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Definição de Ergonomia Ergonomia (ou fatores humanos) é a disciplina científica interessada na compreensão das interações entre os humanos e outros elementos de um sistema, e a profissão que aplica teoria, princípios, dados e métodos para projetar para aperfeiçoar o bem-estar humano e o desempenho do sistema global. http://www.iea.cc/

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Apostila de Ergonomia

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Definição de Ergonomia

Ergonomia (ou fatores humanos) é a disciplina científica interessada na compreensão das interações entre os humanos e outros elementos de um sistema, e a profissão que aplica teoria, princípios, dados e métodos para projetar para aperfeiçoar o bem-estar humano e o desempenho do sistema global.

http://www.iea.cc/

Definição de Ergonomia

Ergonomistas contribuem na concepção e avaliação de tarefas, trabalhos, produtos, ambientes e sistemas para os fazer compatível com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas.

Etapas da Intervenção Ergonomizadora

A apreciação ergonômica é uma fase exploratória que compreende o mapeamento dos problemas ergonômicos da empresa. Consiste na sistematização do sistema homem-tarefa-máquina e na delimitação dos problemas ergonômicos -posturais, informacionais, acionais, cognitivos, comunicacionais, interacionais, deslocacionais, movimentacionais, operacionais, espaciais e físico ambientais.

Etapas da Intervenção Ergonomizadora

Faz-se observações no local de trabalho e entrevistas com supervisores e trabalhadores. Realizam-se registros fotográficos e em vídeo.

Esta etapa termina com o parecer ergonômico que compreende a apresentação ilustrada dos problemas, a modelagem e as disfunções do sistema homem-tarefa-máquina.

Etapas da Intervenção Ergonomizadora

Etapas da Intervenção Ergonomizadora

Etapas da Intervenção Ergonomizadora

Etapas da Intervenção Ergonomizadora

Etapas da Intervenção Ergonomizadora

rh

projeto

reunião

reunião Interações

importantes

circulações

Conclui-se com a hierarquização dos problemas, a partir dos custos humanos do trabalho, segundo a gravidade e a urgência; a priorização dos postos a serem diagnosticados e modificados (sugestões preliminares de melhoria).

Diagnose ergonômica

A diagnose ergonômica permite aprofundar os problemas priorizados e testar predições. De acordo com o recorte da pesquisa ou conforme a explicitação da demanda pelo decisor, faz-se a análise macroergonômica e/ou a análise da tarefa dos sistemas homem-tarefa-máquina.

Os níveis, amplitude e profundidade dos levantamentos de dados e das análises dependem das prioridades definidas, dos prazos disponíveis e dos recursos orçamentários.

Diagnose ergonômica

São feitas observações sistemáticas das atividades da tarefa, dos registros de comportamento, em situação real de trabalho.

Realizam-se gravações em vídeo, entrevistas estruturadas, verbalizações e aplicam-se questionários e escalas de avaliação.

Braço 3Antebraço 2

Inclinação do Punho 3Torção do Punho 1

Escor e A 4Uso muscular 1

Força 0Escore C 5

Nuca 2Tronco 1Pernas 2

Escore B 3Uso muscul ar 1

Força 0Escore D 4

Grande Escore 5Nível de Ação Risco

Moderado

Diagnose ergonômica

Registram-se freqüências, seqüências e/ou duração de posturas assumidas, tomada de informações, comunicações e deslocamentos.

Redação de ProgramasMédia do número de pessoas na área por horário

11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00 18:00 19:00 20:00 21:000

2

4

6

8

10

Total de Pessoas Pessoas sentadas Pessoas em pé Pessoas circulando

Diagnose ergonômica

Esta etapa se encerra com o diagnóstico ergonômicoque compreende a confirmação ou a refutação de predições e hipóteses.

Conclui-se com as recomendações ergonômicas em termos de ambiente, arranjo e conformação de postos de trabalho, programação da tarefa - enriquecimento, pausas, etc .

Recomendações ergonômicas

1-Verificar a possibilidade de baixar a mesa em 4 cm para que fique com altura de 70 cm do chão.

2-Oferecer apoio para os pés nas seguintes condições:• mesa com altura de 70 cm no chão, apoio p/ os pés com variação de 8 a 12 cm de altura• mesa com altura de 74 cm do chão, apoio p/ os pés com variação de 12 a 16 cm de altura

3-Recomendação para a regulagem de altura do monitor, a partir da superfície da mesa até a parte superior do monitor:

• monitor do PC entre 49 cm e 54 cm• monitor da estação SUN entre 51cm e 54cm

Recomendações ergonômicas

Recomendações ergonômicas

A avaliação, validação e/ ou testes ergonômicostratam de retornar aos usuário/operadores os argumentos, as propostas e alternativas projetuais. Compreende simulações e avaliações através de modelos de testes.

As técnicas de conclave objetivam conseguir a participação dos usuários/ operadores nas decisões relativas às soluções a serem implementadas, detalhadas e implantadas.

Para fundamentar escolhas, realizam-se, também, testes e experimentos com variáveis controladas.

Detalhamento e a otimização ergonômica

O detalhamento e a otimização ergonômicacompreendem a revisão do projeto, após sua avaliação pelo contratante e validação pelos operadores, conforme as opções do decisor, segundo as restrições de custo, as prioridades tecnológicas da empresa solicitante, a capacidade instalada do implementador e as soluções técnicas disponíveis.

Especificações ergonômicas

Termina com as especificações ergonômicas para os subsistemas e componentes interfaciais, instrumentais, informacionais, acionais, comunicacionais, interacionais, instrucionais, movimentacionais, espaciais e físico-ambientais.

Especificações ergonômicas

Exemplo de intervenção ergonomizadora

Trabalho em Linhas de montagens de indústria de alimentos

FASES

• Problema;

• Sistema-Alvo;

• Apreciação Ergonômica do sistema homem-tarefa-máquina.

Exemplo de intervenção ergonomizadora

01) Sistematização do sistema homem-tarefa-máquina.

• Caracterização e posição serial do sistema.

• Ordenação hierárquica do sistema.

• Expansão do sistema.

• Modelagem comunicacional do sistema.

• Fluxograma funcional ação-decisão

Exemplo de intervenção ergonomizadora

02) Problematização do sistema homem-tarefa-máquina.

• Problemas interfaciais.

• Problema espacial / arquitetural.

• Problema físico-ambiental.

• Problema organizacional.

• Problema acidentário.

Exemplo de intervenção ergonomizadora

03) Parecer ergonômico sobre o sistema homem-tarefa-máquina.

• Quadro de formulação do problema e sugestões preliminares de melhoria.

• Priorização dos problemas.

Exemplo de intervenção ergonomizadora

04) Referencial teórico

• Posturas assumidas (de pé e sentada).

• Predições (hipóteses).

•Sugestões preliminares de melhoria.

05) Conclusões

06) Diagnose ErgonômicaOrganização do trabalho.

Exemplo de intervenção ergonomizadora

07) Análise da Tarefa

• Fluxograma das atividades da tarefa

• Posturas assumidas.

08) Diagnóstico Ergonômico.

• Resultados dos registros comportamentais da tarefa.

09) Recomendações ergonômicas.

Exemplo de intervenção ergonomizadora

10) Projetação ergonômicas.

• Conceituação do projeto.

• Projeto ergonômico.

Problemas de ordem ergonômica

INTERFACIAIS: Posturas prejudiciais resultantes de inadequações do campo de visão/tomada de informações, do envoltório acional/alcances, do posicionamento de componentes comunicacionais, com prejuízos para os sistemas muscular e esquelético.

INSTRUMENTAIS: Incongruentes arranjos físicos de painéis de informações e de comandos, que acarretam dificuldades de tomada de informações e de acionamentos, em face de inconsistências de navegação e de exploração visual, com prejuízos para a memorização e para a aprendizagem.

Problemas de ordem ergonômica

INFORMACIONAIS: Deficiências na detecção, discriminação e identificação de informações, em telas, painéis, mostradores e placas de sinalização, resultantes da má visibilidade, legibilidade e compreensibilidade de signos visuais, com prejuízos para a percepção e para a tomada de decisões.

ACIONAIS: Constrangimentos biomecânicos no ataque acional a comandos e empunhaduras; ângulos, movimentação e aceleração, que agravam as lesões por traumas repetitivos. Dimensões, conformação e acabamento, que prejudicam a apreensão e acarretam pressões localizadas e calos.

Problemas de ordem ergonômica

COMUNICACIONAIS: Falta de dispositivos de comunicação a distância, ruídos na transmissão de informações sonoras ou gestuais. Má audibilidade das mensagens radiofônicas e/ou telefônicas.

COGNITIVAS: Dificuldades no diálogo computadorizado, provocadas pela navegação, pelo encadeamento e pela apresentação de informações em telas de programas. Problemas de utilidade (realização da tarefa), usabilidade (diálogo) e amigabilidade (apresentação das telas), de interfaces informatizadas.

Problemas de ordem ergonômica

MOVIMENTACIONAIS: Excesso de peso, distância do curso da carga, freqüência de movimentação dos objetos a levantar ou transportar. Desrespeitar os limites recomendados de movimentação dos objetos.

DE DESLOCAMENTO: Excessos de caminhamentos e deambulações, grandes distâncias a serem percorridas para a realização das atividades da tarefa.

Problemas de ordem ergonômica

DE ACESSIBILIDADE: Despreocupação com a independência e a autonomia dos usuários portadores de deficiência, dos idosos e das crianças, considerando locomoção e acessos, nas ruas e edificações e nos sistemas de transporte. Máacessibilidade, espaços inadequados para movimentação de cadeiras de rodas, falta de apoio para utilização de equipamentos.

Problemas de ordem ergonômica

ESPACIAIS / ARQUITETURAIS: Deficiência de fluxo, circulação, isolamento; má aeração, insolação, iluminação, isolamento acústico, térmico, radioativo. Falta de otimização luminosa, da cor, da ambiência gráfica do paisagismo.

FÍSICO-AMBIENTAIS: Temperatura, ruído, iluminação, vibração e radiação acima dos níveis indicados.

QUÍMICO-AMBIENTAIS: Partículas,elementos tóxicos e aero-dispersóides em concentração no ar acima dos limites permitidos.

Problemas de ordem ergonômica

NATURAIS: Exposição às intempéries, ao sol, frio e vento.

ACIDENTÁRIOS: Falta de dispositivos de proteção das máquinas. Precariedade do solo, d andaimes, rampas e escadas. Manutenção insuficiente. Deficiência de rotinas e equipamentos para emergências e incêndios.

Problemas de ordem ergonômica

OPERACIONAIS: Ritmo intenso, repetividade e monotonia. Pressão de prazos de produção e de controles das atividades.

ORGANIZACIONAIS: Parcelamento taylorizado do trabalho, falta de objetivação, responsabilidade, autonomia e participação.

Problemas de ordem ergonômica

GERENCIAIS: Inexistência de uma gestão participativa, desconsideração de opiniões e sugestões dos funcionários. Centralização de decisões, excesso de níveis hierárquicos, falta de transparência nas comunicações das decisões, prioridades e estratégias. Falta de políticas de cargos e salários coerentes.

INSTRUCIONAIS: Desconsideração das atividades concretas da tarefa durante o treinamento. Manuais de instrução confusos que privilegiam a lógica em detrimento das estratégias de utilização.

Problemas de ordem ergonômica

PSICO-SOCIAIS: Conflitos entre indivíduos e grupos sociais, dificuldades de comunicações e interações interpessoais. Falta de opções de descontração e lazer.

INSTRUMENTAIS: Incongruentes arranjos físicos de painéis de informações e de comandos, que acarretam dificuldades de tomada de informações e de acionamentos, em face de inconsistências de navegação e de exploração visual, com prejuízos para a memorização e para a aprendizagem.

Problemas de ordem ergonômica

INFORMACIONAIS: Deficiências na detecção, discriminação e identificação de informações, em telas, painéis, mostradores e placas de sinalização, resultantes da má visibilidade, legibilidade e compreensibilidade de signos visuais, com prejuízos para a percepção e para a tomada de decisões.

Bibliografia

Dresch, A. M., Visualiza Tecnologia em Comunicação Visual Ltda. 2006.

Matias, N. T., Apostila UERJ – AET. 2000.

Moraes, A. Mont´Alvão, C. Ergonomia – conceitos e aplicações. Rio de Janeiro Ed. 2AB, 2000 (2ª edição ampliada).