viver as palavras de cristo - portal faje · diagramação e edição de imagens handerson silva...

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OS JOVENS QUE DESEJAM TORNAR-SE AMIGOS DO SENHOR NA COMPANHIA DE JESUS RECEBEM SÓLIDA FORMAÇÃO especial pág. 12 Em EDIçãO 17 ANO 2 AGOSTO 2015 INFORMATIVO DOS JESUíTAS DO BRASIL FRANCISCO VISITA à AMéRICA LATINA pág. 10 JESUíTA é PREMIADO NA GRã-BRETANHA pág. 19 PRESIDENTE DA CPAL VISITA PROJETO PAN-AMAZôNICO pág. 21 VIVER AS PALAVRAS DE CRISTO OS JOVENS QUE DESEJAM TORNAR-SE AMIGOS DO SENHOR NA COMPANHIA DE JESUS RECEBEM SÓLIDA FORMAÇÃO

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Os jOvens que desejam tOrnar-se amigOs dO senhOr na COmpanhia de jesus reCebem sólida fOrmaçãO

especial pág. 12

JESUÍTAS BRASIL

Em edição 17ANO 2AgOstO 2015

InformatIvo dosJesuítas do BrasIl

FrANciscO visitA àAméricA LAtiNA

pág. 10

JesuítA é premiAdO NA grã-BretANhA

pág. 19

presideNte dA cpAL visitAprOJetO pAN-AmAzôNicO

pág. 21

ViVeR AS PALAVRAS de CRiSTo

Os jOvens que desejam tOrnar-se amigOs dO senhOr na COmpanhia de jesus reCebem sólida fOrmaçãO

4 5

SumáRio edição 17 | ANO 2 | AgOstO 2015

edItorIal• Servidores da Missão

CalendárIo lItúrgICo

entrevIsta †PeregrInos em mIssão• À disposição para ajudar

o mInIstérIo de unIdadena IgreJa † santa sé• Visita do Papa à América Latina

esPeCIal• O seguimento de Jesus

mundo † CúrIa geral• Ano Jubilar

• Documentos sobre jesuítas são publicados

• Grã-Bretanha: Prêmio a um linguista jesuíta

• América Latina: Caminhada Espiritual pela Paz

e União dos Povos

amérICa latIna † CPal• Inácio de Loyola e a Colaboração

• Visitas ao projeto pan-amazônico da Cpal

• Religiosos de Leticia participam de encontro

servIço da fé• Paróquia Nossa Senhora de Fátima realiza

curso de Música Litúrgica

• Monumento em homenagem a São José de

Anchietano

• Paulo de Tarso é tema de palestra no Ri0

6

78

10

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18

20

22

12 anos, esse é o tempo médio de formação dos jesuítas

4 5

Promoção da JustIça e eCologIa• CEPAT celebra 25 anos de atividades

• Encontro do Apostolado Social da Companhia de Jesus

eduCação• Campanha Inacianos pelo Haiti entra na 2ª fase

• Curso de Formação Inaciana reúne alunos na Colômbia

• ETE FMC participa de feira de inovação

Juventude e voCações• Jovens brasileiros participam do ENJUVI no México

formação e CuIdado da saúde• Residência Ir. Luciano Brandão promove eventos

na Paz do senhor

JuBIleus e agenda

23

24

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29

3035

InformatIvo dosJesuítas do BrasIl

expedieNte

EM COMPANHIA é uma publicação mensal dos

Jesuítas do Brasil, produzida pelo Núcleo de Co-

municação Integrada (NCI)

ConTATo [email protected]

www.jesuitasbrasil.com

diReToR ediToRiALIr. Eudson Ramos

ediToRA e joRnALiSTA ReSPonSáVeLSilvia Lenzi (MTB: 16.021)

RedAçãoJuliana Dias

diAgRAmAção e edição de imAgenSHanderson Silva

CoLAboRAdoReS dA 17ª ediçãoPe. Agnaldo Barbosa Duarte, Ana Claudia Klein,

Esc. Antônio Costa, Evenice Neta, Pe. Itamar

Carlos Gremon, Pe. Jair Barbosa Carneiro, Jime-

na Castro, Jonas Jorge da Silva, Pe. José Ivo Foll-

mann, Juliana Najan, Luiz Antonio, Pedro Risa-

ffi, Pe. Valério Sartor, Vanessa Correia, Vanessa

Garcia e Ana Ziccardi (revisão). Um agradeci-

mento especial a todos que colaboraram com a

matéria especial dessa edição.

FoToSBanco de imagens / Divulgação

TRAdução dAS noTíCiAS dA CúRiAPe. José Luis Fuentes Rodriguez

6 7

Neste mês em que recordamos as vocações, somos chamados a refletir sobre

como estamos vivendo nosso próprio chamado, que é sempre um chama-

do para a vida e vida em plenitude. Temos que agradecer pelas diferentes

vocações na Igreja, que se complementam mutuamente. Todas elas têm papel espe-

cial no plano da Criação. Somos todos criados por amor e para o amor, que deve se

concretizar no surgimento de um mundo mais fraterno e justo.

Nas páginas deste informativo, você terá a oportunidade de conhecer um pouco

mais sobre a descoberta da vocação para a Companhia de Jesus e sobre a formação,

atualmente, dos jesuítas do Brasil.

Como acontece com todas as demais ordens e congregações religiosas, a vocação

dos jesuítas está diretamente vinculada à experiência do nosso fundador e de seus

primeiros companheiros. Inácio viveu uma experiência singular de Deus, que mar-

caria para sempre a sua existência. Mas como Inácio via a sua vocação e a dos outros?

Por meio dos documentos historiográficos sobre a Societatis Iesu, vemos que

Inácio, desde o início, sentiu-se chamado a uma vocação apostólica, isto é, a cola-

borar com a missão de Cristo no serviço aos demais. Ele nunca concebeu a sua con-

versão pessoal como caminho exclusivo de santificação e salvação pessoal. Outros

haveriam de se beneficiar disso! E isso seria para ele um critério de seleção voca-

cional, como narra o Pe. Gonçalves da Câmara: “Lembro-me que dizia N. P., muitas

vezes, que não queria na Companhia ninguém para salvar somente a si, senão que

todos haviam de ser tais que, além disso, ajudassem outros a se salvar”. [MHSI,

Fontes Narrativi, I – Mon. 13 – Memoriale L. González (1555), p. 625].

Inácio esperava encontrar jovens que se identificassem com esse projeto de vida.

Juan de Polanco, movido a mudar de vida aos 24 anos de idade, quando faz os exercí-

cios, escreve que esse desejo era presente desde Barcelona: “Começou desde ali a ter

desejos de juntar algumas pessoas à sua companhia(...)” E esse mesmo desejo o

acompanha em Paris: “Depois da prisão e da sentença (na Espanha) decidiu ir a Paris,

se bem que a isso era movido também para poder dedicar-se mais aos estudos, (...)

tendo também como principal intenção conseguir gente naquela universidade,

se Deus nosso Senhor fosse servido em mover alguns em cuja companhia ele

insistisse no serviço divino(...)” [MHSI, Fontes Narrativi, I – Mon. 7 – Summ. Hisp.

Polanci, p. 170.177].

Além de Inácio, todos os demais componentes daquele primeiro grupo, ainda

que não tivessem clareza de que estavam fundando uma ordem, acreditavam que

ali estava um projeto de vida pelo qual valia a pena deixar tudo e abraçar. Por isso,

queriam partilhá-lo com outros. Diego Laínez lembra esse desejo comum quando

escreve: “Feitos depois todos sacerdotes, e ditas as primeiras missas, exceto o Pe.

Mestre Inácio, que disse a sua muito depois, reunindo-nos em Vicenza, delibera-

mos de repartir-nos (ainda esperando a passagem a Jerusalém) por diversas univer-

sidades da Itália, para ver se nosso Senhor se dignasse chamar algum estudante

ao nosso instituto. [MHSI, Fontes Narrativi, I – Mon. 6 – Epistola P. Laini, p. 120].

Esse desejo continua presente no corpo apostólico da Companhia de hoje, que

espera atrair, com seu testemunho de vida e missão, novos servidores da missão de

Cristo, nesta mínima Companhia!

Boa leitura!

ediToRiAL

SeRVidoReS dA miSSão

Pe. Adelson Araújo, SJDelegado para a Formação

vemos que InácIo, desde o InícIo, sentIu-se chamado a uma vocação apostólIca, Isto é, a colaborar com a mIssão de crIsto

6 7

CALendáRio LiTúRgiCo

São Pedro Fabro, presbítero

Santo Alberto Hurtado, presbítero

calendário litúrgicoPróprio da Companhia de Jesus AgoSTo

DIA 2

DIA 18

8 9

enTReViSTA † peregriNOs em missãO

Quais as principais responsabilidades e alegrias des-

sas funções?

Destaco algumas das atividades, dentre outras, que realizo

como Sócio:

Como está sendo o trabalho do se-

nhor como Sócio? E como Admonitor

do Provincial?

Apesar de todo o desafio que a mis-

são de ser Sócio de uma província nas

dimensões, particularidades e volume

de atividades que o Brasil traz consigo,

sinto-me muito bem adaptado e iden-

tificado com todo o trabalho realizado.

É uma oportunidade de colaborar com a

missão da Companhia de Jesus de outra

forma, pois, embora não esteja ligado di-

retamente a uma obra da província, o tra-

balho na Cúria torna-se o elo de relação

e comunicação com todas as obras e pes-

soas. A função de Admonitor dá-se numa

esfera mais próxima e reservada com a

pessoa do Provincial, e pela proximidade

que possuímos, tenho tido facilidade em

manter um diálogo sempre aberto e que

possa ser sinal de ajuda para a missão que

o Provincial realiza.

À diSPoSição PARA AjudAR

ir. eudson Ramos, Sj

Em entrevista especial para o informativo

Em Companhia, o Ir. Eudson Ramos

conta como está sendo se dividir entre

duas funções, a de Sócio e a de Admonitor

do Provincial. São muitos os desafios,

sem dúvida, mas o jesuíta destaca

principalmente a alegria de poder estar à

disposição para ajudar os companheiros

naquilo que for possível.

• Acompanhar e interagir com o Provincial nas suas fun-

ções e atribuições, conforme constam no Estatuto da BRA;

• Participar das reuniões dos fóruns de Superiores e de

Gestão Apostólica, bem como da Consulta Canônica;

• Responsabilizar-me por toda a comunicação na Pro-

víncia e isso envolve a publicação dos informativos Em

Companhia e Breves BRA, bem como colaborar com a re-

vista Jesuítas Brasil, além de toda a correspondência que

parte da Cúria Provincial para jesuítas e colaboradores,

obras, dioceses, Conferência (CPAL) e Cúria Geral;

• Ajudar no trabalho dos arquivos pessoais da Província;

• Organizar a agenda do Provincial, com suas viagens e

seus compromissos.

8 9

Os sentimentos de consolação desta missão estão sempre rela-

cionados ao bom andamento das atividades, processos pesso-

ais e institucionais. É gratificante ter a oportunidade de ajudar

companheiros jesuítas e nossas obras quando sou solicitado.

Seria como um constante estado de disponibilidade para agi-

lizar e facilitar situações! Costumo dizer que estou sempre à

disposição para ajudar naquilo que for possível, pois imagino

que todos os pedidos que me chegam diariamente esperam por

uma resposta, por um encaminhamento, e, de minha parte,

sinto-me feliz em poder dar um pronto retorno às demandas

enviadas. É bom saber que esse tipo de suporte, mesmo que

discreto, torna-se relevante para quem dele precisa!

O Sócio auxilia o Provincial nas atividades e processos in-

ternos da Província BRA. Dessa forma, podemos dizer que

essa é uma função estratégica? Por quê?

Sim. O Sócio faz parte do staff de governo da Província e sua

função é de ajudar o Provincial a melhor desempenhar a sua

missão. O contato com pessoas e situações faz com que o Sócio

tenha conhecimento de várias realidades e assim possa cola-

borar nos processos e encaminhamentos propostos pelo Pro-

vincial. Não cabe ao Sócio a gestão de decisões, mas a partir das

informações e dos conhecimentos, ele pode ajudar o Provincial

e demais membros do staff do governo provincial na constru-

ção da consciência comum do corpo apostólico da Província.

Como Admonitor, o senhor zela para que o Provincial

realize sua missão e cuide da saúde. Como é administrar

esse ‘cuidado’ em meio a tantos compromissos dele?

A função de Admonitor serve como um “fiel” de uma balan-

ça, pois trata não apenas de verificar como a missão do Provin-

cial está sendo realizada, como, também, cuidar para que ele a

realize da melhor forma possível.

Surge aqui um desafio para o Sócio, pois, em muitos mo-

mentos, ele não está fisicamente perto do Provincial, e como

atentar para que o cumprimento dos compromissos, a alimen-

tação, o repouso, os exercícios físicos, o lazer também estejam

sendo harmoniosamente observados? Reforço novamente a

importância do diálogo, da abertura e da corresponsabilidade

que busco desempenhar junto ao Provincial.

Para o senhor, como é administrar duas funções distintas?

Este pode ser um dos desafios desta função, pois, ao mesmo

tempo em que o Sócio organiza para que o Provincial possa vi-

sitar pessoas, obras e lugares, realizar reuniões, também cuida

para que a saúde, a vida espiritual e demais

aspectos da vida do Provincial possam sem-

pre estar sendo bem cuidadas e atendidas.

Desde novembro de 2014, a Compa-

nhia de Jesus é constituída por uma úni-

ca província. Como o senhor avalia essa

nova configuração?

Todo o processo de criação da Província

do Brasil foi conduzido na perspectiva de não

somente unir pessoas, residências e obras,

mas, principalmente, qualificar a nossa vida

e missão em todas as regiões do país. Um

dos critérios inacianos para o discernimento

apostólico é o bem mais universal. Trata-se de

ter presente o que mais pode ajudar na reali-

zação daquela missão em vista de uma quan-

tidade maior de pessoas, da eficácia da trans-

missão da mensagem do Evangelho e seus

valores, dos frutos que poderão ser colhidos,

enfim, como a missão do Cristo, com a qual

colaboramos, possa ser melhor propagada.

Esta nova configuração no Brasil quer alargar

os horizontes, antes regionais, provinciais e

agora nacionais, além de ter presente na vida

de todo jesuíta e das missões que assumimos

que as nossas diferenças podem se tornar

nossas riquezas e assim fortalecer a missão.

O senhor tem contato constante com

jesuítas do Brasil todo? Como é esse rela-

cionamento?

Diariamente, tenho contato com os jesu-

ítas da Província por e-mail, telefone, corres-

pondências... Acredito que os jesuítas veem no

Sócio a certeza de que podem ter suas pergun-

tas respondidas, dúvidas sobre procedimen-

tos, notícias sobre outros jesuítas, informa-

ções sobre comunicações etc. Situações como

esta é que fazem com que os jesuítas busquem

contato com a Cúria Provincial. É bom rece-

ber também sugestões, ponderações, críticas

e gestos de gratidão da parte dos companhei-

ros! Sabemos a força de um “muito obrigado”

depois de determinada situação, tanto para

quem pediu a ajuda como para quem ajudou.

10 11

o miniSTéRio de unidAde nA igRejA † sANtA sé

ViSiTA do PAPA À AméRiCA LATinA

O Papa Francisco realizou visita apostólica, pela

primeira vez, ao Equador, à Bolívia e ao Para-

guai – países latino-americanos que refletem a

essência do seu papado, ‘uma igreja pobre para os po-

bres’. Realizada entre os dias 5 e 13 de julho, a viagem

teve como tema A alegria do anúncio do Evangelho.

Essa foi a segunda visita do Pontífice à América do

Sul – a primeira aconteceu em 2013, quando ele partici-

pou da Jornada Mundial da Juventude no Brasil. Durante

a nova passagem pela região, o Papa criticou as desigual-

dades e afirmou que a Igreja latino-americana tem uma

grande riqueza: “é uma igreja jovem e é isso que nós de-

vemos aprender e corrigir, e estes povos jovens dão-nos

força nisto.”

10 11

Fonte: Rádio Vaticana | News.va | Canção Nova | G1 | Veja.com

eQuAdoR

A viagem de Francisco começou pelo Equador. Com

mais de 80% da população católica, há 30 anos o país não

recebia a visita de um Papa, o que gerou grande expectati-

va dos equatorianos. O reflexo pôde ser visto nas ruas, re-

pletas de fiéis. “Sinto alegria e gratidão ao ver as calorosas

boas-vindas que me dão. É uma demonstração do caráter

acolhedor que tão bem define as pessoas desta nobre na-

ção”, disse o Pontífice.

Entre as mensagens deixadas pelo Papa, merece desta-

que a qual disse que, no evangelho, encontram-se as chaves

para enfrentar os atuais desafios, valorizando as diferen-

ças, promovendo o diálogo e a participação sem exclusões.

boLíViA

Segundo país visitado pelo Papa, a Bolívia parou para

acompanhá-lo. À população, Francisco recomendou unidade

para a nação, para juntos abaterem os muros da divisão e da

exclusão. Como havia dito no Equador, ele voltou a falar sobre

a cultura do descarte e da exclusão social: dois temas muito

recorrentes nessa viagem à América do Sul.

O Pontífice elogiou a Bolívia pelos importantes passos da-

dos na inclusão de amplos setores na vida econômica, social

e política do País, recordando que a Constituição reconhece

os direitos dos indivíduos, das minorias, do meio ambiente e

de instituições sensíveis a tais realidades. Além disso, adver-

tiu para os perigos de crescimento que não leva em conside-

ração o ser humano na sua condição integral.

PARAguAi

No último país da América Latina visitado, o Papa dirigiu-

-se de improviso às centenas de milhares de jovens que fo-

ram vê-lo ao longo do rio Paraguai. Depois de ouvir um jo-

vem pedir-lhe para rezar pela liberdade de todos, Francisco

ressaltou: “a liberdade é dom de Deus, mas é preciso saber

recebê-la, ter um coração livre de tantos vínculos, como a ex-

ploração, a falta de meios de sobrevivência, a dependência de

drogas, a tristeza. Tudo isso tira-nos a liberdade”.

Aplaudido entusiasmadamente pelos jovens paraguaios,

o Pontífice propôs uma oração e pediu que cada um meditas-

se no silêncio do seu coração.

Foto

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12 13

eSPeCiAL

12 13

O desejo vocacional não tem

muitas explicações. Aliás, vo-

cação não se explica, se vive!”,

afirma o padre Jonas Elias Caprini, Secre-

tário para Juventude e Vocações da BRA e

Coordenador do Programa MAGIS Brasil.

Descobrir sua vocação e seu lugar no mun-

do são desafios para todos nós. A busca por

aquilo que nos preencha internamente in-

quieta muitas pessoas, principalmente os

jovens. “O vazio é algo que falta para que a

gente se realize como pessoa e como cris-

tão. Essa inquietação nós chamamos de

busca pela vocação. Deus nos criou para

amar e servir, e, enquanto não encontrar-

mos o lugar onde possamos dar nosso ma-

gis, não estaremos em paz e felizes”, res-

salta padre Jonas.

No Brasil, com o objetivo de fortalecer

a importância da vocação, a Igreja Católica

celebra o Mês Vocacional, em agosto. A data

foi estabelecida na 19ª Assembleia Geral da

CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do

o SeguimenTo de jeSuS

Brasil), realizada em 1981. Durante o mês, os féis são con-

vidados a rezar e a cuidar das vocações. “Para a Igreja, esse

é o momento de pedir novas vocações e perseverança dos

vocacionados. É um tempo propício para despertar e ani-

mar os jovens a responderem ao chamado de Deus para o

serviço à Igreja”, explica padre Jonas.

O serviço à Igreja, como ressalta padre Jonas, envolve

não somente a vida religiosa, mas o seguimento de Cristo

de forma mais ampla. Segundo padre Jonas, todos somos

vocacionados à vida e a seguir Jesus. “Sem assumir essas

vocações básicas, não teremos vocação específica con-

sistente. Somente quando tivermos consciência de que a

vida e o seguimento a Cristo são um chamado de Deus,

poderemos responder com firmeza a uma vocação especí-

fica, seja na vida religiosa, sacerdotal, familiar e/ou leiga

consagrada”, afirma.

A Igreja Católica é constituída de muitos dons e minis-

térios, dessa forma, cada vocação é um chamado de Deus.

Nesse contexto, o discernimento vocacional é uma opor-

tunidade para encontrar a vontade Dele em sua vida. “O

Jovem que faz esse acompanhamento bem feito constrói

um projeto de vida consciente e consistente, e certamente

será uma pessoa realizada, feliz na opção de vida que fez”,

esclarece o jesuíta.

a igreja Católica é constituída de muitos dons e mistérios e as pessoas são chamadas a servi-la como leigas ou religiosas

“ -

14 15

eSPeCiAL

VoCAção À ComPAnHiA de jeSuS

Os apóstolos foram chamados por Jesus

a promover a palavra de Deus. Assim como

eles, Cristo continua chamando as pessoas

para segui-lo. Algumas são chamadas a ser-

vir à Igreja como leigos e outras como reli-

giosos, nas diversas ordens e congregações.

A Companhia de Jesus é um instrumento

para se viver as vocações dentro da Igreja

Católica. Para saber se o Senhor chama al-

guém para a Ordem religiosa, é necessário

um processo de discernimento, realizado

durante o acompanhamento vocacional.

Segundo padre Jonas, atualmente, os

principais motivos que atraem os jovens

a buscar o acompanhamento vocacional

são: o modo de vida dos jesuítas e a iden-

tificação com a missão da Companhia de

Jesus. “O jovem, inquieto vocacionalmen-

te, vê na nossa missão o lugar ao qual ele

poderá dedicar sua vida. O papel da Com-

panhia de Jesus é agradecer a Deus pelos jo-

vens que a procuram, acolher, acompanhar

e cuidar, para que façam um bom discerni-

mento e encontrem seu lugar no mundo

como cristãos desejosos de responder aos

apelos do Senhor”, afirma.

Para os que se sentirem tocados pela

missão da Companhia de Jesus, o primei-

ro passo é procurar as obras jesuítas que

trabalham com juventude e vocações. Es-

sas obras o encaminharão para um jesuí-

ta, que será o seu orientador vocacional e

que irá entrevistá-lo, orientá-lo espiritual

e vocacionalmente. Nessa etapa, o voca-

cionado poderá ser convidado a participar

do GAVI (Grupo de Aprofundamento Vo-

cacional Inaciano). Nesse grupo, o jovem

percorrerá um caminho que o ajudará a

conhecer a Companhia de Jesus e a ques-

tionar suas motivações a partir da espiri-

tualidade de Santo Inácio, da convivência

e da partilha de vida.

Durante o processo de acompanhamen-

to, serão propostas algumas experiências,

como retiro inaciano, missões e convivên-

cias. “Através da participação nas atividades

propostas e pelo acompanhamento vo-

cacional, o jovem vai aprofundando a fé e

formando-se na caminhada eclesial”, explica

padre Jonas. Não há um tempo específico

para estar no grupo, porém o vocacionado

deverá ter participado o tempo suficiente

para sentir clareza quanto ao passo seguinte,

que é o Plano de Candidatos. Essa é a última

etapa do acompanhamento vocacional, esse

é o momento em que a vocação à Ordem reli-

giosa será aprofundada e amadurecida.

Atualmente, universitários, com idade

igual ou superior a 25 anos e atuantes no

mercado de trabalho, são os que mais procu-

ram a Companhia de Jesus. “Hoje, as grandes

decisões da vida não se dão no final do en-

sino médio, mas na metade do curso supe-

rior”, ressalta padre Jonas. O jesuíta acredita

também que as ações, as palavras e as atitu-

des do Papa Francisco têm inspirado cada

vez mais o seguimento a Cristo. “Francisco

fala simples e ao coração. Sua mensagem é

carregada de compaixão, acolhimento e es-

perança. Creio que muitos frutos vão vir para

a Igreja com o Papa Francisco. Seguir a Cristo

é acolher, perdoar, amar e viver com espe-

rança e isso Francisco tem insistido em seu

Pontificado”, diz.

Segundo padre Jonas, atualizar o méto-

do e a mensagem, fazendo uma aproxima-

ção com o mundo juvenil, é indispensável

para realizar um serviço junto aos jovens.

“É importante buscar na promoção voca-

cional, no acompanhamento e na forma-

ção, a atualização da mensagem cristã e do

carisma inaciano, sem perder os valores

do Evangelho e da Companhia de Jesus”.

Além disso, o fortalecimento do modo de

vida dos jesuítas é essencial nesse contexto.

“Penso que a maior promoção vocacional

é nosso modo de vida. Por isso, devemos

cuidar de nosso modo de proceder, assim

como nos orientou Inácio”, afirma o jesuíta.

Acompanhar o jovem em seu caminho

de crescimento pessoal, de discernimento

e na elaboração de seu projeto de vida é o

objetivo do serviço vocacional. Para padre

Jonas, “quando nos permitimos ser ques-

tionados e ajudados, quando entramos em

sintonia com Deus através da oração, o Se-

nhor realiza maravilhas em nossa vida”. Os

jesuítas que integram o Corpo Apostólico

da Companhia de Jesus seguiram Jesus e

descobriram o amor do Senhor (leia os de-

poimentos ao longo da matéria).

“Durante minha juventude, o Se-

nhor me envolveu em um forte

e profundo desejo de identifi-

cação com Jesus de Nazaré e com a

perspectiva do seu Reino. Esse mo-

vimento interior me apontou para a

vocação sacerdotal”.

Esc. José Célio dos Santos, 32 anos, 3º

ano de Teologia

Informações sobre o acompanhamento

vocacional podem ser obtidas através do

e-mail [email protected]

14 15

A FoRmAção jeSuíTA

Uma das características da Com-

panhia de Jesus é a sólida formação

de seu corpo apostólico. Nesse tempo,

dividido em várias etapas, os jesuítas

são preparados para a missão. Segundo

padre Adelson Araújo dos Santos, De-

legado para a Formação da BRA, Santo

Inácio de Loyola acreditava que o co-

nhecimento era importante aliado para

ajudar as pessoas. “Inácio viu a neces-

sidade de estudar mais para poder ser-

vir mais. A profundidade espiritual e

intelectual é uma característica da for-

mação dos jesuítas. Isso tem a ver com

a experiência pessoal que ele próprio

teve ao ser tocado no mais profundo do

seu ser pelos Exercícios Espirituais.”,

afirma o jesuíta.

A formação jesuíta leva, em média,

doze anos e é dividida em Noviciado,

Juniorado, Formação do Irmão Jesuíta,

Filosofia, Magistério, Teologia e Tercei-

ra Provação. “Em todos esses momentos

e em cada uma dessas etapas, vão sendo

formados o coração e a cabeça do novo

jesuíta, ou seja, a formação se dá de for-

ma dinâmica e sempre em relação com

outros, com a realidade e com o mun-

do”, explica padre Adelson.

Durante o processo de formação, os

jesuítas são acompanhados por forma-

dores, que ajudam na preparação dos

jovens. “Aprendemos, desde o início,

que o nosso principal formador é Deus,

vindo em seguida nós mesmos, como

responsáveis por aproveitar da melhor

maneira possível os meios que nos são

oferecidos para bem nos formarmos.

Por isso, a Companhia de Jesus procura

colocar homens bem preparados para

acompanhar seus irmãos mais jovens.

Procuramos destinar os melhores re-

cursos humanos para o serviço da for-

mação das novas gerações de jesuítas”,

ressalta padre Adelson.

Para ajudar nessa missão, a Com-

panhia de Jesus conta com as Casas de

Formação, cuja função é preparar os

jesuítas que integram o Corpo Apos-

tólico da Ordem religiosa. No Brasil,

existem quatro delas: Noviciado, Ju-

niorado, Filosofado e Teologado. Fa-

vorecer a efetiva integração dos jovens

jesuítas em formação com a missão é

uma das principais tarefas dos forma-

dores de cada casa.

O padre Jair Barbosa Carneiro, Su-

perior do Noviciado, localizado em

Feira de Santana (BA), explica que a pri-

meira etapa do processo formativo de

um jesuíta é o Noviciado, cuja missão

é ajudar o noviço a fazer uma experi-

“Ao longo de minha adolescên-

cia e início da juventude, pude

participar de várias atividades

e movimentos eclesiais que fizeram

nascer, pouco a pouco, em meu cora-

ção, o desejo de doar minha vida ao

Cristo e a seu povo”.

Pe. Francys Silvestrini Adão, 36 anos,

doutorando em Teologia Fundamental

ência transformadora de Deus. “Esse é

um processo de provação. Aquele que

é acolhido é conduzido, por meio dos

diversos experimentos que compõem

essa etapa, a ‘provar’, no sentido de ser

desafiado, a mostrar que é apto ao nos-

so modo de vida”, afirma.

Durante dois anos, o jovem dedica-

-se à oração pessoal, às leituras e es-

tudos sobre Santo Inácio de Loyola e à

história da Companhia de Jesus. Para

padre Adelson, esse é um momento úni-

co e especial no processo formativo dos

jesuítas. “Nós fazemos um verdadeiro

mergulho na experiência de Deus e no

conhecimento de si mesmo, da espiritu-

alidade, do carisma inaciano e jesuítico,

por meio dos Exercícios Espirituais de

trinta dias; do experimento de serviço

aos mais pobres em hospitais; da pere-

grinação a pé pelo interior do Nordeste;

“Entrei para a Companhia de

Jesus pelo desejo de ser mis-

sionário e doar mais tempo e

serviço ao Reino do Senhor”.

Ir. Dhekson Marinho, 26 anos, estu-

dante de Psicologia

16 17

eSPeCiAL

“Desde pequeno, alimentei o de-

sejo de ser padre e missionário.

A passagem do padre jesuíta Luiz

Ribot pela minha sala de aula no co-

légio foi a gota que faltava para me

transbordar de alegria no primeiro

passo rumo à realização de meu so-

nho de ser missionário. Já faz 12 anos

que estou em Moçambique”.

Pe. Emílio Magro Moreira, 65 anos,

diretor do Centro Santo Inácio (Pro-

víncia de Zimbábue-Moçambique)

da experiência de inserção entre as co-

munidades mais pobres da Amazônia,

dentre outras experiências”, diz.

Segundo padre Jair, o jovem que

deseja tornar-se um jesuíta precisa es-

tar disposto a crescer como pessoa, a

aprender com os demais e com as di-

ferenças. “Nossa missão é universal,

por isso precisamos de pessoas que

tenham o desejo de seguir Jesus, pois

somos companheiros, amigos e cola-

boradores em sua missão”, explica.

Após o Noviciado, o jovem inicia

sua formação acadêmica na etapa do

Juniorado. O padre Walter Honorato,

Superior do Juniorado e Filosofado, ex-

plica que esse tempo de estudos con-

solida as linhas fundamentais inacia-

nas adquiridas na etapa anterior. “Esse

é um período de maior autonomia e

regramento pessoal”.

O jesuíta em formação, como irmão

ou escolástico (candidato ao sacerdó-

cio), passa um ano ou dois aprofun-

dando seu conhecimento em diversos

campos das Ciências Humanas, tais

como literatura, línguas estrangeiras

e clássicas, artes, comunicação, dentre

outros. Após o Juniorado, os irmãos

em formação continuam seus estudos

universitários, em diversos campos

das ciências, enquanto os escolásticos

fazem o curso de Filosofia, geralmente

em um período de três anos.

Concluído esse tempo, o jovem é

enviado para uma experiência maior

de missão, a ser feita em determinada

obra ou frente apostólica. Alguns são

destinados também, nesse tempo, a al-

gum estudo especial de pós-graduação.

“O marcante dessa etapa, chamada de

Magistério, é o fato de se viver fora de

uma casa de formação, já como mem-

bro de uma comunidade apostólica”,

explica padre Adelson. Em seguida, os

escolásticos retornam a uma casa de

formação, o Teologado, onde iniciam

a faculdade de Teologia, concluída, em

média, em três anos.

Os estudos teológicos preparam

o jesuíta para a ordenação presbite-

ral. Nessa etapa, a Teologia pretende

integrar as diversas dimensões ou as-

pectos formativos que configuram o

jesuíta, como vida no Espírito, ama-

durecimento humano e vida comuni-

tária, estudos e apostolado e a integra-

ção no corpo apostólico da Companhia

de Jesus. “O específico dessa etapa de

formação, como processo de integra-

ção pessoal no corpo apostólico, é o

estudo integral e contextualizado e a

apropriação da fé da Igreja, como pre-

paração próxima ao sacerdócio”, afir-

ma padre Edison de Lima, Superior do

Teologado.

Depois dos três anos de estudos de

Teologia, o jovem jesuíta é ordenado

diácono e, após seis meses de ministé-

rio, é ordenado presbítero. “Espera-se

que a formação dos jesuítas durante

a etapa da Teologia, contextualizada

por amplos horizontes, seja capaz de

mover os grandes desejos dos jesuí-

tas para o seguimento de Jesus Cristo,

em sintonia com o serviço que a Igreja

pede à Companhia de Jesus”, ressalta

padre Edison.

A formação para a etapa da Teolo-

gia faz parte do PAC (Projeto Apostó-

lico Comum) da CPAL (Conferência de

Provinciais da América Latina). Para

cuidar da formação dos jesuítas, foram

criados três CIFs (Centros Interprovin-

ciais de Formação) em Teologia: Bogo-

tá (Colômbia), Santiago (Chile) e Belo

Horizonte (Brasil). “Aqui, os jesuítas

estudam na FAJE (Faculdade Jesuíta

de Filosofia e Teologia) e também são

enviados para os outros CIFs, para os

Estados Unidos ou um algum país da

Europa”, esclarece padre Edison.

Após alguns anos exercendo o

apostolado como padre ou irmão, e

antes de ser acolhido definitivamen-

te no corpo apostólico da Companhia

de Jesus, o jesuíta deve realizar a últi-

ma etapa, conhecida como a Terceira

Provação. “Nesse momento, o jesuíta é

convidado novamente a mergulhar na

profundidade da experiência dos Exer-

cícios Espirituais de trinta dias e no

estudo da espiritualidade e do carisma

da Ordem religiosa. Ao lado disso, ele

volta a fazer alguns experimentos de

A formAção jesuítA levA, em médiA, doze Anos e é divididA em noviciAdo, juniorAdo, formAção do irmão jesuítA, filosofiA, mAgistério, teologiA e terceirA provAção

16 17

ConSTRuindo em CoLAboRAção:i FÓRum doS jeSuíTAS em FoRmAção

Entre os dias 20 e 22 de julho, a

Companhia de Jesus no Brasil realizou

o I Fórum dos Jesuítas em Formação,

em Belo Horizonte (MG). O encontro

reuniu cerca de setenta jesuítas que

estão nas mais diversas etapas de for-

mação, a partir dos primeiros votos.

Além dos jesuítas em formação, es-

tiveram presentes também um bom

grupo de jesuítas já formados, que

foram convidados a contribuir com a

temática do encontro. Apesar dos de-

safios que surgiram durante as refle-

xões do encontro, o clima era de ale-

gria. “Os depoimentos e as partilhas

falavam muito mais de novo ânimo,

de esperança e da alegria por estarmos

juntos, dando os primeiros passos na

construção do novo projeto de for-

mação dos jesuítas do Brasil”, afirma

padre Adelson Araújo dos Santos, De-

legado para a Formação da BRA.

“Fui apresentado à Companhia

de Jesus por jesuítas que faziam

missão de férias no meu bairro.

Fiquei encantado porque eram jo-

vens religiosos que seriam padres,

mas tinham algo diferente, amavam

a nós, os pobres, tinham profundida-

de de vida e uma sincera alegria”.

Pe. Franklin Alves Pereira, 38 anos,

mestrando em Teologia Bíblica

contato profundo com a realidade dos

que vivem nas fronteiras da exclusão

social, como os presidiários, portado-

res de HIV, os sem-terra, os doentes, os

refugiados, etc.”, conta padre Adelson.

A formação é muito importante

para a realização da missão da Compa-

nhia de Jesus no Brasil. Com a criação

da BRA (Província dos Jesuítas do Bra-

sil), em novembro de 2014, os desafios

aumentaram, por isso o fortalecimen-

to da integração das dimensões da vo-

cação jesuíta, desde o discernimento

vocacional até a terceira provação, são

essenciais. “Nós podemos superar as

dificuldades decorrentes da própria

complexidade de uma província terri-

torialmente tão extensa, com culturas

tão diversas e presenças apostólicas da

Companhia tão diferenciadas. Jesuítas

formados e em formação teremos que

aprender a nos olharmos como um só

corpo apostólico, tendo a liberdade su-

ficiente para rompermos com nossas

fronteiras e visões regionalistas e pro-

vincianas”, conclui padre Adelson.

i Fórum dos jesuítas em Formação reuniu 70 pessoas em belo Horizonte (mg)

18 19

A ComPAnHiA de jeSuS no mundo † cúriA gerAL

AnojubiLAR A data de 31 de julho, dia de

Santo Inácio de Loyola, mar-

cou o início do Ano Jubilar do

Caminho Inaciano, que se prolongará

até a mesma data de 2016. Os atos de

abertura foram realizados no Santuá-

rio de Loyola e na Cova de Santo Iná-

cio, em Manresa (Espanha), locais do

início e do final da peregrinação.

O Ano Jubilar começa no momento

em que a gruta da Cova de Santo Iná-

cio inaugura o término de suas obras

de remodelação, que foram executadas

com o objetivo de lhe devolver a auste-

ridade original, recuperando a atmos-

fera de rocha e pedra, e respeitando os

elementos que a tradição histórica e

artística foi aportando à gruta.

noS PASSoS de ináCio

O Caminho Inaciano é uma pro-

posta de peregrinação que rememora

o itinerário que Inácio de Loyola per-

correu de sua casa natal, em Loyola,

700 km itinerário que inácio de Loyola percorreu de sua casa natal, em Loyola, até manresa, em 1522

documentos sobre jesuítas são publicados

Afonso Salmerón (1515-1585) era o

mais jovem dos nove companhei-

ros conquistados por Inácio para

fundar a Companhia de Jesus. Foi também,

depois de Nicolás Bobadilla, o mais longevo

deles, morreu com quase 70 anos. Além dis-

so, o jesuíta conviveu com os cinco primei-

ros Superiores Gerais da Ordem religiosa.

O jesuíta Diego Laínez (1512-1565)

assumiu a função de Superior Geral da

Companhia de Jesus, entre os anos de

1558 e 1565, após a morte de Inácio de

Loyola, fundador da Ordem religiosa.

Espanhol, de origem judaica, Diego foi

um dos primeiros companheiros que

formaram a Companhia de Jesus.

Agora, para as pessoas que quiserem

conhecer a história desses jesuítas, há

dois documentos recém-publicados: a

biografia de Afonso Salmerón, no nº 54

da coleção MANRESA, e o livro Diego Laí-

nez (1512-1565) and his Generalate.

A biografia de Afonso Salmerón

conta com 156 cartas, quase todas repro-

duzidas integralmente, 213 parágrafos

do Crónicon de Polanco, todos aqueles

até Manresa, em 1522, com o objeti-

vo de chegar à Terra Santa. Essa rota

de 700 km impulsiona peregrinos de

nosso tempo que queiram viver uma

experiência de crescimento pessoal.

Saiba mais sobre o Caminho Inaciano

na edição especial (julho/2015) do in-

formativo Em Companhia.

onde aparece a sua figura, e 350 citações

de outros documentos publicados pela

Monumenta Historica Societatis Iesu,

que fortalecem o valor da obra.

O livro Diego Laínez (1512-1565) and

his Generalate foi editado pelo jesuíta su-

íço Paul Oberholzer, que reuniu 31 ensaios

sobre Laínez. A obra, com 1074 páginas, foi

publicada pelo Instituto Histórico da Com-

panhia de Jesus, localizado em Roma (Itá-

lia). Entre os temas tratados, encontram-se

as artes, a educação, o Concílio de Trento,

as cartas e a dimensão judaica de Laínez.

18 19

grã-Bretanha:prêmio a um linguista jesuíta

Caminhada espiritual pela Paz e união dos Povos

Nomeação

O padre Vijay D’ Souza, jesuíta

indiano residente em Oxford

(Inglaterra), foi premiado

com o financiamento de sua pós-gra-

duação pelo Hans Rausing Endan-

gered Languages Foundation (Fun-

dação Hans Rausing para as línguas

Membros da Rede Indígena da

Companhia de Jesus na Amé-

rica Latina participaram da Ca-

minhada Espiritual pela Paz e a União dos

em risco de extinção). O prêmio aju-

dará o jesuíta a realizar três anos de

pesquisa e documentação da língua

Hrusso Aka, de Arunachal Pradesh,

no nordeste da Índia.

O padre Vijay é membro da Região

de Kohima da Companhia de Jesus,

ral. O padre Kot substituirá o padre

Séverin Leitner (ASR), que desempe-

nhou esses cargos até a sua trágica

morte durante uma escalada no dia 7

de junho deste ano. O padre Kot assu-

mirá seu novo cargo dia 1º de outubro

de 2015. Atualmente, é professor de

O Padre Geral nomeou:

Padre Tomasz Kot (PMA),

assistente regional da Europa

Central e Oriental e Conselheiro Ge-

Povos, indo de El Salvador até o México,

para denunciar o dano ao meio-ambiente

na região, assim como a discriminação

que sofrem em seus países. Concluíram a

Caminhada com uma declaração na qual

convocavam os governos implicado e as

organizações civis e religiosas a defende-

rem os direitos dos indígenas.

uma área conhecida pela sua diversi-

dade linguística e cultural: estima-se

que acolha mais de 200 línguas e cul-

turas indígenas diferentes. Os jesuítas

de Kohima trabalham, principalmen-

te, em áreas extremamente remotas e

entre alguns dos povos mais abando-

nados do país, dirigindo escolas e pa-

róquias, um centro de investigação e

outro de assistência legal.

“O Hrusso Aka é uma língua de

Arunachal Pradesh, em risco de ex-

tinção, um remoto estado indiano

situado nas colinas das escarpas do

Himalaia”, explica padre Vijay. Atu-

almente, apenas 3000 pessoas falam

esse idioma, e mais e mais jovens da

tribo Hrusso Aka estão passando para

o Hindi. Se essa tendência continuar,

em duas gerações o Hrusso Aka terá

se extinguido.

Pe. Vijay (à esquerda) com um ancião e sua família em Arunachal Pradesh, índia

Sagrada Escritura na faculdade teoló-

gica da Companhia de Jesus, o Bobo-

lanum, de Varsóvia. Anteriormente,

tinha sido Secretário dessa mesma fa-

culdade, diretor da casa editorial Rhe-

tos e editor da publicação Przeglad

Powszechny.

20 21

A ComPAnHiA de jeSuS nA AméRiCA LATinA † cpAL

Sempre relacionamos Inácio de

Loyola com a Companhia de Jesus.

Contudo, Inácio viveu dois terços de

sua vida como leigo. Ainda era um leigo

quando iniciou a experiência dos Exercí-

cios Espirituais com seus companheiros e

não pensava ainda no sacerdócio nem em

nenhuma ordem religiosa.

Começamos o mês de julho com o Cur-

so de Formadores para a Colaboração na

Missão e, agora, o terminamos com a festa

de Inácio de Loyola, por isso o mês parece

unir esses dois temas.

Essa imagem de Inácio apóstolo lei-

go, sem ter em seu horizonte a perspec-

tiva de uma ordem religiosa, forman-

do outros colaboradores leigos para a

missão de Cristo, é pouco familiar para

nós. E não é somente porque ainda não

tinha chegado a ser sacerdote e religio-

so. Já mesmo como Geral da Companhia,

Inácio envia os jesuítas para formar pes-

soas “idôneas para serem apóstolos e,

geralmente, aquelas que, sendo ajuda-

das, poderão logo ajudar a outros para a

glória de Deus”. Por isso, nos diz o padre

Rambla, “tem a convicção de que o lei-

go chega a lugares e alcança resultados

não acessíveis ao sacerdote ou aos reli-

giosos. De aqui o interesse de atender es-

pecialmente aos leigos que manifestam

capacidades e disposições para serem

verdadeiros multiplicadores da ativida-

de apostólica eclesial”.

Sem dúvida alguma, assim foi na Com-

panhia antes da supressão. Pensemos como

teria sido possível o trabalho das reduções

com um sacerdote e um irmão jesuíta so-

mente em cada redução, se não houvesse

tido um exército de colaboradores na missão

educativa, organizadora, evangelizadora.

ináCio de LoyoLA e A CoLAboRAção

Pe. jorge Cela, SjPresidente da CPAL

Isso nos torna conscientes de que existe uma só história

de salvação, a história da humanidade, na qual Deus nos sal-

va. Não são duas histórias, senão, somente uma, que se cons-

trói com a colaboração de todo o povo que avança na História,

buscando sua salvação. Essa consciência ajudou aos padres

reunidos no Concílio Vaticano II a propor uma ação não es-

clesiocêntrica e, portanto, não clerical. A recuperar o valor do

sacerdócio batismal que nos torna a todos e todas colaborado-

res nessa ação salvífica na História.

Por isso, o padre Kolvenbach convida-nos a que “quan-

do rezemos juntos pelas vocações à Companhia, rezemos

especialmente para que Deus prepare e chame a este ser-

viço a jovens que formem parte da Igreja dos leigos” e não

somente da Companhia de Jesus.

Assim, ao pensar na formação para a missão da Com-

panhia, não podemos pensar somente na formação de

jesuítas, senão em toda a variedade de colaboradores na

missão de Cristo, segundo a espiritualidade e carisma de

Inácio de Loyola. Essa perspectiva deve entrar em nosso

planejamento e orçamentos.

E, quando pensamos e rezamos pelo corpo da Com-

panhia, deveríamos ampliar nossa visão e situá-lo nesse

corpo mais amplo de colaboradores na missão, segundo a

espiritualidade inaciana, que se constitui como um novo

sujeito apostólico, que não se confunde com o corpo da

Companhia, mas que é indispensável para conceber e re-

alizar nossa missão.

[...] pensar na formação para a mIssão da companhIa, não podemos pensar somente na formação de jesuítas, senão em toda a varIedade de colaboradores na mIssão de crIsto [...]

20 21

visitAs AO prOJetO pAN-AmAzôNicO dA cpAL

ReLigioSoS deLeTiCiA PARTiCiPAm de enConTRo

Nos meses de junho e julho, o Projeto Pan-amazônico da

CPAL (Conferência dos Provinciais Jesuítas da América

Latina) recebeu visitas especiais. Entre os dias 23 e 25

de junho, o padre Jorge Cela, presidente da CPAL, fez uma visita

canônica à comunidade do Projeto, em Leticia (Colômbia).

O jesuíta participou de reuniões com os integrantes do Pro-

jeto Pan-amazônico e os membros da Faculdade de Ciências

Políticas e Relações Internacionais, da Universidade Javeriana

de Bogotá. Durante sua visita, padre Jorge Cela fez a leitura da

carta do padre Adolfo Nicolás, Superior Geral da Companhia de

Jesus, que instituiu a criação da comunidade jesuíta Samuel

A cidade de Leticia, sede da comunidade jesuíta

e do Pan-amazônico da CPAL, conta com a pre-

sença de quatro Congregações religiosas: as Lau-

ritas, as Vicentinas, os Capuchinhos e os Jesuítas. Em

julho, os religiosos iniciaram um processo de reuniões,

encontros e celebrações mensais. O objetivo é socializar,

refletir e fortalecer a unidade como vida religiosa ao ser-

viço da Igreja local do Vicariato de Leticia. Também se

pretende ampliar esses momentos aos demais religiosos

da tríplice fronteira.

Fonte: Pan-Amazônia SJ Carta Mensal nº 16 (Junho) e 17

(Julho) 2015

Acesse o link (http://bit.ly/1FDU44v) do Portal Jesuítas Brasil

e faça o download de todas as edições da Pan-Amazônia SJ

Carta Mensal

miSSão nA FRonTeiRA

O padre Valério Sartor foi conhecer

a missão dos jesuítas na fronteira

entre o Brasil e a Guiana. O padre

Rui Körbes e o escolástico Tiago

Zeni, que estão em Bonfim (RR), e

os padres Horie Setsuro e Urbano

Muller, que vivem na comunida-

de indígena de Moscou, também

participaram da visita.

Fritz, em Leticia. O nome da comunidade é uma homenagem

ao padre missionário que atuou na região.

Entre os dias 13 e 18 de julho, o Projeto Pan-amazônico rece-

beu a visita do assistente da América Latina Setentrional, padre

Gabriel Rodriguez. O jesuíta foi conhecer de perto o trabalho

realizado pela iniciativa na região.

22 23

ComPAnHiA de jeSuS † serviÇO dA Fé

Paróquia nossa Senhora de Fátima realiza curso de música Litúrgica

paulo de tarso é tema de palestra no rio

monumento em homenagem a são José de Anchieta

O Centro Loyola de Fé e Cultura/PUC-Rio promoveu a

palestra Paulo de Tarso: Educação e Cultura de um lí-

der, no dia 19 de agosto. O encontro teve como foco a

formação educacional e o momento cultural vivido por São

Paulo. Foram esses elementos que o transformaram no ‘Ho-

Em 9 de junho, dia de São José de Anchieta, o Colégio

Anchieta de Nova Friburgo (RJ) inaugurou um monu-

mento em louvor ao santo jesuíta. A escultura, com

cinco metros de altura e dois centímetros de espessura, foi

esculpida em placa de metal e pesa cerca de 200 kg.

O reitor da instituição, padre Luiz Antonio de Araú-

jo Monnerat, foi o idealizador do projeto, confeccionado

pelo artista plástico Felga de Moraes. Professores, funcio-

nários e alunos participaram da cerimônia. O coral infan-

til encerrou o evento cantando uma música em homena-

gem a São José de Anchieta.

No dia 15 de junho, a escultura foi apresentada à cidade. A

cerimônia contou com a presença de autoridades religiosas,

militares e civis. Na ocasião, o diretor do Colégio Anchieta,

Carlos Eduardo Cortez, anunciou que o monumento será in-

tegrado ao programa de visitas guiadas à instituição.

A Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Pelotas (RS),

realizou a segunda etapa do Curso de Música Litúr-

gica, com o tema As Partes Fixas da Missa, nos dias

11 e 12 de julho. A anfitriã da ocasião, Comunidade Santa Rita

de Cássia, recebeu os participantes do encontro. O objetivo

do evento, ministrado pelo Ir. Fernando Benedito Vieira, SJ,

é contribuir com a formação litúrgica musical de agentes de

pastoral de paróquias confiadas à Companhia de Jesus.

O curso, baseado nas orientações fornecidas pela CNBB

(Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), oferece crité-

rios para que os participantes compreendam cada vez mais

seu papel na assembleia litúrgica e reflitam sobre os princí-

pios teológicos, musicais e estéticos que justificam a músi-

ca litúrgica. “O curso tem sido um aporte significativo para a

formação litúrgica de nossas paróquias”, afirma o escolástico

jesuíta Antônio Anderson Rabêlo Costa.

mem-Igreja’, criador e cultivador de assembleias de fé, nas

quais os alicerces eram a participação cotidiana e interativa.

Durante o encontro, foram feitas analogias com os dias de

hoje em relação a projeções físicas (igreja espaço) e digitais

(igreja virtual no ciberespaço).

O evento foi ministrado por Betho Ieesus, escritor, em-

presário, arquiteto, produtor musical e militante do terceiro

setor. Admirador da trajetória de Paulo de Tarso, Betho tra-

balhou durante cinco anos em uma pesquisa para elaborar a

biografia do santo.

Aulas contribuem com a formação litúrgica musical

22 23

ComPAnHiA de jeSuS † prOmOÇãO dA JustiÇA e ecOLOgiA

cepAt celebra 25 anos de atividades O Centro Jesuíta de Cidadania e Ação Social (CJCIAS),

popularmente conhecido como CEPAT, completou 25

anos de história em 2015. Fundado em 23 de junho de

1990, em Curitiba (PR), a origem da instituição está ligada à

Pastoral Operária (PO) do estado e ao grupo da Pastoral Popular

da Companhia de Jesus, no sul do Brasil. “Entre os trabalhos

desenvolvidos ao longo dos anos, destaca-se a capacitação ofe-

recida aos trabalhadores para a luta sindical, a formação ético-

-política, a espiritualidade e a administração da Casa do Tra-

balhador, prédio histórico para os grupos populares, palco de

muitos encontros de movimentos sociais e eclesiais”, explica

Jonas Jorge da Silva, coordenador geral do CJCIAS/CEPAT.

O CJCIAS/CEPAT tornou-se conhecido em todo o Paraná, entre

os anos de 1996 e 2005, pelo serviço que prestou por meio da Es-

cola de Formação Fé e Política. A partir de 2008, o CEPAT foi reco-

nhecido como Centro Jesuíta de Cidadania e Ação Social (CJCIAS),

reconfigurando-se para responder ao esforço do Apostolado So-

cial da Companhia de Jesus frente aos desafios contemporâneos.

“Nosso trabalho é investir nas pessoas, na organização

popular e na própria capacidade humana de viver em comu-

nidade, abrir-se para o outro, para a diversidade cultural e o

encontro do Apostolado Social da Companhia de jesus

aprendizado coletivo”, afirma Jonas. “Como Centro Jesuíta de

Cidadania e Ação Social, também não abrimos mão de oferecer

atividades na linha da espiritualidade, buscando, na mística e

no sentido mais profundo da vida humana, a força necessária

para enfrentar os desafios do mundo”, ressalta o coordenador.

O CJCIAS/CEPAT trabalha a dimensão política na vida huma-

na e sua importância para uma relação justa, democrática e igua-

litária entre as pessoas. Atualmente, a instituição promove seu

Programa de Formação Político-Cidadã, um conjunto de projetos

sociais que oferecem assessoramento para a formação e capaci-

tação de lideranças, da comunidade e de movimentos sociais.

Segundo Jonas, as propostas são voltadas para todas as pessoas,

sem restrições, “entendemos que o programa abrange uma série

de temáticas que são cruciais para uma cidadania plena”.

Em 25 anos de atuação, o CJCIAS/CEPAT contribuiu para a

formação de uma sociedade mais justa e igualitária. “A institui-

ção procura assumir a missão da Companhia de Jesus, quando

incentiva todo o seu corpo apostólico a trabalhar em prol do

serviço da fé e da promoção da justiça”, conclui Jonas.

Entre os dias 15 e 18 de junho, a CPAL (Conferência dos Pro-

vinciais Jesuítas da América Latina) promoveu dois even-

tos simultâneos, em Guayaquil (Equador) – o Encontro

dos Delegados Provinciais do Apostolado Social e o Encontro de

Diretores de Centros Sociais Jesuítas da América Latina e Caribe.

Cerca de 60 pessoas participaram dos encontros, que refletiram

sobre o Apostolado Social da Companhia de Jesus. “Os dois eventos

se desenvolveram simultaneamente e tiveram, em grande parte, uma

pauta comum, com alguns momentos específicos”, explica padre

José Ivo Follmann, secretário para a Justiça Social e Ecologia da BRA.

A espiritualidade da ação social, a necessidade de encontrar

caminhos de incidência pública e política na sociedade e a juven-

tude foram os temas comuns desenvolvidos nos encontros. “Há

urgência de deixar que os jovens, suas realidades, capacidades e

propostas, atravessem as portas e as janelas de nossos trabalhos

apostólicos como verdadeiros colaboradores e não só como obje-

tos de nossa missão”, afirmou o jesuíta.

Do Brasil, participaram os coordenadores de centros e obras

sociais: padre Idinei Zen, do Centro de Cidadania e Ação Social

– CCIAS/Unisinos (RS); Marilene Maia, do Instituto Humanitas

Unisinos (RS); Catarina Lopes, do Centro de Estudos e Ação Social

– CEAS (BA); Jonas Jorge da Silva, do Centro Jesuíta de Cidadania

e Ação Social – CJCIAS/CEPAT (PR); padre José Miguel Clemente,

do Serviço de Ação, Reflexão e Educação Social – SARES (AM); e o

padre José Maria de Andrade Couto, do Centro Santa Fé (SP).

diretores de centros sociais e delegados provinciais participaram de eventos promovidos pela CPAL

Saiba mais sobre a instituição no site www.ihu.unisinos.br/cepat

24 25

ComPAnHiA de jeSuS † educAÇãO

CAmPAnHA inACiAnoS PeLo HAiTi enTRA nA 2ª FASePara ensinar, é preciso ter muito

amor, muita paciência. O pro-

fessor é um exemplo para as

crianças”, afirma Duverne Rossete, pro-

fessora e diretora da Escola Comunitária

Saint-Michel, que integra a rede de esco-

las da Fundação Fé e Alegria, no Haiti. O

depoimento de Duverne está disponível

em um dos vídeos que apresentam a im-

portância da educação e da Campanha

Inacianos pelo Haiti para o país. Em 2015,

a iniciativa entrou em sua segunda fase,

que perdurará até o final de 2016.

Criada pela FLACSI (Federação Latino-

-americana de Colégios da Companhia de

Jesus), em 2011, a Campanha Inacianos

pelo Haiti promove um intenso trabalho

com as escolas haitianas. “Essa iniciativa

permitiu que 14 escolas tivessem condi-

ções mínimas de infraestrutura para po-

der funcionar. Após analisar a situação do

país, ficou decidido que a melhor forma

de ajudar a população era através da edu-

cação”, afirma Jimena Castro, coordena-

dora da Campanha Inacianos pelo Haiti.

No dia 12 de janeiro de 2010, um ter-

remoto de grande magnitude atingiu o

país. Cerca de 300 mil pessoas morreram

e milhares ficaram desabrigadas. Após

cinco anos, os haitianos ainda estão re-

construindo o país. Nesse contexto, a

Companhia de Jesus, por meio da Fun-

dação Fé e Alegria, tem papel importante

junto às famílias. “Hoje, Fé e Alegria Haiti

e suas escolas beneficiam mais de 3.500

crianças”, explica Jimena.

Os colégios da Rede Jesuíta de Educa-

ção participam da iniciativa ativamente.

Atualmente, a Campanha Inacianos pelo

Haiti é promovida por 69 colégios, que in-

tegram a FLACSI, e mais as escolas da JSN

(Jesuit Schools Network), que reúne as

instituições jesuítas dos Estados Unidos

e do Canadá. No Brasil, todos os colégios

“ - apoiam a campanha. “Todos têm inte-

grado Inacianos pelo Haiti no calendário

escolar, por exemplo, em gincanas e ba-

zares, que servem como espaço de mobi-

lização para a iniciativa”, conta a coorde-

nadora. Segundo Jimena, os estudantes e

as famílias também atuam como organi-

zadores das atividades. “Eles se envolvem

em várias ações e convidam a comunida-

de educativa a se comprometer”, afirma.

Desde o início, a Campanha Inacianos

pelo Haiti já conquistou muitos colabora-

dores. “A iniciativa está presente também

no coração das pessoas, que não enviam

só dinheiro, mas também mensagens de

apoio”, ressalta a coordenadora. A mobili-

zação dos colégios da Rede Jesuíta de Edu-

cação em prol do Haiti é muita significati-

va para a população. “Hoje, eles sabem que,

no continente, pertencem a uma rede ina-

ciana que está atenta a eles. Isso dá cora-

gem e força para que continuem transfor-

mando sua própria realidade. Eles sabem

que não estão sozinhos”, conclui Jimena.

3.500

hoje, Fé e Alegria haiti e suas escolas beneficiam mais de

crianças

24 25

VAmoS PARTiCiPAR!

“Um dia, eu ouvi um questiona-

mento interessante: por que neste

mundo globalizado, onde a economia

se globaliza, a tecnologia se globaliza,

não globalizamos a solidariedade tam-

bém?”, questiona Jimena Castro. É com

esse pensamento que a Campanha Ina-

cianos pelo Haiti vem sendo trabalhada

nos meios de comunicação. “Utiliza-

mos vários veículos para comunicar e

difundir tudo o que acontece na cam-

panha”, explica. “Hoje, graças aos siste-

mas de informação, podemos conhecer

realidades que estão geograficamente

longe de nós, como é o caso do Haiti.

Poder ajudar essas pessoas é uma opor-

tunidade para agradecer o que se tem e

fazer justiça dentro das possibilidades

de cada um. A solidariedade nos leva a

refletir sobre a nossa própria realidade

e condições”, diz Jimena.

Além dos colégios, qualquer pes-

soa pode ajudar na Campanha Inacia-

nos pelo Haiti. Através do site oficial, é

possível realizar doações individuais.

Jimena conta que instituições e pes-

soas de diversos países aderiram à ini-

ciativa. “Há organizações leigas, como

América Solidária − ONG internacional

− que dá apoio através de um mode-

lo de cooperação de profissionais no

Haiti, e o Hogar de Cristo do Chile, que

assessorou o projeto no fortalecimen-

to institucional de Fé e Alegria Haiti.

Qualquer pessoa pode ajuda, todos são

bem-vindos!”, finaliza.

poder ajudar essas pessoas é uma oportunIdade para agradecer o que se tem e fazer justIça dentro das possIbIlIdades de cada um”. jimena Castro, coordenadora da Campanha Inacianos pelo Haiti

Meios de contato da iniciativa:

www.ignacianosporhaiti.org

www.facebook.com/ignacia-

nosporhaiti.org

YouTube (Ignacianos por Haití)

Twitter @ignacianoxhaiti

26 27

ComPAnHiA de jeSuS † educAÇãO

Os alunos dos colégios Antônio Vieira (BA), Dioce-

sano (PI) e Santo Inácio (RJ) participaram do curso

de Formação Inaciana Taller Internacional Arupe

IV, na Colômbia, entre os dias 23 de maio e 7 de junho. Ao

longo de 15 dias, os estudantes compartilharam experi-

ências de autoconhecimento baseados na espiritualidade

inaciana. O encontro, que reuniu colégios jesuítas de mais

de 30 países, entre eles Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia e

Paraguai, proporcionou um aprendizado de fé aos jovens.

Os alunos Vanessa Fróes, Beatriz Carneiro, Lucas Ro-

drigues e Raul Nascimento, do Colégio Antônio Vieira, fo-

ram acompanhados pela pastoralista do Sorpa (Serviço de

Orientação Religiosa e Pastoral), Gilmara Ferreira. Ela ex-

plicou que o curso consiste na formação de lideranças ina-

cianas, voltado para alunos de colégios jesuítas que estão

nos dois últimos anos da formação. “O Taller tem a moda-

lidade oficina, com atividades de vivência que proporcio-

nam ampla reflexão, fundamentada na espiritualidade e na

pedagogia inaciana”, destacou.

Para Lucas Rodrigues, o Taller proporcionou uma mistu-

ra de sentimentos. “Nós aprendemos lições que vamos levar

para as nossas vidas. O curso fez com que tivéssemos a opor-

tunidade de refletir como pessoas e sobre a nossa espirituali-

dade”, revelou. Para Raul Nascimento, a inserção nas comuni-

dades foi o que mais marcou a experiência. “Mudou muito a

minha vida. Foi algo único, pois fomos inseridos em um con-

texto totalmente novo, passando por situações que testaram a

nossa fé e a nossa resistência”, acrescenta.

Os alunos do Colégio Diocesano - João Pedro Dias, Má-

rio Emanuel Pires e Nadilah Gabriele Vilela - foram acom-

panhados pelo padre Marcelo Costa, diretor de Pastoral.

Para os jovens, a participação no curso ajudou-os a reco-

nhecer-se como sujeitos comprometidos com uma socie-

dade mais fraterna e justa.

O Colégio Santo Inácio marca presença há quatro anos

na iniciativa, durante esse tempo mais de 20 alunos e ex-

-alunos já fizeram o curso. “A cada ano, o desejo por parti-

cipar desta iniciativa cresce e, com isso, consequentemen-

te, o número de candidatos. E você poderia se perguntar:

‘o que faz esta experiência ser tão exitosa?’. Eu diria que é

a oportunidade de aprender fazendo. De fato, esta experi-

ência é um ‘taller’, é uma oficina. Lá, os jovens são con-

duzidos por um caminho seguro de autoconhecimento e

descoberta de Deus que proporciona amadurecimento e

abertura de coração”, afirma Juliana Lima, coordenadora de

Formação Cristã da instituição.

curso de Formação inaciana reúne alunos na colômbia

26 27

A ETE FMC (Escola Técnica de Eletrônica Francisco

Moreira da Costa) foi a única escola de nível técnico

a participar da Mostra Algar Inovação, evento que

apresenta soluções que visam à economia, à sustentabilida-

de, ao desenvolvimento de novos produtos e à otimização

de processos.

A 14ª edição da mostra, realizado entre os dias 24 e 25 de

junho, em Uberlândia (MG), reuniu cerca de 70 projetos nas

áreas de Tecnologia da Informação e Comunicação, Agrone-

eTe FmC participa de feira de inovação

Em 2015, os alunos João Marcelo Salvador, Mariana

Almeida, Sabrina Oliveira, Thomás Souza, Vinicius Va-

liante, Daniela Arreguy e Andre García participaram do

curso. Eles foram acompanhados pelo agente da Forma-

CoLégioS PARTiCiPAm de CongReSSo dA AneC

Os colégios da Rede Jesuíta de Educação participaram do

III Congresso Nacional de Educação Católica, promovido pela

ANEC (Associação Nacional da Educação Católica do Brasil),

realizado entre os dias 15 e 18 de julho, em Curitiba (PR). O

congresso reuniu, aproximadamente, mil e quinhentas pes-

soas, em um conjunto de palestras e atividades que tiveram

como foco a troca de experiências entre seus associados.

Em 2015, o tema do encontro foi Mística, conhecimento e

competências – Desafios e oportunidades para a educação ca-

tólica nas culturas contemporâneas. Segundo o Delegado de

gócio, Serviços e Turismo, com público estimado em 4 mil

pessoas. “Com o passar do tempo, as empresas vão se estru-

turando e começam a ficar muito rígidas. Essa é uma forma

de quebrar isso; não de romper com o que passou, mas de

criar o futuro”, afirma José Mauro Floriano da Silva, assessor

corporativo de Inovação da Algar.

A inovação é que aproxima a ETE FMC da empresa. Des-

de 2013, uma delegação do Grupo Algar visita a instituição

durante a ProjETE (Feira de Projetos Futuristas). “Vários dos

projetos desenvolvidos pelos alunos daqui estão à frente do

nosso tempo e nos ajudam a ver que muitas coisas são pos-

síveis. Se nós conseguirmos levar esses projetos para a so-

ciedade, será uma grande realização”, confessa João Henri-

que de Souza Pereira, ex-aluno da ETE FMC e atual consultor

executivo de Inovação e Desenvolvimento do Grupo Algar.

Além do pioneirismo em inovação, João Henrique destaca

a formação integral proporcionada pela instituição: “A forma-

ção que eu tive na ETE me marcou em dois aspectos – tanto

na formação técnica, quanto na formação humana. Hoje, eu

ouço o Luiz Alexandre Garcia (CEO do Grupo Algar) dizer que,

para um executivo conquistar uma promoção, é essencial que

ele prepare a base da sua equipe. Isso me faz lembrar o profes-

sor Navantino, que nos dizia ‘preparem-se e preparem os ou-

tros; transmitam o conhecimento. Uma vez feito isso, vocês

terão o caminho aberto para novos desafios”.

Educação da BRA (Província dos Jesuítas do Brasil), padre Má-

rio Sündermann, “eventos como este são relevantes e trazem

importantes benefícios, pois, além dos estudos, problemati-

zações, debates e construções coletivas, há também muito es-

paço para socializar boas práticas, abrir horizontes e desenhar

estratégias ousadas para uma educação de excelência”.

Para Ana Claudia Klein, coordenadora de Comunicação

e Marketing da ASAV (Associação Antônio Vieira), eventos

como esse são importantes para o fortalecimento do traba-

lho da Rede Jesuíta de Educação. “Durante o encontro, per-

cebemos concretamente o potencial que temos para com-

partilhar”, afirma.

ção Cristã, Paulo Simas, e por Juliana, que acrescenta: “Du-

rante oito dias, os jovens vivem intensamente a realidade

das comunidades empobrecidas da Colômbia. Após a expe-

riência, os alunos voltam ainda mais inacianos”.

28 29

ComPAnHiA de jeSuS † JuveNtudes e vOcAÇÕes

A cada dois anos, a Rede Inaciana de

Juventude do México promove o

ENJUVI (Encontro Nacional Juve-

nil Inaciano), com a participação de jovens

que partilham a espiritualidade inaciana.

Neste ano, as lideranças do encontro, ins-

piradas no MAGIS 2013, realizado no Brasil,

decidiram dar um passo a mais e expandi-

ram o encontro para a rede latino-ameri-

cana. Acompanhados pelo padre Agnaldo

Barbosa Duarte, oito jovens, que atuam em

obras da Companhia de Jesus no Brasil,

compareceram ao evento, que aconteceu

entre os dias 25 de junho e 7 de julho.

Em 2015, inspirado pela segunda se-

mana dos Exercícios Espirituais de Santo

Inácio, o tema do ENJUVI foi Encarnação.

O encontro foi um chamado a rezar, olhar

e atuar na realidade. Assim, houve uma

etapa preparatória, em que cada grupo de

jovens do México realizou o seu pré-EN-

JUVI, com dinâmicas próprias e acompa-

nhadas por jesuítas. A etapa de inserção

aconteceu em várias cidades e localida-

des do México, como Chalco, Oaxaca,

Querétaro, Veracruz e Cidade de Mexico.

O encontro final aconteceu na Uni-

versidade Iberoamericana de Puebla,

entre os dias 5 e 7 de julho, e reuniu cer-

ca de 500 pessoas. “Participar do ENJU-

VI foi uma experiência de compartilhar

sonhos e esperanças com tantos outros

companheiros de caminhada. Signifi-

cou, ainda, fortalecer nossa identidade

latino-americana, onde foi possível per-

ceber dificuldades e desafios comuns e,

sobretudo, identificar e animar diferen-

tes ações transformadoras desenvolvidas

pela Companhia de Jesus e pelos jovens

colaboradores na América Latina”, afirma

padre Agnaldo.

Segundo o jesuíta, o ENJUVI lançou

muitas reflexões e inquietações no tra-

balho com as juventudes do Brasil. “O

encontro nos chamou atenção para a ne-

cessidade de animarmos com mais afin-

Jovens brasileiros participam do eNJuvi no méxico

co a Rede Inaciana de Juventude no país,

promovendo uma articulação mais ampla

e eficaz entre as diferentes obras e grupos

que desenvolvem atividades para e com as

juventudes. Além disso, o encontro reno-

vou tanto nossas esperanças quanto nos-

sos anseios em relação à nossa atuação no

Brasil, onde vislumbramos o voluntariado

jovem como um dos caminhos para con-

cretizar a encarnação necessária à trans-

formação de nossa realidade”, ressalta

padre Agnaldo.

“Foi um momento lindo de celebração da juventude organizada e articula-

da. Percebi o quanto o trabalho dos jesuítas é grande e coeso”. Lidiane de

Aleluia Cristo, colaboradora da Casa Magis de Manaus (AM)

““Com o coração radiante, fomos desafiados e encorajados pelo sim amoro-

so e confiante de nossa mãe Maria”. Rosangela Andrade, colaboradora da

Casa Magis Cascavel (PR)

“Nós, os latino-americanos convidados, nos sentimos extremamente aco-

lhidos”. Camila Medina, Colaboradora da Casa Magis Rio de Janeiro (RJ)

“O ENJUVI foi como uma ‘bala de canhão’ que me fez despertar e iniciar um

entendimento sobre como melhor servir”. Assis Filho, colaborador do

Centro Magis Fortaleza (CE)

“Percebi que jovem só precisa ser jovem e ter condições de sê-lo, plenamen-

te”. João Leal, colaborador da Casa Magis Teresina (PI)

“Cada olhar, abraço e partilha, a singularidade de cada jovem que conheci foi mui-

to significativo”. Evenice Neta, colaboradora do Centro Magis Fortaleza (CE)

dePoimenToS

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ComPAnHiA de jeSuS † FOrmAÇãO e cuidAdO dA sAúde

Residência ir. Luciano brandão promove eventos

Em julho, a Residência Ir. Lu-

ciano Brandão promoveu dois

eventos. No dia 8 de julho, o

coral infantil da Escola Municipal Lí-

dia Angélica, de Belo Horizonte (MG),

composto por 95 crianças e regido pelo

maestro Paulo Aguiar, apresentou-se

para os jesuítas.

Após a apresentação, as crianças e

os professores que as acompanhavam

receberam medalhinhas de santos.

Antes de saírem, todos foram abenço-

adas carinhosamente pelos irmãos e

padres jesuítas.

No dia 11 de julho, com o objetivo de

dar início ao mês inaciano e homenage-

ar Santo Inácio de Loyola, a Residência

Ir. Luciano Brandão promoveu, em con-

junto com funcionários da FAJE (Facul-

dade Jesuíta de Filosofia e Teologia), a

festa julina. Antes do evento, os jesuítas

que desejaram foram maquiados com

bigodes e barbas pintadas com lápis,

além disso, vestiram roupas típicas.

Segundo Larissa Rubia, secretária

da Residência, que ajudou na decora-

ção, a festa foi uma experiência única.

“A festa foi bem animada. Apesar da

idade e da enfermidade, alguns jesuí-

tas dançaram quadrilha junto com os

convidados presentes. Eles puderam

se deliciar com as comidas típicas. Era

visível no rosto de cada um a felicida-

de. Essas confraternizações que ocor-

rem entre os convidados e os jesuítas

servem para compartilhar os momen-

tos de alegria”, disse Larissa.

30 31

nA PAz do SenHoRpe. peter vON WerdeN, sJPor Ir. eudson ramos

Pe. Peter Von Werden nasceu em

19 de outubro de 1928, na cida-

de de Hochneukirch, Diocese de

Aachen. Pouco se sabe sobre sua vida

familiar e de estudos primários. Aos

16 anos, em 1944, foi convocado, junto

com todos os demais colegas de sala de

aula, para a Defesa Antiaérea Luftwa-

ffenhelfer. Em maio de 1945, na queda

da cidade de Berlim, Alemanha, foi fei-

to prisioneiro pelo Exército Soviético,

sendo posto em liberdade depois de

quatro meses e meio de cativeiro.

Em 1949, chegou a ser seminarista

na Diocese de Aachen, mas decidiu in-

gressar na Companhia de Jesus, inician-

do o Noviciado em 20 de abril de 1950,

na cidade de Eringerfeld. Professou os

primeiros votos em 22 de abril de 1952,

na mesma cidade alemã. Após os estu-

dos de Filosofia e Teologia, feitos em

Munique e Frankfurt, também na Ale-

manha, foi ordenado presbítero em 30

de julho de 1960, em Frankfurt. Fez a

Terceira Provação em Munique, entre

os anos de 1961 e 1962.

Em 1964, mudou-se para o Brasil e

foi destinado para realizar atividades

pastorais no Colégio Anchieta, na ci-

dade de Nova Friburgo (RJ), ao mesmo

tempo em que estudava Língua Por-

tuguesa. Estamos no ano de 1967 e Pe.

Pedro foi destinado como Diretor do

Centro de Encontros Culturais e como

professor de Língua Alemã no Sítio São

José, São Paulo e Campos de Jordão (SP).

Exerceu essa missão até o ano de 1972.

Nesse ínterim, professou os Últimos

Votos na cidade de São Paulo, em 8 de

dezembro de 1970.

Entre os anos de 1973 e 1977, esteve

encarregado de cuidar dos assuntos jurí-

dicos da Faculdade Anchieta em São Pau-

lo. Depois de colaborar em paróquias na

periferia das cidades Nova Friburgo e São

Paulo e em alguns momentos no interior

dos estados da Bahia (nas paróquias de

Barra do Mendes e Brotas de Macaúbas na

Diocese de Barra) e Piauí (Núcleo Colonial

do Gurguéia), finalmente aceitou o convi-

te para participar de um grupo de jesuítas

que atendia a vários grupos e povos indí-

genas no estado de Mato Grosso.

Sua primeira atividade nessa região

do Brasil foi em Diamantino (MT), nos

anos de 1978 a 1980, como responsável

por projetos do Setor Indígena da Prela-

zia. Em seguida, assumiu na Igreja Nossa

Senhora do Rosário, em Cuiabá (MT), o

mesmo compromisso com os projetos do

Setor Indígena, mas, dessa vez, por pouco

mais de um ano. Devido a seu engajamen-

to com essa missão em Cuiabá, tornou-se

membro da Missão Anchieta, dedicando-

-se em funções administrativas. Nesse

período, também começou a dedicar-se a

traduzir livros, artigos e ensaios para sites

sobre o Judaísmo e as relações judaico-

-cristãs. Por causa desse gesto de enviar

inúmeros textos por e-mail para os jesu-

ítas e colaboradores, passou a ser conhe-

cido como o “padre do judaísmo”. Quem

nunca recebeu um de seus e-mails?

Pe. Pedro exerceu esse apostolado

em Cuiabá, entre os anos de 1982 e 2010.

Por necessitar de tratamento de saúde,

foi transferido para a Casa de Saúde em

São Leopoldo (RS), em outubro de 2010.

Mais recentemente e, sobretudo, nos

últimos dias, sua saúde vinha piorando

visivelmente, por isso recebeu o sacra-

mento da unção.

Não conseguia mais comer ou beber,

delirando em muitos momentos. Já res-

pirava com a ajuda de aparelhos, quando

faleceu, no dia 16 de junho de 2015, por

insuficiência respiratória. Tinha 86 anos

de idade e 65 de Companhia de Jesus.

dedIcou-se a traduzIr lIvros, artIgos e ensaIos para sItes sobre o judaísmo e as relações judaIco¬-crIstãs. por causa desse gesto [...], passou a ser conhecIdo como o “padre do judaísmo”.

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nA PAz do SenHoRpe. ArNO mALdANer Por Ir. eudson ramos

Pe. Arno Maldaner nasceu em Pi-

nhal Alto, município de Nova Pe-

trópolis (RS), no dia 1º de janeiro

de 1926. Fez estudos secundários no Se-

minário São José, em Gravataí (RS) e in-

gressou na Companhia de Jesus, em Pare-

ci Novo (RS), aos 28 de fevereiro de 1945.

No final do noviciado, emitiu os primei-

ros votos no dia 2 de março de 1947. Após

o noviciado, dedicou dois anos ao curso

de Letras Clássicas, Humanidades e Retó-

rica, no Colégio São José, em Pareci Novo.

Continuando sua formação, após o

Juniorado, estudou Filosofia no Colégio

Cristo Rei, em São Leopoldo (RS), de 1949

a 1951. Cursou o Magistério no Colégio

Anchieta de Porto Alegre (RS), de 1952 a

1954. Enquanto lecionava línguas portu-

guesa e latina aos ginasianos do Colégio,

além de outros compromissos, também

fez curso de Didática na Universidade Fe-

deral. Voltando ao Colégio Cristo Rei, de

São Leopoldo, estudou Teologia, de 1955

a 1958. Foi ordenado sacerdote em 12 de

dezembro de 1957.

Em 1959, foi destinado ao Colégio

da Sagrada Família, em Córdoba, Argen-

tina, para fazer a Terceira Provação. Ao

retornar, Pe. Arno desempenhou várias

atividades na Faculdade de Filosofia,

Ciências e Letras de São Leopoldo: pro-

fessor de Literatura Brasileira e Didáti-

ca, diretor do Departamento de Línguas

e Diretor da Faculdade de Filosofia.

Em 1963 e 1964, estudou Pedagogia

e Didática na Universidade de Frankfurt

am Main, na Alemanha. Retornando ao

Brasil, continuou trabalhando na Facul-

dade de Filosofia, Ciências e Letras de

São Leopoldo, como professor de Didáti-

ca e com outros encargos. Nesse período,

professou os Últimos Votos, no dia 2 de

fevereiro de 1966.

Em fevereiro de 1969, Pe. Arno recebeu

nova missão: professor, Vice-Superior da

comunidade e Vice-Diretor da Universida-

de Católica de Pernambuco, em Recife (PE).

Após alguns anos de atividades na Uni-

versidade, em fevereiro de 1973, foi nomea-

do Reitor do Colégio Nóbrega, também em

Recife. Ao retornar do Nordeste, em agosto

de 1978, passou alguns meses na paróquia

em Frederico Westphalen (RS), onde assu-

miu temporariamente o cargo de cura da

catedral, junto ao seu irmão D. Bruno Mal-

daner, bispo diocesano. Enquanto se em-

penhava nos serviços paroquiais, também

atendeu pedidos de paróquias vizinhas

para dar retiros, tríduos, palestras e ofere-

cer o contato com o povo simples.

Em início de 1979, Pe. Arno foi nome-

ado pároco da Paróquia Nossa Senhora

da Conceição, em São Leopoldo. A seguir,

de fevereiro de 1986 a fevereiro de 1987,

foi o capelão do Santuário do Sagrado Co-

ração de Jesus, também em São Leopol-

do. Seu trabalho no santuário foi muito

elogiado pelos leigos, pois conseguiu

bom entrosamento entre os responsá-

veis, qualidade de serviço e participação

cada vez melhor nas celebrações.

Em novembro de 1986, foi nomea-

do Vice-Postulador da Causa de Cano-

nização dos Mártires das Missões. Em

fevereiro de 1987, Pe. Arno foi destinado

como Reitor do Colégio Santo Inácio,

em Salvador do Sul (RS). De 1991 a 1996,

encontramos Pe. Arno em Florianópolis

(SC), onde exerceu o cargo de Vice-Dire-

tor do Colégio Catarinense, além de atuar

na pastoral do Colégio e no Sindicato dos

Estabelecimentos de Ensino.

De março de 1997 a maio de 2000, Pe.

Arno dedicou-se ao atendimento dos ido-

sos e enfermos como Superior e Diretor

da Casa de Saúde em São Leopoldo. Entre

os anos de 2000 a 2003, foi destinado ao

Santuário do Sagrado Coração de Jesus,

também em São Leopoldo, como auxiliar

do capelão e Vice-Postulador da Causa de

Beatificação do Pe. João Batista Reus.

Ao final, já com suas forças em declí-

nio e necessitando dos devidos cuidados

com a saúde, foi transferido para o Institu-

to São José, em 2003. Nos últimos anos de

vida, já não tinha mais os movimentos dos

membros e estava paralisado sobre seu lei-

to. Faleceu no dia 22 de junho de 2015, em

decorrência de uma pneumonia.

Pe. Arno sempre demonstrou ser de-

dicado, disponível, piedoso e sólido em

sua vida espiritual, além de possuir cará-

ter reflexivo, apesar de sua jovialidade e

alegria. Tinha 89 anos de idade e 70 anos

de Companhia de Jesus.

pe. arno sempre demonstrou ser dedIcado, dIsponível, pIedoso e sólIdo em sua vIda espIrItual, além de possuIr caráter reflexIvo, apesar de sua jovIalIdade e alegrIa.

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nA PAz do SenHoRir. BLÁsiO BALduíNO ALLesPor Ir. eudson ramos

Ir. Blásio Balduíno Alles nasceu em

Bom Princípio (RS), no dia 2 de feve-

reiro de 1927. Ingressou na Companhia

de Jesus, em Pareci Novo (RS), no dia 19 de

março de 1946. Emitiu os primeiros votos

do biênio, dia 21 de março de 1948. Após o

Noviciado, continuou em Pareci Novo tra-

balhando na cozinha e na ferraria.

Em dezembro de 1948, Ir. Alles,

como era conhecido, foi destinado para

o Seminário São Pedro Canísio, em Sede

Capela, Itapiranga (SC), onde perma-

neceu até 2007. Foram quase 60 anos

de vida e missão no oeste catarinense.

Em 1955, esteve alguns meses no Colé-

gio Cristo Rei, em São Leopoldo (RS),

ajudando nos trabalhos da ferraria, mas

retornou logo para Sede Capela.

O Seminário São Pedro Canísio co-

meçou a funcionar em 1949, coincidindo

com a chegada do Ir. Alles. Trabalho não

faltava naquele local em que tudo tinha

que ser feito para iniciar uma casa de for-

mação para os seminaristas e o Irmão Alles

estava disposto para toda obra. Desempe-

nhava funções na cozinha, enfermaria,

ferraria, horta, criava gado leiteiro ou de

corte, porcos, construía estábulos ou chi-

queiros, fazia linguiça e assava churrasco.

Ainda realizava atividades como apicultor,

eletricista, motorista (tratorista), admi-

nistrador da propriedade, perfurador de

poços de água, além de orientar os alunos

nos trabalhos da roça. Em várias ocasiões

também teve que substituir o prefeito dos

seminaristas em suas ausências. Enfim, o

Irmão Alles era “pau para toda obra”: sem-

pre esteve presente e colaborando nos di-

versos setores da agropecuária, sobretudo.

Nunca lhe faltaram a alegria e o espírito

de humor, fruto, sem dúvida, da sua vida

interior. Era uma presença alegre na vida

comunitária.

Em 2007, o Ir. Alles deixou definitiva-

mente Sede Capela quando foi transferido

para a Casa de Saúde, em São Leopoldo,

para receber melhores cuidados com sua

saúde, já um tanto comprometida. Mas,

prestativo como sempre, também na Casa

de Saúde procurou ajudar onde podia, so-

bretudo nos serviços da cozinha.

Participou fielmente da vida co-

munitária, da eucaristia e da missão

da Companhia de Jesus. Seu amor aos

outros é fruto dessa comunhão. Nos

momentos de enfermidade e achaques

da velhice, renovou sua entrega total a

Deus e rezou pela Igreja e pela Compa-

nhia. Sempre mais debilitado devido à

angina, recebeu os Santos Óleos com

muita paz e serenidade.

Os últimos dias de vida lhe foram

de grande sofrimento e angústia. Sen-

tia muita dor no peito, mas estava con-

formado com a vontade de Deus. Sim,

foi uma vida cheia de fé e amor. Todos

reconhecem no Ir. Alles um jesuíta au-

têntico, bondoso, fiel e amigo. Sua ale-

gria, simplicidade e dedicação foram

contagiosas. Faleceu no dia 9 de julho

de 2015, com 88 anos de idade e 69 de

Companhia de Jesus.

sIm, foI uma vIda cheIa de fé e amor. todos reconhecem no Irmão alles um jesuíta autêntIco, bondoso, fIel e amIgo.

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nA PAz do SenHoRir. AdOLFO NuNes de OLiveirAPor Ir. eudson ramos

Ir. Adolfo Nunes de Oliveira nasceu

em 6 de agosto de 1929, na cidade

de São Sebastião do Caí, no Rio

Grande do Sul. Ingressou no Novicia-

do da Companhia de Jesus em Pareci

Novo (RS), em 26 de outubro de 1954,

e professou os votos do biênio em 28

de outubro de 1956.

Ir. Adolfo possuía habilidades para

duas funções que exerceu em pratica-

mente toda a sua vida de jesuíta: al-

faiate e apicultor. Já no Noviciado, em

Pareci Novo, começou a desempenhar

o ofício de alfaiate e assim também

o fez nas destinações seguintes, pas-

sando pelo Colégio Cristo Rei, em São

Leopoldo (RS), de 1956 a 1960, e pelo

Seminário São José, em Santa Maria

(RS), de 1960 a 1965. Fez a Terceira Pro-

vação no ano de 1965, em Pareci Novo

(RS), e professou os Últimos Votos, em

São Leopoldo (RS), no dia 15 de agosto

de 1966. No mesmo ano de 1966, vol-

tou a exercer a função de alfaiate no

Colégio Cristo Rei por mais dois anos.

A partir de 1968, Ir. Adolfo desen-

volve um problema de circulação e os

médicos recomendam que ele viva em

lugar de clima quente e de altitude em

relação ao nível do mar. Dessa forma,

vemos que o Ir. Adolfo torna-se forte

candidato a viver em diferentes luga-

res do país no intuito de cuidar de sua

saúde e realizar as missões que lhe fo-

rem confiadas.

Em meados de 1968, parte para o

Noviciado em Itaici (SP). Ali realiza

vários ofícios, como portaria, cozinha

e onde começa o trabalho na apicul-

tura. Passados dois anos, é transferido

para Campinas (SP), onde, além das

atividades que continua exercendo,

retoma os estudos. Entre os anos de

1972 e 1980, esteve em Tapejara (PR) e

Santa Maria (RS) auxiliando os páro-

cos dos respectivos lugares em diver-

sas atividades pastorais.

Em 1980, foi destinado para a Re-

sidência Conceição em São Leopoldo

(RS), onde realizou trabalhos na ma-

nutenção e cuidado da casa. Nova-

mente por motivos de saúde, necessita

ir a um lugar de clima mais quente e

é enviado para a Escola Santo Afonso

Rodriguez em Teresina (PI), onde de-

senvolve alguns trabalhos e inicia com

a apicultura naquela região. Nos anos

seguintes, dedica-se exclusivamente

à função de apicultor nas cidades de

Itaúba e Diamantino, ambas no estado

do Mato Grosso.

No ano de 2000, esteve na Casa de

Retiros São José em Mar Grande (BA),

onde ajudou em várias atividades na

casa. Em seguida, voltou a exercer seus

trabalhos de apicultor em cidades por

onde já tinha estado antes: Teresina e

Itaúba. Esse período compreendeu os

anos de 2001 a 2004.

Foi encontrada uma poesia escri-

ta no ano de 2001 cuja autoria, após

confirmada pelo Pe. Francisco Fonse-

ca, é atribuída ao Ir. Adolfo. Chama-

-se A caminho da eternidade e um

dos seus versos diz:

“Viver esta vida para a outra vida, é

lema que poucos têm; mas ela é sempre

mais bela, vivida em prol do além. Viver

alegre e contente, não custa nada a nin-

guém, só faz o mundo mais belo, viven-

do em prol do além. Quem vive a fé com

alegria, o seu testemunho dá. No dia de

sua partida, Deus vai lhe recompensar”.

Com a diminuição das forças e a

necessidade de cuidar mais da saúde,

Ir. Adolfo foi transferido para a Casa de

Saúde em São Leopoldo (RS), em 2005.

Na casa, pôde dar a contribuição que a

saúde, as forças e a idade ainda lhe per-

mitiam. Assim, lá permaneceu até o

seu falecimento, no dia 16 de julho de

2015. Nos últimos dias de vida, a saú-

de vinha decaindo rapidamente por

problemas respiratórios e cardíacos,

vitimando-o de infarto. Tinha 85 anos

de idade e 60 de Companhia de Jesus.

vIver esta vIda para a outra vIda, é lema que poucos têm; mas ela é sempre maIs bela, vIvIda em prol do além. vIver alegre e contente, não custa nada a nInguém, só faz o mundo maIs belo, vIvendo em prol do além. quem vIve a fé com alegrIa, o seu testemunho dá. no dIa de sua partIda, deus vaI lhe recompensar.

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nA PAz do SenHoRpe. humBertO pietrOgrANdePor Ir. eudson ramos

Pe. Humberto Pietrogrande nas-

ceu no dia 1 de abril de 1930, na

cidade de Padova, Itália. De fa-

mília profundamente cristã, recebeu

os sacramentos da iniciação cristã

até os sete anos de idade. Entre os

anos de 1935 e 1948, fez seus estudos

Fundamental, Médio e Liceu. Em se-

guida, iniciou o curso de Direito na

cidade natal, concluindo-o em 1953.

Exerceu a função de presidente dio-

cesano e regional da Juventude da

Ação Católica nas cidades de Padova

e Veneto. Ocupou ainda o cargo de

Procurador da República, antes de in-

gressar no Noviciado da Companhia

de Jesus, em Lonigo (Vicenza), em

1956. Professou os votos do biênio

em 6 de janeiro de 1958.

Fez os estudos de Filosofia em

Gallarate e o magistério em Parma,

ambos ainda na Itália, entre os anos de

1957 a 1961. Respondendo ao chamado

missionário, embarcou para o Brasil,

chegando em 3 de fevereiro de 1962,

na cidade de Salvador (BA). Fez os es-

tudos de Teologia no Colégio Cristo Rei

em São Leopoldo (RS), entre os anos de

1962 a 1965. Foi ordenado sacerdote no

dia 7 de dezembro de 1964.

Sua primeira destinação foi para a

cidade de Anchieta (ES), onde iniciou

os trabalhos daquilo que, posterior-

mente, seria um incentivo pela promo-

ção integral do homem do campo. Fez a

Terceira Provação na cidade de Firenze

(Itália), entre os anos de 1966 e 1967, e,

ao retornar ao Brasil, Pe. Pietrogrande

fundou o MEPES (Movimento de Educa-

ção Promocional do Espírito Santo), em

1968, na cidade de Anchieta, além de

ter sido pioneiro na criação das Escolas

Famílias Agrícolas. Também exerceu o

ministério sacerdotal como cooperador

e Pároco nas cidades de Anchieta e Al-

fredo Chaves (ES). Dedicando-se por vá-

rios anos a esses ministérios, professou

seus Últimos Votos no dia 23 de outubro

de 1978, na cidade de Anchieta.

Após dezoito anos de trabalhos

no estado do Espírito Santo, Pe. Pie-

trogrande foi nomeado Diretor da Es-

cola Agrícola Santo Afonso Rodrigues

e Pároco da Paróquia do Divino Espí-

rito Santo no Socopo, em Teresina

(PI), em fevereiro de 1985. Novamen-

te trabalhando para o crescimento

das comunidades rurais, combateu o

êxodo rural e ampliou as atividades

do Centro de Promoção do bairro So-

copo, colocou-se ao serviço total do

campo e incentivou a formação das

Escolas Famílias Agrícolas do Piauí.

Em 12 de outubro de 1989, cons-

tituiu a FUNACI (Fundação Padre

Antônio Dante Civiero). Dentre as

atividades específicas da Fundação,

estão a proteção às famílias caren-

tes e aos seus membros, em parti-

cular mães, crianças, adolescentes

e idosos; assistência educacional e

de saúde às populações carentes e o

apoio ao pequeno produtor rural e à

sua família nos aspectos educacio-

nal (cinco Escolas Famílias e Centro

Carlos Novarese, que oferece cursos

profissionalizantes), produtivo, or-

ganizacional, sanitário (Hospital São

Carlos Borromeo, 13 creches e Posto

de Saúde) e religioso.

Novamente, passados quase vin-

te anos de seu abundante apostolado

em Teresina, em 2008, Pe. Pietro-

grande decide morar numa ermida, a

qual chamou de Gólgota, construída

no próprio bairro do Socopo, próxi-

mo à Escola e residência Santo Afon-

so Rodriguez. Dedicava-se à oração,

mas também tinha seus momentos

de atendimento e serviço a todos que

o procuravam.

Com o passar dos anos, a saúde de

Pe. Pietrogrande fragilizou-se e, por

isso, ficou internado no hospital que

ele mesmo ajudou a construir por

mais de um ano, até falecer em 5 de

agosto de 2015, vítima de insuficiên-

cia cardíaca e renal em consequência

de um AVC (Acidente Vascular Cere-

bral). Tinha 85 anos de idade e 59 de

Companhia de Jesus.

dedIcava-se à oração, mas também tInha seus momentos de atendImento e servIço a todos que o procuravam.

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jubiLeuS

AgendA

70 ANOs de cOmpANhiA Em 7 de setembro

Pe. Gino Raisa

Em 15 de setembro

Pe. Angelo Luigi Imperiali

60 ANOs de cOmpANhiA Em 23 de agosto

Ir. Pedro Sotoriva

Em 25 de setembro

Pe. Xavier Nichele

50 ANOs de sAcerdóciO Em 7 de setembro

Pe. Pedro Luiz de Azevedo

Tema | pe. Adroaldo palaoro, sJLocal | cArpA (casa de retiros pe. Anchieta)inscrições | www.casaderetiros.org.br

agosto setemBro

orientador | pe. raul paiva, sJLocal | casa de retiros itaici /vila Kostka – indaiatuba (sp) inscrições | www.itaici.org.br

orientador | pe. José ramón Fernández de la cigoña, sJLocal | casa de retiros itaici /vila Kostka – indaiatuba (sp)inscrições | www.itaici.org.br

orientador | pe. João Quirino Weber,, sJLocal | casa de retiros vila Fátima – Floria-nópolis (sc)inscrições | www.casaderetiros.com.br

21 A 23 3 A 11

14 A 22

Curso dIsCernImento InaCIanoexerCíCIos esPIrItuaIs Com ColoCações - eeCC

exerCíCIos esPIrItuaIs- retIro de 8 dIas

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Tema | pe. Adroaldo palaoro, sJLocal | cArpA (casa de retiros pe. Anchieta)inscrições | www.casaderetiros.org.br

28 A 30

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