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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ SELEÇÕES DA BIBLIOTECA Notícias & Jurisprudência Informativo semanal com reprodução fiel de matérias veiculadas via Internet Curitiba Janeiro 2008 n.º 316 SUMÁRIO Supremo Tribunal Federal ....................................................................................... ..................01- 26 Superior Tribunal de Justiça ....................................................................................... ..............27 – 48 Tribunal Regional Federal –4ª Região .......................................................................................4 9 - 50 Procuradoria-Geral da República...................................................................................... .........51 - 53 Notícias 29 – terça-feira 18:45 Suspensa decisão do TJ-RJ que desrespeitou teto remuneratório 17:50 Mantida prisão de condenado por quadrilha, falsidade ideológica, coação no curso do processo e favorecimento pessoal 17:13 STF suspende decisão que mandou pagar aposentadoria superior a teto remuneratório de servidor 15:30 Condenado por tráfico de drogas não consegue anular processo 28 - segunda-feira 19:00 Acusados de crime contra a ordem tributária têm HC negado pelo Supremo 18:30 Juizados especiais ficam até 31 de março nos principais aeroportos do país 17:40 Supremo nega liberdade a policial civil condenado pelos crimes de quadrilha, peculato e fornecimento de munição 17:08 STF mantém prisão preventiva contra autor de atropelamento com mortes em MG 15:25 Indeferida liminar em HC de denunciada por lavagem de dinheiro 08:10 Negada liminar para acusado de homicídio em Goiás 25 - sexta-feira 17:54 Mantida prisão de PM acusado de integrar grupo de extermínio em Salvador 17:15 Negada liminar em HC impetrado por militar para suspender ação por injúria, difamação e calúnia 24 - quinta-feira 18:03 Supremo indefere pedido de condenado para manter decisão anterior que o absolveu 17:43 Supremo nega pedido de revogação da prisão preventiva a acusado de homicídio em Sergipe 17:10 Permanecerá preso veterinário acusado de vender drogas sintéticas em festas "raves" 16:20 Indeferida liminar para acusada de crime contra a ordem econômica 09:30 STF aplica Súmula 691 para indeferir liminar a denunciado por contrabando e quadrilha

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁSELEÇÕES DA BIBLIOTECA

Notícias & JurisprudênciaInformativo semanal com reprodução fiel de matérias veiculadas via Internet

Curitiba Janeiro 2008 n.º 316SUMÁRIO

Supremo Tribunal Federal .........................................................................................................01- 26Superior Tribunal de Justiça .....................................................................................................27 – 48Tribunal Regional Federal –4ª Região .......................................................................................49 - 50Procuradoria-Geral da República...............................................................................................51 - 53

Notícias 29 – terça-feira18:45 Suspensa decisão do TJ-RJ que desrespeitou teto remuneratório17:50 Mantida prisão de condenado por quadrilha, falsidade ideológica, coação no curso do processo e favorecimento pessoal17:13 STF suspende decisão que mandou pagar aposentadoria superior a teto remuneratório de servidor15:30 Condenado por tráfico de drogas não consegue anular processo

28 - segunda-feira 19:00 Acusados de crime contra a ordem tributária têm HC negado pelo Supremo 18:30 Juizados especiais ficam até 31 de março nos principais aeroportos do país 17:40 Supremo nega liberdade a policial civil condenado pelos crimes de quadrilha, peculato e fornecimento de

munição 17:08 STF mantém prisão preventiva contra autor de atropelamento com mortes em MG 15:25 Indeferida liminar em HC de denunciada por lavagem de dinheiro 08:10 Negada liminar para acusado de homicídio em Goiás

25 - sexta-feira 17:54 Mantida prisão de PM acusado de integrar grupo de extermínio em Salvador 17:15 Negada liminar em HC impetrado por militar para suspender ação por injúria, difamação e calúnia 24 - quinta-feira 18:03 Supremo indefere pedido de condenado para manter decisão anterior que o absolveu 17:43 Supremo nega pedido de revogação da prisão preventiva a acusado de homicídio em Sergipe 17:10 Permanecerá preso veterinário acusado de vender drogas sintéticas em festas "raves" 16:20 Indeferida liminar para acusada de crime contra a ordem econômica 09:30 STF aplica Súmula 691 para indeferir liminar a denunciado por contrabando e quadrilha 23 - quarta-feira 18:13 Ministra Ellen Gracie suspende decisão que impediu município de Coari (AM) de contratar servidores sem

concurso 17:50 Supremo indefere pedido de liminar para Fernandinho Beira-Mar sair do RDD 08:00 Mantida prisão de acusado por roubo de carga e caminhão 22 - terça-feira 18:04 Não cabe mandado de segurança contra decisões do STF, diz Ellen Gracie 17:00 STF indefere liminar e mantém decisão do TCU que retirou vantagens em aposentadorias de servidores 16:30 Negado pedido de liberdade para empresário acusado de roubo de cargas 15:29 Ex-policial militar condenado por homicídio tem HC negado pelo Supremo

21 - segunda-feira 14:00 STF nega liminar para advogado acusado de desacatar juiz

18 - sexta-feira 17:20 Negada liminar em habeas corpus para advogado acusado de seqüestro

16:50 Ministra suspende decisão do TJ-SC sobre pagamento de pensão por morte de servidor 16:23 STF nega liminar em que acusadas de roubo qualificado e formação de quadrilha pedem liberdade

16 - quarta-feira 08:00 STF mantém prisão de acusado de participar de roubo com arma de fogo

15 - terça-feira 15:40 Mantida decisão do CNMP que suspendeu promoções e remoções do Ministério Público da Bahia 14:58 Vereador cassado pela Justiça eleitoral não consegue liminar no STF

14 - segunda-feira 08:10 Juiz classista não se submete ao mesmo regime jurídico de juiz togado, diz presidente do STF

11 – sexta-feira17:00 Supremo mantém decisão do TCU que cassou aposentadoria de técnico legislativo do Senado 16:10 Negada liminar para acusados de crime financeiro no caso Banestado que pedem arquivamento de ação penal 16:00 Ministra mantém execução provisória da pena em condenação confirmada na 2ª instância 15:00 Mantida prisão de acusada de tráfico internacional de drogas 13:00 Presidente do STF nega liminar a condenado por formação de quadrilha

9 - quarta-feira 18:47 Supremo adota rito abreviado para julgamento da ADI contra aumento da alíquota da CSLL

8 - terça-feira 18:40 Claro está desobrigada de fornecer dados cadastrais de clientes sob investigação 17:10 Negado pedido de liberdade provisória a acusado de homicídio qualificado 08:20 Condenado por tráfico de drogas permanecerá em regime integralmente fechado 7 - segunda-feira 19:02 Supremo determina que TJ-MT deve escolher novo desembargador 17:00 Supremo suspende determinação de quebra do sigilo de informações da Receita Federal 14:30 Acusado de agredir empregada doméstica no Rio não consegue liberdade

4 - sexta-feira 17:41 Presidente da República pede constitucionalidade de norma sobre contratação temporária

3 - quinta-feira 18:22 STF garante repasse de verbas federais para estado do Rio Grande de Sul 18:06 Negado habeas corpus para ladrões de bicicleta 16:50 Indeferido pedido de autorização de viagem feito por envolvido na Operação Furacão 16:40 Beneficiado com progressão de pena tem habeas indeferido pelo Supremo 14:15 Indeferida liminar para empresários acusados de depósito infiel 2 - quarta-feira 19:00 Governo do RS não consegue incluir outros servidores em decisão sobre parcelamento de vencimentos 18:30 Mantida prisão de lavrador acusado de matar ex-namorada 17:26 Subprocurador-geral da República aposentado não consegue liminar contra decisão do CNMP 16:13 Indeferido pedido em favor de acusado de matar advogado em Pernambuco

31 - segunda-feira 11:45 Suspensa decisão do TRF-5 que concedia 60 dias de férias anuais a procuradores da Fazenda Nacional 28 - sexta-feira 20:00 Presidente do STF determina ao governo do RN que continue fornecendo medicamentos a menor diabética 19:45 Supremo suspende atualização de gratificações recebidas por servidores no Amazonas 19:25 Suplente de deputado não tem foro especial 14:00 Presidente do STF nega liminar para acusado por furto qualificado de veículo 27 - quinta-feira 16:35 Mantida prisão de tenente-coronel que reponde por homicídio 16:00 STF nega ordem de soltura a condenado por extorsão mediante seqüestro com morte

26 - quarta-feira 19:51 STF nega a condenado por crime de extorsão mediante seqüestro o direito de apelar em liberdade 18:15 STF nega liberdade a policial capixaba condenado por extorsão 16:28 Suspensas decisões do TJ-AM que determinavam pagamento de gratificações a servidores públicos 16:01 STF mantém participação de candidatos no concurso para agente penitenciário no CE 15:38 Governador de São Paulo questiona lei que institui Conselhos Gestores de Saúde

Terça-feira, 29 de Janeiro de 2008

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Suspensa decisão do TJ-RJ que desrespeitou teto remuneratórioAcórdão (decisão colegiada) do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) favorável a um procurador municipal, mas que desrespeitou o teto remuneratório previsto no artigo 37, inciso XI, da Constituição Federal, foi suspenso por determinação da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie. A decisão foi tomada na análise do pedido de Suspensão de Tutela Antecipada (STA) 192, ajuizado no Supremo Tribunal Federal pelo município do Rio de Janeiro. De acordo com a ação, ao impedir a aplicação do teto, a medida da 11ª Câmara Cível do TJ-RJ ofendeu a Constituição Federal, que em seu artigo 37, inciso XI, com as alterações produzidas pela Emenda Constitucional 41/2003, prevê o teto da remuneração para o serviço público. Outro argumento apresentado pelo município é a existência de grave lesão à economia pública, uma vez que os valores pagos ao procurador, em razão da execução do acórdão, “dificilmente serão ressarcidos aos cofres públicos”.DecisãoA ministra ponderou que a execução do acórdão questionado contraria a aplicação do teto remuneratório, disposto no artigo 37, inciso XI, da Constituição Federal. Ela ressaltou que não cabe, em se tratando de suspensão de tutela antecipada, a análise da constitucionalidade da Emenda Constitucional 41/2003, que alterou o artigo 37 da Constituição, e nem de suposto direito adquirido por parte do procurador. Isso porque a jurisprudência do STF é firme no sentido de que "não cabe, em suspensão, a análise com profundidade e extensão da matéria de mérito analisada na origem", salientou. Ellen Gracie afirmou ainda que, além de não haver previsão orçamentária para essa despesa, o que causaria lesão à economia pública estadual, a existência de outros servidores em situação potencialmente idêntica à do procurador pode causar o chamado “efeito multiplicador”.

Terça-feira, 29 de Janeiro de 2008Mantida prisão de condenado por quadrilha, falsidade ideológica, coação no curso do

processo e favorecimento pessoalO Supremo Tribunal Federal (STF) negou pedido de liberdade feito pela defesa do policial civil José Antônio Porto da Silva. Condenado pelos crimes de quadrilha, falsidade ideológica, coação no curso do processo e favorecimento pessoal, ele pedia liminar em Habeas Corpus (HC 93443) para responder à ação penal solto. Conforme consta na denúncia, José Antônio Porto da Silva, como policial civil, “exercia liderança sobre a associação constituída com a finalidade de tráfico ilícito de entorpecentes, atuando de forma relevante para impedir prisões em flagrante e a descoberta dos autores de crimes investigados”.  Por essa razão, no dia 8 de julho de 2004 foi decretada a prisão preventiva do acusado. De acordo com a inicial, a decisão que decretou a prisão preventiva se baseou na necessidade de manutenção da ordem pública, da conveniência da instrução criminal e da preservação da eficácia do processo. Esse ato foi mantido pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A Comarca de Paraty (RJ) condenou Silva, em 24 de outubro de 2005, à pena de dez anos e seis meses de reclusão. No habeas corpus apresentado no STF, contra ato da 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a defesa pede a concessão de liberdade de José Antônio Porto da Silva por falta de fundamentação da sentença penal condenatória. A presidente do Supremo, ministra Ellen Gracie, indeferiu a liminar ao entender que tanto a decisão de primeira instância quanto o ato do STJ encontram-se motivados, “apontando as razões de seu convencimento e a necessidade de manutenção da custódia preventiva do ora paciente [do policial]”. Para a ministra, tal fato afasta a plausibilidade jurídica das teses sustentadas no habeas, referentes à ilegalidade da prisão.

Terça-feira, 29 de Janeiro de 2008STF suspende decisão que mandou pagar aposentadoria superior a teto remuneratório de

servidorA presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, suspendeu a execução de acórdão (decisão colegiada) da 9ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) que impediu que um servidor público municipal aposentado sofresse qualquer diminuição, a título de excedente de teto remuneratório, nos seus proventos. A decisão foi tomada pela ministra na Suspensão de Tutela Antecipada (STA) nº 203, proposta ao STF pelo município do Rio de Janeiro. Ao deferir o pedido, ela disse entender que está “devidamente demonstrada a ocorrência da grave lesão à ordem pública, pois a execução do acórdão impugnado impede, em princípio, a aplicação da regra inserta no artigo 37, XI, da Constituição da República, que faz parte do conjunto normativo estabelecido pela Emenda Constitucional 41/2003” (que fixa o teto salarial dos servidores públicos). “Esta presidência, em casos análogos, tem reconhecido como presentes os pressupostos autorizadores para a concessão de medida de contracautela ora pleiteada”, afirmou a presidente do STF, citando, entre outros precedentes, as Suspensões de Segurança nºs 2434,  2351 e 2899, relatadas pelo ministro Nelson Jobim (aposentado), e as STAs 84, 94, 109 e 182, por ela relatadas.Ellen Gracie endossou, também, a alegação de grave lesão à economia pública, consubstanciada, segundo ela, na ausência de previsão orçamentária em relação às despesas em questão, que

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poderão afetar a execução orçamentária municipal. Por fim, admitiu que, no presente caso, “poderá haver o denominado `efeito multiplicador´, diante da existência de outros servidores em situação potencialmente idêntica àquela do autor da apelação". Ao reconhecer a controvérsia instaurada na ação, a ministra lembrou que o artigo 4º da Lei 8.437/92, combinado com o artigo 1º da Lei 9.494/97, autoriza o deferimento do pedido de suspensão da execução da tutela antecipada concedida nas ações movidas contra o Poder Público ou seus agentes, a requerimento da pessoa jurídica de direito público interessada, em caso de manifesto interesse público ou de flagrante ilegitimidade e, ainda, para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas.

Terça-feira, 29 de Janeiro de 2008Condenado por tráfico de drogas não consegue anular processo

O corretor Mário Nelson Duarte Ortiz, condenado por tráfico de drogas no Mato Grosso do Sul, teve seu pedido de liminar em Habeas Corpus (HC 93627) indeferido pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie . No habeas corpus, a defesa contesta decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que manteve a condenação do réu a quatro anos de prisão.  Ao contestar a decisão,  a defesa afirma que houve desrespeito à garantia constitucional da inviolabilidade domiciliar, pois a polícia teria entrado na residência do corretor sem mandado judicial. Por isso, sustenta que todas as provas que resultaram dessa diligência não podem ser admitidas no processo, por terem sido obtidas por meio ilegal. Assim, a defesa conclui que Ortiz deve ser inocentado por falta de provas e colocado em liberdade imediatamente.Liminar indeferidaAo indeferir a liminar, a ministra Ellen Gracie afirmou que a ação não apresenta os requisitos necessários para se conceder o pedido. Ela explicou que a matéria que trata da violação ao preceito constitucional que estabelece a inviolabilidade de domicílio não foi analisada pelo STJ. “Desta forma, considero que a análise da questão, neste momento, pelo Supremo Tribunal Federal, configuraria supressão de instância”, afirmou. Além disso, a ministra observou que o que se pede na liminar se confunde com o próprio mérito da ação de habeas corpus.

Segunda-feira, 28 de Janeiro de 2008Acusados de crime contra a ordem tributária têm HC negado pelo Supremo

O Supremo Tribunal Federal (STF) negou pedido de liminar em Habeas Corpus (HC 93341) em favor de L.Y.L. e L.L.S.H, denunciados na 1ª Vara Criminal Federal de Sorocaba (SP) por crime contra a ordem tributária, por  omitir informação e prestar declaração falsa às autoridades fazendárias (artigo 1º, inciso I, da Lei nº 8.137/90). No HC, os advogados pediram o trancamento da ação penal, o que já haviam feito no Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), sendo que o pedido foi negado em ambas as Cortes. O Ministério Público Federal considera que os acusados “suprimiram tributo, omitindo informações e/ou prestando informações falsas às autoridades fazendárias, ao deixarem de declarar a existência de 4.050 fontes de alimentação e 3.920 cabos conectores para computadores na Declaração de Importação feita em 22 de novembro de 2002, declarando mercadoria diversa da efetivamente importada”.Decisão“Não vislumbro, neste primeiro exame, a presença do requisito do fumus boni iuris [fumaça do bom direito], necessário para a tutela postulada”, argumentou a presidente do Supremo, ministra Ellen Gracie, que considerou a decisão do STJ devidamente fundamentada. Ela acrescentou que a liminar requerida tem "caráter nitidamente satisfativo, confundindo-se com o mérito da matéria posta em debate, que, pela sua complexidade, merece um exame mais detido, possível quando do julgamento pelo órgão colegiado”.

Segunda-feira, 28 de Janeiro de 2008Juizados especiais ficam até 31 de março nos principais aeroportos do país

Em reunião realizada nesta tarde, a ministra Ellen Gracie, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o ministro Gilson Dipp, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e representantes dos tribunais federais e estaduais do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, formalizaram hoje (28) o termo de prorrogação de funcionamento dos juizados especiais nos aeroportos desses estados. O prazo foi expandido até o dia 31 de março devido à previsão de intensa movimentação nos aeroportos do país nos feriados de Carnaval e Semana Santa. Também estavam presentes à reunião representantes de empresas aéreas, da Polícia Federal, da Infraero e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Os juizados especiais foram instalados em outubro passado nos cinco principais aeroportos do país (Juscelino Kubitschek, em Brasília; Santos Dumont e Tom Jobim, no Rio de Janeiro; e Guarulhos e Congonhas, em São Paulo). Funcionam com o objetivo de auxiliar nas conciliações entre empresas aéreas e usuários, em casos de conflitos na prestação dos serviços aéreos. Na ocasião, a ministra Ellen Gracie agradeceu a presença e cooperação das empresas aéreas na prestação de bons serviços aos cidadãos e afirmou que “a interferência do Judiciário diante da crise

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aérea brasileira, é provisória”, se as empresas cooperarem na busca pela conciliação. O ministro Gilson Dipp, coordenador da comissão de instalação dos juizados nos aeroportos, reiterou a afirmação da ministra e disse que a manutenção dos juizados seria “sinal de que os juizados não acreditam na transposição dos problemas causados pela crise aérea.”Relatório preliminarNo encontro, foi apresentado um relatório preliminar que demonstra os resultados da atuação dos juizados nos aeroportos em 2007. No aeroporto internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, os juizados realizaram 1.842 atendimentos. Em 322 casos as partes entraram em acordo. No aeroporto Tom Jobim (RJ), dos 1.271 casos encaminhados à conciliação, cerca de 20% (250 casos) tiveram resultado positivo. O juizado do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, liderou o ranking com 3.136 atendimentos e 439 acordos realizados. Em todos os aeroportos, as reclamações mais freqüentes foram com relação a atrasos e cancelamento de vôos, falta de informações e de documentos.

Segunda-feira, 28 de Janeiro de 2008Supremo nega liberdade a policial civil condenado pelos crimes de quadrilha, peculato e

fornecimento de muniçãoPedido de revogação do decreto de prisão preventiva de Ovídio Lorenzo Quintans foi indeferido pela ministra Ellen Gracie, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), na análise do Habeas Corpus (HC) 93639. Policial civil lotado na Divisão de Fiscalização de Armas e Munições, ele foi condenado à pena de 14 anos e 4 meses de reclusão pela prática dos crimes de quadrilha armada, peculato, posse e fornecimento de munições. O HC contestava ato da 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que manteve decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro pelo indeferimento do mesmo pedido. O habeas se baseava na falta de fundamentação do decreto de prisão preventiva e também pela caracterização do excesso de prazo. Ovídio foi preso preventivamente, por conveniência da instrução criminal e garantia da ordem pública, em 28 de julho de 2005, data em que também foi denunciado. Os advogados informam que a degravação da interceptação telefônica somente foi concluída em maio de 2006, sendo que desde 10 de outubro do 2005 já havia sido concluída a fase de inquirição de testemunhas. Assim, alegam excesso de prazo na prisão cautelar, que já dura dois anos e meioDecisão“Em exame inicial, não vislumbro a presença do requisito do fumus boni iuris necessário para a concessão da tutela pleiteada”, disse a ministra. Quanto à alegação de excesso de prazo para o encerramento da instrução, Ellen Gracie registrou que o suposto constrangimento ilegal estava superado pela existência de sentença condenatória. Em relação à ausência de fundamentos da prisão cautelar do réu, a ministra entendeu que o acórdão contestado está suficientemente motivado, “apontando as razões de seu convencimento as quais, por ora, servem para afastar a plausibilidade jurídica das teses sustentadas na inicial”.Por fim, a presidente do STF indeferiu a liminar, destacando que a existência da sentença condenatória “é, agora, o novo título judicial que dá suporte à prisão cautelar", e que o documento não está anexado aos autos.

Segunda-feira, 28 de Janeiro de 2008STF mantém prisão preventiva contra autor de atropelamento com mortes em MG

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, aplicou a Súmula 691 para indeferir pedido de liminar formulado no Habeas Corpus (HC) 93660, em que C.L.O.L., denunciado e pronunciado por homicídio qualificado (artigo 121, parágrafo 2º, incisos II e IV, do Código Penal - CP), omissão de socorro (artigo 14, CP) e porte de arma fora de casa (artigo 19 do Decreto-Lei nº 3.688/41), pleiteia o direito de responder em liberdade à ação penal que lhe é movida. A Súmula 691 dispõe que “não compete ao STF ao STF conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar”. No HC, que ainda será analisado no mérito pelo Tribunal, C.L.O.L. se insurge, justamente, contra indeferimento de pedido semelhante formulado no STJ. A denúncia e a posterior pronúncia do réu foram motivadas pelo atropelamento de uma série de pessoas que estavam na calçada próxima à pista de rolamento, em um município de Minas Gerais. Anteriormente, a defesa havia feito uma tentativa frustrada de obter a libertação do autor, esta no Tribunal de Justiça daquele estado (TJ-MG). Alegou que, na sentença de pronúncia, foi atribuído ao autor, injustamente, “dolo eventual” no cometimento do crime, quando ele não teve a intenção de atingir as vítimas. Portanto, além da libertação de C.L.O.L, ela pleiteia a retificação do que qualifica de “desajustes proclamados na decisão de pronúncia” e do  acórdão do TJ-MG, que negou pedido de revisão dessa sentença.

Segunda-feira, 28 de Janeiro de 2008Indeferida liminar em HC de denunciada por lavagem de dinheiro

Foi indeferida pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, o pedido de liminar no Habeas Corpus (HC) 93607, em que L.A.F. pretendia suspender a ação penal que corre

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contra ela e outras quatro pessoas por lavagem de dinheiro. O habeas alega que a defesa da acusada foi prejudicada pelo fato de o interrogatório de um dos réus ter sido antecipado sem que houvesse intimação dos outros réus. A antecipação teria ocorrido por causa da religião do acusado, que recomenda obedecer restrições às atividades normais nos dias de sexta-feira. Por isso, o interrogatório foi antecipado em um dia. A defesa sustenta que apenas o Ministério Público Federal foi avisado da alteração da data, o que causou cerceamento de defesa considerando que os outros advogados dos demais réus não compareceram à audiência por não ter conhecimento da alteração na data. Dessa forma, pediram liminar para suspender a ação penal até o julgamento final deste habeas corpus pelo STF. No mérito, pedem a anulação do interrogatório a fim de que os outros defensores possam participar. DecisãoA ministra Ellen Gracie, no entanto, concordou com as decisões anteriores do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Tribunal Regional Federal da 3ª Região que negaram pedido idêntico. Para a presidente do STF, não há a justificativa necessária para se conceder a liminar. A ministra destacou trecho de decisão do STJ que diz que “a Lei Adjetiva Penal prevê, em seu artigo 191, que em caso de pluralidade de réus, estes deverão ser ouvidos separadamente, sem que haja necessidade da presença dos co-acusados e de advogados nas referidas audiências”. Outro trecho diz que, “não sendo constatado nenhum prejuízo para a paciente [a acusada], não há como se reconhecer a nulidade do processo por deficiência de defesa”. Com isso, a liminar foi indeferida e o processo encaminhado para a Procuradoria Geral da República, para colher o parecer do Ministério Público Federal.

Segunda-feira, 28 de Janeiro de 2008Negada liminar para acusado de homicídio em Goiás

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, indeferiu o pedido de liminar feito em Habeas Corpus (HC 93644) apresentado em favor do mecânico W.S.S.S., preso em flagrante e acusado de homicídio na cidade de Uruaçu, em Goiás. Segundo a ministra, o habeas está instruído de forma deficiente, com falta de documentos e sem informar o atual estágio do processo-crime a que o acusado responde. Por isso, ela pediu informações ao juízo da comarca de Uruaçu, inclusive a cópia da sentença de pronúncia que determinou o julgamento do réu pelo Tribunal de Júri. Para a defesa, a prisão do réu baseia-se em dispositivo legal já revogado, que impedia a concessão de liberdade provisória para acusados de crimes hediondos. Os advogados argumentam que a Lei 11.464, de março de 2007, deu nova redação ao artigo 2º da Lei 8.072/90, permitindo a liberdade provisória para os acusados dos chamados crimes hediondos. O habeas será julgado em definitivo por uma das Turmas do STF.

Sexta-feira, 25 de Janeiro de 2008Mantida prisão de PM acusado de integrar grupo de extermínio em Salvador

O sargento da Polícia Militar da Bahia P.J.S.F., acusado de integrar um grupo de extermínio que extorquia traficantes na cidade de Salvador, não conseguiu liminar em Habeas Corpus (HC 93579) para aguardar seu julgamento pelo Tribunal do Júri em liberdade. A decisão é da presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Ellen Gracie. Ao contrário do alegado pela defesa, que dizia que o acusado seria vítima de constrangimento ilegal por parte de decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Ellen Gracie argumentou que, numa primeira análise, não verifica “qualquer arbitrariedade na decisão do STJ a ser reparada por medida cautelar”. “Os fatos narrados na denúncia são graves, pois sugerem que o paciente, policial militar, integrava grupo de extermínio na cidade de Salvador”, completou a ministra. Ela acrescentou que, atualmente, o sargento está preso por decisão da sentença de pronúncia. Na pronúncia, que só ocorre nos casos de competência do Tribunal do Júri, o juiz admite a acusação feita contra o réu. Após essa etapa, cabe ao júri decidir sobre a condenação ou absolvição. O militar está preso na Unidade Prisional Militar, no município de Lauro de Freitas, na Bahia. Segundo os autos, as vítimas, traficantes de drogas supostamente extorquidos e ameaçados pelos policiais, teriam sido levados pelos acusados em viatura militar e, depois de algum tempo, foram encontrados mortos.

Sexta-feira, 25 de Janeiro de 2008Negada liminar em HC impetrado por militar para suspender ação por injúria, difamação e

calúniaA presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, indeferiu pedido de liminar formulado pela defesa do coronel da reserva da Aeronáutica M.V.T. no Habeas Corpus (HC) 93292, no qual ele pleiteia a suspensão de ação penal movida contra ele no Juízo da Auditoria da 11ª Circunscrição da Justiça Militar (11ª CJM) por calúnia, difamação e injúria contra um oficial. No HC, o coronel da reserva insurge-se contra decisão do Superior Tribunal Militar, que indeferiu pedido idêntico lá apresentado. Ao indeferir o pedido, a ministra observou que “a peça inicial (da denúncia contra o militar) está descrita de modo a propiciar a mais ampla defesa e não padece de vício formal aparente.

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Assim, numa primeira análise, não verifico qualquer arbitrariedade na decisão do STM, a ser reparada por medida cautelar”, afirmou a presidente do STF. Da denúncia consta que, por ocasião da promoção do oficial superior ao generalato, o coronel teria enviado e-mails a vários oficiais-generais da Força Aérea Brasileira “com a inequívoca intenção de injuriar, difamar e caluniar o brigadeiro-do-ar” e que vários desses e-mails somente poderiam ser abertos em dependências militares, locais sujeitos à administração militar. As acusações do coronel contra o brigadeiro já teriam sido objeto de um inquérito policial-militar, que foi arquivado. “Saber se os e-mails, cuja autoria foi atribuída ao paciente, foram abertos em local pertencente a organizações militares é matéria que deverá ser enfrentada no curso da instrução processual que fugiria, em princípio, aos estritos limites da via eleita (o HC)”, observou a ministra Ellen Gracie.

Quinta-feira, 24 de Janeiro de 2008Supremo indefere pedido de condenado para manter decisão anterior que o absolveu

Pedido de liberdade de Elpídio Gomes da Silva Filho foi negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi condenado pelo Tribunal do Júri da 3ª Vara de Santo Amaro, na capital paulista, à pena de 12 anos de prisão em regime fechado, sob acusação de homicídio qualificado. A decisão é da ministra Ellen Gracie, presidente do STF, na análise do pedido de liminar no Habeas Corpus (HC) 93617. A defesa se insurge contra decisão da 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que manteve decisão da 1ª Câmara Criminal Extraordinária do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), que anulou decisão anterior do mesmo júri que o havia absolvido. Os advogados alegam que a 1ª Câmara Criminal exorbitou de sua competência ao proceder à valoração das provas constantes dos autos. Isto porque, argumenta, trata-se de uma prerrogativa exclusiva do Tribunal do Júri que, justamente se apoiando nas provas apresentadas, absolveu o réu no primeiro julgamento. “Observo, todavia, que os autos não estão instruídos com cópia do inteiro teor do ato impugnado”, disse a ministra, ao indeferir a liminar. Segundo ela, a ausência da íntegra do voto proferido pelo ministro relator no STJ inviabiliza o confronto entre as alegações da inicial e os fundamentos da decisão atacada.

Quinta-feira, 24 de Janeiro de 2008Supremo nega pedido de revogação da prisão preventiva a acusado de homicídio em

SergipeAcusado por homicídio, G.J.S. teve liminar indeferida no Supremo Tribunal Federal (STF), no Habeas Corpus (HC) 93595. Ele pretendia a imediata revogação da prisão preventiva e a conseqüente expedição do alvará de soltura. Esse pedido foi negado, anteriormente, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). G.J.S., quando abordado em uma blitz no município paulista de Ilhabela, onde reside, foi detido pelo agente de trânsito sob a alegação de que havia contra ele decreto de prisão preventiva referente a uma acusação de homicídio ocorrido no estado de Sergipe. A defesa sustentava a inocência do acusado, afirmando que a prisão preventiva deveria ser “urgentemente revogada por absoluta falta de necessidade desta”. De acordo com os autos, o comerciante teria discutido com a vítima pouco antes do assassinato. No entanto, os advogados afirmam que não há provas que identifiquem o comerciante como autor do crime. Nos depoimentos colhidos, as testemunhas também não teriam reconhecido o réu. Em sua decisão, a ministra Ellen Gracie, presidente do Supremo, lembrou que o habeas corpus contesta decisão monocrática de ministro relator do STJ. Ela ressalta que incide, no caso, a Súmula 691 do STF, segundo a qual, “não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do relator que, em habeas corpus requerido a Tribunal Superior, indefere a liminar”. “Caberá ao órgão colegiado competente para o julgamento de mérito do presente habeas corpus um eventual reexame da matéria, inclusive quanto à incidência do referido enunciado”, afirmou a ministra, que indeferiu a liminar.

Quinta-feira, 24 de Janeiro de 2008Permanecerá preso veterinário acusado de vender drogas sintéticas em festas "raves"

Liminar requerida no Habeas Corpus (HC) 93643 foi indeferida pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie. Na ação, a defesa pedia a liberdade do veterinário L.A.R.C., acusado de participar de suposta quadrilha responsável pela venda de drogas sintéticas para jovens em festas “raves”, no Rio de Janeiro. Preso preventivamente em uma carceragem especial em Campo Grande (RJ), desde novembro de 2006, L.A. quer responder em liberdade ao processo penal. Os advogados já tentaram, sem sucesso, conseguir a liberdade do veterinário no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). É contra a decisão negativa da 6ª Turma do STJ que o advogado de L.A. recorreu ao Supremo. A ministra observou que os autos não estão instruídos com cópia do inteiro teor da decisão questionada, ressaltando que a defesa juntou apenas cópia da certidão do julgamento proferido pelo STJ no HC 82.500 e o respectivo andamento processual. Para a

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ministra, esse fato “inviabiliza o confronto entre as alegações da inicial e os fundamentos da decisão atacada”. Por isso, ela indeferiu a liminar.

Quinta-feira, 24 de Janeiro de 2008Indeferida liminar para acusada de crime contra a ordem econômica

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, indeferiu nesta terça-feira (22) pedido de liminar em Habeas Corpus (HC 93576) impetrado em favor C.P.T.N., que pretendia manter suspensa a tramitação da ação penal que responde em Castelo Branco, no Espírito Santo, por suposta irregularidade cometida na condição de sócia-gerente de empresa revendedora de gás liquefeito de petróleo. O delito está tipificado no artigo 1º, inciso I, da Lei 8.176/91, que define os crimes contra a ordem econômica. A acusada aceitou proposta de suspensão condicional do processo que termina hoje (24) e, diante disso, impetrou o habeas corpus contra decisão liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que lhe negou o trancamento da ação penal. Ela solicitava que o Supremo suspendesse o prazo final da suspensão condicional do processo até o julgamento definitivo do caso no STJ. Ellen Gracie alegou que a hipótese não justifica o afastamento da Súmula 691, do STF, que impede a Corte de analisar pedido de habeas corpus impetrado contra decisão de tribunal superior que indefere liminar. Para a ministra, a acusada não será vítima de “qualquer lesão irreparável” se cumprir os termos da suspensão do processo e aguardar o julgamento final do STJ. A presidente do STF acrescentou que inexiste, no caso, “flagrante violência à liberdade de locomoção”, já que sequer foi estabelecido no acordo o comparecimento mensal da acusada em juízo. O habeas ainda será julgado em definitivo por uma das Turmas do STF. A proposta de suspensão condicional do processo aceita pela acusada durou dois anos e previa que ela pagasse três salários mínimos a uma entidade filantrópica ou prestasse serviços comunitários durante um ano, por oito horas semanais. Ela também não poderia mudar de endereço sem prévia comunicação ao juízo de Castelo Branco.

Quinta-feira, 24 de Janeiro de 2008STF aplica Súmula 691 para indeferir liminar a denunciado por contrabando e quadrilha

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, aplicou a Súmula 691, do STF, para indeferir pedido de liminar formulado no Habeas Corpus (HC) 93629, em que L.C.S.C., denunciado perante a 4ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro por contrabando ou descaminho (artigo 334, do Código Penal – CP) e formação de quadrilha ou bando (artigo 288, CP), pedia o relaxamento de sua prisão. No HC, ele se volta contra decisão do ministro Paulo Gallotti, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), relator de pedido semelhante formulado naquela corte, que indeferiu pedido de liminar. Ocorre que a Súmula 691 impede o Supremo de julgar pedido de HC impetrado contra decisão de ministro de Tribunal Superior que indefere liminar. A defesa alega que L.C.S.C. está preso preventivamente desde 15 de dezembro de 2006, com base no argumento da conveniência da instrução criminal. Anteriormente, ela já impetrou, sem sucesso, HC no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), contra a ordem de prisão e, em seguida recorreu com igual pedido ao STJ, que também o negou. Os defensores do acusado alegam que ele é primário e sustentam que “o constrangimento é aferível de plano, tudo a justificar a concessão da medida liminar, restabelecendo, desta forma, o primado do Estado Democrático de Direito, assentado na presunção de inocência (artigo 5º, LVII, CF), em que a regra, antes de sentença penal condenatória definitiva, é a liberdade”. Por isso, no mérito, pedem a revogação do decreto de prisão preventiva e a expedição de alvará de soltura, assegurando o direito ao acusado de responder ao processo em liberdade.

Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2008Ministra Ellen Gracie suspende decisão que impediu município de Coari (AM) de contratar

servidores sem concursoA presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, concedeu liminar na Reclamação (RCL) 5752, proposta pela prefeitura de Coari (AM), suspendendo a execução de decisão da Justiça do Trabalho que proibiu a municipalidade de contratar, sem prévio concurso público, servidores para atuarem em programas de saúde. A ministra endossou o argumento da prefeitura de que a decisão da Justiça do Trabalho de Coari afronta decisão proferida pelo Plenário do STF no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3395. Neste julgamento, o STF referendou liminar anteriormente concedida para suspender toda e qualquer interpretação do artigo 114, inciso I, da Constituição Federal (CF), com a redação dada pela Emenda Constitucional (EC) nº 45/2004, que considere a Justiça do Trabalho competente para a apreciação de causas entre o Poder Público e servidores a ele vinculados, por relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo. Na RCL, a prefeitura informa que todas as contratações foram feitas com base na Lei Municipal nº

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395/2002, que instituiu a possibilidade de contratação temporária para atender situações excepcionais. Alega que mantém convênio com o governo federal para os Programas de Agente Comunitário de Saúde da Família, de Combate a Endemias e de Saúde Bucal, motivo pelo qual a contratação de pessoal é indispensável, sob pena de inviabilizar-se a execução desses programas. Afirma, ainda, que dispensou todos os servidores contratados temporariamente e, em seguida, realizou concurso. Entretanto, argumenta, “à medida que os aprovados foram tomando posse, foi que se atinou que o quantitativo de pessoas que logrou êxito no certame [no concurso] não era suficiente para atender as necessidades da Administração”. A ministra registrou que, em relação a outras ações civis públicas que também tratam de credenciamento de pessoal da área da saúde, o STF igualmente deferiu liminares. É o caso das RCLs 4074, 4104 e 4466, relatadas pelo ministro Joaquim Barbosa, e 4494 e 4872, relatadas por ela própria, nas quais foi suspensa a tramitação dos processos na Justiça do Trabalho. A suspensão da decisão da Justiça do Trabalho vigorará até o julgamento do mérito da reclamação pelo Supremo.

Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2008Supremo indefere pedido de liminar para Fernandinho Beira-Mar sair do RDD

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, indeferiu o pedido de liminar feito no Habeas Corpus (HC 92732) em que Fernandinho Beira-Mar pede para retornar ao sistema prisional do Rio de Janeiro e ser retirado do Sistema Penitenciário Federal, que, segundo seus advogados, equipara-se ao RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), com regras rígidas aos presos. Desde julho de 2007, ele cumpre pena no presídio federal de Campo Grande (MS). Antes, Beira-Mar foi mantido na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná. O pedido da defesa é contra decisão da 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) no Habeas Corpus (HC) 91.537/PR. Os advogados dizem que o STJ não chegou a analisar a ilegalidade da manutenção da custódia de Beira-Mar por mais de 360 dias no Sistema Penitenciário Federal. Dizem, ainda, que o Tribunal teria admitido, tacitamente, a ilegalidade da transferência de Beira-Mar para uma penitenciária federal. Ellen Gracie alega em sua decisão que, apesar dos argumentos da defesa, “é prematuro" analisar o julgamento do STJ "antes de se conhecer a íntegra do que foi debatido e decidido [pelo Tribunal] no HC 91.537/PR”. “Pelo extrato do julgamento, repita-se, não é possível afirmar que o Superior Tribunal de Justiça omitiu-se quanto ao ponto objeto da irresignação dos impetrantes”, reiterou. Ela acrescentou que "os fatos lançados no writ [no habeas corpus] não estão suficientemente provados para que, de plano, seja deferida a media liminar pleiteada".Ellen Gracie solicitou, ainda, informações sobre o tempo de permanência de Beira-Mar no RDD ao juízo da 1ª Vara Federal Criminal de Curitiba (PR), que tem jurisdição sobre a Penitenciária Federal de Catanduvas, onde ele esteve preso antes de ser transferido para Campo Grande.

Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2008Mantida prisão de acusado por roubo de carga e caminhão

Foi indeferida pela ministra Ellen Gracie, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), liminar no Habeas Corpus (HC) 93222, em que M.P.R, preso em flagrante por roubo de caminhão e carga, pedia liberdade. No pedido, a defesa contestou decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) que negaram liberdade ao acusado. A tese sustentada é de que “ambas as decisões não foram suficientemente fundamentadas em fatos concretos”. Ou seja, as decisões não trouxeram qualquer fato concreto, apenas limitaram-se a mencionar que o crime seria grave. Ainda de acordo com a defesa, a prisão no curso do processo, antes de reconhecida a culpabilidade do acusado por sentença definitiva, consiste em real constrangimento à liberdade individual, e deve, portanto, ser utilizada como exceção e não como regra.DecisãoAo analisar os argumentos, a ministra Ellen Gracie observou que as decisões das instâncias anteriores estão devidamente motivadas e apontam as razões de convencimento e a necessidade de manter a prisão preventiva. A ministra destacou trecho da decisão do STJ que mostra que o crime foi praticado com arma de fogo pelo acusado e outras pessoas e que, “além de impressionar pela violência desmedida empregada, demonstra a personalidade violenta e perigosa”. O relator do caso no STJ entendeu que tais circunstâncias revelam a gravidade do crime e a necessidade de manter o acusado preso. Outros julgamentos do STF, segundo a ministra, têm se orientado no sentido de que a periculosidade do acusado é suficiente para justificar a manutenção da custódia cautelar, com o intuito de garantir a ordem pública. Com base nisso, ela indeferiu o pedido de liminar. O caso seguiu para a Procuradoria Geral da República para receber um parecer em relação à decisão definitiva.

Terça-feira, 22 de Janeiro de 2008Não cabe mandado de segurança contra decisões do STF, diz Ellen Gracie

“A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) se firmou no sentido do não-cabimento de mandado de segurança contra decisões de caráter jurisdicional do Plenário, das Turmas ou de relator desta Corte”. Com este argumento, a ministra Ellen Gracie, presidente do STF, determinou o

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arquivamento do Mandado de Segurança (MS) 27114. O mandado de segurança foi impetrado no Supremo por juízes de direito mato-grossenses contra decisão do ministro Gilmar Mendes, vice-presidente da Corte, que, no último dia 4, no exercício da presidência, deferiu pedido de suspensão de segurança e cassou liminar concedida pelo Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJ-MT). A decisão da corte estadual havia garantido aos magistrados o direito de inscrição no concurso para o cargo de desembargador. Ao negar seguimento ao MS, a ministra ressaltou que o advogado dos juízes impetrou agravo regimental contra a decisão de Gilmar Mendes, recurso que ainda não foi julgado pelo Supremo. Tal fato demonstra que se aplica ao caso o que dispõem o artigo 5º, II, da Lei 1.533/51 e a Súmula 267/STF, no sentido de que não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição, frisou Ellen Gracie. A ministra ressaltou que a decisão do ministro Gilmar Mendes esclareceu, exaustivamente, as razões jurídicas pelas quais deferiu o pedido de suspensão da liminar concedida pelo desembargador relator da ação no TJ-MT.

Terça-feira, 22 de Janeiro de 2008STF indefere liminar e mantém decisão do TCU que retirou vantagens em aposentadorias de

servidoresA presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, indeferiu pedidos de liminares formulados nos Mandados de Segurança (MSs) 27082, 27083 e 27084, em que Orlando Mello, Ivo Augusto Feliciano e Rubens Fontes pedem a suspensão dos efeitos de acórdãos (decisões colegiadas) do Tribunal de Contas da União (TCU) que lhes retiraram vantagens salariais incorporadas a suas aposentadorias. No Acórdão nº 2.944/2006, confirmado pelo Acórdão  nº 3.032/2007, o TCU negou registro ao ato de alteração de aposentadoria dos impetrantes relativamente à inclusão das parcelas denominadas “quintos”, “opção” e “diferença pessoal DAS 4,5,6 ”. O Tribunal considerou ilegal a percepção de vantagens decorrentes do exercício de cargo comissionado por servidor ocupante de cargo isolado de provimento efetivo, determinando a reposição dos valores recebidos indevidamente”. Os autores dos mandados informam que, em outubro de 1984 (os primeiros dois) e 26.04.1983 (o terceiro), tiveram deferidos seus pedidos de aposentadoria referentes ao cargo de provimento efetivo de diretor de secretaria, símbolo 3-C, com os vencimentos correspondentes aos do cargo em comissão dessa função, código DAS-101.4, e as vantagens do artigo 2º do Decreto-lei 1.746/79 (que trata da incorporação de vantagens ao salário). Acrescentam, ainda, que os atos de sua aposentadoria foram alterados em 1986 e 1999 (os dos dois os primeiros) e em 1999 (o do terceiro). Os impetrantes sustentam que as decisões do TCU violam o princípio da segurança jurídica, alegando que as parcelas consideradas ilegais pelo órgão já se encontram incorporadas ao patrimônio jurídico deles há mais de 30 anos; ofendem o princípio da irredutibilidade de vencimentos, uma vez que a remuneração sempre manteve correlação com o cargo de diretor de secretaria; e violam os princípios do contraditório e da ampla defesa, uma vez que a decisão do TCU se deu de forma impositiva. Alegam, por fim, a existência de perigo na demora, já que o retardamento da decisão judicial “importará em considerável decréscimo financeiro”. Ao indeferir os pedidos, a presidente do STF louvou-se em manifestação do Tribunal de Contas da União pelo indeferimento dos pedidos. O TCU sustentou a ilegalidade da aposentadoria dos impetrantes; a inocorrência de prescrição e/ou decadência administrativa; a inexistência de violação ao direito adquirido, do ato jurídico perfeito e do princípio da segurança jurídica; a observância do princípio do contraditório e da ampla defesa e a inexistência de violação ao princípio da irredutibilidade de vencimentos. Ela citou, também, parecer do relator dos processos dos impetrantes no TCU, que mostrou que não houve a transformação do cargo isolado de provimento efetivo de chefe de secretaria no cargo em comissão de diretor de secretaria. Segundo o relator, o que houve foi que a remuneração atribuída ao cargo que eles ocupavam era igual à devida aos ocupantes do cargo em comissão de mesmo grau hierárquico. Mas isso, segundo ele, apenas indica a equiparação salarial que existia entre tais cargos, nunca a identidade de regimes. Portanto, ainda segundo ele, “considerando que os recorrentes ocuparam apenas cargos isolados, de provimento efetivo, nunca cargos em comissão, não lhes é devida a vantagem pretendida”. Quanto à alegação de violação dos princípios do contraditório e da ampla defesa, Ellen Gracie observou que as decisões do TCU impugnadas pelos impetrantes se referem ao primeiro registro do ato concessivo de suas aposentadorias. Portanto, segundo ela, aplica-se ao caso a Súmula Vinculante nº 3, do STF, que assim dispõe: “Nos processos perante o Tribunal de Contas da União, asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão”.

Terça-feira, 22 de Janeiro de 2008Negado pedido de liberdade para empresário acusado de roubo de cargas

O Supremo Tribunal Federal (STF) negou pedido de liminar em Habeas Corpus (HC 93580) impetrado em favor do empresário V.C.B., de 67 anos, acusado de formação de quadrilha e porte ilegal de arma. Ele estaria envolvido com roubo e receptação de cargas. No HC, a defesa pede a “imediata soltura do paciente [o acusado] até o final do julgamento do presente writ [habeas corpus]” e o “abrandamento”

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da Súmula 691 do STF: não compete ao STF conhecer de habeas corpus contra decisão liminar negativa de tribunais superiores. Isso porque o ministro Barros Monteiro, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ),  indeferiu pedido de liminar em habeas idêntico lá apresentado. Ao aplicar ao caso a Súmula 691, a  presidente do STF, ministra Ellen Gracie, observou que o habeas impetrado no STJ também contestava decisão monocrática do TJ-SP.  Assim, o deferimento da liminar pelo STF implicaria “dupla supressão de instância”, segundo justificativa da ministra. O HC ainda terá o mérito julgado por uma das Turmas do Supremo. A defesa argumenta ausência de fundamentação para justificar a manutenção do  empresário no cárcere, além de inexistência de flagrante para o crime de formação de quadrilha e para o porte ilegal de arma.

Terça-feira, 22 de Janeiro de 2008Ex-policial militar condenado por homicídio tem HC negado pelo Supremo

Pedido liminar para anular a pena do ex-policial militar Adelson Victorino foi indeferido pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie. Por meio de Habeas Corpus (HC 93586), a defesa contestava decisão que fixou, ao ex-policial, pena de 18 anos de reclusão pela prática do crime de homicídio. Na ação, ele contesta ato da 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, Adelson foi submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri. No STJ, a defesa pedia a declaração de nulidade da sentença para que fosse imposta nova pena, “levando-se em conta sua vida pregressa, seu comportamento como policial militar e sua participação em empreitada delituosa”. “Em exame prefacial, observo que a liminar pleiteada possui natureza nitidamente satisfativa, posto que se confunde com o próprio mérito da impetração”, disse a ministra Ellen Gracie, ao indeferir a liminar.

Segunda-feira, 21 de Janeiro de 2008STF nega liminar para advogado acusado de desacatar juiz

A ministra Ellen Gracie, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedido liminar no Habeas Corpus (HC) 93558, impetrado pela OAB-subseção de Guarulhos (SP) em favor do advogado Rubens Ferreira de Castro. O objetivo da ação é suspender o andamento de um termo circunstanciado contra o advogado. Castro é acusado de cometer desacato contra o juiz presidente do Tribunal do Júri de Guarulhos, em São Paulo, por ter batido palmas durante uma sessão. Nos autos, a OAB afirma que a denúncia "não descreve detalhadamente qualquer frase ofensiva dirigida à suposta vítima, sendo notória a subjetividade acusatória", o que dificulta o exercício da defesa, afirma a ação. Em sua decisão, a ministra Ellen Gracie ressaltou que como o HC contesta decisão liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ), deve ser aplicada a Súmula 691/STF, no sentido de que não cabe ao Supremo conhecer de habeas corpus contra decisão liminar negativa de tribunais superiores.Termo circunstanciadoO termo circunstanciado, previsto no artigo 69 da Lei 9.099/95, é usado nos casos de delitos de menor potencial ofensivo, como é o caso envolvendo o advogado, acusado da prática da conduta descrita no artigo 331 do Código Penal – desacato. O termo substitui o inquérito policial, com o objetivo de tentar tornar mais rápida e eficiente a prestação jurisdicional em casos de infrações menos graves.

Sexta-feira, 18 de Janeiro de 2008Negada liminar em habeas corpus para advogado acusado de seqüestro

O Supremo Tribunal Federal (STF) negou pedido de liminar em Habeas Corpus (HC 93588) impetrado pelo advogado Ademilson Alves de Brito, acusado de extorsão mediante seqüestro. No HC, ele pedia revogação do decreto de prisão preventiva, contestando decisão do ministro Barros Monteiro, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que indeferiu pedido de liminar em habeas idêntico lá apresentado. A presidente do STF, ministra Ellen Gracie, aplicou ao caso a Súmula 691 do STF: “Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do relator que, em habeas corpus requerido a Tribunal Superior, indefere a liminar”. Ela observou que o habeas impetrado no STJ também contestava decisão monocrática de desembargador do TJ-SP. O HC ainda será julgado em definitivo por uma das Turmas do STF.

Sexta-feira, 18 de Janeiro de 2008Ministra suspende decisão do TJ-SC sobre pagamento de pensão por morte de servidor

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, deferiu pedido formulado pelo Instituto de Previdência do Estado de Santa Catarina (IPESC) na Suspensão de Segurança (SS) 3487, suspendendo a execução de acórdão proferido pela Terceira Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça daquele estado (TJ-SC) referente ao pagamento de pensão por morte. Na Apelação Cível em Mandado de Segurança nº 2006.019157, a Câmara do TJ-SC manteve determinação da justiça de primeira instância no sentido de que o benefício da pensão por morte devido à impetrante fosse implementado no valor correspondente à totalidade dos vencimentos ou proventos do instituidor, se

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vivo fosse, acrescidos das vantagens pessoais, desconsiderando-se as novas limitações impostas pela Emenda Constitucional nº 41/03. Referida emenda estabeleceu os limites para os vencimentos do funcionalismo público. O IPESC argumenta, entre outros, “ocorrência de grave lesão à ordem pública, ante a ofensa do artigo 37, da Constituição da República, na redação dada pela Emenda Constitucional nº 41/2003”, bem como a “existência de grave lesão à economia pública, tendo em vista o efeito multiplicador do ato judicial impugnado”. Ao deferir o pedido, a ministra Ellen Gracie endossou esses argumentos do IPESC e observou que, neste caso, “poderá haver o denominado ‘efeito multiplicador’, diante da existência de outros servidores e pensionistas em situação potencialmente idêntica àquela da impetrante”. Nesse sentido, ela se reportou ao julgamento, pelo Plenário do STF, de agravo regimental na SS 1836, relatado pelo ministro Carlos Velloso (aposentado).

Sexta-feira, 18 de Janeiro de 2008STF nega liminar em que acusadas de roubo qualificado e formação de quadrilha pedem

liberdadeA presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, indeferiu pedido de liminar no Habeas Corpus (HC) 93582, em que S.M.S. e Z.R.S., atualmente recolhidas na Cadeia Pública Feminina de Santos (SP) sob acusação de terem praticado crimes de roubo qualificado e formação de quadrilha, pedem para aguardar julgamento em liberdade. No HC, elas contestam ato do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que lhes negou esse direito, em pleito semelhante. Dos autos consta que o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) indeferiu liminar requerida pela defesa que, por entender que tal decisão representava “manifesto constrangimento ilegal à liberdade de locomoção” das denunciadas, impetrou novo HC, agora perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ), também negado. A defesa alega excesso de prazo na instrução criminal e inexistência de motivos para manutenção da prisão preventiva das acusadas. “Todos os atrasos ocorridos no processo foram ocasionados exclusivamente pelo aparelho estatal que, além de não cumprir rapidamente as cartas precatórias, ainda não levou os co-réus às audiências designadas fora da Cormarca de Bertioga (onde corre o processo), ocasionando todas as resignações de audiências”, sustenta. Ao indeferir o pedido, a ministra Ellen Gracie afirmou que “os autos não estão instruídos com cópia do inteiro teor do ato impugnado, o que inviabiliza o confronto entre as alegações da inicial e os fundamentos da decisão atacada”.

Quarta-feira, 16 de Janeiro de 2008STF mantém prisão de acusado de participar de roubo com arma de fogo

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, indeferiu o pedido de liminar em Habeas Corpus (HC 93522) apresentado em favor de M.S.C., preso sob acusação de participar de um roubo com uso de arma de fogo. Para a ministra, as decisões das instâncias judiciais de São Paulo que mantiveram a prisão do acusado estão devidamente motivadas, apresentando suas razões de convencimento e reiterando a necessidade de manutenção da custódia preventiva do réu. Segundo a denúncia, o acusado foi preso e, em seguida, reconhecido por testemunhas. A defesa alega que não há reconhecimento positivo da efetiva participação de M.S.C. no crime e acrescenta que, no caso de uma eventual condenação, ele faz jus ao cumprimento da pena em regime semi-aberto e, em seguida, em regime aberto.  A defesa também alega que o acusado é réu primário, com bons antecedentes, residência fixa e profissão licita. Ellen Gracie disse que essas circunstâncias, por si só, não afastam a possibilidade de a justiça decretar prisão preventiva. O habeas corpus ainda será julgado em definitivo por uma das Turmas no Supremo.

Terça-feira, 15 de Janeiro de 2008Mantida decisão do CNMP que suspendeu promoções e remoções do Ministério Público da

BahiaA presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, manteve decisão do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), proferida pelo conselheiro Diaulas Ribeiro que, em dezembro do ano passado, suspendeu todos os processos de promoção e de remoção para as Promotorias de Justiça de 3ª Entrância do Ministério Público da Bahia. A ministra indeferiu liminar em Mandado de Segurança (MS 27079) de autoria da promotora Ana Vitória Conceição Gouveia, que viu seu processo de remoção para a 1ª Promotoria de Justiça de Feira de Santana, na Bahia, ser suspenso pela decisão de Diaulas Ribeiro. O conselheiro atendeu a pleito feito por outras duas promotoras que foram inabilitadas a concorrer ao processo de remoção e de promoção pelo Conselho Superior do Ministério Público da Bahia. Segundo Ellen Gracie, o deferimento da liminar solicitada pela promotora Ana Vitória “permitiria a definitiva mudança dos membros do Parquet [Ministério Público] paras as cidades em que se encontram as promotorias paras as quais fossem removidos”, o que impediria a análise do caso pelo órgão competente a fazê-lo, que é o colegiado do CNMP. Ela ressaltou, ainda, que cassar a liminar do CNMP favoreceria “a sensação de insegurança jurídica”, caso o plenário do Conselho venha a confirmar a decisão de Diaulas Ribeiro. Para Ellen Gracie, isso “tornaria prejudicada a presente impetração,

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resultando em sucessiva alteração sobre o estado de validade da remoção da impetrante [da promotora Ana Vitória]”.

Terça-feira, 15 de Janeiro de 2008Vereador cassado pela Justiça eleitoral não consegue liminar no STF

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, indeferiu o pedido de liminar feito na Ação Cautelar (AC) 1932, em que o vereador Leandro Inácio Wastowski, eleito pelo município de Guarani das Missões (RS), pretendia suspender decisão que determinou a cassação do seu mandato. De acordo com a ação, a Justiça eleitoral julgou procedente a representação do Ministério Público Eleitoral por captação ilícita de votos e determinou a cassação do vereador. A defesa alega que a “materialização do ilícito” não foi provada, e que o relator do caso reconheceu esse fato, mas, ainda assim, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio Grande do Sul manteve a sentença. Os advogados do vereador cassado sustentam que o pedido de liminar no STF deveria ser acolhido pelo fato de Wastowski estar no exercício do cargo desde 2005, havendo, assim, a necessidade de evitar “indesejável alternância na administração pública e a perplexidade dos eleitores, o que resultaria em instabilidade social e política da localidade”. A defesa destaca ainda que o agravo de instrumento em Recurso Extraordinário (RE) proposto pelo vereador foi acolhido pelo ministro Eros Grau, no sentido de determinar a subida do RE ao STF para melhor exame do caso.DecisãoAo analisar o pedido, a ministra Ellen Gracie entendeu que o cabimento do recurso extraordinário é questionável. Isso porque a violação constitucional alegada pelo vereador em relação ao devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa “aparentemente denota ofensa reflexa ao texto constitucional, circunstância que, conforme orientação da jurisprudência sedimentada nesta Corte, não autoriza o acesso à via recursal extraordinária”. Ela lembrou o julgamento do Plenário do STF na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3592, que asseverou que a decisão que cassa diploma de candidato, como é o caso, tem eficácia imediata. Salientou, por fim, que a simples determinação de subida do recurso extraordinário para melhor exame, por si só, não é suficiente para a concessão da pretendida medida cautelar e, com isso, indeferiu o pedido.

Segunda-feira, 14 de Janeiro de 2008Juiz classista não se submete ao mesmo regime jurídico de juiz togado, diz presidente do

STFA ministra Ellen Gracie, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), negou liminar no Mandado de Segurança (MS) 27051, em que um antigo juiz classista do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), de São Paulo, questiona decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que considerou ilegal a concessão de 60 dias de férias para o magistrado. A decisão do TCU determinou ao juiz que restituísse, em até 15 dias, os valores recebidos. De acordo com o advogado, esse período de férias de 60 dias para magistrados estaria previsto no artigo 66 da Loman (Lei Orgânica da Magistratura – LC 35/79). Segundo ele, os valores, de natureza alimentícia, foram recebidos de boa-fé, e por isso, acredita, estaria dispensado da devolução. O advogado justificou o pedido de liminar, afirmando que seu cliente corre o risco de ter seus bens penhorados.DecisãoDe acordo com a ministra Ellen Gracie, o Supremo já firmou o entendimento de que juízes classistas não são beneficiados pelo mesmo regime jurídico dos magistrados togados. Ellen Gracie citou trecho da decisão do ministro Celso de Mello no MS 21466, em que o decano da Corte afirmou que “os representantes classistas da Justiça do Trabalho, ainda que ostentem títulos privativos da magistratura e exerçam função jurisdicional nos órgãos cuja composição integram, não se equiparam e nem se submetem, só por isso, ao mesmo regime jurídico-constitucional e legal aplicável aos magistrados togados”. Ainda de acordo com Celso de Mello, concluiu a ministra ao negar o pedido, “o juiz classista apenas faz jus aos benefícios outorgados em legislação específica.

Sexta-feira, 11 de Janeiro de 2008Supremo mantém decisão do TCU que cassou aposentadoria de técnico legislativo do

SenadoA presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, manteve decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que cassou a aposentadoria de servidor no cargo de técnico legislativo do Senado Federal. Sob o argumento de falta de “plausibilidade jurídica do pedido”, a ministra indeferiu o pedido de liminar em Mandado de Segurança (MS 27080) impetrado pelo aposentado. O TCU considerou ilegal o aproveitamento do tempo em que ele era trabalhador rural por falta de comprovação do recolhimento das contribuições previdenciárias naquela época. Na decisão, Ellen Gracie cita o julgamento de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4664) em que o Supremo entendeu ser constitucional a exigência de recolhimento das contribuições previdenciárias relativas ao tempo de serviço prestado como trabalhador rural em caso de contagem de tempo para fins de

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aposentadoria no serviço público. Para contestar a decisão do TCU, o servidor alegou violação aos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, acrescentando que obteve justificação judicial para comprovar os dias trabalhados no campo. Ele está aposentado desde janeiro de 1995 e já completou 60 anos. Sobre o primeiro ponto, a ministra citou a súmula vinculante número 3, do STF, que dispensa o contraditório e a ampla defesa em processos do TCU que tratem da legalidade de ato de concessão inicial de aposentadoria. Com relação à justificação judicial, Ellen Gracie ressaltou que esse é um tipo de processo em que o juiz não se pronuncia sobre o mérito da prova, “motivo por que a decisão nele proferida não é suficiente, por si só, para legitimar a concessão de aposentadoria, sem que tenha havido a devida comprovação do recolhimento das contribuições relativas ao tempo de serviço rural” prestado pelo servidor. O mandado de segurança ainda terá julgamento final pelo colegiado do Supremo.

Sexta-feira, 11 de Janeiro de 2008Negada liminar para acusados de crime financeiro no caso Banestado que pedem

arquivamento de ação penalA presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, indeferiu pedido de liminar no Habeas Corpus (HC) 93368, impetrado pelos empresários E.A.D. e E.V.R.D. Acusados de crime financeiro e envolvimento no caso Banestado, eles se insurgem contra decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que lhes negou pedido de trancamento, até o julgamento final de idêntico pedido em HC, naquele tribunal, da ação penal a que respondem na 2ª Vara Federal de Curitiba. Pai e filho foram denunciados pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal em decorrência da Operação Zero Absoluto, realizada pela Polícia Federal, que investiga o envio ilegal de dinheiro para contas no exterior sob a fachada de empresas de câmbio e turismo. Os acusados seriam titulares da conta Parned, no Merchants Bank, em Nova Iorque.AlegaçõesA defesa alega incompetência do juízo para processar a ação. Sustenta que os denunciados “jamais tiveram qualquer relação comercial com qualquer cidade do Paraná”. Daí por que, segundo ela, a competência seria da justiça paulista. Entretanto, a tese da incompetência do juízo já foi refutada pelo Tribunal Federal Regional da 4ª Região (TRF-4), que deferiu pedido para que ambos respondam ao processo em liberdade. Também a Quinta Turma do STJ negou a alegação de incompetência do juízo por entender que, “havendo ligação entre as provas do presente processo e aquelas de vários outros que correm perante a Vara Federal de Curitiba, impõe-se o reconhecimento da competência em razão da conexão”.DecisãoAo indeferir o pedido, a ministra Ellen Gracie afirmou não vislumbrar “ a presença dos requisitos necessários à concessão da cautela pretendida”. Ressaltou que “o deferimento de liminar em habeas corpus é medida excepcional, cabível apenas quando constatada, de plano, a existência de ilegalidade”. Entretanto, segundo ela, “não é o que ocorre na espécie, em que as razões do acórdão impugnado mostram-se relevantes e, num primeiro exame, sobrepõe-se aos argumentos lançados no writ (no processo)”. Ademais, conforme a presidente do STF, “a matéria posta em discussão merece uma análise mais detalhada, com o exame mais aprofundado dos documentos que instruem a presente impetração, viável quando do juízo de mérito, pelo órgão colegiado competente para o julgamento da ação constitucional”.

Sexta-feira, 11 de Janeiro de 2008Ministra mantém execução provisória da pena em condenação confirmada na 2ª instância

Condenada a mais de seis anos de prisão por tráfico internacional de drogas, Maria de Fátima Pereira da Silva vai ter que aguardar presa o julgamento da apelação que interpôs no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). A decisão é da ministra Ellen Gracie, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), que negou o pedido de liminar no Habeas Corpus (HC) 91556. A defesa alega, nos autos, que a Lei 11.464/07 permite a concessão de liberdade provisória ao preso que responde a crime hediondo. Segundo o advogado, “não é porque a ré respondeu a um processo presa que assim deve permanecer enquanto aguarda o julgamento de seu apelo”. Ao indeferir a liminar, a ministra ressaltou que tanto a Constituição Federal (artigo 5º, XLIII) quanto a Lei 11.343/06 (artigo 44, caput) não admitem a concessão de liberdade provisória nos casos que envolvem tráfico de drogas. Ellen Gracie salientou, ainda, que a condenação de Maria de Fátima já foi confirmada em segundo grau de jurisdição, o que viabiliza a execução provisória da pena imposta, “independente do trânsito em julgado, porque os recursos eventualmente cabíveis – especial e extraordinário – não têm efeito suspensivo”, concluiu a presidente da Corte, que citou diversas decisões do Supremo nesse sentido (HCs 85886, 84771, 85616, 86628 e 91675).

Sexta-feira, 11 de Janeiro de 2008Mantida prisão de acusada de tráfico internacional de drogas

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A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, indeferiu liminar no Habeas Corpus (HC) 92712, pedido por M.H.A., presa por tráfico internacional de drogas. No pedido, a defesa contesta decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que negou liberdade à acusada. O argumento é de que a prisão já excedeu ao prazo sem que M.H.A. tenha sido julgada. Ela está presa desde novembro de 2006, quando tentava embarcar para a Nigéria com 13.360 gramas de cocaína na bagagem. Ao analisar o habeas corpus, a ministra Ellen Gracie observou que a decisão do STJ justifica o excesso de prazo, considerando as circunstâncias excepcionais do processo. Isso porque foi preciso expedir cartas precatórias, designar nova data para ouvir testemunhas de acusação e expedir carta rogatória para inquirição de testemunhas de defesa residentes no exterior. De acordo com Ellen Gracie, os ministros do STF têm decidido no sentido de que “não se configura excesso de prazo da prisão cautelar quando a demora na conclusão da instrução criminal se deve a particularidades do processo”. No caso, essas particularidades são caracterizadas pela necessidade de expedição de cartas precatórias e rogatórias. Com base nesse entendimento, a ministra indeferiu a liminar e encaminhou o processo para que a Procuradoria Geral da República emita parecer sobre o caso.

Sexta-feira, 11 de Janeiro de 2008Presidente do STF nega liminar a condenado por formação de quadrilha

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, indeferiu dois pedidos de liminar nos Habeas Corpus (HCs) 93548 e 93549, pelos quais José Cláudio Martarelli reivindica o direito de recorrer em liberdade de sua sentença. Em 2004 ele foi condenado à pena de reclusão de 7 anos, em regime fechado, sob acusação de ter chefiado uma quadrilha que levou à falência a empresa gaúcha Iderol S/A Equipamentos Rodoviários. O crime pelo qual ele e outros membros da quadrilha foram condenados foi cometido mediante o desvio de R$ 78,8 milhões da empresa para uma conta no paraíso fiscal das Bahamas. Nos dois HCs, que ainda serão examinados pelo STF em seu mérito, Martarelli se insurge contra decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que lhe negou pedidos idênticos. Anteriormente, ele já havia recorrido, sem sucesso, com igual objetivo, ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP). O TJ, entretanto, declarou extinta a sua punibilidade, em razão de prescrição, quanto aos crimes falimentares, porém manteve a condenação pelo delito do artigo 288 do Código Penal (quadrilha).ArgumentosNo primeiro HC, a defesa alega fundamentação inidônea da prisão preventiva, bem como omissão do TJ-SP que, ao apreciar o recurso de apelação interposto, não teria analisado todas as teses suscitadas, relativas à necessidade da prisão e, por fim, o direito de ter a prisão cautelar revogada. No segundo, sustenta a ilegalidade da prisão preventiva, que se teria transfigurado “em uma ilegal antecipação e aplicação de outra pena; que a prisão cautelar deve ser considerada exceção e, mesmo com a prolação da sentença condenatória, não ficaria suprida a nova fundamentação da manutenção da custódia cautelar; a ausência de fundamentação na negativa de liberdade provisória; a inocorrência dos pressupostos autorizadores da segregação preventiva, o que evidenciaria “o caráter meramente antecipativo da prisão”; e, finalmente, a violação do princípio da razoabilidade e do direito do réu de recorrer em liberdade.DecisãoA presidente do STF rebateu os argumentos da defesa afirmando não vislumbrar, num exame inicial,  “a presença do requisito do fumus boni iuris (fumaça do bom direito) para a concessão da tutela pleiteada”. Ela observou que a condenação de primeira instância foi confirmada na segunda, “o que viabiliza a execução provisória da pena privativa de liberdade”. Nesse contexto, ela lembrou o julgamento do HC 85886 pela Segunda Turma do STF, no sentido de que a condenação, “mantida em segundo grau de jurisdição, sujeita-se à execução provisória (CPP, artigo 637), independentemente do trânsito em julgado, porque os recursos eventualmente cabíveis – especial e extraordinário – não têm efeito suspensivo”. A ministra citou ainda diversos precedentes, entre os quais o RHC 84846, que teve como relator o ministro Carlos Velloso (aposentado), e os HCs 85616, relator ministro Ricardo Lewandowski; 86628, relator ministro Joaquim Barbosa; e 91675, relatora ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha.

Quarta-feira, 09 de Janeiro de 2008Supremo adota rito abreviado para julgamento da ADI contra aumento da alíquota da CSLL

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, adotou o rito abreviado para o julgamento final (mérito) da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4003) ajuizada ontem pelos Democratas (DEM) contra a medida provisória (MP 413/2008) que aumentou de 9% para 15% a alíquota da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) cobrada das instituições financeiras. A ministra aplicou ao processo dispositivo da Lei das ADIs (artigo 12 da Lei 9.868/99) que dispensa o julgamento do pedido de liminar, permitindo a análise da matéria diretamente pelo Plenário do Supremo. Esse dispositivo é aplicado quando a questão debatida na ação tem "inegável relevância" e "especial significado para a ordem social e a segurança jurídica". Com a decisão de Ellen Gracie, o

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presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá dez dias de prazo para se manifestar sobre a medida provisória. Depois, a Advocacia Geral da União (AGU) terá outros cinco dias para se pronunciar e, por fim, o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, terá cinco dias para emitir seu parecer sobre a questão. Para o DEM, o aumento da contribuição é inconstitucional por falta de dois requisitos necessários para a edição de medidas provisórias, que são a relevância e a urgência. O partido alega, ainda, violação ao princípio da "irretroatividade tributária", pois a elevação da contribuição foi anunciada em 2008 e, portanto, só poderia ser cobrada em 2009.

Terça-feira, 08 de Janeiro de 2008Claro está desobrigada de fornecer dados cadastrais de clientes sob investigação

O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, suspendeu nesta segunda-feira (7) decisão da Justiça Federal do Rio Grande do Sul que havia obrigado a empresa de telefonia móvel Claro a fornecer os dados cadastrais de clientes alvo de investigações em inquéritos policial e civil. Caso a empresa não fornecesse os dados, ela seria multada em R$ 10 mil para cada caso de recusa comprovada. Segundo Gilmar Mendes, apesar de o Supremo entender que a proteção ao sigilo de dados não é um direito absoluto, a quebra dessas informações “deve ocorrer com observância de procedimento estabelecido em lei e com respeito ao princípio da razoabilidade, a fim de permitir maior controle sobre eventuais abusos”. A decisão dele é liminar, concedida em uma Ação Cautelar (AC 1928) ajuizada pela Claro. O ministro chegou a citar julgamento recente da Corte, que em dezembro do ano passado vedou o acesso irrestrito, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a dados do Sisbacen, o sistema de informações do Banco Central (Bacen). Nessa decisão, tomada na análise de um Mandado de Segurança (MS 22801) impetrado pelo Bacen, o STF reafirmou a necessidade de que o acesso a dados constitucionalmente protegidos ocorra somente com motivação e em casos específicos. “Parece-me, no presente caso, não estar suficientemente garantida a observância a esse entendimento”, disse Gilmar Mendes.Ação civil públicaA Justiça Federal gaúcha determinou a quebra dos dados por meio de uma liminar concedida em uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF). O objetivo do MPF é que autoridades, como promotores e policiais, tenham acesso direto aos dados cadastrais de clientes de empresas de telefonia móvel e fixa investigados penal e civilmente.

Terça-feira, 08 de Janeiro de 2008Negado pedido de liberdade provisória a acusado de homicídio qualificado

A Ministra Ellen Gracie, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), indeferiu o pedido de liminar no Habeas Corpus (HC) 93427 impetrado na Corte pela defesa de G.J.B.S, preso em flagrante pela suposta prática de homicídio qualificado, cometido no estado da Paraíba em abril de 2007. A defesa alertou para a inexistência de motivos para a manutenção da prisão do réu e pediu a concessão de liberdade provisória do acusado. Além disso, o advogado de G.J. alegou o excesso de prazo na formação da culpa. Os pedidos de liberdade provisória foram negados pelo Tribunal de Justiça da Paraíba e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ao apreciar o pedido, a ministra Ellen Gracie afirmou que a liminar não demonstra a presença do requisito fumus boni iuris (fumaça do bom direito) necessário para a concessão da medida cautelar. A presidente cita decisão precedente (HC 86118), que firma o entendimento do Supremo de que “Não se admite liberdade provisória em caso de prisão em flagrante por homicídio qualificado, tido por crime hediondo.” Por fim, Ellen Gracie afirma que a análise do alegado excesso de prazo configuraria supressão de instância, pois a matéria ainda não foi apreciada pelo STJ.

Terça-feira, 08 de Janeiro de 2008Condenado por tráfico de drogas permanecerá em regime integralmente fechado

O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, indeferiu pedido de reconsideração de decisão do ministro Celso de Mello no Habeas Corpus (HC) 93348, impetrado em favor de Rogério Nascimento dos Santos. O relator havia concedido liminar a fim de que o Juízo da Execução avaliasse os requisitos, objetivos e subjetivos, para que o sentenciado cumprisse pena em regime inicialmente aberto. Conforme a ação, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou habeas corpus contra decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), que manteve a condenação de Rogério pelo crime de tráfico de drogas em regime integralmente fechado. A defesa alega que seu cliente continua sofrendo constrangimento ilegal por estar preso em regime fechado. Segundo os advogados, “o artigo 59 c.c. o artigo 33 do Código Penal, e as Súmulas 718 e 719 desse Colendo Supremo Tribunal Federal deixam claro e cristalino que o encarcerado deve ser imediatamente transferido para o regime aberto”.

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Por isso, pediam a concessão da liminar para que Rogério cumprisse pena em regime inicialmente aberto.Decisão“Em exame do arrazoado, não vislumbro motivos para alterar o entendimento já manifestado pelo eminente relator na decisão”, disse o ministro Gilmar Mendes. Ele ressaltou que, na petição, a defesa não apresentou argumento novo e limitou-se a reiterar os mesmos já expostos na inicial.De acordo com Mendes, “além do óbice previsto na Súmula STF 691, o pedido liminar formulado tem nítido caráter satisfativo, o que não recomenda o seu deferimento”, motivo pelo qual indeferiu o pedido de reconsideração.

Segunda-feira, 07 de Janeiro de 2008Supremo determina que TJ-MT deve escolher novo desembargador

O presidente em exercício do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, determinou na última sexta-feira (4) que o processo de preenchimento da vaga aberta para desembargador no Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJ-MT) deve prosseguir. Ele atendeu a pedido feito pelo governo do estado em uma Suspensão de Segurança (SS 3457) apresentada contra liminar que havia impedido a escolha do novo desembargador. A controvérsia começou em novembro passado, quando um grupo de juízes de Mato Grosso conseguiu suspender o processo de preenchimento da vaga por não concordar com a regra que limita o número de concorrentes nas promoções por merecimento. Por essa regra, só podem concorrer à vaga magistrados que integrem a primeira quinta parte da lista de antiguidade da última entrância do Judiciário estadual. Ao decidir pelo prosseguimento da escolha do novo desembargador, Gilmar Mendes levou em conta que a resolução do TJ-MT que regulamenta a matéria apenas reproduziu a regra estabelecida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na Resolução 6/2006, produzida a partir de interpretação de dispositivo constitucional (artigo 93, inciso II, alínea ´b´e inciso III). “Constato, assim, que está devidamente configurada a ocorrência de grave lesão à ordem pública, considerada em termos de ordem jurídico-constitucional, tendo em vista que, ao tempo da decisão impugnada [da liminar que impediu a escolha do novo desembargador], a matéria já se encontrava regulamentada pelo Conselho Nacional de Justiça”, disse o ministro. Ele ressaltou, ainda, a importância de se dar um tratamento uniforme a matérias tipicamente institucionais do Judiciário, “com o fim de prestigiar o princípio da unidade nacional da magistratura”, e citou o possível “efeito multiplicador” da decisão que barrou o processo de escolha do desembargador, “diante da existência de outros juízes nas demais unidades da federação em situação potencialmente idêntica” aos que tentaram impedir a eleição no TJ-MT. Leia a íntegra da decisão.

Segunda-feira, 07 de Janeiro de 2008Supremo suspende determinação de quebra do sigilo de informações da Receita Federal

Decisão liminar do ministro Gilmar Mendes, vice-presidente no exercício da presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU) que determinava ao secretário da Receita Federal que apresentasse, em 15 dias úteis, informações sigilosas de contribuintes registradas no banco de dados do Siscomex (Sistema Integrado de Comércio Exterior). Ao deferir a medida cautelar no Mandado de Segurança (MS) 27091, impetrado no Supremo pelo secretário da Receita, o ministro Gilmar Mendes lembrou que o STF entende que a quebra do sigilo dos contribuintes só pode acontecer quando fundamentada nas hipóteses constitucionalmente autorizadas ao Poder Legislativo ou por ordem do Poder Judiciário.Para verificar os procedimentos adotados para habilitação de pessoas físicas no Siscomex, ressaltou Gilmar Mendes, o TCU pretende ter acesso amplo e irrestrito às informações gerenciais e operacionais da Secretaria da Receita Federal. Para o ministro, esse fato evidencia a plausibilidade jurídica do pedido apresentado no MS.Direito ao sigiloO secretário alegou, no MS, que a determinação do tribunal de contas viola o direito da secretaria de preservar o sigilo das informações prestadas pelo contribuinte à Fazenda Pública. Sustentou, ainda, que este “acesso irrestrito às informações” pretendido pelo TCU não encontra respaldo na Constituição Federal e nem no Código Tributário Nacional. Esta determinação, conclui o secretário, daria acesso amplo e irrestrito a informações de contribuintes “que não manipularam verbas públicas ou estão submetidos à fiscalização da Corte de Contas”.

Segunda-feira, 07 de Janeiro de 2008Acusado de agredir empregada doméstica no Rio não consegue liberdade

O ministro Carlos Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal (STF), indeferiu liminar pedida por Júlio Junqueira Ferreira, um dos cinco acusados de roubar e espancar a empregada doméstica Sirlei Dias de Carvalho. O crime aconteceu em junho de 2007, numa parada de ônibus na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O pedido foi feito no Habeas Corpus (HC) 93418, no qual a defesa alegava que Júlio sofre constrangimento ilegal pelo fato de estar preso nas dependências carcerárias da Polinter Grajaú há mais de 150 dias e de ter tido seu pedido de habeas corpus negado pelo Superior Tribunal de Justiça

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(STJ). Segundo a defesa, o constrangimento ilegal está caracterizado por falta de fundamentação da prisão preventiva e um dos motivos é que a privação de liberdade foi determinada com base no clamor público, considerando que o caso teve grande repercussão nacional. Para os advogados, o decreto da prisão “violenta de forma flagrante a garantia constitucional de [Júlio] permanecer em liberdade durante o curso do processo, a presunção de inocência e, em última instância, o direito à defesa em juízo”. Sustenta também que o acusado, além de ser réu primário, tem bons antecedentes, é estudante, tem residência fixa e trabalho estável. Com base nisso, pedia liminar para que fosse determinada a liberdade dele.DecisãoAo indeferir a liminar, o ministro Carlos Ayres Britto afirmou que “a ausência, nos autos, do inteiro teor da decisão impugnada inviabiliza a concessão de liminar”. Ou seja, para analisar os argumentos trazidos pela defesa, seria preciso conhecer a decisão do STJ que negou o pedido de liberdade. Para o ministro, sem o conhecimento da decisão, não há como examinar as razões adotadas pelo STJ para negar o pedido, o que impede a análise da liminar. Ainda assim, o ministro afirmou que, a partir da leitura do pedido de habeas corpus, não é possível detectar elementos capazes de atestar a ocorrência de constrangimento ilegal. Com isso, ele indeferiu a liminar e solicitou informações ao STJ sobre o caso com urgência.

Sexta-feira, 04 de Janeiro de 2008Presidente da República pede constitucionalidade de norma sobre contratação temporária

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ajuizou no Supremo Tribunal Federal (STF) a Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) 20, com pedido de medida cautelar, a fim de confirmar a constitucionalidade do artigo 9º, inciso III, da Lei Federal nº 8745/93. O dispositivo proíbe a recontratação de servidor público temporário, antes de decorridos 24 meses de encerramento de seu contrato anterior. A ADC tem o objetivo de confirmar a constitucionalidade de uma lei federal para garantir que a constitucionalidade da lei não seja questionada por outras ações. Conforme a ação declaratória, a Lei 8745/93 foi editada com o propósito de disciplinar a contratação por tempo determinado pelos órgãos da Administração Federal direta e indireta, a qual vige com as alterações feitas pelas Leis nº 9849/99, 10667/03, 10973/04 e 11204/05. No entanto, o advogado-geral da União ressaltou que, “encontra-se instaurada, nas instâncias ordinárias, relevante controvérsia jurisprudencial acerca da inconstitucionalidade da vedação imposta no art. 9º, III, da Lei 8745/93, o que acarreta estado de incerteza em relação à sua legitimidade”. Segundo ele, há um grande número de decisões judiciais que têm afastado a aplicação da norma, sob o fundamento de que a vedação imposta violaria os princípios da isonomia e da razoabilidade. Assim, para a superação da discussão, o advogado-geral entendeu ser necessário que o Supremo, no exercício da jurisdição constitucional, declare a constitucionalidade do art. 9º, III, da Lei nº 8745/93, com eficácia geral e efeito vinculante relativamente a todos os órgãos do Poder Judiciário e do Poder Executivo. Por isso, liminarmente pede a paralisação dos julgamentos nos processos que envolvam a aplicação do dispositivo e a suspensão dos efeitos de quaisquer decisões que tenham afastado sua aplicação, até o final do julgamento desta ADC 20.

Quinta-feira, 03 de Janeiro de 2008STF garante repasse de verbas federais para estado do Rio Grande de Sul

Decisão da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen, garantiu que o governo do Rio Grande do Sul prorrogue convênios firmados com a União e, assim, obtenha repasses de verbas federais para o estado. Ao decidir favoravelmente ao governo gaúcho, a ministra citou “a grave situação financeira do estado” e “a necessidade premente da manutenção dos repasses de verbas federais para possibilitar o cumprimento de políticas públicas [no Rio Grande do Sul]”. O estado corria o risco de perder as verbas federais porque está inscrito como devedor no Cadastro Único de Convênios (Cauc) da União. Ellen Gracie suspendeu essa inscrição por meio de uma liminar concedida em Ação Cível Originária (ACO 1115) ajuizada pelo governo gaúcho. Ele concedeu a liminar no último dia 29, dois dias antes de os convênios serem renovados, no dia 31 de dezembro. A ministra ressaltou que não se pode descuidar da “devida apuração, a tempo e modo, das pendências do autor [do governo gaúcho]” junto a Cauc. Mas ela acrescentou que, vislumbra, “no caso, risco maior na possibilidade efetiva de sustação dos repasses federais dos relevantes convênios governamentais” firmados com o estado do Rio Grande do Sul. A presidente do STF também levou em conta a afirmação do governo gaúcho de que a inscrição do estado no Cauc foi realizada em desrespeito aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Segundo Ellen Gracie, o STF tem reconhecido que esses direitos devem ser respeitados “mesmo em procedimentos de índole administrativa”.

Quinta-feira, 03 de Janeiro de 2008Negado habeas corpus para ladrões de bicicleta

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Ministra Ellen Gracie, presidente do Supremo Tribunal Federal, indeferiu, em 28 de dezembro último, o Habeas Corpus (HC 92920), com pedido de liminar requerido pela Defensoria Pública da União contra decisão do Superior Tribunal de Justiça de arquivar recurso em favor de M.S. e CTV para que seja reconhecida a prescrição do crime. O HC contesta decisão da Quinta Turma do STJ, que indeferiu pedido de suspensão de ação penal contra os acusados. A Defensoria, ao impetrar o HC no STF, pede a aplicação do princípio da insignificância ao caso “concernente à tentativa de furto de uma bicicleta avaliada em R$ 100 (cem reais) e que foram devolvidos em espécie à vítima. A liminar pedia a liberdade dos acusados e a anulação do processo criminal. “Não vislumbro a presença dos requisitos necessários para a concessão da tutela pleiteada”, proferiu a ministra. “Verifico que a matéria de fundo posta na inicial não foi enfrentada pelo Superior Tribunal de Justiça, de modo que a sua análise, neste momento, pelo Supremo Tribunal Federal, configuraria supressão de instância.” Em seguida, encaminhou o processo para a Procuradoria-Geral da República, para que opine sobre o mérito do pedido.

Quinta-feira, 03 de Janeiro de 2008Indeferido pedido de autorização de viagem feito por envolvido na Operação Furacão

Laurentino Freire dos Santos, investigado pela Operação Furacão, da Polícia Federal, não conseguiu autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para viajar com sua família para Salvador, na Bahia. Em julho do ano passado, Laurentino conseguiu liminar em Habeas Corpus (HC 92423) deferida pelo ministro Marco Aurélio, do STF, para responder ao processo em liberdade. Mas a decisão do ministro alerta que o acusado deverá permanecer no distrito da culpa, ou seja, no Rio de Janeiro, e só poderá realizar viagens com a autorização do Juízo da 6ª Vara Federal Criminal do Rio, onde o processo tramita. Citando essas determinações do ministro Marco Aurélio, a presidente do STF, ministra Ellen Gracie, indeferiu o pedido de viagem feito por Laurentino. Segundo ela, “é dever do Juízo da 6ª Vara Criminal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, cabendo a ele ou à autoridade judiciária que o substitua, em épocas determinadas”, apreciar os pedidos de autorização de viagem dos réus envolvidos na Operação Furacão. Ellen Gracie acrescentou que a primeira instância do Rio e o Tribunal Regional Federal da 2ª Região, sediado no Rio, sequer analisaram o pedido de Laurentino por considerá-lo descabido de ser decidido em regime de plantão. Laurentino é considerado homem de confiança de Aniz Abrahão David, o Anísio, e Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, também investigados por envolvimento na Operação, que desarticulou uma quadrilha envolvida com máfia de caça-níqueis do Rio.

Quinta-feira, 03 de Janeiro de 2008Beneficiado com progressão de pena tem habeas indeferido pelo Supremo

A ministra Ellen Gracie, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), indeferiu o Habeas Corpus (HC) 93535, com pedido de liminar, à C.L.M., condenado por atentado violento ao pudor contra vítima menor de 14 anos (artigo 214 c/c artigo 224, alínea a, do Código Penal).CasoNo habeas, a defesa de C.L. alegou que houve vício no oferecimento da denúncia, pois a mãe da vítima estava alcoolizada ao apresentar a representação contra o acusado, o que acarretaria a nulidade do processo. O advogado, na liminar, pediu o direito à progressão de regime ao acusado. Alega que o Plenário do Supremo, no julgamento do Habeas Corpus (HC) 82959, reconheceu a inconstitucionalidade do parágrafo 1º, do artigo 2º, da Lei 8072/90 (Lei dos Crimes Hediondos), que proibia a progressão de regime de cumprimento de pena nos crimes hediondos. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) entendeu que C.L. preenche os requisitos necessários para obter a progressão da pena. Mas não reconheceu vício na manifestação de representação legal da mãe da vítima. “Não se exige rigor formal na representação do ofendido ou de seu representante legal, bastando a sua manifestação de vontade para que se promova a responsabilização do autor do delito”, confirmou o ministro do STJ, Félix Fischer, relator do HC 86232.Indeferimento“Não vislumbro a presença dos requisitos necessários à concessão da cautela pretendida”, decidiu a ministra Ellen Gracie. A presidente compreendeu que o entendimento do ministro Félix Fischer sobrepõe-se aos argumentos lançados pela defesa de C.L. quanto à presença de vício na denúncia. E considerou prejudicado o pedido de progressão de pena, uma vez que o STJ já concedeu o direito.

Quinta-feira, 03 de Janeiro de 2008Indeferida liminar para empresários acusados de depósito infiel

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, indeferiu liminar no Habeas Corpus (HC) 93494, em que empresários do estado do Paraná tentavam impedir a prisão decretada contra eles pela Justiça estadual sob acusação de depositário infiel. Eles são suspeitos de envolvimento no sumiço de duas mil toneladas de soja no Porto de Paranaguá. De acordo com a ação, os empresários, sócios de uma empresa marítima, tiveram pedido idêntico negado pelo Superior Tribunal

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de Justiça (STJ) por decisão monocrática do relator. Eles pedem a garantia de não serem presos, pois a prisão “seria uma medida desproporcional em razão da disponibilidade de outros meios legais para executar a obrigação de pagar quantia certa”. E, caso a prisão ocorra, será configurado constrangimento ilegal. Sustentam ainda que nenhum dos dois assumiu formalmente o encargo de fiel depositário dos bens e pedem liminar para garantir que não serão presos. A ministra Ellen Gracie indeferiu o pedido ao aplicar a Súmula 691, do STF, que impede o tribunal de conhecer habeas corpus impetrado contra decisão de relator de tribunal superior que tenha indeferido liminar em pedido idêntico. A presidente do STF ressaltou que caberá ao órgão colegiado competente para o julgamento de mérito do habeas corpus um eventual reexame da matéria, inclusive quanto à incidência da Súmula 691.

Quarta-feira, 02 de Janeiro de 2008Governo do RS não consegue incluir outros servidores em decisão sobre parcelamento de

vencimentosO governo do Rio Grande do Sul não conseguiu ampliar a outros servidores públicos do estado decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que validou o pagamento parcelado de vencimentos de funcionários e suspendeu decisões judiciais que determinavam o pagamento integral das remunerações no último dia útil do mês. O governo pretendia que a presidente do STF, ministra Ellen Gracie, estendesse sua decisão, proferida em uma Suspensão de Segurança (SS 3454), a outros processos, envolvendo outras categorias de servidores, como os fiscais de tributos do estado. Ao indeferir o pedido de extensão, Ellen Gracie observou que “não há plena identidade” entre os processos apresentados à Presidência. O processo em que ela validou o pagamento parcelado de vencimentos tratava de ato da governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, e alcançava associados do Sindiperícias (Sindicato dos Servidores do Instituto Geral de Perícias).Já um dos processos em que o governo gaúcho pretendia obter a extensão trata de ato do ex-governador do Rio Grande do sul Antônio Britto, determinando o parcelamento de vencimentos de funcionários públicos.

Quarta-feira, 02 de Janeiro de 2008Mantida prisão de lavrador acusado de matar ex-namorada

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, indeferiu o pedido de liminar em Habeas Corpus (HC 93534) apresentado pela defesa de C.E.S, que pretendia responder em liberdade pelo crime de homicídio triplamente qualificado. Ele é acusado de ter assassinado a facadas sua ex-namorada em Ibirá, no estado de São Paulo, e foi preso em flagrante no dia 27 de fevereiro de 2007. Como a defesa não aguardou o julgamento final do habeas corpus apresentado ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) arquivou o pedido lá apresentado. Diante disso, Ellen Gracie avaliou que “a análise da matéria, neste momento, pelo Supremo Tribunal Federal, configuraria dupla supressão de instância, em flagrante confronto com as normas constitucionais de competência”.

Quarta-feira, 02 de Janeiro de 2008Subprocurador-geral da República aposentado não consegue liminar contra decisão do

CNMPA presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, indeferiu o pedido de liminar em Mandado de Segurança (MS 26941) impetrado pelo subprocurador-geral da República Miguel Guskow, condenado administrativamente a perder sua aposentadoria pela suposta prática do crime de exploração de prestígio. Guskow contesta decisão do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que arquivou o pedido de revisão do procedimento disciplinar que culminou na condenação dele. O subprocurador também alega que teve seu direito de defesa cerceado porque não foi intimado pessoalmente da data do julgamento feito pelo Conselho. Segundo a ministra Ellen Gracie, Guskow fez alegações idênticas em um outro Mandado de Segurança (MS 26943), de relatoria do ministro Ricardo Lewandowski, que também indeferiu o pedido de liminar. Ela aplicou o mesmo entendimento do ministro ao decidir contra o pedido de Guskow. Na ocasião, Lewandowski observou que a aposentadoria do subprocurador-geral não poderá ser cassada enquanto não houver decisão final da justiça sobre o assunto, fato que o próprio Guskow reconhece. O caso está sendo discutido em uma ação civil pública em curso na 7ª Vara Federal de Brasília.

Quarta-feira, 02 de Janeiro de 2008Indeferido pedido em favor de acusado de matar advogado em Pernambuco

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, indeferiu o pedido de liminar em Habeas Corpus (HC 93488) impetrado em defesa de S.S.L.F, que pretendia suspender seu julgamento pelo Tribunal do Júri de Surubim, em Pernambuco, onde é acusado de tramar a morte do advogado Evandro Cavalcante, em fevereiro de 1987. S.S.L.F chegou a ser absolvido pelo Júri, mas essa sentença

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foi anulada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJ-PE), a pedido do Ministério Público. O TJ entendeu que o julgamento foi contrário às provas apresentadas e, por isso, determinou que outro júri decidirá sobre o caso. A defesa de S.S.L.F alega a nulidade dessa determinação e, no mérito, objetiva anular a ação penal movida contra seu cliente. A defesa também pretende cassar a sentença de pronúncia proferida contra o acusado. Na pronúncia, que só ocorre nos casos de competência do Tribunal do Júri, o juiz admite a acusação feita contra o réu. Após essa etapa, cabe ao júri decidir sobre a condenação ou a absolvição. Segundo Ellen Gracie, a defesa do acusado se insurge contra uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que não chegou a enfrentar o mérito do pedido. “Com efeito, a matéria de fundo posta na inicial não foi enfrentada pelo STJ, de modo que sua análise, neste momento, pelo Supremo Tribunal Federal, configuraria supressão de instância”, explicou a ministra. Ela afirmou, ainda, que a decisão preliminar do STJ está de acordo com a jurisprudência do STF. As duas Cortes não admitem recurso que tenha como objetivo o reexame de provas. Para o STJ, essa é a finalidade da defesa. Quando foi assassinado, Evandro Cavalcante defendia 20 sindicatos rurais, era vereador e Surubim e suplente de deputado estadual.

Segunda-feira, 31 de Dezembro de 2007Suspensa decisão do TRF-5 que concedia 60 dias de férias anuais a procuradores da

Fazenda NacionalAcórdão da Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), que assegurou a procuradores da Fazenda Nacional, em Pernambuco, o direito a 60 dias de férias anuais, acrescidas do respectivo adicional de 1/3, foi suspenso. A decisão da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, ocorreu em análise à Suspensão de Tutela Antecipada (STA) 186, requerida pela União. A autora sustenta ocorrência de grave lesão à ordem pública, “considerada em termos de ordens administrativa e jurídica”. Para a União, o acórdão questionado gera diferenciação de tratamento entre os autores e os demais integrantes das carreiras da Advocacia Geral da União, referente aos períodos únicos de 30 dias de férias anuais. Por essa razão, alega afronta aos artigos 39 e 131 da Constituição Federal, bem como à orientação firmada pelo Supremo no julgamento da ADI 449, “de modo que deve ser aplicado aos membros da advocacia pública federal o regime jurídico dos servidores públicos civis da União (Lei 8.112/90), nos termos do artigo 26 da Lei Complementar 73/93”. Nesse contexto, aduz que “no conceito de ‘organização e funcionamento’ não se enquadra o regime de pessoal”. A União argumenta a existência de grave lesão à economia pública, diante do efeito multiplicador gerado pelo acórdão, uma vez que “poderá servir de paradigma para que inúmeros interessados ingressem em juízo”. Além disso, destaca que a execução do julgado “provocará aumento remuneratório de inúmeros servidores, sem prévia dotação orçamentária e autorização legislativa, uma vez que importa pagamento imediato de vantagem pecuniária aos procuradores da Fazenda Nacional, consistente no adicional de 1/3 sobre suas remunerações”.Deferimento do pedidoAo analisar a matéria, a ministra Ellen Gracie afirmou que, no caso, está demonstrada a ocorrência de grave lesão à ordem pública, referente à questão jurídico-processual, tendo em vista que a imediata execução do acórdão contestado afronta a restrição imposta pelo artigo 2º-B da Lei 9494/97. Observou, também, a ocorrência de grave lesão à ordem pública, em relação à ordem jurídico-constitucional, na medida em que o cumprimento do ato repercutirá na programação orçamentária federal, “gerando impacto nas finanças públicas e tornando necessário o remanejamento de verbas públicas”. “Verifico, ainda, a ocorrência da grave lesão à ordem pública, considerada em termos de ordem administrativa, dado que a fruição de 60 dias de férias anuais trará sérios prejuízos ao regular exercício das atribuições institucionais da Procuradoria da Fazenda Nacional, cujas unidades normalmente atuam com escasso número de procuradores e sobrecarga de trabalho”, considerou a presidente do Supremo. A ministra lembrou que o pagamento da vantagem pecuniária (1/3 de férias) por ser expressivo e periódico gerará impacto financeiro, “ainda mais se considerado o provável efeito multiplicador decorrente do ajuizamento de inúmeras demandas com idênticos pedido e causa de pedir”. Por fim, Ellen Gracie asseverou que os argumentos expostos na origem do pedido, quanto à violação aos princípios constitucionais da isonomia, da irredutibilidade de vencimentos e da hierarquia das leis, “não podem ser aqui sopesados e apreciados, porque dizem respeito ao mérito do processo principal”. A ministra explicou que, em pedido de suspensão, a questão não deve ser examinada com profundidade e extensão, “devendo a análise limitar-se, apenas, aos aspectos concernentes à potencialidade lesiva do ato decisório impugnado”. Dessa forma, a presidente deferiu o pedido para suspender a execução do acórdão proferido pela Quarta Turma do TRF-5 nos autos da Apelação Cível 422.423/PE.

Sexta-feira, 28 de Dezembro de 2007Presidente do STF determina ao governo do RN que continue fornecendo medicamentos a

menor diabéticaA presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, indeferiu pedido do Rio Grande do Norte de Suspensão de Tutela Antecipada (STA 181)  pela qual o juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública

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de Natal determinou ao governo estadual o fornecimento regular de 60 unidades mensais de tiras reagentes para glicosímetro para a menor N.B.S., portadora de diabetes mellitus. Alega o governo norte-rio-grandense que a liminar ocasiona grave lesão à ordem pública, vez que a decisão impugnada,  “ao deferir o custeio de material médico individualmente a tal ou qual cidadão, diminui a possibilidade de serem oferecidos à população em geral ações e serviços de saúde básicos”. Salienta, ainda, a ocorrência de grave lesão à economia pública, sustentando que a determinação de fornecimento de material médico fere o princípio constitucional da legalidade orçamentária, já que a verba prevista para a compra de medicamentos para atendimento à população é comprometida, nos termos da Política Nacional de Medicamentos e nos estritos termos do Programa de Dispensação de Medicamentos em caráter excepcional. Afirma, ademais, que providenciou o regular fornecimento de insulina e seringas, deixando de fazê-lo apenas em relação às tiras reagentes, por não se tratar propriamente de medicamento. Por fim, manifesta seu temor ante a possibilidade de ocorrência de “efeito multiplicador”, com o aumento de demandas judiciais semelhantes. Lembra, a propósito, que apenas com o cumprimento de decisões judiciais que determinaram o fornecimento de medicamentos de alto custo, os quais estão fora do Programa de Dispensão de Medicamentos do Ministério da Saúde, foram gastos quase R$ 2 milhões, no período entre janeiro e abril de 2007.Análise individual dos casosA presidente do STF, entretanto, ao indeferir o pedido, observou que pedidos como o formulado pelo governo do Rio Grande do Norte "devem ser analisados caso a caso, de forma concreta, e não de forma abstrata e genérica". Ela ressaltou,  ainda, que "as decisões proferidas em pedido de suspensão se restringem ao caso específico analisado, não se estendendo os seus efeitos e suas razões a outros casos, por se tratar de medida tópica, pontual”. A ministra Ellen Gracie observou que a Lei 8.437/92, em seu artigo 4º, caput, só admite a suspensão de liminar em ações movidas contra o Poder Público ou seus agentes, no processo de ação popular e na ação civil pública, a requerimento da pessoa jurídica de direito público interessada, em caso de manifesto interesse público ou flagrante ilegitimidade e, ainda, para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança ou à economia públicas. Ela lembrou, neste contexto, que a família da menor não possui condições financeiras para custear a aquisição do material; que a prescrição médica é expressa ao apontar a aplicação da insulina regular, porém condicionada à medição da taxa de glicose a cada doze horas. E ponderou que a ausência do material prescrito “poderá ocasionar graves e irreparáveis danos à saúde e à vida da paciente, ocorrendo, pois, o denominado perigo de dano inverso, o que demonstra, em princípio, a plausibilidade jurídica da pretensão liminar deduzida na ação sob o procedimento ordinário em apreço”. Por fim,  a presidente do STF citou o parecer da Procuradoria-Geral da República que, ao opinar pelo indeferimento do pedido, afirmou: “Forçoso será concluir que, a despeito da extrema limitação de recursos, não poderá o poder público eximir-se, ainda que provisoriamente, da obrigação, incontestavelmente sua, de tornar efetivas as prestações de saúde em favor de cidadãos considerados individualmente, sem prejuízo daquelas devidas à comunidade em geral, dando concretude aos comandos constitucionais pertinentes”.

Sexta-feira, 28 de Dezembro de 2007Supremo suspende atualização de gratificações recebidas por servidores no Amazonas

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, suspendeu decisões do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) que haviam determinado a atualização de gratificações pagas a servidores públicos do estado que exerceram cargos de confiança. As decisões suspensas estabeleciam que a atualização deveria seguir a mesma base de cálculo aplicável aos servidores que exercem os cargos de confiança atualmente. A ministra atendeu a pedidos feitos pelo governo do Amazonas em Suspensões de Segurança (SSs 3477, 3479,3480 e 3481) apresentadas contra as decisões do TJ-AM. Segundo ela, executar a determinação do tribunal amazonense antes de uma decisão final nos processos poderia gerar grave lesão à ordem pública do estado. Nos pedidos, o governo do Amazonas ressaltou que a nova base de cálculo para as gratificações representa uma elevação significativa dos valores que os servidores vêm recebendo até então, sem que se tenha previsão orçamentária para tanto. A ministra levou isso em conta ao decidir em favor do estado. Segundo ela, “está demonstrada a grave lesão à economia pública, consubstanciada na ausência de previsão orçamentária em relação às despesas em questão, que poderão comprometer a execução orçamentária estadual”. Outro argumento apresentado por Ellen Gracie foi o potencial “efeito multiplicador” das decisões do TJ-AM, uma vez que há inúmeros servidores públicos em situação semelhante aos que conseguiram a atualização.

Sexta-feira, 28 de Dezembro de 2007Suplente de deputado não tem foro especial

Ministro Celso de Mello, relator do Inquérito (INQ) 2639, proferiu, em 21 de novembro último, decisão na qual considera que o STF não tem mais competência penal originária para processar e julgar supostas irregularidades cometidas por Geraldo Tenuta Filho (Bispo Gê Tenuta), suplente de deputado federal. Geraldo Tenuta estava sendo investigado por supostamente empregar “funcionários

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fantasmas” em seu gabinete, quando exercia o cargo de deputado estadual, no estado de São Paulo, de 2003 a 2006. Entre os “fantasmas” estariam alguns parentes dos fundadores da Igreja Renascer, o casal Sônia e Estevam Hernandes. O caso teve a investigação iniciada pelo então Corregedor da Assembléia Legislativa de São Paulo, o ex-deputado estadual  Romeu Tuma Júnior. O Ministério Público passou a investigar estes fatos quando recebeu a informação de uma testemunha de que cinco parentes do casal Hernandes, da Igreja Renascer, foram contratados pela Assembléia Legislativa de São Paulo, lotados no gabinete do parlamentar Bispo Gê Tenuta.Perda do foro especial“O indiciado já não mais ostenta – porque mero suplente – a condição de deputado federal”, justificou o ministro. A condição de suplente de congressista não confere a Tenuta Filho prerrogativa de foro nas infrações penais comuns. Desta forma, encerrou a competência do STF para prosseguir na apreciação do procedimento de investigação, sendo os autos remetidos ao juízo competente.

Sexta-feira, 28 de Dezembro de 2007Presidente do STF nega liminar para acusado por furto qualificado de veículo

     A ministra Ellen Gracie, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedido liminar no Habeas Corpus (HC) 93475, por meio do qual a defesa de M.R.C.S. pedia a concessão de liberdade para seu cliente. M.R. é acusado pela suposta prática de furto qualificado de veículos, com o objetivo de levá-lo para outro estado ou para o exterior, crime previsto no artigo 155, parágrafo 5º, do Código Penal. De acordo com os autos, M.R. ficou preso de 14 de maio de 2006 a 8 de maio de 2007. Para o advogado, esse excesso de prazo para a conclusão da instrução criminal teria configurado constrangimento ilegal. Esse inclusive foi o motivo pelo qual o relator do processo no Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu uma liminar em favor de M.R., decisão que foi cassada pela 5ª Turma daquela corte, ressalta a defesa, que insiste, porém, na existência do excesso de prazo, por culpa do Estado. Ao analisar o pedido, a ministra Ellen Gracie citou trecho da decisão do STJ em que a relatora declarou que, “se excesso de prazo existe na conclusão do feito, não pode ser atribuído ao Juízo ou à acusação”. A ministra indeferiu o pedido liminar, lembrando que o Supremo tem decidido que “não se configura excesso de prazo da prisão cautelar quando a demora na conclusão da instrução criminal se deve a particularidades do processo”.

Quinta-feira, 27 de Dezembro de 2007Mantida prisão de tenente-coronel que reponde por homicídio

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, indeferiu o pedido de liminar em Habeas Corpus (HC 93473) impetrado em favor do tenente-coronel da Polícia Militar F.A.R.B, preso pela Justiça do Amazonas, onde reponde por homicídio e por pertencer a um grupo de extermínio contra envolvidos no tráfico internacional de drogas. A ministra aplicou ao caso a Súmula 691, do STF, que impede a Corte de analisar pedidos de habeas corpus contra liminar indeferida por ministro de Tribunal Superior. A decisão final caberá a uma das Turmas do Supremo. A defesa do tenente-coronel diz que a prisão dele é ilegal porque foi decretada por juiz incompetente.

Quinta-feira, 27 de Dezembro de 2007STF nega ordem de soltura a condenado por extorsão mediante seqüestro com morte

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, negou pedido de liminar em Habeas Corpus (HC 93484) no qual J.A.D., condenado pela justiça do Estado de Minas Gerais por crime de extorsão mediante seqüestro com e morte, buscava o direito de apelar da condenação em liberdade. O HC insurge-se contra duas negativas a iguais pedidos formulados perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ). No primeiro deles, a defesa sustentava excesso de prazo na instrução do processo, falta de fundamentação do decreto prisional e cerceamento de defesa. Isto porque, segundo sua alegação, não teriam sido apresentados os autos de monitoramento de supostas conversas telefônicas entre J.A.D. e um co-réu e a degravação das respectivas fitas, não obstante ter o fato sido considerado indício de autoria. Na negativa do primeiro HC, o STJ alegou deficiência  na instrução do processo, que lhe teria  impossibilitado a análise das razões que embasaram a denegação da ordem originária, no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG). No segundo HC, o STJ manteve a prisão de J.A.D. em virtude de já ter sido prolatada a sentença condenatória, o que tornou superada a alegação de excesso de prazo na prisão. Entretanto, o STJ concedeu parcialmente o habeas, determinando ao TJ-MG que examine o argumento de cerceamento de defesa e de suposta ausência de provas para a condenação de J.A.D. Ao indeferir o pedido, a ministra Ellen Gracie afirmou que, portanto, a análise das teses veiculadas na inicial “configuraria supressão de instância” – já que o TJ-MG ainda não as apreciou -, “em afronta às normas constitucionais de competência”. J.A.D. é uma das nove pessoas identificadas e denunciadas como envolvidas no seqüestro dos irmãos Reinaldo Martins Prado Júnior e Fabrício Martins Prado Costa, ocorrido com dezembro de 2003 em Uberaba (MG). Ele foi condenado em  novembro de 2005 à pena de 16 anos  e oito meses de reclusão. Dos nove envolvidos, sete já foram condenados a penas  que variam de 13 anos e seis meses a 27 anos de reclusão.

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Quarta-feira, 26 de Dezembro de 2007STF nega a condenado por crime de extorsão mediante seqüestro o direito de apelar em

liberdadeA presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, indeferiu pedido de liminar para que M.M.G., condenado à pena de reclusão em regime fechado de dez anos pelo crime de extorsão mediante seqüestro (art. 159, do Código Penal), equiparado a crime hediondo, pudesse apelar em liberdade da condenação. Anteriormente, o autor do HC obtivera, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), uma liminar parcial, que lhe permitiu cumprir a pena em regime fechado apenas na sua parte inicial. Este benefício lhe foi concedido pela mudança introduzida pela Lei 11.464/2007 no texto original da lei de crimes hediondos, que previa o cumprimento integral da pena em regime fechado. A lei 11.464 abrandou a expressão “integralmente fechado” para “inicialmente fechado”. O STJ, entretanto, manteve a ordem de prisão, fato contra o qual M.M.G. se insurge no HC impetrado no STF.Crime hediondo não comporta liberdade provisóriaA defesa alega falta de fundamentação da necessidade de manter M.M.G. preso, pois não estariam presentes os requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal – garantia da ordem pública e econômica, conveniência da instrução criminal ou garantia de aplicação da lei penal. Alega, além disso, que a sentença condenatória ainda não transitou em julgado, vez que foram opostos embargos de declaração relativamente ao acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) que manteve a condenação. A ministra Ellen Gracie, no entanto, observou que M.M.G. foi condenado pela prática de delito de extorsão mediante seqüestro, crime considerado hediondo que não admite a concessão de liberdade provisória. Citou diversos precedentes do STF neste mesmo sentido. Lembrou, ademais, de decisão da Segunda Turma do STF, segundo a qual “a condenação, mantida em segundo grau de jurisdição, sujeita-se à execução provisória, independentemente do trânsito em julgado, porque os recursos eventualmente cabíveis – especial e extraordinário – não têm efeito suspensivo”.

Quarta-feira, 26 de Dezembro de 2007STF nega liberdade a policial capixaba condenado por extorsão

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, indeferiu pedido de liminar formulado no Habeas Corpus (HC) 92888 em favor do policial civil capixaba E.A.O., condenado pela prática de extorsão, para que fosse relaxada a prisão preventiva dele. No HC, a defesa alega nulidade da prisão cautelar, por falta de fundamentação, e ocorrência de excesso de prazo na instrução criminal. O HC insurge-se contra decisão do relator de HC semelhante impetrado no Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Hamilton Carvalhido, de negar o pedido. Anteriormente, outra tentativa idêntica se frustrou no Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES).Policial se teria valido da função para extorquirAo indeferir o pedido de liminar, a ministra Ellen Gracie reportou-se às observações do ministro Carvalhido para negar o HC 52.417, impetrado no STJ. Segundo o ministro, o decreto de prisão preventiva, da 2ª Vara Criminal de Vila Velha (ES), está fundamentado em materialidade e indícios de autoria bem demonstrados, vez que há prova segura de que E.A.O., “juntamente com outros dois co-réus, aproveitando-se de sua condição de policial civil do Estado do Espírito Santo, simulou uma prisão em flagrante das vítimas Júlio Augusto dos Santos e Vilmar Pavesi dos Santos, objetivando obter indevida vantagem econômica, mantendo-os, inclusive, detidos na Delegacia de Polícia, sob intensas e constantes ameaças, para o que, após, obrigou Vilmar a sacar a  quantia de mil reais em caixa eletrônico, além de preencher um cheque de outros mil reais para que, enfim, fosse liberado”. Quanto ao excesso de prazo, a presidente do STF lembrou que informações requeridas pelo relator do HC, ministro Ricardo Lewandowski, dão conta de que já houve a edição de sentença condenatória de E.A.O. Diante disso, ela recorreu ao voto do ministro Sepúlveda Pertence (aposentado) no julgamento do HC 86.630 para negar o pedido. No voto, o ex-ministro do STF afirmou que “é da jurisprudência do STF que, com a superveniência da sentença condenatória – que constitui novo título da prisão, encontra-se superada a questão relativa ao antecedente excesso de prazo da prisão”.

Quarta-feira, 26 de Dezembro de 2007Suspensas decisões do TJ-AM que determinavam pagamento de gratificações a servidores

públicosA presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, deferiu pedido do estado do Amazonas para suspender decisões do Tribunal de Justiça (TJ-AM) que determinava pagamento de gratificações a servidores públicos estaduais que exerceram cargos de confiança. O pedido foi feito por meio das Suspensões de Segurança (SS) 3466, 3469 e 3471. Nestas ações, o estado esclarece que o TJ-MA determinou o pagamento, aos servidores que exerceram cargos de confiança, dos valores atualizados referentes a gratificação incorporada aos proventos. Além disso, estabeleceu como base para o cálculo o que recebe os servidores que atualmente exercem esses cargos. Argumenta que a partir de abril de 1999, essas parcelas foram transformadas em vantagem pessoal nominalmente

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identificada, o que teria desvinculado as parcelas do regime de remuneração dos cargos e funções de confiança. Sustenta ainda que, caso o estado tenha que cumprir a decisão da Justiça estadual, haverá grave lesão à ordem pública e à economia pública. Isso porque o pagamento das vantagens soma valores bem mais elevados do que aqueles que os servidores recebiam, “sem que exista previsão financeira ou orçamentária para tal”. Além disso, alerta para a possibilidade de ocorrer o efeito multiplicador, tendo em vista a existência de inúmeros servidores públicos estaduais em situação semelhante.DecisãoAo analisar o pedido, a ministra Ellen Gracie observou que o artigo 4º da Lei 4348/64 autoriza o deferimento do pedido de suspensão de segurança para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança ou à economia públicas. E, “no caso em tela, encontra-se devidamente demonstrada a grave lesão à ordem pública”. Ela afirma que também está evidenciada a grave lesão à economia pública, caracterizada pela ausência de previsão orçamentária em relação às despesas em questão, que poderão comprometer a execução orçamentária estadual. Com estes fundamentos, deferiu pedido para suspender a execução das decisões dadas pelas Câmaras Reunidas do Tribunal de Justiça do Amazonas.

Quarta-feira, 26 de Dezembro de 2007STF mantém participação de candidatos no concurso para agente penitenciário no CE

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, indeferiu pedido do governo do Ceará para que suspendesse liminares concedidas pelo Tribunal de Justiça daquele estado (TJ-CE) em mandados de segurança que permitiram a quatro candidatos considerados inaptos no exame psicotécnico e na investigação social do concurso para agente penitenciário da Secretaria de Justiça (Sejus) do Estado do Ceará chegarem ao final do certame. No pedido de Suspensão de Segurança (SS) 3411, o governo do Ceará alegou a existência de lesão à segurança pública, dado que as liminares impugnadas “acabam por inviabilizar o certame, forçando a Administração pública a adotar medidas paliativas de pouca efetividade no combate à violência nos presídios”. E isso, segundo ele quando o concurso em referência busca justamente melhorar a segurança nos estabelecimentos prisionais.DecisãoAo indeferir o pedido, a presidente do STF alegou que as liminares deferidas em favor de alguns candidatos não impedem a nomeação dos demais aprovados e lembra, neste contexto, que a jurisprudência do STF é no sentido de que não basta a mera alegação de lesão, sendo necessária “a comprovação inequívoca de sua ocorrência”. Ademais, disse não haver, a primeira vista, ilegalidade nos atos (liminares do TJ-CE) atacados. Quanto ao exame psicotécnico, observou que, segundo decisão da Segunda Turma do STF, “a orientação deste Tribunal é firme no sentido da possibilidade da cobrança do exame psicotécnico em concurso público, desde que estabelecido por lei e que tenha por fundamento critérios objetivos, inclusive com a possibilidade de reexame”. E cita vários precedentes no mesmo sentido. Quanto à investigação social, ela cita parecer do ministro Cezar Peluso no julgamento do Recurso Especial (RE) 427.378, segundo o qual “é antigo o entendimento da Corte no sentido da impossibilidade de exclusão de candidato de concurso público apenas por não preencher os requisitos sociais”. Alegou, ademais, que a reprovação de um candidato na investigação social não era razoável, vez que um processo de lesão corporal culposa contra ele foi extinto sem julgamento de mérito e ele apresentou atestado de bons antecedentes, enquanto o governo do Ceará não comprovou as imputações que, segundo ele, constam contra o candidato.

Quarta-feira, 26 de Dezembro de 2007Governador de São Paulo questiona lei que institui Conselhos Gestores de Saúde

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), ajuizou no Supremo Tribunal Federal (STF) Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4000, questionando a Lei estadual 12.516/2007, que institui Conselhos Gestores de Saúde no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde). Nos autos, o governador afirma que vetou integralmente o projeto de lei, de iniciativa parlamentar, aprovado na Assembléia Legislativa do estado. O veto, contudo, foi rejeitado e o projeto convertido na lei questionada. Para Serra, no direito constitucional vigente, matérias que tratam do funcionamento da administração pública podem ser reguladas tanto por dispositivo editado pelo chefe do executivo quanto por meio de lei, de iniciativa também do Poder Executivo. Conforme entendimento do próprio Supremo Tribunal Federal, ressalta o governador, estes parâmetros também são aplicados aos estados-membros. Dessa forma, prossegue Serra, como a Lei 12.516/2007 dispõe sobre a organização e funcionamento da administração centralizada e autárquica do estado, a norma não poderia ser de iniciativa parlamentar, como ocorreu, já que a matéria é de iniciativa privativa do Poder Executivo, “do que resulta a inconstitucionalidade formal tipológica do ato legislativo”, conclui o governador paulista. José Serra pede a concessão de medida cautelar para suspender a lei 12.516/2007, uma vez que seus “efeitos deletérios no tocante à

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organização e funcionamento da administração estadual logo se farão sentir, acaso não obstados de imediato”. No mérito, a ação pede a declaração da nulidade da lei paulista.

Notícias do Superior Tribunal de Justiça

30 de Janeiro de 200808h27 Pedido de prisão preventiva na fase inicial do processo exige justificativa minuciosa

29 de Janeiro de 200813h03 Acusada de vender drogas para adolescentes em colégios continua presa 12h11 STJ nega liminar a envolvido em roubo de cargas em São Paulo 10h58 Condenado por crime de tortura perde cargo automaticamente, sem necessidade de justificação

28 de Janeiro de 200812h47 Mantida prisão do acusado de chefiar quadrilha que vendia vagas em universidades 11h59 Estudantes gaúchos acusados de tráfico de drogas continuarão presos preventivamente

25 de Janeiro de 200809h38 Prefeito de município baiano é mantido no cargo

24 de Janeiro de 200812h01 Suposto integrante de sindicato da morte em Minas Gerais continuará preso preventivamente 09h19 Cônjuge pode solicitar informações funcionais sobre esposo falecido

23 de Janeiro de 200813h54 STJ nega pedido de acusado de tráfico de drogas para recorrer em liberdade 11h57 Homem de 60 anos acusado de exploração sexual de menor tem liminar negada 09h51 Sociedade de apenas dois sócios pode ajuizar ação contra um deles sem prévia reunião dos cotistas 08h21 Portador de visão monocular é beneficiário de vaga em cargo público

22 de Janeiro de 200811h51 Taxista gaúcho acusado de tráfico de drogas vai permanecer na prisão 10h43 Homem que matou ex-mulher por ciúme vai continuar preso 09h57 STJ nega liminar a acusado de tráfico de drogas no Acre 08h35 Ex-diretor da Polícia Federal vai receber R$ 80 mil de indenização por crime de imprensa

21 de Janeiro de 200812h17 Empresário acusado de estelionato, falsidade ideológica e formação de quadrilha tem liminar indeferida 10h51 STJ não julga ação declaratória que discute dívida de salários a funcionários municipais 09h29 Acusado de integrar quadrilha que roubava em boates de Brasília continuará preso

18 de Janeiro de 200811h59 STJ nega seguimento ao pedido de candidata que alcançou pontuação em concurso 08h25 Medicamentos para portador de doença neurológica devem ser fornecidos pelo GDF

17 de Janeiro de 200812h30 Tribunal nega seguimento ao pedido de servidora aposentada para receber gratificação dos ativos 09h55 Mantida a prisão de policial militar acusado de associação ao tráfico de drogas

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08h22 Estudante de Direito que não fez prova do Enade não será diplomado

16 de Janeiro de 200809h43 Empresa telefônica terá que fornecer dados cadastrais de usuários para o MPF

15 de Janeiro de 200815h11 STJ nega liminar a acusado de suposta prática ilegal da medicina e de aborto 12h15 Acusado de porte ilegal de arma e de drogas continuará preso

14 de Janeiro de 200812h43 Advogados de Fernando Sarney podem ter acesso a inquérito sob segredo de justiça 11h18 Diretor presidente da AVS Seguradora não poderá representar a empresa 09h48 Apesar de não ser mais obrigatório, exame criminológico pode ser pedido por juiz

11 de Janeiro de 200812h44 Cooperativa de policiais permanece impedida de prestar serviço de segurança privada 11h29 Discussão salarial de contratado sem concurso é da competência da Justiça trabalhista

10 de Janeiro de 200810h59 Justiça Federal e Estadual podem julgar exploração de bingos em SC 09h42 Tribunal de Justiça não pode impedir que agravo de instrumento chegue ao STJ 08h27 Na falta de estabelecimento adequado, pena deve ser cumprida em prisão domiciliar

09 de Janeiro de 200812h45 Condenado por pedofilia tem pedido para apelar em liberdade negado 08h29 Mera contrariedade pelo bloqueio de linha telefônica não causa dano moral indenizável

08 de Janeiro de 200812h21 Presidente do STJ mantém prisão preventiva de acusado de participar de roubo de tratores 11h30 Telesp não consegue impedir que juizados especiais julguem legalidade de assinatura básica 08h24 Mantida licitação de microônibus para o transporte público do Distrito Federal

07 de Janeiro de 200815h53 Peticionamento eletrônico será ampliado para todos os tipos de processos 08h24 Pensão por invalidez não integra a partilha na separação judicial

04 de Janeiro de 200812h47 STJ nega pedido de defesa de Cacciola para ser intimada pessoalmente 11h55 Réu tem direito de apelar em liberdade se for condenado a regime semi-aberto 08h43 Recusa de plano de saúde à cobertura médica é causa de danos morais

03 de Janeiro de 200812h45 Obrigações ao portador da Eletrobrás não servem como penhora

02 de Janeiro de 200808h44 União só deve indenizar cobertura florestal se área desapropriada puder ser explorada economicamente

27 de Dezembro de 200714h19 Honorários contratados com sociedade de advogados têm caráter alimentar

30/01/2008 - 08h27Pedido de prisão preventiva na fase inicial do processo exige justificativa minuciosa

É dever do juiz de Direito demonstrar, com dados concretos extraídos do processo, a necessidade de determinar a prisão preventiva do acusado na fase inicial da ação. Com esse entendimento, o vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça, no exercício da presidência, ministro Francisco Peçanha Martins, concedeu liminar em habeas-corpus para revogar o decreto prisional contra A.B.A.N. Segundo o ministro, o pedido de prisão feito pelo Ministério Público do Estado do Paraná não explicitou a participação do acusado em crime de formação de quadrilha e corrupção, apenas indicando que ele seria empregado de J.R.P., o suposto chefe de um esquema que explora o jogo do bicho e o comércio de máquinas caça-níqueis na cidade de Londrina. De acordo com a denúncia do Ministério Público (MP), embasada em investigações policiais, J.R.P. é um dos sócios de uma organização criminosa que pratica jogos de azar. A.B.A.N. é funcionário de J.R.P e estaria foragido para não prestar declarações à Polícia a respeito dos crimes praticados, prejudicando o andamento do processo. Para o MP, o pedido de prisão preventiva do acusado garantiria a aplicação da lei penal, agilizando os trâmites processuais. Entretanto o ministro Peçanha Martins não encontrou no decreto de prisão fundamentos que justificassem a medida. “A custódia do

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paciente baseia-se tão só no fato dele não ter sido encontrado para prestar declarações à polícia acerca do envolvimento de seu patrão em suposta prática de jogo do bicho e exploração de máquina caça-níquel. O mandado de prisão carece de adequada e legal fundamentação, uma vez que a mera relação empregatícia do paciente com um suposto infrator não demonstra indício de autoria suficiente para justificar a medida excepcional que é a prisão preventiva.” Na decisão, Peçanha Martins destacou precedentes do STJ e do Supremo Tribunal Federal no sentido de que a fuga do réu e a garantia de aplicação da lei penal não constituem bases legais para o decreto de prisão preventiva, sobretudo num pedido “genérico, sem alusão a dados específicos da causa”. O ministro deferiu a liminar em habeas-corpus determinando a imediata expedição de contramandado de prisão em favor de A.B.A.N. Mas salientou que o decreto prisional pode ser solicitado novamente se ficar comprovada, de forma concreta e justificada, a necessidade de tal medida cautelar.

29/01/2008 - 13h03Acusada de vender drogas para adolescentes em colégios continua presa

A presidência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou o pedido de liminar em habeas-corpus de R.F.T., acusada de vender crack e cocaína a adolescentes no município de Passo Fundo, Rio Grande do Sul. A acusada e mais dois cúmplices foram presos em flagrante, em maio de 2007, acusados de infringir os artigos 33 (associação para venda de entorpecentes) e 40, incisos III e VI (venda de drogas para adolescentes), da Lei n. 11.343, de 2006. O grupo agiria nas proximidades do Colégio Objetivo e da Escola Estadual Protásio Alves. A defesa da ré entrou com pedido de habeas-corpus na Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), que foi negado por unanimidade. Impetrou, então, outro habeas-corpus no STJ. Alega que haveria constrangimento ilegal, já que a ré, quando foi presa, não tinha nenhuma droga em seu poder, não tendo sido apresentada qualquer outra prova nos autos. Segundo a defesa, isso descaracterizaria o flagrante. Além disso, a ré estaria presa há quase 250 dias, um prazo muito acima do razoável para a instrução criminal. Segundo a defesa R.F.T. também teria todas as condições para a concessão da liberdade provisória, como endereço conhecido, bons antecedentes e trabalho lícito. Teria dependentes e precisaria tomar medicação controlada por sofrer de depressão. Em sua decisão, o ministro presidente Raphael de Barros Monteiro considerou não haver flagrante irregularidade que justifique a concessão do habeas-corpus. O ministro concordou com a decisão do TJRS, segundo a qual a manutenção da prisão em flagrante nesse tipo de delito atenderia ao imperativo de garantir a ordem pública. Quanto à questão do prazo, o ministro observou que ele pode ser estendido levando-se em conta as peculiaridades do caso concreto. Com essa fundamentação, o ministro negou o pedido.

29/01/2008 - 12h11STJ nega liminar a envolvido em roubo de cargas em São Paulo

A Presidência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o pedido de liminar em habeas-corpus a L.B., acusado de participar de uma quadrilha de roubo de cargas e caminhões na região de Guarulhos, São Paulo. O réu foi preso em 17 de abril do último ano, quando foram encontrados, em um galpão de sua propriedade, quatro caminhões roubados. Na ocasião L.B. alegou que os veículos seriam de responsabilidade do mecânico S.G.S., que admitiu negociar as cargas roubadas. Entretanto o mecânico afirmou que L.B. receberia porcentagem do produto dos crimes. A defesa do acusado alegou que haveria constrangimento ilegal na prisão, já que o prazo do inquérito policial e da decisão do tribunal já teria superado o razoável (mais de 200 dias), prolongando a detenção indefinidamente. Isso desrespeitaria o inciso LXV e LXVIII do artigo 5º da Constituição Federal, que garantem o direito à liberdade provisória, e ainda os artigos 648 e 660 do Código de Processo Penal. A defesa afirmou também que o produto do roubo foi encontrado em imóvel alugado para terceiros e que apenas mantinha um quarto para seu uso pessoal no galpão. Em sua decisão, o ministro Raphael de Barros Monteiro Filho negou o pedido de liminar em habeas-corpus, considerando não haver flagrante ilegalidade na prisão para justificá-lo. Além disso, pelo que ficou estabelecido nos autos, a demora não teria sido por desinteresse do juízo, já que houve alguns acidentes processuais, como um juiz que se declarou suspeito para julgar e acúmulo de trabalho de outros magistrados sorteados para o caso. O ministro determinou o encaminhamento do caso ao Ministério Público Federal.

29/01/2008 - 10h58Condenado por crime de tortura perde cargo automaticamente, sem necessidade de

justificaçãoA Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou o entendimento de que não é necessária motivação na sentença de condenação por crime de tortura (Lei n. 9.455/97) para a perda do cargo, função ou emprego público. Outro efeito automático e obrigatório de tal condenação é a interdição para a prática de outra função pública por período duas vezes mais longo do que o tempo da pena privativa de liberdade. A questão foi decidida por unanimidade, segundo o voto da relatora, ministra Laurita Vaz, que negou o pedido de policial militar que pretendia obter a anulação da perda do cargo e da interdição de exercício sob

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a alegação de ausência de motivação específica. Em sua defesa, o PM alegou afronta ao artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal. Ele foi condenado à pena de três anos e seis meses de reclusão em regime fechado pela prática do crime de tortura. Em seu voto, a relatora explica que a necessidade de motivação para a perda do cargo, função ou emprego público é estabelecida no artigo 92, inciso I, do Código Penal. Na Lei de Tortura é efeito automático da condenação e não depende de fundamentação. O entendimento da ministra reforça a jurisprudência do STJ.

28/01/2008 - 12h47Mantida prisão do acusado de chefiar quadrilha que vendia vagas em universidades

Decisão unânime da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) mantém na prisão O. V. de M., acusado de ser o mentor intelectual de quadrilha especializada na venda de vagas em universidades. O grupo vendia vagas em pelo menos duas universidades federais brasileiras: a Universidade Federal Fluminense e a Universidade Federal de Pelotas, além de terem iniciado procedimentos para o comércio de vagas em instituições de ensino superior na Argentina e Bolívia. Segundo a relatora do processo, ministra Laurita Vaz, a prisão preventiva do mentor da quadrilha é necessária para se interromper a atividade criminosa e impedir a destruição de documentos. Para ela, o papel desempenhado por O. de M. dentro da organização criminosa justifica a sua segregação. “O objetivo é garantir a ordem pública e a instrução criminal”, explica. O acusado foi detido em 2 de maio de 2007. Ameaças gravadas por meio de interceptações telefônicas também demonstraram risco de vida para pilotos (pessoas que faziam as provas no lugar dos candidatos), caso o acusado fosse solto. Consta no processo que os integrantes da quadrilha cogitavam a morte de piloto que fosse reprovado nos exames. Tais provas foram utilizadas pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região para negar os pedidos de liberdade dos mentores da organização criminosa. Ao analisar a questão, a relatora afastou a alegação do impetrante de que a argumentação do Tribunal seria abstrata e sem vinculação com os elementos dos autos. Em seu voto, a ministra confirma a real indispensabilidade da prisão preventiva.

28/01/2008 - 11h59Estudantes gaúchos acusados de tráfico de drogas continuarão presos preventivamente

Três universitários gaúchos autuados em flagrante pela suposta prática de crime de tráfico de drogas continuarão presos preventivamente. A decisão é do vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Francisco Peçanha Martins, no exercício da Presidência, que lhes negou o pedido de liminar em habeas-corpus. Segundo o ministro, não cabe habeas-corpus contra decisão de Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (TJRS) que denegou a liminar em outro habeas-corpus, sob pena de indevida supressão de instância. Segundo consta no processo, o flagrante ocorreu após a investigação policial que se iniciou devido à denúncia de vizinhos dos universitários, que, ao avistarem os policiais, tentaram se desfazer da droga jogando-a pela janela do prédio. A substância, maconha, caiu no terreno ao lado do prédio, em um local de difícil acesso, sendo necessário o auxílio dos bombeiros para recuperá-la. A defesa dos três jovens alega que eles são pessoas íntegras, de bons antecedentes, que jamais responderam a qualquer processo criminal. Alega, ainda, o fato de que os acusados possuem endereço certo, onde residem com suas famílias. Sustenta que os acusados são usuários de substâncias entorpecentes há pouco mais de um ano e suas famílias os vêm auxiliando em sua recuperação e não deveriam ter sido autuados como traficantes, e sim como meros usuários que tentam largar a dependência. Em sua decisão, o ministro Peçanha Martins, de acordo com a pacífica jurisprudência do STJ e com a súmula nº 691 do Supremo Tribunal Federal (STF), considerou que, salvo em excepcional hipótese de ilegalidade manifesta ou abuso de poder, não cabe habeas-corpus contra decisão que denega a liminar, no caso a decisão do TJRS, sob pena de indevida supressão de instância.

25/01/2008 - 09h38Prefeito de município baiano é mantido no cargo

O prefeito do município de Sítio do Quinto (BA), José Oliveira Santos, continuará a exercer o cargo político. A decisão é do vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Francisco Peçanha Martins, no exercício da Presidência, ao suspender a decisão de liminar do juiz de direito da Comarca de Jeremoabo (BA) que havia afastado o prefeito por 90 dias. O ministro entende que o afastamento só poderá ocorrer por julgamento político da Câmara de Vereadores, em processo de “impeachment”, ou com o trânsito em julgado da sentença condenatória. Inicialmente, o Ministério Público da Bahia ajuizou uma ação civil pública por ato de improbidade administrativa. O pedido de liminar foi deferido pelo juiz de Direito de Jeremoabo para afastar, pelo prazo de 90 dias, José de Oliveira Santos do cargo de prefeito municipal de Sítio do Quinto. Irresignados, o referido município e o prefeito afastado requereram a suspensão da decisão à Presidência do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJBA), que o deferiu. Contra essa medida, o vice-prefeito de Sítio do Quinto interpôs agravo interno, que foi provido pelo Pleno do TJBA, restabelecendo o afastamento determinado pelo magistrado. Daí este novo pedido de suspensão formulado por José Oliveira Santos com base no artigo 4º, parágrafo 4º, da Lei n. 8.437/1992, sob a alegação de lesão à ordem pública. Alega, em preliminar, que possui legitimidade ativa ad causam. Sustenta a incompetência do magistrado

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em face do foro privilegiado do agente político. Assevera que é evidente o risco de dano à ordem pública, porque, em face das decisões concedidas, houve alternância por três vezes na chefia do poder municipal. Na sua decisão, o ministro Peçanha Martins afirma que a Lei n. 8.429/92, artigo 20, é clara quando diz que ocorrerá a suspensão dos direitos políticos após o trânsito em julgado da sentença condenatória. Segundo ele, a aplicação da regra do parágrafo único representaria a interrupção do mandato eletivo conferido pelo povo. E, na democracia, somente o povo, pelo seu órgão representativo, no caso a Câmara de Vereadores, é que pode, a seu tempo e modo, determinar o afastamento. Para o ministro, o afastamento da função previsto no parágrafo único do artigo 20 só se pode aplicar ao servidor público comum, não ao titular de mandato político, por isso mesmo que a culpabilidade e a suspensão dos direitos políticos só poderão ocorrer com o trânsito em julgado da sentença condenatória.

24/01/2008 - 12h01Suposto integrante de sindicato da morte em Minas Gerais continuará preso preventivamente

Continuará preso preventivamente o lavrador J.S.S, acusado de homicídio consumado no Córrego do Dourado, na cidade de Tarumirim (MG). O crime causou grande repercussão na cidade e há indícios de acerto de contas por parte de uma organização criminosa. A presidência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o pedido de liminar com o qual sua defesa requeria a revogação da prisão preventiva, solicitação também negada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público, Adriano – o sobrevivente – estaria envolvido no esquema criminoso que vem sendo denominado “Sindicato da Morte”. Ele seria o executor de vários homicídios supostamente encomendados por “João Caboclo”, irmão de J.S.S. De acordo com as investigações, Adriano e Mauro foram à cidade cobrar uma dívida de J.S.S. e, ao chegarem à sua propriedade, foram recebidos a tiros, o que resultou na morte de Mauro. Adriano, apesar de ferido, conseguiu escapar e apresentou-se à Polícia. No pedido de liminar, a defesa de J.S.S. sustenta causa excludente de ilicitude no ato praticado (legítima defesa) e a fragilidade das alegações da acusação relativas à existência de organização criminosa da qual o lavrador seria integrante. Alega, também, a fragilidade do estado de saúde do paciente e a inexistência de fundamentos para a decretação da preventiva. Com isso, requer a revogação da prisão cautelar. Em sua análise, o ministro presidente Raphael de Barros Monteiro Filho afirma que não se verifica flagrante ilegalidade no acórdão impugnado que permita a concessão da liminar. O ministro ressalta que o voto condutor do acórdão deixou assentado, além dos motivos expostos na decisão de primeira instância, que “a gravidade do crime praticado evidencia a periculosidade do agente envolvido, tornando necessária a custódia preventiva, não só como medida de resguardo da ordem pública, mas, sobretudo, como acautelamento do meio social”. Segundo o ministro, não há flagrante constrangimento ilegal, motivo pelo qual indeferiu a liminar.

24/01/2008 - 09h19Cônjuge pode solicitar informações funcionais sobre esposo falecido

O cônjuge sobrevivente é parte legítima para propor habeas data (tipo de processo) com o objetivo de obter informações documentais a respeito do falecido, em caso de recusa ou demora do órgão detentor dos registros em conceder os documentos solicitados. A conclusão é da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O relator do caso foi o ministro Arnaldo Esteves Lima, presidente da Turma. O ministro concedeu o pedido a Olga Serra, viúva de um militar, para que o Ministério da Defesa encaminhe informações funcionais do falecido no prazo de 30 dias. Olga Serra fez o pedido administrativamente, há mais de um ano, mas não recebeu a documentação solicitada. O habeas data é um tipo de ação prevista na Constituição Federal de 1988, para que seja reconhecido o direito da pessoa interessada de acessar registros sobre ela existentes, retificar informações incorretas e complementar dados. Documentos funcionais Em setembro de 2005, a viúva solicitou ao Ministério de Estado da Defesa cópia de todos os registros e documentos sobre a vida funcional do marido, em especial os relacionados ao curso realizado na Escola de Sargentos Aviadores da Aeronáutica. À espera da documentação há mais de um ano, a viúva decidiu entrar com um habeas data contra o ministro de Estado da Defesa para que a autoridade concedesse as informações. O ministro da Defesa contestou a ação. Em princípio, a defesa oficial alegou não ser parte legítima para responder ao processo. Além disso, segundo o ministro, Olga Serra também não seria parte legítima para propor a ação, pois o direito protegido pelo habeas data é personalíssimo, ou seja, só pode ser solicitado pelo titular das informações. Em sua defesa, o ministro argumentou, ainda, que a demora no fornecimento dos dados ocorreu em virtude da antiguidade dos registros, de difícil transcrição, “cujas cópias reprográficas são praticamente ilegíveis”. Segundo o dirigente, assim que disponibilizados os documentos pela Subdivisão de Pessoal daquele órgão, eles serão encaminhados à Consultoria Jurídica Adjunta do Comando da Aeronáutica.

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Direito às informaçõesO ministro Arnaldo Esteves Lima acolheu o pedido de Olga Serra e determinou ao ministro da Defesa que forneça os dados solicitados no prazo de 30 dias. Para o relator, a viúva é parte legítima para propor a ação. Segundo o ministro, apesar de o pedido não se referir a informações sobre a própria autora do processo, mas de seu falecido marido, “deve a ordem ser concedida, uma vez que lhe negar tal direito importaria ofender o próprio escopo da norma constitucional, cujo conhecimento poderá refletir no patrimônio moral e financeiro da família do falecido”. Além disso – salientou o ministro –, “verifica-se que a demora da autoridade impetrada em atender o pedido formulado administrativamente pela impetrante – mais de um ano – não pode ser considerado razoável, ainda mais considerando-se a idade avançada da impetrante – 82 anos”. O relator destacou trecho do parecer do Ministério Público Federal no mesmo sentido de seu entendimento. “Embora inexista recusa no fornecimento dos documentos e a demora seja, inicialmente escusável, o longo tempo já decorrido justifica o deferimento do habeas data para, nos termos do artigo 13 da Lei 9.507/97, ser determinado prazo para que a autoridade [ministro da Defesa] forneça as cópias solicitadas”. Arnaldo Esteves Lima enfatizou, ainda, a legitimidade do ministro da Defesa para responder ao processo em questão. “O impetrado ao receber o pedido da impetrante e encaminhá-lo ao Comando da Aeronáutica, por meio do ofício nº 10.020, assumiu a obrigação de responder ao pleito, razão pela qual se tornou parte legítima para figurar no pólo passivo da demanda, em face da teoria da encampação” (aplica-se ao habeas data, quando o impetrado é autoridade hierarquicamente superior aos responsáveis pelas informações pessoais referentes ao impetrante e, além disso, responde na via administrativa ao pedido de acesso aos documentos).

23/01/2008 - 13h50STJ nega pedido de acusado de tráfico de drogas para recorrer em liberdade

A Presidência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) indeferiu o pedido de liminar em habeas-corpus feito pela defesa de S.G.C. para que ele pudesse recorrer da sentença condenatória em liberdade. O acusado foi condenado à pena de seis anos de reclusão em regime fechado por tráfico de drogas. A Polícia investigou o réu e realizou uma operação de busca e apreensão em sua residência, onde foram encontradas porções de substâncias entorpecentes. Ele não foi encontrado na ocasião, por isso o juiz decretou a prisão preventiva. Mesmo tendo sido citado por edital, o réu não compareceu à audiência designada, levando à suspensão do processo. No dia 06/07/2006, S.G.C. foi preso em flagrante por tráfico de drogas em Figueirópolis, Tocantins, o que permitiu que o processo retomasse o curso normal. Ao final da instrução, o réu foi condenado a seis anos de reclusão em regime fechado e foi determinada sua prisão. A defesa de S. alega que o juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca de Rialma (GO) não observou que o réu já se encontrava solto por força de decisão proferida em habeas-corpus no STJ e proferiu decisão genérica, não revelando os motivos de sua decisão. O presidente do STJ, em sua decisão, considerou que não se verifica o constrangimento ilegal apontado, uma vez que os motivos expostos na sentença emitida pelo Tribunal de origem são suficientes para fundamentar a prisão do réu, decretada para a garantia da ordem pública, uma vez que ficou demonstrada a propensão do réu para a prática de crimes. O mérito do habeas-corpus será julgado pela Sexta Turma sob a relatoria da desembargadora convocada Jane Silva.

23/01/2008 - 11h57Homem de 60 anos acusado de exploração sexual de menor tem liminar negada

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Raphael de Barros Monteiro Filho, negou pedido de liminar em habeas-corpus impetrado pelo comerciante H.N.A.C., de 60 anos. Morador de São Francisco de Assis, no Rio Grande do Sul, ele foi preso por suposta prática de atentado violento ao pudor contra um menor de idade. A acusação da prática do crime foi denunciada por meio de um telefonema anônimo. Assim, no dia 26 de novembro de 2007, a Polícia Militar e o Conselho Tutelar se deslocaram até a residência do acusado, que foi encontrado na companhia da criança. O homem foi preso em flagrante sob a acusação da prática de corrupção de menores. O Ministério Público requereu a homologação do flagrante e a decretação da prisão preventiva do acusado. O pedido foi acolhido pela magistrada de primeiro grau. No pedido de habeas-corpus, encaminhado ao STJ contra o acórdão da 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (TJ-RS), a defesa requereu que o acusado respondesse à acusação em liberdade. Para tal, sustentou que ele estaria sofrendo constrangimento ilegal por ser indevida a sua prisão preventiva. Na análise do caso, o presidente do STJ entendeu não se verificar o constrangimento ilegal apontado, compreendendo que os motivos expostos no acórdão são suficientes para fundamentar a prisão, a qual foi mantida por conveniência da instrução criminal e garantia da ordem pública. Ressaltou ainda que, de acordo com o que se depreende dos autos, “a vítima, em duas oportunidades diversas, narrou ter medo do réu, que, inclusive, teria ofertado ameaças de morte caso o fato (...)” se tornasse público. O ministro ressaltou que a apreciação do pedido de concessão de liminar demanda, em princípio, o exame de fatos e provas, algo incompatível com o caso de habeas-corpus. Dessa forma, o presidente do STJ indeferiu a liminar, solicitando informações e determinando vista ao Ministério Público Federal. O mérito do habeas-corpus ainda será julgado pela Sexta Turma do STJ, sob a relatoria do ministro Paulo Gallotti.

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23/01/2008 - 09h51Sociedade de apenas dois sócios pode ajuizar ação contra um deles sem prévia reunião dos

cotistasSociedade limitada composta de apenas dois sócios pode ajuizar ação de responsabilidade contra um dos sócios-gerentes, sem necessidade de prévia reunião dos cotistas. Com esse entendimento, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu, por unanimidade, prover o recurso especial da Indústria de Móveis Moro Ltda para determinar o prosseguimento da ação indenizatória contra um dos sócios. No processo, a Indústria de Móveis Moro pediu na Justiça que André Alexandre Bortolosso, detentor de 50% do capital social da empresa, Larri Cusin, Euclides Longhi, Ivo Cusin e Decormóvel Indústria de Móveis Ltda. fossem condenados a devolver valores que teriam sido desviados, de forma ilícita, da atividade normal da Móveis Moro. O juízo de primeiro grau considerou que a sociedade, tendo apenas dois sócios, deixou de preencher um dos pressupostos de existência e desenvolvimento válido do processo, ou seja, a autorização prévia, para a propositura da ação, da maioria dos cotistas em conformidade com o artigo 159 da Lei de Sociedades Anônimas. Ambas as partes apelaram e o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul manteve a sentença. A Indústria de Móveis Moro Ltda. interpôs, recurso especial no STJ, sob o argumento de violação dos artigos 10 e 18 do Decreto 3.708/19, porque há disposição específica a respeito da responsabilidade dos sócios-gerentes no regime legal das sociedades por cotas limitadas. E, dessa forma, seria desnecessária a aplicação subsidiária da Lei de Sociedades Anônimas e dos artigos 115 e 159 da Lei 6.404/76, tendo em vista que seria desnecessária a reunião quando a sociedade é composta por apenas dois sócios e um encontra-se impedido de votar. Para a ministra Nancy Andrighi, tanto a sentença quanto o acórdão viram na inicial uma demanda proposta pela sociedade contra seu administrador para se ver ressarcida de prejuízos próprios. Segundo a ministra, o desafio que se apresentou foi obter a interpretação sistemática mais condizente com o espírito do direito societário e identificar se os poucos comandos normativos contidos nos artigos 10 e 11 do Decreto 3.708/19 são suficientes ao julgamento do feito ou se, ao contrário, reclamam complementação. Dispondo sobre a mesma ordem de problemas, a Lei das Sociedades Anônimas estabelece que os administradores responderão, perante a sociedade, por sua negligência. A ministra entendeu também que o contrato social não prevê a existência de conselho de administração, de conselho consultivo, de conselho fiscal e tampouco exige a aprovação prévia da reunião de cotistas para que seja tomada qualquer decisão administrativa. Por isso, caso seja imposta a realização da reunião, as partes haveriam de se deparar com o problema do empate. Nancy Andrghi entendeu que, se a particular situação jurídica da sociedade revela que as decisões dos cotistas poderiam ser tomadas de maneira informal, exceto quando se referiam à própria alteração do contrato social, também não deve se exigir reunião de cotistas para o ajuizamento de ação de responsabilidade contra o administrador. Dessa forma, deu provimento ao recurso especial para afastar a extinção do processo em julgamento de mérito e determinar o prosseguimento da ação indenizatória.

23/01/2008 - 08h21Portador de visão monocular é beneficiário de vaga em cargo público

O zootecnista F.C.N., portador de visão monocular, nomeado para cargo público, foi reconhecido como beneficiário do direito de tomar posse nas vagas reservadas a deficientes para o cargo de agente de Inspeção Sanitária e Industrial de Produtos de Origem Animal. A decisão é do vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Francisco Peçanha Martins, que deferiu o pedido de liminar em mandado de segurança contra o ato do ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que não o enquadrava como deficiente. O zootecnista submeteu-se ao concurso na condição de deficiente, pois possui visão em apenas um dos olhos. Aprovado na terceira colocação, foi nomeado para o cargo, devendo apenas realizar exames de aptidão na localidade onde, futuramente, exerceria as suas funções. No entanto, ao realizar os exames, a junta médica responsável entendeu que ele não se enquadrava na condição de deficiente visual estabelecida no artigo 4º do Decreto nº 3.298/1999. Com o não-enquadramento, a junta médica encaminhou um pedido de orientação ao Ministério no dia 11 de janeiro de 2008, de cuja resposta não se tem notícia. Entretanto, no dia 15 de janeiro de 2008, o ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento convocou os candidatos nomeados para tomar posse até o dia 25 de janeiro de 2008, não tendo sido convocado o zootecnista. Com o mandado de segurança, requer a concessão de medida liminar para determinar a autoridade coatora o inclua no rol dos convocados para tomar posse no cargo público para o qual foi regularmente aprovado, na vaga de deficiente e na forma da portaria de nomeação, evitando que se torne inútil o pronunciamento final a seu favor. Em sua decisão, o ministro Peçanha Martins vislumbrou a presença dos requisitos autorizadores da medida liminar prevista no artigo 7º, II, da Lei n. 1.533/1951. Com isso, determinou que ele tome posse no cargo de agente de Inspeção Sanitária e Industrial de Produtos de Origem Animal e participe do curso de treinamento previsto no edital do certame, até que seja julgado o presente mandado de segurança.

22/01/2008 - 11h51Taxista gaúcho acusado de tráfico de drogas vai permanecer na prisão

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Raphael de Barros Monteiro Filho, indeferiu

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pedido de liminar em habeas-corpus em favor do taxista L. S. T., preso em flagrante por prática de tráfico de entorpecentes, para que ele tivesse o direito de responder à instrução criminal em liberdade. No dia 7 de novembro de 2007, a Polícia Civil de Tramandaí (RS) recebeu a denúncia de que o taxista, que já possui antecedentes policiais pelo mesmo crime, condenação e passagens pelo sistema prisional, entregaria drogas na Avenida Beira Mar. Quando os policiais tentaram abordar dois indivíduos que consumiam droga e L.S.T., todos tentaram fugir correndo. No entanto os policiais conseguiram deter o taxista e apreenderam cocaína no interior do seu carro, sob o carpete, próximo aos pedais. O Ministério Público do Rio Grande do Sul sustenta que a materialidade das infrações penais está suficientemente comprovada pelo auto de apreensão, pelas fotografias digitais, bem como pela prova testemunhal e, por isso, opina pela manutenção da prisão cautelar. “O tráfico de drogas é delito insidioso e sua prática compulsiva, reiterada e clandestina, capaz de corromper as pessoas e fragilizar as instituições, além, evidentemente, de atentar contra a saúde pública. O paciente, aliás, carrega consigo decisão condenatória definitiva por tráfico de droga. Os fatos demonstram assim que, em liberdade, o paciente atenta contra a ordem pública”, afirma o ministro Raphael de Barros Filho. O mérito do habeas-corpus será julgado pela Sexta Turma do STJ, sob a relatoria do ministro Hamilton Carvalhido.

22/01/2008 - 10h43Homem que matou ex-mulher por ciúme vai continuar preso

O presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Raphael de Barros Monteiro Filho, negou pedido de liberdade provisória feito pela defesa de Antônio Aparecido da Silva. Ele está preso por ter assassinado a ex-mulher, Geni Rodrigues da Silva, em 2007, no estado de São Paulo. Segundo a denúncia, Antônio Silva convidou a ex-mulher para um passeio e dentro do carro atirou cinco vezes contra ela, causando sua morte. Depois, jogou o corpo de cima da ponte que liga os municípios paulistas de Atibaia e Piracaia. Ao negar liberdade provisória a Antônio Silva, o Tribunal de Justiça de São Paulo considerou que o crime foi cometido por motivo fútil (ciúme), de forma premeditada e mediante dissimulação. Entendeu também que a natureza e a gravidade do crime demonstram ausência de barreiras morais e a periculosidade do preso, permitindo supor que, em liberdade, ele poderia colocar em risco a ordem pública. No habeas-corpus com pedido de liminar impetrado no STJ, a defesa de Antônio Silva alegou que não existem os requisitos que autorizam a prisão preventiva porque a instrução criminal já estava concluída. O ministro Barros Monteiro negou a liminar por entender que o acórdão do tribunal paulista demonstrou a presença dos requisitos que permitem a prisão preventiva. O mérito do habeas-corpus será julgado pela Sexta Turma do STJ. A relatora é a ministra Maria Thereza de Assis Moura.

22/01/2008 - 09h57STJ nega liminar a acusado de tráfico de drogas no Acre

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o pedido de liminar em habeas-corpus de W.M.R., acusado de envolvimento numa apreensão de 20 quilos de cocaína no Aeroporto Internacional de Rio Branco, Acre, em outubro de 2007. O réu foi citado por duas mulheres, uma delas menor de idade, que transportavam a droga quando foram presas no aeroporto pela Polícia Federal. Posteriormente, ele e outros supostos cúmplices foram presos. A defesa de W.M.R. alega que a prisão em flagrante do acusado teria sido nula já que nenhum entorpecente foi encontrado em seu poder. Segundo a defesa, a prisão não se encaixa nas definições de flagrante, arroladas nos incisos de I a IV do artigo 302 do Código de Processo Penal. A defesa afirmou que a jurisprudência do STJ seria relaxar a prisão em casos em que o flagrante não ficou caracterizado. Também seriam ilegais as decisões da Vara de Delitos Tóxicos e Acidentes de Trânsito da Comarca de Rio Branco e do Tribunal de Justiça do Estado do Acre (TJ/AC) que homologaram a prisão e negaram a liberação do réu. A defesa também destacou que o réu teria endereço conhecido, seria comerciante de carros, teria boa índole e família. Na sua decisão, o ministro presidente Raphael de Barros Monteiro Filho destacou que o pedido de liminar se confundiria com o próprio mérito da impetração, que deve ser analisado pelo tribunal de origem. Além disso, foi ressaltado que o acusado já teria antecedentes por tráfico de drogas.

22/01/2008 - 08h35Ex-diretor da Polícia Federal vai receber R$ 80 mil de indenização por crime de imprensa

A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) deve indenizar em R$ 80 mil o ex-diretor-geral da Polícia Federal Paulo Fernando da Costa Lacerda a título de dano moral pelo crime de difamação. O sindicato foi condenado porque publicou, em seu site, críticas consideradas ofensivas à honra de Paulo Lacerda, com expressões tais como “mesmice do nada, vezes nada ao cubo, multiplicado por zero à esquerda”, “diretor Lamerda”, “corporativismo selvagem”, “energúmero”, “arrogante”, “deletério”, entre outras. A questão chegou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) em agravo apresentado por Paulo Lacerda contra a decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) que, inicialmente, fixou a indenização em R$ 20 mil. O ofendido alegou que o Tribunal não havia considerado a capacidade econômica do ofensor nem a gravidade e a repercussão do dano. Em primeira análise, o relator, ministro Hélio Quaglia, negou provimento ao agravo porque considerou o valor razoável. A decisão monocrática

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impediria que o recurso de Paulo Lacerda fosse analisado pelo STJ. Inconformado, Lacerda apresentou agravo interno pedindo a revisão e foi atendido pelo ministro Quaglia, que reconsiderou a decisão anterior. Ele analisou o recurso especial em sede de agravo e decidiu a questão, aumentando o valor da indenização para R$ 80 mil. Visando à celeridade processual, a legislação permite que o mérito do processo seja analisado no corpo do agravo. O entendimento do ministro Quaglia foi confirmado, por unanimidade, pela Quarta Turma do STJ. Em seu voto, o ministro diz que considerou insuficiente o valor inicial de R$ 20 mil fixado pelo TJDFT e quadruplicou a quantia, acrescida de juros legais desde a época do fato (2003) e correção monetária a partir do julgamento do recurso, em dezembro de 2007, até a data do pagamento. “A fixação da quantia indenizatória levou em consideração o teor das ofensas, a ampla repercussão e as condições do ofensor e ofendido, explica o relator.” O ministro não acolheu os argumentos do sindicato de que as críticas a Paulo Lacerda pretendiam provocar a mobilização da categoria em greve, nem a alegação de incapacidade econômica.

21/01/2008 - 12h17Empresário acusado de estelionato, falsidade ideológica e formação de quadrilha tem liminar

indeferidaO empresário carioca W.L.R., acusado, junto com outros 20 co-réus, de estelionato, falsidade ideológica e formação de quadrilha, continuará preso preventivamente. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o pedido de liminar em habeas-corpus com o qual a defesa sustentava constrangimento ilegal decorrente da prisão. A decisão é do presidente do STJ, ministro Raphael de Barros Monteiro, que afirma serem suficientes os motivos expostos no acórdão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para fundamentar a prisão. Com base na denúncia que resultou na prisão preventiva, o acusado teria contado com a colaboração de outros co-réus, e obtido vantagem ilícita de diversas pessoas naturais e jurídicas. Para estruturar a suposta organização criminosa, diversas empresas foram criadas mediante inúmeras alterações contratuais com dados falsos e utilização de várias identidades e CPF’s de pessoas diferentes e até mesmo inexistentes. Segundo a defesa, a prisão cautelar do empresário foi decretada sem que nenhuma lesão empreendida por ele fosse provada. Alegou que resta, como fundamento para a manutenção do decreto prisional, apenas o fato ser ele irmão do primeiro denunciado. Alega, ainda, que o paciente está sofrendo flagrante constrangimento ilegal e requer a concessão da ordem baseado no princípio da incoercibilidade individual. Ao indeferir o pedido de liminar, o ministro Barros Monteiro afirma que não se verifica o constrangimento ilegal apontado, uma vez que os motivos expostos no acórdão proferido pelo TJ mostram-se, por ora, suficientes para fundamentar a prisão do paciente. O mérito do habeas corpus será julgado pela Quinta Turma, sob a relatoria do ministro Felix Fisher.

21/01/2008 - 10h51STJ não julga ação declaratória que discute dívida de salários a funcionários municipais

Não é da competência do Superior Tribunal de Justiça o julgamento de ação declaratória que discute dívida de funcionários públicos por parte do município. A conclusão é do presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Raphael de Barros Monteiro, ao negar seguimento à Petição protocolada pela defesa de funcionários da cidade de Palmeira dos Índios (AL). Eles estão com salários atrasados de pelo menos 21 meses, além das diferenças resultantes do recebimento de apenas um terço. Os funcionários foram transmudados do regime celetista para o estatutário em decorrência da lei municipal 1.240/91. Segundo a defesa, a transmudação já foi reconhecida pelo próprio STJ, por meio da súmula 137, ao examinar conflito negativo de competência. A petição dirigida ao STJ tinha o objetivo de ver declarada a dívida do município referente a 21 mensalidades de salários, além de um percentual de 30% que também deixou de ser pago, inclusive aos aposentados do município. A situação teve início durante a gestão da prefeita Maria José de Carvalho Nascimento, que ocupou o cargo de 1994 a 1998. Segundo boletim informativo do TCU, de 10 de maio de 2001, a Tomada de Contas especial detectou contas irregulares. Como não foi a única condenação pelo TCU, em 2006 a quantia devida por ela já ultrapassava R$ 1 milhão. Entre as contas irregulares estariam os valores não-repassados do FNDE, da merenda escolar e de uma ponte não-construída. Consta da petição que o Ministério Público entrou com ação civil pública e conseguiu bloquear parte do Fundo de Participação do Município (FPM) para pagar os referidos pagamentos atrasados. O advogado afirmou que a ex-prefeita, no entanto, conseguiu desbloquear os valores e fugido sem pagar ninguém. “Inclusive não entregou as chaves da prefeitura ao sucessor e ainda queimou todos os documentos dos controles das finanças do município”, acrescentou. Após examinar a petição, o presidente do STJ, Barros Monteiro, observou que o pedido é manifestamente incabível. “A competência originária do Superior Tribunal de Justiça encontra-se exaustivamente definida no rol do inciso I do artigo 105 da Constituição Federal, não podendo esta Corte processar e julgar, originariamente, as causas não incluídas no texto constitucional”, afirmou Barros Monteiro.

21/01/2008 - 09h29Acusado de integrar quadrilha que roubava em boates de Brasília continuará preso

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Rapahel de Barros Monteiro Filho, negou pedido

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de liberdade provisória de E.C.A, acusado de participar de quadrilha que roubava de freqüentadores de boates em shows em Brasília. Ele foi preso em flagrante e pretendia reverter a decisão do desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) que indeferiu pedido de liminar. Ao indeferir o pedido de liberdade provisória, o juízo da 3a Vara Criminal de Brasília afirmou que a quadrilha da qual, em tese, o acusado é integrante exerceria violência física para subtrair bens, valendo-se do porte físico avantajado e dos conhecimentos de artes marciais. Participantes da quadrilha, as mulheres usavam sua feminilidade para atrair vítimas do sexo masculino a lugar afastado do público e facilitar o êxito da empreitada criminosa. Após ter seu pedido de liminar em habeas-corpus negado pelo TJDFT, impetrou habeas-corpus no STJ alegando que foi concedida a liminar no TJ a outros dois co-autores, que também haviam sido presos. Além disso, afirmaram também constrangimento ilegal do acusado por falta dos requisitos que autorizariam a prisão preventiva. Para o presidente, ministroRaphael de Barros Monteiro Filho, não há flagrante ilegalidade da decisão do TJDFT, a qual traduz apenas uma análise provisória. Além disso, explicou o ministro, de acordo com a jurisprudência do STJ, salvo em caso de ilegalidade manifesta ou abuso de poder, não cabe habeas-corpus contra decisão que denega a liminar em outro habeas-corpus, sob pena de indevida supressão de instância. Por fim, entendeu que não cabe pedido de concessão de assistência judiciária gratuita, pois não há pagamento de custas nem condenação em honorários em sede de habeas-corpus. Ao negar a liminar, o ministro pediu mais informações ao TJDFT e, após o parecer do Ministério Público Federal (MPF), o mérito do habeas-corpus será julgado pela Sexta Turma do STJ. A relatora do caso será a ministra Maria Thereza de Assis Moura.

18/01/2008 - 11h59STJ nega seguimento ao pedido de candidata que alcançou pontuação em concurso

Candidata que alcançou pontuação na primeira fase, mas não foi classificada em concurso público para procurador da Fazenda Nacional, não poderá participar da segunda fase. A decisão é do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Raphael de Barros Monteiro Filho, ao negar seguimento ao mandado de segurança interposto pela candidata contra ato do advogado-geral da União. O caso chegou ao STJ por meio de mandado de segurança, com pedido de liminar, para garantir à candidata a oportunidade de realizar a segunda fase do concurso. Segundo dados do processo, no dia 28 de outubro de 2007, ela realizou prova objetiva correspondente à primeira fase. No dia 23 de novembro do mesmo ano, o resultado foi divulgado no Diário Oficial da União. Mesmo tendo alcançado pontuação suficiente para ser aprovada e ter preenchido todos os requisitos para aprovação, o nome dela não constou na lista. Em sua defesa, a candidata alegou violação a direito líquido e certo, pois não foi incluída na lista de aprovados da primeira fase do concurso, embora tenha obtido pontuação suficiente para tal feito. Argumentou, ainda, a irresignação, pois nesta mesma lista constam alguns candidatos com nota idêntica a sua. Em sua decisão, o presidente do STJ ressaltou a incompetência da Casa para julgar o processo em análise, já que a autoridade apontada como coatora preside o Conselho Superior da Advocacia-Geral da União, que tem as atribuições conferidas pela Lei Complementar 73/93. Para o ministro, o fato de o advogado-geral da União presidir o citado Conselho, não tem o condão de atrair a competência desta Corte para o julgamento do processo, conforme Súmula 177/STJ “O Superior Tribunal de Justiça é incompetente para processar e julgar, originalmente, mandado de segurança contra ato de órgão colegiado presidido por Ministro de Estado”.

18/01/2008 - 08h25Medicamentos para portador de doença neurológica devem ser fornecidos pelo GDF

O aposentado J.G.V, portador de encefalopatia estática e psicose com alteração de comportamento, teve o seu pedido de obtenção dos medicamentos Rivotril e Quetiapina deferido pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Raphael de Barros Monteiro Filho. O ministro concedeu tutela antecipatória recursal, determinando ao secretário de saúde do Governo do Distrito Federal que volte a fornecer os medicamentos ao aposentado, conforme prescrito no laudo médico (forma contínua e por tempo indeterminado), até o julgamento definitivo do recurso. O caso chegou ao STJ por meio de medida cautelar, com pedido de liminar, para obter efeito suspensivo à decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios que determinou o fornecimento temporário dos medicamentos necessários ao seu tratamento, por um período de apenas oito meses. Em sua defesa, o J.G.V alegou que os remédios são essenciais para a eficácia de seu tratamento, já que sua doença afeta seriamente sua qualidade de vida. Além disso, ele não tem condições para comprá-lo já que recebe apenas um salário mínimo do INSS. Ao analisar a questão, o presidente do STJ destacou que o direito do beneficiário, bem como a necessidade de seu tratamento, restaram expressamente reconhecidos pelo Tribunal de Origem. Porém, a ordem foi parcialmente deferida ao argumento de que a prescrição apontada no receituário médico se destinava ao tratamento temporário da doença. Para o ministro, a decisão mostra-se de fato equivocada, pois, considerando a gravidade da doença, a suspensão do medicamento acarretará sérias conseqüências ao beneficiário, já que o laudo prescreve uso contínuo, sem prazo de suspensão.

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17/01/2008 - 12h30Tribunal nega seguimento ao pedido de servidora aposentada para receber gratificação dos

ativosO presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Raphael de Barros Monteiro Filho, negou seguimento ao mandado de segurança de uma aposentada que pedia a extensão do pagamento da Gratificação de Desempenho de Atividades Técnico-Administrativa e de Suporte (GDPGTAS) na mesma proporção concedida aos servidores ativos. A aposentada impetrou mandado de segurança contra ato do ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão e do coordenador de Gestão de Pessoas daquela pasta ministerial, que não a incluiu na implementação da gratificação. Segundo o processo, a aposentada é servidora pública federal, lotada no Ministério da Fazenda, enquadrada no Plano Geral de Cargos do Poder Executivo, de que trata a medida provisória 304/2006, e que faz jus ao recebimento da gratificação. Por ela ser inativa, não recebe a gratificação em paridade com os servidores ativos, ou seja, apesar de receber a gratificação, sempre recebeu em valores menores que os concedidos aos servidores ativos. Ao analisar a questão, o presidente do STJ ressaltou que carece competência a esta Corte para dar seguimento ao caso. Para o ministro, inexiste ato omissivo ou comissivo do ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, capaz de justificar a competência desta Casa para apreciar o feito. O ministro Barros Monteiro destacou, ainda, um precedente no mesmo sentido de sua conclusão de que “não há como entender, de outra parte, conforme legislação de regência, que ministro de estado responda diretamente por suposto ato ilegal relacionado à folha de pagamento, transformando, dessa forma, em última análise, o Superior Tribunal de Justiça em foro privilegiado para julgar qualquer assunto relacionado a servidor público federal do Poder Executivo”.

17/01/2008 - 09h55Mantida a prisão de policial militar acusado de associação ao tráfico de drogas

Policial militar acusado de associação ao tráfico ilícito de entorpecentes deverá continuar preso preventivamente. A decisão é do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Raphael de Barros Monteiro Filho, ao negar o pedido de liminar em habeas-corpus impetrado pela defesa. A liminar pretendia cassar a decisão do desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), que manteve o policial preso. No dia 21 de dezembro de 2007, J.D.M. foi preso por policiais da Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos da Polícia Civil estadual em virtude de mandado de prisão temporária expedido pela 33a Vara Criminal TJ/RJ sob delito que previu a conduta de associação ao tráfico. O mandado de prisão estabeleceu o prazo da medida constritiva temporária de 30 dias. Foi então impetrado pedido de habeas-corpus no TJ/RJ, questionando-se a impossibilidade da decretação de prisão temporária para o crime ao qual o policial supostamente é acusado, além da falta de fundamentação da medida constritiva. O pedido foi negado pelo desembargador de plantão e o advogado do suspeito impetrou no STJ habeas-corpus com pedido de liminar, para que J. D. M. pudesse aguardar o julgamento do processo em liberdade. Para o ministro Barros Monteiro não há ilegalidade na decisão do TJ/RJ, a qual traduz apenas uma análise provisória, a ser confirmada ou não pelo órgão colegiado. Além disso, de acordo com a jurisprudência do STJ, salvo em caso de ilegalidade manifesta ou abuso de poder, não cabe habeas-corpus contra decisão que denega a liminar em outro habeas-corpus, sob pena de indevida supressão de instância. O ministro pediu mais informações ao TJRJ e, após o parecer do Ministério Público Federal (MPF), o mérito do habeas-corpus será julgado pela Quinta Turma do STJ. O relator do caso será o ministro Félix Fisher.

17/01/2008 - 08h22Estudante de Direito que não fez prova do Enade não será diplomado

De acordo com a Lei no 10.861/04, o estudante que não prestar o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) não obterá o diploma de conclusão do nível superior. E por esta razão, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Raphael de Barros Monteiro Filho, negou liminar em mandado de segurança interposto pelo estudante Clayton Eduardo Gomes contra ato do diretor do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e do ministro de Estado de Educação. O estudante do último ano de direito da Faculdade de Maringá (PR) e gerente de uma micro-empresa deixou de participar do Enade, em 11 de novembro de 2006, e, como conseqüência, não obteve o diploma de conclusão do nível superior. No dia da prova, Clayton alega que viajou para tratar de assuntos particulares e administrativos referentes a sua microempresa, e, quando retornava para prestar o exame em Maringá, o veículo apresentou problema mecânico que o impossibilitou de terminar a viagem. O diretor do INEP e o ministro da Educação abriram prazo para que o aluno se justificasse. Clayton apresentou a justificativa, mas foi informado de que o diploma não poderia ser registrado, enquanto não fizesse o próximo exame do Enade, a ser aplicado em 2009. Inconformado, a defesa do estudante alega que o mesmo depende do seu diploma para fazer concursos públicos e conseguir emprego. O Ministério da Educação sustenta que, como o estudante não se submeteu ao Enade, não faz jus à colação de grau, conclusão do curso de graduação e à respectiva certificação, muito menos à expedição e ao registro do diploma. Ao apreciar o pedido, o ministro Barros Monteiro destacou não haver perigo de demora, pois o estudante não terá dano irreparável

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ou de difícil reparação. O mérito do mandado de segurança será julgado pela Primeira Seção do STJ, sob a relatoria do ministro Francisco Falcão.

16/01/2008 - 09h43Empresa telefônica terá que fornecer dados cadastrais de usuários para o MPF

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Raphael de Barros Monteiro Filho, negou pedido da empresa telefônica BPC S.A, que pretendia suspender os efeitos de decisão judicial em ação civil pública que a obriga a fornecer dados cadastrais de usuários de telefonia fixa e móvel, no Estado do Rio Grande do Sul, para o Ministério Público Federal, em razão de inquérito policial, civil ou administrativo. Segundo dados do processo, proposta ação civil pública pelo Mistério Público, foi deferida tutela antecipada, determinando que a empresa fornecesse ao Ministério Público Federal e Estadual, Polícia Federal, Civil e Autoridade Policial Judiciária Militar os dados cadastrais (identificação e endereço) de seus respectivos usuários no Rio Grande do Sul, sempre que requerida ou requisitada pelos órgãos em razão de inquérito policial, civil ou administrativo. Além disso, fixou-se uma multa para caso de descumprimento da ordem. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região manteve, em parte, a decisão ao argumento que a mera identificação e obtenção do endereço dos usuários de telefones fixos e móveis não configura quebra de sigilo das comunicações telefônicas (interceptações), ou de “comunicação de dados”. Para o Tribunal, apenas o Ministério Público Federal tem autorização legislativa para requerer o fornecimento desses dados, independente de prévia autorização judicial, desde que para usar em procedimento investigatório. Inconformada, a empresa recorreu ao STJ, alegando que, por força da Lei 9.472/97, tem a obrigação de zelar pelo sigilo dos dados cadastrais dos usuários de seu serviço de telefonia e que os dados em questão estão protegidos pelo sigilo assegurado pela Constituição Federal. Ao apreciar a medida cautelar, o presidente do STJ destacou que o simples fornecimento de nomes e endereços de usuários ao Ministério Público Federal, exclusivamente para fins de investigação, não representa perigo de dano irreparável ou de difícil reparação. Segundo o ministro Barros Monteiro, tais informações, uma vez fornecidas, estarão restritas ao procedimento investigatório a que se destinam, sob pena, inclusive, de responsabilização por eventual utilização indevida.

15/01/2008 - 15h10STJ nega liminar a acusado de suposta prática ilegal da medicina e de aborto

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Raphael de Barros Monteiro Filho, indeferiu liminar ao terapeuta acupunturista O.F. Ele está preso sob a acusação de suposta prática ilegal da medicina e de provocar um aborto ilegal com a ajuda de outros comparsas e com o consentimento da gestante. O.F. foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo (MP/SP) por suposta infração aos artigos 121, 126, 127, 282 e 288 do Código Penal. O MP/SP solicitou a prisão preventiva do acusado, pedido que foi acolhido pela Justiça. De acordo com a denúncia, mesmo não sendo médico, ele, supostamente, realizou uma cirurgia cesariana, em local sem condições adequadas, e extraiu o feto e a placenta da gestante M., causando um aborto. Com a chegada surpresa de policiais à Clínica onde O.F. supostamente realizava o aborto, ele teria fugido e deixado a gestante ainda com o abdômen aberto e com hemorragia por causa da intervenção cirúrgica. M. foi socorrida por serviço médico acionado pela Polícia e sobreviveu. Recolhido ao Centro de Detenção Provisória de Americana (SP), O.F. tentou, por meio de sua defesa, a revogação da prisão preventiva para poder aguardar o julgamento em liberdade. O pedido foi negado, em sede de liminar, pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP). Com a decisão desfavorável do TJ/SP, a defesa do acusado reiterou o pedido de liberdade provisória ao STJ por meio de outro habeas-corpus, que teve sua liminar negada pelo presidente do Superior Tribunal. O ministro Barros Monteiro lembrou a jurisprudência (entendimento firmado) pelo STJ e o teor da Súmula 691 do Supremo Tribunal Federal (STF) para rejeitar a liminar. “Salvo excepcionalíssima hipótese de ilegalidade manifesta ou abuso de poder, não cabe habeas-corpus contra decisão que denega a liminar em outro habeas-corpus, sob pena de indevida supressão de instância”, destacou. Além disso, segundo o presidente do STJ, “no caso, não há, prima facie (à primeira vista), flagrante ilegalidade na decisão impugnada, a qual traduz apenas uma análise provisória, a ser confirmada ou não pelo órgão colegiado competente do Tribunal a quo (o TJ/SP)”. Ao negar a liminar, o ministro Barros Monteiro solicitou ao TJ/SP mais informações sobre o processo e determinou vista ao Ministério Público Federal quando os documentos chegarem ao STJ. Após o retorno do habeas-corpus com parecer do MPF, o processo deverá ter seu mérito julgado pela Quinta Turma do STJ, sob a relatoria do ministro Arnaldo Esteves Lima.

15/01/2008 - 12h15Acusado de porte ilegal de arma e de drogas continuará preso

Preso em flagrante portando arma e drogas no interior do veículo, G.C.S., do Rio Grande do Sul, continuará

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preso aguardando o julgamento do habeas-corpus impetrado no Tribunal de Justiça estadual. A decisão é do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Raphael de Barros Monteiro Filho. Ao ser preso, G.C.S. portava arma de grosso calibre com farta munição; trazia 74,89 gramas de substância entorpecente; canivete e esmurrugador (destinado à preparação das unidades) além de considerável quantia em dinheiro. A defesa de G.C.S. afirma não haver indícios da autoria concretamente demonstrado dos crimes, uma vez a arma e as drogas encontradas no interior do veículo conduzido por ele são de propriedade do irmão. Com essa argumentação, a defesa pede que o acusado aguarde em liberdade o julgamento do habeas-corpus. Ao analisar o pedido, o ministro Barros Monteiro sustenta que, de acordo com a jurisprudência do STJ e a súmula 691 do Supremo Tribunal Federal, salvo excepcionalíssima hipótese de ilegalidade manifesta ou abuso de poder, não cabe habeas-corpus contra decisão que denega a liminar em outro habeas-corpus, sob pena de indevida supressão de instância. O ministro atesta que no caso em questão não há flagrante ilegalidade. O juízo de origem não vislumbrou constrangimento ilegal a ser reparado ao decidir que o fato ocorrido está suficientemente retratado no auto de prisão em flagrante e foi examinado com adequação pela magistrada. Para a magistrada, a bebida, o entorpecente, o dinheiro, a grande movimentação de público em cidade litorânea e uma arma de grosso calibre representam, sem dúvida, perigo à ordem pública. Garante ainda que não há configuração de constrangimento ilegal na manutenção da prisão, pois são suficientes as razões da para a manutenção da cautelar.

14/01/2008 - 12h41Advogados de Fernando Sarney podem ter acesso a inquérito sob segredo de justiça

A defesa do empresário Fernando José Macieira Sarney conseguiu, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), ter acesso aos autos do inquérito policial sigiloso em tramitação na Polícia Federal do Maranhão. O Ministério Público Federal impetrou pedido de reconsideração da decisão que autorizou o acesso aos autos, mas ele foi negado pelo presidente do STJ, ministro Raphael de Barros Monteiro Filho. Em setembro de 2007, a TV Mirante, de propriedade de Fernando Sarney, recebeu de um auditor da Receita Federal um Termo de Intimação Fiscal. Foi estabelecido um prazo de cinco dias para que o empresário fornecesse os Livros Diário e Razão do ano calendário de 2006 com exercício em 2007 e os documentos relativos aos fatos contábeis registrados nos livros da emissora de televisão, retransmissora da Rede Globo no Maranhão. Após o pedido da Receita Federal, os advogados do empresário entram com mandado de segurança na 1ª Vara da Justiça Federal do Maranhão para ter acesso ao inquérito policial em que Fernando Sarney, na condição de sócio da TV Mirante, faria parte. O pedido foi negado em primeiro grau e também pelo Tribunal Regional da 1ª Região. Os magistrados entenderam que o processo estava em plena tramitação e que o sigilo era necessário para o sucesso das investigações. Contra essas decisões, a defesa de Fernando Sarney impetrou habeas-corpus no STJ. O relator substituto, ministro Napoleão Nunes Maia Filho, concedeu liminar em 19/12/2007 para que os advogados tivessem acesso ao inquérito. No dia 31/12, o Ministério Público Federal fez um pedido de reconsideração alegando que o inquérito sigiloso envolve outras pessoas além do empresário e que não há acusação contra ele. Esse pedido não chegou a ser analisado pelo ministro Barros Monteiro porque não se enquadra nas hipóteses que demandam apreciação urgente do presidente do STJ durante o recesso forense. Além disso, o presidente do STJ não é o revisor das decisões tomadas por outros ministros do Tribunal. Após o início do semestre forense, em 1/02/08, o processo será encaminhado ao relator, ministro Paulo Gallotti.

14/01/2008 - 11h18Diretor presidente da AVS Seguradora não poderá representar a empresa

Acionista majoritário de empresa AVS Seguradora S/A continuará com seus poderes de administração cancelados, pois o mandado de segurança impetrado no Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi negado pelo presidente, ministro Raphael de Barros Monteiro Filho. O recurso pretendia revogar ato do ministro da Fazenda, que indeferiu requerimento do impetrante para rever a decisão de empresa de fiscalização que decretou a liquidação da seguradora, da qual A.A.V. é acionista majoritário. A empresa AVS Seguradora S/A foi fiscalizada pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), autarquia federal que regulamenta e fiscaliza a atividade securitária no país. Como resultado do regime fiscalizatório, a SUSEP decretou liquidação extrajudicial da empresa e, diante dessa liquidação, o impetrante A.A.V., acionista majoritário e diretor presidente da empresa, teve seus poderes de administração cancelados automaticamente, não mais podendo, por conseguinte, representar a empresa. Foi então impetrado no STJ mandado de segurança com pedido de liminar, contra ato do ministro de Estado da Fazenda, que não acolheu o requerimento do impetrante de que a cessão compulsória das atividades de sociedade seguradoras deveriam ser feitas por decreto ministerial. Foi alegado o direito líquido e certo de ver a liquidação de sua empresa decretada pelo ministro da Fazenda. Além disso, foi também alegado a possibilidade de a empresa extinguir-se caso a liquidação extrajudicial siga seu trâmite. Para o ministro Barros Monteiro, não se vê satisfeitos os requisitos autorizadores da concessão da excepcional medida. Quanto à extinção da empresa, não restou demonstrado o pressuposto. O ministro pediu mais informações ao Ministério da Fazenda e, após o parecer do Ministério Público Federal (MPF), o mérito do mandado de segurança será julgado pela Primeira Seção do STJ.

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14/01/2008 - 09h48Apesar de não ser mais obrigatório, exame criminológico pode ser pedido por juiz

Apesar de a Lei 10792/2003 ter deixado de exigir o exame criminológico para fins de obtenção de benefícios em sede de execução penal, nada impede que o juiz determine a realização dela, caso entenda necessário para o caso, desde que faça a fundamentação devida. A observação foi feita pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Raphael de Barros Monteiro, ao negar liminar a um condenado por crime de tráfico e uso de entorpecentes de São Paulo. V.G.P. foi condenado a pena total de 4 anos e 8 meses de reclusão em regime fechado. Começou a cumprir em 14 de outubro de 2003. Como ele trabalhou na prisão, o juiz remiu 6 meses e 14 dias de sua pena; No cálculo de liquidação de penas, o tempo remido foi descontado como pena efetivamente cumprida, fazendo com que a previsão para o livramento condicional ocorresse em 24 de agosto de 2005, considerando 2/3 da pena cumprida em relação ao delito assemelhado a hediondo. Após examinar o caso, o juiz de primeiro grau homologou o cálculo de liquidação de penas, e concedeu livramento condicional ao paciente. O Ministério Público, no entanto, requereu modificação da sentença para que o tempo remido fosse considerado apenas para o vencimento da pena. Sustentou, ainda, a necessidade do exame por se tratar de crime assemelhado ao hediondo. O Tribunal de Justiça de São Paulo deu provimento ao agravo, revogando o livramento condicional e determinando a realização de exame criminológico. Segundo o magistrado, não há nos autos “elementos informativos seguros sobre a regeneração do agravado durante o tempo em que cumpre pena no estabelecimento penal”. A defesa de V. protestou, afirmando que a redação do artigo 112 da Lei de Execuções Penais (LEP) modificado pela lei 10792/2003 afastou a exigência de exame criminológico. Apesar de o advogado reconhecer a possibilidade de o juiz pedir o exame, em casos excepcionais, o pedido deve ser devidamente fundamentado, o que não teria ocorrido no caso. O presidente do STJ, ministro Barros Monteiro, negou a liminar, considerando não haver flagrante ilegalidade na decisão do TJSP que, diante das peculiaridades do caso e à míngua de “elementos seguros”, determinou a realização do exame criminológico. O ministro lembrou que, embora não mais indispensável, o exame criminológico reveste-se de utilidade inquestionável, pois propicia ao juiz, com base em parecer técnico, uma decisão mais consciente a respeito do benefício a ser concedido ao condenado.

11/01/2008 - 12h44Cooperativa de policiais permanece impedida de prestar serviço de segurança privada

A Cooperativa de Policiais Militares – COOPM, do Rio de Janeiro, permanece impedida de prestar serviços de segurança privada até a decisão do recurso em que a entidade discute a questão. O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Raphael de Barros Monteiro Filho, negou seguimento à medida cautelar (tipo de processo) encaminhada pela cooperativa. Na cautelar, a COOPM tentou suspender os efeitos do julgado do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região, que entendeu pela impossibilidade da prestação dos serviços de segurança privada. Com a decisão do ministro Barros Monteiro, a COOPM fica impedida de prestar esse tipo de trabalho até a análise do recurso especial. O presidente destacou que a cooperativa já havia apresentado o mesmo pedido anteriormente, em outra cautelar, a MC 13648/RJ, rejeitada pelo relator do caso, ministro Francisco Falcão. “Por meio da presente cautelar, torna a requerente para pedir, novamente, o efeito suspensivo antes denegado, sem contudo apresentar qualquer fato novo, suficiente ao reexame da questão. Pretende, de fato, o simples rejulgamento da causa, o que não se mostra viável, mormente em face da existência de recurso próprio interposta nesta Corte (no caso, o recurso especial) e ainda pendente de julgamento”, enfatizou o presidente. Pedidos iguaisNa medida cautelar anterior, bem como na presente, a COOPM afirmou que a decisão do TRF poderia causar o encerramento das atividades da cooperativa. Além disso, segundo a defesa da entidade, há jurisprudência (entendimento firmado) no sentido de que a Lei 7. 102/83 somente se aplica às atividades de segurança bancária e transporte de valores. Ao analisar a nova cautelar, o ministro Barros Monteiro negou o pedido por estar repetindo os mesmos motivos e argumentos da primeira. O presidente ressaltou, ainda, os fundamentos da decisão anterior, do ministro Francisco Falcão, com destaque às conclusões do TRF. “O Tribunal entendeu que as atividades não poderiam ser prestadas por dois motivos: 1) falta de cumprimento da Lei 7.102/83 e; 2) natureza jurídica de cooperativa o que impediria o seu funcionamento ‘sob pena de subversão do regime da legislação trabalhista, com a indevida atuação de cooperados no campo de atuação exclusiva de empregados, importando em prejuízos ao sistema trabalhista e previdenciário”. Segundo o despacho do ministro Francisco Falcão, no recurso especial interposto, o argumento sobre a natureza jurídica “não foi rebatido, nem tão pouco nesta medida cautelar (primeira ação cautelar), o que infirma a plausibilidade do direito alegado, uma vez que a cautelar está vinculada ao recurso principal”.

11/01/2008 - 11h29Discussão salarial de contratado sem concurso é da competência da Justiça trabalhista

Compete à Justiça do Trabalho examinar processo que discute o pagamento de diferenças salariais

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decorrentes de relação de trabalho estabelecida entre o contratado e o município, quando não houve aprovação em concurso público. A decisão é da Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça, ao manter decisão que determina o exame pelo Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região do suposto direito de Ailton Florêncio da Silva, de Minas Gerais, às diferenças salariais. Na ação contra o Estado, o contratante afirma que exerceu as funções de agente penitenciário no período compreendido entre 1º/10/97 e 31/1/2005. Ele entrou na Justiça a fim de receber diferenças salariais decorrentes do vínculo de trabalho estabelecido com o Estado. Após examinar o caso, o Juízo de Direito da 4ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias de Belo Horizonte/MG declarou não ser de sua competência o julgamento, pois tratava-se de matéria trabalhista. O Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, no entanto, também se julgou incompetente para decidir a questão. Segundo afirmou na ocasião, o contratado era submetido ao regime estatutário, sendo que a Emenda Constitucional 45/04 não alterou em nada a competência para apreciação e julgamento das ações que envolvam a Administração pública e seus servidores. Recebido na Justiça comum estadual, o processo gerou conflito negativo de competência, pois o juiz de direito considerou que o contrato de trabalho foi celebrado sob a égide do regime celetista. Após examinar o caso, o STJ declarou, então, a competência do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região. “As demandas que envolvem servidor público contratado irregularmente devem ser processadas pela Justiça do Trabalho”, considerou o relator do conflito, ministro Arnaldo Esteves Lima. Segundo afirmou, pela extensão do vínculo, conclui-se que a contratação foi irregular, uma vez que não foi realizada com vistas ao atendimento de necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos do artigo 37, IX, da Constituição Federal. O Estado, inconformado com a decisão, interpôs agravo regimental, querendo modificar a decisão. A Terceira Seção, no entanto, negou provimento ao agravo, mantendo a competência do TRT da 3ª Região. “De fato, o vínculo persistiu por mais de sete anos. Resta certo, desse modo, que inexiste relação estatutária ou administrativa entre as partes, podendo subsistir liame celetista, o que somente poderá ser verificado pelo Juízo trabalhista, competente para processar e julgar o feito”, concluiu Arnaldo Esteves.

10/01/2008 - 10h59Justiça Federal e Estadual podem julgar exploração de bingos em SC

Tanto a Justiça Federal quanto a Estadual têm competência para julgar mandados de segurança referentes à resolução de questões relacionadas à atividade de exploração de jogos eletrônicos (bingos) no estado de Santa Catarina (SC). A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou recurso de Sobingo Diversões e Entretenimento Ltda. – Microempresa com esse entendimento. Para os ministros, os dois Juízos se ativeram a sua competência jurisdicional para a apreciação dos mandados de segurança. A questão chegou ao STJ por meio de um conflito de competência movido por Sobingo Diversões e Entretenimento Ltda. – Microempresa para que se indicasse o Juízo para decidir a questão – federal ou estadual. Anteriormente, o Juízo Federal proferiu decisão, em mandado de segurança, que determinou o reconhecimento da incompetência do Ministério Público Federal e da Polícia Federal para apreensão de máquinas de vídeo-loteria e roleta eletrônica. A liminar foi indeferida, ao fundamento de que não se confunde a competência para processar e julgar a eventual ação penal, com as atribuições da Polícia Federal para investigar infrações em que haja interesse da União. O Juízo Estadual também decidiu um mandado de segurança impetrado pela empresa, que pretendia assegurar o direito de continuar com suas atividades. A liminar foi indeferida ao argumento de que com a decisão do Supremo Tribunal Federal declarando inconstitucional a Lei 11.348/00 do estado de Santa Catarina, desde então, a decisão desconstituiu os atos produzidos pela supracitada norma. Ao analisar a questão, o relator, ministro Arnaldo Esteves Lima, destacou que os mandados de segurança impetrados são contra atos de autoridades distintas. O que tramitou perante a Justiça Federal atacava o ato do procurador da República em Florianópolis que requisitou à Polícia Federal a apreensão de máquinas de vídeo-loteria e roleta eletrônica. Já o mandado julgado pelo Juízo Estadual pretendia afastar possível ato do delegado gerente de fiscalização de jogos e diversões da Secretaria de Segurança Pública do estado de Santa Catarina, para impedir que a empresa continuasse com suas atividades de exploração de jogos.

10/01/2008 - 09h42Tribunal de Justiça não pode impedir que agravo de instrumento chegue ao STJ

No cabe ao presidente de tribunal de justiça colocar qualquer tipo de impedimento para que um agravo de instrumento chegue ao tribunal superior. Esse é o entendimento unânime da Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao julgar reclamação do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MP/RN). Agravo de Instrumento é um tipo de recurso usado para que o tribunal superior analise recurso especial que teve seguimento negado pelo tribunal de origem. E a reclamação é o recurso que tem o objetivo de preservar a competência de um tribunal ou garantir que sua decisão seja cumprida. A reclamação ajuizada pelo MP/RN, no STJ, foi contra decisão do Tribunal de Justiça (TJ) do estado, que negou agravo de

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instrumento contra outra decisão que não admitiu seguimento a recurso especial em uma apelação criminal. O presidente do TJ negou seguimento ao agravo por intempestividade, ou seja, recurso apresentado fora do prazo legal. O MP/RN sustentou na reclamação que a decisão do tribunal estadual invade a competência do STJ, a quem cabe julgar agravo de instrumento contra decisão que não admite recurso especial contra acórdão julgado em última instância. O relator, ministro Arnaldo Esteves Lima, ressaltou que a competência para analisar e julgar agravo de instrumento contra decisão que inadmite recurso especial é mesmo do STJ e que não cabe ao presidente do tribunal de origem impedir seu seguimento, seja por intempestividade, deserção ou impropriedade. Seguindo do voto do relator, a Terceira Seção, por unanimidade, julgou a reclamação procedente para anular a decisão contestada e determinar que TJ remete os autos do agravo de instrumento ao STJ.

10/01/2008 - 08h27Na falta de estabelecimento adequado, pena deve ser cumprida em prisão domiciliar

Na falta de vaga em estabelecimento próprio para o cumprimento de pena do regime inicial aberto, o condenado deve cumprir pena em prisão domiciliar. A observação foi feita pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Raphael de Barros Monteiro Filho, ao conceder liminar para seis condenados do Rio Grande do Sul. Diante da verificação de não haver vagas em casas de albergado para os cumprimentos das penas, o juiz de execução concedeu prisão domiciliar aos pacientes, seis condenados. O Ministério Público protestou, afirmando que os apenados não se enquadravam nas condições previstas para que fosse concedida a prisão domiciliar. Após examinar o agravo interposto pelo Ministério Público, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul deu provimento. Segundo afirmou a decisão, não havia nos autos nenhum indicativo de que os pacientes se encaixavam nas condições previstas pela Lei de Execuções, como por exemplo, ser maior de 70 anos de idade ou estar acometido de doença grave. “A superlotação da casa do albergado ou até mesmo a inexistência desta não ensejam a prisão domiciliar”, considerou o TJRS. A Defensoria Pública estadual, no entanto, interpôs, no STJ, habeas-corpus, com pedido de liminar, afirmando caracterizar constrangimento ilegal recolher o condenado em estabelecimento penal diferente da casa de albergado ou estabelecimento adequado, diante da inexistência de vagas nos estabelecimentos próprios ao cumprimento da pena em regime aberto. O presidente do STJ, ministro Barros Monteiro, concedeu as liminares, reconhecendo presentes os requisitos para concessão, como plausibilidade jurídica do pedido e existência de risco de lesão grave ou de difícil reparação. “O Estado não pode manter o réu em regime mais gravoso ao que lhe foi imposto. Inexistindo vaga em estabelecimento prisional adequado à fiel execução da pena em regime aberto, concede-se, excepcionalmente e provisoriamente, a prisão em regime domiciliar”, lembrou Barros Monteiro. Ao conceder as liminares e solicitar informações, o presidente determinou, ainda, que a decisão fosse comunicada ao Tribunal de Justiça, autoridade coatora, e ao Juízo da Vara de Execuções Criminais para adoção das providências cabíveis. Após o envio das informações solicitadas pelo presidente, os processos seguem para a manifestação do Ministério Público Federal. Em seguida, retornam ao STJ, para julgamento na Quinta e Sexta Turma, responsáveis pelas matérias de Direito Penal.

09/01/2008 - 12h45Condenado por pedofilia tem pedido para apelar em liberdade negado

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Raphael de Barros Monteiro Filho, indeferiu o pedido liminar da defesa do advogado C.E.D.J para que a prisão cautelar decretada contra ele fosse revogada. C.E foi condenado a 22 anos e seis meses de reclusão, em regime integralmente fechado, por atentado violento ao pudor. Segundo consta da denúncia do Ministério Público, C.E constrangeu, mediante violência presumida, o menor J.L. de B., na ocasião com três anos, a permitir que com ele fossem praticados atos libidinosos, diversos da conjunção carnal. O fato teria acontecido entre maio a dezembro de 2001, sempre no período noturno, pois C.E era companheiro da mãe do menor e atuava enquanto todos estavam dormindo. O habeas-corpus foi impetrado no STJ contra decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo que reconheceu o direito de C.E de iniciar o cumprimento de sua pena em regime fechado mas manteve a prisão decretada contra ele. A sua defesa alegou estar ele sofrendo constrangimento ilegal, pois, embora tenha respondido ao processo solto, foi decretada pelo juiz da 14ª Vara Criminal ordem para recolher-se à prisão, pelo que pediram o reconhecimento do seu direito de apelar da sentença condenatória em liberdade. Liminarmente, requereram a expedição de contra mandado de prisão e, no mérito, a revogação do decreto de prisão preventiva. Para o presidente do STJ, não se verifica, em um primeiro momento, flagrante ilegalidade na decisão do TJSP, que, reconhecendo estar a sentença suficientemente motivada, manteve a prisão preventiva, fundamentada na necessidade para a garantia da ordem pública. “No mais, a análise do pedido demanda, ao menos em princípio, o exame de fatos e provas, incompatível com a via estreita do habeas-corpus”, destacou o ministro. O mérito do habeas-corpus será julgado pela Sexta Turma após o recesso forense. O relator é o ministro Nilson Naves.

09/01/2008 - 08h29Mera contrariedade pelo bloqueio de linha telefônica não causa dano moral indenizável

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O aborrecimento resultante do bloqueio indevido de linha telefônica celular não gera, por si só, danos morais. O ministro Humberto Gomes de Barros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou agravo regimental que pretendia reverter a decisão que julgou improcedente o pedido de indenização. R. M. P. interpôs agravo regimental no STJ em que a agravante alegava que a empresa de telefonia teria a prejudicado individualmente, que estava em dia com suas obrigações. Além disso, foi afirmado que o bloqueio indevido da linha telefônica impediu a comunicação durante uma viagem de negócios, numa distância de dois mil quilômetros, o que teria causado enorme aflição às pessoas próximas e a imediata preocupação sobre as condições de saúde e de segurança do familiar que se encontrava distante. Outro motivo alegado foi que em razão da mensagem de telefone bloqueado, a agravante teria sido alvo de ‘chacotas’ patrocinadas por adversários políticos. Para o ministro Humberto Gomes de Barros, em casos semelhantes o STJ decidiu somente o fato da interrupção dos serviços telefônicos não é o bastante para automaticamente inferir-se a ocorrência do alegado dano moral à pessoa. O ministro também entendeu que as alegações da agravante de que estava em uma viagem de negócios numa distancia de dois mil quilômetros e que o bloqueio da linha foi alvo de ‘chacotas’ patrocinadas por adversários políticos não foram tratadas pelo acórdão e modificar o contexto de fatos delimitados seria desafiar a Súmula 7 do STJ. Dessa forma, negou provimento ao agravo regimental.

08/01/2008 - 12h21Presidente do STJ mantém prisão preventiva de acusado de participar de roubo de tratores

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Raphael de Barros Monteiro Filho, negou o pedido de liminar em habeas-corpus a D.S.R. Ele é acusado de integrar suposta quadrilha de roubo de tratores em São Paulo. Com a decisão, D.S.R. permanecerá preso. Para o ministro Barros Monteiro, não há “constrangimento ilegal flagrante”, por isso, ele indeferiu a liminar. Segundo o ministro, “no mais, a análise do pedido liminar demanda, ao menos em princípio, o exame de fatos e provas, incompatível com a via estreita do habeas-corpus”. O presidente solicitou informações sobre o caso ao TJ/SP. Após as informações, o processo deverá seguir para o Ministério Público Federal (MPF) para parecer. A defesa do acusado entrou com o habeas-corpus no STJ, com pedido de liminar, para obter a revogação da prisão preventiva de D.S.R. O pedido foi rejeitado, anteriormente, pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP). O TJ entendeu presentes os requisitos para a prisão preventiva do acusado. Segundo o Tribunal de São Paulo, “não se discute a existência material do delito e há indícios bastantes da autoria, o que já se conclui pelo reconhecimento efetuado pelas vítimas que apontaram seguramente o paciente (acusado) como um dos autores do crime e da apreensão de parte da res subtraída na cidade de Conchas, onde o paciente e o co-réu já eram monitorados por suspeita de integrarem quadrilha de roubadores de tratores”. Além disso, de acordo com a decisão do TJ/SP mantida pelo presidente do STJ, “trata-se de roubo especialmente grave – bem articulado, praticado por quatro agentes que invadiram a casa do caseiro durante a noite, mediante arrombamento das portas e dominaram toda a família mediante o emprego de arma de fogo, a justificar a manutenção da prisão”.

08/01/2008 - 11h30Telesp não consegue impedir que juizados especiais julguem legalidade de assinatura básica

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou pedido de Telecomunicações de São Paulo S.A – Telesp de impedir que juizados especiais julguem causas individuais referentes à legalidade da cobrança da tarifa de assinatura básica na telefonia fixa. A ação, uma reclamação com pedido de antecipação de tutela, foi contra atos do Juizado Especial Cível da Comarca de Aparecida e do Colégio Recursal de Guarantiguetá, ambos no Estado de São Paulo. A Telesp alegou incompetência dos juízes que compõem esses órgãos para conhecer ações referentes à assinatura básica devido à complexidade do tema e invasão da competência do STJ. O presidente do STJ, ministro Raphael de Barros Monteiro Filho, considerou que a reclamação apresentada é inadmissível. Ele ressaltou que esse tipo de ação só é cabível para preservar a competência do Tribunal ou garantir a aplicação de suas decisões. Além disso, o ministro Barros Monteiro destacou que, segundo a Constituição Federal, compete ao STJ julgar, em recurso especial, apenas causas decididas em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais de Justiça dos Estados e do DF. Não fazem parte desse rol as causas decididas pelos órgãos de segundo grau dos Juizados Especiais. Como a reclamação da Telesp não se enquadra nas hipóteses admitidas pelo STJ, o presidente da Corte negou o pedido.

08/01/2008 - 08h24Mantida licitação de microônibus para o transporte público do Distrito Federal

O Governo do Distrito Federal (GDF) pode dar continuidade à licitação de microônibus para compor o sistema de transporte público coletivo. O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Raphael de Barros Monteiro Filho, negou pedido de suspensão de segurança feito pelo Tribunal de Contas do DF (TCDF) com o objetivo de suspender a licitação. O processo licitatório de 450 microônibus havia sido suspenso por determinação do TCDF para que os conselheiros pudessem analisar com mais profundidade as supostas irregularidades apontadas em duas representações contra o edital da concorrência. O GDF

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impetrou mandado de segurança, com pedido de liminar, contra a decisão do TCDF. A liminar foi deferida pelo desembargador de plantão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Com o objetivo de derrubar essa decisão, Tribunal de Contas apresentou pedido de suspensão de segurança ao STJ. Alegou o risco de grave prejuízo aos cofres públicos caso a licitação prosseguisse. Apontou também que o desembargador do tribunal local havia sido induzido a erro. Sustentou que, ao contrário do que afirmou o GDF, o financiamento junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) destina-se à renovação da frota de ônibus, o que não seria abrangido pela licitação, que trata apenas do transporte alternativo. Ao decidir, o ministro Barros Monteiro ressaltou que o tipo de recurso apresentado só pode ser examinado quanto à ocorrência ou não de possível lesão aos bens jurídicos tutelados pelo artigo 4º da Lei nº 4.348/64, que são a ordem, a saúde, a segurança e a economia públicas. Por considerar que nenhuma dessas possibilidades foi demonstrada, o presidente do STJ negou o pedido do TCDF.

07/01/2008 - 15h51Peticionamento eletrônico será ampliado para todos os tipos de processos

Instituída pela Resolução n. 2/2007, a petição eletrônica (e.pet) fará parte da rotina do Superior Tribunal de Justiça. Inicialmente, o seu uso limitou-se à prática de atos processuais nos feitos da competência originária do presidente, nos habeas-corpus e nos recursos em habeas-corpus, como medida de experiência. A partir de 1º de fevereiro, o serviço de peticionamento eletrônico com certificação digital será ampliado, estendendo-se a todos os tipos de processos (Resolução n. 9/2007), providência esta que não só representa a utilização de moderna tecnologia, mas sobretudo a facilitação do acesso à Corte Superior, por prescindível o deslocamento pessoal das partes na defesa de seus interesses. Conforme salientou o presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Raphael de Barros Monteiro Filho, a deliberação de estender-se a aplicação da “e.pet” a todos os feitos de competência do STJ é conseqüência da acentuada demanda havida e da imperiosa necessidade de, em futuro breve, implantar-se a total informatização do processo judicial, na forma do que preconiza a Lei n. 11.419, de 19.12.2006. Com a petição eletrônica, os advogados podem transmitir peças e documentos da própria casa ou escritório, desde que possuam certificação digital, sejam identificados no portal do STJ e tenham os programas necessários instalados em seu computador. Além disso, a tramitação do feito é suscetível de ser acompanhada “on-line” pelo usuário. A certificação digital pode ser adquirida por qualquer cidadão, empresa ou entidade, diretamente de uma das Autoridades Certificadoras (Acs) que integram a chamada Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileiras (ICP-Brasil), responsável pelo reconhecimento e validade jurídica da certificação digital. Não será possível utilizar o serviço sem a aquisição do certificado digital, cujo objetivo fundamental é garantir a segurança da operação realizada via internet, de modo a identificar a autoria e a origem dos documentos envidados eletronicamente, assim como assegurar a integralidade de seu conteúdo. De posse do certificado, o usuário deve registrar-se no portal do STJ e instalar, em seu computador, os softwares e hardwares que vão gerar as petições e acessar o serviço posto à disposição. Também há um programa de conversão de documentos para o formato PDF, já que o sistema só aceita documentos gerados nesse formato. O procedimento é facultativo, mas o seu emprego certamente vai agilizar a prestação jurisdicional e, como acima salientado, facilitar o acesso ao Superior Tribunal de Justiça. Após o envio, é gerado um aviso de recebimento que pode ser impresso pelo interessado, contendo o nome das partes e do advogado, a identificação dos arquivos encaminhados e a data e hora da transmissão, que são comprovadas por contador do tempo do Observatório Nacional, entidade responsável pela hora legal brasileira.

07/01/2008 - 08h24Pensão por invalidez não integra a partilha na separação judicial

A indenização ou pensão mensal decorrente de seguro por invalidez não integra a comunhão universal de bens, e, portanto, não pode fazer parte da partilha de bens quando da separação judicial do casal. A decisão da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) segue entendimento da ministra Nancy Andrighi. Segundo a ministra, a pensão não pode ser dividida porque o inválido utiliza tal renda para o seu sustento. No caso em questão, o casal propôs quatro ações. A mulher ajuizou ações de separação judicial e fixação de alimentos provisionais, sob a alegação de ter sofrido agressões praticadas pelo marido por não aceitar o pedido de separação amigável e de arrolamento de bens, por meio da qual alegou que o ex-marido estaria vendendo os bens do casal. O marido interpôs ações de separação judicial com oferecimento de alimento e também de exoneração de alimentos. O juiz de primeiro grau negou os pedidos do marido e acolheu todos os pedidos da mulher: de separação do casal com reconhecimento de culpa do marido, condenando-o a pagar à ex-mulher alimentos no valor equivalente a 2,5 salários mínimos; e de arrolamento e de seqüestro de bens do casal. O Tribunal do Estado do Rio Grande do Sul foi além, determinou a partilha dos valores recebidos pelo ex-marido, a título de indenização por invalidez, em 50% para cada um, abatidas as despesas hospitalares, médicas e de remédios efetuadas. No recurso

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apresentado no STJ, o ex-marido alegou que o seguro de vida tem caráter pessoal. A indenização, portanto, “não se comunica para efeito de partilha”. Ao proferir o voto-vista, a ministra Nancy Andrighi afirmou que a indenização ou pensão mensal decorrente de seguro por invalidez não pode integrar a comunhão universal de bens, porque entendimento em sentido contrário provocaria o comprometimento da subsistência do segurado, com a diminuição da renda destinada ao seu sustento após a invalidez e, ao mesmo tempo, causaria o enriquecimento ilícito da ex-mulher, porquanto seria um bem conseguido por ela apenas às custas do sofrimento e do prejuízo pessoal suportado pelo ex-marido. O entendimento da ministra foi seguido pela maioria dos ministros da Turma.

04/01/2008 - 12h40STJ nega pedido de defesa de Cacciola para ser intimada pessoalmente

A desembargadora convocada Jane Silva, da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), indeferiu o pedido da defesa do banqueiro Salvatore Alberto Cacciola para ser intimada pessoalmente da data do julgamento de habeas-corpus. Ao negar a solicitação, a desembargadora destacou que a Turma está comunicando, por meio da internet (site do STJ), quando o processo estará em mesa para o julgamento, sendo, portanto, desnecessária a intimação pessoal do advogado. Quanto ao pedido de anotação de tramitação preferencial, por questão de idade (artigo 71, da Lei nº 10.741/2003), foi deferido. Salvatore Cacciola foi denunciado pela prática de crime contra o sistema financeiro nacional. No STJ, o banqueiro pretende o trancamento da ação penal instaurada contra ele por falta de justa causa. O pedido liminar foi indeferido pela presidência do STJ. A ação penal refere-se à denúncia do Ministério Público recebida parcialmente pelo Juízo Federal da 2ª Vara Criminal, Seção Judiciária do Rio de Janeiro, relativamente ao delito de emissão de debêntures, porquanto, no seu entender, foram emitidos os títulos sem lastro ou garantia.

04/01/2008 - 11h55Réu tem direito de apelar em liberdade se for condenado a regime semi-aberto

Se a sentença condenatória estabelece regime inicial semi-aberto para cumprimento da pena, o réu tem direito de apelar em liberdade, caso não haja outro motivo para a continuidade da prisão. O direito de aguardar a decisão do apelo em liberdade prevalece mesmo que a acusação tenha apresentado recurso. O entendimento é da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O colegiado concedeu pedido de habeas-corpus a dois condenados por rufianismo (atividade que objetiva o lucro por meio da exploração de prostituição alheia) e tráfico de pessoas. Os ministros se basearam em julgados anteriores do Tribunal no mesmo sentido do entendimento da Quinta Turma. Com a decisão, A.C.J. e W.S.R. poderão apelar da sentença condenatória em liberdade. A defesa de A.C.J. e W.S.R. entrou com pedido de habeas-corpus no STJ para que os dois possam aguardar em liberdade o julgamento da apelação contra a sentença que os condenou. O Juízo de primeiro grau condenou os réus a cinco anos e dez meses de reclusão em regime semi-aberto e manteve a prisão preventiva. O mesmo pedido – apelar em liberdade – foi rejeitado anteriormente pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região. No habeas-corpus enviado ao STJ, os advogados reiteraram os argumentos do pedido do TRF. “Tendo sido fixado o regime semi-aberto para o cumprimento inicial da pena, deve ser concedida a liberdade provisória a fim de que possam os pacientes (A.C.J. e W.S.R.), primários, de bons antecedentes e com domicílio certo, aguardarem o julgamento do recurso em liberdade, vez que a fixação do regime semi-aberto não se coaduna com a negativa de recorrer em liberdade”. O ministro Arnaldo Esteves Lima, relator do processo, acolheu o habeas-corpus. Para o ministro, “estipulado o regime inicial semi-aberto para cumprimento da pena, mostra-se incompatível com a condenação a manutenção da prisão preventiva – antes decretada e conservada na sentença condenatória para negar ao paciente o apelo em liberdade --, ainda que a acusação tenha recorrido”. O relator lembrou vários julgamentos do STJ no mesmo sentido de seu voto. Segundo uma das decisões destacadas por Arnaldo Esteves Lima, “fixado na sentença condenatória o regime semi-aberto para o início do cumprimento da pena aplicada, é direito do réu aguardar o julgamento de eventual recurso de apelação em liberdade, se por outro motivo não estiver preso”.

04/01/2008 - 08h43Recusa de plano de saúde à cobertura médica é causa de danos morais

A recusa indevida da seguradora à cobertura médica é causa de danos morais porque agrava o estado psicológico e de angústia do segurado. O entendimento é da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao analisar o recurso de associado do plano oferecido pela Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi). O plano foi condenado ao pagamento de indenização no valor de R$ 20 mil. Em 2003, uma segurada teve problemas cardíacos e os médicos recomendaram uma cirurgia de urgência para implante de emergência de duas próteses chamadas de Stent Cypher, apontadas como as mais adequadas para o tratamento. A seguradora não autorizou a realização do procedimento sob a alegação de que tais próteses não teriam, ainda, efetividade comprovada. Foi aprovado o implante do modelo mais antigo, conhecido como Stent convencional. A segurada argumentou que tal restrição imposta pelo plano de saúde não se justificaria, porque a própria Anvisa já concedera o registro e autorizara a utilização do implante. E

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diante da recusa da Cassi, a segurada teve que arcar, com os custos da operação, que à época foi de R$ 23.846,40, retirando, para tanto, o dinheiro de uma aplicação financeira. Um ano após a cirurgia, a mulher foi submetida a nova intervenção para implantação de mais uma prótese Stent Cypher e, desta vez, o plano autorizou a cobertura do procedimento sem apresentar restrições. O segurado interpôs recurso para reaver o gasto com a primeira cirurgia e o juiz de primeiro grau negou o pedido por entender que o contrato de seguro não previa a cobertura para o tratamento recomendado pelos médicos. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) reformou, em parte, a sentença para reconhecer a necessidade de reparação dos danos materiais quanto à devolução do custo da operação, afastando o pedido de ressarcimento dos alegados lucros cessantes decorrentes da retirada do dinheiro de aplicação financeira, por ausência de provas a tal respeito e o pedido de danos morais. O segurado veio ao STJ, por meio de recurso especial, sob o argumento da existência de dano moral, que a Cassi deveria ser condenada a reparar, também, os lucros cessantes e a arcar com o valor dos honorários devidos. A relatora, ministra Nancy Andrighi, assinalou ser o plano de saúde obrigado a suportar os custos dos tratamentos que decorrem da patologia que se encarregou de cobrir. Para a ministra, decorre o dano moral exatamente da indevida recusa em fornecer o serviço de seguro esperado pelo consumidor em momento de extrema angústia e aflição psicológica, por já se encontrar, no momento em que pede a autorização à seguradora, em condição de dor, de abalo psicológico e com a saúde debilitada. A ministra argumentou que, embora, nos contratos, o mero descumprimento não seja causa para ocorrência de danos morais, tratando-se particularmente de contrato de seguro-saúde, sempre haverá a possibilidade de conseqüência danosa para o segurado, pois este, após a contratação, costuma procurar o serviço já em evidente situação desfavorável de saúde, tanto a física como a psicológica. A relatora concluiu que ficou demonstrada a injusta recusa da Cassi ao contrato, ressaltando que não há necessidade de se demonstrar a existência do dano moral, porque ele decorre dos próprios fatos que deram origem à ação. A Turma conheceu parcialmente do recurso especial da segurada e, nessa parte, deu-lhe provimento, por unanimidade, para condenar a Cassi ao pagamento do valor de R$ 20 mil a título de compensação pelos danos morais sofridos, com incidência de correção monetária a partir da data do julgamento (6/12/2007) e juros de mora desde o evento danoso.

03/01/2008 - 12h45Obrigações ao portador da Eletrobrás não servem como penhora

As obrigações ao portador da Eletrobrás, decorrentes de empréstimo compulsório de energia elétrica, não podem servir como penhora por não possuir valor econômico. Com este entendimento, o ministro Francisco Falcão, da primeira turma do STJ, rejeitou recurso da rede de supermercados Asun e manteve decisão que penhorou cinco por cento do faturamento do grupo econômico para pagamento de débito em ação de execução fiscal. O ministro reconsiderou decisão anterior, quando acolheu recurso da rede de supermercados, por entender que a penhora sobre o faturamento é medida de caráter excepcional, tão-somente quando os bens ofertados foram inservíveis para a execução. A princípio o Ministro entendeu que o caso envolvia debêntures da Eletrobrás. Entretanto, a Fazenda Nacional interpôs um agravo regimental (tipo de recurso) contra essa decisão alegando que os títulos indicados à penhora pela rede de supermercados não são debêntures da Eletrobrás, mas obrigações ao portador, decorrentes de empréstimo compulsório de energia elétrica, não possuindo qualquer valor econômico, não se aplicando a eles a Lei das Sociedades Anônimas.

Rede de supermercadoInconformada, a rede de supermercados recorreu (com agravo regimental) sustentando que a legislação de regência trata como sinônimos as obrigações ao portador e as debêntures da Eletrobrás, já tendo, inclusive o STJ se manifestado sobre o tema. Afirmou, ainda, que as obrigações ao portador da Eletrobrás não advêm, diretamente, de empréstimo compulsório, mas de aplicações dos recursos do Fundo Federal de Eletrificação, as quais a União efetivou para integralizar o capital social daquela empresa pública. Todavia, o ministro Falcão não acolheu o recurso da rede de supermercados, mantendo a decisão que negou seguimento ao recurso especial. Recurso Especial No recurso, a rede de supermercados questionava a penhora sobre 5% do seu faturamento determinada pela Justiça Federal e confirmada pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região em ação de execução fiscal da União contra a empresa. Alegou que a penhora sobre o faturamento não pode ser considerada dinheiro para fins de garantia de juízo em sede de execução fiscal. Sustentou, também, que a jurisprudência está no sentido de que a penhora na renda é medida excepcional, que só deve ser adotada quando da inexistência de outros bens passíveis de constrição ou quando frustrado qualquer outro modo de satisfazer o débito. Acrescentou, finalmente, que os debêntures da Eletrobrás são considerados como meio de garantia da execução.

02/01/2008 - 08h44União só deve indenizar cobertura florestal se área desapropriada puder ser explorada

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economicamenteCobertura florestal em área de preservação permanente, por ser insuscetível de exploração econômica, não deve contar no cálculo de indenização por desapropriação. O entendimento é da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A questão foi decidida em dois recursos especiais relativos à ação indenizatória por desapropriação indireta para a criação do Parque Nacional da Serra da Bocaina. Um foi interposto por R.B., proprietário da Fazenda Laranjeiras (cuja área é de 2.924 hectares e foi desapropriada para o parque), e outro pela União, ambos contra decisão proferida pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) em apelação apresentada pelos ex-proprietários e pelo Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Ambos contestam no STJ a condenação da União a indenizar os responsáveis pela propriedade em R$ 1.850.279,42 relativo ao terreno do ex-proprietário (expropriado), além de correção monetária, juros moratórios e compensatórios, definida pela sentença e mantida pelo TRF, que acrescentou o valor relativo à cobertura vegetal. O ex-proprietário pretendendo que a cobertura vegetal incluída pelo TRF-2 fosse avaliada de acordo com o laudo pericial incluso nos autos. A União, por sua vez, afirma em seu recurso que as questões levantadas pelo Ibama em sua apelação (prescrição, inexistência de desapropriação e ausência de comprovação da propriedade por parte do autor) não teriam sido apreciadas e que a decisão teria sido condicional, por conceder a indenização da cobertura vegetal sem comprovar a possibilidade de exploração econômica. Apontou ainda a falta de provas nos autos sobre projetos de exploração sustentável da floresta, o que impediria o alegado prejuízo, já que o expropriado nada perderia com a limitação administrativa. Sustentou ainda que a decisão fora ultra petita (além do que fora requerido), pois no pedido inicial não constou a indenização da cobertura vegetal, que alega ser indevida pela impossibilidade de exploração econômica diante do fato de a área ser de preservação permanente, conforme dispõe a Lei n. 4.771/65. Ressaltou que, não havendo dano, não caberia indenização e, dessa forma, o acórdão teria violado o artigo 927 do Código Civil. Ela busca, com o recurso especial, anular a decisão do TRF ou afastar a indenização sobre a cobertura vegetal. Na análise do caso, o ministro Francisco Falcão conheceu parcialmente do recurso da União. Em relação à indenização para a cobertura vegetal, o ministro ressaltou que o STJ, em diversas oportunidades, tem entendido que o valor atribuído à cobertura florestal, quando for insuscetível de exploração econômica, deve ser excluído da indenização, visto que a área já era declarada como de preservação permanente em data anterior à criação do parque nacional que fundamentou o pedido indenizatório. O provimento do recurso da União que exclui a cobertura da parcela indenizatória torna o recurso do ex-proprietário prejudicado.

27/12/2007 - 14h19Honorários contratados com sociedade de advogados têm caráter alimentar

A sociedade de advogados é mera associação de profissionais e, por isso, os honorários contratados com ela têm caráter alimentar, constituindo crédito privilegiado, como se fossem devidos a pessoa física. A posição é do Superior Tribunal de Justiça (STJ), manifestada em julgamento na Quarta Turma. Os ministros analisaram o recurso de uma empresa química, agora falida, contra a decisão de segunda instância que garantiu a uma sociedade de advogados de São Paulo o pagamento privilegiado de honorários contratados. A empresa Industrial Química Girardi contratou a Advocacia Antônio Carlos Ariboni S/C para uma determinada ação fiscal, que teve êxito. Ocorre que o crédito referente aos honorários contratados acabaram sendo objeto de habilitação no processo, já que a empresa estava quebrada. Em 1996, o valor era de cerca de R$ 35 mil. A sociedade de advogados apelou ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP), pedindo que não fosse feita distinção entre o seu crédito e os de natureza alimentar. Argumentou que o Estatuto de Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também seria aplicável às sociedades de advogados, já que elas estão igualmente sujeitas aos princípios éticos e disciplinares das pessoas físicas. O escritório teve sucesso no apelo, sendo reconhecido o caráter de contraprestação de serviços profissionais realizados pelos advogados, resultando, assim, em créditos privilegiados. A empresa devedora recorreu ao STJ. Alegou que o caráter alimentar deveria ser aplicado somente aos honorários advocatícios contratados com pessoas físicas, o que não seria o caso. No entanto o relator do recurso especial, ministro Aldir Passarinho Junior, entende que o Estatuto da OAB não traça qualquer distinção sobre o titular da verba referente a honorários contratados ou arbitrados. “Os honorários advocatícios são sempre honorários advocatícios, independentemente de quem os receba. Constituem a remuneração pelo serviço de assistência jurídica prestada ao cliente”, afirmou o ministro. Assim, o relator concluiu que não é possível a distinção entre honorários devidos a advogados pessoas físicas e jurídicas, quando se discute sua natureza (se alimentar ou não). A decisão da Quarta Turma foi unânime.

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18/01/2008Governador do PR deverá pagar multa por descumprir decisão do TRF4

10/01/2008Liberada autorização de comercialização de milho transgênico

08/01/2008TRF4 impede governador do PR de fazer promoção pessoal em rede estatal

Sexta, 18 de Janeiro de 2008Governador do PR deverá pagar multa por descumprir decisão do TRF4

O desembargador federal Edgard Lippmann Jr., do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), determinou ontem (17/1) a aplicação de multa de R$ 50 mil, a ser paga pelo governador do Paraná, Roberto Requião, por ter descumprido a decisão tomada pelo tribunal no último dia 8. Atendendo a pedido do Ministério Público Federal (MPF), o desembargador também ordenou à Rádio e Televisão Educativa do Paraná (RTVE) que veicule no próximo dia 22 a nota de desagravo emitida pela Associação dos Juízes Federais (Ajufe). A íntegra da decisão está disponível neste Portal, clicando no número do processo abaixo.AI 2007.04.00.003706-6/TRF

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Quinta, 10 de Janeiro de 2008Liberada autorização de comercialização de milho transgênico

A desembargadora federal Maria Lúcia Luz Leiria, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), revigorou nesta semana os efeitos da autorização, concedida pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), para liberação comercial do milho geneticamente modificado Liberty Link. A decisão atende a recurso interposto pela União contra a liminar deferida em junho do ano passado pela Justiça Federal de Curitiba. Em seu recurso, a União argumentou  que não existiria risco de coexistência do milho transgênico com variedades convencionais e que o Liberty Link seria seguro do ponto de vista ambiental, da saúde humana, dos animais e das plantas. Lembrou que a CTNBio determinou, como precaução, o monitoramento pós-liberação comercial. Para a desembargadora Maria Lúcia, a liminar deve ser suspensa, pois mais prejuízos ocorrerão se mantida, “inclusive causando atraso para o devido processamento das liberações da comercialização de OGMs”. Não estão presentes no caso, explicou, os requisitos necessários para o deferimento de liminar (a verossimilhança do direito alegado na inicial e o perigo na demora). Conforme a Lei 11.105/2005, lembrou a magistrada, compete à CTNBio a análise da avaliação de risco de atividades e projetos que envolvam organismos geneticamente modificados (OGMs) e seus derivados. A obrigatoriedade de apresentação, pelo interessado na liberação comercial, de estudos realizados em cada uma das regiões do país, “não consta na legislação que rege a matéria”, salientou.Além disso, a desembargadora ressaltou ainda que a autorização “depende de todo um procedimento complexo, do qual faz parte a manifestação favorável da CTNBio”. Porém, lembrou Maria Lúcia, envolve também outras fases, como a emissão dos registros, das autorizações e do licenciamento ambiental, podendo ainda a autorização ser objeto de recurso ao Conselho Nacional de Biossegurança. “Não é a simples decisão favorável da CTNBio que autoriza a imediata distribuição das sementes no mercado consumidor, motivo pelo qual não vejo o perigo de demora necessário à manutenção da liminar”, concluiu a desembargadora. A liminar, deferida pela Vara Federal Ambiental de Curitiba a pedido da Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (AS-PTA), suspendia a autorização do Liberty Link até que fossem elaboradas medidas de biossegurança para garantir a coexistência das variedades orgânicas, convencionais ou ecológicas com as variedades transgênicas. Também suspendia a liberação comercial do milho nas regiões Norte e Nordeste e proibia a CTNBio de autorizar qualquer pedido de liberação comercial de milho transgênico sem a elaboração de medidas de biossegurança que garantam a coexistência das variedades. O recurso ainda deverá ser julgado pela 3ª Turma do TRF4, em data a ser definida.AI 2007.04.00.026126-4/TRF

Terça, 08 de Janeiro de 2008TRF4 impede governador do PR de fazer promoção pessoal em rede estatal

O desembargador federal Edgard Lippmann Júnior, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), determinou hoje (8/1) que o governador do Paraná, Roberto Requião, se abstenha de praticar atos que impliquem em promoção pessoal, ofensas à imprensa, a adversários políticos e a instituições, com a utilização indevida de qualquer programa (especialmente o “Escola de Governo”), propaganda ou comercial veiculado pela Rádio e TV Educativa do Paraná. Foi fixada multa de R$ 50 mil para cada promoção pessoal ou agressão proferida pelo governador e, em caso de reincidência, o valor da multa será elevado para R$ 200 mil. A veiculação do programa “Escola de Governo”, transmitido ao vivo às terças-feiras pela RTVE, foi mantida pelo desembargador, que ordenou ainda à União e à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a devida fiscalização, prevista em lei. A decisão foi tomada em uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o governador, a União, a Anatel, a RTVE e seu presidente, Marcos Batista. Para o MPF, o governador estaria fazendo uso indevido da estatal. Em dezembro, a Justiça Federal de Curitiba concedeu em parte a liminar solicitada, suspendendo comerciais veiculados indevidamente. O MPF recorreu ao TRF4, pedindo o deferimento integral da liminar. Para Lippmann, a garantia constitucional da liberdade de manifestação de pensamento e da liberdade de imprensa não devem ser interpretadas de modo absoluto, “sob pena de caracterizar verdadeira outorga de ‘salvo conduto’ para se denegrir, indiscriminada e impunemente, a integridade moral de pessoas físicas ou instituições”. Conforme o desembargador, os atos atentatórios praticados por Requião ganham especial conotação quando veiculados por emissora integrante da rede pública de comunicação, através do “Escola de Governo”. A atitude do governador, destaca Lippmann em sua decisão, transborda dos limites da função “educativa” da RTVE. Deve preponderar no caso, afirmou, o princípio da eficiência e da cautela. “Por que se consentir com uma situação fática que de antemão se sabe potencialmente danosa à comunidade, para somente depois se reprimi-la?”, questiona o magistrado. Lippmann ressaltou que sua decisão não configura possível cerceamento ao direito de livre expressão. O que se pretende, destacou o desembargador, é fazer retornar à normalidade, afastando o desvio de finalidade da atividade dos meios de comunicação social estatal, como é a RTVE. Nada impede que o governador utilize a rede dentro dos estritos limites da concessão outorgada pela União, finalizou Lippmann.AI 2007.04.00.003706-6/TRF

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CNMP debate publicidade das sessões de Conselhos Superiores 29/01/2008 14:46MPF/RJ cobra fornecimento obrigatório de remédio para quimioterapia 24/01/2008 16:23ANPR: nota de desagravo a procuradora no Paraná 23/01/2008 11:09Decisão proíbe ingresso na UFSC pelo atual sistema de cotas 21/01/2008 16:28PGR: lei que proíbe motorista de trabalhar como cobrador é inconstitucional 07/01/2008 11:00Exigência de cadastramento para chaveiros é inconstitucional, diz PGR 27/12/2007 10:30

CNMP debate publicidade das sessões de Conselhos Superiores29/1/2008 14h46

Conselho se reúne amanhã, 30 de janeiro.O Plenário do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) se reúne nesta quarta-feira, 30 de janeiro, pela primeira vez no ano. Um dos destaques da pauta é a discussão sobre a publicidade de sessões plenárias realizadas no âmbito do Ministério Público. Relator de um procedimento de controle administrativo que trata do tema, o conselheiro Sandro Neis deferiu em outubro do ano passado um pedido de liminar da Procuradoria Geral da Justiça Militar para assegurar a presença do público e a transmissão em tempo real das reuniões do Conselho Superior do Ministério Público Militar. Segundo o conselheiro, não há razões para que as sessões que ocorrem nos Conselhos Superiores dos diversos ramos do MP sejam secretas. “Como já reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a partir da emenda constitucional 45, não somente as decisões, mas também as sessões administrativas, devem ser públicas. (...) Ademais, cumpre registrar que a publicidade é um dos princípios que regem a Administração Pública, nos termos do art. 37 da Constituição”, estabelece em sua decisão. Também está prevista na sessão do CNMP de quarta-feira a apresentação de uma proposta de resolução,

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de autoria do conselheiro Diaulas Ribeiro, que redefine o conceito de atividade jurídica nos concursos públicos para o provimento de cargos das carreiras dos Ministérios Públicos da União e dos Estados. O objeto é adequar o texto da Resolução nº 4/2006 às novas determinações do STF. Outro projeto de resolução em pauta é o que visa regulamentar o uso de veículos oficiais por membros e servidores do Ministério Público. Sob relatoria do conselheiro Fernando Quadros, a proposta, entre outros dispositivos, proíbe a utilização dos carros para fins pessoais e estabelece que os chefes dos MPs fixem limites mensais de combustível por automóvel, conforme suas peculiaridades. A 1ª Sessão Ordinária do CNMP começa às 9h, na cobertura do Bloco A do edifício-sede da Procuradoria Geral da República. As sessões do Conselho Nacional são abertas ao público e transmitidas ao vivo pela internet.

MPF/RJ cobra fornecimento obrigatório de remédio para quimioterapia24/1/2008 16h23

ANS deve exigir cobertura de doses de Emend por planos de saúde.O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF/RJ) encaminhou recomendação à Agência Nacional de Saúde (ANS) para obrigar as operadoras de plano de saúde a fornecerem o medicamento Emend, usado antes de ciclos de quimioterapia: três doses quando ministradas em hospitais e a primeira em clínicas e laboratórios especializados. O procurador da República Márcio Barra Lima, da área de direito do consumidor e ordem econômica, quer que a agência edite uma súmula normativa fixando a interpretação dessa obrigatoriedade ou adote uma medida igualmente eficaz com esse objetivo. O MPF quer o cumprimento de dois despachos da ANS, publicados em 2006, que registram a obrigatoriedade, para planos vendidos desde 1999, da cobertura da 1ª dose de Emend em ambulatórios, além das três doses do medicamento para pacientes internados em hospitais. O procurador observa que a imprensa já noticiou a recusa das operadoras em fornecer o Emend, lesando os interesses dos usuários. A recomendação decorre de um procedimento administrativo aberto pelo MPF a partir de uma notícia da coluna "Panorama Político", do jornal O Globo, de fevereiro de 2006. O Emend é usado para prevenir náuseas e vômitos agudos e tardios causados por ciclos de quimioterapia e deve ser ministrado em três doses: 30 minutos antes da quimioterapia, no 1º dia, e nas manhãs do 2º e do 3º dias. Quando ministradas em domicílio, a 2ª e a 3ª doses de Emend dependem dos programas de assistência farmacêutica previstos pelos planos de saúde. A ANS recebeu um prazo de 45 dias para informar as medidas que adotou para atender ao MPF. A recomendação é um instrumento usado por procuradores da República para defender o interesse público sem recorrer a um processo judicial.

ANPR: nota de desagravo a procuradora no Paraná23/1/2008 11h09

Antonia Lelia Neves Sanches propôs ação para impedir promoção pessoal do governador do estado em TV Educativa.

A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) vem a público desagravar a procuradora da República Antonia Lelia Neves Sanches, da Procuradoria da República no Paraná, ante a reação do governador do Paraná, Roberto Requião, à decisão proferida pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região no recurso de agravo de instrumento no 2007.04.00.003706-6/PR. Nesse processo, em atendimento a pedido da Procuradoria da República, o TRF-4 proibiu o governador de usar a TV Educativa do Paraná para promover-se e criticar a imprensa, os adversários ou instituições. Ao tomar conhecimento da decisão, o sr. Roberto Requião agiu de modo jocoso e desrespeitoso para com a procuradora da República Antonia Lelia Sanches, autora da ação, e com o juiz Edgard Antônio Lippmann Júnior aos quais dedicou uma receita de ovo frito, em programa veiculado na TV Educativa, e erradamente informou que estava sofrendo censura. A ANPR considera que o governador não dignificou o cargo que ocupa ao debochar da decisão judicial, dos membros do Ministério Público Federal e da Justiça Federal. À luz dos princípios democráticos do Estado de Direito, da harmonia entre os órgãos do Estado e das normas de boas maneiras, o comportamento do governador Requião é inaceitável e lamentável. Como qualquer cidadão da República, o governador do Paraná está sujeito à ordem jurídica. Seu descontentamento com a decisão judicial deve manifestar-se no espaço legítimo da democracia, mediante o recurso apropriado contra a decisão. Não se pode admitir que o governador utilize suas prerrogativas como chefe do Poder Executivo para ferir a honra de membros de outros Poderes e órgãos independentes da República. A liberdade de expressão e o princípio da publicidade, como qualquer outro princípio ou regra jurídica, não têm caráter absoluto. Estão sujeitos a limitações que o próprio Direito estabelece como a proibição de promoção pessoal que a Constituição impõe no artigo 37, parágrafo 1º. A pretexto de informar a população, também não se podem ferir outros princípios jurídicos, como os da impessoalidade e da moralidade. Brasília, 22 de janeiro de 2008. Antonio Carlos Bigonha Presidente da ANPR

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Decisão proíbe ingresso na UFSC pelo atual sistema de cotas21/1/2008 16h28

MPF/SC requer que vagas sejam preenchidas por ordem de classificação.O Ministério Público Federal em Santa Catarina obteve liminar favorável, a fim de que as vagas do concurso vestibular 2008 da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) sejam concedidas aos candidatos por ordem de classificação, ignorando a preferência concedida pela Resolução Normativa nº 008/2007, que instituiu o sistema de cotas para alunos negros e egressos do ensino público. Conforme o MPF, as reservas de vagas previstas no edital 04/Coperve/2207 ferem o princípio da legalidade, pois a questão deve ser tratada por lei, e não por resolução normativa. A ação, proposta pelo procurador da República Davy Lincoln Rocha, foi ajuizada contra a UFSC e requer a anulação da respectiva resolução. Para ele, qualquer medida que estabeleça critérios étnicos ou socioeconômicos para ingresso no ensino público superior depende de lei, no sentido material e formal. Conforme a decisão, a liminar foi garantida em função do receio de dano irreparável ou de difícil reparação em virtude da realização das matrículas, em meados do próximo mês, e do início das aulas. O juiz Gustavo Dias de Barcellos concordou com os argumentos do MPF de que a competência para legislar acerca de diretrizes e bases da educação nacional é privativa da União Federal (artigo 22, inciso XXIV, da Constituição Federal de 88). Com a decisão da Justiça Federal, todo candidato que tenha alcançado a pontuação mínima exigida para a classificação em cada curso terá direito a vaga, a matrícula e a freqüência às aulas. Ação nº 2008.72.00.000331-6

PGR: lei que proíbe motorista de trabalhar como cobrador é inconstitucional7/1/2008 11h00

De acordo com parecer de Antonio Fernando, somente a União pode estabelecer condições para o exercício de profissões.

Em parecer encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, foi favorável à ação direta de inconstitucionalidade (ADI 3960) proposta pelo governador do estado de São Paulo. O objetivo da ação é impugnar a Lei Estadual nº 12.252/2006, que proíbe os motoristas de veículos destinados ao transporte público de exercerem ao mesmo tempo a atividade de cobrador. Para o procurador-geral, a lei viola o inciso XVI do artigo 22 da Constituição Federal, segundo o qual compete exclusivamente à União legislar sobre a organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões: “Ao vedar que certa categoria exerça uma específica atribuição está o estado de São Paulo a pretender regular determinada profissão. Ocorre, contudo, que pelo nosso modelo constitucional, as profissões devem receber tratamento jurídico planificado, uniforme em todo o território nacional”. O parecer vai ser analisado pela ministra Carmem Lúcia, relatora do caso no STF.

Exigência de cadastramento para chaveiros é inconstitucional, diz PGR27/12/2007 10h30

De acordo com parecer de Antonio Fernando, somente a União pode estabelecer condições para exercício de profissões.

Em parecer encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, foi favorável à impugnação da Lei estadual nº 11.066/2002 na ação direta de inconstitucionalidade (ADI 3569) proposta pelo governador do estado de São Paulo. A lei dispõe sobre o cadastramento e fiscalização dos chaveiros e instaladores de sistema de segurança pela Secretaria de Segurança Pública. Para o governador, a lei proposta pela Assembléia Legislativa invade a competência do Poder Executivo de elaborar leis que organizam o funcionamento administrativo. Ele também argumenta que a lei viola os artigos 5º, inciso XIII, e 22, inciso XVI, da Constituição Federal, ao fixar condições para o exercício de profissões, sendo que somente a União tem competência para isso. De acordo com Antonio Fernando, a lei questionada apresenta vício tanto formal quanto material: “A liberdade para o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão representa um direito de cidadania, cuja restrição somente é justificável nas hipóteses em que se busca a garantia de prevalência dos interesses da coletividade sobre os individuais, exigindo-se que a regulamentação, além de expedida por órgão competente, seja destinada a, mais do que especificar direitos, estabelecer a imposição de deveres em favor da coletividade consumidora de serviços”. O ministro Menezes Direito, relator do caso no STF, vai analisar o parecer.

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Responsável pelo “Seleções da Biblioteca” : Jussara de Mello Toledo RamosMINISTÉRIO PÚBLICO DO PARANÁ – DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO

Fone/Fax: (41) 3250-4555

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