02. o legado do direito romano ao direito civil moderno
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O LEGADO DO DIREITO ROMANO AO DIREITO CIVIL MODERNO
Angelina Bonaldi Klöppel1
RESUMO
No presente Paper estuda-se a influencia do direito romano no nosso direito civil
atual, demonstrando de uma forma ampla o assunto, proporcionando conhecimento
para a conclusão da pesquisa.
PALAVRAS-CHAVE:.Direito Romano. Direito Civil Moderno. Justiniano.
Percebe-se a importância do estudo do legado do direito romano ao direito
civil moderno, sendo assim, o presente estudo consiste em primeiramente entender
os principais aspectos do direito romano em si, e em seguida observar o que ainda
será considerado no direito civil moderno, para que assim o fundamento possa ser
compreendido.
As pesquisas bibliográficas e pesquisas feitas na internet fornecem
informações referentes ao assunto abordado e nos proporciona uma ampla e
abrangente visão acerca da história do nosso direito.
O direito romano tem como principal característica a pluralidade, também
podemos considerar que é um direito parcialmente não estatal, formalista e
tecnificado. Também chamado de direito quiritário (já que quiris é o antigo nome do
cidadão romano) ou de ius civile indicando que seria o direito da cidade. Segundo
Capella (2002) o direito romano teve grande importancia na constituição do direito
quando permitiu que uma parte de seu conteúdo fosse elaborada por acordo entre
particulares, adaptando-se às necessidades econômicas. Ainda conforme afirma
Capella (2002), embora os magistrados da época tivessem cargos
fundamentalmente politicos e pudessem ser pessoas não entendidas em direito, foi
o conjunto de decisões e declarações dos magistrados o que produziu a tecnificação
do direito romano.
Conforme Maciel (2010) Justiniano I era na verdade chamado de Flavius
Petrus Iustinianus (11/05/483 – 13/11/565) foi o responsável por resgatar a época
clássica do direito romano e adaptar ao nosso direito. Sendo assim, consideremos
1 Acadêmica da 1ª fase do curso de Direito do Centro Universitário – Católica de Santa Catarina –
Jaraguá do Sul, 2010.
que o direito privado romano foi a área que mais marcou a cultura jurídica ocidental,
pois, tanto os conceitos jurídicos como os métodos de argumentação hoje utilizados
por nós, tem como origem o direito romano.
Considerando o matrimonio e seus bens, afirma Maciel (2010, p.90):
Já no casamento sine manu os esposos viviam sob um regime de
separação de bens, marcado pela presença do instituto do dote.
Durante o matrimonio o marido era o proprietário dos bens dotais,
mas por ocasião da dissolução do casamento, devia restitui-los à
mulher.
Este caso nos remete aos dias atuais onde ainda é possivel que os bens
adquiridos antes do matrimonio sejam devolvidos caso haja o divorcio.
Também na época do direito romano existe a divisão das coisas como moveis
e imóveis, tangíveis e intangíveis, consumíveis e não consumíveis, divisíveis e
indivisíveis, principal e acessórios, assim como hoje temos no direito civil.2
Outro ponto interessante é o fato de os romanos terem feito a distinção entre
posse e propriedade. “A posse era um fato e a propriedade um direito, havendo a
possibilidade de os dois itens recaírem sobre a mesma pessoa” (MACIEL, 2010, p.
91); assim como ocorre no direito civil acerca de alugueis, para que a pessoa tenha
a posse não é necessário que seja o proprietário, embora o proprietário tenha todos
os direitos sobre a coisa e também possa usufruir da posse, caso assim deseje.
Devemos considerar também que o direito romano tinha como direito real
limitado a servidão, onde o proprietário de um terreno tem de tolerar a passagem do
proprietário do terreno contiguo que não tenha acesso à própria estrada. O usufruto,
quando alguém tem o direito de usar de determinada coisa e receber seus frutos,
independente de ser o proprietário. A enfiteuse que é uma propriedade publica onde
é dado para o uso privado sendo que se pague uma renda e é vedada a aquisição
por usucapião. E já existia também o penhor de coisas. Os testamentos também já
eram respeitados na época.
Sob estes contextos podemos concluir que embora muitos ainda
desconheçam, o direito romano influenciou muito no direito civil moderno, e até hoje
ainda usufruímos de direitos e obrigações com clara contribuição justiniana.
REFERÊNCIAS
2 Informação Verbal, obtida durante a aula de História de Direito com a professora Ivone Lixa.
CAPELLA, Juan Ramón. Fruto Proibido: Uma aproximação histótico-teórica ao
estudo do Direito e do Estado. 1ª Edição. São Paulo: Livraria do Advogado, 2002.
MACIEL, José Fábio Rodrigues. História do Direito: Direito Romano, Justiniano. 4ª edição. São Paulo: Editora Saraiva, 2010.