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RENOVAMENTO CARISMÁTICO CATÓLICO DIOCESE DO P ORTO ABRIL 2014 NEWSLETTER - EDIÇÃO 33 C AMINHANDO DESTAQUES Excertos da Mensagem do Papa Francisco para o XXIX Dia Mundial da Juventude (13 Abril 2014) Retiro da Quaresma 2014 Ecos da Assembleia de Março Testemunho de Vida - Efusão do Espírito Santo A Rosa e os Espinhos Cantinho do Leitor A Não Esquecer... “(…) Retiro também é silêncio, repouso e oração. Três atitudes necessárias para podermos partir para a ação! (Gen 12,1) “deixa a tua terra, a tua família e a casa de teu pai, e vai para a terra que eu te indi- car”. (…)” (cont. pág. 4) E XCERTOS DA M ENSAGEM DO P APA F RANCISCO PARA O XXIX D IA M UNDIAL DA J UVENTUDE (13 A BRIL 2014) Retiro da Quaresma 2014 “(…) Permanece gravado na minha memória o encontro extraordinário que vivemos no Rio de Janeiro, na XXVIII Jornada Mundial da Juventude: uma grande festa da fé e da fraternidade. (…) Nas margens do mar, Jesus fez ouvir de novo a sua chamada para que cada um de nós se torne seu discípulo missionário, O descubra como o tesouro mais precioso da própria vida e partilhe esta riqueza com os outros, próximos e distantes, até às extremas periferias geográficas e existenciais do nos- so tempo. (…)” (cont. pág. 2)

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RENOVAMENTO CARISMÁTICO CATÓLICO

D IOCESE DO PORTO

ABRIL 2014 NEWSLETTER - EDIÇÃO 33

CAMINHANDO

DESTAQUES

Excertos da Mensagem do Papa Francisco para o XXIX Dia Mundial da Juventude (13 Abril 2014)

Retiro da Quaresma 2014

Ecos da Assembleia de Março

Testemunho de Vida - Efusão do Espírito Santo

A Rosa e os Espinhos

Cantinho do Leitor

A Não Esquecer...

“(…) Retiro também é silêncio, repouso e oração. Três atitudes necessárias para podermos partir para a ação! (Gen 12,1) “deixa a tua terra, a tua família e a casa de teu pai, e vai para a terra que eu te indi-car”. (…)” (cont. pág. 4)

EXCERTOS DA MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA O

XXIX DIA MUNDIAL DA JUVENTUDE (13 ABRIL 2014)

Retiro da Quaresma 2014

“(…) Permanece gravado na minha memória o encontro extraordinário que vivemos no Rio de Janeiro, na XXVIII Jornada Mundial da Juventude: uma grande festa da fé e da fraternidade. (…) Nas margens do mar, Jesus fez ouvir de novo a sua chamada para que cada um de nós se torne seu discípulo missionário, O descubra como o tesouro mais precioso da própria vida e partilhe esta riqueza com os outros, próximos e distantes, até às extremas periferias geográficas e existenciais do nos-so tempo. (…)” (cont. pág. 2)

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PÁGINA 2 CAMINHANDO

EXCERTOS DA MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA O

XXIX D IA MUNDIAL DA JUVENTUDE (13 ABRIL 2014)

«Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do

Céu» (Mt 5, 3)

Queridos jovens,

Permanece gravado na minha memória o encon-

tro extraordinário que vivemos no Rio de Janeiro,

na XXVIII Jornada Mundial da Juventude: uma

grande festa da fé e da fraternidade. (…) Nas mar-

gens do mar, Jesus fez ouvir de novo a sua chamada

para que cada um de nós se torne seu discípulo

missionário, O descubra como o tesouro mais precioso da própria vida e partilhe esta riqueza com os outros, próximos e

distantes, até às extremas periferias geográficas e existenciais do nosso tempo. A próxima etapa da peregrinação interconti-

nental dos jovens será em Cracóvia, em 2016. Para cadenciar o nosso caminho, gostaria nos próximos três anos de reflec-

tir, juntamente convosco, sobre as Bem-aventuranças que lemos no Evangelho de São Mateus (5, 1-12). Começaremos este

ano meditando sobre a primeira: «Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu» (Mt 5, 3); para 2015,

proponho: «Felizes os puros de coração, porque verão a Deus» (Mt 5, 8); e finalmente, em 2016, o tema será: «Felizes os

misericordiosos, porque alcançarão misericórdia» (Mt 5, 7).

1. A força revolucionária das Bem-aventuranças

É-nos sempre muito útil ler e meditar as Bem-aventuranças! Jesus proclamou-as no seu primeiro grande sermão, feito na

margem do lago da Galileia. Havia uma multidão imensa e Ele, para ensinar os seus discípulos, subiu a um monte; por isso

é chamado o «sermão da montanha». Na Bíblia, o monte é visto como lugar onde Deus Se revela; pregando sobre o monte,

Jesus apresenta-Se como mestre divino, como novo Moisés. E que prega Ele? Jesus prega o caminho da vida; aquele cami-

nho que Ele mesmo percorre, ou melhor, que é Ele mesmo, e propõe-no como caminho da verdadeira felicidade. (…) Ao

proclamar as Bem-aventuranças, Jesus convida-nos a segui-Lo, a percorrer com Ele o caminho do amor, o único que con-

duz à vida eterna. Não é uma estrada fácil, mas o Senhor assegura-nos a sua graça e nunca nos deixa sozinhos. (…), se

abrirmos a porta a Jesus, se deixarmos que Ele esteja dentro da nossa história, se partilharmos com Ele as alegrias e os sofri-

mentos, experimentaremos uma paz e uma alegria que só Deus, amor infinito, pode dar. As Bem-aventuranças de Jesus são

portadoras duma novidade revolucionária, dum modelo de felicidade oposto àquele que habitualmente é transmitido pelos

mass media, pelo pensamento dominante. (…) Na lógica deste mundo, aqueles que Jesus proclama felizes são considerados

«perdedores», fracos. (…) Queridos jovens, Jesus interpela-nos para que respondamos à sua proposta de vida, para que

decidamos qual estrada queremos seguir a fim de chegar à verdadeira alegria. Trata-se dum grande desafio de fé. (…) Se

souberdes, vós também, dizer «sim» a Jesus, a vossa vida jovem encher-se-á de significado, e assim será fecunda.

2. A coragem da felicidade

O termo grego usado no Evangelho é makarioi, «bem-aventurados». E «bem-aventurados» quer dizer felizes. Mas dizei-

me: vós aspirais deveras à felicidade? Num tempo em que se é atraído por tantas aparências de felicidade, corre-se o risco

de contentar-se com pouco, com uma ideia «pequena» da vida. Vós, pelo contrário, aspirai a coisas grandes! Ampliai os

vossos corações! (…) Se verdadeiramente fizerdes emergir as aspirações mais profundas do vosso coração, dar-vos-eis con-

ta de que, em vós, há um desejo inextinguível de felicidade, e isto permitir-vos-á desmascarar e rejeitar as numerosas ofer-

tas «a baixo preço» que encontrais ao vosso redor. Quando procuramos o sucesso, o prazer, a riqueza de modo egoísta e

idolatrando-os, podemos experimentar também momentos de inebriamento, uma falsa sensação de satisfação; mas, no fim

de contas, tornamo-nos escravos, nunca estamos satisfeitos, sentimo-nos impelidos a buscar sempre mais. (…) Os jovens

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PÁGINA 3 CAMINHANDO

que escolhem Cristo são fortes, nutrem-se da sua Palavra e não se

«empanturram» com outras coisas. Tende a coragem de ir contra a corrente.

Tende a coragem da verdadeira felicidade! (…)

3. Felizes os pobres em espírito…

A primeira Bem-aventurança, tema da próxima Jornada Mundial da Juventude,

declara felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu. Num tempo

em que muitas pessoas penam por causa da crise económica, pode parecer ino-

portuno acostar pobreza e felicidade. Em que sentido podemos conceber a pobreza como uma bênção? Em primeiro lugar,

procuremos compreender o que significa «pobres em espírito». Quando o Filho de Deus Se fez homem, escolheu um caminho

de pobreza, de despojamento. (…) Jesus é Deus que Se despoja da sua glória. Vemos aqui a escolha da pobreza feita por

Deus: sendo rico, fez-Se pobre para nos enriquecer com a sua pobreza (cf. 2 Cor 8, 9). (…) o conceito hebraico de anawim

(os «pobres de Iahweh»), que evoca humildade, consciência dos próprios limites, da própria condição existencial de pobre-

za. Os anawim confiam no Senhor, sabem que dependem d’Ele. (…) Posto isto, poder-me-íeis perguntar:

Mas, em concreto, como é possível fazer com que esta pobreza em espírito se transforme em estilo de vida, incida concre-

tamente na nossa existência? Respondo-vos em três pontos. Antes de mais nada, procurai ser livres em relação às coisas. O

Senhor chama-nos a um estilo de vida evangélico caracterizado pela sobriedade, chama-nos a não ceder à cultura do consu-

mo. (…) No primeiro lugar, coloquemos Jesus. (…)Confiai em Deus, queridos jovens! Ele conhece-nos, ama-nos e nunca

se esquece de nós. Como provê aos lírios do campo (cf. Mt 6, 28), também não deixará que nos falte nada! (…) Em segun-

do lugar, para viver esta Bem-aventurança todos necessitamos de conversão em relação aos pobres. Devemos cuidar deles, ser

sensíveis às suas carências espirituais e materiais. A vós, jovens, confio de modo particular a tarefa de colocar a solidarieda-

de no centro da cultura humana. (…) Pensemos também naqueles que não se sentem amados, não olham com esperança o

futuro, renunciam a comprometer-se na vida porque se sentem desanimados, desiludidos, temerosos. Devemos aprender a

estar com os pobres. Não nos limitemos a pronunciar belas palavras sobre os pobres! Mas encontremo-los, fixemo-los

olhos nos olhos, ouçamo-los. Para nós, os pobres são uma oportunidade concreta de encontrar o próprio Cristo, de tocar a

sua carne sofredora. Mas – e chegamos ao terceiro ponto – os pobres não são pessoas a quem podemos apenas dar qualquer

coisa. Eles têm tanto para nos oferecer, para nos ensinar. Muito temos nós a aprender da sabedoria dos pobres! (…) De certo

modo, os pobres são uma espécie de mestres para nós. Ensinam-nos que uma pessoa não vale por aquilo que possui, pelo

montante que tem na conta bancária. Os pobres podem ensinar-nos muito também sobre a humildade e a confiança em

Deus. (…)

4. … porque deles é o Reino do Céu

Tema central no Evangelho de Jesus é o Reino de Deus. Jesus é o Reino de Deus em pessoa, é o Emanuel, Deus con-

nosco. E é no coração do homem que se estabelece e cresce o Reino, o domínio de Deus. O Reino é, simultaneamente,

dom e promessa. Já nos foi dado em Jesus, mas deve ainda realizar-se em plenitude. (…) Há uma ligação profunda entre

pobreza e evangelização, entre o tema da última Jornada Mundial da Juventude – «Ide e fazei discípulos entre todas as na-

ções» (Mt 28, 19) – e o tema deste ano: «Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu» (Mt 5, 3). O Se-

nhor quer uma Igreja pobre, que evangelize os pobres. (…) A pobreza evangélica é condição fundamental para que o Reino

de Deus se estenda. As alegrias mais belas e espontâneas que vi ao longo da minha vida eram de pessoas pobres que tinham

pouco a que se agarrar. A evangelização, no nosso tempo, só será possível por contágio de alegria. Como vimos, a Bem-

aventurança dos pobres em espírito orienta a nossa relação com Deus, com os bens materiais e com os pobres. À vista do

exemplo e das palavras de Jesus, damo-nos conta da grande necessidade que temos de conversão, de fazer com que a lógica

do ser mais prevaleça sobre a lógica do ter mais. Os Santos são quem mais nos pode ajudar a compreender o significado pro-

fundo das Bem-aventuranças. Neste sentido, a canonização de João Paulo II, no segundo domingo de Páscoa, é um aconte-

cimento que enche o nosso coração de alegria. Ele será o grande patrono das Jornadas Mundiais da Juventude, de que foi o

iniciador e impulsionador. E, na comunhão dos Santos, continuará a ser, para todos vós, um pai e um amigo.

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PÁGINA 4 CAMINHANDO

No próximo mês de Abril, tem lugar também o trigésimo aniversário da entrega aos jovens da Cruz do Jubileu da Reden-

ção. Foi precisamente a partir daquele acto simbólico de João Paulo II que principiou a grande peregrinação juvenil que,

desde então, continua a atravessar os cinco continentes. Muitos recordam as palavras com que, no domingo de Páscoa do

ano 1984, o Papa acompanhou o seu gesto: «Caríssimos jovens, no termo do Ano Santo, confio-vos o próprio sinal deste

Ano Jubilar: a Cruz de Cristo! Levai-a ao mundo como sinal do amor do Senhor Jesus pela humanidade, e anunciai a todos

que só em Cristo morto e ressuscitado há salvação e redenção». (…) FRANCISCO

(Retirado de: http://www.agencia.ecclesia.pt)

O retiro da Quaresma realizou-se nos dias 21 a 23 de Março, na Apúlia, tendo

sido orientado pelo Sr. Dom João de Miranda que nos acolheu com ternura de Pas-

tor. Aqui ficam alguns dos momentos e reflexões partilhadas neste retiro.

No primeiro encontro o Sr. Dom João começou por dizer: « Retiro não é para

aprender muitas coisas! Retiro é sobretudo encontro com Deus, consigo, com o

outro, com a natureza e com a conversão. (…) “ Entra no teu quarto e ora ao

Pai”. (…) Retiro convida ao silêncio, à reconciliação. Reconciliação, é sacramento

de cura, sacramento que cura a alma e o corpo. (…) Precisamos ter uma fé ativa!

não adianta dizer simplesmente eu creio: é necessário um crer convicto.» Com es-

tas sábias palavras, ensinou-nos uma oração: «Devemos rezar uns pelos outros. Para

tal, podemos usar a oração dos dedos que nos ensina o Papa Francisco.

1º.O polegar é o dedo mais próximo de ti. Começa a orar por aqueles que te são

mais próximos… Orar pelos nossos ente queridos é «uma doce obrigação»

2º. O dedo seguinte é o indicador. Ora por aqueles que ensinam, instruem e

curam. Isso inclui mestres, professores, médicos e padres. Eles necessitam do apoio e da sabedoria para indicar a direção

correta.

3º O dedo médio é o dedo mais alto. Ele lembra-nos os nossos lideres.... Precisámos rezar por eles. Estas pessoas preci-

sam da orientação de Deus.

4º É o dedo anelar. ...Este dedo deve lembrar-nos de rezar pelos mais fracos, com problemas e/ou, prostrados pela do-

ença.....Também devemos orar pelos casamentos.

5º E, finalmente,o dedo mindinho. É o menor de todos, que é a forma como nos devemos ver diante de Deus e dos

outros. Como a Bíblia diz, «os últimos serão os primeiros». O dedo mindinho deve lembrar-nos de orar por nós próprios.

Quando estiveres em oração pelos outros quatro grupos, as tuas próprias necessidades estarão na perspetiva correta, e pode-

rás rezar melhor».

Continuando na sua reflexão de como deve ser vivido um retiro, D. João deixa também um apelo: «Retiro também é

silêncio, repouso e oração. Três atitudes necessárias para podermos partir para a ação! (Gen 12,1) “deixa a tua terra, a

tua família e a casa de teu pai, e vai para a terra que eu te indicar”. São palavras que incomodam, que exigem sacrifi-

cios. Deixar tudo requer desprendimento. (…) Também hoje a igreja precisa estar de saída. Sair de portas, ir para a rua. Foi

na ação que se constituiu a igreja: (Mat 4) “Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto”. (…) Hoje a igreja também está a

caminho com Jesus. Ele continua a caminhar no meio do povo! É este o apelo: apesar das dificuldades, saiamos ao encontro

dos que não têm oportunidade de fazer retiro. Saiamos ao encontro de todos os irmãos.»

Outros temas foram desenvolvidos no decorrer destes dias, de entre os quais se referem: Fez-se pobre para nos enriquecer

com a sua pobreza (2 Cor.8,9); Desafios à igreja, no século XXI; A primeira geração incrédula; O Renovamento e os Novos

Movimentos. D. João terminou este retiro com as seguintes palavras: “O Renovamento não é de ninguém. Alguém entra,

participa na oração, faz grupo, mas tem como centro CRISTO e tem como fundo a Igreja. Primeiro sou cristão, na igreja

pelo batismo. Por isso sou leigo cristão na Igreja, consagrado pelo batismo. Segundo, inserido num movimento, já estava

Retiro da Quaresma 2014

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PÁGINA 5 CAMINHANDO

A Igreja como Comunhão

inserido na Igreja, corpo de Cristo, Fonte de vocação. Terceiro, por isso mesmo, tenho uma missão, uma tarefa concreta na

Igreja e no mundo, mediante a diocese, a paróquia e o movimento, sempre em comunhão, nunca em divisão.» (E.C.)

Quaresma: tempo forte da vida cristã que todos devemos aprovei-

tar para melhor prepararmos a Páscoa.

Depois do tempo de acolhimento e animação, espaço destinado a

acolhermo-nos uns aos outros e a dispormo-nos para a oração que se

quer que seja de invocação do Espírito Santo e louvor ao Senhor nosso Deus. Nunca é demais divulgar as coisas de Deus ou,

melhor dizendo, o que Deus coloca ao nosso alcance para melhor O conhecermos. Os segundos Domingos são reflexo desse

cuidado de Deus para com todos. Não desperdicemos o que Deus, com tanto zelo, leva uns a preparar para os outros. É

projeto d'Ele que caminhemos em união fraterna. Assim, o mais rico partilha, o mais sábio ensina e o mais forte não abando-

na o mais frágil. Foi assim, todos diferentes, todos iguais, que partimos do nada, impondo as cinzas uns aos outros, assumin-

do a nossa condição de pecadores. Todos nos submetemos a este acto com seriedade e profunda vivência. Reconhecer que

somos pecadores não significa permanecer no pecado! Precisamos lavar-nos. Como símbolo de conversão fomos aspergidos

com a água batismal da qual nasce o homem novo. «Convertei-vos e acreditai no Evangelho», são palavras fortes que se interio-

rizadas, nos conduzem a uma mudança profunda da alma. São palavras que nos levam rumo à Páscoa.

Na homilia, o nosso assistente Sr. Pe. Nuno, fazia a ligação entre a 1ª leitura e o Evangelho: « As tentações», a primeira

leitura fala-nos da aproximação do pecado, da esperteza da serpente que vem transformar a vida perfeita que o homem ti-

nha. É Cristo que inaugura este caminho. Jesus foi levado pelo Espírito santo ao deserto para ser tentado pelo diabo. Jejuou

quarenta dias e teve fome. A Quaresma são quarenta dias de caminho com o horizonte colocado na Páscoa. É com Jesus que

fazemos Quaresma e, com Ele, queremos encontrar o significado mais profundo da nossa existência...queremos entrar nes-

te coração, neste mistério profundo e intenso que mexe connosco. Não estamos aqui para fazermos experiências interessan-

tes, nem à procura de sensações extraordinárias. Quem estiver, que ande para a frente: é hora de agir...

Nós queremos chegar ao coração de Cristo, que nos interroga e nos provoca! É com Ele que queremos caminhar, com a

certeza que com Ele venceremos o mal, a tentação e, na força do Seu Espírito sairemos sempre a ganhar, porque a nossa

identidade é a Páscoa do Senhor.

Não há nenhuma memória que fale tão bem do modo como o mal nos atinge, como na primeira página da 1ª leitura. A

primeira tentação do homem é aquela que chega camuflada sob a forma da desconfiança: “…será que Deus é tão bom

assim? Que Deus é esse que proíbe…” O desespero surge quando o homem se apercebe que está nu e se esconde. Só

conseguimos fugir da tentação com Jesus, porque Ele também foi tentado aqui. Jesus experimentou a nossa humanidade e

venceu na força do Espírito Santo. As tentações são o menos importante, o mais importante é que Jesus as venceu. As tenta-

ções de Jesus são as nossas tentações e, por sua vez, são as tentações da igreja também!... As tentações hoje surgem-nos sob

uma capa de legitimidade que nos leva a usar os outros sem olhar a meios, para termos a satisfação de justificar a nossa legi-

timidade. A segunda tentação é exatamente a nossa: “…Atira-te daqui a baixo...” Não precisas de Deus para nada, a

não ser para o milagre, basta-te o milagre! Esta é a nossa tentação. A terceira tentação: “…Adora-me a mim e terás tu-

do...” Esta é a tentação, nossa e de tantos na igreja! “Não tentarás o Senhor teu Deus” esta é a tentação do poder. Não te-

nhamos ilusões; só fugimos disto com Jesus, com oração. Não com uma oração de piedade ou lamentação, mas com ousa-

dia, com coragem, empenho e confiança! “Cheios de confiança, ousamos dizer...” pedindo a Deus: «não nos deixeis cair em

tentação». É esta atitude imperativa que domina a tentação. Contigo Jesus, sei que consigo vencer! Por vezes, a experiência

da tentação ajuda-nos a crescer na fé, leva-nos a purificar em nós o que é falso, o que é idolatria. Leva-nos a encontrar o

verdadeiro Deus, revelado em Jesus.

Que neste caminho para a Páscoa, o Senhor nos dê a força interior no empenho, na dedicação e na oração para, no caminho

com Jesus, vencermos o mal e o pecado, aspirando a uma Páscoa feliz. (E.C)

Ecos da Assembleia de Março

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PÁGINA 6 CAMINHANDO

A minha caminhada até à Efusão do Espírito, desde o meu nascimento, tinha

sido cheia de espinhos, muitos espinhos. Sofrimento, choro, violência, baixa auto-

estima, revolta, situações de bulling, estas foram as situações que marcaram a mi-

nha infância, adolescência e até parte da minha fase adulta, até há quase sete anos,

altura em que conheci a minha esposa durante a Caminhada a Pé de Coimbra a

Fátima, realizada em 2007. Apesar de tudo isto, e porque os meus pais estavam

numa situação de ruptura conjugal que marcou fortemente a minha infância – ra-

zão pela qual recebi grande parte da minha educação numa IPSS católica – sempre

senti uma forte ligação com as coisas de Deus. Não é por acaso que o meu pai, apesar da situação decadente e do seu estado

de saúde debilitado, me levava frequentemente a assistir às missas. Já nessa altura – ainda não tinha completado sete anos –

já sabia de cor como se rezava uma missa, embora não conhecesse o termo “Eucaristia”. Anos depois, já em plena adolescên-

cia, o meu pai partiu para junto do Pai. Sempre gostei de ir à Eucaristia, apesar de tantos obstáculos e sofrimentos. Recebi

os sacramentos do Baptismo, Comunhão, Reconciliação e Confirmação durante todo o tempo que vivi naquela instituição.

Contudo, a minha saída daquela instituição não foi nada pacífica, e nos primeiros meses após a minha saída, vivi muitos mo-

mentos de solidão. Muitas vezes não percebia onde é que deveria buscar forças para seguir em frente e esquecer o mau pas-

sado (em muitos aspectos) por que passei. Pelo meio tomei antidepressivos para evitar cometer loucuras, quando o que pre-

cisava era de uma mão amiga que naquele momento não tive. Só quando conheci a minha esposa é que deixei de tomar tais

medicamentos, e a partir daí é que verdadeiramente comecei a amadurecer na fé. Não sem alguns contratempos: durante

algum tempo afastei-me da Igreja e parti em busca de Deus noutros lados – espiritismo, reiki e outras influências orientais

que nem as próprias religiões orientais reconhecem. Nada disto me trouxe mais felicidade e paz de espírito, pelo contrário;

a minha esposa passou por momentos aflitivos e “ganhou” um problema de saúde relativamente grave.

Foi por intermédio da minha madrinha de casamento que eu e a minha esposa começamos a ir às orações semanais do

Renovamento Carismático Católico. Nunca tinha ouvido falar do Renovamento Carismático, mas não tardei muito a

“abraçar a causa” e a compreender todo o significado deste “braço” da Igreja. Fiquei admirado e fascinado como as invoca-

ções ao Espírito, as súplicas e louvores ao Senhor, o canto das línguas e a meditação bíblica se desenrolavam com grande

alegria e fervor, em pleno ambiente de paz. E aí comecei verdadeiramente a sentir a mãos de Deus nos meus ombros como

nunca antes em toda a minha vida tinha sentido. Tomei então consciência de que (afinal!) todos os momentos por que pas-

sei, bons e maus, fizeram todo o sentido. Deus sempre esteve comigo, apesar de muitas vezes não compreender todas as

privações, nem os Seus desígnios… Mais tarde, e abençoados pela Santíssima Trindade e sob a protecção da Virgem Mãe de

Jesus, eu e a minha esposa recebemos o sacramento do Matrimónio. Foi um momento marcante nas nossas vidas, e assim

continua para sempre! Mas ainda faltava a Efusão do Espírito Santo!

Depois destes sacramentos que recebi, duas Semanas Santas em Taizé, duas caminhadas a pé de Coimbra a Fátima e al-

guns retiros espirituais, eu e a minha esposa decidimos, em conjunto, participar nos Seminários da Vida Nova no Espírito, a

fim de recebermos a Efusão do Espírito Santo. Este era, pois, o passo indispensável para solidificar, ampliar e aperfeiçoar a

minha fé em Deus pela acção do Espírito Santo. Sabia que só pelos Carismas que ia receber na Efusão, eu poderia mudar a

minha vida e da minha esposa para melhor, e receber todas as armas indispensáveis para fazer frente ao Demónio e auxiliar

todos quantos necessitassem do Auxílio de Deus através de mim. Sabia que tinha de reunir todas as forças para resistir às

tentações do Diabo e ir até ao fim.

As duas derradeiras semanas antes da Efusão do Espírito foram as mais turbulentas, sobretudo devido à morte da minha

mãe, com quem estava muito magoado. Curiosamente – e por incrível que pareça a muitos que estão a ler este testemunho

– consegui reconciliar-me com a minha mãe depois que ela morreu, através do uso do sacramento da Reconciliação. Foi

mais um passo para a minha reconciliação com o passado. E nenhuma turbulência me conseguiu impedir de chegar ao fim do

caminho… para começar outro, como continuação do anterior.

Testemunho de vida - Efusão do Espírito Santo

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PÁGINA 7 CAMINHANDO

A ROSA E OS ESPINHOS

O Retiro Espiritual na Apúlia foi simplesmente muito especial! Fiz uma preparação muito cuidadosa, mas só nesse momento

percebi os carismas de que mais necessitava para a minha Vida Nova no Espírito. Recebi ensinamentos que nunca imaginei

receber, os quais foram, cada vez mais, libertando todos os sofrimentos que restavam no meu coração, fechando as brechas

que tanto danificaram o meu coração a fim de o abrir para a tal Vida Nova que estava à espera de receber… e recebi-a de

uma forma absolutamente gratificante em plena Efusão! “Nada te turbe, nada te espante. Quem a Deus tem, nada lhe falta.

Só Deus basta.” Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

No restante tempo do Retiro, foi tudo uma graça de Deus! O louvor, o agradecimento, a Adoração ao Santíssimo Sacra-

mento e, por fim, a Eucaristia, na qual tive o papel de acólito. Nervosismo? Qual nervosismo?! Senti-me tão feliz ao voltar a

desempenhar aquele papel depois de tanto tempo sem vestir a batina. Nunca antes tinha sentido a força do Espírito Santo

como naquele momento… como agora, quando escrevo estas linhas.

Nos primeiros dias após a Efusão do Espírito, senti as naturais turbulências que ameaçaram pôr em dúvida a validade desta

graça. Jamais olhei para trás, como a mulher que se transformou em estátua de sal quando olhou para trás para ver a destrui-

ção das cidades de Sodoma e Gomorra. Agora sinto, de modo sistemático e cada vez mais, os frutos do Espírito Santo a ma-

nifestar-se na minha vida. Finalmente comecei a ter vida em abundância! Nenhuma forma de riqueza material substitui a

riqueza do Espírito Santo que habita no nosso coração, e é esta riqueza que nos torna felizes e realizados, em comunhão com

os nossos irmãos na fé, na Santíssima Trindade, que sustenta a nossa vida e há de nos levar ao Paraíso, assim nos deixemos

guiar, purificar todos os dias pelo Espírito Santo e pela Palavra que Jesus nos transmite todos os dias, com o Amor do Pai e a

protecção de Maria, nossa verdadeira Mãe.

Graças a Deus! Assim seja! (A.R.)

Certo homem plantou uma rosa e começou a regá-la alegremente e, antes que

desabrochasse, examinou-a. Viu o botão que em breve desabrocharia, mas notou

espinhos sobre o talo e pensou: «Como pode uma bela flor como esta vir de uma

planta rodeada de espinhos tão afiados?» Entristecido com este pensamento, re-

cusou-se a regar a rosa e, antes de estar pronta para desabrochar ela morreu.

Assim é com muitas pessoas. Dentro de cada alma há uma rosa: as qualidades

dadas por Deus e plantadas em nós que crescem no meio dos espinhos das nossas

faltas.

Muitas vezes olhamos para nós e vemos apenas os espinhos, os defeitos. Fica-

mos desesperados e a pensar que não temos nada de bom no nosso interior. Assim, recusamo-nos a negar o bem dentro de

nós e, consequentemente, este morre. Nunca percebemos o nosso potencial.

Um dos maiores dons que uma pessoa pode possuir ou compartilhar é o de ser capaz de ultrapassar os espinhos e encon-

trar a rosa dentro de outras pessoas. Essa é a característica do amor: olhar para uma pessoa e conhecer as suas verdadeiras

faltas.

Aceite na sua vida essa pessoa e reconheça a beleza da sua alma, ajudando-a a perceber que pode superar as suas aparentes

imperfeições. Se mostrarmos a essas pessoas a rosa que há em si, elas superarão os seus próprios espinhos. Só assim poderão

desabrochar muitas e muitas vezes.

Para reflectir:

* Em que é que repara mais nas pessoas: nas qualidades ou nos defeitos?

Deus é infinitamente paciente para consigo. Seja paciente também com os outros.

(Retirado de: Abrindo Caminhos; Parábolas e Reflexões)

Page 8: XCERTOS DA MENSAGEM PAPA FRANCISCO IA MUNDIAL …rccporto.com/ficheiros_pdf/CaminhandonO33.pdf · PÁGINA AMINHANDO2 C EXCERTOS DA MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA O XXIX DIA MUNDIAL

CANTINHO DO LEITOR

Casa Diocesana de Vilar Rua Arcediago Van Zeller, 50

4050-621 - Porto

[email protected] http://www.rccporto.com

Organização

Grupo de Jovens RCC Porto

A NÃO ESQUECER . . .

Assembleia Anual

9 a 11 de Maio, Casa Diocesana de Vilar. Orador: Pe. Alberto Tapada, assistente

diocesano de Portalegre/Castelo Branco. A partir das 21.00hr na sexta-feira; Sábado

e Domingo a partir das 9.30hr.

39º Aniversário do Grupo Água Viva

22 de Abril de 2014, pelas 21.00hr, Igreja de Lordelo do Ouro, Porto.

Encontro regional das dioceses de Aveiro, Braga, Bragança, Porto, Viana do

Castelo e Vila Real

25 de Abril de 2014, pelas 9.30hr, Casa Diocesana de Vilar. Para responsáveis dos

núcleos de oração.

POEMA/ORAÇÃO

Vinde, Espírito Santo,

Vós que pela Palavra

tudo realizais,

Vós que através do Verbo

sempre actuais,

como fizestes em Maria,

como fazeis na Eucaristia

e em nós quereis fazer!

Vinde, Espírito Santo,

vinde fazer-nos entender,

saborear e assimilar

a Palavra do Pai que está nos Céus.

Vinde fazer do nosso coração

um sacrário em fogo

para o Verbo de Deus.

VINDE!

Antes que o sol adormeça

e descanse Seus ardores,

vinde, ó Luz dos corações,

enchê-los, inebriá-los,

e torná-los portadores

do Fogo que se ateia,

e faz, do mundo, um braseiro

porque tudo incendeia

no Amor puro e verdadeiro.

E .... cesse, de vez, a guerra

no humano coração.

Já tenha pão a criança,

e o velho, consolação;

o jovem, tenha esperança

no futuro que o espera,

ao construir um presente

cheio de paz e amor.

VINDE, Espírito Divino,

Celeste Consolador.

NUNCA PERDE O RUMO

Nunca perde o rumo,

dia a dia,

quem se entrega

ao Espírito do Senhor

para ser conduzido,

na alegria,

pelos caminhos

de fé, esperança e amor.

PAZ NA LUTA

Com o dom da fortaleza

se aguenta

as dificuldades que a vida traz.

O Espírito Divino

nos sustenta

e na luta é a nossa paz.

(Retirado de: http://carmelofaro.carmelitas.pt/)