abc da caatinga nr. 12 - 19 de abril

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Fortaleza-Ceará-Brasil Terça-feira, 19 de abril de 2011 8 Verde Verde A falta de cuidados com o lixo gera po- luição e prejuízo para a caatinga e seus habitantes. Segundo pesquisa realiza- da pelo Ibope, a Inteligência para a Plastivida (Instituto Socioambiental dos Plásticos) e o INP (Instituto Nacional do Plástico), 71% das pesso- as preferem usar sacos plásticos para transportar as compras para casa e apenas 6% usam sacolas retornáveis (de tecido ou outros materiais). No Brasil, a sacola plástica é usada desde a década de 80, e cerca de 200 mil toneladas são produzidas por ano. A caatinga, que ocupa 11% do território brasileiro, sofre com esse material; sacolas e outros plásticos são levados pelo vento e acabam se enroscando e permanecendo nos ga- lhos e troncos espinhosos das árvores, além de se acumularem nas margens e interior dos rios. O plástico, oriundo do petróleo, demora até 200 anos para se degradar na natureza e até lá permanece causando poluição visual, ambien- tal e riscos para a saúde pública e para os ani- mais; peixes e aves engolem pedaços de saco- las e outros plásticos pensando ser alimento, acabam morrendo. Na capital mineira, desde ontem, vigora uma lei que proíbe a distribuição de sacolas plás- ticas pelo comércio em Belo Horizonte. Para transportar suas compras, a população deverá trazer de casa sacolas retornáveis, utilizar cai- xas de papelão ou adquirir sacolas descartáveis biodegradáveis que serão comercializadas nos estabelecimentos. Os locais que infringirem a lei estarão sujeitos ao pagamento de multas e poderão ser interditados. ABC da Caatinga Conheça mais em: www.acaatinga.org.br Redução do lixo na Caatinga BIODIVERSIDADE DA CAATINGA Corrupião Vermelho Nome científico: Icterus icterus Também conhecido como sofrê, essa ave de coloração laranja-vivo, bico preto e íris amarelo-limão, se destaca na caatinga. Vive em bandos familiares e alimenta-se de flores do ipê amarelo, insetos e frutos diversos, como o fruto do mandacaru (Cerus jamacaru). De excelente canto, o corrupião é um dos poucos pássaros que conseguem imitar o som de outras aves. A sua capacidade de reprodução de sons é tão intensa que ele consegue cantar até o hino nacional brasileiro. Pelo seu belo canto, muitas pessoas capturam essa ave ilegalmente para criá-la em gaiolas como ani- mal de estimação. Ao ser criado em cativeiro, o corrupião torna- se amarelo, devido à falta de insetos da natureza em sua dieta. SINTA O CLIMA DA CAATINGA O projeto “No Clima da Caatinga” realizado pela Associação Ca- atinga, com patrocínio da Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental, irá desenvolver, na região de Crateús, uma gestão par- ticipativa dos resíduos com as 1.700 famílias de 16 comunidades. O projeto visa realizar o diagnóstico do lixo produzido, separação e destinação adequada dos resíduos e implantação de sistemas de compostagem. Serão realizadas 11 oficinas e quatro cursos de capa- citação para a produção de composto orgânico e construção de oito módulos de compostagem para a transformação do lixo em adubo. Esse adubo será utilizado para enriquecimento do solo, melho- rando a produtividade agrícola, ou ser comercializado. Serão bene- ficiadas com essa atividade 120 pessoas que, além da capacitação técnica, receberão assistência técnica e de negócios para que essa atividade gere renda e tenha sustentabilidade. Maiores informações sobre o projeto: www.noclimadacaatinga.org.br

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Page 1: ABC da Caatinga Nr. 12 - 19 de abril

Fortaleza-Ceará-BrasilTerça-feira, 19 de abril de 20118 VerdeVerde

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A falta de cuidados com o lixo gera po-luição e prejuízo para a caatinga e seus habitantes. Segundo pesquisa realiza-

da pelo Ibope, a Inteligência para a Plastivida (Instituto Socioambiental dos Plásticos) e o INP (Instituto Nacional do Plástico), 71% das pesso-as preferem usar sacos plásticos para transportar as compras para casa e apenas 6% usam sacolas retornáveis (de tecido ou outros materiais).

No Brasil, a sacola plástica é usada desde a década de 80, e cerca de 200 mil toneladas são produzidas por ano. A caatinga, que ocupa 11% do território brasileiro, sofre com esse material; sacolas e outros plásticos são levados pelo vento e acabam se enroscando e permanecendo nos ga-lhos e troncos espinhosos das árvores, além de se acumularem nas margens e interior dos rios.

O plástico, oriundo do petróleo, demora até 200 anos para se degradar na natureza e até lá permanece causando poluição visual, ambien-tal e riscos para a saúde pública e para os ani-mais; peixes e aves engolem pedaços de saco-las e outros plásticos pensando ser alimento, acabam morrendo.

Na capital mineira, desde ontem, vigora uma lei que proíbe a distribuição de sacolas plás-ticas pelo comércio em Belo Horizonte. Para transportar suas compras, a população deverá trazer de casa sacolas retornáveis, utilizar cai-xas de papelão ou adquirir sacolas descartáveis biodegradáveis que serão comercializadas nos estabelecimentos. Os locais que infringirem a lei estarão sujeitos ao pagamento de multas e poderão ser interditados.

ABC da CaatingaCaatingaCaatingaConheça mais em: www.acaatinga.org.br

Redução do lixo na Caatinga

BIODIVERSIDADE DA CAATINGA

Corrupião VermelhoNome científi co: Icterus icterus

Também conhecido como sofrê, essa ave de coloração laranja-vivo, bico preto e íris amarelo-limão, se destaca na caatinga. Vive em bandos familiares e alimenta-se de fl ores do ipê amarelo, insetos e frutos diversos, como o fruto do mandacaru (Cerus jamacaru).

De excelente canto, o corrupião é um dos poucos pássaros que conseguem imitar o som de outras aves. A sua capacidade de reprodução de sons é tão intensa que ele consegue cantar até o hino nacional brasileiro. Pelo seu belo canto, muitas pessoas capturam essa ave ilegalmente para criá-la em gaiolas como ani-mal de estimação. Ao ser criado em cativeiro, o corrupião torna-se amarelo, devido à falta de insetos da natureza em sua dieta.

SINTA O CLIMA DA CAATINGAO projeto “No Clima da Caatinga” realizado pela Associação Ca-

atinga, com patrocínio da Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental, irá desenvolver, na região de Crateús, uma gestão par-ticipativa dos resíduos com as 1.700 famílias de 16 comunidades. O projeto visa realizar o diagnóstico do lixo produzido, separação e destinação adequada dos resíduos e implantação de sistemas de compostagem. Serão realizadas 11 ofi cinas e quatro cursos de capa-citação para a produção de composto orgânico e construção de oito módulos de compostagem para a transformação do lixo em adubo.

Esse adubo será utilizado para enriquecimento do solo, melho-rando a produtividade agrícola, ou ser comercializado. Serão bene-fi ciadas com essa atividade 120 pessoas que, além da capacitação técnica, receberão assistência técnica e de negócios para que essa atividade gere renda e tenha sustentabilidade. Maiores informações sobre o projeto: www.noclimadacaatinga.org.br