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Ir ' ANNO XXIII ( PREÇOS: No Rio ....... $500 Nos Nos Estados..... . $600 'O TICQ^TICO N; SEMANÁRIO DAS CREANÇAS PUBLICA-SE AS QUARTAS FEIRAS RIO DE JANEIRO. 10 DE OUTUBRO DE 1928 NUMERO CONSAGRADO AO DIA DA CREANÇA E AO DIA DA AMERICA NUM. 1.201 ^^W tCW^^r^Á !/ mmW p101^^ C R r. A N C A í A M E R I C A I 'tfra bemdita! Colombo! çltiro bom! Mundo Novo! j.'Çanie que loi gerado à suiuclcíj dc um ovo ARVOREI E tu.ó arvore boa Dum caroço i-erminada! A Pátria beija contricta Tua fructa sazonada Menino! Semente rica! Tão pequenina que encerra A lortun.1 itbt-iKoada. O iuturo dessa tetra*

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Page 1: O TICQ^TICO N; - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1928_01201.pdfMagníficos contos, ricas e coloridas paginas de jogos infantis e de armar, além de muitos outros assuniptos

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ANNO XXIII

( PREÇOS:

No Rio ....... $500Nos Nos Estados..... . $600

'O TICQ^TICO N;

SEMANÁRIO DAS CREANÇAS PUBLICA-SE AS QUARTAS FEIRAS

RIO DE JANEIRO. 10 DE OUTUBRO DE 1928

NUMERO CONSAGRADO AO DIA DA CREANÇA E AO DIA DA AMERICA NUM. 1.201

^^W tCW^^r^Á !/ mmW p101^^

C R r. A N C A í

A M E R I C A I

'tfra bemdita! Colombo!

çltiro bom! Mundo Novo!

j.'Çanie que loi geradoà suiuclcíj dc um ovo

ARVOREI

E tu.ó arvore boaDum caroço i-erminada!A Pátria beija contrictaTua fructa sazonada

Menino! Semente rica!Tão pequenina que encerraA lortun.1 itbt-iKoada.O iuturo dessa tetra*

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10 — Outubro — 1928 — 3 — O T ICO- T I C O

f^oyAfqoliTiha .—

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TICO -TICO

(PROPRIEDADE DA SOCIEDADE ANONYMA O MALHO)

Redactor-Chefe: Carlos HanMes — Diroctor-Gerente: Antônio A. de Souza e SilvaAMtgMtarM — llrnNill 1 anuo. 2.->*lMH>; 0 ninei, l.1$IKK) — r.Ntraneriru: 1 nnno. 0(»$IK)0: 0 mo/rs, ::.-,ximm)

As assifrnaturas comeram sempre no dia i do mez em que forem tomadas e serão acceltas annual ou semestra:mente.TODA A COHRH-TONDENCIA, como toda a remessa de dinheiro, (que p6de ser içita -por vale postal ou carta registradacom valor declarado) deve ser dlrlfrida â Sociedade Anonyma O MALHO — Rua do Ouvidor, 164 Endereço telesraphico:O MALHO Rio Te!ephones: Oerencia: Norte. 5402. Escrip'' rio: Norte: 5818. Annuncii.s: Norte, 6181. Officinas: Villa, GL'17.

Succursal em S. Paulo, dirigida pelo Dr. IMinio Cavalcanti^ Rua Senador Feijõ n. 27. 8» andar. Salas 86 e 87.

A AMERICA - A CREANÇA

fssT ^"X^y^^/í*S*s**^ >4r>r*

Meus netinhos:

No Brasil, como em todos os paizes do Novo Continente, vae se festejar,

centro de dois dias, a data do descobrimento da America. O nome do intrépido

genovez Christovão Colombo será cercado de maiores homenagens por todos os

corações que palpitam e que nasceram no bemdito solo americano, eden maravi-

ilioso da Terra, cofre — celleiro das demais partes do globo. Mas não c só ã

memória do glorioso descobridor da terra americana que serão feitas demons-

tir.çõcs de júbilo dos povos.±\o Brasil inteiro, do estuário do imponente Amazonas ás coxilhas dos pam-

tas, todos os corações bem formados hão de exultar por um acontecimento no-

tavel, bem maior do que todos os outros. A alegria desses corações, meus neti-

nlios, é bem justificável. O Dia da America é tambem o Dia da Creança e, por

iíso, o mais bello dia que se vae viver. E Vovô assim diz porque é á creança,

de hoje, é a todos vocês que entram na alvorada risonha da vida, que vae

caber a tarefa bemdita de mais e mais engrandecer, pelo estudo c pel„

trabalho, orientado e profícuo, o nome e o prestigio da Tatria.

Festejemos, assim, o dia de vocês, que encarnam as esperan

ças de um porvir illuminado de glorias. Elevemos a

Deus todas as preces para que o nosso trabalho em

beneficio da creança tenha o resultado dc tor-

inl-a o cidadão perfeito de amanhã, co

truetor do Brasil forte e digno, da

America exwnplàr e majestosa.

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O T I C O TICO — (j — 10 — Outubro — 1928

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OTICOTICO ?MUhDAJIO

NASCIMENTOS

* Acha-se enriquecido o lar do Sr. Edgard Françae 'le sua esposa D. Estolelina Bochs França, com o nasci-menio de uma menina, que na pia biaptismal receberá onome de Jubdevan.

* O lar do capitão-tenente Oswaldo de AlvarengaGau.Jio c Je sua esposa D. Anna Maria T. Gáudio estáenriquecido com o nascimento do menino Paulo Fernandes.

ANNIVERSARIOS

* Faz annos hoje o meniro Ivan, filhinho doDr. Arnaldo Cunha.* Passou ante-honíem a data natalicia do menino

Thomar, filho do Sr. Zacarias Velloso.** * Festejou ante-hontem a passagem de sua datanatalicia a graciosa Maria Rosa, filha do Sr. Manoel Chns-tiar.o de Albuquerque.

¦' •$ Ruth dc Almeida, nossa gentil amiguinha e leitora,festeja hoje a passagem de seu anniversario natalicio.* Completa amanhã o seu quinto anniersario o in-telligente Oldemar, filhinho do Sr. Zenobio Vieira.

NA BERLINDA...

¦ * ? Estão na berlinda, as seguintes alumnasanno do curso geral superior do Instituto La-Fayettemen Alvarenga, por ser gentil; Marina P..Neves, por ser sympathica; Niva Rocha,por ser boazinha; Aidyl L. Cortes, por serbonitinha; Creusa G. Leitão, por ser ama-vel; Diva H. Ridel, por ter lindos olhos;Maria B. Cunha, por ser ale-gre; Euridyce Cicero, por serquieta; Zelia Precio.a, poralta; Hilda Mendes, por seibonita; Oswaldina Pacheco,por ser encera; Maria da Pe-nha Baste, por ser soceg.vla;Luey N. Portella, por ser mei-ga; Hilda Marinho, por ser ele-gante; lsmenia Sampaio, pofrisonha; Aurelia Conçalves, porser agradável; Nedda Filguei-ras. por ser bondosa; DinahRackel, por ser graciosa; LvgiaN. Portella. por ser "chie";Noenra F. Diniz, por ser dis-tineta; I.éo Velloso. por ter ibellos crespos; Dora B. Souza,por ser morena; Lygia M.'Hinds, por ser engraçada; Ju.racy M. César, por ser mo-desta; Everilde C. Rosa, porter muito bom comportamento;Heloisa B. Brandão, por seragradável; Eloá Seixas, por seralta; Dinorah Vasconcellos, por,ser engraçadinha; Luey França,

por ser quieta; Licia Silveirada Rosa, por ser muito delica-da; Ruili Leitão, por ter bonitos

do Io: Car-

V

cabellos; Zelia Azevedo, por ser a mais estudiosa; Judith"Cardoso, por ser brincalhona; Ruth Guimarães, por ser amn, bonita; Sophia Santos, por ter lindos <.lhos; BrancaCavalcante, por ser sympathica, Déa Paranhos, por ter bo-nitos dentes; M. Dores, por faltar muito; Jealinne Souza,por ser boa, e eu, por ter a tagarella. — L. R. M.

EM LEILÃO..

A « Estão em leilão as seguintes meninas e menino-do 4 anno da Escola Soares Pereira: Quanto dão pela bon-dade de Lea? pela belleza dc Leonor? pe|p modo de Os-yvald.na? pc o comportamento de N_ir? pelo coração dePrimula? pela delicadeza de Naul.la? pelo espirito do Mar-qu.ça? pela intelligencia de Ignez? pelo falar de Edinapelo o-har de Horacio pela travessura de Margarida? pelarisada de Mana Fehcidade? pela sympathia do Alacir? pelavoz do Ehezer? pelos desenhos-do Waldemar? pela alturade -Mana Stella? pelo andar de R.sa? pela letra de Eth ?pela leitura de Elisa? pela gordura no Oito? pelo rosto deArlette? pelo queixinho de Caülda? pelo tamanho de Ruth>pelos cabel.os de Célia? peh escripta de Rosa? pela in-eressante Elza? e, finalmente, quanto dão pela grandelinguaruda? — Ateinotna _««__

\T O JARDIM..

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Querendo offerecer una 'corbeille'" á collegaDiva H. Ridel, que Eez annos no dia 2 es-colhi as seguintes flores, do Io annó docurso geral superior do Instituto La-Fayette: Niva Rocha, um lindo cravo dePetropolis; Carmen Alvarenga, uma rosa"Principe Negro"; Aidyl L.Cortes, uma rosa "Fausto Cardo-so'; Cretisa Leitão, uma papoula:Diva Ridel. um myosotis; Li.i.iS. da Rosa, uma linda violeta;Marina P Neves, uma camelia;Ruth Guimarães, um chrysanthe'mo; Sophia Santos, uma açucena-Branca Cavalcante, tuna saudade'Déa Paranhos. uma mai^aridlj-fe,,a A«vedo. um amor-per-feito; Everilde C. Ros.,. Ilimcrav.na; Juracy M. César, umramo de manacá; Lygia M. Hino.uma hortencia; Nedda Fiígueiras.um jaMiiim; Hilda Marinho, rataflor de M;,io; Maria B. Cunhaom resedã; Lncy PbrteHa, umâlinda parasita; Lygia Portellauma rosa chá; Ruth Leão. unimal-me-quer. e eu. por ser a —Lygia R. Mello.

? * Foi encontrado u mramo com as seguintes Dores:* "* dc l' violeta;(¦¦rios, um bogaryj Vera;*-»a; Fernando. u..i myosotis-Lúcia, uma camelia; Decio, unichrysanthemo: Arminda. uma mar-ganda; Alipio, um cravo.

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10 Outubro 1028 O. TICO-TICO

A. LIKD A HISTORIAAquella velha cigana tinha os cabellos tão brancos como as

nuvens pequeninas que vagam no azul do céo. E apesar de servelhinha falava muito e contava lindas historias de reis, de prin-cipes encantados, de fadas maravilhosas, que já viveram na Terrafazendo encantos sem fim. Hontem, a velha cigana contou a his-toria do rei que desejava ser dono do maior e mais custoso thesouro

que o mundo guarda. O rei chamou toda a corte e indagou ondese achava a riqueza preciosa. Alguém lhe disse que vira o thesou-

ro ambicionado na coroa de um monarcha de paiz muito distante.

E o'rei, cheio de ambição, quiz guerrear com o monarcha. Mas

outro varão da corte lhe disse ser o oceano o cofre avaro de todo o

rico poder da Terra. A maior, mais preciosa riqueza que o mundo

tem — falou velho conselheiro — é o brilho do sol querido quebeija os campos em flor do nosso torrão natal! E o rei ficou inde-

ciso, sem saber onde, de facto, se achava a prenda almejada, que

era o ideal de seus sonhos. Mas um velhinho bondoso, passando

junto do rei, falou que na Terra inteira um só thesouro era bello,

um só valia por todos. Esse thesouro era um cofre, onde a

ventura se aninha, onde só fala a affeição, onde as

caricias mais puras se abraçam cheias de amor. — O

thesouro tão querido — falou, chorando, o ve-

lhinho — já foi meu, de'vós, de-todos.

E* o coração de uma santa quenós chamamos de Mãe!

TIA CAROLINA

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O TICO-TICO — 8 - 10 — Outubro — 1923

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OI Christovam Colomboentre os navegantesdaquella época, quemmelhor concretizounum grande proiecto aidéa de descobrimentosno Atlântico.

Na esperança de con-seguir os recursos ne-cessanos para o empre-hendimento. e pnnei-

pnlmente para garantir o seu trabalho pela autoridade deum poder soberano,.dingiu-se primeiro ao .Senado de Ce-nova. sua pátria.

Sendo ahi tratado como um visionário, ou um simplesaventureiro, resolveu procurar o paiz onde se concen-trava o movimento das navegações.

D. Joào II muito se interessou pelo proiecto dcColombo; mas os sábios da corte desdenharam o capitãogenovez; e conta-se que só por satisfazerem ao rei. fize-ram sahir oceultamente para o oceano um marítimo de•.(iiiliança. com ordem dc navegar sempre no rumo indi-tado pelo pretendente.

Ao cabo de algumas semanas, porém, o tal marítimovoltava a Lisboa sem nada ter encontrado.

Desilludido ainda uma vez, volveu Colombo para aHespanha as suas esperanças

Ali se achavam Isabel e Fernando empenhados, en-tão. na guerra contra os últimos mouros da península; cColombo, |á desanimado, dispunha-sc a recorrer a outrospríncipes da Iruiopa. quando a queda de Cran3da veradar-lhe nova coraçem.

faSt/lHOivCiCCROVauamrlÍ

Insiste no seu proiecto. principalmente junto ,i ra-inha, e apesar de muito hostilizado pela sciencia official.

Até que. emfim. conseguiu assignar. em Abril de1492. com o governo hespanhol um contracto. pilo qu.ilse punha elle ao serviço da coroa de Castella. com o titulodc almirante e vice-rei das terras que descobrisse

Cuidou Colombo, associsdo aos irmãos Pinzon. deorganizar a sua frota, que se compoz apenas das naus"Santa Mana". "Pinta' e "Nina"

No dia 3 de Agosto de I4<«2 partia de Paios a peque-n3 expedição, que ia resolver para a humanidade o pro-blema de mais extensas conseqüências nos tempos mo-demos

Numa das C3nanas. teve Colombo de fazer estaçãode cerca de um mez. para rep.ir.tr avarias em uma dasnaus

No dia 6 de Setembro continuou viagem rumo de"loeste

Alguns .lias depois, a m.irinliagem começou a daisignaes de desanimo

Comprehcndeu logo o almirante os embaraços im-previstos que se lhe deparavam, isolado assim no oceano,cm luta com o terror daquellas creaturás para levaiá realidade aquelle svnho. nao tinham, como' elle. a almafortalecida de absoluta confiança no destino

As provisões escasseam. e si tivessem dc continuar amarcha para o poente naquclle oceano, vasio comi. uma

tem, a volta para a pama ia seria difficil. Si nao mi-possível

A equipagem hlasphcma tomada de p.imcoA frota se achava a cerca de mil milhas a loeste dc

(Termina no fim do numero)

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Ismar e Xilza. filhos (loSr. Anizio Gavia.

Vera e Cyro, filhos do SrApffalinario Corrêa.

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10 Outubro — 1928 — 11 — O TICO-TICO

<^^^ijr^^P^

HYMNO NACIONAL BRASILEIROOuviram do Ypiranga as margens plácidasDe um povo heróico o brado retumbanteE o sol da liberdade, em raios fulgidos,Brilhou no céo da Pátria nesse instante.

Deitado eternamente em berço esplendido,Ao som do mar e á luz do céo profundo,Fulguras, ó Brasil, florão da America,Illuminado ao sol no Novo Mundo!

Se o penhor dessa egualdadeConseguimos conquistar com braço forte,

Em teu seio, ó liberdade,Desafia o nosso peito a própria morte!

O' pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vividoDe amor e de esperança á terra desce,Se em teu formoso céo, risonho e límpido,A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,E's bello, és forte, impávido colosso,E o teu futuro espelha esta grandeza.

Terra adoradaEntre outras mil,E's tu, Brasil,

O' Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada,

Brasil!

Do que a terra mais garrida,Teus risonhos, lindos campos têm mais flores,

"Nossos bosques têm mais vida","Nossa vida" no teu seio "mais amores".

•O' pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja symbolo,O lábaro que ostentas estrelladoE diga o verde-louro desta flammula— Paz no futuro e gloria no passado.

Mas, se ergues da justiça a clava forte,Verás que um filho teu não foge á luta,Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adoradaEntre outras mil,E's tu, Brasil,

O' Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada,

Brasil!

OSÓRIO DUQUE ESTRADA

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O TICO-TICO — 12 10 — Outubro — 1!>23

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Um esboço

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Para colorir

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O d!a da America c tambem o Dia da Creança. A «to vae caber a Urcfa de gloríficar a ter-ra que Colombo descobriu. Assistamos á creança com o carinho e a preoccupaçSo co:

dc fazei a nobre e forte.

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ia — Outubro — 1ÍJ23 13 — O. TICO-TICO

CÓDIGO DO ESCOTEIRO1.° — A palavra de um escoteiro é sagrada. Elle col-

loca a honra acima de tudo, mesmo da própria vida.

2." — O escoteiro sabe obedecer. Comprehende quea disciplina é uma necessidade de interesse geral.

3.° — O escoteiro é um homem de iniciativa.4.* — O escoteiro acceita, em todas as circumstan-

cias, a responsabilidade de seus actos.

5.° — O escoteiro é leal e cortez para com todos.

6.° — O escoteiro considera todos os outros escotei-

ros como seus irmãos, sem distineção de classes sociaes.7.° — O escoteiro é generoso e valente, sempre prom-

pto a auxiliar os fracos, mesmo com perigo da própriavida.

8." — O escoteiro pratica cada dia uma bôa acção,

por mais modesta que seja.9.° — O escoteiro estima os animaes e se oppõe a

toda crueldade contra elles.

10.° — O escoteiro é sempre jovial e enthusiasta e

procura o bom lado de todas as causas.

11.° — O escoteiro é econômico e respeitador do

bem alheio.12.° — O escoteiro tem a constante preoecupação de

sua dignidade e respeito de si mesmo.

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O TICO-TICO — 14 — 10 — Outubro — 192S

S E M P E R_a_D^OD1 _DHrü«| PARATU S

0 Código das ^andeiraqtes— O sentimento de honra da Bandeirante é

sagrado e a sua palavra merece toda a con-fiança.

— A Bandeirante é leal e sincera.— A Bandeirante ajuda ao próximo em todas

as occasiões.A Bandeirante estima todos, e é irmã paraas outras Bandeirantes, qualquer que sejaa classe social a que pertençam.A Bandeirante é cortez e delicada.A Bandeirante não maltrata os animaes eimpede que outros o façam.

— À Bandeirante obedece as ordens.— A Bandeirante enfrenta alegremente'todas

as difficuldades.— A Bandeirante é econômica.

0 — A Bandeirante é pura em pensamento, pa-lavra e acção.

PROMESSA

4 —

56

Prometto sob minha palavra de honra:Ser leal para com Deus e minha PátriaAjudar ao próximo em todas as occasiõesObedecer ao Código da_ Bandeirantes.

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10 — Outubro — 1Í128 15 O TICO-TICO

r"^/^^ C'- Já^^^^<*m%mm\ í

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Historia de umBoneco de Pau

CAPITULO 13° a

Andaram, andaram até que che-param a cstalagem do "Camarão

Vermelho", cansadíssimos"Vamos parar aqui um pouco,

disse a raposa, "ficaremos somenteo tempo necessar:o- pjra comer aiguma coisa e descansar A' meianoite, continuaremos ao "Campo

das Maravilhas".Entraram na estalarem, mas mn-

guem unha fome O pobre Gatoestava muito indisposto e só poudecomer trinta e cinco peixes com mo-lho dc tomate c quatro tripas, e,como o gosto das tripas nâo lheagradava muito, poz manteiga cqueijo A Raposa dc bom grado te-na comido muito, mas o medico dis-séra-lhe que guardasse dieta e ellateve dc se contentar com um coelhofresco, picadinho dc gallinha. Paraterminar pediu algumas perdizes,sapos, lagartos c ovos de ave do pa-raiso Depois disto nâo queria maisnada c disse que tinha tanta aver-sâo a comida, que nem a queria ví-rmaisPinocchio foi o que menos co-

meu Pediu um pedaço dc carnecom páo. mais deixou tudo no pra-to, porque nâo podia pensar em ou-tra cousa a nâo ser no "Campo dis.M.iravilhas".

Depois de ..¦.irem. a Raposa disseao estalajadeiro: "Arranje-nos doisbons quartos, um para o Sr. Pinoc-chio e um outro para mim e meucompanheiro. Antes dc nos reli-rarmos tocaremos a campainha,mas lembre-se _ic que á meia-noite

deverá acordar-nos para que prosi-gamos na viagem".

"Muito bem. senhor estalajadei-ro, piscando o olho para a Raposa co Gato como para dizer: "Nós noscomprehendemos"

Pinocchio, mal caliin na cama,adormeceu e começou a sonhar.Sonhava que estava num paiz cheiode parreiras caregadas de uvas,mas. em logar dc uvas verdadeiras,eram uvas de ouro, e quando o ven-to batia, tiniam como que dizendo:"Aqui estamos, quem nos vem ti-rar?" Pinocchio i.f apanhar algu-mas. quando escutou fortes pança-das a porta de seu quarto. Era oestalaiadeiro que vinha avisal-o deque meia-noite havia soado

Meus companheiros esiáo prom-pios?

"Mais do que promptos! Par-in.im ha duas horas".

Por que é uue estavam com tantapressa3""Porque o Gato recebeu um re-cado do pae. dizendo que estavacom os pes frios e uue estava emperigo de mon.

"Elles pagaram a ceia?"

"Quem c que o Sr. pensa queaquella gente é-" Llles sâo educa-dos de mais p;ira insultar um ca-valheno lâo bom como o senhor

E verdade' Esta affronta mm-to me desagradaria", disse logo Pi-uoechio."Disseram onde podia encon-rral-os"3

"Ao romper do dia no campo dasmaravilhas"

Pinocchio pagou uma moeda deouro pela ceia e partiu

Andava âs apalpadelas, pois dolado de fora da cstalagem estavatáo escuro, que nào podia v.r nada.Tudo era silencio- Alguns passa-ros, voando, bateram cum a pontada aza no nariz de Pinocchio que.

recuando de susto, perguntou:"Quem vae ahi3" O éco das mon-tanhas repetiu:

"Quem vae ahi? Quem vae ahi?Quem vae ahi-"

Emquanto caminhava, viu notronco de uma arvore uma luz frou-xa como que de uma vela atraz deporcellana muito fina.

"Quem é você perguntou Pino-cchio"Sou a alma do Grillo Falante,respondeu a luz. com uma voz queparecia vir do outro mundo.

"Que quer commigo3""Quero dar-lhe um conselho":

Volte para seu pae com as quatromoedas que lhe restam Seu paeestá chorando, porque pensa quenunca mais o verá.

"Amanha meu pae será um ho-mem muito r,co, porque estas qua-tro moedas váo se tornar em duasmil""Mão confie nos que promerremenriquecci-o em uma noite Geral-mente são falsos ou loucos Acceitemeu conselho c volte para casa

"Mas eu quero ir" -"1:' muito tarde"."Mas eu quero ,r"."A noite esta escura'"Mas eu quero ir'"A esnada e perigosa"."Mas eu quero ir" ."Lembre-se de que os meninos

que fazem o que querem, mais cedoou mais tarde se arrependerão

"."A mesma histona! Bôa %-ite.

Grillo"."Boa noite e espero que nao caianas mãos dos assassinos1"

O Gnllo Falante mal pronunciouestas palavras, desappareceu subi-tamente como se alguém o tivesseapagado e a estrada ficou escura.muito escura.

(Continua)

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O TICO-TICO - 16 10 — Outubro — 1928

K-AXIMBOWN.PIPOCA & Cuma onçc-

DE QuftNra^ GRÍVM-MA. _ UMA oN-AÍ

Aj ESTAVA 0 A' -rjÉMO- j E.UNAOTE- "^^ UP A. Ü M <\, \RAN00 Etf- JOíH NHOJ>Rf~_S*J >^ JONCA PüOlU

'' Jl NAL .DEP105.^__,(í' >——^_/DO Ci(_cO

vou pav>a.(- meu t-lmpo | ' A T>iNr-c.a esrcbanco

/" ^ I ESTA" SUJO COMO A ALMÍ-,

^¦*^L> e«te_-rsco c' \\\gr ""** MeiHoR. par/>, um^

[/>, MINHO. C^^/~tyf?*- a\\ K^tt*AHÇ.CC^ --li

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— 17 — O TI CO-TICO

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I II III IV V VI VII VIII II X XI XII XII XIV XV XVI XVII XVIII XIX XX

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O TICO-TICO — 18 —

ZÉ MACACO E O10 — Outubro — 192.'

SAXOFONEJm m çue bom f^r\t^^~^Aõ e r-R0t. \ então vou jmmc* ot ha : £<j t/ouAt^lD T/eoMnn^vCr^^r^^t- CONi/idaq A5 Tocai* MUSICA?{&&¦[} 'ô y r UM SAXO. DE 'PlCR/LIN^Mftj F/NA .g-Ç

\*X// /T^N í ^\ ^KZ^S^°Ne OUE PARA VIR£/*r~y~~dJ^rr „ CO/*£CAfíE, jT*^*A

Agradecidas /^\Jp^t OU1 Quanta ^^ Queçehio'- 0ue ^fk *ou~chÃÃÜPELO COVI/ite r^Vf^y HONRA1 idSSà s^~\r~íS£s TALENTO1 fiB^/V?"

" NO/S ÇOSTBMO DE \j fÊsSAS MUSl- Ç\ ',MUS/CA ClASS/CA ^^*%a '. JgíC«lS MOflf/?Ni*/\ OUE SERÁ

/~?\ (Zc^a TOCUE A "AMAO ÇB (^^4tr^TlíMc°'s ( y •Jt^AÂk'sro7

^!L»°B°1'" . QÕY.QÚ) °K+ GOlA^T4\ FSTOU AHrit- ZWM »AÕ OSSANlZ*AA/^-~Z-yy'~ ""A ffATAJA- VO* OUILAOO' S ?£'

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10 — Outubro — 1928 19 - O TICO-TICO

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O- BACURAU"y ^^T*"x

Ha, no norte do Brasil, uma ave que se chamabacurau. Durante o dia passa escondida no ôco dospaus; de noite, sae do seu esconderijo e, como umpoeta bohemio, vae cantando serenatas nas arvoresfrondosas ou no telhado das casas. Do seu cantoveio-lhe o nome, pois as notas que saem da sua gar-ganta, são como se dissessem: — bácu... bácu... ba-curan!... "

Quando eu era menino, perguntei, uma vez, aum velho morador da fazenda de meu pae, porqueera que uma ave que cantava tão bonito, só sahiade noite. E elle respondeu-me com a interessantehistoria que segue:

— Meu filho, o bacurau era uma ave muito feiae depennada, isto ha muito tempo, ainda no tempocm que os bichos falavam. Um dia, as aves deramuma grande festa para commemorar a entrada da

primavera, festa á qual deviam comparecer todas asaves. Distribuídos os convites, o bacurau lamentoumuito não poder comparecer, pois a sua falta de pen-nas, deixando apparccer a sua pelle engelhada pelofrio, o envergonhava e podia fazel-o tornar-se obje-cto de zombaria dos seus collegas.

As outras aves compadecidas da triste situaçãodo pobre bacurau, reuniram-se e resolveram cadauma emprestar-lhe uma penninha das suas, afim de

que o coitado pudesse ir á festa, com a condição, jáse vê, de lhes ser restituida a sua penna, logo depois

que a festa acabasse.Assim o bacurau apresentou-se á festa como uma

das aves mais bem emplumadas daquella grande rt t-nião, pois que levando uma penninha de cada ave,formava um conjuneto de variegadas cores.

Foi um suecesso! Decididamente o bacurau deua nota "chie" daquella festividade. Todos queriam sa-ber de onde tinha vindo aquella ave tão linda!

O bacurau, vendo-se, assim, tão admirado, en-cheu-sc de orgulho sem lembrar-se de como era pas-sageira a sua gloria.

Acabada a festa teria de restituir as pennas aosseus donos e voltaria a apresentar aquella mesma tris-te figura antiga.

O orgulho quasi sempre vem acompanhado deoutros máos sentimentos. Cheio de orgulho, o ba-curau foi logo pnsando num geito de não devolvermais as pennas emprestadas.

De pensar a executar, íoi obra de um momento:antes da festa acabar o bacurau desapparccia levandoas pennas que os seus companheiros de tão boa von-tade lhe tinham emprestado.

Foi uma- indignação geral ! Alguns chamaram-no de ingrato e outros chegaram mesmo a injurial-ocom a pesada palavra de — gatuno í

As aves reuniram-se e tomaram enérgicas pro-videucias para prender o leviano bacurau; todas que-riam rchaver as suas penninhas.

Foram destacadas commissões para fazer um ri-goroso policiamento pelos bosques; durante dias afio, canários, patativas, colibris, curiós e outras avespercorreram os campos e as florestas sem encontra-rem signal do esperto bacurau!

E até hoje, meu menino, o bacurau não foi en-contrado.

E' que elle, com medo de ser pegado, nunca maissahiu de dia.

Vive escondido no ôco dos paus e somente denoite sae cantando pelos bosques e pelo telhado dascasas: — Bácu... bácu... bácu... rau!...

Dario Souto.

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O TICO-TltO . _ — Outubro — J:)2S10 —

^^_ — -*'^-^*>-*-.^1 v*[ y^^,,, — -^=^.1^/

TRUNFO ÁS AVESSAS

do destRússia,

NDA.VA um urso á procura de um compa-nheiro para uma aventura arriscada. A todourso que encontrava, elle, o aventureiro, con-vidava c recebia o "não"

pelo focinho, o quelhe causava grande contrariedade. A aven-tura consistia em atacar uma sentinella

acamento. Estavam em tempo de guerra nae a tropa atravessava constantemente regiões

cnfestadas de ursos e ou-tros animaes ferozes. Fi-nalmente o urso aventu-r c i r o não encontrandocompanheiro que qui-zesse associar-se á suaempreza. resolveu ta-zel-a só. E, a s s i m ,approximou-se do desta-camento, 'esperou o mo-mento azado. Um sol-

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dado que se movesse para fora do destacamento bas-tava para pôr o urso em actividade, ora trepando nasarvores, ora de tocaia atraz das rochas. Num destesestratégicos movimentos foi visto por um soldado quevoltou a communicar ao commandante e este poz logoum grupo de soldados ao encalço do urso.

O urso já havia feito o plano; mataria a sentinellavestia-lhe a farda e, assim, disfarçado iria comer

destacamento.Uma descarga de fuzilaria cortou o

_^_ pensamento e a vida, pois o trun-fo lhe sahira ás avessas.

Nem sempre é sábio, opensamento dos máos.

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flO — Outubro — J928 — 21 O TICO-TICO

ALPHABETO DA HYGIENE

MÃOSW^A ü

NAO O L II A RAs mãos estão constantemente ex- O não é uma grande palavra em Olha o que a hygiene te mostro «,„¦,postas ás poeiras e immund:cies c hygiene, condemnando os actos preiu-

servem de vehiculo aos micróbios. tliciaes á saude. o r/íií- ella te diz e converte cm acção.

Lava-as cuidadosamente, antes de co- e,?MeC' Se"'prC "° NA° da *»«¦«» Praticando, o que viste c ouviste.Ella visa sempre o teu beneficio emer; procura trazel-as sempre limpas. nunca pede o imPoisivel.

Ml '

LP _! _____-. iSvÊÊm

POSTURA

Postura é a attitude ou posição do

QUARTO RESPIRAÇÃO

Casa limpa, bom ar, boa comida, dãosaude, prazer e longa vida.

Mantém o teu quarto arejado, Um-po e desembaraçado dc cousas inúteis.Deixa entrar nelle o sol e a luz do diaconservando as janellas abertas. Evita ^7X_LT£

*">_, P-°f'^Conservo sempre o corpo direito, os quarlos mal Ventilados, escuros oi \ Q

'Jòl'/," £'"„" '"'"'^ *_crandand, nu,r t,.„^ „,.„ a* _. apJhados de gente. d/cito """ ° C°Tp°

corpo."Não estando o corpo direito

í:ca o pulmão coiitrafcito.1'

A respiração c que introduz no or-(raoismo o oxvgenio, sem o rjuíd nãcha vida.

Respira ar puro. Respira profunda-

quer andando, quer sentado, quer de pé

(DO SERVIÇO DE PROPAGANDA E EDUCAÇÃO SANITÁRIA) ,- : _ %(Continua)**«»«WMI..lW«WiiW»W»W|l.WW«M,.i ,

._

Nas proximidades do Natal o ALMANACH d'0 TICO-TICO, alegria das creanças.

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O TICO-TICO s» — 10 — Outubro — li.28

/ TERRA DA JUVENTUDEUm dia um czar da Rússia adoeceu com tal mo-

lestia, que nenhum medico o sabia curar. Um velhodisse-lhe:

"Ohl Paezinho, quando eu era novo ouvi falardum paiz que se chamava a Terra da Juventude. >:nesta terra havia uma fonte com água da vida. Seriabom mandardes um dos vossos filhes buscarágua para vós."

Iniincdiatamente o rei deu bastante dinheiro aofilho mais velho, o principe Miguel, e pediu-lhe quefosse procurar a Terra da Juventude.

O príncipe Miguel partiu; mas ao chegar á cidadedo Prazer nâo quiz ir mais para deante. Então oczar teve que mandar o filho segundo, o principePedro, que encontrou o irmão na cidade do Prazere lá ficou também.

O principe Vladimiro, o tilho mais novo doczar, desejou ir elle então; mas o pae, julgando queos seus dois outros filhos tinham morrido, não queriadeixar partir aquelle que era o único que lhe restava.Vladimiro entristecia ao ver o pae peorar de dia paradia, e uma noite partiu secretamente, para ir buscara água da vida.

Atravessou a Cidade do Prazer; entrou num

grande deserto, que lhe levou vinte dias a atravessar,e chegou finalmente a um enorme mar onde encon-trou á margem uma mulher muito velha; perguntou-lhe se cila lhe podia indicar qual era o caminho paraa Terra da Juventude.

"Tenho mil annos" disse ella, "e nunca ouvifalar de semelhante paiz; mas talvez os meus anygoso conheçam."

Approximou-se do mar c tocou cometa: a águaagitou-se e uma multidão de peixes aceudiu ao chi-mamento. Mas, — oh infelicidade! — nenhum dellesconhe ia a Terra da Juventude. Quando Vladimiro seretirava, desconsolado, chegou uma baleia apressada.

"Poderás tu levar este bello moço á Terra daJuventude?" perguntou a velhíssima mulher.

"Certamente," respondeu a baleia; "mas temque esperar até d meia noite para que a Fada daFonte e os seus dois dragões estejam adormecidos."

Era meia-noite quando o principe Vladimiro seaccommodou sobre o dorso da baleia; esta levou-o áterra e ali o principe approximou-se da fonte, ondedormia a fada ao lado dos sçus dragões, c encheuduas garrafas com a água mágica. Mas, quando viuo rosto da fada, ficou tão encantado com a sua belle-za que resolveu voltar assim que tivesse curado seupae para ver Be conseguia casar com a fada: e paraque ella o reconhecesse, o principe poz-lhe em voltado pescoço um collar de pedras preciosas com uniamedalha onde estava o seu próprio retrato.

Em seguida regressou, cm cima da baleia, pro-curou a mesma velha e deu-lhe uma das garrafas;ella bebeu c transformou-se numa formosa moça.Depois atravessou o deserto e, na Cidade do Prazer,mostrou a outra garrafa aos seus dois irmãos.

Miguel e Pedro, que eram muito mãos, mataram-no e levaram a garrafa ao czar, e disseram-lhe queVladimiro tinha sido assassinado.

O doente bebeu a água; tornou-se miui bellomoço e ficou tão agradecido que proclamou Miguelgovernador do norte da Rússia e deu a Pedro o do-ininio de todo o Sul; ma< quando elle dizia isto, osdragões, que tinham vindo pelo ar, cahiram sobreos perversos irmãos c mataram-nos. Num dos dra-gões vinha montada a fada e no outro Vladimiro.

A fada tinha ficado encantada com o retrato d_Vladimiro c havia ido em sua procura. Encontrou oseu corpo e restituiu-llie a vida, por meio da nguamágica. Ella contou ao czar o motivo porque tinhamorto os seus dois filhos mais velhos e em seguidalevou Vladimiro á Terra da Juventude onde se ca-saram c ainda hoje vivem muito felizes, sempre joven.e gostando muito um do outro. Mas não nos podemensinar, infelizmente, o caminho da terra onde ha-bitam.

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10 Outubro 1928 — 25 — O TICO-TICO

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"2^^i '^^^y^^/~'*?ii.á>â*ff££(^;i. 'ySy-^-yy'/ tfV^I |'^ * S f^r^ sC@)i^^í^^^^

o D I AMeus queridos amiguinhos,Sabem vocês por que ha festaHoje, em todas as escolas?A razão, ouçam, é esta:

Hoje é o dia <la creança!Como somos importantes!Temos, sim, toda a impoi tancia,Que nunca tivemos antes.

D A CREANÇAMas, desde os tempos antigos,Jesus Christo havia dito:— Quem quizer entrar no céo,E, mostrando um pequenito,

LUIZA P. C. BRANCO

(Do "O Brasil das creanças")

Deve ser igual a este.Deus que ama tanto as creançasQuer que os grandes todos sejamComo nós, simples e mansas.

Viva pois o nosso dia!Viva também a creança!E viva a pátria querida!Somos da pátria a esperança.

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O TICO-TICO 20 — 10 — Outubro 1928

OAS FÁBULAS DR GEMMA D'ALBA

ALMOÇO DA GARÇAUma garça real, com a sua linda coroa dc pennagens, esperava,

á beira de um rio, a passagem dum cardume para o seu almoço.Passou um linguado...—Eu, disse a garça, abaixar-me para pegar um peixe de

bocca torta?!E o linguado seguiu contente o seu caminho.Passou uma sardinha...

Eu, disse a garça, perder meu tempo com esta insignifi-cancia?!

E a sardinha desceu alegre o rio.Passou um camarão...

Isto não passa de um micróbio, disse a garça... nem queroolhar para elle.

Uma lancha que passava espantou os peixes, o sol do meiodia dardejava na cabeça da garça.

E ella, por fim, sentindo-se cançada e esfomeada, ficou muUosatisfeita de encontrar um caracolzinho para o seu banquete.

E emquanto ella o engulia silenciosamente, uma borboletabrejeira, que passava, murmurou estes versos, do tempo de an-tanho:

Contentai-vos com o pouco, que o destino vos legou. Quemdeseja ter de mais, perde tudo o que ganhou.

Gemma d'Alba.

COM O DIABO NO CORPOMal anoitecera e as crianças da villa que se

acostumaram a ouvir quasi todas as noites o velhoZumba contar suas historias fantásticas de almas dooutro mundo, fadas e princezas, já se haviam agru-pado em frente á sua porta quando elle appareceumeio estremunhado, bocejando.

Bôa-noite, tio Zumba.Deus lhes dê as mesmas, respondeu o bom

velhote, e se foi accommodando junto á soleira, aespera que lhe solicitassem uma das suas historias.

Como se fizesse um silencio, elle bocejou nova-mente, fazendo com o dedo pollegar varias pequenascruzes entre os lábios, deante da bocca escancarada.

Para que se faz essas cruzinhas quando seabre a bocca, tio Zumba? perguntou um dos peque-nos mais curioso.

Pois vocês não sabem? indagou, por sua vez,o interpellado, respondendo logo: E' para o diabo nãoentrar no corpo da gente.

Uma risada acolheu essa estranha explicação.Ah! Vocês não acreditam? Pois é uma coisa

muito certa.A professora disse que tudo isto c superstição

das pessoas ignorantes c simples.Ella diz isto porque nunca viu o que eu vi.E que foi que vosmecê viu, tio Zumba?Que foi que eu vi? Eu conto a vocês. O João

Torto era um rapazinho muito socegado, com umar triste, talvez pelo desgosto de ver o pae sempreembriagado.

Ouando elle ia buscar o pae que passava os diasna venda, bebendo e procurando brigas, o velho odespedia, gritando:

Deixa-me! Vac-te para o diabo que te car-regue!

E o pobrezinho sabia por ali triste, cabisbaixo...Elle também era como essa professora que não

acreditava em muita coisa que faz mal.Quando elle abria a bocca com somno não fazia

mem uma cruzinha na bocca "pra mór de" afugentaro demônio.

Pois um dia, cm que elle parecia mais sorum-batico e mais triste, só abrindo a bocca e se espre-^iiiçando, como si estivesse com "quebranto," semninguém esperar cahiu ao chão com um ataque me-donho, batendo, espumando pelos cantos da bocca.Chamou-se o velho Mathias que sabia fazer rezasfortes, benzia "espinhela cabida," e cortava febre,"tomando o sangue" com palavras, e elle disse queo João Torto estava com o diabo no corpo.

E ficou bom?Eicou nada 1 Appareceu depois aqui um dou-

tor que disse que aquillo era... espera ahi que eujá me lembro».. Era... pile... pilepisia... E sóficava bom com injecção de veneno de cobra.

Quem sabe si não era quebranto?Era nada! Era mesmo o diabo no couro que

elle tinha, porque não fazia cruzes quando abria abocca...

E com essa eu vou dormir. De outra vez euconto a vocês a historia de um menino que tinha que-branto.

Até amanhã, "seu" Zumba!Até amanhã e durmam bem.

MAI-AZARTES

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10 — Outubro — 1!)2S «— 27 — O TICO-TICO

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i áuiVK- '^Q^^s

ASPIRAÇÃOSe eu te pedisse uma nuvem, tu me dava?Dava...,

E o sol?Dava.....

¦— Não vê!...Dava, sim.,E aquella arvore, lá em cima do morro?Dava...

E todos os vapores que andam no mar?Dava...

Ah!Que é?Eu só queria um tostão p'ra compra um

pirulito...-

A CHUVA E A TERRA

Quando a chuva chegou na terra, disse:Que pena! Estava tão bem no ar...

Mas a terra gostou:A chuva cahiu todo o dia, toda a noite, cie

manhã ainda cahia.A terra resmungou:•— Estava tão bem commigo. Que pena!Mas a chuva 'espalhada, afundada, mais se

Espalhou, mais se afundou, alegre, feliz, tão alegreque nem podia falar. . .

PATRIOTISMO

Você foi de castigo? Que feio!Foi por que era hora de canta o hymno,

eu olhei p'ra fora, todos os meninos cantaram e eunão cantei. M'es<jüeci. Então, a professora memandou copia vinte vezes ouviram do Ypirangaas margens plácidas.

Você se esqueceu de cantar o hymno?!O céo tava tão bonito! Eu fiquei olhando

p'ra o céo... Tão bonito!... tão bonito...M'esqueci do hymno..

ÁLVARO MOREYRA

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U -TICO-TICO

_^^"* t_ \Jl *-_.—,—___)mm _^_r y _ f *> •» *> 'J—

28 - 10 Outubro — 1928

osso anniversario]NUMERO DE HOJK O TICO-TICO COMPLETA MAISDE VIDA, TODA ELLA CONSAGRADA A' INFÂNCIA.

FOI A 11 DE OUTUBRO DE 1905 QUE SAHIU O PRIMEI-RO NUMERO D'0 TICO-TICO, MARCANDO ESSEFACTO UM ACONTECIMENTO DE VULTO NO MUNDOINFANTIL. PASSARAM-SE OS ANNOS E ESTE JOR-NAL CRESCEU NA ESTIMA DE SEUS LEITORES E NOAMOR MUITO GRANDE QUE DEDICA AS CREANÇAS.PARA ELLAS TEM ELLE VIVIDO, REALIZANDO.* SEMMODÉSTIA, DIZEMOS, UMA OBRA DE EDUCAÇÃO NA-CIONAL POR TODOS RECONHECIDA. E E' AS CREAN-ÇAS, AOS SEUS AMADOS LEITORES, QUE O TICO-TICO SAÚDA HOJE, COM A MAIOR DAS ALEGRIAS.

<r*^_^___-—-*^\ _l^*_^/N<^>^!>vsC--«r<0 ^ DO D, V\IU ÍIDO^____.

LEONARDO SCATTOLIN (São Paulo) — Jálhe escrevi dizendo que o desenho da carta enigma-tica que mandou está fraco e não dá bôa reprodu-cção em clichê zincographico. O trabalho deve serfeito em papel muito alvo ou cartolina com tintanankin, sendo os traços cheios c firmes. Faça outranestas condições c mande que publicaremos comprazer.

POLA NEGRI (Rio) — E' muito difticil con-guir brilhar como astro no cinema. Aqui no Rio,

em São Paulo c -Minas já se vae trabalhando bemregularmente. Quanto ao resto dirija-sc dircctainenteao collega "Operador" da revista "Cincaitc."

MODESTO (Rio) — Sua letra revela um tem-pei-ainento artístico cheio de fantasias. Generosidade,alegria, modéstia c reserva. Bom coração. O boros-copo e o seguinte: as pessoas nascidas em Março têmpomo tino pratico para n< , deitam fora todoseu dmbe.ro pela «'ande prodigalidade de que sio«lotadas. Tem bastante pendor para as artes, princi-pabnente para a pintura e a poesia. São tímidanao conseguem, por uccesso que mereciampelo seu talento _ cultura.

JULIO SAMPAIO FILHO (Sio Paulo) -trabalhos a que se refere não estão reunidos era ilume c sim esparsos nas nossas collecções. Quantoao "Theatro do Tico-tico" ainda está no _• volume,não tendo sido publicados outros. E' possivel que no'anno vindouro seja publicada uma nova collectaneade trabalho- não somente inéditos como de que jáso tenham esgotado as edições e que são pedidosconstantemente.

/ITA-ZITO — Nota-se na sua calligraphia con-fusão, desordem, precipitação, negligencia. Vê-seainda imaginação viva, franqueza, alegria, agitação,um verdadeiro "motu-continuo" de palavras e acçõesSeu horóscopo e o seguinte: As pessoas nascidas emFevereiro tem o genio folgazão e cheio de alegriacommunicativa. São dotadas de grande capacidade detrabalho, porem negligentes, descuidosas c amigas da

preguiça. Sabem ser amigos carinhosos e fieis, poremquando inimigos, são rancorosos e temíveis. Suas'pedras taltsmana são: saphira, opala ou turqueza-suas coro preferidas: azul, rosa, verdc-claro c pretoe seu melhor dia o sabbado.

GLORIA DOS SANTOS FONSECA (Cravi-iihos — Sao Paulo) — Os trabalhos a que se referenao estão colleccionados, senão no livro "Theatro doi Ko-tico." edição de Pimenta de Mello & Cia., onde•.cm umas dez ou doze composições de vários ge-neros. Nas casas dc musica aqui do Rio ha grandenumero de cançonetas delle e agora Arthur Napo-acaba de editar uma série de seis composições,

notada men te COTOS infantis. Nós continuamos ;i pu-blicar mensalmente musicas do mesmo autor, emboraalguma-- tom pseudonymo.MADONA (Porto Alegre) — A letra que enviou

para estudo revela doçura, indulgência, bondade,além de ordem, clareia, generosidade, amor ao con-fortavel e alguma prodigalidade. mesmo. Quanto ao

mo tanto para homens como mu-tanto que se diz sempre: "as

pessoas" nas-cidas em tal mez, o que abrange os representantesdc ura c- de outro sexo. Para as pessoas nascidas eraMarço veja o que digo antes a Modesto.

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10 Outubro — 1928 -29 O TICO-TICO

, .WW.O VAGALUME

deCoelho Netto

FOI AO PRINCIPIO, DISSE O VELHO AZAEL AOS ZAGALEJOS QUE.TODAS ÀS NOITES, NO POUSO DA MONTANHA, A' VOLTA DO FOGO, EM-QUANTO AS OVELHAS SONHAVAM COM AS HERVAS TENRAS E COM ASÁGUAS LÍMPIDAS, CERCAVAM-NO PEDINDO HISTORIAS. E NINGUÉMAS SABIA TAO CURIOSAS COMO O SOLITÁRIO AZAEL QUE SE RECO-LHERA A' MONTANHA DEPOIS QUE LEVARA A NOIVA AO TÚMULO.

FOI NO PRINCIPIO — DISSE O VELHO AZAEL — TUDO ERA SOM-BRA E SILENCIO E DEUS, NA ALTURA, LAPIDAVA OS ASTROS, QUE SAOOS DIAMANTES DO CEU. LAPIDAVA-OS E A POEIRA LUMINOSA QUEDT-LLES SE ESPARZIA FICAVA ESPALHADA FORMANDO A VIA LÁCTEAE AS OUTRAS NEBULOSAS.

LOGO QUE UM ASTRO FULGURAVA, DEUS, DEIXANDO-O ENGAS*TADO, TOMAVA UM POUCO DE TREVA E PUNHA-SE A BRUNIL-A EASSIM CONSEGUIU FAZER TODAS AS ESTRELLAS QUE BRILHAM, O SOLQUE E* UM TOPAZIO ENORME E A LUA QUE E' UMA GRANDE OPALATRISTE.

MAS, LAPIDANDO OS ASTROS, NAO PODIA O SENHOR PENSAR QUEPARTE DA POEIRA MICANTE VIESSE PARAR A' TERRA, MAS TENDO DECREAR OS ANIMAES E O HOMEM. DESCEU AO MUNDO DESERTO E. CA-MINHANDO, DE VAGAR, PELA SOMBRA, VIO, DE REPENTE, FULGIR ENTREAS ARVORES VIRGENS UMA CHAMMA FUGAZ. DETEVE O ANDAR E,PENSATIVO, FICOU ACOMPANHANDO A VIAGEM AÉREA E VOLTEANTEDA FAGULHA DE ORIGEM DESCONHECIDA.

VENDO-AS IR E VIR E VENDO QUE OUTRAS SURGIAM, O BOM DEUS,NAO QUERENDO QUE O DEMÔNIO ASTUTO PUZESSE MALEFÍCIO EM SUAOBRA E JULGANDO AS CHAMMAS ERRAD1AS CREAÇÕES DO MAO ANJO —POR QUE NAO SE LEMBRAVA DE AS HAVER CREADO-TOMOU, NO ESPAÇO,UV». DAS QUE PASSAVAM E, COM O SEU ALTO PODER, FEZ COM QU!_ ACENTELHA FALASSE E, ENTRE OS SEUS DEDOS, A CENTELHA FALOU :

SENHOR, DEIXAI-ME IR LIVRE. NAO ME JULGUEIS PROVINDADE ORIGEM MA'. CHAMMA, NAO FUI GERADA NOS BRASEIROS INFER-NAES, VENHO DAS CLARAS ESTRELLAS QUE FULGURAM NO CEU.QUANDO AS LAPIDAVEIS, DELLAS SAHIA UMA LUMINOSA POEIRA QUESE ESPALHOU NOS ESPAÇOS FORMANDO ESTRADAS LARGAS, SUCCEDEU,PORÉM, QUE ALGUNS GRÃOS PEQUENINOS DESSA POEIRA RUTILANTEVIERAM CAHIR NA TERRA E PORQUE NELLES HAVIA TOCADO A VOSSAMAO, LOGO SE ANIMARAM E, A' NOITE, A" HORA EM QUE AS ESTRELLASBRILHAM NO CEU, A POEIRA DAS ESTRELLAS VIVE E BRILHA NA TERRA.

BEM VEDES QUE DE VÓS VENHO. DEIXAI-ME IR, SENHOR ! DEI-XAI-ME IR POR ENTRE AS ARVORES QUE CHEIRAM E POR CIMA DASÁGUAS BRANCAS QUE MURMURAM.

E O SENHOR, ENTERNECIDO, ABRIU OS DEDOS DEIXANDO PARTIRO VAGALUME. E AHI TENDES PORQUE NAO E' FIXA, COMO A DASESTRELLAS, A LUZ DO VAGALUME — E' QUE ELLA ESTEVE, ALGUMTEMPO, ABAFADA ENTRE OS DEDOS DE DEUS E, ATE HOJE, O INSECTOGUARDA ESSA INSTANTÂNEA IMPRESSÃO.

NO POUSO O FOGO TRISTE MORRIA E AZAEL LEVANTOU-SE PARAALIMENTAL-O.

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O T I C O - 1 I C O -30 — 10 — Outubro — 192S

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i* — Lindo vestidmho cm cre-tone còr de rosa e bolero, boi-sos c chapéo de creton.- fioreado.

2o — VesticFnho de popelinevcr«L e branca, adorrado componto de espiga de seda.verdeescura. Frente branca.

3o — Veslidinho <m lã còr detijollo e ponto branco unido poruni ponto dc cruz cm lã còr detijollo.

4o — Vcstidnho dc flancllabranca, adornado com passadasde lã encarnada e terminado emborlas.

5o — Vcstidinho de crépe azulmarinho com uma blusa de shan-tung azul. Suspcnsorios deShantung passando por umascasas c amarrados em graciososlaços na cintura.

6* — Lindo vcstidinho cm lãdc quadrados. Barra e faixa atira-collo cm lã l'sa. Bo.so commonogramma bordado da còr doxadr,zinho do vestido.

BORDADOS.

Frente para blusa. Fcstão pararoupa branca.

Monogrammas e letras paravoupa branca.

TTrTTTTrrri-rrnTT','r,"'"rTT'*-

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10 — Outubro _-__ .1928 31 -, O TICO-TICO

O OVO DE COLOMBO

Chistovao Colombo, o famoso navegador que, com oauxilio dos reis de Castella, dos quaes recebeu as tres cara-yellas Santa Maria, Pinta e Nina, e descobriu a America,teve muitos inimigos invejosos. Mas, homem de valor, tra-tou sempre os que o guerreavam com a maior fidalguia ê[serenidade.:

Foi deante de alguns desses inimigos que ChristovãoColombo deu provas, mais uma vez, da sua superioridadede caracter. Apanhando um ovo, Christovão Colombo de-safiou-os a collocal-o de pé sobre uma mesa sem o auxiliodas mãos. Essa prova foi tentada por todos elles, mas nemum só conseguiu fazer o que Colombo, num instante, fez.,[E o fez de um modo simples, batendo de encontro á mesa

a extremidade do ovo, que, quebrado, ficou de pé. To-dos protestaram, dizendo que, da maneira porque

Colombo agira, qualquer um podia ter ven-cido a prova. Mas o glorioso descobri-

dor da America retrucou-lhes quefora assim, tambem, que elle

descobrira as terras aben-

coadas do continentede que nos orgulha-

mos de ser parte.

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O TICO-TICO — 32 — 10 — Outubro 1Í)2S

AMOR FILIAL

.Todos os trabalhos, todos os sacrifi-cios e homenagens que possamos empre-hender em favor de nossos pães nuncachegarão a se igualar á grande dedicaçãocjue dles por nós tiveram. Desde os nos-

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sos primeiros instantes de vida, desde oberço á escola, da escola ao labor diário,do trabalho ao descanso carinhoso nolar, têm os filhos a protecção maravilhosados pães. E como é consoladora e amigaessa protecção, repassada de carinhos deafagos que confortam a alma dando-lhemaiores energias para a vida.

Honrae, meninos, vossos pães, dedi-cae-lhes toda a veneração e respeito, tri-butae-lhes as homenagens do vosso amormais sagrado e sereis felizes.

Christovão Colombo, o genovez glo-rioso que descobriu as terras americanasteve na attribulação da sua vida de nave-gador e de sábio o consolo de recebersempre a carinhosa veneração de um fi-lho — Fernando Colombo — seu amigo,seu companheiro dedicado.

Fernando, morto o pae, rendeu-lheainda um tributo de amor filial, escre-vendo em palavras repassadas toda avida do illustre navegador e sábio.

T I A CAROLINA

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10 — Outubro 192S — 33 — O TICO-TICO

Ç.VoLlltxA<x.-*s/

Oração á )\rvoreArvore amiga!. . . Já não darás sombra ao caminho

nem guardarás nos teus ramos caricias quentes de ninhos!Derrubaram-te! Cahiste, ferida pelo machado impiedoso,a golpes vigorosos! Dentro de pouco, teus galhos, ondepousaram aves cantando a alegria sempre moça da feü-cidade, estarão separados do tronco. Serão braços quenão acenarão mais adeuses ao despontar do sol, quando ovento passar!... Arvore amiga!.. . Cofre de ninhos!...Caixa sonora onde o vento cantou bailadas de prima-vera!... Morreste!... E a seiva do teu tronco, agoradesfeito, e a essência de tuas flores, já murchando , irãopelo ar rescendendo perfumes de madrugadas!.. . A ari-dez do caminho não receberá mais o beijo da tua sombraacariciadora!. . . Irás dar lume ao pobre. Serás catre,serás berço, cajado que tangerá ovelhinhas a caminho doaprisco!... Serás arrimo de velhos, serás arca!... Teucorpo, retalhado, viverá na utilidade consoladora dasmuletas de algum joven que, á tua sombra, talvez so-nhasse a ventura maior de uma vida feliz!... Arvoreamiga!... O teu destino é viver a vida sem fim da felici-dade ignorada!. . .

CARLOS MANHÃES

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TICO-TICO 34 10 — Outubro — 1928

XS^s^wikl

n /aaANo silencio sombrio da noite chuvosa

üm vulto tremulo, encurvado, carregan-do aos hombros um pesado chalé enchar-cado dágua, deteve-se no angulo es-curo de um paredão e poz-se á chorar..4

Era uma pobre mulher IDizer que era uma mendiga era mentir,

porquanto ella era conhecida ali, naquel-Ia redondeza como sendo a Maria-tecelã.

Quando joven fora bella e graciosamas agora, velha e doente, as vicissitu-des de uma vida de trabalho mal re-compensado, as torturas de ter suppor-tado um esposo máo que se embriagavatodos os dias, a saudade dos filhos ho-mens que seguiram outros destinosesquecendo-a, íaziam-na velha e feia.

Maria-tecelã, soffria as agruras da mi-seria com uma netinha que lhe ficaracomo a única lembrança de uma filhamuito querida, a melhor, áquella que lheacompanhara nas dores e que lhe sor-rira nos dias felizes.

Marianninha era o seu único enlevo!Tratava-a como filha e ella chamava-

lhe de mãe, "minha mãezinha querida!"A creança era de uma meiguice sem

igual, era o sol r.a vida da pobre velha 1

A sua vozinha doce, tinha a carie iapalpitante de um arminho, a harmoniaserena de um bater de azas...

Era o seu único amor!Marianninha agora estava doente,

gravemente doente 1Uma febre horrível escaldava-a...Os olhos vitrêos, semi-cerrados... a

sua boquinha tão linda, um botão derosa ressequida pela febre, crestava...

Não sorria, não falava, na immobi-lidade de uma agonia tremenda, pareciauma pequenina lâmpada a extinguir a sualuz!

A pobre mãe velava, velava numa an-gustia suprema!

Rogava á imagem de Christo quenum crucifixo tosco abria os braçosnuma attitude de dôr e desanimo...

— Oh! bom Jesus, sa!vae-al E' oúnico bem que me deixastes, para que m'oarrebataes ?

Morrerei sem a luz dos seus olhos,sem a caricia da sua voz!

Deixae-m'a JesuslE a pobre velha, cambaleando, sáe!

Sáe, sem temer a noite tempestuosapois que a que lhe vae na alma é mil

vezes maior, sáe na esperança de queo medico venha salval-a t

Caminha ao léo.. .¦Pára... no angulo escuro do paredão

chora e soluça indecisa... como poderácommovcr o medico para vêr a suafilha na noite de tempestade? Elle nãovirá com o máo tempo I E, quando a

manhã surgir e o sol doirar os montesserá tarde!

Ella já terá partido para junto dosanjos!

E foi o que aconteceu: o medico im-p:edo.o tranquillisou-a, deu-lhe umadroga qualquer mandando-a esperar atéo dia seguinte que iria vèl-a...

Quando o medico appareceu a, peque-nina dormia serenamente, tendo ao ladoa imagem de Christo crucificado e nasmãos uma rosa vermelha que eram aslagrimas da sua mãe que se haviamtransmudado na rosa escarlata, symboloda Dór!

A pobre velhinha, abstracta, indiffe-rente, olhou o medico e tremulamenteapontou a filhinha morta!

— Foste tu o culpado, homem semcoração — a minha ultima esperança!F. desatou a rirl

Tinha enlouquecido!

RACHEL FRADC*

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Grupo feito ua redacção do "O TICO-TICO", por occasião do sorteio publico do Grande Con-curso de São João e ao qual concorreram cerca de tres mil leitores e foram distribuídos 86

-'valiosos e magníficos prêmios.

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João José, filho do barytonoLuciano Cavalcante

Custodio tle Almeida. Edgar Rego.

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IIOS NOSSOS

PEQUENOS LEITORES

Gilson MonteiroWanderley.

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Manoel Ramos

R e n a ii i n h oGramury .

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Oracelia, Dilermandoe Djalma Roldan.

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Maria Luiza Cavai-canti dc Mello.

Paulo Alves e I.eticiaMello.

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10 — Outubro — 1928 — 37 — O TICO-TICO

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@SS&U\f§®$RESULTADO DO CONCURSO N. 3265

... — 1 -¦ ¦ 1. ¦

A so'ução exacta do concurso

Solucionistas: — Maria Apparecida B.Santos, Geraldo Cezar Pimentel, Du ce deSalles Gorge, Antenor Prates, MurilloMarcondes, Murillo Pires de Carvalho,Durvalito Oliveira, Wilson Rossi Gibson,Lodovicc Júlio Frizzarin, Joaquim de Oli-veira, Octaviano Calvão, Zuleika Marques,Yclanda Dias, Nlo da Silva Pessoa, Ber-r.ardo Blay, Izaura Alves Rosa, Raymun-do Feüx Xavier da Rosa, Carlos Hyppo-lito M. de Souza, Custodio de Almeida,Ramiro Jordão, Dalmo Güdo Ponlual,Paulo Belfort, Yedda Regai Possolo, Mar-garida Menezes da Silva, Nair Baptista deSouza, Nelson de Oliveira Mello, OrlandoBessa, Newton Silva, Oswaldo Maryoüa,Lydia Gomes, Hilário José C. Calvct,Yolanda C. Stancampiano, Clovis- Brito!•'. io. Francisco Caminha da Silva, Am-brozina Cassiano Cavalcante, Mara deLourdes Marques, Ricardo Serg:o Mayor-ga, Jorge de Barros Barreto, WaldemarLuclwig, Carmen Pimentel, WaldomiroWalter, Bruno Franci^flic. Yolanda Sal-les, José da Silva Mangualde, MariazinhaIzento, Hugo Montedonio Rego, Auxilyode Souza Valente, Rogério de Queiroz,Heloisa da Fonseca Rodrigues Lopes, Vir-gilio Bernardo Dias, Claudemiro Au?;*stoC. Judith Guedes Marqirs, Luiz Fran-cisco da Silva, Rul> m DiasS. Soriano, Ix>urdcs PereiraTia Amalia Gouçalv=. Carlos

Leal. IgnezMi:n;z, Ma-Eduardo de

Almeida Santos, Carlos Cardos da Silva,

Ema Rogner, Franc:sco Uhl, Julieta Julia-no Catroppa, Buju' de Melo, Dulcy Mel-gaço F., José Pinheiro, Thomaz Corche li¦Netto, Agrippiua Pereira de Albuquerque,Ancyra M. Costa, Sebastião Leonel Re-z«n:l;, Maria de Lourdes Pessoa, DinaMaria das Neves, Lunny Formga Mourão,Oswaldo Oliveira Malhcros, Fliana Nel-son Slviano Brandão, Helena Torres Gal-vão. Gas'ão Teitel, H nry Gaspar I.ah-meyer, WVdcredo Pereira de Olivera,Maria Cand da dos Santos, M:gu^l Pierro,Joffre P"nhe:ro. Adolphina- Portella. Os-waldo Sá Rego .Fortes, Joseph Calvct,

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Octavio Magalhães, Waldyr Estcves, He-lena Gill , Irene Campos de OI veira. Leo-nardo, Sylvia Pará Cucurin, Pedro A. S.Castro, Fernando da Motta e Silva, Ruyda Costa Mesquita.

Foi o seguinte o resultado final do con-curso:

i° Prêmio:

FERNANDO DA MOTTA E SILVA

de o annos d~ idade e morac-or á Ave-ilida Alfredo Lisboa n. 505, cm Recife,Estado dc Pernambuco.

2" Prêmio:

MARIA DE LOURDES PESSOA

de 8 annos de idade <* moradora á rua Bit-tmeourt n. 139, em Santos, Estado de S.Paulo.

RESULTADO DO CONCURSO N. 3268

Respostas certas:I" — PeHiz.2a — \vado..•*• — Dó.4* — Perna.5' _ Pariz.

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52 — RUA 7 DE SETEMBRO — 52

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O TICO-TICO

^ Solucionlstas: — Acyr dc VasconcellosChaves, Len.o Machado, Ione Maria dcCastro, Maria Rocha, Heloisa da FonsecaRodrigues Lopes, Antônio Guedes Mar-qu s, Irem de Queiroz Mattoso, MariaEug.nia de Mello Nilza Lmia, Nelly K:ller, Enio Lippo Veriangieri, R.rbem Dia?Leal, Luiz Phihppe de Carvalho, Jc-siCarlns Martins, Ayrton Sá dos Santos,Joaquim de Oliveira, Murillo Marcondes,Octavio de Bryne Hyland, Yolanda Dias,Maria Amalia Gonçalves,-Flora Leite, A:-JÚbio de Souza Valente, Custodio dc AFmeida, Ramiro Galvão, José Carlos G S_-lamondcs, Déa Caminha, Antonio CarlosBelíort, Paulo Bel for, Yolanda dc Mel.Io, Ernesto Gamman, Clovis Brito Fei -,Francisco 1 :lor;ano, Dína Mar:a das Ne-ves, Amadeu Francisco da Silva, Jorge deBarros Barreto, Jorge S. Vasconcellos,Maria Amalia Bedfort, Gualtcr Monieiro

Leão, Fedda Regai Possolo, Lucy RibeiroSobral, Eanice Velloso Barroso, AntonioC. Moslarert S-ixas, .Valdir M.llo Tude,Zelita Tito de Oliveira, Maria Thereza SáBandeira, Ataliba Cabral Neves, MariaApparecida B. Santos, Anna Vieira, F.r-nando da Motta e Silva, Lúcia Pinho Bor-g<">, Álvaro Vieira Coelho, Maritza D:as,

— 38 -

PARA A SYPHILIS ESUAS TERRÍVEIS CON-

SEQÜÊNCIAS

USAE O

PODEROSO DEPURA-

TIVO DO SANGUE

ELIXIR DE NOGUEIRAdo -baiu. caiu.

JOÃO DA SILVA SILVEIRAMilhares de attestados médicos e de

curados I50 anno, de prodígio»!

GrandeDEPURATIVO DO SANGUE

10 — Outubro — 1923

premia-- q concorrente:

SÉRGIO G. TEIXEIRA

de 8 annos de idade e morador .'. rua Bar-roso n. 16, nesta Capital.

TALCOBOROASSIIhN^ Vfr *___r

Paraassadurasdas creanças

AS TOSSES, BRONCHI-TES, CATHARROS DOPULMÃO E FRAQUEZAGERAL DESAPPARE-CEM COM O TÔNICO

DOS PULMÕES

VINHO CRE0S0TAD000 PHAIM. CHIlf.

JOÃO DA SILVA SILVEIRA

._£_-SC

*-l- '

_______

CONCURSO N. -.278

Para os leitores desta capital e do*Estados froxlmos

Perguntas:

1* — Qual a parte do corpo que com ainicial trocada é nota musical?

(1 syllaba)Ricardo Mayorga

2* — No masculino sou florNo Feminino tempo de verbo.

(-» syllabas)Dg ITUSIllO

3a — Qual o animal que tem nome dèrio da Ásia?

(2 syllabas)Wilson Perpetuo

4* — Qual a unidade de peso antiga qiretem nome de animal feroz?

(2 syllabas)José Ferreira

- a. „---»a-„-i---a-aaaa-**_„l> _. ¦¦|'iV,¥WnJ_l

IRuy da Costa Mesquita, \Vander MartinsNoronha, Ancyra M. Costa, Sérgio G.Teixeira, Rosa 'fcitel, Maria de LourdesGomes dc Lima, Cyrano dc Nicm;'yer Por-tocarrero. Vs^-n.-u-.-u--u-. .v-j---_--i. J

ÁS SENHORAS E SENHORITASAs manchas, as sardas, os cravos e a> espinhas da

vosso rosto de ha muito vêm dando que pensar. Experi-mentaram, estou certo, os melhores, mais caros e mais pre-feridos cremes iudicad: s para esse fim, no entanto o vossorosto ou continua ua mesma ou obteve um resultado pas-sageiro.

E' jiic na maiorii das vezes íaes manifestações nãodependem da pelle simplesmente, onde o creme ou pomadapoderia produzir resultado, • causa está justamente nosangue que está reclamando um e'iminador de suas impure-ras, um depurativo de iodas as matérias que o viciam, umavez eliminadas do sangue faes substancias vereis entãnapparecer, como por encanto, todas as manchas, sardas era-vos, espinha., pannos etc Notarei, uma .iíferença apre-ciave, no vosso peta a vossa cò- tornar-* . des-appareccndo por completo essa pallidez constante de vossorosto. E.rer logj — como conseguir cousa semelhante, comopurificar meu sangue? Para que não percaes tempo em estarindagando, creio prestar-lhes um beneficio adcantando-lhe.,que deveis fazer uso de um vidro de Elixir de InhameGoulart, tomando uma colher depois de cada refeição. Sóeste saboroso medicamento terá capaz de lhes dar o resul-tad 1 acima referido. Direi, ainda — onde encontrarei talespecialidade? Afim de conseguirdes ficar livre desses fia-gellos da belleza, ainda adeanto-lhe que em qualquer pliar-macia ou drogaria o encontrarão. Com um vidro se con-segue muitas vezes resultados admiráveis, no entanto 'iacasos que dependem de um tratamento mais demorado, não

sendo sacrifício, dado não só o preço commodt como -.. »e engordar consideravelmente em poucos dias. E'dc sabor muito -gradarei.mHPC-f

Concurso de Natal

___£¦*_f^-"-f»»_r^aa*W*-"»-»^»_f»_*-.

Si cada sócio enviasse á Radio Sociedade umaproposta de novo consocio. em pouco tempo ella po-deria duplicar os serviços que vai prestando aosque vivem no Brasil.

_»<5___£*N_/v^X*?X\/cy -w x\r[ fi.rmTTi Y»l

V«X_ /y

...todos os lares espalhauu. pelo immenso territo-rio do Brasil receberão livremente o conforto mo,ral da sciencia e da arte...

RUA DA CARIOCA, 45 — 2» Andar^www»wvvt

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10 Outubro — 1928 — 39 — O TICO-TICO5a — Qual o sobrenome que derruba asfirvores? nno, por sorie, c-tre as soluções certas, omrico livro de le.tutas infan.i-.(3 syllaba*-)

Odette Vieira

M soluções devem ser enviadas á reda-eção d'0 Tico-Tico devidameul: assigna.«Ias e acompanhadas t|ç vale 3.278.

Para este concurso, que sert ejjcerrado«io d a 4 de Novembro, daremos como pre.

VP^rP^XÍy«c ff* ,-r****^ tf

V4AMPAKAOCONODRS©m$

3-279.CONCURSO N. 3.279

PAKA OS LEITORES DESTA CAPITAL t DOS ESTADOS

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C A R R A P I C

Formar com fragmentos do clichê acimaa figura de um cachorrinho.

As soluções devem ser enviadas á reda.d'0 Tico-Tico devidamente ass;gna-

das, separadas Jus de outros quaesquer«roncursos e acompanhadas nS«j só da de-claração deocJa do concor-rente, como tambem do vale que; vae pu-blicado a seguir c tem o n. 3.279.

VAtECOiYCIWfO

«MM" ^tjáK Tr

.

H O

Carrap:cho, que é frivolo peralta,Que foi um paspalhão desde fedelho,Typo incapaz de ouvir um bom conselho,Ty;»o que, morto, não faria faira;

Lá 11:11 dia deixou de andar á malta,E, indo á casa do pae, honrado velho,A iós na lata, deante de um espelhoA' própria imagem disse em voz alta:

Carrap'cho, és um rapaz formoso!E's synipathico, és rico, és talentoso!Que mais no mundo se te faz preciso?

Peneirando na sala, o pae sisudo,Que por traz da cortina ouviia tudoSeveramente, responde: — juizol

C. lí, S.

D. PORQUITA ESEUS FILHINHOS

{Mm^S§{— Diga-me, senhor frueteiro, quer apa-

nhar esta moeda? — Pois não, meu me-nino. Mas em vez de cahirem ao chão. asmaçãs, como esperava o porquito...

...ficaram dentro do cesto que D. Por-quita segurou do alto da janella ondeestava.

Leiam CINEARTE

EU ERA ASSIM

CHEGUEI A FICAR ASSIM

Soffrij horrivelmente dos pulmões:mas graças ao XAROPE PEITORALDE ALCATRÃO E JATAHY, prepa-rado pelo .•harn.-.ceuticc HONORIODO PR.ADO, o ma:s poderoso reicontra tosses, bron h »es, asthma, rou-quidão e coqueiuche, CCN.üGUI Fl-

CAR ASSIMI

&COMPLETAMENTE CURADO

BONITO«Jnicos Depositários:

ARAÚJO FREITAS & CIA.Ourives. 88 e go

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0 TICO-TICO 40 — 10 — Outubro — 102S

DESCOBRIMENTO DA AMERICA(FIM)

Gomera, quando a navegação começou a ser estorvadapor uma enorme quantidade de plantas que cobriam asuperfície do mar.

A isso juntou-se o phenomeno, então estranho, daperturbação da bússola: os marinheiros pensaram quetinham chegado ao fim do mundo, e que em breve aságuas se abririam para os tragar.

A muito custo consegue Colombo aplacar a revoltada maruja, e por muitos dias continuam a navegar semvêr terra.

A' perspectiva da fome, porém, logo se insurge denovo; e, agora, aos marinheiros juntam-se os officiaesda frota, e impõem ao almirante inconsiderado a voltaimmediata para a Hespanha.

Colombo, amargurado, ia ceder aquella injuncção,quando viu em torno da sua náu signaes evidentes devizinhança de terra; e, então, propoz a seus companhei-ros — voltar si dentro de tres dias não se encontrasseterra: sendo esta proposta acceita como um voto so-lemne.

Os indícios de terra se tornaram, afinal, tão seguros,que na noite de 11 de Outubro ordenou o almirante queas velas fossem colhidas, e que todos ficassem alertapara evitar as costas que approximavam.

Com effeito, pouco depois da meia noite, um tiro decanhão da "Pinta" dava o aviso de terra á vista; e, aoamanhecer, estavam as naus deante de uma ilha.

Era a primeira terra que se tocava, do hemispherionovo.

ROCHA POMBO

QUARDB ESTE ANNUNCIOQUE TEM VALOR

O CONCURSO N'"0 TICO-TICO" DACITHARA IDEAL

«**a

A todas as creanças que concorreram ao con-curso feito pel'0 T<co-Tico, da Cithara Ideal, e «pieno sorteio não foram contempla»las com o prêmio,desejando adquirir este instrumento, com as 10 mu-sicas que o acompanha, terão como bonificação umalinda caneta-tinteiro e embalagem e porte grátis.

Cada Cithara Ideal, com « 10 musicas e todosds mais pertences, custa 30$000 pelo Correio. E' uniInstrumento que pctde ser tocado por uma creançade se;s annos.

creva hoje mesmo para:

CUNHA & GRAÇARUA DO OUViDOR, 133 — RIO

P^SCj^ll

QUE EVITAASS ADURAS, FURUrtCULOS,

.BROTOEJAS, INFECÇÓES,| COniCHÕES.ECZEMAS,PRURIDOS^\DARTH.WS.IRR.TAÇOES<laPELLE

SILVA ARAUJOiCJI

llx R. I* DE MARÇO, 9a IHaí^«/IIUR&

.-.-.-.•w.-.-.'

LEIAM 0 PARA TODOS.../.V.*.W/.'^*A".VAV.*AV.V.*AW.'.VVW.VJ".*.*AV

O PRESEPE DmO TICO-TICO»'A conhecida Casa Pratt, á rua do Ouvidor n. 123. teve

a gentileza de expor numa das suas artísticas vitrines Omaravilhoso presepe que O Tico-Tico está publicando.

Os nossos amiguinhos, nos seus passeios á cidade, nãopodem deixar de ir ver a artística vitrine da Casa Pratt,o importante estabelecimento eommcrcial onde se exnõrminoveis para escriptorio, machinas de escrever e outiosartigos de fino gosto e utilidade real.'mm »ir

A RAINHA DAS REVISTASEDITADA PELA

S. A. "O MALHO"

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10 Outubro — 1928 41 O TICO-TICO

DEPARTAMENTO DO REFUGO. POSTAL

Do Sr. Dr. Francisco Pereira Lessa. snh-director doTrafego Postal, recebemos a seguinte nota sobre a creaçã-jno Correio Geral de unia nova secção que virá prestar ácollcctivitlade os mais preciosos serviços:

"Vivamente, interessa-la, a actual Sub-Directoría doTrafego Postal, em que todo e qualquer obiecto confiado a-*nosso Correio, destinado ao nosso paiz, e particularmente, áCapital da Kepub'ica. seja entregue a quem de d reito (aolegitimo destinatário), tratou, desde louo. esta Divisão d-iE-irectoria Geral dos Correios, de organisar o Comparti-mento do Refugo Postal de accôrdo com os naturaes in-teresses do publico.

Para isso. foi esse Compartimento ínstallado, na sobre-loja, lado d;reito de edificío do Co-reio Geral, e onde seencontram todos os obiectos (livros, jornaes. revistas, etc,etc), destinados a pessoas residentes no Rio de Janeiro,mas que, por motivos varos (endereço incompleto, falta deendereço. rótu'os cabidos ou racea los. etc, etc.) deixam deser entregues, normalmente, e muitas ve7.es, definitivamente,ao destinatário. Vão para o Refugo. semelhantes obiecto.-,condemnados, ás mais das vezes, á inutilisação. ao fim Jecerto tempo, como é sabido.

Entretanto, já esta Sub-Directoría tem verificado quemuitos e muitos de taes obiectos ainda podem chepar ásmãos do destinatário, desde que este tenha perfeito co-nhecimento de que pôde procurar o que lhe pertence, noCompartimento do Refugo Postal, ou dirigindo-se mesmo aeste Gan-nete; o que. até agora, era tnais ou menos ignoradoou deslembrado pelo grande púbico servido pelo nossoCorreio, sempre tão aceusado de faltas, e nem sempre cor.*isenção de animo e inteira justiça."

A MORRHUINAMimi — uma men:na bem magrinhaQue as faces possua descoradasKachitica, meuda. coitad nhaT.-nha as pernas até bem arqtieadas.

Mettia pena e dó... tão doent nh*i.Wal brincar a mrnina ronsrgn a ..-Sua mama... satxn.lo-a bem fraquinlia,Seu coração de dores, comprimia I —

Mas, dri dia. ella leu neste iomalUm tônico sem par na honv-npathía,Que Ura a Mimi um bem geral...

— E deu-lhe com a fé ma's rrv«'alVna —i-— E Mimi. qur em pé mal estar podia,Clonf-ea dan«n*ido a MnrrhninaMI

Mfimrropathia Coelho Rarhosa — R>o de Janeiro

DIGA AO PAPÁQUE COMPRE

NQGAMIZEIR28/32 ASSEMBLÉA

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A gravura acima reproduz o monumental presepede Natal que está sendo publicado no O TICO-TICO, aquerida revista dos meninos.

Esse lindo presepe é concepção de hábil artista queconhece a fundo os usos e costumes da Judca. E, bemcolorido como está, constitue uma verdadeira maravilha.

Os meninos que desejarem conhecer o presepe deNatal antes de publicado totalmente no O TICO-TICO,poderão visital-o na Casa Pratt, rua do Ouvidor, 123/125;ou na Casa Nunes, rua da Carioca, 65 e 67; ou no saguãoda Associação dos Empregados no Commercio, na Ave-"ida Rio Branco; ou no Pare Royal, no Largo deS. Fran-cisco; ou na Casa Guiomar, Avenida Passos,'120.,

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'T.CO'T/CO ÇixaosissinTa pütíi(?ac_0eon. eot_t(?rH3 do KXratos.isCiPp..(ÍD3 artislas nats ooiavois.

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10 — Outubro — 1928 r- 43 —

A MORTE DA GRIPPE r

/fíC/ lenho iomadctctmeu òanhd^^r^ \\ \ifl [semamenjcfrAeceicr-de, (r*C^wy\ |

lyzmstipaçaó,-topejougzipf>éQ If \I pozaue mamãe manaou, ^rj iy II/ comptaÁ, seis vid/ws U /- tf J\I -da. mda^scL. ai yf í *, fjrwniua

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SOMNO REPARADORobtem-sc com o uso da-

FASSIFLORINEA sua acção sedativa é muito clara cm todos os

estados nevropathicos; em todos os casos cm queo systema nervoso não exerce já a sua acção nor-mal, quando ha exaltação mórbida ou irregular dasfiuicções nervosas. A sua acção é também muitoclava nas perturbações nervosas (vertigens, angus.-tias, irritaiiilidade. insomnia) írequemes na vidadas mulheres, principalmente na época da meno-

.!. Em todos esses casos a "PÀSSIPLORI-

NÉ" é um medicamento de eleição.A "l'ASSI FLOR INF." diir.innindo o erethismo

nervoso, provoca e restabelece o somno. O somnoproduzido approxima-se - completamente do sofnnonormal; elle não causa depressão alguma, e, ao des-portar, o doente está tão l>em disposto, como se nãotivesse tomado medicamento algum.

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Pedidos a JÚLIO DE SOUZA

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AS AVENTURAS DO CHIQUINHO - O CARANGUEJO

>»XLfcí/7 S& ^^K t0 attento P^ra as pe- ço? perguntou Chiqui- i^ '"vK. VyOT C

jjf&' 1? Vv, constante e aggres- risco que elle já viu. /\y .^-^T**^ ^*\k

V^^'^</r^T^^^K

Y7f f-W,'^ "^5^ a'b'° ^e anormal- í!ois Earotos foram br S^ 2? »lvjj (L JJ/ ^\ ^Çr

ifrr .. . Pois víc. vê, ! E Chiquinho mctieu a mão. loco cri. X_T " i^^^Sf]si Jagunço acuava para um vào en-lie as pedras. — Mette a mão, Ben-lamim, e lira o que íór! — Eu?! osenhoi está maluco! — Medioso!...

...Pois vacs vér! E Chiquinho mctieu a mão. logo gri-tando: Ai! ai! Trazia agarrado no dedo um caranguejo.Benjamim sahiu correndo para buscar remédio, emquantoChiquinho sacudia a mão, a gritar por soccorro. Poríim o caranguejo desprendeu-se e poz-se a U*cr amea-...

...ças a Jagunço que não se animava a atacal-o Excusado é dizeique o caranguejo acabou na pa-r.ella c o garoto emendou-se.