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Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas
Universidade Técnica de Lisboa
Teoria de Imagem
2º Semestre, 2º ano
Professora: Célia Belim
Trabalho Prático 4 - Cinema
Trabalho realizado por: Ana Catarina Elias
Ciências da Comunicação
2008/2009
1
Índice
Vincent 3
Tim Burton 4
Vincent Price 6
Edgar Allan Poe 7
Clichés 8
Sinopse e Referências9
Referências 10
Código Cinematográfico 11
Bibliografia 53
Anexos .
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Vincent
Vincent é um pequeno rapaz de 7 anos que sonha ser como o seu ídolo, Vincent
Price, actor americano de filmes de terror. Ao mesmo tempo que Vincent de 7 anos
vive a sua vida, todos os acontecimentos desta, na sua mente se tornam sombrios,
assustadores e dignos do seu herói, sendo mesmo que as cores utilizadas na animação,
o preto e o branco (noir), vêm reforçar ainda mais o ambiente único de Vincent; um
ambiente gótico, misterioso e sombrio da mente de um rapazinho que só queria que a
sua vida fosse recheada de aventuras e de acontecimentos bizarros, muito mais
excitantes que a sua vida tão monótona.
Vincent, a criança, é ao mesmo tempo ele próprio e o seu herói. Dois seres que
se ligam pelo mais singelo acontecimento – onde Vincent, o menino, vê a sua tia e a
cumprimenta e onde Vincent o herói, faz dela um boneco de cera para o seu museu.
Esta é a primeira curta-metragem realizada por Tim Burton, corria o ano de
1982 e foi gravada na famosa técnica “stop-motion”, sendo escrita, desenhada e
realizada por Burton; ele próprio um fã de Price. De facto, se olharmos com atenção,
Vincent, o protagonista do filme tem uma grande semelhança física com Tim burton
tendo o seu cabelo, a sua cara e até a sua personalidade. Para além do reconhecido
valor como cineasta, Tim Burton possui ainda uma veia literária para onde transporta
os universos fantásticos e obscuros dos seus filmes, não sendo por isso uma surpresa
que esta curta-metragem tenha sido escrita pelo realizador, um autêntico contador de
histórias.
Na verdade, esta curta-metragem é quase uma pequena família, pois todos os
seus protagonistas se interligam. Vincent, de 7 anos é quase uma autobiografia de Tim
Burton, ele próprio grande fã de Price, que participa em Vincent como o narrador da
história. Por fim, temos Edgar Allan Poe, escritor favorito de Price (a maioria do seus
filmes de terror são baseados nas obras deste autor), no qual Burton se baseou para
escrever Vincent. São caminhos que se interligam, e que no seu final originaram esta
curta-metragem, uma autêntica obra-prima de Burton.
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Tim Burton
Timothy William Burton, o “esquisitoide” de Holliwod, nasceu a 25 de Agosto de 1950
em Burbank, California e após terminar o secundário inscreveu-se no Instituto de Arte da
Califórnia, onde se especializou em Animação. É aqui que começa o caminho que transformou
Burton no homem que é hoje – um dos mais influentes realizadores do seu tempo. Na
verdade, a história do realizador é um cliché, pois Burton era o rapaz que adorava artes, era
despistado, e com uma mente hiperactiva que sonhava ser realizador. Afinal, os sonhos ainda
se tornam realidade. Começou a trabalhar na Disney como animador em 1979, saindo pouco
depois por se sentir insatisfeito com o seu trabalho. Já aqui se nota a personalidade inquieta e
perfeccionista de Burton que finalmente, em 1982 se estreia com Vincent, a sua primeira
curta-metragem, que o próprio realizou, escreveu e também desenhou!
A partir daqui tudo se compôs e Burton encontrou-se a si próprio, começando a fazer
algumas curtas-metragens para Tv, nunca se esquecendo no entanto da animação, fazendo
ainda Frankewennie.
Bettlejuice (Os fantasmas divertem-se) marcou a sua ascensão às altas esferas de
Hollywood, sendo de seguida convidado para realizar o grande blockbuster do ano seguinte,
Batman. Seguiu-se Eduardo Mãos de Tesoura, que marcou o seu regresso à produção e que o
fez ser reconhecido pelos pares como um verdadeiro artista. Tudo o que vem de Burton é
então arte, pois os seus filmes que têm uma realidade tão singular, são hoje em dia
considerados filmes de culto.
Após Batman e Eduardo Mãos de Tesoura, seguiu-se O regresso de Batman, sendo
ainda hoje considerado uma das melhores sequelas de um filme de super heróis.
No entanto nem todos seus filmes se tornaram Blockbusters, temos o exemplo de Ed
Wood (que lhe valeu apesar de tudo, dois Óscares) e Marte Ataca!, os seus projectos
seguintes.
E então surgiu A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça, com os seus grandes amigos de longa
data Jonhy Depp (com quem Burton mantém uma profunda amizade e com quem trabalha na
maioria dos seus filmes, sendo a sua “cara metade cinematográfica”) e Christopher Lee, um
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contemporâneo de Price e seu colega em muitos dos seus filmes. Foi um dos maiores sucessos
de Burton e é hoje (também) um filme de culto. Seguiram-se Planeta dos Macacos, e Big Fish.
No entanto Burton nunca esqueceu a animação, produzindo ainda, em 1993 O estranho
mundo de Jack, que nasceu de Vincent; seguindo-se James e o Pêssego Gigante em 1996 e por
último, produzindo e realizando A Noiva Cadáver em 2005.
De seguida mais um sucesso de bilheteira, Charlie e a Fabrica de Chocolate e Sweeney
Todd (ambos com Depp), o seu primeiro musical.
Burton tem sempre um ambiente familiar no set dos seus filmes. A sua esposa, que
conheceu quando realizou O planeta dos Macacos, entra desde então nos seus filmes, a par de
Depp, que tem uma longa e bem sucedida parceria com o realizador; de facto os dois homens
têm uma linguagem especial, que a maioria não compreende, pois falam por sinais e
monossílabos e palavras incompletas, numa linguagem que apenas ambos compreendem.
Para além de realizador e produtor, Burton também desenha e escreve histórias e
contos, sendo estes muito apreciados e best-sellers. Burton é assim um homem da arte, uma
união de talentos que o tornam único.
Burton é por isso um dos grandes da sua geração; é gótico, estranho, veste-se sempre
de preto, é hiperactivo, perfeccionista e sombrio. Burton é muitas vezes as suas personagens e
elas são ele próprio. Mas como poderia ser diferente, quando para este realizador, fazer
cinema é um hobby?
“Fazer filmes é, para mim, uma espécie de terapia bem cara”
Tim Burton
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Vincent Price
Vincent Leonard Price nasceu em 1911 em St. Louis, Missouri, Estados Unidos. Vindo
de uma família rica (o seu pai era presidente de uma fábrica de doces, a National Candy)
estudou sempre nas melhores escolas onde frequentou história de arte e belas artes. Depressa
interessou-se pelo teatro onde se estreou em 1935. A sua carreira no cinema começou em
1938 com "Service Deluxe", e no ano seguinte fez o seu primeiro filme de terror "Tower of
London" onde tem um papel pequeno. A partir daí iniciou uma carreira repleta de personagens
emblemáticas, sendo ainda hoje um dos reis do terror. Foi nos anos 60 que fez os seus mais
conhecidos filmes, como “O Corvo”, "Muralhas do Pavor", “O Castelo Assombrado”, entre
outros. Todas estas produções foram em parceria com o amigo produtor e realizador Roger
Corman, nascendo assim um duo imbatível neste tipo de produções.
No entanto Vincent era um homem muito complexo e com diversos talentos, sendo
um excelente Goumet tendo até publicado diversos livros sobre o tema, e ainda, devido ao seu
passado como estudante, um excelente coleccionador de arte.
A sua carreira começou a decair nos anos 80, à medida que envelhecia; teve no
entanto tempo para aparecer em alguns filmes como “A Mansão da Meia-Noite” em 1983, e
"Banho de Sangue na Casa da Morte" em 1985. Em 1982 narra a curta-metragem, “Vincent” de
Tim Burton, de quem se torna amigo pessoal. É aliás num dos clássicos de Burton, “Eduardo
Mãos de Tesoura” que Price faz a sua última aparição no cinema, em 1990. Price entra apenas
5 minutos mas esses minutos foram o fim perfeito para 50 longos anos de carreira.
Vincent Price morreu a 25 de Abril de 1993, deixando saudades. Desaparecia assim a
voz assustadora do vídeo Thriller de Michael Jackson.
“It's as much fun to scare as to be scared.”
Vincent Price
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Edgar Allan Poe
Edgar Allan Poe nasceu em Boston, em 19 de Janeiro de 1809.Era filho de um casal de
actores, mas ficou órfão em tenra idade devido à tuberculose, doença mortífera na altura,
Apesar de ter ido viver com um tio rico, Edgar nunca esqueceu os pais e a forma como estes
morreram, tendo para sempre uma cicatriz.
Apesar de ter ido estudar para Inglaterra quando era jovem, Allan Poe voltou aos
Estados Unidos, onde então frequentou as Universidades de Charlotteville e Virginia, sendo
expulso desta última por não se enquadrar nos padrões da época. Devido ao se espírito
aventureiro e rebelde foi para a Grécia lutar contra os turcos e quando regressou decidiu
alistar-se no Batalhão de Artilharia entrando depois na Academia Militar. Apesar de finalmente
ter um trabalho fixo, Poe queria era escrever poesia e por isso, após publicar o seu primeiro
livro de poesia “Tamerlane and other poems, by a Bostonian” decidiu abandonar a carreira
militar. Ganha diversos prémios mas não consegue manter-se em nenhum jornal pois tornara-
se um alcoólatra. Em 1835 casa-se com a prima de apenas 13 anos, Virgina, o que provoca
melhoras profundas no seu comportamento, passando a escrever com mais assiduidade e a
beber menos. Os seus contos são na sua maioria de terror e de mistério e inventou o
antecessor de Sherlock Holmes, o detective Dupin em 1840.
No entanto, com a morte da sua esposa e grande amor da sua vida em 1847, Poe volta
ao alcoolismo e nem a relação com a poetisa e escritora Frances Osgood, o consegue salvar,
entrando em profundo desespero. Morre a 7 de Outubro de 1849, aos 40 anos, no hospital,
três dias depois de se sentir mal numa taberna, em Baltimore. Entre suas principais obras
destacam-se: The Raven (O Corvo, poesia, 1845), Annabel Lee (poesia, 1849) e o volume
Histórias Extraordinárias (1837), onde aparecem seus contos mais conhecidos, como "A Queda
da Casa dos Usher", "O Gato Preto", "O Barril de Amontillado", "Manuscrito encontrado numa
Garrafa", entre outros, considerados obras-primas do terror.
I became insane, with long intervals of horrible sanity.
Edgar Allan Poe
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Clichés
Esta curta-metragem, de facto não possui muitas personagens, sendo
composta pela personagem principal, Vincent, a sua tia e a sua mãe. Apesar disto é
possível vermos na personagem de Vincent, o típico rapaz hiperactivo, que está
sempre num mundo só seu e que tem uma fixação pelo seu herói, tal como todas as
crianças da sua idade, querendo ser algo que não é, querendo crescer demasiado
depressa.
Temos de seguida a Tia, uma personagem gorda e com um vestido floral,
representando “as tias que ninguém gosta mas que tem de suportar” sendo uma
personagem aborrecida, que apenas enfada Vincent nas suas infindáveis visitas.
Por último temos a mãe, uma personagem carinhosa mas ao mesmo tempo
séria, que vai em salvamento do filho num dos seus piores momentos, tirando-o da
nostalgia em que se encontra. Temos aqui presente a harmonia que todas as mães
deveriam ter: fortes o suficiente para castigar o filho quando necessário e carinhosas e
maternais quando está na hora de o apoiar e salvar.
De facto, esta curta-metragem por si só é um estereótipo; o estereótipo
Burton, pois o cineasta devido à sua maneira única de ser criou um novo estilo,
facilmente reconhecido pelos seus pares e espectadores. O “mundo Burton” é por isso
algo a ser (re) descoberto, representando um novo tipo de filme, de pensamento, de
realidade; uma nova visão do cinema, criado por um homem, que com a sua visão nos
levou a um mundo (sempre) complemente novo.
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Sinopse e ReferênciasEsta curta-metragem está recheada de referências. Sendo uma animação de
humor negro, com um pouco de terror à mistura, Vincent é um mundo a ser
descoberto.
A animação começa com um gato que entra na janela de Vincent que toca
flauta, num ambiente calmo e harmonioso, como o próprio Vincent. No entanto, de
repente e á medida que o narrador nos conta a história de Vincent percebemos que
esse mundo harmonioso é de facto uma das facetas de Vincent.
Vincent gostaria de ser como o seu ídolo, um actor de filmes de terror,
transformando-se por isso, na sua mente num ser mais velho, com olheiras, cansado e
vestido com roupas de aristocrata, presentes em muitos dos filmes do seu ídolo.
Vincent de facto não se importa de viver com a sua família e os seus animais de
estimação (cão e gatos) mas preferia viver rodeado de morcegos. Cumprimenta a sua
tia com amabilidade, quando de facto preferia fazer dela um boneco de cera. A história
continua com a ligação entre estes dois mundos; Vincent a criança e Vincent o actor.
Vincent e a sua mente. De seguida, vemos que o maior desejo de Vincent é criar um
monstro (utilizando o seu cão para experiências), um zombie para assombrar as ruas
de Londres e que o seu autor preferido é Edgar Allan Poe sendo que numa noite, ao ler
um dos seus livros fica aterrorizado com o facto de a sua esposa (esposa de Edgar, mas
que Vincent incorpora agora) ter sido enterrada viva. Claro que essa angústia não pode
continuar e Vincent corre para o cemitério e tenta desenterrar a sua esposa,
apercebendo-se que de facto, o que estava a cavar eram as rosas da sua mãe, que o
castiga. A última parte desta animação ocorre no quarto onde Vincent está de castigo;
um lugar sombrio, onde é assombrado pelo quadro da sua esposa morta e pelas
experiências que cria. É salvo pela mãe, que o traz à razão dizendo que ele não é
Vincent Price, mas sim Vincent Maloy, um menino e que estava fora do castigo e que
deveria ir brincar lá para fora.
É aqui que ocorre a separação entre os Vincents, pois Vincent, o sombrio, não
consegue sair, ficando preso numa casa (onde reencontra tudo o que o assombra: a
sua tia, o seu zombie, o quadro da falecida esposa e os esqueletos) na qual não
consegue alcançar a porta, ficando para sempre enterrado, dando lugar a Vincent, o
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menino que poderá agora viver em paz. A animação termina com um poema de Allan
Poe “O corvo.”
Referências
Sendo Tim Burton grande fã de Price, sendo este filme, de facto, um atributo ao
falecido actor, esta curta-metragem encontra-se repleta de referências ao actor e aos
seus filmes. De facto, a ideia de Vincent transformar a sua tia num boneco de cera,
vem do filme de Price “Museu de Cera”, realizado em 1953, no qual a personagem de
Price transforma seres humanos em esculturas de cera. De seguida encontramos uma
referência ao filme “O Abominável Dr. Phibes” quando Vincent tenta construir um
zombie.
Edgar Allan Poe sendo o escritor favorito de Price e Burton é claro o escritor
favorito de Vincent, o menino, que em vez de ler o que os meninos da sua idade lêem,
fica em casa a ler os contos de terror de Allan Poe. Encontramos por isso, uma cena
que prestigia o conto de Poe “O Sepultamento Prematuro”, que ocorre quando
Vincent vai ao seu jardim e tenta desenterrar a sua mulher que supostamente teria
sido enterrada viva. De seguida encontramos outra referência a outros dos filmes de
Price, “A casa da Meia-Noite”e “As muralhas do Pavor”, quando Vincent, após o
raspanete da mãe tenta sair de uma casa grande e sombria, onde encontra tudo o que
sempre o atormentou, tentando, no fundo, sair de si mesmo. Por último temos então
“O Corvo” de Allan Poe, (também transposto em filme por Price), que marca o
descanso final de Vincent, o herói, de Vincent, o que adorava morcegos.
De facto, todos os filmes de Price retratados nesta animação, foram baseados
em obras de Edgar Allan Poe.
And my soul from out that shadow that lies floating on the floor
Shall be lifted- nevermore!
“O Corvo” Edgar Allan Poe
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Código Cinematográfico
O filme Vincent começa com um grande plano de um muro. Temos um plano geral e de
seguida um traveling horizontal para a direita, que acompanha o aparecimento de um gato, do
título da curta-metragem e depois caminho do gato até a janela de Vincent, o menino.
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Aqui existe uma mudança de cena, pois passaremos para o interior do quarto de
Vincent, que toca uma flauta, existindo a partir daqui um travelling na horizontal para a direita.
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É então que nos é apresentado o desejo de Vincent, ser como Vincent Price,
continuando o travelling frontal; vemos com mais nitidez a cara de Vincent que se vai
transformando em Vincent Price. As cenas seguintes estão no mesmo plano.
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Aqui encontra-se presente o travelling para trás, e é possível ver novamente a sala.
Depois existe o travelling horizontal para a direita que acompanha Vincent até à porta.
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Aqui encontramos uma nova cena, (mudança de cenário) e um travelling para trás,
para que possamos ver Vincent, a porta, a irmã e os animais domésticos, que estão a ser
referidos no poema nesse momento. De seguida, temos um travelling para a frente.
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Nova mudança de cena e um travelling para trás.
Aqui encontramos um travelling para a frente, que tapa a personagem mas mostra o
cenário.
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Travelling para a frente, quase fazendo close-up.
A partir desta parte existe um travelling para trás, para que possamos ver com
pormenor as invenções de Vincent, que o rodeiam.
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Vincent entra noutra divisão e por isso existe mudança de cena. Encontramos um
efeito de iluminação que permite ver duas cenas numa só.
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Após um travelling horizoltalal para a direita, para acompanhar Vincent e a tia, existe
um close-up, para reforçar a transformação de Vincent em Price.
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Temos depois um travelling para trás, para vermos em mais pormenor o que Vincent
faria com a sua tia.
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Close-up para reforçar a expressão de Vincent, que está maravilhado pela sua tia ser
uma estátua de cera.
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Após um jogo se luzes, escurecendo a imagem à medida que a personagem fica mais
sombria, encontramos de seguida um travelling para trás, onde podemos ver mais pormenores
da cena seguinte.
Mais uma vez o jogo de luzes, escurecendo a imagem quando a situação se torna também
mais negra – transformação do cão em zombie.
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Novo close-up da cara de Prince e também das suas mãos que estão a trabalhar com a
máquina. Mais uma vez estes close-up são utilizados para reforçar os sentimentos das
personagens, neste caso, novamente de loucura e a excitação resultante da criação.
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Então existe uma explosão e toda a cena está coberta de fumo, para depois termos um
grande plano de uma ruela escura de Londres; a câmara foca o ambiente, sombrio, misterioso
e perigoso, sendo por isso um grande plano.
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Novo close-up. Esta focagem é importante pois neste momento o narrador conta que
Vincent adora pintar; este close-up, para além de mostrar o que Vincent pinta, é também
relevante pois a mulher do quadro será importante no desenrolar da trama.
Travelling para trás, que nos mostra Vincent a pintar o quadro e como se chegou à
imagem mostrada anteriormente através do close-up. De seguida temos um travelling para a
direita, muito recorrente nesta animação que acompanha Vincent para a sua secretária,
mostrando o seu caminho.
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Fim do travlling para a direita, que nos leva a Vincent. De seguida temos um travelling
para a frente e de seguida uma para trás, para que seja possível ver a cara de Vincent e o
ambiente que o envolve.
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Temos agora uma nova cena, que serve de enquadramento para o que acontece de
seguida; Vincent seguirá então para o cemitério.
Nas duas imagens seguintes encontramos dois contrastes de luz; a primeira, quase
toda negra, sendo representativa da mente de Vincent. A segunda, a realidade, com branco
como cor base.
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Close-up de Vincent, que se apercebe que errou, ao escavar o jardim da mãe. Este
close-up, mostra a devastação de Vincent por perceber que fizera algo de errado.
A ida de Vincent para o castigo, que para ele é um martírio. Na primeira imagem,
devido ao travelling para a direita vê-se a mudança de ambiente; Vincent está a dirigir-se para
o castigo e na sua mente está a dirigir-se para uma casa sombria, cheia de escadas e
corredores. Mais uma vez, os contrastes de luz indicam a mudança de humor de Vincent, a
mudança da realidade para a imaginação.
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Novo close-up, do quadro previamente focado (também em close-up) que aqui assume
uma grande importância pois perseguirá Vincent.
Novamente um jogo de luzes; a imagem está quase negra, representando a escuridão que
habita em Vincent. São os jogos de luzes que nos indicam quando Vincent é menino ou quando
é o seu herói. De seguida temos um travelling para trás quando aparece a mãe de Vincent, e
um ângulo ligeiramente baixo, representando a pequenez de Vincent perante a mãe, uma
adulta. (última imagem da página)
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Continuação do ângulo baixo até que mãe de Vincent sai de cena, existido um travelling para a
direita acompanhando Vincent na sua batalha para sair daquela sala; de si mesmo.
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Após o travelling para a direita encontramos vários planos de detalhe, que mostram os
olhos desesperados e enlouquecidos de Vincent que vê tudo o que o atormenta.
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Continuação dos planos de detalhe, sendo que a imagem seguinte apresenta a
variação ao ter um ângulo baixo, pois Vincent fala novamente com a sua mãe.
Ângulo baixo, que foca as costas da mãe, dando ênfase a Vincent, no canto inferior
direito, sentindo-se diminuído pelo que a mãe lhe diz.
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Jogo com os ângulos da câmara, dois ângulos baixos, seguindo-se vários ângulos altos
e novamente baixos.
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Nova mudança de cena e aqui encontramos um ângulo alto, que demonstra
novamente o quão pequeno Vincent é perante todo aquele mundo assustador que o envolve.
Início de uma sucessão de close –up(s); novamente para enfatizar a dor, medo e
angústia de Vincent.
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Afastamento da câmara, um travelling para trás, para que possamos ver o que
atormenta Vincent, sendo esqueletos que saem da parede.
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