europeu estão

fi liados. E dar a conhecer o candi-

dato que apoiam para o cargo de

presidente da Comissão Europeia.

O objectivo é este: informar melhor

os eleitores sobre os interesses em

jogo nas eleições para o Parlamento

Europeu do próximo ano, incentivar

um debate à escala europeia e melho-

rar a afl uência às urnas.

As recomendações estão em linha

com os dados do Eurobarómetro:

84% dos cidadãos da UE (e uma per-

centagem semelhante de portugue-

ses) pensam que a participação nas

eleições europeias aumentaria com

mais informações sobre o impacto da

UE, sobre os programas dos partidos

no Parlamento e sobre as eleições

propriamente ditas. E 62% (72% em

Portugal) consideram que a desig-

nação pelos partidos dos candidatos

a presidente da Comissão também

seria mobilizadora.

Sobre os seus direitos enquanto

eleitores europeus (é esse o tema do

inquérito tornado público ontem), os

cidadãos estão cada vez mais bem in-

formados. Um exemplo: à pergunta

“um cidadão de um país da UE que

viva noutro país da UE tem direito

a votar ou de se candidatar às elei-

ções para o Parlamento Europeu?” a

maioria (72%, contra 54% em 2007)

diz que sim. Em Portugal, 68% dis-

seram o mesmo.

Portugueses querem saber mais sobre a UE

Eleições europeiasAndreia Sanches

Maioria acredita que mais gente votará nas eleições se houver informação sobre impacto da UE nas suas vidas

Breves

Televisão

Ensino superior

Polícia

Relvas leva hoje plano para a RTP ao Parlamento

António Rendas reeleito presidente dos reitores

Criminalidade no Algarve baixou no ano passado

O ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, apresenta hoje, às 10h30, na Comissão Parlamentar para a Ética, as linhas gerais do plano de reestruturação da RTP, um documento de 36 páginas que o PÚBLICO avançou há semanas. No dia seguinte será a vez de Alberto da Ponte, presidente do conselho de administração da RTP, apresentar com detalhe no Parlamento todo o plano para a reforma da rádio e televisão públicas.

António Rendas, reitor da Universidade Nova de Lisboa, foi ontem reeleito para um novo mandato de três anos como presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas. Numa eleição em que era candidato único, Rendas foi escolhido por maioria e apontou a internacionalização do sector como “um dos grandes desafios” que tem pela frente.

Os números da criminalidade no Algarve baixaram no último ano, avançou ontem o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, durante uma reunião na sede do turismo algarvio. O governante disse ainda ter havido, em 2012, “uma evolução grande” no combate ao crime dirigido à comunidade estrangeira. E garantiu que o reforço do dispositivo policial na região tem sido feito ao longo do ano.

Rede recomenda às escolas que incluam o bullying homofóbico nos comportamentos proibidos

A Rede Ex Aequo registou 37 denún-

cias de episódios de homofobia e

transfobia ocorridos nas escolas

portuguesas, entre Janeiro de 2011

e Dezembro de 2012. No relatório,

remetido ontem ao Ministério da

Educação e Ciência, ecoam queixas

de alunos que disseram ter ouvido

de professores frases como “não sa-

bia que os maricas fazem desporto

com facilidade e agilidade”, o que

leva a associação a insistir na im-

portância da adopção de medidas

capazes de pôr travão ao problema,

como a formação de professores e

funcionários.

Há adolescentes que clamaram

ter entrado em depressão por te-

rem visto o seu nome numa casa de

banho seguido do epíteto “Lésbicas

do c...”. Mas também a queixa de

uma professora que diz ter visto um

colega querer baixar a nota a um

aluno depois de ter percebido que

ele era gay. E, apesar da diminui-

ção relativamente às 103 denúncias

constantes do relatório anterior (“a

Bullying homofóbico chegou às escolas do primeiro ciclo do básico

diminuição poderá ter tido que ver

com problemas de divulgação”, su-

gere Andreia Pereira, presidente da

rede), chegaram pela primeira vez

queixas sobre práticas discrimina-

tórias em escolas do primeiro ciclo

do básico. “Este é um problema que

necessita de ser resolvido e com ur-

gência”, sustenta a Ex Aequo — As-

sociação de Jovens Lésbicas, Gays,

Bissexuais, Transgéneros e Simpati-

zantes, apontando três instituições

do superior visadas nas denúncias

de homofobia nas praxes.

No entender da associação (cria-

da em 2003 para combater todas as

formas de discriminação com ba-

se na orientação sexual e que tem

disponível no seu site — www.rea.

pt — um formulário destinado a re-

colher as respectivas denúncias), os

37 episódios registados traduzem

o “ambiente de intolerância que

se vive nas escolas portuguesas”

e que redunda em “situações de

baixa auto-estima, isolamento, de-

pressões e tentativas de suicídio”,

contribuindo para o abandono e

insucesso escolares.

Entre os 37 denunciantes, hou-

ve 32 pessoas vítimas de agressão

homofóbica verbal, 24 de agressão

homofóbica psicológica e oito de

agressão homofóbica física.

A situação é grave se considerar-

mos que, como alega a Rede Ex Ae-

quo, continuam a ser apresentadas

poucas queixas formais, sendo que,

SERGIO AZENHA

DiscriminaçãoNatália Faria

Rede Ex Aequo recebeu 37 queixas de alunos, docentes e funcionários, relativas a episódios ocorridos em dois anos

nos casos em que a vítima decidiu

fazê-lo, “nenhuma teve resultados

positivos”. Mais: em 16% dos 37

casos denunciados, “houve tenta-

tiva de suicídio”, ainda segundo a

associação.

A maior parte dos episódios de-

nunciados ocorreu na Grande Lis-

boa (38%), Leiria (11%) e Portalegre

(8%), sendo que este último distri-

to aparece pela primeira vez desde

que o observatório foi criado.

Por outro lado, e reportando-

se às conclusões de um estudo

feito em 2011, em parceria com o

Instituto Superior de Ciências do

Trabalho e das Empresas (ISCTE),

a Ex Aequo lembra que 42% da ju-

ventude lésbica, gay e bissexual

afi rmou ter sido vítima de bullying

homofóbico, ao mesmo tempo que

67% dos 211 estudantes inquiridos

declararam ter visto colegas serem

vítimas de bullying homofóbico e

85% afi rmaram ter ouvido comen-

tários homofóbicos na escola que

frequentam.

Considerando que esta realidade

não pode ser ignorada, a Rede Ex

Aequo recomenda às escolas que

incluam o bullying homofóbico na

lista de comportamentos proibidos

pelos respectivos regulamentos in-

ternos. Além de defender a forma-

ção de professores e funcionários, a

associação reclama ainda a integra-

ção do tema da orientação sexual

no currículo escolar.

Page 13: 13 Março - PÚBLICO

PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | PORTUGAL | 13

NUNO FERREIRA SANTOS

Serviços de saúde sem qualidade devem poder ser encerrados

Deixar que os cidadãos escolham li-

vremente o seu centro de saúde e o

seu médico de família e permitir o

encerramento de unidades e de ser-

viços sem qualidade ou viabilidade

económica são algumas das propos-

tas que constam de um estudo pro-

movido pelo Health Cluster Portugal

(HCP) e que ontem foi apresentado

em Lisboa. À saída da apresentação

do estudo, o ministro da Saúde, Pau-

lo Macedo, admitiu aos jornalistas

que o cenário do encerramento de

serviços pode fazer sentido, se se

comprovar que não têm qualidade.

Elaborado pela Porto Business

School (PBS) a pedido do HCP, o

estudo O Sector da Saúde: da Racio-

nalização à Excelência propõe cinco

medidas para reforçar a competiti-

vidade deste sector e “garantir a sua

sustentabilidade”. Uma das sugestões

passa pela criação da marca “Saúde

Portugal” e por atrair doentes estran-

geiros para os serviços nacionais de

excelência.

Antecipando o impacto da entrada

em vigor da directiva comunitária so-

bre os cuidados de saúde transfron-

teiriços, que permitirá que mais do-

entes circulem no espaço europeu,

os autores do trabalho preconizam

o aumento da concorrência entre

os prestadores de serviços de saú-

de, o que pressupõe a possibilidade

de “eliminar os prestadores menos

efi cientes”. Contudo, Nuno de Sousa

Pereira, da PBS e um dos coordena-

dores do estudo, disse não acreditar

que haja encerramentos de unidades

no seu todo, mas “apenas de alguns

serviços que deixem de fazer senti-

do” por estarem duplicados.

A escolha dos serviços a encerrar

fi cará nas mãos de uma entidade in-

dependente, até porque a decisão de

encerramento não pode fi car depen-

dente de pressões políticas, e deve

ter como base questões de “viabilida-

de económica, de cumprimento de

padrões de qualidade e de garantia

de condições de igualdade de aces-

so”, sublinham os investigadores.

Quanto à liberdade de escolha, o

processo deve ser iniciado nos cui-

dados de saúde primários, com os

doentes a poderem seleccionar o seu

médico de família, para mais tarde

que cada utente gaste, tendo em con-

sideração a sua idade e característi-

cas, para incentivar os prestadores

a fazerem uma gestão óptima dessa

verba. O modelo aproxima-se do que

já hoje acontece nas Unidades Locais

de Saúde, mas em que o ajustamen-

to ao risco do utente ainda não foi

optimizado.

Outra das medidas propostas pas-

sa pela concentração de recursos hu-

manos e fi nanceiros em subclusters

especializados em nichos de mer-

cado diferenciados. “Experiências

semelhantes foram adoptadas em

França, onde o Pôle de Compétivité

Cancer-Bio-Santé tem em curso qua-

tro actividades estratégicas no domí-

nio da prevenção, diagnóstico e tra-

tamento do cancro”, exemplifi cam.

A este propósito, na apresentação

os autores escusaram-se a adiantar

as áreas-chave, mas admitiram que

a oncologia e a neurologia são já re-

ferências nacionais. A ideia, clarifi -

cam os autores, é que estes centros

só tratem os casos mais diferenciados

e que os restantes fi quem nas outras

unidades de saúde, pelo que neste

caso não existiria a mesma inter-

pretação do conceito de liberdade

de escolha.

Exportar serviçosNo que diz respeito a atrair estran-

geiros, o neurocirurgião João Lobo

Antunes, presidente do Instituto de

Medicina Molecular e vice-presidente

do HCP, explicitou que estes nichos

passam “sobretudo pelas cirurgias

electivas”, onde se encaixam algu-

mas patologias da sua especialidade e

onde há tempo para estudar os casos

e trazer os doentes para Portugal.

Quanto ao período de implementa-

ção das medidas, Álvaro de Almeida

explica que todas podem ser introdu-

zidas desde já isoladamente, mas que

a reforma é para durar e “se forem

introduzidas em simultâneo há um

efeito multiplicador” positivo.

O Health Cluster é uma associação

privada, sem fi ns lucrativos, funda-

da em 2008, que visa promover ini-

ciativas para a consolidação de um

pólo nacional de competitividade,

inovação e tecnologia. Conta actual-

mente com 134 associados, incluindo

empresas farmacêuticas e de biotec-

nologia, de dispositivos médicos e de

serviços, universidades e entidades

do sistema científi co e tecnológico e

unidades hospitalares.

avançar também para os hospitais,

defendem.

Álvaro Almeida, da Faculdade de

Economia do Porto e outro dos coor-

denadores do estudo, esclareceu que

a liberdade de escolha deve apenas

ser concretizada “inicialmente em

áreas menos especializadas e onde

há concorrência, para que os utentes

possam ter alternativas”. Para isso,

defendeu, “é preciso abrir a porta ao

sector privado”. Mas o fi nanciamen-

to continuaria a ser público, por via

dos impostos, e os preços, contratu-

alizados pelo Estado com os vários

prestadores. Questionado sobre o ris-

co de os serviços menos atractivos do

ponto de vista económico acabarem

por fechar por não serem rentáveis,

o que deixaria doentes por tratar, Ál-

varo de Almeida referiu que seria ne-

cessário rever todo o fi nanciamento,

outra proposta sugerida no estudo.

“É preciso garantir que os preços re-

fl ectem os custos”, disse.

Para isso, passariam a ser os cen-

tros de saúde os responsáveis pelas

despesas dos respectivos utentes

(dentro de um pacote de serviços

pré-defi nido). A ideia é que se es-

tabeleça o valor que seja expectável

Ministro Paulo Macedo admite encerramento de serviços se se comprovar que não têm qualidade

Estudo encomendado pelo Health Cluster Portugal, que ontem foi apresentado em Lisboa,propõe que os centros de saúde passem a ser responsáveis pelas despesas dos utentes

SaúdeAlexandra Campos e Romana Borja Santos

Caminhos a longo prazo

Ministro reafirma que sustentabilidade do SNS apenas está garantida no curto e médio prazo

O ministro da Saúde, Paulo Macedo, voltou ontem a afirmar que a sustentabilidade do

Serviço Nacional de Saúde (SNS) apenas está garantida no curto e médio prazo, pelo que todas as iniciativas da sociedade civil são úteis para se encontrarem caminhos a longo prazo. Paulo Macedo classificou o estudo encomendado pelo Health Custer Portugal como um “contributo importante”, até por ser apresentado numa altura em que se debate a reforma do Estado.

Notando que o sector das ciências da saúde é um dos que têm maior potencial de crescimento no país, os autores do estudo defendem, a propósito, o desenvolvimento

de um conjunto de iniciativas integradas que permitam que Portugal seja percepcionado no exterior como um país de referência no sector da saúde. Mas não adiantam valores de quanto poderia vir o país a arrecadar, lembrando apenas que entre 2008 e 2010 o valor bruto acrescentado no mercado da saúde teve um crescimento de 1,8% ao ano quando na economia nacional houve um decréscimo de 0,8%. Também não são avançadas as poupanças que as medidas no seu todo conseguiriam.

Outra das medidas propostas passa pelo desenvolvimento de sistemas de informação bem estruturados “que produzam em tempo útil indicadores de qualidade”.

Page 14: 13 Março - PÚBLICO

14 | LOCAL | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013

Tarifas da Águas do Mondego estão acima do recomendado pela ERSAR

Regulador disse que o preço cobrado aos municípios pelo abastecimento de água em 2012 já cobria os custos e sugeriu aumentos “prudentes” no saneamento. Câmara de Coimbra critica corrida ao lucro

PAULO RICCA/ARQUIVO

Câmara de Coimbra ameaça sair da Águas do Mondego, onde é a autarquia com mais peso, se não houver recuo

O Governo decidiu aumentar em 3%

as tarifas do abastecimento de água

e em 7,5% as tarifas do saneamento

nos 13 concelhos servidos pela Águas

do Mondego (AdM), empresa do gru-

po estatal Águas de Portugal (AdP),

ignorando um parecer da entidade

reguladora que sugeria valores mais

baixos. Para os municípios, esta foi

a “gota de água” num copo já meio-

cheio. E Coimbra, a câmara (PSD/

CDS) com mais peso na empresa,

pondera mesmo sair da sociedade

caso o Governo não volte atrás.

Num parecer emitido em Janeiro,

a Entidade Reguladora dos Serviços

de Águas e Resíduos (ERSAR) reco-

mendou ao Estado que aumentasse

a tarifa na AdM em 1% para a água

e em 5% para o saneamento. Diz o

regulador que em 2012 o preço co-

brado pelo abastecimento já garantia

a “cobertura total dos custos” e que

o do saneamento estava “bastante

acima do previsto” na concessão.

A ERSAR diz que o aumento de 1%

garante a “manutenção de uma tra-

jectória tarifária estável” no abasteci-

mento e permite recuperar parte da

remuneração accionista em dívida.

No saneamento — tradicionalmente

o serviço cuja tarifa está mais longe

do custo real — o regulador sugere

um aumento “prudente”.

Este parecer vem na sequência da

proposta tarifária da AdM, feita em

Setembro. A empresa propunha um

aumento de 3% para o abastecimento

e de 11% para o saneamento. No en-

tanto, em Agosto, tinha enviado aos

municípios uma nota dizendo que

“a tarifa prevista no orçamento para

2013, quer para água quer para reco-

lha e tratamento de efl uentes, é de

0,4745 euros por metro cúbico, sujei-

ta a alteração”. Este valor represen-

taria um aumento de 1% em relação

à tarifa de 2012. Pela primeira vez, a

AdM acabou por propor uma tarifa

diferenciada para os dois serviços, o

que não está previsto no contrato de

concessão, segundo a ERSAR.

A decisão do Estado — que é ao

mesmo tempo concedente e accio-

nista maioritário da AdM, com 51%

do capital através AdP —, foi comuni-

cada aos municípios no início deste

mês. O Ministério da Agricultura e

do Ambiente, a quem coube a deci-

são, não esclarece o que motivou es-

te aumento. “Não faremos qualquer

comentário”, disse um assessor de

imprensa de Assunção Cristas.

O grupo AdP nega, através do ga-

binete de comunicação, que a pro-

posta tarifária da AdM previsse um

aumento de 1%, contrariando o que

está escrito na nota enviada às câma-

ras, e à qual o PÚBLICO teve acesso.

A empresa diz ainda que a “tarifa de

saneamento aprovada [50 cêntimos

por metro cúbico] está abaixo da tari-

fa necessária para o desenvolvimen-

to da actividade” e para a resolução

do défi ce tarifário da AdM, que em

Novembro de 2012 era de 12 milhões

de euros. Acrescenta que a AdM não

tem conseguido gerar receitas que

permitam pagar aos accionistas.

“Com este aumento, a AdM vai ter

um lucro superior a 1,2 milhões de

euros. É uma decisão inexplicável. É

em 2013, um ano de difi culdades, que

vamos gerar lucros para remunerar

os capitais da AdP?”, questiona o pre-

sidente da Câmara de Coimbra, João

Barbosa de Melo. O autarca tem sido

o rosto da contestação ao aumento

tarifário, mas esta é transversal aos

restantes concelhos servidos pela

AdM: Ansião, Arganil, Condeixa-a-

Nova, Góis, Leiria, Lousã, Mealhada,

Mira, Miranda do Corvo, Penacova,

Penela e Vila Nova de Poiares.

Segundo Barbosa de Melo, o au-

mento vai custar por ano à Águas de

Coimbra mais 500 mil euros. “Talvez

seja possível em Coimbra encaixar

esta perda sem aumentar o preço aos

consumidores, mas não sei quantos

concelhos o conseguirão fazer”,

afi rmou. Para esta quarta-feira está

marcada uma reunião da assembleia

geral da AdM, onde os municípios vão

decidir o caminho a seguir. Coimbra

admite abandonar a sociedade caso

o diferendo se mantenha.

ÁguaMarisa Soares

Coimbra avança com acção judicial

AdP não cumpriu contratos, diz autarca

Oaumento tarifário abalou a “relação de confiança” que existia entre a Águas do Mondego (AdM) e os

municípios, diz o presidente da Câmara de Coimbra, João Barbosa de Melo. O autarca pretende avançar com uma acção judicial contra a Águas de Portugal (principal accionista da AdM) por “incumprimento contratual”. E explica: “Desde 2005 [ano de criação da sociedade], houve um conjunto muito grande de obras que a AdM ficou de executar, especialmente

para o tratamento de águas residuais, em Coimbra e noutros concelhos, e que nunca chegaram a ser feitas.” Barbosa de Melo garante que a Águas de Coimbra não tem qualquer dívida à AdM, mas reclama desta o pagamento de “dívidas várias no valor de alguns milhões de euros”, referentes às contrapartidas pela concessão de infra-estruturas e pela perda de receitas da venda de água, definidas aquando da entrega do serviço à Águas do Mondego. M.S.

Page 15: 13 Março - PÚBLICO

PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | 15

A Câmara de Vila Franca de Xira

aprovou anteontem uma alteração

ao contrato de construção da nova

biblioteca da cidade, que poderá

desbloquear o impasse em que o

processo caíra nas últimas semanas.

Com os votos contra da CDU, o exe-

cutivo decidiu transferir o contrato

que tinha com a Obriverca – que não

conseguia obter fi nanciamento ban-

cário – para uma nova empresa, cria-

da especifi camente para este fi m.

A Jardins do Arroz, SA terá, ago-

ra, que comprar a antiga fábrica de

descasque de arroz à Obriverca e

poderá, assim, concretizar a obra

de transformação dos antigos silos

industriais numa moderna bibliote-

ca de sete pisos. Segundo Maria da

Luz Rosinha, presidente da câmara,

esta opção foi uma “exigência” da

entidade bancária que vai avançar

um fi nanciamento da ordem dos 4

milhões de euros, mas que não esta-

ria na disposição de fazer o mesmo

empréstimo à Obriverca.

A autarca diz que a Jardins do Ar-

roz, SA foi “criada especifi camente

para este efeito” e que não está liga-

da ao Grupo Obriverca, nem direc-

tamente a nenhuma entidade ban-

cária. Já sobre as condições da nova

empresa para construir as 75 frac-

ções e espaços comerciais previstos

para o resto do antigo recinto indus-

trial, Maria da Luz Rosinha diz não

ter indicações sobre o assunto.

Certo é que, com esta alteração, a

câmara acredita que fi cam reunidas

condições para fazer a nova bibliote-

ca, que está orçada em 5,6 milhões

de euros e conta com 3,5 milhões

de euros de fundos comunitários,

que se perderiam caso o processo

não avançasse.

De acordo com o contrato, a au-

tarquia entregará 1,5 milhões de

euros na fase de arranque da obra,

mas só pagará o restante quando

a biblioteca fi car pronta. Nessas

condições, a empresa construtora

terá que conseguir meios para fa-

zer a obra antes de receber o mon-

tante total e, nos últimos meses, a

Obriverca não terá conseguido esse

fi nanciamento, segundo explicou

Maria da Luz Rosinha.

Biblioteca pode avançar em Vila Franca

AutarquiasJorge Talixa

Para financiar os trabalhos, a banca exigiu a entrega da obra a uma nova empresa, cujos accionistas não são por enquanto conhecidos

Na Câmara do Porto, o processo fi -

cou conhecido como o “saco de mi-

lhões”. Em 2008, a empresa Living

Planit, que se propôs construir uma

cidade futurista em Paredes a que

chamou PlanIT Valley — e que seria

uma espécie de Silicon Valley eu-

ropeu —, ofereceu-se também para

comprar o Circuito da Boavista. Pre-

tendia assumir a organização e explo-

ração das corridas de automóveis e

chegou a ser redigido um contrato.

Mas o município exigiu garantias

bancárias e a holding presidida pelo

britânico Steve Lewis nunca as apre-

sentou. O negócio morreu aí.

A existência destas conversações

foi revelada ontem, na sessão do

julgamento que opõe a Câmara do

Porto/Porto Lazer à Talento, em-

presa responsável pela organização

do Circuito da Boavista em 2005 e

2007. Durante o dia foram ouvidos o

presidente da câmara, Rui Rio, o seu

chefe de gabinete, Manuel Teixeira,

e o vereador do Urbanismo, Gonça-

lo Gonçalves, que em 2008 tinha o

pelouro do Desporto na autarquia e

presidia à empresa municipal Porto

Lazer. Rui Rio foi o primeiro a reve-

lar, pela manhã, que em 2008 “havia

um inglês” que queria comprar o Cir-

cuito da Boavista. O autarca afi rmou

que nunca teve muita fé no negócio,

porque lhe parecia que “eram dema-

siadas facilidades”.

À tarde, Manuel Teixeira preci-

sou que a empresa em causa era a

Living Planit — sendo corroborado

depois por Gonçalo Gonçalves. “No

fi m, não deu em nada, mas no Ve-

rão de 2008 houve muitas reuniões

com eles. Eram facilidades a mais e,

quando chegou a altura de apresen-

tarem garantias bancárias, não havia

nada”, afi rmou.

Gonçalo Gonçalves explicou,

depois, que a Living Planit tinha

apontado para a possibilidade de a

McLaren, fabricante de automóveis

desportivos e de competição, criar

“um centro de desenvolvimento

em Paredes” e que teria sido nesse

âmbito que surgiu o interesse pelo

Circuito da Boavista. O projecto de

Paredes também não teve, até agora,

qualquer concretização.

PlanIT Valley de Paredes falado em tribunal

PortoPatrícia Carvalho

Promotor do PlanIT Valley de Paredes tentou comprar o Circuito da Boavista, soube-se ontem, durante um julgamento no Porto

Breves

EPUL

Arruda dos Vinhos

Mafra

Costa diz que todos os trabalhadores serão integrados

Reformado da PSP detido por violência doméstica

Escola básica foi assaltada sem que tenha havido furtos

O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, disse ontem que vai abrir “tantos concursos quantos os necessários” para que todos os trabalhadores da EPUL sejam integrados na autarquia depois da extinção daquela empresa. Na sessão de ontem da assembleia municipal, Costa foi acusado por um deputado do PSD de fazer “chantagem” com a situação da EPUL para levar a assembleia a aprovar a sua extinção.

Um antigo agente da PSP foi ontem detido em Arruda dos Vinhos por suspeitas de violência doméstica. Fonte da GNR disse que o homem, de 69 anos, foi detido na sequência de um mandado de busca do Ministério Público. O alegado agressor é suspeito de violência psicológica sobre a companheira, mãe de dois filhos seus, menores de idade. A vítima era ameaçada com armas de fogo que foram apreendidas.

A Escola Básica 2-3 de Mafra vai hoje retomar as aulas, depois de ter suspendido ontem a actividade lectiva, por ter sido alvo de vandalismo durante a noite. Segundo a GNR, citada pela Lusa, “não se tratou de um assalto para furtar nada”. A mesma fonte adiantou que os suspeitos “partiram e mandaram para o chão” computadores, cadeiras e outros objectos. A escola sofreu danos consideráveis.

Page 16: 13 Março - PÚBLICO

16 | ECONOMIA | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013

Infl ação cai para zero e reacende fantasma da defl ação em Portugal

Em conjunto com a Grécia, Portugal é o único país em que os preços, em média, não subiram no último ano. Bom para consumidores com rendimentos a cair, mas, se se prolongar, uma ameaça para a economia

NELSON GARRIDO

Os bens de vestuário e calçado registaram a maior queda de preços

Pela segunda vez desde pelo menos

1974, a taxa de infl ação homóloga em

Portugal caiu para um valor abaixo

de zero. Consequência da contrac-

ção da actividade económica e da po-

lítica de recuperação da competitivi-

dade baseada na redução de custos

na economia, este resultado relança

a ameaça da entrada num processo

defl acionista, em que a retoma da

economia fi ca cada vez mais difícil

de concretizar.

De acordo com os números publi-

cados ontem pelo INE, a variação

dos preços junto do consumidor fa-

ce a igual período do ano passado

caiu, em Fevereiro, para zero. Aliás,

retirando os arredondamentos, foi

exactamente de -0,03%. A taxa de

infl ação média (a média das taxas

homólogas dos últimos 12 meses)

manteve a tendência de descida

que se tem verifi cado ao longo do

ano, passando de 2,5% para 2,3%,

devendo continuar a cair nos pró-

ximos meses.

A única outra ocasião em que se

verifi cou uma taxa de infl ação homó-

loga negativa em Portugal durante as

últimas décadas foi em 2009. Nessa

altura, em simultâneo com uma forte

recessão económica, ocorreu uma

descida pronunciada dos preços in-

ternacionais dos produtos alimenta-

res e petrolíferos. Isso fez com que

a taxa de infl ação homóloga, nessa

altura, tivesse chegado a atingir os

-1,7%. No entanto, esse período de in-

fl ação homóloga negativa foi relativa-

mente rápido, durando apenas nove

meses, esvaziando-se assim o que os

preços internacionais do petróleo e

da alimentação recuperaram.

A actual tendência de descida de

preços tem características e razões

diferentes. Também é o resultado de

uma contracção muito forte da eco-

nomia, mas não é acentuada pelos

preços dos combustíveis e alimentos.

Aliás, retirando às contas estes tipos

de bens, a infl ação homóloga até se-

ria menor, de -0,5%.

Em contrapartida, os preços estão

a ser infl uenciados pela política de

redução de custos (especialmente

laborais) que se está a registar por

toda a economia. Uma vez que es-

ta política não deverá ser revertida

muito brevemente, aumenta a pro-

babilidade de se estar perante um

período prolongado e persistente

de infl ação negativa, aquilo a que

se chama defl ação.

A troika e o Governo não acredi-

tam que se esteja perante o risco de

entrada num processo defl acionista

(a Comissão aponta para uma taxa

média no fi nal do ano positiva), e

dizem que esta descida de preços é

apenas um sinal da redução de cus-

tos registada na economia, que irá

trazer ganhos de competitividade

face ao exterior.

No entanto, há quem tema que, se

a tendência se acentuar e prolongar,

se caia na armadilha da defl ação, em

que as empresas investem ainda me-

nos e os consumidores contraem-se

mais perante a perspectiva de quedas

de preços no futuro. Recentemente,

em declarações ao PÚBLICO, o ex-

ministro das Finanças Luís Campos

e Cunha dava conta dos seus receios

relativamente ao risco de uma “re-

cessão com defl ação”. “É uma com-

binação muito perigosa porque não

temos política monetária nacional e

a política orçamental só pode agra-

var a situação, em consequência da

quase bancarrota de 2011”, dizia.

Os indicadores que dão conta de

uma ameaça defl acionista não se fi -

cam pela variação dos preços junto

dos consumidores. Na segunda-feira,

o INE deu a conhecer os números

do fi nal do ano passado das contas

nacionais e, pela primeira vez des-

de que há registos, verifi cou-se um

defl ator do PIB negativo em 2012, de

-0,1%. O defl ator do PIB é uma medi-

da da evolução dos preços em toda a

economia, não apenas no consumo.

O facto de ser negativo faz com que

a variação nominal do PIB fosse, em

2012, mais negativa (-3,3%) do que

a variação real (-3,2%), tornando

ainda mais difícil a redução do pe-

so da dívida (pública e privada) na

economia.

A taxa de infl ação zero agora re-

gistada é o resultado de descidas

homólogas de 4,9% no vestuário e

calçado, de 1,7% nos bens e serviços

de saúde e de 1,6% nos transpor-

tes. Em contrapartida, registou-

se uma subida de preços face ao

ano passado de 5,1% nas bebidas

alcoólicas e tabaco, de 3,5% na ha-

bitação, água, electricidade, gás e

outros combustíveis e de 2% nos

produtos alimentares e nas bebidas

não-alcoólicas.

PreçosSérgio Aníbal

Inflação em queda em Portugal

Fonte: INE

Taxa de inflação homólogaEm %

Inflação por tipo de bensVariação homóloga em Fevereiro de 2013, em %

TotalVestuário e calçadoSaúdeTransportesComunicaçõesBens e serviços diversosAcessórios e equip. domésticoLazer, recreação e culturaEducaçãoRestaurantes e hotéisProd. alimentares e bebidasHabitação, água, electricidade e gásBebidas alcoólicas e tabaco

-0,03

5,123,48

21,6

1,410,92

-0,25-0,34-0,41

-1,6-1,68

-4,94-2

0

2

4

6

2013201020051999

Excepto alimentos e produtos energéticos

Total

-0,5

0

Page 17: 13 Março - PÚBLICO

PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | 17

NEIL HALL/REUTERS

Na origem da queixa à AdC poderá estar uma auditoria interna

Os responsáveis do Barclays Portugal

só souberam depois da instituição

ter sido alvo de buscas, a semana

passada, que a denúncia que che-

gou à Autoridade da Concorrência

(AdC) partira da sede, em Londres,

com acordo de “clemência”. Na se-

quência, a sucursal do grupo britâ-

nico foi aconselhada a manter-se em

silêncio.

O PÚBLICO confi rmou junto de um

quadro de topo do Barclays que após

as buscas realizadas ao sector pelas

autoridades nacionais, há precisa-

mente uma semana, a operação por-

tuguesa inquiriu a sede, em Londres,

que a aconselhou a não reagir. Isto,

com a justifi cação de que, em troca

de uma denúncia sobre a eventual

combinação da fi xação de spreads,

de comissões e de serviços no cré-

dito à habitação e ao consumo en-

volvendo várias instituições a operar

em Portugal tinha negociado com a

AdC um perdão concedido ao abrigo

do “regime de clemência”, o que, na

prática, resulta numa confi rmação

de culpa que benefi cia a instituição.

Dentro do Barclays Portugal é dado

como adquirido que os responsáveis

da instituição desconheciam o a ini-

ciativa da casa mãe junto da AdC.

Terá sido neste contexto que fonte

do Barclays Portugal disse ao PÚBLI-

CO que “não ia comentar” a informa-

ção de que teria partido da institui-

ção a denúncia que desencadeou as

investigações da AdC. Uma notícia

divulgada segunda-feira pelo Diário

Económico.

Na origem da queixa à AdC po-

derá estar uma auditoria interna à

sucursal portuguesa, desencadeada

pelo novo CEO do Barclays, Antony

Jenkins (ex-responsável pela área

de negócios e banca de retalho do

grupo), que decretou inspecções a

todas as operações internacionais

do grupo. O PÚBLICO apurou ainda

que as conclusões da auditoria, que

decorreu ao longo de vários meses,

também não eram do conhecimen-

to da generalidade dos quadros da

instituição portuguesa. Outra pos-

sibilidade em aberto é ter existido

uma denúncia de um colaborador

(ou ex-colaborador) enviada directa-

Barclays Portugal desconhecia denúncia feita por Londres à AdC

mente para Londres que, de seguida,

após averiguações, a terá remetido

para a AdC.

A acção policial ao sector bancário

envolveu várias instituições fi nancei-

ras (fala-se em 15 bancos, sem con-

fi rmação) que foram alvo de buscas

em simultâneo. No processo de ave-

riguações (em segredo de justiça), a

AdC liderada por Manuel Sebastião

actuou em coordenação com o De-

partamento de Investigação e Acção

Penal e a Polícia Judiciária.

Recorde-se que o primeiro órgão

de comunicação social a divulgar que

as buscas aos bancos foi a SIC Notí-

cias que acompanhou em directo o

trajecto das autoridades até à sede do

Barclays, em Lisboa. Entre as ques-

tões que continuam por esclarecer

está o nome dos outros bancos que

poderão ter estado envolvidos na

cartelização. Se a equipa de Manuel

Sebastião concluir que houve de fac-

to uma combinação de preços/comis-

sões os visados arriscam multas má-

ximas que podem equivaler até 10%

do seu volume de negócios. A AdC

está, nesta fase, a analisar toda a do-

cumentação e os fi cheiros recolhidos

para apurar se, por um lado, estes

correspondem à matéria da queixa

e se, por outro, os factos são ilícitos.

Só aí será deduzida a acusação. Qual-

quer que seja o resultado, a AdC deu

sufi ciente credibilidade à denúncia

para decidir investigar.

Já este ano o Barclays anunciou

uma reestruturação da operação

em Portugal na área do retalho com

o encerramento de cerca de mais de

100 agências e a redução entre 400

e 300 trabalhadores. Mas, antes, o

novo CEO Antony Jenkins decreta-

ra inspecções a todas as operações

internacionais do grupo, depois de

vários escândalos, nomeadamente

o relacionado com a manipulação

da taxa Libor (foi multado em 290

milhões de libras) Na sequência das

fraudes, em Agosto, o anterior pre-

sidente executivo, Bob Diamond,

pediu a demissão, dando entrada

imediata a Antony Jenkins.

ConcorrênciaCristina Ferreira

Iniciativa que conduziu a buscas na banca partiu do Barclays no Reino Unido. AdC está agora a analisar a documentação recolhida

ipsilon.publico.ptDísponível em formato digitalpublico.pt/digital/

Sexta

Deolindadeixa o bairro e faz-se ao mundo

João Rui Guerra

da Mata e João Pedro

Rodrigues

“H.G. Wells era um homem cheio de

contradições e falhas de carácter”

David Lodge viveu dois anos com o autor de A Guerra dos Mundos até começar a escrever Um Homem de Partes, um H.G. Wells íntimo (e fi ccional), confrontado com as suas controvérsias e com a sua sexualidade

Macau mutante

Page 18: 13 Março - PÚBLICO

18 | ECONOMIA | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013

O grau de incumprimento na econo-

mia portuguesa voltou a aumentar

em Janeiro, mês em que o peso dos

créditos de cobrança duvidosa nos

empréstimos à habitação e ao con-

sumo subiram para os valores mais

altos em 15 anos.

Do total de empréstimos conce-

didos pelos bancos portugueses à

economia – somando crédito aos

particulares e às empresas – 6,5%

eram, em Janeiro, considerados de

cobrança duvidosa pelas instituições

fi nanceiras. Os valores retiram-se de

dados divulgados ontem pelo Banco

de Portugal (BdP), que apontam para

níveis históricos no grau de incum-

primento dos particulares, numa

altura em que diminui também o

crédito concedido às famílias.

Entre os particulares, o peso do

crédito de cobrança duvidosa sobre

o total dos empréstimos concedidos

aproxima-se dos 4%. Em Janeiro, atin-

giu os 3,9% (5138 milhões de euros),

o valor mais alto desde Dezembro

de 1997, altura a partir da qual o BdP

regista estes dados.

O mesmo aconteceu com os em-

préstimos à habitação e ao consu-

mo, que sobem para máximos de

15 anos.

O incumprimento continua a ser

mais elevado no crédito ao consumo

do que no crédito à habitação, o que

indicia que, numa situação de difi -

culdade de pagamento ao banco, é

o primeiro tipo de empréstimo (por

exemplo, para a compra de carro ou

de electrodomésticos) que os portu-

gueses deixam de pagar em primeiro

lugar.

Os dados mais recentes do INE,

relativos ainda ao terceiro trimestre

do ano passado, mostravam um cres-

cimento da poupança determinado

pela diminuição do consumo, na

mesma altura em que as necessida-

des de fi nanciamento das empresas

diminuíam por causa da contracção

no investimento e da redução de des-

pesas com salários.

Mais crédito para empresasCom o malparado (créditos por re-

gularizar há mais de 30 dias) a au-

mentar e os bancos a cumprirem

Famílias obtêm cada vez menos crédito e malparado sobe para novos máximos

regras mais apertadas na análise do

perfi l de risco dos clientes, a torneira

do crédito à economia tem vindo a

fechar-se.

Em Janeiro, o montante dos em-

préstimos aos particulares dimi-

nuiu em 654 milhões de euros face

a Dezembro, seja para a compra de

habitação, seja em empréstimos ao

consumo.

Só o fi nanciamento às empresas

aumentou (em 133 milhões de euros,

ao contrário da tendência dos meses

anteriores), mas tal não foi sufi ciente

para o total do crédito concedido à

economia engrossar, já que que a fa-

tia de empréstimos aos particulares

tem um peso maior e estes continu-

aram a recuar.

Do crédito concedido pelos ban-

cos às empresas, um total de 105.600

milhões de euros, cerca de 10.290

milhões eram considerados pelos

bancos como sendo de cobrança du-

vidosa. Isto signifi ca que 9,74% era

classifi cado como crédito vencido e

crédito sobre o qual os bancos têm

dúvidas que venha a ser pago den-

tro do prazo. Este indicador chegou

a ultrapassar a barreira dos 10% em

Novembro, no mês seguinte recuou

para 9,4%, voltando agora a aproxi-

mar-se daquela percentagem.

A construção é, de longe, o sector

em que as empresas têm mais difi -

culdades em pagar os empréstimos

contraídos, uma situação que se agra-

vou de forma vertiginosa ao longo de

2012. Em Janeiro passado, 19,3% do

crédito concedido era considerado

de cobrança duvidosa, quando um

ano antes o peso do malparado es-

tava em 12,3%.

De 13 áreas de actividade consi-

deradas pelo BdP – da agricultura às

indústrias transformadoras, passan-

do por empresas do ramo imobili-

ário, saúde, comércio a retalho ou

transportes e armazenagem – ape-

nas nesta última houve um recuo do

malparado.

No comércio por grosso e retalho e

nas empresas de reparação de auto-

móveis, a crise está também a levar

as situações de incumprimento para

níveis históricos. Aqui, o malparado

abrange 12,4% dos empréstimos, um

valor muito próximo do que se passa

nas imobiliárias.

ConjunturaPedro Crisóstomo

Peso da cobrança duvidosa das empresas volta a aumentar. Na construção, o malparado já atinge 19,3% do volume de empréstimos

Nas empresas, apenas nos transportes e armazenagem houve uma queda do malparado

As exportações nacionais contraria-

ram em Janeiro as quedas do fi nal de

2012, e responderam positivamen-

te aos receios de que a contracção

económica da União Europeia fosse

agudizar a recessão em Portugal. O

Instituto Nacional de Estatística (INE)

anunciou ontem que as exportações

de bens cresceram 5,6% em Janeiro,

com forte contributo da fatia de en-

comendas para fora da União Euro-

peia, que aumentaram 12%, ou 115

milhões de euros, em relação a Ja-

neiro de 2011.

A capacidade do sector exportador

para contornar o enfraquecimento

do mercado europeu, de onde pro-

vém a sua principal fatia das receitas,

é mencionada como um ponto cru-

cial no sustento das exportações na-

cionais. Aliás, as quedas de 0,1 e 3,2%

na exportação de bens em Novembro

e Dezembro, respectivamente, tive-

ram como causa a quebra no consu-

mo dentro da comunidade europeia,

que o aumento gradual das vendas

extracomunitárias não conseguiram

compensar.

No entanto, em sentido contrário

àquela que tem sido a tendência, as

exportações para a União Europeia

(UE) cresceram 3,3% em Janeiro, em

termos homólogos: mais 88 milhões

de euros. Não se registava uma subi-

da na contribuição das exportações

comunitárias desde Agosto de 2012.

Em comparação com Dezembro de

2012, as exportações comunitárias

aumentaram 25,8%. Esta recupera-

ção do mercado comunitário parece

contrariar as perspectivas do desem-

penho económico da Zona Euro.

O relatório das exportações de Ja-

neiro de 2013 surge um dia depois de

ter sido anunciado a queda real de

0,5% no valor das exportações no

último trimestre de 2012. O receio de

perda daquele que tem sido o prin-

cipal sustento económico nacional

durante o período de ajustamento

económico piorou-se com estes da-

dos. Como agravante, o Banco Cen-

tral Europeu (BCE) piorou as expec-

tativas de contracção da economia da

Zona Euro para 0,5% em 2013.

Mesmo que o contexto económico

da Zona Euro volte a atacar as expor-

Crescimento dos mercados extra-UE e de Espanha alivia receios sobre as exportações

tações comunitárias, Portugal parece

ter conseguido em Janeiro um bom

impulso no mercado extracomuni-

tário. Em todo o caso, o valor das

exportações para a União Europeia

é ainda 2,5 vezes superior ao das en-

comendas para fora da região (2656

milhões de euros face a 1082 milhões

de euros em Janeiro).

Mas, face a este cenário optimista,

Pedro Reis, presidente da AICEP, é

cauteloso: “Da mesma maneira que

não entro em depressão quando há

quebras, como houve no mês de No-

vembro e Dezembro, não entro em

euforia quando temos bons meses

como foi este mês de Janeiro”. On-

tem, à margem do fórum Brinde à

Cerveja, o presidente da agência por-

tuguesa de investimento e comércio

alertou ainda que uma “economia

não se pode só basear e alavancar

com base nas exportações”.

Espanha recuperaO forte crescimento nas exportações

em Janeiro teve dois contributos pre-

ciosos: Espanha e Angola. Dos 115

milhões de euros de crescimento

homólogo em receitas no mercado

extracomunitário, 58,9 milhões de

euros partiram do aumento das ex-

portações para Angola.

Já no que toca às exportações co-

munitárias, dos 88 milhões de euros

de crescimento homólogo em Janei-

ro, 53 milhões devem-se à subida

das vendas para Espanha, o princi-

pal parceiro comercial. Já os segun-

do e terceiro mercado, Alemanha e

França, registaram um contributo

menor em Janeiro de 2013 do que

em Janeiro de 2012. As exportações

para a Alemanha renderem menos

um milhão e, para a França, menos

23 milhões de euros. com Ana Rute Silva

ComércioFélix Ribeiro

Recuperação de Espanha e crescimento fora da Europa atenuam preocupação sobre as exportações nacionais

DR

Exportações para países da UE não aumentavam desde Agosto

Nos últimos dois meses, os novos processos de controlo às importações em Angola estão a atrasar

as exportações de mercadoria portuguesa para aquele país, sobretudo de bens alimentares. A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) deu “prioridade máxima” ao acompanhamento deste problema, motivado por novas regras e “cautelas naturais do governo angolano na vistoria e análises laboratoriais”, disse Pedro Reis, presidente da AICEP, que ontem participou num fórum organizado pela APCV, a Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja (ver texto ao lado).

Estes “novos processos” têm a ver “com ameaças de subfacturação que não têm a ver com os nossos exportadores, mas com ameaças de intermediários”, esclareceu Pedro Reis, questionado pelos jornalistas. “Isto tem emperrado e atrasado algumas das nossas exportações na área alimentar e de bebidas”, disse. António Pires de Lima, presidente da Apcv, espera que este seja “um processo temporário”. As dificuldades afectam outros países e podem aumentar o preço dos bens em causa, alertou. Ana Rute Silva

Obstáculos nas vendas para Angola

Page 19: 13 Março - PÚBLICO

PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | ECONOMIA | 19

A intenção era começar a produ-

zir cerveja Super Bock no Brasil no

primeiro trimestre deste ano, mas

a Unicer acabou por recuar e não

vai, para já, avançar com qualquer

investimento semelhante naquele

país, anfi trião do Mundial de Fute-

bol e dos Jogos Olímpicos (em 2014

e 2016). De acordo com António Pi-

res de Lima, presidente da empresa

nortenha, a decisão foi tomada de-

pois de a Unicer não ter conseguido

encontrar um parceiro industrial.

“Acabámos por não optar por essa

via porque não encontrámos, até à

data, nenhum parceiro industrial

que nos oferecesse as garantias pa-

ra podermos fazer a produção com

todo o controlo. Não desistimos da

ideia, mas para já não conseguimos

concretizar”, disse ontem, questio-

nado pelo PÚBLICO à margem de

uma conferência organizada pela

Apcv, a Associação Portuguesa dos

Produtores de Cerveja, à qual tam-

bém preside.

Este ano, a Unicer espera exportar

150 mil litros de cerveja para o Bra-

sil e retomar as vendas de Água das

Pedras naquele país, com 300 mil li-

tros. Quantidades “muito limitadas”

devido aos entraves à importação

naquele mercado. “O conjunto de

barreiras e de regras que existem

para a importação de produtos é

de tal forma complexo que torna os

produtos caros”, afi rmou Pires de

Lima, que já durante o debate tinha

dito que é “um trabalho hercúleo”

colocar cerveja em São Paulo ou no

Rio de Janeiro.

O ano passado a empresa expor-

tou no total 200 milhões de litros

de cerveja, com Angola em lugar

de destaque. A quota de mercado

da cerveja portuguesa em geral é

de 20% em volume e a Unicer tem

uma fatia de 15%. França é o segun-

do maior comprador da empresa,

que está a criar uma rede comercial

de distribuidores locais na Europa,

em África (Angola, Cabo Verde e Mo-

çambique) e Estados Unidos. Este

ano, Pires de Lima espera conseguir

vender 50% da produção de cerveja

(Super Bock e Cristal) fora de Por-

tugal.

Dona da Super Bock recua e já não produzirá cerveja no Brasil este ano

Durante o fórum “Brinde à Cer-

veja”, da Apcv, e falando como

presidente da associação, António

Pires de Lima adiantou que o sec-

tor aumentou 20% as exportações

em 2012 e já exporta 40% de toda

a produção. Isto signifi ca que duas

em cada cinco cervejas produzidas

em Portugal são vendidas no estran-

geiro.

As exportações têm sido o motor

de um negócio enfraquecido pela

queda no consumo interno. As ven-

das de cerveja em bares e restau-

rantes caíram 20%, prejudicando

o sector, muito dependente deste

canal. O consumo per capita caiu

para níveis de 1980, um cenário

“verdadeiramente desastroso” pa-

ra as cervejeiras nacionais, aponta

o presidente da Apcv.

Nuno Pinto Magalhães, director de

comunicação da Sociedade Central

de Cervejas (SCC), sublinhou que as

vendas para o estrangeiro são “um

factor de crescimento e sustentabili-

dade do negócio”. A dona da Sagres

exporta para 30 países e conseguiu

25% das receitas nos mercados ex-

ternos em 2012. “Queremos crescer

a dois dígitos nos próximos anos”,

disse, revelando que a Sagres é a

segunda marca de cerveja mais ex-

portada pelo grupo Heineken, que

detém 100% da SCC.

Também Nuno Freitas, da Empre-

sas de Cervejas da Madeira, revelou

que a produtora, com 140 anos de

existência, iniciou pela primeira

vez em 2012 um projecto de expor-

tação para Angola, Guiné e Canadá.

No debate, Antoni Folguera, da Font

Salem, disse por seu lado que a em-

presa (antiga fábrica Cintra em San-

tarém) vende mais de 70% da sua

produção para Espanha.

Agro-alimentarAna Rute Silva

Unicer previa fabricar com parceiro local, mas o projecto não vai avançar. Este ano, quer vender 50% da produção no estrangeiro

Pires de Lima diz que é trabalho “hercúleo” vender no Brasil

Os funcionários públicos que nos

três primeiros meses do ano des-

contaram para a ADSE (o sistema

de saúde aplicado à generalidade

dos funcionários públicos) tendo

por base um leque mais alargado

de rendimentos serão reembolsa-

dos pelos serviços.

“Com a publicação do decreto de

execução orçamental fi cou estabe-

lecido que se mantêm a base de in-

cidência do cálculo do desconto do

benefi ciário. As entidades emprega-

doras que não tenham observado

esta regra no processamento de re-

munerações no primeiro trimestre

de 2013, podem e devem proceder

à devida regularização”, esclare-

ceu fonte ofi cial do Ministério das

Finanças.

No Orçamento do Estado para

2013, o Governo alargou a base de

incidência dos descontos para a Cai-

xa Geral de Aposentações, passando

a incluir, além do salário, a remune-

ração por trabalho extraordinário,

as ajudas de custo, as despesas de

representação ou os subsídios de

residência, de transportes, entre

outros. Como a lei determina que

a base de incidência dos descontos

para a ADSE deve ser a mesma da

CGA, em Janeiro alguns funcionários

públicos acabaram por descontar

mais para os subsistemas de saúde

do que estavam à espera.

No decreto-lei de execução orça-

mental, publicado na segunda-feira,

o Ministério das Finanças decidiu

alterar esta situação e manter a ba-

se de incidência dos descontos que

estava em vigor a 31 de Dezembro de

2012, ou seja, antes do alargamento

do leque de rendimentos a conside-

rar para efeitos dos descontos para

a CGA.

O PÚBLICO questionou o Minis-

tério das Finanças sobre as razões

que justifi cam a redução da base

de descontos para ADSE e qual o

montante a mais descontado pelos

trabalhadores que terá que ser de-

volvido, mas fonte ofi cial não esteve

disponível para responder.

Já no que respeita aos descontos

de 2,5% da responsabilidade das en-

tidades empregadoras, eles serão

Serviços vão reembolsar funcionários que descontaram a mais para a ADSE

efectuados sobre a base de incidên-

cia alargada aplicada aos descontos

para a CGA.

A ADSE tem vindo a reduzir a sua

dependência do Orçamento do Es-

tado e de acordo com o plano de

actividades para 2013, este ano a

contribuição dos trabalhadores (de

1,5%) garantirão 63% das despesas

assumidas pela ADSE e o restante

corresponde às contribuições da

entidade empregadora.

Função Pública Raquel Martins

Quem descontou para a ADSE nos primeiros três meses do ano será reembolsado, garantem as Finanças

OE 2013 alargou base de incidência dos descontos para a CGA

PAULO RICCA/ARQUIVO

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Page 20: 13 Março - PÚBLICO

20 | ECONOMIA | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013

Bolsas

PSI-20 Última Sessão Performance (%)Nome da Empresa Var% Fecho Volume Abertura Máximo Mínimo 5 dias 2013

PSI 20 INDEX 0,39 6064,230 132125825 6057,250 6081,040 6035,350 2,17 7,23ALTRI SGPS SA -0,05 1,885 186232 1,900 1,900 1,876 4,89 18,70BANIF SA -0,752 0,132 117867 0,133 0,135 0,132 3,1 -9,59BPI -0,51 1,170 586390 1,188 1,190 1,165 5,09 24,07BCP 0,92 0,110 109698868 0,109 0,111 0,108 4,81 46,67BES 0,73 0,965 8980459 0,958 0,979 0,958 11,27 7,82COFINA SGPS -1,09 0,542 26644 0,549 0,549 0,533 9,82 -7,98EDP 0,26 2,355 3229988 2,350 2,355 2,338 2,13 2,84EDP RENOVÁVEIS -0,81 3,918 523367 3,921 3,951 3,897 1,02 -1,90ES FINANCIAL 1,06 5,255 36416 5,250 5,255 5,150 1,48 -0,47GALP ENERGIA 1,26 12,050 965631 11,950 12,065 11,945 2,15 2,47J MARTINS SGPS 0,78 15,450 727976 15,390 15,560 15,210 -0,78 5,82MOTA ENGIL -1,45 1,905 366235 1,936 1,940 1,890 3,31 21,57PT 0,57 4,025 2911885 4,005 4,049 4,005 3,52 7,36PORTUCEL -0,48 2,714 293578 2,728 2,760 2,638 1,38 19,04REN -1,66 2,250 388240 2,290 2,290 2,245 -1,8 9,49SEMAPA 0,21 6,777 38750 6,793 6,815 6,673 2,78 19,10SONAECOM SGPS 0,84 1,568 369791 1,563 1,575 1,559 2,98 5,87SONAE INDÚSTRIA 0,17 0,597 194244 0,600 0,604 0,590 6,05 22,09SONAE -0,72 0,685 2240344 0,691 0,693 0,680 2,07 -0,29ZON MULTIMÉDIA -0,62 3,382 242920 3,400 3,418 3,335 -2,69 13,87

O DIA NOS MERCADOS

Acções

Divisas Valor por euro

Diário de bolsa

Dinheiro, activos e dívida

Preço do barril de petróleo e da onça, em dólares

MercadoriasPetróleoOuro

ObrigaçõesOT 2 anosOT 10 anos

Taxas de juro Euribor 3 mesesEuribor 6 meses

Euribor 6 meses

Portugal PSI20

Últimos 3 meses

Últimos 3 meses

Obrigações 10 anos

Mais Transaccionadas Volume

Variação

Variação

Melhores

Piores

Últimos 3 meses

Últimos 3 meses

Europa Euro Stoxx 50

BCP 109.698.868BES 8.980.459EDP 3.229.988PT 2.911.885Sonae 2.240.344

Galp Energia 1,26%ES Financial 1,06%BCP 0,92%

REN -1,66%Mota Engil -1,45%Cofina SGPS -1,09%

Euro/DólarEuro/LibraEuro/IeneEuro/RealEuro/Franco Suíço

5,50

6,25

7,00

7,75

8,50

1,30250,8737125,01

2,55681,2336

0,201%0,326%

109,771593,56

3,002%5,893%

PSI20Euro Stoxx 50Dow Jones

Variação dos índices face à sessão anterior

2500

2575

2650

2725

2800

5100

5400

5700

6000

6300

0,300

0,325

0,350

0,375

0,43

0,39%-0,25%

n.d.

Empresa fez um avultado investimento de aquacultura em Mira

O grupo espanhol Pescanova, que

negoceia com a banca o pagamento

de dívidas para evitar a insolvência,

reconheceu ontem irregularidades

nas contas, admitindo que o verda-

deiro montante de dívida da empresa

não corresponde ao que é reclamado

pelos credores. O grupo, conhecido

pelos seus produtos congelados, está

a ser investigado em Espanha pelo re-

gulador de mercado de capitais por

suspeitas de “abuso de mercado”.

O anúncio, tornado público na

véspera, teve fortes repercussões no

mercado para a Pescanova. A empre-

sa viveu ontem uma sessão em bolsa

tudo menos calma: as negociações

arrancaram uma hora mais tarde do

habitual e, quando os títulos caíam

a pique, perto de 20%, a cotação foi

suspensa. Não tardou para o presi-

dente da Pescanova, Manuel Fernán-

dez de Sousa, emitir um comunicado

a informar que a empresa detectou

“discrepâncias” entre a contabilida-

de da empresa e os números da dívi-

da bancária – “discrepâncias que po-

dem ser signifi cativas” e que levaram

a empresa a abrir uma auditoria para

apurar o que está em causa.

A Comissão Nacional de Mercado

de Valores (CNMV) pedira à Pesca-

nova não só para apresentar, “com

Pescanova reconhece contas com irregularidades

a maior brevidade”, os resultados

do último trimestre do ano passa-

do, como para detalhar a situação

patrimonial do grupo, o seu nível de

endividamento e as “dívidas vencidas

ou não pagas”.

Nenhuma destas informações é,

para já, pormenorizada pela Pesca-

nova. Pelo grupo, que em Praia de

Mira tem a maior unidade mundial

de criação de pregado, apenas é dada

a garantia de que o regulador será in-

formado logo que for apurado o valor

dessas “discrepâncias”. Este, por sua

vez, está a investigar se da actuação

da empresa, administradores ou ter-

ceiros resultaram comportamentos

considerados como “abuso de mer-

cado”. Elvira Rodríguez, presidente

do regulador, sublinhou que o pe-

dido vai no sentido de a Pescanova

apresentar “as contas de acordo com

as normas da CNMV”.

Outra questão a avaliar pelo regu-

lador é a evolução da Pescanova na

Bolsa de Madrid, cujas acções caíram

a pique desde que a empresa apre-

sentou o processo contra credores.

Os títulos do grupo valiam 17,4 euros

a 1 de Março, mais 66,03% do que on-

tem, quando o regulador suspendeu

os títulos (nos 5,91 euros).

ADRIANO MIRANDA

EmpresasPedro Crióstomo

Grupo espanhol está a ser investigado pelo regulador de mercado de capitais,que ontem suspendeu as acções da empresa

Breves

PME

Zona euro

Trabalho

Entidades públicas na UE forçadas a pagar atempadamente

Parlamento Europeu aprova regras que reforçam supervisão

Impulso Jovem com cerca de 8000 candidaturas

A nova lei comunitária adoptada no ano passado pela UE destinada a por fim à “cultura dos atrasos de pagamento” às PME entra em vigor no sábado, lembrou ontem a Comissão Europeia. Portugal é um dos que terá maior esforço para respeitar a nova directiva, que prevê um prazo de 30 dias para o pagamento de bens e serviços, já que a Administração Pública portuguesa demora em média 140 dias a pagar.

Os eurodeputados aprovaram o 2º pacote sobre a governação económica (two-pack), no âmbito do qual a CE vai estudar a viabilidade de emissões de dívida comum. O two pack visa o fortalecimento da supervisão dos países do euro. É composto por dois textos legislativos: um sobre a avaliação dos projectos de planos orçamentais e outro sobre os países afectados por graves dificuldades financeiras.

O programa Impulso Jovem conta com cerca de 8000 candidaturas aceites à data de ontem, com o ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, a destacar a importância deste apoio lançado em Agosto no combate ao desemprego jovem. No terreno, de acordo com os dados hoje avançados por Miguel Relvas, estão cerca de 4500 jovens que já iniciaram os seus estágios.

66%As acções do grupo espanhol de pesca e produtos alimentares caíram a pique – 66,03% – desde que, no dia 1 de Março, anunciou um processo contra os seus credores

Page 21: 13 Março - PÚBLICO

Passatempocom o apoio:

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Até em cenas de filmes como A Toupeira e Nemo. La Mer, só por si, teve mais de 400 versões.

Um feito que assenta bem a um criador que recusou sempre gravar canções que não tivesse escrito.

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quinta,dia 14Março

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Page 22: 13 Março - PÚBLICO

22 | MUNDO | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013

Ao gesto profético de Bento XVI poderá seguir-se um Papa profeta?

No dia 1 do conclave, cardeais não escolheram sucessor de Bento XVI e hoje voltam à Capela Sistina

“Deus, concede-nos um Pastor

que anuncie o Evangelho e a

misericórdia”, pediu o cardeal

Angelo Sodano durante a manhã.

Ao cair da noite, eram milhares

os católicos que enchiam a Praça

de S. Pedro na expectativa de

conhecer esse pastor: com as

suas preces, ditas assim, de mais

perto, quiseram unir-se à escolha e

sublinhar as orações dos cardeais

que têm a responsabilidade de

eleger o sucessor de Bento XVI.

À primeira votação seguiu-se

o esperado fumo negro. Poucos

acreditavam que houvesse fumo

branco, que dois terços dos

cardeais escolhessem o mesmo

homem no primeiro dia de

conclave; tantos quiseram ainda

assim confi rmá-lo.

Hoje, os cardeais voltarão a

entrar na Capela Sistina e os fi éis

regressarão a S. Pedro. De manhã

haverá duas votações, à tarde

outras duas. Ratzinger foi escolhido

em dois dias — e João Paulo II

estava doente há anos. Ratzinger

assombrou os católicos com a sua

renúncia, a primeira em 600 anos,

comunicada há um mês.

Ontem, quando o fumo saiu por

fi m pela chaminé era noite escura:

20h42 e o fumo muito negro e

espesso a debandar por entre a

chuva, cinco longos minutos de

fumo negro. A acompanhá-lo, um

enorme “ohhhh” dito a milhares

de vozes enquanto chapéus-

de-chuva de todas as cores

rodopiavam e depois se afastavam

em blocos, esvaziando a Praça.

“Até amanhã.”

Há oito anos, foi Ratzinger a

presidir à Santa Missa Pro Eligendo

Romano Pontifi ce, acto que

inaugura o dia do arranque de

cada conclave. Depois, entrou na

Capela do Juízo Final de Miguel

Ângelo e foi eleito pelos seus pares.

Desta vez, o decano do Colégio

Cardinalício é Sodano, que por

já ter 85 anos não vota nem pode

ser eleito. Desta vez, e apesar

Aldo rezou por um regresso à Igreja dos homens perante os homens, dos homens entre os homens, enquanto ouvia o cardeal Sodano pedir “um Messias pleno de misericórdia”. Depois, houve fumo negro

Reportagem Sofia Lorena, em Roma

das regras e dos ritos repetidos,

o facto de o decano do Colégio

Cardinalício não ter assento no

conclave é apenas uma entre tantas

diferenças.

“Estive a trabalhar de noite e a

seguir vim para aqui. O verdadeiro

repouso é fazer a vontade de Deus,

rezar e invocar o Espírito Santo

para que nos mande o apóstolo,

o pastor para estes tempos”,

diz Aldo Ottomanelli, 65 anos,

diácono na igreja de Bari, a passar

uma temporada em Roma com

objectivos claros. Veio lançar uma

fundação que ofereça trabalho aos

extracomunitários que chegam

a Itália e só quer deixar a capital

quando o conseguir. Entretanto,

virá a S. Pedro todas as manhãs até

o novo Papa estar eleito.

“Agora, é tempo de nos

prepararmos para acolher Sua

Santidade, a vinda de Cristo. O

novo pastor chegará para espalhar

o amor, a caridade e a humildade.

Este novo pastor abrirá a porta da

unidade, carregará o sofrimento

e a cura. A cura triunfa sempre

que a Igreja se renova”, afi rma

Aldo. O novo Papa, assegura

este diácono, “abaterá muitas

paredes e construirá outras, e

terá a capacidade de falar a todo

o mundo, com a mão direita da

autoridade e a mão esquerda da

humildade”. A renovação da Igreja

far-se-á, diz ainda Aldo, através do

exemplo e da palavra. “Uma vida

simples é uma vida bela.”

Caridade e unidade Aldo seguiu a missa de Sodano de

olhos postos num dos quatro ecrãs

gigantes espalhados pela praça

desde a renúncia de Ratzinger. Viu

os 115 eleitores e todos os outros

cardeais reunidos em oração.

Ouviu as palavras de Sodano e

rezou com ele, jeans colados ao

corpo pela chuva, às vezes em

uníssono, noutros momentos

sozinho, entregue às suas

preces, sempre de pé, encostado

às barreiras de madeira que

desenham o percurso até à Basílica,

numa manhã fechada a turistas.

Como Aldo, que insiste na

importância da trindade “nestes

tempos difíceis como nenhuns

outros”, também Sodano repetiu

essencialmente três temas ao longo

da homilia de quase duas horas.

Caridade, unidade e continuidade,

foram as palavras escolhidas pelo

cardeal.

Sodano citou a profecia de Isaías

em que se anuncia o envio de “um

Messias pleno de misericórdia”

para levar “o contentamento

anunciado aos pobres, limpar as

lágrimas dos corações partidos,

proclamar a liberdade aos escravos,

a libertação aos prisioneiros”.

Este Messias é Jesus e “é um amor

que se faz notar particularmente

no contacto com o sofrimento, a

injustiça, a pobreza, com todas as

fragilidades, físicas e morais”.

Esta missão de misericórdia,

disse Sodano, foi entregue por

Cristo a todos os pastores da

Igreja, “mas compromete ainda

mais o bispo de Roma”. Depois,

citou Bento XVI, o Papa emérito

sempre presente, que na sua

mensagem da Quaresma explicou

que por vezes se limita a “caridade”

à “solidariedade” ou à “ajuda

humanitária”, quando a maior obra

de caridade “é a evangelização”.

Há oito anos, Ratzinger

sublinhou que “sem verdade a

caridade seria cega”. Sodano

recuperou as suas palavras para

dizer que a caridade se concretiza

na evangelização e que é ela que

defi ne “a missão de misericórdia”

que se pede a um Papa.

Agradecendo a Bento XVI — e

arrancando com isso um longo

aplauso, o cardeal Sodano pediu

ainda unidade, antes de mais

à própria Igreja, poucos dias

depois de Ratzinger ter lamentado

as “divisões” que a corroem:

ALESSANDRO BIANCHI/REUTERS

Milhares de pessoas esperaram para ver o fumo sair pela chaminé

Page 23: 13 Março - PÚBLICO

PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | MUNDO | 23

OSSERVATORE ROMANO/REUTERS

Jean-Claude Juncker, primeiro-mi-

nistro do Luxemburgo, foi presi-

dente do Eurogrupo durante oito

anos, até há dois meses. Numa en-

trevista ao semanário alemão Der

Spiegel desta semana diz que os ve-

lhos demónios que no passado le-

varam países europeus a entrar em

guerra “não desapareceram”. “[Os

demónios] estão apenas adormeci-

dos, como as guerras na Bósnia e no

Kosovo mostraram”, diz. E confessa

que o assusta ver as semelhanças

entre as circunstâncias da Europa

de há 100 anos e o contexto actual

europeu.

Juncker enumera exemplos de

recentes episódios que deixaram

“feridas profundas” ou que o cho-

caram: a forma como alguns po-

líticos alemães atacaram a Grécia

quando o país entrou em crise e

os cartazes em protestos de rua em

Atenas mostrando Angela Merkel

de uniforme nazi. “Sentimentos

que pensávamos estar, enfi m, re-

legados para o passado vieram à

superfície”, diz Juncker.

Concorda que ninguém duvida

seriamente que existe paz e ami-

zade na Europa mas também avisa:

“Quem pensar que a eterna questão

da guerra e da paz na Europa é uma

Demónios da Europa “estão apenas adormecidos”

questão que desapareceu para sem-

pre pode estar muito enganado.”

Jean-Claude Juncker encontra

hoje a mesma “complacência” ba-

seada na “ideia de que a paz está

garantida para sempre” que exis-

tia há 100 anos, em vésperas da I

Guerra Mundial. “Arrepia-me ver

como são semelhantes as circuns-

tâncias da Europa em 2013 e as de

há 100 anos.”

“Em 1913, muitas pessoas acredi-

tavam que nunca mais haveria uma

guerra na Europa. As grandes po-

tências do continente tinham fortes

ligações económicas e a convicção

geral era a de que simplesmente

não podiam permitir-se entrar em

confl itos militares.” O ex-líder do

Eurogrupo diz que a razão de ser da

“união monetária sempre foi conso-

lidar a paz”. Mas lamenta ver hoje

como “demasiados europeus estão

a voltar a um espírito regional ou

nacional”.

Europa em perda no mundoPor outro lado, sobre a perda de

infl uência de uma Europa em cri-

se, considera que apenas “unida” a

Europa poderá continuar a contar

para o mundo. Os sinais são vários:

em meados deste século, a Europa

só terá 7% da população mundial e,

já hoje, mais de 80% do crescimen-

to económico é referente as outras

regiões do globo, diz Juncker.

“Uma Europa unida é a única hi-

pótese de o nosso continente não

ser excluído do radar do mundo”,

diz. E acrescenta: “Os chefes do Go-

verno da Alemanha, França e Rei-

no Unido também sabem que a sua

voz só é ouvida internacionalmente

porque falam através do megafone

da União Europeia.”

Aos 58 anos, aquele que foi uma

espécie de “presidente informal da

união monetária europeia” não re-

vela a ambição de chegar a um ou-

tro lugar na União Europeia, mas

diz excluir a hipótese de suceder

ao belga Herman Van Rompuy no

cargo de presidente do Conselho

Europeu.

Tem a certeza absoluta sobre isso

porque diz que, para ele, não faria

sentido assumir um cargo que pode-

ria ter assumido em 2009, quando

vários chefes de Estado e de Gover-

no o abordaram para o fazer, mas

“aparentemente algumas pessoas”

não o quiseram. A chanceler alemã

Angela Merkel? O então Presiden-

te francês Nicolas Sarkozy? Nesta

questão em particular, Jean-Claude

Juncker optou por não responder

ao jornalista da Der Spiegel.

União EuropeiaAna Dias Cordeiro

O primeiro-ministro do Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, lamenta o regresso a uma lógica mais nacional e menos europeia

Junker foi presidente do Eurogrupo durante oito anos

os bispos e os monsenhores”, diz

Aldo. Amor, caridade e humildade,

repete. E só a simplicidade os torna

possíveis. Aldo quer reformas mas

quer, mais ainda, um regresso

às origens, à Igreja dos homens

perante os homens, dos homens

entre os homens.

Uma nova eraNas palavras de Juan Arias,

jornalista e fi lólogo que

acompanhou João Paulo II nas

suas viagens pelo mundo, o

que a renúncia de Ratzinger

anuncia é que “não estamos

perante mais uma das crises que

a Igreja enfrentou na sua história,

mas perante algo inédito: uma

encruzilhada que leva a pensar

no fi m do papado se este não se

reforma”.

Fazem falta reformas, sim,

escreveu ontem Arias no jornal

espanhol El País, mas estas não

podem ser como tantas outras,

simples “cosmética”. “A Igreja não

precisa das reformas do passado,

de mudanças para continuar

igual.” Agora, diz Arias, seria

preciso “um Papa profeta, capaz

de inaugurar uma nova era”, um

“revolucionário” que entenda que

a revolução passa só pelo regresso

às origens, implica apenas um

passo atrás, como o de Bento XVI

— um passo simples mesmo que

enorme.

“Ser profeta no Vaticano, tentar

de alguma forma recuperar a

tradição evangélica, despojar o

bispo de Roma dos seus poderes

temporais, uma tarefa que até

agora pareceu impossível.” O

espanhol não sabe se Ratzinger

tentou levá-la a cabo: “Pode ter

intuído que um gesto profético

poderia custar a vida.” E ainda

assim, “o grande paradoxo é

que a sua renúncia talvez tenha

constituído um dos gestos mais

proféticos dos últimos papas, capaz

de obrigar a Igreja a rever-se dos

pés à cabeça”.

Arias também não sabe se há

entre os 115 cardeais “um Papa

profeta”, mas escreve que a eleição

de um Papa assim nunca será

rápida porque nenhum dos nomes

mais referidos, do italiano Angelo

Scola ao brasileiro Odilo Scherer,

tem esse perfi l. Ontem, houve fumo

negro no Vaticano.

“Tenham muita humildade,

doçura e paciência, apoiai-vos,

uns aos outros, com amor”, disse

aos prelados, “todos chamados

a cooperar com o sucessor de

Pedro, o fundamento da unidade

da Igreja”. Pediu também

continuidade. Com Ratzinger e com

“os últimos pontífi ces”, “artesãos

de tantas iniciativas benéfi cas,

promovendo a justiça e a paz a

nível mundial”.

Aldo concorda com quase

tudo o que Sodano escolheu

dizer aos cardeais, no seu último

acto público antes da entrada

em conclave. Mas vê no gesto do

Papa alemão um acto de ruptura,

“humilde e generoso”, e não espera

continuidade. “Se Jesus estivesse

aqui hoje no meio dos cardeais,

seria uma criança que os olharia

nos olhos. Sem a inocência de uma

criança é impossível ver a verdade.

Hoje, o mundo está entregue ao

sentimentalismo e para o superar

temos de invocar o Espírito Santo.

Ele é que é o operário humilde que

constrói as grandes obras à glória

de Deus, ele, e não os cardeais,

Sondagens

Católicos americanos querem mudanças

Agora que, pela primeira vez, um norte-americano pode vir a ser papa, as sondagens mostram

que a maioria dos católicos americanos espera que o novo pontífice modernize a Igreja.

Numa sondagem CBS/New York Times, 66% dos católicos americanos dizem que gostariam que o novo papa fosse “mais jovem, com novas ideias”, contra 26% que preferem um papa “mais velho e experiente”.

E, segundo uma sondagem Washington Post/ABC News divulgada no início da semana, 54% dos católicos americanos defendem que o novo papa deve fazer reformas no interior da Igreja de modo a reflectir as novas atitudes e estilos de vida dos seus membros. Seis em cada dez católicos pensam que a Igreja está alheada das ideias e necessidades dos seus membros.

O desejo de mudança é maior do que em 2005, quando Bento XVI se tornou Papa. Nessa altura, cerca de metade dos católicos americanos defendiam que a Igreja deveria manter as suas políticas tradicionais. Na nova sondagem do Washington Post, só 38% têm essa opinião.

Os dois candidatos dos Estados Unidos, Timothy M. Dolan, arcebispo de Nova Iorque, e o cardeal Sean Patrick O’Malley, de Boston, são favoráveis a reformas.

Ainda de acordo com a sondagem do Post, 78% dos católicos dos EUA desaprovam a forma como a Igreja tem lidado com os escândalos envolvendo o abuso sexual de crianças por padres.

Apesar disso, dois terços dizem que Bento XVI fez um trabalho “bom” ou “excelente”. 55% de católicos americanos são contra o celibato sacerdotal e 58% defendem a ordenação de mulheres. Kathleen Gomes, em Washington

Ver mais emwww.publico.ptSiga os desenvolvimentos do conclave ao minuto

Page 24: 13 Março - PÚBLICO

24 | MUNDO | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013

que pagasse no estrangeiro.

Comprar dólares ou euros no

mercado paralelo é um modo

de ir tirando algum dinheiro

do país. “Agora, não há. Não

se arranja.” E não gosta de ter

bolívares depositados no banco.

Não é só a infl ação. Há notícia de

bancários associados a redes de

sequestradores, crime em voga na

Venezuela.

A 9 de Fevereiro, Nicolás

Maduro, agora Presidente da

República interino, reagiu às

distorções: depois de dez anos

com um câmbio ofi cial fi xo, o

bolívar passou de 4,3 para 6,3 face

ao dólar. O empresário acabara de

passar um negócio. “Para manter

o valor do dinheiro, comprei dois

apartamentos.”

Carros melhores que casasOs apartamentos, quase prontos,

afi guram-se-lhe um negócio de

risco. A Venezuela tem grande

défi ce de habitação. Inúmeros

apartamentos em fase de

conclusão foram invadidos

por famílias sem tecto. Quase

ninguém investe em habitação,

a não ser o Estado – o Governo

lançou a Gran Misión Vivienda,

através da qual está a construir

habitação social.

Arrendar também não é algo

que traga sossego ao empresário,

de 48 anos. Se um inquilino deixar

de pagar a renda, só o poderá

despejar quando tiver uma

alternativa. “E se nunca procurar

essa alternativa?” Comprar carros

parece-lhe o melhor a fazer para

manter o valor do seu dinheiro. O

problema é encontrá-los.

Começa pelo concessionário

da Jeep, em Los Ruices, uma das

zonas industriais de Caracas.

Nem meia dúzia de vendedores

sentados, à secretária, e um único

carro exposto. Têm uma lista

de espera de dez meses. Quem

quiser entrar na lista tem de ter

um crédito aprovado por um

banco.

O empresário avança para a

Toyota. O cenário é desolador:

nem vendedores, nem carros.

“O que faço com o dinheiro? Não o posso tirar daqui”

Quer comprar um carro novo.

Qualquer carro novo, desde

que não seja branco, a cor dos

táxis que percorrem Caracas.

Se aparecerem dois, comprará

dois. É um investimento. O

preço de um carro dispara

mal sai do concessionário. E a

desvalorização do bolívar parece

imparável no mercado paralelo.

Aviso: será preciso recuar dez

anos para perceber o contexto

que agora leva este empresário

português a esta busca; não se

revelará o seu nome porque

recorrer ao mercado paralelo de

divisas é um crime.

Em Janeiro de 2003, num braço-

de-ferro com a oposição, que

paralisou a indústria petrolífera

dois meses, fazendo baixar os

depósitos de bolívares, subir a

compra de dólares e aumentar

o défi ce das contas públicas,

Hugo Chávez decretou o controlo

de câmbio. Desde então, uma

estrutura do Estado decide se e

quantos dólares pode comprar

quem importa bens, faz férias ou

estuda no estrangeiro. O plano

era travar a fuga de capitais e

deter a infl ação, assegurando uma

taxa de câmbio estável para as

importações. Desenvolveu-se um

mercado paralelo de divisas.

Em Agosto do ano passado,

quando o empresário foi de férias

para Portugal, o dólar estava a 8,5

bolívares no mercado paralelo.

Subiu durante a campanha para

as presidenciais de 7 de Outubro.

Lembra-se de pensar: “Isto está

muito alto. Isto há-de baixar.” Não

baixou. Agora, o dólar está a 24/25

bolívares.

Às vezes, apetece-lhe fazer

as malas e regressar ao país de

origem. Cansa-se da incerteza, da

insegurança, da revolução. Podia

tentar vender a casa, os negócios.

“O que faço com o dinheiro? Não

o posso tirar daqui.” A solução,

para si, era encontrar comprador

Não sabem quando voltarão a

ter algum carro para vender.

“Talvez no fi nal do ano”, arrisca

a recepcionista. Até lá limitam-se

a vender peças e a fazer trabalhos

de manutenção das viaturas.

Tenta outro concessionário da

mesma marca. “Há gente que está

à espera desde o ano passado”,

lamenta o vendedor.

Passa pela Ford. O fi lho pega

num panfl eto de uma carrinha

modelo F250. Não há, nem sabem

se algum dia haverá. Talvez lá

para Maio abram uma lista de

espera, mas para o Fiesta.

Conduz até ao concessionário

da Volkswagen. Há 40 carros no

Porto de La Guaira, mas destinam-

se a funcionários e a accionistas,

diz o gerente. “Não sabemos

quando voltaremos a receber,

não há licença de importação.”

O empresário ainda lhe pergunta

A economia é um tema central na corrida para a presidência. Um empresário tenta comprar um carro, para segurar o valor do seu dinheiro, e o melhor que consegue é entrar numa lista de espera

“Um saco de farinha de trigo custa 315 bolívares. Quando não se consegue, tem de se ir ao mercado negro, onde pode custar até 550”

Reportagem Ana Cristina Pereira, em Caracas

se sabe se algum deles quer

vender, ciente de que é assim que

muitos ganham a vida. O homem

sorri. Quem quiser vender já terá

cliente.

Ainda vai à Mitsubishi. E à

Chevrolet. Num, nem lista de

espera. Noutro, seis meses à

espera de um Aveo.

Imagina o quão estranho isto

será para um dos familiares ou

amigos residentes em Portugal.

No ano passado, o carro da fi lha

foi roubado. Era um Terios.

Custava 223 mil bolívares. O

seguro demorou quatro meses a

pagar. Quando pagou, já custava

350. Agora, aparece a 380 nas

páginas electrónicas de carros

usados.

A associação que representa

os concessionários queixa-se da

quase nula liquidação de divisas

e de tardias autorizações para

Page 25: 13 Março - PÚBLICO

PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | 25

AFP

O Presidente interino Nicólas Maduro a caminho da Academia Militar, onde se encontra o corpo de Chávez

em Fevereiro de 2003 Hugo

Chávez decidiu regular uma

extensa lista de produtos –

alimentos, medicamentos,

cuidado pessoal. Numa primeira

fase, isso contém o aumento dos

preços. Noutra, gera escassez,

já que os empresários usam o

mercado paralelo de divisas como

marcador para estabelecer os

custos de reposição.

No ano passado, o aumento de

preços reclamado por produtores

e intermediários foi atirado para

depois das eleições, altura em

que o Governo autorizou subidas

na farinha de milho, no arroz e

no café. Falava-se muito noutros

aumentos, mas tudo se adiou

com o agravamento da doença de

Chávez e a sua morte.

Saindo da lista de preços

controlado, a infl ação galopa.

“Um saco de farinha de trigo

custa 315 bolívares. Quando

não se consegue, tem de ir-se

ao mercado negro, onde pode

custar até 550”, exemplifi ca

o empresário. Quando está a

calcular o preço a que venderá

a pizza, por exemplo, tem esta

fl utuação em conta.

Segundo um estudo da

Ecoanalítica, um terço dos

produtos usados pelo Banco

Central para calcular a infl ação

têm preços relacionados com

o mercado de divisas paralelo

– entre Outubro e Fevereiro,

os preços subiram 15% nos

restaurantes e cafés, 15% nas lojas

de pronto-a-vestir, 17% nos artigos

para o lar.

A situação económica é um dos

temas predilectos da oposição,

encabeçada por Henrique

Capriles, o candidato da Mesa da

Unidade Democrática às eleições

do dia 14 de Abril.

O candidato do Partido

Socialista Unido da Venezuela,

Nicolás Maduro, também já

prometeu tomar medidas de

longo prazo. Empresários de

vários quadrantes reclamam

medidas urgentes para reactivar o

aparelho produtivo, alegando que

a economia não pode continuar à

espera.

importar peças para montar

carros ou para importar carros

já montados. Pelas contas da

chamada “Cámara de Automotriz

de Venezuela”, a produção de

carros baixou 40% em cinco anos.

Alimentos racionados O empresário sente o problema

em vários sectores. Sábado,

foi ao supermercado Central

Madeirense e não encontrou

farinha de trigo, manteiga,

açúcar. Não desesperou.

Tinha o sufi ciente em casa, na

dispensa. “Quando há, compro e

guardo.” Não leva o que quer. Há

racionamento dos produtos que

vão faltando. Por exemplo, dois

quilos de açúcar, dois quilos de

farinha de trigo, quatro de farinha

de milho.

Convencido de que a infl ação

era um refl exo da especulação,

As reportagens na Venezuela sãofinanciadasno âmbitodo projecto Público Mais publico.pt/publicomais

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Page 26: 13 Março - PÚBLICO

26 | MUNDO | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013

Buenos Aires considera o referendo no arquipélago ilegal

O resultado da consulta popular

sobre o estatuto político das ilhas

Falkland, um território ultramarino

do Reino Unido que a Argentina re-

clama como Malvinas, não pode dei-

xar de “ser respeitado” pelo Gover-

no de Buenos Aires, avisou ontem o

primeiro-ministro David Cameron,

depois de 99,8% dos eleitores terem

manifestado o desejo de manter a

actual soberania britânica.

Só três dos 1672 ilhéus que partici-

param no referendo (92% do total de

eleitores) querem deixar de ser súb-

ditos da Coroa britânica, que gover-

na o arquipélago do Atlântico Sul,

ao largo da Patagónia, desde 1833.

O resultado estrondoso da consulta

não é surpreendente — nem a recusa

do Governo argentino em reconhe-

cer legitimidade política e jurídica

ao acto eleitoral, convocado pelas

autoridades locais perante a cres-

cente pressão de Buenos Aires e dos

seus aliados latino-americanos para

a transferência da soberania.

“Este truque publicitário não

tem qualquer validade legal”, des-

valorizou o senador Daniel Filmus,

um aliado da Presidente Cristina

Kirchner. A linguagem ofi cial não

foi muito diferente, com o Minis-

tério dos Negócios Estrangeiros

a descrever o referendo como

um “logro” e uma “manipulação

grosseira” que não tem qualquer

Falkland continuam britânicas, com três votos contra

efeito em termos de “alterar o es-

tatuto legal destes territórios”.

A soberania das ilhas, contesta

o Governo argentino, só pode ser

negociada bilateralmente por Bue-

nos Aires e Londres, no quadro das

Nações Unidas — e não “votada por

uma população implantada a partir

da Grã-Bretanha”. Um voto de repú-

dio ao referendo foi agendado pelo

Senado argentino: todos os partidos

políticos estão unidos na defesa das

ilhas como território nacional.

“Espero que a Argentina perceba

bem esta mensagem”, declarou o

governador do arquipélago, Nigel

Haywood. Para o dirigente, o desfe-

cho eleitoral é uma demonstração

inequívoca de rejeição dos argu-

mentos apresentados pela Argenti-

na para reclamar a soberania, e uma

manifestação clara de que “a voz das

ilhas fala em inglês”, como assinala-

va um comunicado da associação de

residentes Falklands United.

“O nosso histórico referendo mos-

tra ao mundo que por mais peque-

na e isolada uma população esteja,

uma comunidade unida é sempre

capaz de se defender a si própria e

aos seus interesses”, notava o do-

cumento.

David Cameron frisou que “se

o desejo dos habitantes das ilhas

Falkland é continuarem a ser britâ-

nicos, esse desejo deve ser respei-

tado por todos, incluindo a Argen-

tina”. O primeiro-ministro britânico

já dissera antes que estava prepara-

do para aceitar a autodeterminação

dos ilhéus, se a sua vontade fosse a

independência; perante o resultado

eleitoral, repetiu que o seu Gover-

no estará preparado para defender

o território e os seus cidadãos em

caso de invasão, como aconteceu

em 1982.

MARCOS BRINDICCI/REUTERS

ReferendoRita Siza

O Reino Unido disse que a Argentina tem de respeitar a vontade expressa pela população do arquipélago do Atlântico Sul

O Governo da Tunísia chamou-lhe

um “acto desesperado” de um ho-

mem “frágil” e “psicologicamente

arrasado”, mas a imolação pelo fogo

de um vendedor ambulante de 27

anos, ontem pela manhã, na mais

movimentada avenida da capital,

tem uma carga simbólica inescapá-

vel para todos os tunisinos: foi um

gesto semelhante, no fi nal de 2011,

que pôs fi m ao regime do Presidente

Zine El Abidine Ben Ali e que lançou

o movimento de revoltas mais tarde

designado como Primavera Árabe.

Adel Khadri, que chegou a Tunes

forçado pelo desemprego e pela po-

breza, para garantir a sobrevivência

da família, terá sido impedido pela

polícia de continuar com o seu “ne-

gócio” de rua. “Vejam o que é o de-

semprego, vejam a juventude con-

denada a vender cigarros na rua”,

gritou, antes de atear o fogo em si

próprio. A Protecção Civil informou

que Khadri sofreu queimaduras de

terceiro grau no rosto e nas costas e

que o seu estado era crítico, embora

não corresse risco de vida.

Os protestos na capital da Tunísia

têm vindo a intensifi car-se, motiva-

dos pela difícil situação económica

e pela crise política que se aprofun-

dou com a queda do Governo lidera-

do pelo partido islamista Ennahda

após o assassínio do activista dos di-

reitos humanos Chokri Belaid, líder

de um dos partidos da oposição, a

6 de Fevereiro.

Ontem, a Assembleia Nacional

Constituinte resolveu suspender os

trabalhos e adiar um voto de con-

fi ança ao novo primeiro-ministro

Ali Larayedh, que foi chamado a

substituir o moderado Hamadi

Jabali, defensor da nomeação de

um governo de salvação nacional

composto por tecnocratas até à

realização de eleições – ainda sem

data marcada. A oposição diz que

a proposta dos islamistas de votar

o rascunho da Constituição em Ju-

lho e convocar as legislativas para

Outubro é irrealista.

Apesar de o país ter registado

uma taxa de crescimento de 3,6%

em 2012, a taxa de desemprego ain-

da bate nos 17%.

Vendedor imola-se pelo fogo numa rua de Tunes

TunísiaRita Siza

“Acto desesperado” foi protesto pela crise e pelo desemprego. Voto de confiança no primeiro-ministro adiado

Conflito na Síria já causou mais de 70 mil mortos

Na semana que marca o início do

terceiro ano da guerra na Síria, os

relatórios das organizações interna-

cionais fazem mais do que lembrar

os 70 mil mortos e os mais de um

milhão de refugiados. Os números já

quase não chocam, pela repetição;

nem quando o alto-comissário da

ONU para os Refugiados, António

Guterres, alerta que a torrente de

famílias que procuram segurança

nos países vizinhos pode duplicar

ou triplicar até ao fi m do ano, atin-

gindo os dois ou três milhões.

Mais do que lembrar a história e

os números dos últimos dois anos,

um relatório da Unicef (Fundo das

Nações Unidas para a Infância), di-

vulgado ontem, traça o destino das

próximas décadas: “À medida que

milhões de crianças no interior da

Síria e na região testemunham o de-

saparecimento do seu passado e do

seu futuro por entre os destroços e a

destruição deste prolongado confl i-

to, o risco de elas se transformarem

numa geração perdida cresce de dia

para dia”, avisa o director executivo

da organização, o norte-americano

Anthony Lake.

Na apresentação do documento, o

responsável apresentou alguns dos

dados que levam a Unicef a falar nu-

ma geração perdida na Síria.

Em Alepo — a segunda maior ci-

Guerra e “paralisia humanitária” condenam “geração perdida” na Síria

dade do país, com quase dois mi-

lhões de habitantes —, apenas 6%

das crianças têm frequentado a es-

cola e “as turmas que ainda existem

estão muitas vezes a abarrotar com

mais de cem crianças”. Nas zonas do

país mais afectadas pelos confrontos

entre as tropas do regime de Bashar

al-Assad e os combatentes da opo-

sição, uma em cada cinco escolas

serve agora de abrigo, na melhor das

hipóteses, ou foi destruída.

Outro relatório divulgado ontem,

assinado pelo director da comissão

de inquérito da ONU na Síria, o bra-

sileiro Paulo Pinheiro, descreve o

que está por trás dos números já co-

nhecidos: “Os bombardeamentos in-

discriminados, o bombardeamento

habitual de cidades, os assassínios

em massa e os ataques deliberados

contra alvos civis são agora o retrato

do quotidiano dos civis na Síria.”

A tragédia humanitária não é ape-

nas uma consequência da guerra; é

agravada por uma táctica delibera-

da, segundo a ONU: “Uma das ca-

racterísticas mais alarmantes des-

te confl ito tem sido a utilização dos

cuidados médicos como uma táctica

de guerra. O pessoal médico e os

hospitais têm sido deliberadamente

atacados e são tratados por ambas

as partes do confl ito como objecti-

vos militares”, lê-se no relatório da

comissão de inquérito da ONU sobre

a guerra na Síria.

Os efeitos de dois anos de violen-

tos confrontos são agravados pelo

que a organização Médicos sem

Fronteiras classifi ca de “paralisia

humanitária”.

Em entrevista ao jornal britânico

The Guardian, o director-geral da

organização, Christopher Stokes,

acusou as Nações Unidas de não

estarem a fazer tudo para ajudar a

tornar um pouco menos dramático

o quotidiano dos civis sírios, apelan-

do à mudança do sistema de ajuda

humanitária.

“O sistema tem de mudar. Os

Médicos sem Fronteiras pedem às

Nações Unidas que alarguem as ope-

rações humanitárias, permitindo a

entrada de ajuda a partir dos países

vizinhos, como por exemplo o Líba-

no e a Turquia, em direcção às áre-

as controladas pela oposição, sem

que seja necessária a autorização

do Governo”, defendeu o respon-

sável. Os Médicos sem Fronteiras

apelam à intervenção do Conselho

de Segurança das Nações Unidas,

para que seja possível fazer chegar

à Síria ajuda humanitária que não te-

nha de passar pelo regime de Bashar

al-Assad.

Médio Oriente Alexandre Martins

Relatórios de organizações internacionais marcam dois anos de guerra com relatos de um presente terrível e um futuro pior

Page 27: 13 Março - PÚBLICO

www.publico.pt

Chile, 1978. Um homem sonha que é Tony Manero, o rei do disco sound e da “Febre de Sábado à Noite”,

no país feio, porco e mau de Pinochet. Quando a TV estatal anuncia um concurso de sósias

de Tony Manero, ele não olhará a meios para se transformar no seu ídolo. Um filme

do chileno Pablo Larraín, premiado em Turim (Melhor Filme 2008)

e em Roterdão (KNF 2009).

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é Tony Manero.Sexta, 15 de Março, 2.º DVD,

“Tony Manero”, de Pablo Larraín

Page 28: 13 Março - PÚBLICO

28 | CULTURA | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013

Justin Bieber tod

Esperaram dias para conseguir o lugar mais perto do palco. Acamparam à porta do recinto e depois, quando o momento chegou, não aguentaram a emoção. Choraram muito, tiveram crises de ansiedade. E algumas desmaiaram até, esquecendo-se de que acabariam por perder o concerto das suas vidas. Justin sabe o efeito que tem nelas – visto que os fãs são na sua maioria raparigas – e não facilitou. Nas baladas, como Love Like You Do ou Die in Your Arms, fez-lhes acreditar que cantava para cada uma delas. Chorou-se no princípio, quando ele apareceu, e chorou-se no fim, porque ele se foi embora.

Aguentem corações

Apareceu do ar, asas enormes, anjo poderoso de 19 anos. Aterra no palco, pára, faz pose. Deixa que elas gritem por ele. You’re beautiful. Estreou-se em Portugal segunda-feira, com uma produção hollywoodesca. Cláudia Carvalho (Texto) e Miguel Manso (Fotografi as)

Page 29: 13 Março - PÚBLICO

PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | CULTURA | 29

do poderoso

“Como se escreve Bieber?”, pergunta uma menina. Não sabe escrever o nome do ídolo e dificilmente perceberá o que ele canta. Mas sabe que é dele que gosta. Para a psicóloga Margarida Gaspar de Matos, “o ar de rapaz normal, que não é

diferente dos que encontram na escola”, faz com que as crianças e os jovens se revejam nele. “Sempre tivemos estas febres, ídolos que inflamavam as massas. Desde os Beatles aos Doors, é normal as pessoas idolatrarem os ídolos.”

You’re beautiful Se não cantasse e apenas aparecesse ali naquele palco gigante, já tinha satisfeito o desejo dos milhares de fãs, na sua maioria crianças e adolescentes. Mas não, o canadiano não se limitou a estar. Veio para mostrar por que se tornou um fenómeno e não descuidou nenhum pormenor. Não foram por acaso as pausas, os sorrisos, as frases feitas, as mudanças de roupa. O elevador que o leva para o palco, a grua que o transporta por cima dos milhares de fãs, a banda que o acompanha, os bailarinos que são também entertainers... Justin Bieber fez esquecer os percalços da semana atribulada em Londres e o cancelamento do segundo concerto em Lisboa, que devia ter acontecido ontem, com um espectáculo capaz de deixar qualquer um de boca aberta. Mesmo que um olhar atento perceba que muito do que ali se passou não foi genuíno, mas ensaiado. Justin convence. Há uma máquina de produção por trás, mas o mérito, esse, ninguém lho pode tirar. Em palco apareceu depois de ter posto o público do Atlântico a fazer uma contagem decrescente de dez minutos. Se os nervos há muito tempo estavam à flor da pele, aqui atingiram o seu pico. É agora. E qual a melhor forma de aparecer senão do ar, pendurado por asas enormes, qual anjo poderoso de apenas 19 anos? Aterra no palco, pára e faz pose. Sabe que elas o querem ver e por isso deixa que gritem por ele. You’re beautiful, beautiful. You should know it… Nem precisa de continuar a cantar porque todos sabem a letra de All Around The World, tema que abriu o concerto. Fogo-de-artifício, confetti, jogo de luzes. Justin Bieber veio sem limites, dentro do que está escrito no guião, e durante hora e meia percorreu todo o seu caminho musical. Não só deu espaço aos seus únicos álbuns de originais, My World 2.0 (2010) e Believe (2012), como fez questão de mostrar no ecrã gigante excertos dos vídeos que publicou no YouTube, ainda em criança, e que o fizeram chegar até aqui. Pelo meio, mostrou os seus dotes musicais ao tocar bateria, guitarra e piano, como se quisesse dizer que é mais do que um produto.

Como um rapaz que se encontra na escola

CulturaVer fotogaleria e reportagem emwww.publico.pt

Page 30: 13 Março - PÚBLICO

30 | CIÊNCIA | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013

Terra abre os olhos para procurar a origem do Universo com ALMA

É um supertelescópio, na verdade

são 66 telescópios (antenas) a funcio-

nar em conjunto e apontados para o

céu, num deserto do Chile. O Ataca-

ma Large Millimeter/submillimeter

Array (ALMA) é literalmente uma in-

fra-estrutura astronómica internacio-

nal que resulta de uma parceria entre

a Europa, através do Observatório

Europeu do SUL (ESO), a América

do Norte e o Leste Asiático, em coo-

peração com a República do Chile,

e que envolve um investimento de

mil milhões de euros. Muito dinheiro

para ver melhor e mais longe o nosso

Universo. Como nunca se viu antes.

“É o telescópio das origens”, resu-

me José Afonso, director do Centro

de Astronomia e Astrofísica da Facul-

dade de Ciências da Universidade de

Lisboa (CAAUL) e que acompanhou

o processo de crescimento do ALMA

como membro do Comité Europeu

de Aconselhamento Científi co. No

vídeo divulgado no site do CAAUL, o

investigador explica porque estamos

perante o instrumento que nos dará

respostas sobre as origens: “Vai per-

mitir observar em detalhe a origem

das galáxias, das estrelas e a origem

da própria vida.” Entre outras proe-

zas que se adivinham, o ALMA pro-

mete, pela primeira vez, um conhe-

cimento pormenorizado da química

das nuvens interestelares, onde se

acredita que se formem muitos dos

compostos essenciais à vida.

O instrumento é especial porque

possibilita observações que nunca

foi possível fazer até agora em com-

primento de onda do chamado mi-

límetro e submilímetro. Hoje, data

da inauguração ofi cial, estarão a

funcionar 57 do total das 66 ante-

nas que estão previstas (e que serão

instaladas até ao fi nal deste ano). A

localização do ALMA também é es-

pecial. Esta estranha e astronómica

plantação de gigantescas antenas

está idealmente situada a cinco mil

metros de altitude no deserto de

Atacama, no Chile, uma das regiões

mais secas do planeta. Mas mais do

que existe hoje é o que está para vir.

“Espera-se que o ALMA revolucione

o conhecimento da astronomia. Pa-

ra muitas da perguntas que existem

hoje, o ALMA será o primeiro a dar

respostas”, defende José Afonso, que

arrisca afi rmar que estamos prestes

a entrar numa nova era “pós-ALMA”

marcada por um conhecimento mais

aprofundado e completo do Univer-

so. “É um projecto de observação as-

tronómica sem par até agora”, anun-

cia João Fernandes, astrónomo na

Universidade de Coimbra, lançando

as expectativas: “Espera-se com este

sistema de radiotelescópios fi car a

conhecer muito mais; por exemplo,

como se formam as estrelas e os sis-

temas planetários. E, quem sabe, por

comparação conhecer melhor como

se formou o nosso Sistema Solar.” “O

ALMA é um projecto de 66 radiote-

lescópios que, como a palavra diz,

faz observações da radiação entre o

infravermelho e as ondas de rádio. É

destinado por isso à observação de

objectos frios no Universo. Os objec-

tos que podem ser estudados com o

ALMA são variados, tal como estre-

las, sistemas planetários, galáxias e a

até a radiação cósmica de fundo; ou

seja, o eco do Big-Bang. Como termo

de comparação, posso adiantar que

a sensibilidade das observações do

ALMA é várias vezes superior à do

telescópio espacial Hubble”, explica

João Fernandes ao PÚBLICO.

Mercedes Filho, investigadora do

Centro de Astrofísica da Universidade

do Porto, lembra ainda que “a motiva-

ção para a construção do telescópio

ALMA foi estudar alguns fenómenos

astronómicos que até então tinham

sido pouco estudados devido à limi-

tação da instrumentação”. A partir

de agora, “o ALMA vai permitir estu-

dar os chamados fenómenos frios ou

menos energéticos do Universo, com

um detalhe sem precedentes”, avisa.

A inauguração do maior radioteles-

cópio do mundo pode ser seguida no

site http: /www.almaobservatory.org/

em directo, a partir das instalações

do Centro de Apoio às Operações do

observatório, situado a uma altitu-

de de 2900 metros nos Andes chile-

nos. A transmissão acontece entre

as 14h30 e as 16h (hora de Portugal

continental).

Um pormenor das antenas do ALMA (em cima). O telescópio em fase de montagem (à esquerda) e algumas imagens de galáxias ( das Antenas e Centaurus A) conseguidas (à direita)

É o maior radiotelescópio do planeta. É inaugurado hoje, no deserto de Atacama, no Chile, e vai permitir observações inéditas de galáxias, estrelas, poeira e da origem da vida. Vem aí uma revolução

Astronomia Andrea Cunha Freitas

Page 31: 13 Março - PÚBLICO

PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | CIÊNCIA | 31

MARTIN BERNETTI/AFP

“Para muitas das perguntas que existem hoje, o ALMA será o primeiro a dar respostas”José AfonsoAstrónomo na Universidade de Lisboa

“É um projecto de observação astronómica sem par até agora”João FernandesAstrónomo na Universidade de Coimbra

4 PERGUNTAS A PEDRO RUSSO

O astrónomo português Pedro Russo trabalha na Universidade de Leiden, na Holanda, e coordena o

projecto Universe Awareness, da União Astronómica Internacional. Por email, não esconde o entusiasmo com o futuro do ALMA. O que muda com o ALMA a funcionar em pleno?As diferentes combinações dos diferentes 66 radiotelescópios (que podem mudar de posição) vão permitir usar as antenas como um único telescópio, o que se chama interferómetro. As 66 ALMA antenas podem estar aglomeradas num diâmetro de 150 metros ou afastadas entre si até 16 quilómetros entre as mesmas, isto permite alcançar uma resolução sem precedentes (as imagens podem chegar a ser dez vezes mais nítidas do que as do telescópio espacial Hubble).

O que podemos observar e descobrir?ALMA é o melhor telescópio que temos para observar o Universo frio (gás molecular e poeira cósmica assim como radiação cósmica do Big-Bang). O ALMA vai estudar e observar em detalhe a formação de estrelas, sistemas planetários, galáxias e da própria vida. Mas os confins do Universo também vão ser estudados: o ALMA é capaz de detectar galáxias distantes, que se estão a formar nos limites do Universo observável (e tendo em conta que a velocidade da luz é finita) há cerca de dez mil milhões de anos. O ALMA vai mesmo responder às mais profundas questões ligadas às nossas origens: do Universo e até da nossa vida na Terra. Arriscando um exercício de “ficção científica”, que

respostas poderemos ter?Os resultados iniciais nas fases de testes científicos já nos mostram um Universo nunca dantes visto: desde a formação de planetas (http://www.eso.org/public/portugal/news/eso1301/) até ao final de vida das estrelas (http://www.eso.org/public/portugal/news/eso1239/). Claro que seria um resultado fascinante a descoberta de um planeta parecido com a Terra na fase inicial de formação de vida.Para Portugal, este instrumento terá uma importância especial?Os astrónomos a trabalhar em Portugal (e restante comunidade científica) têm acesso privilegiado ao telescópio como Estado-membro do ESO (www.eso.org). Isto permite aos astrónomos

estarem na vanguarda das descobertas

astronómicas e fortalecer o sistema científico português.

“Seria fascinante descobrir um planeta parecido com a Terra”

José Afonso é um dos portugueses

que já conquistaram o direito a usar

o ALMA. O projecto aprovado está in-

serido no chamado ciclo 1, que prevê

que as observações se iniciem muito

em breve. “As observações aprova-

das destinam-se a compreender me-

lhor uma galáxia gigante, situada no

enxame da Virgem (a galáxia Virgo

A ou M87), a “apenas” 50 milhões

de anos-luz, que possui um buraco

negro gigantesco no seu interior que

está a “engolir” material da própria

galáxia”, explicou ao PÚBLICO o di-

rector do Centro de Astronomia e As-

trofísica da Faculdade de Ciências da

Universidade de Lisboa (CAAUL). As

observações que serão efectuadas

pretendem revelar, adianta ainda,

“como é o ambiente nesta galáxia

próximo do buraco negro central,

quais são as condições de pressão e

temperatura do gás e da poeira nessa

região, e como se dá a queda deste

Projectos de portugueses já conquistaram direito a “tempo de antenas”

material para o buraco negro cen-

tral”. Para quê? “Este conhecimento

será usado para melhor prever como

observar galáxias semelhantes, mas

a distâncias muito maiores, a mais

de dez mil milhões de anos-luz de

distância, até aos limites do Universo

observável”, responde José Afonso.

O investigador do CAAUL tem a

“sorte”, leia-se o mérito, de ter tempo

no ALMA, mas não é o único. Nanda

Kumar, no Centro de Astrofísica da

Universidade do Porto (CAUP), tam-

bém já conquistou esse direito com

um projecto intitulado A dissecação

de discos em torno de proto-estrelas

massivas do tipo B que já teve o seu

tempo de observações (no ciclo O).

Nanda Kumar aproveitou a capaci-

dade única de análise de pormenor

do ALMA para estudar duas regiões

de elevada formação estelar e procu-

rou “assinaturas de moléculas como

o metanol e o monóxido de silício,

entre outras, que permitem estudar

a presença de gás denso e poeira”.

Tudo para perceber porque é que as

“estrelas massivas” se formam. “Os

resultados incluem a detecção de um

disco e um fi lamento fragmentado de

gás e poeira e foram submetidos sob

a forma de artigo para o Astronomy &

Astrophysics”, adiantou ao PÚBLICO.

Todos os astrónomos portugue-

ses — há vários grupos a trabalhar

activamente em todas as áreas da

astronomia, desde sistemas plane-

tários a estrelas jovens, à detecção

de moléculas complexas, a estudos

do Sistema Solar e galáxias — terão

oportunidade de usar o ALMA. Para

isso, basta um bom projecto. “Ter

acesso ao telescópio mais potente da

actualidade é de extrema importân-

cia para manter a investigação em

astrofísica portuguesa na dianteira

da ciência mundial”, conclui José

Afonso. A.C.F.

Page 32: 13 Março - PÚBLICO

32 PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013CLASSIFICADOS Tel. 21 011 10 10/20 Fax 21 011 10 30De seg a sex das 09H às 19HSábado 11H às 17H

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TRIBUNAL DE FAMÍLIAE MENORES E DE

COMARCA DE LOURES2.º Juízo Família e MenoresProcesso: 341/12.4TCLRS

Divórcio Sem Consentimentodo Outro Cônjuge

ANÚNCIOAutora: Maria de Fátima Batista AlvesRéu: Shanzad Muhammad SheikhNos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, conta-dos da data da segunda e última publicação do anúncio, citando o(a) ré(u) Shanzad Muhammad Sheikh, com última residência desconhecida, para no prazo de 30 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a presente acção, com a indicação de que a falta de contestação não importa a confi ssão dos factos articulados pelo(a) autor(a), e que em substância o pedido consiste em que seja decretado o divórcio entre a A. e o R. por o Réu ter vio-lado os deveres conjugais, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando.Fica advertido de que é obrigató-ria a constituição de mandatário judicial. N/Referência: 16290439Loures, 06/03/2013

A Juíza de DireitoDr.ª Ana Cristina SilvaO Ofi cial de Justiça

Luís SilvaPúblico, 13/03/2013 - 2.ª Pub.

COMARCA DA GRANDE LISBOA - NOROESTEAmadora - Juízo de Família e

Menores - 1.ª SecçãoProcesso n.º 318/12.0T2AMD

ANÚNCIODivórcio sem consentimento do outro CônjugeAutora: Alexandrina Brito Car-valhoRéu: Mohammad Nadeem AkhtarNos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, conta-dos da data da segunda e última publicação do anúncio, citando o(a) ré(u) Mohammad Nadeem Akhtar, com última residência co-nhecida em domicílio: Rua Doura-dores 128, 1100-000 Lisboa, para no prazo de 30 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a presente acção, com a indicação de que a falta de con-testação não importa a confi ssão dos factos articulados pelo(s) autor(es) e que em substância o pedido consiste, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando.Fica advertido de que Não é obri-gatória a constituição de manda-tário judicial.Passei o presente e mais dois de igual teor para serem afi xados.N/Referência 20937449Amadora, 04-03-2013

A Juíza de DireitoDr.ª Fátima Maria Oliveira

Baptista MeirelesA Ofi cial de Justiça

Ana Cristina Moreira da SilvaPúblico, 13/03/2013 - 2.ª Pub.

TRIBUNAL DOTRABALHO DE LISBOA

1.º Juízo- 1.ª SecçãoProcesso n.º 530/12.1TTLSB

ANÚNCIOAcção de Processo ComumAutora: Carla dos Santos Guerreiro e outro(s)...Réu: Newtime, Empresa de Trabalho Temporário, Lda.Nos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publicação do anúncio, citando o(a) ré(u) Newtime, Empresa de Trabalho Temporário, Lda., NIF - 506985105, domicílio: Rua Joaquim Nunes Ereira, n.º 430 - r/c C, 2750-392 Cascais, com última residência conhe-cida na morada indicada para no prazo de 10 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a acção que lhe move o autor acima identifi cado e que em substância o pedido consiste em: ser declarada lícita a rescisão do contrato e, consequentemente ser a ré condenada no pagamento dos salários em atraso, no montante global de € 1.178,61; a pagar indemnização que se contabiliza na quantia de € 1.950,00; no pagamento dos proporcionais de férias e respectivo subsídio, bem como ao subsí-dio de Natal, conforme 16 e 17 da P.I., no montante de € 1.750.00; juros de mora à taxa legal, conforme art.º 19.º da P.I. no montante actual de € 64,18. Tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando.Deve, com a contestação, juntar os docu-mentos, apresentar o rol de testemunhas e requerer quaisquer outras provas.Fica advertido de que é obrigatória a constituição de mandatário judicial.N/Referência: 5012397Lisboa, 08-03-2013

O Juiz de DireitoDr. António Marques Ribeiro

A Ofi cial de JustiçaMaria Clara Martins

Público, 13/03/2013 - 2.ª Pub.

PSICÓLOGA 36 ANOSBonita, convive com cav.nível. Apart. privado ediscreto.Telm: 96 761 45 02

Faz-se saber que nos autos acima identifi cados, encontra-se desig-nado o próximo dia 09 de Abril de 2013 às 09.30h na Comarca da Grande Lisboa - Noroeste - Sintra - Juízo de Execução - Juiz 1 para abertura de propostas, que sejam entregues até esse momento, na Secretaria do Tribunal, pelos interessados, propostas essas que se façam acompanhar de cópia do respectivo BI no caso de serem reme-tidas pelo correio, ou mediante exibição de tal documento, se apre-sentadas pessoalmente, para efeitos de compra do seguinte bem:Verba Única - Fracção autónoma designada pela letra “G” corres-pondente a 1.ª CAVE, do prédio urbano em regime de propriedade horizontal sito na Rua Capitão Salgueiro Maia, n.º 3, freguesia de Al-gueirão - Mem Martins, descrito na C.R.P. de Sintra sob o n.º 3678, e inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 9771 da mencionada freguesia. VALOR-BASE - € 65.000,00, será aceite a proposta de me-lhor preço acima do valor de € 45.500,00 que corresponde a 70% do valor-base.Os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, cheque visado, à ordem do Solicitador de Execução, no montante correspon-dente a 5% do valor-base dos bens, ou garantia bancária no mesmo valor (artigo 897.º do CPC).O bem pertence ao executado Ângelo Neves Rodrigues, residente na Rua Capitão Salgueiro Maia, n.º 3 ,1.ª CAVE, 2725-577 Mem Martins.É o fi el depositário que o deve mostrar a pedido do(s) interessado(s) até à data que antecede a abertura de propostas.

O Agente de Execução - Helder Rodrigues

Av. 5 de Outubro, 156 - 3.º, 1050-062 LISBO ATelf. 21 848 12 29 - Fax 21 315 73 63 - e.mail: [email protected]ário de atendimento: Dias úteis das 9.00 às 11.00h

Público, 13/03/2013 - 2.ª Pub.

ANÚNCIO DE VENDANos termos do disposto no Artigo 890.º

do Código de Processo CivilHELDER RODRIGUESAgente de Execução

Cédula n.º 3268

Processo: 1582/11.7T2SNTVALOR: € 86.505,50Exequente(s): Banco Espírito Santo, S.A.

Executado(s): Ângelo Neves Rodrigues e Ana Margarida Semedo TavaresReferência Interna: PE/12/2011

COMARCA DA GRANDE LISBOANOROESTE - SINTRAJuízo de Execução - Juiz 1

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Page 33: 13 Março - PÚBLICO

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Faz-se saber que nos autos acima identifi cados, encontra-se desig-nado o próximo dia 15 de Abril de 2013 às 14.00 horas no Tribunal Judicial de Oeiras - Juízo de Execução para abertura de propostas, que sejam entreques até esse momento, na Secretaria do Tribunal, pelos interessados, propostas essas que se façam acompanhar de cópia do respectivo BI, no caso de serem remetidas pelo correio, ou mediante exibição de tal documento, se apresentadas pessoal-mente, para efeitos de compra do seguinte bem:Verba Única - Fracção autónoma designada pelas letras “AN” correspondente ao 3.º andar direito, do prédio urbano em regi-me de propriedade horizontal sito na Rua Dr. Mário Charrua, n.º 4 e 4 A, freguesia de Algés, descrito na 2.ª C.R.P. de Oeiras sob o n.º 00136, e inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 2419 da mencionada freguesia. VALOR-BASE - € 483.622,16 será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de € 338.535,52 que corresponde a 70% do valor-base;Os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, che-que visado, à ordem do Solicitador de Execução, no montante cor-respondente a 5% do valor-base dos bens, ou garantia bancária no mesmo valor (artigo 897.º do CPC).O bem pertence ao executado Carlos Alberto Silva Duarte, residen-te na Rua Dr. Mário Charrua, n.º 4, Bloco D, 3.º Drt., 1495-169 Vale da Algés.É o fi el depositário que o deve mostrar a pedido do(s) interessado(s) até à data que antecede a abertura de propostas.

O Agente de Execução - Helder Rodrigues

Av. 5 de Outubro, 156 - 3.º, 1050-062 LISBOATelf. 21 848 12 29 - Fax 21 315 73 63 - e.mail: [email protected]ário de atendimento: Dias úteis das 9.00 às 11.00hPúblico, 13/03/2013 - 2.ª Pub.

ANÚNCIO DE VENDANos termos do disposto no Artigo 890.º

do Código de Processo CivilHELDER RODRIGUESAgente de Execução

Cédula n.º 3268

Processo: 7496/08.0TBOERVALOR: € 163.623,88Exequente(s): Banco Espírito Santo, S.A.

Executado(s): Ana Filipa Correia Campos e Carlos Alberto Silva DuarteReferência Interna: PE/996/2008

TRIBUNAL JUDICIAL DE OEIRASJuízo de Execução

Faz-se saber que nos autos acima identifi cados, encontra-se designa-do o próximo dia 04 de Abril de 2013, pelas 15h.00m no Tribunal de Família e Menores e de Comarca de Loures - 1.ª Vara de Competên-cia Mista para abertura de propostas. que sejam entregues até esse momento, na Secretaria do Tribunal, pelos interessados, propostas essas que se façam acompanhar de cópia do respectivo BI, no caso de serem remetidas pelo correio, ou mediante exibição de tal docu-mento, se apresentadas pessoalmente, para efeitos de compra do seguinte bem:Verba Única - Fracção autónoma designada pela letra “CE” corres-pondente ao 12.º andar apartamento C, do prédio urbano em regime de propriedade horizontal sito na Praceta Moreira Feio, Torre 2, Qta. da Caldeira, Lote 3, freguesia de Santo António dos Cavaleiros, des-crito na 1.ª C.R.P. de Loures sob o n.º 80, e inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 559 da mencionada freguesia. VALOR-BASE - € 73.809,33 será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de € 51.666,53 que corresponde a 70% do valor-base;Os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, cheque visado, à ordem do Solicitador de Execução, no montante correspon-dente a 5% do valor-base dos bens, ou garantia bancária no mesmo valor (artigo 897.º do CPC).O bem pertence ao executado Clérido Amaro Moreira e Sousa, resi-dente na Praceta Moreira Feio, Torre 2 - 12.º C, Edifício Jardim, 2660-313 Santo António dos Cavaleiros.É o fi el depositário que o deve mostrar a pedido do(s) interessado(s) até á data que antecede a abertura de propostas.

O Agente de Execução - Helder Rodrigues

Av. 5 de Outubro, 156 - 3.º, 1050-062 LISBOATelf. 21 848 12 29 - Fax 21 315 73 63 - e.mail: [email protected]ário de atendimento: Dias úteis das 9.00 às 11.00hPúblico, 13/03/2013 - 2.ª Pub.

ANÚNCIO DE VENDANos termos do disposto no Artigo 890.º

do Código de Processo CivilHELDER RODRIGUESAgente de Execução

Cédula n.º 3268

Processo: 8650/09.3TCLRSVALOR: € 103.333,06Exequente(s): Banco Espírito Santo, S.A.

Executado(s): Clérido Amaro Moreira e Sousa e outrosReferência Interna: PE/1201/2009

TRIBUNAL DE FAMÍLIA E MENORESE DE COMARCA DE LOURES

1.ª Vara de Competência Mista

Faz-se saber que nos autos acima identifi cados, encontra-se desig-nado o próximo dia 08 de Abril de 2013 às 09.30 horas no Tribunal de Família e Menores e de Comarca de Loures - 1.ª Vara de Com-petência Mista para abertura de propostas, que sejam entregues até esse momento, na Secretaria do Tribunal, pelos interessados, propostas essas que se façam acompanhar de cópia do respectivo BI, no caso de serem remetidas pelo correio, ou mediante exibição de tal documento, se apresentadas pessoalmente, para efeitos de compra do seguinte bem:Verba Única - Fracção autónoma designada pela letra “M” correspon-dente ao 5.º andar Dt., do prédio urbano em regime de propriedade horizontal sito na Rua Eugénio de Castro, n.º 13, freguesia de Odive-las, descrito na C.R.P. de Odivelas sob o n.º 3999, e inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 6410 da mencionada freguesia. VALOR-BASE - € 61.341,67 será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de € 52.140,42 que corresponde a 85% do valor-base;Os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, cheque visado, à ordem do Solicitador de Execução, no montante correspon-dente a 5% do valor-base dos bens, ou garantia bancária no mesmo valor (artigo 897.º do CPC).O bem pertence à executada Maria Antónia Marques Fortio, residente na Rua Eugénio de Castro, n.º 13 - 5.º D, Urbanização da Codivel 2675-232 Odivelas.É o fi el depositário que o deve mostrar a pedido do(s) interessado(s) até à data que antecede a abertura de propostas.

O Agente de Execução - Helder Rodrigues

Av. 5 de Outubro, 156 - 3.º, 1050-062 LISBOATelf. 21 848 12 29 - Fax 21 315 73 63 - e.mail: [email protected]ário de atendimento: Dias úteis das 9.00 às 11.00hPúblico, 13/03/2013 - 2.ª Pub.

ANÚNCIO DE VENDANos termos do disposto no Artigo 890.º

do Código de Processo CivilHELDER RODRIGUESAgente de Execução

Cédula n.º 3268

Processo: 6839/13.7TCLRSVALOR: € 85.878,34Exequente(s): Banco Espírito Santo, S.A.

Executado(s): José Manuel Maximino Mira e Maria António Marques FortioReferência Interna: PE/1445/2012

TRIBUNAL DE FAMÍLIA E MENORESE DE COMARCA DE LOURES

1.ª Vara de Competência Mista

O ISCTE-IUL pretende recrutar Técnicos Superiores M/F.

Para mais informações consultar:

http://www.iscte-iul.pt/quem_somos/Working_at_ISCTE/

concursos.aspx

AVISOInforma-se que foram abertos, pelo Aviso n.º 3666/2013, publicado no DR n.º 50, II Série, de 12 de março de 2013, concursos públicos para provimento dos seguintes cargos de Direção Intermédia de 1.º Grau, do Instituto da Construção e do Imobiliário, I.P. (InCI, I.P.):

• Diretor(a) da Direção Administrativa e de Recursos Humanos;

• Diretor(a) da Direção Financeira, de Estudos e de Estratégia;

• Diretor(a) da Direção de Inspeção; • Diretor(a) da Direção Jurídica e da Contratação Pública; e • Diretor(a) da Direção de Qualifi cação e Licenciamento.

Fernando Oliveira SilvaVice-Presidente do Conselho Diretivo

(Em substituição legal do Presidente do Conselho Diretivo)

ASSOCIAÇÃO DAS ANTIGAS ALUNAS

DO INSTITUTO DE ODIVELAS

IPSS - UTILIDADE PÚBLICA

CONVOCATÓRIAAo abrigo do disposto no Art.º 38.º, alínea b) dos Estatutos da Associação das Antigas Alunas do Instituto de Odivelas, convoca-se a Assembleia-Geral (Sessão Ordinária), no dia 23 de março, pelas 14.30 horas, na Nova Casa da AAAIO, Quartel da Formação - Largo da Luz - 1600-498 Lisboa, com a seguinte Or-dem de Trabalhos: 1. Discussão e votação do Relatório e

Contas da gerência do ano de 2012 bem como o parecer do Conselho Fiscal;

2. Diversos.Se à hora marcada não houver quórum de Só-cias Efetivas, a Assembleia-Geral reúne meia hora depois (15 h) com o número de Sócias presentes - art.º 40.º - 1.Lisboa, 12 de março de 2013

A Presidente da Mesa da Assembleia-GeralJoaquina Maria Seara Marques Cadete

Phillimore

EDITALFAZ-SE SABER que nos autos acima identifi cados, encontra-se designado o dia 18 de Abril de 2013, pelas 9.30 horas, no 2.º Juízo do Tribunal Judicial de Albufeira, para a abertura de propostas, que sejam entretanto entregues até esse momento, na secretaria do Tribunal, pelos interessados na compra do seguinte bem:

BEMFracção autónoma designada pelas letras AO, composta por um apartamento habitacional tipo T0, destinada a habitação, sita no 1.º andar - apartamento n.º 106, Edifício Cerro Mar - Colina, sito no Cerro do Malpique, freguesia e con-celho de Albufeira, inscrita na matriz urbana sob o artigo 6.173, e descrito na Conservatória do Registo Predial de Albufeira sob o n.º 11.289/19990714-AO.O bem pertence ao executado: JOAQUIM INÁCIO CABRITA DAS NEVES, resi-dente na Rua das Caravelas, 38 - 7.º A em Armação de Pêra.MODALIDADE DA VENDA: propostas em carta fechada.Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de € 28.000,00 (vinte e oito mil euros) correspondente a 70% do valor indicado para a venda de 40.000,00 euros. Os proponentes devem juntar como caução, um cheque visado à ordem do agente de execução no valor de 5% do valor anunciado para a venda.É fi el depositário do imóvel e que o deve mostrar a pedido, a signatária, nos contactos mencionados em rodapé, mediante marcação prévia.Albufeira, 29 de Janeiro de 2013

A Agente de Execução - Ana Paula CabritaPraceta Bartolomeu Dias - Lote 7 - Esq.º, 2.º A - 8200-077 AlbufeiraTel. 289 513 896 - Fax 289 572 888 - [email protected]úblico, 13/03/2013 - 1.ª Pub.

TRIBUNAL JUDICIAL DE ALBUFEIRA3.º Juízo

ANA PAULA VITÓRIA CABRITAAgente de Execução

Cédula 1502

Acção executiva sob a formade processo comum

Processo: 529/09.5TBABF

Câmara Municipal de Loulé

AVISONos termos do n.º 2 do artigo 78.º do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, torna-se público que a CÂMARA MUNICIPAL DE LOULÉ, emitiu em 04/03/2013, o aditamento ao Alvará de Loteamento n.º 4/99, em nome de QUINTA DO LAGO - EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS E TURÍSTICOS, S.A., e SOCIEDADE DO GOLFE DA QUINTA DO LAGO, S.A., na sequência da deliberação de Câmara de doze de setembro de dois mil e doze, através do qual foi licenciada a alteração às especifi cações do Alvará de Loteamento n.º 4/99 emitido em vinte e nove de junho de mil novecentos e noventa e nove, e aditamentos emitidos em oito de agosto de dois mil e em dezoito de janeiro de dois mil e seis, relativo ao “Loteamento Zona Noroeste”, que incide sobre os prédios sitos em Quinta do Lago, da Freguesia de Almancil, descrito na Conservatória do Registo Predial de Loulé sob o número sete mil oitocentos e dois, barra, mil novecentos e noventa e nove, zero sete, zero cinco, omisso na matriz, número sete mil oitocentos e trinta e nove, barra, mil novecentos e noventa e nove, zero sete, zero cinco, omisso na matriz e número dez mil novecentos e quarenta, barra, dois mil e dez, zero seis, zero quatro e inscrito na matriz predial rústica sob o artigo número cinco mil trezentos e sessenta e seis e na matriz predial urbana sob o artigo número dois mil oitocentos e seis, da respectiva freguesia.Área abrangida pelo Plano Diretor Municipal de Loulé.Após a alteração titulada pelo aditamento ao alvará de loteamento n.º 4/99, a ope-ração de Loteamento passa a ter as seguintes características:Área do prédio a lotear, 131 065 m2;Área de construção, 18 155 m2;Área total dos lotes, 90 775 m2;Número de Lotes, 44, com a área de 1 530 m2 a 3 710 m2;Número máximo de pisos, 1;Número total de fogos, 44;Número de lotes para moradia unifamiliar, 44;Parcela de terreno destinada a zonas verdes de enquadramento privativo (SUEP 2), 1 237 m2;São cedidos à Câmara Municipal, para integração no domínio público, 39 053 m2 de terreno destinados a espaços verdes e de utilização coletiva, a equipamento de utilização coletiva, a faixa de rodagem, a passeios e a lugares de estacionamento, de acordo com a Planta de Cedências arquivada nos serviços da Câmara Municipal.

Loulé, 04 de março de 2013

SEBASTIÃO FRANCISCO SERUCA EMÍDIO Presidente da Câmara Municipal de Loulé

Ministério da EducaçãoDirecção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo

AGRUPAMENTO VERTICAL DE ESCOLAS BAIXA-CHIADO

AVISOPublicação de Oferta de Trabalho

Agrupamento Vertical de Escolas Baixa-Chiado, 13 de março de 2013

O DIRETOR, João Paulo Martins Pereira Leonardo

TIPO DE OFERTA Contrato de Trabalho a termo resolutivo certo a tempo parcial

NÍVEL ORGÂNICO Direção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo

SERVIÇO Agrupamento Vertical de Escolas Baixa-Chiado

FUNÇÃO Assistente Operacional de Grau 1 para serviços de Limpeza, paga à hora efectivamente prestada no valor de 3,20€ cada

ENQUADRAMENTO LEGAL

Nos termos do n.º 2 do art.º 39.º da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro dando cumprimento ao previsto na Portaria 83-A/2009, de 22 de janeiro

DURAÇÃODO CONTRATO De 2 de abril a 14 de junho de 2013

N.º DE POSTOS DE TRABALHO 2 postos de trabalho

APRESENTAÇÃO E FORMALIZAÇÃO DA CANDIDATURA

Impresso de candidatura (Formulário próprio que se encontra nos serviços da Administração Escolar do Agrupamento durante o período de atendimen-toi ou https://www.bep.gov.pt/)

DOCUMENTOS A APRESENTAR NA CANDIDATURA

Bilhete de Identidade ou Cartão de Cidadão; Cartão de Identifi cação Fiscal (fotocópia); Certifi cado de Habilitações Literárias (fotocópia); “Curriculum Vi-tae” datado e assinado; declarações da experiência profi ssional (fotocópia)

PRAZO (data limite da candidatura) 26 de março de 2013

CONTACTO Agrupamento Vertical de Escolas Baixa-Chiado, Travessa do Convento de Jesus, 1247-027 Lisboa. Telefone: 213 955 191 - F ax: 213 931 173

CONVOCATÓRIANos termos do disposto no artigo número vigésimo primeiro dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral, da Associação sem fi ns lucrativos, denominada “Banco Alimentar Contra a Fome na Península de Setúbal”, a reunir em sessão or-dinária, no próximo dia 25 de Março de 2013 pelas 14h30m em primeira Convocatória e meia hora mais tarde em seg-unda Convocatória, com a seguinte Ordem de Trabalhos:

1. Discussão e votação do Relatório e Contas da Gerên-cia, referente ao exercício de 2012, bem como do re-spectivo Parecer do Conselho Fiscal.

A Assembleia reunirá nas novas instalações do Banco Alimentar Contra a Fome na Península de Setúbal, Urbani-zação Vila Amélia, Lote 1001, Fracções A a C, Quinta do Anjo, Palmela.Setúbal, 7 de Março de 2013

(Presidente da Mesa da Assembleia Geral)

Bancoalimentarcontra a fome

SETÚBAL

LisboaQuiosque Colombo

C. C. Colombo,Av. Lusíada, 1500-392

Tel. 210 105 050

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A ALZHEIMER PORTUGAL é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, sendo a única organização em Portugal constituída para promover a quali-dade de vida das pessoas com demência e dos seus familiares e cuidadores.A ALZHEIMER PORTUGAL apoia as Pessoas com Demência e as suas Famílias através de uma equipa multidisciplinar de profi ssionais, com experiência na doença de Alzheimer.Os serviços prestados pela ALZHEIMER PORTUGAL incluem Informação sobre a doença, Formação para cuidadores formais e informais, Apoio Domiciliário, Cen-tros de Dia, Apoio Social e Psicológico e Consultas Médicas de Especialidade.

www.alzheimerportugal.orgContactos

Sede: Av. de Ceuta Norte, Lote 15, Piso 3 Quinta do Loureiro, 1300-125 Lisboa - Tel.: 21 361 04 60/8Fax: 21 361 04 69 - E-mail: [email protected]

Delegação do Norte: Centro de Dia “Memória de Mim” - Rua do Farol Nascente, N.º 47A - R/C,4455-301 Lavra - Tel.: 229 260 912 / 226 066 863 - E-mail: [email protected]

Delegação Centro: Rua Marechal António Spínola, Loja 26 (Galerias do Intermarché) - Pombal,3100-389 Pombal - Tel.: 236 219 469 - E-mail: [email protected]

Delegação da Região Autónoma da Madeira: Avenida do Colégio Militar, Complexo Habitacional da Nazaré, Cave do Bloco 21 - Sala E, 9000-135 FUNCHAL - Tel. e Fax: 291 772 021

E-mail: [email protected]úcleo do Ribatejo: R. Dom Gonçalo da Silveira N.º 31-A, 2080-114 Almeirim - Tel.: 24 300 00 87

E-mail: [email protected]úcleo de Aveiro: Santa Casa da Misericórdia de Aveiro - Complexo Social da Quinta da Moita - Oliveirinha,

3810 Aveiro - Tel.: 23 494 04 80 - E-mail: [email protected]

Page 34: 13 Março - PÚBLICO

34 | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013

SAIR

CINEMALisboaCinemaCity Campo PequenoCentro Lazer Campo Pequeno. T. 217981420Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. Sala 1 - 13h40, 15h55, 21h40; Oz: O Grande e Poderoso M12. VIP 2 - 13h25, 16h, 17h50, 19h40, 21h20, 24h (3D); Mamã M16. Sala 3 - 13h35, 15h35, 17h35, 19h35, 21h35, 23h45; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 4 - 15h30, 19h, 21h45, 00h25; Seis Sessões M16. VIP 4 - 15h35; Oz: O Grande e Poderoso M12. VIP 4 - 15h30, 19h, 21h45, 00h25; Django Libertado M16. Sala 5 - 15h25, 18h40; O Impossível M12. Sala 5 - 21h55; Força Anti-Crime M16. Sala 5 - 13h15, 00h10; Argo M12. Sala 6 - 13h20; Guia para um Final Feliz M12. Sala 6 - 17h40; Django Libertado M16. Sala 6 - 22h; Hitchcock M12. Sala 6 - 15h40, 20h; Quarta Divisão M16. Sala 7 - 13h20, 18h45, 00h30; Lincoln M12. Sala 7 - 15h45, 21h25; Argo M12. Sala 8 - 15h50, 18h55; Criaturas Maravilhosas M12. Sala 8 - 21h30; Comédia Explícita - Movie 43 M16. Sala 8 - 00h05; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 8 - 13h10 CinemaCity Classic AlvaladeAvª de Roma, nº 100, Lisboa . T. 218413045MONSTRA 2013 - Festival de Animação de Lisboa - Vários horários; Bestas do Sul Selvagem M12. Sala 1 - 13h30, 15h35, 19h30; Seis Sessões M16. Sala 2 - 13h40; Lincoln M12. Sala 2 - 15h20, 18h20, 21h20; A Vida de Pi M12. Sala 3 - 15h45; Django Libertado M16. Sala 3 - 21h10; Hitchcock M12. Sala 3 - 17h30, 21h35; Argo M12. Sala 4 - 18h40, 21h30; Quarta Divisão M16. Sala 4 - 13h35, 15h55, 18h30; Guia para um Final Feliz M12. Sala 4 - 13h25 Cinemateca PortuguesaR. Barata Salgueiro, 39 . T. 213596200O Acossado M12. Sala Félix Ribeiro - 15h30; Mentira! M16. Sala Félix Ribeiro - 19h; Vinte Dias sem Guerra Sala Félix Ribeiro - 21h30; O Sr. e a Sra. Smith Sala Luís de Pina - 22h; As Montanhas Azuis ou Uma História Inacreditável Sala Luís de Pina - 19h30 Medeia Fonte NovaEst. Benfica, 503. T. 217145088Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 1 - 14h20, 16h45, 19h15, 21h45; Argo M12. Sala 2 - 16h30; E Se Vivêssemos Todos Juntos? Sala 2 - 14h10, 19h, 21h30; Mamã M16. Sala 3 - 14h30, 17h, 19h30, 22h Medeia KingAv. Frei Miguel Contreiras, 52A. T. 218480808Barbara M12. Sala 1 - 14h15, 16h45, 19h15, 22h; Argo M12. Sala 2 - 19h; Amor M12. Sala 2 - 14h, 16h30, 21h45; Laurence Para Sempre M12. Sala 3 - 14h45, 18h15, 21h30 Medeia MonumentalAv. Praia da Vitória, 72. T. 213142223Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 4 - Cine Teatro - 14h30, 17h, 19h30, 22h, 00h30; Efeitos Secundários M12. Sala 1 - 13h20, 15h25, 17h30, 19h40, 21h45, 00h15; Criaturas Maravilhosas M12. Sala 2 - 24h; E Se Vivêssemos Todos Juntos? Sala 2 - 13h30, 15h30, 17h30, 19h40, 21h30; Branca de Neve M12. Sala 3 - 13h10, 15h15, 17h20, 19h25, 21h30, 24h NimasAv. 5 Outubro, 42B. T. 213574362Vanitas M12. Sala 1 - 21h30 UCI Cinemas - El Corte InglésAv. Ant. Aug. Aguiar, 31. T. 707232221Amor M12. Sala 1 - 19h; Força Anti-Crime M16. Sala 1 - 14h, 16h30, 21h45, 00h20; Guia para um Final Feliz M12. Sala 2 - 14h05, 19h10; O Último Desafio M16. Sala 2 - 16h45,

21h50, 00h30; Mamã M16. Sala 3 - 14h20, 16h55, 19h15, 22h, 00h15; Criaturas Maravilhosas M12. Sala 4 - 14h, 16h35, 19h15, 21h50; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. Sala 4 - 00h30; 00:30 Hora Negra M16. Sala 5 - 17h30; Django Libertado M16. Sala 5 - 14h15, 00h10; A Vida de Pi M12. Sala 6 - 15h; Lincoln M12. Sala 6 - 18h10, 21h20, 00h20; Psycho M12. Sala 7 - 19h10; Quarta Divisão M16. Sala 7 - 14h, 16h35, 00h20; O Mentor M16. Sala 8 - 16h05, 21h30; Notas de Amor M12. Sala 8 - 19h; Bestas do Sul Selvagem M12. Sala 8 - 14h, 00h25; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 9 - 14h, 19h15, 00h30 (2D), 16h35, 21h50 (3D); Branca de Neve M12. Sala 10 - 14h10, 16h40, 19h10, 21h30, 24h; Hitchcock M12. Sala 11 - 19h; Cidade Dividida M16. Sala 11 - 14h15, 16h35, 21h40, 00h15; Efeitos Secundários M12. Sala 12 - 14h05, 16h40, 19h10,2 1h35, 00h10; Argo M12. Sala 13 - 14h10, 16h40, 19h10, 21h45, 00h20; A Caça M16. Sala 14 - 14h10, 16h35, 19h05, 22h, 00h30 ZON Lusomundo AlvaláxiaEstádio José Alvalade, Campo Grande. T. 16996Força Anti-Crime M16. 16h10, 18h45, 21h20; O Impossível M12. 16h15, 18h55, 21h35; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. 16h40, 19h, 21h40; Oz: O Grande e Poderoso M12. 15h50, 18h40, 21h30; Django Libertado M16. 16h50, 20h45; Mamã M16. 16h20, 18h50, 21h10; Argo M12. 15h20, 18h, 21h20; Tudo por um bebé M12. 16h30, 19h15, 21h50; Guia para um Final Feliz M12. 18h50; O Último Desafio M16. 16h25, 21h45; Lincoln M12. 21h; Zarafa M6. 15h30, 17h30 (V.Port.); Agora Fico Bem M12. 15h40, 18h10; Cidade Dividida M16. 21h15; A Vida de Pi M12. 16h, 18h40; Quarta Divisão M16. 21h30 ZON Lusomundo AmoreirasAv. Eng. Duarte Pacheco. T. 16996Oz: O Grande e Poderoso M12. 13h, 15h40, 18h30, 21h30, 00h15 (3D); Efeitos Secundários M12. 13h30, 16h10, 18h50, 21h50, 00h30; Lincoln M12. 14h, 17h30, 20h50, 24h; A Arte de Amar M6. 19h, 22h, 00h20; Zarafa M6. 13h50, 16h30 (V.Port.); Branca de Neve M12. 13h10, 15h30, 18h10, 21h40, 00h10; Força Anti-Crime M16. 13h20, 16h, 21h20, 23h50 ZON Lusomundo ColomboAv. Lusíada. T. 16996Força Anti-Crime M16. 13h15, 16h, 18h40, 21h20, 24h; A Bicharada Contra-Ataca M6. 13h10, 15h20, 17h50 (V.Port.); Agora Fico Bem M12. 00h10; Quarta Divisão M16. 18h15; O Último Desafio M16. 13h05, 15h45, 21h10, 23h45; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. 13h20, 15h50, 18h10, 21h25, 24h; Oz: O Grande e Poderoso M12. 12h50, 15h40, 18h35 (2D), 21h30, 00h25 (3D); Mamã M16. 13h, 15h55, 18h20, 21h45, 00h15; Tudo por um bebé M12. 12h55, 15h25, 18h05, 21h05, 23h40 ; Aguenta-te aos 40 M12. 12h40, 15h30, 18h30, 21h35, 00h35; Argo M12. 18h, 21h, 23h55; Zarafa M6. 13h30, 15h45 (V.Port.); Criaturas Maravilhosas M12. 12h45, 15h35, 18h25, 21h15, 00h05 ZON Lusomundo Vasco da GamaParque das Nações. T. 16996Quarta Divisão M16. 18h20; Aguenta-te aos 40 M12. 12h40, 15h30, 21h, 23h50; Efeitos Secundários M12. 13h30, 16h, 18h30, 21h40, 00h10; Força Anti-Crime M16. 13h20, 16h10, 18h50, 21h50, 00h30; Oz: O Grande e Poderoso M12. 12h50, 15h40, 18h40, 21h30, 00h20; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. 13h10, 15h50, 18h10, 21h10, 23h40; Criaturas Maravilhosas M12. 21h20, 24h; Zarafa M6. 13h, 15h20, 17h30, 19h30 (V.Port.)

A CaçaDe Thomas Vinterberg. Com Mads Mikkelsen, Thomas Bo Larsen, Annika Wedderkopp. DIN. 2012. 115m. Drama. M16. Depois de um divórcio muito

complicado, a sorte de Lucas

parece estar a mudar. Tem uma

namorada que o compreende,

um novo trabalho e está a

recuperar a sua relação com

Marcus, o fi lho adolescente.

Porém, uma mentira impiedosa

que se espalha por toda a

comunidade vai mudar o curso

da sua vida. A desconfi ança

abate-se sobre os que vivem na

pequena vila dinamarquesa e,

perseguido por todos, o homem

vai ter de encontrar maneira de

provar que não é quem todos

julgam ser.

Branca de NeveDe Pablo Berger. Com Maribel Verdú, Daniel Giménez Cacho, Emilio Gavira. ESP. 2012. 104m. Drama. M12. 1920. Sevilha, Espanha. Carmen

é uma menina que cresce sob

os caprichos de Encarna, a sua

terrível madrasta. Até ao dia

em que decide fugir com um

grupo muito especial de novos

amigos: uma trupe de seis anões

toureiros. Seguindo o género

narrativo do cinema mudo e

com fotografi a a preto e branco,

um fi lme do espanhol Pablo

Berger que adapta um dos mais

conhecidos contos dos irmãos

Grimm.

MamãDe Andres Muschietti. Com Jessica Chastain, Nikolaj Coster-Waldau, Megan Charpentier. CAN/ESP. 2013. 100m. Terror. M16. Depois de um inexplicável

ataque de raiva que o leva a

matar a esposa, Jeff rey leva as

duas fi lhas pequenas para uma

cabana com intenção de lhes

tirar a vida e suicidar-se em

seguida. A tragédia é impedida

por uma força misteriosa que

o agarra e mata. Cinco anos

mais tarde, o irmão e cunhada

dele ainda estão a investigar

o que terá acontecido à sua

família quando as meninas são

encontradas vivas numa velha

cabana abandonada. É então que

descobrem que as crianças não

viveram inteiramente sozinhas:

a força misteriosa, que as salvou

anos antes, assegurou também a

sua sobrevivência.

Efeitos SecundáriosDe Steven Soderbergh. Com Rooney Mara, Channing Tatum, Jude Law, Catherine Zeta-Jones. EUA. 2013. 106m. Drama, Thriller. M12. Emily e Martin são um jovem

casal nova-iorquino a viver

algumas difi culdades. Ela

sofre de perturbações de

personalidade que a levam a

tentar o suicídio. Preocupado,

o casal recorre a Jonathan

Banks, um psiquiatra de renome

que lhe prescreve Ablixa, um

medicamento experimental

para o tratamento de ansiedade.

Porém, os efeitos secundários

dessa nova medicação vão

transformar a vida dela num

pesadelo para o qual todos serão

arrastados...

Oz: O Grande e PoderosoDe Sam Raimi. Com James Franco, Michelle Williams, Rachel Weisz, Mila Kunis. EUA. 2013. 130m. Aventura, Fantasia. M12. Oscar é um mágico fanfarrão

e ambicioso que não olha

a meios para atingir o seu

maior objectivo: transformar-

se numa personalidade no

mundo da Magia. Certo dia, é

transportado para a Terra de Oz.

Convencido de que arranjou a

fórmula perfeita para se tornar

famoso, conhece três bruxas

que lhe contam como, durante

séculos, todas as criaturas de

Oz esperaram a chegada de um

grande feiticeiro que os libertaria

de uma maldição.

Tudo por um bebéDe Jay Chandrasekhar. Com Paul Schneider, Olivia Munn, Kevin Heffernan, Wood Harris. EUA. 2012. 95m. Comédia. M12. Depois de mil e uma tentativas

para engravidar, Tommy e

Audrey descobrem que os

espermatozóides dele já não

estão muito activos e que será

muito difícil gerarem um fi lho.

Aterrorizado com a ideia de não

poder satisfazer o maior desejo

da sua mulher, Tommy arrisca

um último e desesperado acto:

assaltar o banco de esperma

onde, em tempos, fez várias

doações. Porém, nem tudo corre

pelo melhor.

Em [email protected]

Almada

ZON Lusomundo Almada FórumEstr. Caminho Municipal, 1011 - Vale de Mourelos. T. 16996Oz: O Grande e Poderoso M12. 12h40, 15h35, 18h30 (2D), 21h30, 00h30 (3D); Tudo por um bebé M12. 12h45, 15h10, 17h45, 21h40, 24h; Efeitos Secundários M12. 12h50, 15h50, 18h20, 21h20, 23h50; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. 13h10, 15h40, 18h05, 21h, 23h30; Criaturas Maravilhosas M12. 12h30, 15h25, 18h15, 21h10, 00h10; A Bicharada Contra-Ataca M6. 13h20, 15h45, 18h40 (V.Port.); O Último Desafio M16. 21h, 23h45; A Vida de Pi M12. 19h10 (3D); Lincoln M12. 12h35, 15h55, 22h; Quarta Divisão M16. 21h05, 23h55; Zarafa M6. 13h30, 16h05, 18h40 (V.Port.); O Impossível M12. 12h45, 15h30, 18h10, 21h25, 00h10; Mamã M16. 13h05, 15h25, 17h50, 21h40, 00h05; Força Anti-Crime M16. 13h10, 15h50, 18h35, 21h20, 00h10; Agora Fico Bem M12. 18h40; Cidade Dividida M16. 13h25, 16h, 21h15, 23h50; Argo M12. 21h15, 24h; Guia para um Final Feliz M12. 12h40, 15h35, 18h25; Aguenta-te aos 40 M12. 13h40, 21h, 00h05; Comédia Explícita - Movie 43 M16. 18h

Amadora CinemaCity Alegro AlfragideC.C. Alegro Alfragide. T. 214221030Oz: O Grande e Poderoso M12. Cinemax - 13h20, 16h, 18h40, 21h20, 24h; Hansel e Gretel: Caçadores de Bruxas VIP Light - 13h45, 00h15; Oz: O Grande e Poderoso M12. VIP Light - 15h30, 19h, 21h45, 00h25; 00:30 Hora Negra M16. Sala 3 - 00h05; Criaturas Maravilhosas M12. Sala 3 - 13h30, 16h05, 18h35, 21h30; Argo M12. Sala 4 - 19h40; Guia para um Final Feliz M12. Sala 4 - 17h20; Django Libertado M16. Sala 4 - 22h; Hitchcock M12. Sala 4 - 13h20, 15h20; Quarta Divisão M16. Sala 5 - 16h10, 18h50; Força Anti-Crime M16. Sala 5 - 13h25, 15h35, 17h45, 21h35, 00h20; Cidade Dividida M16. Sala 5 - 23h50; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. Sala 6 - 13h40, 15h40, 17h40, 21h40, 23h55; Cidade Dividida M16. Sala 6 - 19h35; Sininho O Segredo das Fadas M4. Sala 7 - 13h35 (V.Port.); Aguenta-te aos 40 M12. Sala 7 - 15h20, 21h35; Mamã M16. Sala 8 - 13h50, 15h50, 17h50, 19h50, 21h50, 00h10; A Vida de Pi M12. Sala 9 - 18h45; Lincoln M12. Sala 9 - 15h45, 21h25; O Último Desafio M16. Sala 9 - 13h35, 00h30; O Impossível M12. Sala 10 - 22h05; O Último Desafio M16. Sala 10 - 19h55; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 10 - 13h30 UCI Dolce Vita TejoC.C. da Amadora, Estrada Nacional 249/1, Venteira. T. 707232221As Aventuras de Vickie M6. Sala 1 - 14h30 (V.Port.); Cidade Dividida M16. Sala 1 - 18h50, 21h25; Vickie e o Tesouro dos Deuses M6. Sala 1 - 16h25 (V.Port.); Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 2 - 13h50, 19h10 (2D), 16h30, 21h50 (3D); Mamã M16. Sala 3 - 13h50, 16h10, 18h55, 21h35; Django Libertado M16. Sala 4 - 14h10, 17h45, 21h; Quarta Divisão M16. Sala 5 - 13h55, 16h25, 21h20; Força Anti-Crime M16. Sala 5 - 19h; A Vida de Pi M12. Sala 6 - 14h, 16h35 (3D); Aguenta-te aos 40 M12. Sala 6 - 19h05, 21h45; Lincoln M12. Sala 7 - 18h30; O Último Desafio M16. Sala 7 - 13h45, 16h05, 21h35; O Impossível M12. Sala 8 - 14h05, 16h35, 19h05, 21h45; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. Sala 9 - 14h10, 16h20, 18h55, 21h15; Efeitos

A Caça

Page 35: 13 Março - PÚBLICO

PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | 35

AS ESTRELAS DO PÚBLICO

JorgeMourinha

Luís M. Oliveira

Vasco Câmara

a Mau mmmmm Medíocre mmmmm Razoável mmmmm Bom mmmmm Muito Bom mmmmm Excelente

Branca de Neve mmmmm – –A Caça – mmmmm mmmmm

Django Libertado mmmmm mmmmm mmmmm

Efeitos Secundários mmmmm mmmmm –Hitchcock mmmmm mmmmm mmmmm

Laurence para Sempre mmmmm mmmmm mmmmm

Mamã mmmmm – –Oz, o Grande e Poderoso mmmmm – –Quarta Divisão ● mmmmm –O Último Desafio – mmmmm mmmmm

Secundários M12. Sala 10 - 14h15, 16h40, 19h15, 21h50; Criaturas Maravilhosas M12. Sala 11 - 13h50, 16h30, 19h10, 21h40

Cascais ZON Lusomundo CascaiShoppingCascaiShopping-EN 9, Alcabideche. T. 16996Tudo por um bebé M12. 13h10, 15h40, 18h, 21h30, 00h15; Mamã M16. 12h40, 15h05, 17h40, 21h50, 00h05; Força Anti-Crime M16. 12h55, 16h, 18h40, 21h15, 23h50; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. 13h15, 15h50, 18h20, 21h20, 23h40; Oz: O Grande e Poderoso M12. 12h30, 15h20, 18h10, 21h, 24h (3D); Quarta Divisão M16. 18h35; Criaturas Maravilhosas M12. 12h50, 15h30, 21h10, 23h45; Comédia Explícita - Movie 43 M16. 13h, 15h10, 18h30; O Último Desafio M16. 21h40, 00h20

Caldas da Rainha Vivacine - Caldas da RainhaC.C. Vivaci. T. 262840197Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. Sala 1 - 15h40, 18h25, 21h30; Aguenta-te aos 40 M12. Sala 2 - 15h35, 18h35, 21h20; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 3 - 15h40, 18h30, 21h25; Scary Movie 3 - Outro Susto de Filme M12. Sala 4 - 15h35, 18h05, 21h40; Força Anti-Crime M16. Sala 5 - 21h20; Criaturas Maravilhosas M12. Sala 5 - 15h50, 18h35

Carcavelos Atlântida-CineR. Dr. Manuel Arriaga, C. Com. Carcavelos (Junto à Estação de CP). T. 214565653Efeitos Secundários M12. Sala 1 - 15h30, 21h30; Argo M12. Sala 2 - 15h45, 21h45

Sintra CinemaCity Beloura ShoppingEst. Nac. nº 9 - Quinta Beloura. T. 219247643Oz: O Grande e Poderoso M12. Cinemax - 16h, 18h40, 21h20 (3D); Mamã M16. Sala 1 - 15h50, 17h50, 19h50, 21h50; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 2 - 15h30, 19h, 21h45; Guia para um Final Feliz M12. Sala 3 - 16h30, 19h15; Django Libertado M16. Sala 3 - 21h35; Argo M12. Sala 4 - 21h40; Força Anti-Crime M16. Sala 4 - 15h20, 17h30; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. Sala 4 - 19h40; One Life Sala 5 - 15h30; Criaturas Maravilhosas M12. Sala 5 - 15h30; Aguenta-te aos 40 M12. Sala 5 - 21h30; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 5 - 17h50; O Impossível M12. Sala 6 - 18h35; Lincoln M12. Sala 6 - 15h35, 21h25; A Vida de Pi M12. Sala 7 - 15h40, 18h50; Quarta Divisão M16. Sala 7 - 21h30

Leiria CinemaCity LeiriaRua Dr. Virgílio Vieira Cunha. T. 244845071Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 1 - 16h, 18h40, 21h20; Força Anti-Crime M16. Sala 2 - 21h50; Comédia Explícita - Movie 43 M16. Sala 2 - 15h45; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 2 - 17h50; Mamã M16. Sala 3 - 15h55, 18h50, 21h40; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 4 - 15h30, 19h, 21h45; Guia para um Final Feliz M12. Sala 5 - 15h50; O Impossível M12. Sala 5 - 18h45; Aguenta-te aos 40 M12. Sala 5 - 21h30; Criaturas Maravilhosas M12. Sala 6 - 18h35, 21h35; O Último Desafio M16. Sala 6 - 16h10; Argo M12. Sala 7 - 19h40; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. Sala 7 - 15h40, 17h40, 22h

Montijo

ZON Lusomundo Fórum MontijoC. C. Fórum Montijo. T. 16996Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. 16h10, 18h30, 21h30; Oz: O Grande e Poderoso M12. 15h40, 18h25 (2D), 21h10 (3D); Mamã M16. 15h25, 17h50, 21h20; Aguenta-te aos 40 M12. 15h30, 18h15, 21h; Quarta Divisão M16. 18h30; Criaturas Maravilhosas M12. 15h45, 21h05; Comédia Explícita - Movie 43 M16. 16h, 18h20; O Último Desafio M16. 21h15

Odivelas ZON Lusomundo Odivelas ParqueC. C. Odivelasparque. T. 16996Força Anti-Crime M16. 21h20; Aguenta-te aos 40 M12. 15h30, 18h20; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. 15h20, 18h, 21h; Oz: O Grande e Poderoso M12. 15h40, 18h30, 21h15; Criaturas Maravilhosas M12. 21h10; Zarafa M6. 15h10, 17h40 (V.Port.); Mamã M16. 15h50, 18h10, 21h30

Oeiras ZON Lusomundo Oeiras ParqueC. C. Oeirashopping. T. 16996Agora Fico Bem M12. 21h50, 00h20; Zarafa M6. 13h, 15h20, 17h30, 19h30; Oz: O Grande e Poderoso M12. 12h40, 15h30, 18h30, 21h30, 00h30 (3D); Aguenta-te aos 40 M12. 12h30, 15h25, 18h25, 21h25, 00h25; Lincoln M12. 13h15, 16h30, 21h, 00h15; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. 13h05, 15h40, 18h10, 21h10, 23h50; Efeitos Secundários M12. 13h10, 15h50, 18h20, 21h20, 24h; Quarta Divisão M16. 18h40; Força Anti-Crime M16. 12h50, 16h, 21h40, 00h15

Miraflores ZON Lusomundo Dolce Vita MirafloresC. C. Dolce Vita - Av. Túlipas. T. 707 CINEMAOz: O Grande e Poderoso M12. 15h30, 18h30, 21h40; Lincoln M12. 15h, 18h20, 21h30; A Bicharada Contra-Ataca M6. 15h20, 18h10 (V.Port.); Django Libertado M16. 21h; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. 21h; Zarafa M6. 15h10, 17h20, 19h30 (V.Port.)

Torres Novas Estúdio Alfa - Torres NovasPraça 5 de Outubro. T. 249819370A Dupla Pele do Diabo M16. Sala 1 - 21h30

Torres Vedras ZON Lusomundo Torres VedrasC.C. Arena Shopping. T. 16996Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. 16h15, 19h, 21h40; Aguenta-te aos 40 M12. 15h30, 18h20, 21h15; Mamã M16. 16h, 18h15, 21h; Criaturas Maravilhosas M12. 15h50, 18h45; O Último Desafio M16. 21h50; Oz: O Grande e Poderoso M12. 15h40, 18h30 (2D), 21h25 (3D)

Setúbal Auditório CharlotAv. Dr. Ant. Manuel Gamito, 11. T. 265522446Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 1 - 21h30

Faro SBC-International CinemasC. C. Fórum Algarve. T. 289887212Guia para um Final Feliz M12. Sala 1 - 19h; O

Último Desafio M16. Sala 1 - 14h10, 16h35, 21h35; Força Anti-Crime M16. Sala 2 - 14h10, 16h40, 19h10, 21h40; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 3 - 13h15, 16h, 18h45, 21h30; Criaturas Maravilhosas M12. Sala 4 - 13h25, 16h, 18h40, 21h20; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 5 - 15h30, 18h15, 21h; Mamã M16. Sala 6 - 14h, 16h35, 19h10, 21h45; Lincoln M12. Sala 7 - 14h25; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. Sala 7 - 17h30, 19h45, 22h; Argo M12. Sala 8 - 21h05; Força Ralph M6. Sala 8 - 13h (V.Port.); Aguenta-te aos 40 M12. Sala 8 - 15h25, 18h15; A Vida de Pi M12. Sala 9 - 16h35 (V.Port.); Cidade Dividida M16. Sala 9 - 14h10,19h20, 21h45

Olhão Algarcine - Cinemas de OlhãoC.C. Ria Shopping. T. 289703332O Último Desafio M16. Sala 1 - 15h30, 18h30, 21h30; Mata-os Suavemente M12. Sala 2 - 15h20, 18h20, 21h30; Argo M12. Sala 3 - 15h15, 18h15, 21h15

Portimão Algarcine - Cinemas de PortimãoAv. Miguel Bombarda. T. 282411888O Último Desafio M16. Sala 1 - 15h30, 18h, 21h30; Argo M12. Sala 2 - 18h; Força Anti-Crime M16. Sala 2 - 15h45, 21h45

Tavira Zon Lusomundo TaviraC.C. Gran-Plaza, R. Almirante Cândido dos Reis. T. 16996Oz: O Grande e Poderoso M12. 15h50, 18h40 (2D), 21h30 (3D); Aguenta-te aos 40 M12. 15h40, 18h30, 21h20; Mamã M16. 15h30, 18h, 21h15; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. 16h, 18h10, 21h10; Guia Para Um Homem Volúvel 21h; Criaturas Maravilhosas M12. 15h35, 18h20

TEATROLisboaTeatro AbertoPraça de Espanha. T. 213880089 Há Muitas Razões Para Uma Pessoa Querer Ser Bonita Enc. João Lourenço. De 21/12 a 31/3. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/16.

Teatro da PolitécnicaRua da Escola Politécnica, 56. T. 961960281 Por Tudo e Por Nada Enc. Jorge Silva Melo. De 13/3 a 27/4. 3ª e 4ª às 19h. 5ª e 6ª às 21h. Sáb às 16h e 21h. M/12. Teatro Municipal de S. LuizR.António Maria Cardoso, 38. T. 213257650 A Visita da Velha Senhora Enc. Nuno Cardoso. De 7/3 a 27/3. 4ª a Sáb às 21h. Dom às 17h30. Sessão com interpretação em língua gestual portuguesa, dia 24 de Março às 17h30.Teatro Municipal Maria MatosAv. Frei Miguel Contreiras, 52. T. 218438801 No Quintal da Minha Avó, os Cavalos Nasciam nas Árvores De Maria de Vasconcelos. De 12/3 a 13/3. 3ª a 5ª às 10h. De 16/3 a 17/3. Sáb às 16h30. Dom às 11h. Dos 3 aos 5 anos. Duração: 30m. Teatro VillaretAv. Fontes Pereira Melo, 30A. T. 213538586 Isto É Que Me Dói! Enc. Francisco Nicholson. De 2/1 a 31/3. 4ª, 5ª e 6ª às 21h30. Sáb às 16h e 21h30. Dom às 16h. M/12.

EXPOSIÇÕESLisboa3 + 1 Arte ContemporâneaRua António Maria Cardoso, 31. T. 210170765 Greve De Sara e André. De 25/1 a 16/3. 3ª a Sáb das 14h às 20h. Pintura. Aeroporto de LisboaAl. Comunidades Portuguesas. T. 218413500 Máscaras e Marionetas do Museu da Marioneta/EGEAC De 12/2 a 30/3. Todos os dias das 06h30 às 01h (na área pública das Chegadas). Marionetas, Objectos, Outros. Appleton SquareRua Acácio Paiva, 27 - r/c. T. 210993660 Uma Faca na Areia De Albano Silva Pereira. De 28/2 a 28/3. 3ª a Sáb das 15h às 20h.Arquivo FotográficoRua da Palma, 246. T. 218844060 Séma Chéein De Bruno Dias Vieira. De 7/3 a 26/4. 2ª a 6ª das 09h30 às 17h.Biblioteca Municipal CamõesLargo do Calhariz, 17 - 2º Esq.. T. 213422157 Outros Cinzentos De Pedro Henriques. De 21/2 a 29/3. 2ª a Sáb das 10h30 às 18h.Carpe Diem Arte e PesquisaR. de O Século, 79. T. 211924175 Colectiva De Gabriela Albergaria, Irit Batsry, João Pedro Vale + Nuno Alexandre Ferreira, Nelson Leirner, Valter Ventura, Alex Gabassi. De 9/3 a 25/5. Todos os dias.

Casino LisboaParque das Nações. T. 218929000 Alouette II De 1/3 a 28/6. 2ª, 3ª, 4ª, 5ª e Dom das 15h às 03h. 6ª e Sáb das 16h às 04h.Chiado 8 - Arte ContemporâneaLargo do Chiado, 8. T. 213237335 Vraum De Gonçalo Barreiros. De 1/3 a 10/5. 2ª a 6ª das 12h às 20h. Cordoaria NacionalAvenida da Índia. T. 213646128 Clicka 2 De Alexandre Soares, João Boucinha, André Martinho, Ricardo Gonçalves, entre outros. De 15/2 a 31/3. 3ª a 6ª das 10h às 13h e das 14h às 18h. Sáb e Dom das 14h às 18h. Fotografia. CulturgestRua Arco do Cego - CGD. T. 217905155 Esculturas Sonoras 1994-2013 De Rui Toscano. De 8/2 a 19/5. 2ª, 4ª, 5ª e 6ª das 11h às 19h. Sáb, Dom e feriados das 14h às 20h. Retrato de Michel Auder De Michel Auder. De 8/2 a 19/5. 2ª, 4ª, 5ª e 6ª das 11h às 19. Sáb, Dom e feriados das 14h às 20h.Espaço Round The Corner - Porta 9F/9GR. Nova da Trindade. T. 213420000 Black Frames De Daniel González Coves. De 1/3 a 29/3. 2ª a 6ª das 13h às 19h. Pintura. Espaço TranquilidadeProjectos EspeciaisR. Rodrigues Sampaio, 95. T. 213503500 Instructions De Ramiro Guerreiro. De 7/3 a 3/5. 3ª a 6ª das 12h30 às 19h. Fundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 360º Ciência Descoberta De 2/3 a 2/6. 3ª a Dom das 10h às 18h. Galeria António PratesArte ContemporâneaRua Alexandre Herculano, 39A. T. 213571167 Walkthrough a Story De Gabriel Garcia. De 22/2 a 30/3. 2ª a 6ª das 11h às 20h. Sáb das 15h às 20h. Pintura. Galeria Arte PeriféricaPraça do Império - CCB, Loja 3. T. 213617100 Dias de Profunda Desconstrução De Moisés Duarte. De 2/3 a 4/4. Todos os dias das 10h às 20h. Pintura. Galeria BoavistaR. da Boavista, 50. T. 213476335 VIII Bienal Ibero-Americana de Arquitectura e Urbanismo: Estando o Mar Pelo Meio De 15/2 a 31/3. 3ª a Sáb das 14h às 19h.Galeria das SalgadeirasRua das Salgadeiras, 24. T. 213460881 Olhar estrangeiro em territórios conhecidos De Luisa Mello. De 9/2 a 16/3. 4ª, 5ª e 6ª das 17h às 21h. Sáb das 16h às 21h.Galeria MillenniumRua Augusta. Baixa em Tempo Real De 2/2 a 30/3. 2ª a Sáb das 10h às 13h e das 14h às 17h.Galeria MonumentalCampo Mártires da Pátria, 101. T. 213533848 Enjoo de Arte De Namora Caeiro. De 21/2 a 28/3. 3ª a Sáb das 15h às 19h30. Galeria Pedro CeraRua do Patrocínio, 67E. T. 218162032 Dérive Noire De Nuno Cera. De 28/2 a 6/4. 3ª a 6ª das 10h às 13h30 e das 14h30 às 19h.Galeria Quadrado Azul - LisboaLargo dos Stephens, 4. T. 213476280 Chaîne Opératoire De Willem Weismann. De 8/3 a 20/4. 3ª a Sáb das 13h às 20h. Total Body Conditioning De Mika Tajima. De 9/2 a 16/3. 3ª a Sáb das 13h às 20h. Galeria QuadrumR. Alberto Oliveira, 52. T. 218170534 Ciclo Budapeste: Rui Mourão De 6/3 a 17/3. 3ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb e Dom das 14h às 18h.Galeria RattonR. Academia das Ciências, 2C. T. 213460948 Que Procura Vmê De Júlio Pomar. De 7/3 a 3/5. 2ª a 6ª das 10h às 13h30 e das 15h às 19h30. Azulejo.

No Museu do Oriente, Lisboa, apresentam-se imagens recentemente restauradas, pertencentes à colecção da Administração do Porto de Lisboa. A selecção de 75 fotografias (de um total de seis mil) retrata a vida portuária através de várias visões durante o século XX. Até 27 de Maio, de terça a domingo, das 10h às 18h (sexta até às 22h). Bilhete: 5€.

Do Vasto e Belo Porto de Lisboa

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36 | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013

SAIRGaleria São MamedeRua da Escola Politécnica, 167. T. 213973255 Condão De JOH. De 21/2 a 20/3. 2ª a 6ª das 10h às 20h. Sáb das 11h às 19h. Galeria Torreão NascenteAv. Índia - Cordoaria Nacional. T. 213646128 Casa De Manuel Vieira. De 21/2 a 7/4. 3ª a 6ª das 10h às 18h. Olha De Valter Vinagre. De 24/1 a 23/3. 3ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb e Dom das 14h às 18h. Fotografia. Galeria ValbomAvenida Conde Valbom, 89. T. 217801110 Além Mar De Saskia Moro. De 16/2 a 30/3. 2ª a Sáb das 13h às 19h30. Pintura. Hospital de Santa MariaAvenida Professor Egas Moniz. T. 217805000 A Pneumonia ao Raio-X De 22/2 a 22/3. Todos os dias (aberto 24h). No átrio frente ao Gabinete do Colaborador, Piso 2. K GaleriaRua da Vinha, 43A. T. 213431676 Animais de Estimação De Valter Vinagre. De 7/3 a 26/3. 2ª a 6ª das 10h às 18h.Lumiar CitéR. Tomás del Negro, 8-A. T. 213521155 The Dockers’ Museum De Allan Sekula. De 8/2 a 31/3. 4ª a Dom das 15h às 19h. Vídeo. MNAC - Museu do ChiadoRua Serpa Pinto, 4. T. 213432148 Are you still awake? De João Pedro Vale, Hugo Canoilas, João Tabarra, Alexandre Estrela, Julião Sarmento, Ana Hatherly, Mauro Cerqueira, entre outros. De 13/12 a 28/4. 3ª a Dom das 10h às 18h. Arte Portuguesa 1850-1975 De João Cristino da Silva, Columbano Bordalo Pinheiro, João Marques de Oliveira, António Carneiro, Amadeo de Souza-Cardoso, Eduardo Viana, Mário Eloy, entre outros. De 20/2 a 31/12. 3ª a Dom das 10h às 18h. Projecto Bidonville De Maria Lusitano. De 21/2 a 7/4. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45).MUDE - Museu do Design e da ModaRua Augusta, 24. T. 218886117 Com esta Voz me Visto. O Fado e a Moda De 22/11 a 31/3. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45). Interiores: 100 anos de Arquitectura de Interiores em Portugal De 20/12 a 28/4. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45). Made In Portugal - Iberomoldes De 13/12 a 31/3. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45). Nacional e Ultramarino. BNU e a

Museus da PolitécnicaRua da Escola Politécnica, 58. T. 213921800 Gabinete da Politécnica - O Importantário Estetoscópio De Pedro Portugal. A partir de 18/5. 3ª a Dom das 10h às 17h. Objectos, Fotografia, Outros. Laboratório Chimico A partir de 5/5. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Padrão dos DescobrimentosAv. Brasília . T. 213031950 Fotógrafos do Mundo Português 1940 De Mário e Horácio Novais, Eduardo Portugal, Paulo Guedes, Kurt Pinto, António Passaporte, Ferreira da Cunha, Abreu Nunes, Casimiro Vinagre, entre outros. De 24/2 a 26/5. 3ª a Dom das 10h às 18h.Plataforma RevólverRua da Boavista, 84 - 1º, 3º. T. 213433259 Difícil é continuar. Bonito bonito é ser artista De Gustavo Sumpta, Márcio Matos. De 7/3 a 27/4. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Outros. Les Dames Chinoises #3 De Diana Seeholzer, Eva Chytilek, Patrick Steffen, Sandra Gil. De 7/3 a 27/4. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Outros. Rosa de Pau De Clementine Carsberg, Sofia Aguiar. De 7/3 a 27/4. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Outros. The Age of Divinity De Johanna Billing, Eric Corne, José Drummond, Jan Fabre, Raquel Melgue, Catarina Mil-Homens, Pedro Vaz, Liao Chi-Yu, entre outros. De 7/3 a 27/4. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Pintura, Outros. The Non Zero-Sum Art Games De vários autores. De 7/3 a 27/4. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Outros. Prova de ArtistaRua Tomás Ribeiro, 115Loja 1. T. 213199551 Nas Margens da Linha De António Areal, Fernanda Maio, Francisco Simões, J. M. Rocha de Sousa, Manuela Cristóvão, Ricardo Pacheco, Teresa Gonçalves Lobo, entre outros. De 7/3 a 30/4. 2ª a 6ª das 10h às 20h. Sáb das 15h às 20h. Desenho.

Sociedade Nacional de Belas ArtesRua Barata Salgueiro, 36. T. 213138510 Exposição Antológica: Jaime Silva De 12/3 a 27/4. 2ª a 6ª das 12h às 19h. SRS AdvogadosRua D. Francisco Manuel de Melo, 21. Nada como um sonho para criar o futuro De Trevor Appleson, Sarah Dobai, Anya Gallaccio, Sam Taylor-Wood, Rachel Whiteread. De 26/2 a 31/3. 2ª a 6ª das 09h às 20h. Teatro Nacional D. Maria IIPraça D. Pedro IV. T. 800213250 Ana Hatherly: No Princípio está o Gesto De 26/2 a 28/4. 3ª a Sáb das 15h às 18h (30min antes dos espectáculos da Sala Garrett - de 4ª a Dom). Instalação, Pintura, Outros. Portinari e Cavalcanti no D. Maria II De Cândido Torquato Portinari, Emílio Di Cavalcanti, Nuno San Payo, Floriano Araújo Teixeira, Thomaz de Mello (TOM), Carybé. De 30/10 a 28/7. 2ª das 18h30 às 19h30 Visitas guiadas (marcação prévia 24h antes).. 3ª a Sáb das 15h às 18h (ou 30min antes do espectáculo). Pintura. Marcações para as visitas guiadas: [email protected] VPFCream ArteRua da Boavista, 84 - 2º. T. 213433259 Vita Brevis De Fabrizio Matos. De 7/3 a 27/4. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Instalação.

MÚSICALisboaMusicBoxRua Nova do Carvalho, 24 . T. 213430107 ExperimentBox 4ª às 01h. Offbeatz 4ª às 22h.

AlmadaEspaço da Cerca Rua Serpa Pinto, 4. T. 212761890Jahcoustix Dia 13/3 às 22h.

AlmancilCentro Cultural São LourençoR. Igreja. T. 289395475 Trio A Piacere De 13/3 a 16/3. 4ª e Sáb às 19h30.

SAIRArquitectura do Poder: entre o Moderno e o Antigo De 13/12 a 28/4. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45). Único e Múltiplo. 2 Séculos de Design A partir de 27/5. 3ª a Dom das 10h às 18h.Museu Colecção BerardoPraça do Império - CCB. T. 213612878 Angela Detanico, Rafael Lain. Amplitude De 20/2 a 28/4. Todos os dias das 10h às 19h (última admissão às 18h30). Da Solidão do Lugar a um Horizonte de Fugas De Douglas Gordon, Ângela Ferreira, Miguel Palma, Eugenio Dittborn, Caetano Dias, João Tabarra, Augusto Alves da Silva, Justine Triet, Jimmie Durham. De 19/12 a 28/4. Todos os dias das 10h às 19h (última admissão às 18h30). Exposição Permanente do Museu Colecção Berardo (1960-2010) De Vito Acconci, Carl Andre, Alan Charlton, Louise Bourgeois, José Pedro Croft, Antony Gormley, Jeff Koons, Allan McCollum, Gerhard Richter, Cindy Sherman, William Wegman, entre outros. A partir de 9/11. Todos os dias das 10h às 19h (última admissão às 18h30). No Fly Zone. Unlimited Mileage De Paulo Kapela, Yonamine, Kiluanji Kia Henda, Edson Chagas, Binelde Hyrcam, Nástio Mosquito. De 30/1 a 31/3. Todos os dias das 10h às 19h (última admissão às 18h30). Museu da MarionetaR. Esperança, 146Convento das Bernardas. T. 213942810 Marionetas A partir de 7/11. 3ª a Dom das 10h às 13h e das 14h às 18h (última admissão às 12h30 e 17h30). Marionetas no Cinema de Animação. Uma receita Tradicional De 1/3 a 28/4. 3ª a Dom das 10h às 13h e das 14h às 18h. Museu do OrienteAv. Brasília - Doca Alcântara Norte. T. 213585200 Cartazes de Propaganda Chinesa - A Arte ao Serviço da Política De 25/1 a 27/10. 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h (entrada gratuita a partir das 18h). Deuses da Ásia A partir de 9/5. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h (última admissão 17h30). 6ª das 10h às 22h (última admissão 21h30) (gratuito 18h às 22h). Do Vasto e Belo Porto de Lisboa De 1/3 a 27/5. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h (entrada gratuita a partir das 18h). Macau. Memórias a Tinta-da-China De Charles Chauderlot. De 1/2 a 30/6. 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h (entrada gratuita a partir das 18h). O Chá. De

Oriente para Ocidente De 8/6 a 31/3. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h (entrada gratuita a partir das 18h). Presença Portuguesa na Ásia. O Coleccionismo de arte do Extremo Oriente A partir de 9/5. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h (última admissão 17h30). 6ª das 10h às 22h (última admissão 21h30) (gratuito das 18h às 22h).Museu Nacional de ArqueologiaPç. Império - Edif. Jerónimos. T. 213620000 Antiguidades Egípcias / Tesouros da Arqueologia Portuguesa A partir de 1/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Mudança Global - Símbolos e Tecnologia nas Origens do Agro-Pastoralismo no Alto Ribatejo De 21/2 a 14/4. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45). Museu Nacional de Arte AntigaRua das Janelas Verdes. T. 213912800 A Arquitectura Imaginária. Pintura, Escultura, Artes Decorativas De 1/12 a 30/3. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Pintura, Escultura, Artes Decorativas. Deambulações. Desenhadores Franceses em Portugal nos séculos XVIII e XIX De 28/2 a 5/5. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Desenho. Ilusionismos - Os Tectos Pintados do Palácio Alvor De 8/3 a 26/5. 3ª das 14h às 17h30. 4ª a Dom das 10h às 17h30. Pintura. Obra Convidada: Lucas Cranach, o Velho. Judite com a cabeça de Holofernes De 24/1 a 28/4. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Pintura. Pintura e Artes Decorativas do Século XII ao XIX De Vários autores. A partir de 16/12. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h.Museu Nacional de EtnologiaAvenida Ilha da Madeira. T. 213041160 O Museu, muitas coisas A partir de 31/1. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Documental, Escultura, Objectos, Outros. Exposição Permanente.

Por Tudo e Por Nada no Teatro da Politécnica

JORGE GONÇALVES

FARMÁCIAS

LisboaServiço PermanenteBarros Gouveia (Vale Formoso - Poço do Bispo) - Rua do Vale Formoso de Cima, 79 - B - Tel. 218595180 Corvo (Mercado do Chile) - Rua Angela Pinto, 32 - B - C - Tel. 218476756 Ducal (Duque de Loulé) - Av. Duque do Loulé, 1 - E - Tel. 213110027 J. Ribeiro (Luz - Segunda Circular) - Estrada da Luz, 199 - A - Tel. 217223523 Matos Viegas (Lumiar) - Av. Rainha D. Amélia, 34 - B - Tel. 217592306 Oliveira (Campolide) - Rua D. Pedro V, 123 - Tel. 213427880

Outras LocalidadesServiço PermanenteAbrantes - Mota Ferraz Alandroal - Santiago Maior, Alandroalense Albufeira - Alves de Sousa Alcácer do Sal - Misericórdia Alcanena - Ramalho Alcobaça - Belo Marques, Alves (Benedita), Nova (Benedita) Alcochete - Nunes, Póvoas (Samouco) Alenquer - Nobre Brito, Higiene (Carregado) Aljustrel - Dias Almada - Reis, Brasil (Feijó), Guerreiro (Monte da Caparica), Palmeirim (Sobreda

da Caparica) Almeirim - Correia de Oliveira Almodôvar - Aurea Alpiarça - Leitão Alter do Chão - Alter, Portugal (Chança) Alvaiázere - Ferreira da Gama, Castro Machado (Alvorge), Pacheco Pereira (Cabaços), Anubis (Maçãs D. Maria) Alvito - Nobre Sobrinho Amadora - Nova, Soares Correia, Clabel (Ermesinde) Ansião - Teixeira Botelho, Medeiros (Avelar), Rego (Chão de Couce), Pires (Santiago da Guarda) Arraiolos - Vieira Arronches - Batista, Esperança (Esperança/Arronches) Arruda dos Vinhos - Da Misericórdia Avis - Nova de Aviz Azambuja - Central, Miranda Barrancos - Barranquense Barreiro - Normal Batalha - Moreira Padrão, Silva Fernandes (Golpilheira) Beja - Central Belmonte - Costa, Central (Caria) Benavente - Batista, Central (Samora Correia) Bombarral - Miguel Borba - Central Cadaval - Central, Figueiros (Figueiros Cadaval (Jan,Mar,Maio)), Luso (Fev,Abr,Jun) (Vilar Cadaval (Fev,Abr,Jun)) Caldas da Rainha - Branco Lisboa Campo Maior - Central Cartaxo - Correia dos Santos Cascais - Do Rosário, Parque do

Estoril Lda. (Estoril), São Domingos de Rana (S. Domingos de Rana) Castanheira de Pera - Dinis Carvalho (Castanheira) Castelo Branco - Higiene (Amatus Lusitanus) Castelo de Vide - Freixedas Castro Verde - Alentejana Chamusca - Santa Catarina (Carregueira) Constância - Baptista Coruche - Higiene Covilhã - Mendes Crato - Saramago Pais Cuba - Da Misericórdia Elvas - Moutta Entroncamento - António Lucas Estremoz - Costa Évora - Misericórdia Faro - Batista Ferreira do Alentejo - Fialho Ferreira do Zêzere - Soeiro Figueiró dos Vinhos - Campos (Aguda), Correia Suc. Fronteira - Costa Coelho Fundão - Vitória Gavião - Gavionense, Pimentel Golegã - Oliveira Freire Grândola - Costa Idanha-a-Nova - Andrade (Idanha A Nova), Serrasqueiro Cabral (Ladoeiro), Freitas (Zebreira) Lagoa - Lagoa Lagos - Telo Leiria - Godinho Tomaz Loulé - Miguel Calçada, Nobre Passos (Almancil), Martins Loures - Nova de Loures, Cortes (Sacavém), Ribeiro Soares (Urb. Quinta do Castelo) Lourinhã - Marteleirense, Pacheco (Ribamar) Mação - Saldanha

Mafra - Rolim (S. Cosme), Oceano (Santo Izidoro / Mafra) Marinha Grande - Sta. Isabel Marvão - Roque Pinto Mértola - Nova de Mértola Moita - Nova Fátima (Baixa da Banheira) Monchique - Higya Monforte - Jardim Montijo - Higiene Mora - Canelas Pais (Cabeção), Falcão, Central (Pavia) Moura - Nataniel Pedro Mourão - Central Nazaré - Silvério, Maria Orlanda (Sitio da Nazaré) Nisa - Seabra Odemira - Confiança Odivelas - Leitão, Leitão Ribeiro Oeiras - Dias, Miramar, Alegro (Dafundo) Oleiros - Martins Gonçalves (Estreito - Oleiros), Garcia Guerra, Xavier Gomes (Orvalho-Oleiros) Olhão - Olhanense Ourém - Pastorinhos (Fátima), Verdasca Ourique - Nova (Garvão), Ouriquense Palmela - Tavares de Matos (Pinhal Novo) Pedrógão Grande - Baeta Rebelo Penamacor - Cunha Gil Peniche - Higiénica Pombal - Paiva Ponte de Sor - Cruz Bucho Portalegre - Portalegrense Portel - Misericordia Portimão - Arade Porto de Mós - Lopes Proença-a-Nova - Roda, Daniel de Matos (Sobreira Formosa) Redondo - Xavier da Cunha Reguengos de Monsaraz - Martins

Rio Maior - Ferraria Paulino Salvaterra de Magos - Carvalho Santarém - Verissimo Santiago do Cacém - Barradas São Brás de Alportel - São Brás Sardoal - Passarinho Seixal - Romana Serpa - Central Sertã - Patricio, Farinha (Cernache do Bonjardim), Confiança (Pedrogão Pequeno) Sesimbra - da Cotovia, Rodrigues Pata, Lopes Setúbal - Farinha Pascoal, Normal do Sul Silves - Algarve Sines - Monteiro Telhada (Porto Covo), Central Sintra - Ouressa, São Francisco Xavier, Vasconçelos, De Colares (Colares), Queluz (Queluz), do Forum Sintra (Rio de Mouro) Sobral Monte Agraço - Moderna Sousel - Mendes Dordio (Cano), Andrade Tavira - Central Tomar - Nova Torres Novas - Higiene Torres Vedras - São Gonçalo Vendas Novas - Nova Viana do Alentejo - Viana Vidigueira - Costa Vila de Rei - Silva Domingos Vila Franca de Xira - Botto e Sousa, Raposo, Valentim LDA., Moderna Vila Nova da Barquinha - Tente (Atalaia) Vila Real de Santo António - Pombalina Vila Velha de Rodão - Pinto Vila Viçosa - Duarte Montemor-o-Novo - Sepúlveda

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PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | 37

FICAR

CINEMAFilme Socialismo[Film Socialisme]RTP2, 22h06Um ensaio em três movimentos.

Um navio onde se entrelaçam

histórias de viajantes de todas as

partes do mundo. Um confl ito

familiar em que os progenitores

são postos à prova. Um momento

em que o realizador expõe as suas

ideias sobre a Europa e o mundo

contemporâneo. Longa-metragem

do iconoclasta Jean-Luc Godard,

um dos criadores da Nouvelle Vague.

Inimigos Públicos[Public Enemies]TVC2HD, 22h00Nos EUA, anos 1930, tempos

da Grande Depressão (e de

raiva generalizada ao sistema

bancário...), surge um herói-

bandido: Dillinger ( Johnny

Depp). O criminoso conquista a

simpatia do público, tanto pelos

seus assaltos a bancos como pelas

épicas fugas, sendo considerado

uma espécie de Robin dos

Bosques da era moderna. Para

ajudar à sua captura, o FBI

declara-o Inimigo Público Número

Um, atribuindo a Melvin Purvis

(Christian Bale) a árdua tarefa de

o deter. A perseguição terminaria

com a morte de Dillinger, em

1934. (Pormenor: atenção aos

chapéus de feltro, criações da

fábrica Fepsa, de São João da

Madeira).

Heróis Imaginários[Imaginary Heroes]Hollywood, 00h05A família Travises fi ca destroçada

depois de uma tragédia. O

adolescente Tim (Emile Hirsch) é

a ovelha negra e anda pela vida

como se fosse um fantasma. Ben

( Jeff Bridges), o pai, começa a

tratar a mulher e os fi lhos como

se fossem estranhos. E Sandy

(Sigourney Weaver), a mãe, fuma

marijuana e trata todos com uma

grande dose de sarcasmo. Mas há

algo à espreita que os irá afectar a

todos. Uma comédia dramática de

Dan Harris.

DESPORTO

Futebol: Liga dos CampeõesTVI, 19h35 / SPTV1, 19h45Directo. Dois jogos da segunda

mão dos oitavos-de-fi nal da liga

“milionária”. Na TVI, o FC Porto

viaja até Málaga em vantagem: no

Dragão venceu por 1-0. Na Sport

TV, o Bayern, em clara vantagem,

depois do 1-3 em Londres, recebe

o Arsenal.

DOCUMENTÁRIOS

De Carro até ao Fim do MundoDiscovery, 21h00Estreia. Actores de topo como

Tom Hardy, Henry Cavill e Adrien

Brody unem esforços com a estrela

da F1 Mika Salo e com o campeão

de superbike Neil Hodgson para

enfrentarem as estradas mais

difíceis do mundo. Cada episódio

acompanha um par de famosos,

seja a manter o carro a trabalhar

a temperaturas de -50ºC ou a

navegar pelas profundezas da selva

no meio da época das monções.

Canhões e KlingonsHistória, 24h00Os Harrison vão examinar um

canhão antigo utilizado numa

série televisiva dos anos 1980

para, logo a seguir, se depararem

com um isqueiro e um álbum

de fotografi as de um programa

secreto de testes nucleares dos

anos 1950. Conseguirão estes

objectos incendiar o interesse dos

negociadores?

SÉRIES

OssosRTP1, 00h517.ª temporada. Enquanto a equipa

investiga a morte de uma mulher

com uma história de amnésia,

desaparecimentos e traumatismo

craniano, Brennan, com a

gravidez a chegar a termo, discute

com Booth sobre as mudanças

que devem fazer nas suas vidas

após o nascimento do bebé.

INFANTIL

Um Monstro em ParisTVC1HD, 13h40 (V.O.)Paris, 1910. Uma terrível criatura

espalha o pânico pela Cidade Luz.

Emile, um projeccionista sedutor,

e o seu amigo Raoul decidem

caçar o monstro. Mas, quando

se fazem ao caminho, acabam

por perceber que a criatura que

assusta a população é, afi nal,

uma pulga gigante e peluda, de

coração puro e voz extraordinária.

RTP16.30 Bom Dia Portugal 10.00 Praça da Alegria 13.00 Jornal da Tarde 14.15 Éramos Seis 15.15 Portugal no Coração 18.00 Portugal em Directo 19.08 O Preço Certo 20.00 Telejornal - Inclui 360º 21.00 De Caras - Com João Proença 21.30 AntiCrise 22.00 Sinais de Vida 22.52 Portugal de... - Joana Vasconcelos 23.42 5 Para a Meia-Noite - Nuno Markl convida António Chaínho + José Nunes 0.51 Ossos - 7.ª série (Estreia) 1.38 Perseguição - 1.ª série 2.18 O Direito de Nascer

RTP27.00 Zig Zag 12.58 National Geographic: Quando os Animais Adoptam - Estranhos Casais da Natureza 13.51 Sociedade Civil - Fruta nas escolas 15.23 Algarve Cup 2013 - Portugal x País de Gales (Directo) 17.23 Zig Zag 18.00 A Fé dos Homens 18.33 Portugal de... - João Reis 19.16 Biosfera 19.45 Zig Zag 21.08 National Geographic: Continente Perdido do Pacífico 22.00 24 Horas - Sumário 22.06 Cinco Noites, Cinco Filmes - Filme Socialismo + O Sapateiro 0.00 24 Horas - Directo 1.01 Portugal Selvagem 1.32 ESEC-TV 2.00 Euronews

SIC7.00 Edição da Manhã 8.40 A Vida nas Cartas - O Dilema 10.15 Querida Júlia 13.00 Primeiro Jornal 14.40 Vingança 15.45 Boa Tarde 18.15 Fina Estampa 18.45 Cheias de Charme 19.30 Fina Estampa 20.00 Jornal da Noite 21.50 Dancin´ Days 22.40 Sorteio do Totoloto 22.45 Avenida Brasil 23.45 Páginas da Vida 0.35 Mentes Criminosas - 7.ª série 1.30 Mentes Criminosas: Conduta Suspeita - 1.ª série 2.30 O Encantador de Cães

TVI 6.30 Diário da Manhã 10.08 Você na TV! 13.00 Jornal da Uma 14.42 Ninguém Como Tu 15.18 Tempo de Viver 16.00 A Tarde é Sua - Directo 18.12 Doce Fugitiva 19.00 Jornal das 8 19.35 Futebol: Málaga x FC Porto 21.49 Destinos Cruzados 23.00 Louco Amor 23.55 Equador 0.20 Futebol: Liga dos Campeões - Resumos 1.00 GuestList 1.38 Apanha-me Se Puderes 2.26 Filme: A Viagem do Capitão Drake

TVC1 11.55 Planeta dos Macacos: A Origem 13.40 Um Monstro em Paris (V.O.)

15.15 Cinco 16.40 Amigos Improváveis 18.30 Amor Ao Acaso 20.05 História da Cinderela: Era Uma Vez Uma Canção 21.30 Brave - Indomável (V.O.) 23.05 Os Vingadores 1.25 Cinco

FOX MOVIES12.39 Perseguição Sem Tréguas 14.13 A Raiz do Medo 16.20 Maverick 18.23 Pleasantville - Viagem ao Passado 20.24 Giras e Terríveis 22.00 Serenity 0.01 Top Gun - Ases Indomáveis 1.47 O Padrinho: Parte III

HOLLYWOOD10.40 O Caso do Colar 12.40 Solaris 14.20 Films & Stars 14.50 Mulheres! 16.45 Red-Eye 18.10 O Ás da Bola 19.40 Atrás das Linhas do Inimigo 21.30 O Lado Selvagem 0.05 Heróis Imaginários 1.55 O Vale da Intriga

AXN14.46 Mentes Criminosas 15.36 Investigação Criminal 17.16 A Firma 18.56 Mentes Criminosas 19.46 Brigada Anti-Vício 20.36 C.S.I. Nova Iorque 21.30 C.S.I. Miami 22.26 Investigação Criminal 23.20 Mentes Criminosas 0.15 Mini-série: Sherlock Especial 1.10 Alerta Cobra

AXN BLACK14.40 Filme: Assassinos Substitutos 16.08 Sobrenatural 16.54 Sobreviventes 17.52 Inadaptados 18.44 Chuck 19.31 Boardwalk Empire 20.34 The Killing: Crónica de um Assassinato 21.35 Boardwalk Empire 22.38 Filme: Guerreiros do Céu e da Terra 0.39 Boardwalk Empire

AXN WHITE15.32 Filme: Inveja 17.12 Póquer de Rainhas 17.39 A Vida Secreta de uma Teenager Americana 18.28 Pequenas Mentirosas 19.17 Póquer de Rainhas 20.11 Las Vegas 21.00 Chamem a Parteira 21.50 Filme: O Falcão Ataca de Novo 23.30 Chamem a Parteira 0.25 Lotação Esgotada 1.12 Las Vegas

FOX 13.45 Family Guy 14.08 Os Simpson 14.54 Casos Arquivados 15.44 Ossos 17.20 Lei & Ordem: Unidade Especial 18.52 Family Guy 19.43 American Dad 20.09 Os Simpson 20.56 Foi Assim Que Aconteceu 21.26 Casos Arquivados 22.23 The Walking Dead

23.13 American Horror Story 0.56 Californication

FOX LIFE 14.56 Parenthood 15.40 Anatomia de Grey 16.26 Ben & Kate 16.49 No Meio do Nada 17.10 Uma Família Muito Moderna 17.32 Parenthood 18.17 90210 19.01 Agente Dupla 19.50 Scandal 20.38 Anatomia de Grey 21.25 Ben & Kate 22.16 The Voice 23.10 No Meio do Nada 23.35 Uma Família Muito Moderna 0.00 Anatomia de Grey

DISNEY15.45 Rekkit Rabbit 16.10 Timon e Pumba 17.00 Phineas e Ferb 17.50 Monster High 17.53 Shake It Up 18.16 A.N.T. Farm - Escola de Talentos 18.40 Professor Young 19.05 Lab Rats 19.30 Boa Sorte, Charlie! 19.55 Austin & Ally 20.20 Jessie 20.45 Phineas e Ferb 21.00 Hannah Montana

DISCOVERY18.20 A Pesca do Gladiador: Guerra de Territórios 19.10 O Segredo das Coisas 20.05 Sobrevivência: O Melhor 21.00 De Carro até ao Fim do Mundo: Sibéria 22.00 American Chopper: Território Inexplorado 22.55 Street Customs: Challenger Descapotável 23.45 Fanáticos por Armas 0.35 Top Gear USA

HISTÓRIA 17.00 Eurásia: Os Romanos na China 17.50 O Preço da História: Compro-te a História 18.15 O Preço da História: Canhões e Klingons 18.40 Os Maus da História: Nero 19.30 Alienígenas: Armas Fatais 20.15 Eurásia: A Rota da Seda 21.05 Eurásia: Bagdade no Ano 1000 22.00 Monstros Lendários: Crocodilos Assassinos 22.45 Arquivos Oficiais Sobre OVNIS: Ep. 1 e 2

ODISSEIA17.00 A Vida Secreta dos Peixes II: Os Invisíveis 17.30 Crescer num Zoo: Ep. 2 18.00 O Grande Rift: Água 19.00 Odisseia Tribal: Os Rendile, Morte e Renascimento Durante o Ciclo da Lua 20.00 Os Vulcões mais Letais 21.00 Deslocações Impossíveis: Barco a Vapor 21.45 A Aventura da Rota do Chá: Ep. 6 22.00 Guia para Negócios Sustentáveis: Camboja 22.30 Guia para Negócios Sustentáveis: EUA 23.00 Quociente de Inteligência: Um Engano? 0.00 Códigos Secretos: Números

[email protected] RTP1, 22.52 Portugal de... Joana Vasconcelos

Os mais vistos da TVSegunda-feira, 11

FONTE: CAEM

SICTVISICSICTVI

16,115,514,113,313,2

Aud.% Share

31,929,927,329,727,2

RTP1

2:

SICTVI

Cabo

12,6%%

2,423,1

24,9

26,9

Dancin' DaysJornal das 8Jornal da NoiteFina EstampaDestinos Cruzados

Page 38: 13 Março - PÚBLICO

38 | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013

JOGOSCRUZADAS 8372

BRIDGE SUDOKU

TEMPO PARA HOJE

A M A N H Ã

Açores

Madeira

Lua

NascentePoente

Marés

Preia-mar

Leixões Cascais Faro

Baixa-mar

Fonte: www.AccuWeather.com

PontaDelgada

Funchal

Sol

15º

Viana do Castelo

Braga0º 12º

Porto2º 11º

Vila Real-1º 9º

2 11º

Bragança-1º 8º

Guarda-3º 5º

Penhas Douradas-6º 1º

Viseu-1º 8º

Aveiro4º 12º

Coimbra2º 10º

Leiria3º 12º

Santarém5º 13º

Portalegre0º 9º

Lisboa6º 13º

Setúbal5º 14º Évora

2º 12º

Beja3º 12º

Castelo Branco1º 11º

Sines7º 13º

Sagres8º 13º

Faro7º 15º

Corvo

Graciosa

FaialPico

S. Jorge

S. Miguel

Porto Santo

Sta Maria

12º 16º

13º 16º

Flores

Terceira12º 15º

15º 19º

18º 21º

13º 16º

15º

15º

<1m

4-6m

16º

4-5m

18º2-2,5m

16º2-2,5m

03h40 3,615h58 3,5

09h47 0,422h02 0,5

03h16 3,715h34 3,5

09h21 0,621h35 0,6

03h22 3,515h39 3,4

09h15 0,521h29 0,5

2,5-3,5m

2,5-3,5m

5-6m

13º

14º

6h51

Crescente

18h42

17h2719 Mar.

Horizontais: 1. Amora de silva. Faço su-bir. 2. Religioso que não vive em comu-nidade, mas num ermo. Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares. 3. Matizar com as cores de arco-íris. Muito grande. 4. Sociedade Anónima (abrev.). Frouxo. Outra coisa (ant.). 5. Linha de pauta ou papel pautado. Escassa. 6. Sétima nota musical. Simples (fem.). 7. Engordurar. Crio. 8. Transpira. Cabo grosso encabeçado num mastro do na-vio, ao qual serve de apoio lateral. Plural (abrev.). 9. Relinchar. Escudeiro. 10. Escavar. Ficar pior. 11. Aspecto. Todo o corpo que existe no espaço.

Verticais: 1. Monarcas. Vurmo. Partícula afirmativa do dialecto provençal. 2. Dar urros. Em tempo algum. 3. Governador de algumas províncias muçulmanas. Prover a mastreação de estais (Náut.). 4. Dor nos ombros. Prefixo (três). 5. Irritar. Grande porção (pop.). 6. Extraterrestre. O tio dos americanos. Sigla de very im-portant person. 7. Extremo ou ponta das vergas. Mulher que inspira (figurado). 8. Deixam de viver. Eles. 9. Caminho. Rio suíço. Artigo (abrev.). 10. Enfeitar. Misturar ou preparar com ópio. 11. Estampilhar. Correia dupla que sustenta o estribo. Depois do problema resolvido encon-tre o provérbio nele inscrito (4 pala-vras).

Solução do problema anterior:Horizontais: 1. Liana. Fica. 2. Salvo. Tonar. 3. Ache. Cássia. 4. Traste. Suo. 5. Aar. Entoa. 6. Nu. Bate. Vai. 7. Tara. Cera. 8. Sair. Uso. Tu. 9. LABIRINTO. 10. Da. Aro. Tela. 11. Ostra. Caras.Verticais: 1. Satanás. DO. 2. Lacrau. Alas. 3. Ilhar. Tia. 4. Aves. Barbar. 5. NO. Tear. Ira. 6. Centauro. 7. Tá. Te. Si. 8. Fosso. Conta. 9. Insuave. Ter. 10. Caio. Artola. 11. Ara. Miau. As.Título da Obra: No Labirinto do Centauro.

Oeste Norte Este Sul 1♥ 1♠passo 2♣ passo 2♠

passo 3♠ passo 4♠

Todos passamLeilão: Qualquer forma de Bridge. Carteio: Saída: 9♥. O jogador em Este faz a primeira vaza com o Ás de copas e vira uma espada. Oeste encaixa a Dama e o Ás de espadas, antes de jogar uma terceira volta de trunfo, Este balda duas copas. Qual o seu plano de jogo?Solução: É necessário fazer as restan-tes vazas, o que parece ser uma tarefa bastante complicada. Pelo leilão, pode-mos facilmente concluir que, as figuras que faltam tem de estar em Este, para justificar a sua abertura. Um expasse a paus seria fútil, pois falta uma entrada, posterior, no morto para poder alcan-çar os paus apurados. Existe uma outra hipótese, embora pequena, que é a de encontrar o Rei de paus seco em Este. Contudo, uma vez que já havíamos con-cluído que as figuras restantes têm estar na mão do abridor, existe uma outra linha de jogo, bem mais elegante. O que há a fazer é assegurar que na terceira volta de trunfo a mão fique em Sul. De seguida, ti-ramos mais três voltas de trunfo. O que guarda Este? Tendo QJ de copas, a Dama de ouros e o Rei de paus, Este é forçado

Dador: EsteVul: Todos

Problema 4732 Dificuldade: fácil

Problema 4733 Dificuldade: médio

Solução do problema 4730

Solução do problema 4731

NORTE♠ J95♥ 863♦ -♣ AQJ10972

SUL♠ K108764♥ K107♦ AKJ♣ 6

OESTE♠ AQ2♥ 94♦ 985432♣ 83

ESTE♠ 3♥ AQJ52♦ Q1076♣ K54

João Fanha/Luís A.Teixeira ([email protected]) © Alastair Chisholm 2008 and www.indigopuzzles.com

a largar a guarda de um desses naipes. Resta-nos encaixar Ás e Rei de ouros e o Rei de copas. A Dama de ouros caiu? Tiramos agora o Valete de ouros, espre-mendo Este, entre QJ de copas e Kx de paus. Balde Este o que baldar, o contra-to está cumprido, graças ao 10 de copas ou á Dama de copas. Caíram a Dama e o Valete de copas? O 10 de copas irá ser o carrasco de Este… Não caiu nada? Então pau para o Ás, o Rei cairá por certo. Esta técnica dá pelo nome de squeeze pro-gressivo ou triplo squeeze, origina o ga-nho de duas vazas independentemente das baldas do adversário apertado.Oeste Norte Este Sul 2♥*?*- Fraco, seis cartas e 5 a 10 pontosO que marca com a seguinte mão?♠A93 ♥9 ♦KJ8532 ♣KJ7Resposta: Intervir sobre uma abertu-ra em 2 fraco não é uma tarefa simples. Embora pareça automático marcar 3 ouros sobre 2 copas, não é bem assim. Na verdade, o nosso naipe de ouros não é assim tão bom, que possa permitir cin-co ou seis vazas no mesmo. E, se efeti-vamente marcarmos 3 ouros, o nosso parceiro irá falar sempre que tiver pelo menos 10 pontos de figura, conduzindo-nos para patamares mais elevados. O mais sensato é passar. Se o parceiro pu-der reabrir o leilão, então podemos afir-mar com algum conforto que a partida será uma boa aposta. Mas, se o parcei-ro passar, nada há a recear. É certo que os adversários poderão ganhar 2 copas quando nós tínhamos 3 ouros mas, se entramos em 3 ouros será pouco prová-vel que esse venha a ser o contrato final, catapultando-nos para um outro contra-to, desastroso. No final de contas, será menos grave os adversários ganharem 2 copas do que nós levarmos cabides num outro contrato como 3ST. A boa voz: passe.

MeteorologiaVer mais emwww.publico.pt

Page 39: 13 Março - PÚBLICO

PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | 39

Life&StyleVer mais emlifestyle.publico.pt/pessoas

Rihanna sonha com um Brown júnior

Michelle, Beyoncé e Zay-Z pirateados

Queriam tigres e leões, tiveram gansos e patos

Os gostos de David Bowie na segunda pessoa

A relação entre Rihanna e Chris

Brown continua em velocidade

cruzeiro, contra tudo e contra

todos e à vista de todos, via

Instagram. Apesar da instabilidade

emocional do rapper, a cantora

quer mais dele — quer um fi lho.

À revista Now Magazine, que sai

no início da próxima semana,

Rihanna voltou a falar do

assunto e disse que está pronta

para embarcar nesta aventura.

“Adoraria ter um rapaz — são tão

engraçados.” Será que vai ter a

beleza da mãe ou o ar carrancudo

e belicoso do pai?

Dados pessoais de personalidades

da política e celebridades do

espectáculo dos EUA terão sido

pirateados por um site cuja origem

(.su) se refere à União Soviética.

As autoridades americanas

abriram um inquérito. Estarão

em causa dados fi nanceiros como

números de segurança social,

dados hipotecários ou informação

bancária da primeira-dama Michelle

Obama, do vice-presidente Joe

Biden, de Beyoncé e do seu marido

Jay-Z, Hillary Clinton, Mel Gibson,

Paris Hilton, Ashton Kutcher e

Britney Spears, entre outros.

Não faltam ideias a Brad Pitt e

Angelina Jolie — depois de lançarem

um vinho, com grande sucesso,

decidiram criar um zoo para os seis

fi lhos na mesma propriedade onde

produziram o néctar dos deuses.

No Château Miraval, Brangelina,

colocaram cabras, lamas, gansos,

patos, galinhas, coelhos e emas.

Os petizes, diz o Sun, preferiam

tigres, leões, crocodilos e elefantes

mas os pais não foram na conversa.

Queriam um zoo exótico, tiveram

um zoo doméstico. Não é perigoso

e sempre podem fazer umas festas

na bicheza.

Talvez encorajada pelo reaparecimento musical de David Bowie, a sua ex-mulher Angie, hoje com 63 anos, decidiu também dar sinal de vida, através do Sun, para falar dos anos em que esteve casada com o cantor andrógino. Diz que Bowie teve um caso com Mick Jagger e que era um amante de jogos a três na cama, “tanto com mulheres como com homens”. Angie, americana, casou-se com David no final dos anos 60. Ele tentava gravar um álbum e dar gás à sua carreira de cantor pop. Angie diz que o incentivou a jogar com a sua ambiguidade e a sua sexualidade para criar uma personagem fora do comum, como ele fez com Ziggy Stardust. Garante que viu David “dormir com tudo o que mexia”. Em 1973, conta, encontrou o rolling stone Jagger na cama com o marido: “Estavam nus.” “Entrei no quarto e disse: ‘Bom dia! Os meninos estão prontos para o pequeno-almoço?’(...) Eles estavam tão bêbados que mal conseguiam falar.” Nobody’s Business, diriam Rihanna e Chris Brown...

PIERRE VERDY/AFP

PESSOAS

HOJE FAZEM ANOS

Estrela Novais, actriz, 60; Dana Delany, actriz, 57; William H. Macy, actor, 63; Neil Sedaka, músico, 74; Adam Clayton, baixista dos U2, 53; Charo, cantora, bailarina e comediante, 62; Edgar Davids, ex-futebolista, 40; Hugo Pedrosa, ex-futebolista, 41

Page 40: 13 Março - PÚBLICO

40 | DESPORTO | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013

“O objectivo é claramente marcar um golo”, assume Vítor Pereira

REUTERS

Jackson Martínez, durante o treino de ontem no Estádio La Rosaleda, palco do jogo desta noite

É o jogo mais importante da história

do clube, repetem alguns elemen-

tos ligados ao Málaga. O FC Porto

espera chegar aos quartos-de-fi nal

pela 8.ª vez — só na Taça/Liga dos

Campeões. A diferença de historial

entre FC Porto e Málaga, que hoje se

defrontam em Espanha, é enorme.

Mas a vantagem na eliminatória é

mínima, apesar do grande domínio

na primeira mão.

Os “dragões” não se importa-

riam decerto que o seu currículo,

e também o histórico das provas

europeias, ajudassem a desequi-

librar a seu favor um jogo que vai

ser disputado no La Rosaleda, que

esta época tem sido uma fortaleza.

“O objectivo é claramente marcar

um golo”, disse Vítor Pereira, cons-

ciente de que com isso estará muito

rente em relação ao encontro do

Dragão, considerou o treinador

portista. “Fundamentalmente, pe-

la necessidade que têm de marcar,

acredito que vão arriscar mais”.

Manuel Pellegrini, técnico do

Málaga, não tem lesionados, mas

não convocou o português Eliseu,

um jogador importante para o quar-

to classifi cado da Liga espanhola,

nem Portillo, por ambos terem re-

cuperado recentemente de lesão. O

central Oguchi Onyewu, empresta-

do pelo Sporting, também fi cou de

fora, mas por mera opção técnica.

O técnico chileno, ao contrário de

Vítor Pereira, não espera um rival

muito distinto do da primeira mão.

“O FC Porto é uma equipa com uma

mecânica de jogo muito clara, em

que o colectivo supera o individual, e

há apenas pequenas diferenças entre

o seu jogo em casa e fora do seu está-

dio”, explicou Pellegrini, que espera

um Málaga “de poucos erros”.

O comandante da equipa es-

panhola não vê ninguém favori-

to num “jogo de 180 minutos que

vai a meio” e está seguro de que o

pedigree europeu do FC Porto não

fará diferença. “Se pensarmos no

historial das duas instituições, o

Málaga não teria superado o Pana-

thinaikos na pré-eliminatória ou de-

pois equipas do potencial do Milan,

do Anderlecht e do próprio Zenit,

apesar do investimento milionário

que realizou”, disse Pellegrini, que

sabe que conta com jogadores com

muita experiência na UEFA, como

Demichelis, Toulalan, Saviola, Júlio

Baptista ou Santa Cruz.

Nos “dragões”, já se sabe, Pereira

já pode contar com João Moutinho

e Mangala. O português marcou o

único golo no primeiro jogo e é uma

arma importante para o FC Porto

tentar fazer com que o Málaga não

tenha outro jogo mais importante

da sua história esta época.

Marcar hoje em Málaga será mais de meio caminho andado para o FC Porto chegar pela 8.ª vez aos quartos-de-fi nal da Liga dos Campeões. Vantagem é dos portistas, graças ao golo de João Moutinho

Liga dos CampeõesManuel Assunção

Málaga 4-4-2

FC Porto 4-3-3

AntunesWeligtonDemichelis

Gámez

W. Caballero

Helton

Fernando

Jackson

DaniloOtamendiMangalaA. Sandro

JamesVarela

J.Baptista

Toulalan

Joaquín

Estádio La RosaledaMálaga

Árbitro: Nicola Rizzoli Itália

19h45TVI

Santa Cruz

Iturra

Isco

Moutinho Lucho

perto de sentenciar a eliminatória.

O FC Porto saiu vencedor das seis

eliminatórias anteriores com equi-

pas espanholas — e fê-lo marcando

sempre em Espanha.

Cerca de 70% das eliminatórias da

Liga dos Campeões que começaram

com um triunfo caseiro de 1-0 fi na-

lizaram de forma favorável a quem

estava em vantagem. A percentagem

é, também, parecida com a taxa de

sucesso dos “azuis e brancos” quan-

do ganharam no seu estádio por 1-0

na primeira mão: esse cenário acon-

teceu seis vezes, quatro delas (as úl-

timas) resolvidas com êxito.

Vítor Pereira assegurou que a sua

equipa não vai jogar só para defen-

der o resultado. “O nosso ADN é

claro, gostamos de ter iniciativa, de

ter a bola, de mandar no jogo, de

pressionar e de condicionar o jogo

do adversário”, referiu, citado pela

agência Lusa.

O adversário é que vai ser dife-

Bayern favorito

“Impossível, não”

Será uma enorme surpresa se o Arsenal conseguir virar a eliminatória em Munique depois de ter

perdido 1-3 com o Bayern, em Londres, mas Arsène Wenger fez o seu papel e declarou acreditar na reviravolta. “Impossível, não; difícil, sim. O importante é que temos uma grande experiência na Liga dos Campeões e, na Europa, já ganhámos praticamente em todo o lado. Por isso, temos o direito de acreditar”, afirmou o treinador francês. Nenhum clube superou, na Liga dos Campeões, uma desvantagem de dois golos sofrida em casa. Se o Arsenal não passar, o que é provável, será a terceira vez seguida que será afastado nos oitavos-de-final. O Bayern também defende a tese de que a eliminatória não está decidida. “É preciso agir como se a eliminatória estivesse 0-0, com uma defesa bastante cerrada”, sublinhou o capitão Philipp Lahm.

Page 41: 13 Março - PÚBLICO

PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | DESPORTO | 41

A tarefa era muito complicada, mas

para quem tem Lionel Messi não há

missões impossíveis. O Barcelona

garantiu ontem a qualifi cação para

os quartos-de-fi nal da Liga dos Cam-

peões após golear, em Camp Nou, o

AC Milan, por 4-0. Depois da derrota

na primeira mão, por 2-0, os cata-

lães igualaram a eliminatória ainda

na primeira parte, com um “bis” de

Messi, e selaram o apuramento no

segundo tempo, com golos de David

Villa e Jordi Alba.

A imprensa espanhola chegou a

dizer que “estava desaparecido” e

Daniel Alves, colega de balneário,

Messi desatou no nó, Villa e Alba deram o golpe final no AC Milan

confi denciou na véspera do jogo que

era “evidente” que o “10” do Barce-

lona nos últimos jogos tinha “estado

mais cabisbaixo”. Mas Messi, que

nas últimas quatro partidas até tinha

marcado três golos, é Messi. No mo-

mento em que a equipa catalã mais

precisava, o Bola de Ouro desatou

o nó que os espanhóis trouxeram

de Itália e liderou a “remontada”

que garantiu ao Barcelona a sexta

presença consecutiva nos “quartos”

da Champions.

Com Villa de regresso ao “onze”,

os catalães entraram a todo o gás e

os primeiros 20 minutos foram sufo-

cantes para os italianos. Logo aos 5’,

Messi, com toda a classe, colocou a

bola no ângulo da baliza de Abbiati,

inaugurando o marcador. Sem con-

seguir reagir, o AC Milan afastava a

bola da área como podia, mas Messi

(13’) e Xavi (17’) estiveram perto do

segundo. Duas grandes defesas de

Abbiati salvaram os “rossoneri”.

Após aguentar o primeiro assalto

com apenas uma ida ao tapete, o AC

Milan começou a conseguir respirar a

partir dos 20 minutos. Com o baixar

da intensidade de jogo por parte do

Barcelona (era impossível aguentar o

ritmo inicial durante muito tempo),

os milaneses começaram a surgir

mais vezes no meio-campo contrário

e, aos 38’, Niang teve uma oportuni-

dade de ouro: o jovem francês surgiu

isolado perante Valdés, mas rematou

ao poste. Na resposta, Messi não per-

David Andrade

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doou. Após uma recuperação de bola

de Iniesta, o argentino rematou de

fora da área e fez o 2-0.

Com a desvantagem trazida do

primeiro jogo anulada, o Barcelo-

na voltou a elevar o ritmo no início

do segundo tempo e, sem surpresa,

colocou-se na frente da eliminatória

aos 55’, com um golo de Villa. O AC

Milan fi cava obrigado a marcar para

se apurar, mas os italianos demora-

ram a livrar-se do colete-de-forças

catalão e, apenas nos últimos 15 mi-

nutos, conseguiram aproximar-se

da baliza de Valdés sem, no entanto,

criarem muito perigo. Já em período

de descontos, num rápido contra-

ataque, Alba fez o 4-0 e acabou com

as (poucas) dúvidas que restavam.

No outro jogo dos “quartos” dispu-

tado ontem, houve surpresa. Após

empatar a um golo na primeira mão,

em Istambul, o Galatasaray foi à Ale-

manha derrotar o Schalke por 3-2.

Neustädter (17’) e Michel Bastos (63’)

marcaram para os alemães, enquan-

to Altintop (37’), Yilmaz (42’) e Bulut

(90’+4’) fi zeram os golos que garanti-

ram o apuramento dos turcos.

Messi marcou no arranque e no final da primeira parte, encaminhando o triunfo do Barça sobre o Milan

“Não creio que o FC Porto vá variar a sua maneira de jogar”Manuel PellegriniMálaga

Page 42: 13 Março - PÚBLICO

42 | DESPORTO | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013

FPF investe um milhão de euros no relançamento da II Divisão

SÉRGIO AZENHA

O Sertanense vai ser um dos 35 clubes beneficiados por este programa de apoio

A Federação Portuguesa de Futebol

(FPF) vai distribuir mais de um mi-

lhão de euros por 35 emblemas da

II Divisão — um fi nanciamento en-

quadrado num programa de apoio

fi nanceiro, que tem por objectivo

ajudar os clubes a fazerem melho-

rias nas infra-estruturas e equipa-

mentos dos respectivos estádios. Os

contratos foram assinados ontem à

tarde pelo presidente da FPF, Fer-

nando Gomes, e os dirigentes dos

clubes presentes na cerimónia agra-

deceram a “pequena grande ajuda”

que vão receber por esta via.

Os dados a que o PÚBLICO teve

acesso mostram que, dos 35 clubes

cujos projectos foram aprovados,

apenas sete não vão receber a com-

participação máxima (36 mil euros)

atribuída pela FPF. A única candi-

datura rejeitada pelo organismo fe-

derativo foi a do Boavista, devido à

situação delicada que o emblema do

Bessa vive — qualquer verba atribuí-

da aos “axadrezados” fi caria cativa,

tendo em conta as dívidas por saldar

a dezenas de credores.

Em termos globais, o investimen-

to da FPF é superior a um milhão

e cem mil euros, o que representa

metade do valor total dos projectos

apresentados. O fi nanciamento será

aplicado na benefi ciação de balne-

ários e postos médicos (as rubricas

com mais projectos), mas também

na segurança dos estádios, nas con-

dições para os espectadores, nas zo-

nas de imprensa e lavandarias.

“Este programa só é possível gra-

ças a uma gestão fi nanceira criterio-

sa”, frisou Fernando Gomes, des-

tacando também a gestão anterior

da FPF, que “deixou património”.

“É uma pequena grande ajuda”,

admitiu o presidente do Mirandela,

João Maria Santos, após a cerimó-

nia. “Nesta altura as nossas infra-

estruturas estão muito degradadas e

fazem-nos falta uns bons balneários,

que foi ao que concorremos. Con-

corremos também para reabilitar a

lavandaria”, acrescentou.

Este investimento é feito tendo em

conta que, na próxima temporada,

haverá uma reformulação nos qua-

dros competitivos do futebol não-

profi ssional, que trará um novo mo-

delo à II Divisão. A actual III Divisão

será extinta e a nova competição vai

integrar 39 clubes que estão agora

na II Divisão, 19 da III Divisão, 19

dos campeonatos distritais e três

que descem da II Liga, num total de

80 equipas participantes. “Estamos

certos de que as melhorias que irão

ser introduzidas nos recintos des-

portivos serão fundamentais para

a nova II Divisão, que para o ano irá

arrancar. Queremos que esta seja

uma competição apetecível, não só

do ponto de vista competitivo, como

ao nível do conforto, que traga mais

pessoas para os estádios e permi-

ta contribuir para o surgimento de

novos valores no futebol nacional”,

sublinhou Fernando Gomes.

O concurso para este apoio fi nan-

ceiro foi lançado em Agosto e os pa-

receres técnicos sobre os projectos

foram responsabilidade do Instituto

Português do Desporto e da Juven-

tude (IPDJ). O fi nanciamento será

distribuído de forma faseada: 25%

na aprovação da candidatura, 25%

no início da concretização do inves-

timento, 40% com a conclusão do

projecto e 10% mediante a apresen-

tação do alvará emitido pelo IPDJ.

Protocolo assinado com 35 clubes atribui fi nanciamento para melhorar infra-estruturas e equipamentos nos estádios. Novo formato da competição entra em vigor na próxima temporada

FutebolTiago Pimentel

3 PERGUNTAS A FERNANDO GOMES

Que importância tem esta aposta na melhoria das infra-estruturas da II Divisão?É a concretização de mais um dos compromissos assumidos aquando da nossa candidatura [à presidência da Federação Portuguesa de Futebol (FPF)]. Dissemos que íamos dar especial atenção aos clubes do futebol não-profissional e estamos a criar melhores condições para a prática desportiva, nomeadamente condições de segurança, a nível dos balneários e da comodidade dos espectadores. Esse é um dos factores que também podem contribuir para o aumento de assistência nos jogos. Sentindo que havia algumas lacunas nos clubes da II Divisão, criámos

um programa de incentivos, definindo regras de acesso para a comparticipação do que era prioritário. Fizemos uma análise aos projectos apresentados e tomámos a decisão. Estamos a concretizar essa decisão, depois de fazer a avaliação dos projectos, de segmentar a verba disponível em função dos projectos apresentados.O valor global dos incentivos, que ascendem a 1,1 milhões de

euros, já estava definido?Tínhamos esta verba alocada para a melhoria das instalações desportivas dos clubes da II Divisão e foi distribuída em função da qualidade dos projectos e das prioridades que nós estabelecemos.Está satisfeito com o número de candidaturas recebidas?Vamos assinar 35 contratos, que é um número muito significativo. Só podemos estar satisfeitos por permitir que os clubes, através deste apoio, continuem a ser cada vez mais sustentados. A FPF, neste momento, tem uma situação sustentada, mas acima de tudo o que nos interessa é a sustentabilidade do próprio futebol, e nomeadamente do futebol não-profissional.

“O que nos interessa é a sustentabilidade do futebol não-profissional”

Apoios concedidos

Clube Projecto Apoio FPFAc. Viseu 87,5 36Amarante 47,9 36Carregado 160,5 36Fafe 50,3 36Nogueirense 40,3 32,2Oeiras 32,2 25,8Casa Pia 62,3 36 Fátima 55,9 36Mafra 65,3 36Pinhalnovense 45 36Quarteirense 117,3 36Ribeira Brava 4,9 3,9CF Benfica 105,8 36Cesarense 71,7 36Infesta 7,8 6,2Tirsense 148,9 36Vizela 66,3 36Gondomar 79,5 36GD Chaves 65,4 36Joane 39,4 31,5Ribeirão 81 36Tourizense 70 36Padroense 60,5 36Sertanense 56,3 361.º Dezembro 47,9 36Lusitânia 3,6 2,9Mirandela 31,3 25Torreense 66,5 36Bustelo 58,6 36Coimbrões 126,4 36Sp. Espinho 71,2 36 Farense 71 36S. João Ver 80 36Varzim 50 36Vilaverdense 50 36

* em milhares de euros

Page 43: 13 Março - PÚBLICO

PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | DESPORTO | 43

Gulbis , actual 67.º do ranking, era 21.º há dois anos

O quinto dia do BNP Paribas Open

fi cou marcado pelo tremor de terra

que se sentiu no deserto da Califór-

nia, onde se situa o Indian Wells Ten-

nis Garden. No entanto, o sismo, que

atingiu 4,7 na escala de Richter, não

abalou Roger Federer e Rafael Nadal,

que continuam em rota de colisão

nos quartos-de-fi nal. Mas para que

esse duelo seja realidade, ainda terão

de disputar uma ronda: o suíço com

Stanislas Wawrinka e Nadal com o

talentoso Ernests Gulbis.

“Da maneira que estou a jogar,

acredito que posso ganhar. Mais ce-

do ou mais tarde sei que vou ganhar

alguma coisa. Gosto de o defrontar

por causa da sua bola e do seu enor-

me efeito, é bom para o timing. Acre-

dito que se jogar o meu melhor ténis,

posso ganhar-lhe”, frisou Gulbis (67.º

mundial), depois de eliminar o italia-

no Andreas Seppi (20.º), por 5-7, 6-3 e

6-4, em pouco mais de duas horas.

O letão de 24 anos vem de ganhar

o torneio ATP 250 de Delray Beach e,

em Indian Wells, passou o qualifying,

num total de 13 encontros ganhos

consecutivamente. E, pela primeira

vez desde 2010, está nos oitavos-de-

fi nal de um Masters 1000.

A este ressurgimento de Gulbis,

que há dois anos subiu ao 21.º lugar,

está associado o novo treinador, Gun-

ther Bresnik (anterior conselheiro de

Boris Becker) e uma nova determina-

ção, que o levou a deixar os maus há-

Especial de 52,3km fecha 47.ª edição do Rali de Portugal

bitos de fumar e beber. Poderá esta

ser a sua segunda oportunidade de

chegar ao topo? “Já deve ser a tercei-

ra ou quarta oportunidade. Espero

que seja a minha última, aquela em

que eu consigo”, ironizou o letão.

Já Federer não teve problemas para

ultrapassar o croata Ivan Dodig (60.º),

por 6-3, 6-1, num encontro de 1h04m

que terminou com Federer a queixar-

se das costas. Um problema que o as-

sustou menos que o tremor de terra.

“Nos primeiros segundos, não tive

a certeza do que estava a acontecer.

Corri para fora de casa e não percebi

se o pior já tinha passado ou se ain-

da ia acontecer. Graças a Deus que a

minha família não estava em casa”,

contou o número dois do ranking.

Nadal nem jogou devido ao aban-

dono do argentino Leonardo Mayer

minutos antes do início do encon-

tro, pouco depois do abalo. “Fiquei

muito assustado. Estava na mesa de

massagem a preparar o meu aqueci-

mento e penso que a mesa se mexeu

ainda mais”, referiu o espanhol.

Tomas Berdych, Gilles Simon, Ri-

chard Gasquet e Kevin Anderson ul-

trapassaram igualmente a terceira

eliminatória.

No torneio feminino, Victoria

Azarenka sentiu difi culdades respi-

ratórias no começo do embate com

a belga Kirsten Flipkens (31.ª), mas

acabou por prevalecer, pelos parciais

de 3-6, 6-3 e 6-0. Pelo caminho fi cou

Ana Ivanovic (13.ª). A ex-número um

mundial parecia ter recuperado bem

após perder o set inicial para Mona

Barthel (28.ª), mas falhou na partida

decisiva: em três jogos não aprovei-

tou game-points e a alemã venceu,

com os parciais de 6-1, 3-6 e 6-0.

Caroline Wozniacki, Angelique

Kerber e Samantha Stosur também

passaram aos “oitavos”.

LEON NEAL/AFP

Ténis Pedro Keul

Nos oitavos-de-final do torneio de Indian Wells há ainda um duelo suíço: Federer contra Wawrinka

O Rali de Portugal 2013 sai para a estrada a 12 de Abril

Com a continuidade no Mundial em

mente, a 47.ª edição do Rali de Por-

tugal tem como principal inovação

uma especial de 52,3km, que vai

fechar, a 14 de Abril, os três dias de

competição. “Procurei encontrar

um percurso que fosse do agrado

das marcas concorrentes. O futuro

do Rali de Portugal está sempre em

causa e é importante que, em cada

ano, lhes ofereçamos o melhor que

temos. Quisemos inovar com uma

última classifi cativa de 52,3km, que

é algo de anormal no campeonato

do mundo e seguramente algo que

não existe na Europa”, explicou Pe-

dro Almeida, director da prova.

O responsável reconheceu que,

no continente europeu, onde na

próxima temporada só haverá seis

etapas do Mundial de ralis, não há

condições para fazer “um troço de

terra com esta extensão”, a não ser

na região onde a competição se

disputa, mais especifi camente em

Almodôvar.

“Tive a oportunidade de falar com

as marcas intervenientes, com os téc-

nicos, com os directores de equipa e

até com os pilotos e está tudo muito

receoso, porque não é fácil enfrentar,

como último troço do rali, uma clas-

sifi cativa com esta extensão e esta di-

fi culdade. Pode-se perder ou ganhar

tudo numa última classifi cativa”, re-

conheceu, citado pela Lusa.

Ernests Gulbis quer abalaro favoritismode Rafael Nadal

Com esta novidade reservada

para a última classifi cativa, o Ra-

li de Portugal terá o seu primeiro

momento decisivo no “Qualifying

Stage”, disputado em Vale Judeu,

a 11 de Abril, antes de a caravana

rumar ao Algarve, mais concreta-

mente para a Marina de Vilamou-

ra, onde, já de noite, decorrerá a

partida ofi cial.

As primeiras especiais de classi-

fi cação vão ter lugar na sexta-feira,

12 de Abril, com uma dupla passa-

gem pelos troços de Mú/Caldeirão

(20,32km) e Ourique (18,32km), an-

tes da “transferência” para Lisboa.

A superespecial da capital, que se

realizará uma vez mais na Praça do

Império, tendo como pano de fundo

o Mosteiro dos Jerónimos e o Centro

Cultural de Belém, mudou de horá-

rio para receber mais público, com

os primeiros pilotos a saírem para

a estrada a partir das 18h15.

A jornada de sábado será compos-

ta por um total de seis classifi cativas,

com duplas passagens em Santana

da Serra (32,1km), Vascão (25,3km)

e Loulé (22,78km).

No terceiro e último dia de pro-

va, cumprem-se quatro especiais

de classifi cação, com duas visitas a

Silves (21,5km) e Almodôvar, sendo

a última delas o “Power Stage”, que

atribui pontos extras aos três pilotos

mais rápidos. “É difícil prever o que

vai acontecer, mas que criámos as

condições para ter um rali que se

pode disputar até ao último metro,

isso é verdade”, assumiu Pedro Al-

meida.

Orçamento de 3,5 milhõesJá Carlos Barbosa, presidente do Au-

tomóvel Clube Português (ACP), res-

ponsável pela organização do even-

to, defendeu que “é muito impor-

tante continuar a haver a segurança

que tem havido” até hoje, para que

o Rali de Portugal se mantenha no

campeonato do mundo.

“Nós temos de continuar a ser

uma das seis provas a manter-se no

campeonato do mundo e uma das

razões é a segurança”, acrescentou,

especifi cando que a competição

portuguesa terá todas as equipas

de fábrica, um motivo de interes-

se ao qual se acrescenta a presença

de Robert Kubica, o antigo piloto de

Fórmula 1 que há dois anos sofreu

um grave acidente que o afastou da

alta roda da modalidade.

O Rali de Portugal decorre entre

12 e 14 de Abril, tendo arranque ofi -

cioso a 6 de Abril, com o WRC Fafe

Rali Sprint, e conta com um orça-

mento de 3,5 milhões de euros.

Automobilismo

A principal inovação do percurso de 2013 pretende ajudar a manter a prova no calendário do Mundial. Marcas estão receosas

Breves

Todo-o-terreno

Ciclismo

Despres deixa KTM, Ruben Faria continua na próxima época

Vincenzo Nibali revalida o título na Tirreno-Adriático

O piloto português Ruben Faria foi ontem apresentado como um dos membros da equipa de todo-o-terreno KTM, juntamente com o espanhol Marc Coma, o norte-americano Kurt Caselli e o chileno Francisco López. Pit Beirer, director da KTM Motorsports, afirmou que a equipa “quer capitalizar a enorme experiência e talento de pilotos como Marc Coma”, mas também “aproveitar as qualidades de novos e ambiciosos pilotos, como Caselli, Faria e López”. O algarvio foi segundo classificado no Dakar de 2013, atrás do francês Cyril Despres, antigo membro da KTM que abandonou a marca. O líder da equipa, Marc Coma, venceu o Dakar por três vezes, em 2006, 2009 e 2011.

O italiano Vincenzo Nibali (Astana) revalidou ontem o título de vencedor da Tirreno-Adriático, encabeçando um pódio de luxo, que incluiu o britânico Chris Froome (Sky) e o espanhol Alberto Contador (Saxo-Tinkoff). Nibali foi 12.º na crono-escalada de 9,2 quilómetros, em San Benedetto del Tronto, Itália, um resultado suficiente para manter a liderança conquistada na véspera e para ser o melhor do pelotão. “Estou contente com esta segunda vitória consecutiva, porque é um triunfo contra adversários de renome como Contador, Froome e Rodríguez”, disse o líder da Astana, que ficou a 23s do segundo classificado e a 52s do terceiro. O italiano é o primeiro corredor a conseguir a dobradinha, desde o suíço Tony Rominger (1989 e 1990).

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44 | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013

ESPAÇOPÚBLICO

EDITORIAL

Uma afronta ao Estado de direito

“A lei é dura mas é lei” (dura lex, sed

lex), lê-se nos frontispícios de muitos

tribunais. Num Estado de direito,

quando a lei julga actos praticados no

âmbito da acção política, poder-se-ia

dizer que a lei pode ser difícil de aplicar, que

o seu alcance é abusivo, que as suas medidas

de coacção são inaplicáveis, injustas até.

Mas ainda assim, a lei é a última fronteira

entre a barbárie da civilização, a linha que

separa o livre-arbítrio e o abuso da regra

comum a todos os cidadãos, o laço que, em

última instância, nos torna todos iguais e

nos protege do abuso do poder. Pode por

isso Macário Correia, e outros autarcas

sentenciados à perda de mandato, dizer o

que quiser sobre os seus casos especiais,

pode recorrer a todos os expedientes

processuais dilatórios, que, em substância,

A luta de Macário vai além da legítima defesa; tornou-se um aviltante ataque à democracia

nada se altera. Os tribunais são soberanos

e não fi ca bem a um eleito sob a égide de

um Estado de direito tentar fi ntar as suas

decisões com expedientes para assim se

furtar ao alcance da lei. Independentemente

do julgamento político que cada um possa

fazer sobre a decisão política que acabou por

determinar a perda de mandato de Macário

Correia, o que choca em todo esse processo

é ver um acórdão do Supremo Tribunal

Administrativo reconfi rmado pelo Tribunal

Constitucional reduzido a letra morta. O que

todo este degradante espectáculo revela não

é uma legítima defesa ou um justo combate

em favor da inocência: o que põe a nu é

um aviltamento do sistema judicial e, por

arrastamento, do Estado de direito. Macário

pode continuar a suster a condenação através

dos buracos processuais, chegar a Outubro

e ser reeleito em Faro. Neste país onde os

políticos degradam os valores que tinham o

dever público de defender, a impunidade,

por vezes, compensa. No fi nal, porém, não

serão eles os únicos derrotados com a erosão

da imagem da classe política e do regime

democrático; todos nós fi camos mais pobres,

revoltados e perdidos neste vazio ético e

neste deserto de cidadania.

Da competitividade

Aaplicação de critérios de

competitividade económica à

saúde tornou-se banal. O estudo

do Health Cluster Portugal, ontem

apresentado, vai nesse sentido e tem

ideias positivas. Presente na apresentação

desse estudo, Paulo Macedo reafi rmou

que não é possível manter a saúde que

temos com os impostos que os portugueses

“estão dispostos a pagar”. Ora, há uma

falácia neste argumento: os portugueses

estão sujeitos a uma carga de impostos

insuportável. Não se trata, portanto, de

uma questão de escolha. É imoral atirar

para o cidadão que paga impostos a

responsabilidade pelas inefi ciências do

sistema ou afi rmar que os serviços menos

efi cazes devem fechar, como se o princípio

da selecção natural fosse uma política

de saúde. O Estado tem de encontrar as

melhores soluções para um sector que

é de facto muito caro. Mas sabendo que

os portugueses não podem pagar mais e

têm direito a um serviço de saúde digno.

Resolver esta equação de forma satisfatória

seria um bom exemplo de competitividade.

Os artigos publicados nesta secção respeitam a norma ortográfica escolhida pelos autores

CARTAS À DIRECTORA

Desabafos

1. O senhor António Borges, o

papagaio-mor do actual Governo

para com a desgraça colectiva, não

pára de nos surpreender, o qual,

falando de “cima da burra” com

um desplante que raia a estupidez,

insulta todos os seus compatriotas

que menos ganham e quase nada

têm para sustentar pessoas que,

como ele, em vez de os defender,

ainda os enterra mais.

Então, caro concidadão Borges,

os 485€/mês deveriam ainda

ser menos para pagar qualquer

serviço prestado, ou até à borla?

Só gostava, mesmo sem ser

vingativo, que o senhor Borges

vivesse apenas um ano com tão

chorudo vencimento e depois

viesse a terreiro palrar acerca da

sua pródiga afi rmação que aos

outros concidadãos deseja e até

gostaria de impor.

2. O Vaticano, o Estado mais

As cartas destinadas a esta secção

devem indicar o nome e a morada

do autor, bem como um número

telefónico de contacto. O PÚBLICO

reserva-se o direito de seleccionar

e eventualmente reduzir os textos

não solicitados e não prestará

informação postal sobre eles.

Email: [email protected]

Contactos do provedor do Leitor

Email: [email protected]

Telefone: 210 111 000

pequeno do mundo, vai a votos

(em conclave) a partir de 12/3, a

fi m de escolher o novo Pedro, o

“guardador” que tem as chaves do

Céu na Terra.

E, sem fugir à regra, em que

as mordomias de uns poucos

são a miséria terrena de muitos

milhões, o fausto da corte

cardinalícia não se coaduna com

o despojamento que o Nazareno

viveu e divulgou ao longo dos seus

33 anos de existência.

Se há 2000 anos Ele pagou com

a vida o que apregoou e pregou,

acho mesmo inútil que Jesus

tivesse sofrido por todos nós os

vexames por que passou.

3. Um pobre pai de 43 anos, de

seu nome Anacleto, e seu fi lho

Tiago, de apenas dois inocentes

anos de vida, acabaram no fundo

de um poço, sem retorno possível.

E toda esta tragédia por causa

de difi culdades fi nanceiras difíceis

de ultrapassar, porque multidões

de Judas a troco de muitas

moedas a todos nós roubadas

lançam no abismo terreno os

mais desprotegidos, os quais, nas

ruas da amargura, num calvário

cada vez mais difícil de suportar,

decidem contra natura pôr fi m

à vida, quando o paraíso terreal

poderia ser acessível a todos, uma

vez que a todos foi legado pelo

Criador de todas as coisas visíveis

e invisíveis.

José Amaral, Vila Nova de Gaia

O nosso Presidente…

Será mesmo nosso? Ou será

como Salazar dizia: — Não

tenho as qualidades nem os

defeitos dos portugueses. É

verdade que Cavaco não é

um português típico. Mas a

comparação felizmente termina

aqui, o Presidente atual nada

tem que ver com o primeiro-

ministro do tempo da ditadura.

O que não se compreende

muito bem é a necessidade de

alguém tão doutorado, aluno tão

brilhante, com uma tão longa

experiência governativa, sinta

a necessidade tão frequente

de se autoelogiar. Ou profere

banalidades maçadoras ou puxa

dos seus galões para explicar

aos portugueses que só ele

sabe como agir efi cazmente,

deixando entender que tudo o

que o país obteve de positivo

foi graças ao seu trabalho

de bastidores. Mesmo sendo

verdade é de uma singular

imodéstia. Coloca-o muito acima

de todo e qualquer cidadão.

Mesmo o mais cavaquista, tem

difi culdade em explicar a atitude

do atual Presidente, a não ser

que em completo desacordo

com as presidências dos seus

antecessores deseje demonstrar-

lhes o caminho certo.

Raul Fernandes, Porches

Page 45: 13 Março - PÚBLICO

PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | 45

O caldo de cultura política insensata propala-se, como mal endémico, aos “ajudantes”

Se o director-geral é amigo do ministro fica dispensado de cumprir a lei?

Santana Castilho

A última manifestação, de 2

de Março, expôs, na rua,

o isolamento do Governo.

Gaspar e Passos são hoje

fi guras grotescas, que a

maioria dos portugueses

detesta. Arrogando-se de uma

infalibilidade destroçada pelo

incumprimento sistemático de

todas as previsões e de todas

as metas a que se propuseram, custasse o

que custasse, comportam-se como autistas

políticos e sociais. São colaboracionistas

perfeitos, porque estão sempre mais à

frente que as exigências dos ocupantes,

convencidos de uma inevitabilidade que

vai juncando o seu caminho de vidas

destroçadas. Este caldo de cultura política

insensata propala-se, como mal endémico,

aos “ajudantes” e, destes, às terceiras,

quartas e a todas as linhas da penúria

administrativa e burocrática que gera.

Segue-se a permissão clássica para os fi éis

calcarem a lei e transformarem o Estado

de direito no Estado dos amigos. Façam o

favor de visitar dois exemplos, que medram

no condado de Crato, com perfeito e cabal

conhecimento de destacados cortesãos:

1. Desde Julho de 2011 que a inépcia do

Ministério da Educação e Ciência permitiu

que transitasse para os tribunais aquilo

que tinha obrigação de ter resolvido num

minuto. Durante um ano e meio, o cargo de

director do Agrupamento de Escolas de Dr.

João Araújo Correia foi usurpado pela acção

de um impostor e pela omissão de vários

serviços do ministério. O director faleceu

ainda na pendência de um recurso e já não

conheceu a decisão defi nitiva da Justiça,

que mandou repetir o processo, com a sua

exclusão do concurso. Vejo, perplexo, que

o Conselho Geral do Agrupamento, que

deve dar cumprimento à decisão judicial,

é presidido por um recém-condenado a

prisão, com pena suspensa, e envolvimento

activo nos antecedentes. O Ministério da

Educação e Ciência assiste com candura

celestial. O meu prognóstico é que tudo vai

voltar aos tribunais, sob o conveniente sono

eterno da tutela.

2. Tenho à minha frente a documentação

de uma cena canalha, ocorrida a 26 de

Setembro de 2012, na Direcção Regional

de Lisboa e Vale do Tejo, presidida pelo

dr. José Alberto Duarte, agora director-

geral dos Estabelecimentos Escolares. Por

incompetência dos serviços, foi mandada

apresentar à junta médica uma professora

já aposentada, sobre a qual, obviamente,

o ministério não tinha poder hierárquico.

Apesar disso, a professora compareceu, com

o relatório médico pedido e o respectivo

dossier clínico. A presidente da junta

recebeu-a aos gritos. Recusou ver o dossier

clínico. Sem deontologia mínima, pôs em

causa o relatório do colega e a especialidade

do mesmo. Ignorante, fez exigências que

a lei não permitia. Malcriada, tratou com

desumanidade uma cidadã fragilizada por

doença grave e prolongada. Juntou-se ao

festim uma funcionária administrativa,

tão rude e ignorante como a médica. A

professora reagiu. No acto e posteriormente.

Requereu ao director regional a instauração

de um processo de inquérito, para

apuramento de responsabilidades. Narrou e

denunciou a forma bizarra de funcionamento

daquela junta médica, que chegou com

uma hora de atraso para atender cerca

de meia centena de professores doentes,

todos convocados para a mesma hora.

Questionou a relevância de pseudo-exames,

que duram dois a três minutos. Denunciou

a falsifi cação grosseira de um documento,

feita à sua frente, sem qualquer pudor.

Protestou conhecer os nomes dos membros

da junta, designadamente da presidente

(desconhecidos nos serviços, inclusive pelo

próprio chefe de divisão) com o intuito,

que referiu, de apresentar queixa à Ordem

dos Médicos. Requereu informação sobre a

entidade contratada, os termos contratuais

precisos e preço em que assentou o negócio

público que permitiu o funcionamento

daquela junta médica, cujo conhecimento

público permanece escamoteado, ao arrepio

das normas vigentes. O silêncio foi a resposta.

Dois meses volvidos, a professora invocou

o Código do Procedimento Administrativo

para saber do andamento do processo.

Citou os termos precisos dos preceitos

legais que estavam

a ser violados,

nomeadamente

o direito de obter

resposta no prazo

máximo de 10 dias.

Advertiu o então

director regional

para o boicote em

que incorria ao

exercício de direitos

que assistiam à

reclamante. Mais

dois meses de

silêncio. A professora

deduziu, então,

queixa disciplinar,

junto do secretário

de Estado do Ensino

e Administração

Escolar, contra o

dr. José Alberto

Duarte, entretanto

promovido a

director-geral dos

Estabelecimentos Escolares. E voltou a

requerer as informações sistematicamente

sonegadas. Já lá vai mais um mês de mudez

ofi cial. Agora temos mais um prevaricador.

Quem se julgam estes fi gurões? Quando

o director-geral é amigo do ministro, fi ca

dispensado de cumprir a lei?

Professor do ensino superior. Escreve quinzenalmente à [email protected]

Por incompetência dos serviços, foi mandada apresentar à junta médica uma professora já aposentada

Viva Terry Allen!

Não gosto de recomendar discos.

Mas, graças ao escritor Ben

Greenman no New Yorker de 4

de Março, descobri Terry Allen

e o mais recente álbum dele,

Bottom of the World.

Allen, que fará 70 anos

em Maio, é o fi lho redneck

que Leonard Cohen e Mary

Gauthier nunca tiveram, com

Paul-Marie Verlaine como padrinho e Joni

Mitchell como madrinha. É um poeta e um

declamador e, tal como os dois canadianos

que mencionei, é um pintor, poeta, cantor,

intérprete e compositor.

Eu, que até me orgulho de ocupar a maior

parte do meu tempo musical — tal como

quando tinha quinze anos — a ouvir a música

de músicos mais velhos e sábios do que eu,

nunca tinha ouvido falar de Terry Allen.

Estupidamente, quando era novo, não

segui o conselho do meu amigo de sempre,

Jaime Fernandes, de ouvir os losers, no

sentido nobre, da country music.

A canção que vou recomendar chama-se

Four Corners. Allen gravou-a em 1975 mas

só agora, no primeiro álbum em catorze

anos, é que atingiu a universalidade. Não

vá, por amor de Deus, ao YouTube, ouvi-

la. A versão que lá está não tem nada a ver

com a gravada voluntariamente. Mesmo

assim, custa que tenha apenas 249 views, já

contando com as minhas — e as dele.

Compre, por 99 cêntimos, a versão

no iTunes. Pense na imensidão que é

uma canção levar 38 anos para ser bem

interpretada. Se tiver mais um euro,

compre Emergency Human Blood Courier.

Não a vá ver ao YouTube, onde é muito má.

Respeite a gravação e será recompensado.

Miguel Esteves CardosoAinda ontem

BARTOON LUÍS AFONSO

Page 46: 13 Março - PÚBLICO

46 | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013

A escola integra ou exclui?

Ter sucesso na escola é

fundamental num país que,

apesar da melhoria dos últimos

anos, continua a ter taxas de

insucesso e de abandono escolar

entre as mais altas dos países da

UE. A escolaridade cumpre uma

função fundamental na proteção

dos cidadãos, na garantia de que

lhes são oferecidas oportunidades

de igualdade e que o seu potencial enquanto

pessoas será promovido. A Lei de Bases

do Sistema Educativo (Lei 46/86) apela ao

pleno desenvolvimento da personalidade

do educando, da formação do carácter e da

cidadania, permitindo assim que a educação

nos traga a aptidão para refl etirmos sobre

valores espirituais, estéticos, morais e

cívicos, ao mesmo tempo que fi sicamente

nos desenvolvemos de modo equilibrado.

Mas o esforço pela universalidade do

ensino não pode signifi car que damos a

todos por igual, pela simples razão de que

muitos nasceram diferentes e maior ainda

é o número daqueles que não tiveram as

mesmas oportunidades de desenvolvimento

antes de ingressarem na escola.

Quando uma criança ingressa no

sistema de ensino, traz já uma herança

que a diferencia das outras. Difi culdades

nos primeiros anos do ensino básico

deveriam ser imediatamente sinalizadas

e intervencionadas. Mas se a saúde e a

proteção de menores não derem uma

resposta atempada, adequada no foco e na

intensidade, os problemas persistirão. A

experiência do terreno mostra que o acesso

a tratamentos de saúde mental escasseia no

país e as medidas de proteção dos menores

pecam muitas vezes por serem demasiado

brandas ou chegarem tarde (quando

chegam!). Quantos profi ssionais ou equipas

existem capazes de intervir sobre famílias

no desenvolvimento de competências

de parentalidade? E quantos técnicos

devidamente qualifi cados estão disponíveis

para intervir com os alunos, procurando

atenuar as diferenças e ultrapassar as

difi culdades?

A generalidade das estratégias

adotadas para reduzir o insucesso passa

por maior tempo de aulas ou estudo

acompanhado, por intervenções a posteriori

e pelo encaminhamento para currículos

alternativos. São encaminhados para

currículos profi ssionalizantes alunos que

não revelam difi culdades cognitivas mas

que levarão consigo os mesmos problemas

de regulação emocional e comportamental

que manifestavam anteriormente. Este

amadorismo reinante e a ausência de

técnicos qualifi cados que auxiliem a escola

na intervenção com alunos “difíceis” têm

levado ao recurso a uma série de estratégias

que, em vez de promoverem a adesão do

aluno à escola, mais parecem contribuir para

acentuar a diferença, a alienação da escola e,

a longo prazo, a exclusão.

Muitos alunos não completarão com

sucesso razoável o ensino regular porque, de

certo modo, o mesmo está formatado para

que o não consigam. Não seremos capazes de

promover uma melhoria acentuada nas taxas

de sucesso enquanto circunscrevermos os

curricula a uma hegemonia de disciplinas de

base científi ca e tecnológica. A diversidade

das matérias e disciplinas lecionadas deve

ser maior, deve atrair à escola outros saberes,

outras formas de abordar os problemas da

vida e da sociedade. O teatro, a dança, as

artes devem entrar nos muros da escola

pela porta grande. Têm o mesmo mérito

e importância que a física, a matemática,

a química, as línguas, a geografi a ou a

biologia. Informam do mundo e da vida.

Onde está escrito ou demonstrado que é o

conhecimento de

natureza científi ca e

tecnológica que mais

realiza o homem?

Que estudos

fundamentam

ou sustentam tal

premissa?

O ensino básico

não pode continuar

a ser visto como uma

pré-fase do ensino

superior. Mas será

pior a emenda do

que o soneto se for

visto exclusivamente

como um currículo

preparatório do

ingresso no mercado

de trabalho.

Oferecer uma via

de ensino profi ssional parece necessário e

útil. Mas pode ser perigoso se a opção tiver

de ser feita muito cedo. Quando somos

novos, as escolhas vocacionais são sempre

instrumentais e podem estar ao serviço do

medo, da procura da facilidade ou mesmo

de crenças acerca da nossa incapacidade. O

ensino profi ssionalizante não deve repetir o

que acontece atualmente com muitos alunos

de cursos CEF, que só foram encaminhados

para esta modalidade devido a problemas

comportamentais ou motivacionais. A

escola deveria saber lidar com alunos

problemáticos e malcomportados. Não

pode continuar a resolver as difi culdades

encaminhando-os para modalidades de

ensino percecionadas como mais fáceis.

Menos ainda legitimar tomadas de decisão

apressadas com base na crença de que

estamos a preparar bem estes jovens para a

vida. Qual vida?

Professor na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra

Quando somos novos, as escolhas vocacionais são sempre instrumentais

Debate Sucesso escolarDaniel Rijo

Amor, abre a porta do quarou ninguém consegue ver-

Quando George Orwell escreveu

a obra 1984 e criou numa

frase um conceito que é uma

súmula sociopolítica, Big

Brother is watching you, nunca

supôs, aposto, que cem anos

depois a resposta fosse: Big

Brother, olha para mim!

Não apenas a privacidade

enquanto valor foi destruída,

também, e isto ainda dará pano para

mangas, está a sê-lo legal e metodicamente.

Na verdade, os costumes são como a

língua que falamos: a despeito da norma

há a realidade. Um exemplo: quem diz

desprezável quando o imenso coro afi rma

desprezível e esta forma de ser desprezado

já entrou no dicionário? Ninguém.

E isto vem a propósito do quê, pergunta

o meu querido leitor? Do fi m do mundo em

cuecas, como se dizia quando era pequena.

França anda num bruaá, mais uma vez,

em torno da vida sexual de Dominique

Strauss-Kahn [DKS]. Marcela Iacub, cronista

no Libération, e amante de DSK durante uns

meses do ano passado, escreveu um livro,

Belle et Bête, sobre a intimidade de ambos.

Um embuste a vários níveis.

1. A porta do quarto dos encontros

sexuais, mesmo dos de hotel, se se abre,

é para que alguém veja e porque algo

ou alguém se quer exibir: Marcela Iacub

escancarou a porta sem o consentimento e

com a oposição explícita de DSK, que estava

na cama com ela.

2. Interessaria a alguém entrar dentro do

quarto de Marcela Iacub se o outro na cama

não fosse DSK?

3. É amante o estatuto de quem

estabelece, mantém e manipula uma relação

sexual com o propósito de a rentabilizar?

O nosso Eça de Queiroz, muito limpo de

linguagem e livre do puritanismo que

alimenta este monstro da devassa, chamou-

lhe carne paga ao arrátel como a da vaca.

Não interessa quem paga, no caso a editora

Stock, está à venda e não era esse o pacto

inicial da relação entre Marcela Iacub e DSK,

ou DSK não teria recorrido à Justiça para

pedir o arrestamento de Belle et Bête. E nem a

Justiça, de mãos atadas mais do que os olhos

vendados, perante o condicionamento do

qualifi cativo obra de fi cção, teria obrigado a

editora a incluir nela a informação de que é

um grave atentado à privacidade de DSK.

4. Belle et Bête não é uma crónica de

costumes, não é um diário e muito menos

é literatura. E ao contrário do que o leitor

menos informado poderá julgar, Belle et

Bête diz muito mais sobre Marcela Iacub

do que sobre DSK. Dorme-se com um

homem público, para, adiante, contar que

se dormiu com ele e depositar no reconto

da relação a sexualidade fantasmática da

forma que melhor

explora a queda de

um titã mais que

caído? É uma acção

grosseira. É vulgar.

É vil. É, a coberto

da literatura e da

fi cção, e de uma

forma grotesca,

um exercício

canalha, impune e

aplaudido quando

infl ige a derradeira

humilhação àquele

que foi levantado

como tabu do

politicamente

correcto.

Esquecendo o

óbvio: o lado de

fora de qualquer

tabu, é o totem, e

neste em particular

estão gravadas as

camas onde todos

dormimos.

5. A crítica de

uma pretensa elite

intelectual que promove esta alcoviteirice

alarve a uma nova estética, e se regozija

diante da também pretensa originalidade

de tais linhas que são apenas lixo, é o caso

super-evidente de falta de cânone e de

leitura, a começar logo na história infantil,

A Roupa Nova do Rei, na qual o rei vestido

por um embusteiro nada usava e, assim

mesmo, a corte descrevia maravilhada

as sumptuárias vestimentas. Como o rei,

Belle et Bête, e por corte, esta pretensa elite

intelectual. Faltar-lhes-á Sade na estante e

imaginação na cama?

6. Se a genial autora não tivesse

referido que o porco era DSK, também

considerariam estar diante de uma obra-

prima?

Acredito, no entanto, que esta não seja,

A mise-en-scène substituiu a realidade, e a dinâmica relacional é a do exibicionista e do voyeur. Amanhã, DSK podemos ser nós. A privacidade pertence a um mundo que já não existe

Debate PrivacidadeEugénia de Vasconcellos

Page 47: 13 Março - PÚBLICO

PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | 47

rto nos

nem venha a ser a opinião dominante

sobre este expectável best-seller. Como

desprezável não o é na linguagem. Em todo

o caso, para que se entenda: é desprezível.

Voltemos a 1984, de George

Orwell.

RIOT. Fixe este nome ao

qual, no mês passado, o inglês

Guardian dedicou um artigo,

e a portuguesa Visão uma

nota: RIOT. Uma tecnologia,

no caso um software, criada

com propósitos militares pela

empresa Raytheon, à venda a

quem quiser pagar por ela. O que oferece?

Tudo sobre si: horários, hábitos de trabalho,

alimentares, viagens, família, relações

pessoais. Como? Com os dados que lhe dá de

bandeja. Big Brother, olha para mim…

Em cada fotografi a tirada com o seu

smartphone, que regista hora, data, latitude

e longitude, em cada post do seu Facebook,

no cruzamento dos seus mil amigos

desconhecidos com os seus familiares e

colegas de escola, nos emails profi ssionais

e pessoais, quando passa na portagem, em

cada compra com o seu cartão de crédito,

e com os seus cartões de cliente, nas ruas

pejadas de câmaras onde passeia com os

miúdos e o cão, está aberta uma porta que

jamais voltará a fechar-se: a da sua vida.

O novo lugar público não é a Casa dos

Segredos que veio substituir o antigo Big

Brother, líder de audiências.

O novo lugar público é o espaço privado

que nele caiu — nem sequer é a sua casa. O

novo lugar público é você e sou eu. Desde o

dia em que decidimos que ser é comunicar

que se é, a mise-en-scène substituiu a

realidade, e a dinâmica relacional é a do

exibicionista e do voyeur. Amanhã, DSK

podemos ser nós. A privacidade pertence a

um mundo que já não existe.

Poeta, escritora, blogger

JIM WATSON/AFP

Eleição papal: um convite à meditação

Fará sentido um ateu preocupar-

se com o que está a acontecer

na Igreja Católica (IC) e com os

destinos do Vaticano? Não deverá

permanecer indiferente a tais

aconteceres, incluindo a escolha

papal? Deverá regozijar-se com

o espectáculo de defi nhamento

da Igreja? A minha resposta a tais

interrogativas é Não. Do mesmo

modo que a não pertença a uma nação

não legitima a atitude de indiferença face

a uma ditadura que a fl agele, servida por

defi cientes morais no governo; isto por mais

distante que seja essa nação, como no caso

da Coreia do Norte. Qualquer pessoa de

bem deseja que os países, as instituições, as

elites do poder sejam mostra de elevação,

de crescimento civilizatório, de salubridade

ético-política, de banimento daquilo a que

Kant chamou menoridade.

A sucessão de acontecimentos no

Vaticano é de inequívoca relevância para

qualquer cidadão praticante, ou seja,

para todo o sujeito intelectualmente

desperto, inteligentemente motivado a

permanecer em estado de vigília cívica.

Os acontecimentos fornecem generosa

colecção de conteúdos de refl exão/

problematização, favorecendo a construção

fundamentada de respostas esclarecidas e

esclarecedoras.

Uma primeira conclusiva que parece

entrar por fi m na esfera das evidências

pode enunciar-se assim: a religião não

melhora as pessoas, não aperfeiçoa o ser

humano. A Cúria, composta, em teoria,

pelos homens de mais densa fé religiosa,

é afi nal uma montra de horrores — vícios,

abusos, traições, assédios morais, ou, para

tudo dizer com católica terminologia, é

uma montra barroca repleta de pecados

— de grandes pecados (pedofi lia, fraude,

negócio de armas).

Outra coisa que desejo ver entrar

no domínio da evidência, apagando

persistente engano, é a conclusão de

que nem todas as opiniões merecem

consideração. Muito pelo contrário:

opiniões há, e não poucas, que não

merecem o menor respeito, nem no plano

intelectual nem no plano moral.

O caso em apreço é exuberantemente

exemplifi cativo. Eis o ponto essencial a que

pretendo chegar.

Em cada momento histórico, os seres

esclarecidos estão munidos de um conjunto

de ferramentas imateriais; têm, digamos

assim, um kit básico da mente esclarecida.

Ora acontece que hoje o pensamento

e a acção da IC colidem frontalmente

com esse equipamento. A contradição

ganhou foros de aberração. E mesmo para

quem, como eu, está ciente da infi nitude

da estupidez humana não deixa de ser

incomodativo observar o gigantismo de

certas falácias, incongruências, cegueiras.

Vejamos: os cardeais são vistos na azáfama

do manobrismo político, do jogo de

infl uências, da luta dos lóbis (mais ou

menos gays). Mas do mesmo passo todos

eles, sem excepção, declaram que “é o

Espírito Santo que vai decidir quem é o novo

Papa”. Pode isto merecer consideração?

Então os Srs. Cardeais insultam o Senhor

de forma tão descarada? Se é verdadeira

a divina intervenção do Espírito Santo na

escolha papal, porquê então a azáfama?

Porquê tanta preocupação terrena, tanto

jogo político de bastidores, tanto afã no

arquitectar de

infl uências, tanto

manobrismo de

fazer inveja a

qualquer partido

político? Como

podem os cardeais

ser tão descrentes

da infl uência

divina? Como

podem estar tão

despidos de fé? Não

fi cam os católicos

horrorizados

com essa nudez

herética? Ao cabo

de contas, verifi ca-

se que os máximos

responsáveis da

IC, entre os quais

está o próximo

sumo pontífi ce,

acreditam tanto

no infl uir do divino Espírito Santo quanto

eu, céptico ateu crítico-racionalista. Mas

há mais. Imagine-se que a partir de hoje se

estabelecia que Portugal passava a ser um

Estado religioso, como os há com fartura

no mundo islâmico. Imagine-se que as

mulheres lusas fi cavam proibidas de votar

e de exercer o cargo de Presidente da

República, primeiro-ministro, ministro,

etc. Que diriam as nossas católicas?

Como reagiriam? Será que se resignavam,

advogando a docilidade de rebanho?

Ficariam passivamente indiferentes a essa

escabrosa injustiça, quando a nobre ideia

de igualdade, pilar civilizacional, triunfou

há mais de duzentos anos? Não posso nem

quero acreditar que assim fosse. Porém,

assim é quando em vez de Portugal se fala

do Vaticano.

É admissível que uma religião possua um

Estado? Como aceitar com tranquilidade,

sem sobressalto ético-político-cultural, a

existência no coração da Europa de um

Estado religioso, decorridos que estão

mais de duas centúrias desde o triunfo

da Revolução Americana e da Francesa

que nos legaram a noção de Estado de

direito democrático, precioso fruto do

esforço de alguns dos melhores espíritos

do Iluminismo? Vêm então evocar “a fi gura

de Deus”, o deus cristão — que, convirá

recordar, é um dos cerca de dois mil deuses

demiúrgicos recenseados, tendo todos em

comum o facto reconhecido de nunca ter

sido provada a presença de nenhum deles

—, colocando a sua existência como Verdade

absoluta, coisa que, se transposta para fora

do espaço puramente religioso e aí aceite,

uma só vez que seja, escancara de imediato

a porta ao irracionalismo caótico. Tudo

passa a ser intelectualmente permitido.

Se não é exigida verifi cação racional, se o

que nem sequer é asserção objectiva (por

ausência de provas) for aceite como verdade

absoluta universal, então eu quando for dar

uma aula, fazer uma conferência ou botar

palavra em letra de forma posso dispensar

o esforço do estudo sério e abraçar o

atraente e vantajoso facilitismo da pura

imaginação à solta. Poderei então apregoar

descobertas fantásticas, evocando

conversas com uma fada empoleirada

no pinheiro do meu jardim ou com o

extraterrestre que veio tomar o pequeno-

almoço a minha casa, estacionando o

disco voador à minha porta, ou até uma

cavalgada com as renas do Pai Natal.

Como é que esta avalanche múltipla de

desonestidade intelectual desavergonhada

não gera vagas de indignação do tamanho

das do tão em voga canhão da nossa

costa oceânica, vagas apropriadamente

nazarenas? Como pode esta imensa

colecção de despautérios não gerar

movimentos de católicos indignados?

Como se pode tolerar tanto arcaísmo

intelectual, tanto anacronismo político-

social, tantos maus tratos infl igidos aos

valores civilizacionais, tanta presença de

defi cientes morais e intelectuais no poder?

Desejoso de ver a IC expurgada de

pecados, deposito aqui os meus mais

sinceros votos de que o novo Papa e a

Cúria renovada consigam edifi car uma

religiosidade genuína, despida de bullshits,

para usar o termo que o fi lósofo americano

Harry Frankfurt trouxe para o léxico

fi losófi co. Uma religiosidade favorecedora

da elevação, da honestidade intelectual e da

matura acção civilizatória. É este o franco e

são desejo deste confesso ateu religioso.

Filósofo

Sumo pontífice ou sumo decaimento da honestidade intelectual e da elevação civilizatória?

Debate Vaticano e Igreja CatólicaJoão Maria de Freitas Branco

ERIC GAILLARD/REUTERS

Page 48: 13 Março - PÚBLICO

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ESCRITO NA PEDRA

“Querer não é poder. Quem pôde, quis antes de poder só depois de poder. Quem quer nunca há-de poder, porque se perde em querer” Fernando Pessoa (1888-1935), poeta português

I S S N : 0 8 7 2 - 1 5 4 8

QUA 13 MAR 2013

Contribuinte n.º 502265094 | Depósito legal n.º 45458/91 | Registo ERC n.º 114410 | Conselho de Administração - Presidente: Ângelo Paupério Vogais: António Lobo Xavier, Cláudia Azevedo, Cristina Soares, Miguel Almeida, Pedro Nunes Pedro E-mail [email protected] Lisboa Edifício Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte, 1350-352 Lisboa; Telef.:210111000 (PPCA); Fax: Dir. Empresa 210111015; Dir. Editorial 210111006; Agenda 210111007; Redacção 210111008; Publicidade 210111013/210111014 Porto Praça do Coronel Pacheco, nº 2, 4050-453 Porto; Telef: 226151000 (PPCA) / 226103214; Fax: Redacção 226151099 / 226102213; Publicidade, Distribuição 226151011 Madeira Telef.: 934250100; Fax: 707100049 Proprietário PÚBLICO, Comunicação Social, SA. Sede: Lugar do Espido, Via Norte, Maia. Capital Social €50.000,00. Detentor de mais de 10% do capital: Sonae Telecom, BV Impressão Unipress, Travessa de Anselmo Braancamp, 220, 4410-350 Arcozelo, Valadares; Telef.: 227537030; Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas, SA, Estrada Consiglieri Pedroso, 90, Queluz de Baixo, 2730-053 Barcarena. Telf.: 214345400 Distribuição Logista Portugal – Distribuição de Publicações, SA; Lisboa: Telef.: 219267800, Fax: 219267866; Porto: Telef.: 227169600/1; Fax: 227162123; Algarve: Telef.: 289363380; Fax: 289363388; Coimbra: Telef.: 239980350; Fax: 239983605. Assinaturas 808200095 Tiragem média total de Fevereiro 40.323 exemplares Membro da APCT – Associação Portuguesa do Controlo de Tiragem

Decorre de queixa-crime apresentada pelo consórcio que perdeu concurso p10

6,5% dos empréstimos eram para os bancos de cobrança duvidosa, em Janeiro p18

Venezuela: o desespero de quem tenta gerir o seu dinheiro. A.C.P., Caracas p24/25

Helicópteros: DIAP investiga falsificação em concurso

Crédito malparado sobe para novos máximos

“O que faço com o dinheiro? Não o posso tirar daqui”

Euromilhões

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15.000.000€1.º Prémio

SOBE E DESCE

Lionel Messi

Numa reviravolta extraordinária, o Barcelona goleou ontem

o AC Milan por 4-0, depois de ter perdido por 2-0 em Milão, e apurou-se para os quartos-de-final da Liga dos Campeões, quando muitos previam a eliminação da equipa catalã. Os dois golos do argentino na primeira parte permitiram ao Barça o regresso à discussão da eliminatória. Foi a resposta de Messi às críticas sobre a sua menor produção nas últimas semanas. (Pág. 41)

Fatih Terim

Se em relação ao Barcelona havia uma expectativa,

em relação ao Galatasaray ela era diminuta, por isso pode considerar-se a sua

permanência na Champions como uma surpresa, ao eliminar na Alemanha o Schalke 04. O sonho do

futebol alemão de colocar três equipas nos quartos-de-final foi travado, mas duas — se o Bayern de Munique se juntar ao Borussia de Dortmund — já será muito bom.(Pág. 41)

António José Seguro

Tal como se esperava, a proposta do PS para acordos

com o BE e o PCP para as próximas autárquicas não teve o sucesso que Seguro aguardaria. Jerónimo de Sousa disse peremptoriamente não. João Semedo, do BE, foi politicamente correcto. Manifestou abertura para uma reunião com os socialistas, mas foi dizendo que esses entendimentos só avançariam a três. Ou seja, se o PCP também alinhasse. De resto, Semedo já tinha dito o mesmo a propósito da Câmara do Porto. (Pág. 6)

Alberto João Jardim

Num discurso recorrente e boçal, o líder da Madeira aproveitou a

moção de confiança ao seu Governo, apresentada no Parlamento regional, para atacar o Governo da República em vez de se centrar na defesa das políticas e acção do seu executivo, afinal o motivo da sua presença alí. Para tapar os olhos dos madeirenses, Jardim voltou aos argumentos de sempre, acenando com a ameaça da independência.(Pág. 8)

CONSOANTE MUDA

O estertor do partidismo

Quando esta crise começou,

e Portugal elegeu um

governo minoritário

em setembro de 2009,

escrevi que os anos

seguintes nos trariam

um novo parlamentarismo ou

novo presidencialismo. Pois bem,

errei. Sobrestimei a capacidade

de regeneração do sistema

político português. O que estes

anos trouxeram foi o estertor do

partidismo.

Que Portugal é um país

pseudoparlamentar prova-o

o facto de todos os partidos

exercerem uma férrea disciplina

de voto sobre os seus deputados,

contra a Constituição, e falarem

alegremente em retaliar contra

os raros recalcitrantes. Prova-o

o facto de tantas carreiras

partidárias se resumirem a dois

testes: escolher o cavalo certo

e segui-lo até ao fi m. Prova-o o

facto dos pseudo-alargamentos

dos partidos a independentes

serem vistos, logo no dia a

seguir às eleições, como uma

mera oportunidade para

neutralizar a independência dos

independentes.

Ora independentes, em

rigor, deveriam ser todos os

Rui Tavares

representantes eleitos. Pois eu não

posso acreditar na capacidade de

um deputado fazer frente a um

lobby, uma tentativa de corrupção

ou um suborno, se esse mesmo

deputado muda de voto ou cala

uma crítica pela mera sugestão de

que possa ter caído em desfavor

do chefe e perder o lugarzinho

elegível nas próximas listas.

Que a política partidária

portuguesa tenha encontrado

todas as manhas para criar

este estado de coisas, mas seja

singularmente destituída de

imaginação para as subverter,

explica grande parte do nosso

desgoverno. Além de ser um país

de exclusão social e de exclusão

económica, Portugal é um país

de exclusão política — e estas três

exclusões não deixam de estar

relacionadas.

Vai porém engrossando o caudal

de gente que quer denunciar esta

forma de exclusão e combatê-

la. Refi ro-me em particular

ao manifesto lançado ontem,

preconizando uma reconstrução

do regime democrático, e que foi

assinado por sessenta pessoas,

incluindo Elísio Estanque,

Henrique Neto, Manuel Maria

Carrilho, Vasco Lourenço e

(declaração de interesses) também

por mim.

As propostas feitas são

muito simples. Em primeiro

lugar, exorta-se os partidos a

promoverem “eleições primárias

abertas aos cidadãos na escolha

dos candidatos a todos os cargos

políticos” — não as chamadas

“diretas”, dominadas por

sindicatos de voto, mas eleições

acessíveis a qualquer cidadão.

Em segundo lugar, propõe-se a

possibilidade de “apresentação

de listas nominais, de cidadãos,

em eleições para a Assembleia da

República, tornando obrigatório

o voto nominal nas listas

partidárias”, e deixando assim

o eleitor escolher os deputados

fora da ordenação que a direção

partidária mandou. Em terceiro

lugar, propõem-se regras de

fi nanciamento partidário mais

equitativas e transparentes.

Como todas as lutas contra

a exclusão, esta luta contra a

exclusão política terá de ignorar o

preconceito. Aquele que diz que

quem assina um texto destes é

certamente movido pela busca de

poleiro, pelo desejo de aparecer

ou pela vontade secreta de fazer

um partido. Todas estas coisas

ditas, acrescente-se, como se

fossem um estigma, e postas a

correr pelos mesmos políticos de

partido que se queixam do estigma

correspondente — mas não se

eximem de reforçar o preconceito

contra os partidos e a política,

se isso lhes permitir manter a

exclusividade do seu território.

O partidismo não se importa de

levar para o fundo o país, e aliás

nem mesmo o partido. Constituiu-

se agora no seu próprio fi m e

sustento.

Historiador e eurodeputado

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Sabia que: “Foi a 15 de Maio 1946 que

a Air France abriu a rota Paris-Lisboa?”

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