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PERSPECTIVA

NOVEMBRO 2008 3

Sumário# 15 | Novembro 2008

6Perspectiva Mulher

6 Moda Lisboa | Estoril: Inovação e requinte nas passarelles

7 Vermelho Imbatível

Propriedade. Escala de Ideias – Edições e Publicações, Lda - R. D. João I, 109, RC - 4450-164 Matosinhos NIF 507 996 429 Tel. 229 399 120 Fax. 229 399 128 Site. www.escaladeideias.pt E-mail. [email protected]. Alice Sousa - [email protected] Director Editorial. Pedro Laranjeira - [email protected]

Redacção. Alexandra Carvalho Vieira - [email protected] Colaboraram neste número. Ana Mendes, Luís Antó-nio Patraquim, Diana Lima, Pedro Mota, Rosa Silva Opinião. Isabel do Carmo, Joaquim Jorge, Ten. Cor. Brandão Ferreira Director de Marketing e Projectos Especiais. Luís Ribeiro - [email protected] Design e Produção Gráfica. Teresa Bento - [email protected] Banco de Imagens. StockXpert, SXC Webmaster. Pedro Abreu - [email protected] Edição. Alexandra Carvalho Vieira Contactos. Redacção 229 399 120 - [email protected] Departamento Comercial.229 399 120 - [email protected] Tiragem. 70 000 exemplares Periodicidade. Mensal Distribuição. Gratuita, com o jornal “Público” Impressão. Multiponto Depósito Legal. 257120/07 Internet. www.revistaperspectiva.info Interdita a reprodução, mesmo parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios, e para quaisquer fins, inclusive comerciais.

42Programa “Mais Centro”

Alfredo Marques, gestor do Programa, aponta as grandes linhas de acção: competitividade

e sustentabilidade ambiental, aliadas à qualificação dos recursos humanos.

Reportagem 4 Latitude do Olhar – Rota da Seda: O Casulo da Globalização

Opinião 10 Isabel do Carmo

Quem é quem no Cooperativismo38 Adega cooperativa de excelência39 Única cooperativa que trabalha só kiwi

Regiões44 Torres Vedras: “Crescer de forma equilibrada e sustentada”46 Arena: O Shopping do Oeste48 Matosinhos: “Coração económico da Área Metropolitana do Porto”

Cidades Mais50 Guimarães: Cidade agradável para viver52 Miranda do Douro: Património Cultural e Paisagístico

Portugal Sem Barreiras56 Um dia em Lisboa58 A Acessibilidade em Portugal60 Tecnologias para a Inclusão

Viticultura e Turismo54 Casa do Cadaval: Herdade Secular do Ribatejo

32 Formação: Como vencer o desafio da competitividade? 34 Novas Oportunidades: “Saber Ser S@ntiago Maior”36 UMinho celebra Dia Europeu das Línguas40 Bricolage e Jardim: Inovação e Diversidade56 Ambiente: Avaliação Ambiental Estratégica em debate 62 Seguros de Saúde: Uma escolha informada64 Células Estaminais: Um “seguro de vida” biológico66 Ao Vivo

12Os novos Sistemas de Ensino

Web 2.0: Plataformas de e-Learning vistas à lupa

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REPORTAGEM

4 NOVEMBRO 2008

A Latitude do Olhar

Rota da Seda – O Casulo da Globalização

Texto: Pedro Mota

Abri o baú de madeira, soprando o pó que se havia acumulado sobre o tampo, mas foi um agradável odor a cânfora que se exalou da arca aberta.

Desdobrei o meu velho casaco de cabedal, apesar de estar crivado de remendos e reforços nas zonas mais gastas estava todo ele muito puído e lustroso do uso. Parecia que o mundo inteiro lhe tinha passado por cima…o que não andava longe da verdade!

Não pude conter um sorriso ao experimentá-lo…sabia que a próxima vez que o fosse pendurar, seria para além da linha do horizonte.

A areia range debaixo das botas, está muito frio. Uma luz esquálida, submarina, ensombra de forma cre-puscular as dunas dispersas. Lá muito ao sul, apoiando-se já na linha do hori-zonte, um Sol pálido ilumina a vasti-dão do deserto de Gobi com uma luz desmaiada.

A arcana trilha da Rota da Seda desenrola-se sob os meus pés. A Rota da Seda não consiste num único traçado. É antes uma rede, com muitas bifurcações e entronca-mentos. Esta teia foi durante muito tempo o maior eixo comercial e cul-tural de todo o mundo, o elo de liga-ção entre a Ásia, a Europa e a África. O seu longo itinerário trazia mercado-

rias das mais díspares zonas do globo, escoando os seus produtos para serem traficados em longínquas paragens onde o exotismo dos bens lhes con-feria elevado preço e excelente valor acrescentado para os mercadores. Estes, para lucrarem com tal benefí-cio, expunham-se aos riscos de uma extenuante empresa, fossem perigo-sos salteadores de estrada, intempéries dantescas ou inclementes desertos.

Uma das componentes mais perigosas era o trajecto de ligação à China, pois era necessário atravessar o temível deserto de Taklamakan, um pavoroso mar de areia de dunas móveis e instá-veis onde terão perecido não poucos viajantes desafortunados.

Os produtos que fluíam através da imensa rede mercantil eram, em geral, leves no peso e de avultado valor intrínseco. Além da seda que lhe deu a

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REPORTAGEM

NOVEMBRO 2008 5

vida, viajavam nos fardos especiarias, diamantes e outras pedras preciosas, pérolas e coral, óleos essenciais, tape-tes, vidro e cavalos, entre outros bens. Para além de toda esta diversidade de produtos, algo que se acomodava bem entre as mercadorias tangíveis eram as ideias, que céleres viajavam pelo mundo, transformando-o. Assim, che-garam ao Ocidente a imprensa, a pól-vora, o papel-moeda, o astrolábio e a bússola. Difundiram-se também atra-vés da rota religiões como o budismo, o islamismo, o zoroastrismo, che-gando mesmo a haver uma mescla de culturas, como é o caso da fusão da estética da estatuária helénica com o budismo, bem patente na cultura do vale de Gandhara.

Estou no imenso deserto de Gobi, na Mongólia Exterior, e sou convidado para entrar na iurte (ger) de nómadas mongóis da etnia Khalk. Está tudo ritualizado, mas sei exactamente o que devo fazer: o chefe do clã apresenta-me uma tigela com um líquido branco, aceito com um sorriso, pois sei o que é. Sabia que me ofereceriam airaq, tal como a Marco Polo ao ser recebido por Kublai Khan; sabia que era leite de égua fermentado, ligeiramente alcoólico, como se fora vinho de leite; sabia que eram as boas-vindas àquele clã e que iria usufruir da magnífica hospitalidade mongol.

Partimos ao amanhecer, de vez em quando um dos cavalos relincha e o

som fica por um momento a retinir pela imensidão da estepe. A estirada vai ser longa, para passar o tempo o meu amigo mongol canta numa bela voz de baixo. Estou entorpecido, meio hipnotizado pelo passo cadenciado do cavalo. Surgem-me visões do passado, imagens de antigas viagens como se fora em sonho.

O cavalo dá uma topada numa pedra e por um instante volto à reali-dade tangível das estepes da Mongólia Exterior, mas num instante regressa o torpor e voltam as imagens de outras viagens como se estivesse em transe.

Materializa-se na bruma do meu espírito a China Uighur, com a sua poeirenta e pardacenta Kashgar, depois é Urumqui atravancada de camiões de longo curso que flúem como navios, singrando a fita negra da auto-estrada do deserto.

Num ápice, aparece a visão desfo-cada dos lagos de altitude da Quirquí-zia e das suas belas aldeias de pasto-res nómadas.

Viemos parar a Samarcanda, uma das mais misteriosas e emblemáticas cidades na encruzilhada da Rota da Seda.Samarcanda é uma cidade mágica para onde confluem vários filamen-tos desse colossal canal de mercado-rias e ideias. Transpira história e é a urbe por excelência; há milénios que a cidade se reconstrói sobre si própria, em camadas, como num corte geoló-

gico, mas da história das cidades.Uma noiva levanta o véu pela pri-

meira vez após o casamento, está ves-tida de atlass, a tradicional seda arte-sanal da Ásia Central. Também o véu que toldava a minha consciência se evola voltando à tangível realidade da infindável cavalgada através da inco-mensurável estepe mongol.

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PERSPECTIVA MULHER

6 NOVEMBRO 2008

Moda Lisboa|Estoril

Inovação e requinte nas

As principaistendências de Moda para o Verão 2009 foram apresentadas entre os dias 9 e 12 de Outubro, na Moda Lisboa|Estoril. Sob o tema “Reflashion” foram muitos os criadores portugueses que, de uma forma inovadora, apresentaram as suas mais recentes colecções.

Reflexão sobre a moda, sobre a imagem, sobre as novas tendências. Foi este o mote lançado pela orga-nização da Moda Lisboa e acolhido pelos estilistas. A abertura coube a Miguel Vieira que deliciou os pre-sentes, como já é habitual, com o gla-mour que lhe é característico. Entre dourados e transparências com alusão ao glamour de uma aventura luxu-osa, este estilista inspirou-se no tema “Uma viagem de amigos” e escolheu Nayma para ser a rainha do seu des-file.

A segunda colecção foi a de Ale-xandra Moura que se baseou na obra

do artista alemão Wolf Vostell, uma inspiração nos absurdos da vida quo-tidiana, no caos do mundo. Lidija Kolovrat orientou a sua colecção para o público masculino. Brincando com as cores preto e branco, a estilista ins-pirou-se em padrões com escarave-lhos e abelhas.

José Manuel Gonçalves e Manuel Alves encerraram o primeiro dia de desfiles, mas apenas para alguns convidados. De uma forma reser-vada, estes dois estilistas apresenta-ram modelos marcadamente femini-nos, com cores frias mas imponentes e vestidos de silhueta eclética.

O segundo dia ficou marcado pela apresentação arrojada de Ana Sala-zar. A estilista portuguesa inspirou-se no “Cavalo de Tróia”, com vários manequins masculinos puxando uma estrutura coberta de papel, a qual de seguida foi rasgada pelas manequins femininas ao ritmo da música. Sob o tema “Black is not”, a criadora pôs de lado o habitual preto e apresentou a colecção com cores inesperadas, numa miscelânea entre o rosa, laranja e verde ácido.

Durante este segundo dia foram apresentadas diferentes e ousadas pro-postas, desde as colecções de Pedro Pedro que apostou em linhas simples e silhuetas clássicas, a Dino Alves que se centrou numa mescla de transpa-rências, exibindo uma excentricidade

que já lhe é característica. A célebre marca de biquínis Cia Marítima apre-sentou a sua colecção de biquínis em estampados que fazem uma releitura do estilo psicadélico dos anos 60 e 70, mas com uma imagem totalmente renovada e actual.

No terceiro dia, a maratona de moda na Cidadela de Cascais começou mais cedo com as propostas de José Antó-nio Tenente, que trouxe às passerelles texturas em silhuetas fluídas, numa paleta de gesso e mármore, onde pre-ponderaram o branco cru e os cinzen-tos delicados. Bárbara Guimarães foi a musa deste desfile, envergando um sensual vestido em tons verdes, numa combinação muito elegante.

Outros desfiles se seguiram nas mãos dos criadores Ricardo Preto, que se inspirou no mediterrâneo, nas paisagens quentes e secas, reflectindo tudo isto em formas tranquilas e fres-cas, nas cores preto, branco, azuis, verdes e cremes. A Aforest - Design apresentou um estilo inovador, deno-minado “Combo”, inspirado no comércio tradicional, seguindo-se da White Tent que usou como ponto de partida as camuflagens jogando com transparências.

Katty Xiomara trouxe ao público o mundo dos mimos, optando por cores teatrais ligadas à linguagem mímica, com o preto, o branco e o cinzento, às quais juntou verdes e azuis. Nuno

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PERSPECTIVA MULHER

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passerelles

Baltazar, inspirou-se na personagem kit do filme “The Sheltering Sky”, para contar uma história nostálgica à qual chamou Travellers. Uma viagem ao deserto africano, onde o desespero, a procura e o reencontro foram os temas fortes, em cores como o branco, o cinzento e sépia que contrastavam com as tonalidades prata e bronze. O dia encerrou com Luís Buchinho que sugeriu várias formas répteis como lagartos e camaleões, que transfor-mou em peças como saias/bermudas, vestidos/calças, entre outros de cortes irregulares.

No quarto e derradeiro dia da Moda Lisboa, Aleksandar Protich foi o pri-meiro a apresentar a sua colecção Verão 2009, com peças baseadas na imagem e personalidade de Nico, can-tora dos anos 60/70. As peças exalta-vam as formas femininas, em tecidos leves e um pouco transparentes. Já Nuno Gama apresentou uma das mais calorosas colecções, com o continente africano como inspiração, onde mais de meia centena de manequins servi-ram de montra. Isaac Alfaiate abriu a passerelle com uma das muitas pro-postas baseadas na vida cosmopolita e nas grandes metrópoles africanas do final dos anos 60.

Seguiu-se o desfile de Lara Torres, que se realizou sem recursos musi-cais, apresentando uma proposta crua e firme. As suas peças de vestuá-

Oliveira da Serra marca presença na Moda Lisboa

De entre as várias organizações que quiseram associar a sua marca a este evento, destacamos a presença do Grupo Sovena através da marca Oliveira da Serra. À primeira vista pode parecer uma associação estranha – moda e azeite -, mas Duarte Roquette, sénior brand manager da marca Oliveira da Serra, esclarece: “a moda tem mostrado que os clássicos podem ser reinventados e tornados intemporais. É isso que temos feito com Oliveira da Serra, há dois anos demos aos nossos azeites uma nova roupagem, com um novo packaging mais cosmopolita, contemporâneo e elegante e agora lançámos a nova tampa Pop-Up”. É desta forma que Duarte Roquette justifica a presença neste evento de moda e destaca aquele que irá ser o ícone de design industrial da marca, acrescentando que “o Pop-Up vai revolucionar a forma de manusear o azeite, tal como a moda revoluciona sistematicamente a forma como olhamos para nós próprios. É um gadget genial, tal como o fecho eclair ou o velcro são para a roupa. Este paralelismo com a moda foi o que nos levou a escolher a Moda Lisboa e a nos associar ao criador de moda Ricardo Preto, ao designer Miguel Vieira Baptista e ao Chef Vitor Sobral para lançar esta novidade. As reacções foram excelentes e estamos muito contentes com a iniciativa.”

rio experimental assumem-se como verdadeiras esculturas, em que o corpo é confinado ao vestuário, atra-vés de vários fragmentos e detalhes. Ricardo Dourado, foi muito singular e feminino, já Pedro Mourão recru-tou vários dos manequins que fize-ram carreira na série “Morangos com Açúcar” para apresentar uma recicla-gem de “peças e ideias”.

Vingou a ideia de cores neutras envolvidas em toques de escuros e tons fortes. Filipe Faísca encerrou o evento apresentando uma geomé-trica delineada, em que o círculo foi a forma mãe. Apresentando peças de mousseline de seda, em tons pretos, cinzas, bege e branco, deliciou o público feminino através dos seus vestidos e pormenores.

Luzes e câmaras não faltaram nestes dias, onde a beleza e a forma foram enaltecidos ao mais alto nível. À semelhança das edições anteriores, inúmeras caras conhecidas marca-ram presença neste evento que juntou moda, glamour e “beautiful people”.

A Moda Lisboa|Estoril é uma montra da moda portuguesa perante toda a indústria nacional e estran-geira. É um evento marcante que per-mite que alguns dos melhores cria-dores portugueses apresentem o que de melhor se faz a nível nacional em termos de moda.“Made in Portugal” é o lema de todo este espectáculo.

» Ricardo Preto, Miguel Vieira Baptista, Vítor Sobral e Duarte Roquette

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PERSPECTIVA MULHER

8 NOVEMBRO 2008

Beleza na Moda Lisboa/Estoril

Vermelho Imbatível!Impossível de ignorar, o bâton vermelho revelou-se o ponto forte nas passereles de mais uma edição da Moda Lisboa, cujos visuais podem serreproduzidos também fora delas com a maquilhagem L’Oréal Paris.

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PERSPECTIVA MULHER

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Sugestão para um resultado ‘bonne mine’

Aplicar toques muito leves do blush Minerals para realçar levemente as maçãs do rosto e obter o famoso ar

‘bonne mine’ ou ar saudável.

A última edição da Moda Lisboa/Estoril sagrou-se mais uma vez pela renovação e reconstrução dos conceitos de Moda e Beleza. A passerelle foi o palco onde a Moda se transcendeu graças à fusão do trabalho de estilistas, cabeleireiros e maquilhadores, que reinventaram o conceito de glamour. Na maquilhagem, os looks criados por Antónia Rosa, make up artist L’Oréal Paris para a Moda Lisboa, exibiram o lado teatral que existe em cada mulher, com a força, a energia e o impacto do vermelho como tendência para a próxima estação. Desta feita com a assinatura de Infaillible, o novo bâton duo-compacto não-transfere 16h.

Rosto perfeito e naturalPara iluminar e sublimar o rosto, aplicar True Match Minerals, o pó mineral com cobertura fond de teint que garante uma cobertura tão eficaz e homogénea como a de um fond-de-teint, mas muito mais leve, graças às virtudes da sua fórmula rica em minerais, ingredien-tes 100% naturais e bem tolerados pela pele. O pincel aplicador especial espalha unifor-memente o pó, depositando progressivamente estes pigmentos minerais para obter um acabamento muito natural.

Olhar subtilAlongue e defina as pestanas uma a

uma, mesmo as mais pequenas, com a máscara Telescopic Clean Defini-tion. Esta máscara irá distribuir uni-

formemente a cor mantendo a ele-gância e sem tirar protagonismo aos

lábios.

A estrela do look: os lábios vibrantesNos lábios, a cor imbatível de Infaillible 501 Invincible Red, a cor escolhida também por Milla Jovovich, embaixadora L’Oréal Paris. Num primeiro passo, aplique a cor. Deixe secar um minuto e a cor fica selada. No segundo passo, aplique o bálsamo hidratante, o conforto total para os lábios. Reaplique este bálsamo ao longo do dia, sempre que quiser.

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OPINIÃO

» Isabel do Carmo

PERSPECTIVA

10 NOVEMBRO 2008

A bolsa ou a vidaDesde há alguns anos surgiu uma nova espécie literária, que é o romance policial político e social em que, a par da trama conduzida com os ingredientes q.b. para não conseguirmos largar o livro, passa-se informação política, que nos ajuda a perceber os ambientes. É o caso dum romance em três gros-sos volumes, que tem feito moda em outros países europeus e que espero venha a ser traduzido em português – - o “Millénium”.

Foi escrito por um jornalista sueco, Stieg Larsson. Este homem, que morreu em 2004, quando tinha acabado de entregar o original dos três volumes na tipografia, especializara-se em ensaios sobre economia, fizera reportagens de guerra em África e era chefe de redac-ção da revista sueca Expo, observató-rio de manifestações comuns do fas-cismo.

Neste livro há um super-herói, um jornalista e uma super-heroína, que é hacker, completamente fantástica e inverosímil. Mas a realidade política e social retratada é não só verosímil, como referida com os nomes reais de políticos e outros personagens. Repor-ta-se aos anos 80 e os crimes já pres-creveram. No final fica a perceber-se que organização matou Olof Palme.

Mas interessa agora mostrar que em relação à crise financeira o livro é pre-monitório, como o foram organizações anti-neoliberalismo. No final do pri-meiro volume o jornalista herói res-ponde a uma entrevista na televisão de uma forma que é pedagógica.

Este jornalista, o herói, tinha demons-trado na sua revista, o Millénium, um jogo financeiro altamente fraudulento, que fez escândalo na Suécia.

Puseram-lhe então uma pergunta sobre a responsabilidade do Millénium no naufrágio da economia sueca ao qual se assistia nesse momento.

- “Afirmar que a economia da Suécia está a sofrer um naufrágio é falta de senso”, responde o jornalista.

A colega da televisão fica perplexa e comenta: “vivemos neste momento o maior desmembramento individual da história bolsista sueca – e você pretende que é falta de senso?”

E o jornalista explica pedagogica-mente:

“É necessário distinguir duas coisas: a economia sueca e o mercado bolsista sueco. A economia sueca é a soma de todas as mercadorias e de todos os serviços que são produzidos neste país em cada dia. Trata-se dos telefones Ericsson, dos carros Volvo, dos frangos Scan e dos transportes que vão de Kiruna a Skövde. Aí está a economia sueca e está tão poderosa ou tão fraca hoje como o era há uma semana”.

E continua:“A Bolsa é outra coisa. Não há

nenhuma economia e nenhuma pro-dução de mercadorias ou serviços. Só há fantasmas em que de hora a hora se decide que agora tal ou tal empresa vale alguns milhões a mais ou a menos. Isso não tem absolutamente nada a ver com a realidade, nem com a economia sueca”.

Pergunta-lhe a jornalista da televisão se não tem nenhuma importância que a Bolsa esteja em queda livre.

“Não, não tem a mínima impor-tância. Isso só significa que um certo número de grandes especuladores estão actualmente a transferir as suas carteiras bolsistas das empresas suecas para as empresas alemãs.

São as hienas que um repórter com um pouco de tomates deveria identi-ficar e pôr no “cadafalso” como trai-dores à pátria. São eles que sistema-ticamente e porfiadamente minam a

economia sueca para satisfazer os inte-resses dos seus clientes".

Em seguida a jornalista pergunta-lhe se os media não têm responsabilidade.

Responde o jornalista–herói: “Sim, os media têm particularmente uma enorme responsabilidade. Durante vinte anos, um grande número de jor-nalistas de Economia não se debruça-ram sobre este caso. Pelo contrário, contribuíram para construir o seu pres-tígio através de retratos insensatos de idolatria. Se tivessem cumprido o seu papel correctamente durante todos estes anos, não nos encontraríamos hoje nesta situação”.

Vinte anos depois deste caso sueco, as hienas não se limitam a transferên-cias entre a Suécia e a Alemanha. A globalização permite às hienas correr mundo em segundos.

E a chamada “econo-mia real” já passou a ser afectada pelo dinheiro fantasma. Pelo caminho fize-ram-se fortunas fabu-losas. E pereceram os fracos do sistema – os que pagam a crédito e os que vão perder emprego. Os que estão na vida.

Talvez se possa imaginar um filme de desenhos animados em que jornalistas de Economia, comentadores de econo-mia “bem pensantes” e “hienas” passem num filme bobinado ao contrário e engu-lam todas as palavras que disseram.

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OS NOVOS SISTEMAS DE ENSINO E A WEB 2.0

12 NOVEMBRO 2008

“Estar na rede é estar ligado ao futuro”O ensino está a mudar assente em ferramentas que potenciam a sociedade de conhecimento. Actualmente, mais de 87% da comunidade académica portuguesa tem acesso à rede sem fios e-U. O número de entidades que ministram os cursos com base em plataformas de ensino a distância também aumentou significativamente. Pedro Veiga, presidente da FCCN, considera esta viragem do país positiva porque “o facto dos nossos jovens estudan-tes e investigadores estarem sempre imersos no mundo digi-tal irá contribuir para formar a geração que pode ajudar a aproximar Portugal das economias e sociedades que lideram a nível internacional e dá a oportunidade de aumentar a com-petitividade de Portugal”.

Portugal, através das iniciativas promovidas pela FCCN, está a vencer o atraso científico e tecnológico do país, imprimindo um novo impulso à inovação empresarial?A resposta directa a esta pergunta é não. Por outro lado, a FCCN tem vindo, ao longo dos anos, a promover um con-junto de actividades que consistem na disponibilização ao nosso sistema de investigação e de ensino superior de tec-nologias muito avançadas na área da Internet que permi-tem formar uma nova geração de jovens portugueses que dominam as novas tecnologias da sociedade da informação, novos modos de trabalhar e de fazer investigação que são fundamentais para a modernização da sociedade portuguesa e que podem ser, esperamos, instrumentais para um Portugal mais inovador e mais empreendedor.

Qual a finalidade da plataforma de comunicação e cola-boração entre as instituições do sistema de ensino, ciência, tecnologia e cultura?A RCTS – Rede Ciência Tecnologia e Sociedade – é uma rede de Internet muito rápida sobre a qual funcionam uma série de serviços: redes sem fios omnipresentes, acesso a revistas científicas, serviços académicos, conteúdos edu-cativos, acessos a bases de dados científicas, serviços VoIP, videoconferência de alta-definição, etc. que interligam o sis-tema científico e de ensino superior às outras instituições congéneres a nível mundial. Com estas facilidades os novos modos de trabalho colaborativo, mais eficientes, abrangen-

tes e com transparência geográfica e temporal criam comuni-dades virtuais que são uma das chaves para uma rápida tran-sição para a sociedade da informação e do conhecimento.

Mais do que uma plataforma nacional é também inter-nacional. Qual a importância?Num país geograficamente periférico, a capacidade de ter comunicação eficiente à escala global permite estar em con-tacto eficiente com os centros de conhecimento, laboratórios de investigação, ter acesso às bases de conhecimento que são imprescindíveis para nos colocar perto de outros países e recursos avançados.

O Ensino Superior está a mudar. Hoje, mais de 87% da comunidade académica portuguesa tem acesso à rede sem fios e-U. Esta realidade traduz-se numa maior competitividade do país?Sim, sem dúvida que o facto dos nossos jovens estudantes e investigadores estarem sempre imersos no mundo digital irá contribuir para formar a geração que pode ajudar a apro-ximar Portugal das economias e sociedades que lideram a nível internacional e dá a oportunidade de aumentar a com-petitividade de Portugal se soubermos vencer os desafios e oportunidades da globalização. Estar na rede é estar ligado ao futuro.

Actualmente, quais são as grandes prioridades da FCCN a curto prazo?Estamos a melhorar a rede, através de um aumento da lar-gura de banda de acesso das instituições à RCTS – em breve vamos ter as maiores instituições ligadas a 10 Gbps – e dis-ponibilizando mais serviços avançados que contribuam para aumentar a capacidade de colaboração sobre a rede quer em termos de novas aplicações quer em termos de novos conte-údos educativos e científicos acessíveis globalmente.

Texto: Alexandra Carvalho Vieira

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OS NOVOS SISTEMAS DE ENSINO E A WEB 2.0

NOVEMBRO 2008 13

Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC)

“Massificação é crucial”O acesso ao conhecimento pode ser a chave do sucesso para o desenvolvimento sustentável na economia global. Partindo deste e de outros pressupostos o Governo tem incentivado a massificação do uso de computadores e da Internet de banda larga através do Plano Tecnológico. Conversámos com António Bob Santos, assessor do Coordenador Nacional da Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico.

De que forma as TIC são um auxiliar importante ao ser-viço da aprendizagem e do aumento de competências?A massificação das TIC é crucial para a aquisição e actuali-zação de competências numa sociedade baseada no conheci-mento. Permite e facilita o acesso ao conhecimento, a qual-quer hora e em qualquer lugar, estimulando os processos de aprendizagem de forma contínua. São um auxiliar precioso no aumento de competências nos mais jovens, tendo as esco-las aqui um papel fundamental. Foi neste sentido que foram lançadas iniciativas como o e-escolas e e-escolinhas, progra-mas ambiciosos que visam disponibilizar computadores por-táteis com banda larga móvel a preços reduzidos a alunos, professores e pessoas em formação, ou o Plano Tecnoló-gico da Educação, que está em plena fase de implementação, representando um investimento de 400 Milhões de Euros até 2010. A aposta passa por usar as TIC para tornar a escola em Portugal num espaço de aprendizagem moderno e atractivo, alinhado com as melhores práticas à escala global. A utiliza-ção das TIC é também crucial para o aumento das competên-cias na Administração Pública e nas empresas em geral.

Aliás, actualmente as TIC estão presentes tanto a nível privado como público.O aprofundamento da sociedade da informação, a generali-zação da utilização da Internet de banda larga e a promoção de uma sociedade da informação inclusiva são algumas das prioridades do Plano Tecnológico, nomeadamente através de iniciativas como o Ligar Portugal, o e-escolas ou o Plano Tecnológico para a Educação (PTE). Estas iniciativas têm também um impacto ao nível das empresas, já que estimulam a criação de conteúdos digitais e o desenvolvimento de sotf-ware adequado às necessidades dos diferentes públicos alvo. Por exemplo, as iniciativas e-escolas e e-escolinhas permiti-ram o desenvolvimento e a incorporação de software educa-tivo por parte de empresas nacionais, incluindo software em open source. O mesmo acontece no âmbito do PTE, onde estão a ser criadas Academias TIC envolvendo as principais empresas tecnológicas em Portugal. Aliás, para o PTE, foram estabelecidas metas bastante ambiciosas para 2010: atingir o rácio de dois alunos por computador, aumentar progressiva-mente a velocidade de acesso das escolas à Internet para 48

Mbps (esta meta deverá ser atingida já em 2008) ou assegurar que 90% dos professores têm as suas competências em TIC certificadas. Ao nível da Administração Pública, a generali-zação da Banda Larga e o esforço de simplificação adminis-trativa no âmbito do SIMPLEX permitiu também progressos significativos na disponibilização de serviços públicos pela Internet aos cidadãos e às empresas, registando-se subidas de Portugal no Ranking de Sofisticação da Disponibiliza-ção Online de Serviços Públicos (de 11º para 4º na UE27) e no Ranking de Disponibilização Completa Online de Servi-ços Públicos (de 10º para 3º na UE27). Os dados mais recen-tes confirmam a tendência de generalização da utilização das TIC e da Internet de Banda Larga pela população em geral.

Quais os novos desafios que agora se colocam?A utilização das TIC facilita uma actualização constante das nossas competências. Um dos desafios que se coloca é dispo-nibilizar aos cidadãos e às empresas serviços públicos cada vez mais evoluídos de forma acessível, para que possam beneficiar um conjunto mais vasto de pessoas. A Internet pode desempenhar um papel importante ao nível da aproxi-mação dos cidadãos às instituições públicas, estimulando a participação cívica e a exigência de serviços públicos mais eficientes, bem como pode facilitar a ligação entre os gover-nantes e os seus eleitores, fortalecendo as democracias. A crescente disponibilidade e sofisticação destes serviços pro-movem também a sua utilização por parte dos cidadãos e empresas. Por exemplo, em Portugal, pela primeira vez este 2007, o número de declarações fiscais electrónicas ultrapas-sou as que foram entregues em papel. Significa isto que cerca de 3 milhões de pessoas utilizaram a Internet no seu relacio-namento com a AP ao nível fiscal, o que também demonstra a confiança e maturidade dos portugueses na utilização das tecnologias e serviços públicos online. No entanto, a utiliza-ção destes serviços depende também do acesso das pessoas à Internet, quer seja no trabalho, em casa, na rua, etc.. Por isso estamos também a fazer um esforço significativo visando a massificação da utilização de computadores e da Internet de banda larga, na aquisição de competências básicas em TIC pela população e na criação de redes de comunicações de nova geração.

Texto: Alexandra Carvalho Vieira

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PLATAFORMAS DE ENSINO WEB 2.0

14 NOVEMBRO 2008

Nova Aprendizagemnas Lojas do CidadãoOs constantes desafios da prestação de um serviço público mais moderno e próximo do Cidadão, fizeram surgir uma nova geração das Lojas do Cidadão baseada num novo modelo de distribuição de serviços públicos. Este pressupõe uma reorganização da informação e serviços em torno das necessidades do cidadão e pela promoção da transversalidade de serviços.

Por Carina Américo, coordenadora da Iniciativa Nova Aprendizagem, Agência para a Modernização Administrativa, IP.

Por todos estes desafios, aos funcionários das Lojas do Cidadão é exigido um atendimento de qualidade e um serviço ao cidadão de excelência a que a Agên-cia para a Modernização Administrativa está especial-mente atenta, tendo iniciado no presente ano uma Ini-ciativa denominada Nova Aprendizagem que pretende oferecer a todos os funcionários, não só a oportunidade para consolidarem os seus conhecimentos e desenvol-verem as suas competências mas também para colabo-rarem activamente na criação de serviços mais integra-dos e personalizados.

Esta iniciativa, baseada em metodologias inovadoras de participação e aprendizagem, encontrou no b-Lear-ning (metodologia de formação mista) um aliado impor-tante na oferta de soluções personalizadas e convidati-vas à aprendizagem autónoma e colaborativa, capazes de oferecer aos profissionais experiências muito signifi-cativas de desenvolvimento de competências e de auto-avaliação, com grande flexibilidade espacial e tempo-ral. Deste modo, a Agência está também a concretizar o seu objectivo de uniformizar serviços de excelência em todas as Lojas e Postos de Atendimento, para ofere-cer um atendimento mais profissional, mais simpático e mais próximo dos cidadãos.

Os profissionais têm, assim, a oportunidade de encontrar orientações sobre a cultura e objectivos das Lojas do Cida-dão; aprender com os próprios colegas, beneficiando da expe-riência de cada um; reflectir com a Equipa de Tutoria que os acompanha 24h/dia; e ainda de validar os seus conheci-mentos através de materiais pedagógicos interactivos inte-gralmente inspirados em casos reais das Lojas do Cidadão.

A Iniciativa Nova Aprendizagem contou, no seu arranque, com o apoio das seguintes quatro instituições: FDTI, Vodafone, PT Inovação e Novabase, às quais, numa segunda fase do Projecto, se juntou também o ISQ e-Learning.

A Agência de Modernização Administrativa vai con-tinuar a apostar na Nova Aprendizagem e em modelos de inovação que promovam a cada vez maior aproxima-ção dos serviços ao cidadão, podendo os mesmos mode-los estenderem-se a toda a Administração Pública.

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16 NOVEMBRO 2008

CEGOC eLearning:

Nova oferta Blended em 6 línguasA Cegoc pertence ao grupo Cegos, criado em 1926 e actualmente o líder da formação profissional na Europa. Para estender esta lide-rança à área da formação Blended, o grupo lançou este ano a pri-meira e única solução blended de classe internacional. Por Patrícia Santos,

eLearning Manager da Cegoc

Esta oferta é construída com as melhores práticas inter-nacionais e pode ser adaptada às necessidades locais de cada cliente. Cada programa Blended reúne:

- 4 a 7 módulos eLearning, disponíveis durante um ano num LMS – Learning Management System, que permite às empresas gerir a formação dos seus colaboradores através da Internet;- 1 a 3 dias de formação presencial para treino de com-petências e partilha de experiências.

A solução Global Learning by Cegos®Os programas Global Learning by Cegos® são soluções “chave-na-mão” que permitem às empresas optimizar o seu investimento em formação.

PERFORMANCE Global significa: - Uma equipa de consultores internacionais, que reuniu as melhores práticas de cada domínio;- Uma organização visual e esquemática dos conceitos chave para ajudar à compreensão e memorização;- Cada programa disponível em 6 línguas em 27 países.

EFICÁCIA Global significa: - Uma alternância formativa para garantir maior eficá-cia pedagógica:

- eLearning: conceitos e ideias-chave disponíveis durante um ano- Presencial: onde se privilegia o treino e troca de experiências - Uma documentação completa: manual do formando, bloco de notas, caderno de actividades, plano de acção individual, pocket-card, chave USB- Um LMS que permite aceder e gerir todas as sessões de formação Um percurso de avaliação do formando em diferen-tes momentos - Certificação de todos os consultores intervenientes no processo formativo

FLEXIBILIDADE Global significa: Um dispositivo adaptável e modulável em função das necessidades da sua empresa, oferecendo-lhe:

- A possibilidade de variar a ordem das sequências do presencial e/ou de integrar sequências pedagógicas ou módulos eLearning disponíveis na sua empresa;- A possibilidade de contextualizar os casos e docu-mentos em função do seu mercado e de harmonizar os conteúdos com o vocabulário e conceitos usados na sua empresa;- A capacidade para desenvolver projectos de forma-ção em 6 línguas;

ECONOMIA Global significa: - Uma solução tarifária “chave-na-mão”: o preço do ser-viço inclui formação online, animação da acção e docu-mentação disponível em 6 idiomas;- Uma optimização do tempo da formação presencial centrada no treino de situações e troca de experiências com o grupo e com o formador.

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NOVEMBRO 2008 17

Características Vantagens

Módulos construídos com um LCMS (Learning Content Management System)

Facilitar a adaptação local, a personalização dos conteúdos ou do aspecto gráfico dos módulos.

Módulos SCORM Permitir o tracking da formação: os formandos sabem o que já fizeram e o que falta concluír.Facilitar a integração dos módulos em diferentes plataformas de eLearning.

1 Módulo = 1 Objectivo Combinar módulos e criar percursos formativos personalizados e adapta-dos às necessidades individuais.

Módulos curtos (cerca de 30 min.) organizados por sequências de 5 a 10 min. Facilitar a realização dos módulos ao longo de um dia de trabalho.

Integração de vídeos e áudio Criar um ambiente de aprendizagem mais interactivo e motivante.

Ferramentas de nota electrónica Possibilitar ao formando tomar notas directamente no módulo que serão depois impressas em conjunto com a síntese.

Acesso a documentos adicionais Aceder a documentos que permitem o aprofundamento de temas.

Legendas sincronizadas Permitir a realização do módulo a pessoas que não podem ouvir a com-ponente áudio.

Mudança automática de língua Ver o mesmo módulo na língua da sua preferência.

As novidades dos módulos eLearning

Esta solução eLearning integra um conjunto de características que visam criar um ambiente de aprendizagem mais esti-mulante e eficaz:

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18 NOVEMBRO 2008

Qualificações académicas dos militares

Respeito pelo ritmo de aprendizagem de cada alunoO Centro Naval de Ensino a Distância (CNED) tem como missão desenvolver, conduzir ou coordenar a execução de cursos destinados à elevação ou complemento das habilitações académicas nomeadamente dos militares dos três Ramos das Forças Armadas, sendo para isso dotado de autonomia pedagógica.

Iniciou a sua actividade em 1997, estruturado com base no modelo do ensino secundário recorrente adaptado a um sistema de ensino-aprendizagem a distância, em par-ticular no que concerne à metodologia, produção de con-teúdos e avaliação, e à organização de suporte adminis-trativo e logístico.

Os cursos disponibilizados – Cursos de Ciências e Tec-nologias, Ciências Socio-Económicas, Ciências Sociais e Humanas e Tecnológico de Administração – seguem a estrutura curricular definida para os mesmos cursos de ensino recorrente do Sistema de Ensino Nacional. Na sua operacionalização, o CNED centra a sua actividade didáctica-pedagógica no aluno, assumindo que a distân-cia física que separa os actores principais do sistema de ensino-aprendizagem (o professor e o aluno) é uma variá-vel cuja importância e peso diminui conforme a qualidade e intensidade do diálogo que ambos possam estabelecer, diálogo sustentado por uma estrutura onde sobressaem instrumentos como manuais e outros materiais didácticos adequados ao ensino a distância (produzidos no CNED), as novas tecnologias de comunicação e informação (web, messenger, e.mail, internet) e tecnologias “clássicas” (correio, telefone).

Após cerca de onze anos de actividade, o CNED teve mais de 2600 alunos a nível secundário, os quais comple-taram com sucesso mais de 11500 Unidades Capitalizá-

veis ou Módulos Capitalizáveis. Hoje, o actual número de alunos é de cerca de 600, espalhados por todas as uni-dades militares do país, por unidades navais em missão e por forças destacadas no estrangeiro (no Afeganistão, p. ex.)

O CNED é, também, um Centro de Formação de Pro-fessores acreditado pelo Conselho Científico-Pedagógico de Formação Contínua de Professores, tendo desenvol-vido e operacionalizado cerca de 40 cursos (envolvendo áreas como Metodologia de Investigação em Ciências de Educação, Avaliação, Educação de Adultos, Teoria da Aprendizagem Mediatização da Formação, Ensino a Dis-tância, Gestão de Formação, Tutória), frequentadas por mais de 1800 formandos.

Sendo política da Marinha a “potenciação dos recursos humanos”, desde 2003 que funciona adstrito ao CNED um Centro de Novas Oportunidades. A actividade deste Centro visa:

- A valorização do passado de cada indivíduo, no que respeita aos saberes e competências adquiridos;- O desenvolvimento, no presente, dos saberes e das competências que constituam, para cada individuo, a sua melhor opção de vida;- A identificação de perspectivas de futuro para cada indivíduo, numa constante procura de mais elevados níveis de qualidade de vida, através da aquisição de novos saberes e competências adequados aos seus inte-resses e motivações.

Neste momento no CNO do CNED, encontram-se nas diversas faces de desenvolvimento do processo após Aco-lhimento, a nível Básico cerca 170 candidatos, e a nível secundário cerca de 760 candidatos (civis ou militares).

Tendo presente o “know how” detido pelo CNED; con-siderando que muitos dos candidatos ao reconhecimento de competências necessitam de formação complemen-tar em algumas áreas do Conhecimento; e que, nesse número, a maioria estão empregados; o CNED e o CNO vêm desenvolvendo um estudo visando o desenho e a operacionalização de acções de formação modulares uti-lizado a metodologia do ensino a distância. É um projecto que esperamos poder concretizar durante o 1º semestre do próximo ano.

Por Comandante António Almeida de Moura, director do CNED

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Formação Presencial a Distância

Um paradoxo inovadorA Distance Learning Consulting (DLC) e um dos seus parceiros, a Associação para o Ensino e Formação (INETESE), construíram em conjunto 18 cursos de Mediação de Seguros na modalidade de Formação Presencial a Distância (eLearning), homologados pelo Instituto de Seguros de Portugal (ISP) e acreditados pelo DGERT.Estes 18 cursos permitem ao cliente um ROI superior a 500% e um Observatório de Qualidade visionado pelo próprio ISP, onde 90% dos formandos declaram que prefe-rem os cursos gerados pelo modelo pedagógico SAFEM-D e pela Plataforma NetForma, do que qualquer outro curso ou modelo em que já tenham participado, em virtude destes apresentarem métodos e técnicas de aprendizagem que pro-piciam elevada motivação e enorme atractividade, bem como uma eficácia nunca antes experimentada noutras acções de formação.

Actualmente, a DLC desenvolve uma investigação longi-tudinal (2000 a 2008), única em todo o mundo, onde demons-trará através do estudo dos resultados da avaliação de uns largos milhares de formandos e alunos, em áreas tão diver-sas como a medicina, industria farmacêutica, enfermagem, seguros, banca, informática, função pública, universidades, sindicatos e associações patronais, cientificas, etc., que o seu modelo pedagógico tem uma elevada eficácia. Este modelo baseado em didácticas de ponta, as quais recorrem à Ava-liação Programada, aos Estilos de Aprendizagem, à Inteli-gência Emocional, à Tutoria técnica e pedagógica, ao vídeo, à música, à voz, às imagens animadas e às simulações, em suma, ao Multimédia, propicia uma conjugação inovadora de meios, geradores de resultados substancialmente superio-res aos outros modelos. É o que indicam os dados prelimi-nares desta pesquisa.

Relativamente aos cursos de Seguros, a nossa concorrên-cia afirmou no Jornal Expresso do dia 13/09/08 que já cer-tificou 15.761 mediadores, o que é falso, basta confirmar a veracidade desta informação no ISP. Ao invés, a DLC e a INETESE garantem um acesso permanente e on-line do seu Observatório de Qualidade, que é um instrumento fiável e rigoroso. Deste modo, os seus clientes podem constatar e aferir diariamente a excelência dos nossos cursos, bem como controlar a acção dos seus formandos, sabendo se eles estão a estudar, que notas atingiram na Avaliação Contínua, qual é o seu comportamento hora a hora e dia a dia nos cursos. Em resumo, como a formação profissional é um investimento,este deverá ser controlado milimetricamente.

No que concerne ao futuro privilegiamos as parcerias, pois estas têm demonstrado possuir elevado valor acres-centado. A INETESE é uma instituição de utilidade--pública, que forma recursos humanos para o Sector Finan-ceiro desde 1990 e detém, actualmente, a maior escola pro-

fissional do País, para além de possuir a dupla certificação para as áreas da Banca e dos Seguros.Devido a esta cre-denciação, promove formação presencial e a distância para todos os níveis e faixas etárias.

A DLC especializada em eLearning e bLearning é líder no Sector da Saúde embora possua cursos on-line em todas as áreas do saber. Em parceria com a INETESE lidera qua-litativamente a área dos Seguros, segundo os nossos clien-tes, que reconhecem a excelência dos nossos 18 Cursos de Mediação frequentados por 1321 formandos, comparati-vamente aos da concorrência.. A DLC possui um Modelo Pedagógico próprio e concebeu uma Plataforma de eLear-ning (LMS),produto com características únicas, já utilizado em Espanha e no Brasil.Em breve, será a primeira à escala mundial a entrar no âmbito da Web 2.0 e 3.0, assumindo o nome de NetForma Da Vinci Web 2.0 - 3.0, onde aban-donará definitivamente a tecnologia Windows e adoptará o ambiente Multimédia.

Por António Augusto Fernandes, administrador da DLC

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20 NOVEMBRO 2008

Excelência na formaçãoAs ferramentas da Harvard Business Publishing ao alcance da sua organização.

Por Herculano Rebordão e Luís Isidro Guarita, Grupo I.Zone

O Grupo I.Zone, através das suas empresas EduWeb, Gera-ção de Futuro e GlobalChange, lançou em Portugal conte-údos de formação online da Harvard Business Publishing. Estes conteúdos foram elaborados em estreita colaboração com professores e especialistas da Harvard Business School e trazem para o nosso país os mais avançados conteúdos de formação na área da gestão e da liderança.

No actual mundo dos negócios e num ambiente de cada vez maior competição global, os líderes necessitam de con-ciliar, por um lado, a actualização permanente das suas com-petências e saberes, por forma a acompanharem as mais rele-vantes mudanças no seu ambiente de negócios, e por outro, a escassez de tempo com que são confrontados no seu dia-a-dia.

É a pensar nesta realidade que o grupo I.Zone trouxe para nosso país os mais avançados conteúdos de formação para os líderes e gestores do futuro.

As CEO Lessons disponibilizam, em várias formatos, as

experiências de executivos e gestores de algumas das maio-res empresas do mundo, que através de breves testemunhos analisam as mais actuais problemáticas da gestão. Tendo presente a necessidade de permitir uma enorme facilidade de acesso a estas ferramentas, o programa CEO Lessons possi-bilita todo o tipo de portabilidade, do computador ao IPOD, PDA, Smartphone, telemóvel e TV, possibilitando uma faci-lidade de acesso aos conteúdos única que garante, em vídeos de curta duração, o melhor da gestão global. Refira-se ainda que anualmente há uma actualização com novas lições e temas.

O Harvard ManageMentor® tem por base a experiência da Universidade de Harvard no desenvolvimento de compe-tências empresariais, este programa de formação conta com a colaboração dos maiores especialistas mundiais na áreas da gestão e liderança e conta com a participação de executivos de empresas de sucesso em todo o mundo.

Este programa de formação permite que o utilizador aceda exactamente ao conhecimento de que carece, no momento em que dele necessita e quantas vezes quiser. As suas ferra-mentas de trabalho possibilitam ao utilizador preparar, pla-near e executar funções de gestão críticas tais como: avaliar o desempenho, estabelecer metas, gerir projectos, preparar um plano de negócio e muito mais.

O Harvard ManageMentor® tem actualmente 42 temas de gestão num único programa de formação.

Com a disponibilização destes produtos no mercado portu-guês, o grupo I.Zone pretende posicionar-se junto das orga-nizações portuguesas como um parceiro que as pode ajudar a construir as vantagens competitivas de que estas carecem para se consolidar e crescer sustentadamente.

Presente em Portugal, no Brasil e nos restantes países de língua oficial portuguesa, o grupo I.Zone, tem procurado, através da estreita colaboração que tem mantido com os seus clientes e parceiros, desenvolver e introduzir nestes merca-dos ferramentas de formação e desenvolvimento de com-petências que, pela sua qualidade e inovação, garantem a implementação de soluções alinhadas com as estratégias de desenvolvimento das organizações, potenciando assim o seu sucesso.

As ferramentas da Harvard Business Publishing que agora chegam ao mercado português são, por isso, uma nova pos-sibilidade para que estes objectivos se concretizem.

Esperamos que possam ajudar a sua empresa, também!

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Energias Educativas:

eLearning prepara Escolas InteractivasA ENDU – Energias Educativas – arquitectou um novo conceito de apoio às escolas, às empresas e a todas instituições com actividade no sector da educação e da formação, que parte do eLearning para alavancar um paradigma de ensino actual (sem descurar o ensino especial), com o qual os jovens se possam identificar: ancorado no trabalho colaborativo, na interactividade e na autonomia.

Por Evandro Morgado, director-geral da ENDU – Energias Educativas

A equipa de investigação da ENDU promove o levantamento e a investigação não só dos meios técnicos e tecnológicos ao serviço da educação, como identifica e traça as linhas de orientação pedagógica para a sua aplicação em cada cenário. Partindo de uma diagnose inicial, são identificadas as neces-sidades técnicas, tecnológicas, pedagógicas e formativas que cada cliente evidencia. A partir daí, é traçado um plano de intervenção, a médio ou longo prazo, que optimize os quatros níveis: técnico, tecnológico, pedagógico e formativo.

Uma experiência concreta e feliz tem sido cada plano tra-çado para cada uma das instituições de educação e forma-ção que procuram imprimir colaboração e interactividade às suas salas de aula. Como nem todos os formadores e profes-sores se sentem ainda confortáveis com as TIC, com o ensino a distância, é possível nivelar estas competências ao ritmo de cada elemento e em tempo útil. Dado este passo, é pos-sível equipar as salas com elementos que promovam a inte-ractividade e a cooperação: mesas educativas e-Blocks, qua-dros interactivos, visualizadores de documentos, sistemas que automatizam o feedback das aprendizagens, portais cola-borativos, conteúdos interactivos, entre muitos outros com-ponentes. Neste momento, a ENDU aposta numa formação contínua em regime de bLearning que acompanha e garante, ao longo de um, dois, ou mais anos (de acordo com o projecto estabelecido), o processo de integração destas ferramentas na actividade diária do Professor e do Formador. Este esforço é optimizado com seminários periódicos dinamizados por especialistas convidados.

Os conteúdos apresentados pela ENDU – Energias Educa-tivas –, nas sessões de ensino a distância, primam pela inte-ractividade (assente num sistema multimodal) que as fer-ramentas disponibilizadas na sala de aula também podem proporcionar: eis um dos elos entre o nosso trabalho em eLe-arning e o ensino presencial.

Atendendo a que a Educação não é uma área cristalizada, a ENDU proporciona que mestrandos e doutorandos desenvol-vam os seus trabalhos, no sentido de estudar e desenvolver as soluções que apresenta. Assim, actualmente, está a ser pre-parada a estrutura que proporcionará um estudo minucioso sobre os resultados das mesas educativas e-Blocks nas apren-

dizagens e nas relações interpessoais dos alunos do Ensino Pré-Escolar e do Primeiro Ciclo do Ensino Básico, em geral, e do Ensino Especial, em particular. Lembro que esta ferra-menta de trabalho está a revolucionar o paradigma de ensino, com resultados muito interessantes, mesmo nos discentes com necessidades educativas especiais.

Atentos ao que de melhor se vai desenvolvendo no mundo, continuaremos a procurar responder aos desafios de hoje, com soluções de futuro que se reflectem num produto mol-dado à medida de cada solicitação.

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22 OUTUBRO 2008

Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes

A aposta nas TIC A Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes (EPDRA), localizada em Mouriscas, foi pioneira no ensino profissional agrícola em Portugal, tendo ini-ciado a sua actividade no ano lectivo 1989/90 com o curso Técnico de Gestão Agrí-cola.

Inserindo-se numa matriz de formação para o mundo rural, ao longo da sua existência, a EPDRA concebeu alguns cur-ricula e tem ministrado diversos cursos. Actualmente, a sua oferta formativa é composta por cursos profissionais (Técnico de Gestão Equina, Técnico de Produção Agrária, Técnico de Recursos Florestais e Ambientais, Técnico de Turismo Ambiental e Rural e Animador Sociocultural), um curso de educação e formação (Operador Agrícola) e irá iniciar em breve diversas formações modulares.

A EPDRA, ao longo dos últimos anos, reconhecendo o elevado potencial das TIC no desenvolvimento da apren-dizagem e da formação, tem implementado diversas fer-ramentas tecnológicas, começando pela criação da sua página Web.

Com o aparecimento de novas aplicações e recursos que deram mais interactividade à Web, apareceu o termo Web 2.0. De forma a facilitar e aumentar o interesse, por parte dos alunos, pelo estudo implementou-se um sistema vulgarmente conhecido por E-learning.

Das mais variadas plataformas, optou-se por uma que fosse “opensource”, robusta e relativamente conhecida por todos. A opção recaiu pela plataforma Moodle. Esta plata-

forma tem vindo a generalizar-se da mesma pelo sistema educa-tivo nacional, pela facilidade de utilização e pela panóplia de recursos de gestão e ensino que oferece. Com este tipo de plata-forma, consegue-se uma interac-ção muito maior por parte dos intervenientes principais do sis-tema educativo – Alunos e Pro-fessores. Denota-se assim uma melhoria do interesse pelo estudo, por parte dos alunos, já que este não é visto como uma tarefa monótona, mas sim dinâmica, como um jogo.

Além do benefício principal, que é a melhoria da quali-dade de ensino, este tipo de plataforma aumenta a ligação entre os pais e a escola, já que poderão acompanhar a vida académica do seu educando a partir de casa.

Por Simão Manuel Lopes Pita, vice-presidente do Conselho Executivo da Escola Profissional de Abrantes

Números da EPDRA

Comunidade educativa: 180 alunos; 30 docentes; 28 não docentes.Empregabilidade 6 meses após final do curso:

- T. Gestão Equina – 85% trabalham no sector; 8% no ensino superior; - T. Produção Agrária – 80% trabalham no sector; 17% no ensino superior; - T. Turismo Ambiental e Rural – 50% trabalham na área do curso; 31% Trabalham noutras áreas; 15% no ensino superior.

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Inovação em Formação

Factor-chave para atingir a excelênciaOs recentes desenvolvimentos tecnológicos transformam metodologias inovadoras, como o eLearning, em instrumentos estratégicos para uma formação ao longo da vida e para a criação de valor nas organizações.

Por Arnaldo Santos, da Formare

Vivemos num mundo diferente, um mundo globalizado, competitivo, assente em modelos sustentados de negócio onde o “Capital Intelectual” se afirma como uma das prin-cipais vantagens competitivas numa organização.

O ser humano tende a adaptar-se a esta nova forma de viver, sustentado pela designada “Economia do Conheci-mento”, sendo necessário dar lugar a uma mudança de men-talidades, onde o acesso e a partilha do saber em comunidade representam elementos chave em contextos de “Learning Organization”.

Os recentes desenvolvimentos operacionais e tecnológi-cos transformam metodologias inovadoras, como o eLear-ning e o bLearning, em instrumentos estratégicos para uma formação e educação ao longo da vida e para a criação de valor nas organizações.

Do ponto de vista tecnológico, a evolução e a convergên-cia, especialmente o desenvolvimento da Banda Larga (fixa e móvel), estão a fazer eclodir novos serviços, novas plata-formas, novas tecnologias e novas formas de as utilizar para fins educacionais, prevendo-se um desenvolvimento acentu-ado ao nível da personalização de ambientes de eLearning, da adequação aos contextos de aprendizagem, da gestão do conhecimento, dos Objectos de Aprendizagem (Learning Objects), da Mobilidade, da Inteligência Computacional e da Integração com as ferramentas disponíveis na Web 2.0 (por exemplo o Second Life).

Estas ferramentas e tecnologias (blogs, wikis, flickr, second life, ajax, soap, foaf, rss), devidamente inte-gradas, pedagogica-mente orientadas e especificamente selec-cionadas, abrem novos caminhos para a edu-cação e formação, pois

transformam os tradicionais processos de for-mação em elementos de partilha e difusão de conhecimento.

Existem em Portugal vários sistemas tec-nológicos que garantem o suporte e a gestão adequada a cada contexto, como por exem-plo, as Soluções Formare da PT Inovação. Esta tecnologia nacional é hoje utilizada por mais de 210.000 utilizadores distribuídos mundialmente, como o Grupo PT, o Banco de Portugal, TAP, Ordem dos Advogados, VIVO, DEDIC, CTT ou AMA.

Hoje, já é possível passar de uma sala vir-tual 2D para uma sala virtual 3D em ambiente simulado com interessantes potencialidades de comunicação e interacção entre Avatares que partilham saberes e conhecimento.

A título de exemplo, a PT Inovação, a Universidade de Aveiro (UA) e a Universidade de Traz os Montes e Alto Douro (UTAD) estão a desenvolver projectos que simulam e integram sistemas de gestão de aprendizagem (LMS) com ambientes simulados em contexto Second Life, e permitem traçar roteiros de formação em comunidades de aprendiza-gem distribuídas.

A adaptação da formação para o designado “Rapid Lear-ning” possibilita o acesso rápido a Learning Objects, e pos-sibilita a milhares de formandos, em simultâneo, o acesso a conteúdos multimédia preparados para auto-formação, com uma racionalização de recursos e custos assinalável. Este modelo formativo é suportado por uma estratégia pedagó-gica e comunicacional, fortemente orientada à Usabilidade, ao Instructional Design e aos princípios do HCI (Human Computer Interaction) aplicada à concepção e desenvolvi-mento dos conteúdos formativos.

Assiste-se, portanto, ao nascimento de um novo para-digma da educação e da formação, suportado por tecnologia inovadora, pedagogicamente orientada ao desenvolvimento das pessoas e à criação de valor para as organizações.

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Web 2.0:

Muito mais que um salto tecnológicoSurgida em 2004, a Web 2.0 assume-se como uma plataforma de desenvolvimento aplicacional e um espaço que facilita a colaboração entre as pessoas, sendo, cada vez mais, implementada nas estratégias de negócio das empresas.

O trio informação, interacção e participação que a Web 2.0 proporciona determina assim novos ritmos e outro impacto nos mercados e nas organizações, quando com-parado com a primeira geração de serviços da Internet.

Por isso, a adopção da filosofia da Web 2.0 é cru-cial para nos mantermos competitivos e não “perdermos o comboio” desta nova geração tecnológica. A rapidez na forma como se processam estas mudanças demons-tra que esta noção deixou de ser uma preocupação do futuro mas sim do presente!

Estamos, deste modo, perante uma criação de conhe-cimento e uma revolução nas cadeias de valor que trans-cendem já a base tecnológica que as tornou realidade, justificando todos os investimentos feitos em tecnolo-gia e modernização.

Enquanto que as tendências de mercado vão e vêm, o sucesso resume-se cada vez mais a uma palavra: ino-vação. Não é para nós novidade esta necessidade de nos anteciparmos ao crescimento. Todos os líderes, das mais diversas indústrias, têm noção do quão importante é seguir por este caminho.

A informação, à escala global, optimiza a eficiência

e criatividade, sendo o Power of Participa-tion um conceito por nós cada vez mais interiorizado, reve-lado em wikis, blogs, profiles, comunida-des, entre outras apli-cações.

A IBM, enquanto líder em produtos Web 2.0, tem auxi-liado as empresas a tirarem o maior par-tido desta nova estra-tégia de negócio.

Com este con-ceito, que ultrapassa a tradicional noção de Internet, criam-se novos mercados, reduzem-se barreiras de competitivi-dade, reforçam-se as comunicações, dá-se mais impacto à informação e alcançam-se aplicações mais flexíveis e efectivas ao nível de custos.

Esta abordagem, que tanto potencia a informação, facilita em muito o aproveitamento dos talentos que temos “em casa”, combinando-os com as mais seguras fontes de informação.

Quanto mais cedo as empresas aderirem à Web 2.0, maior será a oportunidade de conseguirem uma distân-cia vantajosa no que respeita à concorrência.

Por Francisco Calado, business development manager IBM Portugal

A oportunidade de nos conectarmos a especialistas e a possibilidade de mais rapidamente encontrarmos as informações que procuramos, acelera e desenvolve os nossos modelos empresariais.

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As Tecnologias no Instituto Politécnico de SantarémA Web 2.0, B2C, B2B e E-Learning são a via do futuro ou um nicho de oportunidades para os “iluminados”? Como podem as Instituições, nomeadamente as instituições de Ensino Superior, tirar vantagem destas tecnologias e dos novos modos de operar que as mesmas possibilitam?

Por Lurdes Asseiro, professora coordenadora e presidente do Instituto Politécnico de Santarém

Como refere o autor Tim O`Reilly “Web 2.0 é a mudança para uma internet como plataforma e um entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regra mais importante é a de desenvolver aplica-ções que aproveitem os efeitos de rede.”

Vivemos já numa sociedade que permite o acesso ace-lerado ou mesmo momentâneo ao conhecimento/informa-ção e no entanto as organizações sociais são ainda “pesa-das”. Persiste algum desfasamento entre o tempo histórico em que nos movemos e as tecnologias e os processos de comunicação que criam e desenvolvem e que representam a inovação. É indiscutível que os fluxos de informação que navegam pelas redes e os nós que compõem a geografia do espaço internet tornaram a comunicação flexível e quase instantânea.

Aqui, no Instituto Politécnico de Santarém, o futuro vive-se com sistemas de ensino abertos e a distância ino-vadores, o que implica a construção de espaços diversifica-dos de comunicar. Desenvolveram-se alguns projectos que se situam no âmbito da utilização e construção de espaços fluídos de aprendizagem a distância. O projecto FLUIDS_ID – com a divulgação da metáfora do puzzle que tem como base a criação de um e-portefólio para a inclusão social e empregabilidade (baseado na teoria de Davil Kolb e adaptado por Maria Barbas num estudo de pós-doutora-mento). http://fluidsid.ese.ipsantarem.pt. Também o espaço SLESES_Mundos virtuais na ESE http://slurl.com/secon-dlife/SLESES/125/159/25 apresenta zonas diversificadas, de acordo com as necessidades de um campus virtual. Foi construída uma galerie, que servirá para acolher expo-sições, lançamento de livros, etc.; um auditorium, para debates e palestras; um Knowledge room, para aulas e com local de projecção de conteúdos multimédia; um e-cafépara os momentos de descontracção; uma Infozone, que dará a conhecer todas as novidades e iniciativas e ainda um helpdesk, espaço destinado a orientar os visitantes na ilha.

As principais vantagens da Web 2.0 associadas ao E-Learning prendem-se com as potencialidades geradas pela comunicação instantânea; pelo acesso global; possibi-lidade de personalização de conteúdos e pela colaboração directa e permanente. No IPS é o que procuramos fazer.

Os principais desafios prendem-se com o factor de resis-

tência à mudança; com a eventual neces-sidade de redesenhar as organizações e os modelos de ensino; dificuldade em com-binar a tecnologia com as necessidades de ensino/aprendi-zagem e a manuten-ção da motivação ou fidelização do utili-zador.

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B-learning

Agente de inovação educativa no ISCAPA evolução na qualidade e diversidade da oferta educativa constitui um desafio para qualquer instituição de ensino superior.

Por Manuel Moreira da Silva, PAOL

O Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP) promove, em resposta a este desafio, o uso de novas práticas e tecnologias educativas, de modo de diver-sificar as oportunidades e a fomentar a inovação pedagógica e a flexibilização temporal em apoio ao estudo individual e colaborativo, através de uma unidade de desenvolvimento, o PAOL – Projecto de Apoio On-Line.

O Instituto, criou, em 2003, o Projecto de Apoio On-line (PAOL), cuja principal missão é a de fomentar o uso das diferentes tecnologias educativa na instituição, de modo a promover o desenvolvimento dos processos de ensino-aprendizagem e a multiplicar a oferta formativa.

Na sua origem, esta unidade tinha como missão o desen-volvimento de soluções sustentadas de integração das tecno-logias para apoiar as aulas presenciais ministradas na insti-tuição, através da introdução de metodologias e aplicações de e/b-learning, tendo como componente nuclear a plata-forma Moodle. Esta ferramenta foi adoptada por oferecer a

possibilidade de desenvolvimento de novos módulos e de adequação às necessidades multidisciplinares da realidade educativa do ISCAP.

A introdução desta plataforma tornou-se num elemento impulsionador para a revisão e adopção de novas metodo-logias e abordagens pedagógicas em todos os cursos e áreas científicas da instituição, ao mesmo tempo que promoveu o incremento da literacia e das competências tecnológicas da comunidade escolar, bem como o espírito de partilha e de evolução conjunta na construção de um ambiente de apren-dizagem mais dinâmico e colaborativo.

Este novo ambiente de trabalho, mediado pelo computa-dor, suportado por uma equipa e um projecto - o PAOL – é um elemento fundamental em qualquer instituição de ensino, uma vez que responde às necessidades de todos os seus acto-res - escola, professores e estudantes. Contribui, no caso da escola, para uma evolução pedagógica homogénea, decor-rente da introdução e disseminação dos novos paradigmas de ensino-aprendizagem decorrentes do e/b-learning. Para os docentes, pode ser encarado como a prestação de um ser-viço de apoio pedagógico e técnico, potenciado pela plata-forma de b-learning, conjugada com outros meios, como o uso de e-portfólios e das ferramentas Web 2.0. Para os estu-dantes, actores decisivos na implementação deste projecto, constitui um contributo essencial para o reforço dos meios e estratégias disponíveis para a obtenção de sucesso escolar.

Com o desenvolvimento do projecto, ganharam impor-tância crescente as fontes próprias de criação de conheci-mento e de soluções técnicas, bem como o desenvolvimento de projectos pedagógicos e de investigação pensados para responder aos anseios e necessidades da comunidade esco-lar e do mercado.

Estes projectos procuram facilitar a comunicação entre todos os intervenientes, promover a experimentação de novas metodologias pedagógicas, o trabalho interdisciplinar, facul-tar o acesso a materiais didácticos e a repositórios de apren-dizagem e, em paralelo, fomentar a responsabilidade e par-ticipação individuais no processo de aprendizagem ao longo da vida. Permitem, finalmente, que o mercado de emprego reconheça a inovação na formação, o que se torna uma mais-valia para os estudantes recém-formados.

A qualidade da oferta educativa é, cada vez mais, um cri-tério de escolha das instituições de ensino superior. Nesse sentido, o ISCAP procurou agir atempadamente, de modo a proporcionar aos seus estudantes uma oferta educativa adap-tada às novas exigências e com capacidade para acompa-nhar as mudanças, no respeito pela sua cultura institucional e missão educativa.

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28 NOVEMBRO 2008

Para uma Universidade 2.0:

A Experiência da Universidade AbertaA UAb iniciou a completa virtualização da sua oferta de ensino, colocando o nosso país na vanguarda europeia no sector do ensino a distância.

Por António Moreira Teixeira, Pró-reitor para a Inovação em Ensino a Distância da Universidade Aberta

Nos últimos três anos, o ensino universitário em Por-tugal e no espaço europeu conheceu uma importante transformação, das maiores da sua história recente. Tal deveu-se à conjugação de dois fenómenos de enorme repercussão.

Por um lado, verificou-se a adequação da oferta pedagógica universitária ao Espaço Europeu de Ensino Superior. Por outro, as universidades iniciaram o pro-cesso de disseminação da utilização de ambientes vir-tuais de aprendizagem. Ambos os movimentos concor-dam num sentido muito claro: a crescente autonomia e responsabilização do estudante na gestão do seu próprio processo educativo.

No nosso país, esta realidade tem tido como princi-pal exemplo de sucesso a Universidade Aberta (UAb),

desde que, precisamente em 2006, a instituição ini-ciou a sua arrojada estratégia de completa virtualiza-ção da oferta de ensino, colocando o nosso país na van-guarda europeia no sector do ensino a distância. Dois anos depois do início do processo de disseminação no nosso país do ensino online, ou e-learning avançado, como também é conhecido, este novo modo de ensino e aprendizagem tornou-se uma realidade quotidiana de cinco mil estudantes (só na UAb), que frequentam, com sucesso e elevados níveis de satisfação, licencia-turas, mestrados e outros cursos formais de modo intei-ramente virtual.

Na verdade, às instituições de ensino e formação por-tuguesas já não se coloca a possibilidade de não adop-tar sistemas de ensino baseados na Internet. Isto porque

os seus estudantes ou formandos na sua maioria já a utilizam na sua vida familiar ou profissional para pesqui-sar, recolher ou partilhar informação de natureza mais variada. A Internet transformou-se não só numa ferra-menta de comunicação de acesso e utilização diária, mas também num instrumento de cidadania. Assim, às instituições de ensino e forma-ção portuguesas apenas resta apren-der rapidamente a utilizar a rede e abri-la aos seus estudantes, abrin-do-se assim igualmente.

Naturalmente, na utilização de ambientes digitais no ensino e na aprendizagem as instituições devem dominar a tecnologia e não ser dominadas por ela.

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Quer isto dizer que elas deverão partir do estabe-lecimento de um quadro pedagógico de referência, que torne claro para professores/formadores e estu-dantes/formandos quais são os princípios metodoló-gicos adoptados e quais são as regras do jogo. Por melhor que seja a tecnologia envolvida numa deter-minada ferramenta, por si só ela não chegará nunca para garantir a interacção do estudante ou o sucesso da sua aprendizagem.

É por esta razão que a escolha de um determinado ambiente virtual de aprendizagem ou de uma plata-forma de e-learning (learning management system)não deverá resultar nunca apenas da análise das res-pectivas características (ferramentas de comunica-ção, objectos de aprendizagem, gestão dos dados do utilizador, usabilidade, adaptabilidade, aspectos téc-nicos, administração, gestão dos cursos). Essa esco-lha é mais complexa e deve resultar, sobretudo, de uma decisão política estratégica de cada institui-ção norteada pela necessidade de proporcionar uma experiência de aprendizagem enriquecida.

Mais do que centros de criação e difusão de conteúdos, as Universidades entendem-se como uma rede de partilha de conhecimento.

E que tipo de experiência será essa? A utilização de ferramentas sociais web 2.0, as quais podem ou não integrar uma plataforma ou uma rede social, por exemplo, favorece efectivamente uma pedago-gia muito mais centrada na capacidade do estudante gerir o seu processo de aprendizagem. Como o prova a experiência recente da UAb, a aprendizagem vir-tual, quando entendida numa perspectiva colabora-tiva, baseada nas ferramentas tecnológicas vulgar-mente designadas por web 2.0 (wikis, blogs e outras), pode concretizar um modo de entender a educação superior pela valorização da integração social dos estudantes em comunidades de partilha e construção conjunta do conhecimento, do acompanhamento per-sonalizado da sua aprendizagem e do respeito pelo contexto específico da experiência de vida de cada aluno.

Como é óbvio, no entanto, o sucesso de um tal pro-cesso de aprendizagem dependerá sempre do envol-vimento dos estudantes/formandos e dos professores/formadores no mesmo. Daí, a importância da pre-paração específica de ambos os grupos para o e-le-arning. Também neste ponto, a experiência da UAb constitui um exemplo pioneiro, porquanto tornou

obrigatória a formação prévia de ambos os grupos no domínio dos ambientes virtuais de aprendizagem e, fundamentalmente, no dos princípios pedagógicos específicos do e-learning.

Em boa verdade, o grande contributo que o con-ceito tecnológico web 2.0, e as suas respectivas fer-ramentas, trouxe ao processo educativo foi o de pos-sibilitar e potenciar a transformação da metodologia de educação a distância de um paradigma teórico dominado pela ideia de massificação da dissemina-ção e do acesso ao ensino, para um novo paradigma centrado na singularização e personalização da expe-riência de aprendizagem. Com esta mutação, também as universidades e as instituições de ensino e forma-ção tiveram de mudar. Mais do que centros de cria-ção e difusão de conteúdos, elas entendem-se hoje como nós de uma rede de partilha de conhecimento. Por outras palavras, as universidades de segunda geração (2.0), enquanto serviço público, desempe-nham um papel de promoção universal da circulação e desenvolvimento do conhecimento e da qualifica-ção cultural, científica e tecnológica imediata e per-manente de todos os cidadãos.

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30 NOVEMBRO 2008

Falámos com a coordenadora do departamento de formação, Sofia Matos, da ZONA S, Portal de Educação e Segurança Rodoviária www.zona-s.pt, sobre a utilização das novas tecnologias no ensino da condução em Portugal

O ensino da condução e a formação a distância

Faz sentido falar em formação a distância no ensino da condução?Para lhe dar uma ideia de que números estamos a falar são emitidos anualmente mais de 200 000 novos títulos de con-dução, pelo que o ensino da condução em Portugal é trans-versal a toda a sociedade, com um público bastante hete-rogéneo. Neste contexto faz todo o sentido a formação a distância no ensino teórico da condução, seja em regime e-learning ou b-learning, apesar da actual realidade ser diferente. A formação dos candidatos a condutores na sua vertente teórica continua a ser realizada com um número mínimo de aulas presenciais obrigatórias. Este modelo afas-ta-se completamente das tendências formativas actuais. Ao ter a opção de realizar parte ou mesmo a totalidade da for-mação teórica a distância o candidato pode evoluir ao seu ritmo, com uma economia de tempo e de recursos (ambien-tais, financeiros e até esforço físico e psicológico).

Considera que as escolas de condução estão preparadas para esta mudança? Claro que uma alteração desta natureza depara com as habituais resistências à mudança, em especial pelas enti-dades formadoras que têm receio de perder mercado. Mas que melhor oportunidade para incrementarem a qualidade na formação? Esta deve ser cada vez mais personalizada e centrada no formando. A formação a distância será acom-panhada pelo instrutor, que coordena e orienta o candidato a condutor na sua aprendizagem, fixando etapas de pro-gressão.

Que ferramentas existem para suportar a formação a distância?As ferramentas por excelência são as plataformas de forma-ção a distância. Actualmente existe uma grande diversidade, mas é importante a selecção tendo em conta alguns aspectos como a simplicidade e utilização amigável (pelo utilizador final e na introdução de conteúdos e gestão do curso) e uma adequada gestão da formação. Claro que a selecção deve estar relacionada com os objectivos pretendidos. A Zona S optou por uma plataforma ad hoc para a formação de con-dutores e de instrutores. Mas a metodologia de apresentação da formação e a preparação dos conteúdos são também fun-damentais para o sucesso da formação. Só para lhe dar uma ideia do trabalho que pode envolver, a formação de condu-tores desenvolvida pela Zona S teve a intervenção de uma equipa de 6 pessoas durante mais de 1 ano.

Os formadores das escolas de condução necessitam de ter alguma preparação específica para este tipo de formação?Sim, os instrutores de condução devem ter algumas noções sobre a formação a distância e saber utilizar a plataforma. Mas estamos a falar de 1 dia de formação.

São previsíveis mudanças num futuro próximo? As mudanças são inevitáveis, numa sociedade onde são cada vez mais valorizadas a utilização das novas tecnologias, a economia de recursos e a gestão do tempo. A Zona S cele-brou protocolos com algumas escolas convidadas, que já estão a utilizar a plataforma como apoio à formação.

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Formação sem Fronteiras:

A Plataforma Teleformar.netIntegradas num mundo cada vez mais acelerado e competitivo, as soluções tecnológicas da Teleformar para a formação profissional assumem-se como aliadas estratégicas no aumento da competitividade de empresas e trabalhadores.

Por Adérito de Almeida, director operacional/gestor do Departamento de Formação da Teleformar Lda

A Teleformar é uma empresa portuguesa de cariz tecnoló-gico fundada no IPN em 1999 por um conjunto de ex-alu-nos da Universidade de Coimbra e actualmente sedeada em Condeixa-a-Nova.

Denominada Teleformar.net, a plataforma de e-learning da Teleformar foi totalmente desenvolvida em Portugal com recurso a tecnologia 100% nacional e conta já com mais de 30 mil utilizadores.

Actualmente a plataforma Teleformar.net é – segundo o estudo “LMS2 Estudo das Plataformas de eLearning em Portugal”, desenvolvido pela DeltaConsultores e apresen-tado em 2008 – a segunda plataforma de e-learning mais usada em Portugal e a primeira entre as plataformas não-gratuitas.

Trata-se de uma plataforma caracterizada por elevados índices de modularidade e personalização (tudo, desde as ferramentas a disponibilizar, até ao layout, é adaptável às necessidades e desejos do cliente).

Actualmente, a Teleformar Lda possui um conjunto de outras soluções/ferramentas digitais que permitem esten-

der a eficácia/efici-ência técnico-peda-gógica da plataforma Teleformar.net. De entre este conjunto de ferramentas (que podem ser seleccio-nadas caso a caso por cada cliente) pode-se salientar a videocon-ferência e o sistema de alertas por SMS para formandos e for-madores. Estas fer-ramentas estendem

as potencialidades da plataforma, permitindo o seu uso, por exemplo, como plataforma tec-nológica de suporte a comunidades colabora-tivas.

Sendo uma plataforma web based que corre directamente a partir de qualquer browser com suporte Flash e nos ambientes Windows, Mac ou Linux, a plataforma Teleformar.net não exige a instalação de qualquer software ou hardware adicional nos computadores dos for-mandos ou das entidades clientes.

A versatilidade, inovação e elevados índices de funcionali-dade da plataforma Teleformar.net têm chamado a atenção de potenciais clientes um pouco por todo o mundo, estando actu-almente a ser já utilizada por clientes em Espanha e no Brasil. A curto prazo prevê-se o seu lançamento nos Estados Unidos e na Alemanha. Para cada um destes mercados existe uma versão localizada (traduzida) da plataforma Teleformar.net.

Aproveitando a experiência e o know-how adquiridos com a disponibilização de ferramentas tecnológicas para a formação a distância, resolveu a Teleformar Lda tornar-se uma entidade formadora de referência, tendo em vista criar soluções forma-tivas de excelência para os activos nacionais (utilizadores ou não da sua plataforma de e-learning).

Assim, encontra-se a Teleformar acreditada pela DGERT como entidade formadora de qualidade. A empresa possui actualmente, para execução na Região Centro e em todo o país, um portfolio de cursos formativos aprovados e co-finan-ciados pelo QREN (logo, de frequência gratuita para os for-mandos).

Empenhada em manter-se na vanguarda da criação de solu-ções tecnológicas e conteúdos para a formação, a Teleformar olha com justificado optimismo para o futuro. Futuro esse onde a formação profissional (e, em particular, a formação a distância) assumirão cada vez mais um lugar de destaque.

» Equipa Técnica do NITEC – Núcleo de Investigação Tecnológica da Teleformar, Lda

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FORMAÇÃO

32 NOVEMBRO 2008

Como vencer o desafio da competitividade?O tema da competitividade entrou na ordem do dia das lideranças das sociedades contemporâneas. Em certa medida pode dizer-se que substitui o conceito de produtividade, eventualmente por ser mais dinâmico e abrangente. É hoje aceite que o desafio da competitividade se ganha com a aposta na qualificação dos trabalhadores.

Por Conceição Caldeira, directora executiva da Escola Profissional de Artes, Tecnologias e Desporto (EPAD)

“Ministrar, promover e generalizar as qualificações essenciais, de forma a habilitar à participação na sociedade da informação e dos serviços na vida profissional e privada é um dos maio-res desafios que se colocam à política de educação e comunicação” (Arthur Scneeberger, 2006).

Consciente destas necessidades, com o projecto Escola Profissional de Artes Tecnologias e Desporto (EPAD) o Grupo Lusófona optimiza medidas de política para o desenvolvimento do potencial humano, qualificando pela formação inicial e contínua.

A EPAD está organizada para a qua-lificação e para o desenvolvimento de competências que permitam respon-der a este desafio, que consideramos ser um desígnio nacional. Seleccio-namos colaboradores qualificados e experientes no ensino profissional, proporcionamos-lhes formação; pri-vilegiamos a estabilidade do grupo de formadores e a sua relação com os alunos.

Investimos em equipamentos actu-ais e de qualidade, o que permitiu a homologação de cursos pela Auto-

ridade para as Condições do Traba-lho (ACT). Instalações e equipamen-tos técnicos de ponta da Universidade Lusófona são usados pelos nossos alunos.

Privilegiamos a aprendizagem com autonomia, desenvolvemos a criati-vidade e o sentido crítico, favorece-mos o planeamento e organização de actividades; planeamos a formação de modo a que todos os alunos tenham

o horário lectivo totalmente preen-chido. Disponibilizamos a todos for-mação em Tecnologias da Informação e Comunicação e definimos regras de trabalho que obrigam ao seu uso sis-temático.

Na Agenda Cultural, modelo ino-vador de promover a formação inte-gral, os alunos planeiam, organizam e avaliam as actividades, tal como pro-gramam e concretizam actividades desportivas especialmente direccio-nadas para a inter ajuda e o espírito de equipa.

Colaboramos com a Associação Aprender a Empreender, no desenvol-vimento de competências de empre-endedorismo com o programa ”A Empresa”, internacionalmente expe-rimentado.

Preparamos os alunos para tirarem o melhor partido de si próprios, desen-volverem competências de comunica-ção e de gestão de conflitos.

Orgulhamo-nos da ligação estreita ao mundo empresarial que através de protocolos com empresas de topo dá aos nossos alunos oportunida-des de visitas, experiências de traba-lho e estágio em locais considerados modelo e de acesso seleccionado.

Formação rigorosa, ligação ao mundo empresarial de topo e com-petências de empregabilidade são a aposta da EPAD para o aumento da competitividade do país e para a coesão económica e social.

Partilhamos a informação com todos para que todos possam apoiar e esclarecer. Dispomos de apoio psicológico e orientação e de um centro de recursos de acesso livre e gratuito.

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NOVAS OPORTUNIDADES

34 NOVEMBRO 2008

Integração e inter-culturalidadesão uma mais-valiaSão variados os projectos que se encontram a ser desenvolvidos no Agrupamento nº3 de Beja. Surgem todos os dias novos desafios que abraçamos e implementamos para promover o desenvolvimento pessoal, social, cívico e económico dos nossos alunos/adultos.

Por Maria José Barroca, presidente do Conselho Executivo da Escola e Maria Jesus Ramires, coordenadora do CNO

Acreditamos que a aposta no sucesso educativo não pode ser meramente estatística e passa pela aposta num trabalho estruturado e sustentado desde a educação pré-escolar até ao nono ano de escolaridade, bem como na seriedade do trabalho desenvol-vido no Centro Novas Oportunida-des com o reconhecimento, valida-ção e certificação de competências de adultos, tanto no ensino básico como no ensino secundário. Neste nível, valorizamos as competências e todo o saber adquirido ao longo da vida, procuramos fornecer as ferramentas básicas a quem não as tem (através dos cursos de alfabeti-zação), e, com os cursos extra esco-lares de Língua Portuguesa como segunda língua, acreditamos con-tribuir para uma sociedade onde a integração e a inter culturalidade são uma grande mais-valia.

A problemática do Reco-nhecimento Institucional das aprendizagens realizadas pelas pes-soas em todos os contextos de vida tem vindo a afirmar-se em todas as agendas políticas Europeias e Mun-diais.

As aprendizagens de cada um de nós não se limitam às situações for-mais da educação, uma vez que se reconhece que no decurso da vida de uma pessoa são muitos os saberes construídos, adquiridos em diversas situações e em diversos espaços: associações, situações de trabalho, de lazer e de convívio etc.

Os cidadãos devem conseguir dominar todas as transformações que vão ocorrendo na nossa socie-dade pois caso contrário não aguen-tam o ritmo desenfreado desta socie-

dade em constante mutação.Devemos ser capazes de partici-

par activamente na sociedade em que nos encontramos e transfor-má-la o que só se torna possível se se tiver consciência dessa mesma realidade e da sua capacidade para o fazer.

Se nos reportarmos à história do nosso país, até à presente data temos várias manifestações de educação e formação de adultos que se sucede-ram sob as mais variadas formas. Por exemplo, a Era dos Descobri-mentos há 500 anos atrás, podemos até dizer que Portugal viveu o seu apogeu na Educação e Formação de Adultos, quer através dos povos que colonizou, quer nos novos mundos que deu ao mundo, quer ainda no legado que deixou no desenvolvi-mento e evolução das sociedades.

Todos os que das mais diversas formas estão envolvidos no campo da educação de adultos, continuam agora a acreditar que é possível intervir, melhorar e valorizar pes-soas e comunidades.

É importante referir um outro pro-jecto que está a ser desenvolvido há já vários anos, cuja finalidade é preparar os alunos com necessida-des educativas especiais para a vida activa. Temos contado com um tra-balho docente propiciador destas aprendizagens que através de várias parcerias com a Câmara Munici-pal, entre outras pequenas empre-sas, tem dado aos nossos alunos o valor que eles merecem e os pre-para para o mercado de trabalho, permitindo também a aquisição de aprendizagens e, posteriormente, um emprego na área vocacional.

Houve também, da parte do Agrupa-mento, o desejo de propiciar a alguns alunos menos fáceis uma oportunidade de sucesso escolar efectivo, sendo esta a perspectiva que tem vindo a nortear a implementação dos CEFs.

Sabemos que o Alentejo apresenta um produto interno bruto “per capita” (PIB), medido em paridades de poder de compra, inferior a 75% da média comunitária, pelo que a região se encontra integrada no objectivo da Convergência. Daí que novo Pro-grama Operacional Regional Alen-tejo 2007/2013 se ajuste aos princi-pais desafios da região: o reforço da competitividade da economia regio-nal, o aumento das qualificações dos recursos humanos, a sustentabilidade da coesão social e territorial.

Deste modo, procurou-se a organi-zação de um tipo de formação abran-gente, capaz de responder a uma variedade de sectores de actividade empresarial e que, acima de tudo capacitasse os formando de alguns aspectos fundamentais. Desde logo, quisemos proporcionar um tipo de formação que, além de lhes permi-tir continuidade ao nível do ensino secundário em escolas do concelho e da região, garanta àqueles que não pretendam continuar estudos uma empregabilidade efectiva e, acima de tudo, o desenvolvimento de compe-

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NOVAS OPORTUNIDADES

tências empreendedoras. Atendendo ao nível etário dos alunos, apostou-se na componente prática da formação através do recurso à prática simu-lada.

Alguns estudos apontam como factores de risco na Escola, poten-cialmente conducentes ao abandono sem qualificação escolar e profis-sional mínimas os baixos resultados escolares/insucesso académico ini-cial; atitudes negativas face à escola/ baixa ligação/ baixa vinculação/ face à escola; absentismo /ausências fre-quentes; cumprimento de medidas disciplinares; clima escolar inade-quado/ pobre funcionamento e orga-nização da escola/ rotulagem nega-tiva pelos professores; identificação como tendo dificuldades de aprendi-zagem, mudanças escolares frequen-tes.

Consciente destes factores com-prometedores do sucesso educativo e da frequente coexistência de alguns deles, esta Escola assumiu o objec-tivo essencial de aumentar a qualifi-cação escolar e profissional dos seus

alunos, aspecto que se considera fun-damental para fazer face às exigên-cias decorrentes da evolução social, designadamente nos aspectos cien-tíficos e tecnológicos e do próprio mercado de trabalho. Dificilmente qualquer cidadão poderá intervir activa, responsável e positivamente no mundo actual se não possuir uma formação e qualificação adequa-das. Do mesmo modo, nenhum país/governo pode promover o seu desen-volvimento (entenda-se o termo na máxima abrangência) se não envi-dar todos os esforços, nomeada-mente através da instituição Escola que assume a responsabilidade de transmissão dos saberes, no sentido de proporcionar a todos uma escola-ridade de qualidade, baseada em cri-térios de exigência mas também de respeito pelas aptidões e capacidades individuais.

Ao longo da formação, são propor-cionadas aos alunos situações reais de formação em contexto de trabalho, não só em contexto escolar, como ao nível das empresas da cidade. Assim

é possível que a Comunidade Educa-tiva conheça o tipo e a qualidade da formação que está a ser proporcio-nada e, acima de tudo, que potenciais empregadores contactem desde cedo com os alunos e reconheçam e valo-rizem o seu trabalho. É também uma forma de mostrar à Sociedade em geral o que pode ser uma Escola ver-dadeiramente inclusiva, que assume o seu papel de transmissão de sabe-res e de formação integral de futuros cidadãos, ao mesmo tempo que res-peita os interesses e potencialidades de cada indivíduo.

Neste contexto poderei dizer que como presidente deste Agrupamento sinto que a minha “política educa-tiva” se tem centrado numa filosofia de igualdade de oportunidades quer para os jovens quer para os adultos. Contudo, tudo isto só foi e é possí-vel devido a um trabalho de partilha, envolvimento, e num “acreditar” que com esforço de TODOS consigamos atingir objectivos conducentes à qua-lidade e ao sucesso efectivo de todos quanto nos procuram.

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DIA EUROPEU DAS LÍNGUAS

36 NOVEMBRO 2008

Universidade do Minho celebra Dia Europeu das LínguasA 26 de Setembro comemorou-se o Dia Europeu das Línguas. Um marco importante na divulgação do Multilinguismo como um dos valores mais emergentes da Europa.

Desde 2001, que este dia é cele-brado com a intenção de sensibilizar o público para a importância da apren-dizagem de línguas, principalmente as faladas na Europa. Eduarda Kea-ting, presidente do Instituto de Letras e Ciências Humanas da UMinho, em conversa com a Perspectiva afirma que é “necessário que se percebam as vantagens pessoais e profissionais que advêm do conhecimento das lín-guas, assim como é urgente encontrar soluções para aproximar as pessoas das línguas”. Este ano, as celebrações centraram-se justamente em fazer com que os alunos tivessem contacto

com as diferentes línguas que a Uni-versidade lecciona: “ aproveitamos este dia para estabelecer contacto com as escolas da região, convidamos as escolas a virem cá e a participar numa série de actividades ligadas às lín-guas” refere.

Sendo a segunda vez que se orga-nizaram as comemorações nestes moldes, os resultados foram muito gratificantes, com a comparência de 265 alunos de escolas secundárias da região Norte, de 7 escolas diferentes, acompanhados por 24 professores. Com duas dezenas de workshops de todas as valências linguísticas, todos os alunos assistiram também ao filme de início do concurso dos Contos(Inacabados), onde contadores de lín-guas variadas gravaram o início de uma história aberta e pronta à conti-nuação. Esta é uma iniciativa da ofi-cina “ Quem conta um conto acres-centa um ponto”, apresentado por Jorge Alonso.

“Aprender uma língua é muito mais do que aprender palavras, é acolher toda uma cultura.”

A vice-presidente do Instituto de Letras e Ciências Humanas, Margarida Pereira, do Departamento de Estudos

Ingleses, mencionou que apesar de o Inglês continuar a ser a língua franca e uma língua fundamental na comunica-ção dos povos, as outras línguas, lec-cionadas na UMinho, estão também a ter muita procura. O francês, o espa-nhol e o alemão continuam a estar entre as línguas mais procuradas, mas há outras línguas (como o italiano, o russo ou o árabe), que também têm tido saída. A responsável pelo curso de língua e cultura chinesa, Sun Lam, confirmou esta ideia, reforçando que as licenciaturas em Línguas e Culturas Orientais está cheia e os cursos livres também são muito concorridos.

No sentido recíproco, falou-nos Micaela Ramon, referindo que os cursos de português como língua estrangeira têm tido uma procura cres-cente, não só fruto da afluência dos alunos Erasmus que a Universidade

Diversidade Linguística enriquece a cultura

do indivíduo

Por escolas de toda a Europa são organizados eventos para incentivar as pessoas a aprenderem uma nova língua e reconhecerem o significado da diversidade linguística. De salientar que a aprendizagem das línguas fomenta a competitividade, promove o exercício da mente e enriquece toda a cultura de um indivíduo para melhor enfrentar o universo social.

» Eduarda Keating, presidente do Inst. de Letras

e Ciências Humanas da UMinho

Texto: Ana Mendes

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DIA EUROPEU DAS LÍNGUAS

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recebe todos os anos, como também do aumento de cidadãos estrangei-ros a residirem na área geográfica de influência da UM. Dando resposta a estas solicitações, o ILCH organiza regularmente dois cursos de Portu-guês Língua Estrangeira – um anual e outro de Verão – e, quando solici-tado, realiza também cursos intensi-vos na mesma área, dedicados a públi-cos específicos.

O Multiliguismo é uma necessidade de futuro, razão pela qual este depar-tamento luta no sentido de alertar para a importância destas ciências. Apren-der uma língua é muito mais do que aprender palavras, é acolher toda uma cultura, só deste modo se consegue uma socialização plena com o país de origem da língua em questão.

Orlando Grossegesse, do Depar-tamento de Estudos Germanísticos,

UMinho disponibiliza um leque variado de cursos

O Instituto de Letras e Ciências Humanas da UMinho, é uma unidade orgânica permanente, que tem a finalidade de assegurar a investigação, o ensino, e outros serviços especializados, no domí-nio das Letras e Ciências Humanas.Este é um espaço de formação multilingue e multicultural que oferece um corpo docente quali-ficado e equipamentos de qualidade à medida da necessidade de cada curso. No intuito de ensinar e integrar melhor os alunos noutras línguas e culturas, a UMinho faz protocolos com prestigiadas universidades estrangeiras, ofere-cendo ao mesmo tempo um leque variado de Cursos Livres de Línguas Estrangeiras como Alemão, Chinês, Catalão, Espanhol, Galego, Francês, Italiano, Russo, Japonês, Inglês, assim como um curso de Linguagem Gestual.

adverte para o facto de que quanto mais cedo as pessoas começarem a aprender, mais fácil será para elas. Com isto, penaliza o facto de as esco-las estarem afastadas da promoção do Multilinguismo e do que está preco-nizado nas directrizes europeias. “ Os alunos que vêm do secundário estão mal preparados, o que nos obriga a fazer um tipo de ensino de tipo básico e secundário”.

O Multilinguismo passou a ser uma pasta autónoma em Janeiro de 2007, o que reflecte a sua importância em termos de educação inicial, assim como de aprendizagem ao longo da vida. “É cada vez mais um factor cru-cial na competitividade de um indiví-duo, a nível de autonomia, emprego, economia, etc”. O Instituto de Letras e Ciências Humanas da UMinho é membro do Conselho Europeu das

» Membros do Inst. de Letras e Ciências Humanas da UMinho

Línguas, participando assim activa-mente na promoção e divulgação dos vários idiomas.

Ana Gabriela Macedo é Directora do Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho, um centro de investigação marcado pela transdis-ciplinaridade, o qual faz a ponte entre as quatro áreas de investigação desen-volvidas: Literatura, Linguística, Filo-sofia e Cultura. O objectivo principal é a consolidação da multidisciplina-riedade fomentando o diálogo entre as quatro linhas de investigação, imple-mentando actividades de investigação transdisciplinares como: workshops, colóquios e publicações assim como a organização de um colóquio trans-disciplinar anual (os Colóquios de Outono) que contam com a participa-ção de todos os membros do Centro, bem como de oradores convidados nacionais e internacionais.

As relações da UMinho com as esco-las da região são enaltecidas, uma vez que contribuem para a formação contí-nua de professores do ensino básico e secundário e, consequentemente, para a melhoraria da qualidade do ensino.

O Dia Europeu das Línguas é cele-brado com o desígnio de comprovar a importância do Multilinguismo como um dos valores centrais da Europa.

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QUEM É QUEM NO COOPERATIVISMO

38 NOVEMBRO 2008

Colaboração entre cooperadores e cooperativaA definição de uma estratégia clara, a aposta na qualidade e a defesa das castas autóctones – baga e bical - fazem da Adega Cooperativa de Cantanhede um exem-plo a seguir. Gerir uma cooperativa no século XXI é um grande desafio que faz com que “todos os dias tenhamos de lutar contra um certo estigma que existe em relação ao vinho de cooperativa”, no entanto “se produzíssemos mais, venderíamos mais” confessa Maria Miguel Manão, directora comercial desta Adega Cooperativa.

Dependente da quantidade e qualidade das uvas entregues pelos mais de 1000 associados/cooperadores, a direcção da Adega Cooperativa de Cantanhede premeia as uvas conforme análise atra-vés do Winescan. Um equipamento moderno que permite aferir a quali-dade segundo os parâmetros definidos pelo enólogo. “Ninguém é penalizado, aquilo que pretendemos é premiar as melhores uvas, para que possamos produzir um vinho cada vez melhor”, explica Maria Miguel Manão acrescen-tando: “agimos no sentido pedagógico junto do associado”. Por outro lado, “o nosso objectivo é conseguir atrair mais produtores para trabalhar connosco mostrando-lhes que somos a resposta para as suas necessidades: uva melhor paga e paga atempadamente”.

Fruto desta estratégia está a ser ven-dido cada vez menos vinho a granel e a aumentar a produção e venda de vinhos tranquilos de Denominação de Origem Bairrada e Regional Beiras, bem como de Espumantes, muito apre-ciados em território nacional e além fronteiras. Aliás, as perspectivas de crescimento, ao nível da exportação, situam-se nos 15 por cento para o tri-énio 2008-2010..

“Temos de evoluir e estar preparados para o mercado global.”

Além de certificada pela ISO 9001, a Adega Cooperativa de Cantanhede tem

já em curso, com terminus em Março de 2009, a certificação pela Internatio-nal Food Standard (IFS), High Level. Uma norma de qualidade alemã e fran-cesa, equivalente à ISO 22000, segundo a qual apenas três empresas portu-guesas do sector detêm o selo. Maria Miguel Manão explica que as mais-va-lias “têm a ver com o mercado interno, mas também com o de exportação”.

Dia do Asssociado

No dia 15 de Novembro, a Adega Cooperativa de Cantanhede comemora o dia do Associado. Uma celebração que permite “trazer os cooperadores à Cooperativa”. Faz-se o balanço do ano vitivinícola, realizam-se acções de sensibilização e formação que, este ano, têm a particularidade de entre outros temas tratarem o papel do cooperativismo hoje e os novos desafios que se colocam. Maria Miguel Manão realça que “este dia do associado vai ser mais importante do que todos os outros: temos de aproveitar o estado de alerta para passar uma imagem positiva, de futuro para crescer”.“Acreditamos que a estratégia que temos, as apostas que estamos a fazer, os mercados onde estamos e os novos onde queremos entrar e as perspectivas de crescimento nos permitem prever para o futuro melhores resultados do que os que temos hoje” refere a directora comercial acrescentando: “isto só é possível com os associados a cooperar connosco e tendo a certeza de que eles vão continuar”.

Adegas Cooperativas: que futuro?

Em relação à situação complicada com que algumas congéneres se deparam, esta responsável aconselha: “tragam os associados até elas, dêem-lhes apoio, compreendam a situação deles, cen-trem-se na procura da solução e não no problema e acreditem no que são capa-zes de fazer”. Em seu entender, “o apoio do Estado pode vir, não como solução mas como complemento de uma estra-tégia definida em função das particula-ridades da região em que cada adega se insere”.

No fundo, “é o renovar do que são os propósitos do cooperativismo porque ele nasceu para prestar um serviço e o grande desafio é readaptar-se, tomar consciência de que a realidade mudou radicalmente e é preciso passar isso para os coopera-dores”. Neste sentido, “estamos a fazer tudo para passar esta mensagem e depois disso teremos as ferramentas necessárias para continuar a evoluir”. » Maria Miguel Manão, directora comercial da

Cooperativa

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QUEM É QUEM NO COOPERATIVISMO

Consumo e Produção de Kiwi

Crescimento exponencial em poucos anosAs grandes preocupações em ter uma alimentação saudável, fazem do kiwi um fruto muito procurado. Está entre os dez alimentos mais saudáveis e estima-se que o consumo mundial, até 2013, possa crescer 50 por cento. Em Portugal o consumo excede as 20 mil toneladas, a produção ronda as 12 mil toneladas e existe uma coo-perativa que produz aproximadamente 4200 toneladas deste fruto por ano. A Kiwicoop é a única cooperativa portuguesa que, há mais de 20 anos, trabalha exclusivamente com kiwi. Surge na sequên-cia da necessidade que alguns produtores sentiram de encontrar uma forma de escoar os frutos produzidos. Hoje, a coopera-tiva está certificada, segundo a Norma ISO 9001, e assume um papel relevante no acompanhamento dos cooperadores, minis-trando cursos de formação, implementando sistemas que per-mitem a preservação do fruto e procurando novos mercados. Para Fernando Pinhal, presidente da Kiwicoop, “as cooperati-vas têm de ser bem geridas e a grande diferença em relação às sociedades de capitais é que aqui sabemos que o ganho da pro-dução vai para os produtores e chamamos todas as mais-valias que são simultaneamente os donos da cooperativa”.

“A qualidade do produto começa na terra, na forma como se cultiva”, esclarece. Por este motivo, na Kiwicoop é dado “muito valor à cultura tradicional onde não existe a aplica-ção excessiva e desnecessária de fertilizantes”. Para o efeito, a cooperativa tem uma equipa de técnicos que é responsável pela “análise criteriosa das necessidades da planta” e pelo pro-grama de fertilização de todos os pomares dos cooperadores. Outro factor que influi na qualidade do fruto é o clima, mas neste aspecto Fernando Pinhal refere que Portugal tem uma situação privilegiada, explicando: “não temos geadas outonais, assim como não temos geadas primaveris, por isso só fazemos a colheita a partir da segunda semana de Novembro”. Assim, “quando o kiwi é colhido traz um grau de açúcar elevado o que torna o kiwi muito apreciado. Noutros países, por exemplo, a colheita tem de ser antecipada e como o fruto é colhido mais verde, nunca fica com a mesma qualidade do kiwi português”. Para prolongar a vida do fruto em boas condições, a Kiwicoop está equipada com câmaras de frio com tecnologia de atmos-fera controlada.”

Crescimento do consumo até 2013Actualmente, e com base numa previsão de que o consumo

de kiwi vai crescer 50 por cento até 2013, todos os países pro-dutores estão a apostar no aumento do número de pomares. Em Portugal, a situação é idêntica, no entanto Fernando Pinhal está consciente de que “este fruto é muito sensível à oferta e à pro-cura o que faz variar muito o preço, mas é uma cultura que se tem mostrado com alguma rentabilidade”. Por outro lado, a

produção do kiwi pode ser entendida como uma alternativa ao abandono dos campos, no entanto o presidente da Kiwicoop alerta para o facto de “o retorno do investimento só ser possível ao fim de 7 a 10 anos.

Fernando Pinhal olha para o futuro com tranquilidade apesar da situação de crise que vivem as economias mundiais. “Nunca sentimos dificuldades por sermos uma cooperativa”, confessa acrescentando “sabemos que temos um bom posicionamento no mercado, temos uma equipa séria e que transmite confiança”. Sinal disto é o facto de a Kiwicoop estar a crescer de uma forma sustentada e exportar diversos países da Europa.

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EMPREENDEDORISMO

Bricolage e Jardim

Inovação e DiversidadeA utilização de pequenos equipamentos de bricolage em casas particulares é cada vez mais comum. Para pregar, para aparafusar uma estante ou simplesmente cortar a relva do jardim existem aparelhos que permitem uma maior rapidez, flexibilidade e, sobretudo, independência. Um facto que também é visível face ao número de gran-des superfícies que comercializam apenas materiais para construção e bricolage.

Há mais de 40 anos a desenvolver pro-dutos na área da construção e jardins, a Einhell é uma empresa alemã que em Portugal, sobretudo desde 2002, tem visto a sua quota de mercado aumentar. Neste momento, a aposta passa pela apresentação de duas novas linhas de produtos nas áreas de ferra-mentas e jardins – a red e blue line. A blue line está relacionada com a mudança de imagem de uma linha de produtos que até aqui estava cono-tada com a cor amarela, a red line ou linha vermelha visa a entrada num segmento de mercado mais exigente, com um maior poder de compra.

Rui Gonçalves, director-geral da Einhell portuguesa desde finais de 2002, afirma que a razão deste cresci-mento está na definição de uma estra-tégia clara que “aposta na qualidade

dos produtos, na cadeia de distribui-ção, na fidelização dos clientes e na inovação que nos permite disponibi-lizar uma variedade de equipamentos funcionais que respondem às necessi-dades dos nossos clientes”. Tudo istoaliado à “melhor relação performance- - preço”.

O objectivo é que os produtos “não sejam mais uns, mas sim os produ-tos”. Para o efeito, no decorrer do seu desenvolvimento, além do design industrial ao qual é dada muita impor-tância, é testada a funcionalidade e durabilidade. “São efectuados múl-tiplos testes que nos permitem aferir se o equipamento, dada a sua ergono-mia, pode ser utilizado por um latino e por um nórdico, porque o tamanho das mãos é muito diferente”, explica. Este é um pequeno exemplo que ilus-tra os passos por que passa o desen-volvimento de um novo produto.

A fidelização dos clientes é também um factor de diferenciação. Rui Gon-çalves considera que deve existir um ciclo na venda, ou seja, “só pode-mos encarar que a venda foi efectu-ada com sucesso, quando é feita uma nova encomenda”, por isso é dada uma grande importância ao serviço pós-venda e ao contacto constante com o cliente.

Qualidade e Responsabili-dade Social“A implementação de um sistema de gestão da qualidade está pensada e é algo que ambicionamos”, mas para já estão apenas implementadas algumas metodologias que flexibilizam deter-minados processos. Ao nível da res-

ponsabilidade social, a Einhell tem um protocolo com o Centro de Reabi-litação Profissional de Gaia que per-mite que a segunda seja responsá-

Participação na EMAF

A nível nacional, esta empresa alemã concentra todas as atenções na EMAF – Exposição Internacional de Máquinas, Ferramentas e Acessórios que, este ano, se realiza entre os dias 12 e 15 de Novembro, na Exponor. Rui Gonçalves considera que é “um veículo importante para divulgar produtos no seu todo, mas também o que somos e qual a nossa dimensão”. Este ano, em particular, “vai-nos permitir fazer o lançamento da nova imagem e gama de produtos red e blue line”.

» Rui Gonçalves, director-geral da Einhell portuguesa

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Produto do Ano 2008 e Master Distribuição 2007

Um estudo de mercado efectuado pela própria empresa revelou que a marca tem uma notoriedade junto dos clientes cada vez maior, na ordem dos 70 por cento. De referir que a gama Jardim New Generation, que inclui a máquina corta-relva EM 1650, o corta-sebes NHS 700 e o aparador de relva NRT 530/1, foi distinguida recentemente como Produto do Ano 2008, uma iniciativa da Peres & Partners que premeia e distingue a inovação em produtos de grande consumo, sondando os consumidores.A Einhell foi também distinguida como Master Distribuição 2007, tornando-se assim na primeira empresa de ferramentas a conseguir este feito, o que para Rui Gonçalves “comprova a flebilidade e rapidez de decisão, o profissionalismo da equipa e a grande aposta que tem sido feita em termos logísticos”.

vel pela separação dos elementos das máquinas quando as mesmas já se encontram obsoletas. Desta forma, quando os materiais são entregues separadamente para reciclar, há uma quantia que reverte a favor desta instituição.

Com o lançamento das novas linhas de produtos, a admi-nistração da empresa prevê um crescimento na ordem dos 8 a 10 por cento apenas nestes segmentos. Em termos glo-bais, Rui Gonçalves aponta que o volume de facturação, em dois ou três anos, vai aumentar 5 a 6 por cento.

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REGIÕES

42 NOVEMBRO 2008

Programa “Mais Centro”

Aposta na competitividade e sustentabilidade ambientalSão estas as grandes linhas de acção que, em simultâneo com a qualificação dos recursos humanos, vão permitir que a região Centro assuma uma posição de referência.

O Programa “Mais Centro”, que come-çou em 2007 e termina em 2013, sob a gestão de Alfredo Marques, está a fun-cionar como uma alavanca e a permitir que os “autarcas e agentes locais este-jam apostados em mudar de agenda”, ou seja, “agora as prioridades são outras e é por isso que nos programas de acção, NUT 3 por NUT 3, as priori-dades que aparecem têm a ver com as grandes agendas do QREN”.

Que balanço faz deste primeiro ano de vigência do Programa “Mais Centro”?O balanço é muito positivo porque a partir do momento em que o Programa começou, com a abertura dos concur-sos e entrega das candidaturas, conse-guimos encurtar os prazos de decisão. Posso dizer que, neste momento, já encerrámos 32 concursos no conjunto do Programa. Com isto já comprome-temos uma parcela muito significa-tiva e também já fizemos a negociação com as associações de municípios para a delegação de competências de gestão e atribuição de uma subvenção global, a qual, só por si, representa entre 25 e 30 por cento do total da dotação do programa.

O QREN e os programas regionais são sentidos pelas populações?No QREN existem três grandes agen-das: a formação e a qualificação dos recursos humanos, a competitividade e a inovação e a valorização do terri-tório. Nos programas regionais estão presentes sobretudo as duas últimas e, em menor escala, a qualificação e valorização dos recursos humanos, porque na verdade nós financiamos, por exemplo, centros escolares. É um

programa transversal que abrange várias áreas e é importante sublinhar que desta vez no QREN, ao contrário do que acontecia anteriormente, não se trata da coesão pela coesão, mas sim desta combinada com a competitivi-dade. Ou seja, os investimentos em coesão não são feitos isoladamente, mas sim de uma forma conjugada com investimentos que tenham a ver com competitividade, ou na perspectiva de serem ao mesmo tempo um factor de reforço da coesão e da competitivi-dade. É utópico pensarmos que conse-guimos fazer a coesão sem ser numa base de competitividade e também não é realista pensar que podemos pro-mover a competitividade sem ter em conta a coesão, porque a competitivi-dade tem de ter, desde logo, sustenta-bilidade social e ambiental.

A credibilização do sistema passa também pela fiscalização. Como garante que os projectos subsidia-dos são concretizados?Há vários procedimentos a seguir. Em primeiro lugar temos a aprovação, ou seja, há uma análise de admissibili-dade, seguindo-se o processo de aná-lise do mérito e de decisão. Depois cabe ao promotor executar e ao pro-grama ir realizando os pagamentos. Nesta fase há um acompanhamento feito pela gestão do programa em termos documentais e em termos físi-cos. Em todo este processo seguimos o Manual “Compliance Assessement”, um documento onde se descreve o modo como deve funcionar todo o sis-tema, validado pelas entidades de fis-calização e auditoria nacionais, ou seja, pela Inspecção-Geral de Finanças e depois pela Comunidade Europeia.

Mas o que é que se passa concreta-mente com os promotores?Fiscalizamos quer os promotores que nos apresentam os projectos individu-ais, ou seja, projecto a projecto, quer as associações de municípios para quem vamos fazer a transferência das sub-venções globais, no âmbito do procedi-mento de contratualização. Na verdade, o que vamos fazer com as associa-ções de municípios é uma delegação de competências de gestão, portanto vamos transferir para as associações de municípios um pacote financeiro, NUT 3 por NUT 3, para todos os municípios e pelo período de 7 anos. As associações de municípios vão ser responsáveis pela gestão dos projectos das autarquias, mas ficam sujeitos às mesmas regras que nós temos que apli-car aos projectos individuais.

A delegação de competências para as associações de municípios per-

» Alfredo Marques, gestor do Programa “Mais Centro”

Texto: Alexandra Carvalho Vieira

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REGIÕES

NOVEMBRO 2008 43

mite uma gestão do local para o global?Esta delegação obedece ao princípio da subsidiariedade, ou seja, gerir o mais perto possível dos cidadãos. Por isso neste aspecto pode ser uma mais-valia porque permite aos interessados, que são os municípios, terem uma gestão dos seus projectos feita por eles próprios, embora colectivamente. É um avanço que temos em relação ao passado, até porque permitiu a mon-tante termos a cooperação ao nível da definição dos projectos. Se até aqui tínhamos os municípios a apresenta-rem os seus projectos individualmente e a pouco e pouco ao longo do perí-odo dos fundos, agora toda a região conseguiu organizar-se em associa-ções de municípios por NUT 3 e apre-sentar ao Programa os projectos dos municípios numa base de cooperação. Penso que isto em termos de organiza-ção e de governação da região foi um salto histórico que vai produzir no ter-reno muito bons resultados nos próxi-mos anos. O Programa “Mais Centro” definiu o valor que o conjunto rece-bia, o qual foi depois repartido, com base num acordo uns com os outros.

No fundo, em seu entender quais são as grandes necessidades da região?Penso que a região deu um grande

salto, de resto como todo o país, desde que estamos na Comunidade Europeia, em termos de coesão pela via da criação de infraestruturas bási-cas, como vias de comunicação, sane-amento básico e abastecimento de água, e da construção de equipamen-tos colectivos em áreas como a edu-cação, a saúde, a cultura, o desporto, etc. Tivemos uma evolução extra-ordinária, basta visitarmos a região ou olharmos para as estatísticas. No entanto, nos indicadores de competiti-vidade já não houve o mesmo tipo de evolução. Evoluiu muito menos, por-tanto não há dúvida de que a grande prioridade deve ser a competitividade, que passa por uma aposta absoluta-mente decisiva no capital humano. Nem vale a pena pensar em mais nada se não houver um salto de gigante em matéria de qualificação dos recur-sos humanos, porque as estatísticas mostram que Portugal está na cauda da Europa neste domínio. Esta é uma situação preocupante e perigosíssima para o futuro do país.

Além da qualificação dos recursos humanos, que outras áreas são primordiais em termos de inter-venção?Apostar fundamentalmente em inves-timentos que sejam reprodutivos e aqui estamos a falar de investimento

empresarial na produção de bens e serviços que incorporem cada vez mais conhecimento, para poderem ser cada vez mais geradores de valor. Aqui, a região tem boas notícias para dar a si própria e ao país. Nas can-didaturas aos sistemas de incentivos aconteceu algo que não se esperava, a região ultrapassou as melhores expec-tativas que poderia haver em matéria de dinamismo empresarial, ou seja, a região Centro foi claramente aquela que apresentou maior dinamismo a nível nacional no que diz respeito aos projectos das empresas que apresenta-ram candidaturas para apoio aos siste-mas de incentivos. E posso dar apenas um número, por exemplo do total de investimento que foi apoiado até agora a nível nacional, 53% corres-ponde à região Centro. Ora a região tem pouco mais de 20% do PIB nacio-nal e detém 53% do investimento apoiado, o que significa que existe um dinamismo superior à média nacional. Neste aspecto, a região está a revelar um comportamento muito bom.

Leia artigo na íntegra em:www.revistaperspectiva.info

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REGIÕES: TORRES VEDRAS

44 NOVEMBRO 2008

“Crescer

As palavras são de Carlos Manuel Soares Miguel, presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, que em entrevista à Perspectiva fala sobre as suas grandes prioridades para o concelho.

Quais são as grandes necessida-des do concelho?Somos o concelho mais extenso do distrito de Lisboa com 407 km2, pelo que as necessidades viárias são cons-tantes, nomeadamente o acesso ao interior do país, através da concre-tização do IC11, Peniche-Carregado. Os 20 km de costa, sendo um enorme potencial, constituem também uma grande necessidade ao nível de reor-denamento, consolidação de arribas e regeneração urbana. Por último, a renovação de todo o parque escolar do primeiro ciclo, através da cons-trução de Centros Educativos é a prioridade das prioridades.

“Dotar o concelho de equipamentos sociais e lúdicos que motivem a fixação das populações.”

E o que tem sido feito pela autar-quia para as minorar?Estamos a avançar com a construção de Centros Escolares que centram a oferta educativa no nível do 1º ciclo e pré-primário nas sedes de freguesia e este é um trabalho para os próxi-mos cinco, seis anos. Para este desíg-nio temos dado a máxima prioridade

na utilização das verbas do QREN. Mas, também, na orla costeira temos feito um grande esforço em obras de regeneração urbana em Santa Cruz, as quais são visíveis e bem aceites

pela população, obras e esforço que ao dia de hoje ainda se desenvolve. Porém, Torres Vedras tem 20 km de costa e depois de Santa Cruz há ainda muito para fazer, nomeadamente em Porto Novo, Santa Rita, Praia Azul, Cambelas e Assenta.

A curto e médio prazo, quais são as suas grandes prioridades em termos de grandes investimentos no concelho?Sem sombra de dúvida que a refor-mulação do parque escolar é a grande prioridade para Torres Vedras e, talvez para o país. Além deste objec-tivo, estamos a construir o novo Mercado Municipal, o qual importa em cerca de sete milhões de euros, possivelmente a maior obra pública feita pelo Município, que constitui um equipamento chave para a rege-neração e revitalização da zona his-tórica de Torres Vedras. A criação de uma rede de Centros de Inter-pretação ligados à nossa realidade arqueológica, histórica, económica e artística, constituirá uma oferta cul-tural distinta que nos diferenciará e melhor enraizará aqueles que aqui nascem ou aqui chegam dispostos a aqui se radicarem. Por último e de forma a continuarmos a crescer de forma equilibrada e sustentada, vamos continuar a dotar as sedes de freguesia, as aldeias, de equipamen-tos sociais e lúdicos que motivem a fixação das populações.

» Carlos Manuel Soares Miguel, presidente da C. M. de Torres Vedras

de forma equilibrada

e sustentada”

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A visitar:

O Chafariz dos Canos, o Convento da Graça, as Igrejas da Misericórdia, de S. Pedro (pórtico manuelino), de Sta. Maria do Castelo e de N.ª Sr.ª do Ameal; o Museu Municipal, com um vasto espólio arqueológico e o Forte de S. Vicente, das Linhas de Torres.

Torres Vedras em Festa:

O Carnaval, as Delicias (em Abril com vinhos, queijos e doces), a Feira de S. Pedro (Junho/Julho), o "Castelo de Musica" (Maio), a Feira das Freguesias e o Festival das Vindimas (Novembro).

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REGIÕES: TORRES VEDRAS

46 NOVEMBRO 2008

Arena Shopping

O Shopping do OesteInserido numa região caracterizada pelo seu estilo de vida tranquilo, o Arena Shopping pelas suas características arquitectónicas e pelo design harmonioso, projecta naqueles que o visitam uma sensação de calma e bem-estar.

Luz natural, uma decoração única e espaços amplos, este moderno centro comercial reflecte no seu interior a realidade da região onde se encontra inserido, uma região rica em cor e pai-sagens.

Moda, decoração, entretenimento e serviços são apenas algumas das áreas de actividade de que dispõe e às quais recorrem cerca de 300 mil clientes todos os meses. A proximi-dade do shopping com o centro de Torres Vedras e a sua vivência mar-cadamente regional tem contribu-ído para uma crescente aproximação entre ambos os pólos e fazem com que o Arena tenha já criado o seu próprio espaço no seio da região Oeste.

A par das múltiplas actividades que

proporciona ao longo do ano, os clien-tes são diariamente surpreendidos com a simpatia e simplicidade que caracterizam o atendimento das cerca de 90 lojas que possui. Hipermercado, farmácia, cinema, healthclub tudo se reúne num único espaço concebido a pensar na comodidade de quem o fre-quenta.

Assinalando já um ano de exis-tência, o Arena Shopping tem vindo a associar-se cada vez mais a tudo o que de melhor se faz na Região. Dos vinhos ao desporto, do Carna-val às Festas da Cidade, da Feira de São Pedro às actividades junto do público infantil – alguns exemplos apenas para ilustrar os últimos meses de franco sucesso.

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REGIÕES: MATOSINHOS

48 NOVEMBRO 2008

Texto: Alexandra Carvalho Vieira e Ana Mendes | Fotos: Francisco Teixeira, C. M. Matosinhos

» Guilherme Pinto, presidente da Câmara Munici-pal de Matosinhos

Como é gerir uma autarquia no séc. XXI?Gerir uma autarquia é um desafio que tem a ver principalmente com estudo. Até há bem pouco tempo a política baseava-se apenas no combate às defi-ciências antigas, em repor a quali-dade de vida que não existia no pas-sado. Hoje em dia temos que antecipar o futuro, antecipar as tendências, tentar perceber para onde a comunidade se deve dirigir. Estas são matérias que obrigam a uma grande reflexão e que obrigam sobretudo a que haja uma ligação muito intensa com aquelas que são as tendências de fundo.

Que projectos têm sido desenvol-vidos em prol dessa visão estraté-gica?A ligação de Matosinhos com o Mar tem sido a nossa prioridade. Estamos a falar num investimento de cerca de 50 milhões de euros na orla costeira, que engloba a construção de parques de estacionamento, requalificação das praias e, paralelamente, a reformula-ção dos tradicionais equipamentos de apoio. Estamos a encetar esforços para criar uma parceria com a Universi-dade do Porto que permita a fundação de um centro de ciências do mar. Um projecto já definido, no qual pretende-mos ser parceiros. Temos também um conjunto de investimentos ligados ao turismo, nomeadamente o terminal de cruzeiros e, simultaneamente, estamos a tentar colocar Matosinhos nas rotas do turismo mais significativas. É no

Mar que reside também a nossa quali-dade arquitectónica. Há imensos even-tos que acontecem junto ao mar, pois grande parte do nosso valor arquitec-tónico está situado na orla costeira, nomeadamente em Leça da Palmeira.

A dinâmica empresarial tem vindo a aumentar?Sim, actualmente somos das zonas mais dinâmicas da Área Metropolitana do Porto. Temos a APDL, por exem-plo, onde estão a ser feitos grandes investimentos, e a Petrogal que é uma das maiores empresas do concelho, que também está a fazer uma grande aposta na sua modernização. Somos também a cidade que está a produzir o

computador Magalhães e temos, neste momento várias unidades fabris que estão a procurar alavancar uma aposta no futuro, como é o caso da EFACEC e outra empresa que vai produzir apare-lhos para deficientes que vai se instalar em Leça do Balio. Está também a ser estudada a construção de dois parques industriais na zona de São Mamede Infesta e há toda uma área particular-mente ali na zona do Freixieiro onde está a explodir todo um conjunto de serviços e outras actividades, como por exemplo, o Mar Shopping.

Quais são as principais lacunas do concelho e de que forma o execu-tivo pretende dar resposta?Matosinhos tem uma cobertura muito razoável, falando a nível de sanea-mento. Temos já a rede assegurada nos próximos quatro anos, isto é uma matéria já determinada. Em termos de espaços verdes, já conseguimos ter jar-dins a menos de 500 metros de casa de cada cidadão, mas diria que a grande falta do nosso concelho é a constru-ção de um novo parque escolar, porque embora o novo parque seja bom, faltam muitas obras, muitos investimentos e temos ainda más condições nas nossas escolas. Temos depois um conjunto de infraestruturas que têm a ver com a actividade desportiva, particularmente as obras em São Mamede Infesta e no Estádio do Mar.

Leia entrevista na íntegra em www.revistaperspectiva.info

Em entrevista Guilherme Pinto, presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, faz um balanço dos três anos de mandato salientando que: “O que mudou foi a existên-cia de uma visão estratégica no concelho, essencialmente a existência de uma ideia coerente daquilo que queremos para o presente e para o futuro, tendo sempre em linha de pensamento a nossa ligação com o Atlântico.”

Matosinhos

“Coração económico da Área Metropolitana do Porto”

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CIDADES MAIS: GUIMARÃES

50 NOVEMBRO 2008

A Perspectiva tem em curso uma iniciativa inovadora que visa eleger cidades portuguesas de acordo com diferentes critérios.

“Cidades Mais” foi o nome esco-lhido e, nesta edição da Revista, ele-gemos Guimarães, em particular, por ser aquela que, com um número superior a 100 mil habitantes, detém o segundo valor mais elevado em termos de população no distrito.

Guimarães dispensa apresenta-ções, mas nunca é demais lembrar que é o berço da Nação, Património Cultural da Humanidade, eleito pela UNESCO, e está em fase de candi-datura para ser Capital Europeia da Cultura 2012. Estes e outros moti-vos, exigem muita responsabili-dade a quem gere uma cidade com tão grande história e património. Por isso, conversámos com o seu mais alto representante a nível autárquico, António Magalhães que reforça que Guimarães é uma cidade agradá-vel para se viver porque “tem uma qualidade de vida excepcional, um programa cultural muito bom, boa restauração, boa paisagem, monu-mentalidade, clube de futebol presti-giado e muito boas acessibilidades”,

ou seja, “temos muitas vantagens de uma cidade grande e não temos os seus inconvenientes”. Em entre-vista o autarca realça também a cen-tralidade da cidade, justificando que

“Guimarães está a 45 minutos da fronteira com Espanha, a meia hora da praia de Vila do Conde e a meia hora do aeroporto”.

Guimarães é a segundo cidade com mais densidade populacional do distrito de Braga, mas até há pouco tempo estava em primeiro. O que se passou?Até há pouco éramos o primeiro con-celho, mas com a cisão de cinco fre-guesias que passaram para Vizela, passamos para segundo. Actual-mente, estamos com uma popula-ção muito aproximada da de Braga. Aliás, Braga tem um espaço urbano de outra dimensão, mas ao nível de concelho a população é muito apro-ximada, 162/165 mil pessoas numa área de 242 km2 em 69 freguesias.

Há a preocupação de através das freguesias chegar mais perto dos munícipes?É mais fácil claro. O espaço urbano mais tradicional tem 65 mil habitan-

» António Magalhães, presidente da C. M. de Guimarães

Cidade agradável para se viver

Texto: Alexandra Carvalho Vieira

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CIDADES MAIS: GUIMARÃES

NOVEMBRO 2008 51

tes, mas depois há uma coroa de 9 vilas à volta que tem mais ou menos a mesma população. Existe também um espaço mais rural que tem sinais de mais desertificação, onde vivem cerca de 30 mil pessoas.

Em que princípios assenta o desenvolvimento sustentável do concelho?Tentamos não estragar muito esta herança valiosa que temos e por isso percebemos que existe uma fragili-dade. Como a nossa actividade eco-nómica estava centrada na indústria têxtil e vestuário, hoje deparamo-nos com situações extremas pelas razões que sabemos e não conseguimos com-bater. A descida das exportações e das vendas em Portugal, e o aumento de circulação dos produtos chineses, pre-judicam sobretudo as empresas que não tinham fabrico de ponta, nem marketing qualificado, nem mercados muito definidos. Por outro lado, a situ-ação do dólar face ao euro e a cons-tante subida do preço dos combus-tíveis também não ajudou. O sector do calçado e da metalurgia tem con-seguido superar as dificuldades. De facto, o têxtil e o vestuário são os que nos dão mais dores de cabeça e que têm contribuído mais para o aumento da taxa de desemprego. Temos cerca de 9200 desempregados, cerca de 11% da população, entre os 45 e os 50 anos, que não são qualificados.

O que é que tem sido feito para combater o desemprego e a deser-tificação de algumas freguesias?O executivo não pode fazer muito, não temos dimensão para isso, mas fize-mos algo que pode dar alguns frutos no futuro. Assumimos um Parque de Ciência e Tecnologia – o Avepark -, que no final deste ano terá 700 postos de trabalho e que, em nosso enten-der, permitirá criar uma economia de escala. Além dos empregos para jovens com qualificações elevadas, também serão necessárias pessoas que trabalhem nos estabelecimento de restauração, entre outros. Entre-tanto também nos aliamos à Univer-sidade do Minho, para conseguirmos encontrar alternativas para o futuro da região. Outra vertente em que esta-mos a apostar é no turismo e na requa-

Projecto Quadrilátero – Rede Urbana para a

Competitividade e Inovação

“É difícil por a trabalhar num projecto comum as autarquias de Braga, Guimarães, Barcelos e Famalicão. Há realidades ancestrais que deixam algumas sequelas, mas ultrapassamos isso, porque a candidatura incentivava a isso. Estamos a trabalhar para que na prática tenhamos um espaço maior, porque a globalização fragiliza a intervenção isolada e nós não temos a massa crítica para respondermos a um conjunto de situações que é necessário ultrapassar, mas ao nível das 4 cidades conseguimos. No fundo, pretendemos encontrar projectos para que sejamos mais competitivos neste espaço regional. É mais fácil de uma forma integrada, há serviços que se vão complementar entre estas 4 cidades. Vai permitir uma competitividade que de outra maneira não conseguiriamos.

lificação urbana. Queremos trazer até nós os comerciantes, a restauração e similares para juntos encontrarmos as melhores formas para dinamizar o concelho. O artesanato, por exemplo, a nível dos tecidos de linho tradicio-nais são, do ponto de vista turístico, muito procurados. Mas isto por si só não resolve as questões do conce-lho, apenas as ameniza. Isto não é, de modo algum, o que se pretende para o futuro, principalmente para as cama-das jovens, que vivem numa angústia evidente pois têm um curso superior, por vezes, sem mercado compatível.

A candidatura a Capital Europeia da Cultura 2012 trará uma nova dinâmica ao concelho?Confesso que estamos a prejudicar este mandato a pensar na candida-tura a 2012, mas estamos cientes de que a mesma vai proporcionar grande desenvolvimento ao concelho. Se con-seguirmos as verbas para o orçamento que propusemos a Bruxelas, vamos conseguir construir quatro ou cinco infraestruturas que vão abarcar muitas pequenas indústrias complementares. Actualmente, decorre um processo que envolve a definição de projectos, a verificação de terrenos, ou seja, um trabalho árduo de médio prazo.

Outra preocupação tem sido ao nível da modernização dos servi-ços da autarquia que, inclusive, valeu um Prémio Nacional de Boas Práticas?Claro, temos que nos encaixar na onda do progresso, que não podemos perder, mas há uma franja da popula-ção mais tradicional que tem hábitos,

tradições que não podemos ignorar e que sabemos que não os podemos abandonar. Tem que haver um equilí-brio. O Prémio Nacional de Boas Prá-ticas significou que estamos a adaptar a máquina da autarquia e os projectos de intervenção a favor dos munícipes. Os serviços têm de estar preparados para poder responder de uma forma dinâmica a favor do cidadão, isto implica a criação de um único balcão onde os munícipes possam tratar de tudo. É tipo uma loja do cidadão que estará pronta em Julho do próximo ano.

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CIDADES MAIS: MIRANDA DO DOURO

52 NOVEMBRO 2008

Miranda do Douro

Património cultural e paisagísticoOs mirandeses preservam uma língua própria, o mirandês proporcionando às novas gerações este património linguístico, desenvolvendo competências comunitárias na língua autóctone e, por esta razão, é leccionada em todas as escolas do concelho (em regime de opção).

Miranda do Douro é também conhe-cida e associada a uma especialidade gastronómica, a posta mirandesa, um delicioso e suculento naco de vitela assada. O clima é áspero, com invernos rigorosos com frequentes e fortes for-mações de geada e algumas nevadas. Os verões são verdadeiramente quentes.

Um número significativo de Mirande-ses dedica-se à produção animal, bovi-nos de raça mirandesa e ovinos de raça churra mirandesa de grandes poten-cialidades gastronómicas, o vinho e o azeite produzido no concelho ajudam a compor a ementa.

Miranda foi e é um concelho eminen-temente agrícola, repleto de ruralida-des culturais, artesanais e gastronómi-cos com potencialidades que têm que continuar a ser exploradas e cada vez mais divulgadas. A língua mirandesa, os pauliteiros, o artesanato como Capas de Honras Mirandesas, as cutelarias, o ferro forjado, a bola doce mirandesa, os enchidos repletos de sabores feitos

por mulheres de saberes perpetuados ao longo do tempo.

Américo Tomé, vice-presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, fala do mandato actual e da forma como é possível combater a desertificação e fazer face à interiori-dade, apostando no património cultural e paisagístico.

Que balanço faz deste mandato?Este mandato tem sido um pouco atí-pico devido aos atrasos que se verificam na implementação do Quadro de Refe-rência Estratégico Nacional (QREN). Temos várias candidaturas de âmbitos diferentes, em vias de aprovação, con-tudo falta quase um ano de mandato, pelo que acreditamos que até fins de 2009 conseguimos realizar as acções a que nos propusemos. Será à imagem dos mandatos anteriores um período dinâmico no progresso com a realiza-ção efectiva de projectos que os miran-deses esperam, acrescento contudo que

as dificuldades financeiras dos Muni-cípios do interior, com poucas receitas próprias, são cada vez maiores.

Quais os grandes investimentos efectuados?A recuperação urbanística do Rio Fresno, foi uma obra de grande enver-gadura, que permitiu doar o rio Fresno aos cidadãos, pois quando o caudal era significativo as águas ganhavam bra-vura demasiada e no verão ficava sem caudal visível. Iniciamos há dias a ins-talação do relvado sintético no campo de futebol de Santa Luzia, que permitirá uma prática regular de desporto a todos os nossos jovens e não só. Para o pró-ximo ano temos planeado uma Quinta Pedagógica que consistirá um pólo inte-ressante para a dinamização turística.

Sentiram grandes dificuldades?As dificuldades são sempre muito gran-

» Américo Tomé, vice-presidente da C. M. de Miranda do Douro

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CIDADES MAIS: MIRANDA DO DOURO

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des e de ordem vária, mas têm que cons-tituir tónicos para se procurar realizar cada vez mais e melhor sobretudo com muito critério. A dificuldade, tal como a necessidade aguça o engenho…..

Localizado junto à fronteira com Espanha, ou seja, no interior do país, como é feito o combate à desertifi-cação?Essa é a tarefa mais difícil dos conce-lhos do interior em que as autarquias por si só não têm poder suficiente para resolver essas situações. Miranda do Douro, concretamente, está isolado, os acessos são muito restritos sobretudo na responsabilidade nacional. Para irmos para Bragança e Porto vamos por Espa-nha, quando nos deslocamos a Lisboa, vamos também por Espanha. Grande parte dos visitantes são espanhóis, que vêm fazer compras, almoçar, jantar, aproveitar o nosso património edifi-cado, cultural e paisagístico. Temos que promover mais e melhor todo o nosso potencial endógeno por forma a dinami-zar o aparecimento de pequenas empre-sas capazes de fixar pessoas.

Quais são os atractivos deste con-celho para quem queira vir morar para o concelho?Miranda do Douro é um concelho com enormes potencialidades turísticas que têm que continuar a ser uma aposta clara por parte da autarquia e da socie-dade civil. Constituímos um concelho onde o desemprego é bastante baixo, quase residual, pelo que poderá consti-tuir uma oportunidade de trabalho para mais alguns. Há freguesias com bas-tante dinamismo empresarial, nomea-damente Palaçoulo, com empresas na área da cutelaria e tanoaria de alguma dimensão, mas sobretudo de grande qualidade.

A existência de um pólo da Univer-sidade de Trás-os-Montes e Alto Douro no concelho, veio dinami-zá-lo?O Pólo da UTAD trouxe muito dina-mismo ao concelho, nomeadamente através de um boom construtivo que já não se via há muito tempo. As rela-ções entre a Autarquia e a Universidade foram sempre as melhores havendo da nossa parte uma vontade grande e per-manente na satisfação das solicitações,

“La nuossa lhéngua” mirandesa

Vocabulário diversoSim - SiNão – Num/NoBom dia – Buonos diesBoa tarde – Buonas tardesBoa noite – Buonas noitesAdeus – AdiusDesculpe – ÇculpeSe faz favor – Se fai faborObrigado – OubrigadoNão entendo – Num antendoFale devagar – Fale debagarico

Números em mirandêsUn, dous, trés, quatro, cinco, seis, sete, uito, nuobe, dieç.

Fonte: Roteiro Turístico Miranda do Douro

contudo o Sr. Reitor ou o órgão a que preside decidiram acabar com o ensino superior, pelo menos de forma regular, em Miranda o que lamentamos e não compreendemos com facilidade, senti-mo-nos usados, disponibilizamos edifí-cios em que foi necessário investir, dis-ponibilizamos habitações, oferecemos vários outros aspectos logísticos sempre na expectativa que o pólo fosse cada vez mais uma realidade, mas pouco valeu a disponibilidade. É uma tristeza. Outra vertente importante do pólo da UTAD era a vivificação que concedia ao con-celho de Miranda, que se notava vivi-ficado com o dinamismo de 300, 400 alunos que conviviam com a cidade e as instituições do concelho. Tem que se procurar uma solução, com a UTAD, com outras Universidades, estamos a trabalhar nisso, é muito importante que o consigamos.

Quais são as grandes necessidades do concelho a curto/médio prazo?Um aspecto importante é o focado ante-riormente, o ensino universitário. Outra necessidade é a implementação efec-tiva do IC5, há tantos anos falado mas que nunca passa do papel. O IC5 é uma via estruturante para o nosso concelho e outros concelhos do sul do distrito de Bragança. Fndamental também para os mirandeses é que chegue a Espanha e não fique por Duas igrejas, como no passado a linha do comboio.

Ao nível da saúde, o concelho não possui um hospital a menos de uma hora de distância. Como fazer face a esta situação?Temos um Centro de Saúde recente que contribui para uma boa resposta aos pacientes. No entanto o concelho fica longe dos Hospitais que consti-tuem o agrupamento Hospitalar de Nor-deste, Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mirandela, pois mesmo Bragança o mais próximo fica a 1 hora de viagem. Temos Zamora que dispõe de todas as especialidades a 35-40 minutos. O ante-rior ministro da Saúde predispôs-se a celebrar protocolos, para possibili-tar o acesso aos serviços de saúde em Zamora, porém nada aconteceu, o Sr. Ministro acabou por sair do governo. Esperamos também que o helicóptero que por protocolo ficou de ser colocado em Macedo no início de 2008, faça uma

boa viagem e chegue apenas com um ano de atraso, início de 2009.

O que é que perspectiva para o con-celho, em termos de futuro?O concelho de Miranda é atractivo para quem nos visita e é um concelho com estruturas capazes de acolher cada vez mais turistas. O centro histórico recupe-rado, espaços públicos bem arranjados, o rio Fresno recuperado, a futura quinta pedagógica, o centro de interpretação turístico e ambiental já a funcionar, têm que continuar a ser divulgados e pro-movidos no exterior de forma a tornar o concelho cada vez mais visitado e por mais tempo. Miranda está a ficar com infra-estruturas suficientes, temos que apostar definitivamente nas capacida-des turísticas do concelho assim como na comercialização dos diversos produ-tos endógenos.

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VITICULTURA E TURISMO

54 NOVEMBRO 2008

Casa do Cadaval

Herdade secular do

Situada na margem esquerda do Rio Tejo, a Casa do Cadaval é uma herdade com quase quatro séculos que tem um papel determinante no desenvolvimento da região do Ribatejo. Também conhecida como herdade de Muge, aqui são desenvolvidas as actividades de produção de vinho, produção agrícola, criação de gado bovino e cou-delaria. Aliado a isto, actua na área do turismo, visto ser um espaço que reúne inú-meras condições de excelência para receber os mais diversos eventos, ou para proporcionar um verdadeiro dia de aventura e lazer junto à natureza e aos animais. A actual responsável pela Casa do Cadaval, Teresa Schönborn, e produtora de vinhos, recebeu este ano o prémio “Mulher do Vinho 2008”, na 3ª edição dos Prémios Internacionais EVA, o único prémio gastronómico feminino internacional.

Teresa Schönborn tem realizado um importante trabalho de desen-volvimento da viticultura regional e na projecção mundial da região do Ribatejo, como zona produtora. O que significou para si receber o prémio de “Mulher do Vinho 2008”?Em primeiro lugar, devo dizer que não estava nada à espera. Mas considero

que este prémio foi entregue à Casa do Cadaval no seu conjunto. O prémio foi ganho devido ao vinho Marquesa do Cadaval, que é o nosso expoente máximo, e que foi feito em homena-gem a esta senhora, a grande impul-sionadora destas vinhas. É conside-rado por especialistas o melhor vinho do Ribatejo. Eu sou a última das cinco mulheres que estiveram à frente da Casa de Cadaval, cinco gerações em que foram sempre mulheres a lide-rar esta herdade, portanto o prémio é dedicado a todo este agregado.

Ao nível turístico, o que é que pode-mos esperar da Casa do Cadaval?Oferecemos um amplo espaço para eventos, como casamentos e outras festas, disponbilizando um excelente serviço de cattering e actividades variadas. Temos diversas acções de lazer e entretenimento para dinâmi-

cas de grupo, como prova de vinhos, visitas arqueológicas e a uma reserva natural, espectáculos equestres, assim como cruzeiros no rio Tejo. É um

Quatro séculos de história

A Herdade de Muge pertence à família Alvares Pereira de Mello há quase quatro séculos. Nesta casa residiu a Rainha Dona Leonor, terceira mulher do Rei Dom Manuel I, irmã do Imperador D.Carlos V e mãe da Infanta D.Maria. A Rainha Dona Leonor residiu aqui até partir para Castela, casando com o Rei de França, Francisco I., deixando a sua filha Infanta Dona Maria com dois anos, passando assim a Casa de Muge para a família dos Condes de Odemira. A Condessa de Odemira, Dona Maria de Faro, casou com Don Nuno Alvares Pereira de Melo, 5º Conde de Tentúgal, o 1º Duque de Cadaval, título concedido em 1648, pelo Rei D. João IV.

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VITICULTURA E TURISMO

NOVEMBRO 2008 55

Ribatejo

local também muito procurado para a realização de seminários, reuniões de empresas, entre outros. Temos capa-cidade para receber cerca de mil pes-soas.

A sua coudelaria é muito presti-giada a nível nacional. Sabemos também que é a sua actividade predilecta. Como a descreve?Temos uma das coudelarias mais anti-gas do país, são todos puro sangue lusitano. A dréssage é o nosso objec-tivo principal não obstante as outras modalidades. Temos vários cavalos a competir na dréssage: o “Raio” em Espanha com Juan António Jimenes (medalha de bronze em Atenas 2004), o “Tejo” e o “Ui”com Leonor Rama-lho, “Vircon” com Miguel Ralão Duarte, o qual foi recentemente ven-cedor do Critério dos 4 anos.

Como imagina a Casa do Cadaval daqui a uns anos?Espero que esteja sempre melhor. Esta casa já tem 350 anos e toda as pessoas que estiveram à frente dela sempre pensaram em melhorá-la, por-tanto esta será sempre a nossa missão. Queremos produzir os nossos produ-

tos com o mesmo afinco de sempre, pretendendo estar sempre na van-guarda dos serviços.

Como caracteriza a área vinícola portuguesa?Portugal tem óptimos vinhos, tem muita qualidade, é um dos países emergentes nesta área. É necessá-rio, no entanto, haver mais divul-gação, preferencialmente conjunta, pois juntos temos logicamente mais força. Já temos progredido muito nos últimos anos, estamos já em imen-sos concursos mundiais, já ganha-mos muitas medalhas, portanto temos todas as condições para melhorarmos. Os especialistas apreciam muito o nosso vinho, o que nos falta é promo-ção, pois como constatamos os outros

Casa do Cadaval

2125-317 MugeTelf. +351 243 588 040Fax. +351 243 581 105

E-mail: [email protected] www.casacadaval.pt

Qual a melhor forma de chegar à Casa do Cadaval?

Quem venha de Lisboa, pode sair em direcção a Vila Franca de Xira, seguir por Samora Correia, Benavente, Salvaterra de Magos e logo à frente aparecerá Muge. Quem se dirige do Norte, deverá sair da auto-estrada em direcção a Almeirim e depois dirigir-se para Muge.

países estão à nossa frente, nomeada-mente na visibilidade.

Como presidente da Rota do Ribatejo, quais são as suas prioridades?A Rota e os Caminhos do Ribatejo são tudo a mesma coisa. A priori-dade no momento é a divulgação da região, é fazer-nos conhecer, quanto às nossas particularidades, nomeada-mente o nosso vinho, gastronomia, entre outros. Com uma maior visibili-dade podemos impulsionar o número de visitantes e dinamizarmos toda este território que tem um enorme poten-cial.

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PORTU AL SEM BARREIRAS

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Mobilidade Reduzida

Um dia em LisboaA cidade das sete colinas oferece inúmeras opções de passeio para quem, por moti-vos vários, tem mobilidade reduzida. A visita pode começar por uma ida, bem cedinho, a Belém. Uma zona de Lisboa muito agradável e bastante aces-sível, plana e com poucos obstáculos. As passadeiras, na sua maioria, indicam os pontos onde os passeios são rebaixa-dos. Incontornável é, estando aqui, deli-ciar-se com um pastel de Belém. Apesar de o interior desta confeitaria ser total-mente acessível, com casa de banho ampla e adaptada, na entrada existe 1 degrau com cerca de 20 cm, portanto torna-se necessário obter alguma ajuda.

Dos pastéis de belém, sugerimos como próximo destino o Mosteiro dos Jerónimos. Utilizando a passadeira junto à paragem dos eléctricos para passar para o lado do Jardim (passeio rebaixado, mas o alcatrão da estrada criou uma pequena lomba), seguimos pelo jardim ou pelo passeio em direc-ção ao Mosteiro. Junto à banca do posto de turismo podemos usar a passadeira para passar para o lado do Mosteiro, mas atenção à linha do eléctrico.

O Mosteiro dos Jerónimos está acente sobre um patamar com cerca de 5 cm, para o qual não há rampa, mas o mesmo pode ser facilmente transposto. Junto ao Portal Principal está uma rampa que dá acesso ao interior da Igreja, apesar de regularmente avariada, se preten-der utilizá-la contacte o Mosteiro antes da visita, por forma a assegurar a via-bilidade da mesma. O interior é plano e totalmente acessível até à zona do transcepto. O transcepto está assente num patamar com pelo menos 20-30 cm de altura, que no entanto é facil-mente visível dada a pouca profundi-dade. Na visita à Igreja, nomeadamente aos claustros, é apenas acessível o piso térreo, onde existe uma pequena casa de banho para cadeiras manuais.

Saindo do Mosteiro, viramos à direita e seguimos pelo passeio com destino ao Museu de Marinha. Totalmente acessí-vel a cadeiras de rodas manuais e eléc-tricas, no piso térreo e a manuais, com

alguma dificuldade, no primeiro andar, o museu dispõe de casas de banho acessíveis. Depois do Museu da Mari-nho, descontraia um pouco visitando o Centro Cultural de Belém (CCB). Um edifício moderno e acessível, com casas de banho totalmente adaptadas, no entanto, alguns elevadores de escada foram apenas equacinados para cadei-ras manuais, não conseguindo elevar algumas cadeiras.

Durante a tarde, visite a Baixa A baixa de Lisboa foi alvo de obras por forma a criar as acessibilidades que eram necessárias. Continua com alguns problemas, nomeadamente em relação a casas de banho acessíveis. Se dese-jar almoçar, aconselhamos uma das esplanadas da Rua das Portas de Santo Antão (esplanadas acessíveis, sem casa de banho adaptada) ou o Hard Rock Café, na Praça dos Retauradores (casa de banho acessível). Depois do almoço visite a praça dos restauradores que é totalmente acessível, com passeios rebaixados, e caso se desloque de carro fique a saber que o parque de estacio-namento tem lugares reservados para carros identificados como pertencentes a pessoas com deficiência.Outras zonas a não perder:

- Rua Das Portas de Santo Antão (M/E) Rua totalmente pedestre, com muitas esplanadas onde é possível almoçar, ver o teatro Politeama ou o

Coliseu de Lisboa- Praça D. Pedro IV – Rossio (M/E)Totalmente acessível com passeios rebaixados. Entrada na recém reno-vada estação de Comboios tb possi-vel.- Praça da Figueira (M/E) Total-mente acessível com passeios rebai-xados - Rua Augusta (M/E) Pedestre na sua maioria, não tem passeios rebai-xados na Rua da Conceição, Rua de São Julião e na Rua do Comércio- Largo de São Domingos (M/E)Totalmente pedestre e acessível - Igreja de São Domingos (M/E)Acessível nos corredores laterais da nave principal

Aconselhamos ainda uma pequena volta a partir do Rossio, passando pela Praça da Figueira, Largo de São Domingos, Rua das Portas de Santo Antão, Praça dos Restauradores e de volta ao Rossio. Do Rossio podemos igualmente descer pela Rua Augusta com destino à Praça do Comércio. Pelo caminho sugerimos uma subida ao elevador de Santa Justa (miradouro). A volta tem que ser feita pelo elevador.Ao Jantar sugerimos uma noite de Fados no restaurante Luso, em pleno Bairro Alto. (M/E) Visto estar situado numa das entradas do Bairro Alto, per-mite uma circulação facil em cadeira de rodas. À entrada tem um pequeno degrau de cerca de 5 cms o qual é trans-ponivel com alguma ajuda.

Jerónimos Encerra à Segunda-feira e também nos feriados nacionais de: 1 de Janeiro; Domingo de Páscoa; 1 de Maio e 25 de Dezembro // Claustros e dependências: Adultos: € 6; Portadores de deficiência, mediante comprovação: € 3Museu de Marinha Das 10.00 às 17.00 horas (01 Out / 31 Mar) Das 10:00 às 18:00 horas (01 Abr / 30 Set) Adultos: €3CCB Museu Colecção Berardo (Aberto todos os dias e Entrada Gratuita)Hard Rock Café 2ª - Dom 12h – 02h Entre 15/30 € por pessoaRestaurantes da Rua das Portas de Santo Antão Preço médio: 10 € por pessoa sem bebidas.Restaurante Luso Preço médio: 50€ a la carteElevador de Santa Justa 1.40 €

Legenda ( M/E) M – Acessível a cadeiras de rodas manuais E – Acessível a cadeiras de rodas eléctricas

Informações fornecidas pela Accessible Portugal.

www.accessibleportugal.com [email protected] Tel.: (00351) 21 720 31 30 Fax.: (00351) 21 720 31 39

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PORTU AL SEM BARREIRAS

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A Acessibilidade em PortugalA acessibilidade é um conceito nuclear na problemática da inclusão ao promover a igualdade de oportunidades e a participação social através das transformações que opera no meio físico (progressivamente alargadas às áreas dos transportes e das comunicações), tendo em consideração as múltiplas vertentes da diversidade humana, seja dimensional, perceptiva, motora ou cognitiva.

Por Carlos Pereira e José Madeira Serôdio, técnicos do Gabinete de Investigação e Desenvolvimento e do Gabinete de Apoio Técnico do Instituto Nacional de Reabilitação, I.P.

A acessibilidade deve ser entendida como a interacção universal com o meio físico ou com os objectos e sig-nificar antes do mais, a facilidade na aproximação, no trato ou na obtenção. “A acessibilidade tem que ser para todos os cidadãos, a qualidade que permite a qualquer pessoa comunicar, compreender ou alcançar o que neces-sita, em qualquer ambiente.” (in Aces-sibilidade para a Igualdade de Oportu-nidades – Guia de Boas Práticas – pp15 – SNRIPD.

É nesta perspectiva que tendo-se presente a promoção da acessibilidade

não deveremos apenas pensar nas pes-soas com deficiência, mas um leque cada vez mais abrangente de cidadãos.

Numa Europa em que o número esti-mado de pessoas com deficiência é de 38 milhões de pessoas e em Portu-gal de 905.488 (9,16% da população nacional), de acordo com os dados do Inquérito Nacional realizado por amos-tragem em 1995, embora o Censos 2001, realizado pelo Instituto Nacional de Estatística a nível nacional, tenham sido identificadas cerca de 640.000 pessoas com deficiência (6,13%). Mas estes números são potenciados quando se incluem pessoas com mobilidade condicionada e pessoas com mais de 65 anos de idade.

Com as questões da acessibilidade deseja-se a criação de um ambiente confortável, seguro, que propor-cione informação eficaz, e onde seja fácil comunicar, aceder e circular, facilitar a vida de todos os que, por motivo de deficiência ou incapacidade, têm a sua mobilidade e a sua participa-ção activa na vida da sociedade condi-cionadas por múltiplas barreiras.Portugal na esteira dos documentos internacionais produzidos desde 1993, de que se destacam:

- Em 1993 as Nações Unidas decla-ram que os serviços, as activida-des, a informação e a documentação devem estar disponíveis para todos (Normas sobre Igualdade de Opor-tunidades para Pessoas com Defi-ciência).

- Em 2001, o Conselho da Europa consagra o direito à autonomia na acessibilidade, rejeitando a visão tradicional da dependência de tercei-ros, passando a reconhecer-se como direito fundamental do cidadão a acessibilidade ao meio edificado, à informação e à comunicação.- Em 2006 as Nações Unidas apro-vam a “Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pes-soas com Deficiência”, subscrita por Portugal em 2007, estando prevista a sua ratificação durante o corrente ano, que preconiza no seu Artigo 9º a tomada de muitas medidas relativas à acessibilidade, abordando aspectos como barreiras arquitectónicas inter-nas e externas, comunicação, tele-comunicações, linguagem, acesso à informação, transporte, habitação, etc.- O Plano de Acção Europeu para 2008-2009 que definiu a acessibi-lidade como uma prioridade para a inclusão activa e acesso a todos os direitos, tem adoptado variada legis-lação nesta área.

Os diplomas mais relevan-tes para as áreas da Aces-sibilidade são:

- a Lei de Bases da Prevenção, Habi-litação, Reabilitação e Participação das Pessoas com Deficiência (Lei nº 38/2004, de 18 de Agosto), que nos artigos 32º, 33º, 42º e 44º foca a obrigação do Estado providenciar

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acessibilidade ao meio físico, aos transportes e à sociedade de infor-mação, no âmbito da “promoção de uma sociedade para todos através da eliminação de barreiras e da adopção de medidas que visem a plena par-ticipação das pessoas com deficiên-cia” (alínea d) do Artigo 3º);- a Lei nº 46/2006, de 28 de Agosto, que, ao punir e proibir discrimina-ção, directa e indirecta, vem reforçar a indispensabilidade da existência de meios edificados e transportes aces-síveis e, quanto às barreiras à infor-mação e à comunicação;- o Decreto-Lei nº 163/2006, de 8 de Agosto, que revoga o Decreto-Lei nº 123/97, de 22 de Maio (diploma que apesar das muitas fragilidades que lhe foram apontadas, permitiu uma apreciável mudança de menta-lidades e de filosofia e ainda a cria-ção de condições de acessibilidade em edifícios públicos e que recebem público, bem como na via pública. Este diploma tornou possível, passa-dos 9 anos sobre a sua entrada em vigor, o alargamento do regime da acessibilidade aos edifícios habita-cionais);- a Resolução do Conselho de Minis-tros nº 120/2006, de 21 de Setembro, alterada pela Resolução do Conselho de Ministros nº 88/2008, de 29 de Maio, que aprovou o PAIPDI - Plano de Acção para a Integração das Pes-soas com Deficiências ou Incapaci-dade ( que estabelece um conjunto de medidas e de acções, que, numa perspectiva de transversalidade e de envolvimento de todos os agen-tes, públicos e privados, procuram contemplar as várias áreas da aces-sibilidade: meio edificado e espaços públicos, transportes e tecnologias de informação e comunicação); e- a Resolução do Conselho de Minis-tros nº 9/2007, de 17 de Janeiro, que aprovou o PNPA – Plano Nacional de Promoção da Acessibilidade (que constitui um instrumento estruturante das medidas que visam a melho-ria da qualidade de vida de todos os cidadãos e, em especial, a realização dos direitos das pessoas com neces-sidades especiais, e procede à siste-matização de um conjunto de acções para proporcionar às pessoas com mobilidade condicionada ou difi-

culdades sensoriais, a autonomia, a igualdade de oportunidades e a par-ticipação social. Definindo um con-junto de linhas, medidas e acções a implementar até 2010 (estando pre-vista a sua prorrogação até 2015), assentes em 6 grandes áreas de actu-ação: sensibilizar, informar e formar; assegurar a acessibilidade no espaço público e no meio edificado; promo-ver a acessibilidade nos transportes; apoiar a investigação e a cooperação internacional; fomentar a participa-ção; e assegurar a aplicação, o con-trolo e a coordenação).

Decorrendo da aplicação do PAIPDI e do PNPA, podemos hoje assinalar o desenvolvimento dos projectos “Praia Acessível Praia para Todos” e “Escola Alerta”, bem como os estudos sobre sinaléctica para cegos, já em imple-mentação nas estações do Metro de Lisboa e REFER.

Outras medidas facilitadoras da acessibilidade nos transportes em comboio, em autocarro, em avião, em barco, em viatura particular e em táxi têm sido objecto de análise e aplica-das oportunamente.

Ainda no campo das boas práticas em curso parece importante mencio-nar a melhoria no transporte porta a porta, a acessibilidade nos metropoli-tanos, os sistemas de informação pró-ximos do GPS em ensaio no Metro do Porto, a acessibilidade às ATM e às máquinas de bilhética, as medidas para que o turismo seja cada vez mais uma actividade em que o livre acesso e fruição de todos os espaços seja uma realidade, a acessibilidade electrónica como via de integração de muitas pes-

soas com incapacidades ao nível da comunicação.

Podemos ainda salientar os esfor-ços já empreendidos na legendagem, na língua gestual e na áudio-descrição nos diversos canais televisivos, assim como as acções de desenvolvimento da informação em suportes alternati-vos e aumentativos.

Grande importância têm também a criação dos Prémios de Acessibilidade e a edição de manuais técnicos e suportes multimédia para divulgação e promoção da aplicação do conceito de Desenho Universal.

Como aspectos eminentemente prá-ticos cabe-nos referir a intensificação da participação do Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P., no acompa-nhamento dos planos municipais de ordenamento do território, na inte-gração em iniciativas de grande ino-vação como sejam os casos da pre-venção de acidentes rodoviários no âmbito da Autoridade Nacional para a Segurança Rodoviária, ou na criação da Ecovia do Algarve.

Trata-se de um conjunto significa-tivo de actuações, demonstrativo da abrangência dos temas da acessibili-dade, cuja referência sucinta ajudará certamente a melhor entender o impe-rativo de uma acessibilidade urgente-mente para todos.

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Tecnologias para a InclusãoCom perto de vinte anos de actividade ininterrupta no combate à solidão e à exclusão social, escolar e profissional de cidadãos com necessidades especiais, a PT, hoje através da sua Fundação, tem promovido e apoiado várias iniciativas, projectos e programas que visam a melhoria da qualidade de vida destas pessoas.

Entre as diversas tecnologias desen-volvidas e subsidiadas pela Fundação PT destaco a PT TeleAula que ao per-mitir que os alunos impedidos de se deslocar à sala de aula o possam fazer em tempo real. Desde 1995, foram abrangidos cerca de 400 alunos, con-siderando aqueles que frequentaram as aulas a partir de casa ou do hospi-tal. A sua participação activa na sala de aula, além de permitir o seu desen-volvimento curricular, promove a sua socialização e sociabilização, sendo a componente humana imprescindível e determinante para o sucesso dos pro-jectos de inclusão escolar: não basta ter a tecnologia e recursos financei-ros, é capital ter, para além de uma boa gestão, pessoas sensíveis, informadas e formadas.

No contexto da formação, e supor-tado na plataforma de e-learning da PT Inovação, criámos o projecto FELIS – Formação e E-Learning para a Inclu-são Social que permitirá que todos os nossos parceiros para o desenvol-vimento social possam beneficiar os seus técnicos de programas de forma-ção à distância. Neste âmbito realço a parceria transnacional estabelecida no quadro do Programa Leonardo com a APPACDM de Lisboa: Net Mentor,

que visa a adaptação de programas de mentoria já testados com vista a apoiar a inclusão profissional de pessoas com deficiência cognitiva. Resumindo o que se pretende é criar as bases para uma experiência piloto na APPACDM de mentoria para técnicos e voluntários para melhorar os processos de inclusão profissional das pessoas com deficiên-cia mental, numa lógica de e-learning.

Finalmente, com o desenvolvi-mento de tecnologias de apoio para o acesso ao computador e à síntese de voz, como é o caso do PT Minha Voz GRID 2, criam-se as condições para que pessoas com disfunção neu-romotora, deficiência mental ou na fala acedam ao computador e conse-quentemente à SI, bem como à fala

através da voz sintetizada de quali-dade quase humana. Com a utilização destes softwares e outras tecnologias de apoio, estas pessoas podem p.e. escrever, ou criar uma segunda vida no Second Life como modo de desen-volvimento das suas competências, ou ainda estudar, ou simplesmente diver-tir-se. Realço pela actualidade do caso a Rosário Sarabando que acabou de editar um livro intitulado: “Quero ver o meu Filho Crescer”.

Se por um lado a Fundação PT sub-sidia um conjunto alargado de ser-viços e equipamentos, listados nas ajudas técnicas, designados Solu-ções Especiais PT e tmn, que podem ser adquiridos em qualquer Loja do grupo PT, por outro tem em funciona-mento dezenas de Centros de Recur-sos para a Inclusão Digital de Pessoas com Deficiências e Incapacidades ao abrigo de diversos protocolos, desta-cando-se os Projectos: Estrela, Urano e ASTRO, respectivamente a funcio-nar nas Associações de Paralisia Cere-bral, que constituem a sua Federação, nas Associações de Pais e Amigos do Cidadão com Deficiência Mental que integram a Federação Humanitas e em 25 escolas distribuídas pelo País, tal como definido no protocolo estabe-lecido com a Direcção de Inovação e Desenvolvimento do M.E.

Em suma, o que nos move é a con-vicção de que é crucial a PT contribuir de forma activa para o desenvolvi-mento social das pessoas em desvan-tagem, e que as TIC e as telecomuni-cações desempenham um papel vital no processo de inclusão.

Por Clara Cidade Lains, directora de Info-Excusão e Necessidades Especiais da Fundação Portugal Telecom

Desenvolvimento de tecnologias de apoio para o acesso ao computador e à síntese de voz cria condições para que pessoas com disfunção neuromotora, deficiência mental ou na fala acedam ao computador e consequentemente à SI.

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AMBIENTE

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Avaliação Ambiental Estratégica em debateA 3ª Conferência Nacional de Avaliação de Impactes (CNAI'08) realizou-se de 22 a 24 de Outubro de 2008, em Beja. Dedicado ao tema «Pós-Avaliação: Mito ou Rea-lidade?», este evento foi promovido pela Associação Portuguesa de Avaliação de Impactes (APAI), em parceria com a Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estrutu-ras do Alqueva, S.A. e o Instituto Politécnico de Beja. Contou com a presença de 180 participantes e nestes 3 dias foi possível assistir a: 13 sessões técnicas, bastante participadas; 8 oradores convidados, com relevância; 41 comunicações téc-nicas, de elevada qualidade; 26 posters, diversificados e ape-lativos.

O grande debate da CNAI'08 foi a Pós-Avaliação, tendo sido apresentadas diversas comunicações que responderam ao mote lançado. A Avaliação Ambiental Estratégica foi uma das temá-ticas mais debatidas. A Água e o Património Cultural foram outros temas discutidos, com a apresentação de diversos casos de estudo. Foi ainda promovida uma sessão dinâmica a res-ponder à questão: “Informar e participar com impacte. Como conseguir?”.

Privilegiando esta conferência o debate técnico, foi também espaço para momentos menos formais. Assim, realizaram-se 2 visitas técnicas integradas nas obras em curso do Empreendi-

mento de Fins Múltiplos de Alqueva: uma às infra-estruturas hidráulicas; outra a sítios arqueológicos em escavação. A des-tacar ainda o jantar da Conferência, onde, para além da gas-tronomia e do humor do contador de histórias Serafim, foram entregues:

· o «Prémio Resumo Não Técnico 2008», promovido pela 2ª vez pela APAI com o apoio das autoridades de AIA, que dis-tinguiu o documento elaborado pela VISA, Lda para o pro-ponente PEDRAMOCA, referente à Pedreira «Vale da Rel-vinha»;· o «Melhor Poster CNAI’08», atribuído pela Comis-são Científica desta conferência ao Poster “Avaliação de Impacte Ambiental: o processo de pós-avaliação na LIPOR II”, da autoria de Paula Mata e Miguel Coutinho (Instituto do Ambiente e Desenvolvimento) e Carlos Borrego (Uni-versidade de Aveiro).

Por Ana Cerdeira, vice-presidente da APAI e membro da Comissão Organizadora da CNAI’08

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SEGUROS DE SAÚDE

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Uma escolha informada

Na ausência de respostas do sistema nacional de saúde ou como complemento ao mesmo, existem inúmeros seguros de saúde. A escolha torna-se difícil. Em causa estão diferentes planos, múltiplas coberturas e diversos valores, mas uma única questão: a saúde.

Em Portugal o número de pessoas com seguro de saúde teve um cresci-mento exponencial nos últimos anos. Particulares e empresários valorizam cada vez mais a opção dos seguros de saúde. Uns como forma de preve-nir determinadas situações e outros como forma de motivar os seus cola-boradores. Estes seguros permitem aceder de uma forma rápida a con-sultórios médicos, hospitais, clínicas e centros de exames privados.

Uma das seguradoras que pode ser uma opção é a MultiCare. Com dife-rentes planos para famílias e empre-sas, a MultiCare dá aos seus Clientes acesso à maior rede privada de cui-dados de saúde em Portugal, com um total de mais de 10 mil prestadores,

dos quais 66 são hospitais e 73 clíni-cas cirúrgicas.

Nesta seguradora existem vários planos adequados a todo o tipo de casos, possibilitando aos seus Clien-tes a escolha do programa ideal de acordo com as suas necessidades.

A MultiCare

Apresentando actualmente uma quota de mercado de 34% do mercado de seguros de saúde em Portugal, o actual número de clientes é 555 mil pessoas, número que aumentou 8 vezes desde 2000. A somar ao gradual aumento, contribuíram de forma excepcional para esta evolução a integração da carteira da Companhia de Seguros Fidelidade, em 2001, que fez com que os clientes passassem de 69 mil para 181.400 e também a integração da carteira de clientes Império Bonança em 2006, que se traduziu num aumento de 270.000 para 520.000 clientes. Os Seguros de Saúde MultiCare são comercializados na Fidelidade Mundial, Império Bonança, Caixa Geral de Depósitos e nas Estações dos Correios de Portugal.

Aliado a isto, existem ainda os ser-viços complementares, como o apoio domiciliário, estâncias termais, ópti-cas, health clubs, entre outros.

Associando esta experiência de gestão de seguros de saúde, à inova-ção e à mudança, são criados sempre

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que oportunos novos produtos e ser-viços, por forma a responder melhor às diferentes necessidades.

Os novos seguros MultiCare apresentam os capitais mais elevados do mercado, um leque completo de coberturas inovado-ras, principalmente se tivermos em conta que algumas só estavam disponíveis até agora em seguros de grupo, como os Medicamen-tos e as Próteses e Ortóteses.

Também a cobertura de Terapêuti-cas Não Convencionais vem dar res-posta a um número cada vez maior de pessoas que recorrem a soluções alternativas à medicina tradicional. Aliás, esta realidade já se começou a reflectir há algum tempo na legis-lação, que reconhece algumas destas

terapêuticas como a Osteopatia, Homeopatia, Fitoterapia, Quiropa-xia, Acupunctura.

É de destacar também o actual plano criado para Doenças Graves, um seguro indicado para quem se

preocupa com doenças mais graves que possam ocorrer e para as quais são necessárias respostas rápidas e eficazes, mas dispendiosas. A ten-dência da população portuguesa para as doenças cardiovasculares e a crescente incidência dos casos de cancro são preocupações que levam as pessoas a optarem por este tipo de seguro indicado para quem se pre-vine principalmente para as situações de maior gravidade.

BasicCare: Cartão de SaúdeO BasicCare é um conceito diferente do tradicional seguro de saúde porque se apresenta em forma de cartão de acesso aos serviços de toda a Rede BasicCare, a preços controlados, para cuidados de saúde em Ambula-tório, Estomatologia, Parto, Serviços de Assistência Domiciliária e Servi-ços Complementares, de acordo com a modalidade escolhida. O Cliente simplesmente marca as consultas ou outros serviços e paga directamente ao prestador.

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SAÚDE

Células Estaminais

Um Seguro de vida biológicopara proteger o futuro dos seus filhos

O seu grande interesse e crescente importância devem-se ao facto de serem células imaturas que se podem “transformar” em células específicas dos vários tecidos de um organismo humano. Por esta razão, podem ser utilizadas para substituir células que não estão a desempenhar a sua função ou que estão a morrer e, desta forma, permitem tratar vários tipos de doen-ças. É aqui que podemos classificar a sua criopreservação como um “seguro de vida biológico”.

Criada em 2003 por profissionais e empresas da área da saúde, a Crio-estaminal é hoje a referência sempre que se fala da criopreservação de célu-las estaminais do sangue do cordão umbilical dos recém-nascidos. Como empresa pioneira nesta área e com uma posição líder no mercado ibérico, sendo já a 3ª maior empresa a nível europeu, a Crioestaminal aposta na

É na gravidez que maiores dúvidas se levantam sobre o que é melhor para o futuro dos seus filhos, sobretudo, no que toca ao futuro da sua saúde. As células esta-minais representam hoje um dos temas importantes na gestação do bebé e, sem dúvida, uma das grandes decisões para os futuros pais.

criação e diversificação de serviços e nos projectos de investigação e desen-volvimento.

Até ao momento, já são mais de 25 mil o número de pais que aderi-ram a esta técnica na perspectiva de protegerem o futuro dos seus filhos recorrendo a este “seguro de vida biológico”. Esta realidade confirma a solidez, experiência, qualidade e segu-rança que a Crioestaminal cumpre ao serviço da saúde e que a tornam a refe-rência no momento de optar pela crio-preservação de células estaminais do sangue do cordão umbilical.

A Crioestaminal é a entidade de criopreservação pioneira e líder em Portugal no isolamento e criopre-servação de células estaminais com a certificação em Gestão de Qualidade ISO 9001:2000 pelo grupo internacio-nal TÜV Rheinland, líder em certifica-ção, inspecção e formação.

Actualmente, a utilização de células estaminais centra-se na área da hema-to-oncologia, mas está a ser investi-gada, em todo o mundo, a sua utili-zação em doenças como enfarte do miocárdio, lesões vasculares, diabetes, AVC e muitas outras. Estão, também, em curso diversos estudos tendo em vista o desenvolvimento de méto-dos que permitam a multiplicação das células estaminais e o alargamento do seu leque de aplicações clínicas.

O primeiro transplante com células estaminais do sangue do cordão umbi-lical, criopreservadas num laboratório privado em Portugal data de Fevereiro

de 2007. A operação realizou-se com uma criança de 14 meses, cujos pais tinham guardado o sangue do irmão na Crioestaminal. O IPO do Porto recorreu às células estaminais quando foi diagnosticado à criança uma imu-nodeficiência combinada severa. O transplante foi realizado com sucesso, tendo a criança registado melhorias significativas. A Crioestaminal é a única empresa de criopreservação com transplantes realizados em Portugal.

Os pais interessados em usufruir do serviço de criopreservação de células estaminais do sangue do cordão umbi-lical devem adquirir um Criokit, que deve ser levado para a sala de parto, aquando do nascimento do bebé. Este Criokit contém todo o material neces-sário para efectuar a recolha do sangue do cordão umbilical e pode ser adqui-rido nas instalações da Crioestaminal, por telefone ou pela internet. É acon-selhável efectuar a aquisição do Crio-kit com uma antecedência mínima de pelo menos um mês antes da data pre-vista para o parto. Aconselhe-se com o seu médico ou contacte a Crioestami-nal através do telefone 231 410 900, ou pela internet através do site www.crioestaminal.pt.

A partir de 15 de Novembro até ao dia 25 de Dezembro ao adquirir um Criokit estará também a ajudar a Fundação do Gil e o seu projecto Casa do Gil, pois por cada novo cliente a Crioestaminal irá doar 5€ para este projecto.

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Texto: Luís António Patraquim

AO VIVO

Bailado

A magia do CisneNuma floresta mágica encon-

tra-se escondido um belo lago – o lendário Lago dos Cisnes. É aqui que o Príncipe Siegfried desco-bre um gracioso cisne branco – e fica encantado pela sua beleza. Só mais tarde vem a descobrir que o cisne é na verdade a adorável Princesa Odette. Três anos antes, o perverso feiticeiro Rothbarth lançou um feitiço terrível, que a mantém prisioneira na forma de um cisne. Mas a maldição nunca será quebrada, a menos que a Princesa aceite casar com o feiticeiro.

Este é o enredo de “O Lago dos Cisnes”, bailado intem-poral composto por Tchaikovsky em 1876 em Paris, por encomenda do Teatro Bolchoi em Moscovo.

É a vez de Portugal ver este famoso bailado dançado por uma das mais prestigiadas companhias de ballet da Rússia, o Ballet Imperial Russo, actualmente dirigido por Gidiminas Taranda ex-solista do Teatro Bolchoi. Uma produção de requinte, cenários e guarda-roupa de grande qualidade, solistas e corpo de baile treinados no estilo da escola Vaganova dão a esta produção o nível exigível para interpretar este clássico do bailado.

De 20 a 29 de Novembro, o “Lago dos Cisnes” vai estar em digressão por Portugal e vai passar por Leiria, Lisboa, Porto, Coimbra, Aveiro, Braga, Faro e Covilhã.

Festival

A imagem encontra o palco

No dia 29 de Outubro foi inaugurada a 6ª edição do Festival Temps D’images. Este Festival, em Portugal produzido pela DuplaCena em co-pro-dução com o CCB, realiza, produz e apresenta há já cinco anos, criações que resultam do cruza-mento de diferentes linguagens artísticas, como a perfor-mance e o cinema, as artes visuais e a música, a ficção e a dança, proporcionando aos participantes um trabalho em rede e um meio privilegiado para o desenvolvimento do seu trabalho criativo, assegurando a circulação das suas obras e o encontro e colaboração entre produtores e artis-tas. A programação do Festival, que estará em cena até 17 de Novembro, pode ser consultada em:

www.tempsdimages-portugal.com

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