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06-06-2016

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06-06-2016

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Revista de Imprensa06-06-2016

1. (PT) - Correio da Manhã, 06/06/2016, Saúde mental chega a mais 300 doentes 1

2. (PT) - Metro Portugal, 06/06/2016, Cuidado com as benzodiazepinas para tratar as doenças mentais 2

3. (PT) - Jornal de Notícias, 05/06/2016, Misericórdias e Governo unidos 4

4. (PT) - Jornal de Notícias, 06/06/2016, Misericórdias 447 camas sem uso por falta de financiamento 5

5. (PT) - Jornal de Notícias, 05/06/2016, Consultas de pediatria na antiga maternidade 7

6. (PT) - Jornal de Notícias, 04/06/2016, Espera para cirurgia maior no Médio Ave 8

7. (PT) - Correio do Minho, 04/06/2016, Hospital de Braga promove acção de avaliação das Funções Oculares 9

8. (PT) - Jornal de Notícias, 06/06/2016, Primeiro hospital previsto para 2018 10

9. (PT) - Diário de Notícias, 04/06/2016, De Lisboa até ao Corvo... são 34 hospitais e muitos médicos dedistância

11

10. (PT) - Expresso, 04/06/2016, Bloco de Esquerda põe em xeque rendas de privados na saúde 13

11. (PT) - Correio da Manhã, 06/06/2016, Inovação contra tumor do pulmão 14

12. (PT) - Expresso, 04/06/2016, Tirar o útero é cada vez mais a última opção 15

13. (PT) - Diário de Notícias, 06/06/2016, Há novas drogas em teste contra cancros mais graves 16

14. (PT) - Expresso, 04/06/2016, SNS tem dez anos de vida se não inovar 17

15. (PT) - Correio da Manhã, 05/06/2016, "A prevenção deve começar na infância" - Entrevista a MachadoCaetano

19

16. (PT) - Correio da Manhã, 05/06/2016, Sida sem vacina 35 anos depois 20

17. (PT) - Jornal de Notícias, 06/06/2016, Médicos denunciam uso abusivo de produtos para ficar em forma 21

18. (PT) - Expresso, 04/06/2016, Mais 370 mil pessoas vão poder ter ADSE 24

19. (PT) - Público, 04/06/2016, Enfermeiros querem fechar já acordo para 35 horas 26

20. (PT) - Negócios, 06/06/2016, 35 horas podem ser inconstitucionais 27

21. (PT) - Expresso, 04/06/2016, Porque é que as 35 horas são uma provocação 28

22. (PT) - Expresso, 04/06/2016, Menos concursos, mais nomeações 29

23. (PT) - Jornal de Notícias, 05/06/2016, Investigados indícios de crime em concurso do INEM 31

24. (PT) - Jornal de Notícias, 04/06/2016, Gestores pedem "bom senso" na mobilidade para Algarve 33

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A1

Tiragem: 140038

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 20

Cores: Cor

Área: 5,36 x 19,93 cm²

Corte: 1 de 1ID: 64753279 06-06-2016

CUIDADOS CONTINUADOS

Pacientes carecem de apoio

Saúde mental chega a mais 300 doentes a O coordenador da Rede Nacional de Cuidados Conti-nuados Integrados, Manuel Lopes, revelou que, a partir de 1 de julho, vão abrir uni-dades de saúde mental em todas as regiões, que irão apoiar cerca de 300 doentes.

Uma década após a criação da Rede Nacional de Cuida-dos Continuados Integrados, Manuel Lopes classifica as áreas metropolitanas de Lis-boa e do Porto como as re-giões onde ocorre uma maior carência de camas. "Preci - samos de investir muito, no-meadamente em Lisboa, na criação de camas", disse Ma-nuel Lopes, adiantando que o Governo está em negocia-ções com a Santa Casa da Mi-sericórdia de Lisboa para criar "um razoável número de camas". •

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A2

Tiragem: 70000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 2

Cores: Cor

Área: 21,00 x 28,00 cm²

Corte: 1 de 2ID: 64752564 06-06-2016

Saúde. Portugal é o 3º país do mundo, de acordo com a OCDE, em que mais se consomem antidepressivos.

Mas o problema está, sobretudo, nas “benzodiazepinas”, que podem provocar dependências. Os medicamentos ajudam

a curar as depressões, mas um bom livro também pode dar um empurrão para encontrar “Razões para Viver”.

Em Portugal, a percentagem deadultos com perturbações mentaise sintomas de depressão, ansieda-de ou abusos de substâncias situa-se nos 22,9%. Este é um valor queacaba por justificar esta elevadaposição no ranking da OCDE. Osantidepressivos são utilizados tan-to para tratamento de depressõescomo de perturbaçõesde ansiedade, mas, “aúnica gravidade está nagestão de recursos”, que,de acordo com o presi-dente em Portugal daAliança Europeia contra aDepressão, o psiquiatraRicardo Gusmão, não estáa ser feita da melhor for-ma. “Que Portugal tenhaelevados índices de antide-pressivos não é per si umamá notícia. O que sabemosé que há pessoas que os to-mam e não precisam deles. E tan-tas ou mais pessoas precisariamdeles, e não os têm.”

O especialista salienta que “osantidepressivos não têm grandes

efeitos secundários na saúde”,nem sequer causam dependência.

A preocupação de Ricardo Gus-mão é direcionada, sobretudo,para as chamadas benzodiazepi-nas - conhecidos como calmantes,como Xanax ou Valium – que po-dem causar dependência. “E noconsumo de benzodiazepinas, Por-

tugal não está no 3º lugar,mas sim em 1º!”

O problema não estános antidepressivos, vin-ca o psiquiatra, que apon-ta-os como o principalmotivo para a “quebrano número de suicídiosna Europa nos últimos30 anos”. Só com os re-sultados do último Rela-tório de Saúde Mental,de 2015, é que a Dire-ção Geral de Saúde

apontou a depressão como um pro-blema de saúde pública, apostandono desenvolvimento de programasde prevenção da doença mental. “Éum problema que tem estado ador-mecido do ponto de vistaa de saúde

Além do tratamen-

to clínico, livros

como o do roman-

cista Matt Haig,

“Razões Para Viver”,

escrito na primeira

pessoa sobre uma

depressão, podem

ser uma boa ajuda

para se encontrar

uma luz ao fundo

do túnel.© 123RF

O problema não estános antidepressivos

“Razões para Viver”, de Matt Haig,

conta o drama de alguém a braçoscom uma depressão. Aos 24 anos,o mundo do romancista britânicodesabou. “Durante algum tempo,fiquei parado junto ao abismo. Pri-meiro, a ganhar coragem para mor-rer; depois, a ganhar coragem paraviver”, conta. “Este livro pretende al-cançar dois objetivos: primeiro, dimi-nuir o estigma. E segundo (...) tentarconvencer as pessoas de que o fun-do do poço não é o local mais indica-do para termos uma visão clara e ní-tida das coisas.” São notas, reflexõesdesde o dia em que se cai, passandopela altura em que verdadeiramentese cai em si e que se começa a levan-tar – a ajudar-se a si e ajudar outros.Ricardo Gusmão salienta que o livro,escrito na primeira pessoa pelo au-tor, é “muito útil”, porque permiteperceber e criar uma identificaçãocom os problemas que são descritos“de forma muito clara”, através detestemunhos muito bem expressos.

Um livro a lerpública”, diz Ricardo Gusmão. “En-tre a classe médica vão-se prescre-vendo as benzodiazepinas como senão tivesse consequências nefastaspara um grande número de pes-soas. E até há pouco tempo, nãoeram difíceis de adquirir nas farmá-cias sem receita médica.”

Ricardo Gusmão considera quetem acontecido em Portugal uma“diabolização dos antidepressivosque não tem evidência científica,muito pelo contrário”. Mas nestamatéria “é importante educarpara a mudança”, estando atentosa “sinais de alarme” e adotando“comportamentos saudáveis”. “Notempo das nossas avós, dizia-seque todas as dificuldades da vidaeram normais”, independente-mente de serem ou não de causaclínica.

“Hoje há resposta para os pro-cessos patológicos, mas tambémhá tendência de considerar todosos problemas como sendo clínicos.A vida não é um mar de rosas”,vinca o psiquiatra.

BRUNO MARTINS

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Tiragem: 70000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 4,71 x 5,19 cm²

Corte: 2 de 2ID: 64752564 06-06-2016

Saúde. Cuidado com as

“benzodiazepinas” para

tratar as doenças mentais

Quase 23% dos portugueses sofrecom perturbações mentais ousintomas de depressão. País está emterceiro lugar no consumo deantidepressivos. Especialista alertaque estes não são o problema, massim os calmantes. E há livros quepodem sempre ajudar pág. 02

Focus

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A4

Tiragem: 70287

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 11

Cores: Cor

Área: 4,83 x 5,39 cm²

Corte: 1 de 1ID: 64745740 05-06-2016

Misericórdias e Governo unidos

O presidente da União das Misericórdias Portuguesas. Ma-nuel Lemos, e o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fer-nandes, garantiram, ontem, es-tarem disponíveis para traba-lhar juntos. "Não existem quais-quer 'hard feelings' que resul-tem do passado recente'', disse Manuel Lemos, no Fundão.

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A5

Tiragem: 70287

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 8

Cores: Cor

Área: 25,50 x 30,00 cm²

Corte: 1 de 2ID: 64753053 06-06-2016

Paliailvos 278 Te. 90N.

- 764 Convate,,u,nça rx 91%

Rede Nacional de Cuidados Continuados monitorização mensal (abrittle2816)

NUMERO

DE UTENTES

QUE

AGUARDAM

VAGA

TOTAL 8300

Taxa de ocupação: 69%

TOTAL 7759

TOTAL

2355

NORTE

CENTRO

LISBOA E VALE DO TEJO

ALENTEJO

NUMERO DE LUGARES EXISTENTES

Equipas de Cuidados Continuados Integrados

(domiciliarias) Por Unidades de Cuidados

FONIE:ACSS INTOGRAF/A

Cuidados continuados Unidades foram construídas com aval da tutela, mas falta o financiamento para abrir

Misericórdias têm 400 camas fechadas

flash :

Manuel Lopes Coordenador Nacional para a Re- forma dos Cuidados Continuados

"Rede cumpre o seu papel, mas não teve a evolução desejada"

faina Pereira ginaNn.pt

► Há 447 camas de cuidados conti-nuados, em unidades onde já há acordos de cooperação com o Esta-do. que estão fechadas por falta de financiamento. Os dados são de Ma-nuel Caldas de Almeida, responsá-vel por este pelouro na União das Misericórdias Portuguesas (UMP), que garante que o Estado pode "amanhã" aumentar a Rede Nacio-nal de Cuidados Continuados (RNCC) neste número de camas desde que alargue os acordos de cooperação em vigor.

De acordo com este responsável. "muitas destas camas foram feitas ao abrigo do programa Modelar". criado em 2008 pelo Governo para financiar a construção da rede. Mas, na altura de assinar os acordos para a exploração das camas. "as admi-nistrações regionais de saúde não ti-nham disponibilidade financeira" e acabaram por reduzir o número de camas financiadas. Algumas das mi-sericórdias estão a explorar estas ca-

57% da rede. E estão disponíveis para as alargar, até porque a lista de espera ainda é grande: dados de abril mostram que havia 2355 pes-soas à espera de vaga, sendo as re-giões de Lisboa e Vale do Tejo e o Norte onde há mais espera. E há hospitais que já nem encaminham.

Na semana passada, no Congres-so da UMP, no Fundão, o primeiro-ministro, António Costa, revelou a intenção do Governo de alargar a rede em mais oito mil camas, ao abrigo do Programa Nacional de Re-formas. Manuel Caldas de Almeida admite ter sido "surpreendido" por esse anúncio, mas deixa desde já um desafio ao Governo.

"Se o senhor primeiro-ministro quer fazer oito mil camas, estas 400 já nem precisa de se preocupar: es-tão feitas", diz, admitindo que o alar-gamento terá de ter uma lógica re-gional. Caldas de Almeida admite. contudo, que a aposta deve ser no apoio domiciliário e garante que as misericórdias estão disponíveis para apresentar uma rede nacional "num prazo de seis meses". •

Faz hoje 10 anos que a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados foi criada. Portugal deve estar orgulhoso do que fez ou o facto de a rede estar a metade do previsto desilude? Naturalmente que devemos estar orgulhosos da rede que temos, ainda que ela não esteja completa em termos do que é preciso. quer em quantidade, quer em qualidade. A rede está a cumprir o seu papel, mas é um facto que não teve a evolução desejada. Temos de a pensar e reforçar, tendo em conta o que se perspetiva em termos de evolução demográfica.

Que mudanças antecipa? As mudanças têm que ver com o que sabemos que vai acontecer: um cada vez maior envelhecimento da população e a evolução demográfica do território. Temos de nos preparar atempadamente para isso e vamos fazê-lo.

O que é que falhou para que a rede não tenha crescido como estava previsto? Essencialmente isso deveu-se ao facto de. em determinado momento, se ter instalado a crise financeira e se ter considerado que o investimento nesta área não era uma prioridade. A verdade é que Portugal investe muito pouco: 0,7% do PIB. quanto os outros países investem 1%.

As misericórdias dizem que têm 400 camas paradas. Vão desbloqueá-las? Vamos ver. O que temos estado a fazer é analisar caso a caso, ver onde estão e a finalidade que lhes deve ser dada. Exige uma análise cuidada. lá resolvemos vários casos.

mas de forma privada, mas outras estão "fechadas" e disponíveis para reforçar a rede pública "a qualquer momento", garante.

A RNCCI foi criada há 10 anos - a ocasião será assinalada hoje e ama-nhã, em Évora, num encontro onde está anunciada a participação dos ministros da Saúde e da Solidarie-dade, de quem depende o financia-mento da rede -, mas tem neste mo-mento cerca de metade da capaci-dade que tinha sido inicialmente prevista para este ano.

De acordo com a monitorização

de abril, existem atualmente 7759 camas (a maior parte em unidades de longa duração e manutenção, destinadas a estadias mais prolon-gadas) e 6300 lugares em equipas de cuidados continuados integrados (ECCI), que vão a casa das pessoas. As metas estabelecidas apontavam para existência de cerca de 14 mil camas em 2016, o que significa que a capacidade está a cerca de meta-de do previsto.

A maior parte das camas (4238) estão entregues às misericórdias, que são responsáveis por cerca de

300 camas para saúde mental • O coordenador da Rede Nacional de Cuidados Continuados In-tegrados (RNCCI) revelou que, a partir de 1 de julho, vão começar a abrir unidades de saúde mental em todas as regiões do país, que irão apoiar cerca de 300 pessoas. Trata-se de um projeto-pi-loto, que não pretende a reinstitucionalização, mas promover a proximidade e levar os cuidados o mais possível a casa das pes-soas. O objetivo é que pessoas com dependência psicossocial possam permanecer em casa, junto das famílias e das equipas de saúde que lhes dão apoio. Este ano, também arrancam as unida-des de cuidados continuados pediátricos, a primeira no Porto.

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Tiragem: 70287

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 4,23 x 2,81 cm²

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Misericórdias 447 cantas sem uso por falta de financiamento Página 8

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A7

Tiragem: 70287

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 22

Cores: Cor

Área: 25,50 x 30,00 cm²

Corte: 1 de 1ID: 64745805 05-06-2016

Nos últimos dias, foram transferidas para a antiga maternidade as consultas que se faziam no edifício centrai do CMIN

e Maria Pia Estava ali uma "bomba-colégio"

"Era uma bomba-relógio que esta-va ali". Sollari Allegro (na foto) refe-re-se assim ao estado em que se encontrava o Hospital Maria Pia, que, por sua vontade, teria fechado em 2007. A gota de água foi um in-cidente num quadro elétrico, em agosto de 2010, que só por sorte

não provocou um incêndio. No en-tanto, esse hospital só fechou no ano seguinte. A construção do CMIN não foi isenta de entraves. "Houve duas tentativas reais de fazer parar a obra", lembra Sollari Allegro, refe-rindo-se a governos anteriores. Só que, para isso, era necessário de-volver à União Europeia 24 milhões de euros e pagar uma pesada in-demnização ao construtor.

Porto É amanhã a transferência total das consultas externas para o renovado edifício. Centro Materno-Infantil fica a funcionar em pleno

Consultas de pediatria na antiga maternidade Isabel Peixoto [email protected]

► Inaugurado no Porto em maio de 2014. o Centro Materno-Infan-til do Norte (CMIN) entra amanhã na plenitude do seu funciona-mento, ao receber as consultas externas de pediatria que até agora eram realizadas no Hospi-tal de Santo António. Esse e ou-tros serviços passam a ocupar o renovado edifício que durante muitos anos albergou a Materni-dade de Júlio Dinis.

"Fecha-se um ciclo que co-meçou em 2007 e finalmente atingimos o objetivo inicial que era a concentração de toda a ati-vidade materno-infantil", refe-re ao IN Sollari Allegro, presi-dente do Conselho de Adminis-tração do Centro Hospitalar do Porto. Apesar de se confessar "satisfeitíssimo" por o projeto estar concluído no essencial, o responsável só irá comemorar depois de ver "tudo a funcio-nar".

Gradualmente, nos últimos dias foram transferidas para a antiga maternidade as consultas de ginecologia, obstetrícia. dia-gnóstico pré-natal e a unidade da mama, além do serviço de ecografia. Estas valências fun-cionavam no edifício central do CMIN, que mantém o grosso da atividade, como o internamento da pediatria, os cuidados inten-sivos ou a neonatologia. Basica-mente. o renovado edifício fica só com as consultas externas.

Ainda falta decidir se o CMIN vai receber também a valência de pedopsiquiatria, instalada no Hospital de Magalhães Lemos. Sollari Allegro refere que se tra-ta de um serviço "que tem mui-tas exigências técnicas e requer muito espaço". Em paralelo, há falta de camas na pediatria, pelo Em breve abrirá a creche para filhos de funcionários

a saber I

37982 foi o número de consultas realizadas na pediatria do Hospital de Santo António em 2015. De janeiro a maio deste ano, foram 16 206

3202 crianças nasceram no CMIN ao longo do ano passado. Fizeram-se 5700 cirurgias e 173 mil consultas.

que defende que primeiro se deixe "assentar a poeira" e de-pois se use "o bom senso", na hora de as entidades decidirem.

Para já, mantém-se no Hospi-tal de Santo António a oftalmo-logia, por ser urna especialidade que exige um grande investi-mento. Só será instalada no CM1N se a relação custo/volume de utilização o justificar, o mes-mo sucedendo com outras áreas, como os estudos de neurofisio-logia e o serviço de ressonância para crianças. Ao invés, o CMIN estará apto a fazer exames com-plementares de diagnóstico a se-

Valencia de pedopsiquiatria mantém-se para já no Magalhães Lemos

nhoras (TAC e ressonância) utentes do Santo António.

O mesmo responsável refere que o CMIN é "fundamental". pois é o 'desenvolvimento de uma área que no Centro Hospi-talar estava a morrer". A capa-cidade instalada é claramente superior à dos três hospi-tais/serviços que se dedicavam à saúde materno-infantil: Hos-pital Maria Pia, Maternidade de Júlio Dinis (ambos encerrados) e a pediatria do Hospital de Santo António.

O novo espaço está dotado de parque de estacionamento e, em breve, entra em funcionamento a creche para filhos de funcioná-rios, que será gerida pela Casa do Pessoal do Centro Hospitalar do Porto. •

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A8

Tiragem: 70287

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 12

Cores: Cor

Área: 5,34 x 11,39 cm²

Corte: 1 de 1ID: 64739149 04-06-2016

Espera para cirurgia maior no Médio Ave RETIFICAÇÃO O Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA) é a unidade do pais com mais tempo de espera para cirurgia programada (136 dias) e não o Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga (que inclui os Hos-pitais da Feira e S. João da Madeira) como o IN erradamente escreveu na edição de ontem. Pelo lapso, pe-dimos desculpa aos visados e aos leitores.

O Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga regista um tempo médio de resposta de 108 dias para cirurgia programada e de 146 dias para primeira consulta hospitalar, mostram os dados de abril dispo-nibilizados no Portal do SNS. A ní-vel nacional, o tempo médio de res-posta para cirurgia programada é de 91 dias e para uma primeira con-sulta hospitalar é de 115 dias. is.

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A9

Tiragem: 12000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

Pág: 9

Cores: Cor

Área: 8,50 x 8,32 cm²

Corte: 1 de 1ID: 64741354 04-06-2016

Segunda-feiraHospital de Braga promove acção de avaliação das Funções Oculares

No âmbito do Dia Internacional da Ortóptica, que se assinala segunda-feira, o Hospital de Braga promove uma acção de avaliação das funçõesoculares. A iniciativa decorre, na segunda-feira, na Entrada Principal doHospital, das 9 às 13 horas e das 14 às 16 horas.Durante este período Ortoptistas do Serviço de Oftalmologia do Hospitalde Braga irão avaliar os músculos e movimentos oculares, o alinhamentoou desvio ocular em todas as posições do olhar, assim como o funciona-mento dos olhos em simultâneo. A avaliação consiste na medição de ân-gulos com recurso a instrumentos e a pontos de luz.Lançado em 2013 pela Associação Internacional de Ortoptistas, o Dia In-ternacional da Ortóptica tem como objectivo promover a missão dos pro-fissionais desta área. O Ortoptista é um técnico especializado que traba-lha em equipa com o Oftalmologista e que se ocupa da investigação,diagnóstico e tratamento das perturbações da visão binocular e dos dese-quilíbrios oculomotores e de outras anomalias do sistema visual.

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A10

Tiragem: 70287

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 28

Cores: Cor

Área: 5,48 x 18,95 cm²

Corte: 1 de 1ID: 64753384 06-06-2016

Primeiro hospital previsto para 2018

MIRANDA DO CORVO O Hospital Compaixão, obra da Fundação ADFP-Assistência Desenvolvimen-to e Formação Profissional de Mi-randa do Corvo, deverá abrir em 2018. sendo a primeira unidade hospitalar no concelho. Os respon-sáveis admitem ser o seu investi-mento de maior risco. Ontem, foi colocada a primeira pedra (na foto).

A unidade implica um investi-mento de sete milhões de euros, dos quais 800 mil são financiados pela Cámara. Terá um bloco opera-tório, com duas salas de cirurgia, área de urgência, setor de ambula-tório, exames auxiliares de diagnós-tico, consultas externas e 55 camas para internamento. A Fundação "acredita que, em cooperação com os hospitais de Mealhada, Oliveira do Hospital e de Avelar/Ansião, se criará uma rede regional de saúde, sem fins lucrativos, que comple-mentará o Serviço Nacional de Saú-de e ajudará a solucionar as suas in-suficiências". J.P.C.

Página 10

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A11

Tiragem: 26347

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 18

Cores: Cor

Área: 25,50 x 30,00 cm²

Corte: 1 de 2ID: 64739013 04-06-2016

De Lisboa até ao Corvo... são 34 hospitais e muitos médicos de distância Saúde. Portugal tem 226 hospitais públicos e privados. Do total, 30% estão em apenas três concelhos: Lisboa, Porto e Coimbra

ANA MAIA

A ilha do Corvo é a mais pequena dosAçores e a menos habitada: 459 pessoas. Residir numa reserva de biosfera, conta Vera Câmara, 37 anos, "é viver em comunhão com a natureza". "As crianças podem brin-car na rua sem perigo, é como viver em família: conhecemos toda a gente", conta. Mas viver numa ilha que tem 6,5 quilómetros de com-primento por quatro de largura é também um desafio... pelo menos na saúde. E de Lisboa ao Corvo vão 34 hospitais de distância.

Entre públicos e privados é este o número de hospitais na capital, segundo dados do Municípios Online,

não podemos fazer transfusões de sangue. Até agora tem corrido tudo bem... Costumamos dizer que é Nossa Senhora dos Milagres que nos protege", conta.

Vera e o marido Joe, que trocou a Califórnia pelo Corvo, adaptaram a casa em alojamento para turistas. Não faz parte dos planos deixarem a ilha, que voltou a estar na moda. "Alguns emigrantes voltaram e no Corvo há mais crianças na creche, umas 20, do que idosos no lar, que são seis ou sete", conta.

Litoral versus Interior Portugal tem 10,3 milhões de habi-tantes e 226 hospitais, dos quais 119 são públicos e 107 privados. Divi-

dindo a população re- sidente, daria 46 mil

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uma aplicação da Marktest. Já no Corvo há apenas um posto de saúde com um mé-dico de família, uma enfermeira e, desde o início do ano, um den-

Todos os concelhos têm

pelo menos uma farmácia

pessoas por cada um. Do total de unidades, 30% estão nos conce-lhos de Lisboa (34), Porto (21) e Coimbra (13). Nos 207 dos 308 concelhos onde não se

lista, que vivem na ilha. E, dadas as circunstâncias, será legítimo dizer que estão sempre de serviço. "Se houver uma situação muito grave vem o helicóptero mi-litar eleva o doente para outra ilha. O que assusta é quando o tempo está mau. É isso que nos dá maior sensação de isolamento", diz Vera.

Para consultas da especialidade têm de ir de avião à Terceira ou a São Miguel, encargos do sistema re-gional de saúde. "No inverno, há voos às segundas, quartas e sextas-feiras, no verão, todos os dias da se-mana, Sei que em termos monetá-rios não justifica, mas paraapopu-'ação justificava existir mais um médico emais equipamento. Aqui

localiza nenhum hos-pital residem 3,2 milhões de pes-soas. O Municípios Online cruza os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística, Ordem dos Médicos e Infarrned (dependendo da entidade, vão de 2013 a 2016).

Na Ordem dos Médicos estão re-gistados 48 487 clínicos. O que dá um médico por cada 200 pessoas. Uma média, pois metade está con-centrada em sete concelhos, com Lisboa, Porto e Coimbra à cabeça. E se no Corvo trabalha um médico, só no Hospital de Santa Maria, Lis-boa, trabalham 2722 clínicos. "Em termos regionais existem grandes desigualdades. O mapa está dividi-, do em litoral, com população mais

jovem, e interior, mais desertifica-do e envelhecido. A evolução dos indicadores da saúde é um reflexo desta estrutura. A Grande Lisboa (inclui nove concelhos) tem 20%da população e é onde se concentram 19% dos hospitais públicos e 27% dos privados. O Interior Norte tam-bém tem 20% da população, mas só 14% dos hospitais. A ofertanão é tão proporcional", refere Esperança

Afonso, diretora técnica na Mark-test Consulting, referindo que os centros de saúde acabam por"com-pensar" algum desequilíbrio.

Uma porta sempre aberta O que não falha em todos os conce-lhos do continente é uma farmácia: 2772 farmácias para uma média de 3743 pessoas por cada. Lisboa tem 267, o Porto 110, Sintra 67, Coimbra

tem 49. No concelho da Batalha são três, com uma média de 5263 pes-soas por cada uma. Patricia Rosa é ali farmacêutica há nove anos, na

. Farmácia Moreira Padrão. "Temos pessoas que já cá vinham em crian-ças. A farmácia é um ponto de refe-rência e temos uma boa relação. Procuramos dar sempre a melhor informação, esclarecer sobre os ge-néricos", conta. A maioria dos uten-

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RETRATO

Será que Portugal rivaliza com alguns dos países mais ricos do mundo? Estamos bem em número de médicos e mortalidade infantil

Despesa de saúde em percentagem do PIB

1° Estados Unidos 16,4 2° Holanda 11,1 3° Suíça 11,1 14° Portugal 9% 32° México 6,2 33° Estónia 6 34° Turquia 5,1

Número de médicos por mil habitantes

1° Grécia 6,3 2° Áustria 5 3° Noruega 4,3 3° Portugal 4,3 32° Coreia do Sul 2,2 339 Chile 1,9 34° Turquia 1,8

Número de enfermeiros por mil habitantes

1° Suíça 17,4 2° Noruega 16,7 3° Dinamarca 16,3 25° Portugal 6,1 32° Grécia 3,6 33° México 2,6 349 Turquia 1,8

Mortalidade infantil (mortes no primeiro ano de vida por mil nascimentos)

1° Finlândia 1,8 2° Islândia 1,8 3° Estónia 2,1 9° Portugal 2,9 32° Chile 7,4 339 Turquia 10,8 349 México 13 oaxomos2013,

tes é sénior e ainda há uma franja sem escolaridade. A farmácia é um amigo e um conselheiro. "Tem sem-pre a porta aberta, não pede marca-ção nem pagamento de consulta e responde sempre deforma rápida às situações que surgem, mesmo que seja encaminhar para o centro de saúde quando o utente precisa de outros cuidados."

A evolução tem sido muita: me-dicamentos mais baratos, receitas eletrónicas e também soluções que a própria farmácia quis oferecer aos utentes, percebendo as necessida-des. "Fiz um curso de injetáveis por-que nos fins de semana as pessoas não tinham forma de continuar os tratamentos e vinham à nossa pro-cura. Fa 7P mos a dispensa de medi-camentos individualizada para os doentes polimedicados, para dar resposta a problemas que observá-vamos ao balcão. Fazemos work-shopspara recém-mamãs, em que podem tirar as dúvidas."

Rafael desafiou o. destino. "Nasceu na época certa; diz a mãe

CUIDADOS DE SAÚDE "A evolução da taxa de mortalidade infantil é das grandes conquistas de Portugal na última década. Desde 1970 baixou 19 vezes. Naquela altura morriam 55 crianças com menos de um ano de vida por cada mil nascimentos. Agora são três", destaca Esperança Afonso, diretora técnica na Mark-test Consulting. Um marco que tem sido bandeira dentro e fora do país, e números de mortalidade que parecem necessitar de uma eternidade para mudar. Mas pas-saram apenas 46 anos.

Uma evolução que tem mudado a história de muitas famílias, que tem mostrado muitas crianças guerreiras. Meninos como Rafael, agora com 4 anos, que desafiou as probabilidades ao nascer às 26 se-manas de gestação e com apenas 790 gramas. O seu caso é relatado no livro Viver a Prematuridade, lança-do hoje no Porto. "Foi um susto e nunca me passou pela cabeça. Para mim não existiam bebés prematu-ros, nem imagina os meios que exis-tem para manter estas crianças vi-vas.Tudo era fora do normal", conta Adelina Alves, 37 anos.

Rafael já viu as muitas fotos de quando era pequenino, mesmo muito pequenino. "Nasceu com 33 centímetros, dava para ver tudo. Pa-recia um ratinho. Era o que lhe cha-mava. Contei-lhe, ele riu-se. Ainda não percebe muito bem", conta a mãe, que só passada uma semana percebeu realmente o que lhe tinha acontecido. Quando começou em trabalho de parto estava em casa e os bombeiros levaram-na para o Hospital da Póvoa de Varzim. Foi transferida para a Maternidade Jú-lio Dinis. A primeira morada de Ra-fael durante 72 longos dias.

"O Rafael nasceu na época certa. Não acredito que com aquele peso tivesse sobrevivido na década de 1970. O equipamento de hoje é muito diferente. Os médicos foram espetaculares. Não considero que tenham sido tanto médicos, foram amigos. Cada vez me convenço mais de que fomos para o sítio cer-to, com as pessoas certas. Estou muito orgulhosa de onde o meu fi-lho nasceu. Ele está aí, sem seque-las. É um guerreiro"; afirma Adelina.

As horas dificeis foram partilha-das como marido, ÁlvaroAmbrósio, 48 anos, que passou muito tempo em casa, enquanto a mulher estava na maternidade, a cuidar de Mari-na. "Foi complicado para a família. Ela estava em período de mudança para a escola primária e ia fazer 6 anos. Viu o irmão quando nasceu, depois explicar que o irmão tinha de ficar no hospitaL Dão-se maravilho-samente, nunca vi dois irmãos da-rem-se tão bem", contaAdelina. A.M.

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Paulo Paixão

Está já em marcha a próxima frente de combate a gastos con-siderados excessivos, por haver pagamentos do Estado a priva-dos por serviços que o sector público estará em condições de assegurar. Depois dos colégios com contratos de associação, os cortes deverão visar breve-mente as “rendas” na Saúde. Trata-se de uma iniciativa do Bloco, que o ministro da tutela, Adalberto Campos Fernandes, vê com bons olhos, a avaliar pelas suas declarações na se-mana passada, na comissão parlamentar.

Então, o ministro, entre ou-tras coisas, disse que “sem pre-juízo dos mil milhões de euros que custa o sector convencio-nado, podíamos diminuir facil-mente [esse valor] em 15 a 20%, convertendo isso em financia-mento do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”. Ou seja: só no que o Estado paga a privados para estes realizarem consul-tas e exames, o membro do Governo antevê uma possível poupança de 150 a 200 milhões de euros por ano.

É com este lançamento pú-blico da questão que o BE tem já preparado um projeto de resolução para combater gas-tos indevidos naquele ponto e também nos designados che-ques-cirurgia (vales entregues a utentes do SNS para pagarem a operação no sector privado quando as unidades públicas são incapazes de o fazer no tempo clínico adequado).

O mote do BE é claro: “Pou-par nas rendas a privados para investir no sistema público de saúde.” O objetivo é acabar com as “redundâncias”. No projeto

Bloco de Esquerda põe em xeque rendas de privados na saúde

ESTAD O

Após os colégios, cortes nos pagamentos do Estado vão chegar aos cheques-cirurgia. Ministro dá cobertura

de resolução, é recomendado ao Governo que sejam maxi-mizadas as capacidades das unidades públicas. No concre-to, isso passará por deixar de realizar no privado atos médi-cos e meios complementares de diagnóstico que serão depois pagos ou comparticipados pelo Estado. A “poupança decor-rente” dessas medidas deve ser “utilizada para investimentos no SNS”, defendem os depu-tados bloquistas. “É hora de defender o interesse público e não o interesse de um punhado de privados”, exigem.

No preâmbulo da iniciativa legislativa — “Poupar no fi-nanciamento a privados para investir no SNS” —, a que o Ex-presso teve acesso, o BE usa dados oficiais, já publicados ou pedidos recentemente ao Governo, para traçar um qua-dro da relação entre o SNS e as instituições privadas de saúde.

Um exemplo destacado é o dos vales-cirurgia. Entre 2013 e 2015, o número desses cheques subiu quase 26% (de 16.137 para 20.282), fazendo com que o custo para o erário público tenha aumentado de 30,5 mi-

lhões de euros para 35,8 mi-lhões de euros (mais 17,4%). No mesmo período, o número de inscritos para cirurgia nos hospitais públicos passou de 176 mil para quase 194 mil (su-bida de 10%).

Este estado de coisas tem, para o Bloco, um responsável: o Governo PSD/CDS, em cujo período “os negócios na área da saúde privada floresceram, na maior parte das vezes finan-ciados pelo mesmo dinheiro que foi retirado às unidades de saúde públicas”. A clivagem do Bloco face àquela orienta-

ção política é total: “Houve um projeto ideológico, que passava por fazer do privado um sector concorrencial (e não comple-mentar) do público, e que pas-sava por fazer do Estado um financiador e não um prestador de cuidados de saúde”.

Nos meios complementares de diagnóstico e terapêutica (MCDT), também se verifica-ram, segundo os números do BE, aumentos na fatura paga pelo Estado ao privado (de 338 milhões em 2012, para 360 mi-lhões em 2014, mais 6,5%).

“Tudo isto depois de durante

Cirurgias no privado pagas pelo Estado (as de oftalmologia são das mais comuns) vão ser examinadas FOTO JOSÉ CARLOS CARVALHO

anos a fio se terem desativado, em vários hospitais, os labora-tórios de análises clínicas ou de se ter reduzido o horário de funcionamento da radiologia, por exemplo”, especifica o Blo-co. “O Estado cortou nos seus serviços para depois pagar, a preços mais elevados, privados para fazer aquilo que se fazia antes”, dizem os deputados bloquistas.

Citando um relatório oficial, os parlamentares do BE afir-mam ainda que “ao comparar os custos unitários médios estimados para os 11 procedi-mentos mais frequentes”, se concluiu que, “de um modo geral, os preços médios dos privados são bastante superi-ores aos custos dos públicos, chegando a diferença a ser, num procedimento, superior a 1000%”.

Do levantamento do BE feito a nível nacional, avulta o caso do Centro Universitário e Hos-pitalar de Coimbra, o que mais gastou em 2015 em vales-cirur-gia. Na audição parlamentar do início da semana passada, questionado pelo deputado bloquista Moisés Ferreira, o ministro da Saúde deu o tom da disposição do Governo, con-siderando o caso de Coimbra “incompreensível” e um “mau uso do dinheiro público, uma afronta aos contribuintes”.

Adalberto Campos Fernan-des criticou o facto de se ter instalado “uma dependência do SNS em relação aos meios con-vencionados”, garantindo que o Governo não pactua com “um sector privado que se monta na dependência estrita das inefi-ciências do sistema público”. E prometeu “uma redução dos maus custos, da má despesa”.

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CIRURGIA

Inovação contra tumor do pulmão e O cirurgião torácico Jorge Cruz liderou, na sexta-feira, a equipa que realizou a primeira lobectomia por cirurgia robóti-ca para o tratamento do cancro do pulmão, na Fundação Champalimaud. "É uma cirur-gia realizada em poucos centros a nível mundial", explica ao CM o especialista. •C.M.

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Christiana Martins em Turim

Se Ana Luísa Cristo tivesse aceitado a primeira opinião médica que ouviu, não teria agora o segundo filho no colo. Já Maria Isabel Carvalho é um exemplo dos milhares de mulheres que todos os anos se submetem à mais comum das cirurgias ginecológicas, que, pela primeira vez, foi alvo de uma investigação científi-ca de âmbito nacional. Em 2014 foram realizadas 9326 histerectomias nos hospitais públicos e entre 2000 e 2014 foram 166.177 mil as mulhe-res que perderam o útero em Portugal.

Os miomas uterinos afetam cerca de dois milhões de mu-lheres em Portugal, 40% das quais em idade reprodutiva, e são a principal causa das his-terectomias. “O que o estudo demonstra é que há cada vez mais mulheres em Portugal a conservar os úteros”, resume Fernanda Águas, presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG) e coautora da investigação, apresentada há duas semanas em Turim, no Encontro Europeu do Co-légio de Obstetrícia e Gine-cologia, e ontem aprofunda-da numa reunião da SPG em Braga. Em 15 anos, o número de histerectomias em Portugal diminuiu 19,4%.

“Havia casos de úteros pra-ticamente normais que eram retirados porque as mulheres sofriam de hemorragias devidas à presença de miomas”, explica a médica. A tendência que o es-tudo comprovou é que nos últi-mos anos a retirada dos úteros está a ser aplicada cada vez mais apenas às mulheres que sofrem de patologias oncológicas ou

Tirar o útero é cada vez mais a última opção

FERTILIDADE

Estudo revela que idade em que histerectomias são realizadas está a subir e o número de cirurgias a diminuir

prolapsos uterinos (quando os úteros saem da posição original, tornando-se externos).

Mas se a tendência pela ma-nutenção do órgão acaba por não ser uma completa surpre-sa, as investigadoras ficaram bastante admiradas com algu-mas das evoluções regionais encontradas. Com especial destaque para a maior redução nacional, verificada no Algar-ve, com uma diminuição de 33,5% em 15 anos. Em segun-do lugar surge a região metro-politana de Lisboa (-28,9%), mas onde ainda continuam a realizar-se muitas histerecto-mias é no norte do país, com uma diminuição verificada no estudo de apenas 4,7%.

Portugal melhor do que EUA

“Em todos os países onde este tipo de estudos foi feito, veri-ficaram-se grandes desequilí-brios regionais, nem sempre fáceis de explicar, podendo-se dever a diferenças de técnicas empregadas ou até à diminui-ção de cirurgias em hospitais públicos acompanhada de uma maior realização nos privados, mas é importante que se per-ceba a real razão destas dife-renças”, diz a médica. A inves-tigação também comprova que Portugal apresenta menores taxas relativas de histerecto-

mias do que países como a Ale-manha ou os Estados Unidos.

Aos 35 anos, Ana Luísa Cristo é um exemplo de milhares de mulheres em Portugal, confron-tada com recorrentes perdas de sangue teve de decidir sobre se aceitava submeter-se a uma his-terectomia. Há dois anos, numa consulta de rotina, descobriu que tinha três miomas uterinos. O mais pequeno com 4,5 centí-metros de diâmetro e o maior com 8,5 centímetros. Cenário que inviabilizava uma segunda e desejada gravidez. E qualquer outra no futuro: a solução seria a retirada do útero.

Uma segunda opinião mé-dica confirmou o veredicto. A cirurgia para a retirada dos miomas chegou a ser marcada e Ana Luísa foi avisada de que poderia acordar sem útero. A previsão era de que a interven-ção demorasse uma hora, mas levou cinco porque descobri-ram mais miomas para além dos três já conhecidos. “Pensei que tivesse ficado limpa”, conta a funcionária administrativa.

Seis meses mais tarde, numa ecografia de controlo, a médi-ca disse que o útero de Ana Lu-ísa estava “cheio de miomas”. Só à terceira opinião médica encontrou o que procurava: se fizesse um tratamento com acetato de ulipristal poderia preservar o útero e tentar en-gravidar. Oito meses de trata-

mento e três semanas depois estava grávida.

A história de Maria Isabel Carvalho é totalmente dis-tinta. Aos 47 anos, começou a lidar com hemorragias e a formação de coágulos. Com a questão da maternidade re-solvida — tinha um filho adul-to — e desejosa de resolver o desconforto causado por dois miomas uterinos, optou pela retirada do útero. “Foi um alívio e representou uma im-portante melhoria de vida”, explica, passados três anos da cirurgia.

É esta melhoria de qualidade de vida que justifica que ainda sejam muitas as mulheres a pedir uma histerectomia. “Pe-diam-nos que retirássemos tudo para resolver as hemor-ragias e evitar problemas fu-turos”, garante a presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia. Mas Fernanda Águas diz que a situação mu-dou e que a tendência atual é pedirem a conservação do órgão: “E o estudo mostra esta alteração na mentalidade da sociedade.”

Associada à diminuição de histerectomias está a redução de custos para o Serviço Na-cional de Saúde, ao evitar-se a realização de uma grande cirurgia e o tempo de inter-namento. “Em geral, uma mulher precisa de um mês a cinco semanas para recuperar de uma histerectomia, mas se a solução for um tratamento com medicamentos ou a reti-rada do útero por via vaginal ou através da abertura de dois orifícios no abdómen (lapa-roscopia), a recuperação leva apenas cinco dias”, sublinha a médica.

* A jornalista viajou a convite

da Gedeon Richter

[email protected]

Ana Luísa esteve para perder o útero, mas um tratamento conservador permitiu-lhe engravidar

FOTO RUI DUARTE SILVA

FRASE

“A mulheres pediam-nos que retirássemos tudo para resolver as hemorragias e evitar problemas futuros”Fernanda Águas Presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia

VARIAÇÃO NACIONAL2000/2014

-19,4%

00 05 10 14

212223

215

194

171

03

HISTERECTOMIAS FEITAS EM PORTUGALPor 100.000 mulheres

00 05 10 14

51,6

52,8

54,2

55,2

IDADE MÉDIA DAS MULHERES

EVOLUÇÃO DE HISTERECTOMIAS EM HOSPITAIS PÚBLICOS, POR REGIÃOVariação entre 2000 e 2014

Faro

Setúbal

Lisboa

Coimbra

Aveiro

Viseu

LeiriaCastelo Branco

Guarda

BragançaVila Real

Viana do Castelo

Braga

Porto

Beja

Santarém

Évora

Portalegre

ALGARVE

-33,5%

REGIÃO METROPOLITANA DE LISBOA

-28,9%

NORTE

-4,7%

CENTRO

-23,2%

ALENTEJO

-22%

FONTE: EBCOG 2016Página 15

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Corte: 1 de 1ID: 64752936 06-06-2016

Há novas drogas em teste contra cancros mais graves Saúde. Laboratórios farmacêuticos anunciam alguns resultados posi-tivos no maior encontro mundial de oncologia, nos Estados Unidos Vários laboratórios farmacêuticos anunciaram ontem, no maior en-contro de medicina oncológica do mundo, que está a decorrer em Chicago, nos Estados Unidos, que há ensaios clínicos em curso de no-vas drogas que poderão ser armas inovadoras contra alguns dos tipos de cancros mais mortais.

Perante mais de 35 mil médicos e cientistas presentes no encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO, na sigla de língua inglesa), que decorreu neste fim de semana naquela cida-de, companhias como a Johnson & Johnson, a AbbVie e outras revela-ram os resultados de mais de cinco mil ensaios clínicos nesta área, causando alguma sensação entre os participantes.

Alguns destes resultados apon-tam para que os laboratórios pode-rão estar perto deconseguir pro-duzir drogas para tratar doentes para os quais não há nesta altura alternativas de tratamento.

A Johnson & Johnson, nomea-damente, divulgou os resultados do ensaio clínico de uma nova dro-ga chamada Darzalex, que este la-boratório está a desenvolver com o grupo dinamarquês Genmah, e

que mostra que este medicamen-to produz melhoras substanciais em doentes que sofrem de mielo-ma múltiplo, um cancro incurável da medula óssea que causa a mor-te a metade dos doentes num pra-zo de cinco anos.

Combinada com outras duas drogas, a Darzalex consegue travar em cerca de 70% o agravamento da doença, de acordo com o ensaio que envolveu 500 doentes, todos eles em fase muito avançada da doença e sem outras alternativas de tratamento.

Mieloma múltiplo e cancro do pulmão

estão entre os estudados

Um quinto dos doentes que re-ceberam este tratamento viram o cancro regredir completamente, o que significa que ficaram curados, enquanto em 60% os tumores so-freram uma redução significativa.

"Estes são resultados sem prece-dentes para este cancro", afirmou

António Palumbo, da Universida-de de Turim, Itália, que liderou o ensaio clínico, citado pelo The Fi-nancial 7Yrnes.

Outra novidade anunciada nes-te encontro diz respeito a uma nova droga que foi testada num ensaio clínico mais pequeno, mas que mostrou igualmente resulta-dos positivos. Desenvolvida pela AbbVie, a nova droga, designada Rova-T, destina-se a tratar cancro do pulmão, do tipo que mais afe-ta os fumadores: espalha-se rapi-damente pelo organismo, prati-camente não responde a trata-mentos e apenas 3% dos doentes sobrevivem pelo menos cinco anos.

No ensaio clínico, que envolveu 71 participantes, a Rova-T fez tra-var a progressão do cancro em 90% dos doentes e diminuiu a dimen-são do tumor em 39% dos casos. Mas todos os pacientes acabaram por morrer, e a médiadesobrevida em relação ao tratamento conven-cional foi de apenas mais um mês. Todos os pacientes eram, no en-tanto, quase terminais, pelo que os autores do estudo acreditam que a performance da droga pode ser melhorada.

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O MEU FUTURO

Evolução Vive-se uma revolução digital e genómica, com a democratização da genética, que está a mudar os cuidados assistenciais. O caminho não tem retorno. Quem estuda a área afirma que o desafio é grande: como vamos utilizar este progresso para ter ganhos em Saúde? Se a resposta demorar, será o princípio do fim do serviço público de saúde

SNS tem dez anos de vida se Texto Vera Lúcia Arreigoso

Foto José Caria

O prognóstico é reser-vado. Os cuidados públicos de saúde aos portugueses morrerão dentro de um década se não integrarem a revolução tecnoló-gica atual. O aviso

é feito por um dos mais conceituados ‘pensadores’ da Saúde em Portugal. Constantino Sakellarides está con-vencido que o “Serviço Nacional de Saúde (SNS) não sobreviverá se não transformar a gestão das intervenções assistenciais na gestão do percurso das pessoas, integrando toda a inova-ção que está a surgir”.

Na conferência “O meu futuro”, or-ganizada pelo Expresso e pela Bayer esta terça-feira em Lisboa, o profes-sor catedrático da Escola Nacional de Saúde Pública foi perentório: “Não va-mos ter SNS dentro de dez anos se não fizermos alterações, centrando-o nas pessoas.” O tempo até ao objetivo não é muito, mas o caminho já começou a ser feito. “Estamos a trabalhar nesse sentido, por exemplo com os progra-mas prioritários criados”, como para a promoção da saúde e literacia.

A necessidade de portugueses mais informados sobre a saúde é premente quando se sucedem novas tecnolo-gias que, obviamente, trarão ganhos a quem melhor as conhecer ou utilizar, sejam medicamentos inovadores, dis-positivos médicos, aplicações móveis ou outros. É o início de uma Era de Saúde Digital que, mal aproveitada, aumentará o fosso entre quem tem capacidade de tomar decisões e quem não está a apto a fazê-lo.

Professor de Legislação e Ética de Saúde na Universidade Nova de Lis-boa, João Cordeiro explicou aos pre-sentes que hoje fala-se “em GIS — Glo-bal Information System, uma espécie

de Google Maps para o ser humano”. E todos os que não o souberem utilizar vão perder-se no caminho para mais e melhor saúde. “Há médicos que já prescrevem aplicações, por exemplo a doentes que tiveram cancro.”

Mas não só. “No campo dos dispo-sitivos médicos já há estetoscópios ligados ao computador e que ensi-nam a auscultar, um comprimido que permite medir a adesão à terapêutica ou um chip de controlo de natalidade implantável por controlo remoto que pode durar até 16 anos” em desenvol-vimento pela Fundação Bill Gates.

“A conjugação da revolução digi-tal com a revolução genómica [com a democratização do mapeamento dos genes] a que estamos a assistir tem benefícios mas também consequên-cias que ainda temos dificuldade em precisar. As desigualdades podem ser reduzidas pelas novas tecnologias, mas também podem aumentar”, sa-lientou João Cordeiro. Ou seja, “o pro-blema é saber como vamos utilizar as novas tecnologias para obter ganhos em Saúde”, resumiu Helena Canhão, reumatologia e professora na Nova Medical School.

A inovação que está a chegar pode ajudar quem precisa, mas também dificultar o acesso a quem está menos preparado. A médica deu o exemplo de um caso de sucesso: “Neste mo-

mento há uma rede social para aju-dar pessoas com dificuldades de visão ou analfabetas a ler rótulos de latas, por exemplo de alimentos. Basta-lhes apontar o telemóvel e do outro lado alguém identifica o que é.” Ainda as-sim, Helena Canhão reconheceu que “o ponto de vista dos doentes nem sempre é o mesmo do dos profissio-nais de saúde”, embora a sintonia seja essencial para ajudar a superar o que vai além da doença propriamente dita.

“A carga deixada pela doença pre-cisa de um apoio que vai além do que é dado pela medicina convencional, mas nas consultas nunca é destes as-suntos que falamos, não falamos das

necessidades da vida diária”, criticou a reumatologista. E é precisamente aqui que as novas tecnologias também podem ajudar muito. Basta pensar no que as ferramentas 3D já conseguem fazer, como órgãos ou próteses. “Vai revolucionar a medicina.”

E Portugal já está nesta corrida. Pedro Oliveira, professor na Cató-lica-Lisbon School of Business and Economics, lidera um projeto inova-dor para ajudar a concretizar projetos idealizados por doentes para minora-rem as suas limitações. Recentemen-te, com recurso a uma impressora 3D conseguiram produzir uma pró-tese para um menino que nasceu sem mão e antebraço. “Custou 18 euros em material e não os 10 mil euros de uma prótese” clássica. “A inovação na Saúde não vem de onde se espera, vem dos doentes e de outros interve-nientes”, afirmou. Neste caso, contou com a ajuda de um norte-americano conhecido pela criação de fantoches.

João Cordeiro fez questão de expli-car que o exemplo da prótese impres-sa em 3D é a prova do que já se sabe: “Nem sempre investir mais dinheiro aumenta os ganhos em Saúde.” So-bretudo quando faltam boas ideias. E o sector dos medicamentos inovado-res é um dos que habitualmente está sob crítica. “Coloca-se uma grande questão, se o custo do medicamento

JÁ EXISTE UMA ESPÉCIE DE GOOGLE MAPS PARA O SER HUMANO, UM GUIA PARA TODOS OS DADOS DISPONÍVEIS

RESPONSÁVEIS AFIRMAM QUE A MEDICINA ATUAL TEM EXCESSO DE DIAGNÓSTICO E DE TRATAMENTO

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Tiragem: 98300

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Informação Geral

Pág: 27

Cores: Cor

Área: 28,20 x 44,50 cm²

Corte: 2 de 2ID: 64738627 04-06-2016

O QUE É O MEU FUTURO

^^ O^projeto^do^Expresso^quer^ajudar^os^portugueses^a^perceber^o^que^^os^espera^nos^próximos^anos^^em^seis^áreas:^saúde,^orçamento,^reforma,^alimentação,^competências^e^educação

^^ O^Expresso^promove^ainda^o^debate^dos^temas^através^de^conferências^com^especialistas^portugueses^^e^estrangeiros

^^ ^Para^complementar,^já^lançamos^dois^simuladores^interativos:^^“O^Meu^Salário”^e^“O^Meu^Escalão^Social”

^^ ^O^simulador^que^se^segue^^é^referente^à^“Minha^Reforma”.^Infelizmente,^por^razões^técnicas,^^o^Expresso^viu-se^forçado^a^adiar^^o^lançamento^deste^terceiro^simulador.^Mas^fique^atento:^brevemente^poderá^aceder^e^ficar^^a^saber^o^que^tem^de^poupar

^^ Ao^longo^de^2016,^acompanhe^^o^projeto^nas^plataformas^^do^Expresso

A história de Marlene Rosa não deixou ninguém indiferente. A fisioterapeuta contou como a empresa portuguesa de reabilitação autónoma da qual faz parte começou com o atropelamento do irmão de Virgílio Bento, que não re-cebeu os cuidados adequados “devido à falta de meios e fisioterapeutas que marca o sistema”. Numa fase em que há “cada vez mais doenças crónicas, sentiu-se a necessidade de oferecer novas alternativas”. Assim nascia a SWORD Health.

É uma das startups que se deram a conhecer no decurso da conferên-cia “O meu futuro”, organizada pelo Expresso e pela Bayer. Marlene Rosa acredita que o modelo tradicional já está a ser ultrapassado. A SWORD — acrónimo para Stroke Wearable Ope-rative Rehabilitation Device — fun-ciona com um dispositivo que pode ser utilizado a partir de casa para a realização de tarefas motoras indica-das pelo terapeuta. Através de uma aplicação móvel, é dado “feedback imediato” se este foi ou não corre-tamente efetuado. “É uma mudança do paradigma de reabilitação que vai permitir maximizar a quantidade de população a que é possível chegar”, garante. O sistema central guarda to-dos os movimentos e facilita a criação de programas mais personalizados através da comparação dos diferentes perfis.

Atualmente, o sistema está presente nos EUA, China, Portugal e Suécia, e a “tecnologia é utilizada diariamente por mais de 100 pessoas.” Já traba-lham em conjunto com dez centros de reabilitação e seis hospitais e o objetivo é continuar a crescer até a tecnologia funcionar “quase como um terapeuta caseiro.” E Marlene acha que não há razão para os fisioterapeu-tas se sentirem ameaçados com algo que “só vai complementar.”

Rede social para a saúde

Outra empresa que está a inovar no campo da medicina é a Bare (Better Healthcare), que consiste numa “pla-taforma tecnológica que tem como objetivo ajudar as pessoas na gestão da sua saúde, desde a prevenção até à cura, passando pela convivência com a doença no caso de patologias cróni-cas. De acordo com Francisco Mira Duarte, o diretor-geral, trata-se, no fundo, de uma “rede social dedicada à partilha de informação clínica im-portante para cada utilizador onde lhe será oferecida a informação relevante para fazer uma adequada gestão da sua saúde”. Uma das vertentes do pro-jeto será a possibilidade de comparar alguns fatores, como “agenda, preço, indicadores de qualidade clínica ou localização” na escolha de unidades de saúde ou profissionais de saúde e mar-cação e pagamento de atos clínicos.

A grande inovação está na introdu-ção de “um modelo de inteligência ar-tificial” a partir de um “livro da saúde” construído com base “nas interações correntes dos consumidores de saúde” e otimizado através de “recomenda-ções e alertas” específicos do utente. Esta funcionalidade permite que, por exemplo, “quando vamos a uma con-sulta, a plataforma nos identifique o subconjunto de informação relevan-te que ajudará o médico a formular um diagnóstico e uma terapêutica”. Práticas que podem “evitar gastos redundantes” e ser um “benefício para a sociedade”.

Tiago [email protected]

Startups ao serviço da medicina

O empreendedorismo na área da Saúde dá cada vez mais cartas na adaptação das tecnologias do dia a dia às necessidades dos doentes

Nuno Sousa Diretor do Centro Clínico Académico do Hospital de Braga

José Paiva Chefe de Serviço de Medicina Interna do Hospital de São João

Estamos interessados em perceber como é que a exposição ao stresse nos influencia.” É assim que

Nuno Sousa resume a vertente mais importante da sua investigação. A partir do estudo “da função do cérebro em animais expostos muito cedo a stresse” foi possível definir modelos neurológicos mais completos. “Por exemplo, descobrimos que níveis de dopamina elevados em alguns circuitos neuronais resultam numa maior propensão para o uso de substâncias de abuso”, conta. Uma situação para a qual já desenvolveram uma abordagem terapêutica. A equipa também tem sido inovadora no estabelecimento de “ligações entre Alzheimer, depressão, e comportamentos obsessivos-compulsivos” e já demonstrou que “o stresse crónico afeta a tomada de decisões”. A meta centra-se agora em “recuperar pessoas”. Ambição natural, naquele que apresenta como “um dos melhores centros mundiais de neuroanatomia”.

Reduzir as infeções hospitalares no doente crítico é o grande objetivo do trabalho levado a cabo por José Paiva a partir

do Porto. “Temos dado especial atenção a infeções graves que determinam internamento em unidades de cuidados intensivos, cuja forma de apresentação se designa por sépsis”, revela. Nesse campo, o grupo de trabalho liderado pelo médico já realizou dois grandes estudos nacionais, que permitiram chegar à conclusão que a “identificação precoce destas situações e o início imediato do tratamento com antibiótico adequado e estratégias de suporte de órgãos vitais podem fazer a diferença entre a vida e a morte.” Por isso, criou-se um algoritmo de avaliação para aumentar a eficácia na prevenção, sob a designação de via verde da sépsis, onde o Hospital de São João foi pioneiro. Duas estratégias que contribuíram para reduzir a mortalidade em cerca de 10% nos últimos dez anos.

Neurologia do stresse

Infeções e sépsis

O que estamos a investigar em Portugal

UM^PROJETO

não inovarestá adequado à efetividade do tra-tamento”, afirmou o presidente do Infarmed, Henrique Luz Rodrigues.

O responsável pela autoridade na-cional no sector explicou ainda que hoje estão em cima da mesa questões como a parte do custo da investigação que deve servir para definir o preço. Além disso, cada vez mais “é preciso medir os ganhos que os novos medi-camentos trazem”.

E o Coordenador Nacional para a Reforma dos Cuidados Primários, Henrique Botelho, concordou. “O sobrediagnóstico e o sobretratamen-to são desafios para os sistemas de saúde.” Por isso, é preciso apostar no acompanhamento estruturado do doente e não apenas no tratamento agudo. “Os cuidados primários são a base dos cuidados de saúde e devem ser cómodos.” Por exemplo, “além do médico, é preciso uma equipa de saú-de para nos dar alguma segurança”.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, encerrou a con-ferência com a garantia de que o SNS está no caminho certo. “Estamos en-volvidos em diálogos na UE para que possamos conseguir um bem maior: que nenhum cidadão europeu fique afastado da boa inovação, da inovação que é disruptiva, por razões de nature-za económica.”

[email protected]

Henrique Luz Rodrigues, Constantino Sakellarides e

Henrique Botelho não se furtaram aos temas polémicos

“É preciso medir os ganhos dos novos medicamentos. Dos 2,6 milhões de euros que, em média, custa a investigação, metade é custo do capital”Henrique Luz Rodrigues Presidente do Infarmed

“O princípio de exigir que ‘pague quem dá despesa’ faz sentido em áreas como a Fiscalidade ou a Economia, mas não na Saúde. O modelo europeu é social e deve ser para manter”Constantino Sakellarides Professor catedrático da Escola Nacional de Saúde Pública

“Portugal tem dado passos certos, mas ainda falta percorrer muito caminho para que os serviços de saúde não continuem a ser apenas para prestar cuidados na doença”Henrique Botelho Coordenador Nacional para a Reforma dos Cuidados Primários

“O Serviço Nacional de Saúde está a fazer bem mas temos de conseguir ser mais eficientes. O Ministério é da Saúde e não da doença”Adalberto Campos Fernandes Ministro da Saúde

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A19

Tiragem: 140038

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 55

Cores: Cor

Área: 10,26 x 13,93 cm²

Corte: 1 de 1ID: 64746128 05-06-2016

DISCURSO DIRETO

Machado Caetano: médico e professor catedrático, sobre os 35 anos do vírus da sida

"A PREVENÇÃO DEVE COMEÇAR NA INFÂNCIA" e CM: A sida deixou de ser uma doença relacionada com a morte prematura para ser doença crónica. Uma cura estará para breve? Machado Caetano - É de uma enorme importância coleti-va a evolução no tratamento da doença, apesar de ainda não haver uma cura e não sabemos quando existirá. No entanto, continua a ser dra-mático o elevado número de infeções, designadamente os casos de transmissão entre mãe e filho e ainda de jovens, que não usam proteção. - O que deve ser feito para se prevenirem novos casos? - Deve haver uma aposta na

educação para a saúde e a prevenção deve começar na primeira infância, durante o ensino pré-escolar. Nessa idade deve-se co-

meçar a ensinar o respeito pelo outro, a falar de sexo e a destruir os mitos que são er-rados. Essa informação deve ser dada por quem tem for-mação, para ensinar bem. - Sai mais caro ao Estado o tratamento que a prevenção. - É catastrófica a despesa pública com os tratamentos, que permitem uma vida lon-ga aos doentes. Por isso, o investimento que falta fazer é na prevenção (mais infor-mação na pág. 17) . • C.S.

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A20

Tiragem: 140038

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 17

Cores: Cor

Área: 5,48 x 8,69 cm²

Corte: 1 de 1ID: 64745966 05-06-2016

INFEÇÃO

Sida sem vacina 35 anos depois 0 Trinta e cinco anos após a descoberta da Sida ainda não há uma vacina, mas os medica-mentos aumentaram a espe-rança e a qualidade de vida dos doentes. A infeção provocada pelo vírus da imunodeficiência humana deixou de representar uma sentença de morte para ser uma doença crónica.

Em Portugal foram registados 53 072 casos de Sida, doença que fez 25 milhões de mortes no Mundo (mais na pág. 55). •

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A21

Tiragem: 70287

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 4

Cores: Cor

Área: 25,50 x 30,00 cm²

Corte: 1 de 3ID: 64753030 06-06-2016

Vendas aumentam 50%

Nos meses de abril, maio e junho, a venda produtos para a perda de peso aumentou 48,2% em 2015, o que representa quase seis milhões de embalagens de produtos destinados à perda de peso. No mesmo período, os produtos de emagrecimento au-mentaram 26,3%.

Apreendidas 3500 embalagens

Em janeiro, a ASAE apreendeu 3500 emba-lagens de suplementos alimentares que se destinavam a vendas fora das farmácias e parafarmácias. Em 2015, em 200 ações de inspeção, foram instaurados 16 processos de contraordenação. A ASAE encontrou produ-tos com rotulagem e publicidade irregular e sem autorização de venda ao público.

e Primeiro Plano

( ) \ )111ell' atile% \

114 ) ano passado em trés meses foram compradas seis

)(..s de embala4,2;ens ilu produtos para emagrecer.

\ k'dicos alertam para t ) laci4 ► de nào serem testados

Gastamos 75 milhões para ficar em forma

Emília Monteiro sociedadetajn.pt

► As vendas de suplementos nutri-cionais e para a perda de peso atin-giram, entre maio de 2015 e abril de 2016, cerca de 75 milhões de euros nas farmácias e parafarmácias por-tuguesas. Os números, correspon-dentes a doze meses, estão divididos por três áreas: vitaminas e suple-mentos nutricionais, com quase 56 milhões de euros de vendas; produ-tos para a perda de peso, com um consumo próximo dos 18 milhões; e os produtos de emagrecimento (substitutos de refeições) em últi-mo, com um milhão e meio de eu-ros em vendas.

O pico das vendas ocorre nos meses antes do verão. Em abril, maio e junho do ano passado, foram vendidas mais de 13 milhões de em-balagens de vitaminas e suplemen-tos. Nos produtos para a perda de peso, registou-se a venda de quase seis milhões de unidades, número que representa um aumento de 50% em relação ao período homólogo do ano anterior.

Números preocupam médicos Maria Helena Cardoso, presidente do colégio de endocrinologia da Or-dem dos Médicos revelou surpresa com o valor das vendas. "Preocupa-me que exista tão pouca legislação sobre este tipo de produtos e que a maioria deles nem dependa, se-quer, da autorização do Ministério da Saúde, mas do Ministério da Agricultura e da Direção-Geral de

Alimentação e Veterinária", afir-mou.

"O facto de não serem conside-rados medicamentos e não estarem sujeitos à mesma exigência faz au-mentar a preocupação", disse Ma-ria Helena Cardoso. Apesar de se-rem vendidos em farmácias e para-farmácias (os dados são da consul-tora IMS Health). os produtos para emagrecimento e perda de peso. bem como os suplementos vitamí-nicos, não necessitam de receita médica e dependem, em grande medida, "da publicidade que é feita a cada produto".

"A saúde não pode depender da publicidade e muitos destes produ-tos são compostos por ingredientes que podem prejudicar gravemente quem os toma", salientou ainda a médica. Também Davide Carvalho, da Sociedade Portuguesa para o Es-tudo da Obesidade, teme o uso e o abuso de substâncias "milagrosas".

"As pessoas agarram-se a tudo" para, supostamente, terem uma vida melhor. É verdade que não existe nenhum medicamento para a obesidade e, nesta área, por exem-plo, as pessoas acreditam em todas as promessas de que vão emagre-cer através da toma de medicamen-tos e sem mudar hábitos de alimen-tação e sedentarismo", referiu Davi-de Carvalho.

Os ginásios demarcam-se destas vendas. Armando Moreira, da Asso-ciação de Empresas de Ginásios e Academias de Portugal, garante que "dos 1300 ginásios existentes, todos têm o apoio de nutricionistas". •

o que são

Vitaminas e suplementos São produtos específicos e "locali-

zados", destinados a uma função es-pecífica no organismo. São, sobretu-do, usados por desportistas e como complemento de dietas.

Produtos para perda de peso • Destinam-se a depurar o corpo, existem de várias marcas e não precisam de receita médica. Pre-tendem acelerar o metabolismo, eliminar gordura e também apetite.

Produtos de emagrecimento • São substitutos de refeições como por exemplo, gelatinas, batidos e io-gurtes. Em vez de uma refeição nor-mal, os consumidores alimentam-se com produtos alternativos.

números

700 mil pessoas estão Inscritas em ginásios em Portugal.

1300 ginásios estão registados no país. Todos garantem ter o apoio de nutricionistas.

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Tiragem: 70287

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 5

Cores: Cor

Área: 25,50 x 30,00 cm²

Corte: 2 de 3ID: 64753030 06-06-2016

flash : "O segredo é adotar estilos de vida saudáveis"

Alexandra Bento Bastonária da Ordem

dos Nutricionistas

Os produtos de emagreci-mento e suplementos são ne-cessários? Assistimos a uma proliferação de suplementos alimentares e nutricionais e a uma generali-zação do seu consumo, estan-do muitas vezes associado a uma publicidade intensiva. ex-cessiva e abusiva. Pode induzir ao consumo desnecessário

e/ou inadequado dos suple-mentos e levar à sobredosa-gem e a efeitos secundários in-desejados.

Mas há casos em que funcio-nam? A perda de peso, para ser efe-tiva. deve ser realizada através de uma alteração dos hábitos alimentares. No entanto, os

suplementos podem ser utili-zados, em caso de evidente necessidade que não possa ser colmatada através da ali-mentação. Mas a intervenção de um nutricionista é indis-pensável.

Serem vendidos em farmá-cias é garantia de qualidade? Se for aconselhado por um

profissional de saúde, tendo este o dever de o esclarecer quanto às vantagens e desvan-tagens do consumo.

Há dietas milagrosas? Não. O segredo para a manu-tenção ou aquisição do peso adequado é a adoção de estilos de vida saudáveis. Só com isso terão o desejado peso saudável.

Domingos Gomes, especialista

em medicina desportiva

Os perigos que se escondem neste tipo de produtos ALERTA "Estes produtos depen-dem muito da publicidade e, ape-sar de existirem cada vez mais marcas no mercado. há de tudo: desde produtos que são apenas placebos até aos que contêm sub-stâncias que podem ser dopantes", disse ao IN Domingos Gomes, du-rante anos médico do Futebol Clube do Porto e especialista em medicina desportiva.

A Autoridade Europeia de Segu-rança Alimentar (AESA) permite a Inclusão nos rótulos dos suplemen-tos de indicações como "baixo va-lor energético", "baixo teor de açú-cares" e "fonte de fibra". Contudo

proíbe palavras como "prevenção", "tratamento" ou "cura".

O Observatório de Interações Planta-Medicamento (0IPM), a fun-cionar na Universidade de Coimbra, regista e estuda casos, como o pró-prio nome indica, de plantas e pro-dutos naturais que, usadas em con-junto com medicamentos, podem ser prejudiciais.

O observatório alerta para os pe-rigos associados à toma indiscrimi-nada de suplementos alimentares e outros produtos naturais. Sobretudo para os idosos, com doenças associa-das e já medicados. Em surdina, são muitas as críticas ao facto de os "me-

dicamentos" para dietas serem ê6n siderados suplementos e, por isso, estarem isentos de ensaios clínicos.

São vários os casos que já passa-ram pelo Observatório da Universi-dade de Coimbra. O chá de hiperi-cão é uma planta medicinal bastan-te usada, não só como "antidepres-sivo" mas também socialmente como chá para consumo, em casa ou no café. Até pode ser saboroso, mas interfere com medicamentos ansiolíticos, antiagregantes plaque-tares, antiasmáticos, antidepressi-vos, anti-histamínicos, pílulas con-tracetivas e medicamentos oncoló-gicos, entre outros.

"Nenhum tratamento deve ser iniciado sem a supervisão de um médico ou nutricionista, mesmo que o produto seja vendido numa farmácia ou parafarmácia", afirmou Alexandra Bento, bastonária da Or-dem dos Nutricionistas.

Também o sumo de laranja, usa-do muitos vezes para acelerar o me-tabolismo, tomado em exagero pode provar danos. Ao acelerar a di-gestão de gorduras e açúcares, ace-lera também os medicamentos que possa estar a tomar, diminuindo ou anulando os efeitos pretendidos.

"Se a publicidade diz que deter-minado produto emagrece, as pes-soas acreditam. Mas esquecem-se que esses produtos são compostos por substâncias em quantidades que podem ser perigosas e até fa-tais em consumidores com proble-mas de rins, hepáticos ou insufi-ciência cardíaca", finalizou Domin-gos Gomes. •

Cátia sabe que devia falar com um médico mas imita as amigas NA PRIMEIRA PESSOA "Passo o dia sentada, as minhas refeições são como calha e quero estar apresen-tável em biquini". São estes os mo-tivos apresentado por Cátia, 27 anos, funcionária de um call-cen-ter, no Porto, para "tomar remédios para emagrecer".

Antes das férias e "a seguir a fes-tas como o Natal", Cátia vai à farmá-cia e compra "laxantes, diuréticos e uns comprimidos para expulsar as gorduras do corpo". "Eu sei que de-veria falar com um médico ou um nutricionista sobre os medicamen-tos que tomo. Mas como tenho ami-gas que também tomam e dá resul-tado, nem perco tempo", afirma.

Após duas semanas a "tomar os remédios e a beber muita água", ga-rante que perde cerca de cinco qui-los. "Também fazemos a mesma coisa antes de festas em que temos que estar todas 'pipis'", brinca. Cá-tia compra os produtos em farmá-cias, sem necessidade de apresen-tar receita médica. "Penso que são medicamentos de venda livre, com exceção dos comprimidos para a gordura (os mais caros) mas, mes-mo esses, não há problemas em

comprar, desde que pagues o pre-ço total", explica.

Sem tempo para fazer ginástica e sem "dinheiro para fazer tratamen-tos de emagrecimento em clínicas". a jovem, licenciada em Marketing, segue o exemplo das amigas e da mãe que, "de vez em quando, tam-bém toma umas coisas para ema-grecer". E finaliza: "Faz-me confu-são o moralismo das pessoas que dizem que não tomam nada para emagrecer e depois bebem litros e litros de chás que lhes deixam o sis-tema nervoso todo alterado". •

São medicamentos de venda livre, à exceção dos comprimidos para a gordura. Mas mesmo esses não há proble-mas, desde que pagues o preço total" Cátia 27 anos, operadora de call-center

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Tiragem: 70287

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 14,10 x 16,50 cm²

Corte: 3 de 3ID: 64753030 06-06-2016

e Gastamos 75 milhões de euros por ano em suplementos nutricionais

e para a perda de peso Substâncias "milagrosas" vendem-se em

farmácias e parafarmácias mas podem ser perigosas para a saúde P.4 e 5

Médicos denunciam uso abusivo de produtos para ficar em forma

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A24

Tiragem: 98300

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Informação Geral

Pág: 18

Cores: Cor

Área: 28,20 x 44,50 cm²

Corte: 1 de 2ID: 64738594 04-06-2016

O Governo está entre dois fogos na questão da ADSE. PSD e CDS aumentaram para 3,5% o valor das contribuições dos trabalha-dores do Estado para aquele sub-sistema de assistência de saúde e defendem que só assim se garan-te a sustentabilidade do modelo. Comunistas e bloquistas querem reduzir o valor das contribuições, perdido em 2013 no quadro das medidas da troika. A última alte-ração aumentou a contribuição de 2,5 para 3,5%. As propostas agora lançadas a debate pelo PS optaram por nem tocar no as-sunto. E deslocaram o centro da discussão para quem mais pode vir a ter acesso à ADSE.

PCP e Bloco de Esquerda re-servam uma tomada de posição sobre a reforma deste subsistema de saúde. Alegando não terem ainda analisado em profundidade o documento posto à discussão pública, os dois partidos que sus-tentam o Governo evitam, por enquanto, criar um ponto de discórdia. Mas não será o único. Os socialistas admitem alargar o acesso da ADSE, mas ainda não é claro entre a maioria de esquer-da qual pode ser a extensão do leque de futuros beneficiários. Já à direita, o CDS aproveitou para marcar posição e logo no con-gresso que a elegeu como líder, Assunção Cristas fez bandeira da possibilidade de estender a todos os trabalhadores — mesmo do privado — o acesso ao sistema até agora fechado a funcionários públicos, militares e agentes de segurança. A mesma proposta é, a única em análise atualmente em sede parlamentar, a partir de uma petição que reclama o acesso à ADSE “a todos os trabalhadores portugueses”, por considerarem a atual situação “uma discrimina-ção injusta e injustificada”.

Com a participação de João Se-medo, do economista Eugénio Rosa (responsável do gabinete de estudos da CGTP e militante do PCP) e da deputada bloquista Joana Mortágua, entre outros, o Bloco de Esquerda realiza hoje um debate à porta fechada so-bre o subsistema de saúde dos funcionários públicos. “ADSE: para quê e para quem?” é o mote da iniciativa do Bloco que, em fevereiro, durante a discussão do OE defendeu a descida da comparticipação dos utentes, ci-tando documentos do Tribunal de Contas que situam a taxa em 2,1% e 2,85%, em função de dife-rentes cenários. De resto, o BE concorda com o alargamento da ADSE aos cônjuges e filhos até 30 anos (até agora a idade é de 26), mas defende que os familiares do utente não devem arcar com qualquer desconto na folha de salário. Também o PCP concorda com alargamento da ADSE a côn-juges, exige um desconto inferior a 3,5% e aceita o alargamento do subsistema aos funcionários do Sector Empresarial do Estado e de outras entidades públicas.

“Há condições de alargar o número de beneficiários e asse-gurar a redução dos descontos dos trabalhadores para a ADSE. É com esse objetivo que vamos trabalhar”, garantiu então a de-putada comunista Rita Rato.

Paulo Paixão e Rosa Pedroso Lima

[email protected]

PS desvia debate sobre taxas

A divergência política é sobre a contribuição de 3,5%: PSD e CDS estão a favor, BE e PCP contra. Governo nem fala nisso

Mais 370 mil pessoas vão poder ter ADSE

Vera Lúcia Arreigoso

Um diagnóstico à ADSE — Direção--Geral de Proteção Social aos Trabalha-dores em Funções Públicas revela que o prognóstico é re-servado, prevendo--se que apenas seja

capaz de manter a saúde financeira até 2019. Peritos consultados pelo Go-verno são unânimes na prescrição do tratamento mais eficaz para o subsis-tema de saúde dos funcionários públi-cos: transição para o domínio privado, abertura a mais beneficiários e menor liberdade de escolha de serviços.

“Estudos tutoriais feitos em 2015 mostraram que a receita continuará a ser superior à despesa por mais três a quatro anos. Se o ritmo da despesa se mantiver, 26% nas convenções e 2% no regime livre, a receita deixará de ser suficiente para fazer face à despe-sa em 2019”, explica o diretor-geral da ADSE, Carlos Liberato Baptista.

Mexer no que é pago pelos benefi-ciários está, na opinião do responsável pela ADSE, fora de questão. “Os 3,5% são um valor muito elevado, mas não pode diminuir. Foi ponderada a hipó-tese de reduzir 0,5% e a perda seria de 80 milhões de euros, colocando as receitas muito próximas da despesa.”

Ter mais titulares a contribuírem é uma das alternativas. Todos os espe-cialistas a quem o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, pediu planos para fazer a reforma defendem a abertura da ADSE.

A Entidade Reguladora da Saúde (ERS), cujo relatório final está pron-to há duas semanas, propõe o “alar-gamento do regime de concessão de benefícios de saúde do subsistema a cidadãos até agora dele excluídos”. Em concreto e como é objetivo do Governo, “a todos os cônjuges dos be-neficiários titulares e a descendentes até aos 30 anos sem rendimentos e em coabitação com o beneficiário”.

Já a comissão de economistas pre-sidida por Pedro Pita Barros, que esta semana entregou um relatório preliminar, afirma que “podem ser associados os trabalhadores das Ad-ministrações Públicas com contrato por tempo indeterminado ou com con-tratos a termo com duração superior a seis meses”.

Inatel, Cruz Vermelha e Santa Casa na lista de adesões

Cálculos feitos em 2015 estimam um total de 370 mil potenciais novos titulares. “Serão mais 70 mil traba-lhadores das Administrações Públi-cas, sector Empresarial do Estado (EPE), associações ou fundações que se substituem ao Estado como o Ina-tel, a Cruz Vermelha Portuguesa ou a Santa Casa da Misericórdia. E mais 110 a 300 mil familiares e depen-dentes”, adianta o responsável pela ADSE. À exceção dos que não têm rendimentos, todos devem pagar. “O equilíbrio financeiro depende de estes novos beneficiários serem con-tribuintes do sistema. Tal condição é igualmente necessária para que

não se criem novos mecanismos de solidariedade dentro da ADSE”, ad-verte a ERS.

O reforço do subsistema pressupõe uma estrutura independente do Esta-do, concentrada nas mãos dos bene-ficiários. Uma associação mutualista, com um modelo jurídico de pessoa coletiva de direito privado, de tipo associativo, sem fins lucrativos e de utilidade pública administrativa é o modelo votado tanto pelos economis-tas como pelo regulador. A equipa de Pita Barros não exclui o recurso a uma seguradora privada e a ERS afasta os sindicatos, por representarem somen-te 40% do universo do subsistema.

Ao Estado deverá ficar reservado o papel de ‘progenitor atento’. “É funda-mental que possa dispor plenamente dos excedentes financeiros gerados anualmente, extinguindo-se qualquer possibilidade de reversão para o Esta-do e possibilitando o seu investimen-to”, escrevem os peritos da ERS. Já a comissão de economistas refere que não deverá haver “intervenção direta na gestão executiva e responsabilida-de financeira sobre essa gestão”.

Ter mais beneficiários não vai che-

gar para o sucesso do tratamento prescrito à ADSE. O Regulador ad-verte ser igualmente importante au-mentar a previsibilidade dos gastos, isto é, “um maior controlo do cresci-mento da despesa nos próximos anos, o que poderá passar pelo promoção da substituição do regime livre [o be-neficiário vai ao prestador que quer e recebe uma comparticipação pelo que gastou] pelo convencionado [com acordo e preços preestabelecidos]”.

Ao Expresso, o presidente da ERS, Jorge Simões, afirma que a transição não deve ser abrupta, podendo pas-sar pela constituição de uma comis-são instaladora. Um ‘corte umbilical’ faseado que os economistas consul-tados também defendem, sugerindo mesmo um período de dois anos.

Depois, o Estado deverá manter-se vigilante, recomendando-se mesmo a possibilidade de uma intervenção de emergência. “Em condições excecio-nais que coloquem em causa o normal funcionamento da entidade, a auto-nomia do conselho de administração pode ser restringida pelo Estado em função dos resultados apresentados, quer ao nível operacional, quer ao nível do equilíbrio económico e finan-ceiro, ou sempre que a avaliação do desempenho dos administradores e da qualidade da gestão se revele negati-va”, adverte a comissão.

Jorge Simões afirma, no entanto, que os beneficiários da ADSE nada de-vem temer. “Não vão sentir a mudança e se sentirem será para melhor. Além disso, se acontecer o pior há sempre um sistema de retaguarda: o Serviço Nacional de Saúde, universal para todos os portugueses e com o qual o Estado deve, de facto, preocupar-se.” Pita Barros não faz, para já, comentá-rios. O relatório preliminar está em discussão pública, a versão final será entregue no final do mês e só depois deverá pronunciar-se. Igual silêncio ‘ouve-se’ entre a equipa ministerial. O gabinete de Adalberto Campos Fer-nandes vai esperar pela conclusão dos trabalhos em curso.

[email protected]

Consultas, sobretudo de otorrino, oftalmologia e medicina dentária são dos atos médicos no privado mais procurados pela população

Reforma Diretor do maior subsistema de saúde diz que a despesa ficará por pagar já em 2019 se a receita não aumentar. Economistas e Regulador defendem transferência para o domínio privado

SO CIEDADE SAÚDE

FOT

O G

ETT

Y

BENEFICIÁRIOS

1,3milhões de pessoas estavam abrangidas pelo subsistema de saúde dos funcionários públicos no final de 2015. Do total de titulares, 40% eram ativos, 27% aposentados e 32% familiares. Em 2014, com o aumento da contribuição de 2,5% para 3,5%, o número de renúncias aumentou 600% face ao ano anterior: de 428 para 2965 pedidos. Em 2015 a ADSE perdeu 1265 beneficiários

PERFIL

^ A Assistência na Doença aos Servidores Civis do Estado (ADSE) foi criada em 1963 e tem sido alvo de alterações na designação, embora mantendo a sigla. Atualmente chama-se Direção-Geral de Proteção Social aos Trabalhadores em Funções Públicas

^ Financia o tratamento, a reabilitação e a vigilância da saúde em unidades privadas e do sector social. Assegura ainda a verificação da doença, com visitas domiciliárias e juntas médicas Página 24

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Tiragem: 98300

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Informação Geral

Pág: 40

Cores: Preto e Branco

Área: 4,86 x 2,96 cm²

Corte: 2 de 2ID: 64738594 04-06-2016ADSE para mais 370 mil Economistas e o regulador defendem a transferência da ADSE para o domínio privado e aumento dos beneficiários. A sustentabilidade só está garan-tida até 2019. P18

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A26

Tiragem: 32857

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 15

Cores: Cor

Área: 11,26 x 30,68 cm²

Corte: 1 de 1ID: 64738463 04-06-2016

O Sindicato dos Enfermeiros Por-

tugueses (SEP) quer fechar, até ao

fi nal da próxima semana, um acordo

colectivo transitório para que a 1 de

Julho todos os enfermeiros possam

ser abrangidos pelas 35 horas, in-

cluindo os que têm contrato indivi-

dual de trabalho. E, caso haja uma

“deriva” do Governo, o SEP ameaça

avançar para formas de luta, sem

excluir a greve.

“A nossa expectativa é que nesta

reunião [da próxima segunda-feira, 6

de Junho] sejam fi xadas as reuniões

necessárias até dia 9 de Junho para

fechar o acordo colectivo de trabalho

parcelar e transitório que permita

que, a 1 de Julho, as 35 horas sejam

aplicadas aos enfermeiros com con-

trato individual de trabalho”, afi r-

mou ontem o presidente do SEP,

José Carlos Martins.

O dirigente sindical deixa um avi-

so: “Caso haja qualquer deriva do

Ministério da Saúde, os enfermeiros

saberão responder com formas de

luta.” Em causa estão as promessas

feitas aos enfermeiros pelos ministé-

rios da Saúde e das Finanças, que, a 4

de Maio, “assumiram o compromisso

de aplicar as 35 horas semanais aos

enfermeiros detentores de contrato

individual de trabalho a 1 de Julho”.

Na quinta-feira, a Assembleia da

República aprovou uma lei que re-

Enfermeiros querem fechar já acordo para 35 horas

põe as 35 horas no Estado, mas que

abrange apenas quem tem contra-

to de trabalho em funções públicas,

deixando de fora os trabalhadores

do Estado com contrato individual.

A redução do horário semanal para

estes trabalhadores está dependente

da negociação entre sindicatos e or-

ganismos públicos. No caso dos en-

fermeiros, José Carlos Martins consi-

dera que o acordo pode ser concluí-

do durante a próxima semana.

Mais mil enfermeiros“Em bom rigor, estamos a falar de

duas folhas A4 e de uma cláusula

que fi xa o horário semanal nas 35

horas”, disse ao PÚBLICO, explican-

do que em cima da mesa está uma

proposta de acordo colectivo de

trabalho parcelar e transitório que

apenas regula o horário. Este meca-

nismo permite agilizar a aplicação

das 35 horas e, mais tarde, terá de

haver um acordo global onde essa

matéria será incluída, acrescenta. O

SEP destaca que a lei entra em vigor

a 1 de Julho para todos os trabalha-

dores com contrato de trabalho em

funções públicas e que não está pre-

visto qualquer faseamento.

A norma transitória que está pre-

vista no diploma, explica José Carlos

Martins, prevê que nos serviços on-

de haja “comprovadamente” difi cul-

dades em garantir a continuidade e

a qualidade das respostas aos cida-

dãos terão de ser negociadas “solu-

ções adequadas” entre o ministério

que tutela o organismo em causa e

os sindicatos. Nessas soluções “não

entra legalmente a aplicação faseada

das 35 horas”, diz o SEP, que consi-

dera que só podem estar em cima da

mesa três hipóteses: a contratação

de pessoal, a gestão de horários e o

trabalho extraordinário.

José Carlos Martins reconhece

que, até haver a admissão do nú-

mero de enfermeiros necessários

para colmatar a falta de pessoal, “vai

haver um período em que vai ter de

se fazer uma gestão dos horários”,

mas isso não é razão para que as 35

horas não entrem em vigor. Quanto

à hipótese de vir a compensar os en-

fermeiros que tenham de trabalhar

mais do que 35 horas a partir de 1 de

Julho com mais dias de férias, o SEP

garante que ela nunca foi colocada

em cima da mesa nas reuniões com

o Ministério da Saúde.

O sindicato prevê que será neces-

sário admitir entre 900 e 1000 en-

fermeiros para aplicar as 35 horas,

existindo nos hospitais-empresa bol-

sas de recrutamento que permitem

agilizar as admissões.

Função públicaRaquel Martins

Sindicato reúne-se com o Governo na segunda--feira e vai propor solução para alargar 35 horas aos contratos individuais

O sindicato não exclui a greve, “em caso de deriva” do Governo Página 26

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Tiragem: 14968

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Economia, Negócios e.

Pág: 16

Cores: Cor

Área: 25,70 x 29,61 cm²

Corte: 1 de 1ID: 64752898 06-06-2016

Os sindicatos têm denunciado irregularidades nas rescisões no Novo Banco.

PARLAMENTO 25 mil trabalhadores 35 horas podem da Saúde dependentes ser inconstitucionais do acordo colectivo

O projecto-lei do P5, aprovado pelo Parlamento na semana passada, pode violar o artigo da Constituição que impede aumento da despesa prevista no Orçamento do Estado, alertou este domingo Marques Mendes.

Miguel Baltazar

MANUEL ESTEVES [email protected]

O projecto-lei do PS que re-duz o horário semanal na Função Pública de 40

para 35 horas pode ser inconstitu-cionaL O alerta partiu de Luís Mar-ques Mendes, este domingo à noi-te, na SIC : "esta lei, se for ao Tribu-nal Constitucional, pmvavehnente é declarada inconstitucional".

Em causa está o artigo 167° da Constituição da República Portu-guesa que, no seu n°2, impede os grupos parlamentares de apresen-tarem diplomas que aumentem a despesa ou reduzam a receita do Estado prevista no Orçamento do Estado do mesmo ano. "Os depu-tados, os grupos parlamentares [..] não podem apresentar projectos de lei, propostas de lei ou propos-tas de alteração que envolvam, no ano económico em curso, aumen-to das despesas ou diminuição das receitas do Estado previstas no Or-çamento", diz o texto fundamen-tal. "É a chamada lei travão", lem-bra o comentador da SIC .

Ora, dado que esta é uma ini-ciativado Parlamento, em concre-to do grupo parlamentar do PS; que entra em vigor a meio do ano; e que "potencialmente" aumenta a despesa, estalei "é flagrantemen-te inconstitucional", conclui.

Ao longo da discussão, o PS sem-pre garantiu que nãohaveria um au-mento dadespesae o projecto-leipa-rece salvaguardar essa questão. O texto que foi aprovado pela Assem-bleiada República nasemanapassa-daestabeleceque adespesa com fun-cionários públicos não pode exceder osmontantesdaexecu 'çáoonsnmen-tal de 2015 acrescidos das reposições salariais previstas para este ano. Ad-mite-se apenas uni acréscimo da

despesa quando "razões excepcio-nais fundadamenteojustifiquem" e medianteautorização das Finanças.

Por outro lado, o ministro da Saúde, que tutela o ministério onde são maiores os riscos orça-mentais desta medida, já disse no Parlamento que a despesa associa-da ao eventual reforço de pessoal tem um custo que se encontra "dentro da reserva orçamental de-finida" em matéria do Orçamento do Estado para 2016.

'Para Marques Mendes, cuja ar-gumentação pode ser lida na sua co-

luna no Negócios (ver página 29), a possível inconstitucionalidade não é o único problema. "É alei mais pe-rigosae absurdaqueoGovemo apro-vou nestes seis meses. É um sinal er-rado em todas as direcções": para a Europa, onde apenas três países têm 35 horas no Estado; para os portu-gueses,criando aideiadequehádois países (o doprivado, com 40horas; e °público); eparaos própriosfuncio-náriospúblicos, aodiscriminaraque-les que têm contrato individual de trabalho, que não tem acesso auto-mático às 35 horas. •

Serão cerca de 25 mil os traba-lhadores de várias carreiras da Saúde que, por terem um con-trato individual de trabalho que estabelèce 40 horas, estão de-pendentes de um acordo colec-tivo que lhes garanta a redução do período normal de trabalho, de acordo com o Sindicato dos Enfermeiros (SEP).

A lei aprovada na semana passada repõe as 35 horas para quem tem contrato de trabalho em funções públicas mas não se aplica aos contratos individuais, sujeitos à lei laborai do privado.

As estimativas do Sindicato dos Enfermeiros (SEP) in-cluem, além de nove mil enfer-meiros nestasituação, também os trabalhadores de outras car-reiras, como técnicos de dia-gnóstico e terapêutica, técnicos superiores de saúde e'pessoas de carreiras gerais (assistentes técnicos ou operacionais, por exemplo).

A estimativa baseia-se nos dados do balanço social do Mi-nistério da Saúde, explic.a o pre-sidente do SEP, José Carlos MartiaS, que no entanto retirou dos cerca das cerca de 41 mil pessoas que têm CIT -cerca de um terço dos trabalhadores dos hospitais - os médicos (que têm um regime específico) e as pes-

66 São três ou quatro cláusulas. Em qualquer manhã ou tarde se começa e termina um acordo destes. JOSÉ CARLOS MARTINS Presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses

soas com contrato individual que já trabalham 35 horas (cer-cadel1nul), o que acontece nal-guns hospitais. O Negóciosjáti-nha pedido estes dados ao mi-nistério da Saúde, que respon-deu que há dados publicados, mas que não os indiciou com esta desagregação.

Os sindicatos têm feito grande pressão para que sejam assinados acordos colectivos que estendam a estas pessoas. Arménio Carlos, da CGTP, já disse que apoiará uma greve caso o objectivo não seja alcan-çado. ' Para esta segunda-feira está marcada uma reunião no Mi-nistério da Saúde e o SEP vai tentar que o acordo fique fecha-do nos próximos dias. "São três ou quatro cláusulas. Em qual-quer manhã ou numa tarde se começa e se termina um instru-mento destes", afirmou José Carlos Martins em conferência de imprensa, dizendo que espe-ra que o Governo concretize esta negociação ao longo desta semana, de forma a que haja tempo para cumprir todos os procedimentos formais para que o acordo entre em vigora 1 de Julho.

"Se isso não for assumido assim dependerá sempre dos cenários da reunião, mas natu-ralmente que temos de discutir com os enfermeiros as tais for-mas de luta", incluindo mani-festações e greves.O sindicato argumenta que está apenas a exigir o cumprimento de um compromisso assumido por elementos do Governo na reu-nião no Ministério das Finan-ças de 4 Maio. Questionado, o Ministério da Saúde respondeu que "estão adecorrervárias reu-niões e avaliações técnicas e en- -quanto o processo não estiver concluído o Ministério da Saú-de não se irá pronunciar". • ou,

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Tiragem: 98300

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Informação Geral

Pág: 7

Cores: Preto e Branco

Área: 28,20 x 33,21 cm²

Corte: 1 de 1ID: 64738516 04-06-2016

MiguelSousaTavares

reito novo mas de repor o que já existia. É certo que sim, mas o que já existia e foi suspenso pelo anterior governo, vem do tempo anterior à falência do Estado e a sua suspensão foi justificada por ela. Se agora se repõe o que vigorava antes, quererá isso dizer que a situação de excepção que justificou o aumento do horário de trabalho para os funcionários públicos deixou de existir? Não, não dei-xou: antes, se agravou. Portugal não está em guerra — em guerra militar — mas está numa guerra pela independência nacional, que é o direito e o dever de existir como nação independente sem estar na mão dos seus credores. Foi essa guerra perdida que conduziu ao advento de Salazar e a uma ditadura que nos rou-bou a liberdade por 48 anos, em nome do equilíbrio das finanças públicas. Esta gente brinca com o fogo.

Depois, é simplesmente amoral que, continuando nós dizimados e paralisa-dos pelos custos da falência do Estado, os primeiros e únicos a serem aliviados desse fardo sejam os trabalhadores do mesmo Estado que faliu. Então, quem reporá a todos os outros trabalhadores tudo o que eles perderam nos últimos cinco anos por culpa da falência públi-ca, a começar pelos 300.000 postos de trabalho extintos? Não seria obri-gação primeira de um Governo regido pela decência — e de um Governo dito de esquerda, que em seis meses de go-vernação viu desaparecer mais 63.000 postos de trabalho — poupar nos gastos e investir todas as suas poupanças para criar empregos a favor dos que o perde-ram e dos que tiveram de emigrar para sobreviver? Ou a favor das empresas que, como milhares de outras já fali-das, enfrentam igual ameaça, não por-que não sejam viáveis, mas porque, no momento decisivo, lhes falta o crédito corrente sem o qual nenhuma empresa sobrevive? A quem deve o Estado acor-rer primeiro: aos seus trabalhadores, cujos postos de trabalho nunca estão em dúvida, ou a todos aqueles a quem a sua administração displicente conduziu à ruína? Que o PCP, a CGTP ou o BE concentrem toda a sua agenda no apoio aos funcionários públicos, que são o seu eleitorado e tropa de elite, é triste, mas faz parte do jogo político. Mas que o Go-verno da nação, que é do PS, por razões de mera sobrevivência, tenha a mesma agenda, é insuportável.

A seguir, coloca-se uma simples ques-tão de lógica e de decência. Se nos garantem que a redução em 12,5% do horário de trabalho na Função Públi-ca não acarreta qualquer quebra de produtividade nem transtorno para os utentes, isso quer dizer que há 12,5% de funcionários públicos a mais: estarem lá ou deixarem de estar, não faz qualquer diferença. Assim sendo, pergunta-se o que deve fazer um Estado falido: dispen-sar os trabalhadores de que não precisa ou baixar o horário de trabalho a todos?

Alguém tem dúvidas do que faria uma empresa privada na mesma situação?

Todavia, e antecipando essas pergun-tas, o que o programa do Governo previa era que o horário só desceria para as 35 horas se tal não implicasse custos acrescidos — o mínimo de decência. Porém, e sempre sobre pressão dos seus parceiros de malabarismo e dos sindi-catos da Função Pública, o Governo já recuou no seu pudor e agora faz contas aos custos acrescidos nos poucos secto-res onde as 35 horas vão causar mossa e implicar a contratação de novos fun-cionários. Na Saúde, vão ser precisos de imediato 2000 novos enfermeiros e 5000 a prazo para que o SNS — tão acarinhado pelos defensores das 35 ho-ras, que estão sempre a precaver-nos contra as ‘ameaças’ a ele — não entre em ruptura. E na Educação, onde as 35 horas são indiferentes para os pro-fessores (que há muito conquistaram o direito a bastante menos que isso), há que contratar também uns milhares de funcionários auxiliares, sob pena de terem de mandar as crianças para casa mais cedo... e os pais que se amanhem. Ou seja: tirando os felizes contemplados com as 35 horas, todos os outros vão ter de pagar por esse privilégio alheio. É, curiosamente ou não, a história dos contratos de associação com os colégios privados, ao contrário. Alguns dos que defendem o fim desses contratos são agora entusiásticos defensores das 35 horas, como se o princípio que se discute não fosse o mesmo: privilégios privados, custos públicos. No fundo, a história da nossa secular ruína como nação.

E resta, enfim, a mensagem externa que o Governo transmite com isto. Com as 35 horas, vamos ser o país europeu onde o horário da Função Pública é me-nor (com excepção da Irlanda, onde os funcionários públicos trabalham menos 15 minutos por semana). Imagine-se o efeito que isto não terá junto daqueles a quem devemos dinheiro e a quem o BE e o PCP querem exigir uma reestrutu-ração da nossa dívida! Imagine-se o que pensarão os belgas, que por estes dias protestam na rua contra a decisão de aumentar o horário dos funcionários pú-blicos de 40 para 45 horas! Imagine-se a boa vontade que isto não trará àqueles a quem, mais cedo ou mais tarde, teremos de ir pedir perdão parcial da dívida, me-nos juros, mais prazo ou mais dinheiro.

E imagine-se a boa consciência com que, mais cedo ou mais tarde, Antó-nio Costa irá pedir mais impostos aos contribuintes para tapar novos bura-cos nas finanças públicas. É, de facto, uma medida exemplar a todos os títulos. Exemplar do que é governar a favor das corporações, da demagogia e da irres-ponsabilidade. Não temos emenda.

Miguel Sousa Tavares escreve de acordo com a antiga ortografia

Recordemos o princípio de tudo: em 2011, o Esta-do português foi à falên-cia e teve de pedir ajuda internacional, no valor de €78.000 milhões. Esse empréstimo veio juntar-se à dívida já acu-mulada por sucessivos

anos de défices públicos, financiados com outros empréstimos. O serviço da dívida representa hoje 8,5% do total da riqueza do país, o mesmo que nos custa o Serviço Nacional de Saúde, e é o factor que impede o investimento público e paralisa o investimento privado, tolhido pelo massacre fiscal a que a economia é submetida para acorrer aos encargos do Estado.

Em 2011, quem faliu, foi o Estado. E quem pagou e está a pagar os custos dessa falência é a economia e os contri-buintes. Depois, faliu a banca (muito por culpa também da permissividade e falta de vigilância do Estado) e quem pagou e está a pagar os custos dessa falência é a economia e os contribuintes. Depois, é certo, a falência do Estado e da banca acarretaram inevitavelmente a falência subsequente de muitas empresas, de muitos negócios individuais e a perda

de muitas poupanças particulares. Mas estas, tirando o pagamento de algumas pensões de desemprego durante algum tempo, foram absorvidas pelos próprios: porque, quando o Estado vai à falên-cia, pagamos todos; mas quando uma empresa vai à falência, pagam os seus accionistas e trabalhadores. Se fossem privadas, quase todas as empresas públi-cas, da CP à Caixa Geral de Depósitos, já teriam desaparecido há muito no hori-zonte, sem qualquer dor para os contri-buintes. Mas, como são públicas, podem acumular prejuízos sobre prejuízos, que nós cá estamos para os cobrir.

Na história da reposição das 35 horas de trabalho na Função Pública — que, por pressão do BE e do PCP, irá ine-vitavelmente estender-se também a todos os trabalhadores do Estado que não são funcionários públicos — há vários ângulos de análise, mas todos conduzem à conclusão de que se trata de uma medida indecente, uma verda-deira ofensa pública.

Comecemos pela justificação de Antó-nio Costa: não se trata de atribuir um di-

Porque é que as 35 horas são uma provocação

O que deve fazer um Estado falido: dispensar os trabalhadores de que não precisa ou baixar o horário de trabalho a todos? Alguém tem dúvidas do que faria uma empresa privada na mesma situação?

ILUSTRAÇÃO HUGO PINTO

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Tiragem: 98300

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Informação Geral

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Área: 28,20 x 17,19 cm²

Corte: 1 de 2ID: 64738587 04-06-2016

CONCURSOS

O Governo não vai extinguir a Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (Cresap) mas quer re-duzir o número de cargos que têm que ir a concurso público. “A Cresap é um progresso em relação ao passado”, disse ao Expresso fonte do Executivo. A declaração serve como res-posta às críticas do presidente da Cresap, João Bilhim, que assume que “seria um atraso

Governo vai reduzir concursos para altos dirigentesPresidente da Cresap alerta que esta “tem evitado que incompetentes sejam nomeados” em função do cartão de partido

civilizacional” acabar com o or-ganismo que regula os concur-sos e a seleção dos dirigentes do Estado.

Ao que apurou o Expresso, o Governo estará a ponderar a hipótese de recuperar uma prática do Governo de José Só-crates — trata-se de distinguir os cargos com funções essen-cialmente técnicas daqueles que exigem confiança política, caso em que deveriam cair em caso de mudança de Governo. O mesmo chegou a ser propos-to pelo PCP, que pretendia dis-tinguir entre os cargos da ad-ministração central do Estado que deviam estar sujeitos a con-curso público e os de natureza

política que, então, ‘cairiam’ no dia em que o Governo que os designou terminasse funções.

João Bilhim não tem “tecni-camente nada a opor” à ideia, mas levanta dúvidas sobre a forma de a levar a cabo: “O grande problema é como es-tabelecer essa divisão de águas entre cargos políticos e cargos de nomeação.” E cita alguns exemplos concretos, isentando a Cresap da responsabilidade das regras que não criou, mas que é chamada a aplicar. “Pode parecer um pouco bizarro que as direções das Administrações Regionais de Saúde (ARS) se-jam exercidas na sequência de concurso e os cargos de admi-nistração dos centros hospi-talares e das unidades locais de saúde, que dependem da-quelas, sejam exercidos com a simples exigência de parecer prévio da Cresap não vincu-lativo”, explica ao Expresso. “Mas essa eventual bizarria prende-se mais com a lei orgâ-nica e a classificação feita por esta destes cargos do que com a Cresap”, conclui.

O presidente da Cresap não tem dúvidas de que é essencial manter em funções o organis-mo que organiza os concursos para a administração do Esta-do. E nem as falhas de casting

do passado servem de pretexto. “O facto de alguns membros do Governo (deste ou do anterior) cometerem erros na designa-ção dos dirigentes não serve de fundamento para defender a extinção da Cresap ou determi-nar o fim dos concursos públi-cos para o exercício de cargos de direção”, diz. Já em final do mandato, João Bilhim susten-ta que o fim do organismo a que preside iria “favorecer a partidarização do aparelho do Estado”. Não que “o objetivo da Cresap tenha sido o de des-partidarizar a administração, isso não consta de nenhum dos artigos da lei”, diz Bilhim. Mas, acrescenta o presidente, “pelo menos tem evitado que incom-petentes sejam nomeados dada a sua filiação partidária”.

Contradições no Governo

“Não existem administrações puras”, ouviu o Expresso de um membro do Governo, que considera que “a boa prática é trabalhar com quem está e quem se sente desconfortável vai embora”. Mas, o certo é que não parece haver consen-so entre os ministros do Exe-cutivo de António Costa sobre o que fazer com a Cresap. O próprio primeiro-ministro dis-

regime de substituição, veio esta semana admitir que a ex-tinção da Cresap “é um assunto que o Governo eventualmente discutirá quando for o momen-to”.

João Bilhim acha que a decla-ração do ministro das Finanças “está alinhada com a minha posição”, na medida em que assume que “as designações em regime de substituição, em-bora compreensíveis e legais, têm sido usadas como oportu-nidade de dar tirocínio a certos candidatos, colocando-os em posição vantajosa no concur-so”. Mas Bilhim também acha que Mário Centeno “enferma de uma maleita que é a febre de produção legislativa”, porque não é necessário mexer na lei existente para resolver o pro-blema. “Basta tão-somente os membros do Governo fazerem gestão previsional de necessi-dade de recursos humanos”, diz. Afinal, “nada na lei impede que se proceda à abertura de concurso, mesmo que o cargo ainda esteja ocupado. As regras de educação e o bom senso ape-nas recomendam que os atuais titulares tenham conhecimento previamente”.

Rosa Pedroso Lima e Luísa Meireles

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se, na semana passada, não ser “particularmente contrário ao modelo” da Comissão e admitiu estar a trabalhar num modelo sobre o qual espera poder dis-cutir com a oposição quando esta “tiver a cabeça mais fria, mais serena e um espírito mi-nimamente construtivo”. O ministro das Finanças, por seu lado, já veio a público defender a alteração das regras de fun-cionamento da comissão e até propõe acabar com as nomea-ções em regime de substituição para os cargos dirigentes. Mas, Vieira da Silva, o ministro da Segurança Social e até agora o recordista das nomeações em

João Bilhim

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Period.: Semanal

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Menos concursos, mais nomeaçõesO presidente da Cresap diz que esta “tem evitado que in-competentes sejam nomea-dos” em função do cartão do partido. Contudo, o Governo quer reduzir os concursos e aumentar os cargos de no-meação política que caem com a legislatura. P16

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Period.: Diária

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Inês Schrsck [email protected]

► O Ministério Público está a inves-tigar indícios de crime num concur-so aberto pelo INEM para recrutar 70 técnicos operadores de teleco-municações de emergência (TOTE). Em causa estão alegadas ilegalida-des denunciadas por um dos candi-datos, que foi demitido ainda no pe-ríodo experitnental. Ao todo, foram excluídos pelo menos 12 técnicos.

Um dos trabalhadores demitidos, que pediu para não ser identificado, queixa-se de ter sido penalizado após ter denunciado "situações anormais" durante o estágio de for-mação no Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) de Lis-boa. Entre outros episódios a que diz ter assistido, denunciou a um supe-rior que um dos formadores desli-gava o telefone antes de fazer a tria-gem do doente, comprometendo o socorro. Desde aí, alega, as suas ava-liações foram baixando. Foi consi-derado "não apto" e despedido em dezembro passado. dois meses de-pois de ter assinado o contrato de trabalho.

Inconformado com a decisão, apresentou queixa ao conselho di-retivo do INEM, ao Ministério da Saúde, à Inspeção-Geral das Ativi-dades em Saúde e, mais recente-mente, no Departamento de Inves-tigação e Ação Penal (DIAP) de Lis-boa. Dias depois, o Ministério Públi-co notificou-o da abertura de um in-quérito-crime, dando conta de que a denúncia tem "conteúdo que po-derá ser criminalmente punível", conforme documentação a que o IN teve acesso.

Entre as ilegalidades denuncia-das pelo TOTE demitido, durante a fase de concurso e a fase do período experimental, estão alegadas altera-ções nas suas grelhas de avaliação após a cessação do estágio e o uso de diferentes métodos e critérios de avaliação dos formandos nas três delegações do INEM (Norte, Centro e Sul).

As atas dos júri de avaliação do período experimental, como o IN pôde confirmar, mostram diferen-tes critérios de avaliação nas três de-legações. No Norte e no Centro, a nota mínima para aprovação nas ações de formação frequentadas é de 9,5 valores. Porém, na delegação Sul, a nota mínima exigida é de 9,5 valores, segundo ata do júri de ou- tubro de 2015, e de 15 valores nos dois últimos estágios, de acordo com outra ata, de fevereiro último. O trabalhador que faz a denúncia foi

Contratação Ministério Público investiga procedimentos que levaram à demissão de operadores de telecomunicações de emergência durante

os estágios de formação. Instituto alega que acusações não têm fundamento

Indícios de crime em concurso do INEM

Em causa está um concurso para contratação de 70 técnicos, de março do ano passado, em que 12 foram excluídos

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Reforço Maioria dos técnicos para Lisboa O concurso, aberto em março de 2015, previa a colocação de 15 téc-nicos operadores de telecomunica-ções de emergência (TOTE) no Cen-tro de Orientação de Doentes Ur-gentes (CODU) do Porto, sete no CODU de Coimbra e 48 no COOU de Lisboa.

3000 candidatos aproximadamente concorreram ao concurso nacional do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) para preencher 70 vagas de técnicos opera-dores de telecomunicações de emer-gência (TOTE).

afastado, em dezembro passado, com 11.25 valores.

Em resposta por escrito ao IN, o INEM esclarece que o concurso e o período experimental são proces-sos distintos. E refuta a alegada di-ferença de critérios, justificando que os mesmos são definidos pelo júri 'tendo em conta as caracterís-ticas do produto pedagógico em causa [curso] e dos novos trabalha-dores, nomeadamente no que con-cerne relativamente aos respetivos currículos". Ou seja, explica o INEM, "foi definida a formação para cada um dos novos trabalhadores, uma vez que nem todos tiveram que realizar todos os módulos do curso TOTE. Esta situação justifica o facto de existirem diversas atas respeitantes à avaliação do período experimental".

O técnico demitido contrapõe, alegando que a formação e os crité-rios de avaliação têm de ser iguais para todos. De igual modo, Pedro Moreira, vice-presidente do Sindi-cato dos Técnicos de Ambulância e Emergência, que também represen-ta os técnicos do CODU, refere que "a dualidade de critérios, que pare-ce existir neste processo, não é acei-tável" e deve ser averiguada.

Sobre as alegadas alterações das grelhas de avaliação após o despe-dimento do trabalhador, o INEM considera a acusação "desprovida de fundamento". Questionado pelo TN, o instituto não quis pronunciar-se sobre a queixa ao Ministério Pú-blico. •

IBM« CIMOS:

Processo de Paulo Campos • O processo de Paulo Campos, presidente do INEM demitido em fevereiro, foi enviado pela Inspe-ção-Geral das Atividades em Saú-de para o DIAP de Lisboa para averiguação de eventuais indícios de crime. Em causa a atuação do dirigente no acionamento de um helicóptero do INEM.

Suspeitas na Logística • Em dezembro, o Ministério Pú-blico abriu um inquérito-crime para investigar suspeitas de cor-rupção e participação económica em negócio no INEM. Em causa a eventual ligação do então respon-sável do Gabinete de Logística e Operações do instituto, já substi-tuído, a uma empresa de transfor-mação de veículos em ambulân-cias, fomecedora do INEM.

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Investigados indícios de crime em concurso do INEM

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Gestores pedem "bom senso" na mobilidade para Algarve MÉDICOS O novo presidente da Ad-ministração Portuguesa dos Admi-nistradores Hospitalares (APAH), Alexandre Lourenço, pede "bom senso" na implementação do des-pacho que prevê o reforço dos cui-dados de saúde no Algarve, desi-gnadamente através da mobilidade de médicos de outros hospitais para a Região Sul durante o verão.

O despacho, publicado dia 1 em "Diário da República", dispensa os médicos voluntários de autoriza-ção do hospital ou serviço onde tra-balham, o que terá provocado al-gum mal-estar junto de adminis-tradores hospitalares. Alexandre I.ourenço desconhece o "descon-forto", mas admite que o despacho "fere a autonomia dos hospitais". Porém, contrapõe, é aceitável que em condições de emergência pos-sam existir medidas desta nature-za. Resta saber "se será suficiente para cblocar os médicos onde as populações necessitam", alerta.

O ex-dirigente da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), eleito há dias para a presi-dência da APAH, acredita que a aplicação do despacho Implicará a comunicação com todos os inter-venientes. para que nenhum hos-pital fique com falta de médicos. "Tem de haver bom senso, de outra forma não vejo como será possivel implementá-lo", afirmou.

Contactado pelo IN, o Ministério da Saúde alertou para o texto: "A de-cisão não pode comprometer o re-gular e normal funcionamento dos demais serviços e estabelecimentos de saúde". E esclareceu que o pro-cesso será tutelado pela administra-ção regional de saúde de origem, em articulação com a ACSS.

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