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A primeira

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Ela foi a primeira a segurar a minha mãoE a primeira a beijar meus lábios.

Me tirou de um barquinho à deriva,Que navegava no meio do nada.

E eu fiquei louco,Como eu nunca havia sido.

Conheci o amor.Mas, talvez eu tenha me enganado.

Estávamos no mesmo caminho.No entanto, não olhávamos para o mesmo lado.

Quando eu achei termos chegado em algum lugar.Você saltou e me deixou só novamente.

Então, eu mudei um pouco.Acreditei que você também o faria.

E assim que eu te vi novamente,Você já beijava outra boca.

Idiota

Eu a vi quando estava com sua amiga.Você já reparava em mimE eu tão tolo, não percebi.

Mas, para minha sorte,Você arranjou um pretexto qualquer.

E assim, veio falar comigo.

Nos beijamos como num filmeE ficamos abraçados como num romance.

E eu havia me sentido no céu,Quando você riu e me chamou de idiota.

Eu bem que queria te beijar mais.Porém, eu falei mais do que devia.

Assim como um peixe, eu morri pela boca.Naquele momento, eu era mesmo um idiota.

Não foi o que pareceu

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Bem, eu já a olhava a um tempo.Vivia na barreira do platônico.

De repente, o destino te trouxe.Assim como um vento em alto mar.

Eu tentei te rodear,Mas, eu nunca te cerquei.E eu via que era um erro.

Quando te via com outros sujeitos.

Assim que eu resolvi arriscar,Ela me beijou com desejo e ternura.

Percebi uma nota de diversão,Talvez, ela não me levasse tão a sério.

Os mesmos ventos que te trouxeramResolveram te levar embora.

E eu cheguei a dizê-la que eu queria mais que seus beijos.E ela apenas perguntou: Por que eu não disse isso antes?

Kapixaba

Você me olhou, antes que fizesse sentido.Sem perceber, me tirou um sorriso.

Como uma dama você se apresentouTão distinta do vagabundo que sou.

Desejou-me desde o primeiro olharE eu não tive como não te desejar.

Haviam dezessete primaveras,Eu não fiz mais do que cheirar as flores.

O primeiro beijo, tinha gosto de refrigerante,Com um finzinho de proibido.

Você ainda me olhava do mesmo jeito.E eu aproveitei para te beijar mais.

Ela se impressionou por eu ser de sagitário.E eu não soube o signo dela.Do dia para noite, ela se foi.

Do dia para noite, ela simplesmente se foi.

Moça do ônibus

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Eu lembro dos carros.Todos pareciam os mesmos,Através da janela do ônibus,Tudo se perdia num borrão.

Eu ouvi uma música,Escapando de um fone de ouvido.

Era uma das minhas favoritas.Então, eu quis buscar a origem.

Era uma garota ao meu lado.Mulata, com lindos olhos castanhos.Com um sorriso, eu elogiei a música.

Enquanto eu olhava seus lábios que sorriam também.

Conversamos muito, enquanto a viagem durou.Comentando sobre eventos e shows.

Porém, quando eu vi, era o meu ponto.E desde então, nunca mais a vi.

Tarde demais

Ela me tinha, desde o início, tão perto.Estava na sombra o tempo todo.

Quando eu soube que ela me desejava.Era tarde, então, eu nada fiz.

Não houve nada, se não um abraço.Quando eu nem sabia que era o que ela queria.

Talvez, eu tivesse feito algo a respeito.Mas, era tarde, então, eu nada fiz.

Eu poderia tê-la beijado.Ela nunca mostrou querer um beijo.

Mas, era tarde.Então, não houve beijo nenhum.

Era tarde e eu nada fiz.Era tarde e ela nada fez.

Não houve nem um beijoE não haverá...

Enxovalho

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Eu dizia que a namoraria.Eu dizia que ela seria minha.

Eu disse para que todos ouvissemE ela riu, como com a melhor das piadas.

Eu contei ao meu pai, que eu a queria.Assim como eu, ele espalhou...Disse para que todos ouvissem

Então, todos riram de mim.

Eu não me esqueço daquele enxovalho.E ela nunca foi minha.

Tudo bem se eu tinha sete anosE ela tinha dezessete.

Não me lembro o nome

Não me lembro do nome dela.Eu sei que eu deveria, mas, sinto muito.

Fizemos um cursinho juntos.Foi o suficiente.

Ela puxou assunto comigo.Com longos olhares.Com sorrisos fáceis.

Ela sentou colada comigo.

Fomos embora juntos.Conversando mais e com mais risadas.

Ela me passou o contato dela.Então, cada um foi para um lado.

Nunca mais vi ela.

Nada de mais

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Fui trabalhar fora da cidade.Saindo cedo e voltando tarde.Um favor a um antigo amigo,

Mas, que nem por isso me cansava menos.

Num dia de chuva repentina.O céu ficou escuro rápido demais.

Fui pego de surpresa.A chuva não teve piedade de mim.

No último ônibus da noite.Me sentia um trapo ambulante.

Até que então, uma moça pediu minha bolsa.E eu a ofereci, com um sorriso forçado.

Logo vagou o lugar ao lado dela.Me sentei e ela se pôs a falar.Meu Deus, como ela falava.Logo cheguei ao meu ponto.

Ela me deu um belo beijo no rosto.Seguimos por ruas contrárias.

Até sorri um pouco, sem forçar.Mas, não foi nada de mais.

Calejado

Ainda fora da cidade, ela apareceu.Trabalhava lá a mais tempo.

Me olhava diferente das outras.Olhar fixo demais, para qualquer coisa.

Eu a olhei em resposta.Não sei disfarçar; é um defeito.

Usou uma desculpa esfarrapada para se aproximar.E eu acabei aceitando esse pretexto.

Ela se interessou por mim.Já eu, não achei nada além de interessante.

Eu já tinha dado socos em ponta de faca.Resolvi preservar minhas mãos.

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Com amor, para:

Jamais foi o que parecia ser.O amor encaminhado se perde.Deve-se apanhar para aprender

E por isso nos apaixonamos.

Ocorrências dos acasos.Nada fica como se espera.

Há somente pequenas paixõesE logo tudo se apaga.

Então, por cansar de sofrer.Estar farto de apanhar.

Talvez, estar farto de me apaixonar.Prefiro ter olhos para mim.

Com amor, para mim mesmo.