webnário 1: panorama dos principais problemas de registros

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DIFERENCIAIS NA COBERTURA DAS BASES DE DADOS DE ÓBITOS NO BRASIL EM 2010 WP2 CIDACS Team Maria Yury Ichihara Ruth Dundas Elzo Pereira Júnior Andrêa J. F. Ferreira Camila S. S. Teixeira Flávia Jôse Alves Aline S. Rocha Renzo Flores-Ortiz Victor Hugo Dias Diógenes Marcos Roberto Gonzaga Everton E. C. Lima Bernado Lanza Quiroz Lilia Carolina C. da Costa Leila Rameh 1 APRESENTADOR: VICTOR HUGO DIÓGENES UFRN/UFPB 07 de JULHO de 2021 Webnário 1: Panorama dos principais problemas de registros de sobre mortalidade.

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DIFERENCIAIS NA COBERTURA DAS BASES DE DADOS DE ÓBITOS NO BRASIL EM 2010

WP2 CIDACS Team

Maria Yury Ichihara

Ruth Dundas

Elzo Pereira Júnior

Andrêa J. F. Ferreira

Camila S. S. Teixeira

Flávia Jôse Alves

Aline S. Rocha

Renzo Flores-Ortiz

Victor Hugo Dias Diógenes

Marcos Roberto Gonzaga

Everton E. C. Lima

Bernado Lanza Quiroz

Lilia Carolina C. da Costa

Leila Rameh

1

APRESENTADOR:

VICTOR HUGO DIÓGENES

UFRN/UFPB

07 de JULHO de 2021

Webnário 1: Panorama dos principais problemas de registros de sobre mortalidade.

Breve introdução• Estimativas confiáveis de mortalidade são importantes indicadores de qualidade

de vida e bem estar social, além de serem vitais para o delineamento e monitoramento de políticas públicas, especialmente relacionadas à saúde.

• Para tanto, é essencial um sistema de informação de mortalidade de boa qualidade e que registre de forma satisfatória os óbitos que efetivamente acontecem.

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Fonte de dados de óbitos no Brasil• Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) – DATASUS/MS

• Sistema de Registro Civil (RC) – IBGE

• Censo Demográfico 2010

- Registros administrativos contínuos;

- Tem o mesmo documento de origem (DO – 3 vias);

- Sistema descentralizado -depende de uma boa estrutura dos órgãos públicos de saúde (SIM).

- Fonte alternativa;- Registro esporádico;- Informação sobre sexo e

idade do falecido- Informação reportada pelo

entrevistado;- Sujeito a erro de memória e

de período de referência.

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Expectativa de vida aonascer, por estado, homens, Brasil, 2010.

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Fonte:Schmertmann, C. P. and Gonzaga, M. R. 2018. Bayesian Estimation of Age-Specific Mortality and Life Expectancy for Small Areas with Defective Vital Records. Demography, 55(4), 1363–1388. link.springer.com/article/10.1007/s13524-018-0695-2

• Diferenças entre as bases de dados de acordo com a UF.

• Problema do subregistro de óbitos.

• Poucos trabalhos comparamcom o dado proveniente do Censo.

Para mais detalhes:• Funcionamento, potencialidades e fragilidades do SIM e RC

• LIMA, E. E. C., GONZAGA, M. R., FREIRE, F.H.M. DE A. AND QUEIROZ, B. L. 2021b. Alternative Information Sources onDeaths in Brazil in the Context of the COVID-19 Pandemic. Centre of Excellence for Civil Registration and Vital Statistics Systems.

• JORGE, M. H. P. DE M.; LAURENTI, R.; GOTLIEB, S. L. D. Análise da qualidade das estatísticas vitais brasileiras : a experiência de implantação do SIM e do SINASC. Ciência & Saúde Coletiva, v. 12, n. 3, p. 643–654, 2007.

• Avaliação da qualidade da informação dos sistemas de mortalidade• VASCONCELOS, A. M. N. Qualidade das Estatísticas de óbitos no Brasil: uma Classificação das Unidades da

Federação. Anais do XII Encontro Nacional de Estudos Populacionais. Belo Horizonte: [s.n.], 2000.

• PAES, N. A. Avaliação da cobertura dos registros de óbitos dos Estados brasileiros em 2000. Rev Saúde Pública, v. 39, n. 6, p. 882–90, 2005.

• Potencialidade e qualidade dos dados de mortalidade do Censo 2010• BORGES, G. M. A investigação da saúde nos censos demográficos do Brasil: possibilidades de análise, vantagens e

limitações. Boletim do Instituto de Saúde. São Paulo: Instituto de Saúde, 2015. v. 16. p. 6–14.

• QUEIROZ, B. L.; SAWYER, D. O. T. O que os dados de mortalidade do Censo de 2010 podem nos dizer ? R. bras. Est. Pop, v. 29, n. 2, p. 225–238, 2012. 5

Objetivos• Análise comparativa da quantidade de óbitos registrados pelas três

fontes de mortalidade disponíveis no Brasil em 2010 (Censo, SIM e RC) entre regiões, estados, municípios e características sociodemográficas;

• Através de método geoestatístico (Índice Local de Autocorrelação Espacial – LISA de Moran), identificar clusters de municípios com maior cobertura de uma mesma base de dados.

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Tabela 01 – Óbitos, Brasil e grandes regiões, ago/09 a jul/10, segundo fonte de registro.

REGIÃO CENSO RC SIMBASE COM MAIOR

COBERTURASIM /

CENSOSIM / RC

BRASIL 1.034.418 1.094.866 1.114.568 SIM 107,75% 101,80%

NORTE 70.034 58.904 63.813 CENSO 91,12% 108,33%

NORDESTE 276.535 265.576 278.710 SIM 100,79% 104,95%

SUDESTE 456.358 521.768 523.114 SIM 114,63% 100,26%

CENTRO OESTE 69.193 70.649 71.099 SIM 102,75% 100,64%

SUL 162.298 177.969 177.832 RC 109,57% 99,92%

Fonte: Censo Demográfico 2010/IBGE, Registro Civil/IBGE e SIM/DATASUS/MS.

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Tabela 02 – Óbitos por UF, ago/09 a

jul/10, segundo fonte de registro.

Fonte: Censo Demográfico 2010/IBGE, Registro Civil/IBGE e SIM/DATASUS/MS.

UF REGIÃO CENSO RC SIMBASE DE MAIOR

COBERTURASIM /CENSO SIM / RC

MA Nordeste 31765 20181 25293 CENSO 79,63% 125,33%

BA Nordeste 75459 73401 74198 CENSO 98,33% 101,09%

RN Nordeste 16224 15064 16053 CENSO 98,95% 106,57%

AP Norte 2771 2220 2066 CENSO 74,56% 93,06%

PA Norte 34650 27009 30643 CENSO 88,44% 113,45%

AM Norte 14270 11899 12985 CENSO 91,00% 109,13%

TO Norte 6741 6051 6336 CENSO 93,99% 104,71%

RR Norte 1697 1518 1597 CENSO 94,11% 105,20%

GO Centro Oeste 31289 32322 31549 RC 100,83% 97,61%

PB Nordeste 21685 23222 22716 RC 104,75% 97,82%

RO Norte 7022 7229 7194 RC 102,45% 99,52%

MG Sudeste 109091 118986 116782 RC 107,05% 98,15%

RS Sul 68608 77853 77238 RC 112,58% 99,21%

MS Centro Oeste 13901 13631 14172 SIM 101,95% 103,97%

MT Centro Oeste 14038 14160 14697 SIM 104,69% 103,79%

DF Centro Oeste 9965 10536 10681 SIM 107,19% 101,38%

PI Nordeste 15207 13511 15285 SIM 100,51% 113,13%

AL Nordeste 17206 15682 17424 SIM 101,27% 111,11%

CE Nordeste 40820 41151 43200 SIM 105,83% 104,98%

SE Nordeste 10008 9868 10850 SIM 108,41% 109,95%

PE Nordeste 48161 53496 53691 SIM 111,48% 100,36%

AC Norte 2883 2978 2992 SIM 103,78% 100,47%

ES Sudeste 18400 20433 20755 SIM 112,80% 101,58%

SP Sudeste 223009 258955 260941 SIM 117,01% 100,77%

RJ Sudeste 105858 123394 124636 SIM 117,74% 101,01%

SC Sul 32835 34406 34490 SIM 105,04% 100,24%

PR Sul 60855 65710 66104 SIM 108,63% 100,60%

Total Geral 1.034.418 1.094.866 1.114.568 SIM 107,75% 101,80% 8

Tabela 03 – Municípios do Brasil e por grande região conforme a base com maior cobertura de óbitos - ago/09 a jul/10.

Fonte: Censo Demográfico 2010/IBGE, Registro Civil/IBGE e SIM/DATASUS/MS.

BASE COM MAIOR

COBERTURA

BRASIL NORTE NORDESTE SUDESTE CENTRO-OESTE SUL

Municípios % Municípios % Municípios % Municípios % Municípios % Municípios %

CENSO 1800 32,35% 294 65,48% 797 44,43% 303 18,17% 183 39,27% 223 18,77%

RC 1399 25,14% 56 12,47% 317 17,67% 526 31,53% 135 28,97% 365 30,72%

SIM 2366 42,52% 99 22,05% 680 37,90% 839 50,30% 148 31,76% 600 50,51%

TOTAL 5565 100,00% 449 100,00% 1794 100,00% 1668 100,00% 466 100,00% 1188 100,00%

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Mapa 01 – Municípios brasileiros segundo a base de maior cobertura de óbitos

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do Censo Demográfico 2010/IBGE, Registro Civil/IBGE e SIM/DATASUS/MS.

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Gráfico 01 - Percentual de municípios conforme base com maior cobertura e quintis do Índice Brasileiro de Privação - IBP

Fonte: Censo Demográfico 2010/IBGE, Registro Civil/IBGE, SIM/DATASUS/MS e CIDACS/FIOCRUZ.

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Gráfico 02 - Percentual de municípios conforme base com maior cobertura e quintis do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - IDHM

Fonte: Censo Demográfico 2010/IBGE, Registro Civil/IBGE, SIM/DATASUS/MS.

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Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do Censo Demográfico 2010/IBGE, CIDACS/FIOCRUZ, Registro Civil/IBGE e SIM/DATASUS/MS.

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Figura 1 – LISA Map para IDHM, IBP e SIM/CENSO

Discussão• Quando comparado apenas SIM e RC, o primeiro apresenta uma maior cobertura na maioria dos

territórios. E mesmo quando o RC prevalece, a diferença é muito pequena em relação ao SIM.

• Apesar das melhorias na qualidade da cobertura no RC e SIM, as disparidades regionais são muito grandes e isso reforça a necessidade de continuar investindo na melhoria dos registros.

• O Censo aparenta ter um maior potencial para captar os óbitos na região Norte e algumas áreas da Nordeste.

• Problemas na cobertura censitária em 2010, principalmente na região Sudeste, pode ter contribuído para que a razão SIM/CENSO fosse elevada nessa região.

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Discussão• Há indícios de que a base de maior cobertura de óbitos é uma variável associada com características

socioeconômicas dos municípios e há um claro padrão na distribuição espacial no Brasil.

• Municípios menores e menos desenvolvidos terem maior cobertura pelo CENSO pode indicar que

fatores como infraestrutura municipal (como secretaria de saúde estruturada e presença de cartório)

podem impactar severamente o fluxo dos registros.

• Importância da manuntenção do quesito de mortalidade no questionário básico do Censo.

• Proposta de usar base mesclada entre Censo , SIM e RC para o período de referência do Censo para

estimativas de mortalidade mais verossímeis. 15

Obrigado!• [email protected]

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