Destaques ........................................... páginas 1 a 3

Campanha de associação ........................... página 4

Jornadas Brasilcon ..................................... página 4

Eventos ...................................................... página 5

Lançamentos Editoriais .............................. página 5

Depoimento de associado .......................... página 5

Arti go ........................................................ página 6

ANO 2016 - Nº 2|

XIII CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITO DO CONSUMIDOR

Nesta EdiçãoA 13ª edição do Congresso Brasileiro de Direito do Consumidor foi realizada no período de 01° a 04 de maio, no Hotel Bourbon, em Foz do Iguaçu (PR), sob o tema central 25 anos de vigência do Código de Defesa do Consumidor – Responsabilidade e Éti ca. Cerca de 800 pessoas, entre magistrados, promotores de justi ça, defensores públicos, advogados públicos e privados, membros de Procons e de enti dades de defesa do consumidor de todo o país presti giaram o evento.

Além de conferências e diversos painéis simultâneos, ao longo dos quatro dias de Congresso ocorreram o IV Concurso de Monografi as, a sessão de Apresentação de Teses Independentes, o Workshop do Brasilcon Acadêmico e o Prêmio Ada Pellegrini Grinover de obras jurídicas.

Paralelamente ao programa do evento, foram realizados o curso de aperfeiçoamento para magistrados em direito do consumidor da Escola Nacional de Formação de Magistrados (ENFAM), bem como as reuniões da coordenação da Revista de Direito do Consumidor (RDC) e dos Defensores Públicos de defesa do consumidor. Workshop do Brasilcon Acadêmico

Solenidade de Abertura do XIII Congresso Brasileiro de Direito do Consumidor

Apresentação de Teses Independentes

Curso de aperfeiçoamento para magistrados em direito do consumidor da ENFAM

Reunião dos Defensores Públicos de defesa do consumidor

Informati vo BRASILCON2

PREMIAÇÕESTradicionalmente, ao longo de seus congressos

bienais, o Brasilcon promove o Concurso de Monografi as, a Apresentação de Teses Independentes e o Prêmio Ada Pellegrini Grinover.

Em sua IV edição, o Concurso de Monografi as premiou os três melhores classifi cados na categoria profi ssional, Lúcia Souza d’Aquino, Frederico Oliveira Maria e Carolina Cunha e Silva, com associação ao Brasilcon com direito à Revista de Direito do Consumidor por dois anos; associação ao Brasilcon com

COMISSÃO DE PROFESSORES DE DIREITO DO CONSUMIDOR DO BRASILCON

Durante o XIII Congresso Brasileiro de Direito do Consumidor, na Assembleia Geral, foi criada a Comissão de Professores de Direito do Consumidor do Brasilcon. A fi nalidade precípua da Comissão consiste em reunir os docentes que ministram esta disciplina no Brasil, unindo esforços e promovendo

troca de experiências, além do desenvolvimento de projetos de pesquisa comuns.

Você, associado, que é professor de Direito do Consumidor, está convidado a fazer parte desta Comissão. Entre em contato com a secretaria do Insti tuto, pelo e-mail: secretaria@brasilcon.org.br.

DESTAQUES

Obra vencedora do Prêmio Ada Pellegrini Grinover

direito à Revista de Direito do Consumidor por um ano; e um pacote com três livros da coleção “Biblioteca de Direito do Consumidor – Editora Revista dos Tribunais”, respecti vamente. O vencedor da categoria estudante, Matheus Pereira Rocha, tornou-se associado do Brasilcon por dois anos, com direito ao recebimento das Revistas de Direito do Consumidor publicadas nesse período.

Já o prêmio Ada Pellegrini Grinover, concedido a melhor obra inédita, de autoria individual ou coleti va, editada no Brasil nos últi mos dois anos e que tenha por escopo o exame técnico-doutrinário de tema objeto do direito do consumidor, teve como vencedora a obra “Superendividamento do Consumidor: Mínimo Existencial - Casos Concretos”, publicada em 2015 pela Editora Revista dos Tribunais, de autoria de Káren Rick Danilevicz Bertoncello.

Luciana d’Aquino (no meio) venceu o IV Concurso de Monografi as do Brasilcon, categoria profi ssional.

DIRETORIA ELEITA 2016-2018Presidente - Amanda Flávio de Oliveira

1º Vice-Presidente - Héctor Valverde Santana

2º Vice-Presidente - Fabiana D’Andrea Ramos

Diretor Secretário-Geral - Marlus Keller Riani

Diretora Secretária-Geral Adjunta - Amélia Soares da Rocha

Diretora Financeira - Laura Schertel Mendes

Diretor Financeiro Adjunto - Fábio Torres de Sousa

Diretor de Eventos - Roberto Augusto Castellanos Pfeiff er

Diretora Adjunta de Eventos - Lucia Ancona Lopez de

Magalhães Dias

Diretor da Sede Administrati va - José Augusto de Souza Peres Filho

Diretora Adjunta da Sede Administrati va - Sandra Lima Alves Montenegro

Diretor de Comunicação - Paulo Roberto Roque Khouri

Diretor Adjunto de Comunicação - Diógenes Faria de Carvalho

Diretor de Assuntos Internacionais - Leonardo Roscoe Bessa

Informati vo BRASILCON 3

DESTAQUES

Diretor Adjunto de Assuntos Internacionais - Walter José Faiad de Moura

Diretora da Revista de Direito do Consumidor - Cláudia Lima Marques

Diretora Adjunta da Revista de Direito do Consumidor - Clarissa Costa de Lima

Diretora de Assuntos Legislati vos - Suzana de Toledo Barros

Diretor de Apoio à Advocacia dos Consumidores - Flávio Henrique Caetano de Paula

Diretora Adjunta de Apoio à Advocacia dos Consumidores - Marié Miranda

Diretor para o Mercosul - Vitor Hugo do Amaral Ferreira

Diretora Adjunta para o Mercosul - Luciane Klein Vieira

Diretora de Apoio à Universidade, Pesquisa e Projetos - Rosângela Lunardelli Cavallazzi

Diretor de Apoio à Magistratura - Eladio Luiz da Silva Lecey

Diretor Adjunto de Apoio à Magistratura - Marcus da Costa Ferreira

Diretor de Apoio ao Ministério Público - Plínio Lacerda Marti ns

Diretor Adjunto de Apoio ao Ministério Público - Amauri Arti mos da Matt a

Diretor de Apoio à Advocacia Pública - Daniel Firmato de Almeida Gloria

Diretora Adjunta de Apoio à Advocacia Pública - Daniela Corrêa Jacques Brauner

Diretora de Apoio às Associações de Defesa do Consumidor - Rosana Grinberg

Diretor de Apoio aos Procon´s - Rogério da Silva

Diretor da Comissão Permanente de Responsabilidade Civil do Fornecedor - Guilherme Magalhães Marti ns

Diretora da Comissão Permanente do Consumidor de Crédito – Káren Rick Danilevicz Bertoncello

Diretora Adjunta da Comissão Permanente do Consumidor de Crédito - Sandra Bauermann

Diretor da Comissão Permanente de Controle de Cláusulas Abusivas – Cristi ano Heineck Schmitt

Diretora da Comissão Permanente de Acesso à Justi ça – Maria Lucia Anselmo de Freitas Rêgo

Diretor Adjunto da Comissão Permanente de Acesso à Justi ça - Marcelo Junqueira Calixto

Diretor da Comissão Permanente de Meio Ambiente e Consumidor - Roberto Grassi Neto

Diretor Adjunto da Comissão Permanente de Meio Ambiente e Consumidor - Leonardo de Medeiros Garcia

Diretora da Comissão Permanente de Marketi ng - Suzana Maria Pimenta Catt a Preta Federighi

Diretora da Comissão Permanente de Concorrência - Heloísa Carpena Vieira de Mello

Diretor da Comissão Permanente de Serviços Públicos - Fernando Rodrigues Marti ns

Diretor das Comissões das Câmaras Técnicas - Marcelo Andrade Tapai

Diretora de Planos e Seguros de Saúde - Maria Stella Gregori

Diretora Adjunta de Planos e Seguros de Saúde - Fabiana Rodrigues Barlett a

Diretora da Região Sul - Teresa Cristi na Fernandes Moesch

Diretora Adjunta da Região Sul - Andressa Jarletti Gonçalves de Oliveira

Diretor da Região Sudeste - Antônio Joaquim Fernandes

Diretora Adjunta da Região Sudeste - Mariangela Sarrubbo Fragata

Diretora da Região Nordeste - Joseane Suzart Lopes da Silva

Diretora Adjunta da Região Nordeste - Nícia Olga Dantas

Diretor da Região Norte - Marcelo José Guimarães e Moraes

Diretor da Região Centro-Oeste - Paulo Roberto Binicheski

Coordenador da Comissão de Acompanhamento da Atualização do CDC - Bruno Nubens Barbosa Miragem

Coordenador da Comissão Organizadora da XVI Conferência da IACL - Roberto Augusto Castellanos Pfeiff er

Comissão de Professores de Direito do Consumidor - Lindojon Gerônimo Bezerra dos Santos (Coordenador)

Membros: Cristi ano Heineck Schmitt - Fabiana Rodrigues Barlett a - Marcos Vervloet Dessaune - Angélica Carlini - Luciane Klein Vieira - Fernando Rodrigues Marti ns - Camila Milazott o Ricci - Werson Franco Pereira Rego - Marcelo Junqueira Calixto - Marcos Jorge Catalan - Flávio Murilo Tartuce Silva - Fabíola Meira - Mariangela Sarrubo Fragata - Marcelo Gomes Sodré - Vitor Andrade - Renato Cesar de Araújo Porto - Rosângela Lunardelli Cavalazzi - Fernanda Nunes Barbosa - Leonardo de Medeiros Garcia - Antonia Espíndola Longoni Klee - Daniela Corrêa Jacques Brauner - Marcos Ehrhadt - Walter José Faiad de Moura.

Informati vo BRASILCON4

JORNADAS BRASILCON CDC 25+CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

RENOVE SUA ASSOCIAÇÃO AO BRASILCON - 2016

ASSOCIE-SE AO BRASILCON

O projeto “Jornadas Brasilcon” foi criado no ano de 2012, com o intuito de fomentar eventos dedicados à discussão técnica e jurídica em torno das inovações que eram propostas no Senado Federal para atualização do CDC. Na últi ma gestão, sob a Presidência de Bruno Miragem, o Projeto contou com 29 (vinte e nove) eventos e sua temáti ca central versava sobre as comemorações referentes aos 25 anos do CDC.

Para a gestão 2016-2018, o Projeto passará a denominar “Jornadas Brasilcon CDC 25+” e buscará promover refl exões sobre os desafi os ainda remanescentes na defesa do consumidor do país.

O Manual das Jornadas Brasilcon CDC 25+ já está disponível no site do Insti tuto (http://brasilcon.org.br/arquivos/arquivos/manual-jornadas-brasilcon-cdc-25-versao-fi nal.pdf). Interessados em realizar uma jornada em sua cidade podem entrar em contato com a secretaria do Brasilcon por meio do telefone (61) 3225-4241 ou do e-mail: secretaria@brasilcon.org.br.

Código deDefesa doConsumidor

JORNADAS JÁ CONFIRMADAS PARA 2016

23 de agosto – Brasília/DF

20 e 21 de setembro – São Luís/MA

22 de setembro – Imperatriz/MA

Associe-se ao Brasilcon, receba as Revistas de Direito do Consumidor – a depender da modalidade escolhida –, e torne-se membro deste seleto grupo de profi ssionais e estudiosos de Direito do Consumidor.

Com a associação, além de contribuir para a realização de congressos, acompanhamento de matérias perti nentes nos tribunais superiores e no Congresso Nacional, você passará a receber, durante um ano, seis volumes da Revista de Direito do Consumidor, a mais importante publicação em matéria de Direito do Consumidor da América Lati na.

Acesse o site www.brasilcon.org.br ou faça contato com a secretaria do Insti tuto pelo e-mail secretaria@brasilcon.org.br para realizar sua associação.

Informati vo BRASILCON 5

Entre os dias 16 e 20 de maio, ocorreu, no Teatro Madre Esperança Garrido, em Goiânia (GO), a Jornada Brasilcon Acadêmico, com o tema central “novos tempos, novos direitos”. Iniciati va do Diretor do Brasilcon Diógenes Faria de Carvalho, o evento foi promovido pela Universidade Salgado de Oliveira (Universo), em parceria com o Brasilcon.

A Jornada foi uma das ati vidades da XVI Semana Jurídica e XIV Semana de Práti ca Jurídica da Faculdade Universo e contou com palestras da Presidente do Brasilcon, Amanda Flávio de Oliveira, bem como dos diretores do Insti tuto Diógenes Faria de Carvalho, José Augusto Peres, Marcus da Costa Ferreira e Vitor Hugo do Amaral.

Semana Jurídica da Universo contou com Jornada Brasilcon Acadêmico

EVENTOS

LANÇAMENTOS EDITORIAIS

Obras recebidas pela biblioteca da sede do Brasilcon.

Livro: 25 anos do Código de Defesa do Consumidor. Trajetória e perspecti vas.

Coordenação: Bruno Miragem, Claudia

Lima Marques e Amanda Flávio de Oliveira

Editora: Revista dos Tribunais

Felipe MilanezBusquei minha associação ao Brasilcon em

função da qualidade dos debates e das ações realizadas em prol do fortalecimento dos direitos dos consumidores junto aos Poderes Executi vo, Legislati vo e Judiciário, bem como, em razão da produção cientí fi ca altamente qualifi cada que é esti mulada e divulgada pela associação através da Revista de Direito do Consumidor.

Depoimentos de Associados

Livro: Arbitragem de consumo no direito brasileiro

Coordenação: Elizabeth de Almeida Abreu

Editora: COP Gráfi ca

Informativo BRASILCON6

Proteção de dados pessoais: um projeto de lei para a cidadania digital

ARTIGO

Laura Schertel MendesDoutora em Direito Privado pela Universidade Humboldt de Berlim,

Diretora do Centro de Direito, Internet e Sociedade (CEDIS/IDP), Professora da Escola de Direito de Brasília (IDP) e Diretora do Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor (Brasilcon).

Danilo DonedaDoutor pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Professor

da Faculdade de Direito da UERJ e Consultor do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br)

No dia 11 de maio, após mais de 5 anos de debates, o Projeto de Lei de Proteção de Dados Pessoais foi encaminhado pelo Poder Executivo para o Congresso Nacional, sendo recebido na Câmara dos Deputados como o PL nº 5.276/2016. Tendo passado por duas consultas públicas (nos anos de 2010 e 2015) e obtido cerca de 2000 contribuições da academia, sociedade civil, empresas e setor público, trata-se de um texto maduro, compatível com os padrões atuais da legislação internacional sobre a matéria e em harmonia com a proteção da pessoa no ordenamento jurídico brasileiro. É de se saudar o envio desse importante projeto de lei, apto a modernizar o marco regulatório da privacidade e pavimentar o caminho para a construção de uma verdadeira agenda digital no país.

O projeto visa concretizar o direito fundamental à privacidade e proteção de dados pessoais, indispensável para o exercício da cidadania, da autodeterminação informativa e da proteção da dignidade da pessoa humana na sociedade contemporânea, caracterizada pelo uso cada vez mais intenso de informações por entes públicos e privados. Neste cenário, o cidadão, nos seus mais diversos papéis sociais - como contribuinte, paciente, trabalhador, beneficiário de programas sociais ou como consumidor - tem seus dados processados diuturnamente. A combinação de técnicas automatizadas permite a obtenção de informações sensíveis sobre os cidadãos e a construção de verdadeiros perfis virtuais, que passam a fundamentar a tomada de decisões econômicas, políticas e sociais, criando uma demanda por instrumentos capazes de contrabalancear possíveis abusos.

Um dos precursores e catalizadores de um conceito moderno de privacidade foi certamente o Código de Defesa do Consumidor, que estabeleceu a proteção integral da pessoa nas relações de consumo, seja dos seus interesses econômicos, seja da sua integridade e personalidade. Esta função de induzir e formular novas garantias fundamentais em um ordenamento jurídico foi exercida, conforme se observa pela evolução da temática em outros países, pelos ramos do direito mais afeitos a traduzir novas demandas para a ordem jurídica. O fato desta tarefa caber, no Brasil, ao direito do consumidor, simboliza uma maturidade desta disciplina jurídica e ressalta um renovado vigor do direito privado em ser o primeiro a dar ampla voz a novas liberdade individuais.

A revolução das tecnologias da informação e comunicação apresenta complexos desafios ao direito contemporâneo. A infraestrutura de comunicação e informação perpassa hoje todos os aspectos da vida, o que levou à criação do conceito da onipresença ou ubiquidade dos meios informáticos (ubiquitous computing). Especialmente a digitalização, os sistemas informáticos e a conectividade em rede são responsáveis por essa ubiquidade: smartphones, web semântica, cloud computing, internet das coisas, são algumas

expressões que representam esse fenômeno. Associado à ampliação das formas de comunicação pessoal e pública, de mobilização social, de representação da personalidade e de circulação de conhecimento, ampliaram-se as formas de controle social, de exposição indesejada, de discriminação e de restrição à liberdade individual. Para enfrentar esses desafios cumpre estabelecer, por meio da edição de uma lei geral de proteção de dados pessoais, uma arquitetura regulatória capaz de fazer emergir o tema da proteção de dados pessoais como um verdadeiro pólo de políticas públicas, composto por instrumentos estatutários, sancionatórios, bem como por um órgão administrativo independente, responsável pela implementação e aplicação da legislação. Sem isso, pode-se comprometer tanto a segurança jurídica das atividades empresariais que envolvam o processamento de dados, como a tutela da personalidade dos indivíduos.

Nesse sentido, o PL nº 5.276/2016 é extremamente apropriado para essa finalidade, por estabelecer um marco normativo geral sobre proteção de dados pessoais, cujo âmbito de aplicação abrange os setores privado e público, diante dos quais o cidadão deve possuir a prerrogativa de proteção de seus dados pessoais. O PL estrutura-se em torno de princípios gerais que orientam toda a sua disciplina, quais sejam: os princípios da finalidade, livre acesso, transparência, necessidade, segurança, qualidade dos dados, prevenção e não-discriminação. De extrema relevância é a previsão do consentimento livre e informado como requisito para o tratamento legítimo de dados pessoais, em consonância com a idéia do livre controle do indivíduo sobre os seus dados pessoais. Há também outros casos específicos para a legitimação do tratamento, como nos casos em que há legítimo interesse do responsável pelo tratamento ou quando os dados pessoais forem necessários para a execução de um contrato. Ainda, o projeto de lei atribui aos cidadãos os direitos de acesso, retificação, oposição, bloqueio, cancelamento e dissociação sobre seus próprios dados; além de prever que a tutela dos direitos e garantias deverá ser realizada com o auxílio de uma autoridade competente.

A demanda do cidadão por direitos e garantias sobre os próprios dados, que o projeto de lei procura estruturar de forma sistemática, vem sendo sentida de forma cada vez mais intensa. Similarmente, os setores privado e público também necessitam de regras e limites claros para a utilização de dados pessoais, de forma a obter segurança jurídica em diversos processos que hoje utilizam dados pessoais ou que teriam muito a ganhar se os utilizassem. Com uma legislação geral como a proposta pelo PL nº 5.276/2016, ambas as demandas podem ser atendidas: por um lado, com a atualização da proteção da privacidade de forma que o brasileiro possa gozar efetivamente de uma cidadania digital, e, por outro, por meio da criação de um espaço favorável para a inovação e utilização de dados pessoais dentro de um ambiente de legitimidade e de respeito às escolhas fundamentais do cidadão. Como afirma o mestre italiano Stefano Rodotà, “a proteção de dados constitui não apenas um direito fundamental entre outros: é o mais expressivo da condição humana contemporânea. Relembrar isto a cada momento não é verbosidade, pois toda a mudança que afeta a proteção de dados tem impacto sobre o grau de democracia que nós podemos experimentar.”