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> rufeiS HrH ffffna ^a^ SolK N^^BH jBffejjy OfM rHJPja |Haffljj^aiVu*r*^^L^HRim8 tírS 7^3 Sul iffiy BnM * -./ % 1 ' Publica-se ás Terças e Sextas-feiras na typograpbia de J. J. Lopes, onde se recebem aísignaturas por 1 anno, e 6 mezes, pagas adiantado. Os a anúncios propriamente dos Srs. assignantes pa- gão 40 reis por linha, quaesquor ou- trás publicações serão feitas por ajuste. (Dltectot-|oòc j'. bCop&a Júnior, -O «••©¦€»- UEDACTORES-mmWS. PREÇOS DA ASSIGNATURA. Por anno10$000 » semestre . . . . . 6©000 COM PORTE PELO CORREIO. Por anno11^000 » semestre652)800 FOLHA AVULSA 2/i0 HEIS. A ii n o XIV Desterro- Sexta-feira 1* de Iflalo de 1^?«. n. i,:iso. ASSEMBLÉA LEGISLATIVA PR0V1SC1 \L 39.' SESSÃO ORDINÁRIA DA ASSEMBLÉA LEG1S- LATIVA PROVINCIAL DE SANTA CATHARINA. Presidência do Sr. Oliveira. A's 10 3/4 horas da manha do dia 27 de Abril de 1870, procedeudo-se á chamada, verificou-se estarem presentes os Srs. 01 i- veira, Jorge de Linhares, Costa Mello, Nu- nes Pires, Ür. Sérgio. Dr. Campos Mello, Trompouzky, Éraygdio Oliveira, Carvalho Filho. Cotrim. Câmara, Padres Frauco, Mar- cal e Faraco, faltando com causa os Srs. Do- iningos Co.sta e Zeferino, o sem ella os Srs Caldas, Pinheiro e Hackradt Júnior. Lida e posta em discussão anota da ses- sao antecedente, o Sr. Padre Faraco reclama que se reetifique o engano, de se darem na acta as suas emendas como regeiiadus, quan- do ellas nao funlo votadas. O Sr. Cotrim. concordando com o Sr. Pa- dre/FaràCÓ, pede paru quo o Sr. presidente cousullfl a casa, se deve ou não aceitar a re- ctificação pedida por aqnelle Sr. deputado. 0 Sr. Nunes Pires, declarando ter presi- dido a sessSo na oceasino da votação, diz que, como houvessem sobre a mesa muitas emendas, é possivel que se tivesse dado esso engano sobre as duas em questão. 0 Sr. Carvalho Filho declara que vota a favor da acta se se atteuder á reclamação pedida. O Sr. Câmara declara quo vota contra a redacção da acta, tal qual esta. O Sr. presidente declara que nao pôde sa- tisfazer aos Srs. deputados pur ser contrario o que determina o art. 98 do regimento. Vem à mesa a seguinte declaração:— Insi- ra-se na acta que não votamos contra as emendas relativas a viação publica, apresen- tadas ua oceasião em qne se discutia o arti- go 11 do orçamento provincial. Saladas sessões, em 27 de Abril de 1876.—Câmara. —Padre Faraco.— Padre Marcai.— Campos Mello.—S. L. Falcão.— Padre Franco.— J. M. Trompouzky.—Carvalho Filho.— Bitlen- court Cotrim.— Jorge de Linhares.— Costa Mello. Posta a votos a acta, foi approvada. 0 Sr. I." secretario couta du seguinte EXPEDIENTE Uma petição da câmara municipal de La- (13) FOLHETIM DO DESPERTADOR <;e$, pedindo a cre&çflo de ura artigo de pos- tura, afim de ver se por esle meio se pôde cohibir furtos de gado, que se dao naquelle termo.-- A' commissão de câmaras munici- ptlHS. Feito o convite do estylo, elido um pare- cer da commissão de fazenda e orçamento, sobre o pedido do ex-colIectordoPassa-Dous, Iguacio José da Costa.—Approvadó. ORDEM DO DIA 1/ discussão do projecto n. 55, posto a votus é approvadó. Entra em 2.a discussão a continuação do orçamento provincial, sobre os additivos, postos a volos forl\o approvados os seguiu- les:—O que restaura os arts. 2b, 1.' parte da lei n. 322 de 26 de Abril de 1851,6 1.° n. 2 da de o. 58 de 21 de Março de 1837. Oqoe aulorisa o presidente da provincia a mandar preparar a casa oferecida pelo ei- dadao Marliiilio José Callado para hospital dos lázaros, afim de alli serem recolhidos os affectados desse mal. O que manda coutiuuar em vigor a lei u. 732 de 13 de Maio de 1874. O que autorisa o presidente da provincia a abrir créditos supplementares para preeu- cher os defiçits que possuo haver era qual- quer dos§§ de despezas, e outras medidas. O que râanda pagar ao admiuistrador-the- soureiro aposentado da mesa de rendas da capital, Cypriano Francisco de Souza, a quantia que na thesouraria de fazenda pro- vincial se lbe tem descontado do vencimento de sua aposentadoria desde 1.° de Julho de 1874, regulada esta pela quantia da 1:260$. O que autorisa o presidente da provincia a arbitrar uma gratificação addicional até a quantia de 150$ rs. anuuaes aos professores de serra acima. O imposto do § 12 do art. 1." da presente lei, sobre animaes que descerem de Lages pela estrada que passa por Santo Amaro do Cubatão e vera a S. José, será desde ap- plicado, de preferencia a qualquer outra obra, aos reparos mais urgeutes da mesma estrada. O que autorisa o presidente da provincia a despender com a estrada da Pedra que desce á freguezia do Araranguá, no municipio do Tubarão, até a quantia de 4:000}? rs. ficando assim alterada a lei n. 740 de 19 de Abril de 1875. O que autorisa o presidente da provincia a despender com a estrada do Gravata ao Braço do Norte e d'ahi á raiz da serra, no municipio do Tubarão, até a quantia de 12:000» rs. O nue autorisa a construcção de uma pon- te sobre o rio das Arèas-Pequeoas du novo municipio do Paraty. E " que ro.stabcicOri a lei ti. GGG de 20 de Abril de 1872 e revoga o art. 40 da de n. 085 de 24 de Maio do mesmo anno; assim como foi approvadó o orçamento provincial em 2.* discussão para passar á 3.', sendo remettido á com missão de redacção, cora 415 emendas, 2 artigos substitutivos e 12 addi- tivos, para pôl-o na devida fôrma. Faitra em 3.* discussão o projecto n. 41, posto a votos, foi appnvado. Em 3." discnssüo o projecto n. 50, posto a votos, foi approvadó, sendo ambos remetti- dos á commissão de redacçilo. Em 2.' discussilo o projecto n. 46 (orça- meuto municipal), tendo de ser lido pulo Sr. 1." secretario, pedio elle dispensa de assim o fazer, por se achar o mesmo impresso, no que é satisfeito. Posto em 1.' discussão o art. l.° e seus pa- ragraphos, vera á mesa as seguintes emen- das:—Ao art. 1." § 15 inclua-se a idéa de que sejão excepiundos os negociantes colle- dados em mais de 5:000$ rs, pela renda ge- ral, os quaes pugavão metade, sendo os mascates seus agentes ou prepostos, cujas circumstancias será provada na oceasião da obtenção de licença.—S. a R.—Oliveira.— Costa Mello.—Padre Franco. Emenda ao art. 1.* § 31.— Era lugar de 200,'' rs. —diga-se 150fJ rs.; e em lugar de 50}" rs.— diga-se —lOOtí rs. nas demais localidades.— S. a R.—Caldas. Emenda ao art. l.° § 18 do orçamento municipal.— Em lugar de 158 rs.— diga-se —308, rs. somente quanto aos carros de ahi- guel.—S. a Xl.—Emyqdio Oliveira —Caldas. Ao § 14 do art. Í.° acerescente-se:—silo pombeiros era negocio de gado todos os que o comprarem para vender a retalho etn ou cortado, qualquer que seja o numero cie cabeças em que o retalharam e como taes ficão sujeitos ao respectivo imposto.—S. a R.—Campos Mello. Apoiadas, postas em dis- cussflo e á votação, com o artigo, forao ap- provadas. Em discussão os arts. 2." e 3." e seus §§, cada um de per si, forao approvados. Em discussilo os arts. 4." e 5.° conjuuta- mente, vem á mesa a seguinte emenda:— No § 5.° inclua-se— e com a ponte no Rio Ratunes, no lugar denominado—Piçarras—, entre a freguezia de Santo Antônio e Canas- vieiras, 2:0001)000, olevando-se a quantia a (5:9248020 rs.—Padre Franco Apoiada o Km discussão, fui approvada, bem como os artigos Em discussilo os arts. 6.' e 7.', forão ap- provados cada um de per si. Em discussão o art. 8.*, vem á mesa a so- gtiinte emenda:—Km lugar de 1008 rs., di- K-a-se—20080li0 rs.—S. a R.— Costa Mello. Apoiada e era discussão, fui approvada, bem como o artigo. SENHORA PERFIL DE MULHER. i ,' ¦ ' ' 11 . 1'UDLICADO POK G. 91. (1. VOLUMK.) PRIMEIRA PARTE O PREÇO. Em discussão o art. 9.°, vem ú mesa a se- guinte emenda ao § 4.°:— Eleve-se a verba —obras publicas— a 8508140 rs.— S. a R. Costa Mello. Apoiada e era discussão, foi approvada com o arligo. Em discussilo os arts. 10, 11, 12, 13, 14, 15, 10, 17, 18. 19, 20 e 21, forão approva- dos, cada um de per si. Em discussão o art 22, vem á mesa a se- guinte emenda:— Reduza-se a 10 por cento a multa. —S. a R.—J. de Linhares. Apoia- da e em discussão, com a palavra o Sr. Ca- mara oppõe-se á emenda e ra»nda á mesa a seguinte emenda:—Em lugar de 20 por cen- to, diga-se 6 por conto.—S. a R.— Câmara. Apoiada e em discussão, não havendo: quem sobre ellas fallasse, forao postas a votos, sen- do approvada áquella cora o artigo, e regei- tada esta. Em discussão os arts. 23 e 24, forao ap- provados. Em discussão o art. 25, vem á mesa a se- guiute emenda:— Era lugar de, 1$ r,s., di- ga-se—G40 rs.—-S. a li. —Caldas. Apoiada e em discussão, fallão a favor o Sr. Caídas e coutra o Sr. Carvalho Filho. Posta a votos, foi approvada e o artigo. Em discussão o art. 2G, fallão coutra os Srs. Câmara e Caldas, e sustenta-o o Sr. Carvalho Filho. Posto a votos foi regeitado. Em discussão os arts. 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33 o seus §§, 34 e 35, vem á mesa os se- guintes artigos additivos:— Depois que fôr instiillada a câmara municipal da villa do Puraty, regnlar-se-ha ella pelo art. 15 des- ta lei, quanto á despeza.— S. a R.— J. de Linhares. A renda prodozida pelo cemitério publico eifnuaw XII ²Bem reconheço a mao de Aurelia; estou sentindo em todos estes objectos o aroma que exhala de sua belleza; disse Seixas ine- briado de felicidade. ²Foi ella, sim senhor, que se incumbiu disso; mas ainda não viu tudo. Olhe o en- xoval. Lemos mostrou então as gavetas e prate- leiras dos guarda-roupas e coraraodas atope- tados das varias peças de vestuário, feito de superior fazeuda, e com o maior apuro. Na- da faltava do que pôde desejar ura homem habituado á todas as commodidades da rao- da. No toucador, si o taboleiro de mármore ostentava toda a casta de perfumadas, as gavetas contiuhain cópia de jóias pro- priasde um cavalheiro elegante. Algu- mas havia de grande preço, como o annel de rubim, e uma abotoadura completa de bri- lhautes. ²Tudo isto lhe pertence; disse o velho terminando o inventario, li' cousa da pe- qoena; não entrou em nosso ajuste. Seixas experimentou sensação igual á do homem que no meio de um sonho aprazível fosse arremessado a um pântano e acordasse chafurdado na torpe realidade. A palavra ajuste, ali naquelle instante, quando acaba- va de santificar pelo juramento o eterno amor que votava á sua esposa; quando esta- va se revendo em sua lembrança, de que a moça deixara impregnada á cada passo o luxo e elegância daquelles aposentos; essa palavra proferida sem intenção pelo velho, inllingiu-lhe a mais acerba das humilha- ções. Entretanto Lemos fechava as portas e ga- veias que tinha aberto; e terraiuou apresen- tando á Seixas a argola de chaves. Aqui tem, meu caro. uma chave não lhe posso eu dar; é d'ali. O velho indicou ua extrema de um bre- ve corredor uma porta oceulta por um re- oosteiro de seda azul com flecha dourada. ²Quando áquella porta abrir-se, nflo ha- verá era todo este Rio de Janeiro um maga- uão mais feliz ! E o velho repicando a sua fustigante risa- dinha de falsete, tornou ao salão, onde eu- contron cinco negociantes, velhos câmara- das, que á seu pedido se haviam demorado, e achavam-se nm tanto embrulhados com a historia. ²O' Lemos, nao dirás que fazemos nós aiuda á esta hora aqui? Olha, que para tr8- palhao temos conversado. ²Querem ver que o brejeiro pretende fazer o negocio cora toda a solemnidade ! Vocês não viram o aquelle.... o tabellião? ²E' verdade; cbamaram-n'o agora mes- rao. E nós seremos as testemunhas. Aqui desafogaram-se os sujeitos era boas risadas. ²Quasi que adivinharam vocês, disse o Lemos; venham e verão o que é. Na saleta, onde Lemos introduziu seus amigos, estava sentado á mesa do centro um tabellião, que assistira á ceremonia como convidado e parecia agora em attitude de exercer algum acto do oflicio. Pela porta fronteira acabava de entrar Aurelia, era companhia de D. Firmina. A moça traziajnoa nòrabros uma pelliçá de ca- chimira cinzenta, que disfarçava seu traje de noiva, cingindo-lhe a cabeça com o frouxo capuz. A anreola.de júbilo, que resplandecia-lhe a belleza quando ajoelhada aos pés do altar e ao lado do noivo, não se ofuscara; mas ia erapallidecendo. As vezes súbito errissamen- to estremecia-lhe o talhe delicado: percebia- se nesses momentos um eclipse da luz iuti- ma, como o vagado de uma lâmpada a apa- gar-se. Ella >entou-se defronte do tabellião; aos lados da mesa tomaram logar Lemos e os outros uegociantes. ²Peço aos senhores que me desculpem este iocommodo: e acceitern meu reconheci- mento por sua bondade em acompanhar-me neste capricho. Houve unslprotestos murmurados. ²E' rainha ultima excentricidade ! tor- nou Aurelia com "adorável sorriso. Ainda estou me despedindo da vida de moça; por isso mereço alguma idulgeucia. Demais, pensaudo bera, não é tão estravagante o que faço agora, poiso testamento também faz parte da confissão. Quero aproveitar este momento em que ainda sou senhora da mira e das minhas vontades, para declarar a ultima, qne foi também a primeira de minha vida. Apezar da garridice com que proferiu a moça estas palavras, e da graça jovial que o seu'mago sorriso expargia sempre em torno de si; um sentimento de vaga e indefenivel tristeza pungiu as pessoas presentes; espe- cialmente quando Aurelia entregou ao ta- belüão o testamento por ella escripto em uma folha perfumada de papel setiui, á gume dutiradu, com o monograma A. C. em relê- vo escarl.tte. A associação de dois actos tão oppostos, a aurora da existência e sua despedida; a idéa da morte a entrelaçar-se uaqnella mocidade tão rica de todas as prendas; a grinalda de noiva cingindo uma fronte â desfallecer; es- se contraste era para deixar funda impressão no animo. Aviou o tabellião o termo de approvaçfio com as formulas consagradas; e no meio do mais profundo silencio restituiu á racça o testamento cerrado com um torçal do se- da e pingos de lacre dourado, cujo perfume derramou-se pela sala. Nunca a abstrusa e rançosa nlgaravia de cartório se vira tao catita.*0 papel, com ser testamento, não desdizia da linda mao que traçara o contexto, e d'alraa gentil que tal- Tez"nelle havia encerrado, com sua ultima vontade, o perfume de lagrimas ignotas. Ao despedir-se da pupilla, Lemos apertou- lhe a mão:

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Publica-se ás Terças e Sextas-feirasna typograpbia de J. J. Lopes, onde se

recebem aísignaturas por 1 anno, e 6

mezes, pagas adiantado. Os a anúncios

propriamente dos Srs. assignantes pa-gão 40 reis por linha, quaesquor ou-trás publicações serão feitas por ajuste.

(Dltectot-|oòc j'. bCop&a Júnior,

-O «••©¦€»-

UEDACTORES-mmWS.

PREÇOS DA ASSIGNATURA.

Por anno 10$000» semestre . . . . . 6©000

COM PORTE PELO CORREIO.

Por anno 11^000» semestre 652)800

FOLHA AVULSA 2/i0 HEIS.

A ii n o XIV Desterro- Sexta-feira 1* de Iflalo de 1^?«. n. i,:iso.

ASSEMBLÉA LEGISLATIVA PR0V1SC1 \L

39.' SESSÃO ORDINÁRIA DA ASSEMBLÉA LEG1S-

LATIVA PROVINCIAL DE SANTA CATHARINA.

Presidência do Sr. Oliveira.A's 10 3/4 horas da manha do dia 27 de

Abril de 1870, procedeudo-se á chamada,verificou-se estarem presentes os Srs. 01 i-veira, Jorge de Linhares, Costa Mello, Nu-nes Pires, Ür. Sérgio. Dr. Campos Mello,Trompouzky, Éraygdio Oliveira, CarvalhoFilho. Cotrim. Câmara, Padres Frauco, Mar-cal e Faraco, faltando com causa os Srs. Do-iningos Co.sta e Zeferino, o sem ella os SrsCaldas, Pinheiro e Hackradt Júnior.

Lida e posta em discussão anota da ses-sao antecedente, o Sr. Padre Faraco reclama

que se reetifique o engano, de se darem naacta as suas emendas como regeiiadus, quan-do ellas nao funlo votadas.

O Sr. Cotrim. concordando com o Sr. Pa-dre/FaràCÓ, pede paru quo o Sr. presidentecousullfl a casa, se deve ou não aceitar a re-ctificação pedida por aqnelle Sr. deputado.

0 Sr. Nunes Pires, declarando ter presi-dido a sessSo na oceasino da votação, dizque, como houvessem sobre a mesa muitasemendas, é possivel que se tivesse dado essoengano sobre as duas em questão.

0 Sr. Carvalho Filho declara que vota afavor da acta se se atteuder á reclamaçãopedida.

O Sr. Câmara declara quo vota contra aredacção da acta, tal qual esta.

O Sr. presidente declara que nao pôde sa-tisfazer aos Srs. deputados pur ser contrarioo que determina o art. 98 do regimento.Vem à mesa a seguinte declaração:— Insi-ra-se na acta que não votamos contra asemendas relativas a viação publica, apresen-tadas ua oceasião em qne se discutia o arti-go 11 do orçamento provincial. Saladassessões, em 27 de Abril de 1876.—Câmara.—Padre Faraco.— Padre Marcai.— CamposMello.—S. L. Falcão.— Padre Franco.— J.M. Trompouzky.—Carvalho Filho.— Bitlen-court Cotrim.— Jorge de Linhares.— CostaMello.

Posta a votos a acta, foi approvada.0 Sr. I." secretario dá couta du seguinte

EXPEDIENTEUma petição da câmara municipal de La-

(13) FOLHETIM DO DESPERTADOR

<;e$, pedindo a cre&çflo de ura artigo de pos-tura, afim de ver se por esle meio se pôdecohibir furtos de gado, que se dao naquelletermo.-- A' commissão de câmaras munici-ptlHS.

Feito o convite do estylo, elido um pare-cer da commissão de fazenda e orçamento,sobre o pedido do ex-colIectordoPassa-Dous,Iguacio José da Costa.—Approvadó.

ORDEM DO DIA

1/ discussão do projecto n. 55, posto avotus é approvadó.

Entra em 2.a discussão a continuação doorçamento provincial, sobre os additivos,postos a volos forl\o approvados os seguiu-les:—O que restaura os arts. 2b, 1.' parte dalei n. 322 de 26 de Abril de 1851,6 1.° n. 2da de o. 58 de 21 de Março de 1837.

Oqoe aulorisa o presidente da provinciaa mandar preparar a casa oferecida pelo ei-dadao Marliiilio José Callado para hospitaldos lázaros, afim de alli serem recolhidos osaffectados desse mal.

O que manda coutiuuar em vigor a leiu. 732 de 13 de Maio de 1874.

O que autorisa o presidente da provinciaa abrir créditos supplementares para preeu-cher os defiçits que possuo haver era qual-quer dos§§ de despezas, e outras medidas.

O que râanda pagar ao admiuistrador-the-soureiro aposentado da mesa de rendas dacapital, Cypriano Francisco de Souza, aquantia que na thesouraria de fazenda pro-vincial se lbe tem descontado do vencimentode sua aposentadoria desde 1.° de Julho de1874, regulada esta pela quantia da 1:260$.

O que autorisa o presidente da provinciaa arbitrar uma gratificação addicional até aquantia de 150$ rs. anuuaes aos professoresde serra acima.

O imposto do § 12 do art. 1." da presentelei, sobre animaes que descerem de Lagespela estrada que passa por Santo Amaro doCubatão e vera a S. José, será desde já ap-plicado, de preferencia a qualquer outraobra, aos reparos mais urgeutes da mesmaestrada.

O que autorisa o presidente da provincia adespender com a estrada da Pedra que desceá freguezia do Araranguá, no municipio doTubarão, até a quantia de 4:000}? rs. ficandoassim alterada a lei n. 740 de 19 de Abrilde 1875.

O que autorisa o presidente da provincia

a despender com a estrada do Gravata aoBraço do Norte e d'ahi á raiz da serra, nomunicipio do Tubarão, até a quantia de12:000» rs.

O nue autorisa a construcção de uma pon-te sobre o rio das Arèas-Pequeoas du novomunicipio do Paraty.

E " que ro.stabcicOri a lei ti. GGG de 20 deAbril de 1872 e revoga o art. 40 da de n.085 de 24 de Maio do mesmo anno; assimcomo foi approvadó o orçamento provincialem 2.* discussão para passar á 3.', sendoremettido á com missão de redacção, cora 415emendas, 2 artigos substitutivos e 12 addi-tivos, para pôl-o na devida fôrma.

Faitra em 3.* discussão o projecto n. 41,posto a votos, foi appnvado.

Em 3." discnssüo o projecto n. 50, posto avotos, foi approvadó, sendo ambos remetti-dos á commissão de redacçilo.

Em 2.' discussilo o projecto n. 46 (orça-meuto municipal), tendo de ser lido pulo Sr.1." secretario, pedio elle dispensa de assim ofazer, por se achar o mesmo impresso, noque é satisfeito.

Posto em 1.' discussão o art. l.° e seus pa-ragraphos, vera á mesa as seguintes emen-das:—Ao art. 1." § 15 inclua-se a idéa deque sejão excepiundos os negociantes colle-dados em mais de 5:000$ rs, pela renda ge-ral, os quaes só pugavão metade, sendo osmascates seus agentes ou prepostos, cujascircumstancias será provada na oceasião daobtenção de licença.—S. a R.—Oliveira.—Costa Mello.—Padre Franco.

Emenda ao art. 1.* § 31.— Era lugar de200,'' rs. —diga-se — 150fJ rs.; e em lugarde 50}" rs.— diga-se —lOOtí rs. nas demaislocalidades.— S. a R.—Caldas.

Emenda ao art. l.° § 18 do orçamentomunicipal.— Em lugar de 158 rs.— diga-se—308, rs. somente quanto aos carros de ahi-guel.—S. a Xl.—Emyqdio Oliveira —Caldas.

Ao § 14 do art. Í.° acerescente-se:—silopombeiros era negocio de gado todos os queo comprarem para vender a retalho etn péou cortado, qualquer que seja o numero ciecabeças em que o retalharam e como taesficão sujeitos ao respectivo imposto.—S. aR.—Campos Mello. Apoiadas, postas em dis-cussflo e á votação, com o artigo, forao ap-provadas.

Em discussão os arts. 2." e 3." e seus §§,cada um de per si, forao approvados.

Em discussilo os arts. 4." e 5.° conjuuta-mente, vem á mesa a seguinte emenda:—No § 5.° inclua-se— e com a ponte no RioRatunes, no lugar denominado—Piçarras—,entre a freguezia de Santo Antônio e Canas-vieiras, 2:0001)000, olevando-se a quantia a(5:9248020 rs.—Padre Franco Apoiada oKm discussão, fui approvada, bem como osartigos

Em discussilo os arts. 6.' e 7.', forão ap-provados cada um de per si.

Em discussão o art. 8.*, vem á mesa a so-gtiinte emenda:—Km lugar de 1008 rs., di-K-a-se—20080li0 rs.—S. a R.— Costa Mello.Apoiada e era discussão, fui approvada, bemcomo o artigo.

SENHORAPERFIL DE MULHER.

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11 .

1'UDLICADO POK

G. 91.

(1. VOLUMK.)

PRIMEIRA PARTE

O PREÇO.

Em discussão o art. 9.°, vem ú mesa a se-guinte emenda ao § 4.°:— Eleve-se a verba—obras publicas— a 8508140 rs.— S. a R.— Costa Mello. Apoiada e era discussão, foiapprovada com o arligo.

Em discussilo os arts. 10, 11, 12, 13, 14,15, 10, 17, 18. 19, 20 e 21, forão approva-dos, cada um de per si.

Em discussão o art 22, vem á mesa a se-guinte emenda:— Reduza-se a 10 por centoa multa. —S. a R.—J. de Linhares. Apoia-da e em discussão, com a palavra o Sr. Ca-mara oppõe-se á emenda e ra»nda á mesa aseguinte emenda:—Em lugar de 20 por cen-to, diga-se 6 por conto.—S. a R.— Câmara.Apoiada e em discussão, não havendo: quemsobre ellas fallasse, forao postas a votos, sen-do approvada áquella cora o artigo, e regei-tada esta.

Em discussão os arts. 23 e 24, forao ap-provados.

Em discussão o art. 25, vem á mesa a se-guiute emenda:— Era lugar de, 1$ r,s., di-ga-se—G40 rs.—-S. a li. —Caldas. Apoiadae em discussão, fallão a favor o Sr. Caídas ecoutra o Sr. Carvalho Filho. Posta a votos,foi approvada e o artigo.

Em discussão o art. 2G, fallão coutra osSrs. Câmara e Caldas, e sustenta-o o Sr.Carvalho Filho. Posto a votos foi regeitado.

Em discussão os arts. 27, 28, 29, 30, 31,32, 33 o seus §§, 34 e 35, vem á mesa os se-guintes artigos additivos:— Depois que fôrinstiillada a câmara municipal da villa doPuraty, regnlar-se-ha ella pelo art. 15 des-ta lei, quanto á despeza.— S. a R.— J. deLinhares.

A renda prodozida pelo cemitério publico

eifnuaw

XIIBem reconheço a mao de Aurelia; estou

sentindo em todos estes objectos o aromaque exhala de sua belleza; disse Seixas ine-briado de felicidade.

Foi ella, sim senhor, que se incumbiudisso; mas ainda não viu tudo. Olhe o en-xoval.

Lemos mostrou então as gavetas e prate-leiras dos guarda-roupas e coraraodas atope-tados das varias peças de vestuário, feito desuperior fazeuda, e com o maior apuro. Na-da faltava do que pôde desejar ura homemhabituado á todas as commodidades da rao-da.

No toucador, si o taboleiro de mármoreostentava toda a casta de perfumadas, asgavetas contiuhain cópia de jóias pro-priasde um cavalheiro elegante. Algu-mas havia de grande preço, como o annel derubim, e uma abotoadura completa de bri-lhautes.

Tudo isto lhe pertence; disse o velho

terminando o inventario, li' cousa lá da pe-qoena; não entrou em nosso ajuste.

Seixas experimentou sensação igual á dohomem que no meio de um sonho aprazívelfosse arremessado a um pântano e acordassechafurdado na torpe realidade. A palavraajuste, ali naquelle instante, quando acaba-va de santificar pelo juramento o eternoamor que votava á sua esposa; quando esta-va se revendo em sua lembrança, de que amoça deixara impregnada á cada passo oluxo e elegância daquelles aposentos; essapalavra proferida sem intenção pelo velho,inllingiu-lhe a mais acerba das humilha-ções.

Entretanto Lemos fechava as portas e ga-veias que tinha aberto; e terraiuou apresen-tando á Seixas a argola de chaves.

— Aqui tem, meu caro. Só uma chave nãolhe posso eu dar; é d'ali.

O velho indicou ua extrema de um bre-ve corredor uma porta oceulta por um re-oosteiro de seda azul com flecha dourada.

Quando áquella porta abrir-se, nflo ha-verá era todo este Rio de Janeiro um maga-uão mais feliz !

E o velho repicando a sua fustigante risa-dinha de falsete, tornou ao salão, onde eu-contron cinco negociantes, velhos câmara-das, que á seu pedido se haviam demorado,e achavam-se nm tanto embrulhados com ahistoria.

O' Lemos, nao dirás que fazemos nósaiuda á esta hora aqui? Olha, que para tr8-palhao temos conversado.

Querem ver que o brejeiro pretendefazer o negocio cora toda a solemnidade !Vocês não viram o aquelle.... o tabellião?

E' verdade; cbamaram-n'o agora mes-rao. E nós seremos as testemunhas.

Aqui desafogaram-se os sujeitos era boasrisadas.

Quasi que adivinharam vocês, disse oLemos; venham cá e verão o que é.

Na saleta, onde Lemos introduziu seusamigos, estava sentado á mesa do centro umtabellião, que assistira á ceremonia comoconvidado e parecia agora em attitude deexercer algum acto do oflicio.

Pela porta fronteira acabava de entrarAurelia, era companhia de D. Firmina. Amoça traziajnoa nòrabros uma pelliçá de ca-chimira cinzenta, que disfarçava seu traje denoiva, cingindo-lhe a cabeça com o frouxocapuz.

A anreola.de júbilo, que resplandecia-lhea belleza quando ajoelhada aos pés do altare ao lado do noivo, não se ofuscara; mas iaerapallidecendo. As vezes súbito errissamen-to estremecia-lhe o talhe delicado: percebia-se nesses momentos um eclipse da luz iuti-ma, como o vagado de uma lâmpada a apa-

gar-se.Ella >entou-se defronte do tabellião; aos

lados da mesa tomaram logar Lemos e osoutros uegociantes.

Peço aos senhores que me desculpemeste iocommodo: e acceitern meu reconheci-mento por sua bondade em acompanhar-meneste capricho.

Houve unslprotestos murmurados.E' rainha ultima excentricidade ! tor-

nou Aurelia com "adorável sorriso. Aindaestou me despedindo da vida de moça; porisso mereço alguma idulgeucia. Demais,pensaudo bera, não é tão estravagante o que

faço agora, poiso testamento também fazparte da confissão. Quero aproveitar estemomento em que ainda sou senhora damira e das minhas vontades, para declarar aultima, qne foi também a primeira de minhavida.

Apezar da garridice com que proferiu amoça estas palavras, e da graça jovial que oseu'mago sorriso expargia sempre em tornode si; um sentimento de vaga e indefeniveltristeza pungiu as pessoas presentes; espe-cialmente quando Aurelia entregou ao ta-belüão o testamento por ella escripto emuma folha perfumada de papel setiui, á gumedutiradu, com o monograma A. C. em relê-vo escarl.tte.

A associação de dois actos tão oppostos, aaurora da existência e sua despedida; a idéada morte a entrelaçar-se uaqnella mocidadetão rica de todas as prendas; a grinalda denoiva cingindo uma fronte â desfallecer; es-se contraste era para deixar funda impressãono animo.

Aviou o tabellião o termo de approvaçfiocom as formulas consagradas; e no meio domais profundo silencio restituiu á racça otestamento já cerrado com um torçal do se-da e pingos de lacre dourado, cujo perfumederramou-se pela sala.

Nunca a abstrusa e rançosa nlgaravia decartório se vira tao catita.*0 papel, com sertestamento, não desdizia da linda mao quetraçara o contexto, e d'alraa gentil que tal-Tez"nelle havia encerrado, com sua ultimavontade, o perfume de lagrimas ignotas.

Ao despedir-se da pupilla, Lemos apertou-lhe a mão:

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O DESPERTADOR.

da capital será exclusivamente applicadaem sua conservação e asséio.—S. a R.—Carvalho Filho.—Vaàre Faraco. Apoiado.seem discussão, forão nppròvadbs, bem comoo projecto em 2." discussão para passar á 3*.

Nilo havendo numero legal, o Sr. presi-deu te deu para ordem rio dia do sessão se-guiam: — 1.* parte.— _.' discussão do pro-jecto ii. 43; 3.* discussAo do orçamento pro-vincial. — *_.•

parte.—- 3.* discussão do orça-meuto municipal e as matérias adiadas. Elevantou a sessão ás 2 horas da tarde.

40.* SESSÃO OimiXAHIA d'assbí_bléa legisla-TIVA 1'HOVINCIAI. DE SANTA CATHARINA.

Presidência áo Sr. Oliveira.A\s 11 boras da manha do dia 28 de Abril

de 187G, não estando presente o Sr. l.° se-cretario, o Sr. presidente convida ao Sr. '2.°secretario para occüpur h cadeira de 1.° e aoSr. 1.* suppleote a de 2*. Procedendo-se achamada verificou-se estarem presentes osSrs. Oliveira, Costa Mello, Nunes Pires,Cotrim, Dr. Sérgio, Carvalho Filho, Pi n hei -ro, Padres Faraco, Franco e Marcai, Domin-gos Costa, Cuidas o Emygdí. Oliveira, fal-tando coíii participação os Srs. Jorge de Li-ríháres, Câmara, Dr. Campos Mello e Zefe-rino, e sem ellu os Srs. Trompowzky e Ila-ekrndt Júnior.

Lida e posta em discussflo a actada sossãoantecedente, foi approvada.

E' lida pelo Sr. 1 .** secretario a declaraçãoseguinte:

Declaramos que votamos a favor do art.11, ns, 1 e '2 do projecto do orçamento pro-vincial que designarão 3:000$ rs. para con-certo da igrpja de Cannasvieiras-. 3:000$ rs.para a ponte do riu Piçurras do Ratones; enesta parte, contra as emendas apresentadaspelo Sr. Cotrim; bem como, contra o artigoadditivo e a emenda ao mesmo art 11,offerecidas pelo Sr. Padre Faraco, sobrea ponte do rio da Madre e da estrada daEstiva1, que nao foram approvadas ua occa-siao da votoção, em sessão de 26 do corrente.Sala das sessões em 28 de Abril de 187G. —Oliveira. —I}inheiro, — Emygdio Oliveira.- Caldas,

O Sr. 1." secretario dá conta do seguinte.', EXPEDIENTE

Um oílicio do Exm. Sr. conselheiro de Es-tado Paulino José Soares de Souza, commu-nicando haver aceitado» -commissão de quefui encarregado por esta assembléa, para fe-licitar a S. M. o Imperador e sua AugustaFamília, pelo nascimento de Sua Alteza oPríncipe do Grao-Pará. —Inteirada.

Feito o convite do estylo, vem á meza e élido um projecto assignado por sete Srs. de-putadoV, autorisaudo o presidente du provin-cia á mandar pagar por conta do exercícioactual as gratificações devidas a diversosempregados da extiucta meza de rendas des-tu capital. — Julgado objecto de delibera-ção, foi á imprimir para entrar na ordemdos trabalhos, sob u. 56.

O Sr. 1.° secretario lè as redacçfiesi dosprnjectos ns. 41 e 50, as quaes postas emdiscussão e á votação, forão approviula.s.

ORDEM D0 DIA

Entra em 3.' discussão o orçamento pio-vincial. Vem á meza us seguintes emendase additivos:

Desejo-lhe que seja muito e muito fe-JZ.

Si o não fòr, será minha e minha íó,a culpa; respondeu a moça agradecendo lhe.

D. Firmiua quiz acompanhar a moça aotoucador, para prestar-lho os serviços de ca-mareira de honra, que são de costume e pri-vilegio da mãi, e na falta desta da mais pro-xima pareuta.

Recusou Aurelia: abraçando a velha se-nhora, disse-lhe comraovida:

Reso por mim !Ficando só, a moça fechou á chave a por-

ta da saleta. e murmurou:Emtim !

Em todo aquelle lado da casa uão ha viusiuao ella e seu marido.

XIII

Affastemos indiscretamente uma dobradoreposteiro qne recata a câmara nupcial.

E' uma sala em quadro, toda ellu de umaalvura deslumbrante, que realçam o azol ce-leste do tapete de risso recumado de estrel-Ias e a bella còr de ouro das cortinas e do es-tofo dos moveis.

A' um lado, duas estatuetas de bronze dou-rado representando o amor e a castidadesustentam uma cupola oval de fôrma ligei-ia, donde se desdobram ató o pavimento,baraboiins de cassa finíssima.

Por entre a diaphaua limpidez dessas uu-vens de Unho, percebe-se o molde elegantede uma cama de pào setim, pudicatnente en-volta em seus véos nupci.es, e forrada por.una co.l .há ,;le Camalote lambem còr deouro.

Emenda ao art. 1." § 6 — Accrescente-seno final —inclusive o arroz, qne pagará paradentro do império o mesmo que pago paraportos estrangeiros, sendo 5 "0 do valor dapauta semanal. —S. a R.— Domingos Costa,sob n. 9).

Emenda ao art. 1.', para ser collocadaaonde convier: — Pelas vigas exportadaspara fora da provincia se cobrará 100 réispor metro, ficando assim alterado o art. 35du lei ti. 743 de 23 de Maio de 1.S74. — S. aR. — Car calho Filho [sob u. 5).

A.s despezas de que trata os arts. 27, 31 e34, serão por conta do empréstimo que con-trubir a presidência «la provincia, cora ap-plicução á viação publica, e preferirão ás de-"mais ri-spezus. —S. a R.— Bittencourt Co-Irim. — Padre Marcai 'sob u. 11;.

Emenda ao art. 36: — Em lugar de GOOjJréis de ordenado, diga-se 700,*? réis, e sup-prima-se a gratificação. — S. a R. — CosiaMello (sob u. 14;.

Supprima-se o art. 25. — S. a R.— NunesPires [sob n. 1).

Fica em vigor a disposição do art. 44 dalei n. 685 de 24 de Maio dé 1872, — S. a R.— Nunes Pires 'sob n. 7).

Àdditivò ao art. l.'§-- Imposto de2%sobre o valor das causas eiveis e commer-eiaes — J} —Nanes Pires (sob n. 0).

Paragrapbo ao art. 1." do orçamento: —Imposto de 300 réis sobre animaes carguei-ros que conduzão gêneros para as provínciasyisinba.s, excepto os couros, que pagaráõ oimposto de exportação marcado nesta lei, fi-can.lo nesta parte revogado o art. 40 da lein. 743 de 23 ,lu Maio de 1874 - 8 — S. aR. — Nanes Pires 'sob ti. 4).

Supprima-se o art. 33, por ser oppostoaoart. 18 du lei 0. 439 de 29 de Maio de 1857.—S. a R.— Nunes Pires (sob o. 13).

Additivo. —Fica alterado o art, 43 do re-gulamento de 25 de Maio de 1874, que seráassim concebido: —-Serão remettidos á the-'sotiraria provincial somente a importânciados lançamentos e additamentos e o mappaJa exportação. —S. a li.— Nunes Pires (sobu. 15).

Emenda. — Reduza-se a réis 1:0428929a quantia de réis 1:200$ da gratificação de-vida ao Dr. Frederico Müller. — S. a R. —Nunes Pires (sob n. 3).

Emenda ao § 7.° do art. 3.° — Reduza-se1.° á 53:0048000 réis a quantia de 80:772$réis; 2." á 508 réis a de 100ÍJ réis; 3.° ál:000f* réis a de 2:00()S. réis. - S. a R. —Nunes Pires fsob n. 8).

Apoiadas e postas em discussão, o Sr. Nu-nes Pires, com a palavra, fundamenta asemendas que apresentou.

O Sr. Dr. Sérgio falia contra a emendasuppressiva do Sr. Nunes Pires, que derogao art. 25 do orçamento provincial. O Sr.Nunes Pires sustenta sua emenda.

Com a palavra o Sr. Domingos Costa, ex-plica seu voto coutra a emenda do Sr. NunesPires. O Sr. Caldas falia também contra aemenda.

(O Sr. presidente convida ao Sr. vice-pre-sideute pura oecupar sua cadeira.)

O Sr. Olivctraj coma palavru, fundameu-ta e manda á meza os seguiutes additivos eemeudas:

Artigo additivo. — A lei. n. 433 de 11 deAbril de 1857 fica restaurada e revogada

Do outro lado, ba uma lareira, uão de fo-go, que o dispensa imsso auieuo clima fl ti mi-nense, ainda na maior força do inverno. Essachaminé de mármore còr de rosu é inerameu-te pretexto para o cantinho de conversação,pois quo não podemos cbamal-o como osfrancezes o com áu feu.

A' bem dizer a lareira não passa de umajardineiraque esparze o aroma de suas flò-res, era vez do brando calor do lume, poruquelle circulo, onde estão dispostas algu-mas poltronas baixas e derreadas, transicçaoentre a cadeira e o leito.

O aposento é illurainado por uraa grandealarnpada de gaz, cujo globo de crystal opa-co filtra uma claridade sereua e doce, quederramu-se sobre os objectos e oa envoívecomo de ura creme de luz.

Correu-so uma cortina, e Aurelia entrouua câmara nupcial.

Seu passo desusou pela alcatifa de vellu-do azul marchetado de alcachofras de ouro,como o audar cora que as deusas perlustra-vrarn no céo a galáxia quando subiam aoolympo.

A formosa moça trocara seu vestuário denoiva por esse outro que bem se podia cha-mar trajo de esposa; pois os suaves emble-mas da pureza immaculada, de que a vir-gera se reveste quando caminha para o ai-tar, já se desfolhavam como as pétalas da flordo outono, deixando entrever as castas pri-inicias do sauto amor conjugai. ...

Trazia Aurelia uma túnica de setim ver-

quuesquer disposições em contrario. — S. aR. — Oliveira sob n. 10).

Emenda ao art. 3." £ 6.° — Vencimentosdos lentes e do director —9:0008 róis. Sup-prima-se a verba com pensionistas e meiopensionistas—réis l:S'24íj00O. Utensílio paraas aulas — 1:000S réis. Com a compra ducompêndios e obras úteis dos alnmnos —réis4ü0í>. — Oliveira ;sob n. 2).

Artigo additivo. — O presidente da pro-vincia concederá a câmara municipal da ca-pitai, a frente da chácara onde fuiicciona oatbeneu provincial, a partir do portão deliaem linha Leste-Oeste. para alargamento duPraça Municipal, ficando a provincia livredo pagamento do foro, bem como a dita oa-rnara com o ônus de nivelar a mesma Praçae de mandar fazer a lapagem da frente dachácara, quer fica aberta pela concessão doterreno. —S. a R.— Oliveira. —Cosia Mello.—Nunes Pires. —Emygdio Oliveira. —Amo-rim Caldas. —Padre Franco (sob n. 12).

Postos em discussão e a votos os artigosadditivos e emendas, forão approvados como projecto, menos os de ns. 13 e 14, sendoremettidos á commissão de redacção.

O Sr. Pinheiro declarou que votava peloprojecto, menos pela verba consignar quan-tia para aposentadoria do cidadão JoaquimJosé de Souza Corcoroca.

O Sr. Caldas declara ler votado contra aemenda que crêa o imposto de 2 */. sobre ovalor dus causas eiveis.

Em 3." discussão o orçamento municipal,com a palavra o Sr. Pinheiro, fundamenta emanda á meza a seguinte emenda no art. 1.*

Emenda ao $ 14 do art. 1." — Km lugarde 308, róis, diga-se 508 réis. Ao § 15 domesmo artigo: em lugar de 608 réis, diga-se1008. réis. Ao § 16: em lugar de 308 réis,diga-se 408 réis. Ao § 17 do mesmo artigo:era lugar de 1208 réis", diga-se 2008 réis.' -S. a R.—Pinheiro. Apoiadas e em discussão.

Com a palavra pela ordem o Sr. 1." secre-tario, declara que vão subir ásuucção os de-cretos sob ns. 42 e 43.

E' lido mais o seguinte additivo: — Ao§ 16: substituão-se as palavras —com os re-paros até o rio Biguassú, pelas seguintes —com o aterro e conclusão das duas pontes nabarra de Biguassú. —S. a R.— Cosia Mello.

Com a palavra o Sr. Carvalho Filho, com-bate ás emendas apresentadas pelo Sr. Pi-nheiro. O Sr. Pinheiro falia a favor de suaemenda. Cora a palavrão Sr. Caldas, opinapela emenda.

Emenda ao art. 7.* § $(.é — Supprima-se:que será feito até qualquer outro. —S. a R.

Costa Mello.Emenda ao art. 9.'—Accrescente-se: § 5.',

cora obras publicas — 650$140 réis. — S. aR. — Costa Mello.

Emenda: accrescente-se ao art. 9.° § 3."—Com o pagamento da custas em que possaser condeinnada — 200j? réis. — S. a R. —Costa Mello.

Os §§ 3.°, 4.°, 5." e 6.°, alterem-se as nu-raeraçOes. — Costa Mello.

Apoiadas e em discussão, não havendoquem sobre ellas mais fallassem, postas ávotos .forão approvadas três emendas assi-guadas pelo Sr. Costa Mello e uma do mesmoSr., regeitada, e approvada a ultima parteda do Sr. Pinheiro; sendo reniettido o pro-jecto e emendas á commissão de redacção.

Entra em 3.' discussão o projecto u. 43;posto a votos, foi approvado e retnettido ácommissão de redacção.

Entra em 3.' discussão o projecto u. 49;posto á votos foi approvado, seudo reniettidoá commissão respectiva para os fins devidos.

Em 2/ discussão o projecto n. 51, posto ávotos, foi approvado.

O Sr. Caldas requer dispensa do intersti-cio em favor deste projecto, e a obtém paraentrar em 3.' discussão.

Esgotada a hora, o Sr. presidente deupara ordem do dia da sessão seguinte: dis-cussâo do parecer da commissão de fazendae orçamento, acerca da petição dos empre-gados da extiucta meza de rendas da capital;discussão do parecer da commissão de fa-zenda e orçamento, sobre a petição de Joa-quina José de Souza Corcoroca; 1.' discussãodo projecto n. 56; 3.* discussão dos projectosns. 51, 37, 38, 39 e 42; 3' discussão do pro-jecto n. 40; 2.' discussão dos projectos ns.54, 53, 52 e 55. E levantou a sessão ás 3horas da tarde.

de, colhida á cintura por ura cordão de tor-I cal de ouro, cujas borlas tremiam com seu! passo modulado. Pelos golpeados deste sim-f pies roupão borbulhavara os frócos de tran-

41.'SESSÃO ORDINÁRIA DA ASSEM 1U.KA LEGÍS-LÀTIVA PROVINCIAL UE SANTA CATHARINA.

Presidencii do Sr. Oliveira.

A's 11 horas da manhã do dia 29 de Abrilde 1876. procedendo-se a chamada, verifi-eou-se estarem presentes os Srs. Oliveira,Jorge de Linhares, Costa Mello, Nunes Pi-res, Dr. Sérgio, Trompowzky, Emygdio Oli-veira, Padres Franco, Marcai o Faraco, Do-mingos Costa, Pinheiro, Caldas e CarvalhoFilho, faltando com participação os Srs. Ca-mura, Dr. Campos Mello o Zeferiuo, e semella os Srs. Hackradt Júnior e Cotrim.

Lida e posta em discussão a acta da sessãoantecedente, foi approvada, com a declara-ção do Sr. Padre Faraco, que declaru quevotava a favor da acta, salvo a declaraçãodos Srs. deputados.

O Sr. 1.* secretario declara que não haexpediente.

Feito o convite do estylo, são lidas quatrodiversas redacçOes de projectos: a 1.*, orça-meuto provincial; a 2.\ orçamento inunici-pai; a 3.*, antorisando o presidente du pro-vincia a alterar a tabeliã das porcentagensdos empregados do consulado, mezas de ren-dus e collectorias provinciaes; e a 4.', cre-ando diversas escolas para ambos os sexos,era Campo-Bom, Passagem do rio Tiju.ç.as eRio Tavares; e mais duas representaçOe. nogoverno imperial, contendo uma o pedidodesta assembléa, para ser estabelecida uraalinha telegraphica entre a villa de Joinvillee a cidade de S. Francisco; e a outra pediu-do providencias pelos actos praticados peloshabitantes da provincia do Paraná, contraos do núcleo colonial de S. Bento. Postasem discussão, forão approvadas.

ORDEM DO DIA

Eutra em 1.' discussão o projecto n. 56;posto á votos, foi approvado.

Em 3.* discussão o projecto n. 51, posto ávotos, foi approvado e remettido á commis-sflo de redacção.

Em 3.' discussão o projecto n. 40 (o Sr.presidente convida ao Sr. vice-presidentepara oecupar a cadeira), o Sr. Oliveira, coraa palavra fundamenta e manda á meza uraaemenda. O Sr. \." secretario declara que

spareute cambraia, que envolviam as fôrmasseduetoras da joven mulher.

As mangas amplas e esvasadas eram apn-nhadas, na çoviuha do braço e sobre a espa-doa, por um broche onde também prendia ahorabreira, mostiaudo o braço mimoso, cujatez roseava a camisa de cambraia abotoadano punho por uma pérola.

Os lindos eabellos negros refluiara-lhe pe-los h.mbros, presos apenas com o aro deouro, que cingia-lhe a opulenta uiadeixa; opé escondia-se era um pantufo de setim queás vezes beliscava a ocla da auagoa, comoura travesso beija-flor.

O casto vestuário da moça recatava-lhe asgruças do talhe; entretanto quando ella an-dava, e que seu corpo airoso nadava nas on-das de seda e cambraia, sentia-se mais n'al-ma, do que uos olhos, o debuxo da estatuapalpitante de emoção. A cada movimentoque imprimia-lhe o passo onduloso, acre-ditava-se que o broche da hombreira par-tira-se, e que os véos zelosos se abatiam derepente aos pés dessa mulher sublime, des-vendando uma creaçâo divina, mas de belle-za immaterial, e vestida de esplendores ce-lestes.

Aurelia atravessou o aposento, e che-gando á porta que ficava fronteira áquel-la por onde entrara, curvou de leve a ca-beca recolhendo-se para escutar; mas nãoouviusinaoo arfar do seio, que lhe offe-gava.

Affastou-se rapidamente, e foi atirar-seá uraa das poltronas, era «im gesto de des-animo, eruzando as mãos e erguende-as aocéo com um olhar repas--ado de angus-tia:

Meu Deus, porque não me fizeste comoas outras ? Porque me deste este coraçãoexigente, soberbo e egoísta ? Posso ser felizcomo são tantas mulheres neste muudo, ebeber na taça do amor, em que talvez nuncamais toquem estes lábios. Não é o ne-ctar divino que eu sonhei, n_o; mas di-zem que embriaga a alma, e faz esque-cer !...

O espirito de Aurelia rastreou a idéa quedespontava e por algum, tempo como queetnbulou-se u'um sonho:

Não ! exclamou arrebatadamente. Se-ria a profanação deste sauto amor que foi eserá toda a minha vida !

Ergueu-se; deu algumas voltas pela ca-mara nupcial acariciando com os olhos todosestes moveis e adereços, que ella escolherapara ornarem o regaço de sua felicidade, enosquaes tinha como que esculpido suasmais queridas esperanças.

Depois que assim repassou-se das remi-niscencias que lhe acordavam esses obje-ctos, foi rever-se no espelho, e enviou ásua feiticeira imagem reproduzida no crys-tal, um sorriso de indefinivel expressão.

Dirigiu-se então á porta, onde pouco an-tes escutara; deu volta á chave, e afastouuma das bandas'. Pouco depois, Seixas ro-çagon a cortina, e cingindo o talhe de suamulher, foi sental-a em uraa das cadeiras.

Como tardaste, Aurelia ! disse ellequeixoso.Tinha um voto á cumprir. Qni. eman-cipar-rne Jego de uma vez para pertencer to-da á meu único senhor; respondeu a moçagalauteiando.

[Continua.)

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O DESPERTADOR.

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vota a favor do projecto, uma vez que sejaadoptada a emenda do Sr. Oliveira.

Emenda ao art. 2." —-Aacrescente-se: sen-do a gratificação do coadjuctor elevada aréis 300$, com a obrigação de celebrar mis-sas ao povo, nos domingos e dias sautitica-dos, na igreja de S. Sebastião da Praia deFora, até que seja a parochia provida pelodiocesano. —S. a R.— Oliveira. Apoiada aem discussão, com a palavra o Sr. PadreFaraco, faz algumas considerações a respei-to. Fallão á favor da emenda, us Srs. 2.° se-cretario, Padre Franco o Caldas. Posta ávotos, foi approvada, bem como o projecto;sendo remeitido á cornmissão de rédacção.

Em 2.1 discussão o projecto ti. õ 1, o Sr.1." secretario diz que, tendo passado ua leido orçamento a idéa contida uo projecto, umde seus autores podia retiral-o. O Sr. Dr.Sérgio, como um dos signatários do proje-Cto, pedio .a retirada, no que foi satisfeito.

Em 3.' discussão o projecto u. 37, foi ap-provado e remettido á cornmissão de redac-ção.

Em 3.' discussão o projecto u. 38. posto kvotos, foi approvado e remettido á comuns-sHo de rédacção.

Fira 3.' discussão o projecto n. 39, vem ámeza a seguinte emenda: Art. l.° —accres-ceute-se uo final do artigo —e mais a quan-tia que fòr necessária com o concerto da es-trada do littoral uo lugar denominado —Es-tiva, uo districto de Garopaba. — S. a R.—Padre Faraco.

Nao havendo numero legal, o Sr. presi-dente deu para ordem do dia da sessão se-guiute o que occorrer. E levantou a sessãoás 2 horas da tarde.

ACTA DA SESSÃO DK 1ÍNCI.RRAMIÍNT0 DA A.SSEM-BLÉA LEGISLATIVA PROVINCIAL DK SANTA

CATHARINA.

Presidência do Sr. Oliveira.A's 12 horas da manhã do dia 30 de Abril

de 1870, reunidos no paço da assembiéa le-gislativa provincial os Srs. deputados Oli-veira, Jorge de Linhares, Costa Mello, Nu-nes Pires, Dr. Sérgio, Emygdio Oliveira,Caldas, Padres Franco, Marcai e Faraco,Pinheiro e Carvalho Filho, faltando comparticipação os Srs. Câmara, Costa, Dr.Campos Mello e Zeferino, e sem ella os Srs.Trompouzky, Hackradt Júnior e Cotrim.

Lida e posta em discussão a acta da sess&oantecedente, foi approvada.

EXPEDII.NTK

Ura ofiicio da presidência da provincia,remettendo copia do acto datado de 28 docorrente, pelo qual o mesmo Exm. Sr. ro-solveo abrir um credito supplementar daquantia de G:310$042 rs. ás diversas verbasdos §§ 2.°, 3.°, 10.° e 12.° da lei u. 743 de23 de Maio de 1874.-— A' coramissao de fa-zeuda e orçamento.

Sao lidas quatro redacções de projectos,sendo a l.1 a do projecto que eleva a villa deItajahy á cathpgoria de cidade; a 2.1 a quecrêa uma escola uo Rio Velho, no municípiodo Joinville; a 3.' a que restabelece as gra-tificaçOes ao arcypreste e coadjuctor da ca-pitai, e a 4.a que manda concertar a estradade S. João Baplista do Alto Tijucas, asquaes, postas em discussão e á votação, fo-rao approvadas, para subirem á saticção.

O Sr. 1." secretario declarou que ião serremettidos todos os autographos supra de-clarados, e os dos orçamentos provincial emunicipal,,bem como os de ns. 44 e 45, parao sancção e publicação; assim como as duasrepresentações aos ministros da agricultura,<oramercio e obras publicas, e ao do Império.iepois do que lavrou a presente acta quefci lidae approvada, e o Sr. presidente pro-nunciou a sua falia e encerrou os trabalhosda presente sessão á l hora da tarde.— Opreíideute Manoel José de Oliveira.— O 1.°secretario Ilermelino Jorge de Linhares.—O%° secretario João da Costa Mello.

CARTAS IIO SUL.

Rio-Grande do Sul, 8 de Maio de 1876.

Amip director:— Por esles dias espera-so do Paraguay um transporte, conduzindoá seu bordo o 2.' legimento de cavallaria,ao mando do tenente-coronel Falcão daFrola.

Estão dadas as necessárias providenciaspelo commando (Festa guarnição, afim doaquartellar-se esta Iropa aqui, nas Trin-cheiras, até segunda ordem.

E' de esperar que o povo rio-grandensureceba condiguamenle esses defensores dapátria, que, desde 18(13, delia oslão du-sentes.

— Deslribuio-se o 1.' numero do Diárioda Manhã, novo c intoressànlissiiiio órgão

de publicidade, que promcllc ler longa vi-da. ii vista da acceilação que obteve.

A icdacçáq óhábil, Temo jorual variassecções importantes, sohresahiudo entre el-Ias a intitulada -— ..chos das Salas,— na

qual sc trata de assumplos particulares, co-mo consórcios, bailes, vida intima dasfa-milias, porém tudo debaixo de lodo o res-

peito e circuinspccção. imitando assim a im-

prensa europAa.Nossas felicitações ;io novo obrciro do

progresso.(.errem com insistência, por aqin, boa-

tos alarmantes sobre falleneias do casas com-merciaes importantes, pccorridas na Euro-

pa o que sem duvida hão de atrelar Iam-bem esta praça.

Emquanlo nâo se lem perfeito couheci-meulo dos factos, é bom dar quarentena átaes noticias.

-—Esteve dous dias, emfieole á barra,o grande vapor inglez Norseman, que liou-xo um engenheiro, afim de fazer alguns ro-

parus no cabo suhmaiitio.lim seguida o vapor levantou ancor.i e

seguio rumo do Sul, com destino ao cabo deSanla Maria.

Segundo diz a parle da Barra, calavaelle 27 palmos d\igua.

Temos gozado por cá um tempo so-berbo. Não ha duvida que vamos neste mo-meulo atravessando o veranilo do Maio,com todos os seus encantos.

Sómeule de manhã tora havido cerração.

porém pelas onze horas um sol radiante as-soma, espargindo seus raios de ouro pursobre a cidade.

As noites lôm eslado lambem preciosas.-— Em Porlo Alegre, na igreja do Rosa-

rio, ia bavctido um casamento á páo. E' ocaso que o noivo não ia ao aclo por seu

próprio gosto e então o pai da noiva, arma-do do cacole queria obrig'il-0, islo no ro-cinlodo templo !

Quo engraçada pantomima !Está outra vez entre nós a notável

companhia Schumann, quo hontem e ante-hontem deu funeções. no vasto amphitheatroá praça municipal, agradando como sempretodos os trabalhos e recebendo a sympathi-ca M.1U Geraldina, Benodetli o mais artistasfienclicos applausós.

Esta companhia vae amanhã até Pelotas,onde só funecionará esla semana: lomandodepois o paquete do Rio de Janeiro e final-mente desta capital seguirá para Philadel-pina, onde ainda sc fará apreciar durantea grande exposição.

E na verdade os artistas todos, de que socompõe tâonotável companhia, em lodososlugares onde forem, serão devidamente ad-mirados, puis são o nec plus ultra da arte oda intrepidez.

A província do Rio Grande foi portanto aúnica, no Império, quo levo a honra de ap-plaudir esles verdadeiros phenoraeuos.

Eis aqui os artistas desta companhia:Carlos Benedelli, o homem que engole es-

padas e bayunelaj;Uniriam, o homem sem braços e que Ira-

balha com os pés;Augusto Ferreira, o musico-phenomeno.

Os dedos são o seu instrumento;Bcckmann, o malabarisla por exccllen-

cia;Algebran, o árabe, saltador sem rival;Leopoldo o Geraldina, os dous artistas

admiráveis, nec plus ultra da gymnnslica;Carrillo, o intrépido mexicano, homem-

mosca;Homero, o c/ot.ndo Cuba, paulomimisla.Tal é a excellenle companhia do Sr.

Schumann.Nâó veio, como se esperava, no pa-

quele Rio Grande a compuuhia lyrica ita-liana.

Talvez veuha hoje no Camões.-— Estimaremos que tenha desápparccido

ahi de Santa Catharina o terrível lliigolloda febre amarella, que segundo as ultimasnoticiaes, ia fazendo suas viclimas.

A próxima entrada do inverno, do cerlo,alTugenlará essa epidemia devastadora.

Aqui no Rio Grande derão-se uns3 ouí casos, porém em pessoas que já vie-rão allacadas, da capital do Império.

O clima d'aqui uão se presta á invasão delal epidemia, pois üi\o ha mont.es o o ventopampeiro varro todos os miasmas.

Graças á Dous !Segundo noticia o Diário da Manhã

deve vir, no próximo vapor de Montevidéopara aqui, uma grande companhia iuglezaeqüestre egymnaslica.

Provavelmeiilo será a de Hardwin & Wil-liams, queó a que ali estava ultimamenteoxhibindo seus trabalhos.

Um jornal de Montevidéu leve a lem-branca de dizer que o Brazil vae f.izeruma nova província, no Paraguay, com otitulo de Rio Apá.

Acha-se entre nós o Sr. Luiz Mayrinck, director d'uma pequena companhiadramática e que lenciona dar alguns cs-peclaculos em nosso thealro,

Aqui se despede até au revoir o seuamigo.

X. Y. Z.

P. S.-—Esquecemos de noticiar que o Sr.Josó Julius... eslá escrevendo um romance,sob o titulo A Padeirinha.

lYesta obra entra em scena o Sr. Costa,transpondo os umbraes.

Se o leitor não entender, não faz mnl; de-

pois da correspondência publicada, aqui noRio Grande hão de apreciar a noticia.

Vale.

0 DESPERTADOR.

I.I.STEI.U0, 12 DR MAIO.

DIVERSAS OCCURRENCIAS.

Declaração.— Com esle numero íin-dão as publicações das aclas dos trabalhosda Assembiéa legislativa provincial na suaultima sessão, de conformidade com o con-Irado celebrado pelo proprietário Ia im-

prensa deste jornal e a Meza da mesma As-sembléa.

Ilo Sul. — Desla procedência entrouno dia 9 á noite o paquete Calderon. o seguiono dia 10 para o Rio de Janeiro.

Recebemos datas aló 8 do corrente mez.A carta do nosso correspoudcnledo Rio-

Grande relata asoecurrencias mais notáveis

que ali se derâo ultimamente.

EXTRACTOS DE JORNAES.

Lô-so uos jornaes da Curte as seguintesnoticias:

Votas falsas.-- Apparecerão ulli-mamenle na circulação algumas notas doIhesouro de 200g falsas, de que a policialeve logo conhecimento, tratando de des-cobrir o capturar os criminosos. Uma por-ção destas nolas foiapprebendida, podendoser, todavia, que algumas andem ainda nacirculação. Julgamos de utilidade dar ai-guns signaes, os principaes, pelos quaes ásimples inspecçao oceular se podem reconhe*cer e facilmente distinguir as nolas verda-deiras das falsas.

O signal que mais veheraenloifleute Iraheas nolas falsas éa còr artificial do papel,amarello claro, com que os falsificadorespretenderão dar-lhes um caracter especialde-aeta velha e de longa dala atirada á cír-colação. Estü subtileza, entretanto, nãoproduz o effeito desejado, porquanto couhe-ce-se facilmente que o papel é novo e muito

mais consistente do que o das notas verda-deiras.

As cédulas em questão são da 2.1 serio4.'estampa. A tarja que circumda estasnolas, é nas falsas multo mais escura doque nas verdadeiras, sendo para notar quenos principaes emblemas observa-se o mes*mo facto.

üra signal que igualmente denuncia anota falsa é a curva que descreve o cubei-Io, na eOigiedo Imperador, junto á orelha.Nas falsas esla curva dirige se para a freu-te, ao passo que nas verdadeiras ó feita pa-ra o lado posterior. No extremo do cabello,peito á orelha, òiido termina a curva, nola-so um ponto negro muilo pronunciado, quefácilmeuledá nos olhos do observador

E' grosseira a maneira porque eslá dese-nha da a figura da Justiça. O cabello nãoticoti bem assignalado na impressão, do sor-le que torna a cabeça muito confusa, dan-do-lhe a semelhança de um craneo nú. Umlivro que ha aos pós da figura da Justiça foiimperfeitamente reproduzido c distingue-sedo das nolas verdadeiras pelos traços lar-gos com que foi desenhado. Esses mesmostraços largos, francos de homens habituadoso práticos no desenho observão-se uos da-ros-escuros e meias tintas das nolas falsas,ao passo que nas verdadeiras são finos', le-mies e delicados.

A palavra duzentos, no centro da nota,que nas verdadeiras ó do uma côr do barrodelicada, nas falsas ó muito mais escura egrosseira.

-Votas falsas de 9Ò0.--.O Dr. che-fede policia, lendo concluído o inquérito aque eslava procedendo sobre as notas fal-sasde 20$. 4.a serie, 6¦..*! estampa, remei-teu-o hontem ao Dr. juiz do 3." districto.

Figurão uelle como autores Manoel Po-Ironilho Scabra, José lgnacio Leito. JoãoPereira Nelto, Jacintho Josó da Silva o Fe-lizardo José Augusto de Abreu Guimarães;como complices Henrique Josó Aranha, JosóGuedes do Siqueira o Francisco lgnacioLeito.

Todos os implicados neste inquéritoacháo-se presos, com excepção apenas doum.

Do relatório do Dr. chefe de policia in-fere-se que o crime se acha plenamente pro-vado.

Um documento i interessai!-te.— Lê-se na Provincia de S. Paulo:

Com a publicação de um volume de poe"sias do celebre patriota e liller.no peruara-bucano José da Nalividade Saldanha, quocm 1821 foi o principal fautor da revoluçãorepublicana naquella heróica proviucia,veio ao conhecimenlo do publico um docu-mento curioso.

Tendo sido, depois do malogro daquellemovimento político, processado pela com-missão militar, logrou escapar o refugiar-se na America do Norte.

De Venezuela, onde depois asylou-so,dirigiu ao juiz, quo servia deaudicior jun-to á cornmissão, a seguinte curiosa procu-ração;

« Pela presente procuração, por mim fei-ta c assignada, constituo por meu bastanteprocurador na proviu-ua do Pernambuco aomeu collega Dr. Thomas Xavier Garcia deAlmeida, pata em ludo cumprir a pena queme fòr imposta pela comniissáo militar, po-dendo até morrer enforcado, para o que lheouihorgo Iodos os poderes que por lei mesão conferidos.

Caracas, 3 do Agosto de 182;>.— Joséda Nalividade Saldanha. »

TRANSCRIPÇÃO.

€asa§ de jogo.

O jogo é quasi lão antigo como a huma-nidade, e, como qualquer oulro vicio, du-rara provavelmente tanto como dia. A suaextirpação pode, pois, considerar-se impôs-sivel; seguir-se-ha, poióm, por venturaque esta epidemia, pois que o é. e aliameu-te contagiosa ainda por cima, não deva serenergicamente combalida como qualqueroulra ? Não, de cerlo.

O jogador professo não tem cura possi-vel, a não o ctirarem as próprias desgraças.Más é o contagio que a autoridade pôde cdeve atalhar quanto couber nas suas forças.A occasião faz o ladrão e faz lambem o jo-gador. O que cumpre e evitar que o gèr-

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Page 4: n. i,:iso. A ii n o XIV Desterro- Sexta-feira - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/709581/per709581_1876_01380.pdf · municipio do Paraty. E " que ro.stabcicOri a lei ti. GGG de 20 de

O DESPERTADOR.

<

meu desta perniciosa pai\rio, que no esladolaienlo se acha mais ou menos em lodososcorações, encontre facilmente ensejo de me-drar e crescer alé enroscur-se no desgraça-do com braços que nunca mais afrouxâo uomori.il amplcxo.

E' ahi que eslá o máximo perigo das ca-sas de jogo; são uma espécie de iniandomal que todos os dias atiralie viclimas in-caulas. Maiicebos inexperientes, e mesmohomens maduros, líms quo nunca ha\iãojogado, deixâo-so arrastar aquelles antrosde perdição, jo^ào e poucos são aquellesque, lendo jogado a primeira vez, não jo-guem segunda, náo joguem terceira, náojoguem sempre. Ojogoexetce fatalmenteuma espécie de. fascinação, que altrahe,desvaira o espirito, e dentro om pouco fazdelle inteira prosa. K' uma verdadeira em-briaguez. sob cujo domínio o homem nãopensa, não raciocina, esquece-se a si mes-mo, esquece ludo, ainda os mais sagradosdeveres.

As conseqüências, escusadoó apcnlal-as;infelizmente ellas ahi estão pulemos em mi-Ihttes 'te Iri-üissiinos exemplos. A ruma, amiséria, a vergonha, o crime, o suicídioíórmáo o Itigubre corlejo de*le funesto vi-cio.

Ainda, pois-, que sejj impossível extirparo jogo; ainda que não possa haver cuiapara os jogadores inveterados, deve a au-loi idade vigiar mui atlcnt.i por que não li-vie o alastre o mal, iiriedando dos ainda nãocontaminados o perigo do contagio, e esseperigo e«!á principalmente nas cas.ts ptibii-cas de jugo.

A este tespeilo porém cumpre que a re-pressão seja enérgica. inexorável; uma meiarepressão não f„z senão aggruvur o mal,prestando-lhe aiud t o attractivo do frocloprohibido. O mysterio em que so envolvea salisfaçáo da paixão vem a u guiou tar afascinação do abysmc; esse mysterio, quan-do cercado de perigos roaes, somente atira-he os mais audazes, ao passo que sendo•nullüs os perigos, sentem-se arrastados to-dos, tanto os arrojados como os ptisillani-mes.

Por isso alguns Estados, desesperandotalvez da ellicaz repressão do jogo claiules-tino, julgarão melhor deixal-o oslenlar-seás escancaras. Afigurou-sc-lhos que lira-riâo (Vaqui tríplice vantagem: despir o vi-cio do eucanlo do segredo, poder de algumafôrma régulíime.iilul-ò, dando aos jogadoresalgumas garantias contra a fraude, o emtercei'o, mas não ultimo lugar, auferir con-sideravel retida para o thesouro publico,por meio de pesadas contribuições impostasás casas de jogo.

Atinai, porém, todos esses Estudos Teco-nhecerãoque as duas primeiros vantagens,se por ventura o erão, não produzião resul-lados capazes de contrapesarem a immora-lidade e vergonha da terceira; assim, umaapós outra forão giadtialmenle desappare-cendo Iodas essas casas de jogo, e hoje le-galinenle aulorisada cremos que na Europaapenas existe uma, a do prioMpnilo de Mo-naco. O que pensa porém delia o mesmoque a aulorisa. revela-se bem do fado duprincipe, que lira daquella foule mais doque precisa para ioda a despeza pública doseu microscópico Estado, ptohibii-lhe ligorosamenle a entrada a todos os seus própriossubdilos.

Assim pôde dizer-se hoje uni versai mente.i*ecouhecid.i a necessidade da repressão dascasas de jogo, mas repressão eflicaz, valeu-te, sem tréguas nem repouso Que esla scnão dá entre nós é patente e notório. Dequero, porém, a culpa?

Não falia quem aceuse de desidia a auto-ridade policial; parece nos, porém, que nes-te caso o defeilo vem menos delia do queda legislação apropriada.

E' inuegavel que alguma cousa lem feitoa policia. Casas notoriamente conhecidas sehão fechado, algumas para irem re.ibrír-sedo outro lado da bahia. Prova islo que,se não se tem podido acabai de uma vezcom esta lepra social, alguma cousa enlre-tanto se lem feifo.

Se o ruidoso processo ultimamente in-staurado foi julgado improcedente, aindapor falta de lei. nem por isso deixou deproduzir o effeito que se esperava delle.Outro** pi ocessos estão em andamento e seem algum delles se conseguir a condemna-ção do réo, servirá esta para intimidar os

quo leitnão em entregar-se a ião miserávelindustrie. Assim cremos que a insistênciaem processar os quo abrem casa de jogoeoutros meios de que se soecorre a policia,

como senlirellas á porta par-a afugenlar osque ainda lôm vergonha tle ser vistos entrarem laes lugares, concorrerão dentro decet los limites para refrear esle deplorávelarnislamento ao vicio.

E'. porém, quanto a nós na legislaçãoque reside o principal deleito; o ó por tantoda sua reforma que so devo esperar o me-llmr remédio.

A postura da câmara municipal da cortede 13 de Janeiro de 187o, declarando quaesos jogos prohihidos, entendeu, sem que ninguem the houvesse eiicomineodado o ser-mão, dever definir o que o código criminalch una casa publica de lavolagem, e no ait.2.' estaluío que se considerará lal aquellacujo dono, locatário ou emprezario, receberinteresse de qualquer dos jogadores. Cou-fuiidio assim de lal fôrma a casa publica delavolagem com o barato, que sem esle uãopôde -existir aquella.

Por esta interpretação, quo alguns juizestêm admillido, lição fora da sancçào penalessas oito ou dez casas mais conhecidos emque sejugíi a roleta, que, embora seja jogoprnhibidn >< dos mai.-. violentos edamiiiiilros,vem a lorunr-.«e lieilo porque os donos ilncasa não lirâo o barato, li nâo o liráo porque, sendo elles os banqueiros, ou algumsócio por elles, levão sempre a lodosos ou-lios jogadores 1)9 probabilidades de ganhoentro 100.

Outro defeilo da mesma postura é adtiiil-tir us casas publicis de vispora, das quaesha segiifiinienie umas vinte. Alli joga o os-cravo, o soldado, o caixeiro de minguadosvencimentos; joga o filho familia o dinheiroás vezes subtraindo aos pais; joga o vaga-bundo, o ratoneiro; jogão os membros dasclasses mais desfavorecidas, aquelles emquem a paixão do Jo^o é mais perigosa, por-que a ignorância o a carência do meios defortuna mais facilmente arrastão ao crime.15 a coneurreucia regula por cem pessoasIodos os dias e noites para cada casa.Accresce que á sombra do vispora lambemem algumas., por vezes, se jogão outros jo-gos.

A esle respeito, comludo, parece nos quese deixa que os donos de casas de visporaescapem por uma tangente, pouco ou nadaadmissivel. Allegâo elles que não lirãoba-ralo, porque nâo percebem quantia détermi-uada do cada jogo. Jogão porém, sem pagara entrada correspondente, e reservão-se odireito ao ganho como se a pagassem. Ora,como receber e dispensar-se de pagar o de-vido, vôjn a dar na mesma cousa, não pôdedeixar de dizer-se que os donos (Paqiiellascasas lirâo barato e mesmo um barato caro,pois de ordinário jogão com cinco ou seiscollccções decailòes, e assim ganhãu infal-livelmeule sommas avirltudas, som o menorrisco de perda. tNãoobsla islo. comludo, aque taes casa* se considerem toleradas,quando realmente são de verdadeira lavo-liigem, como o são Iodas aquellas em que odono jngu em condições mais vantajosas doque seus amigos.

O fado é que o pensamento do legisladorcriminal foi burlado, arvorando-s« a cama-ra em poder judiciário ou legislativo, aosquaes só compele a interpretação da lei.D'aqui vem os jogadores perseguidos pelaautoridade gritarem conirn ella com algu-ma apparencia de razão, pois que aponláooutras casas em que a mesma industria óimpunemente exercida. Impossível é para apolicia refrear o jogo, quando a lei o auto-risa.

Faça pois a câmara municipal nova pos-liira para as rasas de jogo, se a tanto se jul-ga aulorisada. Solicite o governo do po lerlegUloiivo alguma medida adequada; masem nome da moralidade publica, edosinle-resses da sociedade, poiiha-se termo ao de-ploravel estado de cousas, que todos vemos,todos lamentamos, mas a que ninguém li atade dar remédio.

[Do Jornal do Commercio do Rio.)

EDITAL.Müsft de rendas.

Pela administração do consulado provin-ciai (1'esla capilal se faz publico que do dia1.* de Junho próximo futuro em diante, du-raule o prazo de trinta dias uleis, lera logará boca do cofre a cobrança do seguudo se-mestre do imposto sobre piedios urbanos,

em Iodos os referidos dias, das 9 hora? damanhã ás 2 da tarde, devendo o< contribuiu-les satisfazerem o mencionado imposlo dentrodo sob rédito prazo, sobpeua do. não of.i-zendo, seiein onerados com a multa de ein-co por ceulu.

Consulado Provincial da cidade do Des-leno em o 1.° de .Maio de 1870.

O administrailor-thesotireiroAntônio Luiz do Livramento.

AWNUNCIOS.

\ X% estéril and ISrnzilinu Te-legrupli loitipaiiy liimited

tem a salisfaçáo de aiintinciar ao respeita-vel publico, que o cabo enlre o Hio Grandedo Sul e Montevidéu acha-se restabelecido,e que os lelegr numas para o sul do RioGrande podem «er acceitos como no usual.

Deslerro, 10 de Maio de 187G.

A Western and Kra/Jliait Te-Icgrapli toiiajmiiy flihnited

nolicia ao respeitável publico que. d'oraem diaiile, todos ns telegrnninas conlendoalgarismos.(sèjao elles secretos ou uão) se-rão somente taxados com a extra melado dovalor, o para que se verifique a sua cor-recla exaclidão, serão respeitados de esta-ção em estação.

I/esleno, 10 de Maio de 1876

Bom negocio.Vende-se o estabelecimento HOTEL DOS

PAQUETES; quem o pretender comprar,dirija-se ao seu proprietário no mesmohotel.

a «de superior qualidade preparada na fabricada Laguna, vende se em pequenase grandesquantidades por menos preço do quo emoulra qualquer parle, no dpposilo da mes-ma fabrica, armazém do GLOBO. Largo dePalácio n. 2, por baixo do sobrado em fren-te ao portão do mercado.

VENDE-SE Oü ABONA-SEurna crioula de 19 annos de idade, muilosadia o liei; cosiuha. luva e engomnia sof-friveltnenle: para tratar na rua Trajano,esquina da rua de 1.' Tenente Silveira.

Carne seccaem pequenos pedaços por commodo preço,línguas seccas e de fumeiro chegadas ulii-maiiienle do Sul, no armazém do GLOBO,Largo de Palácio n. 2

LI SA0 JIELIIIIít E MAIS BARATO

JORNATi X>E MODASEDIÇÃO PARA O 1SKAZIL

(única que tem o texlo nos idiomas francezc portuguez)

Publicou-se o numero de 1 de Abril,desle interessante e bello jornal de senho-ras, conlendo um lindo figurino primorosa-mente collorido, representando 2 elegantestoilettes para senhora, 102 gravuras nítida-mente impressas: modernissimos arligos devestuários para senhons e crianças, tra-balhos de agulha, desenhos de bordados,objectos de fantasia, ele., etc.. e uma grau-de folha com 18 moldes, em tamanho nalu-

ral, e numerosos riscos de bordados e mo-nogrammas, com clara e minuciosa explica-ção nos idiomas francez e portuguez. Acom-paiiha uma interessante rhrónioà local e acontinuação do romance  Irmã Extraviada.

Assigna-se na corte ua livraria de

LOMBAERTS & C.7 RUA DOS OURIVES 7

mo ui; janeiroe nas Províncias

EM TODAS AS LIVRARIAS

Còrle, um anno .... 128000Províncias, um anno . . UfJOOOPAGOS AÜIANTADAMENTE.

Salsaparrilha de Ay er.Extracto composto concentrado

Para curar todas

as moléstias que pro-vêm de Impureza do

^í; Sangue, Syphilis e

Escrofulas, Rheuma-

tismo, moléstias dasv^Ki Pelle, e as enfermi-

dades chronicas

d'esta natureza.Esta predosa preparado offeroce uni meio edlciu

paru combattor grande pai to das MoleíOlas Chronl-eus, cora especialidade essas (jue provGm do vicioon impureza do Banano.

Moléstias da Telle de toda a finalidade, Dnrtros,1'mpiKens, Itorbulliiis. Ulceras, Chagas antigas,Pústulas is 1'rupcoes, &<., são curadas com muitacerteza pelo emprí^o liei da üulsuparrilhu do Dr.Ayer.

Moléstias Syphilitas clironieas, entranliadas nosystema, cora todos sdtíssynvptomas, HheiiniatismoÁireccões dos Ossos, Gotto, Eryrfpelas, lllceraç5ese uma Infinidade de eufeniildades que se derivamd'osta causa, tém sido elBcazntente curados com esteremédio. Isto continua a ter manifestado todosos dias em casos innumoravois, alguns conhecidospublicamente.A Salsaparrilha de Ayer é Igualmente umespecifico contra as Moléstias Rscroíulosas,Lympliathicas, Mnl dos Olhos, dos Ouvidos, &e.

As .Senhoras tem também experimentado ()UOpara a maior parto das enfermidades a (pio ellasparticularmente estão sujeitas, esta preparação é doessencial utilidade.

("SP" Preparada em frascos pequenos, sob uniaforma altamente concentrada (isto e, reunindogrande virtude medicinal em pouco volume), o ox-traotode BalsaparrllltáVCoiüpostó de Ayer offcrncoa immensa vantagem do dóseé pequenas (do 1 até 2collieres das do chá), evitando assim o sobrecarregaro estômago dos doentes com líquidos inúteis onocivos.

rREPAUADA I'EI.0

Dr. J. C. AYER & Co.,Ohimicos-medicos do Lowell, Est. Un.

VEUDE-SEem todas as boticas e lojas de drogas.

Agentes paia w Império do Brazil

W. R. CASSELS & C.RIO DE JANEIRO

Nola. — Todo o remédio (|tie não liver afirma dos agentes acima eus rótulos do en-vollüiio em portuguez, deve-se considerarcomo f.ilsificado.

DEPOSITÁRIO

IX5JZ E, O. HO RNSANTA CATIIAIU.NA.

THEATRO DE SANTA 1ZABEL

Empreza dramática do aclor Coulinlio.difi-giilíi pelo aclor Jordani.

DOMINGO, 11 DE MAIO DE 1876

Representar-se-ho o importante dramaem 4 aclus, do Exm. conselheiro José deAlencar, intitulado:

O didicil papel da proiogonisla é desem-penhado pela aelriz I). Magdaleoo, que taD-los applausos recebeu sempre quo o repre-sentou, lanlo no Rio de Janeiro como em S.Paulo eoulros lugares.

Terminará o especlaculo com a muilojocosa scena cômica, intitulada;

HISTORIA DUM COSINHEIROPiincipia ás 8 horas.

Preços e condições: do costume.

*

Y

y

Typ. de J. J. Lopes, rua di Trindade n.2.