1 o social e meio ambiente do capitalismo fossil

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O Social e Meio Ambiente do Capitalismo Fossil Elmar Altvater Elmar Altvater foi professor de Ciência Política da Otto-Suhr- Institute, da Universidade Livre de Berlim, de 1971 até sua aposentadoria em 2004. Ele continua a trabalhar no Instituto, e a publicação de artigos e livros. Altvater ganhou fama como uma das mais importantes marxista philosophers.In da Alemanha 1970, ele co-fundou o jornal alemão PROKLA, revista para Critical Ciências Sociais, da qual ele continua a ser um editor. Para além das questões de teoria do desenvolvimento, a crise da dívida, e a regulamentação dos mercados, ele continua preocupado com os efeitos das economias capitalistas sobre o meio ambiente. Altvater é um reconhecido crítico de "economia política" e autor de numerosos escritos sobre a globalização e críticas ao capitalismo. Um trabalho padrão é seu livro Os Limites da Globalização (1996), escrito com seu companheiro Birgit Mahnkopf. Este artigo apareceu pela primeira vez na edição de Socialist Register (http://socialistregister.com) 2007. 1 Introdução: a relação da sociedade com a natureza sob o capitalismo A "ocidentalização" do mundo levou a um padrão de produção e consumo que se baseia intensamente sobre a disponibilidade quase ilimitada de matéria e energia, tecnologia sofisticada, e da existência de recursos naturais "sumidouros", em que os sólidos, líquidos e emissões de gás pode ser despejado. Os efeitos sobre o meio ambiente natural local, nacional e global são principalmente negativas. Transporte global é responsável pelo consumo de grandes quantidades de energia fóssil e, portanto, para um aumento das emissões de CO2, agravando assim a crise climática.Processos de produção intensiva de trabalho estão localizados onde o trabalho é barato, e os processos prejudiciais ao ambiente onde as leis e regulamentos ambientais retardam são menos exigentes, e assim menos caro. À primeira vista, parece que os serviços e finanças não exercem

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Sociologia, meio ambiente

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O Social e Meio Ambiente do Capitalismo FossilElmar Altvater

Elmar Altvater foi professor de Cincia Poltica da Otto-Suhr-Institute, da Universidade Livre de Berlim, de 1971 at sua aposentadoria em 2004. Ele continua a trabalhar no Instituto, e a publicao de artigos e livros.Altvater ganhou fama como uma das mais importantes marxista philosophers.In da Alemanha 1970, ele co-fundou o jornal alemo PROKLA, revista para Critical Cincias Sociais, da qual ele continua a ser um editor.Para alm das questes de teoria do desenvolvimento, a crise da dvida, e a regulamentao dos mercados, ele continua preocupado com os efeitos das economias capitalistas sobre o meio ambiente.Altvater um reconhecido crtico de "economia poltica" e autor de numerosos escritos sobre a globalizao e crticas ao capitalismo.Um trabalho padro seu livro Os Limites da Globalizao (1996), escrito com seu companheiro Birgit Mahnkopf.Este artigo apareceu pela primeira vez na edio de Socialist Register (http://socialistregister.com) 2007.

1 Introduo: a relao da sociedade com a natureza sob o capitalismo

A "ocidentalizao" do mundo levou a um padro de produo e consumo que se baseia intensamente sobre a disponibilidade quase ilimitada de matria e energia, tecnologia sofisticada, e da existncia de recursos naturais "sumidouros", em que os slidos, lquidos e emisses de gs podeser despejado.Os efeitos sobre o meio ambiente natural local, nacional e global so principalmente negativas.Transporte global responsvel pelo consumo de grandes quantidades de energia fssil e, portanto, para um aumento das emisses de CO2, agravando assim a crise climtica.Processos de produo intensiva de trabalho esto localizados onde o trabalho barato, e os processos prejudiciais ao ambiente onde as leis e regulamentos ambientais retardam so menos exigentes, e assim menos caro. primeira vista, parece que os servios e finanas no exercem efeitos negativos sobre o meio ambiente.No entanto, a idia de que agora vivemos em uma "economia virtual" de bits e bytes, e que o crescimento econmico est sendo dissociado do consumo de energia, nada mais que "um mito" (ou como Harry Frankfurt diz, "besteira").Os mercados financeiros exercer presso sobre a economia real, impondo o pagamento pelos muturios dos crditos financeiros de credores (bancos e fundos) - pagamentos que s so acessveis se as taxas de crescimento reais continuam altos.Essa presso tem sido visto como uma alavanca eficiente para garantir o aumento da competitividade, assim como a ausncia dessa presso em pases que foram socialistas tem sido visto como uma das principais causas de seu fracasso econmico.Portanto financiar indiretamente refora o crescimento e, concomitantemente, um aumento do consumo de energia, bem como de recursos materiais (embora o aumento da eficincia no uso de matria e energia podem compensar parcialmente essa presso).As instabilidades financeiras e crises das ltimas dcadas tambm puseram em risco a estabilidade social, empurrando amplas camadas das populaes nos pases mais afetados em precrias condies de vida e de pobreza.At mesmo o Banco Mundial admite que estes efeitos so responsveis pela degradao ecolgica em grandes partes do mundo.A razo para alto impacto econmico do capitalismo sobre o meio ambiente pode ser encontrada em seu carter duplo.Tem uma dimenso de valor (o valor monetrio do produto nacional bruto, do comrcio mundial, de IED, dos fluxos financeiros, etc.), mas tambm um sistema de fluxos de materiais e de energia na produo e consumo, transporte e distribuio.Decises econmicas relativas produo em primeiro lugar considerar os valores e preos, margens de lucro e retornos monetrios, sobre o capital investido.Neste domnio o princpio dominante apenas a racionalidade econmica dos tomadores de deciso de maximizao do lucro.Mas as decises que tomarem ter impactos importantes na natureza, devido ao material e energia dimenso dos processos econmicos.Em condies capitalistas o meio ambiente cada vez mais transformado em um objeto impugnada de ganncia humana.A explorao dos recursos naturais, e sua degradao por uma quantidade cada vez maior de poluentes, resulta em uma escassez artificial, levando a conflitos sobre o acesso a eles.Acesso a natureza (a recursos e sumidouros) desigual e desigual ea relao social do homem com a natureza, portanto, propensa a conflitos.As "pegadas ecolgicas" de pessoas em diferentes pases e regies do mundo so de tamanhos muito diferentes, refletindo as desigualdades graves de rendimentos e da riqueza.Injustias ecolgicos, portanto, s pode ser utilmente discutido se as contradies de classe social e de produo de desigualdade no curso da acumulao de capital so levadas em conta.O ambiente inclui o sistema de energia, clima, biodiversidade, solos, gua, madeiras, desertos, geleiras, etc - ou seja, as diferentes esferas do planeta Terra e sua evoluo histrica.A complexidade da natureza, e os mecanismos positivos e negativos feed-back entre as diferentes dimenses do ambiente no espao e no tempo, so apenas parcialmente conhecida.Assim, a poltica ambiental tem de ser feita sombra de um alto grau de incerteza. por isso que um dos princpios bsicos da poltica ambiental o da precauo.Os efeitos das atividades humanas, especialmente as atividades econmicas, por processos naturais, e os mecanismos de feedback dentro da totalidade dos sistemas sociais, polticos e econmicos, constituem a chamada relao social do homem com a natureza.Apenas uma tentativa holstica para integrar os aspectos ambientais em discursos de economia poltica, cincia poltica, sociologia, estudos culturais, etc., podem tornar possvel um entendimento coerente de problemas ambientais e produzir respostas polticas adequadas aos desafios da crise ecolgica em curso.

2 riquezas naturais e da riqueza econmica das naes

No centro da anlise da relao do capitalismo com a natureza a sua dependncia inerente e inevitvel dos combustveis fsseis e, em particular do petrleo.Para entender isso corretamente precisamos primeiro considerar brevemente as vantagens de combustveis fsseis para a acumulao capitalista.Em termos gerais Energia Retorno de petrleo uma fonte de energia (EROEI) muito elevada.Apenas uma pequena quantidade de energia precisa ser investido, a fim de colher muito maiores quantidades de energia, porque a entropia de petrleo muito baixo e sua concentrao de energia muito alta, gerando um excedente de energia alta.Em comparao com os fluxos de energia solar, a energia fssil uma fonte "grosso" de energia, at o ponto onde a energia fssil pode facilmente vir a parecer responsvel pela mais-valia produzida em um sistema capitalista.No entanto, este no o caso.Um excesso fsico e uma mais-valia econmica so to diferentes como valores de uso e valores de troca, ou como o barril fsica de leo ("leo molhado") e o preo futuro do barril que na bolsa de Chicago ("leo de papel").Mais uma vez, encontramos a importncia decisiva do duplo carter das relaes de troca capitalistas.Uma advertncia importante tem que ser introduzido aqui.A energia solar, claro, tem a mais alta EROEI, porque os fluxos de energia solar, que o poder de todos os processos da vida na Terra (plantas, animais e seres humanos), vm em forma de radiao solar (luz e calor), sem a necessidade de qualquer entrada de energiapor seres vivos na Terra.No entanto, so necessrias quantidades de energia para a transformao de radiao solar em energia til para a humanidade.O papel da agricultura um bom exemplo.Energia - ou seja, os esforos do agricultor e sua famlia e os trabalhadores, a energia dos animais, etc. - investido para se obter um maior retorno da energia contida em plantas e animais ( por isso que o EROEI em uma economia pr-fsseis esociedade nunca infinito).Em um regime de energia fssil do EROEI rica em campos de petrleo recentemente desenvolvidos, e depois diminui, porque na maioria dos casos, a entrada de energia cresce e diminui a produo de energia, at ulterior explorao torna-se irracional, tanto em termos de energia e mais tarde tambm a economia.Em seguida, a fonte de energia transformada num dissipador de energia ", e o leo ou simplesmente permanecer no solo. por estas razes que o mundo nunca vai tecnicamente ficar sem petrleo;em vez disso, ele acabar por se tornar simplesmente muito para extrair de baixa qualidade ou leo geograficamente inacessveis intensivo de energia ".O que foi dito sobre um nico campo de petrleo pode ser dito sobre de extraco de leo em geral.O EROEI diminui em sintonia com o esgotamento das reservas mundiais de petrleo.As implicaes disso so bvias.A produo de leo no s atinge um pico e depois diminui (o chamado "Hubbert-curva");igualmente importante o fato de que a quantidade de energia que tem de ser investido na extrao de uma produo em declnio deve crescer.Embora irracional em termos de energia, ele ainda pode parecer economicamente racional por causa do clculo em termos de valor.A energia investida (por exemplo, a fora da gua) pode ser mais barato do que o retorno de energia (por exemplo, na forma de petrleo no convencional), embora calculada em calorias o inverso verdadeiro.Por processos fsicos e de valor confusas alguns ecologistas acusam Marx de subestimar sistematicamente o "valor da natureza" no processo do valor de produo.Mas a censura s relevante na medida em que o processo de trabalho est em causa. claro, a natureza to importante quanto o trabalho na converso de matria e energia em uso.A natureza extremamente produtiva - a evoluo das espcies na histria do planeta, e sua enorme diversidade e variedade, prov-lo - mas no de valor produtivo, porque no produz mercadorias para serem vendidas no mercado.No existe um mercado na natureza.O mercado de commodities e so construes sociais e econmicos, no um patrimnio natural, mesmo que os economistas neoliberais assumem o contrrio. o trabalho que transforma a natureza em commodities. por isso que os pases ricos em recursos naturais, muitas vezes, permanecem pobres, e por pases com poucos recursos, muitas vezes, tornam-se ricos, porque eles tm a capacidade de transformar as riquezas naturais em riqueza econmica, dominando o processo de valorizao capitalista.Do ponto de vista de anlise de energia no processo de produo pode parecer muito diferente da maneira que parece do ponto de vista do valor-mercadoria e-anlise.Juan Martinez-Alier diz a este respeito: "A produtividade da agricultura no aumentou, mas diminuiu, a partir do ponto de vista da anlise de energia";mas em termos de produo mercantil na agricultura, e em termos de retorno sobre o capital investido, a sua produtividade aumentou.Por isso, possvel para holandeses produtores agrcolas para competir com produtores mexicanos de produtos hortcolas, como berinjelas no mercado norte-americano.Eles simplesmente no tomar as entradas cheio de energia fssil em conta, de modo que a produtividade no valor-termos parece ser alta, enquanto a produtividade em termos-de energia baixo, ou mesmo negativo.A transio para sistemas industriais e para o uso predominante de energias fsseis foi muito mais dramtica do que aquela que transformou as sociedades de caadores e coletores em uma ordem social de sistemas agrcolas sedentrias.Foi uma ruptura revolucionria na histria da relao social dos seres humanos com a natureza, porque no era mais o fluxo de radiao solar que serviu como a principal fonte de energia para o sistema de produo e satisfao das necessidades humanas, mas o uso deos estoques mineralizadas de energia contida na crosta da Terra.A maior expanso da demanda humana por recursos naturais se seguiu Revoluo Industrial, na segunda metade do sculo 18, e na primeira metade do sculo 19.Uma das principais vantagens da energia fssil para a acumulao capitalista a congruncia de suas propriedades fsicas com as lgicas polticas e econmicas do desenvolvimento capitalista.Em comparao com outras fontes de energia energia fssil preenche quase perfeitamente as exigncias do processo de acumulao capitalista.Ele se encaixa em relao social do capitalismo natureza.Em primeiro lugar, a energia fssil permite a transformao de padres pr-capitalistas de espao e lugar para os capitalistas.A disponibilidade local de recursos energticos no mais a principal razo para a localizao de fabrico ou de outras indstrias. simples para o transporte de recursos energticos em qualquer lugar do mundo, dando origem a redes logsticas que hoje cobrem o globo.Portanto, o fornecimento de energia torna-se apenas um fator entre muitos outros nas decises sobre onde a produo est a ter lugar.A disponibilidade de fontes locais de energia tem um impacto menor sobre o concurso para a localizao do investimento no espao global.Em segundo lugar, em contraste com a radiao solar, que muda de intensidade entre o dia ea noite, com os ritmos das estaes do ano, a energia fssil pode ser usado 24 horas por dia e 365 dias por ano, com intensidade constante, permitindo que a organizao dos processos de produo, independentemente dehorrios sociais, biolgicos e outros ritmos naturais.Energias fsseis podem ser armazenados e consumidos sem referncia a padres de tempo natural, de acordo apenas com o regime de tempo da modernidade e um calendrio que otimiza os lucros.Famosa frase de Benjamin Franklin em "tempo dinheiro", portanto, no poderia parecer loucura, mas como uma norma adequada do comportamento humano em "tempos modernos".Alm disso, a energia fssil permite a acelerao extrema de processos, a "compresso do tempo e do espao".Em outras palavras, ao permitir um aumento na produtividade, reduzindo o tempo necessrio para a produo de uma determinada quantidade de produtos.Em terceiro lugar, a energia fssil pode ser usado de forma bastante flexvel na produo, consumo e transporte, e no uso de tempo e espao.O desenvolvimento de redes de electricidade e o motor elctrico, a iluminao de cidades inteiras durante a noite e a inveno do motor de combusto interna, foram passos decisivos para um uso cada vez mais flexvel de-insumos energticos, na mobilizao e acelerao dos processos econmicos e em umgrau de individualizao da vida social nunca antes experimentado na histria humana.Agora, as decises gerenciais poderiam seguir a lgica da rentabilidade sem a necessidade de ter restries de energia ou limitaes espaciais e temporais em conta.Acumulao e crescimento econmico, ou seja, a "riqueza das naes", tornou-se cada vez mais independente das condies naturais e suas limitaes.Estas vantagens da energia fssil para o sistema capitalista tornam nico e indispensvel.A congruncia do capitalismo, energia fssil, o racionalismo e do industrialismo perfeito.Um conjunto de quatro foras levou, posteriormente, todo o conjunto de desenvolvimentos dinmicos: (1) a "racionalidade Europeu de dominar o mundo" e sua traduo em dispositivos tcnicos e experincia organizacional;(2) a "grande transformao" para uma economia de mercado sem amarras - o tema de Karl Polanyi;(3) a dinmica do dinheiro sob a forma social do capital, o que Marx analisados em Capital;e (4) o uso de energia fssil.Juntas, essas foras produziram o que Georgescu-Roegen chamado de "revoluo Promethean", comparvel revoluo neoltica de vrios milhares de anos atrs, quando a humanidade descobriu como transformar a energia solar sistematicamente em cultivos e produtos de origem animal.atravs do estabelecimento de sistemas agrcolas sedentrias.Este conjunto de dimenses do regime energia fssil d uma impresso dos ingredientes de sua dinmica e da gama de abordagens cientficas sociais que devem ser aplicadas a fim de compreender os mecanismos envolvidos na transformao das riquezas naturais em riqueza econmica.Sem o fornecimento contnuo e uso massivo de energia fssil capitalismo moderno seria bloqueado para os limites da energia bitica (vento, gua, biomassa, msculo-poder, etc.).Embora algo como formas sociais capitalistas, ocasionalmente, pode ser encontrado nas sociedades antigas (na Amrica Latina e na sia, bem como na Europa), eles no poderiam crescer e florescer sem energia fssil.A entropia das fontes de energia disponveis era muito alto, e o EROEI muito baixo, para permitir a produo excedente significativo.Portanto crescimento foi limitado, e de fato a taxa de crescimento mdio anual foi prximo de zero antes da revoluo industrial do final do sculo 18.Mas, no decurso das taxas de crescimento econmico revoluo industrial passou de 0,2% a mais do que 2 por cento por ano at ao fim do sculo 20.A populao mundial tambm cresceu mais rpido do que nunca.Na pr-capitalista e tempos pr-industriais o crescimento econmico era dependente de crescimento da populao, que, por sua vez, dependia - esta foi a razo por trs da teoria de Malthus - relativo ao fornecimento de produtos e servios para a sua subsistncia e reproduo.Mas aps a revoluo industrial o crescimento econmico se tornou independente do crescimento da populao, devido a um enorme aumento da produtividade e um aumento concomitante na produo de mais-valia relativa.Portanto, ao contrrio das previses de Malthus, mas de acordo com a mensagem otimista de Adam Smith e David Ricardo, a renda per capita tambm aumentou, com o alargamento e aprofundamento da diviso do trabalho, por meio da expanso dos mercados e do estabelecimento de comrcio livre Ele interessante notar que no primeiro milnio as divergncias de renda entre a Europa Ocidental, Japo, Amrica Latina, Europa Oriental, frica e sia foram muito pequenas.No decurso da revoluo fssil-industrial, no entanto, as coisas mudado completamente.O fosso entre pases ricos e pobres se arregalaram e desigualdade tornou-se o nome do jogo.A partir da segunda metade do sculo 18 taxas de crescimento mdio aumentou notavelmente, mas este no conseguiu reduzir as desigualdades entre os povos e regies num mundo globalizado;pelo contrrio, as desigualdades aumentada..

3 entropia e condies de vida

Tendo em conta estes nmeros surge a pergunta: possvel o crescimento para sempre? o crescimento "triunfante"?A resposta tem de ser "no", porque nada na terra cresce eternamente sem quaisquer limites, e isso tambm se aplica economia capitalista.Vir o tempo em que "a festa acabou".Os limites do crescimento esto entre as condies de vida e as leis da evoluo no planeta Terra, e so uma consequncia directa dos limites dos recursos - e especialmente recursos fsseis - que crescimento de combustvel.Embora a acumulao de capital e crescimento so quase totalmente alimentado por energia fssil (e, portanto, dependente de um sistema isolado, com recursos finitos), humana e da vida natural em geral quase totalmente dependente da radiao solar (ou seja, o fluxo de energia solar emum sistema aberto).Luz do dia, o aquecimento da atmosfera, das guas e dos solos, o crescimento e evoluo dos seres vivos, o fornecimento de alimentos, so o resultado da radiao solar e apenas em menor extenso do uso de energia fssil.A satisfao das necessidades humanas primrias s possvel atravs da utilizao de energia sob a forma de alimentos orgnicos (contendo protenas, gorduras, carboidratos, vitaminas e minerais, gua), e outros materiais orgnicos transformados em roupas e abrigo - para no mencionar a nossa dependncia dooxignio.Nicholas Goergescu-Roegen aponta que a humanidade, em princpio, apenas dispe sobre "dois recursos de riqueza":primeiro o estoque finito de recursos minerais na crosta terrestre que dentro de certos limites, podemos no cumulao em um fluxo quase vontade, e, segundo, um fluxo de radiao solar cuja taxa no est sujeita ao nosso controle.Em termos de baixa entropia, o estoque de recursos minerais apenas uma pequena frao da energia solar recebida pelo globo dentro de um nico ano.Mais precisamente, a estimativa mais elevada de recursos energticos terrestres no exceda a quantidade de energia livre recebida do sol durante quatro dias!Alm disso, o fluxo de radiao do sol vai continuar com a mesma intensidade (praticamente) durante um longo perodo de tempo.Por estas razes e porque a baixa entropia recebida do sol no pode ser convertida em matria em grandes quantidades, no estoque finito do sol de energia que define um limite para quanto tempo a espcie humana pode sobreviver.Em vez disso, ele o estoque insuficiente de recursos da terra que constitui a escassez fundamental ....O consumo de energia fssil tem repercusses sobre a natureza-relao homem.Histria consiste no aumento da entropia e da irreversibilidade associada de todos os processos, enquanto o capital opera com uma lgica de reversibilidade e circularidade.Capital tem de se apropriar do excedente e investi-lo novamente no processo de produo, para garantir a apropriao de um excedente crescente - um excedente que deve ser produzido, uma vez que o processo de produo foi financiada com crditos e dvidas deve ser atendido.Os indicadores de capital de desempenho apresentam de forma muito clara a circularidade e reversibilidade do fluxo de capital.Despesas de capital "retorno", e os retornos deve ser maior do que o investimento.Rentabilidade, a eficincia marginal do capital, o retorno sobre o capital prprio, valor para o acionista e outros termos demonstram claramente que a racionalidade instrumental weberiano, com base numa comparao de mdias (ou seja, de investimento) e objetivos (ou seja, sem fins lucrativos), que anima o capitalismo.Em contraste, os processos naturais de transformao da matria e energia so caracterizados por irreversibilidade, bem como o processo de crescimento natural dos seres como plantas e animais vivos;todos os seres vivos esto envelhecendo.Isso decorre, em ltima anlise a partir da lei da entropia.Todo processo de produo tambm tem dois aspectos: que produzem no apenas os resultados desejados, mas tambm os efeitos colaterais (principalmente negativos). uma lei natural que impossvel para transformar 100% de energia e matria-entrada para produtos projetados para a satisfao das necessidades humanas.Na interpretao de Ilya Prigogine um aumento de entropia a expresso inevitvel de uma transformao de matria e energia no processo de natural - e, podemos acrescentar - a evoluo social, ou seja, no h evoluo sem aumento de entropia.Em "desfrutando de nossas vidas" que, simultaneamente, aumentar a entropia e piorar as condies de vida na Terra.Marx tinha plena conscincia dessa dupla unilateralidade da satisfao das necessidades humanas e da destruio do meio ambiente natural:"Todo o progresso aumentando a fertilidade do solo por um determinado tempo um progresso para arruinar as fontes mais duradoura de que a fertilidade.Quanto mais um pas rendimentos da indstria de grande escala como um fundo de seu desenvolvimento ..., mais rpido esse processo de destruio.A produo capitalista, portanto, s se desenvolve as tcnicas e o grau de combinao do processo social de produo, minando simultaneamente as fontes originais de toda riqueza - o solo eo trabalhador ".O grau de entropia depende decisivamente do regime de energia.A revoluo neoltica levantadas pelo desenvolvimento de dispositivos de captao de energia solar e transform-la em energia concentrada, til para os seres humanos.Esta foi a conquista revolucionria da agricultura.O desenvolvimento da agricultura resultou em um aumento na produo de alimentos, e uma maior confiabilidade do suprimento de alimentos.O excedente produzido pelos agricultores - a quem os fisiocratas do sculo 18 viu como o nico "classe produtiva" - tornou possvel para alimentar "classes improdutivas" de artesos, funcionrios e governantes.Mas o sistema agrcola baseado na captao de fluxos de energia solar desapareceu quase completamente, como resultado das revolues industrial e fsseis.Eric Hobsbawm em sua Era dos Extremos sugeriu que a segunda metade do sculo 20 foi a primeira vez na histria da humanidade, quando o nmero de pessoas que vivem no campo e trabalham como agricultores na agricultura (como "harvesters de energia solar") foi menor do queo nmero de trabalho nas reas urbanas industriais e de servios.Na transio de uma explorao agrcola para uma sociedade industrial a congruncia do capitalismo, o racionalismo, o industrialismo e da energia fssil torna-se central.Mas o papel fundamental da energia fssil neste congruncia torna um obstculo para o desenvolvimento.Em primeiro lugar, ele acabar por ficar sem;e, segundo, sua combusto produz tanta emisses nocivas que as condies de vida na Terra esto se deteriorando.Em termos de economia termodinmicos, a transio para um sistema industrial capitalista significa que o planeta tratada como um sistema fechado e mesmo isolado.Para a radiao solar, do lado de fora (do mesmo modo e a irradiao de calor para o espao exterior) substitudo por fontes de energia fssil tiradas de dentro da crosta terrestre.Mas a vida na Terra continua dependente de radiao do sol.Entre as condies de vida (sistema aberto) e condies econmicas (sistema isolado) na terra uma "firewall" foi socialmente e politicamente construdo.Hoje, e possivelmente para sempre, impossvel para alimentar a mquina de acumulao capitalista e crescimento com "magra" radiao de energia solar.Ele simplesmente no tem as vantagens mencionadas acima, ou seja, o potencial de tempo e compresso do espao, que oferece energia fssil "grossos".E enquanto isso, o regime de energia fssil da economia capitalista tem um efeito extremamente destrutivo sobre todas as formas de vida na Terra, que so "alimentados" mais ou menos completamente pela radiao solar.A degradao da natureza - ou seja, o efeito estufa, destruio da camada de oznio, a perda de biodiversidade, desertificao, o desaparecimento das florestas tropicais tropical etc - inquestionvel.O preo das vantagens do regime de energia fssil destruio ecolgica ea necessidade de encontrar uma soluo para os limites de disponibilidade de energia fssil.

4 Peak mudana de leo e clima

De todas as formas de leo de energia fssil a que tem acima de tudo sido a chave para o desenvolvimento capitalista ao longo dos ltimos cem anos.O pico, e, assim, os limites, da produo de petrleo tem um efeito importante sobre o processo de acumulao capitalista, porque a congruncia acima mencionado longo.Os "limites externos" de recursos agravar "normais" crises capitalistas - e produo de petrleo atingir o pico em breve, como o gelogo Marion King Hubbert j previsto na dcada de 1950, quando todos acreditavam em uma abundncia de petrleo.Ele previu que a produo de petrleo nos EUA atingiria o pico no incio da dcada de 1970, que exatamente o que aconteceu.Depois que os EUA mudaram de ser um a um pas importador de petrleo exportadores de petrleo.At o incio da dcada de 1980 descobertas de petrleo globais foram maiores do que o consumo de petrleo.Desde ento, no entanto, o consumo ultrapassou descobertas, de modo que as reservas de petrleo esto encolhendo.Os estoques de petrleo so limitados, e suprimentos ser executado ao longo das prximas dcadas.A produo de petrleo est no seu auge.Alguns gelogos dizem que j aconteceu.Outros so mais cautelosos e prever o pico da produo de petrleo no decorrer da prxima dcada.Em seguida, a primeira metade das reservas mundiais tero sido utilizados.Down to 2004, o consumo mundial de leo acumulado foi de cerca de 944 bnillion barris.Para o consumo do segundo tempo menos tempo ser necessrio, porque a demanda por petrleo vai aumentar, apesar das tentativas de economizar energia, para aumentar a eficincia da sua utilizao, para melhorar o mix de energia e para fazer mais uso de recursos renovveis.Isto por duas razes interligadas.Em primeiro lugar, o papel crucial dos mercados financeiros globais, com suas altas taxas de juros reais e crditos sobre as taxas de retorno, fazer cumprir as elevadas taxas de crescimento real do PIB.De acordo com os padres vigentes de implantao de tecnologia, essas altas taxas de crescimento s pode ser alcanado por um uso intensivo de energia fssil.Assim, o funcionamento dos mercados financeiros globais tem um impacto sobre o mercado de petrleo.A segunda razo decorre da globalizao da produo e do consumo ocidentais, que so extremamente intensivo de energia.Pases recm-industrializados se aglomeram em mercados e adicione demanda j insacivel dos pases da OCDE, sobretudo dos EUA, que consomem cerca de um quarto da produo mundial de petrleo (20 milhes de barris por dia, de um total de cerca de 80 milhes de barris em2006).No entanto, o pico do petrleo no a histria toda.A explorao de reservas conhecidas torna-se mais caro ao longo do tempo, porque a presso, a viscosidade e outras propriedades fsicas e qumicas dos campos de petrleo deteriorar no decurso da extraco.A gua deve ser bombeada para dentro, a fim de manter a presso necessria para conseguir o leo para a superfcie.Perfurao est se tornando cada vez mais complicada, especialmente em reas off-shore e campos de petrleo no convencionais, mas tambm em campos de petrleo "velhos".Alm disso, o pico do petrleo apenas parcialmente um fato objetivo.Ele dependente de extrao em tecnologias e conhecimento sobre, e a avaliao das reservas de petrleo.O primeiro fator enfatizado por economistas neoclssicos: o investimento na explorao de campos de petrleo e logstica do petrleo e refinamento pode ajudar a aumentar a oferta de petrleo no ritmo de crescimento da demanda.Esta tambm a linha de argumentao da Agncia Internacional de Energia, que diz que cerca de US 3000000 milhes dlar americano devem ser investidos em explorao, perfurao, oleodutos e refinarias, a fim de aumentar a produo de leo de cerca de 80-120000000 barris por dia.O segundo fator que influencia os clculos de reserva a explorao de petrleo no convencional e gs, tais como leos pesados, petrleo em guas profundas e de gs, petrleo e gs polar, etc., e os custos de extrao em relao ao preo do petrleo bruto no mercado.Um terceiro fator a avaliao das reservas conhecidas e presumveis.Isso altamente dependente dos interesses de todas as partes envolvidas nos mercados de petrleo - produtores, consumidores, corretoras e distribuidoras.Portanto, as estimativas de reservas mundiais variar substancialmente, variando de 1,149 bilhes de barris (estimativa da BP 2003) para 750 bilhes de barris (estimativa da Associao para o Estudo do Pico do Petrleo, ou ASPO).Os dados publicados pela Agncia Internacional de Energia baseiam-se em informaes fornecidas pelas empresas petrolferas privadas.Estes dados so tendenciosos pelas estratgias desenvolvidas pelas empresas em causa.Shell em 2004, um caso exemplar, embora extremo,.A empresa foi obrigada a reduzir a sua altamente supervalorizado figura reserva publicada em 3,9 bilhes de barris, ou seja, mais de 20 por cento, para atender s exigncias dos supervisores do mercado de aes.Uma das principais razes para este "erro" e sua correo foi "contabilidade criativa".A empresa tinha exagerado as reservas para o seu relatrio anual, a fim de aumentar seu valor de mercado (e, com ele, os salrios dos seus gestores de topo).Pases da OPEP, por seu lado esto interessados em valores elevados de reserva por dois motivos: Primeiro, eles aumentam a sua estimativa de reservas, a fim de obter uma quota de produo da OPEP superior.Normalmente, durante o final da dcada de 1980 "seis dos 11 pases da OPEP aumentaram suas figuras de reserva por quantidades colossais, que vo 42-197 por cento, simplesmente para aumentar as suas quotas de exportao." O Iraque relatado em 1983 (durante a guerra contra o Ir) um aumento dereservas de 11 bilhes de barris, apesar de no haver descoberta verificvel de novos campos.