0 despertador - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/709581/per709581_1883_02124.pdf · aguada, devendo...

4
*-,.;, "tf r % i i MSlíl^.Condições Publica-se ás Quartas-feiras e Sabbadoü na lypograpbiade J. J. Lopes, onde ie recebem asiignaturas por 1 anno, e 6 meies, pagas adiantado. Osannuncios propriamente dos Srs. assignantes pa- gao iO reis por linha, quaesquer ou- Iras publicações seráõ feitas por ajuste. OJitectot—loaé i. -Lope,> liuiicc. REDACTORES-DWVAiWS. Preços da assignatura Por anno10®000 » semestre6®000 COM PORTE PELO CORREIO. Poranoo11&000 » semestre6®500 FOLHA AVULSA 160 RÉIS. Anno XXW Desterro-* Quarta-feira «S dc Agosto dc 1893. N. »,I94. 0 DESPERTADOR DESTIiRRO, 22 DE AGOSTO. DIVLIlSASOCCUIUiliNCIAS. Presidente da provincia.— ?or decreto de 11 do corrente foi nomeado pre- sidente desta proviucia o Sr. Dr. Francisco Luiz da Gama Rosa. O Sr. Dr. Theodoreto Souto, depois de muitas instâncias, obteve sua exoneração, perdendo a provincia com isso um dos administradores qne mais se empenhou em felicital-a. O Sr. Dr. Gama liosa é quasi cathari- nense, porque entre nós passou grande par- te da sua meninice; aqui estudou prepara- torioseaqui conta grande numero de con- discípulos e amigos. Estamos certos que seguirá o caminho que lhe deixa trilhado o seu autecessor. Divisão de evoluções.— Nao ha divertimento, convites, ou outro qualquer ' motivo desta ordem que fuça preterir os exercícios diários a bordo dos navios da di- ferècTdcfáo br. chefe e offieiaes; de manhã elle veio para a cidade, acompanhado tal- vez por mais de 40 offieiaes; pois n&sse mes- rao dia desembarcava tio Pontal de Sam- baquy um parque de artilharia de campa- nha, completamente guarnecido de offieiaes e praças, e depois de desenvolver diversas manobras, fazia exercício ao alvo. O chefe veio aceitar a fineza que seus amigos lhe faziam, mas o commandante mais graduado da divisão ficou a bordo pre- sidindo e dirigindo todos esses trabalhos. Abi se nós ha muito tempo tivessemos divisões de evoluções e chefes como Abreus e Salgados para as commandar, a nossa marinha estaria em muito différente do quo infelizmente se acha. A divisão devia ter suspendido segunda- feira para ir fazer evoluções a vella; volta ao porto de Sambaquy, passados 8 ou 10 dias para refazer-se de mantiraentos e aguada, devendo sahir em seguida com destino a Santos, onde deve chegar uo dia 10 de Setembro. D'ahi, far-se-ha ao mar para ir fundear na Ilha Grande, d'onde, de- pois de effectuar uma série de exercícios e reconhecimentos, partirá para o Rio de Ja- neiro, onde deve chegar nos primeiros dias de Novembro. Nubdelegacla de policia.— Por acto de 18 do corrente foi nomeado subde- legado do policia do 2.' districto desta ca- pitai o cidadão Annibal José de Abreu. Passamentos. Por telegramma transmittido ante-houtem da corte soube- se ter ali fallecido, victima da pertinaz en- fertilidade que ha tempos soffria, o nosso joven conterrâneo Francisco de Assis Ja- cques, empregado na estrada de ferro Leo- poldina. A'auaiactrSilfttirJttai, irmãos e pavautr* WM 32 FOLHETIM DO ÜESIMIKTADOH OS AMORES DE OLIVIER pon XAVIEK DE MÜNTEPIN XXII O RAPTO M- Cantando alegremente, Moraiés chegou ao meio da rua onde parou eraquanto Ar- themisa fechava a porta Com h ponta dos dedos enviou-lhe um beijo e como a chuva que cabia sem interrupção lhe molhava a sua bella roupa côr de canella, dirigiu-se para a direita, afim de se abrigar o mais possível. Esta manobra deu em resultado cooduzilo ao corredor, onde exactamente '' estavam os cinco homens. Um assobio retiniu. Quatro vigorosos ra- p*»zes precipitaram-se sobre o desgraçado cigano, e mãos robustas seguraram-no b um tempo. Senhores, balbnciou cora voz estran- guiada pelo terror,'em ooine de Iodos os Í" santos do paraizo nao me mateis... Offereço-lhes de todo o coração tudo quau- to tenho no bolso, cincoenta e tres libras, dez^oldos e o relógio... Corram-me, cor- ra»n-i»H e verão que fallo a verdade pura... £eíi) duvida \iorales continuaria muito tempo assim, ma* a ponta de ura estylete, y Também falleceu nesta cidade, no dia 18 do corrente, em conseqüência de rápida affecçao pulmonar, a Exm. Sra. D. Adriana Cândida da Costa Santos, esposa do Sr. Prudencio José dos Santos, pharmaceutico da urinada, a quem enviamos nossas con- dolencias. flui) 19 de Igosto. Esta socie- dade procedeu, no dia 19 do corrente, a eleição da nova directoria, que ficou com- posta dos seguintes Srs.: Director, Virgílio José Vilella Vice-director, Jaciutho Pinto da Luz maravilhosamente aguçado, tocou-lhe no peito e o quarto personagem, o homem do manto branco, disse-lhe em voz baixa ao ou- vido: ²Uma palavra mais, e és um homem morto. O hèspanhol calou-se e poz-se a tremer. ²Caminhemos disse o desconhecido Os quatro marinheiros pozerara-se logo a caminho e o cigano, mais morto que vivo, viu que se dirigiam para o parapeito da cáes. ²Vão me affogar, pensou; sou um ho- mem morto. Soltou gemidos entremeados de supplicas. A pouta do estylete tocou-lhe de novo na epidertue, mas desta vez entre os hombro», e a voz do desconhecido repetiu: ²Silencio., Moraiés procurou uma oração para en- commetidar a alma a Nossa Senhora do Pi- lar, fechou os olhos e não tugiu, nem mu- giu. O mar, ua sua praia-raar, chegava quasi á margem do cães. Uma chalopa, iripolada por dous homens e amarrada n ura aunel de ferro, balouçava- se a tres pés distante do parapeito. Nenhuma palavra se trocou entre os ho* mens da embarcação eus que chegavam. O cjgauo, empurrado paios bombros, foi lan- çado uu espaço e cahiu pesadamente no fun- do da chalupa. Os homens eulritrauí também, descendo pe'. escada, eo de mamo brauco, que nos- ao, leitores r^frri1ieceram que era Quiri- npíjfoi seiHar-8e\íiô lado de Tancredo, que u% dftixâra a emiiareação emquauto que o indio euámariiiheirus executavam a ousada çispresa coro^dáipor tao bom exile. '*' «» i ,f .-Vil Mi i iii.i-iini.il¦¦ ¦*»——" i.* secretario, Raymundo Antônio de Fa- ria 2.° dito, Antônio Venancio da Costa Thesoureiro, Boaventura da Costa Vi- nhas Procurador, Lauro Marques Linhares. O vapor Rio Pardo."Este novo vapor, companheiro do Rio Paraná, que sahhvi do Rio de Janeiro no dia 17 do cor- rente, em sua primeira viagem aos portos do Sul, soffreu um forte desarranjo na ma- china ao entrar na barra de Paranaguá, sendo obrigado á voltar ao Rio por não poder proseguir na viagem. E' mais um prejuízo para a companhia nacional de navegação. Variedade.— Chamamos a atteução do leitor para o escripto que damos sob aquella rubrica, descrevendo a soirée offe- recida ao Exm. Sr. chefe de divisão João Mendes Salgado e mais oficialidade sob seu commando. Ho Sul.—Tivemos datas da visinha provincia até 14 deste mez, trazidas pelo paquete Rio Negro. Fallecêra na eidado do Rio-Grande, no diá I3.^m cooMqaiaci* de udiii doso, -proprietário Commercial, tolhi»- conceituada daquella cidade, com quem permutamos á muitos annos. O finado tinha 64 annos de idade, era ei- dadão portuguez e gozava de genil estima e consideração. Uo Hio de -Janeiro.—O vapor in- glez Chalan, entrado no dia 19, trouxe da- tas da corte até 16 do corrente e sera noti- cias de grande interesse. Os últimos telegrammas da Europa que o Jornal do Commercio são os seguintes: a Pariz, 13 de Agosto tarde). Realisaram-se as eleições para a renova- Os dous amigos encetaram uma conversa- çao em voz baixa. Moraiés, estendido ao comprido debaixo dos bancos, não dava outros signaes de vida senão por longos e profundos suspiros. Por meia hora. que pareceu ao cigano do tamanho de um século, os remos bateram cadenciadameule e quasi sem ruido oa água sem fazer saltar uma gotta que fosse. Emfim, a chalupa chegou ao costado do navio. Dous marinheiros agarraram Moraiés e entregaram-u'o a tres de seus camaradas, qu-i o puxaram para o convés, onde por ai- guns minutos o infeliz ficou entregue a si mesmo. O cigano tinha viajado bastante para re- conhecer immediatamente que estava era um barco de guerra. Ura pouco socegado por estar aiuda vivo, perdia-se em conjecturas seio sabida sobre a sua posiçRo e a sorte qne o esperava. No fira de um quarto de hora approxiraou- se-lhe e, obrigando-o a descer a escada, in- troduzin-o na câmara do commandante. Um larapeao suspendo ao fundo espalhava bastante luz e Moraiés teve vertigens ao ver- se ua presença de Taucredo e Quirino. ²Perdão, exclamou, lançaudo-se dejoe- lhos, ttrade piedade de mim, perdão I ²Levanta-te, patife, disse-lhe Nas*ac, e lembra-te de que a tua vida está nas nossas mãos. Estas palavras abriam uma portu á espe- rança. O cigano balbucion: ²Que querem que eu faça ? Estou proin- pto parB tudo.".. çao dos conselhos geraes da França. Os re- sultados, quasi completos, conhecidos até agora, dão 844 republicanos e 399 conser- vadores. Os republicanos ganharam 106 lu- gares.» «—14 de Agosto (ás 2 ti. e50m. da tarde). Coinmunicara-nos telegraphicamente de Froshdorf: «O conde de Chambord está ex- trèmamente mal. Os médicos perderam to- da a esperança de salvnl-o.» « 14 de Agosto. Foi este o resultado final das eleições para a renovação da metade dos conselhos geraes de França: republicanos 890 e con- servadores 411. Os republicanos ganharam 122 lugares.» « Londres, 14 de Agosto. E' avaliado era cerca de cincoenta o nu- mero das victiraas diárias foito actualmente pelo choLeraraorbus em Alexandria.» A exposição de bellas artes em Paris.— De uma correspondência extrahimos o seguinte: « No dia 30 de Abril fez-se o ensaio gerai da exposição annual dns bellas-artes; foi, corao se diz nesta nossa goringonça pari- sieuse, o dia do cnvernisaynento, dia ale- grado por ura sol esplendido a dourar os Campos .EjJjfágaO^áÉ^iiliâ^líài tfii •5 SCpS few?Sia»r ,iM d7« Ifcui^Durl^s.' EmfftunT^oal mm mm lãmado* toiíl Paris àpinha- và-se no afamado salão, dous pintores de certa nomeada representavam uma comedia bem ensaiada. Estes cavalheiros mostraram-se mestres na arte da mise-en-scène. Um delles cortou o quadro cora muita habilidade, e outro passou um pincel de tinta preta por cima da própria tela. Ambos protestaram deste modo singular contra a collocação dos respectivos qua- dros, que não achavam a seu gosto. Nau tenho a pretenção de apreciar uma exposição que conta 2,480 pinturas a óleo; 783 desenhos, cartões, aquarellas, pasteis, miniaturas, vidraças, esmaltes, porcellanag e pinturas era louça; 1,093 obras de escul- ÍMWÊzsísítií ²E' preciso dizer-nos a verdade, a ver- dade inteira. ²Por raeu veneravel patrono, por Nossa Seuhora de Atocha, juro-lhe que uão me sa- hirà dos lábios uma mentira. ²Nao quero juramentos, quero acções. ²Interrogue-me, Sr. cavalheiro, inlerro- gue-rae e verá. ²Que é feito de Carmen ?. . Moraiés reflectiu um segundo; ²Carmen está na Bretanha, pensou cora- sigo, uiuguera me poderá desmentir; a ver- dade deita me a perder. Experimentemos a mentira... ²Sr. cavalheiro, disse era seguida, acaso iguora que a rainha infeliz irmã morreu des- astrosamente uo naufrágio du navio que a conduzia á Frauça *? ²Abandonando-rae! ajuuton Tancredo. ²Oh J Sr. cavalheiro, eu o vi cahir todo ensangüentado e atravessado por uma bala. Julgava-o morto ea pobre Carmen partilha- va este erro deplorável. ²Pouco importa isso, o essencial agora ésaber se Carmen está morta ou vivn. Moraiés fiugiu que enxugava uma lagri- ma. ²Oh ! fiuspirou, o senhor reabre em meu coração uma chaga sangrenta. A infeliz Carmeu abandonou o inundo oa flor da ida- de... Oh ! Sr. cavalheiro, ella amava-o ter- namente, e nao queria mais viver depois que soube da sua morte. ²De maneira que duas pessoas esca- param do naufrágio; Anuunziata Rovero o tu... ²Sim, Sr. cavalheiro, nem uma penso» mais. ²Estás bem corto disso 1 ¦ ^^~—"~g-„ ww«4l mm

Upload: ngotu

Post on 25-Nov-2018

225 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: 0 DESPERTADOR - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/709581/per709581_1883_02124.pdf · aguada, devendo sahir em seguida com ... Corram-me, cor- ... tocou-lhe no peito e o quarto personagem,

*-,.;,"tf

r

%

i

i MSlíl^. —Condições

Publica-se ás Quartas-feiras e Sabbadoüna lypograpbiade J. J. Lopes, onde ierecebem asiignaturas por 1 anno, e 6meies, pagas adiantado. Osannunciospropriamente dos Srs. assignantes pa-gao iO reis por linha, quaesquer ou-Iras publicações seráõ feitas por ajuste.

OJitectot—loaé i. -Lope,> liuiicc.

REDACTORES-DWVAiWS.

Preços da assignaturaPor anno 10®000

» semestre 6®000COM PORTE PELO CORREIO.

Poranoo 11&000» semestre 6®500

FOLHA AVULSA 160 RÉIS.

Anno XXW Desterro-* Quarta-feira «S dc Agosto dc 1893. N. »,I94.

0 DESPERTADOR

DESTIiRRO, 22 DE AGOSTO.

DIVLIlSASOCCUIUiliNCIAS.

Presidente da provincia.— ?ordecreto de 11 do corrente foi nomeado pre-

• sidente desta proviucia o Sr. Dr. FranciscoLuiz da Gama Rosa.

O Sr. Dr. Theodoreto Souto, depois demuitas instâncias, obteve sua exoneração,

perdendo a provincia com isso um dosadministradores qne mais se empenhou emfelicital-a.

O Sr. Dr. Gama liosa é quasi cathari-nense, porque entre nós passou grande par-te da sua meninice; aqui estudou prepara-torioseaqui conta grande numero de con-discípulos e amigos. Estamos certos queseguirá o caminho que lhe deixa trilhado oseu autecessor.

Divisão de evoluções.— Nao hadivertimento, convites, ou outro qualquer' motivo desta ordem que fuça preterir osexercícios diários a bordo dos navios da di-

ferècTdcfáo br. chefe e offieiaes; de manhãelle veio para a cidade, acompanhado tal-vez por mais de 40 offieiaes; pois n&sse mes-rao dia desembarcava tio Pontal de Sam-baquy um parque de artilharia de campa-nha, completamente guarnecido de offieiaese praças, e depois de desenvolver diversasmanobras, fazia exercício ao alvo.

O chefe veio aceitar a fineza que seusamigos lhe faziam, mas o commandantemais graduado da divisão ficou a bordo pre-sidindo e dirigindo todos esses trabalhos.

Abi se nós ha muito tempo tivessemosdivisões de evoluções e chefes como Abreus

e Salgados para as commandar, a nossamarinha estaria em pó muito différente do

quo infelizmente se acha.A divisão devia ter suspendido segunda-

feira para ir fazer evoluções a vella; voltaao porto de Sambaquy, passados 8 ou 10dias para refazer-se de mantiraentos eaguada, devendo sahir em seguida comdestino a Santos, onde deve chegar uo dia10 de Setembro. D'ahi, far-se-ha ao marpara ir fundear na Ilha Grande, d'onde, de-pois de effectuar uma série de exercícios ereconhecimentos, partirá para o Rio de Ja-neiro, onde deve chegar nos primeiros diasde Novembro.

Nubdelegacla de policia.— Poracto de 18 do corrente foi nomeado subde-legado do policia do 2.' districto desta ca-pitai o cidadão Annibal José de Abreu.

Passamentos. — Por telegrammatransmittido ante-houtem da corte soube-se ter ali fallecido, victima da pertinaz en-fertilidade que ha tempos soffria, o nossojoven conterrâneo Francisco de Assis Ja-cques, empregado na estrada de ferro Leo-poldina.

A'auaiactrSilfttirJttai, irmãos e pavautr*

WM

32 FOLHETIM DO ÜESIMIKTADOH

OS AMORES DE OLIVIERpon

XAVIEK DE MÜNTEPIN

XXII

O RAPTO

M-

Cantando alegremente, Moraiés chegouao meio da rua onde parou eraquanto Ar-themisa fechava a porta Com h ponta dosdedos enviou-lhe um beijo e como a chuvaque cabia sem interrupção lhe molhava asua bella roupa côr de canella, dirigiu-separa a direita, afim de se abrigar o maispossível. Esta manobra deu em resultadocooduzilo ao corredor, onde exactamente'' • estavam os cinco homens.

Um assobio retiniu. Quatro vigorosos ra-p*»zes precipitaram-se sobre o desgraçadocigano, e mãos robustas seguraram-no b umtempo.

— Senhores, balbnciou cora voz estran-guiada pelo terror,'em ooine de Iodos os

Í" santos do paraizo nao me mateis...Offereço-lhes de todo o coração tudo quau-

to tenho no bolso, cincoenta e tres libras,dez^oldos e o relógio... Corram-me, cor-ra»n-i»H e verão que fallo a verdade pura...

£eíi) duvida \iorales continuaria muitotempo assim, ma* a ponta de ura estylete,

y

— Também falleceu nesta cidade, no dia18 do corrente, em conseqüência de rápidaaffecçao pulmonar, a Exm. Sra. D. AdrianaCândida da Costa Santos, esposa do Sr.Prudencio José dos Santos, pharmaceuticoda urinada, a quem enviamos nossas con-dolencias.

flui) 19 de Igosto. — Esta socie-dade procedeu, no dia 19 do corrente, aeleição da nova directoria, que ficou com-

posta dos seguintes Srs.:

Director, Virgílio José VilellaVice-director, Jaciutho Pinto da Luz

maravilhosamente aguçado, tocou-lhe nopeito e o quarto personagem, o homem domanto branco, disse-lhe em voz baixa ao ou-vido:

Uma palavra mais, e és um homemmorto.

O hèspanhol calou-se e poz-se a tremer.Caminhemos disse o desconhecido

Os quatro marinheiros pozerara-se logo acaminho e o cigano, mais morto que vivo,viu que se dirigiam para o parapeito da cáes.

Vão me affogar, pensou; sou um ho-mem morto.

Soltou gemidos entremeados de supplicas.A pouta do estylete tocou-lhe de novo naepidertue, mas desta vez entre os hombro»,e a voz do desconhecido repetiu:

Silencio. ,Moraiés procurou uma oração para en-

commetidar a alma a Nossa Senhora do Pi-lar, fechou os olhos e não tugiu, nem mu-giu.

O mar, ua sua praia-raar, chegava quasiá margem do cães.

Uma chalopa, iripolada por dous homense amarrada n ura aunel de ferro, balouçava-se a tres pés distante do parapeito.

Nenhuma palavra se trocou entre os ho*mens da embarcação eus que chegavam. Ocjgauo, empurrado paios bombros, foi lan-çado uu espaço e cahiu pesadamente no fun-do da chalupa.

Os homens eulritrauí também, descendope'. escada, eo de mamo brauco, que nos-ao, leitores já r^frri1ieceram que era Quiri-npíjfoi seiHar-8e\íiô lado de Tancredo, queu% dftixâra a emiiareação emquauto que oindio euámariiiheirus executavam a ousadaçispresa coro^dáipor tao bom exile.'* ' «»

i ,f .-Vil Mi i iii.i-iini.il¦¦ ¦*»——"

i.* secretario, Raymundo Antônio de Fa-ria

2.° dito, Antônio Venancio da CostaThesoureiro, Boaventura da Costa Vi-

nhasProcurador, Lauro Marques Linhares.

O vapor Rio Pardo."Este novovapor, companheiro do Rio Paraná, quesahhvi do Rio de Janeiro no dia 17 do cor-rente, em sua primeira viagem aos portosdo Sul, soffreu um forte desarranjo na ma-china ao entrar na barra de Paranaguá,sendo obrigado á voltar ao Rio por nãopoder proseguir na viagem.

E' mais um prejuízo para a companhianacional de navegação.

Variedade.— Chamamos a atteuçãodo leitor para o escripto que damos sobaquella rubrica, descrevendo a soirée offe-recida ao Exm. Sr. chefe de divisão JoãoMendes Salgado e mais oficialidade sobseu commando.

Ho Sul.—Tivemos datas da visinha

provincia até 14 deste mez, trazidas pelopaquete Rio Negro.

Fallecêra na eidado do Rio-Grande, nodiá I3.^m cooMqaiaci* de udiii

doso, -proprietário 4ò Commercial, tolhi»-conceituada daquella cidade, com quempermutamos á muitos annos.

O finado tinha 64 annos de idade, era ei-dadão portuguez e gozava de genil estimae consideração.

Uo Hio de -Janeiro.—O vapor in-

glez Chalan, entrado no dia 19, trouxe da-tas da corte até 16 do corrente e sera noti-cias de grande interesse.

Os últimos telegrammas da Europa quedá o Jornal do Commercio são os seguintes:

a Pariz, 13 de Agosto (á tarde).Realisaram-se as eleições para a renova-

Os dous amigos encetaram uma conversa-çao em voz baixa.

Moraiés, estendido ao comprido debaixodos bancos, não dava outros signaes de vidasenão por longos e profundos suspiros.

Por meia hora. que pareceu ao cigano dotamanho de um século, os remos bateramcadenciadameule e quasi sem ruido oa águasem fazer saltar uma gotta que fosse.

Emfim, a chalupa chegou ao costado donavio.

Dous marinheiros agarraram Moraiés eentregaram-u'o a tres de seus camaradas,qu-i o puxaram para o convés, onde por ai-guns minutos o infeliz ficou entregue a simesmo.

O cigano tinha viajado bastante para re-conhecer immediatamente que estava eraum barco de guerra.

Ura pouco socegado por estar aiuda vivo,perdia-se em conjecturas seio sabida sobre asua posiçRo e a sorte qne o esperava.

No fira de um quarto de hora approxiraou-se-lhe e, obrigando-o a descer a escada, in-troduzin-o na câmara do commandante.

Um larapeao suspendo ao fundo espalhavabastante luz e Moraiés teve vertigens ao ver-se ua presença de Taucredo e Quirino.

Perdão, exclamou, lançaudo-se dejoe-lhos, ttrade piedade de mim, perdão I

Levanta-te, patife, disse-lhe Nas*ac, elembra-te de que a tua vida está nas nossasmãos.

Estas palavras abriam uma portu á espe-rança.

O cigano balbucion:Que querem que eu faça ? Estou proin-

pto parB tudo."..

çao dos conselhos geraes da França. Os re-sultados, quasi completos, conhecidos atéagora, dão 844 republicanos e 399 conser-vadores. Os republicanos ganharam 106 lu-gares.»

«—14 de Agosto (ás 2 ti. e50m. datarde).

Coinmunicara-nos telegraphicamente deFroshdorf: «O conde de Chambord está ex-trèmamente mal. Os médicos perderam to-da a esperança de salvnl-o.»

« — 14 de Agosto.Foi este o resultado final das eleições

para a renovação da metade dos conselhosgeraes de França: republicanos 890 e con-servadores 411.

Os republicanos ganharam 122 lugares.»« Londres, 14 de Agosto.E' avaliado era cerca de cincoenta o nu-

mero das victiraas diárias foito actualmentepelo choLeraraorbus em Alexandria.»

A exposição de bellas artesem Paris.— De uma correspondênciaextrahimos o seguinte:

« No dia 30 de Abril fez-se o ensaio geraida exposição annual dns bellas-artes; foi,corao se diz nesta nossa goringonça pari-sieuse, o dia do cnvernisaynento, dia ale-grado por ura sol esplendido a dourar osCampos .EjJjfágaO^áÉ^iiliâ^líàitfii•5 SCpS few?Sia»r ,iMd7« Ifcui^Durl^s.'

EmfftunT^oal

mmmm

lãmado* toiíl Paris àpinha-và-se no afamado salão, dous pintores decerta nomeada representavam uma comediabem ensaiada.

Estes cavalheiros mostraram-se mestresna arte da mise-en-scène.

Um delles cortou o quadro cora muitahabilidade, e outro passou um pincel detinta preta por cima da própria tela.

Ambos protestaram deste modo singularcontra a collocação dos respectivos qua-dros, que não achavam a seu gosto.

Nau tenho a pretenção de apreciar umaexposição que conta 2,480 pinturas a óleo;783 desenhos, cartões, aquarellas, pasteis,miniaturas, vidraças, esmaltes, porcellanage pinturas era louça; 1,093 obras de escul-

ÍMWÊzsísítií

E' preciso dizer-nos a verdade, a ver-dade inteira.

Por raeu veneravel patrono, por NossaSeuhora de Atocha, juro-lhe que uão me sa-hirà dos lábios uma mentira.

Nao quero juramentos, quero acções.Interrogue-me, Sr. cavalheiro, inlerro-

gue-rae e verá.Que é feito de Carmen ?. .

Moraiés reflectiu um segundo;Carmen está na Bretanha, pensou cora-

sigo, uiuguera me poderá desmentir; a ver-dade deita me a perder. Experimentemos amentira...

Sr. cavalheiro, disse era seguida, acasoiguora que a rainha infeliz irmã morreu des-astrosamente uo naufrágio du navio que aconduzia á Frauça *?

Abandonando-rae! ajuuton Tancredo.Oh J Sr. cavalheiro, eu o vi cahir todo

ensangüentado e atravessado por uma bala.Julgava-o morto ea pobre Carmen partilha-va este erro deplorável.

Pouco importa isso, o essencial agoraésaber se Carmen está morta ou vivn.

Moraiés fiugiu que enxugava uma lagri-ma.

Oh ! fiuspirou, o senhor reabre em meucoração uma chaga sangrenta. A infelizCarmeu abandonou o inundo oa flor da ida-de... Oh ! Sr. cavalheiro, ella amava-o ter-namente, e nao queria mais viver depoisque soube da sua morte.

De maneira que só duas pessoas esca-param do naufrágio; Anuunziata Rovero otu...

Sim, Sr. cavalheiro, nem uma penso»mais.

Estás bem corto disso 1

¦ ^^~—"~g-„ ww«4l mm

¦'"***¦

Page 2: 0 DESPERTADOR - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/709581/per709581_1883_02124.pdf · aguada, devendo sahir em seguida com ... Corram-me, cor- ... tocou-lhe no peito e o quarto personagem,

¦í

O DESPERTADOR, i

ptura e estatuaria; 158 estudos e plantasde architectura e 429 gravuras.

Só direi que nao se nota entre tantosmilhares de obras nenhuma dessas produc-cões artísticas que reúnem todos os suffra-

gios e conquistam admiração universal.Nflo ha grande cousa na meio dessas cou-

sas grandes. . ,O que domina é o trivial, o assumpto

extravagante, os factos diversos tratadosem vastas telas. ,

O estylo elevado, a larga pintura nisto-rica tem poucos representamos ua exposi-

çflo deste anno, e entre estes avulta o nossoVictor Meirelles.

Infelizmente, o seu bello Combate navalde Riachuelo fere-se por cima de duas por-tas, o que coustitue defeituosissiraa nau-machia. .

Tudo combate contra esse glorioso cora-bate, de Meirelles.

Os Srs. jurados collocarara-no ao pededons quadros estrondosos, ruidosos, des-lutnbrantes de Renouf e Rochegrosse, cujosmatizes violentos esmagam a tela brazi-leira.

Além disso, corao o quadro hca por cimade duas portas, acha-se traiçoeiramente"Iluminado

por baixo e perde algum tanto;emfira, o lugar que oecupa acha-se na ex-tremidade do palácio, na grande sala dasabida, onde só se chega exhausto e can-sado de admirar 2,000 rivaes.

A despeito, porém, de todas essas des-vantagens, a magistral composição de Vi-ctor Meirelles tem merecido applausos deillustres amadores, e os mestres da escolafranceza tôm dirigido palavras lisòngeirasao autor do quadro, fazendo justiça ausseus esforços, á comprehensao admiráveldo agrupamento e ao desenho perfeito doseu trabalho.

O quadro de Victor Meirelles teria sido,

por sem duvida, objecto de enorme chama-riz, se o autor fosse menos modesto, ou

pelo menos, se tivesse seguido a praxe ge-ral, visitando os críticos influentes. Infe-lizmeute, Meirelles, mal concluiu o quadro,partiu para Londres, onde adoeceu. Ao re-

gressar a Paris, cahiu doente a ponto deretirar-se para uma casa de saúde, d'ondesó pôde sahir no dia 28.

Apresentou-se, portanto, perante o pu-blico parisiense sem padriuhos e sem em-

lativa ao quadro de Victor Meirelles, e cujoresultado é interessante.

Garnier havia sido escolhido para acom-panhar o grflo-duqne Constantino, irmílodo finado imperador da Rússia, ua sua vi-sita ao salflo.

O príncipe, que se oecupa muito comassumptos marítimos, estava em compa-nhiade ura vice-almirante, seu ajudantede ordens.

Ambos detiveram-se muito tempo a con-templar a obra de Victor Meirelles, e pare-ceram sobremaneira satisfeitos, admirandoa corajosa perseverança do pintor quandosouberam em que circurastaucias excepcio-naes realisou aquella obra gigantesca.

O vice-almirante, examinando com va-gar muitos detalhes, fez notar cora queescrupulosa exactidao Victor Meirelles, semviolar princípios artísticos, conseguio pin-tar certos accessorios que só ?&o bem co-nhecidos dos especialistas na matéria.

O príncipe deu ordem ao ajudante d'or-dens para que lho relembrasse tal quadro eespecificasse as observações que acabavade fazer. »

O governo brazileiro ainda nao comproua obra de Victor Meirelles. Seria curiosoque um grflo-duque russo a comprasse. En-tflo, sim, é que Meirelles seria tido entrenós por um grande mestre !

O Sr. Rodolpho Amoedo, pensionista daacademia das bellas-artes, expôz uma'telacom este titulo: O ultimo dos Tamoyos.

O catalogo official explica o assumptonestes termos:

« Anchieta, missionário portuguez noBrazil, topa com o cadáver de Aynaleire,chefe da tribu dos Tamoyos, em uraa praia,onde o sepulta. »

E a nota acerescenta: — Historia doBrazil.

Revela o quadro nacional do Sr. Amoedoverdadeiros progressos.

O chefe tamoyo está deitado na praia,morto, já inchado, apenas uma tanga deplumas em desalinho interrompe a nudezdo cadáver. Anchieta, ajoelhado, como queprocura dar-lhe nova vida, e chora o gran-de indio vencido. Ao longe uma paizagerabrazileira faz contraste cora a solidão dapraia.

vO público, se nao tóe conceda* a eMChtirwãsticaídmiràçVò qüé aôe distribuir Cora

parcimônia a estrangeiros e qne, p|r waòmesmo, torna-se mais preciosa^ saudounelle o pintor consciencioso, o artista emi-ueute que é.

O Figaro contou que o grão-duque Cons-tantino, tio do actual imperador da Rússia,parou muito tempo diunte do quadro donosso patrício. O facto foi conhecido poruma carta do insigne bibliothecario de San-ta Genoveva, o venerando Mr. FerdinandDenis.

Teuho presente essa carta em quo ee le:n Recebi a visita aprazível do Sr. Edou-

ard Garnier, que trouxe-me o catalogo doSalão, eucadernado e dourado, para SuaMagestadè o Sr. D. Pedro II. O excellentoGarnier narrou-mo uraa circutnstancia re-

Corao pintura, o joven artista só merece.encomios. Mas que idéa singular a de darao santo jesuíta Anchieta. habito de fradebarbadinho ! ^^.-M^i.^ -à *##:•¦«

Sim,;8enb.or#, ^chieta«traja.o ^tUbdos barbadinhos ! $g|

O Sr. Amoedo parece que assentou eradar-lhe esse trajo de caso pensado, pretex-tando que as cores do burel casayam-semais harmoniosamente com os matizes doseu quadro l

Esta grosseira adulteração de um dosvultos mais conhecidos dos nossos temposcoloniaes causa verdadeira sorpreza, e in-flue de ura modo desagradável no complexodo quadro.

Além disso, o retrato do Anchieta do Sr.Amoedo afasta-se da tradicçflo recebida.

« Asseveram os chronistas, diz o Sr. con-selheiro Pereira da Silva, que era José deAnchieta de corpo pequeno e myrrado, de

physionomia morena o agradável. Adqui-

rira na rnocidade o aspecto de um velho, coraa deslocaç&o de uma das vertebras em ocea-siflo em que encetara no Brazil a sua glo-riosa missão. »

As gravuras que representam Anchieta,e que tive oceasiâo de vôr na bibliothecado Collegio Romano, sao conformes a esteretrato.

Ora, o Anchieta do Sr. Amoedo é umbonito rapaz louro, que vende saúde a ca-nadas, como um barbadinho de boa vida,em vez de personificar o raystico o ascéticomissionário portuguez. »

Nuvem de papagaios.- Da Faxi-ua, provincia de S. Paulo, escrevera*.

a Tôm apparecido, nesta cidade e sen mu-nicipio, bandos enormes de papagaios Cha-raus, arribados dos lados de Malo-Grosso.S5o lautos que escurecem o ar. Bandos quesi se pudesse coutar attingiriam a milhares.Todas as tardes a cidade semelha-se a umcampo de batalha, tantos sao os tiros que seouvera era todos os pontos.

Tera-se pegado muitos vivos, e morto cen-teuares.

Os supersticiosos dizem que é prenunciode peste, fome ou guerra. Emquanto a meuvôr, sao aves de arribaçflo. Até aqui nflotêm feito mal ás roças,'alimentando-se depiuhões. »

Arcebispo «le Tarragoiia. —O arcebispo de Tarragona, naH«-spanha,mandou fechar o seminário daquella dio-cese, por se render alli fervoroso culto ádeusa política.

JVIonoiiianga religiosa. — Jeru-saléra tem o previlegio de attrahir os infe-lizes que sobrem de monomania religiosa.

Presentemente, encontra-se alli um oífi-ciai inglez, que percorre a cidade, tendoem uma mao um bordão e em outra umvaso cora tinta de côr, parando de momentoa momento para escrever nas paredes o nu-mero 666 e por cima a palavra deminio.

Uraa mulher allemfl, dizendo-se a noivade Christo, transita pelas ruas, armada d'umrevolver, com que atira sobre os judeos;vive ha algum tempo no Jordão, onde ali-menta-se de folhas e hervas.

Uma ingleza vive etn ura quarto no ori-ente, esperando vôr o Senhor pôr os péssobre o moffte ó^aOKveiraa:;5?

v Ha ura hoineni(<Íue,iiíaè; eabbàdoí/> do-mingos, circula toda a cidade, das onze

• horas até o meio-dia, carregando uma pe-zada ernz; e para nao faltar á hora, esta-ciona desde as oito horas da manha, espe-rando que o relógio marque a hora indi-cada.

Ha,emfim,um americano que está per-suadido de que nflo morrerá e que ninguempoderá matal-o morando em Jerusalém,onde construio uraa casa e vive era comple-to isolamento.

Se n»o estou certo ? Oh IE' a lua ultima palavra tA verdade ha de exprimir-se de duas

fórraas diversas 1Tancredo repeliu a pergunta. #

li', Sr. cavalheiro, é a rainha ulliraa0 h i a v r ti

O official fez um signal a Quirino; o indioapproximou dos lábios ura pequeno apilo de

prata h aiirou aquelle som doce e velado queuóVjápor diiHsvjezeabuvimos.

O velho gageiro irapelliu iinmediataraen-te a porta (Ta câmara e appareceu no limiarcom o barrete de algodão na raflo.

Rocha Rochinha, disse-lha Tancredo,tu vais amarrar um cabo na verga grande.

Pura alguma manobra, meu coramau-dante ?

Para uma execução; temos um» pes-soa para enforcar.

Bem, meu commandaute.Depressa, e que esteja tudo prompto

em cinco minutos.Sim, meu commandante.

O gageiro sahiu.Os deutes de Moralés batiam uus nos ou-

tros e as pernas nao podiam mais euster-lheo corpo; cambaleava corao ura ebrio.

Misericórdia, Sr. cavalheiro, o queque fazer de mim *•.

Justiçai tu já o compreheudeste, poisque o perguutas 1 Vamos, faz a tua oração enao perde tempo; porque, como ouviste ha

pouco, tens tres minutos de vida.Tenha piedade de mim, nflo me mate !

Peço-lho perdão, uSo quero morrer !Nao acredito oísbo, porque, sabendo tu

que a mentira era a tua sentença de morte,tu mentiste...

Progressos «lo tclepliono.—O telephone, que ainda ha 7 annos era ape-nas considerado como ura entretenimento«cientifico, propagou s« de um modo iflo ra-

pido, que hoje quasi pôde duer-se ura obje-do indispensável nas cidades.

O telephone funeciona actualmeute á dis-posição do publico em trezentas e trinta atres cidades do mundo com um tolal da78,808 assignaturas.

Na Europa é « Inglaterra que tera a pri-mazia*. o itílephont* funeciona ali em 75 ei-iludes. Em França o uutneru destes dasce a t18.

Comtudo, se a França representa o pape!secundário nessa apreciaçflo, Pariz leva nol-Ia a palma á própria Londres.

Com effeito, emquanto aquella cidade tem2,667 assiguaturas n'uma população de2,600,000 habitautes, esta apenas apresenta2,177 para um pessoal de quatro milhões,isto é, proxiniHinenle uma relação de 1/2.

Em Allemauha o telephone acha-^o intro-duzido em 21 cidades; era 13 na Itália; uaRússia e na Bélgica em 6 e nos outros pai-»zes apenas se começa a servir-se delle.

Na America o telephone funeciona em 126cidades, com ura total de 47,185 assignato-ras, das quaes as nove décimas parles per-tencem nos Estados-Unidos.

Nas grandes cidades da republica Norte-Americana, estabelecerara-se agencias pu-blicas pelas quaes qualquer indivíduo pôdeconversar Cura um nssignante durautactucominutos pelo preço de 50 ceutiraos.

Era para desejar que este systema fossaadoplado em todos os grandes centros com-raerciaes.

Na África os telephones foram introduzi-dos ainda ha pouco e só se eucontram nascidades do Cabo, Alexandria e Cairo. O nu-mero de assignaturas é de 193 a o numerodos indivíduos qne delles se servem, é esti-madu era 49S.914.

Na Ásia o numero de N assignaturas é de321 e a população que delia se ^rv^ ó dadois milhões du habitantes. Existe o tnlephone u«s cidades de Bombaim, Proná, Caculã,Madrasta, Ragoon e Singapura.

Finalmente, o telephone foi admillido jàna Oceania em cinco cidades: Adelaide, Mel-bonrne, Seduex, Victoria na Austrália eHonolulu nas ilhasSandwich.

Circumstaucia curiosa de mencionar-se.Era Huuolulu o numero de ussignaturas é de260 e a população de 10,000 habitantes,eraquanto Bordeus cora 215,000 habitautes .só comprehende 284asiguaturas. S. Etieouocora 145,000 habitantes tera 11 e Lille 121com 162,000.habitantes

As iíUns Sandwich tendera a ser o centromais óccüp^do dos tt*l«cph'*uea,' -Mdjtn-, fcouttide todas aa íonosaçõe*. Sitioe ha em que ascolheitas s5o feitas de uoite á claridade daIns electrica.

Um presente «le impcias. —Ura rapariga neo-yorkina recebeu no dia doseu casamento, de uma antiga companheira,de collegio, uma vassoura, como presente donupeias. Ao cabo ia preso ura bilhete de vi-sita cora o norae da offertaote, e umas ins-trucçõesqne resavam assim:

« Quando o barometro matrimonial mar-car bom tempo, serve-te da extremidadeiuferior da minha offerta: é ura exercíciohygieuico. Quando marcar temporal, entãoemprega a parte superior nas costas de teumarido: restabelecer-se-liB a tranquillidade.»

Santíssima Trindade ! Deus Todo Po-daroso ! O que exige de mim? O que quersaber '?

A verdade.Vou dizel-a... juro por todos os santos

que vou dizel-a.Apressa-te, porque, se passar um minuto,

jà será tarde.Neste momento, e corao qne para cor.hr-

mar as palavras de Tancredo, o gageiro ea-trou u» câmara:

Meu coramandante, eotá tudo promptoe os camaradas esperam.

Gostariam vocês, meus rapazes, de ve-rem uraa execuçaozita4? perguntou Nassac.

Diabo I meu coramandante, respondeu ogageiro, fazendo gyrar entre os dedos o senbouó de ia, para fallar fraucameute, o diver-timenlo era bem bom.

Pois bem, meus filhos, tenham ampouco de paciência... estou desesperado pornao poder proporcionar-vos immediatameuteesse prazer.

O gageiro sahiu. Tancredo dirigiu-se aMoralés, que cada vez mais se toruava li-vido.

A' primeira hesitação, à uibís pequenamentira, entrego-te ao homem que acabasde ver e offereço á minha equipagem ura es-pectaculo de que ella parece bastante curió-sa. Estás prompto a fallar *?

Iuterrogue-rae, respouderei.Carraen está morta ou viva ?Está viva.

E usa o nome da AnnunziataRovero eé mulher legitima de Olivier Levaillant, nâoé isso .

E' exacto, Sr. cavalheiro.Tancredo e Quirino trocaram ura olhar.

— Conta-nos o que se passou desde o diaera que oMarscuin deixou o porto de Hava-na; explica-nos a substituição de Annuuzia-ta por Carmen, e os acontecimentos de todaa natureza qua tem precedido e seguido aoseu ca-raraento com Olivier. Entra era todosos detalhes, nós te ouviremos a noite inteira,se assim fôr necessário. Lembra-te de que só

poderás salvar a vida por uma inteira fran-

queza. A corda está protnpta, e entre a seu-teuça e a execuçílo nao medeiará ura minu-to...

Moralés perteucia a essa raça de gente nl-tra-egoísta, quev quando uao podia raodih-car era nada uraa situação má e perigosa,esforçava-se em tirar delia o melhor partidopossivel, sob o ponto de vista de seu mteres-89 pessoal. Coustrangido, sob pena de mor-te, a dizer a verdade, resclveu fazer ao cou-sos francamente, comprar pela importânciadas suas revelações a iudulgencia do seu ex-cunhado, e sahir, se o podesse, deste máo

passo, abandonando completamente a irmã.

Uma vez ueste caminho, ufto parou mais.Nfto occultou nada, nao attenuou nada, uar-rou sem reticeucins as falhas de toda a natu-reza que temos coutado aos nossos leitores.Fez passar suecessivãmente sob os olhos deTaucredo e de Quirino a intriga da irmftcom o Marquez de Graucey, as entrevistas,a tentativa de envenenamento, a fuga deOlivier, a deounci» de Carraen, a caria rou-bada ao criado de quarto, etnfim, a partidada ex-bailarina e dos agentes para a Breta-nha.

A narração foi longa. Mais de uma vez,emquauto o cigano fallava, a indignaçãobrilhava uos olhos,dus dous ouvintes e o

suor frio de augustia orvalhava-lhes afronte.

Eram perto da tres horas da manha quan-do Moralés terminou.

Agora, que nós sabemos tudo, disseentão Tancredo, dirigindo-se a Quirino, res-la-nos apenas o dever sagrado de desraasca-rar a infame Carmen e de sn|varo desgraça-do Olivier. Elle está innocenle do crime de

que é aceusado, tenho essa convicção, tenhoa certeza 1 Respouderei pela sua honra comopela minha própria.

Salval-o ! como '* interrogou o índiopensativo.Vuoro-o ! mas Deus nos inspirará enós o salvaremos.

Moralés, presa de uma inquietação febril,perguntou:Sr. cavalheiro. 1180 comprei a minhaliberdade cora a sinceridade da minha con-fissão .

A tua liberdade, miserável ! pois tuesperava* que sahiriás das nossas m8os eeuao para ir dar contas da tua condueta à^justiça humana?

_*No entanto... havia proraettido...A corda, se tu uientisses... a vida, se

dissesses a verdade. Bem vês que cumpri^minha palavra, porque aiuda estás vivo,

Mas, em nome do céo ! o que vai fazerde mira V

Guardar-te prisioneiro ató o dia em

qne tivermos necessidade de ti para confun-dir Carraen, e entregar-te em seguida áquel-les que receberam de Deus e dos homens odireito de couderanar e absolver. Esses deci-dirão da tua sorte.

Estou perdido ! pensou Mon-lés, Hyiadeixou cahir a cabeça sobre o peito.

*4

(

••:

v

Page 3: 0 DESPERTADOR - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/709581/per709581_1883_02124.pdf · aguada, devendo sahir em seguida com ... Corram-me, cor- ... tocou-lhe no peito e o quarto personagem,

w

.

-7

{

1

>s

I nC DESPERTADOR.

T

S

w

Observações curiós*.— Ca jor.uai russo iVouoic Krenma, faz as segàiotes,sobre a expedição franceza eu, Tonkia, diz

elle: 1« As intenções da França sflo intòiramen-

te-favoráveis'a Rússia: que a F^qçí», sob oponto de vista commercial, nfto^rde íôruia Ialguma rival da Rússia, e que até ihjfl é cou L,veuiente, oceupaudo a altençao da {^SÕ&^IjKchinez. A cííiuã tem utu adversário "miSrp* '° f

devemos aproveiturmo-uos dmar em Pekin, por uma pnossa influencia quebraotada pela soluçãoincompleta da questão Kuldja; os chinezes,cobardea por uatureza, tornflo-se iusoleulese altivos, ó primeira concessfto que se lhesfez, e exagerando as suas forças, chegamaté a negar o perigo; sabem distinguir comperspicácia quaes são os estrangeiros a qoeo seu governo leme o aquelles a quem de.vpresa.

Vivendo encerrados 110 seu paiz e lendocega confiança uo seu poder, estfio habitua-dos a considerarem como visinho poderoso e

perigoso o império russo, ao qual o filho docéu faz continuas concessões. O cuidado danossa diplomacia deve consistir em manter otemor que o uome russo inspira á China; sósustentando e augmentando esse temor é quepoderemos continuar a aproveitarmos em pazas nossas fronteiras do extremo oriente, sepa-radas pela Maudchoria da sabida natural

que deveriam ter sobre o Oceano Pacifico. »

— Eu adoro minha mulher, e 110 entantosijo o divorcio.

A desgraçada suspira, lauçaudo um olharao guarda do serviço. O agente contenta-secptn enterrar o cbapóo até o nariz.

O marido continua:A minha pobre mulher, em conseqüência

moléstia grave, contrahiu um cacoetevoso que lhe faz constantemente piscar o

mi

Fabrica «le artigos ilcsêdn.—Stegundò dados estatísticos de 1880,existiam

nos Estados Unidos 356 fabricas de artigos

de soda, das. quaes 330 estavam situadas nos

ciuco estados de Connecticut, Massachusse-

ts, Nova York, Nova Jersey e Pensylvauiacom um capital de g 18,902,310. No iraba-lho dessas fabricas se empregam 34,521 ope-rarios, cujos salários attingiam á cifra de

510,000.000. O valor da seda em fio importnda, que em 1853 mio passava de $54,00>.chegou em 1880 a #12.000.000. O cen|ò

principal das fabricas de nrijgos de seda é oCondado de Passaic, estado de Nova Jersey,oiule h* 82 fabricas, com um capili/1 ile

i)^HÍ&ââ|>ií|jfeéf .ii^..p.rüíiicio ^jíliaiiiM-

i do «éc m\f—* m***iinM. *.«*faTcnla-se que a maior parte dos artigos

de seda usados neste paiz silo producto dasfabricas naciouaes. A producç&o da sêdi» éainda muito escassa naquelle paiz, e nflo temiftginònt»do em pru porçfio dõ seu fabrico; defôrma que a importaçrio da matéria primatem chegado à uma cifra considerável. Ulti-mameute tiuha-se formado neste paiz diffe-rentes companhias para a industria do culti-vo da seda. Nos Estados do Sul, Uu mais devinte mil pessoas dedicadas a esle ramo deindustria.

Caindo até alli!-"O quadro daentrada de Carlos V, em Bruxellas, quevaleu a Makart a medalha de honra tia ex-

posição do Campo de Marte, attraliiu a

irersariu ludttre 1 " ''""" i-r ,MU "¦" -vu.»-.»™».. r">v«> «1'elle para reafir*.; olho esquerdo. Desde eutflo, os que ella eu-olitica baliu, a»j CÜUtra seguem-u'a e escrevem-lhe inuume-

ras cartas; ha em casa um dilúvio de papel,que muilo compromette a minha honra.Exijo o divorcio.

O juiz iuterroga a esposa:Tem alguma cousa h dizer ?Adoro meu marido; elle já quiz tapar-

me os olhos com uma venda; n&o posso con-sentir nisso.

Ha um meio, diz o juiz.Fm Ile, senhor, falle; açodem os esposos.

E'sahir somente á noile.Os dois esposos dflo saltos de alegria, o

marido retira o requerimeuto e tudo cou-clue-so amigavelmente.

A irulher volla-se para agradecer e piscaos oitos a seu advogado de modo tao parti-culor, que dá multe que reflectir aos cir-cujstnnies.

As teriuiras e as alegrias «lo•llViflÒV—Extrahimoíde uma folha:

" Oh quanto é caro e suave o sentido doouvido;! Menos sublime e menos preciso, me-nos pedanle do que o seutiao da vista, tem achave secreta pura chegar maia cedo á por-liuha mais interna do coraçflo. Os sons sflomais ternos e mais seiisunes, mais acaricia-dores do que os raios da luz e nos chegammais leulos, porém, penetram mais profun-(lamente na cas<i onde está o próprio meusenhor. A luz nos diz: eu estou aqui; o somuoh diz: te amo ou te odeio. A luz nos per-cote « «iiz: conhece-me; o som nos commovee grita: abraça me oumala-me.

U ouvido é o primeiro defensor da vida, ejt 11Ú. ge 1 v age ih_, jjxujje, .«Ujeis.. dj^vjtjajféítt, ou,.

| cíiiiVlJõTqueiuImaes^e'líliitíéuscornai

uma porção de senhoras e homens a fazerdifferéntes figuras pelo meio da casa, an-dando para traz e para diante, etc.

Emquanto a mim, os que assim pensam,ou os que assim faliam, sem que assim pen-sem, não passam de uma súcia de ignoran-toes c pobres de espirito, que acham-se tãoatrapalhados em um salão de baile, no cen-tro de uma roda de bellezas femininas, comosc encontraria um botocudo obrigado a fa-zcr parte de um cortejo em dia de grandegala no paço imperial.

A dansa, meus amigos, é lão antiga, quan-to o homem; segundo a tradicç.ão, o primei-ro dansador foi o nosso pai Adão, e se vós.vos pronunciaos contra a dansa, é unicamcn-te porque sois ignorantes e pobres d-espirito,achaes-vos deslocados em um salão, e se poracaso vos obrigam a tomar um par, iicaesembaraçados, sem saber que dizer á dama,senão — Está muito calor hoje — ao queella responde — é verdade —, e fica nisto.

Neste mundo, tudo dansa, e é de suppôrque nos outros seja a mesma cousa. Dansarrios imperadores e as imperatrizes, os reis eas rainhas, os príncipes é as princezas, osgrandes e os pequenos, os pobres e os ricos,os selvagens juntos á suas tàbas, e os negroslá nos sertões africanos; como querem, pois,Srs. moralistas, que nós não dansemos?

Agora reparo que vou desnorteado, c quenecessito vir para o rumo.... o leitor deseul-pe não só o pequeno cavaco que acabou dcler, como estas duas rajadas (lá me escapououtra) marinlieiráes, porque eu quero Ira-tar da soirèe olTerecida aos marinhas, comomuita gente de bons bigodes chama aos offi-ciaes de nossa armada. Não podendo, pois,continuar nesta amura, viro de bordo para...e esta ?

xNesta capilal, creio que poucos homensque mereçam esse uon#, <iue nãoogühc-

cavalheiros ilislinctos de nossa sociedade,entre elles muitos sócios do Club 12 deAgosto, honraram a festa, que foi uma dasmais brilhantes que lemos visto neste gene-ro.

XTinha escripto o que acima se acaba de

lèr, .quando me foi entregue uma carta umpouco volumosa, mas perfumada, o que de-hunciaya vir de mão de moça elegante. Ras-gado o enveloppe, deparo com uni podido,escripto com bôa lellra, para que na noticiaque se houvesse de publicar respeito ao baile.de 18, não esquecesse as toikties que maisse haviam distinguido, e acompanhavam estepedido do Ires ou quatro pequenas folhas depapel com algumas notas.

Aproveitando estas, e satisfazendo á mi-nha incógnita pedinte e informante, come-çaroi dizendo quo uma joven que apenasdesponta nos umbraes da vida dos salões,tendo á pouco deixado as vestes de criança,trajava vestido de setim azul celeste. Ren-das de soda branca, em grandes plisses, or-navam-lhe a primeira saia; uma túnica deliló de soda, apanhada ao lado esquerdo poruma grinalda de rozas brancas, sobre folha-gem verde e fazendo donaire ao lado direi-to, fazia sobresalíir mais o flexivol e delicadobusto, aportado cin um elegante corpete damesma fazenda da primeira saia, com garreornada do rendas brancas, mangas até meiobraço, com igual enfeite. Ocabollocahia-lhenas espaduas, pentado á baliste, o ornada acabeça com uma delicada coroa de pequenasllòres. Esta bonita e bem combinada toilettefazia realçar, si isso é possivel, a bellcza deum rosado e plácido rosto virginal, ornadode uns meigos olhos da côr do íirmamonto.

Se eu tivesse de parar aqui seria bom,mas as informações ahi estão diante do mim,para avisar-me que devo seguir a mesma

ps

tido êúffíunicám*as suas impressões especialmente pela via

dos sons. Ligado inlimamente com o ryth-mo dos músculos, a orelha é o pai da musicae da dança, cousas que Conhecem todos ospovos da larfa,' também aquelles que nflotêm casas nem vestidos, uem leis e uemDeos.

Nos livros e nos jornaes o homem se pro-clama cada di* creador. Elle, as artes e assciencias, as industrias e as leis, os religiõese um mundo de outras cousas grandes e pe-queuas. Soberba e mentira ? Elle nilo crianada de tudo isto: elle recolhe dos campos edas fl irestas fios de herva e fibras de palha,folhas epédritlhase tudo dispõe em syme-tria, copiando os desenhos que acha traça-dos no grande livro da iiBlureza. Mas ellesempre creou uma cousa que exisle fora dei-tu: elle creou a musica. Das vibrações *ouo-rus dos corpos que se chocam, das larva» ue-bulosas, dos cantos dos pássaros, do grito

PQiWf$^ branco, com a saia enfeitada com aottOr^ $?<fft§;i s$j

attenção do publico para o artista húngaro^ confuso dos débeis, do mugido dos fortes,que é reputado um dos maiores taciturnos- '

O Pesler Lloyd conta a seguinte aneedo-ta: •

« O pintor Makart tinha sido convidadopara jantar e deram-lhe lugar á mesa aolado da Sra. Grallmeyer, a etoile da oporetaem Vienna.

Makart comia e bebia sem dizer uma sópalavra á sua visinha.

Gallmeyer olhava-o, e nao podia deixar,de tempos a tempos, de dar vivos signaesde admiração, sem comtudo interromper osilencio.

No fim de meia hora exclamou a actriz:— Bem, Sr. Makart, agora fallemos de

outra cousa, mudemos de assumpto.Makart, levantou a cabeça, sorriu, mu-

dou de prato e continuou a comer sem darpalavra. »

Uma mulher perigosa.— Doisesposos requereram divorcio. A mulher com-

parece à presença do juiz, a quem pisca osolhos por tal fôrma que o digno magistrado '

nao pôde deixar de corar.

O e8crivflo, aquém nada escapou, exa-

mina attentamente a impudica mulher, quevoltando-se para elle, repete-lhe o que jáhavia feito com o juiz.,*0 marido toma a palavra e diz com vozi

triste:

elle tirou 0111 mundo novo, que é o paraizona terra que é o céo das harmouias das me-lodias.

Salve, ó musica celeste, ó voluptuosidadesem tédio e sem cauceira,ó pensamento iufi-oito, ó caricia dos corações, ó scenlelha dosetnlinsiasmos, ó amor sem ciúme, ó moci-dade sem velhice, ó cálice de delicia semfundo, ó bençMin da vida, salve !

E abençoada a orelhu, que' na sun rnseaconcha, escondida entre as comas como con-chás entre as algas do mar, recolhe e beijaas toas mil harmonias e as tuas mil me-lodias !

E a temperança e a castidade e a hygieneme conservem até a ultima respiração, aber-ta a poriasinha por onde entram a" maiorese as mais puras alegrias da vida ! "

r» I

ri VARIEDADE.

Uma noite de soirée.

Dizem alguns casmurros que o tempo quese gasta dansando, è tempo perdido, porquea dansa não aproveita para cousa alguma;dizem outros que, observar um salão de bai-le, é o mesmo do que vêr uma casa de lou-

c.os, porque é uma verdadeira loucura andar

e hoje se nos apparece com elle coberto dehonrosas condecorações nacionaes e estran-geiras.

E' por isso que seus amigos lhe offereco-ram, e a seus olliciaes, uma soirée que levelugar na noite de 18 do corrente.

As cartas de convite diziam uma soirée,mas pelo numero dos convivas e polo luxo capurado gosto das toilettes, parecia umgrande haile.

A's 8 1/2 horas da noite já o salão do Club12 de Agosto se achava povoado das maisbellas jovens filhas «leste abençoado torrão aquem já um poeta chamou Ilha dos Amores,e ás 9 1/4 appareceu no salão o Sr, chefeSalgado acompanhado por seu estado-maior,pelo Sr. capilão do fragata Pereira Pinto,commandante da corveta Trajano, e porgrande numero de olTiciaes da divisão sobseu digno commando.

O aspecto que então apresentava o grandesalão era magnífico 1 o brilho das dragonase condecorações, o matiz das variadas toirleites, o perfume o vista das flores o o movi-mento constante dos cavalheiros c damas,davam a tudo aquillo uma apparencia phan-tastica, maravilhosa 1

Pouco depois dansou-se a primeira qua-drilha, formada por uma grande roda de Gi

pares, onde figuravam apenas G cavalheiros

paisanos. •O numero das dragonas foi augmentado

com os õfficiaes d'armada e do exercito aquiresidentes, que todos foram com ellas.

Seguiram-se outras quadrilhas, com maiornumero de pares, formando-se duas rodase tomando parte grande numero de cava-lheiros paisanos.

S. Ex. o Sr. chefe Salgado dansou quatroquadrilhas com as Exmas. Sras. esposas doSr. presidente da provincia e do Sr. capilãodo porto, e filhas do Sr. Domingos Lydio doLivramento e do Sr. Manoel José de Oliveira.

S. Ex. o Sr. Dr. presidente da provincia e

dens de plisses e um largo babadão machea-do com ricos entremeios de renda de filo.Túnica da mesma fazenda, apanhada aos la-dos da cintura, formando donaire na frente'e indo porder-so atraz por enlre um elegan-te púff. Corpete á Luiz XV, afogado-transpa-rente, ornado na fronte com uma aspirai definas rendas, sendo as meias-mángas orna-das do mesmo modo. Um ramo de rosasbrancas ao lado esquerdo do poi to, como

que servia de couraça contra òs dardos des-

pedidos pelos olhares flammejanles de tantos

cavalheiros.A joven de que acabo do tratar, talvez não

fique contente comigo por esto final; deve,

porém, desculpar-me; a indiscreta que pa-tenteou o fim do ramo sobre o peito do lado|esquerdo, foi a sua amiga informante.

Estavam muito bonitas duas irmãs, quasimeninas, vestidas iguaes, com corpeles do

setim cor de rosa, guarnecidos do rendas,e meias-mangas formadas por entremeios efitas da côr dos corpetes, ao lado esquerdobonitos ramos de flores artificiaes. Saias demol-mol, guarnocidas com plisses e rendas,e segunda saia apanhada ao lado direito porum grande laço côr de rosa, junto á cintura.

' lTm vestido dc tarlatana branca, com a

saia ornada de grandes plisses, corpinho etúnica da mesma fazenda, com salpicos deouro, tudo ornado com finas rendas e umlindo ramo azul sobre o lado esquerdo do

peito, cobria o elegante corpo de uma jovenmuito conhecida nos salões dc nossa socie-

dade.Não pôde passar desapercebida uma linda

senhora, que não nasceu sob o nosso bello

céu, e que trajava um corpete do velludo

preto afogado, desenhando-lhc perfeilamen-te um esbelto busto; completava a simples

toilette uma saia de seda côr de havana, ele-

gantemeiüe enfeitada da mesma fazenda.

Devo fazer notar ás minhas leitoras ryic,

0 Sr. Dr. chefe do policia, muitos chefes o se ãs estou rhossando, è por conlá alheia c

1

i a ¦~rtfc*Oi*»$JB»*

Page 4: 0 DESPERTADOR - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/709581/per709581_1883_02124.pdf · aguada, devendo sahir em seguida com ... Corram-me, cor- ... tocou-lhe no peito e o quarto personagem,

1

:íh -.

á

I

í

não por minha vontade; continuarei, princi-piando por descrever uma toilette compostade corpele de bico aboloado pelas costas, de, jseda esearlate, decolado e mangas curtas, |tudo guarnecido de renda branca; meia lu-nica da mesma seda, apanhada aos lados,formando pu//"atraz. Saia de tarlatana bran-ca de babados macheados. Uma camelia no

peito o flores escarlates no cabello.Tornou-se notável um vestido de setim

azul celeste, saia ornada com plisses e ren-

das de liló branco, corpinho com ameias

guarnecido de rendas c fitas, e garre cober-

to de liló.Elegante era a toilette de uma senhora

que lambem não 6 nossa conterrânea: ves-

tido de seda marrou, com enfeites de setim

granada e rendas valencienne.Não terminarei sem mencionar mais um

vestido de tarlatana côr de canna desmaia-

do, saia de grandes babados macheados, tu-

nica suspensa ao lado por um laço de fita

azul celeste, corpele de setim desta mesma

côr, formando ameias na cintura, c a garreornada de pequenos corações dc renda.

'Lembro-me ainda de uma elegante jovensenhora, (pie trajava vestido de seda preto,saia elegantemente ornada; do lado direito

da cintura pendia cm ondulações um meio

donaire da mesma fazenda (pie ia formar o

pújjf, e do lado esquerdo formava o donaire

uma suecessão de rendas brancas que se es-

condiam no mencionado pujf.Falta-me o espaço, o por isso não posso

mencionar aqui todas as toiletles que o me-

reciam, taes como o de unia joven muilo

conhecida nos nossos salões, e linha corpele

côr dc roza, túnica de liló lavrado, etc.; uma

senhora cujo vestido era guarnecido de ri-

cas rendas paraguayas; outra joven de ves-

tido de seda côr de canário, e muitas outras,

por que, em abono da verdade, todas as

que compareceram ao soirèc o mereciam

por sua elegância e bom gosto.

r Tfefej^^ da madrugada, i>^niço nada. deixou a desejar, cos cava-

' lheiroí da' commissao e dírectores do Clubextremamente amáveis para com todos.

O DESPERTADOR.

Primeiras leltras

Sérgio Corroa da Costa, André José Mar-tins, Bento José Antônio, Antéro AugustoPacheco, Syinphruuio Thomaz Cantero,Virgílio Joaquim das Neves e Mariano deSouza Paiva.

Arithmetica

Francisco Olyinpio Cameu, SevérianoThomaz da Silveira e Tiburcio Valerianode SanVAnna.

MuzicaConrado Caldeira de Miranda e Ismael

Oscar da Silveira.O estabelecimento pôde ser visitado ás

segundas, terças, quartas e sabbados, dasG ás 8 horas da noite.

Secretaria do Lyceu d- Artes e Officios,18 de Agosto de 1883 - O secretario, 7oãoMaria Duarte.

PUBLICAÇÕES A-PEDIDO.

Lyceu de Arte» c Ofllcios

Movimento do mez de Julho du 1883

Alumnos que passaram do mez deJunho 269

Foram expulsos por,mau comporta-mento

Desligados por falta de freqüência.Matricularam-se durante o mez. .

2'2525

A!&Hra€£®S.

.y3*£_**13K_3uÉÜiivVCiSi. (jt,juvW/r. ,rr-,.. \^M

VVF/,/**v\í!i / mm*&-m&m¥t

VI«1'SM0 Dl! PORTUGAL USICAT-MIHA

Pelo presente são convidados oscredoros ooutros interessados no espolio do subdito por-luguez Alexandre Carlos Vianna, fallecidoab-inlesiato cm '211 do Junho do correnteatino, ncsla cidado do Desterro, a apresenta-rom na cbiieollaria d'esto vicc-consulado, nopraso de 30 dias, as reclamações qiio contrao mesmo espolio (enham a fazer. Assim comoroga-se aos devedores do mesmo espolio a

'¦\''--'Kr,' -.j-i-»-,/»!-»--..*»-!!^ 0**'"líSfUÍ' '^"W'.* -tyVlflfti,

afim de evitar-se despezas com custas judi-cia rias.

Vice-consulado de Portugal cm Santa Ca-lliarina, aos 10 Agoslo do 1883.—O vice-cônsul interino, Josó Alves Porlilho Bastos.

Convênio.

A saber:Em dezenho 11, em arithmetica 4, etn

portuguez 1, em francez 2, em artes gra-phicas 4, em.geometria '_, em machinas 1,

Passaram para o mez de Agosto. . 267Visitaram o estabelecimento, durante o

mez, e assistiram k diversas aulas as se-guintes pessoas: Exms. Srs. presidente daprovíncia, conselheiro José Júlio de Albu-querque Barros e barilo de Cacequy; Illms.Srs. Dr. José Xavier de Toledo, Dr. ManoelJanuário Bezerra Montenegro e familia,tenente-coronel Gama d'Eçae família, JoãoLopes Ferreira Filho, José de Souza Frei-tas, Joaquim de Souza Lobo, presidente dacâmara municipal; e Manuel Maria Duarte.

Os alumuos eliminados da matricula, porfalta de freqüência, sao os seguintes:

Francez

Luiz Caldeira de Andrada e FredericoLeopoldo da Silva.

Dezenho

Juvenal Amancio Fernandes, AntnnioJorge Linhares, Adolpho Alfredo de Cara-pos, João Henrique Talinberg, FrancolinoOlympio Cameu, Lindolpho Formiga. Ru-fino José Valente, Olavo Carlos Schmidt eLtdio Martins Barbosa.

ti,

Grammatica portugueza

Francolino Olympio Cameu e Gabriel"Nunes rPAlmeida.

Os abaixo assignados, commoroianles dofazendas o armarinho, por atacado e a varejo,estabelecidos rr.osla praça, altcndendo as grau-des dilliculdades que offerece o syslcma tóaaqui cm pratica na rcalisaçào das pequenasfratisaoçocs denominadas—varejo ou retalho,que ainda váo sendo feitas, na sua maior par-lo, a praso o sem nenhuma vantagem, tantopara us quo compram como para <'S que ven-dom, c tendo ainda em vista seguirem ,a pra-tica ultimamente estabelecida em outras pra-ças do efleeluar-se o varejo a dinheiro, cmreunião (pie realisaram lioju, no sobrado siloá rua do Principo n. 1 B, resolveram o so-guinle:

Nas casas do commercio <h*s infra assigna-dos, do dia 15 do corrente mez em di.mlo, lo-das as vendas a retalho ou a varejo sorão fei-Ias a dinheiro do contado, sem exçcpçfio dopessoa alguma. E por lerem assim deliberadofirmam o presenlo convênio.

Desterro. l.° do Julho do 1883.—SeveroFrancisco Pereira —Faria & Malheiros—In-nocencio José da Costa Campinas— AndréWendhnnsen & C — M. de Albuquerque —Emílio Rcecker—Germano Goeldener ís. Regis—Ernesto Bainha —Malheiros & C—V. p.A. C. Ebel & Filho -A. Ebel-João Martinsfíabcrbeck — Catharina Haberbeck — LucileCelestine Roclon—Cândido de Souza Concei-ção-Cosia & Irmão.

OBi hJ

IttMBTlApromplam-so obras concernenles a arte,

como sejam:Pedra mármore com opitaphioLelreiro para sepulturaTumul", mausoléo; pyramideFiguras allegoricas esculpidas, cruzes, ele.

85 RUA DO PRÍNCIPE 85

-m^

offiâ t *êÉÊ

w-»»__!

>HQJH^

fc—r

^

\g0fiS 1

m<4£âpjrflfliMH

m

Zêa ^" 55 •^___^_|

* W-— ~—Amm* _____»_____

0m\Jmm* mtmmÊmm mmmm __________?

**""*^ mmmwm\ 2»___. _«___^^^

|j_fj =S ^mP,&5""""^^ ^^^ r_^*s _t^--tf

-------1--^* "^ ^^mTmmmi ("^^^^^^1

*^_^^^ jl\ **_______^ . i-li Hk¦__¦_¦_! ^Lmm ^*mw m mmm ^rm mr

*9 6!^ ~2 g__,_¦¦* ____• • ¦¦¦¦< ¦_¦_¦¦¦

_-___, _«a^ _-»_ •• _—-• —-i_«a»s *¦*¦* >«_^ ^^^ WmmmWÊÊm\

'0íi__È mm* •?« £** '

^mmmW _-** r^^^^ _________ __________^

^¦w' ______¦ *

. q_; p*g c_^ -^-i-.»• m*0f* ras!m\ ^°~^ Mmmmmmt.

m ¦»*• 4aM_* A "^5i5 ! **l-**-*'**i****<

S5 r^-w a. Ü_^i3__->_w i^< ^55 —5

!¦_¦--] ij2S "TjSS^j,//- a •¦¦•¦ y ^sus**.-

fa*** ¦ cci a-. ¦"'v*:

T5g •

S oS g* 3O Q

LE MESSAGER Dü BBÉSILJOURNAL PRANCA1S BI-HBBDOMADAIRE

Pollliipic, Ciimmcrcial, Lillcrairc.

Adminislration et Rédaction

131 Rua Sete de Setembro 131Rio de Janeiro.

ABONNEMENTS POUR LES PUOV1NGES

C mois C$000 Um an 1~$000INSERTIONS n'ANNONCES ET AVIS

Annoiicos... . 100 rs.A vis' z ;::| •'" «w;Adresser le mónlaní do raboiiiicnienl, par

Ictlrc chargee, mandai poste ou timbres, a1'adrcsse doradniinislration du MESSAGERDU BllESlL, mo iie j/vneiho.

A seiencia progrideO Bullclin de Thérapeuliquc, a Union Mé-

dicalc e oulros jornaes parasienses, dão r.oíi-cia dos admiráveis cITcilos produzidos pelaQuasslna Adrian, medicamentoeslo muilo reçomméndavol para diversas mo-leslias existentes nu Brazil.

As experiências do distineto Dr. Campar-dou exuberantemente provam a clficacia d!es-10 novo produeto em todas as moléstias do fi-gado, do estômago, dos intestinos o da bo-xiga.

Preparados pelo exímio pharmaceulicoAdrian, anligo preparador da Escola dePharmacia de Paris, os confeitos doquassina causaram importante rovplu-ção no grêmio scienliíico quo os consideracomo o nec plus ultra para as moléstias su-pra mencionadas.

Não só na França como em vários paizeseuropeus, a imprensa lem elogiado o aconsc-lhiido ao publice esto produeto, na convicçãode prestar lhe relevante serviço,

LYCEU DE ARTES E OFFICIOSA congregação direclora roga a todas a^

pessoas quo antes da inauguração do eslabo-lecimonlo receberam listas para subscripçoosou circula res da grando commissao, residen-tes quer ncsla capital quer em outros pontosda província, o especial favor do remot-ler-lho. por intermédio do Sr. vrce-dircclor,os donativos que por ventura lonham agen-ciado.

Desterro, 14 do Agoslo de 1883.— O so-cretarid, J.M. Duarte.

Mil i 1IHSVãJtL &EHKSB-M)

___________^

^^NCAc^fT_^_ãVi_Uno,ii»*X ^ J&\jilV

ASSIGNA-SE NA LIVRARIALOMBAERTS & O.

7 — RUA DOS OURIVKS — /

Kio dc Janeiro, j7'i//j. dc J. J. Lopes, rua da Tritidadt n.2.

'r

<

y

\

v

>

t^¦«í?r¦•**^'x^!..-^l»"¦¦-*,* *** ' .____.„_ íí