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1 Microeconomia Teoria do Consumidor

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Page 1: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

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Microeconomia

Teoria do Consumidor

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Introdução

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Introdução

• O núcleo conceptual da Teoria do Consumidor é o princípio de que a decisão dos agentes económicos resulta de uma comparação entre o benefício da sua acção (i.e., o ganho de bem-estar que origina) com o custo de a implementar (i.e., o dispêndio de recursos escassos disponíveis)

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Introdução

• Bentham (1748-1832) desenvolve o utilitarismo como o fundo ético do Homem que responde a todas as questões acerca do que fazer, do que admirar e de como viver.– Jeremy Bentham (1789), Uma Introdução aos

Princípios da Moral e da Legislação.

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Introdução

• Insere-se no movimento filosófico de libertação do Homem da esfera do sagrado.

• O princípio da optimização resulta directamente da teoria da Selecção Natural, Charles Darwin (1809-82): – os indivíduos mais optimizadores têm maior

probabilidade de sobreviver, de ter filhos e de transmitir essa ética aos seus filhos (e concidadãos).

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Introdução

• Na teoria do consumidor assumimos que

• O indivíduo escolhe um cabaz formado com uma certa quantidade de dois bens ou serviços estando sujeito ao rendimento que tem disponível.

• Os indivíduos possuem informação e raciocínio perfeitos (o que é público).

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Preferências e gostos

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Preferências e gostos

• Princípio da Utilidade

• Cada indivíduo tem necessidades que, quando satisfeitas, lhe permitem viver numa situação de maior conforto, de maior bem-estar.

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Preferências e gostos

• Em termos económicos, as necessidades humanas são satisfeitas com a apropriação e fruição de bens e serviços. – A utilidade (i.e., o valor económico) dos bens

e serviços resulta da sua capacidade em satisfazer as necessidades humanas.

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Preferências e gostos

– Se um objecto não satisfaz nenhuma necessidade humana, então não tem utilidade

– De entre as coisas com utilidade, a afectação das que estão disponíveis em quantidades ilimitadas não são um problema porque o indivíduo consegue sempre apropriar a quantidade suficiente para satisfazer as suas necessidades.

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Preferências e gostos

• A utilidades das coisas (i.e., o seu valor económico) é subjectiva pois depende dos gostos e preferências da pessoa que as vai consumir/fruir.– A aceitação deste principio moral inviabiliza a

existência de uma economia centralizada eficiente.

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Preferências e gostos

• Princípio da Comparabilidade

• Sendo o cabaz A = (a1, a2) que contém as quantidades a1 e a2 de dois b&s

• o ser humano é capaz de o comparar com qualquer outro cabaz B = (b1, b2) formado por quantidade diferentes dos mesmos b&s.

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Preferências e gostos

• O indivíduo considera que o cabaz B é

pior,

análogo ou

melhor,

• que o cabaz A.

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Preferências e gostos

• Se A for pior que B, o indivíduo pretere o A a B

• Se A for análogo a B, o indivíduo está indiferente entre A e B

• Se A for melhor que B, o indivíduo prefere o cabaz A ao B

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Preferências e gostos

• Princípio da Transitividade da Comparação

• traduz que as escolhas do consumidor são consistentes. – e.g, se A é melhor que B e B é melhor que C,

então A é melhor que C.

• Vamos codificar “melhor que” por >; “análogo a” por =; e “pior que” por <;

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Exercício

• Exercício 2.1. Considere os cabazes A, B, C e D. Como se compara A com C e D?

i) Se A = B, B > C e C = D

ii) Se A = B e B = C

iii) Se A ≤ B, B ≤ C e C = D

iii) Se A ≤ B, B = C e C ≥ D

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Exercício

• R:

i) A > C e A>D

ii) A = C

iii) A ≤ C e A ≤ D

iv) Não se sabe.

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Preferências e gostos

• Princípio da Insaciabilidade

• O ser humano prefere sempre apropriar uma maior quantidade (ou qualidade) de bens ou serviços. – Em termos de quantidade, não será um

princípio sempre aceitável

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Preferências e gostos

• e.g., a quantidade de comida que queremos consumir tem um limite. – Ficamos empanturrado– Não queremos engordar

• No entanto, preferíamos sempre comida mais saborosa (i.e., de maior qualidade).

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Curva de indiferença

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Curva de indiferença

• Delimitação dos melhores/piores

• Pensando em termos de dois bens ou serviços, a insaciabilidade vai-nos permitir começar a comparar os cabazes

• Sendo o cabaz A = (a1, a2) e o cabaz genérico B = (b1, b2), posso delimitar os subdomínios em que B é melhor que A e em que é pior que A

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Curva de indiferença

• No local dos “melhores”, tenho mais de ambos os bens– Na fronteira tenho igual quantidade de um

bem e maior quantidade de outro bem

• A > B se (a1 = b1 e a2 > b2) ou (a1 > b1 e a2 = b2) ou

(a1 > b1 e a2 > b2)

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Curva de indiferença

• No local dos “piores”, tenho menos de ambos os bens– Na fronteira tenho igual quantidade de um

bem e menor quantidade de outro bem

• A < B se (a1 = b1 e a2 < b2) ou (a1 < b1 e a2 = b2) ou

(a1 < b1 e a2 < b2)

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Curva de indiferença

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Curva de indiferença

• Ainda me falta classificar metade do domínio dos cabazes

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Curva de indiferença

• Taxa marginal de substituição

• Sendo o cabaz A = (a1, a2), existe k que faz o cabaz B = (a1 + ; a2 + .k) análogo ao cabaz A é uma quantidade infinitesimal e k uma

constante de valor negativo– k é negativo porque aumento a quantidade de

um b&s e diminuo a do outro b&s. Caso contrário, não observava a insaciabilidade

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Curva de indiferença

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Curva de indiferença

• Curva de indiferença Se eu continuar a aplicar a “substituição” de um pouco do bem 1 por um pouco do bem 2 (e vice-versa), vou traçando uma linha que contêm todos os cabazes análogos ao cabaz A.

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Curva de indiferença

• Como para o indivíduo os cabazes que formam essa linha são equivalentes, esta denomina-se por curva de indiferença e separa a zona dos capazes melhores que A da zona dos cabazes piores que A.

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Curva de indiferença

• A taxa marginal de substituição, k, entre o bem 1 e o bem 2 indica a inclinação da curva de indiferença em cada ponto, i.e., a derivada da curva de indiferença

• A curva de indiferenças é a quantidade de um bem em função da quantidade de outro bem que mantém o mesmo nível de bem-estar: y = f(x, u*)

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Curva de indiferença

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Curva de indiferença

• Evolução da taxa marginal de substituição com a quantidade

• Para termos uma “teoria bem comportada” é necessário que qualquer linha que una dois cabazes da curva de indiferença passe apenas pela zona dos cabazes melhores que A.– em termos matemáticos, a CI será convexa

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Curva de indiferença

• A convexidade obriga a que a taxa marginal de substituição (a inclinação da CI) diminua da esquerda para a direita.

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Curva de indiferença

• A convexidade é aceitável em termos económicos já que traduz que – se tiver pouco do bem 1, apenas trocarei uma

unidade desse bem por uma quantidade grande do bem 2 (k será grande em grandeza).

– se tiver muito do bem 1, estarei disponível para trocar uma unidade desse bem por uma quantidade mais pequena do bem 2 (k será menor em grandeza).

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Curva de indiferença

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Curva de indiferença

• Mas, a um nível de teoria mais avançada, poderemos ter CI “mal” comportadas:

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Exercício

• Exercício 2.2. Um indivíduo tem como curva de indiferença y = 100/x. Qual é, em A = (x, y) = (5, 20), a taxa marginal de substituição do bem X pelo bem Y?

• E no cabaz B = (20, 5)?

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Exercício

• TMSxy = y’ = –100/x2 TMSA = –4

– quando tenho 5 unidades do bem X, para compensar a perda de uma unidade do bem X, necessito de adquirir 4 unidades do bem Y

• TMSB = – 0.25

– quando tenho 20 unidades do bem X, para compensar a perda de uma unidade do bem X, apenas necessito de adquirir 0.25 unidades do bem Y.

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Função de utilidade

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Função de utilidade

• Posso caracterizar as preferências do indivíduo por um conjunto de curvas de indiferença.

• Comparando duas curvas de indiferença, as que estão à direita e acima contêm cabazes que são preferíveis aos que se encontram nas curvas de indiferenças à esquerda e abaixo

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Função de utilidade

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Função de utilidade

• As curvas de indiferença nunca se intersectam.

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Exercício

• Exercício 2.3. Conhecem-se duas curvas de indiferença de um individuo, CI1: a2 = 100/a1

2 e CI2: a2 = 10/a1

2. • i) Verifique que estas duas curvas não se

intersectam. • ii) Qual das duas curvas contêm cabazes

preferíveis? • iii) Calcule e interprete a taxa marginal de

substituição em A = (5, 4) e em B = (2.5, 1.6) e verifique se estão de acordo com a teoria.

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Exercício

• i) Teria que haver um ponto em que as duas curvas coincidissem:

a2 = 100/a12 e a2 = 10/a1

2

100/a12 = 10/a1

2

100 a12 = 10 a1

2

a1 = 0 e a2 = +∞,

• mas este ponto não faz parte de IR2.

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Exercício

• ii) Pegando num cabaz de CI1, A = (10, 1), existe em CI2 o cabaz B = (10, 0.1) que é pior que A – pelo princípio da insaciabilidade

• Então qualquer cabaz da CI1 é preferíveis a qualquer outro cabazes da CI2.

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Exercício

• iii) A pertence à CI1: TMSA = –200/a13 = – 1.6

– preciso de 1.6 unidades do bem 2 para compensar a perda de uma unidade do bem 1.

• B pertence à CI2: TMSA = –20/a13 = –1.28

– preciso de 1.28 unidades do bem 2 para compensar a perda de uma unidade do bem 1.

• Apesar de eu ter menor quantidade do bem 1, como estou em curvas de indiferença diferentes, não se aplica o princípio de que a TMS diminui quando a quantidade do bem 1 aumenta.– No exemplo, também varia a quantidade do bem 2.

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Função de utilidade

• Poderíamos avançar com uma análise das escolhas do consumidor usando apenas a as curvas de indiferença.

• No entanto, a modelização matemática obriga a atribuir um número a cada curva de indiferença– Uma curva de indiferença com cabazes

melhores terá associado um número maior.

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Função de utilidade

• A esse número chama-se nível de utilidade e com ele constrói-se uma Função de Utilidade que dá as curvas de indiferença de forma implícita.

qaaUqaaqIC ),(:),(.. 2112

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Função de utilidade

• Podemos obter a taxa marginal de substituição num determinado cabaz sem explicitar a forma funcional da curva de indiferença que lá passa.

• Usamos o teorema da derivação da função implícita (a teoria é apresentada em Matemática I).

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Função de utilidade

• Sendo y(x) dada implicitamente por

• Teremos

qyxU ),(

yyxU

xyxU

dx

dyTMSxy

),(

),(

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Função de utilidade

• Leio taxa de substituição de x por y

• Substituo uma unidade de x por

K = TMSxy unidades de y.

• Ex2.4. As preferências de um consumidor condensam-se na função de utilidade U(x,y) = x.y. Calcule a TMSxy de U(x,y) em A = (10, 5).

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Exercício

• Ex2.4. As preferências de um consumidor condensam-se na função de utilidade

U(x,y) = x.y.

• Calcule a TMSxy de U(x,y) em A = (10, 5).

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Exercício

• No cabaz A, é necessário aumentar o consumo de y em 0.5 unidades para compensar a diminuição do consumo de x em 1 unidade

5.010

5

'

'

x

y

U

UTMSxy

y

x

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Exercício• Considere a função de utilidade

U(a1,a2) = a1.a2.

• i) Determine a curva de indiferença que passa pelo cabaz A = (5,10).

• ii) Verifique que as funções

V(a1,a2) = ln(a1) + ln(a2) e

Z(a1,a2) = a14. a2

4

• condensam as mesmas preferências que U(a1,a2).

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55

Exercício• U(5, 10) = 50 a2 = 50/a1.

• V(5, 10) = ln(5) + ln(10) = 3.912

ln(a2) = 3.912 – ln(a1)

a2 = 50/a1

• Z(5, 10) = 6.25E6 a24 = 6.25E6/a1

4

a2 = 50/a1

Como as curvas de indiferença são iguais, então U, V e Z codificam as mesmas preferências.

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56

Restrição orçamental

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Restrição orçamental

• É sabido que, o estudo da Economia está dependente da circunstância de a quantidade disponível de bens e serviços ser limitada e inferior às necessidades.

• O consumidor tem um rendimento nominal (i.e., em euros) que aplica na aquisição de bens ou serviços cujos preços de mercado são dados (o agente é price taker).

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Restrição orçamental

• O rendimento disponível das famílias tem origem principalmente nos salários, sendo também importantes os rendimentos do capital (e.g., dividendos e juros) e as transferências do estado (e.g., rendimento de inserção social).

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Restrição orçamental

Sector de actividade principal Portugal Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve

Todos os sectores 736 684 648 899 685 687

Agricultura, silvicultura e pesca 507 446 502 646 567 456

Indústria, construção, energia e água 662 619 591 883 676 656

Serviços 787 749 696 905 710 708

Salário médio mensal líquido 2007, ine

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Exercício

• Ex2.5: Um aluno tem 600 € /mês de rendimento que pode gastar em alimentação cujo preço é 5€/u., vestuário cujo preço é 10€/u. e habitação cujo preço é 100€/u. Qual será o cabaz que o aluno pode consumir em cada mês?

O cabaz terá a forma X = (a, v, h)

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Exercício

• Qualquer cabaz X = (a, v, h) que custe menos que o rendimento disponível,

(a, v, h) : 5a + 10v + 100h ≤ 600

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Restrição orçamental

• Tal como consideramos para as curvas de indiferença, tomemos o exemplo de um cabaz genérico com dois bens ou serviços,

A = (a1, a2).

• A restrição orçamental virá dada por

p1.a1 + p2.a2 ≤ r

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Restrição orçamental

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Restrição orçamental

• Recta orçamental, RO • A linha fronteira entre a zona dos cabazes que

o indivíduo pode adquirir e a zona dos cabazes que o indivíduo não pode adquirir

p1.a1 + p2.a2 = r.

• Motivado pela insaciabilidade, o indivíduo esgota o rendimento, adquirindo apenas os cabazes sobre a RO

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Restrição orçamental

• Podemos explicitar a RO,

• a2 = r/p2 – a1.p1/p2

• a intersecção com o eixo vertical é r/p2,– Traduz o máximo que eu posso comprar do bem 2

• a intersecção com o eixo horizontal é r/p1,– Traduz o máximo que eu posso comprar do bem 1

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Restrição orçamental

• A inclinação da RO vale – p1/p2.

– traduz que para comprar mais uma unidade do bem 1 eu tenho que abdicar de comprar – p1/p2 unidades do bem 2:

– é idêntico à TMSxy mas aqui pretendo manter a despesa constante, enquanto na TMS pretendo manter o nível de utilidade constante.

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Exercício

• Ex2.6: Um indivíduo tem de rendimento disponível 1000€/mês que gasta em alimentação e habitação, (a, h), cujos preços unitários são 2.5€/u. e 5€/u., respectivamente.

• i) Qual a quantidade máxima de alimentação e de habitação que o individuo pode adquirir?

• ii) Sobre a RO, quantas unidade de alimentação tem que abdicar para adquirir mais uma unidade de habitação?

• iii) o indivíduo poderá adquirir (a, h) = (200, 150)?

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Exercício

• i) amax = 1000/2.5 = 400u.

hmax = 1000/5 = 200u. • ii) Para manter a despesa sobre a RO, tem

que abdicar de 2 unidades de a por cada unidade a mais de h: –ph/pa = –5/2.5 = –2.

• iii) Não pode adquirir pois a despesa, 200*2.5+150*5 = 1250€, seria maior que os 1000€ de rendimento disponível.

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Restrição orçamental

• Efeito na RO da alteração do rendimento• Quando o rendimento aumenta (e os preços

se mantêm), o indivíduo pode consumir cabazes mais recheados.

• Em termos gráficos, este acontecimento traduz-se por um deslocamento da RO para a direita e para cima.

• O declive (dado por –p1/p2), não se altera.

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Restrição orçamental

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71

Restrição orçamental

• Quando o rendimento diminui, passa-se exactamente o contrário: a RO deslocando-se para a esquerda e para baixo, mantendo-se o declive.

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72

Exercício

• Ex2.6: Sendo que um indivíduo tem de rendimento disponível 500€/mês que gasta em dois bens, (x, y), cujos preços unitários são 2€/u. e 5€/u., respectivamente.

• i) Represente graficamente a RO • ii) Represente graficamente um aumento no

rendimento de 100€/mês.

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Exercício

• R: i) 2x + 5y = 500 y = 100 – 0.4x

posso localizar os pontos extremos (0;100) e (250;0) e uni-los por uma recta (linha azul) ;

• ii) 2x + 5y = 600 y = 120 – 0.4x

posso localizar os pontos extremos (0;120) e (300,0) e uni-los por uma recta (linha rosa).

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Exercício

0

20

40

60

80

100

120

0 50 100 150 200 250 300x

y

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75

Restrição orçamental

• Efeito na RO da alteração dos preços• Quando um preço se altera, a intersecção com

o eixo que representa o bem ou serviço respectivo também se altera mas em sentido contrário.

• Esse facto resulta de o ponto de intersecção ser a quantidade que eu posso comprar e por isso inversamente proporcional ao preço, r/p

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76

Restrição orçamental

• Efeito na RO da alteração dos preços• Quanto mais barato for o bem ou serviço,

maior quantidade posso comprar. • Vejamos uma alteração da RO quando o

preço do bem representado no eixo dos yy diminui (mantendo-se o rendimento e o preço do bem representado no eixo dos xx).

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77

Restrição orçamental

Page 78: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

78

Restrição orçamental

• Se o preço do bem y aumentasse, observava-se o contrário

• O ponto de intersecção ficaria mais próximo da origem

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79

Restrição orçamental

• A RO altera-se de forma análoga, mutatis mutandis, quando acontece uma diminuição do preço do bem representado no eixo dos xx.

• Vezualizemos esta situação (mantendo-se o rendimento e o preço do bem representado no eixo dos yy).

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80

Restrição orçamental

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81

Restrição orçamental

• mutatis mutandis • Expressão latina que traduz “mudando o

que tem que ser mudado”. É aplicado na comparação de situações que são diferentes mas entre as quais existe alguma analogia.

• e.g., o ser humano é, mutatis mutandis, anatomicamente igual ao rato.

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Exercício

• Ex2.7: Sendo que um indivíduo tem de rendimento disponível 500€/mês que gasta em dois bens, (x, y), cujos preços unitários são 2€/u. e 5€/u., respectivamente.

• i) Represente graficamente a RO e • ii) o efeito na RO de o preço do bem y

passar a ser 10€.

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Exercício

• R: i) 2x + 5y = 500 y = 100 – 0.4x

pontos extremos (0; 100) e (250; 0)

• ii) 2x + 10y = 500 y = 50 – 0.2x

pontos extremos (0; 50) e (250, 0).

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Exercício

0

20

40

60

80

100

120

0 50 100 150 200 250 300X

Y

py = 10€/u.

py = 5€/u.

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Restrição orçamental

• Pela comparação das situações, vemos que uma alteração do rendimento é equivalente a uma alteração proporcional e de sinal contrário de todos os preços.

• e.g., o aumento do rendimento em 1% é equivalente à descida de ambos os preços em 1%.

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86

Decisão do consumidorEscolha do cabaz.

Page 87: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

87

Decisão do consumidor

• Sob o princípio da insaciabilidade, o consumidor será optimizador

• Irá escolher o cabaz que lhe permita atingir o maior nível de utilidade.

Page 88: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

88

Decisão do consumidor

• Em termos gráficos, considerado um determinado nível de rendimento, vamos considerar um exemplo de uma curva de indiferença de nível de utilidade U1.

Page 89: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

89

Decisão do consumidor

Page 90: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

90

Decisão do consumidor

• No caso representado, qualquer cabaz à direita da CI e abaixo da RO é ainda possível de adquirir– não esgotam o rendimento disponível

• Existem nessa área cabaz melhores que os que se localizam em U1, (os contidos na zona azul).– Princípio da insaciabilidade

Page 91: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

91

Decisão do consumidor

• Então, o cabaz óptimo obriga a considerar outra CI mais à direita e acima desta, por exemplo a CI de nível de utilidade U2 > U1.

• No entanto, ainda é possível a aquisição de cabazes melhores que os da curva U2 (a zona vermelha da Fig.2.10).

Page 92: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

92

Decisão do consumidor

Page 93: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

93

Decisão do consumidor

• No entanto, ainda é possível a aquisição de cabazes melhores que os da curva U2 (a zona vermelha da figura anterior).

• Na melhor das hipóteses, o consumidor pode escolher um cabaz sobre a CI cujo nível de utilidade é U3 > U2 > U1.

• No caso limite, a CI é tangente à RO e o cabaz óptimo encontra-se exactamente no ponto de tangencia.

Page 94: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

94

Decisão do consumidor

Page 95: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

95

Decisão do consumidor

• Em termos matemáticos, no cabaz óptimo teremos que a taxa marginal de substituição é igual inclinação da Recta Orçamental:

• TMSxy = –px/py.

Page 96: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

96

Exercício

• Ex2.8: Um indivíduo tem de rendimento disponível 500€/mês que gasta em dois bens, (x, y), cujos preços unitários são 2€/u. e 5€/u. respectivamente, e os seus gostos traduzem-se em U(x,y) = x.y.

• i) Determine o cabaz óptimo. • ii) Verifique que o cabaz óptimo não se altera

se a utilidade for V(x,y) = x4.y4.

Page 97: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

97

Exercício

• R: Quanto maior o px, maior a inclinação da RO, então a sua inclinação é

-px/py = –2/5 = –0.4. • i) A TMSxy genérica é – U’x / U’y = –y/x.

Então no cabaz óptimo

125

50

50022

4.0

50052

4.0

x

y

xx

xy

yxx

y

Page 98: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

98

Exercício

• ii) A TMSxy mantém-se -0.4,

TMSxy = – U’x / U’y = – (3x2.y3)/(3x3.y3) =

–y3/x3 = –y/x, pelo que o cabaz óptimo também se mantém.

Page 99: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

99

Decisão do consumidor

• Generalização a cabazes em IRn:

• Há ainda necessidade de que se verifique a restrição orçamental. – Esta forma é muito mais simples de memorizar.

kp

UiIREm

p

U

p

U

p

p

U

UIREm

i

in

',

''

'

',

2

2

1

1

1

2

1

22

Page 100: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

100

Decisão do consumidor

• Esta condição também garante que, apesar de a função de utilidade ser diferente de consumidor para consumidor,

• É possível para todos os consumidores igualar o preço de mercado à sua utilidade marginal.

• Apesar da função de utilidade ser diferente, utilidade marginal será igual para todos– A menos de um factor de escala.

Page 101: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

101

Exercício

• Ex2.9: Um determinado aluno tem 600 € /mês de rendimento que pode gastar em alimentação (5€/u.), vestuário (10€/u) e habitação (100€/u.).

• Sendo que as seus gostos se podem condensar na função de utilidade

U(a, v, h) = a.v.h, • determine o cabaz óptimo do aluno.

Page 102: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

102

Exercício

600...

''

''

hva

h

h

v

v

v

v

a

a

phpvpa

p

U

p

U

p

U

p

U

Page 103: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

103

Exercício

20

2

40

600101010

1.0

2

10100

510

100

.

10

.10

.

5

.

v

h

a

vvv

vh

va

vh

avvaha

hahv

Page 104: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

104

Decisão do consumidor

• Formalização matemática do problema de optimização:

• A escolha do cabaz óptimo obriga a utilizar a (primeira) condição de optimização que foi obtida de forma gráfica. No entanto, podemos formalizar o problema de optimização do consumidor em termos matemáticos e resolvê-lo

Page 105: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

105

Decisão do consumidor

• Este modelo de extremos com uma equação de ligação pode ser tratado genericamente utilizando a equação Lagrangeana (tratado na Matemática I).

rpypxsayxMaxUVyx yx ..),,(:),(

Page 106: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

106

Decisão do consumidor

rpypx

p

U

p

U

rpypx

pU

pU

L

L

L

rpypxyxUL

yx

y

y

x

x

yx

yy

xx

y

x

yx

....

0.

0.

0

0

0

)...(),(

Page 107: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

107

Decisão do consumidor

• Também podemos resolver este problema de optimização por incorporação da equação de ligação na função a optimizar. Desta forma determina-se a quantidade de um dos bens, e.g., x:

)/./,(: yxy ppxprxMaxUVx

Page 108: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

108

Exercício

• Ex2.10: Um indivíduo tem 1000 €/mês de rendimento que pode gastar em alimentação (5€/u.) ou habitação (10€/u.) e os seus gostos condensam-se na função

U(a, h) = a + 2h + a.h• i) Determine o seu cabaz óptimo; e • ii) a elasticidade preço da procura de

alimentos e a elasticidade preço-cruzado da procura de habitação.

Page 109: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

109

Exercício

1000105,.2:),( hasahahaMaxVha

Page 110: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

110

Exercício 042002200200

).2200(2)2200(2

hhhMaxV

hhhhMaxV

10050 aeh

Page 111: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

111

Exercício

• Vou aumentar o preço da alimentação em 1%

10001005.5,.2:),( hasahahaMaxVha

99005.5096.304.198

98.104.19802.198

).98.102.198(2)98.102.198(2

aehh

hhMaxV

hhhhMaxV

Page 112: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

112

Exercício

• Posso calcular a elasticidade preço da procura de alimentos

• E a elasticidade preço-cruzado da procura de habitação

;005.1%1/5.99

10099

paea

010.0%1/0025.50

50005.50

paeh

Page 113: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

113

Exercício

• Também se poderia calcular a elasticidade com a resolução para um preço genérico e o cálculo analítica da elasticidade

a

aa

a

aa

a

a

a

ph

pa

hph

hap

phap

hap

a

p

h

hapsahahaMaxVyx

1.05.49

1505

10001021010

100010.

21010.

100010.

10

21

100010.,.2:),(

Page 114: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

114

Exercício

01.01.09.9

1.0

1.0/5.49

1.0.

1/505

505. 2

a

a

apa

a

a

a

a

apa

ph

p

dp

dheh

p

p

pa

p

dp

daea

Page 115: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

115

Decisão do consumidor

Carne\preço

P. Vaca P. Porco

P. Frango

C. Vaca –0.65 0.01 0.20

C. Porco 0.25 –0.45 0.16

C. Frango 0.12 0.20 –0.65

Estimativa da elasticidade preço-cruzado da procurada (Fonte: Besanko, 2ªed, Table 2.5)

Page 116: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

116

Alteração do preço e do rendimento

Page 117: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

117

Alteração do preço

• Efeito de uma alteração do preço• resulta uma alteração em sentido contrário na

quantidade consumida do bem ou serviço respectivo mas também poderá ocorrer uma alteração na quantidade consumida dos outros bens (para mais ou para menos).

• Do aumento do preço resulta sempre numa diminuição da quantidade consumida do bem correspondente.

Page 118: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

118

Alteração do preço

Page 119: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

119

Alteração do preço

• Na figura, quando o preço do bem 1 é px1, o cabaz óptimo a adquirir é o representado pelo ponto A.

• Quando ocorre uma diminuição do preço do bem 1, a recta orçamental roda para a esquerda pelo que o indivíduo pode passar para uma curva de indiferença mais à direita (melhor) da inicial.

• Passa a adquirir o cabaz representado pelo ponto B que tem maior quantidade do bem 1 (e do bem 2).

• Podemos ver o que acontece com o aumento do preço revertendo a análise (passar de px2 para px1).

Page 120: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

120

Alteração do preço

• Bens substitutos: Quando o aumento do preço do bem X induz um aumento da quantidade procurada do bem Y

• Bens complementares: induz uma diminuição da quantidade procurada do bem Y

• Bens independentes: Se a quantidade procurada do bem Y se mantém.

Page 121: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

121

Alteração do preço

• Esta definição tem subjacente que existe um preço concreto para o outro bem e que estamos na condição de ceteris paribus.

• Imaginando um preço genérico para os outros bens, podemos verbalizar esta definição em termos de reforço ou enfraquecimento da curva (ou função) de procura dos outros bens quando ocorre uma alteração do preço de mercado de um bem.– Até aqui ainda não tratamos das curvas de procura

Page 122: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

122

Alteração do rendimento

• Efeito de uma alteração do rendimento: Quando o rendimento disponível aumenta, acontece um deslocamento da recta orçamental para a direita (e para cima) – o indivíduo melhora.

• O aumento do rendimento induz um aumento das quantidades adquiridas dos bens ou serviços considerados no cabaz– também pode acontecer que diminuam a

quantidade procurada de um (ou de alguns) dos bens ou serviços (mas nunca de todos).

Page 123: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

123

Alteração do rendimento

Page 124: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

124

Alteração do rendimento

• Bens ou serviços normais: A quantidade consumida aumenta com o rendimento.

• Bem de primeira necessidade: Se a quantidade adquirida aumentar pouco (se a elasticidade da quantidade relativamente ao rendimento for menor que 1)

• Bem de luxo: Se a quantidade adquirida aumentar muito (se a elasticidade da quantidade relativamente ao rendimento for maior que 1)

Page 125: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

125

Alteração do rendimento

• Bens ou serviços inferiores: A quantidade consumida diminui com o rendimento.

• e.g.1, a quantidade de passageiros nos transportes públicos aumenta nos períodos de crise.

• e.g.2, na década de 1980 os parques de campismo tinham muito mais clientes que actualmente.

Page 126: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

126

Alteração do rendimento

• Para um gestor de um produto interessa saber que tipo de bem coloca no mercado pois, por exemplo, se o seu produto for de primeira necessidade, as suas vendas vão evoluir de forma menos positiva que a economia no geral, passando-se o contrário em períodos de crise.– A tendência histórica é de aumento do rendimento

Page 127: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

127

Efeito substituição e rendimento de uma alteração do preço

Page 128: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

128

Efeito substituição e rendimento

• Quando se verifica uma alteração de um preço, por um lado, a recta orçamental roda e, por outro lado, desloca-se

• O efeito substituição traduz a alteração do cabaz que resulta apenas da rotação da RO

• O efeito rendimento traduz a alteração do cabaz que resulta apenas do deslocamento da RO.

Page 129: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

129

Efeito substituição e rendimento

• Na determinação do efeito substituição compensa-se o rendimento de forma que o indivíduo fique sobre a mesma curva de indiferença.

• Na determinação do efeito rendimento parte-se da situação compensada e caminha-se para a nova curva de indiferença

Page 130: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

130

Efeito substituição e rendimento

Efeito do aumento do preço do bem 1

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131

Efeito substituição e rendimento

Page 132: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

132

Exercício

• EX2.11. Um indivíduo tem de rendimento disponível 500€/mês que gasta na aquisição de dois bens, (x, y), cujos preços unitários são 5€/u. e 10€/u., respectivamente,

• Os seus gostos condensa-se na função de utilidade U(x,y) = x + 2y + x.y.

• i) Quantifique o efeito substituição e o efeito rendimento nos bens x e y de um aumento do preço de x para 10€.

• ii) Determine a taxa de inflação.

Page 133: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

133

Exercício

1350;25;50

5001010

2)2(5)1(10

50010510

2

5

1

..

''

Uyx

yy

xyxy

yx

xy

RyPxP

P

U

P

U

yx

y

y

x

x

Determino o “cabaz inicial”:

Page 134: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

134

Exercício

1.25;5.24

5001020

1)2(10)1(10

500101010

2

10

1

..

''

yx

y

xyxy

yx

xy

RyPxP

P

U

P

U

yx

y

y

x

x

Determino o “cabaz final”:

Page 135: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

135

Exercício

Efeito substituição: a alteração do cabaz induzida pelos novos preços mas mantendo o nível de utilidade (não sei o rendimento necessário)

1350.210

2

10

1

yxyx

xy

Page 136: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

136

Exercício

76,35

76,34013484

135022

1

)2(10)1(10

1350.210

2

10

1

2

2

y

xxx

xxxx

xy

xy

yxyx

xy

Page 137: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

137

Exercício

• O efeito substituição é

em x: 34.76u. – 50u. = –15.24u.

em y: 35.76u. – 25u. = +10.76u.

Page 138: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

138

Exercício

• Efeito rendimento: é a diferença para o “cabaz final”:

5.25

5.24

4901010

1

)2(10)1(10

500101010

2

10

1

y

x

yy

xy

xy

yx

xy

Page 139: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

139

Exercício

• Efeito rendimento: é a diferença para o “cabaz final”.

em x: 24.5u. – 34.76u. = – 10.26u.

em y: 25.5u. – 35.76u. = – 9.74u.

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140

Exercício

• ii) Para manter o nível de utilidade seria necessário, para adquirir x =34.76u. e y = 35.76u., aumentar o rendimento para 705.2€:

A inflação resolve 500*(1+ i) = 705.2

i = 41.04%.

Page 141: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

141

Exercício

• 1) o cabaz com os preços iniciais

• 2) o cabaz com os preços finais que permite o nível de utilidade inicial

• 3) o cabaz com os preços finais

Page 142: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

142

Efeito substituição e rendimento

• Dificuldade empírica da determinação do rendimento compensado

• Como a f.u. não é observável, é empiricamente impossível determinar a compensação do rendimento necessária para que o individuo volte ao nível de utilidade inicial.

Page 143: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

143

Efeito substituição e rendimento

• Então, não é possível determinar a “verdadeira” taxa de inflação.

• Em termos empíricos, apenas é conhecido o perfil de consumo do indivíduo (i.e., o cabaz A e o cabaz B) e os preços de mercado

• Teremos que os usar para obter uma estimativa da taxa de inflação.

Page 144: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

144

Efeito substituição e rendimento

• Existem duas alternativas. • Índice de Laspeyres, compara-se a despesa

inicial, com a despesa que seria necessária para voltar a adquirir, aos novos preços (px,1; py,1), o cabaz de bens adquirido inicialmente, i.e., o cabaz A = (x0; y0)

00,00,01,01, / ypxpypxpI yxyxL

Page 145: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

145

Efeito substituição e rendimento

Page 146: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

146

Efeito substituição e rendimento

• Se o rendimento for actualizado com a medida da taxa de inflação de Laspeyres, quando a inflação é positiva, o consumidor fica numa situação melhor que a do início do período (pois, com a RO cor de laranja, pode atingir uma curva de indiferença superior à inicial).– É um estimador por excesso

Page 147: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

147

Efeito substituição e rendimento

• Índice de Paasche, compara-se a despesa final, com a despesa inicial que seria necessária para adquirir, aos preços antigos (px,0; py,0), o cabaz de bens adquirido actualmente, i.e., o cabaz B = (x1; y1):

10,10,11,11, / ypxpypxpI yxyxL

Page 148: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

148

Efeito substituição e rendimento

Page 149: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

149

Efeito substituição e rendimento

• Com inflação positiva, como a situação no fim do período (cabaz B), é pior que a prevista pela RO cor de laranja (pois esta permitiria adquirir um cabaz melhor que B), se o rendimento for actualizado com a medida da taxa de inflação de Paasche, o consumidor fica numa situação pior – com a RO cor de laranja poderia atingir uma curva

de indiferença superior à actual: representa-se a verde a perda de rendimento.

Page 150: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

150

Efeito substituição e rendimento

• As diferenças entre os índices dão uma medida do erro da estimativa da inflação. Para alterações pequenas dos preços relativos, as diferenças entre os índices são pouco expressivas.

Page 151: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

151

Exercício

• Voltando ao EX2.11: iv) Determine a taxa de inflação segundo Laspeyres e Passche.

Page 152: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

152

Exercício

• R: iv) Inicialmente o rendimento era 500€/mês e cabaz era x = 50 e y = 25.

• Laspeyres: torna-se necessário o rendimento de 750€/mês (50x10 + 25x10) para comprar o cabaz inicial (que custava 500€/mês = 50x5 + 25x10) pelo que a estimativa para a taxa de inflação é 50% (superior à “verdadeira”, i.e., 41.04%).

Page 153: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

153

Exercício

• Paasche: seria suficiente o rendimento de 377,5€/mês (24.5x5+25.5x10) para comprar o cabaz actual comparando com o rendimento anterior (500€/mês) pelo que a estimativa para a taxa de inflação é 32.5% (inferior à “verdadeira”, i.e., 41.04%).

Page 154: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

154

Efeito substituição e rendimento

• Apenas consideramos uma alteração dos preços (entre dois períodos). Se considerarmos mais, o índice de Paasche vai ser calculado com um “cabaz variável” (o de cada período), enquanto que o índice de Laspeyres vai ser calculado com um “cabaz fixo” (o do período base)

Page 155: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

155

Efeito substituição e rendimento

F2: =B2*C2+D2*E2 G2: =B2*$C$2+D2*$E$2H2: =F2/G2 I2: =$B$2*C2+$D$2*E2J2: =I2/$I$2

Page 156: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

156

Efeito substituição e rendimento

• Por ser mais fácil de construir e favorecer os consumidores, o índice de preços ao consumidor usa o método de Laspeyres, actualizado o cabaz a intervalos de tempo espaçados.

• Em Portugal, o Índice de preços no Consumidor é um índice de Laspeyres calculado com base em 2002

Page 157: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

157

Efeito substituição e rendimentoClasse Pond.

Alimentação e bebidas não alcoólicas 20,081%

Bebidas alcoólicas e tabaco 3,017%

Vestuário e calçado 6,965%

Habitação, água, gás e outros combustíveis 10,029%

Acessórios para o lar, equipamento doméstico e manutenção corrente da habitação

8,055%

Saúde 5,642%

Transportes 19,130%

Comunicações 3,439%

Lazer, recreação e cultura 5,009%

Educação 1,502%

Restaurantes e hotéis 10,790%

Bens e serviços diversos 6,341%

Page 158: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

158

Determinação da curva de procura individual

Page 159: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

159

Determinação da curva de procura individual

• Quando falamos do modelo empírico do mercado, referi que a curva de procura de mercado (que não é directamente observável) resulta da soma das curvas de procura individuais dos agentes económicos.

• Se da teoria resultarem curvas de procura individuais com propriedades adequadas (decrescentes com o preço), fica justificada a existência da curva de procura de mercado (decrescente com o preço).

Page 160: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

160

Determinação da curva de procura individual

• Vamos obter a curva da procura resolvendo o problema de maximização da utilidade considerando o preço do bem x como variável e o preço do bem y e o rendimento disponível como parâmetros (variáveis exógenas).

rpypx

p

U

p

U

pX

yx

y

y

x

x

..

:)(

Page 161: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

161

Determinação da curva de procura individual

• A obtenção de uma curva de procura particular vai estar dependente dos gostos e preferências do indivíduo e do seu rendimento disponível. A este nível de formalização não vamos provar propriedades genéricas mas apenas no concreto de uma função de utilidade.

Page 162: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

162

Exercício

• Ex2.12: Sendo que um indivíduo tem de rendimento disponível 500€ que gasta em dois bens, A = (x, y), cujos preços unitários são px e 2€/u., respectivamente, e os seus gostos condensam-se na função de utilidade

U(x,y) = x.y, • Determine a curva de procura individual x(px).

Page 163: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

163

Exercício

• A curva de procura é decrescente com px

xxx

x

x

xy

y

x

x

px

pxpx

pxy

ypx

x

p

y

RO

p

U

p

U

250

500..

.2

5002.

2

''

Page 164: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

164

Exercício

• Ex2.13: Um indivíduo tem de rendimento R que gasta em dois bens, A = (x, y), cujos preços unitários são px e py, respectivamente, e os seus gostos se condensam na função de utilidade

U(x,y) = x2.y, • Classifique os bens.

Page 165: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

165

Exercício

x

y

yy

xx

y

x

yx

xy

yx

yxy

y

x

x

p

Rx

p

Ry

Rpp

pxpx

p

pxy

Rpypx

pxpyx

Rpypx

p

x

p

yx

RO

p

U

p

U

3

2

3

.2

..

2.

..

..2

..

.2'' 22

Page 166: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

166

Exercício

• São bens normais com elasticidade unitária.• X e y são bens independentes entre si

0

0

12

3..

3

2.'

13

..3

1.'

,

,

,

,

ypx

xpy

x

xRxr

y

yRyr

e

e

R

pR

px

Rxe

R

pR

py

Ryer

Page 167: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

167

Função de utilidade indirecta

Page 168: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

168

Função de utilidade indirecta

• O cabaz que o indivíduo vai adquirir está dependente do seu rendimento (e dos preços).

• Eu posso determinar a função de utilidade indirecta como o nível de utilidade que o indivíduo atinge para cada rendimento (sob a suposição de que escolhe o cabaz óptimo).

}...),,({)( 221121 rxpxpasxxUMaxrV

Page 169: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

169

Função de utilidade indirecta

• A função de utilidade indirecta é crescente com o rendimento (que resulta do principio da insaciabilidade).

• Esta função é útil como passo intermédio, por exemplo, no estudo do comportamento sob risco e na Teoria do Produtor.

0)(' rV

Page 170: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

170

Curva de Engel

Page 171: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

171

Curva de Engel

• A função que relaciona a quantidade adquirida com o rendimento.

• Na Macroeconomia esta curva é denominada por Curva de Consumo e é assumido que é positiva e crescente com o rendimento.

C = C0 + k.R, C0 é o consumo autónomo e

k a propensão marginal ao consumo (0 < k < 1).

Page 172: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

172

Exercício

• Ex2.14: Seja o rendimento r gasto no cabaz A = (x, y), cujos preços são px e py.

• Sejam os gostos U(x,y) = x.(1 + y).• i) Determine a curva de procura individual

x(px) e y(py).

Page 173: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

173

Exercício

x

yx

y

yy

yy

xy

yx

yxy

y

x

x

p

prpx

p

prpy

rpypy

pxpy

rpypx

p

x

p

y

RO

p

U

p

U

21)(;

2)(

.).1(

.).1(

..

1''

Page 174: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

174

Exercício

• ii) determine a elasticidade preço da procura, a elasticidade preços cruzado da procura e a elasticidade rendimento da procura do bem x quando r = 1000€/mês, px = 10€/u. e py = 10€/u.;

Page 175: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

175

Exercício

01010

990

2

2

2

2)(')( 2

yx

y

yx

xx

x

yxxx

prp

pr

prp

pp

p

pr

x

ppxpex

arescomplementprP

p

prP

pp

px

ppxpex

yx

y

yx

xy

x

yyy

01010

10

2

2

2

2

1)(')(

Page 176: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

176

Exercício

1010

1000

22

2

2

1)(')(

yy

x

x prpx

r

prpx

pr

px

rrxrex

que é >0 e <1 (primeira necessidade)

Page 177: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

177

Exercício

• iii) determine a função de utilidade indirecta.

Page 178: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

178

Exercício

yx

yyx

y

y

x

y

pp

prprP

p

pr

p

pr y x.rV

.4

))(2(

21

21)1()(

Page 179: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

179

Excedente do consumidor

Page 180: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

180

Excedente do consumidor

• Como a função procura resulta do problema de maximização da utilidade do indivíduo, então existe uma relação entre essa função e a função de utilidade (que é uma escala do bem-estar do indivíduo) que não é observável

xxy

yx

y

y

x

x pkx

Up

p

UU

p

U

p

U.

''

''

Page 181: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

181

Excedente do consumidor

• Sendo que U é uma função, então px deixa de ser um valor para ser a função de procura explicitada em ordem ao preço (função de procura inversa).– e.g., se a função de procura fosse dada por

x(p) = A + B.p, a função inversa viria dada em por p(x) = (x – A)/B.

Page 182: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

182

Excedente do consumidor

• A partir da observação do mercado, não conseguimos estimar U(0) nem k.

• No entanto,, podemos construir uma função utilidade equivalente à que desconhecemos partindo apenas da função de procura:– Porque a função de utilidade é ordinal

• Esta função que traduz o ganho de utilidade denomina-se por Excedente do Consumidor

Page 183: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

183

Excedente do consumidor

• O excedente do consumidor quantifica em termos monetários (i.e., €) quando o indivíduo aumenta o seu bem-estar por poder ir ao mercado e comprar a quantidade x do bem ou serviço.

Page 184: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

184

Excedente do consumidor

• Ainda não sabem qual é a operação inversa da derivação

• a derivada é a inclinação na função no ponto considerado

• O integral (que é o inverso da derivada) traduz o integral (área) no intervalo considerado

Page 185: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

185

Excedente do consumidor

x

x

xx

xpkUxU

xpkUpkx

U

0..)0()(

...

Page 186: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

186

Excedente do consumidor

Page 187: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

187

Excedente do consumidor

• Se, por exemplo, a curva de procura é

q = 100 – 5.p,

se o preço de mercado for

P = 10€/u. (e Q = 50u.),

o excedente do consumidor será (comparar com a área do triangulo):

Page 188: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

188

Excedente do consumidor

€250250500)50(.

.2

2.020).2.020()(.

2.0205100

2

0

cE

QQxqqcE

qppqQ

Page 189: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

189

Excedente do consumidor

• Se o preço de transacção aumentar, então o excedente do consumidor diminui (ver, figura).

• Será que se, relativamente ao equilíbrio, o preço diminuir, aumenta necessariamente o excedente do consumidor?

Page 190: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

190

Aplicações

Page 191: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

191

Aplicações

• Vamos aplicamos a teoria do consumidor a alguns exemplos de políticas do governo.

• Estas políticas, por actuarem ao nível dos preços e das quantidades transaccionadas, denominam-se por microeconómicas.

• Apresenta-se ainda a taxa de juro e como esta actua na estabilização da economia.

Page 192: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

192

Combate à exclusãoSubsídio em dinheiro ou em

espécie e desconto no preço.

Page 193: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

193

Combate à exclusão

• Uma economia para progredir tem que criar incentivos para que os agentes económicos revelem as suas capacidades, arrisquem novas soluções e criem novos bens ou serviços de maior valor.

• Estes incentivos têm como efeito acessório o surgir de assimetrias no rendimento: o motor do progresso tem a exclusão como dano colateral.

Page 194: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

194

Combate à exclusão

• Não se pode por em causa o benefício que resulta da existência de liberdade económica (i.e., o modelo capitalista) porque tem esta falha.

• Até porque o modelo económico alternativo (a economia planificada) não funciona. – e.g., o planificador não conhece os gostos

dos indivíduos

Page 195: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

195

Combate à exclusão

• Por exemplo, vamos supor que existem dois polícias em que um deles corre muito mais rápido que o outro (mas o “chefe” não sabe qual).

• Numa economia onde ambos ganham o mesmo salário, o que corre mais rápido vai esconder essa capacidade (para não se cansar tanto).

• Numa economia de mercado, como será dado um salário maior ao polícia mais rápido, então o que corre mais vai revelar a sua capacidade (correndo a toda a velocidade atrás deles).

Page 196: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

196

Combate à exclusão

• Como a falta de recursos é a principal causa de exclusão, as políticas dos governos de combate à exclusão passam pela atribuição de subsídios (em dinheiro ou em espécie).

• Em Portugal no ano de 2008, a principal política de combate à exclusão social é o Rendimento de Reinserção Social que se traduz num subsídio em dinheiro de 177.05€/mês para os adultos e 88.50€ para as crianças.

Page 197: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

197

Combate à exclusão

• A atribuição de subsídios em espécie traduzem-se na oferta de bens ou serviços

• Normalmente, são bens e serviços de primeira necessidade: alimentação, habitação, , cabeleireiro, assistência médica, assistência jurídica, etc.

Page 198: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

198

Subsídio em dinheiro

Page 199: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

199

Subsídio em dinheiro

• A atribuição de um subsídio em dinheiro induz um aumento do rendimento.

• Sendo que o indivíduo acrescenta o subsídio s ao rendimento r e gasta ambos na aquisição dos bens x e y, então passará a ter como recta orçamental x.px + y.py = r + s.

• Esta nova recta orçamental ficará localizada à direita da RO inicial pelo que o nível de consumo (e bem-estar) do indivíduo aumenta.

Page 200: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

200

Subsídio em dinheiro

Page 201: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

201

Exercício

• Ex2.15: Uma família tem um rendimento líquido de 400€/mês que gasta em vestuário e alimentação cujos preços são 5€/u. e 2.5€/u., respectivamente. Os gostos e preferências da família condensam-se em U(v,a) = a2.v0.5.

• Se for atribuído um subsídio de 300€/mês, calcule em quanto aumentará o consumo da família.

Page 202: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

202

Exercício

• Vamos introduzir no sistema de equações o subsídio em dinheiro como s:

sv

sa

svv

av

sva

vava

RO

p

U

p

U

v

v

a

a

04.016

32.0128

400520

8

40055.25

..5.0

5.2

..2'' 5.025.0

Page 203: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

203

Exercício

• Sendo s = 300, vão adquirir mais 96 unidades de alimentação e mais 12 unidades de roupa.

Page 204: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

204

Subsídio em espécie

Page 205: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

205

Subsídio em espécie

• Também vai existir um deslocamento da recta orçamental para a direita mas não se desloca a totalidade da recta (supondo que o indivíduo não vende os bens que recebe).

• O deslocamento da recta orçamental induzido pela oferta da quantidade s do bem 1 causa uma quebra na RO.

Page 206: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

206

Subsídio em espécie

Page 207: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

207

Subsídio em espécie

• No exemplo apresentado na figura, a atribuição do subsídio em espécie é equivalente à atribuição de um subsídio em dinheiro

• pois a CI atingida é a mesma.

Page 208: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

208

Subsídio em espécie

• Haverá casos em que a atribuição do subsídio em espécie é menos favorável (para o indivíduo) que o correspondente subsídio em dinheiro (pois a CI atingida é inferior). Se fosse atribuído um subsídio em dinheiro, o indivíduo podia adquirir o cabaz representado no ponto C e atingir a CI de nível U3. O subsídio em espécie (a quantidade s do bem 1) permite adquirir o cabaz B e atingir a CI de nível U2 que é menor que U3.

Page 209: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

209

Subsídio em espécie

Page 210: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

210

Subsídio em espécie

• Se fosse atribuído um subsídio em dinheiro, o indivíduo podia adquirir o cabaz representado no ponto C e atingir a CI de nível U3. O subsídio em espécie (a quantidade s do bem 1) permite adquirir o cabaz B e atingir a CI de nível U2 que é menor que U3.

Page 211: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

211

Subsídio em espécie

• Em termos algébricos, resolve-se o modelo de optimização acrescentando o subsídio em espécie como se fosse em dinheiro.

• Se a solução cair fora da zona possível, a solução será exactamente a quantidade do subsídio e a totalidade do rendimento em dinheiro é gasto no outro bem.

Page 212: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

212

Exercício

• Ex2.16: Uma família tem 400€/mês de rendimento que gastam em vinho e alimentação cujos preços são 5€/u. e 2.5€/u., respectivamente. Os gostos da família são U(v, a) = a0.5.v10.

• Se lhes for atribuído um subsídio de 120u. de alimentação, calcule em quanto aumentará o consumo da família.

Page 213: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

213

Exercício

• Vamos introduzir no sistema de equações o subsídio em dinheiro como o parâmetro s:

33.133

33.13

14.5719.76

71.562.7

5.2400525.0

1.0

4005)(5.25

..10

5.2

..5.0'' 95.0105.0

v

a

v

a

svv

va

vsa

vava

RO

p

U

p

U

v

v

a

a

Page 214: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

214

Exercício

• Como a solução algébrica não verifica a condição a ≥ s, o cabaz consumido será

a = 120u. (aumenta 102.38u.) e

v = 400/5 = 80u. (aumenta 3.81u.).

• Se o subsídio fosse em dinheiro, a maior parte iria para vinho (aumentava 57.14u.).

Page 215: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

215

Desconto no preço

Page 216: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

216

Desconto no preço

• Será uma situação intermédia entre a atribuição de um subsídio em dinheiro e um subsídio em espécie

• Em termos gráficos, vai induzir uma rotação da recta orçamental no sentido da expansão das possibilidades de consumo.

Page 217: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

217

Desconto no preço

Page 218: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

218

Exercício

• Ex2.17: r = 400€/mês; pv = 5€/u.; pa = 2.5€/u.; U(v, a) = a0.5.v10.

• Se lhes for atribuído um desconto no preço da alimentação de 2.35€ calcule em quanto aumentará o consumo da família e qual será o valor do subsídio.

Page 219: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

219

Exercício

mêsvaeqnd

v

a

aa

av

va

vava

RO

p

U

sp

U

v

v

a

a

/€41.69855.2:..Re

19.76

98.126

400315.0

6.0

4005)35.25.2(5

..10

35.25.2

..5.0'' 95.0105.0

Page 220: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

220

Exercício

• Notar que, como se pretendia, a quantidade adquirida de alimentação aumentou sem aumentar a quantidade adquirida de vinho.

• Assim, a atribuição de um desconto no preço também é eficaz na condução do consumo na direcção pretendida – Não aplicável, e.g., aos dementes e crianças

Page 221: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

221

Desconto no preço

• O desconto no preço tem a vantagem de poder ser auxiliado pela imposição de um imposto no preço (do bem que se quer ver o consumo diminuído) e assim tornar nula a despesa pública da política de alteração do padrão de consumo.

• e.g., a tributação dos combustíveis e a atribuição de subsídios aos transportes públicos colectivos.

Page 222: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

222

Comparação

• A atribuição de um subsídio em dinheiro permite que o subsidiado atinja um nível de bem-estar (dado pela sua função de utilidade) superior a um desconto no preço ou a um subsídio em espécie.

• Nos ex2.15 a 2.17,

Udinh = 4.35E21 > Udesc = 1.07E21 > Uesp = 0.84E21.

Page 223: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

223

Comparação

• No entanto, quando os gostos e preferências do indivíduo estão de tal maneira danificados (e.g., toxicodependentes) que socialmente as suas opções são contrários ao “seu” bem-estar, a atribuição de desconto no preço ou de um subsídio em espécie são políticas mais eficazes

Page 224: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

224

Comparação

• Apesar de a teoria favorecer os subsídios em dinheiro

• Restarão sempre algumas situações em que apenas os subsídios em espécie são eficazes.– Cuidados de saúde?– Ensino?– Justiça?– Segurança?

Page 225: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

225

Função de oferta de trabalho

Page 226: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

226

Função de oferta de trabalho

• Podemos imaginar a economia como dois agentes económicos,

uma empresa e uma família,

• A família procura (e consome) bens e serviços e oferece (produz) trabalho e

• A empresa procura (e consome) trabalho e oferece (produz) bens e serviços.

Page 227: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

227

Função de oferta de trabalho

Page 228: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

228

Função de oferta de trabalho

• Para a família (ou famílias), o aumento do consumo tem um efeito positivo no seu nível de bem-estar enquanto que o aumento das horas de trabalho tem um efeito negativo no bem-estar.

• Podemos construir um modelo da família

Page 229: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

229

Função de oferta de trabalho

• Pressupondo que• i) Agregam-se todos os b&s numa

mercadoria compósita, X, cujo preço unitário é 1 (é o numerário),

• ii) A família nasce com a quantidade L0 de tempo disponível, que pode usar como lazer, L, ou vender como trabalho, T = L0 – L, cujo preço unitário é w (o salário real unitário).

Page 230: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

230

Função de oferta de trabalho

• A função de oferta de trabalho (e de procura de b&s) resolverá

• A este nível de formalização, precisamos de propor uma f.f. para U

wLLXsaLXMaxUVLX ).(),,(:),( 0

Page 231: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

231

Função de oferta de trabalho

• A recta orçamental vem dada por

• é gasto todo o salário na aquisição do bem X ao preço unitário.

• Explicita-se como L = L0 – X/w

– intersecta o eixo do lazer em L0 e o eixo dos

bens e serviços em L0.w

wLLX ).( 0

Page 232: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

232

Função de oferta de trabalho

Page 233: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

233

Função de oferta de trabalho

• Uma alteração do salário unitário não altera o ponto de intersecção da RO com o eixo do lazer porque esse ponto vale sempre L0.

• é equivalente a uma diminuição do preço dos bens e serviços e vice-versa pelo que não tem como efeito, obrigatoriamente, um aumento da quantidade oferecida de trabalho.

Page 234: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

234

Função de oferta de trabalho

Page 235: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

235

Função de oferta de trabalho

0

1

2

3

4

5

6

7

8

30 35 40 45 50 55 60

w

T

1870

2000

Curva de oferta de trabalho, USA, 1870-2000

Fonte: Burda and Wyplosz (2005)

Page 236: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

236

Exercício

• Ex2.18: Supondo L0 = 100 horas/semana e que os gostos e preferências da família podem ser condensados na função de utilidade U(X, L) = 2L + X.L. Determine a função oferta de trabalho da família.

Page 237: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

237

Exercício

wwTwX

wL

wLLw

LwX

wLXw

XL

RO

p

U

p

U

L

L

X

X

/150)(150

/150

)100(2

2

)100(

2

1

''

Page 238: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

238

Taxa de juro, consumo e poupança.

Page 239: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

239

Taxa de juro, consumo e poupança.

• O princípio da insaciabilidade parece excluir que a Teoria do Consumidor possa explicar a existência de poupança.

• Esse resultado depende de termos considerado que a decisão do agente não tem em atenção o futuro– o modelo também é válido sob o pressuposto

de que o indivíduo tem vida infinita e que os valores assumidos pelas variáveis se mantêm constantes para sempre.

Page 240: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

240

Taxa de juro, consumo e poupança.

• Para estudar a influência da taxa de juro no consumo e na poupança, precisamos considerar vários períodos.

• Vamos considerar 2 períodos

Page 241: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

241

Taxa de juro, consumo e poupança.

• A análise começa no último período de vida e depois andamos para traz no tempo.

• Está metodologia denomina-se por Backward Induction.

Page 242: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

242

Taxa de juro, consumo e poupança.

• Assumindo que o indivíduo

• i) vive o seu último período,

• ii) no início do qual recebe o activo S,

• iii) e durante o qual obtém o rendimento r0.

Page 243: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

243

Taxa de juro, consumo e poupança.

• O princípio da insaciabilidade garante que o indivíduo gastará S + r0 na aquisição do bem ou serviço compósito X0 ao preço p0.

– O índice zero traduz que já não lhe resta mais nenhum período de vida.

000 ).( prSX

Page 244: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

244

Taxa de juro, consumo e poupança.

• Este é o modelo que temos andado a considerar (mas com apenas um b&s)

• É o modelo estático, onde não há lugar à poupança nem taxa de juro

Page 245: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

245

Taxa de juro, consumo e poupança.

• Assumindo agora que o indivíduo

• i) vive o seu penúltimo período,

• ii) no início do qual recebe o activo h1,

• iii) e durante o qual obtém o rendimento r1.

Page 246: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

246

Taxa de juro, consumo e poupança.

• Agora, o indivíduo tem como rendimento h1 + r1 podendo gastar parte na aquisição de bens ou serviços (X1 ao preço p1) e poupar a parte S que transitará para o período futuro (mais o juro).

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247

Taxa de juro, consumo e poupança.

• Sendo

U(x1, x2) = u(x1) +u(x0)

R é a taxa de juro por período

• então a recta orçamental será

x1.p1 + x0.p0 = h1 + r1 + S.R + r0 onde

S = (h1 + r1 – x1.p1) é a poupança

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248

Taxa de juro, consumo e poupança.

• Apesar de o modelo incorporar o que se vai passar no período futuro (o período de índice zero), a decisão quanto ao consumo e à poupança é tomada no período presente (o período de índice um).

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249

Taxa de juro, consumo e poupança.

• Explicitemos a RO na forma “descontada” e no presente sem inflação, p = p1 = p0

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250

Taxa de juro, consumo e poupança.

01101 )1()1(.)1(. rRrRhpxRpx

R

rrh

R

pxpx

11.. 0

1101

Rxp

R

rrhx

1

1./

1. 0

0111

01111101 ).(.. rRpxrhrhpxpx

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251

Taxa de juro, consumo e poupança.

• Quando há um aumento da taxa de juro (de Ra para Rb), A RO roda em torno do ponto (r0/p0, r1/p1) no sentido do bem futuro (porque o seu preço “diminui”, p0/(1 + R), e desloca-se para baixo porque o “rendimento” futuro, r0/(1 + R), também diminui)

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252

Taxa de juro, consumo e poupança.

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253

Taxa de juro, consumo e poupança.

• Quando há um aumento da taxa de juro (de Ra para Rb)

• A RO roda em torno do ponto (r0/p0, r1/p1) no sentido do bem futuro (porque o seu preço, p0/(1 + R), “diminui”), e desloca-se para baixo porque o “rendimento” futuro, r0/(1 + R), também diminui.

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254

Taxa de juro, consumo e poupança.

• Apesar de na realidade não haver alterações dos preços ou dos rendimentos, a taxa de juro faz diminuir o consumo (no período presente) e, consequentemente, aumentar a poupança e o consumo planeado para o período futuro

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255

Taxa de juro, consumo e poupança.

Page 256: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

256

Taxa de juro, consumo e poupança.

• Notar estar neste modelo a fundamentação teórica para as intervenções dos Bancos Centrais:

• Sendo que se pretende manter um nível de preços estáveis e, no presente, há um excesso de consumo que pressiona uma subida de preços (i.e., inflação)

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257

Taxa de juro, consumo e poupança.

• A forma de diminuir o consumo (e controlar a inflação) é através de uma subida da taxa de juro (neste caso, inicialmente o indivíduo pretendia endividar-se mas o aumento da taxa de juro faz com que equilibrasse o orçamento: o cabaz caminha no sentido do ponto de rotação)

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258

Taxa de juro, consumo e poupança.

• Ex2.19: Supondo indivíduo cujo um rendimento é de r = 100€/mês, que vive este e mais outro mês, que consome um bem ou serviço compósito X cujo preço é 5€/u., que os gostos e preferências podem ser condensados na função de utilidade U(x1, x0) = x1+x0.

• Determine a função de poupança.

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259

Taxa de juro, consumo e poupança.

R

RRs

Rx

Rx

R

RRx

xRx

RRxx

R

xx

1

100)(

1

20

)1(20

1

220)2(

)1(

1

100100

1

5.5

)1/(5

/5.0

5

/5.0

1

0

1

12

0

01

01

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260

Risco

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261

Risco

• O risco surge de o indivíduo não ter conhecimento perfeito do que vai acontecer no período futuro. Assim, os modelos que o incorporam traduzem a relaxação de que existe conhecimento público e perfeito.– Existe quem distinga risco de incerteza mas

não tem relevância

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262

Risco

• Vamos considerar um modelo de uma lotaria simples. No entanto, este modelo é de aplicação mais genérica (o que faremos no capítulo da teoria do produtor).

• Na matemática Financeira tratam modelos mais complicados (com uma f.d.)

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263

Risco

• A teoria do consumidor com risco obriga a que a função de utilidade seja semi-cardinal.

• Não basta que a f.u. atribua um número maior aos cabazes melhores mas tem que dar uma medida da proporção relativa do valor dos cabazes. – e.g., terá que dizer que o cabaz A é 3 vezes

melhor que o cabaz B.

Page 264: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

264

Risco

• Lotaria: O indivíduo pretende escolher entre a quantia r certa (sem risco) e uma lotaria da qual pode ganhar o valor P0 com a probabilidade q ou P1 com a probabilidade (1 – q). A decisão vai ser em termos de valor esperado.

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265

Risco

• Sendo V(r) a função de utilidade indirecta

• O indivíduo vai comparar V(r) com a utilidade esperada da lotaria e escolher a opção a que corresponder maior valor:

rpyypxxsayxUMaxrV ..),,()(

rsenãoLotaria

qPVqPVrVse

;

)1).(().()( 10

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266

Exercício

• Ex2.20: Um indivíduo ganha 600€/mês que gasta em vestuário e alimentação cujos preços são 5€/u. e 2.5€/u., respectivamente e os seus gostos e preferências podem-se condensar na função de utilidade U(a, v) = a0.5.v0.5.

• Se se despedir, tem 40% de probabilidade se arranjar um novo emprego cujo salário é 1000€/mês mas pode não o arranjar e ficar reduzido a ganhar apenas 400€/mês. Será de se despedir?

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267

Exercício

• Determinamos a função de utilidade indirecta

rrVrv

ra

rvv

va

rva

vava

5.0

5.05.05.05.0

02.0)(1.0

2.0

55

2

55.25

..5.0

5.2

..5.0

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268

Exercício

• Comparamos o certo com o valor esperado

• Deve-se despedir e tentar a sua sorte.

)400(6.0)1000(4.0??)600( VVV 51.9085.84

40002.060.0100002.04.0??60002.0 5.05.05.0

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269

Risco

• Vamos supor a situação em que o rendimento fixo (sem risco) é igual ao rendimento esperado (médio) da lotaria (com risco).

• Se o indivíduo preferir o rendimento fixo, é avesso ao risco (risk averse); se estiver indiferentes, é neutro ao risco (risk neutral), se preferir a lotaria, é atraído pelo risco (risk lover).

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270

Exercício

• No Ex2.20, o indivíduo é neutro ao risco: se a lotaria fosse ganhar 900€/mês com 40% de probabilidade ou 600€/mês com 60% de probabilidade, o valor esperado (médio) seria exactamente o que ganha agora, i.e., 600€/mês e teríamos uma igualdade nas utilidades:

85.8485.84

40002.060.090002.04.0??60002.0 5.05.05.0

Page 271: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

271

Capital humano e crescimento económico endógeno

Page 272: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

272

Capital humano e crescimento económico endógeno

• A evidência empírica mostra que o aumento da escolaridade é o principal factor que justifica a tendência secular do crescimento económico per capita.

• Em termos estáticos, a capacidade de um indivíduo criar riqueza é crescente com a sua escolaridade e, em termos dinâmicos, os pais transmitem aos filhos um nível de escolaridade superior ao seu.

Page 273: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

273

Capital humano e crescimento económico endógeno

• Como a escolarização dos filhos implica que os pais diminuam o rendimento disponível para o seu consumo, para racionalizarmos este comportamento teremos que assumir que os pais incorporam na sua função de utilidade o bem-estar futuro dos filhos, i.e., os pais são altruístas.

Page 274: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

274

Capital humano e crescimento económico endógeno

• Vamos assumir que

• i) o rendimento é linearmente crescente com a escolaridade, R = k.E, e que

• ii)quem não tem filhos maximiza o bem-estar consumindo os bens x e y cujos preços são unitários.

• iii)a função de utilidade é U(x, y) = x.y. Resulta a função utilidade indirecta:

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275

Capital humano e crescimento económico endógeno

• Resulta a função utilidade indirecta:

2225.0).(5.0

5.011 EkEkV

kEy

kEx

kEyx

yx

Page 276: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

276

Capital humano e crescimento económico endógeno

• Vamos ainda supor que

• iv) quem tem filhos, gasta parte do rendimento na sua escolarização e

• v) inclui na sua utilidade, a utilidade dos filhos

• vi) escolarizar os filhos tem um preço unitário p

Page 277: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

277

Capital humano e crescimento económico endógeno

• O problema a resolver será

• Os pais altruístas vão determinar o nível de escolaridade dos filhos que maximiza esta nova medida de bem-estar

nP EkVEpnEkVEkV ).()....().( 00

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278

Capital humano e crescimento económico endógeno

nnnP

nP

EkpEnEkEkV

EkVpEnEkVEkV222

00

00

.25.0.)...(25.0).(

).()....().(

0dE

dVP

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279

Capital humano e crescimento económico endógeno

0

12220

220

).1(

02.25.0.)..(25.0

.25.0)..)(.(5.0

Epn

kE

nEkpEnkE

EkpnpEkEdE

dV

nnn

nnnP

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280

Capital humano e crescimento económico endógeno

• Análise de estática comparada: Apenas haverá progresso se os pais tiverem poucos filhos (n pequeno), se o aumento do rendimento com a escolaridade for elevada (k elevado) e se o preço da escolarização for baixo (p pequeno):

n

kp

pn

ksseEE

11

).1(0

Page 281: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

281

Contabilidade do bem-estar

Page 282: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

282

Contabilidade do bem-estar

• Como os gostos e preferências dos indivíduos são codificados em funções de utilidade ordinais,

• não podemos comparar os indivíduos pelo nível de utilidade.

Page 283: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

283

Contabilidade do bem-estar

• Não podemos calcular o efeito social de uma política somando as utilidades dos indivíduos afectados.

• O caminho certo é determinar o saldo (em termos monetários) das compensações dos rendimentos (mais os impostos cobrados) que permitem retornar à situação de bem-estar inicial de todos os indivíduos

Page 284: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

284

Exercício

• Ex2.21: Existem dois indivíduos, I1 e I2, que gastam o seu rendimento em alimentação, a, e em vinho, v, cujos preços são 2€/kg e 5€/l, respectivamente.

• Um tem 500€/mês e U1(a, v) = 10.a0.3.v0.7

• Dois tem 1000€/mês e U2(a, v) = a0.7.v0.3.

• A diminuição do consumo de vinho em 1% aumenta o rendimento em 0.1%

Page 285: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

285

Exercício

• Deverá o governo cobrar um imposto de 1€/l de vinho?

Page 286: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

286

Exercício

• R: Primeiro, determinamos o nível de bem-estar inicial do um:

640.71475

70

500667.42

933.0

500525

..7

2

..3

1

7.03.07.03.0

Ua

v

aa

av

vav

va

a

va

Page 287: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

287

Exercício

• Do dois:

202.206350

60

1000857.02

171.0

1000525

..3.0

2

..7.0

2

3.07.03.07.0

Ua

v

aa

av

vav

va

a

va

Page 288: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

288

Exercício

• Depois, determinamos a nova situação para um rendimento genérico do um:

rrVra

rv

raa

av

rvav

va

a

va

258.1)(150.0

117.0

667.42

777.0

626

..7

2

..3

1

7.03.07.03.0

Page 289: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

289

Exercício

• Depois, determinamos a nova situação para um rendimento genérico do dois:

rrVra

rv

raa

av

rvav

va

a

va

195.0)(35.0

05.0

857.02

143.0

626

..3.0

2

..7.0

2

3.07.03.07.0

Page 290: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

290

Exercício

• Compensamos o rendimento para voltarem a uma situação idêntica à inicial:

%)3.5(274.66

€06.568258.1/640.714640.714)(:

1

111

menosv

rrVr

%)0.12(811.52

€22.1056195.0/202.206202.206)(:

2

222

menosv

rrVr

Page 291: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

291

Exercício

• E determinamos o saldo da política somando os efeitos sobre os dois indivíduos:

i = (Rnecessário – salário + imposto)

€44,981.52012.1100022.1056

27.660053.150006.56821

Page 292: 1 Microeconomia Teoria do Consumidor. 2 Introdução

292

Exercício

• Como o saldo é positivo, o governo deverá implementar esta política.