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Page 1: abordagemfilosofica.files.wordpress.com  · Web viewExplicite a semelhança entre a proposta da Gestalt descrita no texto acima e a teoria do conhecimento proposta por Immanuel Kant:

Colégio Santo Inácio JESUÍTAS RIO DE JANEIRO

3ª Série - Ensino MédioP.D. 3º bimestre

FilaA

Aluno(a): _______________________________________________ Turma: ______ Nº: _____ Disciplina: Filosofia Prof. Marcelo MarquesData: ____/____/2015 Questão 1:

Fonte: http://www.cetico.criacionismo.com.br/Pode-se afirmar que os personagens no diálogo acima estão fazendo ética? Justifique a sua resposta:

Esta questão é bastante simples. Basta lembrar da definição de ética como pensamento ou reflexão sobre as ações, comportamentos e valores morais. Então,

GABARITO:Os personagens da tirinha estão discutindo sobre valores morais e fundamentos para a moralidade. Logo, pode-se , sim, dizer que estão “fazendo ética”.

Obs: Atenção ao enunciado! Muita gente respondeu como se a pergunta fosse “eles estão sendo éticos?”, ao invés de “eles estão fazendo ética?”

Questão 2:Lateral, que teria acordo com o clube de São Januário, afirma que ouviu o coração ao desfazer compromisso e confirma ligação para Romário

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A polêmica envolvendo a ida de Léo Moura para o Vasco, que acabou não acontecendo, tem mais um capítulo. Nesta quarta-feira, em uma rede social, o lateral-direito, de 36 anos, que pode acertar sua transferência para o Coritiba, se pronunciou para se explicar e dar uma nova versão para o caso. Alfinetou o presidente do Vasco, que fez o anúncio do acerto com o jogador sem que o mesmo tivesse assinado contrato com o clube:- Se for contratar de boca sem nada assinado até o meu time de Fut 7 "Amigos do LM" pode anunciar que contratou o Messi... Concordam?

Confira a declaração de Léo Moura:

“Decidi não aceitar porque dentro do meu coração falou mais alto a identificação e o carinho que tenho pelo Fla e pela Nação que sempre me carregou no colo e nos momentos difíceis esteve ao meu lado e não merecia isso jamais!!  Se sentei para ouvir, errei e reconheço, mesmo sendo um profissional! Mas a forma mais correta foi ouvir meu coração e minha família e não aceitar ir.Estou em paz, tranquilo mesmo com todos julgamentos, acredito que tomei a decisão certa em não aceitar o convite, mas tem um porém. Se for contratar de boca sem nada assinado até o meu time de Fut 7 "Amigos do LM" pode anunciar que contratou o Messi, concordam?Minha história é limpa e sempre fui e sou querido em qualquer lugar que chego!! Vida que segue! O importante e ser feliz!Ponto!"

Leia mais no LANCENET! http://www.lancenet.com.br/minuto/Eurico-Leo-Moura-presidente-Vasco_0_1381661868.html#ixzz3iQVx6MUO  © 1997-2015 Todos os direitos reservados a Areté Editorial S.A Diário LANCE! 

A decisão final do jogador Leo Moura na sua recente polêmica com o Vasco está de acordo com o imperativo categórico de Immanuel Kant? Justifique a sua resposta fazendo referência a pelo menos um trecho ou argumento presentes na reportagem acima:

Para a correção desta questão eu aceitei alguns raciocínios diferentes, inclusive com a possibilidade de a resposta ser afirmativa ou negativa. De qualquer forma, temos de lembrar que o enunciado pergunta se está de acordo com o imperativo categórico, e não se ele realizou uma ação moral, o que é diferente.

O imperativo categórico propõe basicamente duas coisas: a) que a ação seja realizada por si mesma, e não com visando a um fim posterior. b) deve poder ser universalizado.

O gabarito imaginado por mim parte da afirmação presente na manchete:

GABARITO:“Lateral, que teria acordo com o clube de São Januário, afirma que ouviu o coração ao desfazer compromisso”. E a justificativa seria a seguinte: O ato de descumprir com um compromisso firmado não pode ser universalizado. Logo, não está de acordo com o imperativo categórico.

Obs: Outras respostas foram aceitas, por exemplo as que mostraram que a decisão do jogador não poderia ser universalizada (por exemplo, a ação de decidir com o coração ou de seguir a vontade da família ou pressão popular da torcida).

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Obs2: Considerei algo sobre respostas que apontaram que ale agiu motivado por sentimentos, e não pelo dever moral. Mas esta resposta não é boa, pois se refere mais se tratar de uma ação moral do que estar de acordo com o imperativo categórico.

Obs3: Algumas respostas não foram totalmente consideradas, pois fizeram inferências para além do que estava presente no texto.

Questão 3:

Auguste Comte e a Lei dos Três EstadosPor Lucas Martins

Foi um filósofo francês, nascido em Montpellier em 1798. Começou sua carreira ensinando matemática, depois tornou-se secretário de Saint-Simon. Nesta época, começou a escrever o livroCurso de filosofia Positiva, que seria uma filosofia das ciências. De um lado, procede a uma classificação das ciências, por ordem de complexidade, de outro, formula a Lei dos Três estados, que caracterizam períodos da história humana.A LEI DOS TRÊS ESTADOS

Os três estados, de acordo com a história humana, são:

a) O estado teológico ou "fictício" explica os fatos por meio de vontades análogas à nossa (a tempestade, por exemplo, será explicada por um capricho do deus dos ventos, Eolo). Este estado evolui do fetichismo ao politeísmo e ao monoteísmo.

b) O estado metafísico substitui os deuses por princípios abstratos como "o horror ao vazio", por longo tempo atribuído à natureza. A tempestade, por exemplo, será explicada pela "virtude dinâmica"do ar (²). Este estado é no fundo tão antropomórfico quanto o primeiro ( a natureza tem "horror" do vazio exatamente como a senhora Baronesa tem horror de chá). O homem projeta espontaneamente sua própria psicologia sobre a natureza. A explicação dita teológica ou metafísica é uma explicação ingenuamente psicológica. A explicação metafísica tem para Comte uma importância sobretudo histórica como crítica e negação da explicação teológica precedente. Desse modo, os revolucionários de 1789 são "metafísicos" quando evocam os "direitos" do homem - reivindicação crítica contra os deveres teológicos anteriores, mas sem conteúdo real.

c) O estado positivo é aquele em que o espírito renuncia a procurar os fins últimos e a responder aos últimos "por quês". A noção de causa (transposição abusiva de nossa experiência interior do querer para a natureza) é por ele substituída pela noção de lei. Contentar-nos-emos em descrever como os fatos se passam, em descobrir as leis (exprimíveis em linguagem matemática) segundo as quais os fenômenos se encadeiam uns nos outros. Tal concepção do saber desemboca diretamente na técnica: o conhecimento das leis positivas da natureza nos permite, com efeito, quando um fenômeno é dado, prever o fenômeno que se seguirá e, eventualmente agindo sobre o primeiro, transformar o segundo. ("Ciência donde previsão, previsão donde ação").

http://www.infoescola.com/sociologia/auguste-comte-e-a-lei-dos-tres-estados/

Apresente uma semelhança e uma diferença entre as perspectivas de Auguste Comte e Geog W. F. Hegel sobre o desenvolvimento histórico da humanidade:

GABARITO:Semelhanças: As propostas dos dois pensadores trabalham com a perspectiva de um desenvolvimento histórico da humanidade. Ambos falam em momentos característicos

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do processo histórico. Ambos propõe que este desenvolvimento possui sentido e objetivo.

Diferença: Comte apresenta a visão de um desenvolvimento mais linear, em que um estágio sucede e deve anular o outro, enquanto Hegel interpreta as transformações históricas como um processo dialético em que os momentos anteriores não são simplesmente superados ou anulados, mas transformados a partir da tensão presente entre aspectos contrários. Sendo assim, o caminho não é necessariamente linear, mas pode se desenrolar por “caminhos” aparentemente sinuosos ou que até pareçam retrocessos.

Obs: Mesmo não sendo linear, para Hegel há um sentido na história. Ela se encaminha para o seu momento mais desenvolvido da consciência, e assim cada novo momento é, de alguma forma, mais desenvolvido do que o anterior. Ainda que não em todos os aspectos, ou que aparente mente não pareça sê-lo.

Obs: Outra diferença possível seria que o último estágio na interpretação de Comte seria o positivo, do pensamento científico e experimental, eliminando a metafísica, enquanto o último momento proposto por Hegel seria o de uma compreensão da realidade que ultrapassa o modelo de pensamento científico moderno e é alcançado através da filosofia.

Questão 4: A crença seria um forte sentimento involuntário que nos faz preferir uma

hipótese a outra, durante a conexão causal dos acontecimentos. É essa  força a responsável pela ligação de um acontecimento a outro de forma a parecer uma lei, tornando contínua, e não fragmentada, a sucessão dos acontecimentos. Esse sentimento difere da imaginação por ser mais forte e vívido que ela, e  não acontecer voluntariamente, mas antes  ser excitado pela natureza. A sucessão dos fatos no tempo segue sempre uma harmonia pré-estabelecida entre  o homem e a natureza. E, para Hume,  os verdadeiros desígnios e o curso da natureza  vão sempre permanecer incognoscíveis para nós. E essa problemática levantada por ele não chega constituir  um problema  prático, pois a natureza sempre imporá “sua vontade” sobre nós. É por isso que há a separação entre o mundo teórico e o prático.           Pois bem, esse desfecho irracionalista e consistente do empirismo parecia jogar um balde de água fria nos que procuravam encontrar a mesma certeza apodíctica da ciência da natureza newtoniana nas questões morais. O desafio de Hume precisava ser respondido à altura. Foi então que Kant escreveu. (http://www.consciencia.org/kanthume.shtml)

Apresente os argumentos da moral kantiana que visam restituir a possibilidade de uma ética universal, em oposição ao relativismo moral insinuado na perspectiva empirista de David Hume:

Esta questão era bastante simples. Nem mesmo era necessário mencionar Hume. Bastava apresentar ao menos um (fui condescendente aqui, apesar do enunciado no plural) argumento que fundamenta a universalidade da ética de acordo com Kant, e ficaria mais ou menos assim:

Page 5: abordagemfilosofica.files.wordpress.com  · Web viewExplicite a semelhança entre a proposta da Gestalt descrita no texto acima e a teoria do conhecimento proposta por Immanuel Kant:

GABARITO:Kant fundamenta a universalidade da ética na universalidade da razão humana. Assim como para o conhecimento dispomos das mesmas estruturas racionais para a interpretação da realidade, também somos capazes de alcançar racionalmente as regras dos deveres morais que fundamentam a ética. Cada um é capaz de descobrí-las por si mesmo, e essas regras descobertas serão as mesmas para todos, já que operamos com a mesma racionalidade.

Obs: A universalidade da ética em Kant não tem nada a ver com consensos feitos entre as pessoas ou definidos socialmente. No máximo pode acontecer o contrário: sociedades podem criar leis gerais baseadas nos deveres que cada um encontra e toma como corretos por si mesmos.

Questão 5:

UNIFENAS - Universidade José do Rosário Vellano PrincipalDez/2009O que é Gestalt e qual a sua Origem?É uma teoria que estuda como os seres humanos percebem as coisas. A psicologia da Gestalt enfoca as leis mentais - os princípios que determinam a maneira como percebemos as coisas. 

Ela prega que nossa percepção não se dá por “Pontos Isolados”, mas sim, por uma visão de “Todo”. Então, funda-se na idéia de que o todo é mais do que a simples soma de suas partes. Por exemplo:"A+B" não é simplesmente "(A+B)", mas sim um terceiro elemento "C", que possui características própriasOrigemGestalt é uma palavra, pronunciada "guestalt", de origem alemã que pode ser traduzida aproximadamente como, “Forma Total” ou “Forma Global”. Surgiu no início do século passado, na Alemanha, e teve como principais expoentes Kurt Koffka (1886-1940), Wolfgang Köhler (1887-1967) e Max Werteimer (1880-1943).

São estas, resumidamente, as Leis da Gestalt:PROXIMIDADE: Os elementos são agrupados de acordo com a distância a que se

encontram uns dos outros. Logicamente, elementos que estão mais perto de outros numa região tendem a ser percebidos como um grupo, mais do que se estiverem distante de seus similares.

SEMELHANÇA: Eventos semelhantes se agruparão entre si. Essa semelhança se dá por intensidade, cor, odor, peso, tamanho, forma etc. e se dá em igualdade de condições.

CONTINUIDADE: Há uma tendência de a nossa percepção seguir uma direção para conectar os elementos de modo que eles pareçam contínuos ou fluir em uma direção específica.

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PREGNÂNCIA: A mais importante de todas, possivelmente, ou pelo menos a mais sintética. Diz que todas as formas tendem a ser percebidas em seu caráter mais simples. É o princípio da simplificação natural da percepção. Quanto mais simples, mais facilmente é assimilada.

EXPERIÊNCIA PASSADA: Esta se relaciona com o pensamento pré-Gestáltico, que via nas associações o processo fundamental da percepção da forma. A associação aqui, sim, é imprescindível, pois certas formas só podem ser compreendidas se já a conhecermos, ou se tivermos consciência prévia de sua existência. Da mesma forma, a experiência passada favorece a compreensão metonímica: se já tivermos visto a forma inteira de um elemento, ao visualizarmos somente uma parte dele reproduziremos esta forma inteira na memória.

CLAUSURA: Ou “fechamento”, o princípio de que a boa forma se completa, se fecha sobre si mesma, formando uma figura delimitada. O conceito de clausura relaciona-se ao fechamento visual, como se completássemos visualmente um objeto incompleto.

Fonte: http://psicologado.com/abordagens/humanismo/gestalt-leis-da-gestalt © Psicologado.comhttp://ned.unifenas.br/cursosgratuitos/Gestalt/Gestalt.aspx

Explicite a semelhança entre a proposta da Gestalt descrita no texto acima e a teoria do conhecimento proposta por Immanuel Kant:

GABARITO:A proposta da Gestalt se assemelha à proposta de Kant apresentada na sua Crítica da Razão Pura sobre o conhecimento humano. Assim como Kant defende que nós possuímos um modo específico (racional) de interpretar a realidade e atribuir ordem e sentido ao que vemos, a teoria Gestalt parece descobrir esse processo realmente acontecendo ao evidenciar que quando observamos os fenômenos, intuitivamente já completamos as lacunas não vistas, relacionamos o que é visto a um contexto esperado, ou seja, determinamos ordem e sentido ao que vemos.

Obs1: Antes de tudo, esta questão é sobre o conhecimento, e não sobre a moralidade.Obs 2: Para Kant, nós não nascemos com ideias e nem conhecimentos prévios, mas sim com uma forma pré-definida de interpretar o que percebemos (isso ele chama de intuições e conceitos puros)

Questão 6:

06/07/2015 19h19 - Atualizado em 07/07/2015 10h50

Desempregado encontra carteira com R$ 1 mil e devolve para donoDinheiro perdido em Garça era o salário todo, diz dono da carteira.Jovem que devolveu o dinheiro está desempregado há 5 anos.Do G1 Bauru e Marília

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Carteira foi devolvida para dono em Garça (Foto: Reprodução / TV TEM) (Foto: Reprodução / TV TEM)

Um jovem de 24 anos deu uma lição de honestidade em Garça (SP) neste fim de semana. Mesmo desempregado há 5 anos, Júlio César Néves, devolveu uma carteira com R$ 1 mil que encontrou no chão de uma festa, no domingo (5). “Na hora eu pensei, talvez seja de um pai de família, de um desempregado que precise de dinheiro para pagar alguma conta. Na hora eu pensei, tem que devolver", afirma Júlio.O salário do mês do operador de máquinas Fábio Kindler estava todo na carteira, como ele mesmo explica. Kindler diz que foi passear com a família na Festa da Cerejeira e, quando chegou em casa, percebeu que tinha perdido. "Cheguei em casa e coloquei a mão no bolso. Na hora que eu vi não estava, voltei lá para ver se conseguia achar, mas não consegui achar. Ai voltei embora e nem dormi."Júlio César encontrou a carteira e levou até a base da Polícia Militar mais próxima. A atitude do rapaz surpreendeu até o delegado Valdir Tramontini. "Bastante elogiosa a atitude desse indivíduo. Encontrou a carteira com R$ 1 mil e, demonstrando boa índole, acabou devolvendo. Infelizmente essa é uma conduta que raramente ocorre, quando devia ser rotineira."Fábio e Júlio se conheceram na porta da delegacia nesta segunda-feira (6) e o abraço de gratidão foi inevitável. "Era dinheiro para pagar conta, deu desespero na hora. Ia ficar conta sem pagar, tudo sem pagar, a maioria das contas", agradeceu Fábio.E Júlio, mesmo desempregado, ficou feliz em ter feito o que achou certo. "Dinheiro tem que ser conquistado, ganhado não. Senão não é mérito meu, não tem valor."

http://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2015/07/desempregado-encontra-carteira-com-r-1-mil-e-devolve-para-dono.html

Page 8: abordagemfilosofica.files.wordpress.com  · Web viewExplicite a semelhança entre a proposta da Gestalt descrita no texto acima e a teoria do conhecimento proposta por Immanuel Kant:

Retire do texto um trecho que mostre que a ação de Júlio César, mesmo sendo louvável e estando de acordo com o dever, não parece configurar uma ação moral de acordo com a ética kantiana. Justifique a sua resposta:

Nesta questão eu também procurei considerar diversas interpretações, desde que sejam coerentes, claras, e que estejam de acordo com o pensamento de Kant. O enunciado pede uma transcrição de um trecho do texto e uma justificativa para o fato de a ação do rapaz não poder ser considerada uma ação moral. Isso já direciona a sua resposta, pois não dá para defender que a ação foi moral, mesmo que você discorde. Então, jogando com as regras do jogo apresentado...

GABARITO:“Na hora eu pensei, talvez seja de um pai de família, de um desempregado que precise de dinheiro para pagar alguma conta. Na hora eu pensei, tem que devolver" Neste trecho pode-se inferir que a ação do rapaz, apesar de estar de acordo com o dever moral, não caracteriza uma ação moral por ter sido motivada por sentimento de empatia, compaixão ou solidariedade com o suposto dono que poderia estar precisando do dinheiro.

Outro argumento ainda sobre esse mesmo trecho poderia ser o de que a motivação de devolver apenas pela possibilidade de o dono estar precisando muito descaracteriza a ação como moral, já que esta deveria ser adotada de forma independente da situação ou consequência para as pessoas envolvidas. O dever de devolver a carteira é o mesmo, independentemente da situação ou índole do seu dono.

Obs: Só uma curiosidade e uma divagação... Talvez em um mundo efetivamente kantiano, o certo fosse nem mesmo pegar a carteira. Deixá-la lá mesmo. Se todos fizessem o mesmo e não pegassem, em algum momento o dono retornaria e a encontraria. Foi feita uma experiência parecida com uma mala deixada em local público no Japão. O resultado foi que ninguém pegou, e segundo relatos das pessoas após a experiência, não foi por medo (por exemplo, de ser uma bomba), e sim por esse mesmo raciocínio: “Não é minha, o certo é deixar onde está, para que o dono possa encontrá-la”. Mas na realidade não kantiana em que vivemos, parece melhor salvaguardar o objeto perdido antes que ele simplesmente desapareça, e então tentar encontrar o seu dono...

Questão 7: "(...) a própria experiência é um modo de conhecimento que requer entendimento, cuja regra tenho que pressupor a priori em mim ainda antes de me serem dados objetos e que é expressa em conceitos a priori, pelos quais portanto todos os objetos da experiência têm necessariamente que se regular e com eles concordar." (KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 13).

Até hoje admitia-se que nosso conhecimento se devia regular pelos objetos; porém, todas as tentativas para descobrir, mediante conceitos, algo que ampliasse nosso conhecimento, malogravam-se com esse pressuposto. Tentemos, pois, uma vez, experimentar se não se resolverão melhor as tarefas da metafísica, admitindo que os objetos se deveriam regular pelo nosso conhecimento.

KANT, I. Crítica da razão pura. Lisboa: Calouste-Gulbenkian, 1994 (adaptado).

Page 9: abordagemfilosofica.files.wordpress.com  · Web viewExplicite a semelhança entre a proposta da Gestalt descrita no texto acima e a teoria do conhecimento proposta por Immanuel Kant:

Vamos nos deter no  que Kant chama de a "revolução copernicana em Filosofia" , que seria, a exemplo da "revolução copernicana", onde Copérnico troca o sistema geocêntrico anteriormente aceito, desde Aristóteles e Ptolomeu (onde a Terra seria o centro do Universo e tudo o mais giraria em seu redor, inclusive o sol) pelo heliocêntrico (de forma, a ser agora, o sol o centro do Universo, estando o planeta Terra, bem como outros astros, girando ao seu redor), uma troca de referencial onde, a partir de Kant, os objetos deixam de ser o centro de nossa potencialidade de conhecimento (...).

Fonte: http://www.oocities.org/topicosantropologia_epistemolog/Professor/A_revolucao_copenicana_Kant.htm

Apresente de forma clara e com as suas palavras a revolução copernicana que Kant afirma estar realizando na filosofia:

A resposta desta pergunta está nos textos do enunciado. Bastava reelaborar o seguinte trecho:

“Até hoje admitia-se que nosso conhecimento se devia regular pelos objetos; Tentemos, pois, uma vez, experimentar se não se resolverão melhor as tarefas da metafísica, admitindo que os objetos se deveriam regular pelo nosso conhecimento.”

Em outras palavras...

GABARITO:A revolução copernicana que Kant afirma estar realizando na filosofia consiste em uma inversão no nosso referencial quanto ao conhecimento. Tradicionalmente sempre se supôs que a os objetos observados possuem ordem própria, qualidades e essências que tentamos descobrir; mas na verdade, o que ocorre é que o sujeito, ao observar os fenômenos (objetos) é que lhes impõe a ordem, qualidades e essências que vemos nelas. Esta ordem tem origem na nossa racionalidade, e não no objeto em si.