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noticias panamericano e estrutura de controle

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Por Fernando Torres | De SãoPaulo29/11/2010

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Comitê de auditoria apontou em relatório de 2009 que área tinha de ser aperfeiçoada e

redimensionada.

Controles do PanAmericano mereciam atenção

As entidades externas e os órgãos internos que integravam a estrutura de supervisão egovernança do Banco PanAmericano nunca reportaram ao Banco Central (BC) nenhumindício sobre as "inconsistências contábeis" que levaram o banco a precisar de um aportede R$ 2,5 bilhões para se manter de pé. Mas o comitê de auditoria da instituição apontou,no seu relatório referente ao balanço fechado de 2009, que os controles internos dobanco precisavam ser revisados e efetivamente implantados conforme a Circular 3.467 doBC, que lista os pontos que a área de controladoria deve observar.

No texto entregue ao conselho de administração e que ficou disponível ao órgãoregulador, o comitê de auditoria diz que concluiu que eram "efetivos os controlesinternos", mas que eles continuavam a "merecer aperfeiçoamentos, não obstante asignificativa melhoria havida no período [segundo semestre de 2009]", indicando que asituação era pior seis meses antes, mas que havia melhorado.

Na opinião do comitê, a área de controladoria da instituição tinha apresentado sensívelevolução naquele semestre, mas continuava a "merecer atenção" e precisava ser"redimensionada para bem cumprir sua finalidade e missão". Na sua página na internet, obanco diz que a área de controle é composta por seis pessoas.

Essas recomendações e comentários constam do relatório completo do comitê deauditoria do PanAmericano sobre o balanço de 2009, que foi publicado na íntegra,aparentemente por engano, no Relatório Anual do Grupo Silvio Santos. A versãoresumida, divulgada junto com o balanço, dizia apenas que os controles internos foramconsiderados efetivos e que tinham sido encaminhadas "diversas recomendações" ao

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29/11/2010 - 00:00 -

Documento não saltou aos olhos de supervisores (/impresso/investimentos/119/343563/documento-

nao-saltou-aos-olhos-de-supervisores)

conselho de administração durante as reuniões realizadas semanalmente.

Segundo especialistas em auditoria ouvidos pelo Valor e pessoas que integravam órgãosde supervisão do PanAmericano, recomendações feitas por comitês de auditoria não sereferem a pequenos problemas de controle, relacionados, por exemplo, com o acesso àportaria de prédios, mas efetivamente a questões de maior relevância para o balanço.

Ainda assim, todos concordam que os pontos levantados não eram uma evidência de quehavia algo da magnitude que se descobriu após investigações feitas pelo Banco Central.

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| De São Paulo29/11/2010

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Documento não saltou aos olhos de supervisores

O conteúdo do relatório do comitê de auditoria do PanAmericano não difere muito doapresentado por outros bancos de porte semelhante, segundo uma pessoa queacompanha as investigações oficiais do caso. "Não era nada que saltasse aos olhos", diz afonte, que afirma ser comum que se recomende aperfeiçoamentos. Conforme o Valorapurou, dentro da Deloitte, auditoria do PanAmericano, o documento também não teriachamado atenção.

É comum que relatórios desses comitês sugiram melhorias, mas pesquisando outrosdocumentos a reportagem não encontrou nenhum que fosse específico emrecomendações sobre o tamanho da área de controladoria, nem menção à necessidade derevisão e efetiva implantação de controles.

A fonte que acompanha a investigação oficial lembra, no entanto, que se a supostafraude agora descoberta tivesse sido identificada pelo comitê de auditoria, ou pelaauditoria externa, haveria obrigação de comunicação ao BC. Não seria tema apenas paraser incluído num relatório.

Procurados, Banco Central, Deloitte e PanAmericano não quiseram dar entrevista.Alegando cumprir seu código de ética profissional, a auditoria se recusou a informarquantos funcionários auditavam os números do banco e não quis revelar em qual nível derisco, na escala da firma, o banco se enquadrava. Um novo cliente de auditoria pode seraprovado ou rejeitado, a depender do risco. Mesmo em caso de aceitação, há diferentesníveis de risco, que podem exigir medidas extras de controle, como revisão por doissócios. (FT)

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Por Fernando Torres | De SãoPaulo29/11/2010

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Contabilidade: Estrutura robusta de governança não foi suficiente para identificar suposta

fraude nas contas.

O papel de cada órgão no PanAmericano

Diante de todo o aparato de supervisão e governança que existia no PanAmericano, todosficam intrigados e se perguntam como ninguém (aparentemente) percebeu que havia essasuposta fraude dentro da instituição financeira.

Para tentar entender onde há brechas e os limites de cada agente nesse caso, o Valorconversou com oito fontes especializadas na área, entre auditores, contadores,reguladores e pessoas ligadas ao comitê de auditoria e conselho fiscal do banco.

O relato é que a estrutura existente dava aparente tranquilidade para cada um dos órgãosde fiscalização fazer o seu trabalho.

O PanAmericano tinha auditoria interna própria e era auditado externamente pelaDeloitte - uma das quatro maiores do mercado. Além disso, tinha comitê de auditoria,conselho fiscal e havia passado por um processo de abertura de capital há três anos - queenvolveu a análise de três bancos coordenadores - UBS Pactual (na época), Bradesco BBIe Itaú BBA. Mais recentemente, ao ter parte do capital vendido à Caixa EconômicaFederal, foi avaliado pelo Banco Fator e passou por uma auditoria especial da KPMG. Aregulação envolve o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários.

Mas o fato é que todos os dados analisados pelos órgãos de supervisão e fiscalização sãogerados pela contabilidade e aprovados, em primeiro lugar, pela diretoria do banco.

Sem comentar o caso específico, auditores experientes dizem que faz parte da profissãolidar com riscos, entre os quais está o de emitir um parecer sem ressalva sobre umademonstração financeira errada. Assim, mesmo que exista o princípio da boa-fé e que o

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auditor não seja polícia, ele deve ter o chamado ceticismo profissional e não podeacreditar apenas nas informações passadas pela administração da companhia. Dessaforma, está entre suas atribuições tentar identificar erros contábeis, que podem serintencionais ou não.

O que eles reconhecem, no entanto, é que nem sempre se consegue identificar oproblema.

No caso das fraudes, a origem pode ser de funcionários do baixo escalão, da médiagerência ou da alta administração. Nos dois primeiros tipos, é mais fácil de resolver oproblema, porque a diretoria ajuda o auditor externo a identificar a falha, uma vez queisso também é do seu interesse.

Já a fraude gerada na cúpula de uma companhia é a mais difícil de se descobrir,especialmente quanto envolve um grupo de pessoas, porque a administração faz de tudopara esconder as falhas e tem o poder e a hierarquia a seu favor. Os funcionários maisgraduados das empresas costumam ser aqueles com mais poder dentro de sistemasinformatizados de controle, que podem alterar números de contratos, por exemplo. Nocaso de mudanças que exigem confirmação por uma segunda senha, a fraude é facilitadaquando é praticada por mais de uma pessoa.

Além disso, os especialistas destacam que no Brasil não há exigência de uma auditoriaespecífica dos controles internos, assim como ocorre com as empresas que têm açõesnegociadas nos Estados Unidos e são obrigadas a seguir a lei Sarbanes-Oxley.

O que se faz aqui é avaliar o ambiente de controles internos, seja com testes seja com aobservação da cultura dentro da própria companhia. Com base no julgamento do auditorsobre a efetividade desses controles no início do seu trabalho, ele desenha seu programade auditoria. A depender do nível de confiança depositado nos controles, ele define sefará mais ou menos testes para cada conta.

Em um exemplo: quando há confiança nos sistemas da empresa ele testa 300 operaçõesnum universo de 10 mil; se ele tem dúvidas, pode olhar 500 ou 1.000, e assim por diante.No caso dos bancos, isso inclui a circularização de saldos e créditos bancários.

Quando são identificados erros acima do considerado razoável, amplia-se os testes. Paradefinir os limites, o auditor leva em conta o princípio da relevância, que também é umjulgamento dele. É um valor arbitrado, como 5% do lucro ou do patrimônio, por exemplo.

Assim, ele avalia que pode existir um número X de erros no balanço, mas a soma delesnão pode ultrapassar um valor Y, que é o limite do considerado relevante no início dostrabalhos.

Se o auditor não consegue identificar a existência de um erro no balanço elaborado pelocomando da companhia, seja ele intencional ou não, o trabalho posterior ficacomprometido.

O comitê de auditoria é um órgão que está ali para ajudar o conselho de administração aacompanhar o trabalho dos auditores externos e internos, assim como os controlesinternos. Legalmente, as reuniões devem ser no mínimo mensais, embora no caso doPanAmericano fossem semanais. Apesar de acompanharem os trabalhos de perto, os

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BC é responsável por supervisão de auditorias dos bancos (/impresso/kpmg/3560/343561/bc-e-

responsavel-por-supervisao-de-auditorias-dos-bancos)

comitês de auditoria deixam claro, nos seus relatórios semestrais, que as recomendaçõesao conselho de administração para aprovação das contas são dadas com base nos númerospreparados pela contabilidade e diretoria da empresa e já auditados.

O conselho fiscal só tem obrigação de se reunir a cada trimestre, para aprovar ou não obalanço já preparado. No caso do PanAmericano, o Valor apurou que os conselheirosperguntavam sobre a variação de algumas contas e as explicações fornecidas peladiretoria pareceriam razoáveis e bem fundamentadas. Recentemente, o órgão teriamanifestado preocupação com as provisões, que foram ajustadas neste ano. Sem que issorepresentasse uma preocupação maior, o único senão era a demora para que o balançofosse disponibilizado, o que reduzia o prazo para sua avaliação.

Com relação à verificação de números feita pela KPMG na ocasião de venda de parte docapital para a Caixa, os especialistas deixaram claro que trata-se de uma análise muitomenos profunda que uma auditoria, durando uma ou duas semanas, e às vezes com acessolimitado aos dados, já que o vendedor não tem interesse em divulgar todos os seusnúmeros para potenciais interessados que podem não fechar negócio.

Durante esse tipo de serviço, a firma apenas avalia a qualidade de algumas contas dobalanço (como o contas a receber e imobilizado) e procura passivos ainda não reclamadoscomo riscos de ações judiciais.

Questionada sobre se a estrutura de supervisão precisa ser aperfeiçoada, para se evitarcasos parecidos, uma fonte de órgão regulador disse que o problema não está no modelo,mas na forma como ele foi operado e que para inibir isso existem punições previstas nalegislação.

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Janes Rocha | Do Rio29/11/2010

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Aline Massuca/Valor

(http://static.valoronline.com.br/sites/default/files/imagecache/media_library_bigimage//gn/10/11/foto29sa-111-norma-d9.jpg)Norma Parente,ex-diretora da CVM,critica fim do rodíziode auditores

BC é responsável por supervisão de auditorias dos bancos

Embora o trabalho das auditorias seja regulado e supervisionadopela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), desde 1997 partedessa função pertence ao Banco Central (BC), que passou aresponder pela supervisão das empresas que auditam os bancos.

A mudança foi instituída pela Medida Provisória (MP) nº 1470 de1997, instrumento usado pelo governo da época para implementaruma série de mudanças na Lei das Sociedades por Ações, com oobjetivo de facilitar a privatização das estatais.

Por esse motivo, no caso do Banco PanAmericano, se alguém temde averiguar e dar alguma resposta ao público sobre o porquê daempresa de auditoria não ter identificado as operações quelevaram à quebra do banco, esse alguém é o BC, explica NormaParente, ex-diretora da CVM.

Atualmente coordenadora do curso de direito da PUC/RJ, NormaParente foi relatora em 2003 do processo aberto pela CVM contraos administradores do Banco Nacional, caso que ela consideracomparável ao do PanAmericano.

O Nacional sofreu intervenção em 1995, depois de descobertas 652 contas bancárias emuma contabilidade paralela, atribuída a ex-dirigentes, que escondiam um buraco de R$5,5 bilhões em prejuízos com a inadimplência de empréstimos. As contas foram criadas emantidas durante sete anos sem que fossem captadas pelas fiscalizações do BC e muitomenos pela auditoria da KPMG.

"É inacreditável como acontece esse tipo de coisa", disse Norma Parente, referindo-se aocaso PanAmericano. Ela lembrou que a CVM julgou e condenou os administradores do

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Nacional, enquanto a KPMG não sofreu nenhuma condenação do BC.

Para Norma Parente o problema é a falta de rodízio dos auditores. "O mesmo auditor ficamuitos anos (na mesma empresa) e acaba perdendo o senso crítico."

Opinião divergente tem o ex-diretor de normas do Banco Central Sergio Darcy. Foi Darcyquem recuou no sistema de rodízio para as auditorias dos bancos, ao constatar que, naprática, "não funcionava tão bem" e ainda elevava os custos para os bancos, queacabavam repassando aos clientes.

Darcy acha que o sistema atual, de comitê de auditoria independente, é o melhor paragarantir a qualidade dos números das instituições financeiras. O PanAmericano tinha umcomitê desses, mas Darcy diz que não é possível entender o que falhou na auditoria dobanco do grupo Silvio Santos pela falta de informações oficiais.

Esse é também o ponto mais criticado por Edson Garcia, presidente da Associação dosInvestidores no Mercado de Capitais (Amec), que se diz preocupado com a situação dosacionistas minoritários do PanAmericano. Para ele, há um "apagão" de informações sobrea real situação financeira do banco e os motivos que levaram ao rombo de R$ 2,5 bilhões.

"Não conhecemos detalhes e há muito pouca informação oficial", queixou-se Garcia,inconformado também com o fato de as irregularidades do PanAmericano terem passadodespercebidas por todos que deveriam detê-las.

Questionada, a CVM divulgou na quinta-feira que está analisando o caso PanAmericanonos pontos que estão em sua "esfera de competência", que seriam os relacionados a"informação do mercado, exceto demonstrações financeiras e auditoria, negociações comvalores mobiliários da instituição e fundos de investimento". O BC também foi procurado,mas não respondeu aos pedidos de entrevista.

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