volumetria de complexação

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Universidade Federal do Espírito Santo Centro de Ciências Exatas – Departamento de Química Turma 04 VOLUMETRIA DE COMPLEXAÇÃO

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Page 1: Volumetria de Complexação

Universidade Federal do Espírito SantoCentro de Ciências Exatas – Departamento de Química

Turma 04

VOLUMETRIA DE COMPLEXAÇÃO

Vitória, Espírito Santo

2. INTRODUÇÃO TEÓRICA

Page 2: Volumetria de Complexação

Muitas aminas terciárias que contém grupos ácidos carboxílicos formam

quelatos muito estáveis com diversos íons metálicos. O ácido etilenodiaminotetracético

(EDTA) é o titulante masi versátil. A molécula tem 6 potenciais locais para formar uma

ligação com um íon metálico: os 4 grupos carboxílicos e os 2 grupos aminas. Por isso,

dizemos que o EDTA é hexadentado. Em sua forma completamente protonada, tem a

seguinte estrutura (figura 1) :

FIGURA 1

Esse composto é um valioso titulante pois ele se combina com íons metálicos

em uma proporção de 1:1 (metal:EDTA) independente da carga do cátion. A

importância do EDTA não é proveninete apenas da sua capacidade de formar quelatos

com todos os cátions, mas também porque estes quelatos são estáveis durante a

titulação. Tal estabilidade se deve aos distintos sítios de complexação que existem

dentro da molécula, o que lhe confere uma estrutura em forma de jaula que engloba o

cátion e o separa das moléculas do solvente (Figura 2)

FIGURA 2

Muitos cátions formam precipitados de hidróxido no pH necessário para

titulações com EDTA. Para evitar esse problema é necessário adicionar um agente

complexante auxiliar que vai manter o cátion em solução com os íons metálicos e,

como conseqüência, competem com a reação básica da titulação.

Page 3: Volumetria de Complexação

Há cerca de 200 compostos que podem atuar como indicadores do ponto final

nas titulações complemometricas do EDTA com os íons metálicos. A maioria destes

são compstos orgânicos que formam quelatos coloridos com os íons metálicos em um

intervalo de pM (- log [M]) característico do cátion e do indicador

O comportamento de tais indicadores é tanto complicado pelo fato de que a

sua cor depende do pH da solução. Eles podem reagir com os íons H+, assim como o

fazem com o cátion, apresentando um comportamento análogo ao de um indicador

ácido-base. Para que o indicador aja eficientemente na prática, é necessário que a

estabilidade do complexo metal-indicador seja menor do que a estabilidade do

complexo metal-EDTA. Se isso não ocorrer, o EDTA não conseguirá deslocar o metal

do complexo com o indicador.

Um dos indicadores típicos das análises complexiométricas é o negro de

eriocromo T (figura3). Seu comportamento como ácido fraco é descrito pelas seguintes

reações:

H2O + H2In- ↔ HIn2- + H+ K1 = 5.10-7

Vermelho Azul

H2O + HIn2- ↔ In3- + H+ K2 = 2,8.10-12

Azul Alaranjado

ERIO-T

FIGURA 3

O EDTA decompõe-se na presença de agentes oxidantes fortes, como

soluções de Cr (VI) e de Ce (IV) a quente, mas seus complexos metálicos são mais

resistentes. O EDTA pode ser obtido com alta pureza, na forma do ácido propriamente

dito ou na forma do sal dissódico dihidratado. As duas formas possuem alta massa

molar, mas o sal dissódico tem a vantagem de ser mais facilmente solúvel em água.

3. PROCEDIMENTOS [1/3]

 

Page 4: Volumetria de Complexação

3.1. Preparo da solução padrão de EDTA 

              Pesou-se em um béquer 3,7224g do sal de EDTA suficiente para preparar

1,00 L de solução 0,01mol/L. Transferiu-se quantitativamente a massa de EDTA para

um balão volumétrico de 1,00 L, completou-se com água destilada e fez-se a

homogeneização da solução. Em função da massa pesada de EDTA, calculou-se a

concentração exata da solução.  

 

3.2. Preparo da solução tampão pH=10

              Pesou-se 17,040 g de Cloreto de Amônio e, com auxílio de uma proveta,

cerca de 143 mL de Hidróxido de Amônio foram recolhidos. Transferiu-se

quantitativamente essas duas substâncias para um balão volumétrico de 250,00 mL e

completou-se o volume com água destilada e fez-se a homogeneização.

 

3.3. Preparo e padronização de sulfato de zinco

              Pesou-se 1,4377 g de Sulfato de Zinco suficiente para preparar 500,00mL de

solução 0,01mol/L. Dissolveu-se a massa pesada com água destilada, efetuou-se a

transferência para um balão volumétrico e completou-se o volume até a marca do

menisco. Com uma pipeta, transferiu-se 25,00mL desta solução preparada para um

erlenmeyer, adicionou-se 10,00mL do tampão e o indicador Eriocromo-T. Em seguida,

efetuou-se a titulação com o EDTA preparado anteriormente, obtendo-se uma média

de volumes correspondente a 24,95 mL. Com os dados obtidos, efetuou-se os cálculos

e encontrou-se a molaridade da solução de Sulfato de Zinco preparada.

 

3.4. Determinação do teor de magnésio em amostra desconhecida

              Pipetou-se 25,00 mL de uma amostra de concentração desconhecida e

transferiu-a para um erlenmeyer, ao qual adicionou-se 10,00 mL da solução tampão e

uma pequena quantidade de indicador Eriocromo-T. Efetuou-se a titulação com o

EDTA padronizado, obtendo uma média de 23,79 mL gastos do titulante. Com os

dados obtidos, efetuou-se os cálculos e encontrou-se a molaridade da solução em

estudo

Page 5: Volumetria de Complexação

 3. PROCEDIMENTOS [2/3]

 

3.5. Determinação de Cálcio e Magnésio em Calcário 

 

3.5.1. Preparo da amostra 

              Com o auxílio de um béquer, pesou-se diretamente 0,9676 g da amostra de

calcário já triturada e seca a 100 – 110°C por duas horas. Com uma proveta

adicionou-se 10mL de água destilada e a seguir com um conta-gotas e, na capela,

adicionou-se lentamente gota-a-gota 10 mL de ácido clorídrico concentrado. Aqueceu-

se a solução na chapa elétrica até completa dissolução da amostra e evaporação do

HCl.

              Transferiu-se quantitativamente a solução para um balão volumétrico de

250,00 mL, completou-se com água destilada até a marca de aferição e fez-se a

homogeneização da solução.

 

3.5.2. Determinação do cálcio

      Pipetou-se 10,00 mL da solução da amostra para um erlenmeyer. Com o auxílio de

uma proveta, adicionou-se 2 mL de solução a 10% de cloreto de

hidroxilamônio. Colocou-se a solução em repouso por cerca de 5 minutos. Em

seguida, adicionou-se 5,00mL de solução 50% de trietanolamina e 4,00 mL de solução

a 20% de hidróxido de potássio. Verificou-se o pH. Com uma espátula, adicionaram-se

alguns cristais do indicador murexida. Fez-se a titulação com a solução padrão de

EDTA. Esse procedimento foi repetido mais duas vezes e, em seguida, calculou-se a

% P/ P de carbonato de cálcio na amostra. A média do volume do titulante gasto foi

de 25,90 mL. Efetuou-se os cálculos e determinou-se a concentração de cálcio.

 

 3.5.3. Determinação do cálcio + magnésio 

              Pipetou-se 10,00 mL da solução da amostra para um erlenmeyer. Com o

auxílio de uma proveta, adicionou-se 2 mL de solução  a 10% de cloreto de

hidroxilamônio. A solução foi colocada em repouso por cerca de 5 minutos. Em

seguida, adicionou-se 5 mL de solução 50% de trietanolamina.

              Com o auxílio de uma proveta adicionou-se 8 mL da solução tampão pH=10,

Com uma espátula, adicionaram-se alguns cristais do indicador ERIO-T. Fez-se a

titulação com a solução padrão de EDTA. Repetiu-se esse procedimento mais duas

vezes e, em seguida, calculou-se a % P/ P de carbonato de magnésio na amostra. A

média do volume de titulante gasto foi de 37,00 mL.

Page 6: Volumetria de Complexação

3.6. Determinação do cálcio no leite em pó 

Utilizando erlenmeyers, fez-se três pesagens da amostra com massa

aproximada de 1,0000 g. Dissolveu-se o leite em pó num pequeno volume de água

(cerca de 20,00 mL) e aqueceu-se brandamente. Adicionou-se com uma bureta

volumétrica 50,00 mL de solução padrão de EDTA; 10,00 mL de soução tampão pH

10; 3,00 mL de trietanolamina e indicador Erio-T. Titulou-se com solução padronizada

de sulfato de zinco, obtendo-se uma concentração média de 1,42% m/m de cálcio na

amostra.

Page 7: Volumetria de Complexação

 3. PROCEDIMENTOS [3/3]

 

3.7. Determinação de cádmio (+2) e mercúrio (+2) em amostra desconhecida 

Pipetou-se 10,00 mL da amostra desconhecida e tranferiu-a para um

erlenmeyer. Utilizando uma bureta, adicionou-se 30,00 mL de solução de EDTA

padrão e deixou-se o sistema em repouso por 5 minutos. Posteriormente, adicionou-se

10,00 mL de solução tampão pH 10 e uma pequena quantidade de indicador Erio-T.

Titulou-se o excesso de EDTA com solução de sulfato de zinco padronizada

até que a viragem do indicador pudesse ser observada, que ocorreu quando gastou-se

em média 20,72 mL deste titulante.

Adicionou-se 0,2 g de iodeto de potássio e submeteu-se o erlenmeyer a uma

ligeira agitação para a ocorrência da dissolução do sal. Continuou-se a titulação com o

sulfato de zinco e a média dos novos volumes obtidos foi de 24,25 mL.

Page 8: Volumetria de Complexação

 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Preparo da solução padrão de EDTA 

Cálculo massa do sal de EDTA necessária para preparar 1,00 L de solução de 0,01

mol/L:

1 mol de EDTA ----- 372,24 gramas

0,01 mol de EDTA ----- Mteórica

Mteórica = 3,7224 gramas

Cálculo da concentração de EDTA:

Mpesada = 3,7541 gramas

1 mol de EDTA ----- 372,24 gramas

X ----- 3,7541 gramas

X = 0,0100 mol

4.2. Preparo da solução tampão pH=10

De acordo com a literatura, o preparo deste tampão pode ser realizado a partir

de 17,00 g de cloreto de amônio e 143,00 mL de hidróxido de amônio. Os dados

obtidos foram:

Massa do NH4Cl = 17,040g

Volume do NH4OH = 143,00 mL

Para averiguar se o pH encontrava-se na faixa desejada (pH = 10) utilizou-se

papel indicador.

4.3. Preparo e padronização de sulfato de zinco

Cálculo massa de ZnSO4 necessária para preparar 500,00 mL de solução de 0,01

mol/L:

1 mol de ZnSO4 ----- 287,54 gramas

0,05 mol de EDTA ----- Mteórica

Mteórica = 1,4317 gramas

Mpesada = 1,4377 gramas

Page 9: Volumetria de Complexação

Foram realizados três ensaios na titulação da solução de ZnSO4.7H2O, com

EDTA padrão, conforme a tabela a seguir:

Titulação VEDTA (mL)

1 25,18

2 24,89

3 24,79

Média 24,95

Na complexação do zinco com EDTA, temos a seguinte reação:

De acordo com o volume de EDTA adicionado podemos saber o número de

mols de EDTA utilizados. Logo,

nEDTA = 0,02495L x 0,0100 mol/L = 2,49.10-4mol

Como a proporção é de 1:1 (Zn2+: EDTA) então o número de mols médio de

Zn2+ presente em 25,00mL de solução é 2,49.10-4 mol. Assim, a concentração de Zn2+

em solução é:

[Zn2+] = 2,49.10-4mol ÷ 0,025L = 0,0100 mol/L

4.4. Determinação do teor de magnésio em amostra desconhecida

Foram realizados três ensaios na titulação da amostra desconhecida, com

EDTA padrão, conforme a tabela a seguir:

Titulação VEDTA (mL)

1 24,90

2 23,20

3 23,28

Média 23,79

De acordo com o volume de EDTA adicionado podemos saber o número de

mols de EDTA utilizados. Logo,

nEDTA = 0,02379 L x 0,0100 mol/L = 2,38.10-4mol

Page 10: Volumetria de Complexação

Como a proporção é de 1:1 (Mg2+: EDTA) então o número de mols médio de

Mg2+ presente em 25,00mL de solução é 2,38.10-4 mol. Assim, a concentração de Mg2+

em solução é:

[Mg2+] = 2,38.10-4mol ÷ 0,025L = 0,0095 mol/L

4.5. Determinação de Cálcio e Magnésio em Calcário 

4.5.1. Determinação do cálcio

A adição de cloreto de hidroxilamônio 10% à amostra é necessária para que

houvesse a redução de possiveis cátion interferentes {(Fe3+ Fe2+) e Mn4+ Mn2+)}.

A trietanolamina foi adicionada por atuar como um agente complexante e o

hidróxido de potássio elevou o pH da solução a 12.

Após três repetições de titulação da amostra com EDTA 0,0100 mol/L, conforme

procedimento descrito, os volumes de EDTA foram anotados e feito os cálculos

determinou-se o conteúdo de cálcio na amostra.

Titulação VEDTA (mL)

1 25,95

2 25,90

3 25,85

Média 25,90

Cálculo do número de mols de cálcio:

0,0100 mol de EDTA ----- 1000,00 mL de solução

nEDTA ----- 25,90 mL de EDTA

nEDTA = 2,59 x 10-4 mol

Como a reação é 1:1, temos que nEDTA = nCaCO3, logo: nCaCO3 = 2,59 x 10-4 mol

Cálculo da quantidade de cálcio na amostra em uma alíquota de 10,00 mL

1 mol de Ca2+ ----- 40,078 g

2,59 x 10-4 mol ----- mCa

mCa = 1,0380 x 10-2 g de Ca2+

1,0380 x 10-2 g de Ca2+ ----- 10,00 mL da amostra

m’Ca ----- 250,00 mL da amostra

m’Ca = 0,2595 g de Ca2+

Page 11: Volumetria de Complexação

Observando a seguinte reação, observamos que Ca2+ + CO32- → CaCO3 a relação

cálcio - carbonato de cálcio é de 1:1. Portanto a % p/p de CaCO3 amostra será:

40,078 g de Ca2+ ----- 100,09 g CaCO3

0,2595 g de Ca2+ ----- mCaCO3

mCaCO3 = 0,6480 g

0,9676 g amostra ----- 0,6480 g de CaCo3

100,0 g da amostra ----- Y

Y = 66,98 g de CaCO3

Então temos 66,98 g de CaCO3 em 100 g de amostra.

 4.5.2. Determinação do cálcio + magnésio 

De forma semelhante à determinação do cálcio, foram feitas três titulaçôes

utilizando 10,00 mL da amotra. Nesse passo, foi acrescentado 8,00 mL de tampão

pH=10.

Os volumes de EDTA foram anotados e feito os cálculos determinou-se o

conteúdo de cálcio + magnésio na amostra.

Titulação VEDTA (mL)

1 36,95

2 37,05

3 36,90

Média 37,00

Cálculo do número de mols de cálcio + magnésio:

0,0100 mol de EDTA ----- 1000,00 mL de solução

nEDTA ----- 37,00 mL de EDTA

nEDTA = 3,70 x 10-4 mol

Neste caso temos 3,70 x 10-4 de mols de EDTA e 2,59 x 10-4 mols de Ca2+

(calculado anteriormente) e, portanto 1,11 x 10-4 mol de magnésio.

Page 12: Volumetria de Complexação

Cálculo da quantidade de magnésio na amostra

1,11 x 10-4 mol de Mg2+ ----- 10,00 mL da amostra

X ----- 250,00 mL

X = 2,775 x 10-3 mol de Mg 2+

Cálculo do número de mols de magnésio:

1 mol de MgCO3 ----- 84,313 g

2,775 x 10-3 ----- mMg

MMg = 0, 2339 g de Mg2+

0,9676 g amostra ----- 0,2339 g de CaCo3

100,0 g da amostra ----- Y

Y = 24,18 g de MgCO3

Então, temos 24,18 g de CaCO3 em 100 g de amostra.

4.6. Determinação do cálcio no leite em pó 

Para que tal experimeto pudesse ser feito, baseou-se no método indireto onde a

quantidade de cálcio é determinada pelo excesso de EDTA, que é titulado com ZnSO4,

encontrando o ponto final da titulação com o indicador Eriocromo.

O tampão foi adicionado antes do indicador para que, caso tivesse pequenas

quantidades de ferro, ele precipitasse na forma de hidróxido. Adicionou-se cloridrato

de trietanolamina para reduzir, caso estiver presente, Cu(II) para Cu(I).

EDTA + Ca2+ CaEDTA + EDTAexcesso

Zn2+ + EDTA ZnEDTA

Ind- + Zn2+ ZnInd

Quantidade de EDTA = Quantidade de Ca2+ + Quantidade de Zn2+

Quantidade de Ca2+ = Quantidade de EDTA - Quantidade de Zn2+

Cálculo do número de mols de EDTA:

0,0100 mol de EDTA ----- 1000,00 mL de solução

nEDTA ----- 50,00 mL de EDTA

nEDTA = 5,00 x 10-4 mol

Page 13: Volumetria de Complexação

Como descrito no procedimento, foram realizadas três pesagens e os valores

encontrados estão tabelados a seguir, junto com o volume de sulfato de zinco gasto na

titulação:

Ensaio Massa da amostra(g) VZnSO4(mL)

1 1,0109 13,80

2 1,0000 14,20

3 1,0054 15,10

Cálculo do número de mols de Zinco (solução padrão)

0,0100 mol ----- 1000 mL

X ----- 13,80 mL

X = 1,38 x 10-4 mol de Zn2+

Cálculo do número de mols de cálcio

Quantidade de Ca2+ = (5,00 - 1,38) = 3,62 x 10-4 mols de Ca2+

1 mol de Ca2+ ----- 40,078 g

3,62 x 10-4 mol ----- mCa

mCa = 0,01451 g de Ca2+

Cálculo da porcentagem de cálcio na amostra

1,0109 g amostra ----- 0,01451 g de Ca2+

100 g ----- % P/P

% P/P = 1,43

O mesmo cálculo foi feito para os outros dois ensaios, sendo possivel montar a

seguinte tabela:

Ensaio Massa da amostra(g) % P/P

1 1,0109 1,43

2 1,0000 1,43

3 1,0054 1,39

Fazendo a média das porcentagens, temos que no leite em pó há 1,42% de Ca2+.

Page 14: Volumetria de Complexação

4.7. Determinação de cádmio (+2) e mercúrio (+2) em amostra desconhecida 

Para determinarmos desses dois íons, primeiramente colocamos um excesso

de EDTA e titulamos com sulfato de zinco padronizado, este volume corresponderá a

V1. Depois de adicionar iodeto de potássio, a titulação prossegue e obtemos um

volume V2. O iodeto promove a liberação do EDTA que estava complexado com o

mercurio devido a formação de um complexo [HgI42-]. Nas duas titulções, o volume de

sulfato de zinco gasto é o volume de EDTA em excesso e consequentemente o

volume de mercurio presente na amostra.

Com os dados obtidos nas três titulações, montou-se uma tabela e utilizou-se

para os cálculos a média.

Ensaio V1 (mL) V2 (mL) V2 – V1(mL)

1 20,81 24,78 3,97

2 20,85 24,70 3,85

3 20,49 23,27 2,78

Média 20,72 24,25 3,53

Cálculo do número de mols de EDTA

0,0100 mol de EDTA ----- 1000,00 mL de solução

nEDTA ----- 30,00 mL de EDTA

nEDTA = 3,00 x 10-4 mol

Cálculo do número de mols de EDTA em excesso

nEDTA = V1 x Concentração do sulfato de zinco

nEDTA = 20,72 .10-3 x 0,0100 mol/L

nEDTA = 2,072 x 10-4 mol

Cálculo do número de mols de mercúrio

nHg = (V2 – V1) x Concentração do sulfato de zinco

nEDTA = 3,53 .10-3 x 0,0100 mol/L

nEDTA = 3,53 x 10-5 mol

Page 15: Volumetria de Complexação

Cálculo do número de mols de cádmio

nCd = n° de mols de EDTA total – n° de mols de EDTAexcesso – n° de mols de mercúrio

nCd = (3,00 – 2,072 – 0,353) x 10-4 mol

nCd = 5,75 x 10-5 mol

Cálculo da concentração de mercúrio

3,53 x 10-5 mol ----- 10,00 mL

X ----- 1000 mL

Hg = 0,0035 mol/L

Cálculo da concentração de cádmio

5,75 x 10-5 mol ----- 10,00 mL

X ----- 1000 mL

Cd = 0,0057 mol/L

Page 16: Volumetria de Complexação

5. CONCLUSÃO

A análise de íons metálicos pode ser feito, com sucesso, mediante o uso da

complexometria. O EDTA é o complexante mais utilizado, principalmente devido suas

caracteristicas como: ser hexadentado, formar complexos em proporção conhecida e

gerar compostos estáveis. Um dos indicador, o que foi utilizado amplamente, é o

eriocromo-T. Algumas observações minunciosas devem ser feitas ao querer submeter

uma amostra a esse tipo de análise; é necessario ter um conhecimento prévio dos

componentes que a contituem, para que possa ser feita adequadamente a redução

dos interferentes e o ajuste do pH, qe é um fator determinante no sucesso da

complexometria.

Foi possivel perceber que soluções padrão de EDTA e sulfato de zinco podem

ser feitas sem grandes problemas e pode-se obter concentrações satisfatórias e

compatíveis com o esperado.

Todas as análises feitas mostraram resultados bons quando levados em

consideração a facilidade do métdodo e a não necessidade de utilizar recursos

demasiadamente elevados para efetuar as análises, sendo utilizados apenas vidrarias

básicas de laboratório.

A análise do calcário permite que aprofundemos um pouco mais na volumetria

de complexação, pois mostra claramente a importancia do controle adequado do pH. A

análise do leite em pó mostra os outros métodos que estão envolvidos, como a titução

indireta. Os resultados obtidos estão simplificados abaixo:

Amostra desconhecida: 0,0095 mol/L de Mg2+

Calcário = 24,18 g de MgCO3

Calcário = 66,98 g de CaCO3

Porcentagem de cálcio no leite em pó = 1,43 % p/p

Amostra desconhecida: 0,0035 mol/L de Hg e 0,0057 mol/L de Cd.

Page 17: Volumetria de Complexação

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BACCAN, N.; ANDRADE, J. C. de; GODINHO, O. E. S.; BARONE, J. S.;

“Química Analítica Quantitativa Elementar”, 2ª edição, Editora Edgard Blücher

LTDA, Campinas, 1979

SKOOG, D.A.; wets, D.M. and Holler, F.J. Analytical Chemistry, an Introduction,

Ed. Saundersa College Publishing. Philadelfia, 6ªed.,1993.

Page 18: Volumetria de Complexação

QUESTIONÁRIO

1. Por que na titulação do magnésio é preciso manter o pH igual a 10?

Existe um gráfico (abaixo) que mostra qual é pH mínimo necessário para que a

titulação de diversos íons metálicos tenha um ponto final satisfatório na ausência de

agentes comlexantes. Ao observá-lo, vemos que o meio ácido é satisfatório para

muitos cátions divalentes de metais pesados. Quando o pH = 10, pode-se garantir que

todo o magnésio presente vai estar complexado. [PS: aparentemente é necessário adicionar

duas unidades a todos os pontos na escala de pH desse gráfico]

2. Por que o pH na titulação do magnésio não pode ser 12?

Caso o pH esteja em um ponto tão elevado asism, poderá ocorrer a formação

de hidróxido de magnésio, que irá precipitar e não será possivel fazer a análise

complexometrica adequadamente.

Page 19: Volumetria de Complexação

3. Como ocorre a detecção do ponto final na titulação de complexação com EDTA?

Assim como numa volumetria ácido-base, a detecção do ponto final pode ser

observada mediante uso de indicadores. Na complexometria, utilizamos o negro de

eriocromo. A coloração caracteristica da viragem está ligada ao metal em que o EDTA

vai se ligar, pH e ions que ficarão na solução.

4. Por que o indicador Negro de Eriocromo T (Ërio T) não pode ser usado na

titulação de cálcio na ausência de magnésio?

Para que o ponto final da titução para complexar cálcio seja satisfatório, o pH

do meio deve estra acima de 8. Mas, a constante de formação do cálcio é maior do

que a constante de formção do magnésio e ele precipitaria melhor em meio ácido.

Logo, é necessário que a titulação do cálcio se faça em presença de magnésio pois

assim é um meio de garantir a total complexação dos ions cálcio.

5. Qual a função de tampões e agentes mascarantes?

Os tampões são substâncias que limitam a variação do pH em faixa estreitas

ao adiconarmos ácido ou base à solução. É necessário acrescentar estes compostos

na complexometria pois – conforme pode ser observado no grafico anterior – os

cátions complexam em uma faixa de pH bem definada.

Já os agentes mascarantes são necessários quando pode ocorrer interferência

de um outro íon, que não é o que queremos analisar, pois ele também reage com o

complexante. Também são utilizados para evitar a precipitação de alguns cátions com

seus hidróxidos.

6. O que é efeito quelante?

Quelato é um composto químico formado por um íon metálico ligado por

várias ligações covalentes a uma estrutura heterocíclica de compostos

orgânicos como aminoácidos, peptídeos ou polissacarídeos. O nome quelato

provém da palavra grega chele, que significa garra ou pinça, referindo-se à

forma pela qual os íons metálicos são “aprisionados” no composto. O efeito

Page 20: Volumetria de Complexação

quelante, como o nome sugere, provem da utilização de um composto afim de

remover ions metalicos de uma solução.

7. Quais as principais técnicas de titulação com EDTA?

Titulação direta: a solução do analito é tamponada e titulada diretamente com

solução padrão de EDTA.

Titulação de retorno: adiciona-se um excesso de EDTA, tampona-se a solução e

titula-se o excesso de EDTA com solução padrão de um íon metálico.

Titulação de substituição: adiciona-se um excesso de EDTA complexado com

magnésio: M+n + MgY2- ↔ MY(n-4) + Mg2+. Titula-se o Mg2+ liberado com solução

padrão de EDTA.

Titulação alcalimétrica: titula-se o H+ liberado na reação entre o metal e o Na2H2Y

com solução padrão de

NaOH.

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