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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora INSTITUTO PARAIBANO DE ENSINO RENOVADO - INPER ASSOCIAÇÃO PARAIBANA DE ENSINO RENOVADO - ASPER Coordenação de Estágio Supervisionado SILMARA GRACIELY FERNANDES ALVES ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS HABILIATAÇÃO EM MARKETING Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora. RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO Silmara G.F.Alves 1

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

INSTITUTO PARAIBANO DE ENSINO RENOVADO - INPERASSOCIAÇÃO PARAIBANA DE ENSINO RENOVADO - ASPER

Coordenação de Estágio Supervisionado

SILMARA GRACIELY FERNANDES ALVES

ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESASHABILIATAÇÃO EM MARKETING

Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista

distribuidora.

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

JOÃO PESSOA-PB

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

“Eu posso chegar até onde eu acreditar.”Silmara

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

Alves, Silmara Gracie ly Fernandes. Sistemas de informação apl icados a logíst ica: um

estudo de caso em uma empresa atacadista distr ibuidora. 2005. 151f . Trabalho de

Conclusão de Curso Bacharelado em Administração de Empresas com habil i tação em

Marketing, Faculdades ASPER, João Pessoa - Paraíba.

RESUMO

Os sistemas de informação permitem às organizações controlarem suas atividades, racionalizar seus recursos financeiros, humanos, materiais e controlar o fator tempo, fator este, determinante para áreas como a logística, cuja qualidade e nível de serviço são medidos pela velocidade e prontidão de entrega. Dada a importância dos sistemas de informação para a logística, este estudo se destina a averiguar como os sistemas de informação atuam nos processos logísticos de uma empresa atacadista distribuidora. Este estudo caracteriza-se por ser uma pesquisa de campo de caráter descritiva, um estudo de caso na empresa Martins Comércio e Serviço de Distribuição S.A. Para a obtenção de informações que fundamentassem este estudo foram utilizados como instrumentos de coleta de dados uma entrevista estruturada aplicada junto ao supervisor da logística e uma observação sistêmica que permitiu a análise do funcionamento dos setores relacionados à logística, bem como a aplicação dos sistemas de informação nos processos logísticos da empresa. Após análise dos dados coletados, concluiu-se que: a empresa dispõe de procedimentos funcionais de logística, de técnicas de armazenagem e tecnologia e sistemas de informação que viabilizam o controle de suas atividades.

Palavras-chave:

Sistemas de informação

Tecnologias

Logíst ica

Armazenagem

Transporte

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

Alves, Si lmara Gracie ly Fernandes. Sistemas de informação e logíst ica: um estudo de

caso em uma empresa atacadista distr ibuidora. 2005. 151f . Trabalho de Conclusão de

Curso Bacharelado em Administração de Empresas com habi l itação em Marketing,

Faculdades ASPER, João Pessoa - Paraíba.

ABSTRACT

The systems of information allow the organizations to control its activities, to rationalize its financial, humans and materials resources and to control time, wich is decisive for logistics area, whose quality and service levels are measured by speed and delivery readiness. Considereing the importance of the systems of information for the logistics, this study he/she/it destines to discover as the systems of information to logistics, this study intends to discover hon the siptems of information act in the logistics process of a information company. This study is characterized as field research, a descriptive case study in the company Martins Comércio e Serviço de Distribuição S.A. In order to obtair fundamental information for this study, it was as collect data instruments interview to the supervisor of and a systemic observation route in order to analysis the operation of the sections related to logistics, as well as the application of the systems of information in the logistics processes of the company. After analysis the collected data, this study concluded that: the company has functional procedures of logistics, of storage techniques and technology and systems of information that make possible the control of its activities.

Key-words:

Systems of information Technologies Logistics Storage Transport

Silmara G.F.Alves

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURASLISTA DE TABELASLISTA DE GRÁFICOSLISTA DE SIGLAS

INTRODUÇÃO......................................................................................... 16

CAPITULO I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS AO ESTUDO PROPOSTO

1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA...................................................................................1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA........................................................................1.3 JUSTIFICATIVA..............................................................................................1.4 OBJETIVOS......................................................................................................1.4.1 Objetivo geral....................................................................................................1.4.2 Objetivos específicos.........................................................................................

182123262627

CAPITULO II – REVISÃO DA LITERATURA

PARTE I - LOGÍSTICA1.1 CONCEITOS E EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA..............................................1.2 LOGÍSTICA E TEORIA DOS SISTEMAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .1.3 PAPEL ESTRATÉGICO DA LOGÍSTICA....................................................1.4 SUPPLY CHAIN OU CADEIA DE LOGÍSTICA INTEGRADA...............1.4.1 Supply Chain Manegement ou Gerenciamento da cadeia logística...............1.4.2 Fluxo de materiais.............................................................................................1.5 ARMAZENAGEM.............................................................................................1.5.1 Gestão de estoques............................................................................................1.5.2 Custos de estoques............................................................................................1.5.3 Avaliação dos níveis de estoque.......................................................................1.6 DISTRIBUIÇÃO................................................................................................1.6.1 Canal de distribuição........................................................................................1.6.2 Transporte.........................................................................................................1.6.3 Distribuição física.............................................................................................

PARTE II - LOGÍSTICA E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

2.1 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . .2.2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO LOGÍSTICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2.2.1 Gestão da informação na logística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2.2.2 Fluxo de informações e materiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2.3 NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO...............................................

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2.3.1 Eletronic Document Manegement (EDM) ou Gerenciamento Eletrônico de Dados (GED) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2.3.2 Armazenamento dos Dados (Data Warehouse) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2.3.3 Customer Relatioship Manegement (CRM) ou Gestão do

Relacionamento com o Cliente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2.3.4 Enterprise Planning Resource - (ERP) ou Planejamento de Recursos da

Empresa.............................................................................................................2.3.5 Tecnologia da informação na armazenagem..................................................2.3.6 Softwares específicos de gestão logística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2.3.6.1 Distribution Requirements Planning - (DRP) ou Planejamento das

necessidades de Distribuição............................................................................2.3.6.2 Electronic Data Interchange (EDI) ou Intercâmbio Eletrônico de

Dados....2.3.6.3 Warehouse Manegement Systems (WMS) ou Sistemas de gerenciamento

de armazéns .....................................................................................................2.3.6.4 Transportation Manegement Systems (TMS) ou Sistemas de

Gerenciamento de Transportes .....................................................................2.3.6.5 Radio Frequency Data collection (AUTO ID e RDF) ou Coleta de dados

por radiofreqüência .......................................................................................2.4 IMPACTO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GERENCIAIS

NAS ORGANIZAÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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CAPITULO III -PROCEDIMENTOS METODOLÓGOCOS DO ESTUDO

3.1 DEFINIÇÃO DO AMBIENTE DE PESQUISA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3.1.1 Tipo de estudo...................................................................................................3.1.2 Natureza do estudo...........................................................................................3.2 DADOS DA PESQUISA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3.2.1 Dados primários................................................................................................3.2.2 Dados secundários............................................................................................3.3 DEFINIÇÃO DO PROCESSO METODOLÓGICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3.3.1 Caracterização do universo de pesquisa.........................................................3.3.2 Instrumentos de coleta de dados.....................................................................3.3.3 Ordenação e tratamento dos dados.................................................................3.3.4 Análise e interpretação dos dados...................................................................

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CAPITULO IV – LEVANTAMENTO ANALÍTICO

4.1 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4.1.1 Histórico da empresa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4.1.2 Apresentação da empresa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4.1.3 Funcionamento da empresa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4.1.4 Organograma com destaque ao setor abordado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4.1.5 Fluxograma do processo Logístico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4.1.6 Análise e descrição das atividades desenvolvidas durante o

estágio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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CAPITULO V - APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

5.1 DADOS DA ENTREVISTA ESTRUTURADA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5.1.1 Obtenção das respostas dos setores................................................................5.2 OBSERVAÇÃO SISTÊMICA..........................................................................5.2.1 Dados obtidos através do roteiro de observação sistêmica...........................

111111128128

CAPITULO VI - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

6.1 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6.2 RECOMENDAÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

142144

REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... . 146

APÊNDICEAPÊNDICE 1 – Entrevista EstruturadaAPÊNDICE 2 – Roteiro de Observação Sistêmica

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Percurso do produto (da fábrica ao consumidor final). 32Figura 2 – Escopo da logística empresarial. 35Figura 3 – Fatores de pressão por mudanças no papel logístico. 39Figura 4 – Hierarquia do sistema de informação logística. 62Figura 5 – Fluxo de informação versus fluxo de materiais no SIL. 65Figura 6 – Sistema de informação na armazenagem. 81Figura 7 – Foto aérea da empresa pesquisada, CAD-PB 102Figura 8 – Área de abrangência da distribuição CAD-PB 103Figura 9 – área de abrangência comercial do CAD-PB 104Figura 10 – Sistema de endereçamento do armazém. 106Figura 11 – Layout parcial do armazém. 107Figura 12 – Organograma funcional da empresa. 108Figura 13 – Fluxograma do processo logístico. 109

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Comparação dos custos logísticos por setor 25Tabela 2 - Comparação dos custos. 33Tabela 3 – Classificação dos itens ABC. 48Tabela 4 – Funcionalidade de uma solução WMS. 89Tabela 5 – área de abrangência comercial do CAD-PB 104

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Utilização dos modais de transportes no Brasil. 53

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LISTA DE SIGLAS

EDI – Eletronic Date Interchage ou Intercâmbio Eletrônico de dados.

ERP – Enterprise Planning Resource ou Planejamento das Necessidades de Material.

DRP – Distribution requeriments Planning ou Planejamento das Necessidades de Distribuição.

WMS – Warehouse Manegement Systems ou Sistemas de Gerenciamento de Armazéns.

DW – Data Warehouse ou Armazenagem dos Dados.

EDM – Eletronic Document Manegement ou Gerenciamento Eletrônico de Dados.

TMS – Transportation Manegement Systems ou Sistemas de Gerenciamento de Transportes.

AUTO ID E RDF – Radio Frequency Data Colletion ou Coleta de Dados por Radio freqüência.

PCP – Planejamento e Controle de Produção.

PNB – Produto Interno Bruto.

CAD – Central de Armazenagem e Distribuição.

CDA – Centro de Distribuição Avançada.

UCC – Unifor Code Council ou Código de Identificação Comum.

FIFO – First In First Out ou Primeiro que entra Primeiro que Sai.

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

INTRODUÇÃO

Em uma economia globalizada, onde a competit ividade impulsiona a

redução dos preços dos produtos e serviços e em contra partida eleva a

exigência pela qualidade dos produtos e nível dos serviços, os empresários

deparam-se com um problema que é produzir bens e serviços com qualidade e

a custos baixos.

Com as atividades logísticas não é diferente. A logística que antes

era associada apenas ao transporte de cargas, nas últ imas décadas vem

assumindo um novo papel nas organizações. Uma nova visão estratégica foi

incorporada a esta atividade com base em um conceito essencial para o

sucesso das organizações que é o de atendimento das necessidades do cliente.

No decorrer do desenvolvimento da logística, ela teve seus custos

elevados consideravelmente, pois lhe foi atribuída à missão de entregar em

tempo hábil , no local, quantidade e hora desejada pelo cliente a custos baixos,

isso porque, em geral, as mercadorias transportadas serão ainda processadas

ou se destinam a um ponto de venda, ou seja, trata-se de um negócio entre

empresas e manter custos baixos com a logística representa a continuidade da

competit ividade dos produtos que ainda serão vendidos, em cujos, a atividade

logística não tem um valor percebido pelo cliente final.

Na busca, por redução nos custos e elevação da qualidade e nível de

serviço das atividades logísticas, muitas são as estratégias e investimentos

feitos pelas empresas para adquirir esse diferencial competitivo e se manterem

no mercado com lucratividade.

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

Nesta busca, as empresa encontraram na tecnologia um grande

aliado, os sistemas de informação gerenciais, que têm a capacidade de

gerenciar informações com velocidade, segurança e ainda garantir uma maior

percepção de qualidade junto ao cliente devido à prontidão nas respostas de

informação.

Os sistemas de informação aplicados à logística garantem uma

melhor util ização do tempo, que é um dos fatores condicionantes ao sucesso

dessa atividade; garante um melhor aproveitamento do espaço físico nos

locais de armazenagem; uma melhor utilização da mão-de-obra, pois os

sistemas são capazes de alocar as atividades a mão-de-obra disponível.

São capazes de gerenciar os estoques com precisão e segurança,

além de fazer uma ligação entre os demais setores da empresa como vendas,

compra e contabilidade que participam do gerenciamento dos estoques, seja

no controle, na entrada ou saída das mercadorias. Atuam também na atividade

mais importante da logística, a entrega, os sistemas são capazes de formar as

cargas e roteirizá-las de acordo com o caminho economicamente mais viável.

Com base no exposto, este trabalho científico tem como finalidade

apresentar a uti lização dos sistemas de informação aplicados às atividades

logísticas da empresa Martins Comércio e Serviço de Distribuição S/A .

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

CAPITULO I

CONSIDERAÇÕES INICIAIS AO ESTUDO PROPOSTO

1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA

As atividades logísticas existem desde os tempos mais remotos,

quando o homem percebeu a importância de movimentar e armazenar

materiais, mas foi só durante a 2º guerra mundial que a logística foi

aprimorada, devido à necessidade de abastecimento das tropas militares, pois

era preciso estudar formas de tornar o transporte e o abastecimento de

armamentos, medicamentos e alimentos suficientes para manter suas tropas.

Dessa forma, ao longo da história, os militares desenvolveram

técnicas para aprimorar seu abastecimento, com o objetivo de manter seus

estoques constantes para atender às demandas, de forma que os mantivessem

em prontidão e constantemente preparados, pois não haveria vitória para essa

batalha se por problemas logísticos, as munições e armamentos não chegassem

a tempo, ou faltasse alimento e medicamentos para os seus soldados.    

É neste cenário de necessidades que a logística começa a ter

importância, e logo após a 2º guerra mundial, as empresas também começaram

a uti lizar as técnicas desenvolvidas pelos militares para ter um diferencial

competit ivo em um mercado, cuja economia encontrava-se devastada pela

guerra e reduzir os custos com um planejamento estratégico de suas atividades

logísticas poderia representar a sua permanência no mercado.

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

Com o aumento da competitividade e as melhorias constantes da

qualidade dos serviços das empresas que se mantiveram no mercado, elas

passaram a utilizar técnicas cada vez mais avançadas de controles logísticos

para atender às necessidades urgentes de uma economia capitalista e

globalizada.

Economia esta, onde cumprir prazos e acordos deixa de ser um

diferencial competit ivo e passa a ser qualidade de prestação de serviço e para

atingir o nível de satisfação exigido pelos clientes e ao mesmo tempo

equilibrar os custos logísticos em um ambiente veloz e com um grande fluxo

de informações e decisões a serem tomadas surgem os sistemas de

informações, tecnologias indispensáveis nos controles das informações

logísticas das empresas.

Tecnologias estas, capazes de reduzir custos operacionais, agil izar

os processos logísticos consideravelmente e diminuir o tempo entre pedido e

entrega. Assim a logística empresarial tornou-se uma ferramenta estratégica

para penetrar e se manter no mercado.

Domier (2000), define logística como sendo “a gestão de fluxos

entre funções de negócios” e processos como “qualquer movimentação que

aceita entradas e usa recursos para transformar essas entradas em saídas de

valor”.

Ballou (2001), define logística de forma mais ampla:

a logís t ica t rata de todas as a t ividades de movimentação e armazenagem, que fac il i tam o f luxo de produtos desde o ponto de aquis ição da matér ia pr ima até o ponto de consumo f ina l , ass im como todos os f luxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviços adequados aos c l ientes a um custo razoável .

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

Dessa forma entende-se por processos logísticos as atividades

interdependentes entre os diversos elos da cadeia logística, com início do

processo, meio e fim.

Foi nessa fase de mudanças e inovação que as empresas passaram a

buscar formas mais ágeis e eficientes de planejamento e controle de suas

atividades logísticas, encontrando na tecnologia da informação uma arma

poderosa no gerenciamento dos seus fluxos de informações.

Informação é definida por Contador (1998) como, “todos os dados

colocados num contexto significativo e útil e comunicado para um

destinatário que os utiliza para tomar decisões”

Rezende (2003), define sistemas de informação da seguinte forma:

s is temas de informação são um conjunto de pontos (quaisquer) que geram informações, ou também um conjunto de softwares , hardwares , recursos humanos e respect ivos procedimentos que antecedem ou sucedem o sof tware . Tem como maior obje tivo o apoio nos processos de tomada de decisões na empresa e seu foco está di recionado ao principal negocio da empresa .

Polloni (1998), define sistemas de informação como sendo

“qualquer sistema usado para prover informações (incluindo seu

processamento), qualquer que seja sua utilização.”

Como o tema em questão trata da util ização e importância dos

sistemas de informação para os processos logísticos será discorrido no

evoluir deste trabalho sobre os mecanismos de tecnologia e sistemas de

informação utilizados pela empresa Martins Comércio e Serviço de

Distribuição S.A, em seus processo logísticos, enfocando os sistemas de

informação como necessidade condicionante para o sucesso da organização

que têm suas atividades logísticas como alvo de sua lucratividade.

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Cada vez mais empresas util izam as técnicas de logísticas para

aumentar sua competitividade no mercado, as estratégias logísticas

proporcionam às empresas abertura de novos mercados, a conquista de novos

clientes e a fidelização dos mesmos através da confiança na prestação dos

serviços.

Visto que todos os setores da economia necessitam de algum tipo de

atividade logística e que essa necessidade é crescente, as empresas

prestadoras de serviços logísticos buscam melhorias que possam satisfazer e

comportar essa demanda, pois trata-se de uma atividade que exige agilidade,

flexibilidade e qualidade a custos baixos.

Sendo assim, as ferramentas utilizadas nos processos logísticos são

decisivas para o sucesso da empresa. Dentre estas ferramentas estão a

tecnologia e os sistemas de informação, ferramentas importantíssimas para

atuar numa atividade com grande fluxo de informações, movimentações

físicas e de mudanças constantes.

A não util ização de um sistema de informação adequado ao processo

logístico poderá gerar interferências no processo que possivelmente resultará

no fracasso das operações, pois há uma diversidade de variáveis a serem

definidas e mensuradas antes da tomada de decisão logística, variáveis estas,

difíceis de serem calculadas sem um avançado sistema de informação e equipe

preparada.

Frequentemente grandes empresas uti lizam processos de

comunicação eletrônicos e não admitem negociação com fornecedores que não

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

util izem as mesmas técnicas. Por isso para não ficar fora do mercado, torna-

se necessário essa adaptação ao mundo digital. Quando esse intercâmbio com

o fornecedor não ocorre, cargas inteiras podem ser devolvidas por não-

conformidade nas mercadorias, nos prazos de pagamento e preços, ocorrendo

desperdício de tempo e recursos.

Empresas que trabalham com uma grande variedade e quantidade de

mercadorias e usam softwares gerenciadores de armazéns e estoques vêem sua

produtividade crescer, pois há um planejamento de espaço físico, de tempo

das operações, localização eletrônica imediata de determinada mercadoria que

foi recebida ou produzida num certo período; o processamento e separação

dos pedidos de venda ocorrem de forma precisa, sequenciada, ágil e segura.

Empresas que têm um grande volume de entregas a clientes

diversos, em locais distanciados e uti lizam um sistema que possibilite

roteirizar e sequenciar suas cargas, terão uma diminuição nos custos de

transporte, um atendimento mais rápido e estarão sempre à frente das

empresas concorrentes que fazem cálculos prováveis, sem um sistema

adequado que consiga enxergar as variáveis do processo.

Empresas que trabalham sem nenhuma garantia tecnológica, que não

possuem um planejamento logístico interno que possibilite um processo ágil e

eficiente e que sobretudo não comparti lhem informações entre seus setores

internos e fornecedores. Estas, estarão destinadas a perder clientes, reduzir

sua participação no mercado e fatalmente encerrar suas atividades.

Esses sistemas que administram a cadeia de suprimento logístico e

que causam grande impacto na produtividade e faturamento das empresas que

os utilizam vão além de tecnologias adequadas ao processo, eles também são

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

visualizados como instrumentos de competitividade, que as organizações

modernas reconhecem e os util izam.

Verificada a relevancia da util ização dos dos sistemas de

informação e a aplicação dos conceitos e técnicas logísticas para as

organizações, este trabalho analisará a aplicação dos sistemas de informação

na logística, tendo como objetivo responder à seguinte indagação-

problemática:

Como os sistemas de informação atuam nos processos logísticos

da Marins Comércio e Serviço de Distribuição S/A?

1.3 JUSTIFICATIVA

Os sistemas de informação são ferramentas de muita importância

para as empresas que atuam com um fluxo grande de informações, como as

empresas especializadas em serviços logísticos e de distribuição, pois estas

têm como principal desafio atender às necessidades dos clientes em tempo

hábil e a custos satisfatórios.

Para alcançar esse nível de satisfação tanto da empresa quanto do

cliente, é indispensável a uti lização de tecnologias e sistemas de informação

que lhes permitam o uso racional do tempo e possibil ite a elaboração de

cálculos precisos do custo/benefício de entregas e abastecimento de clientes

que podem estar em áreas de vizinhança ou nos lugares mais longínquos.

Assim, as tecnologias viabilizam e agilizam todo o fluxo logístico

desde o recebimento de mercadorias, movimentação, armazenagem, separação,

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roteirização e entrega. Os resultados alcançados por cada etapa do processo

resultará num sistema de logística eficiente, pois a produtividade alcançada

pelos setores envolvidos definirá qual empresa será l íder no mercado, quem

entregará primeiro e com qualidade e quem terá condições de oferecer os

menores preços frente aos altos custos logísticos.

Esta eficiência nos processos informatizados de logística começam

internamente e torna-se necessário uma maior integração entre as partes

envolvidas no processo. As informações que em outros tempos eram utilizadas

de forma individualizada por determinados setores da empresa, hoje precisam

ser compartilhadas e em tempo real.

As atividades logísticas, que até os anos 80 eram conhecidas por

logística empresarial e tratavam apenas da distribuição física dos seus

produtos acabados, a partir dos anos 90, como descreve Ching (2001),

uma nova concepção entrou em vigor, e passou a exis t i r a integração das diversas áreas envolvidas na produção, transporte (rote ir ização, dimensionamento de f rota de veículos) , dis t r ibuição, seleção de fornecedores e cl ientes externos, surgindo um concei to que é conhecido como supply chain ou logíst ica integrada .

Dando início a uma nova visão informatizada que é capaz de reduzir

o tempo entre as comunicações internas e a tomada de decisões que em muitas

vezes por falta de autonomia ou ineficiência na transmissão das informações

travam o processo, atrasando todo o longo percurso logístico. Esta eficiência

nas comunicações internas resultam em diminuição dos custos com mão-de-

obra, retrabalhos, paradas na produção e geração de relatórios.

As reduções nos custos logísticos não são apenas internas, as

melhorias no processo de informatização logística podem gerar reduções de

Silmara G.F.Alves

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custos em âmbito Nacional, visto que todos os setores da economia necessitam

de algum tipo de serviço logístico.

Pozo (2001), descreve estudos realizados nos E.U.A por Heskett ,

glaskowsky e Ivie publicados em Business Logistcs e os usa como referencial

para o Brasil, descrevendo que “no nosso Brasil os custos logísticos giram em

torno dos 30% do PIB, o Produto Interno Bruto, que é o valor de todos os

bens e serviços produzidos no país.”

Segmentando os custos por atividades, Pozo (2001) diz que, desses

30%, temos:

Tabela 1 – Comparação dos custos logísticos por setor.

Comparação dos custos logísticos por setor

Armazenagem Manutenção de estoques Distribuição Administração

logística e SI

Custo total com

logística

35% 12% 45% 8% 30%

Fontes: Adaptado de Pozo (2001.p.10).

Além disso, as pesquisas indicam que as atividades logísticas

empregam de 10% a 15% da força de trabalho do País.”

Existe um espaço muito grande para estes custos serem reduzidos,

com a aplicação de métodos e processos administrativos adequados, com a

tecnologia da informação necessária e melhoramentos no escoamento dos

pedidos pelas vias modais de transporte, esses gastos podem diminuir em até

10%, pois conforme os estudos já mencionados nos E.U.A os custos totais

Silmara G.F.Alves

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com logística giram em torna dos 21% do seu PNB, enquanto no Brasil esse

percentual chega a 30%.

A logística da empresa pesquisada apresenta números relevantes

para o estado no qual esta inserido, sendo a 20º empresa classificada no

ranking das 100 maiores contribuintes do Imposto sobre Circulação e

Movimentação de Mercadorias – ICMS do Estado da Paraíba.

Quanto ao transporte, a logística Martins atende hoje 100% dos

municípios Brasileiros, no mínimo uma vez por semana através de logística

multimodal, em números, são gastos 1,4 milhão de l itros de diesel/mês para

entregar 11.000 cargas roteirizadas/mês, são 281.000 entregas/mês e 4,7

milhões de quilômetros rodados por mês.

São números significativos e provam a relevância de se estudar a

logística bem como as melhorias propiciadas nesta área, pelo uso da

tecnologia e sistemas de informação.

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

DESCREVER OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NOS PROCESSOS

LOGÍSTICOS DE UMA EMPRESA ATACADISTA DISTRIBUIDORA. UM

ESTUDO DE CASO NA MARTINS COMÉRCIO E SERVIÇO DE

DISTRIBUIÇÃO S.A

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

1.4.2 Objetivos Específicos

Identificar as mercadorias com as quais a empresa trabalha;

Identificar os recursos tecnológicos de que a empresa dispõe;

Analisar o fluxo logístico da empresa, desde o recebimento de

pedidos, recebimento de mercadorias, armazenagem, separação e

expedição.

Analisar como os sistemas de informação processam as entradas e

saídas de informação e mercadorias.

CAPITULO II

Silmara G.F.Alves

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REVISÃO DA LITERATURA

PARTE I - LOGÍSTICA

1.1 CONCEITOS E EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA

A origem lingüística da palavra “logística” é francesa – do verbo loger, que

significa “alojar”, está associada ao suprimento, deslocamento e acondicionamento de

materiais e tropas militares, pois a origem dos estudos logísticos se deu por necessidades

militares em épocas de guerra. Com o decorrer dos anos a logística evoluiu ao ponto de

tornar-se uma ferramenta competitiva entre as empresa em todo o mundo.

Novaes (2001), define logística como “o processo de planejar, implementar e

controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e

informações associadas, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o

objetivo de atender aos requisitos do consumidor”.

Até poucos anos, as empresas concentravam o seu potencial de planejamento nas

atividades de marketing, finanças e produção, dando a estas, importância a tal ponto de não

perceber a relevância das atividades que intermediam estas funções.

O aumento da competitividade global permitiu às empresas enxergar “brechas” no

seu planejamento estratégico e orientar seu planejamento a atividades como: suprimentos (que

alimenta a produção) e demanda (que alimenta o mercado), dessa forma, fechando o ciclo de

planejamento empresarial, pois das atividades de gestão de suprimentos e de demanda

dependem o sucesso de marketing, para que o produto chegue ao consumidor em tempo hábil;

a produção que depende de um bom abastecimento de matéria-prima para produzir sem

Silmara G.F.Alves

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interferências por falta de material e finanças que funciona como provedor destas atividades e

funções afins.

Segundo Ballou (1993), a logística empresarial estuda como a administração pode

prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores,

através de planejamento, organização e controle efetivo para as atividades de movimentação e

armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos.

Ballou (2001), define um conceito baseado nos padrões modernos do

entendimento das funções logística, como conseqüência de sua evolução a logística

empresarial passou de logística a gerenciamento da cadeia de suprimentos, o autor afirma que:

“a novidade neste campo resulta do gerenciamento coordenado das atividades, em oposição à

histórica abordagem de gerencia-las separadamente, e do conceito que a logística adiciona

valor aos produtos ou serviços, que são essenciais para as vendas e satisfação dos clientes”.

Ballou (1993), classifica as atividades de transporte, manutenção de estoques e

processamento de pedidos, como sendo as atividades primárias da logística e as atividades de

armazenagem, manuseio de materiais, embalagem de proteção, obtenção, programação de

produtos e manutenção de informações como sendo as atividades de apoio.

Esta divisão e aceitação das atividades de apoio como parte integrante das

atividades logísticas, compõem o novo conceito do que se chama de gerenciamento da cadeia

de suprimentos.

Quanto à evolução da logística, Ballou (1993) desmembra o desenvolvimento

histórico da logística em três eras: antes de 1950, 1950-1970, e após 1970.

- Antes de 1950, os anos adormecidos.

Silmara G.F.Alves

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Até cerca de 1950, as empresa fragmentavam a administração logística baseando-

se em suas atividades principais e atribuindo-as as áreas de maior destaque na empresa, dessa

forma o transporte e os estoques ficavam sob o comando gerencial da produção e o

processamento de pedidos era controlado por finanças ou marketing.

O desenvolvimento dessa etapa da evolução logística sofreu influência de diversos

estudiosos e empresários como Arch Shaw 1912 e Fred Clark 1922, conforme afirma Ballou

(1993), estes estudiosos identificaram a natureza da distribuição física e como ela diferia da

criação de demanda no marketing, isso se deu após a 2º Guerra Mundial, onde a economia dos

EUA experimentou rápido crescimento, em contra partida a demanda reprimida dos anos de

depressão. A posição dominante da indústria americana no mercado mundial despontou e se

fez necessário um rearranjo das atividades empresariais.

Após sofrer essa influência, por volta de 1945, algumas empresas puseram o

transporte e armazenagem de produtos acabados sob uma mesma gerencia. As conquistas

relevantes nesta fase se deram mediante o inicio do aperfeiçoamento das atividades logísticas,

que surgiram do reagrupamento das atividades tradicionais, porém havia certa ineficiência na

distribuição dos produtos, que era tolerada devido à atenção que o marketing desprendia na

administração empresarial, onde despontava como o “assunto da vez” e as organizações,

outrora orientadas para a produção, passaram a orientar-se para o marketing (consumidor).

- 1950-1970, o período de desenvolvimento.

Neste período havia um ambiente propício à aceitação de novidades

administrativas, pois o marketing já estava razoavelmente estabelecido em quanto conceito.

Silmara G.F.Alves

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Contudo, não havia atenção suficiente à atividade de distribuição física, que era muitas vezes

subestimada.

No decorrer do desenvolvimento desta fase, chegou-se ao conceito de custo total,

fator determinante no entendimento e valorização do planejamento logístico. Baseando-se

neste conceito, pode-se, por exemplo, entender que, embora o transporte aéreo represente um

alto custo para a distribuição, estes podem ser compensados, mediante a redução de custos

com estoques que serão reduzidos devido à agilidade garantida pelos transportes aéreos e a

segurança dos produtos, propiciadas pela entrega rápida.

O conceito de custo total tornou-se muito importante para o reagrupamento das

atividades empresariais e culminou no desenvolvimento de quatro condições-chave, que

Ballou (2003), identifica como: alterações nos padrões e atitudes da demanda dos

consumidores, pressões por custos nas indústrias, avanços na tecnologia de computadores e a

influência do trato com a logística militar.

Alterações nos padrões e atitudes da demanda dos consumidores: deve-se ao

aumento das regiões metropolitanas e ao aumento populacional, o que resulta no surgimento

de diversos pontos varejistas de supermercados, farmácias, padarias e vestuários, que

necessitam ser abastecidos pelos distribuidores e fábricas, além disso, a diversidade de

produtos criados para atender à segmentação do mercado consumidor aumentou

consideravelmente, podendo chegar a 12.000 itens nos grandes supermercados, aumentando,

portanto, o número de itens a ser transportados.

Com o aumento da diversidade de itens vem o aumento dos custos totais, como

por exemplo, produzir automóveis em diversas cores, custa mais do que se todos fossem

produzidos em uma única cor, atender à opção dos clientes que podem optar por qualquer cor

é ainda mais complexo do que se só houve uma única opção ao cliente.

Silmara G.F.Alves

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Esta diversidade de opção ao cliente aumenta em muito os custos logísticos, uma

solução encontrada foi a criação dos Centros de Distribuição, significa dizer que, há um ponto

estratégico de armazenagem entre a fábrica e os consumidores finais, que neste caso são as

concessionária, porém, na maioria dos produtos, geralmente bens de menor valor e

alimentícios percorrem um caminho maior.

Até chegar ao consumidor final, o produto produzido na fábrica é encaminhado

aos centros de distribuição, estes viabilizam a entrega a diversos pontos varejistas, diminuindo

os custos com estoques nos pontos de varejo. Nos pontos de venda varejista, os consumidores

finais têm acesso à compra dos produtos, conforme se verifica na figura 1.

Figura 1 – Percurso do produto (da fábrica ao consumidor final).Fonte: baseado no estudo da revisão literária, 2005.

Pressão por custos nas industrias: após a segunda guerra mundial, seguiu-se um

período de recessão, as empresa passaram a buscar formas de vender mais para aumentar seus

lucros, contudo a competitividade também crescia e neste cenário de busca pelo lucro e o

aumento da competitividade, os engenheiros de produção buscavam formas de encontrar o

Silmara G.F.Alves

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Varejista

Distribuidora

Fábrica

Consumidor Final

Varejista

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equilíbrio para alcançar a lucratividade, descobriu-se então, que o equilíbrio encontrava-se na

busca pela produtividade, que significa produzir mais desprendendo o menor número de

recursos possíveis, seja materiais, humanos ou instrumentais.

Na busca pela redução dos custos operacionais, analistas como Heskett,

Glaskowsky e Ivie em pesquisas publicadas no Business Logistcs e descritas por Pozo (2001),

os custos logísticos é estimado por 15% do Produto Nacional Bruto (PNB), considerando a

economia como um todo (mundial). No Brasil estes custos estão em torno dos 30% do

Produto Interno Bruto (PIB). Segmentando os custos por atividades e pelos diversos setores

da economia, Pozo (2001, p.18) diz:

Tabela 2 - Comparação dos custos.

Comparação dos custos logísticos totais e seus principais componentes de diversos setores como percentagem das receitas.

Indústrias Armazenagem%

Manutenção%

Processamento%

Distribuição%

Custo total %

Alimentício 14,5 1,5 2,0 16,0 34,0Bens duráveis 16,0 2,0 0,5 5,5 24,0Eletrônica 6,0 1,0 1,5 2,5 11,0Farmacêutica 4,0 1,0 1,0 2,0 8,0Metalúrgica 14,0 3,0 1,5 9,5 28,0Máq. E Equip. 4,5 1,0 0,5 4,5 10,5Química 6,5 2,5 0,5 11,5 21,0Papel 6,0 2,0 0,5 10,5 19,0Têxtil 8,0 1,5 1,5 5,5 16,5Média por atividade logística 8,9 1,7 1 7,5 19,0

Fontes: Adaptado de Pozo (2001 p.10).

O conhecimento destes custos na década de 50 e 60 passou a ter grande

importância e contribuíram para a afirmação da importância do planejamento logístico nas

organizações como ferramenta competitiva.

Silmara G.F.Alves

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Avanço na tecnologia de computadores: com o passar dos anos a complexidade

dos processos logísticos aumentam, isso se deve ao aumento das modalidades de transporte,

da exigência do mercado por melhores níveis de serviço e a diversidade de produtos que leva

a uma maior quantidade de itens em estoque para administrar.

Na década de 50, surgiram os primeiros computadores que passaram a colaborar

com o processo logístico de forma matemática, estes sistemas posteriormente aperfeiçoados

deram origem a sistemas como a programação linear e teoria de controle de estoques.

Com a evolução da tecnologia, novas aplicações de sistemas foram aprimoradas

para lidar mais efetivamente com problemas como localizar depósitos, alocar clientes a

depósitos, controlar estoques em múltiplos locais e roteirizar e programar veículos.

A aprovação dos novos sistemas movida pela evolução tecnológica em todos os

aspectos e setores da economia foi rapidamente absorvida pelo mercado de forma que se

tornou incapacitável fazer logística sem um adequado sistema e tecnologia de informação.

- 1970 e além: os anos de crescimento.

Nesta época os assuntos concernentes à área logística se tornaram ainda mais

relevante para os administradores, isso porque em 1973 a elevação progressiva dos preços do

petróleo, devido a este fato o crescimento do mercado começou a diminuir, a inflação

começou a aumentar e a produtividade desacelerou. Conforme afirma Ballou (1993), a

filosofia econômica dominante passou de estímulo da demanda para melhor administração

dos suprimentos.

À medida que as empresas tentavam enfrentar o fluxo de mercadorias importadas,

internamente os empresários controlavam melhor os custos, produtividade e controle de

qualidade para garantir sua permanência no mercado.

Silmara G.F.Alves

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O interesse e estudos na área de logística associadas a uma nova visão

administrativa das organizações e ainda a busca por melhoria de serviços para satisfação dos

clientes levou a logística à logística integrada, a integração tanto da administração de

materiais como a da distribuição física Esta ligação entre suprimentos e distribuição, leva a

uma ligação mais estreitas entre produção/operação, conforme figura 2:

Figura 2 – Escopo da logística empresarial.Fonte: Adaptado de Ballou (1993, p.35).

1.2 LOGÍSTICA E TEORIA DOS SISTEMAS

Desde 1950, a Teoria Geral dos Sistemas (TGS) começou a ser

estudada pelo biólogo alemão Ludwig Von Bertalanffy, o objetivo dos seus

esforços estava na produção de conceitos que permitissem criar condições de

aplicação na realidade empírica e pragmática, sob a óptica das questões

científicas dos sistemas. (REZENDE, 2003).

Silmara G.F.Alves

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Suprimento Físico(administração de materiais)

Distribuição Física

Fornecedor Fábrica Clientes

LOGÍSTICA EMPRESARIAL

- Transporte- Manutenção de estoques- Processamento de pedidos- Obtenção- Embalagem protetora- Armazenagem- Manuseio de materiais- Manutenção de informação

- Transporte- Manutenção de estoques- Processamento de pedidos- Programação de produção- Embalagem protetora- Armazenagem- Manuseio de materiais- Manutenção de informação

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

A teoria geral de sistemas fundamenta-se em três premissas básicas:

os sistemas existem dentro dos sistemas; os sistemas são abertos; e as funções

de um sistema dependem de sua estrutura. (CHIAVENATO, 1993 apud

REZENDE 2003).

Os sistemas existem dentro de um sistema, porque as moléculas

estão dentro das células, as células dentro de tecidos, os tecidos dentro dos

órgãos, os órgãos dentro dos organismos, os organismos dentro de colônias, as

colônias dentro de culturas nutrientes, as culturas dentro de conjuntos maiores

de culturas, e assim por diante.

Os sistemas são abertos porque é uma decorrência da premissa

anterior, pois são caracterizados por um processo de intercâmbio infinito com

seu ambiente, que são os outros sistemas, e, quando o intercâmbio cessa, o

sistema se desintegra, isto é, perde suas fontes de energia.

As funções de um sistema dependem de sua estrutura porque os

sistemas são interdependentes; à medida que suas funções se contraem ou

expandem, sua estrutura acompanha.

Segundo Chiavenato, (1993 apud REZENDE 2003), a teoria de

sistemas penetrou rapidamente na teoria administrativa por duas razões:

- A necessidade de integração maior das teorias que precederam,

esforço tentando com considerável sucesso pela aplicação das ciências do

comportamento;

- A tecnologia da informação trouxe imensas possibil idades de

desenvolvimento e operacionalização de idéias que convergiam para uma

teoria de sistemas aplicada à administração.

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

Em um contexto empresarial a teoria de sistemas de aplica a uma

visão de conjunto e de integração que deve haver entre os setores da

organização (órgãos que compõem um organismo), a teoria dos sistemas

pressupõem também que, sendo um sistema um organismo vivo, necessita ser

alimentado para que se desenvolva.

Assim sendo o crescimento organizacional esta relacionada ao grau

de interação e de troca de informação (alimento) que ocorre entre as partes.

Na logística este nível de interação é de fundamental importância

para o nível de eficiência alcançada e o nível de serviço ao cliente, à

integração entre todos os setores envolvidos no processo logísticos quando

alimentados das informações necessárias, resultam no crescimento da empresa

enquanto sistema.

1.3 PAPEL ESTRATÉGICO DA LOGÍSTICA

Com o aumento da competitividade uma nova visão administrativa deu vazão a

uma nova forma de enxergar a logística, que deixou de ser operador responsável pelo

transporte de cargas e passou a ser entendida como ferramenta de competitividade.

Dessa forma enxergada, a logística passou a ser integrada e cada vez mais vem

obtendo das organizações um novo papel, o papel estratégico, esta nova percepção permite às

organizações reduzir custos operacionais em diversas áreas da empresa, desde o ponto de

venda no departamento de marketing, a administração de estoques e suprimentos do setor de

produção e a distribuição física da empresa.

Por meio de estudos de processo e viabilidade de atividades a logística estratégica

tem sido aliada na manutenção e crescimento das empresas no mercado, dentre os objetivos

Silmara G.F.Alves

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de uma estratégia logística bem definida, Dornier, Ernst, Fender et al. (2000), classificam em

três:

- Redução de custos: é a estratégia dirigida para minimizar os custos variáveis

associados à movimentação e à estocagem. A melhor estratégia é geralmente formulada pela

avaliação dos cursos alternativos de transportes. Os níveis de serviço se mantêm constantes,

enquanto alternativas de custo mínimo estão sendo estabelecidas. A maximização do lucro é a

primeira meta.

- Redução do capital: é a estratégia direcionada para minimização do nível de

investimento no sistema logístico. Maximizar o retorno sobre o investimento é o foco dessa

estratégia. Transportar produtos diretamente para clientes, evitando despesas de

armazenagem, selecionar uma abordagem de suprimentos just-in-time em vez de manutenção

de estoque, ou terceirizar serviços logísticos são alguns exemplos.

- Melhorias no serviço: são estratégias que normalmente reconhecem que as

receitas dependem do nível do serviço logísticos aos clientes, o aumento nas receitas pode

mais que compensar custos mais altos. Para ser eficaz, a estratégia de serviço é desenvolvida

em contraste com os fornecidos pela concorrência.

Uma estratégia logística pró-ativa frequentemente começa com objetivos de

negócios e com requisitos de serviço aos clientes. Cada elo no sistema logístico é planejado e

balanceado com os outros em um processo integrado de planejamento integrado de

planejamento logístico.

1.4 SUPPLY CHAIN OU CADEIA DE LOGÍSTICA INTEGRADA

Um novo conceito logístico que reconheça a importância da integração e

coordenação das atividades ao longo da cadeia logística e a coordenação com outras funções

Silmara G.F.Alves

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da empresa e com outros fatores externos permite uma visão muito mais abrangente dos

negócios da empresa.

De forma que a logística tradicional passou a sofrer pressão externa por mudanças

que orientasse suas atividades para o atendimento ao cliente.

Ching (2001), descreve os fatores de pressão por mudanças no papel da logística

como sendo seis, “demanda por parcerias, novos canais para os consumidores, competição

externa, clientes mais fortes e melhores informados, papel mais restrito dos distribuidores e

ciclos de vida dos produtos mais curtos”, conforme mostra a figura 3:

Figura 3 – Fatores de pressão por mudanças no papel logístico.Fonte: Adaptado de Ching, (2001, p. 58).

Estas pressões por mudanças que ocorreram no decorrer da evolução logística e o

aumento da competitividade entre as empresas, culminaram num novo conceito da logística, a

logística integrada, conhecida como supply chain.

Silmara G.F.Alves

33

Demanda por parcerias

Novos canais p/ os consumidores

Competição externa

Clientes mais fortes e melhores

informados

Papel mais restrito dos

distribuidores

Ciclo de vida dos produtos mais

curtos

Cadeia logística tradicional:

Fontes Fornecedores Processadores Distribuidores

Varejistas Consumidores

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Ching (2001), define logística integrada ou supply chain, como sendo:

todo esforço envolvido nos diferentes processos e atividades empresariais que criam valor na forma de produtos e serviços para o consumidor final. A gestão do supply chain é uma forma integrada de planejar e controlar o fluxo de mercadorias, informações e recursos, desde os fornecedores até o cliente final, procurando administra as relações na déia logística de forma cooperativa e para o benefício de todos os envolvidos.

Este novo conceito permite que as organizações formulem um plano estratégico

de logística que integre os fornecedores e os clientes. As áreas de marketing, manufatura e

logística participam da integração, formando um elo com o cliente.

Numa administração logística integrada, o foco não é tão somente a redução de

perdas, as empresas enxergaram que a integração da cadeia logística pode gerar melhores

resultados e que o diferencial competitivo é agregar mais valor ao cliente melhorando o

atendimento as suas necessidades, com um rápido tempo de resposta desde o atendimento do

pedido até a entrega do produto, flexibilidade para lidar com lotes pequenos, disponibilidade

de produto e um preço justo.

Ching (2001), afirma que a integração da cadeia logística concentra-se em alinhar

os processos-chave do negócio. Mercadoria e produtos fluem das fontes supridoras e vão em

direção aos consumidores. As informações e os recursos correm em direção oposta, saem dos

consumidores e vão até as fontes supridoras.

1.4.1 Gerenciamento da cadeia logística ou Supply Chain Manegement

O gerenciamento da cadeia logística envolve o gerenciamento das operações das

principais atividades da empresa. As áreas envolvidas no processo dispõem de um

planejamento estratégico global que se integram flexibilizando as atividades afins da empresa,

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como a logística que atende estas áreas de forma a maximizar a produtividade, reduzir os

custos com transportes e desperdício de tempo e estoques e melhorar o serviço ao cliente.

Segundo Ching (2001), uma cadeia de logística integrada pode ser estruturada em

três grandes blocos: a logística de suprimento, a logística de produção e a logística de

distribuição.

Logística de suprimentos: envolve as relações entre fornecedores e a empresa.

Esse bloco inclui as atividades necessárias para a pesquisa e o desenvolvimento conjunto de

produtos e para a garantia da disponibilidade de alta qualidade das matérias-primas,

componentes e embalagens, no momento e nas quantidades necessárias para atender aos

requisitos do processo de fabricação, de forma que resulte no menor custo total da cadeia

logística.

A logística de suprimentos é o primeiro passo na cadeia logística e tão importante

quanto os demais, pois para se obter um bom serviço de abastecimento de materiais, receber

produtos de melhor qualidade, reduzir os estoques tanto na empresa quanto no fornecedor é

necessário ter um bom relacionamento com os fornecedores.

Uma parceria de confiança mútua, onde os riscos e recompensas são

compartilhadas, proporcionando uma vantagem competitiva e estratégica, resultando em um

desempenho melhor do que seria possível individualmente.

Dessa forma, reconhecendo a importância do gerenciamento de suprimentos e das

parcerias com os fornecedores o departamento de compras obteve nova importância, pois é o

setor de negociação direta com o mesmo, portanto um dos elos internos da organização que

passou a funcionar de forma integrada com os demais departamentos da organização.

Ching (2001), define suprimentos como: “a fonte de todas as matérias-primas,

embalagens, componentes e outros insumos para preencher as necessidades de conversão da

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logística de produção”. Ching (2001), acrescenta também que para a empresa obter economia

e melhorar seus processos por meio de um planejamento logístico de suprimentos, ela precisa

atender alguns requisitos essenciais nas seguintes áreas:

Área de sistemas e processos: codificação dos materiais, codificação dos

fornecedores, sistemas de informação integrados, hardware e software dimensionados

adequadamente e modelos de custos baseados na metodologia ABC (Costeio Baseado em

Atividades).

Área organizacional: estratégia de suprimentos adequadas a cada grupo de

suprimentos, avaliação e classificação de fornecedores, análise de contratos, posicionamento

da área de compras, times multifuncionais de trabalho.

Áreas de recursos humanos: incentivos multifuncionais, experiências

multidisciplinares do pessoal de compras, treinamento contínuo, senioridade e flexibilidade,

espírito de equipe, alto nível educacional.

Logística de produção: Neste bloco não há envolvimento direto entre elementos

externos, pois se trata da transformação e conversão de materiais em produto acabado. O

papel da logística neste caso é sincronizar a produção às demandas dos clientes.

Assim a produção ocorre de forma planejada baseando-se na demanda, ou seja, na

necessidade do cliente onde não mais, cabe produzir e “empurrar” as mercadorias para o

estoque. Na logística da produção há uma maior interação e comunicação entre os pontos de

venda, isso proporciona alimentar o mercado na medida da necessidade, evitando sobras de

mercadorias por rejeição do mercado ou avarias quaisquer.

Ching (2001), diz que o ideal da logística de produção seria produzir a cada dia

exatamente o que foi vendido no dia, sincronizando a produção com a demanda do cliente. O

objetivo da programação é fazer diariamente pequenos lotes do que é demandado, em ciclos

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

regulares. Assim, o fluxo estaria perfeitamente balanceado, os recursos estariam sendo

aproveitados ao máximo e as perdas do processo eliminadas.

Sabendo que a demanda é um fator determinante na estratégia logística de

produção, o autor divide o a demanda de mercado em três situações:

A produção para estoque: neste caso a produção de um produto deve

corresponder ao ciclo de reposição dos estoques nos centros de distribuição;

A produção para pedido: neste caso a produção de um produto

corresponde ao ciclo de reposição dos estoques nas prateleiras dos clientes;

A produção para outro fabricante: determinada pela continuidade do

processo de produção, pois quando todos os elos estão integrados, um deve seguir a

programação do elo anterior, isto é, do ciclo de reposição do fabricante anterior na cadeia.

Logística de distribuição: este bloco trata da relação empresa-cliente-

consumidor, sendo responsável pala distribuição física do produto acabado até os pontos-de-

venda ao consumidor e deve assegurar que os pedidos sejam pontualmente entregues, precisos

e completos.

É por meio da logística de distribuição que pode-se avaliar o nível de serviço e a

qualidade das operações logísticas aos clientes. A entrega eficiente é determinante para

manter e conquistar clientes, sendo este um dos fatores mais relevantes para vencer a

concorrência.

Ching (2001), relaciona alguns fatores como sendo direcionadores e indicadores

de mudanças, os serviços incluem rápida entrega com curto espaço de tempo de notificação

pelo cliente, reposição contínua de mercadoria, entregas para os pontos de uso, movimentação

paletizada mista, capacidade de transação via EDI, transmissão eletrônica de dados.

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Custos: o aumento da competitividade naturalmente baixa os preços dos

produtos/serviços, aos empresários resta minimizar seus custos para poder obter margens de

contribuição positivas e se manterem no mercado. Uma distribuição eficaz além de reduzir os

custos dessa atividade pode representar ao cliente a um diferencial e que embora a empresa

ofereça um serviço mais caro ele se dispõe a pagar.

Velocidade: surgi como resultante da qualidade do serviço, sendo esta o

elemento espelho da qualidade e eficiência obtido em todas as etapas da cadeia logística. A

velocidade na entrega significa que o supply chain funcionou sem interrupções, que a matéria-

prima chegou à fábrica no tempo certo, foi repassado ao distribuidor no momento certo e

entregue ao cliente com a velocidade que ele esperava.

1.4.2 Fluxo de materiais

O mercado competitivo exige entregas de lotes menores e em menores espaços de

tempo o que aumenta consideravelmente os custos das empresas envolvidas neste processo de

entrega ao cliente, que em cadeia, seria o transporte de matéria-prima para indústria, da

indústria o produto final segue para os distribuidores, dos distribuidores para os varejistas.

Em todas essas etapas os estoques se tornam cada vez mais reduzido e administrar

o fluxo de materiais de forma que estes estoques se mantenham em equilíbrio é um desafio,

para tanto há enfoques distintos para necessidades específicas das empresas. Ching (2001),

descreve estes enfoques como sendo: um fluxo contínuo de material e fluxo sincronizado de

material.

Fluxo contínuo de material: o fluxo contínuo começou com o conceito do JIT

(Just in time), originalmente introduzido pela Toyota na fabricação de seus carros, cujo

conceito é produzir bens e serviços exatamente no momento em que são necessários, não

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antes para que não se transformem em estoque e não depois, para que os clientes não tenham

que esperar.

À medida que as características e a filosofia do JIT foram progressivamente

sendo refinadas e difundidas, ele tornou-se o que é hoje descrito do fluxo contínuo de

materiais, também conhecido como método de puxar estoque ou push.

Segundo este enfoque, quando o pedido do cliente chega, ele é transmitido para a

produção, que produz conforme a necessidade de demanda em ciclos de produção curtos e

rápidos. A fábrica despacha o produto diretamente ao cliente ou para um estoque regulador.

Dessa forma, a demanda do cliente “puxa” o fluxo de material.

Fluxo sincrônico de material: segundo este enfoque, que critica o fluxo contínuo

por este ter um lead time muito curto e transferir seus custos de estocagem aos seus

fornecedores, a tendência é sincronizar o fluxo de materiais entre produção e distribuição que

se tornam integrados por meio do uso da tecnologia da informação.

Neste enfoque, a demanda real do cliente dá inicio ao processo, porém o fluxo de

material é agora balanceado e a informação sobre a necessidade de material (seja de produto

acabado, seja de matéria-prima), flui paralelamente, não em série para todos os envolvidos.

Esse enfoque fornece uma resposta mais rápida às mudanças no mercado.

1.5 ARMAZENAGEM

A armazenagem é uma área de grande importância para o sucesso das operações

logísticas. Ter o produto que o cliente necessita no momento do pedido é uma tarefa

fundamental do controle de estoques, que garantirá um serviço ágil ao cliente.

Segundo Ferreira, (2003 apud Alvarenga e Novais, 2000) no decorrer do processo

logístico, surgem fluxos de mercadorias entre diversos pontos da rede. Nos pontos de

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transição de um fluxo para outro, entre a manufatura e a transferência, ou entre a transferência

e a distribuição, surge à necessidade de manter os produtos estocados por um período que

pode ser curto ou longo. Nestes pontos de interface de rede logística estão localizados os

diversos tipos de instalações de armazenagem.

Dessa forma a localização do armazém é decisiva para o recebimento e expedição

mais viável das mercadorias. Ballou (2000), cita pesquisa realizada pela revista

Transportation & Distribution, que destaca o acesso ao transporte, transporte de saída,

proximidade do cliente, disponibilidade de mão-de-obra, transporte de entrada, ambiente

sindical, impostos, custos da terra e utilidades como principais fatores na seleção de um

centro de distribuição.

São importantes também decisões quanto ao tamanho da estrutura e o arranjo

financeiro, a configuração das instalações, o layout de espaço, o projeto de docas, a seleção de

sistemas de manuseio de materiais, a substituição de equipamentos, os métodos de

identificação e localização das mercadorias no armazém.

Ballou (1993), descreve as funções da armazenagem como sendo: abrigo,

consolidação, transferência e transbordo e agrupamento ou composição.

Abrigo de produto: armazenagem e guardo de estoques, manutenção de

registros, rotação de estoques e reparos;

Consolidação: trata-se do modo como os depósitos são usados para a

movimentação de produtos. A distribuição dos produtos pode ser feita de pontos mais

próximos ao cliente por meio de centros de distribuição;

Transferência e transbordo: esta função é oposta à consolidação, porém

são complementares. Trata-se de um importante princípio logístico, que é despachar tão longe

quanto possível com o maior volume viável. Dessa forma a carga é desagregada somente

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quando chegar ao ponto mais próximo da área de maior incidência de clientes para só então

ser distribuída.

Agrupamento: algumas empresas com linha externa de produtos podem

fabricá-la integralmente em cada uma de suas plantas industriais. Pode-se obter economia de

produção pela especialização de cada fábrica e seus depósitos.

1.5.1 Gestão de estoques

Segundo Ching (2001), “gestão de estoques é o planejamento do estoque, seu

controle e sua retroalimentação sobre o planejamento”.

O planejamento consiste na determinação dos valores que o estoque terá com o

correr do tempo, bem como na determinação das datas de entrada e saída dos materiais do

estoque e na determinação dos pontos de pedido de material.

Retroalimentação é a comparação dos dados de controle com os dados do

planejamento, a fim de constatar seus desvios e determinar suas causas.

Uma das questões relevantes do gerenciamento de armazéns é como estruturar as

instalações de um armazém, de forma que contribuam para um bom nível de serviço ao

cliente.

Conforme Ferreira, (2003 apud Lacerda, 2000), a funcionalidade das instalações

dependem da estrutura adotada pela empresa que pode ser escalonada ou direta.

Uma rede de distribuição escalonada é aquela que possui um ou mais armazéns

centrais e um conjunto de armazéns ou centros de distribuição avançados próximos das áreas

de mercado.

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As estruturas diretas são sistemas de distribuição em que os produtos são

expedidos de um ou mais armazém central diretamente para os clientes. Estas também podem

utilizar estruturas intermediárias do tipo cross-docking, transit-point e merge in transit.

Estas estruturas intermediárias têm como objetivo não manter estoques e sim

compatibilizar um fluxo ágil de mercadorias na cadeia de suprimentos e baixo custo de

transporte. Sua aplicação é bastante recente e operam como uma instalação de passagem,

recebendo carregamento consolidado e separando para entregar ao cliente.

Dentre as técnicas de gestão de estoque, Ching (2001), apresenta o método da

curva ABC, baseado no diagrama de Pareto, em que nem todos os itens têm a mesma

importância e a atenção deve ser dada para os mais significativos.

Este método classifica os itens em estoque com graus de importância diferente.

Conforme metodologia desenvolvida por Dixie, e apresentada por Pozo (2001).

Tabela 3 – Classificação dos itens ABC.

Classificação dos itens em estoque

A B C Total

% dos itens representados em estoque

8% 25% 67% 100%

% representado em valor no custo total

75% 20% 5% 100%

Fonte: pesquisa baseada em Pozo (2001).

Por meio desse método é possível estabelecer quais itens do estoque merecem

maior atenção, em respectivos graus de importância A, B e C.

Conforme Pozo (2001), a utilização da curva ABC é extremamente vantajosa,

porque se pode reduzir as imobilizações em estoques sem prejudicar a segurança, pois ela

controla mais rigidamente os itens de classe A e, mais superficialmente, os de classe C.

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1.5.2 Custos de estoques

Ballou (1993), diz que os armazéns ou centrais de distribuição executam um

papel-chave para aumentar a eficiência da movimentação de mercadorias. Permite a

compensação eficaz dos custos de estocagem com menores custos de transporte, ao mesmo

tempo em que mantêm ou melhoram o nível de serviço.

As empresas usam estoques para melhorar a coordenação entre oferta e demanda e

diminuir os custos totais, contudo os níveis de estoque são determinantes para a eficiência

financeira de um armazém, pois segundo Ballou (1993), os custos com armazenagem e

manuseio de mercadorias absorvem de 12 a 40% das despesas logísticas de uma empresa.

Estes custos com armazenagem e manuseio de materiais são justificáveis, pois

eles podem ser compensados com os custos de transportes e de produção, ou seja, uma

empresa pode reduzir seus custos produtivos, pois seus estoques armazenados absorvem

flutuações dos níveis de produção.

Ching (2001), diz que o controle de estoque exerce uma influência muito grande

na rentabilidade da empresa. Os estoques absorvem capital que poderia estar sendo investido

de outras maneiras, desviam fundos de outros usos potenciais e têm o mesmo custo de capital

que qualquer outro projeto de investimento da empresa. Aumentar a rotatividade do estoque

libera ativo e economiza o custo da manutenção do inventário.

1.5.3 Avaliação dos níveis de estoque

Uma atividade importante dentro do conjunto da gestão de estoque é prever o

valor do estoque em intervalo de tempo adequado e gerenciá-lo, comparando-o com o

planejado, e tomar as devidas ações quando houver desvios de rota.

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Segundo Pozo (2001), os fatores que justificam uma avaliação de estoques são:

Assegurar que o capital imobilizado seja o mínimo possível;

Assegurar que estejam de acordo com a política da empresa;

Garantir que a valorização do estoque reflita exatamente seu conteúdo;

Assegurar que o valor desse capital seja uma ferramenta de tomada de

decisão;

Evitar desperdício como obsolescência, roubos, extravios, etc.

Quanto aos métodos de avaliação de estoques, Pozo (2001), apresenta algumas

formas de avaliá-los, tais como: o método de custo médio, PEPS ou FIFO (first in, first out ou

primeiro que entra, primeiro que sai) e UEPS ou LIFO (last in, first out ou último a entrar,

primeiro a sair).

O objetivo desses métodos é gerenciar a entrada e saída das mercadorias em

estoque, controlar o tempo de permanência das mercadorias e no caso do PEPS possibilitar a

renovação dos itens em estoques, de forma rotativa.

Além do controle físico, estes métodos possibilitam a administração contábil dos

estoques, também permite controlar o nível médio dos preços das mercadorias, como no caso

do método do custo médio, que por meio de média do preço entre entrada e saída controla os

custos dos estoques.

1.6 DISTRIBUIÇÃO

Novaes (2001), define logística de distribuição como o segmento da logística que

trata do deslocamento de produtos acabados desde a manufatura até o produto final. Ela pode

ser tanto interna (referindo-se aos deslocamentos dentro da fábrica), quanto externa

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(referindo-se aos deslocamentos entre armazéns, centros de distribuição, intermediários e

consumidores finais).

Ching (2001), apresenta métodos para maximizar a eficiência dos recursos de

distribuição, como: Distribution Utility ou Associação de Recursos e o Cross Docking.

- Distribution Utility ou Associação de Recursos: é uma associação de empresas

não concorrentes que servem os mesmos clientes finais. Essa associação permite entregas

mais freqüente das cargas de todos os fabricantes da aliança, utiliza melhor os recursos de

distribuição, além de fornecer possibilidade de redução das flutuações de uso devido à

sazonalidade.

- Cross Docking: é uma operação do sistema de distribuição em que os produtos

são recebidos, selecionados e encaminhados para outro veículo. No entanto, essa operação

necessita de grande exatidão quanto ao tempo de entrada e saída de produtos.

Nas operações cross docking os ativos (estoques e armazéns) são substituídos por

informações. Pode se perceber quão crítico e importante é ter sistemas de informação de alto

nível e capacidade de planejamento, de modo a evitar gargalos no tempo de entrada e saída de

produtos de um veículo para outro.

1.6.1 Canal de distribuição

O canal de distribuição de produtos em uma cadeia de abastecimento constitui os

locais de fluxo logísticos (físico e de informações) e as transações comerciais. O canal de

distribuição abrange unidades internas e agentes externos à empresa, por onde um bem ou

serviço é comercializado. Dessa forma, o canal de distribuição e todos os agentes e unidade

nele inseridos são responsáveis pelo produto, do inicio ao fim do processo.

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

Para Novaes (2001), os principais objetivos e funções dos canais de distribuição

são:

garantir a rápida disponibilidade do produto no mercado, intensificar ao máximo o potencial de vendas do produto em questão, buscar a cooperação entre os participantes da cadeia de suprimentos, garantir um fluxo de informações rápido e preciso entre os elementos participantes, e buscar de forma integrada e permanente, a redução de custos, analisando a cadeia de valor no seu todo.

O fluxo logístico requer uma atenção especial aos custos inerentes

em todos os processos, pois quanto maior a movimentação dos materiais maior

será a utilização de recursos humanos, maquinários, tecnológicos e

consequentemente maiores custos financeiros.

1.6.2 Transporte

Transporte para Pozo (2001), é atividade logística mais importante, simplesmente

porque ela absorve, em média, de um a dois terços dos custos logísticos. É essencial, pois

nenhuma firma moderna pode operar sem providenciar a movimentação de suas matérias-

primas ou de seus produtos acabados de alguma forma.

Pozo (2001), classifica os sistemas básicos de transporte para cargas em cinco:

sistemas por ferrovias, por rodovias, por hidrovias, por dutos e por aerovias. A importância de

cada um desses modais varia de acordo o tempo, com condições geográficas, com o tipo e

valor da carga e com urgência, necessidade e disponibilidade financeira do cliente.

A avaliação e escolha do transporte adequado a um produto variam, conforme

Pozo (2001), deve-se analisar a localidade, os custos do peso por quilometragem, seguros,

manipulação e estocagem (custos tangíveis), mas também todos os intangíveis (rapidez,

facilidade, confiabilidade, segurança, rastreabilidade, garantia, perfeição e satisfação). A

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

análise de custo-benefício é fator determinante na escolha do melhor modal de distribuição de

nossos produtos.

No Brasil a utilização dos modais de transportes está distribuída assim:

rodoviários 57,5%; ferroviários 21,2%; hidroviários 17,4%; dutoviários 3,5%; aéreos 0,3%.

Conforme o gráfico a seguir:

Gráfico de utilização dos modais de transporte no Brasil

57,50%21,20%

17,40%3,50% 0,30%

Rodoviários Ferroviários Hidroviários Dutoviários Aéreos

Gráfico 1 – Utilização dos modais de transportes no Brasil.Fonte: Pesquisa baseada em Pozo (2001).

Quanto aos avanços tecnológicos, Pozo (2001), afirma que essa tecnologia tem

causado um impacto significativo sobre as oportunidades de aperfeiçoamento da cadeia de

suprimentos, trazendo como benefícios tanto a redução de custos, como melhores níveis de

prestação de serviço ao cliente.

Essa nova visão de administrar materiais requer maior disponibilidade de

informação, para que seja possível gerenciar os custos da cadeia de suprimentos de maneira

muito mais eficiente.

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

A informática apóia o sistema multimodal para rastrear serviços do mais elevado

nível e, ao mesmo tempo, minimizar falhas e maximizar a utilização de seus ativos.

Estabelece também uma ligação instantânea entre a empresa e seus clientes para receber e

confirmar solicitação de transporte e para manter todos informados sobre a situação de

determinados pedidos e as disponibilidades de estoque.

Pozo (2001), afirma ainda que, as principais áreas de interesse são: rastreamento

por satélite, comunicação por satélite e intercambio eletrônico de dados (EDI), para conectar

toda a cadeia de suprimentos, desde o recebimento, passando pela produção, indo até o ponto

de venda. É uma tecnologia que cada vez mais será usada em conjunção com os pedidos feitos

por computador e o reabastecimento automatizado, dando informações em tempo real,

acelerando os deslocamentos ao longo da cadeia de suprimentos, otimizando os serviços e

aumentando a lucratividade.

Uma empresa pode optar por meio de transporte próprio (compra) ou pelo aluguel

(leasing). Uma das principais razões para possuir ou alugar uma frota de veículos é obter

menores custos e melhor desempenho na entrega do que seria possível através do uso de

transportadora convencionais.

Em se tratando de frota própria, a empresa necessita de um sistema de

administração da distribuição e de transporte, de forma que o planejamento dessas atividades

torna-se determinantes para o sucesso da distribuição física, assim planejamento como: a rota

ou plano de viagem, a roteirização e programação de veículos, o despacho de veículos, o

sequenciamento de roteiros e o balanceamento de viagens se fazem necessária. (Ballou,

1993).

Rota ou plano de viagem: trata-se da decisão do direcionamento dos veículos

através de uma rede e de vias, rios ou corredores aéreos. O movimento pode ser feito pela

mínima distancia, mínimo tempo ou por uma combinação destes.

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

Roteirização e programação de veículos: trata-se da decisão do despacho do

veículo a partir de uma base central, da determinação do número de veículos envolvidos, suas

capacidades, os pontos de parada para coleta ou entrega em cada roteiro de um dado veículo e

a seqüência das paradas para coleta, o total de roteiros possíveis é astrônomo.

Despacho de veículos: trata-se da decisão do direcionamento dos veículos à

medida que a demanda ocorre, de forma a utilizá-los eficientemente, dirigindo os veículos a

parada mais próxima adequada às suas capacidades.

Sequenciamento de roteiros: a decisão da empresa em optar por transporte pode

estar menos interessado no projeto dos roteiros e mais na minimização da quantidade de

caminhões necessários para atender uma dada programação. Isto exige a sequenciação dos

roteiros, de maneira a minimizar o tempo ocioso no programa e, portanto, a quantidade de

caminhões necessária.

Balanceamento de viagens com e sem carga: o gerenciamento de uma frota é o

balanceamento das perdas de ida e de retorno. Um caminhão pode partir do seu depósito

totalmente carregado para realizar uma entrega e, após executá-la, retornar completamente

vazio, assim para melhorar a utilização do veículo há a possibilidade de viagem de retorno

com cargas para o depósito que pode ser, por exemplo, matéria-prima ou entrega de

fornecedores para reabastecer o depósito.

1.6.3 Distribuição física

De acordo com Ballou (1993), a distribuição física é o ramo da logística

empresarial que trata da movimentação, estocagem e processamento de pedidos dos produtos

finais da firma. Costuma ser a atividade mais importante em termos de custos para a maioria

das empresas, pois absorve cerca de dois terços dos custos logísticos.

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

A distribuição Física preocupa-se principalmente com bens acabados ou semi-

acabados, ou seja, com mercadorias que a companhia oferece para vender e que não planeja

executar processamentos posteriores.

A distribuição atua desde o instante em que a produção é finalizada até o

momento na qual o comprador toma posse dela, as mercadorias são responsabilidades da

logística, que deve mantê-las no depósito da fábrica e transporta-las até depósitos locais ou

diretamente ao cliente.

A movimentação e armazenagem de produtos/serviços levados até ao cliente ou

transferida entre unidades de produção ou transição comercial (interior das mesmas) estão

relacionadas ao fluxo físico; dessa forma, a logística atua no interior de um local produtivo e

entre agentes da cadeia de abastecimento.

A troca de informações que acontece no processo logístico tem a finalidade de

apoiar a movimentação de materiais, no sentido de atender às necessidades em toda a cadeia

de abastecimento. Enquanto o marketing cria uma demanda, os canais de distribuição

procuram atender a essa demanda.

Ching (2001), apresenta duas formas de redução dos custos logísticos por meio da

distribuição:

- Redução do capital empatado nos estoques por meio da diminuição do

tempo que o produto permanece na cadeia de suprimento: a redução dos custos e do

tempo para o processo de pedidos do cliente é um dos requisitos essenciais para a excelência

no atendimento ao cliente. Isto significa melhorar significativamente o tempo total entre a

obtenção do pedido junto ao cliente e a entrega completa do pedido.

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

- Minimização do custo por meio da melhoria na eficiência dos recursos

utilizados, tanto na armazenagem como no transporte: visa encontrar o equilíbrio entre

qualidade de serviço prestado, custo de operação e capital investido. A busca por eficiência

nas operações, a redução do tempo de entrega e diversos fatores contribuem para o aumento

dos custos logísticos a empresa. Dessa forma a lucratividade é obtida por meio da utilização

racional dos recursos, da informatização que diminui os custos de mão-de-obra, racionaliza o

tempo e reduz erros de processo.

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

PARTE II

LOGÍSTICA E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

2.1 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Rezende (2001), conceitual tecnologia da informação como recursos

tecnológicos e computacionais para geração e uso da informação. Esse

conceito enquadra-se na visão de gestão da tecnologia da informação e do

conhecimento.

Segundo Ballou (1993), um sistema de informações gerenciais é um

sistema integrado homem/máquina, que providencia informações para apoiar

as funções de operação, gerenciamento e tomada de decisão numa

organização. O sistema utiliza hardware e software de computadores,

procedimentos manuais, modelos gerenciais e de decisão e uma base de dados.

Rezende (2001), descreve os componentes da tecnologia da

informação como sendo : hardware e seus dispositivos e periféricos; softwares

e seus recursos; sistemas de telecomunicações e gestão de dados e

informações.

2.2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO LOGÍSTICA

“As informações não podem ser melhores que os dados que as

geram” é uma máxima freqüentemente citada sobre a qualidade da informação

que alimenta o processo decisório. Reconheceu-se há muito tempo que o

Silmara G.F.Alves

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desempenho do planejamento e controle gerencial depende da qualidade,

forma e precisão das informações disponíveis. (Ballou, 1993).

Para Ballou (1993), o sistema de informação logística (SIL) é um

subsistema do sistema de informações gerenciais (SIG), que providencia a

informação especificamente necessária para a administração logística.

A globalização trouxe o aumento do fluxo de informações em todo o

mundo. Assim, os clientes, que muitas vezes são empresas, necessitam dessa

interação de informações entre parceiros comerciais que possibilite uma ação

mais rápida quanto à tomada de decisão por meio das informações que

gerenciam o fluxo de material.

Assim os clientes esperam informações atualizadas sobre as

operações logísticas, pois a logística além de englobar uma parcela dos custos

da empresa, exige também um tempo de operação, esse tempo pode ser maior

que o tempo de fabricação das mercadorias. Dessa forma, as decisões

importantes precisão ser alimentadas com informações seguras e em tempo

real.

Na busca por informações seguras e em tempo real, que colaborem

com o planejamento estratégico logístico, as empresas contam hoje com os

sistemas de informação logística ( logistcs information systems – LIS).

O LIS engloba a monitoração de fluxo ao longo de toda a cadeia de

atividades logísticas. E segundo Dornier, Ernst, Fender et al (2000),

desempenha as seguintes funções:

Captura os dados básicos;

Transfere os dados para centros de tratamento e

processamento;

Silmara G.F.Alves

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Armazena os dados básicos conforme seja necessária;

Processa dos dados em informações úteis;

Armazena as informações conforme seja necessária;

Transfere as informações aos usuários.

Estas informações capturadas pelo LIS satisfazem aos objetivos de

monitoração logística e podem ser usadas para:

Prover, antecipar e planejar;

Garantir que as operações podem ser rastreadas no tempo e

que produtos podem ser localizados;

Controlar e relatar as operações completadas.

Com todos os benefícios oferecidos pelos sistemas de informação,

há áreas de atuação como a logística, que além de manipular grande volume

de informações, manipula, sobretudo, materiais e um grande volume de

mercadorias necessitam ser movimentadas.

O processo de transformação dos materiais em informações

compatíveis aos sistemas de informação é possível através da tecnologia

aliada às telecomunicações.

Segundo Dornier, Ernst, Fender et al (2000), o sistema de logistcs

information and telecomunication systems – LITS ou informação logística e

telecomunicações, desempenham uma peça decisiva na disseminação das

informações logísticas ao longo de múltiplos locais geográficos (em paises

diferentes), diferentes funções (marketing, vendas, produção) e diversos

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setores (pedidos, transferências de informações logísticas entre fornecedores,

fabricantes, distribuidores e provedores de serviços logísticos).

Dornier, Ernst, Fender et al (2000), enumeram as atribuições de um

LITS, como sendo:

Contribuir para a redução de custos na gestão do ciclo de

fluxos de materiais. O LITS cuida de todos os passos de processamento

necessários para um eficiente fluxo de produtos dentro das restrições de nível

de serviço e custos (formulários de preparação de pedidos, papéis de entrega,

notas de entrega, recibos de entrega etc.);

Otimizar os recursos físicos alocados em toda a cadeia de

suprimentos. Dessa forma, O LITS forma o banco de dados necessário e

implementa as ferramentas de suporte à decisão para gerenciar recursos e usa-

las com a máxima eficiência;

Acompanha o desempenho operacional. O LITS fornece

informações de retorno úteis para o controle de desempenho logístico e

também para indicadores logísticos.

Fornecer ferramentas de tomada de decisão para a gerencia.

Gestão de interfaces entre diferentes funções na forma de

banco de dados unificados ou transferência de informações interfuncionais;

Transferência de informações entre diferentes elos da

cadeia logística (fabricantes, distribuidores, clientes, provedores de serviços

logísticos e transportadores);

As necessidades logísticas podem ser separadas em quatro níveis,

conforme a figura 4:

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

Figura 4 – Hierarquia do sistema de informação logísticaFonte: Adaptado de Ballou (1993, p.281).

O nível mais baixo da pirâmide refere-se às transações e às

consultas, como andamento de pedidos, verificação de estoques, preparação de

manifestos e cotação de fretes.

O segundo nível, de baixo para cima, envolve o uso de informações

pelos supervisores de primeira linha, com relação a informações de controle e

util ização de espaço, estoques, e produtividade da mão-de-obra nas operações

de atendimento de pedidos.

O terceiro nível, trata do planejamento e controle tático, sendo uma

extensão do nível de supervisão, informações de reavaliação dos pontos de

reposição de inventário, seleção de transportadoras, arranjos físico de

armazéns e planejamento de espaço e transporte com sazonalidade.

Silmara G.F.Alves

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Processamento de transaçõesRespostas a consultas

Informações gerenciais para Planejamento, decisão e

Controle operacional

Informações gerenciais para

Planejamento tático

SIGPara plane-

jamento, política eDecisão

estratégica

Operacional

Supervisão

Média gerencia

Alta administração

Nível

hierárquico

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

O topo da pirâmide, trata do planejamento estratégico, envolve a

definição de metas, polít icas e objetivos, decidindo toda a estrutura logística

e, portanto, os recursos necessários para executar a distribuição e o

suprimento.

Dornier, Ernst, Fender et al (2000), apresenta as característ icas

básicas que um sistema de informações logísticas e telecomunicação devem

apresentar, que são:

- Uma visão para os clientes: o LITS deve fornecer indicadores

necessários para saber precisamente como o processo logístico trabalha por

cliente, ponto de entrega, pedido e artigo listado.

- Acurácia de dados, informações e sistemas: o LITS da um

quadro acurado em dado momento no tempo do estado e posição de todos os

fluxos físicos. A unificação do banco de dados permite segurança de

informação em qualquer ponto de consulta.

- Relevância dos dados ao longo do tempo: deve existir a

sincronização mais completa possível entre os fluxos físico e de informações,

de forma que a tomada de decisões possa corresponder à forma real como as

operações acontecem. O fluxo de informações é o reflexo confiável do fluxo

físico.

- Adaptação à diversidade dos fluxos físicos: o LITS deve ser

capaz de introduzir diferentes soluções para diferentes clientes, produtos e/ou

mercado. As particularidades de um cliente, um novo produto e um novo canal

de distribuição para um novo produto devem ser levados em consideração pelo

LITS.

Silmara G.F.Alves

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- Capacidade de mobilidade: faz parte da natureza das soluções

logísticas adaptar-se aos objetivos estratégicos e as restrições táticas em

qualquer momento. Assim, as respostas físicas mudam de forma que sejam

capazes de propor as ofertas de serviços esperados a um custo aceitável.

2.2.1 Gestão da informação na logística

Num âmbito gerencial , os sistemas de informação logística devem

ser geridos de forma a manter suas funções e os objetivos a que se destinam,

de forma que atendam as necessidades de informação dos usuários em níveis

operacional, tático e estratégico e fluxo material das operações logísticas

sejam alimentadas por um banco de dados atualizado e em tempo real.

Segundo Ballou (1993), um SIL (Sistemas de Informação Logística),

auxilia o pessoal da logística ao passo que gerencia o processamento, análise

e recuperação de dados e informações.

- Processamento de dados: processar dados para conseguir

informações é a função básica do sistema de informação. Através da

codificação, manipulação aritmética, classificação e consolidação, os dados

são convertidos em informações úteis para a tomada de decisões logística e

para feitura de relatórios. O processamento de dados inclui análise e

transformação de informações geográficas do cliente, previsões e estatíst icas

em informações manipuláveis.

- Análise de dados: Além da simples conversão de dados numa

forma mais tratável, um sistema de informação moderno também contém

modelos de apoio à decisão. Esses modelos t iram informações a partir da base

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

de dados ou por processamento e empregam-na para avaliar cursos de ação

alternativa. O objetivo é fazer o sistema procurar a melhor alternativa

possível.

- Recuperação de dados: A recuperação de dados acessa uma base

de dados relativamente extensa rapidamente e mostra a informação no local

onde está o usuário, muitas vezes num computador pessoal.

- Informações de saída: a comunicação das informações

armazenadas aos interessados é o componente final da estrutura do sistema de

informação. Velocidade e formato são duas importantes considerações de

projeto para esta parte do sistema. A informação é usualmente expressa em

relatórios informativos ou relatórios de ação.

Dentre as formas de saída de informação Ballou (1993), destaca os

relatórios informativos e os relatórios de ação. No primeiro, a administração

do fluxo de materiais e serviços exige uma série de relatórios. Dentre esses,

há os relatórios gerenciais, de posição ou andamento e de exceção.

No segundo, os relatórios são comandos enviados pelo SIL para a

execução de alguma atividade, por exemplo, ordens de reposição de estoque,

romaneios de entrega e l ista de coleta no armazém.

2.2.2 Fluxo de informações e materiais

A informação tem grande relevância na gestão do fluxo de materiais,

estando os dois, informação e materiais, estritamente relacionados, visto que,

os fluxos físicos são cada vez mais complexos, as operações cada vez mais

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

abrangem novas áreas e há uma demanda crescente por reações rápidas e

tempos de entrega curtos.

Segundo Dornier, Ernst, Fender et al . (2000), as característ icas dos

fluxos logísticos estão relacionadas a duas tendências: a primeira é a

intensificação do tráfego, que está sobrecarregando a capacidade da infra-

estrutura em muitas áreas.

A segunda é o rápido crescimento de fluxos de retorno causados

pela crescente preocupação ecológica e por técnicas agressivas de vendas.

Figura 5 – Fluxo de informação versus fluxo de materiais no SIL.Fonte: Adaptado de Ballou (1993, p.284).

Silmara G.F.Alves

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Fornecedor ClienteOrdem de compra Ordem de

venda

Relatório de recebimento

Ordem de entrega

Registros de estoques

Registros de contas a receber

Relatórios de produção

Manufatura

Armazenagem de materiais

Armazenagem de bens finais

Centro de processamento

de dados

Programação de produto

Fluxo de informação

Fluxo de materiais

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

2.3 NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO

2.3.1 Eletronic Document Manegment (GED) ou Gerenciamento Eletrônico

de Dados (EDM)

Silva (2003), define gerenciamento eletrônico de documentos como:

um conjunto de tecnologias e metodos uti l izados para armazenar, gerenciar e recuperar informações. Um sis tema GED serve para mapear, anal isar , a rquivar e recupear informações como voz, sons, dados, desenhos, textos , imagenm e quaisquer outro t ipo na organização, usando software e a rmazenamento digi tal .

O Gerenciamento Eletrônico de Documentos é uma solução que faz

uso de novas tecnologias, para agilizar o fluxo de documentos representados

na forma de papel, aumentar a velocidade na troca de informações, e tornar os

processos de negócios mais rápidos. (SILVA 2001, APUD SPRAGUE JR.,

1995).

Dentre as vantagens do GED, estão: a economia de papel, já que os

documentos estarão disponíveis em mídia eletrônica-digital; a facilidade ao

efetuar alguma consulta e redução do tempo de localização em grandes

acervos; o aumento na integridade de arquivos; a disponibilidade de um

documento para vários usuários; a fácil manutenção do acervo, pois o sistema

assegura a organização do acervo em tempo integral; a correção de erros e

aumento de legibil idade de documentos.

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

2.3.2 Armazenamento dos Dados (Data Warehouse)

Rezende e Abreu (2003), definem Data Warehouse , como: “ um

grande banco de dados que armazena dados de diversas fontes para futura

geração de informações integradas, com base nos dados do funcionamento das

funções empresariais operacionais de uma organização inteira.

Frequentemente chamado de armazém de dados de uma empresa”.

Um Data Warehouse consiste em um conjunto de hardware e

software que consti tuem um ambiente, onde as pessoas podem acessar dados

estratificados e consolidados de maneira rápida e consistente, evitando buscas

redundantes. (FERREIRA, 2003).

2.3.3 Customer Relatioship Manegement (CRM) ou Gestão do

Relacionamento com o Cliente

O CRM é um termo da tecnologia da informação, que abrange a

metodologia, softwares e capacidade da Internet para ajudar uma empresa a

gerenciar suas relações com clientes de uma maneira organizada.

O CRM é mais que um software , é conjunto de ferramentas que tem

por objetivo conhecer melhor o cliente, fazer distinção entre eles, no sentido

de perceber quais os clientes mais lucrativos, prover campanhas e formas de

abordagens adequadas para atender às necessidades dos consumidores, entre

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

outras, permitindo assim, prover a fidelização dos clientes. (FERREIRA,

2003).

Os sistemas de CRM constituem uma nova forma de conceber e gerir

os sistemas de relacionamento com o cliente, art iculando e conciliando novas

tecnologias da computação com uma análise aprofundada da empresa e seus

clientes.

São constituídos por módulos que permitem analisar e perceber o

comportamento dos clientes de maneira a segmentá-los e possivelmente

util izar esta segmentação para otimizar a comunicação com o cliente e

satisfazer os seus requisitos.

Dentre as ferramentas do CRM, estão: Call Center (registra os

contatos, pedidos e reclamações dos clientes e assistência pós compra), Data

Warehouse (cria o que se chama de um “armazém de dados”, com informações

relativas aos volumes de vendas informações on-line a respeito do cliente,

estoques, etc., bem como receber os pedidos e processá-los mais

rapidamente), entre outras. (FERREIRA, 2003).

2.3.4 Enterprise Planning Resource (ERP) ou Planejamento de Recursos da

Empresa

É um Sistema de gestão, conhecido pelo termo Enterprise Resource

Planning (ERP), têm como função coletar, armazenar e disponibilizar dados

transacionais de uma corporação. É composto por módulos de suporte aos

fluxos de informação relacionados às áreas de manufatura, logística, finanças,

vendas, e recursos humanos, e sua implementação visa à integração de todas

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

as aplicações de negócios em um único ambiente tecnológico, com isso a

empresa ganha em velocidade e acuracidade de informação para um adequado

gerenciamento de seus recursos.

Segundo Neto e Campos (2002), os sistemas ERP são constituídos

por uma base de dados única e por módulos que suportam diversas atividades

da empresa. Os dados uti lizados por um módulo são armazenados na base de

dados central, onde são manipulados por outro módulos, eliminando

redundância e inconsistências nas informações.

Nos sistemas ERP é mais fácil parametrizar e alterar dados, uma vez

que, este integra módulos que antes operavam isoladamente. Assim, por

exemplo, quando um material recebido é registrado no sistema, ele

automaticamente atualiza a si tuação do estoque, a posição do pedido de

compra e gera a informação de pagamento que deve ser efetuada ao

fornecedor.

Os setores de compras, almoxarifado e financeiro compartilham a

informação do recebimento a partir do momento que este é registrado no

sistema.

O ERP pode gerenciar um conjunto de atividades que permitam o

acompanhamento dos níveis de fabricação em balanceamento com a carteira

de pedidos ou previsão de vendas. O resultado é uma organização com um

fluxo de dados consistente que flui entre as diferentes interfaces do negócio.

Na essência, o ERP propicia a informação correta, para a pessoa correta e no

momento correto.

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

Segundo Rezende e Abreu (2003), a gestão empresarial é facili tada

quando a empresa possui um software integrado ERP de alta tecnologia e com

total segurança, amparado em uma documentação clara e eficiente.

Sendo um sistema integrado, oferece a possibil idade de melhoria de

relatórios, fidelidade de dados, consistência e comparação de dados, devido à

util ização de um critério único em todas as atividades da empresa. Decisões

ao longo dos processos da empresa também são possíveis graças ao ERP. Isto

resulta em economia de tempo e domínio sobre as operações.

A tecnologia ERP e seus recursos, ao processar os dados

quotidianos das funções empresariais operacionais, possibil ita integração de

suas informações interdependentes.

Como exemplo desta integração, pode-se relatar o atendimento de

um pedido, que considera e gerência o processo e a capacidade fabril, a

relação com demais produtos em produção, a mão-de-obra necessária, o fluxo

de caixa previsto e real, o atendimento de prazos, a análise dos clientes e dos

fornecedores e ainda, o grau de risco de uma operação. (Rezende e Abreu,

2003).

- Origens e evolução do ERP:

O sistema ERP tem sua origem no Planejamento das Necessidades

de Materiais ou Material Requirements Planning (MRP), consti tuindo-se,

portanto de uma série de evoluções tecnológicas e conceitos de gestão.

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

De acordo com Neto e Campos (2002), o MRP surgiu na década de

70, sendo util izado para planejamento futuro de uso de matérias primas e das

etapas produtivas.

O MRP baseia-se no cálculo das necessidades, que é uma técnica

que permite o cálculo, normalmente com a uti lização de um computador, das

quantidades e momentos em que os recursos de manufatura serão necessários,

para que os programas de entrega de pedidos sejam atendidos com a mínima

formação de estoques.

Com a evolução dessa técnica e aplicação do MRP à situação real da

produção, os pesquisadores observaram que a mesma lógica de cálculo de

necessidades poderia ser aplicada no planejamento de outros recursos de

produção, além dos materiais, tais como necessidades de mão de obra e

equipamentos.

Surge assim, o MRP II, onde foram acrescidos módulos para o

cálculo de necessidades de outros recursos denominados: Capacity

Requirements Planning ou Planejamento das Necessidades de Capacidade

Produtiva e módulos de controle da fábrica ( Shop Floor Control ).

Corrêa e Gianesi (1998), define MRP II, como sendo um sistema de

Planejamento e Controle da Capacidade da produção hierárquica, onde os

planos de produção agregados e de longo prazo são sucessivamente detalhados

até chegar ao nível de detalhamento de componentes e máquinas específicas.

Funcionalmente apresentam cinco módulos principais:

Módulo de Planejamento da Produção, recentemente

denominado de Planejamento de Vendas e Operações (S&OP);

Módulos de planejamento Mestre da produção (MPS);

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

Módulos de cálculo de Necessidade de Materiais (MRP);

Módulos de cálculo de Necessidade da Capacidade (CRP);

Módulo de Controle da Fábrica (SFC).

Com o objetivo de apoiar as empresa na gestão dos demais recursos

organizacionais, os fornecedores dos sistemas MRPII passaram a desenvolver

módulos capazes apoiar outras áreas da empresa como: financeiros, RH,

Comercial , contabilidade e logística.

As empresas hoje podem adquirir estes módulos que funcionam de

forma integrada e contribuem para uma gestão global e informatizada das

organizações. Estes sistemas integrados são extensões do principio básico do

MRPII e que atualmente são chamados de ERP ( Enterprise Resource

Planning).

2.3.5 Tecnologia da informação na armazenagem

Os sistemas de informação específicos para armazéns foram

desenvolvidos especialmente para que fosse possível atender necessidades

próprias deste tipo de operação, conhecidos como WMS ( Warehouse

Manegement Systems ou Sistema de Gerenciamento de Armazéns) este sistema

visa promover a integração entre software, hardware e equipamentos

periféricos para gerenciar estoques, espaço, equipamentos e mão-de-obra,

otimizando assim o gerenciamento das atividades de armazenagem da empresa

por meio de uma melhor gestão das informações.

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

As informações fornecidas por todos os elos da cadeia logística,

como fornecedores, clientes, produção, e o próprio sistema corporativo (ERP)

se convergem em um sistema WMS para gerir o fluxo de atividades do

armazém de forma constate.

Sucupira (2002), descreve os objetivos de um WMS, como sendo:

Aumentar a precisão das informações de estoque: a acuracidade

das informações de estoque é parte da garantia de qualidade dos serviços aos

clientes, pois erros, para mais ou para menos, causam faltas ou excessos em

estoque.

Estes erros podem representar uma venda inútil à empresa, ou seja,

um determinado produto será vendido, mas a entrega não será efetuada, pois

fisicamente este produto não estará disponível, o inverso também poderá

ocorrer de um produto não constar no sistema de gestão de estoque e

fisicamente haver esta mercadoria, ocasionando perdas consideráveis pela não

rotatividade da mercadoria e possíveis perdas da mesma.

Aumentar a velocidade e qualidade das operações do centro de

distribuição: devido o aumento da competit ividade, há uma cobrança maior

por eficiência nas operações de separação e entrega de pedidos dos clientes,

que resulta em atendimento mais rápido e diminuição nos erros cometidos na

separação dos pedidos.

O uso de equipamentos de movimentação automatizados,

controlados pelo próprio sistema computadorizado e também a utilização de

coletores de dados através de códigos de barras e a comunicação on-line por

radiofreqüência, tornaram-se imprescindíveis para que as transações de

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

estoque sejam realizadas velozmente e com alto grau de certeza, evitando-se

os erros de expedição e atendendo os clientes em prazos cada dia, menores.

Aumentar a produtividade do pessoal e dos equipamentos do

depósito: Lotes menores, maior freqüência dos pedidos e a necessidade de

menores prazos de entrega causam aumentos significativos nos custos

logísticos, dessa forma a produtividade tornou-se uma grande aliada na busca

pela lucratividade.

Os sistemas WMS, através do seu princípio de convocação ativa e

da sua habilidade em trabalhar com equipamentos de movimentação

automatizados, propiciam grande redução de custos com pessoal, além de

reduzir a necessidade de equipamentos para a mesma quantidade de

movimentações se estas fossem feitas através de sistemas tradicionais.

Sucupira (2002), também descreve as características básicas de um

WMS, como sendo:

Facilidade de acoplamento com sistemas ERP de mercado ou

desenvolvidos internamente: os sistemas WMS se integram a sistemas ERP

em pontos como o cadastro de materiais, as carteiras de pedidos de clientes e

de fornecedores, a contabilização de estoques, o planejamento de compras e

de produção, os sistemas de transportes, os ambientes de SAC, etc.

Sendo assim, uma das características altamente desejáveis nos WMS

é a facilidade e confiabilidade com que as trocas de dados com os demais

sistemas da empresa puderem ser feitas.

Possibilidade de administrar múltiplos locais de estocagem: o

conceito de múltiplos locais de armazenagem pode ser entendido como a

existência de vários armazéns em uma única planta de um único CGC ou de

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

vários armazéns em locais geograficamente separados, com vários CGCs. O

sistema deve manter o controle de um mesmo item em vários depósitos de uma

mesma empresa.

Possibilidade de administrar mercadorias de diferentes

proprietários: quando utiliza-se um sistema WMS na gestão de atividades de

um operador logístico ou de um tradicional armazém geral, torna-se

necessário identificar as transações efetuadas com as mercadorias de cada

uma das empresas que o operador logístico presta serviços.

O sistema WMS deverá ter a habilidade de ser consultado e receber

dados de cada uma destas empresas através dos diversos sistemas de

comunicação, mantendo-se a privacidade das informações das demais

empresas que compartilham os locais de armazenagem do operador logístico

ou do armazém geral.

Utilização de sistemas de coletas de dados por rádio freqüência:

a necessidade de aumentar a produtividade e a importância de se trabalhar no

conceito de “zero erro” obriga que os sistemas WMS tenham a habilidade de

efetuar transações on-line e através também da utilização de códigos de

barras.

O uso de coletores de dados que permitem a leitura de dados

escritos em linguagem de código de barras e a possibilidade de transmitir

estas informações de para cada ponto do armazém através de rádio freqüência,

são hoje requisitos fundamentais para tais sistemas.

Utilização do conceito de convocação ativa: este conceito é

baseado na atribuição de tarefas aos operadores, segundo regras do próprio

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

sistema. Os operadores do armazém são cadastrados para cada uma das tarefas

em que estejam habilitados e o sistema os convocará para tais tarefas a

medida que eles informam que a tarefa anteriormente convocada foi realizada.

Sucupira (2002), descreve ainda as principais funcionalidades de um

software WMS, que são:

 Rastreabilidade das operações: todas as movimentações,

recebimentos, separações, expedições e outras atividades cadastradas nas

regras de negócio do sistema, são registradas em tempo real, inclusive quanto

a identificação do operador ou equipamento que realizou a tarefa, permitindo,

portanto, a recuperação da “história” de cada uma das atividades realizadas no

armazém.

Inventários físicos rotativos e gerais: através de regras

parametrizadas pelo usuário, o sistema convocará operadores para a realização

de inventários rotativos ou gerais, sejam inventários orientados por item ou

orientados por endereço.

Planejamento e controle de capacidades: através do cadastramento

de “centros de trabalho” como docas de recebimento, docas de expedição,

operadores, empilhadeiras, etc., e também cadastrando o consumo de recursos

de cada uma das tarefas, pode-se fazer um planejamento de atividades como

agendamento de entregas dos fornecedores ou separação de pedidos de

clientes, com a possibilidade de se analisar antecipadamente os “gargalos”, de

maneira a tomar medidas de realocação de recursos com a necessária

antecedência.

Definição de características de uso de cada local de

armazenagem: através do mapeamento dos locais de armazenagem, pode-se

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

identificar para o sistema, todos os endereços e as característ icas dos itens

que possam ser armazenados em cada um dos locais.

Tendo-se as características dos i tens, o sistema convocará os

operadores para colocar os materiais em endereços adequados para a correta

proteção e máxima produtividade das movimentações dos itens trabalhados.

Sistema de classificação dos itens: o WMS deverá ter um módulo

de cadastramento dos itens de maneira a permitir o cadastramento de

parâmetros em um nível, possibilitando que os materiais pertencentes àquela

classe cadastrada possam absorver os parâmetros automaticamente, reduzindo

o trabalho de cadastramento individual de cada item.

Controle de lotes: o sistema deve manter registro em cada uma das

unidades de armazenagem, das informações dos lotes de fabricação de

produtos sujeitos a este tipo de controle, de maneira a permitir a identificação

futura de para quais clientes, internos ou externos, as mercadorias de um lote

foram enviadas.

Separação de pedidos – picking: o sistema deve permitir que se

faça a separação das mercadorias da área de armazenamento para a expedição

ou de uma área de armazenamento consolidada para uma área de separação

secundária.

Estas movimentações devem ser parametrizadas por métodos como

FIFO, LIFO ou mesmo métodos especiais para situações de excesso de carga

ou falta de equipamentos de movimentação em altas estantes.

Interfaceamento com clientes e fornecedores: o sistema deve

permitir a fácil comunicação, por meios como a internet, de maneira a receber

dos fornecedores os documentos de remessa de mercadoria, notas fiscais,

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

antecipadamente, possibil itando programar as operações de recebimento com

antecedência.

Da mesma forma, deve permitir o recebimento de informações da

empresa-cliente, quanto aos pedidos colocados nos fornecedores e das notas

fiscais de venda para impressão no local do CD. Tais informações deverão

sempre respeitar os padrões de EDI estabelecidos pelas entidades

responsáveis.

 Cálculo de embalagens de despacho e listas de conteúdo: um

WMS deve ter algoritmos para calcular as embalagens necessárias para

acondicionar as diversas mercadorias a serem enviadas para um cliente,

possibilitando também a emissão de listagem do conteúdo e pesos bruto e

líquido de cada embalagem.

Controle de rotas e carregamento de veículos: o sistema deve

permitir o cadastramento de rotas e controlar os volumes carregados em cada

veículo.

Documentos de transporte como conhecimentos e manifestos devem

poder ser transmitidos aos transportadores, visando agilizar o tempo de

liberação dos veículos. Tal integração com transportadoras deve permitir,

também, a transmissão de dados de recebimento pelos clientes (canhoto da

nota fiscal), visando permitir a avaliação de desempenho do transportador e

informações de rastreabilidade de encomendas para os clientes.

Segundo Banzato (2003, p.168), um WMS pode otimizar o negócio

da empresa em duas grandes categorias: redução de custos e melhorias do

serviço ao cliente.

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

A redução de custos deve-se ao fato da melhoria da eficiência de

todos os recursos operacionais, como equipamentos e mão-de-obra, entre

outras. Já a melhoria do serviço ao cliente se deve ao fato de minimizarmos os

erros e falhas de separação e entrega, bem como pela agilização de todo o

processo de atendimento ao cliente, combinando a melhoria do fluxo de

materiais com a melhoria do fluxo de informações.

Nos sistemas WMS o nível de serviço ao cliente é o primeiro foco

de melhoria, mantendo uma acuracidade de informação muito alta e

minimizando os erros operacionais, evitando-se inclusive, atividades de

conferências e controles manuais. Isto acontece devido à autoverificação que

faz parte do sistema WMS. Todas as atividades são executadas em tempo real

e controladas pelo WMS, em vez de serem feitas por um operador. Este

método assegura um melhor nível de serviço.

2.3.6 Softwares específicos de gestão logística

DRP, EDI, WMS, TMS, AUTO ID e RFDC são soluções propostas

para o gerenciamento da cadeia logística que separadamente ou em módulos

atendem as necessidades de informação e operação dos departamentos que

compõem a cadeia logística e que em conjunto visa a gestão da empresa,

integrando todos as suas áreas funcionais, criando um fluxo de processo

contínuo e viabilizando o que se chama de Supply Chain Manegment ou

Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos.

Os atributos destes sistemas gerenciadores são diversos, passando

pelo gerenciamento de informações de entrada, o recebimento de pedidos de

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

clientes, o recebimento físico de mercadorias, bem como o fluxo dos materiais

em estoques e o fluxo das atividades de recebimento, endereçamento e

estocagem,

Além disso, estes sistemas são capazes de alocar atividades em

espera à mão-de-obra disponível, a separação do pedido, carregamento e

entrega ao cliente e a manutenção constante das informações de entrada,

processamento e saída nos sistemas que gerenciam estoques, que fornecem

informações quantitativas dos estoques aos setores de venda, aos clientes e

aos fornecedores.

Figura 6 – Sistema de informação na armazenagem.Fonte: Adaptado de Banzato (2003, P.166).

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Sistemas de informação na armazenagem

DRP EDI WMS TMS Auto ID RFDC

Sistemas de informação na armazenagem

Redução de erros ao cliente

Redução do tempo de

aten-dimento

Redução de custos com

pessoal

Racionalização de espaço e equipament.

Aumento de capacidade

Desenho do sistema de informação

Melhoria do nível de serviço

Redução dos custos operacionais Melhoria dos indicadores de desempenho

Qualidade, produtividade e competitividade

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

2.3.6.1 Distribution Requirements Planning (DRP) ou Planejamento das

necessidades de Distribuição

Distribution Requirements Planning ou Planejamento das necessidades

de Distribuição é um sistema de planejamento global de toda a cadeia de

abastecimento, possibili ta que todos os integrantes da cadeia de abastecimento

entendam as suas necessidades logísticas. (BANZATO 2003).

O DRP funciona como um dos módulos do ERP. Correspondendo aos

módulos de produção e logística. A representação das informações de

produção se baseia na lógica do Material Requirements Planning (MRP).

Trata-se de um módulo especial de suporte à logística. Este t ipo de

módulo segue, tipicamente, a lógica conhecida pelo termo Distribution

Requirements Planning (DRP).

Neste caso, produtos são analisados em toda a rede logística ao nível

de Stock Keeping Unit (SKU). O cálculo do DRP começa com uma previsão do

replanejamento dos níveis de estoque de cada SKU nos Centros de

Distribuição (CDs).

Baseado nessa previsão e nos tempos médios de produção e

transferência (das fábricas aos CDs), o mesmo gera um plano completo de

distribuição. Um DRP típico muitas vezes indica se existem gargalos de

transporte ou produção.

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

2.3.6.2 Electronic Data Interchange (EDI) ou Intercâmbio Eletrônico de

Dados -

Banzato (2003), define EDI como uma transferência eletrônica de

documentos de um sistema de computadores para outro sistema de

computadores, onde atualmente o canal mais uti lizado está sendo a Internet.

Em função de a transação ficar l ivre da interferência humana, o EDI provê um

alto nível de garantia de que a informação que está sendo recebida ou

transmitida é precisa.

Novaes (2001, p.79), define EDI como sendo uma transferência

eletrônica de dados entre os computadores de empresas participantes, dados

esses estruturados dentro de padrões previamente acordados entre as partes.

O EDI proporciona capacidade e viabiliza a comunicação eletrônica

de informações entre duas organizações, substituindo as formas tradicionais

de comunicação, como: correio, fax, courier , entre outras.

Para Ferreira (2003, apud. Simões 2002), a mensagem eletrônica é a

informação gerada, enviada, recebida ou arquivada eletronicamente, por meio

óptico ou por meios similares, incluindo o intercâmbio eletrônico de dados

(EDI).

A troca eletrônica de dados via EDI é realizada por canais físicos

específicos contratados junto às operadoras de telecomunicações. Esta

tecnologia permite troca direta de computadores para computadores,

dispensando, em alguns casos, digitação e manipulação de dados e permitindo

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

automatizar documentos como ordens de compras, fatura, notas fiscais, etc.,

transmitidos e recebidos eletronicamente, independente de horário, distancia e

dos sistemas e computadores utilizados.

A EAN Brasil – Associação Brasileira de Automação Comercial

(2002), afirma que o EDI é uma ferramenta que viabiliza a troca de

documentos comerciais eletronicamente e com isso possibili ta diminuir a

quantidade de erros gerados pela redigitação e o volume de papel, ao mesmo

tempo que aumenta a eficiência e a rapidez na comunicação entre os parceiros

comerciais.

Segundo a EAN Brasil – Associação Brasileira de Automação

Comercial (2002), Os principais benefícios do EDI são:

Redução de custos administrativos e operacionais, frente a brusca

redução dos trâmites, que originam montes de papéis,os quais operam em

fluxos viciosos de vai-e-vem de vias de documentos, protocolos e assinaturas;

Alinhamento com os padrões EAN.UCC de identificação física do

itens comerciais e unidades logísticas;

Redução de estoque acontece à medida que o gerenciamento dos

produtos permite a reposição calculada sobre o consumo, firmando-se alianças

estratégicas entre fornecedores e clientes;

Aumento de vendas devido ao monitoramento constante do

consumo e planejamento pré-acordado para a rápida reposição por parte do

fornecedor;

Valorização dos profissionais de compras e vendas, quando os

mesmos assumem a função de estrategistas de negócios;

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

Agilidade no processo, porque grandes volumes de dados

comerciais podem ser comunicados de um computador a outro em questão de

minutos, permitindo, por exemplo, reduzir prazos de entrega e garantindo

maior satisfação por parte do cliente;

Eliminação de erros, o EDI elimina os inevitáveis erros

resultantes da entrada manual de dados;

Aumento da produtividade, pois o EDI permite que as companhias

controlem e manejem melhor as necessidades de produção, compras e

entregas. O EDI é um componente chave nos elos de ligação entre clientes,

fornecedor e transportando em significativas reduções nos níveis de estoque

Outros benefícios como: redução de saldos, redução de i tens

faltantes, redução de devoluções, agilização do recebimento de mercadorias,

dentre outros.

- As Redes de Valor Agregado (VAN) e Web EDI

Há duas formas das empresas que atuam com transferência

eletrônica de dados transacionarem suas informações, uma é disponibilizando

no site da empresa um browser (aplicativo para visualização da página na

internet) para cadastramento de fornecedores, pelos quais é possível

transmitir dados de Notas Fiscais, pedidos de compra e compartilhar

informações sobre agenda de entrega e até níveis de estoque.

A segunda forma de efetuar estas trocas de informações é por meio

de VAN’s (Value Added Network ) ou Rede de Valor Agregado, que são

empresa que disponibilizam uma rede privada, restrita a assinantes.

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

As VAN’s gerenciam o tráfego de informações postadas pelos

parceiros comerciais e disponibilizam caixas postais virtuais para o

armazenamento dos documentos eletrônicos. (EAN Brasil, 2002).

Quanto às vantagens da uti lização dos serviços das VAN’s, a EAN

Brasil (2002), cita: segurança no recebimento dos dados, pois as VAN’s

emitem, a cada intervalo de tempo, notificação de entrega e recebimento de

informações; comodidade, pois libera a empresa da administração de uma rede

de comunicação potencialmente completa; proporciona uma grande segurança

dos dados e outros serviços, como conversão de documentos para diferentes

formatos e padrões.

A Web EDI, surgiu do avanço tecnológico e da disponibilização

desta ferramenta. Suas principais vantagens, segundo a EAN Brasil (2002),

são: redução de custos, podendo não custar nada se a empresa já dispuser de

computador com fax-modem, linha telefônica e acesso à Internet ; os custos

mensais de manutenção são até 87% menores no Web EDI do que no EDI puro

(via VAN’s), independente do volume de dados; a Web EDI derruba a

burocracia entre empresas e fornecedores e democratiza o acesso à

informação; Não há necessidade de treinamento dos funcionários.

2.3.6.3 Warehouse Manegement Systems (WMS) ou Sistemas de

gerenciamento de armazéns

Warehouse Manegement Systems ou Sistemas de gerenciamento de

armazéns é um sistema de gestão de armazéns que otimiza todas as atividades

operacionais, o fluxo de materiais e fluxo de informações dentro do processo

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

de armazenagem, incluindo recebimento, inspeção, endereçamento,

estocagem, separação, embalagem, carregamento, expedição, emissão de

documentos e inventário, entre outras.

Gasnier (2000), descreve o que espera-se de uma solução WMS:

Funcionalidade de administração da mão-de-obra em tempo real.

Estes sistemas possuem a capacidade de, independentemente, determinar qual

funcionário do armazém deverá realizar uma tarefa, a atual localização do

indivíduo e a prioridade da tarefa. O aumento da produtividade ocorre quando

diferentes tipos de tarefas são intercaladas para otimizar a util ização da mão-

de-obra e dos recursos.

Planejamento, acompanhamento e funcionalidade de

administração da mão-de-obra. Estes sistemas ajudam a planejar e projetar o

desdobramento da mão-de-obra no armazém usando padrões históricos ou

estabelecidos do armazém. Também permitem realizar uma auditoria de

acompanhamento da atividade do funcionário e oferecer relatórios específicos.

Comunicação integrada com o sistema central - estes sistemas são

capazes de ter interfaces on-line com o Sistema ERP em tempo real.

Desenvolvimento de software modular. O projeto de software

permite a iniciação de um sistema seqüenciado com parâmetros para facili tar a

modificação do usuário para refletir a mudança de necessidades do armazém.

Controle do dispositivo de movimentação de material. Estes

sistemas podem fazer interface , facilmente, sistemas de controle de sistemas

de movimentação de material existentes, como transportadores e veículos

automaticamente guiados (AGVs), entre outros.

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

Controle do equipamento de estocagem automatizado. Similares

ao controle do dispositivo de movimentação de material, estes sistemas

possuem capacidade de fazer interface com sistemas de software de controle

automatizado do armazém (WACS) que controlam equipamentos

automatizados, como AS/RS, sistemas de separação por luzes e carrosséis.

Total adequação da funcionalidade do armazém. Estes sistemas

não apenas otimizam o desempenho das quatro funções básicas de

armazenagem, ou seja, recebimento, estocagem, separação e expedição, como

também aumentam as funções de valor agregado, como processamento do

pedido, controle de inventário e relatório de administração.

A adequada aplicação de um sistema WMS a uma empresa permite

melhorias consideráveis em seus resultados logísticos, pois para v encer o

desafio de oferecer prazos reduzidos e confiáveis, cumprir a data de entrega

prometida sem comprometer o balanceando o fluxo produtivo, se faz

necessário a util ização de recursos tecnológicos que viabilizem este fluxo de

atividades de forma constante e equilibrada.

Torna-se indispensável um sistema capaz de administrar pedido e

estoques, com o menor custo possível, eliminando o desperdício de materiais

e tempo, sem perder a qualidade dos serviços.

Funcionalidade de uma solução WMS

Processa o pedido Processa pedido em atrasoIntegração com EDI ( intercâmbio Elet rônico de dados);

Programação e entrada de pedidos

Controle de portar ia Inspeção e controle de qual idade

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

Controle de estoque Controle do oteIntegração com o AUTO-ID (código de barras e radiofreqüência)

Controle do FIFO - Firs t In Firs t Out. (Primeiro que entra, pr imeiro que sai ) ;

Atual iza on-l ine o saldo em estoque Capacidade de previsãoEndereçamento automát ico Reconhecimento das l imitações f ís icas dos

endereçosConf irmação de estocagem nos endereços corretos

Otimização da a locação dos recursos

Programação de mão-de-obra necessár ia Anál ise do desempenho da mão-de-obraAnál ise da produt ividade da mão-de-obra Pr ior iza tarefas operacionaisParametr izar a consol idação do “ picking-l is t”;

Determina a rota de separação

Determina a melhor seqüência de paradas na separação

Possibi l i ta separação por t ipo de produto, cl iente, pedido, e tc .

Controla o processo de “ cross-docking”; Controla transferência e reabastec imentos de estoque

Forma “ki ts”; Prepara documentos de expediçãoConf irma embarque e l iberação de veículos Possui banco de dados com taxas de fre tesPrograma a manutenção de veículos apresenta relatórios do “sta tus” do veículo

Auxi l ia no projeto do layout de armazém

Controla contenedores Determina a pr ior idade de descargaReserva de docas e programa carga e descarga

Gerencia o pát io

Tabela 4 – Funcionalidade de uma solução WMS.Fonte: Adaptado de Banzato (2003, p. 174).

2.3.6.4 Transportation Manegement Systems (TMS) ou Sistemas de

Gerenciamento de Transportes -

Transportation Manegement Systems ou Sistemas de Gerenciamento

de Transportes são também conhecidos por roteirizadores.

As funções básicas são planejamento e controle dos Transportes, do

carregamento de veículo, das distâncias e rotas percorridas e pagamentos de

fretes.

Os sistemas de roteirização de veículos visam à determinação de

rotas ótimas de atendimento, minimizando o deslocamento total entre o ponto

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

de origem (fábrica, depósito etc.) e os pontos de destino que são os clientes

(pontos de venda), processando todas as tarefas sobre o mapa digital.

São compostos por módulos que cobrem todas as partes do processo

de transporte, desde o atendimento do cliente até a realização do serviço.

Assim como módulos de coleta e entrega, transferências e viagens, nos quais

os sistemas de rastreamento, monitoração e roteirização de veículos e cargas

ganham relevância, pois possibilitam o seu controle total.

Ressalta-se que, as funções de um TMS são mais produtivas quando

util izadas de forma integrada com um WMS, pois dessa forma a comunicação

entre o armazém, responsável pela separação do pedido e carregamento do

veículo se dará de forma ampla e em tempo real, possibili tando uma

comunicação mais eficiente entre as áreas de armazenagem e transporte da

empresa.

2.3.6.5 Radio Frequency Data collection (AUTO ID e RDF) ou Coleta de

dados por radiofreqüência

Identificação Automática e RFDC (Radio Frequency Data collection

ou Coleta de dados por radiofreqüência) é uma tecnologia da informação

voltada a identificação automática de dados, permite a troca de informação de

forma precisa, interligando o ponto de coleta de dados a um sistema.

O que viabiliza a captura automática dos dados é o código de barras,

representação alfanumérica de uma informação, que pode se decodificada por

meio de leitura óptica nas operações automatizadas, com o código de barras é

possível capturar várias informações de forma rápida e segura. Por meio dele

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

é possível saber qual produto foi colocado em determinado endereço ou

localizar um produtos solicitados em pedido.

Quanto a identificação e padronização dos códigos de barras, o

Sistema EAN.UCC - Uniform Code Council , reconhece três simbologias de

código de barras para representar as estruturas de numeração padronizada:

EAN/UPC; ITF-14 e UCC/EAN-128, padrões mundiais de identificação e

decodificação alfa numérica.

Este processo apóia a identificação do produto em todas as etapas da

cadeia de abastecimento, desde a produção, passando pela identificação de

recebimento em armazém, estocagem, separação de pedidos até a venda ao

consumidor final.

Permitindo a identificação e intercambio de informações de forma

automática, além de proporcionar agilidade nos processos, permite uma maior

visibil idade do produto e um rastreamento total, em toda a cadeia de

suprimentos.

Segundo a EAN Brasil, baseado nos padrões EPC Global, em

conjunto com a EAN International e o Uniform Code Council (UCC) –

organizações internacionais que desenvolvem e promovem padrões mundiais

de identificação eletrônicas de produtos, os elementos que compõem uma

solução RFDC são:

Número EPC: Identificador global e único, util izado para acessar

os dados na rede EPC. Acomoda as informações do GTIN - Identificador

Global de Item Comercial, que identifica os produtos no Sistema EAN UCC.

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

Etiqueta EPC: É composta de um componente eletrônico ( chip

semicondutor) que tem o seu número de identificação gravado e um

transmissor conectado a uma antena. As tags podem ser confeccionadas em

todos os tamanhos e formatos, com espessura tão fina que permite a aplicação

na superfície dos produtos. Algumas têm a capacidade adicional de registrar

novos dados.

Leitor de Radiofreqüência : Emite ondas magnéticas que aciona a

etiqueta RFID, permitindo que transmita de volta a informação armazenada no

micro-chip. Decodifica, verifica, armazena os dados e se comunica com o

computador.

Savant TM (atua como o sistema nervoso da rede): Também

chamado de EPC Middleware , recebe o código pelo leitor, pergunta ao ONS

onde encontrar informação sobre um produto, e então busca os dados na rede,

conforme definido pelo ONS.

Serviço de Nomeação de Objeto (ONS): Bastante semelhante ao

Serviço de Nome de Domínio (DNS) da Internet. O serviço ONS traduz

números EPC para endereços da Internet . Isso faz com que as consultas de

informações baseadas em número EPC informações solicitadas.

EPC- IS: Sistema de informação que mantém todos os dados EPC

com regras de acesso, controle, autorização e autenticação. O Physical

Markup Language (PML) é o vocabulário definido em XML, que permite a

consulta e a obtenção de dados relativos aos números EPC.

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

Banzato (2003, p.178), enumera os benefícios do uso do código de

barras e radiofreqüência:

Manutenção do funcionário em seu posto de trabalho (a

informação disponível em qualquer terminal de micro conectado a rede);

A qualidade de serviço é obtida no local de trabalho (o sistema

instantaneamente identifica os objetos separados pelo operador);

A visão dos pedidos separados e em processo de separação é feita

em tempo real;

Pode ser efetuada uma dupla conferencia dos pedidos a custos

baixos.

A integração de um sistema de radiofreqüência e um sistema WMS

permite a obtenção e manutenção das informações em tempo real. Com esta

associação de sistemas é possível obter-se à acuracidade das informações

(quantidade e localidade), controle operacional, rastreabilidade do pedido,

controle individual por SKU (Stock Keeping Unit ), eliminação dos erros

operacionais através de conferência por cruzamento de informações, conforme

Banzato (2003, p. 184).

2.4 IMPACTO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GERENCIAIS NAS

ORGANIZAÇÕES

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

As tecnologias e sistemas de informação impactam diretamente no

ambiente organizacional, de modo que, ou a empresa adapta-se a nova

inserção de um sistema de informação ou o sistema de informação é adaptado

as necessidades da organização, de forma a respeitar sua cultura, seu fluxo de

atividades e sua cultura, para que a implantação de um sistemas de informação

alcance o sucesso esperado a empresa a tecnologia aplicada devem caminhar

em linhas convergentes e nunca divergentes.

Segundo Rezende (2003, p.120), “os impactos dos sistemas de

informação nas empresas são na organização e estrutura, na imagem, na

competit ividade, na administração, no desempenho, na qualidade, na

adequação do produto e nos investimentos”.

A tecnologia da informação é o recurso tecnológico que mais

desperta atenção em um ambiente empresarial, isso acontece porque sua

util ização é muito disseminada em diversos ambientes de trabalho e a

abrangência de seus impactos é muito amplo, um exemplo desse impacto é a

preocupação com as informações que, ao serem mais facilmente util izadas

com a informática, geram uma série de alteração na organização das empresas,

quanto ao sigilo e quanto à administração das informações. (REZENDE, 2003,

p.121).

CAPITULO III

PROCEDIMENTOS METODOLÓGOCOS DO ESTUDO

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

3.1 DEFINIÇÃO DO AMBIENTE DE PESQUISA

A pesquisa ocorreu na empresa Martins Comercio e Serviço de

Distribuição S/A. Caracteriza-se por ser uma empresa de grande porte, no

setor de distribuição que atua em 95% do território nacional.

A pesquisa foi desenvolvida na unidade CAD-PB, localizado no distrito

industrial de João Pessoa, sendo o segundo maior CAD dentre os três CAD’s

da empresa. Os setores envolvidos na pesquisa foram os diretamentes

relacionados as atividades logísticas da empresa.

3.1.1 Tipo de estudo

O presente estudo caracterizou-se por uma pesquisa de campo de caráter

descrit iva com abordagem qualitativa.

Para Prestes (2003), a pesquisa de campo:

é desenvolvida principalmente nas ciências socia is , a pesquisa de campo é aquela em que o pesquisador at ravés de questionário, entrevis tas, protocolos , verbais, observação, e t . , cole ta seus dados, invest igando e pesquisando no seu meio.

Para Oliveira (1998), um estudo descritivo procura abranger aspectos

gerais e amplos de um contexto social: como salários e consumo, mão-de-

obra, população,situação social, opiniões, dentre outras.

Oliveira (1998), também descreve a abordagem qualitativa como o

método onde não se emprega dados estatísticos, como sendo o centro do

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processo de análise do problema, ou seja, a abordagem qualitativa não tem a

pretensão de enumerar, nem medir unidades ou categoria.

3.1.2 Natureza do estudo

Esta pesquisa se caracterizou-se por ser um estudo de caso.

Segundo Chizzotti (2000), estudo de caso,

é uma caracterização abrangente para designar uma divers idade de pesquisas que coletam e regis t ram dados de um caso par t icular ou de vários casos af im de organizar um relatório ordenado e cr í t ico de uma experiência , ou avalia- la anal i t icamente, objet ivando tomar decisões a seu respei to ou propor uma ação t ransformadora.

3.2 DADOS DA PESQUISA

Para o levantamento dos dados, foram utilizados na pesquisa dos tipos de dados:

os primários e secundários.

3.2.1 Dados primários

Este estudo util izou para o levantamento dos dados primários

instrumentos de pesquisa, por meio de observação sistêmica e a entrevista

estruturada, que foram aplicadas e observadas no decorrer da pesquisa na

empresa Martins Comércio e Serviço de Distribuição S.A.

3.2.2 Dados secundários

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Para formulação deste estudo foram pesquisados: livros, revistas,

documentos eletrônicos e relatórios gerenciais.

3.3 DEFINIÇÃO DO PROCESSO METODOLÓGICO

3.3.1 Caracterização do universo de pesquisa

A pesquisa foi realizada na empresa Martins Comércio e Serviço de

Distribuição S.A, na fil ial CAD-PB , no distrito industrial desta cidade. foram

analisados todos os setores que estão diretamente envolvidos nos processos

logísticos da empresa.

3.3.2 Instrumentos de coleta de dados

Foram utilizados a entrevista estruturada e observação sistémica.

Observação sistêmica, para Prestes (2003),

é estruturada e real izada em condições controladas de acordo com o objet ivos e propósi tos previamente definidos. Vale-se em gera l de um instrumento adequado a sua efe t ivação, indicando e del imitando a área a ser observada e requerendo um planejamento prévio para ser desenvolvida .

Andrade (2002) define entrevista estruturada como sendo:

fazer uma sér ie de perguntas a um informante, conforme um rotei ro preestabelecido. Esse rote iro pode const i tuir -se de um formulár io que será aplicado da mesma forma a todos os informantes , para que se obtenham respostas para as mesmas perguntas .

3.3.3 Ordenação e tratamento dos dados

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Os dados foram ordenados e tratados através do editor de texto, Word

da Microsoft . Os dados foram analisadas qualitativamente, após manipulação

e análise dos resultados obtidos por meio dos instrumentos de pesquisa

util izados, os quais são descritos no capítulo a seguir.

3.3.4 Análise e interpretação dos dados

Os dados forão analisados e interpretados considerando a quantidade e a

qualidade das informações coletadas a part ir das informações obtidas por

meio da entrevista estruturada e da observação sistêmica.

A entrevista estruturada foi realizada junto a supervisão do PCP –

Planejamento e Controle de Produção e a observação sistêmica se deu no

acompanhamento, análise e descrição das atividades e procedimentos do fluxo

logístico da empresa pesquisada.

CAPITULO IV

LEVANTAMENTO ANALÍTICO

Silmara G.F.Alves

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4.1 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

A presente pesquisa teve como objeto de estudo de caso a empresa

Martins Comércio e Serviço de Distribuição S.A., localizada no distrito

industrial de João Pessoa, sendo uma das unidades de distribuição do grupo

Martins é identificada por CAD-PB ou Central de Armazenagem e

Distribuição da Paraíba.

4.1.1 Histórico da empresa

A primeira unidade do Grupo, a matriz, foi inaugurada em 17 de

dezembro de 1953, em Uberlândia e chamava-se Armazéns Secos e Molhados

Martins.

Iniciou suas atividades distribuindo mercadorias diversas para

caminhoneiros e em 1956 passou a vender os excedentes para comércios da

redondeza, era o início do Martins como distribuidor atacadista.

Em 1964 passou a atuar somente como distribuidor e alcançou um

faturamento de U$$ 900.000.

Em 1976, já com faturamento de U$$ 20 milhões, a Martins decide

apostar na nova tecnologia dos computadores e informatizou todas as suas

atividades com o que havia de mais moderno no mercado da informática para

realização dos balanços da empresa e assim ganhou mais agilidade em seus

processos e na administração .

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Em 1982, foi inaugurada a Central de Distribuição e Armazenagem,

no distrito industrial de Uberlândia, o primeiro modulo com capacidade de

13.000 m² e o segundo com 29.000 m² em 1987. Em 1988 o faturamento da

empresa chega a U$$ 241,2 milhões. Nos anos 90 foi inaugurado mais

22.000m² de depósito.

Em 1993, a frota somava 1.303 caminhões e mais de 90 veículos de

apoio. Eram estes os caminhões que levavam os pedidos a 13,712 localidade,

entre cidades, povoados e comércios rurais, cobrindo cerca de 97% do

terri tório nacional.

Em 1994, a Martins tornou-se o primeiro atacadista brasileiro a

atingir a marca de 1 bilhão de reais de faturamento. Também neste ano foi a

40º colocada no ranking das 500 “Melhores e Maiores” empresas privadas do

Brasil pela revista Exame.

No final da década de 90, a Martins criou um programa para

fidelizar seus mais de 205.000 clientes, o NCA - Núcleo de Clientes

Associados que recebem benefícios exclusivos e diferenciados que visam o

auto-desenvolvimento e crescimento sustentado.

Os clientes NCAs participam do Programa de Relacionamento

Martins, cuja reciprocidade em compras é reconhecida através do acúmulo de

bônus, papel moeda do programa, e trocados por produtos e serviços

promovidos pela UMV - Universidade Martins do Varejo.

São 13.000 NCA que representam mais de 43% do faturamento da

empresa, com menos de 6% da base de clientes.

4.1.2 Apresentação da empresa

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Atualmente o Grupo Martins dispõe de 42 CDAs - Centros de

distribuição avançados e 3 CADs - Centrais de Armazenagem, sendo a matriz

em Uberlândia, um CAD em Manaus e o terceiro em João Pessoa, sendo esta a

unidade pesquisada.

Hoje conta com um total de 114 mil m² de área de armazenagem,

com capacidade para armazenar 108.300 toneladas distribuídas em 20.000

itens diferentes nos 164.000 endereços de armazenagem.

Conta com a mão-de-obra de 2.450 colaboradores e possui uma

distribuição equipada com 1.450 veículos para atender os mais de 205.000

clientes ativos. São 26 milhões de itens movimentados por mês, 29.000

toneladas movimentadas.

Com o objetivo de tornar os negócios mais lucrativos, o CAD-PB foi

implantado em João Pessoa em 1999, possui uma localização regionalmente

estratégica, pois está si tuado entre as demais fil iais do Nordeste que não

possui armazéns, chamadas de filiais de faturamento ou CDA - Central de

Distribuição Avançada.

A Martins CAD-PB possui área de 18.562 m², com 8.455 endereços

de armazenagem, 5.714 endereços de Picking (área de apanha, localiza-se no

solo) e 3.000 m² de área de blocado (área onde as mercadorias são

armazenadas em forma de pilhas e em grandes quantidades em um único

endereço de blocado).

- A logística da empresa

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

A logística Martins atende hoje 100% dos municípios brasileiros no

mínimo uma vez por semana através de logística multimodal, em números são

gastos 1,4 milhão de l itros de diesel/mês para entregar 11.000 cargas

roteirizadas/mês, são 281.000 entregas/mês e 4,7 milhões de quilômetros por

mês o que equivalente a 117 voltas ao redor da Terra ou 6 viagens ida e volta

a lua por mês. Para tanto dispõe de 1.450 veículos próprios.

- A logística do CAD-PB

O CAD-PB, sendo o único armazém do Nordeste, distribui as

mercadorias para as filiais, os CDAs e os pontos de apoio nas cidades de

Teresina, Sobral, Fortaleza, Natal, Crato, Patos, Salgueiro, Recife, João

Pessoa, Maceió e Aracaju, para tanto dispõe de uma frota de 65 tocos, 39

caminhões ¾, 15 caminhões Ivecos e 24 Accelos.

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Figura 8 – Área de abrangência da distribuição CAD-PBFonte: Pesquisa direta, (2005).

Figura 9 – área de abrangência comercial do CAD-PBFonte: Pesquisa direta, (2005)

Os números comerciais do atendimento Martins CAD-PB

acompanham as estratégias logísticas da empresa em atender 100% dos

municípios brasileiros. A força de vendas é plenamente informatizada e

trabalha com equipamentos eletrônicos de últ ima geração que garantem

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acompanhamento on-line dos estoques e agilidade na emissão dos pedidos de

venda.

Tabela 5 – área de abrangência comercial do CAD-PB

Piauí Ceara Rio G. Norte

Paraíba Pernam buco

Alagoas Sergipe Total CADPB

GM 03 04 02 10 02 04 02 27CA 2972 2760 1258 8067 610 2331 675 18991NCA 144 650 226 386 96 423 87 2012RCA 84 73 36 187 15 65 27 515

Fonte: Pesquisa direta, (2005).

Siglas da tabela 5:GM- Gerentes de Mercado. CA - Clientes AtivosNCA- Núcleo de Clientes AssociadosRCA - Representante Comercial Autônomo

4.1.3 Funcionamento da empresa

Trata-se de uma empresa atacadista distribuidora cujo

funcionamento engloba as atividades de compra, armazenagem, venda e

distribuição de mercadorias diversas.

A empresa tem em sua estruturação física projetos de layout bem

delimitados. O seu sistema de armazenagem permite a racionalização

inteligente e segura do espaço disponível.

As áreas de armazenagens são compostas por estantes porta-paletes.

Este sistema permite a uti lização do espaço aéreo do armazém empilhando as

Silmara G.F.Alves

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mercadorias sem riscos de avarias e disponibilizando um maior número de

endereços para armazenagem.

O sistema de endereço funciona como um endereço de localização

geográfica comum, composto por módulos ou blocos, ruas, prédios ou

estantes, níveis ou andares e os apartamentos.

O módulo ou bloco é onde se pode segmentar as mercadorias por

setores ou categorias, por exemplo: módulo de mercadorias alimentícias ou de

limpeza.

As ruas significam a abertura entre uma estante e outra, os prédios

são as estantes que podem variar de altura dependendo da norma de

paletização das mercadorias deste prédio e os níveis ou andares que também

variam de altura e quantidade.

Por fim os apartamentos que são endereços exclusivos de um único

item, o sistema de endereçamento do armazém é reconhecido pelo sistema

WMS que sistematiza cada local, solicita os operadores para retirada ou

armazenagem das mercadorias nos locais por ele mapeados.

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Figura 10 – Sistema de endereçamento do armazém.Fonte: Pesquisa direta, (2005).

A seguir, na figura 8, há um layout parcial do armazém, que servirá

para visualização das atividades dos setores que serão descritas

posteriormente.

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100

Este

ira d

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para

ção

Mercadorias Fracionadas

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Ilha 1Recebimento

Fiscal

Ilha 2Recebimento

Físico

PCP logístico

Ilha 3Separação e Expedição

Logística

Área de movimentação e

Separação de pedidos

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Figura 11 – Layout parcial do armazém.Fonte: Pesquisa direta, (2005).

4.1.4 Organograma com destaque ao setor abordado

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SupervisãoRH

Ag. Cont. Patrim. : 3Analísta de RH 1Assist.. Adm. : 1Tec. Seg.Trabalho: 2

Supervisor: 1Analista Logistica: 1Aux. Adm. : 4Motoristas: 68

Supervisão de

Distribuição

Gerencia de

Distribuição

Recebimento Aux. Adm. : 1Mot. Manobrista : 1Oper. Equip. M&A : 6Oper.M&A : 7Farmacêutica: 1

Assistência

Gerencial Geral

Supervisão

Carga Grossa

Supervisão

Carregamento

Supervisão

PCP

Supervisão

Fracionados

Supervisão

Recebimento

Carga Grossa Oper.M&A : 18Oper. Equip. M&A : 4Oper. M&AII : 2

Carregamento Oper.M&A : 16Oper. Equip. M&A :0Oper. M&AII : 0

PCPAnalista Logistica: 1Aux. Adm. : 4Oper. Informatica : 3

Fracionados Oper.M&A : 14Oper. M&AI : 1Oper. Equip. M&A : 1

Perfumaria Oper.M&A : 33Oper. M&A : 1Oper. Equip. M&A : 2

Recebimento FiscalAssist. Adm. : 1 Aux. Adm. : 1

Controlados Oper.M&A : 9

SMEOper.M&A : 2Aux. Adm.: 1Assist. Produção : 1

Transit PointOper. M&A : 2Assist. ADM: 1

Gerencia de

Armazém

Supervisor: 1assistente: 1Aux. Adm. : 1Lavador: 1Mecânico: 1Eletricista: 3Frentista: 2Motoristas: 68

Supervisão

Manutenção

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Figura 12 – Organograma funcional da empresaFonte: Pesquisa direta, (2005).4.1.5 Fluxograma do processo Logístico

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Vendas

Recebimento Fiscal

Recebimento Físico

Armazena-gem

Roteirização

PCP

Separação Carregamento

Distribuição

Compras

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Figura 13 – Fluxograma do processo logísticoFonte: Pesquisa direta, (2005).

4.1.6 Análise e descrição das atividades desenvolvidas durante o estágio

As atividades desenvolvidas no período de estágio foram de caráter

administrativo, na área logística da empresa, desenvolvendo:

Atividades no controle de depósito, referentes a avaliação de devoluções,

Entradas e saídas especiais em estoque;

Administração de movimentação de mercadorias e documentações entre

filiais;

Entrada de documentos fiscais para recebimento de mercadorias;

Agendamento de recebimento e controle de dispositivos de armazenagem e

entrega.

Silmara G.F.Alves

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CAPITULO V

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Para analisar o tema proposto foram utilizados dois instrumentos de pesquisa, a

entrevista estruturada e a observação sistêmica. Ambos foram descritos por meio do editor de

texto Word e tratados de forma qualitativa.

5.1 DADOS DA ENTREVISTA ESTRUTURADA

A entrevista foi aplicada com a finalidade de obter dados mais consistentes sobre

o tema observado, considerando o depoimento do supervisor do Planejamento e Controle de

Produção (PCP) sobre a utilização dos sistemas de informação nos processos logísticos.

Sua aplicação se deu no mês de setembro de 2005 e todas as respostas foram

considerados válidas para a análise proposta deste estudo.

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

A entrevista estruturada, em especial, se destinou a responder os objetivos

específicos deste estudo referentes à aplicação dos sistemas de informação nos processos

logísticos da empresa, por se tratar de objetivos que exigem conhecimento técnico do assunto.

5.1.1 Obtenção das respostas dos setores

A descrição dos resultados obtidos através da entrevista estruturada abrangeu

perguntas referentes à utilização dos sistemas de informação logísticos em todos os setores

que utilizam estes sistemas na empresa. As perguntas foram respondidas pelo setor de

controle logístico da empresa, o PCP.

PCP LOGÍSTICO

1 - Há um sistema de Enterprise Planning Resouce ou Planejamento das Necessidades de

Material (ERP) na empresa ou algum correspondente?

Resposta: sim. É utilizado o ERP da Oracle, um dos fornecedores que atendem as

especificações de um sistema ERP.

Verifica-se a presença de um sistema central alimentado pelos demais sistemas de

informação da empresa compostos por módulos.

2 - Qual a forma de acesso ao sistema de informações logísticas da empresa?

Resposta: as entradas ocorrem em tempo de processamento, desde a negociação com os

fornecedores através de digitação direta no sistema de gestão de estoques, passando pelo

agendamento do recebimento e troca eletrônica de informações de recebimento no módulo de

recebimento fiscal, na internalização das mercadorias no warehouse, utilizando-se de rádio

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

freqüência, o qual é disponibilizado para vendas, armazenagem e picking (mercadorias de

giro rápido que ficam endereçados em locais de fácil acesso), ambos controlados pelo FEFO

(First Expire First Out, ou primeiro que vence, primeiro que sai), até a expedição da carga do

cliente e entrega. As saídas ocorrem por meio de aplicativos nos sistemas integrados ao ERP,

em tela ou através de relatórios, ou ainda de consultas estruturadas em bancos de dados

padrão SQL.

A disponibilização dos acessos em tempo real permite a interação entre todos os

setores da empresa e os aplicativos integrados ao ERP facilitam as atividades dos funcionários

à medida que disponibiliza informações reais em linguagem de fácil compreensão para os

usuários do sistema.

3 - O sistema ERP pode ser encontrado em módulos como: programação e roteamento

de veículos, previsão de demanda, gerenciamento do armazém e planejamento de

estoques. Na empresa há integração entre esses módulos?

Resposta: sim, a empresa trabalha com agenda de roteirização de cargas para as diversas

regiões do país, distribuindo a demanda ao longo da semana, pedidos são transmitidos

eletronicamente e aguardam processamento de acordo com a agenda. São vendidos apenas

estoques disponíveis e a atualização ocorre no momento da passagem do pedido em tempo

real. Após processamento os pedidos estarão divididos em veículos, o picking é iniciado. Ao

final da semana a carga é faturada e o estoque baixado automaticamente. Todos os módulos

são integrados.

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

A integração entre os módulos permite a troca de informação entre os setores e

alimentação do banco de dados central, o ERP, disponibilizando o fluxo das operações para

todos os usuários do sistema envolvidos no processo.

4 - A empresa possui um sistema de Data WareHouse (DW) que serve para armazenar

dados históricos e atuais em um único banco de dados? Se não, há um similar? Como a

empresa armazena esses dados?

Resposta: sim, os dados são armazenados no data warehouse e disponibilizados através de

consultas SQL ou relatórios específicos. Dados confidencias ou de uso diário estão em bases

distintas, com controle de acesso e performance.

A disponibilização das informações seja por relatórios automáticos seja por

consultas programadas resulta na qualidade das informações adquiridas e necessárias ao bom

andamento das atividades da empresa. Os acessos limitados garantem a segurança das

informações, a integridade e confiabilidade das informações do banco de dados.

Todavia foi verificada a utilização de dois bancos de dados para armazenagem dos

dados, um RUDIPRD de DB2 com informações de clientes, faturamento, vendas e produtos e

o banco Oracle, sistema ERP – Enterprise Resouce Planning com informações fiscais e

financeiras.

O sistema ERP Oracle, como é classificado como sistema central deveria manter

em seu database todas as informações da empresa, sem a utilização de um sistema

coadjuvante, pois o compartilhamento de banco de dados pode gerar duplicidade de

informações, lentidão no acesso as informações e altos gastos com manutenção.

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

5 - As melhorias nos Sistemas de Informação já implantadas na empresa permitiu-lhes

verificar alguma atividade que não agregava valor? Possibilitou o desenvolvimento ou

aperfeiçoamento de outras atividades? Justifique.

Resposta: Os sistemas são desenvolvidos conforme necessidade do cliente interno. Antes do

desenvolvimento a área interessada aprova o projeto e negocia a prioridade de implantação

com a diretoria, que determina o prazo de conclusão. Casos que representam maiores ganhos,

redução de perdas ou riscos para o negócio tem prioridade de implantação.

Embora os sistema adquiridos sejam planejados há uma série de adaptações que

os usuários sofrem quando passam a utilizar um novo sistema e esta interferência pode

resultar na atividade central da empresa, no caso específico, as atividades logísticas. Um

sistema bem planejado, se foi criado para aperfeiçoar e melhorar as atividades por meio da

agilidade no acesso e processamento das informações deve sempre fornecer melhorias

percebíveis no processo, se não, não justificaria os altos custos de sua implantação.

6 – Uma tecnologia muito disseminada no mercado é o Eletronic Date Interchange – EDI

ou Intercâmbio Eletrônico de Dados, sendo uma ferramenta que viabiliza a troca de

documentos comerciais eletronicamente, possibilitando diminuir a quantidade de erros

gerados pela redigitação e volume de papel, ao mesmo tempo em que aumenta a

eficiência e a rapidez na comunicação entre os parceiros comerciais. Descreva como essa

tecnologia é utilizada na empresa, quais os benefícios proporcionados, as limitações e as

possibilidades de melhorias que você enxerga.

Resposta: O EDI é praticado pelos fornecedores, com 98% das informações de recebimento,

inclusive janelas de entregas, sendo passadas pelo meio. Mesmo com a sua utilização alguns

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

fornecedores ainda comentem erros nas informações, por não terem desenvolvido um

sistemas adequado para atendimento ao EDI.

Verifica-se uma boa aplicação do sistema de EDI na empresa, conforme observado

90% de tudo que é recebido fisicamente na empresa foi previamente agendado e suas

informações fiscais foram recebidas via EDI, sendo 90% a meta estipulada pela empresa,

entende-se que é um bom resultado tendo em vista o cumprimento das metas.

Conforme o respondido na entrevista, há apenas 2% das informações digitadas

manualmente, visto que 98% são recebidas via EDI, não há metas para esta informação na

empresa, porém contata-se também um bom resultado, o próprio fato de não haver metas

justifica conformidade com os resultados obtidos.

Verifica-se também uma boa integração entre o sistema de EDI e o módulo WMS

do armazém que proporciona a troca de informações fiscais e físicas.

7 - O módulo de gerenciamento de armazéns, conhecido como Warehouse Manegement

Systems ou Sistema de Gerenciamento de Armazéns (WMS) atende as necessidades de

processamento de informação em tempo e qualidade desejada pela empresa? Quais as

limitações percebidas pelos usuários frente às novas tecnologias apresentadas pelo

mercado e frente às necessidades crescentes de atendimento ao cliente em menor espaço

de tempo?

Resposta: atualmente são utilizados dois WMS na empresa, na matriz utiliza-se um software

desenvolvido internamente, que se apresenta robusto e evoluído, atendendo a todas as

necessidades de controle, em contrapartida o sistema de base que suporta o WMS esta

ultrapassado tecnologicamente e não suporta operações com rádio freqüência e ambiente

gráfico, além do alto custo de manutenção. Na tentativa de substituir esse sistema em 1999 foi

adquirido um software WMS que atualmente é utilizado no CAD PB. Possui muitas

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

vantagens em relação ao caseiro, mas apresenta falha no seu desenvolvimento e na correção

de Bugs. Em 2005 esta prevista a implantação de um novo WMS que substituirá os atuais em

utilização e tem como principal proposta permitir a expansão dos negócios da empresa no

mercado.

Verifica-se um erro de planejamento na aquisição do software WMS,

contradizendo a resposta anterior. Há inclusive a utilização de sistemas diferentes nas

unidades da empresa e sobre tudo o compartilhamento de um sistema profissional e um

caseiro que demonstra a incapacidade de ambos, pois nenhum dos dois é capaz de manter a

qualidade das operações e subsistir individualmente atendendo as necessidades de

processamento e armazenamento das informações.

O compartilhamento de sistemas pode acarretar duplicidade de informações,

dificuldade de retorno destas informações e espera em tempo de transmissão dos dados e

causar aos usuários a sensação de ineficiência do sistema.

Ao adquirir um sistema de informação é imprescindível uma análise completa de

todo o sistema de informação da empresa, do sistema central que servirá de base para o novo,

a capacidade de integração entre os demais módulos de sistemas, a capacidade de

armazenagem de dados a médio e longo prazo e sobre tudo a facilidade de utilização desse

sistema pelos usuários.

8 – O Warehouse Manegement Systems – WMS ou Sistemas de Gerenciamento de

Armazéns é um sistema que visa promover a integração entre hardware, software e

equipamentos periféricos para gerenciar estoques, espaço, equipamentos e mão-de-obra,

otimizando assim o gerenciamento das atividades de armazenagem da empresa por meio

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

de uma melhor gestão das informações. O sistema WMS que a empresa utiliza prover

esta integração? Justifique.

Resposta: Provém todas as opções fornecidas, exceto as de otimização dos recursos, ficando

apenas no campo do controle desses recursos. A empresa está buscando no mercado um WMS

que atenda além das necessidades de recursos, as de gestão e otimização destes recursos.

Verifica-se uma necessidade não atendida pelo WMS utilizado na empresa devido

a uma limitação percebida e descrita pelo entrevistado. Trata-se de uma opção importante

para a otimização dos recursos da empresa que poderia ajudar na redução dos custos e no

aumento da produtividade, resultando no aumentando dos lucros da empresa.

9 – O sistema WMS se integra ao Enterprise Resource Planing - ERP ou planejamento

dos Recursos de Material, em pontos como o cadastro de materiais, as carteiras de

pedido de clientes e de fornecedores, a contabilização de estoques, o planejamento de

compras e de produção, os sistemas de transportes, os ambientes de Serviço de

Atendimento ao Cliente – SAC, etc. Sendo assim, uma das características altamente

desejáveis num WMS é facilidade e confiabilidade com que as trocas de dados com os

demais sistemas da empresa puderem ser feitas. O sistema WMS da empresa possibilita

essa confiabilidade? Descreva com quais sistemas da empresa o WMS interage e os

benefícios que esta interação proporciona.

Resposta: sim, os sistemas WMS (um desenvolvido internamente e outro adquirido no

mercado) estão totalmente integrados aos sistemas de vendas (estoque on-line), compras

(pedidos), contas a pagar e receber e contabilidade (ERP), além do sistema de roteirização de

cargas e TMS (transportation manegement system).

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

Verifica-se uma integração satisfatória entre os módulos dos sistemas de

informação dos setores, o sistema possibilita unidade das informações quando são

convergidos no ERP. Porém um dos módulos, o WMS da armazenagem apresenta-se

inadequado, visto que são utilizados dois sistemas, um caseiro e outro profissional sendo um

complementar ao outro.

Observou-se que não há erros nas informações fornecidas pelo WMS ao ERP

porque somente um sistema tem relação direta com o central. O outro serve de base para as

operações com equipamentos de automação como o de radiofreqüência.

10 – Uma solução WMS adequada, utiliza instrumentos de coleta de dados por meio de

tecnologias com códigos de barros e radiofreqüência, esta integração permite a troca de

informação precisa, interligando pontos de coletas de dados a um sistema. Quais os

benefícios que essa tecnologia propicia as atividades de recebimento e armazenagem na

empresa?

Resposta: com a utilização de códigos de barras os erros de recebimentos e expedição foram

reduzidos a praticamente zero erros. Esse processo, interligado ao WMS, permite um controle

total do estoque do warehouse, que utiliza de rádio freqüência para gerir os recursos e

controlar a operação. Os custos com papel (relatórios e etiquetas) foram reduzidos em 79%

quando implantado o sistema de rádio freqüência.

Verificou-se que a empresa dispõe de tecnologia de ponta e todas as suas

atividades logísticas são automatizadas, conforme o respondido na entrevista, a empresa

utiliza tecnologias como radiofreqüência que através de coletores de códigos de barras

dispensa a contagem manual de mercadoria, evitando erros de contagens referentes a

quantidade, a descrição e o destino da mercadoria.

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

11 – A definição do layout do armazém é um fator condicionante para o seu

desempenho. Análises estatísticas baseadas na regra de Pareto, comprovam que 80% das

atividades do armazém são representados por 20% de SKU’s, o que significa dizer que

20% dos produtos vendidos detém um maior giro de estoque. Na empresa os itens de

maior giro de estoques são agrupadas em famílias e dispostos de forma que o fluxo de

apanha e separação de pedidos seja mais ágil eficaz? Descreva as soluções aplicadas ao

escoamento dessas mercadorias de maior giro e como os sistemas de informação

auxiliam nessas atividades.

Resposta: por ter um mix com muitos produtos em estoque além da disposição por famílias e

giros, a empresa também se depara com o fator de obediência as leis do meio ambiente,

principalmente as elaboradas pela ANVISA – Agencia Nacional de Vigilância Sanitária, no

desenvolvimento e implantação do layout, para tanto são utilizados diversas formas de

armazenagem, como: blocados, estrutura porta paletes e drivein’s. Essa é uma atividade

dinâmica no armazém e as mudanças ocorrem diariamente em tempo de processo, para se

garantir maior produtividade e evitar gargalos na produção. As informações de giro são

obtidas do sistema de vendas e as regras de armazenagem estão cadastradas no WMS,

dividindo o armazém em regiões.

Verificou-se um bom sistema de armazenagem por área, foi observado que as

mercadorias são agrupadas por características e por giro, assim as mercadorias de grupos

como: alimentício, eletrônicos, veterinário e de higiene possuem uma área específica

facilitando sua localização no momento de reposição e composição do pedido do cliente. A

pergunta referiu-se a separação dos itens por giro, para tanto foi verificado que também há as

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

áreas de apanha, onde localiza-se as mercadorias de maior giro e cuja a facilidade de

localização é determinante para a agilidade do processo.

12 – Dentre as principais funcionalidades de um software WMS quais você identifica nos

sistemas utilizados pela empresa?

(x) Rastreabilidade das operações: todas as movimentações, recebimentos, separação,

expedição e outras atividades cadastradas nas regras de negócio do sistema, são

registradas em tempo real.

(x) Inventários físicos rotativos e gerais: através de regras parametrizadas pelo usuário, o

sistema convocará operadores para a realização de inventários rotativos ou gerais, sejam

inventários orientados por item ou orientados por endereço.

(x) Planejamento e controle de capacidades: através do cadastro do controle de “centros de

trabalho” como docas de recebimento ou expedição, pode-se fazer um planejamento de

atividades como agendamento de entregas dos fornecedores ou separação de pedidos de

clientes, com a possibilidade de se analisar antecipadamente os “gargalos” de maneira a tomar

medidas de realocação de recursos com a necessária antecedência.

(x) Definição de características de uso de cada local de armazenagem: através do

mapeamento dos locais de armazenagem pode-se identificar para o sistema, todos os

endereços e as características dos itens que possam ser armazenados em cada um dos locais

(x) Tendo-se as características dos itens, o sistema convocará os operadores para colocar os

materiais em endereços adequados para a correta proteção e máxima produtividade das

movimentações dos itens trabalhados.

(x) Controle de lotes: o sistema deve manter registro em cada uma das unidades de

armazenagem, das informações dos lotes de fabricação de produtos sujeitos a este tipo de

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

controle, de maneira a permitir a identificação futura de para quais clientes, internos ou

externos, as mercadorias de um lote foram enviadas.

(x) Separação de pedidos – picking: o sistema deve permitir que se faça a separação das

mercadorias da área de armazenamento para a expedição ou de uma área de armazenamento

consolidada para uma área de separação secundária.

(x) Interfaceamento com clientes e fornecedores: o sistema deve permitir a fácil

comunicação, por meios como a Internet, de maneira a receber dos fornecedores os

documentos de remessa de mercadoria, notas fiscais, antecipadamente, possibilitando

programar as operações de recebimento com antecedência.

(x) Controle de rotas e carregamento de veículos: o sistema deve permitir o cadastramento

de rotas e controlar os volumes carregados em cada veículo.

As alternativas representam as principais características de um sistema WMS, se

foram identificadas pelo entrevistado significa dizer que o sistema WMS da empresa

apresenta as características desejáveis neste tipo de sistema.

13 - Quais dos seguintes erros você consegue identificar no processo de separação?

(quando houver, responda nos espaços correspondentes ao percentual aproximado

desses erros. Considere um período de um mês).

I. Erro de separação de itens, por erro na lista de separação.( ) não acontece ( x ) acontece menos de 1% ( ) acontece de 1% a 3% ( ) acontece mais de 3%

II. Erro de separação de itens, por erro no código do produto. ( x ) não acontece ( ) acontece menos de 1% ( ) acontece de 1% a 3% ( ) acontece mais de 3%

III. Erro de separação de quantidade (faltas e sobras), por falha na transmissão de informações

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

( x ) não acontece ( ) acontece menos de 1% ( ) acontece de 1% a 3% ( ) acontece mais de 3%

IV. Erro de montagem do pedido, por erro no código do produto. ( ) não acontece (x ) acontece menos de 1% ( ) acontece de 1% a 3% ( ) acontece mais de 3%

V. Erro de montagem do pedido, por insuficiência de informação.( x ) não acontece ( ) acontece menos de 1% ( ) acontece de 1% a 3% ( ) acontece mais de 3%

VII. Montagem do pedido no veículo errado - erro na expedição( ) não acontece (x ) acontece menos de 1% ( ) acontece de 1% a 3% ( ) acontece mais de 3%

A automação das atividades logísticas da empresa permite a diminuição das

possibilidades de erros já que a interferência humana ocorre geralmente no deslocamento das

mercadorias e no atendimento dos comandos de apanha e separação das mercadorias.

14 - Dos erros que você reconheceu a cima, você poderia descrever possíveis causas

propiciadoras desses erros e possíveis sugestões de melhorias?

Resposta: os erros de separação, em geral tendem a zero e quando existem são resultados do

uso inadequado dos equipamentos portáteis de rádio freqüência para leitura dos códigos de

barras nas operações, relacionados à falhas humanas, seja por negligencia ou

desconhecimento.

Tendo em vista a resposta do entrevistado verificou-se que os erros são referentes

à falhas humanas e que possíveis melhorias podem ocorrer com treinamento do pessoal.

15 - O CRM (Customer Relatioship Manegement ou Gestão do Relacionamento com o

Cliente) é um termo da tecnologia da informação, que abrange a metodologia, software e

capacidade da Internet para ajudar uma empresa a gerenciar suas relações com clientes

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

de uma maneira organizada, fornecendo informações sobre demanda (dados

mercadológicos, ações promocionais, que podem fornecer informações para o processo

de previsão de demanda ao setor de compras). Há um sistema que gerencie as

informações dos clientes na empresa?

Resposta: sim, os sistemas de vendas e de compras estão integrados e toda força de vendas é

informatizada, possuindo ferramentas que podem ser acessadas em tempo real para troca de

informações estratégicas para o negócio.

O CRM é mais que uma disponibilização de acessos. É um software administrador

das informações dos clientes. Permitindo elaborar planos estratégicos ao negócio mediante

informações personalizadas de clientes que podem ser disponibilizadas em forma de grupos

de clientes por estado para formação de plano especial que atenda a necessidades especificas

desse grupo, além de fornecer informações do histórico desses clientes para setores como

vendas, cobrança e crédito. Não ficou claro na resposta se há um sistema abrangente como o

descrito e que se possa caracterizar como um CRM.

Porém, de acordo com o observado nas operações da empresa, pode-se afirma que

há um sistema similar ao que se espera de um sistema CRM que pode ser um sistema caseiro

alimentado pelo Oracle, sistema central ERP.

Conclui-se isso, devido a integração percebida entre o telemarketing que dispões

de todas as informações de compra dos clientes e atendimento logístico dos pedidos, o crédito

que possui um banco de dados alimentado por informações de vendas e o setor de cobrança

que recebe informações bancárias, de vendas e do crédito.

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

16 - O CRM é conjunto de ferramentas que tem por objetivo conhecer melhor o cliente,

fazer distinção entre eles, no sentido de perceber, por exemplo, quais são os clientes mais

lucrativos, prover campanhas e formas de abordagens adequadas para atender às

necessidades dos consumidores, entre outras, permitindo assim, prover a fidelização dos

clientes. O sistema que a empresa utiliza permite-lhes usufruir destas informações

consolidadas dos clientes?

Resposta: sim, existe a segmentação e o controle é realizado pelo CRM.

Conforme justificado nos comentários da resposta anterior, reitera-se a existência

desse sistema, o que confirma a qualidade e operacionalização desse sistema é o fato da

empresa possuir um programa chamado NCA – Núcleo de Clientes Associados.

Nesse programa o cliente é acompanhado assistencialmente por pessoas e

eletronicamente pelo sistema, funciona como um programa de fidelização, o cliente acumula

bônus de valore, quando efetua compra ele adquire bônus que podem ser trocados por

promoções especiais ou por serviços de treinamento aos funcionários do seu estabelecimento.

São promovidos cursos, melhorias no layout da loja e acompanhamento do seu

desenvolvimento por uma equipe especial da empresa, esse tipo de relacionamento com

clientes com o objetivo de fidelização só é possível por meio de um sistema CRM.

17 - Os sistemas de CRM constituem uma nova forma de conceber e gerir os sistemas de

relacionamento com o cliente, articulando e conciliando novas tecnologias da

computação que permitem analisar e perceber o comportamento dos clientes de maneira

a segmentá-los e possivelmente utilizar esta segmentação para otimizar a comunicação

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

com o cliente e satisfazer os seus requisitos. A seguir identifique as ferramentas que você

utiliza neste programa:

(x) Call Center - registra os contatos, pedidos e reclamações dos clientes e assistência pós

compra.

(x) Data Warehouse - cria o que se chama de um “armazém de dados”, com informações

relativas aos volumes de vendas, informações on-line a respeito do cliente, estoques, etc., bem

como receber os pedidos e processá-los mais rapidamente.

Mediante já comentado, estas duas características são marcantes do CRM e

apresenta-se na empresa pesquisada. Constata-se que este é um módulo dos sistemas de

informação utilizados no processo e que contribuem para a qualidade das atividades logísticas

da empresa pesquisada.

18 - TMS – Transportation Manegement Systems ou Sistemas de Gerenciamento de

Transportes, também conhecidos por roteirizadores, tem por funções básicas o

planejamento e controle dos Transportes, do carregamento de veículo, das distâncias e

rotas percorridas e pagamentos de fretes. O sistema TMS da empresa atende a estes

requisitos? Que características ou benefícios que diferencia o serviço de entrega ao

cliente você poderia acrescentar?

Resposta: através da integração do TMS, TR (roteirizador) e WMS as mercadorias são

carregadas na ordem inversa de entrega e o motorista, ao chegar no cliente retira a mercadoria

sem ter que procura-la otimizando o tempo de entrega. Está em fase de implantação um

sistema similar ao EDI entre o motorista e a empresa para que no ato da entrega ele informe o

status do atendimento ao cliente, permitindo o controle em tempo real da distribuição. Isto

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

permitirá que o cliente acompanhe seu pedido via internet, a localização do veículo e a

previsão de chegada em seu estabelecimento.

Verificou-se que o sistema roteirizador da empresa pesquisada apresenta as

características básicas esperadas desse tipo de sistema e conforme a pergunta frisa, que é o

diferencial no sistema de entrega ao cliente. O entrevistado afirma que esta em fase de

implantação um sistema que controla a distribuição em tempo real, por meio do qual seria

possível obter-se status atualizados da entrega do pedido do cliente, contribuindo inclusive

para melhoria na qualidade dos serviços.

19 - As funções de um TMS são mais produtivas quando utilizadas de forma integrada

com um WMS, pois dessa forma a comunicação entre o armazém, responsável pela

separação do pedido e carregamento do veículo se dará de forma ampla e em tempo

real, possibilitando uma comunicação mais eficiente entre as áreas de armazenagem e

transporte da empresa. Sendo assim, como você avalia a interação entre estes sistemas

na empresa? A armazenagem e a Distribuição tem o nível de integração adequada para

se obter qualidade nos serviços de entrega ao cliente?

Resposta: a interação entre os sistemas de roteirização, WMS e TMS é completa, permitindo

carregar os pedidos na ordem inversa de entrega.

Verificou-se que conforme resposta do entrevistado há a interação esperada entre

os módulos dos sistemas de informação da empresa.

20 - O Transporte é atividade logística mais importante, simplesmente porque ele

absorve, em média, de um a dois terços dos custos logísticos totais, contudo a utilização

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

de sistemas de informação podem garantir a redução de custos por meio de um melhor

aproveitamento dos recursos. Quais melhorias ou economias de recursos você consegue

identificar na utilização do sistema TMS na empresa?

Resposta: a principal melhoria que se pode obter é o planejamento e controle das atividades

de distribuição. Atualmente o motorista, ao sair para as entregas tem conhecimento da

kilometragem que irá percorrer e qual a seqüência de entrega deverá cumprir. Ao retornar da

viagem, o TMS permite a verificação dos dados previstos e realizados, localizando desvios e

dando suporte a decisão e correção de rotas, cadastro de localização de clientes, barreiras e

entradas.

A possibilidade de controle e confronto entre o orçado e o realizado em cada

entrega permite a empresa analisar os custos e reduzi-los.

5.2 OBSERVAÇÃO SISTÊMICA

Para responder os demais objetivos específicos desta pesquisa foi utilizado um

roteiro de observação sistêmica para observar as atividades logísticas da empresa e observar o

seu funcionamento.

Para tanto foi utilizado como roteiro:

A. Identificar os setores envolvidos no processo logístico da empresa pesquisada;

B. Descrever o funcionamento de cada setor identificado;

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

C. Identificar as mercadorias processadas pela empresa e em cada setor

especificamente;

D. Identificar as tecnologias de informação utilizadas por cada setor;

E. Identificar o fluxo logístico das atividades da empresa, ou seja, identificar o

percurso produtivo das mercadorias e informações;

5.2.1 Dados obtidos através do roteiro de observação sistêmica

A. Identificar os setores envolvidos no processo logístico da empresa pesquisada;

Detectou-se que, os setores envolvidos diretamente no processo

logístico da empresa, são: recebimento fiscal, recebimento físico,

armazenagem, distribuição, PCP Logístico, separação, carregamento e

expedição.

B. Descrever o funcionamento de cada setor identificado;

Recebimento Fiscal

É no recebimento fiscal que se iniciam as atividades internas da

empresa. Este setor é responsável pelas entradas de documentos fiscais no

banco de dados da empresa.

As informações fiscais dos fornecedores chegam a um sistema que

interage com o banco de dados da empresa através do Eletronic Date

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

Interchange – EDI ou Intercâmbio Eletrônico de Dados, mediante o uso desta

tecnologia as programações de entrega são feitas antecipadamente respeitando

o limite de capacidade de recebimento da empresa e as necessidades especiais

de recebimento de alguma mercadoria sinalizada pelo departamento de

compras.

Assim sendo, o recebimento fiscal da empresa efetua entrada fiscal

apenas do que esta programado para o dia, que foi cadastrado via EDI.

Recebimento Físico

O recebimento físico é responsável pelo descarregamento das

mercadorias, pela conferencia e confirmação física das mercadorias que foram

previamente cadastrados no sistema de recebimento fiscal da empresa.

Esta conferencia se da de forma eletrônica, devido à interação do

sistema Warehouse Manegement Systems – WMS ou Sistema de

Gerenciamento de Armazéns, com o módulo de recebimento fiscal, que

permite conferencia de dados, através do código de barras das mercadorias,

util izando coletores de dados que alimentam o sistema via rádio freqüência.

Depois que os conferentes conferem e confirmam a descrição e a

quantidade dos itens, as informações são replicadas ao recebimento fiscal que

efetua a transição das informações fiscais para o WMS, que na empresa

chama-se SAGA , a partir de então as mercadorias recebidas passam a fazer

parte do ativo imobilizado.

O sistema de recebimento fiscal possui interface direta com o

sistema central, o Enterprise Planning Resource - ERP ou Planejamento das

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

Necessidades de Material , chamado Oracle , assim no momento da

confirmação das informações fiscais os dados são enviados a este sistema, o

mesmo ocorre após o recebimento físico, no módulo WMS, após conferencia e

confirmação do recebimento as informações ficarão acessíveis a todos os

departamentos da empresa, como a contabilidade, compras e vendas.

Armazenagem

Em seguida ao recebimento físico vem à armazenagem das

mercadorias recebidas, nesta atividade a participação do WMS da empresa, o

SAGA é imprescindível, devido ao volume de mercadoria, a diversidade de

itens e ao tamanho físico do armazém.

Na administração dessa atividade, o SAGA é responsável por

diversas funções, como a r astreabilidade das operações, onde as atividades

são registradas em tempo real e proporciona acompanhamento pelo supervisor

do armazenagem que estará na ilha 2, conforme descrição do layout na figura

4 , ou visualizada pelo PCP que poderá programar as atividades subseqüentes

mediante acompanhamento do fluxo.

À medida que as mercadorias vão sendo conferidas e confirmadas

pelos conferentes e entram no sistema WMS, o próprio sistema convoca os

operadores pelo sistema portátil de convocação via rádio freqüência que há

nas empilhadeiras dos operadores, nesta convocação o sistema apresenta o

local onde o empilhador deve coletar a mercadoria e os endereços adequados

para a correta armazenagem das mercadorias.

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

O sistema também possui o mapeamento dos locais de armazenagem,

podendo então identificar os endereços e as características dos itens que

possam ser armazenados em cada um dos locais, dessa forma o sistema

identifica a área de material de higiene e beleza, a área alimentícia, de

materiais elétricos eletrônicos e os demais, para que cada item seja

armazenado na sua área adequada.

Distribuição

A distribuição é o setor responsável pela administração da frota

própria da empresa e administração dos serviços de distribuição e transporte

de cargas prestadas por terceiros.

No Caso do CAD – Central de Armazenagem e Distribuição a

distribuição é responsável também pela transferência de cargas para as fil iais

ou CDAs – Central de Distribuição Avançada que estão estrategicamente

localizadas em pontos que seja viável recebimento das mercadorias do CAD, o

local de armazenagem.

Na administração das informações a distribuição usa um módulo de

sistema de informação também interligado aos demais sistemas da empresa,

um roteirizador, o Time Routh - TR, que dentre suas principais aplicações,

estão à formação das cargas, geradas a partir da confirmação dos pedidos de

venda, o rastreamento de veículos e a formação das rotas de entrega.

Na formação das cargas, o sistema usa princípios de otimização no

que diz respeito à capacidade de carregamento do veículo, na otimização das

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

rotas de entrega, o sistema alinha o percurso para que haja o máximo

aproveitamento dos recursos.

PCP Logístico

O Planejamento e Controle de Produção Logístico é responsável

pelas operações de processamento e expedição das mercadorias e a

manutenção das informações necessárias ao processo.

O PCP controla os resultados logísticos da empresa, a

produtividade, o controle de faturamento, rotatividade das mercadorias,

controle de estoque, controle dos sistemas integrados de informação, controle

dos hardwares, softwares e a mão-de-obra necessária ao cumprimento das

atividades.

Em especial, o PCP é responsável também pelo controle do nível de

serviço ao cliente, que na empresa recebe o nome de Horal Mart , significa o

controle de cumprimento das metas de horário estipulado para o desempenho

de cada atividade envolvida no processo, desde armazenagem até a saída dos

veículos.

Além disso, o PCP elabora os planos de produção, a emissão dos

relatórios de produção, que são a descrição, quantidade, endereçamento das

mercadorias, nome e endereço do cliente, dados do carregamento, como: Box

para destinar mercadorias, número de frota do veículo e tipo de dispositivo

que deverá ser usado no carregamento.

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O disposit ivo é a embalagem retornável de entrega da empresa, são

caixas plásticas de diversos tamanhos, raques de ferros, baús de proteção a

mercadorias especiais e lonas.

Separação

É neste setor que se inicia a separação dos pedidos de vendas. Os

pedidos, antes de chegarem ao processo de separação físico de mercadorias,

passam pelo sistema de roteamento e sequenciamento de cargas, já

mencionados na descrição do setor de distribuição.

No sistema de roteamento, porque para que a separação de um

pedido feito por um cliente seja confirmada em um determinado dia é

necessário que haja uma seqüência de entregas em regiões consideradas pelo

sistema economicamente viável de se entregar.

Esse processo é o que garanti a lucratividade das atividades

logísticas da empresa, sendo assim, são considerados: o valor da carga a ser

entregue, o volume e a distancia a ser percorrida, o sistema entende que

quanto maior for o valor agregado da carga entregue a uma determinada

região e quanto maior for o número de entregas, os custos serão menores, pois

serão rateados por um maior numero de clientes, por isso, embora os pedidos

de regiões com grande volume e valor agregado sejam entregues em 24 h.

haverá pedidos cujo roteirizador aguardará o dia programado de entrega

àquela região, podendo durar uma semana.

Após os pedidos passarem pelo sistema de roteirização, são

agrupados em cargas, formando lotes que são gerados pelo PCP através de

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uma Ordem de Serviço – O.S, no caso, um serviço de carregamento dos lotes

formados.

As OS’s, seguem para o setor de separação juntamente com os

relatórios emitidos pelo WMS SAGA, onde o supervisor do setor poderá

distribuir as atividades pelos colaboradores disponíveis, através dos números

dos lotes contidos nos relatórios são impressas as etiquetas Serv Location que

serão afixadas nas mercadorias no ato da apanha no seu local de endereço de

armazenagem para formação das cargas e que posteriormente serão

reconferidas por meio de aparelhos chamados coletores, esta reconferencia

ocorre pelo próximo setor, o carregamento.

Depois de separadas todas as mercadorias referentes a um lote, este

é encaminhado ao carregamento, para o Box previamente agendado pelo

sistema, o mesmo sistema já informou ao setor de distribuição qual veículo

deverá estar em qual Box . Dessa forma no relatório de produção uti lizado pelo

supervisor haverá as informações de qual lote deverá ser carregado em qual

Box e em qual veículo.

Um erro no carregamento das cargas em um Box ou veículo poderá

destinar as cargas a um outro caminho e no momento da entrega o motorista

não encontrará as cargas destinadas ao cliente, gerando perda para empresa,

tanto no tempo de produção que foi gasto na separação e carregamento, como

nos custos do transporte, no atraso ao cliente e nos riscos de avarias e perdas

das mercadorias; no mínimo mais 24h serão gastas para consertar um erro

dessa proporção.

Para que erros assim não aconteçam, a tecnologia da informação

atua de forma completa no sistema logístico da empresa pesquisada, para

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

tanto, todos os setores estão interligados, de forma que uma atividade

cumprida por um setor é automaticamente passada pelo sistema para o

próximo setor que dará continuidade ao processo, assim o fluxo de trabalho

ocorre sem interferências ocasionadas por falta de informação ou duvidas

quanto ao cumprimento de uma atividade, visto que o sistema acompanha

todas as atividades passo a passo, já que tudo ocorre eletronicamente.

Carregamento e Expedição

Neste setor ocorre a etapa do carregamento das cargas e lotes

formados pelo setor anterior e o lacre do veículo.

Nesta últ ima etapa o carregamento reconfere as cargas

eletronicamente, os conferentes portando os coletores de dados, alimentam o

sistema WMS SAGA automaticamente.

Ao passo que cada carga vai sendo conferida pelo código de barras,

contido na etiqueta de Serv Location , as cargas conferidas são baixadas e o

sistema envia comando para o PCP para a impressão automática das Notas

Fiscais referentes às cargas conferidas eletronicamente e cujo sistema libera

para entrar no veículo.

Há uma ordem de carregamento ou de conferencia das cargas, isso

significa dizer que, os conferentes não podem conferir cargas qualquer e

carrega-las aleatoriamente, o carregamento é feito conforme parametrização

do sistema, isso porque a rota de entrega deve ser obedecida, as cargas que

serão entregues primeiro devem ficar mais próximo a porta do veículo e por

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isso devem ser carregadas por últ imo, o que facilitará a entrega que será

efetuada pelo motorista da empresa.

A etiqueta Serv Location , além de assegurar ao conferente que a

mercadoria pertence realmente ao lote que ele esta carregando, além de

finalizar o lote e contribuir para a autorização da impressão das notas fiscais,

finalizando uma etapa do processo.

Ela servirá também, como guia ao motorista no momento da entrega,

pois contêm o nome do cliente e o código de identificação, os mesmos que

contém a nota fiscal e servirá para confronto de informações, contém

endereço do cliente, número de carga e quantidade de volumes para que não

ocorra falta ao cliente.

Após carregamento, lacre do veículo e impressão das Notas Fiscais,

o veículo é liberado do Box e passa a aguardar autorização da distribuição

para fazer a entrega. A distribuição finaliza com o ultimo processo que é à

entrada dos documentos fiscais no sistema SISTRAN - Sistema de Transporte,

onde são armazenados dados de tudo que é transportado pela empresa, seja

para venda aos clientes, seja para transferência de mercadorias entre fil iais.

C. Identificar as mercadorias processadas pela empresa em cada setor

especificamente;

Verificou-se, que a empresa pesquisada movimenta uma grande variedade de

mercadorias, sendo aproximadamente um total de 6.000 itens, distribuídos entre:

eletrodomésticos, eletro/portáteis, informática, produtos automotivos, utilidades domésticas,

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

papelaria, produtos esportivos, móveis, alimentícios diversos, bomboniere, material de

limpeza, higiene pessoal, material de beleza, agropecuários, veterinários e materiais de

construção.

Observou-se que há um local de armazenagem específico para cada tipo de

mercadoria, o setor responsável por receber e armazenar estas mercadorias, independente de

sua característica é o recebimento físico, que as destina para os setores de carga grossa,

fracionados e controlados.

Durante a armazenagem ocorre à subdivisão das mercadorias por característica,

onde são agrupadas em áreas de armazenagem específicas. Além da separação por

característica, há a separação por volume de vendas, as mercadorias vendidas em grandes

quantidades são armazenadas no setor de Carga Grossa e são endereçadas de forma que

possam alimentar as áreas fracionadas de armazenagem e as áreas de apanha.

A área fracionada de mercadoria é o setor onde são agrupados itens diversos em

pequenos volumes, este setor desprende muitas horas de trabalho e muita mão-de-obra para

atender as necessidades de pequenos e médios clientes que compram em pequenas

quantidades.

As áreas de apanha são as endereçadas no nível um de armazenagem, conforme o

sistema de endereçamento mencionado no tópico do funcionamento da empresa, o

endereçamento no nível um, ou seja, no solo, facilita a localização e coleta de materiais com

maior giro e alimenta também o setor de fracionados, sendo ambos alimentados pelo setor de

carga grossa.

Há ainda o setor de Controlados, onde são armazenadas mercadorias de maior

valor agregado, localiza-se numa área restrita e sua separação e coleta de pedidos é

acompanhado com mais controle.

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

D. Identificar as tecnologias de informação utilizadas por cada setor;

Recebimento fiscal

A tecnologia da informação observada no Recebimento Fiscal é o

Módulo de Sistema de Recebimento Fiscal (SRF). Este módulo esta

interligado ao EDI e o módulo WMS, permite a integração e comunicação

digital entre os fornecedores e a empresa.

Recebimento físico e armazenagem

Este setor util iza o módulo WMS, do Fornecedor SAGA, como

administrador das atividades de armazenagem. Verificou-se também a

util ização de um sistema de base ou interface com o sistema Oracle (ERP),

um sistema caseiro chamado Risc, que auxilia as atividades de entrada e

consulta de informações.

Verificou-se a util ização de um sistema de radio freqüência

interligado ao sistema WMS, que uti liza coletores ( hardware portáteis)

para leitura de códigos de barras para efetuar entrada digital de

informações.

Distribuição

A Distribuição util iza o módulo roteirizador chamado Time Routh

(TR), que forma e roteiriza as cargas, delimita rotas de entrega e faz

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

cálculos de viabilidade de entrega, além de localizar veículos através de

rastreamento via satélite.

PCP Logístico

Verificou-se que o PCP trabalha no controle e acompanhamento

dos módulos gerenciadores do armazém, o WMS e RISC com interface ao

sistema central ERP da Oracle, que permite consultas diretas aos demais

módulos de gerenciamento por meio de banco de dados padrão SQL.

Separação (carga grossa, fracionados, controlados)

Verificou-se que no setor de separação que esta divido em três

áreas, a carga grossa, o fracionados e o controlados util iza o mesmo

sistema de administração de armazéns o WMS SAGA. Enquanto que o

recebimento e armazenagem util izam o WMS na entrada das mercadorias, a

separação e expedição util iza-os no processo inverso, o de separação e

entrega, também fazendo uso de sistema de leitura e captura automática de

dados por meio de coletores de dados que fazem a leitura de códigos de

barras.

Carregamento e expedição.

O Carregamento e expedição concluem o processo das operações no armazém

utilizando também o sistema WMS no processo de impressão de relatórios e etiquetas de

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

identificação e confirmando o carregamento das mercadorias no sistema WMS por meio

dos coletores de dados, que ao ler os códigos de barras dos lotes de cargas que estão sendo

postos nos caminhões finaliza o processo.

E. Identificar o fluxo logístico das atividades da empresa, ou seja, identificar o percurso

produtivo das mercadorias e informações;

Foi observado o funcionamento de cada setor envolvido no processo logístico

e constatou-se que o fluxo das operações logísticas da empresa inicia-se no setor de

Recebimento Fiscal, que efetua as entradas dos documentos fiscais e confirma o

recebimento dos pedidos de compra no Sistema de Recebimento Fiscal (SRF).

A seguir, o Recebimento Físico e Armazenagem dão continuidade,

recebendo, conferindo as quantidades e descrição dos itens e confirmando no sistema as

entradas das mercadorias, que passam a ser disponibilizadas para vendas e podem ser

visualizadas por todos os usuários do sistema ERP o Oracle, assim, setores como a

contabilidade, o PCP e administração do armazém acompanham em tempo real toda a

movimentação do armazém.

Após entrada dos pedidos de venda, entra em ação o setor de Distribuição

com sua primeira participação no fluxo logístico que é formar os lotes de cargas para

entrega, roteirizar as cargas e agenda-las mediante a demanda para uma determinada área

e de acordo com a viabilidade da entrega.

Em seguida, o PCP, mediante agenda de programação efetua as Ordens de

Serviço (OS), emite os relatórios com informações de cargas, lotes, endereços de coletas

de mercadorias, box de expedição e veículos a serem carregados, destino e cliente.

Silmara G.F.Alves

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

Estes relatórios e OS’s são entregues ao setor de Separação, que efetuará a coleta

das mercadorias nos setores de Carga Grossa, fracionados ou controlados coletando os

diversos itens que podem ser eletrodomésticos, eletro/portáteis, informática, produtos

automotivos, utilidades domésticas, papelaria, produtos esportivos, móveis, alimentícios

diversos, bomboniere, material de limpeza, higiene pessoal, material de beleza, agropecuários,

veterinários e materiais de construção, esta coleta formará as cargas referentes aos pedidos

dos clientes.

Após separados, os lotes de cargas são enviados aos box e passam a ser de

responsabilidade do setor de Carregamento ou Expedição que conferem eletronicamente as

mercadorias antes de carrega-las nos veículos e concluem o processo de movimentação de

mercadoria no armazém.

Com os veículos carregados e lacrados, a Distribuição atua com sua segunda

participação no fluxo logístico que é o serviço de entrega ao cliente e conclui o processo

logístico da empresa.

CAPITULO VI

CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

5.1 CONCLUSÃO

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

Analisada a aplicação dos sistemas de informação e os conceitos de logística nas

atividades e processos logísticos da empresa Martins Comércio e Serviço de Distribuição S/A,

conclui-se que:

A empresa dispõe de um sistema ERP – Enterprise Resouce Planning

alimentado pelos módulos de sistemas de informação específicos de cada setor.

O ERP Oracle contribui para administração das informações logísticas da

empresa, porém apresenta descaracterização de sua aplicação ao passo em que seu banco de

dados não é plenamente utilizado e algumas das informações importantes da empresa são

armazenadas em outro sistema de database, o RUDIPRD de DB2 com informações de

clientes, faturamento, vendas e produtos, o que atualmente gera duplicações de informações,

lentidão no acesso e maiores custos de manutenção de sistemas.

Verificou-se que há uma integração satisfatória entre os módulos de

recebimento fiscal – SRF, armazenagem – WMS, contabilidade – ERP (alimentado pelos de

mais módulos), administração de frota e roteirização. Esta integração entre os sistemas,

permite uma maior integração entre os setores e o acesso ao banco de dados em tempo real

permite o acompanhamento do processo e fluxo das atividades logísticas da empresa,

agilizando a tomada de decisões.

Verificou-se a utilização de ferramentas eletrônicas como o EDI que permite à

empresa administrar o tempo e a capacidade de recebimento.

O uso de equipamentos periféricos aliados a softwares como o WMS nos

processos de radiofreqüência para coleta automática de dados permite a empresa aumentar a

sua produtividade e diminuir as possibilidades de erros humanos.

Todavia, foi verificado no módulo de armazenagem a utilização de dois

sistemas, um WMS profissional e outro com característica similar, sendo este um sistema

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

caseiro que além de servir de base para o WMS profissional funciona como interface do

sistema ERP da empresa.

A utilização de dois sistemas para uma mesma atividade, denuncia que ambos

não alcançam se usados separadamente, a plenitude do funcionamento esperado em um

sistema WMS, o que limita o crescimento das atividades que necessitam desse sistema.

Além disso, o WMS utilizado na empresa não desempenha uma função

importante que é a otimização dos recursos da empresa, que poderia contribuir para o melhor

aproveitamento dos recursos materiais, humanos, financeiros e de tempo, contribuindo para a

redução dos custos e o aumento da produtividade.

Os processos e fluxos produtivos são bem definidos e controlados, as

atividades logísticas da empresa são iniciadas pelo setor de recebimento fiscal, em seguida, o

recebimento físico, a armazenagem, a roteirização, o PCP, a separação, o carregamento e por

fim a distribuição que faz as entregas das mercadorias aos clientes.

O sistema de armazenagem visa à otimização do espaço físico, há um sistema

de endereçamento das mercadorias reconhecido pelo sistema WMS que regionaliza o

armazém, dividindo-o em módulos, ruas, prédios, andar e apartamento.

As mercadorias são armazenadas por categorias de produtos, assim, são

agrupadas em locais específicos do armazém as mercadorias de categorias alimentícias, eletro

e eletrônicos, higiene e beleza, material de construção, equipamentos, móveis, escolar e

escritório, utilidades domésticas e demais.

Além disso, há um processo de armazenagem que obedece o giro das

mercadorias, nas áreas de apanha ou picking são armazenadas mercadorias que terão saída

mais rápida, caracterizando a utilização de procedimentos logísticos.

Portando apresenta um sistema de armazenagem otimizado, em espaço físico,

na divisão das mercadorias por categoria e por giro e sobretudo pela automação dos processos

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

de armazenagem e separação, utilizando-se de recursos tecnológicos integrando softwares

como o WMS-SAGA e equipamentos coletores de códigos de barras por meio de radio

freqüência.

Apresenta distribuição e entrega controlada por meio de sistemas roteirizador e

administrador de frota que administram as atividades de entrega de mercadorias considerando

variáveis de localização geográfica, data de entrega, volume e peso das cargas e capacidade

produtiva dos recursos.

5.2 RECOMENDAÇÕES

Recomenda-se estudos de viabilidade de implantação de um sistema WMS

capaz de substituir os atuais, o caseiro e profissional tanto na capacidade de operação e

processamento das atividades quanto na capacidade de armazenagem das informações

processadas. Possibilitando à empresa segurança e confiabilidade na administração do

processo logístico e nas informações armazenadas e que possua capacidades importantes para

o desenvolvimento da empresa que é a função de otimização de recursos, por meio do qual o

sistema detecta falhas na utilização dos recursos e sugere possibilidades e melhorias.

Recomenda-se ainda, a utilização de um único banco de dados para

armazenagem das informações gerais da empresa que poderão ser unificadas no próprio

sistema central que a empresa dispõe, o Oracle.

Ressalta-se a importância de implantação de um sistema de consulta ao status

de entrega de um pedido, por meio do qual a distribuição e o Call Center poderia informar aos

clientes a localização do motorista e calcular o tempo para entrega.

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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora

Quanto às aplicações dos conceitos logísticos e técnicas de armazenagem e

transporte a empresa apresenta procedimentos funcionais e eficientes não restando nada a

sugerir a não ser a continuidade do trabalho.

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