abc da caatinga nr. 20 - 14 de junho

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Fortaleza-Ceará-Brasil Terça-feira, 14 de junho de 2011 8 Verde Verde N a próxima sexta feira, 17, o mun- do se une para o Dia Mundial de Combate a Desertificação. Para isso a Convenção Internacional de Comba- te à Desertificação nos países afetados pela Seca Grave e Desertificação, realiza ativi- dades que fazem parte do aproveitamento integrado da terra nas zonas áridas, semiá- ridas e sub-úmidas secas com vistas ao seu desenvolvimento sustentável. O objetivo é prevenir e reduzir, reabilitar e recuperar as terras que foram degradadas. A desertificação é um fenômeno decor- rente de um conjunto de fatores (incluin- do as variações climáticas e as atividades humanas, como a erosão do solo causada pelo vento, ou chuva, a deterioração das propriedades físicas, químicas, biológicas ou econômicas do solo, e a destruição da vegetação por período prolongados) que juntos, resultam na transformação de de- terminadas áreas em deserto. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudan- ças Climáticas (IPCC), 2007, 15,7% do território nacional estão susceptíveis a de- sertificação, Estudos do Programa de Ação Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca-PAE-CE, apontam que a desertificação no semiárido nordestino vem comprometendo uma área de mais de 180.000 km², e resulta em impactos difusos e concentrados sobre o território e acabam refletindo, além na dimensão ambiental, mas na social e na econômica, como a di- minuição da biodiversidade, da fertilidade do solo, da perda da capacidade produtiva dos grupos familiares, gerando maiores movimentos migratórios, dentre outros. Relatório do Ministério do Meio Am- biente (MMA), aponta que as perdas econômicas geradas pela desertificação, chegam a cerca de 800 milhões de dóla- res por ano, e os custos com a recuperação das áreas podem alcançar os dois bilhões de dólares em 20 anos. A maior parte da região semiárida do Nordeste se transfor- mará em área árida até o final do século 21 em consequência do aquecimento global, diz o MMA, baseado emdados do IPCC. ABC da Caatinga Conheça mais em: www.acaatinga.org.br SINTA O CLIMA DA CAATINGA O Projeto No Clima da Caatinga, comprometido com o problema da seca na região da Caatinga, vai produzir mudas nativas para recompor a flora do Bioma. Para isso capacitará 60 pessoas, especialmente jovens das comuni- dades do município de Crateús, além de 20 gestores, técnicos, viveiristas e outros multiplicadores locais, através da promoção de oficinas. florestal. Atualmente a Reserva Serra das Almas possui um viveiro com 20 espécies nativas desenvolvido pela Associação Caatinga em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC). Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca 17 de junho BIODIVERSIDADE DA CAATINGA Os répteis ocorrem em praticamente todos os ecossistemas brasileiros e, por serem ectotérmicos (animais que conhecemos como de “sangue frio”), são es- pecialmente diversos e abundantes nas regiões mais quentes do País. A maior diversidade de répteis do Brasil, é encontrada na Amazônia, cerca de 350 espé- cies, na Mata Atlântica, quase 200 espécies, no Cerrado mais de 150 espécies. Na Caatinga existem mais de 110 espécies de répteis, sendo 10 de lagartos. Um exemplo é o Calango Verde (Cnemidophorus ocellifer). Tem habitats diurnos e prefere sair nas horas mais quentes do dia. Vive no chão em locais pedregosos e com moita, e abriga-se sob rochas e troncos caídos, o que explica a resistência do mesmo aos locais impactados pela desertificação. O Calango Verde tem corpo cilíndrico e alongado, com a cauda longa e forte. O dorso é marrom-escuro, com a parte lateral riscada por listras brancas ou esverdeadas no sentido de seu comprimento. O macho pode chegar aos 12 cen- tímetros de comprimento, a fêmea costuma ser menor. A reprodução da espécie acontece na época de chuva, e choca até cinco ovos. Os filhotes nascem em média com três centímetros de comprimento. Mais informações: A Caatinga é um bioma com forte propensão à desertificação e por isso requer um cuidado espe- cial nesse processo de transformação. Além das mudanças climáticas naturais do Pla- neta, o desmatamento da Caatinga e a consequente desertificação, torna o ecossistema cada vez mais vulnerável.

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Page 1: ABC da Caatinga Nr. 20 - 14 de Junho

Fortaleza-Ceará-BrasilTerça-feira, 14 de junho de 20118 VerdeVerde

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Na próxima sexta feira, 17, o mun-do se une para o Dia Mundial de Combate a Desertifi cação. Para

isso a Convenção Internacional de Comba-te à Desertifi cação nos países afetados pela Seca Grave e Desertifi cação, realiza ativi-dades que fazem parte do aproveitamento integrado da terra nas zonas áridas, semiá-ridas e sub-úmidas secas com vistas ao seu desenvolvimento sustentável. O objetivo é prevenir e reduzir, reabilitar e recuperar as

terras que foram degradadas. A desertifi cação é um fenômeno decor-

rente de um conjunto de fatores (incluin-do as variações climáticas e as atividades humanas, como a erosão do solo causada pelo vento, ou chuva, a deterioração das propriedades físicas, químicas, biológicas ou econômicas do solo, e a destruição da vegetação por período prolongados) que juntos, resultam na transformação de de-terminadas áreas em deserto. Segundo o

Painel Intergovernamental sobre Mudan-ças Climáticas (IPCC), 2007, 15,7% do território nacional estão susceptíveis a de-sertifi cação,

Estudos do Programa de Ação Estadual de Combate à Desertifi cação e Mitigação dos Efeitos da Seca-PAE-CE, apontam que a desertifi cação no semiárido nordestino vem comprometendo uma área de mais de 180.000 km², e resulta em impactos difusos e concentrados sobre o território e acabam refl etindo, além na dimensão ambiental, mas na social e na econômica, como a di-minuição da biodiversidade, da fertilidade

do solo, da perda da capacidade produtiva dos grupos familiares, gerando maiores movimentos migratórios, dentre outros.

Relatório do Ministério do Meio Am-biente (MMA), aponta que as perdas econômicas geradas pela desertifi cação, chegam a cerca de 800 milhões de dóla-res por ano, e os custos com a recuperação das áreas podem alcançar os dois bilhões de dólares em 20 anos. A maior parte da região semiárida do Nordeste se transfor-mará em área árida até o fi nal do século 21 em consequência do aquecimento global, diz o MMA, baseado emdados do IPCC.

ABC da CaatingaCaatingaCaatingaConheça mais em: www.acaatinga.org.br

SINTA O CLIMA DA CAATINGAO Projeto No Clima da Caatinga, comprometido com o problema da seca

na região da Caatinga, vai produzir mudas nativas para recompor a fl ora do Bioma. Para isso capacitará 60 pessoas, especialmente jovens das comuni-dades do município de Crateús, além de 20 gestores, técnicos, viveiristas e outros multiplicadores locais, através da promoção de ofi cinas.

fl orestal. Atualmente a Reserva Serra das Almas possui um viveiro com 20 espécies nativas desenvolvido pela Associação Caatinga em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC).

Dia Mundial de Combate à Desertifi cação e à Seca 17 de junho

BIODIVERSIDADE DA CAATINGA

Os répteis ocorrem em praticamente todos os ecossistemas brasileiros e, por serem ectotérmicos (animais que conhecemos como de “sangue frio”), são es-pecialmente diversos e abundantes nas regiões mais quentes do País. A maior diversidade de répteis do Brasil, é encontrada na Amazônia, cerca de 350 espé-cies, na Mata Atlântica, quase 200 espécies, no Cerrado mais de 150 espécies. Na Caatinga existem mais de 110 espécies de répteis, sendo 10 de lagartos.

Um exemplo é o Calango Verde (Cnemidophorus ocellifer). Tem habitats diurnos e prefere sair nas horas mais quentes do dia. Vive no chão em locais pedregosos e com moita, e abriga-se sob rochas e troncos caídos, o que explica a resistência do mesmo aos locais impactados pela desertifi cação.

O Calango Verde tem corpo cilíndrico e alongado, com a cauda longa e forte. O dorso é marrom-escuro, com a parte lateral riscada por listras brancas ou esverdeadas no sentido de seu comprimento. O macho pode chegar aos 12 cen-tímetros de comprimento, a fêmea costuma ser menor. A reprodução da espécie acontece na época de chuva, e choca até cinco ovos. Os fi lhotes nascem em média com três centímetros de comprimento.

Mais informações:A Caatinga é um bioma com forte propensão à

desertifi cação e por isso requer um cuidado espe-cial nesse processo de transformação.

Além das mudanças climáticas naturais do Pla-neta, o desmatamento da Caatinga e a consequente desertifi cação, torna o ecossistema cada vez mais vulnerável.