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Revista de Imprensa19-04-2016

1. (PT) - Diário de Notícias, 19/04/2016, Enfermeiros querem cortar um terço das vagas no público 1

2. (PT) - Jornal de Notícias, 19/04/2016, Hospital marcou 228 cirurgias em apenas duas semanas 2

3. (PT) - Jornal de Notícias, 19/04/2016, Terapêutica oral fora do contrato 4

4. (PT) - Público, 19/04/2016, Bloco: licença parental até aos seis meses paga a 100% 5

5. (PT) - Correio da Manhã - Correio da Manhã Norte, 18/04/2016, Levam cuidados paliativos a 140 casas dodistrito

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6. (PT) - Público, 19/04/2016, Circuncisão em bebés não reduz sensibilidade do pénis na vida adulta 7

7. (PT) - i, 19/04/2016, Em busca do pacto para a Saúde 8

8. (PT) - Jornal do Centro, 15/04/2016, Misericórdias eternas e com dinheiro para tudo é ideia"profundamente errada" - Entrevista a Marques Luís

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9. (PT) - Público, 19/04/2016, Médicos e estudantes 13

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ANA MA1A

A Ordem dos Enfermeiros e a Fede-ração Nacional de Associações de Estudantes de Enfermagem que-rem reduzir em quase um terço (30%) o número de vagas a abrir, este ano letivo, nos cursos de En-fermagem das escolas públicas. A carta com o pedido foi enviada no final do mês passado ao minis-tro do Ensino Superior, depois de vários pedidos para uma reunião para definir uma estratégia de for-mação na área. Tal como o DN no-ticiou, em 2014 licenciaram-se, en-tre escolas públicas e privadas, 2633 estudantes de enfermagem. No mesmo ano, a Ordem dos En-fermeiros emitiu 2850 declarações a profissionais para poderem exer-cer fora de Portugal.

A redução de 30% das vagas, que se traduz em menos 593 tendo como base o número de vagas abertas no ensino público no últi-mo ano letivo (foram 1977), é um pedido já para este ano. Quanto a mais reduções, afirma, devem ser avaliadas anualmente. "Os 30% pa-

recem um número grande, mas não é. Entre 2011 e 2015 o número de vagas manteve-se praticamen-te a mesma. Não houve qualquer tipo de estratégia durante este tem-po e tendo em conta o número de alunos e de saídas, consideramos que esta é a redução necessária para este ano. O objetivo é que se trace uma estratégia e que o núme-ro de vagas seja avaliado todos os anos de acordo com as necessida-des", explica ao DN a bastonária dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco.

Na carta enviada ao ministro Manuel Heitor, a responsável jus-tifica o pedido com o número de enfermeiros a sair do país, salien-tando a falta destes profissionais nos centros de saúde e hospitais em Portugal. "No ano letivo 2014-2015, as escolas de enfermagem públicas formaram 1987 enfer-meiros e destes 1237 pediram cer-tificados à Ordem para emigrar. Ou seja, em cada cem licenciados, 65 querem ir para fora. E vão porque o Ministério da Saúde diz que não tem dinheiro para contratar, ape-sar de serem tão precisos nos ser-viços."

Ana Rita Cavaco volta a afirmar que "falta uma estratégia a mé-dio-longo prazo do que é preciso formar". "Precisamos de olhar para os dados para ver o que deverá ser a tendência dos próximos anos. O

umerus clausus deve ser encon-trado em conjunto entre os minis-térios do Ensino Superior e da Saúde, já que um forma e o outro contrata. E se o que forma está a deitar dinheiro à rua, o que contra-ta não o tem. Por isso pergunta-mos quanto custa a formação de quatro anos e se for muito superior ao vencimento, então isso mostra que não há gestão", aponta.

Aposição da Ordem é partilhada com a Federação Nacional das As-sociações de Estudantes de Enfer-magem (FNAEE). "Para nós a situa-ção é problemática. São 16 anos (formação regular, mais quatro anos de licenciatura) a formar um estu-dante para o lançar para o estran-geiro. Orgulhamo-nos de formar-mos os melhores enfermeiros, mas depois enviamo-los para fora sa-bendo que as necessidades do país são inúmeras", afirma Raquel No-lasco, presidente da FNAEE.

"Reduzir o número de vagas é fundamental, para diminuir o ex-cesso de formação, ao mesmo tem-po que é fundamental contratar para resolver o défice que existe de enfermeiros por doentes", salienta.

Sem risco de falta de enfermeiros Sobre se a redução de vagas pode trazer ao país o problema que a re-dução do nurnerusclaususcriou na medicina - e que levou à falta de médicos sentida nos últimos anos -, Raquel Nolasco afirma que não: "A nossa intenção é que o número de vagas seja sempre gerido em função das necessidades a 4 anos. Não que-remos que aconteça o mesmo que noutros países, em que deixaram de formar e vão contratar fora"

Alberto Amaral, presidente da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, partilha da mesma opinião. "O que aconteceu em medicina foi uma redução drás-tica mantida demasiado tempo. O curso de Enfermagem são 4 anos, o que é menos tempo de espera de formação", refere, salientando que "para as necessidades do país estão a ser formados enfermeiros a mais", embora diga que "o problema em Portugal é a relação enfermeiros por médicos. Se o quisermos aumentar precisaremos de mais enfermeiros".

O responsável defende que "deve haver um acompanhamento anual da evolução das necessidades" e que os ministérios da Saúde e Ensi-no Superior devem discutir uma es-tratégia. "A existir uma redução de vagas, deve ser feita quer no público quer no privado", afirma, quando questionado se reduzir apenas no setor público não irá levar mais alu-nos para o privado.

ENFERMAGEM

Formação custa até 25 mil euros

Em 2014 formaram-se 2633 enfermeiros, entre escolas superiores de educação pú-blica e privadas. Segundo Alberto Amaral, presidente da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, a formação de qua-tro anos custa entre 20 e 25 mil euros. Atualmente exis-tem 41 cursos de enferma-gem e a maioria das vagas é aberta no setor público. No último ano foram 1977 e no ano anterior 1985, com o mesmo número de inscri-tos. Já no privado foram abertas 985 vagas no ano leti-vo 2014--2015, mas apenas 259 foram preenchidas. Alberto Amaral explica que "é tradição o privado ter sempre numerus clausus de-masiado altos".

Enfermeiros querem cortar um terço das vagas no público Formação. Pedido para reduzir entradas nos cursos públicos conta com apoio da federação de estudantes de enfermagem. Em cada cem licenciados, 65 pedem certificado para sair do país

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O Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa integra os hospitais Padre Américo, Penafiel (na imagem), e de Amarante

Processos A 1 de abril havia 452 pendentes

Reação Secretário de Estado averiguou in loco

Nacional

A 1 de abril, o IN dava conta de que o

CHTS tinha classificado como pen-

dentes os processos de 452 doentes,

fazendo com que o tempo de espera

recomendável para cirurgia não fosse

ultrapassado e impedindo, assim, o

reencaminhamento para outras Insti-

tuições com vales cirúrgicos.

No dia seguinte, o secretário de Estado

da Saúde, Manuel Delgado, foi pessoal-

mente ao Centro Hospitalar do Tamega

e Sousa "para, In loco, abordar" o pro-

blema das listas de espera cirúrgicas.

Na altura, garantiu que havia apenas 27

doentes à espera mais do que o tempo

razoável.

Centro hospitalar (k) Tâmega e Sousa Doentes classificados como pendentes passaram a ter data de operação após noticia do IN

Marcadas 228 cirurgias no espaço de 15 dias

Aurélio Cunha ledadeJ.,in pt

► Centenas de doentes do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa

(CHTS) até há pouco classificados como pendentes na lista de espera para cirurgias têm já data marcada para as intervenções. No espaço de apenas duas semanas após a publi-cação da reportagem do IN, dando conta do bloqueio nas listas, foram marcadas 228 operações.

O presidente do conselho de administração do CHTS (que inte-gra os hospitais de Penafiel e de Amarante). Carlos Alberto Vaz. ex-plica que foram programados -blocds adicionais" para aumentar

a oferta cirúrgica e assegura que a medida eslava já programada des-de fevereiro.

A Administração Central do Sis-tema de Saúde (ACSS) garante es-tar a realizar "auditorias internas transversais" à execução do progra-ma de vales-cirurgia, ordenadas pelo ministro Adalberto Campos Fernandes em resultado das de-núncias feitas pelo IN.

A noticia dava conta de que os processos clínicos estavam a ser in-devidamente arrumados como pendentes. impedindo os doentes de receberem vales para serem operados noutros hospitais. Os nú-meros conhecidos nas últimas se-manas denunciam contradições

nas informações avançadas pelo centro hospitalar.

A Ide abril, o secretário de Esta-do da Saúde. Manuel Delgado, afir-mou que apenas 27 utentes aguar-davam cirurgia "acima do tempo razoável". Dois dias antes, como noticiou o IN com base em dados do Sistema Informático de Gestão da Lista de Inscritos para Cirurgia (SIGLIC). existiam 452 doentes no estado pendente.

Agora, em resposta a perguntas do IN, o Ministério da Saúde (MS) corrige o tiro. Reconhece que as "declarações do secretário de Es-tado de Saúde basearam-se nos dados fornécidos pelos responsá-veis do CHTS". Acrescenta o MS

que o "número de doentes em lis ta de espera cirúrgica então repor-tado" pelo CHTS "era de 352 e não de 500".

O Centro Hospitalar possibilitou em 2015 a passagem de apenas sete vales-cirurgia, segundo a Adminis tração Regional de Saúde do Norte. Beneficiaram desses vales doentes das especialidades de cirurgia plás-tica (cinco). otorrinolaringologia (um) e cirurgia vascular (um).

Revolução nos pendentes Nos dias seguintes à publicação da reportagem. muitos doentes pro-curaram obter, junto do CHTS. in-formações sobre a sua cirurgia em atraso. E a 1 de abril, data da pre-sença na unidade de Penafiel do se cretário de Estado da Saúde. houve uma multo significativa alteração dos registos das pendências, que rapidamente passaram para doen tes com operação agendada.

Em vez "armazenar" doentes em pendentes. impedindo-lhes, assim. a operação prescrita. o CHTS pas sou a marcar-lhes, repentinamen-te, as cirurgias até ai negadas. En-tre 28 de março, dia da publicação da reportagem. e 14 de abril, foram agendadas 228 operações a doen tes até então classificados como pendentes.

O IN confrontou o CHTS com a súbita alteração de procedimento. A capacidade de resposta foi refor çada porque, segundo a unidade hospitalar, passaram a ser progra mados blocos adicionais para ci rurgias. na sequência de um plano de contingência delineado para re duzir os tempos de espera. Para abril. "já haviam sido disponibiliza dos 33 tempos cirúrgicos", a que se juntam mais "25 tempos em maio e 20 em junho".

"Assim, é natural o agendamen-to de mais doentes. aliás já previs tos desde o início de março". con-

clui a administração do centro hospitalar. •

Números adiantados pelo Ministério foram entretanto corrigidos

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Hospital marcou 228 cirurgias em apenas duas semanas Doentes classificados como pendentes no Tâmega e Sousa passaram a ter data de operação após noticia do 1N Pagina

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Cancro IPO do Porto reclama linha especial para financiar estes medicamentos

Terapêutica oral fora do contrai bilis »rad( [email protected]

► O IPO do Porto gasta mais de oito milhões de euros por ano em tera-pêuticas orais, inovadoras e mais confortáveis para o doente, que não fazem parte dos contratos-progra-ma assinados com a tutela. Apro-veitando ontem a presença do se-cretário de Estado da Saúde, Ma-nuel Delgado, na celebração dos 42 anos do instituto. o presidente da instituição. Laranja Pontes, pediu uma solução para esta "questão di-fícil de resolver" . que se arrasta há vários anos e que já obrigou o ins-tituto a devolver cerca de 60 mi-lhões de euros à Administração Central do Sistema de Saúde.

Apesar de a reclamação ser an-tiga, o secretário de Estado da Saú-de não tinha resposta preparada. "Vamos ver de que tipo de medica-ção se trata e o que é que a Admi-nistração do IPO do Porto preten-de". começou por dizer Manuel Delgado. acrescentando. após in-sistência dos jornalistas, que será analisada a possibilidade de se abrir uma linha de financiamento específico para os doentes oncoló-gicos. Pelo melo. Manuel Delgado lembrou que "todos os hospitais a nível nacional dão medicamentos das respetivas farmácias para con-sumo domiciliário dos utentes e, em termos de valor, muitas vezes aproximam-se dos 75%, 80% dos gastos com medicamentos. Prova-velmente, o IPO vai ter de assumir também essa responsabilidade".

Tal como está, "é injusto para o cancro". disse Laranja Pontes, ex-

plicando que, "para a doença de Crohn, para o VIH sida, para doen-ças do metabolismo e outras, há li-nhas de financiamehto", mas "a on-cologia não tem". Segundo o res-ponsável, o IPO do Porto fica com menos 8% do orçamento anual. pois essa verba é alocada às tera-pêuticas orais. "Vamos continuar a dar estes comprimidos, é indiscu-tível, mas lamento que este item continue a ser ignorado".

Laranja Pontes apresentou o pla-no estratégico para 2016-2018, que aposta na "capacitação do doente e na melhoria da qualidade dos cui-dados de saúde" e quer colocar o IPO entre as grandes instituições europeias que aliam investigação e tratamento. Nesse sentido, foi on-tem celebrado um acordo com o I3S-Instituto de Investigação e Ino-vação em Saúde, que junta o !pau-mup, o INEB e o IBMC.

Tutela admite analisar questão que custa ao IPO oito milhões por ano

lá o ministro da Ciência, Tecno-logia e Ensino Superior afirmou que "foi criado um grupo de traba-lho para estimular a investigação de translação e a investigação clí-nica'. que "tem como principal função percebera oportunidade de criar em Portugal uma agência es-pecializada no financiamento à in-vestigação clínica, em estreita co-laboração com a Fundação para a Ciência e Tecnologia e o infanned. e, naturalmente. vindo a incluir la-boratórios de referência que pos-sam associar a investigação clínica à prevenção da saúde pública".

Manuel Heitor enalteceu ainda a criação do Conselho Nacional dos Centros Académicos Clínicos e de-safiou os dois centros do Porto a fa-zerem com que a cidade se trans-forme numa "região de investiga-ção hiomédica". •

O IPO do Porto já teve que devolver 60 milhões ao Estado

pormenores

Duplica oferta de exames

• Nas novas instalações de ima-

giologia mamária, inauguradas

ontem, o IPO do Porto vai duplicar

a oferta de exames (para os 15 mil

por ano) e diminuir a espera.

Triplicar ensaios clínicos

• Em 2015, o IPO do Porto teve

250 doentes em ensaios clínicos

Laranja Pontes quer o triplo, mas

alertou que precisa de aumentar

os recursos humanos.

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O Bloco de Esquerda (BE) quer alar-

gar a licença parental inicial para 180

dias (seis meses) e estender o perí-

odo de aleitação (direito a redução

do horário diário de trabalho) de um

para dois anos dos fi lhos, podendo

este último ser gozado tanto pelo pai

como pela mãe e sem que haja dis-

criminação das crianças adoptadas.

O projecto de lei que o BE entregou

no Parlamento prevê ainda que seja

possível alargar a licença parental até

aos seis meses sem penalização na

remuneração, em caso de partilha

entre os pais, ao contrário do que

acontece hoje.

Actualmente, o Código do Traba-

lho estabelece que a mãe e o pai têm

direito a uma licença parental inicial

de 120 ou 150 dias. Mas a licença pa-

rental pode ser partilhada entre a

mãe e o pai e desta forma chegar aos

150 dias remunerados a 100% ou aos

180 dias pagos a 83%. O que o BE ago-

ra propõe é que, nos primeiros cinco

meses, a remuneração seja sempre

de 100%, mesmo que não haja par-

tilha entre os pais, e, nos seis meses,

seja de 80% ou mesmo de 100%, se

cada um dos progenitores gozar pelo

menos 30 dias consecutivos ou dois

períodos de 15 dias consecutivos.

Quanto à licença de aleitação, ac-

tualmente o direito a redução do ho-

rário de trabalho (até duas horas por

dia) apenas está previsto para mães

Bloco: licença parental até aos seis meses paga a 100%

de crianças até um ano e, daí em

diante, para mulheres que compro-

vem com atestados médicos ainda

estar a amamentar.

A iniciativa legislativa prevê ainda

o alargamento da licença parental até

aos 210 dias em caso de partilha en-

tre mãe e pai, ascendendo nesta situ-

ação a remuneração a 83% do salário.

O projecto estipula igualmente que

os subsídios para assistência ao fi lho

correspondam a 100% da remunera-

ção e defi ne vários valores consoante

as opções temporais para o subsídio

social parental inicial.

No início do ano, o BE já tinha

anunciado que apoiava a petição po-

pular lançada por Carina Pereira para

alargar a licença de maternidade pa-

ga a 100% dos actuais quatro a cinco

para os seis meses de idade dos bebés

(que já foi subscrita por mais de 30

mil pessoas) e que iria aproveitar o es-

paço de discussão para recomendar

igualmente a redução do horário em

duas horas diárias para as mães ou

os pais de crianças até aos dois anos.

Alegando que muitos pais estão

condicionados por “circunstâncias

sociais e laborais” que “limitam” a

sua capacidade de escolha e que os

empregadores “persistem na pena-

lização das mulheres”, o BE nota,

na exposição de motivos, que “uma

grande parte dos homens não usu-

frui das dispensas para consultas pré-

natais para apoiar as companheiras

e apenas 30% utiliza as licenças pa-

rentais”.

O projecto de lei do BE (que tem

data de 15 de Abril) vai ser debatido

na sexta-feira no Parlamento, ao mes-

mo tempo que a petição “Licença de

maternidade de 6 meses, pela saúde

dos nossos bebés” e o projecto de

lei apresentado pelo PAN (Pessoas,

Animais, Natureza), que também

propõe alterações ao Código do Tra-

balho, mas de forma a que a licença

parental inicial aumente progressiva-

mente, ao longo de quatro anos, até

aos 365 dias. Na proposta do PAN, a

licença parental passa para 272 dias,

dois anos após a entrada em vigor

da alteração, e, fi nalmente, para 365

dias, quatro anos após a entrada em

vigor da nova legislação.

Curiosamente, o projecto de lei

do BE chegou ao Parlamento um

dia antes de a Ordem dos Médicos

ter avançado, no sábado, com uma

outra petição em que também se

propõe o alargamento da licença

de aleitação (redução do horário

de trabalho em duas horas diárias)

mas até aos três anos das crianças.

Em três dias, esta petição já conta

com quase nove mil assinaturas.

NatalidadeAlexandra Campos

Parlamento debate na sexta-feira várias propostas de alargamento da licença parental e da redução do horário de trabalho dos pais

São três as iniciativas que o Parlamento discute esta semana Página 5

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Correio da Manhã Norte Tiragem: 144310

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BRAGANÇA. AJUDA A DOENTES

Levam cuidados paliativos a 140 casas do distrito pi A Unidade Domiciliária de Cuidados Paliativos de Bra-gança Terra Fria (UDCP- TF) apoiou, num ano, 140 doentes com doenças incuráveis e as famílias, proporcionando, em casa, os cuidados necessários para alivio do sofrimento, di-

vulgaram os responsáveis. A equipa é composta por um mé-dico, um enfermeiro, umpsicó-logo, um fisioterapeuta e uma educadora social, e conta ainda com o apoio das Unidades de Cuidados na Comunidade dos três concelhos onde atua, de Bragança, Macedo de Cavalei-ros e Vinhais. Fruto do trabalho desta equipa, "registou -se um maior alívio da dór sentida pe-los doentes e unia menor ne-cessidade de hospital inação". •

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Circuncisão em bebés não reduz sensibilidade do pénis na vida adulta

Estudo concluiu que não há diferenças de sensibilidade peniana entre homens adultos que tenham sido circuncidados quando eram bebés e aqueles que nunca o foram

MICHAELA REHLE/REUTERS

Circuncisão dos recém-nascidos não é praticada em Portugal (excepto por questões religiosas ou culturais), mas é recomendada nos EUA

Circuncidar ou não pode ser uma

questão. Há pais, pediatras e outros

especialistas que defendem a circun-

cisão dos rapazes ainda quando são

bebés. Outros preferem deixar tudo

como está. Em Portugal, a circunci-

são à nascença será uma raríssima

excepção e só acontece quando há

um problema que o justifi ca. Porém,

noutros países, como os EUA, reco-

menda-se a circuncisão dos recém-

nascidos por rotina. Um estudo de

investigadores do Canadá publicado

na última edição do The Journal of

Urology acrescenta mais um argu-

mento a esta discussão, concluindo

que a circuncisão feita aos bebés não

interfere na sensibilidade peniana na

vida adulta.

A circuncisão, ou postectomia, é a

retirada cirúrgica do prepúcio, a pele

que cobre a glande. Normalmente,

a circuncisão é feita por motivos re-

ligiosos (como no caso dos meninos

judeus e muçulmanos), mas também

pode ser uma opção por motivos clí-

nicos em casos de fi mose (quando a

extremidade do prepúcio se estreita

impedindo que a glande seja expos-

ta). Em casos muito raros, também

pode ser realizada por infecções re-

correntes na região da glande e do

prepúcio. A circuncisão pode ser fei-

ta em qualquer idade: à nascença,

nos primeiros anos de vida e mesmo

na idade adulta, nos casos em que o

problema não foi resolvido e interfe-

re com a função sexual.

Uma das questões que surge na

discussão sobre a circuncisão está

relacionada com um eventual risco

de perda de sensibilidade peniana

na vida adulta. O estudo agora pu-

blicado explora este assunto. Os in-

vestigadores recorreram a um grupo

de 62 homens entre os 18 e 37 anos

(30 circuncidados na altura do nas-

cimento e 32 que nunca foram cir-

cuncidados).

“Quisemos perceber especifi ca-

mente se a circuncisão está a asso-

ciada a uma redução da sensibilidade

peniana através de testes de detecção

táctil, dor, detecção de calor e limia-

res de dor em vários locais do pénis

num grupo com homens saudáveis”,

refere a principal autora do estudo

Jennifer Bossio, do Departamento de

Psicologia da Queen’s University (no

dizem que a circuncisão só é reco-

mendada em casos de fi mose e que,

mesmo nestas situações, o melhor é

esperar pelo menos até que o rapaz

tenha cerca de seis anos.

Cláudia Piedade, cirurgiã pediátri-

ca no Centro Hospitalar da Universi-

dade de Coimbra, sublinha que “90%

dos casos de fi mose fi siológica fi cam

resolvidos por volta dos seis anos”.

Ainda que o problema seja muito

comum (cerca de 95% dos meninos

nascem com fi mose), trata-se de uma

situação que se resolve de forma es-

pontânea com a idade.

Por vezes, pode ser necessário re-

correr a um tratamento com corticói-

des (aplicação de uma pomada). As-

sim, só quando o problema persiste

até cerca dos cinco ou seis anos é que

se pode justifi car uma referenciação

para a cirurgia pediátrica. E, mesmo

assim, Cláudia Piedade nota que mui-

tos dos casos que chegam aos cirur-

giões não acabam numa circuncisão.

“A taxa efectiva de cirurgia é muito

baixa. Muitos dos casos que chegam

aos especialistas não são sequer de

fi mose, mas apenas de aderências.

Numa média de 90 consultas por

semana, metade será por causa de

fi moses, e destes 45 apenas um fi cará

em lista para cirurgia”, explica.

Porém, apesar desta prática mais

comum em Portugal, em 2012 a Aca-

demia Americana de Pediatria divul-

gou uma orientação em que defende

a prática da circuncisão nos recém-

nascidos, argumentando que “os

benefícios ultrapassam largamente

os riscos”. “A avaliação dos dados

indica que os benefícios para a saú-

de da circuncisão masculina à nas-

cença ultrapassam os riscos, e que

as vantagens deste procedimento

justifi cam a sua escolha pelas famí-

lias. Entre os benefícios identifi cados

incluem-se a prevenção de infecções

do tracto urinário, doenças sexual-

mente transmissíveis e cancro no

pénis”, argumentaram os especia-

listas norte-americanos. Nos EUA,

mais de 70% dos homens adultos são

circuncidados.

Saúde Andrea Cunha Freitas

Ontário, Canadá), em comunicado

de imprensa. “Este estudo indica

que a circuncisão neonatal não está

associada a alterações na sensibili-

dade peniana e fornece provas pre-

liminares que sugerem ainda que, ao

contrário do que se pensava, o pre-

púcio não é a parte mais sensível do

pénis”, sublinha.

No estudo não terão sido encon-

tradas diferenças entre os dois gru-

pos de homens em relação à sensi-

bilidade através de quatro tipos de

estimulação referidos, o que, adianta

o comunicado de imprensa, contra-

ria o que alguns defendem sobre os

efeitos da circuncisão na chamada

“queratinização da glande”, ou seja,

deixando-a mais grossa e seca.

Os investigadores também afi r-

mam que o prepúcio apresentou

uma sensibilidade semelhante ao lo-

cal de controlo (no antebraço) usado

nos testes e para qualquer dos qua-

tro tipos de estímulo testados. Tendo

em conta que outros locais genitais

(por exemplo, a glande) foram mais

sensíveis aos estímulos de dor do

que o antebraço, os investigadores

concluem que a remoção do prepú-

cio não parece afectar a parte mais

sensível do pénis.

A função sexual também foi ana-

lisada por meio de um índice usado

noutras investigações e que abran-

ge a avaliação ao longo de quatro

semanas de cinco domínios da fun-

ção eréctil: satisfação sexual, função

orgásmica, desejo sexual e satisfação

geral. “Não foram observadas dife-

renças entre os grupos em qualquer

destes indicadores”, refere o comu-

nicado.

Esperar para ver em PortugalEm Portugal, os casos de circunci-

são à nascença (excluindo motivos

religiosos ou culturais) serão prati-

camente inexistentes. Apesar de não

existir nenhuma norma ofi cial, há

um consenso entre os cirurgiões pe-

diátricos sobre as boas práticas que

são partilhadas com pediatras e mé-

dicos de família. E as boas práticas

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Saúde

Em busca do Pa to para a Saúlde

MARTA REIS marta. reis. I t>nli nc pt

Parece quase o Santo Grilai da discus-são em torno do Serviço Nacional de Saú-de: um acordo multipartidário sobre o

caminho para tórnar os serviços de saú-de sustentáveis do ponto de vista finan-ceiro e, ao mesmo tempo, darem melhor resposta à:população, iria acabar com as incertezas em cada Orçamento e mudança de legislatura. Pelo menos é o

que Vaticinam todos os qtr têm defen-dido um l'iãetp de regime para o setor da

Saú-de

saúde, a comemm

çar,pi

elo solialista Antó-nio Aa. cm 20Ó4-i-4ás mais recen-temente, a ex-ministra stititlista da Saú-de Maria de Belém Roseira ou Paulo

1 2 3 Os redatores do pacto Verbas para tornar o sistemaVlais informação

menos hospitalocêntrico e liberdade de escolha

No estudo de 2014, a Fundação Calouste Gulbenkian propunha que o Conselho Nacional de Saude, estrutura prevista na Lei de Bases da Saúde de 1990 mas até então nunca nomeada, fosse responsável por elaborar e avaliar o Pacto para a Saúde. No passado 7 de abril, não muitos dias depois do repto de Marcelo Rebelo de Sousa, o governo resolveu o vazio de 26 anos e fez aprt../ar em Conselho de Ministros o regime jurídico do Conselho Nacional de Saúde. Coincidência? Fonte oficial do Ministéno da Saúde esclareceu ao ì que não há planos imediatos para mandatar o Conselho, logo que seja designado, para elaborar o pacto. Portanto, o Conselho Nacional de Saúde não nasce com essa intenção mas para promover a participação dos cidadãos na definição de políticas do SNS. Mas o ministério não afasta a hipótese de isso vir a fazer parte do programa de trabalho do Conselho Nacional, decidido pelos elementos que vierem a ser designados. "O Conselho Nacional de Saúde é um órgão independente que irá procurar mobilizar a sociedade civil, meio académico, setores sociais, culturais e económicos na discussão das principais questões que se colocam ao setor da Saúde na atualidade e procurar consensos alargados relativamente à política de saúde."

A Gulbenkian propunha a criação de um "fundo de transição" para que o Serviço Nacional de Saúde pudesse manter os hospitais a funcionar como atualmente. mas dar mais respostas de proximidade. Uma das conclusões do estudo, liderado prOo britânico Nigel Cnsp, era que dois terços dos doentes portugueses não precis~ de ser tratados no hospital, em particular casos crónicos. Este ano não se pode dizer qíe exista um grande aumento de verbas: as transferências do Orçamento do Estado para a saúde sobem 68 milhões, para 7947 milhões, mas há mais erkcargos com reposição de salários. Por outro lado, os hospitais continuam a receber mais de metade do orçamento: dos 7947 milhões, 4,3 mil milhões são para contratar atividade com hospitais. Ainda assim, a tutela admite avanços nesta área: os hospitais vão ter incentivos para os profissionais saírem mais vezes das instituições e irem a casa dos doentes. Por exemplo, o preço a que são financiadas as consultas domiciliárias sobe 18,3%. Por outro lado, vão avançar pela primeira vez programas de telemonitorização de doentes no pós--enfarte agudo do miocárdio e insuficiência cardíaca. O ministério adianta também que os planos para reforçar consultas de psicologia, nutrição e exames nos centros de saúde vão ao encontro do princípio de tomar os cuidados menos centrados nos hospitais.

Mais liberdade para os cie,,,ntes escolherem que serviços usar era outra proposta no relatono da

--- "Gulbenkian. O grau de liberdade dentro do SNS è um aspeto que remonta á sua criação. em 1979, quando se apostou num sistema parecido com o britânico, de prestadores essencialmente públicos, em vez de uma modalidade como a que existe em França ou na Holanda: um seguro de saude em que se pode escolher qualquer prestador público ou pnvado e ter um desconto ou reembolso - no fundo. um sistema parecido com os subsistemas de saúde, como a ADSE. No relatório, a Gulbenkian refere medidas que poderão servir de inspiração para dotar o atual sistema de mais liberdade, defendendo que isso passa também por mais esclarecimento. Em Inglaterra, por exemplo, há dez anos que os doe,ntés com deficiências crónicas de longa duração recebem um orçamento para os seuscuidados, podendo decidir como essa verba é gasta para satisfazer as suas necessidades. Na última legislatura, a libérdade de escolha prOmetida pelo governo acabou por não sair do papel. Agora está previsto que avance já em maio nos centros de saúde: quando o médico de família pede uma consulta de especialidade, o4loentes poderão escolher entre os hospitais da zona. A tutela invoca mais medidas que vão levar a maior liberdade de escolha nos próximos meses: no Portal do SNS vai passar a haver informação sobre vagas para médicos ou enfermeiros de família, o que permitirá mais liberdade de escolha. Já nos hospitais, a divulgação dos tempos médios de espera nas urgências na Internet (tempos.min-saude.pt) também pretende levar a maior liberdade de escolha, revela a tutela.

Pedro Pita Barros Economista da saúde Faculdad.' de Economia / Nova School of Business and Econornics

"O principal obstáculo é a natureza do jogo político"

Por que motivo é preciso um pacto para a saúde? Para se pensar no que será o SNS daqui a uns anos. Para fazer face às necessidades e aspirações das pes~, é bom ter uma visão comum do ponto de chegada. A concretização dessa visão poderá ser feita de várias formas mas, no essencial, o caminho passa a ser conhecido. As exigências

sobre o SNS não vão ser apenas de ordem financeira, vão ser também organizacionais.

Por exemplo? Os cuidados de saúde primários precisam de ter mais ligação às pessoas na sua casa. É perceber as necessidades diferentes para o mesmo problema clínico que as pessoas podem ter na sua

vivência normal. O doente crónico deverá ser mais parceiro em muitas decisões do que agente passivo. Isso significa mudanças nas formas de pagamento, mas também na cultura dos profissionais de saúde e na forma como se articulam.

Quais deviam ser os principais pontos de convergência?

Os principais pontos relevantes estão no Relatório Gulbenkian de 2014, que contou com uma ampla participação de grupos de trabalho que reuniram muitas perspetivas e ideias. Escolhendo três pontos como essenciais, diva que é preparar urna cada vez maior participação cidadão/doente no processo de decisão, de que decorre maior relevância de cuidados informais e

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Marcelo Rebelo de Sousa disse este mês que o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, pode ser o protagonista do pacto para o setor. Por agora não há compromissos, mas já há caminho a ser feito-

Macedol De há dois anos packeiiO assun-to tornqu-sc mais frequente: um estudo promo do pela Firndação Calouste Gu henkia souto futuro do SNS propôs a criaçãoldó pacto para tornar o sistema menos centrado nos hospitais e doentes

4 Melhor distribuição de trabalho

e mais nas pessoas e. na saúde, invocan-do alguns princípios fkalamentais como uma população mais esclarecida sobre a sua saúde. Este Ines. Marcelo Rebelo de Sousa disse que o ministro Adalber-to Campos Fernandes pode'ser o prota-

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golfista do acordo. O ministro mostrou--se disponível para discutir o assunto no parlamento, mas para já não há compro-missos. O i regressou ao documento da Gulbenkian e pediu ao ministério para revelar o que tem em mente.

6 Parcerias público-privadas O retorno da aposta

na saúde

Mais competências para outros profissio de saúde. distribuindo melhor o trabalho, é outra chamada de atenção da Gulbenkian. "Embora nã haja estudos sistemáticos internacionais disponíveis, há observações circunstanciais que indicam que as funções dos enfermeiros têm sido relativamente pouco alargadas, em comparação com outros países da Europa Ocidental", lê-se no documento. No ano passado avançaram projetos--piloto para cear a figura do enfermeiro de família nos centros de saúde. O ministério informa que a iniciativa está a decorrer em 35 dos mais de 300 agrupamentos de centros de saúde do pais. Antes de mais, vai ser feita a avaliação do primeiro ano de execução..

Mais ou menos pnvado no SNS? A discussão também faz parte do ADN do sistema de saúde português. No que toca ao futuro, a visão da comissão promovida

''pela Fundação Calouste Gulbenkian é que deve haver sinergias., mas sena benéfico um acordo público--privado értreestabelecesse o enquadramento da participação dàs organizações do setor privado no sistema nacional saúde, "salvaguardando o ãifr

ls:s

interesse público e t ando, em simultâneo, novos recursos e potenciais inovações ao sistema de saúde". Adalberto Campos F andes é visto como um homem dos dois se : depois de administrar o Hospital de Santa Mana esteve na PPP do hospital de Cascais e no SAMS Prestação Integrada de Cuidados de Saúde. Questionado sobre qual a visão da tutela sobre mais parcerias público-privadas, nomeadamente a criação do Centro Hospitalar Lisboa Oriental - que ficou pendente na úttima legislatura -, o ministério afirmou que, neste momento, a Entidade Reguladora da Saúde está a fazer um estudo sobre as parcerias. e decisões só após as conclusões. Em entrevista ao "Eitjaresso", em março, o ministro revelou que se trata de trabalhos para apurar se até aqui o interesse público foi bem defendido.

Outro grande pilar do relatório é que os ganhos em saúde podem financiar necessidades futuras. com a comissão a estimar que Portugal enfrenta pressões na saúde, por via do envelhecimento ou da inovação, de mais 120 a 170 milhões de euro por ano. A Gulbenkian propôs na altura programas para mostrar como se podem libertar fundos, seja a prevenir infeções hospitalares, que estimaram poder poupar 140 milhões por ano, ou a prevenir o aparecimento de diabetes - cada novo caso significa uma despesa de 1800 euros por ano e estima-se que, nos próximos cinco anos. 50 mil diabéticos desenvolvam a doença Alguns projetos, como o referente ás infeções hospitalares, estão a avançar, mas só este mês o governo reiterou o compromisso lançado em 2014 e assinou um protocolo com a Gulbenkian que vai dar seguimento aos projetos que incluem também melhona da 'iterada em saúde e cuidados paliativos.

autogestão de condições crónicas de uma população mais idosa, com mais condições crónicas mas menos incapacidades, e a querer viver o mais normalmente possivel. Por outro lado, são precisos serviços orientados para fazer bem, à primeira vez, no momento adequado (ou seja, com a procura contínua de melhor qualidade). Por fim,

tudo assente num modelo de gestão financeira e de sistema de pagamentos com componentes de acordo com desempenho e com estabilidade). Alguns destes aspetos são consensuais e não deverá ser difícil estabelecer acordo sobre os princípios.

Por onde começaria? A primeira mudança será precisamente ter a visão

partilhada do que se pretende para o sistema de saúde. A segunda mudança é terminar as reformas iniciadas. Algumas das iniciativas retomadas com este governo, tal como com governos anteriores, têm a sua origem nas reformas de 2005. A terceira mudança é desenvolver os mecanismos que assegurem processos contínuos de mudança (por exemplo, saber definir o que fazer com as

unidades de saúde que não tenham desempenho apropriado). Um quarto aspeto passa por estabelecer as bases de formação nas diversas profissões de saúde para uma maior capacidade de trabalho em equipa e parceria de decisão com o doente - as fronteiras das várias profissões vão-se esbatendo em termos das necessidades da população.

Vê condições para se avançar para o tal pacto ou, apesar de voltar a estar em cima da mesa, o mais provável é não haver concretização? Condições de projeto global não me parecem difíceis de alcançar, o principal obstáculo será, como foi no passado recente, a natureza do jogo político, em termos táticos e de imagem para o exterior.

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MARQUES LUÍSPROVEDOR DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE LAMEGO

SOLIDARIEDADETexto António Figueiredo Fotos José Lorena

“Há uma concorrência feroz para captar utentes” Com quase meio milhar de utentes e mais de uma centena de-

funcionários, a Santa Casa da Misericórdia de Lamego está a comemorar 497 anos de existência. À porta do meio século de

atividade tem, segundo o seu provedor, Marques Luís, que enfrentar

os desafios do crescimento e do reajustamento, numa realidade que tem sofrido grandes alterações sociais. Garantindo solidez financei-ra, diz, no entanto, que é preciso acabar com a ideia de que na Santa Casa “o dinheiro nunca acaba”

O que é hoje a Santa Casa da Misericórdia de Lamego?A seguir à Diocese é a instituição mais antiga de Lamego e que ao lon-go destes anos soube estar presente e responder às necessidade da socieda-de lamecense São quase 500 anos de atividade em prol dos mais desfavo-recidos e carenciados.

Nos tempos que correm a Misericórdia de Lamego cumpre a função para que foi criada ou hoje é mais difícil? Há uma evolução. No caso da Mise-ricórdia de Lamego até à década de 70 do século passado, século XX, vi-veu única e exclusivamente das ofer-tas dos benfeitores que hoje quase não existem. Quando o Estado de-volve às misericórdias alguns dos seus equipamentos, como o lar de idosos, o asilo de infância e o lar das crianças, é que passa a haver uma li-gação à segurança social. Isso tem trazido alguns dificuldades à mise-ricórdia porque o funcionamento de alguns equipamentos, financiados exclusivamente pela segurança so-cial, geram deficit. As verbas entre-gues pelo Estado não cobrem o total das despesas. É o caso do Centro de Acolhimento Temporário(CAT), e o Lar Infanto Juvenil, que acolhe me-ninas que são retiradas aos pais. Isso obriga a Misericórdia a financiar es-ses equipamentos com as suas recei-tas…

O Estado é mau parceiro…O Estado fará o seu esforço mas a se-gurança social tem plena consciên-cia que as verbas que atribuiu são claramente insuficientes. Dirão que o financiamento que depois é su-portado pela Misericórdia cabe na sua função social. É certo. Mas se-ria desejável que as despesas fossem

na totalidade cobertas pelo Estado. A Misericórdia, nesses casos, está a cumprir uma missão que cabe ao Es-tado… Até porque o Estado nos obriga a ter de-terminadas condições e funcionários para o funcionamento desses equipa-mentos. Em algumas valências, como o Lar Infanto Juvenil, foi feito um esforço ao longo dos últimos anos e o financia-mento já equilibra as despesas.

Voltando à nova realidade das misericórdias que têm que viver sem os donativos dos benfeitores…Hoje, 60 por cento das receitas da Mi-sericórdia de Lamego vem da seguran-ça social e os restantes 40 por cento são receitas próprias. A nossa estraté-gia passa por sermos cada vez menos dependentes do financiamento da se-gurança social. O objetivo é ter equi-pamentos e valências que dêem sus-tentabilidade à Santa Casa. Desde que tomamos posse o nosso lema é: “Sus-tentabilidade é qualidade”. Não po-demos olhar apenas para os aspetos contabilisticos, económicos e finan-ceiros. Temos que ter equipamentos de qualidade, para termos uma ofer-ta concorrencial, com outras IPSS – (Instituições Particulares de Solidarie-dade Social) de modo a termos utentes. Hoje a oferta é muito maior, há uma concorrência feroz para captar utentes, desvirtuando e baixando a rentabili-dade das instituições existentes. Nas estruturas para idosos começa haver excesso de capacidade face à procura.

É dentro dessa estratégia que está incluída a remodelação do Lar de Idosos de Arneirós… Vamos fazer obras para o colocar como um equipamento de excelência em instalações físicas e funcionamen-to. Há um estudo recente que apon-ta para que 80 por cento dos utentes

dos lares de idosos têm problemas de demência. É preciso criar um acom-panhamento especifico para este tipo de utentes. A recuperação do nosso lar de idosos vai ter em atenção estas necessidades criando uma área espe-cifica para os utentes com problemas de demência. Na procura de receitas que nos tornem mais independentes vamos fazer obras num dos legados que nos foi deixado a chamada “Ilha Amarela”, na cidade do Porto, que está completamente degradada, onde va-mos construir 45 apartamentos para estudantes. É um investimento onde depositamos muitas esperanças para que seja uma fonte de receita para a Santa Casa. Segundo o estudo econó-mico e financeiro o investimento será pago em oito anos.

Há muitos projetos mas a Misericórdia de Lamego terminou o ano de 2015 com um deficit operacional de 160 mil euros. Como é que a Santa Casa sobrevive a esta realidade? Uma coisa são os deficits operacionais

que se têm registados nos últimos anos e outra coisa é a situação financeira da Santa Casa que é sólida. Felizmente que a instituição sempre teve como respon-sáveis pessoas que se preocuparam com a sua sustentabilidade a médio e lon-go prazo. Temos património financeiro que nos permite sobreviver, mas temos que acabar com os resultados operacio-nais negativos para não cairmos numa situação de dificuldades, como infeliz-mente já se passa em algumas institui-ções congéneres. Por isso a procura de novas formas de financiamento e otimi-zar recursos nas valências que temos...

Quais são as maiores preocupações...Uma é o Jardim Infantil, devido ao de-créscimo da natalidade e ao ensino gra-tuito a partir dos três anos, perdeu recei-tas. Vamos aumentar a capacidade da creche, onde há bastante procura, nas crianças até aos três anos, e diminuir a oferta para os mais crescidos, até aos cin-co, ajustando os recursos humanos. O objetivo é sair do deficit em dois anos. Quanto às contas negativas do CAT es-tamos a sensibilizar o Ministério da So-

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Área: 20,40 x 26,21 cm²

Corte: 2 de 3ID: 64029055 15-04-2016As ofertas dos benfeitores hoje quase não existem As verbas entregues pelo Estado não cobrem o total das despesas

lidariedade para haver um ajuste do fi-nanciamento às despesas reais .

A Misericórdia de Lamego é a casa dos ricos? Essa é uma ideia que não faz sentido. Por isso as nossas contas e a forma de gerir são cada vez mais transparentes e abertas. O relatório de contas, onde se demonstra de onde vem o dinheiro e onde se gasta, é de consulta livre na página da internet da instituição. Esta-mos abertos e receptivos à crítica e às sugestões

Havendo hoje outras instituições, IPSS, e mesmo entidades privadas que atuam nas áreas sociais deve a Misericórdia ser gerida como uma empresa? A economia social foi a atividade que mais emprego gerou em Portugal nos últimos anos. A ideia de que as Mise-ricordias, duram eternamente e têm dinheiro para tudo é profundamen-te errada. São ideias enraizadas nos funcionários e fornecedores que estão erradas. O facto de não serem insti-tuições verdadeiramente públicas ou verdadeiramente privadas criam al-gumas dificuldades na gestão do dia à dia. A gestão tem que ser profissional. 65 por cento das despesas da institui-ção são com funcionários. Os recursos humanos têm que ter uma gestão mui-to eficaz e em cima do acontecimento. Será o sector mais difícil porque exis-tem muitas condicionantes. Procura-mos fazer um ajuste às necessidades. Temos procurado acabar com o recur-so sistemático aos inscritos no centro de emprego. A quem reconhecemos valor foi integrado no quadro. Só re-corremos aos indiferenciados para funções que não sejam da prestação de cuidados aos utentes. Aí só queremos pessoas com qualificação.

É mais fácil gerir a Misericórdia ou o antigo Hospital Distrital de Lamego? São situações diferentes, embora na gestão do pessoal existam situações muito parecidas. Tenho muito prazer no tempo que dedico à gestão da San-ta Casa. É um desafio porque a gestão das Misericórdias está a mudar, e os colaboradores que estão habituados à matriz “de que as Misericórdias são melhor que o Estado, porque aqui à di-nheiro para sempre”, têm que perceber que há mudanças, que têm que se de-dicar à causa, percebendo que a Santa Casa também procura apoiar os fun-cionários. Respondendo às necessida-des dos utentes, e eles são a prioridade, temos procurado ajustar os horários. Vamos este ano investir na formação profissional dos funcionários.

Como está a situação da entrega, do Estado à Misericórdia, do edifício do antigo ao hospital? O hospital foi desativado em abril de 2013, há três anos. Na altura a

administração do Centro Hospita-lar de Trás os Montes e Alto Douro (CHTAD), onde foi integrado o hos-pital de Lamego, queria pura e sim-plesmente entregar a chave do antigo edifício, sem mais, o que foi recusa-do e bem pela antiga Mesa adminis-trativa da Misericórdia. A nova ges-tão da Santa Casa propôs ao Centro Hospitalar que se constituísse uma comissão conjunta para fazer um le-

vantamento da situação em que se en-contra o edifício do antigo hopsital. O CHTAD queria que no final nós as-sinássemos um documento em que prescindíamos de qualquer indem-nização. Era inaceitável. Até há bem pouco tempo havia ainda nas insta-lações arquivo clínico. Nunca conse-guimos ter qualquer reunião com o anterior conselho diretivo da Admi-nistração Regional de Saúde do Norte

60 por cento das receitas da Misericórdia de Lamego vem da segurança social e os restantes 40 por cento são receitas próprias

(ARSNorte). O decreto lei que regu-lamenta estas situações é claro quan-do estabelece que a entrega dos anti-gos hospitais não pode ser feito sem existir previamente um acordo entre as partes. Tem que haver esse acordo.

Que projeto tem a Santa Casa para o edifício do antigo hospital?O Plano de Urbanização de Lamego só permite naquele local uma estru-tura ligada à saúde. Queremos criar um equipamento integrado na rede das unidades de cuidados continua-dos, com 80 camas, vocacionado para doentes demenciados. Também um centro de fisioterapia que não existe nenhum, no Douro Sul, con-vencionado com o Serviço Nacional de Saúde (SNS). O acordo com o Es-tado só será bom se for bom para am-bas as partes e para colocar de novo o antigo hospital ao serviço das po-pulações. É um projeto que custará cerca de cinco milhões de euros. An-dámos a estudar com o anterior Mi-nistério da Solidariedade Social, mas não obtivemos respostas, os progra-ma dos fundos comunitários em po-deria haver financiamento para este projeto.

Há em tribunal o processo sobre o pagamento das rendas que o Estado deixou de fazer…Como as instalações não foram entre-gues a renda mantém-se. A dívida ron-da nesta altura os 400 mil euros. Já dis-semos a vários responsáveis políticos que não queremos que o antigo hop-sital seja a “galinha dos ovos de ouro”. Queremos um acordo para colocar o edifício ao serviços das populações. O projeto de se construir um hospital privado, de que se falou e apresentou publicamente em 2013, foi abandonado?Totalmente abandonado. Lamentavel-mente as pessoas que na altura se apre-sentavam como potenciais investido-res não tinham nenhuma capacidade de investimento.

Vai ter o Ministro da Solidariedade nas cerimónias do aniversário da Misericórdia. Qual o caderno de encargos que lhe vai apresentar? Ficamos honrados com a disponibili-dade do senhor Ministro em vir a La-mego num sábado de manhã. Vamos sensibiliza-lo para a questão do antigo hospital. É um assunto que preocupa a cidade e sobre o qual todos os dias so-mos questionados. Gostaríamos que na Segurança Social em Viseu houves-se um olhar mais atento para algumas das valências que estão a funcionar na Santa Casa e com o quais não temos qualquer acordo estabelecido com o Estado. É o caso do apoio domiciliá-rio e do centro de dia. No CAT o no Jardim Infantil os acordos devem ser ajustados à realidade. Página 11

Page 14: 19-04-2016portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte/Conteúdos… · mação na área. Tal como o DN no-ticiou, em 2014 licenciaram-se, en-tre escolas públicas e privadas,

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Corte: 3 de 3ID: 64029055 15-04-2016P.16 ENTREVISTA

MISERICÓRDIAS ETERNAS E COM DINHEIRO PARA

TUDO É IDEIA “PROFUNDAMENTE

ERRADA”

Marques LuísProvedor da Santa Casa da

Misericórdia de Lamego

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Corte: 1 de 1ID: 64071499 19-04-2016

Médicos e estudantes

A Associação Nacional de Estudantes de

Medicina entregou recentemente uma

proposta de Planeamento Integrado da

Formação Médica ao Governo, que foi

criticada, por algum desconhecimento

do setor: estudantes a mais não signifi ca

necessariamente médicos a mais.

Portugal tem um número absoluto de

médicos acima da média europeia, é um

facto. A sua assimetria na distribuição

entre os sistemas, público e privado, em termos

regionais e entre especialidades, é outro facto. E

enquanto estas assimetrias existirem não deveremos

defender que existem “médicos a mais”, dado que

em alguma região algum especialista irá certamente

faltar. O que é necessário compreender é que este não

é um problema de número, mas sim de planeamento.

Os médicos existem mas não estão onde fazem falta:

no SNS; em zonas carenciadas e em especialidades

com défi ces. Outro dado, que é necessário reter,

é que o atual número de ingressos nos cursos de

Medicina irá, inevitavelmente, resultar na formação

de médicos indiferenciados, devido à inexistência

de vagas para especialização para todos os inscritos,

o que pouco irá contribuir para a resolução deste

problema. A sociedade sente

falta de especialistas (sim,

Medicina Geral e Familiar é

também uma especialidade

médica) e não de médicos

indiferenciados!

Ademais, é necessário

perceber a linha temporal das

medidas propostas. Estamos

habituados a que as medidas

governamentais não vejam

além dos quatro anos de um

mandato, mas o período de

formação de um médico leva

mais de uma década: seis

anos de curso mais cinco a

sete anos de especialização.

Serão mais de dez anos a

formar médicos, anualmente,

acima das capacidades,

numa altura em que o

próprio Governo estima ter o

problema da falta de médicos

de família resolvido, com os

internos que estão a terminar

especialidade, num prazo

de dois anos. Contudo, a redução que defendemos

não pretende igualar as necessidades de médicos

do país, embora as respeite, mas sim adequar-se às

atuais capacidades formativas das escolas médicas e

internato, que se encontram de momento saturadas.

Caso nada seja feito, em breve qualquer um de

nós poderá passar a ser atendido, numa consulta,

por um médico indiferenciado, detentor de uma

formação pré-graduada defi citária e rodeado por mais

dez estudantes. Pela defesa da qualidade da nossa

medicina, faça-se algo que já é tarde de mais.

Presidente da Assoc. Nac. de Estudantes de Medicina

Qualquer um de nós poderá passar a ser atendido, numa consulta, por um médico indiferenciado rodeado por 10 estudantes

Debate Saúde e formação médicaAndré Fernandes

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