em tempo - 17 de março de 2013

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MÁX.: 32 MÍN.: 23 TEMPO EM MANAUS ANO XXV – N.º 7.945 – DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013 PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00 O JORNAL QUE VOCÊ LÊ A interferência humana que destrói a água gera atitudes para preservá-la A entrega do linhão de Tucuruí, que vai consolidar a esperada conexão de Manaus ao Sistema Interligado Nacional (SIN), está confirmada para maio com investimentos na ordem dos R$ 3 bilhões. Segundo a Eletrobras Amazonas Energia, a oferta de energia para Manaus vai mais do que dobrar passando dos atuais 1,6 mil megawatts (Mw) para 3,4 mil Mw e que a chegada da linha transmissora marca também a mudança da matriz energética de óleo diesel para gás natural. Economia B4 e B5 LINHÃO DE TUCURUÍ REPRODUÇÃO ESTÁ CHEGANDO REPRODUÇÃO FÓRMULA 1 ABERTA A TEMPORADA Os pilotos já estão no páreo para a edição 2013 do Mundial de Fórmula 1. Único brasileiro na competição, Felipe Massa está mais otimista este ano e promete subir ao pódio defendendo as cores da Ferrari. Última Hora A2 DOMINGO CATARATA Segundo o Conselho Brasileiro de Oſtalmologia, 65 milhões de brasileiros têm hipermetropia e 350 mil ficam cegos por catarata. Saúde F4 e F5 “OS PÁSSAROS” Clássico de Alfred Hitchcock (foto), vencedor do Oscar, completa 50 anos como um dos filmes de suspense mais badalados do cinema. Plateia D8 DIVULGAÇÃO ÁGUA LUXO PARA POUCOS O EM TEMPO faz um mapa da água em Manaus: os dramas de quem sofre com as torneiras vazias, as lutas pela preservação e conscientização para evitar que o líquido, um dia, se torne uma moeda que pode até mesmo gerar guerras. Dia a dia C2 a C6 Líder do Governo, Eduardo Braga defendeu que o Senado priorize a re- gularização da atuação de médicos es- trangeiros no Brasil. Contexto A2 Jorge Bergoglio disse que esco- lheu o nome Francisco por influência do cardeal brasileiro dom Claudio Hummes. Última Hora A2 Braga defende regularização de médicos Nome do papa foi ‘inspirado’ por brasileiro FRANCISCO ESTRANGEIROS RICARDO OLIVEIRA FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS.

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: EM TEMPO - 17 de março de 2013

MÁX.: 32 MÍN.: 23TEMPO EM MANAUS

ANO XXV – N.º 7.945 – DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00

O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

A interferência humana que destrói a água gera atitudes para preservá-la

A entrega do linhão de Tucuruí, que vai consolidar a esperada conexão de Manaus ao Sistema Interligado Nacional (SIN), está confi rmada para maio com investimentos na ordem dos R$ 3 bilhões. Segundo a Eletrobras Amazonas Energia, a oferta de energia para Manaus vai mais do que dobrar passando dos atuais 1,6 mil megawatts (Mw) para 3,4 mil Mw e que a chegada da linha transmissora marca também a mudança da matriz energética de óleo diesel para gás natural. Economia B4 e B5

LINHÃO DE TUCURUÍ

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ESTÁ CHEGANDO

REPR

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UÇÃ

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FÓRMULA 1ABERTA A TEMPORADA

Os pilotos já estão no páreo para a edição 2013 do Mundial de Fórmula 1. Único brasileiro na competição, Felipe Massa está mais otimista este ano e promete subir ao pódio defendendo as cores da Ferrari. Última Hora A2

D O M I N G OCATARATA

Segundo o Conselho Brasileiro de Ost almologia, 65 milhões de brasileiros têm hipermetropia e 350 mil fi cam cegos por catarata. Saúde F4 e F5

“OS PÁSSAROS”

Clássico de Alfred Hitchcock (foto), vencedor do Oscar, completa 50 anos como um dos fi lmes de suspense mais badalados do cinema. Plateia D8

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ULG

AÇÃO

ÁGUALUXO PARA

POUCOSO EM TEMPO faz um mapa da água em Manaus: os dramas

de quem sofre com as torneiras vazias, as lutas pela preservação e conscientização para evitar que o líquido, um dia, se torne uma moeda que pode até mesmo gerar guerras. Dia a dia C2 a C6

Líder do Governo, Eduardo Braga defendeu que o Senado priorize a re-gularização da atuação de médicos es-trangeiros no Brasil. Contexto A2

Jorge Bergoglio disse que esco-lheu o nome Francisco por infl uência do cardeal brasileiro dom Claudio Hummes. Última Hora A2

Braga defenderegularização de médicos

Nome do papa foi ‘inspirado’ por brasileiro

FRANCISCO ESTRANGEIROS

RICA

RDO

OLI

VEIR

A

FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS.

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A2 Última Hora MANAUS, DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013

Corpos são encontrados na ruaO pedreiro Zaqueu da Silva

Souza, de 28 anos de idade, foi morto com um tiro no tó-rax e ainda foi atropelado em seguida. O crime aconteceu por volta das 20h da última sexta-feira, na rua Israel, no bairro Nossa Senhora de Fá-tima, Zona Norte, local onde a vítima residia.

A polícia ainda não tem suspeitos para o assassina-to, mas trabalha na hipótese de terem sido duas pessoas envolvidas, após ouvir al-

gumas pessoas que moram próximo ao local do crime. Não há, inclusive, nenhuma associação da vítima com o tráfico de drogas até o mo-mento. Zaqueu sofreu múl-tiplos ferimentos, sobretudo nas regiões do peito e fígado. O caso está sendo investi-gado pela Delegacia Espe-cializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).

Já na manhã de ontem, po-liciais da DEHS encontraram um cadáver no chamado ra-

mal do Marapatá, no Distrito Industrial 2, Zona Leste. Por volta das 7h, a polícia foi acionada por populares que se depararam com o corpo no meio do caminho. Segundo informações dos investiga-dores, até o fim da manhã o corpo ainda tinha sido iden-tificado, mas trata-se de um homem com aparência de ter entre 40 e 45 anos de idade, 1,70 metro de altura e com várias tatuagens espalhadas pelo corpo. Há suspeitas de

queima de arquivo ou acerto de contas entre traficantes.

Outro corpo com caracte-rísticas semelhantes e igual-mente sem identificação foi encontrado por voltada das 23h de sexta-feira, na rua Nova Olinda, no bairro Santo Agostinho, Zona Oeste. Este foi vítima de arma de fogo e aparenta, segundo dados do Instituto Médico Legal (IML), estar na faixa entre 20 e 25 anos de idade e tinha 1,80 metro de altura.

VIOLÊNCIA

Frigorífico foi inaugurado ontem no bairro da Betânia pela Federação dos Pescadores do Amazonas (Fepesca) e terá capacidade para 650 toneladas

Entreposto deverá frear desperdício de pescado

Seiscentas e cinquenta toneladas de pesca-dos não consumidos poderão ser armaze-

nadas, a partir de hoje, no Entreposto de Pescado Frigo-rífico, da Federação dos Pes-cadores do Estado do Ama-zonas (Fepesca), inaugurado durante a manhã de ontem, na rua Cruzeiro, no bairro da Betânia, Zona Sul. Segundo o presidente da Federação dos Pescadores, Walzenir Falcão, na capital 20 toneladas de peixe são estragados e joga-dos fora diariamente, número capaz de alimentar em média mil famílias.

Entre 1995 e 1997 um

tipo de entreposto chegou a funcionar na capital com a liberação do governo federal, mas por falta de uma infra-estrutura e local fixo para os armazenamentos do pesca-do, o local foi fechado. “Com o apoio do governo do Estado, estamos concluindo o entre-posto que irá colaborar dire-tamente no armazenamento e distribuição dos pescados para a capital e uma boa par-te do município do interior”, explicou o presidente.

Além da inauguração do espaço, se iniciou a implan-tação do Serviço de Inspe-ção Estadual (SIE), para que os produtos que passarem no frigorífico cheguem com qualidade à mesa do con-sumidor. “Com implantação

do SIE, todo o pescado irá passar pelo processo de fis-calização do serviço da Vigi-lância Sanitária, gerando um certificado para todo peixe que for comercializado”, in-formou Falcão.

Antes da inauguração do Entreposto, Manaus conse-guia armazenar em média 90 toneladas. Com a nova es-trutura, a Fepesca inicia uma parceria para o fornecimento de merenda escolar para as escolas da rede pública de ensino, por meio do picadinho do pescado.

A nova estrutura também será base de estoque e até congelamento dos pesca-dos, caso os pescadores necessitem armazenar os peixes que não foram con-

sumidos ou vendidos. Este é o segundo frigorífico do Estado. O primeiro criado no município de Parintins (a 369 quilômetros da capital), hoje armazena cerca de 400 toneladas. Para Falcão, esse ato é apenas inicial, pois é necessária a ampliação dos frigoríficos e implantações de outros conforme a neces-sidade de todo o Estado.

De acordo com o pescador do município de Borba (a 151 quilômetros) Lino Santos, 48, o novo entreposto colaborará no desperdício e valores dos pescados. “Com o armazena-mento, o valor do pescado co-laborará com o consumidor, pois teremos uma forma de recompor conforme a deman-da solicitada”, disse.

ISABELLE VALOISEquipe EM TEMPO

Entreposto de Pescado foi inaugurado ontem no bairro da Betânia pela Fepesca, com capacidade para 650 toneladas de peixe

Cardeal brasileiro inspirou papa na escolha do nome

O argentino Jorge Mario Bergoglio disse, ontem, no primeiro encontro com jor-nalistas desde que assumiu a chefia da Igreja Católica Romana, que escolheu o nome papal de Francisco por influência do carde-al brasileiro dom Claudio Hummes, 78.

“Na eleição eu tinha a meu lado o arcebispo (emérito) de São Paulo e prefeito emérito da Con-gregação para o Clero, o cardeal Claudio Hummes, um grande amigo”, contou o novo papa. “Quando a coisa começou a ficar pe-rigosa, ele começou a me tranquilizar e, quando os votos chegaram a dois ter-ços, e aconteceu o aplauso esperado – pois, afinal, eu havia sido escolhido o papa, ele me abraçou, me beijou e disse “não se esqueça dos pobres”. Aquelas palavras entraram na minha cabeça: os pobres”.

Hummes e Bergoglio, 76 - ex-arcebispo de Buenos Aires-, foram ordenados cardeais juntos, por João Paulo 2º, em 2001. O bra-sileiro apareceu ao lado do argentino no momento em que ele foi apresentado como papa aos milhares de fiéis que aguardavam pelo anúncio, na praça de São Pedro, no Vaticano.

Na entrevista de ontem, o papa Francisco defendeu que a Igreja Católica seja “pobre e para os pobres”. Ele fez a declaração ao jus-tificar a escolha do nome, inédito na história, em ho-menagem a São Francisco de Assis. O novo pontífice chamou São Francisco de Assis de “homem dos po-bres, da paz e do amor”. “Como eu gostaria de uma igreja pobre, para os po-bres”, acrescentou. Ele ain-da disse que os assuntos da igreja são de cunho espiritual e que somente

colocando nessa perspec-tiva é possível perceber o trabalho da Igreja Católi-ca, pois eles não respon-dem a uma lógica “munda-na”. “Os eventos eclesiais não são mais complicados que os políticos e econô-micos”, afirmou.

“O protagonista é o Es-pírito Santo. Ele inspirou a decisão de Bento 16 (de renunciar) pelo bem da igre-ja, ele dirigiu a eleição dos cardeais”, concluiu.

Para se tornar o primeiro papa latino-americano da história, Bergoglio obteve ao menos 77 votos dos 115 cardeais de todo o mundo que participaram desde ter-ça-feira da semana passa-da do conclave. É também a primeira vez que o cargo é entregue a um jesuíta.

Agora como papa Fran-cisco, rezará sua primeira missa pública na próxima terça-feira, com a presen-ça de diversas autorida-des, inclusive a presidente Dilma Rousseff.

No dia anterior, ele re-cebe a presidente da Ar-gentina, Cristina Kirchner, na Casa de Santa Marta, onde o pontífice permanece hospedado antes de ocupar o Palácio Apostólico.

Encontro com Bento 16O papa Francisco almoça-

rá no próximo sábado com o pontífice emérito Bento 16 na residência apostólica de Castel Gandolfo, informou a assessoria de imprensa do Vaticano.

O porta-voz Federico Lombardi já antecipara a intenção do papa de visi-tar o seu antecessor, que ficará em Castel Gandolfo até o fim das obras de re-estruturação do mosteiro no interior dos muros do Vaticano, onde viverá após sua renúncia. Os dois já se falaram por telefone, após o conclave.

FRANCISCO

Começa a temporada de F-1Mais importante catego-

ria do automobilismo mun-dial, a Fórmula 1 chega à sua 64.ª temporada em plena forma. Seis campeões, que somam oito títulos, e nada menos do que dez vence-dores de corridas, ou quase metade do grid, começam a competição em 2013.

De certo que nem todos brigarão pelo título, mas tal-vez nunca em sua história a

Fórmula 1 tenha vivido um equilíbrio tão grande, pelo menos no que foi mostrado nos testes da pré-tempora-da. Red Bull, Mercedes, Lotus, Ferrari, McLaren e Mercedes devem brigar pelas vitórias desde o princípio. Williams, Force India e Sauber também podem chegar lá, dependen-do da situação.

No ano passado, nas sete primeiras corridas, foram sete

vencedores. A expectativa é que em 2013 a disputa fique ainda mais acirrada.

Apesar de todo o otimismo para mais uma temporada, o grid de largada – que seria definido ontem – foi adiado para hoje de manhã, no ho-rário da Austrália, às 21h de ontem, pelo horário de Brasí-lia, devido a forte chuva que caiu durante toda a tarde de ontem na cidade australiana

de Melbourne, impedindo o treino dos pilotos.

O início da temporada do Mundial de F-1 começa hoje na Austrália e a largada da prova está mantida para as 17h locais, 3h da madruga-da de domingo, no horário de Brasília.

Apesar da chuva que caía em Melbourne, a classificação chegou a ser iniciada, mas com meia hora de atraso.

AUTOMOBILISMODIVULGAÇÃO

IONE MORENO

O piloto Felipe Massa continua como uma das apostas da Ferrari

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Page 3: EM TEMPO - 17 de março de 2013

MANAUS, DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013 A3Opinião

Uma exigência estúpida em um concurso público da Polícia Civil da Bahia (exame ginecológico ou atestado de virgindade para candidatas a delegada, escrivã e investigadora) acabou chamando a atenção do governador Jaques Wagner (PT) que determinou a “imediata suspensão dos itens que possam causar constrangimento ou discriminação às mulheres”, um dia depois em que a seção baiana da OAB exigira em nota “que as mulheres se submetam a tamanho constrangimento é, no mínimo, discriminatório, uma vez que não tem qualquer relação com as atribuições do cargo, além de tornar mais oneroso o concurso para as candidatas do gênero feminino”, segundo o texto da Comissão de Proteção aos Direitos da Mulher da entidade.

A participação da OAB no episódio poderia ter cessado, com a mesma efi ciência, ao denunciar “que as mulheres se submetam a tamanho constrangimento é, no mínimo, discriminatório, uma vez que não tem qualquer relação com as atribuições do cargo”. A “sobrevivência cultural” do ma-chismo da sociedade brasileira está claro quando a entidade tenta fortalecer o argumento com a justifi cativa “além de tornar mais oneroso o concurso para as candidatas do gênero feminino”.

A questão é: o que não se exige de um homem, que se deva exigir de uma mulher? Não passou pelo texto da seção baiana da OAB o problema, nunca resolvido da igualdade de direitos entre os gêneros; preferiram-se generalidades “legalistas” – “tornar mais oneroso, para as candidatas do gênero feminino” etc., como se, ainda mais, pudesse haver “candi-datas” que não sejam do gênero feminino. Não é à toa que as bondades costumam estar viciadas por maldades muito antigas.

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected]

Para o projeto “Ciclofaixa” que vai fazer uma manifestação pacífi ca para clamar por justiça, em solidariedade ao ciclista David Santos Souza, que teve o braço decepado em um acidente, em São Paulo, no domingo passado.

Ciclofaixa Manaus

APLAUSOS VAIAS

Até quando O senador acrescentou que as

localidades atendidas são “as mais bem aquinhoadas do Amazonas”.

— Até quando esses brasilei-ros do interior do Estado vão esperar para ter saúde pública? – questiona o senador.

HipocrisiaEnquanto isso, os médicos co-

lombianos, bolivianos e peruanos estão praticando medicina no inte-rior da Amazônia ilegalmente.

— Mas se não fossem esses médicos, quem estaria prestan-do assistência médica a esse povo, que lá no interior da Ama-zônia protege um dos maiores patrimônios do Brasil? Esta hi-pocrisia precisa ser enfrentada – advertiu Eduardo.

Aqui e lá O líder do Governo defendeu

que o Senado priorize a regula-rização da atuação de médicos estrangeiros no Brasil.

E observou que a carência de médicos ocorre não apenas na Região Norte, mas também em pequenos municípios no Centro-Oeste e do Nordeste.

Pop star na fl orestaA notícia de que Elton John pediu

para cantar em Manaus, publicada na CONTEXTO, causou o maior alvoroço nos fãs do cantor.

Agora já pipocou uma notícia mais otimista ainda: a produtora XYZ Live, por determinação do próprio roqueiro, já está traba-lhando para organizar, em breve, uma nova turnê que contemple as duas cidades onde Elton John quer cantar: Fortaleza e Manaus.

I love BrazilElton John fi cou bastante feliz

com a receptividade do público durante a turnê pelo Brasil.

A turnê “40th anniversary of the Rocket Man já passou por

São Paulo, Porto Alegre, Brasília e Belo Horizonte.

Sem medo de votarO presidente da Assembleia

Legislativa, Josué Neto, disse que está disposto a avançar com a votação de projetos nas próximas sessões e observou que a intenção é que o plenário decida sobre todas as matérias, mesmo as mais polêmicas, como é o caso por exemplo, da extinção do voto secreto.

Nova alternativa Josué Neto garante, no entan-

to, que é da sua personalidade buscar o entendimento sempre que possível.

— Nossa conversa com os colegas é permanente. Assim tenho feito e vou manter esta postura no exercício da presi-dência –, garantiu.

Ferro no AmorimA 4ª Turma do Superior Tribu-

nal de Justiça rejeitou pedido do jornalista Paulo Henrique Amorim para suspender decisão da Justiça do Rio de Janeiro que o condenou a indenizar o banqueiro Daniel Dantas em R$ 250 milhões.

Reportagens Amorim foi processado pelas

reportagens publicadas no blog Conversa Afi ada, informou o por-tal Conjur.

“Maior bandido”Em dezembro de 2009, nota

veiculada no blog referiu-se a Dantas como “maior bandido do país”, “banqueiro bandido”, “miserável” e “orelhudo”.

O banqueiro pediu indenização, que em primeira instância foi jul-gada improcedente.

AbusoPorém, o TJ-RJ condenou o

jornalista por considerar que a

publicação “abusou” do direito de informar.

Reduzir custosOs funcionários da prefeitura

serão treinados para reduzir custos nas operações logísticas realiza-das pelos órgãos do município.

LogísticaA função de reduzir gastos fi cará

a cargo da Fundação Escola de Serviço Público Municipal e In-clusão Socioeducacional (FESPM) que, na segunda-feira (18) dará início ao curso de “Logística em Administração Pública”.

Diga lá, leitorLeitor telefona para CONTEXTO

para mandar uma dica ao prefeito Arthur Neto.

Segundo ele, existe uma área abandonada entre a Itamaracá e o prédio antigo da prefeitu-ra – inclusive com casarões –, que dá para alojar centenas de camelôs e aliviar, fi nalmente, o centro da cidade.

PedaladaDomingo é dia de bike.A Prefeitura de Manaus, por

meio da Secretaria Municipal de Desporto, Lazer e Juventude (Sen-dej) realiza neste domingo, 17, das 7h às 11h, a primeira edição do projeto “Ciclofaixa”.

A ideia é liberar dois quilômetros da avenida Getúlio Vargas, para que os ciclistas possam passear pelo centro da cidade.

Justiça e pazDurante o “Ciclofaixa”, os ci-

clistas farão uma manifestação pacífi ca em prol da vida.

Por justiça e paz, enfatizando o caso do David Santos Souza, que teve o braço decepado em um acidente, em São Paulo.

Para o deputado-pastor Marco Felicia-no, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara, que soltou outra pérola racista : “Vou tratar homossexuais e negros como pessoas normais”.

Marco Feliciano

O senador Eduardo Braga (PMDB-AM) elogiou o Programa de Valorização do Profi ssional da Atenção Básica (Provab), do Ministério da Saúde.

Provab é o programa que assegura residência médica a profi ssionais que se compro-metem a atuar no interior.

Braga lamentou, no entanto, que a adesão, no Amazonas, tenha ocorrido em apenas 11 dos 33 municípios incluídos no programa.

“Esta hipocrisia precisa ser enfrentada”

HUDSON FONSECA DIVULGACAO

[email protected]

Quando até a defesa é preconceito

João Bosco Araújo

Diretor Executivo do Amazonas EM

TEMPO

Eleito o novo papa, com o sugestivo e grato nome do Po-verello de Assis, Francisco, as expectativas mundiais, de fiéis e não fiéis, são incontáveis. Há, entretanto, um ponto, amplo e muito pouco definido, em que mais se concentram as ânsias de quantos se sentem no aprisco da Igreja e mesmo dos outros tantos que dele se excluem: o novo Pontífice vai honrar o seu título e construir novas pontes para ligar a Igreja ao seu povo? Vai sacudir o pó e o bolor dos velhos tempos, arejar a insti-tuição e trazê-la para os novos tempos da modernidade?

Tais expectativas, se esmiuça-das e lidas na sua interioridade, trazem questões concretas e muito particulares: a Igreja vai adotar critérios relativistas e ajustar-se a uma moral que considera autoritário e precon-ceituoso tudo aquilo que se opõe aos desejos e apetites humanos? Vai, então, recomen-dar o uso irrestrito dos meios anticoncepcionais? Vai admi-tir e homologar o casamento homossexual? Vai aprovar as pesquisas de células-tronco em-brionárias? Vai aceitar a prática da eutanásia em pacientes ter-minais? Vai ordenar sacerdo-tisas? Eliminar o celibato dos sacerdotes? São questões como essas que têm levado muitas pessoas a aplicar o rótulo de retrógrada ou anacrônica à Igre-ja Católica.

Na verdade, uma primeira dis-tinção é básica e fundamental: nas questões que envolvem apenas disciplina e objetivos apostólicos o comando da Igre-ja pode introduzir alterações, acrescentar ou eliminar normas que venha a considerar con-venientes ou inconvenientes.

Assim, a ordenação exclusiva de sacerdotes é apenas uma tradição, embora apoiada no fato histórico de que Jesus Cris-to ordenou somente homens como seus apóstolos. O celibato é norma disciplinar instituída tardiamente e que pode ser revogada. O Concílio Vaticano 2º alterou muitas coisas, até na liturgia, como a obrigação do uso exclusivo do latim nos atos cerimoniais.

Quando, porém, se passa ao plano dogmático e doutrinário, não é de se esperar que o Santo Padre queira, até porque não po-deria, alterar ou excluir o que se estabeleceu “ex-catedra”, pois assim incorreria na mutilação do que há de “católico” e fun-damental na Igreja.

Só como exemplo, se o ato sexual, em todo o reino animal, é essencialmente ligado à re-produção, pois é por ele que se juntam as duas sementes que vão germinar, por que somente na espécie humana poderia ele ser totalmente desvinculado da procriação? É claro que o prazer sexual é legítimo, como é claro que há razões que justifi cam a contra-cepção, desde que não abortiva, dentro da ética da Igreja.

Os homossexuais se inserem no corpo da Igreja, como parte do rebanho, mas aplicar-lhes o sacramento do matrimônio, que é algo diferente e distante da homologação civil, nunca será possível. Necessário, pois, que todos entendamos que a Igreja não é uma sociedade civil como qualquer outra, que se adapte às contingências mundanas. Ela é uma Igreja e, assim, se sustenta em uma doutrina que, ao mesmo tempo, é humana e teológica, que não pode ser negada por ela mesma.

João Bosco Araú[email protected]

João Bosco Araújo

Até onde pode ir o papa

[email protected]

Charge

A ordenação exclusiva de sacerdotes é apenas uma tradi-ção, embora apoiada no fato histórico de que Jesus Cristo orde-nou somente homens como seus apósto-los. Celibato é norma disciplinar instituída tardiamente que pode ser revogada. O Concílio Vaticano 2º alterou muita coisa, até na liturgia”.

Sem constrangimentosA Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo

passou a emitir o cartão do SUS (Sistema Único de Saúde) com o nome social usado por travestis e transexuais.

Sem constrangimentos 2O documento é válido para qualquer serviço

público de saúde no Estado. A medida, segundo a secretaria, permite que

este público seja atendido sem passar por cons-trangimentos.

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Page 4: EM TEMPO - 17 de março de 2013

A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013

FrasePainelVERA MAGALHÃES

Governistas compareceram em peso à reunião da Comissão de Meio Ambiente e Fiscalização do Senado, na quarta-feira, para derrubar requerimento que convocava Marcos Valério para falar sobre o mensalão.

A oposição ironizou a ofensiva da base aliada, que superlotou o auditório em alguns minutos:Dirigindo-se ao presidente da comissão, Blairo Maggi (PR-MT), o tucano Flexa Ribeiro (PA) pediu:- Vossa Excelência poderia colocar em todas as reuniões da comissão um requerimento convidando

ou convocando o Marcos Valério. Aí garantimos quórum!

De camarote Irritado com o governo federal devido à perda de receita dos royalties de petró-leo, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), não fez nada para dissuadir o publicitário Re-nato Pereira, que o acompanha desde 1998, a fechar acordo com Aécio para fazer os programas de TV do PSDB.

Liberou geral Aliados de Ca-bral lembram que Dilma e Lula também não impediram que João Santana, marqueteiro da dupla, pilotasse comerciais que apresentaram Lindbergh Farias (PT) como candidato ao governo do Rio, contra o peemedebista Luiz Fernando Pezão.

Carvão De um oposicionista, diante da desenvoltura com que Eduardo Campos (PSB) articula sua pré-candidatura à Presi-dência: “Ele está parecendo aquele cara que chega ani-mado ao churrasco, é o centro das atenções, faz piada, mas queima a largada antes de a carne ser servida”.

Apetite Alheio ao risco de superexposição, o pernambuca-no, que semana passada passou três dias entre Brasília, Rio e São Paulo, será estrela de jan-tar que o senador Jarbas Vas-

concelos (PMDB) organiza na capital federal com dissidentes do PMDB.

Afi nidades O ex-senador Jor-ge Bornhausen (PSD), adversário histórico do PT e de Lula, tem conversado com frequência com Campos e feito a ponte nos cada vez mais frequentes contatos do socialista com o empresariado.

Freio A agência reguladora paulista contratou empresa para auditar os investimentos da Sabesp antes de decidir se acolhe a revisão da tarifa, que traria impacto ao consumidor a partir de agosto. O contrato entre a empresa e a prefeitura, de 30 anos, prevê injeção de R$ 16 bilhões.

Redução... Preocupado com o desgaste da medida, Alckmin estuda saída menos onerosa com sua equipe. Auxiliares do tucano defendem a pulverização desse índice adicional em até quatro anos.

... de danos Alegando des-conhecer o processo, a prefei-tura pediu prazo para submeter o tema ao comitê gestor dos serviços de água e esgoto da capital. Na próxima sexta-feira,

contudo, o Estado deve dar seu veredicto.

Revanche Com a indefi nição para a vaga de Carlos Ayres Brit-to, petistas ligados ao ex-presi-dente Lula passaram a defender que Dilma nomeia um penalista para o STF. Um dos mentores da ideia é o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos.

Revanche 2 Segundo inter-locutores, um especialista em direito penal ajudaria a dar cele-ridade ao processo do mensalão mineiro, prioridade do PT após julgamento do escândalo nacio-nal durante a eleição municipal de 2012.

Café... Com a ida de Anto-nio Andrade (PMDB-MG) para o Ministério da Agricultura, Dilma vitamina a oposição a Antonio Anastasia (PSDB) e abre pers-pectiva de atrair o agronegócio do Estado, sobretudo cafeicul-tores.

... no bule O setor é alinhado a Aécio Neves, mas depende da pasta para negociar linhas de crédito. “É a chance de a presidente avançar num setor em que o PT é visto como inimigo”, diz um aliado.

Quem paga a conta?

Contraponto

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

Palavra mágica

Tiroteio

DO MINISTRO DO ESPORTE, ALDO REBELO, em alusão às piadas associando a escolha de Jorge Mario Bergoglio à histórica rivalidade entre Brasil e Argentina.

Tudo bem que o novo papa é argentino. Mas todos sabemos que Deus é brasileiro, e a Copa do Mundo será nossa, com certeza. Ao escolher o nome Francisco

o papa, mais que um nome in-dicou um caminho, um jeito de ser, uma visão de Igreja. Temos dois importantes Franciscos na história da Igreja, o de Assis e o Xavier. O de Assis aponta para a renovação da Igreja a partir da pobreza assumida como identifi cação radical com Jesus de Nazaré e da solidariedade com os pobres e os excluídos nos quais encontramos, vemos e acolhemos este mesmo Jesus. A pobreza leva ao reconhecimento de que tudo é dom e que louvor e gratidão são atitudes funda-mentais na vida cristã.

Ao mesmo tempo este caminho gera fraternidade, companhei-rismo e libertação. Não é por acaso que Francisco é um nome tão comum entre nós, e que as pessoas olhem para o santo ven-do nele um irmão, um exemplo, um intercessor. O caminho de Francisco continua a ser percorri-do por homens e mulheres que se identifi cam com o seu carisma, com seu jeito de ser e de seguir Jesus na alegria da identifi cação com ele, no serviço aos outros e na fraternidade universal. Se a Igreja quiser se renovar e evan-gelizar de um modo novo, cer-tamente o caminho e o método de Francisco de Assis continuam atualíssimos.

O mundo de hoje não é o de são Francisco, mas os valores fundamentais da vida humana continuam os mesmos. A felici-dade humana depende mais das relações que estabelecemos uns com os outros e com o ambiente que nos rodeia do que dos bens que possuímos ou do poder que nos é dado ou que conquista-mos. O outro Francisco, o Xa-vier, era jesuíta como o novo papa. Discípulo e companheiro

de Inácio de Loyola que deixou os estudos e a carreira univer-sitária para ser missionário na Ásia. Sua preocupação maior era anunciar Jesus Cristo e inserir todas as nações na Igreja. É o padroeiro dos missionários e até hoje inspira homens e mulheres a ultrapassarem fronteiras por amor a Jesus Cristo.

Muito se tem falado de crise na Igreja nos últimos dias. Crises podem ser benéfi cas se levarem a mudanças que fazem amadu-recer e crescer, tanto pessoas como instituições. Crises exigem renovação, avaliação de estrutu-ras que se tornaram obsoletas, mas crises exigem muita cora-gem, ousadia e criatividade para serem superadas. Para quem tem fé, crise exige santidade. Santi-dade não é perfeição, que é um atributo divino. Santidade para o cristão é o seguimento de Jesus, é assumir a cruz de cada dia, e deixar-se transformar num outro Cristo. Os dois Franciscos foram homens que renovaram a Igreja de seu tempo.

O nosso coração está cheio de esperança de que o papa Francisco ajude a Igreja a se renovar voltando para aquilo que é essencial, abandonando estru-turas que não servem mais, e anunciando com alegria mas com radicalidade o Reino de Deus que já está entre nós, mas que ainda não se realizou plenamente. Que ele nos ajude a todos a sermos mais santos, o único caminho se-guro, e a contribuição maior que podemos dar a uma humanidade tão necessitada de sentido, de justiça e de paz. Quantos brasi-leiros receberam este nome de seus pais, ou agradecendo uma graça recebida, ou pela devoção ao santo, ou simplesmente por-que o nome é bonito.

Dom Sérgio Eduardo [email protected]

Dom Sérgio Eduardo Castriani

Dom Sérgio Eduardo

CastrianiArcebispo Metropo-

litano de Manaus

O mundo de hoje não é o de são Fran-cisco, mas os valores fun-damentais da vida humana continuam os mesmos. A felicida-de humana depende mais das relações que esta-belecemos uns com os outros e com o ambien-te que nos rodeia do que dos bens que possuímos ou do poder que nos é dado”.

Francisco, o nome é o programa

Olho da [email protected]

Três motivos fazem com que esse povo se aglomere sob o teto (um dos raros que não foram trocados por assadeiras de zinco) desse ponto de ônibus no centro da cidade: a chuva, o ônibus que atrasa e essa sanfoneira, cujo trabalho diário é tornar a espera mais suportável

Eu já dei um toque na presidente. Quando a burrice, ou a loucura, ou a irresponsabilidade vai muito longe, de repente, sai um sanea-

mento. Nós provavelmente estamos no limite desse período

Jorge Gerdau, chefe da Câmara de Gestão da Presidência, entende que o Brasil precisa “trabalhar com meia dúzia de ministérios ou coisa desse tipo”

e não com as 39 pastas existentes na administração da presidente Dilma Rousseff . “A burrice de criar mais

ministérios está no limite”.

DIEGO CAJÁ

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

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Governistas compareceram em peso à reunião da Comissão de Meio Ambiente e Fiscalização do Senado, na quarta-feira, para derrubar requerimento que convocava Marcos Valério para falar sobre o mensalão.

A oposição ironizou a ofensiva da base aliada, que superlotou o auditório em alguns minutos:Dirigindo-se ao presidente da comissão, Blairo Maggi (PR-MT), o tucano Flexa Ribeiro (PA) pediu:— Vossa Excelência poderia colocar em todas as reuniões da comissão um requerimento convidando

ou convocando o Marcos Valério. Aí garantimos quórum!

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Page 5: EM TEMPO - 17 de março de 2013

MANAUS, DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013 A5Política

Rateio do FPE será a nova polêmica do CongressoIgual como a distribuição dos royalties do petróleo, Estados não querem perder recursos federais oriundos do fundo

A polêmica do rateio so-bre o Fundo de Parti-cipação dos Estados (FPE) deve se esten-

der por pelo menos mais 4 anos no Congresso Nacional, uma vez que Câmara e Senado ainda não chegaram a um consenso sobre novas regras de partilha destes recursos federais. Para garantir que os Estados não sejam preju-dicados, o senador Walter Pi-nheiro (PT-BA), apresentou um substitutivo – reunindo todos os projetos de leis referentes ao tema – que garante aos Estados o mesmo valor ab-

soluto recebido em 2012 até 2017 por sugestões de outros parlamentares. A votação da matéria está marcada para a próxima terça-feira.

Entretanto, esta medida se configura como paliativa, pois ao término do prazo, as alte-rações deverão ser cobradas novamente pelo Supremo Tri-bunal Federal (STF).

Em fevereiro de 2010, o STF, entendeu que a distri-buição do recurso oriundo da União era feita de forma inconstitucional aos Estados brasileiros e, assim determi-nou que até 31 de dezembro do ano passado fossem feitas alterações para corrigir a in-constitucionalidade. Como os

congressistas não atenderam a esse prazo, ingressaram com uma liminar no Supremo pedindo a extensão da data por mais 150 dias.

De acordo com estudos fei-tos pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em março de 2012, os Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oes-te recebem 85% do recurso, enquanto o Sul e o Sudeste ficam apenas com 15%. O fundo é composto de 21,5% da receita de dois impostos: o de renda (IR) e o de Produtos Industrializados (IPI).

O deputado federal Car-los Souza (PSD) disse ao EM TEMPO que a imposição do Supremo para que o cálculo

do rateio seja atualizado parte principalmente dos Estados que recebem menos e defende que o substitutivo seja votado, “pois o Amazonas não pode ser prejudicado”. “Vamos vo-tar essa proposta, se não os

Estados não vão conseguir so-breviver, temos que olhar para o nosso Estado”, explicou.

Francisco Praciano (PT) afirmou que a proposta do senador baiano é temporária, mas que possibilita uma maior discussão para a reforma do rateio do FPE, ao mesmo tempo em que atende as exi-gências do STF. “A medida é provisória, mas dá tempo para que sejam realizadas discus-sões mais aprofundadas para que se chegue a uma solução definitiva”, contou.

Praciano enfatizou ainda que os Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste são os grandes consumidores dos produtos de São Paulo, por

exemplo, e que para ele se configura o motivo pelo qual não existe injustiça na distri-buição, quando se fala nas regiões brasileiras.

A proposta de Pinheiro ga-rante o mesmo valor de distri-buição de 2012 aos Estados. A diferença é que somente o excedente que for recolhido via FPE, será rateado até o final de 2014, com base em dois critérios: proporcional a 50% da população e inversa-mente proporcional a 50% da renda domiciliar per capita. Isso deixa claro que após o prazo de 2017 deverá ser apro-vada outra lei, caso contrário, o que for decidido na próxima semana deverá continuar.

SARA MATOSEquipe EM TEMPO

ANDRÉ CORREÂ/SENADO

O analista do Tesouro da Secretaria do Estado da Fazenda (Sefaz), Rodol-fo Bentes, explicou ao EM TEMPO que mesmo depois da Constituição Federal de 1988, a repartição dos tri-butos do Fundo de Partici-pação dos Estados (FPE) continuou a ser distribuído da forma antiga, por essa razão o STF questionou a inconstitucionalidade da distribuição do fundo.

Bentes disse ainda que a questão recebe o mes-mo tom da discussão dos royalties - que teve o veto da presidente Dilma Rous-seff derrubado na semana passada, fazendo com que os Estados recebam de for-ma igualitária os recursos oriundos da exploração do petróleo. “A grande ques-tão é a divisão para os Estados. Qualquer modifi-cação deve ser muito bem pensada, pois, por exemplo, se futuramente forem aca-tados os critérios que Rio

de Janeiro e São Paulo pre-ferem, o Amazonas sairá prejudicado”, destacou.

Atualmente o Estado que mais se beneficia do recur-so é a Bahia, com 9,39% do total do FPE recebido, que corresponde a um valor de

R$ 4,65 bilhões ocupan-do o 1˚ lugar no ranking de recebimento.

O Amazonas recebe um percentual médio que cor-responde a 2,79% fazendo com que sua posição seja de 18˚ na distribuição.

Distribuição é questionada

PROVISÓRIANa próxima terça-fei-ra, o Senado deverá votar o substitutivo do senador Walter Pinhei-ro (PT-BA), que cria uma medida paliativa sobre a distribuição do Fundo de Participação dos Estados até 2017

RECURSOSAtualmente, o Estado do Amazonas recebe um percentual médio do FPE que correspon-de a 2,79%, o equi-valente a R$ 1,383 bilhão, alcançando a 18ª posição no ranking de distribuição

Sul e Sudeste recebem menosRanking Estados Valor/Reais Percentual1˚ Bahia 4, 657bilhões 9,39%2˚ Ceará 3,636 bilhões 7,33%3˚ Maranhão 3,577 bilhões 7,21%4˚ Pernambuco 3,42 bilhões 6,9%5˚ Pará 3, 029 bilhões 3,11%6˚ Paraíba 2, 373 bilhões 4,78%7˚ Minas Gerais 2, 207 bilhões 4,45%8˚ Tocantins 2, 151 bilhões 4,34%9˚ Piauí 2, 141 bilhões 4, 32%10˚ Rio G.do Norte 2, 07 bilhões 4,17%11˚ Alagoas 2, 061 bilhões 4,15%12˚ Sergipe 2, 059 bilhões 4, 15%13˚ Acre 1, 695 bilhão 3,42%14˚ Amapá 1, 691 bilhão 3,41%15˚ Paraná 1, 429 bilhão 2, 88%16˚ Goiás 1, 409 bilhão 2,84%17˚ Rondônia 1, 395 bilhão 2,81%18˚ Amazonas 1, 383 bilhão 2,79%19˚ Roraima 1, 229 bilhão 2,48%20˚ Rio G. do Sul 1, 167 bilhão 2,35%21˚ Mato Grosso 1, 143 bilhão 2,30%22˚ Rio de Janeiro 757 milhões 1,52%23˚ Espírito Santo 743 milhões 1,49%24˚ Mato G. do Sul 660 milhões 1,33%25˚ Santa Catarina 634 milhões 1,27%26˚ São Paulo 495 milhões 0,99%

Deputado disse que proposta do substitutivo é temporária

AGÊNCIA CÂMARA

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Page 6: EM TEMPO - 17 de março de 2013

A6 Política MANAUS, DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013

PSDB mineiro defi ne seu candidato a governador

Presidente estadual, qua-dro político respeitado no PSDB nacional, e sobretu-do homem de confiança do presidenciável Aécio Neves, o deputado Marcus Pestana é o favorito na curta lista de tucanos para disputar a sucessão do atual gover-nador Antonio Anastasia, em Minas Gerais. O atual governador não pode pleite-ar novo mandato porque já foi reeleito em 2010, após assumir no lugar de Aécio Neves, em 2009.

Um gestorMarcus Pestana se re-

velou como gestor público no governo Aécio Neves, quando exerceu o cargo de secretário de Saúde.

Bico grandeGraças às suas acuradas

análises políticas, o deputa-do federal Marcus Pestana logo se transformou num tucano de alta plumagem.

ReaproximaçãoO governador de Alago-

as, Teotônio Vilela (PSDB), e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), andam conversando sobre 2014.

Como um timeO deputado Giovani Cheri-

ni (PDT-RS) disse que é “do time da Dilma” e apoia sua decisão em trocar ministro do Trabalho.

Desafi o é recuperar Se-cretaria de Aviação Civil

A demissão de Wagner Bittencourt da Secretaria de Aviação Civil é uma tentativa da presidente Dilma de romper a letar-gia de um setor que será posto à prova nos grandes eventos, como o Congresso

Mundial da Juventude e a Copa do Mundo. Político ex-periente, o ex-governador do Rio, Wellington Moreira Franco, assume o cargo com o desafio de fazer a presidente Dilma esque-cer a gestão medíocre de Bittencourt.

Como disse?A deputada Benedita da

Silva (PT-RJ) exagerou: escreveu que “o gover-no tem compromisso de eliminar igualdades de gênero (sic)”.

Fantasma na redeO próximo governo da Ve-

nezuela vai manter a conta de Hugo Chávez no Twitter, para manter acesa a chama do mito embalsamado.

Quem te viuAté os petistas conside-

ram um erro da presidente Dilma começar a demitir a turma de Eduardo Campos. Preferem o entendimento.

Ah, a políticaO Planalto registrou a ini-

ciativa de Eduardo Campos fazendo as pazes com Cid e Ciro Gomes, que foi con-vidado a coordenar o plano de governo após afirmar que o presidenciável não tem estrada nem estofo.

Chefe irritadaA presidente Dilma cha-

mou o ministro Paulo Ber-nardo (Comunicações) e disse, sem meias palavras, que sua viagem a Barcelona deveria ter sido evitada. Ele foi participar de uma feira de telecomunicações.

A sem-boquinhaA ex-prefeita de Forta-

leza Luizianne Lins anda revoltada com Dilma. Sem boquinha em Brasília, vol-tará a dar aulas em 1º de

abril na Universidade Fe-deral do Ceará, onde não aparece há uns dez anos.

EntregueA potiguar Rosalba Ciar-

lini entregou metade do governo ao PMDB de Henri-que e Garibaldi Alves, para tentar salvar sua reeleição. Se até o fim do ano não melhorar a imagem, Gari-baldi será o candidato.

Vida ou morteCinco moradores de Oru-

ro, cidade natal do presi-dente da Bolívia, se crucifi-caram contra o projeto de batizar o aeroporto local de “Evo Morales”. A greve contra a medida já dura quase duas semanas.

Difícil composiçãoO senador Jáder Barbalho

(PMDB) condiciona seu en-gajamento na reeleição de Dilma ao apoio do PT a seu filho Helder, para o gover-no. Petistas locais fazem sinal da cruz com horror: “Vade retro!”

Muy amigosO deputado Francisco

Praciano (PT-AM) pediu au-diência pública na Câmara para apurar denúncias de que a Guarda Nacional de Venezuela assalta e extor-que turistas brasileiros.

FissuraA ONG Instituto de Bio-

ética, Direitos Humanos e Gênero deveria ter ende-reço e telefone em seu site e explicar a pesquisa sobre “igualdade sexual na imprensa a partir das fis-suras narrativas”.

Pensando bem......o Brasil agora tem três

adorados Chicos: o do Vati-cano, o Buarque de Hollan-da e o Anísio.

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

O direito não pode fi car sujeito a um esta-do de perecimento”

MINISTRO LUIZ FUX, sobre a necessidade de o STF agilizar o julgamento dos royalties

PODER SEM PUDOR

A burocracia avançaO então ministro Helio Beltrão, com-

batente contra a burocracia, certa vez perdeu a paciência com o excesso de órgãos públicos:

- Por que não juntam a Suvale (Superintendência do Vale do São Francisco) e Sudeco (Supe-rintendência do Centro Oeste) e criam a Suvaco?

Um assessor do ministro da Des-burocratização não deixou por menos:

- O perigo, ministro, é eles criarem a Supe-rintendência Rural do Baixo Amazonas, a Suruba.

O deputado federal Eduardo Azeredo (à esq.) relatou a lei na Câmara que recebeu seu nome

No ano passado, o Congresso Nacional aprovou duas leis que tipifi cam crimes virtuais: a Azeredo e a Carolina Dieckmann

Marco civil da internet vai compor as leis atuais

JOSÉ CRUZ/ABR

Embora duas leis que tipifi cam crimes na internet tenham sido aprovadas pela

Câmara no ano passado (12.735/12 - Lei Azeredo e 12.737/12 - Lei Carolina Die-ckmann), deputados e espe-cialistas apontam que ainda é necessário aprovar a propos-ta de marco civil da internet (PL 2126/11, do Executivo) para facilitar a apuração da autoria dos crimes.

A proposta, que está na pau-ta do plenário, prevê que os provedores de internet guar-dem os chamados logs (dados de conexão do usuário, que incluem endereço IP, data e hora do início e término da conexão) por um ano. Como as empresas responsáveis pelo serviço de conexão mantêm cadastros dos internautas, normalmente são capazes de identifi car, pelo endereço IP, quem é o usuário.

A legislação de crimes ciber-néticos não contém a previsão de guarda de logs, pois foi acordado com o governo que a obrigação constaria do marco civil. “Isso faz parte do acordo parlamentar que fi zemos, para garantir a aprovação das leis”, explica o deputado Eduardo Azeredo (PSDB-SP), relator na

Câmara do projeto que gerou a Lei 12.735/12.

Dados de navegaçãoPara o advogado especia-

lista em direito digital Rena-to Ópice Blum, o marco civil também deveria obrigar os provedores de conteúdo (ou

seja, os donos de sites) a guardar os registros de acesso dos usuários aos sites e a aplicativos. A proposta apenas faculta aos provedores man-ter esses registros, o que só será obrigatório no caso de ordem judicial. Com isso, na visão do advogado, a investi-gação da autoria dos crimes será difi cultada.

Essa também é a visão do procurador Marcelo Caiado, chefe da Divisão de Seguran-

ça da Informação da Procu-radoria Geral da República. “Precisamos do registro de quem acessou o quê, a que horas”, afi rmou o procurador. “Só assim conseguiremos co-locar os criminosos digitais na cadeia”, completou.

“É preciso aperfeiçoamento legislativo para identifi car to-dos os usuários de internet”, defende ainda o deputado De-legado Protógenes (PCdoB-SP). Além disso, Protógenes acredita que todas as posta-gens na web, sejam em redes sociais, sites ou blogs, devam ser identifi cadas.

PrivacidadeJá o relator do marco civil,

deputado Alessandro Molon (PT-RJ), ressalta que os dis-positivos têm o objetivo de garantir a privacidade da na-vegação. “O marco civil prevê que o sigilo e a privacidade da navegação sejam a regra; a exceção será a quebra desse sigilo, por ordem de juiz, au-torizando isso”, afi rma.

O delegado Carlos Miguel Sobral, chefe do Serviço de Repressão a Crimes Ciber-néticos da Direção-Geral da Polícia Federal, também des-taca a importância de manter a privacidade na internet.

LEGISLAÇÃOAs leis entram em vigor no dia 2 de abril. Mas, especialistas acreditam que, mesmo com a evolução, difi -cilmente, alguém vai ser condenado com base nas duas medidas legais

Mesmo considerando as novas leis de “crimes ci-bernéticos” uma evolução, Marcelo Caiado e Ópice Blum criticam as baixas penas previstas no texto. “Difi cilmente alguém vai ser condenado”, criticou o advogado. Já o deputado Protógenes acredita que as leis de crimes cibernéticos aprovadas são muito su-cintas, com poucos crimes previstos. “Essas leis não solucionam o problema”,

opinou. A Lei 12.737/12 (Lei Ca-

rolina Dieckmann) tipifi ca os seguintes crimes: inva-são de computadores para obter vantagem ilícita; fal-sifi cação de cartões e de documentos particulares; interrupção ou perturbação de serviço telegráfi co, te-lefônico, informático, tele-mático ou de informação de utilidade pública.

Já a Lei 12.735/12 (Lei Azeredo) inclui um novo dis-

positivo na Lei de Combate ao Racismo (7.716/89) para obrigar que mensagens com conteúdo racista sejam reti-radas do ar imediatamente, como já ocorre atualmente em outros meios de comu-nicação, como radiofônico, televisivo ou impresso.

Protógenes defende que as mais de 40 propostas sobre crimes na internet que ainda estão em análi-se na Câmara tramitem de forma unifi cada.

Penas previstas são baixasA burocracia avança

O então ministro Helio Beltrão, com-batente contra a burocracia, certa vez perdeu a paciência com o

Um assessor do ministro da Des-burocratização não deixou por menos:

- O perigo, ministro, é eles criarem a Supe-

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MANAUS, DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013 A7Com a Palavra

Ao assu-mirmos em 2010 en-contramos uma univer-sidade muito desgastada do ponto de vista de credibilidade. tínhamos provas anu-ladas (...). E acredito que as coisas melhoraram”

Em 2010, a Universida-de Federal do Amazo-nas (Ufam) teve a sua primeira reitora em

cem anos de história. A dou-tora Márcia Perales Mendes Silva assumiu o cargo com a expectativa de virar uma pági-na na história de uma das uni-versidades mais importantes do país. Formada em serviço social, Márcia ingressou na Ufam em 1986, vinculando-se ao Departamento de Serviço Social, do Instituto de Ciên-cias Humanas e Letras (ICHL), como docente em regime de dedicação exclusiva.

Dentre as funções que as-sumiu destacam-se: a chefia do Departamento de Serviço Social, a coordenação do co-legiado do curso de serviço social, do estágio supervisio-nado e do Núcleo de Documen-tação, Pesquisa e Extensão em Serviço Social; presidência da Comissão de Revisão do Projeto Pedagógico do curso de serviço social, da seleção pública do Programa de Pós-graduação em Sustentabili-dade na Amazônia; integrou a comissão de seleção pública para doutorado do Programa de Pós-graduação Sociedade e Cultura na Amazônia; e foi vice-coordenadora do Progra-ma de Pós-Graduação Natu-reza e Cultura da Amazônia da Universidade do Amazonas (2001-2002).

No fim do mandato, Márcia

tem a vontade de querer fazer mais, por isso, tenta a reeleição ao cargo de reitora da universidade na chapa “A Ufam sempre melhor”. Em entrevista ao EM TEMPO, a reitora fala das expecta-tivas para buscar um novo mandato, dos projetos de expansão para universidade e dos planos, caso consiga vencer a eleição.

EM TEMPO – Quais são as principais dificuldades atualmente na Ufam?

Márcia Perales – Nosso maior desafio é perseguir com tanta ênfase a excelên-cia acadêmica no compro-misso social. Isso exige um comprometimento de todos os segmentos. Crescemos muito. Atualmente a univer-sidade é composta por 35 mil pessoas, estamos inte-riorizando nossa excelência. E acredito que nossa principal dificuldade é continuar se-guindo nesta direção. Nossa missão é fomentar os saberes nas diversas áreas e formar competência técnica de ex-celente qualidade. Ao mesmo tempo temos que preparar cidadãos em sua plenitude.

EM TEMPO – E caso a senhora seja reeleita para o cargo, quais são as suas propostas de melhoria de investimentos?

MP – Quero criar uma

universidade que possa ser amazônica, que ajude a iden-tificar e solucionar proble-mas. Nossas propostas são um conjunto de princípios que foram elaborados tendo como referência um plano de traba-lho. Queremos consolidar uma política de inovação tecnoló-gica e intelectual, extensão universitária. Atingimos um milhão de pessoas com suas ações e temos um orçamen-to direcionado. Nosso desafio será olhar com muita atenção para a política indigenista. Queremos também criar um melhor programa de capaci-tação continuada. Os cursos de pós-graduação também terão um papel fundamental. Hoje, através de um esforço institucional temos 49 cur-sos de especialização, mas a maioria ainda está no conceito 4. Em novembro do ano pas-sado foi lançado um programa de investimentos chamado de “Programa de Apoio a Consoli-dação e Avanço da Pós-Gradu-ação” (PACPG), onde a meta é a excelência. Acreditamos que iremos atingir esse potencial. Isso começou na nossa gestão, mas precisa ser continuada. Em 2006, implantamos 34 cursos de graduação no inte-rior do Amazonas. Atualmente, temos 10 mil alunos nas uni-versidades do interior. Agora temos que nos fortalecer.

EM TEMPO – Além desses

projetos já citados acima. Quais os investimentos para a regionalização da Ufam?

MP – Já avançamos muito, mas é preciso mais. No interior temos problemas para captar e fixar mão de obra. Muitos professores vão para o interior e só passam dois meses, mas se o professor tiver capacida-de de se aperfeiçoar será um incentivo. Isso tem um diferen-cial grande na carreira. Que-remos continuar trabalhando para que as condições sejam melhores no interior.

EM TEMPO – Como a cha-pa “A Ufam sempre melhor” vai fazer para melhorar a imagem da universidade perante a sociedade?

MP – É fato que ao assu-mirmos em 2010 encontra-mos uma Ufam muito des-gastada do ponto de vista de credibilidade. Tínhamos pro-vas de vestibulares anula-das, concursos invalidados, uma presença excessiva de órgãos de controle dentro da universidade, e investi-mos muito na melhora desse quadro para que a institui-ção recuperasse esse brilho. E acredito que as coisas melhoraram. Hoje, a Uni-versidade Federal do Ama-zonas (Ufam) está próxima da sociedade e a tendência é que o quadro da imagem só melhore.

Márcia PERALES

‘Vamos perseguir A EXCELÊNCIA acadêmica’

Nosso maior desafio é perseguir com tanta ênfase a excelência aca-dêmica no compromis-so social. Isso exige um comprometimento de to-dos os segmentos. Cres-cemos muito. A Ufam tem 35 mil pessoas”

FOTOS: JOEL ROSA

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Page 8: EM TEMPO - 17 de março de 2013

A8 Política MANAUS, DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013

Mesmo com medi-das que incenti-vam o aumento da participação

feminina na política e uma legislação eleitoral que exige dos partidos uma cota de 30% destinada à candidatura de mulheres, o número de repre-sentantes do sexo feminino no Executivo e nos parlamentos do Amazonas tem ficado bem abaixo das expectativas. Se comparada às eleições muni-cipais de 2012 com a anterior, a de 2008, os números mos-tram uma representatividade bem tímida.

Um exemplo disso é o nú-mero de prefeitas do inte-rior eleitas ano passado em relação às que se elegeram em 2008: cinco contra seis, respectivamente. No quadri-ênio 2008-2012, seis mu-nicípios do Amazonas eram comandados por mulheres: Atalaia do Norte, Boca do Acre, Japurá, Santa Isabel do Rio Negro, Ipixuna e Pauini. No ano passado, somente cinco foram eleitas para comandar as prefeituras de Novo Airão, Jutaí, Benjamim Constant, Ipi-xuna e Pauini, esta última foi reeleita, Maria Barroso da

Costa (PMDB). Apesar de uma participação

pequena, o interior tem avan-çado em relação à presença feminina em cargos eletivos ou majoritários em relação à capital, Manaus, que nunca teve um chefe do Executivo municipal do sexo feminino. Inclusive, as câmaras mu-nicipais dos 61 municípios amazonenses também têm

conseguido emplacar suas representantes. Dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM) mostram que no ano passado, o interior elegeu 79 vereadoras contra 61 re-gistradas no pleito de 2008.

Apesar do número significa-tivo, muitas câmaras munici-pais do interior que contavam com a participação de verea-doras na última legislatura,

agora são representadas ex-clusivamente por homens, como é o caso das Câmaras de Envira, Urucurituba, Rio Preto da Eva e São Paulo de Olivença, que tinham entre uma e duas parlamentares cada e atualmente não pos-suem mais representantes do sexo feminino.

Além disso, há câmaras mu-nicipais, como a de Manicoré, Juruá, Itamarati, Eirunepé e Apuí, que não possuem mu-lheres parlamentares há bas-tante tempo. Já a Câmara Municipal de Manaus (CMM), manteve o número de seis vereadoras eleitas nesta le-gislatura, o mesmo de 2008. A diferença é que algumas parlamentares são novatas na casa, como a professora Jac-queline (PPS), Therezinha Ruiz (DEM) e Rosi Matos (PT).

No cenário federal, a ban-cada amazonense em Brasília, composta por 11 parlamenta-res, possui, atualmente, uma única representante do sexo feminino: a senadora Vanes-sa Grazziotin (PCdoB), já que Rebecca Garcia (PP), se li-cenciou do mandato federal para dirigir a Secretaria de Estado de Governo (Segov). Na Assembleia Legislativa do Estado (Aleam), de 24 deputa-dos, apenas 2 são mulheres.

Número de mulheres na política ainda é tímidoLegislação determina uma cota de 30% para candidaturas femininas, mas o reflexo nos parlamentos mostra dificuldades

A senadora Vanessa Grazziotin é a única representante do sexo feminino na bancada federal Para a vereadora Socorro Sampaio, a eleição da presidente Dilma Rousseff foi um avanço

WALDEMIR BARRETO/AGÊNCIA SENADO DIEGO JANATÃ

Para o presidente muni-cipal do PMDB, vereador Marcel Alexandre, a questão de uma maior participação da mulher na política é um debate amplo. “Os manda-tos são do povo, a população feminina é a maioria no Amazonas, mas os homens continuam sendo o número maior na política. O PMDB acompanha a vontade do povo, no nosso partido elas têm o seu espaço, não há resistências”, disse.

O vereador Marcelo Se-rafim (PSB), que preside o Diretório Regional da legen-da, disse que o partido vem trabalhando medidas para o aumento de candidaturas femininas, mas que não tem sido fácil. Segundo ele, as mulheres não gostam de política. “Nós trabalhamos para que essa participação aumente, mas a gente per-cebe que a maioria ainda não gosta de política. Nas próximas eleições quere-mos pelo menos três can-didatas”, destacou.

No PT, segundo o depu-

tado estadual José Ricardo, tem-se iniciado uma políti-ca interna para aumentar a participação feminina. “Hoje, os partidos têm uma cota de 30% que deve ser preenchida com candidatu-ras femininas, e isso foi o

PT quem iniciou. Agora, o partido decidiu internamen-te que aumentará isso para 50%, ainda não vale para a lei eleitoral, mas esse é o objetivo”, explicou.

Para a vereadora Socor-ro Sampaio (PP) a repre-

sentatividade feminina na política é ainda baixa, mas ressaltou que houve avan-ços importantes nos últimos anos, principalmente após a eleição de Dilma Rousseff como presidente do Brasil. “Temos que movimentar as casas legislativas. Será que ainda acreditam mais nos homens? Pelo número de representantes mulheres é o que parece”, disse.

Para o antropólogo e co-ordenador do Núcleo de Po-lítica e Cultura da Universi-dade Federal do Amazonas (Ufam), Ademir Ramos, o que falta são investimen-tos para uma participação igualitária da mulher. “Hoje, as mulheres estão sendo usadas pelos partidos como buchas de canhão. O fun-do destinado às siglas tem capacidade de investir e envolver mais consciente-mente as mulheres nessa representatividade. Eles só as usam para justificar a legalidade do processo elei-toral e isso não contribui para o desenvolvimento”.

Partido diz trabalhar ‘medidas’

Nós trabalhamos para que essa par-ticipação aumente, mas a gente per-

cebe que a maioria ainda não gosta de

política

Marcelo Serafim,presidente estadual do PSB

PARTICIPAÇÃOO Amazonas possui hoje cinco prefeitas; 85 vereadoras (inte-rior e capital); duas deputadas estaduais; e uma senadora. A única deputada federal, Rebecca Garcia, está licenciada do mandato

SARA MATOSEquipe EM TEMPO

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EconomiaCa

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[email protected], DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013 (92) 3090-1045Economia B4 E B5

Linhão de Tucuruí confi rmado

IONE MORENO

Itacoatiara entra na rota dos grandes investimentosApós ganhar terminal de abastecimento de combustível, município espera anunciar em breve dois grandes empreendimentos

Terceira maior eco-nomia do Amazonas, superado somente por Manaus e Coari,

o município de Itacoatiara (a 176 quilômetros da capital) voltou a ser o centro de atração de novos negócios do Estado. A inauguração de um terminal de abaste-cimento de combustível, na semana passada, colocou a “Velha Serpa” na rota dos investimentos por parte de empresas de grande porte. “Por possuir uma localiza-ção geográfi ca privilegiada, Itacoatiara tem consegui-do atrair investimentos, em especial, em negócios relacionados às atividades portuárias”, afi rma o prefei-to de Itacoatiara, Mamoud Amed Filho.

O administrador revela, sem entrar muito em de-talhes, que o município re-ceberá em breve mais dois empreendimentos “fortes”. Sem divulgar o nome, ele apenas conta que o aporte de dinheiro virá de dois gru-pos multinacionais que atu-am no setor portuário. “Com os novos empreendimentos,

Itacoatiara se tornará um polo econômico muito im-portante para a região”,

enfatiza o prefeito.

FerroviaO vice-governador do

Amazonas, José Melo, des-taca que o governo tem planos para transformar Itacoatiara em um impor-tante centro de logística do Estado. “O Amazonas tende a crescer muito por conta de sua riqueza. Por este e outros motivos, o Estado projeta para o fu-turo dois grandes portos, sendo um deles em Itaco-atiara, que será em breve de fato o grande porto de Manaus”, comenta.

José Melo acrescenta ain-da que dentro deste cenário, o governo estuda a possi-bilidade de construir uma ferrovia entre Manaus e Ita-coatiara, que possibilitasse o transporte de mercadorias e produtos desembarcados nos portos do município até a capital amazonense. “A instalação em Itacoatiara de grandes empresas como a Equador Log é um indicador muito forte de que estamos certos em nossa projeção”, salienta o vice-governador.

ReceitaOs investimentos previs-

tos para Itacoatiara vão ele-var a receita do município, que hoje é de R$ 10 milhões, conforme Mamoud Amed Fi-lho. Ele não soube precisar em quanto a arrecadação irá crescer.

Porém, o EM TEMPO ve-rifi cou que a atual receita poderá dobrar, em especial, com o aumento do reco-lhimento do Imposto sobre Serviço (ISS), cuja cobrança é de 5% sobre o faturamento das empresas. A Equador Log, por exemplo, segundo o diretor-presidente do Grupo Dislub Equador, Humberto Carrilho, movimentará mais de R$ 3 bilhões por ano.

Somente a empresa de navegação Hermasa da Amazônia, que transporta milhares de toneladas de soja anualmente, inclusive, para o exterior, deixa hoje em torno de R$ 120 mil por mês para Itacoatiara, se-gundo informações do pre-feito do município. “Todos os afl uentes do Amazonas de-sembocam em Itacoatiara, o que favorecer a atração de investimentos sólidos para o município”, avalia Mamoud Amed Filho.

ANWAR ASSIEquipe EM TEMPO

Atividade madeireira em decadência

Enquanto os inves-timentos no setor portuá rio se expandem em Itacoatiara, o polo madeireiro, que já foi de grande importância para a economia do mu-nicípio, apresenta sinais de decadência. Confor-me explica o prefeito Mamoud Amed Filho, fatores como a rigidez da legislação ambiental e as mudanças do mer-cado internacional con-tribuíram para a queda da atividade, que chegou a empregar em torno de 3,5 mil pessoas. “A voca-ção de Itacoatiara era a madeira. Porém, esse tempo passou”, conta.

Segundo ele, a recei-ta proveniente da ati-vidade madeireira só perdia para os repasses governamentais. As ma-deireiras representam mais de 40% de todas as indústrias instaladas em Itacoatiara.

A chegada de novos investimentos na área portuária deverá desen-cadear a expansão de ou-tros setores da economia de Itacoatiara como ser-viços, turismo e o hote-leiro. O município possui hoje o terceiro maior Pro-duto Interno Bruto (PIB) do Amazonas, atrás de Manaus e Coari. Madeireiras “dominaram” por anos economia de Itacoatiara

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RICARDO OLIVEIRA

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B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013

No vale-tudo político das negociações da reforma fis-cal proposta pela União, mais uma vez, a Zona Franca de Manaus se descobre no curral caprino de onde emergirá o bode da expiação. É sempre assim em tempos de solavan-cos e de incertezas, precipita-ções e improvisações fiscais, para esconder ou mitigar os estragos que decorrem dessa escassez crônica de planeja-mento na política econômi-ca adotada pelo país. E os incentivos do modelo ZFM, de forma crescente e peri-gosamente temerária, ficam novamente expostos ao bom-bardeio de praxe. Dessa vez, parece inevitável que a dis-cussão chegue ao Congresso com a força de retaliação que os Estados, tolhidos de suas faculdades fiscais para atrair investimentos, irão adotar por meio de suas representações. Será esta a gota que falta pro desfecho da festa? O momen-to é propício para retaliações, promover acusações algumas apressadas outras desmedi-das, especialmente na direção de quem tem dificuldades de se defender. É previsível, pois, que a Zona Franca de Manaus

volte à berlinda da expiação. Justamente na hora em que a economia não decola, a infla-ção bate com alarde à porta da bravata, e não há avanço substantivo no conjunto de medidas, alopradas e focadas ou ditadas pelo viés eleitoral. Basta ver a renúncia fiscal dos itens da cesta básica que, em vez de reduzir, faz aumentar o preço do arroz, do jabá, do feijão...

É nesse contexto que im-porta indagar sobre o de-sempenho de nossa bancada, jamais tão alheia e despre-parada, para defender a so-cioeconomia da Zona Franca de Manaus: suas demandas de infraestrutura, qualifica-ção, agregação de valor pela inovação e desoneração bu-rocrática, para alcançar a pos-sível independência de suas vantagens fiscais e compen-sações locacionais. Quem é capaz de responder quanto custa cada um dos 115 mil empregos do Polo industrial de Manaus à luz dos bilhões que o governo federal está deixando de arrecadar? Por que tantos privilégios se em outros Estados, por muito me-nos, as empresas geram um

volume muito mais abundan-te de tributos e ocupação? Estes questionamentos já se ensaiam entre os parlamen-tares do Sudeste do país, e até entre os vizinhos, cujos estados serão proibidos de diferenciar a própria alíquota para atrair investidores? Em que medida saberemos equa-cionar a contundência desse questionamento, a provoca-ção de sua ambiguidade e as interpretações capciosas de suas deduções?

Cabe, por isso, e em nome de nossa habilidade e pudor, retomar o debate de uma ava-liação criteriosa do modelo ZFM, já em curso na mídia e no debate parlamentar, mais uma vez, para destacar o papel de Manaus no desequilíbrio da balança comercial brasileira e, mais grave ainda, de contri-buir pela “desindustrialização” dos investimentos nacionais. As entidades locais já se espe-cializaram em responder aos acusadores e proponentes da intervenção. São ações coe-rentes, porém, rigorosamente inócuas, à vista das opiniões cristalizadas e decisões já tomadas em torno das saí-das que implicam rever para

esvaziar o modelo ZFM. “O inf erno são os outros”, dizia o filósofo Jean-Paul Sartre, para ilustrar a incapacidade do indivíduo de olhar para si mesmo no âmbito de suas relações. O inferno sartreano, aliás, é a vida sem interrupções na claridade eterna, fatores de perpetuação da falsa ordem e da proibição da mudança. É insano, pois, não rever os fatos nem aventar o salto das transformações.

Cumprimos neste momen-to um século do fracasso da economia do látex, do des-fecho melancólico das folias que regalaram o Ciclo da Borracha. E a história tem todos os requisitos para se repetir. Agora como farsa e tragédia de uma só vez caso não sejam tomadas medidas drásticas de auditoria, ava-liação e mudanças robustas de planejamento. Alguns ges-tores e lideranças empresa-riais se mostram refratários à tarefa, fruto provável de um conservadorismo vesgo e acomodado de alguns inves-tidores ou de seu alheamento e descomprometimento com as limitações do modelo, os riscos de sua dependência

fiscal, defasagens tecnoló-gicas e indiferença às reais vocações de bionegócios que descrevem a região. Não esperemos que parta de quem propõe soluções autocráticas a responsabili-dade de propor sucedâneos. Em lugar do silêncio com as omissões federais de prover infraestrutura, virtual conse-quência do agrado em torno da generosidade fiscal do modelo, é preciso justificar as vantagens fiscais com avanços sociais, interiori-zação dos benefícios, dos investimentos em cadeias e arranjos produtivos com os insumos naturais. Esta semana os alunos da Uni-versidade Estadual fizeram passeatas – acredite se qui-ser - por falta de professo-res em inovação tecnológica, justamente o fator, maior entre todos, de promover, via educação, o imperativo da transformação, substan-tiva e definitiva, jamais le-nitiva, como tem sido e é fácil e inevitável perceber e fazer perecer.

(*) Alfredo é filósofo e ensaísta

Alfredo MR Lopes [email protected]

Alfredo MR Lopes

Filósofo e ensaísta

Cabe, por isso, e em nome de nossa habi-lidade e pu-dor, retornar o debate de uma avalia-ção criterio-sa do mo-delo ZFM, já em curso na mídia e no parlamento

ZFM, o imperativo da transformação

Zonas Norte e Leste estão ‘na mira’ das construtorasÁreas periféricas de Manaus, além da região metropolitana, possuem potencial para receber novos empreendimentos

A expansão das constru-ções verticais em Ma-naus e em seu entorno deve continuar em alta,

impulsionada por novos empre-endimentos em áreas que antes estavam “longe” de receber esse tipo de investimento. Conforme os especialistas do setor, as zonas Norte e Leste, além da Região Metropolitana de Manaus, estão na mira das construtoras, que até então concentravam seus proje-tos nas zonas Centro-Sul, Centro-Oeste e Oeste da cidade.

Uma das grandes apostas é a avenida das Torres, que corta várias zonas e tem um grande potencial de negócios para as empresas locais. “A avenida das Torres é uma alternativa para o trânsito, ligando diversos bairros e localizada numa área estratégica da cidade, onde está prevista a construção de empreendimentos grandes, inclusive de um novo sho-pping center”, afirma o consultor de imóveis Geovani Viana.

A construção de condomínios horizontais e casas em condo-mínios fechados é um atrativo importante para a expansão do setor imobiliário na avenida das Torres. Os bairros planejados do local são uma grande saída para quem busca lotes de 200 metros quadrados a partir de R$ 60 mil.

O diretor comercial da Bra-sil Brokers, Marcos Ramos, que presta consultoria para grandes incorporadoras do país, costuma medir o crescimento do mercado manauense baseado no crescente número de universidades particu-lares. “Há quem diga que estamos saturando o mercado com no-vos empreendimentos, porém eu discordo. As faculdades formam todos os anos trabalhadores ca-

pacitados para as mais diversas áreas. São jovens que muito em breve irão adquirir suas casas e apartamentos. Existem hoje mais jovens nas universidades que apartamentos vazios para se morar em Manaus”, avalia.

Tradição Alguns bairros tradicionais de

Manaus como Vieiralves, Parque 10, Adrianópolis, Aleixo e Pon-ta Negra continuarão a receber novos investimentos, embora exista hoje uma oferta alta de

apartamentos vazios prontos para quem quer morar nesses lugares. Porém, de acordo com o diretor da Indústria Imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas, (Sinduscon-AM), Newton Veras, as construções que mais irão contribuir para o crescimento do setor são aparta-mentos de R$ 100 mil a R$ 300 mil localizados principalmente no bairro de Flores e Parque das Laranjeiras. “Por conta da proximi-dade com o centro da cidade e da boa infraestrutura dessas regiões que têm escolas, bancos e ruas bem urbanizadas, com iluminação e sistema de esgoto, as constru-toras optam por investir nesses lugares porque têm a certeza de retorno” frisa.

As cidades da Região Metropolitana de Manaus (RMM) próximas à capital têm sido vista como uma “mina de ouro” para o setor imobiliário. Para o empre-sário da construção civil, Ricardo Bezencry, a cidade de Iranduba (a 27 quilôme-tros de Manaus) apresenta características que favore-

cem novos investimentos. Segundo ele, a construção da ponte Rio Negro contribui para a expansão do setor para o município vizinho. “Eu penso que o maior vetor de crescimento imobiliário dos próximos anos será Irandu-ba devido às características geográficas. Os terrenos são planos e com preços ainda

muito atrativos. Hoje pode-se chegar a Iranduba com mais facilidade do que ir e vir todos dias da Zona Leste para o centro de Manaus” salienta Benzecry.

Com o grande número de ofertas, o diretor do Sindus-con, Newton Veras, alerta que é preciso muito cuida-do na hora de adquirir um

imóvel. “As documentações devem estar todas corretas para que você não venha ter problemas com a Justiça. Vá-rias construtoras compram terrenos que não possuem todas as licenças necessá-rias para a construção e fi-cam se arrastando na Justiça por meses e até anos, geran-do prejuízos”, ressalta.

RMM oferece oportunidades de negócios

Conforme especialistas, por cortar várias zonas da cidade, avenida das Torres será uma das principais apostas dos empresários

BRUNO MARZZOEspecial EM TEMPO

NÚMEROS

60é o valor minímo pago por lotes de até 200 metros quadrados na avenida das Torres

MIL REAIS

MARCELO CADILHE/ARQUIVO EM TEMPO

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B3EconomiaMANAUS, DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013

Comércio debate falta de qualificação no setor Empresários vão realizar reunião, na próxima semana, para buscar soluções que estimulem a capacitação dos empregados

Essencial para o cresci-mento profissional, os cursos de capacitação são relegados a um

segundo plano pelos empre-gados do comércio em Manaus. Segundo os lojistas, apesar do grande número de oportunida-des para se qualificar, a falta de interesse por parte da mão de obra é generalizada.

O assunto é tão grave que empresários e entidades re-presentativas do setor comer-cial vão se reunir na próxima terça-feira (19) para avaliar e encontrar soluções para a falta de interesse dos funcionários. Além de mostrar o leque de cursos e produtos oferecidos pelo Serviço Social do Comér-cio do Amazonas (Sesc-AM) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Amazonas (Senac-AM), o intui-to do encontro é identificar as demandas e necessidades dos empresários do segmento de bens, serviços e turismo.

No entendimento do pre-sidente da Câmara dos Di-rigentes Lojistas de Manaus (CDL-Manaus), Ralph Assayag, a falta de interesse nos cur-sos de capacitação é um dos gargalos que atravanca o de-

senvolvimento da atividade co-mercial em si. Ele salienta que os programas de treinamento, por mais apurados que sejam, não têm efeito automático sobre as pessoas envolvidas, principalmente quando se trata do desenvolvimento de compe-tências comportamentais.

Assayag disse, ainda, que em Manaus as maiores empresas investem entre 10% a 15% do

faturamento anual para manter a qualidade do serviço. “No ano passado, o comércio capacitou em torno de 11 mil pessoas. Para este ano, a estimativa é que 13 mil trabalhadores sejam qualificados”, afirma.

ConcorrênciaPor outro lado, os empre-

gados se defendem e dizem que poucas empresas inves-

tem realmente na qualificação humana por medo de perdê-la para a concorrência.

Para a auxiliar de faturamen-to Gigliane Campos de Araújo, 24, na maioria das vezes o mercado de trabalho só tem espaço para pessoas qualifi-cadas dentro das suas áreas profissionais. Segundo ela, é comum encontrar no comér-cio local gente atuando longe do meio profissional escolhi-do. “Às vezes, é justamente esse motivo que leva muitas pessoas à falta de interesse em se especializar numa área comercial. Ou seja, é a velha história de estar trabalhando na área, mas sabe que não quer seguir na atividade por muito tempo”, conta.

A atendente Kelen Regina Almeida da Silva, 28, destaca que as empresas não lançam uma programação prévia para os funcionários. Na avaliação dela, tudo é feito muito em cima da hora. “O último curso que tivemos de capacitação foi em 2010 e foi on-line. Poucas pessoas participaram. É preciso ser mais prático e atraente para chamar a atenção de um trabalhador que larga às 21h o serviço, cansado e louco para chegar em casa e descansar”, explica a funcionária.

HENRIQUE XAVIEREquipe EM TEMPO Online

Para o consultor empresa-rial Flávio Martins, muitas empresas ainda não treinam suas equipes porque não possuem pontos de partida sólidos como base para o investimento. Segundo ele, as organizações deveriam mostrar de forma clara que aquele curso ou workshop é uma oportunidade de cres-cimento não apenas para os negócios, mas para as pessoas envolvidas. “É nes-

se ponto que a atuação dos líderes pode incrementar ainda mais o sistema. O su-pervisor imediato não pode ficar alijado do processo, pois o seu envolvimento é essencial para que a equipe se mantenha motivada e comprometida”, aponta.

O empresário Arun Nayar prefere acreditar que há uma grande falta de comprome-timento e profissionalismo da mão de obra local. Ele

explicou que essa caracte-rística leva muitos lojistas a verem com certa aversão a questão dos investimentos na capacitação dos empre-gados. “Temos um grande dilema: se não investirmos, perdemos qualidade no atendimento. Se investimos, a concorrência que conse-gue pagar um pouco melhor leva nosso empregado. O trabalhador amazonense é volúvel”, conclui.

Especialista critica lojistas

METADos 13 mil trabalha-dores previstos para serem qualificados este ano pelo comér-cio, em torno de dois mil funcionários de-verão ser capacitados durante a campanha “Liquida Manaus”

ARQUIVO EM TEMPO/MARCELL MOTA

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B4 Economia MANAUS, SÁBADO, 16 DE MARÇO DE 2013

Presidente anuncia plano voltado para consumidorA iniciativa tem como objetivo configurar um marco regulatório nas relações de consumo em território nacional

Ontem, em Brasília, a presidente Dilma Rousseff lançou o Plano Nacional de

Consumo e Cidadania. Na ocasião, ela afirmou que a relação entre fornecedores e consumidores não é antagô-nica, tem papéis complemen-tares e, às vezes, simultâneos e por isso afirmou que as medidas do plano configuram um novo marco regulatório nas relações de consumo e são a favor de todos

Dilma destacou que o Es-tado também é consumidor, pois adquire bens e serviços de terceiros. “Estamos todos conectados através de laços visíveis e invisíveis. Para a coe-são nas relações de consumo é preciso equilíbrio, transpa-rência, honestidade e senso de justiça”, afirmou.

Segundo a presidente, Judi-ciário e Legislativo também terão participação nas ações de proteção ao consumidor. O Brasil, segundo Dilma, tem passado “por grande proces-so de expansão” nos últimos anos. Apesar disso, a assis-tência ao consumidor é dis-tribuída de forma desigual no território brasileiro.

Dilma destacou que a câ-mara de pós venda, que será

uma das três câmaras técnicas criadas no âmbito do obser-vatório nacional, terá papel fundamental no plano. Ela afir-mou que haverá um período de transição para adaptação às novas regras e disse que o objetivo do plano é transfor-mar proteção do consumidor de fato em política de Estado. “Para isso, estamos criando o conselho ministerial, que vai transformar a agenda da pro-teção do consumidor em um agenda prioritária do Estado brasileiro”, afirmou.

Formação do ConselhoO conselho citado pela pre-

sidente será composto pelos chefes das pastas da Justiça, José Eduardo Cardozo, da Fa-zenda, Guido Mantega, do Pla-nejamento, Miriam Belchior, e do Desenvolvimento e Comér-cio Exterior, Fernando Pimen-tel, além da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.

A presidente afirmou ainda que contará com o Legislativo para aprovar a lei de forta-lecimento dos Procons, cujo maior efeito será transformar em título executivo os acordos do Procon. Dilma enfatizou ainda a necessidade de esta-belecer mais transparência no comércio eletrônico. O Plano Nacional de Consumo e Cidadania foi lançado ontem pela presidente Dilma Rousseff

A presidente afirmou que a decisão de me-lhorar as relações de consumo ocorre no mo-mento em que o país cresce e se moderniza. “Isso não pode ficar para trás. É inadmis-sível que em um país como o nosso haja um cidadão que não seja consumidor e que não tenha proteção na sua relação de consumo”, afirmou. “Em um país que renova e fortalece suas instituições, deve-mos exigir essa prote-ção”, completou.

A presidente ressal-tou que a maior parce-la da população já faz parte da classe média e que, por isso, é necessá-rio focar e dar priorida-de ao consumidor nas relações econômicas, sociais e culturais.

Cliente precisa de proteção

ROBERTO STUKERT/PR.EPS

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C5Dia a dia MANAUS, SÁBADO, 16 DE MARÇO DE 2013

Indígenas denunciam ondade violência em São Gabriel

Drogas, estupros e ho-micídios fazem parte da atual realidade do distrito de Iauaretê, pertencente ao município de São Gabriel da Cachoeira (a 852 quilôme-tros de Manaus).

A denúncia foi feita por duas lideranças indígenas que estiveram na última se-mana em Manaus para rei-vindicar mais segurança ao poder público do Estado.

De acordo com o líder do distrito de Iauaretê, Leo-nardo Alcântara, 70, a po-pulação está passando por grandes dificuldades. “Vie-mos a Manaus para tentar mostrar como está caótico Iauaretê. Os jovens estão iniciando precocemente-nas drogas e no tráfico, e fica pior pois acontecem muitos estupros e homicí-dios”, desabafou.

Segundo o líder, por ser um local de fronteira ter-ritorial com a Colômbia, a facilidade em transporte de drogas e bebidas trazidas por colombianos pelo rio Papuri é um dos maiores problemas, sendo essa a principal causa da perda de valores culturais e o aumen-to do distúrbio social.

O distrito de Iauaretê tem uma população estimada em 4 mil habitantes em 12 comunidades de várias etnias, sendo elas tukano, piratapuia, dessana, wana-

no, arapaço, mirititapuia, kubeo, tuyuka, barassano, bará, karapanã, tariana, baré, baniwa e hupda. Além do idioma mater, o por-tuguês e o espanhol são falados na região.

LentidãoO também indígena e te-

soureiro Silvério da Silva, 55, explicou que o processo de atendimento por conta de órgãos como a Fundação Nacional do Índio (Funai) é

lento e que a demanda em Iauaretê é muito grande para tamanha demora.

“Somos uma grande co-munidade, já chamamos de cidade pois o local conta com a presença de instituições como bancos, escolas, escritórios da Infraero, hospital, distri-to sanitários, companhia elétrica e outras. E quan-do passamos os problemas para a Funai a resposta e as providências são demo-radas”, contou.

IAUARETÊ

No local foram apreendidos 3,5 quilos de pasta-base de cocaína, duas prensas hidráulicas, três liquidificadores, balança e um veículo Corsa, entre outros itens

Laboratório de drogas é desarticulado pela polícia

LUCIANO LIMAEspecial EM TEMPO

CRISESDe acordo com o líder do distrito de Iauaretê, Leonardo Al-cântara, a população local está passando por grandes dificulda-des, como alcoolismo entre jovens, estupros e homicídios

Após seis meses de inves-tigação, policiais civis lotados na Delegacia Especializada em Pre-

venção e Repressão a Entor-pecentes (Depre) conseguiram desarticular, na tarde da última quinta-feira (14), um laborató-rio de drogas que funcionava em uma casa na rua A-9 do conjunto Ajuricaba, bairro Planalto, Zona Centro-Oeste da cidade.

Diego Fernandes Oliveira, 26, o “Diegão”, e Diego Silva Olivei-ra, 28, o “Dieguinho”, vinham sendo seguidos há três dias e foram presos em flagrante pro-duzindo pasta-base de cocaína dentro do laboratório.

No local foram apreendidos 3,5 quilos de pasta-base de co-caína, duas prensas hidráulicas, três liquidificadores, balança, um veículo Corsa placa OAA 2509, quatro celulares, dezenas de potes de fermento e bicar-bonato, pacotes de reajunte, solução para bateria, bacias, panelas, colheres, batedor de bolo, fôrmas e um minifogão.

Segundo a delegada titular da Depre, Vanessa Ricardo, a dupla vendia a droga na Cha-pada, Zona Centro-Sul. “Die-gão” e “Dieguinho” já haviam sido presos pela Depre há 1 ano, durante uma operação na Chapada, mas cumpriram um curto tempo de pena na Cadeia Raimundo Vidal Pessoa.

A dupla acusada de tráfico já havia sido presa antes, mas obtiveram liberdade condicional

Após habeas corpus, os dois homens foram libera-dos pela Justiça e voltaram a traficar entorpecentes no bairro Chapada, mas aca-

baram sendo denunciados por moradores do local in-comodados com o tráfico. “Diegão” e “Dieguinho” fo-ram indiciados por tráfico

de drogas e associação para o tráfico. Eles serão en-caminhados para a Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa.

Retorno ao tráfico após liberdade

DIVULGAÇÃO

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B6 País MANAUS, DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013

Mortes por arma de fogo crescem mais de 300% Novo Mapa da Violência do país demonstra impacto de mortes por armas de fogo. Na década de 2000 a 2010 observa-se um crescimento de mais de 150% no Amazonas

Um novo estudo do Centro Brasileiro de Estudos Latino-Ame-ricanos (Cebela) e da

Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), lança-do no início do mês, demonstra a situação de mortes por armas de fogo (AF) nas últimas déca-das no país. O novo Mapa da Violência 2013 “Mortes mata-das por armas de fogo” revela que de 1980 até 2010, 799.226 pessoas morreram vítimas do armamento, sendo que 450.255 eram jovens de 15 a 29 anos.

O relatório utilizou as bases de dados do Subsistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde para coletar os dados referentes às mortes por armas de fogo. En-tre as formas em que ocorrem estas mortes, os homicídios são a primeira causa, com um cres-cimento de 503% dos casos. Segundo o relatório, o aumento da mortalidade entre os jovens foi intenso. “Se no conjunto da população os números cres-ceram 346,5% ao longo do período, entre os jovens esse crescimento foi de 414,0%. Também os homicídios jovens cresceram de forma mais ace-lerada: na população como um todo foi de 502,8%, mas entre os jovens o aumento foi de 591,5%”, revela o estudo.

TATIANA FÉLIXAdital

Mapa da Violência aponta facilidade de acesso a armas de fogo e a impunidade como incentivadores

DIVULGAÇÃO

Liberdade de expressão é cerceada no México e Brasil

A ONG Artigo 19 lançou na quinta-feira passada o relató-rio “Graves violações à liberda-de de expressão de jornalistas e defensores dos direitos hu-manos – Relatório anual 2012” por meio do qual mapeia a perseguição a comunicadores e ativistas de direitos humanos no México e no Brasil. O maior número de casos ocorreu no México. O objetivo do relatório é caracterizar e dimensionar os desafios de liberdade de expressão nos dois países, e buscar a investigação e res-posta do Estado para punir os autores dessas violações.

Para realizar o estudo, a Artigo 19 acompanhou casos de violações e das medidas adotadas pelo poder público e considerou ainda outros tipos de intimidação e perseguição como “agressões físicas, pri-sões, detenções arbitrárias, sanções civis desproporcionais e processos civis e criminais, sob a alegação de calúnia, in-júria ou difamação”.

O relatório aponta que no México a violência contra jor-nalistas ou profissionais da mídia em 2012 cresceu 20% em relação a 2011. No total, foram relatados 207 casos de violência contra jornalistas em 25 Estados mexicanos. Os maiores alvos são jornalistas da mídia impressa e de rádio.

Retaliações no país No Brasil, foram registrados

52 casos de violações contra jornalistas e defensores de direitos humanos, sendo que desse total, 16 acabaram em morte e sete em tentativa de homicídio; 27 jornalistas rece-beram ameaça de morte. As principais vítimas atuam em primeiro lugar, na internet, em segundo em rádio e TV e, em terceiro, em jornais impressos. As retaliações têm ocorrido em maior parte nas zonas rurais e têm como causa denúncias feitas sobre crimes ambientais, conflitos agrários ou práticas de corrupção.

RELATÓRIO

No Brasil e México jornalistas são perseguidos com frequência

DIVULGAÇÃO

Na década de 2000 a 2010 observa-se um crescimento de 195,2% da mortalidade na Região Norte, cifra lide-rada pelo Estado do Pará, que “quase quintuplicou o número de mortes por ar-mas de fogo neste período”, em seguida, aparecem os Estados do Amapá e Amazo-nas apresentando um cres-cimento acima de 150%.

No Nordeste, o cresci-mento da mortalidade foi 92,2% com destaque para o Maranhão, cujo número de vítimas cresceu 344,6% da década. Alagoas, Bahia, Ceará e Paraíba revelaram um crescimento superior a 200%, mais que triplicando seu número de vítimas por armas de fogo. O único Estado do Nordeste a evi-

denciar queda nos números foi Pernambuco: saldo ne-gativo de 27,8%.

No Centro-Oeste, os ín-dices de mortalidade per-maneceram “praticamente estagnados”. Já na Região Sul foi observado um cresci-mento moderado de 53,6%, devido ao aumento de mor-tes no Paraná. O Sudeste foi a única região a evidenciar quedas na década. A redu-ção de cerca de 40% das mortes por armas de fogo na região foram puxadas por São Paulo, cujos núme-ros em 2010 representavam cerca de 1/3 do que regis-trava em 2000.

De acordo com a pesquisa do Cebela e da Flacso, os índices de mortes por AF no Brasil são os maiores do

planeta, superando países mais populosos como China e Índia, “ou também os nú-meros de conflitos armados no mundo das últimas sete décadas, como a Guerra do Golfo, os conflitos nos Ter-ritórios Palestinos”.

Na América Latina, o Bra-sil está entre os cinco pri-meiros países mais violen-tos, ficando atrás apenas de El Salvador, Venezuela, Guatemala e Colômbia, que ocupam as quatro primei-ras colocações.

O Mapa da Violência “Mortes matadas por ar-mas de fogo” aponta a fa-cilidade de acesso a armas de fogo, a cultura da violên-cia e a impunidade como os causadores desses índices de mortalidade.

Região Norte também disparou

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B7MANAUS, DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013 Mundo

O que o papa Francisco pensa sobre o aborto, os jovens, a justiça social? Segundo o arcebispado de Buenos

Aires e por meio de trechos extraídos de entrevistas, eis alguns extratos das suas homilias mais recentes.

ABORTO

O aborto nunca é uma solução. Devemos escutar, acompanhar e compreender a partir do nosso lu-gar, a fim de salvar as duas vidas: respeitar o ser humano pequeno e in-defeso, adotar medidas que possam preservar a sua vida, permitir seu nascimento e, depois, ser criativos na busca de caminhos que o levem ao seu pleno desenvolvimento.

EGOÍSMO

Nossas certezas podem se transfor-mar num muro, numa cela que aprisio-na o Espírito Santo. Quem isola sua consciência do caminho do povo de Deus não conhece a alegria do Espírito Santo que sustenta a esperança. É o risco que corre a consciência isolada, a consciência daqueles que, do mundo fechado de sua Tarsis (como Jonas, na Bíblia, N. do T.), se lamentam de tudo ou, sentindo sua identidade ameaçada, se lançam numa luta para, no final, ficarem ainda mais autoocupados e autorrefe-renciais. (Novembro de 2007)

DEFESA DA VIDA

Os que se escandalizavam quando Jesus ia comer com os pecadores, com os publicanos, a estes Jesus dizia: “Os publicanos e as prostitutas os prece-derão no Reino dos céus”... Jesus não os defende. São os que clericalizaram – usando uma palavra para que me entendam – a Igreja do Senhor. Eles a enchem de preceitos, e digo isso com dor e, se parece uma denúncia ou uma ofensa, perdoem-me, mas na nossa região eclesiástica há padres que não batizam os filhos de mães solteiras porque estes não foram concebidos na santidade do matrimônio. Estes são os hipócritas de hoje. Os que cle-ricalizaram a igreja. Os que afastam o povo de Deus da salvação. E essa pobre moça, que poderia ter devolvido seu filho ao remetente, teve a coragem de trazê-lo ao mundo, vai peregrinando de paróquia em paróquia para que o batizem (2 de setembro de 2012).

EDUCAÇÃO

Quando vi o texto antes da missa, fiquei pensando na maneira de vi-ver daquelas primeiras comunidades cristãs e a missa de hoje... E me perguntei se o trabalho educativo não teria que ir por este caminho de

alcançar a harmonia: a harmonia em todos os meninos e meninas que nos foram confiados, a harmonia interior, a da sua personalidade. É trabalhan-do artesanalmente, imitando Deus, “moldando” a vida dessas crianças, como poderemos chegar à harmonia. E resgatá-las das dissonâncias que são sempre escuras. A harmonia, ao contrário, é luminosa, clara, é a luz. A harmonia de um coração que cresce e que nós acompanhamos neste ca-minho educativo é o que precisamos conseguir. (18 de abril de 2012)

PAPEL DO ESPÍRITO SANTOOs teólogos antigos diziam: a alma é

uma espécie de barco a vela, o Espírito Santo é o vento que sopra a vela, para fazê-la seguir em frente, os impulsos e empurrões do vento são os dons do Espírito. Sem Seu impulso, sem Sua graça, nós não vamos em frente. O Espírito Santo nos faz entrar no mis-tério de Deus e nos salva do perigo de uma Igreja gnóstica e de uma Igreja autorreferencial, levando-nos à missão. (Novembro de 2007)

TRÁFICO DE PESSOAS

Hoje, nesta cidade, queremos que se ouça o grito, a pergunta de Deus: “Onde está o seu irmão?” Que esta pergunta de Deus percorra todos os bairros desta cidade, que percorra o nosso coração e sobretudo que entre também no coração dos “Cains” modernos. Talvez alguns perguntem: que irmão? Onde está o seu irmão escravo? Aquele que você está matando todos os dias na oficina clandestina, na rede de prostitui-ção, nos lugares das crianças que você usa para mendigar, para “campanha” de distribuição de drogas, para roubos e para prostituí-los! Onde está o seu irmão, aquele que tem de trabalhar quase escondido como catador de lixo porque não foi contratado? Onde está o seu irmão? E, frente a esta pergunta, podemos fazer, como fez o sacerdote que passou ao lado do ferido, fazer de conta que estamos distraídos; ou como fez o levita: olhar para o outro lado, porque a pergunta não parece ser para mim. A pergunta é para todos! Porque, nesta cidade, está instalado o sistema de tráfico de pessoas, esse crime mafioso e aberrante, como tão acertadamente definiu há poucos dias um funcionário: crime mafioso e aber-rante! (25 de setembro de 2012)

QUESTÃO SOCIAL

Pouco a pouco, nós nos acostumamos a ouvir e ver, por meio da mídia, a crônica obscura da sociedade contemporânea, apresentada quase com uma alegria perversa; e também nos acostumamos

a tocá-la e a senti-la ao nosso redor e em nossa própria pele. O drama está nas ruas, no bairro, na nossa casa e – por que não? – em nosso coração. Convivemos com a violência que mata, que destrói famílias, aviva guerras e conflitos em tantos países do mundo. Convivemos com a inveja, ódio, calú-nia, mundanidade no nosso coração. O sofrimento de inocentes e pacíficos não deixa de nos abofetear; o desprezo dos direitos das pessoas e dos povos mais frágeis não estão tão distantes de nós; o império do dinheiro, com seus efeitos demoníacos, como a corrupção, o tráfico de pessoas – inclusive crianças – junto à miséria material e moral são a moeda do dia a dia. A destruição do trabalho digno, as emigrações dolo-rosas e a falta de futuro também se unem a esta sinfonia. Nossos erros e pecados como Igreja tampouco ficam fora deste grande panorama. Os ego-ísmos mais íntimos justificados – e não por isso menores –, a falta de valores éti- cos

dentro de uma sociedade que faz me-tástase nas famílias, na convivência dos bairros, povos e cidades, nos falam da nossa limitação, da nossa fraqueza e da nossa incapacidade para poder transformar esta lista inumerável de realidades destrutivas.

EVANGELIZAÇÃO

Não é suficiente que a nossa verdade seja ortodoxa e nossa ação pastoral, eficaz. Sem a alegria da beleza, a ver-dade se torna fria e até impiedosa e soberba, como vemos que acontece no discurso de muitos fundamentalistas amargurados. Parece que mastigam cinzas ao invés de saborear a doçura gloriosa da verdade de Cristo, que ilu-mina, com luz mansa, toda realidade, assumindo-a assim como ela é a cada dia. Sem a alegria da beleza, o trabalho pelo bem se torna em eficientismo sombrio, como vemos que acontece na ação de muitos ativistas. Parece que andam revestindo de luto estatístico a realidade, ao invés de ungi-la com o óleo interior da alegria que transforma os

corações, um a um, partindo de dentro. (22 de abril de 2011)

DEFESA DO CASAMENTO

Está em jogo a identidade e a sobre-vivência da família: pai, mãe e filhos. Está em jogo a vida de tantas crianças que serão discriminadas de antemão, sendo privadas do amadurecimento humano que Deus quis que acontecesse com um pai e uma mãe. Está em jogo uma rejeição frontal da lei de Deus, gravada nos nossos corações. Não sejamos ingênuos: não se trata de uma simples luta política; é a pretensão destrutiva do plano de Deus. Não se trata de um mero projeto legislativo (este é apenas o instrumento), mas de uma artimanha do pai da mentira, que pretende confundir e enganar os filhos de Deus. (8 de julho de 2010).

JUSTIÇA SOCIAL

A justiça alegra o coração: quando ela existe para todos, quando a pessoa percebe que há igualdade, equidade, quando cada um tem o seu. Quando vemos que há para todos, sentimos uma felicidade especial no coração. Aqui cresce o coração de cada um e se funde com o dos outros, fazendo-nos sentir a Pátria. A Pátria floresce quando vemos “no trono a nobre igualdade”, como bem diz o nosso hino nacional. A injustiça, no entanto, escurece tudo. Que triste quando a pessoa vê que poderia ha-ver perfeitamente para todos, mas no final não dá certo. (...) Dizer “todas as crianças” é dizer todo o futuro. Dizer “todos os aposentados” é dizer toda a nossa história. Nosso povo sabe que o todo é maior que as partes e por isso pedimos “pão e trabalho para todos”. Que desprezível, ao contrário, aquele que guarda seu tesouro somente para o seu hoje, aquele que tem um cora-ção pequeno, cheio de egoísmo, e só pensa em pegar essa parte que não levará consigo quando morrer. Porque ninguém leva nada. Eu nunca vi um caminhão de mudança atrás de um cortejo fúnebre. Minha avó nos dizia: “A mortalha não tem bolsos”. (Homilia de 7 de agosto de 2012)

MUNDANIDADE ESPIRITUAL

É aquilo que De Lubac chama “mun-danidade espiritual”. É o maior perigo para a Igreja, para nós, que estamos na igreja. “É pior – diz De Lubac –, mais desastrosa que a lepra infame que desfigurou a Esposa amada no tempo dos papas libertinos”. A mundanidade espiritual é pormos a nós mesmos no centro. É o que Jesus vê acontecer entre os fariseus: “... Vós que vos gloriais. Que gloriais a vós mesmos, uns aos outros”. (Novembro de 2007)

FÉA experiência da nossa fé nos situa

na experiência do Espírito, marcada pela capacidade de colocar-se em caminho. Não há nada mais oposto ao Espírito que instalar-se, fechar-se. Quando não se transita pela porta da fé, a porta se fecha, a igreja se fecha, o coração se retrai e o medo e o mau espírito “avinagram” a boa notícia. Quando o crisma da fé se resseca e se torna rançoso, o evan-gelizador já não contagia, mas perde sua fragrância, convertendo-se mui-tas vezes em causa de escândalo e de afastamento para muitos. Quem crê é receptor daquela bem-aventurança que atravessa todo o Evangelho e que ressoa ao longo da história, seja na boca de Isabel – “Bem-aventurada aquela que acreditou” –, seja dirigida pelo próprio Jesus a Tomé – “Felizes os que creram sem ter visto”. (9 de junho de 2012).

FIDELIDADE A DEUS

Ficar, permanecer fiel implica uma saída. Se a pessoa permanece no Se-nhor, sai de si mesma. Paradoxalmen-te, pelo fato de permanecer, se a pes-soa é fiel, ela muda. Não se permanece fiel à letra, como os tradicionalistas ou os fundamentalistas. A fidelidade é sempre uma mudança, um flores-cimento, um crescimento. O Senhor realiza uma mudança naquele que é fiel a Ele. É a doutrina católica. São Vicente de Lerins faz uma comparação entre o desenvolvimento biológico do homem, entre o homem que cresce, e a tradição, que, ao transmitir de uma época para outra o depositum fidei, cresce e se consolida com o passar do tempo: “Ut annis scilicet consolidetur, dilatetur tempore, sublimetur aetate”. (Novembro de 2007)

PODER POLÍTICO

Esta “loucura” do mandamento do amor que o Senhor nos propõe e que nos defende em nosso ser afas-ta também as outras “loucuras” tão cotidianas que mentem, prejudicam e acabam impedindo a realização do projeto de nação: a do relativismo e a do poder como ideologia única. O relativismo que, com o pretexto do respeito pelas diferenças, homogeni-za na transgressão e na demagogia; permite tudo para não assumir a contrariedade que exige a coragem madura de sustentar valores e prin-cípios. O relativismo é, curiosamente, absolutista e totalitário, não permite diferir do próprio relativismo, em nada difere do “cale-se” ou do “não se meta”. O poder como ideologia única é outra mentira.

DIVULGAÇ

ÃO

O que pensa o novo papa FranciscoConheça um breve “dicionário” sobre os pensamentos do novo papa, antes cardeal Jorge Mario Bergoglio, hoje Francisco

Pouco a pouco, nós nos acostumamos a ouvir e ver, por meio da mídia, a crônica obscura da so-

ciedade contemporânea, apresentada quase com

uma alegria perversa

Papa Francisco

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B8 Mundo MANAUS, DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013

Novo presidente da China pretende fazer ‘milagre’

O novo presidente da China, Xi Jinping, assumiu na quinta-feira seu cargo com a promessa de retirar 80 milhões de pessoas da pobreza nos próximos dois anos. A chave-mestra é um programa de 35 pontos di-vulgado em fevereiro pelo gabinete de governo que contempla, entre outras coisas, um aumento do salário mínimo de 40%, investimento em educa-ção e habitação pública e um pagamento de 5% de dividendos das poderosas empresas estatais.

O desafio é monumental. Trata-se de 8,5% da po-pulação economicamente ativa da China, quase a metade da população do Brasil, equivalente a toda Alemanha, oito vezes a Bolívia e quase cinco vezes o Chile. E tudo daqui até 2015. Segundo a econo-mista chinesa Hong Bo, da Escola de Estudos Orien-tais e Africanos (Soas), da Universidade de Londres, a estratégia do governo faz parte de uma mudan-ça de modelo econômico. “O governo quer que sua economia cresça mais apoiada em seu consumo interno. Por isso os salá-rios aumentaram várias vezes nos últimos anos, em particular depois da crise financeira de 2008. O problema em um país tão grande como a China é

muitas vezes a implemen-tação”, disse Hong Bo.

A própria medição da pobreza está em jogo às vezes. Em novembro de 2011, o então presidente Hu Jintao anunciou que a pobreza havia diminuído em mais de 94 milhões de pessoas desde o final de 2000 graças à estratégia de redução da pobreza ru-ral do governo, “uma con-quista equivalente a tirar toda a França da pobreza”, segundo a agência oficial Xinhua. Duas semanas mais tarde, o próprio go-verno agregou em um ca-netaço estatístico cerca de cem milhões de pobres, o que lançou por terra a suposta façanha social.

Preocupação Os questionamentos

pela desigualdade e a cor-rupção preocupam o Parti-do Comunista consciente de que a milenar história chinesa está repleta de dinastias eternas que caí-ram estrepitosamente da noite para o dia.

As metas são abundan-tes. O governo anterior de Hu Jintao lançou um plano ainda em marcha a fim de universalizar um sistema em marcha a fim de uni-versalizar um sistema de aposentadoria para 2015 e uma cobertura sanitá-ria para toda a população em 2020.

XI JINPING

Em 2010, o Partido Co-munista propôs uma pas-sagem de uma economia baseada nas exportações para outra mais apoiada no consumo doméstico. A mudança estava vin-culada não só à crise global, mas também a uma nova estratégia de desenvolvimento. Em ní-vel econômico, a China deu um gigantesco salto de uma nação pobre para uma de rendas médias, mas tem diante de si um desafio muito mais árduo: a passagem a uma eco-nomia de alta renda como Estados Unidos, Japão ou a maioria das economias da União Europeia (UE).

Segundo o especialista em economia compara-da da Universidade de Cambridge, Gabriel Pal-ma, este salto é muito mais difícil. “Não basta ser capaz de absorver tec-nologia, é preciso inovar; não basta ser campeão

mundial em exportar ma-térias-primas, é preciso industrializar o setor pri-mário. É preciso manter a alta taxa de investimento da China em infraestrutu-ra, mas é preciso colocar mais ênfase no capital e no bem-estar humano. A China vem a planejando esse salto há muito tem-po”, assinalou.

Um setor populacional chave são os mais de 200 milhões de migran-tes internos. Estes mi-grantes não tem acesso à saúde e à educação nas cidades porque seu “hukou” (registro de re-sidência) encontra-se no campo. Ainda que as cida-des costumem oferecer melhores oportunidades, cobram deles um alto preço que devora parte de seus rendimentos: eles têm que se tratar como pacientes privados e seus filhos não têm acesso à escola pública.

Mudança na economia

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ULG

AÇÃO

Xi Jinping pretende retirar 80 milhões da pobreza

A maioria das coisas que se lê e escuta nos meios sobre o presidente da Venezuela são sempre negativas, mas a realidade é bem diferente

Hugo Chávez, um criador de sonhos

Hugo Chávez era que-rido por milhões de pessoas em todo o mundo. Mudou o

curso de um continente e li-derou um despertar coletivo de povos antes silenciados, explorados e ignorados. Chá-vez era um grande visionário e um criador de sonhos.

Um homem honesto, de raí-zes humildes, que viveu em um rancho e vendia doces nas ruas para ganhar dinhei-ro para ajudar sua família. Chávez sonhava em criar uma nação forte, soberana e inde-pendente da influência estran-geira e digna ante o mundo. Sonhava em melhorar as vidas das pessoas, em erradicar a miséria e oferecer a todos

a oportunidade de uma vida melhor, pelo bem viver.

O presidente Chávez tor-nou realidade esses sonhos. Durante quase 14 anos de governo, eleito para três man-datos de seis anos, dos quais somente pôde cumprir dois, por sua inoportuna morte, as políticas de Chávez reduziram a extrema pobreza na Vene-zuela em mais de 75%, de 25% para menos de 7%, em uma década, segundo estatísticas do Centro para a Investigação Econômica e Política. A pobre-za geral foi reduzida em mais de 50%, de 60%, em 1998, quando foi eleito pela primeira vez, para 27%, em 2008.

Esses não são meros núme-ros; isso se traduz em mudan-ças profundas em suas vidas de milhões de venezuelanos, que hoje comem três vezes ao

dia; são donos de suas casas e têm trabalho e acesso à ajuda financeira.

EducaçãoPorém, os sonhos não termi-

nam aí. Chávez sonhava com uma nação cheia de pessoas educadas e saudáveis e, por isso, estabeleceu uma educa-ção pública e gratuita e de

qualidade desde a educação infantil aos estudos de dou-torado, acessível a todos. De fato, para as pessoas que vivem em zonas remotas foram construídas escolas e centros móveis para levar a educação ao povo.

Chávez também criou um sistema de saúde pública nacional que oferece cui-dado médico universal e gratuito com a ajuda e a solidariedade de Cuba, que enviou milhares de médicos e trabalhadores sanitários para proporcionar serviços de qualidade aos cidadãos venezuelanos, muitos dos quais nunca haviam rece-bido tratamento médico em sua vida.

Para fortalecer e empo-derar as comunidades, Chá-vez impulsionou políticas de inclusão e de governo participativo, dando voz àqueles que antes estavam excluídos da política. Criou conselhos comunitários e redes para administrarem as necessidades locais em bairros de todo o país, dan-do o poder de governar às próprias comunidades.

Sua missão de diversi-ficar o país e desenvolver em seu potencial máximo transformou-se em ferro-vias, em novas indústrias, cidades satélites e trans-porte inovador como o MetroCable sobre as mon-tanhas de Caracas, para co-nectar pessoas que vivem em diferentes regiões.

Não me interpretem mal, absolutamente, as coisas não são perfeitas na Ve-nezuela; porém, ninguém pode negar que estão muito melhor do que antes de Hugo Chávez. E ninguém poderia negar que o pre-sidente Hugo Chávez era maior do que a vida.

*Eva Golinger éadvogada venezuelano-

estadunidense e escreveu para a agência Adital

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O presidente Hugo Chávez defendia a doutrina bolivarianista, promovendo o que denominava de socialismo do século 21

EVA GOLINGER*Adital QUALIDADE

Chávez sonhava com uma nação cheia de pessoas educadas e saudáveis e, por isso, estabeleceu uma educa-ção pública e gratuita e de qualidade desde a educação infantil aos estudos de doutorado

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Dia a diaCade

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[email protected], DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013 (92) 3090-1041

ÁGUANo próximo dia 22 de março comemora-se o Dia

Mundial da Água. Essencial para a sobrevivência do planeta, equivocadamente visto como bem infi nito e inesgotável,

cada vez mais escasso apesar da aparente abundância, o líquido se tornou praticamente um tesouro, luxo consumível para poucos.

A interferência humana que destrói consegue aos poucos mudar para uma série de atitudes que visam a preservação da água. Na maior bacia hidrográfi ca do mundo, é quase um artigo de luxo para alguns privilegiados. Ao lado dessa escassez de abastecimento, convivem

ainda o desperdício, a poluição e a falta de conscientização.Nesta edição especial, mostramos um panorama da

água em nossa capital e em nosso Estado, os dramas de quem sofre com as torneiras vazias, mas conta com a solidariedade

alheia, as lutas pela preservação e conscientização para evitar que

o precioso líquido, um dia, se torne uma moeda que

pode até mesmo gerar guerras.Págs. C2-C6

Um luxo para poucos

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Projeto une arte e meio ambiente

ARQUIVO EM TEMPO

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C2 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013

Comunitários do Areal compartilham o drama da falta de água e apelam para a solidariedade e ajuda mútua

Um produto de escassa distribuição

As famílias que dão vida à comu-nidade Areal, no bairro Cidade de

Deus, Zona Norte, muito cedo tiveram que aprender o verdadeiro sentido da comunhão. Se não fosse pela partilha e boa dose de insistência, talvez a co-munidade não resistisse tanto tempo no local. Isso porque a maior parte dos moradores é privada do acesso a um dos recursos naturais fundamentais à vida: a água.

Parece incrível acreditar que populações fincadas às margens da maior re-serva de água doce do pla-neta ainda sejam privadas do acesso facilitado ao recurso. Mas, em diversos locais, inclusive na capital, abrir uma torneira e ver jorrar o líquido precioso é luxo de poucos. Que dirá a dona de casa Isabel Viana, 35, que há 14 anos só tem acesso à água encanada por solidariedade da vi-zinha. “Aqui na rua Juruti nunca teve água. Fizeram encanação, mas água que é bom, nunca chegou. Pe-gamos da vizinha porque ela tem poço. Vejo nis-so falta de vergonha dos governantes. Nosso Esta-do tem muita água doce, mas na maioria das casas não tem água, é muito

difícil”, denuncia.Ela conta que a vizinhan-

ça se empolgou com a atenção prestada pela an-tiga concessionária. Mas apesar da colocação dos canos e até de um relógio contador, a “protagonista” nunca deu as caras. “Tem mais de dois anos que fizeram encanação, mas nessa rua a água nunca chegou. Quando fizeram a terraplanagem na rua, arrebentaram tudo. Já re-clamamos muito. Falaram que iam ajeitar, mas nunca fizeram. Já veio reporta-gem, políticos no período da eleição fazer promes-sa... Estamos quase aban-donados”, lamenta.

Para não incomodar mui-to a vizinha e ter alguma comodidade, ela instalou um caixa d’água e dois camburões que são cheios dia sim, dia não. “A gente ajuda a vizinha que nos cede a água. Se ‘esculham-ba’ a bomba ou precisa de peça, eu ajudo a comprar. Graças a Deus todo mundo é solidário”, aponta.

A situação a forçou a assumir uma nova res-ponsabilidade dentro de casa. Além de mãe, espo-sa, chefe de família, ela virou fiscal dos dois filhos e do marido quanto ao uso da água. “Sempre aconse-lho a eles não usar muita água, tomar banho rápi-do... Ainda bem que eles estudam em colégio de

tempo integral. Quando vão pro chuveiro, sempre lembro a eles para desli-gar a torneira enquanto se ensaboam, e depois ligar de novo. É impor-tante gastar pouca água, porque não posso estar toda hora incomodando a vizinha”, observa.

Para ela, a preocupação de dosar a todo instante o emprego da água é inad-missível. “É tudo regrado. Isso que a gente vive é uma situação muito difícil e triste. Às vezes dá desâ-nimo”, revela.

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

Se de um lado da quadra a família de Isabel sofre com a falta de água, do outro, a preocupação da comerciante Alda Mon-teiro da Silva, 53, é a de distribuir o recurso entre a numerosa família e os vizi-nhos. “Quando chegamos aqui não tinha poço em lugar nenhum. Até depois, quando fizeram a encana-ção, as casas que recebe-ram passam até mês sem água”, comenta.

A comerciante mudou-se há 15 anos para a comunidade e confirma toda a reclamação feita pela vizinha.

Em busca de diminuir o sofrimento proporcionado pela falta do líquido, Alda

e o marido José Raimundo Viana da Silva, 44, opta-ram por cavar um poço artesiano de 16 metros. “A gente distribui a água para a casa do nosso filho, que mora com quatro pessoas e da filha também, e para minha casa, onde vivem cinco pessoas. Ainda tem a comunidade. Pesa bas-tante no bolso, mas dói mais na consciência negar água”, afirma.

A camaradagem tem custado caro aos Silva. Movido a energia elé-trica, o poço tem ren-dido contas para lá de rechonchudas. “A gente desembolsa uns R$ 300 por mês, o que é muito”, contabiliza o marido.

O eterno bailado dos baldesMoradores ficam sem abastecimento regular em casa

Não bastasse a falta de abastecimento de água, a comunidade também tem que conviver com obstáculos bem mais “cabeludos” que forçam a paciência e a ima-ginação do povo. Crateras imensas surgem em frente às casas no local onde de-veria haver a pista. Calçada, meio-fio, asfalto ou mesmo o breu não fazem parte do cenário, que ainda é “adorna-do” por córregos formados pelos dejetos que saem das casas, transformando a pai-sagem em um grande esgoto a céu aberto.

“Tenho dois filhos que saem de casa às 5h20 para caminhar até a parada de ônibus e ir para a escola. Eles sofrem principalmente

nos dias de chuva. As ruas ficam intrafegáveis. Nin-guém entra nem sai”, disse o comerciante Arenilson Ba-tista, 35.

A comerciante Alda Silva lembra que há muito tem-po as cinco ruas chegaram a receber terraplanagem e breu, mas as obras não fo-ram levadas adiante. Com isso, até o serviço de co-leta de lixo é prejudicado. “Às vezes, o carro da cole-ta não consegue entrar na rua, muitos já quebraram ou atolaram. Mas ninguém tira a razão deles em evitar en-trar, principalmente quando chove, quando ninguém vê o chão”, comenta Viana.

Nos dias de chuva, a água que falta nas torneiras in-

vade as ruas, e com força ameaçadora carrega tudo pela frente, tal qual as corre-deiras amazônicas. “Quando chove é muito perigoso, a rua fica coberta de água e temos que ficar de olho nas crianças que podem ser ar-rastadas. Numa enxurrada a água já levou até cachor-ro”, lembra. Para diminuir os prejuízos, a comunidade se reúne para comprar casca-lho e realizar o aterro.

A falta de esgoto sanitário é outro problema. “As pes-soas só fazem ligar o vaso no cano e jogar os dejetos pra rua. O cheiro é muito ruim e no verão fica pior. E isso junta doença, mosca, caramujo. As catitas já são de estimação”, brinca.

O caos que mora bem ao lado

A comerciante Alda Viana compartilha a água de seu poço com seus vizinhos

FOTOS: IONE MORENO

RAJESH KUMAR SINGH/AP

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C3Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013

Água vira moeda de troca na Zona Leste da capitalEm muitos casos, abastecimento só chega por meio de quem transforma o fornecimento em produto muito lucrativo

Água para saciar a sede, fazer a higie-ne diária ou apenas para se refrescar é

uma condição limitada aos moradores dos bairros Nova Vitória e Nova Floresta, dois dos mais populosos da Zona Leste de Manaus. Condição esta que transformou a vida desses moradores em um ver-dadeiro desafio na busca de sobrevivência e dignidade.

A realidade é mais cruel e revoltante não só pela falta ou escassez da água, mas também pelo serviço cobrado pela Manaus Am-biental, atual concessioná-ria de abastecimento e que ainda não garante 100% da distribuição na cidade.

A Zona Leste de Manaus não é apenas a maior área comer-cial da capital, mas também concentra o maior número de pessoas com uma população estimada em 447.946 habi-tantes de acordo com o censo de 2010 realizado pelo Insti-tuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Neste caso, a região tornou-se o maior co-légio eleitoral do Amazonas.

A comerciante Leidimar Ru-fino Santos, 49, é uma des-sas cidadãs que diariamen-te enfrenta o problema da falta d’água no bairro Nova Floresta. Emocionada, ela re-latou como é tentar manter a qualidade de vida. “É uma situação triste aqui no bair-ro, pois de quatro anos para cá tudo apenas piorou. As contas vão chegando e eu tenho certeza que se chegas-se água todo mundo faria o pagamento certo das contas, pois eu não admito morar ao lado de um rio (Negro) desse tamanho e não termos água”, desabafou.

“Todo mês eu pago R$ 60 para abastecer aí na senhora na frente, que tem poço arte-siano. Se não fosse ela esta-ríamos em uma situação bem pior aqui na rua, e as contas de água chegando e a torneira nada”, contou Leidimar.

O sentimento de indignação por conta da falta de água também é compartilhada por moradores do bairro Nova Vitória, vizinho ao Nova Flo-resta. A situação não chega a ser tão complicada por conta da distribuição de água pela concessionária em horários específicos, mas que ainda sim causa grandes transtornos às famílias do bairro.

O industriário Márcio Ne-ves Bastos, 32, morador do bairro há quatro anos, expli-cou como a rotina do abas-tecimento tornou-se algo complicado para a sua fa-mília. “Na minha casa moram seis pessoas. Agora imagina como é nos preocuparmos em aparar e carregar a água. Esse problema é antigo aqui no bairro, agora até que me-lhorou tendo um horário para aparar que mesmo assim é imprevisível”, frisou.

“Quando tem água, ela che-ga entre 8h e 10h da ma-nhã, se e quando não chega às torneiras a alternativa é encher aqui nesse poço da rua da Prata, que é muito procurado, e fica complicado atender tanta gente”, desta-cou, insatisfeito.

LUCIANO LIMAEspecial EM TEMPO

Na Zona Leste, indignação une moradores de vários bairros

Leidimar Rufino Santos precisa desembolsar R$ 60 mensais para poder comprar água do poço artesiano da vizinha e assegurar o abastecimento de seu lar

O prefeito de Manaus, Arthur Neto, declarou em entrevista recente, usar mão de ferro com a Manaus Am-biental logo após o incidente com o rompimento de uma adutora no bairro da Com-pensa 2, Zona Oeste, no dia 16 de janeiro deste ano.

O chefe do executivo municipal declarou na época que o fato deveria

ser a única surpresa em sua gestão, e que o mesmo iria cobrar maior fisca-lização em relação aos serviços prestados pela concessionária, frisando a importância de cláusu-las mais “apertadas” e que segundo ele estavam “flá-cidas”, já que o problema da água é um caso antigo na capital amazonense.

Uma gota de esperança

FOTOS: IONE MORENO

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013 C5

Uma busca frenética pelo passadoPerdidos os igarapés de águas limpas, a esperança é conseguir reverter o quadro para resgatar um passado sem poluição, onde os balneários públicos faziam parte do cenário urbano de Manaus, hoje somente cursos d’água poluídos

Os igarapés do Mes-tre Chico, Franco, Manaus 2000, Qua-renta e Mindu são

alguns exemplos de simples balneários que se perderam com a poluição da população que neles despeja as impure-zas de forma desordenada.

Todos os meses, são retira-dos dos igarapés cerca de 700 mil toneladas de lixo, segundo a Prefeitura de Manaus, e no período da cheia esse número sofre um aumento, que pode até agravar problemas nas ca-sas que estão situadas em suas proximidades, como inunda-ções que geram prejuízos ma-teriais, além das doenças que podem levar até a morte.

O aumento da população e o crescimento desordenado da cidade gerado também pelas invasões colaboraram para o crescimento da poluição tan-to da cidade como também dos igarapés, pois por falta de saneamento básico, os ocupantes criam suas redes de esgoto voltadas para os cursos d’água.

Preocupados com a perda total dos balneários, órgãos governamentais iniciaram a preservação de nascentes e estudos das águas de vários igarapés da capital. Exemplo desse ato é encontrado na praia da Lua, Ponta Negra, Remanso do Boto e outros que passam pelo mesmo procedi-mento. Há estudos que expli-cam que, com a preservação e com a conscientização da população, todos os igarapés já poluídos podem voltar a ter águas sem impurezas, benefi-ciando as comunidades.

Esse caso pode acontecer principalmente com o maior

igarapé de Manaus, onde, des-de 2007, a Secretaria Munici-pal de Meio Ambiente e Susten-tabilidade (Semmas) iniciou o trabalho de preservação em torno de 16 hectares da nas-cente do igarapé do Mindu, que corta a cidade em zonas distintas. O local foi batizado como Parque Municipal das Nascentes do Mindu (PMNM), criado em uma tentativa de-sesperada de preservar, ao menos, o berço do igarapé.

Na época, a região onde se concentram as nascentes es-tava tomada por moradores da então invasão Cidade de Deus, Zona Leste. Oficial-mente, para chegar à nas-

cente do parque é preciso ter autorização da Semmas.

As águas surgem de três pon-tos distintos dentro do parque, saindo das raízes de árvores, e criam uma pequena elevação no terreno, a qual represa a água e forma uma piscina na-tural filtrada pela mata verde. Assim, nasce um dos mais sim-bólicos igarapés de Manaus. A nascente mais próxima logo surge no caminho. Trata-se de um olho d’água que mina sem parar, escondido entre folhas e uma touceira. A água vai escorrendo por um leito de folhas e galhos até encontrar um areal branco.

ISABELLE VALOISEquipe EM TEMPO

RESULTADOSO aumento da popu-lação e o crescimento desordenado da cida-de, gerado também pelas invasões, cola-boraram para o cres-cimento da poluição tanto da cidade como também dos igarapés

O gestor responsável pelo PMNM, Rômulo Araújo, explicou que qua-tro anos após a criação do parque, as águas da nascente do Mindu passaram por análises de pH (acidez), níveis de oxigênio e exames que detectam os coliformes fecais encontrados nas amostras. Ao longo de 24 quilômetros, o Mindu tem apenas um ponto em que a água é potável, no nascedouro. “No atu-al ponto, a água pode até ser bebida, pois é potável e não prejudicial à saú-de”, disse o gestor.

Rômulo ainda con-tou que para a criação do parque foi neces-sário indenizar, apro-ximadamente, 100 fa-mílias que moravam nas proximidades da nascente, após o que foi iniciado o processo de preservação.

Onde ainda há saúde nas águas

Outro tipo de serviço que vem colaborando na limpeza dos igarapés é o Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim). Desde que começou, suas ações de reassentamen-to de famílias de áreas degradadas, localizadas às margens de igarapés, em 2006, têm evitado despejo diário de cerca de 6,5 milhões litros de esgoto sanitário - levan-do-se em consideração que uma pessoa produz 80 litros/dia e que o Pro-samim beneficiou cerca de 80 mil pessoas.

Calculando o percen-tual da produção de lixo doméstico, que também era jogado em igarapés e considerando-se que uma pessoa produz 0,8 kg/dia, os cursos d’água beneficiados deixaram de receber 64 mil quilos de lixo por dia.

Prosamim se alia à natureza

Nascente do Mindu é o um exemplo de preservação das águas, o que não ocorre na cidade

Rômulo Araújo, gestor do Parque Municipal das Nascentes do Mindu, contou a história da criação desse santuário, que resiste no meio urbano de ManausLugares com predominância de águas límpidas, que resistem à ação predatória do homem são difíceis de encontrar em meio ao caos urbano da capital

FOTOS:IONE MORENO

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013 C5

Uma busca frenética pelo passadoPerdidos os igarapés de águas limpas, a esperança é conseguir reverter o quadro para resgatar um passado sem poluição, onde os balneários públicos faziam parte do cenário urbano de Manaus, hoje somente cursos d’água poluídos

Os igarapés do Mes-tre Chico, Franco, Manaus 2000, Qua-renta e Mindu são

alguns exemplos de simples balneários que se perderam com a poluição da população que neles despeja as impure-zas de forma desordenada.

Todos os meses, são retira-dos dos igarapés cerca de 700 mil toneladas de lixo, segundo a Prefeitura de Manaus, e no período da cheia esse número sofre um aumento, que pode até agravar problemas nas ca-sas que estão situadas em suas proximidades, como inunda-ções que geram prejuízos ma-teriais, além das doenças que podem levar até a morte.

O aumento da população e o crescimento desordenado da cidade gerado também pelas invasões colaboraram para o crescimento da poluição tan-to da cidade como também dos igarapés, pois por falta de saneamento básico, os ocupantes criam suas redes de esgoto voltadas para os cursos d’água.

Preocupados com a perda total dos balneários, órgãos governamentais iniciaram a preservação de nascentes e estudos das águas de vários igarapés da capital. Exemplo desse ato é encontrado na praia da Lua, Ponta Negra, Remanso do Boto e outros que passam pelo mesmo procedi-mento. Há estudos que expli-cam que, com a preservação e com a conscientização da população, todos os igarapés já poluídos podem voltar a ter águas sem impurezas, benefi-ciando as comunidades.

Esse caso pode acontecer principalmente com o maior

igarapé de Manaus, onde, des-de 2007, a Secretaria Munici-pal de Meio Ambiente e Susten-tabilidade (Semmas) iniciou o trabalho de preservação em torno de 16 hectares da nas-cente do igarapé do Mindu, que corta a cidade em zonas distintas. O local foi batizado como Parque Municipal das Nascentes do Mindu (PMNM), criado em uma tentativa de-sesperada de preservar, ao menos, o berço do igarapé.

Na época, a região onde se concentram as nascentes es-tava tomada por moradores da então invasão Cidade de Deus, Zona Leste. Oficial-mente, para chegar à nas-

cente do parque é preciso ter autorização da Semmas.

As águas surgem de três pon-tos distintos dentro do parque, saindo das raízes de árvores, e criam uma pequena elevação no terreno, a qual represa a água e forma uma piscina na-tural filtrada pela mata verde. Assim, nasce um dos mais sim-bólicos igarapés de Manaus. A nascente mais próxima logo surge no caminho. Trata-se de um olho d’água que mina sem parar, escondido entre folhas e uma touceira. A água vai escorrendo por um leito de folhas e galhos até encontrar um areal branco.

ISABELLE VALOISEquipe EM TEMPO

RESULTADOSO aumento da popu-lação e o crescimento desordenado da cida-de, gerado também pelas invasões, cola-boraram para o cres-cimento da poluição tanto da cidade como também dos igarapés

O gestor responsável pelo PMNM, Rômulo Araújo, explicou que qua-tro anos após a criação do parque, as águas da nascente do Mindu passaram por análises de pH (acidez), níveis de oxigênio e exames que detectam os coliformes fecais encontrados nas amostras. Ao longo de 24 quilômetros, o Mindu tem apenas um ponto em que a água é potável, no nascedouro. “No atu-al ponto, a água pode até ser bebida, pois é potável e não prejudicial à saú-de”, disse o gestor.

Rômulo ainda con-tou que para a criação do parque foi neces-sário indenizar, apro-ximadamente, 100 fa-mílias que moravam nas proximidades da nascente, após o que foi iniciado o processo de preservação.

Onde ainda há saúde nas águas

Outro tipo de serviço que vem colaborando na limpeza dos igarapés é o Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim). Desde que começou, suas ações de reassentamen-to de famílias de áreas degradadas, localizadas às margens de igarapés, em 2006, têm evitado despejo diário de cerca de 6,5 milhões litros de esgoto sanitário - levan-do-se em consideração que uma pessoa produz 80 litros/dia e que o Pro-samim beneficiou cerca de 80 mil pessoas.

Calculando o percen-tual da produção de lixo doméstico, que também era jogado em igarapés e considerando-se que uma pessoa produz 0,8 kg/dia, os cursos d’água beneficiados deixaram de receber 64 mil quilos de lixo por dia.

Prosamim se alia à natureza

Nascente do Mindu é o um exemplo de preservação das águas, o que não ocorre na cidade

Rômulo Araújo, gestor do Parque Municipal das Nascentes do Mindu, contou a história da criação desse santuário, que resiste no meio urbano de ManausLugares com predominância de águas límpidas, que resistem à ação predatória do homem são difíceis de encontrar em meio ao caos urbano da capital

FOTOS:IONE MORENO

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C6 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013

Desperdício, um mal muito difícil de ser erradicadoDicas simples ainda são importantes para preservação da água, mas são ignoradas pela ideia de abundância infinita

Ao pensarmos em recur-sos hídricos é preciso lembrarmos que o Bra-sil é um país privilegia-

do, pois nosso território detém 20% de toda a água doce do planeta, sendo que a maior parte desse volume - cerca de 80% - está na Amazônia. Talvez por verem o líquido em abundância, muitas pessoas que moram no Estado imaginam que é infinito e contribuem para o desperdício com costumes rotineiros. Entre as ações mais comuns que con-tribuem para jogar, literalmen-te, água pelo ralo, estão usar água como vassoura para lavar a calçada, escovar os dentes com a torneira ligada, deixar o chuveiro aberto enquanto usa-se o xampu, não consertar os

vazamentos (mesmo os peque-nos) que existem em casa, só para citar alguns.

GastosSegundo estudos sobre a uti-

lização da água da Organização das Nações Unidas (ONU), uma pessoa precisa de pouco mais de 3 mil litros por mês para realizar sem maiores empenhos todas as suas necessidades básicas, o que equivale a aproximadamen-te 120 litros de água por dia. Entretanto, o consumo médio por pessoa no Brasil fica entre 250 e 300 litros de água por dia, mas em Manaus este consumo alcança patamares absurdos, chegando a quase 400 litros por habitante/dia - quase o dobro necessário para a nossa sobre-vivência. De acordo com Ale-xandre Bianchini, presidente da Manaus Ambiental, concessio-

nária responsável pelo abaste-cimento de água na cidade, esse desperdício acontece porque se acredita que os recursos sejam infindáveis. “Afinal, gastar mais de 120 litros de água por dia é jogar dinheiro fora e contribuir para a destruição dos nossos recursos naturais”, aponta Ale-xandre Bianchini, completando que a produção diária de água é de 630 milhões de litros.

Outro dado do Instituto Brasi-leiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que, em 2011, 37% (427,3 mil) dos amazonenses com faixa etária entre zero e 14 anos moravam em locais sem água encanada. Por outro lado, 60% da água produzida na ca-pital do Estado é desperdiçada. Olhando de forma mais abran-gente, esses números mostram que os manauenses ainda não sabem como economizar.

CHRIS REISEquipe EM TEMPO

Segundo Sisi Santos, di-retora-técnica da Agência Reguladora dos Serviços Pú-blicos Concedidos do Estado do Amazonas (Arsam), todos os engenheiros quando vão a campo fazer algum parecer das demandas que são soli-citadas por causa de falta de água, orientam os consumi-dores de como devem fazer para evitar o desperdício de água e reduzir o valor das contas. Além disso, explica que a Agência também rea-liza um acompanhamento das campanhas efetivadas pela Manaus Ambiental. “Em todos os lugares em que a

concessionária vai instalar um hidrômetro, orientamos a fazer uma campanha de três meses. Nesse perío-do há uma avaliação para verificar como está sendo o consumo da residência”, disse, completando que as pessoas até assimilam as informações da campanha, mas somente por um perío-do. “Depois de um tempo percebemos que retornam aos velhos hábitos”, avalia, completando que uma das dicas para evitar o des-perdício é utilizar a caixa d’água, utensílio eficaz para o controle do volume de

água utilizado. Na opinião do professor

aposentado Almir Campelo, o combate ao desperdício de água deve começar em casa. Ele explica que uma dica é observar se não existem vazamentos na descarga do banheiro, na torneira da co-zinha, no cano do chuveiro ou ainda não tomar banho que durem mais de 20 minutos, e quando lavar pátios e cal-çadas, usar as vassouras. “A educação começa em casa com pequenos gestos que farão muita diferença no bolso e também no meio ambiente”, avalia.

Orientações sempre repetidas

O Dia Mundial da Água foi criado pela Organi-zação das Nações Uni-das (ONU) no dia 22 de março de 1992. Nessa data, acontece uma série de discussão sobre os diversos temas relacio-nados a água. Em 18 de dezembro de 2012, Blanca Jiménez-Cisne-ros, diretora da Divisão de Ciências da Água da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e secretária do Programa Hidrológi-co Internacional, lançou a campanha brasileira para o Dia Internacional das Nações Unidas da Cooperação pela Água 2013, comemorado tam-bém em 22 de março.

Como surgiu o Dia Mundial da Água

ARQUIVO EM TEMPO/MARCELO CADILHE

ARQUIVO EM TEMPO/MICHELL MELLO

Campanhas de preservação acabam sendo ignoradas pelo povo

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Page 23: EM TEMPO - 17 de março de 2013

C7Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013

Semana da Água e da Árvore tem comemoraçãoAmanhã começa a programação definida pela prefeitura de Manaus, com visita às nascentes do igarapé do Mindu

Uma programação variada se esten-derá ao longo de uma semana para

marcar a passagem do Dia Mundial da Água e da Árvore em Manaus. As datas são comemoradas oficialmente nos dias 21 (Dia da Árvo-re na Região Norte e Dia Mundial das Florestas) e 22 (Dia Mundial da Água), mas, por iniciativa da Prefeitura de Manaus, através da Se-cretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilida-de (Semmas) e instituições parceiras, terão atividades que começarão amanhã, e se estenderão até o dia 23. A secretária municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Kátia Schweickardt, explica que a finalidade do órgão é chamar a atenção para as áre-as fins de atuação do órgão, tendo as datas comemorati-vas como referência.

A programação será aberta com a exposição Arborização

Urbana de Manaus, no Espa-ço da Cidadania Ambiental (Ecam), da Vara Especializada em Meio Ambiente e Questões Agrárias (Vemaqa), no Piso Açaí, do Manauara Shopping. Estarão à mostra banners com as atividades de arborização urbana, distribuição de mu-das, orientações sobre o corte e poda, fôlderes com reco-mendações sobre jardinagem e plantio de árvores.

Na terça e quarta-feiras, 19 e 20, a Semmas estará oferecendo curso de produ-ção de mudas, voltado para pessoas interessadas em ad-quirir noções básicas sobre a atividade. Qualquer pessoa pode participar do curso que acontecerá em dois módulos – um teórico e um prático, de 4 horas cada – no Parque Municipal do Mindu (teórico) e no Viveiro Municipal, no Ifam (prática), ambos das 8h às 12h. Será disponibilizado transporte para o segundo dia, saindo às 8h do Parque

do Mindu, com destino ao Ifam, no Distrito Industrial 2. Os organizadores avisam que não precisa ser especia-lista para participar.

Na quinta-feira, 21, Dia da Árvore na Região Norte,

será realizado o workshop sobre manejo de árvores ur-banas, com a finalidade de promover e disseminar as melhores práticas do mane-jo de árvores e o manuseio correto dos equipamentos. O evento é voltado para um pú-

blico específico formado por profissionais que trabalham com corte e poda, ligados a empresas, órgãos públicos, trabalhadores autônomos e especialistas em coleta de sementes. O workshop ocor-rerá em um único dia, sendo a parte teórica pela manhã e a prática à tarde, no Parque do Mindu, iniciando às 8h.

No mesmo dia, quinta, 21, equipes da Semmas estarão realizando a distribuição de mudas em diferentes pon-tos da cidade: na sede da Prefeitura de Manaus (Zona Oeste), Parque dos Bilhares, Bola do Eldorado e Parque do Mindu (Zona Centro-Sul), no Centro, Parque Lagoa do Ja-piim e na sede do Inpa (Zona Sul), na Bola do Produtor, Parque Nascentes do Mindu e Refúgio da Vida Silvestre Sauim Castanheiras (Zona Leste) e no Jardim Botâni-co Adolpho Ducke, Bola do Manoa e Parque Sumaúma (Zona Norte).

PROGRAMAA programação am-biental será aber-ta com a exposição Arborização Urbana de Manaus, no Espaço da Cidadania Ambiental da Vara Especializada em Meio Ambiente e Questões Agrárias

O Dia Mundial da Água será marcado por uma ação desenvolvida em conjunto pela Semmas e o Ministério Público Federal (MPF), com a realização de um roteiro ambiental para conhecer as nascentes do Igarapé do Mindu, no Parque Nascentes do Mindu. Serão desenvol-vidas atividades de plantio de mudas nas margens do igarapé, ação educativa com os moradores do entorno e limpeza da área externa do parque, trilha orientada e distribuição de mudas com a finalidade de proporcio-nar uma reflexão sobre as consequências das ações antrópicas (do homem) nos igarapés da cidade.

A programação termina no sábado, 23, com a realização

de atividades durante o dia e também à noite, começando com a primeira edição do Projeto Nosso Espaço Verde 2013, a partir das 8h30, no Parque do Mindu. A partir das 9h, sairá do Parque La-goa do Japiim, com desti-no ao Parque do Mindu, a 1ª Pedalada Ambiental de Manaus 2013. No trajeto, os participantes farão uma parada para o plantio sim-bólico de mudas no área do Passeio do Mindu. À noite, a partir das 19h, ocorrerá o desligamento simbólico das luzes do Parque Lagoa do Japiim, para marcar a adesão da Prefeitura de Manaus à Hora do Planeta, movimen-to mundial para chamar a atenção para impactos do aquecimento global.

Roteiro ambiental para a data

Além do Dia Mundial da Água, esta semana também será marcada pelo Dia da Árvore na Região Norte, gerando uma programação especial da Prefeitura de Manaus para as comemorações

ARQUIVO EM TEMPO/MICHEL MELO

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C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013

Projeto incentiva união de arte e meio ambienteA inscrição é gratuita e será realizada até o dia 14 de abril. Artistas de todo o Brasil podem participar de iniciativa do Inpa

Em parceria com o Ins-tituto Nacional de Pes-quisas da Amazônia (Inpa/MCTI), a Mani-

festa Arte e Cultura realizará o projeto “Lab Verde: Experimen-tações Artísticas na Amazônia”, que selecionará cinco artistas de todo o país para participar do curso na Reserva Flores-tal Adolpho Ducke, localizado no quilômetro 26 da rodovia Manaus-Itacoatiara (AM-010), a fim de promover o meio am-biente como fonte de ideias para produções artísticas.

O projeto pioneiro levará os artistas a uma reflexão sobre as artes e o meio ambiente, para que, a partir de suas ex-periências na Reserva Ducke, produzam conteúdos inéditos nas artes visuais. Os selecio-nados serão contemplados com R$ 3 mil para confeccionar suas obras, que ficarão disponíveis para visitação pública no Jar-dim Botânico Adolpho Ducke (no bairro Cidade de Deus, Zona Norte de Manaus/AM).

Durante a imersão na Reser-va, que iniciará em 14 de junho, os artistas serão orientados por uma equipe especializada, entre eles a coordenadora de tec-nologia social do Inpa, Denise Gutierrez, que participará da banca de avaliação e orientação

dos projetos realizados.“Essa parceria é muito impor-

tante para o Instituto, pois além de ser pioneira, o curso terá um alcance nacional e possibi-litará uma produção cultural a partir da floresta, dos recursos da floresta. Acredito que esse projeto também possa incenti-var aqueles pesquisadores que de alguma maneira trabalhem com produções artísticas”, de-clara Gutierrez.

InscriçõesA inscrição é gratuita e será

realizada até o dia 14 de abril, no site www.labverde.com.br. Con-forme o edital, a participação é aberta a todos: profissionais e estudantes; artistas, arquitetos, paisagistas, biólogos, fotógra-fos, designers e interessados no tema da convocatória.

O projeto “Lab Verde: Experi-mentações Artísticas na Ama-zônia”, conta com o patrocínio da Rede Nacional Funarte de Artes Visuais/ Fundação Nacio-nal de Arte (Funarte), e apoio da Prefeitura de Manaus, do Museu da Amazônia (Musa) e da Casa de Cultura Digital.

Para mais informações visite a página do projeto na rede so-cial Facebook: LABVerde, pelo e-mail [email protected], ou telefone (11) 97673-6801. O projeto Lab Verde vai selecionar artistas brasileiros para participar do curso na Reserva Florestal Adolpho Ducke

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[email protected], DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013 (92) 3090-1042 Plateia 3

Aurélio Michiles fala sobre o audiovisual local

IONE MORENO

Selecionado para o festival amazonense Breves Cenas de Teatro, o Coletivo Nu traz a Manaus os bastidores de um grupo de teatro sem plateia na montagem “Nem o pipoqueiro”

Longe de ser uma espé-cie de autorretrato, o espetáculo “Nem o pi-poqueiro”, do Coletivo

Nu (com raízes em Minas Ge-rais e no Rio de Janeiro), traz a Manaus uma visão particular de três atrizes que esperam a chegada do público para se apresentar no teatro. Mistura de sentimentos, como ansie-dade, nervosismo e uma dose de desespero fazem a at-mosfera psíquica da esquete que é uma das selecionadas para compor o festival Bre-ves Cenas, que será realizado de 20 a 24 em março, no Teatro Amazonas.

De acordo com a atriz Fa-biana Brasil, que faz parte do elenco de “Nem o pipoqueiro”, a cena trazida para a capital amazonense é uma adapta-ção de outra criada para ser o ponto de partida de um espetáculo maior, de 50 minu-tos de duração. “Criamos uma cena curta, inicialmente, para concorrer a um fi nanciamento para a construção de algo mais longo. Ficamos entre as quatro primeiras, mas isso não foi sufi ciente para conseguir-mos os recursos. De qualquer forma, acabamos montando o espetáculo completo e dele criamos uma nova cena curta, que é essa que iremos mostrar em Manaus”, explica.

Embora o espetáculo apre-sente diálogos entre as atrizes, Fabiana Brasil afi rma que a cena não traz uma defi nição sobre personagens. “De fato, não existe. É um jogo que a gente se propõe a fazer para falar de si mesma, cada uma, à espera da plateia e apresen-tar propostas do que poderia acontecer para a situação de se ver diante da falta de pú-blico”, diz.

A argumentação que origi-nou a montagem é da diretora do Coletivo Nu, Patrícia Teles, mas a construção efetiva se

deu entre ela e as atrizes Cristina Madeira, Mariana Teixeira e Fabiana Brasil, que afi rma que na vida real uma situação como a retratada na cena curta nunca ocorreu com ninguém do elenco.

“Já houve casos de encon-trarem poucas pessoas na plateia, mas nunca de o local estar vazio. Acredito que, se tiver uma pessoa, quero que o espetáculo valha a pena para ela. Nunca vou querer frustrar esses poucos que comparece-riam, senão sempre serão pou-cas pessoas”, ressalta Fabia-na. A cena “Nem o pipoqueiro” não tem cenário e o fi gurino das atrizes é construído pelo usos de roupas de cabaré.

Sobre a vinda pela primeira

vez a Manaus, Fabiana Brasil afi rma em nome do Coletivo Nu que esta é uma oportunidade que causa ansiedade. “Toma-mos conhecimento do festival porque conhecemos algumas pessoas tanto de Minas quan-to do Rio que já estiveram em Manaus e, além de conver-sarem a respeito, acompa-nhamos vários comentários e fotos pelas redes sociais. Para nós é interessante porque o teatro é para todos e cada região apresenta uma forma de ver o teatro. Com isso, esperamos ter uma troca de experiências com os demais participantes”, declara.

Para ela, o investimento em produção de cenas curtas é uma oportunidade de expe-

rimentação. “O público que não tem a cultura de ir ao teatro, por meio das cenas curtas aproveita para ver vá-rias coisas e para o ator é um ponto de partida, um desafi o de tornar mais acessível o tea-tro ao espectador, além de ser adaptável para ambientes que vão além dos palcos de teatro propriamente ditos”, observa Fabiana Brasil.

“Nem o pipoqueiro” come-çou sua trajetória em 2011 e conquistou prêmios no 9º Festival Elbe de Holanda (RJ0, no 9º FESQ Cabo-Frio, no 1º Festival Cena Doze e Trinta (UFMG) e na 8ª Mostra Cena Breve Curitiba.

ComemoraçãoO festival de esquetes

“Breves Cenas”, organizado em Manaus pela H Produção, chega à quinta edição de 20 a 24 de março deste ano. Das 16 montagens selecionadas para esta edição, apenas duas são de Manaus: “Tempo real e virtual”, da Contém Dança Cia, e “Inversão”, do Grupo Baião de Dois. Os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Gran-de do Sul e Rondônia também têm representantes no evento, além do Distrito Federal.

Além disso, o festival exibirá quatro cenas vencedoras nas edições passadas, em cate-gorias diferentes: “Box com palhaçada”, do grupo Compa-lhaçada (AM); “O Casamento”, Jean Palladino (AM); “E se fosse você...exatamente aqui e ago-ra?”, da companhia Clã de Nós (RJ) e “Amostra grátis” (RS).

O júri será formado pelo pes-quisador, professor de teatro e um dos grandes articuladores da Lei de Fomento do Estado de São Paulo, Alexandre Mate; o professor e diretor de teatro de Brasília (DF) Fernando Villar e pelo amazonense Jorge Ban-deira, que é diretor, dramatur-go, crítico e professor do curso de teatro da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

NACIONALO Breves Cenas de Te-atro é o único festival de Manaus que permite que grupos de outros Estados participem da programação. Este ano oito Estados integram a programação do evento gratuito

“Nem o pipo-queiro” fala dafalta de pla-teia no teatro

teatroteatroUm autorretrato do

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ÃO

SERVIÇO5º BREVES CENAS DE TEATRO

Quando:

Onde:

Quanto:

20 a 24 de mar-ço, às 20hTeatro Amazonas

Entrada gratuita

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D2 Plateia MANAUS, DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013

Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

. O grande gentleman Roberto Gesta de Melo orquestrou jantar no Elegance, na noite de quinta-feira, em despedida da Confederação Brasileira de Atletismo, órgão em que atuou brilhantemente por 26 anos, ininterruptamente, deixando um legado e tanto para o esporte brasileiro e do mundo.

. A festa aconteceu reunindo nomes importantes da cidade, além de celebridades do mundo esportivo que desembarcaram em Manaus especialmente para a noite, como o atleta olím-pico Robson Caetano. O evento aconteceu com homenagens tanto a pessoas ligadas ao esporte, quanto ao próprio anfi -trião, que ganhou um selo com sua imagem, especialmente lançado pelos Correios. O evento foi coordenado pela ótima Conceição Gesta de Melo, que ao lado do marido Roberto, recebia os convidados da noite, com jantar assinado pelo Le Lieu. Au grand complet.

>> Dinner do esporteGoreth e o prefeito Artur Neto e Roberto Gesta de Melo, no jantar que movimentou o Elegance, na quinta-feira

. Está se sentindo sozinho? E se, nesse caso, você pudesse interagir com seu tênis? O Google, em parceria com a Adidas e o coletivo YesYesNo, acaba de lançar um tênis falante. Verdade: o Talk Shoe, com design despojado, vem com uma minicaixa de som integrada e interage com o usuário de acordo com o que ele estiver fazendo, podendo ser inconveniente e sugerindo que fi car parado é chato.

. E tem mais: O modelo conta com a tecnologia bluetooth, que permite o trânsito de informações pelo Google +, comando por um app no celular de quem veste o tênis. Modernidade.

>> Objeto de desejo

O secretário Pauderney Avelino

. Os humoristas Márcio Braga e Abdias “O Cabocão”, que virou febre na internet, serão as estrelas da 15ª Feijoada Benefi cente do Grupo de Apoio à Criança com Câncer do Amazonas (GACC-AM), evento que marca as comemorações dos 14 anos de fundação da instituição.

. Os ingressos já estão à venda, na sede administrativa do GACC e na Casa de Apoio da entidade. O principal objetivo do evento é angariar fundos para manter as ações sociais promovidas pela or-ganização sem fi ns lucrativos, e que dão suporte ao tratamento de 380 pacientes de oncologia, entre crianças e jovens. A feijoada será no dia 4 de maio, no Clube do Trabalhador do Sesi. O buff et da feijoada é patrocinado pela Moto Honda da Amazônia.

>> Feijoada benefi cente

. O Ministério da Saúde promo-ve, em Manaus, o Seminário Norte de Humanização, que acontecerá na próxima semana, reunindo 150 profi ssionais que atuam na região.

. O evento tem o apoio da Susam e Semsa e acontecerá nos dias 20 e 21 de março, no Hotel Taj Mahal.

. O secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, que é também presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), destaca a importância do even-to no fortalecimento das ações de humanização nos serviços de saúde na região e ressalta que a rede estadual de saúde, no Ama-zonas, já adota a Política Nacional de Humanização.

>> Seminário

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>> Objeto de desejo

A charmant Maria Helena Gesta de Melo

O deputado Artur Bisneto

Fabiano Peçanha e Fabiana MurerOs velocistas Claudinei Quirinoe Robson Caetano Hélio e Leliene Gesta de Melo

Os anfi triões Conceição eRoberto Gesta de Melo

Érico e Milena Desterro e Silva

FOTOS: MARIO OLIVEIRA E MAURO SMITH

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D3PlateiaMANAUS, DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013

‘O produtor precisa ter um olhar sem preconceito’ Cineasta amazonense radicado em São Paulo, Aurélio Michiles fala sobre a produção audiovisual na Amazônia

“A imagem é cotidia-na e é preciso for-mar profissionais capazes de pro-

duzir algo com nossa imagem e semelhança”. A afirmação é de Aurélio Michiles, cineasta amazonense que há quase 30 anos mora em São Paulo. Em rápida passagem por Manaus, Michiles falou ao EM TEMPO sobre a necessidade do acesso às produções cinematográfi-cas e audiovisuais em geral e da busca por referências em relação ao assunto para a construção do olhar crítico e singular.

Ambos os pontos em ques-tão, de fato, estão intimamen-te ligados. “Para você com-preender a imagem é preciso educar o olhar. E para ter essa educação, é preciso ter refe-rência, sobretudo da produção cinematográfica ao longo da história, que por sua vez só é possível se houver acesso a es-ses produtos, seja americano, japonês, tcheco, brasileiro ou sueco. Isso deve ser observado sem preconceito, para ter a

visão sobre o fazer do cinema e a partir daí produzir”, diz.

Com o início das aulas do primeiro curso superior de tecnologia em produção au-diovisual do Amazonas (ofe-recido pela Universidade do Estado do Amazonas – UEA), Aurélio Michiles admite que a iniciativa é bem-vinda para a região, embora o processo de formação seja de algum modo tardio.

“Acho que demorou muito tempo para acontecer, pri-meiro porque vivemos em um mundo permeado do audiovi-sual, de imagem, no qual é pre-ciso atender muitas expecta-tivas. Acho que uma escola que objetiva isso é mais do que necessária, uma vez que na Amazônia fazemos parte desde o início da produção de cinema. As primeiras exi-bições aconteceram por aqui também, além de termos um legítimo representante desse movimento, chamado Silvino Santos, que fez imagens para sempre da nossa realidade. Uma imagem que cotidiana-mente está sendo destruída, até mesmo Manaus e toda a sua imagem aquática, cujas

pontes viraram viadutos e os igarapés viraram aterros”, observa o cineasta, que acre-dita que o cinema e o au-diovisual em geral podem despertar a consciência, o coração e as mentes das pes-soas para realidades muitas vezes tão óbvias.

Questão regionalProduzir audiovisual na

Amazônia, na opinião de Mi-chiles, é um desafio para não tornar um material com ca-racterísticas “provincianas”. O cineasta ressalta que existe uma necessidade implícita de o produto dialogar com o mundo.

“Um filme feito na Nova Zelândia pode fazer alguém se apaixonar em Itacoatiara. Aí está o domínio da lingua-gem, que é universal. É preciso lembrar que mesmo falando do seu quintal, você tem que falar com o mundo. Temos que fazer os nossos filmes universais. Uma novela, por exemplo, fala para a maio-ria das pessoas. Ela viaja o mundo inteiro, é dublada em outros países, de forma que para onde se vai, pratica-

mente está presente aquela produção brasileira”, diz.

Ainda sobre a nova realida-de que se inicia em relação à oferta de um curso supe-rior voltado especificamen-te para este segmento de arte, Aurélio Michiles aponta que a experiência não pode ser meramente teórica.

“A escola tem que ser prática também. Tem que ter acesso ao aparelhamento técnico e o acadêmico precisa desenvol-ver a consciência de quanto valem e custam seus planos. Cinema é uma profissão cara, mas com retorno incomensu-rável. É difícil fazer cinema, mas é ainda mais difícil mos-trar o seu material. A cadeia produtiva e comercial (produ-ção, distribuição e exibição) geralmente está nas mãos de grandes empresas com sede fora do país, por exemplo. Por isso, é preciso criar mecanis-mos para contornar isso. O Estado precisa realmente ser parceiro para que essa produ-ção local chegue ao grande público. Até mesmo nos EUA, uma potência nessa indústria, existem leis que amparam as produções”, afirma.

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

FOTOS: IONE MORENO

‘Jogos Vorazes’ inicia açõesManaus é uma das dez

cidades brasileiras escolhi-das pela Paris Filmes para integrar a programação de eventos no dia 23 de março, para divulgar a franquia “Jo-gos Vorazes – Em Chamas”, filme que levou aproxima-damente 2 milhões de pes-soas aos cinemas somente no Brasil e se tornou uma febre mundial. A ação irá incluir promoções nas ruas, redes sociais e veículos de

imprensa até o lançamento do filme em novembro.

Na trama, a vencedora do Oscar de melhor atriz em 2013 e uma das atrizes mais cobiçadas de Hollywood, Jennifer Lawrence, interpre-ta Katniss Everdeen, junto com Josh Hutcherson que faz o papel de Peeta, seu par-ceiro-tributo. Eles voltam para casa após vencerem os Jogos Vorazes e logo têm que sair para se apresentar

na turnê anual dos vencedo-res. Katniss percebe que sua rebeldia durante os jogos foi o prelúdio de uma re-volta dos distritos, e que a capital não pretende deixar isso impune.

Para punir a insolência dos jovens, o presidente Snow convoca os dois tributos do distrito 12 de volta a arena para participarem do Massacre Quaternário, uma edição especial dos jogos

que acontece a cada 25 anos para marcar o aniversário da derrota dos distritos para a capital. Mas esses jogos têm novas regras e são mui-to mais difíceis de vencer. Voltam aos papéis originais os atores Josh Hutcherson Stanley Tucci (“Um Olhar do Paraíso”), Lenny Kravitz e Elizabeth Banks (“Pagando Bem, Que Mal Tem“). O filme chega aos cinemas no dia 15 de novembro.

PROMOÇÃO

Manaus é uma das dez cidades a receber ações do filme

Um dos principais nomes da produção audiovisual brasileira, Aurélio Michiles esteve em Manaus, na semana passada, para abertura do curso de tecnologia em produção audiovisual da UEA

Atualmente, Aurélio Mi-chiles está em fase final da produção do documentário “Tudo por amor ao cine-ma”, uma homenagem pes-soal a Cosme Alves Netto, amazonense considerado o “embaixador do cinema brasileiro”, porque entre outras coisas dinamizou a criação de cineclubes tanto no Amazonas quanto no Rio de Janeiro, influenciando nomes como Márcio Sou-za, Joaquim Marinho, Cacá Diegues e Arnaldo Jabor. “Estou no último corte do documentário. Ao todo, tenho imagens de 64 fil-mes para contar a história. Montei inicialmente uma versão de quatro horas e fui reduzindo. Nesse momento, estou cuidando da liberação dos direitos das imagens usadas. Em relação às pro-duções brasileiras (cerca de 65% dos filmes seleciona-dos), creio que 95% já estão

autorizadas.

LançamentoMinha expectativa, de-

pois de 5 anos debruçado sobre esse filme, é que tudo fique pronto até ju-

lho deste ano”, projeta Michiles, que revela que o próximo documentário a dar atenção é “O quintal da minha casa”, idealizado antes mesmo desse sobre Cosme Alves Netto.

Novas produções para 2013

FILMEAurélio Michiles está produzindo o docu-mentário “Tudo por amor ao cinema”, uma homenagem pessoal a Cosme Alves Netto, amazonense conside-rado o “embaixador do cinema brasileiro”

DIVULGAÇÃO

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D4 Plateia MANAUS, DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013

Clássicos de 80: MacGyver e a sua ‘Profissão Perigo’

RESENHA

PERFIL

Érico Cinemeiro é jornalista, blogueiro e apaixonado por cinema

De setembro de 1985 a maio de 1992, as aventuras de Ma-cGyver (lê-se Ma-

gaiver), ou “Mac” para os ínti-mos, se tornaram um sucesso mundial que conquistou fãs nos quatro cantos do mundo. MacGyver (vivido pelo ator Richard Dean Anderson), que aqui no Brasil ganhou o títu-lo de “Profissão Perigo”, era uma série da televisão ame-ricana sobre um ex-agente secreto das forças especiais cuja sua principal arma era a aplicação prática do co-nhecimento científico. Não entendeu? Vou explicar.

Ele era dotado de muitos talentos e vários conheci-mentos em diversas áreas, tais como: química, física, biologia, meteorologia, in-formática, eletrônica, me-cânica, engenharia, além de saber rapel, paraquedismo, mergulho, primeiros-socor-ros, código Morse, explosi-vos (desmonta bombas que é uma beleza e com uma facilidade impressionante), e asa-delta só pra citar alguns. Porém mesmo com certo trei-

namento militar, MacGyver era totalmente contra o uso de armas e para auxiliá-lo nas situações de perigo, contava apenas com sua inteligência, seu canivete suíço e do uso de itens comuns que geral-mente eram os materiais que estavam por perto.

Isto permitia que ele crias-se uma variedade de so-luções improvisadas, para escapar da captura, do de-sastre ou para geralmente derrotar os inimigos (em virtude disso, seu nome até hoje é associado a qualquer tipo gambiarra que se faça). Fora isso, MacGyver ainda era supercarismático sendo eleito pelo público da época como o personagem mais simpático dos seriados de ação, pois, além do seu vasto conhecimento, ainda tinha um humor refinado nas horas de perigo e uma ironia ácida na medida certa. Mas, mesmo sendo o “boa-praça” do pedaço, ainda possuía inimigos ferrenhos, como por exemplo, Murdoc, um assassino profissional e mestre dos disfarces que nunca falha - exceto quan-do MacGyver se envolve na

trama pra estragar seus planos.

Na época, a série foi um sucesso tão grande que o per-sonagem tinha até barbearia “especia-lizada” no seu cor-te de cabelo, virou boneco de brin-quedo, cujo slogan era “MacGyver, a inteligência ven-cendo desafios” e também depois ganhou uma pa-ródia chamada “MacGruber” , que até virou filme lançado há 3 anos.

Aqui no Brasil o per-sonagem também ganhou uma paródia, o “Cagayver”, que era quadro de humor de uma rádio e sempre apre-senta Cagayver fazendo uma bomba com um chiclete, uma casca de banana e um clip de papel e que na tentativa de solucionar os problemas, aca-bava era estragando tudo por onde passava. Era fenomenal e muito engraçado.

A série, cujo personagem principal até hoje é lem-

brado e citado em outros seriados e filmes, está reprisando no canal TCM da TV fechada e as quatro primeiras tempo-radas também podem ser encontradas em DVD, com o som original e dublagens em português e espanhol, porém sem nenhum extra. Fica aí uma boa pedida para quem quiser adquirir uma série de qualidade e com divertimento garantido.

Em meados da década de 80 surgia um perso-nagem fora do comum, que até hoje é lembrado por suas façanhas realizadas apenas com o poder do seu intelecto: seu nome, MacGyver, o “rei da gam-biarra”

ÉRICO CINEMEIRO

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Canal [email protected]

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

TV Tudo Previsão de realityA direção da Bandeirantes trabalha com a data de 9

de abril, uma terça-feira, para a estreia do reality “Quem quer casar com meu filho?”, com apresentação de Adria-ne Galisteu. O programa irá ao ar, do primeiro ao último episódio, inteiramente gravado.

Em função do lançamento de “Quem quer casar com meu filho?”, a Bandeirantes vai ter que escolher um ou-tro dia para a exibição de “The Walking Dead”. Alguma sugestão?

Lembrando que o programa, sucesso da televisão ame-ricana, começou a ser exibido pela emissora às quartas-feiras, e foi parar nas terças, devido ao futebol.

Está confi rmada no Viva a estreia da série “As Noivas de Co-pacabana”, dia 21. O elenco, além do Miguel Falabella, tem Christia-ne Torloni, Patrícia Pillar, Tássia Camargo, Ana Beatriz Nogueira, Reginaldo Faria, entre outros.

C’est fi ni

Bate–Rebate• Durante toda a semana

foram realizadas diversas reu-niões sobre as mudanças no “Caldeirão do Huck”.

• Vale lembrar que a equipe do programa agora conta com o re-forço do diretor Hélio Vargas.

• A escolha do novo repór-ter do “CQC” também não será agora.

• O nome do escolhido, de-pois de devidamente aprova-do pelas instâncias superiores, será anunciado dentro de três semanas.

Tem uma explicação “Amor à Vida”, substitu-

ta de “Salve Jorge”, terá um hospital entre os seus principais cenários, em que médicos e enfermeiros lu-tam diariamente pela vida de seus pacientes.

Daí o título, agora de-finitivo, que se justifica inteiramente.

Alta temperatura Vez por outra, os jovens

e apaixonados médicos de “Amor à Vida”, fora do ex-pediente irão se atracar dentro de elevadores, além de outros locais.

Uma coisa meio “Grey’s Anatomy”, que muita gen-te conhece.

Muita cobrança Pressão existe em todo

lugar. Mas, em alguns pro-gramas de TV realizados em São Paulo, o negócio está ultrapassando o limite do aceitável.

É impressionante como algumas pessoas têm difi -culdades em conviver com o próximo.

Muita cobrança 2 Seria interessante, por

exemplo, que alguém com melhor cabeça na Rede TV! se dignasse a dar uma espiadinha no que aconte-ce nos interiores do “Sá-

Pingos nos isA empresa XYZ, de Ni-

zan Guanaes, nos pró-ximos dias irá se reu-nir com os atores de “Carrossel” para discutir o valor de contrato de cada um e outros deta-lhes do espetáculo mu-sical que deve estrear ainda este ano.

O show será apresen-tado apenas em locais que tenham estrutura para receber grande público.

DIVULGAÇÃO

bado Total”. O ambiente está horroroso.

Já saíram duas produtoras, dois estagiários, e mais re-centemente um repórter se deslocou para o “Feira do Riso”. Complicado isso, por-que, no ar, tudo parece uma maravilha.

Preocupação com isso O carioca Fernando Gabei-

ra tem adotado um sotaque menos carregado à frente do “Capital Natural”, programa que fala sobre sustentabili-dade no Bandnews TV.

O objetivo do controle é um maior alcance da mensa-gem ali transmitida. Na pró-pria produtora, responsá-vel pelo programa, há uma fonoaudióloga especialista

em atuação audiovisual. O sucesso deles “Sertanejos milionários” é

o tema de uma das próximas séries do “Jornal da Band”. Já está em produção.

O cotidiano das principais duplas, como Zezé & Luciano, Bruno & Marrone, Victor & Leo, além dos que atacam sozinhos, será acompanhado pelos repórteres e câmeras do jornal.

Um craque “Flor do Caribe”, do Walther

Negrão, está no ar desde a última segunda-feira, mos-trando muita coisa boa.

Entre elas, mais um gran-de trabalho do ator Sérgio Mamberti.

A variação de códigos e condu-tas do corpo em sociedades de diferentes latitudes e como cada regra é construída e apreendida a partir de diferentes modos de transmissão, treinamento ou “adestramento” confi guram e fundamentam “As técnicas do Corpo (2003)”,clássico texto do antropólogo e sociólogo fran-cês Marcel Mauss (1872 -1950). Gestos codifi cados visando uma efi cácia prática ou simbólica são alguns dos aspectos que Mauss, a partir de relatos pessoais, procurou sistematizar em torno deste assunto.

O autor não desenvolve um estudo aprofundado sobre nenhum desses aspectos tra-tando apenas de informações gerais, mas suas indicações e exemplos são suficientes para que vários outros estudos de autores que o tomaram como referência fossem realizados. É claro que Mauss generalizou em demasia suas observações, mas a sua percepção no que diz respeito às diferentes técnicas corporais em diferentes socie-dades ou gerações da mesma é relevante para compreen-dermos os mecanismos que a inspiram e a legitimam.

O autor chega a propor uma divisão e classifi cação das téc-nicas do corpo quanto à divisão entre os sexos, entre as idades, a transmissão da forma das técni-cas, as técnicas da infância, do nascimento, dos cuidados com o corpo, reprodução, da corrida etc. O uso do berço, por exem-plo, tem se situado em várias sociedades e em algumas é a responsável pela deformação craniana em seus indivíduos. Em outro exemplo reparou que o nado sofreu variações entre a sua geração e a posterior, como

o ato “estúpido”, a seu ver, de engolir água e cuspi-la, típico de sua geração, e as braçadas serem substituídas por “diferen-tes espécies de crawl”. As dife-renças no modo de cavar entre as tropas inglesas e francesas durante a guerra e a implicância da pá como instrumento de di-ferenciação entre uma e outra, o modo similar de andar das enfermeiras americanas e da juventude francesa (atribuição feita à infl uência do cinema americano), a posição das mãos típicas de uma freira, o uso da mão direita, entre outros, constituem observações impor-tantes que nos levam a refl etir sobre a diversidade das práticas humanas e a alteridade como arma imprescindível contra }a intolerância.

Outros autores se especiali-zaram nos estudos corporais e contribuíram signifi cativamen-te para a compreensão do cor-po como instrumental simbólico, prático e primeira ferramenta humana. David Le Breton é um desses autores em cuja percep-ção o corpo passa a assumir dife-rentes posições - dependendo da modalidade de atuação e de seu grau de inserção social perten-centes a um tempo e um espaço. Professor da universidade de Es-trasburgo e um dos mais conhe-cidos autores da corporeidade, Le Breton nos apresenta em “A sociologia do corpo” (2006) um ensaio elucidativo, e já de cara nos deixa uma advertência: “[...] não há nada de natural no gesto ou na sensação”.

Em suma, o corpo é construído culturalmente e as ideias que a engendram são formatadas num tempo e num espaço pelo grupo humano que os produziu e o ressignifi cou.

Márcio BrazE-mail: [email protected]

Márcio BrazAtor, diretor e

membro do Navi – Núcleo de An-

tropologia Visual da Ufam

Outros auto-res se espe-cializaram nos estudos corporais e contribuíram signifi cativa-mente para a compre-ensão do corpo como instrumental simbólico, prático e primeira ferramenta humana”

As técnicas do corpo

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D6 Plateia MANAUS, DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013

BAND

Programação da TV

6:00 Arnold

6:30 Pesca Alternativa

7:30 Brasil Caminhoneiro

8:00 Aventura Selvagem

8:30 Vrum

9:00 Amazonas da Sorte

10:00 Domingo Legal

14:00 Eliana

18:00 Vamos Brincar de Forca

18:45 Sorteio da Telesena

19:00 Programa Sílvio Santos

23:00 De Frente com Gabi

0:00 Série

1:00 Série

2:00 Série

3:00 Igreja Universal

SBT

GLOBO

REDE TV

4:45 Santa Missa em Seu Lar5:50 Sagrado6:00 Amazônia Rural6:30 Pequenas Empresas, Grandes Negócios7:05 Globo Rural8:00 Auto Esporte8:30 Esporte Espetacular11:30 Esquenta!12:50 Temperatura Máxima15:00 Futebol 201317:00 Domingão do Faustão19:45 Fantástico22:05 Big Brother Brasil22:50 The Ultimate Fight23:35 Domingo Maior1:25 Flash – Big Brother Brasil1:30 Sessão de Gala3:15 Corujão4:35 Festival de Desenhos

4:45 Bíblia em Foco5:00 Nosso Tempo5:30 Desenhos Bíblicos8:45 Record Kids

5:00 Igreja Mundial

5:50 Popcorn TV

6:30 Santa Missa no Seu Lar

7:30 Fé na Verdade

8:30 Desenho

9:00 Expressão Esportes

9:30 Mackenzie em Movimento

9:45 Infomercial

10:45 Verdade e Vida

11:30 Gol, O Grande Momento do Futebol

12:00 Fórmula Truck

13:30 Terceiro Tempo

14:30 Futebol 2013

16:50 Terceiro Tempo

18:20 Polícia 24h

20:10 Os Simpsons

21:00 Pânico na Band

0:00 Canal Livre

1:35 Show Business

3:00 Igreja Mundial

RECORD

6:30 Igreja Internacional da Graça7:30 Igreja Internacional da Graça8:30 TV Kids9:00 TV Shopping Manaus10:00 Super Oferta10:30 TV Kids11:00 Igreja Internacional da Graça12:00 Fique Ligado13:00 Esporte Performance14:00 Encircuito15:30 TV Kids17:00 Ritmo Brasil17:30 Star Trek18:30 O Último Passageiro19:45 Operação de Risco20:30 Tá Gravado21:00 TV Shopping Manaus22:00 WWE Smackdown23:00 Dr. Hollywood0:00 É Notícia1:00 Bola na Rede1:30 Igreja Internacional da Graça

9:00 Amazonas da Sorte10:00 Record Kids12:00 Tudo a Ver14:00 Programa do Gugu18:00 Domingo Espetacular22:00 Tela Máxima0:15 Programação IURD

“Esquenta!” é um dos maiores ibopes da TV no domingo

HoróscopoGREGÓRIO QUEIROZ

ÁRIES - 21/3 a 19/4 Envolva-se menos por defi ciências pessoais e situações adversas. Um pouco de atenção e sentido de organização é sufi ciente para sanar problemas que pareciam não ter fi m.

TOURO - 20/4 a 20/5 Mercúrio direto é indício positivo para o con-junto geral de sua vida. Em especial, para as relações de amizade e a participação social, que passam a ser muito mais satisfatórias.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 Mercúrio direto faculta melhor organização nas ações profi ssionais e um sentido de obje-tividade e conclusividade. Tempo de colocar, no trabalho, o planejamento em prática.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 Momento oportuno para revisar decisões e orientações que possa ter defi nido nas se-manas anteriores. Você organiza seus pensa-mentos com mais efi ciência.

LEÃO - 23/7 a 22/8 Mercúrio direto favorece a relação a dois, o casamento e as associações. Os pontos de discórdia começam a ceder, e vocês encon-tram equilíbrio na condução das relações.

VIRGEM - 23/8 a 22/9 Mercúrio direto indica sua melhor disposição para com os relacionamentos pessoais. uma atitude sua mais bem equilibrada benefi cia imensamente o modo de ser com as pes-soas.

LIBRA - 23/9 a 22/10 Procure se concentrar nas tarefas e afazeres que são primordiais Mercúrio direto indica começo de fase mais organizada no trabalho. Você estará realmente mais produtivo.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11 A vida amorosa dá alguns passos importantes em uma direção mais bem defi nida. Mercúrio direto indica melhor comunicação de seus sentimentos e desejos.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12 O intelecto e a comunicação melhoram a organização doméstica e o entendimen-to com familiares. Havia muito assunto pelo meio do caminho. Agora, as coisas se definem.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 Mercúrio direto signifi ca organizar as ro-tinas. Sua agenda e os ritmos diários ga-nham estabilidade. É tempo de comunicar, por gestos e palavras, suas intenções e desejos.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 Mercúrio direto é indício positivo para a lida com a materialidade. Em especial, para a lida com negócios, posses ma-teriais e dinheiro. É tempo de se definir nestes assuntos.

PEIXES - 19/2 a 20/3 A melhor comunicação e intelecção, para você, permitem organizar a si próprio, isto é, coordenar os desejos, sentimentos e gestos que compõem seu comportamento.

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

Solução

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BANCO 19

QMFPURPURINA

EPISODIOMANEAVENOUREU

SÃOSIMONORBITAE

VACINADOSRAGAVCRSLAMO

BILHETESSASMEC

ECUMENICOADOSONAR

Pómetálicousado noCarnaval

Britânicoe MadameTussaud

(?) piloto, o 1o capítu-lo de uma

série de TV

Bruxa ami-ga da MagaPatalójika

(HQ)(?) Bolívar,

heróilatino-

americano

Trajetóriafechada deum astro

(Astr.)

OduvaldoViana, dra-

maturgobrasileiro

Grand (?),grupo deeventosdo tênis

O popular"derramecerebral"

(sigla)Cédula derifas e deloterias

(pl.)

Relatóriode conclu-

são deuma perícia

A pele queapresentadescama-

çãoA verde

simbolizaa espe-rança

O cultoque unevárias

religiões

AyrtonSenna,ídolo da

Fórmula 1

Organizao Enem eo Enade(sigla)

Leiterecente-mente

ordenhado

Aparelhoauxiliar

da pescaindustrial

(?) e sal-vo: ileso

Nosso,em inglêsCetáceo

voraz

"..., não petisca" (dito)Recibo pa-ra autôno-mos (sigla)

Peça quefirma a

dobradiça

Pássaro(?) Lee,roqueirabrasileira

Início deviagem

Entidades ligadas àONU (siglas)

Branco co-mo a neve

Imuniza-dos (fig.)Regiane

Alves, atriz

(?) Garrin-cha, craquecognomi-nado A

Alegria doPovo

3/ado — our. 4/slam. 5/simón. 6/órbita. 14/museus ingleses.CruzadinhasCinema

ESTREIAREPRODUÇÃO

Oz, Mágico e Poderoso – Livre: Cinemark 4 – 15h40 e 18h30 (dub/exceto sábado e domingo), 19h (dub/somente sábado), 21h20 (dub/exceto sábado) e 22h10 (dub/somente sábado); Cinemark 6 – 11h50 (3D/dub/somente sábado e domingo), 14h40, 17h30, 20h30 e 23h30 (somente sexta-feira e sábado), Cinemark 7 – 12h50, 15h50, 18h50 e 22h; Playarte 1 – 13h20, 16h, 18h40 (3D/dub/diariamente), Playarte 1 – 21h20 (3D/leg/diariamente), 23h59 (3D/leg/somente sexta-feira e sábado); Cinemais Millennium 1 – 14h40, 18h20 e 21h (3D/leg/diariamente); Cinemais Millennium 3 – 13h30, 16h10, 18h50 e 21h30 (3D/dub/diariamente); Cinemais Millennium 8 – 14h, 16h40, 19h20 e 22h (leg/diariamente). Cinemais Plaza 2 – 14h10 e 16h50 (3D/dub/diariamente); Cinemais Plaza 5 – 13h40, 16h20, 19h e 21h40 (dub/diariamente).

A Fuga – 16 anos: Cinemark 5 – 13h10, 15h30,

17h50, 20h10 e 22h30 (dub/diariamente); Playarte 5 – 14h40, 16h40, 18h40 e 20h40 (leg/diariamente),

22h40 (leg/somente sexta-feira e sábado); Cinemais Millennium – 15h, 17h, 19h e 21h10 (leg/diariamen-te); Cinemais Plaza 15h20, 17h20, 19h20 e 21h25 (dub/diariamente).

Os Penetras – 14 anos: Playarte 2 – 14h20,

16h20, 18h20, 20h20 (diariamente) e 22h20 (so-mente sexta e sábado).

Inatividade Paranormal – 16 anos: Playarte

3 – 13h, 15h, 17h, 19h, 21h (leg/diariamente) e 23h (leg/somente sexta e sábado); Playarte 4 – 14h, 16h, 18h, 20h (dub/diariamente) e 22h (dub/somente sexta e sábado).

Amanhecer Violento – 14 anos: Playarte 8

– 13h40, 15h40, 17h40, 19h40, 21h40 (leg/diariamen-te) e 23h40 (leg/somente sexta e sábado); Cinemark 2 – 17h10, 19h30 (dub/diariamente) e 22h (dub/não será exibido sexta e sábado).

Amor – 14 anos: Playarte 7 – 14h, 16h30, 19h, 21h30 (leg/diariamente) e 23h59 (leg/so-mente sexta e sábado).

O Resgate – 14 anos: Playarte 9 – 14h10, 16h10,

18h10 (dub/diariamente), 20h10 (leg/diariamente) e 22h10 (leg/somente sexta e sábado).

Fogo Contra Fogo – 16 anos: Playarte 10

– 14h30, 16h30, 18h30, 20h30 (leg/diariamente) e 22h30 (leg/somente sexta e sábado).

Tainá 3 – A Origem – Livre: Cinemark 2 – 15h

(diariamente). O Reino Gelado – Livre: Cinemark 4 – 13h40

(3D/dub/exceto sábado e domingo). Dezesseis Luas – 12 anos: Cinemark 8 – 12h20

(dub/somente sábado e domingo), 15h10, 18h, 20h50

(dub/diariamente) e 23h40 (dub/somente sexta-feira e sábado); Cinemais Millennium 5 – 14h10, 16h35, 19h10 e 21h35 (leg/diariamente); Cinemais Plaza 8 – 14h, 16h40, 19h30 e 21h50 (dub/diariamente).

Duro de Matar: Um Bom Dia Para Morrer – 12

anos: Cinemark 1 – 12h10 (dub/somente sábado e do-mingo), 14h30, 16h50, 19h10, 21h30 (dub/diariamente) e 0h (dub/somente sexta-feira e sábado); Cinemais Mil-lennium 4 – 17h10 e 21h50 (dub/diariamente); Cinemais Plaza 2 – 19h25 e 21h30 (dub/diariamente).

O Lado Bom da Vida – 12 anos: Cinemais Millennium 4 – 14h30 e 19h25 (leg/diariamente).

Inatividade Paranormal – 16 anos: Cinemais Plaza 3 – 15h e 19h10 (dub/diariamente).

João e Maria – Caçadores de Bruxas – 14 anos: Cinemais Plaza 3 – 17h e 21h20 (dub/diariamente).

CONTINUAÇÕES

A Busca: BRA. 12 anos. Theo Gadelha (Wagner Moura) e Bran-ca (Mariana Lima) são casados e trabalham como médicos. O casal tem um fi lho, Pedro (Brás Antunes), que desaparece quando está perto de completar 15 anos. Para piorar a situação, Theo fi ca sabendo que Branca quer se separar dele e que seu mentor (Germano Haiut) está à beira da morte. Theo sai em busca do fi lho sumido e aproveita a via-gem para se redescobrir. Cinemark 2 – 13h, 17h10, 19h30 e 21h50 (diariamente) e 0h10 (somente sex-ta-feira e sábado); Cinemais Mil-lennium 7 – 14h50, 16h50, 19h15 e 21h20 (diariamente); Cinemais Plaza 6 – 14h30, 16h30, 18h50 e 21h (diariamente).

PRÉ-ESTREIA

Os Croods: EUA. Livre.Depois que a caverna da família Crood é des-truída, o clã se vê obrigado a partir em busca de uma nova casa. Liderados por Grug (Cage), só não imaginavam que sair das cavernas ia render a maior aventura de suas vidas. Cinemark 4 – 13h40 (dub/somente domingo), 14h10, 16h40 (somente sábado), 19h10 (somente domingo); Cinemais Millennium 1 – 14h20 e 16h20 (3D/dub/somente sábado e domingo).

Linha de Ação: EUA. 14 anos. Nicholas Hostetler é o prefeito de Nova York, um sujeito arrogante e ambicioso, que se prepara para a reeleição dentro de alguns dias. Ele contrata Billy Taggart, um ex-policial que caiu em desgraça na corporação, para investigar quem é o amante de sua esposa. Cinemark 3 – 13h30, 16h10, 18h40 e 21h10 (dub/diariamente), 23h50 (dub/somente sexta-feira e sábado); Playarte 6 – 13h45, 15h55, 18h05, 20h15 (leg/diaria-mente), 22h25 (leg/somente sexta-feira e sábado); Playarte 6 - 13h45, 15h55, 18h05, 20h15 (leg/diariamente), 22h25 (leg/somente sexta-feira e sábado); Cinemais Millennium 2 – 15h10, 17h20, 19h30 e 21h40 (leg/diariamente); Cinemais Plaza 7 – 15h30, 17h40, 19h50 e 22h (dub/diariamente).

Royal Opera House: Bela Adormecida. RUS. 12 anos. Com rein-terpretação que Peter Farmer faz do belo design original de Oliver Messel, além da coreografi a de Anthony Dowell, Christopher Wheeldon e Frederick Ashton, essa montagem de “A Bela Adormecida” capta a atmosfera do original e revela que ainda é uma obra viva do Royal Ballet, crescendo e mudando com a Companhia ao mesmo tempo em que celebra seu passado. Cinemark 4 – 11h (leg/somente sábado), 16h (leg/somente domingo), 19h (leg/somente terça-feira e quinta-feira).

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D7PlateiaMANAUS, DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

::::: Sala de Espera

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

Sala de Espera

Sinôni-mo de luxo e de muita sofi sticação, a primeira-dama Nejmi Jomaa Aziz distribuin-do simpatia em aparição indispensável durante a visita

nos dois pavilhões do Lar dos Hanse-nianos inaugurados pelo governador Omar Aziz durante a semana. Além dos

apartamentos serem entregues com mobili-ário, o lugar também possui sala para atendimento médico e jardim, fazendo a alegria dos benefi -ciados por esta ges-tão que é marcada pela valorização das pessoas e geração de opor-tunidades.

Luis Carlos Mestrinho, Moacir Andra-de e dona Graça Figliuolo estão trocando de idade hoje. Os cumprimentos da coluna.

Amanhã, Terezinha Ruiz, Beto Ribeiro, Dissica Calderaro, Sinésio Campos, Regiana Góes Souza, Marcelo Gil, Emanuelle Moura, Célio Cruz e David Reis serão alvo de ses-sões parabéns.

No Diamond, no próxi-mo dia 27, os superanfi -triões Hellen e Anselmo Garcia pilotarão sessão parabéns dupla de José Eduardo e Ana Beatriz.

A Zona Norte de Manaus ganhou mais uma unidade de saúde, que vai oferecer atendimento em horário estendi-do para a população. A reinauguração da Unidade de Saúde Ambulatorial Balbina Mestrinho contou com a presença do pre-feito Arthur Virgílio Neto e do secretário municipal de Saúde, Evandro Melo.

Vai fazer falta. Depois de 10 anos na assessoria de comunicação corporativa da Vivo Regional Norte, a competente jornalista Norimar Muller deixou o car-go. A doce Norimar colocará em prática um antigo projeto pessoal. Daqui dese-jamos vibrações para lá de positivas.

A Casa da Carne, do Dom Pedro, conhecida pela sua variedade de carnes para aquele barbecue-tendência, aderiu ao ótimo e prá-tico delivery. O disque-entrega agora pode ser feito pelo 3656-4334.

Único evento do gênero no norte do país, o Festival Breves Cenas de Teatro chega a sua quinta edição com abertura da programação na próxima quarta-feira, às 19h, e segue até o dia 24, no Teatro Amazonas. A entrada é gratuita.

Não dá mais! Ou o poder público se move ou Manaus vai parar! O trânsito na Djalma Batista e na Constantino Nery está impraticável. Há bem pou-co tempo os engarrafamentos eram restritos aos horários de pico. Agora, é toda hora. Impossível.

::::: Colapso

Com a chegada da temporada bovi-na, a descolada Selma Reis, do maravi-lhoso Empório dos Reis, ganha trabalho dobrado. A grife gastronômica será a responsável por abastecer espaços poderosos, como o da empresária Ana Paula Perrone – que está aniversarian-do hoje e reuniu elenco badaladíssimo – e o camarote da imprensa do Movi-mento Amigos do Garantido.

::::: Grife

Na sua quarta edição, acontece ama-nhã, a cerimônia de outorga da Medalha Grandes Amazônidas, no auditório da Ciência do Inpa, às 19h30. O médico Marcus Barros, os empresários Mário Guerreiro e Jaime Benchimol, e o jor-nalista Aldisio Filgueiras receberão da Associação PanAmazônia a honraria. Também receberão o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia e o Banco da Amazônia. Já, in memoriam, a Medalha Grandes Amazônidas homenageará os professores Benedito Nunes e Armando Mendes, e o empresário Nathaniel Xa-vier de Albuquerque. Bravíssimo!

::::: Solenidade

Para celebrar o Dia Na-cional da Poesia, come-morado na última quin-ta-feira, acontece hoje o “Poesia no Parque”, com atividades artístico-cul-turais no parque Muni-cipal do Mindu. Haverá exposições, apresenta-ções teatrais, leituras encenadas e uma mostra de artesanato, entre ou-tras atividades. O evento marca o início da utiliza-ção dos locais protegidos pelo município como es-paços para o desenvol-vimento de atividades voltadas à cultura e ao lazer da população. Ba-canésimo.

::::: Agendável

Cumprindo agenda de trabalho em Brasília, a elegância na dosagem certa da competente advogada Denise Aufi ero

No almoço concorrido do Zefi nha Bistrô: as azuladas Ieda Carva-lho, Márcia Baranda e Selma Reis

Segundo o folclore popular, o transporte público de Manaus e o caos no centro da cidade já podem ter uma solução. É que após o conclave que elegeu o argentino Francisco para o cargo de papa, os manauenses já podem apelar para ele. É o jeito. Oremos.

::::: Chamem Francisco!

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D8 Plateia MANAUS, DOMINGO, 17 DE MARÇO DE 2013

Pássaros cinquentõesClássico do cinema indicado ao Oscar de Efeitos Especiais em 1964, o fi lme “Os pássaros”, dirigido por Alfred Hitchcock, completa este mês 50 anos de lançamento mundial e continua com um dos longas-metragens indispensáveis para ver

No próximo dia 28 de março o fi lme de sus-pense (com doses de terror) “Os pássaros”,

dirigido por Alfred Hitchcock completa 50 anos de lançamen-to mundial. A obra é considerada um clássico do cinema e revê-la, seja para lembrar ou mesmo para conhecer, é uma ideia oportuna.

E n t r e outros as-pectos, o fi lme se consolida na his-tória do cinema por não apresen-tar exageros ao espectador, sobretudo em relação aos efeitos espe-ciais, embora tenha sido in-dicado ao Os-

car no ano seguinte (1964) para disputar essa categoria. Toda a atenção de quem assiste a ele é conquistada basicamente pelo argumento, pelo próprio rotei-ro e pela interpretação. Não teria como ser diferente, dada as limitações tecnológicas da época e até mesmo pelo baixo orçamento (para os padrões

atuais norte-americanos) comprometido para tal. À época, a produ-ção de “Os pássaros” chegou à marca de 2 milhões de dólares de investimentos.

A grandiosidade da produção está no

fato de o diretor ter explorado

um viés perturbador de uma realidade que ao mesmo tempo parece distante e crível. Um ataque praticamente inexplicá-vel de aves que agem como se tivessem planejado a reação ofensiva aos seres humanos.

Não há, por outro lado, um aprofundamento para outras raízes na história, sem revira-voltas, o que não desmerece a trama em hipótese alguma. A fi lmagem das perseguições dos pássaros, aliás, foi considerada um bocado difícil, uma vez que Hitchcock se utilizou de aves re-ais para isso. A consequ-ência

imediata da decisão, inclusive, foi um acidente (corte no rosto) com a atriz Tippi Hedren, prota-

gonista do suspense. O aspecto psicológico que a obra apresenta leva o espectador a –

muitas vezes – completar na própria mente a tensão por trás das imagens, sobrepondo-se inclusive aos efeitos especiais que, obviamente, não podem ser comparados aos que os olhos do público moderno estão acostumados a ver na telona nos últimos anos.

Na observação histórica de “Os pássaros”, o fi lme é uma referência para outros tantos que vieram depois, incluindo uma sequência dele próprio (“Os pássaros 2”, de Rick Ro-senthal, que de tão ruim usou um pseudônimo para assinar a direção), feita apenas para TV

e sem o m e -

nor

apelo emocional. Um dos mais recentes fi lmes que adotaram cenas que remetem ao clás-sico de Hitchcock é “Resident Evil – A extinção”, no qual surgem pássaros zumbis que atacam humanos.

A história é simples. Melanie Daniels é uma mulher rica que se interessa por um homem chamado Mitch Brenner (Rod Taylor). Ao decidir procurá-lo em uma cidadezinha onde ele costuma ir de vez em quando, Melanie se depara com uma situação inusitada, na qual pássaros estranhos atacam pessoas sem distinção ou cau-sa aparente.

Para quem quiser conferir o suspense, considerado um dos melhores dirigidos por Alfred Hitchcock, depois de “Psicose”, a distribuidora Universal tem lan-

çado no mercado a versão em DVD, nas principais

lojas do segmento e via internet, em sites especiali-zados.

QUALIDADEO fi lme se consolida na história do cinema por não apresentar exa-geros ao espectador, apesar da indicação de efeitos especiais, mas conquista pelo argu-mento, pelo roteiro e pela interpretação

O suspense é conside-rado um dos melhores dirigidos por Alfred Hitchcock, depois de “Psicose”

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

Novos talentos abrem exposição

Composições artísticas a partir de manchas. Essa é a técnica predominante das pinturas expostas em “Pintu-ra Um”, uma mostra coletiva desenvolvida por alunos do Centro de Artes da Univer-sidade Federal do Amazonas (Caua). O ensaio, que tem en-trada gratuita, fi ca em cartaz até o dia 2 de abril.

Na exposição, nove es-tudantes apresentam seus trabalhos, que tiveram iní-cio em dezembro. Até che-gar ao resultado final, os universitários absorveram técnicas como o preenchi-mento de superfície e o trabalho com texturas para a obtenção de manchas.

O artista plástico Oto-ni Mesquita é o curador da mostra. Ele explica que esse projeto é uma experiência nova para os artistas, que até iniciarem o curso, não tinham tido o contato com materiais como tinta e pincel. “Esses trabalhos resultam dos pri-

meiros exercícios aplicados em sala de aula. Iniciamos com aspectos técnicos e bá-sicos da pintura, mas com insistência em elementos como volume, plano de fun-do, profundidade e fundo”, explica. “Como sou o profes-sor do curso não foi difícil avaliar esses trabalhos. Pude acompanhar a evolução de cada um”, comemora.

De acordo com Mesquita, a galeria apresenta três painéis coletivos, que fazem men-ção aos trabalhos do pintor holandês Piet Mondrian ao termo “tachismo”, que é um estilo de pintura abstrata, e ao termo “construtivismo”. “Nesses quadros, selecionei obras de todos os artistas. Da mesma forma, as pintu-ras visualizadas nas paredes mostram uma sequência de processos”, comenta.

Na galeria, o público vai conferir os trabalhos dos dis-centes: Andrea Melo, Carla Woany, Dayana Andrade, Elizabel Pantoja, Gilvan Lira, Misa Miyagawa, Michael Ferreira, Pedro Cavalcanti e

Tyssyanny Jardim.

Experimentos A estudante Misa Miya-

gawa, afi rma que “Pintura Um” lhe proporciona sua primeira experiência de ex-por uma criação. Ainda de forma tímida, a universitária se refere aos seus trabalhos como “estudos”. “É gratifi -cante poder mostrar o que fi zemos durante o curso. Pude aprender técnicas e a partir daí, desenvolvê-las por meio de representações”, expres-sa. Misa expõe cerca de dez trabalhos, onde utiliza tinta acrílica sobre o papelão. A estudante adianta que seus quadros, assim como os demais, mostram ilus-trações abstratas e em al-gumas ocasiões, lembram elementos que integram a natureza. “Na última etapa desse trabalho utilizamos a fotografi a como ponto de partida para uma pintura, quando defi nimos uma pa-leta de cores”, informa.

Para Andrea Melo, a opor-tunidade de exibir suas pro-

duções para a comunidade manauense é considerada como uma porta para a uma formação profi ssional com-pleta. A universitária conta que sonha em ser professora de artes. “Desta forma será possível ter maior contato com o público, que tam-bém vai conhecer tanto os projetos como os autores. Isso vai nos proporcionar segurança”, cita.

CAUA

PRISCILA CALDASEquipe EM TEMPO

Nove estudantes de artes plásticas participam da mostra

DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

SERVIÇOMOSTRA “PINTURA UM”

Quando:

Onde:

Hora:

Quanto:

Até 2 de abril

Galeria do Caua – rua Monsenhor Coutinho, 724, Centro

de 8h às 12h e 14h às 17h

Gratuito

to mundial. A obra é considerada um clássico do cinema e revê-la, seja para lembrar ou mesmo para conhecer, é uma ideia oportuna.

E n t r e outros as-pectos, o fi lme se consolida na his-tória do cinema por não apresen-tar exageros ao espectador, sobretudo em relação aos efeitos espe-ciais, embora tenha sido in-dicado ao Os-

orçamento (para os padrões atuais norte-americanos)

comprometido para tal. À época, a produ-comprometido para tal. À época, a produ-comprometido para

ção de “Os pássaros” chegou à marca de 2 milhões de dólares de investimentos.

A grandiosidade da produção está no

fato de o diretor ter explorado

raízes na história, sem revira-voltas, o que não desmerece a trama em hipótese alguma. A fi lmagem das perseguições dos pássaros, aliás, foi considerada um bocado difícil, uma vez que Hitchcock se utilizou de aves re-ais para isso. A consequ-ência

imediata da decisão, inclusive, foi um acidente (corte no rosto) com a atriz Tippi Hedren, prota-

gonista do suspense. O aspecto psicológico que a obra apresenta leva o espectador a –

Na observação histórica de “Os pássaros”, o fi lme é uma referência para outros tantos que vieram depois, incluindo uma sequência dele próprio (“Os pássaros 2”, de Rick Ro-senthal, que de tão ruim usou um pseudônimo para assinar a direção), feita apenas para TV

e sem o m e -

nor

se interessa por um homem chamado Mitch Brenner (Rod Taylor). Ao decidir procurá-lo em uma cidadezinha onde ele costuma ir de vez em quando, Melanie se depara com uma situação inusitada, na qual pássaros estranhos atacam pessoas sem distinção ou cau-sa aparente.

Para quem quiser conferir o suspense, considerado um dos melhores dirigidos por Alfred Hitchcock, depois de “Psicose”, a distribuidora Universal tem lan-

çado no mercado a versão em DVD, nas principais

lojas do segmento e via internet, em sites especiali-zados.

conquista pelo argu-mento, pelo roteiro e pela interpretação

O suspense é conside-rado um dos melhores dirigidos por Alfred Hitchcock, depois de “Psicose”

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