apostila de direito romano

Download Apostila de direito romano

If you can't read please download the document

Upload: ingridferreira

Post on 24-Dec-2015

25 views

Category:

Documents


6 download

DESCRIPTION

Apostila desenvolvida para o estudo do direito romano

TRANSCRIPT

RESUMO DIREITO ROMANOO direito romano o complexo de normas vigentes em Roma desde a sua fundao lendria, no sculo VIII a.C. at a codificao de Justiniano no sculo VI d.C.Utilidade do estudo do Direito Romano- O nosso direito e o de todos os povos do Ocidente derivam do direito romano, portanto, ao estud-lo, vamos s origens do nosso prprio direito vigente.- O direito como regulamentao do comportamento humano dentro da sociedade um fenmeno histrico. Suas regras so produto da longa experincia humana e, por isso, para compreend-las, muito til conhecer sua evoluo histrica. - O direito romano uma disciplina propedutica (introdutria), tem como funo introduzir os alunos ao estudo do direito (especialmente do direito civil).- At hoje os cdigos modernos trazem a marca da codificao de Justiniano.Introduo histricaNos treze sculos da histria romana houve uma mudana continua no carter do direito, de acordo com a evoluo da civilizao romana, com as alteraes polticas, econmicas e sociais, que a caracterizavam. A evoluo da histria romana dividida em perodos, que se distinguem segundo sua histria interna e externa. Por preferncia didtica ser utilizado a diviso segundo a evoluo interna:- Perodo Arcaico (da fundao de Roma no sculo VIII a.C. at o sculo II a.C.): era caracterizado pelo formalismo e pela rigidez. O Estado possua funes limitadas a questes essenciais para sua sobrevivncia: guerra, punio dos delitos mais graves e a observncia das regras religiosas. O marco mais importante desse perodo a codificao do direito vigente nas XII Tbuas, que aplicavam-se exclusivamente aos cidados romanos.- Perodo Clssico (at o sculo III d.C.) (ius civile): com a conquista do poder, pelos romanos, por todo Mediterrneo, exigiu-se a evoluo e renovao do direito. A maior parte das inovaes e aperfeioamentos foi fruto das atividades dos magistrados e jurisconsultos. Entre os magistrados, estava o pretor, cuja funo estava relacionada a administrao da Justia, possua amplo poder de mando, e por isso faziam reformas que complementavam, suprimiam e corrigiam as regras antigas. O resultado dessas experincias foi uma codificao. Porm o direito pretoriano (ius honorarium) foi sempre considerado como diferente inferior ao direito antigo (ius civile), mesmo quando, na pratica, o substitui. O direito era comum aos cidados romanos e aos estrangeiros (peregrini), fundado na boa-f (bonum et aequum). J os juristas chamados de jurisconsultos davam pareceres que possuam fora obrigatria em juzo.- Perodo Ps-clssico (at o sculo VI d.C.): foi um perodo de decadncia poltica, no havia mais grandes jurisconsultos. Sendo assim Justiniano mandou codificar as regras de direito em vigor na poca. O Cdigo (coleo das constituies imperiais), o Digesto (trechos escolhidos de jurisconsultos clssicos), as Institutas (manual de direito para estudantes) e as Novellae (novas leis publicadas por Justiniano) formaram o Corpus Iuris Civilis. Foi mrito dessa codificao a preservao do direito romano para a posterioridade.OBS: Os mandamentos do direito romano so: viver honestamente, no lesar a ningum e dar a cada um o seu (iuris praecepta sunt haec: honeste vivere, alterum non laedere, suum cuique tribuere).Fontes do direitoA produo das regras jurdicas se faz pelas fontes do direito.Fontes de produo: os rgos que tem a funo de criar a norma jurdica.Fontes de revelao: a prpria regra jurdica na forma como ela aparece ou se revela.CostumeEntre as fontes do direito romano est o costume. O costume (mos, consuetudo, mores maiorum) a observncia constantes e espontnea de determinadas normas de comportamento humano na sociedade. A observncia da regra consuetudinria deve ser constante e universal. Na Institutas de Justiniano consta a classificao segundo a qual as normas podem ser escritas (ius scriptum) ou no escritas (ius non scriptum). Os costumes pertencem ao ius no scriptum.Outras fontes: Ao tratar das fontes do direito na poca clssica, Gaio, nas Institutas, no menciona o costume. Para ele as fontes so somente a lei, os plebiscitos, os senatus-consultos, as constituies imperiais, os editos dos magistrados e a jurisprudncia. No perodo de Justiniano a nica fonte do direito era sua compilao e suas leis.Leis e plebiscitos As leis e plebiscitos eram manifestaes coletivas do povo. As leis, lex, eram tomadas nos comcios de que s participavam cidados romanos; os comcios eram convocados pelos magistrados para deliberar texto de lei por eles proposto. Os plebiscitos, plebiscita, eram decises da plebe, reunida sem os patrcios.Essas deliberaes passaram a ser validas para a comunidade toda desde que a lei Hortensia, em 286 a.C., assim determinou.Senatus-consultosOs senatus-consultos (senatusconsulta) eram deliberaes do senado dirigidas aos magistrados.Constituies imperiaisAs Constituies imperiais era disposies do imperador que no s interpretava a lei, mas tambm, a estendiam ou inovavam.Editos dos magistradosA determinao da regra jurdica a ser aplicada pelo juiz na deciso de uma questo controversa cabia ao magistrado, especialmente ao pretor. O pretor, assim como os outros magistrados, promulgava seu programa ao assumir o cargo, revelando como pretendia agir no ano de seu exerccio. Essa atividade normativa manifestava-se atravs do edito. Com o edito o pretor na verdade criava novas normas que existiam paralelamente ao direito quiritrio. Embora houvesse a mudana anual dos magistrados, o edito passava a conter um texto estratificado, fruto da experincia dos antecessores. A redao definitiva do edito do pretor foi obra do jurista Slvio Juliano, por ordem do imperador Adriano; a compilao representou o fim da evoluo dessa fonte de direito.Jurisprudncia As antigas regras tinham de ser interpretadas para que pudessem servir as exigncias de uma vida social e econmica cada vez mais evoluda. Essa intepretao era feita primeiramente pelos chefes religiosos e mais tarde passou a se obra dos juristas. Eles inovavam, criavam novas normas, partindo das existentes, por meio da interpretao extensiva destas. Essa interpretao dos jurisconsultos no foi enquadrada como fonte do direito na poca republicana. O papel oficial dos juristas na atividade produtora de normas comeou com o Imperador Augusto que conferiu a jurisconsultos mais conhecidos e apreciados o privilgio de darem pareceres sobre questes de direito. Sujeitos de direito: So as pessoas que possam ter relaes jurdicas.Pessoa fsica: A pessoa natural ou pessoa fsica o ser humano.O nascituro ainda no pessoa, mas protegido desde a concepo, que o direito presume durar no mnimo de 180 dias e no mximo de 300 dias (presuno iures et de iure). O direito romano considerava o nascituro j nascido (fico jurdica) para fins de reservar-lhe vantagens.O incio da existncia humana o nascimento com vida e com forma perfeita. O natimorto e o monstro no eram considerados pessoas para fins de direito.Capacidade jurdica de gozo ou de direito a aptido do homem para ser sujeito de direitos e obrigaes. Modernamente todo homem tem capacidade de direito desde o nascimento, porm no direito romano no era assim. Para que a pessoa tivesse capacidade de direito ela precisaria ser livre, cidad romana e independente do ptrio poder.LIBERDADE (status libertatis)Os homens podiam ser livres (ingnuos) ou escravos. Os escravos no possuam capacidade jurdica de gozo, eram apenas objeto de relaes jurdicas. No podiam ter direitos ou obrigaes e nem relaes familiares no campo do direito, para fins de sucesso e outros.A origem dos escravos vem da guerra, os inimigos capturados na guerra passavam a ser escravos dos vencedores. Alm disso os estrangeiros que pertencessem a um pas no reconhecido por Roma eram considerados escravos se cassem no poder dos romanos; o mesmo era aplicado aos romanos que cassem em mos do inimigo, porm o cidado romano que se tornasse prisioneiro de guerra do inimigo, ao retornar sua ptria recuperava automaticamente todos os seus direitos (ius postliminii).Tambm era escravo o filho de escrava, salvo se a mesma tivesse obtido a liberdade em algum momento da gestao. Todavia, o direito romano reconheceu sempre a personalidade humana ao escravo. Era crime matar um escravo e era proibido os maus tratos e agresses. Ele participava do culto religioso da famlia. Embora no possusse patrimnio, ele poderia administrar um pequeno peclio.A condio de escravo era permanente, o escravo sem dono no se tornava livre, continuava escravo, escravo sem dono (res nullius). A atribuio da liberdade era feita em regra geral, por meio de ato voluntrio do dono e se chamava manumisso ou por direta disposio de lei. Alm disso poderia ser feito por modos menos solenes reconhecidos pelo direito pretoriano (por alforria perante testemunha ou por escrito). O liberto possua direitos polticos limitados e surgia uma relao de patronado com o ex-dono (relao de interdependncia entre ex-dono e escravo).Com a evoluo do direito romano, a condio jurdica do liberto foi praticamente equiparada condio do ingnuo (pessoa nascida livre, que nunca foi escrava).CIDADANIA (status civitatis)Em princpio, o direito romano valia s para os cidados romanos (quirites). Os estrangeiros (peregrini) no tinham capacidade de gozo no concernente aos direitos e obrigaes do ius civile; a eles se aplicavam as regras do ius gentium. O estrangeiro podia adquirir propriedades pelo direito dele, tambm podia fazer testamento, conforme as regras de sua cidade.Entre os estrangeiros, os latinos (vizinhos de Roma) tinham uma posio especial, tinham praticamente a mesma capacidade de gozo dos cidados romanos.A aquisio da cidadania era por nascimento de justas npcias (matrimonio legtimo) ou se a me fosse cidad no momento do parto. Filhos nascidos de casamento misto (um dos cnjuges estrangeiro) seriam estrangeiros. Tambm podia ser concedida pelo comcios e pelos imperadores.SITUAO FAMILIAR (status familiae)Para ter a completa capacidade jurdica de gozo, era preciso que o sujeito, alm de ser livre e cidado romano, fosse tambm independente do ptrio poder. A organizao familiar romana distinguia-se entre pessoas sui iuris (paterfamilias), independentes do ptrio poder e pessoas alieni iuris (filiusfamilias), sujeitas ao ptrio poder. O ptrio poder era o poder quase que absoluto do pai sobre aqueles que dele dependiam, a ascendncia masculina exercida inclusive sobre os netos. A condio de alieni iuris era independe da idade, porem eles no eram absolutamente incapazes. Os alieni iuris possuam plena capacidade no mbito dos direitos pblicos, mas restries nas relaes patrimoniais, tudo o que adquiriam pertencia ao paterfamilias. A evoluo do direito romano se caracterizou pela responsabilidade sempre crescente do paterfamilias no tocante s obrigaes contradas por seus familiares. Por outro lado, foi conferida cada vez maior independncia patrimonial aos alieni iuris por meio do desenvolvimento do instituto do peclio (parte do patrimnio da famlia entregue a sua administrao).J em relao a condio jurdica da mulher, ela no tinha o direito ao ptrio poder, no possua direitos pblicos e no podia participar de atos solenes na condio de testemunha.

Capitis deminutio: A situao da pessoa, quanto capacidade jurdica de gozo, era determinada pela liberdade, pela cidadania romana e pela independncia do ptrio poder. Qualquer mudana em um desses requisitos mudava a situao jurdica da pessoa, mudana chamada de capitis deminutio, havendo a alterao de status, para situao melhor ou pior. As trs possibilidades de alterao sofridas por capitis deminutio eram:Mxima: a perda da liberdade acarretada a perda dos demais status.

Mdia: perda da cidadania.

Mnima: alterao do estado familiar. Quem sofreu a mudana perde toas as relaes jurdicas com a famlia anterior, menos a de consanguinidade, adquirindo novo estado familiar.

Pessoa jurdica ou moralSo entidades artificiais as quais o direito atribui personalidade jurdica. Trata-se de organizaes destinadas a uma finalidade duradoura, que so consideras sujeitos de direito. A caracterstica essencial das pessoas jurdicas que elas possuem personalidade jurdica e patrimnio distintos de seus membros. Podia ser de duas espcies:1. Corporao (universitas personarum): associao de pessoas. Podiam ser pblicas (Estado Romano, colnias etc) ou privadas (com finalidades religiosas ou econmicas). Deveria haver pelo menos trs membros e um estatuto.2. Fundao (universitas rerum): conjunto de bens com finalidade determinada. Surgiu na poca crist, no direito romano ps-clssico.OBS:Personalidade jurdica: aptido para adquirir direitos e contrair obrigaes.

Capacidade jurdica: limite desta aptido.

Capacidade de fato/de agir= capacidade de praticar atos jurdicos (idade, sexo e sanidade mental perfeita).

Objetos de direito e sua classificao: Na linguagem jurdica coisa (res) objeto de relaes jurdicas que tenha valor econmico.-Coisas em comrcio e fora dele:Res in commercio: podiam ser apropriadas por particulares.

Res extra commercium: no podiam ser objeto de relaes jurdicas entre particulares pela sua natureza fsica ou pela sua destinao jurdica. Ex.: coisas dedicadas aos cultos dos deuses, como os templos, ou coisas comuns a todos, como o mar, e as coisas pblicas, como as estradas.

-Coisas corpreas e incorpreas, diferena quanto a tangibilidade:Res corporales: podem ser tocadas; existem corporalmente.

Res incorporales: existem apenas intelectualmente.

Res mancipi: coisas que para serem transferidas requeriam a pratica das formalidades da mancipatio, ato solenedo direito arcaico. Ex.: terrenos itlicos, animas de carga, escravos etc.

Res nec mancipi: coisas que podiam ser transferidas pela simples entrega, sem formalidades (traditio).

-Coisas moveis e imveis:Res mobiles: coisas transportveis e semoventes.

Res immobiles: o terreno e o que estivesse definitivamente ligado a ele.

- Em relao a substituibilidade das coisas:Coisas fungveis: podem ser substitudas por outras de mesmo gnero, quantidade e qualidade.

Coisas infungveis: no podem ser substitudas em razo da sua individualidade.

Coisas consumveis: podem ser usadas apenas uma vez, exaurem-se com seu uso normal.

Coisas inconsumveis: permitem uso repetido, so coisas suscetveis de utilizao constante, sem que sejam destrudas.

Coisas divisveis= pode ser divididas sem perder o valor proporcional ao do todo. Ex: terreno

Coisas indivisveis= se divididas, perdem ou reduzem o valor scio econmico. Ex: carro.

Coisas simples: unidade orgnica, natural ou artificial.

Coisas compostas: unio artificial de vrias coisas simples.

Coisas coletivas ou universais: aglomerado de coisas simples ligadas entre si por uma comum destinao jurdica. Ex: uma biblioteca com vrios livros com uma destinao jurdica comum.

Coisas principais: tem existncia prpria, autnoma. Ex: terreno.

Coisas acessrias: sua existncia depende do principal, o acessrio sempre segue a sorte da coisas principal (accessio cedit principal). Ex: plantao em um terreno.

Pertenas (instrumenta): possui uma relao menos ntima com a coisa principal; conservam certa autonomia, embora a sua destinao jurdica est ligada com da coisa principal. Ex: instrumento de trabalho.

Frutos: coisas novas produzidas natural e periodicamente por uma outra denominada coisa frugfera. As rendas obtidas com a locao ou o arrendamento de coisas so tambm considerados frutos (civis).

-As benfeitorias so gastos com as coisas assessorias ou pertenas juntas coisa principal, para melhorar e aumentar a utilidade desta. Podem serBenfeitorias necessrias: gastos imprescindveis para a existncia e manuteno da coisa principal.

Benfeitorias teis: aumentam a utilidade da coisa principal, porm pode subsistir sem elas.

Benfeitorias volupturias: servem para o embelezamento, tornam o uso mais agradvel, so as de mero luxo.

Ato jurdico:A doutrina do ato jurdico no obra dos romanos. As construes dogmticas modernas a ela referente, entretanto, tm bases romansticas.Os fatos so eventos, acontecimentos de toda espcies. Podem ser simples (sem consequncia jurdica) ou jurdico (com consequncia jurdica).Entre os fatos jurdicos, esto os fatos jurdicos voluntrios (causados pela vontade de algum) e os fatos jurdicos involuntrios (se verificam independente da vontade de algum). Por sua vez, os fatos jurdicos voluntrios podem ser lcitos (ato jurdico) ou ilcitos (delitos), dependendo da sua conformidade ou no com norma jurdica. Os ATOS JURDICOS so manifestaes de vontade que visam realizao de determinadas consequncias jurdicas, sendo tambm chamado de negcio jurdico. Ou seja, uma manifestao de vontade com o objetivo de produzir determinados efeitos jurdicos.Ele tem como fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos. O ato jurdico do direito quiritrio exigia formalidades complicadas, cuja observncia dependia a validade do ato e o seu consequente efeito jurdico. Com a evoluo do direito romano deu-se nfase a manifestao de vontade, que deveria ser feita de maneira clara sem tanta prevalncia das formas solenes. Capacidade de agirO pressuposto da validade da manifestao da vontade era a capacidade de agir da pessoa que praticava o ato jurdico. Nem toda pessoa possua capacidade de agir, esta dependia da idade, do sexo e de sanidade mental perfeita.IDADE: Os pberes possuam completa capacidade de agir, entravam na puberdade os homens a partir dos 14 anos e as mulheres a partir dos 12 anos. J os impberes no possuam completa capacidade de agir, se dividiam em:infantes (menores de 7 anos- absolutamente incapazes).

infantia maiores (dos 7 anos puberdade relativa capacidade de agir s podiam praticar atos que lhes fosse benficos. S contraam obrigaes atravs da interveno do tutor).

A Lex Laetoria (sc. II a.C.) conferiu proteo ao menor de 25 anos que fosse prejudicado em um negcio jurdico. Havia a anulao do negcio jurdico, salvo de praticado atravs do curador. A razo dessa regra foi procurar proteger os adolescentes pberes e j capazes de agir, mas que ainda eram inexperientes. SEXO: As mulheres, mesmo aps atingirem a puberdade, ficavam sujeitas a tutela perptua. Necessitavam da assistncia do tutor mulierum. Todavia, no perodo ps-clssico, tal limitao deixou de existir. No direito justinianeu, a mulher atingiu plena capacidade de agir.SANIDADE MENTAL: Os loucos de todo gnero eram absolutamente incapazes, sendo representados por um curador. Os surdos-mudos era relativamente incapazes, j que no podiam praticar atos verbais. E os prdigos possuam condio semelhante aos infantia maiores e eram assistidos por curadores.

Classificao dos atos jurdicos:Unilaterais: as consequncias jurdicas verificaram pela declarao de vontade de uma parte. Ex: testamento.

Bilaterais: exige-se a declarao de vontade das duas partes. So os contratos. Ex: compra e venda.

Inter vivos: os efeitos projetam-se durante a vida da partes.

Mortis causa: os efeitos projetam-se a partir do falecimento de uma das partes.

Onerosos: ato que possuam como objetos uma contraprestao de valor igual prestao.

Gratuitos: sem tal contraprestao.

Causais: o fim pratico est intimamente ligado ao ato e aparece claramente no prprio ato. Ex: compra e venda.

Abstratos: prevalece a forma externa do ato, irrelevante o fim prtico a que se destina. Ex: mancipatio.

Ius civile: provinham dos institutos tpicos do direito quiritrio.

Ius honorarium: era o direito elaborado e produzido pelo pretor.

Ius civile: institutos aplicveis apenas aos cidados romanos.

Ius gentium: institutos aplicveis no apenas aos cidados romanos, mas tambm aos estrangeiros.

Vcios do ato jurdicoO vcio ocorre quando h discrepncia entre a vontade interna e sua manifestao. Com relao a esse problema o ato jurdico pode ser nulo (no tendo efeito jurdico nenhum) ou anulvel (pode ser tornado sem efeito, mas ele existe enquanto no for anulado pelo juiz a pedido do interessado). O ato inicialmente viciado no se convalida com o decurso do tempo.Espcies de vcios:- Simulao: a discrepncia entre a vontade interna e a sua manifestao externa pode ser voluntria. A simulao ocorre quando as partes so concordantes nesse fingimento, sendo ento as declaraes de vontade divergentes das vontades internas.A simulao pode ser absoluta, se as partes no desejavam ato qualquer, mas declaram externamente quere-lo; ou relativa quando desejam praticar ato jurdico diverso do praticado. O ato simulado ser vlido contra terceiros, mas entre as partes prevalecer o ato dissimulado. Se a simulao for evidente ela acarreta a nulidade do ato.- Erro: a discrepncia INVOLUNTRIA entre a vontade interna e a manifestao externa pela (s) parte (s), o falso conhecimento de um fato, o agente engana-se sozinho. No direito romano, se o erro era referente a elemento essenciais do ato, ele era nulo, caso contrrio era considerado vlido. Para que o erro tenha efeito de invalidar o ato preciso que se refira a um elemento essencial do ato jurdico (error essentialis) e seja oriundo de uma atitude escusvel do agente (error probabilis).Os erros que acarretavam nulidade eram: erro in negotio (quanto a essncia do ato), error in persona (quando a divergncia de referia a identidade de uma das partes), error in corpore (quanto a identidade fsica do objeto), error in substantia (quanto as qualidades essenciais do objeto).No invalidavam o negcio jurdico o erro quanto qualidade (error in qualitate) e a quantidade (error in quantitate).O erro pode consistir numa ignorncia da regra do direito (error iuris). Normalmente ningum pode ignorar a lei (ignorantia iuris neminem excusat), exceto as mulheres, os menores de 25 anos, os caipiras e os soldados.- Dolo (dolus malus): o comportamento malicioso de algum com o objetivo de enganar a outra parte, falsificando a verdade, para tirar disso vantagem prpria. - Coao: a presso fsica ou psquica, ilegal, exercida por algum contra agente, a fim de que este pratique, contra sua vontade um ato jurdico. causa de invalidade criada pelo ius honorarium, superando o formalismo do ius civile.Contedo dos atos jurdicos: Ele devia ser lcito, possvel fsica e juridicamente e determinado.Elementos do ato jurdico:Essenciais: so os elementos do contedo do ato jurdico sem os quais ele no existiria, so necessrios para sua realizao. Ex.: preo na compra e venda.

Naturais: so os elementos naturalmente includos em um negcio jurdico. Todavia, as partes podem excluir ou modificar voluntariamente tais elementos, desde que de forma expressa. Ex.: responsabilidade por vcios ocultos.

Acidentais: so clusulas no necessrias para a realizao do negcio jurdico, so eventuais e secundrias acrescentados pela vontade das partes. Ex.: forma de pagamento, condio, termo, modo etc.

Entre os elementos acidentais podemos destacar:CONDIO: clusula que subordina os efeitos do ato jurdico a um evento futuro e incerto. Este evento devia ser possvel, lcito e determinvel. Caso contrrio, gerava a nulidade da clusula e do prprio negcio jurdico. A condio pode ser:Condictio potestativa: depende da vontade de uma das partes. Ex.: se voc casar.

Condictio causalis: depende do acaso. Ex.: se chover.

Condictio mixta: depende da vontade e do acaso. Ex.: se voc casar com Tcio.

Quanto aos efeitos jurdicos, a condio pode ser:Condio suspensiva: suspende os efeitos do ato jurdico. Este apenas produzir efeitos com a ocorrncia do evento futuro e incerto.

Condio resolutiva: a produo dos efeitos imediata, mas com a ocorrncia do evento, cessam-se os efeitos.

OBS: O direito romano somente reconheceu a condio na forma suspensiva, j a condio resolutiva fruto do direito intermedirio e do moderno.TERMO: clusula que subordina os efeitos do ato jurdico a um evento futuro e certo. Observa-se que um evento certo pode ter data incerta (ex.: a morte)Termo suspensivo (dies a quo): suspende a eficcia do ato jurdico at a data de verificao do evento futuro e certo.

Termo resolutivo (dies ad quem): cessam os efeitos com a ocorrncia do evento.

MODO: impe ao destinatrio de uma liberalidade uma obrigao/encargo, o qual no interfere na eficcia do ato. O ato jurdico era eficaz desde o incio, mas existiam meios jurdicos para obrigar ao cumprimento do encargo. DIREITOS REAIS DIREITOS REAIS SOBRE COISA PRPRIA = direito de propriedade. (ius in re) (direito real por excelncia).DIREITOS REAIS SOBRE COISA ALHEIA = DE GOZO = servides prediais e pessoais, enfiteuse e superfcie.DIREITOS REAIS DE GARANTIA = fidcia, penhor e hipoteca PROPRIEDADE: A propriedade (dominium proprietas) um poder jurdico absoluto e exclusivo sobre uma coisa corprea. - Relao direta e imediata entre a pessoa, titular de direito, e a coisa. - A propriedade confere o direito de usar, gozar e dispor da coisa. - H a exclusividade da propriedade, que impe a todos a obrigao de respeit-la e a subordinao completa da coisa a seu proprietrio.- O poder jurdico do proprietrio sobre a coisa , em princpio, ilimitado, mas limitvel. As limitaes impostas pela lei visam proteger o interesse pblico ou justos interesses de particulares.Limitao imposta pela lei: o proprietrio de um terreno ribeirinho deve tolerar o uso pblico da margem, regras de inalienabilidade no terreno dotal para proteger interesse das mulheres ou incapazes e etc., proibio do abuso do poder e dos maus tratos cometidos contra escravos pelo proprietrio. Elasticidade da propriedade: Cessada a limitao imposta pelo proprietrio (ex: concesso outrem um pedao), a propriedade recupera a sua inteireza. Proibio de atos emulativos: hoje chamado de proibio da amplitude do exerccio da propriedade. So atos que o proprietrio pratica no para sua utilidade, mas para prejudicar o vizinho.Limitao no interesse de particulares: frutos cados da rvore do vizinho so do vizinho. O proprietrio deve tolerar)EVOLUO HISTRICA:Direito Primitivo:O ptrio poder abrangia tambm os bens patrimoniais da famlia. O poder jurdico sobre as coisas estava includo no patria potestas e a propriedade no tinha nome distinto.Propriedade quiritria:

O conceito abstrato da propriedade, distinto da do ptrio poder e sua denominao de dominium e proprietas, datam da segunda metade da Republica; o instituto faz parte do ius civile, chama-se dominium ex iure Quiritium. Pressupostos: o titular deve ser um cidado romano; deve ser coisa corprea in commercio, salvo terrenos provinciais; e deve ter sido adquirida por meio reconhecido do ius civile.Usucapio supria a falta do macipatio ou da in iure cessio. De resto, se no houvesse procedimento solene no era transferida a propriedade de fato.Propriedade pretoriana:

O sistema do ius civile era rgido e complicado demais para o rpido desenvolvimento dos negcios, exigncia natural do comrio. O pretor buscando socorrer os prejudicados com a situao props remdios processuais, meios de defesa contra o proprietrio e contra terceiros. As pessoas transferiam propriedade de res mancipi por traditio, pagavam pelo preo, mas perante o direito no eram proprietrios de fato, enquanto no se completasse o perodo do prazo de usucapio. Caso o ex-proprietrio viesse exigir a devoluo, o meio de defesa era uma EXECPTIO REI VENDITAE ET TRADITAE.ACTIO PLUBICIANA: usada para reaver a coisa de terceiros. (coisa adquirida erroneamente por traditio) Baseava-se na fico de que o prazo de usucapio j tivesse realmente decorrido. O pretor construiu um novo tipo de propriedade, diferente e at contraposta propriedade quiritria. Ademais, como no podia derrogar o ius civile o proprietrio quiritrio continuava dono, mas s no nome.Os remdios eram usados tambm na doao, nos casos da missio in possessionem.Propriedade de peregrinos

O estrangeiro no podia adquirir propriedade pelo ius civile, no tinha cidadania. Porm lhes eram concedidos meios processuais de defesa para a defesa da sua propriedade (dominium) conforme o direito estrangeiro.Propriedade de terrenos provinciais

Os terrenos situados nas provncias, fora da pennsula itlica, eram propriedade do Estado, no podiam ser objeto de propriedade particular durante todo o perodo clssico. Salvo se o Estado quisesse conceder, mas mesmo assim era algo parecido com a propriedade apenas. Com Justiniano houve a unificao dos diversos tipos de propriedade, ele aboliu a diversidade de propriedade, unificando o instituto. Co-propriedade: Havia a previso da co-propriedade (condominium), na qual o direito de propriedade pertence a mais de uma pessoa, dividindo entre elas; ela pode ser voluntrio (origina-se da vontade das partes) ou involuntrio (herdando em comum, por exemplo). O problema que as disposies relacionadas coisa inteira exigiam o acordo unanime, ou seja, cada um dos co-proprietrios tinha o direito de vetar (ius prohibendi) a disposio do outro. No prevalece vontade da maioria!!!!! O estado de co-propriedade no podia ser imposto s partes, havendo um meio judicial para conseguir a diviso: a actio communi dividundo.Obs: A coisa no era dividida entre eles, mas cada um tinha direito, na proporo de sua parte, a cada uma das parcelas inteiras. Portanto, o direito de um est limitado pelo direito do outro. O co-proprietrio pode fazer o que quiser com a sua parte, mas apenas com ela e se o seu dirieto se extinguisse esta ficava para os outros proprietrios.Aquisio da propriedade:A propriedade deveria ser adquirida atravs de um dos meios legtimos previstos pelo ius civile: Modos originrios de aquisio da propriedade: podem ser praticados por estrangeiros.Ocupao (occupatio): consiste na tomada de posse de uma coisa que no est sob domnio de ningum (res nullius), e gera direito de propriedade dela. Sendo assim uma das coisas que podem ser apropriadas pela ocupao so as coisas abandonadas pelo seu dono (res derelictae).

Inveno de tesouro: tesouro coisa preciosa desaparecida por tanto tempo que seu dono tornou-se desconhecido. Conforme uma constituio de Adriano (sc. II d.C.), ele pertence em partes iguais ao descobridor (inventor) e o proprietrio do terreno onde foi achado, salvo se contratado para tanto ou se havia proibio expressa do proprietrio.

Unio de coisas/ Acesso (acessio): juno material de duas ou mais coisas. Aplica-se a regra de que o acessrio segue o principal, o direito do proprietrio da coisa principal estende-se ao todo.

Especificao (specificatio): produo de coisa nova com material alheio. A coisa apenas pertencia ao especificador se no fosse mais possvel retomar a matria-prima original.

Aquisio de frutos: os frutos pertencem, em regra, ao proprietrio da coisa que os produz. Modos derivados de aquisio de propriedade: O direito clssico conheceu trs atos jurdicos cuja finalidade era transferir a propriedade:

Mancipatio: transferncia da propriedade das res mancipi (coisas mais importantes para os romanos).

In iure cessio: transferncia no s das res mancipi, mas tambm das res nec mancipi (o resto das coisas).

Traditio: a simples entrega sem formalidades. A entrega pode ser real, simblica ou fictcia (por acordo).

Usucapio (usucapio): aquisio de propriedade em razo da posse prolongada no tempo. Procura eliminar as incertezas nas relaes jurdicas fundamentais. No se obtem por roubo. A perda da posse interrompe o prazo de usucapio. Recuperando-a incia-se o prazo de novo. Os requisitos do usucapio no Direito Clssico:

-res habilis: deve ser uma coisa suscetvel de propriedade quiritria.-possessio civilis: deve haver a posse da coisa qualificada pela inteno de t-la como prpria.-iustus titulus ou iusta causa: o ato jurdico precedente em que a posse se baseia, e que, por si s, justificaria a aquisio da propriedade.-bona fides: boa-f do possuidor no momento inicial da posse.-tempus: decurso do tempo necessrio para a aquisio da propriedade de usucapio (para terrenos, 2 anos; para outras coisas, 1 ano).Perde-se a propriedade: exitino, perecimento, abandono com inteno de abandonar, transferncia ou aquisio originria feita por outra pessoa, usucapiao, aquisiao de fruto de boa f..Aquisio de posse: deteno da coisa com inteno de possui-la e capacidade de agir para que possa existir a inteno reconhecida. Loucos e infantes no podem adquirir posseProteo da propriedade:A propriedade um direito absoluto e exclusivo, consequentemente o dono protegido contra toda e qualquer interferncia alheia que turbar o exerccio de seu direito. Os meios processuais de defesa da propriedade (actiones in rem) so: Rei vindicatio: tinha como finalidade a restituio da coisa em caso de leso total do direito de propriedade, o autor pleiteava a entrega da coisa; com seus frutos, pelo ilegtimo possuidor. No caso de possuidor de boa-f, ele tinha direito ao frutos at o momento anterior litiscontestao; no que se refere as benfeitorias, as feitas pelo possuidor de boa-f deviam ser indenizadas pelo proprietrio, se necessrias e teis. O possuidor de boa-f podia reter a coisa at a indenizao (ius reentiones).

Actio negatoria: defesa contra leso parcial do direito de propriedade provocada por alegao de direito real sobre a coisa. Ex.: o caso de um vizinho que atravessa diariamente um terreno alegando possuir direito de servido de passagem.

-POSSE:A posse um poder de fato sobre coisa corprea; SUBORDINAO FSICA DA COISA A ALGUM! No preciso direito algum para isso acontecer. Distingue-se da propriedade que poder jurdico absoluto sobre a coisa. O primeiro um fato, o segundo um direito. H como se ter propriedade sem posse! (jia empenhada)A posse compe-se de dois elementos: (os dois elementos tm que existir simultaneamente)-Material: que o fato material (corpus) de a coisa estar subordinada fisicamente a algum; (carro estacionado da minha posse, carteira no mesmo lugar no!)-Intencional: (animus possidendi) preciso a inteno INICIAL de possuir POSSE= corpus + animus possidendi. (no possuo a galinha do vizinho q entrou no meu quintal)Distingue-se entre o poder de fato chamado deteno (possessio naturalis) e que no gera consequncias jurdicas e o poder de fato chamado posse (possessio ad interdicta), que as tm. No direito romano tiveram posse todos aqueles que possuram a coisa com inteno de t-la como prpria, com animus rem sibi habendi. J os que exercem o poder de fato reconhecendo a propriedade de outrem no possuem, mas detm a coisa, a sua inteno a rem alteri habere, no vai alm de ter a coisa em seu prprio poder, mas em nome do proprietrio. Alguns exemplos de detentores no Direito Romano so o locatrio, o comodatrio e o depositrio.A proteo judicial da posse foi introduzida pelo pretor por meio do interdictum, uma tutela provisria com o objetivo de preparar a discusso da propriedade.A posse era viciosa quando adquirida por violncia, clandestinamente ou a ttulo precrio (vi, clam aut precario), tal vcio existia apenas em relao pessoa desapossada, j o atual possuidor no tinha proteo judicial para sua posse. Quem perdeu a posse podia retomar a coisa atravs da fora, mas sem o uso de armas.Importancia jurdica: em certos casos preciso a posse para a aquisio da propriedade; na reivindicao o ru o possuidor; a posse, quando reconhecida pelo ordenamento jurdico, protegida contra turbao.

DIREITOS REAIS SOBRE COISA ALHEIA: valem contra todos, mas so restritos quanto a sua amplitude. So os direitos reais que conferem uma parcela do poder jurdico sobre a coisas a outra pessoa que no o proprietrio, limitando a plenitude da propriedade. Direitos reais de gozo, que so as servides prediais, pessoais, enfiteuse e superfcie. Direitos reais de garantia, que so fiducia, penhor e hipotecaServides:So direitos reais que tm por finalidade proporcionar uma participao da utilidade da coisa a quem no seu proprietrio. Pode existir em favor de um terreno ou de uma determinada pessoa. No primeiro caso, so as servides prediais (servitutes praediorum), no segundo, as servides pessoais (servitutes personarum). Servides prediais:

As servides prediais existem sempre entre dois prdios que estejam prximos. Um prdio dominante, cujo proprietrio titular do direito de servido, outro, o prdio serviente, gravado pelo nus da servido. O direito do titular no est ligado a pessoa, mas s existe em virtude da relao de domnio que ele tem com o prdio dominante e enquanto subsistir essa relao.-servides prediais rsticas: eram constitudas em favor e no interesse de uma construo e na maioria eram do tipo negativo, proibiam ao proprietrio do terreno serviente uma ao, por exemplo o que se dava na servido de no construir acima de certa altura.- servides prediais urbanas: eram normalmente positivas, autorizavam o dono do prdio dominante a fazer uma coisa, interferindo no uso do prdio serviente, por exemplo uma servido de passagem. Caractersticas comuns das servides prediais: perpetuidade e a indivisibilidade =A servido liga perpetuamente o prdio serviente e o dominante. A servido indivisvel porque constitui um direito uno, que no pode ser partilhado. Servides pessoais:

So direitos reais sobre coisa alheia, estabelecidos em favor de determinada pessoa. Tais eram o usufruto, o uso, a habitao e o trabalho de escravos. Todos so direito de gozo sobre coisas pertencentes a outrem. Proporcionam um direito mais amplo ao seu titular que as servides prediais. So limitadas no tempo e no so perptuas. (sp conferem direito restrito, mas perpetuamente ligado aos prdios)- Usufruto: o direito ao uso de uma coisa alheia e ao gozo de seus frutos. O usufruto pode ser temporrio ou vitalcio. Caso o titular fosse pessoa jurdica o usufruto extinguia-se depois de decorridos 100 anos. O usufruto deve ser exercido sem modificar a coisas substancialmente (ius alianis rebus utendi fruendi, salva rerum substantia); Era reformcaa pela cauo: cautio ususfructuaria que servia para garantir devoluo da coisa no estado em que estava quado recebida. O usufruturio devia cuidar da coisa como um homem cuidadoso (boni viri arbitratu). O direito do usufruto era intransfervel, mas seu exerccio podia ser cedido; O usufruto era intransfervel, mas podia ser cedido. O usufruto s podia ser estabelecido sobre coisa inconsumvel, porque a consumvel no pode ser usada, normalmente, sem que lhe destrua a substancia. Entretanto um senatus-consulto do Principado permitiu o quasi usufructus ou usufruto irregular, que recaia sobre coisas consumveis.-Uso: aplicam-se direitos de usufruto, salvo o fato de no poder ser cedido. -Superfcie e EnfiteuseO direito justinianeu conheceu mais de dois tipos de direitos reais de gozo sobre coisa alheia: a superfcie e a emphyteusis. Os institutos eram excepcionais, porque conferiam ao seu titular direito to amplo que, na realidade, suprimia, quase totalmente, o direito do dono da coisa. A superfcie era direito de usar, gozar e dispor, por longussimo prazo, de um terreno URBANO, para fins de CONSTRUO, contra o pagamento de um foro anual ao proprietrio do terreno. Era um direito alienvel e transferia-se aos herdeiros. A superfcie tem como origem o arrendamento de terras pblicas a particulares, posteriormente tambm aplicou-se a terras particulares. Devido a regra superfcies solo cedit, tudo o que foi definitivamente ligado ao terreno pertencia ao proprietrio deste. Nestes casos, entretanto, para fins prticos, o pretor concedeu uma proteo possessria ao arrendatrio construtor sobre sua construo (interdictum de superficiebus). Era alienvel e transferia-se aos herdeiros.

A Enfiteuse era o direito de usar e gozar, por tempo ilimitado, de um terreno RSTICO, para fins de CULTIVO, contra o pagamento de um foro anual ao proprietrio do terreno. Originalmente, havia dois institutos distintos: agri vectigales (ius perpetuum), que o arrendamento por prazo longo ou para sempre das terras pblicas a particulares e emphyteusis, que possua prazo determinado, os quais so denominados enfiteuse na compilao de Justiniano. Actio in rem vectigalis protegia direitos do arrendatrio.Os direitos do enfiteuta so mais amplos, mais do que o do usufruturio, (so quase iguais aos do proprietrio) o enfiteuta podia inclusive modificar substancialmente o terreno, desde que no causasse deteriorao do mesmo, adquire os frutos por separao, seu direito alienvel e se transfere aos herdeiros. Os nicos deveres eram o pagamento do foro anual (o no pagamento em trs anos implicava na extino deste direito) e do laudemium (2% do valor da alienao do direito da enfiteuse). O proprietrio tinha o direito de preferncia em caso de alienao. Se no pagasse por 3 anos perdia o direito.-DIREITOS REAIS DE GARANTIAO pagamento de uma dvida pode ser garantido de dois modos: com garantia pessoal: uma pessoa se responsabiliza a pagar ao credor, caso o devedor no o faa com garantia real: uma coisa fica vinculada pra tal fim (vinculao de um bem).O direito real de garantia o que o credor tem sobre uma coisa para garantir o recebimento do seu crdito. acessrio: pressupe uma relao obrigacional principal que garante e de que depende sua existncia. Cessando a obrigao principal a garantia se extingue tambm. No direito romano havia trs formas diferentes de direitos reais de garantia:Fiducia cum creditore

Implicava na transferncia de propriedade de uma res mancipi ao credor. Era instituda por meio da mancipatio ou da in iure cessio, com clausula (pactum fiduciae) adjeta, conforme a qual o credor se obrigava a devolver a coisa, retransferindo a propriedade, logo aps receber o que lhe era devido pela obrigao principal garantida. Credor passava a ser dono e podia DISPOR da coisa. Obrigao de restituir era sancionada por uma actio fiduciae. PODIA DISPOR!Pignus (penhor)

Implicava na transferncia da posse dada em garantia ao credor. Institua-se por simples acordo sem formalidades. Quando o acordo previa que os frutos da coisa penhorada pertencessem ao credor pignoratcio, chama-se isso de anticrese (antichresis), se este usasse a coisa apanhada sem expressa autorizao cometia furto. NAO PODIA DISPOR!Hipotheca

Ocorria atravs de um simples acordo e sem a transferncia de propriedade de ou posse, o credor adquiria um direito real sobre uma coisa alheia para garantir a obteno do seu crdito. Possibilita o aproveitamento econmico da coisa por parte do devedor. Podia haver mais de uma hipoteca sobre o mesmo bem, mas prevalecia a mais antiga. POSSE NAO PASSAVA AO CREDOR!Efeitos dos direitos reais de garantia

Na fidcia o fiducirio ficava proprietrio da coisa dada em garantia. Posteriormente, com o pactum ut vendere liceret, o credor deveria vender a coisa, a fim de ele se pagar com o preo obtido.Na poca imperial, em relao ao pignus e a hypotheca, as partes deviam optar entre a clausula chamada lex comissria, que era transferncia da propriedade ao credor, caso o devedor no pagasse no vencimento (foi proibida a partir de Constantino (sc. IV d.C.)) e a outra modalidade chamada ius distrahendi, o credor vendia a coisa para, com o preo, pagar-se do seu crdito.Era possvel mais de um direito de hipoteca sobre a mesma coisa (prevalecia o mais antigo e o mais novo s tinha direito ao excesso), assim no era no penhor.DIREITO DAS OBRIGAES OBRIGAES um liame jurdico entre o credor e o devedor, pelo qual o primeiro tem direito a exigir determinada prestao de segundo, que, por sua vez, obrigado a efetu-la. A palavra obrigao inclui todos os deveres jurdicos. = EXISTNCIA DE DBITO + RESPONSABILIDADE DO DEVEDOR PELO PAGAMENTO DO MESMO. Os direitos reais implicam um direito negativo (no perturbar o direito do titular deles), tal dever geral e de todos: vale erga omnes.Tendem perpetuidade. Nas obrigaes, entretanto, a relao existe s entre determinadas pessoas e o dever pode ser tanto negativo como positivo. A obrigao em princpio temporria, tende sempre para seu cumprimento e extingue-se por este. Credor e devedor esto em p de igualdade.Se o devedor deixar de solver sua obrigao o credor tem a actio in personam contra ele para for-lo execuo, a qual era pessoal. Mais tarde passou a ser patrimonial, respondendo ele com seus bens. CLASSIFICAO DAS OBRIGAES Conforme as partes:

As partes essenciais na obrigao so o credor e o devedor, porm possvel haver mais de uma pessoa no lugar do credor ou do devedor. Nesses casos a obrigao pode ser chamada de:-OBRIGAES PARCIAIS: quando o crdito ou o dbito das vrias pessoas partilhado entre eles, sendo assim cada um credora ou devedora de uma parte da obrigao. -OBRIGAES SOLIDRIAS: quando a prestao encarada como indivisvel e cada credor (ativa) ou devedor (passiva) pode exigir ou deve a prestao toda, mas o recebimento por um dos co-credores ou pagamento de um dos co-devedores extingue a obrigao para todos. Obs.: causas da solidariedade: a) indivisibilidade da prestao, por exemplo um cavalo devido por vrias pessoas; b) acordo entre as partes; c) quando decorrente de ato ilcito praticado por mais de uma pessoa.

Conforme o objeto:

O objeto das obrigaes a prestao e ela deve ser possvel, fsica e juridicamente lcita, moral e determinvel. (+tenha valor pecunirio) Caso seja impossvel a prestao desde a constituio da obrigao, ela nula (impossibilium nulla obligatio est). Todavia, a impossibilidade superveniente, sem a culpa do devedor (a culpa leva a obrigao de ressarcimento de danos), gera a extino. Pode-se fazer diversas classificaes de prestaes:1) OBRIGAES ESPECFICAS: indica-se coisa especfica (ex.: prdio situado em frente ao barbeiro). Extingue-se facilmente, quando perece a coisa2) OBRIGAES GENRICAS: indica-se o gnero apenas (ex.: saco de trigo). Salvo disposio em contrrio, a escolha da coisa realizada pelo devedor. Extino dificilmente se d.1) OBRIGAES ALTERNATIVAS: h mais de uma prestao. Cabe a uma das parte a escolha. Salvo disposio em contrrio, a escolha da coisa realizada pelo devedor (ex.: eu me obrigo a vender um de meus cavalos x ou y).2) OBRIGAES FACULTATIVAS: h apenas uma prestao, mas o devedor tem a faculdade de entregar em pagamento outra diferente da devida (ex.: multa contratual).1) OBRIGAES DIVISVEIS: a prestao pode ser dividida em partes, sem que diminua o valor proporcional de cada parte.2) OBRIGAES INDIVISVEIS: h a diminuio ou perda do valor.EFEITOS JURDICOS DA OBRIGAOO efeito normal da obrigao o cumprimento espontneo da prestao pelo devedor. Seu adimplemento se chama pagamento, soluo ou liquidao, gerando a extino da obrigao.O no cumprimento da obrigao se chama inadimplemento (inadimplemento: descumprimento voluntrio ou no da obrigao). Actio in personam ( constrander devedor ao pagamento). Pode-se originar da responsabilidade do devedor ou por impossibilidade da execuo da prestao.Quanto ao seu comportamento o devedor pode ser culpado ou no, a culpabilidade em sentido lato tem duas formas: o dolo (dolus), quando se age de m-f e culpa em sentido estrito (culpa), que a negligncia, que pode ser in faciendo, que decorre de uma ao (ex.: dirigir com velocidade excessiva) e in non faciendo, pela omisso (ex.: a enfermeira que no cuida direito do paciente). Alm disso a culpa se distingue em culpa levis, dividia em culpa levis in abstracto (negligncia leve, em comparao com a diligencia de um homem mdio, o bonus paterfamilias) e culpa levis in concreto (diligncia e cuidado do prprio devedor); e culpa lata que uma negligncia exorbitante, no agir com o cuidado que todos tm). A impossibilidade da prestao pode decorrer de um caso fortuito. O caso fortuito se distingue em casus maior ou vis maior (acontecimento inevitvel e contra o qual no h meio de defesa, ex.: raio, guerra, incndio) e casus minor (h defesa, mas pode acontecer at mesmo com o homem mais cuidadoso, ex.: furto, quebra ou perda acidental). O devedor s responde pelo prprio dolo e no por culpa quando se tratar de obrigaes oriundas de contratos em que ele no lucra. (Ex: credor deixa algo em depsito para pegar mais tarde). Responde pela negligncia quando lucra (ex. Comodato ou contratos de mtuo interesse)Mandato, gesto de negcio: respode pelo dolo e pela culpa levis.S transportadores e hoteleiros respondem por casus de vis menor.CASUS DE VIS MAIOR EXIME RESPONSABILIDADE DO DEVEDOR, SALVO EM CASO DE MORA!!! (delonga, atraso no cumprimento da obrigao, podendo ser tanto por parte do credor quanto do devedor). A mora debitoris o no pagamento da dvida pelo devedor e a mora credoris a no aceitao da prestao pelo credor. necessrio vencimento + reclamao do credor para que exista a mora. Os efeitos da mora do devedor so: 1) Aumenta a responsabilidade do devedor inclusive vis maior. Exceo: no perodo imperial, poderia provar que o mesmo teria ocorrido se a coisa estivesse em poder do credor; 2) Nas obrigaes baseadas na bona fides, o devedor era obrigado a pagar os juros e a entregar os frutos adquiridos durante a mora. A mora do credor reduzia a responsabilidade do devedor apenas ao dolo. Devedor pode pedir indenizao pelas despesas havidas e pelo dano sofrido pela mora do credor.OBRIGAES NATURAISSo as obrigaes que o devedor no pode ser compelido a prestao, por faltar ao credor tutela jurdica processual (actio in personam). (Ex: obrigao contraida com alieni iuris ou escravo). No podem ser exigidas, mas podem ser validamente executadas pelo devedor o qual no poderia devoluo se tivesse pagado algo no devido. Ex.: dvida de jogo e dvida prescrita.FONTES DAS OBRIGAES As fontes das obrigaes so os fatos jurdicos, os mais importantes so os contratos e os delitos. Tem ex quasi contractu. Aes reipersecutrias (obter satisfao patrimonial) Ao penal (punio do autor po ato ilcito).CONTRATOSContrato um ato jurdico bilateral que tem por finalidade produzir consequncias jurdicas. Mas deveria haver um fundamento jurdico, a causa civilis (prtica das formalidades prescritas/ entrega da coisa ou traditio/ simples acordo) Contrato= acordo de vontade + causa civilis. S o credor tinha direito a uma ao para constranger o deverdor.Espcies:a) contratos formais: exigia a prtica de formalidades prescritas, esta era a causa civilis. Dois eram os contratos formais: nexum (emprstimo, normalmente de dinheiro realizado por um ato formal) e stipulatio (promessa solene de prestao). Eles podiam ser verbais ou literais.b) contratos reais: mtuo (havia a transferncia de propriedade), depsito, comodato e penhor (nestes havia a transferncia da posse ou da deteno).c) contratos consensuais (influncia do ius gentium): compra e venda, locao, sociedade e mandato.Obs.: pactum: contratos no catalogados nas hipteses acima. No possuam, em geral, fora coercitiva. CONTRATOS REAIS: finalidade devolver a coisa entregue. Era um emprstimo sem as formalidades do nexum e com a s entrega da coisa ao devedor.1) Mtuo (Mutuum)Era o emprstimo de coisa fungvel, especialmente dinheiro, havendo a transferncia da propriedade. um contrato unilateral que gerava unicamente a obrigao de restituir coisa do mesmo gnero, quantidade e qualidade. A hiptese de juros apenas podia ser convencionada atravs de uma stipulatio. unilateral. Ao do credor: condictio certae creditae pecuniae (dinheiro) Condictio triticaria (outra coisa fungvel) TRANSFERNCIA DA PROPRIEDADE (por traditio)Obs.: Mutuante (credor) x muturio (devedor).2) Depsito (Depositum) a entrega, pelo credor, de uma coisa mvel ao devedor, para que este guarde, gratuitamente, e a restitua quando pedida. um contrato bilateral imperfeito, o depositrio ficava apenas com a deteno (possessio naturalis) da coisa e o dever de guard-la e devolv-la em perfeito estado. O uso desta coisa caracterizava-se como furto (furtum usus). Por outro lado, o depositante devia ressarcir o depositrio se houvesse gastos ou danos decorrentes do depsito. DEPOSITRIO S DETM A COISA!Obs.: Depositante (credor) x depositrio (devedor).3) Comodato (commodatum) a entrega de uma coisa para uso gratuito, com a obrigao do devedor de restitu-la. O comodatrio mero detentor (possessio naturalis). um contrato bilateral imperfeito, a obrigao do comodatrio de usar a coisa consoante o que foi estabelecido no contrato e de acordo com a bona fides, devendo entreg-la no prazo convencionado. O comodante, eventualmente, ser responsvel por despesas e danos ocorrido em razo da coisa (cavalo com peste que matou todos os outros do comodatrio). COMODATRIO S DETM A COISA! (se difere do mutuo por isso e tambm porque tem q devolver a coisa recebida, geralmente inconsumvel - obrigao especfica, e no algo do mesmo gnero, qualidade e quantidade obrigao genrica)Obs.: Comodante (credor)x comodatrio (devedor).4) Penhor (Contractus pignoraticius) a entrega de uma coisa para servir de garantia real de uma obrigao e para ser restituda ao extinguir-se a obrigao garantida. Credor no pode usar a coisa!! devedor obrigado a indenizar pelas despesas feitas com a coisa e dos danos que sua guarda causou ao devedor.CONTRATOS CONSENSUAIS1) Compra e venda (Emptio venditio)Contrato em que as partes se obrigam a trocar mercadoria (merx) (prestao) contra dinheiro (pretium) (contraprestao). O contrato gera apenas a obrigao de entregar a merx e no a trasnf. Da prop., transferncia de propriedade era consequncia. A transferncia da propriedade ocorria pela mancipatio, in iure cessio, traditio, usucapio. contrato bilateral perfeito.Obrigaes do vendedor:a) entregar a coisa: transferir a posse e assegurar ao comprador a posse mansa e pacfica com fins de usucapio.b) responsabilidade por evico*: turbao que comprador sofrer, durante o gozo da coisa, causada por terceiro que tenha direito real sobre a mesma.c) responsabilidade por vcios ocultos*: o comprador tinha a actio redhibitoria para pedir a resciso da venda durante o prazo de seis meses ou a actio quanti minoris, dentro de um ano, para obter a reduo do preo.d) respondia pelo dolo e pela negligncia, salvo pela vis maior.* tais responsabilidades podiam ser excludas por expressa acordo (exemplo de pacta adjecta).2) Locao (Locatio conductio): o contrato pelo qual uma pessoa, mediante retribuio em dinheiro, se obriga a favor de outra a colocar disposio desta uma coisa (locao de coisa), ou prestar-lhe servios (locao de servio), ou a executar determinada obra (empreitada). contrato bilateral perfeito. Ambos respondem por dolo e pela culpa com que se houvessem. Para se protegerem; actio locati (locador) e actio conducti (locatrio)3) Sociedade (Societas):Contrato que estabelece a colaborao (pecuniria ou determinada atividade) das parte para atingir um fim em comum. No havia personalidade jurdica. Tem como origem a primitiva comunidade dos co-herdeiros, que conservavam unidade aps a morte do pai, para enfrentar a vida em comum. contrato plurilateral perfeito. temporria, acaba quando sua finalidade alcanada, ou se tornou impossvel ou por comum acordo, ou morte, ou a insolvencia de um deles). Fim se d por meio da actio pro scio e diviso de bens pela actio communi dividundo. Cada scio entra com uma parte e recebe lucros ou prejuzos de acordo com isso.4) Mandato (Mandatum):Contrato pelo qual o mandatrio fica obrigado, gratuitamente, a praticar determinado ato e conforme as instrues do mandante.Deve ser gratuito e a favor do mandante. um contrato bilateral imperfeito. H uma obrigao secundria do mandante de ressarcir por despesas ou danos em razo do objeto do mandato actio mandanti contraria. Inadimplemento: actio mandati directa. Extingue-se pela morte, comum acordo, satisfao do contrato.OBRIGAES EX QUASI CONTRACTU So fatos jurdicos voluntrios lcitos que criam relao obrigacional entre as partes sem que estas tenham convencionado cria-las. Semelhantes as obrigaes contratuais so enquadradas na categoria dos quase contratuais. Dois exemplos dessas obrigaes so:1) Gesto de negcios (Negotiorum gestio)Algum, sem qualquer solicitao do dominus, pratica atos no interesse deste, o negotiorum gestor, ele age de boa-f e no interesse do dominus (para atos necessrios e consoante a vontade razoavelmente presumvel deste) e obrigado a terminar a gesto iniciada. (inadimplemento= actio negotiorum gestorum directa negotii). No podia praticar tal ato se intil ou contra expressa proibio do dominus. O gestor podia entrar com a Actio negotiorum gestorum contraria para exigir aceitao do dominus de sua gesto e o reconhecimento dos resultados dela e ainda indenizao das despesas.2) Enriquecimento sem causaObrigao decorrente de pagamento indevido realizado por engano. Quem recebe o que no lhe devido fica obrigado devoluo. Credor pode obt-la pelos meios processuais das condictiones (indebti). DELITOS: ato ilcito A consequncia jurdica do delito no direito romano era, apenas, a sua punio, e esta punio servia tambm para satisfazer o ofendido do dano que sofrera. Distinguem-se delitos pblicos (traio, homicdio e incndio) dos delitos privados (furto, roubo, dano injustamente causado, injuria). O ofendido podia se vingar do jeito que quisesse.Dano (Damnum iniura datum):Quem causa prejuzo a outrem fica obrigado a reparar o dano. A elaborao desse princpio foi feita nas disposies da lex Aquilia, provavelmente do sc. III a.C.; no caso de ferir escravo ou animal alheio ou danificar coisa alheia, a pena era pagar o maior valor que a coisa tivera no ms anterior. Com o decorrer da evoluo do direito romano, as hipteses foram ampliadas.S ATOS POSITIVOS E CONSISTENTE EM ESTRAGO FSICO E MATERIAL ERAM DANOS e a danificao tinha que ser contra a lei (por dolo ou culpa): deixar o cavalo sem comer causando sua morte ou deixar animal alheio fugir, no eram danos.Clculo do valor do dano a partir do direito clssico: damnum emergens (clculo do dano efetivo e material) + lucrum cessans (clculo da perda do lucro).Furto: subtrao fraudulenta de coisa alheia contra a vontade de seu dono.Punio: 1) Poderia vingar-se 2) poderia exigir multa pecuniria (Actio furti) Obrigaes ex quase delicto: devedor adquiria obrigao mesmo no tendo culpa e ficava devendo mesmo sem ter causado o fato.Ex: vaso que cai da sacada e prejudica algum, responsabilidade do transportador ou hoteleiro quanto a furtos sofridos pelos seus passagerios e hospedes GARANTIA DAS OBRIGAES:Para assegurar-se contra o inadimplemento voluntrio do devedor, o credor pode concluir com ele vrios acordos acessrios e secundrios para reforar a obrigao principal. Tais so: 1) ARRAS (Arrha)Era a entrega pelo devedor ao credor de uma coisa ou de uma quantia com o fim de que ela sirva para confirmar a concluso de um acordo e para garantir o seu cumprimento. Havia duas espcies:a) arrha confirmatoria: para confirmar, provar, contratos consensuais; b) arrha poenitentialis: gerava a possibilidade de resciso unilateral do contrato. Neste caso, quem oferecia as arras, perdia-as em proveito da outra parte. Se quem recebia as arras, rescindia o contrato, deveria devolv-las em dobro.2) MULTA CONTRATUAL (Poena conventionalis)Obrigao criada atravs de stipulatio, atravs da qual era prometida uma indenizao pecuniria em razo de inadimplemento. Neste caso, no caberia a comprovao das perdas e danos, salvo se o valor destes superasse o valor da multa contratual.3) FIANA: garantias pessoais o contrato pelo qual um devedor acessrio junta-se a um devedor principal, a fim de garantir o adimplemento da obrigao por esta assumida. Ela no pode axercer a obrigao principal, embora possa ser de valor menor que o dela. Fiador possuia ao de regresso contra devedor principal.