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PERSPECTIVA

MAIO 2009 3

Sumário# 20 | MAIO 2009

Propriedade. Escala de Ideias – Edições e Publicações, Lda - R. D. João I, 109, RC - 4450-164 Matosinhos NIF 507 996 429 Tel. 229 399 120 Fax. 229 399 128 Site. www.escaladeideias.pt E-mail. [email protected] Directora-Geral. Alice Sousa - [email protected] Director Editorial. Pedro Laranjeira Coordenação Editorial. Alexandra Carvalho Vieira - [email protected]

Colaboraram neste número. Ana Mendes, Diana Pedrosa, Filipe Ferraz, Pedro Mota Opinião. Isabel do Carmo, Joaquim Jorge, Ten. Cor. Brandão Ferreira Design e Produção Gráfica. Teresa Bento - [email protected] Banco de Imagens. StockXpert, SXC Webmaster. Pedro Abreu - [email protected] Edição. Alexandra Carvalho Vieira Contactos. Redacção 229 399 120 [email protected] Departamento Comercial. 229 399 120 - [email protected] Tiragem. 70 000 exemplares Periodicidade. Mensal Distribuição. Gratuita, com o jornal “Público” Impressão. Mirandela - Artes Gráficas S. A. Depósito Legal. 257120/07 Internet. www.revistaperspectiva.info Interdita a reprodução, mesmo parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios, e para quaisquer fins, inclusive comerciais sem a autorização do editor.

Reportagem 4 A Latitude do Olhar: Egipto – A voragem da eternidade

Opinião 6 Isabel do Carmo 7 Joaquim Jorge 8 Ten. Cor. Brandão Ferreira

Dia de África10 Câmara de Comércio Portugal Cabo Verde12 ISCSP desenvolve projectos e acções de cooperação com os PALOP

Ensino Superior14 Entrevistas a Salvato Trigo, reitor da Univ. Fermando Pessoa, e a Fernando Magalhães, presidente do conselho directivo do ISCAP

Ensino Profissional18 Escolas Profissionais dão “Contributo decisivo para a preparação para o mundo do trabalho”20 O contributo do ensino profissinal para 12 anos de escolaridade bem sucedida22 Ensino Profissional, uma mais-valia24 Escola Secundária Camilo Castelo Branco, em Vila Nova de Famalicão

Novo Forúm Saúde53 Nutrição: Dietas...54 Inovação ao serviço da nutrição55 “Cogumelos medicinais”: Os benefícios para a saúde

Fisioterapia57 Fisioterapia e Qualidade de Vida58 Departamento de Medicina Física e Reabilitação do Hospital da Misericórdia de Vila Verde60 Fisioterapia ao domicílio61 Fisioterapia baseada na evidência

Portugal Sem Barreiras62 Escapadinha ao Algarve63 Qualidade adaptada às necessidades de todos

Cidades Mais45 Vila do Conde46 Mirandela: Cidade jardim nas margens do rio Tua

44 Notícia: Na Rota de Colombo em Portugal64 Test Drive: O Novo Peugeot 300866 Cultura

26Dia Mundial da Criança

26 Direito à vida, a brincar e a viver em segurança 28 Academia Sporting

29 Férias Desportivas e Estágios de Aperfeiçoamento Técnico / Táctico 30 Roupa Divertida e Confortável em pronto moda

31 Sporting: Promoção da prática desportiva32 Fraldas Ecológicas: Promoção da Saúde do Bebé e do Ambiente

33 Sugestões para o Dia da Criança

35Açores: Ilhas Paradisíacas

35 Mota Amaral confessa que a comemoração do Dia dos Açores “É uma afirmação de identidade da cultura açoriana”.

36 Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo: Líder no processo de Energias Renováveis nos Açores

38 Hotel Caracol: Momentos de pura tranquilidade40 Lajes do Pico: Tradição, Modernidade e Desenvolvimento

41 Pico: Paisagem vinhateira entre o mar e a montanha42 Carne dos Açores IGP: Acções de degustação em todo o país

47Alentejo e os seus vinhos

47 O elixir do Alentejo 48 Portugal Ramos

50 A Herdade do Rocim51 A Adega de Roquevale

52 A singularidade do Solar dos Lobos

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REPORTAGEM

4 MAIO 2009

A Latitude do Olhar

EgiptoA voragem da eternidadeA voragem da eternidade

Estamos no Egipto. As sombras do passado alongam-se através das escaldantes areias do deserto. O Nilo vinca o seu traço a azul e verde através do areal infindável, mas é um traço fino debruando os tons de pastel da areia. Aqui respira-se ainda a história gloriosa da civi-lização faraónica, parecem ainda ecoar as vozes do passado através do dédalo labiríntico na cidadela de Saladino. Texto e Fotos: Pedro Mota

Estamos num café tradicional a beberi-car chá de hibisco (karkadhe) por entre densas baforadas de odorífero tabaco de maçã. Os lindos e esguios narguilés em metal trabalhado dão um toque de ostentação, como se fôramos verdadei-ros nababos, mas a verdade é que estes lugares são muito populares entre os cai-rotas, sendo os seus clientes transversais à sociedade egípcia.

Para além dos incontornáveis luga-res de culto turístico, como o museu do Cairo, as grandes pirâmides de Gizé ou a mesquita de alabastro, há sempre sur-

presas ao virar a esquina em cada viela da cidade velha ou curiosidades de deixar boquiaberto o mais incrédulo. Ao ques-tionar um jovem estudante de filosofia se ainda haveria no Cairo alguma histó-ria por contar, ele fez-me sinal para tomar lugar na sua motoreta e foi-me mostrar algo inacreditável: chamou-lhe “a cidade dos mortos” e na realidade era um cemité-rio a perder de vista. Mas o mais insólito é que pululava de vida, as campas regur-gitavam de gente atarefada nos peque-nos nadas do quotidiano. Era impressio-nante constatar como os mais pobres dos

pobres partilhavam a “última morada” com os seus antepassados.Descemos agora o rio Nilo a bordo das tradicionais feluqas desde Assuão. A lentidão com que evoluímos é adequada de modo a podermos absor-ver a história que emana das margens do rio e as inúmeras lendas com que somos agraciados pelo nosso barqueiro.

Segundo a lenda, Osíris, senhor do mundo subterrâneo, reinou no Egipto com a sua amada esposa e irmã: Isis. Sendo o seu reinado um tempo de bem-aventurança e concórdia, acabou o seu sucesso por despertar os ciúmes de Seth que acabou por matar Osíris, cortando o corpo em catorze pedaços que lançou ao Nilo. Isis conseguiu recuperar todos os pedaços ao longo do rio, excepto um. No lugar em que cada pedaço do corpo sagrado era encontrado, construía-se um templo dedicado a Osíris, sendo essa a razão de existirem vários templos devo-tos a Osíris ao longo do Nilo. O pedaço que permaneceu perdido no rio fora a vara com que se plantam os homens, explicando no seu simbolismo de fecun-didade, a fertilidade do Nilo.

Outra personagem de grande vulto na longa história do Egipto antigo é o incon-

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REPORTAGEM

MAIO 2009 5

tornável Imhotep. Arquitecto da primeira grande pirâmide de Zoser em Sakkara, foi também astrónomo e poeta, tendo como ponto alto da sua ecléctica carreira o estudo médico de várias doenças e tera-pias, além da elaboração de fármacos a partir de princípios vegetais e minerais. A civilização helénica personificava nele o Deus Esculápio, pai da medicina.

A lenda que vou contar e que ouvi de um velho professor, o que tem de mais assombroso é parecer ter realmente acon-tecido, como evidenciam alguns bai-xos-relevos do templo de Luxor: desde tempos imemoriais que o antigo Egipto era assolado por invasões várias: como é o caso da perpetrada pelos Iksos, povo oriundo da Ásia Menor que já utilizava carros puxados por cavalos em com-bate. Durante o reinado do grande faraó

Ramsés II foi a vez dos Hititas, povo beli-coso e aguerrido que submergiu as fron-teiras do Egipto com um imenso exército. Ramsés mobilizou todos os homens váli-dos para defender as fronteiras. Eis, que um pobre estropiado, amputado de braço e perna do lado esquerdo, ficou para trás, apesar de ser mancebo.O disco solar de Amon rodou diversas vezes no céu alternando com a estrelada deusa Nut. Por fim, o exército desbaratado, mas vitorioso da legendária batalha de Kadesh regressou a casa. Foi um tumulto, por toda a cidade, parecia que não havia mulher que não tivesse engravidado, como que por artes mágicas.

Só crianças e velhos tinham ficado para trás, mas eis que os olhos de todos, con-vergem para o pobre deficiente (mas não incapacitado). Gritaria, promessas das mortes mais sangrentas, ameaças de mil torturas…O Faraó, homem avisado que era, percebeu que o fecundo estropiado, não poderia sofrer as mil mortes prometi-das e aplacar a cólera de todos os ofendi-dos, era uma verdadeira horda enfurecida de cornúpetos maridos, o que iria redun-dar em possíveis perturbações da ordem e quem sabe, motins. Então, teve uma tirada magistral: o homem, afinal não o era, era antes um avatar – manifestação terrena – do deus da fertilidade, Min. Ele-vado à categoria de deidade, não podia ser julgado pelas leis dos homens.

Havia que lhe agradecer e honrar, pois Min – Deus da fertilidade – ao ver o perigo que corria a nação, fruto do ataque estrangeiro, envidou todos os seus esfor-ços para salvar o Egipto, produzindo uma nova fornada de futuros soldados e exce-lentes guerreiros. Mais, que ninguém se sentisse ofendido, pois, o acto tinha raiz-divina e não telúrica. As carícias celes-tiais com que prodigalizara as esposas haviam tido como fim último, impregná-las com a sua semente divina, oferenda sublime que deveria honrar qualquer vil mortal. Foi assim que viveu até ao fim dos seus dias, com todas as honrarias e benesses, aquele que só foi salvo de ser esganado pelo excesso da sua prevarica-ção.

O esguio caule do Nilo já se ramifi-cava num intrincado sistema de cursos de água e terras alagadas, onde os sedimen-tos trazidos a custo desde as terras altas da Abissínia, finalmente se depositavam numa bênção de vida e fertilidade. Ao

longe, num largo abraço, desenhava-se o aconchego da baía de Alexandria.Senti um frémito de emoção. Esta cidade já arvorou o facho da sabedoria da humanidade. Outrora, esta cidade foi a capital da memória do saber, fiel guar-diã do imenso acervo do intelecto e cria-tividade humana na biblioteca de Alexan-dria.

Andando pela praia, cruzando barcos de pesca varados na areia, meditava se estaria seguindo o trilho das pegadas de Arquimedes, o brilhante sábio que dois milénios antes de Newton lançara as bases do cálculo diferencial. Era emo-cionante sentir a proximidade daquele centro do saber que catapultou o espí-rito humano até às estrelas. Foi aqui que homens como Aristarco e Eratóstenes arrancaram a alma humana do lodo da mediocridade materialista, amplificando a dimensão da Terra e dos céus.

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OPINIÃO

» Isabel do Carmo

PERSPECTIVA

6 MAIO 2009

Os médicos não vendem nem emprestam “fugas”Uma destas noites e durante a polémica sobre os genéricos, o canal de televisão RTPN fez uma sondagem entre os telespectadores sobre se os médicos tinham “interesses” em recei-tar estes ou aqueles medicamentos e vi, espantada, que 86% respondiam que os médicos tinham “interesses”.

Nos textos de respostas escritas havia mesmo alguém que dizia que bem perce-bia porque é que os consultórios estavam cheios de “vendedores”. Mais do que indignada, fiquei preocupada. Embora dando o desconto ao universo de popu-lação que respondeu e ao seu significado, a verdade é que, entre aquelas pessoas, 86% pensam que eu e os meus colegas quando puxamos da caneta para receitar estamos a calcular os nossos ganhos!

Sobretudo isto transmite-me a ideia dum país que “desconfia”, que não tem confiança nem no médico. Terá no padre? Provavelmente não. É um país em que cada indivíduo sente à sua volta um mar de enganos e engole em seco uma terrí-vel insegurança. E acontece que descon-fia de quem não deve, passando por cima ou aceitando aqueles de quem devia des-confiar.

É o caso, em relação aos medicamen-tos. Quando a polémica começou, por iniciativa da Associação Nacional de Farmácias, o Dr. Arnaud, antigo Ministro da Saúde, estava distraído quando disse que isto era “um braço de ferro entre os médicos e os utentes”. Coitadinhos dos utentes, coitadinho do jacaré … De facto o braço de ferro é com a Associa-ção Nacional de Farmácias (ANF), que se quer substituir aos médicos na escolha do medicamento. Qual o interesse? Era bom que se observasse, mas não é obser-vável, os “vendedores” nas farmácias. A ANF negoceia descontos de 5 a 15% nos medicamentos genéricos escolhidos e dá bónus que chegam a duplicar as embala-gens. Além disso a ANF vai ela própria

produzir genéricos, para o que já adquiriu 49% da Alliance Healthcare. Deste modo a ANF pretende ir desde a produção até à escolha, dando condições “especiais” às farmácias que as seguirem. As quais, farmácias, estão completamente depen-dentes da ANF, seja na distribuição, seja no adiantamento de pagamento (paga a oito dias), embora seja o sector a quem o Estado é mais rápido a pagar (paga a três meses).

E o que é que os médicos obtêm dos laboratórios farmacêuticos? Sou direc-tora dum Serviço, sei como as coisas se passam e são transparentes. Três ou quatro casas farmacêuticas patrocinam idas a congressos internacionais. A maior parte dos médicos não vai ou limita-se a ir a congressos nacionais. De facto a ida a congressos internacionais permite uma actualização que de outro modo era impossível. Somos obrigados, quando pedimos autorização de saída à institui-ção, a declarar quanto é que isso custa ao laboratório que patrocina. A soma da viagem, da inscrição e da estadia é supe-rior ao meu ordenado mensal. De facto, de outro modo ninguém iria. Nunca nin-guém fala das deslocações de pessoal de outros sectores, académicos, autarquias, representações em organismos interna-cionais, etc. Serão assim tão poucos e tão transparentes?

Para além disso, alguns serviços orga-nizam simpósios ou congressos nacio-nais, onde algumas casas farmacêuti-cas pagam para ter stands. Esse dinheiro serve para pagar aquilo que o Estado não teve orçamento para disponibilizar: assi-

natura de revistas, livros, computadores, formação.

Nós, médicos, pedimos o vosso res-peito

Aqui estão os nossos interesses. Nem sequer os laboratórios nos podem dar amostras para tratamento. Pagamos os nossos medicamentos como qualquer cidadão. Agora perguntem-nos: a infor-mação médica influencia? Influencia. Infelizmente a investigação, a divulga-ção, a informação, a nível internacional, têm ficado sempre nas mãos da indús-tria e os Estados têm-se demitido dessas funções. Isto não quer dizer que as agên-cias, como a europeia ou o Infarmed, não sejam muito rigorosas. São. Quando o medicamento é aprovado foi longamente estudado relativamente à sua eficácia, à eventual toxicidade e aos efeitos secundá-rios. Veja-se quantos anos levou o nosso laboratório Bial para chegar à nova molé-cula contra a epilepsia. Quanta paciência, quanto dinheiro, quanta perseverança, quanta capacidade científica! Esta é que é a tal “economia real” e não o jogo de ciganagem (com o devido respeito pelos ciganos) que anda a vender a retalho. Quando digo que somos influenciados, isto não significa que não haja esforços de vigilância e análise (coligindo todos os ensaios a nível internacional) que pro-curam a neutralidade, tal como é feito nas aulas de Farmacologia e Terapêutica das Faculdades de Medicina.

Leia texto na íntegra em www.revistaperspectiva.info

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OPINIÃO

» Joaquim JorgeBiólogo

PERSPECTIVA

MAIO 2009 7

Justiça Pelo que tem vindo a lume sobre vários "casos", falando dos mais recentes e mediáticos, os cidadãos estão estupefactos. Surge uma pergunta como pôr cobro a estas situações?

Fazer frente a determinados bloqueios. A maioria da sociedade portuguesa está angustiada perante a falta de respostas rápi-das e desfechos permissivos e inconsequen-tes. Penso que se lograram alguns avanços, antigamente os Senhores todo Poderosos nem a tribunal iam, passava-lhes tudo ao lado. A falta de velocidade na expectativa de mudança, a incapacidade nestes proces-sos de ir por dentro, limpar, polir, dar honra às instituições é muito lento. Necessita-mos que não haja obstruções no combate à corrupção, quer do Parlamento quer do Governo que lá esteja. Os cidadãos querem transparência e honestidade. A justiça em Portugal goza de pouco ou nenhum prestí-gio, os portugueses querem que se condene os corruptos.

Precisamos de uma legislatura de emer-gência que resolva a corrupção no nosso país.

1. Isaltino Morais diz que "não há uma única prova" que o incrimine. Mais tarde admite ter fugido ao fisco, alegando que qualquer cidadão recorria a este tipo de prá-tica (declaração do valor de uma casa infe-rior ao verdadeiro). Nunca vi ninguém tão bem disposto e sorridente como réu numa chegada a um tribunal. Seria assim se não tivesse o poder e o cargo de Presidente de Câmara de Oeiras?

Ferreira Torres absolvido por falta de provas. Os juízes dizem que o tribunal não apurou realmente o que se passou nalguns casos e noutros teve dúvidas. As acusações de corrupção, peculato, abuso de poder e extorsão. Nenhum destes quatro crimes foi dado como provado pelo tribunal. A juíza-presidente lembrou que a absolvição do arguido resulta da prova recolhida na sala de audiências e não "do que se diz lá fora" ou "dos depoimentos da fase de inquérito".

A juíza advertiu, ainda, que "a justiça popular é uma coisa bem diferente da apli-

cação da justiça pelos tribunais".Conclusão: é muito difícil fazer-se jus-

tiça em Portugal levando os arguidos desses processos que sejam absolvidos ou não chegarem sequer a ir a julgamento.a. deficiência da investigação.

b. dificuldade de fazer prova dos factos em julgamento. Os juízes não podem conde-nar por convicção mas apenas com provas.c. recurso a advogados experientes e a recursos interpostos sucessivamente aos tribunais superiores.

d. o poder judicial, cuja dignidade e cre-dibilidade está em causa, deve ser refor-çado perante os portugueses.

e. o descrédito da democracia é total. As consequências são dramáticas, não se pode aceitar que a corrupção seja um mal endémico da vida pública e um facto con-sumado. É preciso inverter este estado de coisas.

2. Os magistrados afirmam que estão a sofrer pressões pelos seus superiores hie-rárquicos e ameaçam denunciá-las. Obvia-mente que estão em causa as suas carreiras e o seu futuro. Só falta agora virem pedir o ónus da prova sobre as pressões efectuadas sobre os juízes do processo! Foi o que fez Augusto Santos Silva.

Os tribunais são órgãos de soberania com competência para administrar a justiça em nome do povo. Além do Tribunal Consti-tucional, existem as seguintes categorias de tribunais: o Supremo Tribunal de Justiça; os tribunais de primeira e segunda instân-cia; o Supremo Tribunal Administrativo e os demais tribunais administrativos e fis-cais; o Tribunal de Contas.Os juízes têm um estatuto próprio e o acesso ao Supremo Tribunal de Justiça faz-se por concurso curricular aberto aos magistrados judiciais e do Ministério Público. Essa prer-rogativa compete ao Conselho Superior da Magistratura.

Mas, onde eu quero chegar é que existe o Ministério Público, a quem compete representar o Estado e defender os interes-ses que a lei determina. A nomeação dos magistrados do Ministério Público com-pete à Procuradoria da República. Por sua vez a Procuradoria da República é presi-dida pelo Procurador da República (Pinto Monteiro) e compreende o Conselho Supe-rior do Ministério Público que inclui mem-bros eleitos pela Assembleia da República e membros eleitos entre si.

Os juízes do processo estão subordina-dos ao Procurador da República e a Cân-dida Almeida que dirige o DCIAP (Depar-tamento Central de Investigação e Acção Penal). Por sua vez, o Procurador é nome-ado pelo Presidente da República, sob pro-posta do Governo.

Complexo, mas simples para bom entendedor. Compreendo o melindre da situação e das pessoas em causa.Mas porque não se chamam para testemunhar de forma a esclarecer de uma vez por todas esta situação insustentável para o país? Em que ficamos para bem de Portugal? O que é que anda a fazer Cavaco Silva? O Presidente da República é o garante do regular funcionamento das instituições democráti-cas, mas não parece...

[clubedospensadores.blogspot.com]

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OPINIÃO

» Ten. Cor. Brandão Ferreira

PERSPECTIVA

8 MAIO 2009

A República da Guiné-Bissau e Portugal

“Quem com ferro mata, com ferro morre” Adágio popular

Os recentes eventos na Guiné-Bissau (RGB), em que faleceram de morte violenta e brutal os respectivos presidente da república e chefe de estado-maior general – inimigos figa-dais de há longa data – pode fazer presumir que se virou uma página na história daquele pequeno país que de país só tem o nome.

Isto porque terão saído da cena política os últimos representantes com peso que fizeram a guerrilha contra a soberania portuguesa. Pode ser que assim seja – e só viria bem ao mundo por isso – mas pode vir a ser apenas uma miragem. Parece que por aquelas bandas, ódio velho não cansa e maturidade não vem de um dia para o outro.

A questão de fundo é, porém, outra: a RGB não reune as condições mínimas para constituir um país. Tem um territó-rio muito pequeno, pouca população, mal instruída, mal nutrida e sem emprego; um clima estuporado, sem riquezas naturais, pobre em recursos agrícolas, pecuários e piscícolas e sem grandes atributos turísti-cos. Pior, é uma amálgama de tribos em estado atrasado de civilização – e que muito regrediram após a saída da nação portuguesa.

Não possui unidade cultural, nem étnica, nem linguística, nem religiosa, nada...

É apenas um aglomerado de gente cada vez mais desenraizada, onde se misturam e conflituam quatro coisas: laços de famí-lia, negócios e afinidades religiosas e/ou étnicas. Em súmula, é um mosaico sem consistência. O único cimento que man-tinha esta população unida e lhe dava alguma coesão e coerência era a língua e a administração portuguesas e a ideia de fazerem parte de uma Pátria lusíada. Não vale a pena escamotear mais a realidade.

O projecto do PAIGC, o partido para

a independência da Guiné e Cabo Verde – isto é, a aliança entre Cabo Verde e a Guiné – não passava de um simulacro de utopia que escondia uma habilidade polí-tica, que se desfez mal o poder em Lisboa colapsou.

O desastre da “descolonização” e os desatinos marxisto-africanos que se seguiram deixaram o que res-tava de 500 anos de presença por-tuguesa de pantanas. E geraram ódios de que estas últimas mortes podem não ser o epílogo.

Só sobreviverão se houver ordem no território, a corrupção for controlada e uma liderança forte, que naturalmente terá que ser ajudada do exterior até se formarem um conjunto de quadros capa-zes e em número suficiente. A alternativa é o caos e serem uma placa giratória dos trusts da droga.

Neste contexto, a cooperação portu-guesa, militar e civil, bem como a Comu-nidade dos Países de Expressão Oficial Portuguesa (CPLP), poderiam ser uma ajuda preciosa. Tal vai, todavia, demo-rar muito e não demorar para sempre. Por um lado, a CPLP tem evoluído a passo de caracol, por outro, o estado Português tem sido relapso em ter uma política minima-mente clara e consistente relativamente àquela organização e a Àfrica.

A CPLP esgota-se em declarações de boas intenções, o Brasil quer mandar em tudo e Angola quer fazer-lhe concorrên-cia... Não existem capacidades mínimas

nem vontade para as pôr de pé. A maio-ria dos políticos portugueses, que se entregaram de cabeça feita na utopia da União Europeia, não estão para ali vira-dos e ainda nem sequer perceberam que na CPLP teremos que tentar fazer o que a Grã-Bretanha faz com os EUA na NATO (e no resto): os americanos dão os meios e a tecnologia e os ingleses a doutrina e o saber.

Quanto a África, o panorama é pior por duas razões: a classe política no seu con-junto é de uma ignorância que até dói, sobre a realidade africana e a nossa his-tória comum, e sofre de um complexo de culpa pós-colonial que roça o inverosí-mil.

Tudo isto tem resultado numa posição de cócoras, a ver os “comboios” passar e a encaixar dislates com que um qualquer nóvel dirigente nos queira brindar.

Quanto à cooperação com os chamados PALOP, a coisa funciona assim: nós damos e eles recebem… depois estragam, a seguir pedem mais. A gente finge que não percebe e vai sempre dando. Nunca pede nada em troca.

Lamentamos desapontar os adep-tos do pensamento “cor-de-rosa”, mas as coisas são o que são e dão muito trabalho a mudar.

Não é país quem quer, mas quem sabe e pode.

Um pensamento que, já agora, não fica-ria mal aos portugueses que restam sobre ele meditarem.

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DIA DE ÁFRICA

10 MAIO 2009

Negócios & AfinidadesÁfrica, o continente permanentemente lembrado, eternamente esquecido, é inegavelmente a natural vocação de Portugal. E quando o quer Portugal reconhece e afirma esse seu destino. Demonstrou-o recentemente com Angola. Desde sempre com Cabo Verde.

Por João Manuel Chantre*

No entanto o seu estatuto de ex-colonizador evoca permanentemente uma atitude con-ciliadora que o impede de ultrapassar, sem complexos, as “Relações de Afinidade” transformando-as numa mais que legí-tima “Relação de Negócios”, com eviden-tes ganhos em matéria de desenvolvimento mútuo, envolvimento estratégico de longo prazo e, em consequência, de reforço, em novos moldes, dos laços de afinidade.

Desde 1991, após a abertura da economia caboverdeana ao Investimento Externo, que a CCITPCV-Câmara de Comércio Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde defende as relações que apelidou de “Negócios & Afi-nidades” desempenhando um papel crucial na promoção e acompanhamento do inves-timento português em Cabo Verde reali-zando diversas actividades de divulgação das potencialidades da economia cabo-verdeana que permitem a actualização do conhecimento geral sobre as vantagens de Investimento neste país. Tornou-se daí evi-dente a complementaridade de perfis dos 2 países e a oportunidade de penetração con-junta em mercados internacionais.

Destes processos resultaram a génese e encaminhamento de investimentos de referência no Comércio, na Indústria, na Construção, no Turismo, no Ensino, referindo-se apenas alguns.

Esta Câmara, que conta hoje com Asso-ciados portugueses e caboverdeanos repre-sentativos de variados sectores da econo-mia (Banca, Seguros, Telecomunicações, Turismo, Construção Civil, Imobiliária,

Transportes, Cimentos, Comércio, Audito-ria e Consultadoria, Informática, etc), ape-trechou-se então dos meios técnicos de informação, comunicação e tratamento de dados capazes de dar resposta rápida às diversas questões que sempre lhe foram, e continuam a ser, diariamente, colocadas sobre a Economia e Investimento em Cabo Verde. Actualmente a Câmara de Comércio Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde presta um variado leque de serviços dos quais se destaca:- Fornecimento de Informações e Listagens sobre a Estrutura Comercial e Industrial de Cabo Verde, com dados precisos sobre a generalidade das empresas aí existentes;

- Legislação Económica relevante para enquadramento do Investimento Externo;- Aconselhamento e Encaminhamento de Projectos de Investimento;- Criação de Empresas em Cabo Verde e Obtenção de Estatuto de Investidor Externo;- Organização de Seminários, Missões Empresariais e outras acções simila-res tendentes à aproximação e desenvol-

vimento das relações económicas entre Portugal e Cabo Verde.

A CCIPTCV e a InternetReconhecendo na Internet um poten-cial importante, a CCITPCV colo-cou-a ao serviço do intercâmbio econó-mico e empresarial entre os dois países criando o Portal Portugal Cabo Verde (www.portugalcaboverde.com) que con-tém informação alargada sobre o relaciona-mento luso-caboverdeano. Fruto da expe-riência acumulada ao longo de 18 anos de actividade e da colaboração de diversas entidades -Particulares, Associações, Auto-ridades, Instituições de Negócios e de Coo-peração- de ambos os países, que com o contributo de informação actualizada e cer-tificada tornaram possível o preenchimento e manutenção deste espaço, assumiu-se o compromisso de o tornar numa referência para todos aqueles que procuram informa-ção de negócio, em diversos temas, sobre este espaço económico. Ele aí está desde 2005 cumprindo o seu papel.

*Vice-Presidente Executivo da Câmara de Comércio Portugal Cabo Verde

PUB

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DIA DE ÁFRICA

12 MAIO 2009

Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas

Projectos e acções de cooperação com os PALOPPedro Borges Graça, vice-presidente do Conselho Pedagógico do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) e docente do Mestrado em Estudos Africanos, revela que “as universidades portuguesas, em parceria com as africanas lusófonas, estão a desempenhar um papel insubstituível na consolidação dessas relações.”

Quais são os grandes desafios que se colocam hoje aos países africanos em termos de ensino e formação?Além dos meios financeiros e logísticos adequados, os grandes desafios encon-tram-se ao nível da qualificação e requa-lificação de professores e formadores africanos, e também na continuidade de aplicação de critérios de transparência e responsabilização institucionais. No centro do processo estão as pessoas, e portanto a resposta tem de partir de uma administração pública bem organizada para o efeito e sustentada por edifícios legislativos operantes e flexíveis relativa-mente às mudanças que os tempos actu-ais constantemente impõem.

Que análise faz das relações entre Por-tugal e os PALOP nestas duas áreas?Estas relações têm vindo nitidamente a progredir, em grande parte fruto do ambiente de concertação democrática e proximidade que os países do Norte e do Sul experimentam nas últimas duas déca-das após a Guerra Fria. E as universida-des portuguesas, em parceria com as afri-canas lusófonas, estão a desempenhar um papel insubstituível na consolidação dessas relações. O ISCSP, em particular, tem visto crescer o número de projectos e acções de cooperação com os PALOP, obviamente com incidência nas áreas por nós tradicionalmente leccionadas no domínio das Ciências Sociais e Políticas, como as Relações Internacionais ou a Estratégia ou a Administração Pública, a qual é um esteio fundamental do Desen-volvimento

Considera que podem ser mais profí-cuas? A que nível?Há sempre lugar e mesmo obrigação para evoluir qualitativamente quando falamos de Universidade. Mas estes laços lusófo-nos que se vão tecendo por via universi-tária, ainda assim frágeis face à concor-rência muitas vezes agressiva de outros países não-lusófonos, seriam indubita-velmente mais fortes se Portugal tivesse uma política de cooperação mais forte também, capaz de uma efectiva coordena-ção dos vários actores envolvidos, espe-cialmente no apoio, não necessariamente financeiro, e na facilitação de parcerias estratégicas entre universidades, empre-sas e organizações não-governamentais. Neste âmbito o ISCSP, com mais de um século de experiência, concretamente no que respeita ao Desenvolvimento em África, pode prestar um serviço de exce-lência na realização de estudos estratégi-cos e de planeamento com vista a elevar a política de cooperação para um pata-mar de eficiência há muito desejado nos PALOP.

O ISCSP já está presente em Angola, onde ministra cursos de formação, e alargou recentemente o seu âmbito de acção para Moçambique ao nível da formação pós-graduada. Porquê esta incursão? Quais são as grandes mais-valias para ambos os países?Bom, a razão explica-se por si mesma: ambos os países obtêm ganhos de capaci-tação pessoal e institucional sustentável, em Língua Portuguesa, o que representa uma mais-valia local evidente e muito

desejada. Como já foi referido, a Admi-nistração Pública em África é um esteio fundamental do Desenvolvimento, e por isso o ISCSP vê esta área de intervenção como prioritária, respondendo aliás às solicitações que lhe são endereças nesse sentido pelos seus parceiros africanos.

Que relação existe entre o ISCSP e as suas congéneres dos PALOP?As relações situam-se num plano de pro-fissionalismo e de profundo respeito mútuo. As relações são realistas sem con-tudo deixarem de ser humanas, existindo de facto uma certa cumplicidade lusófona que acaba sempre por facilitar a passa-gem dos obstáculos que inevitavelmente vão surgindo em projectos desta natu-

» Pedro Borges Graça, do ISCSP

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DIA DE ÁFRICA

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reza. O balanço é hoje francamente posi-tivo e ganhador para todas as partes.

“A Administração Pública em África é um esteio fundamental do Desenvolvimento, e por isso o ISCSP vê esta área de intervenção como prioritária, respondendo aliás às solicitações que lhe são endereças nesse sentido pelos seus parceiros africanos.”

Qual a importância de se comemorar o Dia de África?Essa importância deve-se à sempre neces-sária e nunca dispensável chamada de aten-ção para os valores da liberdade, da igual-dade de povos e culturas, da solidariedade e da convivência multicultural que só traz cor, diversidade e alegria às sociedades.

O ISCSP tem cerca de duzentos estudan-tes africanos. A comemoração, a cargo do sempre dinâmico Núcleo de Estudantes Africanos, ocupa vários dias. Há sempre

um colóquio sobre temas da actualidade africana e o programa comporta uma ani-mação contagiante de eventos onde cabem a gastronomia, música, dança e moda.

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ENSINO SUPERIOR

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Salvato Trigo, reitor da Universidade Fernando Pessoa, confessa:

“Julgo que hoje existe uma cultura Fernando Pessoa” A Universidade Fernando Pessoa comemora 20 anos. É a única universidade privada portuguesa fundada por um universitário, Salvato Trigo, que procura nela corrigir os “defeitos” que detectou nas universidades públicas que frequentou e onde deu aulas.

Salvato Trigo, reitor da Universidade Fernando Pessoa, encara-a como “um projecto de vida de um universitário”, acrescentando que “há aqui uma pre-ocupação também de que a Universi-dade Fernando Pessoa se possa constituir como um estudo de caso: a possibilidade de na sociedade civil se fazer um projecto desta natureza sem um cêntimo de apoio do Estado”.

A escolha do curso e do estabeleci-mento de Ensino Superior são pri-mordiais?São premissas fundamentais e ambas devem estar baseadas numa organização que o nosso ensino básico e secundário deveria ter e não tem: orientação voca-cional. A maior parte dos jovens faz segu-ramente opções não baseadas naquilo que seriam razões racionais, mas sim mais afectivas. Em muitos casos não são esco-

lhas, mas sim alternativas. O momento da escolha é importante e decisivo, mas penso que não deve colocar-se apenas ao nível do 12º ano. Deve começar pelo menos a partir do 9º ano através de uma preparação psicológica e vocacional.

Mas concorda com a vinculação que existe em Portugal entre o curso e a saída profissional?Existe uma vinculação excessiva no nosso mercado entre o curso e a saída profissio-nal o que é, do meu ponto de vista, iníquo e muito negativo. Há alguns cursos onde essa vinculação é óbvia (veja-se o caso da medicina), mas depois há uma panó-plia de cursos essenciais e que têm sido muito mal tratados, nomeadamente na área das ciências sociais e humanas. Estas são áreas estruturantes, fundamen-tais para que se possa sustentar o pro-gresso da cultura do país e para que o país

possa, de facto, evoluir em termos de ati-tudes, de comportamentos, de espírito crí-tico, de cidadania. E essas áreas têm sido descuradas e até desvalorizadas porque as pessoas quando ouvem falar destas áreas dizem logo que não interessa porque não dão emprego. Isto é profundamente nega-tivo num país como o nosso, que tem um déficit enorme em termos de população activa devidamente qualificada e que tem, sobretudo, déficits culturais muito gran-des.

O que é que se pode fazer para inverter esta tendência?Desde logo o próprio sistema do ensino básico e secundário deve preocupar-se mais em preparar as pessoas para a cul-tura, para o seu desenvolvimento intelec-tual, pessoal, em atitudes e em cidadania e não em preparar os alunos para fazerem as provas nacionais e para entrarem em cursos cujas médias estão inflaccionadas. A escola hoje, mais do que nunca, como

» Salvato Trigo, reitor da Universidade Fernando Pessoa

Texto: Alexandra Carvalho Vieira

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prias da universidade: clínica pedagó-gica de medicina dentária, onde os alunos atendem mais de 250 pessoas por dia; clí-nica pedagógica de fisioterapia; clínica pedagógica de terapêutica da fala; clínica pedagógica de reabilitação psicomotora; clínica pedagógica de psicologia. Temos também um laboratório de análises clíni-cas. Através do mecanismo de “consen-timento informado” da parte dos pacien-tes, os alunos são quem executa todas as tarefas terapêuticas devidamente supervi-sionadas pelos professores. Isto acontece da mesma maneira na área das ciências da comunicação, onde os alunos têm acesso a laboratórios de imprensa, rádio e televi-são. No caso da engenharia civil aposta-mos muito na relação com o universo da obra para que os alunos se apercebam do que é o envolvimento efectivo da sua área de formação. Portanto a nossa preocupa-ção é um ensino que tenha utilidade, que forneça conhecimentos que sejam capazes de ser transformados em competências.

Face a estas condições infraestrutu-rais, a Universidade é também candi-data a ter um curso de medicina...Estamos no páreo, somos candidatos a ter um curso de medicina. Temos apresentado propostas que não têm sido contempla-das mais por razões doutrinárias e ideoló-gicas do que por razões técnicas. Isto vai passar. Na realidade temos de ser um país normal como são os outros e a normali-dade faz com que o Estado não se arro-gue do direito de ter monopólios seja de que natureza for. Assim, mais dia menos dia teremos medicina, até por que vamos começar este ano a construção do Hospital Escola justamente com esse objectivo.

Leia entrevista na íntegra em www.revistaperspectiva.info

ENSINO SUPERIOR

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movimento estruturante das sociedades modernas deve formar cidadãos, ou seja, deve formar aquele conjunto de pessoas que são capazes de intervir criticamente na sociedade e ter para com ela atitudes de mudança, proactivas na maior parte dos casos. Não é crível nem sério o que se passa em Portugal em relação às médias de entrada em algumas faculdades. Isto só seria crível num país de génios, o que não é o caso. Portanto temos de incluir aqui alguns elementos de seriedade, de rigor e sobretudo de levar o sistema a preparar os alunos não para um determinado curso, mas a apetrechá-los de ferramentas inte-lectuais com as quais eles sejam capazes de disputar um lugar no mercado de traba-lho, na sociedade. É neste aspecto que eu digo que as escolhas estão enquinadas.

A este nível, como define o papel da Universidade Fernando Pessoa?A Fernando Pessoa coloca-se numa situa-ção que é relativamente tranquila porque a nossa preocupação não é vender ilusões nem facilidades. A nossa preocupação é sermos uma universidade de pleno direito e aquilo que costumo dizer é que é uma universidade normal em qualquer parte do mundo. Quando nos sujeitamos a uma avaliação internacional que foi feita pela Associação Europeia de Universidades, que é uma entidade de reconhecida credi-bilidade internacional, o nosso objectivo era que no final nos dissessem se somos ou não merecedores do nome universi-dade. A conclusão foi altamente elogiosa para nós e com a garantia de que somos uma universidade de pleno direito.

“Temos o rácio de 1 doutorado para cada 24 alunos, ultrapassando o que a lei exige.”

Uma situação que se revê no rácio de professores doutorados para cada 24 alunos?Nesta matéria a Universidade Fernando Pessoa é no sector do ensino privado em Portugal, incluindo a Universidade Cató-lica, algumas universidades públicas e a maioria dos politécnicos, seguramente a instituição de ensino superior do país que tem o corpo docente mais qualificado. Temos o rácio de 1 doutorado para cada 24 alunos, ultrapassando o que a lei exige. A

estabilidade do nosso projecto revê-se na estabilidade do corpo docente que tem um estatuto de carreira exigente. Aliás, actual-mente 70% dos nossos docentes são dou-torados. Uma universidade é uma comuni-dade de professores antes de ser de alunos. Uma universidade deve ser uma indústria do conhecimento onde tem de haver quem produza o conhecimento através da via da investigação. Para este efeito precisamos de ter operários muito qualificados. E, neste sentido, considero que estamos bem posicionados porque fizemos uma opção clara. Nas universidades devem ensinar os doutores.

Há alguns cursos ministrados apenas por doutorados?Temos cursos nesta instituição em que todos os docentes são doutorados. Isto dá-nos uma garantia de exigência e de qua-lidade. Sendo que a qualidade não pode ser uma categoria retórica. Queremos que seja uma categoria que tenha sustentabilidade através da existência de recursos didác-ticos na instituição capazes de acompa-nhar o desejo dessa qualidade e ao mesmo tempo os professores produzirem conhe-cimento suficiente vertido em manuais de apoio que permitam o estudo dos próprios alunos. Queremos que os alunos da Fer-nando Pessoa sintam que estão numa ins-tituição que é rigorosa, que é exigente e que tem qualidade. Que não cede a faci-lidades, mas que também não cria dificul-dades aos alunos.

A diversidade de cursos é uma estra-tégia?Temos uma organização interna na Uni-versidade Fernando Pessoa que se divide em três faculdades: a Faculdade de Ciên-cias Humanas e Sociais, a Faculdade de Ciência e Tecnologia e a Faculdade de Ciências da Saúde e Escola Superior de Saúde. Neste aspecto, cobrimos todas as áreas do conhecimento universitário. A nossa preocupação é que os alunos che-guem às empresas a saber pensar, porque quem sabe pensar aprende rapidamente a trabalhar.

Existe também a preocupação de ter laboratórios e clínicas pedagógicas...Temos todos os recursos necessários para que os alunos tenham um ensino verda-deiramente baseado em situações de prá-tica real: quer clínica quer laboratorial. Na prática clínica temos as clínicas pró-

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ENSINO SUPERIOR

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Valorização da práticaO Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto é uma escola pioneira e de referência na investigação, desenvolvimento e inovação aplicados às organizações. Contribui, assim, para a promoção, sucesso e competitividade do tecido empresarial.

Fernando Magalhães, presidente do Conselho Directivo do ISCAP, fala sobre este Instituto secular, que tem como valor máximo a qualidade da sua oferta formativa e a elevada empregabi-lidade dos seus licenciados.

Quais são as principais valências do ISCAP?O ISCAP dedica-se à formação supe-rior nas áreas de Contabilidade e Admi-nistração, Marketing, Comércio Inter-nacional, Comunicação Empresarial e Assessoria e Tradução, isto a nível de licenciaturas. Ministramos, também, a nível de Mestrados, Auditoria, Contabi-lidade e Finanças e Tradução e Interpre-tação Especializadas. Para além disso, oferecemos um vasto leque cursos de especialização. Promovemos, igual-mente, cursos de formação nas mais variadas áreas, com especial incidên-cia na actualização profissional e apren-dizagem ao longo da vida. Por fim, sendo uma instituição de ensino supe-rior, incentivamos diversos projectos de investigação e de divulgação científica.

Como tem evoluído o ISCAP ao longo dos últimos tempos?O ISCAP é uma instituição de referên-cia no sistema de ensino superior portu-guês, que nos últimos 10 anos cresceu exponencialmente a todos os níveis. De facto, tem havido uma procura crescente dos nossos cursos por parte de novos alunos, preenchendo, assim, a totalidade das vagas existentes. Saliento, também, o esforço de qualificação académica e científica do nosso corpo docente, que apresenta já um número considerável de mestres e doutorados. Por outro lado, é de registar a quantidade e qualidade de eventos de cariz científico que pro-movemos, e que tão importantes são para complementar a formação acadé-

mica dos estudantes, a sua preparação para o ingresso na vida activa e a pro-moção da escola. Daí podermos afirmar que o ISCAP tem logrado adquirir uma identidade própria, que é simultanea-mente apelativa e moderna. É de referir a aposta em projectos nacionais e inter-nacionais, como, por exemplo, a par-ceria entre o nosso Centro Multimédia de Línguas e a Academia Militar para a criação de um glossário de termos mili-tares, assim como o protocolo de inves-tigação e intercâmbio recentemente estabelecido com a Universidade Esta-tal de Gestão de Moscovo. Por último, destaco a internacionalização da nossa Escola, visível no número crescente de estudantes do ISCAP envolvidos em programas de mobilidade e na procura do nosso instituto por parte de alunos oriundos de vários países.

Quais são as mais-valias que os alunos têm ao ingressar no ISCAP?Enquanto alunos do ISCAP, podem usu-fruir de um ensino que tenta equilibrar uma formação teórica sólida com uma forte vertente prática, predominante-mente vocacional e profissionalizante. Durante o seu percurso académico, os alunos adquirem competências que lhes possibilitam a entrada directa no mundo empresarial. As nossas instalações estão equipadas com tecnologia de ponta, dis-pondo o ISCAP de laboratórios multi-média de simulação empresarial, tradu-ção/interpretação, marketing, ambiente empresarial, entre outros. A unidade cur-ricular de Simulação Empresarial da Licenciatura em Contabilidade e Admi-nistração, onde os alunos finalistas têm a oportunidade de, através da criação de empresas virtuais, pôr em prática compe-tências transversais adquiridas ao longo do curso, tem certificação de qualidade, e é reconhecida pela Câmara dos

Técnicos Oficiais de Contas como equi-valente a um estágio profissional, con-dição necessária para a inscrição nessa Câmara. Para além das mais-valias em termos académicos e vocacionais, o ISCAP, como comunidade coesa e dinâ-mica, oferece ainda, sobretudo através dos diversos grupos estudantis, inúme-ras oportunidades de convívio e con-fraternização, que tornam a frequência desta Escola uma experiência enrique-cedora e inesquecível. Por último, des-tacamos a tradição, de que muito nos orgulhamos, de incluir alunos nas dife-rentes comissões organizadoras dos eventos que promovemos, o que lhes proporciona uma vivência valiosa para o seu futuro.

Qual é a relação entre o ISCAP e o tecido empresarial?O ISCAP tem vindo a celebrar protoco-los com várias empresas, sendo cons-tantemente solicitado para estabele-cer novas colaborações. Muitas dessas empresas recorrem ao ISCAP, através de apresentações formais, para efeitos de recrutamento de recém-licenciados.

» Fernando Magalhães, presidente do Conselho Direc-tivo do ISCAP

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ENSINO SUPERIOR

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Temos, também, inúmeros parceiros onde os nossos alunos podem efectuar os seus estágios curriculares. Para além destes protocolos, gostaria ainda de referir a PROFISCAP, promovida pela Associação de Estudantes, que é uma feira anual de emprego, evento que tem vindo a crescer exponencialmente, em termos de número de presenças, e onde empresas publicitam as suas organiza-ções e, simultaneamente, recrutam estu-dantes.

“É chocante constatar como o Ensino Superior Politécnico, tendo tanto sucessoem Portugal, mesmo assim sistematicamente discriminado pelos vários governos, que dão prioridade às universidades, relegando os Institutos para segundo plano.”

Estão a pensar abrir novos cursos?Gostaríamos de alargar a nossa oferta formativa, sobretudo a nível de mes-trado, mas estamos dependentes da respectiva homologação por parte do Ministério da tutela. Em alternativa, iremos abrir, no próximo ano lectivo, cursos de especialização pós-graduada nas áreas de Marketing Digital; Tradu-ção Assistida por Computador; Asses-soria de Administração; Comunica-ção Empresarial e Empreendedorismo e Internacionalização. No que diz res-peito a novas licenciaturas, aguarda-mos a aprovação do Curso de Gestão de Actividades Turísticas.

Qual pensa ser o futuro do Ensino Superior em Portugal?O Ensino Superior atravessa um período de profundas mudanças, nome-adamente devido à implementação do Modelo de Bolonha e às alterações legislativas a nível da gestão das insti-tuições de ensino superior e da carreira docente. Todas estas alterações provo-caram, como é natural, alguma pertur-

bação no normal funcionamento das instituições. Quanto ao Processo de Bolonha, será ainda prematuro fazer um balanço; já quanto às alterações legis-lativas, encaro-as com alguma inquie-tação, nomeadamente no que respeita ao novo Estatuto da Carreira Docente do Ensino Superior Politécnico, uma vez que se me afigura que a proposta actualmente em discussão é gravosa, sobretudo porque promove a preca-riedade de emprego, provocando uma enorme instabilidade no corpo docente das escolas. Em última análise, e para além dos custos pessoais para quem tanto investiu na carreira, estas altera-ções, na versão actual, irão ter reper-cussões muito negativas na gestão e funcionamento das escolas e, concomi-tantemente, na qualidade da sua oferta formativa. Além disto, é chocante cons-tatar como o Ensino Superior Politéc-nico, tendo tanto sucesso em Portugal, é mesmo assim sistematicamente discri-minado pelos vários governos, que dão prioridade às universidades, relegando os Institutos para segundo plano.

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ENSINO PROFISSIONAL

18 MAIO 2009

Escolas Profissionais

“Contributo decisivo para a preparação para o mundo do trabalho”“É urgente encontrar um novo modelo de financiamento que seja mais adequado ao traba-lho que as Escolas Profissionais têm desenvolvido e ao prestigio de que gozam na socie-dade portuguesa”. As palavras são de José de Azevedo Presa, presidente da direcção da Associação Nacional de Escolas Profissionais (ANESPO). Texto: Alexandra Carvalho Vieira

Em entrevista este dirigente salienta: “a percentagem de empregabilidade regis-tada ao longo dos últimos vinte anos aponta para os 75% nos seis meses sub-sequentes ao fim dos cursos e os 90% um ano depois”.

O Ensino Profissional comemora 20 anos de existência. Como analisa o Ensino Profissional em Portugal?O balanço destes 20 anos de Ensino Profis-sional, mostra-nos que as Escolas Profissio-nais tiveram que superar dificuldades, mas foram ganhando adeptos, particularmente junto dos alunos, dos pais e encarregados de educação, das empresas e de uma grande parte da opinião pública. As Escolas Profis-sionais sustentaram os seus projectos edu-cativos, desenvolvendo um trabalho rigo-roso pautado por uma constante partilha e reflexão sobre as práticas e pelo princípio da melhoria contínua. Hoje, os aspectos mais dúbios sobre o futuro do ensino profissio-nal, parecem estar arredados na medida em que o actual Governo adoptou uma orien-tação política de, em matéria de formação profissional, alinhar Portugal com os res-tantes países da União Europeia. A experi-ência encetada pelas Escolas Profissionais, deve conduzir a alguma elucidação sobre os caminhos a trilhar no futuro. É amplamente reconhecido o sucesso dos cursos profissio-nais promovidos pelas Escolas Profissio-nais privadas, e o sucesso do seu modelo de ensino que assenta na estreita ligação das formações às exigências do mercado de tra-balho. Todos os estudos efectuados pelos diversos organismos, nacionais e europeus confirmam os elevados índices de emprega-bilidade dos formandos oriundos dos cursos profissionais ministrados nas Escolas Pro-fissionais.

Qual é a percentagem de empregabi-lidade?A percentagem de empregabilidade regis-tada ao longo dos últimos vinte anos aponta para os 75% nos seis meses subsequentes ao fim dos cursos e os 90% um ano depois. E isso será o que nos distinguiu até aqui e o que nos distinguirá também no futuro. Por isso, julgamos que o país, em maté-ria de valorização dos recursos humanos não pode deixar de contar com as Esco-las Profissionais e a sua larga experiên-cia nesta matéria. As EP’s têm vindo a dar um contributo decisivo para a preparação dos jovens e adultos para o mundo do tra-balho, actuando sempre numa lógica de inovação, proximidade com os alunos e interrelacionamento com os agentes eco-nómicos e sociais.

Dados do Ministério da Educação revelam que o número de jovens a fre-quentar cursos de ensino profissional mais do que triplicou nos últimos dez anos. No entanto, o professor referiu

em tempos que o ensino profissional abrange ainda uma parcela relativa-mente reduzida da população estudan-til. O que é que considera ser possível fazer para reverter esta situação?Actualmente são 37000 os alunos que fre-quentam as Escolas Profissionais, repre-sentando cerca de 12% dos alunos do ensino secundário e cerca de 35% dos alunos que escolhem a via profissional de ensino (90000 à data). A ANESPO consi-dera viável e estratégica a duplicação do número de alunos que frequentam as esco-las profissionais nos próximos 5 anos: dos actuais 37000 para os 60000 alunos (pas-sando a representar cerca de 15% dos alunos do ensino secundário). Este é um dos desafios de futuro que se colocam às Eps, ou seja, estarem preparadas para rece-ber e educar mais 31000 alunos. Para esta tarefa a ANESPO necessita de dispôr de um novo quadro financeiro para o Ensino Profissional, mais adaptado à credibili-dade, ao prestígio e reconhecimento de que gozam hoje as Escolas Profissionais e

» José de Azevedo Presa, presidente da ANESPO

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ENSINO PROFISSIONAL

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de uma nova orientação política que tenha como objectivo alinhar Portugal com os restantes países da União Europeia, o que tem vindo a ser também defendido pela Ministra da Educação. É absolutamente essencial apostar num quadro normativo claro e desburocratizado para as EP’s.

“Portugal é, dentre os países da Europa e mesmo da OCDE, dos que menos tem apostado nas formações qualificantes.”

Ainda estamos longe dos níveis dos países do Norte da Europa?Efectivamente estamos ainda longe da generalidade dos países, quer da Europa do Norte, quer do Sul da Europa. Portu-gal é, dentre os países da Europa e mesmo da OCDE, dos que menos tem apostado nas formações qualificantes. Os países do Norte da Europa, nesta altura, já vão nos oitenta por cento dos alunos do ensino secundário em percursos de qualifica-ção. Em Portugal temos agora um objec-tivo claro de chegarmos aos cinquenta por cento o que, em termos quantitativos, já é bastante positivo.

Actualmente, quais são as grandes dificuldades que as associadas da ANESPO enfrentam? A asfixia económica, por assim dizer, que é resultado do modelo de financiamento que temos tido até aqui e que é urgente rever; é urgente encontrar um novo modelo de financiamento que seja mais adequado ao trabalho que as EP’s têm desenvolvido e ao prestigio de que gozam na sociedade portuguesa; O financiamento das Esco-las Profissionais não pode continuar a ser suportado em grande parte pelo FSE através do PRODEP e, agora, através do POPH. Os constrangimentos resultantes desta situação têm sido muitos e de com-plexa resolução para as EP’s. Acresce que, o modelo de financiamento das EPs, base-ado na antecipação dos pagamentos das despesas pagas pelas EPEs - Entidades Proprietárias das EPs, tem ainda outras implicações negativas:

Radica na subjectividade da análise da elegibilidade das despesas; Implica o per-manente recurso ao crédito através, nor-malmente, de contas-correntes cauciona-

das; Exige que os Directores das Entidades Proprietárias das Escolas e normalmente os cônjuges, avalizarem, com os bens pes-soais, os créditos efectuados pela banca por forma a que as EPs paguem a horas todos os encargos que assumem e rece-bam depois, normalmente, com muito tempo de atraso. Assentando o financia-mento das Escolas Profissionais no pres-suposto dos “adiantamentos” por parte das Escolas Profissionais e no princípio de que as receitas obtidas relacionadas com as actividades formativas, são dedu-zidas, directamente, ao volume de finan-ciamento, a margem de manobra das EPs é muito reduzida. As EPs que operam nas Regiões da Convergência beneficia-ram, até ao final da vigência do QCA III, de uma verba concedida pelo Ministé-rio da Educação a título de compensação dos encargos com despesas não elegíveis dentre as quais avultam os encargos ban-cários. Presentemente estas EPs não rece-bem qualquer contrapartida financeira tendo a ANESPO a promessa da Minis-tra da Educação de que seriam compensa-das pela perda da quota-parte que lhes era atribuída. Por outro lado, as EP’s neces-sitam de: ter instalações com boas condi-ções para as formações teóricas e práticas e equipamentos suficientemente evoluí-dos; ajustar a oferta formativa à procura actual e diferenciar o leque das ofertas das EP’s (criação de novos cursos); envolver mais e melhor os actores locais; combater a estigmatização social de algumas pro-fissões (por exemplo, áreas da construção civi, hotelaria e turismo, electricidade, mecânica); apostar mais na qualificação dos recursos humanos (alunos e docen-tes); trabalhar para uma orientação esco-lar e profissional mais efectiva; continuar a promover projectos educativos e forma-tivos de qualidade; continuar a investir na proximidade com os alunos e nos afectos.

O que é que tem sido feito pela direc-ção da ANESPO para as colmatar?Ao longo dos seus quase 20 anos de exis-tência, a ANESPO tem vindo a dar con-tributos decisivos para a consolidação e desenvolvimento do Ensino Profsissional em Portugal e para a afirmação do sucesso dos projectos das Escolas Profissionais e tem-se revelado uma associação actuante na defesa dos interesses dos seus associa-dos. A missão da ANESPO é criar e dis-ponibilizar as ferramentas necessárias para contribuir para a inovação e sucesso

das EP’s, ao mesmo tempo que desenvol-vemos um maior conhecimento da reali-dade do sector da educação e um relacio-namento positivo com as entidades que intervém neste sector, por forma a defen-dermos as posições das Escolas Profis-sionais, nossas associados. A ANESPO tem trabalhado para posicionar o ensino Profissional privado como um modelo de ensino de sucesso, prestigiado, que é necessário respeitar.

“... o Ensino Profissional tem futuro e vai continuar a surpreender a sociedade portuguesa pela positiva e a ser um recurso fundamental para a formação e valorização dos jovens portugueses.”

No fundo, quais são as grandes prio-ridades da ANESPO?As grandes prioridades são ajudar as EP’s no que respeita ao acesso aos apoios para a construção ou beneficiação de instala-ções e aquisição de novos equipamen-tos; ao nível dos financiamentos sociais aos alunos; trabalhar na autorização de abertura de novas turmas; e, por último, continuar a lutar por um novo modelo de financiamento para o EP. A ANESPO aposta ainda no desenvolvimento de um plano de relações públicas activo, direc-cionado para a qualificação da comunica-ção da ANESPO com os seus públicos e com os seus associados.

Em seu entender, qual é o futuro do ensino profissional em Portugal?O ensino profissional em Portugal é cada vez mais um modelo de ensino de futuro, uma ideia que a ANESPO quer passar para a opinião pública no ano em que se celebram 20 anos de Ensino Profissional no nosso país. Ou seja, o Ensino Profis-sional tem futuro e vai continuar a sur-preender a sociedade portuguesa pela positiva e a ser um recurso fundamental para a formação e valorização dos jovens portugueses.O futuro do ensino profis-sional passa por mais alunos nas Esco-las Profissionais privadas, porque esse é o caminho para a qualificação dos jovens portugueses.

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ENSINO PROFISSIONAL

20 MAIO 2009

O contributo do ensino profissional para doze anos de escolaridade bem sucedida

Portugal quer encarar de frente e legislar doze anos de escolaridade obrigatória. É um sinal muito positivo. Escolarizar mais as pessoas robustece-as para os desafios que o mundo laboral lhes coloca, para aquilo que a chamada economia do conhecimento requer aos cidadãos dos nossos tempos. E ainda mais aos jovens.

Por Conceição Caldeira*

O ensino profissional tem vindo a provar há mais de duas décadas que é capaz de educar e de formar os jovens portugueses sem grandes perdas de eficiência.

Ao invés do chamado ensino regular, no qual as taxas de repetência e de desis-tência são elevadas, o ensino profissional apresenta a capacidade de fazer com que a grande maioria dos alunos não desista e se qualifique.

As mais-valias deste tipo de ensino são várias: mais acompanhamento dos alunos; trabalho em equipa dos profes-sores; escolas, quando não públicas, de dimensão mais pequena que as secundá-rias; maior conhecimento das famílias; maior ligação ao mercado de trabalho.

E estas mais-valias potenciam o sucesso, como é sabido.

E doze anos por serem só mais três que nove, já não serão maus, mas a ambição é que sejam doze anos bem sucedidos, que antecipem um bom futuro profissional no

O ensino profissional já não é visto apenas como uma fase da escolaridade que prepara no imediato para uma profissão. Ainda é, mas é um tipo de ensino que faz mais que isso. Prepara os seus alunos para continuarem a aprender, dá-lhes o gosto pelo conhecimento, mostra-lhes que só se consegue ser um bom técnico se não se parar de estudar e de aprender.

imediato, isto é após a sua conclusão, ou então mais três, ou mais cinco, ou ainda mais anos.

Como noutros países, como por exem-plo a Alemanha ou a Áustria, não irá demorar muito para termos antigos alunos do ensino profissional qualificados com doutoramentos e mestrados e valorizados pela sua capacidade de estudar e de traba-lhar em simultâneo.

A aposta no ensino profissional é segura quanto a alcançar o desiderato de doze anos de escolaridade. Mas com essa aposta iremos, em breve, conseguir muito mais. Iremos ter uma sociedade na qual mais jovens irão estudar e traba-lhar ao mesmo tempo (Portugal é o país da Europa onde isso sucede com menor frequência) e serão capazes de levar da escola/universidade para a empresa mais conhecimentos e maior sentido de uti-lidade e de aplicabilidade no que se aprende.

Aprendizagens úteis é o lema do ensino profissional. É o que temos feito com sucesso e o que faremos ainda mais.

*Directora executiva da Escola Profissional de Artes, Tecnologias e Desporto

(EPAD)

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ENSINO PROFISSIONAL

22 MAIO 2009

Ensino profissional – uma mais-valiaNo momento em que se está a comemorar os vinte anos do Ensino Profissional em Portugal, é forçoso efectuarmos um balanço, mesmo que rápido, por este percurso que se afirmou na sociedade portuguesa pelas suas características de inovação e qualidade.

Por José Pacifico*

Alicerçado num paradigma social essen-cial - a co-responsabilização do Estado e da Sociedade Civil - e num processo peda-gógico baseado numa estrutura modular, onde a autonomia efectiva das Escolas foi o elemento embrionário da mudança e do sucesso que se veio a verificar, o Ensino Profissional respondeu de forma efectiva às necessidades em termos individuais e sociais. Passados 20 anos, o sucesso do modelo desenvolvido pelas escolas é ates-tado pela integração plena e sem alterações na rede de escolas do ensino público.

A EPI – Escola Profissional de Imagem foi criada nos primeiros anos de funcio-

namento do sistema, sendo assim uma das escolas profissionais mais antigas, com parcerias importantes, bem equipada onde se dá especial atenção ao saber fazer sabendo estar. Centrou desde o seu início a sua formação nas áreas da comunica-ção, imagem, som, produção e artística. Os cursos que ministra, são todos eles de nível secundário e em áreas específi-cas e de grande inovação: Animação 2D e 3D; Fotografia; Produção e Tecnologias da Música; Design Gráfico e de Interio-res e Exteriores; Vídeo; Som; Multimédia; Produção de Eventos; Interpretação. Estes cursos, a podem candidatar-se jovens com

o 9º ano de escolaridade concluído (desde que menores de 25 anos), têm duração de 3 anos e conferem, no final, a certificação académica de nível secundário, ou seja equivalência ao 12º ano de escolaridade e certificado profissional de nível 3, per-mitindo assim uma integração no mercado de trabalho ou a possibilidade de prosse-guimento de estudos no ensino superior de acordo com os objectivos de cada um.

Passados 20 anos, é importante ver o ensino profissional como uma mais-valia; não fecha nenhuma porta e deixa em aberto todos os caminhos.

*Director da epi (escola profissional imagem)

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» Mural elaborado pelos alunos no âmbito do 35º Aniv.

ENSINO PROFISSIONAL

24 MAIO 2009

Escola Secundária Camilo Castelo Branco, Vila Nova de Famalicão

A aposta numa formação de qualidadeSendo uma escola maioritariamente voltada para o ensino secundário, sendo que das 50 turmas em funcionamento apenas 8 são do 3º ciclo, a escola manifesta um especial carinho pelos seus alunos do ensino básico, garantindo que têm a melhor preparação possível para enfrentar o ensino secundário, como se constata nos magníficos resultados dos exames nacionais.

A nível do Ensino Secundário, face aos condicionalismos que se adivinham, face à implementação das obras de alarga-mento e de modernização da escola, não será possível este ano diversificar ainda mais a oferta formativa a nível do 10º ano, como se pretende no futuro, mantendo os cursos científicos-humanísticos de Ciên-cias e Tecnologias, Artes Visuais e Lín-guas e Humanidades e dos cursos profis-sionais de Técnico de Design, Técnico de Audiovisuais, Técnico de Informática de Gestão, Técnico de Gestão Informática, Técnico de Gestão e Programação de Sis-temas Informáticos, Técnico de Restau-ração – Cozinha/Pastelaria, Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar, optando-se por assegurar que as condições para o funcionamento destes cursos sejam as mais adequadas, particu-larmente dos cursos profissionais, prepa-rando-os para o ingresso no mundo do tra-balho, apesar da realização das referidas obras e privilegiando as parcerias com as instituições e empresas da região.

Uma Escola Cultural e HumanaA nossa escola é conhecida pela oferta de actividades alternativas que propor-ciona aos elementos da comunidade esco-lar e em particular aos seus alunos. Lem-bramos, a título de exemplo, a actividade constante de animação do Clube da Rádio, do Desporto Escolar, com a natação, o voleibol, o ténis, o andebol, a escalada e o basquetebol, do Clube da Saúde, com sensibilização para os problemas da ali-mentação e da toxicodependência, do Eco Clube, que colabora no alindamento dos espaços verdes da escola, do Clube do Espaço Design na criação de diferen-tes trabalhos de promoção das actividades da escola, do trabalho da Equipa Educa-tiva da Biblioteca, com a promoção da lei-tura e da cultura, do Grupo de Teatro “O andaime”, que tem brindado a comuni-dade educativa e envolvente com excelen-tes representações e o projecto “Comple-mento Curricular para o Português”, com espaço próprio na página da internet, entre muitos outros e para além das actividades pontuais e incluídas na actividade lectiva. São de facto muitas oportunidades para os alunos desenvolverem capacidades e com-petências, que em sede de aula não se tor-nariam uma realidade. Para o efeito bas-taria ter passado pela nossa Escola na Semana do Patrono, onde a quantidade, a variedade, a qualidade e o ritmo das acti-vidades foi ilustradora do muito trabalho desenvolvido ao longo do ano.

Centro Novas Oportunidades - Um grande desafio para a ESCCB Acreditando na qualidade do traba-

lho desenvolvido e no nosso empenho, a Direcção Regional da Educação do Norte convidou a Camilo Castelo Branco para fazer parte da Iniciativa Novas Oportu-nidades direccionando-se para a elevação dos níveis de certificação e qualificação de adultos empregados ou desempregados.

Iniciamos este trabalho e temos vindo a desenvolvê-lo cientes do nosso dever para com a comunidade e com a consci-ência de estarmos a colocar ao serviço de jovens e adultos os instrumentos necessá-rios para que estes vejam certificados ou concluídos os seus percursos escolares e/ou de formação.

O Centro Novas Oportunidades dispõe de uma jovem equipa técnica de psicólo-gos, empenhada, dinâmica, responsável, com formação adequada às suas funções. Esta equipa começa por fazer o diagnós-tico e encaminhamento dos adultos para o processo formativo mais adequado ou para o processo de RVCC - Reconhecimento, Validação e Certificação de Competên-

Por Jones Maciel, presidente do Conselho Executivo

» Um dos grupos de adultos certificados no âmbito do processo de RVCC

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de ser feita a pré-instalação de painéis foto voltaicos, que permitirá, a curto-médio prazo, a produção de energia eléctrica que tornará a escola autónoma em termos de consumo de energia.

A Escola disporá ainda de espaços pri-vilegiados para a utilização da comuni-dade envolvente, como é o caso de uma grande sala polivalente, um anfiteatro para acolher 120 pessoas, uma grande e inova-dora biblioteca e um grande ginásio a que estará associado um campo desportivo coberto.

ENSINO PROFISSIONAL

MAIO 2009 25

cias, no qual, o CNO identifica, reconhece e valoriza saberes e competências que o adulto adquiriu ao longo do seu percurso de vida em diferentes contextos (escolar, profissional, social, etc.) para depois as validar e certificar.

O CNO da ESCCB disponibiliza cer-tificações do 6º Ano, 9º Ano, 12º Ano de escolaridade e funciona nas instalações da escola, em horário alargado, de forma a abranger diferentes disponibilidades do nosso público-alvo (manhã, tarde e noite).

Uma escola em modernizaçãoNo final deste ano lectivo será iniciada uma intervenção que ampliará e remo-delará completamente a escola, transfor-mando-a numa escola com instalações e equipamentos de topo a nível de quali-dade. Esta intervenção será realizada pela Parque Escolar, no âmbito do Programa de Modernização das escolas secundárias, implementado pelo Ministério da Educa-ção e responderá a expectativas da escola de hoje e do futuro.

A intervenção para além de alargar a área coberta da escola para mais do dobro, garantirá instalações adequadas para a implementação de uma oferta forma-tiva diversificada e adaptável às necessi-dades evolutivas do concelho, nomeada-mente com novos laboratórios científicos, oficinas de artes, oficinas de audiovisu-ais e cozinha para formação, para além de outros.

O respeito pelas condições de acessi-bilidade dos utentes internos e externos, pela qualidade das condições de habita-bilidade nomeadamente com a instalação de sistemas centralizados de aquecimento e ar condicionado e de renovação do ar, para além da criação de condições acús-ticas e de luminosidade adequadas a cada espaço, são alguns dos aspectos a garantir na intervenção. Será também ponto fulcral a preocupação com os aspectos ecológi-cos, sendo criados mecanismos de recolha e separação de materiais para reciclagem e a instalação de painéis solares para aque-cimento de água e instalações, para além

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DIA MUNDIAL DA CRIANÇA

26 MAIO 2009

Dia Mundial da Criança

Direito à vida, a brincar e a viver em segurança.A Convenção sobre os Direitos da Criança foi elaborada há 20 anos, em 1989, pela Unicef. Um documento que assenta em quatro premissas fundamentais: a não discriminação, o interesse superior da criança, a sobrevivência e desenvolvimento e a opinião da criança.

“Nesta Convenção os acidentes são enca-rados como uma forma de violência contra a criança”, explica Sandra Nasci-mento, presidente da Associação para a Promoção de Segurança Infantil (APSI), uma Associação que tem tipo um papel muito interventivo ao nível da preven-ção de acidentes com crianças e jovens. No âmbito da comemoração do Dia Mun-dial da Criança, a 1 de Junho, conversá-mos com Sandra Nascimento sobre o que ainda é possível fazer para diminuir os acidentes com crianças em Portugal e proporcionar-lhes uma vida com segu-rança e confiança.

Muito tem sido alterado no âmbito da segurança infantil em Portugal, ainda há muito por fazer?Hoje em dia vemos a segurança infan-til com melhores olhos do que a víamos há uns anos, até porque os indicadores de mortalidade infantil assim o demonstram. Existem também alguns sinais dos pró-prios profissionais e famílias que procu-ram mais informação e formação relati-vamente a alguns espaços e produtos. Isto demonstra que, de uma maneira geral, o país, os profissionais e as famílias estão mais alerta para esta situação.

Faz portanto uma análise positiva?Eu não diria positiva. Aquilo que vamos sentindo são algumas diferenças, ainda que pequenas. Apesar de estarmos a caminhar num sentido positivo, os passos que temos dado são ainda ténues face aos que poderíamos dar. Tive acesso a um relatório alusivo a 2007, efectuado por uma entidade externa, e Portugal em rela-

ção ao seu compromisso e grau de segu-rança que oferecia às crianças portugue-sas ainda estava num campo negativo. Apesar de haver alguns indicadores posi-tivos Portugal, quando comparado com outros países ao nível de políticas e medi-das implementadas, fica aquém daquilo que poderia ser e conseguir.

Mas então o que é que falta?O que falta, neste momento, é uma lide-rança forte no que diz respeito à preven-ção de acidentes. Não existe propria-mente uma tutela que esteja claramente identificada com a responsabilidade de coordenar a prevenção de acidentes em Portugal no que diz respeito às crianças. Subsequentemente falta uma estratégia nacional que enquadre as políticas e as medidas na área da prevenção de aciden-tes, com financiamentos alocados e com recursos humanos e definição de res-ponsabilidades, uma vez que os aciden-tes com crianças são um problema trans-versal a vários ministérios e secretarias de Estado. Ainda que a Saúde, porque é quem paga a factura, é quem tem estado na vanguarda de todas estas questões.

Qual tem sido o papel da APSI em todo este processo?O papel da APSI foi determinante. Nestes últimos tempos e desde que a APSI asse-gurou o plano de segurança para a saúde infantil a nível europeu não há dúvida de que esta integração ajudou para fazer sen-tido ao país a necessidade de um plano específico para as crianças. Mas a inter-venção da APSI surge há 17 anos, quando é criada e estas questões ainda eram

apenas preocupações de poucos cida-dãos e não havia nenhuma entidade que de uma forma coordenada definisse ou

Principais causas de acidentes com crianças em Portugal

“Sabemos que, felizmente, hoje estamos melhor comparando com anos anteriores, de todo o modo não podemos esquecer que os acidentes ainda são a maior causa de morte e incapacidade nas crianças e nos jovens. Aliás, em muitos casos desconhece-se o número de incapacidades, porque os nossos dados apenas nos dão a mortalidade, mas sabe-se muito pouco sobre as crianças que ficam incapacitadas para toda a vida. Os acidentes mais frequentes ainda são as quedas, mas os que provocam mais mortes são os acidentes rodoviários. Portanto estamos a falar de ambientes domésticos e de lazer. Se considerarmos dentro dos domésticos e lazer de forma isolada temos os afogamentos como segunda causa de morte acidental.”

Texto: Alexandra Carvalho Vieira

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DIA MUNDIAL DA CRIANÇA

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fizesse algumas intervenções nesta área. Portanto, não tenho qualquer dúvida, que este progresso muito se deve ao trabalho da APSI e espero que este novo grande passo continue sempre lado a lado com a APSI.

Que grande passo?No dia 6 Maio foi apresentado o Perfil e Relatório de Avaliação da Segurança Infantil em Portugal 2009, elaborado pela Aliança Europeia de Segurança Infantil (ECSA). Existem claros sinais de progresso nesta área, mas ainda longe do que poderia ser. Foi também apresen-tado o Programa Nacional de Prevenção de Acidentes, da autoria da Direcção-Geral da Saúde e feito o ponto de situ-ação da evolução do Plano de Acção de Segurança Infantil (PASI), cuja coorde-nação oficial está a cargo do Alto Comis-sariado da Saúde e coordenação técnica a cargo da APSI. Existe portanto, um sinal muito positivo do Governo. Foram defi-nidas áreas prioritárias e para cada uma das áreas vão ser estabelecidos méto-dos e acções concretas para a diminui-

ção dos acidentes com crianças e jovens. No fundo, indo ao encontro das necessi-dades que estavam detectadas. Este é um passo que faz toda a diferença. Aliás, a APSI é a única organização portuguesa que reúne dados e documentos especí-ficos sobre esta matéria da segurança infantil. Portanto, só se unirmos todos os esforços coordenados e generalizados é que vamos poder começar a marcar a diferença e começar a ter relatórios posi-

A sua varanda é segura?

Não existem varandas totalmente seguras, mas uma varanda pode ser considerada segura se a protecção física existente permitir reduzir significativamente a probabilidade de ocorrência duma queda involuntária. Para reduzir o risco de quedas para o exterior, a guarda deve: ter uma altura suficiente; não ter aberturas por onde possa passar o corpo duma criança, no desenho da grade ou no afastamento entre a grade e a fachada; não ser fácil de trepar. Para verificar se a sua varanda é segura, comece por observar o desenho da guarda. Verifique se: tem pelo menos 110 cm de altura; não tem aberturas por onde possa passar o corpo duma criança (as aberturas deverão ser inferiores a 9 ou 10 cm, ou no máximo 11 cm, se não houver crianças de idade inferior a 3 anos); tem uma distância inferior a 9 cm entre a travessa horizontal inferior da guarda e o pavimento; não tem travessas horizontais, grelhas metálicas, muretes ou outros elementos que possam servir para apoiar mãos e pés, facilitando a escalada.

Para o esclarecimento de outras dúvidas, contacte a APSI através do email [email protected] ou do telefone: 21 88 44 100.

tivos e a estar mais perto dos resultados da Europa.

Qual a importância da comemoração do Dia Mundial da Criança?Considero que este dia deve ser comemo-rado sempre, todos os dias.

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DIA MUNDIAL DA CRIANÇA

28 MAIO 2009

Academia Sporting

Líder na formação desportivaDiogo Matos, director comercial da Sporting, SAD, explica alguns dos segredos de uma Academia que fez com que o Sporting fosse o “primeiro clube mundial a formar dois Fifa World Player, o Luís Figo e o Cristiano Ronaldo”.

Nos últimos tempos, temos vindo a assistir a uma expansão da Academia Sporting, a que se deve tal facto?Mais do que um nome Academia é um conceito que praticamos desde 2002, ano da inauguração da Academia Spor-ting/Puma. O conceito traduz-se na prá-tica de um modelo em que se pretende ter uma escola no clube, ou seja, em primeiro lugar apostamos na formação desportiva, mas sem nunca esquecer a formação pes-soal e social dos nossos atletas.

Volvidos três anos e depois de analisar-mos os resultados muito positivos obtidos até então, começámos a pensar em saltar os muros e proporcionar ao público em geral todo o nosso “know-how” e experi-ência, que nos torna mundialmente reco-nhecidos, como um dos melhores clubes formadores do Mundo, ou não fôssemos o primeiro clube mundial a formar dois Fifa World Player, o Luís Figo e o Cris-tiano Ronaldo.

Assim, começou a esboçar-se a melhor forma de expandir o modelo Academia, alargando desse modo a representativi-dade do Sporting, que até aqui era asse-

gurada meritoriamente pelos núcleos e/ou agrupamentos de sócios.

Quais foram os projectos que levaram a cabo essa expansão?Começámos por criar o projecto Esco-las Academia Sporting, através do qual, pretendemos chegar ao maior número de crianças possível, com o nosso modelo formativo, promovendo a prática des-portiva informal e o salutar convívio. Naquela que é a terceira época deste pro-jecto, já registámos a abertura de 21 esco-las de norte a sul do país para um total superior a 4000 atletas, com resultados assinaláveis. De resto, uma das grandes particularidades deste projecto e todos

os que fazemos sob a insígnia do Spor-ting, é o rigoroso modelo de gestão, que nos permite assegurar a identidade e qua-lidade da marca, operando numa lógica de gestão de dentro para fora do clube. O sucesso tem sido tal que registamos todos os anos, dezenas de candidaturas à aber-tura de uma Escola Academia Sporting, não só no panorama nacional mas também no internacional, o que reforça a nossa imagem de líderes na formação despor-tiva.

Da expansão nacional à internacional foi um pequeno passo e assim surgiu a Acade-mia Sporting África, que vai ser inaugu-rada já em 2010 na África do Sul e que constitui um ambicioso e arrojado passo, rumo ao futuro.

2009 fica marcado pelo lançamento da Taça Academia Sporting, que é um evento

que visita 10 cidades de Portugal Conti-nental e as regiões autónomas dos Açores e da Madeira. É gratuito e por isso aberto a todas as crianças dos seis aos 10 anos, que nesse dia participam numa competi-ção sob a égide do Sporting. Os vencedo-res de cada etapa, jogam a final nacional na Academia Sporting/Puma, habilitando-se a um estágio desportivo no nosso centro de treinos.

Quais são os principais benefícios para o Sporting?Em termos gerais podemos enunciar como principais benefícios, em primeiro lugar o recrutamento, pois em todos eles existe sempre um olhar atento por parte dos res-ponsáveis deste departamento, a fideli-zação da massa adepta e o alargamento da representatividade do Sporting, entre outros.

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MAIO 2009 29

Férias Desportivas e Estágios de Aperfeiçoamento Técnico/Táctico

O sonho ao alcance de todosCada vez mais se verifica um crescente interesse em torno do desporto rei que é o futebol, que se consubstancia no facto de ser um fenómeno global e de massas que atrai pessoas dos oito aos 80 anos de idade, independentemente do sexo.

Atento a esta realidade o Sporting, que é unanimemente reco-nhecido, como uma referência nacional e internacional na for-mação de jovens para o futebol, criou dois programas destina-dos a crianças/jovens com idades compreendidas entre os sete e os 18 anos: as Férias Desportivas e os Estágios de Aperfeiço-amento Técnico/Táctico.

O que são as Férias Desportivas?As Férias Desportivas são um programa lúdico/desportivo pro-movido pelo Sporting, que se realizam nos períodos de férias escolares na Academia Sporting/Puma em Alcochete, que se destinam a todos os rapazes e raparigas dos sete aos 14 anos. A actividade principal é o futebol, realizando-se treinos específi-cos bi-diários. O objectivo é que os participantes vivam o dia-a-dia dos jogadores de futebol. Do recheado programa, fazem ainda parte actividades lúdicas e de animação como: insuflá-veis, jogos de dinâmica de grupo, modelagem de balões, caça ao tesouro, corrida de orientação, jogos tradicionais, sessão de cinema, bingo, snooker, ping-pong, matraquilhos e jogos de água, na piscina. No sábado, dia de saída, realiza-se um torneio entre os participantes, para mostrarem tudo o que aprenderam nessa semana.

Qual a duração das Férias Desportivas?Tem a duração de seis dias, sendo que, os seus participantes entram na segunda-feira de manhã e saem no sábado antes de almoço.

Qual é o preço?O preço é de 490€. Os sócios do SCP têm um desconto de 10%.

Existe também a opção de pré-entrada, ou seja, os participan-tes poderão entrar no domingo às 19h, com o custo adicional de 30 euros.

Quem os acompanha?Os participantes são divididos por grupos de idade / escalão. Cada grupo tem dois monitores /treinadores com qualificação e formação específica de treino de futebol e acompanhamento de crianças e jovens.

Como me posso inscrever?Basta aceder ao site www.sporting.pt, e seguir todas as instru-ções relativas à inscrição para os Campos de Férias Academia.

O que são os Estágios de Aperfeiçoamento Técnico/Táctico?Este programa destina-se a rapazes dos 14 aos 18 anos de idade, que pretendam aperfeiçoar os seus dotes e conhecimentos fute-bolísticos, recorrendo ao método habitualmente praticado e reconhecido da Academia Sporting/Puma, tendo uma forte com-ponente competitiva, uma vez que, que tem três níveis de dificul-dade crescentes, dependendo a possibilidade de transição de um nível para o outro do seu aproveitamento. Do programa fazem parte duas sessões de treino diárias, orientadas pelos técnicos do Sporting Clube de Portugal e tem a duração de três dias, período durante o qual, os jovens vivem na Academia Sporting/Puma, como se fossem atletas do clube. Como complemento, é-lhes também ministrada formação teórica em áreas complementares ao jogo e nos tempos livres podem desfrutar de actividades lúdi-

cas como snooker, matraquilhos, ténis de mesa en-

tre outras.

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DIA MUNDIAL DA CRIANÇA

30 MAIO 2009

Roupa divertida e confortávelem pronto modaSer criança é ser livre, é rir e brincar, é ser sonho e aventura. As suas roupas devem dar-lhe a liberdade e conforto para viver as suas brincadeiras em pleno.

A “Gente Miúda” concentra os seus esforços nos sentimen-tos e desejos dos mais pequenos quando produz vestuário infan-til. Maria do Sameiro, responsável pela empresa, considera que a “roupa infantil deve ser divertida e apelar à imaginação das crianças, pois afinal é feita para elas!”

“O conceito ‘fashion’ não é muito adaptado a este nicho porque a moda de criança não é equiparada à dos adultos, dado que os mais pequenos gostam de peças que saltam à vista e que, essencialmente, os faça sentir bem”, refere. O design exclu-

sivo da “Gente Miúda” tem uma orientação criada pela própria marca.

Centrada no mundo infantil, quer dar o direito às criança de viver, brincar, crescer e aprender sempre com alegria e conforto. Totalmente fabricada em Portugal, esta é já uma marca de refe-rência na produção de vestuário de criança de qualidade. Tendo como principal objectivo o mercado português, opera com marca própria em vários pontos de venda exclusivos, mas também é vendida em algumas lojas multimarca em todo o país.

Maria do Sameiro reforça que “o que é nacional é bom e está na moda”, com o intuito de advertir as pessoas para não

Dia Mundial da Criança

A “Gente Miúda” tem um boné e uma t-shirt para oferecer a todos os seus clientes que façam compras no Dia Mundial da Criança. [oferta limitada ao stock existente]

“Gente Miúda” veste crianças do programa “Uma canção para ti”

As crianças que participam no programa de televisão “Uma canção para Ti”, exibido semanalmente pela TVI, são vestidas pela “Gente Miúda”. Uma experiência muito interessante e que tem tido um feedback positivo revela Maria do Sameiro: “as crianças estão a adorar as roupas coloridas que a marca está a produzir exclusivamente para elas”.

esquecerem os produtos nacio-nais, pois estes são uma real mais-valia para o país. Apre-sentando colecções com cores e design inovadores, o objectivo da marca é respeitar sobretudo as exigências das crianças, que hoje em dia estão mais emanci-padas e interessadas pelo mundo da moda.

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DIA MUNDIAL DA CRIANÇA

MAIO 2009 31

Promoção da prática desportiva As Escolas Academia Sporting são um projecto de formação futebolística promovido pelo Sporting, que pretende levar os métodos de treino e trabalho da Academia Sporting/Puma aos jovens de todo o país, independentemente da sua habi-lidade para a prática da modalidade.

O projecto teve o seu início em 2006 com quatro escolas - Alta de Lisboa, CIF/Res-telo, Corroios e Setúbal - verificando-se desde logo uma adesão em massa, como o comprovam os cerca de 1300 alunos que concluíram a época. Na segunda e ter-ceira época, os objectivos passaram pelo crescimento sustentado, existindo neste momento 21 Escolas Academia Spor-ting de norte a sul do país, onde mais de 4000 crianças aprendem a jogar futebol de acordo com os ensinamentos univer-salmente reconhecidos do clube de Alva-lade, que o levaram a ser o único clube do Mundo a ter formado dois Fifa World Player, Luís Figo e Cristiano Ronaldo.

Onde existem Escolas Academia Sporting?Na zona Norte existem escolas em Viana do Castelo, Alfena (Valongo), Vila Nova de Gaia e Oiã (Aveiro). Na zona Centro Marinha Grande, Gaeiras-Óbidos, Turci-fal (Torres Vedras) e Santarém. Na zona

da grande Lisboa e Vale do Tejo exis-tem EAS em Samora Correia, Póvoa de Santa Iria, Alta de Lisboa, CIF (Restelo), Carcavelos, Manique, Estoril, Cacém, Sintra, Corroios e Setúbal. Por último, no Algarve em Lagoa e Faro. Actualmente, encontram-se em estudo propostas para a abertura de mais escolas em diversos pontos do país.

A quem se destinam as EAS?As EAS destinam-se a todos os rapazes e raparigas com idades compreendidas entre os cinco e os 14 anos, independen-temente da sua habilidade natural para a prática da modalidade, uma vez que, o que se pretende é promover a prática des-portiva e o salutar convívio.

Quais os métodos de treino pratica-dos e por quem?Os métodos de treinos praticados nas EAS são emanados pela Coordenação Técnica do clube, seguindo um manual cuidado-samente elaborado e adaptado aos diver-sos escalões etários. Todos os técnicos da

Escolas tem de ser certificados

pela Academia Sporting, o que conse-guem depois de se submeter a acções de formação onde são avaliados.

Quais os custos de inscrição e fre-quência? E o que inclui?O custo de inscrição é de 70€ e é igual em todas as EAS, inclui um kit composto por camisola Sporting, calção, dois pares de meias, saco desportivo, seguro e cartão de atleta. Os custos de frequência variam de escola para escola, mas tem um inter-valo que se cifra entre os 35€ e os 50€/mês, para dois treinos por semana.

É proporcionado aos atletas das EAS alguma aproximação ao Universo Leonino?Em diversos momentos ao longo da época são proporcionadas experiências inesque-cíveis aos jovens atletas das Escolas Aca-demia Sporting, nomeadamente com des-locações à Academia Sporting/Puma para realizar jogos, visitas ao Estádio José de Alvalade para assistir a jogos da Primeira Liga e no final da época para jogarem no palco dos seus sonhos, perante os seus familiares.

Os atletas com maior vocação para o futebol têm possibilidade de ingres-sar no SCP?Sim. As Escolas Academia Sporting já serviram de porta de entrada a 46 crian-ças, para as equipas de competição do Sporting, constituindo de resto esse um dos objectivos do projecto.

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DIA MUNDIAL DA CRIANÇA

32 MAIO 2009

Fraldas Ecológicas

Promoção da saúde do bebé e do ambienteHá mais de 20 anos as fraldas eram de pano. Hoje as preocupações ambientais, o custo das fraldas descartáveis e a preocupação com o meio ambiente, conduziram ao aparecimento de fraldas reutilizáveis.

Em conversa Tânia Sousa, da ecolo-gicalkids, conta-nos as vantagens da utilização destas fraldas que têm uma vida útil de dois bebés e acompanham as tendências de moda.

Quais são as grandes vantagens das fraldas reutilizáveis?No caso das marcas que a ecologicalkids representa existem 4 grandes vantagens: económica, ecológica e promoção da saúde do bebé e a moda. Permitem uma poupança de mais de 1000 euros com o primeiro filho e de mais de 2000 com o segundo, pois uma família que adquira 12

fraldas reutilizáveis de tama-nho único terá um investi-mento médio total de 228 euros, e dado serem tal como uma peça de roupa podem passar de um bebé para outro. A vantagem na promoção da saúde passa

por serem con-fortáveis e em

tecido, pois permitem que a pele respire. O gel absorvente da fralda descartável absorve não só o chichi, mas a humi-dade natural da pele deixando-a seca e desprotegida, tendo os pais que utili-zar os chamados cremes barreira. Com as fraldas ecologicalkids o bebé pode e deve ficar em contacto directo com a fralda, a pele respira, regenera rapida-mente e torna-se mais resistente à acidez dos resíduos. São uma opção ecológica porque são reutilizáveis tendo uma vida útil de dois bebés e a sua produção não implica o abate de árvores. E claro são bonitas seguindo as tendências de moda.

Considera que as mesmas vão ao encontro de uma tendência neces-sária que visa o futuro sustentável? Sim, é urgente tratar do nosso planeta. O conceito de usar e deitar fora tem de acabar pois apenas promove o aumento de lixo e o desperdício de dinheiro. Por cada criança a usar descartáveis são aba-tidas 5 árvores e a sua composição tem plástico, sendo este um derivado do petróleo. As fraldas ecologicalkids têm um tempo de decomposição de 180 dias o que acaba com o grave problema que são as descartáveis que inundam os ater-ros com o tempo de decomposição de

500 anos. A opção são as fraldas reuti-lizáveis!

Qual tem sido a receptividade dos portugueses?Muito boa. Estamos a ser contactados por muitas lojas para terem as fraldas disponíveis para os seus clientes, pois cada vez mais os pais têm consciência cívica e sabem que preocuparem-se com o ambiente é preocuparem-se com o futuro dos seus filhos e não desejam desperdiçar dinheiro. As fraldas da ecologicalkids são muito práticas, não precisam de capas, nem alfinetes, não se passam a ferro nem se colocam de molho. São laváveis na máquina e adaptam-se perfeitamente à vida activa dos pais de hoje em dia.

Onde é que se podem comprar?Nas várias lojas de puericultura que são revendedoras da ecologicalkids e através do site www.ecologicalkids.pt.

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DIA MUNDIAL DA CRIANÇA: SUGESTÕES

MAIO 2009 33

Desde a sua criação em 1957 que a FAMOSA, se encontra nos lugares de liderança nos mercados Espanhol e Português, na comercialização de brinquedos.

Comercializa mais de 1500 referências dentro de várias categorias de produto sendo líder indiscutível nas categorias de bonecas grandes, veículos a bateria e produtos de jardim.

Detém no seu portefólio marcas fortes como Nenuco, Nancy, Jaggets, Barriguitas, entre outros.Os seus brinquedos satisfazem as vontades e exigências das crianças sendo um ponto de referência para quem

requer produtos de qualidade e de elevada segurança.Criatividade, segurança, variedade, qualidade e inovação são as palavras que guiam o desenvolvimento de novos produtos. O

valor de jogo, a aprendizagem e diversão são algumas das principais preocupações.

Nenuco Chapinhador Nenuco Chapinhador move os braços e as pernas ao entrar em contacto com a água. Inclui um acessório para sentar o nenuco na banheira e uma touca de banho.Preço de Venda indicativo: 37 €

Nancy e o seu bebé GolfinhoNancy está totalmente equipada para cuidar da mamã golfinho que está grávida e ajudá-la a ter o seu bebé. Inclui acessórios como maleta de médico e Biberão.Preço de Venda indicativo: 30 €

Chic-i-GirlsNovas amigas muito “Chic”, ícone de moda entre as meninas que podem ser personalizáveis. O cabelo é de tirar e pôr para desenhar e personalizar.Preço de Venda indicativo (1 figura): 3 €Preço de Venda indicativo (2 figuras+adereço): 7 €

Sugestões para o Dia da Criança:

Colíder indi

Sug

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AÇORES: ILHAS PARADISÍACAS

MAIO 2009 35

Dia dos Açores - 11 de Maio

“É uma afirmação de identidade da cultura açoriana”Mota Amaral nasceu em Ponta Delgada em 1943. Foi presidente do Governo Regional dos Açores, entre 1976 e 1995. Actualmente é deputado à Assembleia da República. Em entre-vista Mota Amaral fala sobre os Açores e os seus encantos.

O arquipélago dos Açores é mun-dialmente conhecido pelas suas pai-sagens naturais e simpatia dos seus habitantes. Como açoriano, nascido em São Miguel, o que faz deste arqui-pélago um lugar especial?O encanto dos Açores começa na Natu-reza: espalhadas no mar, as ilhas são nove pequenos mundos diferentes, marcados por uma beleza perturbante. As gentes açorianas, com o seu sentido de hospi-talidade, garantem cálido acolhimento a quem visita o arquipélago.

Que particularidades destacaria a alguém que não o conhece? É preciso desembarcar nas ilhas de olhos e coração abertos. Oferecemos a todos mar e montanha conjuntamente. O isola-mento mantém intactos os nossos tesou-ros naturais. É preciso saboreá-los, res-peitando a sua integridade.

Foi presidente do governo regional durante 20 anos. Quais considera que foram os seus grandes marcos? As duas primeiras décadas da nova auto-nomia democrática, garantida pela Cons-tituição, permitiram consolidar as nossas instituições de governo próprio regional e lançar os alicerces de desenvolvimento económico e social dos Açores. As infra-estruturas fundamentais de transportes e comunicações abriram ao arquipélago os caminhos do futuro. E ficou assente o lugar próprio da Região Autónoma dos Açores no Estado Português e no âmbito das relações internacionais com destaque para o processo da integração europeia.

Tem saudades dos Açores? Não, nem tenho razão para tal! Mante-nho a minha residência em Ponta Del-gada e desloco-me a Lisboa e ao estran-geiro conforme as obrigações do meu mandato de Deputado à Assembleia da República, eleito pela Região Autónoma dos Açores.

Qual a importância de comemorar o dia dos Açores para os açorianos? E para os portugueses em geral? O Dia dos Açores é uma afirmação de identidade da cultura açoriana. Para todos

os portugueses, festejar tal realidade é um motivo de enriquecimento geral.

O Mundo vive hoje um grande desafio: lidar com uma crise económica sem precedentes. Este é também um desa-fio que se coloca aos açorianos. Que palavras quer deixar sobre esta maté-ria?Todas as crises passam - esta também há-de passar. É preciso enfrentá-la com determinação e firmeza. Há acertos a fazer, em função dos novos problemas. Já passámos muito pior - e vencemos!

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AÇORES

36 MAIO 2009

Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo

Líder no processo das Energias Renováveis nos AçoresA Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo assumiu em 2006 o compro-misso de fomentar o debate e a implemen-tação das energias renováveis nos Açores! Actualmente a CCAH lidera este processo nos Açores ao contribuir para o maior debate transatlântico sobre este tema, que resul-tou no desenvolvimento do projecto “Green Islands”.

A Ilha Terceira foi, assim, palco de um encontro entre repre-sentantes dos dois lados do Atlântico que debateram a aplica-bilidade dos avanços científicos nas ilhas e nos sistemas de energia regionais. Entre 2 e 4 de Abril, o Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo acolheu nomes de referên-cia do MIT, o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Supe-rior, Mariano Gago e representantes da GALP, EDP, Martifer, EFACEC e SGC, numa iniciativa da Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo com o apoio do MIT e do Governo Regio-nal dos Açores.

“É urgente pôr em prática um plano que altere as formas de produção de energia. Está na hora de aplicar as tecnologias que temos, e que surgem a cada dia, na melhoria e eficácia da sus-tentabilidade das populações”, explica Sandro Paim, presidente da Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo. “Os Açores têm uma condição privilegiada para se tornarem um exemplo no âmbito do projecto Green Island. É tempo de pôr em prática tudo o que sabemos”, acrescenta.

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AÇORES: ILHAS PARADISÍACAS

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O balanço da 2ª Conferência Transatlântica sobre as Energias Renováveis demonstra que o arquipélago se encontra no pelo-tão da frente no que diz respeito ao aproveitamento de energias renováveis. Para Carlos César, presidente do Governo Regio-nal dos Açores, a participação das energias renováveis na pro-dução de electricidade devem passar dos 28% (dados de 2007) para 75% em 2018. A médio prazo, em 2013, esse valor deverá chegar já aos 50%.

“... posicionamento dos Açores na vanguarda da investigação e implementação de sistemas de aproveitamento das energias renováveis...”

Sandro Paim, presidente da Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo

Para Sandro Paim, presidente da Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo, “a 2ª Conferência Transatlântica sobre as Ener-gias Renováveis contribuiu para o posicionamento dos Açores

na vanguarda da investigação e implementação de sistemas de aproveitamento das energias renováveis”. Para a Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo torna-se essencial que o Mundo tome os Açores e o projecto “Green Islands” como “exemplo do que deverá ser feito para contrariar a dependên-cia dos combustíveis fósseis.” Sandro Paim considera ainda que abrem-se muitas oportunidades de negócio no âmbito das ener-gias renováveis para as empresas regionais e nacionais que pre-tendam iniciar parcerias com o objectivo de fomentar a susten-tabilidade energética, a utilização de energias renováveis, e a eficiência energética dos edifícios. E a Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo está preparada para apoiar os empresários que pretendam investir nesta área, quer através da divulgação dos sistemas de incentivo para desenvolverem projectos neste sector, bem como na procura de parceiros de negócios regio-nais ou nacionais.

Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo - Compromisso por um futuro energético responsável!

Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo

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AÇORES: ILHAS PARADISÍACAS

38 MAIO 2009

Momentos de plena tranquilidade

Sobre o Atlântico, o Hotel do Caracol, situado em Angra do Heroísmo, cidade Património Mundial da UNESCO, tem o nome inspirado pelo seu miradouro em pedra.

Este moderno Hotel, a, apenas, 10 minutos a pé do centro histórico, é uma excelente opção para quem pretende conhecer a extraordinária traça arquitec-tónica da cidade. Por outro lado, o enqua-dramento junto ao mar e o vasto leque de serviços, torna-o o local perfeito para relaxar. Na verdade, a sua decoração esti-lizada e os tons de azul dominantes, bem como a arquitectura inspirada na temá-tica marítima, dão a sensação de estar-mos num cruzeiro.

Nos serviços, o Hotel oferece um con-junto de experiências sensoriais únicas, nas vertentes de SPA/Talassoterapia, tendo os hóspedes livre acesso às facili-dades e usufruto de descontos especiais em tratamentos de relaxamento do Well-ness Center. Para abandonar as tensões do stress diário, aconselha-se um banho turco para descontrair, uma passagem pelo jacuzzi e um mergulho na piscina aquecida, seguido de uma infusão de chá verde e biscoitos açorianos, na varanda do seu quarto.

Outra das experiências oferecidas é o mergulho no mar açoriano. O Centro de Mergulho (5 estrelas PADI), pode propor-cionar-lhe um baptismo, saídas de barco

a locais míticos da Ilha Terceira, até aos mais avançados cursos de instrutor.

Depois, reconforte-se no restaurante “Cozinha do Caracol” para provar algu-mas das especialidades gastronómicas dos Açores. A carta elaborada com pro-dutos biológicos e certificados, leva-o a uma degustação sofisticada de sabores e aromas genuinamente açorianos. Não deixe de experimentar a “maçã assada com morcela e ananás”, o “polvo com castanhas e legumes da horta” e as sala-das biológicas.

A noite acaba no bar “Monte Brasil”, onde o ambiente convida a bons momen-tos de descontracção e convívio.

No final da estadia vai sentir-se leve, sereno e revitalizado, vai querer regres-sar e o Hotel do Caracol saberá voltar a surpreendê-lo.

Hotel do Caracol

Estrada Regional Nº 1 – Silveira9700-193 Angra do HeroísmoTerceira – AçoresTelf. + 351 295 402 600Fax. +351 295 402 [email protected]://pt.hoteldocaracol.com

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AÇORES: ILHAS PARADISÍACAS

40 MAIO 2009

Lajes do Pico

Tradição, Modernidade e Desenvolvimento O Concelho das Lajes do Pico tem-se destacado na última década como um dos mais pro-missores locais açorianos. Paisagem de uma beleza exuberante, fortes tradições e moder-nidade – a ilha do Pico tem sido, por isso, reconhecida como um dos melhores locais do mundo para se viver.

O Município definiu uma estratégia base-ada no binómio turismo-cultura, princi-pal esteio do desenvolvimento económico sustentado. Aposta na ciência, cultura e turismo, na requalificação urbana, na oferta cultural e na qualidade de vida

Segunda maior ilha do Arquipélago dos Açores

Banhado pelo Oceano Atlântico, o Concelho das Lajes do Pico (155 Km2) ocupa parte da costa Sul da ilha do Pico – a segunda maior do Arquipélago dos Açores. Os seus cerca de 5.000 habitantes repartem-se por 6 freguesias.A sua paisagem natural é exuberante, convidando tanto ao descanso como à actividade física, em especial no mar, junto à costa, ou ao largo do Atlântico.Clima marítimo temperado, com um índice de humidade acima das médias nacionais. Temperaturas médias entre os 14º C (57º F) no Inverno e 22º C (72º F) no Verão.O actual Executivo do Município (PSD), tem como Presidente Sara Santos (1963), quadro de uma nova geração de autarcas que não se reconhece na prática enquistada da velha “política à portuguesa”.

quotidiana. Posto de Turismo e Zona de Lazer do Forte de Santa Catarina, Centro de Artes e de Ciências do Mar, Piscina Municipal, Campo de Jogos, Biblioteca, rede viária moderna, requalificação de zonas de lazer. E, a muito breve prazo: o Passeio Marítimo e o Parque Temático

Jardim Mágico da Baleia, a par de gran-des investimentos turísticos e comer-ciais privados ou governamentais, como o recente Porto de Recreio, configuram o novo Concelho da Lajes do Pico, cada vez mais apostado em tornar-se uma referên-cia no “triângulo” Pico-Faial-S. Jorge.

» Sara Santos, presidente da C. M. Lajes do Pico

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AÇORES: ILHAS PARADISÍACAS

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Paisagem vinhateira entre o mar e a montanha A cultura da vinha na Ilha do Pico, nos Açores, tem inúmeras particularidades. É desenvolvida essencialmente em minifúndios e a vinha está dividida em currais, uma técnica ancestral de áreas muradas em pedra negra, que permitem protegê-la do vento.

Considerada Paisagem Protegida de Inte-resse Regional da Cultura da Vinha da Ilha do Pico em 1996, em 2004 foi distinguida pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade. Verdelho, "Arinto" e Ter-rantez foram algumas das castas nobres introduzidas na Ilha aquando do seu povo-amento.

No início da década de 90, na sequência de importantes trabalhos ao nível experi-mental, foram dados passos significati-vos para a melhoria da qualidade de todos os vinhos: introdução de novas castas que substituíram espaços de cultura de produ-tores directos, em paralelo com a renova-ção dos encepamentos de castas nobres tradicionais, beneficiando todas as produ-ções resultantes com as inovações tecno-lógicas introduzidas na nossa adega.

Surgiram assim, em 1994, novos vinhos de mesa: o "Terras de Lava Branco" e o "Basalto" tinto. Em 1997 é lançado o “Lajido”, um vinho licoroso de quali-dade produzido em Região Demarcada (VLQPRD). Em 2003, com a criação do estatuto dos vinhos Regionais Açores, foram lançados no mercado dois vinhos nesta categoria: o "Frei Gigante" branco e o Terras de Lava Branco, em simultâneo com um vinho licoroso doce tipo Jeropiga: o “Angelica”. No ano seguinte foi a vez do lançamento do Vinho Regional "Terras de Lava Tinto".

A Ilha do Pico é a segunda maior ilha do Arquipélago dos Açores, nela está a mais alta montanha de Portugal e a terceira maior montanha que emerge do Atlântico, atingindo 2351 metros de altitude.

A Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico (CVIP)No início da década de 50 do século pas-sado, um grupo de vitivinicultores da Ilha do Pico, consciente da necessidade da exis-

tência duma estrutura que reunisse boas capacidades de produção e económicas, decidiu constituir a Cooperativa Vitiviní-cola da Ilha do Pico, CRL, que foi regis-tada na Conservatória do Registo Comer-cial em Fevereiro de 1950. O grande objectivo era a produção de Vinhos Lico-rosos e comuns. Actualmente, a CVIP tem no activo cerca de 220 associados produto-res das uvas que dão lugar aos vinhos que pode "desvendar" com uma simples prova. Os vinhos são comercializados no Arqui-pélago dos Açores, em Portugal Continen-tal, e estão também presentes em merca-dos como a Bélgica, os Estados Unidos (Califórnia e Costa Leste) e o Japão.

Prémios conquistados pela qualidade: Wine Masters Awards 2006, 2007 e 2008

Lajido Colheita 1995 Fortified Silver Vine Leaf

Lajido Colheita 1998 Fortified Bronze Vine Leaf

Lajido Colheita Especial 2000 Silver Vine Leaf

Terras de Lava Tinto 2005 e 2006 Silver Vine Leaf

Frei Gigante 2005 e 2007 Bronze Vine Leaf

Terras de Lava Branco 2005 Recommended

Terras de Lava Tinto 2007 Bronze Vine Leaf

1º Concurso de Vinhos Certificados dos Açores

Lajido 2001 - Medalha de OuroLajido 2004 - Medalha de Prata Frei Gigante 2007 - Medalha de OuroTerras de Lava Branco 2007 - Medalha de OuroTerras de Lava Tinto 2006 - Medalha de Prata

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Carne dos Açores IGP

Acções de degustação em todo o país“Tenra, suculenta, de cor rosa madura com ligeira infiltração de gordura intramuscular”. As palavras são de Telma Barcelos, da Açorcarnes, em relação à Carne dos Açores - Indicação Geográfica Protegida. Uma carne que é “detentora de um aroma e sabor característico inerente ao modo de produção, à base de pastagens naturais e leite materno.”

Actualmente existem 448 explorações certificadas para a produ-ção de Carne dos Açores com Indicação Geográfica Protegida, com um potencial produtivo de cerca de 12000 animais/ano. Em entrevista Telma Barcelos salienta as principais particularidades da Carne Açoriana IGP, fala das diferenças entre esta e a que não ostenta a indicação IGP e salienta qual a importância que a projecção desta marca tem para a região autónoma dos Açores.

Sendo o sector alimentar primordial, como classificaria a qualidade da carne açoriana? Os Açores têm condições singulares para a produção de carne de qualidade superior. Nos últimos anos foram criadas estrutu-ras de abate e desmancha devidamente sofisticadas permitindo um processamento tecnológico adequado à excelência da Carne dos Açores. Actualmente no total das 9 ilhas dos Açores exis-tem 448 explorações certificadas para a produção de Carne dos Açores com Indicação Geográfica Protegida, com um potencial produtivo de cerca de 12000 animais/ano. Importa salientar que toda a outra carne produzida na Região, que não ostenta a marca “Carne dos Açores IGP” tem valor e um mercado específico conforme as características da mesma.

Quais são as grandes características da marca Carne dos Açores? A Carne dos Açores – Indicação Geográfica Protegida (IGP) é uma carne tenra, suculenta, de cor rosa madura com ligeira infil-tração de gordura intramuscular, sendo detentora de um aroma e sabor característico inerente ao modo de produção, à base de pastagens naturais e leite materno. O modo de produção é efec-tivamente determinante para diferenciar e valorizar esta carne. Os animais são amamentados com leite materno pelo menos até aos 3 meses de idade, sendo o período de aleitamento médio cerca de 7 meses de idade e não são confinados em nenhuma das fases da vida. A alimentação forrageira influencia a qualidade organoléptica assim como o valor dietético da gordura superior, uma vez que é comprovado que os animais explorados nestes

sistemas apresentam elevadas concentrações em ácidos gordos benéficos à saúde humana, os famosos ómega-3 (ω-3) (cárdio-protectores) e em CLA (com actividade anti-carcinogénica). Qual a importância da mesma ter sido certificada como Indicação Geográfica Protegida (IGP)?Esta certificação é extremamente importante porque permite trabalhar desde a produção à comercialização um produto que é efectivamente de qualidade Premium devidamente diferenciado de outros tipos de produção. Para um produtor de carne certifi-cada funciona como um incentivo e garantia de preço e escoa-mento do seu produto de qualidade e para o consumidor fun-ciona como uma certeza na origem, no processo e excelência do produto.

A comercialização em Portugal Continental resulta de uma parceria entre os mais de 448 produtores da região, diver-sas entidades e é efectuada pela Açorcarnes. Esta situa-ção resulta numa mais-valia para todos? Actualmente já existem cerca de 448 produtores certificados para a produção desta carne organizados em Associações e Coo-perativas de Produtores de todas as ilhas. A gestão do nome pro-tegido Carne dos Açores IGP está a cargo do agrupamento de produtores FAA (Federação Agrícola dos Açores). As acções de controlo e certificação na Região são da responsabilidade do IAMA (Instituto de Alimentação e Mercados Agrícolas). A Coo-perativa de Produtores CVA (Cooperativa Verdatlântico) coor-dena a produção e selecção de animais certificados junto dos produtores e a Açorcarnes desmancha as carcaças e comercia-liza a Carne dos Açores IGP em Portugal Continental. Estas parcerias resultam efectivamente numa mais valia para todos porque permite que cada entidade seja especialista em determinada área o que implica que no conjunto se obtém um trabalho especializado e profissional com uma forte ligação entre a produção e a comercialização. É importante que as acções de

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controlo e certificação sejam efectuadas neste caso por uma entidade governamental (IAMA), que toda a produção seja gerida pelas entidades especializadas nesta área (CVA) e que a Açorcarnes que possui o Know how na área da carne, processe a desmancha e comercialização da carne no Continente.

Que estratégia está a ser seguida?Existe uma aposta decisiva na grande distribuição e mercado HORECA, e dentro destas grandes cadeias seleccionaram-se lojas que asseguram a maior notoriedade aos produtos. Como não poderia deixar de ser, apostamos também em lojas repre-sentativas de produtos Açorianos, como por exemplo o novo Espaço Açores – Tradição & Gourmet, em Lisboa.

“A sinergia entre o sector agro-alimentar, belezas naturais e cultura são fundamentais para o desenvolvimento turístico da Região.”

Fale-nos um pouco sobre as acções de degustação que estão a promover a nível do Mercado Nacional?A nossa estratégia comercial passa por aproximar o produto ao consumidor. Desta forma as acções de degustação fun-cionam como ferramenta indispensável para dar a conhecer e provar a Carne dos Açores IGP. Verificou-se desde sempre uma enorme receptividade a este tipo de iniciativas e os resul-tados são muitos bons, de modo que vamos continuar a insis-tir em termos estratégicos em acções de degustação com pro-motores Açorianos.

No fundo, o que é que esta situação representa para o Arquipélago dos Açores?Os Açores produzem muitos produtos de qualidade superior. Para que estes produtos possam vingar na conjuntura actual é fundamental associar o saber fazer tradicional com processos tecnológicos inovadores e com uma estratégica Comercial e de Marketing dinâmica. Para o Arquipélago dos Açores a pro-jecção de produtos com a marca Açores traduz-se em benefí-cios para os produtores da Região e numa divulgação impor-tante para a Região. A sinergia entre o sector agro-alimentar, belezas naturais e cultura são fundamentais para o desenvolvi-mento turístico da Região.

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NOTÍCIA

Azambuja – Vale do Paraíso

Mais um marco históricoNa rota de Colombo em PortugalNo dia 25 de Abril, a Câmara Municipal da Azambuja inaugurou em Vale do Paraíso a “Casa Colombo”, que inclui um “Centro de Interpretação de Cristóvão Colombo”.

Texto: Pedro Laranjeira

No primeiro andar do edifício, fica agora patente ao público uma Exposição extre-mamente bem organizada da cronologia dos grandes feitos dos portugueses, com particular ênfase nos do navegador que descobriu a América ao serviço dos reis espanhóis e era grande amigo de D. João II.

Foi precisamente em Vale do Para-íso que Colombo passou três dias com o Rei português, imediatamente após a sua grande descoberta, antes mesmo de a anunciar aos castelhanos.

O historiador azambujense José Machado Ferreira imortaliza essa data, num espaço ultra moderno, com pai-néis que conduzem o visitante ao longo da primeira saga de globalização, assi-nada pelos portugueses que deram novos mundo ao mundo. O Salão dispõe mesmo de painéis digitais e, segundo Machado Ferreira, será permanentemente actuali-zado com quaisquer novas descobertas

que vão surgindo.Joaquim Ramos, Presidente da Câmara

da Azambuja, e António Marques, Presi-dente da Junta de Freguesia de Vale do Paraíso, descerraram a lápide que oficia-liza este novo espaço colombino e, tal como Marco António Leal, Vereador da Cultura, não escondiam o orgulho pela iniciativa.

Fica assim identificado com a forte ligação de Cristóvão Colombo ao nosso país mais um marco histórico que bem poderia ser integrado numa “Rota” dos muitos sítios que guardam em terras lusas a memória do navegador, como por exemplo:

- Lisboa, os muitos locais onde durante anos se movimentou nos círculos da nobreza de Portugal.

- Mosteiro de Santos-o-Velho, onde viveu Filipa Moniz de Perestrelo, Comen-dadeira da Ordem de Santiago, com quem casou em 1479 e conheceu por ali assis-tir à Missa.

- Restelo, onde chegou após a desco-berta da América, a 4 de Março de 1493. Aí teve a Caravela Niña fundeada 9 dias, durante os quais fez a visita ao Rei, em Vale do Paraíso.

- Convento de Santo António, em Vila Franca de Xira, onde esteve com a Rainha D. Leonor, depois do encontro com D. João II.

- Alhandra, onde passou a noite a seguir a estas duas reuniões.

- Faro, onde parou a 14 de Março de 1493, depois da passagem por Lisboa e

antes de rumar a Castela.- Convento do Carmo, onde Filipa

Moniz e Pedro Correia da Cunha, cunhado do Almirante, estão sepultados.

- Cuba, no Alentejo, para onde D. Fer-nando, Duque de Beja, mandou Isabel Gonçalves Zarco para dar à luz o filho de ambos, Salvador Fernandes Zarco.

- Porto Santo, onde viveu, casou e teve o primeiro filho.

- Santa Maria, nos Açores, a primeira paragem no regresso do Novo Mundo.

- Funchal, na Madeira, onde aportou na 3ª viagem.

… a lista é imensa, mas Cristóvão Colombo continua ausente das pági-nas a que pertence na História de Portu-gal, como ainda há pouco constatei numa visita ao Museu da Marinha, para citar apenas um exemplo…

Felizmente, há quem não pense assim e faça um esforço para recuperar as verda-des perdidas, como foi agora o caso em Vale do Paraíso.

» O presidente da Junta de Vale do Paraiso e o Presi-dente da Câmara da Azambuja no acto oficial da inau-guração

PERSPECTIVA

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CIDADES MAIS

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Vila do Conde

“O grande desafio é a questão do emprego.”Antero de Quental e Guerra Junqueira são alguns dos nomes importantes da cultura de Vila do Conde e do país. Mário Almeida, na presidência da autarquia há 35 anos, está preocupado com os problemas sociais que o caso Quimonda possa trazer, mas promete não cruzar os braços.

Sobre Vila do Conde confessa-se orgu-lhoso por gerir uma “cidade limpa, onde não existem papeleiras estragadas ou ruas danificadas, onde não se vêem buracos no passeio nem árvores partidas”.

Como é viver em Vila do Conde?Vivo aqui há 65 anos. É um município composto por 30 freguesias com carac-terísticas muito diversificadas. Temos 16 km de costa, uma faixa de freguesias muito industrializadas e uma parte mais rural. É uma cidade antiga, milenar, com um centro histórico muito característico e, felizmente, muito preservado que resulta de um esforço muito grande por parte dos moradores, que são os principais obreiros deste êxito. Temos ainda uma zona ribei-rinha muito interessante, que foi onde nasceu a cidade. Grandes espaços verdes. Dentro do núcleo antigo não é possível alterar a fisionomia das habitações. É obrigatório ter sempre metade de habita-ção, o que faz com que o núcleo antigo não esteja desertificado.

Actualmente tem-se falado muito em Vila do Conde por causa do fecho da Quimonda. Mário Almeida tem sido muito interventivo, porquê?Temos a expectativa de que o fecho da Quimonda não venha a acontecer. Além de ser um símbolo nacional, no estran-geiro e no mundo, foi o maior exporta-dor em 2007. Trabalham lá mais de 1500 pessoas, inclusive famílias inteiras, por isso não chega apenas tomar medidas sociais. Se não conseguirmos estancar o desemprego, não há medidas sociais que possam resistir.

Que medidas têm sido tomadas para dar resposta ao desemprego?Felizmente temos uma indústria muito diversificada e continuam a surgir pro-jectos de novas indústrias. O grande pro-blema é que a indústria hoje não consegue absorver os problemas que nos foram sur-gindo. Por exemplo, o complexo empresa-rial NASSICA começou por ser um outlet e actualmente o espaço está a ser aumentado para proporcionar a criação de indústrias limpas e zonas comerciais com mais possi-bilidades de afirmação. Estamos também a tomar outras medidas que visam dar apoio a micro-empresas. Estamos com um pro-jecto de financiamento, juntamente com um banco que eu espero que avance em breve ligado ao Programa FINICIA que permita às pessoas criar empregos com duas ou três pessoas. Empresas que respondam às neces-sidades, por exemplo tratar de assuntos ao domicílio, isto pode ajudar a eliminar um pouco o desemprego.

Qual tem sido o papel da autarquia na área social?Infelizmente hoje tem de haver uma maior atenção e sensibilidade nesta matéria. Os problemas da crise fazem-se sentir no dia-a-dia. Não só ao nível do Estado, mas também na casa das pessoas. Quando falo das crian-ças, por exemplo, recordo que ainda hoje as pessoas se lembram que logo a seguir ao 25 de Abril, e eu entrei 3 meses depois para a autarquia, abrimos o primeiro jardim de infância e creche na cidade e no conce-lho. Hoje temos de nos concentrar também na 3ª e 4ª idade. Mas o país ainda não acor-dou para esta realidade. Em Vila do Conde temos a sorte de existirem instituições de

solidariedade social muito activas onde o voluntariado ainda é uma realidade. Hoje existe muita pobreza escondida.

Está pensada a construção de dois Hos-pitais, um público e outro privado?Vai ser construído um hospital público Vila do Conde/Póvoa. Por outro lado, vai nascer também um Hospital Privado muito vol-tado para o alcoolismo e para a toxicode-pendência. Vai empregar directamente 850 pessoas e prevê-se que entre em funciona-mento daqui a dois anos, portanto estamos também a procurar respostas para o desem-prego noutros campos. O desemprego é uma tragédia.

Que balanço faz do seu mandato?Faço um balanço positivo. A mim preo-cupa-me o facto de não fazer grandes obras, porque eu gosto de fazer grandes obras. Este mandato foi determinante porque consegui avançar com o saneamento básico que era algo que me estava a penalizar. Ao fim de 35 anos não estou menos motivado do que quando vim para aqui. Quando vim para a autarquia pensei que seria apenas por um ano, dado ser presidente de um Clube de Futebol. Não me custa fazer nada do que faço.

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CIDADES MAIS

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Mirandela

Mirandela

Cidade jardim nas margens do Rio TuaMirandela fica no âmago da região de Trás-os-Montes e Alto Douro. Situa-se a meia hora de Bragança, de Chaves e de Vila Real, podendo mesmo dizer-se que é um concelho central em termos de localização geográfica. Texto: Ana Mendes

José Silvano, autarca há 14 anos do muni-cípio de Mirandela, fala-nos sobre as gran-des linhas estratégicas

para o concelho.

Nos últimos anos o que é

que mudou em Mirandela?Actualmente somos uma das cidades mais atraentes de Trás-os-Montes e Alto Douro. Devido à atractividade local, recebemos mais turistas do que os outros concelhos todos juntos. Como não temos monumentos ou património histórico, as pessoas vêm cá pela beleza da cidade, nomeadamente nas áreas de lazer. Miran-dela tornou-se uma cidade do culto do pormenor, colorida, uma cidade jardim e isso tem uma fileira turística importante. Desenvolvemos um conjunto de activi-dades na área do lazer e na área ambien-tal: no rio, nos jardins, nos espelhos de água, que atraem muitos turistas. Inclu-sive ganhamos o primeiro prémio da cidade florida há uns anos, o terceiro a nível europeu, e mais tarde recebemos o prémio de cidade limpa, a nível nacio-nal, o que em termos ambientais tem muito valor. A gastronomia no município é também muito forte, não só a tradicio-nal, que foi a principal numa determinada altura, mas actualmente temos também uma variedade mais sofisticada também muito reconhecida. Mirandela tem um dos melhores restaurantes do país, o Flôr de Sal, que é o quinto melhor a nível nacional. Temos um grupo de hotéis e restaurantes com uma gastronomia regio-

nal de qualidade, nomeadamente na parte dos enchidos e das carnes.

De que forma o executivo procura melhorar a qualidade de vida dos seus munícipes?Ao nível da terceira idade, que é o nicho mais frágil, o concelho está muito bem coberto em termos de lares, que resulta de parcerias entre a autarquia e a Santa Casa da Misericórdia. O objectivo é dar resposta às necessidades em todo o con-celho. Conseguimos criar também um hospital de retaguarda, especifico para a terceira idade. Criámos também um regulamento municipal para as famí-lias carenciadas, que segundo os nossos registos são cerca de 320 pessoas. Como não temos dinheiro para satisfazer todas as pessoas, o que fizemos foi concen-trar os nossos recursos num grupo res-trito e criámos um cartão social, atra-vés do qual essas famílias têm direito a pequenas reparações nas habitações, a livros escolares, a refeições escolares e a medicamentos. Em termos de emprego, não conseguimos fazer muito sozinhos, o que conseguimos é ceder terrenos indus-triais a preços muito atractivos, para ver se atraímos investidores e potenciamos a criação de mais empresas.

Quais são os grandes projectos para o futuro?Projectámos o concelho em termos de Quadro Comunitário. Temos parcerias no âmbito público/privado para que nos pró-ximos três anos tenhamos um novo edifí-cio municipal, visto que o actual não tem condições para abarcar os 350 funcio-

nários da câmara. Pretendemos também construir uma escola das artes na antiga estação da CP. A nossa escola de música clássica é uma jóia cultural de Trás-os--Montes, aliás temos a melhor orques-tra a nível clássico. Estamos também a desenvolver um projecto de regeneração urbana, no valor de 10 milhões de euros, que permitirá que todo o centro da cidade seja remodelado ao nível de infra-estrutu-ras. Esta remodelação urbana vai permitir que se criem nesta zona espaços de atrac-ção turística capazes de fazer com que as pessoas não fiquem só junto ao rio, mas que subam para conhecer a cidade. Temos também previsto um Complexo Despor-tivo, que está já em elaboração. No total está previsto um investimento privado na ordem dos 60 milhões de euros.

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O elixir do AlentejoLonge vão os tempos em que a desertifi-cação e a seca eram palavras associadas ao Alentejo. A maior região de Portugal é agora sinónimo de lazer, gastronomia e bons vinhos.

Com os ingredientes montados, a proliferação do chamado Enoturismo tem sido colossal e o Alentejo é hoje o melhor car-tão-de-visita da actividade. Os vinhos alentejanos são presença assídua nos guias e revistas internacionais da especialidade e vão somando prémios estando já entre os mais galardoados da Península Ibérica.

O Alentejo é uma região com excelentes condições naturais para a produção de vinho de marcada qualidade e tipicidade. Os números demonstram bem esta realidade. A área de vinha na Região do Alentejo ascende a 22.000 hectares, estando já metade certificada com a Denominação de Origem Controlada. O número de Agentes Económicos situa-se na ordem dos 355, sendo 260 produtores e 95 comerciantes. O optimismo que se vive em relação a este elixir fez com que na campanha 2007/ 2008 a produção nacional aumentasse 15,31%. Entre as princi-pais castas tintas produzidas evidenciam-se o Aragonez, a Trin-cadeira, o Castelão, o Alicante Bouschet, o Alfrocheiro, o Tou-riga Nacional e o Syrah. Já nas castas brancas a preferência vai para o Antão Vaz, o Arinto, e o Roupeiro. De salientar, que a Região do Alentejo detém a maior quota de mercado nacio-nal por regiões, em volume e em valor na categoria de vinhos engarrafados com denominação de origem e indicação geográ-fica. Quanto a exportações para fora da União Europeia, em 2008 já representavam 10% da produção média do último trié-nio. Os principais mercados de exportação dos Vinhos do Alen-tejo são Angola, Brasil, Estados Unidos, Canadá, Suíça, Ale-manha e Inglaterra. Em 2008, as exportações cresceram 3,7% em volume, tendo em Angola aumentado 38,9%.

Este sucesso internacional não se justifica apenas pelas con-dições naturais da região. Desde a década de 50 que a criação das Adegas Cooperativas e a promoção de acções meritórias rejuvenesceram a Viticultura Alentejana trazendo uma lufada de ar fresco à produção e promoção dos Vinhos Alentejanos. Contudo, a História relembra-nos que a evolução na produção de vinho no Alentejo não foi fácil, tendo sofrido várias oscila-ções, desde os finais do século passado. As áreas vitícolas foram reduzidas drasticamente no início do século XX, devido à filo-xera e ao aparecimento do oídio, e posteriormente pela campa-nha cerealífera mantida no Alentejo, durante o Estado Novo. Só na década de 80 se voltaram a registar, no Alentejo, produções semelhantes às registadas exactamente cem anos antes.

O século XXI adivinha-se promissor para uma região que desperta sentimentos e emoções. Novos produtos relacionados não só com os vinhos, mas também com a cultura, artesanato e a gastronomia vão surgindo com o intuito de apaixonar mais visitantes. A Rota dos Vinhos do Alentejo é um dos mais recen-tes exemplos do entusiasmo pela temática vitivinícola.

Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA)

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ALENTEJO E OS SEUS VINHOS

48 MAIO 2009

Adega Vila Santa

“Criando e reinventando cada vinho”É desta forma que João Portugal Ramos, da Portugal Ramos, entende que devem ser cria-dos novos vinhos. Em entrevista explica que “o factor mais relevante que levou o Alentejo à invejável posição de destaque no panorama vitivinícola nacional e internacional foram, para além de umas naturais, condições extraordinárias para a produção de boas massas vínicas.”

João Portugal Ramos é considerado um ícone do vinho nacional. No fundo, o que é para si criar um vinho?Criar um vinho é uma arte que em Por-tugal fomos criando ao longo dos sécu-los, hoje reforçada por um maior conhe-cimento e melhores meios. O saber, a experiência e a tecnologia permitem-nos aperfeiçoar com rigor os diversos facto-res que influenciam a personalidade de um vinho. Fazer brilhar todo o potencial natural do nosso país nesta área, criando e reinventando cada vinho é, para mim, uma paixão.

“... é a soma de todos os pormenores que define a qualidade dos vinhos.”

Em tempos sob a alçada de outros, há uns anos lançou-se e ergueu a Adega Vila Santa. Como a define?A Adega Vila Santa foi construída de raiz em 1997 e ampliada de seguida em 2000. È uma adega moderna e versátil que res-ponde por completo às necessidades da mais moderna tecnologia, não descu-rando os pormenores, pois entendemos que é a soma de todos os pormenores que define a qualidade dos vinhos. Temos à disposição desde lagares com pisa a pé, balseiros de madeira e fermentação em cubas de inox, adaptando a tecnologia ao perfil enológico das uvas e dos tipos de vinhos que produzimos. Quais são as grandes particulari-dades dos vinhos produzidos pela adega?São vinhos que respeitam as condições edafo-climáticas em que as uvas foram produzidas, e que pretendem ano após ano manter uma constante qualidade, pois entendemos que é essa preocupação e também a permanente vontade de fazer melhor que deve ser o objectivo da nossa actividade.

São estas características que têm merecido inúmeras distinções em Portugal e no Mundo. Em que países está presente?Angola, Alemanha, Bélgica, Brasil, Canada, China, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Holanda, Hong Kong, Japão, Luxemburgo, Moçambique, Noruega, Polónia, Reino Unido, Suíça, Suécia, Venezuela etc.

Em seu entender, qual é a importân-cia dos vinhos alentejanos para a pro-jecção da vitivinicultura portuguesa além fronteiras?O factor mais relevante que levou o Alen-tejo à invejável posição de destaque no panorama vitivinícola nacional e interna-cional, foi para além de umas naturais, con-dições extraordinárias para a produção de boas massas vínicas, o conseguir dialogar com um alargado leque de consumidores, através de vinhos bem feitos para o con-sumo jovem, como também a capacidade de produzir bons vinhos de guarda, com uma natural variação alargada de valor. Também importa realçar que esse esforço e oferta alargada foi efectuado pelos priva-dos e cooperativas e esse foi sem dúvida um dos factores mais importantes na divul-gação desta nossa região.

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ALENTEJO E OS SEUS VINHOS

50 MAIO 2009

Herdade do Rocim

Oportunidade para experimentar os diferentes vinhosA Herdade do Rocim é uma propriedade situada entre Vidigueira e Cuba, no Baixo Alentejo. Adquirida em 2000, seguiram-se seis anos de trabalhos de reestruturação e qualificação, consumados com a plantação da maior parte da vinha que hoje constitui a herdade.

Caracterizada por apresentar solos franco-argilosos e arenosos, a aposta na implan-tação de vinhas é feita de acordo com cri-térios que visam a produção de uvas com elevada qualidade.

VinhasA Herdade do Rocim tem, actualmente, 60 hectares de vinha, sendo 40 de castas tintas e 20 de castas brancas. Esta vinha tem vindo a ser persistentemente “melho-rada”, tendo em vista a optimização da qualidade, procurando-se potenciar até

ao limite as características da uva, casta a casta. A vindima é efectuada por meios tradicionais, onde a mão humana tem o papel principal.

AdegaCom a produção de vinho, na Adega do Rocim encontramos também um con-junto de valências diferenciadoras e dis-tintas. Há vários espaços, que permitem a realização de diversos tipos de eventos culturais, sociais e de lazer. Para encon-tros de empresas, congressos e apresenta-ções, para convívios entre amigos e fami-liares, visitas de escolas, ou apenas para um passeio turístico, num ambiente sau-dável, caloroso e diferente.

EnoturismoA Herdade do Rocim inclui um espaço pedagógico, a moderna adega, um jardim, uma loja, um wine bar, um anfite-atro, salas de formação e amplos terraços panorâmicos. Estuda-se agora a constru-ção de um hotel de “charme”, de caracte-rísticas arquitectónicas e funcionais coe-rentes com o que até aqui foi feito.

VisitasAlém da visita às vinhas e à área produ-tiva da adega, há uma vinha pedagógica onde o visitante contacta com as diferen-tes castas, ficando a conhecer um pouco mais sobre o ciclo biológico da videira. As visitas realizam-se de segunda a sexta, estando os grupos sujeitos a pré-marcação.

AuditórioPara eventos de empresas, congressos e apresentações, o auditório é um espaço de excelência.

Os vinhos

A herdade tem como principal vocação a produção de vinhos, de que são exemplos o “Olho de Mocho” e o “Rocim”.“Olho do Mocho” - Produzido com as melhores uvas da vindima de cada ano, o “Olho de Mocho” é um vinho perfumado, elegante e de sabor genuíno. No mercado pode encontrar-se o “Olho de Mocho” Tinto e Branco Reserva e Rosé.“Olho de Mocho” Tinto Reserva 2006 - Produzido com as melhores uvas da vindima de 2006, a partir das castas Syrah e Touriga Nacional.“Olho de Mocho” Branco Reserva 2007 - Produzido com as melhores uvas da vindima de 2007, a partir da casta Antão Vaz.“Olho de Mocho” Rosé 2007 - Produzido com as melhores uvas da vindima de 2007, a partir das castas Touriga Nacional, Syrah e Aragonez.“Rocim” - O Rocim é um vinho com uma acidez pronunciada, fruta abundante, suave e redondo, com boa madeira. Prevê-se, no futuro, a produção de branco e de rosé.“Rocim” Tinto 2006 - Produzido a partir das castas Aragonez, Trincadeira e Alicante Bouschet, da vindima de 2006.

Wine BarEspaço de convívio e oportunidade para experimentar os diferentes vinhos da Her-dade entre outras “especialidades”. Neste espaço poderão ser organizados almoços, jantares e outras actividades relacionadas com o convívio e o bem-estar.

Esplanada / TerraçosUma área ampla, com magnífica vista, rodeada de vinhas e calma. Um espaço óptimo para a realização de eventos sociais.

LojaNa loja da adega, encontram-se os vinhos produzidos na Herdade, em diversos tipos de ofertas. Há também artigos liga-dos ao mundo da viticultura, da enolo-gia e outros, que partilham um posiciona-mento ajustado ao conceito da loja.

Herdade do Rocim

Estrada Nacional 387 - Apartado 64 7940-909 Cuba | Alentejo

Telf. 284 415 180Fax. 284 415 188

[email protected] www.herdadedorocim.com

Horário de Inverno: das 11h00 às 19h30

Horário de Verão: das 11h00 às 21h00

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ALENTEJO E OS SEUS VINHOS

MAIO 2009 51

XVIII Concurso “Os Melhores Vinhos do Alentejo”

A singularidade do Solar dos LobosSilveira & Outro, Lda., fundada em 1989 por António Calhau Lobo da Silveira e Maria do Rosário Lobo da Silveira do Souto Patrício, como empresa agro-pecuária, dedica-se desde o ano 2000 à produção vitivinícola.

Encontra-se sediada no Alto Alentejo e tem as suas vinhas em duas herdades, Herdade da Cabeceira – Vimieiro, e Her-dade Vale D’ Anta – Redondo, estando a adega instalada nesta última.

Desde 2000 até à presente data tem-se vindo a aumentar progressivamente a área plantada de vinha. Inicialmente optou-se apenas por vinha de uva tinta e só mais tarde, em 2005, se plantou vinha de uva branca.

Foi no ano de 2005 que foram lança-dos os primeiros vinhos no mercado, “Solar dos Lobos Colheita Seleccionada 2004” e “Solar dos Lobos Regional Tinto 2004”, os quais deram um feedback bas-tante positivo e motivaram a equipa a continuar, aumentar e diversificar a pro-dução. No ano seguinte, 2006, foi lan-çado um novo vinho, “Solar dos Lobos Reserva 2004”, e deu-se continuidade a “Solar dos Lobos Colheita Seleccionada” e “Solar dos Lobos Tinto”, colheita de 2005.

Devido ao crescimento contínuo da produção e da procura dos vinhos, sen-tiu-se necessidade de reestruturação da empresa. Foi assim que em 2007 se con-tratou uma nova equipa de produção lide-rada pela Enóloga Susana Esteban. Já no ano de 2008, reforçou-se a administra-ção da empresa com a entrada de Filipa

Lobo da Silveira para a área comercial e António Souto Patrício para a equipa de enologia, ambos filhos dos Funda-dores e primos. Desta forma, tem neste momento, uma equipa jovem e dinâmica, que se dedica fortemente à empresa e que já demonstrou resultados. Neste mesmo ano, a empresa Silveira & Outro, Lda. ganhou uma Menção Honrosa para o seu vinho tinto colheita de 2007 no XVII Concurso “Os Melhores Vinhos do Alen-tejo” pela Confraria de Enófilos do Alen-tejo. Iniciou-se também neste período a exportação dos vinhos para Moçambi-que e foi lançada, com imenso sucesso, o primeiro vinho branco “Solar dos Lobos Branco 2007”.

“Como não queremos estagnar, este ano lançámos mais um novo produto “Solar dos Lobos Rosé 2008” que vem enriquecer a nossa gama de vinhos já existentes.”

Assim sendo, está presentemente no mer-cado com a seguinte gama de vinhos: “Solar dos Branco 2008”, Solar dos

Lobos Rosé 2008”, “Solar dos Lobos Colheita Seleccionada 2006”, “Solar dos Lobos Tinto 2006 e “Solar dos Lobos Reserva 2006”.

O ano de 2009 tem sido mais um ano de evolução para a empresa, pois iniciou negociações para a exportação dos vinhos para o Canadá, E.U.A., Angola, Brasil, entre outros. Recentemente obteve o 1º Prémio no XVIII Concurso “Os Melho-res Vinhos do Alentejo” pela Confra-ria de Enófilos do Alentejo, para o vinho tinto colheita de 2008.

Actualmente tem um bom nível de pro-dução que permite abranger não só o mer-cado interno como os mercados externos, oferecendo vinhos de grande qualidade e a bom preço, todos eles de produção pró-pria, uma vez que só conhecendo e tra-balhando as vinhas se consegue contro-lar a qualidade das uvas e por sua vez do vinho.

Silveira & Outro, Lda.

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ALENTEJO E OS SEUS VINHOS

52 MAIO 2009

Adega de Roquevale

Vinhos com frescura, elegância e intensidadeA Adega de Roquevale está sediada na Herdade de Monte Branco, entre Redondo e a Serra D'Ossa, no distrito de Évora. Joana Roque do Vale, enóloga, e Miguel Santos, administrador da Roquevale, falam das grandes parti-cularidades dos vinhos e dos enormes desafios se colocam hoje a este sector.

Quais são as grandes particularidades dos vinhos produzidos pela adega? Joana Roque do Vale (J.R.V.): A Roquevale procura nos seus vinhos a expressividade do “terroir”, das castas, dos solos e con-trolo eno-tecnológico, obtendo vinhos com frescura, elegância e intensidade; vinhos genuinamente alentejanos (privilegiando por isso as castas da região), apresentados ao consumidor a preços não especulativos. São estas características que têm contribu-ído para o reconhecimento no mercado e inúmeras distinções.

Dos vários prémios qual teve um maior significado? JRV: Valorizamos os prémios da Confra-ria dos Enófilos do Alentejo, por serem os mais recentes nomeadamente "Os Melhores Vinhos do Alentejo", por pre-miar menos vinhos, ao contrário de con-cursos com muitas medalhas. Por exem-plo acabamos de receber a Talha de Prata para o Terras de Xisto Rose, o que signi-fica que foi considerado em prova cega o segundo melhor vinhos dos melhores lotes enviado de todo o Alentejo. Para um vinho que custa menos de 2 € mostra uma rela-ção preço / qualidade invejável. No mesmo

concurso, o nosso tinto ficou com uma menção honrosa, portanto foi considerado um dos 10 melhores vinhos não na região, o que nos deixa também muito satisfeitos já que existem muitos produtores no Alen-tejo a produzir lotes pequenos de alta qua-lidade (não é essa a nossa especialidade, já que estamos vocacionados para volumes maiores).

Qual o volume de exportação? Em que países está presente?JRV: Exportamos cerca de 290.00 litros em 2008 de entre as nossas várias marcas. Estamos com muita força em Macau, Brasil e Angola, estando ainda presentes na Europa no R.U, Alemanha Luxemburgo, Noruega, Suiça, Polónia, Dinamarca, Rep. Checa, Holanda, Bélgica, e fora de Europa, nos USA, Canadá, Moçambique, China continental e Laos.

Quais os principais desafios que se vão colocar no futuro?Miguel Santos (M.S.): Houve uma fase de aumento do preço médio do vinho no inicio da década, não apenas pela infla-ção dos preços mas também via upgrade ou seja disposição dos consumidores em

pagar mais para consumir mais vinhos de topo. Agora e cada vez mais no futuro vamos assistir a uma inversão deste cenário devido à crise. Não se trata de deflação dos preços dos vinhos de um mesmo patamar (o aumento dos custos de produção não o permite) mas sim de “downgrade”: muitas compras de vinho de gama media / supe-rior são substituídas por compras de vinho mais acessíveis. Isto é o que acontece em Portugal pelo facto do consumo de vinhos estar enraizado na nossa cultura. O cenário é pior nos mercados onde o consumo alar-gado de vinho é algo mais recente, como no R.U., onde existe uma forte quebra de consumo com muitos consumidores a deixar de beber vinho devido a crise. A Roquevale está a beneficiar deste efeito de “downgrade”porque tem 2 marcas de preço acessíveis com um bom rácio quali-dade preço: Terras de Xisto e Alecrim. No caso de Terras de Xisto, juntando litros de garrafas de Bag-in-box vendemos em 2008 o equivalente a 1,5 milhão de garrafa, o recorde histórico da marca, e com um cres-cimento de 41%. relativamente a 2007, e este ritmo de crescimento não esta a abran-dar nos 4 primeiros meses de 2009 sinal do que referi anteriormente. Podemo-nos orgulhar de apresentar no mercado nacional um crescimento em 2008 de mais de 40%, fruto da consistência da nossa qualidade / preço e agressividade comercial junto dos operadores económicos. O desafio portanto vai ser sustentar este crescimento da gama de entrada sem deixar cair as nossas gamas medias, e superiores (Redondo, Tinto da Talha e Roquevale) que estão a sofrer do referido fenómeno de “dowgrade” como o resto do mercado.

Roquevale e o percurso ao longo dos anos

“A adega da Roquevale foi criada em 1989, ano em que foram lançadas as marcas TERRAS de XISTO, TINTO da TALHA e REDONDO. Após um período de arranque onde a empresa recorreu a enólogos exteriores de prestígio, em 1996, Joana Roque do Vale, torna-se a enóloga responsável pelos vinhos da empresa. Embora a Roquevale faça “apenas” 20 anos, a Joana traz com ela a experiência acumulada de 3 gerações de produtores de vinhos. Os últimos anos foram marcados pelo alargamento da gama, com um conjunto de vinhos de gama superior sob a marca ROQUEVALE e TINTO da TALHA - GRANDE ESCOLHA, e também pelo desenvolvimento do formato Bag-in-box, um ponto forte da empresa. Alias é interessante referir que a Roquevale identificou antecipadamente o potencial do Bag-in-box e estava pronta para lançar no mercado antes da CVR Alentejo permitir o uso deste formato para Regional Alentejo. Por isso tivemos que avançar primeiro com a marca “Alecrim” na categoria vinho de mesa, com um sucesso que demonstrou que vinhos de mesa de qualidade conseguem fidelizar consumidores.” Miguel Santos, administrador.

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SAÚDE: NUTRIÇÃO

MAIO 2009 53

Dietas…No dia a dia, especialmente quando começa o calor, enfrentamos um verda-deiro bombardeamento de produtos ditos de emagrecimento.

Por Margarida Coimbra*

Enormes quantidades de dinheiro são gastas em “dietas de emagrecimento milagrosas” por quem quer perder sem esforço e rapidamente peso. No entanto, a percentagem de crianças e adultos com excesso de peso e obe-sidade não pára de aumentar o que mostra o quanto ineficaz é, seguir dietas desajustadas acompanhadas muitas vezes de produtos que podem ser perigosos para a saúde.

Um regime para emagrecer não deve basear-se em nenhum ou nenhuns alimentos em especial (dieta da sopa, da berin-gela, dos ovos, sem hidratos de carbono, etc.), mas sim atra-vés de uma mudança do estilo de vida que inclua uma alimen-tação saudável, acompanhada de um aumento da actividade física.

Embora seja visível o interesse geral para este problema, a verdade é que se continua desesperadamente à procura da “pílula milagrosa”, que emagreça sem nenhuma privação.

Emagrecer não pressupõe passar fome, mas sim adaptar a ali-mentação às necessidades diárias, reduzindo o aporte de gor-dura e açúcar e aumentando progressivamente o tempo da actividade física, que pode basear-se em caminhadas orga-nizadas para toda a família. Muitas vezes, uma pequena

mudança como seja a ir a pé para o trabalho ou mudar o local onde se toma todos os dias café, pode resul-

tar num verdadeiro milagre tanto na redução do peso como na saúde geral.

Se sente que este artigo foi feito a pensar em si, está na altura de procurar a ajuda de um profissional e, predispor-se, a

mudar o seu estilo de vida, de forma a que daqui a uns meses se sinta mais magro, mais sau-dável e…mais feliz.

*Nutricionista [email protected]

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NOVO FÓRUM SAÚDE: NUTRIÇÃO

54 MAIO 2009

Inovação ao serviço da nutriçãoO fácil acesso à informação, através dos meios de comunica-ção social e da internet, trouxe à população melhores conheci-mentos. Como consequência, aumentaram as suas exigências, preocupações e necessidades, inclusive relativamente à saúde e estilos de vida saudáveis.

Por Mayumi Thaís Delgado*

Paralelamente, as doenças crónicas não transmissíveis, como a obesidade, as doen-ças cardiovasculares, a diabetes melli-tus tipo 2 e certos tipos de cancro, estão a aumentar de forma alarmante, assumindo-se actualmente como um problema grave de saúde pública.

O acréscimo de legislação relativa à qua-lidade e segurança dos alimentos aliado ao aumento da exigência por parte dos organismos oficiais, como por exemplo da ASAE (Autoridade de Segurança Ali-mentar e Económica), bem como a forte mediatização dos problemas de saúde de origem alimentar também conduziu a que as empresas alterassem as suas atitudes e procedimentos.

A Distribuição deve satisfazer o clienteAs empresas da Distribuição são um dos interfaces entre o produtor e/ou indústria e o consumidor final e, como tal, têm que se adaptar às particularidades de ambos sem perder de vista o seu próprio objectivo.

Tendo uma relação tão próxima com o cliente, cabe a estas empresas de Distribui-ção, em parceria com a indústria, mantê-lo informado e assegurar-lhe escolhas de qua-lidade, saudáveis e seguras. Contudo, esta é uma tarefa difícil, principalmente quando se procura alterar hábitos alimentares e de vida, enraizados ao longo de vários anos!

A Modelo Continente inovaPerante este panorama e de forma a ir ao encontro das necessidades do consumi-dor, a Modelo Continente entrou nesta corrida pela melhoria contínua e satisfa-ção do cliente, apostando não só na quali-dade e segurança dos seus produtos, como também em estratégias de promoção de estilos de vida saudáveis.

Uma das acções que já se encontra em aplicação nas lojas da Modelo Continente é um inovador siste ma de rotulagem nutri-cional, pioneiro em Portugal, que permite aos clientes fazer uma escolha nutricio-nalmente mais adequada dos produtos de marca própria.

Este sistema de informa-ção nutricional simplificado, de aplicação voluntária, con-juga o código de 3 cores do semáforo, relacionado com a concentração dos nutrien-tes no produto, com a indi-cação da percentagem do Valor Diário de Referên-cia. Esta representação grá-fica – Semáforo Nutricio-nal – é um guia alimentar para 4 nutrientes específicos: gordura, gordura saturada, açúcar e sal. A escolha destes nutrientes foi criteriosa, pois o seu consumo excessivo

constitui um risco cientificamente compro-vado para o desenvolvimento das doenças que têm uma maior taxa de mortalidade e morbilidade em Portugal e na Europa.

A criação de uma gama de produtos mais saudáveis foi uma realidade em 2008.

A Gama Equilíbrio Continente é cons-tituída por um conjunto de alimentos que apresentam um perfil nutricional optimi-zado (à luz das recomendações científicas) e são uma alternativa mais saudável aos ali-mentos convencionais equivalentes.

Outras iniciativas importantes têm sido desenvolvidas junto da comunidade. As várias participações em congressos e semi-nários relacionados com a saúde permitem à Modelo Continente sensibilizar os profis-sionais de saúde relativamente ao Semáforo Nutricional e à sua importância como faci-

litador de uma escolha nutricionalmente mais adequada.

A criação de um site promotor de esti-los de vida saudável foi uma ideia que se concretizou no início deste ano. O www.marcapropria.continente.pt diponi-biliza informações variadas, elaboradas por especialistas, principalmente sobre nutrição, saúde e segurança alimentar. Possui ainda planos alimentares e receitas simples e saudáveis, bem como transmite as últimas iniciativas em que a Modelo Continente participou. A possibilidade de colocar questões sobre alimentação a um Nutricionista e a subscrição de uma news-letter mensal são outras das particularida-des deste site.

Contudo, este é só o início de um longo caminho a percorrer. Para este ano, estão programadas muitas actividades dentro e fora das Lojas que, certamente, terão um grande impacto. Estas iniciativas fazem viver a inovação, enquanto um dos valo-res fundamentais da Modelo Continente, sendo uma preocupação constante no seu percurso de responsabilidade social.

Fique atento às novidades! Surpreenda-se numa das Lojas da Modelo Continente!

*Nutricionista - Modelo Continente Hipermercados S.A.

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NOVO FÓRUM SAÚDE: NUTRIÇÃO

MAIO 2009 55

“Cogumelos medicinais”

Os benefícios para a saúdeOs “cogumelos medicinais” são usados mundialmente para fins medicinais e pertencem aos remédios naturais mais antigos da Humanidade. Na China e no Japão, já são utilizados há cerca de 4000 anos, com sucessos extraordinários.

Está provado cientificamente que os cogu-melos medicinais contêm polissacarídeos que activam o sistema imunitário de forma especial superando, deste modo, outros remédios naturais. O Shiitake, o Heri-cium, o Maitake, a Auricularia, o Cordy-ceps, o Coriolus, o Polyporus, o Copri-nus e o Reishi demonstraram um espectro de eficácia impressionante. Todos estes cogumelos medicinais são, até aos tempos actuais, muito conceituados na Ásia como suplementos alimentares sendo o Reishi e

o Shiitake considerados como “Fonte de juventude”. Em nenhuma parte do pla-neta encontramos uma percentagem tão elevada de pessoas com idade superior a 100 anos e com uma agilidade corporal e mental tão grande como no continente Asiático. Tal facto despertou o interesse da ciência ocidental pela Medicina Tradicio-nal Chinesa e, especialmente, pelos bene-fícios que alguns cogumelos oferecem. Por este motivo é que a ciência nos países ocidentais se começou a interessar pela Medicina Tradicional Chinesa e, especial-mente, pelos benefícios que alguns tipos de cogumelos têm. Em diversas pesquisas, já foram descobertas mais de 100 substân-cias medicinais e isto ainda é só o início.

São muito conhecidos pela sua acção imunomoduladora e usados sobretudo em doenças cardiovasculares, doenças auto-imunes, em cancros, assim como em aler-gias e muitas outras “doenças da civi-lização”, como é o caso da diabetes, da obesidade, da insónia ou da obstipação. Durante muitos anos só os médicos e os curadores mais conhecidos da China é que eram abastecidos pela Biodynamics-Asia, uma pequena e desconhecida associação

de agricultores de “cogumelos medici-nais”. No decorrer desta onda de sucesso, rapidamente surgiram os primeiros pedi-dos, oriundos de clínicas e institutos do Japão.

Actualmente, os cogumelos medicinais ocupam um lugar de destaque na medicina japonesa. Neste mercado os requisitos de qualidade são extremamente exigentes e apesar da cada vez maior procura destes produtos biodinâmicos, não houve qual-quer modificação no processo de produ-ção, pois o cultivo tradicional, o trabalho manual cuidadoso e o produto final de ele-vada pureza continuam a estar no topo das suas prioridades. Isto é assegurado através de uma ligação contratual e de uma forma-ção dos “agricultores bio”.

Estudos científicos validam benefícios para a saúdeEm inúmeros estudos científicos demons-trou-se que algumas substâncias estimu-lam, de forma poderosa, o nosso sistema imunitário e os cogumelos medicinais são, em muitos casos, superiores a outros remédios naturais. Especialmente notá-vel é a actividade anti-tumoral. Nos últi-

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NOVO FÓRUM SAÚDE: NUTRIÇÃO

56 MAIO 2009

O que é a micoterapia?

A micoterapia é um conceito recente, apesar do tratamento com cogumelos ou produtos à base de cogumelos já ser muito antigo. Actualmente, pertence aos métodos da naturopatia cientificamente mais consolidada e tem um futuro muito promissor. A palavra "mykos", de origem grega, significa "cogumelo". Na Europa já existem médicos e naturopatas que utilizam os cogumelos medicinais com sucesso.

Os cogumelos também têm benefícios nutricionais?

As substâncias naturais dos cogumelos medicinais também são muito valiosas a nível nutricional. Influenciam muitas funções corporais vitais e podem atrasar o processo de envelhecimento, sem efeitos secundários. Os efeitos vitalizantes e de prolongamento da vida e manutenção da juventude não são comprovados apenas pela experiência da Medicina Tradicional Chinesa, mas actualmente também cientificamente.

Saiba mais sobre a terapia com cogumelos medicinais no

website www.fairlife.org

mos anos, foram consumidos cogumelos medicinais, com resultados muito enco-rajadores, em pessoas que sofriam de cancro. Na Ásia e nos EUA algumas das substâncias activas dos cogumelos medi-cinais já foram oficialmente aprovadas e são utilizadas em medicamentos na tera-pia do cancro.

Particularmente útil e eficaz é a apli-cação dos cogumelos medicinais como coadjuvantes durante a radioterapia ou quimioterapia. Nestes casos, é necessá-rio fortalecer o sistema imunitário que se encontra extremamente debilitado. Muitos pacientes não sucumbem a pro-blemas originados pelo cancro, mas sim a infecções, relativamente inofensivas, mas que o corpo não consegue combater. A par dos efeitos imunoestimulantes, também é importante referir as proprie-dades antibacterianas, antivirais e anti-inflamatórias, a promoção da circulação

sanguínea e uma regeneração mais rápida da hematopoese (produção de células sanguíneas) na medula óssea. Os efeitos

secundários nocivos de uma radioterapia e quimioterapia são reduzidos de forma impressionante.

A ingestão de diferentes tipos de “cogumelos medicinais” em doses iguais mostrou ter efeitos benéficos ainda mais fortes. Neste caso, fala-se de “um efeito sinergético”. Já na Medicina Tradicional Chinesa a produção de determinadas mis-turas de cogumelos medicinais era con-siderada uma arte e, actualmente, ela é novamente valorizada.

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NOVO FÓRUM SAÚDE: FISIOTERAPIA

MAIO 2009 57

Fisioterapia e Qualidade de VidaNo nosso país e numa perspectiva da imagem que o público tem dos fisioterapeutas, esta profissão esteve muitos anos associada a intervenções de natureza curativa e de reabilitação. Porém essa ideia não reflecte o exercício da fisioterapia actual, em Portugal, à semelhança do que se desenvolve a nível global, noutros países.

» Por Isabel de Souza Guerra*

Os fisioterapeutas mantêm-se nessas áreas tradicionais, mas existe actual-mente um enorme envolvimento, não só nas áreas da promoção da saúde e da pre-venção da doença, mas também ligadas à saúde e bem-estar da comunidade.

Este conceito de bem-estar que nós fisioterapeutas advogamos, tem a ver com a melhoria do conjunto, saúde – mente e corpo, procurando uma abordagem holís-tica que se dirija para cada aspecto do bem-estar de cada indivíduo e, não só, à sua componente física. Acreditamos que através de uma vida saudável, podere-mos atingir o equilíbrio da mente, corpo e espírito. Mas, outro aspecto não menos importante em que os fisioterapeutas se têm empenhado, é a capacidade de forne-cer educação e serviços a pessoas, grupos ou à comunidade com o objectivo de os manter em boa saúde.

Os fisioterapeutas, encontram-se cada vez mais sensíveis às necessidades da pessoa como um todo e, em especial, tendo em conta os factores limitativos do dia a dia e o stress crescente das nossas vidas. Temos a missão de servir como um recurso de melhoria da saúde e, hoje em dia, temos a capacidade de combinar os cuidados tradicionais com a prevenção, a educação, as terapias naturais e os cuida-dos de bem-estar, caminhando para ofere-cer estilos de vida mais saudáveis, redu-

zir os riscos para a saúde e juntar mais e melhor vida aos anos

Aos fisioterapeutas, cabe-lhes uma enorme responsabilidade no que res-peita aos objectivos estratégicos da saúde e, para além dos aspectos já menciona-dos, pela sua contribuição para a redu-ção de episódios de doença ou encurta-mento da sua duração, pela diminuição das situações de incapacidade temporária ou permanente, pelo aumento da funcio-nalidade física e, ainda, pela redução do sofrimento evitável e melhoria da quali-dade de vida.

*fisioterapeuta/mestre em Gestão de Serviços de Saúde/Presidente da Associação Portuguesa

de Fisioterapeutas

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NOVO FÓRUM SAÚDE: FISIOTERAPIA

58 MAIO 2009

Medicina Física e Reabilitação

Trabalhar para a máxima funcionalidadeO Departamento de Medicina Física e Reabilitação – vulgo Fisioterapia – do Hospital da Misericórida de Vila Verde está apetrechado com os mais avançados equipamentos, num espaço reconhecido pelo cumprimento das mais exigentes normas de segurança e pela adaptação aos utentes de maior dependência.

Trata-se de uma valência capacitada para o tratamento de doenças crónicas dege-nerativas (como Parkinson e Alzheimer), traumatologia desportiva (fracturas, con-tusões, luxações e entorses), patologias agudas (tendinites, lombalgias e cervical-gias), reumatologias, problemas vascula-res e insuficiência venosa periférica.

Com o objectivo de ajudar as pessoas a atingir a máxima funcionalidade e quali-dade de vida, o departamento de Medicina Física tem apostado na implementação de novas técnicas, terapias, tecnologias e sobretudo uma contínua humanização. O objectivo fundamental é minimizar o sofrimento de quem se sente fragilizado e tantas vezes negligenciado.

Em oito anos de actividade, o depar-tamento passou de menos de um atendi-mento anual inferior a duas mil pessoas, para cerca de 8.500. É um crescimento superior a 400 por cento, fruto de uma aposta numa política centrada na quali-dade de serviço e satisfação do utente. Para isso, revelou-se fulcral o constante investimento em meios materiais e, sobre-tudo, humanos, onde a primazia sempre foi dada à qualificação e formação perma-nente dos recursos médicos, terapeutas e restantes colaboradores.

O funcionamento de novas valências, ano após ano, levou este ano à abertura das áreas de hidroterapia, cinesiterapia

respiratória e terapia ocupacional, privile-giando os utilizadores mais incapacitados e limitados.

Além disso, está apetrechada com os meios técnicos mais modernos e avan-çados existentes no mercado, nas áreas de electroterapia, termoterapia, ginásio e terapia da fala.

Inicialmente instalado no interior do edifício do Hospital – num espaço que em poucos anos se tornou exíguo e obso-leto, face à procura incessante de cada vez mais utentes –, o departamento de Medi-cina Física e Reabilitação passou a ocupar um novo espaço no rés do chão dos lares da Misericórdia de Vila Verde, dando pos-sibilidade aos utentes idosos de acesso directo sem saírem do edifício, e sem qualquer barreira arquitectónica. Cumpre,

Cursos:

- Preparação para o parto;- Pós-parto;- Toque no bebé recém nascido;- Toque no bebé a partir dos 6 meses;- Preparação de massagistas despor-tivos;- Preparação de orientadores de crian-ças no desporto.

assim, todas as exigências legais e morais, colmatando necessidades prementes no caminho da qualidade e busca incessante da excelência.

A Medicina Física e de Reabilitação centra-se na análise e avaliação do movi-mento e da postura, baseadas na estrutura e função do corpo, utilizando modalidades educativas e terapêuticas específicas com base, essencialmente, no movimento, nas terapias manipulativas e em meios físicos e naturais, com a finalidade de promoção da saúde e prevenção da doença, da defi-ciência, da incapacidade e da inadaptação e de tratar, habilitar e reabilitar indivíduos com disfunções de natureza física, mental, de desenvolvimento ou outras, incluindo a dor, com o objectivo de os ajudar a atin-gir a máxima funcionalidade e qualidade de vida.”

D.R. I Série-A Decreto- Lei nº564/99, de 21-12.

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NOVO FÓRUM SAÚDE: FISIOTERAPIA

Fisioterapia ao domicílioA população europeia está cada vez mais envelhecida e os serviços de saúde nacionais não estão a conseguir respon-der a todas as solicitações. Aliando estas duas premissas às limitações de tempo ou incapacidade física, foi criada a Ensaio Mágico, uma empresa que presta serviços de fisio-terapia ao domicílio.

“Physio Home” e “Physio on Move” são os dois planos de intervenção criados. O primeiro foi elaborado para uma popula-ção com mais de 65 anos, que necessita de cuidados em fisioterapia e se encon-tra incapaz de se deslocar a um serviço de fisioterapia ambulatório. No segundo o fisioterapeuta desloca-se a qualquer local, levando consigo todo o equipa-

mento necessário, avalia o problema, elabora um plano terapêutico, executa o tratamento e ajuda-o a prevenir lesões aconselhando-o a identificar as princi-pais causas. Dentro do conceito “Physio on Move” existe também “Physio on Move” Empresas, “Physio on Move SMOG” para bébes.

Os fisioterapeutas da Ensaio Mágico

deslocam-se a lares, domicilios, casas de repouso, instituições para a 3ª idade, cen-tros de dia, etc.. O serviço desenvolvido baseia-se nos modelos de apoio domi-ciliário de países como a Áustria, Dina-marca e Finlândia, que está fortemente desenvolvido e tem muitos bons resulta-dos para o aumento da qualidade de vida dos utentes.

Saúde: IV Congresso Anual PRACTICE

"O Idoso e qualidade de vida" Data: 16 de Maio Local: Lisboaurl: http://www.practice.com.pt

"O Idoso e qualidade de vida - a promo-ção de um estilo de vida saudável" é o tema do IV Congresso Anual PRAC-TICE – Prevenção e Reabilitação Activa com o Exercício, que vai reunir especia-listas da Medicina, Psicologia, Fisiotera-

pia, Nutrição e do Exercício, no Grande Auditório Egas Moniz, na Faculdade de Medicina de Lisboa. Uma iniciativa de índole científica cujo objectivo geral con-siste na divulgação e discussão dos efei-tos terapêuticos do exercício e desporto em diversos problemas de saúde pública, salientando as sinergias que podem ser criadas entre a Psicologia, Exercício e a Medicina.

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NOVO FÓRUM SAÚDE: FISIOTERAPIA

MAIO 2009 61

Fisioterapia baseada na evidênciaA necessidade de fundamentação da prestação dos cuidados de saúde, onde está incluída a Fisioterapia, tem promovido o desenvolvimento e implementação de inúmeros estudos de investigação sobre a prática da Fisioterapia e sua eficácia.

Estes estudos têm sido desenvolvidos por Fisioterapeutas em contexto de prática clínica, bem como pelas Instituições de Ensino em Fisioterapia ao nível da Licenciatura e dos estudos de Pós-graduação.

Este desenvolvimento profissional, tem conduzido à publi-cação de estudos na área da Fisioterapia em inúmeras revistas científicas credíveis, no contexto de saúde e educação, ao nível mundial e nacional. Estando as mesmas disponíveis em variadas bases de dados, das quais destacamos a Physiotherapy Evidence Database – PEDro e a sua criadora Centre for Evidence-Based Physiotherapy - CEBP.

Ambas foram desenvolvidas para, dar acesso rápido a fontes bibliográficas e resumos de estudos experimentais aleatórios, revisões sistemáticas e normas de orientação prática basea-das na evidência, em Fisioterapia. Podendo ser consultadas em http://www.pedro.org.au e https://www.cebp.nl.

Este avanço científico da Fisioterapia e o fácil acesso aos estudos desenvolvidos e publicados, permite uma tomada de decisões por parte dos Fisioterapeutas, fundamentada e compro-

vada, necessitando de constante actualização, para uma melhor prestação de serviços.

A Escola Superior de Saúde do Alcoitão, nomeadamente o Departamento de Fisioterapia, tem acompanhado esta evolução, através da criação de eixos de investigação próprios e desenvol-vimento de estudos pós-graduados (Pós-graduações e Mestra-dos), bem como na criação de condições de acesso à informação científica, de modo a formar profissionais de elevada qualidade e actualizados face às referências internacionais.

Escola Superior de Saúde do Alcoitão

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PORTU AL SEM BARREIRAS

62 MAIO 2009

Escapadinha pelo AlgarveConheça o Algarve, terra de sol e de mar, mas também de antigas culturas, gentes amis-tosas e doçaria invejável. Texto: João Durão da Silva e Pedro Brandão

As informações são fornecidas pela agência de viagens

Accessible Portugal.

Saiba mais em www.accessibleportugal.com

Nesta escapadinha, seleccionamos o melhor de dois mundos. Desfrute do sol e da praia ou vá ao encontro da história, explorando novos lugares. Descubra as nossas sugestões!

Visita a LagosApós estacionar (sugerimos para o efeito a Avenida dos Descobrimentos), explore o centro histórico, todo ele pedonal e de fácil acesso. Nas traseiras da Câmara Municipal, situada na Praça Gil Eanes, existe um WC adaptado.

Aconselhamos uma passagem pelo Museu Municipal Dr. José Formosinho, uma visita na qual se insere a Igreja de Santo António, considerada um marco da talha dourada barroca em Portugal e onde encontrará uma série de painéis invocató-rios dos milagres de Santo António. Além da igreja, o museu inclui um conjunto de salas alusivas às várias actividades eco-nómicas da região e à história de Lagos.

Visite também o antigo Mercado dos Escravos, passeie junto ao Castelo dos Governadores e, dado que está no Algarve, aproveite para deliciar-se com os saborosos doces de amêndoa ou, em

alternativa, com os típicos Dons Rodri-gos! Já do outro lado da Avenida dos Des-cobrimentos, pode passear pela enorme marginal que ladeia o canal de acesso à Marina de Lagos.

Passeio à Marina de Vila-mouraPara um fim de tarde descontraído, acon-selhamos um passeio pela Marina de Vilamoura. Trata-se de um espaço aces-sível, no qual poderá desfrutar do pôr-do-sol algarvio e de um sem número de sugestões. Entre cafés, restaurantes e bares, a escolha é certamente variada, existindo ainda um leque diversificado de lojas e boutiques, onde encontrará um pouco de tudo: desde as marcas mais afa-madas internacionalmente até ao artesa-nato local. É a solução ideal para aqueles que apreciam sol e mar.

AlojamentoO Hotel Real Santa Eulália é uma boa hipótese para o merecido descanso. Situ-ado em frente à praia que lhe dá o nome, o hotel possui seis quartos adaptados espa-çosos, dotados de varanda e vista para o

mar. Na casa de banho, também ela espa-çosa, encontrará os apoios e as barras necessários. O hotel dispõe ainda de um spa totalmente acessível, onde poderá experimentar uma massagem de relaxa-mento. A zona da piscina é também aces-sível, mas há que salientar a inexistência de rampa que facilite o acesso à água.

Com rampa e passadiço, a praia de Santa Eulália encontra-se a não mais de cinco minutos, num percurso que pode ser feito pelo hotel ou pela rua. Durante a época balnear, de Junho a Setembro, as praias Manuel Lourenço e dos Salga-dos dispõem de tiralôs (cadeiras de rodas anfíbias).

Associação Salvador promove “Acção Qualidade de Vida” No âmbito da “Acção Qualidade de Vida”, promovida pela Associação Salvador, foram entre-gues um Smart adaptado e um estúdio de fotografia a dois jovens paraplégicos.

Bruno Lopes e Elsa Ramos, paraplégicos devido a acidentes de viação, foram selec-cionados por um júri composto por um médico, um psicólogo e um membro da associação para receberem um smart adap-tado e equipamento destinado à montagem de um estúdio de fotografia. A cerimónia de entrega dos apoios decorreu no dia 15 de Abril, no Auditório do Centro de Medicina de Alcoitão, em Cascais. Ambos tinham perdido os seus empregos após o acidente e viviam na total depen-dência dos pais. A sua força de vontade em quererem vencer e ser independentes moti-

vou-os a concorrerem ao apoio da “Acção Qualidade de Vida”, para se integrarem na sociedade e voltarem a ser felizes. O Smart adaptado permite que Bruno Lopes se possa deslocar facilmente para concluir o curso de engenharia mecânica, procurar emprego e praticar basquetebol adaptado no centro desportivo onde está inscrito. Elsa Ramos, fotógrafa profissional antes de ter sofrido o acidente de viação, tem agora equipamento necessário á montagem de um estúdio de fotografia em casa, para que possa continuar a trabalhar na área da sua especialidade.Salvador Mendes de Almeida, durante

a cerimónia, afirmou que “estes apoios modificam por completo a vida destes dois jovens que, a partir de amanhã, tor-nam-se mais independentes e integrados na nossa sociedade”. Estiveram presentes no evento, o médico e membro do Júri Ricardo Girão, o director de comunicação do BES Paulo Padrão, o representante da SEMAPA Duarte da Cunha, e a terapeuta Emília Fari-nha, em representação do Centro de Medi-cina de Reabilitação de Alcoitão. As candi-daturas para a “Acção Qualidade de Vida” 2009 abrem no segundo semestre, em data ainda a definir.

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Prémios Qualidade

Paris 2000New York 2001 (2x)

Geneve 2003Bruxelas 2005França 2005

PORTU AL SEM BARREIRAS

MAIO 2009 63

Qualidade adaptada às necessidades de todosRoupeiros personalizados, activados por comando ou por voz, facilmente adapta-dos a pessoas com mobi-lidade reduzida, são uma realidade bem presente nos nossos dias. Em Portu-gal existe uma empresa, no norte do país, reconhecida e premiada internacional-mente pela qualidade e ino-vação que implementa nos equipamentos que fabrica. Falamos da E.D. Sistema.

Sediada no concelho de Paredes, na Zona Industrial de Terronhas, a E.D. Sistema é um exemplo duplamente positivo: cres-ceu 50 por cento em 2008 e tem a pre-ocupação de ter um lugar para um cola-borador com deficiência. Numa empresa onde trabalham apenas 17 pessoas, a tec-nologia, a inovação e a criatividade são palavras-chave. Especializada no fabrico de roupeiros, portas de correr, camas,

estantes e bibliotecas, os responsáveis pela E.D. Sistema procuram adequar os produtos e equipamentos às necessida-des dos clientes. Além dos serviços tradi-cionais, apresenta-se capaz de solucionar qualquer problema ou necessidade dirigi-dos a pessoas com algum handicap físico ou motor. “O facto de com um simples toque as portas e as gavetas deslizarem suavemente, foi o arranque para todo este projecto”, explica Vítor Ferreira, sócio--gerente desta empresa, acrescentando “temos desde armários em que a própria roupa desce para vir ter com o indivíduo através de um comando ou mesmo só da voz; como camas que descem quando a pessoa quer dormir e recolhem quando ela já não necessita dela, enfim, exis-tem uma panóplia de soluções para qual-quer tipo de situação apresentada”. Para este empresário, o importante é ouvir as necessidades dos potenciais clientes e apresentar-lhes um produto final que se adeque às suas exigências.

Todos estes factos aliados a uma boa relação qualidade/preço, a um design

moderno ou tradicional conforme o desejo do cliente, é possível à E.D. Sis-tema fabricar todo o tipo de roupeiros/aproveitamento de espaços, conseguindo abranger os mais diversos estratos sociais. O que se traduz na procura por parte do mercado dos serviços da E.D. Sistemas.

Compromisso e rigor são valores que Vítor Ferreira quer sempre associados à empresa que se orgulha de desde sempre ser uma referência no sector. Espa-nha, França, Suíça e Angola são alguns dos países que procuram os seus servi-ços, sendo objectivo integral aumentar a expansão internacional. Aliado a isto, existe a perspectiva de um crescimento sustentado para 2009 de 50 por cento da facturação.

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64 MAIO 2009

No fim de Maio em Portugal - Novo Peugeot 3008

A côrte do Rei LeãoOs tempos não estão para grandes excessos, o que obriga mesmo a côrte do rei Leão a deixar de ser tão numerosa e a limitar-se a cinco pessoas, se quiserem viajar com o rei! – é que não há uma versão de sete pessoas no novo 3008 da casa do Leão.

Ao princípio eram os jipes que se apresentavam como alterna-tiva aos carros e carrinhas se por acaso se queria algo de mais volumoso e mais espaçoso como veículo da família.

Mas depois de muitas marcas e formatos, a grande revolução veio com o Qasqhai, que caiu bem, diria mesmo bem demais, em tudo quanto é mercado, sendo líder por onde passa, enfren-tando quem já está e quem está para chegar.

Foi a olhar para tal realidade e a invejar o sucesso do vizinho, que a Peugeot decidiu entrar neste nicho de mercado e apresen-tar o 3008.

No caderno de encargos:- um certo ar de monovolume, e sim, o 3008 tem o pilar A

muito inclinado e portanto lembra esse conceito de automóvel- um certo ar prático e funcional, e sim, o 3008 dispõe de arru-

mos por todo o lado, de uma tampa de bagageira com abertura em duas partes e de uma modularidade dos bancos que permite

ficar com o piso inteiramente plano e chegar a mais de 1200 litros de carga

- um certo ar de carro citadino mas tabém de fim de semana seja na praia ou na montanha, e sim, o 3008 pode receber uma opção de Grip Control que não fazendo dele um todo o terreno permite regular a tracção de cada uma das rodas do eixo dian-teiro e assim permitir incursões mais tranquilas e despreocupa-das pela lama e pela neve

- um certo ar de carro do futuro e preocupado com as questões do ambiente, e sim, o 3008 irá conhecer uma versão Hybrid na qual se aplicará uma solução que o grupo testou recentemente no Citroen C4 do WRC, e que consiste em dispor de um motor eléctrico no eixo traseiro, pesado mas não poluente, e que o transforma num tracção total exclusivo

- e finalmente, por que não dizê-lo, um certo ar de Qasqhai, e sim, o 3008 vem com um tejadilho panorâmico de vidro que lhe

Texto: Pedro Mariano

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confere um ambiente ainda mais luminoso e atractivo.Fora do caderno de encargos a possibilidade de ter dois bancos

suplementares – e os concorrentes directos, como o Qasqhai +2, o C4 Grand Picasso e o Renault Grand Scenic consideraram essa versão e levam portanto vantagem sobre o novo 3008.

Motores a gasóleo e a gasolinaA Peugeot apresentou um veículo muito à imagem da casa, com um indesmentível ar de família, bem construído e com um moderno painel de bordo, no qual a consola central se apresenta com uma volumetria invulgar, dividindo e afastando claramente os passageiros da frente, como se o condutor se sentasse a bordo de um avião.

O ângulo do volante, apesar da posição mais elevada de con-dução, é o mesmo da berlina 308, o que contribui para o agrado geral que se sente dentro deste Crossover.

Nos motores, realce para o 1.6 HDI que desenvolve 112 cava-los e que deve ser o trunfo de vendas em Portugal, e sobretudo para o motor 2.0 que, alvo de várias alterações, chegou aos 163 cavalos, bem ao nível dos concorrentes actuais.

O motor a gasolina 1.6 é desenvolvido com a BMW (usado no Mini Cooper) e pode ter 120 ou 150 cavalos, estando todos os motores acoplados a caixas de 6 velocidades.

As suspensões mostraram, nas estradas sinuosas que bordejam a lindíssima costa croata ao redor de Dubrovnik, um ADN muito francês, confortáveis apesar de concepção tradicional, mas nas versões com motores mais potentes inovando com um amorte-cedor central traseiro, ligado à barra de torção, que contribui para a eficácia do controlo de rolamento da carroçaria num veí-culo com o centro de gravidade relativamente alto.

Uma aposta muito elegante da Peugeot num sector de mer-cado onde ainda nunca tinha estado, uma estreia portanto, dedi-cada às famílias numerosas q.b.ou àqueles que gostam de um veículo diferente.

www.testdrive.pt

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FESTIVAIS

O Rastro do Jaguar (Capa Mole)

Autor: Murilo CarvalhoEditora: LeYa ISBN: 978-989-660-011-2Ano de publicação: 2009O Rastro do Jaguar”, romance escrito pelo brasi-leiro Murilo Carvalho, vencedor da 1.ª edição do Prémio Leya. O livro conta a história de Pierre, um soldado francês de origem guarani que, em

pleno século XIX, resolve ir em busca das suas origens na Amé-rica do Sul. Narrado por um descendente de portugueses, “O Rastro do Jaguar”, baseado em factos verídicos, transporta o leitor da Europa até às florestas e serras do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, onde decorre a Guerra do Paraguai.

Não me tirem o Útero!..Autor: Pedro Laranjeira Editora: Free ZoneISBN: 978-972-99287-9-6Este é um livro polémico sobre a Medicina no Feminino. Um debruçar atento sobre porque é que em Portugal são operadas todos os anos mais de 4.000 mulheres que sofrem uma amputação irreversível, quando existe uma técnica que lhes permite curar a doença e continuar a ter filhos... sem operação nem internamento hospitalar... além de mais barata!

LIVROS MÚSICADiana Krall “Quiet Nights”O mais recente álbum de Diana Krall, é uma edição exclusiva de “Quiet Nights”. A can-tora/pianista canadiana esteve em Lisboa para gravar um dvd ao vivo que só está dis-ponível na edição portuguesa. Diana Krall acompanhada por Russell Mallone (gui-tarra), Robert Hurst (contrabaixo) e Kar-riem Riggins (bateria) registou cinco temas: “The Boy from Ipa-nema”, “Walk on by”, “You’re my thrill”, “Quiet Nights” e “Este seu olhar”, este último cantado em português. O novo álbum é edi-tado após uma ausência dos estúdios de gravação que durou três anos e é produzido por Krall e Tommy LiPuma, reunindo baladas e grandes êxitos da Bossa Nova.

Simplesmente “Xutos e Pontapés”O novo álbum dos Xutos & Pontapés é com-posto por 13 faixas, chama-se simplesmente “Xutos & Pontapés” e marca os 30 anos de car-reira da banda portuguesa. Ao single de apresen-tação “Quem é Quem” juntam-se temas como “Tetris Anónimus”, “O Santo e a Senha”, “Per-feito Vazio”, “Classe 79” e a faixa de abertura “Estado de Dúvida”, entre outros.

CULTURA

66 MAIO 2009

Festival Delta Tejo3,4 e 5 de Julho

no Alto da Ajuda, em MonsantoA terceira edição deste Festival promete surpreender. Dedicado a artistas “com origem em países de café” o Delta Tejo regressa ao Alto da Ajuda, em Lisboa, com um cartaz de arrasar: 3 de Julho: Orishas, Skank, Snowboy & The Latin Section, Monobloco, Buju Banton.4 de Julho: Vanessa da Mata, Sara Tavares, Deolinda, Per7ume, Tereza Salgueiro, Pedro Luís e Parede, OqueStrada 5 de Julho: Banda Calypso, Alexandre Pires, NBC

Optimus Alive 20099, 10 e 11 de Julho

no Passeio Marítimo de Algés (Oeiras)O Passeio Marítimo de Algés, em Oeiras, será ao longo de três dias o palco do grande evento de culto de música Opti-mus Alive! 09. Um Festival de Verão que já contou com presenças como Pearl Jam, Linkin Park, The Smashing Pumpkis, Beastie Boys, The Hives, Gogol Bordello, Bob Dylan, Neil Young. Este ano já estão confirmadas as presenças:9 Julho: Metallica, Slipknot, Machine Head, Lamb of God, Mastodon.10 Julho:The Prodigy, Placebo, The Tings Tings, The Kooks, Eagles of Death Metal11 Julho: Dave Matthews Band, Chris Cornell, The Black Eye Peas, Los Cam-pesinos.

Festival Super Bock Super Rock 2009

O mítico Super Bock Super Rock 2009 mantém o formato dos dois actos e volta a dividi-los pelo Porto e por Lisboa. No dia 11 Julho o Estádio do Bessa, no Porto, vai receber os Depeche Mode e Nouvelle Vague. Para Lisboa, a 18 de Julho, já foram anunciadas as presenças de The Killers e Duffy.Bilhetes: Porto – 40€, Lisboa – 40€ Passe 2 dias (Porto e Lisboa): 70€ (limite de 1000 passes)

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