1. agente em geriatria ufcd 3538_carlos aguiar

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AGENTE EM GERIATRIA Saúde da Pessoa Idosa (200 horas) Formador: Carlos Aguiar Escola Profissional Dr. Francisco Fernandes Funchal, 04 de Julho de 2014 Curso de Educação e Formação de Adultos Portaria nº 80/2008, alterada pela Portaria 74/2011 de 30 de junho Projeto cofinanciado pelo Fundo Social Europeu Agente em Geriatria - Nível 2 Ano Letivo: 2013/2014

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Page 1: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

AGENTE EM GERIATRIA

Saúde da Pessoa Idosa (200 horas)

Formador: Carlos Aguiar

Escola Profissional Dr. Francisco Fernandes

Funchal, 04 de Julho de 2014

Curso de Educação e Formação de Adultos

Portaria nº 80/2008, alterada pela Portaria 74/2011 de 30 de junho

Projeto cofinanciado pelo Fundo Social Europeu

Agente em Geriatria - Nível 2

Ano Letivo: 2013/2014

Page 2: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Dinâmica de ApresentaçãoNome e Apelido:

Idade:

Estado Civil:

Composição Familiar:

Habilitações:

Emprego:

Desporto:

Sonho:

Medo:

Esperança:

Lazer:

Hobbie:

Qualidade:

Defeito:

Alegria:

Tristeza:

Curiosidade:

AGENTE EM GERIATRIA

Page 3: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Expectativas em relação aos

conteúdos a discutir ao longo das

aulas, tendo em conta as

atividades a desempenhar pelo

Agente em Geriatria.

Brainstorming

Page 4: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Agente em GeriatriaPrestar cuidados de apoio direto a idosos, no domicílio e em contexto

institucional, nomeadamente, lares e centros de dia, zelando pelo seu

bem-estar físico, psicológico e social, de acordo com as indicações

da equipa técnica e os princípios deontológicos.

1.Preparar o serviço relativo aos cuidados a prestar, selecionando, organizando e

preparando os materiais, os produtos e os equipamentos a utilizar.

2.Prestar apoio a idosos, no domicílio ou em contexto institucional, relativamente a

cuidados básicos de higiene, de conforto e de saúde, de acordo com o seu grau de

dependência e as orientações da equipa técnica.

3.Prestar apoio na alimentação dos idosos, de acordo com as orientações da equipa

técnica.

4.Prestar cuidados de higiene e arrumação do meio envolvente e da roupa dos idosos.

5.Colaborar na prevenção da monotonia, do isolamento e da solidão dos idosos, no

domicílio e em contexto institucional, de acordo com as orientações da equipa técnica.

6.Articular com a equipa técnica, transmitindo a informação pertinente sobre os serviços

prestados, referenciando, nomeadamente, situações anómalas respeitantes aos idosos.

Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional, I.P., 2008

Page 5: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Unidades de Formação de Curta

Duração

3538 – Saúde da pessoa idosa - cuidados básicos (25

horas);

3544 – Saúde da pessoa idosa - prevenção de

problemas (25 horas);

3545 – Higiene da pessoa idosa no domicílio (50 horas);

3548 – Necessidades individuais em contexto

institucional (50 horas);

3549 – Higiene da pessoa idosa em lares e centros de

dia (50 horas).

Page 6: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Avaliação

Avaliação Contínua -55%

Teste/Atividades - 45%

“Eu oiço e esqueço, eu vejo e lembro, eu faço e compreendo.”

Provérbio Chinês

Page 7: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Prestação de cuidados básicos – Envelhecimento da população, Promoção da

qualidade de vida - metas da Organização Mundial de Saúde, Envelhecimento físico e

psicológico;

Agente em Geriatria – Características inerentes ao Agente em Geriatria, Relações

humanas, Cuidados a ter em consideração relativos, à higiene pessoal, à apresentação

pessoal, à linguagem, à atitude; Processos de comunicação e observação –

Características da comunicação e observação; Elementos do processo de

comunicação; Princípios da observação; Jogos e simulações; Reflexão sobre a pessoa

idosa; Conforto da pessoa idosa – Sono e repouso; Cama simples e cama articulados

3538 – Saúde da Pessoa Idosa –

Cuidados Básicos (25h/28 tempos)Objetivos:

• Reconhecer alguns aspetos do envelhecimento da população;

• Descrever as características do Agente em Geriatria;

• Descrever os processos de comunicação e observação;

• Prestar cuidados que proporcionem conforto à pessoa idosa.

Conteúdos:

Page 8: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Dinâmica Ciclo Vital – Vídeo 1

Page 9: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Dinâmica Ciclo Vital – Vídeo 2

• Quais as

fases do ciclo

vital?

• Que

emoções

sentiram em

relação aos

vídeos?

Page 10: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Ciclo Vital

• Período Pré-natal (fecundação ao nascimento);

• Primeira Infância (nascimento aos 3 anos);

• Segunda Infância (3 aos 6 anos);

• Terceira Infância (6 aos 11 anos);

• Adolescência (11 aos aproximadamente 20 anos);

• Jovem Adulto (20 aos 40 anos);

• Meia-Idade (40 aos 65 anos);

• Terceira Idade (65 anos ou mais).

Page 11: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

1.1.3. Envelhecimento da População

Com a melhoria da qualidade de vida e os avanços da medicina,

assiste-se a um aumento da longevidade humana nos países

desenvolvidos. Este triunfo traz o desafio de conseguirmos envelhecer

saudavelmente, pois viver mais tempo não é sinónimo de viver

melhor.

A migração e a baixa taxa de

natalidade, também têm contribuído,

de forma importante, para as

alterações demográficas.

(em anos) 1940 1960 1981 2001

Homens 48,6 60,7 69,1 71,2

Mulheres 52,8 66,4 76,7 80,5

Esperança média de vida à nascença.

INE, Estatísticas Demográficas.

Page 12: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Envelhecimento da População

Grupo populacional/Ano 2001 2011

0-14 anos 16,0% 14,9%

15-64 anos 67,6% 66,0%

65+ anos 16,4% 19,1%

Grupo populacional/Ano 2020 2030 2040 2050

0 – 14 anos 13,8% 12,5% 12,2% 12,1%

15-64 anos 65,6% 63,3% 59,5% 56,0%

65+ anos 20,6% 24,2% 28,3% 32,0%

Estrutura da População Portuguesa (em %)

Projeções da população Portuguesa até 2050

(em %)

Fonte: INE, Censos 2001 e Censos 2011

Fonte: INE, 2010, Projeções demográficas.

A inversão da pirâmide etária: topo

mais largo e base mais fina

Page 13: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Ficha de trabalho

Ficha de Trabalho – associar os conceitos

às definições.

Page 14: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Envelhecimento

Envelhecimento ativo – É um processo de optimização das

oportunidades para a saúde, participação e segurança para a

melhor qualidade de vida das pessoas que envelhecem.OMS, 2002

Envelhecimento humano – Processo de mudança

progressiva da estrutura biológica, psicológica e social, que

se desenvolve ao longo da vida.Ministério da Saúde, 2004

Envelhecimento normal – Representa as alterações

biológicas universais que ocorrem com a idade e que não são

afectadas pela doença ou por influências ambientais.

OMS, 2001

Page 15: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Envelhecimento

Qualidade de vida – É um conceito amplo, subjetivo, que

inclui de forma complexa a saúde física da pessoa, o seu

estado psicológico, o nível de independência, as relações

sociais, as crenças e convicções pessoais e a sua relação

com os aspetos importantes do meio ambiente.OMS, 1999

Dependência – “É a situação em que se encontra a pessoa

que, por falta ou perda de autonomia física, psíquica ou

intelectual, resultante ou agravada por doença crónica,

demência orgânica, sequelas pós-traumáticas, deficiência,

doença severa e/ou incurável em fase avançada, ausência ou

escassez de apoio familiar ou de outra natureza, não

consegue, por si só, realizar as atividades de vida diária”.

Decreto-Lei nº.101, de 6 de Junho, 2006

Page 16: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

1.1.3. Envelhecimento da População

O avançar da idade implica um maior

risco de doença e,

consequentementemente, um maior

índice de dependência.

A família, sofreu alterações significativas

nas últimas décadas, com a mulher,

principal cuidadora, a assumir outras

funções e, por conseguinte, a colocar

dificuldades acrescidas à prestação de

cuidados informais no domicílio.

Page 17: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Promoção da qualidade de Vida – metas

da OMS

As políticas de saúde devem promover:

O Envelhecimento bem

sucedido/ativo;

A Coesão e interação familiar;

A proteção do idoso de

neglicência, de más práticas, de

violência física e psicológica

Devemos pensar em

formas de assistência que

mantenham a qualidade de

vida do idoso, de

preferência no domicilio e

que não sobrecarreguem a

família/cuidador informal,

de forma a diminuir a sua

vulnerabilidade física e

psicológica.

Page 18: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Programa Nacional para a Saúde das

Pessoas Idosas

Assenta em três pilares fundamentais:

Promoção de um envelhecimento ativo, ao longo da vida;

Maior adequação dos cuidados de saúde às necessidades

específicas dos idosos;

Promoção e desenvolvimento intersectorial de ambientes

capacitadores de autonomia e independência de idosos;

Finalidade – Obter ganhos em anos de vida com independência

“Capacidade para realizar funções relacionadas com a vida diária, isto é, a

capacidade de viver com independência na comunidade sem ajuda ou

com pequena ajuda de outrem.”OMS

Page 19: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Programa Nacional para a Saúde

das Pessoas IdosasESTADO FÍSICO

Peso

Pressão arterial

Acuidade visual e auditiva

Cavidade oral

Lesões cutâneasOUTRAS VIGILÂNCIAS

Sintomas depressivos

Fatores de risco de suicídio

Perda ou privação anormal de parentes

Estado cognitivo e mental

Situação económico-social

Sinais de maus-tratos

PREVENÇÃO DE ACIDENTES

Quedas

Prevenção rodoviária

Fogo, fumo, fontes de calor

Uso de medicamentos

CONSUMO DE SUBSTÂNCIAS

Tabaco

Álcool

Medicamentos

DIETA E EXERCÍCIO

Gorduras

Açúcares

Programas de exercício físico

IMUNIZAÇÕES

Reforço do tétano/difteria

Vacinas da gripe/pneumonia

PRINCIPAIS FOCOS DE ATENÇÃO

NA PESSOA IDOSA

Page 20: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Programa Nacional para a Saúde

das Pessoas Idosas

Prevenção Primária Prevenção Secundária Prevenção Terciária

Promoção da

SaúdePrevenção

da DoençaDiagnóstico

Precoce

Reabilitação

Prevenção

de

acidentes;

exercício,

Nutrição

Imunizações

Vacina

Tétano/Difteria

Vacina

Gripe/Pneumonia

Sintomas

depressivos,

fatores de risco;

HTA

AVC,

Enfarte (EAM)

Page 21: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

As Diferentes Idades

Idade cronológica

Idade Biológica

Idade Social Idade Psicológica

A ONU considera idosos, para

os países desenvolvidos,

indivíduos com idade superior

a 65 anos.

Tenho

60

Pareço

40

Sinto

20

Page 22: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Noções Básicas de Anatomia

Como Envelhecemos

Page 23: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Como Envelhecemos

Se olharmos para duas pessoas com a mesma idade cronológica, uma pode

parecer ter menos idade do que a outra. Este ritmo diferente de envelhecer

depende de fatores externos e de fatores internos.

Estilo de vida;

Manutenção de hábitos

saudáveis;

Exercício físico;

Alimentação saudável;

Ambiente salubre/medidas de

higiene;

Elevada autoestima;

Sentir-se amado e integrado

numa família e na sociedade em

geral.

Herança genética;

Estado de saúde;

Ao nível dos órgãos e sistemas o

envelhecimento não se processa ao

mesmo tempo, nem ao mesmo

ritmo, assim como não atinge o

mesmo grau de degenerescência

para todos os indivíduos.

Page 24: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Como Envelhecemos

A maioria das pessoas, com o avançar da idade, toma consciência das

modificações do próprio corpo. Algumas modificações são óbvias

enquanto outras passam despercebidas até surgir alguma doença.

Conhecer como o nosso corpo envelhece pode ajudar a pessoa a

adaptar-se ao processo de envelhecimento.

As células do corpo têm uma longevidade precisa e a

sua capacidade para se dividir e multiplicar decresce

com a idade.

As células, porque são organismos vivos, também

envelhecem e morrem.

Existe uma perda efetiva do número de células do

nosso organismo, estimando-se que entre os 20 e os 70

anos, a perda será de 30%.

Page 25: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Os olhos perdem, com facilidade, a capacidade de focar os objetos próximos. O

uso de óculos para ler, a partir dos 60, é quase universal;

Torna-se difícil ver em condições de pouca iluminação;

Com a idade a pupila reage mais lentamente às alterações da luz. Os idosos

podem não ser capazes de ver quando entram numa sala escura. Ou podem ficar,

momentaneamente, encadeados quando entram numa zona de intensa

iluminação;

As cataratas aumentam o efeito descrito anteriormente. O idoso com cataratas

torna-se muito mais sensível ao encadeamento (luz forte que afeta diretamente ou

é refletida nos olhos).

Envelhecimento FísicoOlhos

Page 26: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Envelhecimento Físico

As cores são reconhecidas de forma diferente. O azul tende a perder o seu

brilho e a parecer-se bastante com o cinzento, enquanto os vermelhos tendem a

parecer mais vivos;

As células produtoras dos líquidos que lubrificam os olhos diminuem com a

idade, ocorrendo uma diminuição da produção lacrimal (lágrimas).

Consequentemente muitos idosos sentem-se incomodados com a sensação de

olhos secos;

A parte branca (esclerótica) dos olhos pode adquirir um tom amarelado ou

acastanhado devido a muitos anos de exposição à luz, vento e pó. Podem,

também, aparecer manchas esporádicas no branco dos olhos, sendo mais

frequentes nas pessoas de tez escura;

Os problemas mais graves do olho, que tendem a apresentar-se na idade

avançada, são provocados por doença e não pelo envelhecimento (ex: glaucoma,

retinopatia, degenerescência macular e cataratas).

Olhos

Page 27: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Algumas estruturas do ouvido, que ajudam a audição e a manutenção

do equilíbrio, tendem a deteriorar-se (exemplo: exposição a ruídos

fortes);

O cerúmen (cera do ouvido) tende a acumular-se mais com a idade,

diminuindo, também a audição;

Os idosos podem apresentar uma determinada dificuldade em ouvir

sons de tons agudos. Podem ter problemas em entender o que dizem

as mulheres e as crianças.

Envelhecimento FísicoOuvidos

Page 28: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Falar em voz alta não é útil devido à tendência de acentuar mais as

vogais (sons agudos) do que as consoantes (sons graves). Por

exemplo, a frase “Diz-me exatamente o que queres tomar” soa como “iz

exaee o e e soar”;

Muitos idosos têm dificuldade em ouvir nos locais cheios de pessoas

ou em conversas de grupos, pois existe maior ruído de fundo;

Os aparelhos de ajuda auditiva podem auxiliar as pessoas, com perda

de audição, a ouvir melhor.

Envelhecimento FísicoOuvidos

Page 29: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Geralmente, depois dos 50 anos, os sentidos do paladar e do olfato

começam a diminuir gradualmente. O número e a sensibilidade dos recetores

do paladar (da língua e nariz) diminui. Estas modificações tendem a reduzir a

capacidade de reconhecer os sabores doces e salgados mais do que os

amargos ou ácidos;

O olfato só diminui ligeiramente. Os odores fortes continuam a ser fáceis de

cheirar, mas os mais subtis tornam-se mais difíceis de reconhecer e de

identificar.

Envelhecimento Físico

Boca e Nariz

Page 30: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Os idosos podem apresentar a boca seca. Com a idade produz-se menos

saliva, contudo a boca seca pode ser devido a desidratação ou à utilização de

determinados medicamentos. A diminuição da saliva reduz, igualmente, a

capacidade de saborear e cheirar os alimentos;

Todas estas alterações contribuem para a perda do paladar. Para

compensar, os idosos poderão acrescentar mais especiarias aos alimentos,

incluindo o sal, o que poderá aumentar o risco de hipertensão arterial.

Envelhecimento Físico

Boca e Nariz

Page 31: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Ao envelhecer, as gengivas recuam ligeiramente, colocando

as partes mais baixas dos dentes expostas às partículas de

comida, bem como às bactérias;

O esmalte dos dentes tem tendência a se desgastar com os

anos. Estas alterações fazem com que os dentes fiquem mais

suscetíveis à formação de cavidades (cáries).

Envelhecimento Físico

Boca e Nariz

Page 32: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

A pele tende a tornar-se mais fina, menos elástica, mais

seca e finamente enrugada;

A exposição à luz solar, durante anos, contribui para a

formação de rugas, para que a pele se torne áspera e

apresente manchas.

Envelhecimento Físico

Pele, Cabelo e

Unhas

Page 33: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

A camada de gordura (tecido adiposo) que se encontra debaixo

da pele diminui. O tecido adiposo protege a pele como uma

amolfada e ajuda a conservar o calor corporal. A pele é lesada mais

facilmente, sendo mais provável o aparecimento de rugas e diminui a

tolerância ao frio;

O número de células sensitivas (terminações nervosas) da pele

diminui. A perceção sensorial, incluindo a sensibilidade à dor, pode

estar reduzida e as lesões podem ser mais prováveis.

Envelhecimento Físico

Pele, Cabelo e

Unhas

Page 34: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

O número de glândulas sudoríparas e de vasos sanguíneos reduz-se com o

avançar da idade. Os idosos têm mais probabilidade de sofrer perturbações

devido ao excesso de calor bem como ao excesso de frio;

A pele tende a cicatrizar mais lentamente quando o fluxo sanguíneo é

reduzido;

O número de células que produzem melanina (pigmento que dá cor à pele)

diminui. Por conseguinte, a pele fica menos protegida contra a radiação

ultravioleta da luz solar.

Envelhecimento Físico

Pele, Cabelo e

Unhas

Page 35: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

O envelhecimento também se observa ao nível dos cabelos, unhas e pêlos;

Os pêlos tornam-se mais raros e caem, lentamente, com excepção da face;

Nas mulheres aparecem sobretudo no queixo e por cima do lábio superior,

enquanto nos homens crescem nas orelhas e nas narinas. Estes pêlos

inestéticos são duros e abundantes;

Noutros locais como o púbis, axilas e extremidades (mãos e pés), os pêlos

são praticamente inexistentes.

Envelhecimento Físico

Pele, Cabelo e

Unhas

Page 36: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

A perda normal do cabelo vai-se acentuando à medida que se

envelhece;

Tornam-se menos espessos, menos fortes e com menos volume.

Vão-se acinzentando até se tornarem completamente brancos (< de

melanina);

O crescimento das unhas torna-se mais lento, aparecendo na sua

superfície estrias longitudinais e caneladas. Estas alterações

associadas a uma diminuição da circulação periférica, provocam um

espessamento das unhas que se tornam secas e quebradiças.

Envelhecimento Físico

Pele, Cabelo e

Unhas

Page 37: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Com a idade, os ossos tornam-se mais frágeis e mais propensos a fraturas.

Nas mulheres, a perda de densidade óssea aumenta depois da menopausa,

podendo conduzir à osteoporose;

Os ossos mais afetados são o fémur, a pélvis (anca), as extremidades dos

ossos do braço (rádio e cúbito), os ossos do pulso e os ossos da coluna

vertebral (vértebras).

Envelhecimento Físico

Cálcio e

Vitamina D

Diminuem

Ossos e

Articulações

Page 38: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Ao envelhecer a quantidade de medula óssea diminui, o que leva a uma

menor produção de células sanguíneas;

Podem surgir problemas quando a necessidade de células sanguíneas é

muito aumentada, por exemplo, no caso de uma anemia (diminuição dos

glóbulos vermelhos), infeção ou hemorragia.

Envelhecimento FísicoOssos e

Articulações

Page 39: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Envelhecimento FísicoOssos e

Articulações

A cartilagem que reveste as articulações fica mais fina;

Traumatismos repetidos, ou a utilização das articulações durante toda a vida,

conduzem, muitas vezes, a uma osteoartrite, uma das perturbações mais

frequentes da idade avançada;

Os ligamentos, que unem as articulações, tendem a ser menos elásticos

com a idade, pelo que as articulações se tornam rígidas ou duras.

Page 40: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Envelhecimento Físico

A quantidade de tecido muscular (massa muscular) e a força dos

músculos tende a diminuir. A perda de massa muscular inicia-se aos

30 anos e continua ao longo da vida;

O exercício físico regular pode retardar, significativamente, a perda

de massa muscular e de força.

Hormona de

Crescimento

Diminui

Músculos

Page 41: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Envelhecimento Físico

Durante os períodos de inatividade os idosos perdem com maior rapidez

massa muscular e força;

Depois de um dia de repouso na cama, os idosos necessitam de retomar,

progressivamente, as suas atividades;

Com uma atividade regular, até as pessoas que nunca fizeram exercício

podem aumentar a massa e a força muscular.

Músculos

Page 42: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Envelhecimento Físico

Com a idade, o número de células nervosas (neurónios) do cérebro só se

reduz levemente;

Os níveis de alguns mensageiros químicos (neurotransmissores), bem

como os seus recetores sofrem alterações. Os neurónios conduzem os

sinais mais lentamente;

Os idosos podem reagir e executar tarefas mais lentamente. Algumas

funções mentais podem estar um pouco reduzidas: Vocabulário; a memória

a curto prazo; a capacidade de reter novas aprendizagens e a de recordar

palavras;

Depois dos 60 anos, o número de neurónios na medula espinal começa a

diminuir. Em consequência, podem notar uma diminuição das sensações

(visão, olfato, audição, paladar e tato).

Cérebro e Sistema

Nervoso

Page 43: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Envelhecimento Físico

As paredes do coração e das artérias tornam-se mais rígidas e espessas;

O enchimento do coração com sangue é dificultado e a pressão arterial

aumenta;

Em repouso, as diferenças entre um coração jovem e um velho, são

insignificantes. As diferenças só se tornam evidentes quando é necessário

um maior trabalho por parte do coração, como acontece quando alguém

executa uma atividade física intensa ou quando está doente;

O exercício físico regular reduz muitos dos efeitos do envelhecimento no

coração e nos vasos sanguíneos.

Coração e Vasos

Sanguíneos

Page 44: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Envelhecimento Físico

Os músculos do esófago contraem-se com menor força, contudo não é

afetado o movimento da comida no esófago;

Os alimentos são eliminados mais lentamente pelo estômago que,

também, não pode reter grandes quantidades de comida, uma vez que é

menos elástico;

A diminuição do tempo de esvaziamento do estômago pode contribuir para a

obstipação;

É frequente desenvolver uma intolerância aos produtos lácteos (intolerância

à lactose), pois, o sistema digestivo produz menor quantidade de lactase, a

enzima necessária para a digestão do leite.

Sistema

Digestivo

Page 45: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Envelhecimento Físico

O fígado é irrigado por menor quantidade de sangue e torna-se mais

pequeno. Certas enzimas produzidas no fígado trabalham menos eficazmente;

As enzimas ajudam o organismo a metabolizar os alimentos provenientes de

dieta, bem como a processar os medicamentos e outras substâncias;

O fígado pode ter mais dificuldade em eliminar do corpo os

medicamentos (os efeitos destes duram mais tempo) e outras substâncias

tóxicas.

Sistema

Digestivo

Page 46: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Envelhecimento Físico

Os rins tentem a tornar-se mais pequenos (uma vez que o número das

células dos rins diminui) e flui menos sangue por eles;

Com a passagem dos anos, não eliminam tão bem os produtos do

metabolismo do nosso corpo (tóxicos). Podem também eliminar demasiada

água, pelo que a desidratação se torna mais provável;

No entanto, quase sempre funcionam suficientemente bem para cobrir as

necessidades do organismo.

Rins e Sistema

Urinário

Page 47: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Envelhecimento Físico

O controlo da micção poderá modificar-se;

As pessoas idosas possuem uma capacidade menor de reter a

micção depois de terem notado o primeiro estímulo para urinar;

O volume máximo de urina que a bexiga pode reter diminui;

Os músculos da bexiga debilitam-se. Em consequência, fica uma

maior quantidade de urina dentro da bexiga depois de acabada a

micção.

Rins e Sistema

Urinário

Page 48: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Envelhecimento Físico

Os músculos da bexiga podem também contrair-se de forma esporádica,

independentemente da necessidade de urinar;

Estas modificações explicam, pelo menos em parte, porque razão a

incontinência urinária (perda de urina incontrolável) se torna mais comum com

a idade;

Nas mulheres idosas, a uretra (que transporta a urina para fora do corpo)

torna-se mais curta e mais fina. O músculo que controla o peso da urina pela

uretra (esfíncter urinário) é menos capaz de se fechar de modo adequado e

prevenir as perdas de urina;

Nos homens, ao envelhecer, a próstata tende a aumentar de volume. Em

muitos homens aumenta o suficiente ao ponto de bloquear parcialmente a

passagem da urina pela uretra.

Rins e Sistema

Urinário

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Envelhecimento Físico

Os efeitos do envelhecimento no sistema reprodutor são mais óbvios nas

mulheres que nos homens;

Na menopausa, os níveis das hormonas femininas (sobretudo os

estrogénios) diminuem, as menstruações param definitivamente e então a

gravidez já não é possível;

A diminuição dos níveis de hormonas femininas determina a redução das

dimensões dos ovários e do útero.

Sistema

Reprodutor

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Envelhecimento Físico

Os tecidos da vagina tornam-se mais finos, mais secos e menos

elásticos (vaginite atrófica);

Os seios tornam-se menos firmes, mais fibrosos e tendem a perder a

sua turgidez;

Algumas das modificações que se iniciam na menopausa podem

afectar a vida sexual. No entanto na maioria das mulheres, o

envelhecimento não afeta de modo importante a atividade sexual.

Sistema

Reprodutor

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Envelhecimento Físico

Nos homens o pénis e os testículos diminuem ligeiramente de tamanho;

A maioria dos homens continua a ser fértil até à morte, embora os níveis de

testosterona se reduzam, o que se traduz numa menor produção de esperma e

numa diminuição da libido;

A maioria dos homens tem erecções e alcança o orgasmo durante toda a

vida. No entanto, as erecções podem ser mais breves ou menos rígidas;

O tempo necessário para conseguir uma segunda erecção pode aumentar

significadamente;

A disfunção eréctil (impotência) torna-se mais comum com a idade. Esta

poderá ocorrer devido a doença cardiovascular, distúrbios neurológicos,

diabetes ou, até mesmo, com a doença respiratória, que limita a tolerância ao

exercício.

Sistema Reprodutor

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Envelhecimento Físico

O sistema endócrino é formado por numerosas glândulas e orgãos que

produzem hormonas (ajudam na regulação e na coordenação das atividades

de todo o organismo);

Com a idade, os níveis e a atividade de algumas hormonas reduzem-se.

Hormona de Crescimento diminui, o que faz diminuir a massa muscular;

Depois da ingestão de uma comida forte, a insulina libertada pelo pâncreas

pode não ser tão eficaz como era habitualmente;

Hormonas sexuais (Estrogénios e Testosterona).

Sistema Endócrino

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Envelhecimento Físico

Ao envelhecer, o sistema imunitário torna-se menos eficaz. No

entanto, a a maioria das pessoas não se apercebe desta alteração;

O sistema imunitário pode ser menos capaz de distinguir as células

do corpo das substâncias estranhas. Assim, torna-se mais frequente as

perturbações das doenças autoimunes;

As células do sistema imunitário destroem mais lentamente as células

cancerosas, as bactérias e outras substâncias estranhas.

Sistema Imunológico

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Envelhecimento Físico

O cancro e algumas infeções como a pneumonia e a gripe são mais

frequentes nas pessoas idosas, podendo provocar a morte;

As vacinas costumam ser menos eficazes nas pessoas idosas;

As modificações do sistema imunitário têm também um efeito

benéfico. Os sintomas alérgicos tornam-se muito menos severos.

Sistema Imunológico

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Envelhecimento Psicológico

Segundo Erikson (1983), a velhice enquadra-se no oitavo e último estádio

da sua teoria de desenvolvimento pessoal, que se inicia, em média, a partir dos

65 anos;

Integridade pessoal versus desespero – permanece o desejo de sentir

prazer em viver e envelhecer com dignidade e a ansiedade associada à

antecipação da idade avançada, da perda de autonomia e da morte;

Infelizmente, muitos de nós quando falamos de pessoas idosas, atribuímos

conotações negativas a esta faixa etária. Principalmente devido aos mitos e

estereótipos enraizados na nossa sociedade/cultura;

Facilmente confundimos a demência, que algumas pessoas idosas doentes

apresentam, como uma sintomatologia inerente ao envelhecimento. Tal, no

entanto, não corresponde à verdade.

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Os problemas psicológicos ligados ao envelhecimento raramente são

causados pela diminuição das capacidades cognitivas (mentais).

As perdas do papel social (ex.: reforma);

As múltiplas situações de estresse;

A doença;

A fadiga;

O desenraizamento (ex.: colocação num lar).

Podem causar problemas psicológicos

Envelhecimento Psicológico

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Estado de saúde física - mais importante do que o estado de saúde, é a

perceção que cada um tem da sua própria saúde;

Fatores que influenciam o envelhecimento psicológico:

A mudança de papel - A passagem de um papel ativo na família como na

sociedade, para um papel mais passivo traz, habitualmente, problemas

psicológicos. A falta de ocupação tem efeitos negativos sobre a perceção de si

e pode conduzir à depressão. Para ultrapassar esta fase é necessário que a

pessoa idosa adquira novos papéis, mantendo-se ativa e útil;

O estatuto familiar e conjugal – A família e os amigos constituem, muitas

vezes, a principal rede de suporte da pessoa idosa. A separação da família ou

dos amigos, qualquer que seja a causa, leva à solidão que, por sua vez,

aumenta a insegurança e bloqueia, seriamente, a capacidade de adaptação.

Envelhecimento Psicológico

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A personalidade - O indivíduo que ao longo da sua vida sempre demonstrou

capacidade de adaptação, tem mais facilidade em se adaptar a situações de

privação ou de estresse.

Fatores que podem causar problemas

psicológicos:

Funções cognitivas - uma diminuição das funções cognitivas poderá ser

vivida de forma dramática pelo próprio e pela família.

Envelhecimento Psicológico

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Envelhecimento PsicológicoSegundo a teoria do desligamento de Cumming, os idosos mostram uma

inclinação natural para diminuir o seu envolvimento afectivo com o meio

circundante, estreitando o seu espaço de vida e preocupando-se cada vez

mais consigo próprios.

Trata-se de um mecanismo natural influenciado pela redução da energia

mental e física ligada à idade.

O envelhecimento não corresponde à fatalidade de um caminhar

sombrio e confinado. Os acontecimentos são analisados numa

perspetiva diferente e mais equilibrada.

A forma como cada um vê e se sente inserido, com as suas

características peculiares é fulcral na sua interação com o meio e,

consequentemente, na aquisição de um maior ou menor grau de

satisfação e bem-estar.

Mas estudos recentes demonstram

que…

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Envelhecimento Cognitivo

Abrange a percepção, atenção, memória, raciocínio, tomada de decisões,

solução de problemas e a formação de estruturas complexas do conhecimento.

Investigações sobre mudanças cognitivas relacionadas com a idade, indicam

que algumas aptidões cognitivas modificam-se em relação ao tempo, contudo

outras permanecem inalteradas.

COGNIÇÃO é

a capacidade de percecionar o

que nos rodeia

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Envelhecimento Cognitivo

Para a maioria dos idosos, o envelhecimento normal apresenta uma variedade

de alterações cognitivas que não tem implicações nas atividades diárias.

Existem fatores relacionados,

principalmente, com a natureza gradual que

reduzem, de certa forma parte do declínio

cognitivo. Estes fatores permitem a

readaptação e a preservação dos

conhecimentos gerais do idoso, facilitando

a resolução de problemas, a automatização

de muitas tarefas, a manutenção de um

ambiente seguro e das rotinas familiares.

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Envelhecimento Cognitivo

Habilidades que se mantêm inalteradas:

inteligência verbal, atenção básica, habilidade de cálculo e a maioria

das habilidades de linguagem.

Habilidades que sofrem declínio com a idade: velocidade de

pensamento, memória de trabalho/imediata e habilidades

visuoespaciais.

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A lentificação cognitiva influencia todas as outras funções como a atenção e a

memória, sendo responsável pelo défice cognitivo.

Esta é observada em idosos, aquando da sua dificuldade em compreender

textos, da necessidade de explicações mais extensas e de maior tempo paraexecutar cálculos.

Envelhecimento Cognitivo

A velocidade em que a informação é

processada representa a alteração

mais evidente do idoso.

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A inteligência fluida – atinge o seu potencial máximo aos vinte e cinco anos,

iniciando-se a partir daí o seu declínio.

A inteligência cristalizada – aumenta a sua capacidade ao longo da vida.

Assim, o desempenho de actividades, independentemente da sua natureza,

tem influência de forma positiva nas funções intelectuais e contribui para uma

maior eficiência mental.

Envelhecimento Cognitivo

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Envelhecimento Cognitivo

A memória constitui uma das funções cognitivas

fundamentais para um envelhecimento ativo

Com o avançar da idade ocorre uma diminuição da velocidade de

recuperação dos vários recursos da memória.

Declínio na memória imediata, de curto prazo ou de trabalho - Dificulta o

processo de aprendizagem.

Há maior comprometimento da atenção (dificuldade para seleccionar a

atenção por vários tópicos) e da recuperação das informações, previamente

armazenadas, e também na consolidação de informações recentes (memória

episódica recente, por exemplo, localização de objectos, recados, repetir

números de forma inversa, etc.)

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A memória remota, também designada

por memória de recordação, mantém-

se estável ou declina muito pouco com

a idade.

Torna-se difícil medir esta memória com

precisão, pois não é possível controlar a

informação exata indicada pelo sujeito.

Relativamente à memória semântica não existe qualquer alteração.

A sintaxe, o conhecimento de palavras, a fluência, a nomeação e a

compreensão, podem manter-se estáveis ou sofrer um declínio

ligeiro.

Contudo, esta varia com o grau de escolaridade, com as alterações

sensoriais, entre outras.

Envelhecimento Cognitivo

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Habilidade visuoespacial e visuo-perceptiva

A capacidade dos idosos em copiar desenhos, reconhecer formas, objetos,

dimensões e a distância, não é prejudicada quando avaliada de forma simples.

Contudo, quando avaliados em testes mais complexos apresentam habilidade

visuoespacial e visuo-perceptiva inferior às dos jovens.

Envelhecimento Cognitivo

Alguns problemas que os idosos revelam na aprendizagem de nova

informação podem estar relacionados com as escassas estratégias utilizadas,

pois muitos idosos adotam uma atitude passiva para aprender e recordar

comparativamente aos adultos.

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Os idosos são capazes de adquirir novos conhecimentos quando colocados

nas situações apropriadas, isto é, em situações em que o factor tempo não é

primordial. Além disso, na maioria dos casos, a aprendizagem depende mais

da motivação do que da memória.

É de extrema importância referir que existe uma grande plasticidade cognitiva

e capacidade de reserva ao longo da vida. Estas podem melhorar através da

intervenção, com programas de estimulação cognitiva tanto em pessoas com

demência, como em pessoas idosas saudáveis.

Envelhecimento Cognitivo

Page 69: 1. Agente Em Geriatria UFCD 3538_Carlos Aguiar

Fatores que influenciam o

envelhecimento cognitivo• Fatores genéticos – explicam cerca de 50% da variabilidade cognitiva na

terceira idade;

• Saúde – as pessoas saudáveis apresentam menos alterações cognitivas;

• Escolaridade – um nível de instrução mais elevado funciona como fator

protetor das funções cognitivas;

• Atividade mental – as atividades mentalmente estimulantes apresentam

uma correlação com o melhor desempenho cognitivo;

• Atividade física – a boa forma aeróbica está relacionada com uma melhor

preservação das aptidões cognitivas;

• a personalidade, humor, meio social e cultural, treino cognitivo e

conhecimentos especializados (influenciam positiva ou negativamente

áreas como a memória ou a atenção).

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Envelhecimento Social

O envelhecimento relaciona-se, também, com as alterações da participação

activa do idoso. As redes sociais alteram-se de acordo com o contexto familiar,

laboral, participação na comunidade, entre outros.

As redes de apoio são indispensáveis para a saúde mental, satisfação com a

vida e envelhecimento óptimo, pelo que, de forma a manter a independência e

a participação social, é necessário reorganizar as redes de apoio informal,

colmatando a falta de pessoas significativas (companheiros, família, etc.), que

vão desaparecendo.

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Redes sociais - são o número de elementos, estrutura da família,

amigos e proximidade física;

Interação social - é a frequência e duração de contactos afetivos

estabelecidos com a rede social;

Apoio social - refere-se ao tipo de ajuda que uma pessoa recebe a

partir da sua rede social; assistência dos contactos à pessoa

dependente.

Envelhecimento Social

Redes sociais, interação social e apoio

social, são conceitos interligados mas nem

sempre associados.

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Envelhecimento Social

Segundo a teoria da desinserção (que caiu em desuso desde 1961), o

envelhecimento acompanha-se de uma desinserção recíproca da sociedade e

do indivíduo, ou seja, o idoso põe fim ao seu empenhamento e retira-se da

sociedade que, por sua vez, lhe oferece cada vez menos.

A teoria que se seguiu diz respeito à teoria da continuidade que refere que o

idoso mantém a continuidade nos seus hábitos de vida, preferências,

experiências e compromissos, elementos integrantes da sua

personalidade.

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Alterações da sociedade

repercutem-se na qualidade de de

Diminuição das famílias alargadas que cuidam de todos os

seus membros;

Predominância de famílias nucleares com diminuição da

estabilidade familiar (incremento do número de divórcios e

novos casamentos que criam instabilidade e dificuldade nos

processos de cuidar).

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Coexistência de vários tipos de família (monoparentais,

uniões de facto, etc.);

Dificuldade e competitividade no trabalho (maior mobilidade

geográfica dos elementos familiares, fragilizando a

solidariedade familiar);

Reduzida dimensão das habitações (dificulta a co-habitação

de vários membros a família); entre outros.

Envelhecimento Social

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O envelhecimento é um processo dinâmico e complexo, em que surgem

diversas alterações, quer a nível biológico, psicológico, cognitivo e sociais, às

quais os indivíduos têm de se adaptar.

O envelhecer é definitivamente real, mas não existe num ideal natural,

independente de ideais, imagens e práticas sociais que o representam.

Assim, não se poderá respeitar a pessoa idosa, sem ter em conta a sua

personalidade, mediada pela sua experiência, condição social e valores

culturais.

Cada idoso é dotado de uma entidade própria que deve ser

respeitada e que envelhecer e morrer, tal como nascer e crescer,

será sempre parte do ciclo de vida orgânico.

Conclusão