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1º SIMULADO - MODELO UERJ • 3ª SÉRIE E CURSO PREPARATÓRIO DO ENSINO MÉDIO • LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIASN O ARRASTÃO Estarrecedor, nefando, inominável, infame. Gasto logo os adjetivos porque eles fracassam em dizer o sentimento que os fatos impõem. Uma trabalhadora brasileira, descendente de escravos, como tantos, que cuida de quatro filhos e quatro sobrinhos, que parte para o trabalho às quatro e meia das manhãs de todas as semanas, que administra com o marido um ganho de mil e seiscentos reais, que paga pontualmente seus carnês, como milhões de trabalhadores brasileiros, é baleada em circunstâncias não esclarecidas no Morro da Congonha e, levada como carga no porta-malas de um carro policial a pretexto de ser atendida, é arrastada à morte, a céu aberto, pelo asfalto do Rio. Não vou me deter nas versões apresentadas pelos advogados dos policiais. 7 Todas as vozes terão que ser ouvidas, e com muita atenção à voz daqueles que nunca são ouvidos. Mas, antes das versões, o fato é que esse porta-malas, ao se abrir fora do script, escancarou um real que está acostumado a existir na sombra. O marido de Cláudia Silva Ferreira disse que, se o porta-malas não se abrisse como abriu (por obra do acaso, dos deuses, do diabo), esse seria apenas “mais um caso”. 8 Ele está dizendo: seria uma morte anônima, 1 aplainada pela surdez da 2 praxe, pela invisibilidade, uma morte não questionada, como tantas outras. 9 É uma imagem verdadeiramente surreal, não porque esteja fora da realidade, mas porque destampa, por um “acaso objetivo” (a expressão era usada pelos 3 surrealistas), uma cena 4 recalcada da consciência nacional, com tudo o que tem de violência naturalizada e corriqueira, tratamento degradante dado aos pobres, estupidez elevada ao cúmulo, ignorância bruta transformada em trapalhada 5 transcendental, além de um índice grotesco de métodos de camuflagem e desaparição de pessoas. 10 Pois assim como 6 Amarildo é aquele que desapareceu das vistas, e não faz muito tempo, Cláudia é aquela que subitamente salta à vista, e ambos soam, queira-se ou não, como o verso e o reverso do mesmo. O acaso da queda de Cláudia dá a ver algo do que não pudemos ver no caso do desaparecimento de Amarildo. A sua passagem meteórica pela tela é um desfile do carnaval de horror que escondemos. 11 Aquele carro é o carro alegórico de um Brasil, de um certo Brasil que temos que lutar para que não se transforme no carro alegórico do Brasil. José Miguel Wisnik Adaptado de oglobo.globo.com, 22/03/2014. 1 aplainada − nivelada 2 praxe − prática, hábito 3 surrealistas − participantes de movimento artístico do século 20 que enfatiza o papel do inconsciente 4 recalcada − fortemente reprimida 5 transcendental − que supera todos os limites 6 Amarildo − pedreiro desaparecido na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, em 2013, depois de ser detido por policiais 1) Todas as vozes terão que ser ouvidas, e com muita atenção à voz daqueles que nunca são ouvidos. (ref. 7) Esta frase contém um ponto de vista que se baseia na pressuposição da existência de: a) testemunhas omissas do caso b) falhas importantes nos processos c) segmentos excluídos da população d) imparcialidades frequentes nos julgamentos 2) É uma imagem verdadeiramente surreal, (ref. 9) Na argumentação desenvolvida pelo autor, a imagem do porta-malas do carro da polícia expressa sentidos ambiva- lentes em relação à violência. Esses sentidos podem ser definidos como: a) achar − perder c) esconder − revelar b) socorrer − redimir d) orientar − desorientar 3) Aquele carro é o carro alegórico de um Brasil, de um certo Brasil que temos que lutar para que não se transforme no carro alegórico do Brasil.(ref. 11) A sequência do emprego dos artigos em “de um Brasil” e “do Brasil” representa uma relação de sentido entre as duas expressões, intimamente ligada a uma preocupação social por parte do autor do texto. Essa relação de sentido pode ser definida como: a) ironia c) causalidade b) conclusão d) generalização

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1º SIMULADO - MODELO UERJ• 3ª SÉRIE E CURSO PREPARATÓRIO DO ENSINO MÉDIO •

LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIASN

O ARRASTÃO

Estarrecedor, nefando, inominável, infame. Gasto logo os adjetivos porque eles fracassam em dizer o sentimento que os fatos impõem. Uma trabalhadora brasileira, descendente de escravos, como tantos, que cuida de quatro filhos e quatro sobrinhos, que parte para o trabalho às quatro e meia das manhãs de todas as semanas, que administra com o marido um ganho de mil e seiscentos reais, que paga pontualmente seus carnês, como milhões de trabalhadores brasileiros, é baleada em circunstâncias não esclarecidas no Morro da Congonha e, levada como carga no porta-malas de um carro policial a pretexto de ser atendida, é arrastada à morte, a céu aberto, pelo asfalto do Rio.

Não vou me deter nas versões apresentadas pelos advogados dos policiais.7Todas as vozes terão que ser ouvidas, e com muita atenção à voz daqueles que nunca são ouvidos. Mas, antes das versões, o fato é que esse porta-malas, ao se abrir fora do script, escancarou um real que está acostumado a existir na sombra.

O marido de Cláudia Silva Ferreira disse que, se o porta-malas não se abrisse como abriu (por obra do acaso, dos deuses, do diabo), esse seria apenas “mais um caso”. 8Ele está dizendo: seria uma morte anônima, 1aplainada pela surdez da 2praxe, pela invisibilidade, uma morte não questionada, como tantas outras.

9É uma imagem verdadeiramente surreal, não porque esteja fora da realidade, mas porque destampa, por um “acaso objetivo” (a expressão era usada pelos 3surrealistas), uma cena 4recalcada da consciência nacional, com tudo o que tem de violência naturalizada e corriqueira, tratamento degradante dado aos pobres, estupidez elevada ao cúmulo, ignorância bruta transformada em trapalhada 5transcendental, além de um índice grotesco de métodos de camuflagem e desaparição de pessoas. 10Pois assim como 6Amarildo é aquele que desapareceu das vistas, e não faz muito tempo, Cláudia é aquela que subitamente salta à vista, e ambos soam, queira-se ou não, como o verso e o reverso do mesmo.

O acaso da queda de Cláudia dá a ver algo do que não pudemos ver no caso do desaparecimento de Amarildo. A sua passagem meteórica pela tela é um desfile do carnaval de horror que escondemos. 11Aquele carro é o carro alegórico de um Brasil, de um certo Brasil que temos que lutar para que não se transforme no carro alegórico do Brasil.

José Miguel Wisnik

Adaptado de oglobo.globo.com, 22/03/2014.1aplainada − nivelada2praxe − prática, hábito3surrealistas − participantes de movimento artístico do século 20 que enfatiza o papel do inconsciente4recalcada − fortemente reprimida5transcendental − que supera todos os limites6Amarildo − pedreiro desaparecido na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, em 2013, depois de ser detido por policiais

1) Todas as vozes terão que ser ouvidas, e com muita atenção à voz daqueles que nunca são ouvidos. (ref. 7) Esta frase contém um ponto de vista que se baseia na pressuposição da existência de:

a) testemunhas omissas do caso b) falhas importantes nos processos c) segmentos excluídos da população d) imparcialidades frequentes nos julgamentos

2) É uma imagem verdadeiramente surreal, (ref. 9) Na argumentação desenvolvida pelo autor, a imagem do porta-malas do carro da polícia expressa sentidos ambiva-

lentes em relação à violência. Esses sentidos podem ser definidos como:

a) achar − perder c) esconder − revelarb) socorrer − redimir d) orientar − desorientar

3) Aquele carro é o carro alegórico de um Brasil, de um certo Brasil que temos que lutar para que não se transforme no carro alegórico do Brasil.(ref. 11)

A sequência do emprego dos artigos em “de um Brasil” e “do Brasil” representa uma relação de sentido entre as duas expressões, intimamente ligada a uma preocupação social por parte do autor do texto.

Essa relação de sentido pode ser definida como:a) ironia c) causalidadeb) conclusão d) generalização

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4) No início do texto, ao expressar sua indignação em relação ao tema abordado, o autor apresenta uma reflexão sobre o emprego de adjetivos.

Essa reflexão está associada à seguinte ideia: a) o fato exige análise criteriosa c) a linguagem se mostra insuficienteb) o contexto constrói ambiguidade d) a violência pede descrição cuidadosa

CARNAVÁLIARepique tocouO surdo escutouE o meu corasamborimCuíca gemeu, será que era meu, quando ela passou pormim?[...]

ANTUNES, A.; BROWN, C.; MONTE, M. Tribalistas, 2002 (fragmento).5) No terceiro verso, o vocábulo “corasamborim”, que é a junção coração +samba+ tamborim, refere-se, ao mesmo

tempo, a elementos que compõem uma escola de samba e a situação emocional em que se encontra o autor da mensagem, com o coração no ritmo da percussão.

Essa palavra corresponde a um(a) a) estrangeirismo,uso de elementos linguísticos originados em outras línguas e representativos de outras culturas. b) neologismo, criação de novos itens linguísticos, pelos mecanismos que o sistema da língua disponibiliza. c) gíria, que compõe uma linguagem originada em determinado grupo social e que pode vir a se disseminar em uma

comunidade mais ampla. d) termo técnico, dado que designa elemento de área específica de atividade.

6) INSTRUÇÃO: A questão seguinte baseia-se no poema “Pneumotórax”, do modernista Manuel Bandeira (1886-1968).PneumotóraxFebre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.A vida inteira que podia ter sido e que não foi.Tosse, tosse, tosse.Mandou chamar o médico:— Diga trinta e três.— Trinta e três... trinta e três... trinta e três...— Respire............................................................................................— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.

(Manuel Bandeira, “Libertinagem”)

“Pneumotórax”, palavra que dá título ao famoso poema de Manuel Bandeira, é vocábulo constituído de dois radicais gregos (pneum[o]- + -tórax]. Significa o procedimento médico que consiste na introdução de ar na cavidade pleural, como forma de tratamento de moléstias pulmonares, particularmente a tuberculose. Tal enfermidade é referida no diálogo entre médico e paciente, quando o primeiro explica a seu cliente que ele tem “uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado”. Esta última palavra é formada com base em um radical: “filtro”. Quanto à formação vocabular, o título do poema e o vocábulo “infiltrado” são constituídos, respectivamente, pora) composição, e derivação prefixal e sufixal.b) derivação prefixal e sufixal, e composição.c) composição por hibridismo, e composição prefixal e sufixal.d) simples flexão, e derivação prefixal e sufixal.

7) Só falta o Senado aprovar o projeto de lei [sobre o uso de termos estrangeiros no Brasil] para que palavras como shopping center, delivery e drive-through sejam proibidas em nomes de estabelecimentos e marcas. Engajado nessa valorosa luta contra o inimigo ianque, que quer fazer área de livre comércio com nosso inculto e belo idioma, venho sugerir algumas outras medidas que serão de extrema importância para a preservação da soberania nacional, a saber:........ Nenhum cidadão carioca ou gaúcho poderá dizer. Tu vai. em espaços públicos do território nacional; Nenhum cidadão paulista poderá dizer. Eu lhe amo. e retirar ou acrescentar o plural em sentenças como - Me vê

um chopps e dois pastel.;.......... Nenhum dono de borracharia poderá escrever cartaz com a palavra .borraxaria. e nenhum dono de banca de jornal

anunciará. Vende-se cigarros.;.......... Nenhum livro de gramática obrigará os alunos a utilizar colocações pronominais como .casar-me-ei. ou .ver-se-ão..

PIZA, Daniel. Uma proposta imodesta. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 8/04/2001.

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No texto, o autora) mostra-se favorável ao teor da proposta por entender que a língua portuguesa deve ser protegida contra deturpa-

ções de uso.b) ironiza o projeto de lei ao sugerir medidas que inibam determinados usos regionais e socioculturais da língua.c) denuncia o desconhecimento de regras elementares de concordância verbal e nominal pelo falante brasileiro.d) revela-se preconceituoso em relação a certos registros linguísticos ao propor medidas que os controlem.

8) O texto a seguir e um trecho de uma conversa por meio de um programa de computador que permite comunicação direta pela Internet em tempo real, como o MSN Messenger. Esse tipo de conversa, embora escrita, apresenta muitas características da linguagem falada, segundo alguns linguistas. Uma delas e a interação ao vivo e imediata, que per-mite ao interlocutor conhecer, quase instantaneamente, a reação do outro, por meio de suas respostas e dos famosos emoticons (que podem ser definidos como “ícones que demonstram emoção”).Joao diz: oi Pedro diz: blz? Joao diz: na paz e vc? Pedro diz: tudo trank Joao diz: oq vc ta fazendo? [...] Pedro diz: tenho q sair agora... Joao diz: flw Pedro diz: vlw, abc

Para que a comunicação, como no MSN Messenger se dê em tempo real, é necessário que a escrita das informações seja rápida, o que é feito por meio de a) frases completas, escritas cuidadosamente com acentos e letras maiúsculas (como “oq vc ta fazendo?”). b) frases curtas e simples (como “tudo trank”) com abreviaturas padronizadas pelo uso (como “vc” - você - “vlw” - valeu!). c) uso de reticências no final da frase, para que não se tenha que escrever o resto da informação.d) flexão verbal rica e substituição de dígrafos consonantais por consoantes simples (“qu” por “k”).

IGUAL - DESIGUALEu desconfiava:todas as histórias em quadrinho são iguais.Todos os filmes norte-americanos são iguais.Todos os filmes de todos os países são iguais.Todos os best-sellers são iguaisTodos os campeonatos nacionais e internacionais de futebol sãoiguais.Todos os partidos políticossão iguais.Todas as mulheres que andam na modasão iguais.Todas as experiências de sexosão iguais.Todos os sonetos, gazéis, virelais, sextinas e rondós são iguaise todos, todosos poemas em verso livre são enfadonhamente iguais.

Todas as guerras do mundo são iguais.Todas as fomes são iguais.Todos os amores, iguais iguais iguais.Iguais todos os rompimentos.A morte é igualíssima.Todas as criações da natureza são iguais.Todas as ações, cruéis, piedosas ou indiferentes, são iguais.Contudo, o homem não é igual a nenhum outro homem, bicho ou coisa.Ninguém é igual a ninguém.Todo ser humano é um estranhoímpar.

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Nova reunião: 19 livros de poesia. Rio de Janeiro: José Olympio, 1985.1best-sellers - livros mais vendidos2gazéis, virelais, sextinas, rondós - tipos de poema

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9) O poema de Carlos Drummond de Andrade se caracteriza por uma repetição considerada estilística, porque é clara-mente feita para produzir um sentido de contraste, traço frequente na arte barroca.

Pode-se dizer que a repetição da expressão são iguais é empregada para reforçar o sentido de:a) afirmação da igualdade no mundo de hojeb) subversão da igualdade pelo raciocínio lógicoc) valorização da igualdade das experiências vividasd) constatação da igualdade entre fenômenos diversos

e todos, todosos poemas em verso livre são enfadonhamente iguais. (v. 15-16)

10) Os versos livres são aqueles que não se submetem a um padrão. Considerando essa definição, identifica-se nos versos acima a figura de linguagem, muito empregada na literatura

barroca, denominada:a) antítese c) metonímiab) metáfora d) eufemismo

11) Todos os amores, iguais iguais iguais. (v. 19) A intensificação da repetição do termo iguais no mesmo verso, relacionado a amores, enfatiza determinada crítica que

o poeta pretende fazer. A crítica de Drummond se dirige às relações amorosas, no que diz respeito ao seguinte aspecto:

a) exagero c) desvalorizaçãob) padronização d) superficialidade

12) O texto de Drummond assemelha-se a um tipo de discurso típico da produção literária do poeta barroco, Gregório de Matos Guerra. Assinale tal discurso. a) Amoroso. c) Filosófico.b) Religioso. d) Nacionalista

13) Assinale os movimentos literários aos seus respectivos exemplos. (1) Barroco (2) Arcadismo

( ) "Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado Da vossa Alta piedade me despido Porque quanto mais tenho delinquido Vos tenho a perdoar mais empenhado."( ) "Em lugar delicioso e triste, Cansada de viver, tinha escolhido Para morrer a mísera Lindóia. Lá reclinada, como que dormia, Na branda relva e nas mimosas flores, ..."( ) “Nasce o sol, e não dura mais que um dia, Depois da luz se segue a noite escura, Em tristes sombras nasce a formosura, Em contínuas tristezas, a alegria.”( ) "Ah! minha Bela, se a Fortuna volta, Se o bem, que já perdi, alcanço e provo; Por essas brancas mãos, por essas faces Te juro renascer um homem novo Amar no céu a Jove e a ti na terra."( ) "Neste mundo é mais rico, o que mais rapa:

Quem mais limpo se faz, tem mais carepa:Com sua língua ao nobre o vil decepa:O Velhaco maior sempre tem capa."

A sequência encontrada foi:a) 1, 2, 1, 2, 1 c) 1, 2, 1, 2, 2b) 1, 1, 2, 1, 2 d) 2, 2, 1, 1, 2

14) Com base nos fragmentos a seguir, extraídos da Lira II, da obra “Marília de Dirceu”, de Tomás Antônio Gonzaga, as-sinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações que seguem.

“Pintam, Marília, os PoetasA um menino vendado,Com uma aljava de setas,Arco empunhado na mão;Ligeiras asas nos ombros,O tenro corpo despido,E de Amor ou de CupidoSão os nomes, que lhe dão.”[...]

“Tu, Marília, agora vendoDe Amor o lindo retrato,Contigo estarás dizendoQue é este o retrato teu.Sim, Marília, a cópia é tua,Que Cupido é Deus suposto:Se há Cupido, é só teu rosto,Que ele foi quem me venceu.”

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( ) Na primeira estrofe, o poeta descreve uma figura representativa do amor na mitologia clássica.( ) Na primeira estrofe, a amada Marília é alertada sobre a violência que se esconde por detrás da superfície do amor.( ) Na segunda estrofe, o poeta transfere o retrato de Cupido para o rosto vencedor de Marília.( ) Na segunda estrofe, o poeta confessa à amada a sua rendição em relação aos poderes do amor.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: a) V - V - F - F. c) F - F - V - V.b) V - F - V - V. d) V - F - F - V.

15) Entre Arcadismo e Romantismo há uma ruptura estética evidente, mas há também continuidade histórica, pois ambos são momentos solidários na formação do sistema literário e no desejo de ver uma produção regular funcionando na pátria.

A característica que melhor iguala uma escola à outra é:a) a condição mediana proposta a partir da expressão “aurea mediocritas”.b) a ausência de subjetividade nos poemas decassilábicos.c) a valorização da natureza.d) o egocentrismo poético.

16) Culto à natureza, característica da literatura brasileira, tem sua origem nos textos da literatura de informação. Assinale o fragmento da carta de Caminha que já revela a mencionada característica.a) “Viu um deles umas contas rosário, brancas; acenou que lhes dessem, folgou muito com elas, e lanço-as ao pescoço.”b) “Assim, quando o batel chegou a foz do rio, estavam ali dezoito ou vinte homens pardos todos nus sem nenhuma

roupa que lhes cobrisse suas vergonhas.”c) Mas a terra em si é muito boa de ares, tão frios e temperados como os de Entre-Douro e Minho, porque,neste tempo

de agora, assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas e indefinidas. De tal maneira é graciosa e querendo aproveita-las, dar-se-à nela tudo por bem das águas que tem.”d) “Porém o melhor fruto, que dela se pode tirar, me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal

semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.”MIGRANT OR REFUGEE? THERE IS A DIFFERENCE, WITH LEGAL IMPLICATIONS

In the first half of this year alone, at least 137,000 men, women and children crossed the Mediterranean Sea to reach the shores of Europe, according to the United Nations. Thousands are traveling across the Balkans now.

However, are they refugee or migrants? Does it make any difference? In search for these answers, let’s read the interview.

Q. Does it matter what you call them? A. Yes. The terms “migrant” and “refugee” are sometimes used interchangeably, but there is a crucial legal difference

between the two. Q. Who is a refugee? A. Briefly, a refugee is a person who has fled his or her country to escape war or persecution, and can prove it. Q. What does the distinction mean for European countries? A. Refugees are entitled to basic protections under the 1951 convention and other international agreements. Once in Europe, refugees can apply for political asylum or another protected status, sometimes temporary. By law,

refugees cannot be sent back to countries where their lives would be in danger. “One of the most fundamental princi-ples laid down in international law is that refugees should not be expelled or returned to situations where their life and freedom would be under threat,” the refugee agency said in a statement on Thursday.

Q. Who is a migrant? A. Anyone moving from one country to another is considered a migrant unless he or she is specifically fleeing war or

persecution. Migrants may be fleeing dire poverty, or may be well-off and merely seeking better opportunities, or may be migrating to join relatives who have gone before them. There is an emerging debate about whether migrants fleeing their homes because of the effects of climate change – the desertification of the Sahel region, for example, or the sinking of coastal islands in Bangladesh – ought to be reclassified as refugees.

Q. Are migrants treated differently from refugees? A. Countries are free to deport migrants who arrive without legal papers, which they cannot do with refugees under

the 1951 convention. So it is not surprising that many politicians in Europe prefer to refer to everyone fleeing to the continent as migrants.

Disponível em: <http://www.nytimes.com/2015/08/28/world/migrants-refugees-europe-syria.html?_r=0>. Acesso em: 15 set. 2015.

17) According to the text, the terms refugee and migrant a) are used to refer to any people who leave their country in search for better opportunities. b) cannot be taken as synonyms since refugee does not have social and political aspects. c) are opposed to each other in economic contexts, but interchangeable in legal contexts. d) cannot be applied in the same sense without social and political implications.

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18) The 1951 convention seeks to legally protect a) migrants and refugees no matter if they have documents to prove their condition. b) migrants who are trying to escape situations of extreme poverty in their countries. c) refugees who call for political asylum in a new country due to threatening situations. d) refugees who have been expelled from countries where their lives were under threat.

MIGRANT CRISIS: AFGHAN BOY’S LONELY START IN GERMANY By Nassim Hatam – BBC News, Munich

Munich station has become the destination for tens of thousands of people taking the migrant route from the Balkans, and Germany has reimposed border controls in an attempt to slow the influx down.

Many of those arriving are children who have travelled long distances without their families. One was Ali, a 15-year-old unaccompanied Afghan boy from Kabul, who got off the train in Munich, at the end of an arduous journey by land and sea. He had come with a group of young friends from Afghanistan, all of them apparently without their families. They had travelled overland to Turkey, then by boat to Greece, across the Western Balkans to Austria, finally reaching Germany. Tired and hungry, he went to the bathroom, but when he came out, his friends were nowhere to be seen in the chaos and milling crowds in the station. Suddenly, he found himself completely alone, unable to speak German, or any other language that officials could understand.

Eventually he gathered up the courage to approach police guarding tents set up by the German Medical Disaster Relief Agency. The police began looking for a Farsi speaker, and this was where I became involved.

Ali was given a basic medical check-up and offered food and water. He was still shaking. Staff and volunteers wrapped a blanket around his shoulders and tried to calm him down. “I am scared of the police, I am scared they will send me back to Afghanistan”, he said, crying. Fear and fatigue were clearly visible in his eyes.

Soon, a social worker from the youth welfare office arrived and drove Ali to Haus 7, a refugee reception center dedicated to unaccompanied minors. More than 10,000 unaccompanied refugee children live in Germany, many of them from Afghanistan and Syria.

On the way to Haus 7, Ali gradually became calmer, and listened with fascination to the social worker talking to the Iranian taxi driver in German. “This language sounds so strange and different”, he said. “I would love to be able to speak it one day.”

When the social worker told him he would be given German lessons, a smile appeared on Ali’s face for the first time since his arrival in Munich.

(Retrieved and adapted from http://www.bbc.com/news/world-europe-34213673. Access on September 20th, 2015)

19) The article illustrates: a) an isolated fact that has happened to a young migrant who was going to his home in Germany. b) different, horrible events the migrants have faced along their journey to Germany. c) a segregated situation faced by a family of migrants who has tried to enter Germany and was prohibited by the police. d) an usual event in the migrant crisis, related to minors travelling unaccompanied.

20) According to the text, Ali: I. travelled by himself. II. was feeling frightened when he arrived at the station. III. was allocated into a youth hostel as a temporary accommodation. IV. was examined by the officials of the German Medical Disaster Relief Agency.

The only true statements are: a) I and II. b) II and IV.c) III and IV.d) I and III.

21) From the text, it is possible to get information connected to Ali’s: a) age, hometown and native language. b) age, family members and physical description.c) journey route, hometown and educational background. d) physical description, native language and nationality.

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22) According to the ideas expressed in the text, a) there are many more learning possibilities in a heterogeneous school environment. b) homogeneity in education is responsible for a more creative learning environment. c) the amount of questions asked in a class measures the ignorance of the students. d) educating people is similar to industrializing milk, so homogeneity is necessary.

About half of the world’s population is at risk of contracting dengue, according to the World Health Organization. The mosquito is found in tropical and subtropical climates around the world; however, dengue does not naturally occur in these creatures: the mosquitoes get dengue from us.

The mechanism of dengue infection is simple. Female mosquitoes bite humans because they need the protein found in our blood to produce eggs. (Male mosquitoes do not bite.) If the mosquito bites someone with dengue – and then, after the virus’s roughly eight - to 12 - day replication period, bites someone else – it passes dengue into its next victim’s bloodstream.

There is no vaccine against dengue, but infecting mosquitoes with a natural bacterium called Wolbachia blocks the insects’ ability to pass the disease to humans. The microbe spreads among both male and female mosquitoes: infected females lay eggs that harbor the bacterium, and when Wolbachia-free females mate with infected males, their eggs simply do not hatch. Researchers are now releasing Wolbachia-infected females into the wild in Australia, Vietnam, Indonesia and Brazil.

Scientific American, June 2015. Adaptado.

23) Segundo o texto, a bactéria Wolbachia, se inoculada nos mosquitos, bloqueia a transmissão da dengue porque a) torna os machos estéreis. b) interfere no período de acasalamento dos mosquitos. c) impede a eclosão dos ovos que contêm o vírus. d) impede a multiplicação do vírus nas fêmeas.

24) De acordo com o texto, a infecção por dengue a) é provocada por mosquitos infectados depois do acasalamento. b) propaga-se quando mosquitos fêmeas picam seres humanos infectados e retransmitem a doença a outras pessoas. c) desenvolve-se por meio das fêmeas, que transmitem o vírus para os machos, num círculo vicioso que se repete

periodicamente. d) altera a proteína presente no sangue humano que é procurada pelos mosquitos fêmeas.

TEXTO I

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17) La hermana mayor no comprende el malentendido, y eso se constata a partir de la presencia de los signos de inter-rogación.

Esos signos se pueden comprender como indicadores de: a) impaciencia c) enfado b) ansiedad d) perplejidad

18) Los malentendidos en muchas situaciones de comunicación suelen ocurrir ya que es posible que con las mismas palabras se comprendan distintas cosas.

En la historieta el malentendido resulta de: a) una disparidad de conocimientos linguísticos c) una confusión de base sonorab) un cambio en las reglas gramaticales d) una inadecuación en el vocabulario

TEXTO II

19) Con respecto a las curiosas conductas de algunas mujeres, en la historieta se nota un tono a) feminista porque se reivindica su participación en el control de las ganancias. b) instructivo porque se enseña paso a paso como ellas deben proceder para ahorrar. c) irónico porque se da a entender que ellas piensan lo contrario de lo que dicen. d) satírico porque sus actitudes son criticadas mordazmente.

20) La definición “bienes gananciales” de la quinta viñeta está de nuevo presente en los recuadros a través de la expresión a) “despilfarro” b) “de los dos” c) “una injusticia” d) “esa doradita”

21) Se puede concluir que el lema sobre la renta familiar de las mujeres representadas en el texto esa) lo mío es mío y lo de él nuestro. b) lo del hombre es sólo de la mujer. c) lo que es de ella también es de él. d) lo que es mío es de él y viceversa.

22) Exclamando “Que va a tener ¡si nunca tuvo nada!”, la chica de la sexta viñeta alude al hombre mencionado demostrandoa) indignación porque él exige sus derechos. b) angustia porque él demuestra su desamor.c) desilusión porque él no es caballero. d) lástima porque él está arruinado.

23) El recelo expresado facialmente por la mujer de la cuarta viñeta se debe a la a) desconsideración por parte del compañero ante sus esfuerzos para ahorrar. b) preocupación ante la noticia inesperada recibida por el compañero. c) aprensión de que su compañero descubra sus economías. d) ingenuidad con la que el compañero subestima su capacidad de economizar.

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.9.

TEXTO III

24) Sobre la forma de tratamiento utilizada en las dos tiras, es correcto afirmar: a) La primera es más formal que la segunda, pues están hablando con el padre. b) Las dos utilizan un registro informal en la comunicación de los personajes. c) Las dos mantienen el mismo grado de formalidad registrado en las conversaciones. d) La segunda es más informal que la primera porque la conversación es entre amigos.

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS

25) Na figura abaixo, estão representados dois círculos congruentes, de centros C1 e C2, pertencentes ao mesmo plano a. O segmento C1C2 mede 6 cm.

A área da região limitada pelos círculos, em cm2, possui valor aproximado de: a) 108b) 162c) 182d) 216

26) Um triângulo equilátero possui perímetro P, em metros, e área A, em metros quadrados. Os valores de P e A variam de acordo com a medida do lado do triângulo.

Desconsiderando as unidades de medida, a expressão Y = P – A indica o valor da diferença entre os números P e A. O maior valor de Y é igual a:

a) 2 3

b) 3 3

c) 4 3 d) 6 3

27) ACDE é um quadrado e ABC um triângulo retângulo. Sabendo-se BO = 6, a área de ABCO é:

a)18

b) 24

c) 30

d) 36

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.10.

28) Um esqueitista treina em três rampas planas de mesmo comprimento a, mas com inclinações diferentes. As figuras abaixo representam as trajetórias retilíneas AB = CD = EF, contidas nas retas de maior declive de cada rampa.

Sabendo que as alturas, em metros, dos pontos de partida A, C e E são, respectivamente, h1, h2 e h3, conclui-se que h1 + h2 é igual a:

a) h3 3

b) h3 2

c) 2h3

d) h3

29) As tabelas abaixo mostram os palpites de três comentaristas esportivos sobre os resultados de cinco diferentes times de futebol, em cinco partidas a serem realizadas.

Comentarista A Comentarista B Comentarista C

Time Empate Vitória Derrota

1 x

2 x

3 x

4 x

5 x

O resultado de cada time foi acertado por pelo menos dois comentaristas.

Se NA, NB e NC são os números de palpites certos dos comentaristas A, B e C, a relação entre eles pode ser expressa por:

a) NA > NB > NC

b) NA > NB = NC

c) NA = NB > NC

d) NA = NB = NCe) NA < NB < NC

30) Em um posto de saúde foram atendidas, em determinado dia, 160 pessoas com a mesma doença, apresentando, pelo

menos, os sintomas diarreia, febre ou dor no corpo, isoladamente ou não.

A partir dos dados registrados nas fichas de atendimento dessas pessoas, foi elaborada a tabela a seguir.

SINTOMAS FREQUÊNCIAdiarréia 62

febre 62

dor no corpo 72

diarréia e febre 14

diarréia e dor no corpo 8

febre e dor no corpo 20

diarréia, febre e dor no corpo X

Na tabela, X corresponde ao número de pessoas que apresentaram, ao mesmo tempo, os três sintomas.

Pode-se concluir que X é igual a:

a) 6

b) 8

c) 10

d) 12

e) 16

Time Empate Vitória Derrota

1 x

2 x

3 x

4 x

5 x

Time Empate Vitória Derrota

1 x

2 x

3 x

4 x

5 x

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.11.

31) De acordo com os dados do quadrinho, a personagem gastou R$ 67,00 na compra de x lotes de maçã, y melões e

quatro dúzias de bananas, em um total de 89 unidades de frutas.

Desse total, o número de unidades de maçãs comprado foi igual a:

a) 24

b) 30

c) 36

d) 42

e) 48

(Adaptado de “O Dia”, 28/08/98)

32) Pouco se sabe sobre a vida de Diofanto da Alexandria, considerado o maior algebrista grego que, acredita-se, tenha

vivido no período conhecido como o século da “Idade da Prata”, de 250 a 350 d.C. O texto seguinte é uma transcri-

ção adaptada do “Epitáfio de Diofanto”, extraído do livro Matemática Divertida e Curiosa, de Malba Tahan, conhecido

matemático brasileiro.

Eis o túmulo que encerra Diofanto - maravilha de contemplar!

Com um artifício aritmético a pedra ensina a sua idade:

“Deus concedeu-lhe passar a sexta parte de sua vida na juventude; um duodécimo na adolescência; um sétimo,

em seguida, foi passado num casamento estéril. Decorreu mais cinco anos, depois do que lhe nasceu um filho. Mas

esse filho - desgraçado e, no entanto, bem amado! - apenas tinha atingido a metade do total de anos que viveu seu pai,

quando morreu. Quatro anos ainda, mitigando a própria dor com o estudo da ciência dos números, passou-os Diofanto,

antes de chegar ao termo de sua existência.”

De acordo com as informações contidas no epitáfio, o número de anos vividos por Diofanto foi:

a) 64

b) 72

c) 78

d) 82

e) 84

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS

33) Com o objetivo de recalibrar um velho termômetro com a escala totalmente apagada, um estudante o coloca em

equilíbrio térmico, primeiro, com gelo fundente e, depois, com água em ebulição sob pressão atmosférica normal. Em

cada caso, ele anota a altura atingida pela coluna de mercúrio: 10,0 cm e 30,0 cm, respectivamente, medida sempre

a partir do centro do bulbo. A seguir, ele espera que o termômetro entre em equilíbrio térmico com o laboratório e

verifica que, nesta situação, a altura da coluna de mercúrio é de 18,0 cm. Qual a temperatura do laboratório na escala

Celsius deste termômetro?

a) 20° C

b) 30° C

c) 40° C

d) 50° C

q v

?

q g

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34) Duas lâminas de metais diferentes, M e N, são unidas rigidamente. Ao se aquecer o conjunto até uma certa tempera-tura, esse se deforma, conforme mostra a figura a seguir.

Com base na deformação observada, pode-se concluir que

Temperatura T1 Temperatura T2 > T1

a) a capacidade térmica do metal M é maior do que a capacidade térmica do metal N.

b) a condutividade térmica do metal M é maior do que a condutividade térmica do metal N.

c) o coeficiente de dilatação linear do metal M é menor do que o coeficiente de dilatação linear do metal N.

d) o coeficiente de dilatação linear do metal M é maior do que o coeficiente de dilatação linear do metal N.

35) Em uma atividade de eletrostática, são dispostas quatro cargas pontuais (de mesmo módulo) nos vértices de um

quadrado. As cargas estão dispostas em ordem cíclica seguindo o perímetro a partir de qualquer vértice.

A situação em que o valor do campo elétrico no centro do quadrado não será nulo é:

a) +|q|, –|q|, +|q|, –|q|

b) +|q|, +|q|, +|q|, +|q|

c) +|q|, +|q|, –|q|, –|q|

d) –|q|, –|q|, –|q|, –|q|

36) Quatro partículas carregadas estão fixas nos vértices de um quadrado. As cargas das partículas têm o mesmo módulo

q, mas os seus sinais se alternam conforme é mostrado na figura a seguir.

Assinale a opção que melhor representa o vetor campo elétrico no ponto M assinalado na figura.

37) Um caminhoneiro efetuou duas entregas de mercadorias e, para isso, seguiu o itinerário indicado pelos vetores des-locamentos d1 e d2 como ilustrados na figura.

Para a primeira entrega, ele deslocou-se 10km e para a segunda entrega, percorreu uma distância de 6km. Ao final

da segunda entrega, a distância a que o caminhoneiro se encontra do ponto de partida é:

a) 4 km.

b) 8 km.

c) 2 19 km

d) 8 3 km

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.13.

38) Um evento está sendo realizado em uma praia cuja faixa de areia tem cerca de 3 km de extensão e 100 m de largura.

A ordem de grandeza do maior número possível de adultos que podem assistir a esse evento sentados na areia é de:

a) 104

b) 105

c) 106

d) 107

39) A figura abaixo representa os deslocamentos de um móvel em várias etapas. Cada vetor tem módulo igual a 20m. A

distância percorrida pelo móvel e o módulo do vetor deslocamento são, respectivamente:

a) 20 5 m e 20 5 m

b) 100 m e 40 5 m

c) 100 m e 20 5 m

d) 20 5 m e 40 m

40) Com seis vetores de módulos iguais a 8 u, construiu-se o hexágono regular ao lado. O módulo do vetor resultante desses 6 vetores é: a) zero b) 16 u c) 24 u d) 32 u

41) O composto denominado comercialmente por Aspartame é comumente utilizado como adoçante artificial, na sua

versão enantiomérica denominada S,S-aspartamo. A nomenclatura oficial do Aspartame especificada pela União In-

ternacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC) é ácido 3-amino-4-[(benzil-2-metóxi-2-oxoetil)amino]-4-oxobutanoico

e sua estrutura química de função mista pode ser vista abaixo.

A fórmula molecular e as funções orgânicas que podem ser reconhecidas

na estrutura do Aspartame são:

a) C14H16N2O4; álcool; ácido carboxílico; amida; éter.

b) C12H18N2O5; amina; álcool; cetona; éster.

c) C14H18N2O5; amina; ácido carboxílico; amida; éster.

d) C13H18N2O4; amida; ácido carboxílico; aldeído; éter.

42) A fórmula de um alcano é CnH2n+2, onde n é um inteiro positivo. Neste caso, a massa molecular do alcano, em função

de n, é, aproximadamente:

a) 12n

b) 14n

c) 12n + 2

d) 14n + 2

43) Em seu livro Como se faz Química, o Professor Aécio Chagas afirma que “quem transforma a matéria, sem pensar

sobre ela, não é, e jamais será um químico”. Considere alguns produtos que um cozinheiro reconhece nas linhas 1-4

do quadro a seguir, e aqueles que um químico reconhece nas linhas 5-8.

Linha Cozinheiro Linha Químico1 Carne 5 Extração2 Açúcar 6 Carboidrato3 Chá 7 Hidrocarboneto aromático4 Óleo 8 proteína

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Um químico, familiarizado com as atividades culinárias, relacionaria as linhas

a) 1 e 7, porque o aroma da carne se deve, principalmente, aos hidrocarbonetos aromáticos.

b) 3 e 5, porque a infusão facilita a extração de componentes importantes do chá.

c) 4 e 6, porque os carboidratos são constituintes importantes do óleo comestível.

d) 2 e 8, porque a proteína é um tipo especial de açúcar.

44) Em relação aos processos de separação de mistura de sólidos, assinale a alternativa correta.

a) O funil de bromo (separação) é o método mais indicado para separar dois sólidos.

b) A destilação é o processo mais utilizado na separação de sólidos miscíveis.

c) A imantação é uma técnica que pode ser utilizada para separar uma mistura de sólidos, dependendo das proprie-

dades magnéticas dos componentes da mistura.

d) Uma mistura de sólidos é impossível de separar.

45) A água pesada, utilizada em certos tipos de reatores nucleares, é composta por dois átomos de deutério (número de

massa 2) e pelo isótopo 16 de oxigênio. O número total de nêutrons na molécula da água pesada é

a)10

b)12

c)16

d)18

46) O grande volume de esgotos clandestinos lançados nos mananciais da grande São Paulo é uma das causas da pro-

liferação de algas microscópicas nocivas. Essas algas comprometem a qualidade da água. Concentrações de CO2

acima do limite de 2,5 X 10–3 mol/l aceleram o crescimento de alguns tipos de algas. Numa represa com 5000 litros,

a massa limite (em kg) de CO2 citada anteriormente corresponde a:

a) 5,50

b) 1,10

c) 0,55

d) 0,11

47) A corrosão de materiais de ferro envolve a transformação de átomos do metal em íons (ferroso ou férrico). Quantos

elétrons há no terceiro nível energético do átomo neutro de ferro?

a) 2

b) 11

c) 12

d) 14

48) A análise de uma amostra de um certo refrigerante revelou que a mesma apresenta uma concentração de ácido cítrico

igual a 1,05 g.L–1. Sabendo que a massa molar do ácido cítrico é de 210 g.mol–1, a concentração desta substância,

em mols por litro, nesta solução é de aproximadamente

a) 5 x 10–3

b) 2 x 10–2

c) 2 x 102

d) 5 x 103

49) De acordo com o cladograma a seguir, é correto afirmar que:

a) A é Briófita, B é Pteridófita e C é Espermatófita.

b) C é Espermatófita, D é Traqueófita e E é Angiosperma.

c) C possui sementes, D é Espermatófita e E é Angiosperma.

d) B é Briófita, D é Traqueófita e E possui sementes.

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50) Atualmente, os seres vivos são classificados em três domínios: Bacteria, Archaea e Eukarya. Todos os eucariotos estão incluídos no domínio Eukarya, e os procariotos estão distribuídos entre os domínios Bacteria e Archaea. Estudos do DNA ribossômico mostraram que os procariotos do domínio Archaea compartilham, com os eucariotos, sequências de bases nitrogenadas, que não estão presentes nos procariotos do domínio Bacteria.

Esses resultados apoiam as relações evolutivas representadas na árvore

a) c)

b) d)

51) As principais reservas de energia dos mamíferos são, em primeiro lugar, as gorduras e, em segundo lugar, um tipo de açúcar, o glicogênio. O glicogênio, porém, tem uma vantagem, para o organismo, em relação às gorduras.

Essa vantagem está associada ao fato de o glicogênio apresentar, no organismo, maior capacidade de: a) sofrer hidrólise b) ser compactado c) produzir energia d) solubilizar-se em água

52) O ovo é um recipiente biológico perfeito que contém material orgânico e inorgânico em sua constituição. Um de seus componentes é a clara ou albúmen, formada predominantemente por água e também por proteínas. Caso a galinha se reproduza antes da liberação do óvulo ocorrerá a formação de um embrião no interior do ovo. Porém, para que este se desenvolva é necessária uma transferência de calor, que ocorre durante o período em que essas aves chocam os ovos.

Disponível em: <http://super.abril.com.br>. Acesso em 21 abr. 2015. (Adaptado).

Caso a galinha saia do ninho temporariamente durante esse período, o desenvolvimento do embrião não cessará em virtude da água no interior do ovo a) diluir substâncias tóxicas. b) ser um solvente universal. c) possuir um alto calor específico. d) participar de reações de hidrólise.

53) A população de uma espécie de roedores, com pelagem de diferentes colorações, foi observada em dois momentos: antes e depois da ocorrência de uma profunda transformação no meio em que vivem. As curvas abaixo representam esses dois momentos.

www.bio.miami.edu

A alteração ocorrida na frequência do fenótipo da população de roedores, após a mudança do meio, é um exemplo de seleção denominada: a) direcional b) disruptiva c) estabilizadora d) não adaptativa

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54) Recentemente, pesquisadores do University College de Londres, analisando o DNA de esqueletos de seres humanos que viveram na Europa no período neolítico, mostraram que esses primeiros europeus não possuíam o gene da lac-tase, enzima necessária à eficiente digestão do leite.

O surgimento, ao acaso, desse gene representou uma característica competitiva altamente vantajosa para a espécie, aumentando sua frequência na população.

Essa hipótese é um exemplo da proposição transformista denominada: a) Mendelismo b) Darwinismo c) Lamarckismo d) Neodarwinismo

55) Em algumas raças de gado bovino, o cruzamento de indivíduos de pelagem totalmente vermelha com outros de pe-lagem totalmente branca produz sempre indivíduos malhados, com pelagem de manchas vermelhas e brancas.

Admita um grupo de indivíduos malhados, cruzados apenas entre si, que gerou uma prole de 20 indivíduos de colo-ração totalmente vermelha, 40 indivíduos com pelagem malhada e 20 indivíduos com coloração inteiramente branca.

O resultado desse cruzamento é exemplo do seguinte fenômeno genético: a) letalidadeb) ausência de dominância c) dominância d) codominância

56) A doença de von Willebrand, que atinge cerca de 3% da população mundial, tem causa hereditária, de natureza au-tossômica dominante. Essa doença se caracteriza pela diminuição ou disfunção da proteína conhecida como fator von Willebrand, o que provoca quadros de hemorragia.

O esquema abaixo mostra o heredograma de uma família que registra alguns casos dessa doença.

Admita que os indivíduos 3 e 4 casem com pessoas que não apresentam a doença de Von Willebrand. As probabilidades percentuais de que seus filhos apresentem a doença são, respectivamente, de:

a) 50 e 0b) 25 e 25c) 70 e 30d) 100 e 50

CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

57) Os povos da Antiguidade Clássica foram responsáveis por um legado que permanece vivo nas sociedades contem-porâneas, em especial nas ocidentais. Sobre esse legado é correto afirmar que a) a religião monoteísta, praticada por gregos e romanos, foi a base para o surgimento do Cristianismo, que, ainda

hoje, congrega a maior comunidade de fiéis do Planeta. b) a filosofia e a ciência praticada pelos gregos constituem-se a base do pensamento científico e filosófico das socie-

dades ocidentais. c) a medicina praticada, tanto pelos gregos quanto pelos romanos, realizou progressos extraordinários; graças a eles

foi possível conhecer a circulação do sangue e as infecções dos olhos e dentes. d) os idiomas dos países ocidentais, na sua totalidade, derivam do latim ou da fusão dele com os dialetos bárbaros.

58) Pelo Código, ficamos sabendo que a punição de alguns delitos variava de acordo com a posição social tanto da vítima como do infrator. Em geral, no entanto, a justiça era aplicada pelo principio do “olho por olho, dente por dente”, ou seja, o castigo era equivalente à ofensa ou ao dano causado.

No texto acima, estamos comentando o código de a) Hamurábi. c) Assur. b) Marduk. d) Nergal.

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59) Examine estas imagens produzidas no antigo Egito:

As imagens revelam a) o caráter familiar do cultivo agrícola no Oriente Próximo, dada a escassez de mão de obra e a proibição, no antigo

Egito, do trabalho compulsório. b) a inexistência de qualquer conhecimento tecnológico que permitisse o aprimoramento da produção de alimentos,

o que provocava longas temporadas de fome. c) a dificuldade de acesso à água em todo o Egito, o que limitava as atividades de plantio e inviabilizava a criação de

gado de maior porte. d) a importância das atividades agrícolas no antigo Egito, que ocupavam os trabalhadores durante aproximadamente

metade do ano.60) Tucídides relata em sua obra “História da Guerra do Peloponeso”, que Péricles teria dito, em um discurso a respeito

da Democracia ateniense, o seguinte: “Vivemos sob a forma de governo que não se baseia nas instituições de nossos vizinhos; ao contrário, servimos de

modelo a alguns ao invés de imitar os outros. Seu nome, como tudo o que depende não de poucos, mas da maioria, é democracia. Quando se trata de resolver disputas privadas, todos são iguais perante a lei. Ninguém, na medida em que é passível de servir o Estado, é mantido à margem da política por conta da pobreza.”

TUCIDIDES (c.460-c. 400 a.C.) História da Guerra do Peloponeso, Livro II, 37. Brasília; Editora Universidade de Brasília, 2001. p.109.

Sobre a Democracia ateniense, aclamada por seus contemporâneos e por estudiosos de outras épocas, pode-se afirmar corretamente que a) era representativa, uma vez que os cidadãos escolhiam representantes que falavam por eles nas decisões políticas. b) não apresentava caráter excludente, pois nenhum habitante de Atenas ficava fora da participação nas decisões

políticas.c) a representação era direta; cada cidadão se representava independentemente de sua condição econômica.d) foi um modelo copiado de Esparta, cidade irmã de Atenas, onde floresciam a filosofia, o conceito de liberdade

individual e a participação popular.61) TEXTO I

"A Primeira Missa no Brasil", de Victor Meirelles, óleo sobre tela de 1861.

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TEXTO II“A ciência e a arte, dentro de um processo intrincado, fabricavam realidades mitológicas que tiveram, e ainda têm

vida prolongada e persistente”.COLI, Jorge. A invenção da descoberta. In: Como estudar arte brasileira no século XIX? São Paulo: Senac, 2005, p. 23.

Sobre os documentos referentes ao Descobrimento do Brasil e à arte produzida no século XIX, é correto afirmar que a) ignoram a participação dos indígenas no processo de formação da identidade nacional. b) derrubam uma imagem hierarquizada do encontro das etnias que formaram a nação brasileira. c) consolidam uma visão da colonização marcada pela exploração portuguesa das matérias-primas. d) constroem uma memória pacífica do nascimento da nação fundada sob a égide do catolicismo.

62) A compreensão cristã do encontro dos portugueses com os primeiros habitantes da América teve forte conotação maniqueísta: de um lado estava o bem, simbolizado pelos europeus na sua suposta busca pelo paraíso; de outro, o mal, representado pelos indígenas e suas práticas diabólicas.

Analise as afirmações abaixo acerca dessa compreensão.I. Tal compreensão foi alimentada por considerações imprecisas de alguns viajantes que classificavam de “demoníacas”

certas práticas culturais dos povos americanos.II. A leitura das práticas dos povos americanos pelos europeus aliou a ideia da conquista de novas terras com o desejo

de levar a palavra de Deus àquelas criaturas “demonizadas”.III. O pensamento cristão português dissociava-se das ideias e políticas expansionistas; desse modo, a propagação

da fé era desvinculada da empresa marítima. É correto o que se afirma em

a) I, II e III. c) I e III apenas. b) II e III apenas. d) I e II apenas.

63) A União Ibérica (1580-1640) caracterizou-se quando Filipe II invadiu Portugal com suas tropas e assumiu a coroa portuguesa, unindo Portugal e Espanha.

No contexto da União Ibérica, todas as alternativas estão corretas, exceto a: a) Em 1640 terminou o domínio espanhol, através do movimento liderado pelo Duque de Bragança. O duque foi co-

roado monarca de Portugal, dando início à dinastia de Bragança. b) Neste período, o Tratado de Tordesilhas não teve nenhum efeito entre os limites territoriais portugueses e espanhóis

na América. Isto favoreceu o avanço português para o interior da colônia. c) O principal motivo da União Ibérica foi a tentativa da França de anexar a Espanha ao seu território. A União do

exército espanhol com o exército português conseguiu afastar esta ameaça. d) Os holandeses invadiram o nordeste neste período e dominaram Pernambuco, pois os espanhóis não estavam

permitindo o contato comercial dos batavos com os produtores de açúcar. 64) Em 1530, o governo português decide iniciar o processo de colonização das terras encontradas pela expedição de

Pedro Álvares Cabral 30 anos antes, motivado, entre outras coisas, pela: a) descoberta de ouro na região das Minas Gerais pelos bandeirantes paulistas.b) ameaça de perda das terras para os ingleses, que estabeleciam bases colonizadoras em várias partes do litoral

americano.c) crise do comércio português com as Índias Orientais, ocasionada pela concorrência dos comerciantes de outras

nacionalidades.d) falência das manufaturas têxteis lusitanas, incapazes de concorrer com os produtos ingleses após a assinatura do

Tratado de Methuen.65) SAUDOSA MALOCA

Se o senhor não tá lembrado, dá licença de contar

Ali onde agora está este adifício arto

Era uma casa véia, um palacete assobradado

Foi aqui seu moço que eu, Mato Grosso e o Joca

Construimo nossa maloca

Mais um dia, nóis nem pode se alembrá

Veio os home com as ferramenta e o dono mandô derrubá

Peguemos todas nossas coisas e fumos pro meio da rua

Apreciá a demolição

Que tristeza que nóis sentia, cada tábua que caía

Doía no coração

Matogrosso quis gritar, mas por cima eu falei

Os home ta co’a razão, nóis arranja outro lugar

Só se conformemo quando o Joca falou

Deus dá o frio conforme o cobertor

E hojé nóis pega as paia nas grama do jardim

E pra esquecer nóis cantemos assim:

Saudosa maloca, maloca querida

Dim dim donde nóis passemo dias feliz da nossa vida.

Fonte: CD Reviver Adoniran Barbosa. Som Livre, 2002.

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A letra da música de Adoniran Barbosa nos faz refletir, corretamente, que:I. A segregação residencial no espaço urbano é consequência de um espaço/mercadoria cujos valores de uso e de

troca definem as formas de apropriação e de luta pelo direito de morar na cidade.II. Terras vazias à espera de valorização pela especulação imobiliária são uma das causas de a população de baixa

renda não ter acesso à moradia digna.III. Os favelados resistem a quaisquer tentativas de melhoria habitacional e impedem a implantação de equipamentos

urbanos adequados e eficazes que melhorem sua qualidade de vida.IV. A reforma urbana é um bem necessário, já que poucos têm acesso à infraestrutura e aos serviços públicos urbanos.

Estão corretas:a) Apenas as proposições I e III e IVb) Apenas as proposições I e IIIc) Apenas as proposições I, II e IVd) Apenas as proposições II e III

66) Se uma imagem vale mais do que mil palavras, um mapa pode valer um milhão – mas cuidado. Todos os mapas dis-torcem a realidade. (...) Todos os cartógrafos procuram retratar o complexo mundo tridimensional em uma folha de papel ou em uma televisão ou tela de vídeo. Em resumo, o autor avisa, todos os mapas precisam contar mentirinhas.

MARK MONMONIER Traduzido de How to lie with maps. Chicago/London: www.nationalgeographic.com The University of Chicago Press, 1996.

Observe o planisfério acima, considerando as ressalvas presentes no texto. Para deslocar-se sequencialmente, sem interrupções, pelos pontos A, B, C e D, percorrendo a menor distância física

possível em rotas por via aérea, as direções aproximadas a serem seguidas seriam:a) Leste – Norte – Oesteb) Oeste – Norte – Lestec) Leste – Noroeste – Lested) Oeste – Noroeste – Oeste

Disponível em: http://atividadesnotuxpaint.files.wordpress.com/2011/05/coord- geograficas.png (adaptado). Acesso em: 28/11/2013

67) Em geografia, chama-se hemisfério a uma metade da superfície da Terra limitada por um círculo máximo. A divisão da Terra pelo Equador forma dois hemisférios, assim como sua divisão pelo meridiano de Greenwich. O ponto A no mapa encontra-se no hemisférioa) norte oriental.b) boreal austral.c) meridional oriental.d) sul ocidental.

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68) As estações do ano:

Brasil: 15:54 Amsterdam (Holanda): 19:54

Suponha que na hora revelada acima, Zé Ribamar, que se encontrava em Brasília tenha realizado uma ligação telefô-nica no dia 29/07 para um amigo que mora em Amsterdam.

Assinale a opção que pode ser apontada como um diálogo coerente entre eles:a) Zé: Olá! Tudo bem? Amigo: Só se for por aí. Aqui o inverno veio pra valer. Tá fazendo frio aí não?b) Zé: Olá! Como foi seu dia? Amigo: Foi?????? O dia aqui ainda não acabou. Tem um sol lindo lá fora.c) Zé: Olá! Estou ligando logo porque sei que seu inverno além de mais frio, tem um dia mais curto. Amigo: Verdade.

Já faz quase três horas que o sol se foi.d) Zé: Olá! Estarei embarcando amanhã. Amigo: Beleza! Vai poder curtir a estação das flores.

69) ROTAS DE AVIÕES RECRIAM MAPA DO MUNDO

Um consultor canadense, Michael Markieta, desenvolveu um sistema de visualização das rotas de tráfego aéreo ao redor do globo que recria o mapa-múndi, como mostra a imagem. Atualmente, há 58 mil rotas aéreas cruzando os céus nos cinco continentes. Na imagem revelada por Markieta, não causa surpresa o fato de que os pontos mais densos aparecem em áreas onde muitas rotas seguem o mesmo trajeto e têm como destino as maiores cidades do mundo.

Adaptado de vegakosmonaut.blogspot.com.br, 11/06/2013

Nessa representação das rotas do transporte aéreo comercial, o mapa ilustra a seguinte mudança na geopolítica internacional contemporânea: a) aculturação de áreas periféricas b) metropolização de regiões rurais c) globalização de países desenvolvidos d) conurbação de aglomerações populacionais

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70) Edições da Copa do Mundo de FutebolPaís Ano País Ano

Uruguai 1930 Espanha 1982Itália 1934 México 1986França 1938 Itália 1990Brasil 1950 Estados Unidos 1994Suíça 1954 França 1998Suécia 1958 Coreia do Sul / Japão 2002Chile 1962 Alemanha 2006Inglaterra 1966 África do Sul 2010México 1970 Brasil 2014Alemanha Ocidental 1974 Rússia (previsão) 2018Argentina 1978 Catar (previsão) 2022

Adaptado de quadrodemedalhas.com.

A escolha de países que sediam a copa de futebol baseia-se em fatores variáveis. A partir de 2002, observa-se, na tabela, a diversificação geográfica dos países-sede. Duas motivações para a escolha desses países, a partir de 2002, estão explicitadas em: a) valorização dos campeonatos desportivos − apoio à democratização política b) inclusão de áreas periféricas − ampliação do número de seleções participantes c) mundialização do esporte coletivo − multipolaridade das relações internacionais d) quebra da hegemonia europeia − expansão econômica de áreas subdesenvolvidas

71) As consequências do processo de globalização e da atual crise econômica nos Estados Unidos têm levado norte--americanos a procurar oportunidade de trabalho em outros países, como o Canadá.

Na charge, a pergunta irônica do empresário expõe a seguinte contradição da atuação das empresas globais nos E.U.A.: a) criação de rede planetária de transportes − limite à exportação de capitais b) expansão de produção terceirizada − consumo dependente de empregabilidade c) prioridade de investimento no setor industrial de base − concentração financeira na Ásia d) política de ampliação dos benefícios trabalhistas − restrição à mobilidade espacial de imigrantes

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3ª DO PLURAL (ENGENHEIROS DO HAWAII)

Corrida pra vender cigarroCigarro pra vender remédioRemédio pra curar a tosseTossir, cuspir, jogar pra foraCorrida pra vender os carrosPneu, cerveja e gasolinaCabeça pra usar bonéE professar a fé de quem patrocinaQuerem te matar, à sede, eles querem te [sedarEles querem te vender, eles querem te [comprar(...)

Corrida contra o relógioSilicone contra a gravidadeDedo no gatilho, velocidadeQuem mente antes diz a verdadeSatisfação garantidaObsolescência programadaEles ganham a corrida antes mesmo da [largada(...)

Letras.terra.com.br

72) Os diferentes modelos produtivos de cada momento do sistema capitalista sempre foram o resultado da busca por caminhos para manter o crescimento da produção e do consumo. A crítica ao sistema econômico presente na letra da canção está relacionada à seguinte estratégia própria do atual modelo produtivo toyotista:a) aceleração do ciclo de renovação dos produtos b) imposição do tempo de realização das tarefas fabris c) restrição do crédito rápido para o consumo de mercadorias d) padronização da produção dos bens industriais de alta tecnologia