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TICO © TiCQ - PREÇOS: No Rio . $500 Nos Estados. . . . $60O SEMANÁRIO DAS CREANÇAS PUBLICA-SE AS QUARTAS FEKAS RIO DE JANEIRO, t DE FEVEREIRO DE 1923 ANNO XXIII OS RAIOS DO SOL NUM. 1.165 ;—:~ ^"*"""'*",%w___"*~ Ls-—-— I ^^_ ' ^mmm&F_^, _^*****7>***^*-fc- ^v ^_^*«-*"r-- —*?___fl_S_9 Havia numa rultanüa perto da casa de Caj-rapiclio um macaco Uva sobre a janella (ic Carrapicli". chamado barulho". Vm d_ o "Barulho' _*._ da corrente e foi roubar um espelho oue es- -—^^—:^WM- \\Nvs> n_s_ \\ CT^' ~»_ -~-__A_f\ \ i Cam;ltill a c01T0r atra. do macaco, arma.!» com uma. enorme ,"Barulho . «r.irrtaqtonão M intimidou. Subia rapid. "*» «ma de um» án! prÔj _ta _. com o espelho o refl__ oo col __r_ Orrapicho. impedindo que o mesmo p_V__ fazer um* pontana segura.

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TICO© TiCQ -PREÇOS:

No Rio . $500Nos Estados. . . . $60O

SEMANÁRIO DAS CREANÇAS PUBLICA-SE AS QUARTAS FEKAS

RIO DE JANEIRO, t DE FEVEREIRO DE 1923

ANNO XXIII OS RAIOS DO SOL NUM. 1.165

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^"*"""'*",%w___ "*~ Ls- —-— I ^^_ ' ^mmm&F _^, _^*****7>***^*-fc- ^v ^_^*«-*"r-- —* ___fl_S_9

Havia numa rultanüa perto da casa de Caj-rapiclio um macacoUva sobre a janella (ic Carrapicli".

chamado barulho". Vm d_ o "Barulho' _*._ da corrente e foi roubar um espelho oue es--—^^—: ^WM-

\\Nvs> n_s_ \\ CT^' ~»_ -~-__ _f\ \ i

Cam; ltill a c01T0r atra. do macaco, arma.!» com uma. enorme "Barulho . «r.irrtaqtonão M intimidou. Subia rapid."*» «ma de um» án ! prÔj _ta _. com o espelho o refl__ oo col __r_ Orrapicho. impedindo que o mesmo p_V__ fazer um* pontana segura.

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2_BK1RP«BB IsP^r •>' -' ^^PM__S^a^5k^ i| i i f f ppipLi^^fV^j^7^ . / -/ , '¦<>^C'_,-0-V__ ^^ -"^^^v-^-^ --m^<_B Wili-i-^^^^^^aLT ^^^

NINGUÉM FOGE DO SEU DESTINOSTAVA na Feira para ser vendido um porco

'de grandes di~

mensões, Como, porém, não houvesse comprador, elle ali li*cava, emquanto os outros iam sendo retirados por seusnovos donos, O porco estava triste, e como não soubesse omotivo porque não tivera a sorte de seus companheiros,queixava=se da sorte, Um gallo, que por ali andava á solta,

-se delle e disse=lhe ao ouvido:triste porque és tolo! Tu não vês que escapaste da laça

no sangradouro, escpaste de seres morto P

i=te e vae â casa4o io! Regeitan a Feira, adiaste atua morte, prolongate os teus dizis! Dágraças a Deus !

Um burro, entretan-

\ H/ a tJS-j-_u

= Vocês gastam pa-1} ftJfWÜ

'ÒS\Jf)

nasceste para morrere ser servido nos ies-tinis e igual sorte é a

—— : « ' ¦_.

Tudo neste mundo êrelativo, Vocês nitrabalham e por isso acabam nos íestins, nasbodas e baptisados, Nós vivemos até morrer

a\\\TÍ^^^^mXlaaa\^^^.

cansados, no tra-h nos vara

uma carroça, AS"guns dias depois oco e o gallo eram leva-dos ao matadouro numcarro puxado peloburro.

Chegara a vez demorrerem.

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1 — Fevereiro — 1928 5j — O TICO-TICO

Ca ^S^^^^f- ^^iW^ >^7^ y^<\ vQA^Sív ¦* / ¦ e ''¦ /

¦%=AAlega«3... das creanças e um reflexo indiscutivel/tfde bôa saúde. A saúde depende «de muitosfàdorcs-o principal e o factor alimentação.A creança requer. para o seu organismoem desen.volvimento.uma alimentação sadiae rica! As massas AYMORE constituemum alimento valiosissimo.pois, sao riquissi-mas em valor alimenticio e perfeitamente,puras, dada a sua esmerada fabricação.-^

<7jy&Ta seus íilhos i

MASSAS ALIMENTÍCIAS.y M Q K^ 7^0MOINHO IHGLEZ^RrDA-QÜI.mNDA.-IOÔ^RlO

SECÇ II

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O TICO-TICO <- i — 1 — Fevereiro — 1928

Õ universo num volume IUm pouco de tudo, um pouco detoda parte, alguma cousa que a

todos interessa, no

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iwi^^^v^a^y^yeM^^ ^V»*: fc,«'.:gg:,?ssgsss3sa«a'«asMg'BssBg'isg.sõ«-ggtf

O TICO -TICOh

Sede: Ouvidor, 164 Redactoe-Cuefe: Carlos ManhãssOfficinas: Visconde de Itaüna, 419 Director-Gerente: Antônio A. de Souza k Silva

ANNO XXIII RIO DE JANEIRO. QUARTA-FEIRA, 1 DE FEVEREIRO DE 1928 N. 1.165r-;grasaggr»^

©ItH „¦"aaW—Á^ ^^_ÍT* >v Ti *JÜft?L / I

O sMeus netinhos:

DIAS D A SEMANA

Mais de uma vez Vôvò tem recebido cartase recados de netinhos pedindo explicações so-bre os dias da semana. Querem os meninossaber porque foram dadas aos mesmos dias asdenominações que elles possuem. Para que osmeus netinhos tenham uma noção geral e exa-cta do tempo, vou attendel-os.

Como todo o mundo sabe, o curso da Lua,tendo estabelecido a divisão do anno em me-zes, seus quatro quartos, distantes um do outrode sete dias mais ou menos, deram provável-mente origem á divisão do mez em semanas. Apalavra semana vem do latim: "septemana" —de "septem" — sete — c "mana", manhã.

Herodato, um grande historiador, diz quea semana foi composta de sete dias em honrados sete principaes corpos celestes. A opiniãodesse historiador parece ser bem sensata, por-quanto em quasi todas as línguas indo-euro-péas, cada dia da semana tem o nome de umastro. Vejamos esses dias:

Domingo. — Esse dia foi dedicado ao Sole dahi terem os inglezes e os allemães chamadode "Sunday" e "Sountag" — dia do sol.

Segunda-feira. — Esse dia da semana foi

dedicado á Lua. Por isso, ainda hoje, a segun-da-feira se chama em francez "Lundi", em ita-liano "Lunedi" e em hespanhol "Lunes", istoé, dia da lua.

Terça-feira. — Esse dia foi consagrado aMarte e por essa razão chama-se em francez"Mardi", em hespanhol "Martes" e em italiano"Martedi", isto é, dia de Marte.

Quarta-feira. — Era o dia da semana con-sagrado a Mercúrio. Por isso se chama emfrancez "Mercredi", em hespanhol "Miercoles"e em italiano "Mercoledi", isto é, dia de Mer-curió.

Quinta-feira. — Foi o dia dedicado a Ju-piter. Em italiano diz-se "Giovedi" e em hes-panhol

"Jueves".Sexta-feira. — Esse dia da semana foi con-

sagrado á Venus e por isso no italiano é cha-mado "Venerdi".

Sabbado. — Esse dia da semana glorifica-va Saturno e dahi os inglezes o denominaramSaturday, dia de Saturno.

Eis as noções mais simples e verdadeirasdas denominações dos dias de semana. Apren-dendo-as, vocês não mais as indagarão do

VôVô.

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O T"lTTO -TICO — 6 — Fevereiro — 192kS

OT1COT1CO

NASCIMENTOS

^ ? Acha-se enriquecido o lar do Sr. capitão AlbinoFerreira Serpa e de sua esposa D. Arethusa de SouzaSerpa com o nascimento de unia galante creança que, na

pia baptismal, receberá o nome de Arlette.4> ** O lar do Sr. Antônio Ferreira da Silva, do nosso

commercio e D. Jandyra Eseobar da Silva está enriquecidocom o nascimento de uma interessante menina que recebeu

O nome de Leda.• * Está em festas o lar do Sr. Severo Trompieri e

sua consorte D. Alfredina Mendes Trompieri, com o nas-cimento do seu primogênito, uma interessante creança quena pia baptismal receberá o nome de Augusto Severo.

A N N I V E R S A R I O S

*Í *> Faz annos boie a menina Maria Amélia, ülhinhado Dr. Arnaldo de Almeida.

<S> 3> Faz annos amanha oestudioso menino Jorge ManhãesPorto.

<& <S> Esteve em festas sab-bado ultimo o lar do Dr. (Tdio de Mendonça por motivo doanniversario natalicio dc sua (tra-Ciosa fühinha Carmen.

"& • Lúcia de Mello, no^saprendada amiguinha, festejouhontem a passagem de seu anni-versario natalicio.

• • Fez annos a 25 do mez

passado o intelligente Faulo, filhi-nho do Sr. Theodomiro Pereirae dc sua Exma. esposa DonaFráncisca Giirenez Pereira.

p^ €L

NA BERLINDA...

• * EstSo na berlinda as meninas da 3* Escola Mixta8« Di-tiicto do 5" anno: Edith, por ser engraçada; Laura,

por ser estudiosa; Rosa, por ser bem comportada; MariaHelena, por ser alegre; Alda, por ser elegante; Ivette, porser morena; Áurea, por ser meiga; Marietta, por ser que-rida; Fcrnandina, por ser deixada; Maria Luiza. por serajta; Laura, por ser bonita; Noemia, por ser meiga; Iracil-da, por ser gorducha; Ilka, por ser magra; Odette, por serbondosa; Mauritilha, por ser educada; Jandyra, por sersympathica; Déa, por ser amável; Judith, por ser queriJosé, por ser sympatliico.

I LEILÃO...

• I Estão cm leilão as seguintes senhoritas e rapazesda rua Imperial, em Cacharuby: Quanto dão pelas tra.suras do Ilelio? pelos olhos da Jaryra? pela sinceriddo José? pelo andar de Ondina? pelas graças do Luiz?pelos vestidos curtos de Maria? pelo signal de Adalberto?pela belleza encantadora de Ytacyra? pela delicadezaJayr? pelo sorriso do Carlos? e pela leiloeira Juracy A.?

4> A Leilão de meninas c ni diversos batiQuanto dão pelos cabellos pretos de Dcvanaghí bon-dade do I.uiz7 pela sympathia doAlceu? pela distincção da Lucy? c pelo automóvel do Joel?

SECÇÃO DA DOCEIRA...

• •¦' Querendo fazer um bolo para dividir entre asalumnas do 5" anno da Escola Prudente de Moraes, escolhia seguinte receita: 800 grs. da educação de Aimita; 300grs. do charleston da Etelvina; 400 grs. da graça de Yara;1 colher da meiguice de Mara José; 200 grs. da bonudadeestudos de .Marina; 3 colheres da grodura de Maria daGloria; 100 grs. da belleza dc Yedda; 200 grs. da sym-pathia dc Lucinda; 500 grs. do moreno encantador de Bel-mira; 4 chicaras dos bonitos olhos de Dulce; 1 colher daslagrimas de Inah; 1,2 chicara do bom comportamento deWladimir; 50 grs. do retrahimento de Anna .Maria; 900grs. das respostas dc^acertadas de Esmerilda; 2 chicaras dobom modo de Olivia; 3 cálices da alegria de Armanda;1 colher da meiguice de Maria José; 200 grs. da bondadedc Maria Paula. Bate-^e com os carinhos de Laureana;vae ao forno brando como os risos de Ernestina; salpica-se

a forma com a bondade e a bel-leza da nossa querida proícs-sora.

Fis o bolo prompto. Quemsão as doceii

NO CINEMA...

• • 1'ara organisar umfilm, escolhi as seguintes meni-nas e meninos..: Jane. a Vil-ma Banky; Carminha. a MadgcBcllamy; Helia. a Viola Dana;Ruy, o Lon Chaney; Lourdes, aRenée Adorée; Vera, a MarionDavies; Yvan, o Tom Mix:Elisa, a Laura La Plante;, eeu, por ser o pretinho das fitascômica":.

4> ? Querendo fazer um film com o titulo O estudoc o trabalho, escolhi como artistas os alumnos da Ide Humanidades: Marcello, o Wallace Beery; Elza. a MaryMc Laren; Hermes, o Raymond Hatton; Guanabara, o Ha-rold I.Iovd; Regina, a Laura La Plante: Maria Luiza, aRuth Roycc; Luiza, a Mary Philbin: Salomão, o GeorgeO' Brien; Joaquim, o Eugcne O' Brien; Elmassa, a

; Xilo, o Jack Dempsey; Eloisa Fonseca, a KstcllcTaylor; Orar, o Gennc Tunney; Ruy, o Roy D'arcy; Delio,o Ricardo Cortez; Roberto, o Richard Dix; Maurício, oTom O' Brien: Walter, o Tom Moore: Estabilc, o RichardBarthelmess; GladyJ a Helenc Chadwick, e eu, o J. Bonomo.

¦ exhibido proximamente o film /

para apresentação dai seguintes creanças: Maria da Gloria,valdo, o Tom Mix: Jacy. a Vi!

o Ramon Novarro; Zézé, a loura Alice Terry; V,làld Colman: Lucy Hiltner, a PriscÜla Dean; Luiz

Hiltner, o Raymond Griffith; Jacylda. \vie-; Al-ceu Hiltner. o Harold Lloyd; Carlinda. a Olive Borden;Darei' ter Keaton; Déa, a Dorothy Dalton: Darcy,o Ric Eleonora, a Norma Shearer; Pa:

Maria da Graça, a Billic Dove; üiony, o

Jge; Zilda, a Pola Negri; Darly, o ConradI; Sylvia, a Margaret Li* ', o J-'1^

Pickfi . a Marie o J. Cd-bert; Nylda, a Dorothy Gish; Jair, o Coüier Jr.; Lila, a

Lili Damita; Milton, o Antônio Moreno.

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1 — Fçiereiro — 1928 O TICO-TICO

O MEIGO VELHINHOOutro dia fui á cidade com a Vovó e vi uma procis-

são. Uma porção dc gente que andava muito devagar ecantava umas cousas muito simples para Nossa Senhora:e o Coração de Jesus... As meninas daquelle collegiogrande de irmãs de caridade estavam na procissão. Ves-tiam de branco e levavam uma coroa de rosas na cabeça.Aquellas rosas cahiram do eco — disse a Vovó. E' umasanta chamada Therezinha que as joga para as grinaldasdas meninas boas... No fim da procissão uns homenscarregavam uma espécie de caramanchão — um pallio,cimo disse a Vovó — cobrindo uns padres que cercavamum velhinho. A procisão parou e eu olhei bem para ovelhinho, Elle estava de mãos postas. Os olhos, meigos,suaves, è <>s lábios cm sorriso de bondade espalhavam ter-miras de pae por toda a gente. Movia os lábios. Estavarezando. O povo toòío mirava a figura daquelle ancião

n agradecimento nos olhos. E' que aquelle velhinho —• >. tão querida, tão cheio de bondade — estava

pedindo a \)cu* pelo povo, pelo Brasil, pela America, peloMundo. Aquelle velhinho eu já sei quem é. Vovó disse oseu nome. Joaquim — o cardeal amado da Terra Brasília.C A R I* O S M A X II Ã E S

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5^^__.~^__5_____—r**'^^N». /Wm ~/________™^^a___^cmÊÍrPRÉ *__D ______K^^*fe____JÜfeZ—Smí *»_. V%

~~~~~~~ __ " ^^^J^R-BÜliL ^JV^V **-?*-_______¦¦_____!___\^^?5?,^r •* —^_ ^EBP r'^mmmmmi5í{sJÍ*m&^ .~&~ í I

LLIVIADO e bemdisposto pela ali-mentação, entroucommigo o somno e estive a dormir oito horas seguidas.Depois soube que isso teve por causa a esperteza do Im-

perador que ordenara a seus médicos que puzessem nar-

cotico no vinho que me era destinado. Mandou então o Imperador de Lilliput (tal é o nome

daquelle paiz). que me conduzissem paia onde elle estava. Fizeram trabalhar á pressa cinco

mil engenheiros e operários na censtrucção dc um carro de trez pollegadas de altura, dez palmos

e meio de comprido e seis de largo, com vinte c duas rodas. e. assim que ficou prompto, o condu-

ziram para o meu lado.A grande diííiculdade era levantarem-mc e collocarem-me em cima do carro. Nesse intento

fincaram no chão oitenta varas de dois palmos e meio, e presa cada unu na ponta de uma

roldana 08 «mal passavam cordas muito fortjs. d a grossura dc uma gaita: nessas cordas havia

ganchos que se iam prender nos cintos que mehaviam posto em roda do pescoço, das mãos.das pernas e de todo o corpo. Novecentos ho-

mens. dos mais robustos, se puzeram a içar-me. Em menos de trez bons fui guindado e posto

em cima do carro e a ellè amarrado.Sei tudo isto pela descripção que me fizeram, pois durante aquella manobra me fartei de

dormir a somno solto. Mil e quinhentos cavallos, dos maiores que havia nas cavallariças im-

periaes, de quatro e meia pollegadas de altura-, foram atrelados ao carro

recção da cidade, um quarto de légua distante dali.c me arrastaram na di-

(Continua)

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GruiK) de alumnas que tomaramParte no festival c'a "Escola Carioca".ern companhia de sua estimada dire-

i 1> Maria Adelaide Coelho

n\_/j_-^*/_iA k.4!_<^l!ik!H_rNtr

Assistência á festa realisada na "Es-cola Carioca" da Companhia Ame-rica Fabril, da qual é directora a

Exma Sra D Maria AdelaideCoelho

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OS NOSSOS AMIGUINHOS

I

Judith,

filhinha do Sr.Carlos R. de Oliveira

"S. Salvador" — Bahia W ¦*****%%

W iSII mwr IP^aaTa

i>iti&^ • * m\\* mWã '¦**,)

João ^s^í. mi\ Baptista 2^^T^_Santos IS W

Sara Alipian"S. Paulo"

| '^lafcl

fl H

José,filhinho do profMario Lara"Baependy"

Alzira, Aida e Helena"Barro" — Rio Grande do Sul

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1 — fevereiro 1928 - - dl — u TICO-TICO

HISTORIA DA NOSSA PÁTRIA - ANCHIETA, APÓSTOLO DO BRASIL

^~TTT II U\ .SS.fi ' _/rV_?7i_r_^!_I^__»_V

ffm\^YfWx s/wm&í __S_&áy^^_^RSr_M___^__XI^

( C O N C L.U SÃO.

if'iílr T ________________fc__r _f_f_^\lV. •_; C__I BO ^^FaJ Al^^ fWwmmfÁri B-Jjjj^^i^H

Tebyriçá e os seus se declaram afavor dos portuguezes. Porém, o terri-vel "Jaguanháro", sobrinho daquelle,com suas hordas é a favor da confede-ração.

Anchieta e Nobrega partem corajosamente • para o campo aosgentios em Iperohy, e ahi apresentam-se ante as hordas ferozes, sem temor,tendo só por armas as cruzes levantadas ao alto. Falam-lhes em paz, com bran-dura e amor. Depois de esforços inauditos conseguem, dos índios, um armistício— (conhecido na historia por "Armistício de Iperohy").

Tamanha coragem domina os selvagens. Tebyriçá ordena aos guerreiros ... "payéguassú (amarra-mãos). Du-que descancem as armas. Nobrega parte para levar, as condições da paz, aos rante o tempo de seu captiveiro, escre-portuguezes. E Anchieta fica, como reféns, entre os selvagens. veu, Anchieta, nas areias da praia, um

Longos dias esperou Anchieta por Nobrega. Era tão bondoso e tão meigo, poema á Virgem Santíssima! Nobregana sua maneira de tratar os selvagens que foi appelidado por elles de... voltou e a paz foi feita-

PC\ 1 \ ___Jr_^______ _E_^^^B i^J|/i''. ABXwTjlIS WmW^^MÈÊêX^ ÍUUb

f \ ^_^"" y\\ •Mfmm\\ \\\\mmmm\w\mr r"*^ /- ""_(__. mil » 1_0______1 _____P___I-Vkw _____________ ______ _F""_í_ _r^ ^_________T. i

Esse foi o maior serviço que os dous ... versos collegios e também a primeira Santa Casa de Misericórdia do Brasilpadres presiaram aos portuguezes. An- Morreu com mais de cincoenta annos em Irirityba (Espirito Santo) que hojechieta contribuiu para a fundação do Rio tem o nome do grande apóstolo. 'de Janeiro. Troure á luz da civilização A's costas, como ultima homenagem, carregaram os inatos o corpo ao seumais de cem mil índios! Fundou di-. .. protector e amiec*-

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O TICO-TICO 12 1 _ Fevereiro — 102^

-——*—

AS FÁBULAS DE GEMMA D'ALBA

O LOBO CHARLATÃOEsfomeado, o Lobo sahiu

dos mattos, onde vivia escon-dido, de todos odiado, e poz-sea rondar em volta de um pra-do, onde pastava o gado de umrico fazendeiro.

Vendo afastar-se dos ou-tros um gordo e bonito cavai-Io, disse lá com os seus botões:. — Olá! a boia está bôa! quecame rppetitosa! muito toloserei eu si não lhe metter odente...

E chegou-se muito insi-nuante, com o sorriso no foci-nho:

— Bons dias, D. Cavallo!Estimo tel-o encontrado aqui;pois ia justamente communi-car-lhe que ando clinicando

por aqui. Sou medico-vidente,e... já sei que está doente*Essa gordura não vale nada!O senhor soffre de uma doen.ça interna, que escapa ao exa_me do mais sabido veterina-rio. Mas eu posso curai-o empouco tempo. Deixe-me vêl-omais de perto...

— Estou mesmo doente,respondeu o Cavallo, que nãoera nada tolo. Bem vejo que odoutor é um grande genio.Mas. .. queira primeiro tirarum espinho que me entrounesta pata, e não me deixa an.dar.

O Lobo chegou-se entãopara a trazeira do Cavallo,muito satisfeito com a sua es-

perteza; e já ia abrindo a boc-ca, para arrancar o espinhocom carne e tudo, quando oCavallo, que estava de prom-ptidão, arrumou-lhe um for-midavel couce, e partiu a galope.

O Lobo, de queixada arre-bentada, deu um "salto mor-tal" e foi cahir de pernas para

o ar do outro lado da cerca.Os charlatães e os hypocri-

tas são muitas vezes bem sue-cedidos nos seus estratagemase velharias. Mas, sempre che_ga um dia, quando menos es-peram, em que tudo se desço-bre, e cahe sobre elles o cas-tigo de Deus e o escarneo doshomens.

GMiÇfiO DO PASSARINHO EMBflliSflMADO

— '*E' de ébano o meu poleiro,De rubis meus olhos falsos;Mas, rico, bem mais padeçoQue os pobresinhos descalços.

'Bello tempo em que eu, faminto,Pobre passarinho inerme,Do meu ninho, ao romper dalva,Sahia á busca d'um verme!

'Pobresinhos como os pobres;Era no entanto opulento:•Possuía dois morgados,A floresta e o firmamento!

'¦Um dia, por negra sina,Deixei-me prender n'um laço:Adeus campos, adeus bosques,Adeus alturas do espaço 1

'•'Mcttido em estreita gaiola,A cantar, chorei, chorei...Muito embora a minha donaMe tratasse como um rei...

'¦Minha gaiola era aoiro,Como as regias c'roas são;Mas, d'oiro ou prata, a gaiolaE' sempre escura prisão!

" Saudoso de liberdade.Morri saudoso a cantar.. .E saudosa a minha donaFez-me logo embalsamar.'•Quem então me embalsamou,Julgando enganar alguém,Poz-me co'as azas abertasE abriu-mc o bico também."Mas ninguém se illuda ao vêr-me,Como eu também não me illudo -Par'cendo viver, estou morto,Par'cendo cantar, estou mudo...'¦'0 poder de voar, cantando,A morte dura levou-o:Finjo cantar e não canto. ..Finjo voar e não vôo..."

EUGÊNIO DE CASTRO

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1 — Fevereiro — 1928 — 13 — 0 TICO-TICO

O LOBI H O M MO Manoelsinho tinha sido o sétimo fiilio

do casal. Antes delle nascer sua mãe haviaapanhado umas febres e est i vera entre avida c a morte.

O Manoelsinho nascera tão doente eraco que toda geme ao vcl-o dizia assim:— Este trão mais se cria, não. Já tem

ité carinha de "anjo"...

Com effeito» a cieança enfezada, rachi-tica parecia que iria ter poucos dias dev:da.

A' custa, entretanto, dc muitas tnesinhas,conseguiu levantar a cabeça e foi secriando, sabe Deus como.

Já estava mais " durinho" quando, comum mez de nascido, escasseando o leitematerno, deram-lhe uns mingáos da gom-ma ou pulvilho da mandioca, e quasi ellemorreu de " febre".

Para não morrer pagão foi chamado, á;pressas, o viga.iio, e o Manoelsinho ba-ptisado, sendo padrinho o irmão mais ve-lho, attendendo-se á recommendação da ve-lha avó que dizia, si o padrinho não íos-se o irmão mais velho, o menino quandecre>ccsse virava " lobishomem"...

Escapou o Manoelsinho com vida, po-lém, nunca teve saúde que prestasse.

Sempre amarcllinho, fraco, " intangui-ile'-", como diziam, não havia remedio queo curasse do mal que elle soffria.

Uma velha comadre que sabia muitas" rezas foles", curava "espinhela cabida"benzia erysip;la, ¦ tomava'' o sangue corrpalavras em casos de hemorrhagia e atisab:a " fechar o «rpo" das pessoas con-tra bala, ponta dc faca e mordedura dc

,i, fez diversas orações para curtir oManoelsinho, nada

¦ guindo..n ia vivendo

o pobre pequeno atéaoi sete annos quan-do teve dc ir para aescola aprender a lerc assignar o nome.

Ali nada fez, nãoló por ser muito"rude", retardado,

¦ lligencia apou-como também

porque os collega*.n .i o o poupavam,chamando-o:

— Lobi shomem!Lobishomem!...

E essa fama dc-se espalhou.

O Manoelsinho per-deu o nome para to-dos que não fossem

paes e irmão'».Era o lobishoment.

Não o conhetiam por outro nome. Istoo fazia exasperar-se, ao principio; depoisticabou-se acostumando á alcunha

Aos quinze annos foi accommottido de>:zões e após o frio intenso vinha a fe-bre alta e o pobre enfermo delirava, que-ria erguer-sc da cama, andar por toda acasa, sahir para o campo, andar, andar,(andar sem destino...

Coincidiu sua doença com o boato cs-palhado por toda a villa de que estavaapparecendo á meia-noite, um lobishomemque pulava o cercado do cemitério e ia co-mer dc-funto!...

Não faltou quem não dissesse que o lo-biahomcm que apparecia era o Manoclsi-nho.

Houve até quem af firmasse tel-o vistoc^p<-.j'ando-se no chão do gallinheiro e sa-hir depois dali, na figu^ de um burrochotão, até perto do cemitério onde des-í-ppareceu.

Diversos rapazes corajosos do lugar,armados dc páos, ficaram noites seguidasescondidos, na tocaia do bicho, que, porsignal não appareceu.

Diziam que bastava tirar um "tiquinho"

de sangue do lob:shomcm para desencan-tal-o e elle nunca mais fazer correriasalias hortis da noite assombrando quem oencontrava.

Não tardou que o Manoelsinho soubessedo caso e desejasse também ver a appa-rição.

— Si eu não estivesse tão doente comestas "moléstias", ia tocaiar taml>em essetal lolii>homem tonra ver como era. Em-fim...

WlMkWmmtxS^htjK vf'-z- %*¦¦ -^>a_^g*^*^>__^^^%^*

Passaram-se uns dias sem que O lobis-homem apparecesse e sem que, por sua¦vez, desapparecesse a febre do Manoelsi-nl.o. A' tardinha vinham-lhe os frios. d<bater queixos, e logo depois aquelle caloipelo corpo todo até ficar queimando, quei-mando como íojk>.

Naquella noite a febre elevou-se mais, elogo o delírio se manifestou.

¦Sozinho, no quarto em que dormia, oManoelsinho ergueu-se do seu giráo (*)e caminhou a tôa, envolvido num lençolbranco de algodãosinho, a repetir:

O lobishomem. Quero ver esse lobis-homem. Onde está o lobishomem...

E como um phantasma, no delírio da fe-bre, abriu a porta e sahiu para a ruadeserta, illuminada apenas pelos raios obli-quos de um escasso quarto crescente.

Caminhando como um autômato, dirigia-se para o cemitério, na idéa fixa de sur-p.chender ali o lobishomem. Era quasimeia-noite.

Um vaqueiro que voltava de "fazer

quarto" a um camarada doente, viu delonge o estranho vulto e, embora pouco*assustado, tratou de bater na primeiraporta que encontrou, chamando os mora-dores para ver:

Lá vae o lobishomem! Lá vae elle!.-Venham espiar!

Dentro cm pouco eram dezenas as pes-soas que seguiam no encalço do bicho.

Os mais animosos, armados de cacetes,chuços, facões, approximavam-se um pou-co, intimando-o a parar.

O vulto, entretanto, parecia não ouvil-osc seguia, agora quasi a correr cm caminha

do cemitero a repe-tir também como osseus perseguido-cs:

— O 1 o b i s ho-*mem!... O lobisho-mem!...

Alguém se lem-brou de Uie atiraruma pedra, e um ca-lháo foi cahir pert»c'.o infeliz que nemdeu por isso. O ges-to do primeiro foiimitado por outros,e uma chuva de pe-dras cahiu sobre •pobre enfermo.

Uma lhe attmgiuem cheio a cabeça.O Manoelzmho sol-tou um grito de

(*) Espécie dc ca-ima alta usada no ser-tão.

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O TICO-TICO — 44 ,-.

$AÊ^^^/) *Aj)\j^Ay^v^

Fevereiro — 1928

X** =i IS.» / ^-r(^> \f » >—

CAROLINA MENDONÇA(Bello Horizonte) — A sua letrarevela um espirito apprehensivo eum pouco desordenado nas deci-soes. Tem bom coração, mas nemjempre é comprehendida. Volunta-riosa, perspicaz, activa e sobretu-do... teimosa. Casará tarde.

K. B. LUDO (Rio) — Evitesopas, carnes gordurosas, farina-ceos. Procure um medico com oseu papae.

LINA MAMEDE (Rio) — Dizo horóscopo de 23 de Novembro:A mulher será dissimulada, perfi-da, mentirosa, manhosa mesmo.Terá pouca bondade, embora quei-ra passar por muito generosa. Aidade lhe irá corrigindo as manhase vestindo-a de desillusões. Casarámais de uma vez.

FULANINHA (Rio) — Re\e-Ia a sua graphia um temperamentopouco firme, ora imbuído de umidealismo cheio de sonhos, ora for-rado de um materialismo grosseiroO trato é delicado. A finura c alábia são dois poderosos agentesque a retratada possue. E' ambi-ciosa, mas nem sempre persistente.Não terá pressa de casar. Preferesonhar, sonhar... e perder, semmagua, os ideaes sonhados.

AMF.RTELLES (São Paulo);— Não podemos fazer o seu retra-

to graphologico pelo facto de ter oamigo escripto em papel timbrado.O horóscopo de 23 de Abril dizque o homem será ousado, arreba-tado e, para conseguir o que desc-ja, até brutal. Custará a casar c,se isso conseguir, dos vinte e cincuaos trinta annos, será feliz. Nãovendemos as encardenaçôes pe-didas.

CAMILLINHA (Rio) — Estu-do graphologico só se faz com pe-dido legalmente assignado.

ODETTE PINHEIRO (SãoPaulo) — Entregamos sua carta áredacção de Cincarte. Procure res-posta nessa revista.

MARITA VIEIRA (Rio) —

Quer saber o que revela a sua gra-phia? Eis aqui: — A graphia estu-dada diz nue a menina vae ganhar

(%\

yy.<^

muitas -bonecas, ser carinhosa cboa, estudiosa, dócil e-vencerá osestudos primários com rapidez.Aos doze annos, ha de já saber ler,escrever, bordar, tocar piano, fazerflores. Tanta cousa! Mas a meni-nâ ainda tem sete annos e, para ai-cançar doze, ainda faltam cinco.

CORIOLANO (?) — A corres-pondencia relativa á sua collabora-ção foi entregue ao redactor-chefe.O Dr. Sabetudo não attende ao te-lephone para respostas de horos-copos.

M \RCUS VINÍCIUS (Rio)—A pergunta devia ter sido dirigi-da á Cincarte. O nome por extensoé: José Ramon Samaniegos. E'mexican >.

O. U. P. (Porto Alegre) — Dizq horóscopo pedido que a mulher na«cida em data que enviou será volun-tariosa, constante, diligente e sobre-tudo amiga das pessoes com as quaesconviva. Econômica, ajuizada, terámuitos admiradores, mas custarabastante a traduzíí-os. A inicial pe-dida terá, dizem os astros, o B ouo A.

OSCAR MENDES P. JUNIOR(Santos) — Dirija o pedido á livra-ria Pimenta de Mello, rua Sachet 34.Rio. As lentes podem ser encontra-tias cm qualquéf estabelecimentoóptico, ahi em Santos.

dôr, «^mbaleou e cahiu dc bruços. Seusperseguido res approxima:am-sc curiosos «dcvcl-o.

O que primeiro chegou não o poude rc-cor.h-.-ccr.

Na queda o lençol que cllc trazia com-sigo envolvera-lhe a cabeça, e eslava alimanchado dc sangue.

— Está desencantado! foi a exclamaçãogeral ,(105 que se app:«oxrniaram depois e«viram o sangue que tirwía de vermelho aalvura do panno.

Xe-i- nmtnmto chegava ao local o ir-mão maia velho e padrinho do JtTanoelsi-nho, quo ouvindo a grita na rua c se km-brando de que o irmia desejava ver o lo-

bislKMiKni, íòra chamal-o ao seu quaito,-nio ...ido ali.

jVogc jira a correr, presagian-

do alguma desgraça. Bffcctivãmente, cur-vou-sc sobre o corpo que jazia estenddono dião, e descobrindo-lhc o rosto, excla-niou. pfIMlimlo"

Manoclsinho!...Ao mesmo tempo os dreumstantes «li-

thm, por sua vez, hor:orizados:O lobishomem!Que lobishomem, que nada! vocíle-

rou o rapaz, mantendo nos braços o cor-

po desfallecid., d» irmão. Vocês todos «ão

uns igneantes e uns covar.l ' 1'sabem que elle andava doente dc "matei-

tas", não vêem que sahiu de casa ardendoem febre e delirando, a sonhar com o lo-

mnMii quj vocês inventaram estar ap-parecendo na villa ...

Peçam bem a Deus que cHe não morra,porque todos que o perseguiram e feriramterão dc ajustar contas commigo!

Felizmente para todos o Manoehmhonão morreu da pedrada c ficou bom dasaezões.

Apesar-dc tudo, entre aquelle povo igno-rante e supersticioso, havia quem garan-tisse ter visto o lobúboncta em que oManoel .«mo se transformava dc note, cque só lho foi "quebrado o encanto.''quando lhe ti ara:n um pouco dc sangue...

¦ salmni ellee que o lobúhomem, quequer dizer: lubo-homem, ou homem-lobo,c uma phantasia, uma lenda do nossofolk-lore tão rieo dfltaa fkçSea, como apoética lenda indígena da " afie <lagua".a do sacy-pcrêrê a do co Yupira ou <ai-porá e tantas outras dc que iremos darconliccimento aos «--ossos leitores nos nu-meroí seguintes.

?.. WANDERUEY I

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Fevereiro — 1928 a- 15 — o riLO-iiiu

/CA JiJL ¦ INFANTIL w(

i^J^^^Kj mi \\ PT\

1° — Vestido de crepe Bullic íinamen-te plissado e ligado com á jours.

2° — Lindo vestidinho em voile ornadode tres bandas com preguinhas finas e seguras,á jours.

— Lindo vestido, trabalhado embainha aberta em seda verdee cinto.

4o — Vestido para mocinhaem crépe da China rosa palii-do bordado em azul e enfeitesde á jours com seda branco, esa;a finamente plissada.

5° — Vestidinho de Bebêcm Bourrette de seda verdeadornado de á jours e bolinhasbordadas. Golla em sê.labranca. «^^.^^

BORDADOS

Bordados Re-chelieu com ao-plicações de Ve-ne"a. Modelo.

Entremeio Re-chelieu.

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Ü TICO-TICO

O BALANÇODing, dong, ding, dong... repicava, enthusiasmado,

o sinozinho da escola annunciando o momento de liber-dade aos pequenos que haviam passado o dia inteiroencerrados entre as paredes da sala de aula.

Dlin, dão, dlin, dão... continuava o sino, emquanto,dois a dois, os alumnos se precipitavam para a rua.

Emíim, livres! Correm! Os menores se esforçam poralcançar os cresciditos que tomam a vanguarda.

Onde irão tão apressados em desenfreada corrida?"Cáe um pequenino; felizmente não foi nada; eis o de-

sastrado já de pé, as faces vermelhas pela confusão.Recomeça a correria.

Param, esbaforidos, suados, á porta d'uma casa dehumilde apparencia. A esperal-os se acha um velhinhoie cabellos côr de neve, a physionomia engelhada queum sorriso illumina.

Olá, gurysada! — exclamou ao vel-os.Avozinho, podemos ir para o balanço? — per-

jantaram vozes infantis no meio do alarido.Vamos, meus netinhos.

E o bom ancião sahiu seguido pela criançada baru-lhenta, numa algazarra de passarinhos.

No pequeno quintal existia um carvalho gigantescoe secular, ensombrando com os ramos robustos todo o ter-reno. Em um dos compridos e reforçados galhos foraarmado um balanço suspenso por fortes cabos. Era esseo divertimento predilecto da meninada. Servia até de es-timulo porque os preguiçosos não tinham o direito de sebalançarem e para os mais applicados era uma recom-pensa; o avozinho dava-lhes a regalia de se embalaremmais tempo. E graças ao balanço, dizia o mestre-escola,os alumnos se tornavam melhores e mais estudiosos.

O bom velho, porém, era quem se divertia mais nãohavendo maior felicidade para elle que se vêr rodeadopela criançada folgazã, ouvindo o seu pairar constante.

Amava-a com todo o affecto do seu coração e á tardeaguardava com viva anciedade a sua vinda.

Era viuvo, a filha casada que fora o encanto de seular, agora deserto, morava n'outra cidade enviando-Ihs,mensalmente, uma pensão modesta, porque os braços doavozinho já não tinham forças para lidar.

O genro, um dia, adoeceu gravemente. Por muitosmezes o velho não recebeu a costumada quantia, ven-do-se obrigado a hypothecar a pobre casa na esperançade, em breve, pagal-a. Nem uma moedinha, entretanto,o infeliz recebeu.

Eil-o em sérios embaraços; o credor apezar de serrico, não era caridoso, e exigiu o pagamento da dividi.

_ Como pagar, si nada possuía? Só entregando a suacasinha! Onde, porém, abrigar-se? Coitado! Já curvadoao peso dos annos e vêr-se em tal situação!

Avozinho tirei hoje a melhor nota; por isso. r,z-rei o primeiro a balançar-me, não é? — perguntou cffe-gante um menino entrando pela chácara a correr.

Estacou surprehendido: o enorme carvalho jazia

10 — 1 — Fevereiro 1928

íSm\W$ê£P

por terra, e, sentado no grosso tronco, o velhinho ãolu-cava desesperadamente.

O credor, inexorável, obrigava-o a pagar a divida.Só d'um recurso dispunha o dono do balanço: vender a ar-vore tão querida. E seus amiguinhos? — pensara, sui-pi-rando com amargura.

Em troca do carvalho, o Ienhador lhe entregara ai-gumas moedas de prata! E o avozinho se retirara cabis-baixo dizendo com voz sumida, embargada pelas lagii-mas:

Agora já possuo com que pagar ao credor. Entre-tanto, que sacrifício enorme, Santo Deus!

• • •Alguns dias se passaram sem que as creanças viessem

ter com elle. O velhinho já não sorria; vivia triste e so-litario.

Veio,-afinal, uma menina; esteve pouco tempo c jáia partir.

O ancião tomou-lhe as mãosinhas com ternura:Já te vaes?Sim, tenho que ir; esperam-me para a nossa brín-

cadeira — explicou; e mudando de tom: — Porque a:i Iaagora, tão triste o avozinho e já não ri como d'antes?

Ah! — murmurou o velhinho. — Pois os netinhosnão me abandonaram?

Oh! avozinho, não temos vindo vêl-o por causa dosnossos brinquedos.

Então só vinham aqui para se divertirem? Nãogostavam de mim?

Todos nós gostamos do avozinho — apressou-sea creança a dizer, beijando-o na testa, num gesto deirresistível carinho para com o pobre desolado — mas...— continuou confusa, sorrindo com uma expressão desaudade — o balanço era tão bom...

LAURA L. BARROS

— Vês lá?... E' um perigo ler-se O MALHO nmpublico. Aquelle camarada, rindo de tal modo. desper-ta a attenção de todo o mundu...

—.W PM

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J — Fevereiro — 1Í32S _ 17 _, ÓTICO-TICO

O M A T C 11 DE FOOTBALL

0 quadro gaúcho atacou com extraordi-"Realisou-ce hontem o match de foot- nano exito- ''bali... tm*. J2*.

——y

Nilo marca entãoo primeiro goaU...

.. .deixando, afi-nal, o campo...

.. .cm mãos dosseus adversários...

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O CARNAVAL D"0 TICO-TICO" -r'0 CARRO ALLEGORICO - PAGINA 4

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O TICO-TICO

Acabaram-se as ferias!exclamou Celso, saltando dacama.

Eram 6 y2,~e o sol, um soltravesso de verão, entrava pe-Ias frestas da venesiana, indoacordar, com seus raios indis-cretos, os dois collegiaes aindaem repouso.

Vamos para a piscina já,do contrario não ha tempopara a gymnastica.

Edgard, durante estasferias nós não deixámos umsó dia de fazer os 15 minutosde exercício!

E' mesmo; e eu pretendocontinuar.

Idem, idem! disse Celsoafivelando o cinto da roupa debanho.

Quando chegaram ao J&r-dim, avistaram o seu Joaquimem extasis deante de uma latapintada de verde. Como esta-vam longe, os rapazes não pu.deram vêr qual o objecto dacontemplação do portuguez.

Mas a curiosidade é huma-na, e os dois amigos encami-nharam-se para lá.

Logo que os percebeu, o jar.dineiro saudou:

"Ora bibam, meus si-nhoires! Benham bere, be-nham bere!''

Que alegria! Porqueserá? disse baixinho Edgard.

—Alguma planta nova, comcerteza; respondeu Celso nomesmo tom.

"0'sr. Celso, O' sr. Ed-gard! E' a primeira flore daplanta que me deu o Fl'icio.

Eu bem disse, murmurouCelso.

Approximaram-..e os • doisestudantes e começaram aexaminal-a.,

Era um galho de ''Cacto',

com alguns palmos de altura,plantado ha um mez e já os-tentava uma linda flor, rosea,

— 20 —

A CAIXA MYSTERIOSA

de duas pollegadas mais oumenos.

Como se chama essaplanta, "seu" Joaquim?

"Urumveva, disse-me oFricio".

Urumbeba, corrigiu oCelso, que sabia que "seu" Joa-quim trocava sempre o t> pelov, e vice-versa.

—"E' um nome indígena;ao despois o m'nino quer tera vontade de bere no dictio-r.ario Tupy, o que quer elledisere?"

Pois não; vamos agora,Edgard?

Dahi a pouco voltara mcom tudo decorado.

Sabe, "seu" Joaquim,Yu significa: espinho; ru,—tem; ob—folha; beb—chato.

Folha chata com espi-nho!

"Lá isso é berdade, es-pinhos não lhe faltam".

___ ***. 'X,y**^_.í/

{' ^ '# T ~\-''J

rú$0U r u rn beba

1 __ Fcvci-cii1)» — 1028

— "Seu" Joaquim, nós le-mos que além deste Cacto haoutras plantas semelhantes aestas, cuja denominação emportuguez é "Palmatória";acho muito pratico o senhorarranjar ao menos uma. Por-que, além da flor que é lindacomo esta, dá uma frueta gos_tosa, mas a maior utilidade éa que o próprio nome- indica:palmatória! disse Edgardpiscando maliciosamente eapontando o amigo para queo jardineiro comprehendessea applicação.

Mao, Celso respondeu in-continente:

E' mesmo, "seu" Joa-quim; é de uma utilidade eurgência extraordinária, de-vido ás visitas deste meuamigo!

"Ora os m'ninos! ora osm'ninos...

Bem, "seu" Joaquim,isso foi só brincadeira nossa.Mas estes vegetaes são real-mente muito úteis.

Quer saber porque? Hauma espécie sobre a qual vi-vem os pequenos pulgões quesão ahi cultivados para pro-duzirem a cochonilla, a maisrica substancia colorante,vermelha, ouasi sangüínea,disse Edgard.

E ha mais outros cactosúteis, continuou Celso, nos Es-tados Unidos conseguiu-secultivar uma variedade quenão tem espinho e por isso,esse vegetal se tomou assimum optimo alimento para ogado das regiões seccas, ondeo capim morre por falta dechuva.

— "Eu lá é que não queriaser cavallo"! disse horrorísa-do o jardineiro.

'— E aqui, o sr. queria?—perguntou Celso, rindo a ban-deiras despregadas.

TIO NOUGUí

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t — Fevereiro — 1928 *- 21

O C O M I L

O TICO.tICO

V¦c

O

Oh! que raiva! estou damna[do (•-)

com tão grande amolação.pois eu vivo azucrinado,só por ser bom comüão.

E' papai que diz: "faz mal"...E' mamãe que diz: "bastou!""E' preciso ser frugal" —já o Mestre decretou.

Oh! que raiva! estou damna Toda a noite vomitei,[do (*) como um pobre desgraçado!

com tão grande amolação. Pela manhã, levanteipois eu vivo azucrinado, co>estomago arrebentado!£o por ser bom comilao.:

Oh! que raiva! estou damna[do (•)

com tão grande amolação <pois eu vivo azucrinado,só por ser bom comilão.

Oh! que raiva! estou damna[do (!)

com tão grande amolação. (pois eu vivo azucrinado,só por ser bom comilão.

Eis-me, então, aborrecido,bico n'agua, olhos no chão...-procurando, entristecido,fugir á viciação.

(*) Este cslribÜho "canta-<*°", ¦ o roto "falado",

E quando me vejo só...como Eva, e como Adão,diante do pão-de-lónão resisto á tentação.

Oh! que raiva! estou damna[do (*)

com tão grande amolação..pois eu vivo azucrinado,só por ser bom comilão.

Mas hontem, pela janella,Ousei entrar na cozinha:Marmellada na panella!e, ao lado, a colherzinha.

Oh! que raiva! estou damna[do (*) E quando entrei no salão,

com tão grande amolação., com cara de alma penada,pois eu vivo azucrinado, Tive por re 'so por ser bom comilão., estrondosa gargalhada,

Oh! que raiva! estou damna[do (?)

com tão grande amolação.-pois eu vivo azucrinado,só por ser bom comilão.:

GEMMA D'ALBA

Ut 1 -^/ y v í

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O T I t li • I I C O — 22 1 — Fevereiro 1!)2S

UMA LENDA JAPONEZACorre no Japão esta lenda do

Natal:Maria o José ainda se encontra-

vam no presépio, junto da tnange-doura, onde estava deitadinho oMenino Jesus. Um dia tiveram «ie

sahir ambos, para fazer compras, á

cidade. Mas disseram um para ooutro:

— E quem fica com o menino?Não ficava ninguém. Apenas 'Á

estavam o burro e o boi. Maria re-commendou-ihcs o Menino e salvacom S. José, confiada na Provi-dencia.

Os dois animaes hcáram algumtempo immoveis, a guardar o in-,fante Divino, que dormia.

Mas o Ixjí foi-se impacientai!¦'¦. ide estar assim quieto, á espera queElle acordasse, e começou a movera cabeça, que por pouco não espe-tara com as pontas o corpo do Me-nino.

Então o burro, ali muito quieto,

%W^f

(leu um coice no boi, que o fez ar-redar para um canto da estrebaria,corrido e envergonhado. Naquellemomento acordou Jesus c fixandoo boi disse-lhe-

"Já que foste tão máo, não te

quero «10 pé dc mim; andârás sem-

pre debaixo do jugo e serás pastodos homens. Mas tu. paciente bur-rinho, que vigiaste por mim tãofielmente, serás meu companheirode viagem."

E assim foi. O burrinho levou

Jesus de Nazareth ao Egypto; e le-vou-o, em triumpho, a Jerusalém.

O príncipe eHouve ha muitos séculos um

principe, que era filho do rei dasCem Batalhas.

Andando uma tarde a passearcom o pae no meio de um bosque.Viu uma rapariga muito linda ca-minhando para elle, e pergun-tou-lhe:

De onde vens?E ella respondeu:

Venho de um logar onde s«vive sempre, onde não ha morte,nem tristeza, nem maldade.

O rei ouviu esta voz, mas comosó via o principe, perguntou muitoadmirado:

Com quem estás falando, meufilho?

Foi ella que respondeu:Com uma linda mulher, que

nunca ha dc ser velha c que viverásempre. Eu morro de amores peloteu filho e quero leval-o commigopara esse logar, onde todos são fe-lizes. Acompanha-me, ó príncipe,e lá também reinará* algum dia.

O rei das Cem Batalhas, ouviu-do aquella voz, mâs não vendo

piem lhe falava, amedrontou-se,chamou muito de rijo pelo seu ma-gico, e ordenou-lhe, depois de lheexplicar o que era passado:

Quebra*me quanto ante-feitiço. Se não me vales, as bru-xas levam o meu filho!

E então o mágico fez seus escon-

juros, voltado para o sitio dc ondevinha tal voz, e ninguém mais a

1 .-.viu, c o principe deixou de vera linda rapariga.

Mas no próprio instante em quedesappareceu, cila deu-lhe umamaçã.

A partir daquelle dia. p_SSOU-seum mez sem que da bocea d<> prm-cipe entrasse cousa alguma a nãoser a tal maçã. Mas apenas lhe ti-rava um pedaço com os dentes, amaçã ficava outra vez inteira. Equando mais o tempo ia correndo,mais crescia no principe o desejode tornar a ver a linda rapariga.

No dia em que justamente o mezse completava, indo o filho do rei

pelos campos, ao lado do pae, viu-a«ultra vez e ficou muito alegre. Eainda mais se alegrou quando lheouviu dizer:

Por que não obedeces á minhavoz? Por que não vens commigo

para o logar onde o prazer durasempre, onde não existe a morte?J.á conhecem-te l>cm, ó principe. cpor isso te mandam chamar. Vemcommigo. •

O rei ouvia-a c mandou vir 011-tra vez o mágico. E então a rapa-riga disse-lhe:

O teu mágico nada vale, ó rei

que venceste cem batalhas, cm com-

A FADAparacão do poder que mc trouxeaté aqui.

O rei conheceu que, desde que arapariga estava a falar, o príncipenão respondia a mais ninguém, e

perguntou-lhe:Filho, éao teu espirito que

ella diz aquellas cousas?Muito pesar tenho — respon-

deu o principe. — Gosto de meupovo acima dc tudo, mas sinto emmim um desejo que mc leva paraaquella mulher.

Apenas cila ouviu Mo, disse:O mar é muito mais fraco do

que as vaga- dò teu desejo. Andacommigo para a minha resplandc-cente barca de crystál, que é mai-veloz ipie o pensamento. Vamospara o reino onde a vida não aca-ba. Olhe! O sol já vae a esconder-se, mas podemos lá chegar antesepie anoiteça de todo. Allia-te com-migo, c gosaremos eterna elegria.

Mal a rapariga acabava de falaro principe afastou-se dos seus ecorreu para a barca de crystal, res-plandecetitc e mais veloz que o

pensamento.Então o rei e toda a corte viram

a barca desusar por cima das ou-das muito brilhantes, direita ao sol

que se E cada vez corriamais, corria mais, até que de.-appa-receu de todo.

E ninguém tornou a ter noticiado principe nem da linda raparigaque, pelo modo, era uma fada e olevou não se sabe para onde.

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Fevereiro — 192S — __. O TICO-TICO

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B |í ¦^^^lÍ M Mm\mf jÊmmmímW&fi WS^WTlWSmlm\\\ \ L_C ¦. Z' ^ H _J\ 1 C^í ^^ _L_-__I_ ^ rtllVmàVÉI II I m

O COELHO A TARTARUGA

0 Coelho tinha-se na conta de creatúramuito esperta e capaz de enganar a todos osanimaes. Um dia, porém, a cousa não lhe cor.reu muito bem com a Tartaruga.

Foi assim o caso:"Tu és", dizia-lhe elle, "um bicho pesado

e, se apostarmos uma corrida ao desafio, com-prommetto-me a ir semeando cevada ao mes-mo tempo que corro, com a certeza de quê,quando chegares á meta, já o grão estará ma-duro".

"Sim, mas não acontecerá o mesmo se fi-zermos a corrida indo tu por terra e eu porágua", respondeu a Sra. Tartaruga.

O Sr. Coelho sabia bem que a Sra. Tar-taruga era tão lenta a caminhar na água comona terra, e acceitou a aposta. Os dois juntosmediram cinco kilometros de um caminho quepassava á borda dum rio e fixaram um posteem cada kilometro.

A Sra. Tartaruga tinha quatro filhos etodos tão perecidos com ella que era quasi im-possível distinguil-os entre si. E' verdade quetodas as tartarugas são muito semelhantes,mas estas eram-no em extremo. Dé manhãzi-nha a Sra. Tartaruga sahiu com o marido ecom os pequenos, os quaes foi pondo cada um

em seu posto. O marido foi para o ultimo, per.to da meta, e ella voltou para o ponto de par-tida.

Quando o Sr. Coelho chegou e viu a Sra.Tartaruga na água, disposta a começar a cor.rida, gritou:

''Um! Dois! Tres! Larga!"E, com effeito, esta começou a nadar, mas

dahi a pouco metteu-se no seu esconderijo.Quando o Sr. Coelho chegou ao primeiro

poste encontrou lá uma tartaruga."Que é isto?" — disse elle; "A Sra. Tar-

taruga nada muito depressa!" Quando no se-gundo e no terceiro poste e mesmo no quartoa tornou a vêr, começou a desanimar.

"Não ha remédio", pensou elle, "tenho queme apressar.. E, deitando as orelhas para traz.percorreu a ultima milha, veloz como um raio.Assim que chegou á meta, veio recebeí-o o ma-rido da Sra. Tartaruga que, sorrindo, lhedizia:

"Pensava que já não vinhas! Natural-mente paraste uns momentos a descansar?"perguntou o finório, meneando a cabeça.

O pobre do Sr. Coelho declarou-se ven-cido, e foi para casa coxeando, derrotado e hu_milhado pela primeira vez na sua vida.

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1 __ Fevereiro — 192SO TICO-TICO .— ^4 -

O PEQUENO ESTUDANTE EA PUPA(ADAPTADO;

»tB DF /—~—t __-fri>S:"ff Wti le* I1 "'""*

Porque estás chorando, meu filho, perguntavaD. Bella a tini meninote, que estava sentado no bancodo jardim, a choramingar, com um livro na mão.

Ora. Titia! são os taes versos. . . Eu fico dccastigo sempre que nos dão cousas para decorar, eu

não tenho memória!Não digas isso, Luiz, você não é doente; c

todo homem normal tem memória. O que é preciso éexercital-a, desde cedo, para que se desenvolva... E

por isso é que os mestres dão cousas para decorar. Rainda bem quando são versos; é a mncmonka rima-da, muito mais fácil que qualquer outro texto.

Nâo acho. Eu não gosto de versos. K já sei

que vão caçoar de mim. Os outros 'meninos da classe

já sabem que eu não posso decorar; assim que o me_-Ire passou a lição, começaram a olhar para num Comar de mofa.

Pois deixa os outras caçoarem, e aprende i sVersos. Mostra que tens força de vontade.

Mas eu não acredito que possa aprender, Ti-tia! é muito comprida, e tem palavras que eu nem en-tendo. Quem souber melhor, ganhará um ptwmo,mas eu nem devo pensar nisso!. . .

E o pobre Luizinho tinha oa olhos cheios de Ia-«.rimas.

A "Canção do exilio", de Gonçalves Dia-.E sabes quem era Gonçalves Uias. e em que

(ircuinstancias escreveu essa poesia?Sei, o mestre nos contou tudo.E nem assim tens vontade de aprender

ündos verso-?!Tenho, mas não posso.

Vem cá, dis>,c D. Bella, approximando

parede. Estás vendo aquelle bichinho, que vae subiu-do pela parede acro»?

-- E' um bicho de caracol.Também chamado Pupa. Mas o novo lhe dá

um outro nome. ...Lesma!

E por que? Porque é muito vagaroso. Olhacomo leva tempo para subir. . . Parece que está sem-

pré no mesmo logar; porém, vae subindo, e nuncavolta atrás, e acabará chegando lá em cima. Terásmenos coragem do que esse miserável bichinho.''!

Luiz não respondeu.Olha, meu filho, continuou D. P.ella. Si que-

res aprender a tua poesia, e ganhar o prêmio, apostauma corrida com a pupa. Repete uma linha, depoistrês, depois quatro... Assim, íicarás sabendo a pd-meira quadrinha. Vae olhar a pupa, toma uma bôarespiração, que descança muito, resfrescando os mio-los... e volta para decorar a segunda quadrinha.

Vamos lá: .. .,•• Minha terra tem palmeira, onde canta o sabiá. . .E, dando uma pancadinha na cabeça do estu-

dando, D. Bella foi cuidar das suas gallinhas e dosseus pintinhosi

Luizinho ficou pensativo. . . e acabou achando

que. eml>ora não pudesse pensar em tirar o prêmio,poderia tentar aprender alguma cousa, apostando coma lesma.

E, no dia seguinte, ante- de ir para o COllegiO,elle recitou a "Canção do exílio" para sua tia ouvir,tão direillnho, que ella vaticinou:

Vá-, ganhar o prêmio, Luizinho! Mas Luizi-nho não pensava nisso. Elle era tido na classe |vadio e pouco intelligente... não sendo uma cousanem outra. Elle apenas não sabia estudar. I. CDm°elle ha muitos meninos, que acabam perdendo o gostopelo estudo, porque não Babem estudar, e fazem umbicho de sete cabeças, de uma cousa muito simples.

Na aula, o professor, muito de propósito, parafiar-lhe tempo de aprender com Os OUtlt», deixOU 0

j.ara o fim. E quando chamou:Luiz FerreiraI

Correu em toda a classe um ri-o mal abafado.E o Luizinho recitou a poesia, do principio «o

fim, sem a menor hesitação.Qa outros, que já

"gozavam" de um pretextopara caçoadas e brincadeiras dc máo gosto, ficarammeio desconcerta''.

Mas qtumdo <> mestre perguntou:Quem foi que lhe ensinou, Luiz.

E elle respondeu:Foi o bicho ile caracol. ..A classe inteira rompeu numa estrondosa garga-

lhadíi, c o próprio mestn não se pôde conter.Mas ,, rapazinho, imperturbável, explicou:

Sr. mestre, dê licença... Eu vi a pupa na

parede, arrastando-se devagarinho, pedacinho por pe-dacinho; não parava, nem voltava atra-, mas ia an-dando, ia andando, subindo sempre... E eu vi qW

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1 — Fevereiro — lí>28 «— 25 —

A CANDIDATA(CANÇONETA PARA MENINA)

Musita c versos de EUSTORGIO WANDERLEY

Air-

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O TICO-TICO

I

De volar e ser votadaTenho todos os direitos,Até já estou alistadaPara todos os cffeitos.

Sou, portanto, candidata

Nas próximas eleiç«5es;

Ninguém meu trabalho empata.

Na conquista de adhesões.

II

Desde já, poré-m, declaro

Que o competidor derroto.

Sem que baratinho ou caro

Compre nem um simples voto.

Quero plena liberdade

Dc qualquer um eleitor;

Quero votos de verdade-.

Sem receio ou sem temor.

111

Sendo eleita senad

Deputada ou intendente,

Hei de ser a propulsora

Do p"ogresso mais patente.

Quem achar <nic eu lhe nu-reço

Confiança, vote em mim

Que eu, dc agora, lhe agradeço

O seu voto dado assim.

Nota — A menina deverá se apresentar

«k cliarns) de homem, collarmho, gravata,

bengala c uma pasta para papeis, cantando

com todo o desembaraço.

intJ-L. r Tj Lf IcJ Ú ^ i ' P1podia fazer o mesmo com ã minha tarefa. E estudei,

pedaço por pedaço, é nSo desanimei por estar longe«lo fim. E quando a lèstna chegou lá no alto, eu j*sabia a minha lição.

— Muito bem! disse o mestre, fazendo signal

para que batessem palmas. Vamos ap-

plaudir o vencedor. Luiz Ferreira ganhou o prêmio!E ci mio os meninos, no seu intimo, eram bons,

n-iplaudirain. batendo palmas, com todo o enthu-

Maria Ribeíro dk Ai.mi.ika.

BANDEIRAA bandeira é o symbolo da nossa pátria.Defenuer a bandeira, arrebatal-a de mãos

inimigas ou não deixal-a cahir em braços de ex-tranhos, é o dever cívico de cada cidadão!

A bandeira representa a nossa terra, a nos-sa familia, o nosso sangue, o brio da nossa na-cionalidade!

Sede, pois, amantes da flammula divina que% o symbolo do nosso paiz e o orgulho dos nos-sos corações! RaciwJ í\a«.o

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O liLÜ-IICÜ - 26 — 1 _ Fevereiro — 1U2S

Q U E BRAVISO IMPORTANTE'

Preveivmos aos nossos amiguinhos ('.-'

resolvemos of.erccer novamente as .-¦

gnaturas d*0 TICO-TICO como premosdc Quebra-cabeça

Outrosim, que este ultimo toTi-or, cir.>

regulamento temos publicado seguidan

te, fica reduzido a 10 enigmas e dos qU

publicamos hoje o 9°.

Assim os queridos solucionistas não te-

rão" que mandar 12 c sim io enigmas, pa a

obtenção dos prêmios por nós já annuncia-

dos.O novo regulamento para obtenção de

assignatu"as será publicado juntamentecom o enigma n. i, logo que termine o

3o c ultimo torne:o

Horizontaes

I — Obulo.— Escuta.— Difficuldade.

io — Artigo.li — Instrum13 — Xo Céo!15 — Lá em cima!16 — Prece.17 — Falo.18 — Conjuncção.

Vcrticacs

— Único.— Tres partes do mundo.

_ A gallinha fornece.

— Soletra.

CABEÇAS

PA l steG ARR

Nome.

Idade

RuaCidade Bstatfo

¦1 "" lz lüT" J4-1 p1"^ |

\\i vOi) in íX-, I

jA\^r + m-^^y^^^^^^_.Aj*< -»•* Y/f ym *À m X^-_-^_ \

n r 1 c 6 - t 1 c o — s . s - R ft ' M c *..?.i

O Tico-Tico — N.

8 — Para pintura. .

o, — M:id«.ra.1

1 — Mais ordma io.I_ — Transpiração.14 — Argola.15 — Animal.

17 — Conjuncção.

[g - "irn.po. •

S

Todj a correspo'd'0 TICO-TICO, secção de Qucl-a-a-

r. 164 — R»o.

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OS N ° S S ° ==|) AMIGUINHOS

ui

w__wr .0—-V- J

*"^ Lothar Gans

CaneUa — R. G. do Sul

Secundino. % * ==^filhinho do Sr. José ^X^v Laudelino F. de Si-

Augusto Geada f-^^^ queira — PaduaHfl — E. do Rio

_____x M

a_f • Çfl

Ruth, filhinha do nosso amigoSr Adolpho José Pereira Bastos

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osNOSSOS

PEQUENOSLEITORES

rUr*^ EA^^<iik _ í ¦__.M____*s_______.'-'!___íf______ ? -__¦¦ Jl li ___ _i _¦ __________

._¦***__•HEI'

WKÊ£r "*¦ """"t^S J_^**_^* *H______.

., „,, B___3____l filhinhas doMana Thereza, L_______B o at-. LJHfll Sr. TomazA.Dulce , AXT de AraujoNysia ¦pr

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_________¦___________________________.. ^_H____¦ _____ ^*^»«í **>

Murillo e Moacyr,filhinhos do Sr. Esperidião Fontes

"Cantagallo" — E. do Rio

Giselda e Lydia,filhinhas do Sr. Antônio Feijó

"Capital Federal"

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í — Fevereiro — 1028 - 29 — o T i c o - r i c o

ÍÍQSiOt/jJci-J __>*^____Dr ----- €<mturws

Soliicionistiis: __ Maria de Loudres Fon-s:ca, Julietta Julião Oitroppa, Dulce daTrindade Costa. Lúcia Grecco, RubensPadin, lí.liu Caldas, Edgar Fausto deAbreu e Silva. Cláudio Condim Naylor,José RUfiro, Manoel dos Santos, Gui-lherme de Souza Ávila, Rita Maria deAzevedo, Gastão Aranha Pacheco, LuizGomes de Canto. Maria José Granja, HoelSettc, Achillcs Na. .-'íireiter, Domicio Pai-cão. Maria Apparecida B. Santos, NinaBarbosa Costa, Alice ______ da Rocha,Wdda Regai Possolo, Walter Moraes eSilva, Fernando de Freitas Lins,"AntônioJosé Corrêa de Oliveira, João Veiga Fi-lho, Elayla Diefeathaeler, Nilo da SilvaFessóa. Yolanda Domingues. Judith Cunha,Arthur Marques. Maria Enedina Fontes,Miguel Pernai I Irlando CarlomagnoK-gucnin, Maria José Polônia, ZuleikaNetto da Silva. Hebe M. Escobar, Ruy da

i Mesquita, Ramiro Jordão da Silva,Aurclia Milolus, I.idovini. Mo-.ira, HeloB. Sercjo. Jo<é M-irelks Leite, Carlos deFreitas Casanovas, Judith Guedes Mar-«;_es, Alfredo Alvos <le Farias, Jorge deBarros BarrcUo, Juliâo Almeida Machado,Ismecinio de MeQo Bruno I. ei àegario daSilva, Annita Gutesman, Paulino da SilvaGouvêa, Clovií Brito Feio, Gaspar Debe-lian, Oid de Mllvo, Ceimy Pereira, Bujú

M.llo, Álvaro .'¦ is, EdsonGuaraná, Maria Helena Leal da CMaria das Vicrorias di Souza* Ferreira,

¦ Goulart dc Ahr_.ida, Carlos Quei-i Alves Ba racho, Odet-

t 1'rainat. Isa Ko'sa. Hélio Ka-mos Monteiro, Ruben Musco, HeJJo Frei-tas, Fernando I.emos, João Ferreira DiasGuimarães, Beatriz Gitirana, Milton Pin-

tlicl dos .ar,: s. ClaudcmiroAugusto Coelho, Benjamin Ti,mino, HccioAffonM de Carvalho," Jorge Franca Costa,Arino de Sá Linhares, Sylvia Iremos, Ma-ria da Gloria i Freitas, Antonioda Costa, Felieio Rynaldo Giainmi, NelsonCampos de Jesus, João Jacob Tesch Fur-

tado, Arttonio Augusto Abreu Caminada,Ary- Neves dc Figueiredo, Geraldo Sam-pato :. Otto Ton...;. Nilcéa Cor--Ca (!c Sá, Milton Crezo, Hilário Queiroz,Paulo Graner, Carmen Sotello, SérgioGraner, Marima Graner, Auxibío dc Souza

te. Lucy Ril-eiro Sobral, Rúbeo DiasLeal, Modcstino Augusto de Assis Mar-.ins Netto, Newton Cavallicri, ArthurNardy Goyano, Salvador Dias, Eduardo

i, Mario Marques da Silva, CarlosMagno, Nylsa Maria de Figueiredo Lima.Francisco dr Paula Patrima, Luiz Gonzaga

intra. Wilson M. Patrina Gioso, Ma-ria do Rozario G. Eça, Mario Freitas Ri-

'beiro, Mo-L.no S.attolm, Milton Doyle,Nair dos Santos, Maria do Carmo Mar-tins Gomcz, José da Silva Martgualdi, José

RESULTADO DO CONCURSO N. 3193

_^^a^^^->_. ^_

SK__f^rí__lA solução exacta do concurso

João Bapt.ia de Oliveira, Dulia Paula: .redo, Washington Fontoura, Joel Bot-

to Nogueira, Nelson de Araujo, AvelanedoApicel'., Maria Anialia Gonçalves, Domin-sós dos Santos. Maneei Leite FernandesJosé Marçhi Filho, \'iiricius G. Dias, JoséRoberio Albuquerque, Aran Machado,Olympio S.»tza Braga, Hilio Abreu Pai-va. Walti-r Malhciros Baptista, OnofrioAncona I.opez, Edeara do Espirito Santo,

ha Julilione, Paulo Cartoppasio Vieira,Mario Aur.r-o Pi"cs, Isolino de Vascos-

s, Fernando Pereira, José Serpa, Gui-lherme Peneira Wflhen, Igilda Aguiar Lo-hão. Franoíscd De L/uca Xetto. Alcir Pi-

ama_a, Gabriella Niemayer, Nil-ton Figueiredo de Almeida, Wilson Soaresda Silva, Maria fitUi de Paiva Sayâo.

Foi o seguinte o resultado final do con-curso:

1° Prêmio:ALCIR PINHEIRO CÂMARA

• 1 annos de idade e residente á nuaConselheiro Ferraz n. 7, nesta Capital.

_" Prêmio:LUIZ GONZAGA C. fclNTRÃ

dc 12 annos de idade e morador á Ave-ifda Ruy Barlwsa n. 100. em Assis, Es-tado de São Paulo.

RESULTADO DO CONCURSO N. 3196

I: -postas certas:

r* — Sabiá.2' — Anno — Anna.

3* — Copacabana.4* — Pato — Gato.5* — Esmalda.

Solueionistas: — Mozart Moreira Ma-chado, ZuJeica de Moraes, Zoraide Viaana•Rodrigues, Juracy Vasconcellos, Cléa de. asconc-Ilos Lessa, Edson Ruivo de Sou-za, Adetia Ferreira da Silva, Guilhermepereira Wielzen, Auxibio de Souza Va-lente Rubem Dias LeaJ, Nelson de Almei-da Cardoso, Ellen Pereira Dias, MariaApparecida Neves, Alberto Pereira da Sil-va, Esther Nogueira, Elezys Bastos, Ma-r«a Amaiba Gonçalves, Yedda Regai Pos-r : ^^ Bentes> Joã0 Jac°l> TeschFumado, Noemy Franco, Ennio Candiotade Campos, Thereza Graciano, Hélio Car-valho Lana, Pedro Toledo Amaral, BentoSandes Nelson P. Amaral Carvalho, Al-cides da Luz Trindade, Arnaldo Hecht,Paulo Rodrigues Alves, Helcio Souza Var-gas, Cenny Pereira, Milton Doyle, Obdu-ha Barros Carneiro, José da Silva Man-gualde. Mania Angélica, Luiz Doechswo .zMartins, Annibal Sodré, Rosa Proença,Arthur Marques, Mario Marques da Silva!Alba Antunha, Mario Augusto Alves, Ge-raldo W. Almeida, Ismecinio de MelloAlfredo Alves de Farias, Álvaro Alves de"Farias, Amélia Marialva, Isolina OrdaliaBorges, Miguel Pernambuco, Carolina Go-mes, Carlos de Gusmão Lima, Cid deMello, Jairo Pimentel, Paulo CartoppasioVieira, Fransaise Lazzatà, Suzy P. Clia-gas, Ilton Viviam Mattoso, Marfo Ramos,Yolanda de Carvalho, Lucy Ribeiro So-bral, Humberto Luiz Sanchez Renne, Vi-

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ctor Cohen, Otto Almeida <lc Oliveira,Yolanda Domingos, Maria de Lourdes Go-ws, Newton dc Oliveira, OJivio lluagOde Mello, Sylv:o Portella, Carminlia Gui-tnarãcs, Victoria D'AJessandre, Mar», dcLourdes Fonseca, Virgilio da Silva, JulietaJuliano Catroppa, Geraldo José, MarinaMuniz Ferreira, Oswaldo Coelho, JoséJoão Soares Bittencourt, Henrique Zippm,Jorge de Barros Barreto, David Pereira deSouza, Maria Henriqueta M. Gomes,Ycdda Lopes Machado, Ayrton Sá dos

•os, Ruy da Costa Mesquita, EuniceVelloso Barroso, Edazima Rodngaej,Thiers Barbosa, Luiz Francisco da Silva,Danilo Stelezyk, Urania Silva Hauer,Mauro Luna, Osório das Neves, BesmhaF. CaVakant, Maria Apparecida B. San-toí, Newton Rodrigues Cardoso.

' Foi pivnvada a concorrente:

BESINHA F. CAVALCANTE

de 10 annos de idade c residente á ruaBomfim n. JJy, cm Olinda, Estado de P«r-CDmbuco.

CONCURSO N. 1.206

1'AHA OS I.UITORKS DESTA CArlTAL f. POS

IÍSTADOS PRÓXIMOS

Perguntas:

i" — Ella dá passagem.Elle é abrigo dc náos.

('2 syllabas)Álvaro Martins

2« _ Qual a capital de rniz americanoqtie Km nome de fructa?

(2 syllâbiJorge Alui i !a

3* — Qual a planta que manda a notamusical rodar?

(3 syllabas)Waldemar HcTvé

4" — Qual o nome dc mulher que aiíir-ma d.rigir o oceano?

(3 syllabas)Odette Menezes

5* — O que é, o que c que entra naguac não se molha?

(- sylOdette \

As soluc/es devidamente assignadas eapanhadas do vale n. 3.206, devem ser

enviadas a esta redacção ate o dia 24 docorretlte. Daremos como prenro, por sor-te, entre as soluções certas, um rico livro

torias infantis.

^Sr éS_h>.

•ôf^u *

tioTALCO BORICINADO DE

Silva Araujo & Cia.

O ORGULHO DE TODA MULHER

E' muito natural e humano de que toda adama que se prese trate de melhorar a apparen-cia de sua cabelleira. Um só medico existe paraobter uma cabelleira abundante e formosa: —é simplesmente com o uso methodico e constan-te do Tricofero de Barry. A missão desta mara-vilhosa preparação é destruir a caspa, fortalecero couro cabelludo e transmittir nova vida aosbulbos capilares; é composto inteiramente dcelementos vegetaes. A pessoa cautelosa nuncadeve esquecer de ter em sua toilette um vidrode Tricofero.

g)Q/am

&ii2ccir!€

CONTOS PRIMAVER1Sd •;

Rachel Prado 5|> Lindo livro illustrado — Próprio para a infância ?t

juventude. !jí A' Tenda nas Livrarias: Alves, Uah.nub e Leite s

Riheiío. 5r'r__._-^.-.-.-.-.-_-.-_-_-.-.-.-.-.-.-.---------.-.---_-^-v-.---.-.-.-.-.---.------

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1 — Fevereiro — 1928 — 31 — O TICO-TICO

^^Jfep <_>NtXll-<>

N* 3.206

CONCURSO N. 3.207

TAR.. 09 LEITORES DKSTA CAPITAL E DOS ESTADOS

'iSI P^

___________________ ^aW'

^Om^y ^vT _f ^*tv 1/ _________B__H ___P-

Recortem os pedaços do clichê acima eformem com elles a figura de um diabo.Não p<_xlc haver concurso mais fácil.

As solu«;«>s devem ser enviadas a estaredacção, separadas das de outtros quaes-Quer concursos, acompanhadas das declara-

ç3es de idade, residência, assignatura do

jr«'prio punho do concorrente e ainda do

vale que vae publicado a seguir e tem o

D. .1 ^07.

NATAL

0 Oriente contemplava,A Estrella illuminada,E' que assim, fulguradaA' Nossa Senhora guiava

i

Povo e reis se juntaram,Cheios de fé e de preces,Quando os Magos bradaram:Gloria! Gloria! -'in excelsi

E no respeito, o mais profun-[do,

Nasceu Deus—o Rei do mun-[do.

Accacio Cruz

3.207M-^A^§»

Fala-se em relógios que estãocem .

— Pois olhem, o nicu em umasemana ainda não variou um segundo.

Bravo, isso c esplendido; comoarranjou você isso?

Quebrei-lhe a corda...

O elegante semanário PARA TODOS...é a revista mais bem collaborada do Bra-6il, quer artística, quer intelkctualmente.

BERGEUSEPara Carlos Manhães

Dorme, dorme filhinhoNo teu berço, teu ninho.

Hoje é noite de NatalNinguém te fará mal...-

Em teus sonhos innocentesCom esse sorriso que encanta,Não ouves uns sons plangent-3?E' tua mãezinha que canta!...

Dorme, dorme filhinhoTu o queres... eu sei.Nesse berço todo arminhoE's para mim mais que um rei..

Não ouves meu pequenino,Ao longe cantar um sino?E' que nasceu Jesus!...A bondade, a nova luz...

Agora beija a medalhinha,Que te comprou papae.E' uma Santa! Santa Therezinha!..Não vês uma rosa que cae?...

Dorme, dorme, filhinho.Ouves um canto celestial?Fica bem quietinhoHoje é noite de Natal.

Quando eu já fòr velhinha.E tu serás um bello jovenDirás: Minha mãezinhaSoubesses como te quero bem!...

Dorme, dorme filhinhoNo teu berço, teu ninho

Hoje é noite de NatalNinguém te fará mal...

JOE BARBOSA13 annos

PREÇOS DAS ASSIQNATÜRASCm anno (Serie da 63 ni.).. 15(000

* ieme-tre <-« -f.) ... .. lltOOOEstrangeiro fl anno) 6510.0

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A. Aa*l_.iiatoraa comee-im «em.re no dia 1 do nem «m qne forem tomada*r arrflo aceeitn. ananal ao •eraeatrnlmente. Toda a vorreapondcncla, comotoiln a rrmee.n de dinheiro (qoe pode _«-r feita por Tale poatal oo cartat.nlKtrada «om »alor declarado), deve «er dirigida á Sociedade -.n„nymaO MALHO — Hun do Ouvidor, 1«4 l_ndrre.o telrcraphlcot O 11 .1,110 ^ltio. Telciiboaeai Gerenciai Norte 5_U2| Eacrlptorlo. Norte 58-S.A-nucluil Morte 0131. Ilfl l«in;,« t Villa 0247.Succuranl eiu S. Pnnlo dirigida pelo Dr. Plínio Cavaleaott — Rua Senadorliljó N. 27 — 8» andar, salaa 86 e 87.

P__temLFL"^ MMW *_____i r^V___________________! MMW

— .Vês lá?... E* um perigo ler-se O MALHO empublico. Aquelle camarada, rindo de tal modo, despir-ta a attenção de todo o mundo... ^^X

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O TICO-TICO 32 — 1 — Fevereiro — 1928

DENTES BRANCOS. BOCCA LIMPA EHÁLITO PURO?

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CONTOS DE MALBA TAHANAdaptação da obra do famoso escriptor árabe

Ali Malta TahanLivro originalíssimo e profundamente moral

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Acha-se á vendaSerá remettido grátis a quem tomar uma assignatura

da revista O Malho até 31 de Dezembro.Preços do ALMANACH DO "O MALHO":

no Rio, 4$000; nos Estados ou pelo Correio, 4$50üPedidos à

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1 — Fevereiro — 192S - 33 —

Dobustece eengordo

0 TICO-TI£Q

K-JN

ll-IIIIUIIIIUIUIM

FARINHA LÁCTEA? PM OS PH ATADA ?

SILVA ARAUJO *Cü

MÃESDAE A VOSSOS FILHOSLICOR ..CACAU'Vermrfugo de Xavier é o

melhor lombrigueiro porquenão tem dieta, dispensa opurgante, não con*tém óleo, é gostoso

e fortifica ascrianças.

Faz eiptlür osvermes infwtinaes

que tanta mortandade

pfodw nas creançaa.

E L L A 1II

1 ELLA ELLA IUma surprehendente historia de aventu-

ras, escripta por H. Rider Haggard.

foi consagrada pela cinema-tographia num film que en- e uma historia de um bello e decheu o mundo de assombro! um horrendo inconcebíveis?ELLA

Está sendo publicada em fasciculos, ao popula-rissimo preço de 500 réis no Rio e 600 réis nos

Estados. Só seis fasciculos.,A' VENDA EM TODOS OS JORNALEIROS E EM TODO O BRASIL

jaudo obter assignatura da obra completa, os seis fasciculo., envie a impor-ia de ôJOOO cm vale postal, carta com valor declarado ou em scllos do Correio á

SOCIEDADE ANONYMA «O MALHO" Rua do O.vidci., 164 — Ria

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O TICO-TICO

Conhece o bolchevismo?

P-^^E^^^^_^^i__ii* f£uttl_w(__$ír' _, j>'"1-"JLJ

A Sociedade Anonyma "O Malho"editou em seis artísticos fasciculos il-lustrados a vigorosa obra de Fernan I iOssendowski — "Brutos, Homens cDeuses" — o mais honesto depoimentoque até agora se escreveu sobre a po-litica sanguinária do bòfchevisruo naRússia. Osscndow.-ki é da Polônia, e

tiu elle próprio as scenas horriveisidescriptas neste li\ro já traduzido emtodas as lingua". cultas e passado parao film cinematographico.

PEÇA HOJE MESMO PELOCORREIO

os seis fasciculos da obra completa,enviando em vale postai, carta comvalor declarado ou cm sellos do cor-rc:o, 3Ç0Ü0, á Sociedade Anoi."O

''Malho" — Rua do Ouvidor, 164

— Rio.

o ___!__________! "

¦

¦ _____________HB ¦

PÍLULAS

(PILUÍ^S DE PAPA1NA E PODO»PHYUNA)

Empregadas com successo nas moléstiasdo estômago, figado ou intestinos. Esli*pHaiti além de tônicas, sao indicadas r.asdyspepsias, dores de cab»ça. moléstias dofigado e prisão de ventre. São um pod«-roso digestivo e regularisador das fuarçõsgastro-intestinaes.

A' venda era todas is pharmacias. De»pcsitoriosi J. FONSECA _ IRMÃO. -Rua Arre. 28. — Vidro 25500, pelo cor«reio. -iSooo — B«o de laneiro»

__ 35, 1 — Fevereiro — 1928

O CARNAVAL E "O TICO=TICO"

i - & ^Ê$^J6&&

O Carnaval de 1928 está tendo porparte da querida revista infantil OTico-Tico, uma commcmoração enthu-siastica nas paginas de armar, que for-marão imponente prestito, e que estãosendo publicadas em seis números se-guidos. A gravura acima reproduz o

rito d'0 Tico-Tico, perfeitamente

GRÍPP^BR0nei1IT-SC0QU.LUCÍ1E-T0SSf

*3

1".GOTTAS-XAROPtLABOR ATORIO

NUTROTMERAPIÇO.DR.R.L.aC.Rio

AI mf^h

organisado, e pôde assim ser visto navitrine da "Casa dos Tres Irmãos", oelegantíssimo deposito de lindas sedasda sua grande fabrica na Moóca, queos Srs. Abrão Andraus & lrmãus offc-recem á visita d w cariocas na rua djOuvidor n. 134.

Aos nossos asc' lesA (rra.irle remodelação dor qne pas-

«ou esta revista, e?::gir,do redobrado*eslorço* tnateriae? e intelléctuaes, im-f*.t-rios a necessidade de elevar o preçoda sua assignatura, de molde a co::.-pensai as despezas dt impressão, tam-

rávada*.'Chamamos'para isto a attenção es-pecial di s querido* as-"çnar.le»que, quando chegar a data da renova-ção aai ._ ai igo&turai, nio devemcitar esquecidos do pequeno augmentode preços d'0 Tico-Tico, que passamp ser cobrados desde agora, pela se-guime toima:

12 mezes 2SJ0Ô0

C - li-l

Chiquinho: — Tomi Pueris, eu-

gorda, rcbuiiece e depura-t c xi i a tu i m : — E' gos-go-gos-

toso.

A's quartas-feiras CINEARTE, unxarevista exclusivamente de cinema.

_¦¦**¦ 'Ãz a s~£j*¦ _ _^__4l Jr*~I"-—-'

liST íS0^¦__* T —IrlEXgF.__&\_!__l',lftm ___¦_________ h_i-- ¦«¦___t__r

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r!PJ™ - • - ."""''Mis \^r^' ^'^mm

o CAMONDONGOgj ~* Ti i II i \jm

&-»£..¦* i

O posso com isto! Â minha familia está desapparecendo,f éramos 64 entre todos: O vovô e a vovô, o papae e a mamãe,

lã tios e lã tias, 29) irmãos e eu. Estamos reduzidos a meiadúzia, ey e cinco irmãos!Quem assim talava era um camondongo a outro camon-

Jongo irmão. Ambos queixavam-se de um gatõ9 autor damorte de seus companheiros, = Precisamos acabar com o gato! = disseum dos ratos.

¦= Como ? = disse o¦ tro o'=Vansos roer a3 rou-:s do dono do

Faremos um buraco no

j> O

Se bem disseram me=ihor fizeram. No mes=mo dia os raguiram penetrar no /roupa e roer

ro novo do 'dono\y

No dia seguinte ohomem ir so,mandou retirar oe cevar os ratos. Puzeram um pires com queijo,ralado. Os ratos comeram á vontade.

Vistes, mano camondongo, como foi boa a minha idéa.es-

tavam .ngos 'i>eS

contir e acidoarsen: i ~e-m

do para que não fi-casse envenenado.

Nem } o maio -figo ê aquei -me

está ás nossas vist< .

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AS AVENTURAS DO CH_QU\NHO -O BM\_-_L D\l WsSCKRNr.

Chiquinho e Benjamim arranjaram duasmascaras com caras dé cachorro para prega-rem um susto ao Jagunço. Este estava...

...amarrado com um barbante forte ao pé damesa da cozinha. Afivelaram as mascaras, CO-briram os corpos com um lençol e lá foram de...

...gatinhas. Jagunço logo que viu os dais cãespoz-se a ladrar furiosamente dando esticõesna corrente e taes esticões deu...

L '* ._._,_»____

.. .que o cordão arrebentou e elle atirou-seás dentadas nos dois pequenos. Foi um "sal-ve-se quem puder? Os meninos largaram as...

...mascaras, mas, a raiva do Jagunço cor.ti-nuou e elle vingpu-se nos lencóes pondo-os emtiras. Acabou com a chegada da mamãe com...

...o celebre jazi band de marmelleiro pon-do todos de castigo e privados da sobremesapor tres dias.