17 março - pÚblico
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Governo quer disciplinar prescrição de antibióticosGoverno lançou plano para combater o uso excessivo de antibióticos e o aumento das infecções hospitalares. Autoridades de saúde preocupadas com as consequências da perda de efi cácia dos antibióticos Destaque, 8/9
Os ingleses chamam-lhe gap year e o PS quer que seja introduzido um ano sabático que permita aos jovens conhecer o mundo p10/11
Adolescente morreu ontem depois de alegada perseguição pela polícia. PSP não confi rma acusações de moradores de que disparou sobre ele. p12
Um ano sabático entre o 12.º ano e a universidade?
Papel da polícia em morte de jovem gera tensão em Setúbal
VATICANOA IMPORTÂNCIA DE SE CHAMAR FRANCISCO: POLÍTICOSE CRENTES RESPONDEMA reportagem de Sofia Lorena, em RomaDestaque, 4 a 8
ALBERTO PIZZOLI/AFP
Semedo: candidatura a Lisboa é para recuperar vereador para o Bloco p13
Ano XXIV | n.º 8376 | 1,60€ | Directora: Bárbara Reis | Directores adjuntos: Nuno Pacheco, Manuel Carvalho, Miguel Gaspar | Directora executiva Online: Simone Duarte | Directora de Arte: Sónia Matos
DOM 17 MAR 2013EDIÇÃO LISBOA
COMOLIDAMOSCOM O ERROSOCIEDADE
ELES ESCOLHERAM PORTUGAL E NEM A CRISE OS AFASTAREPORTAGEM
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CHIPREEUROPA IMPÕE TAXA SOBRE DEPÓSITOS BANCÁRIOS SEM PRECEDENTE PARA AVANÇAR COM RESGATE FINANCEIRO Economia, 16/17
O Papa Francisco disse ontem que queria ter “uma igreja pobre e para os pobres”
2 | PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013
EDITORIAL
O novo Papa e o poder do simbólico
OPapa Bergoglio explicou ontem, de
forma minuciosa, aos jornalistas que
acompanham a transição no Vaticano,
o caminho que o levou a escolher o
nome de Francisco e o signifi cado
desse nome. “Para mim, é o homem da
pobreza, o homem da paz, o homem que
ama e protege a criação, com o qual hoje
temos uma relação que não é tão boa, não
é?”, disse o Papa sobre Francisco de Assis,
em nome de quem se propõe devolver a
Igreja à sua missão original, uma igreja que
ele quer que seja pobre e dos pobres.
Muitos dos jornalistas que o ouviram na
Aula Paulo VI eram não-crentes ou crentes
de outras religiões e a todos o Papa saudou,
no fi nal, reconhecendo as diferenças
entre todos os que ali estavam. Afi nal, a
O dogma teocrático já não existe, mas vivemos sujeitos ao dogma tecnocrático dos números
Igreja, essa Igreja anacrónica, minada por
dentro por intrigas, pela corrupção e pelo
escândalo da pedofi lia, ainda consegue
atrair as atenções do mundo todo. Talvez
isso aconteça porque o mundo inteiro
está neste momento num impasse. E esse
impasse é político ou, melhor dizendo,
tem a ver com um impasse da política.
Nomeadamente nesta Europa que perde
agora para a América do Sul o monopólio do
papado que ciosamente preservou durante
mais de um milénio.
Fustigados pela austeridade, pelas troikas
e pelas dívidas soberanas que é preciso
pagar, os cidadãos europeus deixaram de
ter capacidade de intervir politicamente
nas suas sociedades. E isso não decorre
apenas do facto de viverem sob um diktat
exterior (um diktat alemão). Decorre do
facto de a política ter sido substituída
por um jogo de números, os números da
economia, aparentemente inexoráveis e
realistas. Ainda que, na verdade, eles sejam
falaciosos e enganadores, como o atestam as
previsões regularmente erradas do ministro
das Finanças português. Supostamente, os
números dizem que não é possível outra
DOMINGOPÚBLICO
política que não a dos números, que afi nal
de contas estavam errados.
Por trás desta matemática, e da sua
falsa objectividade, estão convicções,
uma teoria económica, que, assumindo
a verdade de um dogma, se sobrepõe ao
político. E fá-lo à escala transnacional das
políticas europeias ou pela forma como os
mercados controlam em última análise as
democracias.
Noutro tempo, o papado e a Igreja eram
fonte de dogmas absolutos pelos quais os
homens do Ocidente estavam obrigados
a reger-se. O aggiornamento da Igreja
ainda está longe de ser completo, mas ela
habituou-se a viver com as diferenças, a
partilhar o espaço do simbólico que antes
queria para si como um monopólio.
Nas democracias europeias, desapareceu
a capacidade de mudar o quotidiano
através do simbólico, das ideias, do
político. Passámos do dogma teocrático ao
dogma tecnocrático. Por isso um Papa se
torna parte de uma esperança — que, um
dia, as palavras voltem a valer mais que os
números. Até porque as palavras podem
ter mais do que um signifi cado.
CARAS DA SEMANA
Fernando PintoO aterradoAterrado com as consequências da
greve, fez os sindicatos aterrar
O presidente da TAP estava
certamente aterrado com o
crescimento do volume de reservas
que iam sendo canceladas à
medida que a greve na companhia
se aproximava. Através da arte bem
portuguesa de dar a volta ao texto,
e com uma mãozinha do Governo,
encontrou maneira de contornar
os cortes salariais impostos
pelo Orçamento do Estado, que
o falhanço na privatização da
empresa tornara incontornáveis.
O homem que estava aterrado
conseguiu assim fazer aterrar a
greve. Para benefício da empresa
que lidera, sem dúvida. Mas,
quanto ao Governo, fi ca de novo
provado que quem pode, pode, e
quem não pode leva um corte.
Alice VieiraA candidataAo apresentar-se pelo PS em Mafra,
fez uma opção de cidadania
A autora de Às Dez a Porta Fecha
parece não ter medo que o
Partido Comunista, onde milita
há anos, lhe feche a porta, por
ter aceite apresentar-se como
candidata à presidência da
Assembleia Municipal de Mafra
pelo PS, na lista liderada por Elísio
Summavielle. Em comunicado,
os comunistas queixam-se de
quebra de confi ança. Na resposta,
a escritora diz não pagar quotas
há anos e que, em eleições
autárquicas, valem as pessoas
e não os partidos. Subscrevem-
se o princípio e a liberdade de
Alice Vieira, que conhece Mafra
há muitos anos, em escolher um
projecto político em consciência.
É uma maneira de abrir portas.
PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013 | 3
Ricardo GusmãoO preventorO suicídio é um tema tabu. Este
psiquiatra está a combatê-lo
A primeira aplicação em Portugal
de um programa europeu de
combate ao suicídio (o OSPI)
permitiu reduzir em 23,3% a
taxa de tentativas de suicídio no
concelho de Amadora, onde foi
implementado. O psiquiatra por
trás dos resultados positivos deste
plano, baseado numa abordagem
multidisciplinar, chama-se Ricardo
Gusmão. O suicídio é um tema
tabu nas nossas sociedades e o
psiquiatra deixou recomendações
sobre grupos etários e concelhos
que exigem vigilância especial. Os
media são parte desta conversa:
Gusmão critica o efeito mimético
das notícias. Há um debate a ter
aqui. Também sem tabus. Todas
as notícias? Algumas notícias?
Rei AbdullahO carrascoA execução de sete jovens é um
atentado aos direitos humanos
Nasser al-Qathani tinha 15 anos
quando assaltou uma joalharia em
Abha, na Arábia Saudita. É um dos
sete jovens executados há dias por
roubos que cometeram quando
era menores. Foram fuzilados,
perante o silêncio sufocante da
comunidade internacional. O
rei Abdullah, que autorizou as
execuções, foi insensível aos
apelos das organizações de defesa
dos direitos humanos. O petróleo
parece ser o biombo perfeito
para manter ocultos os crimes
de regimes como o saudita, que
se rege por leis fundamentalistas
e onde a justiça não existe. As
execuções envergonham a Arábia
Saudita e todos os que fi zeram de
conta que não as viram.
Laura BoldriniA presidenteCandidata em nome das mulheres,
vai presidir ao Senado italiano
As eleições de Fevereiro não
levaram a Itália para o pós-
Berlusconi, mas a eleição de
Laura Boldrini, de 52 anos, para
a presidência do Senado é uma
bofetada de luva branca no
Cavaliere. Antes das eleições,
disse ao PÚBLICO que a Itália
tinha chegado ao Ano Zero da
civilização e que as conquistas das
mulheres tinham desaparecido.
Só os eleitos pelo partido do
Cavaliere se recusaram a aplaudir
a candidata do centro-esquerda,
que, no discurso de posse, disse
que o Senado “defenderá os
direitos das mulheres vítimas da
violência mascarada de amor”.
Há um pouco de Itália que entrou
na era pós-Berlusconi.
“O meu prognóstico é simples: as actuais políticas da zona euro terão de ser modificadas”
“Quando se atribui um rendimento de 20 mil euros [a Filipe Pinhal], é extorsão”
“Neste momento, há uma fusão quase co-governativa entre a banca e o poder políticoPacheco PereiraI
Silva LopesDinheiro Vivo
Kenneth RogoffExpresso
Quem os viu e quem os vê Jorge Bergoglio
Não consta dos anais que o Papa Gregório
XII, ao renunciar no distante ano de 1415,
tenha alguma vez conversado com o seu
sucessor, Martinho V. Por isso, quando o
Papa Francisco anunciou, após ter sido
eleito bispo de Roma, ter conversado
com o seu antecessor, Bento XVI (como
se de uma mera sucessão de cargos
políticos se tratasse), estava a relatar uma
conversa sem qualquer precedente. Pela
primeira vez, dois papas tinham falado
entre si. Na imagem ao lado, captada em
2007, o cardeal Bergoglio, actual Papa
em funções, cumprimenta o Papa Bento
XVI, actual Papa emérito. A conversa
que os dois homens tiveram, agora terá
tido toda uma outra carga simbólica. De
que terão falado? E se o Papa Francisco
seguir o exemplo de Bento XVI e
renunciar, mas com Ratzinger ainda
vivo? Teríamos três papas. Um clube?
OSS
ERVA
TORE
RO
MA
NO
/AFP
2007
4 | DESTAQUE | PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013
O NOVO PAPA
A Igreja existe “para comunicar a verdade, a bondade e a beleza”
De João Paulo II disse-se que
tinha carisma, tanto que foi
um Papa poster. Os 27 longos
anos do seu pontificado,
o segundo mais longo de
sempre, foram passados a
viajar pelo globo, a falar a multidões e
a ser aclamado por elas, nas décadas
da televisão e ainda da Internet.
Quando o Papa da popularidade
morreu, Bento XVI chamou-lhe “o
grande Papa João Paulo II”. Ratzinger
foi o intelectual, o teólogo de quem se
diz não ter querido nunca ser político
— até que o mundo se surpreendeu
com a mais política das decisões, a
da renúncia.
Francisco herda a Igreja de um e
de outro. E recebe-a com sentido de
humor e com a grandeza de tudo o
que é simples.
Quando foi eleito, disse que que-
ria rezar “pelo nosso Papa emérito”.
Depois, o Papa que veio “do fi m do
mundo” despediu-se dos peregrinos
em Roma a desejar-lhes “boa noite
e bom descanso”. Entretanto, pre-
sidiu a uma missa perante os carde-
ais para lhes dizer que, “sem cruz,
somos mundanos, bispos, padres,
cardeais, mas não somos discípulos
do Senhor”.
Na sexta-feira, ainda na compa-
nhia dos que o elegeram, voltou a
prestar homenagem ao “gesto cora-
joso e humilde” da renúncia e afi r-
mou que pensa no magistério do
antecessor com “grande afecto”,
sublinhando a sua “bondade, humil-
dade e doçura”. Saudou os cardeais,
um a um, e fez-lhes um pedido: que
encontrem “novos meios de levar
a evangelização aos confi ns da Ter-
ra”. No mesmo dia, quis agradecer
a “bela carta” que recebera do su-
perior-geral da Companhia de Jesus.
Telefonou para a Companhia, em
Roma, e o recepcionista pensou que
era uma piada. Não era, e Andrea lá
acabou por perceber que estava ao
telefone com Francisco.
Ontem, ao terceiro dia do pontifi -
cado que só será ofi cialmente inau-
gurado na missa de terça-feira, foi
a vez de os jornalistas fazerem fi la
para o Papa os receber.
Em 2005, Ratzinger já recebera
os jornalistas que trabalham no Va-
ticano e todos os que aqui tinham
vindo para acompanhar o funeral
de João Paulo II e a sua eleição. Des-
ta vez, há ainda mais jornalistas em
Roma, 5600 pediram e receberam
acreditações temporárias. Muitos
vieram com a família e, assim, a Aula
Paulo VI, o auditório que se ergue
mesmo ao lado de São Pedro e por
onde se entra logo depois das colu-
nas laterais à esquerda da Basílica,
encheu-se de gente adulta e também
de crianças e de bebés de colo.
A audiência, um encontro infor-
mal, juntou 6000 pessoas numa sala
de 12 mil lugares e aconteceu entre
aplausos e sorrisos, com a assistên-
cia dividida entre os que tiravam no-
tas, gravavam imagens e fotografa-
vam o Papa e os que se fotogravam
a si mesmos e aos fi lhos, com o Papa
em pano de fundo.
“Vocês trabalharam, eh”Riso fácil, espontaneidade e boa dis-
posição, empatia. Assim se diz que
era Jorge Bergoglio, quando vivia em
Buenos Aires e andava de metropo-
litano, assim se mostrou o Papa na
meia hora quase certa que passou
com os jornalistas.
Chegou, acenou e depois, sempre
a sorrir, sentou-se na cadeira que
o esperava, no centro do palco do
auditório, e começou por ler uma
“Foi por causa dos pobres que pensei em Francisco”, disse o Papa Francisco na audiência aos jornalistas. “Queria tanto ter uma Igreja pobre e para os pobres”
Sofia Lorena, em Roma
Para mim, [Francisco de Assis] é o homem da paz, o homem da pobreza, o homem que ama e protege a criação
PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013 | DESTAQUE | 5
curta intervenção preparada — in-
terrompida aqui e ali por momentos
de improviso e de olhares dirigidos
à audiência e não aos papéis que se-
gurava na mão.
“Caros amigos, estou contente por
vos encontrar no início do meu ma-
gistério na cadeira de Pedro, a vocês
que trabalharam aqui em Roma nes-
te período tão intenso, iniciado com
o surpreendente anúncio do meu
venerado predecessor Bento XVI,
no último 11 de Fevereiro. Saúdo
cordialmente a cada um de vocês”,
disse Francisco.
“O lugar dos mass media foi cres-
cendo sempre nos últimos tempos,
tanto que se tornou indispensável
para narrar ao mundo os aconteci-
mentos da história contemporânea.
Um agradecimento especial a vocês,
pelo vosso qualifi cado serviço nos
últimos dias. Vocês trabalharam, eh?
Trabalharam!”, disse o Papa, levan-
tando os olhos das notas para olhar
os jornalistas e se rir com eles. Como
também riu, ao ouvi-lo, o porta-voz
do Vaticano, padre Lombardi, que
tantas conferências de imprensa deu
nas últimas semanas, como riram e
aplaudiram os jornalistas.
Francisco quis deixar um “agrade-
cimento sentido a todos os que sou-
beram observar e apresentar estes
acontecimentos da história da Igreja
tendo em conta a perspectiva mais
correcta em que devem ser lidos, a
da fé”. Os acontecimentos da histó-
ria, afi rmou, “pedem quase sempre
uma leitura complexa, que por vezes
pode até incluir a dimensão da fé”.
“Os acontecimentos eclesiásticos
não são certamente mais complica-
dos do que os políticos e os econó-
micos. Mas têm uma característica
de fundo particular: respondem a
uma lógica que não é principalmen-
te a daquelas categorias, podemos
GIUSEPPE CACACE/AFPO Papa deixou uma bênção a todos os jornalistas, crentes ou não crentes
dizer, mundanas, e mesmo por isso
não é fácil interpretá-las e comuni-
cá-las a um público vasto e variado”,
descreveu.
Esta tríade existencial “Para o vosso trabalho são precisos
estudos, sensibilidade, experiência,
como em tantas outras profi ssões,
mas é precisa uma grande atenção
à verdade, à bondade e à beleza, e
nisto estamos próximos porque tam-
bém a Igreja existe para comunicar
a verdade, a bondade a beleza”, afi r-
mou Francisco. “Deve fi car bem cla-
ro que somos todos chamados não
a comunicar nós próprios, mas esta
tríade existencial que é formada pe-
la verdade, a bondade e a beleza.”
Sabia-se que a audiência seria des-
contraída. Mas antecipava-se igual-
mente que o novo Sumo Pontífi ce
aproveitasse para explicar, uma vez
mais, ao que vem.
“Queria tanto ter uma Igreja po-
bre e para os pobres”, disse Bergo-
glio. “A Igreja, mesmo sendo uma
instituição histórica, não tem uma
natureza política, é essencialmente
espiritual: é o povo de Deus, o santo
povo de Deus, que caminha em di-
recção a Jesus Cristo”, continuou.
Como fi zera nos dois dias anterio-
res, quis sublinhar a centralidade de
Cristo, “a referência fundamental, o
coração da Igreja”: “Sem Ele, Pedro
e a Igreja não existiriam nem teriam
razão de existir”.
A seguir, quis dedicar mais umas
palavras a Bento XVI, que irá visitar
no próximo sábado a Castel Gandol-
fo. “Como repetiu várias vezes Ben-
to XVI, Cristo está presente e guia a
sua Igreja. Em tudo o que acontece,
o protagonista, em última análise, é
sempre o Espírito Santo. Ele inspi-
rou a decisão de Bento XVI para o
bem da Igreja; Ele falou na oração
e na eleição aos cardeais. É impor-
tante, caros amigos, ter em conta
este horizonte interpretativo, esta
hermenêutica, para podemos pôr
os acontecimentos destes dias em
foco no coração”.
Nem Adriano nem ClementeFrancisco quis depois explicar pela
sua própria voz a escolha do nome.
“Eu conto-vos a história. Na eleição,
tinha o meu lado o arcebispo emé-
rito de São Paulo e também o pre-
feito emérito da Congregação pa-
ra o Clero, Cláudio Hummes, um
grande amigo. Que, quando a coisa
se tornava um pouco perigosa, me
confortava. Aos dois terços, houve
o aplauso, porque tinha sido eleito o
Papa. E ele abraçou-me e beijou-me
e disse-me ‘não te esqueças dos po-
bres’. Aquela palavra entrou aqui”,
contou Francisco, tocando na sua
cabeça. “Os pobres, os pobres.”
“Alguns não sabiam por que tinha
escolhido o nome Francisco, e inter-
rogavam-se se seria por Francesco
Saverio [jesuíta expulso das coló-
nias espanholas, conhecido como
Francisco Xavier], Francisco de Sa-
les [bispo de Génova] ou Francisco
de Assis”, descreveu. “Foi por causa
dos pobres que pensei em Francis-
co. Depois, enquanto o escrutínio
prosseguia, até aos votos fi nais, pen-
sei nas guerras. E Francisco é o ho-
mem da paz. E assim surgiu o nome
no meu coração: Francisco de Assis.
Para mim, é o homem da pobreza, o
homem da paz, o homem que ama
e protege a criação, com o qual hoje
temos uma relação que não é tão
boa, não é?”, afi rmou.
“Depois, muitos disseram que me
deveria chamar Adriano porque [o
Papa] Adriano VI foi um verdadeiro
reformador, e é preciso reformar…
Outros disseram-me que me cha-
masse Clemente, para me vingar de
Clemente XIV, que aboliu a Compa-
nhia de Jesus”, acrescentou o jesuí-
ta. “Francisco de Assis, da pobreza
e da paz”, preferiu o arcebispo de
Buenos Aires.
No fi m, o Papa levantou-se e dei-
xou-se fi car por mais uns minutos a
partilhar o palco com alguns jorna-
listas que saudou, um a um. Ontem,
foi a vez de os jornalistas fazerem
fi la para o cumprimentarem.
Entre os que subiram para lhe fa-
lar estava Giovanna Chirri, a jornalis-
ta da agência italiana ANSA que foi a
primeira a dar a notícia da renúncia
de Bento XVI, anunciada pelo agora
Papa emérito sem aviso, no meio de
uma intervenção em latim. Depois
de noticiar a decisão de Ratzinger,
contou entretanto Giovanna Chirri, a
jornalista chorou. Ontem de manhã,
sorriu, enquanto estendia a mão ao
Papa e os colegas aplaudiam.
Houve aplausos fortes para Gio-
vanna Chirri e também para o últi-
mo homem da fi la, Alessandro For-
lani, jornalista da televisão pública
italiana Rai que é cego e levava o
seu cão pela mão. Francisco cum-
primentou o jornalista e deu festas
ao cão. Seguiu-se um aplauso e o
momento das despedidas.
Antes de deixar a Aula Paulo VI,
acompanhado de um novo aplauso,
o Papa quis deixar uma “bênção não
solene”, “do coração”. “Como mui-
tos de vocês não pertencem à Igreja
Católica, outros não são crentes, é
do coração que vos dou esta bên-
ção em silêncio, a cada um de vocês,
respeitando a consciência de cada
um” e para que “cada um a receba”.
“Mas sabendo que cada um de vocês
é fi lho de Deus.”
Vestido de branco, sapatos pretos
de atacadores e sola gasta, deixou
a “bênção do coração” e recolheu-
se. Hoje, o Papa volta a dirigir-se aos
peregrinos e ao mundo, no seu pri-
meiro Angelus, a oração que o Su-
mo Pontífi ce reza a cada domingo
ao meio-dia.
A Câmara de Roma avisou que a
área em redor de São Pedro estará
fechada ao trânsito — alguns anteci-
pam uma multidão superior à que
chegará para a missa de terça-feira,
dia em que o metro será gratuito até
às 14h. Em Roma, hoje é domingo de
Angelus com novo Papa e domingo
de maratona. Desde ontem, já se
podem comprar posters do Papa
Francisco.
6 | DESTAQUE | PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013
O NOVO PAPA
Adúvida fi cou desfeita. Jorge
Mario Bergoglio escolheu o
nome de Francisco em ho-
menagem a São Francisco
de Assis, o homem que na
Idade Média confrontou a
Igreja por causa da opulência em
que vivia, o homem que abraçou a
pobreza na sua totalidade, aquele
que deu os primeiros passos para
compreender o outro ao ir ao Egipto
e encontrar-se com o sultão Al-Kamil,
que os cruzados se preparavam para
atacar. Francisco, o homem que aco-
lheu Clara e as suas companheiras,
mulheres que queriam seguir o seu
estilo de vida. Aquele que tratava por
“irmão” todas as criaturas e coisas.
Diz a tradição que um dia Francis-
co foi rezar à igreja de São Damião,
fora das portas da cidade italiana
de Assis, e que, prostrado diante
do crucifi xo, ouviu a voz de Cris-
to: “Vai Francisco e repara a minha
Igreja”. Nove séculos depois, a fi gu-
ra de Francisco, a sua missão, pode
transformar-se no programa para o
pontifi cado do Papa Francisco?
“Na escolha do nome, está todo
um programa, há uma intencionali-
dade profunda”, responde Anselmo
Borges, sacerdote e professor de Filo-
sofi a na Universidade de Coimbra.
“Ao chamar-se Francisco, quis fa-
zer um corte com a opulência, quis
mostrar que estar ao serviço da Igreja
não é ter poder, é servir a humanida-
de. O Papa mostra que quer que os
religiosos estejam ao serviço da Igreja
e que não estejam na Igreja para se
servirem em proveito próprio”, inter-
preta Carreira das Neves, franciscano
e professor catedrático da Universi-
dade Católica Portuguesa (UCP).
São Francisco tem uma mensagem
“de grande modernidade e actuali-
dade”, começa por dizer Vítor Melí-
cias, superior da Ordem dos Frades
Menores, os franciscanos, lembran-
do que o “espírito de Assis” é o da
“fraternidade cósmica, da paz uni-
versal, do ecumenismo e da abertura
às mulheres”. “Santa Clara pode ser
uma mulher que inspire este Papa a
tomar medidas de dar igualdade de
condições às mulheres no exercício
dos ministérios”, espera Melícias.
São Francisco teve uma grande
abertura ao universo feminino e lai-
co (permitindo as ordens terceiras),
nota João Luís Inglês Fontes, investi-
gador em História na Universidade
Nova de Lisboa e na UCP. “Tinha
um grande acolhimento à diversi-
dade”.
“Esperemos que ponha em prática
a opção pelos pobres e que, tal como
aconteceu em São Damião, este Papa
repare a Igreja que, neste tempo, está
tão vacilante na sua fé”, diz Maria da
Glória, superiora das Franciscanas
Missionárias de Maria, em Lisboa.
Um “jesuíta franciscano”Francisco é um “jesuíta francisca-
no”? Manuel Rito Dias, superior da
comunidade dos Capuchinhos, em
Fátima, outro ramo dos francisca-
nos, considera que, apesar das du-
as ordens terem estilos muito dife-
rentes – os franciscanos apostados
no trabalho com os mais pobres; os
jesuítas com um “estilo mais inte-
lectual, virados para a cultura e a
ciência” – é possível ter “um jesuíta
com um estilo de vida franciscano,
sem renunciar ao seu carisma”. Ou
seja, um homem que se inspire em
São Francisco de Assis e em São
Francisco Xavier, o jesuíta evange-
lizador. “Os dois completam-se na-O Papa Francisco transmitiu, desde logo, uma mensagem de simplicidade
ELISEO FERNANDEZ/REUTERS
Bárbara Wong,Lurdes Ferreirae São José Almeida
Francisco, o programa de acção de umPapa jesuíta
O que há na escolha do nome que presta homenagem a São Francisco de Assis? Um projecto de uma Igreja mais simples e virada para os pobres? Prognóstico de reconstrução?
PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013 | DESTAQUE | 7
quilo que deve ser um Papa”, defi ne.
Até porque na “espiritualidade ina-
ciana”, de Santo Inácio de Loyola, o
fundador dos jesuítas, “há muito de
São Francisco”, aponta Vítor Melícias.
O modo como nasceram as duas
ordens – fransciscana e jesuíta – é
muito distinta. No século XII, com
o renascimento urbano, com uma
sociedade urbana em explosão e a
importância crescente do dinheiro,
Francisco rompe com as normas,
optando pela pobreza e pela pe-
nitência. “Uma opção que lhe dá
grande liberdade para acolher os
que mais sofrem”, explica João Lu-
ís Inglês Fontes.
Inicialmente, Francisco de Assis é
um homem que atrai muitos segui-
dores, num movimento de homens
que não são consagrados. Francisco
de Assis nunca foi padre, foi um leigo
até que Roma proibiu a pregação de
pessoas não-consagradas e, por isso,
aceitou ser diácono.
Origem diferente tem a Companhia
de Jesus, que surgiu no século XVI,
como resposta ao protestantismo:
eram sacerdotes que se propuseram
ser um “exército dentro da Igreja pa-
ra defender o Papa” através da fi loso-
fi a, da teologia e da ciência, descreve
Carreira das Neves. Foram também
grandes evangelizadores que com-
preenderam que a palavra de Deus
se espalha através do respeito pela
cultura dos outros.
Também os franciscanos evangeli-
zaram, recorda Vítor Melícias, mas,
enquanto os jesuítas trabalhavam
com as elites, os franciscanos esta-
vam ao lado do povo, repara.
Para o jesuíta Miguel Almeida, di-
rector do Centro Universitário Padre
António Vieira, em Lisboa, o grande
desafi o é o de ouvir os cristãos que
não estão na Europa e entrar em diá-
logo com os muçulmanos. E, dentro
da Igreja, “encontrar maneiras de
ser mais comunidade, mais comu-
nhão”, dando aos leigos um papel
mais participativo.
Importância da pobrezaOriundo da América Latina, o Papa
eleito na quarta-feira é um homem
que sabe o que é a pobreza e a rela-
ção da Igreja com o poder político,
nota Inglês Fontes.
Depois do Concílio Vaticano II,
a Companhia de Jesus assumiu a
vanguarda da Igreja e promoveu a
Teologia da Libertação na América
Latina, chegando mesmo a envolver-
se politicamente. A fi gura do cardeal
Óscar Romero, um teólogo jesuíta
assassinado por militares em São Sal-
vador, em 1980, enquanto celebrava
missa, marcou a Igreja na América
Latina. Outro nome marcante foi o
do teólogo Leonardo Boff , um fran-
ciscano brasileiro que acabou por se
desvincular da Igreja.
No seu blog, Boff afi rma que, tal
como Francisco de Assis, o Papa
Francisco “se deu conta de que a
Igreja está em ruínas pela desmo-
ralização dos várias escândalos
que atingiram o que tinha de mais
precioso: a moralidade e a credibi-
lidade”.
“Francisco não é um nome. É um
projecto de Igreja pobre, simples,
evangélica e destituída de todo o
poder. É uma Igreja que anda pelos
caminhos, junto com os últimos;
que cria as primeiras comunidades
de irmãos que rezam o breviário
debaixo de árvores junto com os
passarinhos. É uma Igreja ecológica
que chama a todos os seres a doce
palavra ‘irmãos e irmãs’. Francisco
mostrou-se obediente à Igreja dos
Papas e, ao mesmo tempo, seguiu
o seu próprio caminho com o evan-
gelho da pobreza na mão”, continua
Boff . O teólogo vê o novo Papa como
um homem que tem a experiência
da pobreza e, como tem uma “nova
visão das coisas, a partir de baixo,
poderá reformar a Cúria, descentra-
lizar a administração e conferir um
rosto novo e crível à Igreja.”
Para reconstruir “o rosto de uma
igreja que está desfi gurado”, tal
como no tempo de Francisco de
Assis, Anselmo Borges valoriza os
primeiros gestos e palavras de Jor-
ge Mario Bergoglio e acredita que
apontam genuinamente para um
programa “franciscano” em qua-
tro pontos essenciais: o retorno ao
Evangelho, que “é a constituição
da Igreja, não a Cúria nem o direito
canónico”; a descentralização, ao
reafi rmar-se como “bispo de Roma
perante os outros bispos” e “não co-
mo monarca absoluto”; o diálogo
inter-religioso e cultural; e “alguma
inclusão” para as mulheres, porque
“Jesus tratava bem as mulheres”, tal
como Francisco.
E a mensagem do que é consi-
derado o santo mais amado pelos
católicos e também o mais radical
é recuperada, como programa de
acção de um Papa? Para o sacerdo-
te-fi lósofo, sim. “Vivemos uma cri-
se mundial, procuramos um novo
macroparadigma, não só na Euro-
pa ou em Portugal, mas no mun-
do policêntrico, multipolar, pode-
rosamente tecnológico. O mundo
está a reconfi gurar-se e as pessoas
procuram a simplicidade, o amor e
sentido para a vida, por paradoxal
que pareça”. O modelo de Francisco
de Assis que o novo bispo de Ro-
ma promete “é luz de esperança”.
Os políticos“A escolha de São Francisco de Assis
é a escolha de uma atitude espiritual
e cósmica que hoje em dia ganha
uma realidade nova, é a preocupa-
ção com os outros e com a natureza,
a ideia de que não podemos explo-
rar tudo”, afi rma a professora cate-
drática de Literatura e ex-secretária-
geral do Graal, Isabel Allegro de Ma-
galhães, para quem “São Francisco
de Assis pode ser recuperado como
programa para a vida da polis e co-
mo atitude espiritual em relação à
apropriação que se faz da terra”.
Por isso Isabel Allegro de Maga-
lhães considera que a escolha do
nome Francisco “é uma atitude
de simplicidade, mas de proposta
para mudança da Igreja”, pelo que
“é, nesse sentido, uma proposta de
grande radicalidade”.
Por sua vez, o professor universi-
tário e ex-líder parlamentar do BE,
José Manuel Pureza, considera que
“o ideário franciscano, que é o amor
pelos pobres e pelo que é frágil, tem
uma dimensão política fortíssima”,
e prevê consequências. “É uma op-
ção pelo estilo de vida, não é ape-
nas discursos, é uma prática política
que está a aparecer numa estrutura
de poder como o Vaticano”, o que
a torna “ainda mais interessante”.
E assume: “Estou com grande ex-
pectativa sobre como se vai resolver
este impacto de uma mensagem de
defesa dos pobres numa estrutura
de poder como a Igreja Católica.”
Isto porque Pureza considera que
“só será de facto operante se houver
um discurso forte contra as estrutu-
ras do pecado, que são as estruturas
de exploração e opressão, sobre a
precarização”. E afi rma: “O Papa vai
ter que fazer mais do que um discur-
so piedoso sobre o que é o sistema
fi nanceiro.”
Não escamoteando que o Papa
tem já 76 anos e “perdeu parte dos
pulmões”, o deputado do CDS João
Rebelo diz que “poderá pôr as pes-
soas e a fé no centro da sua acção
e não tanto a preocupação com a
organização e com os agentes”. E
com alguma ironia, conclui: “Neste
sentido podemos dizer, como ou-
vi ao meu pai, que o Espírito Santo
estava a olhar para os cardeais e os
inspirou. Para quem acredita que a
Igreja é combate pelas pessoas e um
olhar para as pessoas, esta nomea-
ção é uma vitória.”
Paulo Rangel, eurodeputado do
PSD que se assume como “cristão
de cultura católica”, considera
que esta escolha do Papa não trará
uma “perspectiva política”, mas sim
“consequências políticas”. Ou seja,
“o programa do pontifi cado terá im-
plicações práticas, a questão social
vai ser uma prioridade, bem como
o equilíbrio norte-sul e as assime-
trias”. E lembra que “é um Papa que
vem de um país, a Argentina, que há
mais de uma década está sob resgate
e onde apoiou os pobres”.
Defende assim que “haverá o re-
forço de uma mensagem social com
mais clareza e visibilidade, que lhe
dará tom político”. Mas acrescenta
que o Papa já declarou que a Igre-
ja “não era uma ONG”. O que, para
Rangel, signifi ca que o novo Papa
“contextualizou a questão social na
mensagem religiosa, não a desva-
lorizou”. Advinha que “a doutrina
social da Igreja vai passar para a
frente, assim como a luta contra as
injustiças”. E “haverá também uma
consequência interna de purifi cação
de despojamento da Igreja”.
O eurodeputado avança ainda
com um outro ângulo de análise. “A
Igreja tem sido atacada pelas posi-
ções em relação às questões morais,
ao centrar a mensagem na questão
social e ao pôr na penumbra a ques-
tão moral de vida de cada um, este
Papa poderá conseguir um espírito
que gerará maior consenso”.
Franciscanos versus jesuítas Quanto ao facto de o Papa poder
abraçar um programa de inspiração
franciscana quando tem uma forma-
ção de jesuíta, Isabel Allegro de Ma-
galhães considera que “é exagerado
pôr os jesuítas no topo da hierarquia
intelectual da Igreja, outros grupos
têm preparação”. Se há o hábito de
“vê-los ligados à Inquisição e liga-
dos às elites, há muitos jesuítas na
América Latina que têm apostado
na causa dos pobres”. Conclui: “Os
jesuítas têm uma forte convergência
de pensamento, mas há uma grande
pluralidade, como, por exemplo, o
padre Arrupe e muitos outros casos
na Europa e mesmo em Portugal”.
José Manuel Pureza recorda que “a
história dos jesuítas na América La-
tina é uma história e um património
de luta, logo no seculo XVII estive-
ram ao lado dos guaranis”.
Por sua vez, Paulo Rangel diz que
ser jesuíta e seguir o ideário fran-
ciscano “é compatível” e que “os
franciscanos também têm cultu-
ra”, lembrando Santo António de
Lisboa, um doutor da Igreja que era
franciscano.
A escolha do nome Francisco “é uma atitude de simplicidade, mas de proposta para mudança da Igreja”, uma “proposta de grande radicalidade”Isabel Allegro de MagalhãesEx-secretária geral do Graal
“O programa do pontificado terá implicações práticas, a questão social vai ser uma prioridade, bem como o equilíbrio Norte-Sul e as assimetrias”Paulo RangelEurodeputado do PSD
8 | DESTAQUE | PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013
SAÚDE
Governo vai dar prioridade ao controlo das infecções
OGoverno atribuiu, no
passado mês de Fevereiro,
o estatuto de programa
nacional prioritário ao
combate às infecções e às
resistências aos antibióticos
que, desta forma, passa a integrar
a lista das (até agora) oito áreas
prioritárias sob a responsabilidade
da Direcção-Geral da Saúde.
O despacho do secretário de Es-
tado Adjunto do Ministro da Saúde,
Fernando Leal da Costa, passou
quase despercebido. O que se pre-
tende é controlar o fenómeno pre-
ocupante do aumento das infecções
hospitalares através de uma melhor
monitorização e de acções concre-
tas que disciplinem a utilização dos
antibióticos, nomeadamente através
da prescrição feita pelos médicos.
“Há uma subida preocupante
destes níveis e não podemos fi car
a assistir sem fazer nada. Precisa-
mos de acções programáticas efi -
cazes”, justifi ca Francisco George,
director-geral da Saúde. “Estamos
confrontados com a iminência de
termos infecções que não podem
ser controladas e tratadas por anti-
bióticos”, confi rma.
Apesar disto, Francisco George
não subscreve os cenários catas-
trófi cos defendidos recentemente
por uma especialista do Reino Uni-
do que comparou esta ameaça ao
terrorismo.
A infl uente directora médica no
departamento de Saúde do Reino
Unido e conselheira do Governo bri-
tânico, Dame Sally Davies, fez um
apelo ao Governo para que inclua
as resistências aos antibióticos na
lista ofi cial de ameaças nacionais
da qual constam o terrorismo, uma
pandemia de gripe ou o perigo de
inundação da zona costeira.
O crescente aumento das resistên-
cias aos antibióticos é uma “bomba-
relógio” defendeu. E, se nada for fei-
to, a uma escala internacional, no
prazo de vinte anos, uma simples
infecção após uma pequena cirurgia
de rotina pode ser fatal. “Não será
possível fazer muitos dos nossos tra-
tamentos para cancro ou transplan-
tes”, acrescentou.
As estimativas mais recentes sobre
terrorismo divulgadas pela União
Europeia apontam para um registo
de 30 mil vítimas de ataques, entre
as quais 10 mil mortes. As resistên-
cias aos antibióticos carregam um
fardo bem mais pesado. Se nos cen-
trarmos apenas nos casos de tuber-
culose multirresistente reportados,
estamos a falar, segundo dados da
Organização Mundial de Saúde, de
mais de 440 mil casos que causam
150 mil mortes. Por ano.
E se é impossível adivinhar o im-
pacto de um ataque terrorista, no
caso dos antibióticos o futuro é mais
do que previsível. No pior dos cená-
rios – se nada for feito para mudar
a actual situação – corremos o risco
de recuar muitos anos na história e
regressar a um tempo em que qual-
quer infecção nos pode matar.
Novos antibióticos O que fazer? A responsável de saú-
de britânica reclama um investi-
mento da indústria farmacêutica
no desenvolvimento de uma nova
classe de antibióticos. “O pipeline es-
tá praticamente vazio. Desde fi nais
da década de 80 que não há uma
nova classe de antibióticos”, refe-
re. Segundo defende, deve ser dado
um incentivo aos laboratórios, que
actualmente preferem apostar no
desenvolvimento de fármacos para
doenças crónicas a apostar em anti-
bióticos que, na maioria das vezes,
são tomados por períodos de oito
ou dez dias.
Mas, afi nal, como é que os antibió-
ticos – uma das maiores descobertas
da medicina – se tornaram o “mau
da fi ta” ou a parte mais fraca neste
retrato pessimista? A verdade é que
a culpa é só nossa. O uso indevido e
excessivo dos antibióticos fez com
que perdessem força na guerra que
travam com as bactérias. Tantas ve-
zes os usamos desnecessariamente
que deixam de ser efi cazes.
Nos relatórios do Sistema Euro-
peu de Vigilância da Resistência aos
Antimicrobianos (EARS), Portugal
surge, ano após ano, no grupo dos
dez países europeus que mais con-
somem antibióticos. Esse consumo
excessivo será, precisamente, um
dos principais alvos do programa
nacional prioritário agora criado.
uma tendência de aumento ao lon-
go da primeira década do século)”,
constata o despacho do Ministério
da Saúde.
No preocupante aumento das
resistências aos antibióticos, tam-
bém somos líderes, sobretudo no
que se refere aos casos de infecção
pela bactéria MRSA (Staphylococcus
aureus resistentes à Meticilina). “Es-
tamos entre os países com taxa mais
elevada”, lamenta José Artur Paiva,
que coordenava a comissão exclusi-
vamente dedicada aos antibióticos e
que fi cará a coordenar o agora cria-
do Programa de Prevenção e Con-
trolo de Infecções e de Resistência
aos Antimicrobianos.
Além dos elevados números da
bactéria MRSA, Portugal também
acompanha a tendência europeia
de um aumento de casos de uma
resistência a antibióticos de largo
espectro (Klebsiella pneumoniae re-
sistente a carbapenemos, por exem-
plo) usados para tratar pneumonias
e infecções urinárias. Apesar de
manter valores reduzidos (entre 1%
e 5%), Portugal contribui para este
preocupante fenómeno registando
um aumento de casos que duplica
os valores encontrados nos anos an-
teriores (menos de 1%).
No relatório Saúde em Números,
Portugal está entre os países da Europa onde a resistência aos antibióticos mais tem aumentado e onde a prevalência de infecções hospitalares é maior. O Governo lançou um programa nacional prioritário para combater o problema
Andrea Cunha FreitasResistência aos antibióticos pode ter consequências desastrosas, se nada for feito, num prazo de vinte anos
O plano de acção deste programa
ainda não foi apresentado, mas
Francisco George adianta que um
dos objectivos é “tomar um conjun-
to de medidas concretas que ajudem
a disciplinar a utilização de antibió-
ticos pelos médicos (através da pres-
crição) e pelos doentes”.
Sabe-se que dois terços das pres-
crições de antibióticos são feitos em
ambulatório, fora de ambiente hos-
pitalar, nomeadamente em centros
de saúde. O despacho do secretário
de Estado da Saúde estabelece ainda
que “todos os hospitais do Serviço
Nacional de Saúde e os demais que
integrem a rede nacional de presta-
ção de cuidados de saúde devem ga-
rantir a existência de uma Comissão
de Controlo de Infecção (CCI) imple-
mentada no prazo de 60 dias”.
Francisco George confi rma a ne-
cessidade de um reforço da moni-
torização que compete às CCI, mas
sublinha que estas “têm de ter im-
portância nas unidades de saúde e
ter meios, instrumentos, espaço e
recursos para cumprir a missão”.
As infecções hospitalares estão
a aumentar e as resistências das
bactérias aos antibióticos também.
Este é um facto que constitui uma
preocupação a nível internacional.
“Portugal é um dos países da UE
com maior taxa de prevalência de
infecções nosocomiais [adquiridas
em meio hospitalar] (o mais recen-
te estudo da DGS concluiu que em
9,8% dos doentes foi identifi cada
infecção nosocomial, mostrando
PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013 | 9
publicado em Janeiro deste ano pe-
la DGS, há um capítulo dedicado às
infecções nosocomiais da corren-
te sanguínea (INCS) nos hospitais
portugueses onde se conclui que a
prevalência aumentou de 3,2% em
1988 para 5,9% em 2010. O “apare-
cimento crescente de microrganis-
mos multirresistentes” não é a única
explicação para este aumento, mas
é uma delas. No total, entre Janeiro
de 2010 e Dezembro de 2011 foram
registados 3744 episódios de INCS.
Nos escassos dados sobre o nível de
resistência é possível verifi car que
em quase metade dos episódios
reportados 62,4% dos casos foram
causados pela bactéria MRSA.
Um “novo impulso”“Temos um problema internacional,
com uma expressão variável de país
para país, e que em Portugal existe
de forma signifi cativa”, resume José
Artur Paiva, que não abdicade fazer
a “defesa da honra” dos antibióticos:
“É um património da Humanidade,
aumentou a esperança média de vi-
da, diminuiu a mortalidade neona-
tal e possibilitou a realização com
sucesso de cirurgias muito compli-
cadas como transplantes”. No en-
tanto, apesar de não subscrever a
“linguagem desnecessária e que não
é científi ca” de Dame Sally Davies,
José Artur Paiva considera que este
património “indispensável na práti-
ca clínica está em riscos de extinção”
(sem o desenvolvimento de novas
classes de antibióticos) e que está a
perder efi cácia. Mas, para que todas
as catástrofes que a médica britâni-
ca anuncia acontecessem era pre-
ciso que não se fi zesse mais nada a
partir deste momento. O que não é
o caso, garante o especialista. “Há
uma consciência do problema e ele
tem agora, em Portugal, um carácter
prioritário”, nota, lembrando que
as autoridades de saúde fazem uma
vigilância epidemiológica da taxa de
infecções, da percentagem de alguns
dos mais importantes micro-orga-
nismos resistentes e do consumo
de antibióticos. “Queremos dar um
novo impulso a esta questão. Temos
um número crescente de infecções
hospitalares e não podemos fi car pa-
rados”, reforça Francisco George.
Mas além de todos os factos pro-
vados e comprovados sobre a ques-
tão dos antibióticos na saúde das
pessoas, Emídio Gomes, professor
catedrático e director da Escola Su-
perior de Biotecnologia da Univer-
sidade Católica do Porto, fala ain-
da do domínio na alimentação dos
animais e da segurança alimentar.
Aqui, apesar de ainda haver muito
a fazer como comprovam os escân-
dalos mais recentes, o especialista
assegura que nunca a segurança ali-
mentar (no que se refere ao uso de
antibióticos também) foi tão contro-
lada como é hoje.
“As intoxicações de origem bio-
lógica caíram de níveis aberrantes
nos últimos anos”, diz. O que hoje é
notícia, antes era algo que acontecia
todos os dias.
JOÃO GUILHERME
Número Nacional/Chamada Local
CONSELHO GERALCONVOCATÓRIA
Nos termos do Artigo 30.º dos Estatutos, convoco o colega para a sessão do Conselho Geral do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, que se realiza no próximo dia 21 de março de 2013, com início pelas 9.00 horas, nas Instalações do SBSI, sitas na Rua Marquês da Fronteira, 14 em Lisboa, com a seguinte
ORDEM DE TRABALHOS Ponto Um - Apreciação e votação, nos termos da alínea f) do n.º 1 do Artigo 29.º dos
Estatutos, do Relatório e Contas do Sindicato relativo ao exercício de 2012: a) Atividade Sindical; b) SAMS; c) USP; d) Relatório e Contas do SBSI relativo ao exercício de 2012 (Decreto-Lei 36-
A/2011 de 9 de março). Ponto Dois - Deliberar e autorizar a Direcão do SBSI, a adquirir ao abrigo da alínea h) do
n.º 1 do artigo 29.º do Estatutos, à Parque Escolar, E.P.E., pelo preço de € 64.000,00 (sessenta e quatro mil euros), o prédio urbano constituído por parcela de terreno para construção com a área de 233 m², sito na Rua Dr. Júlio Dantas, em Lisboa.
Lisboa, 12 de março de 2013
O Presidente da Mesa Coordenadora dos Órgãos Deliberativos Centraisa) Arménio dos Santos
Nota: O relatório a que se refere alínea d) do O.T. resulta do facto de o SBSI pela sua atividade e personalidade jurídica estar abrangido pelo Sistema de Normalização Contabilística para as Entidades do Setor Não Lucrativo (SNC - ESNL), de acordo com o Decreto-Lei 36-A/2011 de 9 de março.
SINDICATO DOS BANCÁRIOS DO SUL E ILHASMECODEC
União Geral de Trabalhadores
Union Network International
10 | PORTUGAL | PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013
Depois do 12.º ano, um
Dois anos depois de um empresário
ter desafi ado dois jovens a interrom-
perem os estudos e a viajarem pelo
mundo, “para crescerem”, a discus-
são sobre as vantagens de uma pausa
na actividade académica chega à As-
sembleia da República. Os ingleses,
que há décadas criaram o conceito
e a prática, chamam-lhe gap year.
Os deputados do PS traduzem para
“ano sabático” e pedem o apoio do
Governo para o promover entre os
alunos do ensino secundário.
Foi um acaso. Chamado a partici-
par numa iniciativa organizada pelo
Agrupamento de Escolas de Carre-
gal do Sal, Gonçalo Azevedo Silva,
que estava no 12.º ano, lembrou-se,
“porque achava a ideia gira”, de fa-
lar sobre um tema que estudara no
ano anterior, nas aulas de Inglês. No
auditório da Fundação Lapa do Lo-
bo (FLL), requisitado para o Encon-
tro da Oralidade, o rapaz discorreu
sobre as vantagens do ano sabático,
ou, em inglês, gap year – um ano
de pausa nas actividades de rotina,
neste caso lectivas, normalmente
entre o ensino secundário e o supe-
rior, para viajar, fazer voluntariado
e, eventualmente, trabalhar, em am-
bientes diferentes daqueles em que
se nasceu e cresceu.
Não pensou mais no assunto até ao
dia em que, umas semanas depois,
Carlos Torres, o empresário e presi-
dente da fundação onde decorrera
o encontro, lhe telefonou. Estremu-
nhado, ouviu: “Queres passar da te-
oria à prática?”
Hoje Gonçalo não pode dizer, com
honestidade, que, ao convidá-lo a
escolher um companheiro de via-
gem e ao dar-lhe meios para correr
24 países em seis meses, o presiden-
te da FLL lhe permitiu concretizar
um sonho: “É que nem me tinha
passado pela cabeça sonhar com
tal coisa”, afi rma, a rir.
Carlos Torres, administrador do
grupo Resul, Equipamentos de Ener-
gia, sonhou por ele. “Estava a ouvir o
Gonçalo a falar e a pensar: ‘O que eu
adorava ter feito uma coisa destas’”.
Como empresário, Carlos Tor-
res “acredita que, desde que bem
organizado, um gap year pode ser
um elemento valiosíssimo no cur-
rículo”. “Faz com que estes miúdos
cresçam imenso. E depois”, acres-
centa, “nesta fase, adiar por um ano
a entrada no mercado de trabalho
não altera nada – que diferença faz
acabar uma licenciatura com 21 ou
com 22 anos?”
Tudo se enquadrava. Para além da
ideia e do jovem que a apresentara,
o empresário dispunha já dos meios
para a colocar em prática – os da pró-
pria fundação, “uma entidade priva-
da, que nunca recebeu um cêntimo
do Estado” (como faz questão de fri-
sar). Sediada na aldeia dos seus avós,
na povoação da Lapa do Lobo, a FLL
tem objectivos culturais, educativos
e de preservação do património nos
concelhos de Nelas e do Carregal do
Sal. Foi com facilidade que no item
“actividades e apoios” se acrescen-
tou “Gap Year”.
“Horizontes abertos”Gonçalo escolheu Tiago Marques, da
mesma idade, para o acompanhar
na “experiência-piloto” da FLL. O
programa de viagem foi cuidadosa-
mente delineado pelo empresário e
pelos dois jovens que, meses mais
tarde, partiram com algumas obriga-
ções, como fazerem voluntariado e
partilharem as suas experiências no
blogue Um Mundo a Aprender (http://
fl lgapyear.wordpress.com).
Os dois “pioneiros”, que, como
exigira Carlos Torres, já se tinham
candidatado e haviam sido admitidos
no ensino superior, voltaram diferen-
tes. “Com horizontes mais abertos,
mais capazes de resolver problemas
com rapidez, de dar mais valor às
coisas, de respeitar a diferença, mais
solidários”, enumera Gonçalo, agora
com 19 anos e a frequentar o 1.º ano
do curso Economia, em Lisboa.
Gonçalo e Mário também vol-
taram determinados a contribuir
para que outros jovens pudessem
benefi ciar de uma experiência se-
melhante. Enquanto a FLL e Carlos
Torres prosseguiam o seu caminho,
criando o regulamento do concur-
so que este ano lançou mais quatro
O PS apresentou uma proposta de projecto de resolução que levará o tema gap year ao Parlamento
Velha em muitos países, a ideia de fazer um ano sabático, entre o ensino secundário e o superior, está a ganhar adeptos em Portugal. O tema já chegou à Assembleia da República
EducaçãoGraça Barbosa Ribeiro
rapazes ao mundo, Gonçalo e Tiago
constituíram a Associação Gap Year
Portugal (AGYP).
Depois de criarem uma página na
Internet (http://gapyear.pt/) que ali-
mentam com informações úteis aos
futuros “gaps”, os dirigentes da AGYP
pediram audiências a várias entida-
des, para promover a iniciativa. No
dia 5 de Março, conseguiram cativar
os deputados da Comissão Parlamen-
tar de Educação, que os receberam
em audiência; e, há pouco mais de
uma semana, o PS apresentou uma
proposta de projecto de resolução
que levará o tema ao plenário.
“O Estado não tem de fi nanciar
este tipo de iniciativa, claro – para
mais, nesta fase. Mas pode e deve
envolver-se criando circunstâncias
favoráveis à sua realização e, prin-
cipalmente, promovendo a escola
informal, a escola da vida, como al-
go que os jovens devem valorizar”,
considera Rui Duarte, deputado so-
cialista e subscritor da proposta.
Entre outros aspectos, o PS reco-
menda que o Ministério de Educa-
ção disponibilize meios adequados
“à promoção do conceito e à disse-
minação” da “cultura de ano sabáti-
co” nas escolas; e ao Ministério dos
Negócios Estrangeiros que disponi-
bilize os recursos da rede consular
portuguesa no mundo, com vista a
uma maior facilidade na certifi cação
dos circuitos de voluntariado e ao
acompanhamento dos movimentos
dos jovens.
A ideia não é pacífi ca. “No plano
teórico, um ano a viajar, a fazer vo-
luntariado ou a trabalhar, é interes-
“No plano teórico, um ano a viajar é interessantíssimo. Mas não pode ser aconselhado a toda gente, muito menos a todos os jovens de 17, 18 anos.”Pedro Rosáriopsicólogo
PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013 | PORTUGAL | 11
ma pausa para viajar
santíssimo. Mas não pode ser acon-
selhado, de forma genérica, a toda a
gente, e muito menos a todos os jo-
vens de 17, 18 anos”, comenta Pedro
Rosário, coordenador da Unidade de
Investigação Aplicada em Aprendiza-
gem e Realização da Escola de Psico-
logia da Universidade do Minho.
Portugueses imaturos?Tal como outros psicólogos ouvidos
pelo PÚBLICO, preocupa-se menos
com um eventual desvio da carreira
académica do que com a possibili-
dade de os adolescentes não terem
maturidade e estrutura emocional
para lidar com a experiência. “O que
pode ser excelente para uns pode
ser extremamente doloroso para
outros”, alerta Pedro Rosário, que
lembra que o gap year inglês “é uma
tradição das classes alta e média-alta
– o que se refl ecte tanto na possibili-
dade de fi nanciar a viagem como de
a organizar, garantido a segurança e
o apoio aos estudantes que, caso se
dêem mal, podem regressar a casa
no dia seguinte”.
Alexandra Barros, especialista
em Psicologia do Desenvolvimento
e Aconselhamento da Carreira da
Universidade de Lisboa, sublinha ou-
tras diferenças culturais em relação
às sociedades que encaram o gap ye-
ar com naturalidade. “Nos países do
Norte da Europa os jovens começam
a trabalhar e saem de casa dos pais
muito cedo, o que lhes garante uma
autonomia e uma maturidade que os
jovens portugueses, de uma forma
genérica, estão longe de possuir, aos
17, 18 anos”, considera.
Depois do seu “ano sabático”, Gonçalo Azevedo Silva lançou uma associação, a Gap Year Portugal
NELSON GARRIDO RUI GAUDENCIO
Margarida Gaspar de Matos, psicó-
loga e coordenadora em Portugal do
Health Behaviour in School-Aged Chil-
dren (um levantamento dos compor-
tamentos e estilos de vida dos adoles-
centes levado a cabo de quatro em
quatro anos pela Organização Mun-
dial de Saúde), tem a mesma opinião
sobre a pouca autonomia dos jovens
portugueses, em regra.
À semelhança de Alexandra Bar-
ros, esta especialista aponta como
termo de comparação o programa
de mobilidade Erasmus, para alunos
do ensino superior e, por isso, mais
velhos. “Nestes casos, a mobilidade
está enquadrada, é um passo num
percurso de desenvolvimento que é
orientado pelas faculdades, que tem
determinados objectivos e é dado no
âmbito de uma rede institucional
que, em caso de necessidade, garan-
te o apoio indicado. E, ainda assim,
há pessoas para quem a experiência
é negativa ”, diz.
Coloca, como Pedro Rosário, a
questão dos custos: “Num momento
em que se diz que os jovens chegam
a desmaiar de fome nas escolas, que
sentido faz o ministério promover
uma iniciativa deste género?”
Mais barato do que estudarForam respostas às questões levanta-
das pelos psicólogos que a AGYP ten-
tou promover por antecipação. Car-
los Torres e Gonçalo Azevedo Silva
não revelam quanto custou a viagem
dos pioneiros ou as dos quatro estu-
dantes também apoiados pela FLL,
que há dias se cruzaram, em grupos
de dois, na América Latina. “Estes
são casos excepcionais. É possível
fazer um gap year com mais ou com
menos despesas e estarmos a indi-
car um valor poderia desincentivar
quem tem menos meios”, justifi ca
o empresário.
Gonçalo, que criou uma fórmula
de cálculo de custos “absolutamente
rigorosa” na página da Internet da
associação, compara: “Um estudan-
te de fora de Lisboa gasta, em nove
meses lectivos (incluindo quarto,
transportes, propinas, alimenta-
ção...) cerca de 5004 euros. O mes-
mo período na Índia, incluindo as
viagens de avião de ida e volta, cus-
ta 3722.” Demasiado, ainda assim?
“No limite, até se podem organizar
as coisas de maneira a que o jovem
trabalhe durante alguns períodos da
viagem, para que o gap year fi que a
custo zero”, diz Carlos Torres.
Sobre a falta de maturidade dos
jovens, o empresário contrapõe
que esta é, precisamente, uma ex-
periência que os faz amadurecer, e
recorda que para fazer um gap ye-
ar não é preciso “papar países’ ou
correr riscos. “Uma única acção de
voluntariado, numa instituição de
um único país, já será uma experi-
ência valiosa.”
Gonçalo Azevedo Silva acrescen-
ta que a associação – com a qual
colaboram viajantes experimenta-
dos, mais velhos, como conselhei-
ros – procura, precisamente, dar o
apoio de que os “gaps” necessitam
no planeamento e organização da
viagem.
“Não se trata de um ‘Chau, mãe,
vemo-nos daqui a um ano’”, diz
Cristina Pedrosa, professora do 3.º
ciclo e do ensino secundário e mãe
de Diogo, que neste momento viaja
pela América Latina com fi nancia-
mento e apoio da FLL.
Se “a maior difi culdade ainda é
combater os medos dos pais”, co-
mo diz Gonçalo, Cristina pode ser
considerada uma “embaixadora” da
AGYP. Afi rma que, graças à Internet
e às redes sociais, não há um dia em
que não saiba do fi lho. Quanto aos
riscos, “são relativamente contro-
lados”, porque os jovens saem de
Portugal com a viagem planeada,
diz. Já prometeu à fi lha, de 14 anos,
que, se puder, lhe proporcionará o
seu gap year aos 18.
A correr as Américas desde Outu-
bro, João Paiva também pensa que,
se estiver “bem planeado e organiza-
do”, “o gap year tem tudo para dar
certo”. Conta que começou a viagem
apoiada pela FLL “com uma certa
ansiedade”, sem a certeza de que
estaria “à altura do que estava para
vir”. Hoje, sente-se “mais crescido”,
“mais seguro”, “mais preparado para
os desafi os”.
No sítio da Internet da AGYP já se
inscreveram 64 pessoas que dizem
ter intenções de fazer o gap year no
próximo ano”. Gonçalo Azevedo Sil-
va diz não poder dizer quantos por-
tugueses já fi zeram o gap year entre o
secundário e a universidade ou quan-
tos vão, efectivamente, fazê-lo para
o ano. Mas está convencido de que a
tendência “vai mesmo pegar”.
12 | PORTUGAL | PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013
NUNO FERREIRA SANTOS
Governo deve reforçar com urgência o orçamento da Segurança Social, diz Eugénio Fonseca
Ao mesmo tempo que o presidente
da Cáritas Diocesana pedia ao Go-
verno que assegurasse o “urgente
reforço de meios” para o combate
ao “inevitável aumento da pobreza”,
o ministro da Solidariedade e da Se-
gurança Social, Pedro Mota Soares,
prometia disponibilizar, “ao longo
dos próximos meses”, dez milhões
de euros de verbas comunitárias
para o combate ao desemprego em
zonas mais vulneráveis do país.
O anúncio de ontem do ministro,
que informou que aquele montante
será aplicado na celebração de 80
Contratos Locais de Desenvolvimen-
to Social (CLDS), foi feito no fi nal da
visita a um lar de idosos de Cinfães,
um dia depois de o Governo ter ad-
mitido, na sequência da sétima ava-
liação da troika, o aumento da reces-
são e da taxa de desemprego, que
poderá atingir um pico de 19%.
A notícia de que as consequências
da crise se iriam agravar já havia
provocado o alerta do presidente
da Cáritas, Eugénio Fonseca, que à
Cáritas diz que pobreza vai aumentar e pede mais apoio para emergências
margem do conselho geral daquela
organização, em Bragança, afi rmou
que o Governo deveria reforçar com
urgência o orçamento do Ministério
da Solidariedade e Segurança Social,
sob pena de a situação se tornar
“ainda mais dramática”.
Defendeu, em concreto, o aumen-
to das verbas disponibilizadas aos
centros distritais de solidariedade e
segurança social para os chamados
subsídios eventuais, que permitem
fazer face a situações de emergên-
cia, como a compra de medicamen-
tos ou o pagamento de rendas ou de
electricidade.
Não foi possível obter um co-
mentário de Eugénio Fonseca aos
anunciados CLDS, que envolverão
câmaras municipais e instituições
particulares de solidariedade social.
Mas o PÚBLICO sabe que, quando
fez aquelas afi rmações, o presidente
da Cáritas não tinha conhecimen-
to da mais recente promessa do
ministro. “São cerca de 10 milhões
em verbas comunitárias que nós cre-
mos, juntamente com o poder local
e acima de tudo com as instituições
sociais, poder fazer gerar um con-
junto de projectos que criem postos
de trabalho”, disse Mota Soares, ci-
tado pela Lusa.
Os CLDS contemplam um modelo
de gestão que prevê a concentração
de recursos em zonas vulneráveis e
em projectos que visem a criação de
emprego, a formação e a qualifi ca-
ção; a “intervenção familiar e paren-
tal”; “a capacitação da comunidade
e das instituições” e “a informação
e acessibilidade”. Segundo a Lusa,
as zonas afectadas por desemprego
e pobreza elevados poderão benefi -
ciar de um apoio até 300 mil euros,
durante dois anos, e as áreas enve-
lhecidas ou fortemente afectadas
por calamidades podem receber
até 200 mil euros.
Actualmente estão em curso 79
projectos inseridos nos CLDS, abran-
gendo 18 concelhos. Há um mês, o
secretário de Estado da Segurança
Social, Marco António Costa, já tinha
anunciado uma nova fase de CLDS,
focalizada na empregabilidade.
O socialista Nuno Sá classifi cou o
anúncio de Mota Soares como “pro-
paganda barata” feita com “progra-
minhas de 200 mil euros”. O coor-
denador da bancada do PS para as
questões do trabalho disse à Lusa
que se está a assistir a uma atitude
de “insólito atrevimento”. Em decla-
rações ao PÚBLICO, sublinhou que
a medida anunciada não resolve o
problema. “O Governo limita-se a
prosseguir com medidas de política
social dos Governos do PS e dá-se
por satisfeito por combater um mi-
lhão de desempregados com pro-
gramas de 200 mil euros”, acusou,
lembrando que quando o PS lançou
este tipo de contratos locais, a taxa
de desemprego era muito inferior.
com Lusa
CriseGraça Barbosa Ribeiro
Ministro Mota Soares anunciou novos contratos locais para combater desemprego. Envolvem 10 milhões de euros
Um grupo de polícias passa e ouve-se
no rádio: “Reforços, rápido, estamos
a ser fortemente apedrejados!” Há
pedras e insultos e os agentes dis-
param várias vezes para o ar. Há fu-
mo por toda a rua, cheira a plástico
queimado. Há mães que gritam pelos
fi lhos das janelas — têm receio que se-
jam detidos. Ou atingidos pelos tiros.
Foi assim ontem à noite, no Bairro da
Bela Vista, em Setúbal.
A violência seguiu-se à morte de
um jovem de 18 anos durante a tarde.
Vários moradores garantiam que o
jovem tinha morrido depois de ser
atingido pela polícia, numa alegada
perseguição. Mas nem a PSP de Setú-
bal nem a direcção nacional da PSP
confi rmaram essa informação.
A morte do jovem “terá acontecido
na sequência de um acidente de mo-
to”, afi rmou o subcomissário Vieira,
da direcção nacional da PSP, em de-
clarações ao PÚBLICO. E da esquadra
em Setúbal veio a mesma certeza: “A
morte foi causada pelo acidente.”
Mas a TSF citava também a direc-
ção nacional da PSP para avançar
que chegou a haver disparos, com
balas de borracha, para tentar travar
o jovem.
O rapaz seguiria sem capacete
e na sequência de uma persegui-
ção ou de uma fuga terá caído e
morrido, adiantou ainda a direc-
ção nacional da PSP, sublinhando
Papel da polícia em morte de jovem gera violência no bairro da Bela Vista
Setúbal Ricardo Vilhena
O rapaz seguia ontem sem capacete, numa moto, e terá morrido quando era perseguido pela polícia. Bairro a ferro e fogo
que estava a reunir informação.
Várias pessoas concentraram-se
junto à esquadra local da PSP. No ex-
terior estava um dispositivo de agen-
tes munidos de material de protec-
ção, como escudos e capacetes.
Outros moradores insultavam a
polícia, das varandas, e outros ainda,
na rua, desaprovavam, em surdina,
a queima dos caixotes do lixo e os
distúrbios.
Por volta das 22h ouviram-se tiros
do corpo de intervenção. Um grupo
de jovens que estava entre o Mercado
2 de Abril, o bairro vizinho e a Bela
Vista dispersaram. Mas reagruparam-
se rapidamente e incendiaram mais
caixotes na Rua do Sacramento, se-
guindo depois pela Rua do Padre José
Maria Nunes da Silva, um dos limites
do bairro, a poucos metros da esqua-
dra de polícia. Pelo caminho derru-
baram mais caixotes, ecopontos e
pontos de recolha de roupa, entre
assobios e gritos contra a PSP.
A polícia agia com precaução,
acompanhada por câmaras de te-
levisão e jornalistas. Enquanto isso,
algumas pessoas tentavam retirar os
seus carros da zona, para os levar
para longe do bairro e da confusão.
Várias viaturas foram atingidas por
pedras.
O Bairro da Bela Vista foi palco, há
alguns anos, de incidentes do géne-
ro. Em Maio de 2009, um jovem ali
residente morreu em Alvor, no Al-
garve, na sequência de um disparo
da polícia que o havia surpreendido
a cometer um roubo.
O resultado deste incidente foram
três dias de confrontos, com caixo-
tes incendiados, pedras e troca de
tiros e um ambiente de tensão que
demorou a dissipar-se. com Andreia Sanches
NUNO FERREIRA SANTOS
Em 2009 o bairro também foi palco de confrontos (foto de arquivo)
PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013 | 13
Semedo rejeita coligações que não incluam “toda a esquerda”
Ambição com realismo: é assim que
João Semedo, coordenador do Blo-
co de Esquerda, encara a proposta
que o próprio fez à comissão polí-
tica e à concelhia do partido, para
que o seu nome fosse o candidato
à presidência da Câmara de Lisboa
nas próximas autárquicas do Ou-
tono. A proposta foi acolhida com
uma votação “superexpressiva”,
descreve o próprio, na reunião de
sexta-feira à noite. De onde saiu
também o nome da deputada Ana
Drago para encabeçar a lista para
disputar a presidência da assem-
bleia municipal. Estas decisões
vêm encerrar um período de algu-
ma celeuma dentro do BE sobre os
nomes a indicar para a autarquia
da capital. “Achei que a melhor so-
lução era eu”, diz, sem rodeios, o
coordenador bloquista.
O realismo de João Semedo assen-
ta no pressuposto de assumir desde
já que o objectivo político principal
da sua campanha é a “recuperação
de um vereador” no município lis-
boeta. “É uma visão realista do qua-
dro político português e de Lisboa”,
assume João Semedo ao PÚBLICO,
recusando partir para a corrida
com um horizonte limitado. “Não
ando distraído, conheço o tabuleiro
do jogo. Por isso assumimos que
BE lança Semedo à presidência de Lisboa para recuperar vereador
não disputamos a câmara, mas o
regresso do Bloco de Esquerda à câ-
mara.” Ainda não fez as contas do
que isso signifi ca, mas lembra que,
há quatro anos, “faltaram poucos
votos para que Luís Fazenda fos-
se eleito”. Em 2009, Fazenda teve
12.806 votos, e o PCP, o último a
eleger, teve 22.575. O BE perdia as-
sim ofi cialmente o lugar de verea-
dor que, na prática, já não era seu,
uma vez que José Sá Fernandes que,
com estatuto de independente, fora
eleito pelo Bloco, perdera o apoio
do partido.
E uma coligação? “Independente-
mente do que o PS nos propuser [os
dois partidos ainda vão reunir-se,
na sequência da carta que os socia-
listas enviaram na passada semana
ao BE e ao PCP a propor encontros
para discutir coligações em alguns
municípios], não abdicaremos de
uma candidatura só nossa em Lis-
boa”, esclarece Semedo, justifi can-
do que o partido quer “uma forte
disputa e discussão política” para o
município. Já alianças pós-eleitorais
será assunto para mais tarde. “Pri-
meiro, a campanha, depois os resul-
tados”, diz Semedo. Mas aqui não
faz recusas. “O BE assumirá todas
as responsabilidades do programa
com que se apresentar às eleições.
Seremos parte da solução — ou não
— se essa solução for enquadrável
com o programa.” O coordenador
bloquista esclarece que é favorável
a “coligações de toda a esquerda”,
mas para esse cenário nem o PCP
nem o PS se mostram interessados.
“O país benefi ciaria de uma coliga-
ção de toda a esquerda. Não é de
meia esquerda; é de toda a esquer-
da”, defende Semedo, esperando,
no entanto, para ver o que o PS vai
colocar em cima da mesa.
Questionado sobre as áreas em
que a cidade precisa de medidas
urgentes, Semedo aponta o apoio
social e a habitação. “O grande de-
safi o é, nesta situação de grande
austeridade, a autarquia ter capa-
cidade para responder à grande
fragilidade da cidade que é a de
ter uma população envelhecida e
em muitos casos assolada pela po-
breza.” Não sendo o apoio social
uma responsabilidade em primeiro
lugar do município, este “não pode
fi car de braços cruzados”. Daí ser
preciso contornar os espartilhos da
nova lei das fi nanças locais e “reo-
rientar as necessidades e os recur-
sos municipais” para responder às
inúmeras situações de “emergência
social” que a cidade encerra, diz
Semedo.
Autárquicas Maria Lopes
Ana Drago é a candidata à presidência da assembleia municipal. Semedo rejeita coligação, mas acordos pós-eleições “logo se verá”
António José Seguro recusou-se on-
tem a falar numa moção de censu-
ra ao Governo, apesar de, na sexta-
feira à noite, ter anunciado que a
sétima avaliação da troika marca a
ruptura das relações do PS com o
Governo, mesmo não explicando
de que forma fará esse corte. Ques-
tionado à margem de um encontro
com empresários em Castelo Branco
sobre se vai apresentar uma moção
de censura ao Governo, o líder so-
cialista refutou esse cenário. “Faço
oposição construtiva e séria: escuto
os portugueses, os seus problemas
e apresento soluções”, respondeu,
considerando desempenhar o papel
“que se exige ao líder da oposição:
que apresente alternativas”, o que
o PS tem feito.
Horas depois, o coordenador do
Bloco de Esquerda, João Semedo,
desafi ou o líder do PS a assumir essa
ruptura, alinhando numa moção de
censura contra o Governo. “Fiquei
surpreendido com o anúncio da rup-
tura, que é tardio, mas chegou, mas
estranho que não se traduza em na-
da de concreto”, disse ao PÚBLICO
João Semedo. “É o momento opor-
tuno, até pela gravidade das previ-
sões e das medidas anunciadas - que
representam mais três anos de aus-
teridade, de recessão e desemprego
-, para o PS alinhar numa moção de
censura para clarifi car a sua posi-
ção sobre a troika. Para que se saiba
onde está a direita e a esquerda em
Portugal e quem está do lado da aus-
teridade”, defende o coordenador
do BE. Seguro até “pode perguntar
qual é a pressa. Pois a pressa é exac-
tamente apresentar uma moção de
censura”, desafi a Semedo.
“O anúncio desta avaliação marca
defi nitivamente uma clara ruptura
entre o PS e o Governo, porque o
PS não se revê nesta receita de em-
pobrecimento, que não resolve ne-
nhum problema”, disse o líder do PS
na sexta-feira. Questionado ontem
sobre a atitude de Seguro, António
Costa, que defende há muito este
corte, limitou-se a dizer que “o re-
nascer pressupõe rupturas”, talvez
inspirado pelo facto de estar numa
plantação de árvores. com Lusa
Seguro recusa falar de moção, BE desafia PS
PartidosMaria Lopes
João Semedo desafia líder do PS a concretizar a ameaça de “ruptura” com o Governo que fez na sexta-feira. Costa não comenta
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14 | LOCAL | PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013
Casa da Música bate Torre dos Clérigos e já é a preferida dos turistas no Porto
PAULO PIMENTA
Preferência pela Casa da Música confirma procura de turismo cultural, acredita o presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal
Os turistas que visitam a cidade do
Porto colocam, no topo da lista dos
locais a visitar, a Casa da Música, do
arquitecto holandês Rem Koolhaas.
O edifício da Porto 2001 – Capital
Europeia da Cultura ultrapassa a
Torre dos Clérigos ou as caves do
vinho do Porto, de acordo com os
resultados de um estudo realizado
pela Fundação de Serralves. A fun-
dação, projecto do arquitecto por-
tuguês Álvaro Siza Vieira, ocupa o
quarto lugar na lista.
Os resultados constam do capí-
tulo A Fundação de Serralves como
pólo de atracção turística do estudo
Impacto Económico da Fundação de
Serralves, realizado pela Porto Bu-
siness School. O top 5 das atracções
turísticas do Porto foi construído
através de um inquérito a 350 tu-
ristas, nacionais e estrangeiros,
e, a julgar pelos dados obtidos, a
imagem que o Porto hoje projecta
vai para lá do centro histórico que,
em 1996, lhe garantiu o galardão da
Unesco de Património Mundial da
Humanidade.
Na lista de 23 locais previamente
defi nidos e que os turistas já tinham
visitado, ou pretendiam visitar, es-
tão a Sé Catedral (6.º lugar), o Pa-
lácio da Bolsa (8.º), a Igreja de São
Francisco (11.º) ou a Ribeira (12.º),
símbolos do centro histórico, mas
estão também muitos outros espa-
ços que remetem para um Porto
diferente, de modernidade e con-
sumo.
O resultado mais surpreendente
talvez seja o facto de o item “cen-
tros comerciais” surgir na 5.ª posi-
ção da lista, logo a seguir a Serral-
ves e antes da Sé Catedral. Melchior
Moreira, presidente do Turismo do
Porto e Norte de Portugal, arrisca
uma hipótese para este destaque.
“Um dos nossos produtos estraté-
gicos é precisamente o City Break, e
penso que será nesse contexto que
esse resultado surge. Acredito que
este indicador se prenda mais com
o turismo interno, dos portugue-
ses que vão à cidade e sabendo da
oferta e qualidade dos produtos,
aproveitam para ir às compras”, diz
este responsável.
A verdade é que o estudo de Ser-
ralves refere que “não se registaram
âmbito e introduzir estas questões.
Nós, claro, fi camos contentes por
aparecer em 4.º lugar, mas acho
que estes resultados dependem
sempre muito da amostra.
No [site] Trip Advisor, por exem-
plo, que valorizo muito, por ser
aberto a todos, hoje [quinta-feira]
aparecemos em 8.º [à frente da
Casa da Música, em 9.º] , mas já
houve dias em que estávamos em
primeiro”, diz.
Já Melchior Moreira não se mos-
tra surpreendido com o top 5 do es-
tudo de Serralves (com excepção da
presença dos centros comerciais)
nem com o facto de a Casa da Músi-
ca ultrapassar a Torre dos Clérigos,
que este ano está a celebrar os seus
250 anos. “Isto vem confi rmar um
conjunto de dados que já tínhamos
em relação à cidade do Porto, de
procura muito grande do touring
ligado à Cultura e ao património”,
assinalou.
Num estudo realizado para a Fundação de Serralves pela Porto Business School, 350 turistas colocam o edifício de Rem Koolhaas no topo de uma lista, na qual os shoppings surgem em 5.º lugar
PortoPatrícia Carvalho
Outros pontos de interesse
Estádio do Dragão à frente de cruzeiros no rio
Os 23 locais de interesse seleccionados para o inquérito promovido por Serralves incluem espaços
tão distintos como o Jardim Botânico (19.ª posição) ou o Estádio do Dragão. A casa do F. C. Porto ocupa a 16.ª posição das preferências dos inquiridos, à frente dos cruzeiros pelo Douro (17.ª), da Foz (18.ª), do Palácio de Cristal (20.ª), das pontes (21.ª), da Avenida dos Aliados (22.ª) ou das Galerias de Paris (23.ª). Os restantes locais da lista são ocupados pelas viagens de autocarro e eléctrico da Citytours (7.ª posição), o
Palácio da Bolsa (8.ª), o Museu de Soares dos Reis (9.ª), o Museu do Carro Eléctrico (10.ª), o Sea Life (13.ª) e a Livraria Lello (14.ª). A Estação de São Bento, recentemente destacada por publicações internacionais como um dos sítios a não perder no Porto, não fazia parte da lista definida pela equipa técnica.
diferenças estatisticamente signifi -
cativas entre nacionais e estrangei-
ros no que respeita aos locais top
5 mais visitados da cidade do Por-
to” — top encerrado, precisamente,
pelos centros comerciais, com 42%
dos inquiridos a garantir que os vi-
sitou ou pretende visitá-los, na sua
estadia na cidade.
Serralves tem outro estudoA directora-geral da Fundação de
Serralves, Odete Patrício, também
não encontra explicação para este
dado e diz que vai esperar pelos
resultados de um outro estudo que
a instituição espera apresentar em
Maio, centrado na questão dos pú-
blicos, para tirar conclusões mais
concretas.
“O objectivo deste estudo não era
avaliar quais as principais atracções
da cidade, mas quantifi car o valor
económico de Serralves. Os auto-
res resolveram alargar um pouco o
PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013 | 15
O Tribunal da Relação de Lisboa
considerou nula a condenação dos
13 arguidos no processo do colapso
do viaduto da A15, na freguesia de
S. Gregório de Fanadia, Caldas da
Rainha, em que morreram quatro
operários, e determinou a repeti-
ção do julgamento.
A decisão teve por base a apre-
ciação de dezena e meia de recur-
sos intercalares interpostos pela
defesa ao longo do processo, a
que, em parte, o tribunal veio ago-
ra dar razão, considerando dever
ser “realizado novo julgamento e
proferido novo acórdão em que o
tribunal aprecie a eventual respon-
sabilidade criminal e civil dos con-
denados”. Entre as irregularidades
estão a “valoração de prova que o
não podia ser, perda de efi cácia da
prova produzida e indeferimento
de toda a prova requerida na se-
quência das comunicações efec-
tuadas sem que tenha sido dada a
possibilidade aos requerentes de
esclarecerem os fundamentos da
sua pretensão”, refere o acórdão,
a que a Lusa teve acesso.
Entre as nulidades apontadas está
o facto de alguns despachos terem
sido proferidos apenas na presen-
ça do juiz-presidente, quando de-
veriam ter sido feitos na presença
de todo o colectivo, e de o acórdão
ter sido proferido “vários meses”
após as alegações fi nais, quando o
prazo legal é de um mês. Na deci-
Relação manda repetir julgamento de queda de viaduto na A15, nas Caldas da Rainha
são, proferida a 13 de Março, e de
que os advogados foram notifi cados
na sexta-feira, são referidas “várias
nulidades que a defesa sempre en-
tendeu que eram susceptíveis de
pôr em causa a justiça da decisão
fi nal”, disse César Pratas, advogado
de cinco arguidos do processo, que
à data do acidente trabalhavam na
empresa Mecanotubo.
A repetição do julgamento sem
“os elementos que vieram causar
uma situação de injustiça” aumen-
ta, para os 11 condenados, “a espe-
rança de que a justiça seja feita”.
O acórdão, com mais de 400 pá-
ginas, que condenou 11 de 13 argui-
dos no processo do colapso de um
viaduto da A15 (Óbidos-Santarém),
foi conhecido em Setembro de 2011,
dez anos depois do acidente, que
provocou a morte de quatro operá-
rios e ferimentos noutros 12.
O caso envolveu mais de 200 tes-
temunhas, 17 advogados e esten-
deu-se por mais de meia centena
de sessões, já que foi iniciado no
fi nal de 2007, adiado sine die — para
dar tempo ao Laboratório Nacional
de Engenharia Civil de elaborar um
relatório para apurar as causas da
queda do viaduto — e retomado em
Março de 2008.
A decisão da Relação só será de-
fi nitiva depois de esgotado o prazo
de recurso (20 dias).
Se o Ministério Público não apre-
sentar recurso ou se o mesmo for
considerado improcedente, o julga-
mento será repetido no Tribunal Ju-
dicial das Caldas da Rainha. Lusa
Acidente
Breves
Açores
Lisboa
Famílias de Porto Judeu começam a regressar a casa
Lisboa recebe cerimónia de prémio de arquitectura
A maior parte das famílias desalojadas na freguesia de Porto Judeu, na ilha Terceira, devido às enxurradas, já começou a regressar às suas habitações, mas entre cinco e seis agregados ainda vão continuar a residir em casas de familiares, segundo a Lusa. A freguesia de Porto Judeu, em Angra do Heroísmo, foi uma das mais afectadas pelo mau tempo de quarta-feira, devido às fortes chuvadas que fizeram transbordar o leito de uma ribeira, provocando inundações em cerca de 40 moradias e danificando caminhos e viaturas. O presidente da junta de freguesia, João Tavares, adiantou que a circulação rodoviária “nas vias principais” da freguesia “está toda restabelecida”.
O prémio de arquitectura da Fundação Aga Khan, no valor de um milhão de dólares (cerca de 770 mil euros), vai este ano ser entregue numa cerimónia que decorre no Castelo de São Jorge, em Lisboa, noticiou o semanário Expresso. A cerimónia decorrerá em Setembro. Este é um dos mais prestigiados prémios na área, atribuído de três em três anos. De acordo com o semanário, a escolha de Lisboa foi negociada com o Ministério dos Negócios Estrangeiros e a cidade vai receber ainda um seminário internacional. O prémio distingue projectos “que impõem novos standards de excelência na arquitectura, nas práticas de planeamento, na conservação do património e na arquitectura paisagista”, lê-se no site.
01
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04 05
0706
08 09
1110
1312
14 15
André Carrilho
EDUARDO ANTÓNIO FERREIRA CONSTANTINO
Missa de 7º Dia e Agradecimento
Sua Família participa que amanhã pelas 19.00, na Igreja de S. Sebastião da Pedreira, será celebrada Missa pelo seu eterno descanso. Agradecem, desde já a todos quantos se dignem assistir a este piedoso acto, bem como aqueles que o acompanharam à sua última morada.
P.N. A.M.Agência Funerária de Alcântara e Sto. Amaro
Telefones: 213 643 436 / 919 237
16 | ECONOMIA | PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013
Depositantes bancários vão pagar parte do resgate fi nanceiro de Chipre
A zona euro entrou ontem em ter-
reno movediço ao impor de forma
inédita a todos os depositantes dos
bancos de Chipre uma taxa sobre as
suas poupanças no quadro de um
programa de assistência fi nanceira
de 10.000 milhões de euros.
Este novo modelo de resgate foi
decidido pelos ministros das Finan-
ças da zona euro na madrugada de
ontem, depois de 12 horas de nego-
ciações que se seguiram a nove me-
ses de hesitações sobre como socor-
rer a pequena ilha do Mediterrâneo
do risco de bancarrota.
A decisão de impor uma “taxa
de estabilidade” aos depositantes
permitiu baixar o montante do pro-
grama de ajuda dos 17.000 milhões
de euros pedidos por Nicósia, para
10.000 milhões como era exigido
pelo FMI e alguns países do Norte.
A diferença será assegurada pelos de-
positantes (5.800 milhões), por um
aumento do imposto sobre os lucros
das empresas (IRC) e por receitas das
privatizações de várias empresas.
Sem precedentes nos outros pro-
gramas, o envolvimento dos depo-
sitantes quebra uma regra de ouro
europeia assente na protecção de to-
dos os depósitos até 100.000 euros.
A nova “taxa de estabilidade” ciprio-
ta será de 6,75% para os depósitos
inferiores a 100.000 euros e de 9,9%
para os restantes. Magra consolação,
os depositantes receberão acções dos
bancos no valor do montante que vai
ser retirado das suas contas.
Jeroen Dijsselbloem, ministro ho-
landês das Finanças que preside ao
Eurogrupo, considerou que a medi-
da se tornou necessária para salvar
o sector bancário cipriota, cuja di-
mensão é mais de oito vezes maior
do que o PIB nacional. “Enquanto
contribuição para a estabilidade
fi nanceira de Chipre, é justo pedir
uma contribuição de todos os depo-
sitantes”, justifi cou.
“Gostava de não ser o ministro a
fazer isto”, confessou por seu lado
Michael Sarris, ministro cipriota das
Finanças, que tomou posse com o
novo Governo em Nicósia há apenas
15 dias. Sarris procurou, no entanto,
atenuar o efeito da decisão ao afi rmar
que evitará cortes de salários e pen-
sões como acontece nos outros paí-
ses sob programa de ajuda externa.
“Tínhamos uma escolha entre o
cenário-catástrofe de uma bancarro-
ta não controlada e uma gestão do-
lorosa, mas controlada, da crise que
põe um fi m à incerteza”, afi rmou por
seu lado em comunicado Nicos Anas-
tasiades, o presidente conservador
cipriota empossado há duas sema-
nas, que se dirigirá hoje ao país.
A decisão da zona euro foi, em
contrapartida, fustigada por Sharon
Bowles, presidente da comissão dos
assuntos económicos e monetários
do Parlamento Europeu, que ontem
se manifestou “horrorizada”. “Esta
retirada do dinheiro dos depositan-
tes é classifi cada como um imposto
para tentar contornar as regras euro-
peias de garantia de depósitos” mas
“rouba os pequenos investidores da
protecção que lhes foi prometida. Se
fosse um banco, estariam em tribu-
nal por venda enganosa!”, acusou.
A decisão dos 17 ministros, anun-
ciada às primeiras horas de ontem,
apanhou de surpresa os cipriotas que
se precipitaram para os distribuido-
res de dinheiro para tentar esvaziar
as contas. Sem sucesso: o Governo já
tinha tomado disposições para con-
gelar os montantes correspondentes
ao valor da taxa. O resto do dinheiro
está disponível, garante Nicósia.
Terça-feira de manhã, na abertura
dos bancos (segunda-feira é feriado),
as contas já terão sido amputadas do
valor do imposto, cujas modalidades
deverão ser hoje ou amanhã aprova-
das pelo parlamento nacional.
Chipre começou por pedir à zona
euro, em Junho passado, uma ajuda
de 17.000 milhões de euros, equiva-
lente à totalidade da riqueza anual
do país. Deste montante, 10.000 mi-
lhões eram destinados aos bancos
em risco de falência, nomeadamente
em resultado da reestruturação da
dívida grega imposta pela zona euro
no ano passado.
O FMI, que fi nancia um terço de
todos os programas de ajuda, e os pa-
O ministro cipriota das Finanças, à direita, mereceu as atenções dos parceiros do euro
Decisão europeia sem precedentes rebenta com a protecção dos depósitos até 100 mil euros. Governo cipriota vai receber apoio fi nanceiro de 10 mil milhões de euros
Crise da dívidaIsabel Arriaga e Cunha, Bruxelas
Empréstimos europeus
Luz verde para extensão dos prazos a Portugal e Irlanda
Azona euro formalizou ontem o acordo de princípio que já dera há duas semanas à extensão
dos prazos de reembolso de parte dos empréstimos concedidos a Portugal e à Irlanda, embora deixando as modalidades concretas para decidir mais tarde.
Numa declaração emitida pelos ministros das Finanças no final da reunião dedicada a Chipre, os 17 sublinham
que “estão determinados a apoiar os esforços da Irlanda e de Portugal para recuperar o acesso pleno ao mercado [de financiamento da dívida] e saírem de forma bem sucedida”
dos seus programas de ajuda.Neste contexto, o Eurogrupo,
liderado pelo holandês Jeroen Dijsselbloem, afirma que acordou “um ajustamento das maturidades” do FEEF (Fundo Europeu de Estabilidade Financeira) para “suavizar os perfis de amortização da dívida destes países”. A identificação dos empréstimos visados e a duração do prolongamento das suas maturidades serão discutidas em Abril.
PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013 | ECONOMIA | 17
íses do Norte do euro, consideraram
este montante excessivo porque ca-
tapultaria a dívida pública para 150%
do PIB, um nível em que o reembolso
é considerado impossível.
Mas não só: a Alemanha, que pre-
cisa da autorização do parlamento
para o programa de ajuda a Chipre,
resistiu à ideia de salvar a cerca de
metade de depositantes não residen-
tes, sobretudo russos, que afl ui ao
país visto como um paraíso fi scal.
Além de ter rebentado com a pro-
tecção dos depósitos até 100.000 eu-
ros, a decisão dos 17 do euro quebra
outra regra sagrada: até ontem, os
seus membros garantiram fi rmemen-
te que a participação dos privados no
programa de ajuda à Grécia — através
de perdas impostas aos detentores
privados de dívida — constituía um
caso único e irrepetível nos outros
países sob programa de ajuda.
Questionado sobre a possibilidade
de a medida cipriota poder ser es-
tendida a outros países com bancos
mais frágeis (como a Espanha) ou
com possível necessidade de mais
dinheiro (como Portugal), Dijsselblo-
em afi rmou que medidas semelhan-
tes não estão a ser equacionadas para
outros países.
Saber se os depositantes nos ou-
tros países acreditam é a questão que
começará a ter resposta a partir de
segunda-feira. Para Karl Whelan,
professor de Economia da University
College de Dublin, “esta decisão tem
o potencial de espoletar uma corrida
em toda a linha aos bancos na zona
euro” e “pôr em causa a própria exis-
tência do euro”.
ERIC VIDAL/REUTERS
Breves
Energia
Moeda
Preço dos combustíveis desce um cêntimo
Novas notas de cinco euros não afastam as antigas
O preço dos combustíveis deverá descer a partir de amanhã um cêntimo por litro, com uma redução semelhante na gasolina e no gasóleo, acompanhando a evolução das cotações dos produtos petrolíferos. Segundo fonte do sector, esta semana as cotações mantiveram a tendência de desvalorização face à média da semana anterior, sendo que é a terceira semana em que existe uma descida consecutiva dos combustíveis. No acumulado, e confirmando-se estas descidas, o gasóleo estará 4 cêntimos mais barato e a gasolina 5 cêntimos abaixo do preço de há três semanas. O preço médio do gasóleo na quinta-feira era de 1,425 euros por litro e o valor da unidade de gasolina 95 fixava-se em 1,606 euros.
O Banco de Portugal esclareceu anteontem que a entrada em circulação de novas notas de cinco euros, com um layout gráfico diferente, no próximo dia 2 de Maio, não terá como consequência a retirada das actuais. O esclarecimento do banco foi emitido, segundo o comunicado, após terem sido referidos casos de alegadas burlas com as notas de cinco euros em circulação.O supervisor lembra que as duas notas poderão ser utilizadas ao mesmo tempo, o que significa que a actual não deixará de ter valor. As novas notas, precisa o Banco de Portugal, fazem parte de uma nova série, Europa, que será gradualmente introduzida em todos os países que pertencem ao arco da moeda única.
Gestão de João Jardim continua muito condicionada
A Madeira cumpriu, no ano passado,
as metas com que se tinha compro-
metido no âmbito do processo de
ajustamento fi nanceiro, mas vai ter
que assumir “a responsabilidade de
implementar medidas adicionais”
para ultrapassar os desafi os orça-
mentais, cumprir os limites do pro-
grama para 2013 e contribuir para a
recuperação gradual da sua autono-
mia fi nanceira. Estas são as principais
conclusões do Ministério das Finan-
ças no relatório da quarta avaliação
do Programa de Ajustamento Econó-
mico e Financeiro (PAEF) da região.
Entre as medidas adicionais, a
Madeira comprometeu-se em obter
“poupanças com contratos de parce-
rias público-privadas” na rede rodo-
viária e a continuar a executar medi-
das no sector da Saúde no sentido da
sua racionalização. Obrigou-se, igual-
mente, a apresentar um programa de
privatizações e reestruturações de
empresas públicas regionais.
De acordo com a quarta avaliação,
a Madeira “debate-se ainda com im-
portantes desafi os para 2013, incluin-
do em matéria orçamental”. Foram
também identifi cados “determinados
riscos orçamentais relacionados com
obras em curso”, cujo impacto está
ainda por aferir devidamente.
O ministério, que só tinha divulga-
do a primeira das quatro avaliações
trimestrais do ano passado, concluiu,
Madeira obrigada a novas medidas de contenção
no exame relativo a Dezembro, que
“a trajectória e a consolidação orça-
mental percorridas pela região até
ao momento, mesmo num contexto
macroeconómico particularmente
adverso, permitiram cumprir com
os limites” previstos para 2012.
Contribuíram ainda para “melho-
rar substancialmente a qualidade e
a pontualidade da disponibilização
de informação relativa às contas da
região”, as quais se caracterizaram
durante anos “por falta de disciplina
e transparência”.
O relatório refere que o cumpri-
mento do programa foi alcançado
sobretudo através da contenção da
despesa no último trimestre de 2012,
tendo para o efeito contribuído a re-
dução do investimento do tecto de
150 para 72 milhões de euros [ou seja,
para um décimo da média dos anos
anteriores], a contenção das despe-
sas com pessoal e no sector da saúde
e os benefícios resultantes do acordo
alcançado com fornecedores para o
pagamento de dívida comercial. A
despesa caiu 16,3% e as receitas fi s-
cais registaram uma quebra de 3,1%,
apesar do agravamento das taxas em
25%, resultante da sua equiparação
com as do continente, tendo fi cado
por pagar cerca de 2,4 mil milhões
de euros de encargos assumidos em
2012. Para o secretário das Finanças,
as avaliações comprovam que a re-
gião “está a cumprir positivamente
com tudo o que foi acordado” no pla-
no, sendo “resultado dos esforços e
sacrifícios realizados pela Madeira e
pelos madeirenses”.
Perante tal resultado, o ministério
decidiu desbloquear as tranches refe-
rentes aos terceiro e quarto trimes-
tres de 2012, no montante de 243,2
milhões — de um empréstimo global
de 1500 milhões de euros.
PEDRO CUNHA/ARQUIVO
Contas públicasTolentino de Nóbrega
Ministério das Finanças diz que a região cumpriu metas de 2012, mas tem novos desafios, este ano, de ajuste orçamental
18 | ECONOMIA | PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013
Apesar do recuo registado no último dia de negociação (0,57%), a Bolsa de Lisboa terminou a semana com um ganho robusto, de 1,81%, mais uma vez a mostrar que os investidores confiam que o pior da crise da dívida está passado e que a economia vai começar a mexer-se. O recuo de sexta-feira passada surge como natural reacção ao quadro negro traçado pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar, na sequência da realização da 7.ª
avaliação da troika de credores internacionais. Dos 20 títulos que integram o PSI20, 13 fecharam anteontem no vermelho, seis no verde e um manteve-se inalterado.No deve e haver da semana, em que se acentuou o temor de um quadro de deflação, o BPI foi um dos perdedores, apesar de o banco ter anunciado que vai devolver mais 200 milhões de euros da ajuda que recebeu do Estado para se recapitalizar.
Numa semana marcada por várias apresentações de resultado, o ES Financial também assumiu uma desvalorização, o mesmo acontecendo à Cofina, que apresentou o seu novo projecto na área da comunicação social — a Correio da Manhã TV. Banif, com o problema da recapitalização, e Portucel estão igualmente no grupo dos cinco mais perdedoras.Do lado dos ganhos, o destaque vai para dois dos mais
importantes grupos económicos portugueses. De um lado, a Sonae (holding e Sonaecom), e, do outro, a EDP (casa-mãe e Renováveis). O grupo de Belmiro de Azevedo apresentou contas na semana finda, com o resultado líquido a cair quase 70%, mas um com um vigoroso Ebitda.Surge também no pelotão dos ganhadores a Jerónimo Martins, numa semana em que o grupo lançou o projecto Colômbia no terreno.
Valor das acções em euros1,53
1,59
1,65
1,71
1,77
15141312118 Mar
2,30
2,35
2,40
2,45
2,50
15141312118 Mar
Valor das acções em euros0,66
0,69
0,72
0,75
0,78
15141312118 Mar
Valor das acções em euros3,80
3,95
4,10
4,25
4,40
15141312118 Mar
Valor das acções em euros14,9
15,3
15,7
16,1
16,5
15141312118 Mar
9,40%Var.
4,10%Var.
4,00%Var.
3,80%Var.
Sonaecom EDP Sonae EDP Renováveis Jerónimo Martins
4,80%Var.
1,689
1,55
2,43
2,350,73
0686
4,11
3,97
15,65 15,05
Valor das acções em euros4,90
5,05
5,20
5,35
5,50
15141312118 Mar
Valor das acções em euros1,09
1,12
1,15
1,18
1,21
15141312118 Mar
Valor das acções em euros0,50
0,52
0,54
0,56
0,58
15141312118 Mar
Valor das acções em euros0,1290
0,1305
0,1320
0,1335
0,1350
15141312118 Mar
Valor das acções em euros2,650
2,725
2,800
2,875
2,950
15141312118 Mar
ES Financial BPI Cofina Banif Portucel
-3,90%Var.
-2,20%Var.
-1,40%Var.
-7,10%Var.
-7,00%Var.
5,01
5,28
1,113
1,1970,519
0,543
0,131
0,134
2,724
2,768
5442,84
Índice em pontos
5000
5500
6000
6500
7000
15 Mar19 Out
6185,96Última semana
1,81%Var.
A SEMANA
AS CINCO MAIS
AS CINCO MENOS
PSI 20
É a segunda vez, no espaço de quase 40 anos, que a taxa de inflação homóloga em Portugal cai para um valor negativo. Primeiro, foi em 2009, quando o índicador esteve em -1,7%. No mês passado, voltou ao vermelho, embora num nível mais suave, de -0,03%. A diferença é que, em 2009, o
resultado era consequência de uma descida significativa dos preços internacionais dos alimentos e petróleo. Desta vez, é resultado da política de redução de custos em toda a economia, o que pode prenunciar um período longo de inflação negativa, com os riscos inerentes.
-0,03
A FIGURA VÍTOR GASPARO ministro das Finanças arrisca arruinar, para sempre, nesta passagem pelo Governo português, a reputação de técnico de alto nível e de especialista em finanças públicas. Por muito que custe ao orgulho nacional, Vítor Gaspar é visto, actualmente, mais como um especialista em ficção, ainda por cima de fraca qualidade.Como a conferência de imprensa de anteontem largamente comprovou, o quadro macro-económico em que o ministro assentou a proposta de Orçamento do Estado para
2013 (apresentada em Outubro passado) era pura ilusão. Confirmou-se seis meses depois. O problema é que a distância entre as previsões do ministro e a realidade nua e crua do país paga-se com mais sacrifícios.Em primeiro lugar, para os mais 300 mil desempregados que resultam da diferença entre a previsão de 2011 e a que foi apresentada na conferência de imprensa onde o ministro fez o balanço da 7.ª avaliação da troika. Depois, o que irá resultar para a generalidade da população como consequência do descontrolo em
que caiu o défice público.Com base no quadro que o Governo traçou em 2011 traçou, aos portugueses foi proposto um contrato de dois anos de sacrifícios sérios. Terminado esse período, o crescimento regressaria. Agora, resulta claro que, afinal, a via penosa irá manter-se por muitos mais anos, os equivalentes ao espaço de uma geração. Mas nem o facto de os sucessivos balanços à execução do programa de ajustamento mostrarem que o problema está na receita prescrita — mais e mais recessão — leva os
responsáveis governamentais a equacionarem outros caminhos. É a ortodoxia no seu melhor. Na semana passada, o Instituto Internacional de Finança, onde se agrupam os grandes investidores em dívida pública, revelou um estudo que mostra que uma excessiva dose de austeridade está a “matar” a Grécia. Com a economia portuguesa em clara derrapagem, seria bom meditar-se sobre este trabalho dos investidores que já foram obrigados a perdoar uma parte da dívida helénica. Eles sabem do que falam. José Manuel Rocha
PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013 | ECONOMIA | 19
ADRIANO MIRANDA
Mistolin vira-se para o mercado dos detergentes no Médio Oriente
Não é só olhar para o mapa e ver
os números. Entrar num novo país
implica estudar hábitos de consumo
e alterar embalagens e fórmulas de
produtos. A portuguesa Mistolin já
exporta 30% dos detergentes que
fabrica na unidade industrial em
Vagos, é líder de mercado em Ca-
bo Verde, está em Angola, Espanha
ou França. Agora, enviou as pri-
meiras encomendas para a Arábia
Saudita, o Egipto e o Iémen. Com
cheiros “mais frutados e fortes”,
diz Paulo Mendes, director-geral
da Mistolin.
“No ano passado, formalizámos o
modelo de representação para estes
países. Se conseguirmos vendas de
50 mil euros, que é o nosso objecti-
vo, fi caremos satisfeitos. É o primei-
ro ano, mas dará para ganharmos
conhecimento [sobre o mercado]
para os anos seguintes”, conta. No
laboratório da Mistolin, a direcção
de investigação e desenvolvimento
gastou “milhares e milhares de ho-
ras” em testes. No ano passado, fo-
ram 66 fórmulas e nem todas vão ser
comercializadas. As preferências e a
cultura do Médio Oriente obrigaram
a empresa a estudar e a comunicar
de forma diferente.
“Por exemplo, os produtos pa-
ra lavar o chão libertam cheiros e
despertam emoções e os gostos são
diferentes. Para lavar pavimentos,
gostam de cheiros mais frutados e
fortes. Aqui, em Portugal, é mais fl o-
res. Em França, tem de ser vinagre”,
conta. Os rótulos também são im-
portantes: é preciso que destaquem
o facto de o produto ser europeu.
Segunda geraçãoA experiência, diz Paulo Mendes,
tem sido rica e, depois desta pri-
meira incursão, já surgiram novas
oportunidades, em mercados ainda
desconhecidos pela Mistolin, funda-
da em 1992 pela família Pascoal Neto
e com a segunda geração à frente do
negócio. A entrada na Argélia está a
ser negociada e será feita com par-
ceiros locais e fábrica incluída.
“É um mercado com liquidez, mas
muito fechado. Para exportar tem
muitas barreiras e é preciso um pro-
jecto industrial, de raiz. Esperamos
chegar a acordo com um dos poten-
ciais parceiros no segundo trimes-
tre”, avança. Caso as negociações
cheguem a bom porto, a empresa
de detergentes pode ter a primeira
fábrica naquele país em 2014.
Há, ainda, a China. A Mistolim
importa alguns produtos chineses
e tem vindo a cimentar relações
comerciais no território. A cozinha
chinesa é uma oportunidade, diz
Paulo Mendes. O uso de óleo e gor-
dura exige limpeza mais funda, e é
aqui que a empresa se posiciona. No
seu portefólio, que inclui 350 fórmu-
las diferentes (todas inventadas em
Vagos), os desengordurantes são a
imagem de marca — assume-se como
líder de mercado neste segmento —
e, por isso, o director-geral acredi-
ta que há um lugar para a Mistolim
no gigante asiático. “Já fi zemos dois
ensaios [em Ningbo e Guangdong]
e estamos a preparar a estratégia e
plano de acção”, afi rma.
Fora de Portugal, a empresa de
detergentes tem uma presença di-
recta em Moçambique, com 11 pesso-
as a trabalhar localmente. Em 2012,
facturou 400 mil euros neste país
e vai dar novo passo este ano com
um investimento numa fábrica local,
de preparação e embalamento. A
Mistolim Moçambique começou por
vender produtos no retalho e alar-
gou a oferta para clientes profi ssio-
nais. Paulo Mendes conta que, com
a escassa oferta, as empresas tinham
de comprar na vizinha África do Sul.
Havia, por isso, oportunidade.
“O projecto industrial vai respon-
der às necessidades locais de lavan-
daria e pavimento. Vamos começar
com a pré-preparação dos produtos
em Portugal e lá completamos e em-
balamos. Em 2014, queremos avan-
çar para a produção local”, adianta
Paulo Mendes, acrescentando que,
até agora, foram investidos cerca de
500 mil euros.
A maior parte das exportações
do fabricante de detergentes — do-
na das marcas Fascinante, Starlim
(Cabo Verde, onde é líder de merca-
do) e Flimpauto — segue para Ango-
la, que, no ano passado, não ajudou
a empresa a aumentar as vendas.
“Facturámos no total cerca de 9,2
milhões de euros, mas descemos
200 mil euros face a 2011, porque
em Angola estávamos muito depen-
dentes de um número reduzido de
clientes”, explica o gestor. A estra-
tégia de internacionalização tenta
travar cenários destes e dar “susten-
tabilidade” ao negócio.
Na Europa, a Mistolim está em Es-
panha (pesa cerca de 11% nas recei-
tas), França, Bélgica, Luxemburgo
e Suíça, alavancada pela diáspora
portuguesa.
“Uma parte signifi cativa dos de-
senvolvimentos e novas concepções
na área doméstica tem a ver com os
projectos de internacionalização. Na
área profi ssional, também há algu-
mas novas soluções que procuramos
para resolver problemas a poten-
ciais clientes estrangeiros”, afi rma.
Para encontrar novos produtos e
soluções estão em curso parcerias
com a Universidade de Coimbra e a
Universidade de Aveiro. A intenção
é perceber se o caminho da Misto-
lim passa por alargar a oferta ou por
apostar numa “maior sustentabili-
dade, mantendo o mesmo nível de
desempenho”.
O director-geral, Paulo Mendes, conta produzir em Moçambique já no próximo ano
Empresa de Vagos vende já 30% da produção no estrangeiro e prepara a entrada em novos mercados, com a China incluída. Detergentes são feitos ao gosto local, que aprecia cheiros mais frutados e menos fl orais
InternacionalizaçãoAna Rute Silva
66Os testes para conseguir novos cheiros são uma das prioridades da empresa, como forma de ganhar e fidelizar clientes. No ano passado, foram 66 fórmulas.
AMistolin é uma empresa low profile, mas Paulo Mendes, o director-geral, diz que chegou
a altura de dar a conhecer a marca e os detergentes ao grande público. O renhido mercado dos produtos de limpeza para o lar está nas mãos de multinacionais como a Henkel, a Unilever ou a Reckitt, contudo, em 2012, as vendas em Portugal da Mistolin cresceram 15%.
“É um desafio disputar o mercado com grandes multinacionais, que têm um conjunto de forças que não temos, mas, por outro lado, quem decresce são eles. O facto de nos darmos a conhecer como empresa portuguesa, tem-nos permitido crescer”, diz.
Este vai ser o ano de estreia em investimento em publicidade. Paulo Mendes prefere não avançar números e diz que haverá uma campanha mediática “a meio do ano” e mais relação com os retalhistas. “O mercado está muito desafiante porque os canais de distribuição e as cadeias apertam um pouco com os fabricantes e todos têm de apertar margens e rentabilizar custos. Felizmente, temos alguns pontos fortes e temos vindo sempre a crescer em Portugal”, continua.
A Mistolin, que tem 117 trabalhadores, vende produtos para uso doméstico e profissional e é a maior empresa portuguesa de detergentes com a sua própria marca. A produção anual ronda os seis milhões de embalagens, entre lava-loiças, desengordurantes, produtos de limpeza para casa de banho ou roupa. No sector profissional, fornece ao sector agro-alimentar e hotelaria. E é membro da rede PME Inovação da Cotec.
Investimento em marketing
20 | MUNDO | PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013
EUA reforçam defesa antimíssil em resposta às provocações de Pyongyang
Instalação de mais 14 interceptores na Costa Oeste retoma plano de Bush que Obama suspendeu em 2009 e cuja efi cácia é contestada. Decisão implica cortes no projecto de defesa antimíssil da NATO na Europa
YURI GRIPAS/REUTERS
O secretário da Defesa dos EUA, Chuck Hagel, diz que projecto mostra “ao mundo que os EUA se mantêm firmes contra a agressão”
Os Estados Unidos vão gastar mil
milhões de dólares para reforçar as
suas defesas antimíssil, com a insta-
lação de 14 novos interceptores na
Costa Oeste. A decisão, em resposta
às “provocações irresponsáveis e im-
prudentes” da Coreia do Norte, con-
traria a contenção nesta área decidi-
da por Barack Obama pouco depois
de chegar à Casa Branca, mostrando
que Washington vê com alarme os
progressos militares feitos pelo im-
previsível regime norte-coreano.
O projecto anunciado sexta-feira
pelo secretário de Defesa, Chuck Ha-
gel, implica a desistência da quarta
e última fase do sistema de defesa
antimíssil planeado para a Europa,
no âmbito da NATO, e que incluiria
o envio de uma nova geração de an-
timísseis para a Polónia e Roménia
— uma notícia que será bem acolhi-
da pela Rússia, crítica do projecto, e
que pode ajudar a relançar as nego-
ciações para a redução dos arsenais
nucleares dos dois países. Washing-
ton garante, porém, que as três fases
já em execução serão sufi cientes pa-
ra proteger a totalidade do território
aliado até 2018 e que um novo radar
será instalado na Turquia para con-
trariar a ameaça iraniana.
Os novos 14 interceptores ter-
restres (conhecidos pela sigla em
inglês, GBI) deverão ser instalados
no Alasca até 2017, juntando-se aos
26 já em funcionamento na região e
aos quatro existentes na Califórnia. A
instalação fi cará dependente de no-
vos testes que confi rmem a efi cácia
do sistema, mas a meta iguala os 44
interceptores que a Administração
Bush planeara instalar na costa do
Pacífi co — um projecto que Obama
suspendeu em 2009.
Hagel anunciou também a insta-
lação de um segundo radar TPY-2 —
concebido para detectar o disparo
e seguir a trajectória de mísseis in-
tercontinentais — na costa noroeste
do Japão. Em cima da mesa está tam-
bém a possibilidade, há muito recla-
mada pelos republicanos, de instalar
interceptores antimísseis na Costa
Leste dos EUA, prevendo o cenário
de um ataque vindo do Irão.
“Vamos reforçar a defesa do nosso
território, mantendo os compromis-
sos com os nossos aliados e parcei-
sem sucesso, convencer Kim a não
realizar o terceiro teste nuclear.
O anúncio do reforço da defesa
antimíssil visa, assim, três objecti-
vos simultâneos, sublinha o diário
nova-iorquino: reforçar o poder de
dissuasão dos EUA, mostrar que Wa-
shington não poupará esforços para
proteger o seu território e o dos paí-
ses amigos e “avisar Pequim que tem
de refrear o seu aliado ou confron-
tar-se com um foco militar crescente
americano na Ásia”. O Pentágono
garante, porém, que avisou a China
dos seus planos e que o reforço do
sistema antimíssil não deve ser visto
como uma ameaça pelo país.
A oposição republicana aplaudiu
o recuo de Obama: “O Presidente es-
tá fi nalmente a compreender o que
Reagan nos ensinou há 30 anos, que
a melhor forma de garantir a paz é
através da força”, disse Mike Rogers,
presidente da subcomissão da Câma-
ra dos Representantes para as Forças
Estratégicas. Há, porém, muitas dú-
vidas sobre a efi cácia dos intercep-
tores produzidos pela Boeing, que
nunca foram testados em situação
de confl ito e que, dos 18 ensaios a
que foram submetidos, só em oito
vezes conseguiram destruir o alvo,
a última das quais em 2008.
O subsecretário da Defesa James
Miller assegura que o sistema só se-
rá instalado se até 2017 a sua efi cá-
cia for comprovada, mas os peritos
mantêm-se cépticos: “Não vejo como
mais 14 GBI colocados na costa do
Pacífi co podem mudar a percepção
dos norte-coreanos sobre a bem co-
nhecida fraca performance do siste-
ma. A Coreia do Norte pode ser pou-
co racional, mas provavelmente não
tão irracional como isso”, disse ao
Wall Street Journal Yousaf Butt, do
Instituto de Estudos Internacionais
de Monterrey, na Califórnia.
Tensão no PacíficoAna Fonseca Pereira
ros, e deixando claro ao mundo que
os EUA se mantêm fi rmes contra a
agressão”, sublinhou Hagel, num re-
cado enviado a Pyongyang, mas que
ressoará também em Pequim.
O território continental dos EUA,
ao contrário do Havai, está fora do
alcance dos mísseis norte-coreanos,
mas o Pentágono faz saber que pre-
tende antecipar-se a uma ameaça
que tanto os analistas como os res-
ponsáveis políticos dizem que deve
ser levada cada vez mais a sério.
Na conferência de imprensa, Ha-
gel recordou que, em Dezembro, a
Coreia do Norte lançou com sucesso
um foguetão (que partilha todas as
características com um míssil inter-
continental) e, no mês passado, re-
alizou o seu terceiro ensaio nuclear.
A ousadia valeu-lhe novas sanções
das Nações Unidas, a que Pyongyang
reagiu com uma bravata como há
muito já não se assistia: denunciou o
armistício assinado com a Coreia do
Sul em 1953, ameaçou transformar
o país vizinho “num mar de fogo”
e avisou os EUA para o risco de um
“ataque nuclear preventivo”.
Recado a PequimApesar de ninguém acreditar que
o jovem líder norte-coreano Kim
Jong-un planeia um ataque deste ti-
po, Washington vê nas ameaças um
sinal de que ele está disposto a tudo
para ter mísseis armados com ogivas
nucleares — até a ignorar a pressão
do seu único aliado. Para lá das pro-
vocações, “o que verdadeiramente
acelerou [a decisão de reforçar o
sistema antimíssil] foi o facto de os
norte-coreanos estarem menos acor-
rentados aos patronos chineses do
que nós pensávamos”, disse ao New
York Times um responsável da Admi-
nistração, sob condição de anonima-
to, recordando que Pequim tentou,
PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013 | MUNDO | 21
Laura Boldrini, candidata do parti-
do Esquerda, Ecologia e Liberdade
e ex-porta-voz do ACNUR, foi elei-
ta ontem presidente da Câmara
dos Deputados em Itália, com uma
maioria absoluta de 327 votos.
O nome de Boldrini foi propos-
to pelo Partido Democrático (PD),
de Pier Luigi Bersani, que se apre-
sentou nas eleições coligado com o
Esquerda, Ecologia e Liberdade, de
Nichi Vendola.
A intenção inicial de Bersani era
fazer um acordo com o Movimen-
Laura Boldrini, defensora das “vítimas” de Berlusconi, eleita na Câmara dos Deputados
to 5 Estrelas (M5S), do comedian-
te Beppe Grillo: o seu PD apoiaria
um presidente grillino na Câmara
dos Deputados se o M5S pagasse
na mesma moeda na votação para
o Senado. Como o movimento de
Grillo manteve a decisão de votar
única e exclusivamente num dos
seus deputados, o PD avançou com
Laura Boldrini, que acabou por ser
eleita sem difi culdades. O candida-
to do Movimento 5 Estrelas, Rober-
to Fico, recolheu 108 votos.
A eleição de Laura Boldrini foi re-
cebida com uma ovação por quase
todos os deputados, à excepção dos
representantes do Povo da Liberda-
de, de Silvio Berlusconi.
Laura Boldrini, de 52 anos, é a ter-
ceira mulher a ser eleita presidente
da Câmara dos Deputados em Itália,
depois de Nilde Iotti (1979-1992) e
Irene Pivetti (1994-1996).
“Chego a este cargo ao fi m de mui-
Itália
Centro-esquerda consegue também eleger Pietro Grasso, um dos rostos do combate anti-máfia, como presidente do Senado
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de violência mascarada de amor.”
Em Fevereiro, durante a campa-
nha, Boldrini disse ao PÚBLICO que
Berlusconi foi uma das principais
razões que a levou a aceitar deixar
para trás os anos de trabalho no AC-
NUR e a regressar ao seu país: “Com
Berlusconi, chegámos ao Ano Ze-
ro. Perderam-se todas as conquistas
das mulheres. Hoje, em Itália, todos
os produtos se vendem através do
corpo da mulher, na televisão e na
publicidade.”
Depois da surpresa da eleição de
Boldrini como presidente da Câmara
dos Deputados, o centro-esquerda
conseguiu também eleger um dos
seus candidatos como presidente do
Senado. Pietro Grasso, conhecido
pelo seu histórico de luta contra a
máfi a, obteve 137 votos, contra os
117 de Renato Schiaffi ni. Para este re-
sultado terá sido determinante uma
divisão no Movimento 5 Estrelas.
Uma mulher de nacionalidade suíça
foi vítima de uma violação colecti-
va na presença do seu marido, no
Centro da Índia, anunciou a polícia
local. A vítima e o marido viajavam
de bicicleta e estavam acampados
na sexta-feira à noite, no estado de
Madhya Pradesh, quando oito ho-
mens atacaram o casal, amarrando
o homem e violando repetidamen-
te a mulher na sua presença, antes
de lhes roubarem 10 mil rupias (185
dólares) e um telemóvel.
A polícia não forneceu a identida-
de da vítima nem pormenores sobre
o seu estado de saúde, limitando-se
a dizer que a mulher está conscien-
te e que forneceu um testemunho
que possibilitou já a detenção de
sete suspeitos de terem estado en-
volvidos no ataque.
Turista suíça vítimade violação colectiva
Índiatos anos a defender os direitos dos
mais desfavorecidos. Foi uma expe-
riência que me acompanhará para
sempre”, disse a nova presidente
da Câmara dos Deputados no seu
primeiro discurso, numa referên-
cia ao seu passado no Alto Comis-
sariado da ONU para os Refugiados
(ACNUR), onde foi porta-voz desde
1998.
Mas a afi rmação mais marcan-
te do seu primeiro discurso terá
sido a referência à situação das
mulheres: “A Câmara defenderá
os direitos das mulheres vítimas
Laura Boldrini, de 52 anos, tornou-se na terceira mulher a ser eleita presidente da Câmara dos Deputados
www.publico.pt
Dois amigos de longa data reúnem-se para acampar nas montanhas. Para um deles, o fim-de-semana
é um escape das responsabilidades da vida adulta. Para o outro, é apenas mais uma aventura.
Com música original dos Yo La Tengo, “Old Joy” deu à realizadora Kelly Reichardt o primeiro
“Tiger” de sempre para um filme norte-americano, no Festival de Cinema de Roterdão.
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O primeiro filmeamericano premiado
com um Tiger.Sexta, 22 de Março, 3.º DVD,
“Old Joy”, de Kelly Reichardt
22 | MUNDO | PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013
Os telefones de Luis Vicente
León, professor da Universidade
Católica Andrés Bello e do
Instituto de Estudos Superiores
em Administração, não param de
tocar. De todo o lado lhe querem
pedir a opinião sobre o que se
passa na Venezuela. Para conseguir
trabalhar, o director da Datanalisis,
uma empresa especializada em
prospecções económicas, políticas
e sociais, desliga-os. Recebeu
o PÚBLICO ao fi nal de um dia
intenso, no seu apartamento,
situado numa zona nobre de
Caracas. Está convencido de que a
palavra mais usada na campanha
para as eleições presidenciais de 14
de Abril será “Chávez”.
Como é que há tanta gente na
rua, há tantos e tantos dias, por
Hugo Chávez?
Um dia depois da morte de
Chávez, escrevi um artigo
intitulado Chávez é como tu.
Aí explico como é que um
líder, depois de 14 anos, numa
democracia polarizada, sem
alternância, sem respeito pelas
minorias, com problemas de infra-
estruturas, de insegurança, com
uma economia que se deteriorou,
consegue chegar ao fi m da sua
vida no poder, recém-eleito, com
mais de 60% de popularidade, e
converter-se num mito nacional
e internacional. A popularidade
é multifactorial. Resumindo: a
quantidade de recursos que geriu,
sem nenhum tipo de checks and
balances, e que gastou na base da
pirâmide, tentando atender as
pessoas mais necessitadas; e o seu
discurso. Ele usava a linguagem
do povo, tocava os seus símbolos
mais primitivos.
Que símbolos?
Símbolos que já não eram
importantes para os profi ssionais,
para a classe média, para os
investidores, mas que são
importantes para o povo, como
Simón Bolívar. A Venezuela
manteve o culto pelo libertador.
Isso não aconteceu na população
mais educada. Uma coisa é
conhecer a história, perceber
quem foi, ensinar às crianças,
outra é ter uma ligação emocional.
Como é que alguém, no século
XIX, no meio de uma guerra entre
crioulos e colonizadores, pode
marcar a agenda da modernidade
que procura um país no século
XXI? Isso não se vê noutro lado.
Não haverá nada parecido na
América do Sul?
Bom, talvez na Argentina com
o culto de Perón, mas isso é um
culto mais moderno, é o culto
do populismo. O populismo
não passa de moda, mas a
guerra, a independência… isso
é completamente primitivo, não
tem nada que ver com a luta por
um mundo multipolar, que é uma
luta válida.
Transpôs para a actualidade…
Transpôs sem fi ltrar, sem
modernizar. Também transpôs
o comunismo primitivo,
completamente superado, como
uma proposta moderna. Mas
tocou símbolos que nós não
entendíamos que estavam vivos.
Ele entendeu perfeitamente e
assumiu-os como bandeira. Havia
também o carisma. Chávez era um
líder infi nitamente carismático.
Ao falar nele, algumas pessoas
parecem enamoradas.
Claro! Há um conceito
fundamental na liderança:
frescura. A frescura é uma mistura
de juventude, de capacidades
de se refazer, de surpreender
permanentemente, plus simpatia,
humor, isso que a gente sente
que é superfi cial e que é a base
fundamental. Imagina isto: uma
mulher, de qualquer país, sai
uma noite com um homem bom,
trabalhador, inteligente, sério,
de boa família e não se diverte.
A probabilidade de voltar a sair
com ele é mínima. Teoricamente,
ele é perfeito, é um príncipe, mas
ela não se riu com ele, não foi
surpreendida por ele.
E ele tinha frescura?
Montes. Era impossível não a
sentir. Eu ria-me com ele até
quando, em directo, me criticava.
Os qualifi cativos que usava para
atacar-me eram tão criativos.
Parecia-me inteligentíssimo o que
ele fazia. Um dia, pegou na minha
sondagem e na minha análise e
disse: ‘Há por aí há um analista
com apelido de animal que está
a dizer esta barbaridade”. Deu-
me tanta vontade de rir que me
desarmou.
Era o seu modo de estar?
Era uma coisa quotidiana. Uma
vez, veio aí uma missão americana
e, como sempre, fez uma ronda
por analistas, empresários… Eles
pediam sempre um encontro a
Chávez e, dessa vez, ele decidiu
recebê-los. Eram os gerentes dos
maiores fundos do mundo. Ele
pediu-lhes a lista das pessoas que
eles tinham visitado e convidou
toda a gente para ir à noite ao
Palácio de Mirafl ores. Foram
poucos. Eu fui. Ele disse: “Bem,
já que ouviram o dr. León falar
do país, contem-me o que ele
vos contou, que é para estarmos
todos em sintonia”. Quando
apresentei a minha sondagem,
ele perguntou-me: “E onde fazes
essas sondagens? No country
club?” Ele era outstanding nisso.
Como também era outstanding na
incapacidade total de interpretar a
economia.
A economia era a sua maior
debilidade?
Era uma das suas maiores
debilidades. No início, não
foi tão mau. Depois da greve
petrolífera [2 de Dezembro 2002
a 3 de Fevereiro 2003], quando
recomeçou com força e se
radicalizou, piorou tudo. Mas isso
já não era Chávez, era a cabeça do
gabinete, que é Jorge Gordanie,
ministro de Planifi cação e das
Finanças.
A Venezuela está viciada num
mito?
Está viciada em Chávez, na
simbologia, no mito que se está
a construir. Chávez tem todas
as características para essa
mitifi cação: morreu aos 58 anos,
no clímax da sua popularidade,
foi eleito para um período que não
executou até ao fi m, deixou uma
tarefa por cumprir. É como um
James Dean.
Como interpreta o surgimento
desta teoria de que foi morto?
Isso é uma palhaçada do Governo
para mitifi cá-lo ainda mais. Qual
é o máximo do mito? Ser morto.
Interrompe-se o seu futuro.
O cancro ajudou a construir o
mito?
Tudo se amplia com a doença,
porque a gente é sensível, mas não
é verdade que se constituiu num
mito porque adoeceu. Era um
actor mundial.
E agora? A revolução
bolivariana é irreversível?
Na minha vida, nunca vi nada
irreversível a não ser a morte. Uma
revolução que vai a eleições e 45%
da população vota contra é uma
revolução que tem metade do país
contra e nada do que tem metade
do país contra está garantido. O
resultado das eleições de 14 de
Há uma batalha entre o divino e o terreno na Venezuela, diz o analista Luis Vicente León. Um candidato à Presidência (Maduro) usa a simbologia e a ligação com um mito e o outro (Capriles) tenta puxá-lo para a terra
“Hugo Chávez podia ter escolhido um gatinho, que seria o mesmo”
“Eu ria-me com ele[Chávez].Os qualifi cativos que usava para atacar-me eram tão criativos”
EntrevistaAna Cristina Pereira, em Caracas
PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013 | MUNDO | 23
“Maduro não tem peso específi co para ganhar umas eleições, tem de usar Chávez. Chávez entregou--lhe o activo político mais importante que tem agora, que é a sua representação política”
Ele procura uma linha diferente,
que me parece correcta, que é
esta: estou aqui porque não posso
abandonar a batalha; não importa
se é uma batalha difícil, contra-
intuitiva, tenho de lutar por todos
os que não querem chavismo,
querem algo diferente; nós temos
direito de nos manifestarmos,
de mostrar ao mundo que não
é verdade que todo o país é
chavista. Ele vai tentar ganhar,
mas tem de proteger-se de um
potencial de derrota que lhe faça
mal.
Parece ter reanimado a
esperança dos opositores…
Ele dá-lhes esperança quando
ataca Nicólas Maduro, quando
é agressivo, quando o desafi a,
porque sentem que tudo o que
ele diz é verdade e que o povo vai
entender isso. Sentem empatia
com ele quando ele diz que o
mal de Chávez era o que estava à
volta dele, quando ele diz que os
cem dias de Governo de Maduro
foram horríveis, que desvalorizou
a moeda, que há escassez de
produtos.
É uma estratégia diferente da
que seguiu com Chávez…
É. Isto é uma batalha entre o
divino e o terreno. Capriles tem
de contaminar a imagem de
Maduro com os problemas do
país. Enquanto isso, Maduro
tenta fi car no Olimpo, onde está
Chávez, protegido de ataques,
porque morreu há pouco, porque
é um mito. A sua única mensagem
é dar credibilidade à ligação com
Chávez.
Capriles chama-lhe Nicolás.
Nunca fez isto com Chávez.
Tratava-o por Presidente, às vezes
Chávez, nunca Hugo. Está a tentar
o tu cá tu lá para o tirar do plano
simbólico de Chávez, puxá-lo para
a terra. Ele tem de fazer com que
a população não seja levada pela
ideia de que votar em Maduro é
votar em Chávez.
E diziam tantos analistas que
não haveria chavismo sem
Chávez…
Isso sempre foi uma estupidez,
uma análise simplista. Há
peronismo sem Perón 40 anos
depois, na Argentina.
Chávez preparou bem o guião?
Ele apontou a substituição. Sem
essa alocução de Chávez, ungindo
Maduro, seria muitíssimo mais
difícil para eles.
Cerraram fi leiras. Mostram-
se como se não existissem
divisões dentro do Partido
MundoVer mais emwww.publico.pt
Socialista Unido da Venezuela.
Todos os grupos políticos têm
divisões. Chávez controlava isso.
A pergunta é se Maduro vai ser
capaz de controlá-las. A curto
prazo não há problema, porque
Chávez deixou o caminho pronto.
Ver-se-á quanto tempo isso
resulta.
E a oposição, não se irá
fracturar sem Chávez?
Também há divisões, mas Capriles
é tão forte como líder dentro da
oposição, respeitado por 72% dos
opositores, que é pouco provável
que haja uma divisão signifi cativa.
Como vê a Venezuela daqui a
seis meses?
Provavelmente, estará com
Maduro no meio de uma grande
crise económica.
E haverá futuro para Capriles?
A menos que 14 de Abril seja um
desastre em termos de abstenção,
creio que vai manter a sua
condição de líder da oposição.
Há o risco de muitos opositores
não votarem?
Sim, por pensarem que não tem
sentido. Mas também o chavismo
tem um risco de abstenção porque
não está cá Chávez. Embora trate
de representá-lo, Maduro não é
Chávez.
Quem aparece nos cartazes é
Chávez.
Vai ser tudo assim. Maduro não
tem peso específi co para ganhar
umas eleições, tem de usar
Chávez. Chávez deu-lhe esse
direito. Entregou-lhe o activo
político mais importante que tem
agora, que é a sua representação
política.
Porquê Maduro?
Aí não havia nada que não fosse
Chávez. Ele podia escolher um
gatinho que seria o mesmo. O
que importa é a simbologia. No
futuro, Maduro converter-se-á em
Maduro.
Ele leva o programa de
Chávez a votos. Este modelo é
sustentável?
O modelo é mau. Mas com
petróleo, com um monte de
dinheiro a entrar todos os meses,
nada é insustentável.
O crescimento económico está
acima dos 5%.
Sim, mas com problemas
de abastecimento, com
desinvestimento.
Os opositores queixam-se de
escassez, infl ação, dizem que
os pobres estão mais pobres,
os chavistas dizem que os
pobres nunca estiveram tão
bem, que agora têm mercearia
subsidiada, material escolar,
medicamentos…
Mais transferências do Estado
têm, o que não têm é um emprego
produtivo, um país desenvolvido.
Nas fi las que se formaram a
partir da capela da Academia
Militar, para ver o corpo de
Chávez, a participação surgia
como um dos maiores legados.
As pessoas acreditam que
participam. Há uma percepção
de participação, porque Chávez
participava o que ia fazer [risos].
Houve 16 processos eleitorais
em 14 anos.
Houve muita participação
eleitoral, mas num contexto
em que o Governo controla as
instituições, a comunicação,
recorre à ameaça, à chantagem,
a recursos públicos para
mobilizar as pessoas para votar.
O resultado parece democrático,
mas a execução não é. Isto não
é uma democracia integral. Não
pode haver democracia integral
quando todo o aparelho do Estado
é utilizado com parcialidade
política. Que democracia é esta
onde o presidente da PDVSA
[a petrolífera estatal] diz que
os funcionários vão mobilizar
gente para votar em Chávez – isso
tudo pago pelos nossos recursos
–, a presidente do Supremo
Tribunal de Justiça jura lealdade
à revolução, o ministro da Defesa
diz que vão defender a revolução
e lixar os oligarcas – isso com as
armas do Estado.
O que pode signifi car para
a oposição a venda do canal
Globovisión, que já se anunciou
para depois das eleições?
Na verdade, a Globovisión tem
uma penetração de 6%, que está
concentrada na oposição. O seu
nível de infl uência já é muito
pequeno.
Não será dramático para eles,
como já dizem alguns?
É dramático cada vez que
reduzem a sua capacidade de
comunicar. É mais um avanço
na redução de espaços para a
oposição. Quando não se tem
quase nada, qualquer coisa que se
perde é dramático.
Abril vai ser infl uenciado por esta
emoção que coloca o chavismo
num plano em que a oposição se
minimiza, mas isso não dura mais
seis anos.
A campanha já começou.
A campanha legal dura dez dias,
deve ir de 1 a 11 de Abril, mas a
campanha de facto começou
no momento em que o Chávez
morreu e toda a gente sabia quem
seriam os candidatos.
Henrique Capriles Radonski, o
candidato da Mesa da Unidade
Democrática, apresentou-se
como uma espécie de cordeiro
da cruz.
Ele está a criar um discurso sobre
a ética de sacrifício para proteger-
se. É muito provável que perca.
A gente pode pensar: “Olha, este
estúpido volta a candidatar-se e
perde e morre politicamente.”
As reportagens na Venezuela sãofinanciadasno âmbitodo projecto Público Mais publico.pt/publicomais
TOMAS BRAVO/REUTERS
24 | PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013
Rob Portman
Os defensores do casamento entre
pessoas do mesmo sexo nos EUA ga-
nharam um aliado tão importante
quanto inesperado. O senador repu-
blicano Robert “Rob” Portman, visto
no ano passado como um dos mais
fortes candidatos a correr ao lado
de Mitt Romney contra Barack Oba-
ma e signatário da lei que defi niu o
casamento como uma união entre
um homem e uma mulher, em 1996,
mudou radicalmente de opinião.
A decisão, anunciada num texto
publicado no diário The Columbus
Dispatch, foi motivada pela desco-
berta de que um dos seus fi lhos, Will
Portman, é homossexual. “Acredito
agora que se duas pessoas estão pre-
paradas para assumirem um com-
promisso de vida para se amarem
e cuidarem uma da outra, nos bons
e nos maus momentos, o Governo
não deve negar-lhes a oportunida-
de de se casarem”, escreveu o se-
nador eleito pelo estado do Ohio,
que chegou a trabalhar na primeira
administração de George Bush, na
viragem das décadas de 80 e 90, e
foi nomeado para dois cargos im-
portantes por George W. Bush.
Depois de o seu fi lho ter assumido
a sua orientação sexual, Rob Port-
man iniciou um período de refl exão
familiar, que terminou nesta semana
com o anúncio público da sua deci-
são. Uma decisão baseada na mesma
fé que o levou a rejeitar o casamen-
to igualitário em 1996: “Em última
análise, tudo se resumiu aos temas
abrangentes da Bíblia sobre o amor
e a compaixão e à minha crença de
que todos somos fi lhos de Deus.”
No texto publicado no The Colum-
bus Dispatch, o senador republica-
no explicou todo o processo que o
levou a mudar de opinião: “Há dois
anos, o meu fi lho Will, que frequen-
tava então o primeiro ano da univer-
sidade [em Yale], disse-me a mim
e à minha mulher, Jane, que é gay.
Disse-nos que já tinha consciência
desse facto há muito tempo e que a
sua orientação sexual não tinha sido
uma escolha sua; era apenas uma
parte daquilo que ele é. A Jane e eu
fi cámos orgulhosos com a sua ho-
nestidade e a sua coragem. Ficámos
Senador republicano apoia casamento gay
surpreendidos por ele ser gay, mas
sabíamos que ele continuava a ser
a mesma pessoa que sempre fora.
A única diferença é que passámos
a ter uma imagem mais completa
do fi lho que amamos.”
O fi lho, Will Portman, agradeceu
as palavras do pai através da sua
conta no Twitter: “Hoje, sinto-me
particularmente orgulhoso do meu
pai”, escreveu, juntando um link pa-
ra o texto publicado no jornal.
O anúncio do infl uente senador
republicano surge a apenas duas
semanas da decisão do Supremo
Tribunal sobre a contestação à Lei
de Defesa do Casamento, aprovada
há 17 anos — até ao fi nal do mês, o
Supremo irá decidir se o casamento
entre pessoas do mesmo sexo deixa-
rá de ser proibido a nível federal.
Numa entrevista à CNN, Portman
revelou que falou com o antigo vice-
presidente Dick Cheney, cuja fi lha
Mary se casou com a sua compa-
nheira Heather Poe em Junho do
ano passado em Washington, DC — o
casamento entre pessoas do mesmo
sexo é reconhecido na capital dos
EUA e em nove estados. Cheney, vi-
ce-presidente de George W. Bush, é
um dos mais conhecidos defensores
do casamento igualitário no interior
do Partido Republicano.
A decisão de Portman motivou
uma reacção seca por parte do re-
publicano Newt Gingrich, antigo
presidente da Câmara dos Repre-
sentantes: “Podemos dizer: acredi-
to tanto nos meus princípios, que
vou expulsar-te de casa. Podemos
dizer: continuo a acreditar nos meus
princípios, mas amo-te. Ou pode-
mos dizer: amo-te tanto, que vou
mudar os meus princípios. O Rob
escolheu a terceira via. É um direito
que ele tem.”
EUA Alexandre Martins
Rob Portman assinou lei que define casamento como união entre homem e mulher, mas o seu filho trocou-lhe as voltas
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EM MARÇO VISITE O BAIRRO DO PANDA
Todas as segundas-feiras de Março o Público oferece desconto de 20% na
compra de bilhetes para o Bairro do Panda.
No mês de Março compre o Público e ganhe descontos para o Bairro do Panda. Todas as segundas-feirasé publicado um cupão na contracapa do jornalque dará 20% de desconto na compra de um
ou mais bilhetes individuais para o Bairro do Panda no Pavilhão de Portugal.
Limitado ao stock existente. O cupão deverá ser recortado e trocado na bilheteira do Pavilhão Atlântico
pp.
Os cupões podem ser utilizados até ao final de Abril, mas devemser trocados até ao final de Março.
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PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013 | MUNDO | 25
PONTO DE VISTA
1. Bastaram 24 horas para que
Francisco fosse defi nido como
um “Papa de gestos”, gestos
simples que anunciam “mudanças
revolucionárias”. O grande gesto
de ruptura que foi a renúncia
de Bento XVI quer dizer que os
tempos estão maduros. Para
quê e em que direcção? É o que
aguardamos saber. A multissecular
Igreja Católica tem uma cultura
de resistência à mudança mas
sobrevive sempre, às grandes
ameaças e às misérias próprias,
porque mantém a sua identidade
fundamental e acaba sempre por
se adaptar aos tempos — ou por
se purifi car, quando é caso disso.
Desta vez combina uma promessa
de reforma com uma viragem
geopolítica. Esta viragem é um
grande sinal para a Europa.
O gesto da renúncia de Bento
“mudou para sempre o papado”—
escreveram os vaticanistas — e
trouxe também um papa do
Sul. É um sinal dos tempos e
da nova geopolítica religiosa:
é na América Latina que vive a
maioria dos católicos. O centro de
gravidade do catolicismo muda
inexoravelmente para o Sul. É aqui
que se expande, é aqui que a fé se
manifesta com maior juventude
e vigor, em contraponto com a
descristianização, ou melhor, com
a crescente indiferença religiosa
da Europa.
Este foi o desafi o perdido
de Bento XVI, “o último Papa
europeu” — no sentido em que
foi certamente o último a ter a
Europa no centro da sua agenda.
Ratzinger pretendeu reconquistar
as elites ocidentais e pediu uma
“fé clara”. Não fez um apelo
ao fundamentalismo, como
alguns entenderam. “Defi nir os
conteúdos e a fronteira da fé — e
de qualquer pensamento — é o
que permite aderir ou não aderir
em plena razão”, observou em
2005 o escritor italiano Claudio
Magris, que não é crente. Os
europeus ou são indiferentes ou
preferem “o catolicismo opcional
de supermercado, em que cada
um escolhe o que lhe agrada”.
A mudança do centro de
gravidade do catolicismo
arrastará inevitáveis mudanças,
da reforma das estruturas,
num sentido mais colegial, à
“limpeza da Cúria”, fonte dos
escândalos que ensombraram o
fi m do pontifi cado de Bento. E,
inevitavelmente, a dar prioridade
aos problemas das Igrejas do Sul.
Ninguém espere um “liberalismo
doutrinal”, talvez uma Igreja mais
aberta e humilde, o que é muito
diferente.
2. Para a Europa, a mudança
acontece num momento de
pessimismo, em que toma
consciência de que caminha para
a “insignifi cância geopolítica”,
o que a chegada do Papa do
Sul sublinha, apesar de não
ser consequência de qualquer
declínio europeu. É uma
desagradável coincidência.
As instituições comunitárias
estão quase paralisadas e passam
aos cidadãos a mensagem de que
rodam no vazio e perderam a
capacidade de inventar um futuro.
Em muitos países, os sistemas
políticos estão bloqueados e
incapazes de pensar em termos
estratégicos e de longo prazo, o
que suscita o surto da antipolítica
e dos populismos. Enquanto a
Itália parece à deriva, a Alemanha
manifesta a “tentação de se isolar
do resto da Europa”, avisa um
jornal italiano.
Os europeus muito escreveram
sobre a globalização e a
demografi a, mas não preveniram
o impacto desta mudança
de paradigma e mostram-se
incapazes de lhe responder. A
esquerda disfarçou a sua nudez
teórica através de “guerras de
substituição”, apostando em
combates simbólicos e sobretudo
nas “causas fracturantes”.
O mal-estar europeu não é
independente da crise de valores.
“A antipolítica remete para um
défi ce de legitimidade da política”,
A Europa só tem algo a propor à sociedade globalizada com base nos valores cristãos
O Papa importa e fascina a Europa
escreveu o
politólogo
checo-francês
Jacques
Rupnik. “A
política deve
legitimar-
se através
de qualquer
coisa que a
transcenda,
como valores
éticos e
espirituais.”
Quem mais
fundamente
pôs o dedo na ferida não foi
sequer Ratzinger, mas Vaclav
Havel, o antigo Presidente checo
que largamente citei na altura
da sua morte. Numa entrevista
de 2007, alertou: “O Ocidente
democrático perdeu a capacidade
de proteger e cultivar os valores
que não cessa de reclamar como
seus. (...) O pragmatismo dos
políticos que querem ganhar
eleições futuras, reconhecendo
como suprema autoridade
a vontade e os humores de
uma caprichosa sociedade
de consumo, impede esses
mesmos políticos de assumirem
a dimensão moral, metafísica e
trágica da sua própria linha de
acção. (...) Uma nova divindade
tende a suplantar o respeito
pelo horizonte metafísico da
vida humana: o ideal de uma
produção e de um consumo
incessantemente crescentes.”
E veio a crise. Comentou
em Outubro de 2010: “Nós
esquecemos o que as anteriores
civilizações sabiam: nada está
garantido por si mesmo. Penso
que a recente crise fi nanceira
e económica é de extrema
importância e constitui um
eloquente sinal para o mundo
contemporâneo. (...) É um aviso
contra a desproporcionada
autoconfi ança e orgulho da
civilização moderna.”
“Vivemos na primeira
civilização ateia, numa civilização
que perdeu a conexão com o
infi nito e a eternidade. Deve
alarmar-nos.” Havel, que não
tinha religião, não propunha
a conversão religiosa nem o
misticismo, mas a recuperação
da espiritualidade e do
sentido da transcendência. “A
transcendência é a única
alternativa real à extinção.”
3. Se o centro de gravidade
da Igreja Católica se desloca
para Sul, muito interessante
vai ser observar o que se
passará no Norte. A laicidade
e a secularização são traços
constituintes das sociedades
ocidentais, particularmente das
europeias. Mas este facto não
liquida a questão do confronto
com os valores cristãos.
Num ensaio recente, o
cardeal de Viena, Christoph
Schönborn, alude ao “estimulante
paradoxo” de um cristianismo
que se tornou “estranho”
na Europa onde nasceu. “A
situação do cristianismo na
Europa é estimulante e plena
de oportunidades. É, em certa
medida, um corpo estranho mas
evoca um sentimento familiar.”
A cultura europeia só terá algo a
oferecer e a propor à sociedade
globalizada a partir do legado dos
valores cristãos, sempre presente
— a dignidade da pessoa, a
unicidade da Humanidade, a visão
da liberdade do cidadão perante
o Estado.
É por isto que o Papa importa
e fascina uma Europa que se crê
“descristianizada”.
AnáliseJorge Almeida Fernandes
MAX ROSSI/REUTERS
26 | CULTURA | PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013
E se o Holocausto foi p
Há 13 anos, quando investigadores do
Museu do Holocausto em Washington
iniciaram o projecto de documentar
exaustivamente todos os campos de
concentração, prisões, guetos e cen-
tros de trabalhos forçados estabele-
cidos pelos nazis entre 1933 e 1945,
foi-lhes dado uma estimativa de que
teriam existido entre cinco e sete mil
desses lugares. Os números não para-
ram de aumentar ao longo dos anos,
à medida que avançaram a sua pes-
quisa. Até agora, os investigadores
conseguiram identifi car 42.500 des-
ses lugares, um número que chocou
até académicos ligados ao estudo do
Holocausto quando foi anunciado no
Instituto Histórico Alemão em Wa-
shington, em Janeiro.
“Se alguém me perguntasse quan-
tos destes lugares existiram, eu teria
dito 7000, 8000, 10 mil — 15 mil, no
máximo. 42.500 é um número que
nunca me teria passado pela cabe-
ça”, diz ao PÚBLICO Deborah Lips-
tadt, historiadora do Holocausto e
professora na Emory University em
Atlanta.
Geoff rey Megargee, o coordenador
da investigação do Museu do Holo-
causto, admite que o número possa
vir a aumentar porque o projecto
ainda vai a meio. A data prevista de
conclusão é 2025.
A descoberta mostra até que ponto
a história do Holocausto ainda está
a ser escrita, 68 anos depois do fi m
da II Guerra, que revelou ao resto
do mundo a existência dos campos
de concentração. O novo número
oferece um retrato mais complexo
e disseminado do horror nazi, um
sistema por onde terão passado entre
15 e 20 milhões de pessoas, segundo
as estimativas dos investigadores, e
não apenas judeus, mas também ou-
tros grupos étnicos, homossexuais e
prisioneiros de guerra. E, sublinha
Megargee, o número de vítimas — seis
milhões de judeus mortos — perma-
nece inalterado.
“O Holocausto acaba de tornar-
Auschwitz, Treblinka e o gueto de Varsóvia simbolizam o Holocausto na memória colectiva. Mas estes lugares não contam toda a história da perseguição nazi aos judeus. Por mais brutais que tenham sido, eles representam apenas uma fracção minúscula do sistema de detenção, tortura e morte
História Kathleen Gomes, Washington
Só em Berlim, os investigadores
identifi caram três mil campos de
concentração e casas de reclusão
para judeus. Nem todos os 42.500
lugares tinham como objectivo o ex-
termínio de pessoas. Eles variavam
em termos de função, organização e
tamanho, conforme as necessidades
dos nazis. Megargee e o seu colega
Martin Dean contabilizaram mais
de 30 mil campos de trabalhos for-
çados, 1150 guetos judeus, 980 cam-
pos de concentração, mil campos de
prisioneiros de guerra, 500 bordéis
onde as mulheres eram obrigadas a
ter relações sexuais com militares
alemães. Megargee nota que havia
campos “especiais” de trabalhos
forçados para judeus e campos de
trabalhos forçados especifi camente
para não-judeus destinados a ajudar
a economia alemã durante a guer-
ra. As experiências podiam variar
imenso. “Um prisioneiro de guerra
americano ou um britânico tinha
condições relativamente aceitáveis
— e quero sublinhar a palavra ‘rela-
tivamente’”, diz Megargee, porque,
por regra, os campos onde se encon-
travam eram fi scalizadas pela Cruz
Vermelha Internacional que, entre
outras coisas, fazia chegar remessas
alimentares.
“Mas no outro extremo dos prisio-
neiros de guerra estavam os sovié-
ticos: 60% dos soldados soviéticos
capturados pelos alemães morreram
ou de fome, ou devido a abusos ou
porque foram mortos.”
Os investigadores também iden-
tifi caram 100 clínicas, dirigidas por
pessoal médico: quando uma traba-
lhadora forçada engravidava, era en-
viada para um destes estabelecimen-
tos, onde era obrigada a abortar. Nos
casos em que as mulheres davam à
luz, os bebés eram mortos, normal-
mente por um lento processo de sub-
nutrição. Em qualquer dos casos, a
mulher regressava para o campo de
trabalhos forçados.
“As pessoas perguntam-me: ‘Por
que é que os alemães estavam a fazer
isto quando tinham uma guerra para
combater?’ E a resposta é que isto
fazia parte da guerra que estavam a
combater. Eliminar os judeus era um
“Se alguém me perguntasse quantos destes lugares existiram, teria dito 7000, 8000 — 15 mil, no máximo. 42.500 é um número que nunca me teria passado pela cabeça”, diz Deborah Lipstadt
se mais chocante”, escreveu o New
York Times no início deste mês,
quando publicou uma notícia so-
bre a nova contagem dos investi-
gadores do Museu do Holocausto.
“Quando uma pessoa lê isso, pen-
sa: ‘O quê??? Isso é impossível!’, diz
Deborah Lipstadt. “Isto não muda
as coisas, mas vem reforçar o que
nós, que trabalhamos nesta área, já
tínhamos constatado: que quando
existem 42.500 diferentes campos,
instalações, o que lhes quiser cha-
mar, é virtualmente impossível que
as pessoas na Alemanha e nos países
alinhados não soubessem o que se
estava a passar.”
Essa também é a conclusão de Ge-
off rey Megargee. “Quando chegamos
a um número como este, as pessoas
podiam não saber os detalhes do que
estava a acontecer nalguns destes
lugares, podiam não estar cientes
da sua escala, podiam não saber
quantos judeus é que estavam a ser
mortos na Europa de Leste, mas lite-
ralmente era impossível dobrar uma
esquina na Alemanha sem encontrar
centros de detenção de prisioneiros
de guerra ou campos de concentra-
ção com trabalhadores forçados.
As pessoas sabiam que os direitos
humanos estavam a ser violados, se
quisessem pensar no assunto. Po-
dem ter preferido não ver os piores
aspectos do sistema. Mas até certo
ponto, o sistema estava à frente dos
olhos de toda a gente.”
PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013 | CULTURA | 27
Roupas e sapatos de campos de concentração no Museu do Holocausto em Washington, cujo projecto de investigação ainda vai a meio. Nem todos os 42.500 locais tinham como objectivo o extermínio de pessoas: o projecto contabilizou mais de 30 mil campos de trabalhos forçados, 1150 guetos judeus, 980 campos de concentração, mil campos de prisioneiros de guerra, 500 bordéis
JIM YOUNG / REUTERS JIM YOUNG / REUTERS
KATARINA STOLTZ / REUTERS
pior do que pensamos?
boracionistas — para não terem de
pagar indemnizações às vítimas do
nazismo.
É uma tese que Deborah Lipstadt
não rejeita inteiramente, mas consi-
dera algo exagerada. “Detesto teo-
rias da conspiração. Passei grande
parte da minha vida a lutar contra
pessoas que difundem teorias da
conspiração”, diz, referindo-se aos
revisionistas que negam o Holocaus-
to. “Eu diria que é muito provável
que tenha havido instituições, or-
ganizações, até mesmo organismos
governamentais que não viram qual-
quer benefício em ter essa informa-
ção cá fora. Agora, quer isso dizer
que havia pessoas sentadas sobre
essa informação, a tentar escondê-
la? Não me parece.”
Geoff rey Megargee diz que co-
meçou por pensar no projecto co-
mo qualquer académico pensaria.
“Achei que a enciclopédia seria
muito valiosa enquanto obra de re-
ferência, ponto. Mas quando saiu o
primeiro volume, fi z uma apresen-
tação no museu a um grupo de so-
breviventes e houve um deles que
se levantou, pôs a mão sobre o livro
e disse: ‘Este é um livro sagrado.’
Para os sobreviventes, é muito im-
portante que alguém esteja fi nal-
mente a documentar todos estes
milhares de lugares que, de outra
forma, estariam condenados ao es-
quecimento.”
Florida que representa a maior or-
ganização de sobreviventes do Ho-
locausto nos Estados Unidos, a Ho-
locaust Survivors Foundation USA,
nota ao PÚBLICO que há casos de so-
breviventes a quem foram negadas
compensações por não haver qual-
quer registo do lugar onde dizem
ter sido encarcerados ou sujeitos a
trabalhos forçados. Dubbin acredita
que o trabalho dos investigadores do
Museu do Holocausto pode ajudar
a reparar essa lacuna. Segundo es-
te advogado, muitos destes lugares
permaneceram longe do conheci-
mento público durante tanto tempo
porque havia entidades interessadas
em manter essa informação secreta
— companhias de seguros que pro-
tegiam os bens e propriedades que
foram confi scados aos judeus, os
Governos alemão e de países cola-
objectivo de guerra para eles, não
era uma distracção”, diz Geoff rey
Megargee.
Levantamento exaustivoMuitos dos lugares documentados
pelos investigadores eram previa-
mente conhecidos, mas apenas a
nível local. Mas este é o primeiro
levantamento exaustivo, que pro-
cura reunir toda essa informação
num mesmo projecto.
O objectivo é catalogar tudo nu-
ma enciclopédia de sete volumes,
dois dos quais já foram publica-
dos e contêm cerca de duas mil
páginas cada. O segundo volume,
sobre guetos na Europa de Leste,
contém cerca de 320 lugares cuja
existência nunca tinha sido docu-
mentada em nenhuma publicação.
Sam Dubbin, um advogado da
28 | CULTURA | PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013
Nuno Azevedo, administrador
demissionário da Casa da Música
(CM), declarou ao Expresso que a
instituição está a caminho do “abis-
mo”. “Tal como a conhecemos, a
CM terá muitíssimas difi culdades
em manter-se, caso o Estado não
altere a sua posição”, afi rmou, em
declarações àquele semanário, um
dia antes de uma acção dos traba-
lhadores da CM denominada É uma
Casa portuguesa, com certeza.
Os trabalhadores vão actuar este
domingo em vários locais do Porto,
Nuno Azevedo diz que Casa da Música está em risco e critica “obediência cega” à Europa
com o objectivo de “divulgar e de-
fender a missão da Fundação Casa
da Música através de um conjunto
de eventos de natureza artística,
com acesso público e gratuito”. A
acção e as declarações de Nuno
Azevedo surgem no início de uma
semana decisiva para o futuro da
instituição — para sexta-feira, dia
22, está marcado o Conselho de
Fundadores, no qual se espera que
privados e Estado defi nam a estra-
tégia para a CM.
Daí que Nuno Azevedo alerte
para os riscos de a instituição cair
“num abismo do qual será depois
muito difícil sair”. Em causa está a
decisão do Governo de aplicar um
corte de 30% ao orçamento da CM,
que foi confi rmado em Outubro
passado pelo secretário de Estado
da Cultura, Barreto Xavier.
Tratou-se de um corte supe-
rior aos 20% que eram esperados
Cortes orçamentais
Conselho de Fundadores tem reunião decisiva no dia 22. Hoje, trabalhadores da CM organizam acção de apoio à instituição
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ção. O administrador demissioná-
rio disse esperar que seja encontra-
da uma saída para o actual impas-
se, mas confessou não ver sinais
de que o Estado esteja disposto a
alterar a sua posição. “Muitas das
decisões tomadas em Portugal não
são verdadeiramente pensadas, e
resultam de uma obediência cega
aos ditames europeus”, lamentou
Nuno Azevedo.
A acção de hoje ocorre em vá-
rios espaços do Porto: o Coro da
CM estará no metro da Trindade, o
Remix no Hard Club e a Orquestra
de Jazz de Matosinhos tocará na
frente marítima de Matosinhos. E
a partir das 16h a praça em fren-
te à CM receberá “todos quantos
queiram associar-se a esta acção e
assistir à actuação de músicos da
CM e de outras formações amigas”,
anuncia o comunicado dos traba-
lhadores.
que tinham sido prometidos por
Francisco José Viegas, anterior se-
cretário de Estado, o que levou à
demissão de todo o conselho de
administração presidido por Nu-
no Azevedo.
Ao Expresso, Azevedo reiterou
que, “se quisermos continuar com
este projecto, precisamos de dez
milhões”, sendo que a actual parti-
cipação do Estado é de sete milhões
(em 2006, era de 15 milhões). O as-
sunto estará no centro da reunião
de sexta-feira, da qual poderá sair
um novo conselho de administra-
Casa da Música precisa de 10 milhões do Estado para poder manter qualidade, afirma Nuno Azevedo
Breves
Arquitectura
Edifício Parnaso, de José Carlos Loureiro, foi classificadoO Edifício Parnaso, no Porto, projectado por José Carlos Loureiro em 1954, foi classificado esta sexta-feira como monumento de interesse público. Situado na freguesia de Cedofeita, nas ruas de Oliveira Monteiro e de Nossa Senhora de Fátima, este edifício de habitação, comércio e serviços, que deve o seu nome à Escola de Música Parnaso que aí funcionava, é um importante exemplar da arquitectura moderna portuguesa.
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José Castelo Branco, Agente de Execução, nos autos acima identifi cados, com escritório na Rua Aires de Sousa, 4B Lisboa, faz saber que foi designado o dia 18 de Marco de 2013, pelas 14.30, Tribunal Judicial de Almada - para abertura de propostas em carta fechada, que sejam entregues até à hora aci-ma mencionada, na Secretaria deste Tribunal, pelos interessados na compra do seguinte bem:BEM A VENDER:Tipo de Bem: ImóvelBem Penhorado em: 13/01/2012Registo da Conservatória: 2936 - 2.ª Conservatória do Registo Predial de AlmadaDescrição do Prédio:Fracção Autónoma designada pela letra “R”, correspondente ao andar C, do prédio sito na Rua Adriano Correia de Oliveira, n.º 6, 6-A e 6-B, Quinta dos Ála-mos, freguesia do Laranjeiro, concelho de Almada, descrito na 2.ª Conservató-ria do Registo Predial de Almada, sob o n.º 2936 e inscrita sob o artigo 957.Bem penhorado a:Executado: OCTÁVIO CHAVES SOBRALValor-base de venda: 52.540,61 eurosValor mínimo das propostas: 36.778,43 eurosÉ fi el depositário: OCTÁVIO CHAVES SOBRALModalidade da venda: Venda mediante proposta em carta fechadaConsigna-se que as propostas a apresentar deverão especifi car no exterior do envelope a referência ao processo a que se destinam, bem como a indi-cação ou menção de se tratar de uma proposta para venda e no interior do envelope deverá vir uma fotocópia do Bilhete de Identidade e Contribuinte do Proponente (caso se tratar de pessoa singular) ou de cópia do cartão de pessoa colectiva (no caso de se tratar de empresa), os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, um cheque visado, à ordem do Agente de Execução no montante correspondente a 5% do valor mínimo do(s) bem/bens ou garantia bancária no mesmo valor.Nos termos do n.º 5 do artigo 890.º do CPC, não se encontra pendente nenhu-ma oposição à execução ou à penhora. Para constar, se lavra o presente edital e outros de igual teor que vão ser afi xados nos locais determinados por Lei.
O Agente de Execução - José Castelo-BrancoRua Professor Aires Sousa 4B - 1600-590 LisboaTelf.: 218 480 749 - Fax: 217 579 664 - TLM: 917 362 740E-mail: [email protected]ário de atendimento das 18h às 20h (sob marcação prévia)site: http://www.jcb.pt
Público, 17/03/2013 - 2.ª Pub.
PE-4690/2011 5373/11.7TBALM73.556,85 €
Exequente: BANCO ESPÍRITO SANTO, SA Mandatário: Paulo Cruz Almeida
Executado: OCTÁVIO CHAVES SOBRALData Recepção: 07/09/2011
EDITAL
ALMADA - TRIBUNAL JUDICIAL3.º Juízo Competência Cível
JOSÉ CASTELO-BRANCOSolicitador de Execução
Cédula 3103
Investimento SeguroLoja com cerca de 300 m2 em
São Marcos, alugada a chineses.Rendimento 13.200€/ano
120.000€Telm.: 934209000
Mensagens
A . . . . . .ANGELICAL ...Para Cavalheiros deNível...MassagensSensuais de Nível...Deixe-se tocar pelosAnjos... marque já.Telm.: 968793987.Saldanha
José Castelo Branco, Agente de Execução, nos autos acima identifi cados, com escritório na Rua Aires de Sousa, 4B Lisboa, faz saber que foi designado o dia 18 de Abril de 2013, pelas 10.30, Tribunal Judicial de Setúbal, 4.º Juízo Cível - para abertura de propostas em carta fechada, que sejam entregues até à hora acima mencionada, na Secretaria deste Tribunal, pelos interessados na compra do seguinte bem:BEM A VENDER:Tipo de Bem: ImóvelBem Penhorado em: 05/05/2011Registo da Conservatória: 5897 - B - descrito na 2.ª CRP de SetúbalDescrição do Prédio:PENHORA DO PRÉDIO URBANO SITO NA PRACETA DO MONTE BELO, N.º 10, R/C DTO., 2910-618 SETÚBAL, INSCRITO COM O ARTIGO MATRICIAL N.º 10300, FRACÇÃO B, DA FREGUESIA DE SÃO SEBASTIÃO E DESCRI-TO NA 2.ª CONSERVATÓRIA DO REGISTO PREDIAL DE SETÚBAL SOB O REGISTO N.º 5897-B.Bem penhorado a:Executado: Bruno Ricardo dos Reis CarvalhoValor-base de venda: 70.000,00 eurosValor mínimo das propostas: 49.000,00 eurosÉ fi el depositário: Bruno Ricardo dos Reis CarvalhoModalidade da venda: Venda mediante proposta em carta fechadaConsigna-se que as propostas a apresentar deverão especifi car no exterior do envelope a referência ao processo a que se destinam, bem como a indi-cação ou menção de se tratar de uma proposta para venda e no interior do envelope deverá vir uma fotocópia do Bilhete de Identidade e Contribuinte do Proponente (caso se tratar de pessoa singular) ou de cópia do cartão de pessoa colectiva (no caso de se tratar de empresa), os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, um cheque visado, à ordem do Agente de Execução no montante correspondente a 5% do valor mínimo do(s) bem/bens ou garantia bancária no mesmo valor.Nos termos do n.º 5 do artigo 890.º do CPC, não se encontra pendente nenhu-ma oposição à execução ou à penhora. Para constar, se lavra o presente edital e outros de igual teor que vão ser afi xados nos locais determinados por Lei.
O Agente de Execução - José Castelo-BrancoRua Professor Aires Sousa 4B - 1600-590 LisboaTelf.: 218 480 749 - Fax: 217 579 664 - TLM: 917 362 740E-mail: [email protected]ário de atendimento das 18h às 20h (sob marcação prévia)site: http://www.jcb.ptPúblico, 17/03/2013 - 2.ª Pub.
PE-957/2010 - 5873/10.6TBSTB92.882,48 €
Exequente: BANCO ESPÍRITO SANTO SAMandatário: Paulo Cruz Almeida
Executado: Bruno Ricardo Reis Carvalho 3584Executada: Eugenia de Lurdes dos Reis Carvalho
e Outros
EDITAL
TRIBUNAL JUDICIAL DE SETÚBAL4.º Juízo Cível
JOSÉ CASTELO-BRANCOAgente de Execução
Cédula 3103
EDITALCitação de Ausente em Parte Incerta (248.º do Código de Processo Civil)
OBJECTO FUNDAMENTO DA CITAÇÃONos termos e para os efeitos do disposto nos artigos 233.º n.º 6 e 248.º do Código Processo Civil, e por des-pacho do(a) M.º(a) Dr. Juiz, correm éditos de 30 (trinta dias), contados da data da segunda e última publicação do anúncio, citando o ausente Manuel António Castro Carneiro, com última residência conhecida no Lugar de Moinho, freguesia de Cantelães, Conselho de Vieira do Minho, Distrito de Braga, para os termos do processo executivo supra-identifi cado, que lhe foi movido pelo(a) Exequente(s) acima referenciado(s), com o pedido constante no requerimento executivo, pelo que nos ter-mos do n.º 5 do artigo 833º do CPC tem o prazo de 10 (*) dias, decorrido que seja o dos éditos, para se opor à execução, pagar ou indicar bens para penhora, com a advertência das consequências de uma declaração falsa ou da falta de declaração, nos termos do n.º 7 do referido artigo 833.º, ou seja se não indicar quaisquer bens à penhora e posteriormente se verifi que que tinha bens penhoráveis, fi ca sujeito à sanção pecuniária com-pulsória no montante de 1% da divida ao mês desde a data da omissão até à descoberta dos bens.MEIOS DE OPOSIÇÃONos termos do disposto no artigo 60.º do C.P.C. é obri-gatória a constituição de Advogado quando o valor da execução seja superior à alçada do tribunal de primeira instância (5.000,00 euros).COMINAÇÃO EM CASO DE REVELIACaso não se oponha à execução consideram-se con-fessados os factos constantes do requerimento executi-vo, seguindo-se os ulteriores termos do processo.* Este Edital encontra-se afi xado na porta do último domicílio conhecido do citando, na Junta de Freguesia e no Tribunal Judicial.* Artigo 143. do C.P.C. - 1 Sem prejuízo dos actos reali-
zados de forma automática, não se praticam actos pro-cessuais nos dias em que os tribunais estiverem encer-rados nem durante o período de férias judiciais.*Artigo 144. do C.P.C. - 1 O prazo processual, estabelecido por lei ou fi xado por despacho do juiz, é contínuo, suspendendo-se, no entanto, durante as férias judiciais. 2 Quando o prazo para a prática do acto processual terminar em dia em que os tribunais estiverem encer-rados, transfere-se o seu termo para o primeiro dia útil seguinte. 3 Para efeitos do disposto no número ante-rior, consideram-se encerrados os tribunais quando for concedida tolerância de ponto. **Artigo 12. da LOFTJ - As férias judiciais decorrem de 22 de Dezembro a 3 de Janeiro, do domingo de Ramos à segunda-feira de Páscoa e de 16 Julho a 31 de Agosto.Artigo 252.º-A do CPC (Dilação) 1. Ao prazo de defesa do citando acresce uma dilação de cinco dias quando: a) A citação tenha sido realizada em pessoa diversa do réu, nos termos do n.º 2 do artigo 236.º e dos n.ºs 2 e 3 do artigo 240.º; b) O réu tenha sido citado fora da área da comarca sede do tribunal onde pende a acção, sem prejuízo do disposto no número seguinte. 2. Quando o réu haja sido citado para a causa no território das regiões autónomas, correndo a acção no continente ou em outra ilha, ou vice-versa, a dila-ção é de 15 dias. 3. Quando o réu haja sido citado para a causa no es-trangeiro, a citação haja sido edital ou se verifi que o caso do n.º 5 do artigo 237.º-A, a dilação é de 30 dias.
O Agente de Execução - Manuel LeiteRua da Igreja, 18 - 1.º Esc. 1, 4475-641 Maia
Tel. 229827523 - Fax [email protected]
Público, 17/03/2013 - 2.ª Pub.
MANUEL LEITEAgente de Execução
Cédula 3475
TRIBUNAL JUDICIAL DE VIEIRA DO MINHOProcesso: 232/08.3TBVRM
ACÇÃO PARA PAGAMENTO DE QUANTIA CERTAVALOR: € 1.546,52
Exequente: Optimus - Comunicações, S.A. Executado: Manuel António Castro Carneiro
Referência Interna: PE/982/2008
CENTRO DEMASSAGEM -Nova gerência. Comrequinte e simpatia. Pa-ra cavalheiros de nível.Telf: 21 240 17 28 96 380 73 77
EDITALCITAÇÃO DE AUSENTE
EM PARTE INCERTA(artigos 244.º e 248.º do CPC)
Processo 5108/08.1TBALMEXECUÇÃO PARA PAGAMENTO DE QUAN-TIA CERTAVALOR: 11.689,79 €Exequente(s): Banco Santander Totta, S.A.Executado(s): Carlos Augusto Gomes Sousa e Margarida Maria Joaquim Marques de Al-meida SousaNúmero Interno: PE/197/2013OBJECTO E FUNDAMENTO DA CITAÇÃONos termos e para os efeitos do disposto no art.º 248.º e ss do Código de Processo Civil, correm éditos de 30 (trinta) dias, contados da data da segunda e última publicação do anún-cio, citando o ausente Carlos Augusto Gomes Sousa, com última residência conhecida na Rua Bento de Jesus Caraça, 36 - 4.º Dto., 2810-178 Laranjeiro para no prazo de 50 (*) dias decor-rido que seja o dos éditos, pagar ou deduzir oposição à execução supra-referenciada e ou à penhora, nos termos do art.º 812.º, n.º 6 e 813.º n.º 1, ambos do CPC.O duplicado do requerimento executivo, auto de penhora e duplicados encontram-se à disposi-ção do citando na Secretaria do Tribunal de Co-marca e de Família e Menores de Almada.MEIOS DE OPOSIÇÃONos termos do disposto no artigo 60.º do C.P.C. e tendo em consideração o valor do processo, para se opor à execução que terá de ser apre-sentada no Tribunal supra-referenciado, é obri-gatória a constituição de Advogado,COMINAÇÃO EM CASO DE REVELIACaso não se oponha à execução no prazo su-pra-indicado e não pague ou caucione a quan-tia exequenda, seguem-se os termos do artigo 832.º e seguintes do C.P.C., sendo promovida a venda/adjudicação dos bens penhorados para garantir o pagamento da quantia exequenda, acrescido de 10%, nos termos do disposto no n.º 3 do artigo 821.º do C.P.C.PAGAMENTO, DESPESAS E HONORÁRIOSPoderá efectuar o pagamento da quantia exe-quenda e despesas junto do escritório da signa-tária nos dias e horas constantes em rodapé.À quantia exequenda acrescem, para além dos juros calculados nos termos do pedido, a taxa de justiça inicial no montante de 48,00 € e os honorários e despesas da Agente de Execução, que nesta data ascendem a 150,00 € sem preju-ízo de posterior acerto.Este edital encontra-se afi xado na porta do úl-timo domicílio conhecido do citando, na Junta de Freguesia respectiva e no Tribunal Judicial de Comarca da última residência do citando. São também publicados dois anúncios conse-cutivos no jornal Público. Os prazos começam a contar da publicação do último anúncio.
A Agente de ExecuçãoMaria Emília Catrau
Av.ª Defensores de Chaves, n.º 23 - 5.º Esq.º1000-110 LISBOATelf. 217155256 - Fax 217155258e.mail: [email protected] úteis das 9.00H às 18.00HPúblico, 17/03/2013 - 2.ª Pub.
TRIBUNAL DE COMARCA E DE FAMÍLIA E MENORES DE ALMADA
2.º Juízo Competência Cível
Maria Emília CatrauAgente de Execução
Cédula 2865
VIÚVO - Sessentão emdificuldades, recebe emsua casa senhoras/es.Máximo sigilo.Telm.: 935 075 588
Faz-se saber que nos autos aci-ma identifi cados, se encontra de-signado o dia 24 de Abril de 2013, pelas 14.00 horas, no Tribunal Ju-dicial de Fronteira, sito no Largo Prof. Dr. Antunes Varela - Palácio de Justiça em Fronteira, para a abertura de propostas em carta fechada, que sejam entregues até esse momento, na Secretaria do Tribunal, pelos interessados na compra do seguinte prédio:Urbano sito na Rua da Paz, Lote 102, freguesia Vila Viçosa (Con-ceição), concelho de Vila Viçosa, descrito na Conservatória do Re-gisto Predial de Vila Viçosa sob o número 743/19910625, inscrito na matriz sob o artigo 1656.Valor-base de venda: 150 000,00 euros. O prédio será adjudicado a quem melhor preço oferecer aci-ma de 70% do valor-base ou seja da quantia de 105 000,00 euros.O prédio pertence aos senhores
Vítor Manuel da Bárbara Lopes e Maria Helena Cardoso Carriço Lopes, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, resi-dentes na Rua da Paz, Lote 102 em Vila Viçosa que o mostram a quem se mostrar interessado. Nos termos do disposto no n.º 1 do artigo 897.º do Código Proces-so Civil, “Os proponentes devem juntar à sua proposta, como cau-ção, um cheque visado, à ordem do solicitador de execução ou, na sua falta, da secretaria, no mon-tante correspondente a 20% do valor-base dos bens ou garantia bancária do mesmo valor”.Portalegre, 14 de Março de 2013
O Agente de ExecuçãoAntónio Correia Novo
Rua de Oliveira, n.º 81 - 2.º - Apartado 467300-148 PortalegreTelefone: 245 377 197 - Fax: 245 341 017 Email: [email protected]úblico, 17/03/2013 - 2.ª Pub.
António Correia NovoAgente de ExecuçãoCédula Número 1598
Processo Executivo n.º 246/03.0TBAVSExequente: Caixa de Crédito Agrícola
Mútuo de Moravis, C.R.L.Executados: Credimar - Comércio
de Mármores, Lda. e Outros
TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE AVISSecção Única
EDITAL
MARIA DULCEAFONSO DA SILVEIRA
MISSA DE 30.º DIA
Sua Família participa que será celebrada Missa de 30.º Dia,amanhã, dia 18, às 19.00 horas, na Igreja de Nossa Senhora da Luz (Carnide). Agradecem desde já a todos os que os acompanharam nesta celebração.
P.N. A.M.
Agência Funerária BarataServilusa - Número Verde Grátis 800 204 222
Serviço Funerário Permanente 24 Horas
ALICE LIMAAgente de Execução
CP 3687
EDITAL/ANÚNCIO DE VENDAEM PROCESSO EXECUTIVO
Alice Lima, com a cédula profi ssional n.º 3687, com domicílio profi ssional na Rua da Igreja, n.º 18, 1.º, Esc. 1, Avioso (St.ª Maria), Maia, agente de execução no âm-bito da execução comum adiante identifi -cada, informa os eventuais interessados que são aceites propostas de aquisição do(s) seguinte(s) bem(s) penhorado(s):LOCAL E DATA LIMITE PARA APRESEN-TAÇÃO DAS PROPOSTASAs propostas são apresentadas em carta fechada até às 14.00 horas (catorze ho-ras) do dia 08-04-2013 (Oito de Abril de Dois Mil e Treze), na Secretaria do Tribu-nal Judicial da Maia - Juízo de Execução, sito na Praça Dr. José Vieira de Carvalho, 4470-202 Maia.Nos termos do n.º 1 do artigo 897.º do Código Processo Civil, os proponentes devem juntar à sua proposta, como cau-ção, um cheque visado, à ordem do soli-citador de execução no montante corres-pondente a 20% do valor-base dos bens, ou garantia bancária no mesmo valor. As propostas serão abertas no dia e hora indicado, não sendo obrigatória a pre-sença dos proponentes.N.º DO PROCESSO8381/08.1TBMAI – Tribunal Judicial da Maia - Juízo de ExecuçãoEXEQUENTEBanco Espírito Santo, NIF: 500852367, com sede na Avenida da Liberdade, 195
- 1250-142 LisboaEXECUTADOSJoão Luíz Pereira da Silva, NIF: 237122022, divorciado, e Anna Lúcia Paula Carvalho, NIF: 237122030, solteira, maior, ambos residentes na Rua Clotilde Ferreira Cruz, EDF. 239, 4.º Dt.º Trás, 4470-163 Maia.BEM(S) A VENDERVERBA ÚNICAFracção autónoma, designada pelas letras “BQ”, destinada a Habitação, de Tipologia T2, no quarto andar direito traseiras, do prédio sito à Rua Clotilde Ferreira Cruz, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 1782.º, Freguesia da Maia, e descrita na 1.ª Conservatória do Registo Predial da Maia sob o n.º 1011/19960123-BQ.MODALIDADE DE VENDA: PROPOSTA EM CARTA FECHADAVALOR-BASE: 77.131,94 €VALOR MÍNIMO DAS PROPOSTAS: Iguais ou superiores a 70% do valor-baseFIEL DEPOSITÁRIO: Os Executados.
A Agente de Execução - Alice Lima
Rua da Igreja, 18 - 1.º Esc. 14475-641 Avioso (St.ª Maria) MaiaTel.: 229827523 - Fax: 229863261
[email protected]ário de atendimento: Dias úteis 14.30 às 17.30
Público, 17/03/2013 - 2.ª Pub.
TRIBUNAL JUDICIAL DA MAIAJuízo de Execução
Faz-se saber que nos autos identifi -cados, encontra-se designado o dia 04 de Abril de 2013, pelas 15.00h no Tribunal Família Menores e de Comar-ca de Cascais - 2.º Juízo Cível, para a abertura de propostas, que sejam entregues até ao momento, na Secre-taria do Tribunal, pelos interessados na compra do seguinte bem;Terreno rústico, para cultura arven-se e pastagem, com área total de 16651m2, denominado de Olival do Catarino, situado em Cruz da Pedra, Frielas, confrontação a norte por Herdeiros de Jacinto António Romão, nascente Estrada, a sul e a poente por Rua H. Descrito na 2.ª CRP Lou-res, fi cha n.º 206, freguesia de Frielas, artigo matricial n.º 48, secção C.O bem pertence a Construções Santa Cruz de António A. Ribeiro e Ribei-ro, Lda., com sede na Praceta 1 de Dezembro, n.º 10, 1.º Drt., 2675-430 Odivelas.
Valor-base do bem: 549.483,00 €.Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 384.463,10 €, correspondente a 70% do valor-base, os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, um cheque visado ou garantia bancária no valor de 109.896,60€ (correspondente a 20% do valor-base do bem), à ordem do Agente de Execução.É fi el depositário, que o deve mostrar, a pedido, a Agente de Execução Ma-ria Emília Catrau, CP 2865, com domi-cílio profi ssional na Av. Defensores de Chaves, n.º 23 - 5.º Esq.º, 1000-110 Lisboa.
A Agente de ExecuçãoMaria Emília Catrau
Av. Defensores de Chaves, 23 - 5.º Esq.º1000-110 LisboaTelef. 217155256 - Fax 217155258e.mail: [email protected] úteis das 14h00 às 16h00Público, 17/03/2013 - 2.ª Pub.
Processo n.º 15-B/1998Acção Executiva sob a forma de processo comumExequente: Condomínio do Prédio Sito na Praceta
Fernando Pessoa T. 2 - ParedeExecutado: Construções Santa Cruz de António A.
Ribeiro e Ribeiro, Lda.Valor da Acção: 110.579.37 €
PE 45/2009
TRIBUNAL FAMÍLIA E MENORES E DE COMARCA DE CASCAIS2.º Juízo Cível
Maria Emília CatrauAgente de Execução
Cédula 2865
EDITAL
TRIBUNAL JUDICIALDE SESIMBRASecção Única
ANÚNCIONotifi cação aos Comproprietários do
Prédio sito na Lagoa de Albufeira, AUGI 5 (artigo 16.º-C da Lei das AUGI e
artigos 862.º e 248.º do C. P. Civil)
Processo N.º 488/12.7TBSSBExecução Comum (Sol. Execução)Ref. Interna: PE/203/2012Exequente: Administração Conjunta da AUGI 5 - Lagoa de AlbufeiraExecutado(s): Maria Nélia CardosoAgente de Execução, Alexandra Go-mes CP 4009, com endereço profi ssio-nal em Rua D. Sancho I, n.º 17 - A/B. 2800-712 Almada.A NOTIFICAR: Os comproprietários do prédio sito na Lagoa de Albufeira, AUGI 5, Freguesia de Castelo, conce-lho de Sesimbra.PENHORA: Penhora do direito a bem indiviso correspondente a 1.693 / 42.000 avos, que o(s) executado(s) detêm na AUGI 5, sito em Murtinhais, Sachola, Lagoa de Albufeira, Fregue-sia de Castelo, Concelho de Sesimbra, descrita na Conservatória do Registo Predial de Sesimbra sob o n.º 4670 e inscrita na respectiva matriz sob o artigo 9.º, Secção J, nos termos da Aquisição inscrita com a Ap. 16 de 1982/01/07.QUANTIA EXEQUENDA: 6.740,75 €.OBJECTO E FUNDAMENTO DA NO-TIFICAÇÃO:Nos termos e para os efeitos do dis-posto no art.º 16.º-C da Lei das AUGI, bem como no n.º 1 do artigo 862.º e no n.º 3 do artigo 248.º, ambos do C. P. Civil, os anúncios são publicados em dois números seguidos, notifi cando os comproprietários do prédio sito na Lagoa de Albufeira, AUGI 5, freguesia de Castelo, concelho de Sesimbra, de que o direito do(s) executado(s) fi ca à ordem do Agente de Execução.Nos termos do disposto no n.º 2 do artigo 862.º do C. P. Civil, é lícito aos notifi cados fazer as declarações que entendam quanto ao direito do(s) executado(s), bem como o modo de o tornar efectivo, podendo ainda os contitulares dizer se pretendem que a venda tenha por objecto todo o patri-mónio ou a totalidade do bem.
A Agente de ExecuçãoAlexandra Gomes
Rua D. Sancho I, n.º 17 - A/B - 2800-171 AlmadaE-mail: [email protected]. 210 833 058 - Fax 212 743 259Público, 17/03/2013 - 2.ª Pub.
ALEXANDRA GOMESAgente de Execução
CPN 4009
TRIBUNAL DE FAMÍLIAE MENORES E DE
COMARCA DE PORTIMÃO1.º Juízo Cível
Processo: 278/12.7TBPTM-AProcedimento Cautelar
ANÚNCIORequerente: Jorge dos Reis de Oli-veira e outrosRequerido: Alvormar - Restaurante Bar, Lda.Nos autos acima identifi cados, cor-rem éditos de 10 dias, contados da data da segunda e última publicação do anúncio, notifi cando:Requerido: Alvormar - Restaurante Bar, Lda., com última residência conhecida na Rua Francisco Ramos Mendes, n.º 1 - 3 - r/c, 8500-018 Alvor - Portimão.PARA, no prazo de 10 dias, decorri-do que seja o dos éditos nos termos do disposto no art.º 385, n.º 6.º, do Código de Processo Civil, e em alternativa:• Recorrer em 15 dias, nos termos gerais, do despacho que decretou a providência, quando entenda que, face aos elementos apurados, ela não deveria ter sido decretada;• Deduzir oposição, no prazo de 10 dias, quando pretenda alegar factos ou produzir meios de prova não tidos em conta pelo tribunal e que possam afastar os fundamentos da providên-cia ou determinar a sua redução. Fica advertido de que é obrigatória a constituição de mandatário judicial.N/Referência: 7688125Portimão, 11/03/2013
O Juiz de DireitoDr. Rui Miguel Fonseca Machado
A Ofi cial de JustiçaFernanda Gamboa
Público, 17/03/2013 - 2.ª Pub.
Nos autos acima identifi cados, foi designado o dia 09-04-2013, pelas 11h00, naquele Tribunal, para abertura de pro-postas que sejam entregues até esse momento na Secreta-ria do Tribunal, pelos interessados na compra do seguinte bem: Tipo de bem: Imóvel. Descrição: Fracção autónoma designada pela letra D, que corresponde ao 1.º andar do prédio urbano constituído em regime de propriedade hori-zontal sito no lugar da Cruz, lote 11, Odiáxere, freguesia de Odiáxere, concelho de Lagos, destinado a habitação, com estacionamento na cave designado pela letra D, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 2.293-D, descrito na Conser-vatória do Registo Predial de Lagos sob o n.º 1733-D, com o valor tributável de 102.505,00 euros. Valor-base: 135.000,00 euros (cento e trinta e cinco mil euros). Só serão aceites propostas de melhor preço igual ou superior a 94.500,00 euros, correspondente a 70% do valor-base. Deve ser junto à proposta um cheque visado à ordem da Agente de Execu-ção, correspondente a 20% do valor-base do bem.São fi éis depositários, que o deverão mostrar a pedido, os executados Bruno José Inácio Esperança e Vera Lúcia Pereira Sequeira, residentes na Urb. Varandas S. Francisco Lote 11, 1.º E, 8600-250 Odiáxere.
A Agente de ExecuçãoCrisante Vieira Luz
Parque Empresarial Algarve, Bloco 2B, 8400-431 LagoaE-mail: [email protected]
Telefone: 282356025/302040731 - Fax: 282353455Público, 17/03/2013 - 1.ª Pub.
ANÚNCIO
CRISANTE VIEIRA LUZAgente de Execução
Cédula n.º 2411
Processo N.º 629/08.9TBLGSExecução Comum
Exequente: Caixa Geral de Depósitos, S.A.Executados: Maria Manuela Romeiro Pereira,Bruno José Inácio Esperança, José António
Chambel Sequeira e Vera Lúcia Pereira SequeiraValor: 130.788,06 €; Ref. Int. PE-90-2008 ptm
TRIBUNAL JUDICIAL DE LAGOS1.º Juízo
30 | PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013
FICAROs mais vistos da TVSexta-feira, 15
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Cabo
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Dancin' DaysFina EstampaDestinos CruzadosJornal da NoiteLouco Amor
CINEMAEspera aí Que já CasamosTítulo original: The Five Year EngagementDe: Nicholas StollerCom: Jason Segel, Emily Blunt, Chris PrattEUA, 2012, 124 min.TVC1HD, 21h30Tom e Violet ( Jason Segel e Emily
Blunt) são um casal apaixonado
a viver em São Francisco. Depois
de vários anos de uma relação
quase perfeita, sonham em
ofi cializar a união numa enorme
e divertida festa de casamento.
Tudo parecia correr bem até
Violet ser convidada a trabalhar
como assistente na faculdade
de psicologia da Universidade
de Michigan, a mais de duas
mil milhas de distância. Ambos
concordam que, com esta
proposta irrecusável em mãos,
os planos para o grande dia terão
de ser adiados. Porém, já em
Michigan, nada parece querer
colaborar com a relação e os dois
vêem a data de casamento adiada,
uma e outra vez. E é assim que,
depois de cinco anos a lidar com
a incómoda sensação de viverem
uma relação estagnada, Tom e
Violet começam a duvidar se
foram de facto feitos um para o
outro.
1941, Ano Louco em Hollywood [1941] TVC2HD, 22h00Em 1941, após o ataque japonês a
Pearl Harbor, a paranóia apodera-
se dos residentes da Califórnia,
que temem uma possível invasão
dos japoneses àquele estado
norte-americano. Uma paródia
bélica de Steven Spielberg, com
Dan Aykroyd, Ned Beatty e John
Belushi, nomeada para três
Óscares (fotografi a, efeitos visuais
e som). Curiosidade: John Wayne
e Charlton Heston recusaram
uma participação no fi lme por
o considerarem antipatriótico
e desrespeitoso para com os
combatentes da Segunda Guerra.
Perseguição sem Tréguas [Hard Target]FOX Movies, 23h45Acção a rodos com Jean-Claude
Van Damme. Uma mulher
contrata um guia para a ajudar a
encontrar o seu pai desaparecido
na cidade norte-americana de
Nova Orleães. Os dois descobrem
um jogo mortal por detrás do
seu desaparecimento: há uma
empresa que vende um programa
que consiste em caçar humanos e
o pai da jovem foi apanhado nessa
rede. Um fi lme de John Woo.
Afinal Quem Manda Aqui? [Man of the House]Hollywood, 22h00Roland Sharp (Tommy Lee Jones)
é um ranger do Texas sério e
sisudo que é destacado para
proteger as únicas testemunhas
de um crime. Mas protegê-las
não vai ser tarefa fácil, porque
quem testemunhou o crime
foi um grupo de cheerleaders
incontroláveis. Roland vai ter
de se transformar em treinador,
preocupar com dietas e pompons
e evitar que elas fujam para se
encontrarem com os namorados.
Starsky & Hutch [Starsky & Hutch]Hollywood, 23h50Nos anos 70, numa cidade
chamada Bay City, dois polícias,
Dave Starsky (Ben Stiller) e
Ken Hutch Hutchinson (Owen
Wilson) contam a história do seu
primeiro grande caso. Os dois
são sempre destacados para os
casos mais difíceis e perseguem
os criminosos num Ford Torino
vermelho. O fi lme, de Todd
Phillips, é uma adaptação ao
grande ecrã da série televisiva dos
anos 70.
O Jogo [O Jogo]RTP2, 23h03
Inserido em Onda Curta, O
Jogo, de Júlio Alves. Félix, um
miúdo com síndrome de Down,
apaixonado por futebol, tem uma
oportunidade de ser titular num
jogo contra a equipa da escola
rival.
Puro Aço [Real Steel]TVC4HD, 23h00EUA, 2020. O boxe evoluiu para
algo puramente tecnológico e
robôs de dois metros e meio
e 900kg vieram substituir os
humanos nos combates. Charlie
Kenton (Hugh Jackman) é um
ex-pugilista da velha guarda que
hoje sobrevive graças a lutas
ilegais. Quando, num combate,
o seu robô é esmagado por um
adversário ele fi ca com uma
dívida que não tem qualquer
hipótese de pagar. Por isso,
quando é informado da morte
da sua ex-namorada, decide
ceder a custódia de Max
(Dakota Goyo), o seu fi lho
adolescente, aos seus cunhados
em troca de cem mil dólares.
Porém, antes disso, Max fi ca ao
seu cuidado durante três meses
e, se até aí pai e fi lho eram dois
desconhecidos, esse tempo
servirá para que percebam
que a paixão pelo boxe os
une. Numa velha sucata, os
dois vão encontrar um robô,
Atom, criado para outras
funções que não o ataque, mas
com particularidades que o
distinguem de todos os outros.
É então que, entre os três, nasce
uma amizade que lhes mudará
as existências. De Shawn Levy.
DESPORTO
Futebol: Primeira LigaSPTV1, 18h00 e 20h30Em directo, dois jogos da 23.ª
jornada do Campeonato Nacional
de futebol. Às 18h, o Marítimo,
7.º, recebe um FC Porto, em 2.º,
apostado em repetir a goleada da
primeira volta (5-0). Às 20h30,
o Vitória de Guimarães, em 6.º,
recebe o líder Benfi ca que fará
de tudo para segurar o 1.º posto
da tabela. Na primeira volta, as
“águias” ganharam por 3-0.
SÉRIES
Depois do AdeusRTP1, 21h00Embora namore com Luísa,
Espera aí Que já Casamos
PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013 | 31
Gonçalo está apaixonado por
Ana e não o quer admitir. No
entanto, tudo vai mudar depois
da madrugada passada em frente
à embaixada. Ana percebe pela
atitude de Gonçalo que é dela
que ele gosta e, depois de um
primeiro beijo, deixa cair todas as
defesas e entrega-se a Gonçalo.
Gente FamosaRTP2, 22h072.ª temporada. As batalhas de
um rapazinho nos fi nais dos
anos 90 que só quer deixar os
subúrbios e mudar-se para o
seio dos ricos e famosos, i.e, os
membros da beautiful people (o
título original, traduzido para
Gente Famosa). A família ajuda à
festa: a mãe bebe gin como água,
a irmã quer ser a rainha da rua,
a tia é uma hippie cega, a avó é
uma peste lobotomizada... e há
ainda o amigo Kyle, que quer ser a
princesa Diana local.
DOCUMENTÁRIOS
A Raia: As Guardiãs da RaiaHistória, 23h353.º episódio. Ángel e Pedro
passam pela antiga alfândega de
Fuentes de Oñoro, seguem para
Cidade Rodrigo e, depois, para
Almeida. Isto, ao ritmo do adufe,
instrumento típico da raia tanto
do lado de Portugal como de
Espanha.
O PentágonoHistória, 22h45O edifício é o centro nevrálgico
das operações militares dos EUA:
uma fortaleza de cinco lados que
tem como propósito defender
o país e os seus cidadãos. Mas,
atrás dos muros de cimento e
das janelas reforçadas, existem
segredos. O documentário
propõe-se a revelar a história
do Pentágono assim como
as complexas operações e as
actividades secretas que se
desenham no seu interior.
Eames: o Arquitecto e a PintoraRTP2, 20h40Charles e Ray Eames
permanecem o casal de designers
mais infl uente das artes
americanas. Não só por terem
sido pessoas fascinantes, como
também pela obra inovadora que
construíram e que perdura até
hoje. O documentário da dupla
Jason Cohn e Bill Jersey, mostra
pela primeira vez a extensão
e a importância do casal e dos
muitos que reuniram no grande
atelier de Nova Iorque.
INFANTIL
Happy Feet TVC3HD, 9h45 (V.P.) e 22h30 (V.O.)Uma grande diversão animada,
vencedora do Óscar para
melhor fi lme de animação em
2007, passada no coração da
Antárctica com um fantástico
pinguim... dançarino! O
jovem Mumble é um pinguim-
imperador que tem uma
terrível voz de cana rachada.
O que não seria um problema,
tirando um pormenor: nestas
terras geladas, quem não sabe
cantar uma bela canção de
amor não é pinguim, não é
nada. E agora?
Os MarretasTVC1HD, 19h50 (V.O.)Walter (voz de Peter Linz) é
um fantoche que vive com
Gary ( Jason Segel), o seu irmão
humano, na pequena cidade
de Smalltown, EUA. Desde que
se conhecem que são grandes
admiradores dos Marretas, que
ambos sentem ser uma espécie
de alter-egos de si próprios.
Quando Mary (Amy Adams), a
namorada de Gary, o convida
para uma viagem de sonho a Los
Angeles, Gary resolve levar o
“irmão”. Aí, descobrem o plano
de um magnata que quer arrasar
com o estúdio. Walter, Gary
e Mary têm então uma ideia
brilhante: reunir o velho grupo
e organizar a grande Gala dos
Marretas.
RTP16.30 Zig Zag 8.00 Bom Dia Portugal Fim-de-Semana 10.00 Eucaristia Dominical - Directo 11.00 Angelus pelo Papa Francisco 11.36 Circo Massimo 13.00 Jornal da Tarde 14.10 AntiCrise - Compacto 14.58 Dallas 15.48 Filme: 007 - Só Se Vive Duas Vezes - Com Sean Connery 18.00 Sinais de Vida - Compacto 19.18 Os Compadres 20.00 Telejornal 21.00 Depois do Adeus - A ferro e fogo 21.56 Hora da Sorte: Sorteio do Joker 22.00 Vermelho Brasil 23.01 Filme: Perigo em Directo - De Antoine Fuqua 1.11 Filme: Força de Ataque - Com Steven Seagal 2.51 AntiCrise
RTP27.56 Zig Zag 11.00 Caminhos 11.27 70X7 11.54 Bairro Alto 12.43 Lontras Marinhas: Uma Cria Preciosa 13.34 Hora de Fecho 14.31 5 Minutos Num Instante 14.43 Voz do Cidadão 15.00 Desporto 2 19.01 Janela Indiscreta com Mário Augusto 19.33 Academia RTP - Criativar 20.01 Zig Zag 20.40 Eames: o Arquitecto e a Pintora 22.07 Britcom - Gente Famosa + Vida a Três 23.03 Onda-Curta - Babioles + O Último Dia de Verão + O Jogo 0.00 24 Horas - Directo 1.02 Especial Fantasporto 1.29 Hora de Fecho 2.26 Euronews
SIC6.15 LOL@SIC 8.40 Disney Kids 10.15 Dance! 12.15 Vida Selvagem: American Eagle 13.00 Primeiro Jornal 14.05 Fama Show 14.30 Agente Dupla - 3.ª temporada 15.25 Investigação Criminal Los Angeles - 4.ª temporada 16.20 Filme: O Guarda Fraldas em Apuros - Comédia com Cuba Gooding Jr. 18.25 Filme: Skyline, O Alvo Somos Nós - Thriller de ficção científica de Colin Strause e Greg Strause 20.00 Jornal da Noite 21.30 Vale Tudo! 1.00 Filme: Underworld, A Revolta - Com Rhona Mitra, Michael Sheen e Bill Nighy 2.45 Podia Acabar o Mundo
TVI 6.30 Animações / Kid Kanal 8.37 Campeões e Detectives 9.23 Heroes 10.02 O Inspector Max 10.58 Missa (inclui Oitavo Dia) 13.00 Jornal da Uma 14.00 Somos Portugal - Directo de Óbidos - Festival do Chocolate 20.00 Jornal das 8 21.27 A Tua Cara Não Me É Estranha - Directo 01.00 Big Game 01.55 Filme: Nem Uma Palavra - De Gary Fleder, com Brittany Murphy,
Michael Douglas e Sean Bean 03.49 Amanhecer
TVC1 11.15 Alta Golpada 13.05 Backwash - Desfecho Inesperado 14.35 Um Homem no Limite 16.20 Identidade Secreta 18.05 Alta Golpada 19.50 Os Marretas (V.O.) 21.30 Espera Aí... Que Já Casamos 23.35 Professora Baldas 1.10 Backwash - Desfecho Inesperado
FOX MOVIES10.59 Irmão, Onde Estás? 12.44 Ned Kelly 14.31 Maverick 16.34 O Rochedo 18.46 Rambo - A Fúria do Herói 20.21 Rambo II - A Vingança do Herói 22.00 Rambo III 23.45 Perseguição Sem Tréguas 1.20 O Renascer dos Mortos 2.58 Contacto
HOLLYWOOD11.20 À Beira do Casamento 12.55 O Barco do Amor 14.30 Edtv 16.40 Academia de Polícia 18.15 Biker Boyz - Corridas Clandestinas 20.10 Supremacia 22.00 Afinal Quem Manda Aqui? 23.50 Starsky & Hutch 1.35 Hannibal
AXN14.49 Brigada Anti-Vício 15.40 Filme: Bad Boys II 18.07 Filme: Constantine 20.10 The Mob Doctor 21.00 Castle 22.00 Filme: Corrida Mortal 23.52 The Killing: Crónica de um Assassinato 0.58 The Killing: Crónica de um Assassinato
AXN BLACK15.25 A Rainha das Sombras 16.13 Chuck 17.00 Filme: O Caso Winslow 18.44 Filme: Buffalo ‘66 20.33 A Rainha das Sombras 21.22 Chuck 22.10 Filme: Sementes de Raiva 0.20 Chuck 1.08 A Rainha das Sombras
AXN WHITE14.30 Gossip Girl 15.18 Póquer de Rainhas 15.43 Era Uma Vez 16.31 Filme: Zona de Impacto 18.15 Filme: A Lagoa Azul 20.10 Gossip Girl 21.00 Chamem a Parteira 21.50 Filme: Ao encontro da Guerra e do Amor 23.40 Chamem a Parteira 0.30 Filme: Zona de Impacto
FOX 13.35 Family Guy 14.22 Ossos 22.30 Spartacus: A Revolta dos Escravos
23.22 The Walking Dead 0.11 American Horror Story 1.01 Blue Bloods
FOX LIFE 13.07 Agente Dupla 14.38 Revenge 15.21 Parenthood 16.54 Uma Família Muito Moderna 17.38 Tudo Acaba Bem 18.22 Scandal 20.37 Anatomia de Grey 21.25 Glee 22.16 The Voice 1.37 Parenthood
DISNEY15.30 Hannah Montana 15.55 Os Feiticeiros de Waverly Place 16.20 Boa Sorte, Charlie! 16.45 Phineas e Ferb 18.00 Zack e Cody: Todos A Bordo 18.25 Par de Reis 18.50 Professor Young 19.15 A.N.T. Farm - Escola de Talentos 19.40 Shake It Up 20.30 Wasabi Warriors 21.20 Lab Rats 21.45 Par de Reis 22.10 Art Attack
DISCOVERY18.20 A Pesca do Gladiador 19.10 Off the Hook: Pesca Arriscada: Correndo com o diabo 19.35 Off the Hook: Pesca Arriscada: Peixe Olho de Boi 20.05 Sobrevivência: A História Por Dentro 21.00 O Segredo das Coisas 21.30 O Segredo das Coisas 22.00 Segredos do Universo com Morgan Freeman: Será o Nada Realmente Alguma Coisa? 22.55 O Universo de Stephen Hawking: Viagem no Tempo 23.45 Top Gear 0.35 Top Gear USA
HISTÓRIA 17.00 Top Shot: Voam as Flechas 17.45 Desafio Armado, com Lee Ermey: Espingardas 18.35 Os Heróis de Hitler: Otto Skorzeny 19.30 Os Heróis de Hitler: Hanna Reitsch 20.25 Thomas Jefferson: Ep. 1 21.05 Thomas Jefferson: Ep. 2 22.00 Segredos Desclassificados: Os Novos Rostos da Máfia 22.45 O Livro dos Segredos dos EUA: O Pentágono 23.35 A Raia: As Guardiãs da Raia 0.00 A Raia: A Linha Pré-Histórica
ODISSEIA17.00 Órbita, a Viagem da Terra: A Precessão 18.00 Bichos, Duelo Selvagem: Assassinos Mutantes 19.00 A Jóia e os Guerreiros do Nevoeiro 20.00 Louis Theroux na Mega Prisão de Miami: Ep. 1 21.00 Ciência Curiosa: Pólvora 21.30 Livros, Jóias de Papel: Bíblias Antigas 22.00 O Desejo pelo Desejo 23.00 Filhos de Cuba 0.00 Criaturas do Extremo: Frio
Televisã[email protected]
Discovery, 22.00 Segredos do Universo com Morgan Freeman
Os Marretas
Marretas.
OsOs M Mararreretatass
32 | PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013
SAIR
CINEMALisboa CinemaCity Campo PequenoC. Lazer do Campo Pequeno. T. 217981420Jack, o Caçador de Gigantes M12. Sala 1 - 11h30, 13h45, 18h35 (2D), 15h55, 21h35, 24h (3D); Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 1 - 21h45, 00h25 (3D); Vigarista à Vista M12. Sala 2 - 11h35, 13h35, 15h50, 17h50, 19h50, 21h50, 23h50; As Fantásticas Aventuras de Tad M6. Sala 3 - 11h30, 13h30, 15h30, 17h30, 19h30 (V.Port.); Sininho O Segredo das Fadas M4. VIP 4 - 11h50, 13h50 (V.Port.); Aguenta-te aos 40 M12. VIP 4 - 00h10; Oz: O Grande e Poderoso M12. VIP 4 - 13h20, 15h35, 18h50, 21h30; Argo M12. Sala 5 - 13h10; Sammy 2 M4. Sala 5 - 11h10 (V.Port.); Django Libertado M16. Sala 5 - 15h30, 18h45, 22h; Hotel TransilvâniaM6. Sala 6 - 11h25 (V.Port.); Quarta DivisãoM16. Sala 6 - 18h55; Lincoln M12. Sala 6 - 15h45, 21h20; Força Anti-Crime M16. Sala 6 - 00h20; Mamã M16. Sala 6 - 13h25; HitchcockM12. Sala 7 - 20h, ; Mamã M16. Sala 7 16h,18h, 22h05, 00h05; Guia para um Final FelizM12. Sala 8 - 17h30; Criaturas MaravilhosasM12. Sala 8 - 19h50; Die Hard - Nunca é BomDia para Morrer M12. Sala 8 - 22h10;Zambézia M6. Sala 8 - 11h20, 15h40 (V.Port.);Comédia Explícita - Movie 43 M16. Sala 8 - 00h15; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 8 - 13h10 CinemaCity Classic AlvaladeAvª de Roma, nº 100, Lisboa . T. 218413045MONSTRA 2013 - Festival de Animação de Lisboa - Vários horários; Robot e FrankSala 1 - 11h35, 13h35, 15h35, 17h25, 19h15, 21h35; Hotel Transilvânia M6. Sala 1 - 11h30(V.Port.); Seis Sessões M16. Sala 2 - 13h30;Seis Sessões M16. Sala 2 - 13h30; Quarta Divisão M16. Sala 3 - 13h10; Argo M12. Sala 4 - 18h40; A Vida de Pi M12. Sala 4 - 15h45; Guia para um Final Feliz M12. Sala 4 - 13h25; Django Libertado M16. Sala 4 - 21h10; Zambézia M6. Sala 4 - 11h35 (V.Port.) Medeia Fonte NovaEst. Benfica, 503. T. 217145088Ferrugem e Osso M12. Sala 1 - 14h10, 16h30, 19h, 21h30; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 2 - 16h45, 21h45; E Se Vivêssemos Todos Juntos? Sala 2 - 14h20, 19h15; Argo M12. Sala 3 - 14h30, 17h; Mamã M16. Sala 3 - 19h30, 22h Medeia KingAv. Frei Miguel Contreiras, 52A. T. 218480808Amor M12. Sala 1 - 12h15; A Última Vez Que Vi Macau + Alvorada Vermelha M12. Sala 1 - 14h40, 16h40, 19h15, 21h45; Argo M12. Sala 2 - 12h; Ferrugem e Osso M12. Sala 2 - 14h15, 16h30, 19h, 21h30; Barbara M12. Sala 3 - 14h30, 16h50, 22h; Laurence Para Sempre M12. Sala 3 - 18h50; E Se Vivêssemos Todos Juntos? Sala 3 - 12h30 Medeia MonumentalAv. Praia da Vitória, 72. T. 213142223Ferrugem e Osso M12. Sala 4 - Cine Teatro - 14h30, 17h, 19h30, 22h, 00h30; Efeitos Secundários M12. Sala 1 - 13h20, 15h25, 17h30, 19h40, 21h45, 00h15; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 2 - 16h30, 21h30, 24h; E Se Vivêssemos Todos Juntos? Sala 2 - 13h10, 15h15, 17h20, 19h20, 21h30; E Se Vivêssemos Todos Juntos? Sala 2 - 14h, 19h; A Última Vez Que Vi Macau + Alvorada Vermelha M12. Sala 3 - 13h10, 15h15, 17h20, 19h20, 21h30; Branca de Neve M12. Sala 3 - 24h NimasAv. 5 Outubro, 42B. T. 213574362Bab Sebta Sala 1 - 18h30; Noite de Cinema de Terror, com filmes de Manuel Pureza, Patrick Mendes, Mário Gajo de Carvalho Sala 1 - 21h30
UCI Cinemas - El Corte InglésAv. Ant. Aug. Aguiar, 31. T. 707232221Amor M12. Sala 1 - 11h30, 14h05; Notas de Amor M12. Sala 1 - 19h15; Força Anti-Crime M16. Sala 1 - 16h45, 21h45, 00h15; Guia para um Final Feliz M12. Sala 2 - 11h30, 14h05, 19h30; O Mentor M16. Sala 2 - 16h40, 22h; 00:30 Hora Negra M16. Sala 3 - 17h30; Django Libertado M16. Sala 3 - 14h15, 21h, 00h10; Mamã M16. Sala 4 - 00h25; As Fantásticas Aventuras de Tad M6. Sala 4 - 11h30, 14h, 16h, 18h, 20h (V.Port.); Jack, o Caçador de Gigantes M12. Sala 5 - 11h30, 14h10, 19h10, 00h10 (2D), 16h40, 21h40 (3D); Efeitos Secundários M12. Sala 6 - 11h30, 14h05, 16h40, 19h10, 21h35, 00h10; Psycho M12. Sala 7 - 19h20; Criaturas Maravilhosas M12. Sala 7 - 11h30, 14h, 16h40; Branca de Neve M12. Sala 7 - 21h45, 00h10; Quarta Divisão M16. Sala 8 - 19h; Cidade Dividida M16. Sala 8 - 11h30, 14h15, 16h35, 21h35, 00h05; Vigarista à Vista M12. Sala 9 - 11h30, 14h10, 16h35, 19h05, 21h40, 24h; Ferrugem e Osso M12. Sala 10 - 11h30, 14h05, 16h45, 19h15, 21h55, 00h25; A Vida de Pi M12. Sala 11 - 11h30, 15h; Lincoln M12. Sala 11 - 18h10, 21h20, 00h20; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 12 - 14h, 19h15, 00h30 (2D), 16h35, 21h50 (3D); Argo M12. Sala 13 - 11h30, 14h10, 16h40, 19h10, 21h45, 00h20; A Caça M16. Sala 14 - 11h30, 14h10, 16h35, 19h05, 22h, 00h30 ZON Lusomundo AlvaláxiaEstádio José Alvalade. T. 16996As Fantásticas Aventuras de Tad M6. 11h, 13h15, 15h30, 17h40, 19h50 (V.Port.); Tudo por um bebé M12. 22h; Oz: O Grande e Poderoso M12. 16h, 18h50, 21h40; Django Libertado M16. 16h50, 20h45; O Impossível M12. 16h15, 18h55, 21h35; Vigarista à Vista M12. 15h50, 18h25, 21h20; Jack, o Caçador de Gigantes M12. 16h20, 18h55, 21h30; A Vida de Pi M12. 21h; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. 16h40, 19h, 21h45; Mamã M16. 16h30, 18h50, 21h10; Força Anti-Crime M16. 16h10, 18h45, 21h25; Zarafa M6. 11h, 13h25, 15h40, 18h (V.Port.); O Homem das Sombras M16. 16h45, 19h10, 21h50 ZON Lusomundo AmoreirasAv. Eng. Duarte Pacheco. T. 16996Lincoln M12. 14h, 17h30, 20h50, 24h; Oz: O Grande e Poderoso M12. 13h, 15h40, 18h50, 21h30, 00h20 (3D); Efeitos Secundários M12. 13h20, 16h, 18h30, 21h10, 23h40; Robot e Frank 12h50, 15h, 17h, 19h10, 21h20, 23h30; Notas de Amor M12. 13h10, 15h50, 18h20 ; Ferrugem e Osso M12. 13h30, 16h10, 19h, 21h40, 00h30; Força Anti-Crime M16. 21h, 23h50; A Arte de Amar M6. 13h50, 16h30, 22h, 00h10; Branca de Neve M12. 18h40 ZON Lusomundo ColomboAv. Lusíada. T. 16996A Bicharada Contra-Ataca M6. 10h50, 13h10, 15h25 (V.Port.); Aguenta-te aos 40 M12. 12h40, 15h30, 18h25, 21h25, 00h20; As Fantásticas Aventuras de Tad M6. 11h, 13h15, 15h55, 18h10 (V.Port.); Tudo por um bebé M12. 21h05, 23h45; Vigarista à Vista M12. 13h05, 15h50, 18h20, 21h20, 24h; Jack, o Caçador de Gigantes M12. 12h50, 15h40, 18h35 (2D), 21h30, 00h25 (3D); Argo M12. 17h50, 21h, 23h50; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. 13h25, 16h10, 18h50, 21h40, 00h10; Oz: O Grande e Poderoso M12. 12h55, 15h45 (2D), 18h40, 21h35, 00h30 (3D); Mamã M16. 13h20, 16h05, 18h30, 21h10, 23h40; Snitch - Infiltrado 13h, 16h, 18h45, 21h45, 00h35; Zarafa M6. 11h10, 13h30, 15h35 (V.Port.) ZON Lusomundo Vasco da GamaParque das Nações. T. 16996Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12.
A Última Vez Que Vi Macau + Alvorada VermelhaDe João Pedro Rodrigues, João Rui Guerra da Mata. Com João Pedro Rodrigues, João Rui Guerra da Mata, Lydie Barbara. POR/FRA. 2012. 85m. Documentário. M12. Um homem viaja de Lisboa
a Macau, uma das mais
multiculturais e labirínticas
cidades do mundo, a pedido de
uma amiga de longa data, que lhe
diz estar a viver coisas estranhas
e assustadoras. Ele, que vivera
em Macau há muitos anos e ali
passara os melhores tempos da
sua vida, encara a viagem como
um regresso às suas origens e às
suas memórias mais felizes.
Medeia King e Monumental
As Fantásticas Aventuras de TadDe Enrique Gato. Com Meritxell Ané (voz), Óscar Barberán (voz), Carles Canut (voz). ESP. 2012. 90m. Animação. M6. Quando era pequenino, o
sonho de Tad Jones era ser
arqueólogo. Mas, apesar de
nunca ter abandonado as suas
ambições, tornou-se um simples
trabalhador da construção civil.
Até ao dia em que, por um acaso
do destino, é confundido com
um arqueólogo e enviado para
uma perigosa expedição ao Peru.
E é assim que, com alguns novos
amigos, Tad vai viver a grande
aventura da sua vida ao tentar
salvar Paititi, a lendária cidade
perdida dos Incas.
Ferrugem e OssoDe Jacques Audiard. Com Marion Cotillard, Matthias Schonaerts, Armand Verdure. FRA. 2012. 120m. Drama, Romance. M12. Alain é um homem
solitário que se depara
com a necessidade de
cuidar sozinho do seu
fi lho de cinco anos. Sem
emprego, decide mudar-se
para casa da irmã, no Sul
de França. Aí, consegue
trabalho como segurança
numa discoteca onde
conhece Stéphanie, uma
bela treinadora de orcas
cuja vida parece saída
de um conto de fadas. Algum
tempo depois ela liga-lhe: um
acidente deixou-a paraplégica.
Ele vai ajudá-la e, entre ambos,
acaba por nascer um amor
profundo e redentor.
Jack, o Caçador de GigantesDe Bryan Singer. Com Nicholas Hoult, Stanley Tucci, Ewan McGregor. EUA. 2013. 89m. Drama, Aventura. M12. Jack é um jovem agricultor que
abre acidentalmente um portal
entre o mundo dos humanos
e o dos gigantes. E, quando as
terríveis e enormes criaturas
se apercebem da oportunidade
de se vingarem da raça humana
e recuperarem a terra que
perderam, nada parece fazê-las
parar. Assim, forçado a lutar
contra seres que julgava existirem
apenas na imaginação, Jack acaba
por se tornar no mais improvável
dos heróis.
O Homem das SombrasDe Pascal Laugier. Com Jessica Biel, Jodelle Ferland, William B. Davis. CAN/EUA/FRA. 2012. 106m. Drama, Thriller. M16. Julia é uma jovem viúva que vive
com David, o seu fi lho pequeno,
na pequena cidade de Cold Rock.
A população, extremamente
pobre, vive atormentada por
uma série de raptos de crianças
atribuídos a uma fi gura a
que chamam de Homem das
Sombras. Certo dia, o pequeno
David torna-se numa das vítimas
de rapto e o mundo de
Julia colapsa. E depressa
se apercebe que toda a
cidade se virou
contra si.
Robot e Frank
De Jake Schreier. Com
Frank Langella, Susan Sarandon,
Peter Sarsgaard (Voz), Liv Tyler.
EUA. 2012. m. Comédia.
Frank é um ladrão de jóias
de memória fraca que,
aos 70 anos, apenas quer
aproveitar a reforma. Certo
dia, considerando a sua
idade avançada e perda de
capacidades, o fi lho decide
levar-lhe um robô que, para
além de ajudar nas tarefas do
dia-a-dia, está programado para
promover o bem-estar geral
do seu proprietário. Indignado
com aquela máquina que parece
querer manipular toda a sua
vida, Frank tenta, a custo, ver-
se livre dela. Até se aperceber
que ali pode estar a resposta
que necessitava para reviver os
velhos tempos...
Snitch - InfiltradoDe Ric Roman Waugh. Com Dwayne Johnson, Susan Sarandon, Jon Bernthal. EUA. 2013. 112m. Thriller, Acção. Dwayne Johnson é John
Matthews, um pai cujo fi lho
adolescente é injustamente
acusado de tráfi co de drogas
e que se depara com uma
pena mínima de dez anos de
prisão. Determinado a resgatar
o fi lho a todo custo, John faz
um acordo com o advogado de
acusação para se infi ltrar no
mais perigoso cartel de drogas
da cidade e descobrir quem
incriminou o rapaz. Porém,
está consciente que, ao tentar
evitar aquela prisão, está a
arriscar não só a sua própria
vida, mas também a de toda a
sua família.
Vigarista à VistaDe Seth Gordon. Com Jason Bateman, Melissa McCarthy, John Cho. EUA. 2013. 111m. Comédia. M12. Sandy Patterson recebe um
telefonema de uma mulher que o
avisa que alguém tentou roubar
a sua identidade. O que ele não
imagina é que, enquanto está
a fornecer os seus dados, a sua
identidade está a ser roubada.
A partir desse momento, Diana
começa uma vida extravagante
em Miami, gastando todo o
dinheiro de Sandy. Até ao dia em
que, notifi cado pela polícia por
extorsão de identidade e pelas
dívidas astronómicas, decide
procurar a causadora do seu
infortúnio.
As Fantásticas Aventuras de Tad
ncas.
OssoAudiard.
dure.20m.ance.
omem
se depara
idade de
ho do seu
o anos. Sem
cide mudar-se
irmã, no Sul
, consegue
o segurança
eca onde
hanie, uma
ra de orcas
ece saída
de rapto e o mundo de
Julia colapsa. E depressa
se apercebe que toda a
cidade se virou
contra si.
Robot e Frank
De Jake Schreier. Com
Frank Langella,Susan Sarandon,
Peter Sarsgaard(Voz), Liv Tyler.
EUA. 2012. m.Comédia.
sua
VigDeBaJohCoSan
tele
avi
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com
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din
qu
ext
dív
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inf
As
PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013 | 33
O Pavilhão Branco do Museu da Cidade de Lisboa recebe a exposição Pedra, Papel ou Tesoura, com obras de Belén Uriel (n.1974, Madrid), uma artista espanhola com fortes ligações a Portugal. Estas obras reflectem a natureza de construções materiais, produtos da sociedade global - mercado. Até 19 de Maio, pode ser visitada de terça a domingo, das 10h às 13h e das 14h às 18h. O bilhete custa 2€.
Pedra, Papel ou Tesoura
AS ESTRELAS DO PÚBLICO
JorgeMourinha
Luís M. Oliveira
Vasco Câmara
a Mau mmmmm Medíocre mmmmm Razoável mmmmm Bom mmmmm Muito Bom mmmmm Excelente
A Última Vez que Vi Macau mmmmm mmmmm mmmmm
Alvorada Vermelha mmmmm mmmmm mmmmm
Branca de Neve mmmmm mmmmm –A Caça mmmmm mmmmm mmmmm
Efeitos Secundários mmmmm mmmmm mmmmm
Ferrugem e Osso mmmmm mmmmm mmmmm
Laurence para Sempre mmmmm mmmmm mmmmm
Oz, o Grande e Poderoso mmmmm mmmmm –O Último Desafio – mmmmm mmmmm
Robô & Frank mmmmm – –
16h10, 18h50, 21h40, 24h; Aguenta-te aos 40 M12. 21h30, 00h20; As Fantásticas Aventuras de Tad M6. 11h, 13h, 15h15, 17h20, 19h25 (V.Port.); Oz: O Grande e Poderoso M12. 12h40, 15h30, 18h20, 21h20, 00h10; Vigarista à Vista M12. 13h10, 15h50, 18h30, 21h50, 00h30; Jack, o Caçador de Gigantes M12. 12h50, 15h20, 18h10, 21h10, 23h50 (3D); Zarafa M6. 11h, 13h20 (V.Port.); Efeitos Secundários M12. 13h30, 16h, 18h40, 21h, 23h40
Almada ZON Lusomundo Almada FórumEstr. Caminho Municipal. T. 16996Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. 13h10, 15h40, 18h05, 21h05, 23h30; Vigarista à Vista M12. 13h10, 15h50, 18h35, 21h15, 23h55; Jack, o Caçador de Gigantes M12. 13h15, 16h, 18h45, 21h30, 00h15; Oz: O Grande e Poderoso M12. 12h35, 15h30, 18h25, 21h20, 00h20; Efeitos Secundários M12. 12h50, 15h30, 18h15, 21h20, 23h50; Cidade Dividida M16. 21h15, 23h50; Zarafa M6. 11h, 13h30, 16h05, 18h10 (V.Port.); Tudo por um bebé M12. 12h45, 15h10, 17h45, 21h50, 00h10; O Homem das Sombras M16. 13h15, 15h45, 18h30, 21h10, 23h40; Criaturas Maravilhosas M12. 21h10, 24h; As Fantásticas Aventuras de Tad M6. 11h, 13h25, 15h55, 18h30 (V.Port.); A Bicharada Contra-Ataca M6. 11h, 13h20, 15h45, 18h40 (V.Port.); O Impossível M12. 21h25, 00h15; Mamã M16. 13h05, 15h35, 18h05, 21h40, 00h10; Argo M12. 19h; Força Anti-Crime M16. 13h, 15h30, 18h30, 21h20, 00h05; Snitch - Infiltrado 12h55, 15h35, 18h25, 21h30, 00h10; Ferrugem e Osso M12. 12h40, 15h25, 18h15, 21h10, 24h
Amadora CinemaCity Alegro AlfragideC.C. Alegro Alfragide. T. 214221030Hitchcock M12. Cinemax - 13h50; Oz: O Grande e Poderoso M12. Cinemax - 11h20, 15h50, 18h30, 21h30, 00h10; Vigarista à Vista M12. VIP Light - 19h30, 21h0, 23h50; As Fantásticas Aventuras de Tad M6. VIP 1 - 11h30, 13h30, 15h30, 17h30 (V.Port.); Hansel e Gretel: Caçadores de Bruxas Sala 3 - 23h55; Sammy 2 M4. Sala 3 - 11h20 (V.Port.); Quarta Divisão M16. Sala 3 - 19h; Lincoln M12. Sala 3 - 15h45; Criaturas Maravilhosas M12. Sala 3 - 13h20, 21h25; Sininho O Segredo das Fadas M4. Sala 4 - 11h50, 13h40 (V.Port.); Aguenta-te aos 40 M12. Sala 4 - 15h25, 21h40; Cidade Dividida M16. Sala 4 - 19h20, 00h20; Mamã M16. Sala 5 - 11h55, 13h55, 15h55, 17h55, 19h55, 22h05, 00h15; Guia para um Final Feliz M12. Sala 6 - 17h30; Django Libertado M16. Sala 6 - 22h; Zambézia M6. Sala 6 - 11h45, 13h45, 15h40 (V.Port.); As Fantásticas Aventuras de Tad M6. Sala 6 - 19h50 (V.Port.); Jack, o Caçador de Gigantes M12. Sala 7 - 11h25, 13h35, 18h35 (2D), 15h45, 21h35, 24h (3D); Argo M12. Sala 8 - 19h35; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. Sala 8 - 21h55, 00h05; Vigarista à Vista M12. Sala 8 - 11h35, 13h35, 15h35, 17h35; A Origem dos Guardiões M6. Sala 9 - 11h25 (V.Port.); Força Anti-Crime M16. Sala 9 - 00h25; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 9 - 13h30 (2D), 16h10, 18h50, 21h45 (3D); Hotel Transilvânia M6. Sala 10 - 11h40, 15h50 (V.Port.); A Vida de Pi M12. Sala 10 - 18h40 (3D); O Impossível M12. Sala 10 - 21h20; O Último Desafio M16. Sala 10 - 13h40, 23h45 UCI Dolce Vita TejoC.C. da Amadora, EN 249/1. T. 707232221Django Libertado M16. Sala 1 - 17h45;Zambézia M6. Sala 1 - 11h30, 13h50
(V.Port./2D), 15h50 (V.Port./3D); Cidade Dividida M16. Sala 1 - 21h25; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 2 - 13h50, 19h10 (2D), 16h30, 21h50 (3D); As Fantásticas Aventuras de Tad M6. Sala 3 - 11h30, 13h50, 15h50, 17h50, 19h50 (V.Port.); O Último Desafio M16. Sala 3 - 21h50; Mamã M16. Sala 4 - 13h50, 16h10, 18h55, 21h35; Ferrugem e Osso M12. Sala 5 - 14h15, 16h40, 19h15, 21h40; A Vida de Pi M12. Sala 6 - 14h, 16h35 (3D); O Impossível M12. Sala 6 - 19h05, 21h45; Quarta Divisão M16. Sala 7 - 19h; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. Sala 7 - 14h10, 16h20, 21h35; Criaturas Maravilhosas M12. Sala 8 - 13h50, 16h25; Aguenta-te aos 40 M12. Sala 8 - 19h, 21h45; Vigarista à Vista M12. Sala 9 - 14h05, 16h30, 19h10, 21h30; Jack, o Caçador de Gigantes M12. Sala 10 - 13h55, 19h05 (2D), 16h20, 21h30 (3D); Os Piratas! M4. Sala 11 - 11h30 (V.Port.); Efeitos Secundários M12. Sala 11 - 14h15, 16h40, 19h15, 21h50
Barreiro Castello Lopes - Fórum BarreiroCampo das Cordoarias. T. 760789789Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 2 - 12h40, 15h30 (2D), 18h20, 21h10 (3D); Parker M12. Sala 3 - 12h50, 15h20, 18h10, 21h40; Guia para um Final Feliz M12. Sala 4 - 13h, 15h40, 18h30, 21h20
Cascais ZON Lusomundo CascaiShoppingCascaiShopping-EN 9, Alcabideche. T. 16996Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. 13h15, 15h50, 18h20, 21h20, 23h40; As Fantásticas Aventuras de Tad M6. 11h, 13h30, 15h40, 17h50, 19h55 (V.Port.); Tudo por um bebé M12. 22h, 00h25; Força Anti-Crime M16. 13h, 15h30, 18h, 21h10, 23h30; Mamã M16. 12h40, 15h05, 17h40, 21h50, 24h; Vigarista à Vista M12. 13h05, 15h40, 18h20, 21h40, 00h20; Jack, o Caçador de Gigantes M12. 12h50, 16h, 18h40 (2D), 21h30, 00h10 (3D)
Caldas da Rainha Vivacine - Caldas da RainhaC.C. Vivaci. T. 262840197Jack, o Caçador de Gigantes M12. Sala 1 - 13h, 15h30, 18h10, 21h30; Aguenta-te aos 40 M12. Sala 2 - 12h50, 15h35, 18h35, 21h20; Vigarista à Vista M12. Sala 3 - 13h05, 15h45, 18h25, 21h25; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 4 - 12h55, 15h40, 18h30, 21h20; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. Sala 5 - 13h20, 15h40, 18h15, 21h40
Carcavelos Atlântida-CineCentro Comercial Carcavelos. T. 214565653Ferrugem e Osso M12. Sala 1 - 15h30, 18h15, 21h30; Efeitos Secundários M12. Sala 2 - 15h45, 18h30, 21h45
Sintra CinemaCity Beloura ShoppingEst. Nac. nº 9 - Quinta Beloura. T. 219247643Vigarista à Vista M12. Cinemax - 11h35, 13h35, 15h35, 17h35, 19h35, 21h35; Jack, o Caçador de Gigantes M12. Sala 1 - 11h20, 13h30, 18h35 (2D), 15h40, 21h45 (3D); Argo M12. Sala 2 - 21h40; As Fantásticas Aventuras de Tad M6. Sala 2 - 11h30, 13h30, 15h30, 17h30, 19h30 (V.Port.); Quarta Divisão M16. Sala 3 - 17h10; Guia para um Final Feliz M12. Sala 3 - 19h30; Django Libertado M16. Sala 3 - 21h50; Zambézia M6. Sala 3 - 11h25,
13h25, 15h20 (V.Port.); Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 4 - 11h10, 15h45, 16h05, 18h45, 21h25; Criaturas Maravilhosas M12. Sala 5 - 18h30; Aguenta-te aos 40 M12. Sala 5 - 21h30; A Vida de Pi M12. Sala 6 - 15h55, 18h40 (3D); Lincoln M12. Sala 6 - 21h20; Força Anti-Crime M16. Sala 7 - 19h50; Mamã M16. Sala 7 - 13h50, 15h50, 17h50, 22h Castello Lopes - Fórum SintraLoja 2.21 - Alto do Forte. T. 760789789Lincoln M12. Sala 1 - 14h40, 18h, 21h40; Jack, o Caçador de Gigantes M12. Sala 2 - 15h30, 21h30 (3D), 18h10 (2D); Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 3 - 13h10, 15h50 (2D), 18h40, 21h50 (3D); Vigarista à Vista M12. Sala 4 - 13h15, 15h50, 18h20, 21h20; A Bicharada Contra-Ataca M6. Sala 5 - 12h50, 15h10, 18h50 (V. Port.); Aguenta-te aos 40 M12. Sala 5 - 21h; Mamã M16. Sala 6 - 14h, 16h10, 19h, 22h; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. Sala 7 - 13h20, 16h, 18h30, 21h10
Leiria CinemaCity LeiriaRua Dr. Virgílio Vieira da Cunha. T. 244845071Jack, o Caçador de Gigantes M12. Sala 1 - 11h25, 13h40, 15h55, 21h35 (3D), 18h30 (2D); Argo M12. Sala 2 - 19h10; Zambézia M6. Sala 2 - 11h30 (V.Port.); Aguenta-te aos 40 M12. Sala 2 - 21h30; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 2 - 11h10, 13h20, 16h (3D), 15h45, 18h25, 21h45 (2D); Vigarista à Vista M12. Sala 3 - 11h20, 13h20, 15h30, 17h40, 19h40, 21h40; Criaturas Maravilhosas M12. Sala 5 - 19h35; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. Sala 5 - 13h45, 15h40, 17h35, 21h55; Mamã M16. Sala 5 - 13h35, 15h35, 19h50, 21h50; O Último Desafio M16. Sala 5 - 17h45; As Fantásticas Aventuras de Tad M6. Sala 7 - 11h20, 13h30, 15h30, 17h30, 19h30, 21h30 (V.Port.)
Montijo ZON Lusomundo Fórum MontijoC. C. Fórum Montijo. T. 16996Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. 13h10, 15h55, 18h10, 21h20, 23h40; Aguenta-te aos 40 M12. 21h, 23h50; Mamã M16. 13h, 15h50, 18h05, 21h40, 24h; As Fantásticas Aventuras de Tad M6. 13h20, 16h10, 18h20 (V.Port.); Vigarista à Vista M12. 13h15, 15h45, 18h15, 21h30, 00h05; Jack, o Caçador de Gigantes M12. 13h30, 16h, 18h30 (2D), 21h15, 23h45 (3D); Oz: O Grande e Poderoso M12. 12h55, 15h40, 21h10, 23h55 (2D), 18h25 (3D)
Odivelas
ZON Lusomundo Odivelas ParqueC. C. Odivelasparque. T. 16996Mamã M16. 21h; As Fantásticas Aventuras de Tad M6. 11h, 13h30, 16h, 18h15 (V.Port.); Vigarista à Vista M12. 15h30, 18h10, 21h20; Jack, o Caçador de Gigantes M12. 15h50, 18h20, 21h30; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. 15h20, 18h, 21h10; Oz: O Grande e Poderoso M12. 15h40, 18h30, 21h15
Oeiras ZON Lusomundo Oeiras ParqueC. C. Oeirashopping. T. 16996Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. 18h, 21h45, 00h05; Zarafa M6. 10h50, 13h15, 15h25 (V.Port.); Aguenta-te aos 40 M12. 13h30, 17h15, 21h20, 00h15; Vigarista à Vista M12. 13h20, 15h50, 18h30, 21h30, 00h10; Efeitos Secundários M12. 13h10, 15h45, 18h20, 21h, 23h50; Força Anti-Crime M16. 21h50, 00h20; As Fantásticas Aventuras de Tad M6. 10h45, 13h, 15h15, 17h30, 19h40 (V.Port.); Jack, o Caçador de Gigantes M12. 12h50, 15h30, 18h10 (2D), 21h10, 23h55 (2D); Oz: O Grande e Poderoso M12. 12h50, 15h40, 18:40, 21h40, 00h30 (3D)
Miraflores ZON Lusomundo Dolce Vita MirafloresAv. das Túlipas. T. 707 CINEMALincoln M12. 21h20; As Fantásticas Aventuras de Tad M6. 11h, 15h10, 17h20, 19h20 (V.Port.); Vigarista à Vista M12. 15h30, 18h30, 21h40; Zarafa M6. 15h, 17h, 19h (V.Port.); Oz: O Grande e Poderoso M12. 15h20, 18h20, 21h30
Torres Novas Castello Lopes - TorreShoppingBairro Nicho - Ponte Nova. T. 707220220Jack, o Caçador de Gigantes M12. Sala 1 - 12h50, 18h20 (2D), 15h20, 21h30 (3D); Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. Sala 2 - 13h10, 15h40, 18h10, 21h40; Vigarista à Vista M12. Sala 3 - 13h, 15h30, 18h30, 21h20
Torres Vedras ZON Lusomundo Torres VedrasC.C. Arena Shopping. T. 16996Aguenta-te aos 40 M12. 12h50, 15h40, 18h30,
21h20, 00h10; Mamã M16. 21h50, 00h30; As Fantásticas Aventuras de Tad M6. 11h, 14h, 16h30, 19h (V.Port.); Vigarista à Vista M12. 13h30, 16h15, 18h50, 21h45, 00h25; Oz: O Grande e Poderoso M12. 12h40, 15h30, 18h15, 21h, 24h; Jack, o Caçador de Gigantes M12. 13h15, 16h, 18h40 (2D), 21h30 (3D)
Santarém Castello Lopes - SantarémLargo Cândido dos Reis. T. 760789789Django Libertado M16. Sala 1 - 12h40, 15h50, 21h; O Impossível M12. Sala 2 - 13h, 15h20, 18h20, 21h10; Vigarista à Vista M12. Sala 3 - 13h10, 15h40, 18h30, 21h30; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 4 - 12h50, 15h30 (2D), 18h40, 21h20 (3D); A Descida - Parte 2 M16. Sala 5 - 13h20, 16h10, 18h50, 21h50; Cidade Dividida M16. Sala 6 - 13h20, 16h, 19h, 21h40
Setúbal Auditório CharlotAv. Dr. Ant. Manuel Gamito, 11. T. 265522446Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 1 - 16h, 21h30 Castello Lopes - SetúbalC. Comercial Jumbo, Loja 50. T. 707220220Vigarista à Vista M12. Sala 1 - 13h20, 15h50, 18h30, 21h30; Sangue Quente M12. Sala 2 - 13h30, 15h40, 18h10, 21h10; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 3 - 13h, 15h30 (2D), 18h20, 21h20 (3D); O Impossível M12. Sala 4 - 13h10, 15h20, 18h, 21h
Tomar Cine-Teatro Paraíso - TomarRua Infantaria, 15. T. 249329190O Impossível M12. Sala 1 - 15h, 21h30
Faro SBC-International CinemasC. C. Fórum Algarve. T. 289887212Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 1 - 13h, 15h45, 18h30, 21h20; A Origem dos Guardiões M6. Sala 2 - 11h55 (V.Port.); Guia para um Final Feliz M12. Sala 2 - 19h05; Força Anti-Crime M16. Sala 2 - 14h05, 16h35, 21h40; Vigarista à Vista M12. Sala 3 - 13h45, 16h10, 18h35, 21h; Zambézia M6. Sala 4 - 10h30 (V.Port.); Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 4 - 12h55, 15h40, 18h25, 21h10; Hotel Transilvânia M6. Sala 5 - 11h30 (V.Port.); Jack, o Caçador de Gigantes M12. Sala 5 - 14h (2D), 16h30, 19h, 21h30 (3D); Astro Boy M6. Sala 6 - 11h (V.Port.); Mamã M16. Sala 6 - 14h05, 16h40, 19h15, 21h50; Snitch - Infiltrado Sala 7 - 12h05, 14h30, 16h55, 19h20, 21h45; Argo M12. Sala 8 - 19h25; Força Ralph M6. Sala 8 - 10h55, 14h45 (V.Port.); Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. Sala 8 - 17h10, 22h; A Vida de Pi M12. Sala 9 - 10h50, 13h35, 16h20; Lincoln M12. Sala 9 - 19h05; O Último Desafio M16. Sala 9 - 22h10
Olhão Algarcine - Cinemas de OlhãoC.C. Ria Shopping. T. 289703332Força Anti-Crime M16. Sala 1 - 15h30, 18h30, 21h30; Jack, o Caçador de Gigantes M12. Sala 2 - 15h20, 18h20, 21h30; A Maldição do Vale M18. Sala 3 - 15h15, 18h15, 21h15
Portimão Algarcine - Cinemas de PortimãoAv. Miguel Bombarda. T. 282411888Jack, o Caçador de Gigantes M12. Sala 1 - 15h30, 18h, 21h30; Comédia Explícita - Movie 43 M16. Sala 2 - 20h, 21h45
34 | PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013
SAIRTavira
Zon Lusomundo TaviraR. Almirante Cândido dos Reis. T. 16996Aguenta-te aos 40 M12. 12h40, 15h30, 18h20, 21h10; Mamã M16. 21h40; As Fantásticas Aventuras de Tad M6. 10h50, 13h05, 15h15, 17h25, 19h30 (V.Port.); Vigarista à Vista M12. 13h15, 15h45, 18h15, 21h20; Jack, o Caçador de Gigantes M12. 13h20, 16h, 18h30 (2D), 21h10 (3D); Oz: O Grande e Poderoso M12. 12h50, 15h35, 18h20, 21h05
TEATROLisboaCasa do Artista - Teatro Armando CortezEstrada da Pontinha, 7. T. 217110890 A Flauta Mágica Grupo: Teatro Infantil de Lisboa. Enc. Fernando Gomes. De 5/10 a 21/6. Sáb e Dom às 15h. M/4. Duração: 105m. Centro Cultural de CarnideRua Rio Cavado, 3A. T. 936140727 Equilibra-te ó Zé! Enc. Mário Guerra. De 15/3 a 24/3. 6ª e Sáb às 21h. Dom às 16h. M/12. ChapitôR. Costa do Castelo, 1/7. T. 218855550 Macbeth Comp. Chapitô. De 24/1 a 17/3. 5ª a Dom às 22h. M/12.Estrela HallRua da Estrela, 10. T. 213961946 The Hostage Enc. Jonathan Weightman. De 7/3 a 23/3. 5ª a Sáb às 21h. Dom às 17h. Museu Nacional do TeatroEstrada do Lumiar, 10/12. T. 217567410 Vêtoca Enc. Ricardo G. Santos, Lina Ramos. De 16/3 a 17/3. Sáb e Dom às 10h30 (marcação prévia). M/3. Duração: 30m.Teatro AbertoPraça de Espanha. T. 213880089 Há Muitas Razões Para Uma Pessoa Querer Ser Bonita Enc. João Lourenço. De 21/12 a 31/3. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/16. Teatro BocageRua Manuel Soares Guedes, 13A. T. 214788120 As Viagens de Gulliver Comp.: Animateatro. Enc. Ricardo G. Santos, Lina Ramos. De 10/3 a 17/3. Dom às 16h. M/4. Duração: 50m. Teatro da ComunaPraça de Espanha. T. 217221770 A Culpa Enc. Peter Pina. De 14/3 a 31/3. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. M/16. A Ilha dos Deuses Enc. Filipe Crawford. De 9/3 a 17/3. 6ª e Sáb às 21h30. Dom às 17h. Teatro Municipal de S. LuizRua António Maria Cardoso, 38. T. 213257650 A Visita da Velha Senhora Enc. Nuno Cardoso. De 7/3 a 27/3. 4ª a Sáb às 21h. Dom às 17h30. Teatro Municipal Maria MatosAv. Frei Miguel Contreiras, 52. T. 218438801 No Quintal da Minha Avó, os Cavalos Nasciam nas Árvores De Maria de Vasconcelos. De 16/3 a 17/3. Sáb às 16h30. Dom às 11h. Dos 3 aos 5 anos. Duração: 30m. Teatro PoliteamaRua Portas de Santo Antão, 109. T. 213405700 Peter Pan Enc. Filipe La Féria. De 27/10 a 28/4. Sáb e Dom às 15h. Teatro TabordaRua da Costa do Castelo, 75. T. 218854190 Finge Enc. Carlos J. Pessoa. De 14/3 a 27/3. 3ª a Dom às 21h30.Teatro Tivoli BBVAAvenida da Liberdade, 182. T. 213572025 Filhos do Coração - O Espetáculo Grupo de Teatro Infantil Animarte. Enc. Sofia Espírito Santo. De 22/2 a 17/3. Sáb às 16h. Dom às 11h. TOC TOC Enc. António Pires. A partir de 13/3. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. M/16.
Arquitectura do Poder: entre o Moderno e o Antigo De 13/12 a 28/4. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45). Único e Múltiplo. 2 Séculos de Design A partir de 27/5. 3ª a Dom das 10h às 18h. Museu Colecção BerardoPraça do Império - CCB. T. 213612878 Angela Detanico, Rafael Lain. Amplitude De 20/2 a 28/4. Todos os dias das 10h às 19h (última admissão às 18h30). Da Solidão do Lugar a um Horizonte de Fugas De Douglas Gordon, Ângela Ferreira, Miguel Palma, Eugenio Dittborn, Caetano Dias, João Tabarra, Augusto Alves da Silva, Justine Triet, Jimmie Durham. De 19/12 a 28/4. Todos os dias das 10h às 19h (última admissão às 18h30). Exposição Permanente do Museu Colecção Berardo (1960-2010) De Vito Acconci, Carl Andre, Alan Charlton, Louise Bourgeois, José Pedro Croft, Antony Gormley, Jeff Koons, Allan McCollum, Gerhard Richter, Cindy Sherman, William Wegman, entre outros. A partir de 9/11. Todos os dias das 10h às 19h (última admissão às 18h30). No Fly Zone. Unlimited Mileage De Paulo Kapela, Yonamine, Kiluanji Kia Henda, Edson Chagas, Binelde Hyrcam, Nástio Mosquito. De 30/1 a 31/3. Todos os dias das 10h às 19h.Museu da Cidade de LisboaCampo Grande, 245. T. 217513200 Lisboa 1755. A Cidade à Beira do Terramoto - Reconstituição virtual da Lisboa pré-pombalina A partir de 25/11. 3ª a Dom das 10h às 13h e das 14h às 18h. Pedra, Papel ou Tesoura De Belén Uriel. De 16/3 a 19/5. 3ª a Dom das 10h às 13h e das 14h às 18h.Museu da MarionetaRua da Esperança, 146. T. 213942810 Marionetas A partir de 7/11. 3ª a Dom das 10h às 13h e das 14h às 18h (última admissão às 12h30 e 17h30). Marionetas no Cinema de Animação. Uma receita Tradicional De 1/3 a 28/4. 3ª a Dom das 10h às 13h e das 14h às 18h. Museu do OrienteAvenida Brasília - Edifício Pedro Álvares Cabral - Doca de Alcântara Norte. T. 213585200 Cartazes de Propaganda Chinesa - A Arte ao Serviço da Política De 25/1 a 27/10. 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h (entrada gratuita a partir das 18h). Deuses da Ásia A partir de 9/5. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h (última admissão 17h30). 6ª das 10h às 22h (última admissão 21h30) (gratuito 18h às 22h). Do Vasto e Belo Porto de Lisboa De 1/3 a 27/5. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h (entrada gratuita a partir das 18h). Macau. Memórias a Tinta-da-China De Charles Chauderlot. De 1/2 a 30/6. 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h (entrada gratuita a partir das 18h). O Chá. De Oriente para Ocidente De 8/6 a 31/3. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h (entrada gratuita a partir das 18h). Presença Portuguesa na Ásia. O Coleccionismo de arte do Extremo Oriente A partir de 9/5. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h (última admissão 17h30). 6ª das 10h às 22h (última admissão 21h30).Museu Nacional de Arte AntigaRua das Janelas Verdes, 1249. T. 213912800 A Arquitectura Imaginária. Pintura, Escultura, Artes Decorativas De 1/12 a 30/3. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h.
Deambulações. Desenhadores Franceses em Portugal nos séculos XVIII e XIX De 28/2 a 5/5. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Ilusionismos - Os Tectos Pintados do Palácio Alvor De 8/3 a 26/5. 3ª das 14h às 17h30. 4ª a Dom das 10h às 17h30. Obra Convidada: Lucas Cranach, o Velho. Judite com a cabeça de Holofernes De 24/1 a 28/4. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Pintura e Artes Decorativas do Século XII ao XIX A partir de 16/12. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Museu Nacional de EtnologiaAvenida Ilha da Madeira. T. 213041160 O Museu, muitas coisas A partir de 31/1. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h.Museu Nacional de História NaturalR. Escola Politécnica, 56/58. T. 213921800 A Aventura da Terra: um Planeta em Evolução A partir de 19/11. 3ª a 6ª das 10h às 17h (última admissão às 16h). Sáb e Dom das 11h às 18h (última admissão às 17h). Ciência, Outros. Allosaurus: Um Dinossáurio, Dois Continentes? De 6/2 a 31/12. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Ciência, Documental, Outros. Formas & Fórmulas De 1/6 a 28/4. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Ciência, Outros. Jóias da Terra - O Minério da Panasqueira A partir de 1/8. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Ciência. Memória da Politécnica: Quatro Séculos de Educação, Ciência e Cultura De 17/4 a 31/12. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Pintura, Objectos, Outros. Memórias da Politécnica - Quatro séculos de Educação, Ciência e Cultura De 16/2 a 31/12. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Documental, Outros. Padrão dos DescobrimentosAv. Brasília . T. 213031950 Fotógrafos do Mundo Português 1940 De Mário e Horácio Novais, Eduardo Portugal, Paulo Guedes, Kurt Pinto, António Passaporte, Ferreira da Cunha, Abreu Nunes, Casimiro Vinagre, entre outros. De 24/2 a 26/5. 3ª a Dom das 10h às 18h.
MÚSICALisboaCasino LisboaParque das Nações. T. 218929000 Abraço Lusitano: Alexandra e Gonçalo Salgueiro De 16/3 a 17/3. Sáb às 21h30. Dom às 17h. Cinema São JorgeAvenida da Liberdade, 175. T. 213103400 Concertos Pais & Filhos Dia 17/3 às 11h. Espaço Brasil (Lx Factory)Rua Rodrigues de Faria, 103. T. 213143399 Jorge Palma Dia 17/3 às 18h. Fundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 Gustav Mahler Jugendorchester De 16/3 a 17/3. Sáb e Dom às 18h. Paradise GarageR. João de Oliveira Miguéis, 38/48. T. 217904080 50 Anos - 50 Cantigas De Jan Van Dijck. De 9/3 a 31/5. 6ª e Sáb às 21h. Dom às 16h. Teatro Municipal de S. LuizRua António Maria Cardoso, 38. T. 213257650 AliBaBach De 16/3 a 17/3. Sáb e Dom às 10h30 e 12h.
MonserratePalácio de MonserrateEstrada de Monserrate. T. 219231201 Isabel Moreira e Paul Timmermans Dia 17/3 às 17h (Periferias).
SAIRTeatro TurimEstrada de Benfica, 723A. T. 217606666 As Bruxas de Oz Comp. Reflexo. Enc. Michel Simeão. De 17/3 a 24/3. Dom às 16h. M/6.Teatro VillaretAv. Fontes Pereira de Melo, 30A. T. 213538586 Isto É Que Me Dói! Enc. Francisco Nicholson. De 2/1 a 31/3. 4ª, 5ª e 6ª às 21h30. Sáb às 16h e 21h30. Dom às 16h. M/12. O Reino do Rei da Gata Borralheira Enc. Filipa Duarte. De 19/1 a 24/3. Sáb e Dom às 11h. M/4. Duração:45m.
AlmadaTeatro Municipal Joaquim BeniteAvenida Professor Egas Moniz. T. 212739360 Gil Vicente na Horta Enc. João Mota. De 14/3 a 17/3. Dom às 16h. M/12. Duração: 100m.
CascaisTeatro Municipal Mirita CasimiroAvenida Fausto Figueiredo. T. 214670320 Conversas Depois de um Enterro Enc. Renato Godinho. De 1/3 a 17/3. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h.
EstorilCasino EstorilAvenida Dr. Stlanley Ho. T. 214667700 Garbo Divina De Roberto Cordovani. De 15/3 a 7/4. 6ª e Sáb às 21h30. Dom às 17h.
ÉvoraTeatro Garcia de ResendePç. Joaquim António de Aguiar. T. 266703112 Antes de Começar Enc. Rui Nuno. De 16/3 a 17/3. Sáb e Dom às 18h30. M/4.
Linda a VelhaAuditório Municipal Lourdes NorbertoLargo da Piramide, 3N. T. 214141739 Mais Vale Rir Do Que Chorar Intervalo Grupo de Teatro. Enc. Armando Caldas. De 15/2 a 28/4. 6ª e Sáb às 21h30. Dom às 16h.
OeirasAuditório Municipal Eunice MuñozRua Mestre de Aviz. T. 214408411 Esperando Diana Grupo: Centro de Artes Dramáticas de Oeiras. Enc. Celso Cleto. De 1/3 a 14/4. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h.
Olival BastoCentro Cultural da MalapostaRua Angola. T. 219383100 A Bela Adormecida Enc. Fernando Gomes. De 14/9 a 7/7. Sáb às 16h. Dom às 11h. M/3. Death Cabaret Enc. Lavinia Roseiro. De 15/3 a 17/3. 6ª e Sáb às 21h45. Dom às 16h15. M/16. Felizmente há Luar! Enc. Jorge Estreia. De 1/3 a 5/5. 6ª e Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/12. Zarabadim Enc. Paulo Oom. De 15/3 a 21/4. Sáb às 16h. Dom às 11h (no Auditório). M/4.
Paio PiresCinema São VicenteAv. Gen. Humberto Delgado, 20A. T. 214099896 Os Três Porquinhos Teatro Bocage. Enc. Leone de Lacerda. De 10/3 a 17/3. Dom às 16h.
SetúbalAuditório CharlotAs Aventuras e Desventuras do Capitão Ventura e do seu Criado Gijon Grupo: Teatro Sem Pes Nem Cabeça. Enc. João Carracedo. De 16/3 a 17/3. Sáb e Dom às 11h.
EXPOSIÇÕESLisboaCentro de Arte Moderna - José de Azeredo PerdigãoRua Doutor Nicolau Bettencourt. T. 217823474 A imagem que de ti compus - Homenagem a Júlio De 18/1 a 7/4. 3ª a Dom das 10h às 18h. Lida Abdul De 18/1 a 31/3. 3ª a Dom das 10h às 18h. Plantas e plantas, de Narelle Jubelin De 18/1 a 31/3. 3ª a Dom das 10h às 18h.Cordoaria NacionalAvenida da Índia. T. 213646128 Clicka 2 De Alexandre Soares, João Boucinha, André Martinho, Maria Ana Castro Caldas, Daisy Monteiro, Ricardo Gonçalves, entre outros. De 15/2 a 31/3. 3ª a 6ª das 10h às 13h e das 14h às 18h. Sáb e Dom das 14h às 18h.CulturgestRua Arco do Cego - CGD. T. 217905155 Esculturas Sonoras 1994-2013 De Rui Toscano. De 8/2 a 19/5. 2ª, 4ª, 5ª e 6ª das 11h às 19h. Sáb, Dom e feriados das 14h às 20h. Retrato de Michel Auder De Michel Auder. De 8/2 a 19/5. 2ª, 4ª, 5ª e 6ª das 11h às 19h. Sáb, Dom e feriados das 14h às 20h. Fundação Arpad Szenes - Vieira da SilvaPraça das Amoreiras, 56. T. 213880044 Os Desastres da Guerra De Graça Morais. De 31/1 a 14/4. 4ª a Dom das 10h às 18h. Pintura. Vieira da Silva, Agora De 14/3 a 16/6. 4ª a Dom das 10h às 18h (grátis ao Dom das 10h às 14h). Pintura. Fundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 360º Ciência Descoberta De 2/3 a 2/6. 3ª a Dom das 10h às 18h.Galeria QuadrumR. Alberto Oliveira, 52. T. 218170534 Ciclo Budapeste: Rui Mourão De 6/3 a 17/3. 3ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb e Dom das 14h às 18h. Lisboa Story Centre Terreiro do Paço. T. 916440827 Memórias da Cidade A partir de 11/9. Todos os dias das 10h às 20h (última admissão às 19h).MNAC - Museu do ChiadoRua Serpa Pinto, 4. T. 213432148 Are you still awake? De João Pedro Vale, Hugo Canoilas, João Tabarra, Alexandre Estrela, Julião Sarmento, Ana Hatherly, Mauro Cerqueira, entre outros. De 13/12 a 28/4. 3ª a Dom das 10h às 18h. Arte Portuguesa 1850-1975 De João Cristino da Silva, Columbano Bordalo Pinheiro, João Marques de Oliveira, António Carneiro, Amadeo de Souza-Cardoso, Eduardo Viana, Mário Eloy, entre outros. De 20/2 a 31/12. 3ª a Dom das 10h às 18h. Projecto Bidonville De Maria Lusitano. De 21/2 a 7/4. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45). Vídeo. MUDE - Museu do Design e da ModaRua Augusta, 24. T. 218886117 Com esta Voz me Visto. O Fado e a Moda De 22/11 a 31/3. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45). Interiores: 100 anos de Arquitectura de Interiores em Portugal De 20/12 a 28/4. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45). Made In Portugal - Iberomoldes De 13/12 a 31/3. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45). Nacional e Ultramarino. BNU e a
Jorge Palma no Espaço Brasil
PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013 | 35
TAROT DA MAYALisboa/Serviço PermanenteBelo (Alvalade) - Avenida de Roma, 53 - D - Tel. 217976314 Guerra Suc. (Igreja dos Anjos -) - Rua Andrade, 32-36 Intendente - Tel. 218110028 Latina - Avenida António A Aguiar, 17-A - Tel. 213542312 Nicolau (Lumiar) - Calçada de Carriche, Lote 4 Lj. Esq. - Tel. 217588727 Paiva da Costa (Lapa) - Rua da Lapa, 105-107 - Tel. 213964414 Reis Oliveira (Olivais Sul - C. G. D. e B. B. & I.) - R. Cidade de Nampula - Ed. París - Lt. 534 - Tel. 218533696
Outras Localidades/Serviço PermanenteAbrantes - Sousa Trincão (S.Miguel do Rio Torto) Alandroal - Santiago Maior, Alandroalense Albufeira - Santos Pinto Alcácer do Sal - Misericórdia Alcanena - Correia Pinto Alcobaça - Belo Marques, Alves (Benedita), Nova (Benedita) Alcochete - Nunes, Póvoas (Samouco) Alenquer - Cuco, Matos Coelho Aljustrel - Dias Almada - Vale Fetal, Vaz Carmona, Central - Almada, Central - Trafaria (Trafaria) Almeirim - Correia de Oliveira Almodôvar - Aurea Alpiarça - Gameiro Alter do Chão - Alter, Portugal (Chança) Alvaiázere - Ferreira da Gama, Castro Machado (Alvorge), Pacheco Pereira (Cabaços), Anubis (Maçãs D. Maria) Alvito - Nobre Sobrinho Amadora - Girassol, Jardim, Alto da Brandoa (Brandoa) Ansião - Teixeira Botelho, Medeiros (Avelar), Rego (Chão de Couce), Pires (Santiago da Guarda) Arraiolos - Misericórdia Arronches - Batista, Esperança (Esperança/Arronches) Arruda dos Vinhos - Da Misericórdia Avis - Nova de Aviz Azambuja - Central, Miranda Barrancos - Barranquense Barreiro - Mascarenhas Neto Batalha - Moreira Padrão, Silva Fernandes (Golpilheira) Beja - Fonseca Belmonte - Costa, Central (Caria) Benavente - Batista, Martins (Samora Correia) Bombarral - Hipodermia Borba - Carvalho Cortes Cadaval - Central, Figueiros (Figueiros Cadaval (Jan,Mar,Maio)), Luso (Fev,Abr,Jun) (Vilar Cadaval (Fev,Abr,Jun)) Caldas da Rainha - Rosa Campo Maior - Central Cartaxo - Correia dos Santos Cascais - Alvide (Alvide), Primavera (Parede), Rana (Rana) Castanheira de Pera - Dinis Carvalho (Castanheira) Castelo Branco - Nuno Alvares Castelo de Vide - Freixedas Castro Verde - Alentejana Chamusca - Joaquim Maria Cabeça Constância - Baptista Coruche - Higiene Covilhã - São João Crato - Misericórdia Cuba - Da Misericórdia Entroncamento - Carlos Pereira Lucas Estremoz - Grijó Évora - Diana Faro - Palma Batista Ferreira do Alentejo - Fialho Ferreira do Zêzere - Soeiro Figueiró dos Vinhos - Campos (Aguda), Correia Suc. Fronteira - Costa Coelho Fundão - Sena Padez (Fatela) Gavião - Gavionense, Pimentel Golegã - Oliveira Freire Grândola - Moderna Idanha-a-Nova - Andrade (Idanha A Nova), Serrasqueiro Cabral (Ladoeiro), Freitas (Zebreira) Lagoa - José Maceta Lagos - Silva Leiria - Oliveira (Marrazes) Loulé - Nobre Passos (Almancil), Avenida, Algarve (Quarteira) Loures - Alto da Eira, Das Colinas, Império (Rio Tinto), Barreiros Faria (Santo António dos Cavaleiros) Lourinhã - Marteleirense, Pacheco (Ribamar) Mação - Catarino Mafra - Barros (Igreja Nova), Oceano (Santo Izidoro / Mafra) Marinha Grande - Moderna Marvão - Roque Pinto Mértola - Nova de Mértola Moita - Nunes (Baixa da Banheira) Monchique - Higya Monforte - Jardim Montemor-o-Novo - Freitas (Lavre/Montemor-O-Novo) Montijo - União Mutualista Mora - Canelas Pais (Cabeção), Falcão, Central (Pavia) Moura - Ferreira da Costa Mourão - Central Nazaré - Ascenso, Maria Orlanda (Sitio da Nazaré) Nisa - Seabra Odemira - Confiança Odivelas - Silva Monteiro (Ponte da Bica/Odivelas) Oeiras - Mota Capitão, Pargana, Santarita Oleiros - Martins Gonçalves (Estreito - Oleiros), Garcia Guerra, Xavier Gomes (Orvalho-Oleiros) Olhão - Rocha Ourém - Beato Nuno, Verdasca Ourique - Nova (Garvão), Ouriquense Palmela - Galiano (Quinta do Anjo) Pedrógão Grande - Baeta Rebelo Penamacor - Cunha Gil Peniche - Proença Pombal - Paiva Ponte de Sor - Matos Fernandes Portalegre - Elvas Portel - Fialho Portimão - Moderna Porto de Mós - Lopes Proença-a-Nova - Roda, Daniel de Matos (Sobreira Formosa) Redondo - Casa do Povo de Redondo Reguengos de Monsaraz - Moderna Rio Maior - Candido Barbosa Salvaterra de Magos - Carvalho Santarém - Pereira Santiago do Cacém - Barradas Sardoal - Passarinho Seixal - Alves Velho (Arrentela) Serpa - Oliveira Carrasco Sertã - Patricio, Farinha (Cernache do Bonjardim), Confiança (Pedrogão Pequeno) Sesimbra - da Cotovia, Rodrigues Pata, Lopes Setúbal - Leão Soromenho, Tavares da Silva Silves - Cruz de Portugal, Dias Neves, Edite, Sequeira Correia Sines - Atlântico, Monteiro Telhada (Porto Covo) Sintra - Neves, Santos Pinto (Algueirão - Mem Martins), Garcia (Cacém), Casal de Cambra (Casal de Cambra), Zeller (Queluz), Rio Mouro (Rio de Mouro) Sobral Monte Agraço - Moderna Sousel - Mendes Dordio (Cano), Andrade Tavira - Montepio Artistico Tavirense Tomar - Misericórdia Torres Novas - Pereira Martins (Pedrogão) Torres Vedras - Simões Vendas Novas - Santos Monteiro Viana do Alentejo - Viana Vidigueira - Costa Vila de Rei - Silva Domingos Vila Franca de Xira - Botto e Sousa, Central de Alverca (Alverca), Higiénica (Póvoa de Santa Iria), Central Vila Nova da Barquinha - Tente (Atalaia) Vila Real de Santo António - Carrilho Vila Velha de Rodão - Pinto Vila Viçosa - Monte
TEMPO PARA HOJE
A M A N H Ã
Açores
Madeira
Lua
NascentePoente
Marés
Preia-mar
Leixões Cascais Faro
Baixa-mar
Fonte: www.AccuWeather.com
PontaDelgada
Funchal
Sol
*de amanhã
Viana do Castelo
Braga7º 15º
Porto11º 13º
Vila Real6º 12º
8º 13º
Bragança6º 10º
Guarda4º 9º
Penha Douradas2º 6º
Viseu7º 11º
Aveiro11º 15º
Coimbra11º 13º
Leiria9º 15º
Santarém11º 17º
Portalegre8º 12º
Lisboa11º 17º
Setúbal9º 17º Évora
8º 15º
Beja10º 17º
Castelo Branco8º 13º
Sines11º 16º
Sagres11º 17º
Faro12º 18º
Corvo
Graciosa
FaialPico
S. Jorge
S. Miguel
Porto Santo
Sta Maria
12º 15º
12º 15º
Flores
Terceira12º 15º
15º 20º
17º 23º
13º 16º
15º
15º
06h45
QuartoCrescente
18h46
17h2719 Mar.
1-1,5m
2-3m
16º
2m
18º1,5-2,5m
16º1-2m
06h03 2,918h21 2,9
12h03 1,100h32* 1,2
05h40 2,917h58 2,9
11h37 1,200h07* 1,3
05h40 2,917h58 2,9
11h37 1,200h07* 1,3
05h43 2,918h01 2,8
11h25 1,123h52 1,2
2,5-3,5m
1,5-2,5m
2m
13º
15º
14º
Farmácias
HOROSCOPO SEMANAL DE 17 A 23 MARÇOCapricórnio22 de Dezembro a 20 de JaneiroIII A IMPERATRIZ Estará muito receptivo e será um bom comunicador.
No plano afectivo abra o seu coração e não iniba
sentimentos. Uma relação pode conhecer evoluções
mais rápidas do que estava à espera. No plano mate-
rial surgirão contactos ou respostas que lhe trarão
novas perspectivas de vida. Na saúde coma com
tempo para minorar problemas digestivos.
Carneiro21 de Março a 20 de AbrilXII O DEPENDURADO O DEPENDURADO previne que as realidades são
duras. No plano afectivo os seus comportamentos
devem pautar-se por segurança e sobriedade. No
plano material as actividades profi ssionais estão
muito pesadas e rotineiras. Na saúde tenha cuidado
com o excesso de consumo de fritos.
Touro21 de Abril a 21 de MaioX A RODA DA FORTUNA A RODA DA FORTUNA traz energias positivas. No pla-
no afectivo tem boas evoluções; estão-lhe reservados
momentos românticos. No plano material poderá
aceitar novas propostas ou responsabilidades; um
desafi o pode surgir deixando-o surpreso e confuso.
Na saúde tende a obter resultados rápidos.
Gémeos22 de Maio a 21 de JunhoXXI O MUNDO O MUNDO confere uma conjuntura com boas pers-
pectivas. No plano afectivo seja mais hábil no trata-
mento das questões, interprete sinais e dê respostas
rápidas. No plano material está sujeito a algumas
contrariedades mas apesar de tudo sairá ileso. Na
saúde dê atenção a sintomas invulgares.
Caranguejo22 de Junho a 23 de JulhoXXII O LOUCO Esta semana estará muito instável. No plano afecti-
vo tente falar acerca de questões que o incomodam,
deixar arrastar algumas dúvidas não será muito
benéfi co. No plano material podem puxar-lhe o
tapete sem estar à espera. Na saúde necessita de
aumentar o tempo de descanso efectivo.
Leão24 de Julho a 23 de AgostoV O PAPA Apesar da infl uência tranquilizante do PAPA esta não
é uma semana em que possa contar com facilidades.
No plano afectivo terá de fazer um grande esforço
para dominar reacções primárias ou a quente. No
plano material encontrará vários obstáculos a pro-
jectos e ideias. Na saúde está em fase frágil.
Virgem24 de Agosto a 23 de SetembroXIV A TEMPERANÇA Semana calma, de evoluções agradáveis, sem gran-
des contenciosos ou oposições. No plano afectivo
está muito exigente e com difi culdade em adaptar-
se a mudanças. No plano material a semana é bas-
tante positiva e de pequenos progressos se fará o
êxito. Na saúde a conjuntura é muito serena.
Balança24 de Setembro a 22 de OutubroXV O DIABO O Diabo marca uma semana agitada e tensa. No
plano afectivo a semana é assinalada por diver-
gências ou confl itos familiares. No plano material
esforce-se no sector profi ssional já que este lhe
reserva algumas compensações embora tenha de
lutar arduamente. Na saúde atenção a problemas
rotineiros.
Escorpião23 de Outubro a 22 de NovembroXVI A TORRE Esta semana, todo o cuidado é pouco já que esta-
rá susceptível a incidentes. No plano afectivo não
manifeste de forma agressiva o que quer de uma
relação. No plano material tende a cometer injusti-
ças ou erros no desempenho das suas funções. Na
saúde não se coloque em situações de risco.
Sagitário22 de Dezembro a 20 de JaneiroXI A FORÇA A Força deixa Sagitário graças às suas fortes ener-
gias, vencer obstáculos. No plano afectivo poderá
passar por alguma instabilidade interior. No plano
material o crescimento é acentuado embora nem
sempre uniforme mas, feitas as contas, o saldo é
satisfatório. Na saúde as energias estão fortes.
Aquário21 de Janeiro a 19 de FevereiroVI O AMOROSO O amoroso marca uma semana globalmente posi-
tiva. No plano afectivo a possibilidade de diálogo e
superação de obstáculos está patente na conjuntu-
ra. No plano material a conjuntura é instável pelo
que é necessário estar muito atento. Na saúde não
são perspectiváveis problemas.
Peixes20 de Fevereiro a 20 de MarçoVIII A JUSTIÇAEsta semana deve procurar o equilíbrio tentando
ser mais realista. No plano afectivo tem indicadores
de instabilidade pelo que a melhor forma é tentar
ser bom ouvinte. No plano material programe com
muita atenção todas as actividades desta semana.
Na saúde faça terapias de relaxamento.
36 | PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013
JOGOSCRUZADAS 8376 CRUZADAS
XADREZ
SOLUÇÕES
SUDOKUDESCUBRA AS DIFERENÇAS
Horizontais: 1. Suporte. Desigual. 2. Desligado do corpo ou da colecção de que fazia parte. Cauda. 3. Dez vezes dez. Argola. Voz de algumas aves, especial-mente a do mocho. 4. Que não são amigos. 5. Praça de marinha de graduação inferior a marinheiro e su-perior a aluno marinheiro. Pedra circular e rotativa de moinho ou de lagar. 6. Prefixo (repetição). Litígio. 7. Capital da Argélia. Rua estreita. 8. Aparelho e adorno para bestas. Entidade fantástica brasileira. 9. Nome feminino. Substância filamentosa segregada pela larva do sirgo. Sétima nota musical. 10. Acto ou efei-to de rodopiar. Partícula de negação. 11. Tocas ao de leve. Deu mios. Verticais: 1. Deus romano do vinho. Estriar. 2. Eu te saúdo! (interj.). Máquina utilizada na conversão de energia mecânica em energia eléctri-ca. 3. Desaparecer. Escarcha. 4. Artigo antigo. Estado de nu. Eles. 5. A primeira pedra que forma a volta de um arco, e assenta sobre um capitel, cimalha ou om-breira. Sociedade Portuguesa de Autores (sigla). 6. Descansam no sono. Cinco mais um. 7. Que tem oito faces contíguas. 8. Senhor (abrev.). Energia (pop.). 9. Dilatação existente no esófago da maioria das aves, onde se armazenam os alimentos antes de passarem ao estômago. Entreguei. Nome da letra grega corres-pondente a n. 10. Relativo a abismo. Que tem saúde. 11. Corto e trituro com os dentes. Protelou.
Horizontais 1. Atrair por meio de negaças. Sódio (s.q.). 2. Alternativa (conj.). Chacotear. 3. Recitar. Assuada. 4. Poder estar dentro. Inclinação da alma e do coração. 5. Bezerro ainda não corrido, e não matreiro. Discurso. 6. O espaço aéreo. No meio de. Aqueles. 7. Composição musical para duas vozes ou ins-trumentos. Agoirento. 8. Título dado aos che-fes de certas tribos muçulmanas e aos des-cendentes de Mafoma. Que não é o mesmo. 9. Deuses protectores do lar e da família, en-tre os antigos Romanos. Hora do ofício divino. 10. Tonta. Sétima nota da escala musical. 11. Grito de dor ou de alegria. Sorver. Verticais 1. Contr. da prep. em com o art. def. os. Cabelo desgrenhado e comprido. 2. A minha pessoa. Folha ou agulha do pinheiro. 3. Face inferior do pão. Vertigem. 4. Verdete. Oração, súplica. 5. Relativo à Coreia. Debaixo de. 6. Indica lu-gar, tempo, modo, causa, fim e outras relações (prep.). Movimento regrado e medido. Arsénio (s.q.). 7. Parte inferior ou pendente de certas peças de vestuário. Originário, proveniente. 8. Comilão (fam.). Cantar. 9. Direcção de um navio ou avião. Além disso. 10. Permeável. A si mesmo. 11. Afectuoso. Gracejar.
V. Bron – 3º prémio, 1961(As brancas empatam)Solução: 1.Ba6+! [1.exd7+? Rxd7 2.Bg4+ Rxd6 3.Rb8 Dxb2+ 4.Rc8 Cxa4] 1...Rd8 2.e7+! Re8 3.Rb8! [3.Rb7? Dxe4+! 4.Rb8 Db4+ 5.Bb5 Dxd6+ 6.Rb7 Dd5+ 7.Rb8 Bxb5] 3...Dxb2+! 4.Rc7! [4.Bb7? Cxe4!! 5.a8=D Cxd6 6.Rc7+ Cc8!! 7.Bxc8 De5+ 8.Rb7 (8.Rb6 Dd6+) Dd5+! 9.Rb8 Dd6+ 10.Ra7 Dc5+ 11.Rb8 Dxc8+ 12.Ra7 Dxa8+ 13.Rxa8 Bxa4] 4...Cd5+! 5.exd5 Dc3+! [5...Dc2+ 6.Rb8] 6.Rb7! [6.Rb8? Db4+ 7.Bb5 Dxd6+ 8.Rb7 Dxd5+ 9.Rb8 Bxb5] 6...Db3+! 7.Rc7! Dxd5 [7...Dc3+ 8.Rb7] 8.a8=D+! Dxa8 9.Bb7 Da7 [9...Dxb7+ 10.Rxb7 Bxa4 11.Rb6] 1/2 - 1/2
Palavras cruzadas 8375Horizontais: 1. Atlas. Nafta. 2. Pai. Useiro. 3. AP. Plexo. Um. 4. Luar. Rolete. 5. Par. Pã. Avir. 6. Canoa. Iça. 7. Oca. Fato. 8. INQUIETO. 9. Breu. Mar. Bi. 10. Ar. Imprimir. 11. Rossio. Leoa. Verticais: 1. Apalpão. Bar. 2. Tapua. Cirro. 3. Li. Arcane. 4. PR. Quis. 5. Sul. Pneu. Mi. 6. SERÃO. Impo. 7. Nexo. Afear. 8. Aiola. Atril. 9. Fr. Evito. Me. 10. Toutiço. Bio. 11. Mera. Vira.Título da Obra: Serão Inquieto.
Palavras cruzadas brancasHorizontais: 1. Negacear, Na. 2. Ou, Zombar. 3. Ler, Apupo. 4. Caber, Amor. 5. Garraio, Oro. 6. Ar, Entre, Os. 7. Duo, Ominoso. 8. Emir, Outro. 9. Lares, Noa. 10. Azoada, Si. 11. Ai, Absorver. Verticais: 1. Nos, Gadelha. 2. Eu, Caruma. 3. Lar, Oira. 4. Azebre, Reza. 5. Coreano, Sob. 6. Em, Ritmo, As. 7. Aba, Oriundo. 8. Rapa, Entoar. 9. Rumo, Ora. 10. Poroso, Se. 11. Amoroso, Rir.
Soluções: A almofada; A boca; O jarro; O tijolo na parede; A grade da janela; A lâmi-na está mais abaixo; A base da guilhotina; A cauda do rato.
Problema 4740 Dificuldade: fácil
Problema 4741 Dificuldade: muito difícil
Solução do problema 4738
Solução do problema 4739
© Alastair Chisholm 2008 and www.indigopuzzles.com
Depois do problema resolvido encontre o provérbio nele inscrito (4 palavras).
PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013 | 37
Desafios José Paulo Viana e Cristina Sampaio
Grande festa de aniversárioCuriosamente, o avô António, o pai Pedro e o filho Filipe da família Costa fazem anos no mesmo dia.A festa de aniversário realizou-se ontem e, como sempre, foi muito animada. Havia, é claro, três bolos, com um total de 100 velas.Na altura dos brindes, a mãe chamou a atenção para duas coincidências: - o Filipe tem tantos dias como semanas tem o Pedro;- o avô António tem tantos anos como meses tem o Filipe.Qual é a idade de cada um deles?
Operações várias
Solução do Desafio da semana passada
“Nestas operações, cada letra corresponde a um único algarismo, cada algarismo é representado por uma só letra. Qual é o valor de cada letra?”Comecemos pelas colunas da adição.Em todas elas temos A+B+C+D mas os resultados são todos diferentes. Isso só é possível se, de cada vez, o que “vier de trás” for diferente. Assim, para a segunda coluna, poderão vir 1 ou 2 de trás, e para a terceira, 2 ou 3, respetivamente. Investiguemos as várias possibilidades.1º Caso) A+B+C+D = 29Ficaria H=9 mas, com os algarismos restantes, o máximo que se consegue é 8+7+6+5=26. Impossível.2º Caso) A+B+C+D = 28Ficaria H=8 e, de novo, os algarismos restantes não chegam: 9+7+6+5=27.
Impossível.3º Caso) A+B+C+D = 19Fica H=9. Como “vai 1” para a coluna seguinte, vem G=0. Indo agora 2 para a terceira coluna, obtém-se E=2 e F=1. Com quatro dos algarismos restantes, procuramos uma soma de 19. Há apenas uma hipótese: 7+5+4+3 =18.Agora, com estes quatro algarismos, temos cumprir a condição AxA + B = CD.O número CD é maior ou igual a 34. Com 3x3 ou com 4x4 não se consegue lá chegar.Se A=5, ficaria 5x5 +7 = 32. Insuficiente.Tentemos A=7.7x7 + 3 =52. Não dá, o 2 já está a uso.7x7 + 5 =54. Falha porque repete o 5.7x7 + 4 =53. Serve.Conclusão, A=7, B=4, C=5, D=3, E=2, F=1 G=0, H=9.
Enquanto esperamos
pelos primeiros resultados
classifi cativos, que não vão
tardar e que serão publicados,
recordamos, no blogue CRIME
PÚBLICO, que pode ser acedido
em http://blogs.publico.pt/
policiario, vamos conhecer as
soluções que os respectivos
autores dão aos enigmas que
compuseram a prova n.º 1:
CAMPEONATO NACIONAL E
TAÇA DE PORTUGAL - 2013
SOLUÇÕES DA PROVA N.º 1
PARTE I
O MISTÉRIO DA CARTEIRA
DESAPARECIDA
— Original de TRYIT
A coisa principal que não joga
bem é a questão da chuva. Se
tudo se passou como é dito e
não foi desmentido, choveu
durante todo o jogo, sem parar
e o João não tinha guarda-
chuva, portanto tinha de estar
completamente encharcado,
já que não chegou a entrar em
casa, ao que afi rma, porque a
mulher tinha ido visitar a mãe e
ele esqueceu-se da chave.
Assim sendo, o casaco
não poderia estar muito
bem tratado e cuidado
como é afi rmado, mas sim
amachucado, amarfanhado,
completamente encharcado.
Também fi camos a saber que não
era esse o caso porque o casaco
foi depositado na mesa do bilhar,
entre os dos amigos, um em
baixo, outro em cima, o que faria
com que estes também fi cassem
molhados pelo contacto, se
ele estivesse efectivamente
encharcado.
Portanto, o João não tinha a
carteira, nem as chaves com
ele, porque o casaco não era
o mesmo que ele levou ao
futebol. O Tropas confi rmou
que o João pagou as bebidas
no campo de futebol, portanto
tinha a carteira com ele. Logo,
ele passou mesmo por casa ou
por algum local onde trocou
de casaco, deixando a carteira,
provavelmente para não ter de
pagar as bebidas no café.
POLICIÁRIO 1128 LUÍS PESSOA
Resolvido o mistério da carteira desaparecida!PARTE II
UMA FESTA DE ARROMBA!
— Original de I. F.
Resposta correcta: C – A Menina
C porque se lembra de tudo tão
bem, mas mente naquilo que diz.
Pelo texto verifi ca-se que esta
investigação é feita muito tempo
depois das ocorrências porque
o próprio agente acha ridículo
que o chefe quisesse esclarecer o
caso tanto tempo depois.
A cena passa-se no dia em que
todos os algarismos mudaram
e isso só aconteceu, no último
milénio, na viragem do ano
1999 para 2000, altura em que a
Menina C afi rma ter vasculhado
os bolsos dos seus parceiros de
folia, para conseguir reunir os
euros necessários para pagar a
conta, já que o multibanco do
bar não estava operacional.
Esta afi rmação, proferida no
momento da inquirição pelo
agente poderia fazer todo o
sentido, muito tempo depois da
ocorrência, mas naquela altura
a moeda que circulava ainda era
o Escudo. O Euro apenas entrou
em circulação em Portugal
no dia 1 de Janeiro de 2002. A
Menina C poderia ter vasculhado
para reunir os Escudos, mas não
os Euros.
COMENTÁRIO
Num problema maneirinho,
com um grau de difi culdade
relativamente reduzido, foram
produzidas soluções de bom
nível, se bem que, em certos
casos, elaboradas de forma
anárquica.
Na verdade, os novos “detectives”
mostraram alguma difi culdade na
elaboração dos seus relatórios, o
que é perfeitamente natural, face
à sua inexperiência. De qualquer
das formas, genericamente, os
resultados foram muito bons.
O primeiro aspecto a ter
em conta é o da correcta
interpretação dos dados
fornecidos, em que praticamente
todos estiveram muito bem.
Depois, foi a questão da
transmissão das conclusões
retiradas, em que muitos
confrades sentiram algumas
difi culdades.
Embora correndo o risco de nos
repetirmos, queremos relembrar
os nossos confrades que um
problema policiário é como um
organismo vivo, que tem de
ser compreendido e estudado,
para depois lhe podermos dar
o alimento necessário para a
sua solução plena. Nunca uma
resposta dada depois de uma
leitura precipitada conduziu a
bons resultados. Daí que se torne
indispensável que o texto seja
convenientemente lido, numa
primeira fase, para entendimento
da globalidade da história que
está a ser apresentada. Depois, há
que fazer uma nova leitura, desta
feita mais pormenorizada e às
parcelas, por exemplo, parágrafo
a parágrafo, anotando numa folha
de papel os aspectos que possam
ser relevantes para a solução,
incluindo as consultas a fazer,
para esclarecimento das dúvidas.
Inicia-se, então, o trabalho de
trazer ao problema a informação
recolhida fora, na internet, em
enciclopédias, em consultas
pessoais, etc.
Uma vez de posse da estrutura
geral dos dados fornecidos pelo
próprio problema e daqueles que
recolhemos nas nossas consultas,
arquitectamos uma proposta
de solução para o caso, com as
justifi cações adequadas para
todas as deduções.
Finalmente, há que fazer o teste,
ou seja, partir da solução que
encontrámos e testá-la em todos
os passos, para termos a certeza
que não há espaço para outras
interpretações.
Outra questão relaciona-se com
o que é necessário para ter a
pontuação máxima e isso já tem a
ver com a indicação de TODOS os
pormenores incriminadores que
cada problema apresenta. Não é
sufi ciente chegar à solução com
apenas um pormenor, se existem
mais no problema. O dever de
um “detective” é dar a quem
vier a julgar o criminoso, todos
os indícios que conduzam à sua
condenação, mesmo que bastasse
apenas um e só assim cumprirá
correctamente a sua missão e terá
direito aos 10 pontos em disputa.
38 | DESPORTO | PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013
Rinaudo tenta segurar a bola, perante a pressão dos médios do V. Setúbal
Dois meses depois da última vitória
em Alvalade e na despedida de Go-
dinho Lopes da presidência do Spor-
ting, a equipa voltou a merecer aplau-
sos das bancadas, com um triunfo
justo sobre o Vitória de Setúbal (2-1).
Em poucos jogos, os lisboetas terão
construído tantas e tão boas opor-
tunidades, sufi cientes para garantir
um resultado bem mais volumoso,
mas ninguém espera jogos tranquilos
nesta versão “leonina” de 2012-13. O
objectivo primordial foi atingido e o
conjunto de Jesualdo Ferreira está
mais perto dos lugares de acesso às
competições europeias.
Apesar de tudo, com dois golos
marcados em 20’ e uma exibição
consistente, chegou a antever-se
uma goleada. Mas, por culpa pró-
pria, os lisboetas permitiram que os
sadinos acreditassem no empate até
ao apito fi nal. E quando tudo termi-
nou, respirou-se fundo em Alvala-
de. O campeonato regressa no fi nal
deste mês, com um grande teste no
Minho, frente ao Sp. Braga, já com
um novo elenco na presidência.
Em relação à equipa que empa-
tou (1-1) com a Académica, na última
jornada da Liga, o treinador spor-
tinguista promoveu apenas uma
alteração, substituindo Adrien por
Labyad, no apoio ao ponta-de-lança
Van Wolfswinkel. De resto, o técnico
apostou na estabilidade, apresen-
tando os mesmos jogadores que co-
meçaram o jogo em Coimbra, ape-
sar da exibição pálida da equipa na
primeira metade desse encontro.
No Vitória, como era previsível, Jo-
sé Mota estreou Makukula na equipa
titular. Uma espécie de prémio para o
internacional português, de 32 anos,
que marcou o seu primeiro golo pe-
los sadinos há uma semana, na derro-
ta com o Vitória de Guimarães (3-2).
O avançado, que já alinhou em Por-
tugal pelo V. Guimarães, Marítimo e
Benfi ca, nunca havia defrontado os
“leões” para o campeonato.
Um encontro tardio que chegou a
tempo de o luso-congolês acrescen-
tar a equipa lisboeta à sua lista de
vítimas em Portugal. Para tal, valeu
um golo aos 33’ que refreou alguma
euforia que se vivia em Alvalade, na
sequência do grande domínio dos
dos homens da casa, que baixaram as
linhas, dando espaço aos visitantes.
Depois de duas ameaças, Makukula
ressuscitou os setubalenses.
Traumas recentes terão voltado à
cabeça dos “leões”, que emendaram
rapidamente o comportamento. Em
três lances consecutivos, voltaram
a encostar o Vitória às redes, com o
poste, por duas vezes, a impedir o
terceiro golo antes do intervalo.
O 3-1 continuou a rondar a baliza
vitoriana no início da segunda me-
tade, com Capel (52’) e Wolfswinkel
(54’) a falharem por centímetros
as redes adversárias e com o poste
a dar novamente o seu contributo
para manter o resultado (57’). Ao
desperdício do Sporting respondeu
o Vitória na mesma moeda. Uma bola
também devolvida pelo poste, após
um artístico toque de calcanhar de
Jorginho (59’) e mais duas perdidas
de Cristiano (73’) e Jorge Luiz (81’)
provocaram alguns calafrios nas ban-
cadas. Mas foi só fumaça.
Os “leões” foram perdendo fulgor,
cometeram alguns erros, sofreram
q.b., mas desta vez a história aca-
bou bem para a equipa de Jesualdo
Ferreira.
Crónica de jogoPaulo Curado
Godinho Lopes despede-se com uma vitória mínima com sabor a goleada
Sporting prometeu resultado volumoso, mas teve de sofrer até ao fi m para se aproximar dos lugares de acesso às competições europeias. Dois meses depois, os “leões” voltaram aos triunfos em Alvalade
homens da casa na primeira fase do
encontro. O resultado foram dois go-
los, em 20’, que deram expressão à
sua exibição.
O primeiro surgiu logo aos 16’,
após um cruzamento de Cédric,
na direita, ter sido desviado para a
própria baliza por Amoreirinha, que
procurou antecipar-se a Wolfswinkel.
Pressionante, o Sporting manteve o
Vitória preso à sua área, acabando
por chegar ao segundo. Um golo que
teve também como grande protago-
nista o árbitro Marco Ferreira.
Dois erros do juiz madeirense
acabaram por resultar numa justiça
providencial. Aos 18’ não assinalou
o derrube de Eric Dier na área, por
Nélson Pedroso, mas, dois minutos
depois, assinalou, mal, o castigo má-
ximo, num lance em que Ney Santos
e, novamente, Dier se empurraram
mutuamente. Chamado a converter
o penálti, Labyad não falhou.
Alvalade ainda chegou a antever
uma vitória tranquila, algo de atípico
esta temporada, mas foi falso alarme.
O espectáculo ainda tinha muito para
dar até fi nal. Lentos e pouco ambicio-
sos, os sadinos acabaram por voltar à
partida, muito por responsabilidade
REACÇÕES
“Puderam todos ver as oscilações que acontecem nos jogos desta equipa. Mas, nos 90 minutos, foi um bom jogo do Sporting”
“Não estivemos ao nosso nível. Na primeira parte demos dois golos ao Sporting. Não fomos pressionantes. Tivemos dificuldade a sair com bola”
Jesualdo FerreiraSporting
José MotaV. Setúbal
Sporting 2Amoreirinha (p.b.) 16’, Labyad (g.p.) 20’
Vitória de Setúbal 1Makukula 33’
Estádio José Alvalade, em LisboaEspectadores 22.385
Sporting Rui Patrício, Cédric, Tiago Ilori a62’, Marcos Rojo, Joãozinho, Rinaudo, Eric Dier, Bruma (Jeff rén, 86’), Labyad (Adrien, 69’), Diego Capel (Carrillo, 76’), Van Wolfswinkel.Treinador Jesualdo Ferreira
V. Setúbal Kieszek, Pedro Queirós a44’, Amoreirinha, Jorge Luiz, Nélson Pedroso (Bruno Gallo, 50’), Ney Santos a20’, Bruno Amaro, Pedro Santos, Zé Pedro (Paulo Tavares, 75’), Jorginho, Makukula (Cristiano, 71’).Treinador José Mota Árbitro Marco Ferreira (AF Madeira)
Positivo/Negativo
Labyad/Capel/BrumaTrês elementos que foram determinantes em diversas fases da partida. O primeiro cobrou o penálti que deu três pontos importantes ao Sporting. Foram baixando de rendimento na segunda metade e acabaram todos por ser substituídos, mas debaixo de aplausos.
MakukulaEstá a tentar fazer esquecer Meyong em Setúbal e as coisas começam a correr-lhe bem. Marcou há uma semana frente ao V. Guimarães e voltou ontem a festejar.
Jesualdo FerreiraFoi o primeiro treinador esta temporada a conseguir duas vitórias em Alvalade para a Liga.
Primeira parte do VitóriaUma equipa lenta e pouco ambiciosa. Melhorou no segundo tempo, mas nunca justificou mais do que a derrota.
a
TIAGO PETINGA/LUSA
PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013 | DESPORTO | 39
O jogo 500 de Manuel Cajuda no
principal escalão do futebol portu-
guês não correu bem ao Olhanen-
se. Os algarvios elevaram para dez
o número de jogos consecutivos sem
vencer na Liga, ao perderem em ca-
sa com o Paços de Ferreira (1-2), e
arriscam-se a cair para a zona de
despromoção nesta jornada.
Os pacenses entraram fortes no jo-
go e, logo aos 15’, adiantaram-se no
marcador. Paolo Hurtado levantou
na esquerda, Vítor tocou atrasado
e Manuel José, depois de dominar
à entrada da área, rematou rasteiro
e colocado.
O Olhanense tentou responder,
mas os remates de Rui Duarte e de
Djaniny não levaram a direcção cer-
ta. Aos 39’, porém, os algarvios che-
garam ao empate: Jander bateu um
livre para a área, a bola desviou em
Nuno Santos e Djaniny ainda emen-
deu à boca da baliza.
Ainda antes do intervalo, contu-
do, a equipa da casa voltou a sofrer
um golo, novamente da autoria de
Manuel José. Após um passe em pro-
fundidade de Luiz Carlos, Manuel
José fugiu a Jander e concluiu com
um remate certeiro.
A abrir a segunda parte, o Olha-
nense fez uma dupla substituição.
Entrou Djalmir para o lugar de Dja-
niny e Evandro para o de Jander. Ne-
nhum deles, porém, conseguiu mi-
nimizar os prejuízos para a equipa
de Manuel Cajuda. E o Paços saiu do
Algarve com o 11.º triunfo no campe-
onato e a morder os calcanhares ao
Sp. Braga na luta pelo 3.º lugar.
Olhanense perde em casa no jogo 500 de Cajuda
Miguel Andrade
Olhanense 1Djaniny 40’
Paços de Ferreira 2Manuel José 5’ e 45’
Estádio José Arcanjo, em Olhão.Espectadores 1184
Olhanense Rafael Bracalli, Luís Filipe, André Micael a85’, Nuno Reis a26’, Jander (E. Brandão, 46’), Lucas, Tiago Terroso (Ivanildo, 60’), Rui Duarte, Babanco, Targino, Djaniny (Djalmir, 46’). Treinador Manuel Cajuda
P. Ferreira Cássio a62’, Diogo Figueiras a29’, Tiago Valente, Ricardo, Nuno Santos, André Leão a72’, Luiz Carlos, Vítor (Filipe Anunciação, 85’), Manuel José (Javier Cohene, 90+3’), Cícero a63’, Hurtado (Caetano, 67’).Treinador Paulo Fonseca
Árbitro Artur Soares Dias (AF Porto)
Jorge Jesus diz que o Benfica vai “pôr a carne toda no assador”
Nas três deslocações que Jorge Jesus
já fez a Guimarães, em jogos do cam-
peonato, desde que chegou à Luz,
venceu a primeira e perdeu as du-
as últimas. Por isso, o treinador do
Benfi ca sabe bem quão aguerrido é
o adversário desta noite, no encer-
ramento da 23.ª ronda. “Vai ser um
jogo complicado para nós, mas tam-
bém para o V. Guimarães”, antevê.
As peças pequenas e as peças grandes do Ferrari de Jesus
O técnico dos vitorianos, no lança-
mento da partida, já tinha deixado
bem vincadas as diferenças entre as
duas equipas, referindo-se aos “en-
carnados” como um Ferrari futebo-
lístico. Jesus não enjeita totalmente
a comparação, mas deixa uma res-
salva: “Do ponto da vista da cor, é
vermelho. Quanto ao resto... Há uns
que conseguem pôr as pecinhas pe-
queninas a parecerem peças grandes
e por isso pode parecer um Ferrari”,
ilustrou, destacando, porém, que o
V. Guimarães está na luta pela Euro-
pa e precisa de pontuar para atingir
os objectivos.
E enquanto o Vitória aponta ao top
5 da tabela, o Benfi ca tem no título o
alvo principal da temporada. Jorge Je-
sus mantém o discurso das priorida-
des mas assume que, com a presença
nos quartos-de-fi nal da Liga Europa e
nas meias-fi nais da Taça de Portugal,
é tempo de apostar forte em todas
as frentes. “A partir de agora, vamos
pôr a carne toda no assador”.
A começar pelo jogo desta noite,
que tem como principal incógnita
a recuperação da principal dupla
de centrais. O técnico não desfaz as
dúvidas, mas é provável que pelo
menos Garay esteja apto a alinhar,
provavelmente ao lado de Jardel. No
meio-campo, a exibição menos con-
seguida de Ola John frente ao Bor-
déus poderá abrir espaço a Gaitán,
no corredor esquerdo.
Do lado do Vitória, a grande bai-
xa é Douglas, guarda-redes que foi
expulso na última jornada, abrindo
a vaga para Assis. É com o brasileiro
que tem alinhado na equipa B que
Rui Vitória vai tentar minar a lide-
rança do Benfi ca na Liga e atingir o
terceiro triunfo consecutivo, que tra-
duziria a melhor série de resultados
na presente edição da prova.
FRANCISCO LEONG/REUTERS
FutebolNuno Sousa
O Benfica desloca-se esta noite a Guimarães, onde perdeu nas duas últimas épocas, para fechar a 23.ª jornada da Liga
É sem João Moutinho que o FC Por-
to realizará hoje um jogo importan-
te contra o Marítimo, no Estádio
dos Barreiros, onde venceu cinco
das últimos seis encontros que aí
fez para o campeonato. Além do
momento decisivo que se vive na
discussão da Liga, com o Benfi ca
com uma vantagem de dois pontos,
o duelo com o clube insular ganha
maior dimensão para os portistas
porque se segue à eliminação da
Liga dos Campeões.
Mas o Marítimo, que procura che-
gar aos lugares europeus, também
tem aspirações para este duelo. “As-
sumir o favoritismo seria uma arro-
gância, mas temos as nossas armas
e sabemos que têm algumas fragi-
lidades, como qualquer equipa do
mundo”, considerou Pedro Martins,
o treinador do 7.º classifi cado do
campeonato, que também afi rmou
que o FC Porto, “por norma, não
tem dois desaires consecutivos”.
Márcio Rozário está suspenso,
podendo ser substituído por João
Guilherme no centro da defesa do
Marítimo, enquanto os médios Ol-
berdam e João Luiz estão lesiona-
dos. Do lado dos “azuis e brancos”,
o destaque é a ausência de João
Moutinho, que saiu lesionado ao in-
tervalo em Málaga. Por outro lado,
Danilo recuperou e ocupará o seu
lugar no lado direito da defesa.
Na primeira volta, o FC Porto ven-
ceu o Marítimo por 5-0 no Dragão.
FC Porto na Madeira sem João Moutinho
FutebolManuel Assunção
CLASSIFICAÇÃO
Jornada 32Feirense-V. Guimarães B 2-0FC Porto B-Atlético 0-1Tondela-Desp. Aves 11h15, SP-TV1Freamunde-Marítimo B 15hTrofense-Arouca 15hBelenenses-Leixões 15hNaval-Oliveirense 16hU. Madeira-Portimonense 16hBenfica B-Penafiel 16h, BenficaTVSp. Braga B-Sporting B 17hSanta Clara-Sp. Covilhã 17h
J V E D M-S PBelenenses 31 23 6 2 57-24 75Arouca 31 15 8 8 48-34 53Sporting B 31 13 12 6 47-33 51Leixões 31 13 11 7 35-26 50Santa Clara 31 13 10 8 46-35 49Oliveirense 31 13 10 8 43-36 49FC Porto B 32 12 11 9 39-34 47Desp. Aves 31 11 13 7 35-34 46Penafiel 31 13 7 11 33-29 46Benfica B 31 12 9 10 51-40 45União Madeira 31 10 14 7 36-32 44Portimonense 31 12 8 11 42-41 44Tondela 31 12 8 11 39-39 44Naval 31 9 12 10 40-42 39Feirense 32 10 9 13 45-48 39Atlético 32 10 7 15 36-47 37Marítimo B 31 10 4 17 28-35 34Sp. Braga B 30 7 10 13 27-37 29Trofense 31 6 10 15 24-42 28Sp. Covilhã 31 5 11 15 27-41 26V. Guimarães B 31 4 11 16 14-36 23Freamunde 31 4 9 18 27-54 21
Próxima jornada Sp. Covilhã-Feirense, Sporting B-Benfica B, V. Guimarães B-Naval, Penafiel-Belenenses, Leixões-União Madeira, Portimonense-Tondela,Oliveirense-Trofense, Arouca-Freamunde, Marítimo B-FC Porto B, Atlético-Santa Clara, Desp. Aves-Sp. Braga B
MELHORES MARCADORES
I Liga23 golos Jackson (FC Porto)15 golos Óscar Cardozo (Benfica)II Liga21 golos Joeano (Arouca) 14 golos Ricardo Esgaio (Sporting B), Rabiola (Desp. Aves) e Miguel Rosa (Benfica B)
I LIGA
II LIGA
Jornada 23Gil Vicente-Sp. Braga 1-3Olhanense-P. Ferreira 1-2Sporting-V. Setúbal 2-1Beira-Mar-Nacional 16hEstoril-Académica 16hRio Ave-Moreirense 16hMarítimo-FC Porto 18h, SP-TV1V. Guimarães-Benfica 20h30, SP-TV1
J V E D M-S PBenfica 22 18 4 0 56-14 58FC Porto 22 17 5 0 51-10 56Sp. Braga 23 13 4 6 50-31 43P. Ferreira 23 11 9 3 32-20 42V. Guimarães 22 8 6 8 26-34 30Rio Ave 22 8 6 8 26-29 30Marítimo 22 7 8 7 23-33 29Estoril 22 8 4 10 32-31 28Nacional 22 7 6 9 32-36 27Sporting 23 6 9 8 23-27 27V. Setúbal 23 6 5 12 25-43 23Académica 22 4 9 9 28-34 21Gil Vicente 23 4 7 12 22-41 19Olhanense 23 3 9 11 23-35 18Moreirense 22 3 8 11 21-36 17Beira-Mar 22 3 7 12 24-40 16
Próxima jornada P. Ferreira-Gil Vicente, Nacional-V. Guimarães, Beira-Mar-Olhanense, Moreirense-Estoril, Sp. Braga-Sporting, V. Setúbal-Marítimo, Benfica-Rio Ave, Académica-FC Porto.
Marítimo 4-2-3-1
FC Porto 4-3-3
R. FerreiraJ. GuilhermeRoberge
Briguel
Salin
Helton
Jackson
Fernando
DaniloOtamendiMangala
A. Sandro
LuchoDefour
R. Miranda
ArturHeldon
Estádio dos Barreiros,Funchal
Árbitro: João Capela Lisboa
18h00SP-TV1
D. Simão
SukSami
Izmailov Varela
Guimarães 4-2-3-1
Benfica 4-1-3-2
Estádio D. Af. Henriques,Guimarães
Árbitro: Paulo Baptista Portalegre
20h30SP-TV1
L. RochaN’DiayeP. Oliveira
Kanu
Assis
Artur
E. Pérez
MaticMaxi
JardelGarayMelgarejo
Lima Cardozo
Baldé
T. RodriguesRicardo
El AdouaL. Olímpio
Soudani
Gaitán Salvio
40 | DESPORTO | PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013
É um discurso bem conhecido de
tantos treinadores de futebol, que
pedem às equipas para pensar jogo
a jogo e tentar somar os três pontos.
No Taiti não existe esta obsessão. Não
quer isto dizer que no futebol local
não exista ambição pela vitória — bas-
ta ver que a selecção nacional fez his-
tória ao vencer a Taça das Nações da
Oceânia, em 2012, e garantiu assim
um lugar na Taça das Confederações,
em Junho, onde vai jogar contra a Ni-
géria, o Uruguai e a campeã europeia
e mundial, Espanha. Com isto, o pré-
mio mínimo que vai encaixar são 1,3
milhões de euros. No Taiti, a maior
ilha da Polinésia Francesa (no oceano
Pacífi co), não existe a obsessão pelos
três pontos porque as vitórias estão
sobrevalorizadas. É isso mesmo: ga-
nhar um jogo equivale a somar qua-
tro pontos. Um empate rende dois
pontos, e mesmo quem perde soma
um. Só em caso de falta de compa-
rência é que não há pontos para nin-
guém. O mesmo acontece na Nova
Caledónia, Martinica ou Guadalupe.
“O sistema de pontuação é de-
terminado pelos organizadores das
competições e pelas ligas. Não é algo
ditado pelas leis do jogo. A FIFA, por
exemplo, usa o sistema 3-1-0”, expli-
cou ao PÚBLICO o organismo que
tutela o futebol mundial. E é assim na
maioria dos campeonatos mundiais.
Em Portugal também é aplicado este
sistema, embora até à época 1994-95
tenha vigorado o 2-1-0.
Mas não é só na valorização das
vitórias que a Federação do Taiti
(fundada em 1989 e fi liada na FIFA
desde 1990) é generosa. Os clubes
PlanisféricoNo Taiti ninguém vive obcecado com os três pontos
podem somar pontos bónus se atin-
girem determinados objectivos rela-
cionados com a promoção do futebol
jovem e o respeito pela arbitragem.
Ou também pelo mérito desportivo:
o AS Dragon foi a melhor equipa da
fase regular da Super Ligue Mana e,
por ter terminado em primeiro, so-
mou dois pontos extras.
Os “dragões” mantiveram a supre-
macia no play-off de apuramento do
campeão e garantiram o título pela
segunda temporada consecutiva.
Ao erguer o troféu, a equipa ganhou
também o direito a entrar na Liga dos
Campeões da Oceânia: no fi nal do
mês, o AS Dragon viaja até Auckland
para disputar o Grupo B da competi-
ção, com os anfi triões Auckland City
e Waitakere United (Nova Zelândia) e
ainda o Mont-Dore (Nova Caledónia).
Com mais de 200 mil habitantes, o
Taiti é uma ilha de futebolistas — há
146 clubes e mais de 11 mil jogadores.
De resto, o futebol taitiano tem his-
tória na Liga dos Campeões da Oceâ-
nia: em 2012, o Tefana chegou à fi nal
da prova, mas seria derrotado pelo
Auckland City. Mas o momento mais
brilhante foi mesmo a vitória na Taça
das Nações da Oceânia. A selecção de
Eddy Etaeta fez história ao romper
com o domínio da Austrália e Nova
Zelândia. O Taiti foi a primeira ilha
do Pacífi co — que não uma das duas
“gigantes” — a conquistar o título de
campeã da Oceânia.
A recompensa será enfrentar al-
guns dos melhores do mundo na Ta-
ça das Confederações. “A primeira
coisa que fi z quando o árbitro apitou
[na fi nal da Taça das Nações da Oceâ-
nia] foi correr para os meus compa-
nheiros de equipa e gritar ‘Vamos ao
Brasil, vamos ao Brasil’”, recordou
Mikael Roche, em conversa com os
responsáveis pelo site ofi cial da FIFA.
E só isso já é um feito enorme para
uma pequena nação insular.
FutebolTiago Pimentel
O AS Dragon é, pela segunda época consecutiva, campeão do Taiti. E a selecção local vai disputar a Taça das Confederações
Rubrica semanal sobre campeonatos de futebol periféricos
ANDREW YATES/AFP
O 12.º golo de Rooney na Premier League foi decisivo para o United
Um golo de Wayne Rooney chegou
para o Manchester United alargar
a sua já grande vantagem na lide-
rança do campeonato inglês de 12
para 15 pontos. O remate do avan-
çado inglês, aos 21’, foi o único dos
17 feitos pelos red devils que superou
Stuart Taylor, guarda-redes do Re-
ading. Esta vitória por 1-0 em Old
Traff ord, conjugada com a derrota
(2-0) do campeão Manchester City,
frente ao Everton, em Liverpool, te-
rá arrumado de vez — se é que ainda
havia dúvidas — a questão do título
da Premier League.
Mesmo assumindo que o City não
perderá pontos até ao fi nal da com-
petição, o United necessita apenas
de 13 pontos nos nove jogos que lhe
faltam para recuperar o título, que,
caso se concretize, será o 20.º da
sua história. Alex Ferguson, contu-
do, ainda não quer assumir que o tro-
féu está entregue. “Não se ganha me-
dalhas por facilitar e nós não vamos
fazer isso”, disse o técnico escocês,
após a sexta vitória seguida da sua
equipa no campeonato.
Rooney pode não apresentar os
mesmos números da época passada,
na qual marcou 27 golos só na Pre-
mier League, e de outras anteriores,
mas não tem deixado de ser infl uen-
te. Ontem apontou o seu 12.º golo
na prova e soma igualmente nove
assistências. Desta vez, benefi ciou
de uma rara assistência de Rio Fer-
dinand para facturar e, já depois de
rematar, também de um pequeno
desvio da bola em Alex Pearce.
O United, conforme reconheceu
Ferguson, não fez uma exibição bri-
lhante, mas manteve a sua baliza
inviolável pelo quinto jogo seguido
e conseguiu a vitória, o que mais
conta. O Reading, que reclamou um
penálti de Vidic sobre Mariappa, ocu-
pa a penúltima posição, sete pontos
abaixo da linha de água.
Em Liverpool, Leon Osman e Niki-
ca Jelavic anotaram os golos do Ever-
ton no triunfo sobre o Manchester
City. Antes do jogo, a polícia travou
e prendeu um homem vestido com
o equipamento do City que correu
para o relvado de Goodison Park e
tentou fazer o aquecimento com os
Manchester United aumentou vantagem para 15 pontos e está ainda mais perto do título
jogadores do campeão inglês.
Na Bundesliga, o Bayern Munique
ganhou fora ao Bayer Leverkusen (1-
2), manteve os 20 pontos de vanta-
gem sobre o Borussia de Dortmund
(bateu o Friburgo por 5-1) e fi cou a
cinco pontos do título. A equipa de
Heynckes conseguiu ainda uma pe-
quena vingança: o Leverkusen foi
a único capaz de o derrotar em 26
jornadas.
Em Espanha, o Real Madrid esteve
a perder duas vezes em casa com
o Maiorca, mas acabou por ganhar
com uma goleada (5-2) que o deixou
a dez pontos do Barcelona, que só
hoje joga com o Rayo Vallecano.
Nsue inaugurou o marcador no
Bernabéu, Higuaín empatou aos
14’, mas Alfaro voltou a colocar os
visitantes na frente, resultado que se
verifi cava ao intervalo. No entanto, a
formação de Mourinho fez três golos
entre os minutos 51 e 57: Cristiano
Ronaldo, de cabeça após um canto,
marcou o 350.º golo ofi cial da sua
carreira sénior; Modric desferiu um
grande remate de fora da área; e Hi-
guaín bisou a passe de Özil. Benzema
completou depois a goleada.
Futebol internacional Manuel Assunção
Rooney e a derrota do City colocaram os red devils com uma mão no troféu. Na Alemanha, o Bayern está ainda mais perto
CLASSIFICAÇÃO
J V E D M-S P
INGLATERRAJornada 30Everton-Manchester City 2-0Aston Villa-QPR 3-2Southampton-Liverpool 3-1Stoke-West Bromwich Albion 0-0Swansea-Arsenal 0-2Manchester United-Reading 1-0Sunderland-Norwich hojeTottenham-Fulham hojeWigan- Newcastle hojeChelsea-West Ham hoje
Manchester United 29 24 2 3 69-31 74Manchester City 29 17 8 4 51-26 59Tottenham 29 16 6 7 51-36 54Chelsea 28 15 7 6 56-30 52Arsenal 29 14 8 7 55-32 50Everton 29 12 12 5 46-35 48Liverpool 30 12 9 9 57-39 45West Bromwich 30 13 5 12 40-38 44Swansea 30 10 10 10 40-38 40Stoke City 30 7 13 10 27-35 34Fulham 28 8 9 11 39-44 33West Ham 28 9 6 13 32-41 33Newcastle 29 9 6 14 40-50 33Norwich 29 7 12 10 27-45 33Southampton 30 7 10 13 42-52 31Sunderland 29 7 9 13 32-41 30Aston Villa 30 7 9 14 31-56 30Wigan 28 6 6 16 33-55 24Reading 30 5 8 17 35-57 23QPR 30 4 11 15 26-48 23
DR
PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013 | DESPORTO | 41
Breves
Basquetebol
Golfe
Xadrez
Benfica e V. Guimarães disputam hoje a final da Taça de Portugal
Chegou a vez de José Maria Jóia brilhar nos EUA
Aronian e Radjabov ganham vantagem no torneio de candidatos
O V. Guimarães qualificou-se para a final da Taça de Portugal de basquetebol, depois de vencer a Ovarense, por 73-71. O clube minhoto vai defrontar hoje, na final (16 horas), em Fafe, o Benfica, que antes derrotara o Sampaense por uma margem confortável: 103-81. As “águias” somam 18 triunfos na competição, enquanto o V. Guimarães venceu-a uma vez, em 2007-08. Na época passada, a Taça foi ganha pelo FC Porto.
José Maria Jóia, companheiro de Ricardo Melo Gouveia nos Knights da Universidade de Central Florida, nos EUA, fez uma volta inaugural de 68 pancadas (-4) no Schenkel Invitational, em Statesboro, Geórgia, e assumiu a segunda posição a um shot do líder, Justin Thomas (Alabama). Entre profissionais, no European Tour, Thomas Aiken é o novo líder do Avantha Masters, graças a uma terceira volta de 62 pancadas.
Na segunda jornada do torneio de candidatos, em Londres, Levon Aronian e Teimour Radjabov ganharam vantagem ao alcançarem as primeiras vitórias no evento sobre os veteranos Boris Gelfand e Vassily Ivanchuk, respectivamente. O número um mundial, Magnus Carlsen, empatou com Vladimir Kramnik, resultado idêntico ao da luta entre Alexander Grischuk e Peter Svidler.
Juan Martín del Potro vai agora defrontar Novak Djokovic
O regresso de Andy Murray aos EUA,
seis meses depois de conquistar o seu
primeiro título do Grand Slam, não
foi tão feliz. O tenista escocês não
passou dos quartos-de-fi nal do BNP
Paribas Open ao realizar uma exibi-
ção pobre no capítulo do serviço,
em especial nos segundo e terceiro
sets disputados com Juan Martín Del
Potro. E depois de derrotar Murray
pela primeira vez em hardcourts, o
argentino vai discutir um lugar na
fi nal com Novak Djokovic.
“Estive perto de o vencer em 2009,
na fi nal de Montreal, mas hoje [on-
tem] consegui. Foi o meu melhor
jogo do torneio, estive positivo todo
o tempo, mesmo quando perdi o pri-
meiro set. No fi nal, fi z o meu jogo,
fui sempre agressivo, tentando fazer
winners com a direita sempre que ti-
nha a oportunidade”, explicou Del
Potro, depois de ganhar, por 6-7 (5/7),
6-3 e 6-1, em duas horas e meia.
Murray foi perdendo efi cácia no
serviço, cedendo um break no segun-
do set e outros dois na partida deci-
siva. “Foi um encontro difícil, não
servi particularmente bem. Houve
pontos muito longos. Estava muito
quente no primeiro e segundo sets
e, às vezes, se as pernas estão um
pouco cansadas, podemos falhar ser-
viços. Poderia ter servido e respondi-
do melhor, duas partes importantes
do meu jogo”, admitiu Murray, que
se despediu de Indian Wells com a
oitava dupla-falta.
Antes, Djokovic exibiu-se a grande
Murray só serviu os interesses de Del Potro
nível diante de Jo-Wilfried Tsonga pa-
ra somar 22 encontros ganhos con-
secutivamente, 17 nesta época. Em
especial no segundo set, em que não
perdeu nenhum ponto a servir. “Pen-
so que o Jo não jogou o seu melhor,
cometeu muitos erros não forçados,
o seu serviço não estava muito bem
e isso tornou a minha vida no court
mais fácil. Tentei focar-me no traba-
lho que tinha de fazer e a exibição
foi muito boa”, afi rmou Djokovic,
depois de vencer, por 6-3, 6-1, em
54 minutos.
No torneio feminino, Caroline Wo-
zniacki está na fi nal pela terceira vez
nos últimos quatro anos, depois de
se superiorizar a Angelique Kerber,
ao fi m de duas horas e meia: 2-6, 6-4
e 7-5. Num encontro marcado por 14
quebras de serviço, Wozniacki foi a
que arrancou melhor no set decisivo,
liderando por 4-1 e 5-3, mas só a 5-6
obteria o break fatal para a alemã.
A outra fi nalista é Maria Sharapo-
va, que, no duelo entre duas ami-
gas russas, afastou Maria Kirilenko,
por 6-4, 6-3: “Conheço-a desde que
somos pequenas, por isso, não há
segredos no court. No segundo set,
comecei a servir melhor e isso deu-
me alguns pontos gratuitos. Como
ela devolve muitas bolas e gosta de
jogar pontos longos, tive que ser mais
agressiva do que é habitual”.
STEPHEN DUNN/AFP
Ténis Pedro Keul
Maria Sharapova é a favorita na final feminina do BNP Paribas Open, frente a Caroline Wozniacki
CAPITÃO
JOAQUIM AUGUSTO TEIXEIRA
Sua família participa o seu falecimento. O funeral realiza-se hoje, dia 17, pelas 15h30 saindo das Capelas Exequiais de São João de Deus para o cemitério do Alto de São João. Às 14h30 será celebrada missa de corpo presente.
Agência Funerária Magno - AlvaladeServilusa - Número Verde Grátis 800 204 222
Serviço Funerário Permanente 24 Horas
Foi um arranque meio em falso do
Mundial de Fórmula 1. A segunda e
terceira partes (Q2 e Q3) da sessão
de qualifi cação para o Grande Pré-
mio da Austrália foram adiadas pa-
ra a manhã de hoje (madrugada em
Portugal), por causa da forte chuva
que se abateu sobre Melbourne.
A organização da prova só con-
seguiu realizar a primeira parte da
qualifi cação, que defi ne os últimos
seis lugares da grelha de partida,
mas depois disso o mau tempo im-
possibilitou que os carros voltassem
à pista para retomar a sessão.
Com o piso molhado e a previsão
de novos aguaceiros, a direcção da
corrida decidiu alterar a hora do res-
to da qualifi cação, que se realizará
às 11h locais (meia-noite, hora de Lis-
boa), apenas seis horas antes de a
prova se iniciar (6h em Portugal).
A decisão de adiar a qualifi cação,
justifi cada também pela aproxima-
ção da noite, foi tomada duas ho-
ras depois do início da sessão e não
mereceu contestação das equipas.
A chuva adiou a qualificação do Grande Prémioda Austrália
“É uma pena, mas Charlie [Whiting,
director de corrida] tomou a deci-
são certa”, disse Christian Horner,
chefe de equipa da Red Bull. “Estava
demasiado molhado e a visibilidade
era muito reduzida”, acrescentou
Sam Michael, da McLaren.
Na primeira ronda de qualifi ca-
ção, o alemão Nico Rosberg (Merce-
des) foi o piloto mais rápido, embo-
ra as condições da pista não tenham
permitido retirar grandes ilações
sobre o momento de cada equipa.
A única surpresa foi o venezuelano
Pastor Maldonado (Williams) ter-se
fi cado pela Q1, já que fez o sexto pior
tempo do dia.
O piso muito molhado no circui-
to de Melbourne provocou ainda
alguns acidentes, que atingiram os
carros de Lewis Hamilton (Merce-
des) e de Felipe Massa (Ferrari), mas
sem gravidade. “Perdi o controlo do
carro. Tive muita sorte por poder
continuar, tendo em conta a forma
como bati”, afi rmou o brasileiro,
que danifi cou a frente do seu F138.
Esta não é, de resto, uma situação
inédita. Já em 2010, a qualifi cação
para o Grande Prémio do Japão ha-
via sido adiada para o dia da corrida,
por razões semelhantes, recorda a
AFP. “É pena, mas era demasiado
perigoso. Espero que os fãs compre-
endam e nós vamos certifi car-nos
de que fazemos um grande trabalho
amanhã [hoje]”, resumiu o britânico
Jenson Button. com agências
Fórmula 1Hugo Daniel Sousa
Apenas seis horas vão separar a qualificação do início da corrida, em Melbourne. O piso molhado provocou alguns despistes
Na final do future de Guimarães, só haverá um português, Leonardo Tavares, que regressou
aos courts em Fevereiro, após nove meses de paragem. O outro finalista é o francês Jules Marie, que venceu Rui Machado, por 7-5, 6-0.
Tavares na final
42 | DESPORTO | PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013
1. Não julgue o leitor, menos
dado a esta “coisa” das leis, que o
registo é exclusivo do legislador
desportivo. Longe disso. Apenas
sucede que olho mais para as
performances das leis do desporto.
Outros detectarão sinais de como
o legislador — seja a Assembleia
da República, Governo ou
assembleias legislativas regionais —
leva a cabo a sua função.
2. Dispõe a Lei n.º 5/2007, de
16 de Janeiro — Lei de Bases da
Actividade Física e do Desporto
—, no seu artigo 27.º, n.º 1: são
sociedades desportivas as pessoas
colectivas de direito privado,
constituídas sob a forma de
sociedade anónima, cujo objecto
é a participação em competições
desportivas, a promoção e
organização de espectáculos
desportivos e o fomento ou
desenvolvimento de actividades
relacionadas com a práctica
desportiva profi ssionalizada no
âmbito de uma modalidade.
Ou seja, uma sociedade
desportiva só pode ter uma forma:
a de sociedade anónima. Ou seja
2: essa sociedade desportiva só
pode ter, como “objecto”, uma
modalidade desportiva.
3. O Decreto-Lei n.º 10/2013,
de 25 de Janeiro, veio estabelecer
novo regime jurídico das
sociedades desportivas.
Duas questões se me colocam.
Vejamos a primeira.
De acordo com o seu artigo 2.º,
n.º 1, entende-se por sociedade
desportiva a pessoa colectiva de
direito privado, constituída sob
a forma de sociedade anónima
ou de sociedade unipessoal por
quotas, cujo objecto consista
na participação numa ou mais
modalidades, em competições
desportivas, na promoção e
organização de espectáculos
desportivos e no fomento ou
desenvolvimento de actividades
relacionadas com a prática
desportiva da modalidade ou
modalidades que estas sociedades
têm por objecto. E o n.º 2
completa: um clube desportivo
Assim se “fazem”sociedadesdesportivas em Portugal
Opinião José Manuel Meirim
que constitua uma sociedade para
mais do que uma modalidade
desportiva só pode ter uma única
sociedade desportiva.
4. O confronto — entre a lei
de bases e o seu diploma de
desenvolvimento — e o resultado
parece-nos claro: o novo regime
não respeita a lei de bases em dois
momentos nucleares. Alarga a
forma de constituição e possibilita
que uma mesma sociedade se
dedique a mais do que uma
modalidade desportiva.
Onde fi ca o valor reforçado da
lei de bases?
5. Por outro lado, o artigo 33.º
do novo diploma determina que
as normas entrem em vigor no
dia 1 de Julho de 2013, sendo
aplicável às sociedades desportivas
que pretendam participar em
competições profi ssionais (só as
há no futebol) na época desportiva
2013/14.
A época desportiva do futebol
inicia-se precisamente a 1 de
Julho. Isto é, impõe-se que os
participantes tenham nesse dia
uma forma societária, sendo que
só a partir daí a podem adquirir.
Espectáculo.
6. Mas, a respeito deste último
aspecto, o legislador já deu pelo
erro de Janeiro.
Na passada quarta-feira, o
Conselho de Ministros aprovou
um diploma que vem alterar o
diploma.
Vejamos a informação dada: o
Conselho de Ministros aprovou
uma alteração ao diploma que veio
estabelecer o regime jurídico das
sociedades desportivas a que fi cam
sujeitos os clubes desportivos
que pretendem participar
em competições desportivas
profi ssionais. Mantendo-se a
intenção de aplicação do novo
regime às sociedades desportivas
que pretendam participar em
competições profi ssionais na
época desportiva de 2013/14, opta-
se por antecipar a entrada em
vigor para 1 de Maio, de modo a
que as sociedades desportivas em
causa adaptem as suas estruturas
atempadamente sem qualquer
perturbação à época desportiva
de 2013/14, especialmente tendo
em conta os respectivos prazos
de inscrição. Eufemismos no
reconhecimento de um erro
crasso.
RUI GAUDÊNCIO
Portugal soma três derrotas e uma vitória na fase de apuramento
A selecção nacional de râguebi com-
prometeu ontem, de forma quase
defi nitiva, as possibilidades de con-
seguir o apuramento para o Campeo-
nato do Mundo, que será disputado,
em 2015, em Inglaterra. Em Santiago
de Compostela, frente a uma equi-
pa espanhola de fraca qualidade,
os portugueses voltaram a realizar
uma exibição medíocre e permitiram
que os espanhóis, na última jogada,
chegassem ao empate (9-9). Com
este resultado, o neozelandês Errol
Brain deverá abandonar o comando
da equipa portuguesa.
Depois de três derrotas e uma vi-
tória pouco convincente, nas primei-
ras jornadas da fase de apuramento,
Brain fi cou numa posição muito de-
licada. O neozelandês termina con-
trato com a Federação Portuguesa de
Râguebi (FPR) no fi nal deste mês, e
Carlos Amado da Silva, presidente da
FPR, já tinha declarado publicamen-
te que não estava satisfeito com os re-
sultados. Dessa forma, para Brain, o
jogo de ontem era decisivo, e apenas
uma grande exibição e uma vitória
clara de Portugal poderiam evitar
que a partida em Espanha fosse uma
despedida para o neozelandês. No
entanto, o que se viu por parte dos
Lobos voltou a ser muito mau.
O jogo foi condicionado pelo mau
estado do encharcado relvado do
Multiusos de San Lazaro, mas mes-
mo essa condicionante não justifi ca
a inépcia portuguesa. Na primeira
parte, a jogar a favor do vento, a Es-
panha aproveitou os erros portugue-
ses para amealhar pontos. Dominado
nas formações ordenadas, mal nos
alinhamentos e com demasiadas fal-
tas desnecessárias, Portugal chegou
ao intervalo a perder por 6-0.
Nos últimos 40 minutos, a presta-
ção nacional melhorou ligeiramente
e, aos 47’, Pedro Leal reduziu para
6-3, na conversão de uma penalida-
de. O ascendente português seria re-
compensado aos 63’, quando Samuel
Marques empatou o jogo (6-6). A me-
lhor qualidade dos jogadores nacio-
nais era óbvia e Portugal, sem surpre-
sa, passou pela primeira vez para a
frente do marcador a oito minutos
do fi m, através de uma penalidade
Portugal volta a ser medíocre, oferece empate à Espanha e está quase fora do Mundial
deiro esforço e, na última jogada,
receberam um brinde: um jogador
português fez uma falta infantil e Co-
rey Simpson, ao contrário de Pedro
Leal, não falhou.
Portugal oferecia o empate à Es-
panha e deitava fora dois pontos que
colocam os Lobos praticamente fora
do Mundial 2015. No próximo ano,
terão de fazer uma segunda volta
perfeita para conseguir o passaporte
para Inglaterra. Mas isso, com quase
toda a certeza, já não será trabalho
para Errol Brain.
de Pedro Leal (9-6). Com mais um
jogador em campo (Matthew Cook ti-
nha sido excluído por 10 minutos), os
Lobos tinham a indispensável vitória
na mão e, aos 77’, Pedro Leal teve nos
pés uma oportunidade de ouro para
conquistar uma confortável vanta-
gem de seis pontos. No entanto, o
jogador do Direito desperdiçou uma
penalidade fácil — a quinta falhada
por Portugal no jogo — e reacendeu
a esperança espanhola.
Com apenas três minutos para jo-
gar, os espanhóis fi zeram um derra-
RâguebiDavid Andrade
No último jogo da primeira volta da fase de apuramento, a selecção nacional deixou-se empatar na derradeira jogada
Torneio das Seis Nações
País de Gales avassalador, França em último
O País de Gales derrotou, no Millenium Stadium, em Cardiff, a Inglaterra, por 30-3, e conquistou pela
segunda vez consecutiva o Torneio das Seis Nações. A dois pontos de distância dos ingleses, os galeses necessitavam de uma vitória por mais de seis pontos, mas fizeram muito mais do que isso: com uma exibição soberba, alcançaram o maior triunfo de sempre frente à Inglaterra.
No historial de 123 confrontos entre as duas selecções, a vitória mais desnivelada dos galeses era um 25-0, no longínquo ano de 1905. Depois disso, houve um 27-3 (1979), mas nas últimas três décadas o melhor que o País de Gales tinha conseguido frente aos ingleses foi uma vitória por 10 pontos. Ontem, com uma exibição a fazer lembrar o excelente Mundial
de 2011, a equipa comandada interinamente pelo treinador Rob Howley humilhou a Inglaterra e fez a festa em casa. Os galeses, que acabaram a partida com 63% de posse de bola, marcaram dois ensaios, pelo ponta do Cardiff Blues Alex Cuthbert, e a eficácia de Halfpenny e Dan Bigger, na transformação de penalidades e conversões, fez o resto.
No jogo que abriu a última jornada, a Itália derrotou, em Roma, a Irlanda, por 22-15, e escapou ao último lugar. Na partida que encerrou a prova, a França precisava de uma vitória por mais de 16 pontos contra a Escócia para entregar a última posição à Irlanda, mas os franceses ganharam por 23-16 e, pela primeira vez desde que a Itália entrou para o torneio, ficaram no último lugar. D.A.
PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013 | 43
ESPAÇOPÚBLICOCARTAS À DIRECTORA
Que país é este?
Todos os dias somos bombardeados
com as mais negativas informações
de que estamos a envelhecer da
pior maneira e em condições
cada vez mais desumanas. Que
o país está cada vez mais velho.
Que não há renovação. Que não
há nascimentos. Que não há nada
de positivo para uma normal
sustentação vivencial num país
que, apesar possuir paradisíacos
jardins e mansas águas mil, é um
autêntico infernal deserto para a
grande maioria da população.
Assim, depois dos mais novos
e válidos compatriotas serem
obrigados (enxotados) a procurar
o sustento fora de portas, uma
notícia televisiva deixou-me ainda
mais angustiado: que o número de
suicídios em Portugal nos últimos
tempos cifra-se em 5 mortes por
dia, o que equivale a 1800 pobres
concidadãos que anualmente
As cartas destinadas a esta secção
devem indicar o nome e a morada
do autor, bem como um número
telefónico de contacto. O PÚBLICO
reserva-se o direito de seleccionar
e eventualmente reduzir os textos
não solicitados e não prestará
informação postal sobre eles.
Email: [email protected]
Contactos do provedor do Leitor
Email: [email protected]
Telefone: 210 111 000
deixam de pertencer ao rol dos
vivos. Pergunto: que país é este
que expulsa tantos milhares de
conterrâneos e leva ao suicídio
tanta gente sem esperança?
José Amaral, Vila Nova de Gaia
Concessões de transportes ferroviários
Eu sou um dos vários milhares
de ferroviários e ferroviários
reformados que benefi ciavam
de concessões de transportes
ferroviários, as quais nos foram
agora retiradas pela lei do
Orçamento. Sobre este tema, quero
tecer algumas considerações, que
deixo à atenção de quem as ler:
— As concessões de transporte
ferroviário atribuídas aos
ferroviários são um salário em
espécie. Este procedimento é
comum a muitas empresas no
nosso país — telecomunicações
móveis, fornecimento de
energia, banca, agências de
viagem, transporte aéreo, etc.
— algumas das quais vêm já do
anterior regime. No que respeita
ao caminho-de-ferro, esta é
uma situação internacional,
que funciona com base na
reciprocidade entre empresas.
— Esta utilização do comboio integra
o “efeito imitação”, ou seja, quanto
maior for esta utilização, maior será
o interesse das pessoas em imitar os
utilizadores e em experimentarem
também o comboio.
— As concessões utilizadas pelos
trabalhadores da Refer são pagas
à CP por aquela empresa. A
proibição do Governo, podendo
signifi car alguma poupança para a
Refer, signifi ca uma diminuição da
ocupação e da receita para a CP.
Por outro lado, a lei do Orçamento
consagra um largo conjunto de
utilizações gratuitas do comboio,
atribuídas a pessoas/entidades que
nada têm a ver com o caminho-
Os artigos publicados nesta secção respeitam a norma ortográfica escolhida pelos autores
de-ferro, que apenas servem de
poupança para o Governo.
— Se os comboios estivessem tão
cheios de ferroviários e familiares
que difi cultassem a entrada de
outros clientes, bastaria atrelar
mais carruagens ao comboio para
resolver o problema.
— Os custos de funcionamento
do comboio, maioritariamente
fi xos, são quase os mesmos quer
o comboio circule cheio ou vazio.
Retirar-lhe passageiros e receitas
conduz, naturalmente, ao aumento
do défi ce de funcionamento da CP.
Os ferroviários, nomeadamente
os reformados, além de tudo o
que já perderam, vêem-se agora
também privados da possibilidade
de se deslocarem gratuitamente
de comboio, para muitos um meio
insubstituível, para acederem
a cuidados de saúde, contactos
familiares, negócios, lazer,
cultura, etc.
Francisco Abreu, Lisboa
O cobrador de impostos
O anterior director-geral de Con-
tribuições e Impostos é hoje
ministro da Saúde.
Muitos pensarão que este
percurso é estranho e não faz
sentido nenhum.
Como é que um cobrador de
impostos pode ser designado
para gerir a política de Saúde
do país?
Compreendo as dúvidas, mas, em minha
opinião, aquele percurso faz todo o sentido.
O dr. Paulo Macedo não foi designado
ministro da Saúde para gerir a política de
Saúde. Disso, ele sabe pouco.
Foi designado ministro da Saúde pelo seu
sucesso na cobrança de impostos, quando
esteve no Ministério das Finanças.
O que se pediu ao dr. Paulo Macedo não
foi uma visão inovadora da política de
Saúde. Era pedir de mais.
O que se lhe pediu foi para gastar menos.
É isso que o ministro tem feito.
Se lhe falta dinheiro para atingir as metas
da troika, reduz os preços e as margens aos
fornecedores e as comparticipações aos
doentes.
Mas isto não é política de Saúde.
Isto não é mais do que uma forma
indirecta de arrecadar impostos e sem
qualquer controlo da Assembleia da
República.
Como o Ministério da Saúde é o principal
consumidor de serviços de saúde e tem o
poder legislativo nas mãos, nem precisa de
pensar a fundo nas questões.
Aumenta a receita e reduz a despesa
sempre que quiser e na medida em que
quiser.
O ministro Paulo Macedo é mestre
nesta “política” de cobrar impostos e não
revela a menor preocupação com as suas
consequências nos sectores económicos e
profi ssionais da área da Saúde.
Mas a política mede-se pelos seus efeitos.
Ora, o ministro Paulo Macedo está a
deixar atrás de si um rasto de destruição em
diferentes sectores da área da Saúde.
Herdou uma rede de farmácias
equilibrada e de qualidade, em que a
população confi ava.
Transformou-a em menos de dois anos
num sector em processo acelerado de
destruição: 300 milhões de dívidas aos
fornecedores,
1.600 farmácias
com suspensão
de fornecimentos
e 250 farmácias
em processos
de insolvência e
penhoradas.
É este o saldo
da sua governação
em relação às
farmácias.
Confrontado com
a crise, fi nge que
não percebe ou que
não tem nada a ver
com isso.
Tem medo do
diálogo e refugia-se
no silêncio.
Mais grave do que
isso, não revela em
relação aos sectores públicos da Saúde que
tutela a mesma arrogância que revela com
os sectores privados.
O consumo hospitalar de medicamentos,
por exemplo, que está sob a sua gestão, é hoje
exactamente igual ao consumo verifi cado
quando o actual ministro tomou posse.
Paulo Macedo foi designado ministro da Saúde pelo seu sucesso na cobrança de impostos
Não poupou até hoje um único cêntimo
nesse consumo, apesar de constituir uma
despesa pública anual na ordem dos mil
milhões de euros.
O ministro Paulo Macedo é um dos
heróis da troika, mas esse heroísmo, muito
apreciado por autoridades estrangeiras, não
corresponde aos interesses do país.
Deixa atrás de si um sistema de saúde
em regressão, em crise de organização,
em crise de valores, menos solidário,
pior, portanto, do que aquele que
encontrou.
Deixa um Serviço Nacional de Saúde à
deriva, com profi ssionais desmotivados e
sem esperança no futuro.
Ainda não se percebeu quais são as linhas
orientadoras da política deste Governo em
relação à Saúde.
Este ministro só vê troika e défi ce
público. E o pior é que vê de mais.
Não se percebe o ar distante e arrogante
que exibe diariamente aos portugueses.
Possivelmente ainda não se apercebeu
que já não é director-geral de Contribuições
e Impostos.
Presidente da Associação Nacional de Farmácias
Tribuna Política de SaúdeJoão Cordeiro
44 | PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013
Já nem o Papa é europeu
1.Que me lembre, houve nos
últimos anos dois momentos em
que os experimentados e cépticos
jornalistas europeus (e de outras
paragens) bateram palmas no
fi m de uma conferência de
imprensa. Espontaneamente
e sem remorso. Na primeira
conferência de imprensa do
Presidente Obama, quando, em
Abril de 2009, veio a Londres participar
na sua primeira cimeira do G20. Ontem,
no fi nal do encontro do novo Papa com
os jornalistas que cobriam os últimos
acontecimentos do Vaticano. Obama era
uma tremenda lufada de ar fresco e uma
fonte de inspiração onde cada um podia
projectar as suas expectativas, ao ponto de
fazer esquecer que ele era, antes de mais, o
Presidente dos Estados Unidos da América.
A eleição do Papa Francisco transformou-se
num acontecimento inspirador, ao ponto
de fazer esquecer que ele é, acima de tudo,
o chefe da Igreja Católica. Com Obama,
a América provou a sua extraordinária
capacidade de renovação. Com Francisco, a
Igreja Católica mostrou que compreende o
mundo em que vive e está disposta a mudar.
O novo Papa vai acabar por desiludir muita
gente. Reformar uma Cúria em decadência,
maioritariamente europeia, fechada sobre
os seus privilégios e entretida em lutas de
poder muito pouco cristãs, é uma tarefa
hercúlea. Teve um poderoso aliado em
Bento XVI, cuja renúncia não vai permitir
que tudo fi que exactamente na mesma.
Obama foi o primeiro Presidente negro
dos Estados Unidos. Francisco é o primeiro
Papa que veio “do fi m do mundo” e que
é um jesuíta. São sinais poderosos que
nos interpelam. São acontecimentos
vividos à escala global e em directo,
graças a cobertura mediática. O novo
Papa mostrou que compreende a função
dos media, oferecendo uma sucessão de
gestos simples que pretenderam mostrar
ao que vinha e o que queria: “Uma Igreja
pobre e dos pobres”. É impossível fi car-lhe
indiferente. É impossível não refl ectir sobre
o signifi cado político da sua escolha. Que
nasce de uma nova ruptura. A primeira foi a
escolha do primeiro Papa não italiano, que
veio do Leste e que precedeu a queda do
Muro de Berlim e a unifi cação da Europa.
“Com João Paulo II, a Santa Sé deixou de
parecer um clube de italianos”, escreve a
Economist. A segunda ruptura começou
com a resignação de Ratzinger, que não
desistiu apenas de mudar a Cúria, da
qual fez parte quase toda a sua vida, mas
desistiu também de uma Europa que via
como cada vez mais desprovida de valores.
Com o seu gesto abriu as portas à escolha,
pela primeira vez em mais de mil anos, de
um Papa que não é europeu. Este é mais
um sinal indesmentível de que o Velho
Continente está a ver o mundo passar-lhe
ao lado sem sequer dar por isso, mesmo
quando os sinais vêm da cidade onde foi
assinado o Tratado de Roma.
2. Enquanto olhávamos para Roma e
para o seu novo bispo, os líderes europeus
reuniam-se mais uma vez no tristonho
edifício Justus Lipius de Bruxelas para
uma cimeira que não gerou qualquer
expectativa. Com a Europa em recessão,
com os países do Sul mergulhados numa
crise económica e social que não pára
de se agravar, com as eleições italianas
a constituírem o último e mais sério
aviso do preço político que está a ser
pago pelos programas de austeridade,
a cimeira foi um não-acontecimento.
Serviu para mais do mesmo. Ou seja,
para mais um exercício de retórica sobre
a necessidade de conciliar austeridade
e crescimento, absolutamente vazio no
que toca à segunda parte da equação.
Já se sabia que iria ser assim. Berlim já
tinha avisado que não haveria qualquer
alteração real de estratégia. Reconhecer
que os programas de ajustamento estão
a falhar clamorosamente em Portugal
ou na Grécia e que a austeridade está a
penalizar brutalmente a Itália e a Espanha
não é coisa que as autoridades de Berlim
e os seus amigos do Norte tencionam
fazer, pelo menos no curto prazo. As
gesticulações de Christine Lagarde ou
de Durão Barroso sobre os resultados
desta estratégia, por enquanto não
passam disso. Nem sequer têm o mínimo
efeito nas avaliações da troika aos países
intervencionados, cujos representantes
continuam diligentemente a debitar o
mesmo discurso e as mesmas receitas.
E nem vale a pena deitar foguetes com a
possibilidade de prolongar por mais um
ano o cumprimento
das metas do
défi ce ou alguma
abertura para
alargar os prazos
de pagamento
dos empréstimos.
Isso não signifi ca
nenhuma mudança
política, mas apenas
a constatação de
que o cumprimento
nas datas previstas
era pura e
simplesmente
impossível
graças aos erros
clamorosos dos
próprios programas
e ao total falhanço
das suas previsões.
Nem o tempo a mais
É impossível não reflectir sobre o significado político da escolha do Papa
chega para resolver alguma coisa, nem a
mesma política dará diferentes resultados.
“Os factos são muito teimosos. Quando os
factos mudam, ou se tornam mais claros,
as políticas têm de ser ajustadas”, escrevia
Timothy Garton Ash na sua última coluna
do Guardian, que é também um apelo à
Alemanha para que faça alguma coisa em
nome do seu próprio interesse.
Podemos não estar de acordo com tudo
aquilo que Jean-Claude Juncker disse na
entrevista à Spiegel da semana passada
quando comparou a actual situação da
Europa com 1913. Mas historiador britânico,
embora um pouco mais optimista, não
resistiu à mesma comparação. “É pura
coincidência que a Alemanha enfrente
este desafi o quando nos aproximamos do
centésimo aniversário de 1914; mas é uma
coincidência que revela uma histórica
oportunidade (…). Vá lá, Alemanha, agarra
aquilo que Fritz Stern chamou uma vez
a tua histórica segunda oportunidade e
utiliza-a bem”.
3. Já nem Vítor Gaspar parece acreditar
no que está a fazer. Imagina-se o que lhe
terá custado apresentar, na sexta-feira,
os resultados da sétima avaliação e as
previsões subsequentes. O primeiro-
ministro, que continua a falar como se
fosse o chefe de uma empresa, só se
lembrou de dizer que é preciso derrotar
as previsões. Como? Há formas de o fazer.
Mas não, certamente, aquelas que ele tem
defendido.
O problema é que, às vezes, as coisas
têm mesmo que mudar, como o prova a
escolha do novo Papa. E o que foi exposto
pelo ministro das Finanças sobre a
realidade portuguesa mais a pobreza de
Conselho Europeu podem acabar por abrir
as portas a uma crise política de resultados
imprevisíveis. As autárquicas estão à
porta e os partidos da coligação que nos
governa fi carão cada dia mais nervosos.
António José Seguro resolveu anunciar que
“rompia” com o Governo, numa súbita
radicalização do discurso cuja lógica só
pode estar na sua própria fraqueza. O que
havia de dizer no mesmo dia em que uma
sondagem (da Católica para o DN, a Antena
1 e a RTP) revelava um empate técnico
entre PSD e PS, mesmo que a favor do
segundo? Outras sondagens dão resultados
diferentes, é verdade. Mas quase todas
elas mostram uma verdade incontornável:
o PS não consegue ser percebido pelos
eleitores como uma alternativa. As pessoas
estão a precisar urgentemente de alguma
coisa que lhes devolva a esperança e não
há o mais ligeiro sinal de que isso possa
acontecer. Aqui ou em Bruxelas. Mesmo
para uma Europa desenvolvida e laica, o
Papa Francisco é mais inspirador do que
qualquer líder europeu.
Jornalista. Escreve ao domingo
MAX ROSSI/REUTERS
Mesmo para uma Europa desenvolvida e laica, o Papa é mais inspirador do que qualquer líder europeu
Teresa de SousaSem fronteiras
PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013 | 45
Economia do bem comum — modelo alternativo?
1. Quando, perante uma situação
insuportável, na Igreja ou na
sociedade, no âmbito teológico
ou político, se diz que não há
alternativa, é sinal de que a
ditadura não anda longe. Se não
for passagem para uma possível
superação, o simples jogo dos
“prós e contras” não passa de um
entretém. O importante é uma
arquitectura que supere e integre o que existe
de fecundo entre posições que enlouquecem
no isolamento ou no choque frontal.
Na Doutrina Social da Igreja (DSI) (1), o tema
do bem comum é incontornável. Para João
Paulo II, constituía mesmo o seu ponto-chave.
Para Friedrich A. Hayek, o bem comum
é um conceito primitivo que remonta aos
instintos ancestrais de tribos de caçadores,
no tempo em que as pulsões colectivistas
dominavam a consciência humana.
Ao contrário deste célebre autor, a noção
de justiça social e de bem comum têm
outras fontes, bíblicas e greco-romanas,
alimentadas por alguns Padres da Igreja.
Tomás de Aquino, na linha de Aristóteles,
deu a este conceito a função de princípio da
sua arquitectura ético-política.
Já Santo Agostinho (2) via que a questão
social não se resolve com falsos elogios à
caridade: “não devemos desejar que haja
indigentes para poder exercitar as obras
de caridade. Dás pão ao faminto, mas
melhor seria que ninguém passasse fome
e não fosse necessário socorrer ninguém.
[…] Todas estas acções são motivadas pela
misericórdia. Esquece, porém, os indigentes
e logo cessarão as obras de misericórdia;
mas acaso se extinguirá a caridade? Mais
autenticamente amas o homem feliz a quem
não há necessidade de socorrer; mais puro
será este amor e muito mais sincero. Porque,
se socorres o necessitado, desejas elevar-
te acima dele e que ele te fi que sujeito,
porque recebe de ti um benefício. O
necessitado, tu o ajudaste por isso te crês
como superior aquele a quem socorreste”.
No pensamento de Tomás de Aquino,
recolhido na DSI, o princípio dos princípios é
o destino universal dos bens, que não impede
a propriedade privada, mas não faz dela um
absoluto. É, precisamente, o conceito de bem
comum que integra os direitos e os deveres
das pessoas, num todo, sem excluir ninguém.
Pertence à virtude da justiça garantir que
os direitos e deveres de uns não neguem os
direitos e deveres de outros.
2. Jacques Maritain (3) teve o mérito de, nos
anos 40, obrigar a debater as relações entre a
pessoa e o bem comum, não como excluindo-
se, mas como exigindo-se mutuamente. O
primado da pessoa é o primado de todas
as pessoas, não é o privilégio de algumas.
Pertence aos governantes o cuidado do
bem comum, para que a política não sirva
privilégios, mas a justiça.
Michael Novak (4), em pleno triunfo do
liberalismo, lembrou que a democracia
liberal tinha as suas raízes na tradição
judaico-cristã e não na teoria racionalista do
século XVIII. Pretende que a noção de bem
comum é tão familiar aos antigos gregos,
aos Padres da Igreja, como à democracia
norte-americana. Matéria de discussão. De
qualquer modo, estamos longe de fazer da
noção de bem comum um primitivismo
sobrevivendo mal na DSI.
3. Christian Felber (5) é uma personalidade
singular. Professor de Economia na
Universidade de Viena, escreve sobre
Economia e Sociologia, sem deixar de ser
bailarino de dança contemporânea. É membro
fundador do movimento de justiça global
Attac, na Áustria, e iniciador da denominada
Banca Democrática. Com um grupo de
empresários de sucesso, Felber desenvolveu
um modelo conhecido como Economia do Bem
Comum ou Economia do Bem-estar Público,
como alternativa teórica ao capitalismo de
mercado e à economia planifi cada.
Este tipo de economia deve reger-se por
uma série de princípios básicos: confi ança,
honestidade, responsabilidade, cooperação,
solidariedade, generosidade e compaixão,
entre outros. Para os seus defensores, as
empresas que se guiarem por estes valores
deveriam obter vantagens legais que lhes
permitissem sobreviver onde imperam as leis
do lucro e da competição.
Hoje em dia, mede-se o êxito económico
por indicadores monetários: produto interno
bruto e lucros que excluem os seres humanos
e o seu meio ambiente. Estes indicadores
não dizem se há guerra, ditadura, destruição
do meio ambiente, etc. De igual modo, uma
empresa que obtém lucros — e deve-os obter
— não diz em que condições vivem os seus
trabalhadores, o que
produzem, ou como
o produzem.
Pelo contrário,
o balanço do bem
comum de uma
empresa mede-se
pelo modo como
nela se vive: a
dignidade humana,
a solidariedade,
a justiça social, a
sustentabilidade
ecológica, a
democracia com
todos os que nela
participam e com os
seus clientes.
Tudo isto poderia
ser apenas o mundo
de boas intenções.
As suas realizações em vários países mostram
que são possíveis alternativas ao capitalismo
de mercado e à economia planifi cada.
O que Felber diz das abissais desigualdades
de salário na Alemanha, onde os altos
executivos ganham 5.000 vezes mais do que
o salário mínimo legal, deveria ser proibido
por lei. Não só na Alemanha (www.economia-
del-bien-comun.org).
1) Compêndio da Doutrina Social da Igreja, Principia,
2005; 2) Sobre a Epístola de S. João aos Partos, Tratado
VIII, n.º 5; 3) La Personne et le Bien commun, 1946; 4)
Free Persons and the Common Good, Madison Books,
1989; 5) La economía del bien común, Versão Kindle, 2012
Escreve ao domingo
Quando se diz que não há alternativa, é sinal de que a ditadura não anda longe
Frei Bento Domingues O.P.
Ver e ler um livro
Como ex-aluno de dez anos do
colégio inglês (como se chamava
ao St. Julian’s, em Carcavelos,
não havendo outro digno de tal
adjectivo), foi uma experiência
sobredeterminada, por assim
dizer, ler a espertíssima
reportagem de António
Rodrigues, saída no Ípsilon
de anteontem, sobre Building
Stories, a caixa com 14 volumes de banda
desenhada desenhada, escrita e concebida
por Chris Ware. Encomendei o caixote em
Outubro do ano passado. A amazon.co.uk
oferecia-a por dezanove libras: menos onze
do que custava nas livrarias do Reino Unido.
Só que custou mais imprimir e distribuir o
conjunto de cadernos e cartolinas, publicado
pela Jonathan Cape (que já foi uma editora
gloriosa) do que vendê-lo.
Durante dois meses, a amazon mandou-
me mails a adiar o envio de Building Stories,
protestando que a culpa não era dela.
Suspeito que a culpa era da editora, que
deve perder dinheiro com cada caixa.
Building Stories chegou só em Janeiro
deste ano. Era um presente para a Maria
João. Tanto ela como eu abrimos a caixa
e folheámos os panfl etos que contém.
Mas já estamos para além dos meados de
Março e nem ela nem eu lemos mais do
que pedacinhos do que está lá escrito e
desenhado. O caixote é um convite. Um
livro é um livro, por muito fragmentado
que seja: anteontem li, sem poder parar,
o romance disfarçado de digressões que é
Elizabeth Costello, escrito através de ensaios
coligados por J. M. Coetzee.
É bom poder ler o que é escrito para ser
lido. Senão...
Miguel Esteves CardosoAinda ontem
BARTOON LUÍS AFONSO
46 | PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013
A saúde não pode ser low cost
Ouvi, há tempos, um
interessante programa de
debate sobre o tema da saúde
em Portugal. Nele intervinham
admiráveis líderes de opinião.
Aquilo que nos vieram dizer é
que “tal como está, será difícil
aguentar”. Talvez “cortar
gorduras”, talvez “fazer pagar
uma parte ao utente”, etc., etc.
Todos nós, de uma forma ou de outra,
comentamos sobre os serviços de saúde,
damos “dicas”, exigimos. Mas, quanto a
cortes, teremos que admitir que a Saúde
não deve ser low cost, não se pode cortar
no conforto. O conforto faz parte do
tratamento. Não se pode, por exemplo,
levar a comida e a roupa de casa para o
hospital!
Foi no sentido de contribuir com
ideias para este debate, que é europeu,
que apresentamos à Comissão Europeia
um documento intitulado Fair Cost
Health Care. Trata-se de um contributo
português, subscrito por dois médicos e
um engenheiro, para um debate europeu e
nacional. Tivemos, também, o cuidado de
o enviar ao nosso Governo e à Assembleia
da República.
Este pequeno documento apresenta
seis áreas para baixar custos da saúde na
Europa, ao mesmo tempo que pretende
melhorar a qualidade. Seis áreas que
podem resumir-se em três pontos:
gestão de projetos, inovação disruptiva e
polimedicação.
A gestão dos projetos, em oposição
à atual “massifi cação”, parece trazer
racionalidade na gestão; a inovação
disruptiva traz poupanças de efi cácia
tecnológica; o controlo da polimedicação
benefi cia os doentes, diminui a poluição
do ambiente (águas e solos) e baixa,
grandemente, os custos. Em Portugal,
a título de exemplo, o consumo médio
per capita acima dos 65 anos é de sete
medicamentos (estudo feito, em 2010,
pela da Faculdade de Farmácia de
Lisboa). Como comparação, nos EUA, é
de 6,5 medicamentos, sendo esta situação
responsável por 28% dos internamentos
hospitalares.
Temos de ver que o mundo mudou muito
desde o pós-guerra, do qual saiu o modelo
social europeu com serviços de saúde
dependentes do Estado, gratuitos e de cariz
universal.
No mundo mais avançado estas
estruturas sofreram evolução. Há novos
paradigmas sociais, económicos, científi cos
e médicos, aos quais nos devemos adaptar.
O tema é tão extenso que hoje vou
concentrar-me, apenas, num aspeto, dado
que se debate o futuro do Serviço Nacional
de Saúde. Teremos que estar atentos às
experiências concretas que nos chegam
dos países mais avançados. Na Suécia, por
exemplo, onde mais se investiu no Serviço
Nacional de Saúde, é agora permitida
a liberdade de escolha, um designado
“sistema de saúde controlado pelo doente”
(Ministério da Saúde e dos Assunrtos Sociais
da Suécia, Agosto de 2009). Neste sistema
é dado ao utente a liberdade de escolher o
seu prestador, ou seja, o Governo atribui
aos cidadãos o direito de escolher o médico,
o hospital público ou privado, na utilização
da verba disponível para cada doente.
Ora, este sistema parece-nos muito
semelhante à nossa ADSE, que funciona e
tem uma experiência de muitos anos. Não
tem listas de espera, que é uma mais-valia,
tal como o sistema das Forças Armadas, da
GNR, da PSP. Alivia
o Serviço Nacional
de Saúde, torna os
seus utilizadores
mais responsáveis
pelos gastos.
O programa sueco
tem, ainda, quatro
pontos importantes,
passando
grande parte da
responsabilidade
para os cidadãos: o
doente deve obter
consulta, pelo
menos telefónica,
no próprio dia, a
espera máxima é
de sete dias e os
doentes deverão
ter acesso aos seus
dados clínicos pela
Internet. O Governo
suportará os custos
de ter informação
de qualidade para
o público em
geral, através de
uma página web, e
apoia a Comissão
Europeia a
incentivar o direito
dos europeus a
poderem tratar-se noutros países da União.
O plano eHealth da Comissão é, também,
apoiado, incluindo a receita eletrónica
entre diferentes países.
O ministro Göran Hägglung não é
nenhum inconsciente e nós portugueses
não somos menos que os suecos e os outros
cidadãos europeus. Temos, como diz o
nosso fi lósofo José Gil, “tendência a ver
só o que se passa à nossa porta” e a troika
também parece ter vistas curtas.
Cirurgião cardiovascular CEO da Iberia Advanced Healthcare Presidente da Altec – Associação de Laserterapia e Tecnologias Afins
Na Suécia, onde mais se investiu no Serviço Nacional de Saúde, é agora permitida a liberdade de escolha, um designado “sistema de saúde controlado pelo doente”
Debate Cortes na SaúdeAntónio Lúcio Baptista
A Bíblia hebraica revisitada
1. Assim como os fi lósofos
escreveram a Filosofi a grega,
também os profetas escreveram
a Bíblia hebraica. Eis o paralelo
que se pode estabelecer a partir
da revolução paradigmática dos
estudos exegéticos, sobretudo
protestantes de língua alemã,
relativos aos seus cinco primeiros
livros, o Pentateuco, revolução
essa que desencadeou a partir de 1975 e de
que dá fé, em língua acessível a latinos, o
livro organizado pelo suíço Albert de Pury,
Le Pentateuque en Question. Les origines et
la composition des cinq premiers livres de la
Bible à la lumière des recherches récentes,
Labor et Fides, 1989, em que colaboram
os principais obreiros desta renovação
espectacular.
2. Na Bíblia hebraica, além desses cinco
livros contando a pré-história lendária
dos antepassados Abraão e Moisés, segue-
se noutros cinco a história da monarquia
inaugurada por David (por volta do ano
1000 antes da nossa era tomou Jerusalém
e fez dela a sua capital) e que terminou em
587 com a derrota de Judá e Israel face aos
caldeus da Babilónia. Depois vêm os livros
dos grandes profetas, Isaías, Jeremias,
Ezequiel e mais uns tantos menores,
fortemente críticos da falta de justiça social
dos monarcas e que reclamam falar em
nome do próprio Deus de Israel, Yahvé.
Durante o século XX, pensou-se que, das
quatro redacções de que o Pentateuco é
composto, a primeira era do tempo do
rei Salomão, fi lho de David, a segunda
contemporânea dos profetas do século
VIII, a terceira o livro dito Deuteronómio
em grego, de cerca de 640, e a quarta já no
século V provavelmente, após a restauração
de Israel, na paz de vassalos que os persas
lhe garantiram entre vencerem os caldeus
em 539 até serem derrotados por Alexandre
em 331. Esta última mão fez o acabamento
do Pentateuco, a chamada Tora, a Lei de
Moisés que ainda hoje é lida solenemente
nas sinagogas.
3. O argumento fundamental da
revolução paradigmática é este: nenhum
dos Profetas fala de Abraão, de Moisés, da
saída do Egipto, da aliança e outorga dos
10 Mandamentos no Sinai, o que implica
necessariamente que os textos que contam
essas lendas foram escritos apenas depois
dos textos dos profetas, o primeiro dos
livros do Pentateuco sendo o Deuteronómio,
o tal de 640. Explica-se assim, exemplo
importante, que apareça por duas vezes,
no cap. 12 do Génesis e no início do Êxodo, a
fi gura antropologicamente impossível dum
Deus sem povo que escolhe um: primeiro o
seu antepassado Abraão, depois o seu líder
libertador Moisés; trata-se, pois, de uma
fi gura teológica, que é a grande invenção
profética, com o motivo da aliança – fabulosa
fi cção! – que Yahvé estabeleceu no deserto
com o povo mediante Moisés, outorgando os
10 Mandamentos; o Deuteronómio prossegue
com vários capítulos de leis que reformam
o sistema de culto e estabelecem um direito
comum cuja pérola é “que não haja pobre no
meio de ti” (cap. 15, 4): a lógica da aliança é
que, se o povo for fi el à justiça da prática da
lei, Yahvé garante-
lhe a paz face aos
inimigos. Esse texto
foi usado pelo rei
Josias para encenar
essa aliança (2.º livro
dos Reis, cap. 22-23),
tendo os Profetas
concluído que a
derrota de 587 veio
da infi delidade de
reis e povo.
4. Por que
é que essa cena-
fi cção se passa no
deserto? Havia já
três séculos e meio
de monarquia
em Israel, com
agricultura e muitos
usos e costumes
arreigados. A cena
passa-se antes
desses usos, no
deserto não há
agricultura, o
povo está como
que nu diante de
Yahvé: trata-se da
operação fi losófi ca
de redução da realidade social — um tipo
específi co da Bíblia — para deixar à vista
apenas a questão ética e espiritual da
aliança, deixar sobressair a origem divina
das leis que os profetas propõem. E é onde
se pode estabelecer um paralelo com os
fi lósofos, nomeadamente é possível fazer
Trata-se de fazer da separação entre o Céu e a Terra a medida ética quase infinita duma formidável reforma política da cidade dos humanos
Tribuna Filosofia e religiãoFernando Belo
PÚBLICO, DOM 17 MAR 2013 | 47
GIL COHEN MAGEN/REUTERS
uma comparação com a República de
Platão, mutatis mutandis: em ambos os
casos – formas ideais celestes e Yahvé – se
trata de fazer da separação entre o Céu e a
Terra a medida ética quase infi nita duma
formidável reforma política da cidade dos
humanos, cada um reinventando a origem
das suas respectivas sociedades: a origem
justa da polis no fi lósofo, o deserto ancestral
no profeta.
5. Tiro três consequências apenas: a)
Torna-se possível distinguir claramente
a Bíblia hebraica – a referência maior dos
judeus – do Antigo Testamento como
parte da Bíblia cristã, onde é apenas uma
“letra” que anuncia um “espírito”, o
Novo Testamento: letra esvaziada do seu
potencial ético-político, subordinada ao
novo “espiritual”. Ou à inglesa, without: a
Bíblia hebraica é a Bíblia com (with) o não
ter (out) o cristianismo. b) A revolução
paradigmática da exegese do Pentateuco
e as consequências fi losófi cas que lhe
acrescentei permitem retomar a primeira
frase deste texto: assim como os fi lósofos
escreveram a Filosofi a grega, também os
profetas escreveram a Bíblia hebraica.
E assim como se pode estimar Platão e
detestar o platonismo, creio ser possível aos
intelectuais judeus que não acreditam no
Yahvé do deserto procurarem, se quiserem,
uma base sólida nos seus antepassados
para se afi rmarem culturalmente. Foi esse
livro e a endogamia que ele preconizou
que permitiu a inverosímil aventura da
Diáspora, com tanta dor e perseguição.
c) Se for verdade que a Bíblia hebraica e
a Filosofi a socrática são os dois pilares do
pensamento ocidental, também para os
intelectuais ocidentais em geral pode ser
uma grande e saborosa novidade que os
alicerces desses pilares sejam dois textos
que pensam a cidade, busquem uma aliança
do pensamento com a justiça.
Filósofo (http://phenomenologiehistorique. blogspot.pt/, Prophètes et Philosophes)
Manter o curso
Após as eleições legislativas
na Itália, uma tese há muito
veiculada em determinados
quadrantes ganhou um
novo impulso: a de que foi
uma política de contenção
orçamental unilateral, imposta
de fora, e não os problemas
internos a conduzir a estes
resultados eleitorais; que este
“curso de austeridade“ teria sido agora
derrotado nas eleições; que o crescimento
se poderia produzir rápida e facilmente
através de programas de despesa,
fi nanciados pelo endividamento.
Esta visão das coisas é duplamente
errada. Em primeiro lugar, apesar das
difi culdades consideráveis, nos Estados
da zona euro particularmente afectados
pela crise foram eleitos precisamente os
Governos que prosseguiram com um sólido
curso de estabilidade nos seus países. Isto
aplica-se a Portugal e à Espanha, assim
como à Irlanda e à Grécia. Inclusivamente
o novo Governo de Chipre já anunciou
reformas estruturais. Mesmo na própria
Itália, Silvio Berlusconi acabou por apoiar
o curso das reformas de Mario Monti, ainda
que tarde e sem grande convicção.
Em segundo lugar, o binómio
“austeridade ou crescimento” pode ser
adequado enquanto argumento político,
mas não enquanto descrição de alternativas
reais. Quem alega que a consolidação e o
crescimento são conceitos contraditórios e
inconciliáveis, também parte do princípio
de que o crescimento só pode resultar de
novo endividamento. Contudo, sabemos
que há muito que as despesas do Estado
alimentadas a crédito podem apenas,
quando muito, acender um “fogo de
palha” conjuntural, mas não constituirão
certamente os fundamentos de uma
retoma sustentável. E mais, perante um
endividamento público sempre crescente,
mais cedo ou mais tarde chega o momento
da verdade, nomeadamente quando os
mercados, enquanto credores, perdem a
confi ança na sustentabilidade da dívida.
Não há nada pior para um Estado do que
enveredar pelo caminho de uma grande
dependência dos mercados fi nanceiros.
2013 poderá vir a ser o mais difícil ano
de crise para a Europa. É verdade que as
reformas começam a mostrar os primeiros
resultados. A confi ança voltou a crescer
nos mercados fi nanceiros, os défi ces
orçamentais e desequilíbrios dentro da
zona euro começam a regredir. Contudo, é
necessário tempo para que este prenúncio
de retoma chegue à economia real. Para
já, a zona euro continua em recessão.
Em alguns países, o desemprego jovem
aumentou para níveis insuportáveis.
De facto, na Europa encontramo-
nos perante a seguinte alternativa: ou
optamos por dar continuidade à nossa
política da tríade equilibrada composta
por solidariedade, crescimento através
de mais competitividade e consolidação
orçamental, ou voltamos a cair na velha e
malograda política do endividamento.
A última alternativa seria fatal, dado ser
indiscutível a existência de uma relação
entre uma política de fi nanças sólidas,
crescimento e emprego. Nos países em que
as regras da solidez não foram devidamente
respeitadas, regista-se hoje o maior nível
de desemprego, uma vez que ninguém
ali investe. Assim, quem recair no velho
padrão do endividamento não contribui
para melhorar nada, mas sim para cimentar
o desemprego em massa na Europa,
durante anos ou mesmo décadas.
Não existem atalhos, nem caminhos
fáceis para o aumento da competitividade,
ainda que o remédio seja frequentemente
amargo. Na
Alemanha também
passámos por
esta experiência.
Agora é decisivo
implementar a
mistura correcta
de reformas
coordenadas entre
si. Necessitam
de tempo, mas
resultam.
Mas tão
importante como
as reformas é não
perder a convicção
de que o remédio
funciona. Por esta
razão, a luta contra
o desemprego,
particularmente
a promoção do
emprego jovem,
tem agora de ter a
prioridade absoluta
na agenda europeia.
Estar desempregado
é uma tragédia
tanto para os
directamente
envolvidos como para a economia do
país. Nenhum Estado se pode permitir
desperdiçar a capacidade de trabalho e a
inspiração dos seus cidadãos.
As reformas para a modernização dos
mercados de trabalho e para a promoção
da mobilidade no mercado de trabalho
continuam a ser prioritárias. Fundamental
é também haver mais investimento na
formação e investigação. A Alemanha pode
ajudar neste âmbito, através de uma estreita
colaboração na formação profi ssional.
Como acontece na Alemanha, deveriam
ser fortemente incentivadas por toda a
Europa – através de um acesso mais fácil
O navio europeu encontra-se actualmente numa situação crítica. Os escolhos mais perigosos foram evitados, mas ainda não alcançámos o porto
GERARD CERLES/AFP
Tribuna União EuropeiaGuido Westerwelle
aos mercados de crédito – as empresas que
pretendem criar novos postos de trabalho.
Os bancos de fomento, como o Banco de
Investimento Europeu, têm aqui um papel
fundamental.
Em toda a Europa temos de ter uma
constante capacidade e disponibilidade
para encetar reformas. Obviamente que
este princípio também é válido para a
Alemanha. Conseguimos atravessar a crise
melhor do que alguns dos nossos parceiros
europeus e há muito tempo que não nos
posicionávamos tão bem como hoje. Isto
deve-se ao facto de termos levado a cabo
atempadamente reformas profundas e
dolorosas e de termos iniciado a política
de consolidação orçamental já no início
de 2010. Desta forma, evitámos cair no
turbilhão psicológico da crise.
Contudo, seria um grave erro pensar
que a Alemanha ganhou uma imunidade
permanente contra crises e que já não
necessita de mais reformas. Convém
relembrar que há pouco mais de 10 anos a
Alemanha ainda era considerada o “homem
doente da Europa”. Por isso, o Governo
federal aposta enfaticamente numa política
sólida de fi nanças públicas, inclusive um
orçamento federal equilibrado em 2014, e
aponta o seu rumo de reforma em direcção
a mais competitividade. Fortalecemos
igualmente a procura, o que favorece as
exportações dos nossos parceiros europeus
para a Alemanha, e oferecemos verdadeiras
perspectivas no mercado de trabalho
alemão para jovens europeus qualifi cados,
pois sabemos que, se os nossos parceiros
europeus estão numa situação difícil, a
prazo, também a economia alemã terá
difi culdades.
O navio europeu encontra-se actualmente
numa situação crítica. Os escolhos mais
perigosos foram evitados, mas ainda não
alcançámos o porto. Não podemos deitar
a perder o que foi recuperado em termos
de confi ança. Temos de reunir as forças
políticas por forma a prosseguir com o
curso da política de estabilidade. Porque
manter o curso trará o retorno.
Ministro alemão dos Negócios Estrangeiros
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ESCRITO NA PEDRA
“A chave de todas as ciências é inegavelmente o ponto de interrogação”Honoré de Balzac (1799-1850), escritor francês
I S S N : 0 8 7 2 - 1 5 4 8
DOM 17 MAR 2013
Contribuinte n.º 502265094 | Depósito legal n.º 45458/91 | Registo ERC n.º 114410 | Conselho de Administração - Presidente: Ângelo Paupério Vogais: António Lobo Xavier, Cláudia Azevedo, Cristina Soares, Miguel Almeida, Pedro Nunes Pedro E-mail [email protected] Lisboa Edifício Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte, 1350-352 Lisboa; Telef.:210111000 (PPCA); Fax: Dir. Empresa 210111015; Dir. Editorial 210111006; Agenda 210111007; Redacção 210111008; Publicidade 210111013/210111014 Porto Praça do Coronel Pacheco, nº 2, 4050-453 Porto; Telef: 226151000 (PPCA) / 226103214; Fax: Redacção 226151099 / 226102213; Publicidade, Distribuição 226151011 Madeira Telef.: 934250100; Fax: 707100049 Proprietário PÚBLICO, Comunicação Social, SA. Sede: Lugar do Espido, Via Norte, Maia. Capital Social €50.000,00. Detentor de mais de 10% do capital: Sonae Telecom, BV Impressão Unipress, Travessa de Anselmo Braancamp, 220, 4410-350 Arcozelo, Valadares; Telef.: 227537030; Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas, SA, Estrada Consiglieri Pedroso, 90, Queluz de Baixo, 2730-053 Barcarena. Telf.: 214345400 Distribuição Logista Portugal – Distribuição de Publicações, SA; Lisboa: Telef.: 219267800, Fax: 219267866; Porto: Telef.: 227169600/1; Fax: 227162123; Algarve: Telef.: 289363380; Fax: 289363388; Coimbra: Telef.: 239980350; Fax: 239983605. Assinaturas 808200095 Tiragem média total de Fevereiro 40.323 exemplares Membro da APCT – Associação Portuguesa do Controlo de Tiragem
Analista fala da batalha entre os candidatos a sucessores de Chávez p22/23
Região cumpriu metas, mas tem desafi os de ajuste, dizem Finanças p17
Instituição diz que pobreza aumentará e pede “urgente reforço de meios” p12
“Maduro não tem peso específico para ganhar, usa Chávez”
Madeira obrigadaa novas medidasde contenção
Cáritas pede mais apoio para emergências
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O PÚBLICO comemora mais um recorde
Pela primeira vez, o site do PÚBLICO lidera simultaneamente o ranking de visitas e pageviews entre jornais, rádios e televisões generalistas medidos pelo Netscope. Em Fevereiro, o PÚBLICO registou mais de 10,8 milhões de visitas e quase 52,8 milhões de pageviews. O PÚBLICO é há anos o líder em visitas. Com o novo recorde em pageviews ultrapassou o Correio da Manhã, que liderava em páginas visitadas. Esta semana, o site da Fugas ultrapassou os 100 mil fãs no Facebook. Para comemorar, lançamos um passatempo. Conte a sua história com um vinho e ganhe uma garrafa de vinho tinto Diálogo, de 2010, e uma entrada para duas pessoas no Adegga Summer Wine Market.fugas.publico.pt
Os primeiros dias do Papa Francisco em imagens
São sete fotogalerias e dezenas de vídeos que têm como
destaque o Papa Francisco, a comoção no Vaticano, em Roma, em Buenos Aires. As reacções no mundo.publico.pt/multimedia
Base de dados de doutoramentos em Portugal
Base de dados reúne os doutoramentos realizados ou reconhecidos em Portugal entre 1917 e 2010. publico.pt/multimedia/infografia/evolucao-dos-doutoramentos
OPINIÃO
Voltar à tradição
Desde o princípio do
liberalismo (digamos,
1820) que Portugal está
falido ou muito perto
disso. E antes também,
embora a coisa não fosse
tão visível. Mas dali em diante o
“escândalo” nunca mais parou.
“Escândalo” (entre aspas) porque
toda a gente sabia e ninguém
particularmente se importava.
De quando em quando, havia
uma bancarrota para animar
a festa e dar aos políticos um
pretexto para congeminarem um
pronunciamento ou um ameaço
Vasco Pulido Valente
de guerra civil. A vida normal era
esta, até Fontes Pereira de Melo
conseguir fazer aceitar os títulos
da dívida portuguesa na bolsa
de Londres; o que permitiu uma
certa tranquilidade durante 20
anos. De 1892 a Salazar (1928),
voltaram os velhos costumes com
muita pancadaria pelo meio, que
serviu de pouco e nos levou, sem
grande custo, a uma infi ndável
ditadura.
Como é que Salazar se arranjou
para fabricar o Portugal dos
Pequeninos? Muito facilmente:
com o Exército, a GNR, a polícia
de segurança e a polícia política
e, também, a partir de 1936, com
um mundo hostil à sua volta. Esta
obra, tão gabada pelos prosélitos
do regime, implicava a miséria
geral do país. Só que Salazar,
que vira essa miséria desde
que nasceu, não se preocupava
muito com ela. Na sua cabeça de
provinciano e de seminarista, a
miséria era um estado natural,
que não se devia perturbar; e
o “desenvolvimento” (como se
dizia) o princípio do caos e da
subversão. Sempre tenazmente
se opôs a qualquer espécie de
aventura que pudesse tornar
Portugal mais rico. Primeiro,
porque a estabilidade do regime
dependia da pobreza. E, segundo,
porque julgava que um país pobre
seria mais forte e com certeza
mais livre.
O “25 de Abril” queria corrigir
(e depressa) a injustiça do
“salazarismo” e queria, além
disso, em particular quando o
dr. Cavaco chegou a S. Bento,
“modernizar” Portugal. Por que
meios? Pelo aumento da receita
fi scal e pela dívida. Como se
calculará, a receita fi scal fi cou
muito aquém das necessidades da
“modernização” e, devagarinho,
os Governos começaram a
recorrer à dívida. E, como a
“modernização” é, por natureza,
contínua, a dívida acabou por
chegar a proporções que roçavam
a pura loucura. O sr. Gaspar,
que neste momento administra
este irresolúvel sarilho, não tem
muitas saídas (tirando uma fuga
rápida para Bruxelas). Excepto
se imitar o seu antecessor Silva
Carvalho, que numa situação
parecida deitou fogo ao Ministério
das Finanças. Mas com a Internet
é duvidoso que mesmo isso o
salvasse.
PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP