final floresta fossil

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LEGISLAÇÃO E ANÁLISE COMPORTAMENTAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO DISCIPLINA: PROJETO DE URBANISMO I, PROFESSORA: NÍCIA LEITE COMPONENTES: KÁCIA DANIELLE, LAYANE LIARTE, LUANNA DE CARVALHO E ROCHELLE NOGUEIRA O Parque Floresta Fóssil do Poti fica na cidade de Teresina, nas margens direita e esquerda do rio Poti, cerca de 1.200m à montante da ponte que une os bairros Ilhotas e dos Noivos. O parque municipal da Floresta Fóssil do Rio Poti foi criado em janeiro de 1993 pelo decreto Municipal nº 2.195. Tem como proprietário o Governo Federal da União, possui uma área construída de 13 hectares, e por pertencer à União possui algumas dificuldades quanto à questão de investimentos em infraestrutura . Foi tombado pela FUNDAC através do decreto: Nº 9.885 no ano de 1998.Já o tombamento da área pelo IPHAN só ocorreu em 11 de setembro de 2008 . Com o tombamento qualquer intervenção deve ter a autorização do Iphan. É de responsabilidade do instituto, dentre outras inúmeras funções atribuídas ao mesmo, evitar a descaracterização do local, protegendo os valores que motivaram o seu tombamento. A floresta fóssil encontra-se situada em uma Zona de Preservação Ambiental, que segundo a Lei Complementar 3560 são áreas de urbanização limitada em decorrência do interesse de preservação de espaços verdes e sítios históricos e/ou culturais. No Mapa de Zoneamento da cidade a região encontra-se na região ZP6/06 que compeende a área entre a Av. Raul Lopes e a Zona de Preservação ZP5, nos bairros Noivos e São João. Mas como foi implantado o parque o zoneamento passa a ser ZP4 e ZP5 nas margens do rio. As Zonas de Preservação Ambiental 4 (ZP4) compreendem as praças e parques do município.As atividades permitidas na Zona ZP4 são atividades de recreação e lazer. As Zonas de Preservação Ambiental 5 (ZP5) compreendem dentre outros pontos as áreas marginais ao Rio Poti, correspondentes a uma faixa com largura de 100m (cem metros), salvo quando já estejam ocupadas, caso em que a faixa tem a largura da área ainda não ocupada; Nas Zonas de Preservação Ambiental - ZP5, é permitido o uso do solo para serviços públicos de drenagem e saneamento e apoio ao transporte fluvial, de iniciativa ou concessão publica, condicionado à prévia aprovação do Conselho Municipal de Meio Ambiente - COMDEMA. De acordo com a lei complementar Nº 3.561, de 20 de outubro de 2006 : No artigo 3º o parcelamento do solo urbano, por qualquer das formas definidas nesta Lei Complementar só pode ser realizado mediante licença ou por iniciativa da Prefeitura Municipal de Teresina. No artigo 6° diz que não é permitido o parcelamento do solo nas zonas de preservação ZP4, ZP5, ZP6 e ZP7; No artigo 23 fica proibido a implantação de "outdoors" ou outra forma similar de publicidade, nas Zonas de Preservação Ambiental ZP1, ZP2, ZP3, ZP4, ZP5 e ZP7. No artigo 27. Os aparelhos de ar condicionado podem ser instalados nas fachadas das edificações das zonas de preservação ambiental apenas quando comprovada, pelo órgão municipal competente, a impossibilidade de outra solução. Passando para as leis de âmbito nacional: Na Lei nº 9985 de 18 de julho de 2000 pode-se destacar: No artigo 15 - A Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. No artigo 46 - A instalação de redes de abastecimento de água, esgoto, energia e infra-estrutura urbana em geral, em unidades de conservação onde estes equipamentos são admitidos depende de prévia aprovação do órgão responsável por sua administração, sem prejuízo da necessidade de elaboração de estudos de impacto ambiental e outras exigências legais Na lei N. 4.771, DE 15 de setembro de 1965 destaca-se: No Artigo 2º - Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas: a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa marginal No Artigo 4º - A supressão de vegetação em área de preservação permanente somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública ou de interesse socio-econômico, devidamente caracterizados e motivados em procedimento administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto. Atualmente a ECOM - Empresa de Construções, Consultoria e Meio Ambiente em parceria com o NETUR Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos em Turismo/UESPI vem elaborando Plano de Gestão, Conservação e Manejo da Floresta Fóssil do Rio Poty. Esse Plano de Manejo tem como objetivo definir, de forma satisfatória, todos os direcionamentos técnicos e conceituais para o manejo, conservação e gestão integrada do patrimônio cultural e ambiental através da realização de estudos especializados nas áreas de meio ambiente, patrimônio cultural, arqueológico e paleontológico, planejamento, acessibilidade e sensibilização. Propor a gestão participativa do Parque “Floresta Fóssil do Rio Poti” através do manejo integrado das unidades de conservação envolvidas e sua unificação (caso cabível), de forma a contemplar recursos amortizadores na zona de entorno do patrimônio tombado desde os limites dos Parques Ilhotas e Noivos, em ambas as margens do rio Poti, até a ponte Wall Ferraz. E estratégias para conservação do patrimônio paleontológico e arqueológico e manejo integrado das unidades de conservação envolvidas neste projeto, contemplando também recursos amortizadores na área de entorno do patrimônio tombado em seus limites. Documentos importantes na íntegra: - Legislação ambiental; - Lei n. 4.771, de 15 de setembro de 1965; Institui o Novo Código Florestal - Lei nº 7.754, de 14 de abril de 1989; Estabelece medidas para proteção das florestas existentes nas nascentes dos rios e dá outras providências - Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000; Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e Vll da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e da outras providências. - Lei complementar Nº 140, de 8 de dezembro de 2011; Figura 02: Delimitação da área. Fonte: Google Maps, 2013, editado pelas autoras Figura 01: Zoneamento de Teresina. Fonte: PMT, 2007, editado pelas autoras.

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Page 1: Final Floresta Fossil

LEGISLAÇÃO E ANÁLISE COMPORTAMENTAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

DISCIPLINA: PROJETO DE URBANISMO I, PROFESSORA: NÍCIA LEITE COMPONENTES: KÁCIA DANIELLE, LAYANE LIARTE,

LUANNA DE CARVALHO E ROCHELLE NOGUEIRA

O Parque Floresta Fóssil do Poti fica na cidade de Teresina, nas margens direita

e esquerda do rio Poti, cerca de 1.200m à montante da ponte que une os

bairros Ilhotas e dos Noivos.

O parque municipal da Floresta Fóssil do Rio Poti foi criado em janeiro de

1993 pelo decreto Municipal nº 2.195. Tem como proprietário o Governo

Federal da União, possui uma área construída de 13 hectares, e por pertencer

à União possui algumas dificuldades quanto à questão de investimentos em

infraestrutura .

Foi tombado pela FUNDAC através do decreto: Nº 9.885 no ano de 1998.Já o

tombamento da área pelo IPHAN só ocorreu em 11 de setembro de 2008 .

Com o tombamento qualquer intervenção deve ter a autorização do Iphan. É

de responsabilidade do instituto, dentre outras inúmeras funções atribuídas ao

mesmo, evitar a descaracterização do local, protegendo os valores que

motivaram o seu tombamento.

A floresta fóssil encontra-se situada em uma Zona de Preservação Ambiental,

que segundo a Lei Complementar 3560 são áreas de urbanização limitada em

decorrência do interesse de preservação de espaços verdes e sítios históricos

e/ou culturais.

No Mapa de Zoneamento da cidade a região encontra-se na região ZP6/06

que compeende a área entre a Av. Raul Lopes e a Zona de Preservação ZP5,

nos bairros Noivos e São João. Mas como foi implantado o parque o

zoneamento passa a ser ZP4 e ZP5 nas margens do rio.

As Zonas de Preservação Ambiental 4 (ZP4) compreendem as praças e

parques do município.As atividades permitidas na Zona ZP4 são atividades de

recreação e lazer.

As Zonas de Preservação Ambiental 5 (ZP5) compreendem dentre outros

pontos as áreas marginais ao Rio Poti, correspondentes a uma faixa com

largura de 100m (cem metros), salvo quando já estejam ocupadas, caso em que

a faixa tem a largura da área ainda não ocupada;

Nas Zonas de Preservação Ambiental - ZP5, é permitido o uso do solo para

serviços públicos de drenagem e saneamento e apoio ao transporte fluvial, de

iniciativa ou concessão publica, condicionado à prévia aprovação do Conselho

Municipal de Meio Ambiente - COMDEMA.

De acordo com a lei complementar Nº 3.561, de 20 de outubro de 2006 :

No artigo 3º o parcelamento do solo urbano, por qualquer das formas

definidas nesta Lei Complementar só pode ser realizado mediante licença ou

por iniciativa da Prefeitura Municipal de Teresina.

No artigo 6° diz que não é permitido o parcelamento do solo nas zonas de

preservação ZP4, ZP5, ZP6 e ZP7;

No artigo 23 fica proibido a implantação de "outdoors" ou outra forma similar

de publicidade, nas Zonas de Preservação Ambiental ZP1, ZP2, ZP3, ZP4, ZP5

e ZP7.

No artigo 27. Os aparelhos de ar condicionado podem ser instalados nas

fachadas das edificações das zonas de preservação ambiental apenas quando

comprovada, pelo órgão municipal competente, a impossibilidade de outra

solução.

Passando para as leis de âmbito nacional:

Na Lei nº 9985 de 18 de julho de 2000 pode-se destacar:

No artigo 15 - A Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa,

com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos,

bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de

vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos

proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e

assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.

No artigo 46 - A instalação de redes de abastecimento de água, esgoto, energia

e infra-estrutura urbana em geral, em unidades de conservação onde estes

equipamentos são admitidos depende de prévia aprovação do órgão

responsável por sua administração, sem prejuízo da necessidade de

elaboração de estudos de impacto ambiental e outras exigências legais

Na lei N. 4.771, DE 15 de setembro de 1965 destaca-se:

No Artigo 2º - Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito

desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas:

a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto

em faixa marginal

No Artigo 4º - A supressão de vegetação em área de preservação permanente

somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública ou de interesse

socio-econômico, devidamente caracterizados e motivados em procedimento

administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao

empreendimento proposto.

Atualmente a ECOM - Empresa de Construções, Consultoria e Meio

Ambiente em parceria com o NETUR – Núcleo de Estudos, Pesquisas e

Projetos em Turismo/UESPI vem elaborando Plano de Gestão, Conservação e

Manejo da Floresta Fóssil do Rio Poty.

Esse Plano de Manejo tem como objetivo definir, de forma satisfatória, todos

os direcionamentos técnicos e conceituais para o manejo, conservação e

gestão integrada do patrimônio cultural e ambiental através da realização de

estudos especializados nas áreas de meio ambiente, patrimônio cultural,

arqueológico e paleontológico, planejamento, acessibilidade e sensibilização.

Propor a gestão participativa do Parque “Floresta Fóssil do Rio Poti” através

do manejo integrado das unidades de conservação envolvidas e sua unificação

(caso cabível), de forma a contemplar recursos amortizadores na zona de

entorno do patrimônio tombado desde os limites dos Parques Ilhotas e

Noivos, em ambas as margens do rio Poti, até a ponte Wall Ferraz. E

estratégias para conservação do patrimônio paleontológico e arqueológico e

manejo integrado das unidades de conservação envolvidas neste projeto,

contemplando também recursos amortizadores na área de entorno do

patrimônio tombado em seus limites.

Documentos importantes na íntegra:

- Legislação ambiental;

- Lei n. 4.771, de 15 de setembro de 1965; Institui o Novo Código Florestal

- Lei nº 7.754, de 14 de abril de 1989; Estabelece medidas para proteção das

florestas existentes nas nascentes dos rios e dá outras providências

- Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000; Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II,

III e Vll da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de

Conservação da Natureza e da outras providências.

- Lei complementar Nº 140, de 8 de dezembro de 2011;

Figura 02: Delimitação da área. Fonte: Google Maps, 2013, editado pelas autoras

Figura 01: Zoneamento de Teresina. Fonte: PMT, 2007, editado pelas autoras.

Page 2: Final Floresta Fossil

Introdução

Descoberta pelo geólogo Miguel Arrojado Lisboa em

1909, O Parque Floresta Fóssil é um bem tombado pelo

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

(IPHAN). Foi criado com intenções preservacionistas e

possui 13 hectares que inicia-se na Ponte Juscelino

Kubitschek até o Parque das Mangueiras, nas

proximidades da Fazendinha, às margens do rio Poty, em

um terreno quase sem intervenções. Atualmente, o

Parque Floresta Fóssil e o Parque Ilhotas, que também

está incluído na área de preservação e se localiza na outra

margem do rio Poty, sofrem com a falta de investimento

e estrutura, bem como o abandono e a depredação.

Objetivo

O objetivo principal deste estudo de comportamento

ambiental é registrar as reações de um indivíduo ou um

grupo de indivíduos ao ambiente que o cerca, reações

estas que são influenciadas por diversos outros fatores

variáveis, como situações climáticas, horários do dias, etc.

Metodologia

A metodologia fundamentou-se através de observações

comportamentais, visitas in loco, entrevistas com alguns

usuários e funcionários do Centro Ambiental, registros

fotográficos, croquis, e análise das condições do ambiente

observado.

As condições do ambiente observado

Através de visitas ao Parque da Floresta Fóssil e ao

Parque da Ilhotas, percebeu-se inicialmente um ambiente

com aspectos de abandono, além de quase nenhuma

estrutura ao visitante. Ambos os parques possuem trilhas,

mas não há uma comunicação visual que permita

orientação. Os fósseis, que dão nome ao local,

encontram-se desprotegidos e sujeitos a qualquer tipo de

ação humana. O lixo acumulado ao longo de todo o

Parque representa sinais de uso prejudicial e ocupação

indevida. Percebeu-se, principalmente, que apesar da

importância, o local não é reconhecido pela população.

Após um breve reconhecimento e percepção do local,

partiu-se à análise comportamental. Cabe ressaltar que as

visitas aos parque ocorreram em horários diurnos e em

dias úteis, períodos em que os parques recebem menos

visitantes, devido a isso a análise comportamental foi um

pouco prejudicada.

O entorno

Ambos os parques possuem localização privilegiada e um

entorno que favorece sua utilização (Figura 03). O Parque

da Floresta Fóssil se localiza ao lado de um dos centros

de compras mais visitados da cidade, bem como próximo

a pontos turísticos como a Ponte Estaiada e seu

complexo de lazer, outros centros de compras e à

Potycabana, em reformas, a qual pretende-se transformar

em um novo complexo de lazer e atividades esportivas,

podendo influenciar diretamente na visitação e

conhecimento da Floresta. Em contrapartida, o Parque da

Ilhotas localiza-se em meio a uma área residencial, frente

a um grande condomínio, uma praça, bares, dentre outras

residências. Ao limite do parque encerra-se um calçadão

de caminhadas, com vários equipamentos, ao longo de

quase toda a extensão da Avenida Marechal Castelo

Branco.

LEGISLAÇÃO E ANÁLISE COMPORTAMENTAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

DISCIPLINA: PROJETO DE URBANISMO I, PROFESSORA: NÍCIA LEITE COMPONENTES: KÁCIA DANIELLE, LAYANE LIARTE,

LUANNA DE CARVALHO E ROCHELLE NOGUEIRA

RIO POTY

PONTE WALL FERRAZ

SUPERMERCADO

FAZENDINHA

PRAÇA

CONDOMÍNIO

PARQUE DA ILHOTAS

PARQUE DAS MANGUEIRAS

PONTO DE ÔNIBUS

PARQUE FLORESTA FÓSSIL

CENTRO AMBIENTAL

CENTRO DE COMPRAS

Figura 03: Figura-fundo de localização do entorno. Fonte: Rochelle Nunes

Page 3: Final Floresta Fossil

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DISCIPLINA: PROJETO DE URBANISMO I, PROFESSORA: NÍCIA LEITE COMPONENTES: KÁCIA DANIELLE, LAYANE LIARTE,

LUANNA DE CARVALHO E ROCHELLE NOGUEIRA

01

02

03

04

05

Figura 04: Mapa de Percursos.. Fonte: Rochelle Nunes

LEGENDA 01. Funcionários das obras de drenagem; 02. Pescador; 03. Grupo de sete crianças; 04. Pescador; 05. Grupo de duas crianças; 06: Percurso de caros.

06

As sequencias comportamentais

Os principais usuários encontrados no Parque da Floresta

Fóssil foram pescadores e trabalhadores da obra de

drenagem da zona leste.(Percurso 01, no mapa) .Apesar

de temporário, os trabalhadores da obra tornam-se

usuários do Parque durante o período de almoço e

escolhem as áreas mais marginais para a refeição.

Infelizmente não há cuidado e as embalagens de alumínio

são deixadas no local.

Quanto aos pescadores, (Percursos 02 e 04, no mapa)

estes se concentram próximos aos rios, inclusive

utilizando-se de bicicletas para transporte de materiais.

No Parque da Ilhotas, durante o horário de almoço, além

de pescadores nas margens, notou-se a presença de dois

grupos de crianças que utilizavam o Parque para brincar.

Um primeiro grupo, de aproximadamente sete crianças,

munidos de atiradeiras, concentravam-se às margens do

rio. (Percurso 03)

Um outro grupo, com duas crianças, andavam de bicicleta

pelo parque seguindo as trilhas. Descalços, andavam e

corriam pelo campo de futebol em uma brincadeira de

empurrar suas bicicletas. Perguntados o que pensavam

sobre o local, estes responderam que achavam um local

melhor do que a rua ou a pracinha, para brincar, visto que

a circulação de carros é intensa. Mencionaram também

que se utilizam do Parque quase diariamente, inclusive

com os pais. Apresentaram receio quanto ao enorme

esgoto a céu aberto que tem no local, cujos períodos de

cheia “poderiam trazer consigo os jacarés que vivem no

local”.(Percurso 05)

A observação das marcas, temporárias ou não, deixadas

pelas pessoas, mostra que há sim uma utilização daquele

espaço. Marcas recentes de pneus demonstram uma

circulação de veículos no lugar, em direção ao campo.

(Percurso 06)

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LUANNA DE CARVALHO E ROCHELLE NOGUEIRA

Os palcos de ação

No Parque da Ilhotas, próximo ao rio, as árvores

“deitadas” são um atributo ou modificação ambiental

que geram comportamentos. Os locais, além de

sombreados, possuem vista privilegiada.

No Parque da Floresta Fóssil, a maior parte dos espaços

sombreados que ficam nas marginais, principalmente

aqueles em cota mais alta em relação ao rio possuem

muitos traços de ocupação, tais como pequenos focos

de incêndio, recipientes descartáveis de comida, garrafas

de bebidas, preservativos e vestígios de uso de drogas.

Os monumentos fósseis , concentrados próximos às

entradas dos Parques, configuram a principal atração do

local, palco de estudos e visitação, porém, não é tão

visado quanto as margens do rio.

Os campos de futebol, grandes descampados

desprovidos de equipamentos como bancos, redes de

proteção, configuram um palco de ação bastante

importante e é responsável por atrair a maioria dos

jovens.

Pontos de geração de atividades

Um dos exemplos de pontos de geração de atividades

mais utilizado é um ponto de ônibus em frente ao

shopping, porém, mesmo muito próximo, poucas

pessoas percebem a existência do parque. De fato o

percurso dos usuários que chegam nas paradas de

ônibus se dá quase que majoritariamente em direção ao

shopping. Além disso, o próprio shopping se orna um

aglutinador de fluxo.

O condomínios próximo ao Parque da Ilhotas também

age como um ponto de geração de atividades,

juntamente com a pracinha e os estabelecimentos

comerciais próximos, incentivam o fluxo no local.

Territórios

De acordo com um funcionário do Centro Ambiental da

SEMAR, o campo de futebol existente na Floresta Fóssil

surgiu exclusivamente por exigência da população que

mora nos arredores do Parque, os quais reclamavam a

ausência de áreas de lazer nas proximidades, resultando

assim em um acordo com a Prefeitura, para a criação do

campo. Este local do Parque poderia ser considerado

um tipo de território, já que os moradores receberam

chaves com as quais pudessem adentrar ao parque,

antigamente cercado. Porém, com a depredação das

cercas que fechavam o Parque, a área tornou-se

acessível a todos, não configurando mais como um

território .

Outro exemplo de território, no Parque da Ilhotas,

seriam as áreas mais extremas onde usuários de drogas

aproveitam-se da privacidade do local oferecida por

árvores muito próximas, inclusive no período diurno,

como pôde ser observado em uma das visitas.

Conclusão

Através da análise percebeu-se que a principal carência

do local é de infraestrutura. O fato de não possuir itens

de mobiliário essenciais para proporcionar um maior

conforto aos usuários acaba prejudicando bastante sua

utilização. Isto, aliado a outros fatores como a pouca

divulgação de sua existência, bem como a sensação de

insegurança que é perceptível ao visitá-los.

Ressalta-se a importância da incorporação de aspectos

relacionados às necessidades de adequação do local á

legislação, ainda na etapa de projeto arquitetônico, de

modo a garantir uma melhor qualidade de uso e

satisfação de seus usuários.

Como aplicar o que foi encontrado em projeto

Visto que a maior dificuldade que o Parque enfrenta é a

falta de estrutura que prejudica sua visitação e utilização,

parece clara a solução. Porém, ainda há uma série de

fatores que influenciam em um projeto de

reestruturação, tais como uma análise total da área,

verificação da legislação vigente e todo um estudo de

como desenvolver o projeto. O fato de o rio ser

navegável durante as cheias pode auxiliar no

desenvolvimento de seu potencial turístico. Pode-se

também criar uma ligação entre os dois parques para

que a passagem de usuários entre um parque e outro

seja facilitada.

Fontes

Lei 3.561, de 20 de outubro;

Lei n. 4.771, de 15 de setembro de 1965;

Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000;