capitalismo industrial

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1 O Capitalismo Industrial Nascente ( Crises do Sec. Xviii/xix), Grande depressão e choques petrolíferos ĺNDICE 1. INTRODUÇÃO..................................................... 2 2. METODOLOGIA.................................................... 3 3. O CAPITALISMO.................................................. 4 3.1. Conceito.................................................... 4 4. O CAPITALISMO INDUSTRIAL NASCENTE..............................5 4.1. Origem...................................................... 5 4.2. Fases de transição do capitalismo...........................7 4.2.1. Primeira Fase : Capitalismo Comercial ou Pré-Capitalismo. 7 4.2.2. Segunda Fase : Capitalismo Industrial....................7 4.2.3. Terceira Fase : Capitalismo Monopolista-Financeiro.......8 4.3. Principais características..................................8 4.4. Impacto do capitalismo industrial...........................9 4.4.1. A nobreza e o clero.....................................10 4.4.2. Os burgos e a burguesia.................................10 4.4.3. Adam Smith e o liberalismo..............................11 4.4.4. A primeira Revolução Industrial.........................11 4.4.5. O sistema capitalista no século 20......................11 5. CRISES DO SÉCULO XVIII / XIX..................................12 6. CONCLUSÃO..................................................... 14 7. BIBLIOGRAFIA.................................................. 15

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Capitalismo industrial

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O Capitalismo Industrial Nascente ( Crises do Sec. Xviii/xix), Grande depresso e choques petrolferosNDICE

1.INTRODUO22.METODOLOGIA33.O CAPITALISMO43.1.Conceito44.O CAPITALISMO INDUSTRIAL NASCENTE54.1.Origem54.2.Fases de transio do capitalismo74.2.1.Primeira Fase : Capitalismo Comercial ou Pr-Capitalismo74.2.2.Segunda Fase : Capitalismo Industrial74.2.3.Terceira Fase : Capitalismo Monopolista-Financeiro84.3.Principais caractersticas84.4.Impacto do capitalismo industrial94.4.1.A nobreza e o clero104.4.2.Os burgos e a burguesia104.4.3.Adam Smith e o liberalismo114.4.4.A primeira Revoluo Industrial114.4.5.O sistema capitalista no sculo 20115.CRISES DO SCULO XVIII / XIX126.CONCLUSO147.BIBLIOGRAFIA15

1. INTRODUOO presente trabalho nasce no mbito da cadeira de Histria das ideias e do pensamento econmico e que visa abordar a temtica em torno do capitalismo industrial nascente.O surgimento do capitalismo industrial se deve em grande parte do desenvolvimento tecnolgico. As empresas evoluram de manufactureiras para mecanizadas. O Capitalismo Industrial uma fase da histria do capitalismo que ocorreu de 1780 a 1870, na qual as classes sociais dividem-se em: trabalhadores assalariados, proprietrios de terra arrendada e a burguesia industrial. Os escritores da poca Adam Smith, John Locke, Karl Marx e outros conceituaram a "mquina" da sociedade (cada um dentro de suas ideologias), fazendo com que se entendessem e se colocassem em prtica no capitalismo industrial esses conhecimentos.A sociedade dos tempos atuais se caracteriza pela generalizao do trabalho assalariado na produo de praticamente tudo (de ventiladores a obras cinematogrficas), e, neste sentido, ela uma continuidade do capitalismo industrial, que se difundiu no mundo inteiro. Tanto nos pases chamados capitalistas quanto nos chamados socialistas, a mercadoria fora de trabalho, comprada seja por empresas seja por instituies estatais, a fonte da riqueza material, isto , a relao social fundamental do capitalismo industrial se aplica a ambos.

2. METODOLOGIAPara a elaborao do presente trabalho, foi utilizado o mtodo de pesquisa bibliogrfica, sendo o mtodo indispensvel para qualquer pesquisa e que segundo Kerlinger desenvolve-se atravs de teorias publicadas em livros ou obras do mesmo gnero, cujo principal objectivo de conhecer e analisar as principais contribuies tericas existentes sobre um determinado assunto ou problema (Kerlinger, 1985).Segundo Gil (1999) citado por Medeiros (2003:13), para a realizao de uma investigao cientfica deve-se levar em conta um conjunto de procedimentos intelectuais e tcnicos, que permitem que os objectivos sejam alcanados. Este conjunto de procedimentos intelectuais e tcnicos chamado de mtodo cientfico.A concluso do trabalho em estudo, deveu-se a realizao de pesquisas em fontes primrias e secundrias, que serviram como base para a realizao do trabalho, sendo os dados primrios informaes produzidas pelo autor da pesquisa e as fontes secundrias, dados e informaes colectados por terceiros e colocados a disposio do pblico (Dolabela, 1999).

3. O CAPITALISMO

3.1. ConceitoCapitalismo um sistema econmico em que os meios de produo e distribuio so de propriedade privada e com fins lucrativos. Decises sobre oferta, demanda, preo, distribuio e investimentos no so feitos pelo governo e os lucros so distribudos para os proprietrios que investem em empresas e os salrios so pagos aos trabalhadores pelas empresas. O capitalismo dominante no mundo ocidental desde o final do feudalismo.O capitalismo o sistema scio-econmico baseado no reconhecimento dos direitos individuais, em que toda propriedade privada e o governo existe para banir a iniciao de violncia humana. Em uma sociedade capitalista, o governo tem trs rgos: a polcia, o exrcito e as cortes de lei.Na lgica do capitalismo est o aumento de rendimentos. Estes tanto podem ser concentrados como distribudos, sem que isso nada tenha a ver com a essncia do sistema. Concentrao e distribuio dos rendimentos capitalistas dependem muito mais das condies particulares de cada sociedade.O capitalismo s pode funcionar quando h meios tecnolgicos e sociais para garantir o consumo e acumular capitais. Quando assim sucede, tem conservado e at aumenta a capacidade econmica de produzir riqueza.Dentro do capitalismo existem diversos tipos, como o capitalismo financeiro (tambm conhecido como capitalismo monopolista), que corresponde a um tipo de economia capitalista em que o grande comrcio e a grande indstria so controlados pelo poderio econmico dos bancos comerciais e outras instituies financeiras.O capitalismo caracterizado por vrias fases, sendo a sua primeira fase designada como capitalismo comercial, marcado pela busca de riquezas por parte da burguesia e nobreza durante a expanso martima, nos sculos XV e XVI.

4. O CAPITALISMO INDUSTRIAL NASCENTE

4.1. OrigemO capitalismo Industrial foi a segunda fase do desenvolvimento do capitalismo. Teve incio com a Primeira Revoluo Industrial do sculo XVIII, avanando at o sculo XIX com a Segunda Revoluo Industrial. A Inglaterra considerada o bero desta fase do capitalismo, pois foi neste pas que teve incio o processo de revoluo industrial.O capitalismo industrial uma nova fase desse sistema econmico, que surge em meio a um processo de revolues polticas e tecnolgicas, na segunda metade do sculo XVIII. Com essa nova fase superado o capitalismo comercial, tambm chamado de mercantilismo, que surgiu em fins do sculo 14 e vigorou at ento. Muitos fatores econmicos, sociais e polticos contriburam para o desenvolvimento dessa nova forma de capitalismo.At o sculo XVIII, o comrcio era a principal atividade econmica da Europa, proporcionando grandes lucros burguesia comercial. Nesta poca comearam a surgir novas tcnicas de produo de mercadorias. Como exemplo se pode citar a inveno da mquina a vapor, do tear mecnico e, conseqentemente, dos lucros da burguesia. Surgiu, deste modo, um novo grupo econmico, muito mais forte que a burguesia comercial. Cabia a burguesia industrial a maior parte dos lucros, enquanto a grande maioria dos homens continuava pobre. Uns continuaram trabalhando a terra arrendada, outros tornaram-se operrios assalariados. Essa situao histrica conhecida como Revoluo Industrial.O primeiro pas a realizar a Revoluo Industrial foi a Inglaterra, em 1776. Posteriormente, j no sculo XIX, outros pases realizaram a Revoluo Industrial: Frana, Alemanha, Blgica, Itlia, Rssia, Estados Unidos e Japo.O capitalismo industrial, firmando-se como novo modo de vida, fez com que o trabalho assalariado se tornasse generalizado. O homem passou, assim, a comprar o trabalho de outro homem por meio de salrio. A Revoluo Industrial tornou mais intensa a competio entre os pases industriais, para obter matrias-primas, produzir e vender seus produtos no mundo, fazendo surgir um novo colonialismo no sculo XIX o imperialismo. As potncias industriais europias invadiram e ocuparam grades reas dos continentes africano e asitico. Fundaram colnias e exploraram as populaes nativas, pagando baixos salrios pelo seu trabalho. Alm de fornecer matrias-primas para as indstrias europias, as colnias eram tambm grandes mercados consumidores de produtos industriais. Os pases americanos, apesar de independentes de suas metrpoles europias Portugal, Espanha e Inglaterra , no escaparam dessa dominao colonial, principalmente da Inglaterra.Os pases latino-americanos, inclusive o Brasil, continuaram como simples vendedores de matrias-primas e alimentos para as indstrias europias e como compradores dos produtos industriais europeus.A Revoluo Industrial levou a um aumento da produo, dos lucros e, tambm, da explorao do trabalho humano. O trabalhador foi submetido a longas jornadas de trabalho, 14 horas ou mais, recebendo baixos salrios. No eram somente adultos que se transformavam em operrios: crianas de apenas seis anos empregavam-se nas fbricas, executando tarefas por um salrio menor que o do adulto. Essa situao levou os trabalhadores a se revoltarem. Inicialmente eram revoltas isoladas, mas, depois, os operrios se organizaram em sindicatos, para lutar por seus interesses. E os trabalhadores descobriram uma arma para lutar contra a explorao de sua fora de trabalho a greve.Assim, a primeira metade do sculo XX, marcado por significativos avanos tecnolgicos, foi tambm um perodo de grande instabilidade econmica e geopoltica. Alm da Primeira Guerra mundial, ocorreu a Revoluo Russa de 1917, a crise de 1929, e a Grande Depresso, a ascenso do nazi-fascismo na Europa e a Segunda Guerra Mundial (1939- 1945). Nessas poucas dcadas, o capitalismo passou por crises e transformaes, adquirindo novos contornos.

Encontramos a origem do sistema capitalista na passagem da Idade Mdia para a Idade Moderna. Com o renascimento urbano e comercial dos sculos XIII e XIV, surgiu na Europa uma nova classe social : a burguesia. Esta nova classe social buscava o lucro atravs de atividades comerciais.

Neste contexto, surgem tambm os banqueiros e cambistas, cujos ganhos estavam relacionados ao dinheiro em circulao, numa economia que estava em pleno desenvolvimento. Historiadores e economistas identificam nesta burguesia, e tambm nos cambistas e banqueiros, ideais embrionrios do sistema capitalista : lucro, acmulo de riquezas, controle dos sistemas de produo e expanso dos negcios.

4.2. Fases de transio do capitalismo

4.2.1. Primeira Fase : Capitalismo Comercial ou Pr-Capitalismo Este perodo estende-se do sculo XVI ao XVIII. Inicia-se com as Grandes Navegaes e Expanses Martimas Europias, fase em que a burguesia mercante comea a buscar riquezas em outras terras fora da Europa. Os comerciantes e a nobreza estavam a procura de ouro, prata, especiarias e matrias-primas no encontradas em solo europeu. Estes comerciantes, financiados por reis e nobres, ao chegarem Amrica, por exemplo, vo comear um ciclo de explorao, cujo objetivo principal era o enriquecimento e o acmulo de capital. Neste contexto, podemos identificar as seguintes caractersticas capitalistas : busca do lucros, uso de mo-de-obra assalariada, moeda substituindo o sistema de trocas, relaes bancrias, fortalecimento do poder da burguesia e desigualdades sociais.

4.2.2. Segunda Fase : Capitalismo Industrial No sculo XVIII, a Europa passa por uma mudana significativa no que se refere ao sistema de produo. A Revoluo Industrial, iniciada na Inglaterra, fortalece o sistema capitalista e solidifica suas razes na Europa e em outras regies do mundo. A Revoluo Industrial modificou o sistema de produo, pois colocou a mquina para fazer o trabalho que antes era realizado pelos artesos. O dono da fbrica conseguiu, desta forma, aumentar sua margem de lucro, pois a produo acontecia com mais rapidez. Se por um lado esta mudana trouxe benefcios ( queda no preo das mercadorias), por outro a populao perdeu muito. O desemprego, baixos salrios, pssimas condies de trabalho, poluio do ar e rios e acidentes nas mquinas foram problemas enfrentados pelos trabalhadores deste perodo. O lucro ficava com o empresrio que pagava um salrio baixo pela mo-de-obra dos operrios. As indstrias, utilizando mquinas vapor, espalharam-se rapidamente pelos quatro cantos da Europa. O capitalismo ganhava um novo formato. Muitos pases europeus, no sculo XIX, comearam a incluir a sia e a frica dentro deste sistema. Estes dois continentes foram explorados pelos europeus, dentro de um contexto conhecido como neocolonialismo. As populaes destes continentes, foram dominadas a fora e tiveram suas matrias-primas e riquezas exploradas pelos europeus. Eram tambm forados a trabalharem em jazidas de minrios e a consumirem os produtos industrializados das fbricas europias.

4.2.3. Terceira Fase : Capitalismo Monopolista-Financeiro Iniciada no sculo XX, esta fase vai ter no sistema bancrio, nas grandes corporaes financeiras e no mercado globalizado as molas mestras de desenvolvimento. Podemos dizer que este perodo est em pleno funcionamento at os dias de hoje. Grande parte dos lucros e do capital em circulao no mundo passa pelo sistema financeiro. A globalizao permitiu as grandes corporaes produzirem seus produtos em diversas partes do mundo, buscando a reduo de custos. Estas empresas, dentro de uma economia de mercado, vendem estes produtos para vrios pases, mantendo um comrcio ativo de grandes propores. Os sistemas informatizados possibilitam a circulao e transferncia de valores em tempo quase real. Apesar das indstrias e do comercio continuarem a lucrar muito dentro deste sistema, podemos dizer que os sistemas bancrio e financeiro so aqueles que mais lucram e acumulam capitais dentro deste contexto econmico atual.

4.3. Principais caractersticas

Actividades industriais como principal fonte de negcio e lucros. Destaque para a indstria txtil; Concentrao de renda nas mos da burguesia industrial (grandes donos de indstrias); Alta desigualdade social, pois os lucros ficavam quase integralmente com os donos de indstrias que pagavam salrios muito baixos para os operrios; Evoluo nos meios de produo com a inveno e uso de mquinas a vapor. Aumento da produo com custo mais baixo. Uso do carvo como fonte de energia e ferro como principal matria-prima; Desenvolvimento de meios de transporte (locomotivas e navios a vapor) rpidos e de longas distncias para atender a logstica. Uso nas indstrias de mo-de-obra assalariada; Salrios baixos, poucos direitos trabalhistas e explorao de mo-de-obra infantil. Grande parte dos operrios vivia em pssimas condies sociais. xodo rural - sada de trabalhadores do campo para buscar empregos nas indstrias das cidades; Crescimento desordenado das cidades industriais europeias com piora na qualidade de vida e surgimento de problemas sociais; A partir da segunda metade do sculo XIX, o capitalismo industrial cresceu em outros pases como, por exemplo, Frana, Blgica, Alemanha, Holanda, Estados Unidos e Japo;No final do sculo XIX comeou a surgir as empresas multinacionais com a unio do capital industrial com o financeiro (principalmente bancos). Ocorreu neste contexto, a formao de monoplios em vrios sectores da economia, organizados e mantidos pelas grandes indstrias.4.4. Impacto do capitalismo industrialNa economia, o grande impacto foi trazido pelas transformaes nas tcnicas e no modo de produo. As mquinas passaram a ser utilizadas em larga escala, tornando ultrapassados os mtodos de produo anteriores, de carcter artesanal. Esse processo ficou conhecido como Revoluo Industrial e teve seu incio na Inglaterra.Tanto do ponto de vista da economia, quanto da poltica, outra transformao importante foi a independncia dos Estados Unidos, a chamada Revoluo Americana, de 1776. Ela constituiu o primeiro grande abalo numa das bases do mercantilismo, o sistema colonial, em que as colnias americanas, africanas ou asiticas se mantinham submissas aos interesses das metrpoles europeias.4.4.1. A nobreza e o cleroFinalmente, a terceira transformao radical foi a Revoluo Francesa de 1789. Essa Revoluo pretendeu a derrubada do Antigo Regime, constitudo em torno de monarquias absolutas, em que o poder dos nobres e da Igreja prevalecia sobre os outros grupos sociais.Tantas revolues, quase simultneas, deixam claro que essa velha ordem no podia mais se manter. A sociedade baseada no absolutismo e no mercantilismo oferecia privilgios aos nobres e ao clero, mas concedia poucos direitos ao povo. "Povo", naquela poca, significava tanto os burgueses ricos, mas sem direitos polticos, como o mais miservel dos trabalhadores. Assim, diferentemente dos nossos dias, a expresso "povo", at meados do sculo 19, abrangia todos aqueles que no tinham sangue nobre, nem pertenciam Igreja.

4.4.2. Os burgos e a burguesiaEssas lutas e transformaes que ocorriam no mundo ocidental passaram por duas fases. Num primeiro momento, tanto pobres quanto ricos queriam acabar com os privilgios da nobreza e do clero. Mas, no decorrer das lutas, os ricos souberam se beneficiar do processo, para garantir seu direito propriedade. Isso quer dizer que a nova fase do capitalismo pode ser interpretada como a ascenso da burguesia, que se transformou na classe social mais poderosa a partir de ento.Mas quem so esses burgueses, afinal? Esse nome vem da palavra burgo. No perodo final da Idade Mdia, os burgos eram vilas, locais situados fora dos feudos, onde grupos de comerciantes e negociantes moravam e realizavam suas atividades. Assim, os burgueses passaram a ser identificados com os indivduos que praticavam o comrcio e ganhavam dinheiro. Em decorrncia disso, com o desenvolvimento do capitalismo Industrial, a expresso "burguesia" passou a designar a classe dos ricos proprietrios de indstrias e dos grandes negociantes.Isso tudo indica que, a partir do sculo 18, a maior fonte de riqueza era a propriedade dos meios de produo (fbricas e equipamentos) pelos capitalistas (aqueles que tm o capital, ou seja, o dinheiro para adquirir esses meios). J a maior parte das outras pessoas da sociedade, que no tinham esses recursos, viam-se forados a se empregar nas fbricas, vendendo seu trabalho em troca de um salrio. Atravs do trabalho, os operrios (tambm chamados de proletrios) geram riqueza para os capitalistas. Estes, alm de cobrir seus custos com a produo, tambm conseguem obter lucros.4.4.3. Adam Smith e o liberalismoO funcionamento da economia industrial baseava-se em ideias que constituram um sistema filosfico chamado de liberalismo. Essas ideias surgiram juntamente com a Revoluo Industrial, no final do sculo 18. Na economia, um dos principais tericos do liberalismo foi Adam Smith, que defendia a no interveno do Estado na economia (tal como acontecera no Mercantilismo).Segundo Smith, o jogo econmico era regido pela lei da oferta e da procura. Dentro dessa lgica, ningum - particularmente o Estado - deve interferir no mercado, onde vigora uma competio, em que os mais capazes obtero melhores resultados.4.4.4. A primeira Revoluo IndustrialEsse modelo de capitalismo comeou a se desenvolver a partir de 1760, quando a Inglaterra viveu a primeira Revoluo Industrial. O que marca essa fase a inveno do tear mecnico e da mquina a vapor, o uso de carvo e do ferro. Essas so caractersticas da indstria txtil, que empregou os camponeses, forados a deixar o campo pela falta de trabalho. Desde ento, eles passaram a compor a populao das grandes cidades.A partir de 1860, outros pases investiram tambm na formao de suas indstrias, numa fase que denominada de segunda Revoluo Industrial. Assim, Frana, Alemanha, Itlia, Blgica, Holanda, Estados Unidos e Japo iriam, at o comeo do sculo 20, aplicar grandes capitais na produo de ao, energia eltrica e produtos qumicos.Durante essa fase, tambm, o capitalismo industrial se transformou em capitalismo financeiro, quando empresas e bancos se uniram, para obterem maiores lucros. Isso gerou a formao de grandes empresas multinacionais (que funcionam em vrias naes ao mesmo tempo). Muito ricas e poderosas, elas impunham normas de produo e definiam os preos de seus produtos no mercado.

4.4.5. O sistema capitalista no sculo 20No entanto, o capitalismo industrial e financeiro passou por vrias transformaes e desafios no decorrer do sculo 20. Primeiramente, com a Revoluo Russa de 1917, que se props a construir uma sociedade comunista, ameaando a ordem burguesa mundial. O risco de o comunismo se espalhar pelo mundo, acabou por dividi-lo em dois blocos econmicos, um capitalista e outro comunista, entre os anos de 1945 e 1989, no perodo denominado de Guerra Fria.Alm disso, o capitalismo enfrentou crises internas, inerentes ao prprio funcionamento do sistema.. Aps a Primeira Guerra Mundial (1914-18), os Estados Unidos emergiram como potncia industrial e passaram a produzir mercadorias para uma Europa devastada pelo conflito. No entanto, com o passar dos anos, a produo norte-americana tornou-se maior do que a necessidade de consumo, o que gerou a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929.Esse fato acarretou uma reviso do modelo capitalista liberal, a partir da qual passou-se a considerar a necessidade de o Estado tambm intervir na economia para evitar ou controlar crises. A livre iniciativa e a propriedade privada no foram questionadas, mas o governo passou a intervir na definio dos preos dos produtos, a conceder emprstimos a produtores e a procurar gerar empregos, atravs da realizao de obras pblicas e da recuperao das indstrias privadas.Por fim, a partir da dcada de 1970, o capitalismo financeiro passou por uma nova fase, chamada por alguns economistas de terceira Revoluo Industrial. Essa fase decorre da Era da Informtica, ou seja, do desenvolvimento dos microcomputadores e da ampliao crescente da oferta de informao, que deu um salto com a popularizao da Internet, nos anos de 1990. A partir de ento, com a queda do regime comunista sovitico em 1989, estabeleceu-se a chamada Nova Ordem Mundial, cujas principais caractersticas so a globalizao e o neoliberalismo.

5. CRISES DO SCULO XVIII / XIXEm meio a um cenrio de crises e transformaes que fizeram parte dos sculos XVII e XVIII, o capitalismo se viu estimulado por razes econmicas, sociais e polticas, como a Revoluo Inglesa de 1640 1660, e mais tarde, a Revoluo Francesa. Com o fim do absolutismo e a consolidao do liberalismo no campo poltico, assim como a transio do ideal renascentista para o iluminista no campo das mentalidades, o Antigo Regime que fez parte do mundo moderno se encerra dando lugar a novas prticas. A nova ordem e a criao do Estado Nacional deram espao ao processo de industrializao, derrubando o mercantilismo, as corporaes e o sistema feudal. Essa transio ocorreu de forma gradual apresentando rupturas e continuidades, e agregando caractersticas at chegar ao sistema econmico globalizado actual.O processo revolucionrio que se desencadeou na indstria inglesa a partir da segunda metade do sculo XVIII teve como causa e consequncia a urbanizao e a implementao de novas tecnologias, assim como foi responsvel por uma mudana nas mentalidades que mais tarde iriam construir as ideologias que conduziriam ao pensamento revolucionrio do sculo XX. A reforma agrria que se deu a partir do cercamento dos campos ingleses (enclosure acts) deu lugar as grandes propriedades, expulsando camponeses e fazendo com que outros abandonassem espontaneamente o campo visando uma melhora de vida no meio urbano. As relaes de vassalagem foram substitudas pelo trabalho assalariado, transformando a prpria mo-de-obra em mercadoria e formando uma nova classe social: o proletariado. O processo de industrializao teria ocorrido de forma gradual e at 1840 a populao britnica ainda se encontrava envolvida nos moldes rurais. A hegemonia industrial inglesa ocorre durante do sculo XIX e se encerra no fim dos anos 80 do mesmo sculo, quando d lugar aos Estados Unidos que com sua fora produtiva ganha a cena mundial iniciando uma Segunda Revoluo Industrial.

6. CONCLUSOAcredito que as relaes entre burguesia e proletariado foram tortuosas e conflitantes, porm, fundamentais para o desenvolvimento e consolidao do capitalismo. Talvez o capitalismo atual no seria o mesmo se essas relaes tivessem sido mais brandas, amistosas e altrustas, ou se a populao da poca tivesse usufrudo de maior dose de democracia mas, desta maneira estarei abordando uma inadequada e equivocada questo de Histria contrafactual. O capitalismo selvagem que se originou dessas revolues polticas, econmicas e sociais iniciadas no sculo XVII, chega ao sculo XXI com uma aparncia globalizada. O trabalhador atual se encontra protegido por uma democracia igualmente conquistada por essas foras ideolgicas e ativas que emergiram das classes desfavorecidas. E por fim, o crescimento da economia mundial, assim como a ascenso de novas potncias no anulou os conflitos entre classes mas facilitou a mobilidade social e econmica dos que buscam um futuro mais promissor do que o passado.

7. BIBLIOGRAFIADELUMEAU, Jean. Nascimento e afirmao da Reforma. So Paulo: Pioneira, 1989. HOBSBAWM, E. A era das revolues. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1972. IGLSIAS, F. A Revoluo Industrial. So Paulo: Brasiliense, 1981.MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. Manifesto Comunista. So Paulo: Paz e Terra, 1997. MOORE Jr., Barrington. As origens sociais da ditadura e da democracia: senhores e camponeses na construo do mundo moderno. So Paulo: Martins Fontes, 1983.REIS, D.; FERREIRA, J. e ZENHA, C. (orgs.). O sculo XX. Volume I , o tempo das certezas: da formao do capitalismo Primeira Grande Guerra. Rio de Janeiro:Record, 2003.RMOND, Ren. O sculo XIX, 1815-1914. So Paulo: Cultrix, 1981. TREVOR-ROPER, H.R. Religio, reforma e transformao social. Lisboa: Presena, 1981.