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0 ANNO DOMINGO, 18 DE JANEIRO IDE 1903 Ar.a 79 SEM ANARIO NOTICIOSO, LITTERARIO E AGRÍCOLA u ,8 Assignatura Anno. iSooo réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado. _ para o Brazil, anno, 2$5oo réis Imoeda fone). A Avulso, no dia da publicação, 20 réis. * EDITOR— Jose Augusto Saloio II; El Dnr|iD — RUA DIREITA — 19, i.° A JL D E f iA L L, í-ZO ,V Ú JPBBhSiea^ões ' t 3 Annuncios— t.a publicação. 40 réis a linha, nas seguintes, rt 20 réis. Annuncios na 4.a pagina, contracto esp ciai. Os auto- graphos não se restituem quer sejam ou não publicados. p PROPRIETÁRIO — José Augusto Saloio EXPEDIENTE Aeeeitain-se com grati <lão «jísaesquer uoticias que sejam «le interesse puhlieo. Destinada pela natureza para nos mitigar as agru ras da vida, é a mulher a parte mais formosa e attra- hente da humanidade. Desde o berço, em que el la é o nosso anjo bom, em balando-nos com os seus disvelos.maternaes, dando- nos depois conselhos affe- ciuosos e bons, formando- nos a alma para o bem, para os sentimentos grandes e generosos, é cila a guarda vigilante da nossa alma, do nosso espirito. Surge-nos em seguida na adolescencia, fazendo brotar em nossos corações a luz immaculada do amor, perfumando-nos a vida com o seu hálito embalsa mado, fazendo-nos da exis tencia um prado vicejante e florido. Bemdita seja! Ha hoje muitas aberra ções, que fazem desse ente generoso e bom, carinhoso e meigo, almas tigrinas, peitos de feras que despe daçam a existencia do ho mem sem o mais leve, sem 0 mais pequeno sentimento de compaixão. A culpa é do meio em que viveram, da fórma por que as edu caram, dos exemplos que viram em creanças cu na edade em que o seu cere- bro não tinha ainda acom- prehensão da verdadeira dignidade. Espirito fraco por natureza, a mulher deixa-se embair por mira gens seduetorase, julgando trilhar um caminho cober to de rosas, vae mergulhar n’um abysmo de lodo e de ignominia. E quem é o cul pado d’isso? O que seduz com promessas attrahentes e a deixa depois, sem re cursos, entregue á sua Propria deshonra, sem mão amiga que vá indicar-lhe o verdadeiro caminho a se guir. E’ certo que ha caracte- i nativamente viciosos, mas esses, infelizmente, são raros. O natural da mulher é puro e meigo, terno e carinhoso, e só a desgraça e a vergonha lhe infiltram na alma o cynismo e o im- pudor que a fazem calcar aos pés, sjm dignidade, os mais sagrados sentimentos; só o aviltamento em que cahiu, a degradação cm que vive, a tornam insen sível a qualquer sentimento bom. Dêem-lhe o logar que lhe pertence na huma nidade, não a façam escra va do homem, façam-na sua companheira leal e ca rinhosa, e a mulher será sempre a fada bemdita que nos semeiará de flores o caminho da vida. JOAQUIM DOS ANJOS. "O i^oríosasíííKesBse.. Entrou no 5.° anno de publicação este nosso pre- sado e bem redigido colle- ga, que se publica em Por to de Móz. As nossas cordeaes feli citacões. re AGRICULTURA A propagação «las doen ças parasitarias «los vegetaes As doenças parasitarias dos vegetaes estão alas trando cada vez mais en tre nós e causando estra gos sempre crescentes, apesar dos tratamentos cu rativos que, mesmo quan do eíficazes — o que nem sempre acontece,— são dit- ficeis de applicar em larga escala, e todos elles relati vamente caros. O mesmo se dá com os tratamentos preventivos, de que o agricultor tem de lançar mão para salvar mais efficazmente, não só as suas colheitas mas tambem as suas vides e as suas arvo res de fructo e de ornamen to. Ora se se obtivesse o meio de diminuir a invasão criptogamica, sem se ter de recorrer a caros tratamen tos preventivos e curativos especiaes prestava-se um grande, um enormíssimo serviço á lavoura de todo o mundo. E isto não é uma utopia, pois sabios extrangeiros de elevada cotacão trabalham > no assumpto, tendo já al cançado alguma coisa de valor a tal respeito. Como é sabido os cogu melos microscopicos que produzem as assoladoras doenças parasitarias mo dernas, reproduzem-se por esporos, que, quando ma duros, são levados para longe pelo vento ou cáem no solo junto ao vegetai atacado. Ha um facto muito cu rioso a attender na propa gação das doenças cripto- gamicas, e é que muitos destes pequeníssimos co gumelos são polymorphos, isto é, tomam diversas for mas successivas em vege taes varios antes de ataca rem, na fórma definitiva, o vegetal que pretendem ani- quillar. A disseminação faz-se » . . pelo vento e muito princi palmente pelos insectos. Esta nociva intervenção do insecto, no alastramen to de doenças vegetaes, já suspeitadas por distinctos especialistas no genero, foi recentemente confirmada e completamente demons trada por o notabilissimo botânico dr. Amadeu Ber- leze. A epiderme dos fructos está em geral mais ou me nos coberta céllulas de mi- cro-organismos, leveduras, bactérias, bolores, etc. Es tes micro-organismos en contram-se abundante mente no solo, junto do ar voredo, durante o inverno, e só apparecem nos fructos quando estes começam a amadurecer; e está prova do que na maioria dos ca sos foram levados para os fructos não pelo vento, mas unica e exclusivamente pe los insectos. O dr. Berleze observou, em uma occasião em que estava estudando afanosa mente o fermento alcooli- co, a existencia de céllulas de leveduras nos troncos das arvores fruetiferas e, sobretudo, nas fendas da casca. Abundavam princi palmente nas fendas do la do mais exposto ao sol e que, por isso mesmo, era com maior frequencia per corrido pelos insectos. Esta observação levou o profes sor Berleze a suppor que as céllulas de leveduras, tão abundantes nas fendas das arvores, tinham sido trazidas para alli do solo, pelos insectos, e, muito em especial, pelas formigas, e que eram principalmente estas que as levavam tam bem ás folhas e fructos. Desejoso de confirmar a sua suspeita, ligou entre si, por meio de tubos de vidro, tres grandes cylindros da mesma substancia. No pri meiro dispoz terra e subs tancias várias cheias de cél lulas de leveduras; no se gundo uvas esterilisadas e no terceiro terra esterilísa- da. Para que os insectos pu dessem caminhar facilmen te de uns cylindros para ou tros, fez passar pelos tubos que ligavam os cylindros entre si, pequenas varas de videira, tambem cuidado samente esterilisadas. No primeiro cylindro o professor Berleze introdu ziu grande numero de for migas, que, depois de te rem examinado a prisão, evolvendo tudo quanto se encontrava 110 logar onde foram encerradas, passa ram ao cylindro com as uvas e deste ao da terra esterilisada. Passadas duas horas Ber leze separou do cylindro não esterilisado os dois ou tros, e, depois dos mais me ticulosos cuidados asepti- cos, procedeu ao exame das uvas e da terra, verifi cando que ambas estavam largamente infeccionadas. Experienciasidenticasfei- tas com moscas em vez de formigas deram absoluta mente o mesmo resultado. Estas experiencias pro vam, pois, que mais que o vento, são os insectos os propagadores das doenças criptogamicas dos vege taes. Por isso é conveniente não deixar existir proximo de plantas ou arvores sãs, exe m p1 a res 1 a1 -ga me n te a ta cados pelas criptogamicas nocivas, e sobretudo con vém evitar o mais possivel que os esporos dos micros copicos cogumelos máus, cáiam ao solo, donde são facilmente levados depois para os vegetaes, pelas moscas, pelas formigas e pelas lagartas. Quando não seja possi vel evitar a disseminação dos esporos no solo torna- se necessário esterilisal-o, isto é, regal-o duas ou tres vezes durante o inverno com sulfato de cobre ou mesmo sulfato de ferro. EDUARDO SEQUEIRA. (Da Gaveta das Aid:ias), "0 0Bi5 SSSÍÍC 2 aSf»O., Acabamos de receber o n.° 4 ) do Passatempo. ou seja o 1,° numero do 3.° an no daquella interessante revista. O novo anno é inaugu- -ado festivamente pelabel- a publicação. Além de um grande numero de magni ficas gravuras que illustram contos de leitura muito amena, a parte luterana está esmeradamente cuida da, o que, de numero para numero, vae grangeando mais prosperidades á en cantadora revista, hoje a primeira no genero que se publica no nosso paiz. Todas as pessoas que to marem a assignatura ago ra, teem direito a um nu mero da importante tom- boia que se realisa pela lo- teria de 28 de janeiro de este anno e que consta de muitos prémios, entre os quaes um magnifico relo gio de ouro, um fato ou vestido completo, um ap- parelho pho.tographico completo, serviços de chá, perfumarias, etc., etc. A assignatura, por 6 ine- zes, só custa 5oo réis, e o numero avulso 40 réis. As- signa-se nos Armazéns Gran .lella em Lisboa e em todas as estações do cor* reio. O numero do Natal ain da se encontra á venda nos. logares Jo costume, mas em limitado numero, por que tem tido enorme pro-

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Page 1: 0 ANNO 79 - mun-montijo.pt...2 O DOMINGO cura em virtude de ser um verdadeiro mimo iitterario e artístico. E’ tambem enviado de graça aos assignantes do 3.° anno que o reclamarem

0 ANNO DOMINGO, 18 DE JANEIRO IDE 1903 Ar.a 79

SEM A N A R IO N O T IC IO S O , L IT T E R A R IO E A G R ÍC O L A

u, 8

A ssig naturaA nno. iSooo réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado. _ p ara o Brazil, anno, 2$5oo réis Imoeda fone). AA vulso , n o d ia da publicação, 20 réis. *

EDITOR— Jose Augusto Saloio

II; El Dnr|iD

— RUA DIREITA — 19, i.°A J L D E f i A L L , í-Z O ,V

Ú JPBBhSiea ões ' t3 Annuncios— t.a publicação. 40 réis a linha, nas seguintes, rt 20 réis. Annuncios na 4.a pagina, contracto esp ciai. Os auto-

graphos não se restituem quer sejam ou não publicados.

p PROPRIETÁRIO— José Augusto Saloio

EXPEDIENTEAeeeitain-se com grati

<lão «jísaesquer u oticias que sejam «le in teresse puhlieo.

Destinada pela natureza para nos mitigar as agru­ras da vida, é a mulher a parte mais formosa e attra- hente da humanidade. Desde o berço, em que el­la é o nosso anjo bom, em­balando-nos com os seus disvelos.maternaes, dando- nos depois conselhos affe- ciuosos e bons, formando- nos a alma para o bem, para os sentimentos grandes e generosos, é cila a guarda vigilante da nossa alma, do nosso espirito.

Surge-nos em seguida na adolescencia, fazendo brotar em nossos corações a luz immaculada do amor, perfumando-nos a vida com o seu hálito embalsa­mado, fazendo-nos da exis­tencia um prado vicejante e florido. Bemdita seja!

Ha hoje muitas aberra­ções, que fazem desse ente generoso e bom, carinhoso e meigo, almas tigrinas, peitos de feras que despe­daçam a existencia do ho­mem sem o mais leve, sem 0 mais pequeno sentimento de compaixão. A culpa é do meio em que viveram, da fórma por que as edu­caram, dos exemplos que viram em creanças cu na edade em que o seu cere- bro não tinha ainda acom- prehensão da verdadeira dignidade. Espirito fraco por natureza, a mulher deixa-se embair por mira­gens seduetorase, julgando trilhar um caminho cober­to de rosas, vae mergulhar n’um abysmo de lodo e de ignominia. E quem é o cul­pado d’isso? O que seduz com promessas attrahentes e a deixa depois, sem re­cursos, entregue á sua Propria deshonra, sem mão amiga que vá indicar-lhe o verdadeiro caminho a se­guir.

E’ certo que ha caracte-i nativamente viciosos,

mas esses, infelizmente, são raros. O natural da mulher é puro e meigo, terno e carinhoso, e só a desgraça e a vergonha lhe infiltram na alma o cynismo e o im- pudor que a fazem calcar aos pés, sjm dignidade, os mais sagrados sentimentos; só o aviltamento em que cahiu, a degradação cm que vive, a tornam insen­sível a qualquer sentimento bom. Dêem-lhe o logar que lhe pertence na huma­nidade, não a façam escra­va do homem, façam-na sua companheira leal e ca­rinhosa, e a mulher será sempre a fada bemdita que nos semeiará de flores o caminho da vida.

JOAQUIM DOS ANJOS.

"O i^oríosasíííKesBse..

Entrou no 5.° anno de publicação este nosso pre- sado e bem redigido colle- ga, que se publica em Por­to de Móz.

As nossas cordeaes feli­citacões.

re

A G R I C U L T U R AA propagação «las doen­

ças p a ra sita ria s «los vegetaes

As doenças parasitarias dos vegetaes estão alas­trando cada vez mais en­tre nós e causando estra­gos sempre crescentes, apesar dos tratamentos cu­rativos que, mesmo quan­do eíficazes — o que nem sempre acontece,— são dit- ficeis de applicar em larga escala, e todos elles relati­vamente caros.

O mesmo se dá com os tratamentos preventivos, de que o agricultor tem de lançar mão para salvar mais efficazmente, não só as suas colheitas mas tambem as suas vides e as suas arvo­res de fructo e de ornamen­to.

Ora se se obtivesse o meio de diminuir a invasão criptogamica, sem se ter de recorrer a caros tratamen­tos preventivos e curativos especiaes prestava-se um grande, um enormíssimo

serviço á lavoura de todo o mundo.

E isto não é uma utopia, pois sabios extrangeiros de elevada cotacão trabalham>no assumpto, tendo já al­cançado alguma coisa de valor a tal respeito.

Como é sabido os cogu­melos microscopicos que produzem as assoladoras doenças parasitarias mo­dernas, reproduzem-se por esporos, que, quando ma­duros, são levados para longe pelo vento ou cáem no solo junto ao vegetai atacado.

Ha um facto muito cu­rioso a attender na propa­gação das doenças cripto- gamicas, e é que muitos destes pequeníssimos co­gumelos são polymorphos, isto é, tomam diversas for­mas successivas em vege­taes varios antes de ataca­rem, na fórma definitiva, o vegetal que pretendem ani- quillar.

A disseminação faz-se » . .

pelo vento e muito princi­palmente pelos insectos.

Esta nociva intervenção do insecto, no alastramen­to de doenças vegetaes, já suspeitadas por distinctos especialistas no genero, foi recentemente confirmada e completamente demons­trada por o notabilissimo botânico dr. Amadeu Ber- leze.

A epiderme dos fructos está em geral mais ou me­nos coberta céllulas de mi- cro-organismos, leveduras, bactérias, bolores, etc. Es­tes micro-organismos en­contram-se abundante­mente no solo, junto do ar­voredo, durante o inverno, e só apparecem nos fructos quando estes começam a amadurecer; e está prova­do que na maioria dos ca­sos foram levados para os fructos não pelo vento, mas unica e exclusivamente pe­los insectos.

O dr. Berleze observou, em uma occasião em que estava estudando afanosa­mente o fermento alcooli- co, a existencia de céllulas de leveduras nos troncos das arvores fruetiferas e, sobretudo, nas fendas da casca. Abundavam princi­

palmente nas fendas do la do mais exposto ao sol e que, por isso mesmo, era com maior frequencia per­corrido pelos insectos. Esta observação levou o profes sor Berleze a suppor que as céllulas de leveduras, tão abundantes nas fendas das arvores, tinham sido trazidas para alli do solo, pelos insectos, e, muito em especial, pelas formigas, e que eram principalmente estas que as levavam tam­bem ás folhas e fructos.

Desejoso de confirmar a sua suspeita, ligou entre si, por meio de tubos de vidro, tres grandes cylindros da mesma substancia. No pri­meiro dispoz terra e subs­tancias várias cheias de cél­lulas de leveduras; no se­gundo uvas esterilisadas e no terceiro terra esterilísa- da.

Para que os insectos pu­dessem caminhar facilmen­te de uns cylindros para ou­tros, fez passar pelos tubos que ligavam os cylindros entre si, pequenas varas de videira, tambem cuidado­samente esterilisadas.

No primeiro cylindro o professor Berleze introdu­ziu grande numero de for­migas, que, depois de te­rem examinado a prisão, evolvendo tudo quanto se

encontrava 110 logar onde foram encerradas, passa­ram ao cylindro com as uvas e deste ao da terra esterilisada.

Passadas duas horas Ber­leze separou do cylindro não esterilisado os dois ou­tros, e, depois dos mais me­ticulosos cuidados asepti- cos, procedeu ao exame das uvas e da terra, verifi­cando que ambas estavam largamente infeccionadas.

Experienciasidenticasfei- tas com moscas em vez de formigas deram absoluta­mente o mesmo resultado.

Estas experiencias pro­vam, pois, que mais que o vento, são os insectos os propagadores das doenças criptogamicas dos vege­taes. Por isso é conveniente não deixar existir proximo de plantas ou arvores sãs, e xe m p 1 a r es 1 a 1 -ga m e n te a ta­cados pelas criptogamicas

nocivas, e sobretudo con­vém evitar o mais possivel que os esporos dos micros­copicos cogumelos máus, cáiam ao solo, donde são facilmente levados depois para os vegetaes, pelas moscas, pelas formigas e pelas lagartas.

Quando não seja possi­vel evitar a disseminação dos esporos no solo torna- se necessário esterilisal-o, isto é, regal-o duas ou tres vezes durante o inverno com sulfato de cobre ou mesmo sulfato de ferro.

E D U A R D O S E Q U E IR A .

(Da Gaveta das Aid:ias),

" 0 0Bi5S S S ÍÍC 2aSf»O.,

Acabamos de receber o n.° 4 ) do Passatempo. ou seja o 1,° numero do 3.° an­no daquella interessante revista.

O novo anno é inaugu- -ado festivamente pelabel- a publicação. Além de um

grande numero de magni­ficas gravuras que illustram contos de leitura muito amena, a parte luterana está esmeradamente cuida­da, o que, de numero para numero, vae grangeando mais prosperidades á en­cantadora revista, hoje a primeira no genero que se publica no nosso paiz.

Todas as pessoas que to­marem a assignatura ago­ra, teem direito a um nu­mero da importante tom- boia que se realisa pela lo- teria de 28 de janeiro de este anno e que consta de muitos prémios, entre os quaes um magnifico relo­gio de ouro, um fato ou vestido completo, um ap- parelho pho.tographico completo, serviços de chá, perfumarias, etc., etc.

A assignatura, por 6 ine- zes, só custa 5oo réis, e o numero avulso 40 réis. As- signa-se nos Armazéns Gran .lella em Lisboa e em todas as estações do cor* reio.

O numero do Natal ain­da se encontra á venda nos. logares Jo costume, mas em limitado numero, por­que tem tido enorme pro-

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2 O DOMINGO

cura em virtude de ser um verdadeiro mimo iitterario e artístico.

E’ tambem enviado de graça aos assignantes do 3.° anno que o reclamarem.

liãaferssios

Tem iVestes últimos dias passado sériamente incom- modada a extremosa espo­sa do nosso amigo, sr. Marciano Augusto da Sil­va, conceituado commer- ciànte desta villa.

. Sentindo' deveras os in- commodos daquella boa senhora, fazemos votos pe­lo seu rapido e completo restabelecimento.

— Tambem continua gravemente doente o nosso amigo, sr. Antonio Simões Quaresma. Fazemos votos pelas suas melhoras.

— Encontra-se livre de perigo, o que sinceramente estimamos, o nosso amigo, sr. José Antonio da Silva Junior.

iLastasuísa

Na edade de 18 an­nos, falleceu na quinta feira a menina Maria Pra- zeres Anino, irmã do nosso presado amigo, sr. José dos Santos Anino.

Sentindo profundamente o infausto' successo, envia­mos sentidos pesam es á familia da extincta, e espe­cialmente a seu irmão José dos Santos Anino, que conta nesta villa muitos amigos.

B í i s í r l c í © «le j L e l r i a , .

Este nosso illustrado col- lega apresenta-se-nos im­presso em magnifico papel e publica entre outros um artigo muito interessante dedicado ao conselheiro João Franco, de quem tam­bem publica uma bella gravura.

Felicitamos mui cordeal- mente O Distrido de Lei­ria , desejando-lhe a con­tinuação das suas prospe- ridades.

Recenseamento do Jury que tem de funccionar no i.° semestre do corrente anno de 1903:

Anthero Gomes - d’Al- meida, Bernardo Cardeira, Christiano Roiz de Men­donça, Antonio Duarte Maneira, Antonio Leite, Antonio Luiz Dantas, João Gomesd’Almeida, Joaquim Duarte Pereira Rato, Gui­lherme Filippe Carreira, Joaquim José Marques .Contramestre, José Filip­pe Carreira. José Martinho Nunes,'Virgilio Pereira Ne­pomuceno, Sebastião Leal 4 a Gama, Manuel Fernan­des de Moura, Antonio Gued.es Pinto de Figueire­do, Antonio Vicente Nunes Marque, Emygdio Pires, Francisco Antonio d’Al­meida, Francisco Tavares da SilvaRibeiradio, Estevão Martins, Augusto Pereira Damaso, Antonio Pedro da Silva, Antonio José da Costa, Domingos Simões dos Santos, Francisco Pe­reira Nepomuceno, Frede­rico Ribeiro da. Costa, João Martins Gomes, Pedro Celestino d’01iveira, Ro­drigo da Costa, Antonio Luiz Nunes, Luiz Manuel d’Almeida,. Joaquim José Lucas, José Julio da Veiga Marques, João Roque da Silveira, Laureano José Ro­drigues.

.ÇoUBÍSMÍteuieSo §EIE1i2|fásSíS-fi*!a

Todos os contribuintes que ainda não, requisita­ram as suas licenças n:i re­partição de fazenda deste concelho, deverão fazel-o urgentemente, afim de evi­tarem o pagamento da mul­ta.

Q O F S l . B i F E I O L I S

A DOENÇA(N’uma recita em beneficio de um artista invalido)

Como um ladrão que vae, cobarde e traiçoeiro, Assaltar numa estrada incauto viandante,

(A doença prostrou o nosso companheiro N o leito duma dôr immensa e cruciante.

Arcabouço viril, energico, robusto,Olhos de brilho aúdaz de luz peninsular,Vejam como elle está! hoje caminha a custo,Sem ter um braço forte e bom p ra o amparar.

Ajudemol-o pois a percorrer a estrada Que tantas iilusoés e tantôS sonhos leva.Sejamos todos nós a luz abençoada Que vd illumindr aquella immensa Ireva.

Se não. pode mover os pobres membros lassos,Vd dar-lhe o nosso afecto um esforço animador; Se o sangue lhe esfriou, ergamol-o nos braços, Aqueçamol-o nós com todo 0 nosso amor!

JO A Q U IM DOS ANJOS.

PENSAMENTOSO luxo é um crime de lesa humanidade, emquanto .hou­

ver um homem que soffra e se saiba que soffre — De' Alembert. -

-— Que 0 nosso supérfluo' suppra a indigência dos ou­tros, para assim restabelecermos a egualdade.— S. Paulo.

— A mentira revela alma vil, espirito apoucado e ca­racter viciado.— Bacon.

A N E C D O T AS

Um medico envia uma caixa de pilulas a um enfermo e meia duzia de gàllinhas a. um amigo.

0 creado engana-se e entrega as gàllinhas ao enfer­mo e ao amigo as pilulas.

0 paciente fica estupefacto quando juntamente com as gallinhas recebe a instrucção seguinte:

Para tomar duas de meia em meia hora.

---- t----- ^ <0----------r— -Ao §s% ;taIiial3EÍsÉs"?iíIí>s” do

c«3S®elSt©Chamamos a attenção

de sua ex.a para o grande numero de mendigos ex~ tranhos á terra que aos domingos se agglomeram nas ruas, fazendo-se seguir por rapazitos, incommo- dando-nos successivamen- te com as suas lamúrias.

Aconselhava um pae a seu fillio que se levantasse ce­do; e para melhor o persuadir lhe conlou que umvisi- nho seu, levantando-se muito de madrugada, aclidra uma bolça cheia de dinheiro.

— ‘Oh! pae, lhe respondeu o rapa7v mas o"que a per­deu ainda se tinha levantado mais cedo!

Dizia um philosopho antigo, que a mulher se devia fazer senhora de seis coisas: da agulha, do fogareiro, da pd, da vassoura, do fuso e da roca. E que tal? que viesse agora para cd com esse conselho.

'itiiiiiimu iiiisiieReprehendia um cavalheiro o creado, porque do vol­

tar a casa encontrava-o frequentemente'dormindo.— Perdoe-me, patrão, respondeu-lhe o dorminhoco,

se assim procedo ê porque tenho por norma não estar sem fazer nada.

lleceasseaiiseiEÍ© iiglíi(ai,Afim de se proceder ao

apuramento dos mancebos das freguezias de Canha e Sarilhos Grandes, reuniu, se a commissão do recen­seamento militar, parochos e regedores no dia i 5 do corrente, ficando apurados17 pertencentes a Sarilhos Grandes e 10 a Canha.

— Para o mesmo effeito do recenseamento militar reunir-se-há a mesma com­missão no dia 23 do cor­rente, para a freguezia do Divino Espirito Santo.

Consta que vão ser re­gistados todos os jazigos e sepulturas com grades, a fim de se poder fazer este serviço legalmente.

No theatro «Electro-ma- gico» e «Oriental» ha hoje espectáculos. N este ultimo sobe á scena pela primei­ra vez a peça religiosa e phantastica em 3 actos e 7 quadros, A Santa Iria, seguido de uma comedia em um acto e 6 quadros do animatographo.

ffigSÊOEico—C?08Êí§0r í??0Teve logar no dia i 5 dó

corrente o enlace matri­monial do riosso amigo, sr. Fernando Gonçalves Tor->menta com a ex."ia sr.a D. Belmira Avèliar Huerto. A cerimonia teve logar na egreja'da freguezia de S. Bi az daquella localidade, proferindo o rev. prior uma bonita pratica sobre os deveres dos esposose constituição da familia. A’ cerimonia assistiu grande numero de convidados.

Aos noivos desejamos todas as venturas de que são dignos.

C a r t a asaoasyíai»

Foi encontrada debaixo da porta da administração deste jornal uma carta que nos traz largas referencias sobre a itluminação da vil­la e a contribuição indus­trial dos chacineiros. Em­bora concordemos com os

10 FOLHETIM

Traducção de J. DOS AN JOS

D E P O I S Í Í P E C C / I D OU v r © jir fs s s e fr o

11

— Bom dia, meu senhor, respon­deu a rapariga, sahindo do massiço c o m desembaraço.

— D 'o n d ê vens tu, garota? pergun­to u a sr.a Telem aco em voz alta.

— Não se zangue, sr.a Telem aco; v e n h o d o bosque de Vallondo, onde fui apanhar estas flores que tinha p r o m e t t i d o hontem aquelle senhor.

— Mas p o r onde entraste?— Lá em baixo, por detraz das ti-

1 as, ha um buraco na sebe; entrei por elle. Se a offendi; peeo-lhe des­culpa.

— Náo me oflendeste, e visto que este senhor está setisfeito, tudo vae

;bem. Mas para a outra Vez entra pela porta-, minha filha. Náo te fica mal vender flores.

— E u nr o as vendo a este senhor, 'dou-as. replicou a Magdalenasinha com altivez.

— E eu acceito-as. minha filha, respondeu logo o Adriano, encanta­do pela belleza da rapariga. Já almo çou? perguntou.

— Não, senhor, vou agora comer para minha casa.

— Énião deixe-se ficar, Magdalena- sinha, almoça commigo. Outro bolo de leite, sr.a Telemaco. Deve ter mel e nozes. Se não. tenho na minha bagagem urna caixa com comida que

minha mãe quiz que eu trouxesse. Arranjem os um banquete com tudo isso. Vamos, Magdalenasinha, para a meza.

Sem esperar que ella acceitasse o convi:e. d Adriano levou a' mesinha para ó terraço. A sr.? Telem aco olha­va para elle um pouco surprehendida, com os labios franzidos por um sor­riso imperceptível, deitando a vista d‘aquelie rapaz elegante aquella ado- ravel Treatura, obra prima viva de graça rústica « delicada. Deviam atravessar-lhe o espirito naquelle mo­mento, reíiexóes singulares, porque de repente o,seu sorriso accentuou se; Sahiu, trnro para o occultar como" para executar as ordens que rece bera.-

— Estou confun ida. meu senhor, disse entáo a Magda ena, de pé no meio do quarto; e se ..oubesse que a

minha.presença lhe causava tão gran­de incommodo, ia-me embora depois de ter de xado as flores e não tinha querido gosar a sua surpreza.

;— Que está ahi a falar em incom ­modo, Magdalenasinha? exclamou o Adriano, acabando de pôr sobre a mesinha as gulodices que a mãe lhe dera; pois a gente não. .gosta sempre de receber um raio de sol?

A pequena fez-se muito córada.

— Bem me tinham dito que os pa­risienses tinhrm sempre palavras douradas nos labios.. objectou ella.

— Q'iem lhe disse isso enganou a, minha filha; os parisienses admiram, em toda a parte onde a descobrem, a beileza modesta e o espirito; e, para

acabar com os cumprimentos, digo- lhe que não esperava encontrar n'es- ta terra uma rapariga tão amável e

tão bem educada como a menina. Não são palavras douradas, é a ver­dade.

A Magdalena ergueu para o Adra- no os,olhos pretos q u e 'exprimiam o agradecimento; depois, sem respon­d ei uma palavra,isentou-se á mesa- N'este instante chegava a sr.a Tele­maco, trazendo o almoço. O Adriano sorriu a Magdalena e p u z e r a m - s e

ambos a comer. Esta situação ines­perada encantava'o Adriano. Era tao .bonita a Ma^dalenasiriha! o contorno dos hombros, cuja nascença a camisa de panno deixava vêr; os braços brancos, finos e redondos: as ma.os tão pequenas è tão bem feitas!

E comtudo nenhum pensamento mau turvava a serenidade d’aquelle

coiloquio.

iContinual

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pontos que' minuciosamen­te trata, não a publicamos; p o r isso que é praxe nossa, g por vezos o temos dito, não dar publicidade a com- múnícações anonymas.

4 riÈH&zesía t io C'©ES8E5íier®i«í

A absoluta falta de espaço nos não deixou hoje publi­cai- o annuncio do impor­tante estabelecimento do nosso amigo, sr. João An­tonio Ribeiro, falta que no, proximo numero remedia­remos convictos de que o nosso amigo nos.perdoará.

Traz elle grande nume­ro de artigos de novidade e por preços realmente modicos.

ARTE CULINARIA

A í a a e i j o a s á i a ^ g i e z a

Limpem-se as amêijoas, lavem-se em bastante agua, colloquem-se numa caça­rola com manteiga e le­vem-se ao lume.

Abertas as conchas, ti­ram-se para fora os maris­cos que contiverem; apro­veita-se a agua que delias sae e passa-se por um coa­dor fino, devendo em se­guida juntar-se-lhe mantei­ga derretida, sal que baste e duas pitadas de pimenta e salsa picada.

Refrescado tudo com caldo ou agua só, vá a ca­çarola ao fogo, deixe-se ferver o contheudo por al­guns minutos, e em segui­da deite-se-lhe um ovo bem batido com sumo de limão e sirva-se.

LITTERATURA

© carvoels0© de U risg ^ w

A uma legua de distan­cia de Friburgo eleva-se uma montanha chamada Roskopf, á qual se chega por uma vereda misteriosa occulta pelos ramos das arvores e semeada de flo­res. Logo que um. ex.tran geiro chega áquelle paiz, os habitantes da aldeia lhe mostram a sua bella montanha, e falam-lhe dos pontos de vista qué cfàlli se descobrem. Do seu cu­me vê-se de um lado o bos­que negro, notável pela sua espessura, vagas ondula­ções, e valles onde o pás tor busca um abrigo, e edi fica a sua cabana; do ouíro lado a larga planicie sulca­da pelo Rheno, e no hori sonte apparece ao longe a grimpa da cathedral d . Strasburgo, indicando os ventos.

Habitava noutro tempo no bosque, que cérca Ros- skopf, um carvoeiro hon-

>do e laborioso, o qual ti- íha um filho, mancebo ro­busto,' que trabalhava com ardor: os dois, retirados na sua humilde cabana, viviam contentes, nada sabendo, nem envejando do mundo. Mas um dia Rodolpho, as­sim se chamava o mance­bo carvoeiro, foi levar car­vão á cidade, onde se acha­va um dos mais poderos'os Drincipes do paiz, e em hon- -a do qual se celebrava

uma grande festa. Rodol- :>ho entrou na egreja, e contemplou com surprezá a multidão elegante e rica que inindava a nave e o côro.

Rodolpho tomou depois o caminho do palacio, e a sua admiração redobrou vendo os cavalleiros bri-

Tàntemente armados para o torneio, re as damas da còrte assentadas- ás janel­as. A’ noite illuminou-se a

cidade, os sinos repicaram; o povo andava cantando pelas mas, e as salas do calado resoavam com ruidoda danca, e a musica dos) /menestréis. Desde este diao pobre Rodolpho se tor­nou pensativo, e pela pri­meira vez lhe pareceu tris­te o seu bosque, apoucada e desagradavel a sua caba­na, e quando começava a trabalhar, o trabalho já não tinha para eile attractivo algum. Continuamente via urilhar deante de si as luzes do palacio; ouvia os can­tos da multidão, e o gri- grito dos cavalleiros. Assis­tia em sonhos aos torneios; combatia sobre um fogoso cavallo; uma bella dama se sorria para elle; ficava victorioso; e ós arautos proclamavam o seu nome. Assim perseguido pelas imagens de um mundo, por onde só tinha passado rapidamente, o mancebo carvoeiro se julgava .feliz. Não tardou seu pae a no­tar a sua tristeza, e lhe per­guntou o motivo delia. Rodolpho lhe disse, que não queria continuar a ser carvoeiro; que se sentia assás corajoso, e que, de­pois que, assistira ao tor­neio do principe, só aspi­rava a pegar em armas, e : er soldado toda a sua vi­da.

Debalde o velho carvo eiro lhe fez sérias refle xões; ellas foram inúteis. Rodolpho continuou em suas illusõss; e muitas ve­zes seu desd-em pelo traba lho, e sua habitual tristeza deram motivo a sérias al­tercações entre eile e seu pae. Um dia que ambos sustentavam acalorada­mente a sua opinião, um velho ermitão, que os es­cutava, desceu da sua cel- la, e perguntou-lhes a cau­sa da súa desavença.

Rodolpho contou-lhe in­genuamente o que se havia passado: o ermitão pegou na mão do mancebo, e oíhando-o attenta mente lhe disse: «Tudo comDeus, meu filho, e esta se-, ja a tua divisa. Tu prospe­rarás eu tu asseguro.. Vae. amanhã fazer carvão com teu pae, âo pé desses ro­chedos, e d ahi virá a tua fortuna.»

Pela manhã os dois jor­naleiros seguiram as ins- trucções do ermi.á.p., e acharam no logar onde fizeram o carvão, uma bar-- ra de prata; noutro dia fi­zeram o mesmo, e acha­ram outra barra; e assim durante muitas semanas e mezes, a benção do ermi­tão os seguiu, pois que fazendo o mesmo trabalho obtiveram o mesmo resul­tado. O velho carvoeiro que era prudente, não fa­iou: a ninguém dos seus thesouros; e occultou-os numa caverna, esperou occasião para usar delles com vantagem.

Comtudo uma violenta guerra rebentou entre o duque Leopoldo, que go­vernava o paiz e um prin­cipe visinho. Depois de ter alcançado algumas vi- ctorias, Leopoldo foi ven­cido cm uma batalha deci­siva, e só:, abandonado de seus vassallos, sem solda­dos, nem dinheiro, retirou- se com sua familia para uma fortaleza. Logo que o velho carvoeiro soube este. acontecimento, chamou o filho, e lhe disse: «Chegou0 dia em que deves mos­trar o teu valor. O nosso: principe está desgraçado; vae procural-o; offerece-te para o servir; eleva com- tigo os thesouros que te­mos-, ajunta do.»

Rodolpho partiu cheio de prazer, e o duque rece­beu com lag,rimas de ale­gria o inesperado auxilio que lhe, enviava a Pro vi­dência. Deu uma espada a Rodolpho, e prometteu confiar-lhe parte de suas tropas. «Tudo com Deus!» exclamou Rodolpho, bran­dindo a espada; e a cora­gem do,-guerreiro brilhava em „seu rosto.

Todos os dias o mance­bo carvoeiro ia por desvia dos caminhos á caverna onde estavam escondidos os seus thesouros, e trazia uma barra de prata. O du­que. levantou um no-vo exercito, e voltou a cam­panha. Rodolpho, que com- mandava a ala esquerda do exercito, combatia com

j heróica bravura; ganhou a1 primeira; e na segunda, ; arrojando-se ao encontro

do principe inimigo, o fez prisioneiro, e est e suçcesso terminou a guerra. O pri­

___O DOMINGO____

GUSRRA ANG-LO-BOERImpressões cio Transvaal

Interessantíssima narração das Furtas entre inglezes e boerâ,‘«c illustrada» com numerosas zin< o-gravun s de «homens celehres» do Transvaal e do Orange. incidentes notáveis, «cercos e batalhas mais cruenta; da

G U E R R A A N G L O -B O E R or um funccionario da Cruz Vermelha ao serviço

do Transvaal.Fasciculos semanaes de / 6 paginas............... 3 o réisTomo de 5 fascicu1 os...................... . .......... i 5 o »t i G U E R R A A N G L O B O E R é a: obra de mais'palpitante aétualidade.

N'cila são- dejcrij-ti.s, «por uma testemunlui presencial», as differentes phases e acontecimentos emocionantes da terrível guerra que ,tem espantado o mundo inteiro.

A G U E R R A AiSTG LO - O E R .faz passar ante os, olhos do leitor todas as «grandes bat..lhas, combates» e «escaramuças» d'esta prolongada e acérrima lécftr entre inglezes. tra sVaal‘iàrios:Ê oranginbs’, verdadeiros prodígio^ de heroísmo e tenacidade, em que sáo eguajmente a {m irareis a coragem e de­dicação p triotica de vencidos e vencedores. ‘ , . .

Os incidentes variadíssimos d’esta contenda e itré a podeVosà Inglàter ra e as duaspequ:nas republicas sul-africçpias; decorrem atravez de verda­deiras peripecias, por tal maneira •:ram;.tica$ e pittorescas,.que dão á G U E R ­RA A N G L O -B O E R . conjunctamente com óirrè.sistirel attràctivo d’úma. har- n.tira histórica dos nossos dias, o encanto da leitura romantisada.: . 1 .

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sioneiro acceitou todas as condições que se lhe im- pozeram, e Leopoldo reha- bilitou-se na posse dos seus estados. Na sua pros peridade não se esqueceu los serviços prestados por iodolpho: armou-o caval­

leiro, e desposou-o com uma das suas filhas. O ve­lho carvoeiro deixou a sua cabana para habitar um palacio, e o ermitão sahiu da sua cella para abençoar o matrimonio db seu pro­tegido.

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O DOMINGO

KELOJ0ARIA E OURIVESARIAD E

JOSÉ DA SILVA THIMOTEO & FILHO

O proprietário cíeste antigo, acreditado e impor­tante estabelecimento, participa aos seus numerosos freguezes e ao publico em geral que acaba de forne­cer novamente o seu estabelecimento de todos os ob­jectos concernentes a relojoaria e ourivesaria. O pro­prietário d’este estabelecimento, para augmento de propaganda vae fazer venda ambulante dos objectos do seu estabelecimento, para assim provar ao publico que em Aldegallega é elle o unico que mais barato e melhor serve os freguezes.

Nas officinas cTeste importante estabelecimento tambem se fazem soldaduras a ouro e a prata, gal­vaniza-se a ouro, prata ou outro qualquer metal, oxi­dam-se caixas daço, pulem-se caixas de relogios de sala, bandolins, violas, guitarras, etc.

O proprietário cTeste estabelecimento dá uma li­bra a qualquer pessoa que lhe leve algum dos traba­lhos aqui ditos, que elle, por não saber, tenha de o mandar executar fóra.

São garantidos pela longa pratica de trinta annos do seu proprietário, todos os trabalhos, assim como todos os negocios d’esta casa.

Em casos de grande necessidade tambem se ac- ceita qualquer trabalho para de prompto ser execu­tado na presença do freguez.

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conlecçáo taes como: setins pretos e de cor,panninhos iisos dc cor e pretos, fórros para mangas, botões, etc.■ Á S S&easlioras M odistas.— Lembram os proj-rietarios cfeste estabelecimento uma visita. para

assim se certificarem de quanto os preços sáo limitados.Grande coliecção ce meias pretas para senhora, piugas para homem, e piuguinhas para creança que garanti

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PARA REVENDER"V E IKT D A S A D I N H E I R O

PEDIDOS A LUCAS & C,A - A L D E G A L L E G A

RELOJOARIA GARANTIDAD E

AVELINO MARQUES CONTRAMESTRE

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Recommenda-se o relogio de A V E L IN O M A R ' U E S C O N I R A M E S Tl 1 um bom esíape d'ancora muito forte por 53ooo réis.

Oxidam-se caixas d’a;o com a niaxima perfeição. Garantem-se todos os concertos.O proprietário d'esta relojoaria compra ouro e prata, pelo p-eço mais elevado.R U A DO P O Ç O — 1 — ALDEGALLEGA DO RIBA TEJO